Leia o fragmento: Os Sertões O sertanejo é, antes de tudo, um forte
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Leia o fragmento: Os Sertões O sertanejo é, antes de tudo, um forte
Ensino Médio – Unidade Parque Atheneu Professor (a): Aluno (a): Anna Isabel Série: 2ª Data: ____/ ____/ 2014. LISTA DE LITERATURA Leia o fragmento: Os Sertões O sertanejo é, antes de tudo, um forte. Não tem o raquitismo exaustivo dos mestiços neurastênicos do litoral. A sua aparência, entretanto, ao primeiro lance de vista revela o contrário. Falta-lhe a plástica impecável, o desempeno**, a estrutura corretíssima das organizações atléticas. É desgracioso, desengonçado, torto. Hércules-Quasímodo, reflete no aspecto a fealdade típica dos fracos. O andar sem firmeza, sem aprumo, quase gingante e sinuoso, aparenta a translação de membros desarticulados. Agrava-o a postura normalmente abatida, num manifestar de displicência que lhe dá um caráter de humildade deprimente. A pé, quando parado, recosta-se invariavelmente ao primeiro umbral ou parede que encontra: a cavalo, se sofreia o animal para trocar duas palavras com um conhecido, cai logo sobre um dos estribos, descansando sobre a espenda sela. Caminhando, mesmo a passo rápido, não traça trajetória retilínea e firme. Avança aderentemente, num bambolear característico, de que parecem ser o traço geométrico os meandros das trilhas sertanejas. E se na marcha estaca pelo motivo mais vulgar, para enrolar um cigarro, bater o isqueiro, ou travar ligeira conversa com um amigo, cai logo - cai é o termo - de cócoras, atravessando largo tempo numa posição de equilíbrio instável, em que todo o seu corpo fia suspenso pelos dedos grandes dos pés, sentado sobre calcanhares, com uma simplicidade a um tempo ridícula e adorável! É um homem permanentemente fatigado. [...] Entretanto, toda esta aparência de cansaço ilude. Nada é mais surpreendedor do que vê-la desaparecer de improviso. Naquela organização combalida operam-se, em segundos, transmutações completas. Basta o aparecimento de qualquer incidente exigindo-lhe o desencadear das energias adormecidas. O homem transfigura-se. Empertiga-se, estadeando novos relevos, novas linhas na estatura e no gesto; e a cabeça firma-selhe, alta, sobre os ombros possantes aclarada pelo olhar desassombrado e forte; e corrigem-se-lhe, prestes, numa descarga nervosa instantânea, todos os efeitos do relaxamento habitual dos órgãos; e da figura vulgar do tabaréu canhestro reponta, inesperadamente, o aspecto dominador de um titã acobreado e potente, num desdobramento surpreendente de força e agilidade extraordinárias. O texto é o embasamento teórico para responder as seguintes questões: 4, 5,6 e7. 1) Transcreva a passagem de Os Sertões em que o autor descreve a posição do sertanejo “de cócoras” e explique que trecho dessa passagem revela a adesão do autor a sua personagem. 2) Explique porque o autor tentou provocar a força do sertanejo em oposição a fraqueza do homem do litoral. 3) Explique, o significado da expressão Hercules-Quasímodo, usada para caracterizar o sertanejo. 4) A obra os sertões é marco do pré-Modernismo brasileiro. Cite características pré-modernas e exemplifique com trechos do fragmento de texto. Psicologia de um vencido Eu, filho do carbono e do amoníaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênesis da infância, A influência má dos signos do zodíaco. Unid. Parque Atheneu (62) 3273 – 0040 – www.colegiointerativa.com.br – e-mail: [email protected] Profundissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância… Sobe-me à boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco. Já o verme — este operário das ruínas — Que o sangue podre das carnificinas Come, e à vida em geral declara guerra, Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há-de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra! Augusto dos Anjos, Eu, Rio de Janeiro, Livr. São José, 1965. A partir desse soneto, responda as questões 5,6 e7. 5) Ao se definir como filho do carbono e do amoníaco, o eu lírico desce ao limite inferior da materialidade biológica pois, pensando em termos de átomos (carbono) e moléculas (amoníaco), que são estudados pela Química, constata-se uma dimensão onde não existe qualquer resquício de alma ou de espírito? 6) O amoníaco, no soneto, é uma metáfora de alma, pois, segundo o eu lírico, o homem é composto de corpo (carbono) e alma (amoníaco) e, no fim da vida, o corpo (orgânico) acaba, apodrece, enquanto a alma (inorgânica) mantém-se intacta? 7) O soneto principia descrevendo as origens da vida e termina descrevendo o destino final do ser humano; retrata o ciclo da vida e da morte, permeado de dor, de sofrimento e da presença constante e ameaçadora da morte inevitável? 8) No poema de Augusto dos Anjos o que representa a morte? Leia: Só ele não fala, não canta, não ri, não ama. Só ele, no meio de tanta vida, não vive... Referêcia: LOBATO, Monteiro. Urupês. 9) Leve em consideração a discursão sobre marginalização que aconteceu em sala e explique a afirmação de Monteiro Lobato em Urupês. 10) Explique como se nasce o “Ser Marginalizado”. Fiquem atentos (as) ao prazo de devolução das listas!!! Bom Final de Semana!!! Unid. Parque Atheneu (62) 3273 – 0040 – www.colegiointerativa.com.br – e-mail: [email protected]
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