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A IGREJA DE JESUS CRISTO DOS SANTOS DOS ÚLTIMOS DIAS • SETEMBRO DE 2006
A Liahona
MATÉRIA DA CAPA:
Como Ser um Grande
Pai, p. 2
Se o Profeta Viesse à
Sua Classe, p. 26
Você Quer um Futuro
Brilhante? p. 34
Nenhuma Escola para
Karl e Joey, p. A14
Setembro de 2006 Vol. 59 Nº. 9
A LIAHONA 26989 059
Publicação oficial em português d’A Igreja de Jesus Cristo
dos Santos dos Últimos Dias
A Primeira Presidência: Gordon B. Hinckley,
Thomas S. Monson, James E. Faust
Quórum dos Doze: Boyd K. Packer, L. Tom Perry,
Russell M. Nelson, Dallin H. Oaks, M. Russell Ballard,
Joseph B. Wirthlin, Richard G. Scott, Robert D. Hales,
Jeffrey R. Holland, Henry B. Eyring, Dieter F. Uchtdorf,
David A. Bednar
Editor: Jay E. Jensen
Consultores: Monte J. Brough, Gary J. Coleman,
Yoshihiko Kikuchi
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Editor Sênior: Larry Hiller
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Gerente Editorial Assistente: Jenifer L. Greenwood
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Terry, Janet Thomas, Paul VanDenBerghe, Julie Wardell,
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A Liahona:
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Tradução: Edson Lopes
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“bússola” ou “orientador”, é publicada em albanês,
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(A periodicidade varia de uma língua para outra.)
A LIAHONA, SETEMBRO DE 2006
P A R A O S A D U LT O S
2 Mensagem da Primeira Presidência: O Pai Que Se Importa
Presidente James E. Faust
7 Vamos Tentar de Novo! Marianne Monson-Burton
8 Reuniões Familiares Inesquecíveis
12 Compartilhar o Legado da Família Élder L. Tom Perry
22 Lições do Velho Testamento: Confiar no Senhor para Sempre
Margaret S. Lifferth
25 Mensagem das Professoras Visitantes: Servir e Apoiar cada Irmã
26 Aprender a Ouvir a Voz do Senhor Aaron L. West
38 Nicarágua: O “Belo Fruto”
do Evangelho Don L. Searle
44 Vozes da Igreja
Problemas de Coração
Raquel Pedraza de Brosio
Colheita Tardia
Rian W. Jones
Uma Combinação Única
Francis Davis
48 Comentários
2 O Pai Que Se Importa
IDÉIAS PARA A NOITE FAMILIAR
Estas idéias podem ajudá-lo a usar
esta edição de A Liahona para reforçar seu ensino tanto na sala
de aula como em casa.
“Vamos Tentar de
Novo!” p. 7: Encontre refe-
rências das escrituras onde
o Senhor nos convida
ao arrependimento e a
tentar novamente. Usando a experiência da autora, discuta como
podemos visualizar o arrependimento de modo positivo. Preste testemunho de como a Expiação nos
capacita a tentar de novo.
“Estar à Altura do Desafio”, p. 16:
Relacione as tentações mencionadas
no artigo e debata como os jovens
SUD japoneses reagiram a elas. Leia
o que o livreto Para o Vigor da
Juventude diz a respeito daquelas
tentações. Preste testemunho
de como a preparação antecipada torna mais fácil manter os padrões.
“Confiar no Senhor
para Sempre”, p. 22:
Usando a primeira seção do
artigo, compare as circunstâncias
entre os dias de Isaías e os nossos.
Como confiar na orientação do
Senhor ajudou naquela época e
como nos pode ajudar agora?
Verifique o restante do artigo para
encontrar modos pelos quais podemos ser guiados pelo Senhor.
PA R A O S J O V E N S
O A M I G O : PA R A A S C R I A N Ç A S
11 Pôster: Popularidade
16 Estar à Altura do Desafio
Adam C. Olson
20 Ricardo Sabe
R. Val Johnson
30 Cair em um Milagre
Janet Thomas
34 Escolher um
Futuro Brilhante
Élder John H.
Groberg
37 Lista de Idéias:
Aprender a
Compartilhar
43 Você Sabia?
A2 Vinde ao Profeta Escutar: A Verdade Prevalecerá
Presidente Gordon B. Hinckley
A4 Tempo de Compartilhar: Consolo e Coragem nas
Escrituras Linda Magleby e Elizabeth Ricks
A6 Da Vida do Presidente Wilford Woodruff:
Profeta Inspirado
A8 Para os Amiguinhos: Jardim do Éden
Mariam Joyce Grisham
A10 De um Amigo para Outro: Um Legado de Amor
Élder Yoshihiko Kikuchi
A12 Caixa de Domingo: Você É Eterno Jean McMullin
A13 Testemunha Especial:
Adivinhe Quem É?
A14 Expulso da Escola
Jenny Rebecca Rytting
16 Estar à Altura
do Desafio
A14 Expulso da Escola
Ao procurar o anel do CTR escondido neste
número, pense em sua escritura favorita.
NA CAPA
Fotografias de Welden C. Andersen,
com a utilização de modelos.
CAPA DE O AMIGO
Davi e Golias, Sam Lawlor,
reprodução probida.
TÓPICOS DESTA EDIÇÃO
“Escolher um Futuro Brilhante”,
p. 34: Conte a primeira parte da
história do missionário e peça aos
membros da família que adivinhem
o que aconteceu quando ele voltou
para casa. Termine a história e
pergunte como ele foi abençoado
por continuar a confiar no Senhor.
Examine os dois primeiros parágrafos do artigo, a fim de completar a
seguinte afirmação: “Se fizer o que
é certo, ________”.
“A Verdade Prevalecerá”, p. A2:
Escreva as palavras “não temas, crê
somente” em pedaços de papel,
uma palavra em cada pedaço.
Depois, misture os papéis e convide seus filhos a colocá-los na
ordem certa. Peça-lhes que descrevam situações em que eles precisariam de coragem para escolher o
certo. Encontre, no artigo, exemplos da coragem do Presidente
Gordon B. Hinckley. Coloque II
Timóteo 1:7–8 em um lugar visível
de sua casa.
“Um Legado de Amor”, p. A10:
Apresente uma relíquia de família ou
conte uma tradição familiar. Por que
essa relíquia ou essa tradição é
importante? Leia a história do Élder
Yoshihiko Kikushi para descobrir
que legado ele deseja deixar para a
família. Discuta meios pelos quais
sua família pode deixar um legado
de amor.
A=O Amigo
Milagre, 30
Apóstolo, A13
Noite Familiar, 1, 8
Aprendizado, 26
Obediência, 34
Arbítrio, 26
Obra missionária, 30, 34,
37, 38, 44, 45
Arrependimento, 7
Bíblia, A14
Oração, 20
Confiança, 22
Orientação divina, 22, 46
Davi e Golias, A4
Padrões, 2
Educação, A14
Pais, 2, 7
Ensino familiar, 6, 25
Palavra de Sabedoria, 16
Ensino, 1, 26
Popularidade, 11
Estudo das Escrituras, 43,
Pressão do grupo, 11, 16
Primária, A4
A4, A14
Família, 2, 12
Prioridades, 2, 34
Fé, 22, A2
Ressurreição, A12
Herança, 12
Retenção, 38
Inspiração, 22, 47
Sacerdócio, 2
Jardim do Éden, A8
Serviço, 25
Livro de Mórmon, 45
Tentação, 16
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
1
MENSAGEM DA PRIMEIRA PRESIDÊNCIA
O Pai Que
Se Importa
P R E S I D E N T E J A M E S E . FA U S T
Segundo Conselheiro na Primeira Presidência
DETALHE DE O PROPÓSITO DA VIDA, DE JOSEPH BRICKEY; FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY
H
á algum tempo, um pai de seis filhos
que assumira a responsabilidade de
criar a família sozinho desde a época
em que o caçula ainda usava fraldas, contoume como era difícil ter de fazer tudo sozinho.
Certa noite, voltou para casa do trabalho,
tendo que enfrentar os problemas de ser tanto
o pai quanto a mãe da família, e sentiu-se por
demais sobrecarregado com suas responsabilidades. Uma de suas filhas prestativas, de doze
anos, correu para recebê-lo, depois de ter
colocado sobre a cômoda do quarto dele uma
pedra que pintara na escola. Na parte lisa da
pedra, ela havia escrito: “Felicidade é ter um
pai que se importa”. Aquela pedra pintada e
sua sublime mensagem aliviaram instantânea
e permanentemente o fardo daquele pai.
Falando em uma conferência geral, há
alguns anos, o Presidente Stephen L. Richards
(1879–1959), Primeiro Conselheiro na Primeira
Presidência, citou um artigo, escrito por um
juiz criminalista veterano, intitulado “Nove
Palavras que Podem Eliminar a Delinqüência
Juvenil”. As nove palavras sugeridas pelo juiz
eram: “Ponham o pai de volta à testa da família”. O Presidente Richards concluiu com base
naquele artigo “que a principal razão da reduzida porcentagem de delinqüência juvenil em
[certos] países europeus era o respeito pela
autoridade (...) no lar, que (...) normalmente
era confiada ao pai, como chefe da família”.
O Presidente Richards prosseguiu, dizendo:
“Por muitas gerações, nós, como Igreja, temos
nos empenhado em fazer exatamente o que
aquele juiz aconselhou — colocar e manter o
pai à testa da família, e com todas as nossas
forças temos procurado torná-lo apto para
essa corajosa e pesada responsabilidade”.1
Como o principal propósito da Igreja é ajudar
a família e seus membros, a maneira como o
pai atua em sua responsabilidade é de primordial importância.
Mais recentemente, li nos jornais:
“Sociólogos de várias tendências políticas
declaram que a ausência do pai é um fator
mais importante para se prever o comportamento criminoso do que a renda familiar,
educação ou (...) raça.
Embora muitos jovens individualmente
consigam, em muitos casos, dar-se razoavelmente bem na vida sem o pai, poucos são
capazes de escapar incólumes nas comunidades em que o pai não está presente”. 2
Ao incentivarmos que o pai seja colocado
de volta à testa da família, não desejamos tirar
o lugar da mãe. Em todo o mundo, não há
responsabilidade ou honra maior do que a
maternidade. Esperamos que a mãe também
Deus abençoe vocês,
pais, para que estejam à altura de suas
imensas responsabilidades e que tenham
um carinho especial
de pai para cada um
dos que são protegidos por seus braços
aconchegantes.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
3
coisas exigem tempo”.3 Ao dedicar tempo para os filhos, o
pai deve ser capaz de demonstrar que tem amor suficiente
por eles tanto para dar-lhes ordens como também para
Para Fortalecer o Pai
discipliná-los. Os filhos querem disciplina e precisam
Para fortalecer o pai no lar, tenho duas sugesdela. Ao se aproximarem de certos perigos, cada
tões simples: em primeiro lugar, apóiem e resum deles está pedindo silenciosamente: “Não
peitem o pai em sua posição; em segundo
me deixe fazer isso”. O Presidente David O.
lugar, expressem-lhe amor, compreensão e
McKay (1873–1970) disse que, se não discium pouco de gratidão por seus esforços.
plinarmos adequadamente nossos filhos, a
Há algumas vozes em nossa sociedade
sociedade irá discipliná-los de um modo
que querem denegrir alguns atributos da
que não lhes será agradável.4 A disciplina
sábia reforça os aspectos do amor eterno.
masculinidade. Algumas delas são de
Esse reforço proporcionará maior segumulheres que erroneamente acreditam
rança e estabilidade na vida deles.
estar edificando sua própria causa feminina
Em um discurso memorável para o sacerao destruírem a imagem do homem. Isso
dócio, em outubro de 2000, o Presidente
tem sérias conseqüências sociais, porque
Gordon B. Hinckley enfocou o papel dos
um problema básico relacionado à inseguesta Igreja, os
pais. Ele disse: “Este é um assunto que levo
rança dos filhos e filhas talvez seja o menosmaridos e pais,
muito a sério. Trata-se de algo com que me
prezo pelo papel da imagem do pai.
e os membros da
preocupo imensamente. Espero que vocês
Que toda mãe compreenda que, se ela
família por intermédio
não o negligenciem. Diz respeito ao bem
fizer algo para diminuir o pai de seus filhos
deles, desfrutam de um
mais precioso que vocês possuem. No que
ou a imagem do pai aos olhos dos filhos, isso
poder e influência em
tange à sua felicidade, às coisas que lhes trapode prejudicar e causar dano irreparável à
sua vida que vai muito
rão orgulho ou desgosto, nada, repito, nada
auto-estima e segurança pessoal dos próalém dos dotes naturais
exercerá efeito tão profundo sobre vocês
prios filhos. Quão infinitamente mais produdo intelecto e caráter do
quanto o que seus filhos vierem a tornartivo e satisfatório seria para a mulher elevar o
pai. Refiro-me ao sacerse”.5 Prosseguiu, aconselhando os pais,
marido em vez de derrubá-lo. Vocês, mulhedócio de Deus.
dizendo que eles deveriam ajudar os filhos
res, são tão superiores aos homens em tana resistirem às tentações, ouvir o que dizem,
tos aspectos, que estão se menosprezando
ser pacientes e fervorosos e ensinar-lhes os caminhos do
ao denegrirem a masculinidade e o homem.
Senhor.
No tocante a expressar amor e compreensão ao pai,
A posição exaltada do pai foi muito bem definida pelo
devemos lembrar-nos de que o pai também tem seus
general norte-americano Douglas MacArthur, que disse:
momentos de insegurança e dúvida. Todos sabem que o
“Sou soldado por profissão e me orgulho disso. Mas
pai comete erros, principalmente ele. O pai precisa de
tenho orgulho ainda maior, infinitamente maior, de ser
toda ajuda que puder receber. Acima de tudo ele precisa
pai. Um soldado destrói para construir; o pai só constrói,
do amor, apoio e compreensão de sua própria família.
nunca destrói. Um tem o potencial de causar a morte; o
Responsabilidades do Pai
outro incorpora a criação e a vida. Embora as hostes da
Como pais, precisamos estabelecer prioridades para
morte sejam poderosas, os batalhões da vida são ainda
guiar-nos ao dividir nosso tempo. Alguns homens se
mais poderosos. Espero que meu filho, depois que eu me
esquecem de que sua “prioridade deve ser a de manter a
for, lembre-se de mim não por causa das batalhas, mas no
própria força espiritual e física. Depois, vem a família, em
lar, repetindo com ele a nossa singela oração diária: ‘Pai
seguida a Igreja e depois sua profissão — e todas essas
nosso, que estás nos céus’ ”.6
N
4
FOTOGRAFIA: CRAIG DIMOND, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS; ENSINE-OS A COMPREENDER, DE WALTER RANE, CORTESIA DO MUSEU DE HISTÓRIA E ARTE DA IGREJA
tenha sua vigorosa influência ampliada a um nível ainda
maior no lar e fora dele.
É importante lembrar que, nesta Igreja,
os maridos e pais, e os membros da família
por intermédio deles, desfrutam de um
poder e influência em sua vida que vai
muito além dos dotes naturais do intelecto
e caráter do pai. Refiro-me ao sacerdócio de
Deus, que todo homem e rapaz digno com
mais de doze anos possuem.
Um preeminente líder eclesiástico e empresarial, hoje saudável, nasceu quase sem vida.
O pai, exercendo seu sacerdócio, prometeu
que se aquele primogênito vivesse, ele, o pai,
faria tudo a seu alcance para prover exemplo
e ensinamentos adequados àquele filho. Após
alguns minutos, o filho recém-nascido começou a respirar e está forte e vigoroso até hoje.
É por meio do poder do sacerdócio que o
casamento e a unidade familiar podem estender-se até a eternidade e continuar para sempre. As mulheres conscienciosas desta Igreja
desejam ter essa influência digna em abundância no lar.
Um Legado de Alegria
Uma bondosa mãe contou com alegria
numa conferência de estaca como havia
sido a maravilhosa experiência de estar
em um dos templos com o marido e todos
os filhos menos um, para serem selados
como marido, mulher e família para esta
vida e para toda a eternidade. O marido,
que há pouco começara a participar das
atividades do sacerdócio, estava sentado
na congregação, alguns bancos para trás.
Por um momento, ela pareceu esquecerse de todos, falando somente para ele.
Do alto do púlpito e pelo alto-falante, com
mais de mil pessoas observando e ouvindo,
com lágrimas no rosto, ela disse: “John, as
crianças e eu não sabemos como lhe dizer
o quanto você significa para nós. Até você
honrar o sacerdócio, as maiores bênçãos
da eternidade não estavam a nosso alcance.
Agora estão. Todos nós amamos muito
você e agradecemos de todo o coração
O
Presidente
Gordon B.
Hinckley
aconselhou os pais
a serem pacientes e
fervorosos, a ajudarem os filhos a resistir à tentação, a
ouvirem os filhos e
lhes ensinarem os
caminhos do Senhor.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
5
o que você tornou possível para nós”.
Vocês devem lembrar-se da história de uma criança que
ficou presa num buraco no chão e que só poderia ser salva
se lhe fosse enviada outra criança menor para dentro do
túnel. Perguntaram a um menino se ele estaria disposto a
descer e salvar a outra criança que estava presa. O menino
disse: “Tenho medo de descer naquele buraco, mas irei se
meu pai segurar a corda”.
O Élder Richard L. Evans (1906–1971), do Quórum
dos Doze Apóstolos, descreveu adequadamente todos
os pais desta Igreja ao dizer: “Em primeiro lugar, o pai
dá aos filhos um nome e um legado — limpo e honrado.
O pai costuma esforçar-se arduamente em seu trabalho
(...) para tentar dar aos filhos as coisas que [os pais
deles] nunca tiveram. Os pais são bons para conversar, encorajar, abraçar; compreender erros, mas
não tolerá-los; disciplinar quando necessário, depois
amar ainda mais; ser fortes e vigorosos, e ser ternos
e gentis”.7
Sempre é adequado em todo relacionamento familiar
perguntar: “O que Jesus faria?” Tendo examinado as escrituras à procura de respostas a essa pergunta, o Presidente
Marion G. Romney (1897–1988), Primeiro Conselheiro na
Primeira Presidência, testificou: “No Evangelho escrito por
João, encontrei uma resposta clara e segura: Jesus sempre
fez a vontade de Seu Pai (...). ‘Porque eu faço sempre o
que lhe agrada’ [João 8:29]”.8
Deus os abençoe como Seus filhos, para que tenham
ouvidos que ouçam e um coração que compreenda. Deus
abençoe vocês, mães, pela infinita extensão de seu amor e
por toda a ajuda que dão ao pai de seus filhos. Deus abençoe vocês, pais, para que estejam à altura de suas imensas
responsabilidades e que tenham um carinho especial de
pai para cada um dos que são protegidos por seus braços
aconchegantes. “Porque Deus amou o mundo de tal
maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo
aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”
(João 3:16). ■
NOTAS
1. “The Father and the Home” (O Pai e o Lar), Improvement Era, junho
de 1958, p. 410; citação de Samuel S. Leibowitz, “Nine Words That
Can Stop Juvenile Delinquency” (Nove Palavras que Podem Eliminar
a Delinqüência Juvenil), Reader’s Digest, março de 1958, p. 106.
2. William Raspberry, “Crime Rates Rise from Fatherless Communities”
6
(Índices de Criminalidade Sobem em Comunidades nas quais o Pai
Não Está Presente), Deseret Morning News, 10 de outubro de 2005,
sec. A, p. 11.
3. Bishop’s Training Course and Self-Help Guide (Curso de
Treinamento e Guia de Auto-Ajuda do Bispo), 1972, sec. 2, p. 7.
4. Ver Conference Report, abril de 1955, p. 27.
5. “A Paz de Teus Filhos Será Abundante”, A Liahona, janeiro de 2001,
p. 61.
6. Emerson Roy West, comp., Vital Quotations (Citações Vitais), 1968,
p. 118.
7. Vital Quotations, p. 120.
8. “What Would Jesus Do?” (O Que Jesus Faria?), New Era, setembro de
1972, p. 4.
I D É I A S PA R A O S M E S T R E S
FAMILIARES
Depois de se prepararem em espírito de oração, compartilhem esta mensagem, utilizando um método que incentive a participação daqueles que vocês estiverem ensinando. Seguem-se
alguns exemplos. (Ao ensinar usando este artigo, tenha sensibilidade para com as famílias nas quais o pai não esteja presente.)
1. Selecione dentre os princípios do artigo aqueles que
você sentir que melhor se aplicam às famílias que você
ensina. Convide os membros da família a lerem trechos do
artigo que ensinam ou ilustram esses princípios. Preste testemunho e conte experiências de sua própria vida referentes
a esses princípios.
2. Planeje maneiras pelas quais os membros da família
poderiam demonstrar amor e gratidão pelo pai. Uma sugestão
seria preparar uma folha de papel para cada membro da família, com as palavras “Amo meu pai porque ______________”.
Peça a cada pessoa que escreva uma frase no espaço em
branco e explique por que a escolheu. Leia o primeiro parágrafo
do artigo e peça aos membros da família que entreguem suas
folhas de papel ao pai.
3. Faça uma lista das prioridades para os pais sugeridas
neste artigo e discuta por que cada uma delas é importante.
A partir dos exemplos do artigo e de sua experiência pessoal,
ilustre maneiras pelas quais os pais podem cumprir essas
quatro prioridades.
4. Leia o último parágrafo do artigo e discuta como os
filhos podem ouvir mais cuidadosamente o conselho dos pais.
Converse sobre ocasiões em que o pai (ou talvez o avô) ajudou os membros da família a cumprirem uma tarefa difícil ou
pesada. Conte como seu próprio pai o ajudou em sua vida.
FOTOGRAFIA: BRADLEY SLADE, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
M A R I A N N E M O N S O N - B U R TO N
Q
Va
mo s
de Tentar
Novo!
uando nosso filho Nathan fez dois anos
e meio, começamos a deixá-lo de castigo,
de vez em quando, por violar as regras da
família. Fiquei preocupada, porém, com os sentimentos negativos manifestados pelo meu filho no final de
um castigo. Parecia ficar muito triste e desanimado.
Orei para encontrar um meio de tornar a experiência
mais positiva e senti-me inspirada a dizer: “Vamos tentar
de novo”.
No final do castigo seguinte, peguei meu filho
pela mão e disse com entusiasmo: “Vamos tentar de
novo!” De repente, o enfoque deixou de ser o comportamento negativo dele e passou a concentrar-se na
oportunidade que ele tinha de começar de novo. Fiquei
admirada de ver como essa abordagem fez diferença. Em
vez de sair do castigo sentindo-se punido, ele se mostrava ansioso em fazer escolhas melhores.
Logo comecei a usar essa frase em muitas
outras situações. Passei a convidar Nathan de
várias maneiras: “Vamos tentar de novo! Desta vez
podemos agir de um modo melhor. Desta vez podemos
ser gentis” ou “Desta vez podemos ser bondosos”.
A frase tornou-se uma força tão motivadora para meu
filho que durante um castigo ele freqüentemente
me chamava, dizendo: “Mãe, estou pronto
para tentar de novo!”
Ao ponderar o importante efeito que aquela
frase simples teve sobre meu filho, pensei na força
contida nas palavras “Vamos tentar de novo!” Dei-me
conta de que Deus, o Pai de todos nós, não deseja que
fiquemos remoendo com desânimo os erros que cometemos. Em vez disso,
Ele nos convida a
arrepender-nos sinceramente e
concentrarnos num
futuro mais
brilhante, no
qual poderemos melhorar
a cada dia. Para
tornar o arrependimento possível, Deus
até Se dispôs a oferecer a
vida de Seu Filho Amado. Sua
promessa é: “Ainda que os
vossos pecados sejam como
a escarlata, eles se tornarão
brancos como a neve; ainda
que sejam vermelhos como o
carmesim, se tornarão como
a branca lã” (Isaías 1:18).
Vendo a renovada determinação de melhorar demonstrada por meu filho, senti
imensa gratidão por um amoroso Pai Celestial, que é misericordioso com Seus filhos quando
se arrependem. Senti também uma
gratidão profunda pelo Salvador, cuja
Expiação infinita possibilita que cada um
de nós diga: “Vamos tentar de novo!” ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
7
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Tal como testificam membros do mundo inteiro,
a lembrança de uma reunião de noite familiar especial pode elevar-nos,
guiar-nos e até acompanhar-nos por toda a vida.
J
ulio Cesar Merlos da Estaca Arlington Texas, escreveu:
“Lembro-me da época em que meus irmãos e irmãs
e eu estávamos crescendo. Éramos membros novos
da Igreja, e nossa família não tinha muitos recursos financeiros, mas tínhamos fé no evangelho. Meu pai deu-nos o
exemplo lendo as escrituras. Para ele, a reunião da noite
familiar era uma excelente oportunidade para ensinar-nos
o que ele próprio estava aprendendo.
Uma lição que ouvi do meu pai numa noite familiar realmente me deixou uma forte impressão. Foi quando ele nos
ensinou sobre o arbítrio. Lembro-me das palavras que meu
pai proferiu: ‘Quero deixar-lhes um conselho para ser lembrado pelo resto de sua vida. Quando se virem tentados a
desobedecer à Palavra de Sabedoria ou à lei da castidade
ou qualquer outro mandamento de Deus, pensem contra
quem estão pecando. Será contra Deus, a Igreja, seus pais,
sua família ou contra vocês mesmos? Quero dizer-lhes que
é contra vocês o pecado maior que estarão cometendo’.
8
À medida que fui crescendo, passei por provações tão
sérias quanto aquelas sobre as quais meus pais haviam-me
advertido. Tentei lembrar-me dos conselhos que meu pai
nos deu naquela noite. Vinte e cinco anos depois de ouvir
esse conselho de meu pai, ele ainda me fortalece muito,
tornando-me mais decidido. Agora meus filhos ouvem o
mesmo conselho da minha boca”.
Uma Noite Familiar que Mudou Minha Vida
Edevanir Leopoldino, da Estaca São Paulo Brasil São
Miguel Paulista, lembra-se de uma reunião de noite familiar
que mudou sua vida. Estava com dezesseis anos e não era
membro da Igreja, quando foi à casa de seu amigo Leandro
para ver se o amigo queria ir a um baile local. Em vez disso,
o amigo convidou Edevanir para participar de sua reunião
de noite familiar. Sem saber o que esperar, Edevanir aceitou
com relutância o convite.
Edevanir escreveu a respeito daquela noite: “Foi ótimo!”
O irmão de Leandro estava indo para a missão, por isso aquela reunião de noite familiar
foi uma festa de despedida. Edevanir relembra: “O Espírito do Senhor tocou-me de tal
maneira, que senti um calor tão forte no
peito que não sabia o que fazer, e também
uma alegria tão grande a ponto de nunca
mais me sentir solitário.
Depois daquela noite familiar, comecei a
ouvir as palestras missionárias e logo fui batizado. No ano seguinte, fui chamado para servir na Missão Brasil Porto Alegre [mais tarde
Missão Brasil Santa Maria]. Tendo-se passado
apenas oito anos daquela noite familiar especial com o Leandro, estou agora realizando
reuniões de noite familiar com minha própria família”.
FOTOGRAFIA DE FAMÍLIAS: ADAM C. OLSON
Em Paz na Multidão
Uma reunião de noite familiar não precisa
ser realizada em casa para ser memorável.
Lyubov Salimova do Distrito Donetsk Ucrânia,
conta como foi uma reunião familiar de que
participou enquanto passava as férias junto ao
mar. A irmã dela, que morava naquela região,
convidou Lyubov para uma reunião de noite
familiar às oito horas da noite. “Para minha
surpresa, porém, muito antes da hora marcada, minha irmã foi encontrar-me na praia.
‘Não vai dar certo em casa’, explicou ela.
Tentou sorrir, mas o sorriso saiu forçado e
triste. Senti que fazia o possível para não chorar. Estava tendo problemas na casa dela. A
sugestão de realizarmos uma reunião familiar
bem ali na praia pareceu-me surpreendentemente absurda. Estávamos rodeadas de pessoas caminhando, sentadas, tomando sol e
rindo. Mesmo assim, concordei.
Estendemos nossas toalhas uma do lado
da outra e nos deitamos nelas. Abaixamos a
cabeça e oramos. Minha irmã tinha a Liahona
de julho de 2002, com os discursos da conferência geral. Começou a ler um discurso do
Presidente Gordon B. Hinckley. Parecia que
cada uma de suas
palavras nos explicava como agir em relação
a nossos familiares. Ao lermos as palavras
de nosso profeta vivo, vi que minha irmã
se acalmara, ao sentir o consolo do Espírito
Santo que foi abundantemente derramado
sobre nós. Senti que éramos amadas filhas
de Deus, capazes de seguir em frente
lutando pelo bem. Sentimos muita paz
na alma.”
Página oposta: A
família Velasco, de
Manila, Filipinas,
reúne-se para a
noite familiar. Página
seguinte: A família
Pardo, de Santiago,
Chile, diverte-se com
um jogo como parte
da reunião familiar.
Desejei Aquela Felicidade
Carla Santivañez Castro, da Estaca Lima
Peru Surco, escreveu: “Lembro-me particularmente de uma reunião de noite familiar. Nós,
os quatro filhos, estávamos muito atentos à
lição que Papa nos ensinava. Participamos de
jogos maravilhosos. Não apenas nos divertimos muito, mas aprendemos sobre o Salvador.
A coisa de que mais lembro daquela noite foi
ver meus pais extremamente felizes por estarem desfrutando um tempo conosco, seus
filhos. Lembrei-me muitas vezes da alegria que
senti naquela noite.
Hoje meu querido marido e eu temos a
oportunidade de realizar nossas próprias
reuniões de noite familiar e sentir a mesma
alegria que vi em meus pais. Minha esperança é que um dia nossos filhos sintam em
nossas reuniões de noite familiar o mesmo
amor, ternura e segurança que senti naquela
noite há tantos anos”.
Uma Reunião de Noite Familiar Sozinha
Berengere Caviale, da Estaca Nancy França,
escreveu: “Há poucas semanas, numa entrevista com um dos
membros da presidência da estaca,
RESERVAR UM
TEMPO PARA
A NOITE
FAMILIAR
recebi o desafio de realizar reuniões
Preparei-me muito bem, mas meu
de noite familiar regularmente.
filho de seis anos, Tyler, estava desaComo sou solteira, não achava
tento e agitado. Senti-me desani“Reúnam seus
necessário realizar reuniões de
filhos a seu redor. mada e estava prestes a cancelar
noite familiar, mas assumi o coma lição.
Ensinem-nos, guiem-nos e protepromisso de tentar fazê-lo. Na
Inspirada pelo Espírito, olhei
jam-nos. Nunca houve uma época
semana seguinte, coloquei o combem nos olhos de meu filho e perem que precisássemos tanto da
promisso à prova, embora estivesse
guntei: ‘Sabia que entrar no templo
força e unidade do lar.”
um tanto descrente. Comecei com
é a coisa mais importante que você
Presidente Harold B. Lee (1899–1973),
“Follow the Leadership of the Church”
uma oração e depois cantei alguns
precisa fazer?’ O impacto daquelas
(Sigam a Liderança da Igreja), Ensign,
hinos. Naquele momento, comecei
palavras foi incrível. Ele ficou sério
julho de 1973, p. 95.
a sentir o Espírito muito forte.
e mostrou-se interessado em aprenDepois, li uma passagem da Bíblia
der sobre o templo. Maravilhamosobre a vida de Cristo. Li aquele trecho das escrituras,
nos com as gravuras dos templos e ficamos imaginando
escrevi alguns comentários e decidi então seguir
como seria a mansão que Jesus Cristo está preparando
Seu exemplo. Terminei com vários hinos, que me
para quando voltarmos a viver com Ele. Montamos um
elevaram o espírito. Naqueles 45 minutos de reunião
quebra-cabeça do templo e depois montamos de novo,
de noite familiar, pude sentir um pouco do céu em
porque tinha sido muito divertido. Cantamos ‘Eu Gosto
minha casa!”
de Ver o Templo’. Mais tarde, Tyler decorou nosso corredor com gravuras de vários templos. Também decidiu
Tentar Inspirar uma Criança de Seis Anos
decorar o espelho do interruptor da luz, do corredor
Um desafio que algumas famílias enfrentam é o
com um desenho que ele mesmo fez do templo de Salt
de saber como tocar e inspirar as crianças pequenas
Lake. Agora, toda vez que acendemos a luz podemos
durante a reunião de noite familiar. Christine Carter,
lembrar que o templo ilumina nosso caminho de volta
da Estaca Syracuse Nova York Stake, escreveu: “Eu
à presença do Senhor.
tinha passado recentemente pelo templo para receber
Sinto-me extremamente grata pelo Espírito ter-me
minha própria investidura e queria realizar uma reunião
guiado em nossa lição e por eu não ter desistido de
de noite familiar sobre a importância do templo.
ensinar para meu filho a importância do templo”. ■
POPULARIDADE
SAMUEL O LAMANITA PROFECIA, DE ARNOLD FRIBERG; IDÉIA DE SUSAN WINTERS
É UM EXAGERO! NEM SEMPRE A MAIORIA ESTÁ CERTA.
(Ver Helamã 13:2–4; 16:2.)
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
11
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o Legado da Família
É L D E R L . TO M P E R R Y
Do Quórum dos Doze Apóstolos
N
O maior refúgio que
encontraremos na
vida será o maravilhoso e íntimo convívio com nossos
familiares mais
próximos.
o início de agosto de 2002, atingi um
marco importante em minha vida.
Passei da meia-idade para uma pessoa
“de idade”, ao completar oitenta anos. Para
comemorar, decidi levar meus filhos e netos
a um passeio em Logan, Utah, minha cidade
natal, a fim de compartilhar com eles a influência que aquela cidade exerceu em minha vida.
Escolhi nove paradas em Logan que desejava que minha família visse. Em cada parada,
escolhi uma escritura para ensinar uma lição
sobre a importância que cada um daqueles
lugares teve em minha vida.
1. Lição da Escola do Curso Secundário de
Logan: Viver à Altura de Seu Potencial
“Com alguns, porém, não estou satisfeito,
porque não abrem a boca; mas escondem
o talento que lhes dei, por causa do temor
aos homens” (D&C 60:2).
Eu era muito tímido quando estava no
curso secundário e não aproveitei as oportunidades que tive de ampliar e desenvolver meus talentos. Tinha medo de
tentar. A lição que quis ensinar à
minha família foi a de que vivessem à
altura de seu potencial. Não tenham
medo de tentar. Tenham confiança
em si mesmos. Não terão sucesso
na primeira vez que fizerem qualquer coisa, mas as tentativas
seguintes proporcionarão confiança e
o desenvolvimento de novos talentos.
2. Lição do Tabernáculo de Logan:
A Alegria do Serviço no Evangelho
“Quando estais a serviço de vosso próximo, estais somente a serviço de vosso
Deus” (Mosias 2:17).
Meu pai serviu na presidência da Estaca
Cache, em Logan, por aproximadamente vinte
anos. Pareceu-me adequado parar no tabernáculo, onde realizávamos nossas conferências
de estaca, para ensinar a lição de que o serviço
na Igreja proporciona muita alegria e, sem
dúvida, é uma forma de desenvolvermos
nossos talentos no relacionamento humano.
Realizamos o serviço na Igreja com a pura
intenção de edificar o reino de nosso Pai
Celestial. O Senhor nos recompensa muito
mais do que merecemos pelo tempo e esforço
que dedicamos com bênçãos que aumentam
nossos talentos e capacidades, para que estes
sejam utilizados em outros serviços. É impossível ficarmos quites com o Senhor.
3. Lição do Escritório de Advocacia de Meu
Pai: Edificar o Caráter e a Integridade
“Porque o amor ao dinheiro é a raiz de
toda a espécie de males; e nessa cobiça
alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
O Élder Perry fala a seus filhos e netos no campus da Universidade Estadual de Utah, um dos nove lugares em Logan, Utah,
em que ele compartilhou com a família uma escritura e uma experiência de sua vida. Página oposta: O Élder Perry quando
jovem pai com seus três filhos: Barbara (à esquerda), Linda Gay e Lee.
Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a
justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.
Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna,
para a qual também foste chamado, tendo já feito boa
confissão diante de muitas testemunhas” (I Timóteo
6:10–12).
Contei à minha família como foi que me preparei para a
profissão de bancário. Meu pai era o advogado do banco.
Entregando jornais, economizei o suficiente para comprar
dez ações do First National Bank. Meu pai insistia para que
eu assistisse às reuniões dos acionistas e votasse com
minhas dez ações. Achava que essa seria uma forma de iniciar-me no meio bancário. Recebi uma oferta de emprego
depois de me formar, que era muito mais lucrativa do que o
trabalho de bancário. Achei que aceitaria o cargo por alguns
anos e depois voltaria ao trabalho no banco. Nunca me
tornei banqueiro. Tentei ensinar a meus netos que escolher
um curso na faculdade não é tão importante quanto desenvolver integridade, ética e bons hábitos de estudos e edificar
o caráter, sendo pessoas fervorosas, dignas de confiança e
trabalhadoras.
4. Lição do Meu Local de Nascimento: O Valor de Nosso
Legado
“Eis que eu vos dei os nomes de nossos primeiros
pais, (...) e assim fiz para que, quando vos lembrardes
de vossos nomes, vos lembreis deles; e quando vos lembrardes deles, vos lembreis de suas obras; e quando vos
lembrardes de suas obras, saibais que foi dito e também escrito que elas foram boas” (Helamã 5:6).
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
13
Minha mãe sempre estava junto de nós
para ensinar-nos e incentivar-nos. Era uma
ótima dona de casa, muito cuidadosa,
excelente administradora das finanças
domésticas e uma cozinheira maravilhosa. Honro e amo muito meus pais.
6. Lição do Campo de Pastagem:
Aceitar o Desafio de Mudar o que
Acontece em Sua Vida
Acima, fileira de cima: Os pais do Élder Perry, L. Tom e Nora
Sonne Perry; o Élder Perry quando menino. Fileira do meio:
O Élder Perry quando rapaz (em pé, atrás) com a família;
Escola do Curso Secundário de Logan. Fileira de baixo:
O Élder Perry segurando o sobrinho; reunião da família
Sonne em 1937. Página oposta: O Templo de Logan Utah;
o Élder Perry na entrada da casa onde passou a infância.
Recebi o nome de meu pai. Honrei-o e procurei manter os mesmos valores que ele estabeleceu. Nosso legado
nos proporciona esses valores duradouros que estarão
conosco agora e por toda a eternidade.
5. Lição da Antiga Casa da Família: A Bênção de Ter
Bons Pais
“Eu, Néfi, tendo nascido de bons pais, recebi, portanto, alguma instrução em todo o conhecimento de
meu pai” (1 Néfi 1:1).
Procurei ensinar à minha família que o mérito pelo
sucesso que alcançamos na vida pertence, na verdade, a
nossos pais que nos proporcionaram um maravilhoso início.
Meu pai era trabalhador, um bom provedor e um grande
exemplo de serviço, honra e integridade. Amava a família
e reservava um tempo para nós em sua vida atarefada.
14
“Aquilo que é de Deus é luz;
e aquele que recebe luz e persevera em Deus recebe mais
luz; e essa luz se torna mais e mais
brilhante, até o dia perfeito” (D&C 50:24).
Hospedamo-nos em um hotel. Depois de preenchermos o cadastro, eu disse à família: “Dormiremos hoje
no lugar onde ficava o nosso velho pasto”. Foi ali que o
hotel tinha sido construído. Puxa, como os tempos mudaram! Sempre serei grato por ter crescido numa época em
que arávamos, plantávamos, cultivávamos, irrigávamos e
colhíamos. Essas atividades eram muito importantes em
nossa vida.
As gerações futuras terão poucas oportunidades de desfrutar as mesmas bênçãos que recebemos. Vivemos num
mundo em que tudo muda rapidamente. De alguma forma
precisamos encontrar um meio de apegar-nos aos valores
básicos e imutáveis, mas ainda assim devemos estar prontos para aceitar a luz adicional revelada que nos conduzirá
a oportunidades maiores.
7. Lição da Sorveteria: O Valor das Tradições
“A mesma sociabilidade que existe entre nós, aqui,
existirá entre nós lá, só que será acompanhada de glória eterna, glória essa que não experimentamos agora”
(D&C 130:2).
Uma casquinha de sorvete em cada viagem para
Logan tornou-se uma de nossas muitas tradições. As
tradições mais importantes são a atividade na Igreja, o
serviço na Igreja, a lealdade à família, etc. As tradições
especiais que estabelecemos aqui com os membros de
nossa família irão perdurar. Devemos criar tradições que
nos deixem fortes lembranças que continuem até nas
eternidades.
8. Lição da Universidade Estadual de Utah: O Valor
de se Reservar um Tempo para um Namoro Feliz e
Bem-Sucedido
“Aquele que proíbe o casamento não é aprovado por
Deus, porque o casamento foi instituído por Deus para
o homem” (D&C 49:15).
Expliquei que a maior parte de nosso namoro aconteceu na Universidade Estadual de Utah. Os bailes, os
jogos, as caminhadas pelo campus até a biblioteca, o
estudo na biblioteca, as aulas do instituto, os encontros
nos corredores entre as aulas, os passeios especiais pelo
campus, etc., tudo isso nos proporcionou momentos
para conhecer-nos melhor e desfrutar a excelência do
relacionamento que estava sendo desenvolvido. Essa se
tornou a coisa mais importante da minha vida naquela
época. Quando esses momentos chegarem para vocês,
afetarão tudo o que fazem. Tornem-nos preciosos e
especiais.
9. Lição do Templo de Logan: A Importância do Templo
“Na glória celestial há três céus ou graus;
E para obter o mais elevado, um homem precisa
entrar nesta ordem do sacerdócio [que significa o novo
e eterno convênio do casamento];
E se não o fizer, não poderá obtê-lo” (D&C 131:1–3).
O ponto central de nossa vida tem que ser o templo
sagrado. Precisamos estar sempre dignos de entrar nele.
Se vivermos de modo que sejamos dignos dos convênios
feitos com o Senhor em Sua casa, literalmente obrigamos
a Senhor a nos dar as bênçãos que nos prometeu. O
Senhor cumprirá Suas promessas, se formos fiéis aos
convênios que fizemos com Ele.
Terminamos nosso passeio ao cair da noite no velho
edifício da Ala Logan IX. Havíamos reservado um salão
ali para a família reunir-se. Houve uma apresentação
sobre minha vida, incluindo fotografias de meus avós,
pais e da minha juventude. Depois, foram mostradas
fotografias de meu casamento e das bênçãos dos filhos,
em seguida foi-nos mostrada uma colagem de fotografias
dos eventos que desfrutamos juntos em família.
Na manhã do domingo, assistimos às reuniões da Igreja
na capela da Ala IX. Aquele edifício foi construído sob a
supervisão de meu pai enquanto servia como bispo. Ele
foi bispo por dezoito anos. Naquela manhã, tive a oportunidade de prestar meu testemunho das bênçãos do evangelho em minha vida.
Voltamos então para casa em Salt Lake City. Contudo,
antes de deixar que a família saboreasse o delicioso jantar de aniversário preparado por minha esposa, fiz perguntas para saber o que todos haviam aprendido. Prestei
novamente um testemunho da divindade do evangelho
de Jesus Cristo.
Estou absolutamente convencido de que o maior refúgio que encontraremos na vida será o maravilhoso e íntimo
convívio com nossos familiares mais próximos.
Acrescento meu testemunho para vocês. O evangelho
de Jesus Cristo é verdadeiro. Ele não irá desapontá-los em
toda a sua vida. É a única esperança para a salvação individual e o refúgio das tempestades que virão em nossa jornada pela mortalidade. Que Deus continue a abençoá-los
com o desejo de aprender mais sobre Seus caminhos e de
ser obedientes à Sua lei. ■
Tirado de um discurso devocional da Semana de Educação da
Universidade Brigham Young, proferido em 20 de agosto de 2002.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
15
Jovens Adolescentes de Tóquio contam
como lidam com as duras tentações.
A DA M C . O L S O N
Revistas da Igreja
C
erto dia, depois da escola, as amigas de Yuriya
Kitahara vieram mostrar-lhe uma nova revista de
histórias em quadrinhos. Yuriya, Laurel, levou apenas um instante para se dar conta de que não havia
nada de engraçado naqueles quadrinhos, pois a revista
era pornográfica.
Na mesma época, Junko Saijo, Menina-Moça, estava
com as amigas quando uma delas acendeu um cigarro
e o ofereceu a Junko.
Pouco depois, um grupo de alunos da escola de Sho
Watanabe foi preso por vender drogas a outros estudantes.
Felizmente, Yuriya largou a revista. Junko recusou o
cigarro. E Sho, sacerdote, procurou ser cuidadoso ao
escolher os amigos.
Embora a Igreja esteja crescendo no Japão, esses
adolescentes ainda têm que enfrentar as tentações do
mundo todos os dias. Isso faz parte do teste pelo qual
precisam passar aqui na Terra. A pergunta é: Será que
estamos à altura do desafio? E se não estivermos, como
poderemos estar?
Conviver com a Tentação
A violação da Palavra de Sabedoria é uma tentação
muito comum em Tóquio, segundo um grupo de
jovens membros de várias estacas que se reuniram
16
para conversar sobre os desafios que enfrentam.
Vários jovens foram expostos à tentação do fumo assim
que se tornaram adolescentes. Outros foram suficientemente afortunados por terem recusado essas coisas até
agora. Nem todos enfrentam as mesmas tentações. Mas o
fumo é uma armadilha muito comum para os adolescentes de Tóquio.
“É muito fácil comprar cigarros aqui; o difícil é não
comprar”, disse Hikaru Watanabe, diácono, irmão mais
novo de Sho.
As bebidas alcoólicas são outro problema que muitos
jovens enfrentam desde cedo.
“Depois que as atividades escolares terminam, todos
os alunos geralmente se reúnem em algum lugar para
dar uma festa”, disse Yuriya. “Às vezes minhas amigas me
convidam. Não dizem que vão beber, mas para muitos
adolescentes, ir a uma festa significa beber. Não acham
isso errado.” Os outros jovens concordam com a cabeça
— já estiveram em situação semelhante.
Os adolescentes também concordam que a pornografia
e a imoralidade são coisas muito difundidas entre seus
colegas.
“A música também está ficando ruim”, disse Keiko
Saijo, Laurel, irmã mais velha de Junko. “A letra é simplesmente horrível.”
Essas são tentações e desafios que os santos dos últimos dias adolescentes estão enfrentando em todo o
mundo. O que estão fazendo em relação a essas coisas?
Estão aprendendo que, por meio do evangelho, podem
encontrar as forças de que precisam para vencer todos
os seus desafios.
FOTOGRAFIAS: ADAM C. OLSON E © CORBIS IMAGES
ESTAR À ALTURA
DO DESAFIO
Yuriya Kitahara
Sho Watanabe
Junko Saijo
Yuuya Kitahara
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
17
SEU EXEMPLO PODE
AJUDAR AS PESSOAS
Encontrar Forças
Keiko Saijo
Os jovens concordam que para vencer
as tentações que enfrentam todos os dias,
precisam da orientação do Espírito Santo.
“Não é só por minha própria força, mas
é confiando no Senhor que consigo vencer
essas coisas”, disse o sacerdote Yuuya Kitahara,
irmão mais novo de Yuriya. “Achegar-nos ao
Senhor é algo que nos ajuda a afastar-nos das
tentações e vencê-las.”
Essa é uma lição muito valiosa. “Se não
fizermos algo para estarmos mais perto do
Espírito, provavelmente terminaremos como
muitos jovens de fora da Igreja, fumando,
vendo pornografia e coisas piores”, disse
Yuriya.
Essa é uma lição que foi ensinada
diversas vezes no Livro de Mórmon.
Sem o Espírito do Senhor, os nefitas
tornaram-se “fracos como seus
irmãos, os lamanitas” (Helamã 4:24;
ver também Mosias 1:13; Mórmon
2:26).
“Quando sinto o Espírito,
percebo que as tentações simplesmente vão embora”,
disse Hikaru. “Essa força
vem do Espírito.”
Yuuya disse que orar
pela manhã e à noite
ajuda a convidar o
Espírito. Yuriya
sente-se mais próxima do Espírito
Santo ao estudar
as escrituras
todos os dias.
O irmão
gêmeo de
“Deus os abençoe, meus
queridos jovens amigos.
Vocês são a melhor geração que já tivemos. Vocês
conhecem melhor o evangelho. São mais fiéis em seus deveres. São
mais fortes para enfrentar as tentações que
virão. Vivam de acordo com seus padrões.
Oro para que tenham a orientação e proteção do Senhor. Ele nunca os deixará sozinhos. Ele irá consolá-los. Ele irá sustê-los.
Ele irá abençoá-los, magnificá-los e tornar
sua recompensa agradável e bela. E vocês
verão que seu exemplo atrairá outros que
serão encorajados por sua força.”
Presidente Gordon B. Hinckley, “Um Estandarte
para as Nações, uma Luz para o Mundo”,
A Liahona, novembro de 2003, p. 84.
Yuuya, Yuuki, mencionou as atividades dos
jovens e do seminário. E Junko disse que
as reuniões da Igreja e as reuniões de noite
familiar não apenas a ajudaram a sentir o
Espírito, mas lhe ensinaram maneiras de
vencer as tentações.
Todos disseram que freqüentar o templo
fez uma grande diferença. “Sinto um poder
especial quando vou ao templo do Senhor”,
disse Sho. Relatou que pode resistir melhor
às tentações, quando freqüenta o templo
regularmente.
Nos últimos anos, Sho e Hikaru procuraram ir ao templo todas as quintas-feiras
para realizar batismos pelos mortos. Keiko
e Junko, e Yuriya e seus irmãos procuram
ir ao templo toda sexta-feira.
“Ir ao templo me fortalece”, disse Keiko.
Para o Vigor da Juventude
Então, durante a conversa, alguém mencionou o livreto Para o Vigor da Juventude,
18
e metade dos jovens mostrou sua versão de bolso do
livreto.
“Foi escrito para nós”, disse Yuuya. “É fácil de compreender e de colocar em prática. Quando aplico os princípios ensinados neste livreto, isso ajuda a proteger-me
das tentações.”
Os outros concordam. A maioria consulta o livreto
regularmente. “Lemos o livreto quase todas as semanas
nas Moças”, disse Junko.
Hikaru disse que o livreto o ajuda a vencer as tentações. Ele disse: “Os líderes da Igreja dizem que quando
estamos lutando contra uma tentação, devemos pensar
em uma escritura. Mas às vezes é difícil levar as escrituras
conosco. Posso levar este cartão comigo o tempo todo, e
ele me ajuda”.
Muitos jovens relataram que o livreto os ajudou a aprender a aplicar o evangelho na vida e nas escolhas que fazem.
“O evangelho não significa apenas saber o que é certo,
mas, sim, fazer o que é certo”, disse Yuuki. “Quando li
Para o Vigor da Juventude, aprendi o que devia fazer.
Ele explica como aplicar o evangelho em nossa vida.”
“Antes de termos o livreto, nossos líderes falavam sobre
os padrões da Igreja, mas não conseguíamos lembrar tudo”,
disse Sho. “Para o Vigor da Juventude é muito fácil de
compreender. Ele ajuda a esclarecer como as escrituras se
aplicam a nós. E posso levá-lo sempre comigo.”
“Não gosto muito de ler”, disse Keiko. “Mas o livreto é
muito fácil. Quando me concentro em suas palavras, sinto
que isso realmente é o certo. Creio que Deus o preparou
para nossos dias.”
O livreto foi preparado para os nossos dias, e o mesmo
acontece com os jovens desta geração.
“Já lhes foi dito antes e repito: Vocês são uma geração
escolhida”, disse o Élder Joseph B. Wirthlin, do Quórum
dos Doze Apóstolos. “Foram levantados pelo Senhor para
levar Sua Igreja e reino adiante no século vinte e um. Foram
escolhidos pelo Senhor para nascer na Terra numa época
em que a iniqüidade e o mal imperam. Mas vocês estão à
altura do desafio” (“Crescer no Sacerdócio”, A Liahona,
janeiro de 2000, p. 48).
O que é preciso para estarmos à altura do desafio? A
disposição de estarmos próximos do Espírito e de seguirmos o conselho do Senhor. ■
Yuuki Kitahara
Hikaru Watanabe
O QUE FAZER QUANDO A PESSOA
QUE O TENTAR FOR UM AMIGO
A escolha dos amigos é muito importante. “Se escolher
maus amigos, muitas tentações virão”, disse Sho Watanabe.
A primeira vez que você se manifestar contra algo errado
para alguém pode ser a mais difícil, mas geralmente fica mais
fácil depois disso. “Fumar não faz bem para você”, disse
Junko Saijo para uma amiga que lhe ofereceu um cigarro.
“Minha amiga não parou de fumar, mas deixou-me em paz
depois disso.”
Defender o certo nem sempre funciona. Às vezes você precisa sair do lugar em que está. “Quando meus amigos começam a conversar sobre coisas erradas, tento mudar de
assunto”, disse Yuuki Kitahara. “Se eles não param, saio de
perto.”
Em muitos casos, você pode abordar a situação com educação. Certa vez, uma amiga de Keiko Saijo estava ouvindo
música com fones de ouvido. “Ela me ofereceu os fones, mas
a música fez-me sentir mal. Eu disse: ‘A música é boa, mas
não para mim’, e devolvi os fones de ouvido.”
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
19
RICARDO
SABE
R . VA L J O H N S O N
Revistas da Igreja
Alguma vez
você já se sentiu tão sem
importância,
a ponto de
achar que
Deus sequer
presta atenção a suas
orações? Se
já aconteceu,
Luis Ricardo
da Silva, do
Brasil, tem
algumas experiências para
compartilhar
com você.
20
R
icardo e seus amigos pararam junto à
porta de uma das salas de selamento
do Templo de São Paulo Brasil, perguntando-se por que não podiam entrar.
Ninguém os impedia. Afinal de contas, o
templo estava sendo rededicado, e aquela
era uma visitação pública. Perguntaram ao
líder que estava com eles por que não conseguiam entrar, mas ele não soube dizer. O
líder sentia o mesmo espírito que os restringia. Era um espírito bom, mas que os impedia de entrar.
Então, o líder se deu conta de que aquela
sala estava reservada para o Presidente
Gordon B. Hinckley. Ele estaria ali em pouco
tempo, procurando passar algum tempo
sozinho na casa do Senhor, buscando a paz
e a inspiração do Senhor em oração.
Ricardo e seus amigos saíram em silêncio.
Esperamos, é claro, que o Pai Celestial
ouça as orações do profeta. Mas, e quanto ao
restante de nós? Será que podemos realmente
esperar que Deus ouça nossas orações?
Luis Ricardo da Silva pode responder a
essa pergunta. Houve época em que ele se
considerava muito insignificante para que o
Senhor prestasse atenção nele. “Eu pensava:
Por que Deus iria prestar atenção em alguém
tão sem importância como eu? Mas agora sei
que Jesus me ama. Sinto Seu Espírito e sei
que o Pai Celestial ouve minhas orações.”
Ele sabe disso, porque suas orações
foram respondidas. Fala com serenidade
das ocasiões em casa, na escola e na Igreja
em que o Senhor respondeu a suas orações.
Uma experiência destaca-se entre as outras:
“Eu estava no templo com alguns amigos,
certo dia, fazendo batismos pelos mortos.
Depois de uma experiência espiritual na
visitação do Templo
FUNDO POR DON L. SEARLE; À DIREITA: FOTOGRAFIA: R. VAL JOHNSON
de São Paulo Brasil,
Decidimos fazer uma oração no vestiário do
batistério. Enquanto estávamos orando, sentimos uma coisa especial, como se uma luz
tivesse enchido o local e alguém estivesse
ali conosco. Eu estivera orando para saber
se Deus realmente vive, e aquela foi minha
resposta. O sentimento que tive foi muito
forte. Eu simplesmente sabia. A oração é
uma coisa sagrada”.
O testemunho de Ricardo foi fortalecido
naquele dia, mas antes de completar onze
anos de idade, ele nem sabia o que era um
testemunho. Então, um dia, um amigo o convidou para vir à Igreja. Ele gostou tanto que
continuou freqüentando.
Infelizmente, sua mãe não gostava de
que ele fosse à Igreja. E não quis que ele se
filiasse à Igreja quando lhe pediu permissão
para ser batizado. “Mas os missionários conversaram com a minha mãe, e ela gostou
deles, então acabou dando permissão”,
disse ele.
Desde aí, Ricardo tem sido um discípulo
dedicado e entusiasmado de Cristo. Possui
atualmente o ofício de sacerdote no sacerdócio, na Ala Barueri, Estaca Barueri Brasil.
Ricardo geralmente é o primeiro a chegar à
Igreja, embora tenha que caminhar quatro
quilômetros para chegar ali. Diz que deseja
participar de todas as reuniões, não apenas
no domingo.
Embora seja o único membro da Igreja
em sua família, mesmo assim faz tudo o que
pode para edificar o reino do Senhor. É isso
que se tem vontade de fazer quando temos
um testemunho, disse ele. Está aprendendo
a tocar piano para poder acompanhar os
hinos na reunião do sacerdócio.
“O importante é a eternidade”, disse ele.
“Agora que sou membro da Igreja, vejo tudo
através de uma luz eterna.”
Será que a luz do céu brilha para todos os
que buscam o Senhor? Mesmo para aqueles
que se consideram os mais insignificantes
no reino? Sim, isso realmente acontece.
Perguntem ao Ricardo. Ele sabe. ■
Ricardo se perguntou: “Por que Deus
prestaria atenção em
alguém tão insignificante quanto eu?”
Mas hoje ele diz:
“Sei que Jesus me
ama. Sei que o
Pai Celestial ouve
minhas orações”.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006 21
LIÇÕES DO
VELHO TESTAMENTO
Confiar no Senhor
para Sempre
M A R G A R E T S. L I F F E R T H
Primeira Conselheira na Presidência Geral
da Primária
I
Reconheceremos Sua
mão a guiar nossa
vida, se formos dignos de receber os
sussurros de Seu
Espírito e os colocarmos em prática.
22
saías foi chamado para realizar uma tarefa
muito difícil. Era o profeta para o povo
de Judá quando viviam em apostasia e,
em sua maioria, seguiam a liderança de
governantes iníquos. Era uma época de
opressão dos pobres, muita idolatria e transgressão de leis morais, enquanto os reinos
de Judá e Israel enfrentavam o avanço dos
exércitos de vizinhos hostis.
O conselho de Isaías ao povo era o de que
se arrependesse, acreditasse no Messias que
viria e “[confiasse] no Senhor perpetuamente;
porque o Senhor Deus é uma rocha eterna”
(Isaías 26:4). Quando o povo dava ouvidos,
prosperava. Mas, por fim, Isaías viu com tristeza a casa do convênio de Israel rejeitar o
conselho divino. Movido por inspiração, Isaías
profetizou a destruição e a dispersão de Israel
e viveu para ver as dez tribos de Israel serem
levadas para o cativeiro e o iminente fim do
poderio e da prosperidade de Judá.
Mas em seu grandioso chamado profético,
Isaías também nos viu, o povo do convênio
dos últimos dias. Foi consolado ao saber que
não apenas o reino de Deus seria novamente
estabelecido na Terra, mas também que os
santos nos últimos dias buscariam as bênçãos
prometidas à casa de Israel e viveriam de
modo que fossem dignos delas. “Agora, pois,
ouve, (...) Israel, a quem escolhi. (...) derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade,
e a minha bênção sobre os teus descendentes” (Isaías 44:1, 3).
As palavras de Isaías foram preservadas
especificamente para nós. São citadas em
vários lugares nas escrituras. O profeta Jacó,
do Livro de Mórmon, nos relembra: “Há
muitas coisas que foram ditas por Isaías que
vos podem ser aplicadas, porque sois da
casa de Israel” (2 Néfi 6:5). Como os ensinamentos de Isaías se aplicam a nós? Como
podemos aplicar suas palavras a cada um
de nós, individualmente?
Buscar o Senhor
Da mesma forma que Isaías e o povo de
sua época viviam em um campo de batalha
político e moral, nós também vivemos agora.
Quando Isaías instou aqueles que o ouviam a
confiarem no Senhor, também estava falando
para nós. Como buscamos a orientação,
força e proteção do Senhor e reconhecemos
e apreciamos Sua mão em nossa vida?
Grandes bênçãos são colocadas a nosso
dispor quando fazemos e cumprimos convênios. Especificamente, quando somos batizados e confirmados, recebemos o dom do
Espírito Santo. Ao cumprirmos nossos convênios e os renovarmos todas as semanas ao
tomarmos o sacramento, foi-nos
prometido que poderemos “ter sempre
[conosco] o seu Espírito” (Morôni 4:3;
D&C 20:77). As promessas do Senhor são
sempre cumpridas. Reconheceremos Sua
mão a guiar nossa vida, se formos dignos
de receber os sussurros de Seu Espírito e
se os colocarmos em prática.
Além das escrituras e a orientação dos
profetas vivos, descobri pelo menos três
maneiras pelas quais o Senhor pode guiar nossa vida:
1. Podemos receber resposta a orações específicas.
2. O Senhor freqüentemente influenciará nossos
pensamentos, palavras e ações, mesmo que
não tenhamos buscado uma orientação
específica.
3. Quando enfrentamos adversidades e achamos que fomos abandonados pelo Senhor,
D
e repente, ocorreu-me
de modo bem claro que
eu precisava ir buscar
minha filha mais cedo na escola.
Quão grata sou ao Senhor por ter
guiado uma mãe para que consolasse
sua filha.
ILUSTRADO POR SAM LAWLOR; FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY;
DETALHE DE CRISTO COM MENINO, DE CARL HEINRICH BLOCH
Ele nos abençoará com forças para
aprendermos importantes lições de vida.
Orientação Divina
É um privilégio e uma bênção buscar
a orientação do Senhor ao achegar-nos
a Ele em oração. Buscamos Sua vontade
para nós em várias situações de nossa
vida: quando estivermos decidindo com
quem e quando iremos nos casar; que
carreira educacional ou profissional iremos seguir ou
onde iremos morar; quando estivermos procurando
saber como servir em um chamado, ajudar em questões
familiares ou auxiliar um vizinho ou filho; e quando precisarmos saber que lições devemos aprender
com as adversidades.
Na maioria das vezes, minhas orações
sobre assuntos como esses foram
À
s vezes o
Senhor responde a nossas orações de modo
bem específico. Em
outras ocasiões,
temos que tomar
a decisão com o
máximo de bom
senso.
24
respondidas de modo bem específico. Em
outras ocasiões, é-me deixado tomar a decisão, usando ao máximo o meu bom senso.
Às vezes, o Senhor tem um cronograma
diferente para a minha vida, mas reconheço
agradecida a Sua mão em minha vida ao
responder a minhas orações.
Também descobri que o Senhor é generoso e freqüentemente nos guia em assuntos
para os quais não buscamos orientação. Há
algum tempo, uma de nossas filhas concorreu a um cargo eletivo na escola que freqüentava. No dia da eleição, eu estava em
casa, atarefada com as rotinas do dia. De
repente, ocorreu-me de modo bem claro
que nossa filha havia perdido a eleição e que
eu precisaria passar mais cedo na escola para
apanhá-la. Olhei para o relógio e, bem na
hora em que sabia que os resultados da eleição seriam anunciados, cheguei à escola.
Quando entrei pela porta da frente, vi todos
os jovens que haviam participado da eleição
sentados no saguão de entrada. Estavam
ouvindo os resultados, antes de serem anunciados aos outros alunos. Nossa filha ficou
grata por ter uma carona de volta para casa
mais cedo para poder colocar seus pensamentos, emoções e prioridades em ordem,
antes de se encontrar com as amigas no dia
seguinte. Sinto-me grata pelo Senhor,
que criou o universo, também guiar
uma mãe para que ela console o
coração de uma filha.
Senti o sussurro do Espírito
em outras ocasiões para as
quais não havia buscado orientação específica. Foi uma
advertência para mim. Ajudoume quando não sabia o que dizer ou
fazer em meu empenho de “chorar com os
que choram (...) e consolar os que necessitam de consolo” (Mosias 18:9).
Confirmou-me as verdades ensinadas em
uma aula ou discurso e orientou minha
resposta quando meus filhos tiveram
perguntas ou dúvidas ou quando estavam
desejosos de seguir o mundo. Descobri que
freqüentemente as palavras que precisam ser
ditas ou as ações que precisam ser tomadas
nos serão dadas “naquela mesma hora”
(D&C 100:6).
Ao enfrentarmos cada um de nós a adversidade, haverá ocasiões em que nos perguntaremos se o Senhor realmente Se importa
conosco. Isaías nos ensina que devemos confiar no Senhor até nesses momentos:
“Bem vos dará o Senhor pão de angústia
e água de aperto, mas os teus mestres nunca
mais fugirão de ti, como voando com asas;
antes os teus olhos verão a todos os teus
mestres.
E os teus ouvidos ouvirão a palavra do
que está por detrás de ti, dizendo: Este é o
caminho, andai nele” (Isaías 30:20–21).
A adversidade freqüentemente nos torna
mais receptivos aos sussurros do Espírito.
Então “[nos converteremos] ao Senhor, e
[Ele] mover-se-á às [nossas] orações, e
[nos] curará” (Isaías 19:22). Se confiarmos
no Senhor nas adversidades, estaremos
abrindo a porta para Seu poder fortalecedor
e revigorante.
Ficaremos Felizes e Nos Alegraremos
Sei que, se aplicarmos os ensinamentos
de Isaías à nossa própria vida, haveremos de
regozijar-nos em seu conselho de “confiar no
Senhor para sempre”. Se fizermos e cumprirmos convênios e seguirmos os sussurros de
Seu Espírito, a mão do Senhor guiará nossa
vida e poderemos ter certeza das bênçãos
prometidas.
“Aniquilará a morte para sempre, e assim
enxugará o Senhor Deus as lágrimas de
todos os rostos. (...)
E naquele dia se dirá: Eis que este é o
nosso Deus, a quem aguardávamos, e ele nos
salvará; este é o Senhor, a quem aguardávamos; na sua salvação gozaremos e nos alegraremos” (Isaías 25:8–9). ■
MENSAGEM DAS PROFESSORAS VISITANTES
Servir e Apoiar cada Irmã
Selecione em espírito
de oração e leia as
escrituras e ensinamentos desta mensagem que atendam às necessidades das
irmãs que você visita. Compartilhe
suas experiências e seu testemunho.
Convide as irmãs que você estiver
ensinando a fazerem o mesmo.
Bênçãos de Fazer parte da
Sociedade de Socorro: A Sociedade de
ILUSTRADO POR SHANNON CHRISTENSEN
Socorro ajuda as irmãs a sentirem-se
necessárias, integradas, valorizadas
e amadas, independentemente de
sua situação pessoal. As irmãs da
Sociedade de Socorro apóiam-se
mutuamente ao compartilharem
sua fé, amizade e amor.
Como a Sociedade de Socorro Pode
Ajudar a Sentir-nos Valorizadas e
Amadas?
Mosias 18:21: “Mandou-lhes que
(...) olhassem para a frente com um
único fito (...) tendo os corações
entrelaçados em unidade e amor
uns para com
os outros”.
Bonnie D. Parkin, presidente geral
da Sociedade de Socorro: “Toda vez
que cuidamos umas das outras, os
atributos divinos de amor, paciência,
bondade, generosidade e comprometimento espiritual enchem a alma das
pessoas que visitamos e amplia nossa
própria alma também. Nesse processo, honramos nossos convênios.
Vejo muitas irmãs fiéis em todo o
mundo seguindo adiante no serviço
do Senhor, realizando um serviço
simples porém muito significativo”
(“Professoras Visitantes: O Coração e
a Alma da Sociedade de Socorro”, discurso proferido na visitação pública
do outono de 2003).
Kathleen H. Hughes, primeira
conselheira na presidência geral da
Sociedade de Socorro: “Às vezes ouvimos as irmãs dizerem que não sentem o amor do Senhor. Talvez elas
sentissem mais o Seu amor se percebessem o toque de Sua mão nas
ações daqueles que as amam e cuidam delas. Pode ser um membro
do ramo ou ala, ou um vizinho, ou
mesmo um estranho que venha a
abençoá-las e manifestar o amor de
Cristo” (“Amigos Cristãos: Que Dom
Maior Se Pode Achar?”, A Liahona,
maio de 2005, p. 75).
Como Servimos e Apoiamos Umas
às Outras por meio da Sociedade
de Socorro?
I Tessalonicenses 5:11: “Por isso
exortai-vos uns aos outros, e edificaivos uns aos outros”.
Presidente Gordon B. Hinckley:
“Quem pode avaliar a alegria que é
sentida na vida das (...) mulheres
quando se reúnem umas com as
outras? (...)
Quem (...) poderia imaginar os
incontáveis atos de caridade que
foram realizados, o alimento que
foi colocado em mesas vazias, a fé
que foi nutrida nas horas desesperadoras de enfermidade, as feridas
que foram cuidadas, as dores que
foram aliviadas por mãos amorosas
e palavras serenas e confortadoras,
o consolo que foi oferecido nos
momentos de morte e na solidão
subseqüente?
Lucy Mack Smith, a mãe do Profeta,
falando às irmãs de Nauvoo, disse:
‘Precisamos amar-nos mutuamente,
cuidar umas das outras, consolar umas
às outras e adquirir instrução, para que
possamos todas viver no céu juntas’.
(...) As mulheres da Igreja não tiveram
que esperar a época em que se reuniriam no céu para desfrutar os doces
frutos do tipo de atividade que ela descreveu. Elas vivenciaram muito do céu
na Terra, ao amarem-se, consolarem-se
e instruírem-se mutuamente”
(“Ambitious to Do Good” [Ansiosas
por Fazer o Bem], Ensign, março de
1992, pp. 4–5).
O Élder Joseph B. Wirthlin, do
Quórum dos Doze Apóstolos:
“A Igreja
não é o lugar onde as pessoas perfeitas se reúnem para dizer coisas
perfeitas, ter pensamentos ou sentimentos perfeitos. A Igreja é o lugar
onde as pessoas imperfeitas se reúnem para proporcionar umas às
outras incentivo, apoio e serviço
(...). Estamos aqui nesta Terra, todos
com o mesmo objetivo: aprender a
amá-Lo com todo nosso coração,
poder, mente e força, e amar nosso
próximo como a nós mesmos” (“A
Virtude da Bondade”, A Liahona,
maio de 2005, pp. 27, 28). ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
25
Voz do Senhor
Se formos à reunião do Sacerdócio
de Melquisedeque e da Sociedade de
Socorro com a atitude certa, voltaremos
da Igreja para casa com um testemunho
de que ouvimos a voz do Senhor e
conhecemos Suas palavras.
AARON L. WEST
Departamento de Currículo
I
magine que você esteja sentado
numa reunião do quórum de élderes,
grupo de sumos sacerdotes ou
Sociedade de Socorro. O professor está
começando uma aula de “Ensinamentos
para os Nossos Dias,” quando o
Presidente Gordon B. Hinckley entra na
sala e senta-se numa das cadeiras. Todos
se viram e olham para o profeta, sem saber o que dizer. O
Presidente Hinckley quebra o silêncio. Pede desculpas por
estar alguns minutos atrasado e pergunta se pode partilhar
alguns conselhos com os membros presentes.
Agora imagine que o professor acene com a cabeça
para o Presidente Hinckley, sorria e continue com sua aula.
Alguns membros erguem a mão e fazem comentários bem
longos e contam experiências pessoais, sem nenhuma menção ao fato de o profeta estar ali sentado no meio deles.
Aproximadamente 40 minutos depois, você não
26
consegue mais ficar calado e ergue a mão. Quando o
professor lhe dá a palavra, você diz: “Ahn, será que...
poderíamos ouvir o Presidente Hinckley falar agora?”
O professor olha para o relógio. “Oh!” exclama ele.
“Eu tinha preparado tanta coisa. Parece que nunca teremos tempo suficiente para ver tudo. Bem, ahn ... deixeme concluir, e então ouviremos algumas palavras do
Presidente Hinckley.”
Depois que o Presidente Hinckley
diz algumas palavras, o professor agradece a todos pela participação. Alguém
faz a oração e todos saem da sala.
Esse é um exemplo exagerado,
é claro. Se algum dia o Presidente
Hinckley for visitar seu quórum de
élderes, grupo de sumos sacerdotes
ou Sociedade de Socorro, o professor
sem dúvida lhe dará todo o tempo de
que ele precisar. Mas o que acontece
quando somos designados a debater um discurso de
conferência do Presidente Hinckley ou os ensinamentos
do Presidente Wilford Woodruff? Será que damos às palavras dos profetas a atenção que elas merecem? Será que
estudamos cada discurso ou capítulo em preparação
para a aula do domingo? Será que permitimos que os
profetas modernos nos ensinem?
Um segundo exemplo:
Imagine que poucas semanas depois, você participe de
outra reunião com seu quórum de élderes (ou grupo de
O SERMÃO DA MONTANHA, DE CARL HEINRICH BLOCH, CORTESIA DO MUSEU HISTÓRICO NACIONAL DE FREDERIKSBORG, EM HILLERØD, DINAMARCA; FOTOGRAFIA: MATTHEW REIER, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
Aprender a Ouvir a
sumos sacerdotes ou Sociedade de Socorro).
O presidente do quórum faz alguns anúncios
e passa o tempo para um professor. Então
o professor se coloca diante da classe e diz:
“A lição de hoje é o capítulo 17 do livro de
Wilford Woodruff ”. Ele abre o livro na primeira página do capítulo e começa a ler.
Quando o professor lê a respeito das
bênçãos que podemos receber no templo,
alguém à sua frente ergue a mão. É o irmão
González, que foi selado à esposa e filhos
há poucos meses. Depois de manter a mão
erguida por um tempo sem ser notado pelo
professor, o irmão González acaba
desistindo. O professor
continua lendo.
Poucas páginas depois, o professor
começa a ler uma declaração que realmente
inspirou você quando estudou o capítulo na
noite anterior. Você ergue a mão, simplesmente para abaixá-la um minuto depois. O
professor continua lendo enquanto você
sente o coração arder com um testemunho
que não lhe foi permitido compartilhar.
Você olha em volta para os irmãos do quórum. Alguns estão acompanhando a leitura.
Outros estão fitando o chão, olhando periodicamente para o relógio. Alguns estão
A
o ensinarmos e lermos as
palavras dos profetas modernos,
ouvimos as palavras do Senhor.
o currículo preparado, que impedimos um
debate valioso.
Quando tivermos oportunidades de
ensinar, como podemos ser fiéis ao
currículo da Igreja e incentivar um
bom debate? Ponderei essa questão, desejando ensinar a verdade
pelo poder do Espírito e receber
a verdade por esse mesmo poder
(ver D&C 50:17–22). Embora não
tenha todas as respostas, descobri
duas passagens das escrituras que
me ajudaram muito.
C
ada um fale
a seu tempo
e todos
ouçam suas palavras, para que (...)
todos sejam edificados por todos.”
“
esforçando-se para manter-se acordados.
Ninguém ergue a mão.
Quando o professor termina de ler o capítulo inteiro, está quase na hora de terminar
a aula. Ele presta o testemunho e conclui a
lição um pouco mais cedo do que o necessário. Alguém faz a oração e todos saem da sala.
Outro exemplo exagerado? Com certeza.
A maioria dos professores está ansiosa para
ouvir o testemunho e as experiências dos
membros do quórum e da classe. Mas, como
uma Igreja de professores e alunos, provavelmente poderíamos melhorar nosso empenho de incentivar debates significativos e
participar deles.
Ensinar e Aprender na Igreja
Embora esses exemplos pareçam pouco
prováveis e até um pouco ridículos, eles
salientam dois desafios muito freqüentes no
ensino e aprendizado na Igreja: às vezes estamos tão ansiosos em dirigir um bom debate
em classe que nos afastamos dos recursos
produzidos pela Igreja. Por outro lado, às
vezes estamos tão concentrados em seguir
28
FOTOGRAFIA: REYNALDO MARTINEZ, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
“Ouvistes Minha Voz”
O Senhor declarou:
“Estas palavras não são de homens nem
de um homem, mas são minhas; portanto
vós testificareis que são minhas e não de
um homem;
Pois é minha voz que vo-las diz; pois vos são
dadas pelo meu Espírito; e pelo meu poder
vós as podeis ler uns para os outros; e se não
fosse pelo meu poder, não as poderíeis ter;
Portanto podeis testificar que ouvistes
minha voz e conheceis minhas palavras”
(D&C 18:34–36).
Esse conselho refere-se às revelações
de Doutrina e Convênios, mas também se
aplica aos ensinamentos que debatemos nas
reuniões do Sacerdócio de Melquisedeque
e da Sociedade de Socorro, e em todas as
reuniões dominicais. Ao lermos uns para os
outros as palavras dos profetas modernos,
lemos as palavras do Senhor (ver D&C 1:38).
Creio que, se abordarmos o ensino e o
aprendizado da maneira certa, todos voltaremos da Igreja para casa com um testemunho
de que ouvimos a voz do Senhor. Não é isso
que esperamos, quando compartilhamos o
evangelho uns com os outros? Quando a aula
termina, não queremos que as pessoas se
maravilhem com o que dissemos; esperamos
que se regozijem na palavra do Senhor.
“Todos Sejam Edificados por Todos”
Não nos reunimos todos os domingos meramente para
lermos uns para os outros. O Senhor ensinou:
“Dentre vós designai um professor e não falem todos
ao mesmo tempo; mas cada um fale a seu tempo e todos
ouçam suas palavras, para que quando todos houverem
falado, todos sejam edificados por todos, para que todos
tenham privilégios iguais” (D&C 88:122).
Precisamos da força uns dos outros, e os debates em
classe nos proporcionam uma grande oportunidade de
compartilhar essa força. Adoro ver um professor agir
como instrumento do Senhor, prestando testemunho
das verdades que aprendeu durante a preparação da
aula. Além disso, meu testemunho cresce ao ouvir o testemunho de outras pessoas. Minha experiência é enriquecida quando outros compartilham as deles. Sinto-me
grato por debates inteligentes, sinceros e que promovem
a fé na Igreja.
Ler e Debater
Podemos aplicar Doutrina e Convênios 18:34–36 e
88:122 na mesma aula? Creio que podemos, se seguirmos
uma regra bem simples: comece por Doutrina e Convênios
18:34–36. Comece lendo os ensinamentos dos profetas.
Estabeleça a palavra do Senhor como a base do debate e
depois edifique sobre esse alicerce, seguindo o princípio
descrito em Doutrina e Convênios 88:122.
Essa regra é tão simples, que quase não precisa ser
dita. No entanto, ela pode ter profunda repercussão
na maneira pela qual abordamos o ensino e o aprendizado na Igreja. Para obter sugestões específicas sobre
como professores e alunos podem seguir essa regra,
podemos consultar os seguintes recursos produzidos
pela Igreja:
• Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Wilford
Woodruff, introdução. Essas páginas incluem ajuda para
o estudo individual e a preparação das aulas. Explicam
um padrão que os professores podem seguir ao prepararem lições do livro.
• Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Wilford
Woodruff, capítulo 6. Esse capítulo, intitulado
“Ensinar e Aprender pelo Espírito”, contém conselhos
inspirados sobre o que devemos fazer, quando nos
reunimos para aprender o evangelho.
• Instruções para “Ensinamentos para os Nossos Dias”,
encontradas nas páginas finais de cada A Liahona de
conferência geral. Essas instruções explicam um processo simples de preparação da lição “Ensinamentos
para os Nossos Dias”.
Quando Tudo Isso É Reunido
Mais um exemplo. Este aconteceu de verdade.
Lembro-me de estar na reunião do meu quórum de
élderes, há vários anos, desfrutando de uma aula baseada
em “A Família: Proclamação ao Mundo”. Em certo ponto
da aula, um membro do quórum leu um trecho da proclamação. O professor estava prestes a prosseguir com a
aula, quando outro membro do quórum ergueu a mão.
“Tenho uma pergunta”, disse ele. Citando a frase que acabara de ser lida, perguntou: “Como podemos ensinar nossos filhos a ‘amar e servir uns aos outros’?” A expressão
no rosto dele e o tom de sua voz revelaram que era mais
do que uma simples pergunta, era um pedido de ajuda.
Fiquei grato por ele ter feito a pergunta, porque expressava uma súplica que também estava em meu coração.
Aquela pergunta sincera mudou o ritmo da aula.
O professor deixou temporariamente de lado o plano
de aula. Os membros do quórum pararam para pensar
e compartilharam idéias e experiências em resposta
à pergunta do amigo. Depois, o professor compartilhou
seu próprio ponto de vista e continuou a aula, enfocando outras verdades contidas na proclamação.
O debate durou apenas uns poucos minutos, mas
continua até hoje influenciando minha família e eu.
Doutrina e Convênios 18:34–36 e 88:122 foram reunidas na aula daquele quórum. O processo teve início
com um professor que era suficientemente humilde e
sábio para convidar-nos a ler as palavras dos profetas.
Prosseguiu, quando um membro do quórum teve a coragem de fazer uma pergunta para pedir ajuda. Então,
quando vários homens de formação diferente falaram
um por vez, “todos [fomos] edificados por todos”.
Testifico que, pelo poder do Espírito Santo, ouvimos a
voz do Senhor naquele dia, primeiro por meio de Seus
profetas e depois por intermédio de meus amigos e vizinhos. Voltei para casa conhecendo melhor a palavra do
Senhor do que no dia anterior. ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
29
30
Cair
em um Milagre
JANET THOMAS
Revistas da Igreja
O
incidente foi notícia no mundo
inteiro. Um missionário SUD
havia caído de um abismo de
70 metros na Austrália — e tinha sobrevivido! Era como cair da altura de um
prédio de 23 andares.
Às vezes, pode-se contar um milagre
com uma única frase. Mas para o Élder
Matthew Weirich — o missionário que
caiu — cada detalhe de sua história testifica que o Senhor tem um plano para a
vida dele que ainda não está concluído.
Faltavam apenas três meses de trabalho
missionário para o Élder Weirich, de
Fredricksburg, Texas, na Missão Austrália
Sydney Sul. Num dia de preparação, em
junho de 2004, o Élder Weirich e três outros
missionários receberam permissão para visitar um parque local para verem animais que
só existiam na Austrália. No caminho de volta
do parque, viram uma placa apontando para
o mirante do Grand Canyon. Ficava perto,
por isso decidiram ir até lá ver como era o
Grand Canyon da Austrália. É nesse ponto
que as lembranças que o Élder Weirich tem
Matt Weirich
caiu deste
penhasco na
Austrália e
sobreviveu
para contar
a história.
daquele dia terminam. Dias mais
tarde, no hospital, teve que perguntar
a seus companheiros o que havia
acontecido em seguida.
O grupo caminhara até o mirante
e depois seguira as trilhas assinaladas
abaixo do mirante até chegarem a
umas cavernas. A trilha voltava
para o mirante por uma tosca
escada de pedra, e um dos missionários perdeu um sapato que
não estava bem amarrado. O
sapato rolou até a metade de
uma ladeira. Do lugar em que
estava, o Élder Weirich viu que o
sapato tinha ficado preso em um arbusto,
a poucos passos da trilha. Parecia fácil de
pegar, e ele se ofereceu para ir buscá-lo. Os
companheiros disseram que o Élder Weirich
gritou que tinha pegado o sapato. Então,
ouviram um barulho de rochas desmoronando. Como não conseguiam ver o Élder
Weirich, não sabiam o que havia acontecido.
Mas como ele não respondia aos chamados,
temeram que tivesse caído.
FOTOGRAFIA: JANET THOMAS E CORTESIA DA FAMÍLIA WEIRICH, EXCETO ONDE INDICADO
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
31
tou Matt do fundo do
abismo. O anel de Matt
(no qual está inscrito
“fé”) mostra como
ele se sentiu. Página
oposta: Poucas semanas depois de sua
queda, Matt e seu
companheiro, o Élder
Peterson, batizaram
Marcus e May Wong.
Matt e os pais no
Templo de Sydney
Austrália.
32
médica esperava ter que tratar de alguém
com vários ossos quebrados e outras lesões
graves. Descobriram que o Élder Weirich
estava com o cérebro um pouco inchado,
mas os únicos ossos quebrados foram o do
nariz e duas pequenas fraturas acima do
olho, que não exigiam tratamento.
Uma Lista de Milagres
Revendo o que aconteceu, Matt fez uma
lista dos milagres que o ajudaram a sobreviver.
Antes da missão, Matt praticava salto
com vara. Na verdade, tinha sido campeão
nacional das escolas do curso médio e planejava cursar a faculdade com uma bolsa
de estudos de atletismo. Embora Matt
não consiga lembrar exatamente o que
fez enquanto caía, pode ser que os reflexos
que desenvolveu em seu treinamento o
tenham ajudado a cair de modo que reduzisse os ferimentos.
No alto do penhasco, bateu em várias
plataformas que reduziram sua velocidade
de queda, como mostram os arranhões e
À ESQUERDA: FOTOGRAFIA DE HELICÓPTERO © NEWSPIX/ALASDAIR WEBSTER; À DIREITA: FOTOGRAFIA DE SALTO COM VARA: STEVE WALTERS/BYU
Um helicóptero resga-
Os três missionários olharam até
onde se atreveram da beirada do
precipício, depois oraram e foram
procurar um telefone celular para
chamar a polícia. Ouviram um carro
fechar a porta no estacionamento e correram
para perguntar ao motorista que acabara de
chegar se ele teria um telefone que pudesse
emprestar. Os missionários ligaram do celular
dele para 000, o telefone de emergência.
Uma hora depois, a equipe de resgate
chegou, quando já escurecia. Estava ficando
frio, e o helicóptero não conseguia encontrar nenhum sinal do Élder Weirich com o
sensor de calor. Todos temeram que não
houvesse mais um sobrevivente a ser
resgatado.
Mas estavam errados.
Quando raiou a alvorada, no dia seguinte,
as equipes de busca desceram até o sopé do
precipício. Encontraram o Élder Weirich vivo,
mas semiconsciente. Colocaram-no cuidadosamente em uma maca e o transportaram de
helicóptero para o hospital, onde a equipe
cortes nos braços, antes dos 27 metros finais
Atualmente,
Parei de perguntar por quê.
Matt está saude queda livre.
Pergunto agora: ‘O que posso aprendável e cai
A temperatura até então estivera abaixo de
der com isso?’ Tudo o que sei é que
regularmente de
zero todas as noites. Mas na noite em que ele
fui um instrumento nas mãos do Senhor.
uma altura de
passou no fundo do abismo, a temperatura
Vi como isso afetou algumas pessoas.
cinco metros
ambiente ficou dez graus mais elevada do que
Cheguei à conclusão de que o Senhor
em um colde costume e não caiu abaixo do ponto de
tem coisas reservadas para eu cumprir.
chão, ao pracongelamento.
Quando as tentações chegam, dou-me
Ele conseguiu arrastar-se por alguns metros ticar salto com
conta de que não fui salvo para cair em
vara pela BYU.
depois de atingir o solo, ficando com a cabeça
pecado. Tenho que lembrar que o Senhor
inclinada para baixo na ladeira, o que pode ter
tem um plano para todos nós”.
ajudado a manter uma boa circulação em seus
Matt Weirich retornou de sua missão.
ferimentos.
Recuperou-se e pratica salto com vara na equipe de atleFoi resgatado por uma equipe experiente e recebeu
tismo da Universidade Brigham Young, onde continua
ótimos cuidados médicos.
seus estudos. ■
A história de sua sobrevivência gerou muito interesse
em toda a Austrália. De repente, as pessoas de toda parte
queriam conversar com os missionários. Portas se abriram.
Muitas pessoas questionavam qual teria sido o motivo
daquele aparente milagre e faziam perguntas sobre Deus
e sobre a Igreja que aquele missionário representava.
Matt recebeu outras bênçãos por causa do que lhe
aconteceu. Ele disse: “Todos esses acontecimentos me
levaram para mais perto de minha família e me ajudaram
a compreender o valor da vida. É mais do que viver cada
dia ou pensar que você poderá compensar seus erros mais tarde.
ÉLDER JOHN H. GROBERG
Dos Setenta
U
Se fizer o que é
certo, as coisas
darão certo.
ma das maiores decisões que você
tomará na vida é a de confiar, ou
não, no Senhor. Se quiser um futuro
brilhante, precisa tomar a decisão certa
agora mesmo: Você confia no Senhor ou
não? Se confia Nele, você guardará Seus
mandamentos.
Você pode confiar no homem ou confiar
no Senhor. É bem melhor confiar no Senhor,
porque, se confiar no homem, quem sabe
aonde você irá parar? Tenho um ditado: “Se
fizer o que é certo, as coisas darão certo. Se
fizer o que é errado, as coisas darão errado”.
É simples assim. Confie no Senhor. Obedeça
a Ele.
Uma Enorme Diferença
Como obedecemos ao Senhor? Há muitas
maneiras. Gostaria de abordar uma forma
específica para os rapazes.
Vocês têm uma responsabilidade. Quando
receberam o sacerdócio, tomaram sobre si a
responsabilidade de compartilhar o evangelho. Uma das melhores maneiras de fazer isso
é servir em uma missão. Mas para servir em
uma missão, há muitas coisas que vocês precisam fazer. Precisam pagar o dízimo. Precisam
ir à Igreja. Precisam manter-se moralmente
limpos. Precisam ser dignos em todos os
34
aspectos. Precisam preparar-se. Precisam estudar as escrituras. Mas prometo que, se vocês
se prepararem, se guardarem os mandamentos do Senhor e servirem em uma missão, isso
fará uma enorme diferença em sua vida e para
o mundo também.
Na missão, vocês não apenas ensinam a
verdade para as pessoas, mas vocês mesmos
aprendem mais sobre a verdade. Posso sinceramente dizer que aprendi mais princípios
eternos do evangelho em minha missão do
que em qualquer outra época. Até hoje me
lembro da minha missão e me dou conta das
lições que aprendi naquela época.
Sirvam em uma missão. Preparem-se.
Agora, vocês, moças, poderiam dizer:
“Ora, você falou para os rapazes. E quanto a
nós?” Os rapazes têm a responsabilidade de
servir em uma missão, mas as moças têm a
oportunidade de fazê-lo. Vocês têm uma
escolha. Podem ir, ou não.
Minha mulher e eu temos muitas filhas.
Metade delas serviu em uma missão. Aquelas
que serviram estão muito felizes por terem
feito isso. As que não foram também estão
muito contentes. Casaram-se e têm sua própria família. A escolha é sua.
Mas vocês, moças, têm a responsabilidade
de certificar-se de que os rapazes com quem
fazem amizade estejam muito desejosos e
dignos de servir. Não façam nada que os
FOTOGRAFIAS: CHRISTINA SMITH, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
ESCOLHER UM
FUTUROBRILHANTE
ele disse: “Teria tempo de entrevistar um
rapaz? Trata-se de um bom jovem. Sempre
planejou servir em uma missão. Mas ele
disse recentemente que não irá. Conversei
com ele, mas parece que não conseguimos nada. Poderia falar com ele?” Eu
disse que o faria com todo prazer.
O rapaz tinha crescido ativo na
Igreja, mas vira o pai entrando nas
minas e saindo delas para trabalhar.
Pouco antes de o rapaz completar
dezenove anos, conseguiu um
emprego numa loja. O gerente
ficou tão impressionado, que lhe
disse: “Se assumir
este emprego
agora mesmo,
farei com
que seja
desencorajem
ou desqualifiquem a servir em uma missão, e não permitam
que eles façam o mesmo com vocês. Sempre os incentivem.
A Resposta de Jill
Às vezes vocês se perguntam: “Será que tenho tanto
poder assim de incentivar os outros a servir?” Vocês têm
mais poder do que pensam. Deixem-me dar um exemplo
disso. Há vários anos, fui designado a assistir a uma conferência de estaca em uma pequena cidade de mineração.
Ao entrevistar o presidente da estaca antes de partir,
subgerente, e dentro de alguns anos será o gerente da loja”.
“Estava planejando servir em uma missão”, disse ele.
O gerente disse: “Ora, você pode fazer o que quiser, mas
perderá este emprego. Preciso de você agora mesmo”.
Ele pensou a respeito daquilo. Tinha uma namorada
chamada Jill. Então, pensou: “Eu amo a Jill de verdade.
Se ficar com o emprego, não terei que trabalhar na mina.
Poderemos comprar uma casa. Poderemos nos casar e
criar uma família”. Por isso, decidiu que não iria servir
em uma missão, porque tinha encontrado aquela imensa
oportunidade.
Conversou com o pai, e o pai fez de tudo para persuadi-lo a servir em uma missão. Mas não conseguiu. O
pai pediu ao filho que conversasse com o bispo. O bispo
também não conseguiu. O presidente da estaca também
não conseguiu persuadi-lo. Conversei com ele, mas não
consegui persuadi-lo. Ele estava decidido a trabalhar
naquela loja.
Por fim, quando ficou muito evidente que ele não
serviria, o pai perguntou: “Bem, quais são seus planos?”
“Vou me casar com a Jill.”
“E o que a Jill tem a dizer a esse respeito?”
“Ora, eu não conversei com ela ainda.”
“Como sabe que ela vai querer se casar com você?”
Ele simplesmente tinha presumido que ela o faria.
O pai lhe disse: “É melhor conversar com a Jill”.
Então, o rapaz explicou tudo a Jill sobre aquele
ótimo emprego e como ele conseguiria ganhar
muito dinheiro. Por fim, ele disse: “Sabe, com esse
emprego, podemos comprar uma casa. Podemos
começar uma família”.
Jill perguntou: “Está me pedindo em
casamento?”
“Bem, sim, acho que estou.”
“E quanto à sua missão?”
“Já lhe disse que, se eu for para a missão, perderei o emprego. Se eu perder o emprego, não
terei dinheiro. Não poderemos nos casar. Não
poderemos ter uma casa para morar.”
Agora, lembrem que quatro irmãos do sacerdócio
— o pai, o bispo, o presidente da estaca e uma
Autoridade Geral — não tinham conseguido fazê-lo
mudar de idéia.
Jill olhou para ele e disse: “Sem missão, sem Jill”.
36
No dia seguinte, ele estava na sala do bispo preenchendo os papéis para servir em uma missão.
O Senhor Preparará um Caminho
O rapaz serviu em uma missão e, enquanto servia, Jill
casou-se com outro. Mas ele já tinha servido na missão por
tempo suficiente para ter adquirido um firme testemunho.
Quando aquele élder voltou para casa, depois de ter
servido em uma missão maravilhosa, foi até os pais e
disse: “Decidi que irei para a faculdade”.
Eles quase desmaiaram e disseram: “Ninguém em nossa
família foi para a faculdade. Como você vai fazer isso?”
“Não sei, mas conversei com meu presidente de missão
e ele disse que achava ser uma boa idéia, e que se fosse
o certo, o Senhor prepararia o caminho.” E o Senhor realmente preparou um caminho. Ele era um jovem muito
inteligente. Acabou tornando-se dentista, casou-se com
uma mulher maravilhosa e eles criaram uma excelente
família.
Agora, o final da história é que, poucos anos depois
de ele ter começado a exercer a profissão de dentista
numa outra área, adivinhem o que aconteceu? Fecharam
a mina e, conseqüentemente, fecharam a cidade. E a
loja que antes teria sido uma ótima oportunidade
para ele também fechou. Ele não teria tido
sucesso nos negócios.
E o que aconteceria, se tivesse seguido
os preceitos dos homens ou simplesmente
seus próprios sentimentos? Poderia ter-se
casado com a Jill, teriam assumido uma
dívida de compra da casa própria que não
conseguiriam pagar, e teriam uma casa
que não conseguiriam vender.
Deus sempre nos abençoa quando cumprimos Seus mandamentos. Mas, se nós seguirmos nossas próprias idéias, estaremos à mercê
do mundo. É muito melhor estar nas mãos de
Deus, muito melhor.
Se fizermos o certo, as coisas darão certo. Se
vocês quiserem um futuro brilhante, confiem
no Senhor e guardem Seus mandamentos. ■
Tirado de uma reunião devocional para os jovens
realizada em 8 de junho de 2004, no Tabernáculo
de Salt Lake. O Élder John H. Groberg serviu como
membro dos Setenta de 1976 a 2005.
LISTA DE IDÉIAS
APRENDER A COMPARTILHAR
A
maioria de nós quer compartilhar o evangelho com os amigos,
mas muitas vezes simplesmente
não sabemos como fazê-lo. Por isso,
pedimos aos alunos do seminário da
Estaca Des Moines Iowa que dessem
suas sugestões. Eles conhecem um
pouco do assunto porque um dos alunos é ele próprio recém-converso e
dois outros alunos do curso matutino
não são membros da Igreja. Foi isso
que a classe disse:
Ore. Ore para ser guiado a alguém
que se interessará em ouvir o evangelho. Ore para saber o que dizer e o
que fazer para ajudar aquela pessoa.
FOTOGRAFIA: STEVE BUNDERSON, COM A UTILIZAÇÃO DE MODELOS
Seja antes de tudo um amigo.
Se você for um amigo de verdade,
compartilhará o evangelho por
amor, e seu amigo sentirá isso e
não ficará ofendido.
Seja um exemplo. É muito
difícil pedir a um amigo
que aceite princípios
que você mesmo
não vive.
Preste serviço ao próximo. É assim
que o Salvador viveu Sua existência
mortal. Foi assim que os filhos de
Mosias conquistaram o coração de
seus conversos lamanitas (ver Alma
17–18).
Ajude seus amigos a terem experiências inspiradoras.
Passar um
tempo com você em atividades da
Igreja ou simplesmente se divertir
com você e seus amigos SUD são
coisas que podem proporcionar um
ambiente no qual o Espírito tocará
o coração de seu amigo.
Ouça com interesse e respeito.
Ouvir faz parte da amizade. E isso
convida a outra pessoa a mostrar o
mesmo interesse e respeito, quando
você compartilhar como se sente
sobre o Salvador e Sua Igreja.
Dê um Livro de Mórmon e
seu testemunho. Marque
algumas de suas passagens favoritas e mostre a promessa de
Morôni 10:3–5.
Convide seu amigo a
falar com os missionários de
tempo integral. Os missionários
podem explicar claramente nossas crenças e responder a todas
as dúvidas que seu amigo tiver.
Participe das lições com seu amigo.
Creia no poder do Espírito de
tocar um coração. Lembre-se de que
até o testemunho mais simples ou
uma explicação de uma verdade do
evangelho convida o testemunho
do Espírito. Ore para que o Espírito
esteja com você e o guie.
Creia em seu amigo. Apóie e incentive seu amigo. Mas acima de tudo,
caso seu amigo não venha a demonstrar interesse pela Igreja desta vez,
continue sendo amigo dele. ■
NICARÁGUA
Ao partilharem o “belo fruto” do
evangelho, os membros e missionários nicaragüenses estão ajudando
seus entes queridos e amigos a
encontrarem paz.
DON L. SEARLE
Revistas da Igreja
C
“
reio que chegou a vez da
Nicarágua”, disse Larry
Zúnica, da Ala San Miguel,
Estaca Masaya Nicarágua. Estava
referindo-se ao crescimento da
Igreja, que fez com que o número
de estacas de seu país aumentasse
de duas para sete em apenas um ano.
Se o irmão Zúniga estiver certo, então a chegada desse
momento feliz na história da Igreja na Nicarágua é fruto
de pelo menos dois fatores: a influência do Espírito Santo
nas pessoas que estão buscando a verdade e a influência
de Pregar Meu Evangelho em ajudar os membros a compartilhar o evangelho. Os líderes do sacerdócio dirão que
observam esses dois fatores atuando na vida das pessoas.
O bispo Luís Castrillo, da Ala Ciudad Sandino, Estaca
Manágua Nicarágua, explicou que muitas pessoas da
Nicarágua estão procurando respostas às perguntas da
vida e encontrando-as nos ensinamentos de A Igreja de
Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias. Compara a condição dessas pessoas a uma sede intensa num dia muito
38
quente, sem que haja um lugar para
conseguir algo para beber. Quando,
finalmente, as pessoas encontram um
meio de aplacar sua sede, bebem com
avidez e gratidão a água que o evangelho de Jesus Cristo tem a oferecer.
Contemplando o panorama
geral do que está ocorrendo na
Nicarágua, o Élder Spencer V. Jones,
dos Setenta, Presidente da Área da América Central,
sugere três razões para o crescimento da Igreja
naquele lugar. Em primeiro lugar, os nicaragüenses
parecem sentir “fome espiritual”. Depois de um longo
período de conflitos no país, “as pessoas estão procurando paz na vida, e o evangelho proporciona essa
paz”. Em segundo lugar, “houve também uma sucessão
de fortes presidentes de missão que desenvolveram
um bom relacionamento de trabalho com os líderes e
membros locais. Basicamente, os missionários não precisam bater em portas muito freqüentemente. Eles têm um
grande número de pessoas para ensinar por causa desse
bom relacionamento”. Em terceiro lugar, como resultado
disso, “os missionários desenvolveram fé em sua capacidade de batizar. Não têm medo de desafiar os pesquisadores a prepararem-se para o batismo. Têm muita
confiança e fé no Senhor”.
Compromisso de Servir
O irmão Zúniga é um exemplo do comprometimento
para com a obra missionária que existe entre os santos
dos últimos dias. “Há muitos membros dispostos a ajudar
FOTOGRAFIAS: DON L. SEARLE; FUNDO: CHRISTINA SMITH; MAPA: THOMAS S. CHILD
O “Belo Fruto” do Evangelho
Página oposta: Jeannethe Campos de Espinoza, ex-presidente da Sociedade de Socorro da Estaca Manágua; bispo
Luís Castrillo, Ala Ciudad Sandino, Estaca Manágua. Abaixo:
Victor Vallecillo e o filho, Victor. À direita: Cindy Orozco
ensina uma classe das Moças na Ala Manágua Miraflores.
Abaixo à direita: sede da Estaca Manágua.
A IGREJA NA
NICARÁGUA
População do país:
aproximadamente
5.500.000
Região de Manágua:
aproximadamente
1.400.000
Membros na Nicarágua:
mais de 52.000
Estacas: 7
Distritos: 5
Alas: 44
Ramos: 41
aqui”, disse ele. Tendo ele próprio servido em
uma missão, sai para trabalhar com os missionários de tempo integral sempre que pode.
Quase todos os seus amigos se mostraram
dispostos a pelo menos ouvir o evangelho.
Desde quando era menino, Larry Zúniga
sempre quis servir em uma missão de tempo
integral. O pai, que era marceneiro, fez uma
caixa para que ele usasse como cofrinho, e
Larry começou a economizar dinheiro para a
sua missão. Mas, quando estava com dezoito
anos, a mãe ficou muito doente. Larry teve
que usar as suas economias para a missão e
vender a sua bicicleta
para ajudar a pagar o tratamento dela, mas fez esse sacrifício com amor. Não obstante, com a ajuda de
outros membros e também de parentes,
inclusive alguns que não eram membros da
Igreja, foi abençoado com os recursos necessários para servir em uma missão de tempo
integral. O comprometimento do irmão
Zúniga para com a obra missionária ajudou
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
39
da Ala Miraflores reúnem-se no pátio de um prédio
alugado enquanto sua capela está sendo reformada.
No alto à direita: Paula Merlo, Chinandega. À direita:
Sergio Saenz, Manágua.
cinco de seus bons amigos a filiarem-se à Igreja, e dois
deles também serviram em uma missão. Ele continua a
trabalhar com outros amigos.
Paula Merlo, da Ala Acome, Estaca Chinandega Nicarágua,
é outro membro que nunca deixa passar uma oportunidade
de trabalho missionário. Se os missionários pedem aos
membros que os ajudem a encontrar pessoas para ensinar,
ela simplesmente faz isso. Todos os que a visitarem provavelmente encontrarão uma reunião missionária em andamento. Em um sábado, por exemplo, ela combinou com os
missionários para que ensinassem um total de onze pesquisadores em várias reuniões de grupo separadas em sua casa.
A irmã Merlo filiou-se à Igreja há quatorze anos, depois
de conhecer o evangelho por uma filha que tinha sido
batizada. Ela tem uma filha no Panamá e um filho em
Honduras, e procura compartilhar o evangelho sempre
que viaja pela América Central. Nem mesmo ela sabe ao
certo quantas pessoas ajudou a trazer para a Igreja. Se as
pessoas não aceitam seu convite de ouvir os missionários,
ela as convida para uma reunião de noite familiar em sua
casa, para que sintam um pouco do espírito do evangelho.
O que a motiva no trabalho missionário? “Em primeiro
lugar, é um mandamento que o Senhor nos deu. E então,
depois de ter ido ao templo, dei-me conta de que, se não
fizermos nada por nossos mortos ou pelos vivos, não estaremos fazendo nada para o Senhor.”
O presidente da estaca da irmã Merlo, Ernesto Maravilla,
considera aquela irmã um exemplo do que ele deseja
que todo membro faça. O presidente Maravilla trabalha
constantemente com os membros e os missionários para
40
Companheiros no Ensino
“Tudo começa com a reunião de planejamento que realizamos com os membros”, comentou o Élder William J.
Reano, de Waverly Tennessee, E.U.A., missionário da
Missão Nicarágua Manágua. O Élder Reano, que já terminou sua missão, e seu companheiro reuniam-se semanalmente com os membros de sua área em Manágua. Os
membros forneciam novas referências aos missionários ou
encaminhavam os missionários para alguém que pudesse
fazê-lo. “Criamos uma corrente de referências”, disse o
Élder Reano. “Descobrimos que a base do sucesso no trabalho missionário é esse planejamento.”
Seu companheiro, o Élder Rodrigo León, de Costa Rica,
atribui seu sucesso no ensino tanto à experiência de seu
companheiro quanto a Pregar Meu Evangelho, a abordagem de ensino que os missionários estão usando agora.
JOÃO BATISTA BATIZANDO JESUS, DE GREG K. OLSEN, CÓPIA PROIBIDA
Acima: Os portadores do Sacerdócio de Melquisedeque
ajudá-los a lembrarem
que todos receberam o
mandamento e têm a
preciosa oportunidade
de compartilhar o evangelho. Ele
lidera pelo exemplo, convidando também amigos e conhecidos para reuniões familiares em sua própria casa
para apresentar o evangelho a eles.
“Tenho dois papéis no trabalho missionário”, disse ele, “um de supervisionar e outro de motivar os membros a
trabalharem com os missionários.”
Por causa do seu sobrenome, os amigos brincam dizendo que ele é uma maravilha no trabalho
missionário. Sendo um homem dotado de bom humor, o
presidente Maravilla ri da piada, mas é muito sério em relação ao trabalho missionário. Reúne-se regularmente com os
missionários líderes de zona para coordenar o trabalho na
estaca. Incentiva muito os bispos a dirigirem ativamente o
trabalho missionário em suas respectivas alas por meio de
reuniões de conselho de ala e acompanhamento das designações. Esses conselhos são “o ponto central do trabalho
missionário na ala”, disse o presidente. Quando as reuniões
não são realizadas, o trabalho fica mais lento. “Aprendemos
isso na prática.”
A Estaca Chinandega tem em média 45 batismos por mês.
Extrema esquerda:
Guia missionário,
Pregar Meu
“Essa abordagem é cem por
cento eficaz, se for usada
corretamente”, disse o
Élder León. O sucesso atrai
sucesso, acrescentou o Élder
Reano. Os membros que
vêem batismos acontecendo
regularmente, querem que
seus amigos também tenham
a oportunidade de conhecer
o evangelho. O Élder León
observou que muitos membros levam pesquisadores para as reuniões da Igreja todas as
semanas.
O Élder Joshua Kasteler, de Murray, Utah,
disse que os missionários consideram importante ajudar os membros a saberem que são
necessários na obra missionária. Ele e seu
companheiro, o Élder Jonathan Estrada, de
Santa Ana, El Salvador, procuram ajudar os
líderes e membros a saberem que os missionários se interessam pelo que está acontecendo na ala. Trabalham com a ala depois
do batismo para ajudar os membros novos a
serem integrados e a receberem chamados.
Isso é importante tanto para os membros
novos quanto para a ala, salientou o Élder
Estrada, porque, ao servir, as pessoas são
nutridas pela palavra de Deus.
O entusiasmo e o amor dos missionários
pelas pessoas que ensinam manifestam-se
fortemente numa reunião de toda a missão
em Manágua com seu presidente, Ricardo
Valladares. Há uma grande felicidade entre
os missionários ao receberem instruções
e ouvirem falar do sucesso no trabalho.
Quando as transferências são anunciadas,
ninguém diz: “Oh, Élder,
que pena que você está
indo para aquele lugar”.
Eles se cumprimentam
e falam das novas
oportunidades.
Evangelho. Acima:
Élderes Rodrigo León
e William J. Reano.
Acima, à esquerda:
Élderes Jonathan
Estrada e Joshua
Kasteler. Abaixo:
Testemunhos em Ação
O entusiasmo dos missionários é contagiante.
Victor Vallecillo é colega
de trabalho de Pedro Aviles, presidente da
Estaca Manágua Nicarágua. Quando
Victor estava procurando a verdade religiosa, o presidente
Aviles deu-lhe um Livro de
Mórmon. O irmão Vallecillo
sente-se tão feliz com o
evangelho que, desde o
seu batismo, em novembro
de 2004, adotou o hábito
de convidar amigos para
ouvirem o evangelho e freqüentemente sai com os
missionários para ensinar. A
esposa e os dois filhos também
têm o espírito do trabalho missionário. Certa noite, o irmão
Vallecillo relembra que
seu filho adolescente
estava estudando um
mapa da Nicarágua,
olhando para a região
norte do país, onde
o irmão Vallecillo
tinha crescido.
“Papa”, disse o
Silvia Zamuria
Vanegas, Granada.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
41
filho, apontando para alguns lugares no
mapa, “o evangelho não está aqui nem aqui
nem aqui.” Perguntou quando é que os missionários iriam para aqueles lugares, a fim de que outras
pessoas pudessem compartilhar as bênçãos do evangelho.
Silvia Zamuria Vanegas, do Ramo Granada, Distrito
Granada Nicarágua, relembrou: “Quando fui batizada, fiz
uma promessa ao Senhor de que um dia ensinaria outras
pessoas, porque o que encontrei me trouxe muita alegria”.
Em maio de 2005, quatro anos depois de seu batismo,
ela partiu para servir em uma missão na Guatemala. No
entanto, já vinha compartilhando o evangelho com amigos
e trabalhando com as missionárias desde muito antes de
seu chamado. A Síster Zamuria citou um ditado favorito
que conclama os que podem acender uma vela a compartilharem sua luz com as pessoas a seu redor.
Raúl Díaz Hernández, do Ramo El Coyolar, Distrito
Leon Nicarágua, cresceu na Igreja e está se preparando
para servir em uma missão desde a infância. Vem trabalhando com os missionários e começou a estudar Pregar
Meu Evangelho. É um privilégio compartilhar seu testemunho com qualquer pessoa, disse ele, mas tem uma
meta mais pessoal de ajudar os missionários a ensinarem
o seu cunhado. Ele gostaria de que sua irmã pudesse desfrutar as bênçãos do templo com a família dela.
A Influência dos Membros
José Contreras, presidente da Estaca Masaya Nicarágua,
estima que mais de três quartos dos batismos de conversos de sua estaca ocorrem por causa da ajuda de membros que desejam compartilhar a alegria que encontraram
no evangelho. Contudo, mesmo com o crescimento
recente, o presidente Contreras disse: “Precisamos fazer
mais para levar os missionários até as pessoas em que
ainda não pensamos”. O presidente e seus conselheiros
estão não somente ajudando os membros a desenvolverem sua capacidade de compartilhar o evangelho, mas
também estão acompanhando alguns deles ao saírem
com os missionários para ensinar.
O presidente Contreras acompanha o índice de atividade dos membros da estaca e está preocupado com
aqueles que ainda não desfrutam as bênçãos do evangelho
neste momento. Como atingir esses membros? Ele gosta
de uma abordagem básica: ensinar-lhes novamente as
42
doutrinas simples que aprenderam com os missionários, as
puras doutrinas de Cristo. Se eles lembrarem essas coisas,
diz ele, desejarão as bênçãos prometidas. O trabalho de
retenção é um trabalho que visa abençoar as pessoas.
Jeannethe Campos de Espinoza, ex-presidente da
Sociedade de Socorro da Estaca Manágua, admira a criatividade de uma professora visitante que ajudou a ativar
uma mulher que ela visitava. A professora visitante pediu à
irmã que preparasse uma mensagem do Livro de Mórmon
para compartilhar com as professoras visitantes; isso ajudou aquela mulher a descobrir o que lhe estava faltando
espiritualmente. A mesma abordagem foi usada para ativar
outras mulheres. Às vezes, as líderes da Sociedade de
Socorro também pedem para realizar uma pequena reunião de grupo na casa dos membros menos ativos para
lembrar-lhes as bênçãos do evangelho.
A irmã Espinoza, batizada em 2001, tem forte desejo de
compartilhar o evangelho com as pessoas, “para que possam provar desse belo fruto”. Disse que sofre ao ver alguns
se desviando por caminhos que os afastam da felicidade.
Compartilhar o evangelho com as pessoas para que
provem do “belo fruto” parece ser o tema central da
maioria das reuniões da Igreja na Nicarágua.
O presidente Aviles, da Estaca Manágua, foi um dos primeiros presidentes de estaca do país e testemunhou pessoalmente o crescimento da Igreja nos últimos anos. Seu
país sofre com muita pobreza, e a influência das antigas
tradições e das tentações é muito forte. Mas é um país em
que as propriedades da Igreja freqüentemente não comportam o crescimento do número de membros graças ao
trabalho missionário e porque a retenção melhorou muito.
O presidente Aviles sabe como o Espírito Santo e os membros amorosos podem tocar a vida das pessoas.
Falando em uma conferência de ala em Manágua, ele
abordou o tema de estender a mão às pessoas para que
provem do doce fruto do evangelho. Com fé, disse ele,
os membros podem vencer os desafios que o adversário
coloca em nosso caminho. “Precisamos seguir adiante
para sermos aperfeiçoados.”
“Precisamos ser fortalecidos na retidão”, acrescentou
ele. “Queremos ser abençoados por fazer o bem.” Pede
que os santos se unam e que façam dessa união a sua
força. Esse é o caminho para que o crescimento espiritual
na Nicarágua continue. ■
Você Sabia?
Dica de Liderança
Aprender a delegar é uma parte
importante do trabalho do líder.
Jesus Cristo deixou o exemplo perfeito de envolvimento dos discípulos. Compartilhou o trabalho com
eles, deu-lhes coisas específicas para
fazer e confiou neles. Seguindo o
exemplo do Salvador e delegando
coisas aos membros de sua classe
ou quórum, o trabalho será feito,
e todos aumentarão sua capacidade.
Você pode delegar eficazmente, se:
• Conhecer e compreender a
designação.
• Pedir a alguém que aceite a
designação.
• Dizer o que precisa ser
feito, e não apenas como
fazê-lo.
• Determinar uma data para a
conclusão.
• Pedir à pessoa que preste contas
a você depois de concluir a
designação.
Estudo das Escrituras: Quão Dedicado Você É?
Você conhece muito bem as escrituras ou não conhece quase nada? Este questionário lhe dará uma dica. Use o gabarito no final para saber sua pontuação.
1. Você está para começar a ler as escrituras.
A primeira coisa que faz é:
A. Ver que horas
são para ter cermurmurar
teza de que lerá
rar
pelo menos murmu
10 minutos.
B. Ajoelhar-se e
orar para compreender o que
ler por meio do
Espírito.
C. Ficar imaginando se
Lamã e
Lemuel continuarão reclamando ao
voltar a ler
1 Néfi.
3. Você volta da escola para casa. Está cansado e tem uma
porção de lições de casa para fazer, por isso:
ILUSTRADO POR TADD R. PETERSON
A. Tira uma
soneca, janta
e faz a lição de
casa até cair
no sono.
B. Faz a lição de
casa, janta e
estuda as escrituras para decorar
o que será perguntado no seminário pela manhã.
1–4 pontos: Ávido pelas Escrituras
Bem, ao menos parece que você tem as escrituras. Agora, está na hora de abri-las e banquetear-se nas palavras de Cristo. Há muito a
aprender, e muito consolo pode ser encontrado
nas escrituras. Simplesmente leia-as e verá!
C. Tira uma soneca,
faz a lição de casa,
janta e vai para a
cama. Você já leu
as escrituras pela
manhã quando
acordou.
2. Você recebe a inspiração de fazer algo enquanto
está lendo o Livro de Mórmon. Decide então:
A. Anotar para não
esquecer. Você
sempre soube
que um diário das
escrituras seria
muito útil!
B. Fazer todo o possível para lembrar-se pelo
menos por
uma semana.
C. Ler as escrituras mais freqüentemente,
para ter mais
inspirações
semelhantes,
mas no dia
seguinte
esquece o que
tinha de fazer.
4. Se alguém pegar suas escrituras, é provável que diga:
A. Puxa! Por que
todas essas páginas ainda estão
grudadas umas
nas outras?
Veja Como Você Se Saiu!
1. a = 2 b = 3 c = 1
2. a = 3 b = 2 c = 1
3. a = 1 b = 2 c = 3
4. a = 1 b = 2 c = 3
5–8 pontos: Estudioso das Escrituras
Você está procurando ler as escrituras. Muito
bem! Mas ainda precisa trabalhar um pouco
mais. Estabeleça um horário para rrealmente
aprofundar-se nas escrituras, e lembre-se de
orar antes de estudar.
B. Ei, seu marcador
está em Mosias. Não
estamos estudando
Alma no seminário
agora?
C. Há muita coisa
sublinhada e a
capa está gasta.
Você deve usar
muito essas
escrituras.
9–12 pontos: Poderoso nas Escrituras
Há tanta coisa a aprender nas escrituras, e você
está começando muito bem. Continue assim.
Lembre-se de estudar as escrituras diariamente e
começar a partilhá-las com outras pessoas para
continuar sendo “Poderoso nas Escrituras”.
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
43
VOZES DA IGREJA
Raquel Pedraza de Brosio
E
u tinha acabado de conseguir
um novo emprego e estava
economizando para servir em
uma missão. À medida que o tempo
foi passando, novos empregados
foram contratados, e fui designada a
treinar uma jovem da minha idade.
Maria (o nome foi mudado),
minha nova colega de trabalho,
preocupava-se muito com a aparência. Seguia a moda de vestir saia
curta, usar maquiagem escura e
corte de cabelo ousado e também
tinha adquirido alguns maus hábitos, como o de fumar. A despeito
de nossas diferenças, Maria e eu nos
dávamos bem no trabalho. Era agradável conversar com ela, e o tempo
passava rapidamente quando estávamos juntas.
Certo dia, no trabalho, ela perguntou: “Raquel, você costuma dançar?”
Eu disse que freqüentava os bailes
da minha Igreja. Ela perguntou que
igreja era, e expliquei que se chamava
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos
dos Últimos Dias e que seus membros geralmente eram chamados
de mórmons. Maria disse que tinha
ouvido falar nos mórmons, mas não
conhecia nenhuma de nossas crenças. Fiquei entusiasmada em falar
mais da Igreja para ela e ofereci-lhe
um exemplar do Livro de Mórmon,
que ela aceitou, muito contente.
Depois de algum tempo, convidei-a
para assistir às reuniões no ramo que
44
Q
uando meu
trem começou a se
aproximar da estação em que nos
encontraríamos,
olhei para fora da
janela, procurando
a Maria.
Confesso que duvidei de que ela
estaria esperando por mim, e também duvidei que o evangelho resultaria em qualquer mudança na vida
dela, por dentro ou por fora.
Cumprimentamo-nos e fizemos a
pé o trajeto de 15 minutos até a Igreja.
Fomos primeiro para a Sociedade de
Socorro, onde Maria quis responder
às perguntas e participar de tudo o
que a professora pediu que fizéssemos. Também gostou muito da Escola
Dominical e da reunião sacramental.
Apresentei-a às missionárias, que a
convidaram a ouvir as lições, e Maria
prontamente aceitou.
Pouco tempo depois, perdi contato com a Maria porque ela saiu
do emprego. Mas não se passou
muito tempo até que recebi um
convite para o batismo dela. Fiquei
ILUSTRADO POR DANIEL LEWIS
Problemas
de Coração
ficava mais próximo da casa dela.
Fiquei surpresa quando ela aceitou
o meu convite. Decidimos encontrarnos na estação ferroviária no domingo
seguinte para irmos às reuniões
juntas.
O domingo chegou, e quando o
trem se aproximou da estação em
que iríamos nos encontrar, olhei
pela janela, procurando a Maria que
conhecia do trabalho. Para minha
surpresa, vi em vez disso uma moça
vestindo uma saia recatada e com
o cabelo e a maquiagem tais como
seriam esperados de uma jovem
SUD. Mas era a Maria!
A
nexo ao
e-mail
estava
uma página que
Cesare havia
escaneado de um
Livro de Mórmon
que eu lhe dera.
desapontada por não poder
estar presente, e perdi contato de novo com ela.
Depois de servir por nove
meses na Missão Argentina
Mendoza, li nas páginas locais
da Liahona, que Maria estava
servindo na Missão Argentina
Resistencia. Comecei a pular
de alegria e imediatamente escrevi
para ela.
Em resposta, contou-me como
havia sido sua preparação para a missão. Os pais não a apoiaram em seu
desejo de filiar-se à Igreja. Mas ela
freqüentou a Igreja e as aulas do instituto e sacrificou-se muito para servir em uma missão.
Muitos anos já se passaram, e
Maria e eu nos encontramos novamente. Ela é oficiante no Templo
Buenos Aires Argentina e desfruta o
amor do marido e dos filhos. Vive o
evangelho e irradia sua luz. Hoje a
aparência dela reflete tudo que está
em seu coração, e embora não saiba
disso, ela não apenas me deixou
uma recordação especial, mas também me ensinou um grande princípio: o evangelho é para todos.
Como membros da Igreja, não devemos deixar de compartilhar nosso
testemunho simplesmente porque
achamos que a aparência da pessoa
indica que ela rejeitaria nossa
mensagem.
Hoje, sempre que penso em
Maria, vem-me à mente I Samuel
16:7: “Não atentes para a sua aparência, nem para a grandeza da
sua estatura, (...) porque o Senhor
não vê como vê o homem, pois o
homem vê o que está diante dos
olhos, porém o Senhor olha para o
coração”. O Pai Celestial conhece o
coração de Seus filhos, e para Ele é
o coração que importa. ■
Colheita
Tardia
Rian W. Jones
S
entei-me à minha escrivaninha, numa manhã de segundafeira, olhando para todos os
e-mails que se haviam acumulado
durante o fim de semana. Sempre
suspeitando de um vírus de computador, estava prestes a apagar um email e seu anexo que recebera de um
remetente anônimo. Mas quando
meu dedo pousou no botão do
mouse, pronto para clicar, o Espírito
inspirou-me a abrir a mensagem.
“Olá, Élder Rian Jones”, começava
o e-mail. “Você deve estar agora com
aproximadamente 50 anos, e eu estou
com 37. Tenho apenas uma vaga lembrança de você, e não tenho certeza
se é a pessoa para quem estou escrevendo.” Na verdade, eu tinha 45 anos.
Mas quem era aquela pessoa que me
chamava de “Élder”? Ninguém me
chamava assim desde minha missão.
O remetente então me perguntava
se eu ainda estava ativo na Igreja e
se tinha mantido o espírito de minha
missão. A essa altura, minha curiosidade estava a mil.
“Eu tinha apenas 12 anos quando
você e seu companheiro me ensinaram o evangelho em Taranto, Itália.
O ano foi 1975.” Senti a mente
começar a trabalhar rapidamente,
tentando lembrar quem era aquela
pessoa. “Provavelmente está se perguntando se foi você que me batizou. Não, você não me batizou,
porque minha mãe e meu pai se
recusaram a dar a permissão.” O
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
45
remetente prosseguiu, explicando
como foi doído e embaraçoso para
ele e seu irmão impedir que os missionários subissem a escada de seu
prédio quando iam pedir permissão
a seus pais para que ele fosse batizado. Contou que continuou indo
para a Igreja, de vez em quando,
mas acabou deixando de fazê-lo,
porque não podia ser batizado. “Mas
guardei os ensinamentos no coração
e nunca traí os princípios que me
foram ensinados”, escreveu ele.
Servi na Missão Itália Roma de
1975 a 1977, e Taranto foi a minha
primeira cidade. Mas não conseguia
me lembrar da história contada
naquele e-mail. O remetente explicou
que quando estava com 22 anos foi
convocado para o serviço militar obrigatório no norte da Itália. Ali passou
por uma crise espiritual que o levou
a orar pela primeira vez como adulto.
Recebeu uma resposta a suas orações
e, por causa disso, procurou os missionários daquela área. Encontrou-os
em uma lanchonete e disse-lhes que
queria ser batizado. “Nunca me aconteceu nada semelhante na minha missão”, pensei. Aqueles élderes devem
ter ficado chocados.
Ele foi batizado e casou-se mais
tarde no Templo de Friedrichsdorf,
Alemanha. Tinha então três filhos,
mudara-se para o Canadá havia
vários anos e era um membro ativo
da Igreja.
“Não sei se vai responder a este
e-mail. Se o fizer, eu lhe contarei muitas coisas sobre a minha vida e sobre
como fui abençoado por sua missão.
Élder, nunca se sabe quais podem
ser os resultados de uma pequena
boa ação.” Assinou o e-mail como
46
“Cesare Quarinto”. Mais tarde, disse
que havia encontrado o meu endereço de e-mail no website da Missão
Itália Roma.
Por mais que tentasse, não conseguia lembrar-me de haver ensinado
um menino de 12 anos em Taranto.
Mas o anexo do e-mail era uma
página que ele havia escaneado
de um velho exemplar do Livro de
Mórmon. Era uma dedicatória, com
a minha letra, escrita em italiano,
datada de 14 de setembro de 1975,
que dizia:
“Caro Cesare,
Estou lhe dando este presente
para que você possa lê-lo para encontrar a bela verdade do evangelho de
Jesus Cristo. Nunca se esqueça de
orar, porque é somente por meio da
oração que você pode encontrar a
verdade. (...) Sei que esta é a Igreja
verdadeira e espero compartilhar
essa verdade com você.
Seu amigo,
Élder Rian Jones”
De repente, lembrei-me claramente. Ao ver as palavras que eu
tinha escrito, minha memória voltou.
Relembrei vividamente a casa alugada que usávamos como capela em
Taranto. Ensinamos o evangelho ao
jovem Cesare naquela casa. Dei-lhe
um exemplar do Livro de Mórmon
pouco antes de ser transferido para
outra cidade. Ao relembrar o que
havia acontecido e ao ler o e-mail de
Cesare, fui tomado de grande alegria.
Tive alguns sucessos na missão,
mas infelizmente a maioria das pessoas que batizei se afastou da Igreja
ao longo dos anos. Então, uma
escritura me veio à mente: “E, se
trabalhardes todos os vossos dias
clamando arrependimento a este
povo e trouxerdes a mim mesmo
que seja uma só alma, quão grande
será vossa alegria com ela no reino
de meu Pai!” (D&C 18:15). ■
Uma
Combinação
Única
Francis Davis
E
ram cinco e meia da tarde de
uma quinta-feira de junho de
2001, e eu estava trabalhando
em meu escritório em casa, quando
o telefone tocou. Era minha mulher
ligando para mim, meio desesperada. Ela e nossas três filhas tinham
ido passear de bicicleta e haviam
parado no supermercado para tomar
refrigerante e sorvete. Quando
saíram da loja, a combinação do
cadeado que prendia as bicicletas
não funcionava. A combinação era
3690, mas ela não abria o cadeado
que estava prendendo firmemente
as bicicletas a uma grade de metal
que ficava na frente da loja.
Peguei correndo a nossa perua
e fui até o supermercado, mas não
tive mais sucesso do que elas. Levei
minha mulher e filhas para casa e
comecei a pensar no que poderia
fazer. O primeiro conselheiro na
presidência do ramo consertava serras elétricas, por isso liguei para ele
e expliquei meu problema. Ele me
disse que a maioria dos cadeados de
bicicleta são feitos de aço endurecido que é resistente a serras e cortadores de metal. Mas disse que eu
poderia ao menos tentar cortar o
cadeado.
Encontrei a caixa onde guardava
minha serra elétrica e um cabo de
extensão. Liguei para a loja e perguntei se poderia usar a tomada elétrica
deles para fazer a minha serra funcionar. Gentilmente disseram que poderia. Quando cheguei lá, já eram
19h45, e a loja fecharia às 20h. Estava
sob pressão e comecei a ficar desesperado também.
Se as bicicletas ficassem lá durante
a noite, sem dúvida seriam alvo de
vandalismo e, além disso, minha
mulher, que não sabia dirigir na
época, usava-as todos os dias para
levar as crianças à escola e ir buscálas no final das aulas.
Quando cheguei à loja, peguei a
maleta de plástico de minha serra
elétrica e descobri que tinha levado
por engano a furadeira sem fio em
lugar dela. As maletas de plástico das
duas eram idênticas. Já eram 19h55,
sendo muito tarde para retornar à
casa e voltar para a loja antes que ela
fechasse.
Tentei abrir o cadeado novamente, fazendo força para abri-lo,
mas não se movia. Algumas pessoas
estavam me olhando, e os funcionários começaram a fechar a loja.
Sentei-me na perua e bati no
volante, sentindo-me extremamente
frustrado. Então, no “ouvido da minha
mente” ouvi minha filha cantando o
hino “Com Fervor Fizeste a Prece?”
(Hinos, no 83).
T
entei abrir o
cadeado de
novo, mas
ele não se movia.
Estava ficando
tarde, e comecei a
ficar preocupado.
Em meu desespero, tinha deixado de fazer a coisa mais simples.
Esquecera de orar. Então, abaixei a
cabeça e expliquei minha situação
ao Pai Celestial. Não deixei de mencionar nada. Até disse a Ele como
me sentia estúpido por ter confundido a furadeira com a serra.
Naquele instante, senti-me inspirado a tentar abrir o cadeado de
novo. Saí do carro e quando comecei a mexer na combinação para
que formasse novamente 3690,
ouvi um número ser sussurrado em
meu ouvido: 2591. Olhei em volta,
mas não havia ninguém ali. Tentei
o 2591, e o cadeado se abriu em
minhas mãos.
Nunca minhas orações tinham
sido atendidas de modo tão claro ou
tão rapidamente. Lágrimas me escorriam pelo rosto enquanto eu colocava
as bicicletas no bagageiro de nossa
perua. Corri de volta para casa e contei a história para minha mulher e
filhas.
Mais tarde, quando girei os
números para 3690, tal como esperava, as ranhuras do cilindro interno
não se alinharam de modo que eu
pudesse fechar o cadeado de novo.
Tentei então 2591, mas também não
funcionou. Examinando com mais
cuidado, percebi que o tambor
estava quebrado. Toda vez que eu
girava, um número diferente abria
o cadeado. Por isso, pensando nas
milhares de combinações possíveis
que eu poderia ter tentado usar
naquela noite de sexta-feira, somente
o céu poderia ter-me ajudado a
encontrar aquela combinação única.
E tudo o que tive de fazer foi pedir
com fé. ■
A LIAHONA SETEMBRO DE 2006
47
COMENTÁRIOS
Sempre Algo pelo qual Me Sinto
Gostaria de expressar minha gratidão pela publicação
de “Tornar-nos
Homens em Quem
Haja o Espírito de
Deus”, do Élder
L. Tom Perry, em a
Liahona de julho
de 2002. Na
época, eu tinha acabado de
retornar para casa depois de ter
servido em uma missão no Uruguai,
e necessitava de ajuda espiritual.
Aquele artigo foi a resposta a minhas
aflições e tentações. Tocou-me o
coração, fortaleceu meu testemunho
e tornou-se um lema em minha vida.
Graças à Liahona, meu nível de
espiritualidade como portador do
sacerdócio de Deus cresceu.
Grata
Luis Carvajal Arce, Chile
Olga Khripko, Ucrânia
Milagres Modernos
A Palavra Verdadeira
Fiquei muito tocada quando li
“A História da Sopa de Ostras”, em
a Liahona de dezembro de 2005.
Lembrou-me de que ainda acontecem milagres modernos quando fazemos o máximo que podemos para
resolver um problema. Então, por
meio de nossa fé, o Senhor cuida
do resto.
Sinto-me extremamente grato ao
Pai Celestial por essa maravilhosa
revista. Os missionários deram-me
um exemplar, e sinto-me grato pelas
sábias mensagens que contém. Ela
realmente nos proporciona a palavra
verdadeira.
Irene Taniegra, Filipinas
Adoro a Liahona. Depois de ler
cada revista, sempre tenho o desejo
de agradecer porque sempre há algo
pelo qual me sinto grata.
Tenho gratidão especial pelas
três primeiras revistas de 2005. Meu
marido e eu tivemos grande interesse
pelos artigos “Doutrina e Convênios:
Cronologia Rápida”, de janeiro; “O
Que Aconteceu com a Igreja de
Cristo?”, de fevereiro; e “Alegres
Cantemos”, de março. Meu marido
não é membro da Igreja, mas interessa-se muito por história, e gostou
muito de ler esses artigos, que traçam
um paralelo entre a história de nossa
Igreja e os eventos ocorridos no
mundo. Fiquei muito feliz por encontrar algo para meu marido na revista!
Célio Borba, Brasil
Mensagens do Pai Celestial
Sempre adorei ler a Liahona. Os
artigos são extremamente importantes: são mensagens do Pai
Celestial que me ajudam a
seguir em frente, a despeito
de meus problemas.
Obrigada pelo fortalecimento de nosso espírito.
Jenmy Mazariegos, Guatemala
48
NO MÊS
QUE VEM...
Uma edição de A Liahona
especial para membros novos
Na edição de outubro você
encontrará respostas para perguntas como estas:
• “De que maneiras a Igreja
ajuda os membros novos?” O
próprio Presidente Gordon B.
Hinckley explica.
• “Como posso
desenvolver
a força espiritual
necessária para
o caminho que
tenho à frente?”
Você gostará
do que o Élder
Jeffrey R. Holland tem a dizer.
• “Como devo lidar com as
preocupações de meus familiares que continuam sendo membros de outra religião?”
• “Onde posso procurar respostas para perguntas que nem
sequer tenho ainda?”
E se você for um membro
antigo? Encontrará novos pontos
de vista sobre as doutrinas básicas do evangelho e artigos para
serem utilizados ao ajudar amigos e familiares que são membros novos.
Evidentemente, se você ainda
não assinou A Liahona, pode
adquirir um exemplar em seu
centro de distribuição. Mas por
que não assinar agora? Encontrará
algo especial em cada revista.
BORDA ILUSTRADA POR THOMAS S. CHILD
Um Lema para a Vida
PA R A A S C R I A N Ç A S • A I G R E J A D E J E S U S C R I S T O D O S S A N T O S D O S Ú LT I M O S D I A S • S E T E M B R O D E 2 0 0 6
OAmigo
VINDE AO
PROFETA ESCUTAR
A Verdade
Prevalecerá
PRESIDENTE GORDON B. HINCKLEY
A2
DETALHE DE DANIEL INTERPRETA O SONHO DE NABUCODONOSOR, DE GRANT ROMNEY CLAWSON
S
Sim, este trabalho requer sacrifício,
ou otimista no que se refere à obra
dedicação, coragem de expressar nossas
do Senhor. Não posso acreditar que
crenças e fé para tentar fazê-lo. Este
Deus a tenha estabelecido aqui na
trabalho não precisa de críticos; não
Terra para que viesse a fracassar. Sei que
precisa de pessoas que duvidem dele.
está tornando-se mais forte. Admito, natuPrecisa de homens e mulheres com um
ralmente, que enfrentamos muitos problepropósito sincero. Assim como Paulo
mas trágicos neste mundo.
escreveu a Timóteo: “Porque Deus não
Ainda assim, sou otimista. Tenho uma
nos deu o espírito de temor, mas de
fé sincera e absoluta de que o bem triunfortaleza, e de amor, e de moderação.
fará e a verdade prevalecerá. Creio que
O Presidente
Portanto, não te envergonhes do teste“a verdade se erguerá, mesmo depois
Hinckley nos
munho de nosso Senhor” (II Timóteo
de esmagada contra o solo”.
ensina a ter coragem e fé para
1:7–8).
Em minha partida para a missão, meu
podermos vencer
Gostaria de que todos os membros da
bondoso pai entregou-me um cartão no
o
mal
e
o
temor.
Igreja pusessem essas palavras num local
qual escrevera quatro palavras. Eram as
em que pudessem lê-las todas as manhãs,
palavras do Senhor ao principal da sinalogo no início do dia. Essas palavras nos
goga, que fora informado da morte da
darão a coragem para falar a outras pessoas a respeito
filha: “Não temas, crê somente” (Marcos 5:36).
do evangelho e a fé para tentar fazê-lo; e fortalecerão
Caso sintam a fé enfraquecer ao observarem o
nossa convicção no Senhor Jesus Cristo. Creio que isso
avanço do mal e da opressão, leiam novamente a histófaria com que mais milagres acontecessem sobre a face
ria da Daniel, que confiou no “Deus no céu, o qual
da Terra.
revela os mistérios” (Daniel 2:28), e interpretou o
Sei que Deus vive, que Jesus é o Cristo e que este é
sonho de Nabucodonosor. Referindo-se a nossos dias,
o Seu santo trabalho. Peço a todos e ao Deus do céu
Daniel disse que o Deus do céu “levantará um reino
que tenhamos o poder, a fé e a devoção para fazer este
que não será jamais destruído; e este reino não passará
trabalho progredir rumo a seu grandioso destino. ●
a outro povo; esmiuçará e consumirá todos [os outros]
reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre” (Daniel
Tirado de “Não Temas, Crê Somente”, A Liahona, maio de 1996,
2:44).
pp. 3–6.
O AMIGO SETEMBRO DE 2006
A3
95 96 97
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98
99
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Nota: Se não quiser remover
páginas da revista, essa atividade
pode ser copiada, desenhada
ou impressa a partir do website
www.lds.org. Para inglês, clique
em “Gospel Library”. Para outras
línguas, clique no mapa-múndi.
A4
31
26
30
29
28
27
TEMPO DE
COMPARTILHAR
Consolo e Coragem nas Escrituras
“O Senhor é a minha luz e a minha salvação; a quem
Davi e Golias Ponto a Ponto
temerei?” (Salmos 27:1).
Ligue os pontos para formar uma gravura de como
devem ter sido Davi e Golias. Você pode colorir a gravura e pendurá-la onde possa ser vista com freqüência.
Ao ver a gravura, você se lembrará de derrotar seu próprio Golias!
L I N DA M A G L E B Y E E L I Z A B E T H R I C K S
Os filisteus e os israelitas estavam em guerra.
Golias, um gigante guerreiro filisteu, desafiou qualquer um dos israelitas a lutar com
ele. Um jovem chamado Davi perguntou se poderia
lutar contra aquele homem. Davi tinha grande coragem e fé.
Quando Davi entrou no campo de batalha, Golias
zombou dele por ser tão jovem. Davi disse: “Tu vens a
mim com espada, e com lança, e com escudo; porém
eu venho a ti em nome do Senhor dos Exércitos, o
Deus dos exércitos de Israel” (I Samuel 17:45).
Davi pôs uma pedra em sua funda e lançou-a contra
Golias. A pedra atingiu Golias na testa, e ele caiu ao chão.
Hoje há muitos “Golias” à nossa volta. São coisas
más que nos tentam: bebidas alcoólicas e drogas; programas de televisão e filmes impróprios; até a preguiça
e o egoísmo.
O Presidente Thomas S. Monson, Primeiro
Conselheiro na Primeira Presidência, disse: “Davi foi ao
ribeiro e deliberadamente escolheu cinco pedras apropriadas lisas com as quais poderia enfrentar seu inimigo. (...) Assim como Davi foi ao ribeiro, devemo-nos
dirigir à nossa fonte de poder: o Senhor. Que pedras
polidas escolhereis para vencer [o seu] Golias?” O
Presidente Monson sugere que escolhamos as pedras
da coragem, esforço, humildade, oração e amor ao
dever (ver “Enfrentai Vossos Golias”, A Liahona, maio
de 1987, pp. 2–5).
Demonstramos coragem quando fazemos o que é
certo. Mostramos esforço quando trabalhamos arduamente. Mostramos humildade ao confiar no Senhor e
orar pedindo Sua ajuda. Cumprimos nosso dever honrando nossos compromissos e convênios batismais. Se
usarmos essas cinco pedras e outras, como o estudo
das escrituras e a reunião de noite familiar, poderemos
derrotar os Golias de nossa vida.
ILUSTRADO POR BETH M. WHITTAKER
§
Idéias para o Tempo de Compartilhar
1. Convide um adulto a representar uma das pessoas de
Alma em Mosias 24:8–15. Peça-lhe que traga consigo uma
mochila e conte a história. Entregue às crianças uma folha
de papel e peça-lhes que escrevam uma provação ou desafio
que as crianças enfrentam hoje em dia, como roupas pouco
recatadas, coisas impróprias nos meios de comunicação,
etc. (As crianças pequenas podem fazer desenhos.) À medida
que as crianças forem descrevendo cada provação, peçalhes que usem o papel para embrulhar uma pequena pedra
e coloque a pedra na mochila. Passe a mochila para algumas crianças. Discuta maneiras pelas quais o Pai Celestial
as ajuda em suas provações. A cada sugestão, remova várias
pedras. Passe a mochila novamente. Cante um hino sobre o
Salvador. Explique às crianças que Jesus sempre nos ajudará
e consolará.
2. Convide dois irmãos aprovados pelo bispo ou presidente
do ramo para estarem preparados para contar (1) a história
da Liahona guiando o navio rumo à terra da promissão (ver
1 Néfi 18:8–22) e (2) a história do sonho de Leí e da barra de
ferro que conduz as pessoas à árvore da vida (ver 1 Néfi 8).
Pergunte às crianças o que as pessoas tinham que fazer para
demonstrar fé e receber orientação. O que são a Liahona e a
barra de ferro de nossos dias? Leia Alma 37:44 e 1 Néfi 11:25
(palavras de Cristo, palavra de Deus). Como recebemos as
palavras de Cristo? Diga às crianças que você lhes dará dicas
por meio de músicas, para que respondam a essa pergunta.
A cada hino, toque os primeiros compassos e peça às crianças que adivinhem qual é o hino e sua mensagem. A mensagem nos dirá onde devemos procurar para ouvir as palavras
de Cristo. Toque hinos sobre profetas, o Espírito Santo e as
escrituras. Saliente que precisamos fazer as mesmas coisas
que fez o povo de Néfi para sermos guiados hoje. ●
O AMIGO SETEMBRO DE 2006
A5
DA VIDA DO PRESIDENTE WILFORD WOODRUFF
Profeta Inspirado
O que a Igreja
pode fazer para ajudar
as pessoas?
Quando Wilford Woodruff se tornou o profeta, muitos membros
da Igreja não tinham dinheiro suficiente. Wilford preocupou-se especialmente com alguns fazendeiros.
Depois de ouvir um relatório sobre açúcar, o
Presidente Woodruff achou que a Igreja deveria
começar a plantar beterrabas para produzir açúcar. Designou um comitê para aprender mais.
Vamos
descobrir,
Presidente.
O segundo grupo concordou com o primeiro. Não
achamos que a fabricação de
açúcar de beterraba seja um
bom negócio para a Igreja.
Não liguem
para esse relatório.
Sinto-me inspirado a
começar a construir
uma fábrica de
açúcar de
beterraba.
ILUSTRADO POR SAL VELLUTO E EUGENIO MATTOZZI
A Igreja precisa saber
se as beterrabas são
um bom negócio.
Quando o comitê decidiu que as beterrabas não seriam uma boa idéia, o Presidente
Woodruff pediu a um segundo grupo que
pesquisasse novamente.
A6
Assim que a nova empresa começou a planejar a
construção de uma fábrica, Utah começou a ter
graves problemas financeiros. Não era uma boa
época para se iniciar um negócio.
Presidente
Woodruff, aconteceu o
que temíamos. A Companhia
de Açúcar de Utah não vai
conseguir sobreviver!
O Presidente Woodruff não concordou.
O Senhor me inspirou a realizar esse trabalho com as beterrabas,
e é o que faremos.
Recomendamos
que saia do negócio
enquanto pode.
Toda vez que penso
em abandoná-lo, há trevas; e toda vez que penso
em edificá-lo, há luz.
Construiremos
a fábrica, mesmo que
a Igreja vá à falência!
Como Profeta, o Presidente Woodruff sempre procurou liderar a Igreja por meio da
inspiração do Espírito Santo. A companhia
de açúcar, por fim, ajudou muitos fazendeiros em dificuldades.
Adaptado de Ensinamentos dos Presidentes da Igreja: Heber J. Grant, 2002, pp. 71–73.
O AMIGO SETEMBRO DE 2006
A7
PARA OS
AMIGUINHOS
Jardim
do Éde
M A R I A M J OYC E G R I S H A M
A8
para fazer um fantoche de dedo. Use os fantoches para
em cartolina e depois recorte as árvores e as gravuras
contar a história de Adão e Eva numa lição da noite
na linha grossa. Em cada gravura, dobre as abas para
familiar ou num discurso da Primária (ver Gênesis
trás na linha pontilhada ou cole as duas extremidades
2:15–25; 3).
ILUSTRADO POR JULIE F. YOUNG
Instruções: Remova estas páginas da revista, cole-as
m
en
Nota: Se não quiser remover páginas da revista, essa atividade pode ser copiada, desenhada ou impressa a partir
do website www.lds.org. Para o inglês, clique em “Gospel Library”. Para outras línguas, clique no mapa-múndi.
O AMIGO SETEMBRO DE 2006 A9
DE UM AMIGO
PARA OUTRO
Um Legado de Amor
P
Tirado de uma
entrevista com o
Élder Yoshihiko
Kikuchi, dos
Setenta; por
Monica Weeks
A10
erdi meu pai durante a Segunda
Guerra Mundial, quando tinha quatro anos de idade. Aprendi a trabalhar porque meu pai não estava conosco, e
minha mãe designava tarefas aos filhos. Eu
ajudava a cozinhar o jantar da família porque minha mãe tinha que trabalhar. Minha
irmã e meu irmão mais velhos tinham
empregos de meio período para ajudar a
família, e quando fiquei mais velho, fiz o
mesmo. Trabalhei numa fazenda e numa
empresa de pesca.
Depois de terminar o curso fundamental, tive que trabalhar para sustentar-me.
Quando rapaz, encontrei um emprego de
tempo integral numa loja de queijo de soja
que ficava a nove quilômetros de minha
casa. Eu ia para a escola à noite, por isso
voltava muito tarde para casa. Bem cedo
pela manhã, no meu trabalho, eu fazia
queijo de soja e vendia na rua ou fazia
entregas em várias mercearias.
Fiquei muito doente de tanto trabalhar
e tive que ser internado no hospital. Achei
que iria morrer. Nasci numa família budista.
Sempre senti que havia um Deus no céu,
mas nunca tinha sido ensinado sobre Deus.
Estava desesperado para falar com Ele.
Nem conhecia as palavras “Pai Celestial”,
por isso perguntei: “Deus, Você está aí? Por
favor, me ajude”. Oito dias depois, pude
sair do hospital e fiquei morando na casa
do meu tio até recuperar a saúde.
Poucos dias depois, os missionários bateram na porta da casa do meu tio. Quando
os vi, disse-lhes que fossem embora. Mas
um deles disse: “Temos uma grande mensagem para você. Um rapaz como você viu o
Pai Celestial e Jesus Cristo”. Não pude resistir à curiosidade, pois estivera orando e
buscando o Pai Celestial poucos dias antes.
Por isso disse: “Vocês têm só dez minutos.
Podem entrar”.
Os missionários me ensinaram a bela
e sagrada história de Joseph Smith. Fui
tocado. Senti realmente o poder do
Espírito. Os missionários pediram que
eu orasse e perguntasse ao Pai Celestial
se a mensagem deles era verdadeira, e me
ensinaram a orar. Orei naquela noite. Até
hoje lembro exatamente como me senti
naquela ocasião.
Pedi aos missionários que voltassem
quase todos os dias depois daquilo.
Acreditei no que me ensinaram. Acreditei
que Joseph Smith viu o Pai Celestial e
ILLUSTRATED BY MICHAEL T. MALM
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê
não pereça, mas tenha a vida eterna” (João 3:16).
Jesus Cristo no Bosque Sagrado. Mas antes de poder
ser batizado, precisava pedir permissão para minha
mãe. Liguei para ela e disse: “Mãe, encontrei uma
igreja maravilhosa. Preciso de sua permissão para
filiar-me a ela”.
Ela disse: “Não. Perdi meu marido. Não quero perder
meu filho”. Ela ficou com medo de que, caso eu me
filiasse à Igreja, eu viesse a deixá-la.
Eu disse: “Não vou para lugar nenhum”. Então ela
desligou o telefone.
Os missionários jejuaram e oraram por mim, e eu
também fiz o mesmo. Liguei para ela novamente e
disse: “Por favor não desligue até que eu tenha realmente explicado tudo”. Ela sugeriu que eu estudasse
mais e deixasse passar algum tempo antes de tomar
a decisão. Mas eu sentia muito forte que aquele era
o momento em que devia ser batizado.
Por fim, ela me disse: “Filho, se for desistir no
meio do caminho, então não faça. Mas se vai permanecer nesse caminho por toda a vida, então tem a
minha permissão”. Isso fez com que eu sempre
tenha levado muito a sério a minha condição
de membro da Igreja.
Sinto-me grato por minha mãe. Sou
grato pelo Pai Celestial que me permitiu
conhecer o evangelho restaurado. Todas
as experiências que tive na Igreja foram
maravilhosas. Mas nada se compara com a profunda
gratidão que sinto pelo Salvador, por Sua graça e
misericórdia, e pelo que fez por minha mulher e
filhos.
Quando meu filho foi chamado para servir em uma
missão no Brasil, fizemos uma viagem de pai e filho até
o Bosque Sagrado, em Palmyra, Nova York. Passamos
três dias ali apenas caminhando e conversando. No
último dia, sentamo-nos num banco e prestamos testemunho um para o outro. Contei novamente para meu
filho a história da minha própria conversão, e choramos. Espero que os filhos e netos dele levem adiante
esse legado de amor e fé nos anos vindouros. ●
Instruções: Com a ajuda de um adulto,
CAIXA DE
DOMINGO
copie o molde do fantoche em outro papel
(o desenho escuro) e recorte. Coloque
o molde sobre um pedaço dobrado
de tecido colorido, copie e recorte.
Repita os passos em tecido branco.
Você É Eterno
JEAN McMULLIN
Desenhe e pinte o menino (ou mude a gravura para uma
reunião de noite familiar, para ensinar sobre a jornada pela
menina) de calças em uma peça de tecido colorido e desenhe
vida. O fantoche branco representa o espírito, que morou
o menino de roupão em um pedaço de tecido branco.
com o Pai Celestial na vida pré-mortal. Para representar o
Coloque o desenho do menino de calças virado para baixo
espírito recebendo um corpo mortal ao nascer, cubra o fanto-
sobre o outro pedaço de tecido colorido e costure ou cole as
che do espírito com o fantoche de tecido colorido. Na morte,
duas peças, costurando uma borda de 1,5 cm, deixando a
o corpo e o espírito separam-se novamente. Remova o fanto-
parte de baixo aberta. Repita os procedimentos de costura
che de tecido colorido do fantoche do espírito. O corpo é
para o tecido branco.
enterrado, mas o espírito continua vivendo. Na Ressurreição,
Coloque os fantoches em sua caixa de domingo ou use-os na
o corpo e o espírito serão unidos para sempre.
A12
Nota: Se não quiser remover páginas da revista, essa atividade pode ser copiada ou impressa a partir do
website www.lds.org. Para inglês, clique em “Gospel Library”. Para outras línguas, clique no mapa-múndi.
●
ILUSTRADO POR SHAUNA MOONEY KAWASAKI; TECIDO © GETTY IMAGES
“O espírito e o corpo
serão reunidos em sua
perfeita forma; os
membros e juntas
serão reconstituídos
em sua estrutura natural, tal como nos achamos neste momento”
(Alma 11:43).
TESTEMUNHA
ESPECIAL
AD
I
6
7
1
Ele e seu irmão e irmã mais novos
foram criados pela mãe, depois que o
pai morreu. A mãe ensinou-o a respeito da
fé, amor e o estabelecimento de metas.
Quando estava com 15 anos, obteve
licença para ser operador de rádio e
pouco depois conseguiu um emprego na
estação de rádio local. Mais tarde, passou
a transmitir jogos de basquete pelo rádio.
Na escola secundária, jogou basquete
e futebol americano.
Ele e a esposa, June, tiveram seis filhos.
June morreu de câncer. Dois anos
depois, ele casou-se com Kristen McMain.
Depois de cursar Faculdade de Direito
em Chicago, exerceu a profissão de
advogado, foi professor de Direito e serviu
como juiz da Suprema Corte de Utah.
2
3
4
5
?
Os membros do
Quórum dos Doze
Apóstolos são chamados como profetas, videntes e
reveladores para
serem testemunhas
especiais de Jesus
Cristo. Eles têm a
responsabilidade de
prestar testemunho
Dele ao mundo
inteiro.
Resposta: Élder Dallin H. Oaks
FOTOGRAFIAS © GETTY IMAGES, © PHOTOSPIN, © PHOTODISC, DE MAREN MECHAM, E CORTESIA DA FAMÍLIA OAKS
Consegue adivinhar
quem é? Leia as pistas
a respeito desse membro do Quórum dos
Doze Apóstolos. Depois,
procure a resposta abaixo.
É
M
E
Q
H
UE
N
I
V
Faz aniversário
no dia 12 de
agosto.
Depois que o pai
morreu, a mãe
ficou muito doente. Ele
sentia-se solitário e infeliz
e não ia bem na escola. Isso mudou
quando sua professora da quinta série,
a Srta. Shaffer, o ajudou a estudar e a
ter autoconfiança.
Em 1971 tornou-se presidente da
Universidade Brigham Young. Sua
primeira esposa, June, não ficou surpresa com o chamado. “Ele
é o homem mais extraordinário que
Palavras de Sabedoria
conheço”,
“Presto testemunho de que
disse ela.
Jesus Cristo vive e nos ama.
Testifico que, como a Luz e Vida
do Mundo, Ele proporcionou-nos o
meio de voltarmos a nosso lar celestial para vivermos ao lado de Deus
nosso Pai Eterno e desfrutarmos Suas
bênçãos mais sublimes, a saber, a vida
eterna, o maior de todos os dons de
Deus” (“Testemunhas
L I A H O NEspeciais
A january 2005de Cristo”,
F13
A Liahona, abril de 2001, pp. 14–15).
8
Expulso
da Escola
“Bem-aventurados sereis quando os homens (...) vos separarem,
e vos injuriarem (...) por causa do Filho do homem” (Lucas 6:22).
JENNY REBECCA RYTTING
Q
uando Karl acordou, foi logo pulando da cama.
Geralmente ele gostava de ficar encolhido
debaixo do cobertor até que a mãe o
chamasse para o desjejum, mas aquele
era um dia especial: Começaria
a freqüentar a escola. Karl mal
podia esperar para aprender a
ler e escrever. E seu amigo
Joey estaria na escola
também.
Karl vestiu uma camisa
e calça limpas e assentou
o cabelo com água do
poço. Depois, pegou o
balde de leite no qual a
mãe tinha colocado seu
lanche e foi caminhando
cuidadosamente pela
estrada de terra para não
sujar os sapatos. Quando
chegou à escola de madeira
de uma única sala, foi sentarse ao lado do Joey.
O professor era um homem de
aparência severa que tinha sobrancelhas
bem grossas. Ele chamou um por um de
cada classe para recitar as lições. Karl tinha estudado
a cartilha para não cometer nenhum erro. Em pouco
A14
tempo, conseguia ler: “B-a, ba, b-e, be, b-i, bi,
b-o, bo, b-u, bu”.
Na hora do lanche, ele e Joey sentaramse junto ao riacho que corria ao lado
da escola e ficaram brincando com
os outros meninos até o professor tocar o sino chamando-os
para dentro. Quando todos
os meninos e meninas estavam sentados, o professor
chamou dois nomes:
“Karl Rytting e Joseph
Hoagland, por favor,
venham até aqui”.
Karl sentiu um frio
na barriga. Não tivera
tempo de estudar as
lições da tarde. E se
cometesse um erro? Mas
quando ele e Joey se colocaram diante da classe, o
professor fez apenas uma pergunta. “Disseram-me que vocês,
rapazes, são mórmons”, disse ele.
“É verdade?”
Karl sentiu a boca seca e os joelhos tremerem, mas olhou bem para o professor e disse: “Sim,
é verdade”. Joey fez o mesmo.
ILUSTRADO POR GERALD ROGERS
Baseado numa história verídica da família da autora
Quando os meninos se colocaram
diante da classe,
o professor fez
apenas uma pergunta. “Disseramme que vocês,
rapazes, são mórmons. É verdade?”
O AMIGO SETEMBRO DE 2006
A15
Karl Frederick Rytting
mudou-se para Utah
com a família em 1880.
Treze anos depois, voltou para a Suécia como
missionário e encontrou
seu velho amigo Joey,
que então se tornara o
Élder Hoagland.
O tempo que Karl
passou estudando com
o avô foi muito útil na
missão. Em certa ocasião, Karl foi preso e
levado perante um
arcebispo e doze bispos da igreja estatal,
que o questionaram até
que um bispo disse que
seria inútil tentar confundi-lo, porque era
“óbvio que ele tinha
decorado a Bíblia”.
A16
“Então, vocês precisam ir para casa. Não
permitimos mórmons em nossa escola.”
Karl lutou contra as lágrimas enquanto
apanhava o casaco e seu balde de leite.
Quando ele e Joey caminhavam de volta
pela estrada de terra, Karl começou a
chorar.
Pouco depois, Joey tomou o caminho
para a casa dele, e Karl continuou andando
na direção da sua. Assim que entrou, a mãe
perguntou: “Karl, o que houve? Por que
voltou tão cedo da escola? Está doente?”
“Não, mãe”, respondeu Karl. “O professor disse que Joey e eu não podemos ir à
escola porque somos mórmons.” Sentiu as
lágrimas brotarem novamente.
“Oh, Karl, sinto muito”, disse a mãe,
abraçando-o. “Sabíamos, quando fomos
batizados, que algumas pessoas não compreenderiam. Mas o verdadeiro evangelho
de Jesus Cristo vale tudo que tivermos que
deixar de lado.”
“Eu sei”, disse Karl, chorando na saia
da mãe.
Então, uma voz se ouviu no canto da
sala. Era o vovô Jansson, que fora quem
trouxera os missionários para a casa deles
dois anos antes. “Ainda pode aprender a ler
se quiser”, disse ele.
“Como vou aprender a ler se não posso
ir para a escola?” perguntou Karl.
O vovô Jansson sorriu. “Eu ensinarei
você”, disse ele. “Leremos a Bíblia juntos.
Gostaria de fazer isso?”
“Sim, gostaria muito.”
O vovô abriu a Bíblia e chamou Karl
para sentar-se ao lado dele. Apontou o
dedo para as palavras e leu: “No princípio
era o Verbo” (João 1:1).
“No princípio era o Verbo”, repetiu Karl,
olhando para as letras. Era um bom início,
afinal de contas. ●
“Vocês (...) precisarão de muita
coragem — coragem para resistir
à pressão de grupo, não sucumbir
à tentação, suportar a zombaria e
o ostracismo, defender a verdade.”
Presidente James E. Faust, Segundo Conselheiro
na Primeira Presidência, “As Virtudes das
Íntegras Filhas de Deus”, A Liahona, maio
de 2003, p. 110.
FOTOGRAFIA: BUSATH PHOTOGRAPHY
A MISSÃO DELES
NA SUÉCIA
REPRODUÇÃO PROIBIDA
Pai Leí, de Glen S. Hopkinson
Depois de Leí e Saria haverem rendido graças ao Senhor por ter livrado seus filhos das mãos de Labão, Leí “tomou os registros
que estavam gravados nas placas de latão (...) e viu que continham os cinco livros de Moisés, (...) [e] uma genealogia de seus pais;
soube, portanto, que ele descendia de José, (...) que fora vendido no Egito” (1 Néfi 5:10–11, 14).
“
D
eus os abençoe como Seus filhos,
para que tenham ouvidos que ouçam
e um coração que compreenda. Deus abençoe vocês, mães, pela infinita extensão de seu amor e por
toda a ajuda que dão ao pai de seus filhos. Deus abençoe
vocês, pais, para que estejam à altura de suas imensas responsabilidades e que tenham um carinho especial de pai para cada
um dos que são protegidos por seus braços aconchegantes.”
Ver Presidente James E. Faust, “O Pai que Se Importa”, p. 2.

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