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Patrícia Engel Secco
Ilustrações
Christian Held
Projeto Gráfico
Ilustra Online
Revisão
Trisco Comunicação
Uma história de amor pelo nosso planeta.
Coordenação Editorial
Ler é Fundamental Produções e Projetos
Coordenação Geral
Azov Consultoria & Educação
Concepção
Engel Secco Educação, Cultura e Entretenimento
Patrícia Engel Secco
Ilustrações
Christian Held
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Os dias do Ártico começavam a ficar cada vez mais curtos e Nanuq estava
muito preocupado...
– E então, Nanuq? Você já sabe o que vai falar no discurso da Convenção dos
Ursos? – perguntou sua irmã, Kalya. – Ainda bem que sou a caçula da família e
não preciso nem pensar nisso!
– Irmã caçula? Que história é essa? Pelo que sei, somos gêmeos! – disse
Nanuq, sacudindo a cabeça. – E o papai bem que podia ter escolhido você...
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– Pois é, poderia! Mas, como vou cantar no coral e preciso
ensaiar muito, adivinhe só: o escolhido foi... você! – exclamou Kalya,
revirando os olhinhos. – Sem contar que você nasceu antes...
– Sim, alguns minutinhos antes! Como se isso fizesse toda a diferença
do mundo – disse Nanuq, contrariado.
– É, e não faz mesmo. A não ser pelo fato de que o ursinho que nasce
depois é mais bonito, mais inteligente, mais talentoso... – provocou
Kalya. – O papai, mesmo, é o segundo da ninhada!
– Sei disso – respondeu Nanuq, pensativo. – E também sei que
ele se saiu muito bem quando fez o discurso.
– Isso mesmo! O discurso do papai foi inesquecível, o melhor de todos os
tempos! – exclamou Kalya, orgulhosa. – Ele mostrou para todo mundo quais são
as principais qualidades que um urso precisa ter!
– Ele era apenas um ursinho, mas disse que todos da nossa espécie precisam
ser fortes e corajosos...
– “...para lutar, brigar e enfrentar os inimigos naturais com a cabeça erguida e
o peito estufado de orgulho de ser Ursus maritimus, urso-do-mar, urso-polar” –
disse Kalya, empolgada, repetindo as palavras do pai.
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– Eu sei, mamãe, por isso estou desanimado! Eu nem consigo compreender
o discurso do papai...
– Como não? – perguntou Kalya. – É tudo muito simples: precisamos ser
fortes e corajosos! E, se você não entende isso, nem pode ser chamado de urso-polar – falou Kalya.
Sem saber o que dizer à irmã, Nanuq achou melhor
ficar em silêncio.
Mamãe ursa, vendo o filho triste, abraçou-o
com muito amor e, com a sabedoria que só
as mães sabem ter, falou baixinho em seu
ouvido:
– Tudo bem, querido! Muitas vezes,
nós não entendemos nossos sentimentos.
Nessas horas, não há nada melhor do que
ficarmos um pouco sozinhos.
– Bravo! Bravo! – exclamou uma voz muito suave. – Vocês estão ensaiando para o discurso
da Convenção dos Ursos?
– Não, mãe... Estamos só conversando! – disse Nanuq, desanimado.
– Mas o que houve, meu querido? Você deveria estar feliz, pois tem seu pai como exemplo!
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– Olá! – disse Nanuq. – Vocês também ficaram sozinhos para pensar um pouco na vida?
– Não! De jeito nenhum! Estamos aqui porque não fomos rápidos o suficiente para fugir
de você! – exclamou um dos filhotes, saindo de fininho e mergulhando no mar.
– Ursos-polares adoram nos caçar e, para garantir nossa sobrevivência, precisamos fugir
– disse o outro filhotinho, deslizando para a água.
Ainda sem dizer nada, Nanuq deu um beijo na mãe e, de cabeça baixa, arrastando as patas,
seguiu pela enorme planície de gelo. Precisava conversar com seu coração.
Finalmente, o ursinho avistou o mar e, descansando no gelo, muitas e muitas focas. Curioso,
aproximou-se sem fazer nenhum barulho, o que pegou as focas de surpresa. Assustadas, elas
logo escorregaram para a água, deixando para trás dois filhotes, totalmente indefesos.
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E Nanuq ficou sozinho, de frente para o
oceano.
Foi quando surgiu por ali uma pequena baleia
branca. Mas, assim que percebeu a presença do
ursinho, ela sumiu.
– Nossa! Parece mesmo que todos têm medo
de mim! – pensou alto Nanuq.
– Parece não, filho. Todos no Ártico têm medo
de nós – disse uma voz grossa, muito conhecida.
– Estamos no topo da cadeia alimentar. E isso
– Mas, papai, se a gente não tem inimigos, por
que você disse em seu discurso que todo urso
precisa ser forte e corajoso para lutar e brigar?
– perguntou Nanuq. – Eu não entendo...
– Filho querido, isso foi há muito, muito
tempo. Eu era um ursinho exatamente da sua
idade, sentia muito medo e o mundo parecia
perigoso, ameaçador.
– E você ainda se sente assim? – perguntou
Nanuq.
quer dizer que um urso-polar adulto não possui
predadores naturais.
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– Mas nós corremos perigo? – perguntou Nanuq,
indo se esconder embaixo das patas protetoras do
pai. – Achei que não tínhamos predadores.
– Nós não temos predadores, mas dependemos
por completo da conservação do lugar onde
vivemos. Infelizmente, o mundo está ficando mais
quente, nosso lar está derretendo e, para esses
problemas, de nada adianta usar a força e a coragem
que temos – disse o pai, pensativo.
Foi nesse instante, ouvindo as palavras do pai,
que Nanuq percebeu que poderia, sim, fazer a
diferença em seu discurso.
– Vamos voltar para casa,
papai! Finalmente, entendi
o que o meu coração está me
– Sim! Hoje mesmo, à tarde, eu tive medo. Medo de ficar sem você – disse o pai. – Mas,
dizendo! – falou o ursinho.
além do receio de perdê-lo, temo pelo que pode acontecer com a nossa espécie. Sabe,
filho, a nossa casa, o Ártico, tem sofrido várias mudanças e tudo anda muito diferente por
aqui. A temperatura está mais alta, as geleiras estão derretendo. Parece que nem conheço
mais o lugar onde nasci.
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E chegou o grande dia. Após a apresentação do coral de abertura da convenção,
Nanuq falou para todos os ursos-polares.
– Eu andava muito triste, pois não conseguia entender por que precisamos ser fortes e
corajosos. Afinal, não temos inimigos! Saí de casa para pensar e parece que deixei o
papai preocupado... Ele foi me encontrar e contou que teve medo de me perder. Disse
também que tinha medo do futuro, pois nosso lar está derretendo. Isso me inspirou e
percebi então que algo precisa ser feito, agora! Não podemos deixar a nossa casa
desaparecer. Temos de nos unir e mostrar a todos a importância da preservação do
Ártico e da nossa espécie. Mas como fazer isso? Com força e coragem, como sabiamente
disse meu pai. Força de vontade para lutar pelo que queremos. E coragem
para enfrentar esses inimigos que não conhecemos muito bem, mas que
precisam ser combatidos. Juntos, nós podemos, e vamos, salvar o Ártico!
O discurso de Nanuq foi muito aplaudido. Todos ficaram bastante
orgulhosos, e ele, satisfeito, pois sabia que, a partir daquele momento,
alguma coisa começaria a ser feita para salvar sua casa.
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Mas ele não tinha ideia de que
seu discurso se espalharia pelo mundo
e seria conhecido por todos...
E as crianças, ao saberem do que estava acontecendo,
decidiram se unir aos ursos-polares e lutar para salvar o Ártico.
Foram se informar, leram muito a respeito e aprenderam que a
preservação do planeta começa com pequenas atitudes diárias, como
economizar água e energia elétrica, jogar lixo nas lixeiras e reciclar sempre
que possível. Descobriram que, para salvar a casa de Nanuq,
precisavam, antes de mais nada, cuidar de sua própria casa.
E o que você tem feito nesse sentido?
Transforme seus pensamentos em atitudes, pois, com
cada um de nós fazendo a sua parte, começaremos
a cuidar melhor do nosso lindo
planeta Terra.
Conheça organizações que lutam pela preservação do Ártico e, se possível,
participe do trabalho delas. www.salveoartico.org.br/pt
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