Folha da sala - Teatro Maria Matos

Transcrição

Folha da sala - Teatro Maria Matos
Ficha artística
electrónica
voz, efeitos
www.raster-noton.net/anbb
www.alvanoto.com
www.blixa-bargeld.com
M/6
música
a seguir...
música
Jóhann Jóhannsson & Iskra String
Quartet
terça 28 Setembro 22h00
Figura local preponderante para o incremento das
exportações musicais da Islândia na última
década, Jóhann Jóhanssonn tem-se notabilizado
por cruzar habilmente a sua veia orquestral
clássica com uma noção conceptual muito
particular das músicas de vanguarda, obrigando-o
a trabalhar compulsivamente para teatro, cinema,
documentários e instalações.
anbb:
alva noto
& blixa bargeld
Teatro Maria Matos
www.teatromariamatos.pt
Sala principal
terça 21 Setembro 2010 22h00
Sam Davies, The Wire
Como é que se conheceram e iniciaram a vossa
colaboração?
alva noto: O Blixa e eu vivemos em Berlim há muito
tempo. É óbvio que conhecia o seu trabalho com os
Einstürzende Neubauten e Nick Cave mas também
descobri a sua ligação ao mundo da arte quando fez
a instalação Temporary CD Pressing Plat para uma
galeria de Berlim chamada Contemporary Fine Arts
em 1998. Por volta dessa altura, conhecemo-nos e
tornamo-nos amigos.
Blixa Bargeld: Eu conheci primeiro o trabalho
visual do Carsten. Descobri posteriormente a música
que andava a lançar sob o pseudónimo de alva noto
na raster-noton. Comecei a apreciar a música dele
mais significativamente num período em que me
sentia desinteressado por qualquer música, nos anos
90. Encontrámo-nos algumas vezes em jantares e
discutimos ideias para colaborar, chegámos a falar
sobre escrever uma ópera ou uma peça de teatro.
an: Acabámos por fazer o nosso primeiro projecto
juntos em 2007. Blixa tinha-se mudado de Pequim
para São Francisco e Naut Humon convidou-nos
para trabalhar no fantástico estúdio RML
(Recombinant Media Labs), onde pudemos
experimentar um ambiente subsónico rodeado de
projecções a 360º.
Passámos a semana inteira a trabalhar muito ao
nível conceptual – criando expressões sonoras para
conceitos como “gritar alto/gritar baixo” ou
“densidade”. Depois de tocarmos para uma
pequena audiência um par de vezes, decidimos
continuar a nossa colaboração em Berlim no antigo
estúdio dos Neubauten.
Como foi a experiência de trabalho nesse estúdio?
an: Para mim foi a primeira vez que trabalhei num
estúdio tradicional. Primeiro preparei alguns sons
electrónicos no meu estúdio e depois trabalhámos
com o engenheiro de som Boris Wilsdorf, que se
juntou a nós nas tournées de anbb para fazer o som
ao vivo e efeitos adicionais na voz do Blixa. Usámos
alguns instrumentos clássicos, como cordas, piano,
vibrafone, um órgão Hammond e por aí.
Experimentámos e gravámos muito e acabamos
por criar muito material.
BB: É importante dizer que a música tornou-se uma
mistura orgânica de samples acústicos, instrumentos
musicais e sons electrónicos. Embora tudo o que foi
gravado tenha sido manipulado e editado uma e
outra vez, não é simplesmente tudo calculado e
gerado por computador, porque também usámos
instrumentos reais.
an: Eu sou uma pessoa que tenta intensivamente
explorar possibilidades para gerir o som. Blixa é
também um explorador – cria regras para encontrar
novas formas de trabalhar a sua voz, mas ao mesmo
tempo consegue virar tudo do avesso e inventar
novas letras durante uma performance ao vivo.
Como é a relação entre as sessões em estúdio e as
performances?
an: A possibilidade de ouvir o som no estúdio e sentilo fisicamente tornou-se essencial. E a força imediata
da performance ao vivo deu origem a um momento
que também deixa espaço para a improvisação e
interecção.
BB: Tentámos criar uma situação em estúdio que
pudesse ser transferida para o espaço do concerto,
no entanto, porque todos os elementos experienciam
constantes reencarnações, não há regras absolutas.
Ou seja, nós mantemos alguma flexibilidade
durante as actuações ao vivo, de forma a criar
surpresa. Algumas partes das nossas prestações ao
vivo são também utilizáveis no material em estúdio,
como em Wust, onde usámos uma reverberação de
14 segundos gravada durante um concerto em
Marble Church, em Copenhaga. Para a mesma
faixa, gravámos vários instrumentos – uma
verdadeira montanha de som. Nós queríamos
literalmente construir estratificações orquestrais.
excerto de entrevista
Agosto 2010
alva noto
Artista visual e músico electrónico, Carsten Nicolai
(nascido em 1965 em Karl-Marx-Stadt) actua e edita
sob os pseudónimos noto e alva noto. As suas
actuações ao vivo combinam electrónica minimal
com projecções em tempo real e são descritas como
"metal machine music of a most beautiful kind".
alva noto tem-se apresentado em vários espaços
prestigiosos em todo o mundo e foi galardoado com
vários prémios. Entre as suas colaborações contam-se
os artistas Ryuichi Sakamoto, Blixa Bargeld, Ryoji
Ikeda, Mika Vainio, Michael Nyman e Thomas Knak.
Em 1996, fundou a raster-noton com Olaf Bender e
Frank Bretschneider, com quem também gere o
super grupo Signal.
Blixa Bargeld
Nasceu em 1959 em Berlim. Em 1980, formou o
grupo Einstürzende Neubauten. De 1984 a 2003, foi
guitarrista de Nick Cave and the Bad Seeds. Já
actuou em várias tournées e concertos pela Europa,
América do Norte, América do Sul, Austrália e Japão.
Trabalha como compositor, autor, actor, vocalista,
músico, performer e conferencista em praticamente
todos os campos da arte interpretativa.

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