Revista Black Card - África do Sul

Transcrição

Revista Black Card - África do Sul
A Magia da África do Sul
São muitas as pessoas que associam o continente africano somente aos animais,
selva, florestas, tribos, comidas exóticas, safáris para turistas e evidentemente a
cultura negra. Copa do Mundo da FIFA de 2010 foi a oportunidade de dizerem ao
mundo e a si mesmos que são capazes e que o passado ficou realmente para trás.
E como são capazes!
Ainda me lembro de quando o Hotel The Palace foi inaugurado em Sun City, cerca
de 2 horas e meia de vôo de Joanesburgo. Era difícil acreditar que o primeiro hotel 6
estrelas do mundo estava na África, 20 anos se passaram e o The Palace ainda
surpreende com sua opulência. O The Palace é um marco na hotelaria mundial, uma
estrutura física que tomaria anos para ser construída e que dada à urgência do
momento, foi colocado de pé em apenas 8 meses com 5000 trabalhadores 24h por
dia. O mesmo país de um hotel como este, surpreende com o incrível Pezula na
cidade de George em um formidável pequeno lugarejo chamado Knysna. O Pezula
é o exercício da excelência moderna e contemporânea tão presente na hotelaria
atual, onde são os detalhes que fascinam. Mas ao mesmo tempo, é parte de um
conceito residencial e de entretenimento impecáveis. Destino de muitas casas de
veraneio, ele se destaca pela sua capacidade única de ser surpreendente. Parece
um Hotel de montanha, mas ao mesmo tempo com uma paradisíaca praia ao seu
lado; e na praia, um conceito de Hotelaria de Castelo, mas minimalista e não
satisfeito, canoagem no rio que passa ao lado da floresta, onde também o Pezula
residencial, SPA, resort e hotelaria está localizado. O que dizer, ou melhor, como
reagir?
O mundo não sabe o que encontrará na África do Sul!
Sim, tem safáris e passeios incríveis de balão, e cada um melhor do que o outro.
Safáris de Luxo inclusive. Participar, entretanto, de um que seja organizado pelo
poderoso grupo britânico do segmento de hospitalidade, Orient-Express, é entender
que até nestes temos como surpreender e encantar. A transformação do ordinário
em extraordinário, como digo tantas vezes. A Orient-Express, em Joanesburgo, têm o
surreal hotel The Westcliff, na parte mais alta da cidade rodeado de um verde
estonteante e com o deck de piscina mais surpreendente e maravilhoso que existe.
Na verdade, o primeiro deck de piscina com limite infinito suspensa de toda África do
Sul.
As principais cidades como Joanesburgo, Pretoria, Durban e Cape Town que em
outrora foram os principais centros nervosos da resistência ao regime do Apartheid,
viraram a página. Correm contra o tempo. Cape Town sem dúvida alguma merece
o título de uma das cidades mais lindas do mundo. Aos turistas uma sugestão: não se
deixem levar apenas pelos encantos da Table Mountain, da calorosa Long Street e
do muito que pode ser feito na região da Table Bay e Waterfront. Dediquem tempo
para realmente entenderem a importância do bairro Bo Kaap, onde negros,
indianos, árabes, brancos resistiram fortemente se tornando um dos locais mais
miscigenados do país até hoje. Toda esta diversidade tornou Cape Town leve,
amigável e harmoniosa. Quem diria que a África do Sul teria uma das constituições
mais liberais do mundo e que Cape Town seria um dos destinos mais gays do
planeta? Até bem pouco tempo os negros eram perseguidos! Esqueça por um
momento o que acha da diversidade sexual, tudo isso transformou culturalmente
Cape Town, a primeira cidade da África do Sul, em um local absolutamente
caloroso. É ali também bem perto que está a Robben Island, onde Mandela esteve
preso durante 18 anos do seu período de 27 anos no que seria prisão perpétua.
Fascina perceber o esforço para que a história e a origem não se percam com o
sopro dos novos tempos. Todos os lugares tentam manter de alguma forma o DNA de
quem são, seja no design, no serviço, na comida, na música. E é isso que chama
atenção em um hotel como o Cape Grace. A vista da Table Mountain é privilegiada,
a marina é linda, a localização é perfeita, o serviço impecável, mas esses são
atributos que já não são mais suficientes apenas para a diferenciação. O corredor do
belo Hotel possui uma exposição de objetos da cultura africana, harmoniosamente
editada e especialmente emocional.
Mudar sempre. Renovar sempre. Mas jamais a ponto que comprometa a identidade.
Será que estamos conseguindo isso no Brasil ou ainda somos temerosos com a nossa
própria identidade cultural?
O turismo muito mais do que uma das principais fontes da economia do país é
entendido como um poderoso e estratégico alicerce para a construção das bases
sociais. Acreditam que o turismo gera mais rapidamente empregos e inclusão social,
acelerando assim o processo de diminuição das diferenças. E nesse ponto a África
do Sul é uma escola. Utilizam verdadeiramente a mão-de-obra local, e local para
eles quer dizer principalmente próxima do local de trabalho. Os chefs dos principais
restaurantes das cidades e os gerentes gerais dos hotéis são sul-africanos, por
exemplo. Acreditam e vivem o comprometimento com o desenvolvimento e com a
capacitação, não gostam de “exportar” mão-de-obra. Admirável. Vital para um país
que ainda luta fortemente para conter o desemprego e a inclusão dos que foram
criados em townships (favelas)!
Na África do Sul também encontramos as marcas tradicionais de Luxo, seja nas
diversas concessionárias especiais ou as marcas de acessórios, calçados, malas,
vestuário em centros comerciais, sendo o que mais especial deles está em Cape
Town no Waterfront. O McDonald´s, a música americana R&B, os centros comerciais
excelentes nos modelos americanos, a penetração e a importância da TV e seu
reality shows, chefs da cozinha experimental, Coca-Cola também estão em todas as
partes e claro, as Havaianas – a marca Brasileira mais global que temos.
Deixe-se envolver pelo ritmo africano, pelo sorriso e simpatia contagiante, pela
leveza da alma, pela história de luta, pelos destinos fascinantes, pelo serviço genuíno
de Luxo em muitos dos hotéis e restaurantes e pelo genuíno “free spirit”.
Sinta o verdadeiro sentido da democracia e do valor para eles do que significa
liberdade.
Emocionante perceber o esforço cultural para aprenderem a lidar entre eles,
independente dos credos, da cor de pele, das diferenças.
Aventure-se em descobrir esta nova África do Sul.
Inspire-se pela magia!
Afinal como dizia Mandela: “Eu sou o mestre do meu destino, Eu sou o capitão da
minha alma.”