volume8, n° 1
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ISSN 1679-5954 Revista da Associação Brasileira de Ensino Odontológico - volume 8 - número 1 - janeiro/junho - 2008 REVISTA DA ABENO Associação Brasileira de Ensino Odontológico ABENO volume 8 número 1 janeiro/junho 2008 Associação Brasileira de Ensino Odontológico Para a saúde total da boca, a limpeza deve ser muito mais completa. Saiba por que recomendar Listerine® aos seus pacientes: Listerine® quando associado à escovação e ao uso do fio dental: 1 Reduz a placa em 52%. * 1 Previne a gengivite em 21%. * O segredo de Listerine : ® sua fórmula eficaz de óleos essenciais: timol, eucaliptol, mentol, salicilato de metila. É sempre bom lembrar: Listerine utiliza em sua formulação álcool com ® o pH neutro, de grau farmacêutico puro, sem uretano, aprovado pelo FDA, sendo seguro para uso diário. É ele que permite que os óleos essenciais rompam as ligações entre as bactérias e penetrem no biofilme, prevenindo a gengivite. ® Recomende Listerine® 2X ao dia, não diluído. Listerine o anti-séptico bucal mais 2 recomendado pelos dentistas. 1. Sharma N et al J Am Dent Assoc 2004; 135:496-504. 2. Segundo pesquisa realizada pela GFK Indicator 2008 em São Paulo (Capital), Santos, Bauru, Ribeirão Preto, Vale do Paraíba, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador. *Comparação feita entre o uso de escova, fio e Listerine® vs escova e fio. www.jnjbrasil.com.br Apoio e incentivo a pesquisas odontológicas ABENO Associação Brasileira de Ensino Odontológico Copyright © Associação Brasileira de Ensino Odontológico, 2005 Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução no todo ou em parte, por qualquer meio, sem autorização da ABENO. Catalogação-na-publicação (Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo) Revista da ABENO/Associação Brasileira de Ensino Odontológico. – Vol. 1, n. 1, (jan.-dez. 2001). – São Paulo : ABENO, 2001Semestral ISSN# 1679-5954 A partir de 2005, vol. 5, n. 1 a publicação passa a ser semestral. 1. Odontologia (Periódicos) I. Associação Brasileira de Ensino Superior (São Paulo) II. ABENO CDD 617.6 BLACK D05 ABENO Associação Brasileira de Ensino Odontológico Presidente Alfredo Júlio Fernandes Neto E-mail: [email protected] Site: www.abeno.org.br Apoio para esta edição: Centro de Pesquisas Odontológicas São Leopoldo Mandic Johnson & Johnson - Divisão Oral Care Associação Brasileira de Ensino Odontológico DIRETORIA (2006 a 2010) Presidente Alfredo Júlio Fernandes Neto Vice-Presidente Orlando Ayrton de Toledo Secretário Geral Odorico Coelho da Costa Neto 1º Secretário Vanderlei Luis Gomes Tesoureiro Geral Ricardo Alves Prado José Galba de Meneses Gomes José Thadeu Pinheiro Luiza Isabel Taveira da Rocha Mario Uriarte Neto Oscar Faciola Pessoa Reinaldo Brito e Dias Ricardo Prates Macedo Comissão de Ensino Elaine Bauer Veeck (Presidente) Cresus Vinícius Depes de Gouveia Efigenia Ferreira e Ferreira Léo Kriger Nilce Emy Tomita Rui Vicente Oppermann Comissão de Pós-Graduação Eduardo Gomes Seabra (Presidente) Luiz Alberto Plácido Penna Maria da Glória Chiarello Matos Omar Zina Rita de Cássia Martins Moraes Sigmar de Mello Rode (Presidente) Adair Luis Stefanello Busato Ana Cristina Barreto Bezerra Antônio de Lisboa Lopes Costa Célio Percinoto Hilda Maria Montes R. de Souza Isabela Almeida Pordeus José Carlos Pereira Lino João da Costa Nilza Pereira da Costa Samuel Jorge Moyses Assessores do Presidente Comissão de Comunicação 1º Tesoureiro Sérgio de Freitas Pedrosa Conselho Fiscal Antonio Cesar Perri de Carvalho Elen Marise de Oliveira Oleto Horácio Faig Leite José Dilson Vasconcelos de Menezes Vera Lúcia Silva Resende (Presidente) Ângelo Giuseppe Roncalli C. Oliveira Cléo Nunes de Souza Nelson Rubens Mendes Loretto Sumário A Revista da ABENO é uma publicação oficial da Associação Brasileira de Ensino Odontológico Presidente: Alfredo Júlio Fernandes Neto Vice-presidente: Orlando Ayrton de Toledo Editor Científico: Vera Lúcia Silva Resende (UFMG) ([email protected]) Editores Adjuntos: Ângelo Guiseppe Roncalli C. Oliveira (UFRN) Kátia Regina Hostilio Cervantes Dias (UFRJ/UERJ) Luísa Isabel Taveira Rocha (UFG) Nelson Rubens Mendes Loretto (UPE) Conselho Editorial: Adair Luis Stefanello Busato (ULBRA-RS) Ana Christina Claro Neves (UNITAU) Ana Cristina Barreto Bezerra (UCB) Ana Isabel Fonseca Scavuzzi (UNIME/UEFS) Antonio César Perri de Carvalho Antônio de Lisboa Lopes Costa (UFRN) Arnaldo de França Caldas Júnior (UPE) Carlos de Paula Eduardo (FO-USP) Carlos Estrela (UFG) Célio Jesus do Prado (UFU) Célio Percinoto (FOA-UNESP) Cresus Vinícius Depes de Gouveia (UFF) Eduardo Batista Franco (FOB-USP) Eduardo Dias de Andrade (UNICAMP) Eduardo Gomes Seabra (UFRN) Efigenia Ferreira e Ferreira (UFMG) Elaine Bauer Veeck (PUC-RS) Elen Marise de Oliveira Oleto (UFMG) Gersinei Carlos de Freitas (UFG) Hilda Maria Montes Ribeiro de Souza (UERJ) Horácio Faig Leite (FOSJC-UNESP) Isabela Almeida Pordeus (UFMG) Jesus Djalma Pécora (FORP-USP) João Humberto Antoniazzi (FO-USP) José Carlos Pereira (FOB-USP) José Luiz Lage-Marques (FO-USP) José Ranali (UNICAMP) José Thadeu Pinheiro (UFPE) Léo Kriger (PUC-PR) Liliane Soares Yurgel (PUC-RS) Lino João da Costa (UFPB) Luiz Alberto Plácido Penna (UNIMES) Luiz Clovis Cardoso Vieira (UFSC) Manuel Damião de Sousa Neto (UNAERP) Marco Antonio Campagnoni (FOAR-UNESP) Maria Celeste Morita (UEL) Maria da Gloria Chiarello Matos (FORP-USP) Maria da Graça Kfouri Lopes (UnicenP) Maria Ercília de Araújo (FO-USP) Nilce Emy Tomita (FOB-USP) Nilza Pereira da Costa (PUC-RS) Omar Zina (UNIVAG) Oscar Faciola Pessoa (UFPA) Raphael Carlos Comelli Lia (FEB-SP) Ricardo Prates Macedo (ULBRA-RS) Rui Vicente Oppermann (UFRS) Samuel Jorge Moyses (PUC-PR) Sigmar de Melo Rode (FOSJC-UNESP) Simone Tetu Moysés (UFPar) Vanderlei Luís Gomes (UFU) Vania Ditzel Westphallen (PUC-PR) v. 8, n. 1, janeiro/junho - 2008 Artigos Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem Laboratorial practice of periodontal surgery: improvement of the teaching and learning process Adriane Yaeko Togashi, Priscila Corraini, Francisco Emilio Pustiglioni, Luiz Antonio Pugliesi Alves de Lima, Marco A. P. Georgetti . . . . . . . . . . . . . . 5 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional Medical Act Bill and Multiprofessional Team Ana Laura de Oliveira Fagundes, Flávia Helena Dias Santiago, Elza Maria de Araújo Conceição, Andrea Maria Duarte Vargas, Efigênia Ferreira e Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 DASH evaluation among dentistry students, Belo Horizonte, 2007 Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu, Adriano Rodrigues da Costa, Alexandre Ramos Braga, Geraldo Fabiano de Souza Moraes. . . . . . . 16 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia Extramural activities in the view of graduate students of Dentistry Graduation Course Suzely Adas Saliba Moimaz, Nemre Adas Saliba, Cléa Adas Saliba Garbin, Lívia Guimarães Zina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Anais da 43a Reunião Anual - 2008 Comissão Organizadora e Programação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30 Trabalhos selecionados para apresentação Seminários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32 Pôsteres. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37 ApêndiceS Índice de artigos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97 Índice de resumos apresentados na 43ª Reunião Anual . . . . . . . . . . . 98 Normas para apresentação de originais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103 Indexação A Revista da ABENO - Associação Brasileira de Ensino Odontológico está indexada nas seguintes bases de dados: BBO - Bibliografia Brasileira de Odontologia; LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde. Revista da ABENO • 8(1):4 Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem Além de desenvolver habilidade e competência técnica, a atividade pré-clínica prepara o aluno para discernir quanto à dimensão ética de sua atuação. Adriane Yaeko Togashi*, Priscila Corraini**, Francisco Emilio Pustiglioni***, Luiz Antonio Pugliesi Alves de Lima****, Marco A. P. Georgetti***** *Doutoranda em Periodontia do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. E-mail: [email protected]. **Mestranda em Periodontia do Curso de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. ***Professor Titular da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. ****Professor Associado da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. *****Professor Doutor da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. RESUMO O objetivo deste trabalho foi apresentar uma atividade de laboratório com mandíbula de porco utilizada na Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP) que otimiza o ensino-aprendizado das técnicas cirúrgicas periodontais. A mandíbula de porco tem características anatômicas semelhantes às das estruturas gengivais e periodontais humanas. É importante ressaltar que essa prática pré-clínica parece ter resultado num aprimoramento do aprendizado por parte dos alunos. DESCRITORES Ensino. Educação em odontologia. Cirurgia bucal/educação. Modelos animais. Periodontia. N o processo ensino-aprendizagem em Odontologia é importante a elaboração de atividades que permitam ao aluno o desenvolvimento progressivo dos sentidos para a habilidade, competência técnica e compreensão do significado dos conteúdos curricu- lares. Para que isso ocorra, devemos dispor de instrumentos pedagógicos que possibilitem a construção do conhecimento de forma didática e dinâmica. Segundo Vieira11 (1974), as aulas práticas visam ensinar técnicas, desenvolver habilidades e domínio na utilização dos instrumentos e materiais utilizados pelo dentista, através do desempenho pelo aluno. O autor enfatiza a importância do conhecimento básico e científico pelo aluno e que o mesmo saiba aplicá-los durante o emprego da técnica. O conceito de ensino integrado, ou seja, a integração dos conceitos das disciplinas básicas e técnicas e a inter-relação das disciplinas técnicas visam à formação de um profissional apto ao exercício da clínica geral. O curso de Odontologia apresenta peculiaridades inerentes à área da saúde, que consiste no tratamento do paciente.10 Relacionadas a isso há, pelo menos, duas dificuldades com que nos defrontamos na formação do graduando em Odontologia. Essas se referem à prática clínica nos pacientes e à bioética. A prática clínica nos pacientes por alunos que estão passando por um Revista da ABENO • 8(1):5-8 Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem • Togashi AY, Corraini P, Pustiglioni FE, Lima LAPA, Georgetti MAP processo de aprendizagem pode ser passível de erros e comprometer alguns aspectos da bioética com atos de imprudência e imperícia, mesmo quando conduzida pelo professor. Nesse aspecto, a prática laboratorial ajuda a amenizar essa problemática.1,8,9 Nesse ensaio laboratorial os erros podem ser aceitos como parte do aprendizado e comentados e corrigidos, sem que isso signifique prejuízo aos pacientes e à moral do aluno. Kamaura et al.5 (2003) observaram uma estreita relação entre o aprendizado no laboratório e sua aplicação nas atividades clínicas. Afirmaram que o método de ensino integrado produziu capacitação discente. Os instrumentos pedagógicos laboratoriais disponíveis, atualmente, para a prática periodontal consistem de manequins de plástico ou silicone e de imagens digitalizadas e animadas tridimensionais.6,7 Independentemente da tecnologia disponibilizada por cada um desses meios laboratoriais pré-clínicos, nenhum deles permite reproduzir a textura, espessura e consistência dos tecidos ósseo e mole que compõem o periodonto humano. O ensino de cirurgia periodontal em laboratório, com o uso de mandíbula de porco, é um recurso didático que permite elaborar técnicas e demonstrá-las ao aluno, além de proporcionar ao mesmo a possibilidade de raciocinar e praticar as técnicas cirúrgicas periodontais passo a passo. Isso torna possível que ele visualize as estruturas anatômicas envolvidas nos procedimentos e lide com elas. Dessa forma, facilita a fixação do conhecimento adquirido na sala de aula. Essa ferramenta de ensino disponibiliza aos docentes um modelo de treinamento para os alunos que apresenta custo-benefício compatível com a realidade curricular brasileira. Levando em consideração o aspecto “conteúdo programático” e os processos de ensino, por entenderem a importância de sua atuação e responsabilidade pedagógica, docentes da Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo desenvolveram uma atividade pré-clínica através da prática laboratorial de cirurgias periodontais, em mandíbulas de porco, que vem sendo aplicada há alguns anos no Curso de Graduação em Odontologia. O objetivo deste trabalho é apresentar uma metodologia de atividade laboratorial que otimiza o ensino-aprendizado das técnicas cirúrgicas periodontais. METODOLOGIA Anteriormente à prática clínica, os conceitos básicos, princípios biológicos, acidentes anatômicos e as técnicas cirúrgicas são discutidos em sala de aula. No laboratório faz-se, inicialmente, uma demonstração, que é transmitida aos alunos que a acompanham por vídeo, no próprio laboratório. Posteriormente, os alunos realizam a prática laboratorial assistida. 1. Descrição e seqüência das atividades laboratoriais Preparo das mandíbulas a.Devem ser obtidas mandíbulas frescas e resfriadas, diretamente do frigorífico ou distribuidor. b.Lavagem da peça (dos tecidos e dos dentes), dissecção dos músculos e da pele. c.Preservar as estruturas periodontais que serão manipuladas durante a atividade laboratorial, especialmente a linha mucogengival e boa parte da mucosa de revestimento (Figura 1). d.Acondicionamento em embalagem plástica individual. e.Congelamento em freezer. f. Descongelamento gradual, por cerca de 24 h, a fim de preservar as características originais dos tecidos. Desaconselha-se o descongelamento rápido, como por exemplo no forno de microondas. 2. Estrutura e material necessário à prática laboratorial a.Bancada. b.Material e instrumental cirúrgico simplificado (pinça anatômica ou de Adson, pinça mosquito curva, tesoura Goldman-Fox, espátula de Freer ou cureta de Molt, cabo de bisturi e lâmina 12/15, porta-agulha Mayo-Hegar, cureta de Gracey 5-6, sonda NC 15 mm e fio de sutura Nylon 5.0 (AG 3/8 ∇ 2 cm). c.Campo cirúrgico ou papel absorvente (proteção e forramento da bancada). 3. Demonstração pelo professor a.Filmadora e lente “zoom”/macro com reprodução em vídeo ou telão. 4. Prática assistida pelo aluno A prática laboratorial em mandíbula de porco permite o treinamento de diferentes técnicas de suturas (Figuras 2 e 3) e cirúrgicas periodontais (Figuras 4, 5 e 6), tais como: • gengivectomia; • retalho de espessura total (Widman Modificado) e deslocamento apical; • cunha distal. Essas técnicas vêm sendo aplicadas no Curso de Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. DISCUSSÃO A prática laboratorial, anteriormente à prática Revista da ABENO • 8(1):5-8 Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem • Togashi AY, Corraini P, Pustiglioni FE, Lima LAPA, Georgetti MAP Figura 1 - Estruturas anatômicas gengivais na mandíbu- Figura 2 - Região mais anterior da mandíbula de porco la de porco (gengiva ceratinizada, linha mucogengival e mucosa alveolar). onde é realizado o treinamento das técnicas de sutura. Figura 3 - Treinamento das diversas suturas. Figura 4 - Incisão realizada com preservação da papila. Figura 5 - Realização da raspagem e do alisamento coro- Figura 6 - Reposicionamento e sutura do retalho. nário e deslocamento do retalho. clínica, consiste num recurso didático necessário que, de certa maneira, diminui as dificuldades clínicas de procedimentos, principalmente cirúrgicos, realizados em pacientes.3,4 Os recursos audiovisuais disponíveis não permitem ao aluno assimilar completamente e executar o ensinamento das técnicas cirúrgicas. A prática laboratorial de cirurgias periodontais tem propiciado esse tipo de ensinamento, uma vez que o aluno pode acompanhar com maior detalhe cada passo da técnica e tem a oportunidade de realizá-la.2 A atividade cirúrgica pré-clínica, no ensino da Pe- Revista da ABENO • 8(1):5-8 Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem • Togashi AY, Corraini P, Pustiglioni FE, Lima LAPA, Georgetti MAP riodontia, representa um momento de integração entre teoria e prática clínica. Assim, deveria ser realizada com recursos que mais se assemelhem com as estruturas anatômicas periodontais e com a realidade clínica. Isso deve ser realizado de forma que os alunos possam elaborar, na prática, o que aprendem na teoria e que possam vivenciar situações complexas e/ou os mais variados tipos de casos clínicos. O treinamento das técnicas de manipulação dos tecidos ósseo e mole, cirurgias regenerativas, pré-protéticas, amputação e hemissecção pode ser empregado em nível mais avançado do aprendizado, como nos cursos de pós-graduação, por apresentarem maior grau de complexidade. A mandíbula de porco é utilizada no laboratório de cirurgia periodontal por apresentar dentes e reparos anatômicos com características de cor e consistência próximas às dos humanos. Existe, na mandíbula de porco, uma área localizada mais anteriormente que, por ser desdentada, pode servir para a prática de sutura. Entretanto, considera-se a maxila inadequada para qualquer prática, pois o tecido palatino é muito fibroso e a rafe palatina, rasa. Quando os docentes possibilitam aos alunos o confronto entre o aprendizado teórico e as situações reais, a compreensão se torna mais significativa e a experiência, enriquecedora. Assim, a Disciplina de Periodontia tem se preocupado em organizar atividades integradoras da prática com a teoria, em estimular a compreensão e a vivência, o ato de se fazer e refletir, de forma sistemática ao longo do seu curso de graduação. A atividade pré-clínica não deve ser vista apenas como uma maneira de desenvolver habilidade e competência técnica nos domínios de aspectos biológicos envolvidos na prática clínica, mas, essencialmente, o aluno deve ser preparado para discernir quanto à dimensão ética da sua atuação. learning methodology of the periodontal surgical technique. The pig low jaw-bone has similar characteristics of the anatomy of human gingival and periodontal structures. Its important to point out that this pre-clinic practice seems to result in improvement to the learning process of students. DESCRIPTORS Teaching. Education, dental. Surgery, oral/education. Models, animal. Periodontics. § REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Akisue E, Gavini G, Caldeira CL, Lemos EM. Comparação qualitativa da utilização de dentes simulados e naturais no aprendizado pré-clínico em endodontia [PE009]. Braz Oral Res. 2004;18 Suppl:24. 2. Carvalho ACP. Educação e saúde em odontologia. Ensino da prática e prática do ensino. São Paulo: Santos; 1995. p. 67. 3. Carvalho ACP, Saad MN. Contribuição às atividades pré-clínicas no ensino da cirurgia bucal. Rev Bras Odontol. 1977;34(1/2):49-53. 4. Carvalho DR, Lima Júnior N, Macedo SB, Carvalho ACP. Laboratório pré-clínico de cirurgia bucomaxilofacial. Revista da ABENO. 2004;4(1):29. 5. Kamaura D, Carvalho GL, Antoniazzi JH, Lage-Marques JLS. Avaliação do desempenho dos alunos de graduação durante a prática da técnica endodôntica. Revista da ABENO. 2003;3(1):33-40. 6. Lisboa MV, Carvalho JG, Lage-Marques JL, Muramatsu M, Mori M. Utilização de imagem 3D para o ensino em Odontologia. Revista da ABENO. 2005;5(2):140-3. 7. Nogi FM, Melani RFH. Novas tecnologias de informação e comunicação (NTIC) no ensino odontológico – perspectivas e desafios [PA114]. RPG Rev Pós Grad. 2004;11(3):294. 8. Perez FEG, Horliana ACRT, Rocha RG, Adde CA. Médias de tempo despendidas na execução de atividades clínicas por alunos de graduação da disciplina de clínica integrada da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Rev CONCLUSÃO A prática laboratorial de cirurgias periodontais em mandíbula de porco empregada na Disciplina de Periodontia da FOUSP tem sido bem aceita pelos discentes e parece possibilitar a sedimentação continuada do conhecimento adquirido previamente e o treinamento das habilidades técnicas do aluno. Odontol Univ Santo Amaro. 2003;8(1):12-8. 9. Saab L, Lemos Júnior CA, Lotufo MA, Silveira FRX. Modelo de treinamento de técnicas de biópsias no ensino de graduação [PE035]. Braz Oral Res 2004;18 Suppl:27. 10. Togashi AY, Bosquiroli V, Pedro LS. Levantamento socioeconômicocultural dos pacientes das clínicas odontológicas. Anais do II Seminário de Extensão Universitária da Unioeste; Cascavel; Brasil. Cascavel: Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 2002. p. 369-70. ABSTRACT Laboratorial practice of periodontal surgery: improvement of the teaching and learning process The purpose of this study was to demonstrate an activity of laboratory with pig low jaw-bone used to Periodontology Discipline in Dentistry School of University of São Paulo that improves the teaching and 11. Vieira DF. Método de ensino e de aprendizagem. In: Vieira DF. Planejamento de uma Faculdade de Odontologia. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru; 1974. p. 118-38. Revista da ABENO • 8(1):5-8 Recebido para publicação em 28/03/2006 Aceito para publicação em 18/05/2006 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional Ana Laura de Oliveira Fagundes*, Flávia Helena Dias Santiago*, Elza Maria de Araújo Conceição**, Andrea Maria Duarte Vargas**, Efigênia Ferreira e Ferreira*** *Alunas do Curso de Especialização em Saúde Coletiva da Faculdade de Odontologia da UFMG. **Professores Adjuntos do Curso de Odontologia da UFMG. ***Prof. Associado do Curso de Odontologia da UFMG. RESUMO Considerando a repercussão que o chamado “Projeto de Lei do Ato Médico” (PLS 25/2002 e PLS 25 substitutivo de 2002) vem gerando na mídia, entre profissionais de saúde e outros setores da sociedade, bem como seus reflexos na formação interdisciplinar, objetivou-se detectar o nível de conhecimento, opiniões e expectativas de profissionais da saúde a respeito deste projeto. O estudo foi realizado com um total de 90 voluntários sendo 28 médicos e 62 denominados “outros profissionais”. Foram distribuídos questionários por intermédio dos Gerentes de cada Unidade de Saúde da Regional Nordeste de Belo Horizonte. Os dados foram coletados a partir da avaliação de 90 questionários aplicados. Destes 90 questionários, 25 (28%) responderam que a possível aprovação do projeto de lei poderia trazer benefícios para sua atividade profissional e 50 (56%) responderam que não. Em outra questão, 57 (64%) responderam que poderia trazer prejuízos para sua atividade profissional, e 22 (25%) responderam não. A respeito dos benefícios que a possível aprovação do projeto de lei teria para o atendimento à população 23 (26%) respondentes consideram que trará benefícios e 56 (62%) não. Quando consultados sobre prováveis prejuízos para o atendimento que a aprovação poderá acarretar 66 (73%) responderam afirmativamente e 13 (15%) responderam que não. Através da análise dos questionários foi possível constatar o desconhecimento do Projeto de Lei e de seu Substitutivo por uma grande maioria dos profissionais consultados. E, quanto aos benefícios, malefícios, implicações na sua atividade profissional e no atendimento da população a maioria discorda da aprovação do projeto. DESCRITORES Projeto lei do ato médico. Sistema Único de Saúde. Equipe multiprofissional. T ramitam no Senado Federal dois projetos de lei que vêm causando grande repercussão na mídia nacional e gerando muitas discussões entre profissionais de saúde e outros segmentos da população. O Projeto de Lei do Senado (PLS 25/2002), que institui o Ato Médico, de autoria do ex-senador Geraldo Althoff (PFL/SC), baseia-se no argumento de que a medicina precisa regulamentar o exercício de suas práticas profissionais, delimitando o campo de atuação dos diversos profissionais de saúde, e estabelecendo as atividades terapêuticas que devem ser exercidas exclusivamente por médicos;13 e o seu Projeto de Lei Substitutivo (PLS 25/2002 substitutivo) de autoria do Senador Tião Viana (PT/AC).14 Segundo a Senadora Lúcia Vânia (2005) que assumiu em 2005 a relatoria o texto visa regulamentar a profissão do médico, mas gera polêmica por limitar a área de atuação de outros profissionais da saúde. Após ampliar a discussão e envolver vários segmentos da área da saúde ficam evidenciados os vários pontos críticos deste projeto que são: o exercício de chefia e ensino, a divisão de competências, a prescrição terapêutica e o direito ao diagnóstico.12 O substitutivo em questão estabelece um conceito de ato médico privativo, ao lado do ato médico compartilhado com outras profissões. Ampara-se nos fundamentos da prevenção primária, secundária e terciária, moderniza a classificação e estabelece basicamente que os atos de prevenção secundária e terciária e os que impliquem em procedimentos diagnósticos de enfermidades e de indicação terapêutica constituem atos privativos dos médicos. Fica aberta para as outras profissões da área da Saúde a porta da prevenção primária e terciária sem diagnóstico ou terapêutica. Além disso, expande-se o campo dos atos privativos da profissão médica nas atividades de coordenação, direção, chefia, perícia, Revista da ABENO • 8(1):9-15 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF auditoria, supervisão e ensino dos procedimentos médicos.8 O mesmo autor ressalta que, a reforma da regulação profissional deve ser constituída, principalmente por diretrizes que garantam a qualidade dos padrões técnicos e éticos do exercício profissional e de proteção ao público. O Conselho Federal de Medicina (CFM)4 argumenta que o diagnóstico das doenças configura uma prerrogativa exclusiva dos médicos e aceita como exceção, a Odontologia. Os médicos brasileiros buscam a definição de seu campo de trabalho, que significa a definição jurídica de sua identidade profissional. No entanto, a forma como o fazem provoca o conflito com as outras categorias profissionais investidas no campo da saúde, que identificam no projeto de lei uma ingerência unilateral que prejudica o avanço do modelo de atenção propugnado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)3 e não resulta em benefícios para os usuários. Esta discussão não pode ser considerada separadamente dos outros fatos da história atual, pois ao longo dos últimos anos, o setor saúde vem passando por sucessivos reordenamentos, tanto no que se refere à normatização como aos vinculados às mudanças no conhecimento científico, tecnológico, político, social e outros. Fruto de um intenso debate da sociedade e fortemente liderado por profissionais da área de saúde, notadamente, da área médica, as transições da ação do Estado brasileiro no que se refere ao setor saúde ocorreram muito rapidamente. Nos últimos dez anos, com o aprimoramento da gestão do SUS e das instâncias de controle social, incorporam-se novos espaços de atuação e novos processos de trabalho à atenção à saúde. Este fato requer efetivo compromisso dos trabalhadores com a concepção ampliada de saúde, estabelecendo-se a transcendência do setorial e uma diversificação dos campos de prática.10 A inovação apresentada pelo SUS é o seu “conceito ampliado de saúde”, resultado de um processo de embates teóricos e políticos, que traz consigo um diagnóstico das dificuldades que o setor saúde enfrentou historicamente, e a certeza de que a reversão deste quadro extrapolava os limites restritivos da noção vigente. Considerar a saúde apenas como ausência de doenças, nos legou a um quadro repleto não só das próprias doenças, como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa qualidade e falta de comprometimento profissional.6 De acordo com Cor10 rêa (2003),5 o cuidado com a saúde pela população é um ato político e econômico, dependente do poder aquisitivo das classes mais necessitadas e das políticas de saúde vigentes. O Programa de Saúde da Família (PSF),2 uma das estratégias de consolidação do SUS, objetiva melhorar o estado de saúde da população incluindo desde a promoção e proteção da saúde até a identificação precoce e o tratamento das doenças. Estrutura-se a partir de uma equipe multidisciplinar, da abordagem situacional no local onde vivem as pessoas, da incorporação da representação social da doença e utiliza como ferramenta básica a busca ativa de casos. Este modelo tanto ultrapassa o ato reconhecido como consulta ao profissional de saúde, quanto o amplia, já que nele se inspiram nos aspectos tocantes à intimidade, o respeito, o sigilo das informações, entre outros. Este impõe o recurso a novas teorias, metodologias e tecnologias e se traduz, evidentemente, em nova configuração do trabalho em saúde. Mais do que nunca, no SUS, e em especial no PSF, prevê-se a organização de equipes, cuja concepção está vinculada à de processo de trabalho e se sujeita, no campo da saúde, às transformações pelas quais este vem passando ao longo do tempo. A idéia de equipe advém da necessidade histórica do homem de somar esforços para alcançar objetivos e da imposição que o desenvolvimento e a complexidade do mundo moderno têm imposto ao processo de trabalho, gerando relações de complementaridade de conhecimentos e habilidades para o alcance dos objetivos.11 O embate de idéias apresentado pelos profissionais de saúde que são contrários à aprovação do Projeto de Lei do ato Médico e aqueles que defendem a sua aprovação é a principal motivação deste estudo. Uma reflexão a respeito dos malefícios e/ou benefícios que a aprovação deste projeto de lei poderia proporcionar para a atividade profissional de médicos e não-médicos e também no atendimento do usuário do sistema público de saúde constitui-se em uma necessidade. Este trabalho tem como objetivo geral, conhecer a opinião de profissionais de saúde que trabalham em Equipes de Saúde da Atenção Básica e/ou do Programa de Saúde da Família (PSF)/Equipes de Saúde Bucal (ESB) a respeito do PLS/25 e PLS/25 (substitutivo). Pretende-se avaliar o grau de conhecimento destes profissionais acerca dos projetos e identificar, segundo as opiniões do grupo pesquisado, quais seriam os possíveis malefícios e/ou benefícios que a aprovação do PL25/2002 poderia trazer para sua ati- Revista da ABENO • 8(1):9-15 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF vidade profissional, para o atendimento do usuário, e para a rotina de trabalho. METODOLOGIA Após aprovação do protocolo de pesquisa (Parecer Nº ETIC 190/05 aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais e Parecer Nº 031/2005 aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – Secretaria Municipal de Belo Horizonte), foi realizada a coleta de dados através da aplicação de questionários aos profissionais, nível terceiro grau, atuantes na rede de prestação de serviços de saúde, na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte. A amostra foi calculada através da estimativa de proporção, com erro de 10%, nível de significância de 90% e padrão (p) 50% indicando uma amostra final mínima de 53 indivíduos.7 Os questionários e os Termos de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) foram distribuídos nas 20 Unidades Básicas de Saúde que integram a Regional Nordeste, através dos seus gerentes, sendo posteriormente recolhidos e entregues às pesquisadoras em envelopes lacrados, visando a confidencialidade dos respondentes. Para efeito de análise dos dados, os resultados foram organizados e tabulados em dois grupos: médicos e outros profissionais (enfermeiros, cirurgiões-dentistas, psicólogos e assistentes sociais). RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 1, apresenta-se um resumo do número de profissionais que trabalham na Regional Nordeste e do número desses profissionais que responderam o questionário distribuído. A amostra foi categorizada em Médicos e Outros Profissionais (Enfermeiros, Cirurgiões-dentistas, Psicólogos e Assistentes Sociais). Observa-se que foram respondentes neste estudo, 26,4% dos médicos e 45,9% de outros profissionais. Na Tabela 2, apresentam-se os itens questionados e respondidos pelos profissionais a respeito do Projeto de Lei do Ato Médico e do Substitutivo, cujas questões tratavam sobre o conhecimento dos projetos de lei, se havia concordância e qual a expectativa de benefícios e prejuízos, tanto para a atividade profissional, quanto para o atendimento à população. Constata-se, na verdade, que a maioria conhece apenas superficialmente o Projeto de Lei. Dos 66 profissionais entrevistados, que responderam já ter ouvido falar, 18 (20%) são médicos e 48 (54%) outros profissionais. Sobre a existência do substitutivo, 53% não sabem ou revelam apenas já ter ouvido falar (43%). As respostas indicam que apesar da acirrada polêmica e do destaque dado pela mídia e pelas entidades reguladoras das profissões envolvidas - Conselhos Federais e suas instâncias regionais - o tema ainda não foi bem aprofundado pelos profissionais atuantes na rede de prestação de serviços de saúde, na Regional Nordeste do Município de Belo Horizonte. Com relação à concordância com o Projeto de Lei, apesar da relatada desinformação, 65 profissionais (73%) responderam que não concordam com a sua aprovação. Ressalta-se que este número reflete claramente o conflito instalado entre a proposta do Projeto de Lei do Ato Médico e todas as outras profissões que participam da atenção básica de saúde do usuário do SUS.8 Dentre os 19 profissionais que concordam com a aprovação do PL 25/02 (21%), estão 18 médicos e apenas 1 entre os “outros profissionais”. Assim, são quase exclusivamente os médicos que respondem pela concordância com a regulamentação profissional contida no PL 25/2002. Para 56% não havia expectativa de benefícios com a possível aprovação do PL25/2002 referentes à sua atividade profissional e para 64% haveria prejuízos em sua atividade profissional. As principais justificativas apresentadas pelos médicos para o reconhecimento dos benefícios parecem estar ligadas a interesses corporativos e das condições de trabalho, definição dos limites de atuação (o atendimento exclusivo pelo médico), mais que aos resultados da atuação ou ao modelo de atenção. Entre os outros profissionais considerou-se como vantagem a diminuição da carga de trabalho. Tabela 1 - Distribuição de profissionais da área de saúde na Regional Nordeste, em Belo Horizonte e da amostra deste estudo. Médicos Em exercício profissional Respondentes 106 Outros profissionais Enfermeiros Cirurgiões-dentistas Psicólogos Assistentes sociais 74 41 7 13 28 62 Revista da ABENO • 8(1):9-15 11 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF Tabela 2 - Itens questionados aos profissionais da área de saúde na Regional Nordeste de Belo Horizonte. O ato médico O substitutivo Concordância com a aprovação do Projeto de Lei n % n % Já ouviu falar 18 20 48 54 Conhece bem 10 11 12 13 Nunca ouviu falar 0 0 2 2 Não respondeu 0 0 0 0 Já ouviu falar 14 16 24 27 Conhece bem 2 2 0 0 Não sabe da existência de substitutivos 12 13 36 40 Não sabe da existência do Ato Médico e nem dos substitutivos 0 0 2 2 Sim 18 20 1 1 Não 8 9 57 64 Não respondeu 1 1 2 2 Não soube opinar Expectativa de benefícios para atividade profissional Expectativa de prejuízos para atividade profissional Expectativa de benefícios para o atendimento à população 1 1 2 2 Sim 18 20 7 8 Não 7 8 43 48 Não respondeu 1 1 7 8 Não soube opinar 2 2 4 4 O PL não se aplica à odontologia 0 0 1 1 Sim 10 11 47 53 Não 15 17 7 8 Não respondeu 2 2 4 4 Não soube opinar 1 1 4 4 Sim 16 18 7 8 Não 10 11 46 51 1 1 6 7 Não respondeu Não soube opinar Expectativa de prejuízos para o atendimento à população 1 1 3 3 Sim 12 13 54 60 Não 13 15 0 0 Não respondeu 2 2 5 6 Não soube opinar 1 1 3 3 Aqueles que responderam que “não haverá benefício para a atividade profissional” fizeram análises mais abrangentes, englobando aspectos do processo de trabalho. As opiniões em comum foram a centralização na figura do médico, que traria prejuízos ao trabalho em equipe, e o retrocesso no processo de trabalho em saúde. Alguns dos médicos argumentaram que somente haverá benefícios para aqueles que atuam em atividades liberais e precisam defender o mercado de tra balho. “Os outros profissionais” acenaram para o aumento na burocracia do atendimento, impossibilidade de prescrição de medicamentos, restrições em 12 Outros profissionais Médicos Ato médico algumas atividades, diminuição das competências profissionais e queda na qualidade do atendimento para a população. O reconhecimento de “prejuízos para a atividade profissional” (64%) novamente nos aproxima dos números que revelaram discordância do projeto (73%), desta vez com aumento do número de médicos. Entre as justificativas comuns a todos os profissionais retorna a perda de autonomia com a centralização do atendimento no profissional médico, com repercussões no funcionamento da equipe. Em maior ou menor nível, a reflexão de todos os segmentos se voltou para a atuação em saúde coletiva. Revista da ABENO • 8(1):9-15 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF Alguns “médicos” focaram a sobrecarga de trabalho, aumento da responsabilidade profissional, excessivo corporativismo, aumento da demanda reprimida da população, e benefícios somente para a iniciativa privada, onde a demanda é regulada pelo poder aquisitivo, entendendo que os prejudicados serão os usuários. Outros entendem que certos procedimentos só competem a eles, e consideram que não haverá prejuízo, desde que os demais profissionais da saúde exerçam suas atividades de acordo com a lei. Schreiber (1995); Silva & Waissman (2005) ressaltam a importância do enfrentamento multiprofissional das questões como elemento impulsionador do conhecimento, da ordenação e do desenvolvimento de novas tecnologias no campo da saúde.15,16. Assim, afirma Araújo (2003) que a regulamentação do ato médico tem que considerar o conjunto das práticas dos profissionais no setor saúde, levando em conta o seu desenvolvimento histórico e a prática sustentada em conhecimento e em realizações concretas.1 Os argumentos daqueles que consideram que a aprovação “trará benefícios para o atendimento à população” convergiram no sentido de que, uma vez determinados os campos de atuação, definindo competências e qualificando os profissionais para a realidade da saúde pública, podem ser aprimorados os projetos para a saúde coletiva e aumentada a disponibilização de médicos. Esses entendem que a população será mais bem assistida, recebendo o diagnóstico e a terapêutica por profissionais competentes e capacitados. Algumas respostas dos “Outros Profissionais” que também consideram que o projeto trará benefícios para a população foram no sentido de haver mais segurança no atendimento pelo profissional habilitado, desde que cada um atue em sua área com ética, obedecendo a normatização das atribuições médicas. Entre os respondentes que afirmam “que não haverá benefícios”, as opiniões foram a respeito da limitação do exercício profissional com diminuição da autonomia, a atitude corporativista dos médicos com aumento de sua carga de trabalho, a incapacidade de eles sozinhos resolverem os problemas de saúde pública, e a permanência do modelo de atendimento assistencialista e curativista. Há uma ênfase no reconhecimento de “prejuízos para o atendimento a população”, partilhada por 73% dos respondentes, inclusive médicos que concordam com a aprovação do Projeto de Lei. Dentre os “outros profissionais” as respostas sobre “expectativa de prejuízos para a população”, se deram no sentido da supervalorização com centralização do atendimento no profissional médico, subordinação dos “outros profissionais” a ele, corporativismo, sobrecarga de atendimento, falta de capacitação do médico em saúde pública, estresse profissional, maior dificuldade de acesso, impedimento ao direito de livre escolha dos usuários, retrocesso no modelo de saúde que voltará a ser hospitalocêntrico, aumento das filas com descontentamento da população. Somente médicos (15%) consideram que a aprovação não “trará prejuízos para o atendimento à saúde da população”, ressaltando a necessidade de se esclarecer à população e aos demais profissionais a respeito do PL, da sua aprovação e da regulamentação das atividades privativas do médico, excetuando-se as condições e programas estabelecidos nas leis que regulam as demais profissões. Destacam ainda a importância de se respeitar a hierarquia profissional. Por muito tempo a medicina tem exercido forte domínio sobre as discussões, propostas e tratamento das doenças e dos doentes em nossa sociedade. A emergência de novos papéis e processos de trabalho mudou a configuração do trabalho médico, da sua autonomia e passa a ameaçar, não apenas os setores mais conservadores, mas a profissão como um todo, que luta pela preservação das suas prerrogativas históricas, culturais e de poder. Destaca-se neste contexto que todas as proposições de definição de espaços profissionais, características do corporativismo vigente conflita com os projetos em discussão, que envolve a reforma curricular nas escolas de saúde em todo pais, estimuladas pelo governo, como proposta de integração entre as equipes de saúde. Esse estudo aponta que muito teremos que caminhar nas discussões, para que as outras profissões de saúde e os seus profissionais sejam valorizados pelos pacientes e os órgãos governamentais, resultando em maior benefício para toda população. CONCLUSÕES A grande maioria dos profissionais que atuam na atenção básica da Regional Nordeste não conhece na íntegra o referido PL, não concorda com ele e, os que concordam, são basicamente os médicos. Os achados nos permitem afirmar que há mais clareza, entre os profissionais da área médica, sobre os efeitos do PL na rede privada, onde poderá existir Revista da ABENO • 8(1):9-15 13 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF uma grande reserva de mercado, apoiando-se em argumentos corporativistas. Os argumentos contra a aprovação do PL e os seus efeitos, caso seja aprovado, revelam que a maior preocupação de todos os “outros profissionais” é a centralização das ações nas mãos dos médicos, com redução da sua autonomia e do valor da sua contribuição, expressando preocupação com as perdas no trabalho em equipe e prejuízo para o modelo de atenção proposto pelo SUS. Alguns benefícios para a atuação em saúde coletiva são reconhecidos, tais como, melhor divisão de tarefas e melhor qualificação dos médicos dentro do modelo de atenção. Mas o número de profissionais de outras áreas que reconhece tais ganhos é extremamente reduzido. As perdas para a população parecem constituir-se o melhor consenso, embora, os profissionais da área médica reafirmem a posição de que podem haver benefícios decorrentes do atendimento exclusivo por eles. Os argumentos dos “outros profissionais” relacionados aos prejuízos que a população teria no atendimento contemplam um conhecimento da demanda, do volume de necessidades da população, das implicações da restrição do acesso aos serviços de saúde. Agregam ainda o entendimento de que as necessidades não são apenas de diagnóstico e terapêutica, valorizando a abordagem multiprofissional. 22 (25%) answered that it could not. Regarding the benefits that the possible approval of the bill could have on the service to the population, 23 (26%) participants considered that it could bring benefits and 56 (62%) that it could not. When asked about possible damages to the health service, 66 (73%) aswered affirmatively and 13 (15%) aswered negatively. Through the analysis of the questionnaires, it was possible to verify the lack of knowledge about the Bill and its Amendment among most professionals. As for the benefits, harms and implications on their professional activity and on the health care for the population majority of those interviewed disagreed with the approval of the Bill. DESCRIPTORS Draft bill. Health systems. Dental staff. § REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 1. Araújo CC, Sena RR. Sobre o pensar e o modo de fazer saúde. In: Saúde mais. Publicação de Conselhos Profissionais da Área da Saúde sobre o Ato Médico. Junho de 2003. Belo Horizonte. 2003. p. 10-10. 2. Brasil. Fundação Nacional de Saúde. Programa Saúde da Família: saúde dentro de casa. Brasília: Ministério da Saúde; 1994. 3. Brasil. Lei 8.080 de 19 de setembro de 1990 e Lei 8.142 de 18 de dezembro de 1990. Dispõe sobre o Sistema Único de Saúde. Brasília: Diário Oficial da União, 1990. 4. Conselho Regional de Medicina de Minas Gerais [homepage na Internet}. acesso em 07/05/07. Disponível em: http://www. ABSTRACT Medical Act Bill and Multiprofessional Team Considering the repercussion that the called “Bill of the Medical Act” (PLS 25/2002 and amendment PLS 25 of 2002) has caused in the media, among professionals and other sections of society, as well as its reflexes on interdisciplinary formation, it was aimed to detect the level of knowledge, opinions and expectations of health professionals about the new Bill. The study was carried out with a total of 90 volunteers, being 28 phisicians and 62 named as other professionals. Questionnaires were distributed by the local managers of the health units of the northeastern area of Belo Horizonte. Data were collected from the avaliation of 90 applied questionnaires. Among the 90 questionnaires, 25 (28%) answered that the possible approval of the bill could bring benefits for their professional activity and 50 (56%) answered that it could not. In another question , 57 (64%) answered, that it could damage their professional activity, and 14 crememg.org.br. Belo Horizonte: CREMEMG. 5. Corrêa JA. Ato Médico: reflexões preliminares. Saúde mais – Publicação de Conselhos Profissionais da área de saúde sobre o Ato Médico. Belo Horizonte: Esdeva, 2003. 12p. 6. Cunha JPP, Cunha RE. Sistema Único de Saúde – Princípios. In: Cadernos de Saúde. Vol. I - Planejamento e Gestão em Saúde. Belo Horizonte: Coopemed, 1998. p. 11-26. 7. Dowson-Saunders B, Trapp RG. Basic and clinical biostatistics. Norwalls: Appleton e Lange; 1994. P. 143-161. 8. Girardi SN, Seixas PH. Dilemas da regulamentação profissional na área da saúde:questões para um governo democrático e inclusionista. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Formação técnica em saúde no contexto do SUS. Formação. Brasília.5:29-43 mai. 2002. 9. Sá Júnior LSM. Exposição de Motivos – Ato Médico. Bioética 2001;9(1):115-130. 10. Marques CMS. As necessidades do Sistema Único de Saúde e a formação profissional baseada no modelo de competências. In: BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Formação Técnica em Saúde no contexto do SUS. Maio de 2002; 5:17-27. Revista da ABENO • 8(1):9-15 Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF 11. Piancastelli CH, Faria HP, Silveira MR. O Trabalho em Equipe. 2002, Substitutivo. [on line]. Senado Federal. [acesso em: 10 In: Santana JP. (Org) Organização do cuidado a partir de pro- de dez. de 2004.] Disponível em: http://www.naoaoatomedico. com.br/paginterna/projetoslei02.cfm. blemas: uma alternativa metodológica para a atuação da Equipe de Saúde da Família. Brasília: Organização Pan-Americana 15. Schraiber LB. O trabalho médico: questões acerca da autono- da Saúde/Representação do Brasil. 2000; p. 45-49. mia profissional. Cad. Saúde Públ. Rio de Janeiro, Jan/Mar 12. SENADORA LÚCIA VÂNIA. Senadora Lúcia Vânia reúne-se 1995. 11(1):57-64. com profissionais da saúde para discutir o Ato Médico [on 16. Silva PF, Waisman W. Normatização, o Estado e a saúde: ques- line]. 19 de outubro de 2005. Disponível em: http://www.sena- tões sobre a formalização do direito sanitário. Ciênc. Saúde do.gov.br/web/senador/luciavania/20051019_saude.htm. [acesso Coletiva [periódico na Internet}. 2005 jan-mar [acesso em em 31 de out. 2005]. 07/05/06];10 (1):237-244 Disponível em: http//:www.scielo.br. 13. SENADOR GERALDO ALTHOFF. Projeto de Lei do Senado N.º 25 de 2002. Sala das Sessões, 27 de fevereiro de 2002.[on line].[acesso em: 10 de dez. de 2004]. Disponível em: http:// Recebido para publicação em 20/03/2007 www.naoaoatomedico.com.br/paginterna/projetoslei01.cfm. Aceito para publicação em 28/02/2008 14. SENADOR TIÃO VIANA. Projeto de Lei do Senado nº 25, de A Revista da ABENO – Associação Brasileira de Ensino Odontológico – tem como missão primordial: • assegurar o contínuo progresso da formação profissional; 9-5 ISSN 167 954 • contribuir para a obtenção de indicadores de qualidade do ensino odontológico respeitando os desejos de formação discente e capacitação docente; DA O N E B A REVISTA nsino a de E sileir ão Bra o ológic Odont 8 volume 1 número junho janeiro/ 2008 aç • produzir benefícios diretamente voltados para a coletividade; Associ • produzir junto aos especialistas a reflexão e análise crítica dos assuntos da área em nível local, regional, nacional e internacional. O o ABirEa deNEnsino Odontológic ile ão Bras aç Associ Revista da ABENO • 8(1):9-15 1 DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu*, Adriano Rodrigues da Costa**, Alexandre Ramos Braga**, Geraldo Fabiano de Souza Moraes*** *Professor Titular do Curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva. **Cirurgiões-Dentistas pelo Centro Universitário Newton Paiva. ***Coordenador do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário Newton Paiva. RESUMO A odontologia é considerada uma profissão de risco ocupacional para os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Esses quadros podem ser mensurados pelo instrumento denominado DASH (Disabilities Arm, Shoulder and Hand). Entretanto, há pouca informação sobre essas condições entre estudantes de odontologia brasileiros. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar as incapacidades de braço, ombro e mão entre esses estudantes, bem como os fatores associados, no ano de 2007. Questionários auto-aplicáveis foram entregues ao universo de estudantes de odontologia, do 1º. e 8º. períodos, de um curso em Belo Horizonte, no segundo semestre de 2007. Para a avaliação das incapacidades, foi utilizado o instrumento DASH validado no Brasil. Para a mensuração das variáveis independentes, foi aplicado um questionário com questões sobre o período do curso, gênero, trabalho, prática de esportes, sono e atendimento clínico na odontologia. Esta última variável só foi avaliada para discentes do 8º. período. A análise estatística, realizada no programa SPSS versão 11.0, envolveu os testes de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, considerando p < 0,05. Do universo de 90 estudantes, 74 (82,2%) preencheram corretamente os questionários. A única associação estatística identificada envolveu maiores incapacidades de braço, ombro e mão entre os indivíduos que nunca praticaram esportes em relação àqueles que praticavam esportes no momento da pesquisa (p = 0,02). Conclui-se que parece não haver impacto das atividades clínicas desenvolvidas pelos estudantes, bem como das variáveis sócio-demográficas e do sono nessas incapacidades. A prática de esportes pode ser vista como um fator de proteção para o quadro avaliado entre estudantes de odontologia. 16 DESCRITORES Saúde ocupacional. Odontologia. Epidemiologia. A s Lesões por Esforço Repetitivo (LER) representam uma síndrome de dor nas extremidades superiores com queixa de grande incapacidade funcional, causada pelo uso dos membros superiores, ombro, pescoço em tarefas que envolvam movimentos repetitivos ou posturas forçadas (FONSECA, 1998). No Brasil, a terminologia LER foi introduzida em 1986 e foi reconhecida como doença do trabalho através da portaria nº. 3751 de 13 de novembro de 1990 (RIBEIRO, 1997). Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) correspondem a um conjunto de afecções heterogêneas que acometem músculos, tendões, sinóvias, articulações, vasos e nervos. Podem ocorrer em qualquer local do aparelho locomotor, embora a região cervical, lombar e os membros superiores sejam os mais freqüentemente atingidos (FERREIRA, 1997). A denominação DORT passou a ser adotada mais recentemente, quando o Ministério da Previdência e Assistência Social baixou a ordem serviço 606/98, publicada no Diário Oficial da União de 19 de Agosto de 1998. A nomenclatura DORT veio substituir a bastante difundida LER, apesar de ambas ainda serem utilizadas. A mudança foi efetuada para evitar que a própria denominação apontasse causas ou efeitos definidos. A adoção do termo DORT significa, portanto, que a dor crônica pode existir sem que para isso haja obrigatoriamente uma lesão. Dessa forma, tornam-se mais compreensíveis os mecanismos que produzem o sofrimento e se orientam ações mais eficazes do tratamento e prevenção do problema. (NICOLETTI, 1999). Os DORT constituem um dos maiores proble- Revista da ABENO • 8(1):16-22 DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS mas enfrentados nos serviços de referência de saúde do trabalhador dado sua alta incidência, difícil tratamento e grande limitação física ocasionando ônus econômicos e sociais aos trabalhadores (MENDES, 1995). A odontologia é uma profissão cujos trabalhadores desempenham funções de risco para o desenvolvimento dos DORT. Diversos trabalhos avaliaram esses distúrbios entre cirurgiões-dentistas no Brasil. Santos Filho e Barreto (2001) realizaram um estudo para avaliar prevalência de dor osteomuscular e fatores associados ao sintoma em cirurgiões-dentistas vinculados ao Serviço Público de Saúde de Belo Horizonte (SUS/BH). A coleta de dados foi feita através de um questionário auto-aplicável, contendo informações sócio-demográficas, aspectos ergonômicos e do ambiente de trabalho, organização do trabalho, hábitos pessoais, fatores individuais, características psicológicas e psicossociais e história de saúde. 58% dos dentistas apresentaram queixa de dor musculoesquelética em uma ou mais regiões no segmento superior do corpo, dos quais 41% têm queixa em apenas uma região, 14% em duas regiões e 3% em três locais. O principal sintoma, com uma prevalência de 22%, foi a dor no membro superior. Em segundo lugar apareceu a queixa de dor na coluna torácica e/ou lombar (21%), predominando a dor lombar. Em terceiro lugar surgiu o pescoço (20%), seguido do ombro (17%). Paula e Araújo (2003) realizaram um estudo de revisão buscando aprofundar conhecimento sobre as LER/DORT enfatizando as principais etiologias e as possíveis formas de prevenção. Os fatores etiológicos envolvem o desrespeito aos fatores ergonômicos e antropométricos; excesso de jornada de trabalho; falta de intervalos apropriados; técnicas incorretas; posturas indevidas; força excessiva na execução de tarefas; sobrecarga estática e sobrecarga dinâmica. O desenvolvimento dessas lesões é multifatorial, por isso é importante avaliar os fatores de risco envolvidos direta ou indiretamente. Esses fatores incluem inadequada postura, carga estática, carga musculoesquelética, invariabilidade de tarefas, pressões locais sobres os tecidos, vibração, estresse, além de fatores nãoocupacionais como atividades domésticas e manuais. Há necessidade de conscientização por parte do cirurgião-dentista sobre a relevância e importância da prevenção das LER/DORT. Esse profissional deveria adotar um estilo de vida saudável com práticas de atividades físicas, alongamentos, alimentação saudável, controle do estresse, além de organizar-se no tra- balho seguindo as normas ergonômicas. Barbosa et al. (2004) realizaram um estudo para avaliar os aspectos ergonômicos da atividade laboral do cirurgião-dentista e a existência de sintomatologia dolorosa nas regiões do corpo, indicativas de LER. Foi realizado um estudo observacional, prospectivo. Os dados foram coletados pela observação direta extensiva, na qual foi utilizado um questionário como instrumento para obter as informações. Dentre os principais resultados observou-se que o tempo médio de exercício profissional foi de 17,95 anos e a jornada média de trabalho foi de 8,3 horas diárias. A maioria dos dentistas (68,9%) relatou apresentar dores após a jornada de trabalho, sendo as regiões do pescoço, costas, ombros e mãos as áreas mais relatadas. Este estudo mostrou que devido ao grande número de cirurgiões-dentistas que sofrem pela sintomatologia indicativa de LER, faz com que a necessidade da informação seja aplicada com os princípios ergonômicos na prática clínica por estes profissionais, melhorando, assim, as condições de trabalho. Regis Filho et al. (2006) realizaram um estudo epidemiológico transversal para encontrar evidências da existência da relação entre as tarefas executadas pelo cirurgião-dentista e as LER/DORT. De um total de 3618 questionários enviados, em 2000, 771 retornaram devidamente preenchidos. Em relação ao tempo de graduação em odontologia observou-se uma concentração de 46,40% de profissionais com 10 a 19 anos de formados. Desta forma, quase que metade dos cirurgiões-dentistas está exposta a um período de tempo relativamente longo para adquirir algum tipo de LER/DORT. Ao serem perguntados se apresentavam ou não alguma manifestação dolorosa nos membros superiores, cintura escapular ou pescoço, em virtude da repetição de um mesmo padrão de movimento no exercício da profissão, 437 (56,68%) responderam que sim. Os resultados mostram que o cirurgião-dentista faz parte de um grupo profissional exposto a um risco considerável de adquirir algum tipo de LER/DORT pela realização de tarefas inadequadamente prescritas e pela utilização de instrumentos que não obedecem a requisitos ergonômicos. Graça et al. (2006) realizaram um estudo de revisão da literatura para discutir a relação entre o trabalho e as desordens musculoesqueléticas. As desordens musculoesqueléticas estão presentes entre as queixas principais dos profissionais de saúde bucal, e essas queixas representam um problema de grande importância. A literatura científica mostra a existência de Revista da ABENO • 8(1):16-22 17 DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS associação entre a prática odontológica e as desordens musculoesqueléticas, devido ao desgaste físico do cirurgião-dentista na sua profissão. Assim problemas com degeneração dos discos intervertebrais da região cervical da coluna, bursite, inflamação das bainhas tendinosas e artrite das mãos começaram a ser relacionadas com as patologias mais comuns entre os cirurgiões-dentistas. As desordens musculoesqueléticas implicam em graves problemas presentes na vida do cirurgião-dentista, e freqüentemente interferem na sua capacitação funcional. Os autores concluíram que é necessário que os profissionais de odontologia se conscientizem quanto ao cuidado com seu próprio corpo e adotem medidas preventivas para as lesões. O diagnóstico das LER/DORT tem sido considerado difícil, pois se baseia, muitas vezes, nas queixas dos pacientes (AMORIM et al., 2006) ou em testes com baixos valores de sensibilidade e especificidade (MACDERMID; WESSEL, 2004). Entretanto, há uma tendência, atualmente, de se avaliar a capacidade funcional do sujeito, ao invés de apenas definir a doença por padrões biomédicos (HAGBERG; VIOLANTE, 2007). Neste sentido, Drummond (2006) avaliou a possibilidade de utilização do instrumento Disabilities Arm, Shoulder and Hand – DASH para avaliação das LER/DORT. Foi constatado que o DASH pode ser um dos métodos para avaliação dessas condições. Apesar de existir alguma literatura científica sobre LER/DORT entre estudantes de odontologia (MELIS et al., 2004; RISING et al., 2005; TEZEL et al., 2005; WERNER et al., 2005; MORSE et al., 2007), pouca literatura científica existe em relação às essas condições entre estudantes de odontologia brasileiros. Além disso, a utilização do DASH como instrumento de avaliação de incapacidades entre estudantes de odontologia não tem sido observada na literatura científica. Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar as incapacidades de braço, ombro e mão entre esses estudantes de odontologia, bem como os fatores associados, no ano de 2007. MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo epidemiológico transversal analítico (Pereira, 1995). Um estudo piloto foi realizado no primeiro semestre de 2007, visando testar a metodologia proposta. Pequenas modificações na forma dos instrumentos de coleta de dados foram realizadas, após esta etapa. O universo do estudo principal foi composto pela totalidade dos estudantes de 18 1º e 8º períodos do Curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte - MG, no segundo semestre de 2007. A secretaria do curso de odontologia do Centro Universitário Newton Paiva forneceu a lista dos alunos regularmente matriculados. Foi utilizado um questionário auto-aplicável denominado “DASH Brasil” validado para a língua portuguesa por Orfale et al. (2005). O questionário é composto por 38 perguntas e utiliza escala de Lickert. Para o estudo principal, os questionários foram distribuídos entre os dias 27 de Agosto de 2007 e 13 de Setembro de 2007. A mensuração das incapacidades de braço, ombro e mão (variável dependente) foi determinada para cada período (1º e 8°) de acordo com os valores de respostas ao DASH. Os fatores associados ao DASH (variáveis independentes) foram analisados através de outro questionário modificado de Oliveira e Gonçalves (2003). Os fatores analisados foram: prática de esporte, horas de sono por noite, tipo de visão utilizada, número de pacientes atendidos por dia, posições assumidas no atendimento, idade, sexo, exerce atividade laboral fora da instituição. A análise estatística utilizada foi descritiva, bem como foram utilizados testes não-paramétricos de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, correção de Bonferroni e correlação não-paramétrica de Spearman, considerando p < 0,05 (SPSS, 2001). O trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros. RESULTADOS Dos noventa questionários distribuídos setenta e quatro (82,2%) foram preenchidos corretamente. Do universo pesquisado, observa-se que a maioria (77,0%) dos alunos é do gênero feminino e não exerce qualquer profissão fora do curso (73,0%). A maior parte (54,1%) dos estudantes relatou que praticava esportes e parou. A maioria dos entrevistados dorme mais de 6 horas por noite (71,6%). A visão direta e o posicionamento de 9 horas são os mais utilizados pelos estudantes durante o atendimento odontológico (87,2% e 53,9%, respectivamente) (Tabela 1). A idade média dos estudantes é 22,2 (± 4,4) anos. Dentre os estudantes do oitavo período (n = 39), o número médio de pacientes atendidos por dia foi igual a 2,0 (± 0,3). O DASH médio foi igual a 10,3 (± 12,0). O teste de Kolmogorov-Sminorv indicou que os dados do DASH não assumem a distribuição gaussiana (p = 0,007). Desta forma, serão apresentadas outras medidas de tendência central e de variabilidade. O Revista da ABENO • 8(1):16-22 DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS Tabela 1 - Distribuição de informações sociodemográfi- Tabela 2 - Distribuição de valores de DASH de acordo cas e clínicas dos discentes do curso de Odontologia, Belo Horizonte, 2007. com variáveis explicativas entre discentes de odontologia, Belo Horizonte, 2007. Sexo Realização de trabalho fora do curso de odontologia Prática de esportes Horas de sono por noite Visão para atendimento odontológico Posicionamento mais adotado para atendimento odontológico Variáveis Freqüência absoluta Freqüência relativa Masculino 17 23,0 Feminino 57 77,0 Total 74 100,0 Sim 20 27,0 Não 54 73,0 Total 74 100,0 Nunca praticou 6 8,1 Período Sexo Prática de esportes Variáveis DASH (rank médio) Primeiro 41,60 Oitavo 33,80 Masculino 29,03 Feminino 40,03 Nunca praticou 56,42 Pratica e parou 40,20 28,69 40 54,1 Pratica atualmente Pratica atualmente 26 35,1 Sem informação 41,25 Sem informação 2 2,7 Sim 43,67 Não 35,21 Total 74 100,0 Até 6 horas 18 24,3 Até 6 horas 43,11 Mais de 6 horas 33,58 9 horas 19,48 10 horas 22,12 11 horas 7,50 12 horas 14,75 Direta 20,71 Indireta 15,20 Mais de 6 horas 53 71,6 Não informa 3 4,1 Total 74 100,0 Direta 34 87,2 Indireta 5 12,8 Total* 39 100,0 9 horas 21 53,9 10 horas 13 33,3 11 horas 2 5,1 12 horas 2 5,1 Outra 1 2,6 Total 39 100,0 *O número de indivíduos analisados é menor do que outras variáveis, pois essa pergunta foi realizada apenas para discentes do 8o. período. valor mediano do DASH foi igual a 7,1. Os valores máximo e mínimo foram iguais a 70,1 e 0,0. Os primeiro e terceiro quartis valem 2,3 e 13,3, respectivamente. Valores mais altos de DASH indicam maior incapacidade de braço, ombro ou mão. Quando se avalia a associação entre o período do discente e as medidas de DASH, observa-se que não há diferenças estatísticas entre essas variáveis (p = 0,12). Da mesma forma, não há associação entre os valores de DASH e as variáveis sexo (p = 0,06), trabalho (p = 0,13), horas de sono (0,09), posicionamento adotado para o atendimento odontológico (0,32) e tipo de visão para o atendimento odontoló- Horas de sono por noite Posicionamento mais adotado para o atendimento Visão 0,12 0,06 0,02 Praticava e parou Realização de trabalho fora do curso de odontologia Valor de p 0,13 0,09 0,32 0,33 gico (p = 0,33). A única variável que está associada (p = 0,02) com os valores de DASH foi àquela relativa à prática de esportes. Após a realização de Correção de Bonferroni e testes de Mann-Whitney, foi identificado que os indivíduos que relataram nunca praticar esportes apresentam valores mais altos de DASH do que aqueles que praticam esportes atualmente (p = 0,007) (Tabela 2). Os coeficientes de correlação de Spearman entre idade e DASH e entre número de pacientes atendidos por dia e DASH foram fracos (rs = -0,12 e rs = -0,17, respectivamente). DISCUSSÃO A realização de estudos epidemiológicos transversais analíticos favorece a rápida coleta de dados e aponta para prováveis fatores de risco para as condições de saúde avaliadas. Entretanto as associações estatísticas identificadas não podem ser consideradas causais, uma vez que tais estudos não respeitam a temporalidade entre doença e exposição (Pereira, 1995). Revista da ABENO • 8(1):16-22 19 DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS Apesar das limitações do presente estudo, a ausência de trabalhos sobre incapacidades em braço, ombro e mão entre estudantes de odontologia brasileiros e a importância de se identificar, de forma precoce, as possíveis incapacidades associadas ao trabalho, justifica a realização do mesmo. A literatura consultada (Santos Filho; Barreto, 2001; Barbosa et al., 2004; Regis Filho et al., 2006) revelou que há presença de queixas compatíveis com LER/DORT entre cirurgiões-dentistas que já atuam no mercado há vários anos. Outros autores (Paula; Araújo, 2003; Graça et al., 2006) ainda comentam sobre a importância de se conhecer as causas dessas condições para se atuar de forma preventiva. Neste sentido, o presente estudo teve como uma das hipóteses a relação entre o tempo de atuação clínica do estudante e o aparecimento de incapacidades. Entretanto, não houve diferenças significativas nos valores de DASH entre os alunos iniciantes e concluintes do curso. Neste sentido, Werner et al. (2005) observaram que estudantes de odontologia, quando comparados com trabalhadores do setor administrativo, apresentaram menos queixas de LER/DORT nos membros superiores. Provavelmente, o pequeno tempo de trabalho clínico, o número reduzido de pacientes atendidos e as pausas entre os atendimentos podem explicar os achados do presente estudo e daquele citado anteriormente. Por outro lado, Rising et al. (2005) observaram que dores musculoesqueléticas eram mais freqüentes na medida em que o estudante estava em períodos mais avançados do curso de odontologia. As diferenças metodológicas entre os dois trabalhos e as prováveis diferenças entre as atividades pedagógicas desenvolvidas pelos estudantes brasileiros e os norte-americanos podem explicar os resultados díspares. A relação entre gênero de estudantes e LER/ DORT é, também, conflitante na literatura científica. Enquanto Tezel et al. (2005) não observaram diferenças entre gêneros em relação às LER/DORT, Rising et al. (2005) concluíram que havia diferenças na localização das LER/DORT de acordo com o sexo do aluno. Assim, as mulheres apresentavam mais queixa na região de ombro e pescoço e os homens, na coluna vertebral. O presente trabalho não identificou diferenças entre os gêneros em relação aos valores de DASH. Esse estudo não avaliou relato de incapacidades na coluna vertebral. Desta forma, os achados de Melis et al. (2004), que identificaram mais queixas de dor 20 na coluna lombar entre estudantes de odontologia, comparados com alunos de psicologia, não podem ser relacionados com esse trabalho. Estudos posteriores poderiam avaliar essa queixa específica entre estudantes brasileiros. O efeito protetor da prática regular de esportes sobre as incapacidades de braço, ombro ou mão pode indicar que a prática de exercícios físicos é fator promotor de saúde e apresenta, também, um bom impacto sobre essa condição. Paula e Araújo (2003) também identificaram que a prática de exercícios físicos são aspectos importantes para a prevenção de LER/DORT. Meta-análise publicada recentemente identificou que exercícios físicos são eficazes sobre tendinopatias (Woodley et al., 2007), reforçando os achados do presente estudo. Em relação às atividades laborais, Morse et al. (2007) observaram que estudantes de odontologia que exerciam a função de auxiliar de consultório dentário (“dental assistant”) apresentava maior risco de DORT. Esse achado não foi identificado no presente trabalho. O perfil dos alunos desse curso de Odontologia pode explicar a falta de associação identificada entre DASH e a maioria das co-variáveis estudadas. Trata-se de um universo hegemonicamente jovem, com relato de sono adequado e que não exerce, na sua maioria, atividades laborais fora do curso. Rose (1987; 1995) relata que quando as populações estão expostas de forma homogênea a certo fator de risco, torna-se extremamente difícil identificar, através de métodos epidemiológicos analíticos a relação entre esse fator de exposição e a doença estudada. O acompanhamento dos estudantes do primeiro período, nos próximos semestres, através de um estudo de coorte, permitirá avaliar o impacto das atividades acadêmicas da odontologia, sobre um mesmo grupo de indivíduos. Assim, maiores conhecimentos sobre o impacto do curso de graduação em odontologia sobre as incapacidades de ombro, braço e mão poderão ser alcançados e a adoção de medidas preventivas, se necessária, deverá ser prontamente tomada. CONCLUSÃO Parece não haver impacto das atividades clínicas desenvolvidas pelos estudantes, bem como das variáveis sócio-demográficas e do sono nas incapacidades de braço, ombro e mão. A prática de esportes pode ser vista como um fator de proteção para essa condição entre estudantes de odontologia. Revista da ABENO • 8(1):16-22 DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS AGRADECIMENTOS A todos os estudantes que contribuíram para o presente trabalho. cionados ao trabalho em cirurgiões-dentistas de Campina Grande-PB. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v. 4, n. 1, p. 19-24, jan./abr. 2004. CHIAVEGATO FILHO, L. G.; PEREIRA JR, A.; LER/DORT//: ABSTRACT DASH evaluation among dentistry students, Belo Horizonte, 2007 Dentistry is considered a profession of occupational risk for Work- Related Musculoskeletal Disorders/Repetitive Strain Injuries. These conditions can be measured by an instrument named DASH (Disabilities Arm, Shoulder and Hand). However, there is little information about these conditions among dentistry students. Thus, the aim of the present study was to evaluate disabilities of arm, shoulder and hand among these students and also the associated factors in 2007. Self-applicable questionnaires were given to the universe of dentistry students, from the 1st to the 8th terms, of a course in Belo Horizonte, in the second semester, 2007. To evaluate disabilities, it was used the instrument DASH which has been validated in Brazil. In order to measure independent variables, it was applied a questionnaires with questions about the period of course, gender, labor, exercising, sleeping and dental clinical assistance. The last variable was only assessed for students from the 8th term. Statistical analysis was carried out using SPSS software version 11.0 applying Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney and Kruskal-Wallis tests, considering p < 0,05. From the universe of 90 students, 74 (82,2%) filled correctly the survey forms. The only statistical association found involved higher disabilities of arm, shoulder and hand among individuals who have never practiced sports compared which those who exercised regularly by the research time (p = 0,02). It was concluded that it seems there is no impact caused by clinical activities developed by the students and also socio-demographic variables and sleeping for those disabilities. Exercising can be seen as a protection factor for the evaluated condition among dentistry students. multifatorialidade etiológica e modelos explicativos. InterfaceComunicação, Saúde, Educação, v. 8, n. 14, p 149-62, set 2003fev. 2004. DRUMMOND, A.S. 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Atividade ocupacional e prevalência de dor osteomuscular em cirurgiões-dentistas de Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: contribuição ao debate 22 Revista da ABENO • 8(1):16-22 Recebido para publicação em 20/03/2007 Aceito para publicação em 02/01/2008 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia Suzely Adas Saliba Moimaz*, Nemre Adas Saliba**, Cléa Adas Saliba Garbin***, Lívia Guimarães Zina**** *Professora Adjunto da Faculdade de Odontologia de Araçatuba e Livre-Docente em Educação Odontológica. **Professora Titular da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/ UNESP. ***Professora Adjunto da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/ UNESP. ****Doutoranda em Odontologia Preventiva e Social pela Faculdade de Odontologia de Araçatuba/UNESP. RESUMO A participação de acadêmicos da área da saúde em atividades extramuros possibilita o conhecimento e atuação nas dimensões estruturais dos serviços públicos de saúde e faz parte da proposta das diretrizes curriculares dos cursos de graduação em odontologia e das recomendações da lei 8080 que regulamenta o Serviço Único de Saúde. O objetivo deste trabalho foi avaliar o Serviço Extramuro Odontológico (SEMO) e suas atividades correspondentes, sob a ótica dos egressos da FOA-UNESP. Foi realizado um estudo descritivo transversal, de abordagem quali-quantitativa. Foi enviado por correio um questionário abordando diversos aspectos relacionados ao SEMO, para 76 ex-alunos formados em 2003. Os dados obtidos foram submetidos à análise quantitativa pelo software Epi Info. Para interpretação das questões abertas, utilizou-se o modelo Análise de Conteúdo. Retornaram respondidos 47% do total enviado, sendo que 100% destes afirmaram que a participação no SEMO foi satisfatória. Vários fatores foram relacionados à contribuição do SEMO na formação profissional, como conhecimento da realidade e contexto social (21,2%) capacidade de adaptação de recursos disponíveis (18,2%) e contato com a realidade (15,2%). Por meio da técnica de associação de palavras, foram identificadas categorias como “Importância do SEMO” (100%), “realidade social” (53,1%), e “ensino” (40,6%). Dentre algumas dificuldades encontradas, foram listadas as deficiências na infra-estrutura (63,6%). Os objetivos propostos pelo SEMO foram plenamente e razoavelmente alcançados para 36,4% e 63,6% dos ex-alunos, respectivamente. O SEMO foi avaliado pelos egressos como uma experiência válida, contribuindo na sua capacitação para atuarem com eficiência e resolutividade no Sistema Único de Saúde. DESCRITORES Educação em odontologia. Relações comunidade-instituição. Serviços de saúde. Avaliação educacional. Odontologia comunitária. Recursos humanos em odontologia. N a Universidade, o ensino constitui um processo de busca, de construção científica e de crítica ao conhecimento produzido, de conscientização de seu papel na construção e transformação da sociedade. Os cursos de graduação na área da saúde devem pautar suas metas na formação de um profissional capacitado para atuar de maneira eficiente dentro do modelo assistencial brasileiro, consciente das necessidades e particularidades da população. Como ator social, este profissional deve ser capaz de articular conhecimentos e promover mudanças em seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, as atividades extramuros contribuem para a efetivação desse processo, ao promover a articulação e integração com os serviços de saúde e inserirem os alunos na realidade contextual da população. Tais atividades possibilitam aos acadêmicos o conhecimento das estruturas organizacional, administrativa, gerencial e funcional dos serviços públicos de saúde; a participação no atendimen- Revista da ABENO • 8(1):23-9 23 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG to à população; a compreensão das políticas públicas de saúde e do papel do profissional de saúde e o conhecimento dos parâmetros e instrumentos de planejamento utilizados nos projetos de saúde.21 As atividades de extensão apresentam características transitórias, podendo servir tanto de campo de pesquisa, quanto para atividades de ensino. Faz parte do processo educativo, cultural e científico, que articula ensino e pesquisa de forma indissociável e viabiliza a ação transformadora entre a universidade e a sociedade, ao formar um profissional comprometido com a realidade social.11 Diversos documentos apontam para a importância e necessidade de estabelecimento de estágios e convênios entre as instituições de ensino e os serviços de saúde como ferramenta imprescindível para a formação de recursos humanos.2-3,6 A Constituição Federal estabelece no seu artigo 200 que:2 “ao Sistema Único de Saúde compete: III- ordenar a formação de recursos na área da saúde”. A lei 8080 que regulamenta o SUS estabelece nos seus artigos de 27 a 30 que:4 processo de formação”. “Art. 8º- O projeto pedagógico do Curso de Graduação em Odontologia deverá contemplar atividades complementares e as Instituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos de aproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante, através de estudos e práticas independentes presenciais e/ou a distância, a saber: monitorias e estágios; programas de iniciação científica; programas de extensão; estudos complementares e cursos realizados em outras áreas afins”. Também, o aluno deve conhecer os princípios e funcionamento da Estratégia Saúde da Família, programa este importante no cenário nacional.19 Além desses, o relatório final da 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, realizada em 2004, reforça a necessidade de estabelecimento de estágios e convênios, como segue o parágrafo:6 “Promover a mudança dos cenários de práticas nos cursos de graduação por meio da realização de convênios entre as instituições de ensino superior e as secretarias estaduais “a política de recursos humanos na área de saúde será e municipais, possibilitando contato direto dos estudantes formalizada e executada, articuladamente, pelas diferen- de odontologia com a realidade social, incluindo a presta- tes esferas de governo, em cumprimento dos objetivos: ção de serviços odontológicos, durante o período de um organização de um sistema de formação de recursos hu- ano junto à comunidade carente.” manos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas permanentes de aperfeiçoamento de pessoal...” As Diretrizes Curriculares para o curso de Odontologia estabelecem o perfil do formando egresso como um profissional “capacitado ao exercício de atividades referentes à saúde bucal da população, pautado em princípios éticos, legais e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade” - e definem a realização de estágios supervisionados e programas de extensão, visto ser necessária a inserção do acadêmico no contexto social e a sua capacitação para “atuar com qualidade, eficiência e resolutividade, no Sistema Único de Saúde (SUS), considerando o processo da Reforma Sanitária Brasileira”:3 “Art. 7º - A formação do Cirurgião Dentista deve garantir o desenvolvimento de estágios curriculares, sob supervisão docente. Este estágio deverá ser desenvolvido de forma articulada e com complexidade crescente ao longo do 24 Assim, as instituições de ensino superior vêm desenvolvendo atividades extramurais como parte integrante de seus cursos de graduação em saúde. Diversos estudos têm mostrado a efetividade dessas atividades, trazendo grandes perspectivas de inovação e concretização no que se refere à integração docente-assistencial.8,10-13,16-17,20-24 Na Faculdade de Odontologia de Araçatuba (FOA/UNESP) as atividades de extensão foram instituídas em 1964 pela Odontologia Social, em convênio com a Prefeitura Municipal. Ao longo desses 40 anos, passou por diversas transformações do modelo de atenção, de acordo com a prática de saúde vigente na época. O Serviço Extramuro Odontológico SEMO tem por objetivo geral propiciar a prestação de serviços à população, de acordo com os princípios do SUS, tendo como finalidade principal a aprendizagem de soluções de problemas reais de saúde bucal da população, adequadas às necessidades observadas e às condições locais de recursos materiais e humanos. Também têm por objetivo levar os universitários de encontro com a realidade local, fazendo-os conhecer Revista da ABENO • 8(1):23-9 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG a população e o contexto social, no qual está inserida.14-15 Para a manutenção da qualidade do serviço, é de suma importância a avaliação periódica de suas atividades. Dessa forma, são apresentados neste estudo os resultados referentes à avaliação feita com os profissionais que participaram do SEMO, com o intuito contribuir para a discussão sobre as atividades extramuros nos cursos de graduação. PROPOSIÇÃO O objetivo deste trabalho foi avaliar o Serviço Extramuro Odontológico - SEMO e suas atividades correspondentes, sob a ótica dos cirurgiões dentistas formados no curso de graduação da Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista (FOA-UNESP). MATERIAL E MÉTODO Este é um estudo descritivo transversal, tipo inquérito, construído a partir de abordagens quantitativa e qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram todos os ex-alunos (n = 76) do curso de graduação em Odontologia da FOA-UNESP, formados no ano de 2003. Os dados foram coletados a partir de um questionário com 24 questões abertas e fechadas abordando diversos aspectos relacionados à filosofia do serviço, ações desenvolvidas e percepção dos egressos sobre sua atuação enquanto alunos. Dentro da metodologia proposta, optou-se por enviar o questionário por correio, juntamente a uma carta explicativa e envelope selado e endereçado para posterior devolução. Ao mesmo tempo, os questionários foram enviados por correio eletrônico – e-mail – com o intuito de testar a eficácia desse meio. Após o período de 1 mês, os questionários foram reenviados, pelos dois meios, para os endereços que não haviam retornado, com o intuito de obter um maior número de respostas. A participação na pesquisa foi voluntária, com obtenção do termo de Consentimento Livre e Esclarecido de cada sujeito, mantendo-se o anonimato dos participantes. Não foi necessária a realização de um estudo piloto, visto que o instrumento de coleta de dados já havia sido testado em estudos anteriores.14-15 Os dados quantitativos foram codificados, duplamente conferidos e digitalizados. As análises foram realizadas por meio da distribuição das freqüências, utilizando-se para isso o software Epi Info, versão 3.2.2.9 Para a interpretação das questões abertas, foi uti- lizada a Análise de Conteúdo.1 Dentre as técnicas de Análise de Conteúdo, foi realizada, neste trabalho, a análise categorial, funcionando através de operações de desmembramento do texto em unidades, em categorias segundo reagrupamentos analógicos, e a associação de palavras.1 Para esta última, foi solicitado aos egressos que associassem três palavras, livre e rapidamente, a partir da seguinte questão: “Para você, o SEMO foi...”. Uma vez reunida a lista de palavras, procedeu-se a análise descritiva de conteúdo. Em um primeiro momento foi realizada a aproximação semântica, reunindo-se palavras idênticas, sinônimas ou com mesmo nível semântico. Em seguida foram classificadas unidades de significação, nas quais foram identificadas as categorias. Em algumas situações a somatória das respostas pôde não corresponder a 100%, visto que o número de citações foi superior ao número de respondentes. Ou seja, o sujeito daria uma resposta que se encaixaria em duas ou mais categorias, desde que desmembrada. RESULTADOS E DISCUSSÃO Apesar da presença cada vez mais constante da internet no cotidiano das pessoas, o correio mostrouse o meio mais eficaz para este tipo de estudo, apresentando uma taxa de retorno maior que o e-mail. Isso porque provavelmente essa tecnologia ainda não seja esteja tão disseminada no Brasil como nas nações desenvolvidas, e a inclusão tecnológica seja um desafio para o país. Dos 78 questionários enviados, 33 retornaram respondidos, correspondendo a 43% da população de estudo, valor já esperado para a metodologia empregada.14-15,18 A média de idade dos ex-alunos foi de 22,3 anos, sendo que 66,7% eram mulheres e 33,7% homens, representando a atual tendência da odontologia, pela presença de profissionais mais jovens e predominância do sexo feminino. Segundo 54,5%, as atividades propostas e executadas pelo SEMO responderam às necessidades de saúde bucal da comunidade. Todos (100%) afirmaram que houve colaboração e motivação satisfatória por parte da população atendida. As atividades realizadas no SEMO, em um grau decrescente de importância dado pelos ex-alunos, foram: palestras/reuniões didático-pedagógicas; educação para saúde individual; consultas com finalidade de diagnóstico; raspagem e alisamento corono-radicular; restauração de dentes; tratamento endodônti- Revista da ABENO • 8(1):23-9 25 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG co conservador; exodontia. Dentre os procedimentos mais realizados, destacou-se a dentística restauradora (75,8%), o selamento de fóssulas e fissuras (18,2%), atividades de educação em saúde (18,2%), a aplicação tópica de flúor (6,1%) e raspagem e alisamento radicular (3,0%). As atividades extramuros têm como base as ações de promoção de saúde e prevenção, sendo esta uma característica importante de sua filosofia de trabalho.8,11,13,21 As ações curativas também são realizadas, porém um dos objetivos deste tipo de serviço é capacitar e instrumentalizar o paciente como agente de sua própria saúde e deixar de ser um ator passivo dentro do processo saúde-doença. Assim, vê-se pelo relato dos ex-alunos a ênfase nas ações educativas e preventivas, ficando os procedimentos reabilitadores em segundo plano. O ensino odontológico não depende somente da boa qualidade técnica de sua equipe, mas também, e fundamentalmente, da adoção de uma postura ética e da capacidade de articulação e entrosamento dos professores com seus alunos. Para 97% dos respondentes houve uma boa integração entre os membros da equipe e o respeito pelos princípios da racionalização do trabalho no serviço. Todos (100%) relataram coerência da orientação dada pelos professores com a realidade da população assistida. A experiência em serviços extramuros tem sido descrita como importante nos trabalhos de integração docente-assistencial, na melhoria do processo de formação acadêmica; uma vez que estimula a sensibilidade social tão necessária a qualquer profissional, principalmente o da saúde, especialmente quando visam à integração multiprofissional de trabalho em equipe.11 Segundo 97% dos egressos, o grau de satisfação da população atendida foi bom. Noventa e quatro por cento afirmaram ter se conscientizado sobre as necessidades em saúde pública. Estes dados tornam claro como o estágio proporcionou o conhecimento do contexto da população assistida e trouxe a prática da saúde bucal coletiva para o cotidiano do profissional. As atividades de extensão, como o SEMO, foram introduzidas nos cursos com o propósito de despertar a sensibilidade social e formar um profissional compromissado com a saúde bucal coletiva.8 A participação no SEMO foi considerada extremamente satisfatória para 42,4% dos ex-alunos (Gráfico 1), que consideraram estar o serviço alcançando seus objetivos inicialmente propostos (36,4%) (Gráfico 2). Vários fatores foram relacionados à contribuição 26 do SEMO na formação profissional, como o conhecimento da realidade e do contexto social (21,2%) e a capacidade de adaptação dos recursos disponíveis (18,2%) (Gráfico 3). As principais dificuldades encontradas no SEMO são apresentadas no quadro 1. As dificuldades relacionadas à infra-estrutura são comuns nesse tipo de serviço, já que em muitos casos c - 0% a - 42,40% b - 57,60% a - Extremamente satisfatória b - Satisfatória c - Insatisfatório Gráfico 1 - Participação ou atuação no SEMO, segundo egressos da FOA/UNESP. Araçatuba, 2007. c - 0% a - 36,40% b - 63,60% a - Plenamente alcançados b - Razoavelmente alcançados c - Não alcançados Gráfico 2 - Objetivos propostos pelo SEMO, segundo egressos da FOA/UNESP. Araçatuba, 2007. 15,20% g - 21,20% h - 15,20% f - 18,20% a - 15,20% e- 3% b - 9% c - 3% d - 15,20% a - Formação generalista b - Estímulo para criação/renovação na prestação de serviços c - Desenvolvimento de pesquisas epidemiológicas d - Assistência à saúde e - Participação em equipes multiprofissionais f - Adaptação de recursos disponíveis g - Conhecimento da realidade social h - Outros Gráfico 3 - Contribuição do SEMO para a formação pro- fissional, segundo egressos da FOA/UNESP. Araçatuba, 2007. Revista da ABENO • 8(1):23-9 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG Quadro 1 - Principais dificuldades encontradas no SEMO, Quadro 2 - Categorias semânticas relacionadas ao SEMO, segundo egressos da FOA/UNESP. Araçatuba, 2007. através da técnica qualitativa de associação de palavras, em resposta dos egressos à pergunta “O SEMO foi...”. Araçatuba, 2007. Dificuldades Infra-estrutura % 63,6 “Recursos relacionados a equipamentos e materiais de consumo” Atendimento Importância do SEMO 18,2 “Falta de continuidade de tratamento com os mesmos pacientes” Transporte “necessário”, “satisfatório”, “importante”, “interessante” n % 47 100 Realidade social 15,2 “ (...) necessidade de carregar todo material que não é pouco” Técnicas Categorias 9,1 “ (...) dificuldades de técnica, atendimento” Horário 6,1 Nenhuma 3,0 eles são realizados fora do ambiente da faculdade, na própria comunidade, onde os recursos são escassos.18 A aprendizagem pode se dar, como já foi relatado anteriormente pelos ex-alunos, no desenvolvimento de habilidades para a adaptação dos recursos disponíveis, qualidade esta necessária quando se trabalha em comunidades carentes. O SEMO tem um convênio firmado em parceria com a Prefeitura Municipal e muitos dos seus recursos dependem desta última, e a falta desses é a mesma observada nos serviços locais do município. Sobre a representação do SEMO para os alunos, foram identificadas categorias, de acordo com a técnica de associação de palavras (Quadro 2). Por meio dessa técnica, foi possível verificar as percepções dos alunos sobre o SEMO, revelando diferentes estereótipos, predominantemente vinculados à categoria coletividade e saúde, muitos deles partilhados pelo grupo. Essas categorias semânticas representam valores positivos desejáveis, indo de acordo com os objetivos do SEMO. A avaliação é uma ferramenta que deve ser constantemente utilizada para monitoramento dos serviços. O processo de planejamento é constante e nesse sentido a avaliação proporciona o feedback necessário para o aprimoramento das atividades e conseqüente sucesso na obtenção de seus objetivos. Este estudo faz parte de um projeto de avaliação periódica do Serviço Extramuro da Faculdade de Odontologia de Araçatuba.14-15 Em estudos anteriores, realizados com egressos formados no ano de 1999, foi verificada a percepção dos ex-alunos sobre as atividades realizadas no SEMO. A partir daí, observou-se a necessidade de estender a avaliação para os “realista”, “experiência com a realidade”, “socialização”, “novos contextos reais” 17 53,1 13 40,6 12 37,5 02 6,3 01 3,1 03 9,4 Ensino “educação profissional”, “aprendizado”, “formador”, “educativo” Experiência “adaptação”, “oportunidade”, “experiências novas”, “atuação da prática odontológica aprendida” Saúde “saúde bucal coletiva”, “saúde” Dificuldades “possíveis dificuldades em atendimento público” Aspectos negativos “desgastante”, “cansativo” egressos dos anos seguintes. O intuito foi o de analisar a contribuição do SEMO ao longo dos anos, acompanhar a evolução do serviço e verificar sua adequação às necessidades dos novos profissionais diante dos desafios do mercado de trabalho. O que se observa com estes estudos é que o serviço extramuro vem desempenhando adequadamente o seu papel na formação profissional dos recém-formados. A qualidade do serviço tem-se mantida em ótimos níveis, verificada pela excelência do trabalho relatada pelos egressos. E, principalmente, tem contribuído para a inserção dos alunos na comunidade local, ao sensibilizá-los para as necessidades de atendimento dessa clientela e capacitá-los para o trabalho dentro dos princípios e doutrina do Sistema Único de Saúde. Embora o Brasil disponha de considerável número de cirurgiões-dentistas, tecnicamente bem qualificados, pouco se tem feito, em nível nacional, para melhorar as condições de saúde bucal da população.17 O relatório final da 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, realizada em 1986, afirmava que a situação de saúde bucal no país era caótica e que o modelo de prática odontológica cobria as necessidades de apenas 5% da população.7 Em 1993, foi realizada a 2ª Revista da ABENO • 8(1):23-9 27 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG Conferência Nacional de Saúde Bucal, cujas discussões se voltaram principalmente para os problemas decorrentes da resistência do governo federal em efetivar a mais ampla e democrática participação da sociedade nas decisões e processos de gestão do Sistema Único de Saúde e em avançar na descentralização das ações e serviços; naquele momento, a situação da saúde bucal no País foi caracterizada como “iatrogênica, excludente e ineficaz”.5 A 3.ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, em 2004, foi realizada numa conjuntura marcada pelo agravamento das condições de vida do povo brasileiro, pela persistência de gravíssimos problemas sociais e, também, pelas enormes dificuldades para fazer as mudanças reclamadas pela maioria da população.6 O relatório dessa conferência discutiu a construção de um Plano Nacional de Saúde que reflita os reais anseios da população sobre suas condições de vida com saúde, em que a atenção em saúde bucal deve estar inserida como uma das prioridades nacionais relacionadas ao setor Saúde.6 Este é grande desafio da saúde bucal no país. Os cirurgiões dentistas não podem estar alheios a essa discussão que se reflete diretamente em sua prática profissional e em sua ação como sujeito da comunidade. Os serviços extramuros possibilitam aos acadêmicos nas Universidades a inserção na realidade que irão encontrar ao se formar e também contribui essencialmente na capacitação de recursos humanos preparados para atuar dentro do modelo assistencial vigente no país, seguindo as recomendações das diretrizes curriculares, da lei 8080 que regulamenta o SUS e do relatório da 3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal.3-4,6 Preparar o profissional de saúde, com capacidade crítica e postura ética, para esse mercado é tarefa imprescindível nas faculdades de odontologia do país. CONCLUSÃO Para os cirurgiões dentistas formados pela FOA/ UNESP, o SEMO foi uma experiência válida. Foram destacadas a eficácia das ações realizadas e organização do serviço, bem como a importância na formação profissional e na capacitação para o atendimento às necessidades da população. guidelines of dentistry graduation courses and of law n.8080 recommendations that regulates the National Health Service (SUS). The aim of this study was to evaluate the Extramural Dental Service (SEMO) and its corresponding activities, under graduate students’ point of view of FOA-UNESP. A cross-sectional study was carried out, with a quali-quantitative approach. A questionnaire was sent by mail approaching several aspects related to the SEMO, for 76 former students graduated in 2003. The data were submitted to the quantitative analysis though the software Epi Info. For the interpretation of the open questions, it was used the model Analysis of Content. Of the total, 47% returned answered, and 100% of those affirmed the participation in the SEMO was satisfactory. Several factors were related to the SEMO contribution in the professional formation, like the knowledge of the reality and social context (21.2%), the capacity of adaptation of available resources (18.2%) and the contact with the reality (15.2%). Through the Association of Words Technique, categories as “Importance of SEMO” (100%), “social reality” (53.1%) and “teaching” (40.6%) were identified. Among some difficulties cited, it was listed the deficiency in the infrastructure (63.6%). The objectives proposed by the SEMO were fully and reasonably reached for 36.4% and 63.6% of the graduated students, respectively. The graduated students evaluated the SEMO as a valid experience, contributing in their qualification to act with efficiency and resolution capacity in the National Health Service. DESCRIPTORS Dental education. Community institutional relations. Health services. Educational measurement. Community dentistry. Dental staff. § REFERêNCIAS bibliográficas 1. Bardin L. Análise de Conteúdo. 3ª ed. São Paulo (SP): Ed. 70, 2004. 2. Brasil. Constituição da República Federativa do Brasil. 12ª ed. São Paulo: Editora Rideel; 2006. 341 p. 3. Brasil. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Odontologia. Reso- ABSTRACT Extramural activities in the view of graduate students of Dentistry Graduation Course The participation of students’ health area in extramural activities makes possible the knowledge and performance in the structural dimension of public health services. It is part of the graduation curriculum 28 lução CNE/CES 3/2002. Diário Oficial da União, Brasília, 4 de março de 2002. Seção 1, p. 10. 4. Brasil. Lei nº 8080 de 19 de setembro de 1990. Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes e dá outras providências. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, 20 de setembro de 1990. Revista da ABENO • 8(1):23-9 Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG 5. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. 2ª Conferência Nacional de Bucal, Brasília, DF, de 25 a 27 de setembro de 1993 – Relatório Final. Série D. Reuniões e Conferências. Brasília: Ministério da Saúde; 1993. 27 p. 6. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. 3ª Conferência Nacional de Bucal: acesso e qualidade superando exclusão social, Brasília, DF, de 29 de julho a 1.º de agosto de 2004 – Relatório Final. Série D. Reuniões e Conferências. Brasília: Ministério da Saúde; 2005. 148 p. mação profissional. Pesq. bras. odontopediatria clín. integr.2004;4(1):53-7. 16. Moreira BW, Tumang AJ, Oliveira SP. Participação de estudantes de odontologia em programas de integração docente-assistencial. RBO 1985; 42(4):30-6. 17. Oliveira BH. Internato rural em odontologia no Rio de Janeiro, Brasil. Rev Panam Salud Publica 1998;4(2):121-5. 18. Pellegrino CJS. A visão do aluno de graduação em odontologia em relação a atividade extramural: análise de um caso. Disser- 7. Brasil. Ministério da Saúde. Conselho Nacional de Saúde. 8ª Conferência Nacional de Saúde e 1ª Conferência Nacional de Bucal, Brasília, DF, de 10 a 12 de outubro de 1986 – Relatório Final. Série D. Reuniões e Conferências. Brasília: Ministério da Saúde; 1986. 11 p. tação [Mestrado]. Rio de Janeiro: Faculdade de Odontologia/ Universidade Federal Fluminense; 1988. 19. Programa Saúde da Família. Rev. Saúde Pública. 2000;34(3): 316-319. 20. Ramos FB, Fonseca LLV, Lucas SD. Significado de uma clínica 8. Costa ICC, Unfer B, Oliveira AGRC, Arcieri RM, Saliba NA. odontológica para os seus usuários: a experiência da Faculdade Integração universidade-comunidade - análise de atividades Federal de Odontologia de Diamantina. Rev. do CROMG extramurais em Odontologia nas universidades brasileiras. Rev 1999;5(2):87-94. Cons Reg Odontol Minas Gerais 2000;3(6):146-53. 9. Epi Info 3.2.2: software para profissionais de saúde [computer program]. Atlanta: CDC; 2004. 21. Segura MEC, Soares MS, Jorge WA. Programas extramuros nas instituições de ensino de odontologia na América Latina e nos Estados Unidos da América. Contribuição ao estudo. Educ. 10. Ferreira PO. Pé na estrada. Rev ABO Nac 1995;3(3):151-3. méd. salud. 1995;29(2):218-27. 11. Júnior AM, Alves MSCF, Nunes JP, Costa ICC. Experiência ex- 22. Silva-Netto CR, Silva EMC. Atividade extra-muro com estudan- tramural em hospital público e a promoção da saúde bucal tes de Odontologia – voluntários. Análise de seis anos. MOM coletiva. Rev Saúde Publica 2005;39(2):305-10. 1987;14(10):33-6. 12. Marsiglia RMG. Relação ensino/serviço: dez anos de integra- 23. Thind A, Atchilson K, Andersen R. What determines positive ção docente assistencial (IDA) no Brasil. São Paulo: Editora student perceptions of extramural clinical rotations? 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Serviço Extramuro Odontológico: impacto na for- Revista da ABENO • 8(1):23-9 29 43a Reunião Anual da Associação Brasileira de Ensino Odontológico Tema central: Processo Ensino-Aprendizagem: “A Responsabilidade da Pós-Graduação no Ensino de Graduação” e “O Dilema do Professor Especialista no Ensino Generalista” Porto Alegre - RS - 22 a 25 de julho de 2008 Comissões/Diretoria Presidente da Abeno Alfredo Júlio Fernandes Neto (UFU) Coordenador Geral Rui Vicente Oppermann (UFRGS) Secretária Geral Vania Fontanella (ULBRA/UFRGS) Coordenadora Científica Elaine Veeck (PUCRS) Comissão Organizadora Beatriz Baldo Marques (UNISC) Carlos Alberto Feldens (ULBRA) Carmen B. B. Fortes (UFRGS) Cristiane de Oliveira (UPF) Helena de Oliveira (PUCRS) Liliane Yurgel (PUCRS) Maria Salete S. Linden (UPF) Nilza Pereira da Costa (PUCRS) Pantelis V. Rados (UFRGS) Patrícia dos S. Jardim (UFRGS) Pedro Gonzales Hernandez (ULBRA) Sergio Miguens Jr. (ULBRA) Sonia Blauth Slavutzky (UFRGS) Programação Geral Dia 22 – TERÇA-FEIRA • 07h30 às 08h30: Abertura e credenciamento • 09h00 às 12h00: Encontro das Instituições participantes do PRÓ-SAÚDE • 14h00 às 15h30: Conferência Pré-evento Ministrante: Ana Estella Haddad (DEGETS – MS) Coordenador: Celeste Morita (UEL) • 16h30 às 17h30: Apresentação do ENADE Coordenação: Léo Kriger (PUCPR) 30 Revista da ABENO • 8(1):30-1 • 18h30 às 20h30: Abertura da 43ª Reunião da ABENO Dia 23 – QUARTA-FEIRA • 08h30 às 09h30: Conferência Presidente da CAPES Ministrante: Jorge Guimarães (DF) • 09h30 às 12h00: Painel Sub-tema 1: O Papel da Pós-Graduação no Ensino de Graduação Coordenador: Sigmar de Melo Rode (UNESP – SP) Conferencistas: Isabela Almeida Pordeus (UFMG – MG) José Carlos Pereira (USP-Bauru – SP) Rui Vicente Oppermann (UFRGS – RS) Jorge Guimarães - Presidente da CAPES (DF) • 12h00 às 14h00: Almoço • 14h00 às 18h30: Sub-tema 1: Trabalho em Grupos Relatório final por Grupo • 18h30 às 20h30: Avaliação dos Pôsteres Dia 24 – QUINTA-FEIRA • 08h30 às 12h00: Painel Sub-tema 2: O Dilema do Professor Especialista no Ensino Generalista Coordenador: Cresus Vinícius Depes de Gouvêa (UFF – RJ) Conferencistas: Hilda Maria Montes R. de Souza (UERJ – RJ) Cassiano K. Rösing (UFRGS - ULBRA – RS) Efigênia Ferreira e Ferreira (UFMG – MG) Ana Isabel Fonseca Scavuzzi (UNIME – BA) • 12h00 às 14h00: Almoço • 14h00 às 18h30: Sub-tema 2: Trabalho em Grupos Relatório final por Grupo Seminário: “Ensinando e Aprendendo” • 20h30: Jantar de confraternização Dia 25 – SEXTA-FEIRA • 08h30 às 13h30: Assembléia Geral da ABENO Apresentação dos Relatórios Finais Revista da ABENO • 8(1):30-1 31 Trabalhos selecionados para apresentação na 43ª Reunião Anual da ABENO, 2008 Tema central: Processo Ensino-Aprendizagem: “A Responsabilidade da Pós-Graduação no Ensino de Graduação” e “O Dilema do Professor Especialista no Ensino Generalista” Porto Alegre - RS - 22 a 25 de julho de 2008 SEMINÁRIO “Ensinando e aprendendo” A formação docente em Odontologia: um processo curricular em construção Apresentador: Andréa Mara de Oliveira Azevedo Autores: Andréa Mara de Oliveira Azevedo Instituição: PUC São Paulo O objetivo desta pesquisa é verificar se os programas de mestrados acadêmicos em Odontologia, considerados de alto nível de excelência, segundo os padrões avaliativos da CAPES, atendem às exigências atuais para a docência. Evidencia-se a necessidade de rever as estruturas curriculares e pedagógicas nos cursos de formação docente, uma vez que há uma tendência de priorizar a pesquisa e negligenciar os processos de aprendizagem. O estudo faz uma reflexão teórica, no campo do currículo, da formação docente e das políticas de educação na pós-graduação. Por meio de uma abordagem qualitativa, com o recurso metodológico da análise de conteúdo, foram utilizadas as técnicas de análise documental. O material de análise são os documentos dos programas de mestrados acadêmicos, que receberam notas 6 e 7 da Avaliação da CAPES – Triênio 2001-2003, entrevistas e questionários com coordenadores, professores colaboradores e professores do programa. Observou-se que a estrutura curricular desses programas está baseada em disciplinas justapostas, reforço da especialização, estratificação do conhecimento e as atividades docentes restritas a uma disciplina, também desconectada das demais. Constatou-se também o incentivo para a pesquisa e a produção científica nos padrões internacionais. Conclui-se que os programas de mestrados acadêmicos considerados de alto nível de excelência, segundo os padrões 32 avaliativos da CAPES, não atendem às exigências atuais para a docência. Os entrevistados fizeram diversas sugestões, das quais destacam-se: resgatar um sistema cognitivo com disciplinas integradas, introduzir pesquisa sobre docência e integração de políticas públicas de educação e saúde que favoreçam a formação integral do docente de Odontologia. A responsabilidade da pós-graduação na formação de qualidade Apresentador: Luiz Roberto Augusto Noro Autores: Luiz Roberto Augusto Noro, Kamilla Batista Bonfim Instituição: Universidade de Fortaleza A Lei de Diretrizes e Bases da Educação preconiza que a preparação para o exercício do magistério superior far-se-á em nível de pós-graduação, em programas de mestrado (docência) e doutorado (pesquisa). O presente estudo constituiu-se da análise documental referente aos vinte e três Cursos de Mestrado dos Programas de Odontologia e Ciências Odontológicas dos anos 2005/2006 com avaliação superior ou igual a 4, disponibilizada pela CAPES. Em relação às 650 dissertações observou-se que 39,5% tiveram seu desenvolvimento baseado na clínica, com enfoque em procedimentos e/ou materiais; 38,8% foram desenvolvidos a partir de experimentos “in vitro” ou em animais e apenas 21,7% com elementos da epidemiologia ou saúde coletiva. Vale ressaltar que ínfimas 26 dissertações (4%do total) apresentavam a palavra “saúde” em seu título. No total, 266 (40,9%) dos alu- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 nos nestes programas receberam algum tipo de bolsa, sendo que destes apenas 49 (18,4%) desenvolveram suas dissertações na área de saúde coletiva ou epidemiologia. Quanto às 5 melhores produções dos programas, 85,8% foram publicações internacionais, sendo 64,6% do total em periódicos Qualis Internacional “A”. Já quanto à oferta de disciplinas, em média 59,5% da carga horária está destinada às especialidades odontológicas; 21,7% à pesquisa; 9,5% à área básica e apenas 9,3% às disciplinas ligadas à docência (em muitos casos, estágios docentes de acompanhamento da clínica na graduação). É inegável o aumento de publicações internacionais de pesquisadores brasileiros, vinculados aos cursos de pós-graduação stricto-sensu. Infelizmente, este aumento ocorre em desarmonia com uma luta pela melhor formação, tendo-se como perspectiva as Diretrizes Curriculares Nacionais (2002) uma vez que a pós-graduação strictu-sensu caracteriza-se como ultra-especialista (69% das disciplinas vinculadas à área clínica e básica), menos de 4% das dissertações referem a palavra “saúde” em seu título, assim como apenas 21,7% são direcionadas para epidemiologia ou saúde coletiva (34,7% financiadas por recursos públicos), pilares na formação de futuros cirurgiões-dentistas. Junte-se a isto a perspectiva de pesquisas cada vez mais focadas nos detalhes das especialidades, que pouco contribuem para a formação de um professor que possa construir com seu estudante numa visão mais holística da saúde, de forma mais humana e crítica. Resultado disto, as IES apresentam professores com alto nível de titulação (mestrado e doutorado) sem preparação pedagógica para alterar o paradigma do professor especialista na formação do generalista. Num país onde, apesar de contar com o maior número de cirurgiões-dentistas do mundo e dos atuais investimentos públicos na área, os níveis de saúde bucal da população ainda apresentam situação altamente inadequada, direcionar a produção científica para dar respostas à interesses da comunidade científica de países altamente desenvolvidos ou da indústria de materiais odontológicos é bastante questionável. As clínicas integradas, as DCN e o professor generalista: desafio do ensino-aprendizagem Apresentador: Luiz Carlos Machado Miguel Autores: Luiz Carlos Machado Miguel, Kesly Mary Andrades Ribeiro, Lúcia Fátima de Castro Ávila, Marcelo Thomé Schein Instituição: Universidade da Região de Joinville A s Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) preconizam em seu Art. 3º. que “os cursos de Odontologia tem como perfil do egresso o Cirurgião Dentista, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção em saúde, com base no rigor técnico e científico.” As reformulações e alterações curriculares, a partir da publicação das DCN, introduziram nos cursos de Odontologia um novo conceito de Clínicas Integrada. O modelo de Clínicas por especialidades, estanques em seus conhecimentos, sem sistematizar as ações de saúde, não estava contribuindo para o novo perfil do profissional de odontologia. O novo paradigma da clínica integrada Clínica Integrada deve, cada vez mais, aproximar os conhecimentos básicos de cada disciplina viabilizando sua utilização dentro de uma estrutura de integração curricular. A separação dos assuntos em disciplinas fechadas impedia a construção de um raciocínio lógico, sistematizado, não possibilitando o estabelecimento de relação entre os conteúdos, não proporcionando aos alunos uma resposta mais efetiva frente as situações ou problemas complexos encontrados na vida real. Neste novo conceito de integralidade, a definição do papel do Professor especialista na Clínica Integrada necessitou também passar por uma profunda revisão. A própria base da reformulação curricular, as DCN, preconiza a necessidade da diversificação dos cenários de ensino aprendizagem. Neste contexto, onde se amplia o cenário de atuação docente, é necessário que o professor transforme suas práticas. Não cabe mais, na atuação docente, este professor especialista sem uma visão dinâmica, do todo, mas com responsabilidades e compromissos com a formação de egressos inseridos em um contexto marcado por desigualdades sociais e em constante transformação. O professor, de clínica integrada deve, cada vez mais, estar inserido nas premissas das DCN, ser generalista no ensino, procurando a sistematização dos saberes, possibilitando o aprendizado de uma forma transdisciplinar, ampliando os conceitos da integralidade no cuidar do paciente. Apresenta, também, como efeito benéfico a constante necessidade de aprimoramento em outras áreas do conhecimento odontológico, onde o professor se coloca como aluno ampliando sua capacidade crítica, onde a adequação do ensino se torna responsável pela humanização da atividade educacional. Revista da ABENO • 8(1):32-96 33 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Avaliação de conteúdo e objeto de aprendizagem do tópico de cirurgia em odontopediatria Apresentador: Cássio José Fornazari Alencar Autores: Cássio José Fornazari Alencar, Erica Sequeira, Lung Wen Chao, Ana Estela Haddad Instituição: Faculdade de Odontologia da USP C om o avanço tecnológico, a utilização de novos objetos de aprendizagem modernos que tem as características de flexibilidade, interoperabilidade, customização, indexação e facilidade de atualização; vem ocupando espaço na área da Educação. As diretrizes curriculares determina a substituição do currículo mínimo, a partir da flexibilização dos conteúdos e com a participação do aluno como sujeito no processo ensino-aprendizagem. Este trabalho tem como objetivo: avaliar os principais conteúdos utilizados na cirurgia em Odontopediatria, observar a participacão dos alunos da graduação e pós-graduação nesse processo e verificar a aceitação da utilização de um novo objeto de aprendizagem na Odontologia. Como material e método, Foi aplicado um questionário de avaliação dos conteúdos de cirurgia em Odontopediatria com alunos de graduação(n=199) e pósgraduandos(n=90); onde cada aluno atribuiu valores, no sentido de classificar os tópicos entre aqueles fundamentais e aqueles complementares ao processo de aprendizagem do tema, tendo como referência as competências e habilidades necessárias ao atendimento clínico envolvendo a execução desses procedimentos. A sistematização dos resultados dos questionários foi o subsídio utilizado no desenvolvimento do objeto de aprendizagem (Projeto Homem Virtual - Exodontia de molares decíduos inferiores/Técnica pterigo-mandibular) e novo questionário, para avaliar a aceitação desse objeto no processo de ensinoaprendizagem. Os resultados da avaliação dos conteúdos: Princípios básicos (p=0,002), Técnica anestésica pterigo-mandibular (p<0,001) e Técnica de exodontia de dentes posteriores (p=0,001);comparando antes da clínica e após, os alunos de graduação necessitam de rever conceitos durante esta interação, pois foi estatisticamente significante. Com a aplicação do objeto de aprendizagem, através de uma auto-avaliação, tivemos um acréscimo de aprendizagem em 81,4% dos alunos da graduação e 61,1% da pós; quanto ao sanar dúvidas sobre a técnica 54,3% da graduação disseram que tiraram e 38,9% da pós; e 72,9% dos alunos da graduação disseram estar mais seguros para 34 uma intervenção semelhante e da pós 62,2%. Dessa forma, concluímos que tendo em vista a promoção do desenvolvimento das habilidades e competências necessárias à execução desses procedimentos, é muito importante que após o aluno receber a informação formativa(teoria) e realizar a interação(clínica-prática), que seja revisto o conteúdo já que é dessa forma que o aluno participa como sujeito no processo de ensino-aprendizagem. Especialização em clínicas integradas – recurso da Faculdade de Odontologia de Caruaru para capacitação de seus docentes visando as novas diretrizes curriculares Apresentador: Rodrigo Araujo Rodrigues Autores: Rodrigo Araujo Rodrigues, Leógenes Maia Santiago, João Manoel da Silva Filho, Roberto Sérgio de Vasconcelos Sousa Instituição: Associação Caruaruense de Ensino Superior O corpo docente de uma faculdade de odontologia é composto na sua maioria por profissionais de saúde-dentistas, que possuem especialidades de acordo com sua afinidade e habilidade manual. Associa-se então, a capacidade de repassar aos discentes suas experiências e conhecimentos adquiridos ao longo de décadas de carreira. A clínica integrada de um curso de odontologia exige mais que isso. O perfil de professor de clínica integrada engloba conhecimentos em várias especialidades, como periodontia, dentística, endodontia, cirurgia, prótese, odontopediatria, e outros. Atualmente, as diretrizes curriculares apontam para professores generalistas, que formem alunos generalistas com formação dinâmica e que conheçam o contexto da região de atuação, capazes ainda de atuar nos níveis de atenção básica de saúde. A Faculdade de Odontologia de Caruaru propôs um curso de capacitação e reciclagem para seu corpo docente através de um curso de especialização em clínica integrada. Neste, os alunos são os próprios professores, trocando experiências em relação às suas especialidades, e, dessa forma, trocando conhecimentos e fortalecendo os vínculos de amizade. Assim sendo, cada um entende o modo de trabalhar do outro e o alunado percebe segurança no conjunto de professores atuantes no ambiente de clínica integrada. O objetivo deste trabalho é discutir a respeito da contribuição de um curso de capacitação de docentes de uma instituição de ensino superior para a melhora Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 do ensino, no âmbito de conhecimentos específicos e sociais. Métodos e técnicas de estudo – ensinando o “aprender a aprender” Apresentador: Boleta-Ceranto D.C.F. Autores: Miura C. S. N., Bremm L. L., Hoeppner M.G., Gomes V. E. Instituição: UNIPAR E m se tratando do ensino de graduação e da vigência de estratégias de ensino-aprendizagem centradas no aluno, nos deparamos com dificuldades básicas como ausência de hábito e método para o estudo individual. Tem sido freqüente a queixa de acadêmicos que não sabem, não gostam ou não têm o hábito de estudar, o que repercute nos resultados observados pelos professores, principalmente durante as primeiras séries dos cursos de graduação. Diante desses fatos, o objetivo do referido trabalho é abordar a metodologia praticada num projeto de ensino complementar, que visa instrumentar acadêmicos e professores dos Cursos de Odontologia da Universidade Paranaense – UNIPAR – Campus Cascavel e Umuarama quanto a otimização do aprendizado. No “Curso de Otimização dos Estudos”, oferecido anualmente como atividade de ensino complementar a todos os acadêmicos ingressantes dos Cursos de Odontologia da Universidade Paranaense – UNIPAR – Campus Cascavel e Umuarama, bem como a todos os novos professores dos referidos cursos de graduação, são apresentados e discutidos temas como: motivação, métodos para organização do tempo de estudo, concentração, estudo em grupos, leitura dinâmica, sublinhar, esquematizar, capacidade de síntese, memorização, mapas mentais e redação. Também se discute o funcionamento do cérebro e o que pode ser realizado para facilitar o aprendizado. No corrente período letivo, com o propósito de estimular e orientar o aprendizado dos acadêmicos ingressantes de todos os demais cursos de graduação da Universidade Paranaense – UNIPAR, atividade semelhante foi desenvolvida junto a todos os professores Tutores das primeiras séries, de todos os cursos de graduação da Universidade Paranaense – UNIPAR, no corrente período letivo, sob a organização do PROMAGISTER (Programa Institucional de Valorização do Magistério). Por parte dos acadêmicos participantes, observamos que ao concluir o curso e colocar em prática o que foi ensinado, os mesmos conseguem se organizar melhor para os estudos, me- lhoram a leitura e o entendimento do conteúdo lido, melhoram a capacidade de analise e interpretação, e, consequentemente, relatam a sensação de realmente terem aprendido. Por parte dos professores, os mesmos relatam melhora do aprendizado e da participação dos alunos em sala de aula. Os professores ainda passam a estimular o aprendizado e a diversificar as metodologias de ensino em sala de aula. Na oportunidade, ainda ressaltamos que estudo qualitativo vem sendo preparado para avaliar a relevância desta iniciativa no processo de ensino-aprendizagem. Com base na experiência vivenciada, podemos concluir que o curso de otimização dos estudos é uma atividade fundamental para incentivar e melhorar o aprendizado dos alunos. Minando tecnologias com humanização Apresentador: Helenita Correa Ely Autores: Helenita Correa Ely, Salete Maria Preto Instituição: PUCRS O processo ensino-aprendizagem em Odontologia sempre teve uma natureza tecnológica de alta densidade, considerada a especifidade do trabalho e da profissão. A atualização permanente de novas técnicas, equipamentos e tecnologias promovida pela necessária manutenção das condições de estudo/pesquisa/ensino é envolvente para jovens estudantes que vêem no ato odontológico não apenas a atenção aos agravos humanos mas especialmente desafiados pelo domínio destas tecnologias. As mudanças curriculares promovidas pelo Ministério da Educação recuperou em parte, a ênfase na natureza humana da formação desta área da saúde, buscando igualmente adequar a formação para as necessidades da população brasileira, o mercado de trabalho no sistema de saúde, resguardando a qualidade das inovações tecnológicas. Trazer para os estudantes a compreensão destas mudanças e proporcionar vivências que aproximem estas naturezas no trato do paciente tem sido o desafio da Disciplina de Odontologia Social na Faculdade de Odontologia da PUCRS.Neste sentido o objetivo deste trabalho é relatar a experiência obtida pelos professores de Odontologia na Residência Multiprofissional enquanto processo de reflexão para o processo de formação na graduação, consideradas as dimensões do cuidado humano. Os instrumentos utilizados como método de avaliação permanente da prática profissional executada pelos quatro residentes foi o material de exame para relato de vivências e aprendizados nos diferentes campos Revista da ABENO • 8(1):32-96 35 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 de práticas. Os instrumentos analisados são compostos de relatos diários, semanais e de relatórios de campo das experiências/reflexões das práticas realizadas na área hospitalar, ambulatorial, no acolhimento de pacientes, nos grupos operativos e nas atividades coletivas. O material foi processado pela ótica da pesquisa qualitativa para análise conjuntural no ensino da graduação, das competências e habilidades requeridas pelas diretrizes cirriculares. Foram destacadas as variáveis de análise como sendo: integração, relação paciente/profissional, satisfação, aprendizados, dificuldades, obstáculos, inserção, adequação, aquisições e mudanças. A vivência qualificada e acompanhada de experiências diversificadas, num ambiente de multidisciplinaridade, de exigências de segurança e excelência na atenção clínica, de presença de conflitos próprios da natureza humana, do sofrimento e da dor, relatados pelos residentes nas práticas atuais apontou para a falta destas reflexões e experimentações no seu período de formação acadêmica. Foi possível identificar a necessidade de proporcionar aos acadêmicos a inserção nos diferentes campos de trabalho e em diferentes cenários, desde os primeiros anos de formação, associando as áreas da sociologia, antropologia, e comunicação para embasamento teórico/prático da vivência/aprendizado ao mesmo tempo em que se enriquecem com o conhecimento compartilhado as demais áreas da saúde como Nutrição, Psicologia, Fiosioterapia, Enfermagem e Fármácia. As mudanças e adaptações ocorridas em cada um no decurso de um ano de residência durante o experimento,estariam associadas a graus de permeabilidade do seu processo interno e pessoal de interação/reflexão com o eu/mundo face às provocações do ambiente de trabalho. Interação ensino – serviço: contribuição do estágio supervisionado do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Feira de Santana na formação de cirurgiões-dentistas generalistas Apresentador: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues Autores: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues, Jamilly de Oliveira Musse, Maria Bernadete Cavalcante Bené Barbosa, Renato Queiroz dos Santos Jr. Instituição: Universidade Estadual de Feira de Santana 36 A s Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Odontologia deixam claro o papel esperado do futuro cirurgião-dentista como agente transformador da realidade, sendo recomendada à formação de um profissional ético, generalista, propondo, além de outras estratégias pedagógicas, a realização de estágios curriculares em parte da carga horária do curso. Com este intuito, utilizando-se de uma nova concepção no processo de ensinoaprendizagem, o estágio curricular, sob orientação docente, da disciplina Odontologia Preventiva e Social I, tem aproximado os alunos do 4º semestre da realidade que compõe as unidades de saúde da família. Estratégia que visa, além da formação de um excelente técnico, um profissional generalista, com amplo conhecimento científico, com sensibilidade e responsabilidade, que saiba cuidar, acolher e consiga escutar o paciente, se responsabilizando por sua saúde. Este trabalho buscou relatar as atividades desenvolvidas pela referida disciplina nos anos de 2007 e 2008, em quatro unidades de saúde da família, da cidade de Feira de Santana-BA. No estágio os alunos têm a oportunidade de vivenciar a rotina e prática do serviço de saúde, realizar ações de promoção de saúde, com abordagem sobre os fatores de risco ou de proteção para as doenças da cavidade bucal e para outros agravos; visitas domiciliares e atividades de educação em saúde, envolvendo a Equipe de Saúde da Família, de Saúde Bucal e a comunidade. As unidades de saúde da família têm se constituído em um cenário de formação dos profissionais de saúde, que permite aos alunos incorporar ações junto ao serviço e à comunidade proporcionando aos mesmos a possibilidade de compreender o processo de trabalho da equipe de saúde da família e a importância dos conhecimentos da realidade social da população como determinante da saúde, e consequentemente da saúde bucal - o conhecimento do mundo real onde será exercido o trabalho. A proposta tem procurado coerente com as Diretrizes Curriculares Nacionais, contribuir para a formação de um profissional que possa exercer sua profissão de forma articulada ao contexto social, entendendo-a como uma forma de participação e contribuição social, criando vínculo, tendo postura ética, que sabia gerenciar, comunicar liderar e aprender e, dessa forma fortalecer o Sistema Único de Saúde. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 pôsteres O SUS na Universidade privada através do CEO, uma realidade atual Apresentador: Leógenes Maia Santiago Autores: Leógenes Maia Santiago, João Manoel da Silva Filho, Maria da Conceição Valença da Silva Instituição: Sociedade Caruaruense de Ensino Superior A s novas Diretrizes Curriculares Nacionais em Odontologia priorizam a integralização das disciplinas através da formação de profissional com perfil generalista que possa atender as demandas do Sistema Único de Saúde (SUS) e permitr que as mudanças na educação dos profissionais de saúde os capacite também para enfrentar os problemas de saúde mais prevalentes.Entretanto, a produção de conhecimento para as necessidades do SUS , além de estimular a antecipação das clínicas integradas, com uma visão integral do paciente tem estimulado ações de complexidade crescente. Dessa forma, a Faculdade de Odontologia de Caruaru(PE)-FOC/ ASCES, além de incorporar essas ações na sua prática de ensino tem também buscado ampliar o leque de opções para a inserção dos alunos nas diferentes instâncias dos serviços de saúde. Dessa forma, entendemos que o convênio firmado pela FOC/ASCES, desde 2006, e o SUS, através da Secretaria Municipal de Saúde do município de Caruaru(PE) e o Ministério da Saúde para criação do hoje CEO- Centro de Especialidades Odontológicas (CEO tipo III), permite que o aluno de graduação tenha acesso a esse cenário de prática que possbilita o desenvolvimento de novas habilidades e contribui de uma forma direta para o entendimento dos processos de referência e contra-referência no SUS . Esse primeiro CEO em Universidade privada do Nordeste, possibilita um atendimento aos pacientes encaminhados pela 4ª. Gerência Regional de Saúde (GERES), abrangendo 102 municípios do interior de Pernambuco. O Atendimento vai além das áreas de Diagnóstico bucal, Periodontia, Cirurgia, Pacientes Especiais, Prótese e Endodontia, sendo prestados atendimentos também nas área de dentística especializada e ortodontia preventiva. A clínica integrada como instrumento de ensino odontológico! Apresentador: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima Autores: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima, Eduardo José Guerra Seabra, José Ferreira Lima Júnior Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte E m todo país há clínicas integradas dos cursos de odontologia que funcionam como “entidades” independentes e desarticuladas do “restante” do curso de graduação a que estão vinculadas, tal situação dicotomiza o conhecimento e gera no aluno uma fragmentação do saber que de certo, compromete a qualidade de todo seu curso. Como se existissem dois cursos dentro do mesmo, isso pode criar duas possíveis falsas impressões: uma, que há um enfadonho básico desconectado com a realidade e outra que a clínica integrada pode ser desnecessária ou excessivamente fundamental, dependendo da condução do assunto pelos seus responsáveis. Tal fato se deve a vários motivos, seja pela grande variação dos currículos vigentes nestas IES, apesar das DCNs serem claras quanto ao perfil do egresso, cada escola opta pelo posicionamento e distribuição de horas na clínica integrada de acordo com a sua conveniência e o que é pior é que os PPPs muitas vezes são bastante adequados no papel, mas, na prática não passam de um amontoado de “velhos formatos” de oferecer disciplinas distribuídas em hora/aula o que nem de longe atende às necessidades de integração de conhecimentos e de não justaposição dos mesmos, durante esta redefinição curricular interna e particular nas IES, as discussões deveriam estar com foco no sujeito central do processo, o aluno, e não no quanto “eu, o professor” ou “eu, a minha disciplina” vamos perder de hora e/ou de espaço em detrimento nem se sabe de quê para acusar; um outro fator a ser considerado é o despreparo pedagógico ou quando não vontade política individual do docente para se abrir ao “novo”, que nem é tão novo assim, pois as DCNs já versam de 2002, não conhecer e criticar mesmo assim, parece mais fácil e cômodo que ser agente do processo de transformação, mesmo que isto implique em readaptações; a própria formação da maioria dos docentes tem caráter especialista, compartimentalizado, o que dificulta sobremaneira a sua Revista da ABENO • 8(1):32-96 37 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 visão do todo, não só no concernente à macro distribuição/organização dos conteúdos curriculares durante a graduação, como também na sua função mister de trocar experiências no cotidiano do contato direto com o aluno e o paciente, tal fato se torna um circulo vicioso na medida em que os editais para novos concursos para docentes, especialmente para as escolas públicas, são pensados e executados dentro de uma filosofia obsoleta onde integração é uma palavra quando não desconhecida, mal vinda. Entendemos a clínica integrada como um rico e prazeroso instrumento de educação para todos os seus membros onde o processo demanda a necessidade de constantes reflexões, reavaliações e mudanças de atitude, dentro de uma complexidade crescente de apresentação de problemas e de suas respectivas soluções, pois, se assim não fosse, não seria um processo de desenvolvimento real, de ensinagem-aprendizagem. A clínica odontológica infantil e o projeto “Posso Ajudar” Apresentador: Veridiana Salles Autores: Juliana Braga Reis, Maria Luiza da Matta Felisberto Fernades, Suzana Coulaud da Costa Cruz, Veridiana Salles Instituição: Centro Universitário Newton Paiva O objetivo geral deste trabalho realizado durante a clínica infantil do curso de odontologia do Centro Universitário Newton Paiva é melhorar a qualidade da assistência odontológica a pacientes infantis numa perspectiva multidisciplinar, bem como envolver e despertar o interesse dos alunos de odontologia dos diversos períodos do curso para a atenção odontológica às crianças, garantindo um atendimento odontológico efetivo através de um ambiente odontológico agradável e próprio para a infância. O projeto “Posso Ajudar” teve como meta inicial a sonorização ambiente na clínica infantil; a decoração da clínica com motivos infantis respeitando a biossegurança; a instalação de um mural de fotos dos pacientes e modelos de aparelhos ortodônticos; a ativação do sistema de áudio e vídeo através do televisor já instalado na sala de espera com apresentação de vídeos educativos de saúde bucal em horários previamente agendados e a introdução dos alunos de outros períodos na rotina de atendimento clínico-infantil, favorecendo a relação profissional–paciente e o manejo do comportamento da criança. Dentro deste contexto, o projeto promove ações na clínica odontológica visando um melhor ambiente de trabalho com maior envolvimen38 to, interesse e produtividade dos alunos, pacientes, responsáveis e equipe auxiliar. A sala de recepção da clínica infantil é um local onde a criança e seus responsáveis podem interagir com os alunos participantes do projeto adequando este espaço para estreitar as relações de confiança entre paciente-aluno, melhorando o comportamento infantil e controlando a ansiedade de todos. A humanização do atendimento neste ambiente aumenta as perspectivas para o sucesso do atendimento de crianças de todas as idades. Enquanto o paciente aguarda para ser atendido, os alunos do “Posso Ajudar” realizam palestras informativas sobre prevenção às cáries e têm a oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos sobre Promoção de Saúde Bucal. Assim, a formação dos profissionais de saúde, especialmente os de odontologia, na área de atendimento a crianças deve sempre ser estimulado mantendo-se a excelência do ensino. A oportunidade de formação de recursos para melhor interesse e envolvimento de alunos e de pacientes e seus responsáveis para o tratamento e manutenção da saúde bucal infantil é de grande relevância para o ensino. Os alunos têm uma oportunidade de crescimento ampliando as perspectivas de atuação no mercado profissional. As atividades desenvolvidas pelos alunos são divulgadas junto à comunidade acadêmica. O crescimento adquirido está em consonância com a participação, responsabilidade e interesse, demonstrados pelos alunos durante a realização das atividades. O corpo discente ainda participa da divulgação dos resultados do projeto no meio acadêmico estimulando a participação de novos acadêmicos. A dicotomia em odontologia: o docente especialista formando o discente generalista Apresentador: Jose Ferreira Lima Júnior Autores: Jose Ferreira Lima Júnior, Gustavo Barbalho Guedes Emiliano, Geórgia Costa de Araújo Souza Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN A proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para a Odontologia tem como base o perfil de formação generalista, com conhecimento técnico-científico, para atuar integralmente em um sistema de saúde, com ênfase na prevenção e no tratamento das doenças bucais mais prevalentes, buscando a promoção da saúde, consciente da necessidade de educação permanente e compreensão da realida- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 de socioeconômica do meio em que atua. Através de uma revisão bibliográfica conduzida pelo Grupo de Pesquisa Epistemologia, Educação e Saúde da Universidade do Estado do Rio do Norte (UERN) objetivou-se discutir a formação do cirurgião-dentista por docentes especialistas. A concepção de generalistas tem sido afetada e as instituições de ensino odontológico têm fornecido uma formação mais especializada em algumas áreas, sem interdisciplinaridade. Os alunos, muitas vezes espelhados nos professores, graduam-se com áreas de atuação já determinadas e poucos sabem efetivamente atuar como clínicos gerais. Ademais, há certa cobrança dentro da academia em apressar a decisão pela especialidade a ser exercida. Nas faculdades, observa-se o ensino de áreas correlatas desarticulado, seja na teoria ou na clínica. Nas salas de aula, professores geralmente dedicam grande parte do tempo ao conteúdo de sua especialidade, ampliando a discussão sobre certos assuntos, enquanto outros sequer são tratados. Nas clínicas, os docentes não são responsáveis pelo tratamento completado do paciente e pela formação integral do aluno. Ao contrário, dedicam-se a conhecimentos específicos, e cabe ao aprendente passar por cada um dos professores responsáveis pelas áreas que o paciente tiver necessidades para conseguir seu tratamento integral. Se os professores trabalham os conteúdos de maneira estanque, em disciplinas isoladas, sem planejar um currículo integrado, descompromissados com o processo global de formação do graduando, este terá dificuldades em realizar a integração de conhecimentos e, possivelmente, o objetivo primordial preconizado pelas DCN para uma formação articulada, interdisciplinar e integral pode não ser alcançado. Face ao exposto é necessário discutir o ensino generalista nos Cursos de Odontologia diante de uma formação especializada dos docentes, de modo a gerar mudanças que venham a complementar a formação dos discentes para que os mesmos sejam capazes de, ao iniciarem suas atividades profissionais, sentirem-se respaldados e suficientemente preparados a encarar e solucionar as mais diversas situações do cotidiano profissional da Odontologia de modo adequado e racional. A especialidade no atendimento integral ao paciente Apresentador: Magda de Sousa Reis Autores: Magda de Sousa Reis, Hélder L. Dettenborn, Beatriz Baldo Marques Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul N o processo de ensino e aprendizagem, as denominadas e reconhecidas especialidades da Odontologia têm grandes desafios a serem enfrentados na aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a formação do profissional com ampla visão generalista porém, competente, crítico e inovador. Assim, este trabalho tem por objetivo apresentar um Projeto de Extensão realizado em sistema de parcerias que possibilitou aplicar, através de uma disciplina considerada especializada, uma dinâmica de ensino e aprendizagem com caráter ampliado de saúde. A construção do projeto iniciou em 2007, após contato dos dirigentes da unidade do Rotary Clube (Oeste) Santa Cruz do Sul/RS com o Curso de Odontologia-Unisc. Buscavam viabilizar para a população do Distrito de Alto Paredão (interior do município de Santa Cruz do Sul/RS) a promoção de saúde bucal através da reabilitação de pacientes com necessidades de próteses (parciais removíveis ou totais). Diversas parcerias foram procuradas a fim de permitir financeiramente os custos relacionados ao desenvolvimento do projeto. A primeira atividade clínica do projeto ficou destinada ao grupo composto por um professor orientador, um técnico-administrativo e três acadêmicos. Eles se deslocaram ainda em julho/2007 até a localidade de Alto Paredão (distante aproximadamente 50 km da cidade) para realizar a avaliação prévia e a seleção do grupo de beneficiados. No segundo semestre daquele ano, quando as atividades letivas iniciaram, os pacientes selecionados foram atendidos na Clínica de Odontologia da Unisc, na Disciplina de Prótese Total II. Semanalmente,durante os 17 encontros do semestre, estes pacientes vieram do interior (em ônibus locado para esta finalidade) para o atendimento realizado na disciplina. Buscando atender este projeto a disciplina passou por modificações e os pacientes, para receber as próteses indicadas, primeiramente receberam adequação do meio bucal. Portanto, o atendimento a este paciente foi realizado de forma integral, pelo mesmo aluno, durante a Disciplina de Prótese Total II, uma especialidade no atendimento integral ao paciente. O encerramento foi marcado com a entrega das próteses finais e uma apresentação teatral, representada por um grupo de alunos formandos que abordaram de forma lúdica, informações sobre a higiene das próteses, da cavidade bucal, necessidade da manutenção e substituição das próteses e a importância da prevenção às lesões de boca. O projeto foi bem avaliado por seu caráter inovador, pela capacidade de reafirmar e sedimentar a prática Revista da ABENO • 8(1):32-96 39 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 do cuidado com visão ampliada de saúde. Garantiu também que alunos, estagiários, professores, funcionários, Agentes Comunitárias de Saúde, pacientes e a comunidade em geral pudessem vivenciar o processo do ensino e da aprendizagem. Porém, a valoração maior foi para a determinação, força de vontade e alegria das pessoas daquela pequena comunidade do interior de Santa Cruz do Sul que durante um semestre contagiaram as pessoas envolvidas no projeto. A experiência da estrutura curricular modular do curso de Odontologia da UNIPLAC Apresentador: Isabela França de Almeida Ramos Autores: Claudia de Abreu Busato, Isabela França de Almeida Ramos, Aliete Perin Araújo, Marina Patrício de Arruda Instituição: UNIPLAC O curso de Odontologia da Universidade do Planalto Catarinense encontra-se atualmente em fase de implantação da nova estrutura curricular modular, cuja construção foi norteada pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Tendo como principal objetivo tornar o curso de Odontologia mais adequado ao momento atual da profissão, com base nas necessidades regionais e nacionais de saúde bucal da população. Com isso o Curso de Graduação em Odontologia da Universidade do Planalto Catarinense após longo período de discussões visando à reestruturação curricular, implantou em fevereiro de 2007 o Curso de Odontologia na forma modular. Este curso tem como principal característica a flexibilidade, a integração vertical e horizontal dos conteúdos, principalmente através de Seminários Integrativos. O objetivo deste trabalho foi verificar através de entrevistas semi-estruturadas a experiência da implantação do curso de Odontologia modular a partir da visão dos alunos 1º, 2º, e 3º semestres. Os resultados demonstraram que a adaptação dos alunos ao currículo modular foi tranqüila, entretanto isso não ocorreu com todos os professores. Os alunos apontam uma dificuldade de integração de alguns docentes ao novo currículo, entretanto destacam como ponto positivo a relação entre teoria e prática, vistas como pontos indissociáveis. Conclui-se que através do currículo proposto conseguiu-se superar a fragmentação do ensino, permitindo conseqüentemente a formação integral do aluno, tornando-os mais críticos e reflexivos. 40 A experiência do curso de aperfeiçoamento em saúde bucal coletiva: integrando práticas corporais ao ensino Apresentador: Maria Eneide Leitao de Almeida Autores: Maria Eneide Leitao de Almeida, Antônio Sérgio Luz e Silva, Renata Mota Rodrigues Bitu Sousa, Cláudia Ribeiro de Barros Leal Instituição: Universidade Federal do Ceará O primeiro Curso de Aperfeiçoamento em Saúde Bucal Coletiva da Universidade Federal do Ceará surgiu a partir da instituição da Política Nacional de Educação Permanente, com a finalidade de capacitar cirurgiões-dentistas e gestores a trabalharem com o referencial da saúde bucal coletiva nas Unidades de Saúde da Família em 8 municípios do Ceará pertencentes a 1a. Célula Regional de Saúde. A metodologia proposta foi a pedagogia da problematização visando estimular a criatividade e buscar soluções para os problemas identificados através dos planos de intervenção. O método consiste na compreensão da realidade nos serviços públicos de saúde e no desenvolvimento do plano de intervenção, instrumento de planejamento para operacionalizar as atividades necessárias. O diferencial, entretanto, foi a utilização de recursos que estimulassem o potencial afetivo dos participantes por meio de atividades de relaxamento, uso da música e da dança como instrumentos de promoção da saúde e reforço da identidade e auto-estima dos sujeitos envolvidos. Os resultados mostraram que dos 28 cirurgiões-dentistas participantes desse curso, 75% destes realizaram o plano de intervenção e tiveram uma boa aceitação por parte das equipes de saúde em relação às propostas apresentadas. Todos relataram que melhoraram a auto-estima, a capacidade criativa, além de servir como incentivo ao desenvolvimento de práticas profissionais mais participativas. Concluímos que a utilização de práticas corporais contribui para o fortalecimento da identidade dos sujeitos e para melhorar o processo de aprendizagem, a partir da expressão dos potenciais humanos, constituindo-se numa estratégia importante para os profissionais que compõem a equipe de saúde da família. A experiência do estágio extramuros em ambiente hospitalar da FOUSP Apresentador: Aline Cristine Munhoz Lopes Autores: Aline Cristine Munhoz Lopes, Renata Godoy Pereira, Marcelo Marcucci, Oswaldo Crivello-Junior Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 A formação profissional em Odontologia em relação aos cenários nos quais se materializa a educação, para que sejam plenamente alcançadas as relações entre espaço e aprendizagem, vem sendo realizada na FOUSP, como uma das diversas opções, através de estágio curricular no Hospital Heliópolis (SP). As experiências, que contribuem para o desenvolvimento de diferentes aprendizagens, sejam elas cognitivas, procedimentais e atitudicionais, sugeridas pelos currículos de formação de profissionais de saúde são, neste ambiente, otimizadas pela obrigatoriedade da abordagem multiprofissional que o ambiente hospitalar oferece. Essa formação oferecida pelo Hospital Helióplolis(HH) complementa a do curso nas áreas de estomatologia, ATM, traumatologia/cirurgia buco-maxilo-facial, pacientes especiais, infectologia e reumatologia e vem contribuindo para a transformação das formas tradicionais de aprendizagem, aproximando o aluno da realidade da profissão em suas diferentes vertentes. Paralelamente são estimuladas múltiplas possibilidades de inserção do aluno da Odontologia nos diferentes cenários oferecidos pelo próprio hospital e a participação ativa nos seminários de integração. O HH é uma instituição parceira essencial para a complementação do ensino e melhorar a formação geral do estudante de Odontologia. Nestes anos em que o hospital vem recebendo os alunos da FOUSP, que podem freqüentar de uma a quatro semanas, tem sido observada a diferença de pensamentos dos alunos ao retornar ao seu ambiente primário de aprendizagem pelas diferentes formas de atividades lá encontradas. A força e o valor estratégico deste espaço diferenciado de aprendizagem ativam o potencial transformador dos sujeitos implicados e representa ótima oportunidade para os alunos de Odontologia desenvolverem habilidades e competências que não seriam possíveis dentro dos muros da faculdade. A extensão no Curso de Odontologia da Unimontes: formação acadêmica com relevância social Apresentador: Thalita Thyrza de Almeida Santa-Rosa Autores: Thalita Thyrza de Almeida Santa-Rosa, Simone Melo Costa, Maria de Lourdes Carvalho Bonfim, Manoel Brito-Júnior Instituição: Unimontes A extensão é o eixo da Universidade Pública e por meio de suas ações é possível assegurar um ensino adequado e contextualizado com as reais necessidades da sociedade. A Lei 10.861 de 14/04/04 que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), em seu artigo 3º diz que a avaliação das Instituições de Ensino Superior tem por objetivo identificar o perfil da instituição e o significado de sua atuação por meio de projetos, cursos, programas, dentre outros. Na avaliação do SINAES, a extensão é uma das dimensões a ser considerada, assim como a responsabilidade social da instituição, especialmente no que se refere à contribuição em relação à inclusão social. Este trabalho objetiva apresentar os projetos de extensão do Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros-Unimontes. São desenvolvidos, atualmente, 15 projetos de extensão de caráter permanente, a saber: Atenção aos participantes do projeto “Adolescente para o III Milênio”; Atenção às crianças de 07 a 12 anos de Montes Claros; Atenção às crianças com até 06 anos de idade - Montes Claros; Atenção interdisciplinar à saúde bucal dos portadores de necessidades especiais neuro-psico-motoras, institucionalizados em Montes Claros; Odontologia para gestantes; Atendimento odontológico ao paciente portador do HIV ou com Aids; Atenção Promocional referenciada ao Idoso institucionalizado em Montes Claros; Criança Sorridente; Promoção de saúde bucal para as gestantes atendidas nos Centros de Saúde de Montes Claros; Projeto de Atendimento Odontológico de Suporte a Pacientes Tratados nas Clínicas do Curso de Odontologia da Unimontes; Seminário Integrado; Mostra Científica do Curso de Odontologia da Unimontes; Banco de Dentes Humanos; Jornada Científica Odontológica; Projeto Unicidade e Curso de capacitação do Técnico em Higiene Dental. Ao todo são 11 projetos que se caracterizam como atividade de prestação de serviço (assistência à saúde), e que oferecem atendimento odontológico integral e interdisciplinar a diferentes grupos populacionais como gestantes, portadores de necessidades neuro-psico-motoras, portadores do HIV/Aids, idosos, adolescentes e crianças de diferentes faixas etárias. Tem 3 projetos que se caracterizam como eventos (mostra cientifica, jornada e curso de capacitação) e 1 projeto que se caracteriza como prestação de serviço, fornecendo estrutura legal, ética e com biossegurança para fornecimento de dentes humanos no processo ensino-aprendizagem e pesquisas. Além disso, há participação de docentes e discentes em outras ati- Revista da ABENO • 8(1):32-96 41 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 vidades de extensão, como nos Programas Sorriso no Campo e Universidade Solidária. Essas atividades permitem o desenvolvimento de pesquisas e contextualização do conhecimento científico produzido em sala de aula. Assim, o Curso de Odontologia da Unimontes favorece espaço para a extensão universitária, promovendo a integração ensino e sociedade, favorecendo formação acadêmica mais adequada para o pleno exercício profissional. (Apoio financeiro: FAPEMIG) A importância da discussão do planejamento ao atendimento clínico experiência da Disciplina de Dentística 2 da UFPE Apresentador: Claudio Heliomar Vicente da Silva Autores: Claudio Heliomar Vicente da Silva, Paulo Fonseca Menezes Filho, Renata Pedrosa Guimarães, Ana Luiza Ataide Mariz Instituição: UFPE E ducar é colaborar para transformação de vidas em processos permanentes de aprendizagem, auxiliando os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - desenvolvendo habilidades de percepção, compreensão, raciocínio crítico, comunicação e execução de ações, que lhes permitam tornar-se profissionais e cidadãos realizados e produtivos (MORAN, 200). As mudanças qualitativa no processo de ensino/ aprendizagem acontecem de acordo com o estímulo dado ao desencadear a motivação do aluno para compreender e apreender uma determinada habilidade. O planejamento é uma das etapas mais críticas do tratamento odontológico, uma vez que, um planejamento mal realizado acarreta em procedimentos que podem levar a perdas irreparáveis. A motivação dada ao aluno para a realização desta etapa passa pelo aguçamento dos sentidos, do conhecimento e dominio psico-motor. Sendo assim, a Disciplina de Dentística 2 da UFPE desenvolveu a atividade de discussão de planejanto do tratamentor restaurador, obedecendo uma sequëncia de procedimento a serem realizados com a utilização de um instrumento para orientação do aluno estimulando o desenvolvimento do seu raciocínio crítico. O objetivo deste trabalho é expor a experiência da referida disciplina sobre o tema em questão. 42 A importância da Liga Interdisciplinar das Neoplasias Bucais como ferramenta pedagógica integrada ao currículo da FOUSP Apresentador: Mayra Monteiro de Oliveira Autores: Mayra Monteiro de Oliveira, Oswaldo Crivello Junior, Aline Cristine Munhoz Lopes Instituição: FOUSP A s Ligas Acadêmicas são entidades fundadas e administradas por universitários com a orientação de um ou mais departamentos relacionados. Apresentam enfoque em desenvolvimento científico, procedimental e atitudicional constituindo-se em excelente meio de atividade pedagógica extracurricular para o aprimoramento dos alunos. A Liga é um modelo acadêmico fundamentado na produção científica, no desenvolvimento cognitivo e interdisciplinar, visando a aproximação dos futuros profissionais à sociedade; funciona como um meio de transformação social e permite ao aluno um contato precoce com as diversas áreas da Odontologia. As Ligas Interdisciplinares: LINB e LICOMF são um exemplo de atividade das Ligas no ensino da graduação.O desenvolvimento das práticas clínicas ocorre desde 1998 na Liga de Neoplasias Bucais e desde 2004 na Liga de Cirurgia Oral e Maxilo-Facial. Suas atividades ocorrem em âmbito ambulatorial, a LINB na Clínica de Atendimento ao Paciente Especial (CAPE), e a LICOMF no ambulatório da Disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial, com a orientação e supervisão de docentes dos departamentos respectivos da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Fundamentadas no conceito da interdisciplinaridade, a ligas integram em suas atividades as disciplinas de Semiologia, Patologia Geral e Bucal, Periodontia, Radiologia, Cirurgia, Próteses Buco-Maxilo, Dentárias e Traumatologia, no caso da liga de Cirurgia. As ligas têm como objetivos: habilitar seus integrantes no diagnóstico precoce, dar assistência aos pacientes desde a adequação do meio bucal à cirurgia e radioterapia (Linb), até a reabilitação protética. Permite ao aluno o acompanhamento físico e psicológico dos pacientes. Os docentes que acompanham as Ligas estão formando profissionais aptos a reflexões, a aprender, desenvolver técnicas, a lidar com as adversidades do tratamento de lesões malignas e capacitá-los a transmitir estes conhecimento à população. É significativa a atividade extracurricular e interdisciplinar das Ligas acadêmicas como a LINB e LICOMF e, futuramente, a Liga de Dor, são um exemplo que estabelece aos alunos uma interface Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 promissora no crescimento acadêmico perfeitamente integrado ao currículo da FOUSP e por ela reconhecida como parte de seu elenco de opções pedagógicas oferecidas aos seus alunos de graduação. A mudança no processo ensinoaprendizagem com utilização de metodologias ativas Apresentador: Maria José Gomes Autores: Valéria da Penha Freitas, Raquel Baroni de Carvalho, Maria José Gomes Instituição: UFES O objetivo deste trabalho foi apresentar as diferentes metodologias ativas que podem ser utilizadas na área da Odontologia,,visando uma melhor interação do processo ensino e aprendizagem. Mudanças estão sendo realizadas nos cursos de graduação em Odontologia visando formar profissionais adequados às necessidades de saúde da população brasileira e do SUS, tornando essencial a efetiva articulação das políticas de saúde e educação. A mudança didático pedagógica visa uma aprendizagem ativa, centrada no estudante. Cabe ao professor o papel de facilitador do processo de construção do conhecimento, dando condições ao indivíduo de desenvolver um pensamento e um discurso próprio. Após a análise dos modelos de metodologias ativas, concluiu-se que o emprego de cada metodologia ativa na Odontologia pode ser influenciado com o tipo da população alvo, com o grau de disponibilidade do grupo de alunos para a aprendizagem e com a habilidade do professor em escolher aquela apropriada para o tema que será ensinado. Observou-se que não existe na área pedagógica um método que seja eficaz para ensinar e aprender. É necessário despertar o interesse do aluno para aprender a pensar, questionar, aprender, fazer e assumir uma responsabilidade profissional, e também, empregar uma metodologia que seja compatível com o objetivo de cada disciplina, e que essas auxiliam o desenvolvimento de habilidades ao estudante de Odontologia, principalmente por trabalhar com problemas reais, permitindoo assumir responsabilidades crescentes, além da interação com a população e os profissionais de saúde. A pós-graduação como indutora de mudanças no ensino da Odontologia Apresentador: Jose Ferreira Lima Júnior Autores: Eduardo Jose Guerra Seabra, Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima, Gustavo Barbalho Guedes Emiliano Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN H istoricamente, a Odontologia seguiu os parâmetros do paradigma giesiano, que orientou durante décadas o trabalho e a formação de profissionais, cuja excelência era mensurada pelo esmero de técnicas curativistas cirúrgico-restauradoras. No entanto, tal cirurgião-dentista não responde mais às complexas demandas do trabalho em saúde exigidas pela sociedade brasileira na atualidade, uma vez que àquele dentista seguia a lógica do mercantilismo, do elitismo, do biologicismo, da óptica da doença, da falta de significado e de visão de saúde. Assim, o presente estudo tem o intuito de contribuir para ampliar o debate sobre a formação em Odontologia, destacando nesta o papel da pós-graduação na formação de recursos humanos na atualidade. Trata-se de um estudo bibliográfico sobre o assunto em tela, onde os autores emitem um juízo de valor destacando diretrizes que a pós-graduação em Odontologia poderia seguir para formar o cirurgião-dentista exigido pela sociedade e pelo setor saúde. A partir das leituras realizadas e do entendimento consensual firmado a partir das discussões dos docentes da Faculdade de Odontologia da UERN, entendemos que a pós-graduação stricto sensu tem papel central no processo de formação de atores sociais (professores de Odontologia) que trabalhem para uma odontologia que traga a saúde para todos. Para tanto, a formação acadêmica deve ser articulada, interdisciplinar e integral para que o egresso atenda às demandas de saúde de população. Nesse sentido, a pós-graduação stricto sensu deve procurar além do rigor da pesquisa científica que lhe é próprio, formar docentes com fundamentação pedagógica adequada para atuarem acorde os preceitos exigidos pelas Diretrizes Curriculares Nacionais. Por fim, é mister a articulação entre pesquisa e ensino no âmbito dos cursos de mestrado e doutorado em Odontologia, pois entendemos que esse é o caminho para formar profissionais/professores cuja competência será medida não apenas pela solução de problemas instrumentais, mas também pela capacidade de desenvolver novas estratégias pedagógicas, que tenham na crítica, na reflexão e na mudança da práxis seu esteio. Frente ao exposto entendemos que os cursos de pós-graduação stricto sensu podem contribuir decisivamente na formação de atores sociais (profissionais/docentes) comprometidos com a mudança do ensino odontológico, desde que a racionalidade Revista da ABENO • 8(1):32-96 43 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 técnica fundada na filosofia positivista não seja a condutora da formação. Assim, faz-se necessário repensar a formação dos professores, bem como o papel dos cursos que os formam. Portanto, a pesquisa deve ser desenvolvida nos cursos de mestrado e doutorado dentro do principio cientifico, sem perder o enfoque social e também o principio pedagógico, para assim, propiciar a formação de profissionais críticos e reflexivos, que possam contribuir com o desenvolvimento social mais democrático e igualitário em oportunidades para os cidadãos. A prática da pesquisa na graduação em odontologia: um avanço pedagógico Apresentador: Louise Pietrobon Autores: Louise Pietrobon, Cíntia Magali da Silva, João Carlos Caetano Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina A realização de um curso em nível superior é vista, atualmente, como uma “exigência” do mercado de trabalho. A universidade, partindo desse pressuposto, deve ter participação ativa e crítica na realidade, pois se constitui no local em que, teoricamente, detém o potencial técnico-científico, humano, político e social. Sendo assim, o processo de aquisição e desenvolvimento do saber durante o curso de graduação em Odontologia não deve ser limitado exclusivamente a um processo de ensino-aprendizagem que busque pela formação técnica, visando à profissionalização. Ao contrário, durante a graduação é fundamental a realização da prática de pesquisa sujeita ao contexto político e social, que rompa com a educação bancária, repetitiva e alienada, representando um avanço pedagógico. A longo prazo podem ser desenvolvidas competências fundamentadas em conhecimento crítico, visando o domínio dos modos de produção do saber, favorecendo o diálogo construtivo com seus pares. Todavia, há necessidade de se observar o modo de condução e realização das pesquisas na área odontológica para que a distribuição da informação não aconteça de maneira falha ou, ainda, de modo desigual. Dessa forma, contribui para a exclusão social tanto de acadêmicos como da população, ao invés de servir para sua utilidade primordial, a inclusão do conhecimento científico e o benefício que trará a toda a sociedade. A universidade pode assim, articular a competência científica e técnica, e desempenhar seus múltiplos papéis, contribuindo para o desenvolvimento científico e tecnológico, pro44 movendo a ética e a cidadania, atuando e transformando a realidade social. A relação professor-aluno e sua influência no processo ensinoaprendizagem na odontologia Apresentador: Maria José Gomes Autores: Maria José Gomes, Aline Guio Cavaca, Carolina Dutra Degli Esposti, Edson Theodoro Santos-Neto Instituição: UFES E ste estudo versa sobre a influência da relação professor-aluno na formação do cirurgião-dentista. Diante do anseio do conhecimento das visões dos atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem buscou-se diagnosticar a situação da relação professor-aluno no curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) no cenário atual de mudanças pedagógicas e estruturais. Tratase de uma pesquisa de caráter exploratório, estruturada a partir de uma abordagem quantitativa. Os sujeitos da pesquisa são 130 alunos e 40 professores do curso de Odontologia da UFES, no período de julho a dezembro de 2007, totalizando 170 sujeitos. Como instrumento de coleta de dados foi utilizado um questionário composto de sete questões fechadas e três questões abertas que se reportavam às respostas das questões objetivas. Os resultados mostram que a maioria dos alunos (49%) e dos professores (45%) considera boa a relação professor/aluno e aponta questões como interação pedagógica e social, respeito mútuo, diálogo e acessibilidade como cruciais para mantê-la. Quando questionados se já haviam sido repreendidos pelos professores na frente do paciente, 35% dos alunos responderam que o nunca foram e 65% respondeu já ter sido repreendido pelo menos uma vez. A questão da confiança no ensino foi trabalhada ao questionar ao professor se ele traria um parente para ser tratado nas clínicas do curso e 47% dos mesmos responderam que sim, apontando a confiança no aluno, orientação dos professores e a qualidade do atendimento como norteadores de suas decisões. Conclui-se que a relação professor-aluno foi considerada boa pelos atores envolvidos, sendo o respeito e o reconhecimento mútuo aspectos identificados como facilitadores do processo ensino-aprendizagem, ressaltando, dessa forma a importância da integração docente-discente na educação odontológica. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 A sociologia e a odontologia na construção de uma nova saúde bucal coletiva Apresentador: Louise Pietrobon Autores: Louise Pietrobon, Ana Paula Saccol, Márcia Grisotti, João Carlos Caetano Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina E ste trabalho visa apresentar uma experiência interdisciplinar de estágio docência da disciplina de Interação Comunitária I do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina. O grupo é formado por uma mestranda em Sociologia Política, uma doutoranda em Odontologia Coletiva e dois professores das respectivas áreas citadas. Percebemos o setor saúde como uma área considerada interdisciplinar, devido a relação do processo saúde-doença onde encontramos indissociadas as dimensões orgânica e social do homem, domínios respectivos do biológico e da cultura. A saúde bucal coletiva encontra-se em intenso processo de transformação na última década imprimido pela revolução dos materiais odontológicos, de um novo olhar sobre a construção do processo de saúde-doença e conseqüentemente a relação entre clientes/população e profissionais de saúde. A possibilidade de um trabalho em conjunto na busca de soluções aos problemas atuais enfrentados no Sistema Único de Saúde, respeitando as bases disciplinares específicas, transformando a interdisciplinaridade num produto de sua própria funcionalidade, buscando a compreensão de diversos pluralismos frente a uma mesma temática é o eixo central de nosso trabalho em sala de aula. A construção da disciplina procura instigar os acadêmicos na atuação em nível de sociedade, utilizando, principalmente, métodos de prevenção e promoção de saúde não esquecendo, entretanto, a progressão das doenças bucais quando já instaladas, observando o modo de se relacionar e de olhar a saúde bucal da coletividade de maneira ampla e realista. Nossa disciplina está subdividida em três unidades propiciando com a sua proposta pedagógica a introdução e desenvolvimento de uma forma diferente de realizar o processo ensino-aprendizagem e de avaliação dos alunos e dos professores. Instigando os acadêmicos a trabalharem em grupos e através de seminários de pesquisa a disciplina têm conseguindo promover maior diálogo e reflexão crítica no espaço de troca de informações professores-estudantes, estudantes-estudantes e professores-professores. De maneira concreta e em curto prazo, já podemos observar uma postura diferente destes futuros profissionais em relação à sua maneira de encarar os novos desafios do SUS, concebendo a saúde de maneira interdisciplinar, integral, repensando seus pressupostos e fundamentos na procura de transformações práticas mais expressivas. A utilização de diários de campo em estágios curriculares extramuros Apresentador: Vânia Maria Aita de Lemos Autores: Vânia Maria Aita de Lemos, Leticia Schneider Ferreira, Carlos Pilz, Graziela Ziegler Bennemann Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul A utilização de diários de campo remonta as viagens dos primeiros exploradores e etnógrafos, que desde a Antiguidade registravam os fatos vivenciados bem como suas impressões sobre os diferentes povos e lugares. A disciplina Estágio em Saúde Pública II adotou esta ferramenta como forma de avaliação dos estágios realizados pelos alunos do último semestre do currículo antigo da Faculdade de Odontologia da UFRGS junto aos serviços do SUS. A metodologia empregada consiste no envio semanal por parte dos alunos de um diário de campo, através de email, para o professor responsável por sua supervisão. Este relato deve conter não apenas as atividades que estão sendo concretizadas, mas também uma reflexão do aluno sobre a sua prática, sobre a realidade encontrada nos serviços públicos, não havendo limite no número de páginas enviadas. A partir das informações disponíveis, é possível avaliar o impacto da experiência para o aluno, bem como se este consegue relacionar os conceitos teóricos com sua prática. Os diários de campo devem ser concebidos a partir do método cartográfico, que pressupõe uma discussão sobre o papel do pesquisador e o próprio conhecimento científico. A cartografia admite que o encontro com novos sujeitos produz um momento singular e a modificação dos atores envolvidos. A proposta de sua utilização remete a intenção de que o aluno não apenas descubra novos olhares em saúde, mas descubra a si mesmo nesta experiência. Desta forma, os diários de campo não possuem somente um cunho reflexivo, mas também propositivo, pois o aluno deve também procurar identificar soluções para as dificuldades encontradas no campo. Por fim, a experiência da utilização de diários de campo junto aos alunos Revista da ABENO • 8(1):32-96 45 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 do último semestre da Faculdade de Odontologia da UFRGS ainda é recente, mas abre a possibilidade de novas formas de aprendizagem para os estudantes. Esta ferramenta permite um momento de reflexão sobre a realidade encontrada, bem como o exercício da explanação e exposição de idéias e opiniões, que podem ser importantes para o estímulo à autonomia do aluno. Acadêmicos de odontologia avaliam o currículo e a relação deste com a sua formação para a realidade do mercado de trabalho Apresentador: Estela Máris Gassen Gonçalves Autores: Estela Máris Gassen Gonçalves, Beatriz Baldo Marques, Carmen Lucia S. Piazza, Cláudia Fabiana R. Bender Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul O Currículo do Curso de Odontologia da UNISC está organizado de forma que busca a formação integral do acadêmico, procurando estimulá-lo para o comprometimento com os reais problemas da sociedade, sujeitos conscientes do seu papel de agentes de transformação, ou seja, politicamente responsáveis. Acredita-se que nem sempre o corpo docente acompanha a dinâmica da transformação que aponta para novas demandas, considerando o sistema de saúde vigente no país. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), para os cursos de odontologia, apontam para a importância das habilidades e competências, tanto gerais quanto específicas, que o acadêmico deverá construir no decorrer do curso. Dessa forma pretende-se com esse trabalho investigar como os acadêmicos avaliam o currículo do curso de Odontologia da UNISC em relação à formação para o exercício de uma prática profissional adequada a realidade. A pesquisa será realizada com os acadêmicos formandos, em relação ao embasamento teórico, articulação da teoria com a prática, tomada de decisão (segurança na realização das atividades do dia a dia), mercado de trabalho, visão integral do paciente, integração com outras áreas da saúde, trabalho em equipe, administração e gerenciamento. Neste estudo também será investigado qual a expectativa profissional ao se formar, ou seja, montar consultório individualmente ou com colegas; trabalhar em clínica já consolidada; procurar emprego; fazer pós-graduação; entre outras opções. A pesquisa será realizada no 9º semestre do curso, porque se acredita que o acadêmico estará, neste momento, planejando seu futuro profissional. 46 Acadêmicos de odontologia trabalham para o desenvolvimento de políticas saudáveis em relação à fluorose dentária no Vale do Rio Pardo Apresentador: Estela Máris Gassen Gonçalves Autores: Estela Máris Gassen Gonçalves, Mariana Bordingnon, Monique Bohn Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul C ompreende-se que a integração dos Acadêmicao do Curso de Odontologia, com a colaboração de pesquisas realizadas pelo Curso de Química da UNISC, na atenção à fluorose dentária no Vale do Rio Pardo, é imprescindível para a melhoria da saúde bucal da população. A fluorose dentária é freqüente decorrente, especialmente, do excesso de fluoretos nos lençóis freáticos que cortam oito (8) municípios, dos quais alguns utilizam estas fontes para abastecimento público. As Acadêmicas buscam conhecer a realidade destes municípios quanto ao uso dessas águas para abastecimento público e como está sendo oferecida atenção à fluorose. Em visita nos locais, pesquisaram quais são os municípios atingidos, quais dos municípios têm conhecimento sobre o excesso de fluoretos em suas fontes de água, quantas fontes ainda são utilizadas para o abastecimento público, se há a presença de fluorose dentária na população do município e quais destes oferecem tratamento estético e de reabilitação à população atingida. Foi avaliado que cinco (5) municípios conhecem os teores de flúor de seus lençóis, entre esses, dois (2) não utilizam esta água e três (3) solucionaram o problema de excesso de fluoretos na água de abastecimento público, quatro (4) confirmam a presença de fluorose na população e dois (2) oferecem tratamento clínico para restabelecer a estética e função dentária. Para enriquecer a discussão, além da revisão de literatura, foi realizado um estudo de caso no Município de Vera Cruz, RS, onde o problema da água de abastecimento com excesso de fluoretos foi resolvida há cinco (5) anos e o tratamento estético é oferecido desde 2003. No município de Vera Cruz, aproximadamente cento e vinte (120) pacientes estão cadastrados; destes, 30 foram tratados na UNISC, 40 no serviço público do município e os outros aguardam pelo tratamento odontológico. A partir deste trabalho e de posse de documentos comprobatórios do Curso de Química, quanto a realidade das águas da Região, os municípios envolvidos terão argumentos para aplicar recursos públicos na melhoria da saúde bucal. Com base nos modelos de atenção estudados, a atenção odontológica para a Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 fluorose pode se tornar algo de rotina no serviço público com possibilidade de financiamento e dispor, ainda, de conhecimentos atualizados e integrados, dos Cursos de Odontologia e Química, sobre a questâo das águas, hoje de ilimitada importância. Com estes conhecimentos, pode-se elaborar um protocolo de atenção à fluorose dentária de abrangência regional, que contemple as questões bioéticas, técnicas e humanísticas que estão envolvidas neste processo. Adequações do Projeto Político Pedagógico do Curso de Odontologia da Unimontes para o Pró-Saúde: percepções de docentes e discentes Apresentador: Maria de Lourdes Carvalho Bonfim Autores: Maria de Lourdes Carvalho Bonfim, Manoel Brito-Júnior, Simone Melo Costa, Flavia Milene Silva Abreu Instituição: Unimontes O Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros- Unimontes foi criado há pouco mais de uma década (1997), fundamentado no atendimento das demandas de saúde bucal, em especial, da região norte mineira. O enfoque generalista e a valorização das necessidades epidemiológicas bem como da realidade social constituíram e constituem os pilares do processo educativo do Curso. Há ainda ações integradas de ensino e serviço garantindo capacitação profissional e valorização da odontologia como prática social. Atualmente tem-se trabalhado alterações para otimizar o Projeto Político Pedagógico do Curso como contraparte da contemplação do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde (Pró-Saúde), dos Ministérios da Educação e da Saúde. O trabalho objetivou identificar as opiniões e propostas de mudanças sugeridas por docentes e discentes no atual Projeto Político Pedagógico do Curso. Os dados foram coletados na 2ª Oficina Pró-Saúde do Curso, em 2007, utilizando questionário semi-estruturado auto-aplicado. Participaram do estudo 53 discentes dos 10 períodos do Curso e 46 docentes. O tratamento estatístico envolveu análise de freqüência, teste t e Qui-quadrado (p<0,05). Do total de discentes, 29 eram mulheres (54,7%) e 24, homens (45,3%). Dentre os docentes, 27 eram mulheres (59%) e 19, homens (41%). A faixa etária predominante entre os docentes foi de 31 a 40 anos (50%), variável não associada ao gênero (p=0,303). O tempo de formado (término da graduação) variou de 5 a 31 anos, com uma média de 14,35 anos (±7,315) para mulheres e 16,84 (±8,884) para homens, variável não associada ao gênero (p=0,308). No que diz respeito à carga horária de trabalho 82,6% dos docentes têm contrato de 40 horas semanais. Para os docentes, 85% das ementas das disciplinas precisam ser modificadas; 80% sugeriram integrar conteúdos de diferentes disciplinas; 42% relataram que há necessidade de alterar a carga horária: aumentar (56%), mudar o período em que é ministrada (29%), sendo que 50% sugeriram que fossem postergadas. Para os discentes, 28 disciplinas precisam sofrer alterações. Dentre as várias sugestões de mudanças destacou-se aumentar cargas horárias de aulas práticas e alterar conteúdos programáticos. A identificação das necessidades de mudanças no Projeto Político Pedagógico do Curso de Odontologia da Unimontes contribuirá para a reestruturação pedagógica do curso, com conseqüente adequação da formação discente, além de favorecer o alcance das metas propostas pelo Programa Pró-Saúde. Aplicação de fórum online no suporte ao ensino presencial como estímulo ao aprendizado colaborativo voluntário Apresentador: Mary Caroline Skelton Macedo Autores: Mary Caroline Skelton Macedo, Leandro A. P. Pereira, Nilden Carlos Alves Cardoso, Rielson José Alves Cardoso Instituição: CPO São Leopoldo Mandic A s Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de Odontologia têm como objetivos na formação do egresso as competências relativas ao domínio das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e aptidão na sua utilização em prol da Educação Continuada. Como proposta de utilização da Internet com finalidade educativa em função de atender a esses objetivos, o curso de Endodontia na Graduação da terceira turma (31 alunos) foi suportado online por conteúdos depositados em plataforma Moodle. Dentre as atividades propostas aos alunos constaram 07 fóruns online relativos a assuntos tratados em sala de aula, porém sem obrigatoriedade de acesso e postagem. Os fóruns foram trabalhados da seguinte maneira: o professor responsável pelo tema em questão postou algumas perguntas após a aula teórica e convidou os alunos a entrar no fórum e responder. Os alunos foram informados que os professores não corrigiriam suas respostas, mas eles mesmos o fariam, estimulando assim o aprendizado colaborativo; os professores somente fariam postagens de correção se os alunos tivessem Revista da ABENO • 8(1):32-96 47 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 perdido o foco nas respostas adequadas. A adesão voluntária foi surpreendente: os fóruns alcançaram participação voluntária da ordem de 83,87% dos alunos (Anatomia e Cirurgia de Acesso); 64,52% (Substâncias Químicas Auxiliares); 90,32% (Esvaziamento e Odontometria); 83,87% (Alterações Pulpares e Periapicais); 16,13% (PQC); 54,84% (Obturação); e, 41,93% (Comentários sobre a Avaliação). Quanto à participação colaborativa, considerando-se somente as postagens realizadas entre alunos, alcançou-se 57,78% (Anatomia e Cirurgia de Acesso); 31,82% (Substâncias Químicas Auxiliares); 93,65% (Esvaziamento e Odontometria); 84,37% (Alterações Pulpares e Periapicais); 66,67% (PQC); 47,06% (Obturação); e, 84,61% (Comentários sobre a Avaliação). Percebe-se claramente que o aluno de Odontologia está interessado em participar e aprender colaborativamente. Os conteúdos das postagens surpreenderam os professores quanto à profundidade das respostas dadas aos colegas e as visitas registradas na biblioteca da escola. Os fóruns de mais baixo índice de acesso foram os de maior quantidade de perguntas propostas pelos professores. Conclui-se que os fóruns cumprem o papel de estimuladores do aprendizado colaborativo, desde que desenhados de maneira adequada, estimulando inclusive as visitas físicas à biblioteca. Artropatias da ATM: a experiência da FOUSP no ensino de graduação com interação interprofissional Apresentador: Aline Cristine Munhoz Lopes Autores: Aline Cristine Munhoz Lopes, Fabiane Miron Stefani, Oswaldo Crivello-Junior Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo A Odontologia e a Fonoaudiologia constituem partes da ciência médica, cuja atividade em comum é estudar, compreender e saber interpretar as anomalias de todo o sistema estomatognático. Desta forma o ensino integrado destas duas especialidades em um mesmo cenário e com atores de ambas as profissões discutindo ensino e pesquisas e com os alunos atuando juntos vêm ao encontro das diretrizes curriculares de ambos os cursos. Quando odontólogos e fonoaudiólogos trabalham em equipe, o papel de cada profissional, bem como os conceitos envolvidos são apresentados com clareza. Aproveitando essa experiência pedagógica gratificante resolvemos pesquisar as atividades desenvolvidas pelos alunos de Odontologia e Fonoaudiologia e das características comuns dos pa48 cientes que integram os dois universos de tratamento assim como o crescimento cognitivo dos alunos de graduação em relação ao temas estudados na clínica. Ao longo dos 7 anos desta experiência integrada levantamos as atividades desenvolvidas pelos alunos de ambos os cursos e analisamos relatórios dos alunos e trabalhos acadêmicos por eles realizados e aplicamos questionários para serem respondidos pelos alunos em 3 momentos diferentes. Há diferenças nas condutas adotadas pela Odontologia no tratamento de seus pacientes, o que acarreta também posturas diferenciadas na integração interprofissional. Em relação ao paciente com disfunção de ATM os alunos apontaram a vantagem do tratamento integrado. A avaliação do papel do Cirurgião-Dentista no tratamento passou de importante, no questionário inicial, para fundamental no questionário final na ótica das alunas da Fonoaudiologia, bem como a clareza do tratamento adotado pelo Cirurgião-Dentista. As políticas públicas de saúde e a graduação em Odontologia: interação necessária para gênese de um profissional generalista apto a atuar no Sistema Único de Saúde Apresentador: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues Autores: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues, Adriano Maia Santos Instituição: Universidade Estadual de Feira de Santana e Universidade Federal da Bahia - Vitória da Conquista Q uem lança um olhar sobre a formação nas escolas de Odontologia, no Brasil, percebe um intenso debate acerca da necessidade de mudanças nos currículos e nas práticas pedagógicas. Entre as distintas percepções sobre o mesmo problema, estão a que acredita na necessidade de transformação, pautada em mudanças no mercado de trabalho e, portanto, na necessidade de contornar as dificuldades de inserção profissional e criar novas inserções que mantenham o status quo e aquela que tem a percepção de que a crise é, antes de tudo, paradigmática, ou seja, os saberes, cunhados há séculos em relação à Odontologia, não estão satisfazendo às necessidades apresentadas pela sociedade. Embora a universidade esteja buscando ampliar sua relevância social, a produção de conhecimento e a formação profissional estão marcadas pela especialização, pela fragmentação e pelos interesses econômicos hegemônicos. A educação, nas Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 escolas de saúde, permanece reproduzindo o paradigma flexneriano, em contraposição ao paradigma da integralidade, subtraindo as possibilidades de diálogo entre as diferentes áreas do saber. A valorização social do especialista leva a uma forte tendência à especialização precoce. O estudante inicia a graduação e, nos primeiros semestres já afirma qual fragmento do processo profissionalizante deseja dominar (endodontia, cirurgia, prótese, entre outras). O que intriga a formação do futuro profissional é seu descompasso com o Sistema Único de Saúde (SUS) e com as necessidades demandadas pelas pessoas, evidência que se acentua ao defrontarmos com os atuais indicadores epidemiológicos de saúde bucal. Apesar da reorientação do modelo de saúde – a partir da década de 90, através de políticas descentralizadoras – via municipalização da saúde, e as novas estratégias de saúde a partir da institucionalização do SUS em 1988 - Programa Saúde da Família em 1994 e a Equipe de Saúde Bucal no PSF em 2000, prioriza-se a especialidade odontológica na formação e ocorre a defesa da lógica liberal na atuação profissional. Nos cursos de graduação faltam disciplinas sobre políticas públicas de saúde; a maioria dos professores não tem entendimento da intersetorialidade e que as doenças bucais são um problema de saúde pública. Desconhece-se o SUS; profissionais sem noção de Atenção Básica, secundária e terciária e sem uma responsabilização pela sua clientela. Entendemos, então, que a possibilidade de formação de um novo profissional, generalista, que não significa saber um pouco de tudo de forma superficial, mas pressupõe conhecer muito bem os diversos problemas que repercutem no processo saúde/doença de cada indivíduo e da coletividade, conseguindo resolver bem os principais problemas de saúde da população é necessária, além da incorporação dos conteúdos relativos às políticas de saúde nas ementas das disciplinas, uma articulação entre a escola e o serviço público, com a utilização dos espaços privilegiados de ensino-aprendizagem, as unidades de saúde. O Avaliação da ampliação dos cenários de práticas no curso de Odontologia da FORP/USP Apresentador: Maria da Gloria Chiarello de Mattos Autores: Ana Elisa Bregagnolo, Maria da Gloria Chiarello de Mattos, Marlivia Gonçalves Carvalho Watanabe Instituição: Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP Avaliação da qualidade de radiografias intrabucais realizadas por acadêmicos da FO-UFRGS Apresentador: Marcelo Ekman Ribas Autores: Marcelo Ekman Ribas, Bárbara Capitanio de Souza, Vania Regina Camargo Fontanella Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul atual currículo da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo (FORP/USP) amplia os cenários de ensino-aprendizagem ao implantar as disciplinas Programa Saúde da Família, que têm por objetivo desenvolver atividades ao longo de toda a formação acadêmica, proporcionando ao aluno, desde cedo, o contato com a realidade social e dos serviços de saúde, oferecendo-lhe condições para superar a dicotomia entre estudo e trabalho, valorizando a incorporação de tecnologias leves e o trabalho em equipe multiprofissional. Esse projeto tem como objetivo avaliar uma das vertentes da reformulação curricular implantada na FORP-USP em 2004, que é a diversificação dos cenários de prática por meio da aproximação com os serviços de saúde, do ponto de vista da experiência dos alunos do 1º ao 4º ano do curso e os reflexos por eles sentidos na sua formação como profissional de saúde/cirurgião-dentista. Para tanto, foi elaborado um questionário de avaliação, aplicado no final de cada disciplina, enfocando os seguintes aspectos: aulas teórico-práticas, participação dos alunos, trabalho na equipe de saúde da família, condições de infra-estrutura e o impacto na formação. A análise das informações coletadas mostra que os estudantes manifestaram opiniões bastante positivas em relação a todos os aspectos abordados, considerando as atividades ótimas ou boas, principalmente contribuição para a sua formação (87%), bem como conteúdos programáticos (81%), carga horária (80%), estratégias pedagógicas (82%), e interação com a equipe de saúde da família (90%). Quanto à bibliografia sugerida e instalações das unidades, mais da metade considerou boas ou ótimas. Nesses aspectos aparecem sinais de necessidade de melhorias. As atividades direcionadas à aproximação ensino/serviços de saúde no curso de graduação da FORP/USP foram avaliadas como bastante satisfatórias, trazendo importante contribuição para a formação dos profissionais Odontologia. Revista da ABENO • 8(1):32-96 49 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 O presente estudo objetivou avaliar a qualidade das radiografias intrabucais realizadas por alunos do 5º e 6º semestres do curso de Odontologia, durante a prática clínica, identificando os erros e a freqüência com que ocorrem. Dois examinadores calibrados examinaram as radiografias e as classificaram segundo os erros de técnica e falhas de processamento. Das 962 radiografias analisadas, 85% eram periapicais e 15% interproximais. Pelo menos um erro ocorreu em 82% das radiografias periapicais e em 89% das interproximais. O erro mais prevalente foi a má centralização do filme (32%), seguido da posição inadequada da marca identificadora (14%) e da margem de segurança (12%) e do ponto de incidência (12%). Em relação aos erros de processamento radiográfico, o mais freqüente foi a presença de manchas e/ou arranhões (82%), seguido de alta densidade (10%) e imagem parcial (4%). Em ambas as amostras (5º e 6º semestres) foi encontrada associação significativa entre angulagem horizontal deficiente e regiões de caninos e pré-molares superiores, angulagem vertical excessiva e região de pré-molares inferiores, angulagem vertical deficiente e região de incisivos superiores. Conclui-se que na prática clínica alunos de 5º e 6º semestre apresentam as mesmas dificuldades técnicas na obtenção de radiografias. Avaliação da utilização da ferramenta de ensino Aprender Unoeste no curso de Odontologia Apresentador: Claudia de Oliveira Lima Coelho Autores: Claudia de Oliveira Lima Coelho, Eliane Gava Pizi, Luis Antonio Sasso Stuani, Luciane Regina Gava Simioni Instituição: Universidade do Oeste Paulista O Aprender UNOESTE é uma ferramenta de gestão de cursos a distância que está sendo utilizada pela UNOESTE. O software foi desenhado para ajudar educadores a criar cursos on line de qualidade e trabalhar com os alunos em ambientes virtuais, gerenciando-os à distância. Baseado em uma filosofia construcionista, onde o trabalho do “professor” pode mudar de “fonte de conhecimento” para influenciador e modelo da cultura da classe, conectando-se com os alunos de um modo pessoal que detecta suas necessidades de aprendizagem, e facilitando discussões e atividades de um modo que leve os alunos, coletivamente, em direção aos objetivos de aprendizagem da classe. Tornou-se evidente, a partir do perfil do aluno ingressante do curso de Odontologia da Unoeste, a 50 necessidade de cada vez mais o professor interagir com o aluno em um ambiente que lhe é familiar, facilitando desta forma o ensino-aprendizagem. Este programa permite que a sala de aula se estenda para o ambiente da Internet e desta forma ampliam-se os recursos didáticos. Com relação às ferramentas que disponibiliza para interagir com o aluno fazem parte: divulgação de materiais, links com sites importantes para a disciplina, fórum, tarefas, questionários, bate papo, lição, glossário, pesquisa de opinião e outras que podem ser criadas relacionando as ferramentas. Atualmente no curso de Odontologia temos 16 disciplinas que utilizam esta ferramenta de ensino. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização do Aprender Unoeste no curso de Odontologia. Para isto, todos os alunos do curso responderam a um questionário em anonimato. A realização de tarefas foi a atividade mais executada (43 %), a que eles acham que mais contribuiu com seu aprendizado (71 %) e a que eles mais gostaram de realizar (74 %). Grande parte dos alunos (70 %) afirma que esta ferramenta de ensino contribui muito para o aprendizado e acham que mais professores deveriam adotá-la em suas disciplinas (75 %). Ocorreram diferenças de opiniões entre os alunos de diferentes termos, principalmente porque os alunos do último termo só tiveram contato com o Aprender Unoeste no 4º. termo, sendo mais resistentes à sua utilização. É certo também que alguns professores podem encontrar algumas dificuldades na sua utilização, principalmente no início, mas esta ferramenta vem além de auxliar no processo ensinoaprendizagem, além de nos colocar em um ambiente mais próximo desta nova geração de estudantes. Avaliação do grau de conhecimento dos cirurgiões-dentistas da rede básica de saúde do Brasil, Argentina e Paraguai com relação ao Tratamento Restaurador Atraumático - ART Apresentador: Márcia Cançado Figueiredo Autores: Márcia Cançado Figueiredo, Daniel Demétrio Faustino-Silva, Andressa da Silveira Bez Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul-UFRGS A odontologia vem evoluindo de uma abordagem cirúrgico-restauradora e preventivista, para um enfoque que incorpora noções integralizadora do processo saúde-doença e da promoção de saúde, com Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 ênfase na atenção básica. Esse processo evolutivo fez com que novas ações tecnológicas fossem impulsionadas através de pesquisas científicas que levassem em conta as dimensões sociais, econômicas e culturais da população.Coerente com este novo paradigma foi introduzido especificamente para o tratamento da doença cárie, o Tratamento Restaurador Atraumático (ART), tratamento este, que vem se consolidando desde seu surgimento, ou seja, início da década de 90, com uma técnica de caráter definitivo e resolutivo, permitindo prerrogativas importantes para o desenvolvimento da odontologia atual, tanto nos serviços públicos como nos privados. Este tratamento permite a calibração de conceitos e definição de estratégias de abordagem em diferentes países para que os cirurgiões-dentistas possam bem utilizá-lo. Objetivou-se avaliar os conhecimentos sobre o ART de cirurgiõesdentistas(CDs) da rede básica de saúde de 3 países da América Latina (Brasil-Paraguai-Argentina).Trata-se de um estudo descritivo transversal, onde os CDs foram convidados durante sua participação num evento de odontologia ocorrido neste ano, promovido pelo serviço público que estão inseridos, a preencherem um questionário contendo 7 questões fechadas que abordavam os conceitos do ART. A amostra final foi composta por 500 questionários e as respostas categorizadas de acordo com o número de acertos: Excelente(E) para 7 questões corretas; Suficiente(S) para 5 ou 6 questões corretas e, Insuficiente(I) de 0 a 4 questões corretas. Foram utilizados além da análise descritiva das variáveis contínuas, o teste estátistico kruskal-Wallis para análise entre a idade e o tempo de prática clínica dos CDs de diferentes paises, p>0.02, o teste qui-quadrado aplicado para analisar as tabelas de contingência,p>0.01 e através de regressão logística p>0.05 analisou-se o conhecimento do ART pelos CDs. Não houve diferenças significativas para os resultados analisados quanto ao conhecimento do ART pelos CDs dos 3 países avaliados, onde: 51,28%-(I); 33,34%-(S) e, apenas 15,38%-(E). 35,90% dos CDs apresentavam idade que variava de 31 a 40 anos, apresentando 33,34%, um tempo de prática clínica que variava de 21 a 30 anos. Pode-se concluir que os cirurgiões-dentistas apresentam um grau de conhecimento insuficiente para realizarem o ART e, nesse sentido destaca-se a importância da introdução imediata de oficinas de capacitação na rede básica de saúde destes países, para que aspectos relevantes do ART sejam aprofundados permitindo a evolução de uma consciência crítica destes profissionais, utilizando-se a metodologia da problematização.Acredita-se ainda que o ART é muito pouco explorado pelas instituições formadoras na graduação destes países, e isto se reproduz nas práticas destes profissionais atuantes nas equipes de saúde bucal, resultando em ações isoladas de cada em sua atividade diária e na sobreposição nas ações de cuidado e sua fragmentação.Esta pesquisa trouxe uma contribuição valiosa para que se possa definir nestes três países avaliados, parâmetros para que haja implementação da filosofia da Mínima Intervenção e Máxima Prevenção (MI), onde se inclui o ART, nas grades curriculares dos cursos de Odontologia.Buscar entender e assimilar esta nova prática que participa diretamente do processo de inovação tecnológica apropriada, é um processo irreversível nos serviços da rede básica de saúde e, no entanto, não deve ser interpretada como uma ameaça na qualidade da odontológia, mas sim como uma oportunidade para que ocorra esta cooperação: rede básica de saúde e instituições de ensino, pesquisa e extensão destes países, uma vez que sendo complementares, melhorariam em muito o processo ensino-aprendizagem, que é para onde devem convergir todos os benefícios desta parceria. Avaliação do Projeto Político Pedagógico do Curso de Odontologia da UFPB. O olhar do discente Apresentador: Francineide Almeida Pereira Martins Autores: Francineide Almeida Pereira Martins, Maria Elba Dantas Pereira de Moura, Claudia Helena Soares de Morais Freitas, Rosimar de Castro Barreto Instituição: Universidade Federal da Paraíba O s processos avaliativos do ensino superior devem ser entendidos como práxis atuais, norteadoras das políticas educacionais que asseguram mudanças profundas e abrangentes na qualidade do ensino. Nesse contexto, o Projeto Político Pedagógico previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais representa um dos alicerces no processo de avaliação das condições de ensino dos cursos de graduação, e como agente indutor de melhoria do ensino deve ser continuamente avaliado e reconstruído. O Projeto Político Pedagógico do Curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba foi operacionalizado a partir do período letivo 2002.1. Pautado nos fundamentos teóricos metodológicos, o estudo propõe avaliar o Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em Odontologia-UFPB, na óptica da experiência vivenciada pelos discentes. Os dados foram coletados atra- Revista da ABENO • 8(1):32-96 51 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 vés da aplicação de um roteiro de entrevista utilizando-se os indicadores de avaliação do INEP, atribuindo-se os conceitos: Muito Bom (MB), Bom (B), Regular (R ) Insatisfatório (I) e Não Sei (NS). Os dados foram agrupados em três dimensões: Organização didático-pedagógico, Instalações físicas e Gestão acadêmica. Foram investigados 76,45% dos alunos cursantes do período letivo de 2006.2. A Organização didático-pedagógica na maioria dos indicadores, recebeu conceitos entre Bom e Regular, com destaque para a coerência com os objetivos do curso (48,8% B e 31,2%R), adequação da metodologia de ensino (36,0%B e 37,6%R) e avaliação do processo ensino-aprendizagem (45,2%B e 34,0%R). No entanto, os conceitos Regular e Insatisfatório predominaram nos indicadores dimensionamento da carga horária (36,8%R e 35,6%I) e adequação da carga horária do curso (42,4%R) e 34,4% I). As Instalações físicas receberam majoritariamente conceitos entre Regular (37,6%) e Insatisfatório (26,4%), e a Gestão acadêmica obteve na maioria dos indicadores conceitos entre Bom e Regular. Esse estudo pontua vários graus de insatisfação e aponta a necessidade de ajustes e adequações do Projeto Político Pedagógico do Curso que possam suprir às expectativas dos alunos. Integra um projeto mais amplo de avaliação no qual são identificadas as potencialidades e fragilidades do curso, no olhar dos discente, docentes e gestores. Avaliação: o rabo que balança o cachorro? Apresentador: Luiz Roberto Augusto Noro Autores: Luiz Roberto Augusto Noro, Ruy Souza Instituição: Universidade de Fortaleza O sistema de avaliação da maioria das instituições de ensino do Brasil trabalha, ainda hoje, hegemonicamente, com sua perspectiva certificativa. Assim, apesar de todo discurso sobre a necessidade da avaliação processual, que possa contribuir com a responsabilização do estudante por seu aprendizado e por sua formação, o foco desta responsabilidade voltado para a instituição de ensino torna praticamente impossível o real papel da avaliação. Fica claro que a própria cultura sobre avaliação, que confunde competição com processo formativo, dificulta o desenvolvimento da possibilidade de uma avaliação mediadora. Assim, vestibular, concurso, ENEM e ENADE não deveriam ser compreendidos como sistema de avaliação, mas sim como elementos para seleção de indivíduos ou instituições com a finalidade de incluir ape52 nas uma parcela do total, uma vez que existe uma pré-determinação do total de vagas ou uma quantidade de posições previamente definidas no “ranking”. Num sistema de avaliação não há necessidade de se competir, de se classificar, mas sim de apresentar a perspectiva de um aprendizado colaborativo, onde todos podem aprender uns com os outros. Desta forma, ainda, a avaliação não tem seu papel apenas no campo do conhecimento, mas deve ter a perspectiva de mediar habilidades e atitudes, tão essenciais na formação em saúde. Nesta lógica, a instituição troca seu papel de certificação para ser um espaço de real colaboração entre seus atores (professores, alunos, funcionários). A avaliação deveria ter como grande meta, a garantia do aprendizado. Nesta dimensão não há aprovados e muito menos reprovados; o sentidochave do processo é de o aluno, a partir de sua elaboração crítica, apoiado pelo professor, conseguir descobrir o que efetivamente aprendeu. A avaliação como atividade-fim do processo educativo, como estamos acostumados a vivenciar, tem pouca contribuição para a formação crítica e reflexiva do estudante, somente servindo para distanciar o professor do estudante. Como o papel do professor na maioria das vezes é o de juiz, sua aproximação ao aluno pode ser confundida com favorecimento assim como seu distanciamento, com perseguição. Para esta elaboração, é fundamental a compreensão do professor como pesquisador, fazendo que o momento pedagógico da aula copiada, repetida, seja substituído pela autoria compartilhada, fazendo com que ambos cresçam no processo de aprendizagem. Para que o estudante possa aprender a aprender é fundamental que ele esteja estimulado pela busca, residindo no professor a responsabilidade fundamental de contribuir para o crescimento permanente do estudante, substituindo-se seu papel de juiz (aprovado/reprovado) pela de sujeito aliado à descoberta, com competência política na construção da autonomia sua e do aluno, também beneficiado pelo novo conhecimento produzido. Biossegurança: a experiência da FOUSP no ensino de graduação em âmbito interprofissional Apresentador: Mayra Monteiro de Oliveira Autores: Mayra Monteiro de Oliveira, Bonnie Taylor Gomes Escudero, Rosemary Fracolli, Oswaldo Crivello-Junior Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 N este estudo visualizaremos as possibilidades de interação entre Odontologia e Enfermagem na clínica de graduação da Faculdade de Odontologia da USP (Rev. ABENO 2007) mostraremos nesta oportunidade os avanços e dificuldades observadas durante esse processo. Levando–se em consideração da insipiência da integração entre essas duas profissões no ensino de graduação, exceto em âmbito hospitalar, vimos que algumas vertentes podem surgir para o aluno de graduação. Dividiremos em 3 tópicos com um exemplo para cada um deles: 1. Comportamental: o aluno pode começar a entender que o fato de existir uma Enfermeira na clínica não o exime, ou o profissional diplomado no caso, de responsabilidades sobre a medicação do paciente. O Enfermeiro só pode medicar o que lhe é prescrito, independente da natureza da medicação. Da mesma forma são os procedimentos em casos de urgências não odontológicas. A responsabilidade é do Cirurgião-Dentista, diagnosticar e tratar e, se necessário, acionar a Enfermagem para as medidas que lhe são de sua competência. 2. Cognitivo: a Enfermagem pode colaborar de forma importante no ganho cognitivo do aluno de graduação. O enfoque em relação à biossegurança, pelo extenso aprendizado para ambientes assépticos, proporciona um aumento do conhecimento tanto em relação ao aluno, como também influência o corpo administrativo da clínica odontológica. Isso pode ser observado em ações de proteção e prevenção de infecções. em uma clínica onde são atendidos vários pacientes, sendo vital o conhecimento sobre as técnicas de limpeza, de áreas com maior ou menor risco de infecção e as informações relacionadas, por exemplo, à segurança biológica, infecção cruzada, métodos eficazes de esterilização e desinfecção, riscos ocupacionais bem como eliminação adequada dos resíduos sólidos de serviços de saúde. Foi verificado o desconhecimento dos funcionários da equipe de limpeza que atuam na Clinica Odontológica da FOUSP, em relação à seqüência de limpeza da clínica, limpeza do chão, utilização de EPI, limpeza dos materiais utilizados para limpar a clinica e as diferentes substâncias utilizadas nas diferentes superfícies, bem como em relação à forma como se deve limpar o chão.Já o conhecimento dos alunos em relação a biossegurança é crescente ao evoluir no curso. 3. Procedimental: nas práticas de ensino em BLS ( basic life support) ou ACLS (advanced cardiac life support), e nas práticas adequadas de administração de medicações IV ou IM em algumas disciplinas. Resistências de diversas naturezas ocorrem: 1. Profissionais não preparados ade- quadamente mas que possuem cargos de responsabilidade, quepor desconhecimento das ações da enfermagem acabam dificultando a atuação legal da enfermeira. 2. Desconhecimento do campo de competência a de atuação do profissional de Enfermagem.e suas possibilidade de interagir com o graduando de Odontologia. Conclusão: as possibilidades de interação de uma profissional de formação superior em Enfermagem podem otimizar os conhecimentos cognitivos, comportamental e procedimental, mas existe a necessidade de compreensão clara das competências e limites deste profissional. A Enfermagem é uma profissão em que se abre um leque de opções de atuação, porém é importante que não se perca o foco de atuaçãodeste profissional junto a uma instituição de ensino de Odontologia. Blog como ferramenta educacional na Odontologia: experiência da Bioquímica Oral Apresentador: Emily Ganzerla Autores: Fernando Neves Nogueira, João Humberto Antoniazzi, Mary Caroline Skelton Macedo Instituição: FOUSP D e acordo as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), os egressos de Odontologia devem ser capazes de se educar continuadamente mantendo o espírito crítico, mas aberto a novas informações. O uso de tecnologias computacionais na educação colabora na aprendizagem e promove a inclusão digital. Atualmente 32% da população do Brasil têm acesso à Internet, dos quais 41% buscam atividades educacionais. A disponibilização de conteúdos por professores e alunos promove a democratização do conhecimento e favorece novas metodologias de ensino-aprendizagem. Na Odontologia, a Internet pode ser usada de inúmeras maneiras: ferramenta de ensino na graduação, pós-graduação, reciclagem do conhecimento dos CD e ACD, discussões de casos clínicos e esclarecimento da população. Na FOUSP foi aplicado um questionário a 18 alunos da disciplina optativa de Bioquímica Oral, constatando interesse pela publicação dos conteúdos na Internet e participação em atividades complementares virtuais. Com base nos resultados, criou-se um blog (ferramenta de publicação de conteúdo sem a necessidade de conhecimento de linguagem de programação) sobre saliva. O blog consiste num diário virtual, com a publicação de conteúdos em blocos cronológicos, além de ser serviço gratuito. Como ferramenta de ensino se mos- Revista da ABENO • 8(1):32-96 53 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 tra atraente por apresentar recursos como a publicação e administração de conteúdos pelo professor e a possibilidade de inclusão de links, fotos, arquivos e comentários pelo estudante. Por ser ferramenta de fácil desenvolvimento, todo professor pode utilizá-la. O objetivo foi principalmente o envolvimento dos alunos na construção dos conteúdos, sendo que após a aula ministrada, o aluno pôde postar comentários críticos, além de publicar relatórios visando divulgar o material desenvolvido na aula prática. Para que se cumpram integralmente os objetivos propostos nas Diretrizes Nacionais é necessário que se busque alternativas educacionais viáveis e de interesse dos alunos dentre as que a Internet oferece: o blog é uma ferramenta que atende a esses parâmetros. Características pós-graduação lato sensu em Odontologia no Brasil Apresentador: Maria Goretti Queiroz Autores: Maria Goretti Queiroz, Claudio Rodrigues Leles Instituição: Universidade Federal de Goiás E m 1978 Tabacof realizou um levantamento sobre a pós-graduação realizada nas Instituições de Ensino Superior (IES) no Brasil. Constatou que havia 38 cursos de especialização sendo realizado no Brasil majoritariamente nas estaduais paulistas. Na literatura consultada o Curso de Especialização em Saúde Pública para Dentistas –USP, em 1958, parece ter sido o primeiro curso desta modalidade realizado no Brasil, seguido do de Patologia Bucal na UFRJ em 1961. Em janeiro de 2007 o INEP publicou o resultado de um levantamento da pós-graduação lato senso nas IES brasileiras onde constatou a baixa existência de cursos a distância, a concentração dos cursos na região sudeste e nas instituições privadas. Esta pesquisa tem como objetivo mapear os cursos de pós-graduação em odontologia lato sensu realizados no Brasil. Para tanto foram tabulados os dados disponíveis no sitio do CFO dos cursos encerrados até abril de 2008 realizados nas IES e entidades da categoria. Os dados coletados identificaram a instituição, especialidade, localidade, ano de início e foram tratados estatisticamente no programa SSPS. Observou-se que os cursos são oferecidos majoritariamente nas instituições da região sudeste, seguindo a tendência da distribuição dos cursos de graduação. Dos cursos ofertados 67,9% o são em IES. Destaca-se a atuação da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) na oferta dos ministrados por entidades da categoria.. 54 As especialidades mais ofertadas em ambas as instituições são o de endodontia, seguido de odontopediatria e periodontia (nas entidades) e os de prótese dentária (nas IES). Os cursos da área do diagnóstico correspondem a 6,6% dos cursos ofertados pelas IES e 3,6% pelas entidades da categoria, sendo que um terço deste total foram cursos de radiologia. Os cursos de saúde coletiva são ofertados mais pelas entidades da categoria (2,9%) do que pelas IES (1,9%). Estes dados apontam para uma tendência destes cursos de formação para o mercado. A ABENO por meio de seu programa de aperfeiçoamento de pessoal docente concedeu, subsidiado pela Fundação K.W. Kellogg, 77 bolsas para cursos de especialização entre 1956 a 1962. Neste contexto estes cursos eram incentivados como forma de melhorar a qualidade do ensino de graduação. O exercício da docência apenas com cursos de especialização ainda se constitui como uma possibilidade de ingresso no mercado de trabalho, principalmente nas IES particulares. Desde 1972 o CFO controla a oferta dos cursos de especialização com legislação própria com ação similar a do MEC. No entanto, este mecanismo não consegue garantir qualidade dos programas e distribuição de acordo com as necessidades locais. Conhecer esta realidade contribui para pensar uma política de formação profissional que contemple os eixos norteadores apontados pela Portaria Interministerial nº 45, de 12 de janeiro de 2007. Ciências Odontológicas Articuladas: transpondo dificuldades para transformar o ideal da assistência integrada em realidade Apresentador: Veridiana Salles Autores: Cláudia Borges Brasileiro, Keli Bahia Felicíssimo Zocratto, Patrícia Vieira dos Santos, Veridiana Salles Instituição: Centro Universitário Newton Paiva O objetivo deste trabalho é apresentar a experiência das clínicas articuladas do curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva (CUNP). O eixo norteador do Projeto Pedagógico do curso é a construção de um modelo de atendimento integral e integrado realizado nos conteúdos de Ciências Odontológicas Articuladas (COAs). Entende-se que a articulação de conteúdos distintos permite a formação de um cirurgião-dentista generalista, competente técnica e cientificamente. A vivência prática simultânea de diversos conteúdos proporciona ao aluno a Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 percepção da interface de diversas áreas. Esta nova mentalidade na área de atenção à saúde rompe com o modelo tradicional e fragmentado, permitindo ao acadêmico oferecer um atendimento global ao paciente, respeitando seus anseios, seu estado de saúde geral e considerando sua realidade cultural, social e econômica. As dificuldades enfrentadas pelo corpo docente multiprofissional, fruto da formação especialista, na atuação em clínicas articuladas são acompanhadas diretamente pela coordenação de curso. Reuniões de calibração e grupos de discussão entre os professores de diversas especialidades são periodicamente realizados para a troca de experiência entre o corpo docente, o estabelecimento de protocolos e a padronização de condutas nas clínicas. Sanar as dificuldades da associação das necessidades dos pacientes às competências e habilidades dos acadêmicos e à sistemática de funcionamento das clínicas também requer o envolvimento dos discentes e setor administrativo. A cada período há uma complexidade crescente dos procedimentos realizados acompanhando a construção do conhecimento dos discentes ao longo de sua trajetória acadêmica. Preferencialmente, pacientes e alunos seguem juntos ao longo do curso para uma seqüência do atendimento e fortalecimento da relação aluno-paciente, tornando o atendimento mais humanizado. No entanto, este elo poderá ser rompido em benefício do processo de aprendizagem quando se observa, através de um relatório mensal, a não execução de procedimentos-chaves específicos de cada período. Este relatório, gerado pelos docentes com auxílio dos alunos, registra toda a produção qualitativa e quantitativa de cada discente e permite o monitoramento do processo de encaminhamento de pacientes pelo setor administrativo de forma a suprir as necessidades acadêmicas. Desta forma, devido à complexidade que envolve o aprendizado com a oferta de um serviço, em conteúdos articulados, torna-se imperativa a participação efetiva do setor administrativo, coordenação de curso e professores e o estímulo da co-responsabilidade dos alunos no processo de acompanhamento de sua atuação para que haja excelência no processo de aprendizagem. Clínica odontológica interdisciplinar: integrando ensino, pesquisa e extensão Apresentador: Neilor Mateus Antunes Braga Autores: Neilor Mateus Antunes Braga, Leandro de Melo, Altair Soares de Moura, Manoel Brito Júnior Instituição: Faculdades Unidas do Norte de Minas Funorte A indissociabilidade das práticas de ensino, pesquisa e extensão favorece a aproximação entre teoria e prática, fator essencial para a conquista de objetivos educacionais. Além disso, as atividades de pesquisa e extensão associadas ao ensino podem propiciar o desenvolvimento de competências que conduzem à formação acadêmica de maneira mais adequada para o pleno exercício profissional. Neste contexto, a prática odontológica interdisciplinar assume grande importância, uma vez que possibilita aos alunos a habilidade de realizarem diagnósticos e tratamentos clínicos de forma abrangente, objetivando preservar a integridade da saúde bucal, ao mesmo tempo em que procura estabelecer a responsabilidade pela formação social dos futuros profissionais. Assim, a articulação de conteúdos de áreas especializadas da odontologia é algo que resulta em benefícios tanto para o paciente como para o estudante, uma vez que melhora sensivelmente sua aprendizagem, já que se habitua a observar o paciente de forma global, executando os procedimentos clínicos necessários, tendo controle permanente da evolução do tratamento. O presente trabalho tem como objetivo apresentar um dos projetos de extensão do Curso de Odontologia das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE, a clínica odontológica interdisciplinar avançada. Esta atividade de extensão tem como balizadores a promoção, prevenção e recuperação da saúde bucal, além do controle pós-operatório dos procedimentos realizados, no âmbito de um contexto clínico interdisciplinar articulado, propiciando concomitantemente ações integradas de ensino, serviço e pesquisa. Os eixos norteadores são ações clínicas e de pesquisa nas áreas de clínica odontológica, oportunizando a participação dos discentes e dos docentes em atividades junto à comunidade. O foco inicial do atendimento é a Casa do Menor de Montes Claros-MG (CEZENA) com público alvo de aproximadamente 80 pessoas, onde o atendimento respeita as necessidades de cada caso clínico, procurando integrar os conhecimentos, as habilidades e os valores adquiridos ao longo do curso, de modo a proporcionar ao paciente o atendimento integral das necessidades evidenciadas. Este atendimento está sendo baseado nas seguintes etapas: exame inicial com o objetivo de se realizar um correto diagnóstico; discussão de cada caso clínico com o corpo docente interdisciplinar e demais graduandos, com o objetivo de elaborar um Revista da ABENO • 8(1):32-96 55 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 planejamento mais adequado; execução do planejamento pré-estabelecido; após a finalização do tratamento, apresentação dos casos clínicos, em forma de seminário, com o objetivo de promover discussão entre o corpo docente multidisciplinar e demais graduandos; controle pós-tratamento e coleta de dados para pesquisas. Esta atividade de extensão permite o desenvolvimento do ensino, favorecendo a capacitação do discente, ao promover a articulação de conteúdos essenciais para a formação generalista do graduando, e ao mesmo tempo em que aguça sua sensibilidade humanística. Como agem e reagem os alunos do ciclo profissional do curso de graduação da FOP-UPE em situação de prova Apresentador: Nelson Rubens Mendes Loretto Autores: Nelson Rubens Mendes Loretto, Arnaldo de França Caldas Junior, Eliane Helena Alvim de Souza, Maria do Socorro Orestes Cardoso Instituição: Faculdade de Odontologia de Pernambuco A valiar, para alunos e professores, é, muitas vezes, o verbo do medo. Para Bloom (1983) o grande mérito da avaliação está na ajuda que ela pode dar ao aluno em relação à aprendizagem da matéria e dos comportamentos, em cada unidade de aprendizagem. As pesquisas de Scouller; Prosser (1994) e Scouller (1998) destacaram que os processos de avaliação utilizados em sala de aula influenciam a maneira pela qual os alunos estudam e aprendem os conteúdos de aula. O objetivo foi avaliar se o sexo, a idade e o período do curso do aluno de odontologia influenciam diferentes comportamentos durante a realização de prova. Um questionário com 17 situações relacionadas à prova foi aplicado a uma amostra que correspondeu a 30% dos alunos matriculados no ciclo profissional do curso de Odontologia. Os dados coletados foram lançados no software estatístico SPSS versão 13.0 e a associação entre as varáveis foi testada com o Teste Exato de Fisher. O grupo amostral predominantemente feminino (68,1%), com idade entre 19 e 23 anos (66,4%) e cursando entre o 7º e 9º período (61,9%), mostrou que a opção “quase nunca” foi majoritária nas respostas da amostra (54,0%) sendo sua maior ocorrência na situação “prefiro as provas orais às provas escritas” (71,7%), enquanto a opção “quase sempre” teve sua maior ocorrência na situação “a questão tempo é fator importante para meu desem56 penho em prova” (61,9%). A associação entre as variáveis e as situações foi mais forte para a variável “período cursado”, que influenciou em um número grande de respostas. As variáveis sexo e idade dos alunos não estiveram fortemente associadas com os comportamentos em momento de prova, por outro lado, o período do curso influenciou fortemente as respostas, apontando para a necessidade de investigação dos possíveis fatores causais dos comportamentos encontrados. Conceitos docentes sobre a formação de um cirurgião-dentista generalista Apresentador: Cristine Maria Warmling Autores: Cristine Maria Warmling, Fransisco Avelar Bastos, Alexandre Emídio, Márcia Pedroso Instituição: Ulbra - Campus Cachoeira do Sul A s políticas públicas nacionais tanto da área da educação como da saúde têm se aproximado com o intuito de fazerem cumprir suas diretrizes maiores (Lei de Diretrizes e Bases da Educação e as Leis Orgânicas da Saúde). As orientações das políticas educacionais de formação dos cirurgiões-dentistas propõem a constituição de novos percursos curriculares aos cursos de odontologia para que assim os mesmos possam dar conta de formar perfis profissionais generalistas, mais adequados à realidade do processo de trabalho exigido pela atenção básica em saúde bucal no Sistema Único de Saúde. Mas essa é uma política de formação profissional ainda muito incipiente e que carece de consensos de seus atores em torno de como formar esses profissionais. Objetivou-se levantar conceitos, praticados pelos docentes de um Curso de Odontologia, sobre a formação generalista, e discuti-los tendo como referencial teórico a perspectiva da saúde bucal coletiva. Através de uma pergunta aberta direcionada aos docentes do curso identificou-se alguns conceitos orientadores de suas práticas docentes voltadas para a formação de cirurgiões-dentistas generalistas. Para a interpretação dos dados que as respostas traziam foram destacadas áreas temáticas centrais que se repetiam com maior freqüência nas respostas. A partir do desenho desse mapa conceitual procedeu-se a discussões pertinentes. As discussões das temáticas trazidas pelas respostas possibilitaram pensar como está se produzindo uma nova identidade profissional para o cirurgiãodentista no percurso de formação de um curso de odontologia em consonância com as políticas públicas. Os dados ainda preliminares apontados pela pes- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 quisa identificam temáticas centrais que se apresentam mais recorrentes nas preocupações dos docentes, e que se presume serem alvo de seus enfoques técnicos, políticos e pedagógicos, tais como: possibilitar um sólido conhecimento básico técnico de cada área de atuação do cirurgião-dentista, encaminhar a necessidade de atenção especializada, reconhecer a integralidade do paciente, praticar a interdisciplinaridade, priorizar diagnóstico e plano de tratamento, compreender a realidade social e epidemiológica do paciente, assim como atuar na preservação da sua qualidade de vida. Mais raras são as respostas que trazem a importância de que o processo de formação do generalista, tanto na perspectiva do docente como do discente, deve estar sendo balizado constantemente no próprio Projeto Político Pedagógico do curso. da técnica, apesar de os professores reconhecerem a necessidade de incorporar o conhecimento humanístico e ético na formação dos alunos. Esses dados revelam a necessidade de ampliar as discussões acerca das mudanças curriculares em andamento - em virtude de o curso participar do Pró-saúde - para favorecer, de fato, a implantação das Diretrizes, em busca do respeito pela dignidade do paciente e da abordagem integral do processo saúde-doença. Contribuição à formação integral do graduando em Odontologia em busca do respeito à dignidade do paciente e da abordagem integral do processo saúde-doença Apresentador: Cilene Rennó Junqueira Autores: Cilene Rennó Junqueira, Dalton Luiz de Paula Ramos Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo O D e acordo com as Diretrizes Curriculares, a formação dos graduandos da área da saúde prevê a incorporação da dimensão ética e humanística nos currículos dos cursos. Entretanto, ao longo dos anos, essa preocupação tem sido restrita às disciplinas de Deontologia, cujo foco é a apresentação dos códigos de conduta que regulam essas profissões. Este estudo tem o objetivo de fazer um estudo qualitativo, por meio da etnografia (Lüdke & André, 2005), sobre o curso de Odontologia da FOUSP para verificar se os professores contribuem para a formação humanística, ética e social dos graduandos. Para isso, foram realizadas entrevistas com docentes do curso, bem como foi realizada análise documental (cronogramas e ementas das disciplinas) e de estudos anteriores realizados na Instituição para identificar qual a contribuição dos docentes para essa formação humanística. As entrevistas foram realizadas após aprovação do CEP da Instituição, gravadas e transcritas Os dados foram analisados por meio da etnografia para descrever de maneira holística e reflexiva a realidade do curso. Os dados obtidos (pela análise documental e das entrevistas) revelam a forte influência do ensino Contribuição do Estágio de Férias da UFSC para a formação profissional humanizada, social e integrada Apresentador: Marianella Aguilar Ventura Fadel Autores: Marianella Aguilar Ventura Fadel, Arno Locks, Ana Paula Soares Fernandes Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina Estágio Clínico de Férias é realizado com alunos e professores do Curso de Graduação em Odontologia em concordância com o calendário escolar da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Esta atividade visa capacitar os acadêmicos participantes em atividades clínicas gerais básicas, como Dentística, Periodontia, Endodontia, Exodontia, Pequenas Cirurgias, Profilaxias, Aplicações de Selantes e de Flúor Tópico, Confecção de Placas Mio-relaxantes, Reparos e Confecções de Próteses Provisórias e Atendimento de Urgências Odontológicas. Para os alunos, é uma excelente oportunidade de treinamento de práticas clínicas odontológicas generalistas, além de apresentar-se como uma oportunidade de contato e interação com outros alunos e com professores oriundos de diferentes disciplinas. Para os professores, esta vivência exige versatilidade de clínicos generalistas, pois, são profissionais com abordagens e condutas diferentes e específicas de acordo com sua especialidade, vivenciando o cotidiano de uma prática multidisciplinar. Este processo de aprendizagem é enriquecedor, pois, ao trabalhar em equipe, é necessário lidar com diferenças. Ao possibilitar este encontro ocorre um salto qualitativo nas relações entre alunos e professores, pois é um excelente exercício de aprendizagem, de troca de experiências e saberes, e também de humildade, pois sempre há o que aprender e ensinar. O Estágio de Férias é uma experiência rica pela diversidade, que solidifica conhecimentos prévios, permite ampliá-los e vislumbrá-los sob diferentes perspectivas. Além do exercício da prática clínica integrada, são fortalecidos aspectos relevantes como a prática clínica humanizada e comprometida com os aspectos so- Revista da ABENO • 8(1):32-96 57 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 ciais valorizando organização, segurança, agilidade, raciocínio e autonomia para tomada de decisões. O trabalho em equipe multidisciplinar propicia a integração das diversas disciplinas favorecendo uma prática odontológica integral, e que na prática do Estágio de Férias formam um conjunto harmonioso e em concordância com as Novas Diretrizes Curriculares para os Cursos de Odontologia. Desenvolvendo as competências específicas das Diretrizes Curriculares Nacionais em Odontologia: uma proposta Apresentador: Lídia Morales Justino Autores: Lídia Morales Justino, Marcos Aurélio Maeyama, Raphael Nunes Bueno Instituição: Universidade do Vale do Itajaí I ntrodução: As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN’s) para a Odontologia estabeleceram um novo perfil para o cirurgião dentista a ser alcançado através do desenvolvimento de competências específicas. A formação deve contemplar o sistema nacional de saúde e o Pró-Saúde (2005) que tem por objetivo a reorientação da formação com abordagem integral do processo saúde doença e ênfase na atenção básica. As DCN’s apontam que os conteúdos essenciais para a formação do cirurgião dentista distribuem-se em três grandes grupos: a) Ciências Biológicas e da Saúde (CBS); b) Ciências Humanas e Sociais (CHS); e c) Ciências Odontológicas (CO). Materiais e métodos: A implantação de nova matriz curricular do curso era um dos objetivos indicados no projeto enviado ao Edital PRÓ-SAÚDE em 2005. As discussões da comissão de implantação da nova matriz incluíram a importância do atendimento às DCN’s e às recomendações do Pró-Saúde. Neste trabalho, ancorou-se na disciplina de Saúde Coletiva a responsabilidade de desenvolver alguns desses conteúdos, com a finalidade de atingir/ampliar os três vetores do pró-saúde: orientação teórica, cenários de prática e orientação pedagógica, aliados à excelência técnica. As competências foram distribuídas nos grupos: ciências biológicas e da saúde, humanas e sociais e odontológicas (CBS, CHS e CO). A proposta foi apresentada à comissão como uma estratégia para atingir mudanças na formação e será acrescida a outras alterações na matriz que estão sendo conduzidas. Resultados: a) CHS (competências I, II, III, IV, V, VII, VIII, X, XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVIII, XIX, XX, XXI, XXIII, XIV, XXVI, XXVII, XVIII, XXIX); b) CO (competências VII, IX, XII, XIII, XIV, XVI, XXIII, XXV, XXVI); 58 A competência VI refere-se ao conhecimento de metodologia científica e as competências XVII, XXII, XXX estão relacionadas às atitudes posteriores à formação, não sendo classificadas em nenhum dos grupos. Discussão: Os conteúdos das CBS servem de base e remetem para as competências específicas. A categorização por grupo é no sentido de responsabilizar pela abordagem teórica dos conteúdos. A materialização das competências deve se dar pelo conjunto do curso, reforçando os conhecimentos, habilidades e atitudes desejáveis e recomendadas ao sujeito em formação. O grupo das CHS é o que inclui o maior número de competências, num total de 24, sendo que 22 são responsabilidade da saúde coletiva, colocandoa como âncora para atingir o perfil almejado. Síntese Propositiva: Tendo como eixo integralidade e atenção primária, sugere-se para a disciplina de saúde coletiva as seguintes temáticas: Abordagem integral do processo saúde-doença; Políticas públicas de saúde no Brasil; Sistema único de saúde; Atenção primária à saúde; Trabalho com a comunidade; Promoção da saúde; Educação em Saúde; Trabalho em equipe e interdisciplinaridade; Participação social; Visita domiciliar; Vigilância em saúde; Territorialização; Planejamento local em saúde; Risco e vulnerabilidade; Acolhimento; Gerenciamento dos serviços de saúde; Sistema de referência e contra-referência; Epidemiologia; Ciclo vital das famílias e Saúde bucal; Cárie dental e doença periodontal (determinantes e formas de enfrentamento). As temáticas sugeridas trabalharão preferencialmente na orientação teórica, com sua efetivação articulada aos cenários de prática que prioritariamente deverão estar nas comunidades. Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino de graduação em Odontologia: uma análise dos artigos publicados na Revista da Abeno, 2002-2006 Apresentador: Maria Inês Barreiros Senna Autores: Maria Inês Barreiros Senna, Maria de Lourdes Rocha de Lima Instituição: UFMG- Faculdades de Odontologia e Educação U ma dimensão importante das políticas de educação superior, na última década no Brasil, foi a articulação da política de expansão do atendimento à demanda pelo ensino superior com a adoção de um sistema de avaliação e as propostas de flexibilização curricular dos cursos de graduação. O processo de discussão sobre as mudanças dos currículos mínimos Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 dos cursos de graduação foi iniciado pela SESu/MEC em dezembro de 1997. As DCN para os cursos de graduação em Odontologia se encontram em vigência desde 2002. O processo de flexibilização curricular passa a ser entendido como uma estratégia de mudança no modelo vigente de formação de cirurgiões-dentistas, quer pela sua inadequação frente tanto aos interesses do mercado e às mudanças exigidas pelo processo de trabalho em saúde como aos interesses e necessidades sociais da grande maioria da população brasileira. Neste contexto, o objetivo desse estudo é contribuir com o debate sobre as reformas curriculares para os cursos de Odontologia, buscando identificar as tendências das análises, as críticas, as questões mais relevantes apontadas pelos autores/ pesquisadores sobre o processo de implementação das DCN. Trata-se de um estudo exploratório de natureza qualitativa. Foram analisados 15 artigos publicados sobre as DCN, no período de 2002 a 2006, na Revista da ABENO. Os artigos selecionados foram lidos e classificados em categorias, a partir de sua abordagem da temática, no sentido de identificar a posição dos autores. As categorias criadas foram as seguintes: O discurso do Ministério da Saúde-MS- (02 artigos); Recomendações oficiais da ABENO (03 artigos); Análises acadêmicas das políticas de saúde e de educação superior (03 artigos); Organização curricular dos cursos de Odontologia (02 artigos);Estágios Supervisionados (05 artigos). Apesar da abordagem distinta de determinadas dimensões das DCN para os cursos de graduação em Odontologia, os artigos mostram uma certa convergência com relação às suas propostas de enfrentamento dos problemas, ou seja, a ressignificação do papel da universidade, do ensino de graduação na formação de profissionais de saúde. A construção /implementação das DCN para os cursos de graduação em Odontologia no Brasil está associada de um lado à reestruturação produtiva do capitalismo global, particularmente à acumulação flexível e à flexibilização do trabalho. Por outro lado, se insere na luta da universidade pela reconquista de sua legitimidade social e pela consolidação do Sistema Único de Saúde em consonância com as necessidades sociais da maioria da população brasileira. Assim, o processo de implementação das DCN é um campo em disputa, por isso, nos cabe perguntar: Qual é a direção que a implementação das DCN dos cursos de Odontologia tomará? Diretrizes Curriculares Nacionais: diagnóstico do curso de graduação da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP Apresentador: Nilce Emy Tomita Autores: Odair Bim Júnior, Jesus Carlos Andreo, Nilce Emy Tomita Instituição: Faculdade de Odontologia Bauru-USP N o Brasil, o campo de estudo da crise da classe odontológica bem como da Odontologia enquanto área da saúde tem encontrado justificativas em diferentes âmbitos, sendo um dos mais explorados a necessidade da reestruturação curricular das Instituições de Ensino Superior. O presente trabalho utiliza dados da Oficina ABENO 2006, visando averiguar o estágio de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em odontologia e as possibilidades de mudanças na educação odontológica dentro do Curso de Odontologia da Faculdade de Odontologia da USP – Bauru. Em maio de 2006, um grupo de 46 participantes, composto em sua maioria por docentes da Faculdade de Odontologia de Bauru e representando 61,4 % dos professores do curso de odontologia da instituição, serviu de base para uma atividade em que se questionou a sintonia com o paradigma da integralidade no ensino superior, através da utilização de um instrumento prospectivo de análise, o qual se torna a matéria-prima deste trabalho. Com base na proposta de Campos et al. (2001), são abordados aspectos da formação profissional que tangem a viabilização de inovações e transformações curriculares referidas como elementos-chave para a formação de um profissional compromissado com os interesses coletivos e com a construção de consciência crítica, a fim de que se atendam às demandas de saúde da população. Os resultados mostraram que somando os valores de cada vetor, obtém-se a pontuação de 15,0, o que permitiu concluir que este curso apresenta-se em fase de inovação incipiente. Diversificando os cenários de aprendizagem – relato de meio século de experiência Apresentador: Luiz Fernando Lolli Autores: Luiz Fernando Lolli, Suzely Adas Saliba Moimaz, Nemre Adas Saliba, Clea Adas Saliba Garbin Instituição: Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP Revista da ABENO • 8(1):32-96 59 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 A inserção de acadêmicos dos cursos da área da Saúde nos diferentes cenários de práticas é fundamental para a formação de profissionais críticos, capazes de tomar decisões e de agir como transformadores da realidade. A lógica de “conhecer para atuar e atuar para mudar”, tem recebido especial destaque governamental nos últimos anos por meio de investimentos em programas de fortalecimento do Sistema Público de Saúde. Com base nisso, bem como nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), as Instituições de Ensino Superior têm-se estruturado visando aproximação dos discentes à realidade da população. O objetivo desse trabalho foi realizar um levantamento histórico de ações, projetos e programas desenvolvidos ao longo de 50 anos da FOA Unesp. Foi realizada uma pesquisa descritiva, documental, na qual foram analisados: relatórios, fotos, slides, banco de dados, artigos publicados, documentos oficiais, entrevistas com docentes, ex-alunos, servidores e visitas aos locais onde ocorreram e ocorrem os programas de saúde. Como resultados verificam-se vários programas desenvolvidos com ampla atuação em cenários distintos daqueles das clínicas tradicionais, destacando-se, dentre outros: “Campanha dos Bons Dentes”, “Campanha de Construção de Filtros Caseiros”, “Campanha para Construção de Poços e fossas”, “Programas Regional e Municipal de Educação em Saúde Bucal”, “Participação de Atividades em Campus Avançados de Humaitá e Jacupiranga”, “Serviço Extramural Odontológico (SEMO)”, “Programa de Atenção à Gestante”, “Promoção de Saúde Bucal nas escolas municipais de educação infantil” e “Programa de Saúde Bucal do Idoso”, “Formação de conselheiros municipais de saúde” e “Capacitação de agentes comunitários e equipes do Programa de Saúde da Família no estado de São Paulo (SP)”. As atividades desenvolvidas acompanharam a evolução do saber científico na área de Odontologia e contexto sócio-político do país, desde o Sanitarismo Campanhista até o surgimento do SUS. O conceito ampliado de saúde, hoje muito consolidado, já era contemplado na prática quando se realizaram as campanhas para construção de poços, fossas e filtros caseiros, considerando, além dos aspectos odontológicos, outros intervenientes no processo de produção das doenças. Após a criação do SUS, a FOA-Unesp voltou seus esforços também para programas de consolidação do controle social, com atividades de formação de conselheiros e ações de promoção de saúde com os programas de extensão e capacitação de agentes de saúde. Desde a criação do SEMO, quando a odon60 tologia da época estava focada no atendimento a crianças, por meio do Sistema Incremental, a Unesp já vislumbrava o princípio da universalidade, com projetos voltados à mulher, ao trabalhador, ao índio e mais recentemente aos idosos. Concluiu-se que ao longo dos 50 anos, a área de saúde coletiva desenvolveu vários projetos, com resultados positivos na formação de profissionais sempre com integração da Universidade aos serviços locais e comunidade. Editais para contratação docente como instrumentos importantes para a implementação das DCN’s Apresentador: Eduardo José Guerra Seabra Autores: Eduardo José Guerra Seabra, Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima, José Ferreira Lima Júnior Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte N ão é tarefa das mais fáceis proceder mudanças nas práticas de ensino que se encontram enraizadas na comunidade odontológica com intensidade comparável a um traço cultural existente no meio, que é o da super especialização profissional. Trata-se de um nó crítico para a real implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para a graduação em Odontologia. Além do exercício docente em todos estes anos ter tido direcionamento ao qual não é estimulado atualmente, não existe um parâmetro definido por qualquer entidade oficial no tocante a como o preparo dos docentes quando no momento de suas pós-graduações pode contribuir para este fim. Vale observar que a LDB já está em vigor a 12 anos da escrita deste documento e as DCN’s contam com 06 anos de existência. As faculdades de Odontologia devem desempenhar papel fundamental no desenrolar deste processo através das seleções para contratação de professores. Isso pode ser facilmente conseguido se os trâmites e as etapas do processo de seleção contemplarem conhecimentos sobre normas e práticas pedagógicas que hoje são exigidos para a prática docente e sobre o perfil do profissional que ele deve ajudar a formar, além de conhecimentos sobre a LDB e as DCN’s. Somando-se a isto, os editais dos referidos concursos podem ser mais abertos quanto a área das pós-graduação a ser exigidos. Cobrando por exemplo em um edital para alguma disciplina clínica do curso: graduação em Odontologia + mestrado em qualquer área odontológica + doutorado (sem especificar nada sobre em que área de conhecimento), teremos como resultado uma maior abran- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 gência em perfis de candidatos onde um cuidadoso processo seletivo detectaria aquele que preenche mais adequadamente os requisitos necessários à docência em Odontologia. Lembremos que, principalmente nos estabelecimentos públicos de ensino, a contratação de um professor é um investimento aproximadamente para os próximos 30 anos, e a mudança de rumos nas práticas de ensino após sua contratação pode por inúmeros fatores, se tornar-se um processo complicado, dificultando, limitando ou inviabilizando toda a complexidade do funcionamento conjunto de um curso de Odontologia no tocante à inserção que se deve obter. Certamente, adaptações como esta proposta podem nos ajudar sobremaneira na transição que estamos passando entre como fomos formados e como devemos formar nossos alunos. Estágio em Saúde Pública II: uma experiência de ensino-aprendizagem Apresentador: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi Autores: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Vânia Maria Aita de Lemos, Luísa Helena do Nascimento Tôrres, Carlos Pilz Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS D esde 2002, encontra-se em vigência a Resolução CNE/CES 3, de 19/2/2002, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Odontologia a serem observadas na organização curricular das Instituições do Sistema de Educação Superior do País. As Diretrizes Curriculares Nacionais definem o objetivo do curso de Odontologia e o currículo de base nacional comum, a ser complementado pelas instituições de ensino superior, com uma parte diversificada capaz de refletir a experiência de cada instituição e aos condicionantes do quadro regional em que se situa. Sobre os estágios curriculares, o artigo 7o das diretrizes garante o desenvolvimento dos mesmos de forma articulada, com complexidade crescente ao longo do processo de formação do cirurgiãodentista e sob supervisão docente. Este estágio tem o objetivo de fomentar a relação ensino e serviços, ampliar as relações da universidade com a sociedade e colocar o futuro profissional em contato com as diversas realidades sociais. Diante disso, a disciplina de Estágio em Saúde Pública II, do curso de graduação em Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul/UFRGS, se propõe a constituir uma experiência de ensino-aprendizagem através da qual se busca que o estudante vivencie e analise criticamente o exer- cício da prática odontológica ao nível da Saúde Coletiva, capacitando-o enquanto futuro trabalhador dessa área a compreender e se posicionar em relação à conjuntura que cerca seu desenvolvimento. A disciplina de Estágio em Saúde Pública II acontece no oitavo semestre do curso de graduação em Odontologia da UFRGS, possui uma carga horária de 12 horas/semanal, com 12 créditos. Aulas teóricas e atividades práticas (estágios) fazem parte da programação da disciplina. As estratégias utilizadas na parte teórica são: aulas expositivas, leitura e discussão de textos, seminário, oficina, dramatização. Cada aluno deve cumprir dois turnos semanais de atividades práticas. Os locais de estágio são: Brigada Militar, Escola de Saúde Murialdo, Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Grupo Hospitalar Conceição/GHC. Atividades clínicas e de educação em saúde são desenvolvidas nos locais de estágio, com ênfase para as atividades de educação em saúde. A presença dos alunos parece provocar uma mudança na rotina dos serviços onde acontece o estágio. Ao se pensar a questão da realização dos estágios é preciso perceber que há vários atores envolvidos, que possuem realidades de vida e filosofias de formação muito diferentes, incluindo a própria concepção de saúde de cada um. O estágio propicia, assim, uma mudança de olhar sobre a prática, sendo um aprendizado para os alunos devido à realização de um maior número de atividades coletivas, trabalhando bastante nos níveis de prevenção primário e secundário, tomando contato e adaptando-se à realidade da população, bem como trabalhando com outros profissionais. Evidenciam-se as diferenças entre os serviços, e como trabalhar promoção de saúde em cada local. Há o desafio de aliar as expectativas do serviço, da Universidade e dos alunos. O estágio, apesar das dificuldades encontradas em cada local, tem sido extremamente positivo para proporcionar ao aluno de Odontologia o conhecimento, o estabelecimento de vínculos e a análise crítica dos processos de trabalho em Saúde Coletiva, inter e transdisciplinarmente no âmbito do SUS. Estágio supervisionado: sua influência na formação do cirurgião-dentista de acordo com as Diretrizes Curriculares Nacionais Apresentador: Andrea Palmier Autores: Andrea Palmier, Ana Cristina Cotrim Arantes, Rafaela da Silveira Pinto, Thaís C. Vasconcelos Ramos Instituição: UFMG Revista da ABENO • 8(1):32-96 61 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 A s Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN do curso de graduação em Odontologia devem ser adotadas por todas as Instituições de Ensino Superior – IES. Elas expressam as competências e habilidades necessárias ao cirurgião-dentista e definem que o currículo tem base nacional comum a ser complementado pelas IES com uma parte diversificada, capaz de refletir a experiência de cada instituição e as imposições do quadro regional em que se situam. Uma das maneiras das faculdades incorporarem estas novas ações é através do Estágio Supervisionado – ES que tem como objetivos fomentar a relação ensino-serviço, ampliar as relações da Universidade com a sociedade e colocar o futuro profissional em contato com as diversas realidades. Na Faculdade de Odontologia – FOUFMG, o ES é realizado no nono e último semestre letivo do curso, com carga horária total de 315 horas. Dessas, 15 são de atividades teóricas e 300 de práticas na forma de Internato Rural em cidades do interior ou em Centros de Saúde na cidade de Belo Horizonte. O presente estudo buscou avaliar a influência do ES da FOUFMG na formação do estudante, tendo como referência as DCN, através da administração de um questionário antes e após a realização do ES. O universo desta pesquisa foi constituído pela turma do nono período do primeiro semestre de 2007. Foram recebidos 45 (91,8%) questionários na primeira aplicação e 41 (83,7%) na segunda. Os alunos consideraram que o ES contribui para o aumento do nível de conhecimento sobre o SUS e o PSF; da capacidade de realizar inquérito epidemiológico, do desenvolvimento de ações de prevenção, educação e promoção de saúde, da oportunidade de tomar decisões e adquirir segurança. Os resultados indicam que o ES também exerce influência positiva na capacidade dos alunos para administração e gerenciamento de serviços odontológicos. Somente quanto à competência Habilidade e Liderança a diferença obtida foi relativamente baixa, indicando influência menos expressiva neste aspecto. Pelos resultados deste estudo, pode-se perceber que o ES exerceu influência positiva sobre o universo de alunos pesquisado quanto à percepção desses sobre sua capacidade de realizar atividades relacionadas às competências e habilidades gerais do cirurgião dentista descritas nas DCN. Considerando que o ES pode ser uma das melhores formas de oferecer ao aluno a oportunidade de incorporação dessas competências e habilidades, sugere-se que sejam feitos outros estudos que investiguem a adequação do currículo de outras instituições às 62 DCN, devido à grande importância da adesão dos cursos às mesmas para que a formação do profissional seja mais coerente com o sistema de saúde vigente no país, o mercado de trabalho e as necessidades da população. Estágios vivenciais obrigatórios sob a ótica dos alunos graduandos Apresentador: Mayra Monteiro de Oliveira Autores: Aline Cristine Munhoz Lopes, Mayra Monteiro de Oliveira, Maria Ercília de Araújo, Oswaldo Crivello-Junior Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo T radicionalmente, a formação cognitiva e procedimental nos cursos de graduação em Odontologia podiam ser complementados com atividades intramuros. Essa possibilidade encoraja para que atividades fora do ambiente universitário fossem fortemente estimuladas. As atuais Diretrizes Curriculares expressam a necessidade de que o aluno cumpra um número expressivo de horas de seu curso em outros cenários. Na FOUSP a fórmula encontrada foi a criação de uma disciplina, ainda que formalmente situada no último semestre, permite ao aluno realizar atividades de estágios, intra ou extra muros, desde o primeiro ano do curso. Diferentes opções são oferecidas aos alunos em um leque de possibilidades que tendem a situá-los em diferentes ambientes, como as Unidades Básicas de Saúde, ambientes hospitalares, Ligas Acadêmicas, entre outros. Este ano, tivemos a primeira turma que completou as horas de estágios estabelecidas pelo curso de graduação da FOUSP. Desta forma é importante sabermos qual a opinião do corpo discente sobre estas atividades obrigatórias. Alguns pontos críticos foram questionados: se o número de horas é adequado, se a inserção do professor reflete os anseios dos alunos e se houve um real aproveitamento por parte dos alunos nas propostas realizadas. Nossos resultados mostram que a maioria dos alunos classificou como positivo o Estagio Vivencial Obrigatório no crescimento global. Destacam o amadurecimento clínico e pessoal, a excelente formação do corpo docente e a integração profissional. Um número menor de alunos diverge, pois consideram que o estágio não foi importante para o desenvolvimento profissional e acadêmico. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Estratégias ativas e problematizadoras de ensino em Odontologia para pacientes com necessidades especiais Apresentador: Marianella Aguilar Ventura Fadel Autores: Marianella Aguilar Ventura Fadel, Arno Locks, Claudio José Amante Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina O ensino da Odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais entende que as pessoas que apresentarem qualquer tipo de condição que as façam necessitar de atendimento diferenciado por um período ou por toda sua vida. Nesse grupo estão incluídos os portadores de doenças metabólicas como o diabetes, alterações dos sistemas, hipertensão, condições transitórias, como gravidez, pessoas que perderam sua condição de normalidade como as vítimas de acidentes, os idosos, os deficientes mentais. A disciplina de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina tem como objetivo estudar os aspectos clínicos odontológicos referentes aos pacientes com necessidades especiais, contribuir para uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva dos futuros cirurgiões-dentistas. Através da leitura de textos científicos referentes aos pacientes com necessidades especiais, busca-se identificar, examinar e sintetizar os principais aspectos clínicos referentes aos pacientes com necessidade especiais, bem como interligar estes achados clínicos com demais conteúdos científicos da formação odontológica. O estímulo a uma prática multiprofissional, com atuação interdisciplinar e vivência transdisciplinar, dentro dos princípios éticos, científicos e filosóficos é deflagrado ao conhecer locais voltados para a assistência de pessoas portadoras de necessidades especiais. Neste contexto, as estratégias de ensino adotadas são as metodologias ativa e problematizadora. A educação problematizadora desmistifica e problematiza a realidade, partindo do conhecimento prévio do aluno, contextualizado na sua vivência de trabalho e através da observação da realidade, reconhece-se a sua experiência prévia e buscam-se alternativas para a resolução dos problemas. O professor tem a função de facilitador do processo, confrontando situações de ensino-aprendizagem selecionadas de acordo com as necessidades dos alunos. Assim, a realidade é vivenciada como algo inacabado, componente ativo do processo, sendo concomitantemente objeto a transformar e agente transformador. Expectativas e percepções dos estudantes sobre o Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros, Unimontes, MG Apresentador: Thalita Thyrza de Almeida Santa-Rosa Autores: Thalita Thyrza de Almeida Santa-Rosa, Simone de Melo Costa, Paulo Rogério Ferreti Bonan, Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu Instituição: Unimontes C onsiderando a importância do educando no processo educativo torna-se importante avaliar as expectativas e percepções desse grupo sobre o seu Curso de graduação. O presente trabalho objetivou identificar o perfil dos estudantes do Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros, Unimontes, e as expectativas e percepções dos mesmos com relação ao Curso. Trata-se de um estudo quantitativo transversal. O tratamento estatístico foi realizado no SPSS, análise de proporções, teste t e qui-quadrado (p<0,05). Os dados foram coletados no ano de 2007 através de questionário auto-aplicado e semi-estruturado, validado pelo teste-reteste. Participaram 229 estudantes. A maioria (62%) do sexo feminino, 46,3% alunos do 1º ao 5º período e 53,7% do 6º ao 10º período. A idade variou entre 17 a 41 anos, sendo que 83% tinham a idade compreendida até 24 anos, a média 22,39 (± 3,01), não havendo diferença estatisticamente significativa entre os gêneros (p=0,646). A grande maioria era de Minas Gerais, sendo 52,4% da cidade de Montes Claros e 34,5% de outros municípios do norte-mineiros. No que diz respeito às impressões com relação ao Curso, a menor parcela (33,8%) afirmou que dispunha de informações suficientes a respeito do Curso sendo que a maioria (66,2%) não dispunha ou dispunha parcialmente. Para 55,7%, o Curso não está correspondendo totalmente às expectativas iniciais. Foi realizada a associação com variáveis que compõem o perfil do pesquisado, sexo, período, faixa etária e procedência, não havendo diferenças estatisticamente significativas para nenhuma das variáveis (p>0,05). A grande maioria classificou o Curso como excelente e bom (83,4%). Na análise bivariada não houve diferenças estatisticamente significativas com relação ao perfil do estudante (p>0,05). A maioria (88,2%) afirmou não conhecer ou conhecer em parte o Projeto Político Pedagógico (PPP) do Curso. A participação em atividades de pesquisa/extensão foi relatada por 44,1% dos acadê- Revista da ABENO • 8(1):32-96 63 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 micos. A atividade educativa mais prazerosa foi considerada as aulas práticas (81,2%), sendo que as aulas teóricas alcançaram um percentual de apenas 3,9%, seminários 6,6%, jornada 5,2%, grupos de discussão 2,2%. Concluiu-se que, a correspondência das expectativas com relação ao Curso e a boa classificação do mesmo independe do período, sexo, procedência e idade do pesquisado. Apesar de a maioria afirmar que o Curso não está atendendo as expectativas, o mesmo foi muito bem classificado pela grande maioria. O fato de a maioria declarar que não dispunha ou dispunha de informações insuficientes a respeito do Curso, que o mesmo não está correspondendo totalmente às expectativas iniciais e não conhecer totalmente o PPP deve ser repensado, criando momento favorável à discussão do mesmo com todos os acadêmicos, bem como ser realizada campanha de esclarecimento sobre o Curso e a realidade profissional do Cirurgião-Dentista junto às instituições de ensino médio e cursos pré-vestibulares. (Aprovação CEP-Unimontes: 139/2004.) (Apoio Financeiro: FAPEMIG) Formação em serviço: integração da Odontologia com profissões da saúde na Residência Integrada em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição Apresentador: Ananyr Porto Fajardo Autores: Ananyr Porto Fajardo, Ulio Baldisserotto, Egidio Antonio Demarco Instituição: Grupo Hospitalar Conceição A Residência Integrada em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição - RIS/GHC, financiada pelo Ministério da Saúde, foi implantada em 2004 oferecendo 31 vagas para 6 profissões da saúde, sendo 5 para odontólogos. Atualmente são oferecidas 51 vagas para 8 profissões, das quais 9 são para dentistas. O incremento no número de vagas foi acompanhado por um aumento significativo na procura pela RIS/ GHC. O Grupo Hospitalar Conceição é uma instituição vinculada ao Ministério da Saúde e presta atenção à saúde em nível básico, ambulatorial e hospitalar para a população de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul. Formado por quatro unidades hospitalares e o Serviço de Saúde Comunitária (SSC), oportuniza aos residentes o trânsito entre esses âmbitos para desenvolverem sua formação em serviço em equipes multiprofissionais e acompanharem a evolução dos usuários, proporcionando uma vivência ampliada no SUS no sentido da interdisciplinaridade e da intersetorialidade. Os 8 odontólogos residentes de 2° ano 64 (R2) e os nove de 1° ano (R1) desenvolvem seu processo de aprendizagem na ênfase em Saúde da Família e Comunidade junto às equipes multiprofissionais, além de realizarem estágios optativos no CEO e demais serviços oferecidos pela rede pública na cidade e em outras localidades. Alguns dos objetivos da RIS/ GHC são promover a formação em serviço de odontólogos em equipe interdisciplinar, especialmente em relação à integralidade, à universalidade e à eqüidade na atenção à saúde; oportunizar a vivência do processo de ensino e de aprendizagem e o desenvolvimento de pesquisas relevantes para o SUS tanto por parte dos residentes como dos odontólogos contratados; e qualificar a atenção à saúde bucal prestada no Brasil graças à agregação das ciências sociais e humanas à formação nesse campo. A RIS/GHC vem provocando mudanças significativas na atenção à saúde bucal prestada pela instituição. Por exemplo, a sensibilização de preceptores para dar continuidade à sua formação em pós-graduação; a ampliação das equipes de saúde bucal; a contratação de mais odontólogos para prestar atendimento e desenvolver o processo de ensino e pesquisa junto aos residentes; a oportunidade de qualificação para os dentistas exercerem a preceptoria com mais segurança; a adequação de ambientes físicos e aquisição de equipamentos odontológicos para dar continuidade ao projeto; a contratação de acesso a portais de base de dados, além de atualização e diversificação do acervo do Centro de Documentação do GHC. A ampliação da abrangência da formação em saúde facilita uma produção inovadora de ensino em serviço entre profissionais de diferentes profissões. Diversamente da visão em saúde direcionada ao individual e ao biológico, descontextualizada de sua produção social, cultural e histórica, a RIS/GHC constitui uma oportunidade de reflexão para todos os envolvidos direta ou indiretamente. Com as atividades de ensino e aprendizagem pertinentes, desperta o desejo dos trabalhadores de participarem de atividades de educação permanente oferecidas pela instituição; e qualifica a atenção prestada ao proporcionar abordagens teóricas e práticas simultaneamente. A proposta pedagógica da RIS/GHC permite pensar na formação integrada de especialistas em odontologia que reconheça esferas diversas de produção de vivências e conhecimento mais adequadas à realidade de saúde e necessidades do SUS. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Gestão de competências docentes em clínica integrada Apresentador: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima Autores: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima, Eduardo José Guerra Seabra, José Ferreira Lima Junior Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte Gincana Odontológica de Integração – GOI da Faculdade de Odontologia da Universidade de Passo Fundo Apresentador: Eloísa Helena Correa Brusco Autores: Eloísa Helena Correa Brusco, Miriam Lago Magro, Eduardo Grigolo Patussi, Berenice Perussolo Instituição: Universidade de Passo Fundo A A gestão de pessoas sempre foi um nó crítico em qualquer área de trabalho em decorrência de seu caráter complexo e particular. Em instituições de ensino odontológico isso não é diferente e a clínica integrada parece ser o melhor exemplo. Porém, de acordo com a nossa experiência algumas atitudes podem minimizar este problema. O perfil do docente de clínica integrada hoje deve assumir um caráter bastante eclético tanto do ponto de vista técnico-científico, quanto do pedagógico, como suscitam as DCNs de 2002. Um passo fundamental para que as ações cotidianas reflitam naturalmente as exigências das DCNs e não sejam apenas o espelho de “ordens superiores” é a discussão e o planejamento coletivos dos conteúdos curriculares e filosofia de conduta prática, independente do formato de clínica integrada que IES apresente. A clínica integrada não é o local onde se reúnem os professores das especialidades para que cada um oriente “a sua”. Esses rótulos não devem existir. O professor de clínica integrada tem que ser integral como o conhecimento a que se presta a compartilhar com seus alunos, porém, há naturalmente uma dificuldade no concernente à sua formação, na maioria das vezes específica. Contudo, em experiências anteriores vimos que tal fato não impede o docente, que afinal de contas é na sua essência um cirurgião dentista, de se dispor a ser um professor de clínica orientando todos os procedimentos necessários sem fronteiras entre as especialidades, construindo com o aluno no momento da orientação clínica, da correção comentada de prova, e em tantos outros um conhecimento sólido e fruto de discussão. O aluno deve compreender que integrar conhecimentos não é chamar dois professores de especialidades diferentes para eles discutirem o caso para o aluno e sim, um professor só discuti-lo com ele. Deve haver abertura e disponibilização por parte de quem se propõe a estar na clínica integrada para se renovar dentro da rotina técnicocientífica e pedagógica. Afinal, não são novos conhecimentos, mas novos olhares docentes sobre os mesmos conhecimentos que formarão egressos mais capazes de enfrentar o mercado de trabalho atual. o longo dos anos os dirigentes das unidades de ensino superior têm encontrado dificuldades em coibir os excessos ocorridos nos primeiros dias de aula na recepção aos dos novos acadêmicos. Os “calouros” tem sido alvo de brincadeiras de risco, ou no mínimo de constrangimento. Alguns aderem as brincadeira e outros não, inclusive faltam as primeiras aulas. Quando ocorrem problemas sérios procuram a direção acompanhados por seus pais pedindo providências pedagógicas ou legais. A Gincana Odontológica de Integração - GOI foi idealizada com a finalidade de substituir os chamados “trotes”. Busca integrar todos os alunos com professores e funcionários. Ao iniciar o novo semestre um grupo de professores cria tarefas para um dia inteiro de atividades, o que acontece na segunda semana letiva. As mesmas dividem-se em: tarefas antecipadas, tarefas com tempo determinado, as de surpresas e de encerramento da gincana. As equipes são formadas pelos diferentes níveis e levam um nome relacionado com as atividades odontológicas, mais um professor convidado e um funcionário. Montam seus “QGs” dentro da escola nas diversas salas, as quais são decoradas pelos próprios alunos. Cada grupo está diferenciado pelo uso de camisetas com nomes e desenhos da sua equipe. Estes aspectos também recebem pontuação. As tarefas antecipadas são entregues 48 horas antes do dia do evento. Entre as tarefas ressalta-se: doações de sangue, de roupas, alimentos, calçados, material de higiene pessoal, escovas e cremes dentais, doações de dentes (com comprovação da procedência), brinquedos, livros de estórias infantis, novelos de lã, entre outras. Essas doações são encaminhadas a entidades beneficentes da cidade. Os dentes são encaminhados ao banco de dentes da unidade. As escovas e creme dentais contribuem para as atividades de prevenção. As demais tarefas são distribuídas durante o dia da gincana. Pela manhã as equipes recebem as orientações iniciando por uma carreata pelo Campos Universitário com carros decorado com motivos odontológicos. O almoço é um piquenique ao ar livre, cada grupo reunido juntamente com o funcionário e pro- Revista da ABENO • 8(1):32-96 65 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 fessores representantes. Logo após, todos são reunidos no auditório onde desenvolvem tarefas demonstrando dons artísticos como: cantar, interpretar, dançar, dublar artistas famosos, parodias, esculturas de dentes em vegetais, buscas na Internet de nomenclaturas, instrumentais odontológicos e de profissionais que fazem parte da história da odontologia. A noite ocorre o encerramento da gincana com a presença do Reitor e Vice-reitores da Universidade ou seus representantes, Diretores e Coordenadores do Curso, professores, funcionários, patrocinadores (dentárias e laboratórios protéticos), participando de um churrasco ou coquetel dançante realizando as últimas tarefas. Em seguida é dado o resultado e entrega da premiação. As atividades são encerradas em clima de muita alegria. Esta prática que já ocorre a 4 anos e meio, integra todos os níveis fazendo com que os alunos tenham uma maior convivência entre si, com professores e funcionários aprendendo a trabalhar em grupo respeitando as individualidades e demonstrando suas habilidades intelectuais e artísticas, promovendo também a cultura. A GOI recebe o apoio por parte da Reitoria, Direção e Coordenação. Tem sido esperada com alegria pela maior parte dos nossos alunos, planejada durante as férias como uma atividade que já faz parte da programação do semestre com grande sucesso. Implementação do currículo integrado nos cursos de Odontologia da UNIPAR - campus Cascavel e Umuarama Apresentador: Laerte Luiz Bremm Autores: Bremm L. L., Hoeppner M.G., Miura C. S. N., Boleta-Ceranto D.C.F., Gomes V. E. Instituição: UNIPAR A s Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Odontologia (DCNs) sugere a integração do currículo. Entretanto, considerando que mudanças estão sempre fadadas à resistência, principalmente por parte do corpo docente que estão habituados ao modelo tradicional de ensino já instituído e aplicado por anos seguidos, a implementação de um currículo integrado de maneira abrupta gera temores quanto a qualidade do ensino a ser ofertado e, conseqüentemente, dificuldades em conseguir a adesão de todos os envolvidos no ensino-aprendizagem, o que pode comprometer a proposta de integração curricular. Em vista do supra citado, os Cursos de Odontologia da UNIPAR - Campus Cascavel e Umuarama apresentaram como pro66 posta curricular a integração parcial através da fusão de disciplinas correlatas, tanto em áreas básicas quanto em áreas clínicas. Como exemplo, as disciplinas até então ministradas de forma isoladas, em séries distintas, sem nenhuma integração dos conteúdos, como Anatomia e Fisiologia, agora contemplam uma única cadeira denominada Anatomo-Fisiologia, onde morfologia e função são estudadas de forma correlacionada. Outro exemplo é a disciplina de Diagnóstico Bucal, que agora é responsável pelo estudo das características clínicas, histopatológicas e radiográficas das lesões bucais de forma integrada. Por sua vez, nas disciplinas clínicas, na terceira e quarta séries, as disciplinas de Estágio Supervisionado em Clínica Multidisciplinar I e II constituem clínicas multidisciplinares em níveis crescentes de complexidade. Mudanças semelhantes foram implementadas ao longo do curso para atender aos objetivos e perfil profissiografico descritos nos projetos pedagógicos dos cursos em questão. Decorrente das mudanças curriculares vigoradas a partir de 2006, embora tenhamos observado resistência inicial de alguns professores, esses, com o passar dos anos, gradativamente compreendem a necessidade da alteração curricular frente ao que se espera do aluno ao concluir o curso. Da mesma forma, a integração de disciplinas, em especial de séries distintas, otimizou o tempo de ensino e melhorou o entendimento, a compreensão dos conteúdos. Da mesma forma, nas disciplinas clínicas, os alunos passaram a entender melhor o que significa planejamento clínico e tratamento integral ao paciente para o restabelecimento da saúde. Embora recente, percebemos que a reestruturação curricular dos Cursos de Odontologia da UNIPAR otimiza o aprendizado,por associar conteúdos, e aumenta a resolutividade dos problemas dos pacientes. No entanto, há ainda um caminho a trilhar no sentido de aumentar o diálogo entre o corpo docente para que ocorra a real integração do conhecimento. Indicação de exames radiográficos para avaliação de cárie pelos docentes de um Curso de Odontologia Apresentador: Fernando Souza Simioni Autores: Simioni F.S., Langlois C.O., Silva A.E.R., Mahl C.R., Fontanella V.R.C. Instituição: Universidade Luterana do Brasil Campus Cachoeira do Sul O objetivo deste estudo foi investigar a conduta de professores de um Curso de Odontologia quan- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 to à seleção de exames radiográficos para avaliação de cárie e se a mesma concorda com critérios fornecidos pela Diretriz de Exames Radiográficos em Odontologia (DERO). Foram sorteados aleatoriamente 18 professores representantes dos 14 módulos clínicos do curso. Estes professores responderam a um questionário sobre como orientam seus alunos quanto à seleção de exames radiográficos frente a diferentes situações clínicas. Dos 18 questionários entregues, 14 (78%) foram respondidos. Verificou-se ampla variação de condutas tanto para pacientes em início de tratamento quanto para as consultas de retorno e intervalos de exame. Entretanto, 93% dos professores aderem à recomendação da DERO de não realizar exame radiográfico de rotina previamente ao exame clínico. Conclui-se que não há consenso quanto ao uso de exame radiográfico na avaliação de cáries. Em geral, a prática de indicações de radiografias não coincide com as diretrizes de exames para avaliação da cárie. Torna-se necessária uma maior adesão às normatizações que orientem a obtenção de exames, evitando exposições desnecessárias, eliminando radiografias não justificadas. Influência do gênero no desempenho acadêmico de estudantes da Faculdade de Odontologia da UFG Apresentador: Maria de Fátima Nunes Autores: Maria de Fátima Nunes, Erica Tatiane da Silva, Maria Goretti Queiroz, Cláudio Rodrigues Leles Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás E studos prévios comprovam a tendência à feminilização nos cursos superiores, especialmente naqueles da área da saúde, incluindo os cursos de odontologia. Entretanto, não existem evidências de que este aumento no número de estudantes do gênero feminino também se relaciona a aspectos diferenciados no desempenho acadêmico em relação ao gênero masculino. Este estudo tem como objetivo apresentar a avaliação de desempenho acadêmico realizada num período de 20 anos na Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás(UFG), sob a perspectiva do gênero. Um estudo transversal foi realizado com todos os egressos graduados entre 1988 a 2007, após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da UFG. Os dados foram coletados através dos extratos acadêmicos fornecidos pelo Departamento de Assuntos Acadêmicos, tabulados e analisados através do Programa Estatístico SPSS 16.0. Para analisar os dados referentes às disciplinas, estas foram agrupadas conforme suas características em Disciplinas do Ciclo Básico e Disciplinas do Ciclo profissionalizante; Disciplinas da Área Coletiva, Disciplinas Clínicas e Disciplinas Não clínicas. Dos 1166 egressos, 63,2% (n=737) eram do gênero feminino e sua distribuição ao longo dos períodos foi sempre maior (exceção: ano de 1988). O desempenho das médias foi comparado pelo t de Student e segmentado através de análise de cluster (K-Means clustering) em três grupos de desempenho (alto, médio e baixo). O desempenho do gênero feminino foi significativamente maior em todos os grupos de disciplinas e na média global de desempenho (p<0,001). Os segmentos com desempenho alto para a média global foram compostos por 74,7% de mulheres (n=348) e o segmento baixo incluiu 67,1% de homens (n=116). As diferenças no desempenho acadêmico entre homens e mulheres mostram que a tendência à feminilização da profissão odontológica é corroborada pela melhor performance das mulheres nas avaliações acadêmicas. Inovação tecnológica no ensino de Odontologia - software SISO – Sistema Odontológico da UNIOESTE Apresentador: Fabiana Scarparo Naufel Autores: Fabiana Scarparo Naufel, Anderson Zanardo Dias, Anselmo Luiz Éden Battisti, Claudia Brandelero Rizzi Instituição: UNIOESTE A Clínica Odontológica (CO) da UNIOESTE é o ambiente de ensino prático de odontologia e é considerada uma importante referência no atendimento às especialidades odontológicas na região oeste do Paraná. Através dela, são oferecidos, além do seu curso de graduação, cursos de atualização, aperfeiçoamento e especialização. Considerando-se as especificidades do Curso de Odontologia, bem como o aumento crescente das atividades que vêm sendo desenvolvidas pela CO, constatou-se a necessidade de se construir um sistema automatizado de controle e gerenciamento das ações executadas, o SISO, visando, dessa forma, superar problemas que interferem na rotina de trabalho e atendimento. O objetivo geral do SISO é buscar a melhoria na qualidade do atendimento operacional e administrativo oferecido pela CO a seus pacientes e também aos seus profissionais, professores, alunos e técnicoadministrativos. Isso significa dar apoio a atividades administrativas com o cadastro de todos os envolvidos Revista da ABENO • 8(1):32-96 67 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 no atendimento (alunos, professores, monitores e pacientes), os planos de tratamento dos pacientes e de todos os procedimentos realizados. O sistema pretende viabilizar um acompanhamento das filas de esperas nas diferentes especialidades e emissões de relatórios específicos. O SISO permite que sejam emitidos os termos de autorização de tratamento e reconhecimento de não promessa de atendimento; também viabiliza a manipulação de agendas, tanto às clínicas quanto aos atendentes. Nelas serão confirmados os pacientes a serem atendidos bem como as datas e horários para este fim. O SISO também permitirá o acompanhamento do CEO, um credenciamento com o programa Brasil Sorridente, cujos mecanismos de administração e funcionamento são distintos daqueles que são realizados nas clínicas da CO. Portanto, há no SISO um módulo específico para atendimento às particularidades do CEO. Para garantir segurança dos dados foi implantada uma política de níveis de acesso. Essa política se refere à maneira como os grupos de usuários acessarão o sistema e poderão nele fazer alterações. Além disso garante a realização de backups de segurança e manutenções no sistema. Na área comercial, atualmente, existem vários sistemas computacionais para fins odontológicos, em sua maioria eles são voltados para clínicas particulares. Apesar das muitas soluções disponíveis no mercado, há pouco ou quase nenhum investimento na construção de sistemas dedicados à administração e operacionalização de Clínicas Odontológicas Universitárias, voltadas ao ensino e a aprendizagem de alunos de odontologia e ao atendimento à comunidade. Um exemplo é o Sistema de Informatização de Clínicas da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP), unidade avançada da Universidade de São Paulo (USP), batizado de Romeu, que apresenta alguma semelhança ao SISO, muito embora o SISO apresente funcionalidades específicas (não disponíveis no Romeu). Por esses motivos, se pretende pleitear o registro do SISO junto ao INPI. Integração ensino-serviço na atenção ao portador de fissura labiopalatal Apresentador: Daniela Lemos Carcereri Autores: Daniela Lemos Carcereri, Daniela Lorenzzoni, Ana Luiza de Souza, Suélen Maciel Suzin Instituição: UFSC A s fissuras labiopalatais – FLP - constituem-se em uma das anomalias craniofaciais mais freqüentes no Brasil e no mundo. O tratamento do paciente é longo e envolve a participação do cirurgião-dentista 68 em todas as suas etapas o que torna esta temática de especial interesse para a classe odontológica. Segundo recomendações da Associação Americana de Fissuras LabioPalatais e Anomalias Craniofaciais /ACPA, o melhor modelo de assistência é realizado por equipe interdisciplinar; todo esforço deve ser feito já no primeiro contato com a família para auxiliá-la no cuidado com a criança; a assistência deve ser coordenada pela equipe interdisciplinar e sempre que possível amparada em nível local; é responsabilidade da equipe de assistência a atenção a aspectos lingüísticos, culturais, étnicos, psicossociais, econômicos e físicos que afetam a dinâmica da relação equipe-paciente-família. A organização do sistema de prestação dos serviços aos portadores de FLP no âmbito do SUS, ocorre através de uma rede regionalizada e hierarquizada seguindo uma complexidade tecnológica crescente abrangendo unidades básicas de saúde, centros especializados e hospitais. A UFSC conta com o Núcleo de Atendimento a Pacientes com Deformidades Faciais Congênitas – NAPADF - que recebe estagiários de graduação e pós-graduação os quais realizam atividades de assistência, ensino e pesquisa sob a orientação de professores. O objetivo deste trabalho é destacar as atividades que promoveram a integração da equipe do NAPADF com as equipes de saúde bucal da Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis - SMS. Como uma importante ferramenta pedagógica a integração docente-assistencial – IDA - integra a universidade, com seus ideais filosóficos e embasamento teórico, junto à assistência odontológica fazendo com que o estudante tenha a oportunidade de unir seus conhecimentos à prática do serviço de saúde e possa refletir sobre seu verdadeiro papel e suas atitudes junto à comunidade. O estágio no NAPADF juntamente com outros projetos do Curso de Odontologia e dos demais cursos da área da saúde compõe a chamada RDA - Rede Docente Assistencial responsável pela organização dos estágios em toda a SMS. A experiência de 10 anos de atuação bem como as pesquisas produzidas a partir do Núcleo informam para a importância de potencialização da integralidade das ações e aperfeiçoamento dos mecanismos de referência e contra-referência na atenção ao portador de FLP. Dentre as contribuições ao processo de ensinoaprendizagem advindas da integração ensino-serviço pode-se citar o desenvolvimento da capacidade para encontrar soluções mais eficazes aos diferentes problemas, maior autonomia, reflexão do papel do estudante/profissional frente à sociedade, pensamento crítico e ética na atuação acadêmica/profissional. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Integrando: memória e artes visuais na Odontologia Apresentador: Miriam Lago Magro Autores: César Augusto A. dos Santos, Maria Salete Sandini Linden, Mariane Loch Sbeghen, Miriam Lago Magro Instituição: Universidade de Passo Fundo - FO/FAC dos em sua escolha. Visando o perfil dos profissionais a serem formados, desejado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais de Cursos de Graduação, essa foi uma contribuição importante que incentivará outras ações visando o mesmo objetivo para formação científicocultural dos alunos. A Interação ensino-aprendizagem da pósgraduação com a graduação Apresentador: Ines Beatriz da Silva Rath Autores: Ines Beatriz da Silva Rath, Ana Paula Soares Fernandes, Ana Claudia Baladelli Silva Cimardi, Gianina Salton Mattevi Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina, Campus Trindade, Centro de Ciências da Saúde, Curso de Graduação humanização na área da saúde tem sido discutida e apontada como um meio para a valorização das emoções, crenças e valores. Na odontologia, a supervalorização da tecnologia e indústrias de materiais e o desenvolvimento de técnicas mais avançadas, levam profissionais e alunos a um patamar de discussões mais afastadas do “ser”. É preciso integralizar-se, tornar-se, formar-se e permanecer “profissionais inteiros”. Alunos também apontam essa qualidade em professores que foram marcantes em suas vidas. Cientes da importância da definição do perfil profissionalcidadão, a Faculdade de Odontologia e a Faculdade de Artes e Comunicação, da Universidade de Passo Fundo, promoveram uma integração cultural interunidades. Com isso, transitou-se pela história da primeira sob o olhar da segunda. Executando um trabalho que se iniciou pelo resgate, no Arquivo Central da UPF, de fotos que contam a história da FO. Em sala de aula, alunos do terceiro nível da FAC realizaram a releitura destas imagens, com técnicas diversas, fazendo uso de carvão, lápis 6B, 4B, crayons, sanguíneas e nanquim. Dessa forma, delinearam momentos da história da Odontologia na cidade de Passo Fundo. Não retrataram apenas as estruturas físicas, equipamentos, cenas do cotidiano das tarefas acadêmicas do corpo docente e discente, mas também atitudes, como por exemplo, onde se visualizou a evolução da biossegurança na odontologia. Num segundo momento, na semana do 47o ano da FO, ocorreu a exposição dos trabalhos com a presença de um grupo de Música Brasileira e Jazz da FAC. Direção, coordenação, professores e alunos, de ambos os cursos, olharam para a história retratada e redesenhada, confraternizaram e observaram detalhes que nunca seriam lidos pela maioria e que servem para valorizar o caminho já percorrido. Acima de tudo, isso embasa o futuro e a permanência atuante da FOUPF tão importante nesta região e no país. Alunos da FO entenderam como os da FAC vêem o atendimento odontológico, retrataram a visão do paciente e também seus medos e receios para estes procedimentos. Esses artistas experimentaram, pela primeira vez, uma exposição de suas obras, sentindo-se valorizados e motiva- A ções de promoção da saúde incluem também trabalhar com abordagens sobre os fatores de risco ou de proteção simultâneos tanto para doenças da cavidade bucal quanto para outros agravos. O controle de um número pequeno de fatores de risco, pode ter grande impacto em um número expressivo de doenças, e a um custo menor que abordagens para doenças específicas. No sentido onde a promoção da saúde compreenderia ações para aumento da resistência do hospedeiro, num ambiente hospitalar a odontologia pode estar atuando diminuindo os focos de infecções bucais para que poderiam resultar num melhor restabelecimento deste paciente e evitar possíveis quadros de dor no período de internação. A adequação do meio bucal é a reunião de vários procedimentos visando a diminuição de patógenos bucais que possam causar desequilíbrio da flora bacteriana, entre os procedimentos pode-se destacar o Tratamento Restaurador Atraumático (TRA), aplicação de fluoretos, adequação de dieta e controle da higiene bucal. De acordo com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos da área da Saúde, a inserção dos graduandos, o mais precocemente possível, em contato com a comunidade e, a atuação conjunta com a Pós-Graduação viria fortalecer o processo de ensino-aprendizagem, na vivencia com a realidade social em novos cenários de práticas que não o ambiente acadêmico. O Hospital Universitário da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) é uma unidade hospitalar de referência pública e de clientela do SUS comprometida em formar novos profissionais e contribuir para a melhoria da qualidade de vida da população, sendo de fundamental importância da inserção do cirurgião-dentista na enfermaria pediátrica, interagin- Revista da ABENO • 8(1):32-96 69 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 do de forma positiva no processo saúde-doença juntamente com a equipe de enfermeiros, médicos, nutricionistas, dentre os outros profissionais envolvidos na enfermaria. O objetivo deste Projeto é promover medidas de adequação do meio bucal com finalidade de melhorar a condição clínica dos pacientes internados, fortalecer a relação entre a pós-graduação e graduação e ser fonte de planejamento administrativos para ações coletivas em saúde bucal. Como parte da formação acadêmica e dos Pós-graduandos em Odontologia, os programas de extensão, abordando medidas preventivas, educativas, através de atividades lúdicas com as criancas internadas na Enfermaria Pediátrica do HU e a adequação do meio bucal através da TRA, esta sendo realizada conjuntamente com 1 doutoranda, 2 mestrandas e 12 alunos da graduação, sob a coordenação de 3 professores do Curso de Graduação e do Programa de Pós-Graduação em Odontologia , diariamente promovendo uma interação dos participantes do programa e permitindo uma maior troca de informações entre acadêmicos de outros cursos da área da Saúde e dos profissionais que atuam nesta Unidade. Interação serviço-academia: otimização da graduação de um profissional generalista e da reorganização das práticas sanitárias bucais na atenção básica Apresentador: Maria Cristina Almeida de Souza Autores: Maria Cristina Almeida de Souza, Mônica Vilella Gouvea, Marcos Alex Mendes da Silva, Sileno Correa Brum Instituição: Curso de Odontologia - Universidade Severino Sombra (USS) A valiação dos relatórios discentes e visitas às Unidades de Saúde da Família (USF) permitiram a elaboração de análise situacional sobre condições de realização do estágio curricular supervisionado em Odontologia da Universidade Severino Sombra (USS). A determinação, pelos docentes supervisores da USS e pelos dentistas preceptores da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), dos pontos fortes e fracos da referida atividade extra-muro, propiciou discussões que resultaram na adoção dos ajustes necessários. Tais ajustes permitiram, entre outros aspectos, tornar a instrumentalização dos alunos mais condizente com o preconizado pelo Projeto Pedagógico do Curso, colaborando com sua adequação às demandas locais. A ampliação da interface USS/SMS foi acompanhada pela execução de ações que contribuíram para melhorias no pro70 cesso ensino-aprendizagem, a partir de percepção real das necessidades da população adscrita. Simultaneamente, contribuiu para elevar o nível de qualidade do serviço de saúde bucal prestado ao munícipe de Vassouras, tendo em vista entre outros aspectos: a oferta de educação permanente à equipe de saúde bucal (oficinas de capacitação), a reforma de infra-estrutura física das USF (viabilizada com verba do Programa Prósaúde/MS/MEC/OPAS) e a aproximação do profissional com o meio acadêmico. Avaliações sistematizadas e institucionalizadas, tanto pela academia como pelo serviço, permitem constatar que hoje se estabelece uma via de mão dupla: a USS atua no serviço e este sinaliza para indicar novas ações acadêmicas na formação de um Cirurgião Dentista, tecnicamente qualificado, comprometido com os princípios do SUS, com perfil para nele atuar e capaz de intervir na realidade epidemiológica de saúde bucal dos brasileiros usuários do Sistema Único de Saúde. Material didático dinâmico para Ensino a Distância na Odontopediatria Apresentador: Lucila Basto de Camargo Autores: Lucila Basto de Camargo, Janaina Merli Aldrigui, Mary Caroline Skelton Macedo, Ana Estela Haddad Instituição: FOUSP A tualmente, a internet está sendo utilizada amplamente como recurso didático de auxilio às aulas presenciais ou para realização de disciplinas à distância. Na Odontologia, assim como em outras áreas, o Ensino a Distância (EaD) vem avançando e ocupando espaço nos cursos de graduação e pós-graduação. O EaD amplia as condições de aprendizagem dos alunos, facilitando seu contato com diferentes materiais de estudo e trazendo-lhes a oportunidade de estudos no momento do dia mais conveniente. A preparação de material didático dinâmico pelos tutores deve ser uma das prioridades, como forma de estimular o aprendizado do aluno. Este trabalho descreve a criação de material didático dinâmico com intuito de facilitar a visualização das fases do desenvolvimento da lesão de cárie, utilizando o software Macromedia Flash® por alunos de pós-graduação em Odontopediatria, Disciplina da Faculdade de Odontologia da USP – São Paulo que está gradativamente inserindo conceitos do EaD em seu currículo. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Matriz curricular estruturada em blocos temáticos: a experiência do Curso de Odontologia da Universidade Severino Sombra (USS) Apresentador: Sileno Correa Brum Autores: Maria Cristina Almeida de Souza, Sileno Correa Brum, Therezinha Coelho de Souza, Carlos Jesivan Marques Albuquerque Instituição: Universidade Severino Sombra - Curso de Odontologia E m 2004, o Curso de Odontologia da USS instituiu uma inovadora matriz curricular cujas disciplinas estanques foram eliminadas e os conteúdos programáticos ofertados em blocos temáticos com amplas cargas horárias. Apesar de adequado às Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em Odontologia, na prática acadêmica, o currículo implantado revelou-se complexo na operacionalização por parte da comunidade acadêmica. Entre as causas, citam-se o desconhecimento e a ausência da fundamental atitude participativa, por parte dos docentes reacionários às mudanças, da matriz curricular implementada, provocadora de impacto na tradicional prática pedagógica existente. A agregação de conteúdos programáticos em macro disciplinas, sem que houvesse a real e necessária integração dos mesmos, representou dificuldade adicional. O insuficiente número de docentes generalistas (perfil necessário para atuar na nova proposta pedagógica) exigiu contratação de professores especialistas, onerando financeiramente a Instituição. Constatouse, também a desconsideração pelos docentes, das demandas do mercado de trabalho por um profissional com perfil generalista apto a atuar no Sistema Único de Saúde (SUS), o que dificultou a valorização pelo discente dos procedimentos básicos realizados nas clínicas de ensino. Destacam-se os aspectos positivos: incremento do quantitativo de publicações docente, visto que os professores especialistas (cujo interesse pela pesquisa é naturalmente maior) registravam constantemente os procedimentos previamente à sua execução, elaborando artigos científicos. Observou-se ainda a otimização da interação entre professores generalistas (com excelência técnica e domínio de tecnologia leve-dura) e os especialistas (com domínio apurado da tecnologia aprimorada). Após auto-avaliação do curso e intensificação das discussões com a comunidade acadêmica, medidas foram adotadas com destaque para: fragmentação das macro disciplinas; designação de comissão permanente para acompanhar a execução do Projeto Pedagógico; realização de oficinas de capacitação docente em Metodologias Ativas de Aprendizagem (necessárias à da execução da proposta pedagógica) e adoção de ações que viabilizaram a aproximação entre os ciclos profissional e básico. Concluem os autores que, no momento, resistências à matriz curricular, intermediária entre a originalmente proposta e a que sofreu modificações, vêem sendo gradativamente vencidas, em decorrência do comprometimento docente e discente com o Projeto Pedagógico, da comprovação da inserção do egresso no mercado de trabalho e, principalmente, pela contemplação do curso com o Programa de Reorientação da Formação do Profissional em Saúde – Pró-saúde – MS/MEC/OPAS), que fomenta e alicerça ações inovadoras no ensino. Matriz curricular integrada do curso de Odontologia UNOESC – campus Joaçaba Apresentador: Claudia Irene Wesoloski Autores: Claudia Irene Wesoloski, Dayse Barbieri Instituição: UNOESC A revisão periódica dos Projetos Pedagógicos é uma estratégia de aperfeiçoamento dos instrumentos de ensino-aprendizagem, com vistas a adequação dos cursos oferecidos pela UNOESC conforme à missão que ela se propôs.Trabalhar sob esta ótica, o Colegiado do Curso de Odontologia reconstruiu seu Projeto Pedagógico, de forma gradual e coletiva, a fim de garantir a melhor formação possível de um profissional generalista, comprometido com a saúde coletiva da população loco-regional ou daquelas em que atuará futuramente. Mestres do sorriso - uma proposta de humanização no SUS Apresentador: Leógenes Maia Santiago Autores: Leógenes Maia Santiago, Angélica Leite, Renata Cabral, Maria da Conceição Valença da Silva Instituição: Associação Caruaruense de Ensino Superior A verdadeira formação profissional não deve almejar apenas a formação técnico-científica, tem que ser mais ampla, preocupando-se com aspectos sociais e humanistas, formando profissionais que não se preocupem unicamente com o “aspecto curativo”, mas que veja o paciente como um todo onde a solução do Revista da ABENO • 8(1):32-96 71 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 problema finaliza com a cura. A qual só será definitiva quando vier acompanhada de um sorriso, pois “a cura definitiva só o amor pode dar!”. Baseado nessa premissa e com uma visão interdisciplinar o “Mestres do Sorriso”, Projeto de Extensão da Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES), integra alunos dos cursos de Odontologia e de Enfermagem, cujo objetivo é o desenvolvimento de atividades lúdicas junto a crianças hospitalizadas, o sorriso e momentos de alegria, ajudando-os a enfrentar a tensão desencadeada pela enfermidade e internação hospitalar. Importante ainda é destacar que além dessas atividades, o Projeto tem caráter educacional, levando orientações sobre saúde geral e bucal. É coordenado por duas professoras de Odontologia (Renata Cabral e Angéllica Leite); que ministram o conteúdo teórico com uma equipe formada por uma professora de enfermagem; uma pedagoga e uma psicóloga, que fundamentam as práticas semanais; estas realizadas somente quando os alunos estão devidamente preparados para a diversidade de situações do ambiente hospitalar. Atualmente, a cada visita semanal o Projeto realiza atividade educativo-preventiva com aproximadamente 70 crianças, entregando Kits e aconselhando sobre saúde, através de brincadeiras, atividades lúdicas e músicas educativas desenvolvidas com este fim. Contudo, uma vez que o perfil profissional extrapola a formação técnico-científica e preocupa-se numa visão holística com os aspectos sóciohumanos, o “Mestres do Sorriso” além do aporte de promoção da saúde integra estudantes, acompanhantes e pacientes hospitalizados, humanizando-os e educando-os, minimizando as tensões inerentes ao ambiente nosocomial. Métodos de avaliação de aprendizado na clínica odontológica integrada: estimulando e otimizando o atendimento odontológico Apresentador: Rodrigo Araujo Rodrigues Autores: Rodrigo Araujo Rodrigues, Leógenes Maia Santiago, Renato Cabral de Oliveira Filho, João Manoel da Silva Filho Instituição: Associação Caruaruense de Ensino Superior D iscutir métodos de avaliação no curso de odontologia requer do docente, além de grande domínio das especialidades envolvidas, um saber aprimorado em relação à nova didática evidenciada após o modelo positivista predominante em todo século 72 XX. A avaliação através de provas escritas consiste no método mais comumente utilizado. Porém no ambiente de clínicas odontológicas, este método parece inconsistente, sendo contestado por alunos, professores e pedagogos quanto a sua validade. Diante desse contexto, a disciplina de Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia de Caruaru desenvolveu um método avaliativo onde a equipe de professores tem a oportunidade de observar o aprendizado e aplicação dos conhecimentos passados por eles em suas disciplinas isoladas, interagindo com outras especialidades. Nesses casos, a responsabilidade aumenta, pois há a presença do paciente, o qual se submete ao atendimento odontológico. Dentro desse pressuposto, foi desenvolvido um método próprio de avaliação, baseado nas experiências discutidas ao longo dos encontros pedagógicos, visando à formação de alunos com perfil generalista em relação aos planejamentos dos planos de tratamento odontológicos. Nessa avaliação os conhecimentos teóricos utilizados para realização de cada procedimento são percebidos pelo professor durante a orientação para execução de cada tarefa, os conhecimentos práticos, a habilidade manual e seu desenvolvimento são observados no decorrer da realização do procedimento. Os alunos recebem notas de acordo com esses parâmetros e as mesmas são divulgadas diariamente sob forma de planilha. Os alunos mais assíduos recebem bonificações, estimulando-os para o cumprimento de suas tarefas. O objetivo deste trabalho é discutir a respeito de um método de avaliação utilizado na Clínica Integrada na Faculdade de Odontologia de Caruaru considerado pelos docentes e discentes dessa instituição como um método justo e superior a aplicação de provas escritas como único meio avaliativo. Motivos para a escolha do curso e perspectiva profissional dos estudantes de Odontologia da Universidade Federal de Goiás no período 1992-2008 Apresentador: Maria de Fátima Nunes Autores: Maria de Fátima Nunes, Cláudio Rodrigues Leles, Maria do Carmo Matias Freire, Lidia Moraes Ribeiro Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás É de grande importância desenvolver estudos sobre os recursos humanos em formação. O objetivo deste estudo observacional foi conhecer os motivos para a escolha do curso, as perspectivas de atuação Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 no mercado de trabalho e a intenção de cursar especialização de recém-ingressos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás e investigar mudanças nas variáveis ao longo dos anos. Utilizou-se questionário auto-aplicável, análise transversal do período 1992-2008 e comparação entre os triênios 19931995 e 2006-2008 por meio do teste do Qui-quadrado. Do total de 395 estudantes, o motivo para a escolha do curso mais apontado foi ideal de profissão (67,3%). Os motivos influência de outros (p=0,000) e contribuição para a saúde (p=0,005) aumentaram significativamente, enquanto que decresceu o motivo realização pessoal (p=0,000). A principal finalidade da odontologia, segundo 58,2% dos estudantes, é a saúde bucal e esta diminuiu significativamente (p=0,014), enquanto que aumentou a atenção à saúde geral (p=0,015) e à estética (p=0,013). 38,2% pretendem trabalhar em consultório próprio e no serviço público e 21,3% atender a população de alta e de baixa renda. A maioria quer se especializar e ortodontia é a especialidade mais citada (38,7%), apesar de ter diminuído (p=0,000). Implantodontia e estética aumentaram significativamente, com p=0,000 e p=0,001, respectivamente. Conclui-se que houve mudanças na percepção sobre a odontologia e na perspectiva profissional dos estudantes no período analisado. Novos cenários de prática – a universidade inserida no sistema de saúde Apresentador: Elaine Quedas de Assis Autores: Elaine Quedas de Assis, Gerson Lopes, Vladen Vieira, Dalva Cruz Laganá Instituição: Universidade Cidade de São Paulo - Unicid A Universidade Cidade de São Paulo em parceria com a Prefeitura de Itapira desenvolveu o Programa “Sorria Itapira”, com a intenção de promover uma melhor condição de saúde bucal para as crianças em idade pré-escolar e favorecer a formação integral dos futuros profissionais de saúde. Em levantamento epidemiológico realizado em 2005, pelo município, observou-se aos 5 anos um alto índice de cárie (ceo – 2,15), com prevalência do componente cariado 62,8%. Um dos objetivos do programa é a capacitação dos alunos em todos os níveis de prevenção, desenvolvendo as competências, habilidades e conteúdos necessários para esse tipo de atuação. A estratégia de ação deste projeto envolveu 2 professores responsáveis pelo estágio, 20 alunos de Odontologia (3° ano), 1 auxiliar odontológica, professores das escolas municipais, 1 dentista da rede e o Coordenador de Saúde Bucal. As escolas foram contatadas pelo dentista da rede. Os pais foram informados pelos professores sob o projeto e assinaram o Termo de Consentimento. De posse desses, os alunos da UNICID realizaram triagem e encaminharam as crianças de acordo com suas necessidades para: Unidade Básica de Saúde UBS (secundárias) ou realização de tratamento restaurador atraumático (ART), na própria escola. Todas as crianças participaram de ações coletivas de prevenção. Em 2007 foram examinadas 458 crianças e realizados ART em 224, sendo 524 restaurações e 501 selantes. Somente 73 crianças foram encaminhadas para UBS. Ao final desse ano, outro levantamento verificou índice ceo 1,79 aos 5 anos, com componente cariado 35,3% e obturado 64,7%. A parceria é apontada como uma das principais armas no combate à desigualdade social. Trata-se de um projeto com um ano de atividades, mas com resultados sociais e políticos excelentes e de grande importância para a formação de cirurgiões-dentistas, que passam a conhecer a realidade da comunidade e as práticas integradas entre ensino e serviço, possibilitando maior absorção do conteúdo programático do curso. Além disso, este trabalho estabelece uma ação integradora entre a comunidade de pré-escolares que se beneficia dos procedimentos e os que aplicam as práticas e assim promovem a saúde bucal. Este novo cenário de prática fortalece também o desenvolvimento de trabalho em equipe multiprofissional, promovendo ações humanizadores da saúde, com incomparável ganho epidemiológico e social. O dilema do professor especialista na formação do clínico geral Apresentador: Luiz Roberto Augusto Noro Autores: Luiz Roberto Augusto Noro Instituição: Universidade de Fortaleza A s Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em Odontologia (2002) têm como marco referencial a formação de clínicos gerais com sólida formação científica, humanista e crítica, viabilizada por metodologias ativas de aprendizagem, propulsoras de um currículo integrado. Para possibilitar tal processo é necessária uma construção coletiva do projeto pedagógico, permitindo a quebra de paradigmas hegemônicos centrados na disciplina. O principal desafio na implementação do currículo integrado do Curso de Odontologia da UNIFOR foi proporcio- Revista da ABENO • 8(1):32-96 73 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 nar a ruptura destes modelos tradicionalmente estabelecidos para construir uma nova perspectiva de formação de qualidade. Para viabilizar tal processo, num primeiro momento foram levantadas as percepções dos professores sobre as dificuldades a serem vivenciadas com a nova proposta curricular, por meio de questionário semi-estruturado com cinco questões relativas a abordagem dos conteúdos, avanços e perdas com a proposta, grau de interesse e principais dificuldades. Observou-se que 82,1% dos professores identificaram os conteúdos abordados em suas disciplinas contemplados na proposta curricular; os principais avanços seriam a integração das áreas de conhecimento (39,2%), resposta às necessidades do paciente (12,7%) e utilização de metodologias problematizadoras (8,8%) enquanto as maiores perdas referiam-se a conteúdos teóricos (22,2%), menor repetição de procedimentos (16,6%) e pontos específicos das disciplinas (8,3%). Do total de professores, 67,8% relataram alto grau de interesse apontando como motivos a melhor capacitação do aluno (36%), a interdisciplinaridade (12%) e a melhor qualificação docente (10%), enquanto 28,6% indicaram interesse regular em especial por ter participado pouco da construção do projeto (40%), dúvidas sobre as mudanças (13,3%) e falta de formação pedagógica (6,7%). Com base nestas respostas, a estratégia foi estimular a participação dos professores em atividades de educação permanente visando a apropriação de elementos da área pedagógica, em especial a adoção de metodologias ativas, assim como capacitações técnicas que permitissem uma atuação interdisciplinar do docente, considerando a formação do professor ser tradicionalmente direcionada para a especialidade. Nesta lógica, cada docente atuou como colaborador no desenvolvimento de seu colega, permitindo estruturarem-se áreas de conhecimentos que contemplassem uma orientação integrada e proporcionando maior harmonia entre o corpo docente. Outra grande inovação foi a revisão dos perfis de pacientes atendidos nas clínicas do curso, uma vez que a proposta exigia uma outra forma de triagem e encaminhamento destes pacientes. Papel fundamental desempenhou a Assessoria Pedagógica do curso, quer seja no acompanhamento das disciplinas e reformulação de seus planos de ensino, sempre mediada pelo grupo de professores, quer na organização de atividades que permitissem uma visão integrada por parte do professor. 74 O ensino na disciplina de Farmacologia – a percepção dos formandos em Odontologia Apresentador: Rozana Beatriz Franco Baccaro Autores: Rozana Beatriz Franco Baccaro, Lívia Cristine Darin, Natália Mangiolardo, Mônica Cristina Toffoli Kadri Instituição: UNIDERP/UFMS A lguns autores constataram insegurança dos estudantes do curso de odontologia em prescrever medicamentos e apontaram o fato da disciplina de farmacologia ser ministrada no ciclo básico e a continuação, como conteúdo auxiliar das práticas, não ser sistematizada. Ainda, descreveram que modificações que visam promover o uso racional de medicamentos devem iniciar ainda na graduação, através de propostas que promovam o ensino da correta prescrição de medicamentos (Britto et al.,1996). Com os novos medicamentos no mercado, a escolha sobre o que se deve prescrever ficou mais difícil, mostrando que os conhecimentos sobre farmacologia são fundamentais para a prescrição com eficiência e segurança. O objetivo do presente trabalho foi identificar a percepção do ensino na disciplina de farmacologia pelos formandos em Odontologia. A população incluiu 65 acadêmicos matriculados no último ano do curso de graduação em Odontologia de duas Universidades situadas no município de Campo Grande – Mato Grosso do Sul, em 2007. O instrumento para a coleta de dados foi um questionário composto por 22 questões sobre aspectos relacionados aos conhecimentos adquiridos na disciplina de farmacologia. Do total de formandos, 68% eram do sexo feminino e 32% do sexo masculino, na faixa etária entre 20 e 25 anos. A disciplina de farmacologia, em ambas universidades, foi ministrada no segundo ano da graduação, com carga horária entre 72 a 80 horas. 63% dos estudantes consideraram a disciplina inserida no momento adequado, porém, 53.8% responderam que a carga horária foi insuficiente para o desenvolvimento dos tópicos associados ao uso de medicamentos. Quanto à importância da farmacologia na formação, 97% responderam que consideram muito importante e o interesse pela farmacologia foi considerado grande para 67,7% dos estudantes. Em relação aos conhecimentos farmacológicos, 55,4% avaliaram como sendo regular. No entanto, 98,5% demonstraram interesse em aprender mais sobre medicamentos. Sobre o conhecimento da farmacodinâmica e toxicidade, 69,2% responderam que desconheciam tais informações. Na Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 verificação sobre a análise de possíveis interações medicamentosas, 81,5% responderam que ficam atentos ao fato. Os medicamentos mais citados como prescritos pelos formandos foram os analgésicos (93,8%), antibióticos (67,7%), antiinflamatórios não-esteroidais (49,2%) e esteroidais (3,1%). Os estudantes demonstraram interesse em saber mais sobre interações medicamentosas, segurança e eficácia e toxicidade. Diferentes fontes de informação sobre medicamentos foram citadas como sendo a base para o conhecimento sobre fármacos como professor tutor, aulas, livros didáticos, catálogos, propaganda e publicação científica. Sobre medicamentos genéricos, constatou-se que 93,8% dos estudantes conheciam a definição do termo e 52,3% relataram prescrever por essa denominação. Dentre os motivos que os fazem optar pelo nome comercial está a falta de orientação, o desconhecimento, o esquecimento, a comodidade ou dúvida quanto à eficácia. Conclusão: Na percepção dos formandos, a importância do ensino da farmacologia na formação do futuro profissional em Odontologia ficou evidente nesta abordagem. O papel docente-discente na operacionalização da DCN: um desafio no curso de Odontologia da UESB Apresentador: Patrícia Elizabeth Souza Matos Autores: Patrícia Elizabeth Souza Matos, Haroldo José Mendes, Stênia Marília Rodrigues Pereira Instituição: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia A discussão sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) é um marco fundamental na formação dos profissionais e na transformação das práticas pedagógicas utilizadas nos cursos de graduação. Tem como propósito a formação de profissionais capacitados dentro dos parâmetros científicos, contudo vinculado às necessidades sociais. Atualmente, após adequação dos currículos às DCNs, aparece como grande desafio a sua operacionalização, pois as novas Diretrizes existem dentro de um quadro que realiza as mesmas ações com apenas uma nova nomeação, ou seja, uma odontologia tecnicista, compartimentalizada e individualista com poucos interesses nas políticas de saúde. A dificuldade encontrada nessa operacionalização se baseia no grupo docente e discente, na ligação dos conhecimentos teóricos e práticos com a realidade local e na visão integrada das disciplinas e do paciente visando à promoção da saúde. Sendo assim, este trabalho tem como objetivo verificar a compreensão de DISCENTES e DOCENTES, a respeito do ensino e, conseqüentemente, da formação profissional no curso de Odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), de maneira a identificar o entendimento sobre a participação discente no processo ensino-aprendizagem e os possíveis “nós críticos” referentes à adoção de um modelo que visa à integração dos conhecimentos, conforme proposto pelas DCNs. Trata-se de um estudo qualitativo, onde o universo da pesquisa é organizado em 2 grupos focais: DISCENTES e DOCENTES, de acordo com a inserção social no contexto da formação do cirurgião-dentista na UESB. As entrevistas foram iniciadas após aprovação no Comitê de Ética e Pesquisa, e em seguida transcritas, uma vez que os resultados devem ser discutidos a partir da análise direta dos depoimentos. No momento, o presente trabalho encontra-se na fase de coleta de informações para posterior análise, e espera-se obter ferramentas que discutam a importância da construção coletiva do processo ensino-aprendizagem, com envolvimento de ambas as partes, professor e aluno. O resultado deste estudo também, evidenciará as dificuldades encontradas tanto pelo seguimento docente como pelo discente, na operacionalização das DCNs, principalmente no que se refere aos currículos que pretendem integrar os conhecimentos, através de macrodisciplinas, como é o caso do curso de Odontologia da UESB. A idéia fundamental deste estudo é a de tentar preencher algumas lacunas existentes para a efetivação das DCNs, como: Será que a simples união de diferentes disciplinas resulta em integração? E os conhecimentos permanecerão fragmentados, ou serão integrados? É necessário que os egressos dos cursos de odontologia estejam aptos a entender e trabalhar a complexidade do processo saúde-doença em cada realidade. O professor do curso de Odontologia no Brasil: um olhar sobre sua formação Apresentador: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi Autores: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi Instituição: PUCRS/UNIPLAC O professor do ensino superior, diferentemente dos outros graus de ensino, se constituiu, historicamente, tendo como base a profissão paralela que exercia no mundo do trabalho. A idéia de quem sabia fazer também sabia ensinar deu sustentação à lógica do recrutamento dos docentes (CUNHA, 2004). Den- Revista da ABENO • 8(1):32-96 75 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 tro da trajetória do professor do ensino superior no Brasil, insere-se o professor do curso de Odontologia. O presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma reflexão sobre a formação do professor de Odontologia no Brasil, destacando seus aspectos históricos, características principais e contexto atual. Uma revisão de literatura foi realizada. Artigos de periódicos impressos ou on-line de fontes selecionadas, bem como capítulos de obras sobre a temática, serviram de indicadores desta produção. O processo de trabalho incluiu a seleção das fontes, a leitura flutuante buscando, nas fontes escolhidas, o tema formação do professor de Odontologia e a posterior categorização dos artigos encontrados. A formação do professor de Odontologia no Brasil tem se baseado, de modo geral, na racionalidade técnica fundada na filosofia positivista, no afastamento das questões sociais, nas práticas curativas, individualizadas e elitistas e na fragmentação do conhecimento por especialidades (PÉRET; LIMA, 2003). Segundo Carvalho (2001), nos cursos pioneiros de Odontologia no Brasil, os professores eram os profissionais bem sucedidos e os disponíveis para ensinarem nas faculdades. Na década de 50, a necessidade de qualificação docente já foi apontada por estudantes da época, embora não tenha chegado a gerar desafios para o contexto acadêmico da área. No início dos anos 70, com a implementação dos cursos de pósgraduação e as exigências de titulação para a carreira universitária, obtidas em tais cursos e em concursos públicos, começava, desta vez com mais efetividade, a ser questionada a formação docente daqueles que não receberam uma formação pedagógica mínima e, como decorrência, apresentavam uma abordagem múltipla e complexa do processo ensino-aprendizagem. É importante, no entanto, se afirmar que esta situação não foi exclusiva dos cursos de Odontologia. Estudos de Bordenave e Pereira (1977), Godoy (1988), Gil (1994), Abreu e Masetto (1997), entre outros, já chamavam a atenção para a lacuna existente na formação dos docentes do ensino superior. O professor acabava se caracterizando como um especialista no seu campo de conhecimento - sendo este inclusive o critério para sua seleção e contratação – mas necessariamente não dominava a área educacional e pedagógica, nem do ponto de vista mais amplo, mais filosófico, nem do ponto de vista mais imediato, mais tecnológico. Reconhece-se a necessidade de mudança na educação de profissionais de saúde frente à inadequação do aparelho formador em responder às demandas sociais. Esse processo de mudança da educação traz inúmeros desafios, entre os quais, romper com 76 estruturas cristalizadas e modelos de ensino tradicional e formar profissionais de saúde com competências que lhes permitam recuperar a dimensão essencial do cuidado: a relação entre humanos (CYRINO; TORALLES-PEREIRA, 2004). Em 1975, Freire já apontava para a necessidade de revisão dos modelos de ensino empregados no Brasil, na direção da humanização da educação. Defendia a tomada da pedagogia humanizadora como caminho e única forma de se cumprirem os reais papéis da educação, já que essa se traduz numa prática pedagógica em que o método deixa de ser instrumento educador e deixa de manipular os educandos, com o objetivo de despertar nos alunos a própria consciência sobre os assuntos com os quais trabalhará, respeitando-se inclusive os conhecimentos e as vivências pregressas dos mesmos (FREIRE, 2006). Também Venturelli (1997) ao discutir o processo educacional no mundo contemporâneo, resgatou a necessidade de romper com a postura de transmissão, na qual os alunos assumem o papel de indivíduos passivos, preocupados apenas em recuperar as informações quando solicitados. Nesse contexto, a Odontologia brasileira, que se caracterizou ao longo de sua história por um modelo de ensino técnico e que parece ter falhado na busca de alternativas, tem apresentado sinalizações de mudanças: no interesse pela profissão, em virtude da atual situação do mercado de trabalho; na pesquisa experimental e clínica, atingindo qualidade indiscutivelmente reconhecida; nos projetos em andamento de atendimento à coletividade e seus benefícios; e, ainda no ensino (LAGE-MARQUES, 2003). Werneck (2000), por outro lado, identificou falhas e dificuldades nos cursos de Odontologia, demonstrando, entre outras, a necessidade de rever urgentemente a prática pedagógica empregada em tais cursos. Um olhar crítico vai revelar que, hoje, inúmeras estratégias são propostas objetivando o aprimoramento da educação do aluno universitário em amplo sentido, ou seja, o desenvolvimento intelectual, a formação de sentimentos, de qualidades e de valores (SANTOS, 2001). Apesar dos indivíduos diferirem entre si e, por essa razão, não aprenderem do mesmo modo e nem no mesmo ritmo, alguns fatores podem ser identificados como facilitadores do processo de aprendizagem dos alunos. Entre eles, se destacam os resultados do estudo de Massetto (1992) que, ao trabalhar com alunos de ensino superior, verificou a importância das características do professor, como facilitador de aprendizagem, na medida em que motiva e desperta o interesse de seus alunos. Raldi et al. (2003) avaliaram a opinião dos alunos de quatro Fa- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 culdades de Odontologia do Estado de São Paulo, a respeito do papel do professor no processo ensinoaprendizagem. Os resultados mostraram que as atitudes do professor com os alunos, bem como o tipo de material didático adotado e o tempo despendido nas aulas teóricas podem tanto favorecer quanto prejudicar a aprendizagem. A titulação do professor, critério mais exigido pelas instituições, foi considerada como quesito importante por apenas 5,8% dos alunos. Toledo (2006), ao fazer reflexões sobre o papel do educador de Odontologia, não deixou dúvidas de que não se pode aceitar mais nos dias de hoje, que o professor seja um mero executor no desenvolvimento curricular, mas sim, que assuma um papel de mediador entre o currículo e a situação real na qual este se desenvolve. O docente deve, então, interpretar e redefinir o ensino em função do seu conhecimento, da sua maneira de pensar e de entender a ação educativa. Reconhecese a importância dos conhecimentos básicos e clínicos da Odontologia para a formação do cirurgião-dentista. Entretanto, o conhecimento é necessário, mas não suficiente na tarefa de ensinar. Existem professores com notório saber técnico odontológico, que nem sempre conseguem transmitir aos seus alunos aquilo que possuem em matéria de conhecimento. Logo, o docente deve deixar de ser um mero transmissor do conhecimento para ser um planejador e organizador de inovações. Deve ter formação não apenas científica, mas também didático-pedagógica (Carvalho, 2001). Parece haver unanimidade sobre o papel determinante do professor no processo ensino-aprendizagem. É um mediador entre o currículo e seus destinatários. Um elemento constitutivo e imprescindível da qualidade do ensino e da educação em geral. Embora não haja uma relação direta entre os resultados alcançados pelos alunos e a atuação docente e não possa ser atribuída a este, o docente, toda a responsabilidade pela melhora do ensino, sabe-se que nenhuma transformação nesse sentido pode ser realizada sem a sua participação (TOLEDO, 2006). De acordo com Marulli (1996), ainda que o processo ensino-aprendizagem seja pessoal e dependente da conduta do aluno, a ênfase na figura do professor como responsável pela aprendizagem do aluno, é freqüente. Para Huertas, Montero e Tapia (2006), o papel dos professores e do sistema educativo não é influenciar as habilidades, conhecimentos, atitudes e motivações de seus alunos, mas sim, facilitar a construção, por parte dos alunos, de seus processos de formação. Especialmente nas áreas da saúde, o docente necessita acreditar no mérito de sua atividade e no sentido que ela encerra para a valorização da vida. Ao demonstrar atitudes de respeito para com o ser humano, o docente é capaz de motivar os estudantes para as responsabilidades coletivas no campo da saúde, além de aumentar seu interesse pelas disciplinas sociais e humanas (TOLEDO, 2006). A formação do professor de Odontologia deve seguir a mesma linha das atuais Diretrizes Nacionais Curriculares, pois estes são importantes agentes para alcançar a transformação do perfil profissional preconizado, ou seja, um cirurgião-dentista generalista, crítico, reflexivo e humanista. Ao defrontar-se com um novo cenário institucional extremamente competitivo e com padrões de docência definidos pelo mercado de trabalho/governo, o professor universitário tem, hoje, uma nova exigência de formação, com novos desafios a sua prática. O professor especialista num ensino generalista; embates da transição Apresentador: Maria da Conceição Valença da Silva Autores: Maria da Conceição Valença da Silva, Renato Cabral Instituição: Faculdade de Odontologia de Caruaru (FOC) O ensino da Odontologia no Brasil requer uma mudança paradigmática do enfoque especialista para um perfil do cirurgião-dentista generalista (Resolução n° 3 do CNE/CES) para atuar no Sistema Único de Saúde, com sólida formação técnico-científica, humanística e ética, orientada para a promoção da saúde. O Curso de Odontologia da FOC tinha à sua disposição os luminares especialistas da Dentística, da Endodontia, da Periodontia, da Prótese, dentre outros, cada um ensinando e resolvendo os problemas de suas especialidades. Numa perspectiva interdisciplinar, a Clínica Odontológica deve propiciar aos alunos uma visão generalista, pelo menos dos procedimentos de pequena e média complexidades. Um dos desafios que se impõem é como ensejar aos docentes condições necessárias para a mudança paradigmática. Outros complicadores também se delineiam, como a falta de formação didático-pedagógica dos docentes e a multiplicidade de protocolos usados pelos especialistas na Clínica Integrada. A diversidade de técnicas nos procedimentos odontológicos é salutar num curso de graduação, mas que sejam trabalhados num crescente de complexidade e dificuldade, principalmente nos últimos períodos, após o domínio de um protocolo básico e uniforme. Diante desta situação a FOC iniciou um curso de especialização em Revista da ABENO • 8(1):32-96 77 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Clínica Integrada, objetivando a compreensão dos fundamentos filosóficos, teórico-metodológicos e instrumentais da prática pedagógica, bem como a construção dos protocolos básicos de pequena e média complexidades. A visão filosófica e didático-pedagógica é respaldada nos pressupostos teóricos de Paulo Freire e Vygotsky. A abordagem metodológica se materializa através de discussões teórico-práticas; construção coletiva dos protocolos; aulas teórico-demonstrativas dos procedimentos de cada clínica; além de seminários de apresentação dos casos clínicos, com orientação didático-pedagógica realizada por pedagogos. O curso tem formato modular, com encontros mensais. Os planos das disciplinas que constituem a proposta de formação generalista são analisados coletivamente. Já foram realizados 13 encontros, de um total de 24, e construídos os protocolos das Clínicas I, II III e IV. Entendemos ser esta iniciativa uma possibilidade de favorecer a transição paradigmática emergente do atual contexto educacional. Oficina de integração ensino-serviço Apresentador: Vânia Maria Aita de Lemos Autores: Vânia Maria Aita de Lemos, Sonia Maria Blauth de Slavutzky, Rosane Silvia Davoglio, Luisa Helena do Nascimento Torres, Leticia Schneider Ferreira Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do Sul A disciplina Estágio em Saúde Pública II requer a realização de estágios por parte dos alunos do último semestre da Faculdade de Odontologia da UFRGS junto aos serviços de saúde pública. Tal prática envolve a interação de diferentes atores, como os discentes, docentes, profissionais preceptores e demais trabalhadores da rede. A fim de que fossem produzidos conhecimentos e relações de troca entre os diversos sujeitos, organizou-se uma oficina, na qual foram debatidas as principais propostas e expectativas da experiência dos estágios.O objetivo geral buscou consolidar a integração ensino-serviço por meio da qualificação dos atores envolvidos através da reflexão crítica sobre a prática e de sua problematização bem como a capacidade de dar acolhimento e cuidado aos usuários do SUS. Relato da Experiência: A Oficina contou com a presença de todos os atores envolvidos nos estágios, sendo realizada na Faculdade de Odontologia da UFRGS. A pauta, estabelecida a partir de demandas dos discentes e preceptores constou de questões geradoras objetivando o estabelecimento do 78 debate. Foram divididos grupos de discussão com base nos locais de estágio, sendo a discussão registrada por um relator previamente selecionado pelo grupo. Após este momento, houve a discussão dos principais pontos levantados para o grande grupo, produzindo-se um relatório final e encaminhamentos para próximos encontros.A oficina com duração de 8 horas contou com a presença dos alunos e professores da FO/UFRGS e dos cirurgiões dentistas/ preceptores das seguintes instituições conveniadas com a Universidade:Grupo Hospitalar Conceição, Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Secretaria Estadual da Saúde. Este encontro atingiu o objetivo proposto, avançando na integração ensino/serviço. Tal avanço foi evidenciado pela troca de experiências e relatos ocorridos durante o mesmo.Os estágios curriculares nos quatro últimos semestres e esta Oficina serviram como experiência para o desenvolvimento da proposta para o Pró Saúde, embasando o planejamento do Estágio Curricular Supervisionado I da Odontologia na área de Saúde Coletiva com inicio em 2009. Páginas eletrônicas das Faculdades de Odontologia de Minas Gerais: análise das estruturas curriculares Apresentador: Kléryson Martins Soares Francisco Autores: Kléryson Martins Soares Francisco, Suzely Adas Saliba Moimaz, Nemre Adas Saliba, Cléa Adas Saliba Garbin Instituição: UNESP- Araçatuba A s mudanças propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Odontologia levaram muitas faculdades a reestruturarem as suas grades curriculares. Com avanço da tecnologia e a facilidade de acesso à internet pela população, muitas faculdades de odontologia do País possui páginas na internet, as quais divulgam informações a respeito dos docentes, alunos, além da estrutura dos seus cursos. Este estudo descreve a primeira etapa de um projeto que visa analisar as grades curriculares das faculdades de odontologia do estado de Minas Gerais. O objetivo foi analisar informações das grades curriculares a respeito do conteúdo de Saúde Coletiva, Estágio Supervisionado e outros pontos relacionados às mudanças propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais disponíveis nas paginas da internet das faculdades. A coleta de dados foi realizada nas páginas eletrônicas do Ministério da Educação, do Conselho Federal de Odontologia (para obter as cargas horárias totais e duração dos cursos em semestres) e das pági- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 nas das faculdades de odontologia, para se verificar a carga horária disponibilizada ao Estágio Supervisionado e aos conteúdos de Saúde Coletiva. Foram analisadas 23 faculdades, sendo 5 (21,74%) públicas e 18 (78,26%) privadas. Do total das faculdades, 22 (96,65%) possuíam páginas na internet, e dentre estas, 12 (54,55%) disponibilizavam a grade curricular para consulta, mas apenas 11 (84,62%) disponibilizaram as cargas horárias referentes ao conteúdo de Saúde Coletiva. Três faculdades (13,04%) apresentaram carga horária total abaixo de 4000 horas, 10 (43,48%) entre 4000 e 4500 horas e 10 (43,48%) acima de 4500 horas. Com relação à duração do curso, 14 (60,87%) faculdades possuíam duração mínima de 8 semestres, 6 (26,09%) de 9 semestres e 3 (13,04%) de 10 semestres. As Diretrizes Curriculares Nacionais destacam a importância da Saúde Coletiva na formação de um profissional generalista e que dê ênfase à prevenção das doenças bucais. Os conteúdos de Saúde Coletiva possuíam carga horária variando entre 45 e 540 horas e incluíam diversas nomenclaturas como: “Saúde Coletiva”, “Saúde Pública”, “Saúde e Sociedade”, “Odontologia Social e Preventiva”, “Promoção de Saúde” entre outras. Referências como “Estágio”, “Estágios Curriculares”, “Estágio Supervisionado” e “Internato Rural” foram classificadas como Estágios Supervisionados. Sabendo-se que o Estágio Supervisionado deve ocupar no mínimo 20% da carga horária total do Curso de Graduação em Odontologia, observou-se de acordo com as informações obtidas nas grades horárias disponibilizadas nas páginas das faculdades analisadas que apenas 4 (33,33%) apresentavam esta determinação. Diante dos resultados concluiu-se que é de grande utilidade que as faculdades de odontologia disponibilizem as suas grades curriculares em suas páginas na internet, uma vez que estas promovem a divulgação dos cursos através do conteúdo programático e fornecem informações relevantes à sociedade e à comunidade científica. Percepção das instituições parceiras da UNIPLAC nas atividades extramuros do curso de Odontologia Apresentador: Isabela França de Almeida Santos Ramos Autores: Isabela França de Almeida Santos Ramos, Claudia de Abreu Busato, Alexandre Sabatini Cavazzola Instituição: UNIPLAC - Universidade do Planalto Catarinense O Curso de odontologia da UNIPLAC desenvolve atividades extramuros desde 2003. Algumas Instituições são parceiras desde o início das atividades (Escola de Educação Básica de Lages, CEIM Sepé Tiarajú) e outras foram agregadas (Irmandade Nossa Senhora das Graças, Escola de Educação Básica Armando Ramos de Carvalho), sendo que estão em diferentes bairros da cidade. As atividades realizadas pelos acadêmicos da disciplina de Estágio Supervisionado desenvolvida no nono semestre do curso envolvem ações educativas, preventivas e curativas em saúde bucal, tendo como público alvo: bebês, crianças e adolescentes matriculados nestas Instituições. Para avaliar como estas atividades estão sendo recebidas nestes locais desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa através de entrevista com os responsáveis por cada Instituição, e observação das atitudes dos educadores e colaboradores destas Instituições. Foi observada uma ótima receptividade por todas as pessoas envolvidas nas Instituições, a disponibilidade de horários e materiais, bem como de esclarecimentos quanto necessários; a tentativa e a melhora das instalações para que os alunos possam realizar as atividades também ficou evidente em todos os locais. Em relação à percepção dos coordenadores das Instituições frente ao desenvolvimento das atividades pelos alunos foi extremamente positiva, onde pode ser percebido através dos depoimentos dos coordenadores que colocaram que os alunos promovem muito mais que saúde bucal, as ações realizadas diminuíram as faltas às aulas, ocorre uma melhora no desempeno escolar das crianças, diminui o medo do dentista, aproxima os pais da escola, entre outros. Outro ponto levantado pelos coordenadores foi o caráter de continuidade das atividades, ou seja, as atividades não são pontuais, mas sim desenvolvidas durante todo período das aulas, e tendo seguimento ano após ano, o que segundo eles é fundamental para o sucesso na questão da educação em saúde. O envolvimento dos alunos e professores orientadores do estágio com os educadores e colaboradores das Instituições também foi apontado com ponto positivo. A criação de vínculo entre os alunos e as crianças e adolescentes bem como educadores e colaboradores é fundamental para o bom desenvolvimento do trabalho, e todos os Coordenadores levantaram a questão do desenvolvimento do lado humano dos alunos, da sua inserção na realidade e consideram o Estágio um campo propício para o ensino. As atividades extramuros desenvolvidas pelo curso de Odontologia da UNIPLAC são fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, mas principalmente desenvolvendo uma Revista da ABENO • 8(1):32-96 79 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Odontologia humanizada e próxima da realidade da população. Conclui-se que as Instituições parceiras da UNIPLAC nas atividades extramuros do curso de Odontologia estão satisfeitas com as ações desenvolvidas, principalmente devido o caráter educativo, contínuo e humanizado. Percepção do profissional docente da área da Odontologia sobre o processo docência-assistência Apresentador: Maria José Gomes Autores: Maria José Gomes, Andressa Lamas, Wagner Quaresma Damazio, Raquel Baroni de Carvalho, Elizabete Regina Araujo de Oliveira Instituição: UFES T rata de um estudo descritivo exploratório com abordagem qualiquantitativa que teve por objetivo conhecer a percepção dos docentes do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo com o processo docência - assistência, no que refere as suas competências para o atendimento assistencial. Foram analisados as respostas de 52 docentes através de um questionário validado, contendo perguntas fechadas e abertas. Os resultados demonstram que 11,4% (n=6) dos docentes atuam em unidades de saúde e 88,6% (n=46) não atuam. Quanto a atuação em equipe multiprofissional 42,2% (n=22) responderam sim e 57,8% (n=30) que não atuam. Dos 42% dos docentes (n=22) que atuam em equipe multiprofissional 57,9% (n=12) consideram-se capacitados e 40,1% (n=10) não. Com relação a necessidade de aprendizado para atuarem multiprofissionalmente 76,9% (n=40) responderam positivamente e 23, 1% (n=12) responderam negativamente. Os dados obtidos permitiram concluir que há necessidade de aprendizado por parte dos docentes para atuarem em equipe multiprofissional e sugerem uma premente necessidade de ampliação do envolvimento do docente do curso de odontologia com essa estratégia de ensino. Percepção dos acadêmicos do Curso de Odontologia da UNISC quanto à contribuição do professor especialista na formação generalista Apresentador: Magda de Sousa Reis Autores: Magda de Sousa Reis, Beatriz Baldo Marques, Gladis Benjamina Grazziotin, Renita Baldo Moraes Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul 80 A tualmente há um movimento nos cursos da área da saúde com o objetivo de adequarem seus currículos para formarem profissionais capazes de atenderem às necessidades da população. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) têm guiado os Cursos de Odontologia que vêm comprometendo-se com esse desafio. Acredita-se que sob o ponto de vista pedagógico as DCNs são o melhor caminho a ser seguido na busca da formação de um profissional preparado para desempenhar uma prática generalista, articulando a teoria com a prática, dentro de um contexto que aborda a realidade da profissão frente ao mercado de trabalho, ou seja, que atenda às necessidades do sistema de saúde vigente no país. Por outro lado, há cursos de odontologia com um corpo docente altamente qualificado, especializado e com uma visão biologicista. Dessa forma, há dificuldade de viabilizar a implantação das DCNs na sua íntegra e muitos professores acreditam que o currículo tradicional, fragmentado, ainda é o adequado, porque essa é a referência na qual construíram sua formação em odontologia. Mas em contrapartida, os acadêmicos buscam uma formação que os permitam enfrentar o mercado de trabalho de forma segura e competitiva. As dificuldades parecem ser comuns a muitos cursos de graduação em odontologia. Assim, com este trabalho pretende-se investigar o acadêmico do Curso de Odontologia da UNISC sobre seus conhecimentos no que diz respeito as DCNs, sua percepção em relação às diferenças entre as disciplinas e os estágios supervisionados, bem como sua avaliação dos professores orientadores nos estágios supervisionados, no que diz respeito a sua formação especialista na formação de um profissional generalista. A referida pesquisa será realizada no final do semestre (junho ou julho/2008) para que as informações prestadas pelos acadêmicos estejam mais fundamentadas nas suas experiências. Percepção dos usuários de serviços odontológicos oferecidos por uma instituição pública de ensino Apresentador: Laís Degani Guarenghi Autores: Laís Degani Guarenghi, Paulo Zárate Instituição: Faculdade de Odontologia Albino Coimbra Filho-UFMS A percepção dos usuários constitui instrumento fundamental na avaliação dos serviços. Este trabalho teve o objetivo de verificar a qualidade dos serviços odontológicos prestados por formandos de Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Odontologia de uma Universidade Pública, do ponto de vista dos pacientes, através de um estudo quantiqualitativo. Aplicou-se um questionário semi-estruturado, contendo 20 questões sobre parâmetros determinados: acolhimento; relações interpessoais paciente/acadêmico/professor; biossegurança; ambiente clínico; e satisfação com o tratamento. O instrumento de coleta das informações foi utilizado de forma aleatória entre os pacientes em tratamento no Estágio Integrado (Clínica Integrada). Sobre o acolhimento, os resultados indicaram que 100% dos pacientes foram bem recebidos pelos alunos e a relação entre eles foi satisfatória; no aspecto de tempo de espera, a maioria (68%) o considerou aceitável, com média de 15 minutos. Se referindo a limpeza da clínica 86,9% dos pacientes consideraram suficiente. A relação observada entre aluno e professor foi considerada satisfatória por 97,1% dos usuários, e o amparo do professor ao aluno foi aprazível em 98,5% dos atendimentos. Quanto o aspecto de apresentação do aluno, 95,6% dos pacientes a julgaram condizentes com o perfil de um profissional de saúde. Para 98,5% dos usuários, as informações oferecidas sobre o tratamento foram satisfatórias, inclusive em relação às orientações sobre saúde e higiene bucal (76,8%). Entre os entrevistados 95,6% afirmaram estar satisfeitos com o tratamento. Concluiu-se que os usuários consideraram o serviço prestado de qualidade satisfatória, embora os resultados mostram que um avanço ainda é necessário. Perfil dos pesquisadores da área de odontologia com bolsa de produtividade em pesquisa no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) Apresentador: Thalita Thyrza de Almeida Santa Rosa Autores: Thalita Thyrza de Almeida Santa Rosa, Daniella Reis Barbosa, Hercílio MartelliJúnior, Maria Betânia de Oliveira Pires Instituição: Unimontes T endo em vista o aumento da produção científica associada à publicação de trabalhos na literatura corrente por pesquisadores brasileiros e que o desenvolvimento da pesquisa representa importante papel na geração de novos conhecimentos, de novas tecnologias e no desenvolvimento do espírito crítico e reflexivo na formação acadêmica, realizou-se o presente estudo que objetivou compreender o perfil dos pesquisadores brasileiros, da área da Odontologia, com bolsas de produtividade concedidas pelo Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Para revelar esse perfil, foram analisados, 132 currículos Lattes de pesquisadores, de 2003 a 2005, sendo catalogadas variáveis, como: gênero; classificação no CNPq (1A a 1D, 2); instituição de origem; tempo de doutorado; artigos publicados, com os respectivos Qualis; livros e capítulos de livros publicados; orientações de mestrado e de doutorado e áreas de atuação. O estudo apontou o seguinte perfil geral: 64,39% dos pesquisadores são do gênero masculino; 42,42% classificados na classe 2 (pesquisadores com, no mínimo, 2 anos de obtenção do título de doutor); concentração em instituições do Estado de São Paulo (85,6%); com 10 a 15 anos de doutorado (32.57%) e publicações em periódicos com Qualis A Internacional e B Nacional. A produção de livros ou capítulos de livros, orientações de mestrados ou doutorados foram heterogêneas. Os pesquisadores bolsistas estão distribuídos por 11 diferentes estados da federação. 113 bolsistas (85,6%) são da região Sudeste, sendo que desses, 101 são do estado de São Paulo. Em seguida, observa-se 10 bolsistas na região Sul do país, respectivamente, nos estados de Santa Catarina (n=5), do Rio Grande do Sul (n=4) e do Paraná (n=1), fato que pode ser atribuído à maior concentração de cursos de graduação e de pós-graduação em Odontologia nesses estados da federação. Com relação à área de atuação dos pesquisadores bolsistas na Odontologia, o currículo Lattes permite mais de uma opção de campo de atuação, o que dificultou a sua determinação exata. Destacouse, a área de biomateriais ou materiais odontológicos que está presente em praticamente todas as especialidades da Odontologia, em seguida a área de clínica odontológica, que também é bastante extensa, por contemplar diversas especialidades como, por exemplo, a Endodontia, a Periodontia, a Prótese e a Pediatria. Na área de patologia enquadram-se, dentre outras especialidades, a patologia bucal, a estomatologia e a semiologia. A visão geral mostrou uma produção consistente, relativamente polarizada, associada a grupos consolidados de pesquisadores, denotando a necessidade de implantação e/ou consolidação de programas de pós-graduação outras áreas como, por exemplo, Saúde Coletiva, Odontologia Legal e Deontologia nas diversas regiões do país. (Apoio Financeiro: FAPEMIG) Revista da ABENO • 8(1):32-96 81 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Pesquisa aplicada: uma estratégia para influenciar decisões de práticas no processo ensino-aprendizagem Apresentador: Joselete Macedo Reis Autores: Joselete Macedo Reis Instituição: SMS/PPC-UERJ O reconhecimento do cotidiano do Serviço como cenário de práticas e espaço de cooperação para formação profissional é resultante de avaliações do modelo de formação e uma importante interseção entre saúde e educação, englobando a adequação do ensino, conhecimentos produzidos e serviços prestados à população com base nas necessidades sociais. Reconhecer o caminho que conduzirá a resultados esperados ainda é um desafio para profissionais do ensino e do serviço. Este trabalho apresenta uma pesquisa aplicada no Serviço, com a adoção de um instrumento elaborado para permitir a realização do diagnóstico do perfil de atendimento realizado por graduandos de Odontologia, na Clínica Integrada da Policlínica Piquet Carneiro (RJ) e acompanhar a adequação ao modelo contemporâneo proposto pela ABENO, possibilitando que o aluno perceba a necessidade de mudanças e a disposição para mudar. A metodologia constituiu-se na elaboração de um instrumento que possibilitasse testar um modelo didático-pedagógico capaz de disponibilizar dados e que estimule a participação na construção desse modelo de aprendizagem ativa, com uma visão do todo e o gerenciamento das partes de forma a garantir a qualidade final dos resultados da aprendizagem e da prática assistencial. Como proposta de adequação do serviço como unidade de ensino, o planejamento para a organização das atividades definiu como etapas fundamentais:1- identificação dos referenciais do modelo a ser implantado; 2- definição de indicadores que identificam esse modelo; 3- estratégias de trabalho que garantam a implementação do processo de trabalho e dos resultados; 4. elaboração dos indicadores de acompanhamento e avaliação. Após a análise dos dados disponíveis no sistema de informações foi possível confirmar a importância da elaboração de um instrumento de registro conformando um desenho que permite afirmar que a pesquisa aplicada ao cotidiano da prática deve ser adotada como uma estratégia para influenciar decisões no processo de ensino-aprendizagem, pois permite que o aluno participe do processo de avaliação da adequação ao conteúdo da proposta atual, tenha uma visão do conjunto de necessidades e adote critérios de avaliação para 82 organizar a programação da oferta de serviços com uma visão de cuidado progressivo e integral a saúde. Essa possibilidade permite a adoção de uma nova forma de planejamento, que adota como critério não mais a tradicional “vez de chegada” ou “numero na fila”, mas o parâmetro da determinação de necessidades, construídas em consenso com o grupo de usuários. Foi possível concluir que a Clinica Integrada é um importante espaço para o aluno reconstruir conceitos formulados no modelo tradicional de estruturação do currículo, com desenho baseado na elaboração de um plano de tratamento à partir das necessidades de cada indivíduo e planejamento do cuidado com procedimentos vinculados aos conhecimentos de cada disciplina e o trabalho em equipe. Acreditamos que para despertar a percepção da necessidade de mudanças e instituir novos conceitos de práticas, marcando a graduação do profissional com o registro de que a Instituição desempenhou o seu papel na formação, é fundamental aproveitar experiências bem sucedidas, articulando o saber do Serviço e da Academia, reconhecendo o talento de seus componentes, estimulando o potencial criativo, valorizando a capacidade inovadora e entendendo o fundamento da proposta da gestão participativa proposta pelo Sistema de Saúde. Portfólio como possibilidade de construir e sistematizar o conhecimento Apresentador: Odair Bim Júnior Autores: Odair Bim Júnior, Nilce Emy Tomita Instituição: Faculdade de Odontologia de BauruUSP T endo em foco a formação dos profissionais da Saúde, este trabalho faz parte de uma leitura múltipla sobre o próprio processo formativo durante a graduação, em que um estudante do curso de Odontologia da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP assume a vez de porta-voz dos acontecimentos, a fim de relacioná-los a nós críticos do processo de formação e, a partir disso, reconstruir a realidade vivenciada com a coletividade (os demais estudantes da sala de aula, os colegas da Instituição de Ensino Superior, profissionais de serviços e docentes). A proposta está organizada em formato de portfólio, uma ferramenta pedagógica que proporciona um panorama ampliado dos resultados alcançados, resguardando todo o desenvolvimento cognitivo empenhado no contexto. O presente trabalho visa à apresentação e à discussão de alguns dos conteúdos compilados nesse portfólio, Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 com ênfase na categoria “narrativas”, as quais possuem tanto valor histórico quanto analítico, porque demarcam um contexto e constroem reflexões à medida que interagem com vários referenciais já questionados na atual literatura. A experiência do portfólio enquanto ferramenta pedagógica se valida, ao permitir a melhor compreensão destas questões, trazendo a possibilidade de desvendamentos frente a necessidade de resolução dos problemas detectados. Além disso, também há um favorecimento para que inúmeros eventos deixem de existir fora da esfera de atenção do aluno, o qual se faz ciente do lugar que realmente ocupa dentro da Instituição de Ensino Superior e aprende a importância de considerar aspectos do contexto durante a formação universitária. Pós-graduação x gradução: reflexos e conseqüências Apresentador: Rosana Mara Giordano de Barros Autores: Rosana Mara Giordano de Barros, Paulo Zárate Pereira, Edilson José Zafalon Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso do Sul-Faculdade de Odontologia Prof. Albino Coimbra Filho O s cursos de pós-graduação têm aumentado consideravelmente, tanto em números, quanto em abrangência das áreas de conhecimento. A discussão sobre os modelos de formação na pós-graduação está sendo uma das principais controvérsias e um dos temas centrais tratados no que diz respeito a esse nível de ensino (Velloso, 2004). Em determinadas situações, para avaliarmos ou mensurarmos a eficiência do método de ensino-aprendizagem faz-se necessário a correlação da formação docente e a quantidade das pesquisas científicas realizadas em instituições de ensino superior. Neste contexto, a pesquisa científica torna-se instrumento avaliativo, além de uma ferramenta para a obtenção de conhecimento (Cavalcanti et al., 2004). Dentro desta perspectiva, a pesquisa nos remete a novas tecnologias e principalmente ao desenvolvimento de uma visão crítica e reflexiva na formação do acadêmico (Péret e Lima, 2003). Para o presente estudo foi aplicado um questionário aos docentes (N=30) da Faculdade de Odontologia “Prof. Albino Coimbra Filho” da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, havendo a resposta de 28 professores, cujo intuito foi de analisar a quantidade da produção científica após o término da pós-graduação. Como instrumento de comparação, buscamos o arquivo de trabalhos de conclusão de curso (TCC) no período de 2004 a 2008, categorizados em revisões literárias, relatos de casos clínicos e pesquisas científicas, além do questionário, para então relacionarmos a diferença dos dados em períodos anterior e posterior à conclusão da pós-graduação. Dos 28 professores que participaram do estudo, 27 têm pós-graduação stricto sensu, onde 63% terminaram após o ano de 2000, sendo a mediana o ano de 2004. O percentual de pesquisas realizadas em nossa IES, vinculadas aos trabalhos de graduação no de 2004 foi de 28,12% do total de trabalhos realizados, aumentando para 48,48% em 2005, 48,78% em 2006, 69,77% em 2007 e 85,37% em 2008. Diante dos dados obtidos nos últimos cinco anos (2004-2008), podemos correlacionar o aumento no número das pesquisas na graduação, relativas ao TCC, com a formação e término da pós-graduação de nossos professores, o que nos leva a acreditar e concluir em uma melhora significativa no método ensino-aprendizagem aplicado em nossa instituição. Primeira avaliação da mudanças curriculares na Faculdade de Odontologia da UFRGS Apresentador: Sonia Maria Blauth de Salvutzky Autores: Taís Azambuja, Francesca Bercini, Carlos Eduardo Baraldi Instituição: Faculdade de Odontologia - UFRGS O processo de mudança curricular da Faculdade de Odontologia da UFRGS encontra-se em seu sétimo semestre. Este novo currículo tem por características formar um Cirurgião-dentista capacitado ao exercício de atividades referente à saúde bucal da população; dotado de espírito crítico face à sua realidade e com sólida formação técnica científica e humanística; profissional que norteie o seu comportamento e decisões, pelos princípios da ética/bioética; um profissional que, individualmente ou em associação com seus pares e demais profissionais da saúde, tem como atividade primeira, promover, preservar e recuperar a saúde da população, principalmente na sua esfera de atuação e desenvolve-se em 10 semestres letivos. A partir do quinto e sexto semestres foram planejados o desenvolvimento de competências e habilidades específicas ao exercício profissional do cirurgião-dentista tanto no âmbito da atenção ao indivíduo como à coletividade voltado à realidade local e às necessidades do sistema de saúde vigente. Neste trabalho buscamos avaliar o impacto desta modificação com relação ao ensino-aprendizado nas disciplinas ClínicaOdontológica I e II,respectivamente Revista da ABENO • 8(1):32-96 83 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 pertencentes ao quinto e sexto semestres letivos. Para tanto utilizamos como instrumento de avaliação uma Escala do tipo Likert, constituída por afirmações positivas e negativas,buscando obter a opinião dos alunos sobre a abrangência dos conteúdos ministrados nestas disciplinas. Estas afirmações basearam-se nos seus planos de ensino. A partir da análise dos dados, poderemos avaliar parte desta mudança curricular e obter um feedback para continuar aperfeiçoando o processo de ensino e aprendizagem na Faculdade de Odontologia da UFRGS. Projeto Asa Branca – uma realidade na prevenção do câncer bucal Apresentador: Leógenes Maia Santiago Autores: Leógenes Maia Santiago, Uoston Holder da Slva, João Manoel da Silva Filho, Danielle Lago Bruno de Faria Instituição: Associação Caruaruense de Ensino Superior O projeto Asa Branca-Programa de Prevenção e Combate ao Câncer de Boca, constituinte do complexo de ensino, pesquisa e extensão da ASCES, iniciou suas atividades no ano de 2001. Desde então vem realizando campanhas em diversos municípios do estado de Pernambuco, atingindo o sertão, agreste, zona da mata sul e norte e litoral. Até o momento já foram visitados 31 municípios com a realização de 45 campanhas. No dia 11 de fevereiro de 2005, foi reconhecido pelo Ministério da Saúde, através do Programa Brasil Sorridente, como um Centro de Referência para diagnóstico e tratamento de lesões bucais, tendo sua clínica inaugurada em cerimônia pela Excelentíssimo Presidente da República do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. Além das Campanhas nos municípios, em que são realizadas visitas domiciliares, coma participação de alunos do 1º. ao último período, conta também com a realização de diagnósticos e tratamentos através de estagiários em Centros de Referências Municipais que são criados durante reuniões com os prefeitos dos municípios. Os casos diagnosticados são então encaminhados para a clínica Asa Branca, na Faculdade de Odontologia de Caruaru-PE, cujo transporte fica a cargo do município de origem para que recebam a conduta terapêutica indicada. Além dos procedimentos cirúrgicos são realizados também os exames anátomo-patológicos em laboratório pertencente ao Projeto. O referido projeto também oferece gratuitamente para os cirurgiões-dentistas da rede SUS, curso de capacitação em Estomatologia e Preven84 ção do Câncer Bucal, de natureza teórico-clínico, sendo essa é uma forma de disseminar a necessidade de uma diagnóstico precoce e pronto atendimento. A importância desse projeto vai além do aspecto social, já que permitiu o exame de 83.045 pacientes entre os anos de 2001 a 2007, com um número de 16.388 pacientes com lesões, que foram encaminhados para tratamento na Faculdade de Odontologia de CaruaruPe, possibilitando assim reduzir o fluxo de pacientes aos grandes centros e permitindo aos alunos de Graduação um importante contato com a realidade, que esperamos, possa contribuir para a formação de novos profissionais com melhor conhecimento das característica clínico-epidemiológicas do câncer bucal e voltados para a promoção de estratégias que permitam a instituição de medidas que modifiquem esse quadro atual. Projeto piloto de implantação do projeto telessaúde Brasil no Rio de Janeiro: a inserção da Odontologia Apresentador: Márcia Maria Pereira Rendeiro Autores: Márcia Maria Pereira Rendeiro, Luciana Freitas Bastos Instituição: ENSP/UERJ O Programa Nacional de Telessaúde tem o objetivo de desenvolver ações de apoio à assistência à saúde e, sobretudo, de educação permanente de Saúde da Família. Ao integrar as equipes de saúde da família das diversas regiões do país com os centros universitários de referência, pode melhorar a qualidade dos serviços prestados em atenção primária, diminuindo o custo de saúde através da qualificação profissional e a quantidade de deslocamentos desnecessários de pacientes, utilizando uma infra-estrutura de informática de telecomunicação para o desenvolvimento contínuo à distância, que possibilita a multiplicação e disseminação do conhecimento e a qualificação da assistência prestada, com a utilização de multimeios (biblioteca virtual, videoconferência, fóruns, vídeo streaming e chats); estruturação de um sistema de consultoria e segunda opinião educacional entre especialistas em Medicina de Família e Comunidade e preceptores de Saúde da Família, profissionais da Atenção Primária e Instituições de Ensino Superior. No Estado do Rio de Janeiro, o Telessaúde Brasil está implantado na UERJ, que tem larga tradição no desenvolvimento de ações na Atenção Primária em Saúde e envolve a Medicina, a Enfermagem e a Odontologia. Em fase de implantação, o projeto Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 pretende atingir até 70 municípios, com a instalação de 100 pontos e utiliza a seguinte metodologia: 1. planejamento e apresentação do projeto ao COSEMS, definição conjunta dos municípios selecionados; 2. visita técnica de sensibilização e motivação das equipes; 3. entrega dos formulários de linha de base e teste de conectividade; 4. assinatura do termo de adesão pelo gestor e entrega dos kits de informática; 5. treinamento e realinhamento conceitual da equipe de teleconsultores e das equipes de saúde da família. A inserção da Odontologia na equipe multidisciplinar do projeto atende às premissas da Política Nacional de Atenção Básica e da Política Nacional de Promoção da Saúde, que elencam a Saúde Bucal como área prioritária para o fortalecimento da Atenção Básica. O plano de trabalho proposto inclui: avaliação de linha de base, projeto de extensão com a inclusão dos graduandos, alinhamento das Universidades participantes do PRÓ-SAÚDE como parceiras, suporte para decisão clínica baseada em evidências, curso de formação técnica à distância, Teleconsulta e segunda opinião formativa, tanto para os casos da atenção básica, quanto da atenção especializada, videoconferência, com participação nos temas transversais e proposta dos temas específicos, teleconsultoria e discussão de casos e/ou aprofundamento teórico, encaminhados pelas equipes de Saúde da Família, elaboração de indicadores de avaliação da qualidade e de impacto. A análise dos formulários de linha de base, em processo, já permite identificar as demandas dos profissionais das equipes em relação à teleducação e teleconsultoria ou segunda opinião. A participação ativa da Odontologia em todas as fases do processo tem possibilitado o contato com a realidade local e a troca de experiência com as equipes, facilitando a avaliação dos aspectos qualitativos e subjetivos do diagnóstico, possibilitando reflexões importantes no que se refere ao processo de trabalho, dificuldades enfrentadas e desafios a superar para o fortalecimento da Atenção Básica, desenvolvimento do Sistema Único de Saúde com resolutividade e eficiência, subsidiando processos de gestão, decisão clínica e formação. Projeto sorria – mais uma ferramenta para o ensino da saúde bucal coletiva Apresentador: Fernando Souza Simioni Autores: Fernando Souza Simioni, Bibiana Avelar Bastos, Francisco Avelar Bastos, Flávio Renato Reis de Moura Instituição: Universidade Luterana do Brasil Campus Cachoeira do Sul - RS O Projeto Sorria integra as atividades de extensão do Curso de Odontologia da ULBRA-Campus Cachoeira do Sul. O projeto tem como objetivo proporcionar aos acadêmicos atividades teórico-práticas no campo da saúde bucal coletiva. Este tipo de trabalho possibilita ao aluno de Odontologia atuar na atenção primária em saúde bucal, intervindo no processo de instalação de afecções buco-dentais. Neste contexto, o aluno exercita atividades de cunho social podendo constituir o primeiro contato, do futuro profissional, com a realidade socioeconômica de uma grande parcela da população brasileira. Assim, o curso utiliza o projeto como mais uma ferramenta para capacitar o futuro Cirurgião-Dentista, pautado em princípios éticos, legais capazes de promover transformações sociais da população. Metodologicamente o projeto é desenvolvido na sua integra pelos acadêmicos sob a orientação de um professor. As atividades são divididas em duas etapas: a primeira os acadêmicos trabalham fazendo uma palestra utilizando slides educativos apropriado para pessoas de faixas etárias distintas. Ainda nesta etapa é utilizado um vídeo educativo direcionado para crianças da faixa etária de 4 a 8 anos. Na segunda fase ocorre a parte prática, onde os acadêmicos realizam aplicação tópica de flúor e orientações de higiene bucal com o auxílio de um escovódromo focando principalmente a família. As edições do projeto ocorrem integradas a atividades de instituições públicas e privadas, principalmente em eventos comunitários. Desde 2004 até o ano de 2007 o projeto já atingiu 7376 pessoas e 81,9% das edições foram em entidades públicas, 18,1% em privadas, com a participação de 151 acadêmicos do curso. Conclui-se que o Projeto Sorria é metodologia de trabalho que contribui para o aprendizado teóricoprático de atividades da saúde bucal coletiva e também contribuindo para melhora da qualidade de vida da população atingida. Promoção de saúde bucal para pacientes especiais - apresentação de um projeto de extensão Apresentador: Regina Ferraz Mendes Autores: Regina Ferraz Mendes, Danyege Lima Araújo Ferreira, Rosendo Prado Júnior, Reyjanne Barros de Carvalho Instituição: Universidade Federal do Piauí U m Projeto de Extensão tem por finalidade consolidar a interface comunidade acadêmica/sociedade, possibilitando o enriquecimento necessário Revista da ABENO • 8(1):32-96 85 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 para o processo integrador de produção do conhecimento em busca da melhoria das condições de vida da sociedade em geral. Este projeto originou-se com a constatação, a partir de pesquisas realizadas, de que os pacientes com necessidades especiais encontravam-se com a saúde bucal precária. Concluiu-se que esta situação é conseqüência do pouco conhecimento dos cuidadores sobre as práticas adequadas de promoção de saúde e da dificuldade de atendimento odontológico para estes pacientes, os quais muitas vezes são rejeitados pelo serviço convencional. Os objetivos foram: identificar conhecimento dos cuidadores e professores sobre práticas de promoção de saúde bucal; Promover, recuperar e manter a saúde bucal do paciente com necessidades especiais; Capacitar profissionais envolvidos com os pacientes portadores de necessidades especiais para a promoção de saúde; Despertar nos alunos da graduação a importância do atendimento humanizado e a responsabilidade do cirurgião dentista em ações de promoção de saúde em pacientes especiais. O Projeto é desenvolvido no Centro Integrado de Educação Especial (CIES), mantido pelo Governo do Estado do Piauí, o qual atende 334 crianças com deficiência mental (principalmente síndrome de down, mas atende também autismo, paralisia cerebral e deficiência múltipla) de 0-14 anos. O CIES assiste em várias áreas a fim de proporcionar o desenvolvimento das crianças a ponto de incluí-las no ensino regular. O trabalho educacional tem como foco o processo de inclusão do aluno especial, desenvolvendo atividades que possibilitem que as crianças com deficiência possam ingressar na escola comum. Também proporciona atendimento psicológico, fonoaudiológico, médico, odontológico, psicopedagógico, terapêutico ocupacional, além de atendimento em enfermagem e de assistência social, executados em conjunto com a educação regular para oferecer um atendimento integral às crianças. Os alunos e professores do curso de Odontologia da UFPI se deslocam ao CIES, onde são realizadas atividades Educativas (Palestras, oficinas, teatro, trabalhos de artes nas salas da aula, orientações sobre higiene bucal para pacientes, pais e responsáveis. Este momento é importante também para se promover a socialização através de atividades produtivas, expressivas, lúdicas, recreativas e estimulação precoce com temas de odontologia); e de Promoção e Recuperação da Saúde (escovação supervisionada, aplicação de flúor e tratamento restaurador atraumático). Casos mais complexos são encaminhados para a UFPI. Este projeto tem propiciado uma relação so86 cial de impacto entre a UFPI e a sociedade, como agente transformador; atua dentro dos princípios de interdisciplinaridade, caracterizada pela interação de modelos, conceitos complementares e metodologias, buscando a consciência teórica e operacional, que estruture o trabalho dos agentes no processo de extensão e ainda enaltece a indissociabilidade ensinopesquisa-extensão que reafirma a extensão como processo acadêmico de formação e de geração de conhecimentos. Proposta de adequação da estrutura curricular do curso de graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto / USP Apresentador: Maria da Gloria Chiarello de Mattos Autores: Silvia Passeri, Maria da Gloria Chiarello de Mattos, Marisa Semprini, Marlivia Golçalves Carvalho Watanabe Instituição: Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP A definição de um novo projeto político pedagógico para o curso de graduação da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto/USP (FORP/USP) na perspectiva das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) do MEC constituiu um desafio para Comissão de Graduação da unidade, culminando com a implantação de uma estrutura curricular, a partir de 2004, que adotou como estratégia mobilizar o corpo docente/discente para participar de reuniões (ao final do processo foram computadas 52 delas) partindo-se do microcosmo da universidade representado pelo Departamento, que é a menor célula, para o macrocosmo, representado por assembléia geral e finalmente Congregação da unidade, na proposta de estrutura curricular que ampliasse os cenários de ensino-aprendizagem ao longo de toda a formação acadêmica, proporcionando ao aluno, desde cedo, o contato com a realidade social e dos serviços de saúde, oferecendolhe condições para superar a dicotomia entre estudo e trabalho, valorizando a incorporação de tecnologias leves e o trabalho em equipe multiprofissional, bem como a integração dos conteúdos programáticos das disciplinas, com a proposta do currículo que teve por foco central o tratamento do paciente de maneira integral, observando este indivíduo no seu todo. Para atingir os objetivos propostos, este currículo foi organizado de forma integrada, em complexidade crescente e quase sem nenhuma separação entre os ciclos básico e profissionalizante. Em 2006, a Comissão de Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Graduação da FORP/USP convidou especialistas da área da pedagogia para participar de reunião com na qual foram apresentados o currículo do curso e suas particularidades. Esta Comissão solicitou uma avaliação da estrutura atual do currículo para iniciar uma proposta de adequação curricular, uma vez, que os professores e alunos identificaram alguns aspectos que precisariam ser revistos. A partir de julho de 2007, deu-se início a construção da proposta de adequação da estrutura curricular do curso de graduação em Odontologia da FORP / USP em conjunto com a Comissão de Ensino composta por representantes de todas as áreas departamentais. O objetivo principal desta proposta foi oferecer uma visão externa da estrutura curricular do Curso de Odontologia com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais, apresentando sugestões e permitindo uma reflexão sobre a estrutura atual. Para o diagnóstico inicial da estrutura curricular atual da FORP-USP, observações sugeridas pelas Diretrizes Curriculares foram analisadas e comparadas às propostas atuais do currículo da FORP/USP. Como resultado desta análise foram feitas considerações quanto ao: 1-) Perfil do Aluno, 2-) Competências e Habilidades, 3-) Estágios Curriculares, 4-) Atividades Complementares, 5-) Projeto Pedagógico, 6-) Trabalho de Conclusão do Curso, 7-) Estrutura do Curso e Integração Curricular, 8-) Avaliação e Acompanhamento do Curso. Os estudos permitiram apresentar proposta de adequação curricular que poderá oferecer subsídios para a realização de mudanças no Curso de Odontologia, aperfeiçoando ainda mais a qualidade do ensino ministrado na Instituição. Proposta para divulgação do projeto pedagógico entre discentes da Faculdade de Odontologia da PUC-Campinas Apresentador: Solimar Maria Ganzarolli Splendore Autores: Arnaldo Pomílio, José Inácio Toledo Junior, Solimar Maria Ganzarolli Splendore Instituição: Faculdade de Odontologia PUC-Campinas A importância do Projeto Pedagógico para uma Faculdade é inquestionável. No entanto, para que as propostas e o conteúdo deste Projeto sejam colocados em prática, cada elemento participativo do curso deve conhecê-lo e compreendê-lo. Com este objetivo, os membros da EAPP (Equipe de Apoio ao Projeto Pedagógico) da Faculdade de Odontologia da PUC-Campinas elaboraram uma proposta para divulgação do projeto entre docentes, funcionários e principalmente discentes. Em um painel principal de 90X110 cm, foi inserido, de forma lúdica, todo o conteúdo do Projeto, seus Eixos principais e Objetivos. Cópias deste painel foram confeccionadas em folhas tamanho A3 e A4 e distribuídas em todos os períodos da Graduação. O painel ficou exposto e foi apresentado aos alunos. Após a divulgação, os alunos apresentaram condições mais favoráveis para discussão de conteúdo e maior compreensão do desenvolvimento de seu proacesso de aprendizagem. Pró-Saúde da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás: análise do primeiro ano de execução Apresentador: Maria Goretti Queiroz Autores: Maria Goretti Queiroz, Claudio Rodrigues Leles, Gersinei Carlos de Freitas, Rejane Faria Ribeiro-Rotta Instituição: Faculdade de Odontologia- UFG O Pró-saúde da FO-UFG iniciou as suas atividades em 2006 e o seu primeiro ano de execução se encerra em junho de 2008 com a prestação de contas dos recursos recebidos neste período. Este trabalho tem como objetivo apresentar as ações desenvolvidas neste período a partir dos eixos orientadores do programa: orientação teórica, cenário de prática e orientação pedagógica. No eixo da orientação pedagógica foram desenvolvidas atividades visando promover mudanças no processo de formação, por meio do aprimoramento das práticas pedagógicas. Foram realizados quatro momentos de reflexão-ação que subsidiaram as discussões nas disciplinas que compõem a matriz curricular. Ainda neste eixo, destaca-se a realização da I Mostra da Parceria Ensino-Serviço-Comunidade que surgiu da necessidade de se criar um espaço para troca de experiências, diálogos, encontros, debates e reflexões, visando ampliar e fortalecer as parcerias. Foi construída com metodologia favorável ao diálogo e a integração, sendo composta por: discussão dos trabalhos científicos, rodas de conversa, painéis, e atividades complementares como Mostra de Cinema, Tenda Paulo Freire e Trilha da vida. No eixo da reorientação da formação evidenciou-se a necessidade de mudanças que superam a lógica da gestão acadêmica atual, neste sentido foram implementadas ações visando à mudança organizacional, melhoria na comunicação visual e prontuário eletrônico. Como estratégia de gestão da mudança priori- Revista da ABENO • 8(1):32-96 87 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 zou-se ações que provocassem impacto no fazer docente, destaca-se as atividade do VER-SUS Docente. O mesmo visa ampliar a duração e diversificar a prática educacional dos estudantes da UFG, considerando os princípios, diretrizes e cenários de práticas do SUS, contemplando os interesses e necessidades dos diferentes cursos, mediante sensibilização e qualificação dos docentes. Foi concebido inicialmente para ser uma atividade para os docentes da FO, no entanto, tornou uma atividade integradora da área da saúde da UFG, principalmente devido ao envolvimento da Pró-Reitoria de Graduação, desde o início. Na orientação teórica as atividades desenvolvidas têm permitido ampliar a discussão sobre os determinantes do processo saúde-doença na graduação e pós-graduação que permitirá, entre outras mudanças, a realização de pesquisas mais direcionadas à realidade local. Foram propostas trinta e uma ações, destas dezenove foram executadas como o planejado outras se desdobraram em novas atividades ou foram substituídas tendo em vista a mudança do cenário. As dificuldades encontradas se relacionam à diversificação do espaço de atuação ao longo do curso, envolvimento heterogêneo dos docentes, integração com os outros cursos da área da saúde dentro da UFG e o planejamento compartilhado com o SUS local. Pró-Saúde na Universidade Federal de Santa Catarina – um processo de integração ensino-serviço-comunidade Apresentador: Ines Beatriz da Silva Rath Autores: Cláudio José Amante, Daniela Lemos Carcereri, Ines Beatriz Rath, Mauro Amaral Caldeira de Andrada Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina O Curso de Graduação em Odontologia da UFSC está reorientando o seu Projeto Pedagógico, com base na Resolução no 3/02 CNE/CES, de 19 de fevereiro de 2002, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais de Cursos de Graduação em Odontologia. Este trabalho tem como objetivo proporcionar reflexões em torno desta temática para todos os atores envolvidos e responsáveis pela gestão do ensino e do serviço. O processo de integração ensino-servico-comunidade aponta para a necessidade de programar novas metodologias educacionais, estruturar uma matriz curricular que garanta a formação de um Cirurgião-Dentista com visão crítica, postura ética, sensibilidade social, que entenda o ciclo da vida e o processo de saúde-do88 ença, com uma abordagem humanizada, pautada na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade. As áreas de Medicina e Enfermagem têm experimentado movimentos significativos de reflexão crítica sobre os modelos tradicionais de formação profissional. Em relação à Odontologia, este processo é mais recente exigindo esforços para integrar a saúde bucal dentro do novo contexto de ação interdisciplinar e multiprofissional, formando um profissional com perfil adequado. O Ministério da Saúde tem se preocupado em orientar o processo de formação de recursos humanos da área, estabelecendo, para tanto, parceria com o Ministério da Educação. Essas mudanças têm implicado em redirecionamento nas políticas de educação e de saúde. O Curso de Graduação em Odontologia, da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, vem desenvolvendo atividades visando processos de mudanças na formação de CirurgiõesDentistas. Um dos pontos marcantes tem sido a discussão das novas diretrizes curriculares para os cursos de Odontologia e as políticas públicas de saúde bucal, visando adequar o currículo às necessidades do País nesta área. A agenda de debates inclui temas como: desafios da integração entre as demandas do SUS e o ensino da Odontologia, o Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde, o Pró-Saúde, a política de saúde bucal enquanto instrumento de inclusão social e de garantia da cidadania. Pró-Saúde: ações integradoras para graduação de um profissional generalista comprometido com o SUS Apresentador: Maria Cristina Almeida de Souza Autores: Souza M.C.A., Casotti E., Gouvea M.V., Albuquerque C.J.M. Instituição: Universidade Severino Sombra - USS E m 2005, a auto-avaliação do Curso de Odontologia da USS evidenciou insatisfação por parte dos discentes dos períodos concluintes em relação à sua futura inserção no mercado de trabalho, uma vez que a grande demanda é por profissionais generalistas, com destaque para aqueles com perfil para atuação na Atenção Básica. Os gestores, apoiados pela comunidade acadêmica decidiram, assim, pela efetivação de ajustes que representaram a reorientação na for- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 mação profissional do aluno de Odontologia, decisão alicerçada na contemplação do Curso com o Pró-saúde - Programa de Reorientação do Profissional em Saúde - (MS/MEC/OPAS). Entre as ações propostas e executadas, destacam-se: ampliação do número de pesquisas acadêmicas relacionadas com a Atenção Básica; inclusão e discussão de temas transversais fomentadores do desenvolvimento de um necessário senso crítico discente; revisão dos conteúdos programáticos, apontados com deficitários por preceptores de estágio; reorganização dos Estágios Supervisionados Curriculares com readequação dos campos de prática (Unidades Saúde da Família do Município); conscientização por parte dos docentes do ciclo profissional sobre a relevância do SUS como campo de atuação. Prestes a concluir o primeiro ano de execução do Pró-saúde, as vantagens e progressos na reorientação da formação do Cirurgião-dentista são incontestáveis, já representando um diferencial de atuação do acadêmico na região na qual a USS está inserida. Apesar do curto período de tempo de operacionalização das ações, o acompanhamento dos egressos tem permitido verificar sua inserção no mercado de trabalho, com destaque para o percentual de ingressantes no serviço público. Concluem os autores que o modelo que se implementa na USS, segundo este novo perfil de formação profissional, é moderno, atual e, portanto plenamente adequado à realidade nacional. Reestruturação da matriz curricular com vistas às DCN: uma experiência do Curso de Odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB Apresentador: Patrícia Elizabeth Souza Matos Autores: Patrícia Elizabeth Souza Matos, Haroldo José Mendes, Cézar Augusto Casotti Instituição: Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia O Curso de Odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –UESB foi implantado no ano de 2004, no campus universitário do município de Jequié, região sudoeste da Bahia. As atividades da primeira turma foram iniciadas no ano de 2004, trabalhando com uma “grade curricular tradicional”, na qual as disciplinas foram distribuídas de acordo com as especialidades odontológicas, e somente nos dois últimos semestres as disciplinas de Clínica Integrada eram desenvolvidas. À medida que o corpo docente foi sendo constituído, iniciou-se uma discus- são acerca da matriz curricular, uma vez que se tratava de um curso novo e que “caminhava na contramão” do que era proposto pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2002, foi então que em 2005 iniciouse o processo de reestruturação da matriz curricular, com uma proposta de trabalho voltada a integração das disciplinas. O novo fluxograma do curso de odontologia da UESB passou a vigorar em 2006, funcionando em 10 semestres, com carga horária total de 4.830 horas, distribuídas em macrodisciplinas, que visam integrar os conhecimentos das especialidades odontológicas, de maneira que os discentes tenham práticas clínicas integradas e uma melhor formação em Saúde Coletiva. Atualmente, a primeira turma encontra-se no 80 semestre, e a tentativa de trabalhar em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais não vem sendo uma tarefa fácil na UESB, onde as dificuldades e os êxitos são sentidos e percebidos a cada dia durante o desenvolvimento das atividades acadêmicas, principalmente quando coloca-se em evidência a discussão de termos “professores especialistas no ensino generalista”. O relato desta experiência trará contribuições para que as dificuldades do curso de Odontologia da UESB possam ser discutidas com representantes de outras instituições de ensino superior, a fim de que se criem norteadores, e para que os nossos êxitos também sirvam de exemplo e motivação para os demais. Reflexões críticas da internacionalização da graduação em odontologia Apresentador: Oswaldo Crivello-Junior Autores: Oswaldo Crivello-Junior, Bonnie Taylor Escudeiro, Renata Regina Cafasso Hager Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo M uito se tem falado em internacionalização da graduação nos últimos anos no Brasil. O Protocolo de Bolonha foi o instrumento desencadeador dessa discussão não somente no nosso país como em outros. Alguns autores acreditam que essa internacionalização seria o grande desafio para o Brasil nos próximos anos e que políticas objetivas entre universidades e estado devam ser desenvolvidas para que objetivos, com resultados de interesse para o Brasil, sejam alcançados. O Protocolo de Bolonha, compromisso europeu que objetiva formar uma estrutura, um espaço comum de ensino superior, aos países da União Européia conferindo maior possibilidade de intercâmbio entre eles, tem a pretensão de alinhar Revista da ABENO • 8(1):32-96 89 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 as Universidades da Comunidade Européia quanto à sua estrutura e duração de seus cursos de graduação e pós-graduação strictu sensu. O novo modelo de ensino superior é fundamentado no trabalho dos alunos e na efetiva aquisição de competências. Essa proposta já encontra resistências de intelectuais e professores. A Odontologia não está fora dessa discussão como vemos no exemplo abaixo transcrito: “Como, por exemplo, um odontólogo com pós-graduação na Alemanha vai aprender a trabalhar com aparelhos e materiais alemães, e no seu retorno ao Brasil, provavelmente continuará a querer usá-los, pois são estes seus parâmetros de qualidade e o material que ele aprendeu a manusear com destreza. Com isto, aumentam-se as vendas alemãs em materiais e aparelhos ortodônticos pelo mundo afora, promovidos pelos ex-bolsistas da odontologia na Alemanha”. Mas a reflexão crítica começa em saber em que resultaria ganho para a instituição e para a sociedade repatriar um docente que venha com soluções importadas que não venham a suprir as necessidades locais ou que nada tenham a ver com nossa realidade? Esse ponto já deve ser discutido na ida do docente para lá e da finalidade de seus planos de estudos. A internacionalização do ensino superior de Odontologia passa pelo estabelecimento de convênios entre diferentes instituições? Esse é o caminho, chamado de internacionalização, em diferentes escolas. Na Universidade de São Paulo outros cuidados são ajuizados: mérito acadêmico do aluno, pertinência ao projeto formativo do curso e mesmo a viabilidade das despesas propostas. Sem isso, a experiência internacional com certeza pouco ajudará na formação profissional sem prejuízo da importância informal de experiências escolares que deve ser sempre considerada (Freire, 2007). Necessário se faz a definição da internacionalização. Sem ela, o país corre o risco de tender para ela com os mesmos componentes maléficos que convivemos na globalização econômica e servirmos exclusivamente para destino de interesses não compatíveis com a realidade da saúde bucal brasileira. Reflexões éticas no cotidiano de uma clínica de urgências odontológicas Apresentador: Marianella Aguilar Ventura Fadel Autores: Marianella Aguilar Ventura Fadel, Arno Locks, Inês Beatriz da Silva Rath, Vera Lúcia Bosco Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina 90 A bioética trata das dimensões morais, decisão e conduta nas ciências da vida e no cuidado à saúde, valendo-se de metodologias éticas num contexto multidisciplinar. As questões bioéticas estão presentes cotidianamente em âmbito mundial nos mais diversos ambientes, inclusive no cotidiano das clínicas odontológicas. No entanto, embora as questões bioéticas estejam presentes, nem sempre são discutidas ou refletidas como deveriam, e, portanto, não norteiam as condutas profissionais. Devido ao seu caráter trans e multidisciplinar, a discussão bioética é imprescindível na área da saúde. Na Odontologia, muitas questões são dignas de debates bioéticos, no entanto a discussão ainda é incipiente. Dentre os princípios que fundamentam a bioética, existe: 1) a autonomia, entendida como a autodeterminação da pessoa para tomar decisões que afetem sua própria vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica, suas relações sociais; 2) a beneficência que tem como regra norteadora o bem do paciente, seu bem estar e seus interesses; 3) a não-maleficência que diz respeito à obrigação de não causar danos, e 4) a justiça que obriga a garantir distribuição justa, equitativa e universal dos benefícios e dos serviços de saúde. Os princípios bioéticos na clínica odontológica universitária, onde também existe o compromisso com o ensino, precisam ser analisados sob um enfoque ampliado e deve envolver docente/paciente/aluno. A necessidade de obtenção do consentimento livre e esclarecido para realizar trabalhos odontológicos é fundamental. Para tanto, os professores e os alunos devem apresentar para os pacientes as possibilidades de tratamento bem como suas características, dividindo com o paciente a responsabilidade da escolha. Porém, a ocorrência de dilemas bioéticos em clínicas odontológicas de urgências é rotineira, pois se lida constantemente com dor e desconforto, e o paciente muitas vezes solicita a eliminação definitiva do seu incômodo, mesmo que isto signifique perder um elemento dental. Cabe o questionamento: é ético extrair um dente permanente, onde há condições e indicação de tratamento endodôntico, em atendimento à solicitação do paciente, que decidiu “arrancar” todo e qualquer dente que viesse a “incomodar”? Se, devidamente esclarecido o paciente insistir e assinar um termo de responsabilidade, o profissional estaria, em tese, legalmente amparado, mas, estaria tranqüilo em relação à questão ética e às suas convicções profissionais? A discussão e reflexão éticas são contundentes no cotidiano das clínicas odontológicas universitárias. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 É necessário trazer estas questões precocemente nos cursos de graduação, de modo que o ensino odontológico brasileiro esteja adequado aos novos paradigmas mundialmente aprovados em 2005 pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura - UNESCO na Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos. Resultados preliminares da aplicação do teste do progresso, em curso de Odontologia de universidade particular, em três semestres consecutivos Apresentador: Elaine Quedas de Assis Autores: Elaine Quedas de Assis, Isabela M. Benseñor, Dalva Gruz Laganá, Monica Andrade Lotufo, Claudio Fróes de Freitas Instituição: Universidade Cidade de São Paulo - UNICID - FMUSP C om a flexibilização dos Projetos Pedagógicos torna-se necessário reconhecer que as mudanças que se quer promover nos cursos de graduação na área da saúde dependem de uma série de ações articuladas, entre estas, o processo de avaliação tem um papel decisivo como indutor de mudanças. O teste do progresso é um instrumento que vem sendo amplamente utilizado para avaliar o desempenho cognitivo dos estudantes ao longo do curso, sendo utilizado também como ferramenta de avaliação do curso de Medicina. Com características de avaliação longitudinal e ainda pouco difundido no curso de Odontologia. O objetivo do nosso trabalho foi desenvolver um método próprio, adaptado aos padrões de ensino aprendizagem a que estão submetidos os futuros odontólogos, capaz de avaliar o desempenho dos alunos e das mudanças curriculares presentes nos cursos de Odontologia. O teste foi aplicado a todos os alunos de 1° a 4° anos, ao mesmo tempo, sendo composto por 85 questões referentes a todas as disciplinas do curso de Odontologia da UNICID e aplicados semestralmente. A participação dos alunos foi voluntária, porém incentivada. Os professores foram convidados a enviar as questões para a comissão responsável pela realização do Teste dentro das características que se espera de um profissional em função de competências que os educandos devem desenvolver, respeitando as construções e aprendizados anteriormente conquistados. Observou-se a presença dos alunos em 93,9%, 89,7% e 86,5%, respectivamente nos três primeiros testes. Quanto ao ganho de conhecimento pode-se obser- var aumento estatisticamente significativo entre o 1º e o 3º teste. Sendo progressivo nas turmas do 1º ao último semestre. Os resultados preliminares indicam um ganho de conhecimento cognitivo progressivo e contínuo ao longo dos quatro anos do curso de Odontologia, parecendo ser possível o uso desta ferramenta como mais um processo avaliativo ético e responsável. Saúde bucal no século XXI: o desafio do ensino e da prática Apresentador: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues Autores: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues, Ana Figueiredo Bomfim Matos, Rodolfo Macedo Cruz Pimenta Instituição: Universidade Estadual de Feira de Santana A saúde bucal vive um período de desenvolvimento e modificações em suas concepções, saberes e práticas. Prova disso são as diversas vertentes da Odontologia surgidas desde a década de 50 do século XX, a exemplo da Odontologia Sanitária, Odontologia Preventiva, Odontologia Simplificada, Odontologia Integral e a Saúde Bucal Coletiva. A implantação de Equipes de Saúde Bucal no Programa de Saúde da Família (PSF) introduz no século XXI uma abertura para uma transformação significativa no que diz respeito à Saúde Bucal, contudo não se pode esperar uma mudança nas práticas odontológicas se o paradigma da Odontologia nas Instituições de Ensino Superior mantiverem um processo de ensino-aprendizagem baseado no modelo flexneriano (individualista, biologizante e superespecializado). Com base nestas observações, interpreta-se a necessidade de alterações no ensino de graduação. De acordo com tal necessidade, a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais do curso de graduação em Odontologia, publicada em fevereiro de 2002 pelo Conselho Nacional de Educação, é de grande relevância para que a formação dos novos cirurgiões dentistas acompanhe as expectativas atuais da Saúde Bucal. Este trabalho propõe-se, portanto, a uma reflexão teórica, a partir da revisão de artigos que analisam as alterações curriculares, já existentes, nos cursos de graduação em Odontologia, a fim de demonstrar o desafio transformador presente na relação entre o ensino e a prática odontológica. O resultado desta analise permite concluir a possibilidade de alterações na realidade dos incipientes profissionais da Odontologia, com o propósito de ultrapassar os limites da discussão para a atuação. Revista da ABENO • 8(1):32-96 91 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Segmentação de grupos de estudantes da Faculdade de Odontologia da UFG quanto à classificação de desempenho em disciplinas clínicas e não clínicas Apresentador: Erica Tatiane da Silva Autores: Erica Tatiane da Silva, Maria de Fátima Nunes, Maria Goretti Queiroz, Cláudio Rodrigues Leles Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás A avaliação de desempenho acadêmico cumpre um papel estratégico para o planejamento político-pedagógico da instituição e deve estar baseado em dados confiáveis e abrangentes. A avaliação em instituições brasileiras de ensino superior, somativa ou formativa geralmente é traduzida sob a forma de notas, ocorrendo aprovação do acadêmico através da média final nas disciplinas. O objetivo do presente estudo é analisar quantitativamente o padrão de desempenho de estudantes da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. Foi obtida uma amostra de 1166 estudantes, concluintes do curso de graduação entre os anos de 1988 e 2007. As notas de avaliações em disciplinas foram coletadas dos extratos acadêmicos fornecidos pelo Departamento de Assuntos Acadêmicos, tabulados e analisados através do Programa Estatístico SPSS 16.0. Foram consideradas as médias total e parcial por grupos de disciplinas (ciclo básico e ciclo profissionalizante, disciplinas clínicas e não clínicas). A segmentação dos alunos com base no desempenho foi realizada pela análise de cluster (K-Means cluster), em 3 grupos de desempenho (alto, médio e baixo). As médias totais foram: 8,11 (n=466; 40,0%), 7,39 (n=527; 45,2%) e 6,55 (n=173; 14,8%), para os grupos de alto, médio e baixo desempenho, respectivamente. Os grupos com desempenho alto corresponderam a 45,3% no ciclo básico (média=7,85), 41,5% no ciclo profissionalizante (média=8,14), 48,3% nas disciplinas clínicas (média=7,79) e 35,0% nas disciplinas não clínicas (média=8,19). Em todos os grupos de disciplinas, o segmento formado pelos grupos de baixo desempenho correspondeu ao menor número de alunos, variando entre 11,3 (disciplinas clínicas) e 18,1% (disciplinas não clínicas). Conclui-se que os padrões de desempenho acadêmico dos estudantes apresentaram tendência entre média e alta, mas um número considerável de alunos com baixo desempenho sugere a necessidade de estratégias educacionais diferenciadas para este segmento. 92 Seminários interdisciplinares de simulações clínicas – uma experiência de integração básico-clínico Apresentador: Miura C. S. N. Autores: Bremm L. L., Boleta-Ceranto D.C.F., Hoeppner M.G., Gomes V. E. Instituição: UNIPAR E m vista da desafiante tarefa de introduzir precocemente o acadêmico ao raciocínio clínico, promover permanentemente a interdisciplinaridade, colocar o aluno num papel ativo de aprendizagem e colocar o professor num papel de problematizador e facilitador do aprendizado, elaboramos o projeto de ensino “Seminários Interdisciplinares de Simulações Clínicas”. No desenvolvimento do referido projeto, são preparados casos clínicos complexos envolvendo ao menos três especialidades odontológicas e incluindo as áreas básicas correlatas. Embora denominados “casos clínicos”, são casos simulados, sempre com complicações sistêmicas, destituídos de detalhes que levem à sua resolução, que não é o objetivo do projeto. Os alunos levantam palavras-chave para pesquisa e estabelecem objetivos de aprendizagem buscando a expansão do estudo do caso em áreas do conhecimento básicas, clínicas e sócio-culturais. Os participantes de cada grupo são orientados a buscar, associar e discutir esses conhecimentos, tendo como norteador da pesquisa o caso clínico. Os grupos reúnem-se para expor e discutir as diversas possibilidades para cada caso e a fundamentação técnico-científica e o professor assume um papel de problematizador e facilitador. A metodologia desenvolvida no projeto está centrada no aluno através da resolução de problemas. Os problemas diferem dos casos clínicos, sendo que estes últimos apresentam diversos problemas num mesmo caso. Esta é uma metodologia inovadora de ensino que propõe ensinar o aluno a aprender, permitindo que ele busque o conhecimento nos inúmeros meios de difusão do conhecimento hoje disponíveis e que, conseqüentemente, aprenda a utilizar e pesquisar estes meios. A diversidade do conhecimento, por meio da diferentes formas de resolutividade clínica, é o objetivo do projeto. Isso é de suma importância, pois os assuntos aprendidos nos primeiros anos do curso permanecem, com freqüência, intocados até a sua formação. Vale ressaltar que somente o estudo e o aprimoramento permanente tornam possíveis a sobrevivência do profissional no mundo atual. Este projeto, portanto, fortalece a articulação da prática com a teoria ao simular casos complexos e de risco que requerem um profundo embasa- Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 mento teórico. Com base nos resultados obtidos, podemos concluir que o referido projeto promover a interdisciplinaridade, principalmente entre áreas básicas e clínicas; estimular a capacidade crítica e reflexiva do acadêmico; estimular formas de educação continuada através do estudo individual e em grupo através de grupo tutoriais; estimular a capacidade de demonstrar o planejamento e a discussão de uma conduta baseada em evidências científicas, e estimular a capacidade de comunicação dos alunos. Seqüência clínica integrada para tratamento odontológico interdisciplinar Apresentador: Eduardo José Guerra Seabra Autores: Eduardo José Guerra Seabra, Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima, Gerdo Bezerra de Faria Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande do Norte T oda prática profissional requer normatizações para otimizar o desenvolvimento de suas atividades. Em Odontologia, isso pode acontecer sob forma de protocolos de atendimento clínico, rotinas formais de procedimentos ou de seqüência clínica a que o operador guia-se por ela para conduzir seu tratamento. Esta formalização de procedimentos preenche lacunas didáticas, servindo como roteiro para que o acadêmico ou profissional em relação ao moddus operandi clínico, objetivando a melhor forma de condução do tratamento. A literatura é bem rica em protocolos de atendimento clínico dentro das especialidades ou, até mesmo, de procedimentos clínicos. Vários exemplos podem ser citados: seqüências clínicas para confecção de restaurações ou próteses, bem como um plano de tratamento periodontal envolvendo procedimentos básicos e avançados. Mas esta mesma literatura é pobre quando nos referimos a seqüências clínicas para planos de tratamento abrangendo mais de uma área do conhecimento odontológico, como os traçados nas Clínicas Integradas das faculdades de Odontologia. O desenvolvimento de uma seqüência clínica integrada para atendimento odontológico inter ou transdisciplinar pode atuar de modo importante no contexto atual de necessidades do ensino odontológico em relação ao perfil do profissional a ser formado (clínico geral com visão ampla e integral da promoção de saúde bucal), bem como ao perfil da atividade docente neste aspecto da conduta generalista do exercício profissional no ensino. Desenvolveu-se uma seqüência clínica de atendimento para uso na disciplina de Clínica Integrada onde se buscou a possibilidade de abertura para que áreas do conhecimento odontológico possam perpassar entre si no plano de tratamento. A partir de um exame clínico que utilize ferramentas como: anamnese, exame físico intra-bucal e radiográfico, e análise dos modelos de estudo articulados, temos elementos para traçar adequado modelo clínico de tratamento. Sugere-se então um roteiro de procedimentos que pode ser aplicado em disciplinas de Clínica Integrada, bem como orientar a atividade profissional: 1) Condicionamento do meio bucal: Periodontia - Endodontia – Exodontias - Dentística: onde o operador julga o principal fator de infecção, estipulando a ordem de procedimentos; procede-se a moldagem para planejamento protético ou ortodôntico na sessão do exame clínico ou após a raspagem periodontal. 2) Cirurgias eletivas; 3) Dentística; Prótese; 5) Controle e manutenção. Esta sequência baseia-se em três princípios (adequação do meio bucal; preparo de boca e reabilitação) e pode ser interrompida a qualquer tempo por uma urgência odontológica, bem como, deve-se proceder o planejamento em conjunto com áreas às quais os pacientes possam ser encaminhados, como a ortodontia e a implantodontia. Instrumentos como este podem ajudar a construção do ensino odontológico de maneira integrada, como pedem as DCN’s. Teleodontopediatria: competências a serem desenvolvidas no curso de pósgraduação em atendimento à graduação em curso presencial com suporte a distância Apresentador: Mary Caroline Skelton Macedo Autores: Mary Caroline Skelton Macedo, Luciana Butini Oliveira, Marcelo Bönecker, João Humberto Antoniazzi Instituição: FOUSP A importância das competências ligadas ao desenvolvimento da comunicação online tem despertado o interesse das diversas especialidades odontológicas, tendo em vista suas características próprias e a necessária adequação às Diretrizes Curriculares Nacionais. A Disciplina de Odontopediatria da FOUSP desenvolveu um curso para a capacitação de 10 alunos de pós-graduação do triênio 2008/2010, a fim de que possam agregar as competências de tutor de cursos online preconizada na Teleodontologia. Os conteúdos do curso contemplaram a aplicação de mídias educacionais, produção de material didático apropriado para supor- Revista da ABENO • 8(1):32-96 93 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 te ao ensino presencial, conceitos de teleducação, interatividade e interação online. Foram agregados os treinamentos em ferramentas síncronas e assíncronas de ensino. A plataforma educacional utilizada foi o Moodle. O planejamento do curso incluiu a preocupação em capacitar os alunos quanto aos conceitos fundamentais para um processo de ensino-aprendizagem eficaz quando realizado sob EaD. Foram aferidos os aspectos papel do tutor; relacionamento tutor/estudante; dificuldades atreladas ao desenvolvimento dessa modalidade de ensino; e, eficácia do processo de ensino-aprendizagem na modalidade EaD em função da adequação de planejamento. Um questionário foi aplicado a fim de avaliar as competências adquiridas pelos alunos de pós-graduação quanto à proposta realizada e as respostas obtidas foram tratadas por porcentagem. Observouse a assimilação correta dos parâmetros propostos na seguinte gradação: papel do tutor (90,9% observaram que o tutor deve ser um facilitador do processo); relacionamento tutor/estudante (63,6% acreditam que deva existir acesso facilitado); dificuldades atreladas ao desenvolvimento dessa modalidade de ensino (27,3% acreditam que seja de mesma magnitude que o ensino presencial); e, eficácia do processo de ensino-aprendizagem na modalidade EaD em função da adequação de planejamento (72,7% acreditam neste fato). Foi proposto aos alunos que sejam os tutores dos alunos de graduação da Disciplina de Odontopediatria na seqüência da capacitação. Percebe-se claramente a compreensão dos alunos com respeito às exigências próprias de um curso presencial com suporte a distância nos quesitos papel do tutor; relacionamento tutor/estudante; e, eficácia do processo de ensino-aprendizagem na modalidade EaD em função da adequação de planejamento. Quanto às dificuldades atreladas ao desenvolvimento dessa modalidade de ensino, os alunos não perceberam a dificuldade em se produzir essa modalidade de ensino, possivelmente por ainda não terem entrado em contato com os alunos em ambiente formal de curso. Teleodontopediatria: exercícios online desenvolvidos pelos alunos de pósgraduação para aplicação na graduação Apresentador: Mary Caroline Skelton Macedo Autores: Luciana Butini Oliveira, Mary Caroline Skelton Macedo, Ana Estela Haddad, Antonio Carlos Guedes-Pinto Instituição: FOUSP 94 A eficácia comprovada pelos cursos presenciais com suporte online têm levado a repensar as competências a serem desenvolvidas na pós-graduação em Odontologia. Em virtude deste fato foi desenvolvido um curso de capacitação de 10 alunos de pós-graduação de Odontopediatria do triênio 2008/2010 para que possam atender aos alunos de graduação na turma a se iniciar no segundo semestre de 2008 em sistema de desenvolvimento e gerenciamento do suporte digital. Os objetivos pedagógicos desenhados para este curso incluíram os aspectos cognitivos com respeito ao Ensino a Distância e suas implicações; as habilidades almejadas incluíram o desenvolvimento de suporte online em plataforma Moodle; e, os atitudinais envolveram o desejo de vencer as dificuldades impostas pela tecnologia proposta. O curso visou a capacitação para a aplicação do Ambiente Virtual de Aprendizagem (AVA) Moodle (plataforma freeware), desenvolvendo conceitos atrelados ao Ensino a Distância e ao desenvolvimento de material didático apropriado para esta modalidade educacional. Os alunos foram incentivados a desenvolver quaisquer das atividades oferecidas pela plataforma, com a possibilidade de escolha dentre as propostas que mais se ajustassem ao que haviam compreendido do ensino presencial com suporte a distância. Do proposto, constatou-se que foram realizadas 13 inserções da atividade Lição (atividade de grande dificuldade no planejamento e aplicação); 10 inserções de texto em pdf e 01 em documento do Word; 09 diários; 05 chats (salas de bate-papo); 04 inserções de links; 04 links a sites de interesse; 04 fóruns; 04 enquetes; 01 glossário e 01 conjunto de slides em PowerPoint. A liberdade de escolha dentre as possibilidades oferecidas pelo AVA permitiu que os alunos optassem por atividades que apresentassem características ligadas à facilidade de desenvolvimento (inserções de texto,de diários e chats), porém a atividade mais inserida foi a de maior dificuldade na confecção (somente para esta atividade foram aplicadas 3 horas de atividade presencial). Considerando-se os resultados alcançados pelos alunos segundo a proposta feita pela disciplina, observa-se que o desafio do desenvolvimento pode estimular o desejo da realização, objetivo pedagógico atitudinal desejado ao se traçar as metas de competências da disciplina. Conclui-se que dos exercícios desenvolvidos pelos alunos de pós-graduação para aplicação na graduação segundo a proposta da Disciplina de Teleodontopediatria, os objetivos cognitivos e de habilidades traçados foram alcançados; os atitudinais também o foram, porém estimulados pela dificuldade em se desenvolver a tarefa proposta. Revista da ABENO • 8(1):32-96 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Telessaúde: um novo cenário de aprendizagem Apresentador: Helena Willhelm de Oliveira Autores: Helena Willhelm de Oliveira, Fabio Maito, Thais Russomanoricardo Cardoso Instituição: PUCRS E ste trabalho busca divulgar um programa de intercâmbio por tele-conferência estabelecido entre os cursos de Odontologia da PUCRS e da Universidade de Kaunas na Lituânia, que tem mobilizado os acadêmicos em documentar, apresentar e discutir questões ligadas ao aprendizado dos seus respectivos cursos, com a supervisão de professores e seguidos de discussões bilaterais sobre o tema abordado.O projeto tem a parceria do Laboratório de Telemedicina, parte integrante do Centro de Microgravidade da PUCRS que juntamente com o Grupo de Telemedicina da Fauldade de Medicina, compõem a Telessaúde da PUCRS. Contando com o apoio do Hospital São Lucas da PUCRS, do Projeto TEMOS (Telemedicine for a Mobile Society) da Agência Espacial Alemã e de universidades internacionais. O Laboratório tem sido sucesso em desenvolver projetos de pesquisa e assistência na área de Telemedicina e a Faculdade de Odontologia consolidou uma parceria para realizar experiências e produção de conhecimentos sobre o processo de inclusão das TIC´s, como um novo cenário de aprendizado por problematização e contextualição de conteúdos, comparação entre diferentes culturas como a Lituana e a Brasileira e os procedimentos preconizados para as patologias apresentadas. As comunicações são previamente agendadas para dia e hora compatível com as disponibilidades mutuas dos alunos participantes. A língua é o inglês (idioma oficial da Lituânia, após a independência) e o tema também é acertado seja apresentação de caso clinico, transmissão de vídeos ou projetos que poderão contar com a participação dos alunos de ambas as Instituições. Para estabelecer a comunicação é feita por computador, usando o recurso skype, com transmissão ao vivo e com duração de até 40 minutos. Resultados obtidos: maior contextualização dos procedimentos odontológicos realizados por culturas diferentes, motivação dos discentes e docentes para trabalhar em rede e utilizar esse método para educação permanente, aprimoramento da metodologia de comunicação, familiaridade com a língua inglesa, parceria para projetos conjuntos, desenvolvimento de novos produtos para a melhoria da transmissão. Teste do progresso na FOUSP: o ganho cognitivo do aluno e avaliações por formulário aberto Apresentador: Oswaldo Crivello-Junior Autores: Oswaldo Crivello-Junior, Luciana Ávila Maltagliati, Maria Ercília de Araújo, Aline Cristine Munhoz Lopes Instituição: Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo O s resultados conseguidos pelo Teste do Progresso realizado anualmente desde 2004 vêm provocando importantes reflexões para o curso. O Teste do Progresso, uma forma de avaliação longitudinal, ou de formação, do cognitivo que se repete anualmente (Rev. ABENO, 2005, 2006 e 2007) permite diferentes vertentes para complementação de seus resultados. O modelo de avaliação aplicado anualmente é uma prova em forma de teste, com 80 questões com 5 alternativas sem a opção nenhuma das anteriores. As questões foram elaboradas por professores das disciplinas e o conteúdo solicitado é de temas vitais para a formação generalista. A prova anual vem sendo aplicada gradativamente desde 2004 e em 2007 todos alunos do curso integral a realizaram. Preliminarmente já se observa que o ganho cognitivo dos alunos é crescente com algumas indicações de que os alunos têm dificuldade em reter algum conhecimento adquirido no início do curso. Mantemos como exemplos a análise específica de questões de Bioética e Metodologia Científica, disciplinas do primeiro ano do curso. Percebe-se falta de segurança do aluno em apontar conclusivamente a resposta correta. Neste momento solicitamos a manifestação aberta para os alunos que concluíram metade e os que estão em vias de concluir o curso. Um dos pontos positivos apontados é a participação temprana, na forma de estágio curricular, dos alunos na clínica, em nosso caso, na disciplina de Clínica Integrada no primeiro ano e que é seguida nos anos posteriores por alguns alunos. Os alunos salientaram o contraste entre organização e desorganização de disciplinas e a enorme dedicação de alguns professores e desinteresse de outros como ponto fortes e fracos do curso. O Teste do Progresso que vem sendo aplicado no curso de Odontologia da FOUSP vem alcançando seus objetivos primários e mostrando que o aluno mantém seus conhecimentos cognitivos ao longo do curso. Há indícios da relação entre a insatisfação da disciplina pelo aluno com o pior rendimento no teste nessa matéria após o término desta disciplina. Revista da ABENO • 8(1):32-96 95 Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008 Trabalho em Odontologia – interfaces entre atenção à saúde, ensino e pesquisa Apresentador: Ananyr Porto Fajardo Autores: Ananyr Porto Fajardo Instituição: Grupo Hospitalar Conceição A qualidade e a natureza do trabalho em odontologia vêm mudando ao incorporar espaços de ensino, de aprendizagem e de pesquisa ao exercício da assistência. Odontólogos contratados de um Hospital de Ensino de Porto Alegre, RS exercem preceptoria simultaneamente a suas atividades técnicas específicas, produzindo formalmente serviços e conhecimento, o que caracteriza componentes imateriais de seu trabalho. Objetivos: (1) compreender o contexto no qual é desenvolvido o processo de ensino, aprendizagem e de pesquisa de odontólogos em um ambiente de produção coletiva de saúde; (2) compreender como os preceptores percebem a existência de componentes imateriais em seu trabalho; (3) compreender como lidam com relações, saberes, poderes e práticas interdisciplinares na busca de encontros produtores de saúde. Método: Solicitar aos preceptores que definam suas atividades produtivas conforme sejam consideradas como concretas ou imateriais. A seguir apresentar sua percepção e experiência com ensino, aprendizagem e pesquisa em serviço na área da saúde. Finalmente evidenciar como encaram a integração dessas atividades à assistência. Resultados: Embora nem todos os odontólogos preceptores envolvidos com ensino, aprendizagem e pesquisa reconheçam os componentes imateriais de seu trabalho e a natureza de simultaneidade com as demais atividades pelas quais são res- ponsáveis, é possível perceber como isso é vivenciado pelos sujeitos. O estabelecimento de um processo de educação permanente que discuta essa percepção, partindo do pressuposto de que atender e prescrever ocorrem simultaneamente ao ensinar, orientar, pesquisar e aprender e que geram espaços e momentos educativos a serem aproveitados em todo seu potencial passa a ser viável. É possível promover a superação da dicotomia entre cuidar, ensinar, aprender e pesquisar em saúde ao proporcionar o reconhecimento de componentes imateriais do trabalho na produção coletiva organizada de saúde. Da interface entre ensino, aprendizagem e pesquisa com a atenção pode ser gerado o cuidado como superação da assistência, tendo como referência que trabalhar, pensar, fazer, ensinar e aprender são práticas simultâneas, O caráter formativo nas metodologias ativas de ensino-aprendizagem Apresentador: Andrea Doczy Autores: Andrea Doczy Instituição: UNIFESO E ste trabalho tem como objetivo revisitar a experiência da metodologia ativa de ensino-aprendizagem como ferramenta para cumprir as Diretrizes Curriculares Nacionais, na formação de profissionais de saúde críticos e reflexivos, maduros e éticos, capazes de intervir sobre a realidade vivenciada tendo em vista o caráter formativo deste processo, enquanto instrumento de inserçao precoce do estudante no mercado de trabalho, oferecendo a perspectiva de refletir quanto ao espaço de atuação a partir de experiências vivenciadas e sua legitimidade. Submeta seu artigo à Revista da ABENO através de nosso site! R E RV EIRSVEIVSI S asi sin on Ass oci En o Od on -595 ISSN 1679 óg ico vol núm ume jane ero 8 200 oro/jun1 8 ho ont oló gico iro/ 1 junh o 8 Br asi En sin o Od ont oló gic o Ass oci açã o Bra AB EN ira de O Ens Ass ocia sile ino ção Bra ABE N ira de Ens O sile Od ont oló gic o ino Od ont oló gico AAB BEAB NO EN EN OO Ass ociaçã Ass ociao Bra ção sile Asso ciaçã Bra ira osilei Bras deileira ra EnsEnsde de inoinoEnsin OdOdoo Odo ont nto ntoló oló lógi gico co gico www.abeno.org.br/revista/trabalho 6 Revista da ABENO • 8(1):32-96 54 1679-59 8 /junbro ho 5954 ISSN 2006 1679- volum núme e 6 ro 2 julhovolu me 6 volu núm /deze me erombro 2006 julhnúm 8 o/deero2 jane 200 irozem1 5954 Od 1679- AssAss Asso ocioci açãaçã ciação o Br o Bra Bra asileir sileisile raira aEns de de deEns Ensin ino ino Odo oOd ntol Od ont onógic volu o oló tolgic núm me 8 ógico o jane ero 5954 ino 200 sin tol 4 vol núm ume jan ero 8 20 eiro/ju 1 08 nho Ens AB leir E a de N O açã o lóg ico leir a de Od to asileir a de ISSN o Br En o o Br açã 1679- de ociaçã oci ISSN ra Ass Ass lei 5954 Br asi 1679- o ISSN çã TAT T ABIES T A D A AAA DAAAD AD A NO BBBEEENN NO O O RE ABV I S T A D A EN O cia ISSN REV ABR E V IS T A D A EN O As so Índice de artigos v. 8, n. 1, janeiro/junho - 2008 Autores Abreu, Mauro Henrique Nogueira Guimarães de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Fagundes, Ana Laura de Oliveira. . . . . . . 9 Moraes, Geraldo Fabiano de Souza . . . . 16 Ferreira, Efigênia Ferreira e. . . . . . . . . . . 9 Pustiglioni, Francisco Emilio. . . . . . . . . . . 5 Braga, Alexandre Ramos. . . . . . . . . . . . . 16 Garbin, Cléa Adas Saliba. . . . . . . . . . . . . 23 Saliba, Nemre Adas. . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Conceição, Elza Maria de Araújo. . . . . . . 9 Georgetti, Marco A. P.. . . . . . . . . . . . . . . . 5 Santiago, Flávia Helena Dias. . . . . . . . . . . 9 Corraini, Priscila . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Lima, Luiz Antonio Pugliesi Alves de. . . . 5 Togashi, Adriane Yaeko. . . . . . . . . . . . . . . 5 Costa, Adriano Rodrigues da . . . . . . . . . 16 Moimaz, Suzely Adas Saliba. . . . . . . . . . . 23 Vargas, Andrea Maria Duarte . . . . . . . . . . 9 Zina, Lívia Guimarães. . . . . . . . . . . . . . . 23 Descritores Avaliação educacional. . . . . . . . . . . . . . . 23 Equipe multiprofissional. . . . . . . . . . . . . . 9 Projeto lei do ato médico . . . . . . . . . . . . . 9 Cirurgia bucal/educação. . . . . . . . . . . . . .5 Modelos animais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Recursos humanos em odontologia. . . . 23 Educação em odontologia. . . . . . . . . . 5, 23 Odontologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Relações comunidade-instituição. . . . . . 23 Ensino. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Odontologia comunitária. . . . . . . . . . . . 23 Saúde ocupacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Epidemiologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Periodontia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Serviços de saúde. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Sistema Único de Saúde . . . . . . . . . . . . . . 9 Descriptors Community dentistry. . . . . . . . . . . . . . . . 23 Draft bill. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Health systems. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Community institutional relations. . . . . 23 Education, dental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Models, animal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Dental education. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Educational measurement . . . . . . . . . . . 23 Occupational health . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Dental staff. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9, 23 Epidemiology. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Periodontics. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Dentistry. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16 Health services. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23 Surgery, oral/education . . . . . . . . . . . . . . 5 Teaching. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 Revista da ABENO • 8(1):97 97 Índice de resumos apresentados na 43ª Reunião Anual v. 8, n. 1, janeiro/junho - 2008 Autores A B Abreu, Flavia Milene Silva. . . . . . . . . . . . 47 Baccaro, Rozana Beatriz Franco. . . . . . . 74 Abreu, Mauro Henrique Nogueira Baccaro, Rozana Beatriz Franco. . . . . . . 74 Bonfim, Maria de Lourdes Carvalho . . . 41 Guimarães de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Baldisserotto, Ulio. . . . . . . . . . . . . . . . . . 64 Albuquerque C.J.M.. . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Baraldi, Carlos Eduardo . . . . . . . . . . . . . 83 Albuquerque, Carlos Jesivan Barbieri, Dayse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Marques. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Aldrigui, Janaina Merli . . . . . . . . . . . . . . 70 Barbosa, Daniella Reis. . . . . . . . . . . . . . . 81 Barbosa, Maria Bernadete Cavalcante Bonfim, Maria de Lourdes Carvalho . . . 47 Bonfim, Maria de Lourdes Carvalho . . . 47 Bordingnon, Mariana . . . . . . . . . . . . . . . 46 Bosco, Vera Lúcia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Braga, Neilor Mateus Antunes . . . . . . . . 55 Braga, Neilor Mateus Antunes . . . . . . . . 55 Brasileiro, Cláudia Borges. . . . . . . . . . . . 54 Alencar, Cássio José Fornazari. . . . . . . . . 34 Bené. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Bregagnolo, Ana Elisa. . . . . . . . . . . . . . . 49 Alencar, Cássio José Fornazari. . . . . . . . . 34 Barreto, Rosimar de Castro. . . . . . . . . . . 51 Bremm L. L.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Almeida, Maria Eneide Leitao de. . . . . . 40 Barros, Rosana Mara Giordano de. . . . . 83 Bremm L. L.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Almeida, Maria Eneide Leitao de. . . . . . 40 Barros, Rosana Mara Giordano de. . . . . 83 Bremm L. L.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Amante, Claudio José . . . . . . . . . . . . . . . 63 Bastos, Bibiana Avelar. . . . . . . . . . . . . . . 85 Bremm, Laerte Luiz. . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Amante, Claudio José . . . . . . . . . . . . . . . 88 Bastos, Francisco Avelar. . . . . . . . . . . . . . 85 Brito-Júnior, Manoel . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Andrada, Mauro Amaral Bastos, Fransisco Avelar. . . . . . . . . . . . . . 56 Brito-Júnior, Manoel . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Bastos, Luciana Freitas. . . . . . . . . . . . . . .84 Brito-Júnior, Manoel . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Caldeira de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Andreo, Jesus Carlos . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Battisti, Anselmo Luiz Éden . . . . . . . . . . 67 Brum, Sileno Correa. . . . . . . . . . . . . . . . 70 Antoniazzi, João Humberto. . . . . . . . . . . 53 Bender, Cláudia Fabiana R.. . . . . . . . . . . 46 Brum, Sileno Correa. . . . . . . . . . . . . . . . 71 Antoniazzi, João Humberto. . . . . . . . . . . 93 Bennemann, Graziela Ziegler. . . . . . . . . 45 Brum, Sileno Correa. . . . . . . . . . . . . . . . 71 Arantes, Ana Cristina Cotrim . . . . . . . . . 61 Benseñor, Isabela M.. . . . . . . . . . . . . . . . 91 Brusco, Eloísa Helena Correa. . . . . . . . . 65 Araújo, Aliete Perin. . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Bercini, Francesca. . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Brusco, Eloísa Helena Correa . . . . . . . . 65 Araújo, Maria Ercília de. . . . . . . . . . . . . .62 Bez, Andressa da Silveira. . . . . . . . . . . . . 50 Bueno, Raphael Nunes. . . . . . . . . . . . . . 58 Araújo, Maria Ercília de. . . . . . . . . . . . . .95 Bim Júnior, Odair. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Busato, Claudia de Abreu. . . . . . . . . . . . 40 Arruda, Marina Patrício de. . . . . . . . . . . 40 Bim Júnior, Odair. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Busato, Claudia de Abreu . . . . . . . . . . . . 79 Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 73 Bim Júnior, Odair. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 73 Bohn, Monique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46 C Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 91 Boleta-Ceranto D.C.F. . . . . . . . . . . . . . . . 35 Cabral, Renata. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 91 Boleta-Ceranto D.C.F. . . . . . . . . . . . . . . . 66 Cabral, Renato. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77 Ávila, Lúcia Fátima de Castro. . . . . . . . . 33 Boleta-Ceranto D.C.F. . . . . . . . . . . . . . . . 92 Caetano, João Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . 44 Azambuja, Taís. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83 Bonan, Paulo Rogério Ferreti. . . . . . . . . 63 Caetano, João Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . 45 Azevedo, Andréa Mara de Oliveira. . . . . 32 Bönecker, Marcelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . 93 Caldas Junior, Arnaldo de França. . . . . . 56 Azevedo, Andréa Mara de Oliveira. . . . . 32 Bonfim, Kamilla Batista. . . . . . . . . . . . . . 32 Camargo, Lucila Basto de. . . . . . . . . . . . 70 98 Revista da ABENO • 8(1):98-102 Camargo, Lucila Basto de. . . . . . . . . . . . 70 Doczy, Andrea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Francisco, Kléryson Martins Soares . . . . 78 Carcereri, Daniela Lemos. . . . . . . . . . . . 68 Doczy, Andrea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96 Freire, Maria do Carmo Matias. . . . . . . . 72 Carcereri, Daniela Lemos. . . . . . . . . . . . 68 Freitas, Claudia Helena Soares Carcereri, Daniela Lemos. . . . . . . . . . . . 88 E Cardoso, Maria do Socorro Orestes. . . . 56 Ely, Helenita Correa. . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Freitas, Claudio Fróes de. . . . . . . . . . . . . 91 Cardoso, Nilden Carlos Alves. . . . . . . . . 47 Ely, Helenita Correa. . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Freitas, Gersinei Carlos de. . . . . . . . . . . . 87 Cardoso, Rielson José Alves. . . . . . . . . . . 47 Emídio, Alexandre. . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Freitas, Valéria da Penha. . . . . . . . . . . . . 43 Cardoso, Thais Russomanoricardo. . . . . 95 Emiliano, Gustavo Barbalho Guedes . . . 38 Carvalho, Raquel Baroni de . . . . . . . . . . 43 Emiliano, Gustavo Barbalho Guedes . . . 43 Carvalho, Raquel Baroni de . . . . . . . . . . 80 Escudeiro, Bonnie Taylor . . . . . . . . . . . . 89 Carvalho, Reyjanne Barros de. . . . . . . . . 85 Escudero, Bonnie Taylor Gomes . . . . . . 52 Casotti E.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Esposti, Carolina Dutra Degli. . . . . . . . . 44 de Morais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 G Ganzerla, Emily . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53 Garbin, Clea Adas Saliba. . . . . . . . . . . . . 59 Garbin, Cléa Adas Saliba. . . . . . . . . . . . . 78 Gomes V. E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Casotti, Cézar Augusto. . . . . . . . . . . . . . . 89 Cavaca, Aline Guio. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 F Gomes V. E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Cavazzola, Alexandre Sabatini . . . . . . . . 79 Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 57 Gomes V. E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Chao, Lung Wen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 57 Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Cimardi, Ana Claudia Baladelli Silva . . . 69 Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 63 Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 43 Coelho, Claudia de Oliveira Lima . . . . . 50 Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 63 Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Coelho, Claudia de Oliveira Lima . . . . . 50 Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 90 Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Costa, Simone de Melo. . . . . . . . . . . . . . 63 Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 90 Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Costa, Simone Melo. . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 64 Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Costa, Simone Melo. . . . . . . . . . . . . . . . . 47 Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 64 Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 40 Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 96 Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 42 Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 96 Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 48 Faria, Danielle Lago Bruno de. . . . . . . . 84 Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 52 Faria, Gerdo Bezerra de . . . . . . . . . . . . . 93 Gouvea M.V.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 62 Faustino-Silva, Daniel Demétrio. . . . . . . 50 Gouvea, Mônica Vilella. . . . . . . . . . . . . . 70 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 89 Fernades, Maria Luiza da Matta Grazziotin, Gladis Benjamina. . . . . . . . . 80 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 89 Felisberto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Grisotti, Márcia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 95 Fernandes, Ana Paula Soares . . . . . . . . . 57 Guarenghi, Laís Degani. . . . . . . . . . . . . . 80 Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 95 Fernandes, Ana Paula Soares . . . . . . . . . 69 Guarenghi, Laís Degani. . . . . . . . . . . . . . 80 Cruz, Suzana Coulaud da Costa . . . . . . . 38 Ferreira, Danyege Lima Araújo. . . . . . . . 85 Guedes-Pinto, Antonio Carlos. . . . . . . . . 94 Ferreira, Leticia Schneider. . . . . . . . . . . 45 Guimarães, Renata Pedrosa. . . . . . . . . . .42 D Ferreira, Leticia Schneider. . . . . . . . . . . 78 Damazio, Wagner Quaresma . . . . . . . . . 80 Figueiredo, Márcia Cançado. . . . . . . . . . 50 H Darin, Lívia Cristine. . . . . . . . . . . . . . . . . 74 Figueiredo, Márcia Cançado. . . . . . . . . . 50 Haddad, Ana Estela. . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Davoglio, Rosane Silvia. . . . . . . . . . . . . . 78 Fontanella V.R.C.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Haddad, Ana Estela. . . . . . . . . . . . . . . . . 70 Demarco, Egidio Antonio. . . . . . . . . . . . 64 Fontanella, Vania Regina Camargo . . . . 49 Haddad, Ana Estela. . . . . . . . . . . . . . . . . 94 Dettenborn, Hélder L.. . . . . . . . . . . . . . . 39 Fracolli, Rosemary. . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Hager, Renata Regina Cafasso. . . . . . . . . 89 Dias, Anderson Zanardo. . . . . . . . . . . . . 67 Francisco, Kléryson Martins Soares . . . . 78 Hoeppner M.G.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Revista da ABENO • 8(1):98-102 99 Hoeppner M.G.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 65 Mariz, Ana Luiza Ataide . . . . . . . . . . . . . 42 Hoeppner M.G.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 93 Marques, Beatriz Baldo. . . . . . . . . . . . . . 39 Lima, Maria de Lourdes Rocha de. . . . . 58 Marques, Beatriz Baldo. . . . . . . . . . . . . . 46 J Linden, Maria Salete Sandini. . . . . . . . . 69 Marques, Beatriz Baldo. . . . . . . . . . . . . . 80 Junqueira, Cilene Rennó. . . . . . . . . . . . . 57 Locks, Arno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57 Martelli-Júnior, Hercílio . . . . . . . . . . . . . 81 Junqueira, Cilene Rennó. . . . . . . . . . . . . 57 Locks, Arno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Martins, Francineide Almeida Justino, Lídia Morales. . . . . . . . . . . . . . . 58 Locks, Arno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90 Justino, Lídia Morales. . . . . . . . . . . . . . . 58 Lolli, Luiz Fernando . . . . . . . . . . . . . . . . 59 K Kadri, Mônica Cristina Toffoli. . . . . . . . . 74 L Lolli, Luiz Fernando . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 40 Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 40 Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 42 Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 48 Laganá, Dalva Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 48 Laganá, Dalva Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 62 Lamas, Andressa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 95 Langlois C.O.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Lopes, Gerson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 Leal, Cláudia Ribeiro de Barros. . . . . . . 40 Lorenzzoni, Daniela. . . . . . . . . . . . . . . . .68 Leite, Angélica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71 Loretto, Nelson Rubens Mendes . . . . . . 56 Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .54 Loretto, Nelson Rubens Mendes . . . . . . 56 Leles, Cláudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .67 Lotufo, Monica Andrade. . . . . . . . . . . . . 91 Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .72 Pereira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Martins, Francineide Almeida Pereira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Matos, Ana Figueiredo Bomfim . . . . . . . 91 Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 75 Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 75 Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 89 Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 89 Mattevi, Gianina Salton. . . . . . . . . . . . . . 69 Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 49 Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 49 Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 86 Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 86 Melo, Leandro de . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55 Mendes, Haroldo José. . . . . . . . . . . . . . . 75 Mendes, Haroldo José. . . . . . . . . . . . . . . 89 Mendes, Regina Ferraz . . . . . . . . . . . . . . 85 Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .87 M Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .92 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 47 Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 45 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 47 Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 45 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 53 Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 61 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 70 Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 78 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 93 Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 78 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 93 Lima Júnior, José Ferreira. . . . . . . . . . . . 37 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 94 Lima Júnior, Jose Ferreira. . . . . . . . . . . . 38 Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 94 Lima Júnior, Jose Ferreira. . . . . . . . . . . . 38 Maeyama, Marcos Aurélio. . . . . . . . . . . . 58 Lima Júnior, Jose Ferreira. . . . . . . . . . . . 43 Magro, Miriam Lago . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Lima Junior, José Ferreira. . . . . . . . . . . . 60 Magro, Miriam Lago . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Lima Junior, José Ferreira. . . . . . . . . . . . 65 Magro, Miriam Lago . . . . . . . . . . . . . . . . 69 Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 37 Mahl C.R.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Pereira de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51 Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 37 Maito, Fabio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95 Musse, Jamilly de Oliveira. . . . . . . . . . . . 36 Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 43 Maltagliati, Luciana Ávila . . . . . . . . . . . . 95 Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 60 Mangiolardo, Natália. . . . . . . . . . . . . . . . 74 N Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 65 Marcucci, Marcelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . 40 Naufel, Fabiana Scarparo . . . . . . . . . . . . 67 100 Mendes, Regina Ferraz . . . . . . . . . . . . . . 85 Revista da ABENO • 8(1):98-102 Menezes Filho, Paulo Fonseca . . . . . . . . 42 Miguel, Luiz Carlos Machado. . . . . . . . . 33 Miguel, Luiz Carlos Machado. . . . . . . . . 33 Miura C. S. N.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 Miura C. S. N.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Miura C. S. N.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92 Moimaz, Suzely Adas Saliba. . . . . . . . . . . 59 Moimaz, Suzely Adas Saliba. . . . . . . . . . . 78 Moraes, Renita Baldo. . . . . . . . . . . . . . . . 80 Moura, Altair Soares de. . . . . . . . . . . . . . 55 Moura, Flávio Renato Reis de. . . . . . . . . 85 Moura, Maria Elba Dantas Naufel, Fabiana Scarparo . . . . . . . . . . . . 67 Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .80 Nogueira, Fernando Neves. . . . . . . . . . . 53 Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44 Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .80 Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 32 Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Rendeiro, Márcia Maria Pereira. . . . . . . 84 Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 32 Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Rendeiro, Márcia Maria Pereira. . . . . . . 84 Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 52 Pilz, Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Ribas, Marcelo Ekman. . . . . . . . . . . . . . . 49 Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 52 Pilz, Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Ribas, Marcelo Ekman. . . . . . . . . . . . . . . 49 Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 73 Pimenta, Rodolfo Macedo Cruz. . . . . . . 91 Ribeiro, Kesly Mary Andrades. . . . . . . . . 33 Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 73 Pinto, Rafaela da Silveira. . . . . . . . . . . . . 61 Ribeiro, Lidia Moraes . . . . . . . . . . . . . . . 72 Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .67 Pires, Maria Betânia de Oliveira. . . . . . . 81 Ribeiro-Rotta, Rejane Faria. . . . . . . . . . . 87 Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .67 Pizi, Eliane Gava. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50 Rizzi, Claudia Brandelero. . . . . . . . . . . . 67 Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .72 Pomílio, Arnaldo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87 Rodrigues, Ana Áurea Alécio Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .72 Prado Júnior, Rosendo. . . . . . . . . . . . . . . 85 Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .92 Preto, Salete Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . 35 O Q Oliveira Filho, Renato Cabral de . . . . . . 72 Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 54 Oliveira, Elizabete Regina Araujo de. . . 80 Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 54 Oliveira, Helena Willhelm de. . . . . . . . . 95 Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 67 Oliveira, Helena Willhelm de. . . . . . . . . 95 Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 87 Oliveira, Luciana Butini . . . . . . . . . . . . . 93 Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 87 Oliveira, Luciana Butini . . . . . . . . . . . . . 94 Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 92 Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 42 Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 42 Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 52 Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 52 Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 62 Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 62 de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Rodrigues, Ana Áurea Alécio de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36 Rodrigues, Ana Áurea Alécio de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Rodrigues, Ana Áurea Alécio de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48 Rodrigues, Ana Áurea Alécio de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Rodrigues, Ana Áurea Alécio de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91 Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 34 R Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 34 Ramos, Dalton Luiz de Paula . . . . . . . . . 57 Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 72 Ramos, Isabela França de Almeida. . . . . 40 Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 72 Ramos, Isabela França de Almeida. . . . . 40 Rosa, Thalita Thyrza de Almeida Ramos, Isabela França de Almeida Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Santa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 Rosa, Thalita Thyrza de Almeida Santa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81 P Ramos, Isabela França de Almeida Palmier, Andrea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Ramos, Thaís C. Vasconcelos . . . . . . . . . 61 S Palmier, Andrea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61 Rath, Ines Beatriz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Saccol, Ana Paula. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45 Passeri, Silvia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Rath, Inês Beatriz da Silva. . . . . . . . . . . . 90 Saliba, Nemre Adas. . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Patussi, Eduardo Grigolo. . . . . . . . . . . . . 65 Rath, Ines Beatriz da Silva . . . . . . . . . . . 69 Saliba, Nemre Adas. . . . . . . . . . . . . . . . . 78 Pedroso, Márcia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56 Rath, Ines Beatriz da Silva . . . . . . . . . . . 69 Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Pereira, Leandro A. P.. . . . . . . . . . . . . . . 47 Rath, Ines Beatriz da Silva . . . . . . . . . . . 88 Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Pereira, Paulo Zárate. . . . . . . . . . . . . . . . 83 Reis, Joselete Macedo . . . . . . . . . . . . . . . 81 Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Pereira, Renata Godoy. . . . . . . . . . . . . . . 40 Reis, Joselete Macedo . . . . . . . . . . . . . . . 81 Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54 Pereira, Stênia Marília Rodrigues. . . . . . 75 Reis, Juliana Braga. . . . . . . . . . . . . . . . . . 38 Salvutzky, Sonia Maria Blauth de . . . . . . 83 Perussolo, Berenice. . . . . . . . . . . . . . . . . 65 Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .39 Santa-Rosa, Thalita Thyrza Piazza, Carmen Lucia S. . . . . . . . . . . . . . 46 Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .39 Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79 Revista da ABENO • 8(1):98-102 de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 101 Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 72 Splendore, Solimar Maria Ganzarolli. . . 87 Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 84 Splendore, Solimar Maria Ganzarolli. . . 87 Silva, Antônio Sérgio Luz e. . . . . . . . . . . 40 Stefani, Fabiane Miron . . . . . . . . . . . . . . 48 Silva, Cíntia Magali da. . . . . . . . . . . . . . . 44 Stuani, Luis Antonio Sasso . . . . . . . . . . . 50 de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Silva, Claudio Heliomar Vicente da. . . . 42 Suzin, Suélen Maciel. . . . . . . . . . . . . . . . 68 Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 34 Silva, Claudio Heliomar Vicente da. . . . 42 Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 37 Silva, Erica Tatiane da. . . . . . . . . . . . . . . 67 T Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 37 Silva, Erica Tatiane da. . . . . . . . . . . . . . . 92 Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 61 Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 71 Silva, Erica Tatiane da. . . . . . . . . . . . . . . 92 Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 61 Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 71 Silva, Marcos Alex Mendes da. . . . . . . . . 70 Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 75 Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 72 Silva, Maria da Conceição Valença da . . 37 Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 75 Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 84 Silva, Maria da Conceição Valença da . . 71 Toledo Junior, José Inácio. . . . . . . . . . . . 87 Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 84 Silva, Maria da Conceição Valença da . . 77 Tomita, Nilce Emy. . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Santos Jr., Renato Queiroz dos. . . . . . . . 36 Silva, Maria da Conceição Valença da . . 77 Tomita, Nilce Emy. . . . . . . . . . . . . . . . . . 59 Santos, Adriano Maia. . . . . . . . . . . . . . . . 48 Simioni F.S.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Tomita, Nilce Emy. . . . . . . . . . . . . . . . . . 82 Santos, César Augusto A. dos . . . . . . . . . 69 Simioni, Fernando Souza . . . . . . . . . . . . 66 Tôrres, Luísa Helena do Nascimento. . . 61 Santos, Patrícia Vieira dos. . . . . . . . . . . . 54 Simioni, Fernando Souza . . . . . . . . . . . . 85 Torres, Luisa Helena do Nascimento. . . 78 Santos-Neto, Edson Theodoro . . . . . . . . 44 Simioni, Fernando Souza . . . . . . . . . . . . 85 Sbeghen, Mariane Loch . . . . . . . . . . . . . 69 Simioni, Luciane Regina Gava . . . . . . . . 50 Schein, Marcelo Thomé . . . . . . . . . . . . . 33 Slavutzky, Sonia Maria Blauth de . . . . . . 78 Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 37 Slva, Uoston Holder da. . . . . . . . . . . . . . 84 Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 60 Sousa, Renata Mota Rodrigues Bitu. . . . 40 Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 60 Sousa, Roberto Sérgio de Vasconcelos. . 34 Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 65 Souza M.C.A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88 Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 93 Souza, Ana Luiza de. . . . . . . . . . . . . . . . . 68 Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 93 Souza, Bárbara Capitanio de. . . . . . . . . . 49 Seabra, Eduardo Jose Guerra. . . . . . . . . 43 Souza, Eliane Helena Alvim de. . . . . . . . 56 Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Semprini, Marisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86 Souza, Geórgia Costa de Araújo. . . . . . . 38 Wesoloski, Claudia Irene. . . . . . . . . . . . . 71 Senna, Maria Inês Barreiros . . . . . . . . . . 58 Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 70 Wesoloski, Claudia Irene. . . . . . . . . . . . . 71 Senna, Maria Inês Barreiros . . . . . . . . . . 58 Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 70 Sequeira, Erica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34 Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 71 Z Silva A.E.R.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66 Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 88 Zafalon, Edilson José. . . . . . . . . . . . . . . . 83 Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 34 Souza, Ruy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52 Zárate, Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80 Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 37 Souza, Therezinha Coelho de. . . . . . . . . 71 Zocratto, Keli Bahia Felicíssimo. . . . . . . 54 Santa-Rosa, Thalita Thyrza de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41 Santa-Rosa, Thalita Thyrza de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63 Santa-Rosa, Thalita Thyrza 102 Revista da ABENO • 8(1):98-102 V Vieira, Vladen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73 W Warmling, Cristine Maria . . . . . . . . . . . . 56 Warmling, Cristine Maria . . . . . . . . . . . . 56 Watanabe, Marlivia Gonçalves Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Watanabe, Marlivia Gonçalves Normas para apresentação de originais I.Missão - A Revista da ABENO - Associação Brasileira de Ensino Odontológico é uma publicação quadrimestral que tem como missão primordial contribuir para a obtenção de indicadores de qualidade do ensino Odontológico, respeitando os desejos de formação discente e capacitação docente, com vistas a assegurar o contínuo progresso da formação profissional e produzir benefícios diretamente voltados para a coletividade. Visa também produzir junto aos especialistas a reflexão e análise crítica dos assuntos da área em nível local, regional, nacional e internacional. II. Originais - Os originais deverão ser redigidos em português ou inglês e digitados na fonte Arial tamanho 12, em página tamanho A4, com espaço 1,5 e margem de 3 cm de cada um dos lados, perfazendo o total de no máximo 17 páginas, incluindo quadros, tabelas e ilustrações (gráficos, desenhos, esquemas, fotografias etc.) ou no máximo 25.000 caracteres contando os espaços. III.Ilustrações - As ilustrações (gráficos, desenhos, esquemas, fotografias etc.) deverão ser limitadas ao mínimo indispensável, apresentadas em páginas separadas e numeradas consecutivamente em algarismos arábicos. As respectivas legendas deverão ser concisas e localizadas abaixo e precedidas da numeração correspondente. Nas tabelas e nos quadros a legenda deverá ser colocada na parte superior. As fotografias deverão ser fornecidas em mídia digital, em formato tif ou jpg, tamanho 10 x 15 cm, em no mínimo 300 dpi. Não serão aceitas fotografias em Word ou Power Point. Deverão ser indicados os locais no texto para inserção das ilustrações e de suas citações. IV.Encaminhamento de originais - Solicita-se o encaminhamento dos originais de acordo com as especificações descritas no item II para o endereço eletrônico www.abeno. org.br. A submissão “on-line” é simples e segura pelo padrão informatizado disponível no site, no ícone “Revista Online”. Somente opte pelo encaminhamento pelo correio diante da necessidade de publicação de ilustrações em formato tif/jpg e alta resolução (veja especificações no item III). Endereço: REVISTA DA ABENO - Associação Brasileira de Ensino Odontológico - ABENO Nacional - SCS Q. 08 Bloco B-50 Sala 37 - Ed. Venâncio 2000 - CEP: 70333-900 - Brasília - DF. V. A estrutura do original 1. Cabeçalho: Quando os artigos forem em português, colocar título e subtítulo em português e inglês; quando os artigos forem em inglês, colocar título e subtítulo em inglês e português. O título deve ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho e o subtítulo deve contemplar um aspecto importante do trabalho. 2. Autores: Indicação de apenas um título universitário e/ou uma vinculação à instituição de ensino ou pesquisa que indique a sua autoridade em relação ao assunto. 3. Resumo: Representa a condensação do conteúdo, expondo metodologia, resultados e conclusões, não excedendo 250 palavras e em um único parágrafo. 4. Descritores: Palavras ou expressões que identifiquem o conteúdo do artigo. Para sua determinação, consultar a lista de “Descritores em Ciências da Saúde - DeCS” (http://decs.bvs.br) (no máximo 5). 5. Texto: Deverá seguir, dentro do possível, a seguinte estrutura: a)Introdução: deve apresentar com clareza o objetivo do trabalho e sua relação com os outros trabalhos na mesma linha ou área. Extensas revisões de literatura devem ser evitadas e quando possível substituídas por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes, onde certos aspectos e revisões já tenham sido apresentados. Lembre-se que trabalhos e resumos de teses devem sofrer modificações de forma a se apresentarem adequadamente para a publicação na Revista, seguindose rigorosamente as normas aqui publicadas. b)Material e métodos: a descrição dos métodos usados deve ser suficientemente clara para possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho, não sendo extensa. Técnicas já publicadas, a menos que tenham sido modificadas, devem ser apenas citadas (obrigatoriamente). c)Resultados: deverão ser apresentados com o mínimo possível de discussão ou interpretação pessoal, acompanhados de tabelas e/ou material ilustrativo adequado, quando necessário. Dados estatísticos devem ser submetidos a análises apropriadas. d)Discussão: deve ser restrita ao significado dos dados obtidos, resultados alcançados, relação do conhecimento já existente, sendo evitadas hipóteses não fundamentadas nos resultados. e)Conclusões: devem estar baseadas no próprio texto. f)Agradecimentos (quando houver). 6. Abstract: Resumo do texto em inglês. Sua redação deve ser paralela à do resumo em português. 7. Descriptors: Versão dos descritores para o inglês. Para sua determinação, consultar a lista de “Descritores em Ciências da Saúde - DeCS” (http://decs.bvs.br) (no máximo 5). 8. Referências bibliográficas: Devem ser ordenadas alfabeticamente, numeradas e normatizadas de acordo com o Estilo Vancouver, conforme orientações publicadas no site da “National Library of Medicine” (http://www. nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). Para as citações no corpo do texto deve-se utilizar o sistema numérico, no qual são indicados no texto somente os números-índices na forma sobrescrita. A citação de nomes de autores só é permitida quando estritamente necessária e deve ser acompanhada de número-índice e ano de publicação entre parênteses. Todas as citações devem ser acompanhadas de sua referência bibliográfica completa e todas as referências devem estar citadas no corpo do texto. As abreviaturas dos títulos dos periódicos deverão estar de acordo com o “List of Journals Indexed in Index Medicus” (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/ query.fcgi?db=journals). A exatidão das referências bibliográficas é de responsabilidade dos autores. VI. Endereço - E-mail, telefone e fax de todos os autores. Obs.: Qualquer alteração de endereço, telefone ou e-mail deve ser imediatamente comunicada à Revista. § Revista da ABENO • 8(1):103 103 Não fique parado! Anuncie na Revista da ABENO: [email protected] Fotos: Gözde Otman, Santiago Paulós / SXC. Arte: IC Estão faltando alunos nos seus congressos e nos seus cursos?