Estruturas em Aço
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Estruturas em Aço
Estruturas em Aço Projeto, Especificação e Proteção Contra a Corrosão Fabio Domingos Pannoni CREA-AL – 24 de setembro de 2015 Introdução – Instabilidade Termodinâmica • Corrosão é um processo espontâneo e (muito) custoso. Princípios da proteção de estruturas metálicas em situação de corrosão e incêndio - 6a edição (2015) Gerdau Aços Brasil O Mecanismo Eletroquímico – Água e Oxigênio Estruturas de aço para edifícios – Aspectos tecnológicos e de concepção - Valdir Pignatta e Silva e Fabio Domingos Pannoni – Editora Blucher O Mecanismo Eletroquímico – Poluentes Atmosféricos Estruturas de aço para edifícios – Aspectos tecnológicos e de concepção - Valdir Pignatta e Silva e Fabio Domingos Pannoni – Editora Blucher Prescrições Normativas • ABNT NBR 8800: 2008 “Projeto de estruturas de aço e estruturas mistas de aço e concreto de edifícios”. – Anexo N (Normativo): Durabilidade de componentes de aço frente à corrosão. • Qualifique a agressividade do ambiente atmosférico. • Escolha aços e sistemas de proteção normatizados. • Atenção ao detalhamento. Prescrições Normativas • Qualifique a agressividade do ambiente atmosférico. Estruturas de aço para edifícios – Aspectos tecnológicos e de concepção - Valdir Pignatta e Silva e Fabio Domingos Pannoni – Editora Blucher Prescrições Normativas • Escolha sistemas de proteção e aços adequados. – ISO 12944-5: 2007 “Paints ans varnishes – Corrosion protection of steel structures by protective paint systems – Part 5: protective paint systems” Grau de preparo de Sistema superfície No Sa St 2 Resina 21/2 Acabamento incluindo camada intermediária Fundo Tipo Demãos Durabilidade estimada Sistema Espessura Espessura seca Resina Demãos seca (mm) (mm) Demãos Espessura seca (mm) Baixa 2-5 anos Média 5-15 anos Alta >15 anos Sistemas de pintura – Categoria de agressividade C3 C3.01 C3.02 X X A Vários 1-2 80 A 1-2 80 2-4 160 X A Vários 1-2 80 A 2-3 120 3-5 200 X C3.03 X EP Vários 1 160 A 1 40 2 200 X C3.04 X EP Vários 1-2 80 EP, P 2-3 120 3-5 200 X C3.05 X EP Vários 1-2 80 EP, P 2-3 160 3-5 240 X Projeto e durabilidade - Fabio Domingos Pannoni – CBCA Prescrições Normativas • Escolha sistemas de proteção e aços adequados. – ABNT NBR 6323: 2007 “Galvanização de produtos de aço ou ferro fundido – Especificação” Estruturas de aço para edifícios – Aspectos tecnológicos e de concepção - Valdir Pignatta e Silva e Fabio Domingos Pannoni – Editora Blucher Prescrições Normativas Local Taxa de corrosão (mm/ano) Razão Aço/Zinco Tempo de exposição, anos Aço Zinco Caratinga, MG 6,6 0,43 15,3 4 Belém, PA 17,3 1,18 14,7 2 Brasilia, DF 8,7 1,12 7,8 2 Paulo Afonso, BA 17,3 1,6 10,8 1 Porto Velho, RO 4,3 2,0 2,2 2 São Paulo, SP 8,3 1,16 7,2 4 Ipatinga, MG 24,7 0,60 41,2 4 Cubatão, SP 85,2 0,94 90,6 4 Arraial do Cabo, RJ 437,7 1,74 251,6 4 Ubatuba, SP 400,3 2,08 192,5 4 Rio de Janeiro, RJ 58,5 1,21 48,3 4 M. Morcillo et al., ed. Corrosión y Proteccion de Metales em las Atmosferas de IberoAmerica (Proyecto MICAT), p. 746, 1998. Prescrições Normativas • Escolha o aço corretamente: aços patináveis História – A Influência do Cobre nos Aços • Williams selecionou amostras de ferro maleável (pudlado) isentas de cobre e contendo cobre (0,08% a 0,20%) e as expôs à atmosfera, por um mês. As amostras eram umedecidas várias vezes ao dia. O cobre claramente retardou a corrosão do ferro. • Burgess e Aston adicionaram vários elementos químicos ao ferro eletrolítico. As amostras foram expostas em Madison (WI). A adição de 0,089% a 7,05% de cobre ao ferro melhorou de forma consistente seu desempenho frente à corrosão atmosférica, mesmo em pequenas quantidades Williams, F. H. (1900). ‘‘Influence of copper in retarding corrosion of soft steel and wrought iron.’’ Proc. Engineering Society of Western Pennsylvania, 16, 231–233. Burgess, C. F., e Aston, J. (1913). ‘‘Influence of various elements on the corrodibility of iron.’’ J. Ind. Eng. Chem., 1. História – A Influência do Cobre nos Aços • Buck, da US Steel Corp., conduziu o primeiro grande estudo de exposição atmosférica (industrial, marinha e rural) de aços contendo cobre (0,0%, 0,06% a 0,07% e 0,16% a 0,34%). – Os aços contendo cobre apresentaram, em média, resistência 2x superior aos aços sem cobre. – Existe pequena diferença de desempenho de aços contendo 0,15% de cobre e aços com 0,24% a 0,34% de cobre; aços contendo 0,06% a 0,07% de cobre apresentaram posição intermediária. – A ferrugem formada sobre os aços sem cobre era pouco aderente e de coloração vermelho vivo. A ferrugem formada sobre o aço com 0,06% de cobre era um pouco mais escura, e, a formada sobre aços com 0,16% a 0,34% de cobre era marrom escura e bastante aderente. Buck, D. M. (1913). ‘‘Copper in steel – The influence on corrosion.’’ J. Ind. Eng. Chem., 5(6), 447–452. Buck, D. M. (1913). ‘‘Copper in steel—Its influence on corrosion.’’ Iron Age, 91(16), 931–938. História – A Influência do Cobre nos Aços • O ASTM Committee A-5 e o National Bureau of Standards (NBS) realizaram, sob coordenação da ASTM, dois grandes estudos de exposição atmosférica de aços, entre os anos de 1916 e 1954. • A conclusão dos estudos, resumido por Larrabee, relata que “The ratios (of time to perforation) vary from about 1-to-1 to 4-to-1, depending upon the type of steel and location. The average life of all sheets with 0,20% minimum copper is about twice that of sheets with residual copper”. Larrabee, C. P. (1954). “Report of subcommittee XIV on inspection of black and galvanized sheets.” Proc. ASTM, Vol. 54, West Conshohocken, Pa., 110-122. História – A Influência do Cobre nos Aços • Larrabee e Coburn analisaram o efeito do cobre, fósforo, cromo, níquel e silício através da exposição de 270 aços em três atmosferas distintas. • A adição de 0,05% de cobre contribui grandemente à resistência frente á corrosão de aços. • A influência de concentrações superiores a 0,20% é somente marginal. Larrabee, C. P., e Coburn, S. K. (1962). ‘‘The atmospheric corrosion of steels as influenced by changes in chemical composition.’’. Proc. First Int. Congress on Metallic Corrosion, Butterworths, London, 276–285. História – A Influência do Cobre nos Aços Estruturas de aço para edifícios – Aspectos tecnológicos e de concepção - Valdir Pignatta e Silva e Fabio Domingos Pannoni – Editora Blucher História – Aços Patináveis • Byramji D. Saklatwalla veio da Inglaterra para os Pittsburgh (PA), em 1920, para estudar modos de incorporar vanádio aos aços carbono. Ele conhecia os trabalhos de Buck. • Em 1926, em cooperação com uma das usinas da US Steel – Vandergrift, (PA) – ele obteve uma patente cobrindo a adição de vários elementos químicos (além do cobre), com o objetivo de aumentar a resistência mecânica (além da proporcionada pelo cobre) e a resistência à corrosão atmosférica de aços carbono. • Entre 1920 e 1930, a US Steel estava desenvolvendo uma família de aços ARBL para utilização na indústria ferroviária. • Na mesma época, em Pittsburgh (PA), Jerome Straus também desenvolveu um aço ARBL, patenteado em 1935. • A US Steel Corp. adquiriu o direito de uso das duas patentes. História – Aços Patináveis • Em 1932, a US Steel Corp. lançou no mercado o aço Cor-Ten. – Resistência à corrosão atmosférica + alta resistência mecânica. • Cone, em 1934, relacionava os aços patináveis existentes no mercado: Aço L.E., MPa L.R., MPa Alongamento, % Cromansil 450 635 25 Centralloy 380 490 25 Yolloy 410 610 27 Inland-Hi-Steel 410 555 22 Armco HT 50 325 480 28 Cor-Ten A 350-410 450-520 22-27 Mayari R ≥ 50.000 psi ≥ 70.000 psi 22 Cone, E. F. (1934). ‘‘Low-alloy high tensile steels.’’ Steel, 41–44. Aço %C %Mn %P %S %Si %Cu %Cr Observação USS COR-TEN A (ASTM A242 Tipo 1) Até ½ “ 0,12 max 0,20 a 0,50 0,07 a 0,15 0,05 max 0,25 a 0,75 0,25 a 0,55 0,30 a 1,25 Ni max: 0,65% Resist. Corros.: 5-8x maior que ASTM A36 USS COR-TEN B (ASTM A588 Gr. A) Até 4” 0,10 a 0,19 0,90 a 1,25 0,04 max 0,05 max 0,15 a 0,30 0,25 a 0,40 0,40 a 0,65 V: 0,02 a 0,10% Resist. Corros.: 4x maior que ASTM A36 USS COR-TEN C Até 1” 0,12 a 0,19 0,90 a 1,35 0,04 max 0,05 max 0,15 a 0,30 0,25 a 0,40 0,40 a 0,70 V: 0,04 a 0,10% Resist. Corros.: 4x maior que ASTM A36 L.E., psi L.R., psi Alongamento min., % (2”) Alongamento min, % (8”) USS COR-TEN A 50.000 (345 MPa) 70.000 (483 MPa) 22 19 USS COR-TEN B 50.000 (345 MPa) 70.000 (483 MPa) 21 19 80.000 (552 MPa) 21 16 Aço USS COR-TEN (ASTM A242, A588) USS COR-TEN C 60.000 (415 MPa) Aços Patináveis – Mecanismo de Proteção • Mecanismo eletroquímico aplicado aos aços patináveis Princípios da proteção de estruturas metálicas em situação de corrosão e incêndio - 6a edição (2015) Gerdau Aços Brasil Aços Patináveis – Desempenho USS High-Strength Low-Alloy Steels (Dec. 1969 Brochure) COR-TEN A, B, and C steels, EX-TEN Steels, and TRI-TEN Steels Aços Patináveis – Desempenho Princípios da proteção de estruturas metálicas em situação de corrosão e incêndio - 6a edição (2015) Gerdau Aços Brasil Aços Patináveis – Vantagens e Limitações • Vantagens – – – – – – Desempenho Pequena manutenção Menor custo inicial e ao longo da vida útil Velocidade de construção Beleza Benefícios ambientais • Limitações – Ambientes marinhos onde [Cl-] > 300 mg.m-2.dia-1 – Ambientes permanentemente umedecidos – Ambientes industriais muito poluídos onde [SO2] > 200 mg.m-2.dia-1 Aços Patináveis – Vantagens e Limitações Aços Patináveis – Estimativa da Resistência à Corrosão • Não existe um método laboratorial aceito para a determinação da resistência frente à corrosão atmosférica de aços patináveis. – O Guia ASTM G101 “Standard Guide for Estimating the Atmospheric Corrosion Resistance of Low-Alloy Steels” foi desenvolvido com esta finalidade. – Previsão baseada na extrapolação de dados de curta duração. – Previsão baseada na composição química da liga. • Dados de Larrabee e Coburn (tratados por Legault e Leckie) → “C1” • Dados de Townsend → “C2” Bragard, A. A. e Bonnarens, H. E. (1982). “Prediction at long terms of the atmospheric corrosion of structural steels from short-term experimental data”. In: Atmospheric corrosion of metals, Dean/Rhea, eds., ASTM Special Technical Publication (STP) 767, Philadelphia, p. 339. Legault, R. A. e Leckie, H. P. (1974). “Effect of alloy composition on the atmospheric corrosion behavior of steels based on a statistical analysis of the Larrabee-Coburn data set”. In: Corrosion in natural environments, ASTM Special Technical Publication (STP) 558, Philadelphia, p. 334. Townsend, H. H. (2002). “Estimating the atmospheric corrosion resistance of weathering steels”. In: Outdoor atmospheric corrosion, Townsend, ed., ASTM Special Technical Publication (STP) 1421, Philadelphia, p. 292. Aços Patináveis – Estimativa da Resistência à Corrosão • Os aços patináveis norte-americanos atendem às seguintes Normas ASTM: A242, A588, A606, A709, A852 e A871 – Todas utilizam o critério baseado nos dados de Larrabee e Coburn, e prescrevem Indice de Corrosão (C1) ≥ 6,0 • O Índice de Corrosão (C1), baseado nos dados de Larrabee e Coburn, foi proposto por Legault e Leckie. Para ambiente industrial: C1=26,01%Cu+3,88%Ni+1,2%Cr+1,49%Si+17,28%P-7,29%Cu%Ni-9,1%Ni%P-33,39%Cu2 • Para outros ambientes, o ordenamento de ligas se mantém, assim, decidiu-se utilizar a equação desenvolvida para ambiente industrial. • Os limites para utilização da equação acima (dados de Larrabee e Coburn) são: [Cu] ≤ 0,51%, [Ni] ≤ 1,1%, [Cr] ≤ 1,3%, [Si] ≤ 0,64% e [P] ≤ 0,12% Aços Patináveis – O Índice de Corrosão Elemento químico, % Ferro puro ASTM A36 típico ASTM A36 + 0,20%Cu ASTM A588 típico Aço patinável “1” típico Aço patinável “2” típico Aço patinável “3” típico P 0,000 0,15 0,15 0,012 0,016 0,076 0,049 Si 0,000 0,01 0,01 0,360 0,348 0,429 1,14 Ni 0,000 0,00 0,00 0,310 0,012 0,007 0,01 Cr 0,000 0,01 0,01 0,530 0,687 0,409 0,21 Cu 0,000 0,00 0,200 0,300 0,211 0,018 0,10 C1 0,00 0,36 4,22 6,67 5,65 2,92 5,09 C2 0,00 2,01 2,60 6,17 6,18 5,88 6,55 Prescrições Normativas • Atenção ao detalhamento. Projeto e durabilidade - Fabio Domingos Pannoni – CBCA “O conhecimento de nenhum homem pode ir além de sua própria experiência” John Locke (1632 – 1704) [email protected]