volume8, n° 1

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volume8, n° 1
ISSN 1679-5954
Revista da Associação Brasileira de Ensino Odontológico - volume 8 - número 1 - janeiro/junho - 2008
REVISTA DA
ABENO
Associação Brasileira de Ensino Odontológico
ABENO
volume 8
número 1
janeiro/junho
2008
Associação Brasileira de Ensino Odontológico
Para a saúde total da boca, a limpeza
deve ser muito mais completa.
Saiba por que recomendar
Listerine® aos seus pacientes:
Listerine® quando associado à
escovação e ao uso do fio dental:
1
Reduz a placa em 52%. *
1
Previne a gengivite em 21%. *
O segredo de Listerine :
®
sua fórmula eficaz de óleos essenciais:
timol, eucaliptol, mentol, salicilato de metila.
É sempre bom lembrar:
Listerine utiliza em sua formulação álcool com
®
o pH neutro, de grau farmacêutico puro, sem
uretano, aprovado pelo FDA, sendo seguro
para uso diário. É ele que permite que os óleos
essenciais rompam as ligações entre as bactérias e
penetrem no biofilme, prevenindo a gengivite.
®
Recomende
Listerine® 2X ao dia,
não diluído.
Listerine o anti-séptico bucal mais
2
recomendado pelos dentistas.
1. Sharma N et al J Am Dent Assoc 2004; 135:496-504.
2. Segundo pesquisa realizada pela GFK Indicator 2008 em São Paulo (Capital),
Santos, Bauru, Ribeirão Preto, Vale do Paraíba, Rio de Janeiro, Porto Alegre,
Curitiba, Florianópolis, Belo Horizonte, Fortaleza, Recife e Salvador.
*Comparação feita entre o uso de escova, fio e Listerine® vs escova e fio.
www.jnjbrasil.com.br
Apoio e incentivo a pesquisas odontológicas
ABENO
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Catalogação-na-publicação
(Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo)
Revista da ABENO/Associação Brasileira de Ensino Odontológico. – Vol. 1, n. 1, (jan.-dez. 2001).
– São Paulo : ABENO, 2001Semestral
ISSN# 1679-5954
A partir de 2005, vol. 5, n. 1 a publicação passa a ser semestral.
1. Odontologia (Periódicos) I. Associação Brasileira de Ensino Superior (São Paulo)
II. ABENO
CDD 617.6
BLACK D05
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Associação Brasileira de
Ensino Odontológico
Presidente Alfredo Júlio Fernandes Neto
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Elaine Bauer Veeck (Presidente)
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Omar Zina
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Sumário
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Lino João da Costa (UFPB)
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Ricardo Prates Macedo (ULBRA-RS)
Rui Vicente Oppermann (UFRS)
Samuel Jorge Moyses (PUC-PR)
Sigmar de Melo Rode (FOSJC-UNESP)
Simone Tetu Moysés (UFPar)
Vanderlei Luís Gomes (UFU)
Vania Ditzel Westphallen (PUC-PR)
v. 8, n. 1, janeiro/junho - 2008
Artigos
Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o
ensino-aprendizagem
Laboratorial practice of periodontal surgery: improvement of the
teaching and learning process
Adriane Yaeko Togashi, Priscila Corraini, Francisco Emilio Pustiglioni,
Luiz Antonio Pugliesi Alves de Lima, Marco A. P. Georgetti . . . . . . . . . . . . . . 5
Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional
Medical Act Bill and Multiprofessional Team
Ana Laura de Oliveira Fagundes, Flávia Helena Dias Santiago, Elza Maria
de Araújo Conceição, Andrea Maria Duarte Vargas, Efigênia Ferreira
e Ferreira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
DASH entre estudantes de curso de odontologia,
Belo Horizonte, 2007
DASH evaluation among dentistry students, Belo Horizonte, 2007
Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu, Adriano Rodrigues da
Costa, Alexandre Ramos Braga, Geraldo Fabiano de Souza Moraes. . . . . . . 16
Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de
graduação em odontologia
Extramural activities in the view of graduate students of Dentistry
Graduation Course
Suzely Adas Saliba Moimaz, Nemre Adas Saliba, Cléa Adas Saliba Garbin,
Lívia Guimarães Zina. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Anais da 43a Reunião Anual - 2008
Comissão Organizadora e Programação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
Trabalhos selecionados para apresentação
Seminários. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Pôsteres. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
ApêndiceS
Índice de artigos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 97
Índice de resumos apresentados na 43ª Reunião Anual . . . . . . . . . . . 98
Normas para apresentação de originais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 103
Indexação
A Revista da ABENO - Associação Brasileira de
Ensino Odontológico está indexada nas seguintes
bases de dados:
BBO - Bibliografia Brasileira de Odontologia;
LILACS - Literatura Latino-Americana e do Caribe
em Ciências da Saúde.
Revista da ABENO • 8(1):4
Prática laboratorial de cirurgia
periodontal: otimizando o
ensino-aprendizagem
Além de desenvolver habilidade e competência técnica, a atividade
pré-clínica prepara o aluno para discernir quanto à dimensão
ética de sua atuação.
Adriane Yaeko Togashi*, Priscila Corraini**, Francisco Emilio Pustiglioni***, Luiz Antonio
Pugliesi Alves de Lima****, Marco A. P. Georgetti*****
*Doutoranda em Periodontia do Curso de Pós-Graduação da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
E-mail: [email protected].
**Mestranda em Periodontia do Curso de Pós-Graduação da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
***Professor Titular da Disciplina de Periodontia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo.
****Professor Associado da Disciplina de Periodontia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo.
*****Professor Doutor da Disciplina de Periodontia da Faculdade de
Odontologia da Universidade de São Paulo.
RESUMO
O objetivo deste trabalho foi apresentar uma atividade de laboratório com mandíbula de porco utilizada
na Disciplina de Periodontia da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo (FOUSP) que
otimiza o ensino-aprendizado das técnicas cirúrgicas
periodontais. A mandíbula de porco tem características anatômicas semelhantes às das estruturas gengivais
e periodontais humanas. É importante ressaltar que
essa prática pré-clínica parece ter resultado num aprimoramento do aprendizado por parte dos alunos.
DESCRITORES
Ensino. Educação em odontologia. Cirurgia bucal/educação. Modelos animais. Periodontia.
N
o processo ensino-aprendizagem em Odontologia é importante a elaboração de atividades que
permitam ao aluno o desenvolvimento progressivo
dos sentidos para a habilidade, competência técnica
e compreensão do significado dos conteúdos curricu-
lares. Para que isso ocorra, devemos dispor de instrumentos pedagógicos que possibilitem a construção
do conhecimento de forma didática e dinâmica.
Segundo Vieira11 (1974), as aulas práticas visam
ensinar técnicas, desenvolver habilidades e domínio
na utilização dos instrumentos e materiais utilizados
pelo dentista, através do desempenho pelo aluno. O
autor enfatiza a importância do conhecimento básico
e científico pelo aluno e que o mesmo saiba aplicá-los
durante o emprego da técnica.
O conceito de ensino integrado, ou seja, a integração dos conceitos das disciplinas básicas e técnicas e a
inter-relação das disciplinas técnicas visam à formação
de um profissional apto ao exercício da clínica geral.
O curso de Odontologia apresenta peculiaridades
inerentes à área da saúde, que consiste no tratamento
do paciente.10 Relacionadas a isso há, pelo menos, duas
dificuldades com que nos defrontamos na formação
do graduando em Odontologia. Essas se referem à prática clínica nos pacientes e à bioética. A prática clínica
nos pacientes por alunos que estão passando por um
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Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem • Togashi AY, Corraini P, Pustiglioni FE, Lima LAPA,
Georgetti MAP
processo de aprendizagem pode ser passível de erros
e comprometer alguns aspectos da bioética com atos
de imprudência e imperícia, mesmo quando conduzida pelo professor. Nesse aspecto, a prática laboratorial
ajuda a amenizar essa problemática.1,8,9 Nesse ensaio
laboratorial os erros podem ser aceitos como parte do
aprendizado e comentados e corrigidos, sem que isso
signifique prejuízo aos pacientes e à moral do aluno.
Kamaura et al.5 (2003) observaram uma estreita
relação entre o aprendizado no laboratório e sua aplicação nas atividades clínicas. Afirmaram que o método
de ensino integrado produziu capacitação discente.
Os instrumentos pedagógicos laboratoriais disponíveis, atualmente, para a prática periodontal consistem
de manequins de plástico ou silicone e de imagens digitalizadas e animadas tridimensionais.6,7 Independentemente da tecnologia disponibilizada por cada um desses
meios laboratoriais pré-clínicos, nenhum deles permite
reproduzir a textura, espessura e consistência dos tecidos
ósseo e mole que compõem o periodonto humano.
O ensino de cirurgia periodontal em laboratório,
com o uso de mandíbula de porco, é um recurso didático que permite elaborar técnicas e demonstrá-las ao
aluno, além de proporcionar ao mesmo a possibilidade
de raciocinar e praticar as técnicas cirúrgicas periodontais passo a passo. Isso torna possível que ele visualize
as estruturas anatômicas envolvidas nos procedimentos
e lide com elas. Dessa forma, facilita a fixação do conhecimento adquirido na sala de aula. Essa ferramenta de ensino disponibiliza aos docentes um modelo de
treinamento para os alunos que apresenta custo-benefício compatível com a realidade curricular brasileira.
Levando em consideração o aspecto “conteúdo
programático” e os processos de ensino, por entenderem a importância de sua atuação e responsabilidade
pedagógica, docentes da Disciplina de Periodontia da
Faculdade de Odontologia da Universidade de São
Paulo desenvolveram uma atividade pré-clínica através
da prática laboratorial de cirurgias periodontais, em
mandíbulas de porco, que vem sendo aplicada há alguns anos no Curso de Graduação em Odontologia.
O objetivo deste trabalho é apresentar uma metodologia de atividade laboratorial que otimiza o ensino-aprendizado das técnicas cirúrgicas periodontais.
METODOLOGIA
Anteriormente à prática clínica, os conceitos básicos, princípios biológicos, acidentes anatômicos e
as técnicas cirúrgicas são discutidos em sala de aula.
No laboratório faz-se, inicialmente, uma demonstração, que é transmitida aos alunos que a acompanham
por vídeo, no próprio laboratório. Posteriormente,
os alunos realizam a prática laboratorial assistida.
1. Descrição e seqüência das atividades
laboratoriais
Preparo das mandíbulas
a.Devem ser obtidas mandíbulas frescas e resfriadas, diretamente do frigorífico ou distribuidor.
b.Lavagem da peça (dos tecidos e dos dentes),
dissecção dos músculos e da pele.
c.Preservar as estruturas periodontais que serão
manipuladas durante a atividade laboratorial,
especialmente a linha mucogengival e boa parte da mucosa de revestimento (Figura 1).
d.Acondicionamento em embalagem plástica
individual.
e.Congelamento em freezer.
f. Descongelamento gradual, por cerca de 24 h, a
fim de preservar as características originais dos tecidos. Desaconselha-se o descongelamento rápido,
como por exemplo no forno de microondas.
2. Estrutura e material necessário à
prática laboratorial
a.Bancada.
b.Material e instrumental cirúrgico simplificado
(pinça anatômica ou de Adson, pinça mosquito
curva, tesoura Goldman-Fox, espátula de Freer
ou cureta de Molt, cabo de bisturi e lâmina
12/15, porta-agulha Mayo-Hegar, cureta de
Gracey 5-6, sonda NC 15 mm e fio de sutura
Nylon 5.0 (AG 3/8 ∇ 2 cm).
c.Campo cirúrgico ou papel absorvente (proteção e forramento da bancada).
3. Demonstração pelo professor
a.Filmadora e lente “zoom”/macro com reprodução em vídeo ou telão.
4. Prática assistida pelo aluno
A prática laboratorial em mandíbula de porco
permite o treinamento de diferentes técnicas de suturas (Figuras 2 e 3) e cirúrgicas periodontais (Figuras 4, 5 e 6), tais como:
• gengivectomia;
• retalho de espessura total (Widman Modificado)
e deslocamento apical;
• cunha distal.
Essas técnicas vêm sendo aplicadas no Curso de
Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo.
DISCUSSÃO
A prática laboratorial, anteriormente à prática
Revista da ABENO • 8(1):5-8
Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem • Togashi AY, Corraini P, Pustiglioni FE, Lima LAPA,
Georgetti MAP
Figura 1 - Estruturas anatômicas gengivais na mandíbu-
Figura 2 - Região mais anterior da mandíbula de porco
la de porco (gengiva ceratinizada, linha mucogengival e
mucosa alveolar).
onde é realizado o treinamento das técnicas de sutura.
Figura 3 - Treinamento das diversas suturas.
Figura 4 - Incisão realizada com preservação da papila.
Figura 5 - Realização da raspagem e do alisamento coro-
Figura 6 - Reposicionamento e sutura do retalho.
nário e deslocamento do retalho.
clínica, consiste num recurso didático necessário que,
de certa maneira, diminui as dificuldades clínicas de
procedimentos, principalmente cirúrgicos, realizados em pacientes.3,4
Os recursos audiovisuais disponíveis não permitem ao aluno assimilar completamente e executar o
ensinamento das técnicas cirúrgicas. A prática laboratorial de cirurgias periodontais tem propiciado esse
tipo de ensinamento, uma vez que o aluno pode
acompanhar com maior detalhe cada passo da técnica e tem a oportunidade de realizá-la.2
A atividade cirúrgica pré-clínica, no ensino da Pe-
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Prática laboratorial de cirurgia periodontal: otimizando o ensino-aprendizagem • Togashi AY, Corraini P, Pustiglioni FE, Lima LAPA,
Georgetti MAP
riodontia, representa um momento de integração entre teoria e prática clínica. Assim, deveria ser realizada
com recursos que mais se assemelhem com as estruturas anatômicas periodontais e com a realidade clínica.
Isso deve ser realizado de forma que os alunos possam
elaborar, na prática, o que aprendem na teoria e que
possam vivenciar situações complexas e/ou os mais
variados tipos de casos clínicos. O treinamento das
técnicas de manipulação dos tecidos ósseo e mole, cirurgias regenerativas, pré-protéticas, amputação e hemissecção pode ser empregado em nível mais avançado do aprendizado, como nos cursos de pós-graduação,
por apresentarem maior grau de complexidade.
A mandíbula de porco é utilizada no laboratório
de cirurgia periodontal por apresentar dentes e reparos anatômicos com características de cor e consistência próximas às dos humanos. Existe, na
mandíbula de porco, uma área localizada mais anteriormente que, por ser desdentada, pode servir para
a prática de sutura. Entretanto, considera-se a maxila
inadequada para qualquer prática, pois o tecido palatino é muito fibroso e a rafe palatina, rasa.
Quando os docentes possibilitam aos alunos o confronto entre o aprendizado teórico e as situações reais,
a compreensão se torna mais significativa e a experiência, enriquecedora. Assim, a Disciplina de Periodontia
tem se preocupado em organizar atividades integradoras da prática com a teoria, em estimular a compreensão e a vivência, o ato de se fazer e refletir, de forma
sistemática ao longo do seu curso de graduação.
A atividade pré-clínica não deve ser vista apenas
como uma maneira de desenvolver habilidade e competência técnica nos domínios de aspectos biológicos
envolvidos na prática clínica, mas, essencialmente, o
aluno deve ser preparado para discernir quanto à
dimensão ética da sua atuação.
learning methodology of the periodontal surgical
technique. The pig low jaw-bone has similar characteristics of the anatomy of human gingival and periodontal structures. Its important to point out that this
pre-clinic practice seems to result in improvement to
the learning process of students.
DESCRIPTORS
Teaching. Education, dental. Surgery, oral/education. Models, animal. Periodontics. §
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Akisue E, Gavini G, Caldeira CL, Lemos EM. Comparação qualitativa da utilização de dentes simulados e naturais no aprendizado pré-clínico em endodontia [PE009]. Braz Oral Res.
2004;18 Suppl:24.
2. Carvalho ACP. Educação e saúde em odontologia. Ensino da
prática e prática do ensino. São Paulo: Santos; 1995. p. 67.
3. Carvalho ACP, Saad MN. Contribuição às atividades pré-clínicas no
ensino da cirurgia bucal. Rev Bras Odontol. 1977;34(1/2):49-53.
4. Carvalho DR, Lima Júnior N, Macedo SB, Carvalho ACP. Laboratório pré-clínico de cirurgia bucomaxilofacial. Revista da
ABENO. 2004;4(1):29.
5. Kamaura D, Carvalho GL, Antoniazzi JH, Lage-Marques JLS. Avaliação do desempenho dos alunos de graduação durante a prática da técnica endodôntica. Revista da ABENO. 2003;3(1):33-40.
6. Lisboa MV, Carvalho JG, Lage-Marques JL, Muramatsu M, Mori
M. Utilização de imagem 3D para o ensino em Odontologia.
Revista da ABENO. 2005;5(2):140-3.
7. Nogi FM, Melani RFH. Novas tecnologias de informação e
comunicação (NTIC) no ensino odontológico – perspectivas
e desafios [PA114]. RPG Rev Pós Grad. 2004;11(3):294.
8. Perez FEG, Horliana ACRT, Rocha RG, Adde CA. Médias de
tempo despendidas na execução de atividades clínicas por
alunos de graduação da disciplina de clínica integrada da Faculdade de Odontologia da Universidade de São Paulo. Rev
CONCLUSÃO
A prática laboratorial de cirurgias periodontais
em mandíbula de porco empregada na Disciplina de
Periodontia da FOUSP tem sido bem aceita pelos discentes e parece possibilitar a sedimentação continuada do conhecimento adquirido previamente e o
treinamento das habilidades técnicas do aluno.
Odontol Univ Santo Amaro. 2003;8(1):12-8.
9. Saab L, Lemos Júnior CA, Lotufo MA, Silveira FRX. Modelo
de treinamento de técnicas de biópsias no ensino de graduação
[PE035]. Braz Oral Res 2004;18 Suppl:27.
10. Togashi AY, Bosquiroli V, Pedro LS. Levantamento socioeconômicocultural dos pacientes das clínicas odontológicas. Anais do II Seminário de Extensão Universitária da Unioeste; Cascavel; Brasil. Cascavel: Universidade Estadual do Oeste do Paraná; 2002. p. 369-70.
ABSTRACT
Laboratorial practice of periodontal surgery:
improvement of the teaching and learning process
The purpose of this study was to demonstrate an
activity of laboratory with pig low jaw-bone used to
Periodontology Discipline in Dentistry School of University of São Paulo that improves the teaching and
11. Vieira DF. Método de ensino e de aprendizagem. In: Vieira DF.
Planejamento de uma Faculdade de Odontologia. Bauru: Faculdade de Odontologia de Bauru; 1974. p. 118-38.
Revista da ABENO • 8(1):5-8
Recebido para publicação em 28/03/2006
Aceito para publicação em 18/05/2006
Projeto de Lei do Ato Médico e o
trabalho multiprofissional
Ana Laura de Oliveira Fagundes*, Flávia Helena Dias Santiago*, Elza Maria de Araújo
Conceição**, Andrea Maria Duarte Vargas**, Efigênia Ferreira e Ferreira***
*Alunas do Curso de Especialização em Saúde Coletiva da Faculdade
de Odontologia da UFMG.
**Professores Adjuntos do Curso de Odontologia da UFMG.
***Prof. Associado do Curso de Odontologia da UFMG.
RESUMO
Considerando a repercussão que o chamado “Projeto de Lei do Ato Médico” (PLS 25/2002 e PLS 25
substitutivo de 2002) vem gerando na mídia, entre profissionais de saúde e outros setores da sociedade, bem
como seus reflexos na formação interdisciplinar, objetivou-se detectar o nível de conhecimento, opiniões e
expectativas de profissionais da saúde a respeito deste
projeto. O estudo foi realizado com um total de 90
voluntários sendo 28 médicos e 62 denominados “outros profissionais”. Foram distribuídos questionários
por intermédio dos Gerentes de cada Unidade de Saúde da Regional Nordeste de Belo Horizonte. Os dados
foram coletados a partir da avaliação de 90 questionários aplicados. Destes 90 questionários, 25 (28%) responderam que a possível aprovação do projeto de lei
poderia trazer benefícios para sua atividade profissional
e 50 (56%) responderam que não. Em outra questão,
57 (64%) responderam que poderia trazer prejuízos
para sua atividade profissional, e 22 (25%) responderam não. A respeito dos benefícios que a possível aprovação do projeto de lei teria para o atendimento à população 23 (26%) respondentes consideram que trará
benefícios e 56 (62%) não. Quando consultados sobre
prováveis prejuízos para o atendimento que a aprovação poderá acarretar 66 (73%) responderam afirmativamente e 13 (15%) responderam que não. Através da
análise dos questionários foi possível constatar o desconhecimento do Projeto de Lei e de seu Substitutivo por
uma grande maioria dos profissionais consultados. E,
quanto aos benefícios, malefícios, implicações na sua
atividade profissional e no atendimento da população
a maioria discorda da aprovação do projeto.
DESCRITORES
Projeto lei do ato médico. Sistema Único de Saúde. Equipe multiprofissional.
T
ramitam no Senado Federal dois projetos de lei
que vêm causando grande repercussão na mídia
nacional e gerando muitas discussões entre profissionais de saúde e outros segmentos da população. O
Projeto de Lei do Senado (PLS 25/2002), que institui
o Ato Médico, de autoria do ex-senador Geraldo Althoff (PFL/SC), baseia-se no argumento de que a
medicina precisa regulamentar o exercício de suas
práticas profissionais, delimitando o campo de atuação dos diversos profissionais de saúde, e estabelecendo as atividades terapêuticas que devem ser exercidas
exclusivamente por médicos;13 e o seu Projeto de Lei
Substitutivo (PLS 25/2002 substitutivo) de autoria do
Senador Tião Viana (PT/AC).14
Segundo a Senadora Lúcia Vânia (2005) que assumiu em 2005 a relatoria o texto visa regulamentar
a profissão do médico, mas gera polêmica por limitar
a área de atuação de outros profissionais da saúde.
Após ampliar a discussão e envolver vários segmentos
da área da saúde ficam evidenciados os vários pontos
críticos deste projeto que são: o exercício de chefia e
ensino, a divisão de competências, a prescrição terapêutica e o direito ao diagnóstico.12
O substitutivo em questão estabelece um conceito de ato médico privativo, ao lado do ato médico
compartilhado com outras profissões. Ampara-se
nos fundamentos da prevenção primária, secundária e terciária, moderniza a classificação e estabelece basicamente que os atos de prevenção secundária
e terciária e os que impliquem em procedimentos
diagnósticos de enfermidades e de indicação terapêutica constituem atos privativos dos médicos. Fica
aberta para as outras profissões da área da Saúde a
porta da prevenção primária e terciária sem diagnóstico ou terapêutica. Além disso, expande-se o
campo dos atos privativos da profissão médica nas
atividades de coordenação, direção, chefia, perícia,
Revista da ABENO • 8(1):9-15
Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF
auditoria, supervisão e ensino dos procedimentos
médicos.8
O mesmo autor ressalta que, a reforma da regulação profissional deve ser constituída, principalmente
por diretrizes que garantam a qualidade dos padrões
técnicos e éticos do exercício profissional e de proteção ao público.
O Conselho Federal de Medicina (CFM)4 argumenta que o diagnóstico das doenças configura uma
prerrogativa exclusiva dos médicos e aceita como exceção, a Odontologia. Os médicos brasileiros buscam
a definição de seu campo de trabalho, que significa
a definição jurídica de sua identidade profissional.
No entanto, a forma como o fazem provoca o conflito com as outras categorias profissionais investidas
no campo da saúde, que identificam no projeto de
lei uma ingerência unilateral que prejudica o avanço
do modelo de atenção propugnado pelo Sistema Único de Saúde (SUS)3 e não resulta em benefícios para
os usuários.
Esta discussão não pode ser considerada separadamente dos outros fatos da história atual, pois ao
longo dos últimos anos, o setor saúde vem passando
por sucessivos reordenamentos, tanto no que se refere à normatização como aos vinculados às mudanças
no conhecimento científico, tecnológico, político,
social e outros.
Fruto de um intenso debate da sociedade e fortemente liderado por profissionais da área de saúde, notadamente, da área médica, as transições da
ação do Estado brasileiro no que se refere ao setor
saúde ocorreram muito rapidamente. Nos últimos
dez anos, com o aprimoramento da gestão do SUS
e das instâncias de controle social, incorporam-se
novos espaços de atuação e novos processos de trabalho à atenção à saúde. Este fato requer efetivo
compromisso dos trabalhadores com a concepção
ampliada de saúde, estabelecendo-se a transcendência do setorial e uma diversificação dos campos
de prática.10
A inovação apresentada pelo SUS é o seu “conceito ampliado de saúde”, resultado de um processo de
embates teóricos e políticos, que traz consigo um diagnóstico das dificuldades que o setor saúde enfrentou
historicamente, e a certeza de que a reversão deste
quadro extrapolava os limites restritivos da noção vigente. Considerar a saúde apenas como ausência de
doenças, nos legou a um quadro repleto não só das
próprias doenças, como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa qualidade e falta de
comprometimento profissional.6 De acordo com Cor10
rêa (2003),5 o cuidado com a saúde pela população
é um ato político e econômico, dependente do poder
aquisitivo das classes mais necessitadas e das políticas
de saúde vigentes.
O Programa de Saúde da Família (PSF),2 uma das
estratégias de consolidação do SUS, objetiva melhorar o estado de saúde da população incluindo desde
a promoção e proteção da saúde até a identificação
precoce e o tratamento das doenças. Estrutura-se a
partir de uma equipe multidisciplinar, da abordagem
situacional no local onde vivem as pessoas, da incorporação da representação social da doença e utiliza
como ferramenta básica a busca ativa de casos. Este
modelo tanto ultrapassa o ato reconhecido como consulta ao profissional de saúde, quanto o amplia, já que
nele se inspiram nos aspectos tocantes à intimidade,
o respeito, o sigilo das informações, entre outros. Este
impõe o recurso a novas teorias, metodologias e tecnologias e se traduz, evidentemente, em nova configuração do trabalho em saúde.
Mais do que nunca, no SUS, e em especial no PSF,
prevê-se a organização de equipes, cuja concepção
está vinculada à de processo de trabalho e se sujeita,
no campo da saúde, às transformações pelas quais este
vem passando ao longo do tempo. A idéia de equipe
advém da necessidade histórica do homem de somar
esforços para alcançar objetivos e da imposição que
o desenvolvimento e a complexidade do mundo moderno têm imposto ao processo de trabalho, gerando
relações de complementaridade de conhecimentos e
habilidades para o alcance dos objetivos.11
O embate de idéias apresentado pelos profissionais de saúde que são contrários à aprovação do Projeto de Lei do ato Médico e aqueles que defendem a
sua aprovação é a principal motivação deste estudo.
Uma reflexão a respeito dos malefícios e/ou benefícios que a aprovação deste projeto de lei poderia proporcionar para a atividade profissional de médicos e
não-médicos e também no atendimento do usuário
do sistema público de saúde constitui-se em uma necessidade.
Este trabalho tem como objetivo geral, conhecer
a opinião de profissionais de saúde que trabalham em
Equipes de Saúde da Atenção Básica e/ou do Programa de Saúde da Família (PSF)/Equipes de Saúde
Bucal (ESB) a respeito do PLS/25 e PLS/25 (substitutivo). Pretende-se avaliar o grau de conhecimento
destes profissionais acerca dos projetos e identificar,
segundo as opiniões do grupo pesquisado, quais seriam os possíveis malefícios e/ou benefícios que a
aprovação do PL25/2002 poderia trazer para sua ati-
Revista da ABENO • 8(1):9-15
Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF
vidade profissional, para o atendimento do usuário,
e para a rotina de trabalho.
METODOLOGIA
Após aprovação do protocolo de pesquisa (Parecer Nº ETIC 190/05 aprovado pelo Comitê de Ética
em Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais
e Parecer Nº 031/2005 aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa – Secretaria Municipal de Belo Horizonte), foi realizada a coleta de dados através da aplicação de questionários aos profissionais, nível
terceiro grau, atuantes na rede de prestação de serviços de saúde, na Regional Nordeste do Município de
Belo Horizonte.
A amostra foi calculada através da estimativa de
proporção, com erro de 10%, nível de significância
de 90% e padrão (p) 50% indicando uma amostra
final mínima de 53 indivíduos.7
Os questionários e os Termos de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) foram distribuídos nas 20
Unidades Básicas de Saúde que integram a Regional
Nordeste, através dos seus gerentes, sendo posteriormente recolhidos e entregues às pesquisadoras em
envelopes lacrados, visando a confidencialidade dos
respondentes.
Para efeito de análise dos dados, os resultados foram organizados e tabulados em dois grupos: médicos
e outros profissionais (enfermeiros, cirurgiões-dentistas, psicólogos e assistentes sociais).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 1, apresenta-se um resumo do número
de profissionais que trabalham na Regional Nordeste
e do número desses profissionais que responderam o
questionário distribuído. A amostra foi categorizada
em Médicos e Outros Profissionais (Enfermeiros, Cirurgiões-dentistas, Psicólogos e Assistentes Sociais).
Observa-se que foram respondentes neste estudo,
26,4% dos médicos e 45,9% de outros profissionais.
Na Tabela 2, apresentam-se os itens questionados
e respondidos pelos profissionais a respeito do Projeto de Lei do Ato Médico e do Substitutivo, cujas questões tratavam sobre o conhecimento dos projetos de
lei, se havia concordância e qual a expectativa de benefícios e prejuízos, tanto para a atividade profissional, quanto para o atendimento à população.
Constata-se, na verdade, que a maioria conhece
apenas superficialmente o Projeto de Lei. Dos 66 profissionais entrevistados, que responderam já ter ouvido falar, 18 (20%) são médicos e 48 (54%) outros
profissionais.
Sobre a existência do substitutivo, 53% não sabem
ou revelam apenas já ter ouvido falar (43%). As respostas indicam que apesar da acirrada polêmica e do
destaque dado pela mídia e pelas entidades reguladoras das profissões envolvidas - Conselhos Federais
e suas instâncias regionais - o tema ainda não foi bem
aprofundado pelos profissionais atuantes na rede de
prestação de serviços de saúde, na Regional Nordeste
do Município de Belo Horizonte.
Com relação à concordância com o Projeto de Lei,
apesar da relatada desinformação, 65 profissionais
(73%) responderam que não concordam com a sua
aprovação. Ressalta-se que este número reflete claramente o conflito instalado entre a proposta do Projeto de Lei do Ato Médico e todas as outras profissões
que participam da atenção básica de saúde do usuário
do SUS.8
Dentre os 19 profissionais que concordam com a
aprovação do PL 25/02 (21%), estão 18 médicos e
apenas 1 entre os “outros profissionais”. Assim, são
quase exclusivamente os médicos que respondem
pela concordância com a regulamentação profissional contida no PL 25/2002.
Para 56% não havia expectativa de benefícios com
a possível aprovação do PL25/2002 referentes à sua
atividade profissional e para 64% haveria prejuízos
em sua atividade profissional.
As principais justificativas apresentadas pelos médicos para o reconhecimento dos benefícios parecem
estar ligadas a interesses corporativos e das condições
de trabalho, definição dos limites de atuação (o atendimento exclusivo pelo médico), mais que aos resultados da atuação ou ao modelo de atenção. Entre os
outros profissionais considerou-se como vantagem a
diminuição da carga de trabalho.
Tabela 1 - Distribuição de profissionais da área de saúde na Regional Nordeste, em Belo Horizonte e da amostra deste
estudo.
Médicos
Em exercício profissional
Respondentes
106
Outros profissionais
Enfermeiros
Cirurgiões-dentistas
Psicólogos
Assistentes sociais
74
41
7
13
28
62
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11
Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF
Tabela 2 - Itens questionados aos profissionais da área de saúde na Regional Nordeste de Belo Horizonte.
O ato médico
O substitutivo
Concordância com a aprovação do
Projeto de Lei
n
%
n
%
Já ouviu falar
18
20
48
54
Conhece bem
10
11
12
13
Nunca ouviu falar
0
0
2
2
Não respondeu
0
0
0
0
Já ouviu falar
14
16
24
27
Conhece bem
2
2
0
0
Não sabe da existência de substitutivos
12
13
36
40
Não sabe da existência do Ato Médico
e nem dos substitutivos
0
0
2
2
Sim
18
20
1
1
Não
8
9
57
64
Não respondeu
1
1
2
2
Não soube opinar
Expectativa de benefícios para atividade
profissional
Expectativa de prejuízos para atividade
profissional
Expectativa de benefícios para o
atendimento à população
1
1
2
2
Sim
18
20
7
8
Não
7
8
43
48
Não respondeu
1
1
7
8
Não soube opinar
2
2
4
4
O PL não se aplica à odontologia
0
0
1
1
Sim
10
11
47
53
Não
15
17
7
8
Não respondeu
2
2
4
4
Não soube opinar
1
1
4
4
Sim
16
18
7
8
Não
10
11
46
51
1
1
6
7
Não respondeu
Não soube opinar
Expectativa de prejuízos para o
atendimento à população
1
1
3
3
Sim
12
13
54
60
Não
13
15
0
0
Não respondeu
2
2
5
6
Não soube opinar
1
1
3
3
Aqueles que responderam que “não haverá benefício para a atividade profissional” fizeram análises
mais abrangentes, englobando aspectos do processo
de trabalho. As opiniões em comum foram a centralização na figura do médico, que traria prejuízos ao
trabalho em equipe, e o retrocesso no processo de
trabalho em saúde.
Alguns dos médicos argumentaram que somente
haverá benefícios para aqueles que atuam em atividades liberais e precisam defender o mercado de tra­
balho. “Os outros profissionais” acenaram para o
aumento na burocracia do atendimento, impossibilidade de prescrição de medicamentos, restrições em
12
Outros
profissionais
Médicos
Ato médico
algumas atividades, diminuição das competências
profissionais e queda na qualidade do atendimento
para a população.
O reconhecimento de “prejuízos para a atividade
profissional” (64%) novamente nos aproxima dos
números que revelaram discordância do projeto
(73%), desta vez com aumento do número de médicos. Entre as justificativas comuns a todos os profissionais retorna a perda de autonomia com a centralização do atendimento no profissional médico, com
repercussões no funcionamento da equipe. Em maior
ou menor nível, a reflexão de todos os segmentos se
voltou para a atuação em saúde coletiva.
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Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF
Alguns “médicos” focaram a sobrecarga de trabalho, aumento da responsabilidade profissional,
excessivo corporativismo, aumento da demanda reprimida da população, e benefícios somente para a
iniciativa privada, onde a demanda é regulada pelo
poder aquisitivo, entendendo que os prejudicados
serão os usuários. Outros entendem que certos procedimentos só competem a eles, e consideram que
não haverá prejuízo, desde que os demais profissionais da saúde exerçam suas atividades de acordo
com a lei.
Schreiber (1995); Silva & Waissman (2005) ressaltam a importância do enfrentamento multiprofissional das questões como elemento impulsionador do conhecimento, da ordenação e do
desenvolvimento de novas tecnologias no campo da
saúde.15,16. Assim, afirma Araújo (2003) que a regulamentação do ato médico tem que considerar o
conjunto das práticas dos profissionais no setor saúde, levando em conta o seu desenvolvimento histórico e a prática sustentada em conhecimento e em
realizações concretas.1
Os argumentos daqueles que consideram que a
aprovação “trará benefícios para o atendimento à população” convergiram no sentido de que, uma vez
determinados os campos de atuação, definindo competências e qualificando os profissionais para a realidade da saúde pública, podem ser aprimorados os
projetos para a saúde coletiva e aumentada a disponibilização de médicos. Esses entendem que a população será mais bem assistida, recebendo o diagnóstico e a terapêutica por profissionais competentes e
capacitados.
Algumas respostas dos “Outros Profissionais”
que também consideram que o projeto trará benefícios para a população foram no sentido de haver
mais segurança no atendimento pelo profissional
habilitado, desde que cada um atue em sua área com
ética, obedecendo a normatização das atribuições
médicas.
Entre os respondentes que afirmam “que não haverá benefícios”, as opiniões foram a respeito da limitação do exercício profissional com diminuição da
autonomia, a atitude corporativista dos médicos com
aumento de sua carga de trabalho, a incapacidade de
eles sozinhos resolverem os problemas de saúde pública, e a permanência do modelo de atendimento
assistencialista e curativista.
Há uma ênfase no reconhecimento de “prejuízos
para o atendimento a população”, partilhada por 73%
dos respondentes, inclusive médicos que concordam
com a aprovação do Projeto de Lei.
Dentre os “outros profissionais” as respostas sobre
“expectativa de prejuízos para a população”, se deram
no sentido da supervalorização com centralização do
atendimento no profissional médico, subordinação
dos “outros profissionais” a ele, corporativismo, sobrecarga de atendimento, falta de capacitação do
médico em saúde pública, estresse profissional, maior
dificuldade de acesso, impedimento ao direito de livre escolha dos usuários, retrocesso no modelo de
saúde que voltará a ser hospitalocêntrico, aumento
das filas com descontentamento da população.
Somente médicos (15%) consideram que a aprovação não “trará prejuízos para o atendimento à saúde da população”, ressaltando a necessidade de se
esclarecer à população e aos demais profissionais a
respeito do PL, da sua aprovação e da regulamentação
das atividades privativas do médico, excetuando-se as
condições e programas estabelecidos nas leis que regulam as demais profissões. Destacam ainda a importância de se respeitar a hierarquia profissional.
Por muito tempo a medicina tem exercido forte
domínio sobre as discussões, propostas e tratamento
das doenças e dos doentes em nossa sociedade. A
emergência de novos papéis e processos de trabalho
mudou a configuração do trabalho médico, da sua
autonomia e passa a ameaçar, não apenas os setores
mais conservadores, mas a profissão como um todo,
que luta pela preservação das suas prerrogativas históricas, culturais e de poder.
Destaca-se neste contexto que todas as proposições de definição de espaços profissionais, características do corporativismo vigente conflita com os projetos em discussão, que envolve a reforma curricular
nas escolas de saúde em todo pais, estimuladas pelo
governo, como proposta de integração entre as equipes de saúde.
Esse estudo aponta que muito teremos que caminhar nas discussões, para que as outras profissões de
saúde e os seus profissionais sejam valorizados pelos
pacientes e os órgãos governamentais, resultando em
maior benefício para toda população.
CONCLUSÕES
A grande maioria dos profissionais que atuam na
atenção básica da Regional Nordeste não conhece na
íntegra o referido PL, não concorda com ele e, os que
concordam, são basicamente os médicos.
Os achados nos permitem afirmar que há mais
clareza, entre os profissionais da área médica, sobre
os efeitos do PL na rede privada, onde poderá existir
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13
Projeto de Lei do Ato Médico e o trabalho multiprofissional • Fagundes ALO, Santiago FHD, Conceição EMA, Vargas AMD, Ferreira EF
uma grande reserva de mercado, apoiando-se em argumentos corporativistas.
Os argumentos contra a aprovação do PL e os seus
efeitos, caso seja aprovado, revelam que a maior preocupação de todos os “outros profissionais” é a centralização das ações nas mãos dos médicos, com redução da sua autonomia e do valor da sua
contribuição, expressando preocupação com as perdas no trabalho em equipe e prejuízo para o modelo
de atenção proposto pelo SUS.
Alguns benefícios para a atuação em saúde coletiva são reconhecidos, tais como, melhor divisão de
tarefas e melhor qualificação dos médicos dentro do
modelo de atenção. Mas o número de profissionais
de outras áreas que reconhece tais ganhos é extremamente reduzido.
As perdas para a população parecem constituir-se
o melhor consenso, embora, os profissionais da área
médica reafirmem a posição de que podem haver
benefícios decorrentes do atendimento exclusivo
por eles.
Os argumentos dos “outros profissionais” relacionados aos prejuízos que a população teria no
atendimento contemplam um conhecimento da
demanda, do volume de necessidades da população,
das implicações da restrição do acesso aos serviços
de saúde. Agregam ainda o entendimento de que
as necessidades não são apenas de diagnóstico e
terapêutica, valorizando a abordagem multiprofissional.
22 (25%) answered that it could not. Regarding the
benefits that the possible approval of the bill could
have on the service to the population, 23 (26%) participants considered that it could bring benefits and
56 (62%) that it could not. When asked about possible
damages to the health service, 66 (73%) aswered affirmatively and 13 (15%) aswered negatively. Through
the analysis of the questionnaires, it was possible to
verify the lack of knowledge about the Bill and its
Amendment among most professionals. As for the
benefits, harms and implications on their professional activity and on the health care for the population
majority of those interviewed disagreed with the approval of the Bill.
DESCRIPTORS
Draft bill. Health systems. Dental staff. §
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na Internet}. acesso em 07/05/07. Disponível em: http://www.
ABSTRACT
Medical Act Bill and Multiprofessional Team
Considering the repercussion that the called “Bill
of the Medical Act” (PLS 25/2002 and amendment
PLS 25 of 2002) has caused in the media, among professionals and other sections of society, as well as its
reflexes on interdisciplinary formation, it was aimed
to detect the level of knowledge, opinions and expectations of health professionals about the new Bill.
The study was carried out with a total of 90 volunteers,
being 28 phisicians and 62 named as other professionals. Questionnaires were distributed by the local managers of the health units of the northeastern area of
Belo Horizonte. Data were collected from the avaliation of 90 applied questionnaires. Among the 90 questionnaires, 25 (28%) answered that the possible approval of the bill could bring benefits for their
professional activity and 50 (56%) answered that it
could not. In another question , 57 (64%) answered,
that it could damage their professional activity, and
14
crememg.org.br. Belo Horizonte: CREMEMG.
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N.º 25 de 2002. Sala das Sessões, 27 de fevereiro de 2002.[on
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Recebido para publicação em 20/03/2007
www.naoaoatomedico.com.br/paginterna/projetoslei01.cfm.
Aceito para publicação em 28/02/2008
14. SENADOR TIÃO VIANA. Projeto de Lei do Senado nº 25, de
A Revista da ABENO – Associação Brasileira de
Ensino Odontológico – tem como missão primordial:
• assegurar o contínuo progresso
da formação profissional;
9-5
ISSN 167
954
• contribuir para a obtenção de indicadores de
qualidade do ensino odontológico respeitando
os desejos de formação discente e
capacitação docente;
DA
O
N
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B
A
REVISTA
nsino
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o
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Odont
8
volume 1
número junho
janeiro/
2008
aç
• produzir benefícios diretamente
voltados para a coletividade;
Associ
• produzir junto aos especialistas
a reflexão e análise crítica dos
assuntos da área em nível local,
regional, nacional e internacional.
O
o
ABirEa deNEnsino Odontológic
ile
ão Bras
aç
Associ
Revista da ABENO • 8(1):9-15
1
DASH entre estudantes de curso de
odontologia, Belo Horizonte, 2007
Mauro Henrique Nogueira Guimarães de Abreu*, Adriano Rodrigues da Costa**,
Alexandre Ramos Braga**, Geraldo Fabiano de Souza Moraes***
*Professor Titular do Curso de Odontologia do Centro Universitário
Newton Paiva.
**Cirurgiões-Dentistas pelo Centro Universitário Newton Paiva.
***Coordenador do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário
Newton Paiva.
RESUMO
A odontologia é considerada uma profissão de
risco ocupacional para os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho. Esses quadros podem
ser mensurados pelo instrumento denominado DASH
(Disabilities Arm, Shoulder and Hand). Entretanto,
há pouca informação sobre essas condições entre estudantes de odontologia brasileiros. Assim, o objetivo
do presente estudo foi avaliar as incapacidades de
braço, ombro e mão entre esses estudantes, bem
como os fatores associados, no ano de 2007. Questionários auto-aplicáveis foram entregues ao universo de
estudantes de odontologia, do 1º. e 8º. períodos, de
um curso em Belo Horizonte, no segundo semestre
de 2007. Para a avaliação das incapacidades, foi utilizado o instrumento DASH validado no Brasil. Para a
mensuração das variáveis independentes, foi aplicado
um questionário com questões sobre o período do
curso, gênero, trabalho, prática de esportes, sono e
atendimento clínico na odontologia. Esta última variável só foi avaliada para discentes do 8º. período. A
análise estatística, realizada no programa SPSS versão
11.0, envolveu os testes de Kolmogorov-Smirnov,
Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, considerando
p < 0,05. Do universo de 90 estudantes, 74 (82,2%)
preencheram corretamente os questionários. A única
associação estatística identificada envolveu maiores
incapacidades de braço, ombro e mão entre os indivíduos que nunca praticaram esportes em relação
àqueles que praticavam esportes no momento da pesquisa (p = 0,02). Conclui-se que parece não haver
impacto das atividades clínicas desenvolvidas pelos
estudantes, bem como das variáveis sócio-demográficas e do sono nessas incapacidades. A prática de esportes pode ser vista como um fator de proteção para
o quadro avaliado entre estudantes de odontologia.
16
DESCRITORES
Saúde ocupacional. Odontologia. Epidemiologia.
A
s Lesões por Esforço Repetitivo (LER) representam uma síndrome de dor nas extremidades superiores com queixa de grande incapacidade funcional, causada pelo uso dos membros superiores,
ombro, pescoço em tarefas que envolvam movimentos repetitivos ou posturas forçadas (FONSECA,
1998). No Brasil, a terminologia LER foi introduzida
em 1986 e foi reconhecida como doença do trabalho
através da portaria nº. 3751 de 13 de novembro de
1990 (RIBEIRO, 1997). Os Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho (DORT) correspondem a um conjunto de afecções heterogêneas que
acometem músculos, tendões, sinóvias, articulações,
vasos e nervos. Podem ocorrer em qualquer local do
aparelho locomotor, embora a região cervical, lombar e os membros superiores sejam os mais freqüentemente atingidos (FERREIRA, 1997). A denominação DORT passou a ser adotada mais recentemente,
quando o Ministério da Previdência e Assistência Social baixou a ordem serviço 606/98, publicada no
Diário Oficial da União de 19 de Agosto de 1998. A
nomenclatura DORT veio substituir a bastante difundida LER, apesar de ambas ainda serem utilizadas. A
mudança foi efetuada para evitar que a própria denominação apontasse causas ou efeitos definidos. A
adoção do termo DORT significa, portanto, que a dor
crônica pode existir sem que para isso haja obrigatoriamente uma lesão. Dessa forma, tornam-se mais
compreensíveis os mecanismos que produzem o sofrimento e se orientam ações mais eficazes do tratamento e prevenção do problema. (NICOLETTI,
1999). Os DORT constituem um dos maiores proble-
Revista da ABENO • 8(1):16-22
DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS
mas enfrentados nos serviços de referência de saúde
do trabalhador dado sua alta incidência, difícil tratamento e grande limitação física ocasionando ônus
econômicos e sociais aos trabalhadores (MENDES,
1995).
A odontologia é uma profissão cujos trabalhadores desempenham funções de risco para o desenvolvimento dos DORT. Diversos trabalhos avaliaram esses distúrbios entre cirurgiões-dentistas no Brasil.
Santos Filho e Barreto (2001) realizaram um estudo
para avaliar prevalência de dor osteomuscular e fatores associados ao sintoma em cirurgiões-dentistas vinculados ao Serviço Público de Saúde de Belo Horizonte (SUS/BH). A coleta de dados foi feita através
de um questionário auto-aplicável, contendo informações sócio-demográficas, aspectos ergonômicos e
do ambiente de trabalho, organização do trabalho,
hábitos pessoais, fatores individuais, características
psicológicas e psicossociais e história de saúde. 58%
dos dentistas apresentaram queixa de dor musculoesquelética em uma ou mais regiões no segmento
superior do corpo, dos quais 41% têm queixa em apenas uma região, 14% em duas regiões e 3% em três
locais. O principal sintoma, com uma prevalência de
22%, foi a dor no membro superior. Em segundo
lugar apareceu a queixa de dor na coluna torácica
e/ou lombar (21%), predominando a dor lombar.
Em terceiro lugar surgiu o pescoço (20%), seguido
do ombro (17%).
Paula e Araújo (2003) realizaram um estudo de
revisão buscando aprofundar conhecimento sobre as
LER/DORT enfatizando as principais etiologias e as
possíveis formas de prevenção. Os fatores etiológicos
envolvem o desrespeito aos fatores ergonômicos e
antropométricos; excesso de jornada de trabalho; falta de intervalos apropriados; técnicas incorretas; posturas indevidas; força excessiva na execução de tarefas; sobrecarga estática e sobrecarga dinâmica. O
desenvolvimento dessas lesões é multifatorial, por isso
é importante avaliar os fatores de risco envolvidos
direta ou indiretamente. Esses fatores incluem inadequada postura, carga estática, carga musculoesquelética, invariabilidade de tarefas, pressões locais sobres
os tecidos, vibração, estresse, além de fatores nãoocupacionais como atividades domésticas e manuais.
Há necessidade de conscientização por parte do cirurgião-dentista sobre a relevância e importância da
prevenção das LER/DORT. Esse profissional deveria
adotar um estilo de vida saudável com práticas de
atividades físicas, alongamentos, alimentação saudável, controle do estresse, além de organizar-se no tra-
balho seguindo as normas ergonômicas.
Barbosa et al. (2004) realizaram um estudo para
avaliar os aspectos ergonômicos da atividade laboral
do cirurgião-dentista e a existência de sintomatologia
dolorosa nas regiões do corpo, indicativas de LER.
Foi realizado um estudo observacional, prospectivo.
Os dados foram coletados pela observação direta extensiva, na qual foi utilizado um questionário como
instrumento para obter as informações. Dentre os
principais resultados observou-se que o tempo médio
de exercício profissional foi de 17,95 anos e a jornada
média de trabalho foi de 8,3 horas diárias. A maioria
dos dentistas (68,9%) relatou apresentar dores após
a jornada de trabalho, sendo as regiões do pescoço,
costas, ombros e mãos as áreas mais relatadas. Este
estudo mostrou que devido ao grande número de
cirurgiões-dentistas que sofrem pela sintomatologia
indicativa de LER, faz com que a necessidade da informação seja aplicada com os princípios ergonômicos na prática clínica por estes profissionais, melhorando, assim, as condições de trabalho.
Regis Filho et al. (2006) realizaram um estudo epidemiológico transversal para encontrar evidências da
existência da relação entre as tarefas executadas pelo
cirurgião-dentista e as LER/DORT. De um total de
3618 questionários enviados, em 2000, 771 retornaram devidamente preenchidos. Em relação ao tempo
de graduação em odontologia observou-se uma concentração de 46,40% de profissionais com 10 a 19
anos de formados. Desta forma, quase que metade
dos cirurgiões-dentistas está exposta a um período de
tempo relativamente longo para adquirir algum tipo
de LER/DORT. Ao serem perguntados se apresentavam ou não alguma manifestação dolorosa nos membros superiores, cintura escapular ou pescoço, em
virtude da repetição de um mesmo padrão de movimento no exercício da profissão, 437 (56,68%) responderam que sim. Os resultados mostram que o cirurgião-dentista faz parte de um grupo profissional
exposto a um risco considerável de adquirir algum
tipo de LER/DORT pela realização de tarefas inadequadamente prescritas e pela utilização de instrumentos que não obedecem a requisitos ergonômicos.
Graça et al. (2006) realizaram um estudo de revisão da literatura para discutir a relação entre o trabalho e as desordens musculoesqueléticas. As desordens
musculoesqueléticas estão presentes entre as queixas
principais dos profissionais de saúde bucal, e essas
queixas representam um problema de grande importância. A literatura científica mostra a existência de
Revista da ABENO • 8(1):16-22
17
DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS
associação entre a prática odontológica e as desordens musculoesqueléticas, devido ao desgaste físico
do cirurgião-dentista na sua profissão. Assim problemas com degeneração dos discos intervertebrais da
região cervical da coluna, bursite, inflamação das bainhas tendinosas e artrite das mãos começaram a ser
relacionadas com as patologias mais comuns entre os
cirurgiões-dentistas. As desordens musculoesqueléticas implicam em graves problemas presentes na vida
do cirurgião-dentista, e freqüentemente interferem
na sua capacitação funcional. Os autores concluíram
que é necessário que os profissionais de odontologia
se conscientizem quanto ao cuidado com seu próprio
corpo e adotem medidas preventivas para as lesões.
O diagnóstico das LER/DORT tem sido considerado difícil, pois se baseia, muitas vezes, nas queixas
dos pacientes (AMORIM et al., 2006) ou em testes
com baixos valores de sensibilidade e especificidade
(MACDERMID; WESSEL, 2004). Entretanto, há uma
tendência, atualmente, de se avaliar a capacidade funcional do sujeito, ao invés de apenas definir a doença
por padrões biomédicos (HAGBERG; VIOLANTE,
2007). Neste sentido, Drummond (2006) avaliou a
possibilidade de utilização do instrumento Disabilities Arm, Shoulder and Hand – DASH para avaliação
das LER/DORT. Foi constatado que o DASH pode
ser um dos métodos para avaliação dessas condições.
Apesar de existir alguma literatura científica sobre
LER/DORT entre estudantes de odontologia (MELIS et al., 2004; RISING et al., 2005; TEZEL et al., 2005;
WERNER et al., 2005; MORSE et al., 2007), pouca literatura científica existe em relação às essas condições
entre estudantes de odontologia brasileiros. Além
disso, a utilização do DASH como instrumento de
avaliação de incapacidades entre estudantes de odontologia não tem sido observada na literatura científica.
Assim, o objetivo do presente estudo foi avaliar as
incapacidades de braço, ombro e mão entre esses
estudantes de odontologia, bem como os fatores associados, no ano de 2007.
MATERIAL E MÉTODOS
Trata-se de um estudo epidemiológico transversal
analítico (Pereira, 1995). Um estudo piloto foi realizado no primeiro semestre de 2007, visando testar a
metodologia proposta. Pequenas modificações na
forma dos instrumentos de coleta de dados foram
realizadas, após esta etapa. O universo do estudo principal foi composto pela totalidade dos estudantes de
18
1º e 8º períodos do Curso de Odontologia do Centro
Universitário Newton Paiva, Belo Horizonte - MG, no
segundo semestre de 2007. A secretaria do curso de
odontologia do Centro Universitário Newton Paiva
forneceu a lista dos alunos regularmente matriculados. Foi utilizado um questionário auto-aplicável denominado “DASH Brasil” validado para a língua portuguesa por Orfale et al. (2005). O questionário é
composto por 38 perguntas e utiliza escala de Lickert.
Para o estudo principal, os questionários foram distribuídos entre os dias 27 de Agosto de 2007 e 13 de
Setembro de 2007. A mensuração das incapacidades
de braço, ombro e mão (variável dependente) foi
determinada para cada período (1º e 8°) de acordo
com os valores de respostas ao DASH. Os fatores associados ao DASH (variáveis independentes) foram
analisados através de outro questionário modificado
de Oliveira e Gonçalves (2003). Os fatores analisados
foram: prática de esporte, horas de sono por noite,
tipo de visão utilizada, número de pacientes atendidos por dia, posições assumidas no atendimento, idade, sexo, exerce atividade laboral fora da instituição.
A análise estatística utilizada foi descritiva, bem como
foram utilizados testes não-paramétricos de Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney e Kruskal-Wallis, correção de Bonferroni e correlação não-paramétrica de
Spearman, considerando p < 0,05 (SPSS, 2001). O
trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Montes Claros.
RESULTADOS
Dos noventa questionários distribuídos setenta e
quatro (82,2%) foram preenchidos corretamente.
Do universo pesquisado, observa-se que a maioria
(77,0%) dos alunos é do gênero feminino e não exerce qualquer profissão fora do curso (73,0%). A maior
parte (54,1%) dos estudantes relatou que praticava
esportes e parou. A maioria dos entrevistados dorme
mais de 6 horas por noite (71,6%). A visão direta e o
posicionamento de 9 horas são os mais utilizados pelos estudantes durante o atendimento odontológico
(87,2% e 53,9%, respectivamente) (Tabela 1). A idade média dos estudantes é 22,2 (± 4,4) anos. Dentre
os estudantes do oitavo período (n = 39), o número
médio de pacientes atendidos por dia foi igual a 2,0
(± 0,3).
O DASH médio foi igual a 10,3 (± 12,0). O teste
de Kolmogorov-Sminorv indicou que os dados do
DASH não assumem a distribuição gaussiana
(p = 0,007). Desta forma, serão apresentadas outras
medidas de tendência central e de variabilidade. O
Revista da ABENO • 8(1):16-22
DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS
Tabela 1 - Distribuição de informações sociodemográfi-
Tabela 2 - Distribuição de valores de DASH de acordo
cas e clínicas dos discentes do curso de Odontologia, Belo
Horizonte, 2007.
com variáveis explicativas entre discentes de odontologia,
Belo Horizonte, 2007.
Sexo
Realização de
trabalho fora
do curso de
odontologia
Prática de
esportes
Horas de sono
por noite
Visão para
atendimento
odontológico
Posicionamento
mais
adotado para
atendimento
odontológico
Variáveis
Freqüência
absoluta
Freqüência
relativa
Masculino
17
23,0
Feminino
57
77,0
Total
74
100,0
Sim
20
27,0
Não
54
73,0
Total
74
100,0
Nunca
praticou
6
8,1
Período
Sexo
Prática de esportes
Variáveis
DASH
(rank médio)
Primeiro
41,60
Oitavo
33,80
Masculino
29,03
Feminino
40,03
Nunca
praticou
56,42
Pratica e
parou
40,20
28,69
40
54,1
Pratica
atualmente
Pratica
atualmente
26
35,1
Sem
informação
41,25
Sem
informação
2
2,7
Sim
43,67
Não
35,21
Total
74
100,0
Até 6 horas
18
24,3
Até 6 horas
43,11
Mais de 6
horas
33,58
9 horas
19,48
10 horas
22,12
11 horas
7,50
12 horas
14,75
Direta
20,71
Indireta
15,20
Mais de 6
horas
53
71,6
Não informa
3
4,1
Total
74
100,0
Direta
34
87,2
Indireta
5
12,8
Total*
39
100,0
9 horas
21
53,9
10 horas
13
33,3
11 horas
2
5,1
12 horas
2
5,1
Outra
1
2,6
Total
39
100,0
*O número de indivíduos analisados é menor do que outras variáveis,
pois essa pergunta foi realizada apenas para discentes do 8o. período.
valor mediano do DASH foi igual a 7,1. Os valores
máximo e mínimo foram iguais a 70,1 e 0,0. Os primeiro e terceiro quartis valem 2,3 e 13,3, respectivamente. Valores mais altos de DASH indicam maior
incapacidade de braço, ombro ou mão.
Quando se avalia a associação entre o período do
discente e as medidas de DASH, observa-se que não
há diferenças estatísticas entre essas variáveis
(p = 0,12). Da mesma forma, não há associação entre
os valores de DASH e as variáveis sexo (p = 0,06), trabalho (p = 0,13), horas de sono (0,09), posicionamento adotado para o atendimento odontológico
(0,32) e tipo de visão para o atendimento odontoló-
Horas de sono por
noite
Posicionamento
mais adotado para o
atendimento
Visão
0,12
0,06
0,02
Praticava e
parou
Realização de
trabalho fora do
curso de odontologia
Valor
de p
0,13
0,09
0,32
0,33
gico (p = 0,33). A única variável que está associada
(p = 0,02) com os valores de DASH foi àquela relativa
à prática de esportes. Após a realização de Correção
de Bonferroni e testes de Mann-Whitney, foi identificado que os indivíduos que relataram nunca praticar
esportes apresentam valores mais altos de DASH do
que aqueles que praticam esportes atualmente
(p = 0,007) (Tabela 2). Os coeficientes de correlação
de Spearman entre idade e DASH e entre número de
pacientes atendidos por dia e DASH foram fracos
(rs = -0,12 e rs = -0,17, respectivamente).
DISCUSSÃO
A realização de estudos epidemiológicos transversais analíticos favorece a rápida coleta de dados e
aponta para prováveis fatores de risco para as condições de saúde avaliadas. Entretanto as associações
estatísticas identificadas não podem ser consideradas
causais, uma vez que tais estudos não respeitam a temporalidade entre doença e exposição (Pereira, 1995).
Revista da ABENO • 8(1):16-22
19
DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS
Apesar das limitações do presente estudo, a ausência
de trabalhos sobre incapacidades em braço, ombro e
mão entre estudantes de odontologia brasileiros e a
importância de se identificar, de forma precoce, as
possíveis incapacidades associadas ao trabalho, justifica a realização do mesmo.
A literatura consultada (Santos Filho; Barreto,
2001; Barbosa et al., 2004; Regis Filho et al., 2006)
revelou que há presença de queixas compatíveis com
LER/DORT entre cirurgiões-dentistas que já atuam
no mercado há vários anos. Outros autores (Paula;
Araújo, 2003; Graça et al., 2006) ainda comentam sobre a importância de se conhecer as causas dessas
condições para se atuar de forma preventiva. Neste
sentido, o presente estudo teve como uma das hipóteses a relação entre o tempo de atuação clínica do
estudante e o aparecimento de incapacidades. Entretanto, não houve diferenças significativas nos valores
de DASH entre os alunos iniciantes e concluintes do
curso. Neste sentido, Werner et al. (2005) observaram
que estudantes de odontologia, quando comparados
com trabalhadores do setor administrativo, apresentaram menos queixas de LER/DORT nos membros
superiores. Provavelmente, o pequeno tempo de trabalho clínico, o número reduzido de pacientes atendidos e as pausas entre os atendimentos podem explicar os achados do presente estudo e daquele citado
anteriormente.
Por outro lado, Rising et al. (2005) observaram
que dores musculoesqueléticas eram mais freqüentes
na medida em que o estudante estava em períodos
mais avançados do curso de odontologia. As diferenças metodológicas entre os dois trabalhos e as prováveis diferenças entre as atividades pedagógicas desenvolvidas pelos estudantes brasileiros e os
norte-americanos podem explicar os resultados díspares.
A relação entre gênero de estudantes e LER/
DORT é, também, conflitante na literatura científica.
Enquanto Tezel et al. (2005) não observaram diferenças entre gêneros em relação às LER/DORT, Rising
et al. (2005) concluíram que havia diferenças na localização das LER/DORT de acordo com o sexo do
aluno. Assim, as mulheres apresentavam mais queixa
na região de ombro e pescoço e os homens, na coluna vertebral. O presente trabalho não identificou
diferenças entre os gêneros em relação aos valores de
DASH.
Esse estudo não avaliou relato de incapacidades
na coluna vertebral. Desta forma, os achados de Melis
et al. (2004), que identificaram mais queixas de dor
20
na coluna lombar entre estudantes de odontologia,
comparados com alunos de psicologia, não podem
ser relacionados com esse trabalho. Estudos posteriores poderiam avaliar essa queixa específica entre estudantes brasileiros.
O efeito protetor da prática regular de esportes
sobre as incapacidades de braço, ombro ou mão pode
indicar que a prática de exercícios físicos é fator promotor de saúde e apresenta, também, um bom impacto sobre essa condição. Paula e Araújo (2003)
também identificaram que a prática de exercícios físicos são aspectos importantes para a prevenção de
LER/DORT. Meta-análise publicada recentemente
identificou que exercícios físicos são eficazes sobre
tendinopatias (Woodley et al., 2007), reforçando os
achados do presente estudo.
Em relação às atividades laborais, Morse et al.
(2007) observaram que estudantes de odontologia
que exerciam a função de auxiliar de consultório dentário (“dental assistant”) apresentava maior risco de
DORT. Esse achado não foi identificado no presente
trabalho.
O perfil dos alunos desse curso de Odontologia
pode explicar a falta de associação identificada entre
DASH e a maioria das co-variáveis estudadas. Trata-se
de um universo hegemonicamente jovem, com relato
de sono adequado e que não exerce, na sua maioria,
atividades laborais fora do curso. Rose (1987; 1995)
relata que quando as populações estão expostas de
forma homogênea a certo fator de risco, torna-se extremamente difícil identificar, através de métodos
epidemiológicos analíticos a relação entre esse fator
de exposição e a doença estudada.
O acompanhamento dos estudantes do primeiro
período, nos próximos semestres, através de um estudo de coorte, permitirá avaliar o impacto das atividades acadêmicas da odontologia, sobre um mesmo
grupo de indivíduos. Assim, maiores conhecimentos
sobre o impacto do curso de graduação em odontologia sobre as incapacidades de ombro, braço e mão
poderão ser alcançados e a adoção de medidas preventivas, se necessária, deverá ser prontamente tomada.
CONCLUSÃO
Parece não haver impacto das atividades clínicas
desenvolvidas pelos estudantes, bem como das variáveis sócio-demográficas e do sono nas incapacidades
de braço, ombro e mão. A prática de esportes pode
ser vista como um fator de proteção para essa condição entre estudantes de odontologia.
Revista da ABENO • 8(1):16-22
DASH entre estudantes de curso de odontologia, Belo Horizonte, 2007 • Abreu MHNG, Costa AR, Braga AR, Moraes GFS
AGRADECIMENTOS
A todos os estudantes que contribuíram para o
presente trabalho.
cionados ao trabalho em cirurgiões-dentistas de Campina
Grande-PB. Pesq Bras Odontoped Clin Integr, João Pessoa, v.
4, n. 1, p. 19-24, jan./abr. 2004.
CHIAVEGATO FILHO, L. G.; PEREIRA JR, A.; LER/DORT//:
ABSTRACT
DASH evaluation among dentistry students, Belo
Horizonte, 2007
Dentistry is considered a profession of occupational risk for Work- Related Musculoskeletal Disorders/Repetitive Strain Injuries. These conditions can
be measured by an instrument named DASH (Disabilities Arm, Shoulder and Hand). However, there is
little information about these conditions among dentistry students. Thus, the aim of the present study was
to evaluate disabilities of arm, shoulder and hand
among these students and also the associated factors
in 2007. Self-applicable questionnaires were given to
the universe of dentistry students, from the 1st to the
8th terms, of a course in Belo Horizonte, in the second
semester, 2007. To evaluate disabilities, it was used the
instrument DASH which has been validated in Brazil.
In order to measure independent variables, it was applied a questionnaires with questions about the period
of course, gender, labor, exercising, sleeping and dental clinical assistance. The last variable was only assessed for students from the 8th term. Statistical analysis was carried out using SPSS software version 11.0
applying Kolmogorov-Smirnov, Mann-Whitney and
Kruskal-Wallis tests, considering p < 0,05. From the
universe of 90 students, 74 (82,2%) filled correctly the
survey forms. The only statistical association found
involved higher disabilities of arm, shoulder and hand
among individuals who have never practiced sports
compared which those who exercised regularly by the
research time (p = 0,02). It was concluded that it seems
there is no impact caused by clinical activities developed by the students and also socio-demographic variables and sleeping for those disabilities. Exercising can
be seen as a protection factor for the evaluated condition among dentistry students.
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Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil: contribuição ao debate
22
Revista da ABENO • 8(1):16-22
Recebido para publicação em 20/03/2007
Aceito para publicação em 02/01/2008
Atividades extramuros na ótica de
egressos do curso de graduação em
odontologia
Suzely Adas Saliba Moimaz*, Nemre Adas Saliba**, Cléa Adas Saliba Garbin***, Lívia
Guimarães Zina****
*Professora Adjunto da Faculdade de Odontologia de Araçatuba e
Livre-Docente em Educação Odontológica.
**Professora Titular da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/
UNESP.
***Professora Adjunto da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/
UNESP.
****Doutoranda em Odontologia Preventiva e Social pela Faculdade de
Odontologia de Araçatuba/UNESP.
RESUMO
A participação de acadêmicos da área da saúde
em atividades extramuros possibilita o conhecimento
e atuação nas dimensões estruturais dos serviços públicos de saúde e faz parte da proposta das diretrizes
curriculares dos cursos de graduação em odontologia
e das recomendações da lei 8080 que regulamenta o
Serviço Único de Saúde. O objetivo deste trabalho foi
avaliar o Serviço Extramuro Odontológico (SEMO) e suas
atividades correspondentes, sob a ótica dos egressos
da FOA-UNESP. Foi realizado um estudo descritivo
transversal, de abordagem quali-quantitativa. Foi enviado por correio um questionário abordando diversos aspectos relacionados ao SEMO, para 76 ex-alunos
formados em 2003. Os dados obtidos foram submetidos à análise quantitativa pelo software Epi Info. Para
interpretação das questões abertas, utilizou-se o modelo Análise de Conteúdo. Retornaram respondidos
47% do total enviado, sendo que 100% destes afirmaram que a participação no SEMO foi satisfatória. Vários fatores foram relacionados à contribuição do
SEMO na formação profissional, como conhecimento da realidade e contexto social (21,2%) capacidade
de adaptação de recursos disponíveis (18,2%) e contato com a realidade (15,2%). Por meio da técnica de
associação de palavras, foram identificadas categorias
como “Importância do SEMO” (100%), “realidade
social” (53,1%), e “ensino” (40,6%). Dentre algumas
dificuldades encontradas, foram listadas as deficiências na infra-estrutura (63,6%). Os objetivos propostos pelo SEMO foram plenamente e razoavelmente
alcançados para 36,4% e 63,6% dos ex-alunos, respectivamente. O SEMO foi avaliado pelos egressos como
uma experiência válida, contribuindo na sua capacitação para atuarem com eficiência e resolutividade
no Sistema Único de Saúde.
DESCRITORES
Educação em odontologia. Relações comunidade-instituição. Serviços de saúde. Avaliação educacional. Odontologia comunitária. Recursos humanos em
odontologia.
N
a Universidade, o ensino constitui um processo
de busca, de construção científica e de crítica ao
conhecimento produzido, de conscientização de seu
papel na construção e transformação da sociedade.
Os cursos de graduação na área da saúde devem pautar suas metas na formação de um profissional capacitado para atuar de maneira eficiente dentro do
modelo assistencial brasileiro, consciente das necessidades e particularidades da população. Como ator
social, este profissional deve ser capaz de articular
conhecimentos e promover mudanças em seu ambiente de trabalho. Nesse sentido, as atividades extramuros contribuem para a efetivação desse processo,
ao promover a articulação e integração com os serviços de saúde e inserirem os alunos na realidade contextual da população. Tais atividades possibilitam aos
acadêmicos o conhecimento das estruturas organizacional, administrativa, gerencial e funcional dos serviços públicos de saúde; a participação no atendimen-
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23
Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG
to à população; a compreensão das políticas públicas
de saúde e do papel do profissional de saúde e o conhecimento dos parâmetros e instrumentos de planejamento utilizados nos projetos de saúde.21
As atividades de extensão apresentam características transitórias, podendo servir tanto de campo de
pesquisa, quanto para atividades de ensino. Faz parte
do processo educativo, cultural e científico, que articula ensino e pesquisa de forma indissociável e viabiliza a ação transformadora entre a universidade e a
sociedade, ao formar um profissional comprometido
com a realidade social.11 Diversos documentos apontam para a importância e necessidade de estabelecimento de estágios e convênios entre as instituições
de ensino e os serviços de saúde como ferramenta
imprescindível para a formação de recursos humanos.2-3,6
A Constituição Federal estabelece no seu artigo 200 que:2 “ao Sistema Único de Saúde compete:
III- ordenar a formação de recursos na área da saúde”.
A lei 8080 que regulamenta o SUS estabelece nos
seus artigos de 27 a 30 que:4
processo de formação”.
“Art. 8º- O projeto pedagógico do Curso de Graduação em
Odontologia deverá contemplar atividades complementares e as Instituições de Ensino Superior deverão criar mecanismos de aproveitamento de conhecimentos, adquiridos pelo estudante, através de estudos e práticas
independentes presenciais e/ou a distância, a saber: monitorias e estágios; programas de iniciação científica; programas de extensão; estudos complementares e cursos
realizados em outras áreas afins”.
Também, o aluno deve conhecer os princípios e
funcionamento da Estratégia Saúde da Família, programa este importante no cenário nacional.19
Além desses, o relatório final da 3ª Conferência
Nacional de Saúde Bucal, realizada em 2004, reforça
a necessidade de estabelecimento de estágios e convênios, como segue o parágrafo:6
“Promover a mudança dos cenários de práticas nos cursos
de graduação por meio da realização de convênios entre
as instituições de ensino superior e as secretarias estaduais
“a política de recursos humanos na área de saúde será
e municipais, possibilitando contato direto dos estudantes
formalizada e executada, articuladamente, pelas diferen-
de odontologia com a realidade social, incluindo a presta-
tes esferas de governo, em cumprimento dos objetivos:
ção de serviços odontológicos, durante o período de um
organização de um sistema de formação de recursos hu-
ano junto à comunidade carente.”
manos em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da elaboração de programas permanentes
de aperfeiçoamento de pessoal...”
As Diretrizes Curriculares para o curso de Odontologia estabelecem o perfil do formando egresso
como um profissional “capacitado ao exercício de
atividades referentes à saúde bucal da população,
pautado em princípios éticos, legais e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu
meio, dirigindo sua atuação para a transformação da
realidade em benefício da sociedade” - e definem a
realização de estágios supervisionados e programas
de extensão, visto ser necessária a inserção do acadêmico no contexto social e a sua capacitação para “atuar com qualidade, eficiência e resolutividade, no Sistema Único de Saúde (SUS), considerando o
processo da Reforma Sanitária Brasileira”:3
“Art. 7º - A formação do Cirurgião Dentista deve garantir
o desenvolvimento de estágios curriculares, sob supervisão
docente. Este estágio deverá ser desenvolvido de forma
articulada e com complexidade crescente ao longo do
24
Assim, as instituições de ensino superior vêm desenvolvendo atividades extramurais como parte integrante de seus cursos de graduação em saúde. Diversos estudos têm mostrado a efetividade dessas
atividades, trazendo grandes perspectivas de inovação
e concretização no que se refere à integração docente-assistencial.8,10-13,16-17,20-24
Na Faculdade de Odontologia de Araçatuba
(FOA/UNESP) as atividades de extensão foram instituídas em 1964 pela Odontologia Social, em convênio com a Prefeitura Municipal. Ao longo desses 40
anos, passou por diversas transformações do modelo
de atenção, de acordo com a prática de saúde vigente na época. O Serviço Extramuro Odontológico SEMO tem por objetivo geral propiciar a prestação
de serviços à população, de acordo com os princípios
do SUS, tendo como finalidade principal a aprendizagem de soluções de problemas reais de saúde bucal
da população, adequadas às necessidades observadas
e às condições locais de recursos materiais e humanos.
Também têm por objetivo levar os universitários de
encontro com a realidade local, fazendo-os conhecer
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Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG
a população e o contexto social, no qual está inserida.14-15
Para a manutenção da qualidade do serviço, é de
suma importância a avaliação periódica de suas atividades. Dessa forma, são apresentados neste estudo os
resultados referentes à avaliação feita com os profissionais que participaram do SEMO, com o intuito
contribuir para a discussão sobre as atividades extramuros nos cursos de graduação.
PROPOSIÇÃO
O objetivo deste trabalho foi avaliar o Serviço Extramuro Odontológico - SEMO e suas atividades correspondentes, sob a ótica dos cirurgiões dentistas
formados no curso de graduação da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual
Paulista (FOA-UNESP).
MATERIAL E MÉTODO
Este é um estudo descritivo transversal, tipo inquérito, construído a partir de abordagens quantitativa e
qualitativa. Os sujeitos da pesquisa foram todos os
ex-alunos (n = 76) do curso de graduação em Odontologia da FOA-UNESP, formados no ano de 2003.
Os dados foram coletados a partir de um questionário com 24 questões abertas e fechadas abordando
diversos aspectos relacionados à filosofia do serviço,
ações desenvolvidas e percepção dos egressos sobre
sua atuação enquanto alunos. Dentro da metodologia
proposta, optou-se por enviar o questionário por correio, juntamente a uma carta explicativa e envelope
selado e endereçado para posterior devolução. Ao
mesmo tempo, os questionários foram enviados por
correio eletrônico – e-mail – com o intuito de testar a
eficácia desse meio. Após o período de 1 mês, os questionários foram reenviados, pelos dois meios, para os
endereços que não haviam retornado, com o intuito
de obter um maior número de respostas. A participação na pesquisa foi voluntária, com obtenção do termo de Consentimento Livre e Esclarecido de cada
sujeito, mantendo-se o anonimato dos participantes.
Não foi necessária a realização de um estudo piloto, visto que o instrumento de coleta de dados já
havia sido testado em estudos anteriores.14-15
Os dados quantitativos foram codificados, duplamente conferidos e digitalizados. As análises foram
realizadas por meio da distribuição das freqüências,
utilizando-se para isso o software Epi Info, versão
3.2.2.9
Para a interpretação das questões abertas, foi uti-
lizada a Análise de Conteúdo.1 Dentre as técnicas de
Análise de Conteúdo, foi realizada, neste trabalho, a
análise categorial, funcionando através de operações
de desmembramento do texto em unidades, em categorias segundo reagrupamentos analógicos, e a
associação de palavras.1 Para esta última, foi solicitado
aos egressos que associassem três palavras, livre e rapidamente, a partir da seguinte questão: “Para você,
o SEMO foi...”. Uma vez reunida a lista de palavras,
procedeu-se a análise descritiva de conteúdo. Em um
primeiro momento foi realizada a aproximação semântica, reunindo-se palavras idênticas, sinônimas
ou com mesmo nível semântico. Em seguida foram
classificadas unidades de significação, nas quais foram
identificadas as categorias.
Em algumas situações a somatória das respostas
pôde não corresponder a 100%, visto que o número
de citações foi superior ao número de respondentes.
Ou seja, o sujeito daria uma resposta que se encaixaria em duas ou mais categorias, desde que desmembrada.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Apesar da presença cada vez mais constante da
internet no cotidiano das pessoas, o correio mostrouse o meio mais eficaz para este tipo de estudo, apresentando uma taxa de retorno maior que o e-mail. Isso
porque provavelmente essa tecnologia ainda não seja
esteja tão disseminada no Brasil como nas nações desenvolvidas, e a inclusão tecnológica seja um desafio
para o país.
Dos 78 questionários enviados, 33 retornaram respondidos, correspondendo a 43% da população de
estudo, valor já esperado para a metodologia empregada.14-15,18
A média de idade dos ex-alunos foi de 22,3 anos,
sendo que 66,7% eram mulheres e 33,7% homens,
representando a atual tendência da odontologia, pela
presença de profissionais mais jovens e predominância do sexo feminino.
Segundo 54,5%, as atividades propostas e executadas pelo SEMO responderam às necessidades de
saúde bucal da comunidade. Todos (100%) afirmaram que houve colaboração e motivação satisfatória
por parte da população atendida.
As atividades realizadas no SEMO, em um grau
decrescente de importância dado pelos ex-alunos,
foram: palestras/reuniões didático-pedagógicas; educação para saúde individual; consultas com finalidade
de diagnóstico; raspagem e alisamento corono-radicular; restauração de dentes; tratamento endodônti-
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Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG
co conservador; exodontia. Dentre os procedimentos
mais realizados, destacou-se a dentística restauradora
(75,8%), o selamento de fóssulas e fissuras (18,2%),
atividades de educação em saúde (18,2%), a aplicação
tópica de flúor (6,1%) e raspagem e alisamento radicular (3,0%).
As atividades extramuros têm como base as ações
de promoção de saúde e prevenção, sendo esta uma
característica importante de sua filosofia de trabalho.8,11,13,21 As ações curativas também são realizadas,
porém um dos objetivos deste tipo de serviço é capacitar e instrumentalizar o paciente como agente de
sua própria saúde e deixar de ser um ator passivo
dentro do processo saúde-doença. Assim, vê-se pelo
relato dos ex-alunos a ênfase nas ações educativas e
preventivas, ficando os procedimentos reabilitadores
em segundo plano.
O ensino odontológico não depende somente da
boa qualidade técnica de sua equipe, mas também, e
fundamentalmente, da adoção de uma postura ética
e da capacidade de articulação e entrosamento dos
professores com seus alunos. Para 97% dos respondentes houve uma boa integração entre os membros
da equipe e o respeito pelos princípios da racionalização do trabalho no serviço. Todos (100%) relataram coerência da orientação dada pelos professores
com a realidade da população assistida.
A experiência em serviços extramuros tem sido
descrita como importante nos trabalhos de integração docente-assistencial, na melhoria do processo de
formação acadêmica; uma vez que estimula a sensibilidade social tão necessária a qualquer profissional,
principalmente o da saúde, especialmente quando
visam à integração multiprofissional de trabalho em
equipe.11
Segundo 97% dos egressos, o grau de satisfação da
população atendida foi bom. Noventa e quatro por
cento afirmaram ter se conscientizado sobre as necessidades em saúde pública. Estes dados tornam claro
como o estágio proporcionou o conhecimento do contexto da população assistida e trouxe a prática da saúde bucal coletiva para o cotidiano do profissional.
As atividades de extensão, como o SEMO, foram
introduzidas nos cursos com o propósito de despertar
a sensibilidade social e formar um profissional compromissado com a saúde bucal coletiva.8
A participação no SEMO foi considerada extremamente satisfatória para 42,4% dos ex-alunos (Gráfico 1), que consideraram estar o serviço alcançando seus
objetivos inicialmente propostos (36,4%) (Gráfico 2).
Vários fatores foram relacionados à contribuição
26
do SEMO na formação profissional, como o conhecimento da realidade e do contexto social (21,2%) e a
capacidade de adaptação dos recursos disponíveis
(18,2%) (Gráfico 3).
As principais dificuldades encontradas no SEMO
são apresentadas no quadro 1.
As dificuldades relacionadas à infra-estrutura são
comuns nesse tipo de serviço, já que em muitos casos
c - 0%
a - 42,40%
b - 57,60%
a - Extremamente
satisfatória
b - Satisfatória
c - Insatisfatório
Gráfico 1 - Participação ou atuação no SEMO, segundo
egressos da FOA/UNESP. Araçatuba, 2007.
c - 0%
a - 36,40%
b - 63,60%
a - Plenamente alcançados
b - Razoavelmente alcançados
c - Não alcançados
Gráfico 2 - Objetivos propostos pelo SEMO, segundo
egressos da FOA/UNESP. Araçatuba, 2007.
15,20%
g - 21,20%
h - 15,20%
f - 18,20%
a - 15,20%
e-
3%
b - 9%
c - 3%
d - 15,20%
a - Formação generalista
b - Estímulo para criação/renovação na prestação de serviços
c - Desenvolvimento de pesquisas epidemiológicas
d - Assistência à saúde
e - Participação em equipes multiprofissionais
f - Adaptação de recursos disponíveis
g - Conhecimento da realidade social
h - Outros
Gráfico 3 - Contribuição do SEMO para a formação pro-
fissional, segundo egressos da FOA/UNESP. Araçatuba,
2007.
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Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG
Quadro 1 - Principais dificuldades encontradas no SEMO,
Quadro 2 - Categorias semânticas relacionadas ao SEMO,
segundo egressos da FOA/UNESP. Araçatuba, 2007.
através da técnica qualitativa de associação de palavras,
em resposta dos egressos à pergunta “O SEMO foi...”. Araçatuba, 2007.
Dificuldades
Infra-estrutura
%
63,6
“Recursos relacionados a equipamentos
e materiais de consumo”
Atendimento
Importância do SEMO
18,2
“Falta de continuidade de tratamento com
os mesmos pacientes”
Transporte
“necessário”, “satisfatório”,
“importante”, “interessante”
n
%
47
100
Realidade social
15,2
“ (...) necessidade de carregar todo material
que não é pouco”
Técnicas
Categorias
9,1
“ (...) dificuldades de técnica, atendimento”
Horário
6,1
Nenhuma
3,0
eles são realizados fora do ambiente da faculdade, na
própria comunidade, onde os recursos são escassos.18
A aprendizagem pode se dar, como já foi relatado
anteriormente pelos ex-alunos, no desenvolvimento
de habilidades para a adaptação dos recursos disponíveis, qualidade esta necessária quando se trabalha
em comunidades carentes. O SEMO tem um convênio firmado em parceria com a Prefeitura Municipal
e muitos dos seus recursos dependem desta última, e
a falta desses é a mesma observada nos serviços locais
do município.
Sobre a representação do SEMO para os alunos,
foram identificadas categorias, de acordo com a técnica de associação de palavras (Quadro 2).
Por meio dessa técnica, foi possível verificar as
percepções dos alunos sobre o SEMO, revelando diferentes estereótipos, predominantemente vinculados à categoria coletividade e saúde, muitos deles
partilhados pelo grupo. Essas categorias semânticas
representam valores positivos desejáveis, indo de
acordo com os objetivos do SEMO.
A avaliação é uma ferramenta que deve ser constantemente utilizada para monitoramento dos serviços. O processo de planejamento é constante e
nesse sentido a avaliação proporciona o feedback necessário para o aprimoramento das atividades e conseqüente sucesso na obtenção de seus objetivos. Este
estudo faz parte de um projeto de avaliação periódica do Serviço Extramuro da Faculdade de Odontologia de Araçatuba.14-15 Em estudos anteriores,
realizados com egressos formados no ano de 1999,
foi verificada a percepção dos ex-alunos sobre as
atividades realizadas no SEMO. A partir daí, observou-se a necessidade de estender a avaliação para os
“realista”, “experiência com
a realidade”, “socialização”,
“novos contextos reais”
17
53,1
13
40,6
12
37,5
02
6,3
01
3,1
03
9,4
Ensino
“educação profissional”,
“aprendizado”, “formador”,
“educativo”
Experiência
“adaptação”, “oportunidade”,
“experiências novas”, “atuação
da prática odontológica
aprendida”
Saúde
“saúde bucal coletiva”, “saúde”
Dificuldades
“possíveis dificuldades em
atendimento público”
Aspectos negativos
“desgastante”, “cansativo”
egressos dos anos seguintes. O intuito foi o de analisar a contribuição do SEMO ao longo dos anos,
acompanhar a evolução do serviço e verificar sua
adequação às necessidades dos novos profissionais
diante dos desafios do mercado de trabalho. O que
se observa com estes estudos é que o serviço extramuro vem desempenhando adequadamente o seu
papel na formação profissional dos recém-formados. A qualidade do serviço tem-se mantida em ótimos níveis, verificada pela excelência do trabalho
relatada pelos egressos. E, principalmente, tem contribuído para a inserção dos alunos na comunidade
local, ao sensibilizá-los para as necessidades de atendimento dessa clientela e capacitá-los para o trabalho dentro dos princípios e doutrina do Sistema
Único de Saúde.
Embora o Brasil disponha de considerável número de cirurgiões-dentistas, tecnicamente bem qualificados, pouco se tem feito, em nível nacional, para
melhorar as condições de saúde bucal da população.17
O relatório final da 1ª Conferência Nacional de Saúde Bucal, realizada em 1986, afirmava que a situação
de saúde bucal no país era caótica e que o modelo de
prática odontológica cobria as necessidades de apenas 5% da população.7 Em 1993, foi realizada a 2ª
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Atividades extramuros na ótica de egressos do curso de graduação em odontologia • Moimaz SAS, Saliba NA, Garbin CAS, Zina LG
Conferência Nacional de Saúde Bucal, cujas discussões se voltaram principalmente para os problemas
decorrentes da resistência do governo federal em efetivar a mais ampla e democrática participação da sociedade nas decisões e processos de gestão do Sistema
Único de Saúde e em avançar na descentralização das
ações e serviços; naquele momento, a situação da saúde bucal no País foi caracterizada como “iatrogênica,
excludente e ineficaz”.5 A 3.ª Conferência Nacional
de Saúde Bucal, em 2004, foi realizada numa conjuntura marcada pelo agravamento das condições de vida
do povo brasileiro, pela persistência de gravíssimos
problemas sociais e, também, pelas enormes dificuldades para fazer as mudanças reclamadas pela maioria da população.6 O relatório dessa conferência discutiu a construção de um Plano Nacional de Saúde
que reflita os reais anseios da população sobre suas
condições de vida com saúde, em que a atenção em
saúde bucal deve estar inserida como uma das prioridades nacionais relacionadas ao setor Saúde.6 Este é
grande desafio da saúde bucal no país. Os cirurgiões
dentistas não podem estar alheios a essa discussão que
se reflete diretamente em sua prática profissional e
em sua ação como sujeito da comunidade. Os serviços
extramuros possibilitam aos acadêmicos nas Universidades a inserção na realidade que irão encontrar ao
se formar e também contribui essencialmente na capacitação de recursos humanos preparados para atuar dentro do modelo assistencial vigente no país, seguindo as recomendações das diretrizes curriculares,
da lei 8080 que regulamenta o SUS e do relatório da
3ª Conferência Nacional de Saúde Bucal.3-4,6 Preparar
o profissional de saúde, com capacidade crítica e postura ética, para esse mercado é tarefa imprescindível
nas faculdades de odontologia do país.
CONCLUSÃO
Para os cirurgiões dentistas formados pela FOA/
UNESP, o SEMO foi uma experiência válida. Foram
destacadas a eficácia das ações realizadas e organização do serviço, bem como a importância na formação
profissional e na capacitação para o atendimento às
necessidades da população.
guidelines of dentistry graduation courses and of law
n.8080 recommendations that regulates the National
Health Service (SUS). The aim of this study was to
evaluate the Extramural Dental Service (SEMO) and
its corresponding activities, under graduate students’
point of view of FOA-UNESP. A cross-sectional study
was carried out, with a quali-quantitative approach. A
questionnaire was sent by mail approaching several
aspects related to the SEMO, for 76 former students
graduated in 2003. The data were submitted to the
quantitative analysis though the software Epi Info. For
the interpretation of the open questions, it was used
the model Analysis of Content. Of the total, 47% returned answered, and 100% of those affirmed the
participation in the SEMO was satisfactory. Several
factors were related to the SEMO contribution in the
professional formation, like the knowledge of the reality and social context (21.2%), the capacity of adaptation of available resources (18.2%) and the contact with the reality (15.2%). Through the Association
of Words Technique, categories as “Importance of
SEMO” (100%), “social reality” (53.1%) and “teaching” (40.6%) were identified. Among some difficulties cited, it was listed the deficiency in the infrastructure (63.6%). The objectives proposed by the SEMO
were fully and reasonably reached for 36.4% and
63.6% of the graduated students, respectively. The
graduated students evaluated the SEMO as a valid
experience, contributing in their qualification to act
with efficiency and resolution capacity in the National Health Service.
DESCRIPTORS
Dental education. Community institutional relations. Health services. Educational measurement.
Community dentistry. Dental staff. §
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ABSTRACT
Extramural activities in the view of graduate
students of Dentistry Graduation Course
The participation of students’ health area in extramural activities makes possible the knowledge and
performance in the structural dimension of public
health services. It is part of the graduation curriculum
28
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Amorim JA. Serviço Extramuro Odontológico: impacto na for-
Revista da ABENO • 8(1):23-9
29
43a Reunião Anual da Associação
Brasileira de Ensino Odontológico
Tema central: Processo Ensino-Aprendizagem: “A Responsabilidade
da Pós-Graduação no Ensino de Graduação” e “O Dilema do
Professor Especialista no Ensino Generalista”
Porto Alegre - RS - 22 a 25 de julho de 2008
Comissões/Diretoria
Presidente da Abeno
Alfredo Júlio Fernandes Neto (UFU)
Coordenador Geral
Rui Vicente Oppermann (UFRGS)
Secretária Geral
Vania Fontanella (ULBRA/UFRGS)
Coordenadora Científica
Elaine Veeck (PUCRS)
Comissão Organizadora
Beatriz Baldo Marques (UNISC)
Carlos Alberto Feldens (ULBRA)
Carmen B. B. Fortes (UFRGS)
Cristiane de Oliveira (UPF)
Helena de Oliveira (PUCRS)
Liliane Yurgel (PUCRS)
Maria Salete S. Linden (UPF)
Nilza Pereira da Costa (PUCRS)
Pantelis V. Rados (UFRGS)
Patrícia dos S. Jardim (UFRGS)
Pedro Gonzales Hernandez (ULBRA)
Sergio Miguens Jr. (ULBRA)
Sonia Blauth Slavutzky (UFRGS)
Programação Geral
Dia 22 – TERÇA-FEIRA
• 07h30 às 08h30: Abertura e credenciamento
• 09h00 às 12h00: Encontro das Instituições participantes do PRÓ-SAÚDE
• 14h00 às 15h30: Conferência Pré-evento
Ministrante: Ana Estella Haddad (DEGETS – MS)
Coordenador: Celeste Morita (UEL)
• 16h30 às 17h30: Apresentação do ENADE
Coordenação: Léo Kriger (PUCPR)
30
Revista da ABENO • 8(1):30-1
• 18h30 às 20h30: Abertura da 43ª Reunião da ABENO
Dia 23 – QUARTA-FEIRA
• 08h30 às 09h30: Conferência Presidente da CAPES
Ministrante: Jorge Guimarães (DF)
• 09h30 às 12h00: Painel Sub-tema 1: O Papel da Pós-Graduação no Ensino de Graduação
Coordenador: Sigmar de Melo Rode (UNESP – SP)
Conferencistas:
Isabela Almeida Pordeus (UFMG – MG)
José Carlos Pereira (USP-Bauru – SP)
Rui Vicente Oppermann (UFRGS – RS)
Jorge Guimarães - Presidente da CAPES (DF)
• 12h00 às 14h00: Almoço
• 14h00 às 18h30: Sub-tema 1: Trabalho em Grupos
Relatório final por Grupo
• 18h30 às 20h30: Avaliação dos Pôsteres
Dia 24 – QUINTA-FEIRA
• 08h30 às 12h00: Painel Sub-tema 2: O Dilema do Professor Especialista no Ensino Generalista
Coordenador: Cresus Vinícius Depes de Gouvêa (UFF – RJ)
Conferencistas:
Hilda Maria Montes R. de Souza (UERJ – RJ)
Cassiano K. Rösing (UFRGS - ULBRA – RS)
Efigênia Ferreira e Ferreira (UFMG – MG)
Ana Isabel Fonseca Scavuzzi (UNIME – BA)
• 12h00 às 14h00: Almoço
• 14h00 às 18h30: Sub-tema 2: Trabalho em Grupos
Relatório final por Grupo
Seminário: “Ensinando e Aprendendo”
• 20h30: Jantar de confraternização
Dia 25 – SEXTA-FEIRA
• 08h30 às 13h30: Assembléia Geral da ABENO
Apresentação dos Relatórios Finais
Revista da ABENO • 8(1):30-1
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Trabalhos selecionados para
apresentação na 43ª Reunião Anual
da ABENO, 2008
Tema central: Processo Ensino-Aprendizagem: “A Responsabilidade
da Pós-Graduação no Ensino de Graduação” e “O Dilema do
Professor Especialista no Ensino Generalista”
Porto Alegre - RS - 22 a 25 de julho de 2008
SEMINÁRIO “Ensinando e aprendendo”
A formação docente em Odontologia: um
processo curricular em construção
Apresentador: Andréa Mara de Oliveira Azevedo
Autores: Andréa Mara de Oliveira Azevedo
Instituição: PUC São Paulo
O
objetivo desta pesquisa é verificar se os programas de mestrados acadêmicos em Odontologia,
considerados de alto nível de excelência, segundo os
padrões avaliativos da CAPES, atendem às exigências
atuais para a docência. Evidencia-se a necessidade de
rever as estruturas curriculares e pedagógicas nos cursos de formação docente, uma vez que há uma tendência de priorizar a pesquisa e negligenciar os processos
de aprendizagem. O estudo faz uma reflexão teórica,
no campo do currículo, da formação docente e das
políticas de educação na pós-graduação. Por meio de
uma abordagem qualitativa, com o recurso metodológico da análise de conteúdo, foram utilizadas as técnicas de análise documental. O material de análise são
os documentos dos programas de mestrados acadêmicos, que receberam notas 6 e 7 da Avaliação da CAPES
– Triênio 2001-2003, entrevistas e questionários com
coordenadores, professores colaboradores e professores do programa. Observou-se que a estrutura curricular desses programas está baseada em disciplinas
justapostas, reforço da especialização, estratificação do
conhecimento e as atividades docentes restritas a uma
disciplina, também desconectada das demais. Constatou-se também o incentivo para a pesquisa e a produção científica nos padrões internacionais. Conclui-se
que os programas de mestrados acadêmicos considerados de alto nível de excelência, segundo os padrões
32
avaliativos da CAPES, não atendem às exigências atuais
para a docência. Os entrevistados fizeram diversas sugestões, das quais destacam-se: resgatar um sistema
cognitivo com disciplinas integradas, introduzir pesquisa sobre docência e integração de políticas públicas
de educação e saúde que favoreçam a formação integral do docente de Odontologia.
A responsabilidade da pós-graduação na
formação de qualidade
Apresentador: Luiz Roberto Augusto Noro
Autores: Luiz Roberto Augusto Noro, Kamilla
Batista Bonfim
Instituição: Universidade de Fortaleza
A
Lei de Diretrizes e Bases da Educação preconiza
que a preparação para o exercício do magistério
superior far-se-á em nível de pós-graduação, em programas de mestrado (docência) e doutorado (pesquisa). O presente estudo constituiu-se da análise documental referente aos vinte e três Cursos de Mestrado
dos Programas de Odontologia e Ciências Odontológicas dos anos 2005/2006 com avaliação superior ou
igual a 4, disponibilizada pela CAPES. Em relação às
650 dissertações observou-se que 39,5% tiveram seu
desenvolvimento baseado na clínica, com enfoque em
procedimentos e/ou materiais; 38,8% foram desenvolvidos a partir de experimentos “in vitro” ou em
animais e apenas 21,7% com elementos da epidemiologia ou saúde coletiva. Vale ressaltar que ínfimas 26
dissertações (4%do total) apresentavam a palavra
“saúde” em seu título. No total, 266 (40,9%) dos alu-
Revista da ABENO • 8(1):32-96
Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
nos nestes programas receberam algum tipo de bolsa,
sendo que destes apenas 49 (18,4%) desenvolveram
suas dissertações na área de saúde coletiva ou epidemiologia. Quanto às 5 melhores produções dos programas, 85,8% foram publicações internacionais, sendo 64,6% do total em periódicos Qualis Internacional
“A”. Já quanto à oferta de disciplinas, em média 59,5%
da carga horária está destinada às especialidades
odontológicas; 21,7% à pesquisa; 9,5% à área básica e
apenas 9,3% às disciplinas ligadas à docência (em muitos casos, estágios docentes de acompanhamento da
clínica na graduação). É inegável o aumento de publicações internacionais de pesquisadores brasileiros,
vinculados aos cursos de pós-graduação stricto-sensu.
Infelizmente, este aumento ocorre em desarmonia
com uma luta pela melhor formação, tendo-se como
perspectiva as Diretrizes Curriculares Nacionais
(2002) uma vez que a pós-graduação strictu-sensu caracteriza-se como ultra-especialista (69% das disciplinas vinculadas à área clínica e básica), menos de 4%
das dissertações referem a palavra “saúde” em seu título, assim como apenas 21,7% são direcionadas para
epidemiologia ou saúde coletiva (34,7% financiadas
por recursos públicos), pilares na formação de futuros
cirurgiões-dentistas. Junte-se a isto a perspectiva de
pesquisas cada vez mais focadas nos detalhes das especialidades, que pouco contribuem para a formação de
um professor que possa construir com seu estudante
numa visão mais holística da saúde, de forma mais
humana e crítica. Resultado disto, as IES apresentam
professores com alto nível de titulação (mestrado e
doutorado) sem preparação pedagógica para alterar
o paradigma do professor especialista na formação do
generalista. Num país onde, apesar de contar com o
maior número de cirurgiões-dentistas do mundo e dos
atuais investimentos públicos na área, os níveis de saúde bucal da população ainda apresentam situação altamente inadequada, direcionar a produção científica
para dar respostas à interesses da comunidade científica de países altamente desenvolvidos ou da indústria
de materiais odontológicos é bastante questionável.
As clínicas integradas, as DCN e o
professor generalista: desafio do
ensino-aprendizagem
Apresentador: Luiz Carlos Machado Miguel
Autores: Luiz Carlos Machado Miguel, Kesly Mary
Andrades Ribeiro, Lúcia Fátima de Castro
Ávila, Marcelo Thomé Schein
Instituição: Universidade da Região de Joinville
A
s Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) preconizam em seu Art. 3º. que “os cursos de Odontologia tem como perfil do egresso o Cirurgião Dentista, com formação generalista, humanista, crítica e
reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção em
saúde, com base no rigor técnico e científico.” As
reformulações e alterações curriculares, a partir da
publicação das DCN, introduziram nos cursos de
Odontologia um novo conceito de Clínicas Integrada. O modelo de Clínicas por especialidades, estanques em seus conhecimentos, sem sistematizar as
ações de saúde, não estava contribuindo para o novo
perfil do profissional de odontologia. O novo paradigma da clínica integrada Clínica Integrada deve,
cada vez mais, aproximar os conhecimentos básicos
de cada disciplina viabilizando sua utilização dentro
de uma estrutura de integração curricular. A separação dos assuntos em disciplinas fechadas impedia a
construção de um raciocínio lógico, sistematizado,
não possibilitando o estabelecimento de relação entre os conteúdos, não proporcionando aos alunos
uma resposta mais efetiva frente as situações ou problemas complexos encontrados na vida real. Neste
novo conceito de integralidade, a definição do papel
do Professor especialista na Clínica Integrada necessitou também passar por uma profunda revisão. A
própria base da reformulação curricular, as DCN, preconiza a necessidade da diversificação dos cenários
de ensino aprendizagem. Neste contexto, onde se
amplia o cenário de atuação docente, é necessário
que o professor transforme suas práticas. Não cabe
mais, na atuação docente, este professor especialista
sem uma visão dinâmica, do todo, mas com responsabilidades e compromissos com a formação de egressos inseridos em um contexto marcado por desigualdades sociais e em constante transformação. O
professor, de clínica integrada deve, cada vez mais,
estar inserido nas premissas das DCN, ser generalista
no ensino, procurando a sistematização dos saberes,
possibilitando o aprendizado de uma forma transdisciplinar, ampliando os conceitos da integralidade no
cuidar do paciente. Apresenta, também, como efeito
benéfico a constante necessidade de aprimoramento
em outras áreas do conhecimento odontológico,
onde o professor se coloca como aluno ampliando
sua capacidade crítica, onde a adequação do ensino
se torna responsável pela humanização da atividade
educacional.
Revista da ABENO • 8(1):32-96
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
Avaliação de conteúdo e objeto de
aprendizagem do tópico de cirurgia
em odontopediatria
Apresentador: Cássio José Fornazari Alencar
Autores: Cássio José Fornazari Alencar, Erica
Sequeira, Lung Wen Chao, Ana Estela
Haddad
Instituição: Faculdade de Odontologia da USP
C
om o avanço tecnológico, a utilização de novos
objetos de aprendizagem modernos que tem as
características de flexibilidade, interoperabilidade,
customização, indexação e facilidade de atualização;
vem ocupando espaço na área da Educação. As diretrizes curriculares determina a substituição do currículo mínimo, a partir da flexibilização dos conteúdos
e com a participação do aluno como sujeito no processo ensino-aprendizagem. Este trabalho tem como
objetivo: avaliar os principais conteúdos utilizados na
cirurgia em Odontopediatria, observar a participacão
dos alunos da graduação e pós-graduação nesse processo e verificar a aceitação da utilização de um novo
objeto de aprendizagem na Odontologia. Como material e método, Foi aplicado um questionário de
avaliação dos conteúdos de cirurgia em Odontopediatria com alunos de graduação(n=199) e pósgraduandos(n=90); onde cada aluno atribuiu valores,
no sentido de classificar os tópicos entre aqueles fundamentais e aqueles complementares ao processo de
aprendizagem do tema, tendo como referência as
competências e habilidades necessárias ao atendimento clínico envolvendo a execução desses procedimentos. A sistematização dos resultados dos questionários foi o subsídio utilizado no desenvolvimento
do objeto de aprendizagem (Projeto Homem Virtual
- Exodontia de molares decíduos inferiores/Técnica
pterigo-mandibular) e novo questionário, para avaliar a aceitação desse objeto no processo de ensinoaprendizagem. Os resultados da avaliação dos conteúdos: Princípios básicos (p=0,002), Técnica anestésica
pterigo-mandibular (p<0,001) e Técnica de exodontia de dentes posteriores (p=0,001);comparando antes da clínica e após, os alunos de graduação necessitam de rever conceitos durante esta interação, pois
foi estatisticamente significante. Com a aplicação do
objeto de aprendizagem, através de uma auto-avaliação, tivemos um acréscimo de aprendizagem em
81,4% dos alunos da graduação e 61,1% da pós; quanto ao sanar dúvidas sobre a técnica 54,3% da graduação disseram que tiraram e 38,9% da pós; e 72,9% dos
alunos da graduação disseram estar mais seguros para
34
uma intervenção semelhante e da pós 62,2%. Dessa
forma, concluímos que tendo em vista a promoção
do desenvolvimento das habilidades e competências
necessárias à execução desses procedimentos, é muito importante que após o aluno receber a informação
formativa(teoria) e realizar a interação(clínica-prática), que seja revisto o conteúdo já que é dessa forma
que o aluno participa como sujeito no processo de
ensino-aprendizagem.
Especialização em clínicas integradas –
recurso da Faculdade de Odontologia
de Caruaru para capacitação de seus
docentes visando as novas diretrizes
curriculares
Apresentador: Rodrigo Araujo Rodrigues
Autores: Rodrigo Araujo Rodrigues, Leógenes
Maia Santiago, João Manoel da Silva Filho,
Roberto Sérgio de Vasconcelos Sousa
Instituição: Associação Caruaruense de Ensino
Superior
O
corpo docente de uma faculdade de odontologia é composto na sua maioria por profissionais
de saúde-dentistas, que possuem especialidades de
acordo com sua afinidade e habilidade manual. Associa-se então, a capacidade de repassar aos discentes
suas experiências e conhecimentos adquiridos ao longo de décadas de carreira. A clínica integrada de um
curso de odontologia exige mais que isso. O perfil de
professor de clínica integrada engloba conhecimentos em várias especialidades, como periodontia, dentística, endodontia, cirurgia, prótese, odontopediatria, e outros. Atualmente, as diretrizes curriculares
apontam para professores generalistas, que formem
alunos generalistas com formação dinâmica e que
conheçam o contexto da região de atuação, capazes
ainda de atuar nos níveis de atenção básica de saúde.
A Faculdade de Odontologia de Caruaru propôs um
curso de capacitação e reciclagem para seu corpo
docente através de um curso de especialização em
clínica integrada. Neste, os alunos são os próprios
professores, trocando experiências em relação às suas
especialidades, e, dessa forma, trocando conhecimentos e fortalecendo os vínculos de amizade. Assim sendo, cada um entende o modo de trabalhar do outro
e o alunado percebe segurança no conjunto de professores atuantes no ambiente de clínica integrada.
O objetivo deste trabalho é discutir a respeito da contribuição de um curso de capacitação de docentes de
uma instituição de ensino superior para a melhora
Revista da ABENO • 8(1):32-96
Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
do ensino, no âmbito de conhecimentos específicos
e sociais.
Métodos e técnicas de estudo –
ensinando o “aprender a aprender”
Apresentador: Boleta-Ceranto D.C.F.
Autores: Miura C. S. N., Bremm L. L., Hoeppner
M.G., Gomes V. E.
Instituição: UNIPAR
E
m se tratando do ensino de graduação e da vigência de estratégias de ensino-aprendizagem
centradas no aluno, nos deparamos com dificuldades
básicas como ausência de hábito e método para o
estudo individual. Tem sido freqüente a queixa de
acadêmicos que não sabem, não gostam ou não têm
o hábito de estudar, o que repercute nos resultados
observados pelos professores, principalmente durante as primeiras séries dos cursos de graduação. Diante desses fatos, o objetivo do referido trabalho é abordar a metodologia praticada num projeto de ensino
complementar, que visa instrumentar acadêmicos e
professores dos Cursos de Odontologia da Universidade Paranaense – UNIPAR – Campus Cascavel e
Umuarama quanto a otimização do aprendizado. No
“Curso de Otimização dos Estudos”, oferecido anualmente como atividade de ensino complementar a
todos os acadêmicos ingressantes dos Cursos de
Odontologia da Universidade Paranaense – UNIPAR
– Campus Cascavel e Umuarama, bem como a todos
os novos professores dos referidos cursos de graduação, são apresentados e discutidos temas como: motivação, métodos para organização do tempo de estudo, concentração, estudo em grupos, leitura
dinâmica, sublinhar, esquematizar, capacidade de
síntese, memorização, mapas mentais e redação.
Também se discute o funcionamento do cérebro e o
que pode ser realizado para facilitar o aprendizado.
No corrente período letivo, com o propósito de estimular e orientar o aprendizado dos acadêmicos ingressantes de todos os demais cursos de graduação
da Universidade Paranaense – UNIPAR, atividade
semelhante foi desenvolvida junto a todos os professores Tutores das primeiras séries, de todos os cursos
de graduação da Universidade Paranaense – UNIPAR, no corrente período letivo, sob a organização
do PROMAGISTER (Programa Institucional de Valorização do Magistério). Por parte dos acadêmicos
participantes, observamos que ao concluir o curso e
colocar em prática o que foi ensinado, os mesmos
conseguem se organizar melhor para os estudos, me-
lhoram a leitura e o entendimento do conteúdo lido,
melhoram a capacidade de analise e interpretação,
e, consequentemente, relatam a sensação de realmente terem aprendido. Por parte dos professores,
os mesmos relatam melhora do aprendizado e da
participação dos alunos em sala de aula. Os professores ainda passam a estimular o aprendizado e a
diversificar as metodologias de ensino em sala de
aula. Na oportunidade, ainda ressaltamos que estudo
qualitativo vem sendo preparado para avaliar a relevância desta iniciativa no processo de ensino-aprendizagem. Com base na experiência vivenciada, podemos concluir que o curso de otimização dos estudos
é uma atividade fundamental para incentivar e melhorar o aprendizado dos alunos.
Minando tecnologias com humanização
Apresentador: Helenita Correa Ely
Autores: Helenita Correa Ely, Salete Maria Preto
Instituição: PUCRS
O
processo ensino-aprendizagem em Odontologia sempre teve uma natureza tecnológica de
alta densidade, considerada a especifidade do trabalho e da profissão. A atualização permanente de novas técnicas, equipamentos e tecnologias promovida
pela necessária manutenção das condições de estudo/pesquisa/ensino é envolvente para jovens estudantes que vêem no ato odontológico não apenas a
atenção aos agravos humanos mas especialmente desafiados pelo domínio destas tecnologias. As mudanças curriculares promovidas pelo Ministério da Educação recuperou em parte, a ênfase na natureza
humana da formação desta área da saúde, buscando
igualmente adequar a formação para as necessidades
da população brasileira, o mercado de trabalho no
sistema de saúde, resguardando a qualidade das inovações tecnológicas. Trazer para os estudantes a compreensão destas mudanças e proporcionar vivências
que aproximem estas naturezas no trato do paciente
tem sido o desafio da Disciplina de Odontologia Social na Faculdade de Odontologia da PUCRS.Neste
sentido o objetivo deste trabalho é relatar a experiência obtida pelos professores de Odontologia na
Residência Multiprofissional enquanto processo de
reflexão para o processo de formação na graduação,
consideradas as dimensões do cuidado humano. Os
instrumentos utilizados como método de avaliação
permanente da prática profissional executada pelos
quatro residentes foi o material de exame para relato de vivências e aprendizados nos diferentes campos
Revista da ABENO • 8(1):32-96
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
de práticas. Os instrumentos analisados são compostos de relatos diários, semanais e de relatórios de
campo das experiências/reflexões das práticas realizadas na área hospitalar, ambulatorial, no acolhimento de pacientes, nos grupos operativos e nas atividades coletivas. O material foi processado pela ótica da
pesquisa qualitativa para análise conjuntural no ensino da graduação, das competências e habilidades
requeridas pelas diretrizes cirriculares. Foram destacadas as variáveis de análise como sendo: integração,
relação paciente/profissional, satisfação, aprendizados, dificuldades, obstáculos, inserção, adequação,
aquisições e mudanças. A vivência qualificada e
acompanhada de experiências diversificadas, num
ambiente de multidisciplinaridade, de exigências de
segurança e excelência na atenção clínica, de presença de conflitos próprios da natureza humana, do
sofrimento e da dor, relatados pelos residentes nas
práticas atuais apontou para a falta destas reflexões
e experimentações no seu período de formação acadêmica. Foi possível identificar a necessidade de proporcionar aos acadêmicos a inserção nos diferentes
campos de trabalho e em diferentes cenários, desde
os primeiros anos de formação, associando as áreas
da sociologia, antropologia, e comunicação para embasamento teórico/prático da vivência/aprendizado
ao mesmo tempo em que se enriquecem com o conhecimento compartilhado as demais áreas da saúde
como Nutrição, Psicologia, Fiosioterapia, Enfermagem e Fármácia. As mudanças e adaptações ocorridas
em cada um no decurso de um ano de residência
durante o experimento,estariam associadas a graus
de permeabilidade do seu processo interno e pessoal de interação/reflexão com o eu/mundo face às
provocações do ambiente de trabalho.
Interação ensino – serviço: contribuição
do estágio supervisionado do curso de
Odontologia da Universidade Estadual
de Feira de Santana na formação de
cirurgiões-dentistas generalistas
Apresentador: Ana Áurea Alécio de Oliveira
Rodrigues
Autores: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues,
Jamilly de Oliveira Musse, Maria Bernadete
Cavalcante Bené Barbosa, Renato Queiroz
dos Santos Jr.
Instituição: Universidade Estadual de Feira de
Santana
36
A
s Diretrizes Curriculares Nacionais para o curso de Odontologia deixam claro o papel esperado do futuro cirurgião-dentista como agente
transformador da realidade, sendo recomendada à
formação de um profissional ético, generalista, propondo, além de outras estratégias pedagógicas, a
realização de estágios curriculares em parte da carga horária do curso. Com este intuito, utilizando-se
de uma nova concepção no processo de ensinoaprendizagem, o estágio curricular, sob orientação
docente, da disciplina Odontologia Preventiva e
Social I, tem aproximado os alunos do 4º semestre
da realidade que compõe as unidades de saúde da
família. Estratégia que visa, além da formação de
um excelente técnico, um profissional generalista,
com amplo conhecimento científico, com sensibilidade e responsabilidade, que saiba cuidar, acolher
e consiga escutar o paciente, se responsabilizando
por sua saúde. Este trabalho buscou relatar as atividades desenvolvidas pela referida disciplina nos
anos de 2007 e 2008, em quatro unidades de saúde
da família, da cidade de Feira de Santana-BA. No
estágio os alunos têm a oportunidade de vivenciar
a rotina e prática do serviço de saúde, realizar ações
de promoção de saúde, com abordagem sobre os
fatores de risco ou de proteção para as doenças da
cavidade bucal e para outros agravos; visitas domiciliares e atividades de educação em saúde, envolvendo a Equipe de Saúde da Família, de Saúde Bucal e a comunidade. As unidades de saúde da
família têm se constituído em um cenário de formação dos profissionais de saúde, que permite aos alunos incorporar ações junto ao serviço e à comunidade proporcionando aos mesmos a possibilidade
de compreender o processo de trabalho da equipe
de saúde da família e a importância dos conhecimentos da realidade social da população como determinante da saúde, e consequentemente da saúde
bucal - o conhecimento do mundo real onde será
exercido o trabalho. A proposta tem procurado coerente com as Diretrizes Curriculares Nacionais,
contribuir para a formação de um profissional que
possa exercer sua profissão de forma articulada ao
contexto social, entendendo-a como uma forma de
participação e contribuição social, criando vínculo,
tendo postura ética, que sabia gerenciar, comunicar
liderar e aprender e, dessa forma fortalecer o Sistema Único de Saúde.
Revista da ABENO • 8(1):32-96
Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
pôsteres
O SUS na Universidade privada através
do CEO, uma realidade atual
Apresentador: Leógenes Maia Santiago
Autores: Leógenes Maia Santiago, João Manoel da
Silva Filho, Maria da Conceição Valença
da Silva
Instituição: Sociedade Caruaruense de Ensino
Superior
A
s novas Diretrizes Curriculares Nacionais em
Odontologia priorizam a integralização das disciplinas através da formação de profissional com
perfil generalista que possa atender as demandas do
Sistema Único de Saúde (SUS) e permitr que as mudanças na educação dos profissionais de saúde os
capacite também para enfrentar os problemas de
saúde mais prevalentes.Entretanto, a produção de
conhecimento para as necessidades do SUS , além
de estimular a antecipação das clínicas integradas,
com uma visão integral do paciente tem estimulado
ações de complexidade crescente. Dessa forma, a
Faculdade de Odontologia de Caruaru(PE)-FOC/
ASCES, além de incorporar essas ações na sua prática de ensino tem também buscado ampliar o leque
de opções para a inserção dos alunos nas diferentes
instâncias dos serviços de saúde. Dessa forma, entendemos que o convênio firmado pela FOC/ASCES, desde 2006, e o SUS, através da Secretaria Municipal de Saúde do município de Caruaru(PE) e o
Ministério da Saúde para criação do hoje CEO- Centro de Especialidades Odontológicas (CEO tipo III),
permite que o aluno de graduação tenha acesso a
esse cenário de prática que possbilita o desenvolvimento de novas habilidades e contribui de uma
forma direta para o entendimento dos processos de
referência e contra-referência no SUS . Esse primeiro CEO em Universidade privada do Nordeste, possibilita um atendimento aos pacientes encaminhados pela 4ª. Gerência Regional de Saúde (GERES),
abrangendo 102 municípios do interior de Pernambuco. O Atendimento vai além das áreas de Diagnóstico bucal, Periodontia, Cirurgia, Pacientes Especiais, Prótese e Endodontia, sendo prestados
atendimentos também nas área de dentística especializada e ortodontia preventiva.
A clínica integrada como instrumento de
ensino odontológico!
Apresentador: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima
Autores: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima,
Eduardo José Guerra Seabra, José
Ferreira Lima Júnior
Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte
E
m todo país há clínicas integradas dos cursos de
odontologia que funcionam como “entidades”
independentes e desarticuladas do “restante” do curso de graduação a que estão vinculadas, tal situação
dicotomiza o conhecimento e gera no aluno uma fragmentação do saber que de certo, compromete a qualidade de todo seu curso. Como se existissem dois
cursos dentro do mesmo, isso pode criar duas possíveis
falsas impressões: uma, que há um enfadonho básico
desconectado com a realidade e outra que a clínica
integrada pode ser desnecessária ou excessivamente
fundamental, dependendo da condução do assunto
pelos seus responsáveis. Tal fato se deve a vários motivos, seja pela grande variação dos currículos vigentes
nestas IES, apesar das DCNs serem claras quanto ao
perfil do egresso, cada escola opta pelo posicionamento e distribuição de horas na clínica integrada de acordo com a sua conveniência e o que é pior é que os
PPPs muitas vezes são bastante adequados no papel,
mas, na prática não passam de um amontoado de “velhos formatos” de oferecer disciplinas distribuídas em
hora/aula o que nem de longe atende às necessidades
de integração de conhecimentos e de não justaposição
dos mesmos, durante esta redefinição curricular interna e particular nas IES, as discussões deveriam estar
com foco no sujeito central do processo, o aluno, e
não no quanto “eu, o professor” ou “eu, a minha disciplina” vamos perder de hora e/ou de espaço em
detrimento nem se sabe de quê para acusar; um outro
fator a ser considerado é o despreparo pedagógico ou
quando não vontade política individual do docente
para se abrir ao “novo”, que nem é tão novo assim,
pois as DCNs já versam de 2002, não conhecer e criticar mesmo assim, parece mais fácil e cômodo que ser
agente do processo de transformação, mesmo que isto
implique em readaptações; a própria formação da
maioria dos docentes tem caráter especialista, compartimentalizado, o que dificulta sobremaneira a sua
Revista da ABENO • 8(1):32-96
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
visão do todo, não só no concernente à macro distribuição/organização dos conteúdos curriculares durante a graduação, como também na sua função mister de trocar experiências no cotidiano do contato
direto com o aluno e o paciente, tal fato se torna um
circulo vicioso na medida em que os editais para novos
concursos para docentes, especialmente para as escolas públicas, são pensados e executados dentro de uma
filosofia obsoleta onde integração é uma palavra quando não desconhecida, mal vinda. Entendemos a clínica integrada como um rico e prazeroso instrumento
de educação para todos os seus membros onde o processo demanda a necessidade de constantes reflexões,
reavaliações e mudanças de atitude, dentro de uma
complexidade crescente de apresentação de problemas e de suas respectivas soluções, pois, se assim não
fosse, não seria um processo de desenvolvimento real,
de ensinagem-aprendizagem.
A clínica odontológica infantil e o projeto
“Posso Ajudar”
Apresentador: Veridiana Salles
Autores: Juliana Braga Reis, Maria Luiza da Matta
Felisberto Fernades, Suzana Coulaud da
Costa Cruz, Veridiana Salles
Instituição: Centro Universitário Newton Paiva
O
objetivo geral deste trabalho realizado durante
a clínica infantil do curso de odontologia do
Centro Universitário Newton Paiva é melhorar a qualidade da assistência odontológica a pacientes infantis
numa perspectiva multidisciplinar, bem como envolver e despertar o interesse dos alunos de odontologia
dos diversos períodos do curso para a atenção odontológica às crianças, garantindo um atendimento
odontológico efetivo através de um ambiente odontológico agradável e próprio para a infância. O projeto
“Posso Ajudar” teve como meta inicial a sonorização
ambiente na clínica infantil; a decoração da clínica
com motivos infantis respeitando a biossegurança; a
instalação de um mural de fotos dos pacientes e modelos de aparelhos ortodônticos; a ativação do sistema
de áudio e vídeo através do televisor já instalado na
sala de espera com apresentação de vídeos educativos
de saúde bucal em horários previamente agendados
e a introdução dos alunos de outros períodos na rotina de atendimento clínico-infantil, favorecendo a relação profissional–paciente e o manejo do comportamento da criança. Dentro deste contexto, o projeto
promove ações na clínica odontológica visando um
melhor ambiente de trabalho com maior envolvimen38
to, interesse e produtividade dos alunos, pacientes,
responsáveis e equipe auxiliar. A sala de recepção da
clínica infantil é um local onde a criança e seus responsáveis podem interagir com os alunos participantes do projeto adequando este espaço para estreitar as
relações de confiança entre paciente-aluno, melhorando o comportamento infantil e controlando a ansiedade de todos. A humanização do atendimento
neste ambiente aumenta as perspectivas para o sucesso do atendimento de crianças de todas as idades.
Enquanto o paciente aguarda para ser atendido, os
alunos do “Posso Ajudar” realizam palestras informativas sobre prevenção às cáries e têm a oportunidade
de colocar em prática os conhecimentos adquiridos
sobre Promoção de Saúde Bucal. Assim, a formação
dos profissionais de saúde, especialmente os de odontologia, na área de atendimento a crianças deve sempre ser estimulado mantendo-se a excelência do ensino. A oportunidade de formação de recursos para
melhor interesse e envolvimento de alunos e de pacientes e seus responsáveis para o tratamento e manutenção da saúde bucal infantil é de grande relevância
para o ensino. Os alunos têm uma oportunidade de
crescimento ampliando as perspectivas de atuação no
mercado profissional. As atividades desenvolvidas pelos alunos são divulgadas junto à comunidade acadêmica. O crescimento adquirido está em consonância
com a participação, responsabilidade e interesse, demonstrados pelos alunos durante a realização das atividades. O corpo discente ainda participa da divulgação dos resultados do projeto no meio acadêmico
estimulando a participação de novos acadêmicos.
A dicotomia em odontologia: o docente
especialista formando o discente
generalista
Apresentador: Jose Ferreira Lima Júnior
Autores: Jose Ferreira Lima Júnior, Gustavo
Barbalho Guedes Emiliano, Geórgia Costa
de Araújo Souza
Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte - UERN
A
proposta das Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN) para a Odontologia tem como base o
perfil de formação generalista, com conhecimento
técnico-científico, para atuar integralmente em um
sistema de saúde, com ênfase na prevenção e no tratamento das doenças bucais mais prevalentes, buscando a promoção da saúde, consciente da necessidade
de educação permanente e compreensão da realida-
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de socioeconômica do meio em que atua. Através de
uma revisão bibliográfica conduzida pelo Grupo de
Pesquisa Epistemologia, Educação e Saúde da Universidade do Estado do Rio do Norte (UERN) objetivou-se discutir a formação do cirurgião-dentista por
docentes especialistas. A concepção de generalistas
tem sido afetada e as instituições de ensino odontológico têm fornecido uma formação mais especializada em algumas áreas, sem interdisciplinaridade. Os
alunos, muitas vezes espelhados nos professores, graduam-se com áreas de atuação já determinadas e poucos sabem efetivamente atuar como clínicos gerais.
Ademais, há certa cobrança dentro da academia em
apressar a decisão pela especialidade a ser exercida.
Nas faculdades, observa-se o ensino de áreas correlatas desarticulado, seja na teoria ou na clínica. Nas
salas de aula, professores geralmente dedicam grande
parte do tempo ao conteúdo de sua especialidade,
ampliando a discussão sobre certos assuntos, enquanto outros sequer são tratados. Nas clínicas, os docentes não são responsáveis pelo tratamento completado
do paciente e pela formação integral do aluno. Ao
contrário, dedicam-se a conhecimentos específicos, e
cabe ao aprendente passar por cada um dos professores responsáveis pelas áreas que o paciente tiver
necessidades para conseguir seu tratamento integral.
Se os professores trabalham os conteúdos de maneira
estanque, em disciplinas isoladas, sem planejar um
currículo integrado, descompromissados com o processo global de formação do graduando, este terá
dificuldades em realizar a integração de conhecimentos e, possivelmente, o objetivo primordial preconizado pelas DCN para uma formação articulada, interdisciplinar e integral pode não ser alcançado. Face ao
exposto é necessário discutir o ensino generalista nos
Cursos de Odontologia diante de uma formação especializada dos docentes, de modo a gerar mudanças
que venham a complementar a formação dos discentes para que os mesmos sejam capazes de, ao iniciarem
suas atividades profissionais, sentirem-se respaldados
e suficientemente preparados a encarar e solucionar
as mais diversas situações do cotidiano profissional da
Odontologia de modo adequado e racional.
A especialidade no atendimento integral
ao paciente
Apresentador: Magda de Sousa Reis
Autores: Magda de Sousa Reis, Hélder L.
Dettenborn, Beatriz Baldo Marques
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
N
o processo de ensino e aprendizagem, as denominadas e reconhecidas especialidades da
Odontologia têm grandes desafios a serem enfrentados na aplicação das Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs) para a formação do profissional com
ampla visão generalista porém, competente, crítico
e inovador. Assim, este trabalho tem por objetivo
apresentar um Projeto de Extensão realizado em sistema de parcerias que possibilitou aplicar, através de
uma disciplina considerada especializada, uma dinâmica de ensino e aprendizagem com caráter ampliado de saúde. A construção do projeto iniciou em
2007, após contato dos dirigentes da unidade do Rotary Clube (Oeste) Santa Cruz do Sul/RS com o Curso de Odontologia-Unisc. Buscavam viabilizar para a
população do Distrito de Alto Paredão (interior do
município de Santa Cruz do Sul/RS) a promoção de
saúde bucal através da reabilitação de pacientes com
necessidades de próteses (parciais removíveis ou totais). Diversas parcerias foram procuradas a fim de
permitir financeiramente os custos relacionados ao
desenvolvimento do projeto. A primeira atividade
clínica do projeto ficou destinada ao grupo composto por um professor orientador, um técnico-administrativo e três acadêmicos. Eles se deslocaram ainda
em julho/2007 até a localidade de Alto Paredão (distante aproximadamente 50 km da cidade) para realizar a avaliação prévia e a seleção do grupo de beneficiados. No segundo semestre daquele ano, quando
as atividades letivas iniciaram, os pacientes selecionados foram atendidos na Clínica de Odontologia
da Unisc, na Disciplina de Prótese Total II.
Semanalmente,durante os 17 encontros do semestre,
estes pacientes vieram do interior (em ônibus locado
para esta finalidade) para o atendimento realizado
na disciplina. Buscando atender este projeto a disciplina passou por modificações e os pacientes, para
receber as próteses indicadas, primeiramente receberam adequação do meio bucal. Portanto, o atendimento a este paciente foi realizado de forma integral, pelo mesmo aluno, durante a Disciplina de
Prótese Total II, uma especialidade no atendimento
integral ao paciente. O encerramento foi marcado
com a entrega das próteses finais e uma apresentação
teatral, representada por um grupo de alunos formandos que abordaram de forma lúdica, informações sobre a higiene das próteses, da cavidade bucal,
necessidade da manutenção e substituição das próteses e a importância da prevenção às lesões de boca.
O projeto foi bem avaliado por seu caráter inovador,
pela capacidade de reafirmar e sedimentar a prática
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do cuidado com visão ampliada de saúde. Garantiu
também que alunos, estagiários, professores, funcionários, Agentes Comunitárias de Saúde, pacientes e
a comunidade em geral pudessem vivenciar o processo do ensino e da aprendizagem. Porém, a valoração maior foi para a determinação, força de vontade e alegria das pessoas daquela pequena
comunidade do interior de Santa Cruz do Sul que
durante um semestre contagiaram as pessoas envolvidas no projeto.
A experiência da estrutura curricular
modular do curso de Odontologia da
UNIPLAC
Apresentador: Isabela França de Almeida Ramos
Autores: Claudia de Abreu Busato, Isabela França
de Almeida Ramos, Aliete Perin Araújo,
Marina Patrício de Arruda
Instituição: UNIPLAC
O
curso de Odontologia da Universidade do Planalto Catarinense encontra-se atualmente em
fase de implantação da nova estrutura curricular modular, cuja construção foi norteada pelas Diretrizes
Curriculares Nacionais. Tendo como principal objetivo tornar o curso de Odontologia mais adequado ao
momento atual da profissão, com base nas necessidades regionais e nacionais de saúde bucal da população. Com isso o Curso de Graduação em Odontologia
da Universidade do Planalto Catarinense após longo
período de discussões visando à reestruturação curricular, implantou em fevereiro de 2007 o Curso de
Odontologia na forma modular. Este curso tem como
principal característica a flexibilidade, a integração
vertical e horizontal dos conteúdos, principalmente
através de Seminários Integrativos. O objetivo deste
trabalho foi verificar através de entrevistas semi-estruturadas a experiência da implantação do curso de
Odontologia modular a partir da visão dos alunos 1º,
2º, e 3º semestres. Os resultados demonstraram que
a adaptação dos alunos ao currículo modular foi tranqüila, entretanto isso não ocorreu com todos os professores. Os alunos apontam uma dificuldade de integração de alguns docentes ao novo currículo,
entretanto destacam como ponto positivo a relação
entre teoria e prática, vistas como pontos indissociáveis. Conclui-se que através do currículo proposto
conseguiu-se superar a fragmentação do ensino, permitindo conseqüentemente a formação integral do
aluno, tornando-os mais críticos e reflexivos.
40
A experiência do curso de
aperfeiçoamento em saúde bucal coletiva:
integrando práticas corporais ao ensino
Apresentador: Maria Eneide Leitao de Almeida
Autores: Maria Eneide Leitao de Almeida, Antônio
Sérgio Luz e Silva, Renata Mota Rodrigues
Bitu Sousa, Cláudia Ribeiro de Barros Leal
Instituição: Universidade Federal do Ceará
O
primeiro Curso de Aperfeiçoamento em Saúde
Bucal Coletiva da Universidade Federal do Ceará
surgiu a partir da instituição da Política Nacional de
Educação Permanente, com a finalidade de capacitar
cirurgiões-dentistas e gestores a trabalharem com o referencial da saúde bucal coletiva nas Unidades de Saúde
da Família em 8 municípios do Ceará pertencentes a
1a. Célula Regional de Saúde. A metodologia proposta
foi a pedagogia da problematização visando estimular
a criatividade e buscar soluções para os problemas identificados através dos planos de intervenção. O método
consiste na compreensão da realidade nos serviços públicos de saúde e no desenvolvimento do plano de intervenção, instrumento de planejamento para operacionalizar as atividades necessárias. O diferencial,
entretanto, foi a utilização de recursos que estimulassem
o potencial afetivo dos participantes por meio de atividades de relaxamento, uso da música e da dança como
instrumentos de promoção da saúde e reforço da identidade e auto-estima dos sujeitos envolvidos. Os resultados mostraram que dos 28 cirurgiões-dentistas participantes desse curso, 75% destes realizaram o plano de
intervenção e tiveram uma boa aceitação por parte das
equipes de saúde em relação às propostas apresentadas.
Todos relataram que melhoraram a auto-estima, a capacidade criativa, além de servir como incentivo ao desenvolvimento de práticas profissionais mais participativas. Concluímos que a utilização de práticas corporais
contribui para o fortalecimento da identidade dos sujeitos e para melhorar o processo de aprendizagem, a
partir da expressão dos potenciais humanos, constituindo-se numa estratégia importante para os profissionais
que compõem a equipe de saúde da família.
A experiência do estágio extramuros em
ambiente hospitalar da FOUSP
Apresentador: Aline Cristine Munhoz Lopes
Autores: Aline Cristine Munhoz Lopes, Renata
Godoy Pereira, Marcelo Marcucci, Oswaldo
Crivello-Junior
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
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A
formação profissional em Odontologia em relação aos cenários nos quais se materializa a educação, para que sejam plenamente alcançadas as relações entre espaço e aprendizagem, vem sendo
realizada na FOUSP, como uma das diversas opções,
através de estágio curricular no Hospital Heliópolis
(SP). As experiências, que contribuem para o desenvolvimento de diferentes aprendizagens, sejam elas
cognitivas, procedimentais e atitudicionais, sugeridas
pelos currículos de formação de profissionais de saúde são, neste ambiente, otimizadas pela obrigatoriedade da abordagem multiprofissional que o ambiente hospitalar oferece. Essa formação oferecida pelo
Hospital Helióplolis(HH) complementa a do curso
nas áreas de estomatologia, ATM, traumatologia/cirurgia buco-maxilo-facial, pacientes especiais, infectologia e reumatologia e vem contribuindo para a
transformação das formas tradicionais de aprendizagem, aproximando o aluno da realidade da profissão
em suas diferentes vertentes. Paralelamente são estimuladas múltiplas possibilidades de inserção do aluno da Odontologia nos diferentes cenários oferecidos
pelo próprio hospital e a participação ativa nos seminários de integração. O HH é uma instituição parceira essencial para a complementação do ensino e melhorar a formação geral do estudante de Odontologia.
Nestes anos em que o hospital vem recebendo os
alunos da FOUSP, que podem freqüentar de uma a
quatro semanas, tem sido observada a diferença de
pensamentos dos alunos ao retornar ao seu ambiente
primário de aprendizagem pelas diferentes formas de
atividades lá encontradas. A força e o valor estratégico deste espaço diferenciado de aprendizagem ativam
o potencial transformador dos sujeitos implicados e
representa ótima oportunidade para os alunos de
Odontologia desenvolverem habilidades e competências que não seriam possíveis dentro dos muros da
faculdade.
A extensão no Curso de Odontologia da
Unimontes: formação acadêmica com
relevância social
Apresentador: Thalita Thyrza de Almeida
Santa-Rosa
Autores: Thalita Thyrza de Almeida Santa-Rosa,
Simone Melo Costa, Maria de Lourdes
Carvalho Bonfim, Manoel Brito-Júnior
Instituição: Unimontes
A
extensão é o eixo da Universidade Pública e
por meio de suas ações é possível assegurar um
ensino adequado e contextualizado com as reais
necessidades da sociedade. A Lei 10.861 de
14/04/04 que instituiu o Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (SINAES), em seu
artigo 3º diz que a avaliação das Instituições de Ensino Superior tem por objetivo identificar o perfil
da instituição e o significado de sua atuação por
meio de projetos, cursos, programas, dentre outros.
Na avaliação do SINAES, a extensão é uma das dimensões a ser considerada, assim como a responsabilidade social da instituição, especialmente no
que se refere à contribuição em relação à inclusão
social. Este trabalho objetiva apresentar os projetos
de extensão do Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros-Unimontes. São
desenvolvidos, atualmente, 15 projetos de extensão
de caráter permanente, a saber: Atenção aos participantes do projeto “Adolescente para o III Milênio”; Atenção às crianças de 07 a 12 anos de Montes
Claros; Atenção às crianças com até 06 anos de idade - Montes Claros; Atenção interdisciplinar à saúde bucal dos portadores de necessidades especiais
neuro-psico-motoras, institucionalizados em Montes Claros; Odontologia para gestantes; Atendimento odontológico ao paciente portador do HIV
ou com Aids; Atenção Promocional referenciada
ao Idoso institucionalizado em Montes Claros;
Criança Sorridente; Promoção de saúde bucal para
as gestantes atendidas nos Centros de Saúde de
Montes Claros; Projeto de Atendimento Odontológico de Suporte a Pacientes Tratados nas Clínicas
do Curso de Odontologia da Unimontes; Seminário Integrado; Mostra Científica do Curso de Odontologia da Unimontes; Banco de Dentes Humanos;
Jornada Científica Odontológica; Projeto Unicidade e Curso de capacitação do Técnico em Higiene
Dental. Ao todo são 11 projetos que se caracterizam
como atividade de prestação de serviço (assistência
à saúde), e que oferecem atendimento odontológico integral e interdisciplinar a diferentes grupos
populacionais como gestantes, portadores de necessidades neuro-psico-motoras, portadores do
HIV/Aids, idosos, adolescentes e crianças de diferentes faixas etárias. Tem 3 projetos que se caracterizam como eventos (mostra cientifica, jornada e
curso de capacitação) e 1 projeto que se caracteriza como prestação de serviço, fornecendo estrutura legal, ética e com biossegurança para fornecimento de dentes humanos no processo
ensino-aprendizagem e pesquisas. Além disso, há
participação de docentes e discentes em outras ati-
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vidades de extensão, como nos Programas Sorriso
no Campo e Universidade Solidária. Essas atividades permitem o desenvolvimento de pesquisas e
contextualização do conhecimento científico produzido em sala de aula. Assim, o Curso de Odontologia da Unimontes favorece espaço para a extensão universitária, promovendo a integração ensino
e sociedade, favorecendo formação acadêmica mais
adequada para o pleno exercício profissional.
(Apoio financeiro: FAPEMIG)
A importância da discussão do
planejamento ao atendimento clínico experiência da Disciplina de Dentística 2
da UFPE
Apresentador: Claudio Heliomar Vicente da Silva
Autores: Claudio Heliomar Vicente da Silva, Paulo
Fonseca Menezes Filho, Renata Pedrosa
Guimarães, Ana Luiza Ataide Mariz
Instituição: UFPE
E
ducar é colaborar para transformação de vidas
em processos permanentes de aprendizagem,
auxiliando os alunos na construção da sua identidade, do seu caminho pessoal e profissional - desenvolvendo habilidades de percepção, compreensão, raciocínio crítico, comunicação e execução de
ações, que lhes permitam tornar-se profissionais e
cidadãos realizados e produtivos (MORAN, 200).
As mudanças qualitativa no processo de ensino/
aprendizagem acontecem de acordo com o estímulo dado ao desencadear a motivação do aluno para
compreender e apreender uma determinada habilidade. O planejamento é uma das etapas mais críticas do tratamento odontológico, uma vez que,
um planejamento mal realizado acarreta em procedimentos que podem levar a perdas irreparáveis.
A motivação dada ao aluno para a realização desta
etapa passa pelo aguçamento dos sentidos, do conhecimento e dominio psico-motor. Sendo assim,
a Disciplina de Dentística 2 da UFPE desenvolveu
a atividade de discussão de planejanto do tratamentor restaurador, obedecendo uma sequëncia
de procedimento a serem realizados com a utilização de um instrumento para orientação do aluno
estimulando o desenvolvimento do seu raciocínio
crítico. O objetivo deste trabalho é expor a experiência da referida disciplina sobre o tema em
questão.
42
A importância da Liga Interdisciplinar
das Neoplasias Bucais como ferramenta
pedagógica integrada ao currículo da
FOUSP
Apresentador: Mayra Monteiro de Oliveira
Autores: Mayra Monteiro de Oliveira, Oswaldo Crivello
Junior, Aline Cristine Munhoz Lopes
Instituição: FOUSP
A
s Ligas Acadêmicas são entidades fundadas e administradas por universitários com a orientação
de um ou mais departamentos relacionados. Apresentam enfoque em desenvolvimento científico, procedimental e atitudicional constituindo-se em excelente meio de atividade pedagógica extracurricular para
o aprimoramento dos alunos. A Liga é um modelo
acadêmico fundamentado na produção científica, no
desenvolvimento cognitivo e interdisciplinar, visando
a aproximação dos futuros profissionais à sociedade;
funciona como um meio de transformação social e
permite ao aluno um contato precoce com as diversas
áreas da Odontologia. As Ligas Interdisciplinares:
LINB e LICOMF são um exemplo de atividade das
Ligas no ensino da graduação.O desenvolvimento das
práticas clínicas ocorre desde 1998 na Liga de Neoplasias Bucais e desde 2004 na Liga de Cirurgia Oral
e Maxilo-Facial. Suas atividades ocorrem em âmbito
ambulatorial, a LINB na Clínica de Atendimento ao
Paciente Especial (CAPE), e a LICOMF no ambulatório da Disciplina de Traumatologia Maxilo-Facial,
com a orientação e supervisão de docentes dos departamentos respectivos da Faculdade de Odontologia
da Universidade de São Paulo. Fundamentadas no
conceito da interdisciplinaridade, a ligas integram em
suas atividades as disciplinas de Semiologia, Patologia
Geral e Bucal, Periodontia, Radiologia, Cirurgia, Próteses Buco-Maxilo, Dentárias e Traumatologia, no
caso da liga de Cirurgia. As ligas têm como objetivos:
habilitar seus integrantes no diagnóstico precoce, dar
assistência aos pacientes desde a adequação do meio
bucal à cirurgia e radioterapia (Linb), até a reabilitação protética. Permite ao aluno o acompanhamento
físico e psicológico dos pacientes. Os docentes que
acompanham as Ligas estão formando profissionais
aptos a reflexões, a aprender, desenvolver técnicas, a
lidar com as adversidades do tratamento de lesões
malignas e capacitá-los a transmitir estes conhecimento à população. É significativa a atividade extracurricular e interdisciplinar das Ligas acadêmicas como a
LINB e LICOMF e, futuramente, a Liga de Dor, são
um exemplo que estabelece aos alunos uma interface
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promissora no crescimento acadêmico perfeitamente integrado ao currículo da FOUSP e por ela reconhecida como parte de seu elenco de opções pedagógicas oferecidas aos seus alunos de graduação.
A mudança no processo ensinoaprendizagem com utilização de
metodologias ativas
Apresentador: Maria José Gomes
Autores: Valéria da Penha Freitas, Raquel Baroni
de Carvalho, Maria José Gomes
Instituição: UFES
O
objetivo deste trabalho foi apresentar as diferentes metodologias ativas que podem ser utilizadas
na área da Odontologia,,visando uma melhor interação do processo ensino e aprendizagem. Mudanças
estão sendo realizadas nos cursos de graduação em
Odontologia visando formar profissionais adequados
às necessidades de saúde da população brasileira e do
SUS, tornando essencial a efetiva articulação das políticas de saúde e educação. A mudança didático pedagógica visa uma aprendizagem ativa, centrada no estudante. Cabe ao professor o papel de facilitador do
processo de construção do conhecimento, dando condições ao indivíduo de desenvolver um pensamento e
um discurso próprio. Após a análise dos modelos de
metodologias ativas, concluiu-se que o emprego de
cada metodologia ativa na Odontologia pode ser influenciado com o tipo da população alvo, com o grau
de disponibilidade do grupo de alunos para a aprendizagem e com a habilidade do professor em escolher
aquela apropriada para o tema que será ensinado. Observou-se que não existe na área pedagógica um método que seja eficaz para ensinar e aprender. É necessário
despertar o interesse do aluno para aprender a pensar,
questionar, aprender, fazer e assumir uma responsabilidade profissional, e também, empregar uma metodologia que seja compatível com o objetivo de cada disciplina, e que essas auxiliam o desenvolvimento de
habilidades ao estudante de Odontologia, principalmente por trabalhar com problemas reais, permitindoo assumir responsabilidades crescentes, além da interação com a população e os profissionais de saúde.
A pós-graduação como indutora de
mudanças no ensino da Odontologia
Apresentador: Jose Ferreira Lima Júnior
Autores: Eduardo Jose Guerra Seabra, Isabela
Pinheiro Cavalcanti Lima, Gustavo
Barbalho Guedes Emiliano
Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte - UERN
H
istoricamente, a Odontologia seguiu os parâmetros do paradigma giesiano, que orientou
durante décadas o trabalho e a formação de profissionais, cuja excelência era mensurada pelo esmero
de técnicas curativistas cirúrgico-restauradoras. No
entanto, tal cirurgião-dentista não responde mais às
complexas demandas do trabalho em saúde exigidas
pela sociedade brasileira na atualidade, uma vez que
àquele dentista seguia a lógica do mercantilismo, do
elitismo, do biologicismo, da óptica da doença, da
falta de significado e de visão de saúde. Assim, o
presente estudo tem o intuito de contribuir para
ampliar o debate sobre a formação em Odontologia,
destacando nesta o papel da pós-graduação na formação de recursos humanos na atualidade. Trata-se
de um estudo bibliográfico sobre o assunto em tela,
onde os autores emitem um juízo de valor destacando diretrizes que a pós-graduação em Odontologia
poderia seguir para formar o cirurgião-dentista exigido pela sociedade e pelo setor saúde. A partir das
leituras realizadas e do entendimento consensual
firmado a partir das discussões dos docentes da Faculdade de Odontologia da UERN, entendemos que
a pós-graduação stricto sensu tem papel central no
processo de formação de atores sociais (professores
de Odontologia) que trabalhem para uma odontologia que traga a saúde para todos. Para tanto, a
formação acadêmica deve ser articulada, interdisciplinar e integral para que o egresso atenda às demandas de saúde de população. Nesse sentido, a
pós-graduação stricto sensu deve procurar além do
rigor da pesquisa científica que lhe é próprio, formar
docentes com fundamentação pedagógica adequada para atuarem acorde os preceitos exigidos pelas
Diretrizes Curriculares Nacionais. Por fim, é mister
a articulação entre pesquisa e ensino no âmbito dos
cursos de mestrado e doutorado em Odontologia,
pois entendemos que esse é o caminho para formar
profissionais/professores cuja competência será medida não apenas pela solução de problemas instrumentais, mas também pela capacidade de desenvolver novas estratégias pedagógicas, que tenham na
crítica, na reflexão e na mudança da práxis seu esteio. Frente ao exposto entendemos que os cursos
de pós-graduação stricto sensu podem contribuir
decisivamente na formação de atores sociais (profissionais/docentes) comprometidos com a mudança
do ensino odontológico, desde que a racionalidade
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técnica fundada na filosofia positivista não seja a
condutora da formação. Assim, faz-se necessário repensar a formação dos professores, bem como o
papel dos cursos que os formam. Portanto, a pesquisa deve ser desenvolvida nos cursos de mestrado e
doutorado dentro do principio cientifico, sem perder o enfoque social e também o principio pedagógico, para assim, propiciar a formação de profissionais críticos e reflexivos, que possam contribuir com
o desenvolvimento social mais democrático e igualitário em oportunidades para os cidadãos.
A prática da pesquisa na graduação em
odontologia: um avanço pedagógico
Apresentador: Louise Pietrobon
Autores: Louise Pietrobon, Cíntia Magali da Silva,
João Carlos Caetano
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
A
realização de um curso em nível superior é vista,
atualmente, como uma “exigência” do mercado
de trabalho. A universidade, partindo desse pressuposto, deve ter participação ativa e crítica na realidade, pois se constitui no local em que, teoricamente,
detém o potencial técnico-científico, humano, político e social. Sendo assim, o processo de aquisição e
desenvolvimento do saber durante o curso de graduação em Odontologia não deve ser limitado exclusivamente a um processo de ensino-aprendizagem que
busque pela formação técnica, visando à profissionalização. Ao contrário, durante a graduação é fundamental a realização da prática de pesquisa sujeita ao
contexto político e social, que rompa com a educação
bancária, repetitiva e alienada, representando um
avanço pedagógico. A longo prazo podem ser desenvolvidas competências fundamentadas em conhecimento crítico, visando o domínio dos modos de produção do saber, favorecendo o diálogo construtivo
com seus pares. Todavia, há necessidade de se observar o modo de condução e realização das pesquisas
na área odontológica para que a distribuição da informação não aconteça de maneira falha ou, ainda,
de modo desigual. Dessa forma, contribui para a exclusão social tanto de acadêmicos como da população, ao invés de servir para sua utilidade primordial,
a inclusão do conhecimento científico e o benefício
que trará a toda a sociedade. A universidade pode
assim, articular a competência científica e técnica, e
desempenhar seus múltiplos papéis, contribuindo
para o desenvolvimento científico e tecnológico, pro44
movendo a ética e a cidadania, atuando e transformando a realidade social.
A relação professor-aluno e sua
influência no processo ensinoaprendizagem na odontologia
Apresentador: Maria José Gomes
Autores: Maria José Gomes, Aline Guio Cavaca,
Carolina Dutra Degli Esposti, Edson
Theodoro Santos-Neto
Instituição: UFES
E
ste estudo versa sobre a influência da relação
professor-aluno na formação do cirurgião-dentista. Diante do anseio do conhecimento das visões
dos atores envolvidos no processo ensino-aprendizagem buscou-se diagnosticar a situação da relação
professor-aluno no curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES) no cenário
atual de mudanças pedagógicas e estruturais. Tratase de uma pesquisa de caráter exploratório, estruturada a partir de uma abordagem quantitativa. Os
sujeitos da pesquisa são 130 alunos e 40 professores
do curso de Odontologia da UFES, no período de
julho a dezembro de 2007, totalizando 170 sujeitos.
Como instrumento de coleta de dados foi utilizado
um questionário composto de sete questões fechadas e três questões abertas que se reportavam às respostas das questões objetivas. Os resultados mostram
que a maioria dos alunos (49%) e dos professores
(45%) considera boa a relação professor/aluno e
aponta questões como interação pedagógica e social, respeito mútuo, diálogo e acessibilidade como
cruciais para mantê-la. Quando questionados se já
haviam sido repreendidos pelos professores na frente do paciente, 35% dos alunos responderam que o
nunca foram e 65% respondeu já ter sido repreendido pelo menos uma vez. A questão da confiança
no ensino foi trabalhada ao questionar ao professor
se ele traria um parente para ser tratado nas clínicas
do curso e 47% dos mesmos responderam que sim,
apontando a confiança no aluno, orientação dos
professores e a qualidade do atendimento como norteadores de suas decisões. Conclui-se que a relação
professor-aluno foi considerada boa pelos atores envolvidos, sendo o respeito e o reconhecimento mútuo aspectos identificados como facilitadores do
processo ensino-aprendizagem, ressaltando, dessa
forma a importância da integração docente-discente
na educação odontológica.
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
A sociologia e a odontologia na
construção de uma nova saúde bucal
coletiva
Apresentador: Louise Pietrobon
Autores: Louise Pietrobon, Ana Paula Saccol,
Márcia Grisotti, João Carlos Caetano
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
E
ste trabalho visa apresentar uma experiência
interdisciplinar de estágio docência da disciplina de Interação Comunitária I do Curso de Graduação em Odontologia da Universidade Federal de
Santa Catarina. O grupo é formado por uma mestranda em Sociologia Política, uma doutoranda em
Odontologia Coletiva e dois professores das respectivas áreas citadas. Percebemos o setor saúde como
uma área considerada interdisciplinar, devido a relação do processo saúde-doença onde encontramos
indissociadas as dimensões orgânica e social do homem, domínios respectivos do biológico e da cultura. A saúde bucal coletiva encontra-se em intenso
processo de transformação na última década imprimido pela revolução dos materiais odontológicos,
de um novo olhar sobre a construção do processo
de saúde-doença e conseqüentemente a relação entre clientes/população e profissionais de saúde. A
possibilidade de um trabalho em conjunto na busca
de soluções aos problemas atuais enfrentados no
Sistema Único de Saúde, respeitando as bases disciplinares específicas, transformando a interdisciplinaridade num produto de sua própria funcionalidade, buscando a compreensão de diversos pluralismos
frente a uma mesma temática é o eixo central de
nosso trabalho em sala de aula. A construção da disciplina procura instigar os acadêmicos na atuação
em nível de sociedade, utilizando, principalmente,
métodos de prevenção e promoção de saúde não
esquecendo, entretanto, a progressão das doenças
bucais quando já instaladas, observando o modo de
se relacionar e de olhar a saúde bucal da coletividade de maneira ampla e realista. Nossa disciplina está
subdividida em três unidades propiciando com a sua
proposta pedagógica a introdução e desenvolvimento de uma forma diferente de realizar o processo
ensino-aprendizagem e de avaliação dos alunos e dos
professores. Instigando os acadêmicos a trabalharem em grupos e através de seminários de pesquisa
a disciplina têm conseguindo promover maior diálogo e reflexão crítica no espaço de troca de informações professores-estudantes, estudantes-estudantes e professores-professores. De maneira concreta
e em curto prazo, já podemos observar uma postura
diferente destes futuros profissionais em relação à
sua maneira de encarar os novos desafios do SUS,
concebendo a saúde de maneira interdisciplinar,
integral, repensando seus pressupostos e fundamentos na procura de transformações práticas mais expressivas.
A utilização de diários de campo em
estágios curriculares extramuros
Apresentador: Vânia Maria Aita de Lemos
Autores: Vânia Maria Aita de Lemos, Leticia
Schneider Ferreira, Carlos Pilz, Graziela
Ziegler Bennemann
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
A
utilização de diários de campo remonta as viagens dos primeiros exploradores e etnógrafos,
que desde a Antiguidade registravam os fatos vivenciados bem como suas impressões sobre os diferentes
povos e lugares. A disciplina Estágio em Saúde Pública II adotou esta ferramenta como forma de avaliação
dos estágios realizados pelos alunos do último semestre do currículo antigo da Faculdade de Odontologia
da UFRGS junto aos serviços do SUS. A metodologia
empregada consiste no envio semanal por parte dos
alunos de um diário de campo, através de email, para
o professor responsável por sua supervisão. Este relato deve conter não apenas as atividades que estão
sendo concretizadas, mas também uma reflexão do
aluno sobre a sua prática, sobre a realidade encontrada nos serviços públicos, não havendo limite no
número de páginas enviadas. A partir das informações disponíveis, é possível avaliar o impacto da experiência para o aluno, bem como se este consegue
relacionar os conceitos teóricos com sua prática. Os
diários de campo devem ser concebidos a partir do
método cartográfico, que pressupõe uma discussão
sobre o papel do pesquisador e o próprio conhecimento científico. A cartografia admite que o encontro com novos sujeitos produz um momento singular
e a modificação dos atores envolvidos. A proposta de
sua utilização remete a intenção de que o aluno não
apenas descubra novos olhares em saúde, mas descubra a si mesmo nesta experiência. Desta forma, os
diários de campo não possuem somente um cunho
reflexivo, mas também propositivo, pois o aluno deve
também procurar identificar soluções para as dificuldades encontradas no campo. Por fim, a experiência
da utilização de diários de campo junto aos alunos
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do último semestre da Faculdade de Odontologia da
UFRGS ainda é recente, mas abre a possibilidade de
novas formas de aprendizagem para os estudantes.
Esta ferramenta permite um momento de reflexão
sobre a realidade encontrada, bem como o exercício
da explanação e exposição de idéias e opiniões, que
podem ser importantes para o estímulo à autonomia
do aluno.
Acadêmicos de odontologia avaliam o
currículo e a relação deste com a sua
formação para a realidade do mercado
de trabalho
Apresentador: Estela Máris Gassen Gonçalves
Autores: Estela Máris Gassen Gonçalves, Beatriz
Baldo Marques, Carmen Lucia S. Piazza,
Cláudia Fabiana R. Bender
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
O
Currículo do Curso de Odontologia da UNISC
está organizado de forma que busca a formação
integral do acadêmico, procurando estimulá-lo para
o comprometimento com os reais problemas da sociedade, sujeitos conscientes do seu papel de agentes
de transformação, ou seja, politicamente responsáveis. Acredita-se que nem sempre o corpo docente
acompanha a dinâmica da transformação que aponta
para novas demandas, considerando o sistema de saúde vigente no país. As Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), para os cursos de odontologia, apontam
para a importância das habilidades e competências,
tanto gerais quanto específicas, que o acadêmico deverá construir no decorrer do curso. Dessa forma
pretende-se com esse trabalho investigar como os acadêmicos avaliam o currículo do curso de Odontologia
da UNISC em relação à formação para o exercício de
uma prática profissional adequada a realidade. A
pesquisa será realizada com os acadêmicos formandos, em relação ao embasamento teórico, articulação
da teoria com a prática, tomada de decisão (segurança na realização das atividades do dia a dia), mercado
de trabalho, visão integral do paciente, integração
com outras áreas da saúde, trabalho em equipe, administração e gerenciamento. Neste estudo também
será investigado qual a expectativa profissional ao se
formar, ou seja, montar consultório individualmente
ou com colegas; trabalhar em clínica já consolidada;
procurar emprego; fazer pós-graduação; entre outras
opções. A pesquisa será realizada no 9º semestre do
curso, porque se acredita que o acadêmico estará,
neste momento, planejando seu futuro profissional.
46
Acadêmicos de odontologia trabalham
para o desenvolvimento de políticas
saudáveis em relação à fluorose
dentária no Vale do Rio Pardo
Apresentador: Estela Máris Gassen Gonçalves
Autores: Estela Máris Gassen Gonçalves, Mariana
Bordingnon, Monique Bohn
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
C
ompreende-se que a integração dos Acadêmicao
do Curso de Odontologia, com a colaboração
de pesquisas realizadas pelo Curso de Química da
UNISC, na atenção à fluorose dentária no Vale do Rio
Pardo, é imprescindível para a melhoria da saúde
bucal da população. A fluorose dentária é freqüente
decorrente, especialmente, do excesso de fluoretos
nos lençóis freáticos que cortam oito (8) municípios,
dos quais alguns utilizam estas fontes para abastecimento público. As Acadêmicas buscam conhecer a
realidade destes municípios quanto ao uso dessas
águas para abastecimento público e como está sendo
oferecida atenção à fluorose. Em visita nos locais, pesquisaram quais são os municípios atingidos, quais dos
municípios têm conhecimento sobre o excesso de
fluoretos em suas fontes de água, quantas fontes ainda são utilizadas para o abastecimento público, se há
a presença de fluorose dentária na população do município e quais destes oferecem tratamento estético e
de reabilitação à população atingida. Foi avaliado que
cinco (5) municípios conhecem os teores de flúor de
seus lençóis, entre esses, dois (2) não utilizam esta
água e três (3) solucionaram o problema de excesso
de fluoretos na água de abastecimento público, quatro (4) confirmam a presença de fluorose na população e dois (2) oferecem tratamento clínico para restabelecer a estética e função dentária. Para enriquecer
a discussão, além da revisão de literatura, foi realizado
um estudo de caso no Município de Vera Cruz, RS,
onde o problema da água de abastecimento com excesso de fluoretos foi resolvida há cinco (5) anos e o
tratamento estético é oferecido desde 2003. No município de Vera Cruz, aproximadamente cento e vinte (120) pacientes estão cadastrados; destes, 30 foram
tratados na UNISC, 40 no serviço público do município e os outros aguardam pelo tratamento odontológico. A partir deste trabalho e de posse de documentos comprobatórios do Curso de Química, quanto a
realidade das águas da Região, os municípios envolvidos terão argumentos para aplicar recursos públicos
na melhoria da saúde bucal. Com base nos modelos
de atenção estudados, a atenção odontológica para a
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fluorose pode se tornar algo de rotina no serviço público com possibilidade de financiamento e dispor,
ainda, de conhecimentos atualizados e integrados,
dos Cursos de Odontologia e Química, sobre a questâo das águas, hoje de ilimitada importância. Com
estes conhecimentos, pode-se elaborar um protocolo
de atenção à fluorose dentária de abrangência regional, que contemple as questões bioéticas, técnicas e
humanísticas que estão envolvidas neste processo.
Adequações do Projeto Político
Pedagógico do Curso de Odontologia
da Unimontes para o Pró-Saúde:
percepções de docentes e discentes
Apresentador: Maria de Lourdes Carvalho Bonfim
Autores: Maria de Lourdes Carvalho Bonfim,
Manoel Brito-Júnior, Simone Melo Costa,
Flavia Milene Silva Abreu
Instituição: Unimontes
O
Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros- Unimontes foi criado há
pouco mais de uma década (1997), fundamentado
no atendimento das demandas de saúde bucal, em
especial, da região norte mineira. O enfoque generalista e a valorização das necessidades epidemiológicas
bem como da realidade social constituíram e constituem os pilares do processo educativo do Curso. Há
ainda ações integradas de ensino e serviço garantindo
capacitação profissional e valorização da odontologia
como prática social. Atualmente tem-se trabalhado
alterações para otimizar o Projeto Político Pedagógico do Curso como contraparte da contemplação do
Programa Nacional de Reorientação da Formação
Profissional em Saúde (Pró-Saúde), dos Ministérios
da Educação e da Saúde. O trabalho objetivou identificar as opiniões e propostas de mudanças sugeridas
por docentes e discentes no atual Projeto Político
Pedagógico do Curso. Os dados foram coletados na
2ª Oficina Pró-Saúde do Curso, em 2007, utilizando
questionário semi-estruturado auto-aplicado. Participaram do estudo 53 discentes dos 10 períodos do
Curso e 46 docentes. O tratamento estatístico envolveu análise de freqüência, teste t e Qui-quadrado
(p<0,05). Do total de discentes, 29 eram mulheres
(54,7%) e 24, homens (45,3%). Dentre os docentes,
27 eram mulheres (59%) e 19, homens (41%). A faixa etária predominante entre os docentes foi de 31 a
40 anos (50%), variável não associada ao gênero
(p=0,303). O tempo de formado (término da graduação) variou de 5 a 31 anos, com uma média de 14,35
anos (±7,315) para mulheres e 16,84 (±8,884) para
homens, variável não associada ao gênero (p=0,308).
No que diz respeito à carga horária de trabalho 82,6%
dos docentes têm contrato de 40 horas semanais. Para
os docentes, 85% das ementas das disciplinas precisam ser modificadas; 80% sugeriram integrar conteúdos de diferentes disciplinas; 42% relataram que há
necessidade de alterar a carga horária: aumentar
(56%), mudar o período em que é ministrada (29%),
sendo que 50% sugeriram que fossem postergadas.
Para os discentes, 28 disciplinas precisam sofrer alterações. Dentre as várias sugestões de mudanças destacou-se aumentar cargas horárias de aulas práticas e
alterar conteúdos programáticos. A identificação das
necessidades de mudanças no Projeto Político Pedagógico do Curso de Odontologia da Unimontes contribuirá para a reestruturação pedagógica do curso,
com conseqüente adequação da formação discente,
além de favorecer o alcance das metas propostas pelo
Programa Pró-Saúde.
Aplicação de fórum online no suporte
ao ensino presencial como estímulo ao
aprendizado colaborativo voluntário
Apresentador: Mary Caroline Skelton Macedo
Autores: Mary Caroline Skelton Macedo, Leandro
A. P. Pereira, Nilden Carlos Alves Cardoso,
Rielson José Alves Cardoso
Instituição: CPO São Leopoldo Mandic
A
s Diretrizes Curriculares Nacionais para cursos de
Odontologia têm como objetivos na formação do
egresso as competências relativas ao domínio das tecnologias de informação e comunicação (TIC) e aptidão na sua utilização em prol da Educação Continuada. Como proposta de utilização da Internet com
finalidade educativa em função de atender a esses objetivos, o curso de Endodontia na Graduação da terceira turma (31 alunos) foi suportado online por conteúdos depositados em plataforma Moodle. Dentre as
atividades propostas aos alunos constaram 07 fóruns
online relativos a assuntos tratados em sala de aula,
porém sem obrigatoriedade de acesso e postagem. Os
fóruns foram trabalhados da seguinte maneira: o professor responsável pelo tema em questão postou algumas perguntas após a aula teórica e convidou os alunos
a entrar no fórum e responder. Os alunos foram informados que os professores não corrigiriam suas respostas, mas eles mesmos o fariam, estimulando assim
o aprendizado colaborativo; os professores somente
fariam postagens de correção se os alunos tivessem
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perdido o foco nas respostas adequadas. A adesão voluntária foi surpreendente: os fóruns alcançaram participação voluntária da ordem de 83,87% dos alunos
(Anatomia e Cirurgia de Acesso); 64,52% (Substâncias Químicas Auxiliares); 90,32% (Esvaziamento e
Odontometria); 83,87% (Alterações Pulpares e Periapicais); 16,13% (PQC); 54,84% (Obturação); e,
41,93% (Comentários sobre a Avaliação). Quanto à
participação colaborativa, considerando-se somente
as postagens realizadas entre alunos, alcançou-se
57,78% (Anatomia e Cirurgia de Acesso); 31,82%
(Substâncias Químicas Auxiliares); 93,65% (Esvaziamento e Odontometria); 84,37% (Alterações Pulpares e Periapicais); 66,67% (PQC); 47,06% (Obturação); e, 84,61% (Comentários sobre a Avaliação).
Percebe-se claramente que o aluno de Odontologia
está interessado em participar e aprender colaborativamente. Os conteúdos das postagens surpreenderam
os professores quanto à profundidade das respostas
dadas aos colegas e as visitas registradas na biblioteca
da escola. Os fóruns de mais baixo índice de acesso
foram os de maior quantidade de perguntas propostas
pelos professores. Conclui-se que os fóruns cumprem
o papel de estimuladores do aprendizado colaborativo, desde que desenhados de maneira adequada, estimulando inclusive as visitas físicas à biblioteca.
Artropatias da ATM: a experiência da
FOUSP no ensino de graduação com
interação interprofissional
Apresentador: Aline Cristine Munhoz Lopes
Autores: Aline Cristine Munhoz Lopes, Fabiane
Miron Stefani, Oswaldo Crivello-Junior
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
A
Odontologia e a Fonoaudiologia constituem partes da ciência médica, cuja atividade em comum
é estudar, compreender e saber interpretar as anomalias de todo o sistema estomatognático. Desta forma
o ensino integrado destas duas especialidades em um
mesmo cenário e com atores de ambas as profissões
discutindo ensino e pesquisas e com os alunos atuando juntos vêm ao encontro das diretrizes curriculares
de ambos os cursos. Quando odontólogos e fonoaudiólogos trabalham em equipe, o papel de cada profissional, bem como os conceitos envolvidos são apresentados com clareza. Aproveitando essa experiência
pedagógica gratificante resolvemos pesquisar as atividades desenvolvidas pelos alunos de Odontologia e
Fonoaudiologia e das características comuns dos pa48
cientes que integram os dois universos de tratamento
assim como o crescimento cognitivo dos alunos de
graduação em relação ao temas estudados na clínica.
Ao longo dos 7 anos desta experiência integrada levantamos as atividades desenvolvidas pelos alunos de
ambos os cursos e analisamos relatórios dos alunos e
trabalhos acadêmicos por eles realizados e aplicamos
questionários para serem respondidos pelos alunos
em 3 momentos diferentes. Há diferenças nas condutas adotadas pela Odontologia no tratamento de seus
pacientes, o que acarreta também posturas diferenciadas na integração interprofissional. Em relação ao
paciente com disfunção de ATM os alunos apontaram
a vantagem do tratamento integrado. A avaliação do
papel do Cirurgião-Dentista no tratamento passou de
importante, no questionário inicial, para fundamental no questionário final na ótica das alunas da Fonoaudiologia, bem como a clareza do tratamento adotado pelo Cirurgião-Dentista.
As políticas públicas de saúde e a
graduação em Odontologia: interação
necessária para gênese de um
profissional generalista apto a atuar no
Sistema Único de Saúde
Apresentador: Ana Áurea Alécio de Oliveira
Rodrigues
Autores: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues,
Adriano Maia Santos
Instituição: Universidade Estadual de Feira de
Santana e Universidade Federal da
Bahia - Vitória da Conquista
Q
uem lança um olhar sobre a formação nas escolas de Odontologia, no Brasil, percebe um intenso debate acerca da necessidade de mudanças nos
currículos e nas práticas pedagógicas. Entre as distintas percepções sobre o mesmo problema, estão a que
acredita na necessidade de transformação, pautada
em mudanças no mercado de trabalho e, portanto, na
necessidade de contornar as dificuldades de inserção
profissional e criar novas inserções que mantenham
o status quo e aquela que tem a percepção de que a
crise é, antes de tudo, paradigmática, ou seja, os saberes, cunhados há séculos em relação à Odontologia,
não estão satisfazendo às necessidades apresentadas
pela sociedade. Embora a universidade esteja buscando ampliar sua relevância social, a produção de conhecimento e a formação profissional estão marcadas
pela especialização, pela fragmentação e pelos interesses econômicos hegemônicos. A educação, nas
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escolas de saúde, permanece reproduzindo o paradigma flexneriano, em contraposição ao paradigma da
integralidade, subtraindo as possibilidades de diálogo
entre as diferentes áreas do saber. A valorização social
do especialista leva a uma forte tendência à especialização precoce. O estudante inicia a graduação e, nos
primeiros semestres já afirma qual fragmento do processo profissionalizante deseja dominar (endodontia,
cirurgia, prótese, entre outras). O que intriga a formação do futuro profissional é seu descompasso com
o Sistema Único de Saúde (SUS) e com as necessidades demandadas pelas pessoas, evidência que se acentua ao defrontarmos com os atuais indicadores epidemiológicos de saúde bucal. Apesar da reorientação
do modelo de saúde – a partir da década de 90, através
de políticas descentralizadoras – via municipalização
da saúde, e as novas estratégias de saúde a partir da
institucionalização do SUS em 1988 - Programa Saúde
da Família em 1994 e a Equipe de Saúde Bucal no PSF
em 2000, prioriza-se a especialidade odontológica na
formação e ocorre a defesa da lógica liberal na atuação
profissional. Nos cursos de graduação faltam disciplinas sobre políticas públicas de saúde; a maioria dos
professores não tem entendimento da intersetorialidade e que as doenças bucais são um problema de
saúde pública. Desconhece-se o SUS; profissionais sem
noção de Atenção Básica, secundária e terciária e sem
uma responsabilização pela sua clientela. Entendemos, então, que a possibilidade de formação de um
novo profissional, generalista, que não significa saber
um pouco de tudo de forma superficial, mas pressupõe conhecer muito bem os diversos problemas que
repercutem no processo saúde/doença de cada indivíduo e da coletividade, conseguindo resolver bem os
principais problemas de saúde da população é necessária, além da incorporação dos conteúdos relativos
às políticas de saúde nas ementas das disciplinas, uma
articulação entre a escola e o serviço público, com a
utilização dos espaços privilegiados de ensino-aprendizagem, as unidades de saúde.
O
Avaliação da ampliação dos cenários
de práticas no curso de Odontologia da
FORP/USP
Apresentador: Maria da Gloria Chiarello de Mattos
Autores: Ana Elisa Bregagnolo, Maria da Gloria
Chiarello de Mattos, Marlivia Gonçalves
Carvalho Watanabe
Instituição: Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto/USP
Avaliação da qualidade de radiografias
intrabucais realizadas por acadêmicos
da FO-UFRGS
Apresentador: Marcelo Ekman Ribas
Autores: Marcelo Ekman Ribas, Bárbara Capitanio
de Souza, Vania Regina Camargo
Fontanella
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do
Sul
atual currículo da Faculdade de Odontologia de
Ribeirão Preto – Universidade de São Paulo
(FORP/USP) amplia os cenários de ensino-aprendizagem ao implantar as disciplinas Programa Saúde da
Família, que têm por objetivo desenvolver atividades
ao longo de toda a formação acadêmica, proporcionando ao aluno, desde cedo, o contato com a realidade social e dos serviços de saúde, oferecendo-lhe
condições para superar a dicotomia entre estudo e
trabalho, valorizando a incorporação de tecnologias
leves e o trabalho em equipe multiprofissional. Esse
projeto tem como objetivo avaliar uma das vertentes
da reformulação curricular implantada na FORP-USP
em 2004, que é a diversificação dos cenários de prática por meio da aproximação com os serviços de
saúde, do ponto de vista da experiência dos alunos
do 1º ao 4º ano do curso e os reflexos por eles sentidos
na sua formação como profissional de saúde/cirurgião-dentista. Para tanto, foi elaborado um questionário de avaliação, aplicado no final de cada disciplina, enfocando os seguintes aspectos: aulas
teórico-práticas, participação dos alunos, trabalho na
equipe de saúde da família, condições de infra-estrutura e o impacto na formação. A análise das informações coletadas mostra que os estudantes manifestaram opiniões bastante positivas em relação a todos os
aspectos abordados, considerando as atividades ótimas ou boas, principalmente contribuição para a sua
formação (87%), bem como conteúdos programáticos (81%), carga horária (80%), estratégias pedagógicas (82%), e interação com a equipe de saúde da
família (90%). Quanto à bibliografia sugerida e instalações das unidades, mais da metade considerou
boas ou ótimas. Nesses aspectos aparecem sinais de
necessidade de melhorias. As atividades direcionadas
à aproximação ensino/serviços de saúde no curso de
graduação da FORP/USP foram avaliadas como bastante satisfatórias, trazendo importante contribuição
para a formação dos profissionais Odontologia.
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O
presente estudo objetivou avaliar a qualidade
das radiografias intrabucais realizadas por alunos do 5º e 6º semestres do curso de Odontologia,
durante a prática clínica, identificando os erros e a
freqüência com que ocorrem. Dois examinadores calibrados examinaram as radiografias e as classificaram
segundo os erros de técnica e falhas de processamento. Das 962 radiografias analisadas, 85% eram periapicais e 15% interproximais. Pelo menos um erro
ocorreu em 82% das radiografias periapicais e em
89% das interproximais. O erro mais prevalente foi a
má centralização do filme (32%), seguido da posição
inadequada da marca identificadora (14%) e da margem de segurança (12%) e do ponto de incidência
(12%). Em relação aos erros de processamento radiográfico, o mais freqüente foi a presença de manchas
e/ou arranhões (82%), seguido de alta densidade
(10%) e imagem parcial (4%). Em ambas as amostras
(5º e 6º semestres) foi encontrada associação significativa entre angulagem horizontal deficiente e regiões de caninos e pré-molares superiores, angulagem
vertical excessiva e região de pré-molares inferiores,
angulagem vertical deficiente e região de incisivos
superiores. Conclui-se que na prática clínica alunos
de 5º e 6º semestre apresentam as mesmas dificuldades técnicas na obtenção de radiografias.
Avaliação da utilização da ferramenta
de ensino Aprender Unoeste no curso de
Odontologia
Apresentador: Claudia de Oliveira Lima Coelho
Autores: Claudia de Oliveira Lima Coelho, Eliane
Gava Pizi, Luis Antonio Sasso Stuani,
Luciane Regina Gava Simioni
Instituição: Universidade do Oeste Paulista
O
Aprender UNOESTE é uma ferramenta de gestão de cursos a distância que está sendo utilizada
pela UNOESTE. O software foi desenhado para ajudar educadores a criar cursos on line de qualidade e
trabalhar com os alunos em ambientes virtuais, gerenciando-os à distância. Baseado em uma filosofia
construcionista, onde o trabalho do “professor” pode
mudar de “fonte de conhecimento” para influenciador e modelo da cultura da classe, conectando-se com
os alunos de um modo pessoal que detecta suas necessidades de aprendizagem, e facilitando discussões
e atividades de um modo que leve os alunos, coletivamente, em direção aos objetivos de aprendizagem da
classe. Tornou-se evidente, a partir do perfil do aluno
ingressante do curso de Odontologia da Unoeste, a
50
necessidade de cada vez mais o professor interagir
com o aluno em um ambiente que lhe é familiar, facilitando desta forma o ensino-aprendizagem. Este
programa permite que a sala de aula se estenda para
o ambiente da Internet e desta forma ampliam-se os
recursos didáticos. Com relação às ferramentas que
disponibiliza para interagir com o aluno fazem parte:
divulgação de materiais, links com sites importantes
para a disciplina, fórum, tarefas, questionários, bate
papo, lição, glossário, pesquisa de opinião e outras
que podem ser criadas relacionando as ferramentas.
Atualmente no curso de Odontologia temos 16 disciplinas que utilizam esta ferramenta de ensino. O objetivo deste trabalho foi avaliar a utilização do Aprender Unoeste no curso de Odontologia. Para isto, todos
os alunos do curso responderam a um questionário
em anonimato. A realização de tarefas foi a atividade
mais executada (43 %), a que eles acham que mais
contribuiu com seu aprendizado (71 %) e a que eles
mais gostaram de realizar (74 %). Grande parte dos
alunos (70 %) afirma que esta ferramenta de ensino
contribui muito para o aprendizado e acham que mais
professores deveriam adotá-la em suas disciplinas (75
%). Ocorreram diferenças de opiniões entre os alunos de diferentes termos, principalmente porque os
alunos do último termo só tiveram contato com o
Aprender Unoeste no 4º. termo, sendo mais resistentes à sua utilização. É certo também que alguns professores podem encontrar algumas dificuldades na
sua utilização, principalmente no início, mas esta ferramenta vem além de auxliar no processo ensinoaprendizagem, além de nos colocar em um ambiente
mais próximo desta nova geração de estudantes.
Avaliação do grau de conhecimento dos
cirurgiões-dentistas da rede básica de
saúde do Brasil, Argentina e Paraguai
com relação ao Tratamento Restaurador
Atraumático - ART
Apresentador: Márcia Cançado Figueiredo
Autores: Márcia Cançado Figueiredo, Daniel
Demétrio Faustino-Silva, Andressa da
Silveira Bez
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul-UFRGS
A
odontologia vem evoluindo de uma abordagem
cirúrgico-restauradora e preventivista, para um
enfoque que incorpora noções integralizadora do
processo saúde-doença e da promoção de saúde, com
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ênfase na atenção básica. Esse processo evolutivo fez
com que novas ações tecnológicas fossem impulsionadas através de pesquisas científicas que levassem
em conta as dimensões sociais, econômicas e culturais
da população.Coerente com este novo paradigma foi
introduzido especificamente para o tratamento da
doença cárie, o Tratamento Restaurador Atraumático
(ART), tratamento este, que vem se consolidando
desde seu surgimento, ou seja, início da década de
90, com uma técnica de caráter definitivo e resolutivo,
permitindo prerrogativas importantes para o desenvolvimento da odontologia atual, tanto nos serviços
públicos como nos privados. Este tratamento permite
a calibração de conceitos e definição de estratégias
de abordagem em diferentes países para que os cirurgiões-dentistas possam bem utilizá-lo. Objetivou-se
avaliar os conhecimentos sobre o ART de cirurgiõesdentistas(CDs) da rede básica de saúde de 3 países da
América Latina (Brasil-Paraguai-Argentina).Trata-se
de um estudo descritivo transversal, onde os CDs foram convidados durante sua participação num evento de odontologia ocorrido neste ano, promovido
pelo serviço público que estão inseridos, a preencherem um questionário contendo 7 questões fechadas
que abordavam os conceitos do ART. A amostra final
foi composta por 500 questionários e as respostas categorizadas de acordo com o número de acertos:
Excelente(E) para 7 questões corretas; Suficiente(S)
para 5 ou 6 questões corretas e, Insuficiente(I) de 0
a 4 questões corretas. Foram utilizados além da análise descritiva das variáveis contínuas, o teste estátistico kruskal-Wallis para análise entre a idade e o tempo
de prática clínica dos CDs de diferentes paises, p>0.02,
o teste qui-quadrado aplicado para analisar as tabelas
de contingência,p>0.01 e através de regressão logística p>0.05 analisou-se o conhecimento do ART pelos
CDs. Não houve diferenças significativas para os resultados analisados quanto ao conhecimento do ART
pelos CDs dos 3 países avaliados, onde: 51,28%-(I);
33,34%-(S) e, apenas 15,38%-(E). 35,90% dos CDs
apresentavam idade que variava de 31 a 40 anos, apresentando 33,34%, um tempo de prática clínica que
variava de 21 a 30 anos. Pode-se concluir que os cirurgiões-dentistas apresentam um grau de conhecimento insuficiente para realizarem o ART e, nesse sentido
destaca-se a importância da introdução imediata de
oficinas de capacitação na rede básica de saúde destes
países, para que aspectos relevantes do ART sejam
aprofundados permitindo a evolução de uma consciência crítica destes profissionais, utilizando-se a metodologia da problematização.Acredita-se ainda que
o ART é muito pouco explorado pelas instituições
formadoras na graduação destes países, e isto se reproduz nas práticas destes profissionais atuantes nas
equipes de saúde bucal, resultando em ações isoladas
de cada em sua atividade diária e na sobreposição nas
ações de cuidado e sua fragmentação.Esta pesquisa
trouxe uma contribuição valiosa para que se possa
definir nestes três países avaliados, parâmetros para
que haja implementação da filosofia da Mínima Intervenção e Máxima Prevenção (MI), onde se inclui
o ART, nas grades curriculares dos cursos de Odontologia.Buscar entender e assimilar esta nova prática
que participa diretamente do processo de inovação
tecnológica apropriada, é um processo irreversível
nos serviços da rede básica de saúde e, no entanto,
não deve ser interpretada como uma ameaça na qualidade da odontológia, mas sim como uma oportunidade para que ocorra esta cooperação: rede básica
de saúde e instituições de ensino, pesquisa e extensão
destes países, uma vez que sendo complementares,
melhorariam em muito o processo ensino-aprendizagem, que é para onde devem convergir todos os
benefícios desta parceria.
Avaliação do Projeto Político Pedagógico
do Curso de Odontologia da UFPB. O
olhar do discente
Apresentador: Francineide Almeida Pereira Martins
Autores: Francineide Almeida Pereira Martins,
Maria Elba Dantas Pereira de Moura,
Claudia Helena Soares de Morais Freitas,
Rosimar de Castro Barreto
Instituição: Universidade Federal da Paraíba
O
s processos avaliativos do ensino superior devem
ser entendidos como práxis atuais, norteadoras
das políticas educacionais que asseguram mudanças
profundas e abrangentes na qualidade do ensino.
Nesse contexto, o Projeto Político Pedagógico previsto nas Diretrizes Curriculares Nacionais representa
um dos alicerces no processo de avaliação das condições de ensino dos cursos de graduação, e como agente indutor de melhoria do ensino deve ser continuamente avaliado e reconstruído. O Projeto Político
Pedagógico do Curso de Odontologia da Universidade Federal da Paraíba foi operacionalizado a partir
do período letivo 2002.1. Pautado nos fundamentos
teóricos metodológicos, o estudo propõe avaliar o
Projeto Pedagógico do Curso de Graduação em
Odontologia-UFPB, na óptica da experiência vivenciada pelos discentes. Os dados foram coletados atra-
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vés da aplicação de um roteiro de entrevista utilizando-se os indicadores de avaliação do INEP,
atribuindo-se os conceitos: Muito Bom (MB), Bom
(B), Regular (R ) Insatisfatório (I) e Não Sei (NS).
Os dados foram agrupados em três dimensões: Organização didático-pedagógico, Instalações físicas e Gestão acadêmica. Foram investigados 76,45% dos alunos cursantes do período letivo de 2006.2. A
Organização didático-pedagógica na maioria dos indicadores, recebeu conceitos entre Bom e Regular,
com destaque para a coerência com os objetivos do
curso (48,8% B e 31,2%R), adequação da metodologia de ensino (36,0%B e 37,6%R) e avaliação do processo ensino-aprendizagem (45,2%B e 34,0%R). No
entanto, os conceitos Regular e Insatisfatório predominaram nos indicadores dimensionamento da carga
horária (36,8%R e 35,6%I) e adequação da carga horária do curso (42,4%R) e 34,4% I). As Instalações
físicas receberam majoritariamente conceitos entre
Regular (37,6%) e Insatisfatório (26,4%), e a Gestão
acadêmica obteve na maioria dos indicadores conceitos entre Bom e Regular. Esse estudo pontua vários
graus de insatisfação e aponta a necessidade de ajustes e adequações do Projeto Político Pedagógico do
Curso que possam suprir às expectativas dos alunos.
Integra um projeto mais amplo de avaliação no qual
são identificadas as potencialidades e fragilidades do
curso, no olhar dos discente, docentes e gestores.
Avaliação: o rabo que balança o
cachorro?
Apresentador: Luiz Roberto Augusto Noro
Autores: Luiz Roberto Augusto Noro, Ruy Souza
Instituição: Universidade de Fortaleza
O
sistema de avaliação da maioria das instituições
de ensino do Brasil trabalha, ainda hoje, hegemonicamente, com sua perspectiva certificativa. Assim, apesar de todo discurso sobre a necessidade da
avaliação processual, que possa contribuir com a responsabilização do estudante por seu aprendizado e
por sua formação, o foco desta responsabilidade voltado para a instituição de ensino torna praticamente
impossível o real papel da avaliação. Fica claro que a
própria cultura sobre avaliação, que confunde competição com processo formativo, dificulta o desenvolvimento da possibilidade de uma avaliação mediadora. Assim, vestibular, concurso, ENEM e ENADE não
deveriam ser compreendidos como sistema de avaliação, mas sim como elementos para seleção de indivíduos ou instituições com a finalidade de incluir ape52
nas uma parcela do total, uma vez que existe uma
pré-determinação do total de vagas ou uma quantidade de posições previamente definidas no “ranking”.
Num sistema de avaliação não há necessidade de se
competir, de se classificar, mas sim de apresentar a
perspectiva de um aprendizado colaborativo, onde
todos podem aprender uns com os outros. Desta forma, ainda, a avaliação não tem seu papel apenas no
campo do conhecimento, mas deve ter a perspectiva
de mediar habilidades e atitudes, tão essenciais na
formação em saúde. Nesta lógica, a instituição troca
seu papel de certificação para ser um espaço de real
colaboração entre seus atores (professores, alunos,
funcionários). A avaliação deveria ter como grande
meta, a garantia do aprendizado. Nesta dimensão não
há aprovados e muito menos reprovados; o sentidochave do processo é de o aluno, a partir de sua elaboração crítica, apoiado pelo professor, conseguir descobrir o que efetivamente aprendeu. A avaliação
como atividade-fim do processo educativo, como estamos acostumados a vivenciar, tem pouca contribuição para a formação crítica e reflexiva do estudante,
somente servindo para distanciar o professor do estudante. Como o papel do professor na maioria das
vezes é o de juiz, sua aproximação ao aluno pode ser
confundida com favorecimento assim como seu distanciamento, com perseguição. Para esta elaboração,
é fundamental a compreensão do professor como
pesquisador, fazendo que o momento pedagógico da
aula copiada, repetida, seja substituído pela autoria
compartilhada, fazendo com que ambos cresçam no
processo de aprendizagem. Para que o estudante possa aprender a aprender é fundamental que ele esteja
estimulado pela busca, residindo no professor a responsabilidade fundamental de contribuir para o crescimento permanente do estudante, substituindo-se
seu papel de juiz (aprovado/reprovado) pela de sujeito aliado à descoberta, com competência política
na construção da autonomia sua e do aluno, também
beneficiado pelo novo conhecimento produzido.
Biossegurança: a experiência da FOUSP
no ensino de graduação em âmbito
interprofissional
Apresentador: Mayra Monteiro de Oliveira
Autores: Mayra Monteiro de Oliveira, Bonnie Taylor
Gomes Escudero, Rosemary Fracolli,
Oswaldo Crivello-Junior
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
Revista da ABENO • 8(1):32-96
Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
N
este estudo visualizaremos as possibilidades de
interação entre Odontologia e Enfermagem na
clínica de graduação da Faculdade de Odontologia
da USP (Rev. ABENO 2007) mostraremos nesta oportunidade os avanços e dificuldades observadas durante esse processo. Levando–se em consideração da
insipiência da integração entre essas duas profissões
no ensino de graduação, exceto em âmbito hospitalar,
vimos que algumas vertentes podem surgir para o
aluno de graduação. Dividiremos em 3 tópicos com
um exemplo para cada um deles: 1. Comportamental:
o aluno pode começar a entender que o fato de existir uma Enfermeira na clínica não o exime, ou o profissional diplomado no caso, de responsabilidades
sobre a medicação do paciente. O Enfermeiro só
pode medicar o que lhe é prescrito, independente da
natureza da medicação. Da mesma forma são os procedimentos em casos de urgências não odontológicas.
A responsabilidade é do Cirurgião-Dentista, diagnosticar e tratar e, se necessário, acionar a Enfermagem
para as medidas que lhe são de sua competência. 2.
Cognitivo: a Enfermagem pode colaborar de forma
importante no ganho cognitivo do aluno de graduação. O enfoque em relação à biossegurança, pelo extenso aprendizado para ambientes assépticos, proporciona um aumento do conhecimento tanto em
relação ao aluno, como também influência o corpo
administrativo da clínica odontológica. Isso pode ser
observado em ações de proteção e prevenção de infecções. em uma clínica onde são atendidos vários
pacientes, sendo vital o conhecimento sobre as técnicas de limpeza, de áreas com maior ou menor risco
de infecção e as informações relacionadas, por exemplo, à segurança biológica, infecção cruzada, métodos
eficazes de esterilização e desinfecção, riscos ocupacionais bem como eliminação adequada dos resíduos
sólidos de serviços de saúde. Foi verificado o desconhecimento dos funcionários da equipe de limpeza
que atuam na Clinica Odontológica da FOUSP, em
relação à seqüência de limpeza da clínica, limpeza do
chão, utilização de EPI, limpeza dos materiais utilizados para limpar a clinica e as diferentes substâncias
utilizadas nas diferentes superfícies, bem como em
relação à forma como se deve limpar o chão.Já o conhecimento dos alunos em relação a biossegurança
é crescente ao evoluir no curso. 3. Procedimental: nas
práticas de ensino em BLS ( basic life support) ou
ACLS (advanced cardiac life support), e nas práticas
adequadas de administração de medicações IV ou IM
em algumas disciplinas. Resistências de diversas naturezas ocorrem: 1. Profissionais não preparados ade-
quadamente mas que possuem cargos de responsabilidade, quepor desconhecimento das ações da
enfermagem acabam dificultando a atuação legal da
enfermeira. 2. Desconhecimento do campo de competência a de atuação do profissional de Enfermagem.e suas possibilidade de interagir com o graduando de Odontologia. Conclusão: as possibilidades
de interação de uma profissional de formação superior em Enfermagem podem otimizar os conhecimentos cognitivos, comportamental e procedimental, mas existe a necessidade de compreensão clara
das competências e limites deste profissional. A Enfermagem é uma profissão em que se abre um leque
de opções de atuação, porém é importante que não
se perca o foco de atuaçãodeste profissional junto a
uma instituição de ensino de Odontologia.
Blog como ferramenta educacional na
Odontologia: experiência da Bioquímica
Oral
Apresentador: Emily Ganzerla
Autores: Fernando Neves Nogueira, João Humberto
Antoniazzi, Mary Caroline Skelton Macedo
Instituição: FOUSP
D
e acordo as Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN), os egressos de Odontologia devem ser
capazes de se educar continuadamente mantendo o
espírito crítico, mas aberto a novas informações. O
uso de tecnologias computacionais na educação colabora na aprendizagem e promove a inclusão digital.
Atualmente 32% da população do Brasil têm acesso
à Internet, dos quais 41% buscam atividades educacionais. A disponibilização de conteúdos por professores e alunos promove a democratização do conhecimento e favorece novas metodologias de
ensino-aprendizagem. Na Odontologia, a Internet
pode ser usada de inúmeras maneiras: ferramenta de
ensino na graduação, pós-graduação, reciclagem do
conhecimento dos CD e ACD, discussões de casos
clínicos e esclarecimento da população. Na FOUSP
foi aplicado um questionário a 18 alunos da disciplina
optativa de Bioquímica Oral, constatando interesse
pela publicação dos conteúdos na Internet e participação em atividades complementares virtuais. Com
base nos resultados, criou-se um blog (ferramenta de
publicação de conteúdo sem a necessidade de conhecimento de linguagem de programação) sobre saliva.
O blog consiste num diário virtual, com a publicação
de conteúdos em blocos cronológicos, além de ser
serviço gratuito. Como ferramenta de ensino se mos-
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
tra atraente por apresentar recursos como a publicação e administração de conteúdos pelo professor e a
possibilidade de inclusão de links, fotos, arquivos e
comentários pelo estudante. Por ser ferramenta de
fácil desenvolvimento, todo professor pode utilizá-la.
O objetivo foi principalmente o envolvimento dos
alunos na construção dos conteúdos, sendo que após
a aula ministrada, o aluno pôde postar comentários
críticos, além de publicar relatórios visando divulgar
o material desenvolvido na aula prática. Para que se
cumpram integralmente os objetivos propostos nas
Diretrizes Nacionais é necessário que se busque alternativas educacionais viáveis e de interesse dos alunos
dentre as que a Internet oferece: o blog é uma ferramenta que atende a esses parâmetros.
Características pós-graduação lato
sensu em Odontologia no Brasil
Apresentador: Maria Goretti Queiroz
Autores: Maria Goretti Queiroz, Claudio Rodrigues
Leles
Instituição: Universidade Federal de Goiás
E
m 1978 Tabacof realizou um levantamento sobre
a pós-graduação realizada nas Instituições de
Ensino Superior (IES) no Brasil. Constatou que havia
38 cursos de especialização sendo realizado no Brasil
majoritariamente nas estaduais paulistas. Na literatura consultada o Curso de Especialização em Saúde
Pública para Dentistas –USP, em 1958, parece ter sido
o primeiro curso desta modalidade realizado no Brasil, seguido do de Patologia Bucal na UFRJ em 1961.
Em janeiro de 2007 o INEP publicou o resultado de
um levantamento da pós-graduação lato senso nas
IES brasileiras onde constatou a baixa existência de
cursos a distância, a concentração dos cursos na região sudeste e nas instituições privadas. Esta pesquisa tem como objetivo mapear os cursos de pós-graduação em odontologia lato sensu realizados no
Brasil. Para tanto foram tabulados os dados disponíveis no sitio do CFO dos cursos encerrados até abril
de 2008 realizados nas IES e entidades da categoria.
Os dados coletados identificaram a instituição, especialidade, ­lo­calidade, ano de início e foram tratados
estatisticamente no programa SSPS. Observou-se que
os cursos são oferecidos majoritariamente nas instituições da região sudeste, seguindo a tendência da
distribuição dos cursos de graduação. Dos cursos
ofertados 67,9% o são em IES. Destaca-se a atuação
da Associação Brasileira de Odontologia (ABO) na
oferta dos ministrados por entidades da categoria..
54
As especialidades mais ofertadas em ambas as instituições são o de endodontia, seguido de odontopediatria e periodontia (nas entidades) e os de prótese
dentária (nas IES). Os cursos da área do diagnóstico
correspondem a 6,6% dos cursos ofertados pelas IES
e 3,6% pelas entidades da categoria, sendo que um
terço deste total foram cursos de radiologia. Os cursos de saúde coletiva são ofertados mais pelas entidades da categoria (2,9%) do que pelas IES (1,9%).
Estes dados apontam para uma tendência destes cursos de formação para o mercado. A ABENO por meio
de seu programa de aperfeiçoamento de pessoal docente concedeu, subsidiado pela Fundação K.W.
Kellogg, 77 bolsas para cursos de especialização entre
1956 a 1962. Neste contexto estes cursos eram incentivados como forma de melhorar a qualidade do ensino de graduação. O exercício da docência apenas
com cursos de especialização ainda se constitui como
uma possibilidade de ingresso no mercado de trabalho, principalmente nas IES particulares. Desde 1972
o CFO controla a oferta dos cursos de especialização
com legislação própria com ação similar a do MEC.
No entanto, este mecanismo não consegue garantir
qualidade dos programas e distribuição de acordo
com as necessidades locais. Conhecer esta realidade
contribui para pensar uma política de formação profissional que contemple os eixos norteadores apontados pela Portaria Interministerial nº 45, de 12 de
janeiro de 2007.
Ciências Odontológicas Articuladas:
transpondo dificuldades para
transformar o ideal da assistência
integrada em realidade
Apresentador: Veridiana Salles
Autores: Cláudia Borges Brasileiro, Keli Bahia
Felicíssimo Zocratto, Patrícia Vieira dos
Santos, Veridiana Salles
Instituição: Centro Universitário Newton Paiva
O
objetivo deste trabalho é apresentar a experiência das clínicas articuladas do curso de Odontologia do Centro Universitário Newton Paiva (CUNP).
O eixo norteador do Projeto Pedagógico do curso é
a construção de um modelo de atendimento integral
e integrado realizado nos conteúdos de Ciências
Odontológicas Articuladas (COAs). Entende-se que
a articulação de conteúdos distintos permite a formação de um cirurgião-dentista generalista, competente
técnica e cientificamente. A vivência prática simultânea de diversos conteúdos proporciona ao aluno a
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
percepção da interface de diversas áreas. Esta nova
mentalidade na área de atenção à saúde rompe com
o modelo tradicional e fragmentado, permitindo ao
acadêmico oferecer um atendimento global ao paciente, respeitando seus anseios, seu estado de saúde
geral e considerando sua realidade cultural, social e
econômica. As dificuldades enfrentadas pelo corpo
docente multiprofissional, fruto da formação especialista, na atuação em clínicas articuladas são acompanhadas diretamente pela coordenação de curso. Reuniões de calibração e grupos de discussão entre os
professores de diversas especialidades são periodicamente realizados para a troca de experiência entre o
corpo docente, o estabelecimento de protocolos e a
padronização de condutas nas clínicas. Sanar as dificuldades da associação das necessidades dos pacientes às competências e habilidades dos acadêmicos e à
sistemática de funcionamento das clínicas também
requer o envolvimento dos discentes e setor administrativo. A cada período há uma complexidade crescente dos procedimentos realizados acompanhando
a construção do conhecimento dos discentes ao longo de sua trajetória acadêmica. Preferencialmente,
pacientes e alunos seguem juntos ao longo do curso
para uma seqüência do atendimento e fortalecimento da relação aluno-paciente, tornando o atendimento mais humanizado. No entanto, este elo poderá ser
rompido em benefício do processo de aprendizagem
quando se observa, através de um relatório mensal, a
não execução de procedimentos-chaves específicos
de cada período. Este relatório, gerado pelos docentes com auxílio dos alunos, registra toda a produção
qualitativa e quantitativa de cada discente e permite
o monitoramento do processo de encaminhamento
de pacientes pelo setor administrativo de forma a suprir as necessidades acadêmicas. Desta forma, devido
à complexidade que envolve o aprendizado com a
oferta de um serviço, em conteúdos articulados, torna-se imperativa a participação efetiva do setor administrativo, coordenação de curso e professores e o
estímulo da co-responsabilidade dos alunos no processo de acompanhamento de sua atuação para que
haja excelência no processo de aprendizagem.
Clínica odontológica interdisciplinar:
integrando ensino, pesquisa e extensão
Apresentador: Neilor Mateus Antunes Braga
Autores: Neilor Mateus Antunes Braga, Leandro
de Melo, Altair Soares de Moura, Manoel
Brito Júnior
Instituição: Faculdades Unidas do Norte de Minas Funorte
A
indissociabilidade das práticas de ensino, pesquisa e extensão favorece a aproximação entre teoria e prática, fator essencial para a conquista de objetivos educacionais. Além disso, as atividades de
pesquisa e extensão associadas ao ensino podem propiciar o desenvolvimento de competências que conduzem à formação acadêmica de maneira mais adequada para o pleno exercício profissional. Neste
contexto, a prática odontológica interdisciplinar assume grande importância, uma vez que possibilita aos
alunos a habilidade de realizarem diagnósticos e tratamentos clínicos de forma abrangente, objetivando
preservar a integridade da saúde bucal, ao mesmo
tempo em que procura estabelecer a responsabilidade pela formação social dos futuros profissionais. Assim, a articulação de conteúdos de áreas especializadas da odontologia é algo que resulta em benefícios
tanto para o paciente como para o estudante, uma
vez que melhora sensivelmente sua aprendizagem, já
que se habitua a observar o paciente de forma global,
executando os procedimentos clínicos necessários,
tendo controle permanente da evolução do tratamento. O presente trabalho tem como objetivo apresentar
um dos projetos de extensão do Curso de Odontologia das Faculdades Unidas do Norte de Minas – FUNORTE, a clínica odontológica interdisciplinar avançada. Esta atividade de extensão tem como
balizadores a promoção, prevenção e recuperação da
saúde bucal, além do controle pós-operatório dos
procedimentos realizados, no âmbito de um contexto
clínico interdisciplinar articulado, propiciando concomitantemente ações integradas de ensino, serviço
e pesquisa. Os eixos norteadores são ações clínicas e
de pesquisa nas áreas de clínica odontológica, oportunizando a participação dos discentes e dos docentes
em atividades junto à comunidade. O foco inicial do
atendimento é a Casa do Menor de Montes Claros-MG
(CEZENA) com público alvo de aproximadamente
80 pessoas, onde o atendimento respeita as necessidades de cada caso clínico, procurando integrar os
conhecimentos, as habilidades e os valores adquiridos
ao longo do curso, de modo a proporcionar ao paciente o atendimento integral das necessidades evidenciadas. Este atendimento está sendo baseado nas
seguintes etapas: exame inicial com o objetivo de se
realizar um correto diagnóstico; discussão de cada
caso clínico com o corpo docente interdisciplinar e
demais graduandos, com o objetivo de elaborar um
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planejamento mais adequado; execução do planejamento pré-estabelecido; após a finalização do tratamento, apresentação dos casos clínicos, em forma de
seminário, com o objetivo de promover discussão entre o corpo docente multidisciplinar e demais graduandos; controle pós-tratamento e coleta de dados
para pesquisas. Esta atividade de extensão permite o
desenvolvimento do ensino, favorecendo a capacitação do discente, ao promover a articulação de conteúdos essenciais para a formação generalista do graduando, e ao mesmo tempo em que aguça sua
sensibilidade humanística.
Como agem e reagem os alunos do ciclo
profissional do curso de graduação da
FOP-UPE em situação de prova
Apresentador: Nelson Rubens Mendes Loretto
Autores: Nelson Rubens Mendes Loretto, Arnaldo
de França Caldas Junior, Eliane Helena
Alvim de Souza, Maria do Socorro Orestes
Cardoso
Instituição: Faculdade de Odontologia de
Pernambuco
A
valiar, para alunos e professores, é, muitas vezes,
o verbo do medo. Para Bloom (1983) o grande
mérito da avaliação está na ajuda que ela pode dar ao
aluno em relação à aprendizagem da matéria e dos
comportamentos, em cada unidade de aprendizagem. As pesquisas de Scouller; Prosser (1994) e Scouller (1998) destacaram que os processos de avaliação
utilizados em sala de aula influenciam a maneira pela
qual os alunos estudam e aprendem os conteúdos de
aula. O objetivo foi avaliar se o sexo, a idade e o período do curso do aluno de odontologia influenciam
diferentes comportamentos durante a realização de
prova. Um questionário com 17 situações relacionadas à prova foi aplicado a uma amostra que correspondeu a 30% dos alunos matriculados no ciclo profissional do curso de Odontologia. Os dados coletados
foram lançados no software estatístico SPSS versão
13.0 e a associação entre as varáveis foi testada com o
Teste Exato de Fisher. O grupo amostral predominantemente feminino (68,1%), com idade entre 19 e 23
anos (66,4%) e cursando entre o 7º e 9º período
(61,9%), mostrou que a opção “quase nunca” foi majoritária nas respostas da amostra (54,0%) sendo sua
maior ocorrência na situação “prefiro as provas orais
às provas escritas” (71,7%), enquanto a opção “quase
sempre” teve sua maior ocorrência na situação “a
questão tempo é fator importante para meu desem56
penho em prova” (61,9%). A associação entre as variáveis e as situações foi mais forte para a variável
“período cursado”, que influenciou em um número
grande de respostas. As variáveis sexo e idade dos
alunos não estiveram fortemente associadas com os
comportamentos em momento de prova, por outro
lado, o período do curso influenciou fortemente as
respostas, apontando para a necessidade de investigação dos possíveis fatores causais dos comportamentos encontrados.
Conceitos docentes sobre a formação de
um cirurgião-dentista generalista
Apresentador: Cristine Maria Warmling
Autores: Cristine Maria Warmling, Fransisco Avelar
Bastos, Alexandre Emídio, Márcia Pedroso
Instituição: Ulbra - Campus Cachoeira do Sul
A
s políticas públicas nacionais tanto da área da
educação como da saúde têm se aproximado
com o intuito de fazerem cumprir suas diretrizes
maiores (Lei de Diretrizes e Bases da Educação e as
Leis Orgânicas da Saúde). As orientações das políticas
educacionais de formação dos cirurgiões-dentistas
propõem a constituição de novos percursos curriculares aos cursos de odontologia para que assim os
mesmos possam dar conta de formar perfis profissionais generalistas, mais adequados à realidade do processo de trabalho exigido pela atenção básica em
saúde bucal no Sistema Único de Saúde. Mas essa é
uma política de formação profissional ainda muito
incipiente e que carece de consensos de seus atores
em torno de como formar esses profissionais. Objetivou-se levantar conceitos, praticados pelos docentes
de um Curso de Odontologia, sobre a formação generalista, e discuti-los tendo como referencial teórico
a perspectiva da saúde bucal coletiva. Através de uma
pergunta aberta direcionada aos docentes do curso
identificou-se alguns conceitos orientadores de suas
práticas docentes voltadas para a formação de cirurgiões-dentistas generalistas. Para a interpretação dos
dados que as respostas traziam foram destacadas áreas temáticas centrais que se repetiam com maior freqüência nas respostas. A partir do desenho desse
mapa conceitual procedeu-se a discussões pertinentes. As discussões das temáticas trazidas pelas respostas possibilitaram pensar como está se produzindo
uma nova identidade profissional para o cirurgiãodentista no percurso de formação de um curso de
odontologia em consonância com as políticas públicas. Os dados ainda preliminares apontados pela pes-
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
quisa identificam temáticas centrais que se apresentam mais recorrentes nas preocupações dos docentes,
e que se presume serem alvo de seus enfoques técnicos, políticos e pedagógicos, tais como: possibilitar
um sólido conhecimento básico técnico de cada área
de atuação do cirurgião-dentista, encaminhar a necessidade de atenção especializada, reconhecer a integralidade do paciente, praticar a interdisciplinaridade, priorizar diagnóstico e plano de tratamento,
compreender a realidade social e epidemiológica do
paciente, assim como atuar na preservação da sua
qualidade de vida. Mais raras são as respostas que
trazem a importância de que o processo de formação
do generalista, tanto na perspectiva do docente como
do discente, deve estar sendo balizado constantemente no próprio Projeto Político Pedagógico do curso.
da técnica, apesar de os professores reconhecerem a
necessidade de incorporar o conhecimento humanístico e ético na formação dos alunos. Esses dados revelam a necessidade de ampliar as discussões acerca
das mudanças curriculares em andamento - em virtude de o curso participar do Pró-saúde - para favorecer,
de fato, a implantação das Diretrizes, em busca do
respeito pela dignidade do paciente e da abordagem
integral do processo saúde-doença.
Contribuição à formação integral do
graduando em Odontologia em busca
do respeito à dignidade do paciente
e da abordagem integral do processo
saúde-doença
Apresentador: Cilene Rennó Junqueira
Autores: Cilene Rennó Junqueira, Dalton Luiz de
Paula Ramos
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
O
D
e acordo com as Diretrizes Curriculares, a formação dos graduandos da área da saúde prevê
a incorporação da dimensão ética e humanística nos
currículos dos cursos. Entretanto, ao longo dos anos,
essa preocupação tem sido restrita às disciplinas de
Deontologia, cujo foco é a apresentação dos códigos
de conduta que regulam essas profissões. Este estudo
tem o objetivo de fazer um estudo qualitativo, por
meio da etnografia (Lüdke & André, 2005), sobre o
curso de Odontologia da FOUSP para verificar se os
professores contribuem para a formação humanística, ética e social dos graduandos. Para isso, foram
realizadas entrevistas com docentes do curso, bem
como foi realizada análise documental (cronogramas
e ementas das disciplinas) e de estudos anteriores
realizados na Instituição para identificar qual a contribuição dos docentes para essa formação humanística. As entrevistas foram realizadas após aprovação
do CEP da Instituição, gravadas e transcritas Os dados
foram analisados por meio da etnografia para descrever de maneira holística e reflexiva a realidade do
curso. Os dados obtidos (pela análise documental e
das entrevistas) revelam a forte influência do ensino
Contribuição do Estágio de Férias da
UFSC para a formação profissional
humanizada, social e integrada
Apresentador: Marianella Aguilar Ventura Fadel
Autores: Marianella Aguilar Ventura Fadel, Arno
Locks, Ana Paula Soares Fernandes
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
Estágio Clínico de Férias é realizado com alunos
e professores do Curso de Graduação em Odontologia em concordância com o calendário escolar da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Esta
atividade visa capacitar os acadêmicos participantes
em atividades clínicas gerais básicas, como Dentística,
Periodontia, Endodontia, Exodontia, Pequenas Cirurgias, Profilaxias, Aplicações de Selantes e de Flúor
Tópico, Confecção de Placas Mio-relaxantes, Reparos
e Confecções de Próteses Provisórias e Atendimento
de Urgências Odontológicas. Para os alunos, é uma
excelente oportunidade de treinamento de práticas
clínicas odontológicas generalistas, além de apresentar-se como uma oportunidade de contato e interação
com outros alunos e com professores oriundos de
diferentes disciplinas. Para os professores, esta vivência exige versatilidade de clínicos generalistas, pois,
são profissionais com abordagens e condutas diferentes e específicas de acordo com sua especialidade,
vivenciando o cotidiano de uma prática multidisciplinar. Este processo de aprendizagem é enriquecedor,
pois, ao trabalhar em equipe, é necessário lidar com
diferenças. Ao possibilitar este encontro ocorre um
salto qualitativo nas relações entre alunos e professores, pois é um excelente exercício de aprendizagem,
de troca de experiências e saberes, e também de humildade, pois sempre há o que aprender e ensinar. O
Estágio de Férias é uma experiência rica pela diversidade, que solidifica conhecimentos prévios, permite
ampliá-los e vislumbrá-los sob diferentes perspectivas.
Além do exercício da prática clínica integrada, são
fortalecidos aspectos relevantes como a prática clínica humanizada e comprometida com os aspectos so-
Revista da ABENO • 8(1):32-96
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
ciais valorizando organização, segurança, agilidade,
raciocínio e autonomia para tomada de decisões. O
trabalho em equipe multidisciplinar propicia a integração das diversas disciplinas favorecendo uma prática odontológica integral, e que na prática do Estágio
de Férias formam um conjunto harmonioso e em
concordância com as Novas Diretrizes Curriculares
para os Cursos de Odontologia.
Desenvolvendo as competências
específicas das Diretrizes Curriculares
Nacionais em Odontologia: uma proposta
Apresentador: Lídia Morales Justino
Autores: Lídia Morales Justino, Marcos Aurélio
Maeyama, Raphael Nunes Bueno
Instituição: Universidade do Vale do Itajaí
I
ntrodução: As Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN’s) para a Odontologia estabeleceram um
novo perfil para o cirurgião dentista a ser alcançado
através do desenvolvimento de competências específicas. A formação deve contemplar o sistema nacional
de saúde e o Pró-Saúde (2005) que tem por objetivo
a reorientação da formação com abordagem integral
do processo saúde doença e ênfase na atenção básica.
As DCN’s apontam que os conteúdos essenciais para
a formação do cirurgião dentista distribuem-se em
três grandes grupos: a) Ciências Biológicas e da Saúde (CBS); b) Ciências Humanas e Sociais (CHS); e c)
Ciências Odontológicas (CO). Materiais e métodos:
A implantação de nova matriz curricular do curso era
um dos objetivos indicados no projeto enviado ao
Edital PRÓ-SAÚDE em 2005. As discussões da comissão de implantação da nova matriz incluíram a importância do atendimento às DCN’s e às recomendações do Pró-Saúde. Neste trabalho, ancorou-se na
disciplina de Saúde Coletiva a responsabilidade de
desenvolver alguns desses conteúdos, com a finalidade de atingir/ampliar os três vetores do pró-saúde:
orientação teórica, cenários de prática e orientação
pedagógica, aliados à excelência técnica. As competências foram distribuídas nos grupos: ciências biológicas e da saúde, humanas e sociais e odontológicas
(CBS, CHS e CO). A proposta foi apresentada à comissão como uma estratégia para atingir mudanças
na formação e será acrescida a outras alterações na
matriz que estão sendo conduzidas. Resultados: a)
CHS (competências I, II, III, IV, V, VII, VIII, X, XI,
XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVIII, XIX, XX, XXI, XXIII,
XIV, XXVI, XXVII, XVIII, XXIX); b) CO (competências VII, IX, XII, XIII, XIV, XVI, XXIII, XXV, XXVI);
58
A competência VI refere-se ao conhecimento de metodologia científica e as competências XVII, XXII,
XXX estão relacionadas às atitudes posteriores à formação, não sendo classificadas em nenhum dos grupos. Discussão: Os conteúdos das CBS servem de base
e remetem para as competências específicas. A categorização por grupo é no sentido de responsabilizar
pela abordagem teórica dos conteúdos. A materialização das competências deve se dar pelo conjunto do
curso, reforçando os conhecimentos, habilidades e
atitudes desejáveis e recomendadas ao sujeito em formação. O grupo das CHS é o que inclui o maior número de competências, num total de 24, sendo que
22 são responsabilidade da saúde coletiva, colocandoa como âncora para atingir o perfil almejado. Síntese
Propositiva: Tendo como eixo integralidade e atenção
primária, sugere-se para a disciplina de saúde coletiva
as seguintes temáticas: Abordagem integral do processo saúde-doença; Políticas públicas de saúde no
Brasil; Sistema único de saúde; Atenção primária à
saúde; Trabalho com a comunidade; Promoção da
saúde; Educação em Saúde; Trabalho em equipe e
interdisciplinaridade; Participação social; Visita domiciliar; Vigilância em saúde; Territorialização; Planejamento local em saúde; Risco e vulnerabilidade;
Acolhimento; Gerenciamento dos serviços de saúde;
Sistema de referência e contra-referência; Epidemiologia; Ciclo vital das famílias e Saúde bucal; Cárie
dental e doença periodontal (determinantes e formas
de enfrentamento). As temáticas sugeridas trabalharão preferencialmente na orientação teórica, com sua
efetivação articulada aos cenários de prática que prioritariamente deverão estar nas comunidades.
Diretrizes Curriculares Nacionais para
o ensino de graduação em Odontologia:
uma análise dos artigos publicados na
Revista da Abeno, 2002-2006
Apresentador: Maria Inês Barreiros Senna
Autores: Maria Inês Barreiros Senna, Maria de
Lourdes Rocha de Lima
Instituição: UFMG- Faculdades de Odontologia e
Educação
U
ma dimensão importante das políticas de educação superior, na última década no Brasil, foi
a articulação da política de expansão do atendimento
à demanda pelo ensino superior com a adoção de um
sistema de avaliação e as propostas de flexibilização
curricular dos cursos de graduação. O processo de
discussão sobre as mudanças dos currículos mínimos
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dos cursos de graduação foi iniciado pela SESu/MEC
em dezembro de 1997. As DCN para os cursos de
graduação em Odontologia se encontram em vigência desde 2002. O processo de flexibilização curricular passa a ser entendido como uma estratégia de
mudança no modelo vigente de formação de cirurgiões-dentistas, quer pela sua inadequação frente tanto
aos interesses do mercado e às mudanças exigidas
pelo processo de trabalho em saúde como aos interesses e necessidades sociais da grande maioria da
população brasileira. Neste contexto, o objetivo desse estudo é contribuir com o debate sobre as reformas
curriculares para os cursos de Odontologia, buscando
identificar as tendências das análises, as críticas, as
questões mais relevantes apontadas pelos autores/
pesquisadores sobre o processo de implementação
das DCN. Trata-se de um estudo exploratório de natureza qualitativa. Foram analisados 15 artigos publicados sobre as DCN, no período de 2002 a 2006, na
Revista da ABENO. Os artigos selecionados foram
lidos e classificados em categorias, a partir de sua abordagem da temática, no sentido de identificar a posição dos autores. As categorias criadas foram as seguintes: O discurso do Ministério da Saúde-MS- (02
artigos); Recomendações oficiais da ABENO (03 artigos); Análises acadêmicas das políticas de saúde e
de educação superior (03 artigos); Organização curricular dos cursos de Odontologia (02 artigos);Estágios
Supervisionados (05 artigos). Apesar da abordagem
distinta de determinadas dimensões das DCN para os
cursos de graduação em Odontologia, os artigos mostram uma certa convergência com relação às suas
propostas de enfrentamento dos problemas, ou seja,
a ressignificação do papel da universidade, do ensino
de graduação na formação de profissionais de saúde.
A construção /implementação das DCN para os cursos de graduação em Odontologia no Brasil está associada de um lado à reestruturação produtiva do
capitalismo global, particularmente à acumulação
flexível e à flexibilização do trabalho. Por outro lado,
se insere na luta da universidade pela reconquista de
sua legitimidade social e pela consolidação do Sistema
Único de Saúde em consonância com as necessidades
sociais da maioria da população brasileira. Assim, o
processo de implementação das DCN é um campo
em disputa, por isso, nos cabe perguntar: Qual é a
direção que a implementação das DCN dos cursos de
Odontologia tomará?
Diretrizes Curriculares Nacionais:
diagnóstico do curso de graduação da
Faculdade de Odontologia de Bauru-USP
Apresentador: Nilce Emy Tomita
Autores: Odair Bim Júnior, Jesus Carlos Andreo,
Nilce Emy Tomita
Instituição: Faculdade de Odontologia Bauru-USP
N
o Brasil, o campo de estudo da crise da classe
odontológica bem como da Odontologia enquanto área da saúde tem encontrado justificativas
em diferentes âmbitos, sendo um dos mais explorados
a necessidade da reestruturação curricular das Instituições de Ensino Superior. O presente trabalho utiliza dados da Oficina ABENO 2006, visando averiguar
o estágio de implementação das Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em odontologia e as possibilidades de mudanças na educação
odontológica dentro do Curso de Odontologia da
Faculdade de Odontologia da USP – Bauru. Em maio
de 2006, um grupo de 46 participantes, composto em
sua maioria por docentes da Faculdade de Odontologia de Bauru e representando 61,4 % dos professores do curso de odontologia da instituição, serviu de
base para uma atividade em que se questionou a sintonia com o paradigma da integralidade no ensino
superior, através da utilização de um instrumento
prospectivo de análise, o qual se torna a matéria-prima deste trabalho. Com base na proposta de Campos
et al. (2001), são abordados aspectos da formação
profissional que tangem a viabilização de inovações
e transformações curriculares referidas como elementos-chave para a formação de um profissional
compromissado com os interesses coletivos e com a
construção de consciência crítica, a fim de que se
atendam às demandas de saúde da população. Os
resultados mostraram que somando os valores de
cada vetor, obtém-se a pontuação de 15,0, o que permitiu concluir que este curso apresenta-se em fase de
inovação incipiente.
Diversificando os cenários de
aprendizagem – relato de meio século
de experiência
Apresentador: Luiz Fernando Lolli
Autores: Luiz Fernando Lolli, Suzely Adas Saliba
Moimaz, Nemre Adas Saliba, Clea Adas
Saliba Garbin
Instituição: Faculdade de Odontologia de
Araçatuba - UNESP
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A
inserção de acadêmicos dos cursos da área da
Saúde nos diferentes cenários de práticas é fundamental para a formação de profissionais críticos,
capazes de tomar decisões e de agir como transformadores da realidade. A lógica de “conhecer para
atuar e atuar para mudar”, tem recebido especial destaque governamental nos últimos anos por meio de
investimentos em programas de fortalecimento do
Sistema Público de Saúde. Com base nisso, bem como
nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN), as Instituições de Ensino Superior têm-se estruturado visando aproximação dos discentes à realidade da população. O objetivo desse trabalho foi realizar um
levantamento histórico de ações, projetos e programas desenvolvidos ao longo de 50 anos da FOA Unesp. Foi realizada uma pesquisa descritiva, documental, na qual foram analisados: relatórios, fotos,
slides, banco de dados, artigos publicados, documentos oficiais, entrevistas com docentes, ex-alunos, servidores e visitas aos locais onde ocorreram e ocorrem
os programas de saúde. Como resultados verificam-se
vários programas desenvolvidos com ampla atuação
em cenários distintos daqueles das clínicas tradicionais, destacando-se, dentre outros: “Campanha dos
Bons Dentes”, “Campanha de Construção de Filtros
Caseiros”, “Campanha para Construção de Poços e
fossas”, “Programas Regional e Municipal de Educação em Saúde Bucal”, “Participação de Atividades em
Campus Avançados de Humaitá e Jacupiranga”, “Serviço Extramural Odontológico (SEMO)”, “Programa
de Atenção à Gestante”, “Promoção de Saúde Bucal
nas escolas municipais de educação infantil” e “Programa de Saúde Bucal do Idoso”, “Formação de conselheiros municipais de saúde” e “Capacitação de
agentes comunitários e equipes do Programa de Saúde da Família no estado de São Paulo (SP)”. As atividades desenvolvidas acompanharam a evolução do
saber científico na área de Odontologia e contexto
sócio-político do país, desde o Sanitarismo Campanhista até o surgimento do SUS. O conceito ampliado
de saúde, hoje muito consolidado, já era contemplado na prática quando se realizaram as campanhas
para construção de poços, fossas e filtros caseiros,
considerando, além dos aspectos odontológicos, outros intervenientes no processo de produção das doenças. Após a criação do SUS, a FOA-Unesp voltou
seus esforços também para programas de consolidação do controle social, com atividades de formação
de conselheiros e ações de promoção de saúde com
os programas de extensão e capacitação de agentes
de saúde. Desde a criação do SEMO, quando a odon60
tologia da época estava focada no atendimento a
crianças, por meio do Sistema Incremental, a Unesp
já vislumbrava o princípio da universalidade, com
projetos voltados à mulher, ao trabalhador, ao índio
e mais recentemente aos idosos. Concluiu-se que ao
longo dos 50 anos, a área de saúde coletiva desenvolveu vários projetos, com resultados positivos na formação de profissionais sempre com integração da
Universidade aos serviços locais e comunidade.
Editais para contratação docente
como instrumentos importantes para a
implementação das DCN’s
Apresentador: Eduardo José Guerra Seabra
Autores: Eduardo José Guerra Seabra, Isabela
Pinheiro Cavalcanti Lima, José Ferreira
Lima Júnior
Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte
N
ão é tarefa das mais fáceis proceder mudanças
nas práticas de ensino que se encontram enraizadas na comunidade odontológica com intensidade
comparável a um traço cultural existente no meio, que
é o da super especialização profissional. Trata-se de um
nó crítico para a real implementação das Diretrizes
Curriculares Nacionais para a graduação em Odontologia. Além do exercício docente em todos estes anos
ter tido direcionamento ao qual não é estimulado atualmente, não existe um parâmetro definido por qualquer entidade oficial no tocante a como o preparo dos
docentes quando no momento de suas pós-graduações
pode contribuir para este fim. Vale observar que a LDB
já está em vigor a 12 anos da escrita deste documento
e as DCN’s contam com 06 anos de existência. As faculdades de Odontologia devem desempenhar papel
fundamental no desenrolar deste processo através das
seleções para contratação de professores. Isso pode ser
facilmente conseguido se os trâmites e as etapas do
processo de seleção contemplarem conhecimentos
sobre normas e práticas pedagógicas que hoje são exigidos para a prática docente e sobre o perfil do profissional que ele deve ajudar a formar, além de conhecimentos sobre a LDB e as DCN’s. Somando-se a isto, os
editais dos referidos concursos podem ser mais abertos
quanto a área das pós-graduação a ser exigidos. Cobrando por exemplo em um edital para alguma disciplina clínica do curso: graduação em Odontologia +
mestrado em qualquer área odontológica + doutorado
(sem especificar nada sobre em que área de conhecimento), teremos como resultado uma maior abran-
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gência em perfis de candidatos onde um cuidadoso
processo seletivo detectaria aquele que preenche mais
adequadamente os requisitos necessários à docência
em Odontologia. Lembremos que, principalmente
nos estabelecimentos públicos de ensino, a contratação de um professor é um investimento aproximadamente para os próximos 30 anos, e a mudança de rumos nas práticas de ensino após sua contratação pode
por inúmeros fatores, se tornar-se um processo complicado, dificultando, limitando ou inviabilizando
toda a complexidade do funcionamento conjunto de
um curso de Odontologia no tocante à inserção que
se deve obter. Certamente, adaptações como esta proposta podem nos ajudar sobremaneira na transição
que estamos passando entre como fomos formados e
como devemos formar nossos alunos.
Estágio em Saúde Pública II: uma
experiência de ensino-aprendizagem
Apresentador: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi
Autores: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi, Vânia
Maria Aita de Lemos, Luísa Helena do
Nascimento Tôrres, Carlos Pilz
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande do
Sul - UFRGS
D
esde 2002, encontra-se em vigência a Resolução
CNE/CES 3, de 19/2/2002, que institui as Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Graduação em Odontologia a serem observadas na organização curricular das Instituições do Sistema de Educação
Superior do País. As Diretrizes Curriculares Nacionais
definem o objetivo do curso de Odontologia e o currículo de base nacional comum, a ser complementado
pelas instituições de ensino superior, com uma parte
diversificada capaz de refletir a experiência de cada
instituição e aos condicionantes do quadro regional
em que se situa. Sobre os estágios curriculares, o artigo 7o das diretrizes garante o desenvolvimento dos
mesmos de forma articulada, com complexidade crescente ao longo do processo de formação do cirurgiãodentista e sob supervisão docente. Este estágio tem o
objetivo de fomentar a relação ensino e serviços, ampliar as relações da universidade com a sociedade e
colocar o futuro profissional em contato com as diversas realidades sociais. Diante disso, a disciplina de Estágio em Saúde Pública II, do curso de graduação em
Odontologia da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul/UFRGS, se propõe a constituir uma experiência de ensino-aprendizagem através da qual se busca
que o estudante vivencie e analise criticamente o exer-
cício da prática odontológica ao nível da Saúde Coletiva, capacitando-o enquanto futuro trabalhador dessa
área a compreender e se posicionar em relação à conjuntura que cerca seu desenvolvimento. A disciplina
de Estágio em Saúde Pública II acontece no oitavo
semestre do curso de graduação em Odontologia da
UFRGS, possui uma carga horária de 12 horas/semanal, com 12 créditos. Aulas teóricas e atividades práticas (estágios) fazem parte da programação da disciplina. As estratégias utilizadas na parte teórica são: aulas
expositivas, leitura e discussão de textos, seminário,
oficina, dramatização. Cada aluno deve cumprir dois
turnos semanais de atividades práticas. Os locais de
estágio são: Brigada Militar, Escola de Saúde Murialdo,
Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Grupo Hospitalar Conceição/GHC. Atividades clínicas e de educação em saúde são desenvolvidas nos locais de estágio,
com ênfase para as atividades de educação em saúde.
A presença dos alunos parece provocar uma mudança
na rotina dos serviços onde acontece o estágio. Ao se
pensar a questão da realização dos estágios é preciso
perceber que há vários atores envolvidos, que possuem
realidades de vida e filosofias de formação muito diferentes, incluindo a própria concepção de saúde de
cada um. O estágio propicia, assim, uma mudança de
olhar sobre a prática, sendo um aprendizado para os
alunos devido à realização de um maior número de
atividades coletivas, trabalhando bastante nos níveis
de prevenção primário e secundário, tomando contato e adaptando-se à realidade da população, bem
como trabalhando com outros profissionais. Evidenciam-se as diferenças entre os serviços, e como trabalhar promoção de saúde em cada local. Há o desafio
de aliar as expectativas do serviço, da Universidade e
dos alunos. O estágio, apesar das dificuldades encontradas em cada local, tem sido extremamente positivo
para proporcionar ao aluno de Odontologia o conhecimento, o estabelecimento de vínculos e a análise
crítica dos processos de trabalho em Saúde Coletiva,
inter e transdisciplinarmente no âmbito do SUS.
Estágio supervisionado: sua influência
na formação do cirurgião-dentista de
acordo com as Diretrizes Curriculares
Nacionais
Apresentador: Andrea Palmier
Autores: Andrea Palmier, Ana Cristina Cotrim
Arantes, Rafaela da Silveira Pinto, Thaís C.
Vasconcelos Ramos
Instituição: UFMG
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A
s Diretrizes Curriculares Nacionais – DCN do
curso de graduação em Odontologia devem ser
adotadas por todas as Instituições de Ensino Superior – IES. Elas expressam as competências e habilidades necessárias ao cirurgião-dentista e definem
que o currículo tem base nacional comum a ser complementado pelas IES com uma parte diversificada,
capaz de refletir a experiência de cada instituição e
as imposições do quadro regional em que se situam.
Uma das maneiras das faculdades incorporarem estas novas ações é através do Estágio Supervisionado
– ES que tem como objetivos fomentar a relação
ensino-serviço, ampliar as relações da Universidade
com a sociedade e colocar o futuro profissional em
contato com as diversas realidades. Na Faculdade de
Odontologia – FOUFMG, o ES é realizado no nono
e último semestre letivo do curso, com carga horária
total de 315 horas. Dessas, 15 são de atividades teóricas e 300 de práticas na forma de Internato Rural
em cidades do interior ou em Centros de Saúde na
cidade de Belo Horizonte. O presente estudo buscou
avaliar a influência do ES da FOUFMG na formação
do estudante, tendo como referência as DCN, através da administração de um questionário antes e
após a realização do ES. O universo desta pesquisa
foi constituído pela turma do nono período do primeiro semestre de 2007. Foram recebidos 45 (91,8%)
questionários na primeira aplicação e 41 (83,7%) na
segunda. Os alunos consideraram que o ES contribui
para o aumento do nível de conhecimento sobre o
SUS e o PSF; da capacidade de realizar inquérito
epidemiológico, do desenvolvimento de ações de
prevenção, educação e promoção de saúde, da oportunidade de tomar decisões e adquirir segurança.
Os resultados indicam que o ES também exerce influência positiva na capacidade dos alunos para administração e gerenciamento de serviços odontológicos. Somente quanto à competência Habilidade e
Liderança a diferença obtida foi relativamente baixa, indicando influência menos expressiva neste
aspecto. Pelos resultados deste estudo, pode-se perceber que o ES exerceu influência positiva sobre o
universo de alunos pesquisado quanto à percepção
desses sobre sua capacidade de realizar atividades
relacionadas às competências e habilidades gerais
do cirurgião dentista descritas nas DCN. Considerando que o ES pode ser uma das melhores formas
de oferecer ao aluno a oportunidade de incorporação dessas competências e habilidades, sugere-se
que sejam feitos outros estudos que investiguem a
adequação do currículo de outras instituições às
62
DCN, devido à grande importância da adesão dos
cursos às mesmas para que a formação do profissional seja mais coerente com o sistema de saúde vigente no país, o mercado de trabalho e as necessidades
da população.
Estágios vivenciais obrigatórios sob a
ótica dos alunos graduandos
Apresentador: Mayra Monteiro de Oliveira
Autores: Aline Cristine Munhoz Lopes, Mayra
Monteiro de Oliveira, Maria Ercília de
Araújo, Oswaldo Crivello-Junior
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
T
radicionalmente, a formação cognitiva e procedimental nos cursos de graduação em Odontologia podiam ser complementados com atividades
intramuros. Essa possibilidade encoraja para que
atividades fora do ambiente universitário fossem fortemente estimuladas. As atuais Diretrizes Curriculares expressam a necessidade de que o aluno cumpra
um número expressivo de horas de seu curso em
outros cenários. Na FOUSP a fórmula encontrada
foi a criação de uma disciplina, ainda que formalmente situada no último semestre, permite ao aluno
realizar atividades de estágios, intra ou extra muros,
desde o primeiro ano do curso. Diferentes opções
são oferecidas aos alunos em um leque de possibilidades que tendem a situá-los em diferentes ambientes, como as Unidades Básicas de Saúde, ambientes
hospitalares, Ligas Acadêmicas, entre outros. Este
ano, tivemos a primeira turma que completou as
horas de estágios estabelecidas pelo curso de graduação da FOUSP. Desta forma é importante sabermos
qual a opinião do corpo discente sobre estas atividades obrigatórias. Alguns pontos críticos foram questionados: se o número de horas é adequado, se a
inserção do professor reflete os anseios dos alunos
e se houve um real aproveitamento por parte dos
alunos nas propostas realizadas. Nossos resultados
mostram que a maioria dos alunos classificou como
positivo o Estagio Vivencial Obrigatório no crescimento global. Destacam o amadurecimento clínico
e pessoal, a excelente formação do corpo docente e
a integração profissional. Um número menor de
alunos diverge, pois consideram que o estágio não
foi importante para o desenvolvimento profissional
e acadêmico.
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Estratégias ativas e problematizadoras
de ensino em Odontologia para
pacientes com necessidades especiais
Apresentador: Marianella Aguilar Ventura Fadel
Autores: Marianella Aguilar Ventura Fadel, Arno
Locks, Claudio José Amante
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
O
ensino da Odontologia para pacientes portadores de necessidades especiais entende que as
pessoas que apresentarem qualquer tipo de condição
que as façam necessitar de atendimento diferenciado
por um período ou por toda sua vida. Nesse grupo
estão incluídos os portadores de doenças metabólicas
como o diabetes, alterações dos sistemas, hipertensão, condições transitórias, como gravidez, pessoas
que perderam sua condição de normalidade como as
vítimas de acidentes, os idosos, os deficientes mentais.
A disciplina de Odontologia para Pacientes com Necessidades Especiais do Curso de Graduação em
Odontologia da Universidade Federal de Santa Catarina tem como objetivo estudar os aspectos clínicos
odontológicos referentes aos pacientes com necessidades especiais, contribuir para uma formação generalista, humanista, crítica e reflexiva dos futuros cirurgiões-dentistas. Através da leitura de textos
científicos referentes aos pacientes com necessidades
especiais, busca-se identificar, examinar e sintetizar
os principais aspectos clínicos referentes aos pacientes com necessidade especiais, bem como interligar
estes achados clínicos com demais conteúdos científicos da formação odontológica. O estímulo a uma
prática multiprofissional, com atuação interdisciplinar e vivência transdisciplinar, dentro dos princípios
éticos, científicos e filosóficos é deflagrado ao conhecer locais voltados para a assistência de pessoas portadoras de necessidades especiais. Neste contexto, as
estratégias de ensino adotadas são as metodologias
ativa e problematizadora. A educação problematizadora desmistifica e problematiza a realidade, partindo do conhecimento prévio do aluno, contextualizado na sua vivência de trabalho e através da observação
da realidade, reconhece-se a sua experiência prévia
e buscam-se alternativas para a resolução dos problemas. O professor tem a função de facilitador do processo, confrontando situações de ensino-aprendizagem selecionadas de acordo com as necessidades dos
alunos. Assim, a realidade é vivenciada como algo
inacabado, componente ativo do processo, sendo
concomitantemente objeto a transformar e agente
transformador.
Expectativas e percepções dos
estudantes sobre o Curso de Odontologia
da Universidade Estadual de Montes
Claros, Unimontes, MG
Apresentador: Thalita Thyrza de Almeida
Santa-Rosa
Autores: Thalita Thyrza de Almeida Santa-Rosa,
Simone de Melo Costa, Paulo Rogério
Ferreti Bonan, Mauro Henrique Nogueira
Guimarães de Abreu
Instituição: Unimontes
C
onsiderando a importância do educando no
processo educativo torna-se importante avaliar
as expectativas e percepções desse grupo sobre o seu
Curso de graduação. O presente trabalho objetivou
identificar o perfil dos estudantes do Curso de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros,
Unimontes, e as expectativas e percepções dos mesmos com relação ao Curso. Trata-se de um estudo
quantitativo transversal. O tratamento estatístico foi
realizado no SPSS, análise de proporções, teste t e
qui-quadrado (p<0,05). Os dados foram coletados no
ano de 2007 através de questionário auto-aplicado e
semi-estruturado, validado pelo teste-reteste. Participaram 229 estudantes. A maioria (62%) do sexo feminino, 46,3% alunos do 1º ao 5º período e 53,7%
do 6º ao 10º período. A idade variou entre 17 a 41
anos, sendo que 83% tinham a idade compreendida
até 24 anos, a média 22,39 (± 3,01), não havendo
diferença estatisticamente significativa entre os gêneros (p=0,646). A grande maioria era de Minas Gerais,
sendo 52,4% da cidade de Montes Claros e 34,5% de
outros municípios do norte-mineiros. No que diz respeito às impressões com relação ao Curso, a menor
parcela (33,8%) afirmou que dispunha de informações suficientes a respeito do Curso sendo que a maioria (66,2%) não dispunha ou dispunha parcialmente.
Para 55,7%, o Curso não está correspondendo totalmente às expectativas iniciais. Foi realizada a associação com variáveis que compõem o perfil do pesquisado, sexo, período, faixa etária e procedência, não
havendo diferenças estatisticamente significativas
para nenhuma das variáveis (p>0,05). A grande maioria classificou o Curso como excelente e bom (83,4%).
Na análise bivariada não houve diferenças estatisticamente significativas com relação ao perfil do estudante (p>0,05). A maioria (88,2%) afirmou não conhecer
ou conhecer em parte o Projeto Político Pedagógico
(PPP) do Curso. A participação em atividades de
pesquisa/extensão foi relatada por 44,1% dos acadê-
Revista da ABENO • 8(1):32-96
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micos. A atividade educativa mais prazerosa foi considerada as aulas práticas (81,2%), sendo que as aulas
teóricas alcançaram um percentual de apenas 3,9%,
seminários 6,6%, jornada 5,2%, grupos de discussão
2,2%. Concluiu-se que, a correspondência das expectativas com relação ao Curso e a boa classificação do
mesmo independe do período, sexo, procedência e
idade do pesquisado. Apesar de a maioria afirmar que
o Curso não está atendendo as expectativas, o mesmo
foi muito bem classificado pela grande maioria. O
fato de a maioria declarar que não dispunha ou dispunha de informações insuficientes a respeito do
Curso, que o mesmo não está correspondendo totalmente às expectativas iniciais e não conhecer totalmente o PPP deve ser repensado, criando momento
favorável à discussão do mesmo com todos os acadêmicos, bem como ser realizada campanha de esclarecimento sobre o Curso e a realidade profissional do
Cirurgião-Dentista junto às instituições de ensino médio e cursos pré-vestibulares. (Aprovação CEP-Unimontes: 139/2004.) (Apoio Financeiro: FAPEMIG)
Formação em serviço: integração da
Odontologia com profissões da saúde
na Residência Integrada em Saúde do
Grupo Hospitalar Conceição
Apresentador: Ananyr Porto Fajardo
Autores: Ananyr Porto Fajardo, Ulio Baldisserotto,
Egidio Antonio Demarco
Instituição: Grupo Hospitalar Conceição
A
Residência Integrada em Saúde do Grupo Hospitalar Conceição - RIS/GHC, financiada pelo
Ministério da Saúde, foi implantada em 2004 oferecendo 31 vagas para 6 profissões da saúde, sendo 5
para odontólogos. Atualmente são oferecidas 51 vagas para 8 profissões, das quais 9 são para dentistas.
O incremento no número de vagas foi acompanhado
por um aumento significativo na procura pela RIS/
GHC. O Grupo Hospitalar Conceição é uma instituição vinculada ao Ministério da Saúde e presta atenção
à saúde em nível básico, ambulatorial e hospitalar
para a população de Porto Alegre e do Rio Grande
do Sul. Formado por quatro unidades hospitalares e
o Serviço de Saúde Comunitária (SSC), oportuniza
aos residentes o trânsito entre esses âmbitos para desenvolverem sua formação em serviço em equipes
multiprofissionais e acompanharem a evolução dos
usuários, proporcionando uma vivência ampliada no
SUS no sentido da interdisciplinaridade e da intersetorialidade. Os 8 odontólogos residentes de 2° ano
64
(R2) e os nove de 1° ano (R1) desenvolvem seu processo de aprendizagem na ênfase em Saúde da Família e Comunidade junto às equipes multiprofissionais,
além de realizarem estágios optativos no CEO e demais serviços oferecidos pela rede pública na cidade
e em outras localidades. Alguns dos objetivos da RIS/
GHC são promover a formação em serviço de odontólogos em equipe interdisciplinar, especialmente em
relação à integralidade, à universalidade e à eqüidade
na atenção à saúde; oportunizar a vivência do processo de ensino e de aprendizagem e o desenvolvimento
de pesquisas relevantes para o SUS tanto por parte
dos residentes como dos odontólogos contratados; e
qualificar a atenção à saúde bucal prestada no Brasil
graças à agregação das ciências sociais e humanas à
formação nesse campo. A RIS/GHC vem provocando
mudanças significativas na atenção à saúde bucal prestada pela instituição. Por exemplo, a sensibilização
de preceptores para dar continuidade à sua formação
em pós-graduação; a ampliação das equipes de saúde
bucal; a contratação de mais odontólogos para prestar
atendimento e desenvolver o processo de ensino e
pesquisa junto aos residentes; a oportunidade de qualificação para os dentistas exercerem a preceptoria
com mais segurança; a adequação de ambientes físicos e aquisição de equipamentos odontológicos para
dar continuidade ao projeto; a contratação de acesso
a portais de base de dados, além de atualização e diversificação do acervo do Centro de Documentação
do GHC. A ampliação da abrangência da formação
em saúde facilita uma produção inovadora de ensino
em serviço entre profissionais de diferentes profissões. Diversamente da visão em saúde direcionada ao
individual e ao biológico, descontextualizada de sua
produção social, cultural e histórica, a RIS/GHC
constitui uma oportunidade de reflexão para todos
os envolvidos direta ou indiretamente. Com as atividades de ensino e aprendizagem pertinentes, desperta o desejo dos trabalhadores de participarem de
atividades de educação permanente oferecidas pela
instituição; e qualifica a atenção prestada ao proporcionar abordagens teóricas e práticas simultaneamente. A proposta pedagógica da RIS/GHC permite pensar na formação integrada de especialistas em
odontologia que reconheça esferas diversas de produção de vivências e conhecimento mais adequadas
à realidade de saúde e necessidades do SUS.
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Gestão de competências docentes em
clínica integrada
Apresentador: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima
Autores: Isabela Pinheiro Cavalcanti Lima, Eduardo
José Guerra Seabra, José Ferreira Lima
Junior
Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte
Gincana Odontológica de Integração
– GOI da Faculdade de Odontologia da
Universidade de Passo Fundo
Apresentador: Eloísa Helena Correa Brusco
Autores: Eloísa Helena Correa Brusco, Miriam Lago
Magro, Eduardo Grigolo Patussi, Berenice
Perussolo
Instituição: Universidade de Passo Fundo
A
A
gestão de pessoas sempre foi um nó crítico em
qualquer área de trabalho em decorrência de seu
caráter complexo e particular. Em instituições de ensino odontológico isso não é diferente e a clínica integrada parece ser o melhor exemplo. Porém, de acordo
com a nossa experiência algumas atitudes podem minimizar este problema. O perfil do docente de clínica
integrada hoje deve assumir um caráter bastante eclético tanto do ponto de vista técnico-científico, quanto
do pedagógico, como suscitam as DCNs de 2002. Um
passo fundamental para que as ações cotidianas reflitam naturalmente as exigências das DCNs e não sejam
apenas o espelho de “ordens superiores” é a discussão
e o planejamento coletivos dos conteúdos curriculares
e filosofia de conduta prática, independente do formato de clínica integrada que IES apresente. A clínica
integrada não é o local onde se reúnem os professores
das especialidades para que cada um oriente “a sua”.
Esses rótulos não devem existir. O professor de clínica
integrada tem que ser integral como o conhecimento
a que se presta a compartilhar com seus alunos, porém,
há naturalmente uma dificuldade no concernente à
sua formação, na maioria das vezes específica. Contudo,
em experiências anteriores vimos que tal fato não impede o docente, que afinal de contas é na sua essência
um cirurgião dentista, de se dispor a ser um professor
de clínica orientando todos os procedimentos necessários sem fronteiras entre as especialidades, construindo
com o aluno no momento da orientação clínica, da
correção comentada de prova, e em tantos outros um
conhecimento sólido e fruto de discussão. O aluno deve
compreender que integrar conhecimentos não é chamar dois professores de especialidades diferentes para
eles discutirem o caso para o aluno e sim, um professor
só discuti-lo com ele. Deve haver abertura e disponibilização por parte de quem se propõe a estar na clínica
integrada para se renovar dentro da rotina técnicocientífica e pedagógica. Afinal, não são novos conhecimentos, mas novos olhares docentes sobre os mesmos
conhecimentos que formarão egressos mais capazes de
enfrentar o mercado de trabalho atual.
o longo dos anos os dirigentes das unidades de
ensino superior têm encontrado dificuldades
em coibir os excessos ocorridos nos primeiros dias
de aula na recepção aos dos novos acadêmicos. Os
“calouros” tem sido alvo de brincadeiras de risco, ou
no mínimo de constrangimento. Alguns aderem as
brincadeira e outros não, inclusive faltam as primeiras aulas. Quando ocorrem problemas sérios procuram a direção acompanhados por seus pais pedindo
providências pedagógicas ou legais. A Gincana Odontológica de Integração - GOI foi idealizada com a finalidade de substituir os chamados “trotes”. Busca
integrar todos os alunos com professores e funcionários. Ao iniciar o novo semestre um grupo de professores cria tarefas para um dia inteiro de atividades,
o que acontece na segunda semana letiva. As mesmas
dividem-se em: tarefas antecipadas, tarefas com tempo determinado, as de surpresas e de encerramento
da gincana. As equipes são formadas pelos diferentes
níveis e levam um nome relacionado com as atividades odontológicas, mais um professor convidado e
um funcionário. Montam seus “QGs” dentro da escola nas diversas salas, as quais são decoradas pelos próprios alunos. Cada grupo está diferenciado pelo uso
de camisetas com nomes e desenhos da sua equipe.
Estes aspectos também recebem pontuação. As tarefas antecipadas são entregues 48 horas antes do dia
do evento. Entre as tarefas ressalta-se: doações de
sangue, de roupas, alimentos, calçados, material de
higiene pessoal, escovas e cremes dentais, doações de
dentes (com comprovação da procedência), brinquedos, livros de estórias infantis, novelos de lã, entre
outras. Essas doações são encaminhadas a entidades
beneficentes da cidade. Os dentes são encaminhados
ao banco de dentes da unidade. As escovas e creme
dentais contribuem para as atividades de prevenção.
As demais tarefas são distribuídas durante o dia da
gincana. Pela manhã as equipes recebem as orientações iniciando por uma carreata pelo Campos Universitário com carros decorado com motivos odontológicos. O almoço é um piquenique ao ar livre, cada
grupo reunido juntamente com o funcionário e pro-
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fessores representantes. Logo após, todos são reunidos no auditório onde desenvolvem tarefas demonstrando dons artísticos como: cantar, interpretar,
dançar, dublar artistas famosos, parodias, esculturas
de dentes em vegetais, buscas na Internet de nomenclaturas, instrumentais odontológicos e de profissionais que fazem parte da história da odontologia. A
noite ocorre o encerramento da gincana com a presença do Reitor e Vice-reitores da Universidade ou
seus representantes, Diretores e Coordenadores do
Curso, professores, funcionários, patrocinadores
(dentárias e laboratórios protéticos), participando
de um churrasco ou coquetel dançante realizando as
últimas tarefas. Em seguida é dado o resultado e entrega da premiação. As atividades são encerradas em
clima de muita alegria. Esta prática que já ocorre a 4
anos e meio, integra todos os níveis fazendo com que
os alunos tenham uma maior convivência entre si,
com professores e funcionários aprendendo a trabalhar em grupo respeitando as individualidades e demonstrando suas habilidades intelectuais e artísticas,
promovendo também a cultura. A GOI recebe o
apoio por parte da Reitoria, Direção e Coordenação.
Tem sido esperada com alegria pela maior parte dos
nossos alunos, planejada durante as férias como uma
atividade que já faz parte da programação do semestre com grande sucesso.
Implementação do currículo integrado
nos cursos de Odontologia da UNIPAR
- campus Cascavel e Umuarama
Apresentador: Laerte Luiz Bremm
Autores: Bremm L. L., Hoeppner M.G., Miura C. S.
N., Boleta-Ceranto D.C.F., Gomes V. E.
Instituição: UNIPAR
A
s Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de graduação em Odontologia (DCNs) sugere a integração do currículo. Entretanto, considerando que mudanças estão sempre fadadas à
resistência, principalmente por parte do corpo docente que estão habituados ao modelo tradicional de
ensino já instituído e aplicado por anos seguidos, a
implementação de um currículo integrado de maneira abrupta gera temores quanto a qualidade do ensino a ser ofertado e, conseqüentemente, dificuldades
em conseguir a adesão de todos os envolvidos no
ensino-aprendizagem, o que pode comprometer a
proposta de integração curricular. Em vista do supra
citado, os Cursos de Odontologia da UNIPAR - Campus Cascavel e Umuarama apresentaram como pro66
posta curricular a integração parcial através da fusão
de disciplinas correlatas, tanto em áreas básicas quanto em áreas clínicas. Como exemplo, as disciplinas
até então ministradas de forma isoladas, em séries
distintas, sem nenhuma integração dos conteúdos,
como Anatomia e Fisiologia, agora contemplam uma
única cadeira denominada Anatomo-Fisiologia, onde
morfologia e função são estudadas de forma correlacionada. Outro exemplo é a disciplina de Diagnóstico Bucal, que agora é responsável pelo estudo das
características clínicas, histopatológicas e radiográficas das lesões bucais de forma integrada. Por sua vez,
nas disciplinas clínicas, na terceira e quarta séries, as
disciplinas de Estágio Supervisionado em Clínica
Multidisciplinar I e II constituem clínicas multidisciplinares em níveis crescentes de complexidade. Mudanças semelhantes foram implementadas ao longo
do curso para atender aos objetivos e perfil profissiografico descritos nos projetos pedagógicos dos cursos
em questão. Decorrente das mudanças curriculares
vigoradas a partir de 2006, embora tenhamos observado resistência inicial de alguns professores, esses,
com o passar dos anos, gradativamente compreendem a necessidade da alteração curricular frente ao
que se espera do aluno ao concluir o curso. Da mesma forma, a integração de disciplinas, em especial de
séries distintas, otimizou o tempo de ensino e melhorou o entendimento, a compreensão dos conteúdos.
Da mesma forma, nas disciplinas clínicas, os alunos
passaram a entender melhor o que significa planejamento clínico e tratamento integral ao paciente para
o restabelecimento da saúde. Embora recente, percebemos que a reestruturação curricular dos Cursos
de Odontologia da UNIPAR otimiza o aprendizado,por
associar conteúdos, e aumenta a resolutividade dos
problemas dos pacientes. No entanto, há ainda um
caminho a trilhar no sentido de aumentar o diálogo
entre o corpo docente para que ocorra a real integração do conhecimento.
Indicação de exames radiográficos para
avaliação de cárie pelos docentes de um
Curso de Odontologia
Apresentador: Fernando Souza Simioni
Autores: Simioni F.S., Langlois C.O., Silva A.E.R.,
Mahl C.R., Fontanella V.R.C.
Instituição: Universidade Luterana do Brasil Campus Cachoeira do Sul
O
objetivo deste estudo foi investigar a conduta de
professores de um Curso de Odontologia quan-
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to à seleção de exames radiográficos para avaliação
de cárie e se a mesma concorda com critérios fornecidos pela Diretriz de Exames Radiográficos em
Odontologia (DERO). Foram sorteados aleatoriamente 18 professores representantes dos 14 módulos
clínicos do curso. Estes professores responderam a
um questionário sobre como orientam seus alunos
quanto à seleção de exames radiográficos frente a
diferentes situações clínicas. Dos 18 questionários
entregues, 14 (78%) foram respondidos. Verificou-se
ampla variação de condutas tanto para pacientes em
início de tratamento quanto para as consultas de retorno e intervalos de exame. Entretanto, 93% dos
professores aderem à recomendação da DERO de não
realizar exame radiográfico de rotina previamente ao
exame clínico. Conclui-se que não há consenso quanto ao uso de exame radiográfico na avaliação de cáries.
Em geral, a prática de indicações de radiografias não
coincide com as diretrizes de exames para avaliação
da cárie. Torna-se necessária uma maior adesão às
normatizações que orientem a obtenção de exames,
evitando exposições desnecessárias, eliminando radiografias não justificadas.
Influência do gênero no desempenho
acadêmico de estudantes da Faculdade
de Odontologia da UFG
Apresentador: Maria de Fátima Nunes
Autores: Maria de Fátima Nunes, Erica Tatiane
da Silva, Maria Goretti Queiroz, Cláudio
Rodrigues Leles
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Goiás
E
studos prévios comprovam a tendência à feminilização nos cursos superiores, especialmente naqueles da área da saúde, incluindo os cursos de odontologia. Entretanto, não existem evidências de que
este aumento no número de estudantes do gênero
feminino também se relaciona a aspectos diferenciados no desempenho acadêmico em relação ao gênero
masculino. Este estudo tem como objetivo apresentar
a avaliação de desempenho acadêmico realizada num
período de 20 anos na Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Goiás(UFG), sob a perspectiva do gênero. Um estudo transversal foi realizado
com todos os egressos graduados entre 1988 a 2007,
após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
UFG. Os dados foram coletados através dos extratos
acadêmicos fornecidos pelo Departamento de Assuntos Acadêmicos, tabulados e analisados através do
Programa Estatístico SPSS 16.0. Para analisar os dados
referentes às disciplinas, estas foram agrupadas conforme suas características em Disciplinas do Ciclo
Básico e Disciplinas do Ciclo profissionalizante; Disciplinas da Área Coletiva, Disciplinas Clínicas e Disciplinas Não clínicas. Dos 1166 egressos, 63,2% (n=737)
eram do gênero feminino e sua distribuição ao longo
dos períodos foi sempre maior (exceção: ano de
1988). O desempenho das médias foi comparado pelo
t de Student e segmentado através de análise de cluster (K-Means clustering) em três grupos de desempenho (alto, médio e baixo). O desempenho do gênero
feminino foi significativamente maior em todos os
grupos de disciplinas e na média global de desempenho (p<0,001). Os segmentos com desempenho alto
para a média global foram compostos por 74,7% de
mulheres (n=348) e o segmento baixo incluiu 67,1%
de homens (n=116). As diferenças no desempenho
acadêmico entre homens e mulheres mostram que a
tendência à feminilização da profissão odontológica
é corroborada pela melhor performance das mulheres nas avaliações acadêmicas.
Inovação tecnológica no ensino de
Odontologia - software SISO – Sistema
Odontológico da UNIOESTE
Apresentador: Fabiana Scarparo Naufel
Autores: Fabiana Scarparo Naufel, Anderson
Zanardo Dias, Anselmo Luiz Éden Battisti,
Claudia Brandelero Rizzi
Instituição: UNIOESTE
A
Clínica Odontológica (CO) da UNIOESTE é o
ambiente de ensino prático de odontologia e é
considerada uma importante referência no atendimento às especialidades odontológicas na região oeste do
Paraná. Através dela, são oferecidos, além do seu curso
de graduação, cursos de atualização, aperfeiçoamento
e especialização. Considerando-se as especificidades do
Curso de Odontologia, bem como o aumento crescente das atividades que vêm sendo desenvolvidas pela CO,
constatou-se a necessidade de se construir um sistema
automatizado de controle e gerenciamento das ações
executadas, o SISO, visando, dessa forma, superar problemas que interferem na rotina de trabalho e atendimento. O objetivo geral do SISO é buscar a melhoria
na qualidade do atendimento operacional e administrativo oferecido pela CO a seus pacientes e também
aos seus profissionais, professores, alunos e técnicoadministrativos. Isso significa dar apoio a atividades
administrativas com o cadastro de todos os envolvidos
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no atendimento (alunos, professores, monitores e pacientes), os planos de tratamento dos pacientes e de
todos os procedimentos realizados. O sistema pretende
viabilizar um acompanhamento das filas de esperas nas
diferentes especialidades e emissões de relatórios específicos. O SISO permite que sejam emitidos os termos
de autorização de tratamento e reconhecimento de não
promessa de atendimento; também viabiliza a manipulação de agendas, tanto às clínicas quanto aos atendentes. Nelas serão confirmados os pacientes a serem atendidos bem como as datas e horários para este fim. O
SISO também permitirá o acompanhamento do CEO,
um credenciamento com o programa Brasil Sorridente,
cujos mecanismos de administração e funcionamento
são distintos daqueles que são realizados nas clínicas da
CO. Portanto, há no SISO um módulo específico para
atendimento às particularidades do CEO. Para garantir
segurança dos dados foi implantada uma política de
níveis de acesso. Essa política se refere à maneira como
os grupos de usuários acessarão o sistema e poderão
nele fazer alterações. Além disso garante a realização
de backups de segurança e manutenções no sistema.
Na área comercial, atualmente, existem vários sistemas
computacionais para fins odontológicos, em sua maioria eles são voltados para clínicas particulares. Apesar
das muitas soluções disponíveis no mercado, há pouco
ou quase nenhum investimento na construção de sistemas dedicados à administração e operacionalização de
Clínicas Odontológicas Universitárias, voltadas ao ensino e a aprendizagem de alunos de odontologia e ao
atendimento à comunidade. Um exemplo é o Sistema
de Informatização de Clínicas da Faculdade de Odontologia de Ribeirão Preto (FORP), unidade avançada
da Universidade de São Paulo (USP), batizado de Romeu, que apresenta alguma semelhança ao SISO, muito embora o SISO apresente funcionalidades específicas (não disponíveis no Romeu). Por esses motivos, se
pretende pleitear o registro do SISO junto ao INPI.
Integração ensino-serviço na atenção ao
portador de fissura labiopalatal
Apresentador: Daniela Lemos Carcereri
Autores: Daniela Lemos Carcereri, Daniela
Lorenzzoni, Ana Luiza de Souza, Suélen
Maciel Suzin
Instituição: UFSC
A
s fissuras labiopalatais – FLP - constituem-se em
uma das anomalias craniofaciais mais freqüentes
no Brasil e no mundo. O tratamento do paciente é
longo e envolve a participação do cirurgião-dentista
68
em todas as suas etapas o que torna esta temática de
especial interesse para a classe odontológica. Segundo
recomendações da Associação Americana de Fissuras
LabioPalatais e Anomalias Craniofaciais /ACPA, o melhor modelo de assistência é realizado por equipe interdisciplinar; todo esforço deve ser feito já no primeiro contato com a família para auxiliá-la no cuidado
com a criança; a assistência deve ser coordenada pela
equipe interdisciplinar e sempre que possível amparada em nível local; é responsabilidade da equipe de
assistência a atenção a aspectos lingüísticos, culturais,
étnicos, psicossociais, econômicos e físicos que afetam
a dinâmica da relação equipe-paciente-família. A organização do sistema de prestação dos serviços aos portadores de FLP no âmbito do SUS, ocorre através de
uma rede regionalizada e hierarquizada seguindo uma
complexidade tecnológica crescente abrangendo unidades básicas de saúde, centros especializados e hospitais. A UFSC conta com o Núcleo de Atendimento a
Pacientes com Deformidades Faciais Congênitas – NAPADF - que recebe estagiários de graduação e pós-graduação os quais realizam atividades de assistência,
ensino e pesquisa sob a orientação de professores. O
objetivo deste trabalho é destacar as atividades que
promoveram a integração da equipe do NAPADF com
as equipes de saúde bucal da Secretaria Municipal de
Saúde de Florianópolis - SMS. Como uma importante
ferramenta pedagógica a integração docente-assistencial – IDA - integra a universidade, com seus ideais filosóficos e embasamento teórico, junto à assistência
odontológica fazendo com que o estudante tenha a
oportunidade de unir seus conhecimentos à prática do
serviço de saúde e possa refletir sobre seu verdadeiro
papel e suas atitudes junto à comunidade. O estágio
no NAPADF juntamente com outros projetos do Curso
de Odontologia e dos demais cursos da área da saúde
compõe a chamada RDA - Rede Docente Assistencial
responsável pela organização dos estágios em toda a
SMS. A experiência de 10 anos de atuação bem como
as pesquisas produzidas a partir do Núcleo informam
para a importância de potencialização da integralidade
das ações e aperfeiçoamento dos mecanismos de referência e contra-referência na atenção ao portador de
FLP. Dentre as contribuições ao processo de ensinoaprendizagem advindas da integração ensino-serviço
pode-se citar o desenvolvimento da capacidade para
encontrar soluções mais eficazes aos diferentes problemas, maior autonomia, reflexão do papel do estudante/profissional frente à sociedade, pensamento crítico
e ética na atuação acadêmica/profissional.
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Integrando: memória e artes visuais
na Odontologia
Apresentador: Miriam Lago Magro
Autores: César Augusto A. dos Santos, Maria Salete
Sandini Linden, Mariane Loch Sbeghen,
Miriam Lago Magro
Instituição: Universidade de Passo Fundo - FO/FAC
dos em sua escolha. Visando o perfil dos profissionais
a serem formados, desejado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais de Cursos de Graduação, essa foi uma
contribuição importante que incentivará outras ações
visando o mesmo objetivo para formação científicocultural dos alunos.
A
Interação ensino-aprendizagem da pósgraduação com a graduação
Apresentador: Ines Beatriz da Silva Rath
Autores: Ines Beatriz da Silva Rath, Ana Paula
Soares Fernandes, Ana Claudia Baladelli
Silva Cimardi, Gianina Salton Mattevi
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina,
Campus Trindade, Centro de Ciências
da Saúde, Curso de Graduação
humanização na área da saúde tem sido discutida e apontada como um meio para a valorização
das emoções, crenças e valores. Na odontologia, a
supervalorização da tecnologia e indústrias de materiais e o desenvolvimento de técnicas mais avançadas,
levam profissionais e alunos a um patamar de discussões mais afastadas do “ser”. É preciso integralizar-se,
tornar-se, formar-se e permanecer “profissionais inteiros”. Alunos também apontam essa qualidade em
professores que foram marcantes em suas vidas. Cientes da importância da definição do perfil profissionalcidadão, a Faculdade de Odontologia e a Faculdade
de Artes e Comunicação, da Universidade de Passo
Fundo, promoveram uma integração cultural interunidades. Com isso, transitou-se pela história da primeira sob o olhar da segunda. Executando um trabalho que se iniciou pelo resgate, no Arquivo Central
da UPF, de fotos que contam a história da FO. Em
sala de aula, alunos do terceiro nível da FAC realizaram a releitura destas imagens, com técnicas diversas,
fazendo uso de carvão, lápis 6B, 4B, crayons, sanguíneas e nanquim. Dessa forma, delinearam momentos
da história da Odontologia na cidade de Passo Fundo.
Não retrataram apenas as estruturas físicas, equipamentos, cenas do cotidiano das tarefas acadêmicas do
corpo docente e discente, mas também atitudes,
como por exemplo, onde se visualizou a evolução da
biossegurança na odontologia. Num segundo momento, na semana do 47o ano da FO, ocorreu a exposição dos trabalhos com a presença de um grupo
de Música Brasileira e Jazz da FAC. Direção, coordenação, professores e alunos, de ambos os cursos, olharam para a história retratada e redesenhada, confraternizaram e observaram detalhes que nunca seriam
lidos pela maioria e que servem para valorizar o caminho já percorrido. Acima de tudo, isso embasa o
futuro e a permanência atuante da FOUPF tão importante nesta região e no país. Alunos da FO entenderam como os da FAC vêem o atendimento odontológico, retrataram a visão do paciente e também seus
medos e receios para estes procedimentos. Esses artistas experimentaram, pela primeira vez, uma exposição de suas obras, sentindo-se valorizados e motiva-
A
ções de promoção da saúde incluem também
trabalhar com abordagens sobre os fatores de
risco ou de proteção simultâneos tanto para doenças
da cavidade bucal quanto para outros agravos. O controle de um número pequeno de fatores de risco, pode
ter grande impacto em um número expressivo de doenças, e a um custo menor que abordagens para doenças específicas. No sentido onde a promoção da
saúde compreenderia ações para aumento da resistência do hospedeiro, num ambiente hospitalar a odontologia pode estar atuando diminuindo os focos de
infecções bucais para que poderiam resultar num melhor restabelecimento deste paciente e evitar possíveis
quadros de dor no período de internação. A adequação do meio bucal é a reunião de vários procedimentos visando a diminuição de patógenos bucais que
possam causar desequilíbrio da flora bacteriana, entre
os procedimentos pode-se destacar o Tratamento Restaurador Atraumático (TRA), aplicação de fluoretos,
adequação de dieta e controle da higiene bucal. De
acordo com as novas Diretrizes Curriculares Nacionais
para os cursos da área da Saúde, a inserção dos graduandos, o mais precocemente possível, em contato com
a comunidade e, a atuação conjunta com a Pós-Graduação viria fortalecer o processo de ensino-aprendizagem, na vivencia com a realidade social em novos
cenários de práticas que não o ambiente acadêmico.
O Hospital Universitário da Universidade Federal de
Santa Catarina (HU/UFSC) é uma unidade hospitalar
de referência pública e de clientela do SUS comprometida em formar novos profissionais e contribuir
para a melhoria da qualidade de vida da população,
sendo de fundamental importância da inserção do
cirurgião-dentista na enfermaria pediátrica, interagin-
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do de forma positiva no processo saúde-doença juntamente com a equipe de enfermeiros, médicos, nutricionistas, dentre os outros profissionais envolvidos na
enfermaria. O objetivo deste Projeto é promover medidas de adequação do meio bucal com finalidade de
melhorar a condição clínica dos pacientes internados,
fortalecer a relação entre a pós-graduação e graduação
e ser fonte de planejamento administrativos para
ações coletivas em saúde bucal. Como parte da formação acadêmica e dos Pós-graduandos em Odontologia,
os programas de extensão, abordando medidas preventivas, educativas, através de atividades lúdicas com
as criancas internadas na Enfermaria Pediátrica do
HU e a adequação do meio bucal através da TRA, esta
sendo realizada conjuntamente com 1 doutoranda, 2
mestrandas e 12 alunos da graduação, sob a coordenação de 3 professores do Curso de Graduação e do
Programa de Pós-Graduação em Odontologia , diariamente promovendo uma interação dos participantes
do programa e permitindo uma maior troca de informações entre acadêmicos de outros cursos da área da
Saúde e dos profissionais que atuam nesta Unidade.
Interação serviço-academia: otimização
da graduação de um profissional
generalista e da reorganização das
práticas sanitárias bucais na atenção
básica
Apresentador: Maria Cristina Almeida de Souza
Autores: Maria Cristina Almeida de Souza, Mônica
Vilella Gouvea, Marcos Alex Mendes da
Silva, Sileno Correa Brum
Instituição: Curso de Odontologia - Universidade
Severino Sombra (USS)
A
valiação dos relatórios discentes e visitas às Unidades de Saúde da Família (USF) permitiram a elaboração de análise situacional sobre condições de realização do estágio curricular supervisionado em
Odontologia da Universidade Severino Sombra (USS).
A determinação, pelos docentes supervisores da USS
e pelos dentistas preceptores da Secretaria Municipal
de Saúde (SMS), dos pontos fortes e fracos da referida
atividade extra-muro, propiciou discussões que resultaram na adoção dos ajustes necessários. Tais ajustes
permitiram, entre outros aspectos, tornar a instrumentalização dos alunos mais condizente com o preconizado pelo Projeto Pedagógico do Curso, colaborando
com sua adequação às demandas locais. A ampliação
da interface USS/SMS foi acompanhada pela execução de ações que contribuíram para melhorias no pro70
cesso ensino-aprendizagem, a partir de percepção real
das necessidades da população adscrita. Simultaneamente, contribuiu para elevar o nível de qualidade do
serviço de saúde bucal prestado ao munícipe de Vassouras, tendo em vista entre outros aspectos: a oferta
de educação permanente à equipe de saúde bucal (oficinas de capacitação), a reforma de infra-estrutura física das USF (viabilizada com verba do Programa Prósaúde/MS/MEC/OPAS) e a aproximação do
profissional com o meio acadêmico. Avaliações sistematizadas e institucionalizadas, tanto pela academia
como pelo serviço, permitem constatar que hoje se
estabelece uma via de mão dupla: a USS atua no serviço e este sinaliza para indicar novas ações acadêmicas
na formação de um Cirurgião Dentista, tecnicamente
qualificado, comprometido com os princípios do SUS,
com perfil para nele atuar e capaz de intervir na realidade epidemiológica de saúde bucal dos brasileiros
usuários do Sistema Único de Saúde.
Material didático dinâmico para Ensino a
Distância na Odontopediatria
Apresentador: Lucila Basto de Camargo
Autores: Lucila Basto de Camargo, Janaina Merli
Aldrigui, Mary Caroline Skelton Macedo,
Ana Estela Haddad
Instituição: FOUSP
A
tualmente, a internet está sendo utilizada amplamente como recurso didático de auxilio às aulas
presenciais ou para realização de disciplinas à distância. Na Odontologia, assim como em outras áreas, o
Ensino a Distância (EaD) vem avançando e ocupando
espaço nos cursos de graduação e pós-graduação. O
EaD amplia as condições de aprendizagem dos alunos, facilitando seu contato com diferentes materiais
de estudo e trazendo-lhes a oportunidade de estudos
no momento do dia mais conveniente. A preparação
de material didático dinâmico pelos tutores deve ser
uma das prioridades, como forma de estimular o
aprendizado do aluno. Este trabalho descreve a criação de material didático dinâmico com intuito de
facilitar a visualização das fases do desenvolvimento
da lesão de cárie, utilizando o software Macromedia
Flash® por alunos de pós-graduação em Odontopediatria, Disciplina da Faculdade de Odontologia da
USP – São Paulo que está gradativamente inserindo
conceitos do EaD em seu currículo.
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Matriz curricular estruturada em blocos
temáticos: a experiência do Curso de
Odontologia da Universidade Severino
Sombra (USS)
Apresentador: Sileno Correa Brum
Autores: Maria Cristina Almeida de Souza, Sileno
Correa Brum, Therezinha Coelho
de Souza, Carlos Jesivan Marques
Albuquerque
Instituição: Universidade Severino Sombra - Curso
de Odontologia
E
m 2004, o Curso de Odontologia da USS instituiu
uma inovadora matriz curricular cujas disciplinas
estanques foram eliminadas e os conteúdos programáticos ofertados em blocos temáticos com amplas
cargas horárias. Apesar de adequado às Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCN) para os cursos de graduação em Odontologia, na prática acadêmica, o
currículo implantado revelou-se complexo na operacionalização por parte da comunidade acadêmica.
Entre as causas, citam-se o desconhecimento e a ausência da fundamental atitude participativa, por parte dos docentes reacionários às mudanças, da matriz
curricular implementada, provocadora de impacto
na tradicional prática pedagógica existente. A agregação de conteúdos programáticos em macro disciplinas, sem que houvesse a real e necessária integração dos mesmos, representou dificuldade adicional.
O insuficiente número de docentes generalistas (perfil necessário para atuar na nova proposta pedagógica) exigiu contratação de professores especialistas,
onerando financeiramente a Instituição. Constatouse, também a desconsideração pelos docentes, das
demandas do mercado de trabalho por um profissional com perfil generalista apto a atuar no Sistema
Único de Saúde (SUS), o que dificultou a valorização
pelo discente dos procedimentos básicos realizados
nas clínicas de ensino. Destacam-se os aspectos positivos: incremento do quantitativo de publicações docente, visto que os professores especialistas (cujo interesse pela pesquisa é naturalmente maior)
registravam constantemente os procedimentos previamente à sua execução, elaborando artigos científicos. Observou-se ainda a otimização da interação
entre professores generalistas (com excelência técnica e domínio de tecnologia leve-dura) e os especialistas (com domínio apurado da tecnologia aprimorada). Após auto-avaliação do curso e intensificação das
discussões com a comunidade acadêmica, medidas
foram adotadas com destaque para: fragmentação das
macro disciplinas; designação de comissão permanente para acompanhar a execução do Projeto Pedagógico; realização de oficinas de capacitação docente
em Metodologias Ativas de Aprendizagem (necessárias à da execução da proposta pedagógica) e adoção
de ações que viabilizaram a aproximação entre os
ciclos profissional e básico. Concluem os autores que,
no momento, resistências à matriz curricular, intermediária entre a originalmente proposta e a que sofreu modificações, vêem sendo gradativamente vencidas, em decorrência do comprometimento docente
e discente com o Projeto Pedagógico, da comprovação da inserção do egresso no mercado de trabalho
e, principalmente, pela contemplação do curso com
o Programa de Reorientação da Formação do Profissional em Saúde – Pró-saúde – MS/MEC/OPAS), que
fomenta e alicerça ações inovadoras no ensino.
Matriz curricular integrada do curso de
Odontologia UNOESC – campus Joaçaba
Apresentador: Claudia Irene Wesoloski
Autores: Claudia Irene Wesoloski, Dayse Barbieri
Instituição: UNOESC
A
revisão periódica dos Projetos Pedagógicos é
uma estratégia de aperfeiçoamento dos instrumentos de ensino-aprendizagem, com vistas a adequação dos cursos oferecidos pela UNOESC conforme à missão que ela se propôs.Trabalhar sob esta
ótica, o Colegiado do Curso de Odontologia reconstruiu seu Projeto Pedagógico, de forma gradual e
coletiva, a fim de garantir a melhor formação possível
de um profissional generalista, comprometido com a
saúde coletiva da população loco-regional ou daquelas em que atuará futuramente.
Mestres do sorriso - uma proposta de
humanização no SUS
Apresentador: Leógenes Maia Santiago
Autores: Leógenes Maia Santiago, Angélica Leite,
Renata Cabral, Maria da Conceição
Valença da Silva
Instituição: Associação Caruaruense de Ensino
Superior
A
verdadeira formação profissional não deve almejar apenas a formação técnico-científica, tem que
ser mais ampla, preocupando-se com aspectos sociais
e humanistas, formando profissionais que não se preocupem unicamente com o “aspecto curativo”, mas
que veja o paciente como um todo onde a solução do
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problema finaliza com a cura. A qual só será definitiva quando vier acompanhada de um sorriso, pois “a
cura definitiva só o amor pode dar!”. Baseado nessa
premissa e com uma visão interdisciplinar o “Mestres
do Sorriso”, Projeto de Extensão da Associação Caruaruense de Ensino Superior (ASCES), integra alunos
dos cursos de Odontologia e de Enfermagem, cujo
objetivo é o desenvolvimento de atividades lúdicas
junto a crianças hospitalizadas, o sorriso e momentos
de alegria, ajudando-os a enfrentar a tensão desencadeada pela enfermidade e internação hospitalar. Importante ainda é destacar que além dessas atividades,
o Projeto tem caráter educacional, levando orientações sobre saúde geral e bucal. É coordenado por
duas professoras de Odontologia (Renata Cabral e
Angéllica Leite); que ministram o conteúdo teórico
com uma equipe formada por uma professora de enfermagem; uma pedagoga e uma psicóloga, que fundamentam as práticas semanais; estas realizadas somente quando os alunos estão devidamente
preparados para a diversidade de situações do ambiente hospitalar. Atualmente, a cada visita semanal
o Projeto realiza atividade educativo-preventiva com
aproximadamente 70 crianças, entregando Kits e
aconselhando sobre saúde, através de brincadeiras,
atividades lúdicas e músicas educativas desenvolvidas
com este fim. Contudo, uma vez que o perfil profissional extrapola a formação técnico-científica e preocupa-se numa visão holística com os aspectos sóciohumanos, o “Mestres do Sorriso” além do aporte de
promoção da saúde integra estudantes, acompanhantes e pacientes hospitalizados, humanizando-os e educando-os, minimizando as tensões inerentes ao ambiente nosocomial.
Métodos de avaliação de aprendizado
na clínica odontológica integrada:
estimulando e otimizando o atendimento
odontológico
Apresentador: Rodrigo Araujo Rodrigues
Autores: Rodrigo Araujo Rodrigues, Leógenes Maia
Santiago, Renato Cabral de Oliveira Filho,
João Manoel da Silva Filho
Instituição: Associação Caruaruense de Ensino
Superior
D
iscutir métodos de avaliação no curso de odontologia requer do docente, além de grande domínio das especialidades envolvidas, um saber aprimorado em relação à nova didática evidenciada após
o modelo positivista predominante em todo século
72
XX. A avaliação através de provas escritas consiste no
método mais comumente utilizado. Porém no ambiente de clínicas odontológicas, este método parece
inconsistente, sendo contestado por alunos, professores e pedagogos quanto a sua validade. Diante desse contexto, a disciplina de Clínica Integrada da Faculdade de Odontologia de Caruaru desenvolveu um
método avaliativo onde a equipe de professores tem
a oportunidade de observar o aprendizado e aplicação dos conhecimentos passados por eles em suas
disciplinas isoladas, interagindo com outras especialidades. Nesses casos, a responsabilidade aumenta,
pois há a presença do paciente, o qual se submete ao
atendimento odontológico. Dentro desse pressuposto, foi desenvolvido um método próprio de avaliação,
baseado nas experiências discutidas ao longo dos encontros pedagógicos, visando à formação de alunos
com perfil generalista em relação aos planejamentos
dos planos de tratamento odontológicos. Nessa avaliação os conhecimentos teóricos utilizados para realização de cada procedimento são percebidos pelo
professor durante a orientação para execução de cada
tarefa, os conhecimentos práticos, a habilidade manual e seu desenvolvimento são observados no decorrer da realização do procedimento. Os alunos recebem notas de acordo com esses parâmetros e as
mesmas são divulgadas diariamente sob forma de planilha. Os alunos mais assíduos recebem bonificações,
estimulando-os para o cumprimento de suas tarefas.
O objetivo deste trabalho é discutir a respeito de um
método de avaliação utilizado na Clínica Integrada
na Faculdade de Odontologia de Caruaru considerado pelos docentes e discentes dessa instituição como
um método justo e superior a aplicação de provas
escritas como único meio avaliativo.
Motivos para a escolha do curso e
perspectiva profissional dos estudantes
de Odontologia da Universidade Federal
de Goiás no período 1992-2008
Apresentador: Maria de Fátima Nunes
Autores: Maria de Fátima Nunes, Cláudio
Rodrigues Leles, Maria do Carmo Matias
Freire, Lidia Moraes Ribeiro
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Goiás
É
de grande importância desenvolver estudos sobre os recursos humanos em formação. O objetivo deste estudo observacional foi conhecer os motivos para a escolha do curso, as perspectivas de atuação
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no mercado de trabalho e a intenção de cursar especialização de recém-ingressos da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás e investigar
mudanças nas variáveis ao longo dos anos. Utilizou-se
questionário auto-aplicável, análise transversal do período 1992-2008 e comparação entre os triênios 19931995 e 2006-2008 por meio do teste do Qui-quadrado.
Do total de 395 estudantes, o motivo para a escolha
do curso mais apontado foi ideal de profissão (67,3%).
Os motivos influência de outros (p=0,000) e contribuição para a saúde (p=0,005) aumentaram significativamente, enquanto que decresceu o motivo realização pessoal (p=0,000). A principal finalidade da
odontologia, segundo 58,2% dos estudantes, é a saúde bucal e esta diminuiu significativamente (p=0,014),
enquanto que aumentou a atenção à saúde geral
(p=0,015) e à estética (p=0,013). 38,2% pretendem
trabalhar em consultório próprio e no serviço público e 21,3% atender a população de alta e de baixa
renda. A maioria quer se especializar e ortodontia é
a especialidade mais citada (38,7%), apesar de ter
diminuído (p=0,000). Implantodontia e estética aumentaram significativamente, com p=0,000 e p=0,001,
respectivamente. Conclui-se que houve mudanças na
percepção sobre a odontologia e na perspectiva profissional dos estudantes no período analisado.
Novos cenários de prática – a
universidade inserida no sistema de
saúde
Apresentador: Elaine Quedas de Assis
Autores: Elaine Quedas de Assis, Gerson Lopes,
Vladen Vieira, Dalva Cruz Laganá
Instituição: Universidade Cidade de São Paulo
- Unicid
A
Universidade Cidade de São Paulo em parceria
com a Prefeitura de Itapira desenvolveu o Programa “Sorria Itapira”, com a intenção de promover
uma melhor condição de saúde bucal para as crianças
em idade pré-escolar e favorecer a formação integral
dos futuros profissionais de saúde. Em levantamento
epidemiológico realizado em 2005, pelo município,
observou-se aos 5 anos um alto índice de cárie (ceo
– 2,15), com prevalência do componente cariado
62,8%. Um dos objetivos do programa é a capacitação
dos alunos em todos os níveis de prevenção, desenvolvendo as competências, habilidades e conteúdos
necessários para esse tipo de atuação. A estratégia de
ação deste projeto envolveu 2 professores responsáveis pelo estágio, 20 alunos de Odontologia (3° ano),
1 auxiliar odontológica, professores das escolas municipais, 1 dentista da rede e o Coordenador de Saúde Bucal. As escolas foram contatadas pelo dentista
da rede. Os pais foram informados pelos professores
sob o projeto e assinaram o Termo de Consentimento. De posse desses, os alunos da UNICID realizaram
triagem e encaminharam as crianças de acordo com
suas necessidades para: Unidade Básica de Saúde UBS (secundárias) ou realização de tratamento restaurador atraumático (ART), na própria escola. Todas as crianças participaram de ações coletivas de
prevenção. Em 2007 foram examinadas 458 crianças
e realizados ART em 224, sendo 524 restaurações e
501 selantes. Somente 73 crianças foram encaminhadas para UBS. Ao final desse ano, outro levantamento verificou índice ceo 1,79 aos 5 anos, com componente cariado 35,3% e obturado 64,7%. A parceria é
apontada como uma das principais armas no combate à desigualdade social. Trata-se de um projeto com
um ano de atividades, mas com resultados sociais e
políticos excelentes e de grande importância para a
formação de cirurgiões-dentistas, que passam a conhecer a realidade da comunidade e as práticas integradas entre ensino e serviço, possibilitando maior
absorção do conteúdo programático do curso. Além
disso, este trabalho estabelece uma ação integradora
entre a comunidade de pré-escolares que se beneficia
dos procedimentos e os que aplicam as práticas e
assim promovem a saúde bucal. Este novo cenário de
prática fortalece também o desenvolvimento de trabalho em equipe multiprofissional, promovendo
ações humanizadores da saúde, com incomparável
ganho epidemiológico e social.
O dilema do professor especialista na
formação do clínico geral
Apresentador: Luiz Roberto Augusto Noro
Autores: Luiz Roberto Augusto Noro
Instituição: Universidade de Fortaleza
A
s Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de
graduação em Odontologia (2002) têm como
marco referencial a formação de clínicos gerais com
sólida formação científica, humanista e crítica, viabilizada por metodologias ativas de aprendizagem, propulsoras de um currículo integrado. Para possibilitar
tal processo é necessária uma construção coletiva do
projeto pedagógico, permitindo a quebra de paradigmas hegemônicos centrados na disciplina. O principal desafio na implementação do currículo integrado
do Curso de Odontologia da UNIFOR foi proporcio-
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nar a ruptura destes modelos tradicionalmente estabelecidos para construir uma nova perspectiva de
formação de qualidade. Para viabilizar tal processo,
num primeiro momento foram levantadas as percepções dos professores sobre as dificuldades a serem
vivenciadas com a nova proposta curricular, por meio
de questionário semi-estruturado com cinco questões
relativas a abordagem dos conteúdos, avanços e perdas com a proposta, grau de interesse e principais
dificuldades. Observou-se que 82,1% dos professores
identificaram os conteúdos abordados em suas disciplinas contemplados na proposta curricular; os principais avanços seriam a integração das áreas de conhecimento (39,2%), resposta às necessidades do
paciente (12,7%) e utilização de metodologias problematizadoras (8,8%) enquanto as maiores perdas
referiam-se a conteúdos teóricos (22,2%), menor repetição de procedimentos (16,6%) e pontos específicos das disciplinas (8,3%). Do total de professores,
67,8% relataram alto grau de interesse apontando
como motivos a melhor capacitação do aluno (36%),
a interdisciplinaridade (12%) e a melhor qualificação
docente (10%), enquanto 28,6% indicaram interesse
regular em especial por ter participado pouco da
construção do projeto (40%), dúvidas sobre as mudanças (13,3%) e falta de formação pedagógica
(6,7%). Com base nestas respostas, a estratégia foi
estimular a participação dos professores em atividades de educação permanente visando a apropriação
de elementos da área pedagógica, em especial a adoção de metodologias ativas, assim como capacitações
técnicas que permitissem uma atuação interdisciplinar do docente, considerando a formação do professor ser tradicionalmente direcionada para a especialidade. Nesta lógica, cada docente atuou como
colaborador no desenvolvimento de seu colega, permitindo estruturarem-se áreas de conhecimentos que
contemplassem uma orientação integrada e proporcionando maior harmonia entre o corpo docente.
Outra grande inovação foi a revisão dos perfis de pacientes atendidos nas clínicas do curso, uma vez que
a proposta exigia uma outra forma de triagem e encaminhamento destes pacientes. Papel fundamental
desempenhou a Assessoria Pedagógica do curso, quer
seja no acompanhamento das disciplinas e reformulação de seus planos de ensino, sempre mediada pelo
grupo de professores, quer na organização de atividades que permitissem uma visão integrada por parte do professor.
74
O ensino na disciplina de Farmacologia
– a percepção dos formandos em
Odontologia
Apresentador: Rozana Beatriz Franco Baccaro
Autores: Rozana Beatriz Franco Baccaro, Lívia
Cristine Darin, Natália Mangiolardo,
Mônica Cristina Toffoli Kadri
Instituição: UNIDERP/UFMS
A
lguns autores constataram insegurança dos estudantes do curso de odontologia em prescrever
medicamentos e apontaram o fato da disciplina de
farmacologia ser ministrada no ciclo básico e a continuação, como conteúdo auxiliar das práticas, não
ser sistematizada. Ainda, descreveram que modificações que visam promover o uso racional de medicamentos devem iniciar ainda na graduação, através de
propostas que promovam o ensino da correta prescrição de medicamentos (Britto et al.,1996). Com os
novos medicamentos no mercado, a escolha sobre o
que se deve prescrever ficou mais difícil, mostrando
que os conhecimentos sobre farmacologia são fundamentais para a prescrição com eficiência e segurança.
O objetivo do presente trabalho foi identificar a percepção do ensino na disciplina de farmacologia pelos
formandos em Odontologia. A população incluiu 65
acadêmicos matriculados no último ano do curso de
graduação em Odontologia de duas Universidades
situadas no município de Campo Grande – Mato
Grosso do Sul, em 2007. O instrumento para a coleta
de dados foi um questionário composto por 22 questões sobre aspectos relacionados aos conhecimentos
adquiridos na disciplina de farmacologia. Do total de
formandos, 68% eram do sexo feminino e 32% do
sexo masculino, na faixa etária entre 20 e 25 anos. A
disciplina de farmacologia, em ambas universidades,
foi ministrada no segundo ano da graduação, com
carga horária entre 72 a 80 horas. 63% dos estudantes
consideraram a disciplina inserida no momento adequado, porém, 53.8% responderam que a carga horária foi insuficiente para o desenvolvimento dos tópicos associados ao uso de medicamentos. Quanto à
importância da farmacologia na formação, 97% responderam que consideram muito importante e o
interesse pela farmacologia foi considerado grande
para 67,7% dos estudantes. Em relação aos conhecimentos farmacológicos, 55,4% avaliaram como sendo
regular. No entanto, 98,5% demonstraram interesse
em aprender mais sobre medicamentos. Sobre o conhecimento da farmacodinâmica e toxicidade, 69,2%
responderam que desconheciam tais informações. Na
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verificação sobre a análise de possíveis interações medicamentosas, 81,5% responderam que ficam atentos
ao fato. Os medicamentos mais citados como prescritos pelos formandos foram os analgésicos (93,8%),
antibióticos (67,7%), antiinflamatórios não-esteroidais (49,2%) e esteroidais (3,1%). Os estudantes demonstraram interesse em saber mais sobre interações
medicamentosas, segurança e eficácia e toxicidade.
Diferentes fontes de informação sobre medicamentos
foram citadas como sendo a base para o conhecimento sobre fármacos como professor tutor, aulas, livros
didáticos, catálogos, propaganda e publicação científica. Sobre medicamentos genéricos, constatou-se
que 93,8% dos estudantes conheciam a definição do
termo e 52,3% relataram prescrever por essa denominação. Dentre os motivos que os fazem optar pelo
nome comercial está a falta de orientação, o desconhecimento, o esquecimento, a comodidade ou dúvida quanto à eficácia. Conclusão: Na percepção dos
formandos, a importância do ensino da farmacologia
na formação do futuro profissional em Odontologia
ficou evidente nesta abordagem.
O papel docente-discente na
operacionalização da DCN: um desafio
no curso de Odontologia da UESB
Apresentador: Patrícia Elizabeth Souza Matos
Autores: Patrícia Elizabeth Souza Matos, Haroldo
José Mendes, Stênia Marília Rodrigues
Pereira
Instituição: Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia
A
discussão sobre as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) é um marco fundamental na formação dos profissionais e na transformação das práticas
pedagógicas utilizadas nos cursos de graduação. Tem
como propósito a formação de profissionais capacitados dentro dos parâmetros científicos, contudo
vinculado às necessidades sociais. Atualmente, após
adequação dos currículos às DCNs, aparece como
grande desafio a sua operacionalização, pois as novas
Diretrizes existem dentro de um quadro que realiza
as mesmas ações com apenas uma nova nomeação,
ou seja, uma odontologia tecnicista, compartimentalizada e individualista com poucos interesses nas políticas de saúde. A dificuldade encontrada nessa operacionalização se baseia no grupo docente e discente,
na ligação dos conhecimentos teóricos e práticos com
a realidade local e na visão integrada das disciplinas
e do paciente visando à promoção da saúde. Sendo
assim, este trabalho tem como objetivo verificar a
compreensão de DISCENTES e DOCENTES, a respeito do ensino e, conseqüentemente, da formação
profissional no curso de Odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), de maneira a identificar o entendimento sobre a participação
discente no processo ensino-aprendizagem e os possíveis “nós críticos” referentes à adoção de um modelo que visa à integração dos conhecimentos, conforme proposto pelas DCNs. Trata-se de um estudo
qualitativo, onde o universo da pesquisa é organizado
em 2 grupos focais: DISCENTES e DOCENTES, de
acordo com a inserção social no contexto da formação do cirurgião-dentista na UESB. As entrevistas foram iniciadas após aprovação no Comitê de Ética e
Pesquisa, e em seguida transcritas, uma vez que os
resultados devem ser discutidos a partir da análise
direta dos depoimentos. No momento, o presente
trabalho encontra-se na fase de coleta de informações
para posterior análise, e espera-se obter ferramentas
que discutam a importância da construção coletiva
do processo ensino-aprendizagem, com envolvimento de ambas as partes, professor e aluno. O resultado
deste estudo também, evidenciará as dificuldades encontradas tanto pelo seguimento docente como pelo
discente, na operacionalização das DCNs, principalmente no que se refere aos currículos que pretendem
integrar os conhecimentos, através de macrodisciplinas, como é o caso do curso de Odontologia da UESB.
A idéia fundamental deste estudo é a de tentar preencher algumas lacunas existentes para a efetivação
das DCNs, como: Será que a simples união de diferentes disciplinas resulta em integração? E os conhecimentos permanecerão fragmentados, ou serão integrados? É necessário que os egressos dos cursos de
odontologia estejam aptos a entender e trabalhar a
complexidade do processo saúde-doença em cada
realidade.
O professor do curso de Odontologia no
Brasil: um olhar sobre sua formação
Apresentador: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi
Autores: Ramona Fernanda Ceriotti Toassi
Instituição: PUCRS/UNIPLAC
O
professor do ensino superior, diferentemente
dos outros graus de ensino, se constituiu, historicamente, tendo como base a profissão paralela que
exercia no mundo do trabalho. A idéia de quem sabia
fazer também sabia ensinar deu sustentação à lógica
do recrutamento dos docentes (CUNHA, 2004). Den-
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
tro da trajetória do professor do ensino superior no
Brasil, insere-se o professor do curso de Odontologia.
O presente trabalho tem o objetivo de apresentar uma
reflexão sobre a formação do professor de Odontologia no Brasil, destacando seus aspectos históricos, características principais e contexto atual. Uma revisão
de literatura foi realizada. Artigos de periódicos impressos ou on-line de fontes selecionadas, bem como
capítulos de obras sobre a temática, serviram de indicadores desta produção. O processo de trabalho incluiu a seleção das fontes, a leitura flutuante buscando,
nas fontes escolhidas, o tema formação do professor
de Odontologia e a posterior categorização dos artigos
encontrados. A formação do professor de Odontologia no Brasil tem se baseado, de modo geral, na racionalidade técnica fundada na filosofia positivista, no
afastamento das questões sociais, nas práticas curativas, individualizadas e elitistas e na fragmentação do
conhecimento por especialidades (PÉRET; LIMA,
2003). Segundo Carvalho (2001), nos cursos pioneiros de Odontologia no Brasil, os professores eram os
profissionais bem sucedidos e os disponíveis para ensinarem nas faculdades. Na década de 50, a necessidade de qualificação docente já foi apontada por estudantes da época, embora não tenha chegado a gerar
desafios para o contexto acadêmico da área. No início
dos anos 70, com a implementação dos cursos de pósgraduação e as exigências de titulação para a carreira
universitária, obtidas em tais cursos e em concursos
públicos, começava, desta vez com mais efetividade, a
ser questionada a formação docente daqueles que não
receberam uma formação pedagógica mínima e,
como decorrência, apresentavam uma abordagem
múltipla e complexa do processo ensino-aprendizagem. É importante, no entanto, se afirmar que esta
situação não foi exclusiva dos cursos de Odontologia.
Estudos de Bordenave e Pereira (1977), Godoy (1988),
Gil (1994), Abreu e Masetto (1997), entre outros, já
chamavam a atenção para a lacuna existente na formação dos docentes do ensino superior. O professor
acabava se caracterizando como um especialista no
seu campo de conhecimento - sendo este inclusive o
critério para sua seleção e contratação – mas necessariamente não dominava a área educacional e pedagógica, nem do ponto de vista mais amplo, mais filosófico, nem do ponto de vista mais imediato, mais
tecnológico. Reconhece-se a necessidade de mudança
na educação de profissionais de saúde frente à inadequação do aparelho formador em responder às demandas sociais. Esse processo de mudança da educação traz inúmeros desafios, entre os quais, romper com
76
estruturas cristalizadas e modelos de ensino tradicional e formar profissionais de saúde com competências
que lhes permitam recuperar a dimensão essencial do
cuidado: a relação entre humanos (CYRINO; TORALLES-PEREIRA, 2004). Em 1975, Freire já apontava
para a necessidade de revisão dos modelos de ensino
empregados no Brasil, na direção da humanização da
educação. Defendia a tomada da pedagogia humanizadora como caminho e única forma de se cumprirem
os reais papéis da educação, já que essa se traduz numa
prática pedagógica em que o método deixa de ser
instrumento educador e deixa de manipular os educandos, com o objetivo de despertar nos alunos a própria consciência sobre os assuntos com os quais trabalhará, respeitando-se inclusive os conhecimentos e as
vivências pregressas dos mesmos (FREIRE, 2006).
Também Venturelli (1997) ao discutir o processo educacional no mundo contemporâneo, resgatou a necessidade de romper com a postura de transmissão,
na qual os alunos assumem o papel de indivíduos passivos, preocupados apenas em recuperar as informações quando solicitados. Nesse contexto, a Odontologia brasileira, que se caracterizou ao longo de sua
história por um modelo de ensino técnico e que parece ter falhado na busca de alternativas, tem apresentado sinalizações de mudanças: no interesse pela profissão, em virtude da atual situação do mercado de
trabalho; na pesquisa experimental e clínica, atingindo qualidade indiscutivelmente reconhecida; nos projetos em andamento de atendimento à coletividade e
seus benefícios; e, ainda no ensino (LAGE-MARQUES,
2003). Werneck (2000), por outro lado, identificou
falhas e dificuldades nos cursos de Odontologia, demonstrando, entre outras, a necessidade de rever urgentemente a prática pedagógica empregada em tais
cursos. Um olhar crítico vai revelar que, hoje, inúmeras estratégias são propostas objetivando o aprimoramento da educação do aluno universitário em amplo
sentido, ou seja, o desenvolvimento intelectual, a formação de sentimentos, de qualidades e de valores
(SANTOS, 2001). Apesar dos indivíduos diferirem
entre si e, por essa razão, não aprenderem do mesmo
modo e nem no mesmo ritmo, alguns fatores podem
ser identificados como facilitadores do processo de
aprendizagem dos alunos. Entre eles, se destacam os
resultados do estudo de Massetto (1992) que, ao trabalhar com alunos de ensino superior, verificou a importância das características do professor, como facilitador de aprendizagem, na medida em que motiva
e desperta o interesse de seus alunos. Raldi et al.
(2003) avaliaram a opinião dos alunos de quatro Fa-
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culdades de Odontologia do Estado de São Paulo, a
respeito do papel do professor no processo ensinoaprendizagem. Os resultados mostraram que as atitudes do professor com os alunos, bem como o tipo de
material didático adotado e o tempo despendido nas
aulas teóricas podem tanto favorecer quanto prejudicar a aprendizagem. A titulação do professor, critério
mais exigido pelas instituições, foi considerada como
quesito importante por apenas 5,8% dos alunos. Toledo (2006), ao fazer reflexões sobre o papel do educador de Odontologia, não deixou dúvidas de que não
se pode aceitar mais nos dias de hoje, que o professor
seja um mero executor no desenvolvimento curricular, mas sim, que assuma um papel de mediador entre
o currículo e a situação real na qual este se desenvolve.
O docente deve, então, interpretar e redefinir o ensino em função do seu conhecimento, da sua maneira
de pensar e de entender a ação educativa. Reconhecese a importância dos conhecimentos básicos e clínicos
da Odontologia para a formação do cirurgião-dentista. Entretanto, o conhecimento é necessário, mas não
suficiente na tarefa de ensinar. Existem professores
com notório saber técnico odontológico, que nem
sempre conseguem transmitir aos seus alunos aquilo
que possuem em matéria de conhecimento. Logo, o
docente deve deixar de ser um mero transmissor do
conhecimento para ser um planejador e organizador
de inovações. Deve ter formação não apenas científica,
mas também didático-pedagógica (Carvalho, 2001).
Parece haver unanimidade sobre o papel determinante do professor no processo ensino-aprendizagem. É
um mediador entre o currículo e seus destinatários.
Um elemento constitutivo e imprescindível da qualidade do ensino e da educação em geral. Embora não
haja uma relação direta entre os resultados alcançados
pelos alunos e a atuação docente e não possa ser atribuída a este, o docente, toda a responsabilidade pela
melhora do ensino, sabe-se que nenhuma transformação nesse sentido pode ser realizada sem a sua participação (TOLEDO, 2006). De acordo com Marulli
(1996), ainda que o processo ensino-aprendizagem
seja pessoal e dependente da conduta do aluno, a ênfase na figura do professor como responsável pela
aprendizagem do aluno, é freqüente. Para Huertas,
Montero e Tapia (2006), o papel dos professores e do
sistema educativo não é influenciar as habilidades,
conhecimentos, atitudes e motivações de seus alunos,
mas sim, facilitar a construção, por parte dos alunos,
de seus processos de formação. Especialmente nas
áreas da saúde, o docente necessita acreditar no mérito de sua atividade e no sentido que ela encerra para
a valorização da vida. Ao demonstrar atitudes de respeito para com o ser humano, o docente é capaz de
motivar os estudantes para as responsabilidades coletivas no campo da saúde, além de aumentar seu interesse pelas disciplinas sociais e humanas (TOLEDO,
2006). A formação do professor de Odontologia deve
seguir a mesma linha das atuais Diretrizes Nacionais
Curriculares, pois estes são importantes agentes para
alcançar a transformação do perfil profissional preconizado, ou seja, um cirurgião-dentista generalista, crítico, reflexivo e humanista. Ao defrontar-se com um
novo cenário institucional extremamente competitivo
e com padrões de docência definidos pelo mercado
de trabalho/governo, o professor universitário tem,
hoje, uma nova exigência de formação, com novos
desafios a sua prática.
O professor especialista num ensino
generalista; embates da transição
Apresentador: Maria da Conceição Valença da Silva
Autores: Maria da Conceição Valença da Silva,
Renato Cabral
Instituição: Faculdade de Odontologia de Caruaru
(FOC)
O
ensino da Odontologia no Brasil requer uma
mudança paradigmática do enfoque especialista para um perfil do cirurgião-dentista generalista
(Resolução n° 3 do CNE/CES) para atuar no Sistema
Único de Saúde, com sólida formação técnico-científica, humanística e ética, orientada para a promoção
da saúde. O Curso de Odontologia da FOC tinha à
sua disposição os luminares especialistas da Dentística, da Endodontia, da Periodontia, da Prótese, dentre
outros, cada um ensinando e resolvendo os problemas de suas especialidades. Numa perspectiva interdisciplinar, a Clínica Odontológica deve propiciar aos
alunos uma visão generalista, pelo menos dos procedimentos de pequena e média complexidades. Um
dos desafios que se impõem é como ensejar aos docentes condições necessárias para a mudança paradigmática. Outros complicadores também se delineiam, como a falta de formação didático-pedagógica
dos docentes e a multiplicidade de protocolos usados
pelos especialistas na Clínica Integrada. A diversidade
de técnicas nos procedimentos odontológicos é salutar num curso de graduação, mas que sejam trabalhados num crescente de complexidade e dificuldade,
principalmente nos últimos períodos, após o domínio
de um protocolo básico e uniforme. Diante desta situação a FOC iniciou um curso de especialização em
Revista da ABENO • 8(1):32-96
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
Clínica Integrada, objetivando a compreensão dos
fundamentos filosóficos, teórico-metodológicos e instrumentais da prática pedagógica, bem como a construção dos protocolos básicos de pequena e média
complexidades. A visão filosófica e didático-pedagógica é respaldada nos pressupostos teóricos de Paulo
Freire e Vygotsky. A abordagem metodológica se materializa através de discussões teórico-práticas; construção coletiva dos protocolos; aulas teórico-demonstrativas dos procedimentos de cada clínica; além de
seminários de apresentação dos casos clínicos, com
orientação didático-pedagógica realizada por pedagogos. O curso tem formato modular, com encontros
mensais. Os planos das disciplinas que constituem a
proposta de formação generalista são analisados coletivamente. Já foram realizados 13 encontros, de um
total de 24, e construídos os protocolos das Clínicas
I, II III e IV. Entendemos ser esta iniciativa uma possibilidade de favorecer a transição paradigmática
emergente do atual contexto educacional.
Oficina de integração ensino-serviço
Apresentador: Vânia Maria Aita de Lemos
Autores: Vânia Maria Aita de Lemos, Sonia
Maria Blauth de Slavutzky, Rosane Silvia
Davoglio, Luisa Helena do Nascimento
Torres, Leticia Schneider Ferreira
Instituição: Universidade Federal do Rio Grande
do Sul
A
disciplina Estágio em Saúde Pública II requer a
realização de estágios por parte dos alunos do
último semestre da Faculdade de Odontologia da
UFRGS junto aos serviços de saúde pública. Tal prática envolve a interação de diferentes atores, como os
discentes, docentes, profissionais preceptores e demais trabalhadores da rede. A fim de que fossem produzidos conhecimentos e relações de troca entre os
diversos sujeitos, organizou-se uma oficina, na qual
foram debatidas as principais propostas e expectativas
da experiência dos estágios.O objetivo geral buscou
consolidar a integração ensino-serviço por meio da
qualificação dos atores envolvidos através da reflexão
crítica sobre a prática e de sua problematização bem
como a capacidade de dar acolhimento e cuidado aos
usuários do SUS. Relato da Experiência: A Oficina
contou com a presença de todos os atores envolvidos
nos estágios, sendo realizada na Faculdade de Odontologia da UFRGS. A pauta, estabelecida a partir de
demandas dos discentes e preceptores constou de
questões geradoras objetivando o estabelecimento do
78
debate. Foram divididos grupos de discussão com
base nos locais de estágio, sendo a discussão registrada por um relator previamente selecionado pelo grupo. Após este momento, houve a discussão dos principais pontos levantados para o grande grupo,
produzindo-se um relatório final e encaminhamentos
para próximos encontros.A oficina com duração de
8 horas contou com a presença dos alunos e professores da FO/UFRGS e dos cirurgiões dentistas/ preceptores das seguintes instituições conveniadas com
a Universidade:Grupo Hospitalar Conceição, Prefeitura Municipal de Porto Alegre e Secretaria Estadual
da Saúde. Este encontro atingiu o objetivo proposto,
avançando na integração ensino/serviço. Tal avanço
foi evidenciado pela troca de experiências e relatos
ocorridos durante o mesmo.Os estágios curriculares
nos quatro últimos semestres e esta Oficina serviram
como experiência para o desenvolvimento da proposta para o Pró Saúde, embasando o planejamento
do Estágio Curricular Supervisionado I da Odontologia na área de Saúde Coletiva com inicio em 2009.
Páginas eletrônicas das Faculdades de
Odontologia de Minas Gerais: análise
das estruturas curriculares
Apresentador: Kléryson Martins Soares Francisco
Autores: Kléryson Martins Soares Francisco, Suzely
Adas Saliba Moimaz, Nemre Adas Saliba,
Cléa Adas Saliba Garbin
Instituição: UNESP- Araçatuba
A
s mudanças propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Odontologia levaram muitas faculdades a reestruturarem as suas grades curriculares. Com avanço da tecnologia e a
facilidade de acesso à internet pela população, muitas
faculdades de odontologia do País possui páginas na
internet, as quais divulgam informações a respeito
dos docentes, alunos, além da estrutura dos seus cursos. Este estudo descreve a primeira etapa de um projeto que visa analisar as grades curriculares das faculdades de odontologia do estado de Minas Gerais. O
objetivo foi analisar informações das grades curriculares a respeito do conteúdo de Saúde Coletiva, Estágio Supervisionado e outros pontos relacionados às
mudanças propostas pelas Diretrizes Curriculares Nacionais disponíveis nas paginas da internet das faculdades. A coleta de dados foi realizada nas páginas
eletrônicas do Ministério da Educação, do Conselho
Federal de Odontologia (para obter as cargas horárias
totais e duração dos cursos em semestres) e das pági-
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nas das faculdades de odontologia, para se verificar a
carga horária disponibilizada ao Estágio Supervisionado e aos conteúdos de Saúde Coletiva. Foram analisadas 23 faculdades, sendo 5 (21,74%) públicas e 18
(78,26%) privadas. Do total das faculdades, 22
(96,65%) possuíam páginas na internet, e dentre estas, 12 (54,55%) disponibilizavam a grade curricular
para consulta, mas apenas 11 (84,62%) disponibilizaram as cargas horárias referentes ao conteúdo de
Saúde Coletiva. Três faculdades (13,04%) apresentaram carga horária total abaixo de 4000 horas, 10
(43,48%) entre 4000 e 4500 horas e 10 (43,48%) acima de 4500 horas. Com relação à duração do curso,
14 (60,87%) faculdades possuíam duração mínima
de 8 semestres, 6 (26,09%) de 9 semestres e 3 (13,04%)
de 10 semestres. As Diretrizes Curriculares Nacionais
destacam a importância da Saúde Coletiva na formação de um profissional generalista e que dê ênfase à
prevenção das doenças bucais. Os conteúdos de Saúde Coletiva possuíam carga horária variando entre 45
e 540 horas e incluíam diversas nomenclaturas como:
“Saúde Coletiva”, “Saúde Pública”, “Saúde e Sociedade”, “Odontologia Social e Preventiva”, “Promoção
de Saúde” entre outras. Referências como “Estágio”,
“Estágios Curriculares”, “Estágio Supervisionado” e
“Internato Rural” foram classificadas como Estágios
Supervisionados. Sabendo-se que o Estágio Supervisionado deve ocupar no mínimo 20% da carga horária total do Curso de Graduação em Odontologia,
observou-se de acordo com as informações obtidas
nas grades horárias disponibilizadas nas páginas das
faculdades analisadas que apenas 4 (33,33%) apresentavam esta determinação. Diante dos resultados
concluiu-se que é de grande utilidade que as faculdades de odontologia disponibilizem as suas grades curriculares em suas páginas na internet, uma vez que
estas promovem a divulgação dos cursos através do
conteúdo programático e fornecem informações relevantes à sociedade e à comunidade científica.
Percepção das instituições parceiras da
UNIPLAC nas atividades extramuros do
curso de Odontologia
Apresentador: Isabela França de Almeida Santos
Ramos
Autores: Isabela França de Almeida Santos Ramos,
Claudia de Abreu Busato, Alexandre
Sabatini Cavazzola
Instituição: UNIPLAC - Universidade do Planalto
Catarinense
O
Curso de odontologia da UNIPLAC desenvolve
atividades extramuros desde 2003. Algumas Instituições são parceiras desde o início das atividades
(Escola de Educação Básica de Lages, CEIM Sepé Tiarajú) e outras foram agregadas (Irmandade Nossa
Senhora das Graças, Escola de Educação Básica Armando Ramos de Carvalho), sendo que estão em diferentes bairros da cidade. As atividades realizadas
pelos acadêmicos da disciplina de Estágio Supervisionado desenvolvida no nono semestre do curso envolvem ações educativas, preventivas e curativas em saúde
bucal, tendo como público alvo: bebês, crianças e adolescentes matriculados nestas Instituições. Para avaliar
como estas atividades estão sendo recebidas nestes
locais desenvolveu-se uma pesquisa qualitativa através
de entrevista com os responsáveis por cada Instituição,
e observação das atitudes dos educadores e colaboradores destas Instituições. Foi observada uma ótima
receptividade por todas as pessoas envolvidas nas Instituições, a disponibilidade de horários e materiais,
bem como de esclarecimentos quanto necessários; a
tentativa e a melhora das instalações para que os alunos possam realizar as atividades também ficou evidente em todos os locais. Em relação à percepção dos
coordenadores das Instituições frente ao desenvolvimento das atividades pelos alunos foi extremamente
positiva, onde pode ser percebido através dos depoimentos dos coordenadores que colocaram que os alunos promovem muito mais que saúde bucal, as ações
realizadas diminuíram as faltas às aulas, ocorre uma
melhora no desempeno escolar das crianças, diminui
o medo do dentista, aproxima os pais da escola, entre
outros. Outro ponto levantado pelos coordenadores
foi o caráter de continuidade das atividades, ou seja,
as atividades não são pontuais, mas sim desenvolvidas
durante todo período das aulas, e tendo seguimento
ano após ano, o que segundo eles é fundamental para
o sucesso na questão da educação em saúde. O envolvimento dos alunos e professores orientadores do estágio com os educadores e colaboradores das Instituições também foi apontado com ponto positivo. A
criação de vínculo entre os alunos e as crianças e adolescentes bem como educadores e colaboradores é
fundamental para o bom desenvolvimento do trabalho, e todos os Coordenadores levantaram a questão
do desenvolvimento do lado humano dos alunos, da
sua inserção na realidade e consideram o Estágio um
campo propício para o ensino. As atividades extramuros desenvolvidas pelo curso de Odontologia da UNIPLAC são fundamentais no processo de ensino-aprendizagem, mas principalmente desenvolvendo uma
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Odontologia humanizada e próxima da realidade da
população. Conclui-se que as Instituições parceiras da
UNIPLAC nas atividades extramuros do curso de
Odontologia estão satisfeitas com as ações desenvolvidas, principalmente devido o caráter educativo, contínuo e humanizado.
Percepção do profissional docente da
área da Odontologia sobre o processo
docência-assistência
Apresentador: Maria José Gomes
Autores: Maria José Gomes, Andressa Lamas,
Wagner Quaresma Damazio, Raquel
Baroni de Carvalho, Elizabete Regina
Araujo de Oliveira
Instituição: UFES
T
rata de um estudo descritivo exploratório com
abordagem qualiquantitativa que teve por objetivo
conhecer a percepção dos docentes do Curso de Odontologia da Universidade Federal do Espírito Santo com
o processo docência - assistência, no que refere as suas
competências para o atendimento assistencial. Foram
analisados as respostas de 52 docentes através de um
questionário validado, contendo perguntas fechadas e
abertas. Os resultados demonstram que 11,4% (n=6)
dos docentes atuam em unidades de saúde e 88,6%
(n=46) não atuam. Quanto a atuação em equipe multiprofissional 42,2% (n=22) responderam sim e 57,8%
(n=30) que não atuam. Dos 42% dos docentes (n=22)
que atuam em equipe multiprofissional 57,9% (n=12)
consideram-se capacitados e 40,1% (n=10) não. Com
relação a necessidade de aprendizado para atuarem
multiprofissionalmente 76,9% (n=40) responderam
positivamente e 23, 1% (n=12) responderam negativamente. Os dados obtidos permitiram concluir que há
necessidade de aprendizado por parte dos docentes
para atuarem em equipe multiprofissional e sugerem
uma premente necessidade de ampliação do envolvimento do docente do curso de odontologia com essa
estratégia de ensino.
Percepção dos acadêmicos do Curso
de Odontologia da UNISC quanto à
contribuição do professor especialista
na formação generalista
Apresentador: Magda de Sousa Reis
Autores: Magda de Sousa Reis, Beatriz Baldo
Marques, Gladis Benjamina Grazziotin,
Renita Baldo Moraes
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
80
A
tualmente há um movimento nos cursos da área
da saúde com o objetivo de adequarem seus currículos para formarem profissionais capazes de atenderem às necessidades da população. As Diretrizes
Curriculares Nacionais (DCNs) têm guiado os Cursos
de Odontologia que vêm comprometendo-se com
esse desafio. Acredita-se que sob o ponto de vista
pedagógico as DCNs são o melhor caminho a ser
seguido na busca da formação de um profissional
preparado para desempenhar uma prática generalista, articulando a teoria com a prática, dentro de um
contexto que aborda a realidade da profissão frente
ao mercado de trabalho, ou seja, que atenda às necessidades do sistema de saúde vigente no país. Por
outro lado, há cursos de odontologia com um corpo
docente altamente qualificado, especializado e com
uma visão biologicista. Dessa forma, há dificuldade
de viabilizar a implantação das DCNs na sua íntegra
e muitos professores acreditam que o currículo tradicional, fragmentado, ainda é o adequado, porque
essa é a referência na qual construíram sua formação
em odontologia. Mas em contrapartida, os acadêmicos buscam uma formação que os permitam enfrentar o mercado de trabalho de forma segura e competitiva. As dificuldades parecem ser comuns a muitos
cursos de graduação em odontologia. Assim, com
este trabalho pretende-se investigar o acadêmico do
Curso de Odontologia da UNISC sobre seus conhecimentos no que diz respeito as DCNs, sua percepção
em relação às diferenças entre as disciplinas e os estágios supervisionados, bem como sua avaliação dos
professores orientadores nos estágios supervisionados, no que diz respeito a sua formação especialista
na formação de um profissional generalista. A referida pesquisa será realizada no final do semestre (junho ou julho/2008) para que as informações prestadas pelos acadêmicos estejam mais fundamentadas
nas suas experiências.
Percepção dos usuários de serviços
odontológicos oferecidos por uma
instituição pública de ensino
Apresentador: Laís Degani Guarenghi
Autores: Laís Degani Guarenghi, Paulo Zárate
Instituição: Faculdade de Odontologia Albino
Coimbra Filho-UFMS
A
percepção dos usuários constitui instrumento
fundamental na avaliação dos serviços. Este trabalho teve o objetivo de verificar a qualidade dos serviços odontológicos prestados por formandos de
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Odontologia de uma Universidade Pública, do ponto
de vista dos pacientes, através de um estudo quantiqualitativo. Aplicou-se um questionário semi-estruturado, contendo 20 questões sobre parâmetros determinados: acolhimento; relações interpessoais
paciente/acadêmico/professor; biossegurança; ambiente clínico; e satisfação com o tratamento. O instrumento de coleta das informações foi utilizado de
forma aleatória entre os pacientes em tratamento no
Estágio Integrado (Clínica Integrada). Sobre o acolhimento, os resultados indicaram que 100% dos pacientes foram bem recebidos pelos alunos e a relação
entre eles foi satisfatória; no aspecto de tempo de
espera, a maioria (68%) o considerou aceitável, com
média de 15 minutos. Se referindo a limpeza da clínica 86,9% dos pacientes consideraram suficiente. A
relação observada entre aluno e professor foi considerada satisfatória por 97,1% dos usuários, e o amparo do professor ao aluno foi aprazível em 98,5% dos
atendimentos. Quanto o aspecto de apresentação do
aluno, 95,6% dos pacientes a julgaram condizentes
com o perfil de um profissional de saúde. Para 98,5%
dos usuários, as informações oferecidas sobre o tratamento foram satisfatórias, inclusive em relação às
orientações sobre saúde e higiene bucal (76,8%). Entre os entrevistados 95,6% afirmaram estar satisfeitos
com o tratamento. Concluiu-se que os usuários consideraram o serviço prestado de qualidade satisfatória, embora os resultados mostram que um avanço
ainda é necessário.
Perfil dos pesquisadores da área de
odontologia com bolsa de produtividade
em pesquisa no Conselho Nacional
de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq)
Apresentador: Thalita Thyrza de Almeida Santa
Rosa
Autores: Thalita Thyrza de Almeida Santa Rosa,
Daniella Reis Barbosa, Hercílio MartelliJúnior, Maria Betânia de Oliveira Pires
Instituição: Unimontes
T
endo em vista o aumento da produção científica
associada à publicação de trabalhos na literatura corrente por pesquisadores brasileiros e que o
desenvolvimento da pesquisa representa importante
papel na geração de novos conhecimentos, de novas
tecnologias e no desenvolvimento do espírito crítico
e reflexivo na formação acadêmica, realizou-se o
presente estudo que objetivou compreender o perfil
dos pesquisadores brasileiros, da área da Odontologia, com bolsas de produtividade concedidas pelo
Conselho Nacional de Pesquisa (CNPq). Para revelar esse perfil, foram analisados, 132 currículos Lattes de pesquisadores, de 2003 a 2005, sendo catalogadas variáveis, como: gênero; classificação no CNPq
(1A a 1D, 2); instituição de origem; tempo de doutorado; artigos publicados, com os respectivos Qualis; livros e capítulos de livros publicados; orientações de mestrado e de doutorado e áreas de atuação.
O estudo apontou o seguinte perfil geral: 64,39%
dos pesquisadores são do gênero masculino; 42,42%
classificados na classe 2 (pesquisadores com, no mínimo, 2 anos de obtenção do título de doutor); concentração em instituições do Estado de São Paulo
(85,6%); com 10 a 15 anos de doutorado (32.57%)
e publicações em periódicos com Qualis A Internacional e B Nacional. A produção de livros ou capítulos de livros, orientações de mestrados ou doutorados foram heterogêneas. Os pesquisadores
bolsistas estão distribuídos por 11 diferentes estados
da federação. 113 bolsistas (85,6%) são da região
Sudeste, sendo que desses, 101 são do estado de São
Paulo. Em seguida, observa-se 10 bolsistas na região
Sul do país, respectivamente, nos estados de Santa
Catarina (n=5), do Rio Grande do Sul (n=4) e do
Paraná (n=1), fato que pode ser atribuído à maior
concentração de cursos de graduação e de pós-graduação em Odontologia nesses estados da federação. Com relação à área de atuação dos pesquisadores bolsistas na Odontologia, o currículo Lattes
permite mais de uma opção de campo de atuação,
o que dificultou a sua determinação exata. Destacouse, a área de biomateriais ou materiais odontológicos
que está presente em praticamente todas as especialidades da Odontologia, em seguida a área de clínica odontológica, que também é bastante extensa,
por contemplar diversas especialidades como, por
exemplo, a Endodontia, a Periodontia, a Prótese e
a Pediatria. Na área de patologia enquadram-se, dentre outras especialidades, a patologia bucal, a estomatologia e a semiologia. A visão geral mostrou uma
produção consistente, relativamente polarizada, associada a grupos consolidados de pesquisadores,
denotando a necessidade de implantação e/ou consolidação de programas de pós-graduação outras
áreas como, por exemplo, Saúde Coletiva, Odontologia Legal e Deontologia nas diversas regiões do
país. (Apoio Financeiro: FAPEMIG)
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Pesquisa aplicada: uma estratégia para
influenciar decisões de práticas no
processo ensino-aprendizagem
Apresentador: Joselete Macedo Reis
Autores: Joselete Macedo Reis
Instituição: SMS/PPC-UERJ
O
reconhecimento do cotidiano do Serviço como
cenário de práticas e espaço de cooperação para
formação profissional é resultante de avaliações do
modelo de formação e uma importante interseção
entre saúde e educação, englobando a adequação do
ensino, conhecimentos produzidos e serviços prestados à população com base nas necessidades sociais.
Reconhecer o caminho que conduzirá a resultados
esperados ainda é um desafio para profissionais do
ensino e do serviço. Este trabalho apresenta uma pesquisa aplicada no Serviço, com a adoção de um instrumento elaborado para permitir a realização do
diagnóstico do perfil de atendimento realizado por
graduandos de Odontologia, na Clínica Integrada da
Policlínica Piquet Carneiro (RJ) e acompanhar a adequação ao modelo contemporâneo proposto pela
ABENO, possibilitando que o aluno perceba a necessidade de mudanças e a disposição para mudar. A
metodologia constituiu-se na elaboração de um instrumento que possibilitasse testar um modelo didático-pedagógico capaz de disponibilizar dados e que
estimule a participação na construção desse modelo
de aprendizagem ativa, com uma visão do todo e o
gerenciamento das partes de forma a garantir a qualidade final dos resultados da aprendizagem e da prática assistencial. Como proposta de adequação do
serviço como unidade de ensino, o planejamento
para a organização das atividades definiu como etapas
fundamentais:1- identificação dos referenciais do
modelo a ser implantado; 2- definição de indicadores
que identificam esse modelo; 3- estratégias de trabalho que garantam a implementação do processo de
trabalho e dos resultados; 4. elaboração dos indicadores de acompanhamento e avaliação. Após a análise dos dados disponíveis no sistema de informações
foi possível confirmar a importância da elaboração
de um instrumento de registro conformando um desenho que permite afirmar que a pesquisa aplicada
ao cotidiano da prática deve ser adotada como uma
estratégia para influenciar decisões no processo de
ensino-aprendizagem, pois permite que o aluno participe do processo de avaliação da adequação ao conteúdo da proposta atual, tenha uma visão do conjunto de necessidades e adote critérios de avaliação para
82
organizar a programação da oferta de serviços com
uma visão de cuidado progressivo e integral a saúde.
Essa possibilidade permite a adoção de uma nova forma de planejamento, que adota como critério não
mais a tradicional “vez de chegada” ou “numero na
fila”, mas o parâmetro da determinação de necessidades, construídas em consenso com o grupo de usuários. Foi possível concluir que a Clinica Integrada é
um importante espaço para o aluno reconstruir conceitos formulados no modelo tradicional de estruturação do currículo, com desenho baseado na elaboração de um plano de tratamento à partir das
necessidades de cada indivíduo e planejamento do
cuidado com procedimentos vinculados aos conhecimentos de cada disciplina e o trabalho em equipe.
Acreditamos que para despertar a percepção da necessidade de mudanças e instituir novos conceitos de
práticas, marcando a graduação do profissional com
o registro de que a Instituição desempenhou o seu
papel na formação, é fundamental aproveitar experiências bem sucedidas, articulando o saber do Serviço e da Academia, reconhecendo o talento de seus
componentes, estimulando o potencial criativo, valorizando a capacidade inovadora e entendendo o
fundamento da proposta da gestão participativa proposta pelo Sistema de Saúde.
Portfólio como possibilidade de construir
e sistematizar o conhecimento
Apresentador: Odair Bim Júnior
Autores: Odair Bim Júnior, Nilce Emy Tomita
Instituição: Faculdade de Odontologia de BauruUSP
T
endo em foco a formação dos profissionais da
Saúde, este trabalho faz parte de uma leitura múltipla sobre o próprio processo formativo durante a
graduação, em que um estudante do curso de Odontologia da Faculdade de Odontologia de Bauru-USP
assume a vez de porta-voz dos acontecimentos, a fim
de relacioná-los a nós críticos do processo de formação e, a partir disso, reconstruir a realidade vivenciada com a coletividade (os demais estudantes da sala
de aula, os colegas da Instituição de Ensino Superior,
profissionais de serviços e docentes). A proposta está
organizada em formato de portfólio, uma ferramenta
pedagógica que proporciona um panorama ampliado dos resultados alcançados, resguardando todo o
desenvolvimento cognitivo empenhado no contexto.
O presente trabalho visa à apresentação e à discussão
de alguns dos conteúdos compilados nesse portfólio,
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com ênfase na categoria “narrativas”, as quais possuem tanto valor histórico quanto analítico, porque
demarcam um contexto e constroem reflexões à medida que interagem com vários referenciais já questionados na atual literatura. A experiência do portfólio enquanto ferramenta pedagógica se valida, ao
permitir a melhor compreensão destas questões, trazendo a possibilidade de desvendamentos frente a
necessidade de resolução dos problemas detectados.
Além disso, também há um favorecimento para que
inúmeros eventos deixem de existir fora da esfera de
atenção do aluno, o qual se faz ciente do lugar que
realmente ocupa dentro da Instituição de Ensino Superior e aprende a importância de considerar aspectos do contexto durante a formação universitária.
Pós-graduação x gradução: reflexos e
conseqüências
Apresentador: Rosana Mara Giordano de Barros
Autores: Rosana Mara Giordano de Barros, Paulo
Zárate Pereira, Edilson José Zafalon
Instituição: Universidade Federal de Mato Grosso
do Sul-Faculdade de Odontologia
Prof. Albino Coimbra Filho
O
s cursos de pós-graduação têm aumentado consideravelmente, tanto em números, quanto em
abrangência das áreas de conhecimento. A discussão
sobre os modelos de formação na pós-graduação está
sendo uma das principais controvérsias e um dos temas centrais tratados no que diz respeito a esse nível
de ensino (Velloso, 2004). Em determinadas situações, para avaliarmos ou mensurarmos a eficiência
do método de ensino-aprendizagem faz-se necessário
a correlação da formação docente e a quantidade das
pesquisas científicas realizadas em instituições de
ensino superior. Neste contexto, a pesquisa científica
torna-se instrumento avaliativo, além de uma ferramenta para a obtenção de conhecimento (Cavalcanti et al., 2004). Dentro desta perspectiva, a pesquisa
nos remete a novas tecnologias e principalmente ao
desenvolvimento de uma visão crítica e reflexiva na
formação do acadêmico (Péret e Lima, 2003). Para
o presente estudo foi aplicado um questionário aos
docentes (N=30) da Faculdade de Odontologia
“Prof. Albino Coimbra Filho” da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, havendo a resposta de 28
professores, cujo intuito foi de analisar a quantidade
da produção científica após o término da pós-graduação. Como instrumento de comparação, buscamos
o arquivo de trabalhos de conclusão de curso (TCC)
no período de 2004 a 2008, categorizados em revisões
literárias, relatos de casos clínicos e pesquisas científicas, além do questionário, para então relacionarmos a diferença dos dados em períodos anterior e
posterior à conclusão da pós-graduação. Dos 28 professores que participaram do estudo, 27 têm pós-graduação stricto sensu, onde 63% terminaram após o
ano de 2000, sendo a mediana o ano de 2004. O
percentual de pesquisas realizadas em nossa IES, vinculadas aos trabalhos de graduação no de 2004 foi
de 28,12% do total de trabalhos realizados, aumentando para 48,48% em 2005, 48,78% em 2006, 69,77%
em 2007 e 85,37% em 2008. Diante dos dados obtidos
nos últimos cinco anos (2004-2008), podemos correlacionar o aumento no número das pesquisas na graduação, relativas ao TCC, com a formação e término
da pós-graduação de nossos professores, o que nos
leva a acreditar e concluir em uma melhora significativa no método ensino-aprendizagem aplicado em
nossa instituição.
Primeira avaliação da mudanças
curriculares na Faculdade de
Odontologia da UFRGS
Apresentador: Sonia Maria Blauth de Salvutzky
Autores: Taís Azambuja, Francesca Bercini, Carlos
Eduardo Baraldi
Instituição: Faculdade de Odontologia - UFRGS
O
processo de mudança curricular da Faculdade de
Odontologia da UFRGS encontra-se em seu sétimo semestre. Este novo currículo tem por características formar um Cirurgião-dentista capacitado ao exercício de atividades referente à saúde bucal da população;
dotado de espírito crítico face à sua realidade e com
sólida formação técnica científica e humanística; profissional que norteie o seu comportamento e decisões,
pelos princípios da ética/bioética; um profissional que,
individualmente ou em associação com seus pares e
demais profissionais da saúde, tem como atividade primeira, promover, preservar e recuperar a saúde da população, principalmente na sua esfera de atuação e
desenvolve-se em 10 semestres letivos. A partir do quinto e sexto semestres foram planejados o desenvolvimento de competências e habilidades específicas ao exercício profissional do cirurgião-dentista tanto no âmbito
da atenção ao indivíduo como à coletividade voltado à
realidade local e às necessidades do sistema de saúde
vigente. Neste trabalho buscamos avaliar o impacto desta modificação com relação ao ensino-aprendizado nas
disciplinas ClínicaOdontológica I e II,respectivamente
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pertencentes ao quinto e sexto semestres letivos. Para
tanto utilizamos como instrumento de avaliação uma
Escala do tipo Likert, constituída por afirmações positivas e negativas,buscando obter a opinião dos alunos
sobre a abrangência dos conteúdos ministrados nestas
disciplinas. Estas afirmações basearam-se nos seus planos de ensino. A partir da análise dos dados, poderemos
avaliar parte desta mudança curricular e obter um feedback para continuar aperfeiçoando o processo de
ensino e aprendizagem na Faculdade de Odontologia
da UFRGS.
Projeto Asa Branca – uma realidade na
prevenção do câncer bucal
Apresentador: Leógenes Maia Santiago
Autores: Leógenes Maia Santiago, Uoston Holder
da Slva, João Manoel da Silva Filho,
Danielle Lago Bruno de Faria
Instituição: Associação Caruaruense de Ensino
Superior
O
projeto Asa Branca-Programa de Prevenção e
Combate ao Câncer de Boca, constituinte do
complexo de ensino, pesquisa e extensão da ASCES,
iniciou suas atividades no ano de 2001. Desde então
vem realizando campanhas em diversos municípios
do estado de Pernambuco, atingindo o sertão, agreste, zona da mata sul e norte e litoral. Até o momento
já foram visitados 31 municípios com a realização de
45 campanhas. No dia 11 de fevereiro de 2005, foi
reconhecido pelo Ministério da Saúde, através do Programa Brasil Sorridente, como um Centro de Referência para diagnóstico e tratamento de lesões bucais,
tendo sua clínica inaugurada em cerimônia pela Excelentíssimo Presidente da República do Brasil, Luiz
Inácio Lula da Silva. Além das Campanhas nos municípios, em que são realizadas visitas domiciliares, coma
participação de alunos do 1º. ao último período, conta também com a realização de diagnósticos e tratamentos através de estagiários em Centros de Referências Municipais que são criados durante reuniões com
os prefeitos dos municípios. Os casos diagnosticados
são então encaminhados para a clínica Asa Branca, na
Faculdade de Odontologia de Caruaru-PE, cujo transporte fica a cargo do município de origem para que
recebam a conduta terapêutica indicada. Além dos
procedimentos cirúrgicos são realizados também os
exames anátomo-patológicos em laboratório pertencente ao Projeto. O referido projeto também oferece
gratuitamente para os cirurgiões-dentistas da rede
SUS, curso de capacitação em Estomatologia e Preven84
ção do Câncer Bucal, de natureza teórico-clínico, sendo essa é uma forma de disseminar a necessidade de
uma diagnóstico precoce e pronto atendimento. A
importância desse projeto vai além do aspecto social,
já que permitiu o exame de 83.045 pacientes entre
os anos de 2001 a 2007, com um número de 16.388
pacientes com lesões, que foram encaminhados para
tratamento na Faculdade de Odontologia de CaruaruPe, possibilitando assim reduzir o fluxo de pacientes
aos grandes centros e permitindo aos alunos de Graduação um importante contato com a realidade, que
esperamos, possa contribuir para a formação de novos
profissionais com melhor conhecimento das característica clínico-epidemiológicas do câncer bucal e voltados para a promoção de estratégias que permitam
a instituição de medidas que modifiquem esse quadro
atual.
Projeto piloto de implantação do projeto
telessaúde Brasil no Rio de Janeiro: a
inserção da Odontologia
Apresentador: Márcia Maria Pereira Rendeiro
Autores: Márcia Maria Pereira Rendeiro, Luciana
Freitas Bastos
Instituição: ENSP/UERJ
O
Programa Nacional de Telessaúde tem o objetivo de desenvolver ações de apoio à assistência à
saúde e, sobretudo, de educação permanente de Saúde da Família. Ao integrar as equipes de saúde da
família das diversas regiões do país com os centros
universitários de referência, pode melhorar a qualidade dos serviços prestados em atenção primária,
diminuindo o custo de saúde através da qualificação
profissional e a quantidade de deslocamentos desnecessários de pacientes, utilizando uma infra-estrutura
de informática de telecomunicação para o desenvolvimento contínuo à distância, que possibilita a multiplicação e disseminação do conhecimento e a qualificação da assistência prestada, com a utilização de
multimeios (biblioteca virtual, videoconferência, fóruns, vídeo streaming e chats); estruturação de um
sistema de consultoria e segunda opinião educacional
entre especialistas em Medicina de Família e Comunidade e preceptores de Saúde da Família, profissionais da Atenção Primária e Instituições de Ensino
Superior. No Estado do Rio de Janeiro, o Telessaúde
Brasil está implantado na UERJ, que tem larga tradição no desenvolvimento de ações na Atenção Primária em Saúde e envolve a Medicina, a Enfermagem e
a Odontologia. Em fase de implantação, o projeto
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pretende atingir até 70 municípios, com a instalação
de 100 pontos e utiliza a seguinte metodologia: 1.
planejamento e apresentação do projeto ao COSEMS, definição conjunta dos municípios selecionados;
2. visita técnica de sensibilização e motivação das equipes; 3. entrega dos formulários de linha de base e
teste de conectividade; 4. assinatura do termo de adesão pelo gestor e entrega dos kits de informática; 5.
treinamento e realinhamento conceitual da equipe
de teleconsultores e das equipes de saúde da família.
A inserção da Odontologia na equipe multidisciplinar do projeto atende às premissas da Política Nacional de Atenção Básica e da Política Nacional de Promoção da Saúde, que elencam a Saúde Bucal como
área prioritária para o fortalecimento da Atenção Básica. O plano de trabalho proposto inclui: avaliação
de linha de base, projeto de extensão com a inclusão
dos graduandos, alinhamento das Universidades participantes do PRÓ-SAÚDE como parceiras, suporte
para decisão clínica baseada em evidências, curso de
formação técnica à distância, Teleconsulta e segunda
opinião formativa, tanto para os casos da atenção básica, quanto da atenção especializada, videoconferência, com participação nos temas transversais e proposta dos temas específicos, teleconsultoria e discussão
de casos e/ou aprofundamento teórico, encaminhados pelas equipes de Saúde da Família, elaboração de
indicadores de avaliação da qualidade e de impacto.
A análise dos formulários de linha de base, em processo, já permite identificar as demandas dos profissionais das equipes em relação à teleducação e teleconsultoria ou segunda opinião. A participação ativa
da Odontologia em todas as fases do processo tem
possibilitado o contato com a realidade local e a troca de experiência com as equipes, facilitando a avaliação dos aspectos qualitativos e subjetivos do diagnóstico, possibilitando reflexões importantes no que
se refere ao processo de trabalho, dificuldades enfrentadas e desafios a superar para o fortalecimento da
Atenção Básica, desenvolvimento do Sistema Único
de Saúde com resolutividade e eficiência, subsidiando
processos de gestão, decisão clínica e formação.
Projeto sorria – mais uma ferramenta
para o ensino da saúde bucal coletiva
Apresentador: Fernando Souza Simioni
Autores: Fernando Souza Simioni, Bibiana Avelar
Bastos, Francisco Avelar Bastos, Flávio
Renato Reis de Moura
Instituição: Universidade Luterana do Brasil Campus Cachoeira do Sul - RS
O
Projeto Sorria integra as atividades de extensão
do Curso de Odontologia da ULBRA-Campus
Cachoeira do Sul. O projeto tem como objetivo proporcionar aos acadêmicos atividades teórico-práticas
no campo da saúde bucal coletiva. Este tipo de trabalho possibilita ao aluno de Odontologia atuar na atenção primária em saúde bucal, intervindo no processo
de instalação de afecções buco-dentais. Neste contexto, o aluno exercita atividades de cunho social podendo constituir o primeiro contato, do futuro profissional, com a realidade socioeconômica de uma grande
parcela da população brasileira. Assim, o curso utiliza
o projeto como mais uma ferramenta para capacitar
o futuro Cirurgião-Dentista, pautado em princípios
éticos, legais capazes de promover transformações
sociais da população. Metodologicamente o projeto
é desenvolvido na sua integra pelos acadêmicos sob
a orientação de um professor. As atividades são divididas em duas etapas: a primeira os acadêmicos trabalham fazendo uma palestra utilizando slides educativos apropriado para pessoas de faixas etárias
distintas. Ainda nesta etapa é utilizado um vídeo educativo direcionado para crianças da faixa etária de 4
a 8 anos. Na segunda fase ocorre a parte prática, onde
os acadêmicos realizam aplicação tópica de flúor e
orientações de higiene bucal com o auxílio de um
escovódromo focando principalmente a família. As
edições do projeto ocorrem integradas a atividades
de instituições públicas e privadas, principalmente
em eventos comunitários. Desde 2004 até o ano de
2007 o projeto já atingiu 7376 pessoas e 81,9% das
edições foram em entidades públicas, 18,1% em privadas, com a participação de 151 acadêmicos do curso. Conclui-se que o Projeto Sorria é metodologia de
trabalho que contribui para o aprendizado teóricoprático de atividades da saúde bucal coletiva e também contribuindo para melhora da qualidade de vida
da população atingida.
Promoção de saúde bucal para
pacientes especiais - apresentação de
um projeto de extensão
Apresentador: Regina Ferraz Mendes
Autores: Regina Ferraz Mendes, Danyege Lima
Araújo Ferreira, Rosendo Prado Júnior,
Reyjanne Barros de Carvalho
Instituição: Universidade Federal do Piauí
U
m Projeto de Extensão tem por finalidade consolidar a interface comunidade acadêmica/sociedade, possibilitando o enriquecimento necessário
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para o processo integrador de produção do conhecimento em busca da melhoria das condições de vida
da sociedade em geral. Este projeto originou-se com
a constatação, a partir de pesquisas realizadas, de que
os pacientes com necessidades especiais encontravam-se com a saúde bucal precária. Concluiu-se que
esta situação é conseqüência do pouco conhecimento dos cuidadores sobre as práticas adequadas de promoção de saúde e da dificuldade de atendimento
odontológico para estes pacientes, os quais muitas
vezes são rejeitados pelo serviço convencional. Os
objetivos foram: identificar conhecimento dos cuidadores e professores sobre práticas de promoção de
saúde bucal; Promover, recuperar e manter a saúde
bucal do paciente com necessidades especiais; Capacitar profissionais envolvidos com os pacientes portadores de necessidades especiais para a promoção de
saúde; Despertar nos alunos da graduação a importância do atendimento humanizado e a responsabilidade do cirurgião dentista em ações de promoção de
saúde em pacientes especiais. O Projeto é desenvolvido no Centro Integrado de Educação Especial
(CIES), mantido pelo Governo do Estado do Piauí, o
qual atende 334 crianças com deficiência mental
(principalmente síndrome de down, mas atende também autismo, paralisia cerebral e deficiência múltipla) de 0-14 anos. O CIES assiste em várias áreas a fim
de proporcionar o desenvolvimento das crianças a
ponto de incluí-las no ensino regular. O trabalho educacional tem como foco o processo de inclusão do
aluno especial, desenvolvendo atividades que possibilitem que as crianças com deficiência possam ingressar na escola comum. Também proporciona atendimento psicológico, fonoaudiológico, médico,
odontológico, psicopedagógico, terapêutico ocupacional, além de atendimento em enfermagem e de
assistência social, executados em conjunto com a educação regular para oferecer um atendimento integral
às crianças. Os alunos e professores do curso de Odontologia da UFPI se deslocam ao CIES, onde são realizadas atividades Educativas (Palestras, oficinas, teatro, trabalhos de artes nas salas da aula, orientações
sobre higiene bucal para pacientes, pais e responsáveis. Este momento é importante também para se
promover a socialização através de atividades produtivas, expressivas, lúdicas, recreativas e estimulação
precoce com temas de odontologia); e de Promoção
e Recuperação da Saúde (escovação supervisionada,
aplicação de flúor e tratamento restaurador atraumático). Casos mais complexos são encaminhados para
a UFPI. Este projeto tem propiciado uma relação so86
cial de impacto entre a UFPI e a sociedade, como
agente transformador; atua dentro dos princípios de
interdisciplinaridade, caracterizada pela interação de
modelos, conceitos complementares e metodologias,
buscando a consciência teórica e operacional, que
estruture o trabalho dos agentes no processo de extensão e ainda enaltece a indissociabilidade ensinopesquisa-extensão que reafirma a extensão como
processo acadêmico de formação e de geração de
conhecimentos.
Proposta de adequação da estrutura
curricular do curso de graduação da
Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto / USP
Apresentador: Maria da Gloria Chiarello de Mattos
Autores: Silvia Passeri, Maria da Gloria Chiarello
de Mattos, Marisa Semprini, Marlivia
Golçalves Carvalho Watanabe
Instituição: Faculdade de Odontologia de Ribeirão
Preto/USP
A
definição de um novo projeto político pedagógico para o curso de graduação da Faculdade de
Odontologia de Ribeirão Preto/USP (FORP/USP)
na perspectiva das Diretrizes Curriculares Nacionais
(DCN) do MEC constituiu um desafio para Comissão
de Graduação da unidade, culminando com a implantação de uma estrutura curricular, a partir de 2004,
que adotou como estratégia mobilizar o corpo docente/discente para participar de reuniões (ao final do
processo foram computadas 52 delas) partindo-se do
microcosmo da universidade representado pelo Departamento, que é a menor célula, para o macrocosmo, representado por assembléia geral e finalmente
Congregação da unidade, na proposta de estrutura
curricular que ampliasse os cenários de ensino-aprendizagem ao longo de toda a formação acadêmica,
proporcionando ao aluno, desde cedo, o contato com
a realidade social e dos serviços de saúde, oferecendolhe condições para superar a dicotomia entre estudo
e trabalho, valorizando a incorporação de tecnologias
leves e o trabalho em equipe multiprofissional, bem
como a integração dos conteúdos programáticos das
disciplinas, com a proposta do currículo que teve por
foco central o tratamento do paciente de maneira
integral, observando este indivíduo no seu todo. Para
atingir os objetivos propostos, este currículo foi organizado de forma integrada, em complexidade crescente e quase sem nenhuma separação entre os ciclos
básico e profissionalizante. Em 2006, a Comissão de
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Graduação da FORP/USP convidou especialistas da
área da pedagogia para participar de reunião com na
qual foram apresentados o currículo do curso e suas
particularidades. Esta Comissão solicitou uma avaliação da estrutura atual do currículo para iniciar uma
proposta de adequação curricular, uma vez, que os
professores e alunos identificaram alguns aspectos
que precisariam ser revistos. A partir de julho de 2007,
deu-se início a construção da proposta de adequação
da estrutura curricular do curso de graduação em
Odontologia da FORP / USP em conjunto com a
Comissão de Ensino composta por representantes de
todas as áreas departamentais. O objetivo principal
desta proposta foi oferecer uma visão externa da estrutura curricular do Curso de Odontologia com base
nas Diretrizes Curriculares Nacionais, apresentando
sugestões e permitindo uma reflexão sobre a estrutura atual. Para o diagnóstico inicial da estrutura curricular atual da FORP-USP, observações sugeridas pelas
Diretrizes Curriculares foram analisadas e comparadas às propostas atuais do currículo da FORP/USP.
Como resultado desta análise foram feitas considerações quanto ao: 1-) Perfil do Aluno, 2-) Competências
e Habilidades, 3-) Estágios Curriculares, 4-) Atividades Complementares, 5-) Projeto Pedagógico, 6-)
Trabalho de Conclusão do Curso, 7-) Estrutura do
Curso e Integração Curricular, 8-) Avaliação e Acompanhamento do Curso. Os estudos permitiram apresentar proposta de adequação curricular que poderá
oferecer subsídios para a realização de mudanças no
Curso de Odontologia, aperfeiçoando ainda mais a
qualidade do ensino ministrado na Instituição.
Proposta para divulgação do projeto
pedagógico entre discentes da
Faculdade de Odontologia da
PUC-Campinas
Apresentador: Solimar Maria Ganzarolli Splendore
Autores: Arnaldo Pomílio, José Inácio Toledo
Junior, Solimar Maria Ganzarolli
Splendore
Instituição: Faculdade de Odontologia
PUC-Campinas
A
importância do Projeto Pedagógico para uma
Faculdade é inquestionável. No entanto, para
que as propostas e o conteúdo deste Projeto sejam
colocados em prática, cada elemento participativo do
curso deve conhecê-lo e compreendê-lo. Com este
objetivo, os membros da EAPP (Equipe de Apoio ao
Projeto Pedagógico) da Faculdade de Odontologia
da PUC-Campinas elaboraram uma proposta para
divulgação do projeto entre docentes, funcionários e
principalmente discentes. Em um painel principal de
90X110 cm, foi inserido, de forma lúdica, todo o conteúdo do Projeto, seus Eixos principais e Objetivos.
Cópias deste painel foram confeccionadas em folhas
tamanho A3 e A4 e distribuídas em todos os períodos
da Graduação. O painel ficou exposto e foi apresentado aos alunos. Após a divulgação, os alunos apresentaram condições mais favoráveis para discussão de
conteúdo e maior compreensão do desenvolvimento
de seu proacesso de aprendizagem.
Pró-Saúde da Faculdade de Odontologia
da Universidade Federal de Goiás:
análise do primeiro ano de execução
Apresentador: Maria Goretti Queiroz
Autores: Maria Goretti Queiroz, Claudio Rodrigues
Leles, Gersinei Carlos de Freitas, Rejane
Faria Ribeiro-Rotta
Instituição: Faculdade de Odontologia- UFG
O
Pró-saúde da FO-UFG iniciou as suas atividades
em 2006 e o seu primeiro ano de execução se
encerra em junho de 2008 com a prestação de contas
dos recursos recebidos neste período. Este trabalho
tem como objetivo apresentar as ações desenvolvidas
neste período a partir dos eixos orientadores do programa: orientação teórica, cenário de prática e orientação pedagógica. No eixo da orientação pedagógica
foram desenvolvidas atividades visando promover
mudanças no processo de formação, por meio do
aprimoramento das práticas pedagógicas. Foram realizados quatro momentos de reflexão-ação que subsidiaram as discussões nas disciplinas que compõem
a matriz curricular. Ainda neste eixo, destaca-se a realização da I Mostra da Parceria Ensino-Serviço-Comunidade que surgiu da necessidade de se criar um
espaço para troca de experiências, diálogos, encontros, debates e reflexões, visando ampliar e fortalecer
as parcerias. Foi construída com metodologia favorável ao diálogo e a integração, sendo composta por:
discussão dos trabalhos científicos, rodas de conversa,
painéis, e atividades complementares como Mostra
de Cinema, Tenda Paulo Freire e Trilha da vida. No
eixo da reorientação da formação evidenciou-se a
necessidade de mudanças que superam a lógica da
gestão acadêmica atual, neste sentido foram implementadas ações visando à mudança organizacional,
melhoria na comunicação visual e prontuário eletrônico. Como estratégia de gestão da mudança priori-
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zou-se ações que provocassem impacto no fazer docente, destaca-se as atividade do VER-SUS Docente.
O mesmo visa ampliar a duração e diversificar a prática educacional dos estudantes da UFG, considerando os princípios, diretrizes e cenários de práticas do
SUS, contemplando os interesses e necessidades dos
diferentes cursos, mediante sensibilização e qualificação dos docentes. Foi concebido inicialmente para
ser uma atividade para os docentes da FO, no entanto, tornou uma atividade integradora da área da saúde da UFG, principalmente devido ao envolvimento
da Pró-Reitoria de Graduação, desde o início. Na
orientação teórica as atividades desenvolvidas têm
permitido ampliar a discussão sobre os determinantes
do processo saúde-doença na graduação e pós-graduação que permitirá, entre outras mudanças, a realização de pesquisas mais direcionadas à realidade local.
Foram propostas trinta e uma ações, destas dezenove
foram executadas como o planejado outras se desdobraram em novas atividades ou foram substituídas
tendo em vista a mudança do cenário. As dificuldades
encontradas se relacionam à diversificação do espaço
de atuação ao longo do curso, envolvimento heterogêneo dos docentes, integração com os outros cursos
da área da saúde dentro da UFG e o planejamento
compartilhado com o SUS local.
Pró-Saúde na Universidade Federal
de Santa Catarina – um processo de
integração ensino-serviço-comunidade
Apresentador: Ines Beatriz da Silva Rath
Autores: Cláudio José Amante, Daniela Lemos
Carcereri, Ines Beatriz Rath, Mauro
Amaral Caldeira de Andrada
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
O
Curso de Graduação em Odontologia da
UFSC está reorientando o seu Projeto Pedagógico, com base na Resolução no 3/02 CNE/CES,
de 19 de fevereiro de 2002, que institui as Diretrizes
Curriculares Nacionais de Cursos de Graduação em
Odontologia. Este trabalho tem como objetivo proporcionar reflexões em torno desta temática para
todos os atores envolvidos e responsáveis pela gestão do ensino e do serviço. O processo de integração ensino-servico-comunidade aponta para a necessidade de programar novas metodologias
educacionais, estruturar uma matriz curricular que
garanta a formação de um Cirurgião-Dentista com
visão crítica, postura ética, sensibilidade social, que
entenda o ciclo da vida e o processo de saúde-do88
ença, com uma abordagem humanizada, pautada
na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a
transformação da realidade em benefício da sociedade. As áreas de Medicina e Enfermagem têm experimentado movimentos significativos de reflexão
crítica sobre os modelos tradicionais de formação
profissional. Em relação à Odontologia, este processo é mais recente exigindo esforços para integrar a saúde bucal dentro do novo contexto de ação
interdisciplinar e multiprofissional, formando um
profissional com perfil adequado. O Ministério da
Saúde tem se preocupado em orientar o processo
de formação de recursos humanos da área, estabelecendo, para tanto, parceria com o Ministério da
Educação. Essas mudanças têm implicado em redirecionamento nas políticas de educação e de saúde.
O Curso de Graduação em Odontologia, da Universidade Federal de Santa Catarina, em parceria
com a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, vem desenvolvendo atividades visando processos de mudanças na formação de CirurgiõesDentistas. Um dos pontos marcantes tem sido a
discussão das novas diretrizes curriculares para os
cursos de Odontologia e as políticas públicas de
saúde bucal, visando adequar o currículo às necessidades do País nesta área. A agenda de debates
inclui temas como: desafios da integração entre as
demandas do SUS e o ensino da Odontologia, o
Programa Nacional de Reorientação da Formação
Profissional em Saúde, o Pró-Saúde, a política de
saúde bucal enquanto instrumento de inclusão social e de garantia da cidadania.
Pró-Saúde: ações integradoras
para graduação de um profissional
generalista comprometido com o SUS
Apresentador: Maria Cristina Almeida de Souza
Autores: Souza M.C.A., Casotti E., Gouvea M.V.,
Albuquerque C.J.M.
Instituição: Universidade Severino Sombra - USS
E
m 2005, a auto-avaliação do Curso de Odontologia da USS evidenciou insatisfação por parte dos
discentes dos períodos concluintes em relação à sua
futura inserção no mercado de trabalho, uma vez que
a grande demanda é por profissionais generalistas,
com destaque para aqueles com perfil para atuação
na Atenção Básica. Os gestores, apoiados pela comunidade acadêmica decidiram, assim, pela efetivação
de ajustes que representaram a reorientação na for-
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mação profissional do aluno de Odontologia, decisão
alicerçada na contemplação do Curso com o Pró-saúde - Programa de Reorientação do Profissional em
Saúde - (MS/MEC/OPAS). Entre as ações propostas
e executadas, destacam-se: ampliação do número de
pesquisas acadêmicas relacionadas com a Atenção
Básica; inclusão e discussão de temas transversais fomentadores do desenvolvimento de um necessário
senso crítico discente; revisão dos conteúdos programáticos, apontados com deficitários por preceptores
de estágio; reorganização dos Estágios Supervisionados Curriculares com readequação dos campos de
prática (Unidades Saúde da Família do Município);
conscientização por parte dos docentes do ciclo profissional sobre a relevância do SUS como campo de
atuação. Prestes a concluir o primeiro ano de execução do Pró-saúde, as vantagens e progressos na reorientação da formação do Cirurgião-dentista são incontestáveis, já representando um diferencial de
atuação do acadêmico na região na qual a USS está
inserida. Apesar do curto período de tempo de operacionalização das ações, o acompanhamento dos
egressos tem permitido verificar sua inserção no mercado de trabalho, com destaque para o percentual de
ingressantes no serviço público. Concluem os autores
que o modelo que se implementa na USS, segundo
este novo perfil de formação profissional, é moderno,
atual e, portanto plenamente adequado à realidade
nacional.
Reestruturação da matriz curricular com
vistas às DCN: uma experiência do Curso
de Odontologia da Universidade Estadual
do Sudoeste da Bahia – UESB
Apresentador: Patrícia Elizabeth Souza Matos
Autores: Patrícia Elizabeth Souza Matos, Haroldo
José Mendes, Cézar Augusto Casotti
Instituição: Universidade Estadual do Sudoeste da
Bahia
O
Curso de Odontologia da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia –UESB foi implantado
no ano de 2004, no campus universitário do município de Jequié, região sudoeste da Bahia. As atividades
da primeira turma foram iniciadas no ano de 2004,
trabalhando com uma “grade curricular tradicional”,
na qual as disciplinas foram distribuídas de acordo
com as especialidades odontológicas, e somente nos
dois últimos semestres as disciplinas de Clínica Integrada eram desenvolvidas. À medida que o corpo
docente foi sendo constituído, iniciou-se uma discus-
são acerca da matriz curricular, uma vez que se tratava de um curso novo e que “caminhava na contramão”
do que era proposto pelas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCN) de 2002, foi então que em 2005 iniciouse o processo de reestruturação da matriz curricular,
com uma proposta de trabalho voltada a integração
das disciplinas. O novo fluxograma do curso de odontologia da UESB passou a vigorar em 2006, funcionando em 10 semestres, com carga horária total de
4.830 horas, distribuídas em macrodisciplinas, que
visam integrar os conhecimentos das especialidades
odontológicas, de maneira que os discentes tenham
práticas clínicas integradas e uma melhor formação
em Saúde Coletiva. Atualmente, a primeira turma
encontra-se no 80 semestre, e a tentativa de trabalhar
em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais não vem sendo uma tarefa fácil na UESB, onde
as dificuldades e os êxitos são sentidos e percebidos
a cada dia durante o desenvolvimento das atividades
acadêmicas, principalmente quando coloca-se em
evidência a discussão de termos “professores especialistas no ensino generalista”. O relato desta experiência trará contribuições para que as dificuldades do
curso de Odontologia da UESB possam ser discutidas
com representantes de outras instituições de ensino
superior, a fim de que se criem norteadores, e para
que os nossos êxitos também sirvam de exemplo e
motivação para os demais.
Reflexões críticas da internacionalização
da graduação em odontologia
Apresentador: Oswaldo Crivello-Junior
Autores: Oswaldo Crivello-Junior, Bonnie Taylor
Escudeiro, Renata Regina Cafasso Hager
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
M
uito se tem falado em internacionalização da
graduação nos últimos anos no Brasil. O Protocolo de Bolonha foi o instrumento desencadeador
dessa discussão não somente no nosso país como em
outros. Alguns autores acreditam que essa internacionalização seria o grande desafio para o Brasil nos
próximos anos e que políticas objetivas entre universidades e estado devam ser desenvolvidas para que
objetivos, com resultados de interesse para o Brasil,
sejam alcançados. O Protocolo de Bolonha, compromisso europeu que objetiva formar uma estrutura,
um espaço comum de ensino superior, aos países da
União Européia conferindo maior possibilidade de
intercâmbio entre eles, tem a pretensão de alinhar
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
as Universidades da Comunidade Européia quanto
à sua estrutura e duração de seus cursos de graduação e pós-graduação strictu sensu. O novo modelo
de ensino superior é fundamentado no trabalho dos
alunos e na efetiva aquisição de competências. Essa
proposta já encontra resistências de intelectuais e
professores. A Odontologia não está fora dessa discussão como vemos no exemplo abaixo transcrito:
“Como, por exemplo, um odontólogo com pós-graduação na Alemanha vai aprender a trabalhar com
aparelhos e materiais alemães, e no seu retorno ao
Brasil, provavelmente continuará a querer usá-los,
pois são estes seus parâmetros de qualidade e o material que ele aprendeu a manusear com destreza.
Com isto, aumentam-se as vendas alemãs em materiais e aparelhos ortodônticos pelo mundo afora,
promovidos pelos ex-bolsistas da odontologia na Alemanha”. Mas a reflexão crítica começa em saber em
que resultaria ganho para a instituição e para a sociedade repatriar um docente que venha com soluções importadas que não venham a suprir as necessidades locais ou que nada tenham a ver com nossa
realidade? Esse ponto já deve ser discutido na ida
do docente para lá e da finalidade de seus planos de
estudos. A internacionalização do ensino superior
de Odontologia passa pelo estabelecimento de convênios entre diferentes instituições? Esse é o caminho, chamado de internacionalização, em diferentes escolas. Na Universidade de São Paulo outros
cuidados são ajuizados: mérito acadêmico do aluno,
pertinência ao projeto formativo do curso e mesmo
a viabilidade das despesas propostas. Sem isso, a experiência internacional com certeza pouco ajudará
na formação profissional sem prejuízo da importância informal de experiências escolares que deve ser
sempre considerada (Freire, 2007). Necessário se faz
a definição da internacionalização. Sem ela, o país
corre o risco de tender para ela com os mesmos componentes maléficos que convivemos na globalização
econômica e servirmos exclusivamente para destino
de interesses não compatíveis com a realidade da
saúde bucal brasileira.
Reflexões éticas no cotidiano de uma
clínica de urgências odontológicas
Apresentador: Marianella Aguilar Ventura Fadel
Autores: Marianella Aguilar Ventura Fadel, Arno
Locks, Inês Beatriz da Silva Rath, Vera
Lúcia Bosco
Instituição: Universidade Federal de Santa Catarina
90
A
bioética trata das dimensões morais, decisão e
conduta nas ciências da vida e no cuidado à
saúde, valendo-se de metodologias éticas num contexto multidisciplinar. As questões bioéticas estão
presentes cotidianamente em âmbito mundial nos
mais diversos ambientes, inclusive no cotidiano das
clínicas odontológicas. No entanto, embora as questões bioéticas estejam presentes, nem sempre são
discutidas ou refletidas como deveriam, e, portanto,
não norteiam as condutas profissionais. Devido ao
seu caráter trans e multidisciplinar, a discussão bioética é imprescindível na área da saúde. Na Odontologia, muitas questões são dignas de debates bioéticos, no entanto a discussão ainda é incipiente.
Dentre os princípios que fundamentam a bioética,
existe: 1) a autonomia, entendida como a autodeterminação da pessoa para tomar decisões que afetem sua própria vida, sua saúde, sua integridade físico-psíquica, suas relações sociais; 2) a beneficência
que tem como regra norteadora o bem do paciente,
seu bem estar e seus interesses; 3) a não-maleficência
que diz respeito à obrigação de não causar danos, e
4) a justiça que obriga a garantir distribuição justa,
equitativa e universal dos benefícios e dos serviços
de saúde. Os princípios bioéticos na clínica odontológica universitária, onde também existe o compromisso com o ensino, precisam ser analisados sob um
enfoque ampliado e deve envolver docente/paciente/aluno. A necessidade de obtenção do consentimento livre e esclarecido para realizar trabalhos
odontológicos é fundamental. Para tanto, os professores e os alunos devem apresentar para os pacientes
as possibilidades de tratamento bem como suas características, dividindo com o paciente a responsabilidade da escolha. Porém, a ocorrência de dilemas
bioéticos em clínicas odontológicas de urgências é
rotineira, pois se lida constantemente com dor e
desconforto, e o paciente muitas vezes solicita a eliminação definitiva do seu incômodo, mesmo que
isto signifique perder um elemento dental. Cabe o
questionamento: é ético extrair um dente permanente, onde há condições e indicação de tratamento endodôntico, em atendimento à solicitação do
paciente, que decidiu “arrancar” todo e qualquer
dente que viesse a “incomodar”? Se, devidamente
esclarecido o paciente insistir e assinar um termo de
responsabilidade, o profissional estaria, em tese, legalmente amparado, mas, estaria tranqüilo em relação à questão ética e às suas convicções profissionais?
A discussão e reflexão éticas são contundentes no
cotidiano das clínicas odontológicas universitárias.
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É necessário trazer estas questões precocemente nos
cursos de graduação, de modo que o ensino odontológico brasileiro esteja adequado aos novos paradigmas mundialmente aprovados em 2005 pela Organização das Nações Unidas para a Educação,
Ciência e Cultura - UNESCO na Declaração Universal de Bioética e Direitos Humanos.
Resultados preliminares da aplicação
do teste do progresso, em curso de
Odontologia de universidade particular,
em três semestres consecutivos
Apresentador: Elaine Quedas de Assis
Autores: Elaine Quedas de Assis, Isabela M.
Benseñor, Dalva Gruz Laganá, Monica
Andrade Lotufo, Claudio Fróes de Freitas
Instituição: Universidade Cidade de São Paulo
- UNICID - FMUSP
C
om a flexibilização dos Projetos Pedagógicos
torna-se necessário reconhecer que as mudanças que se quer promover nos cursos de graduação
na área da saúde dependem de uma série de ações
articuladas, entre estas, o processo de avaliação tem
um papel decisivo como indutor de mudanças. O
teste do progresso é um instrumento que vem sendo
amplamente utilizado para avaliar o desempenho
cognitivo dos estudantes ao longo do curso, sendo
utilizado também como ferramenta de avaliação do
curso de Medicina. Com características de avaliação
longitudinal e ainda pouco difundido no curso de
Odontologia. O objetivo do nosso trabalho foi desenvolver um método próprio, adaptado aos padrões
de ensino aprendizagem a que estão submetidos os
futuros odontólogos, capaz de avaliar o desempenho
dos alunos e das mudanças curriculares presentes
nos cursos de Odontologia. O teste foi aplicado a
todos os alunos de 1° a 4° anos, ao mesmo tempo,
sendo composto por 85 questões referentes a todas
as disciplinas do curso de Odontologia da UNICID
e aplicados semestralmente. A participação dos alunos foi voluntária, porém incentivada. Os professores foram convidados a enviar as questões para a
comissão responsável pela realização do Teste dentro das características que se espera de um profissional em função de competências que os educandos
devem desenvolver, respeitando as construções e
aprendizados anteriormente conquistados. Observou-se a presença dos alunos em 93,9%, 89,7% e
86,5%, respectivamente nos três primeiros testes.
Quanto ao ganho de conhecimento pode-se obser-
var aumento estatisticamente significativo entre o 1º
e o 3º teste. Sendo progressivo nas turmas do 1º ao
último semestre. Os resultados preliminares indicam um ganho de conhecimento cognitivo progressivo e contínuo ao longo dos quatro anos do curso
de Odontologia, parecendo ser possível o uso desta
ferramenta como mais um processo avaliativo ético
e responsável.
Saúde bucal no século XXI: o desafio do
ensino e da prática
Apresentador: Ana Áurea Alécio de Oliveira
Rodrigues
Autores: Ana Áurea Alécio de Oliveira Rodrigues,
Ana Figueiredo Bomfim Matos, Rodolfo
Macedo Cruz Pimenta
Instituição: Universidade Estadual de Feira de Santana
A
saúde bucal vive um período de desenvolvimento
e modificações em suas concepções, saberes e
práticas. Prova disso são as diversas vertentes da Odontologia surgidas desde a década de 50 do século XX,
a exemplo da Odontologia Sanitária, Odontologia
Preventiva, Odontologia Simplificada, Odontologia
Integral e a Saúde Bucal Coletiva. A implantação de
Equipes de Saúde Bucal no Programa de Saúde da
Família (PSF) introduz no século XXI uma abertura
para uma transformação significativa no que diz respeito à Saúde Bucal, contudo não se pode esperar uma
mudança nas práticas odontológicas se o paradigma
da Odontologia nas Instituições de Ensino Superior
mantiverem um processo de ensino-aprendizagem
baseado no modelo flexneriano (individualista, biologizante e superespecializado). Com base nestas observações, interpreta-se a necessidade de alterações no
ensino de graduação. De acordo com tal necessidade,
a instituição das Diretrizes Curriculares Nacionais do
curso de graduação em Odontologia, publicada em
fevereiro de 2002 pelo Conselho Nacional de Educação, é de grande relevância para que a formação dos
novos cirurgiões dentistas acompanhe as expectativas
atuais da Saúde Bucal. Este trabalho propõe-se, portanto, a uma reflexão teórica, a partir da revisão de
artigos que analisam as alterações curriculares, já existentes, nos cursos de graduação em Odontologia, a
fim de demonstrar o desafio transformador presente
na relação entre o ensino e a prática odontológica. O
resultado desta analise permite concluir a possibilidade de alterações na realidade dos incipientes profissionais da Odontologia, com o propósito de ultrapassar os limites da discussão para a atuação.
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
Segmentação de grupos de estudantes
da Faculdade de Odontologia da UFG
quanto à classificação de desempenho
em disciplinas clínicas e não clínicas
Apresentador: Erica Tatiane da Silva
Autores: Erica Tatiane da Silva, Maria de Fátima
Nunes, Maria Goretti Queiroz, Cláudio
Rodrigues Leles
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade Federal de Goiás
A
avaliação de desempenho acadêmico cumpre
um papel estratégico para o planejamento político-pedagógico da instituição e deve estar baseado
em dados confiáveis e abrangentes. A avaliação em
instituições brasileiras de ensino superior, somativa
ou formativa geralmente é traduzida sob a forma de
notas, ocorrendo aprovação do acadêmico através da
média final nas disciplinas. O objetivo do presente
estudo é analisar quantitativamente o padrão de desempenho de estudantes da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. Foi obtida uma
amostra de 1166 estudantes, concluintes do curso de
graduação entre os anos de 1988 e 2007. As notas de
avaliações em disciplinas foram coletadas dos extratos
acadêmicos fornecidos pelo Departamento de Assuntos Acadêmicos, tabulados e analisados através do
Programa Estatístico SPSS 16.0. Foram consideradas
as médias total e parcial por grupos de disciplinas
(ciclo básico e ciclo profissionalizante, disciplinas clínicas e não clínicas). A segmentação dos alunos com
base no desempenho foi realizada pela análise de
cluster (K-Means cluster), em 3 grupos de desempenho (alto, médio e baixo). As médias totais foram:
8,11 (n=466; 40,0%), 7,39 (n=527; 45,2%) e 6,55
(n=173; 14,8%), para os grupos de alto, médio e baixo desempenho, respectivamente. Os grupos com
desempenho alto corresponderam a 45,3% no ciclo
básico (média=7,85), 41,5% no ciclo profissionalizante (média=8,14), 48,3% nas disciplinas clínicas (média=7,79) e 35,0% nas disciplinas não clínicas (média=8,19). Em todos os grupos de disciplinas, o
segmento formado pelos grupos de baixo desempenho correspondeu ao menor número de alunos, variando entre 11,3 (disciplinas clínicas) e 18,1% (disciplinas não clínicas). Conclui-se que os padrões de
desempenho acadêmico dos estudantes apresentaram tendência entre média e alta, mas um número
considerável de alunos com baixo desempenho sugere a necessidade de estratégias educacionais diferenciadas para este segmento.
92
Seminários interdisciplinares de
simulações clínicas – uma experiência
de integração básico-clínico
Apresentador: Miura C. S. N.
Autores: Bremm L. L., Boleta-Ceranto D.C.F.,
Hoeppner M.G., Gomes V. E.
Instituição: UNIPAR
E
m vista da desafiante tarefa de introduzir precocemente o acadêmico ao raciocínio clínico, promover permanentemente a interdisciplinaridade, colocar o aluno num papel ativo de aprendizagem e
colocar o professor num papel de problematizador e
facilitador do aprendizado, elaboramos o projeto de
ensino “Seminários Interdisciplinares de Simulações
Clínicas”. No desenvolvimento do referido projeto, são
preparados casos clínicos complexos envolvendo ao
menos três especialidades odontológicas e incluindo
as áreas básicas correlatas. Embora denominados “casos clínicos”, são casos simulados, sempre com complicações sistêmicas, destituídos de detalhes que levem à
sua resolução, que não é o objetivo do projeto. Os alunos levantam palavras-chave para pesquisa e estabelecem objetivos de aprendizagem buscando a expansão
do estudo do caso em áreas do conhecimento básicas,
clínicas e sócio-culturais. Os participantes de cada grupo são orientados a buscar, associar e discutir esses
conhecimentos, tendo como norteador da pesquisa o
caso clínico. Os grupos reúnem-se para expor e discutir as diversas possibilidades para cada caso e a fundamentação técnico-científica e o professor assume um
papel de problematizador e facilitador. A metodologia
desenvolvida no projeto está centrada no aluno através
da resolução de problemas. Os problemas diferem dos
casos clínicos, sendo que estes últimos apresentam diversos problemas num mesmo caso. Esta é uma metodologia inovadora de ensino que propõe ensinar o
aluno a aprender, permitindo que ele busque o conhecimento nos inúmeros meios de difusão do conhecimento hoje disponíveis e que, conseqüentemente,
aprenda a utilizar e pesquisar estes meios. A diversidade do conhecimento, por meio da diferentes formas
de resolutividade clínica, é o objetivo do projeto. Isso
é de suma importância, pois os assuntos aprendidos
nos primeiros anos do curso permanecem, com freqüência, intocados até a sua formação. Vale ressaltar que
somente o estudo e o aprimoramento permanente
tornam possíveis a sobrevivência do profissional no
mundo atual. Este projeto, portanto, fortalece a articulação da prática com a teoria ao simular casos complexos e de risco que requerem um profundo embasa-
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
mento teórico. Com base nos resultados obtidos,
podemos concluir que o referido projeto promover a
interdisciplinaridade, principalmente entre áreas básicas e clínicas; estimular a capacidade crítica e reflexiva do acadêmico; estimular formas de educação continuada através do estudo individual e em grupo através
de grupo tutoriais; estimular a capacidade de demonstrar o planejamento e a discussão de uma conduta
baseada em evidências científicas, e estimular a capacidade de comunicação dos alunos.
Seqüência clínica integrada para
tratamento odontológico interdisciplinar
Apresentador: Eduardo José Guerra Seabra
Autores: Eduardo José Guerra Seabra, Isabela
Pinheiro Cavalcanti Lima, Gerdo Bezerra
de Faria
Instituição: Universidade do Estado do Rio Grande
do Norte
T
oda prática profissional requer normatizações
para otimizar o desenvolvimento de suas atividades. Em Odontologia, isso pode acontecer sob forma
de protocolos de atendimento clínico, rotinas formais
de procedimentos ou de seqüência clínica a que o
operador guia-se por ela para conduzir seu tratamento. Esta formalização de procedimentos preenche
lacunas didáticas, servindo como roteiro para que o
acadêmico ou profissional em relação ao moddus
operandi clínico, objetivando a melhor forma de condução do tratamento. A literatura é bem rica em protocolos de atendimento clínico dentro das especialidades ou, até mesmo, de procedimentos clínicos.
Vários exemplos podem ser citados: seqüências clínicas para confecção de restaurações ou próteses, bem
como um plano de tratamento periodontal envolvendo procedimentos básicos e avançados. Mas esta mesma literatura é pobre quando nos referimos a seqüências clínicas para planos de tratamento abrangendo
mais de uma área do conhecimento odontológico,
como os traçados nas Clínicas Integradas das faculdades de Odontologia. O desenvolvimento de uma seqüência clínica integrada para atendimento odontológico inter ou transdisciplinar pode atuar de modo
importante no contexto atual de necessidades do ensino odontológico em relação ao perfil do profissional a ser formado (clínico geral com visão ampla e
integral da promoção de saúde bucal), bem como ao
perfil da atividade docente neste aspecto da conduta
generalista do exercício profissional no ensino. Desenvolveu-se uma seqüência clínica de atendimento
para uso na disciplina de Clínica Integrada onde se
buscou a possibilidade de abertura para que áreas do
conhecimento odontológico possam perpassar entre
si no plano de tratamento. A partir de um exame
clínico que utilize ferramentas como: anamnese, exame físico intra-bucal e radiográfico, e análise dos modelos de estudo articulados, temos elementos para
traçar adequado modelo clínico de tratamento. Sugere-se então um roteiro de procedimentos que pode
ser aplicado em disciplinas de Clínica Integrada, bem
como orientar a atividade profissional: 1) Condicionamento do meio bucal: Periodontia - Endodontia
– Exodontias - Dentística: onde o operador julga o
principal fator de infecção, estipulando a ordem de
procedimentos; procede-se a moldagem para planejamento protético ou ortodôntico na sessão do exame
clínico ou após a raspagem periodontal. 2) Cirurgias
eletivas; 3) Dentística; Prótese; 5) Controle e manutenção. Esta sequência baseia-se em três princípios
(adequação do meio bucal; preparo de boca e reabilitação) e pode ser interrompida a qualquer tempo
por uma urgência odontológica, bem como, deve-se
proceder o planejamento em conjunto com áreas às
quais os pacientes possam ser encaminhados, como
a ortodontia e a implantodontia. Instrumentos como
este podem ajudar a construção do ensino odontológico de maneira integrada, como pedem as DCN’s.
Teleodontopediatria: competências a
serem desenvolvidas no curso de pósgraduação em atendimento à graduação
em curso presencial com suporte a
distância
Apresentador: Mary Caroline Skelton Macedo
Autores: Mary Caroline Skelton Macedo, Luciana
Butini Oliveira, Marcelo Bönecker, João
Humberto Antoniazzi
Instituição: FOUSP
A
importância das competências ligadas ao desenvolvimento da comunicação online tem despertado o interesse das diversas especialidades odontológicas, tendo em vista suas características próprias e a
necessária adequação às Diretrizes Curriculares Nacionais. A Disciplina de Odontopediatria da FOUSP desenvolveu um curso para a capacitação de 10 alunos de
pós-graduação do triênio 2008/2010, a fim de que possam agregar as competências de tutor de cursos online
preconizada na Teleodontologia. Os conteúdos do curso contemplaram a aplicação de mídias educacionais,
produção de material didático apropriado para supor-
Revista da ABENO • 8(1):32-96
93
Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
te ao ensino presencial, conceitos de teleducação, interatividade e interação online. Foram agregados os treinamentos em ferramentas síncronas e assíncronas de
ensino. A plataforma educacional utilizada foi o Moodle. O planejamento do curso incluiu a preocupação
em capacitar os alunos quanto aos conceitos fundamentais para um processo de ensino-aprendizagem eficaz
quando realizado sob EaD. Foram aferidos os aspectos
papel do tutor; relacionamento tutor/estudante; dificuldades atreladas ao desenvolvimento dessa modalidade de ensino; e, eficácia do processo de ensino-aprendizagem na modalidade EaD em função da adequação
de planejamento. Um questionário foi aplicado a fim
de avaliar as competências adquiridas pelos alunos de
pós-graduação quanto à proposta realizada e as respostas obtidas foram tratadas por porcentagem. Observouse a assimilação correta dos parâmetros propostos na
seguinte gradação: papel do tutor (90,9% observaram
que o tutor deve ser um facilitador do processo); relacionamento tutor/estudante (63,6% acreditam que
deva existir acesso facilitado); dificuldades atreladas ao
desenvolvimento dessa modalidade de ensino (27,3%
acreditam que seja de mesma magnitude que o ensino
presencial); e, eficácia do processo de ensino-aprendizagem na modalidade EaD em função da adequação
de planejamento (72,7% acreditam neste fato). Foi
proposto aos alunos que sejam os tutores dos alunos de
graduação da Disciplina de Odontopediatria na seqüência da capacitação. Percebe-se claramente a compreensão dos alunos com respeito às exigências próprias
de um curso presencial com suporte a distância nos
quesitos papel do tutor; relacionamento tutor/estudante; e, eficácia do processo de ensino-aprendizagem
na modalidade EaD em função da adequação de planejamento. Quanto às dificuldades atreladas ao desenvolvimento dessa modalidade de ensino, os alunos não
perceberam a dificuldade em se produzir essa modalidade de ensino, possivelmente por ainda não terem
entrado em contato com os alunos em ambiente formal
de curso.
Teleodontopediatria: exercícios online
desenvolvidos pelos alunos de pósgraduação para aplicação na graduação
Apresentador: Mary Caroline Skelton Macedo
Autores: Luciana Butini Oliveira, Mary Caroline
Skelton Macedo, Ana Estela Haddad,
Antonio Carlos Guedes-Pinto
Instituição: FOUSP
94
A
eficácia comprovada pelos cursos presenciais com
suporte online têm levado a repensar as competências a serem desenvolvidas na pós-graduação em
Odontologia. Em virtude deste fato foi desenvolvido
um curso de capacitação de 10 alunos de pós-graduação de Odontopediatria do triênio 2008/2010 para
que possam atender aos alunos de graduação na turma
a se iniciar no segundo semestre de 2008 em sistema
de desenvolvimento e gerenciamento do suporte digital. Os objetivos pedagógicos desenhados para este
curso incluíram os aspectos cognitivos com respeito ao
Ensino a Distância e suas implicações; as habilidades
almejadas incluíram o desenvolvimento de suporte
online em plataforma Moodle; e, os atitudinais envolveram o desejo de vencer as dificuldades impostas pela
tecnologia proposta. O curso visou a capacitação para
a aplicação do Ambiente Virtual de Aprendizagem
(AVA) Moodle (plataforma freeware), desenvolvendo
conceitos atrelados ao Ensino a Distância e ao desenvolvimento de material didático apropriado para esta
modalidade educacional. Os alunos foram incentivados a desenvolver quaisquer das atividades oferecidas
pela plataforma, com a possibilidade de escolha dentre
as propostas que mais se ajustassem ao que haviam
compreendido do ensino presencial com suporte a
distância. Do proposto, constatou-se que foram realizadas 13 inserções da atividade Lição (atividade de
grande dificuldade no planejamento e aplicação); 10
inserções de texto em pdf e 01 em documento do Word;
09 diários; 05 chats (salas de bate-papo); 04 inserções
de links; 04 links a sites de interesse; 04 fóruns; 04
enquetes; 01 glossário e 01 conjunto de slides em PowerPoint. A liberdade de escolha dentre as possibilidades oferecidas pelo AVA permitiu que os alunos optassem por atividades que apresentassem características
ligadas à facilidade de desenvolvimento (inserções de
texto,de diários e chats), porém a atividade mais inserida foi a de maior dificuldade na confecção (somente
para esta atividade foram aplicadas 3 horas de atividade presencial). Considerando-se os resultados alcançados pelos alunos segundo a proposta feita pela disciplina, observa-se que o desafio do desenvolvimento
pode estimular o desejo da realização, objetivo pedagógico atitudinal desejado ao se traçar as metas de
competências da disciplina. Conclui-se que dos exercícios desenvolvidos pelos alunos de pós-graduação
para aplicação na graduação segundo a proposta da
Disciplina de Teleodontopediatria, os objetivos cognitivos e de habilidades traçados foram alcançados; os
atitudinais também o foram, porém estimulados pela
dificuldade em se desenvolver a tarefa proposta.
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Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
Telessaúde: um novo cenário de
aprendizagem
Apresentador: Helena Willhelm de Oliveira
Autores: Helena Willhelm de Oliveira, Fabio Maito,
Thais Russomanoricardo Cardoso
Instituição: PUCRS
E
ste trabalho busca divulgar um programa de intercâmbio por tele-conferência estabelecido entre os
cursos de Odontologia da PUCRS e da Universidade
de Kaunas na Lituânia, que tem mobilizado os acadêmicos em documentar, apresentar e discutir questões
ligadas ao aprendizado dos seus respectivos cursos, com
a supervisão de professores e seguidos de discussões
bilaterais sobre o tema abordado.O projeto tem a parceria do Laboratório de Telemedicina, parte integrante do Centro de Microgravidade da PUCRS que juntamente com o Grupo de Telemedicina da Fauldade de
Medicina, compõem a Telessaúde da PUCRS. Contando com o apoio do Hospital São Lucas da PUCRS, do
Projeto TEMOS (Telemedicine for a Mobile Society)
da Agência Espacial Alemã e de universidades internacionais. O Laboratório tem sido sucesso em desenvolver
projetos de pesquisa e assistência na área de Telemedicina e a Faculdade de Odontologia consolidou uma
parceria para realizar experiências e produção de conhecimentos sobre o processo de inclusão das TIC´s,
como um novo cenário de aprendizado por problematização e contextualição de conteúdos, comparação
entre diferentes culturas como a Lituana e a Brasileira
e os procedimentos preconizados para as patologias
apresentadas. As comunicações são previamente agendadas para dia e hora compatível com as disponibilidades mutuas dos alunos participantes. A língua é o inglês
(idioma oficial da Lituânia, após a independência) e o
tema também é acertado seja apresentação de caso clinico, transmissão de vídeos ou projetos que poderão
contar com a participação dos alunos de ambas as Instituições. Para estabelecer a comunicação é feita por
computador, usando o recurso skype, com transmissão
ao vivo e com duração de até 40 minutos. Resultados
obtidos: maior contextualização dos procedimentos
odontológicos realizados por culturas diferentes, motivação dos discentes e docentes para trabalhar em rede
e utilizar esse método para educação permanente, aprimoramento da metodologia de comunicação, familiaridade com a língua inglesa, parceria para projetos
conjuntos, desenvolvimento de novos produtos para a
melhoria da transmissão.
Teste do progresso na FOUSP: o ganho
cognitivo do aluno e avaliações por
formulário aberto
Apresentador: Oswaldo Crivello-Junior
Autores: Oswaldo Crivello-Junior, Luciana Ávila
Maltagliati, Maria Ercília de Araújo, Aline
Cristine Munhoz Lopes
Instituição: Faculdade de Odontologia da
Universidade de São Paulo
O
s resultados conseguidos pelo Teste do Progresso realizado anualmente desde 2004 vêm provocando importantes reflexões para o curso. O Teste do
Progresso, uma forma de avaliação longitudinal, ou
de formação, do cognitivo que se repete anualmente
(Rev. ABENO, 2005, 2006 e 2007) permite diferentes
vertentes para complementação de seus resultados.
O modelo de avaliação aplicado anualmente é uma
prova em forma de teste, com 80 questões com 5 alternativas sem a opção nenhuma das anteriores. As
questões foram elaboradas por professores das disciplinas e o conteúdo solicitado é de temas vitais para
a formação generalista. A prova anual vem sendo aplicada gradativamente desde 2004 e em 2007 todos
alunos do curso integral a realizaram. Preliminarmente já se observa que o ganho cognitivo dos alunos
é crescente com algumas indicações de que os alunos
têm dificuldade em reter algum conhecimento adquirido no início do curso. Mantemos como exemplos a
análise específica de questões de Bioética e Metodologia Científica, disciplinas do primeiro ano do curso.
Percebe-se falta de segurança do aluno em apontar
conclusivamente a resposta correta. Neste momento
solicitamos a manifestação aberta para os alunos que
concluíram metade e os que estão em vias de concluir
o curso. Um dos pontos positivos apontados é a participação temprana, na forma de estágio curricular,
dos alunos na clínica, em nosso caso, na disciplina de
Clínica Integrada no primeiro ano e que é seguida
nos anos posteriores por alguns alunos. Os alunos
salientaram o contraste entre organização e desorganização de disciplinas e a enorme dedicação de alguns
professores e desinteresse de outros como ponto fortes e fracos do curso. O Teste do Progresso que vem
sendo aplicado no curso de Odontologia da FOUSP
vem alcançando seus objetivos primários e mostrando
que o aluno mantém seus conhecimentos cognitivos
ao longo do curso. Há indícios da relação entre a
insatisfação da disciplina pelo aluno com o pior rendimento no teste nessa matéria após o término desta
disciplina.
Revista da ABENO • 8(1):32-96
95
Trabalhos selecionados para apresentação • 43ª Reunião Anual da Abeno, 2008
Trabalho em Odontologia – interfaces
entre atenção à saúde, ensino e
pesquisa
Apresentador: Ananyr Porto Fajardo
Autores: Ananyr Porto Fajardo
Instituição: Grupo Hospitalar Conceição
A
qualidade e a natureza do trabalho em odontologia vêm mudando ao incorporar espaços de ensino, de aprendizagem e de pesquisa ao exercício da
assistência. Odontólogos contratados de um Hospital
de Ensino de Porto Alegre, RS exercem preceptoria
simultaneamente a suas atividades técnicas específicas,
produzindo formalmente serviços e conhecimento, o
que caracteriza componentes imateriais de seu trabalho. Objetivos: (1) compreender o contexto no qual é
desenvolvido o processo de ensino, aprendizagem e
de pesquisa de odontólogos em um ambiente de produção coletiva de saúde; (2) compreender como os
preceptores percebem a existência de componentes
imateriais em seu trabalho; (3) compreender como
lidam com relações, saberes, poderes e práticas interdisciplinares na busca de encontros produtores de
saúde. Método: Solicitar aos preceptores que definam
suas atividades produtivas conforme sejam consideradas como concretas ou imateriais. A seguir apresentar
sua percepção e experiência com ensino, aprendizagem e pesquisa em serviço na área da saúde. Finalmente evidenciar como encaram a integração dessas atividades à assistência. Resultados: Embora nem todos os
odontólogos preceptores envolvidos com ensino,
aprendizagem e pesquisa reconheçam os componentes imateriais de seu trabalho e a natureza de simultaneidade com as demais atividades pelas quais são res-
ponsáveis, é possível perceber como isso é vivenciado
pelos sujeitos. O estabelecimento de um processo de
educação permanente que discuta essa percepção,
partindo do pressuposto de que atender e prescrever
ocorrem simultaneamente ao ensinar, orientar, pesquisar e aprender e que geram espaços e momentos
educativos a serem aproveitados em todo seu potencial
passa a ser viável. É possível promover a superação da
dicotomia entre cuidar, ensinar, aprender e pesquisar
em saúde ao proporcionar o reconhecimento de componentes imateriais do trabalho na produção coletiva
organizada de saúde. Da interface entre ensino, aprendizagem e pesquisa com a atenção pode ser gerado o
cuidado como superação da assistência, tendo como
referência que trabalhar, pensar, fazer, ensinar e aprender são práticas simultâneas,
O caráter formativo nas metodologias
ativas de ensino-aprendizagem
Apresentador: Andrea Doczy
Autores: Andrea Doczy
Instituição: UNIFESO
E
ste trabalho tem como objetivo revisitar a experiência da metodologia ativa de ensino-aprendizagem como ferramenta para cumprir as Diretrizes
Curriculares Nacionais, na formação de profissionais
de saúde críticos e reflexivos, maduros e éticos, capazes de intervir sobre a realidade vivenciada tendo em
vista o caráter formativo deste processo, enquanto
instrumento de inserçao precoce do estudante no
mercado de trabalho, oferecendo a perspectiva de
refletir quanto ao espaço de atuação a partir de experiências vivenciadas e sua legitimidade.
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Índice de artigos
v. 8, n. 1, janeiro/junho - 2008
Autores
Abreu, Mauro Henrique Nogueira
Guimarães de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Fagundes, Ana Laura de Oliveira. . . . . . . 9
Moraes, Geraldo Fabiano de Souza . . . . 16
Ferreira, Efigênia Ferreira e. . . . . . . . . . . 9
Pustiglioni, Francisco Emilio. . . . . . . . . . . 5
Braga, Alexandre Ramos. . . . . . . . . . . . . 16
Garbin, Cléa Adas Saliba. . . . . . . . . . . . . 23
Saliba, Nemre Adas. . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Conceição, Elza Maria de Araújo. . . . . . . 9
Georgetti, Marco A. P.. . . . . . . . . . . . . . . . 5
Santiago, Flávia Helena Dias. . . . . . . . . . . 9
Corraini, Priscila . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Lima, Luiz Antonio Pugliesi Alves de. . . . 5
Togashi, Adriane Yaeko. . . . . . . . . . . . . . . 5
Costa, Adriano Rodrigues da . . . . . . . . . 16
Moimaz, Suzely Adas Saliba. . . . . . . . . . . 23
Vargas, Andrea Maria Duarte . . . . . . . . . . 9
Zina, Lívia Guimarães. . . . . . . . . . . . . . . 23
Descritores
Avaliação educacional. . . . . . . . . . . . . . . 23
Equipe multiprofissional. . . . . . . . . . . . . . 9
Projeto lei do ato médico . . . . . . . . . . . . . 9
Cirurgia bucal/educação. . . . . . . . . . . . . .5
Modelos animais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Recursos humanos em odontologia. . . . 23
Educação em odontologia. . . . . . . . . . 5, 23
Odontologia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Relações comunidade-instituição. . . . . . 23
Ensino. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Odontologia comunitária. . . . . . . . . . . . 23
Saúde ocupacional. . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Epidemiologia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Periodontia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Serviços de saúde. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Sistema Único de Saúde . . . . . . . . . . . . . . 9
Descriptors
Community dentistry. . . . . . . . . . . . . . . . 23
Draft bill. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Health systems. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9
Community institutional relations. . . . . 23
Education, dental. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Models, animal. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Dental education. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Educational measurement . . . . . . . . . . . 23
Occupational health . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Dental staff. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9, 23
Epidemiology. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Periodontics. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Dentistry. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Health services. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Surgery, oral/education . . . . . . . . . . . . . . 5
Teaching. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
Revista da ABENO • 8(1):97
97
Índice de resumos apresentados na
43ª Reunião Anual
v. 8, n. 1, janeiro/junho - 2008
Autores
A
B
Abreu, Flavia Milene Silva. . . . . . . . . . . . 47
Baccaro, Rozana Beatriz Franco. . . . . . . 74
Abreu, Mauro Henrique Nogueira
Baccaro, Rozana Beatriz Franco. . . . . . . 74
Bonfim, Maria de Lourdes Carvalho . . . 41
Guimarães de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Baldisserotto, Ulio. . . . . . . . . . . . . . . . . . 64
Albuquerque C.J.M.. . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Baraldi, Carlos Eduardo . . . . . . . . . . . . . 83
Albuquerque, Carlos Jesivan
Barbieri, Dayse. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Marques. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Aldrigui, Janaina Merli . . . . . . . . . . . . . . 70
Barbosa, Daniella Reis. . . . . . . . . . . . . . . 81
Barbosa, Maria Bernadete Cavalcante
Bonfim, Maria de Lourdes Carvalho . . . 47
Bonfim, Maria de Lourdes Carvalho . . . 47
Bordingnon, Mariana . . . . . . . . . . . . . . . 46
Bosco, Vera Lúcia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Braga, Neilor Mateus Antunes . . . . . . . . 55
Braga, Neilor Mateus Antunes . . . . . . . . 55
Brasileiro, Cláudia Borges. . . . . . . . . . . . 54
Alencar, Cássio José Fornazari. . . . . . . . . 34
Bené. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Bregagnolo, Ana Elisa. . . . . . . . . . . . . . . 49
Alencar, Cássio José Fornazari. . . . . . . . . 34
Barreto, Rosimar de Castro. . . . . . . . . . . 51
Bremm L. L.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Almeida, Maria Eneide Leitao de. . . . . . 40
Barros, Rosana Mara Giordano de. . . . . 83
Bremm L. L.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Almeida, Maria Eneide Leitao de. . . . . . 40
Barros, Rosana Mara Giordano de. . . . . 83
Bremm L. L.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Amante, Claudio José . . . . . . . . . . . . . . . 63
Bastos, Bibiana Avelar. . . . . . . . . . . . . . . 85
Bremm, Laerte Luiz. . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Amante, Claudio José . . . . . . . . . . . . . . . 88
Bastos, Francisco Avelar. . . . . . . . . . . . . . 85
Brito-Júnior, Manoel . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Andrada, Mauro Amaral
Bastos, Fransisco Avelar. . . . . . . . . . . . . . 56
Brito-Júnior, Manoel . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Bastos, Luciana Freitas. . . . . . . . . . . . . . .84
Brito-Júnior, Manoel . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Caldeira de. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Andreo, Jesus Carlos . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Battisti, Anselmo Luiz Éden . . . . . . . . . . 67
Brum, Sileno Correa. . . . . . . . . . . . . . . . 70
Antoniazzi, João Humberto. . . . . . . . . . . 53
Bender, Cláudia Fabiana R.. . . . . . . . . . . 46
Brum, Sileno Correa. . . . . . . . . . . . . . . . 71
Antoniazzi, João Humberto. . . . . . . . . . . 93
Bennemann, Graziela Ziegler. . . . . . . . . 45
Brum, Sileno Correa. . . . . . . . . . . . . . . . 71
Arantes, Ana Cristina Cotrim . . . . . . . . . 61
Benseñor, Isabela M.. . . . . . . . . . . . . . . . 91
Brusco, Eloísa Helena Correa. . . . . . . . . 65
Araújo, Aliete Perin. . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Bercini, Francesca. . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Brusco, Eloísa Helena Correa . . . . . . . . 65
Araújo, Maria Ercília de. . . . . . . . . . . . . .62
Bez, Andressa da Silveira. . . . . . . . . . . . . 50
Bueno, Raphael Nunes. . . . . . . . . . . . . . 58
Araújo, Maria Ercília de. . . . . . . . . . . . . .95
Bim Júnior, Odair. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Busato, Claudia de Abreu. . . . . . . . . . . . 40
Arruda, Marina Patrício de. . . . . . . . . . . 40
Bim Júnior, Odair. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Busato, Claudia de Abreu . . . . . . . . . . . . 79
Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 73
Bim Júnior, Odair. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 73
Bohn, Monique . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
C
Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 91
Boleta-Ceranto D.C.F. . . . . . . . . . . . . . . . 35
Cabral, Renata. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Assis, Elaine Quedas de. . . . . . . . . . . . . . 91
Boleta-Ceranto D.C.F. . . . . . . . . . . . . . . . 66
Cabral, Renato. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77
Ávila, Lúcia Fátima de Castro. . . . . . . . . 33
Boleta-Ceranto D.C.F. . . . . . . . . . . . . . . . 92
Caetano, João Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . 44
Azambuja, Taís. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 83
Bonan, Paulo Rogério Ferreti. . . . . . . . . 63
Caetano, João Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . 45
Azevedo, Andréa Mara de Oliveira. . . . . 32
Bönecker, Marcelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . 93
Caldas Junior, Arnaldo de França. . . . . . 56
Azevedo, Andréa Mara de Oliveira. . . . . 32
Bonfim, Kamilla Batista. . . . . . . . . . . . . . 32
Camargo, Lucila Basto de. . . . . . . . . . . . 70
98
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Camargo, Lucila Basto de. . . . . . . . . . . . 70
Doczy, Andrea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Francisco, Kléryson Martins Soares . . . . 78
Carcereri, Daniela Lemos. . . . . . . . . . . . 68
Doczy, Andrea . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 96
Freire, Maria do Carmo Matias. . . . . . . . 72
Carcereri, Daniela Lemos. . . . . . . . . . . . 68
Freitas, Claudia Helena Soares
Carcereri, Daniela Lemos. . . . . . . . . . . . 88
E
Cardoso, Maria do Socorro Orestes. . . . 56
Ely, Helenita Correa. . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Freitas, Claudio Fróes de. . . . . . . . . . . . . 91
Cardoso, Nilden Carlos Alves. . . . . . . . . 47
Ely, Helenita Correa. . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Freitas, Gersinei Carlos de. . . . . . . . . . . . 87
Cardoso, Rielson José Alves. . . . . . . . . . . 47
Emídio, Alexandre. . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Freitas, Valéria da Penha. . . . . . . . . . . . . 43
Cardoso, Thais Russomanoricardo. . . . . 95
Emiliano, Gustavo Barbalho Guedes . . . 38
Carvalho, Raquel Baroni de . . . . . . . . . . 43
Emiliano, Gustavo Barbalho Guedes . . . 43
Carvalho, Raquel Baroni de . . . . . . . . . . 80
Escudeiro, Bonnie Taylor . . . . . . . . . . . . 89
Carvalho, Reyjanne Barros de. . . . . . . . . 85
Escudero, Bonnie Taylor Gomes . . . . . . 52
Casotti E.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Esposti, Carolina Dutra Degli. . . . . . . . . 44
de Morais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
G
Ganzerla, Emily . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 53
Garbin, Clea Adas Saliba. . . . . . . . . . . . . 59
Garbin, Cléa Adas Saliba. . . . . . . . . . . . . 78
Gomes V. E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Casotti, Cézar Augusto. . . . . . . . . . . . . . . 89
Cavaca, Aline Guio. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
F
Gomes V. E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Cavazzola, Alexandre Sabatini . . . . . . . . 79
Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 57
Gomes V. E. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Chao, Lung Wen . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 57
Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Cimardi, Ana Claudia Baladelli Silva . . . 69
Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 63
Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 43
Coelho, Claudia de Oliveira Lima . . . . . 50
Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 63
Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Coelho, Claudia de Oliveira Lima . . . . . 50
Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 90
Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Costa, Simone de Melo. . . . . . . . . . . . . . 63
Fadel, Marianella Aguilar Ventura. . . . . 90
Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Costa, Simone Melo. . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 64
Gomes, Maria José. . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Costa, Simone Melo. . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 64
Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 40
Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 96
Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 42
Fajardo, Ananyr Porto. . . . . . . . . . . . . . . 96
Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 48
Faria, Danielle Lago Bruno de. . . . . . . . 84
Gonçalves, Estela Máris Gassen. . . . . . . . 46
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 52
Faria, Gerdo Bezerra de . . . . . . . . . . . . . 93
Gouvea M.V.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 62
Faustino-Silva, Daniel Demétrio. . . . . . . 50
Gouvea, Mônica Vilella. . . . . . . . . . . . . . 70
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 89
Fernades, Maria Luiza da Matta
Grazziotin, Gladis Benjamina. . . . . . . . . 80
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 89
Felisberto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Grisotti, Márcia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .45
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 95
Fernandes, Ana Paula Soares . . . . . . . . . 57
Guarenghi, Laís Degani. . . . . . . . . . . . . . 80
Crivello-Junior, Oswaldo . . . . . . . . . . . . 95
Fernandes, Ana Paula Soares . . . . . . . . . 69
Guarenghi, Laís Degani. . . . . . . . . . . . . . 80
Cruz, Suzana Coulaud da Costa . . . . . . . 38
Ferreira, Danyege Lima Araújo. . . . . . . . 85
Guedes-Pinto, Antonio Carlos. . . . . . . . . 94
Ferreira, Leticia Schneider. . . . . . . . . . . 45
Guimarães, Renata Pedrosa. . . . . . . . . . .42
D
Ferreira, Leticia Schneider. . . . . . . . . . . 78
Damazio, Wagner Quaresma . . . . . . . . . 80
Figueiredo, Márcia Cançado. . . . . . . . . . 50
H
Darin, Lívia Cristine. . . . . . . . . . . . . . . . . 74
Figueiredo, Márcia Cançado. . . . . . . . . . 50
Haddad, Ana Estela. . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Davoglio, Rosane Silvia. . . . . . . . . . . . . . 78
Fontanella V.R.C.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Haddad, Ana Estela. . . . . . . . . . . . . . . . . 70
Demarco, Egidio Antonio. . . . . . . . . . . . 64
Fontanella, Vania Regina Camargo . . . . 49
Haddad, Ana Estela. . . . . . . . . . . . . . . . . 94
Dettenborn, Hélder L.. . . . . . . . . . . . . . . 39
Fracolli, Rosemary. . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Hager, Renata Regina Cafasso. . . . . . . . . 89
Dias, Anderson Zanardo. . . . . . . . . . . . . 67
Francisco, Kléryson Martins Soares . . . . 78
Hoeppner M.G.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Revista da ABENO • 8(1):98-102
99
Hoeppner M.G.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 65
Mariz, Ana Luiza Ataide . . . . . . . . . . . . . 42
Hoeppner M.G.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 93
Marques, Beatriz Baldo. . . . . . . . . . . . . . 39
Lima, Maria de Lourdes Rocha de. . . . . 58
Marques, Beatriz Baldo. . . . . . . . . . . . . . 46
J
Linden, Maria Salete Sandini. . . . . . . . . 69
Marques, Beatriz Baldo. . . . . . . . . . . . . . 80
Junqueira, Cilene Rennó. . . . . . . . . . . . . 57
Locks, Arno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Martelli-Júnior, Hercílio . . . . . . . . . . . . . 81
Junqueira, Cilene Rennó. . . . . . . . . . . . . 57
Locks, Arno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Martins, Francineide Almeida
Justino, Lídia Morales. . . . . . . . . . . . . . . 58
Locks, Arno . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 90
Justino, Lídia Morales. . . . . . . . . . . . . . . 58
Lolli, Luiz Fernando . . . . . . . . . . . . . . . . 59
K
Kadri, Mônica Cristina Toffoli. . . . . . . . . 74
L
Lolli, Luiz Fernando . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 40
Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 40
Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 42
Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 48
Laganá, Dalva Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 48
Laganá, Dalva Cruz . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 62
Lamas, Andressa. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Lopes, Aline Cristine Munhoz . . . . . . . . 95
Langlois C.O.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Lopes, Gerson . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
Leal, Cláudia Ribeiro de Barros. . . . . . . 40
Lorenzzoni, Daniela. . . . . . . . . . . . . . . . .68
Leite, Angélica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 71
Loretto, Nelson Rubens Mendes . . . . . . 56
Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .54
Loretto, Nelson Rubens Mendes . . . . . . 56
Leles, Cláudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .67
Lotufo, Monica Andrade. . . . . . . . . . . . . 91
Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .72
Pereira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Martins, Francineide Almeida
Pereira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Matos, Ana Figueiredo Bomfim . . . . . . . 91
Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 75
Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 75
Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 89
Matos, Patrícia Elizabeth Souza . . . . . . . 89
Mattevi, Gianina Salton. . . . . . . . . . . . . . 69
Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 49
Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 49
Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 86
Mattos, Maria da Gloria Chiarello de. . . 86
Melo, Leandro de . . . . . . . . . . . . . . . . . . 55
Mendes, Haroldo José. . . . . . . . . . . . . . . 75
Mendes, Haroldo José. . . . . . . . . . . . . . . 89
Mendes, Regina Ferraz . . . . . . . . . . . . . . 85
Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .87
M
Leles, Claudio Rodrigues. . . . . . . . . . . . .92
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 47
Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 45
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 47
Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 45
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 53
Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 61
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 70
Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 78
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 93
Lemos, Vânia Maria Aita de . . . . . . . . . . 78
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 93
Lima Júnior, José Ferreira. . . . . . . . . . . . 37
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 94
Lima Júnior, Jose Ferreira. . . . . . . . . . . . 38
Macedo, Mary Caroline Skelton. . . . . . . 94
Lima Júnior, Jose Ferreira. . . . . . . . . . . . 38
Maeyama, Marcos Aurélio. . . . . . . . . . . . 58
Lima Júnior, Jose Ferreira. . . . . . . . . . . . 43
Magro, Miriam Lago . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Lima Junior, José Ferreira. . . . . . . . . . . . 60
Magro, Miriam Lago . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Lima Junior, José Ferreira. . . . . . . . . . . . 65
Magro, Miriam Lago . . . . . . . . . . . . . . . . 69
Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 37
Mahl C.R.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Pereira de . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 51
Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 37
Maito, Fabio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 95
Musse, Jamilly de Oliveira. . . . . . . . . . . . 36
Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 43
Maltagliati, Luciana Ávila . . . . . . . . . . . . 95
Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 60
Mangiolardo, Natália. . . . . . . . . . . . . . . . 74
N
Lima, Isabela Pinheiro Cavalcanti . . . . . 65
Marcucci, Marcelo. . . . . . . . . . . . . . . . . . 40
Naufel, Fabiana Scarparo . . . . . . . . . . . . 67
100
Mendes, Regina Ferraz . . . . . . . . . . . . . . 85
Revista da ABENO • 8(1):98-102
Menezes Filho, Paulo Fonseca . . . . . . . . 42
Miguel, Luiz Carlos Machado. . . . . . . . . 33
Miguel, Luiz Carlos Machado. . . . . . . . . 33
Miura C. S. N.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
Miura C. S. N.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Miura C. S. N.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 92
Moimaz, Suzely Adas Saliba. . . . . . . . . . . 59
Moimaz, Suzely Adas Saliba. . . . . . . . . . . 78
Moraes, Renita Baldo. . . . . . . . . . . . . . . . 80
Moura, Altair Soares de. . . . . . . . . . . . . . 55
Moura, Flávio Renato Reis de. . . . . . . . . 85
Moura, Maria Elba Dantas
Naufel, Fabiana Scarparo . . . . . . . . . . . . 67
Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .80
Nogueira, Fernando Neves. . . . . . . . . . . 53
Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 44
Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .80
Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 32
Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Rendeiro, Márcia Maria Pereira. . . . . . . 84
Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 32
Pietrobon, Louise. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Rendeiro, Márcia Maria Pereira. . . . . . . 84
Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 52
Pilz, Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Ribas, Marcelo Ekman. . . . . . . . . . . . . . . 49
Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 52
Pilz, Carlos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Ribas, Marcelo Ekman. . . . . . . . . . . . . . . 49
Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 73
Pimenta, Rodolfo Macedo Cruz. . . . . . . 91
Ribeiro, Kesly Mary Andrades. . . . . . . . . 33
Noro, Luiz Roberto Augusto. . . . . . . . . . 73
Pinto, Rafaela da Silveira. . . . . . . . . . . . . 61
Ribeiro, Lidia Moraes . . . . . . . . . . . . . . . 72
Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .67
Pires, Maria Betânia de Oliveira. . . . . . . 81
Ribeiro-Rotta, Rejane Faria. . . . . . . . . . . 87
Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .67
Pizi, Eliane Gava. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 50
Rizzi, Claudia Brandelero. . . . . . . . . . . . 67
Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .72
Pomílio, Arnaldo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 87
Rodrigues, Ana Áurea Alécio
Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .72
Prado Júnior, Rosendo. . . . . . . . . . . . . . . 85
Nunes, Maria de Fátima. . . . . . . . . . . . . .92
Preto, Salete Maria . . . . . . . . . . . . . . . . . 35
O
Q
Oliveira Filho, Renato Cabral de . . . . . . 72
Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 54
Oliveira, Elizabete Regina Araujo de. . . 80
Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 54
Oliveira, Helena Willhelm de. . . . . . . . . 95
Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 67
Oliveira, Helena Willhelm de. . . . . . . . . 95
Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 87
Oliveira, Luciana Butini . . . . . . . . . . . . . 93
Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 87
Oliveira, Luciana Butini . . . . . . . . . . . . . 94
Queiroz, Maria Goretti . . . . . . . . . . . . . . 92
Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 42
Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 42
Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 52
Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 52
Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 62
Oliveira, Mayra Monteiro de. . . . . . . . . . 62
de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Rodrigues, Ana Áurea Alécio
de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
Rodrigues, Ana Áurea Alécio
de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Rodrigues, Ana Áurea Alécio
de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 48
Rodrigues, Ana Áurea Alécio
de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Rodrigues, Ana Áurea Alécio
de Oliveira. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 91
Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 34
R
Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 34
Ramos, Dalton Luiz de Paula . . . . . . . . . 57
Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 72
Ramos, Isabela França de Almeida. . . . . 40
Rodrigues, Rodrigo Araujo. . . . . . . . . . . 72
Ramos, Isabela França de Almeida. . . . . 40
Rosa, Thalita Thyrza de Almeida
Ramos, Isabela França de Almeida
Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Santa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
Rosa, Thalita Thyrza de Almeida
Santa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 81
P
Ramos, Isabela França de Almeida
Palmier, Andrea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Ramos, Thaís C. Vasconcelos . . . . . . . . . 61
S
Palmier, Andrea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 61
Rath, Ines Beatriz. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Saccol, Ana Paula. . . . . . . . . . . . . . . . . . . 45
Passeri, Silvia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Rath, Inês Beatriz da Silva. . . . . . . . . . . . 90
Saliba, Nemre Adas. . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Patussi, Eduardo Grigolo. . . . . . . . . . . . . 65
Rath, Ines Beatriz da Silva . . . . . . . . . . . 69
Saliba, Nemre Adas. . . . . . . . . . . . . . . . . 78
Pedroso, Márcia. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Rath, Ines Beatriz da Silva . . . . . . . . . . . 69
Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Pereira, Leandro A. P.. . . . . . . . . . . . . . . 47
Rath, Ines Beatriz da Silva . . . . . . . . . . . 88
Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Pereira, Paulo Zárate. . . . . . . . . . . . . . . . 83
Reis, Joselete Macedo . . . . . . . . . . . . . . . 81
Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Pereira, Renata Godoy. . . . . . . . . . . . . . . 40
Reis, Joselete Macedo . . . . . . . . . . . . . . . 81
Salles, Veridiana. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 54
Pereira, Stênia Marília Rodrigues. . . . . . 75
Reis, Juliana Braga. . . . . . . . . . . . . . . . . . 38
Salvutzky, Sonia Maria Blauth de . . . . . . 83
Perussolo, Berenice. . . . . . . . . . . . . . . . . 65
Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .39
Santa-Rosa, Thalita Thyrza
Piazza, Carmen Lucia S. . . . . . . . . . . . . . 46
Reis, Magda de Sousa. . . . . . . . . . . . . . . .39
Santos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 79
Revista da ABENO • 8(1):98-102
de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
101
Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 72
Splendore, Solimar Maria Ganzarolli. . . 87
Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 84
Splendore, Solimar Maria Ganzarolli. . . 87
Silva, Antônio Sérgio Luz e. . . . . . . . . . . 40
Stefani, Fabiane Miron . . . . . . . . . . . . . . 48
Silva, Cíntia Magali da. . . . . . . . . . . . . . . 44
Stuani, Luis Antonio Sasso . . . . . . . . . . . 50
de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Silva, Claudio Heliomar Vicente da. . . . 42
Suzin, Suélen Maciel. . . . . . . . . . . . . . . . 68
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 34
Silva, Claudio Heliomar Vicente da. . . . 42
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 37
Silva, Erica Tatiane da. . . . . . . . . . . . . . . 67
T
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 37
Silva, Erica Tatiane da. . . . . . . . . . . . . . . 92
Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 61
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 71
Silva, Erica Tatiane da. . . . . . . . . . . . . . . 92
Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 61
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 71
Silva, Marcos Alex Mendes da. . . . . . . . . 70
Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 75
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 72
Silva, Maria da Conceição Valença da . . 37
Toassi, Ramona Fernanda Ceriotti. . . . . 75
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 84
Silva, Maria da Conceição Valença da . . 71
Toledo Junior, José Inácio. . . . . . . . . . . . 87
Santiago, Leógenes Maia. . . . . . . . . . . . . 84
Silva, Maria da Conceição Valença da . . 77
Tomita, Nilce Emy. . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Santos Jr., Renato Queiroz dos. . . . . . . . 36
Silva, Maria da Conceição Valença da . . 77
Tomita, Nilce Emy. . . . . . . . . . . . . . . . . . 59
Santos, Adriano Maia. . . . . . . . . . . . . . . . 48
Simioni F.S.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Tomita, Nilce Emy. . . . . . . . . . . . . . . . . . 82
Santos, César Augusto A. dos . . . . . . . . . 69
Simioni, Fernando Souza . . . . . . . . . . . . 66
Tôrres, Luísa Helena do Nascimento. . . 61
Santos, Patrícia Vieira dos. . . . . . . . . . . . 54
Simioni, Fernando Souza . . . . . . . . . . . . 85
Torres, Luisa Helena do Nascimento. . . 78
Santos-Neto, Edson Theodoro . . . . . . . . 44
Simioni, Fernando Souza . . . . . . . . . . . . 85
Sbeghen, Mariane Loch . . . . . . . . . . . . . 69
Simioni, Luciane Regina Gava . . . . . . . . 50
Schein, Marcelo Thomé . . . . . . . . . . . . . 33
Slavutzky, Sonia Maria Blauth de . . . . . . 78
Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 37
Slva, Uoston Holder da. . . . . . . . . . . . . . 84
Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 60
Sousa, Renata Mota Rodrigues Bitu. . . . 40
Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 60
Sousa, Roberto Sérgio de Vasconcelos. . 34
Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 65
Souza M.C.A. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 88
Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 93
Souza, Ana Luiza de. . . . . . . . . . . . . . . . . 68
Seabra, Eduardo José Guerra. . . . . . . . . 93
Souza, Bárbara Capitanio de. . . . . . . . . . 49
Seabra, Eduardo Jose Guerra. . . . . . . . . 43
Souza, Eliane Helena Alvim de. . . . . . . . 56
Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Semprini, Marisa . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 86
Souza, Geórgia Costa de Araújo. . . . . . . 38
Wesoloski, Claudia Irene. . . . . . . . . . . . . 71
Senna, Maria Inês Barreiros . . . . . . . . . . 58
Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 70
Wesoloski, Claudia Irene. . . . . . . . . . . . . 71
Senna, Maria Inês Barreiros . . . . . . . . . . 58
Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 70
Sequeira, Erica. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 71
Z
Silva A.E.R.. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 66
Souza, Maria Cristina Almeida de. . . . . . 88
Zafalon, Edilson José. . . . . . . . . . . . . . . . 83
Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 34
Souza, Ruy . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 52
Zárate, Paulo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 80
Silva Filho, João Manoel da. . . . . . . . . . . 37
Souza, Therezinha Coelho de. . . . . . . . . 71
Zocratto, Keli Bahia Felicíssimo. . . . . . . 54
Santa-Rosa, Thalita Thyrza
de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
Santa-Rosa, Thalita Thyrza
de Almeida . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 63
Santa-Rosa, Thalita Thyrza
102
Revista da ABENO • 8(1):98-102
V
Vieira, Vladen. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 73
W
Warmling, Cristine Maria . . . . . . . . . . . . 56
Warmling, Cristine Maria . . . . . . . . . . . . 56
Watanabe, Marlivia Gonçalves
Carvalho . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49
Watanabe, Marlivia Gonçalves
Normas para apresentação
de originais
I.Missão - A Revista da ABENO - Associação Brasileira
de Ensino Odontológico é uma publicação quadrimestral que
tem como missão primordial contribuir para a obtenção de
indicadores de qualidade do ensino Odontológico, respeitando
os desejos de formação discente e capacitação docente, com
vistas a assegurar o contínuo progresso da formação profissional
e produzir benefícios diretamente voltados para a coletividade.
Visa também produzir junto aos especialistas a reflexão e análise
crítica dos assuntos da área em nível local, regional, nacional e
internacional.
II. Originais - Os originais deverão ser redigidos em
português ou inglês e digitados na fonte Arial tamanho 12, em
página tamanho A4, com espaço 1,5 e margem de 3 cm de cada
um dos lados, perfazendo o total de no máximo 17 páginas,
incluindo quadros, tabelas e ilustrações (gráficos, desenhos,
esquemas, fotografias etc.) ou no máximo 25.000 caracteres
contando os espaços.
III.Ilustrações - As ilustrações (gráficos, desenhos,
esquemas, fotografias etc.) deverão ser limitadas ao mínimo
indispensável, apresentadas em páginas separadas e numeradas
consecutivamente em algarismos arábicos. As respectivas
legendas deverão ser concisas e localizadas abaixo e precedidas
da numeração correspondente. Nas tabelas e nos quadros a
legenda deverá ser colocada na parte superior. As fotografias
deverão ser fornecidas em mídia digital, em formato tif ou
jpg, tamanho 10 x 15 cm, em no mínimo 300 dpi. Não serão
aceitas fotografias em Word ou Power Point. Deverão ser
indicados os locais no texto para inserção das ilustrações e de
suas citações.
IV.Encaminhamento de originais - Solicita-se o
encaminhamento dos originais de acordo com as especificações
descritas no item II para o endereço eletrônico www.abeno.
org.br. A submissão “on-line” é simples e segura pelo padrão
informatizado disponível no site, no ícone “Revista Online”.
Somente opte pelo encaminhamento pelo correio diante da
necessidade de publicação de ilustrações em formato tif/jpg
e alta resolução (veja especificações no item III). Endereço:
REVISTA DA ABENO - Associação Brasileira de Ensino
Odontológico - ABENO Nacional - SCS Q. 08 Bloco B-50
Sala 37 - Ed. Venâncio 2000 - CEP: 70333-900 - Brasília - DF.
V. A estrutura do original
1. Cabeçalho: Quando os artigos forem em português,
colocar título e subtítulo em português e inglês; quando
os artigos forem em inglês, colocar título e subtítulo em
inglês e português. O título deve ser breve e indicativo
da exata finalidade do trabalho e o subtítulo deve
contemplar um aspecto importante do trabalho.
2. Autores: Indicação de apenas um título universitário
e/ou uma vinculação à instituição de ensino ou pesquisa
que indique a sua autoridade em relação ao assunto.
3. Resumo: Representa a condensação do conteúdo,
expondo metodologia, resultados e conclusões, não
excedendo 250 palavras e em um único parágrafo.
4. Descritores: Palavras ou expressões que identifiquem
o conteúdo do artigo. Para sua determinação, consultar
a lista de “Descritores em Ciências da Saúde - DeCS”
(http://decs.bvs.br) (no máximo 5).
5. Texto: Deverá seguir, dentro do possível, a seguinte
estrutura:
a)Introdução: deve apresentar com clareza o objetivo do
trabalho e sua relação com os outros trabalhos na mesma
linha ou área. Extensas revisões de literatura devem ser
evitadas e quando possível substituídas por referências
aos trabalhos bibliográficos mais recentes, onde certos
aspectos e revisões já tenham sido apresentados.
Lembre-se que trabalhos e resumos de teses devem
sofrer modificações de forma a se apresentarem
adequadamente para a publicação na Revista, seguindose rigorosamente as normas aqui publicadas.
b)Material e métodos: a descrição dos métodos usados
deve ser suficientemente clara para possibilitar a
perfeita compreensão e repetição do trabalho, não
sendo extensa. Técnicas já publicadas, a menos que
tenham sido modificadas, devem ser apenas citadas
(obrigatoriamente).
c)Resultados: deverão ser apresentados com o mínimo
possível de discussão ou interpretação pessoal,
acompanhados de tabelas e/ou material ilustrativo
adequado, quando necessário. Dados estatísticos devem
ser submetidos a análises apropriadas.
d)Discussão: deve ser restrita ao significado dos
dados obtidos, resultados alcançados, relação do
conhecimento já existente, sendo evitadas hipóteses
não fundamentadas nos resultados.
e)Conclusões: devem estar baseadas no próprio texto.
f)Agradecimentos (quando houver).
6. Abstract: Resumo do texto em inglês. Sua redação
deve ser paralela à do resumo em português.
7. Descriptors: Versão dos descritores para o inglês.
Para sua determinação, consultar a lista de “Descritores
em Ciências da Saúde - DeCS” (http://decs.bvs.br) (no
máximo 5).
8. Referências bibliográficas: Devem ser ordenadas
alfabeticamente, numeradas e normatizadas de acordo
com o Estilo Vancouver, conforme orientações publicadas
no site da “National Library of Medicine” (http://www.
nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html). Para as
citações no corpo do texto deve-se utilizar o sistema
numérico, no qual são indicados no texto somente os
números-índices na forma sobrescrita. A citação de
nomes de autores só é permitida quando estritamente
necessária e deve ser acompanhada de número-índice
e ano de publicação entre parênteses. Todas as citações
devem ser acompanhadas de sua referência bibliográfica
completa e todas as referências devem estar citadas no
corpo do texto. As abreviaturas dos títulos dos periódicos
deverão estar de acordo com o “List of Journals Indexed
in Index Medicus” (http://www.ncbi.nlm.nih.gov/entrez/
query.fcgi?db=journals). A exatidão das referências
bibliográficas é de responsabilidade dos autores.
VI. Endereço - E-mail, telefone e fax de todos os autores.
Obs.: Qualquer alteração de endereço, telefone ou e-mail deve
ser imediatamente comunicada à Revista. §
Revista da ABENO • 8(1):103
103
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Fotos: Gözde Otman, Santiago Paulós / SXC. Arte: IC
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