REVISTA ANEC Edição 05 - Ano II
Transcrição
REVISTA ANEC Edição 05 - Ano II
INFORMATIVA REVISTA ANEC Edição 05 - Ano II - agosto/2009 ESPECIAL MEIO SÉCULO DE EDUCAÇÃO E SABEDORIA ESTRÉIA NA NOVA EDITORIA DE POLÍTICA UMA ENTREVISTA EXCLUSIVA COM O DEPUTADO CARLOS ABICALIL (PT/MT) lho a b a r de t o d a erc m ida v o n à a ç ais ito n n e e r o p i s e s o re ofis a dif r n p z e a s F ( ) ética lhore e a n m s ores i o r oco d F e t ) o ( s an rícul a r v i u t c o terna l a ( )N s as a d o T ( ) Inscrições abertas. A saúde além da saúde. Ser um profissional atualizado é mais do que ter informação: é abordar as questões importantes da atualidade sob a luz da ética e do respeito à vida. Especialização em: • Administração Hospitalar • Alimentação Escolar • Auditoria em Enfermagem • Bioética e Pastoral da Saúde • Enfermagem do Trabalho • Enfermagem em Centro Cirúrgico • Enfermagem em Emergência • Enfermagem em Nefrologia – NOVO • Enfermagem em Neonatologia • Enfermagem em Terapia Intensiva Adulto • Enfermagem Obstétrica • Gerontologia • Gestão Ambiental – NOVO • Gestão de Unidades de Alimentação e Nutrição – UAN • Nutrição Clínica • Ressonância Magnética e Tomografia Computadorizada em Saúde – NOVO • Saúde Pública com Ênfase na Estratégia de Saúde da Família (PSF) www.saocamilo-sp.br • 0800 17 8585 sumário 04.expediente 60. 05. mural artigo 6.Pastoral da Juventude Estudantil Salvatoriana 8. Acidentes nas vias expressas são falta de atitude 10. A Era Digital e a necessidade de uma “Educação 76. Tecnológica” 12.A memória institucional como vantagem competitiva 14. O fantasma do novo ENEM jurídico 20. Regimento Interno Escolar: Diretrizes do Processo Administrativo Disciplinar 62. Universidade Católica de Brasilia política 22. Entrevista Carlos Abicalil (PT/MT) 24. Universidade do magistério 25. Um caminho para a Reforma Universitária Sonho da universidade, utopia com endereço 66. Projeto da UCDB atende população do Bairro Aero Rancho 69. PUCPR investe em laboratório de engenharia Elé- trica caderno 50 anos 28. Mais de meio século de tradição 70. FSDB define projetos de articulação entre ensino e extensão educação superior 56. Duas iniciativas da universidade que investe em cultura 58. Faculdade de Teologia completa 40 anos 59. Voluntários realizam 5 mil atendimentos gratuitos 60. PUC-Rio: tutorial de robótica recebe atenção internacional educação básica 72. Centro Educacional Agostiniano abre Ano Jubilar 73. Colégio Marista de São Pedro de olho no futuro 74.Brincando com o “maneco caneco chapéu de funil” 76 . Clube de Ciências estimula criatividade dos alunos 78 . Projeto: gesto fraterno a serviço da vida e da esperança 80.La Salle promove EPEL 2009 82.Marista: Filantropia com responsabilidade 84. Horta na Escola: um espaço para ensinar hábitos e 28. 10. conceitos projetos sociais 86. Sociedade Divina Providência: compromisso com o social 90. considerações finais Construindo o futuro Informativa - Revista ANEC | sumário 3 expediente DIRETORIA NACIONAL DIRETOR PRESIDENTE Reitor Pe. José Marinoni, SDB Apresentação DIRETOR 1º VICE-PRESIDENTE Reitor Pe. Marcelo Fernandes de Aquino, SJ DIRETOR 2º VICE-PRESIDENTE Reitor Ir.Clemente Ivo Juliatto, FMS DIRETORA 1º SECRETÁRIA Ir. Ana Maria Paes DIRETOR 2º SECRETÁRIO Reitor Pe. Christian de Paul de Barchifontaine, MI DIRETOR 1º TESOUREIRO Ir. Joaquim Juraci de Oliveira, FMS DIRETOR 2º TESOUREIRO Pe. Guido Aloys Johanes Kuhn, S.J SECRETÁRIO EXECUTIVO Prof. Dr. Dilnei Lorenzi CONSELHO SUPERIOR PRESIDENTE Reitor Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães VICE-PRESIDENTE Reitor Prof. Wolmir Therezio Amado SECRETÁRIO Reitor Pedro Rubens Ferreira Oliveira CONSELHEIROS Ir. Teresinha Maria de Sousa, MC Ir. Nelso Antônio Bordignon, FSC Pe. Wilson Denadai Professor Roberto Prado Pe. Nivaldo Luiz Pessinatti, SDB Pe. Mieczyslaw Smyda, SJ DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO Luciene Lopes Pereira Nelismar de Souza JORNALISTA Lana Canepa COLABORADOR Robson Torriceli PROJETO GRÁFICO E EDITORAÇÃO branding & design Fone: 61 3033-6212 IMPRESSÃO Parque Gráfico da Editora FTD Fone: 11 2412-8099 Palavra do Diretor Presidente da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil. A Revista Informativa da ANEC, Associação Nacional de Educação Católica, chega a sua 5º edição. E para comemorar conosco os primeiros passos de uma revista que pretende mostrar as iniciativas da educação católica em todos os cantos do país nós convidamos algumas instituições veteranas. E não é por mera coincidência que na edição número cinco estamos mostrando os 50 anos de histórias das que completam ou já completaram esta marca. Sentimos que este é o momento certo para comemorar as conquistas das últimas cinco décadas. Isso porque foram anos de vitórias, mas também de extremas dificuldades para se manter como boas representantes da educação. E quem conta com detalhes essa história são os que hoje tem nas mãos a tarefa de representar e motivar essas instituições. A intenção é que possamos todos aprender e refletir a respeito do tema. Também nesta edição várias estréias. A editoria de Política que vai apresentar os bastidores do centro do poder: Brasília. Além das decisões que podem mudar a fisionomia do ensino no país. Já para a próxima edição outro espaço que vai se abrir pela primeira vez nestas páginas é uma conversa com as mantenedoras. A Anec vai mostrar o trabalho de quem assume a responsabilidade por guiar os passos de uma instituição de ensino. A editoria Conversa com as Mantenedoras. E como o papel da ANEC é congregar os interesses e representar os anseios das associadas, a Revista é o instrumento certo para mostrar a experiência dos que conseguiram percorrer uma longa estrada. E com isso desejamos que seja ainda mais longa esta parceria, para que tenhamos a chance de fazer juntos os próximos 50 anos de história. Que sejamos fortes e confiantes nos desígnios do nosso trabalho em prol de um mundo melhor. As ilustrações foram cedidas pelas instituições ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE EDUCAÇÃO CATÓLICA DO BRASIL - ANEC SRTV/Sul Quadra 701 Bloco 2 Sala 601 Ed. Centro Empresarial Assis Chateaubriand CEP: 70340-000 - Brasília-DF Fone: 61 3226-5655 - Fax: 61 3322-5539 E-mail: [email protected] 4 Pe. José Marinoni Diretor-Presidente da ANEC Informativa - Revista ANEC | expediente mural Mural da ANEC _______________________________ ERRATA Comunicamos a alteração das datas dos eventos relacionados. Ao contrário do que publicamos na ultima edição da Revista Informativa: O II Fórum de Mantenedoras e a Assembléia Geral Ordinária da Anec, que seriam realizados nos dias 28 e 29 de setembro, foram programados para os dias 21 e 22 de setembro. Já o Fórum de Educação Superior Católica do Brasil teve a data modificada para 31 de Agosto e 1º de Setembro. Faça a inscrição e acesse a programação completa no nosso site: www.anec.org.br Informativa - Revista ANEC | mural 5 artigo Pastoral da Juventude Estudantil Salvatoriana Deoclécio Cruz da Silva e Ricardo Marques - Coordenadores do Setor de Pastoral Escolar Colégio Salvatoriano Nossa Senhora de Fátima O Carisma Salvatoriano chegou a nós, pelas águas do Atlântico, como um tesouro levado em vaso de argila. É graças ao passado que podemos viver o hoje e sonhar o amanhã com renovada paixão. E é neste caminhar histórico que o/a missionário/a aprende a fazer e viver sua missão. Uma das dimensões mais importantes do Carisma Salvatoriano é a formação de lideranças cristãs à luz da pedagogia formativa apostólica. Em nossas Escolas Salvatorianas, queremos resgatar a força deste núcleo de nosso Carisma como resposta válida aos desafios e exigências do apostolado de hoje, através da presença ativa e atuante da Pastoral da Juventude Estudantil Salvatoriana (PJES). O Jovem participante da PJES, vê em Jesus Cristo, Salvador, a força motriz e a centralidade de toda a sua vida. O jovem busca, aos poucos, tomar essa consciência por meio dos encontros e da convivência com o grupo. A proposta de estudo e acompanhamento dos grupos da PJES é focar o olhar nos três verbos: Cuidar, Aprender e Anunciar, com a esperança de conquistar o coração dos jovens e com eles fazer caminho, descortinando um novo horizonte de conhecimento e anúncio do projeto de Jesus Salvador. Portanto, a PJES é um movimento que atende os estudantes das Escolas Salvatorianas, da Congregação das Irmãs do Divino Salvador, dando assim, continuidade aos anseios de Jordan e Madre Maria dos Apóstolos. A PJES desenvolve suas atividades com estudantes do 6º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. Temos uma simbologia própria, com significados e experiências também próprios, em 6 Informativa - Revista ANEC | artigo “A proposta de estudo e acompanhamento dos grupos da PJES é focar o olhar nos três verbos: Cuidar, Aprender e Anunciar, com a esperança de conquistar o coração dos jovens” vista de contribuir para a formação e preparação dos membros participantes da PJES, que ao longo do tempo vão adquirindo algumas características que lhes são particulares. Cinco pontos centrais nos inspiram a fundamentar esse nosso querer, onde pautaremos nossas ações junto aos jovens participantes da Pastoral da Juventude Estudantil Salvatoriana (PJES). Esses pontos são: a Amizade, o Senso Crítico, o Anunciar Jesus, a Descoberta Vocacional e a Liderança. A Amizade é dispor-se a compartilhar, trocar e confiar alegrias e tristezas, êxitos e fracassos, esperanças e desilusões, numa atitude de aprendizagem permanente. O amigo, na PJES, é aquele que nos aplaude e nos afaga, mas também que discorda conosco e critica, com o intuito de nos oportunizar aprendizado. O Senso Crítico, na PJES, é reflexão sobre a realidade, mudança de pensamentos e participação consciente na transformação da sociedade. Todo ser humano é aquilo que faz, portanto, se pratica a justiça, é justo; se aprende e pratica o respeito, é respeitoso. Por isso, em nossos encontros criamos situações que favoreçam aos jovens a identificar e assumir posturas responsáveis, críticas, justas e conscientes. O Anúncio de Jesus Salvador é parte integrante do Carisma Salvatoriano. Proclamar o valor e a dignidade de toda pessoa, e da pessoa toda, deixando-se interpelar pelos rostos sofridos de nossos irmãos e irmãs, assim como fez o Mestre. A Descoberta Vocacional vai sendo construída na caminhada do dia-a-dia, na leitura de nossa própria história, nos sinais dos apelos de Deus e na necessida- Informativa - Revista ANEC | artigo de de uma resposta concreta. A preparação de Lideranças é um elemento forte do Carisma Salvatoriano, a exemplo de Jesus, que investiu na responsabilidade de seus discípulos e apóstolos, orientando-os e preparando-os, através de atividades práticas, para o exercício da cidadania. Acreditamos que os nossos “Pejoteiros” serão os lideres do amanhã, onde quer que estejam, e que tudo isto surge em nossos grupos por inspiração do Espírito Santo. 7 artigo Acidentes nas vias expressas são falta de atitude Creso de Franco Peixoto - Fundação Educacional Inaciana-FEI N as grandes cidades brasileiras há baixa densidade de vias expressas, um contraste a várias metrópoles mundiais, onde as alternativas estão próximas ou até paralelas. A carência de planejamento para o estabelecimento de áreas para futuras ampliações dos sistemas viários, bem como de recursos para a melhoria dos transportes públicos, gerou um quadro de pré-caos urbano. Não há solução eficaz enquanto as políticas não atuarem nos verdadeiros problemas do trânsito urbano: a insuficiência do transporte público, a excessiva massa veicular, a falta de cobrança de pedágio urbano justificado pela escassez de velocidade e, o mais importante, as lacunas educacionais. As vias expressas brasileiras, que por definição deveriam ser rápidas, apresentam-se como verdadeiros estacionamentos lineares nos momentos de pico. Motoristas aflitos, infindáveis litros de combustível perdidos. Perde-se mais energia aquecendo o planeta do que no transporte em si. Contudo, à medida que a densidade veicular diminui, a velocidade aumenta. A imediata conseqüência é o elevado risco quanto aos graves acidentes, cada vez mais comuns em função da imprudência e das deficiências do sistema viário. Há ainda de se considerar, na busca dos fatores geradores: a frota veicular excessivamente heterogênea, veículos sem manutenção e caminhões pesados e lentos que concorrem o mesmo espaço com automóveis. Em uma via expressa circulam caminhões cujos motoristas apenas querem cruzar a cidade para atingir outra região do País, têm interesse em viajar com velocidade alta e constante. Em seu caminho, motociclistas estão preocupados apenas em fazer suas entre- 8 Informativa - Revista ANEC | artigo “Perde-se mais energia aquecendo o planeta do que no transporte em si” gas. A viagem destes caminhões se classifica como de mobilidade, que exigiria via segregada da viagem destas motocicletas, que se classifica como de acessibilidade. Quando a motocicleta corta a frente do caminhão, marca-se, não raro, a data anual da tristeza daqueles que eram os pais daquele garoto, que mal acabara de ganhar uma moto e um trabalho. Deve-se, portanto, reduzir a largura das faixas de tráfego para uma motovia? Não! Esta solução pode reduzir consideravelmente a capacidade da via. Basta citar que redução de 30 cm na largura de uma faixa de tráfego tende a reduzir aproximadamente 15% sua capacidade. Há ainda o erro do veto ao artigo 56 do Código de Trânsito Brasileiro, que ordenaria o tráfego de motocicletas, proibindo o uso dos corredores entre veículos. A via marginal do rio Tietê, importante artéria da cidade de São Paulo, onde o tráfego diário se aproxima de 1 milhão de veículos por dia, praticamente não tem alternativas. O Rodoanel, ao ser concluído, será sua via segregada, a minimizar acidentes e melhorar a fluidez urbana. Outro fator que colabora com acidentes nas vias expressas urbanas é a falta ou reduzida fiscalização ostensiva. Para controlar a velocidade, agentes de trânsito e radares fixos são preferíveis. Os radares escondidos ou móveis, sob o ponto de vista da aceitabilidade do usuário, têm reforçado a opinião que servem apenas para multar. Para controlar a qualidade da direção, indicam-se estratégias que visem avaliar se o motorista responde bem a estímulos previamente estudados, antes do que simplesmente verificar se o motorista ingeriu apenas um Informativa - Revista ANEC | artigo copo de cerveja. A informática auxilia no apoio à efetivação de ótimos recursos e geraria maior nível de aceitação dos usuários, do que a atual lei que versa sobre o tema beber e dirigir, que é dura e tem se caracterizado por aplicação ínfima. 9 artigo A Era Digital e a necessidade de uma “Educação Tecnológica” Pollyana Vieira de Andrade - Externato São José 10 Informativa - Revista ANEC | artigo “Uma maneira encontrada por várias escolas para responder ao desafio pedagógico do uso dos recursos tecnológicos, foi criar departamentos de tecnologia, visando à capacitação dos professores” “O homem é produto do meio, da raça e do momento”, já dizia Machado de Assis. E o momento a que me refiro é o da Era Digital, iniciada no final do século XX, que trás, como herança, a revolução do conhecimento e da tecnologia. Vivemos cercados por recursos tecnológicos que fazem parte de vários seguimentos da sociedade há bastante tempo. Em casa, antes mesmo de aprenderem a falar corretamente, nossas crianças já sabem usar o controle remoto da televisão. Nas escolas, já existe a lousa eletrônica em substituição ao quadro-negro, onde o professor, por meio de uma caneta eletrônica, pode acessar arquivos e buscar páginas na internet, tornando a aula mais dinâmica. Os Laboratórios de Informática e de Ciências complementam os livros e a sala de aula, proporcionando um aprendizado con- tínuo do conjunto de disciplinas da grade curricular. Através de login e senha, os alunos já podem fazer suas tarefas, em casa, via Internet e os pais podem acompanhar o desenvolvimento dos seus filhos, além de acessar o boletim. As Universidades, por sua vez, já oferecem cursos de ensino à distância. Esses são apenas alguns exemplos que nos levam, no mínimo, a pensar sobre a evolução tecnológica a que estamos inseridos. Diante dessa realidade, nós, pais e educadores, não podemos deixar de nos preocupar em “alfabetizar tecnologicamente” nossas crianças e jovens. Uma maneira encontrada por várias escolas para responder ao desafio pedagógico do uso dos recursos tecnológicos, foi criar departamentos de tecnologia, visando à capacitação dos professores para tirarem o máximo proveito da interação entre Informativa - Revista ANEC | artigo alunos e recursos tecnológicos. Como são habituados à comunicação eletrônica e a grandes quantidades de dados e mensagens, os alunos geralmente confundem isso com informação fundamentada e conhecimento. Cabe à escola, nesse momento, um papel importante na educação e na orientação dos alunos sobre como se relacionar, de maneira eficiente e produtiva, com o grande universo on-line, principalmente no que se refere às pesquisas realizadas via Internet. Sabemos que ao ter uma visão holística da realidade, à qual estamos inseridos, não basta oferecer recursos e tecnologias, se não prepararmos nossas crianças e jovens para uma educação que ensine a pensar. Contudo as tecnologias não produzem nada sozinhas. O homem é o seu grande provedor e usuário e só ele definirá uma utilização adequada ou não. 11 artigo A memória institucional como vantagem competitiva Andréia Mendes Costa - Jornalista e assessora de Comunicação do Unileste - MG Renato Santos Lacerda - Professor do Unileste-MG e pesquisador do Museu Padre Joseph Cornelius Marie De Man E “instituições como o Unileste têm convertido sua atuação social e econômica em capital histórico” 12 m tempos de crise econômica, mutações sócio-culturais, revoluções da informação e catástrofes ecológicas, nunca antes, na trajetória humana, a preservação da memória se fez tão debatida. Além de ser tema extremamente necessário para que a sociedade aprofunde e perenize suas ações de comunicação, educação e pesquisa na fluidez da sociedade contemporânea. Dentro desse contexto, organizações pontuais têm percebido e se engajado em movimentos de valorização da memória institucional, diluída em espaços de memória regional e nacional. Quando não restringidas à artificialidade da lembrança de datas comemorativas relevantes à organização, iniciativas de conservação do histórico organizacional se transformam em importantes fontes de consulta e orientação aos gestores e colaboradores da empresa; estabelecem registros das relações mantidas entre a mesma e seus diversos públicos; e constituem fontes de pesquisa acerca das relações históricas de desenvolvimento mantidas entre empresa e comunidade (Smith; Coles. 1987). Enquanto instituição de ensino superior, cuja história se entrelaça com o desenvolvimento econômico e humano do Vale do Aço, o Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG) mantém em suas instalações o Museu Padre Joseph Cornélius Marie De Man, criado em 1993. Nasceu como espaço de conservação e pesquisa da trajetória institucional. Suas raízes e influências sobre a evolução social e histórica do leste mineiro são incalculáveis. O processo de expansão econômica encontrado pela Congregação Padres do Trabalho, em 1969, no Vale do Aço, foi potencializado pelos 40 anos de desenvolvimento do Unileste enquanto instituição fomentadora de pesquisas, promotora do ensino e atuante junto à Informativa - Revista ANEC | artigo “Aos que aderem à cultura do descartável, ficam os prejuízos de não se ter como rever os passos dados pela empresa” comunidade por meio de projetos de extensão. A mão de obra que servia às usinas especializou-se, galgou degraus e firmou laços, semeando novos empreendimentos na região promissora. A relação Centro Universitário e Vale do Aço aprofundou-se e permanece em fluida expansão, tanto no cumprimento da missão de formação humanística proposta pelo fundador, quanto no registro das relações estabelecidas nessa trajetória, por meio de empreendimentos como o Museu Padre De Man. Mais do que alimentar o infindável e importante ciclo de transformação do capital financeiro em capital cultural, instituições como o Unileste têm convertido sua atuação social e econômica em capital histórico, e tal processo constitui-se em consequência do despertar de uma consciência de responsabilidade histórica das organizações dian- te do meio no qual as mesmas se inserem. Hoje e sempre, em sentido literal, reputação institucional se liga a memória, e, neste contexto, empresas que descartaram velhas máquinas e móveis, e transformam documentos antigos em lixo, competem com aquelas que valorizaram seus materiais mais antiquados como rastros, registros de sua trajetória, e das influências dessa mesma trajetória na construção de um processo histórico ainda maior. Aos que aderem à cultura do descartável, ficam os prejuízos de não se ter como rever os passos dados pela empresa no caminho já percorrido, as medidas, posturas e estratégias adotadas, as soluções propostas, as inovações criadas. E aos que preservam a memória, vale a vantagem de se construir um olhar de continuidade sobre cada ação feita no passado e no presente, a percepção do valor Informativa - Revista ANEC | artigo da empresa para a história de sua região, e para a história dos que a compõem enquanto organismo institucional. REFERÊNCIAS: BOURDIEU, Pierre. Os três estados do capital cultural. In: NOGUEIRA, Maria Alice (org). Escritos de educação: Pierre Bourdieu. Petrópolis: Vozes, 1999. BOURDIEU, Pierre. Las formas del capital. Lima, 1999. LEDESMA, Cristiane Lima. A memória empresarial e sua utilização como ferramenta de comunicação: case espaço memória do Grupo Pão de Açúcar. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2006. SMITH, George David; COLES, Laurence Steadman. Histórias motivando indivíduos a contribuir para o sucesso de uma organização. In: Present Value of Corporate History. São Paulo: Nova Cultura, 1987. 13 artigo O Fantasma do novo Enem Renata Alessandra Bueno Coordenadora da assessoria pedagógica do FTD – Sistema de Ensino O novo Enem, que acontecerá nos dias 3 e 4 de outubro e cujas inscrições estão abertas desde o último dia 15, muito tem assombrado as escolas de Ensino Médio de todo o país. A Matriz de Referência para o Enem 2009, divulgada pelo MEC, gerou grandes dúvidas nas escolas quanto ao currículo que deve ser trabalhado. Incertezas surgiram na comunidade escolar, fazendo com que pais e estudantes cobrem das escolas um posicionamento objetivo e direto quanto ao que será feito para atendê-la. O que todos estão ignorando, pais, professores, alunos e dirigentes do ensino, é que a base da educação não mudou. Por desconhecimento de suas obrigações jurídicas e morais, as escolas estão em alerta desnecessariamente, apenas mostrando à sociedade que estão inseguras sobre sua principal tarefa que é educar. A Constituição Federal, de 1988, nos artigos 205 a 214, esclarece qual é o papel da escola e o que se entende por uma educação de qualidade. A Lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDBEN/ 1996), outro importante orientador da Educação em nosso país, também explicita as finalidades da educação e o que deve ser ensinado nos diferentes segmentos. E essas referências não mudaram. Cerca de 75% do trabalho educacional nas escolas já são definidos por essas leis. Então, por que tanta polêmica em relação ao novo Enem? As escolas que tem seu projeto pedagógico bem definido, seus currículos de acordo com as orientações legais e seus professores engajados no processo educativo, certamente já estão preparando muito bem seus alunos para a realização, não só dessa, mas de qualquer outra avaliação. Não há receita, mas comprovadamente, 14 Informativa - Revista ANEC | artigo “Por desconhecimento de suas obrigações jurídicas e morais, as escolas estão em alerta desnecessariamente, apenas mostrando à sociedade que estão inseguras sobre sua principal tarefa que é educar” sabemos que a melhor forma de ensinar um aluno a estudar e se preparar para o vestibular é orientá-lo a ler e estudar muito. E nesse processo, a memorização tem papel essencial, pois sem esse recurso não se consegue exercitar e sistematizar os conteúdos. O que de fato se pode afirmar é que o novo Enem exigirá dos estudantes os mesmos conteúdos pedidos pelos vestibulares, mas com um formato de prova diferenciado: o estilo de prova do Enem será mantido, porém serão acrescidas questões que abranjam os conteúdos do segmento, já abordados pelos tradicionais vestibulares do País, privilegiando a capacidade de raciocínio em detrimento da memorização. Mas para exercer as habilidades de raciocínio, os alunos precisam de conhecimentos sólidos e estruturados, e para dominarem tais conhecimentos, precisam, sem dúvida nenhuma, ter vivenciado boas aulas em que informações tenham sido apresentadas, discutidas e contextualizadas. Numa perspectiva mais crítica, vale a pena refletirmos sobre como a reestruturação do Ensino Médio está sendo proposta. Se o seu principal objetivo é reestruturar os currículos do ensino médio em todo o país, orientando os processos seletivos das universidades e faculdades, e não o contrário, como acontece hoje, propor essa mudança a partir de um instrumento de avaliação será o meio mais eficaz? Certamente, com a reestruturação as escolas se preocuparão menos com os conteúdos exigidos pelas universidades e encontrarão tempo e espaço para trabalhar melhor com as necessidades de sua comunidade estudantil e até criarem um pouco mais. O que toda a comunidade educacional deve saber para espan- Informativa - Revista ANEC | artigo tar de vez o fantasma do novo Enem é que não é errado ensinar conteúdos. E as mudanças educacionais, como as mudanças de qualquer outra natureza, devem ocorrer com o tempo, aproveitando ao máximo o que já sabemos para continuar trilhando o caminho para onde queremos chegar. 15 artigo O poder transformador da educação Prof. Dr. Dilnei Lorenzi Secretário Executivo da Associação Nacional de Educação Católica do Brasil – ANEC U m dos pontos fundamentais para se entender o processo evolutivo das sociedades é analisar o tratamento que é dado ao conjunto de ações na promoção da Educação. Trata-se de entender todas as especificações em torno da Educação como mandamentos que devem ser interpretados e aplicados à luz de princípios cardeais, que os englobam. Assinale-se que os valores que os animam são propriamente inexauríveis em sua realização histórica. Nunca se poderá dizer que a humanidade conseguirá um dia alcançar a perfeição em matéria de educação. No entanto, os valores intrínsecos que emanam no decorrer da atividade educativa conseguem promover em escala valores como a liberdade, igualdade, segurança e solidariedade. É conhecida uma passagem onde o grande Licurgo, legislador grego foi convidado, pela assembléia da Pólis grega, a proferir um discurso a respeito do valor da educação para os jovens. Licurgo pediu um prazo para se preparar. O fato causou estranheza, pois todos sabiam que ele tinha capacidade e condições de falar a qualquer momento sobre o tema. Transcorridos o prazo solicitado, compareceu ele perante a assembléia em expectativa. Postou-se à tribuna e logo em seguida, entraram dois criados, cada qual portando duas gaiolas. Em cada uma havia um animal, sendo duas lebres e dois cães. A um sinal previamente estabelecido, um dos criados abriu a porta de uma das gaiolas e a pequena lebre, branca, saiu a correr, espantada. Logo em seguida, o outro criado abriu a gaiola em que estava o cão e este saiu em desabalada carreira ao encalço da lebre. Alcançou-a com destreza trucidando-a rapidamente. 16 Informativa - Revista ANEC | artigo A cena foi dantesca e chocou a todos. Ninguém conseguia entender o que Licurgo desejava com tal agressão. Mesmo assim, ele nada falou. Tornou a repetir o sinal convencionado e a outra lebre foi libertada. A seguir, o outro cão. Alguns mais sensíveis, levaram as mãos aos olhos para não ver a reprise da morte bárbara do indefeso animalzinho que corria e saltava pelo palco. No primeiro instante, o cão investiu contra a lebre. Contudo, em vez de abocanhá-la deulhe com a pata e ela caiu. Logo se ergueu e se pôs a brincar. Para surpresa de todos, os dois ficaram a demonstrar tranqüila convivência, saltitando de um lado a outro do palco. Então, e somente então, Licurgo falou: Senhores, acabais de assistir a uma demonstração do que pode a educação. Ambas as lebres são filhas da mesma matriz, foram alimentadas igualmente e receberam os mesmos cuidados. Assim igualmente os cães. A diferença entre os primeiros e os segundos é, simplesmente, a educação. E prosseguiu o discurso dizendo das excelências do processo educativo: A educação, baseada numa concepção exata da vida, transformaria a face do mundo. Eduquemos nosso filho, esclareçamos sua inteligência, mas, antes de tudo, falemos ao seu coração, ensinemos a ele a despojar-se das suas imperfeições. Esta história permite uma análise interessante a respeito do poder transformador da Educação. Poder de emancipar o ser humano, torná-lo crítico, independente e com autonomia intelectual frente aos desafios do convívio social. Educar é propiciar, também, a liberdade do indivíduo diante das esferas Informativa - Revista ANEC | artigo dos poderes constituídos. A responsabilidade com a Educação é critério definidor para se julgar as conseqüências dos atos presentes no futuro. A irresponsabilidade com a Educação é a construção criadouros de monstros desconhecidos. Nesse sentido, Educar é tudo. A aspiração a uma vida feliz, que existe em todo coração humano, faz com que os homens, em geral, desejem obter todos os bens capazes de lhes propiciar esse resultado. 17 informativo publicitário 18 Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário Zebra Deluxe O conhecimento é mesmo uma coisa estranha. Quanto mais a gente divide, mais ele se multiplica. Ricardo tem 10 anos, é de São Paulo, é faixa amarela em judô e tem um cachorro chamado Boris. Sérgio tem 12 anos, mora em Vitória, adora videogame, futebol e empinar pipas na praia. Manuela mora em Belo Horizonte, tem 14 anos, anda de skate e é voluntária em uma ONG. E todos eles fazem parte de um projeto de estudo e reflorestamento da Mata Atlântica criado e supervisionado pelos professores de seus colégios através da GIC. Este é um exemplo de como a Gestão Interativa do Conhecimento pode unir e disseminar o saber, tornando o aprendizado parte integrante da vida e do dia-a-dia de alunos, pais e professores, a partir de uma ferramenta online que conecta todos a uma rede colaborativa multimídia com infinitas possibilidades pedagógicas. descubra mais no www.pibr.net.br. Ou ligue: 11-3138.9742 Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário 19 jurídico Regimento Interno Escolar: Diretrizes do Processo Administrativo Disciplinar A “A irregularidade, na maioria dos casos, encontra-se no fato de a punição extrapolar os limites legais do poder/dever de punir do educador, e na forma de se aplicar esta punição” 20 Educação Católica surgiu no Estado Brasileiro antes mesmo da própria formatação do Estado e, portanto, a regulamentação do ensino, sobretudo internamente, são paradigmas relativamente recentes no Direito Brasileiro. No entanto, os educadores vêem-se, muitas vezes, na condição de réus em ações visando reparações de danos morais e/ou materiais, simplesmente por punirem atitudes de transgressão de seus alunos e/ou funcionários. A irregularidade, na maioria dos casos, encontra-se no fato de a punição extrapolar os limites legais do poder/dever de punir do educador, e na forma de se aplicar esta punição. Neste aspecto ressaltamos uma importante figura jurídica classificada como uma das excludente de responsabilidade civil, qual seja: o exercício regular de um direito reconhecido. Assim, a punição deve vir do exercício regular de um direito (o direito de punir) devidamente reconhecido pelo Ordenamento Jurídico Pátrio. Para que a punição seja exercida dentro desse caráter jurídico, é imprescindível que a formatação do Regimento Escolar atenda os limites impostos pela legislação. Entretanto, devido à autonomia das instituições de ensino, não há uma formatação que expresse especificamente quais são esses limites. Diante disso, os limites para a construção de normas que objetivem a aplicação de punição de transgressões são os princípios de direito estabelecidos em toda a legislação brasileira. O Regimento Interno deverá conter normas exclusivamente sobre o âmbito de atuação dos educadores, ou seja, trata-se de uma norma interna que possui vigor apenas dentro dos limites de cada instituição. Informativa - Revista ANEC | jurídico Adv. Fabiano Eustáquio Zica Advogado Pós Graduado em Direito Administrativo, Constitucional e Tributário. Integrante da Lussen Consultoria e Almeida, Alcântara e Coelho Advogados Associados Como Lei Interna, deve obedecer todos os princípios externos da legislação e, de forma básica, deve atender às seguintes diretrizes: - Criação de órgãos administrativos internos dotados de competência própria, exclusiva ou subsidiária, de forma que uma eventual aplicação de penalidade possua previsão de quem poderá aplicá-la; - Isonomia de tratamento, consistindo em tratar os “iguais” de maneira igual e os “desiguais” dentro desta desigualdade, no que tange a aplicação das normas tante lembrando, sempre, que nenhuma demanda administrativa está afastada da apreciação pelo Poder Judiciário. Assim, temos que a adequação do Regimento Interno é, antes de tudo, uma medida preventiva (e não elusiva) à indenizações. do regimento interno. - Individualização do apenado e da pena pois, não se poderá aplicar duas penas (suspensão e perda de provas por exemplo) a uma mesma infração e, ainda, não se poderá atribuir penalidades em grupo, devendo cada agente ser submetido, individualmente, à sua própria pena e ao processo administrativo peculiar. - Publicidade das normas disciplinares e procedimentais de forma a permitir o “Para que a punição seja exercida conhecimento prévio das conseqüências e das formas de aplicação de eventuais dentro desse caráter jurídico, é penalidades. imprescindível que a formatação - Proporcionalidade de forma a não se aplicar pena mais grave que a infração; - Devido processo legal, consistindo na sistematização e na organização dos atos procedimentais de instauração, investigação, instrução e decisão do caso. do Regimento Escolar atenda os limites impostos pela legislação” - Respeito à ampla defesa a fim de proporcionar ao sujeito passivo do procedimento condições plenas de se defender. - Duplo Grau de Jurisdição com, ao menos, um recurso administrativo a órgão distinto do primeiro julgador, para reexame da decisão exarada. Com o atendimento destas diretrizes, e a regular aplicação das normas internas, temos que a responsabilidade da Instituição de Ensino, por danos morais e/ou materiais, ficaria cada vez mais dis- Informativa - Revista ANEC | jurídico 21 política Entrevista Carlos Abicalil (PT/MT) Lana Canepa - Jornalista da ANEC Deputado federal pelo Estado de Mato Grosso, Carlos Augusto Abicalil, é o novo relator de uma das mais polêmicas matérias em tramitação na Câmara dos Deputados. O Projeto de Lei 3021/08 que trata da certificação de Entidades Beneficentes de Assistência Social para fins de isenção previdenciária. A matéria determina novas regras para cadastramento das entidades beneficentes nas áreas da saúde, educação e assistência social. Graduado em Filosofia, História e Sociologia, Abicalil foi eleito pelo Partido dos Trabalhadores em 2003. Reeleito em 2006, o parlamentar é presidente do Diretório do PT em Mato Grosso e vice Líder do Governo no Congresso Nacional. Em entrevista exclusiva à Revista Informativa, Abicalil fala sobre as expectativas para a aprovação do projeto. O Sr. é o segundo relator designado para esta matéria na Comissão de Educação. Como está o andamento do projeto? O projeto do deputado que foi relatado pelo deputado Gastão Vieira já é resultado de uma longa maturação e diálogo entre o governo e instituições representativas e interessadas na certificação da condição de entidades beneficentes. Neste momento nós estamos dialogando, os relatores nas três comissões - Educação, Seguridade Social e Finanças -, de modo a fazer com que tenhamos o máximo de convergência entre os três documentos. A intenção é que a matéria seja aprovada de forma rápida em plenário e possa seguir ao Senado Federal e superar de maneira definitiva as dificuldades interpostas pela extinção da Medida Provisória em fevereiro deste ano. E como funciona a questão da isenção no relatório do senhor? A imunidade tributária significa que do ponto de vista da cobrança de impostos estas entidades estão imunes. Entretanto, na condição de entidades beneficentes além da imunidade de impostos elas alcançam a isenção das contribuições sociais relacionadas à contratação do trabalho, especialmente o fundo de garantia e o INSS. Além de PIS e Confins que são contribuições sociais obrigatórias. Em dezembro do ano passado uma Medida Provisória foi encaminhada ao Congresso para manter o funcionamento das entidades beneficentes. Qual o efeito da matéria? 22 Informativa - Revista ANEC | política A Medida Provisória deu solução temporária a uma situação de quase oito mil processos judiciais de dívida ativa que cairiam na faixa dos cinco anos de tramitação, o que levaria ao cancelamento do registro destas entidades. O que provocaria em muitos serviços um prejuízo grave de atendimento a população especialmente nas áreas de saúde, educação e assistência social. A medida provisória socorreu emergencialmente estas entidades em função de que o projeto de lei não tinha sido votado até dezembro do ano passado. Mas a MP foi derrotada pelo congresso por vício de origem e porque duas matérias estavam em tramitação no texto. E neste momento cabe ao Congresso Nacional votar estes dois projetos de lei que estão apensados regulamentando em definitivo esse credenciamento das instituições. Seguramente vai ficar muito mais fácil fazer os credenciamentos a partir destes novos critérios. E a forma de ser considerada em cada um dos Ministérios da área de competência facilita e muito procedimento, de modo que no máximo em 180 dias os processos serão tramitados. Muda a forma de observar a condição de beneficência e a concessão de certificado a cada cinco anos – desta vez nas áreas específicas de ação da entidade: os assuntos relacionados com educação serão vinculados ao Ministério da Educação, saúde ao Ministério da Saúde, e assistência social vinculado ao Ministério do Desenvolvimento Social. Deste modo, em vez de ter um cadastro único de responsabilidade exclusiva do CNAS (Conselho Nacional de Assistência Social), cada um dos Ministérios terá o seu próprio critério de credenciamento. mara Federal não deve demorar. Nós queremos aproveitar a janela de Medidas Provisórias nas próximas duas semanas para ver se podemos, chegando a convergência entre os três relatórios, aprovar nas comissões e – quem sabe – antes do final do mês levá-lo a Plenário. Esta norma está prevista no relatório do senhor? Isto esta previsto no relatório, desde o projeto original, é uma das grandes virtudes, de modo a que se possa ter o controle público direto da atividade exercida. As entidades que tiverem receita até R$ 2,4 milhões podem ter apenas um credenciamento, independentemente de atuarem nas três áreas, e acima deste valor anual terão de fazer o credenciamento em cada uma das áreas afins. Nós estamos avançando especialmente nas áreas de saúde e assistência social para a definição de critérios de observância sobre quais são as receitas que devem ser computadas para este efeito. Qual o percentual obrigatório de gratuidade para os serviços que tais entidades deverão prestar a população brasileira em cada uma das áreas e evidentemente a partir daí os processos de credenciamento definitivo em cada um dos ministérios. Qual a importância desta proposta para as entidades que atendem a população em todo o país? A importância para as entidades é a segurança jurídica e a tranqüilidade de manterem os serviços que prestam a população, de modo a ter transparência a prestação de serviços públicos e, paralelamente, qualificar as suas condições de oferta. Outra vantagem é o acesso a fundo público – seja o da isenção ou do repasse diretos dos Ministérios para o cumprimento de suas finalidades. Em relação ao benefício para a população, ponto mais importante deste debate, a meta é a transparência e qualificação dos serviços que são muito importantes em todas as áreas. Isso significa que o credenciamento das entidades vai ficar mais fácil? Seguramente vai ficar muito mais fácil fazer os credenciamentos a partir destes novos critérios. E a forma de ser considerada em cada um dos Ministérios da área de competência facilita e muito procedimento, de modo que no máximo em 180 dias os processos serão tramitados. Vale lembrar que nos critérios anteriores as entidades ficavam dois, três, quatro até cinco anos sem ter a validação do seu credenciamento. E a votação na Câ- Informativa - Revista ANEC | política 23 política Universidade do magistério O senador Cristovam Buarque (PDT/DF) já foi Ministro da Educação e hoje é um dos mais atuantes parlamentares em defesa do tema no Congresso Nacional O s dados do último censo escolar mostram a tragédia de uma hemorragia no organismo do Brasil: a redução no número de jovens que buscam a carreira do magistério nas nossas universidades. A continuar nesse rumo, o Brasil terá o agravamento da anemia intelectual que nos caracteriza. Em um mundo competitivo, isso significa a anemia na economia, na cultura, na vida social. Sem uma boa educação de base, não teremos uma boa universidade, porque desperdiçaremos os cérebros excluídos por falta de boa qualidade nos primeiros anos de educação. Mas sem uma boa universidade, não teremos boa educação de base, por falta de bons professores; esse é o círculo vicioso da hemorragia intelectual do Brasil. A culpa está na falta de prestígio da carreira do magistério, por causa dos baixos salários, das vergonhosas condições de trabalho, da violência a que são submetidos os professores e da falta de adaptação da escola atual às necessidades e gostos das novas gerações. Mas a culpa está também na estrutura universitária, que não produz os profissionais de que o país precisa, nem com a qualificação necessária. A universidade deve formar uma elite intelectual que se ponha a serviço do país, da população e da Humanidade. Entretanto, a criação de mais universidades não aumentará o número de professores, nem melhorará a qualidade na formação deles. Os alunos dessas universidades continuarão preferindo outras carreiras e as universidades continuarão mantendo uma estrutura sem vínculos com a educação de base. Em vez de mais universidades similares às atuais, o círculo vicioso da hemorragia intelectual pode ser quebrado pela criação de uma “universidade” diferente das atuais. A Universidade para o Magistério definiria o número de alunos conforme a necessi- 24 Informativa - Revista ANEC | política dade do sistema educacional teria uma pequena estrutura para selecionar os alunos e as faculdades com qualidade onde eles estudariam; financiaria os cursos; e pagaria um salário para os alunos. O diploma de cada formando seria assinado pela universidade onde estudou e pela Universidade do Magistério, ambas controlariam a qualificação. Com uma pequena estrutura basicamente administrativa, a Universidade do Magistério começaria de imediato, ajustada às necessidades de profissionais deste momento, aproveitando o imenso potencial já existente na universidade brasileira, ajustando-a às exigências atuais. Um caminho para a reforma Universitária José Genuíno Neto (PT/SP) é deputado federal e vice-líder do partido na Câmara. Foi presidente nacional do PT (2002-2005) A s dificuldades de resolver as tratativas para uma ampla reforma política que vigore nas eleições de 2010 suscitam reflexão sobre como superar as debilidades do sistema político e eleitoral atual. No Congresso Nacional, o impasse nasce de fortes resistências individuais que se sobrepõem ao interesse coletivo. Não se resolve o problema só por lei infraconstitucional nem há condições de votar uma emenda constitucional, que exige três quintos das duas Casas. As complicações, no entanto, não podem ser obstáculo permanente para que tenhamos um novo e moderno sistema político e eleitoral, com base numa nova organização dos Poderes. Precisamos aprofundar a natureza democrática do sistema, começando pela redução dos custos das campanhas eleitorais e por dar sentido programático às disputas eleitorais. O caminho é a aprovação de proposta de emenda constitucional que obrigue os congressistas eleitos em 2010 a realizar, entre março e novembro de 2011, uma ampla reforma. Um Congresso revisor é o meio eficaz de pavimentar as reformas acima dos interesses individuais e momentâneos dos mandatos. A mudança pode se materializar por emenda aglutinativa de plenário, que incorporará todas as iniciativas - da situação e da oposição - relacionadas ao assunto em tramitação na Câmara. É preciso resgatar a política no seu sentido nobre, porque ela está no cerne do princípio democrático de que todo o poder emana do povo. É esse princípio que exige, entre outras coisas, o financiamento público de campanha, a fidelidade partidária e a votação em lista. Esse pontos, entretanto, geram divergências insanáveis no momento. A mudança deve dar alternativa à política, enobrecendo-a, transformando-a em meio da construção de sujeitos. Informativa - Revista ANEC | política Por isso os direitos e as garantias individuais são razões fundantes do Estado democrático de Direito. É esse o norte para enfrentar a crise da política. É preciso adotar medidas corretas, que busquem definir o que é lícito ou não. A política não pode se transformar num objeto que só se manifesta por meio do espetáculo do escândalo. É preciso perceber que corrupção e impunidade têm estreita ligação com o sistema políticoeleitoral. Os resultados dos defeitos do atual sistema eleitoral são conhecidos: um Legislativo desmoralizado e uma difícil governabilidade para qualquer Executivo. Precisamos de reformas estruturais. Congresso revisor já! 25 informativo publicitário 26 Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário Informativa - Revista ANEC | informativo publicitário 27 E m uma iniciativa inovadora vamos mostrar nas próximas páginas as conquistas das instituições de ensino que comemoram, ou já comemoraram, 50 anos. Este Caderno Especial foi criado pela equipe da ANEC, Associação Nacional de Educação Católica, para celebrar a experiência dos que ensinam dedicação. Parceiras que deixaram marcas na história dos alunos. Formaram pessoas que, hoje, constroem a identidade do Brasil. Apresentamos a longa caminhada destas instituições que para nós são um exemplo à todos os que se aventuram diariamente na missão de ensinar. 28 Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 29 Universidade Católica de Goiás - UCG Assessoria de Comunicação U ma das principais instituições de ensino superior brasileiras, com reconhecida presença no ensino, na pesquisa e na extensão, a Universidade Católica de Goiás (UCG) chega a outubro deste ano ao seu cinqüentenário. A primeira Universidade criada na região Centro-Oeste do País já formou mais de 70 mil profissionais graduados ao longo desse período. A universidade tem consolidado o seu papel sócio educativo e se firmado como um dos principais centros formadores de mão-de-obra especializada, contribuindo para o desenvolvimento regional. Atua na formação humana e inclusão social, calcada em valores morais indispensáveis para o pleno exercício da cidadania. Em seu compromisso social, a universidade, estruturou-se para atender a demanda na região, oferecendo novos cursos. Preocupa-se com o desenvolvimento tecnológico, presente nos oito projetos aprovados em 2008, pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Goiás. Atingiu a marca de 1.000 dissertações defendidas em seus respectivos Mestrados, na atuação das 80 unidades de pesquisa, nas 246 pesquisas em andamento e nas 82 concluídas, na divulgação de oportunidades de pesquisa e pós-graduação para os docentes e nas 301 bolsas de Iniciação Científica. Por meio de programas de extensão e ação 30 comunitária dirigidos à crianças, adolescentes, juventude, família e idosos, a UCG realizou 15.823 atendimentos em 2008. Através de diversas Congregações Religiosas, como a dos Salesianos, Maristas, Jesuítas e dos Franciscanos, a Igreja Católica tem imprimido sua identidade e concepção de mundo na área. Um marco histórico foi à realização em 1948, em Goiânia, do I Congresso Eucarístico Nacional. Na ocasião, foi idealizada a fundação da primeira Universidade do Brasil Central, que surgiria 11 anos depois. A criação da Arquidiocese de Goiânia, em 1957, e a nomeação de seu primeiro arcebispo, Dom Fernando Gomes dos Santos, deu dinâmica ao processo, que teve o respaldo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, na preocupação quanto à formação católica das novas gerações. Os estudos indicaram para uma universidade regional; um ano depois, criou a Sociedade Goiana de Cultura, que se constituiria na mantenedora da nova instituição de ensino superior. Em 17 de outubro de 1959 o presidente da República, Juscelino Kubitschek, assinou o decreto criando a Universidade de Goiás. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor da Universidade Católica de Goiás Prof. Wolmir Therezio Amado No início do século XX, Goiás dispunha de uma rede pública de ensino ainda incipiente. Nesse contexto, a Igreja exerceu decisiva liderança ao criar, por meio de congregações religiosas, grande número de escolas católicas. E, acalentando o sonho de criar uma universidade, em 1948, durante um Congresso Eucarístico, D. Emmanuel Gomes de Oliveira anunciou o projeto de criação da Universidade do Brasil Central. Em 17 de outubro de 1959, quando a capital federal ainda estava no Rio de Janeiro, o então presidente Juscelino Kubitschek assinou o decreto de criação da Universidade de Goiás. Em 1971, a instituição incorporou o nome de Católica, confirmando o que sempre foi desde as suas origens. Foram muitos os momentos difíceis, mas acho que o mais dramático foi o tempo do regime militar. Nossa universidade acolheu muitos professores expulsos das universidades federais e pagou um alto preço interno e externo pelo que fez em defesa dos direitos humanos. A maior dificuldade sempre foi à sustentabilidade financeira, especialmente devido às exigências da qualidade e à sua natureza comunitária e filantrópica. Ainda assim, há seis anos é a universidade com a marca mais lembrada e é muito respeitada e admirada pelo povo goiano. Em 50 anos, formou mais de 70 mil profissionais e, destes, 15 mil professores. Graças à UCG, as famílias não tiveram que enviar seus filhos para estudar em outros Estados. Por isso, ela está na alma do povo goiano, com gratidão e senso de pertença. Nos últimos anos, tivemos grandes avanços da Educação Católica no Brasil. A criação da ANEC e o apoio da CNBB são importantes referências deste novo tempo que vivenciamos. Mas, também, há grandes desafios. As escolas católicas de ensino fundamental e médio, a meu ver, são desafiadas a redefinir sua imagem sem perder a própria identidade. Quanto às Instituições da Educação Superior Católica, dentre os muitos desafios, urgente é estabelecer novos marcos legais que respondam à peculiaridade de nossas Instituições. A natureza jurídica das universidades ficou complexa e a falta de uma legislação melhor elaborada fez com que as instituições católicas sejam confundidas com as privadas, e delas é cobrado que prestem um serviço equivalente às públicas, mas sem recurso financeiro do Estado, o que se deve especialmente aos impedimentos legais e à ideologia governamental estatizante. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 31 Crédito foto: Wilson Lima Universidade Católica de Pelotas - UCPel Assessoria de Comunicação U ma instituição dedicada à formação de profissionais e à contribuição para o desenvolvimento constante da Região Sul do Brasil. Assim é a Universidade Católica de Pelotas (UCPel). Desde que foi fundada, em 1960, por Dom Antônio Zattera investe na formação de um futuro melhor. Em 7 de outubro daquele ano, foi assinado o decreto que autorizava a inauguração da primeira Universidade do interior do estado do Rio Grande do Sul. De lá para cá, a Católica evoluiu investindo na formação dos seus estudantes em ensino, pesquisa e extensão. O primeiro decênio foi marcado pelo crescimento das faculdades e dos cursos. Já o segundo, caracterizouse pela implantação da reforma universitária com o conseqüente plano de estruturação: principalmente essência, natureza e fins da instituição e sua fisionomia estrutural. Entre os anos de 1981 e 2000, surgiram a Editora e a expansão ao Campus 2. Também foram estabelecidas diretrizes e normas gerais que são seu horizonte de pensar e agir. No que diz respeito às instalações físicas, destaca-se a marcante refoma dos espaços já existentes e a expressiva ampliação da estrutura com a aquisição de novos espaços – a exemplo dos prédios do antigo Hospital Olivé 32 Leite e do Colégio Santa Margarida, locação de outros, edificações novas e conclusão de obras que se encontravam paralisadas, como o anexo do Hospital Universitário São Francisco de Paula (HUSFP). Tudo isso modificou a fisionomia da Universidade e a extensão do atendimento aos alunos e também a sociedade. Atualmente, a Universidade conta com 29 cursos de graduação, 12 de especialização, três de MBA, quatro mestrados, dois doutorados e seis residências médicas. E a interação com a comunidade não para por aí. Na opinião do reitor Alencar Mello Proença, o crescente processo de inserção da Universidade Católica, através do Escritório de Desenvolvimento Regional (EDR), do Instituto Técnico de Pesquisa e Assessoria (Itepa), da Rádio Universidade, da TV UCPel e do envolvimento no Pronto Socorro Municipal merece um destaque particular. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor da Universidade Católica de Pelotas - UCPel Alencar Mello Proença A Universidade Católica de Pelotas – UCPel nasceu com o perfil comunitário, dedicando-se, paralelamente ao ensino e a pesquisa, e também a uma terceira vertente não menos importante: a função social. A universidade configura-se, portanto, como um espaço não só de criação e troca de conhecimento, mas de convívio social. Tem como MISSÃO: “Investigar a verdade, produzir e transmitir o conhecimento e formar seres humanos, profissionais éticos e competentes, orientados pelos valores cristãos a serviço da pessoa e da sociedade”. Foi com esse propósito que Dom Antonio Zattera, então bispo titular da diocese de Pelotas (que abrangia também os municípios de Bagé e de Rio Grande), começou a definir as tarefas para a criação de uma Faculdade de Filosofia – célula mater da Instituição - com início de funcionamento em 1953. O decreto presidencial n.º 49.088, de 7 de outubro de 1960, oficializou a criação da Universidade Católica Sul-Rio-Grandense de Pelotas como a primeira universidade do interior do Estado do Rio Grande do Sul. Os núcleos de Bagé e Rio Grande, cidades, como Pelotas, situadas na região sul do Estado do Rio Grande do Sul, desmembraram-se posteriormente da Universidade de origem, cedidas para formarem, respectivamente, a Universidade Federal de Rio Grande (FURG) e a Universidade da Região da Campanha (URCAMP). Em vista disso, a Instituição passou a ter o seu nome simplificado, por decisão do seu Conselho Universitário, para Universidade Católica de Pelotas (UCPel). A Universidade Católica de Pelotas tornou-se adulta nessas quase cinco décadas de existência, tendo diplomado, até o ano de 2008, 32.352 alunos. Sente-se preparada para acelerar, melhorar e fortalecer o processo de desenvolvimento de sua região de abrangência, aberta que está à cooperação com todas as pessoas, organizações, instituições e entidades que compartilham desse ideal. Embora as modificações havidas no cenário mundial, a pequena atividade industrial na cidade e região, o impacto de novos materiais e tecnologias, o incremento do desemprego causado pelo analfabetismo tecnológico, a crescente concorrência na área educacional, a Católica tem procurado aprender e dar respostas a todas essas necessidades e a antecipar outras, por mais que isso lhe custe. Esse é o desafio, mas é também a sinalização para novos caminhos. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 33 Universidade Sagrado Coração - USC Assessoria de Comunicação A primeira página da História da Universidade do Sagrado Coração (USC) foi escrita no dia 20 de outubro de 1953, no Rio de Janeiro. Foi nesse dia que o presidente Getúlio Vargas autorizou o funcionamento dos cursos de Geografia e História, Letras Neolatinas e Pedagogia da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Sagrado Coração de Jesus, a Fafil. Quatro meses depois, na noite do dia 7 de março de 1954, dia de São Tomás de Aquino (Patrono dos Filósofos), Irmã Arminda Sbrissia discursou solenemente na abertura da primeira aula da Fafil. Foi o início da construção de uma instituição sólida, criada para formar cidadãos, voltados a buscar, em suas atividades profissionais, a espiritualidade com justiça social. Inicialmente a faculdade foi abrigada nas instalações do antigo Colégio Rodrigues de Abreu (atual São José), na época de propriedade do Estado. No início dos anos 60, o Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ) adquiriu uma área no Jardim Brasil, ao lado da Rodovia Marechal Rondon. A Irmã Elvira Milani atual reitora da USC e na época diretora da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, foi apresentada, em 1969, ao recém-formado arquiteto Jurandir Bueno Filho, que era muito interessado na arquitetura florescente de Brasília. Em um ano, o projeto que delineou 34 as curvas de concreto dos blocos do novo campus da Fafil estava pronto. Após o triunfo da fundação da Fafil e da inauguração de suas novas instalações, no Jardim Brasil, o próximo passo a ser vencido era a sua transformação em universidade. A comunidade acadêmica da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras cumpriu todas as etapas junto ao Ministério da Educação para transformá-la na Universidade do Sagrado Coração, a USC. No dia 29 de abril de 1986, o então ministro da Educação, Jorge Konder Bornhausen, assinou a portaria 294/96: as irmãs do Instituto das Apóstolas do Sagrado Coração de Jesus (IASCJ) escreviam mais uma página na história da educação de Bauru com reflexos na região.“Entre todos os instrumentos da educação, possui a escola importância peculiar”. A frase, de Madre Clélia Merloni – fundadora do IASCJ -, é cumprida à risca até hoje pela comunidade acadêmica da Universidade do Sagrado Coração. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitora da USC - Irmã Elvira Melani A Universidade do Sagrado Coração, sediada em Bauru, São Paulo, nasceu na década de 50, atendendo à solicitação de D. Henrique Golland Trindade, Bispo da Diocese da época. Tinha por objetivo oferecer ensino superior direcionado à formação profissional, intelectual e espiritual dos jovens desta região do Brasil. Em 1986, formaliza-se a constituição da Universidade do Sagrado Coração (USC), através da portaria 294/96 de 29 de abril de 1986, assinada pelo então ministro da educação Jorge Konder Bornhausen. Tiveram destaque na consolidação da FAFIL, Ir. Arminda Sbrissia e Pe. Leopoldo Petrus Van Liempt. Enfrentamos momentos de dificuldades quando se necessitou de uma revitalização acadêmica, (graduação e pós graduação), financeira e administrativa. Isso se deu devido a um grande desenvolvimento econômico de Bauru e região trazendo para a cidade várias instituições de ensino superior, com novos formatos e redes educacionais, que se tornaram grandes concorrentes. Para fazer frente a esta situação a USC buscou reestruturar seus processos, ao mesmo tempo em que manteve a qualidade de seu ensino, a qualificação de seu corpo docente, e o incentivo da extensão e de pesquisas nos vários campos do saber. Para nós o ensino católico hoje enfrenta o desafio de resgatar o sentido do valor humanístico, através de uma educação alicerçada numa visão cristã de homem e de mundo, bem como buscar o desenvolvimento do senso crítico, religioso, moral e social do aluno. A Universidade do Sagrado Coração firma o propósito de ser um espaço educacional que procura responder às demandas e desafios sócio culturais do Brasil, do estado de São Paulo e da região de Bauru. A receita em cinco décadas de experiência é sobreviver. Em tempo de economia de mercado e de consumo é tarefa que nos impõe estar permanentemente atento às necessidades emanadas pelo mercado, procurando voltar-se para o nosso público alvo – alunos e pais. A escola católica, neste sentido deve ter bem clara a sua finalidade última: ser uma escola evangelizadora e preocupada com a formação integral de seu aluno. Além de evangelizadora, ela dever ser também uma instituição inovadora e de excelência acadêmica, preocupada com a qualidade de seu ensino, com a relevância de suas pesquisas, formando profissionais comprometidos com o desenvolvimento humano, social e cristão. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 35 Crédito: Centro de Memória e de Pesquisa Histórica PUC-Minas Assessoria de Comunicação O a no é 1958. Marcado pela primeira conquista brasileira em uma Copa do Mundo, pela escolha do Papa João XXIII para assumir o Vaticano, e, em Minas Gera is o ano também marca o início da Universidade Católica de Minas Gerais. Em 12 de dezembro de 1958 nasceu a Universidade, fruto do sonho de um homem, conhecido e eternizado pelo bairro que leva o seu nome: Dom Antônio dos Santos Cabral, o Dom Cabral. O sonho deste homem hoje faz parte diretamente da vida de alunos, professores e funcionários, e, indiretamente, da vida de milhares de pessoas beneficiadas por projetos de extensão e pesquisa e pelos profissionais eticamente formados na Universidade desde a sua criação. Em junho de 1948 foi criada a Sociedade Mineira de Cultura, mantenedora da futura universidade. As primeiras escolas a se incorporarem à Sociedade foram a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Santa Maria e a Faculdade Mineira de Direito, em 1949, seguidas da Escola de Enfermagem Hugo Werneck e da Faculdade de Ciências Médicas, em 1951, e da Escola de Educação Física, em 1952. Em 1954, a Escola de Serviço Social foi incorporada com todo o seu patrimônio, incluindo seu imóvel e sua vasta biblioteca, cumprindo, assim, as exigências do Ministério da Educação. Em 12 de dezembro de 1958, o então presidente da República, Juscelino 36 Kubitschek, e o ministro da Educação, Clóvis Salgado, assinaram o decreto de criação da Universidade Católica de Minas Gerais. O Índice Geral de Cursos (IGC) de 2008, do Ministério da Educação, confirmou a PUC Minas entre as melhores instituições de ensino do País. O IGC avalia a qualidade dos cursos de graduação, mestrado e doutorado, distribuídos em campi e municípios onde as universidades atuam. A PUC Minas ocupou o primeiro lugar entre as particulares em Minas Gerais. Este ano, a Universidade deu início a um novo desenho estrutural para sua atuação acadêmica, capaz de colocá-la ainda mais ágil e forte para enfrentar o quadro de mudanças estabelecidas para a educação superior no Brasil. É a certeza, para seus quase 60 mil alunos, dois mil professores e dois mil funcionários, que a chama do sonho de Dom Cabral permanece acesa e não se apagará. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor da PUC - Minas - Prof. Dom Joaquim Giovani Mol Guimarães Em 12 de dezembro de 1958 nasceu a Universidade Católica de Minas Gerais, fruto do sonho de um homem, conhecido e eternizado pelo bairro que leva o seu nome: Dom Antônio dos Santos Cabral, o Dom Cabral. Como todas as universidades católicas, a PUC Minas nasceu do coração da Igreja. Do desejo de educar para a valorização da vida e do humano. Creio que um episódio dos mais importantes, certamente, tenha sido a concessão pela Santa Sé do título de pontifícia para a nossa Universidade. Mais do que um status, nosso reconhecimento como pontifícia significou a renovação e mesmo intensificação de nossos compromissos e votos para com a Igreja Católica. Ao longo de nossa história enfrentamos dois momentos muito difíceis que foram primeiramente, à instalação no país do regime de exceção política que retirou do povo direitos e garantias individuais e coletivas – e como isso foi penoso principalmente no ambiente das universidade que viram muitos de seus professores e alunos perseguidos e injustiçados. Outro momento crítico foi a década de 80, com suas graves e seguidas crises econômicas. Mas os que aqui estavam souberam vencer os riscos e obstáculos e deram sua brilhantes contribuição para que hoje estejamos prosseguindo nesse belíssimo trabalho. Hoje posso dizer que o cinqüentenário da PUC Minas tem como marca a soma da dedicação, do carinho e compromisso de centenas de pessoas que doaram e doam suas vidas para que esta instituição possa cumprir sua missão de contribuir – pela educação superior – um mundo melhor. É sabido que, na PUC Minas, a imensa maioria das pessoas que aqui estudam ensinam e exercem suas atividades administrativas têm para com a universidade uma relação de amor e de entrega.Na superfície do nosso cotidiano, está a essência daquilo que fez e faz a história dessa Universidade: a fé nas infinitas possibilidades transformadoras da educação. É pela educação que nos tornamos mais éticos, mais competentes e mais humanos. A educação não com um mero produto, mas como o principal processo de estruturação de nossa sociedade. Nós temos uma marca: a de que todos que por aqui passaram e aqui estão acreditam efetivamente na educação como oportunidade de realização do bem e também como uma das possibilidades da concretização do plano que Deus traçou para todos nós. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 37 PUC-PR Assessoria de Comunicação A Pontifícia Universidade Católica do Paraná nasceu da obstinação de Dom Manuel da Silveira D’Elboux, arcebispo de Curitiba. Desde sua chegada, em 1950, almejava fundar uma Universidade e para isto, no último dia do mês e do ano, criara a Sociedade Paranaense de Cultura. Esse órgão, na realidade, estava destinado a ser o mantenedor de uma sonhada e futura universidade. Quando assumiu, a arquidiocese Dom Manuel encontrou em funcionamento na cidade o curso de Serviço Social, criado em 1945, e a Faculdade de Filosofia, criada em agosto de 1950. O passo seguinte foi à criação e implantação da Escola de Enfermagem Madre Léonie, mantida pelas Irmãs de São José de Chambéry. Em 14 de março de 1959, reunindo, então, sob única orientação, as mencionadas instituições de ensino superior católicas, o conselho diretor da Sociedade Paranaense de Cultura, presidido por Dom Manuel, criou a Universidade Católica do Paraná. Um ano e três dias depois o estatuto da Sociedade, foi aprovado pelo ministério da Educação e Dom Jerônimo Mazzarotto foi investido da função histórica de primeiro magnífico reitor. Contudo, só em 22 de dezembro de 1973 é que os maristas recebe38 ram das mãos de Dom Jerônimo Mazzarotto a Universidade Católica do Paraná. E na presença de Dom Pedro Fedalto, sucessor de Dom Manuel a frente da aruidiocese de Curitiba e continuador da obra de Dom Manuel da Silveira D’Elboux. Assim, o irmão Cláudio Girardi, nomeia, em substituição a Dom Jerônimo, o novo reitor da instituição, professor Osvaldo Arns. Arns pernameceu no cargo até 1986, foi em sua gestão que a Universidade recebeu o título de Pontifícia, isto em 1985. Osvaldo Arns foi sucedido pelo professor Euro Brandão no inicio de 1986, por sinal foi em sua administração que a PUCPR criou o câmpus II, de São José dos Pinhais. Euro Brandão, por sua vez, foi sucedido em 1998, pelo irmão Clemente Ivo Juliatto. Em sua gestão a Universidade expandiu-se chegando às cidades de Londrina, Toledo e Maringá. A Universidade ampliou sua área de atuação, expandiu o número de cursos, passou a ofertar diversos mestrados e doutorados. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor da PUC-PR - Irmão Clemente Ivo Juliatto A instituição foi fundada em 1959 por iniciativa do Arcebispo metropolitano de Curitiba, Dom Manuel da Silveira D´Elboux, acompanhado pelo primeiro reitor Dom Jerônimo Mazzarotto, educadores franciscanos, jesuítas, maristas, as irmãs de São José de Chambéry e leigos. A ideia principal era oferecer mais oportunidades educacionais à juventude, uma vez que só existia, à época, a UFPR. Era ser uma universidade que pudesse formar profissionais competentes e cidadãos comprometidos com o bem estar e o desenvolvimento da região dentro do compromisso social da Igreja Católica. O que marcou nossa história foi a elevação da universidade ao grau de Pontifícia pela Sagrada Congregação para a Educação Católica em 1985 pela Santa Sé. Esse fato trouxe a certeza de que estávamos seguindo as orientações da Igreja mantendo nossa fidelidade aos seus propósitos de formar pessoas com educação integral. O título de Pontifícia trouxe a universidade enorme projeção nacional e internacional. Para alcançar metas é preciso garantir a qualidade da aprendizagem dos alunos e o bem-estar dos professores e outros colaboradores dentro da Universidade. Um segundo desafio é repassar valores, sem proselitismo, aos jovens de acordo com nossa filosofia humanista, solidária, ética e cristã. Também é prioridade para a PUCPR tornar-se um centro de desenvolvimento para as respectivas comunidades. Toda universidade precisa estar atenta ao barulho das ruas e esforçando-se em ser uma alavanca de desenvolvimento regional. Outro grande desafio é garantir a sustentabilidade econômico-financeira das instituições em uma realidade de adversidade imposta pela concorrência e por autoridades públicas pouco interessadas em cooperar com nosso esforço e dedicação genuína. A maior receita é a dedicação diuturna de toda a comunidade acadêmica – mantenedores, administradores, professores, funcionários e estudantes - e sem reservas a uma causa em que se acredita. É preciso saber dosar idealismo com realismo, saber conciliar expansão com aprofundamento das ações educacionais. É necessário também estar sempre atento a todos os detalhes, ter paciência histórica e saber o exato momento de fazer as coisas de acordo com o propósito institucional sem perder de vista o ponto onde se quer chegar. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 39 Centro Universitário Salesiano de São Paulo Unidade de Lorena Assessoria de Comunicação O Centro Universitário Salesiano de São Paulo é patrimônio da Congregação Salesiana. Denominada Sociedade de São Francisco de Sales, a congregação foi fundada na Itália por São João Bosco, em 1859, com a finalidade principal de trabalhar na formação da juventude. Dom Bosco foi um sacerdote italiano que dedicou sua vida ao trabalho com os jovens, e o carisma da congregação criada por ele é a educação dos jovens. Razão, religião e amorevolezza são os valores do Sistema Preventivo criado por Dom Bosco, e amorevolezza é o elemento-chave dessa pedagogia. Essa palavra italiana não tem tradução para o português e é entendida como bondade, carinho, afeto, amor. Com o objetivo de plantar em novas terras os ensinamentos de Dom Bosco, os Salesianos chegaram ao Brasil em 1883. Em 1885, já contavam com duas casas de ensino: uma em Niterói, e a outra em São Paulo. Antes de ser credenciada como Centro Universitário, a instituição de ensino superior salesiana em São Paulo era formada por faculdades integradas, com câmpus em Lorena, Americana e Campinas. A mais antiga delas é a de Lorena, inaugurada em 12 de março de 1952. A faculdade de Lorena foi a primeira criada no Vale do Paraíba e destinava-se à formação filosófica e pedagógica dos salesianos. Em 1993, a instituição de ensino superior dos padres salesianos transfor- mou-se em Faculdades integradas, ligadas às faculdades salesianas de Americana, Campinas e São Paulo, que formaram, quatro anos depois, o Centro Universitário Salesiano de São Paulo. O Centro Universitário Salesiano de São Paulo é uma instituição educacional de caráter católico, credenciada pelo Ministério da Educação desde 1997. A instituição é mantida pelo Liceu Coração de Jesus, associação civil e religiosa constituída por religiosos professores, Salesianos de Dom Bosco, de caráter educacional, cultural, beneficente, assistencial e filantrópico, fundado em 5 de junho de 1885, com sede em São Paulo. A Missão do Centro Unisal, como instituição fundada em “princípios éticos, cristãos e salesianos”, é “contribuir na formação integral de cidadãos, através da produção e difusão de conhecimento e da cultura, em 1 um contexto de pluralidade” . _______________________________ 1 PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional do Centro Universitário Salesiano de São Paulo, 2002, p.10. 40 Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Diretor de Operações do Centro UNISAL na Unidade Universitária de Lorena - Prof. Fábio José Garcia dos Reis, com a colaboração do Professor Francisco Sodero Toledo. A Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, que deu origem ao Centro Universitário Salesiano de São Paulo, foi fundada em 1952, diante das necessidades que os Salesianos tinham de formar seus próprios quadros para o exercício do magistério. A criação da faculdade atendia ao interesse do Estado que queria ampliar o número de vagas no ensino superior no país e às necessidades da sociedade do Vale do Paraíba, que começava a ser modernizar naquela época. Entre os personagens mais importantes destacamos o Padre José F. Stringari, primeiro diretor da faculdade, e o Padre Carlos Leôncio da Silva, que assumiu a direção no mesmo ano da fundação e deu o norte à faculdade. Pe. Leôncio foi o fundador do Instituto de Pedagogia e Filosofia de Turim, Itália, e trouxe essa experiência para Lorena. Marcaram os primeiros 50 anos a consolidação dos valores da faculdade, que deram continuidade ao modelo de educação salesiana, e a discussão do modelo de educação católica para a América Latina (Documento de Buga, de 1967) interrompida em 1968 pelo Ato Institucional no 5 (AI 5),baixado pelo governo militar. Outro fato marcante foi a separação, em 1975, da subsede feminina da Faculdade Salesiana, conduzida pelas irmãs Salesianas, que fundaram uma faculdade autônoma. A separação da sub sede provocada por divergências entre os salesianos, que dirigiam a faculdade, e as salesianas pertencentes ao Instituto Santa Teresa, onde funcionava a sub sede feminina da faculdade foi um momento difícil em nossa história. Os primeiros anos da ditadura militar, que coincidiram com o crescimento da faculdade, também representaram um período tortuoso para a instituição. São vários os desafios enfrentados nos dias de hoje também. Entre eles considero manter a identidade católica e a filosofia educacional; a capacidade de manter o equilíbrio entre a formação para o mercado e a formação católica, ética; o diálogo com as tendências educacionais, sem ser seduzido pelo modismo; a capacidade de conviver com a diversidade, sem perder a identidade; ser uma IES diferente das IES focadas unicamente no mercado. As soluções são um conjunto de ações e conquistas, como a capacidade de inovação, especialmente da proposta de ensino; corpo docente e serviços educacionais; sintonia com a dinâmica da educação superior; identidade salesiana e pessoal comprometido. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 41 Universidade Católica de Pernambuco - UNICAP Assessoria de Comunicação R ecife foi a cidade escolhida para sediar a primeira PUC do Brasil. Esse projeto não se concretizou, mas o projeto universitário foi se construindo. A Universidade Católica de Pernambuco celebra 58 anos de fundação vivendo um dos melhores momentos, dentro de uma evolução histórica lenta, decisiva e ousada. Duas experiências recentes confirmam a consolidação de um processo. Primeiro, em 2008 aprovamos nosso primeiro doutorado, o de Psicologia Clínica. E recentemente, na primeira avaliação institucional realizada pelo Ministério da Educação, a Unicap obteve conceito quatro, numa escala que vai de um a cinco. Resultado só atribuído a instituições com qualidade comprovada. Segundo os indicadores do MEC, a nota quatro está acima do nível exigido para as instituições de ensino superior. Universidade em sentido pleno, a Católica de Pernambuco consolida a tradição com um selo de qualidade. Essa trajetória revela a importância de cada passo, desde o crescimento a partir de cursos noturnos para estudantes-trabalhadores, numa região ainda marcada por dificuldades, à consolidação de verdadeira universidade, segundo os indicadores nacionais de qualidade. Criada a 27 de setembro de 1951 e reconhecida pelo Governo Federal através do Decreto 30.417 de 18 de janeiro de 1952, 42 originou-se da primeira Escola Superior Católica da região, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manoel da Nóbrega, fundada em 1943, pela Província dos Jesuítas do Nordeste. Em seu desenvolvimento, a Universidade conheceu incorporação, agregação ou criação de Faculdades, Institutos ou Escola Superior, até aplicar, em 1974, a reforma universitária, preconizada em lei, adotando o modelo ternário homogêneo de Reitoria, Centros e Departamentos. A Unicap já formou mais de 57 mil alunos. Atualmente, são mais de 12 mil estudantes distribuídos nos 29 cursos de graduação, 17 de especialização e três MBA´s, além de seis mestrados (Engenharia Civil, Direito, Psicologia Clínica, Ciências da Linguagem, Ciências da Religião e Desenvolvimento de Processos Ambientais) e um doutorado (Psicologia Clínica). A grande maioria dos 473 professores (70%) tem mestrado e doutorado. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor da Universidade Católica de Pernambuco Pe. Pedro Rubens. Recife foi escolhida, pelos Arcebispos e Bispos das Províncias Setentrionais, para sediar a primeira Pontifícia Universidade Católica do Brasil. A cidade abrigava figuras importantes de jesuítas portugueses. No entanto, D. Sebastião Leme acabou concretizando o projeto na então capital do país, Rio de Janeiro, em 1941. Mas essa decisão não inviabilizou a missão jesuíta no Recife nem o sonho universitário. Os Jesuítas criaram a Faculdade de Ciências e Letras Manoel da Nóbrega; dos grêmios estudantis surgiram, enfim, os idealizadores da Universidade Católica de Pernambuco, fundada em setembro de 1951. Poderíamos evocar algumas constantes ao logo do processo histórico. A cada novo passo, foi preciso mostrar um “diferencial” para superar os obstáculos e justificar sua própria existência. Embora agindo em rede internacional, a Unicap é genuinamente “nordestina.” Estar em Pernambuco não é somente uma situação geopolítica, mas uma opção estratégica. A universidade nasceu e cresceu numa época de expectativas políticas e socais. Nesse sentido, a ditadura militar significou uma experiência bastante difícil e triste. Em 1968 a Unicap tornou-se um abrigo para estudantes e manifestantes que haviam feito um ato de protesto contra o regime no centro da cidade; em pouco tempo, a rua do Príncipe foi cercada e transformou-se no cenário de um confronto com a polícia armada. Segundo Ricardo Noblat, estudante e jornalista presente, eram quase 11 horas da noite do dia 27 de junho de 1968 quando, em meio aos soldados, surgiu um homem franzino e de aparência frágil, dizendo “com licença, boa noite...” Era Dom Helder Câmara que, de forma singela e sutil, atravessou o cerco militar e entrou na Unicap. Ofereceu-se para negociar com o governo o fim do cerco da Unicap e a liberação de nove estudantes que haviam sido presos durante as manifestações. Depois desse episódio, Dom Helder voltou à universidade para receber o título de Doutor Honoris Causa, em 1983. Passar dos 50 anos significa ter cumprido um tempo considerável de qualidade comprovada e, por isso mesmo, ter a ousadia de renovar-se com segurança. Normalmente as pessoas dizem que escolheram a Católica pela tradição; ora, a melhor tradição é uma qualidade que se comprova no tempo, mas também se renova com ele. A novidade sem tradição é vazia; a tradição sem inovação é morta. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 43 Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima Ir. Maria José Bettin Primeira Diretora da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima em 1960 A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima nasceu com Brasília. Passou por todas as dificuldades que todos os pioneiros encontraram, porém, nem a poeira, nem a falta de condições adequadas para o trabalho da missão, desanimaram o grupo de Irmãs, pois uma obra estava sendo idealizada e construída para as jovens que lá se encontravam e para as novas gerações que viriam. Dia 11 de fevereiro de 1960, foi um dia muito significativo para a nossa Província e para as pioneiras que implantaram o Carisma de Madre Madalena na Capital Federal, que estava sendo construída. As Irmãs que formaram a primeira comunidade foram: Irmã Maria Mechtilde Schuster, Superiora da Comunidade, Irmã Rósula Klöckner, Irmã Jene Pedrotti, Irmã Maria do Rosário Guidoni e Irmã Maria José Bettin, a primeira Diretora da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, em Brasília, DF. As Irmãs, ao chegarem em Brasília, ficaram residindo provisoriamente numa casa, cedida, generosamente, até a construção do Barraco, localizado ao lado da árvore onde se encontra hoje o Ginásio de Esportes da Escola. A Escola Nossa Senhora de Fátima foi a primeira Escola Normal em Brasília. Teve sua origem no Ginásio Brasília do Núcleo Bandeirante, de propriedade dos Irmãos Lassalistas, que passaram a Escola para as Irmãs Franciscanas, em 1960, com 11 alunas no 1º ano e mais ou menos de 21 a 23 alunos no 2º ano. Brasília foi inaugurada em 1960, porém, ainda estava sendo construída em três turnos. Ouvia-se o barulho dos martelos a qualquer hora, de dia e de noite. Faltava tudo, a Administração ainda se encontrava no Rio de Janeiro e 44 aos poucos foi transferida para Brasília. A Escola seguia a legislação estadual de Goiás. Para lá era encaminhada toda a Documentação escolar, inclusive o processo solicitando a alteração do nome da Escola, para “Escola Normal Nossa Senhora de Fátima”. A Escola foi crescendo com Brasília. Tive a graça de vê-la passar por várias etapas nos períodos em que lá trabalhei. Vi nascer em 1960, acompanhei-a “Criança” nos anos de 1966 a 1968; Visitei-a quando já era “Adolescente” e tive muita alegria de vê-la “Adulta”, irradiando a PAZ e o BEM entre crianças, jovens e adultos! Desejo à Direção, aos professores, alunos, funcionários, pais e aos amigos da Escola, muito sucesso e bênçãos especiais de Nossa Senhora de Fátima, padroeira dessa querida Instituição que completa 50 anos de Paz e Bem! Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Diretora Geral do Instituto Superior Fátima Irmã Inês Alves Lourenço A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima caracteriza-se pela Filosofia Franciscana que adota. É mantida pela SCALIFRA - Sociedade Caritativa e Literária São Francisco de Assis – Zona Norte, uma entidade civil de caráter educacional e de assistência social fundada em 31 de julho de 1951, na cidade de Santa Maria – RS. Desde a vinda das primeiras religiosas Franciscanas ao Brasil, em 1782, para São Leopoldo – RS, o ensino foi à primeira atividade exercida. As Escolas Franciscanas têm uma proposta educativa comprometida com a pessoa situada como ser histórico, cultural, social e religioso. As primeiras Irmãs Franciscanas chegam ao Planalto central em Fevereiro de 1960, vindas de Santa Maria do Rio Grande do Sul. A Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima foi a primeira escola Normal de Brasília e tem por finalidade investir na formação das crianças e jovens do Distrito Federal nas diferentes Etapas da Educação. O grande desafio do ensino católico hoje está na formação de um ser humano comprometido com a humanidade, para tanto deve organizar sua práxis pedagógica para o desenvolvimento cognitivo, afetivo, interpessoal, moral e espiritual do estudante. Educar para uma a cosmovisão franciscana implica numa postura crítica, voltada para o conjunto, que organiza a aprendizagem com novos e elevados padrões de raciocínio a partir de aspirações coletivas. A preocupação com o próximo transforma o clima organizacional, os procedimentos utilizados, o método, os conhecimentos, a avaliação, e o corpo docente, discente e administrativo. Ao longo dos anos a Escola vem se destacando pela sua metodologia participativa e avaliação que se caracteriza como um processo contínuo, diagnóstico, formativo, investigativo e interdisciplinar de aprendizagem, que visa um atendimento personalizado e centrado nas necessidades do ser humano. Outro crescimento significativo da Escola se refere ao seu posicionamento inclusivo oferecendo uma educação adaptada as necessidades educacionais especiais, numa atitude de reverência ao ser humano e à natureza marca sua presença fraterna na comunidade brasiliense. Esta visão possibilita condição para que os alunos possam estar incluídos no ensino regular, com um atendimento diferenciado. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 45 PUC-SP Assessoria de Comunicação A história da PUC-SP, em 60 anos, reuniu inúmeros fatos em uma rica linha do tempo. Mas eles podem ser agrupados em quatro grandes fases. O primeiro período foi de 1946 até o final da década de 1960 é a fundação da PUC-SP, que surgiu com a união da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de São Bento (fundada em 1908) e da Faculdade Paulista de Direito. Em 22 de agosto de 1946, a Universidade foi reconhecida. No início do ano seguinte, o Papa Pio XII concedeu à Universidade Católica o título de Pontifícia. Nesse período de fundação, algumas instituições de ensino superior passam a integrar a PUC-SP como agregadas e outras deixam a instituição. A situação só se estabiliza no final dos anos 1960, quando a PUC-SP entra na segunda fase de sua história (que se estende até meados dos anos 1980). Nessa época definiram-se quais as instituições que formariam a Universidade. Também por esse período, a PUC-SP começou a desenvolver aquela que seria sua essência: a qualidade acadêmica e a preocupação social. No final dos anos 1960, houve um endurecimento por parte do regime militar e teve início uma fase de violenta repressão aos opositores do governo. Cresceu também o antagonismo da PUC-SP a essa perda de liberdade, direitos e democracia. Em 1977 estudantes faziam um ato em frente ao Tuca para celebrar a realização do 3º Encontro Nacional de Es- 46 tudantes, que estava proibido pelos militares; os alunos comemoravam ainda a reorganização do movimento estudantil e da União Nacional dos Estudantes (UNE), que atuava na clandestinidade. Foi o estopim: tropas da Polícia Militar, chefiadas pessoalmente pelo Secretário de Segurança Pública Erasmo Dias, invadiram o campus Monte Alegre. Os policiais atiraram bombas sobre os manifestantes e prenderam professores, alunos e funcionários. A invasão causou inúmeros danos à Universidade. Mas foi na terceira fase de sua trajetória que a Universidade consolidou as características. Agravamse os problemas econômicos da instituição e a PUC-SP iniciou um processo de modernização de sua estrutura acadêmico-administrativa, em setembro de 2006. Hoje a PUC-SP está preparada para enfrentar os desafios atuais e futuros do ensino superior brasileiro. E numa posição privilegiada: O Ministério da Educação (MEC), em setembro de 2008, apontou a PUCSP como a melhor universidade particular de todo o Estado de São Paulo e a segunda melhor do Brasil. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor da PUC-SP - Dr. Dirceu de Mello A história da PUC de São Paulo começou com a criação de uma unidade isolada que foi a faculdade Paulista de Direito. Na primeira hora muitos professores lá do lago de São Francisco foram convidados para comporem o corpo docente. Esse primeiro momento teve uma participou muito grande daquele que hoje tem o nome muitíssimo respeitado e pertence a história da nossa universidade que é André Franco Montouro. Ele exerceu cargos políticos, foi senador e depois governador de São Paulo. Logo em seguida houve a fusão da faculdade Paulista de Direito com a faculdade de Filosofia São Bento, também de inspiração religiosa, e logo em seguida veio para cá a faculdade de Teologia. E então da reunião dessas três unidades é que surgiu a Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Durante todos estes anos eu destacaria vários episódios importantes, em primeiro lugar, a vocação democrata e transparente da nossa universidade. Basta que se diga que foi a primeira universidade privada que seguiu a deliberação de que os dirigentes, até o reitor, seriam escolhidos através do voto. A decisão é tomada por todos os seguimentos da universidade, ou seja, professores, funcionários e alunos. Esse é um fato que, definitivamente, coloca a PUC numa situação muito confortável do ponto de vista da vivência da democracia. Um outro fato que marcou na nossa história foi a época em que o país estava sendo governado por uma ditadura militar. Esse quadro cominou com um sacrifício muito grande para a nossa universidade que foi a invasão da PUC. Até mesmo no sofrimento imposto à alguns membros da nossa universidade. Nós passamos da barreira dos 60 anos, um caminho que acabou colocando a nossa universidade numa situação muito boa. Eu destacaria a última avaliação do Ministério da Educação. Entre as universidades privadas a PUC de São Paulo ficou como a segunda melhor do Brasil e a primeira do estado de São Paulo. Nossa receita é investir em tudo, investir em profissionais, em transparência, em observância dos princípios democráticos. Eu sempre digo que uma universidade como a nossa, e todas aquelas de natureza privada, precisa ser administrada com profissionalismo. A PUC é um pouco diferente porque não obstante privada ela tem alma de universidade pública. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 47 Unisalesiano Assessoria de Comunicação O Colégio Diocesano foi fundado em 1929, com o nome de Colégio São Luiz. Em 1931 foi instalada a Faculdade de Comércio de Lins, anexa ao Colégio. Em 1940, já sob a direção do Bispado de Cafelândia, foi adquirido pelo Bispo Diocesano, Dom Henrique Mourão, passando a denominar-se ginásio Diocesano de Lins. Para serem diretores, Dom Henrique convidou o Pe. Osvaldo Vieira de Andrade e Pe. José Nunes. No dia 18 de janeiro de 1942, a Diocese transferiu a Direção do Colégio para a Missão Salesiana de Mato Grosso, com sede em Campo Grande. Em 1950, o Colégio Diocesano de Lins passou a denominar-se Colégio Salesiano Dom Henrique e a Escola Técnica de Comércio chamou-se Escola Técnica de Comércio Salesiano Dom Henrique. Na época funcionavam os cursos de Primário, Ginasial, Colegial Científico e Técnico em Contabilidade. Em 1952 iniciou-se a construção da ala nova do Salesiano. Em 1972 foi fechado o Internato e os cursos Ginasial e Científico do Externato. Foram mantidos os cursos profissionalizantes de Técnico em Contabilidade e Técnico em Secretariado. O processo para a instalação de cursos de nível superior teve início no ano de 1969, mas somente em 1972 a Faculdade de Ciências Administrativas e Contábeis (FACAC) foi aprovada, com os cursos de Administração e Ciências Contábeis. No início de 1970 foi montado 48 o projeto para criação da Faculdade de Educação Física de Lins (FEFIL), sendo aprovada também no ano de 1972. Já criadas e funcionando regularmente, as Faculdades tiveram seus cursos reconhecidos pelo MEC. A FEFIL em 4 de novembro de 1975 e a FACAC em 21 de outubro de 1976. Em 1996, depois de longo período de consolidação, um novo cenário nacional exigiu uma progressiva qualificação dos professores e dirigentes das Faculdades Salesianas de Lins. A diretoria dessa época realizou um planejamento simples, mas necessário para que se pudesse introduzir junto ao MEC o projeto de as faculdades Salesianas de Lins se transformarem em Centro Universitário. Os Salesianos e Salesianas uniram-se, em 2005, na criação do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. O novo Centro Universitário integrou três antigas instituições: a FAL – Faculdade Auxilium de Filosofia, Ciências e Letras; a FSL – Faculdades Salesianas de Lins e a FCS – Faculdades Católicas Salesianas de Araçatuba. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor do Unisalesiano - Sede em Lins(SP) e Campus em Araçatuba (SP) - Pe. Paulo Fernando Vendrame - SDB A Criação do Centro Universitário católico Salesiano Auxilium - Unisalesiano - nasceu da idéia de estimular uma maior sinergia e competitividade na fusão de três tradicionais faculdades: FAL - Faculdade Auxilium de Lins; FCS - Faculdades Católicas de Araçatuba e FSL - Faculdades Salesianas de Lins. A instituição universitária mais antiga foi erigida em 1957, como Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras. Todas sob a égide do “Carisma Salesiano”, ou estilo Salesiano de educar. Alguns personagens tiveram destaques ao longo de nossa história: Dom Henrique César Fernandes Mourão - Bispo de Cafelândia (SP); Dom Henrique Gelain; Pe. Ariento Domenici; Profa. Elizabeth Guedes Chinalli; Profa. Maria de Lourdes Alencar Silva; Ir. Maria de Lourdes Barreto; estão entre os principais. O processo de Centro Universitário foi incentivado e iniciado pelo Prof. Dr. Pe. Afonso de Castro, que posteriormente foi seu primeiro Chanceler. A nossa meta é a formação integral de educadores, portadores dos valores cristãos e identidade salesiana. Os primeiros cursos de licenciatura que foram criados foram - Letras, pedagogia e filosofia. Posteriormente, em sociais aplicadas - Administração e Ciências contábeis - e nas áreas de saúde e engenharias, com destaque para fisioterapia e Terapia Ocupacional. Hoje enfrentamos dificuldades com as inúmeras mudanças implementadas pelo MEC, como os “mitos” de “padrão de qualidade”; Altíssimo nível de exigência institucional para alunos que o ensino médio público não preparou para a universidade; Concorrência que olha o ensino como mercadoria; Desigualdade de tratamento e preconceito do Ensino Superior Estatal em relação ao privado, entre outros. Para oferecer serviços de qualidade durante cinco décadas é preciso manter a proposta de educar com valores humanos; Cumprir as exigências de mercado; Enfrentar a crise financeira e investir em profissionais treinados em gestão das Instituições; Evangelizar e ensinar a cultura para alunos que se tornam agentes de transformação social; Possibilitar a síntese entre Ciência, cultura e Fé, e tudo à luz do Evangelho. A receita é ter entusiasmo ante os desafios; acreditar no presente que constrói futuro; Corpo de professores comprometidos com a Missão institucional; e, sobretudo acreditar no potencial dos jovens como promotores de uma sociedade mais humana e fraterna. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 49 Fundação Educacional Inaciana Pe.Sabóia de Medeiros Assessoria de Comunicação I mpregnado do espírito de Santo Inácio, o Pe. Roberto Sabóia de Medeiros, S.J., um homem de visão, culto e empreendedor, previu na década de 40 o grande desenvolvimento tecnológico que iria ocorrer no Brasil nos anos seguintes. Suas obras pioneiras tiveram início no ano de 1941 com a criação, em São Paulo, da primeira escola superior de Administração do país, a ESAN, Escola Superior de Administração de Negócios. Em 1945 o Pe. Sabóia instituiu a FCA, Fundação de Ciências Aplicadas, Instituição sem fins lucrativos e vinculada à Companhia de Jesus, para ser a mantenedora das escolas. No ano de 1946 ele funda a FEI – Faculdade de Engenharia Industrial, transferida no início dos anos 60 para São Bernardo do Campo, um grande pólo industrial da América Latina. Juntas, estas escolas foram responsáveis pela formação de aproximadamente 40 mil profissionais. Em março de 1999 outra instituição de ensino começou a funcionar em São Bernardo do Campo – a FCI, Faculdade de Informática. A partir de 2002 a FEI, a ESAN e a FCI passaram a compor o Centro Universitário da FEI, mantido pela Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros, a nova denominação da FCA. Em 2011 o Centro Universitário da FEI comemora 70 anos de história. O Centro Universitário da FEI tem a missão principal de proporcionar aos seus alunos a construção do conhecimento através dos meios necessários. Dentre os objetivos do Centro Universitário da FEI que dão suporte à concretização de sua missão, sobressaem: Estimular a reflexão, a criação intelectual e cultural e o desenvolvimento do espírito científico; Capacitar 50 profissionais nas diferentes áreas do conhecimento, em nível superior, aptos para a inserção em setores de trabalho, para participação no desenvolvimento da sociedade brasileira; Incentivar o trabalho de pesquisa e investigação científica e tecnológica, visando ao desenvolvimento da ciência e da tecnologia; Estimular o conhecimento dos problemas do mundo atual, em particular os nacionais e regionais e prestar serviços especializados à comunidade; Promover a extensão, aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios resultantes da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição; Praticar o intercâmbio e a cooperação com instituições educacionais, científicas e culturais tanto brasileiras como estrangeiras. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor do Centro Universitário da FEI - Prof. Dr. Marcio Rillo A FEI é resultado de um olhar jesuíta sobre o boom industrial na década de 1940. O Brasil entrava em uma grande fase de desenvolvimento, como a construção da Usina Siderúrgica de Volta Redonda, um marco nacional importante para as engenharias civil e metalurgista. Na época, a via Anchieta era um canteiro de obras e representava a ousadia e o arrojo da engenharia paulista. Era o prenúncio do boom industrial que aconteceu nos anos seguintes. Antenado com o movimento de indústrias que começavam a se instalar aqui, o padre jesuíta Roberto Sabóia de Medeiros notou a necessidade do mercado por profissionais especializados e fundou, em 1941, a ESAN (Escola Superior de Administração de Negócios), a primeira na América Latina na área. Não satisfeito, o visionário padre Sabóia foi mais longe e criou, cinco anos depois, a FEI (Faculdade de Engenharia Industrial), hoje um dos principais centros de formação de engenheiros do Brasil. Com o objetivo de formar administradores e engenheiros, com princípios cristãos, para a sociedade, as duas escolas concentraram por mais alguns anos as atividades no bairro da Liberdade, em São Paulo, o famoso bairro oriental da Capital paulista. Na década de 1950, a saúde econômica brasileira transformou o setor automobilístico no principal segmento da indústria. Com a instalação das principais montadoras e autopeças na região do ABC, a antiga Faculdade de Engenharia Industrial ganhou um novo campus, em São Bernardo do Campo, em um terreno doado pelo então prefeito da cidade, Lauro Gomes. Em 1968, a FEI criaria o primeiro curso de Engenharia Mecânica Automobilística do País, hoje um ícone na formação de profissionais para a nossa respeitada indústria automotiva. Com a fundação da Faculdade de Informática (FCI), em 1999, a instituição começava a se preparar para escrever uma nova página da sua história. Este momento importante foi em 2002, quando as marcas FEI, ESAN e FCI passaram a constituir o Centro Universitário da FEI, mantido pela Fundação Educacional Inaciana Pe. Sabóia de Medeiros. A FEI nasceu numa época de grande necessidade da indústria brasileira e totalmente vinculada à Companhia de Jesus e com a participação de experientes empresários da indústria paulista, um perfil mantido até hoje. A única receita de sucesso é o constante aprimoramento do padrão acadêmico e a manutenção firme da transmissão dos valores humanísticos. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 51 PUC-Campinas Assessoria de Comunicação A Igreja Católica considerava, em 1908, as faculdades de Filosofia um campo fecundo para a difusão de sua doutrina aos leigos. Nesse sentido, assim que as primeiras universidades brasileiras começaram a surgir, a Igreja decidiu também participar do processo. Em 7 de junho de 1941, a Diocese de Campinas adquiriu o casarão que pertencia ao Barão de Itapura, Joaquim Polycarpo Aranha, na rua Marechal Deodoro, 1099, Centro de Campinas. Nele instalou a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, a primeira das unidades de ensino superior das “Faculdades Campineiras”, como eram popularmente conhecidas as instituições que deram origem à atual PUC-Campinas. A iniciativa foi liderada pelo bispo D. Francisco de Campos Barreto e pelo Monsenhor Emílio José Salim. Dom Barreto queria, a princípio, uma Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras, mas não escondia ter em mente a criação de uma Universidade Católica para Campinas. À época, a Diocese administrava na cidade o Colégio Diocesano Santa Maria e a Academia de Comercio São Luis, ambos já extintos. O bispo de Campinas decidiu reunir esses núcleos de ensino e outros estabelecimentos existentes em sua Diocese sob a proteção de uma instituição maior. Para isso, Dom Barreto criou, em 20 de maio de 1941, a Sociedade Campineira de Educação e Instrução, tendo ao seu lado o cône- 52 go Emílio José Salim, diretor do Colégio Diocesano, e o padre Agnelo Rossi, que quase trinta anos depois seria um dos principais auxiliares do Papa como prefeito da Sagrada Congregação para Evangelização dos Povos. Na mesma época o cônego Salim já havia submetido ao Conselho Nacional de Educação a autorização para nove cursos para a faculdade: Filosofia, Geografia e História, Letras Neolatinas, Letras Clássicas, Letras Anglo-Germânicas, Matemática, Pedagogia, Ciências Políticas e Ciências Sociais, autorizados em 30 de setembro. Pouco depois, em dezembro do mesmo ano, a autorização do Curso Superior de Administração e Finanças serviria como embrião para a futura Faculdade de Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas que então surgia. Somente em 1955 a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras se tornou Universidade Católica de Campinas, reconhecida pelo Conselho Federal de Educação. O título de Pontifícia foi conquistado 17 anos depois, concedido pelo Papa Paulo VI em 1972. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição Reitor da PUC-Campinas - Pe. Wilson Denadai A PUC-Campinas foi a primeira Universidade instituída fora da cidade de São Paulo e foi uma grande contribuição para a interiorização do ensino superior no país. Em 15 de agosto de 1955 as Faculdades Campineiras foram transformadas em Universidade. Já, em 1956, a Santa Sé outorgou o reconhecimento canônico, passando a denominá-la como Universidade Católica de Campinas. Em 8 de setembro 1972, o Papa Paulo VI eleva a Universidade à categoria de “Universidade Pontifícia”, passando a denominar-se Pontifícia Universidade Católica de Campinas – a quarta do país. Outro momento, marcante para a Universidade, foi em 1977, quando a PUC-Campinas adquiriu o Hospital Celso Pierro, então em fase de construção. Em 1978 foi construído o Campus II, localizado na região Noroeste da cidade de Campinas. Essa região é uma das mais carentes da cidade e a PUC-Campinas passou a atender essa população. Em 1985 foi atingida a marca de 100 mil alunos formados. Mas também passamos por momentos difíceis. A década de 1980 foi de grandes transformações sociais e econômicas. Nessa época havia uma grande movimentação estudantil por todos os campi de universidades do Brasil, inclusive na PUC-Campinas, que passou por várias greves e uma invasão de sua reitoria. Neste momento, foi necessário redescobrir a identidade da PUC-Campinas como instituição católica e comunitária de ensino superior. Outro período marcante foi entre os anos de 1968, 1969 e 1970, quando a suspensão dos direitos políticos em massa resulta em protestos e manifestações. Na PUCCampinas não foi diferente, alunos e professores de nossa Universidade tomavam as ruas da cidade em passeatas de protesto contra o regime a repressão e os rumos que o governo queria dar à educação superior. Hoje nós já estamos nos preparando para as comemorações dos 70 anos. Não acredito em receitas prontas para uma Instituição de Ensino Superior ter mais longevidade. O que existe é um empenho e a dedicação de um grupo de pessoas imbuído do mesmo desejo e norteado pela missão da Universidade em zelar pela melhoria constante e sustentável das suas atividades. Contando com professores cada vez mais capacitados, infra-estrutura atualizada e com constante avaliação do conteúdo pedagógico dos cursos. A PUC-Campinas é um espaço de construção conjunta do saber que incentiva uma formação de excelência para o exercício da profissão escolhida. Informativa - Revista ANEC | mais de meio século de tradição 53 53 artigo 54 Informativa - Revista ANEC | artigo Informativa - Revista ANEC | artigo 55 educação superior Duas iniciativas da universidade que investe em cultura Oficinade Notícias Ltda - Assessoria de Imprensa FAFIRE 56 Informativa - Revista ANEC | educação superior C afé com leitura. Esta mistura integra duas iniciativas sociais da universidade Faferi, Faculdade Franssinetti do Recife. A primeira é uma combinação de temas e aromas que promete esquentar a programação de eventos do Recife neste ano. O Nupic - Núcleo de Pesquisa e Iniciação Científica da Fafire - lançou uma série de encontros temáticos, chamados de Café Cultural. Casando com o tema acadêmico deste ano na faculdade, que tem a Cultura como foco das atenções, a meta é discutir questões como a produção cultural do Recife, imprensa e memória, gestão da cultura, turismo, patrimônio, gastronomia, educação, diversidade cultural, ética nas empresas, indústria cultural, entre outros. Para o primeiro debate: “Produção Cultural no Recife” com as presenças do produtor Roger de Renor e do antropólogo Roberto Azoubel, mediados pelo músico e escritor Silvério Pessoa. Silvério, inclusive, deverá lançar - no Café Cultural – seu primeiro livro, resultado da coletânea de textos de seu blog (http://silverioblog.blogspot. com). O evento inaugural aconteceu no auditório da Pós-Graduação da faculdade. E o formato do Café Cultural também inova. Deve se realizar, pelo menos, uma vez por mês e de modo informal. Público e debatedores sentam em mesas, servidos de café e muito apetite nas discussões, podendo intervir a qualquer tempo, em uma proposta de diálogos horizontais sobre variadas temáticas contemporâneas. Os encontros também são oportunidade para lançamentos de livros, cds, workshops, apresentações culturais em geral e a entrega do Prêmio Cultural Paula Frassinetti. O segundo encontro vai unir o diretor do Jornal do Commércio, jornalista Ivanildo Sampaio, e a diretora do Museu da Cidade do Recife, Betânia Correa. Eles vão conversar sobre “Fotografias do Recife: Imprensa, Memória e Cultura.” Já a segunda iniciativa é a alfabetização de crianças do bairro do Coque por meio de contação de histórias. Este é o projeto desenvolvido por parceria entre o capelão da Fafire, Aloísio Fragoso, e a aluna do terceiro período Informativa - Revista ANEC | educação superior do curso de Pedagogia, Maria Betânia do Nascimento. Criada há três anos, a Biblioteca Popular do Coque atende uma média de 30 crianças, diariamente. O projeto também tem participação do NEIMFA, Movimento Arrebentando Barreiras Invisíveis (MABI) - formado por grupo de jovens da comunidade e UFPE. Inicialmente, apenas as crianças da rua onde está localizada a biblioteca freqüentavam o espaço. Hoje, muitas vindas de outras vias, no entorno, também participam do projeto, que conta com voluntários das mais variadas áreas, como jornalistas e moradores do bairro. A doação de livros e aluguel do espaço para o funcionamento do espaço foram intermediados pelo Frei Aloísio. Segundo Maria Betânia, que também tem no curriculum um curso básico de bibliotecária, foi necessário um longo trabalho para convencer as crianças a frequentarem a biblioteca. “Tomamos como ponto de partida a contação de histórias e a alfabetização para tornar a leitura um hábito prazeroso”, destacou. 57 educação superior Faculdade de Teologia completa 40 anos Ana Paula Acauan - Repórter PUCRS A Faculdade de Teologia da PUCRS completou 40 anos de funcionamento em março com uma missa celebrada na Igreja Universitária Cristo Mestre pelo Arcebispo Metropolitano e Chanceler da Universidade, Dom Dadeus Grings, um dos seus 17 exprofessores que se tornaram bispos, assim como Dom Cláudio Hummes. São 15 diplomados nessa função e 650 padres. O diretor da Faculdade, padre Leandro Chiarello, destaca o papel da Instituição na formação de sacerdotes, religiosos, agentes de pastoral e leigos. Há atualmente 118 alunos na graduação e 32 na pós-graduação, além de cerca de 500 matriculados em cursos de extensão. Ao longo dos 40 anos, 819 pessoas concluíram a graduação e 89 o Mestrado em Teologia (credenciado pelo Ministério da Educação em 1997). São oferecidas ainda as especializações em Ensino Religioso, Espaço Litúrgico e Arte Sacra, Pastoral Urbana e Processo Matrimonial Canônico. O Rio Grande do Sul conta com estudos em Teologia desde 1850. O Conselho Universitário da PUCRS criou o Curso Superior de Religião em 1953, com a duração de três anos. Abrigou ainda o Instituto de Ciências Religiosas – Instituto Deus Sapientia de 1962 a 1968. O ambiente estava preparado para o Instituto de Teologia e Ciências Religiosas. A criação foi solicitada pelo Arcebispo Dom Vicente Scherer, que representava os anseios dos religiosos do Estado. Em 2000 o nome passou a ser Faculdade de Teologia. O Reitor da PUC-Rio, padre Jesus Hortal Sánchez, diretor do então Instituto da PUCRS de 1981 a 1985 (e professor a partir de 1979), acredita que nenhum outro centro tem tantos bispos entre seus exdocentes. Como diretor da Fateo, seu desafio foi reforçar a graduação, já que se multiplicavam os centros de formação de dioceses e instituições religiosas. “Na minha visão nem sempre ofereciam cursos de qualidade.” Outra tarefa de padre Hortal foi atender um público diversificado. “No meu tempo havia a tendência de leigos também procurarem o curso, o que impunha uma mudança no ensino.” Aluno de 1969 a 1972, professor durante 29 anos e diretor de 1988 a 1995, o bispo Zeno Hastenteufel, da Diocese de Novo Hamburgo, sempre deu muito destaque à presença de leigos e mulheres nos grupos de alunos da Fateo. “Os padres que saíam da PUCRS eram mais polidos, tinham aprendido a conviver com leigos e mulheres”, comenta. Dom Zeno Hastenteufel: alinhado aos novos tempos Crédito: Gilson de Oliveira _______________________________ Matéria publicada na Revista PUCRS Informação, edição nº 144 58 Informativa - Revista ANEC | educação superior Voluntários realizam 5 mil atendimentos gratuitos Assessoria de Comunicação – Ascom/Unipê U ma ação de cidadania e compromisso social. Quatrocentos voluntários do Centro Universitário de João Pessoa (UNIPÊ) saíram da sala de aula e realizaram, no dia 25 de abril, 5.830 atendimentos gratuitos em cinco bairros da Capital paraibana, durante a 5ª Ação Social UNIPÊ. Foram oferecidos à população mais de 40 serviços em diversas áreas e atividades voltadas para crianças, jovens, adultos e idosos. Durante quatro horas e meia, alunos e professores fizeram teste de glicemia, exame auditivo, oficinas de pintura, avaliação física e postural, escovação, aplicação de flúor, verificação de pressão e ainda deram orientações jurídicas e trabalhistas à população de baixa renda. Houve, ainda, vacina contra rubéola e sarampo. Além disso, aconteceram outras atividades como ginástica aeróbica, vôlei de praia, futebol e capoeira. Durante o evento, houve também a 2ª Corrida das Praias, a 1ª Travessia de Natação e o Campeonato de Patins. Voluntários atenderam, simultaneamente, das 7h30 às 12h00, no Parque Solon de Lucena, no Centro de João Pessoa; no Busto de Tamandaré, em Tambaú, orla marítima da Capital; na Praça de Skate, no bairro de Manaíra e, ainda, nos bairros Bancários e Mangabeira, localizados na zona Sul da cidade. O agricultor Miguel Veras, 57 anos, morador do bairro São José, na Capital, disse que não tem tempo de visitar um posto de saúde e aproveitou a Ação do UNIPÊ para fazer alguns exames preventivos. “Achei ótimo! E o melhor é que é tudo de graça”, revelou. “O voluntariado é um gesto de amor ao próximo. Por isso, essa Ação é tão importante. Além disso, estaremos mais preparados para o mercado de trabalho. Pois, colocamos em prática o que aprende- Informativa - Revista ANEC | educação superior mos na sala de aula”, ressaltou a aluna do 7º período do curso de Ciências Contábeis, Cátia Coelli Nascimento da Cunha Lima. Compromisso com a sociedade Foram oferecidos vários serviços como oficinas em administração, pintura, computação, economia, moda e até direito. Atendimento médico e vários testes como de visão, audição e pressão. Além da avaliação de dentistas, psicólogos e até fonoaudiólogos. “Esta foi a 5ª Ação Social UNIPÊ e já realizamos mais de 25 mil atendimentos durante as edições desse projeto. Com isso, o Unipê reafirma seu compromisso com a sociedade”, ressaltou o reitor do UNIPÊ, professor José Loureiro Lopes. 59 educação superior PUC-Rio: tutorial de robótica recebe atenção internacional Renata Ratton Tutorial lançado pela RioBotz/PUC-Rio está sendo considerado o texto mais completo da categoria competição/combate de robótica. 60 Informativa - Revista ANEC | educação superior “A repercussão foi tão intensa que a Servo Magazine, uma das mais famosas revistas sobre robótica, resolveu preparar uma série resumindo o tutorial – a primeira reportagem já foi publicada” Robô Lacraia - Laboratório de robótica Crédito: Gisele Leitão / Jornal da PUC. N unca na história das disputas de guerra de robôs, uma equipe teve tantos ‘competidores mecatrônicos’ em primeiro lugar no ranking mundial como a RioBotz / PUC-Rio. Mas ter se sagrado campeão em 18 competições nacionais e ter conquistado quatro medalhas de ouro, uma de prata e outra de bronze no mundial RoboGames não foi suficiente para o coordenador da equipe formada por alunos de Engenharia de Controle e Automação, professor Marco Antonio Meggiolaro. Em março deste ano, Meggiolaro publicou na internet a versão em inglês do Tutorial da RioBotz, um livro com 367 páginas e 895 figuras contendo, de forma didática, o princípio de construção dos robôs. O tutorial fala, ainda, sobre a história das competições, princípios de projeto, materiais, elementos de fixação (parafusos, soldas), motores (elétricos, pneumáticos, hidráulicos e à combustão), eletrônica, baterias, procedimentos nas disputas, entre outros tópicos. Além disso, os robôs de combate de todas as categorias de peso projetados e construídos pela RioBotz, até 2008, estão detalhadamente descritos, informa Meggiolaro. “Isso inclui Touro (54kg, peso médio), Touro Light (27kg, peso leve), Touro Feather (13,6kg, peso pena), Tourinho (5,5kg, peso hobby) e Mini Touro (1,3kg, peso beetle)”, enumera, entre outros. Disponibilizada gratuitamente, a versão em inglês teve 4000 downloads no primeiro mês, no mundo todo (a versão em português, um pouco mais antiga, já teve mais de 20 mil). A repercussão foi tão intensa que a Servo Magazine, uma das mais famosas revistas sobre robótica, resolveu preparar uma série resumindo o tutorial – a primeira reportagem já foi publicada. Informativa - Revista ANEC | educação superior Como o show não pode parar, a RioBotz segue em junho para San Francisco, onde irá participar da próxima edição da RoboGames (de 12 a 15). Na bagagem, toda a família Touro, que competirá nos combates de robôs, além de dois robôs autônomos inteligentes, que competirão na categoria de sumô robótico (um deles, o atual campeão brasileiro pela liga RoboCore). “Levaremos também uma novidade, o Touro Maximus, de 100kg, o primeiro robô brasileiro da categoria pesopesado, a mais prestigiada do mundo”, finaliza Meggiolaro. 61 educação superior Universidade Católica de Brasília Sonho da universidade, utopia com endereço Da Diretoria de Comunicação e Marketing da UCB-DF _______________________________ MEm abril de 1995, o informativo da Católica divulgou o dia da Instalação solene da Universidade Católica de Brasília 62 Informativa - Revista ANEC | educação superior A Universidade Católica de Brasília - UCB está às vésperas de completar 15 anos e vive momento propício para relembrar histórias de quem a fez, viveu e ainda a sonha. C onstruir uma universidade do mesmo porte ou maior que a federal. Utopia? Com esse propósito, um grupo de diretores de colégios católicos de Brasília, tendo à frente o então presidente da Associação dos Estabelecimentos Particulares de Ensino de Brasília, Pe. José Teixeira da Costa Nazareth, mobilizou-se para criar a União Brasiliense de Educação e Cultura (UBEC), mantenedora da hoje Universidade Católica de Brasília. Ao “abrir as portas”, em 1974, a então Faculdade Católica de Ciências Humanas (FCCH) oferecia o curso de Economia no Colégio Sagrado Coração de Maria; Administração, no Colégio La Salle (906 Sul) e Pedagogia, no Marista Champagnat. O prof. Nazareth foi o primeiro diretor da FCCH, que começou com 440 estudantes e, no ano seguinte, esse número dobrou. A FCCH começou a funcionar no mesmo ano em que a Universidade de Brasília completava os seus 14 anos. Já em 1980, a FCCH passou a ser FICB, Faculdades Integradas Católica de Brasília, com as unidades de ensino da Faculdade Católica de Ciências Humanas, Faculdade Católica de Tecnologia e Faculdade (Centro) de Educação. A diretora geral, Irmã Querubina Silva, da Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, teve na sua gestão uma grande conquista: a definição do projeto de construção no terreno adquirido em Taguatinga. Em 1988, já onde é o Campus I, o Pe. Décio Batista Teixeira passou a ser diretor geral da FICB. Com sua diretoria, criou condições para a transformação das faculdades integradas em universidade. Informativa - Revista ANEC | educação superior Em 28 de dezembro de 1994, o utópico sonho de se construir uma universidade é formalmente reconhecido pelo Ministro da Educação e Desporto da época, Murilo Hingel. O dia 23 de março de 1995 foi escolhido para a grande festa de inauguração da Universidade Católica de Brasília, que contou com a presença do então Governador do Distrito Federal, Cristóvam Buarque, e teve como mestre de cerimônia o jornalista Alexandre Garcia. A edição do Jornal da Católica de 25 de abril de 1995 mostrou o impacto da solenidade: “Pe. Décio Batista Teixeira foi aplaudido por vários minutos, o que demonstrou a alegria de diretores, professores, alunos e funcionários”. Na época, a nascente Universidade já dispunha de 377 professores, 6.990 alunos e 488 funcionários administrativos. 63 educação superior “Foi difícil, mas foi possível; e hoje estamos trabalhando e sempre pensando no melhor futuro de todos” Vários cursos da UCB tiveram início naqueles primeiros cinco anos como: Direito, Relações Internacionais, Engenharia Ambiental, Química, Matemática, Física, Biologia, Comunicação Social, Ciências Contábeis, Fisioterapia, Nutrição, Psicologia e Odontologia. Mas também houve avanços na criação do Ensino a Distância e na Pós-Graduação, que recebeu o inaugurado Campus II, e viu nascerem os Mestrados em Economia de Empresa e em Informática. O Professor Diogo Santana, hoje, coordenador do Projeto Ciranda, lembra o papel importante desempenhado pela Católica na promoção social. “Sempre foi uma visibilidade para a Universidade; mesmo antes de ser reconhecida, a Católica já chamava a atenção pelos grandes projetos sociais desenvolvidos.” 64 Nas férias de janeiro, em 1997, o Professor Diogo se lembra do susto que teve ao receber uma ligação do Padre Décio Batista Teixeira, convocando-o para uma atividade solene: a Católica receberia a visita de Ruth Cardoso, então primeira-dama. “Foi uma surpresa, toda a Universidade se preparou para recebê-la, isso mexeu com todos”. A visita foi para marcar a parceria feita pela UCB e a ONG Alfabetização Solidária, cujo trabalho era voltado para a alfabetização de adultos. Ruth Cardoso encontrou uma turma de formandos da cidade de Itapororoca, na Paraíba, e teve um bate-papo com todos do Projeto. Deliene Lopes, hoje professora do Curso de Pedagogia, graduouse no ano de 1996 e logo após, já começou sua pós-graduação na própria instituição. “Meu processo de formação foi todo feito aqui; hoje trabalho aqui; meu marido trabalhou aqui também; e minhas amigas que se formaram comigo, também estão na casa”. Ela fica feliz em saber que construiu uma família dentro da UCB. “Foi difícil, mas foi possível; e hoje estamos trabalhando e sempre pensando no melhor futuro de todos”, comenta o professor Nazareth. Ele o diz depois de relatar os obstáculos enfrentados, desde quando era diretor geral da FCCH: as dificuldades de fazer um campus com estrutura de universidade e as mudanças no quadro docente e até discente. Em sua opinião, os estudantes estão mais conscientes em relação ao mundo e aos fatos do cotidiano. “Reparei num garoto que iria jogar uma bolinha de papel no chão, mas parece que ele notou Informativa - Revista ANEC | educação superior “Não se torna uma universidade, se conquista” que o lugar em que se encontrava estava tão limpo, que era uma falta de respeito o que ele pensou em fazer; assim foi e o jogou no lixo”, diz o professor Nazareth, vigilante. Por que UCB e não PUC? “PUC (Pontifícia Universidade Católica) seria se a Universidade fosse diretamente relacionada ao Papa, ao Pontífice, uma honraria que pode limitar a autonomia”, explica o prof. José Teixeira da Costa Nazareth. “Mas isso não quer dizer que, por não ser PUC, é diminuído o respeito e a obediência às orientações do Arcebispo de Brasília e do Papa”, diz. Cabelos brancos, fala mansa, simplicidade. Interrogado sobre as comemorações da “virada” de faculdade para universidade, que aconteceu formalmente no dia 23 de março de 1995, o secretário geral da UCB, prof. José Teixeira da Costa Nazareth, reage à expressão informal e imprecisa: “Não há propriamente uma ‘virada’; há todo um processo e acompanhamento. Não se torna uma universidade, se conquista”. Juntamente com a professora Maria Carmem Côrtes Magalhães, o prof. Nazareth é um guardião da história da UCB que, para ele, é matéria não só de lembrar, mas também de sonhar. Protagonista do passado e um ícone no presente, o prof. Nazareth tem planos para o futuro. “Em 2020, no seu Jubileu de Prata, a UCB será reconhecida na extensão, na pesquisa e no ensino indissociavelmente comprometidos com o desenvolvimento sustentável e com a justiça social”. Informativa - Revista ANEC | educação superior Professor Nazareth: memória viva 65 educação superior Projeto da UCDB atende população do Bairro Aero Rancho Silvia Tada A Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) de Campo Grande, além de garantir a qualidade da formação dos acadêmicos, destaca-se por seu compromisso social no desenvolvimento de ações de cunho comunitário. Um deles é desenvolvido semanalmente no Parque Ayrton Senna, no Bairro Aero Rancho, em Campo Grande. O bairro é um dos mais populosos da Capital, com uma população aproximada de 71 mil pessoas, divididos em sete setores. O público atendido é formado por pessoas de baixa renda e considerados vulneráveis socialmente, como crianças, jovens, mulheres e idosos. Professores e acadêmicos participam do Projeto Comunitário de Esporte e Lazer (PCEL), uma das inúmeras atividades da Católica ligadas à Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários. O projeto começou a ser desenvolvido em 2002 e, desde então, ampliou as modalidades oferecidas, o número de pessoas atendidas e a freqüência dos atendimentos e, em 2003, por exemplo, dois docentes e doze acadêmicos participantes beneficiaram cerca de 1,2 mil pessoas. Em 2005, o número subiu para 22,5 mil atendimentos, feitos por quatro professores e 30 acadêmicos. Em 2008, os atendimentos atingiram a expressiva marca de 88,7 mil pessoas que participam de atividades como ginástica e caminhada orientada, avaliação física, futsal, voleibol, basquetebol, natação infantil e natação adulto, hidroginástica e grupo Ativa Idade. Entendido a partir de uma perspectiva ampla, o Projeto configurase em grande ação no campo de lazer e prática de esportes. Após cinco anos de funcionamento, tornou-se referência por seu atendimento de qualidade e por apresentar uma equipe consolidada de professo- 66 Informativa - Revista ANEC | educação superior res e acadêmicos dos cursos de Educação Física e Serviço Social. A ideia é que os cursos de Pedagogia, Biologia e outros possam participar do Projeto. No âmbito acadêmico, o Projeto Comunitário de Esporte e Lazer (PCEL) visa estabelecer uma política de extensão, integrando ações que até então ocorriam de maneira isolada. Essa política permite que as inter-relações entre ensino, pesquisa e extensão sejam mais enfatizadas, o que repercute tanto nos conhecimentos desenvolvidos em sala de aula quanto na produção científica discente e docente e também na melhoria das ações no âmbito das comunidades parceiras. O trabalho desenvolvido no Parque Ayrton Senna é tema de um livro que será publicado pelo professor Felipe Soligo Barbosa, responsável pelo projeto, em conjunto com a professora Luciane Coelho Rabel e os acadêmicos Joyce Samudio e Julio Arani, do curso de Educação Física. A publicação é resultado da pesquisa intitulada “Impactos das políticas públicas de lazer no bairro Aero Rancho em Campo Grande, MS”, financiada pelo Ministério do Esporte/Rede CEDES e executado pelos acadêmicos sob orientação dos referidos professores. A pesquisa analisou as relações existentes entre as ações realizadas no Parque com as estruturas de uma política de lazer, mais especificamente nos eixos de uma política de animação e de uma política de formação e desenvolvimento de pessoal com o intuito de fornecer subsídios para a formulação de políticas de lazer na cidade, entendendo o lazer como um direito garantido pela Constituição. A professora Salette Marinho de Sá, responsável geral pelos projetos comunitários, ressalta Informativa - Revista ANEC | educação superior 67 educação superior que o PCEL é o maior projeto da UCDB e destaca sua importância: “O projeto de Esporte e Lazer registra um número representativo de pessoas atendidas, tornando-se referência por seu atendimento de qualidade e por apresentar uma equipe consolidada de professores e acadêmicos extensionistas que buscam propiciar vivências de lazer em seu conteúdo físico esportivo. É válido destacar ainda que aliando-se a melhoria da qualidade de vida da população, temos a efetividade da extensão universitária em dois importantes aspectos: qualidade acadêmica científica e compromisso social, relacionando temas sociopolíticos e culturais com processos educativos. Dessa forma, o PCEL favorece o desenvolvimento de novas práticas e experiências pedagógicas, considerando o acadêmico como principal sujeito no intercâmbio com a sociedade, na perspectiva de dinamizar uma ação transformadora e participativa de caráter interdisciplinar”. EXTENSÃO Como universidade comunitária, nós temos um perfil de aproximação com a comunidade e com as demandas societárias. A Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9.394/96) prevê, em seu artigo 43, que a educação superior deve “promover a extensão aberta à participação da população, visando à difusão das conquistas e benefícios da criação cultural e da pesquisa científica e tecnológica geradas na instituição”. Dessa forma, “compreendemos que a Universidade pode ter um papel fundamental na construção de políticas públicas e na transformação social.”, afirmou a Pró-Reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, professora Dra. Luciane Pinho de Almeida, ao falar dos projetos desenvolvidos pela UCDB. 68 Informativa - Revista ANEC | educação superior A Católica desenvolve programas e projetos voltados para o comprometimento com a construção da cidadania por meio não só da execução de serviços e atividades focalizadas de atendimento à população, como também da ação recíproca entre a comunidade e a universidade. Os trabalhos são desenvolvidos por acadêmicos e orientados por professores. “A partir do momento em que o aluno sai em atividade extra-sala, ele tem um ganho excepcional. Temos visto que os acadêmicos saem prontos para o mundo real, para realmente exercerem sua atividade dentro de seu contexto profissional, sem sonhos, sem fantasias do que ele vai encontrar na sociedade”, destacou. A PróReitora ainda acrescenta que há o ganho educativo e de formação e um acréscimo no currículo. “O que aprendeu em sala de aula, ele realmente vai concretizar em ações para a população”. PUCPR investe em laboratório de engenharia Elétrica Assessoria de Comunicação da APC Parceria entre a Universidade e empresa de telecomunicações possibilita aos alunos desenvolvimento profissional e experiência de mercado. A PUCPR está disponibilizando o Laboratório NGN (Next Generation Networks) aos alunos da Universidade. Este novo laboratório conta com equipamentos de última geração, que possibilitam ao aluno maior conhecimento técnico na área, tornando-se um dos principais laboratórios para os alunos do Curso de Engenharia Elétrica-Telecomunicações. O laboratório funciona com o apoio da empresa de telecomunicações Genband. Essa empresa, instalada desde agosto do ano passado no parque tecnológico da PUCPR, proporciona aos alunos uma maior integração com o mercado de trabalho. “A parceria entre a PUCPR e a Genband estabelece uma relação mercadológica e científica, oferece estrutura e conhecimento para complementação acadêmica”, disse o diretor da Genband, Eduardo Serman. De acordo com diretor do curso de Engenharia Elétrica-Telecomunicações da PUCPR, Ricardo Nabhen, o novo laboratório NGN representa um importante diferencial do curso, com benefícios sem precedentes para a formação dos alunos. “Além das aulas práticas das disciplinas de Comutação e Tráfego e Engenharia de Tráfego do curso, serão desenvolvidos oficinas e experimentos de laboratórios, onde os alunos poderão contar com o apoio da equipe de engenharia da Genband para o desenvolvimento de seus trabalhos”, destacou. Os novos equipamentos de telecomunicações NGN diminuem custos de transmissão. O diferencial está no leque maior de soluções em telefonia (solução trunking e maior rede de acesso). O laboratório tem a capacidade de simular situações reais do setor e os alunos podem desenvolver novas facilidades e novos projetos com as demandas do mercado. Helington Marques, gerente da área de Sistem test da Genband, Informativa - Revista ANEC | educação superior enfatiza que é possível o desenvolvimento de estudos e projetos conjuntos supervisionados pela equipe de engenheiros e técnicos da empresa. Novos equipamentos estão previstos para o próximo mês. Esses vão permitir testes de redes móveis, mais um diferencial para o curso da PUCPR. Atualmente três estagiários do curso de Engenharia Elétrica estão trabalhando na Genband nesse novo laboratório. Raphael Kishino, Rodolfo Barbosa de Siqueira e Edney Fernandes Schinzel. Para eles é uma oportunidade de colocar em prática os conhecimentos adquiridos nas aulas teóricas da universidade. 69 educação superior FSDB define projetos de articulação entre ensino e extensão Assessoria de Comunicação e Marketing da FSDB A “Queremos evitar, falando especificamente da produção científica, aquela situação que ocorre quando você vai na comunidade, pega os dados e não volta nunca mais. Quando você faz isso, você não dialoga com a comunidade e não dá permanência a nenhum tipo de trabalho” Cristiane Manique Faculdade Salesiana Dom Bosco (FSDB) concluiu, na segunda quinzena de maio, a seleção de seus projetos de articulação entre ensino, pesquisa, extensão e ações comunitárias. No total, foram escolhidos três projetos, que serão desenvolvidos na Zona Leste de Manaus pelos próximos dois anos. A professora coordenadora do Programa de Iniciação Científica da Faculdade Salesiana, Cristiane Manique, contou que as orientações do programa têm o objetivo de “amarrar”, nas mesmas atividades, o tripé ensino-pesquisa-extensão que caracteriza uma instituição de Ensino Superior. “Queremos evitar, falando especificamente da produção científica, aquela situação que ocorre quando você vai na comunidade, pega os dados e não volta nunca mais. Quando você faz isso, você não dialoga com a comunidade e não dá permanência a nenhum tipo de trabalho”, explicou Cristiane. Os projetos foram submetidos à análise e parecer técnico do Comitê de Articulação entre Ensino, Pesquisa, Extensão e Ações Comunitárias que deu o parecer final. O grupo de avaliação é formado por membros das três vice-diretorias da FSDB e pelos coordenadores de curso. Conhecendo a Zona Leste A Zona Leste de Manaus tem cerca de 500 mil habitantes, é a região mais populosa da cidade e possui o maior colégio eleitoral da capital. Por muito tempo, a Zona Leste teve os piores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) de Manaus e ficou marcada nas últimas duas décadas pelos baixos índices sociais – o analfabetismo, a mortalidade infantil e a violência sempre foram muitas al- 70 Informativa - Revista ANEC | educação superior tas nesta região. Esta situação mudou apenas recentemente, com o surgimento de conjuntos habitacionais e novos bairros na porção Norte de Manaus. Vínculo antigo A opção por desenvolver projetos de iniciação científica na Zona Leste advém do fato de que a Faculdade Salesiana constrói, atualmente, sua nova sede no bairro do Zumbi, na entrada daquela região. Desde o início de 2009, a FSDB também abriu, naquela área, um novo pólo de seus cursos de Língua Estrangeira, além de manter há pelos menos dois anos projetos de extensão e a realização de ações sociais naquele local. Conheça os três projetos aprovados na FSDB Conheça os três projetos aprovados na Faculdade Sale- siana. Todos vão receber incentivos por vinte e quatro meses e aquele projeto que apresentar bons resultados pode ser renovado sem necessidade de participação em próximos editais. Todos prevêem etapas de pesquisa para identificação de demandas e, posteriormente, do Zumbi – Manaus”; este projeto tem o objetivo de trabalhar, junto às organizações sociais como associações comunitárias, escolas e igrejas, oficinas e seminários sobre relações de gênero, movimentos sociais e políticas públicas. ações de intervenção social no bairro do Zumbi. 3. Projeto “Capacitar”: Elaborado por professores do curso de Administração da Faculdade Salesiana, tem o objetivo de promover cursos de profissionalização, auxiliando na capacitação profissional dos moradores do bairro do Zumbi e sua posterior inserção no mercado de trabalho. 1. Projeto “Cuore: Educação Ambiental e Desenvolvimento Sustentável”: tem o objetivo de propor ações de cunho ambiental como promoção de campanhas de educação ambiental, realização de cursos de geração de renda de forma sustentável e incentivo à participação em projetos de manutenção de recursos naturais como fauna, flora e água. 2. Projeto “Educar para a Vida: Educação e Cidadania no bairro Informativa - Revista ANEC | educação superior 71 educação básica Centro Educacional Agostiniano abre Ano Jubilar Ir. Rita Cola - Diretora Centro Educacional Agostiniano E m agosto de 2008, o Centro Educacional Agostiniano deu abertura ao seu ANO JUBILAR. Uma programação que irá se estender ao longo de 2009 e envolver os personagens principais dessa história: Irmãs Missionárias Agostinianas Recoletas, alunos, professores, colaboradores, familiares e ex-alunos. Na verdade, a escola teve sua origem no ano de 1956 em Colatina, no Norte do Estado, com o nome de “Educandário Nossa Senhora da Consolação”. No fim do ano de 1959, chegou à Vitória, a capital, e foi estabelecido em um prédio adaptado na Rua José de Anchieta, 110. No ano de 1963, vencendo desafios e superando as dificuldades, foram criados os cursos de pré-escola e o ginasial, como era conhecido. Nessa época, a escola passou a se chamar Ginásio Agostiniano “Nossa Senhora da Consolação”. O curso primário funcionava na Avenida República, e o ginasial, no antigo Convento São Francisco. Em 1974 a escola recebe o nome de Centro Educacional Agostiniano e, em 1977, inaugura sua sede própria e definitiva, na Rua Thiers Veloso, 125, Centro, Vitória/ES. A partir de 2006, com aprovação do MEC, começamos nossa primeira turma de Ensino Médio, que concluiu o curso no ano de 2008, com brilhantes resultados nos vestibulares de 2009: 94% de aprovação na primeira fase dos vestibulares das Universidades Federais do Espírito Santo e Rio de Janeiro, 92% de aprovação na primeira fase do VEST UFES e 100% de aprovação nas Faculdades Particulares. Destacamos ainda o êxito do aluno Álvaro Vinicius Dias Batista, que alcançou 100 pontos da redação do 72 Informativa - Revista ANEC | educação básica ENEM de 2009. Além dos “treineiros”, que obtiveram aprovação nos vestibulares particulares e federais. Aproveitamos a oportunidade desta revista para agradecer a Deus e parabenizar toda a família Agostiniana por esta conquista em tempos áureos de nossa história. Colégio Marista de São Pedro De olho no futuro Fernanda Laguna - Assessoria de Comunicação e Marketing A judar os jovens na busca pela profissão é o objetivo do projeto Orientação Profissional no Ensino Médio, desenvolvido pelo Serviço de Orientação Educacional (SOE) do Colégio Marista São Pedro. A palestra sobre auto-conhecimento, conhecimento das profissões e mercado de trabalho foi ministrada pela Divisão de Orientação Educacional e Profissional da Ulbra (DOEP), que desenvolve este trabalho há 15 anos. Na oportunidade, os alunos puderam realizar testes para captar suas habilidades e interesses profissionais. De acordo com Katiuscia Raimundo, pedagoga da Ulbra, o projeto de orientação profissional é fundamental para evitar decepções na hora da escolha do curso “mostrar o que é a profissão e suas exigências evita que o jovem tenha uma visão ilusória e equivocada do que pretende seguir” salienta Raimundo. Segundo a orientadora educacional, Simone Martins, a escola é mais um espaço onde os alunos podem buscar informações sobre a melhor escolha para o futuro no mercado de trabalho. “Quanto mais informado e seguro o aluno estiver, maiores são as chances de acerto na escolha profissional” garante Martins. Durante todo o ano, o SOE vai acompanhar e proporcionar momentos de reflexão e preparo para a escolha da profissão. Um projeto que pode ajudar na formação dos alunos e no amadurecimento de decisões mais acertadas sobre o mercado de trabalho e sobre o futuro da profissão. O próximo passo será a realização do vestibular de inverno da PUC pelos alunos da 3ª série do Ensino Médio, nos dias 20 e 21 de junho. Informativa - Revista ANEC | educação básica 73 educação básica Brincando com o “maneco caneco chapéu de funil” Gislaine Schaak e Jacqueline Santana Professoras dos 1os anos Escola de Ensino Médio N.Sra.de Fátima A prender brincando é a proposta do 1o ano da Escola de Ensino Médio Nossa Senhora de Fátima, pois acreditamos que brincando a criança formula seu conhecimento, mas não como uma repetição do seu cotidiano, e sim num processo de significação e ressignificação da realidade. Com a intervenção do professor neste processo de aprendizagem a criança é capaz de interagir no grupo trocando idéias e experimentando o novo e o diferente; o que favorecerá na relação entre o conhecimento adquirido com suas experiências de vida e reconstruir aquilo que já havia construído. Visto que as histórias são instrumentos maravilhosos de experiências e a partir delas as crianças podem expandir seus horizontes a cerca do mundo que as cercam, escolhemos a história Maneco Caneco Chapéu de Funil, de Luís Camargo para iniciar a proposta de trabalho. Michels (2006, p. 17) reforça a idéia quando descreve que “as crianças tem um mundo próprio, todo seu, povoado de sonhos e fantasias, mas vivem em nosso mundo e sofrem com o choque entre esses dois mundos: o da realidade e o da fantasia. O grande papel da literatura infantil é oferecer alimento para este ‘segundo mundo’”. Na hora da rodinha realizamos o reconto da história e as crianças levaram os principais utensílios de que o personagem era composto. Fizemos comentários e pensamos junto um final para história. Vários finais foram construídos e após juntarmos todas as idéias formamos um texto coletivo para registrar o pensamento de todos. As turmas também foram divididas em grupos para montarem o personagem principal da história. Em seguida cada criança escolheu 74 Informativa - Revista ANEC | educação básica junto com a família um utensílio da cozinha para realizar um seminário. No dia marcado todos estavam em punho com seus objetos e falando com grandes propriedades sobre seus instrumentos para o grupo. Além de construir fantasias as crianças também usaram os objetos da cozinha de casa em uma aula de culinária. Escolhemos uma receita do agrado de todos para fazermos em sala de aula. Cada um foi responsável por colocar no recipiente um ingrediente e todos mexeram com muita alegria a massa do bolo. Cada um anotou a receita com todos os ingredientes e medidas para que fosse preparada em casa junto com a família. Enquanto isso a massa foi ao fogo e quando pronto experimentamos a deliciosa nega maluca feita a várias mãos. O mais fantástico foi ouvir os comentários realizados com viva- cidade, como: “Nossa, mas está bom mesmo!”, “Não sabia que eu sabia fazer um bolo tão gostoso!...” Outra experiência que fez parte da brincadeira foi à confecção de um estetoscópio com funis e balões. As próprias crianças foram protagonistas desde a montagem até a experimentação em diversos propagadores de sons como o coração, os pulmões, o chão, a parede. Ouvimos o coração do colega em diversos momentos como após uma caminhada, corrida, subida de escada, descansado, deitado para percebermos as variações do nosso corpo.” Muitas foram às atividades que permearam o trabalho a cerca da história de Luís Camargo. Jogos matemáticos, de escrita escolhendo uma palavra a ser trabalhada com maior ênfase, outras experiências explorando a ciências, artes plásticas e musicais. Assim de uma maneira lúdica nossos alunos atuaram como sujeitos de seu processo de aprendizagem de forma prazerosa e significativa, pois acreditamos que o jogo simbólico abre caminho para a autonomia, criatividade, a exploração de significados e sentidos. Informativa - Revista ANEC | educação básica BIBLIOGRAFIA BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998. CAMARGO, Luís. Maneco Caneco Chapéu de Funil. São Paulo: Ática, 1989. MICHELS, Jane Maria. Era uma vez: técnicas pedagogias para a hora do conto. Novo Hamburgo: Bomboletras, 2006. OLIVEIRA, Zilma Moraes Ramos de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2002. 75 educação básica Clube de Ciências estimula criatividade dos alunos Ana Paula Almeida, do Colégio Santa Isabel, Fortaleza/Ceará Crédito foto: Tiago Lemos 76 Informativa - Revista ANEC | educação básica “O aluno também assume um papel importante dentro da sala de aula. Um estímulo para quem tem dificuldade com o conteúdo. Ele irá auxiliar os professores como monitor da disciplina.” N o laboratório de ciências uma nova idéia. Um clube onde as crianças de 12 a 14 anos são cientistas. Eles recebem quase que um treinamento do professor e o laboratório foi até reformado. A novidade foi criada pelo professor Júlio Andrade. O clube reúne alunos de 7º e 8º ano que tem algo em comum, o amor pela disciplina. “É uma ideia antiga que resolvi apresentar à direção da Escola e tive total apoio para colocá-la em prática”, conta o idealizador. E a novidade fez sucesso. Cerca de 160 alunos se inscreveram para a pré-seleção, desses, 70 alunos foram selecionados. Agora eles têm um compromisso importante com o Clube. O aluno que faltar duas vezes sem justificativa será eliminado da equipe. O aluno também assume um papel importante dentro da sala de aula. Um estímulo para quem tem dificuldade com o conteúdo. Ele irá auxiliar os professores como monitor da disciplina. “Um aluno com dúvida pode procurar seu colega e receber ajuda”, explica Andrade. Durante os encontros do Clube de Ciências, os alunos realizarão experiências e aprofundarão seus conhecimentos em Botânica, Citologia, Fisiologia, Doenças, Ecologia, Química e Zoologia. O Clube também terá parceria do Laboratório de Informática para auxiliar na fixação do conteúdo. Também serão realizadas aulas de campo. Os alunos estão empolgados com a novidade. “Meu objetivo é ter mais experiência em Ciências, gostar cada vez mais da disciplina e me esforçar muito para ficar no Clube”, conta a aluna Amanda Miranda Tavares, do 7º ano A. Já o aluno Edson Francisco da Silva, do 8º ano B, vê o Clube de Ciências como uma experiência para a sua futura carreira. “Quero ser Neurocirurgião e acredito que o Clube Informativa - Revista ANEC | educação básica irá me fazer aprender cada vez mais. Vi que era uma oportunidade que não podia perder e vou me esforçar bastante”, confidencia. Os alunos que não conseguiram fazer parte do Clube de Ciências não precisam ficar desanimados. Há planos de criação de novos horários, sem data prevista. 77 educação básica Projeto: gesto fraterno a serviço da vida e da esperança G oiânia - Como instituição de ensino confessional o Colégio Externato São José é uma Escola Dominicana, ou seja, pertence à Congregação das Irmãs Dominicanas de Nossa Senhora do Rosário de Monteils. Nessa pertença, a comunidade educativa procura seguir o legado de São Domingos e as opções eclesiais da Igreja da América Latina. Assim, à luz do pensamento de Madre Anastasie buscam a verdade mediante uma evangelização marcada pelo exercício de uma educação libertadora e inclusiva. O Externato São José desenvolve projetos com crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental com o objetivo de estimular a fraternidade, a solidariedade e a sensibilidade pelas necessidades de famílias de baixa renda. É uma aula de carinho e de respeito pelas carências e diferenças sócio-econômicas que são conhecidas e até reduzidas por alunos, pais e professores. De mãos dadas, a família Externato São José busca a dignidade humana e a igualdade de direitos, em um mundo onde todos são felizes. Os alunos da Educação Infantil e Fundamental (1º ao 5º ano) participam do projeto: Cuidando das Famílias-Irmãs. Cada turma adota uma família carente, que é levada até à escola no início do ano. Começa uma relação de conhecimento, troca de informações e amizade. O cuidado se estende por todo o ano, em visitas mensais de pais, alunos e professores até a casa das famílias-irmãs, que ganham presentes, carinho e orações. Em dezembro, as famílias adotadas voltam à escola para uma confraternização de final de ano. O vínculo fraterno entre os alunos do Externato e as famílias-irmãs quase sempre continua, mesmo sem o estímulo da escola, e consegue resultados emocionantes de evolução cultural e financeira do núcleo familiar 78 Informativa - Revista ANEC | educação básica adotado. No 6º ano a proposta é: Cuidando da ASCEP (Associação de Serviço à Criança Excepcional de Goiânia). Os alunos visitam a entidade e promovem campanhas relâmpagos para suprir necessidades como fraldas, materiais de higiene pessoal e de limpeza. Uma confraternização natalina na entidade encerra o ano. Já para os alunos do 7º ano o projeto Gesto Fraterno a Serviço da Vida e da Esperança incentiva o contato direto e respeitoso dos alunos com os funcionários da escola. Nesse tempo de convivência e aproximação com nossos funcionários, vivenciamos valores como partilha, fraternidade, respeito, carinho, atenção e, principalmente o reconhecimento do valor do trabalho que é desenvolvido por eles. No 8º ano a iniciativa é o: Cuidando dos Idosos do Asilo São Vicente de Paulo. Dentro do contexto de visitas, campanhas de solidariedade e confraternizações, os alunos aprendem a respeitar as limitações dos idosos, passam a admirar a sabedoria e a experiência dos mais velhos e estendem toda essa vivência à própria família. O encerramento é um contagiante café da manhã com os avós na escola. E por fim no 9º ano o projeto é: Cuidando dos direitos das crianças do Externato São José do Residencial Itaipu. O Residencial Itaipu desfruta de uma unidade do Externato no bairro, onde atende 60 crianças, com a mesma equipe e estrutura mantida no setor Oeste. Elas recebem o carinho e a amizade dos alunos do Externato, em visitas e campanhas de solidariedade. O projeto vem coroar a formação cidadã e a busca pela igualdade social. Informativa - Revista ANEC | educação básica 79 79 educação básica La Salle promove EPEL 2009 Encontro Provincial de Educadores Lassalistas Ir. Israel José Nery,fsc - Membro da Comissão de comunicação da provincia La Salista de São Paulo O EPEL 2009 aconteceu nos dias 11 a 13 de junho, no Centro de Pastoral Santa Fé, em São Paulo, SP, com 225 educadores da Rede La Salle de Educação. Teve como tema “Ampliando horizontes: o desafio de ser educador lassalista”, e como lema “Das primeiras fontes a um mundo novo”. O evento foi promovido pela Província Lassalista de São Paulo, presente nos Estados do Paraná, Mato Grosso, Rio de Janeiro, São Paulo, Tocantins e no Distrito Federal. O atual Provincial é o Irmão Paulo Petry e o Coordenador da Missão Educativa Lassalista, Irmão Arno Francisco Lunkes, Diretor do La Salle Instituto Abel, em Niterói, RJ. O professor Eliseu de Oliveira Neto (Psicanalista e Orientador Profissional), descortinou, para o hoje e o amanhã, os desafios e perspectivas das “Tecnologias na Educação”. Insistiu com os professores, sobre a necessidade de aprender e se familiarizar com este novo universo das TICs para facilitar o uso do mesmo no ensino e na educação e, sobretudo, no diálogo com os alunos. Irmão Paulo Lari Dullius (Doutor em Filosofia, Mestre em Psicologia e graduado em Teologia) trabalhou as fontes lassalistas no viés da “Afetividade e Espiritualidade na Educação”. É necessária a união da escola numa educação focada na busca do equilíbrio entre “o afetivo, o cognitivo e o comportamental”, a partir da busca natural de todo ser humano pelos valores transcendentais: “verdade, belo, bem e amor”, e enriquecido com a vivência da fé/obras no Deus-Amor, já que o amor é centro motor da vida humana. A professora Lia Ciomar Macedo de Faria (Pós-doutora, pesquisadora do CNPq) convocou os professores para os caminhos de uma educação que zele pela dimensão humana dos educandos. Segundo Lia, a escola perdeu sua centralidade e a sociedade ficou órfã do “locus escola”, aquela que re- _______________________________ Para mais informações: www.lasalle.org.br 80 Informativa - Revista ANEC | educação básica almente educa. É preciso devolver à escola sua vocação e missão de cuidar da pessoa como gente e como cidadã. E é essencial educar para a vida, a solidariedade e a felicidade, face à crise social que banaliza a vida, à crise ecológica que destrói o planeta e à crise humana que esvazia o ser humano de sentido. Por sua vez o professor Artur Carvalho Motta (Doutor em Educação) provocou a todos a partir da temática “empreendedorismo e ousadias administrativas e pedagógicas” para uma nova qualidade da escola, que faça o diferencial das escolas confessionais no complexo mundo da educação escolar. E os Irmãos Gustavo Ramírez Barba (México) e Christian James Diaz Mesa (Colômbia) ampliaram os horizontes para a Rede La Salle continental, já que ela está presente em 20 países da América Latina e do Caribe em todas os níveis da educação. Trabalharam as características da Educação Lassalista, a partir das fontes primeiras: o Evangelho e São João Batista de La Salle, Padroeiro Universal dos Educadores. Além da excelência das palestras, três outros pontos altos marcaram o EPEL 2009: as Oficinas com amplo tempo para o diálogo sobre cada tema e sua aplicação na realidade da vida do professores e da escola; as Celebrações, participativas, alegres e cheias de unção espiritual; os momentos de Confraternização que facilitaram a interação das pessoas de variadas procedências. Juventude Lassalista (PAJULA), que normalmente congrega 150 participantes. Cada escola realiza anualmente processos formativos dos professores e colaboradores, no começo do ano letivo e em agosto, destacando a proposta da Escola em Pastoral e o Ensino Religioso, de cunho cristão. A Unilasalle-Niterói, RJ, dinamiza a Pastoral Universitária. E, tanto para jovens como para professores e alunos, são oferecidas oportunidades para voluntariado junto aos necessitados, geralmente no norte e no nordeste do país, ou em Moçambique, África. Além do EPEL, a Província Lassalista oferece ainda aos professores da Rede La Salle, o Curso Formação Lassalista, em três módulos nas férias de janeiro, julho e janeiro, e um retiro final. E, para os funcionários da área administrativa, promove o CAEL (Congresso de Administradores da Educação Lassalista). Para as lideranças jovens cada ano é promovido o encontro da Pastoral da Informativa - Revista ANEC | educação básica 81 educação básica Marista: Filantropia com responsabilidade Assessoria de Comunicação e Marketing da Rede Marista do Rio Grande do Sul R Luciano - Hip hop 82 esponsáveis pela inclusão social de milhares de pessoas em todo o país, as entidades filantrópicas consolidam sua relevância social ao revelar que há seres humanos por trás dos números exibidos pela grande imprensa e entidades governamentais. É por meio de programas de atendimento voltados a crianças, jovens, adultos, famílias e idosos que a Rede Marista faz a sua parte na promoção das condições de sobrevivência digna de milhares de pessoas. Só no Rio Grande do Sul, são 28 Centros Sociais que atendem aproximadamente 40 mil pessoas. Um dos exemplos é a história de Rafael. Morando com os pais e mais três irmãos na Vila Bom Jesus, considerada região de risco na capital gaúcha, Rafael do Santos Batista é um dos beneficiados pelo trabalho da Rede Marista. Desde agosto de 2006 ele frequenta o Centro Social Marista Irmão Donato, onde participa do Projeto Marista Show de Bola, iniciativa que presta atendimento integral a crianças e adolescentes, de 11 a 16 anos. No turno inverso ao da escola, os educandos realizam oficinas desportivas e atividades lúdico-pedagógicas nas dependências do Parque Esportivo da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS). No projeto Rafael participa, três vezes por semana, do Curso de Informática, a prática de futebol e de uma série de outras atividades. “A minha comunidade é pouco estruturada. Falta saneamento e segurança, e o tráfico de drogas é intenso. Não quero fazer parte desse mundo”, revela o jovem. O Marista Show de Bola atende, diretamente, 389 educandos, entre meninos e meninas, e mais de 2.000 pessoas indiretamente em Porto Alegre. Os Centros Sociais Maristas são capazes de transformar vidas. Informativa - Revista ANEC | educação básica “A minha comunidade é pouco estruturada. Falta saneamento e segurança, e o tráfico de drogas é intenso. Não quero fazer parte desse mundo”, revela o jovem É o caso do educador Luciano Oliveira da Silva. Foi no Centro Social Marista Cesmar que ele pôde realizar o seu verdadeiro sonho: dar aulas de Hip-hop. O Cesmar está localizado no bairro Mario Quintana, em Porto Alegre, região com baixo investimento público e inexistência de equipamentos sociais. Aos 8 anos, após trabalhar como guardador de carros em uma avenida movimentada de Porto Alegre, Luciano tornou-se morador de rua e passou a conviver com más companhias e uso de drogas. A sua recuperação veio quando teve contato com o Hip-hop num abrigo da Capital. Com 12 anos, ele montou o seu próprio grupo com mais quatro amigos. Um ano depois, Luciano voltou para casa. Desde 2005, coordena o projeto Hip-hop Saúde, que tenta reduzir os danos causados pelas drogas em mo- radores de rua. O trabalho já resultou na gravação de um CD. Além disso, Luciano é o educador responsável pela Oficina de Hip-hop do Cesmar, formando dezenas de crianças e adolescentes. “Uma grande ironia do destino da minha história é que se eu não tivesse passado pela rua, certamente enxergaria o mundo com outros olhos e não estaria desenvolvendo trabalhos sociais. Foi a partir da correção dos meus erros que me tornei o que sou. O Hip-hop é a minha principal ferramenta de inclusão social”, orgulha-se. A sociedade encontra, nos Centros Sociais Maristas, parceiros para execução das mais variadas políticas sociais. Muitos convênios já foram firmados com os governos e organizações privadas, possibilitando a ampliação do número e da qualidade dos atendimentos e proporcionando aumento da quali- Informativa - Revista ANEC | educação básica dade de vida das comunidades assistidas. Inseridas na realidade do País e confrontadas com a situação de vulnerabilidade nas áreas da saúde, educação e assistência social, as organizações filantrópicas enfrentam os desafios de atuar e dar respostas à sociedade na promoção da justiça e da inclusão social e, por consequência, da cidadania plena. Inseridas na realidade do País e confrontadas com a situação de vulnerabilidade nas áreas da saúde, educação e assistência social, as organizações filantrópicas enfrentam os desafios de atuar e dar respostas à sociedade na promoção da justiça e da inclusão social e, por consequência, da cidadania plena. 83 educação básica Horta na Escola: um espaço para ensinar hábitos e conceitos Escola Medianeira – Santa Maria-RS É evidente a velocidade com que o mundo atualmente se transforma tanto do ponto de vista social, como do cultural e econômico. Pensando nessas mudanças as professoras da Educação Infantil da Escola Medianeira, resolveram criar, em parceria com os professores das séries iniciais do ensino fundamental, o projeto – Horta na Escola. O hábito de cultivar está perdendo suas forças, em função de alguns fatores, dentre eles: o limitado espaço físico das moradias atuais e, ainda a falta de tempo das famílias modernas. A Escola por ser considerada um lócus de construção de conhecimento e formação integral de indivíduos, cabe a mesma repensar o seu significado e propor alternativas para intervir na realidade dos indivíduos nela inseridos, pois, os alunos são agentes de formação de um mundo melhor. É desde muito pequena que a criança internaliza conceitos e que é através deles e dos exemplos que se formam. A horta oferece também um ambiente de aprendizagem riquíssimo, em diferentes áreas do conhecimento fundamentais para o pleno desenvolvimento cognitivo e emocional da criança. A horta proporciona re-estabelecer a conexão das crianças com o real significado da alimentação e tornam mais 84 Informativa - Revista ANEC | educação básica interessantes todas as atividades que acontecem no espaço escolar. As verduras e legumes colhidos da horta são usados em sanduíches naturais e sopas para os alunos, tornando o estudo concreto e o lanche inesquecível. Enfim, ensinar na horta escolar é ajudar as crianças a aprenderem em um mundo real e divertido. O desenvolvimento de cada aluno e é uma das melhores formas de tornálos mais sensíveis diante da vida, logo, mais preparados para construção de uma sociedade consciente ambientalmente. Este espaço também pode ser seu. Anuncie na Revista Informativa ANEC. Tel: (61) 3226-565 5 E-mail: [email protected] Informativa - Revista ANEC | educação básica 85 projetos sociais Sociedade Divina Providência: compromisso com o social Lilian Mann dos Santos - Assistente Social 86 Informativa - Revista ANEC | projetos sociais A missão social assumida pela Congregação das Irmãs da Divina Providência, fundada em 03 de novembro de 1842, foi uma missão compromissada com o carisma e os valores do fundador - Pe. Eduardo Michelis - e embasada nos direitos humanos, na democracia, na justiça, na igualdade e no bem-estar de crianças órfãs, que naquela época faziam parte da miséria social de uma Alemanha destruída na pós-revolução. As Irmãs começaram a desenvolver atividades sociais em colégios, hospitais, jardins de infância, casas de idosos, orfanatos, paróquias e em qualquer lugar onde as privações fossem evidentes e o acolhimento ao outro se fizesse necessário. A Congregação cresceu e ultrapassou os limites da Alemanha chegando até o Brasil no ano de 1895, onde em 1906 foi fundada, em Santa Catarina, a Província do Coração de Jesus. Junto com esta Província inicia a história da Sociedade Divina Providência - SDP, instituída em 1911, tendo desde o começo Irmãs que realizam atividades sociais em favor das famílias de baixa renda, procurando promover a cidadania pelos lugares por onde passam. Sediada em Florianópolis, a Sociedade Divina Providência é uma Entidade Beneficente de Assistência Social, de Direito Privado, que desenvolve serviços no âmbito da educação, saúde e assistência social. Atualmente, as Irmãs catarinenses da Divina Providência contam com o trabalho de colaboradores para administrarem seus estabelecimentos e atuam em hospitais, colégios, centros educativos, casa de atendimento a Irmãs idosas, casas de formação, paróquias e em comunidades de baixa renda. O serviço voluntário é ponto forte da Instituição, que têm cerca de 500 voluntários trabalhando em suas obras e atendendo a população vulnerabilizada. Den- Informativa - Revista ANEC | projetos sociais 87 projetos sociais tre as atividades desenvolvidas pelos voluntários estão os grupos de oração; distribuição da comunhão; visitas aos doentes; confecção de roupas e enxovais; organização de campanhas de doação; participação no banco de leite, na pediatria e na maternidade dos hospitais; e tudo o mais que possa contribuir para a garantia da cidadania. Nos hospitais a Sociedade Divina Providência atende a 73,7% de pacientes-dia SUS e nos colégios disponibiliza assistência social educacional – bolsas de estudo – a aproximadamente 1.500 alunos de baixa renda, desenvolvendo, também, projetos sociais nas localidades onde estão sediadas suas Filiais. Além de realizar projetos sociais próprios, a Instituição trabalha em parceria com Instituições de Terceiros, viabilizando a manutenção de alguns projetos de relevante impacto social. As 88 Obras mantidas pela SDP localizam-se nas cidades de Florianópolis – Centro Social Educativo Nossa Senhora do Mont Serrat, Colégio Bom Jesus Coração de Jesus e Casa Divina Providência; Tubarão – Hospital Nossa Senhora da Conceição, Colégio São José e Chácara São Vicente; Laguna – Colégio Stella Maris; Tijucas – Hospital São José e Maternidade Chiquinha Gallotti; Blumenau – Hospital Santa Isabel e Colégio Sagrada Família; Joinville – Colégio dos Santos Anjos e Jaraguá do Sul – Hospital São José e Colégio Bom Jesus Divina Providência. Todos os projetos da SDP e também os realizados em parceria com Instituições de Terceiros contribuem para a garantia dos direitos sociais, visando possibilitar que os beneficiados saiam da situação em que se encontram e resgatem sua autonomia. Atualmente os projetos aten- Informativa - Revista ANEC | projetos sociais dem mais de 3.000 pessoas, sendo que o público predominante são crianças e adolescentes, mas há também famílias, idosos e mulheres agricultoras que se beneficiam das ações sociais desenvolvidas. Informativa - Revista ANEC | projetos sociais 89 considerações finais Construindo o futuro P arabéns as instituições que participaram da Revista Informativa. Especial para nós que chegamos a quinta edição e para vocês que comemoram, ou já comemoraram 50 anos. Quantas palavras podem ser pronunciadas em cinco décadas? Quantas lições aprendidas ou ensinadas? A Anec faz parte desta história e por isso a contamos com muito prazer. Nós reconhecemos o esforço de quem superou a barreira da distância, as instituições estão espalhadas por todo o país, para cumprir o papel de informar a população sobre o que esta sendo feito de melhor no ensino. Outro destaque da quinta revista informativa foi a nova editoria de política. A primeira publicação estréia com uma entrevista com o relator de um projeto importante para as instituições que cumprem o papel do estado. As filantrópicas que oferecem serviços na saúde, educação e assistência social. Conversamos com o deputado Carlos Abicalil (PT/MT) para mostrar como será a tramitação do projeto que vai definir novas regras para o cadastramento das beneficentes. Neste momento abrimos o diálogo com os representantes da capital política do país e esta edição vai circular também, pela primeira vez, no Congresso Nacional – onde as decisões mudam diariamente a vida de todos os brasileiros. Enfim, é com muito prazer que publicamos esta Revista Informativa. Em nosso caderno especial mostramos os passos de quem sabe bem o que é ensinar. E queremos aprender com vocês para que a nossa iniciativa também alcance o sucesso de décadas de muita dedicação. Lana Canepa Assessoria de Comunicação da ANEC 90 Informativa - Revista ANEC | considerações finais UM GRANDE PAÍS SE FA Z COM GRANDES LIÇÕES . Dez lições de Filosofia para um Brasil cidadão. Dez lições de Sociologia para um Brasil cidadão. Estimula o pensamento filosófico mostrando como as grandes ideias estão presentes na História do Brasil e em nosso cotidiano. Os temas abordados permitem uma visão abrangente da Filosofia, suas questões relevantes e seus campos de investigação. Uma viagem na sociedade brasileira através de temas que marcam a História do Brasil e que fazem parte do permanente debate sobre a construção dos melhores rumos para a nossa sociedade. www.ftd.com.br
Documentos relacionados
Palavra do Diretor-Presidente - ANEC – Associação Nacional de
Ir. Valdícer Fachi, diretor do Centro de Pastoral e Solidariedade e coordenador da região sul da Pastoral Universitária pela ANEC Com representantes de 11 Instituições Católicas de Ensino Superior ...
Leia mais