programa - Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém

Transcrição

programa - Ordem de Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém
PROGRAMA
ENCONTRO DE ORAÇÃO PELA PAZ NO PRÓXIMO ORIENTE
MOSTEIRO DOS JERÓNIMOS, 19 DE NOVEMBRO DE 2014
18:30 Abertura do Encontro
Intervenção de S.E. o Lugar-Tenente de Portugal da OCSSJ, Dr. Gonçalo Figueiredo de Barros.
"Höre, Israel" – Mendelssohn / Elijah
Primeira Oração
Intervenção do Exmo Senhor Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, Dr. José Carp
"Ave Maria" – Gounod
Segunda Oração
Intervenção de Sua Eminência Reverendíssima o Senhor Patriarca de Lisboa, D. Manuel
Clemente, Grão-Prior da Lugar-Tenência de Portugal OCSSJ
Terceira Oração
Intervenção do Reverendíssimo Protopresbítero Alexandre Bonito, da Igreja Ortodoxa em
Lisboa – Patriarcado Ecuménico de Constantinopla
Quarta Oração
Intervenção do Exmo Senhor Imã da Mesquita Central de Lisboa, Sheik David Munir
"Laudamus te" – Mozart / Missa Grande em Dó menor
19:30 Encerramento do Encontro
Abertura do Encontro
Intervenção de S.E. o Lugar-Tenente de Portugal da OCSSJ
A dramática situação que, desde há muito, se vive no Próximo Oriente continua a assumir trágicas
consequências humanitárias, difíceis de imaginar nos dias de hoje.
A dimensão desta catástrofe, pelas multidões de refugiados, pela desumanidade e barbaridade dos actos
praticados, pelas mortes provocadas, marcará a história da Humanidade como um dos seus momentos
mais desoladores.
Perante a situação crítica que se vive na Terra Santa e no Médio Oriente, acreditando que a oração é
caminho de unidade e de paz, e por que se trata de uma ofensa a Deus e à dignidade humana a Ordem de
Cavalaria do Santo Sepulcro de Jerusalém, por recomendação do seu Grão-Mestre, Sua Eminência o
Cardeal Edwin O’Brien, através da Lugar-Tenência de Portugal, e com o empenho e participação do seu
Grão-Prior, Sua Eminência o Senhor Patriarca de Lisboa e dos líderes religiosos das Comunidades
Israelita, Ortodoxa e Islâmica, organizou, a exemplo do encontro promovido no passado mês de Junho
pelo Papa Francisco, o presente Encontro de Oração pela Paz no Próximo Oriente.
PRIMEIRA ORAÇÃO
Intervenção do Exmo Senhor Presidente da Comunidade Israelita de Lisboa, Dr. José Carp
O Rabino Jonathan Sacks diz-nos que para compreender os conflitos hoje, temos que ter presente a
revolução tecnológica.
Sabemos que a primeira grande transformação ocorreu com a mudança da cultura oral para a cultura
escrita.
Isto acontece em quatro fases:
1) O começo da escritura cuneiforme na Mesopotâmia que coincide com o início da civilização e os
hieróglifos no Egipto pouco tempo depois.
2) O alfabeto foi criado algures no Deserto do Sinai, na época dos Patriarcas.
Com o alfabeto escreve-se a bíblia, o ‘Antigo Testamento’, o que permitiu transmitir a mensagem do
monoteísmo.
3) Em terceiro lugar veio a invenção da imprensa, o que permitiu a reforma, a divulgação do
alfabetismo, o grande desenvolvimento da ciência, do individualismo, a divisão do trabalho, o mercado
livre.
São estes três principais desenvolvimentos que permitiram o avanço civilizacional.
4) Estamos hoje a viver a quarta revolução, essa da internet que está a afectar as três religiões
monoteístas, da mesma maneira que a segunda revolucionou o Judaísmo com a Bíblia, permitindo a
adaptação do conceito de família a esse de povo e de nação na época de Moisés.
A terceira, o Cristianismo, sofreu uma grande revolução com a impressora na época da Reforma,
resolvendo o conflito entre católicos e protestantes.
A quarta revolução, essa da internet, terá que resolver o conflito entre irmãos, que tem a sua origem na
‘génese’, comum às três religiões monoteístas.
Diz-nos também que as religiões monoteístas têm uma narrativa transversal, uma história em comum,
essa da palavra do livro de cada uma das religiões, porque somos todos gente do livro.
A história Judaica faz parte da história cristã, e ambas fazem parte da história do Islão.
Assim temos rituais religiosos em comum:
Judeus/Islâmicos
Circuncisão
Separação das mulheres e dos homens nas Sinagogas e Mesquitas.
Comida kosher para Judeus e hallal para Muçulmanos é igual
Não é permitido imagens nos templos de ambos
Funerais são iguais para ambos
Lavar as mãos antes das orações para ambos também os pés para os muçulmanos (os Judeus
abandonaram esse costume que também praticavam).
As mulheres tapam a cabeça nos respectivos templos em ambos os casos.
Judeus/Cristãos
Ambos partilham o mesmo livro sagrado (Antigo Testamento)
Ambos têm a mesma cultura (Judeo/Cristã).
Oração:
Shema Israel
Adonai elohenu
Adonai echad
Ouve Israel
Deus é de todos
Deus é só um
SEGUNDA ORAÇÃO
Intervenção de Sua Eminência o Patriarca de Lisboa, Senhor D. Manuel Clemente
Das primeiras gerações cristãs, ressoam-nos palavras essenciais, que creio aceitarmos todos, com a fé
que a cada um distingue:
«Amemo-nos uns aos outros, porque o amor vem de Deus, e todo aquele que ama nasceu de Deus e chega
ao conhecimento de Deus. Aquele que não ama não chegou a conhecer a Deus, pois Deus é amor. […] Se
nos amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós e o seu amor chegou à perfeição em nós. Damos
conta de que permanecemos nele, e Ele em nós, por nos ter feito participar do seu Espírito. […] Deus é
amor, e quem permanece no amor permanece em Deus. […] No amor não há temor; pelo contrário, o
perfeito amor lança fora o temor […]. Nós amamos, porque Ele nos amou primeiro. Se alguém disser:
“Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu
irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê. E nós recebemos dele este mandamento: quem
ama a Deus, ame também o seu irmão» (1ª Carta de João 4, 7 ss).
Senhor Deus de todos nós: Fazei-nos compreender o que devia ser mais simples, para cada um de nós e
em especial para quem acredita e confessa que sois o Criador de todos e a Fonte permanente da vida de
cada homem e mulher deste mundo, tão maravilhoso e trágico.
Fazei-nos conhecer-Vos no amor compartilhado, pois conhecer-Vos a Vós só é possível no Vosso modo
de ser, que é precisamente criar a vida e sustentá-la sempre, em gestos repetidos de generosidade,
perdão e incansável recomeço.
Fazei-nos viver no Vosso Espírito, que reconhecemos e louvamos em tanta gente que olha pelos seus e
não esquece os demais, que tem boa vontade e não se fecha nunca às necessidades dos outros e, das
diferenças, faz uma coisa só, estejam perto ou longe - que o coração não tem distância.
Fazei-nos vencer o medo que nos tolhe com um amor que nos transcenda, pois só poderíamos ser
vencidos se nos fechássemos em egoísmos e rancores, quando apenas o perdão ativo e recíproco nos
pode abrir as portas do futuro.
Fazei-nos vencer a mentira duma falsa crença, que nos mascarasse o ódio, pela verdade da autêntica fé,
que nos abra a Vós como Deus de todos e aos outros, finalmente irmãos. E que tal aconteça em breve
num Oriente cada vez mais “próximo”, onde a fé de Abraão ofereceu ao mundo uma descendência maior
do que as estrelas que contemplamos no céu...
Amen!
TERCEIRA ORAÇÃO
Intervenção do Reverendíssimo Protopresbítero Alexandre Bonito, da Igreja Ortodoxa em Lisboa –
Patriarcado Ecuménico de Constantinopla
Ἐν εἰρήνῃ τοῦ Κυρίου δεηθῶμεν.
Κύριε ἐλέησον.
Ἀντιλαβοῦ, σῶσον, ἐλέησον καὶ διαφύλαξον ἡμᾶς ὁ Θεὸς τῇ σῇ χάριτι.
Ἀμήν.
Τῆς Παναγίας, ἀχράντου, ὑπερευλογημένης, ἐνδόξου,
δεσποίνης ἡμῶν Θεοτόκου καὶ ἀειπαρθένου Μαρίας, μετὰ πάντων τῶν
ἁγίων μνημονεύσαντες, ἑαυτοὺς καὶ ἀλλήλους καὶ πᾶσαν τὴν ζωὴν ἡμῶν
Χριστῷ τῷ Θεῷ παραθώμεθα.
Σοὶ Κύριε.
Ὅτι πρέπει σοι πᾶσα δόξα, τιμὴ καὶ προσκύνησις,
τῷ Πατρὶ καὶ τῷ Υἱῷ καὶ τῷ Ἁγίῳ Πνεύματι, νῦν καὶ ἀεὶ
καὶ εἰς τοὺς αἰῶνας τῶν αἰώνων.
Lembra-Te, Senhor, desta cidade onde vivemos e de todas as cidades e aldeias e de todas aqueles que aí
vivem na Fé.
Lembra-Te, Senhor, de todos aqueles que viajam por mar, terra e ar, dos doentes, dos aflitos, dos
prisioneiros, de todos aqueles que sofrem e concede-lhes a salvação.
Lembra-Te, Senhor, de todos aqueles que trazem os frutos da terra e praticam o bem nas Tuas santas
igrejas, daqueles que cuidam dos pobres; sobre todos nós derrama a Tua misericórdia.
Para que o Senhor, aceitando-os no Seu santo altar nas alturas, como um perfume de espiritual
suavidade, nos conceda em troca a Sua divina graça e o dom do Espírito Santo, oremos ao Senhor.
Kyrie eleison.
Para que sejamos afastados da aflição, da tristeza, das vinganças do próximo, de todos os perigos,
doenças e necessidades, oremos ao Senhor.
Kyrie eleison.
Protege-nos, salva-nos, tem piedade de nós e defende-nos, Senhor, pela Tua graça.
Peçamos ao Senhor um anjo de paz, guia fiel e guardião das nossas almas e dos nossos corpos.
Concede, Senhor.
Peçamos ao Senhor o perdão dos nossos pecados e das nossas ofensas
Concede, Senhor.
Peçamos ao Senhor aquilo que é bom e útil e que a paz reine no universo.
Concede, Senhor.
Da liturgia de S. João Crisóstomo
QUARTA ORAÇÃO
Intervenção do Exmo Senhor Imam da Mesquita Central de Lisboa, Sheikh David Munir
Assalamu Aleikum warahmatul-lah wa baraka tuhu
Que a paz de Deus, as Suas Misericórdias e as Suas Bênçãos estejam convosco.
Antes de recitar alguns versículos do Sagrado Alcorão, gostaria de partilhar convosco quão importante é
a Paz no Islão.
É que Islam significa Paz, “AL ISLAM” é “A Paz” que é um dos atributos de Deus.
Fomos ordenados a expandir a Paz, conforme consta de um Hadisse do Sagrado Profeta Muhammad
(que a paz de Deus esteja com ele).
O nosso Profeta foi exemplar em perdoar os seus inimigos, os seus opositores; poderia vingar-se, mas
optou pelo perdão.
Deus é o Senhor do Universo e Muhammad foi enviado como Misericórdia para todo o Universo.
Infelizmente alguns muçulmanos ainda não perceberam a mensagem de Paz e Harmonia que o Islão
prega e que é tão importante e valiosa para a Humanidade.
Recitarei agora alguns versículos do Sagrado Alcorão
Começo pelo Capítulo da Abertura ou “Al Fatiha” que é como segue:
1. Em nome de Deus, O Misericordioso, O Misericordiador;
2. Louvado seja Deus, o Senhor do Universo;
3. O Misericordioso, O Misericordiador;
4. Soberano do Dia do Juízo.
5. A Ti somente adoramos e só de Ti imploramos ajuda!
6. Guia-nos pelo Caminho Recto.
7. Pelo Caminho daqueles que agraciaste, daqueles que não caíram na Tua cólera e que não se
extraviaram.
Ameen.
Agora, o versículo 136 do Capítulo II, “Alif Lam Mim”
“ Dizei; Cremos em Deus, e no que nos foi revelado, no que foi revelado a Abraão, Ismael, Isaque e
Jacob e para as Tribos, no que foi concedido a Moisés e a Jesus e no que foi concedido aos profetas por
seu Senhor. Não fazemos distinção entre nenhum deles. E a Ele somos submissos.”
Momento Musical, com a colaboração do Teatro Nacional de São Carlos
Sónia Alcobaça – Soprano
Licenciada desde 2002 pela ESML, realiza actualmente o Mestrado na ESART de Castelo Branco.
Das produções realizadas destacam-se: Annina (L'Arco di Santanna/Francisco Sá de Noronha - Teatro Aberto, 2014);
Turandot (Turandot/Busoni - TNSC Festival ao Largo, 2012); Gutrune (Die Götterdämmerung/Wagner - Graham
Vick/TNSC); Santuzza (Cavalleria Rusticana/Mascagni - TNSC); Flaminia (Il Mondo della Luna/Haydn); Irene
(Irene/Alfredo Keil - TNSC); La voix humaine (Poulenc, Cocteau - CAM); Contessa d'Almaviva (Le Nozze di
Figaro/Mozart - Coliseu do Porto); Nedda (I Pagliacci/Leoncavallo - CAE Figueira da Foz); Lucy (The Beggar's
Opera/Britten - Teatro Aberto); Carmela (La Vida Breve/Falla - TNSC); Sainte Marguerite (Jeanne d'Arc au
bûcher/Honegger - TNSC); Femme (Le pauvre Matelot/Milhaud - CAM); Micaela (Carmen/Bizet - Festival de
Óbidos); Mulher (Outro Fim/António Pinho Vargas - Culturgest); Despina (Così fan tutte/Mozart - Castelo de
Silves).
Apresenta-se regularmente em Recital e Concerto nas mais variadas salas de espectáculos do país, incluindo estreias
de obras de compositores portugueses.
Nuno Lopes – Piano
Nasceu em Vila Franca de Xira em 1975.
Estudou no Instituto Gregoriano de Lisboa, na Escola Profissional de Arcos do Estoril, completou o Curso de
Composição e Piano com Evgueni Zoudilkin e Alexei Eremine do Moscow Piano Quartet, respectivamente. Venceu o
Prémio de Improvisação em 1996.
Em 2002 participou como solista na Orquestra Real Philarmonia de Galicia em Santiago de Compostela, a convite do
Maestro Antoni Ros Marbá ao lado do prestigiado violinista Daniel Hope do Beaux Arts Trio.
Apresentou-se em Belgais com Maria João Pires e Augustin Dumay.
Em 1997 foi convidado pelo Maestro João Paulo Santos para ser seu assistente como pianista no Coro do Teatro
Nacional de São Carlos onde se fixou e exerce actualmente funções de maestro correpetidor, sempre sob a orientação
do mesmo e colaborando paralelamente com a Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Em 2012 apresentou-se em recital com a soprano Dimitra Theodossiu no Festival Terras Sem Sombra, e com a
soprano Elisabete Matos no grande auditório do Centro Cultural Vila Flor em Guimarães.
É director artístico e maestro titular do Coro Juvenil de Lisboa.
Agradecimentos
Direcção Geral do Património Cultural
Direcção do Mosteiro dos Jerónimos
Teatro Nacional de São Carlos

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