Jornal Centro em Foco

Transcrição

Jornal Centro em Foco
Ano VIII -Edição Extra
São Paulo - SP - 18 a 31 de Julho 2012 - Publicação mensal
Haddad e Serra na
disputa pela Prefeitura
Comunidade
População da Roosevelt
não quer fim da feira.Pág. 2
Saúde no Centro
Haddad começa campanha com caminhadas,
a primeira foi no Centro.
Serra entra no corpo a corpo, após críticas dos adversários.
Fernando Cavalcanti / Milenar
Centro em Foco, o jornal
que vive o Centro
Henrique Boney
Mulher: sexo frágil. Será?
Pág. 6
Linhas Centrais
Projeto Bicicloteca faz
primeiro aniversário. Pág. 9
Artes e Cultura
Guerra do Paraguai em Nem
heróis, nem vilões. Pág. 9
Prêmio à dança, no
Memorial da América
Latina. Pág. 10
2
Pontos de
distribuição do
Jornal. Retire seu
exemplar
gratuitamente
Centro Velho
Banca Líbero – rua Líbero Badaró, 413
Banca Martinelli – Pça Antonio Prado
Banca Pça Antonio Prado – Pça Antonio
Prado
Banca Largo do Café – Lgo do Café
Banca das Apostilas – rua Boa Vista
Liberdade
Banca Shinozaki – Pça da Liberdade
Banca Portal da Liberdade – rua Galvão
Bueno, 161
Revistaria Brasilis - Av. Liberdade, 472
Bela Vista
Banca Maria das Graças – rua Maria
Paula, 23
Banca do Heitor – rua Maria Paula, 243
Banca Estadão – viaduto Nove de
Julho, 185
Banca Consolação – viaduto Nove de
Julho
Banca da Rocha – Rua Rocha, 132
Banca do Toninho - Rua da Consolação
Banca GV - Av. 9 de Julho, 2029
Banca Vd. Jacareí
(em frente Pharma & Cia);
Centro Novo
Banca São Bento – rua Barão de
Itapetininga
Banca Corredor Cultural – Pça. Dom
José Gaspar
Banca São Luís – av. São Luís
República
Banca Av. São Luis 84 – av. São Luís
Banca Itália – av. Ipiranga
Banca Mealhada – av. São João, 629
Arouche
Banca Mester – av. São Joao, 1050
Banca Nova Arouche – Largo do
Arouche, 276
Banca do Olavo – av. Duque de
Caxias, 436
Sta Cecília
Banca Angelical – av. Angélica, 500
Banca Amália – al. Barros, 303
Banca Sta Cecília – Largo Sta Cecilia
Vila Buarque
Banca Praça do Rotary – rua Gal. Jardim
Banca Consolação – rua Dona Antonia
de Queiroz, 436
Expediente
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
Comunidade
Feirantes e moradores contra extinção da feira da Roosevelt
A feira livre da praça Roosevelt
tem sido desde 1948 - quando foi
implantada -, a principal opção dos
moradores da região aos domingos,
no consumo de mercadorias mais
baratas e de qualidade. A Prefeitura de
São Paulo, porém, por intermédio da
Supervisão Geral de Abastecimento
(Abast) pretende extinguir esta feira.
Há dez anos, esta feira livre funcionava na rua Martinho Prado, onde
começou em 1948, quando não existiam tantos prédios residenciais e
comerciais. Em 1992, diante da necessidade de acessibilidade dos moradores
da Martinho Prado, a feira livre foi deslocada para o outro lado da praça Roosevelt: na rua João Guimarães Rosa.
Os feirantes e os moradores,
porém, são contra a extinção ou
remoção desta feira livre. Eles querem
que ela volte para à Guimarães Rosa,
uma rua sem muitas residências,
onde a feira funcionava até há seis
meses, quando foi deslocada para a
rua Gravataí pela Prefeitura de São
Paulo, em razão das obras na praça
Roosevelt.
Abraço simbólico - Em manifestação contra a extinção ou remoção
da feira livre da praça Roosevelt,
moradores do entorno realizaram o
chamado Ato em defesa pela feira
da praça Roosevelt no domingo (15),
com marchinhas de carnaval e distribuição de manifesto pedindo não
apenas a continuidade da feira livre,
como também a sua volta à Guimarães Rosa.
Membro da comissão formada
em defesa desta feira livre, o ator e
cenógrafo Leandro Lago disse que
o ato foi um sucesso. “Além de uma
caminhada e distribuição de manifesto realizamos um abraço simbólico
confirmando que desejamos a con-
José Bernardes
tinuação desta feira livre, não na rua
Gravataí, mas na Guimarães Rosa”,
disse.
Moradora da Gravataí, a pesquisadora Cláudia Rodrigues lembrou que esta rua tem duas creches,
uma maternidade e a Irmandade Lar
Nossa Senhora da Consolação além
de alguns prédios residenciais. “A
feira deve continuar na rua João Guimarães Rosa, onde funcionava até o
começo deste ano”, ressalta.
Medida provisória - A rua Guimarães Rosa tem apenas a escola
estadual Caetano de Campos, uma
representação de marcas e patentes,
um hotel e o Tribunal Regional federal, entre outros poucos estabelecimentos. O pasteleiro Ricardo Tergan
afirma que originalmente foram deslocados da Guimarães Rosa para a
Gravataí com a promessa de que
a medida seria provisória por dois
meses, com a finalização das obras
na Roosevelt. “Já passou mais de
cinco meses e agora querem acabar
com a feira. Isto não é justo!”
Moradora da Gravataí, a professora de Inglês, Nádia Petean é contra
a extinção da feira livre aos domingos
na praça Roosevelt. “Até gosto da
feira aqui. Não creio que ela atrapalhe
tanto desta maneira como a Prefeitura
afirma. Ela facilidade muito o nosso
acesso a mercadorias boas e com
preços razoáveis.”
Zelador de um prédio residencial
há nove anos na rua Gravataí, Antônio Reinaldo, por outro lado pontua
duas situações adversas. “Não sou
contra a feira livre, mas muitas vezes
reclamo com os feirantes por colocarem kombis e outros veículos em cima
da calçada, sem contar que quando
chove esta rua fica completamente
alagada.”
Rua lavada - Aparentemente, a
rua Gravataí apresenta concavidade
por toda a sua extensão entre as ruas
Guimarães Rosa e Caio Prado onde
termina. Ela apresenta apenas quatro
bueiros quando chega à Caio Prado.
Mas o problema de alagamento
quando chove, nada teria a ver com a
feira livre de domingo.
“Depois que acaba a feira livre os
feirantes organizam tudo direitinho”,
diz a irmã Helena Rodrigues, do Lar
Nossa Senhora da Consolação, entidade filantrópica que assiste a pessoas carentes da região. “No final tem
a varrição e vem os carros pipas para
lavarem a rua que fica sem cheiro de
peixe ou de outras mercadorias”, frisa.
Feirante há 38 anos, Hélio Menade
assinala a situação da seguinte
maneira: “Todo mundo gosta de feira
livre. Mas ninguém a quer em frente
de sua casa.” Outros colegas dele afirmam que a feira livre da praça Roosevelt sempre apresentou situações
emblemáticas.
Novos atos - Após o ato em
defesa da feira livre da praça Roosevelt, moradores e feirantes se reuniram
na segunda-feira (16), no teatro Estúdio
184, para avaliar a ação. “Queremos
que a feira continue aqui. temos o
apoio dos moradores desta região que
se quer ouvidos em audiência pública
se querem ou não a extinção dela”,
declara Leandro Lago.
Durante a reunião, moradores e
feirantes presentes consideraram o
Ato em defesa da feira livre da Roosevelt um sucesso. Agora, pretendem
conseguir apoio político para encaminhar à Abast e Prefeitura moções de
apoio à continuidade da feira na praça
Roosevelt e de repúdio; mensagens
de apoio por e-mail e Twitter a estes
órgãos; acionar o Ministério Público e
novos atos bem humorados.
Em nota oficial a Prefeitura de
São Paulo justifica a ação da seguinte
maneira: “Visando melhorar a circulação de pedestres e garantir o
ordenamento do espaço público no
entorno da praça Roosevelt, a Abast,
esclarece que vem estudando uma
alternativa próxima e mais adequada
para a realização da feira que hoje está
instalada na rua Gravataí. Tão logo os
estudos estejam concluídos, a Abast
indicará o local aos representantes
dos feirantes que hoje ali trabalham.”
Por Paulo de Souza
Escolhendo o vereador
Para ajudar os eleitores da região central na escolha de candidatos à vereança em quem votar nas eleições
de outubro, o Fórum do Centro e o jornal Centro em Foco vão realizar encontros de alguns deles com a
comunidade, a partir do final deste mês de julho até o final de setembro. O primeiro será com os candidatos
Nabil Bonduki, - arquiteto, ex secretário Nacional de Recursos Hídricos e Paisagem Urbana, e Cel. PM Camilo ex comandante Geral da Polícia Militar do Estado de São Paulo.
Local: Central de Concursos - rua Br. de Itapetininga, 163, 5º and. Sala L
Data: 31 de julho, às 18h30
Viaduto Nove de Julho, 160 - 5º , Cj. 57 - CEP 01050-060 - Tels.: (11) 2864-0770 / 3255-1568 / www.jornalcentroemfoco.com.br
e-mail: [email protected] / Editor : Carlos Moura - DTR/MS 006 / Colaboradores: Cecília Queiroz, Giscard Luccas,
José Eduardo Bernardes Jr. e Paulo de Souza - Depto Comercial: Carlos Moura - Edição de Arte: Binho Moreira
Fotografia: Joca Duarte – MTB 36.520. Distribuição Gratuita.
As matérias assinadas são de exclusiva responsabilidade dos autores, não expressando necessariamente o pensamento do jornal.
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
3
Eleições
Haddad promete revisar projeto Nova Luz
O candidato petista à Prefeitura de São Paulo, Fernando
Haddad, ex-ministro da Educação, reafirmou que sendo eleito
vai revisar o projeto da Nova
Luz. Em abril último, durante
encontro com comerciantes de
Santa Efigênia, ele mostrou-se
favorável à recuperação visual e
funcional da região central, mas
sem excessos.
Para Haddad o modelo
aprovado pelo prefeito Gilberto
Kassab (PSD), é no mínimo
equivocado. Isto porque, o
projeto Nova Luz voltado à
revitalização no Centro prevê
desapropriações e transformações de 45 quadras da região,
por meio da concessão dos
imóveis à iniciativa privada.
A favor da “revitalização”
do Centro, Haddad fala sobre a
necessidade de revitalizar a área
“a partir da força econômica que
a região já tem”. O candidato a
prefeito pelo PT, diz que comerciantes e moradores devem sim
ser consultados sobre as obras
na região, por ser do interesse
da comunidade, pois as intervenções vão alterar a vida dela.
Henrique Boney
Segundo o vereador petista
Chico Macena, o prefeito estaria
com isto, favorecendo exclusivamente ao setor imobiliário. Macena considera o que
a gestão Kassab está fazendo
na Santa Efigênia “é um crime
contra os comerciantes, os
moradores e a cidade. Isso é o
Banco Imobiliário”, ironizou.
Fernando Haddad falou ao
Centro em Foco como conduzirá, se eleito prefeito, as questões que envolvem o bairro da
Luz e a situação dos sem moradia.
Centr em Foco - Que encaminhamento o senhor pretende
dar ao projeto Nova Luz?
Fernando Haddad - Um projeto de requalificação da região
não pode ser feito sem que o
poder público promova o diálogo entre diferentes entidades
e regule a atividade privada. O
que ocorreu com esse projeto
Nova Luz foi isso: foi promovido sem que sejam ouvidos
os comerciantes do local, por
exemplo. Quando a prefeitura
cumpre o seu papel, não inibe o
investimento: faz com que gere
resultados positivos para o cidadão. Vamos rever esse projeto.
CF - O município possui
milhares de cidadãos sem mora-
dia e em situação de rua. Daí as
ocupações de prédios abandonados. Como será tratada essa
população?
FH - Antes de mais nada, há
uma distinção entre o cidadão
em condição de rua e aquele
que está organizado em movimentos sociais que lutam pela
reutilização de imóveis no
Centro, para habitação popular. No primeiro caso, houve
um retrocesso, obra da atual
administração na Prefeitura
de São Paulo. Vamos retomar
alguns programas, como aluguel social, vagas em pensões e
hotéis populares como medidas
temporárias para que cidadãos
que estão em situação de rua
possam morar enquanto se processa sua recuperação.
CF - Em que condição a
prefeitura deverá dar aval aos
movimentos de moradia, que
atualmente têm alguns prédios
abandonados sob ocupação, na
região central?
FH - Não podemos criminalizar os movimentos sociais,
como é a prática da administração Serra/Kassab. Faz parte da
nossa proposta a intervenção
e a promoção de habitação de
interesse social nas áreas centrais de São Paulo, garantindo ao
mesmo tempo o cumprimento
da função social de imóveis
ociosos e o direito à moradia
adequada para a população
mais vulnerável. Para tanto, é
possível utilizar o sistema tributário municipal para estimular
a construção de habitação no
centro da cidade, por exemplo.
CF - Atualmente, lideranças
dos movimentos de moradia
acreditam que a Prefeitura deve
manter “congelada” a situação
das ocupações, até ser resolvida
judicialmente. Qual é seu entendimento a respeito?
FH - Nossa proposta é
retomar o diálogo com esses
movimentos, interrompido pela
atual gestão. É preciso conversar permanentemente, buscando compatibilizar o direito
à moradia com suas demandas e os interesses da própria
cidade. As administrações do
PT sempre dialogaram com
os movimentos sociais, alcançando bons resultados.
Programa de governo fomenta bicicleta como meio de transporte
Em quase 20 minutos, o
candidato do PT à prefeitura
de São Paulo e ex-ministro da
Educação Fernando Haddad
desceu de bicicleta a avenida
Paulista até chegar ao Diretório Municipal do PT, na rua
Asdrúbal Nascimento - bairro
Bela Vista. Junto a correligionários e simpatizantes de sua
candidatura, Haddad mostrou que mobilidade ciclística
em São Paulo é viável.
Como uma de suas propostas do Programa de
Governo, Haddad anunciou
que pretende implementar a
integração de um sistema de
empréstimo de bicicletas ao
Bilhete Único. O projeto do
candidato do PT prevê instalações de bicicletários em
diversos pontos da cidade,
incluindo estações do Metrô
e terminais de ônibus.
O sistema funcionará
do seguinte modo: o usuá-
rio pega uma bicicleta com o
Bilhete Único para depois utilizar o ônibus ou o Metrô. O serviço será gratuito, exceto no
caso de o usuário não for utilizar transporte público na sequência do trajeto de bicicleta.
Neste caso, será cobrado um
valor simbólico, como R$ 0,25.
‘Jogando luz’ - “Temos
de estimular o transporte
sobre duas rodas na cidade,
incluindo aí campanhas de
prevenção de acidentes. O que
não pode acontecer é o poder
público desestimular o uso de
um meio de transporte não
poluente”, comenta Fernando
Haddad.
Na coordenação da área
de Transportes da campanha petista, o vereador Chico
Macena destacou que a bicicleta deverá ser priorizada
como meio de transporte.
“Vamos ‘jogar luz’ na mobilidade que já existe nesta cidade
acrescentando ciclovias, ciclorotas e ciclofaixas” em pelo
menos 150 km.
A ideia inclui não apenas
promover a ligação de bairros, como também facilitar o
tráfego de ciclistas em áreas
de acesso intermunicipais
na Grande São Paulo. Para
o senador Eduardo Suplicy,
que
também
participou
desta “bicletada”, a bicicleta
“também é um meio saudável
para paulistano se deslocar de
casa para o trabalho ou mesmo
para o lazer”.
A arrancada da campanha
- Dias antes da “bicletada”,
a arrancada da candidatura
de Fernando Haddad e Nádia
Campeão, se deu com uma
caminhada pelas ruas do
Centro - da praça Patriarca,
em frente a Prefeitura, até a
praça da Sé, no final da tarde
da sexta-feira (dia 7).
Na Sé, diante de milhares
de populares
e militantes do
PT, que ocuparam quase
toda a praça,
Haddad discursou lembrando que o
município de
São Paulo cai
no
esquecimento quando
quesitos
importantes foram deixados
de lado, em consequência da
administração iniciada por José
Serra e seguida por Kassab.
“Todo mundo é testemunha de que a vida do paulistano
melhorou, mas apenas da porta
de casa para dentro, por causa
do trabalho do governo Lula
e da presidenta Dilma. Mas,
da porta para fora, São Paulo
piorou. A saúde piorou, a educação, segurança e habitação
pioraram”, destacou Haddad.
José Bernardes
Para o candidato, somente
por meio desta eleição municipal será possível desenvolver e ampliar os benefícios
para São Paulo, parcerizando
mais com o governo federal.
“Vamos trazer o sucesso da
Dilma e do Lula para a cidade
de São Paulo. Vamos trocar
um governo com 80% de
rejeição por outro com 80%
de aprovação.”
Por Paulo de Souza
4
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
Eleições
Serra busca o corpo a corpo por voto
Apesar de ter iniciado a
campanha à prefeitura de
São Paulo, no último dia 06
de julho, tímido e resguardado no diretório municipal
do PSDB - no centro da cidade
-, o candidato tucano José
Serra mudou o tom e passou
a utilizar o corpo a corpo nas
ruas da capital, para tentar
emplacar na corrida ao cargo
da mais importante cidade do
país.
Ao lado de seu vice, Alexandre Schneider (PSD), indicado para compor a chapa de
Serra pelo prefeito Gilberto
Kassab, o candidato tucano
também busca o contato
com o eleitor. No último dia
08 de julho, Serra foi ao tradicional bairro da Liberdade
para participar do Festival
das
Estrelas,
organizado
pela comunidade japonesa.
Durante a visita, Serra foi
abordado por um professor
indignado com o salário que
recebe na rede pública. O
funcionário público teve de
ser contido pelos seguranças
do candidato, que integra o
partido do governador e tem
o apoio do prefeito.
Logo após o evento, Serra
condeceu uma breve entrevista coletiva onde justificou
o aumento na previsão dos
gastos de sua corrida eleitoral. Na campanha de 2008, o
candidato eleito Kassab havia
estipulado R$ 30 milhões.
Neste ano, os gastos do
tucano estão previstos em
R$ 98 milhões. “Aumentou
o custo, primeiro. Segundo,
isso é o teto. Não significa que
necessariamente
tenhamos
que gastar”, declarou Serra.
No dia 15 último, o candidato do PSDB visitou o Centro
de Exposições Imigrantes,
onde aconteceu o Festival do
Japão. Durante o evento, o
tucano apontou metas para
as políticas de mobilidade
urbana, mais especificamente
para os ciclistas e rebateu o
candidato do PT Fernando
Haddad, que em evento no
centro da cidade, revelou que
Fotos: Fernando Cavalcanti / Milenar
Vereador em Foco
Um Centro mais humano para
uma cidade mais solidária
os quilômetros de ciclovias
propostos pelos tucanos eram
contados entre ida e volta dos
percursos.
“Nós estamos apenas
prestando contas e dizendo o
que vamos fazer para a frente.
Não tem nenhum factoide
nisso”. Segundo Serra, serão
400 quilômetros de ciclovias,
ciclofaixas e ciclorrotas em
São Paulo. “O nosso projeto é
elevar isso ao final de quatro
anos, em conjunto com o
Governo do Estado, a 400
quilômetros, além de desenvolver um amplo processo de
educação para o trânsito no
caso de bicicletas, como tem
sido feito agora para pedestres”, declarou.
Além das propostas de
ampliação das ciclovias, o
candidato apresentou ao TRE,
na última semana, um conjunto de diretrizes que servirão de base para o programa
de governo. Serra, no entanto,
foi acusado de reciclar propostas da atual gestão. Seis
metas foram idealizadas pelo
atual prefeito Gilberto Kassab,
mas não serão cumpridas até
o fim de seu mandato, em
dezembro. Entre elas, estão
a construção de parques tecnológicos ainda em fase de
estudo; a finalização da Praça
das Artes, complexo cultural
que seria instalado na região
do Anhangabaú; e a instalação da Operação Urbana Rio
Verde-Jacu Pêssego, que serviria como política de desenvolvimento econômico na
zona leste.
Por José Eduardo Bernardes
As cidades são o
núcleo fundamental
da vida em sociedade. E o seu centro
é o ponto para onde
converge uma série
de ações, local de
referência para o
poder público, o
setor privado e a
população em geral.
Há muitos anos,
o centro de São
Paulo sofre uma
série de problemas
resultantes do processo de crescimento desordenado
da cidade. A região
viveu
momentos
de glória e depois,
de decadência. Entre tantas
idas e vindas, a população
mais pobre foi ficando cada
vez mais apartada do Centro,
empurrada para as periferias, sofrendo diariamente
para atravessar a cidade
desde os bairros mais distantes até os polos geradores de emprego e renda.
Ao mesmo tempo, a
cidade que tanto atraía brasileiros em busca de melhores oportunidades de vida
mostrou-lhes a face mais
dura. Nos anos de recessão
econômica e desemprego,
houve muitas falências e
prédios inteiros ficaram
abandonados no Centro. E
foram muitos os homens
e mulheres que, não conseguindo renda, tiveram
de viver nas ruas. A soma
desses e de outros fatores,
como a desestruturação
familiar e social, contribuiu
para que o Centro vivesse
um surto de dependência do
crack.
Para lidar com essas
questões, na Câmara Municipal aprovamos o IPTU Progressivo, que torna onerosa
a manutenção de moradias
Divulgação
sem uso, uma maneira de
aumentar o número de habitações disponíveis, especialmente de baixa renda, na
região central.
Outra luta que encampei
foi pela garantia de que os
dependentes de drogas em
situação de rua pudessem
ter um tratamento digno de
saúde - através de uma rede
de atendimento médico e
psicológico - aliado a políticas de reinserção familiar e
social, tudo isso viabilizado
pela parceria entre os governos federal, estadual e municipal.
Acredito que a solução
para tudo isso passe por
uma política de reocupação
que resgate a importância
econômica, cultural e social
do coração da cidade e por
uma visão mais humana que
busque a solidariedade e a
igualdade. Dessa maneira,
conseguiremos construir a
São Paulo que todos sonhamos, com um Centro que
seja a tradução desse espírito e local de integração
entre todos os paulistanos.
Jamil Murad,
vereador do PCdoB
Saúde no Centro
Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Extra
Seja feliz com seu sorriso - Aparelhos ortodonticos estéticos
Você paciente, que possue
uma
má
oclusão,dentes
tortos,tem vergonha de sorrir
e até hoje não corrigiu seu
problema com a ortodontia
convencional, devido aos braquetes metálicos, acabou seu
problema.
Hoje em dia graças a
grande evolução dos materiais, existem uma série de
aparelhos altamente estéticos, para usar de forma tranquila em seu ambiente de
trabalho e meio social. Afinal,
todos querem estar radiantes
em um evento social, festas
sem mostrar que estão de
aparelho.
Atualmente a opção mais
inovadora é sem duvida o
Invisalign, totalmente transparente e eficiente. Conforme
pesquisas publicadas, este
aparelho é indicado para quase
todos os casos de má-oclusões. Trata-se de uma série
de alinhadores removíveis e
transparentes que são trocados durante o tratamento. São
confeccionados com a mais
alta tecnologia computadorizada fora do brasil.
Além de resolver o problema da má oclusão, os usuários apresentam-se muito
satisfeitos e felizes porque
são aparelhos imperceptíveis
e removíveis, de higienização
tranquila e eficaz.
Somente
Ortodontistas
devidamente inscritos no
CFO, podem se credenciar ao
Invisaling e oferecer aos seus
pacientes mais essa grande e
espetacular alternativa de tratamento.
Existem outras opções
estéticas de aparelhos, que
são os braquetes estéticos
feitos de porcelana, cristal,
safira e os autoligados estéticos. Estes são materiais
muito estéticos e confortáveis
por apresentarem as bordas
mais arredondadas, satisfazendo o paciente. Hoje em
dia, não somente os pacientes
mais velhos, os mais jovens
também estão optando pelo
uso dos aparelhos
ortodônticos com
braquetes estéticos. Utiliza-se
nesses casos
de
braquetes
estéticos
fios brancos
e borrachinas
importadas
que são resistentes a absorção de corantes.
Um outro tipo de braquete
de alta tecnologia são os braquetes autoligados estéticos,
que não necessitam das borrachinhas, apresentam uma
grande vantagem, que é diminuir o tempo de tratamento do
paciente em até 50%. Outra
grande vantagem é que apresentam um baixo atrito entre
dente e osso causando praticamente nada de reabsorção
radicular, além de possibilitar
ao paciente passar na consulta a cada 2 meses. Um belo
sorriso cativa as pessoas, atrai
mais os olhares, melhora a
mastigação e a qualidade de
vida. Procure seu ortodontista, certifique-se que ele seja
Especialista para poder conduzir corretamente seu tratamento.
Serviço:
Dra. Alessandra Goloni
Especialista em Prótese
Dentária
CROSP 64.363
Rua Barata Ribeiro, 190 Cj. 85 - Bela Vista
Fones: 3256-5652 /
4329-6470
[email protected]
6
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Extra
Mulher: sexo frágil
Mito ou Verdade?
Depende. Do ponto de
vista do coração, a mulher é
mais frágil sim. Emocionase mais, apaixona-se mais, o
coração acelera mais. E aí é
que está a raiz do problema.
Desde que houve a liberação sexual feminina, com
o advento da pílula anticoncepcional na década dos anos
1970, a mulher se integrou ao
universo masculino buscando
igualar-se ao homem. Ingressou no mercado de trabalho, tornou-se independente
financeiramente,
competiu
em pé de igualdade nas mais
variadas áreas do conhecimento e conquistou o mundo!
Em contrapartida, adquiriu
hábitos reservados à maioria
masculina: stress, tabagismo,
sobrepeso, hipertensão, diabetes, sedentarismo, ingestão de bebidas alcoólicas.
A mulher é multifacetada. Ela é profissional, mas
também é dona de casa,
administradora do lar, psicóloga, chef de cozinha, motorista, compradora, professora
particular, educadora, mãe,
esposa, filha. Passa por várias
fases, da adolescência à vida
adulta, vivendo a experiência da gravidez até chegar à
menopausa. Acumula vários
cargos, está sempre sobrecarregada de funções. Dupla
jornada? A mulher tira de
Na década de 1990
a relação era de 6
homens para uma
mulher. Atualmente
é de 2 para 1 e a
tendência é igualarse! Para reverter
este quadro deve-se
lembrar que há um
fator de risco que
é imutável, a genética, mas todos os
outros podem ser
evitados.
letra, o coração que aguente!
E aguenta? Os mais novos
estudos mostram que não.
Mais de 20 milhões de
mulheres brasileiras estão
sob a ameaça de sofrer um
infarto. Cerca de 30.000
morrem todos os anos deste
mal. A probabilidade de uma
mulher morrer após infarto
é 50% maior do que em
homens em condições semelhantes.
Por que?
- Porque coração tem
sexo. Na mulher a frequência
cardíaca é 10% mais alta que
no homem, portanto o desgaste é maior.
- As artérias femininas são
15% mais estreitas e tortuosas que as masculinas, entopem mais facilmente.
- O processo de formação
de placas de gordura tende a
fechar mais rapidamente nas
mulheres e as obstruções são
mais graves.
- Nas mulheres os sintomas são mais vagos e inespecíficos, às vezes difíceis de
identificar.
- Fatores de risco como
diabetes, tabagismo, hipertensão arterial, obesidade e
depressão tem um papel mais
importante na instalação da
doença coronária feminina.
- A mulher possui um
fator de risco a mais que é
a menopausa, quando diminui o estrógeno, responsável
pela dilatação e “limpeza” das
artérias e pela proteção cardíaca.
- Ovários policísticos,
doença que atinge 10% das
mulheres também afeta a produção de estrógeno e diminui
o HDL, o chamado colesterol
bom.
- A associação pílula anticoncepcional e fumo aumenta
em 15 vezes a chance de obstrução das coronárias!
Nos anos 1950, para cada
10 vítimas fatais de problemas
cardíacos uma era mulher.
Como?
- Check up cardiológico uma vez
ao ano
- Adotar hábitos
alimentares saudáveis
- Praticar exercícios moderados, 20 minutos por dia, como caminhada
vigorosa, - musculação com
pesos leves, ginástica localizada, dança.
- Não fumar
- Se beber, apenas uma
taça de vinho tinto nos finais
de semana.
- Relaxar e meditar 5 minutos ao dia
- Tomar medicação se
necessário
- Escolher uma atividade
que dê prazer
- Ser solidária
- Trabalhar no que gosta,
de preferência perto de casa.
Evita stress, demora no trânsito e aborrecimento.
- Ter atitude, sempre positiva.
- Amar-se
- Doar seu amor
- Se estiver acima do peso
após os 50 anos, perder 1 kg
por ano até voltar ao peso
ideal e mantê-lo.
Ganhará
em saúde.
- Conhecer o mundo, nem
que seja pela internet.
O coração agradece e
retribui!
Por Amália Pelcerman
Cardiologista e Clínica Geral
Tel.: 3257-4071
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
Saúde no Centro - Caderno do Jornal Centro em Foco - Edição Extra
7
A Vitória do Controle Social na cidade de São Paulo
Em 04 de julho último, o
Juiz de Direito Randolfo Ferraz
de Campos, diante da conduta abusiva e arbitrária do Secretário de Saúde do Município de
São Paulo e seu representante
junto ao Conselho Municipal de
Saúde - quando desconsideraram a deliberação do pleno
que anulou o processo eleitoral
determinado pela portaria 1097
- deferiu uma liminar determinando que a SMS/SP cumpra
de imediato esta deliberação,
caso contrário incidirá multa
diária de R$ 10.000,00 por dia
ao agente público, sem prejuízo
de apurar improbidade administrativa e crime de desobediência. O Sr. Juiz questiona no
documento o fato de que um só
membro de colegiado afronte
decisão deste último e reiteradamente aja à revelia das deliberações do Conselho, como se
este pleno tivesse de submeter
o que viesse a deliberar à vontade e endosso da Secretaria Municipal de Saúde. Também
cita a Lei Complementar Federal 141, de 13 de janeiro de 2012, que dá novos contornos àquele
Conselho Municipal de Saúde,
inclusive em termos de relevância de suas atribuições. Esta liminar funcionou como
um bálsamo a tanta angústia provocadas nos militantes da
saúde desta cidade por um
agente público que respaldado
por Decretos do Sr. Prefeito,
transformou um espaço de discussões e deliberações em uma
arena de luta, não pela saúde
mas pelo poder. O aperfeiçoamento e o fortalecimento dos Conselhos é
extremamente importante para
a cidadania. À medida que se
consolidam e tem eficácia,
criam-se espaços onde segmentos da população se articu-
lam, trocam informações, criam
conceitos e os transmitem para
outros segmentos da população. Um dos desafios para o
fortalecimento dos Conselhos é
criar as condições mais adequadas para que se multipliquem as
lideranças de pessoas interessadas em participar da gestão
pública. Os representantes do
governo precisam também
estar qualificados para responder em nome do governo.
Assim, o Conselho tem peso,
formula políticas e toma decisões, legitimadas pelo próprio
governo. Um governo deve
fomentar a participação e não
usá-la em benefício de seus
interesses, como tem acontecido nos diversos Conselhos Gestores do município de São
Paulo. Ao negar a fala ao segmento da classe trabalhadora,
por exemplo, desqualificando
os sindicatos, o governo exclui
da esfera pública a defesa dos
direitos dos trabalhadores. O
mais importante no entanto, é
garantir a autonomia dos Conselhos em relação ao governo e
estabelecer relações no sentido
contrário ao clientelismo, que
são relações de subordinação da
comunidade. As pessoas participam porque estão dispostas a
dar uma parte de seu tempo livre
para a discussão, para o debate,
para a formulação de políticas
públicas e porque acham que
isso é importante não apenas
para elas, mas para o conjunto
da comunidade. Está passando
da hora de levantarmos a bandeira do respeito ao Controle
Social, que só se efetivará se
os governos forem obrigados
a respeitar as deliberações dos
Conselhos e Conferências, discutindo a formulação da política
pública SUS.
Obrigada Dr. Randolfo Ferraz
de Campos por tomar uma posição favorável à construção da
democracia participativa de
nossos cidadãos, fortalecendo
entre todos o conceito de que o
poder emana do povo.
Carmen Mascarenhas
Representante do
MPS do Centro
e-mail: [email protected]
8
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
Linhas Centrais
Aves do Centro
Flickr - Dario Sanches
O sabiá-laranjeira é uma
das aves mais conhecidas. Sobrevive muito bem
na cidade, mostrando um
alto grau de sinantropismo,
chegando a apresentar em
alguns parques uma densidade populacional maior
que a que apresenta em seu
próprio ambiente natural.
É o sabiá mais comum, e
o que apresenta o canto mais
melodioso. Com certeza
é a ele que se referem um
grande número de poesias
e músicas, como as famosas estrofes de Gonçalves
Dias: “Minha terra tem palmeiras onde canta o sabiá”.
Ou a música “A majestade o
sabiá”.
É muito apreciado como
pássaro de gaiola, pelo seu
canto flauteado, pagando
por isso o preço de sua
liberdade. Em algumas localidades, onde o canto desse
sabiá tinha algumas características de interesse dos
passarinheiros, chegou a
ocorrer a extinção local da
espécie.
É de fato um grande
cantor e em alguns bairros
da cidade de São Paulo,
principalmente na primavera, quando cantam mais
frequentemente para atrair
suas fêmeas e defender
seus territórios, chega a
causar algum incômodo aos
moradores, pois com a iluminação da cidade devem
achar que já está amanhecendo e começam sua cantoria ainda de madrugada,
perturbando o sono das
pessoas!
No Centro, com a convivência centenária com
as pessoas nas praças e
parques, adquiriram uma
surpreendente
mansidão,
deixando aproximar-se deles
a pouco mais de um metro.
Foi instituído, por meio de
decreto presidencial, como a
ave símbolo do Dia Nacional
das Aves, que se comemora
no dia 5 de outubro.
É grande apreciador de
frutas e por isto um dos assíduos frequentadores dos
pomares. Nessa foto, feita
na Praça da República, um
sabiá-laranjeira aproveita-se
de um mamão que foi deixado ali por algum frequentador da Praça e admirador
das aves.
Por Luiz Fernando
de A. Figueiredo
[email protected]
www.ceo.org.br
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
9
Artes e Cultura
Guerra do Paraguai é assunto de Nem heróis, nem vilões
Na noite da quinta-feira, 12,
o jornalista e professor Francisco Moacir Assunção participou da Caminhada Noturna
pelo Centro, onde estava em
destaque o seu mais novo livro:
Nem heróis, nem vilões lançado pela editora Record, resultado de seis anos de intensas
investigações sobre a Guerra
do Paraguai (1864-1870).
“Um passeio como este
é muito interessante, pois há
pontos e ruas no Centro de São
Paulo cujos nomes pouca gente
sabe que a sua origem está vinculada à Guerra do Paraguai”,
destacou Assunção ao final da
Caminhada Noturna, iniciada
na rua 24 de Maio, altura do nº
1864: data alusiva a batalha de
Tuyuty (nesta Guerra) e que dá
nome a um prédio.
Moacir Assunção relatou
fatos e histórias de personagens marcantes. A praça
Duque de Caxias, um monumento ao patrono do Exército brasileiro que ilustra
uma breve narrativa do personagem histórico, também
ostenta momentos da Guerra
do Paraguai.
O livro - Nada poderia ser
mais oportuno no momento
Divulgação
em que o Paraguai sofre
um golpe de Estado, do que
conhecer a fundo os reflexos da Guerra do Paraguai. O
caminho para esta descoberta
está no livro Nem heróis, nem
vilões, uma intensa pesquisa
feita por Moacir Assunção.
Considerado como o mais
sangrento conflito e o maior
já ocorrido na América Latina,
esta guerra não foi uma mera
concentração de forças dos
fundadores
do
Mercado
Comum
Sul-Americano
Brasil, Argentina e Uruguai
- contra o Paraguai, outrora
uma potência militar em busca
de espaço na região. A Guerra
do Paraguai causou a morte
de pelo menos 300 mil pessoas e definiu as fronteiras do
Prata. Em Nem heróis, nem
vilões também é examinada
com profundidade, a participação dos EUA na guerra em apoio ao Paraguai -, o que
levou o Brasil a suspender por
três vezes as relações diplomáticas com o país norteamericano.
Entrevistas - Para compor
o livro, Moacir Assunção
entrevistou a bisneta de
Solano López e intelectuais
lopistas e antilopistas - favoráveis e contrários ao ditador
paraguaio. Nem heróis, nem
vilões expõe ainda as difíceis
relações entre líderes militares do Brasil como o Duque de
Caxias e da aliada Argentina,
como Bartolomeu Mitre. Nesta
narrativa histórica, o autor
descortina para o leitor episódios importantes da guerra,
como Curupaiti: a maior derrota aliada que por pouco não
pôs fim ao conflito, além das
doenças que atingiram o país
e mataram mais pessoas que
os próprios combates.
Nem heróis, nem vilões é
rico em ilustrações e revela
personagens
praticamente
esquecidos na historiografia
tradicional: a primeira vítima
do conflito, o governador da
província de Mato Grosso,
morto por fome no Paraguai,
Carneiro de Campos; José
Díaz e Caballero, os maiores
generais do exército paraguaio, e o filho de Solano
López, Enrique entrou com
ações contra os governos brasileiro e argentino - Ruy Barbosa chegou a ser contratado
como advogado - para tentar
reaver terras que haviam pertencido a sua mãe.
Moacir Assunção é jornalista com passagens pelos
jornais O Estado de S. Paulo
e Diário Popular - atual Diário
de S. Paulo -, é pós-graduado
em Ciências Sociais e professor universitário dos cursos
de Comunicação Social da
Universidade
São
Judas
Tadeu (USJT). Especializado
em temas históricos, atua
como colaborador das revistas História Viva e Aventuras
na História e é mestrando em
História Social pela PUC-SP.
É autor dos livros Os homens
que mataram o facínora – a
história dos grandes inimigos
de Lampião (Editora Record),
Luiz Carlos Prestes um revolucionário brasileiro (Editora
Lazuli) e Ficha Limpa, a lei da
cidadania (Editora Realejo).
Por Paulo de Souza
Serviço:
Livro: Nem heróis, nem vilões
- Curepas, caboclos, cambás,
macaquitos
e outras revelações da sangrenta Guerra do Paraguai
Autor: Moacir Assunção
Editora:
Grupo
Editorial
Record / Editora Record
Número de páginas: 462
Nas melhores livrarias
Linhas Centrais
Bicicloteca comemora seu primeiro aniversário
O projeto Bicicloteca comemorará seu primeiro aniversário
neste dia 28 de julho, na Câmara
Municipal, entre 9 e 12h. Seu
objetivo é incentivar a inclusão
cultural da população em situação de rua. Atualmente o projeto conta com um acervo de 44
mil exemplares e três bicicletas,
que circulam a região central da
cidade, estimulando a leitura.
É através da Bicicloteca, que
pessoas em situação de rua,
que não teriam condições nem
mesmo de solicitar um empréstimo de um livro, por não ter
endereço fixo e ou documentos,
hoje podem fazê-lo. Antes não
tinham contato com o universo
literário, mas agora - através
dessa iniciativa - tem acesso
fácil, sem burocracia, à leitura. O
Henrique Boney
Centro é o local onde se concentra o maior número de pessoas
nesta situação, e é a principal
rota da Bicicloteca.
O projeto foi idealizado e executado por Robson Mendonça, e
dispõe de uma bicicleta motorizada e adaptada para transportar
livros, e oferecer internet Wi-Fi à
população em
situação de rua,
promovendo
a inclusão cultural e levando
um pouco de
dignidade
aos
que mais precisam de apoio da
sociedade.
“O
meu objetivo é
incentivar a leitura, eu não tive
uma oportunidade semelhante
quando estava nesta situação, e
sei o quanto o incentivo à leitura
é importante”, comenta Robson,
que é presidente Movimento em
Defesa da População em Situação
de Rua do Estado de São Paulo.
Mendonça, sempre teve
gosto pela leitura, e acabou em
situação de rua após perder
esposa e filhos. Durante este
período, encontrou na leitura
uma forma de enriquecer o seu
conhecimento, porém sempre
teve dificuldades para manter o
hábito, incluindo o preconceito
de muitos quanto à sua situação,
pois não dispunha dos documentos necessários para solicitar empréstimo nas bibliotecas
públicas.
Para o vereador Chico
Macena que acompanhou o
projeto da Bicicloteca desde o
princípio, esse tipo de iniciativa incentiva a revitalização do
Centro. “A Cidade, e mais especificamente o Centro, precisa de
projetos criativos, que realmente
se materializem em políticas de
recuperação da população em
situação de rua. O Robson Mendonça e os apoiares do projeto
estão de parabéns, pois ao levar
conhecimento por meio da leitura ajudarão a incluir e recuperar
a autoestima da população em
situação de rua.”
Garantindo ter outros projetos
em mente visando oferecer novas
oportunidades aos que mais
necessitam, Robson defende
que o apoio político é essencial à
continuidade ou manutenção de
projetos como o da Bicicloteca.
“O apoio político é muito importante, e o mandato do vereador
Macena nos apoiou na caminhada
pela Bicicloteca desde o início, e
contribuiu ativamente para o seu
desenvolvimento.”
Por Talita Gomes 10
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
Artes e Cultura
Festival de dança ENDA premia os melhores da arte no país
Nos próximos dias 3, 4
e 5 de agosto, acontece a
31ª edição do ENDA (Encontro Nacional de Dança), no
Memorial da América Latina,
em São Paulo. O tradicional evento, idealizado pelo
Sindicato
dos
Profissionais de Dança do Estado de
São Paulo, sob a direção de
Maria Pia Finócchio, aponta o
atual panorama da dança ao
público paulistano.
Para esta edição, o ENDA
reuniu cerca de 70 grupos
de dança, advindos de diversas cidades paulistas. Eles
apresentarão mais de 90
coreografias de várias modalidades. A ideia dos organizadores é democratizar o
acesso aos espetáculos de
dança no Brasil, por isso a
aposta é na diversidade de
estilos e no tempo das apresentações, que não devem
ultrapassar cinco minutos
de duração. O evento é destinado aos profissionais da
dança em atividade, mas contempla também a categoria
amador e semiprofissional. A
seleção para esta categoria é
feita por ordem de inscrição e
os premiados são convidados
RenatoHatsushi
para a próxima mostra.
Os espetáculos se dividem em balé clássico,
moderno e contemporâneo,
dança folclórica e de salão,
sapateado, jazz, entre outros,
marcados pelo dinamismo
no palco e pela variada formação dos grupos. No intervalo de cada noite do ENDA,
o foyer do Auditório recebe
dois números de dança. O
primeiro, de passo doble e o
segundo de dança do ventre.
Essas apresentações estarão
em um palco, montado especialmente para este espetáculo paralelo.
O desempenho dos
grupos será avaliado por um
corpo de jurados, formado
por personalidades do mundo
da dança. Os vencedores
serão anunciados na noite
de encerramento, no dia 5
de agosto. “Os Melhores dos
Melhores de 2012” participação do Grande Gala ENDA.
Este evento acontecerá em
outubro, também no Memorial, quando serão entregues
os prêmios em dinheiro e as
bolsas de estudos (no Brasil
e Exterior) para os bailarinos
que conquistarem as maiores notas do júri. Pode ainda
haver o Prêmio Revelação,
mas este depende de excepcional qualidade técnica e
artística dos concorrentes.
Neste ano, a direção do
ENDA oferecerá também um
Workshop gratuito para os
participantes do evento. Os
cursos com 1h30 de duração
serão ministrados pelos jurados do evento. Poderão participar até dois integrantes
de cada grupo, préviamente
inscritos. Os cursos acontecerão nos mesmos dias do
evento - no Memorial da América Latina - na sexta-feira e no
sábado, em horário ainda não
definido.
Há 31 anos, o ENDA vem
revelando e lançando talentos da dança. Bailarinos que
se projetaram e hoje, participam de importantes grupos
nacionais e internacionais.
O encontro pioneiro no estímulo à dança no Brasil - inspirando a realização de outros
festivais pelo País - é presidido por Maria Pia Finócchio,
que também é diretora do
Sindicato dos Profissionais
de Dança do Estado de São
Paulo, desde sua fundação,
em 1991.
Serviço:
31º Encontro Nacional de
Dança - 3, 4 e 5 de agosto
Horários: sex. às 20h, sáb. às
19h e dom. às 18h
Memorial da América Latina
Ingressos: R$ 20,00
(meia R$ 10,00)
Teatro do Núcleo Experimental apresenta a peça Bichado
Está em cartaz no Teatro
do Núcleo Experimental a
peça Bichado, com tradução
de Thiago Ledier e direção de
Zé Henrique de Paula. A peça
faz parte da Trilogia da Guerra,
idealizada pelo diretor, que
conta ainda com os espetáculos Casa Cabul e As Troianas.
Esta é a primeira montagem no
Brasil de um texto do dramaturgo e ator americano Tracy
Letts, ganhador dos prêmios
Pulitzer e Tony.
Encenado pelos atores
Einat Falbel, Paulo Cruz, Alexandre Freitas, Adriana Alencar e Rodrigo Caetano, a
montagem retrata uma história de amor cercada de teorias
da conspiração. A trama de
Bichado se enreda em torno
de um soldado, desertor na
Guerra do Golfo, que desen-
volve uma crescente paranoia
envolvendo
experimentos
secretos feitos em militares pelo
governo americano.
As cenas se passam dentro
de um quarto, em um motel de
beira de estrada, nos limites de
Oklahoma (Estados Unidos),
onde a garçonete Agnes White
(Einat Falbel), vive escondida
de seu violento ex-marido,
Jerry Goss. Sua amiga gay R.C.
(Adriana Alencar) lhe apresenta
então a um veterano da Guerra
do Golfo, Peter Evans, (Paulo
Cruz). Eles passam a se relacionar, mas ela acaba descobrindo
que o jovem é vítima de uma
crescente sensação de perseguição. Peter tem certeza de que
foi cobaia de experiências do
exército americano e acredita
que cientistas estejam em seu
encalço. Quando o casal tem
Ronaldo Gutierrez
o quarto invadido por insetos,
essa comédia fica cada vez mais
bizarra.
O diretor Zé Henrique, que
conheceu o texto de Tracy
Letts na peça “August: Osage
County” (Agosto: Condado de
Osage, Prêmios Pulitzer e Tony,
em 2008), acredita que o autor
“tem uma mão incrível para
escrever diálogos afiados e cor-
tantes, sempre
tentando radiografar a classe
média”. Para ele,
“o texto toca em
questões muito
relevantes hoje
em dia, neste
tipo de sociedade urbana em
que
vivemos,
como a solidão
do homem contemporâneo e a sua frágil saúde
mental, a felicidade química nas
grandes cidades e a vigilância
sobre as nossas vidas privadas”,
afirma.
O diretor revela que Bichado
aponta para um ponto de vista
diferente sobre o assunto tratado na Trilogia da Guerra. Nas
peças anteriores, a intersecção
entre o Eu (indivíduo) e o Outro
era feita pela via da intolerância
e da descoberta. Em Bichado,
ela é apresentada pela simbiose entre os dois pontos de
vista. “Bichado oferece o contraponto que precisávamos
para poder falar dos efeitos
da guerra na vida de pessoas
comuns, o estresse pós-traumático e, além disso, metaforicamente, da guerra como
força latente na vida diária
e cotidiana. O trânsito virou
uma guerra, a guerra contra
as drogas, o relacionamento
é uma verdadeira guerra”,
explica.
Serviço:
Teatro do Núcleo Experimental
Rua Barra Funda, 637
Temporada: até 6 de agosto
Horário: sex; sáb. e seg. às 21h;
dom. às 19h.
www.jornalcentroemfoco.com.br
SP - 18 a 31 de Julho de 2012
11
Linhas Centrais
Terraço Nobre aposta na versatilidade para ir além do almoço cotidiano
Há muito tempo os restaurantes deixaram de ter aquela aparência
formal e sisuda. Hoje, eles são verdadeiros espaços de convivência, que se
alongam além do horário do almo ço,
ou do expediente de trabalho. Organizam festas de fim de ano, happy hours
e eventos diversos. Completamente
integrado a esta nova tendência, o restaurante Terraço Nobre, localizado no
Centro de São Paulo, apresenta um
diferencial importante em relação aos
concorrentes: o espaço.
Com uma área total de 980 m², divididos em quatro amplos salões, os serviços que extrapolam o horário formal
do almoço, já se tornaram rotineiros
no restaurante. “No segundo semestre, as empresas começam a agendar seus eventos para o fim do ano, é
uma correria só”, declara a assessora
de marketing do Terraço Nobre, Dóris
Sanches.
Além do salão principal, com capacidade para 240 pessoas, o restaurante
possui ainda um auditório onde são
oferecidos serviços de coffe-break’s
para empresas; uma sala onde tradicionalmente são realizados aniversários e comemorações - inclusive aos
fins de semana; um outro espaço para
128 pessoas, usualmente reservado
para palestras e reuniões e a parte mais
charmosa da casa: uma área externa
de 250 m², com cadeiras e mesas ao
ar livre, cercado por uma diversidade
de plantas frutíferas e hortaliças, que
inclusive são utilizadas como tempero
na casa.
Considerado um dos principais
pontos de alimentação saudável e de
qualidade na região central, o Terraço
Nobre - inaugurado em janeiro de 1994
- está instalado no primeiro andar do
Edifício Eiffel, na Praça da República.
Mesmo com todas as atrações e versatilidades, o restaurante não deixa de
cumprir com sua função primordial.
No horário do almoço, o espaço atrai
cerca de 400 clientes por dia, servindo
mais de 30 pratos diferentes, entre
frios e quentes.
No entanto, a meta é aumentar
ainda mais a frequência de clientes,
principalmente no horário do almoço.
Para isso, o restaurante mantém convênios com empresas da região e a
iniciativa têm registrado aumento de
2% ao mês no número de clientes,
de acordo com o proprietário Sidney
Grigio. Os funcionários das mais de 70
empresas conveniadas tem desconto
de 10% no almoço ao apresentar a
identificação do local de trabalho.
O restaurante conta com uma
equipe formada por 25 profissionais
qualificados, incluindo cozinheiros
especializados na tradicional comida
caseira brasileira, sob a orientação de
uma nutricionista. Todos os alimentados servidos, armazenados e manipulados são constantemente analisados
e os laudos de qualidade permanecem
expostos nas paredes do restaurante.
Serviço:
Restaurante Terraço Nobre
Sistema self-service por quilo
De seg. a sexta-feira, das 11 às 15h
Praça da República, 177 - 1º andar
Fones: 3255-1270 - 9865-2574
www.terraconobre.com.br
Fotos: Chico Alves

Documentos relacionados