Artigo - Segurança uma questao de educação

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Artigo - Segurança uma questao de educação
CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA - UniCEUB
Faculdade de Ciências Exatas e Tecnologia - FAET
Curso de Bacharelado em Ciência da Computação
Disciplina: Segurança e Auditoria de Sistemas
Professor: Maurício Rocha Lyra
SEGURANÇA, UMA QUESTÃO DE EDUCAÇÃO
Risk report, ano 1 número 2
Graça Sermoud - 27/06/2007
Preocupados em reduzir os índices de
fraudes
bancárias,
instituições
financeiras
começam avaliar ações para ensinar o correntista
a defender-se, pessoas e tecnologia. A divina
trindade do mundo corporativo, também se aplica
ao universo da Segurança da Informação. De nada
adianta a parafernália defensiva e a corrida dos
fornecedores para combater pragas que assolam o
ambiente digital, se os usuários, maiores agentes
do processo, não tiverem consciência dos riscos e
tomarem suas medidas de prevenção.
O firewall mais eficiente não é melhor do
que um usuário precavido. O que era uma
percepção, já virou fato. O levantamento
“Teaching Johnny Not to Fall for Phish”, da
Carnegie Mellon Cylab, grupo que reúne
universidades, estudantes e entidades, voltados ao
desenvolvimento e educação em diversas áreas,
revela dados, no mínimo, intrigantes. O estudo
isolou dois grupos de usuários para detectar as
vulnerabilidades no uso da web e os efeitos do
conteúdo impróprio acessado.
Um dos grupos, durante intervalos de 15
minutos, foi submetido à leitura sistemática de
conteúdos relativos a phishing e proteção contra os
malefícios da internet. O outro grupo não recebeu
nenhum tipo de informação referente à precauções
ou coisas do gênero. Pois bem, a turma que obteve
treinamento e acesso a um conhecimento
selecionado conseguiu detectar cerca de 70% das
ameaças. Moral da história, um pouco de
educação, se não fizer todo o bem que se espera,
mal não vai fazer.
Essa será a tônica da área de Segurança
da Informação daqui para a frente, baseada na
disseminação de conhecimento sobre os riscos que
corremos. E esse treinamento não deve mirar
apenas o usuário final. Cada vez mais as pessoas
estão acessando a internet de dispositivos
diferenciados e de variados pontos. Nem sempre
quem está na rede é capaz de garantir que o
computador ou device que utiliza está imune a
vírus, ou se tem sistemas de proteção e detecção
mais sofisticados.
Os cyber cafés estão aí para comprovar
isso. O mais grave ainda é que nos pontos
coletivos de acesso, muitos usuários estão
acessando a rede para fazer transações bancárias.
Essa é a grande preocupação dos bancos. Em
recente encontro sobre Segurança da Informação
promovido pela Febraban, integrantes das áreas de
risco e segurança de diversas instituições
financeiras debateram o assunto, num ensaio para
o evento da comunidade de TI do segmento, o
Ciab, no próximo mês de junho.
Principalmente porque os bancos estão
seriamente empenhados em dividir com os
usuários a responsabilidade pelas perdas
resultantes do uso indevido dos serviços bancários
via internet. Para educar os correntistas, as
instituições
devem
promover
ações
de
transferência e conscientização. As iniciativas
precisam ir além do envio de mala direta e chegar
até grandes campanhas publicitárias. Do contrário,
a percepção do cliente acaba sendo mais negativa
do que positiva ao receber mais e mais filtros.
Presente no encontro da Febraban,
Jorilson Rodrigues, coordenador-geral de TI do
Ministério da Justiça foi mais enfático. Para ele, o
banco deve repassar o conteúdo para o cliente,
distribuir cartilhas. A instituição financeira não
pode presumir que o correntista sabe se defender.
“Uma vez que a instituição financeira eduque o
cliente, é possível começar a discutir a negligência
do usuário e, se for o caso, responsabilizá-lo. Mas
é necessário que as situações sejam analisadas
caso a caso”.
Rodrigues vai mais longe. O coordenador
do Ministério da Justiça acredita que culpar o
usuário de forma massiva pode inibir o uso do
internet banking por parte dos correntistas, um
efeito colateral extremamente indesejado, um
verdadeiro tiro no pé. É necessário aumentar a
segurança das transações on-line, sem perder o
volume de acesso. Hoje, os números do internet
banking são os que mais crescem. O volume de
acessos avançou 45,3% entre 2004 e 2005. O meio
já alcança mais de 26% dos correntistas, se
considerarmos o total de contas correntes, que
chegou a 95 milhões em 2005.
O encontro da Febraban foi pautado
também por alguns dados preocupantes. Um deles,
divulgado pelo Centro de Estudos, Resposta e
Tratamento de Incidentes de Segurança no Brasil
(CERT.br) revela que 70% dos softwares
disponíveis no mercado detectam apenas 40% das
ameaças e somente dois fornecedores, atualmente,
são capazes de bloquear mais de 80% dos códigos
maliciosos. Mais uma razão para se investir em
educação. Afinal, como diz a máxima, salve-se
quem puder...

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