Página Interna - CRC-AM
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Presidente do CRC-AM Manaus, 19 de janeiro de 2016 PERFIL EMPRESARIAL EDITORA Lilian D'Araujo: (92) 2101-5523 / 99618-5722 Crise faz com que se olhe mais para a contabilidade. Inclusive, a Lava Jato, vem se fortificando com base em dados da contabilidade das empresas alvo da operação E-mail: [email protected] Negócios Manoel Júnior, CADERNO B Manoel Júnior Mundo dos Temos que pensar que não existe uma empresa de sucesso se não tiver uma assessoria contábil boa Foto:Walter Mendes Presidente do CRC-AM, eleito para o biênio 2016/2017 Manoel Carlos de Oliveira Junior é contador e professor Em tempos de crise, contador ganha espaço nas empresas Com a crise econômica e institucional que assola o país, houve uma virada no olhar para a área contábil Tanair Maria [email protected] O contador Manoel Carlos de Oliveira Junior, 44 anos, foi eleito presidente do CRC-AM (Conselho Regional de Contabilidade do Amazonas) biênio 2016/2017. Atuante como professor e contador, possui graduação acadêmica em ciências contábeis pela Universidade Nilton Lins, turma de 1998. Também é formado direito pela faculdade Martha Falcão Devry. Em 2013, Manoel Júnior foi convidado pelo expresidente do CRC-AM, Júlio Ramon, para compor a chapa como vice-presidente que foi eleita 2014/2015, cujo mandato era da presidente Edna Dinelli. Sendo ela mesma, quem indicou o nome de Manoel Junior para concorrer à presidência, na atual gestão, tendo sido aprovado por unanimidade pela Plenária do CRC-AM. Sua principal perspectiva é elevar a valorização da profissão de contador. Atualmente, com a crise econômica e institucional que assola o país, houve uma virada no olhar para a área contábil, tanto por parte dos profissionais contadores, quanto dos empresários na hora da tomada de decisões de cada negócio a ser realizado pela empresa. Inclusive a Operação Lava Jato, vem se fortificando com base em dados da contabilidade das empresas alvo da operação, segundo o presidente. É nesse panorama que o presidente do CRC-AM, Manoel Junior, concedeu entrevista exclusiva para o Jornal do Commercio, falando sobre a contabilidade como ferramenta anticorrupção e principalmente de tomada de decisões para os empresários de visão. Saiba, também, porque o contador é uma profissão muito demandada nas universidades do Brasil e que vem crescendo continuamente. Jornal do Commercio – Qual foi a motivação para concorrer à função de presidente do CRC-AM, no desafiador biênio 2016-2017, diante da atual situação econômica do país? Manoel Junior – Desde o início nossa preocupação sempre foi com a valorização da profissão. Apesar da profissão de contador ser primordial para uma empresa, assim como o bom médico é para o paciente, na empresa é da mesma forma. Porque se ela, a empresa, não tiver uma boa orientação contábil à tendência é que essa empresa venha a falir, a quebrar, a não ter continuidade, dada à importância da profissão. JC – E o que deve e pode ser feito para ter essa maior valorização da profissão de contador? MJ – É mostrar tanto para o profissional, quanto para o empresário o valor da profissão do contador. Mostrar qual a representatividade do contador na empresa. Na verdade, o contador é primordial para o crescimento da empresa. Hoje o contador auxilia na tomada de decisões, não é só aquele que fica atrás da mesa fazendo guias (de recolhimento de tributos). Ele está capacitado, realmente, para ajudar na tomada de decisões da empresa. JC – Então a contabilidade pode garantir a sobrevivência da empresa em tempos de crise? MJ – Exatamente. Através da contabilidade que o empresário atuante, ativo vai conseguir ler como está a empresa dele. É onde estão os números da empresa e aonde ele tem que melhorar. Nas demonstrações contábeis ele consegue tomar as decisões mais assertivas para a empresa. É a leitura da empresa que se faz através da contabilidade. Então, principalmente, num momento de crise que mantendo uma contabilidade atualizada, com os números bem estruturados como manda a legislação, fica mais fácil essa leitura. E com essa recessão que vem aumentando a inflação, a contabilidade é uma ferramenta realmente importante para a empresa. JC – Sobre a entrega da Declaração de Imposto de Renda, que alguns empresários e até pessoas físicas já começam a se preparar. Este ano vai haver alguma campanha do CRC-AM? Qual a expectativa para esse exercício 2016, ano base 2015? MJ – Em função do Imposto de Renda da Pessoa Física, o CRC em parceria com o Fescom (Fiscal das Empresas de Contabilidade) há alguns anos veem, no mês de abril, atendendo aos contribuintes em alguns shoppings da cidade. No qual, os profissionais ficam à disposição para tirar dúvidas a respeito do seu imposto de renda. Nós vamos ter contadores diuturnamente nos shoppings da cidade prontos para esclarecer dúvidas dos contribuintes, para evitar que o contribuinte caia na malha fina, enfim, orientar para que ele faça sua declaração de imposto de renda corretamente para evitar problemas com a Receita Federal. JC – Ao longo do ano quais são ações prioritárias do CRC-AM? MJ – O CRC tem três prerrogativas principais, que são: o registro, a fiscalização e a educação continuada que vamos levar há todos os municípios do interior do Estado. JC – O que é preciso para obter o registro no CRC? MJ – O registro trata do ingresso de novos profissionais a partir do momento em que eles fazem o exame de suficiência. Hoje para se exercer a profissão de contador, assim como o advogado precisa fazer o exame da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), o contador precisa fazer o exame de suficiência do CFC (Conselho Federal de Contabilidade). Este é o meio dele se tornar um profissional apto assim que concluir a faculdade de Ciências Contábeis, através de seu registro que é obtido com a aprovação no exame de suficiência. JC – Presidente, sobre a fiscalização, como ela ocorre? MJ – A fiscalização é justamente para manter a legalidade da profissão, combater os leigos para regular realmente a profissão. Mostrar ao profissional os caminhos e conduta para ser um profissional legal, para não ficar à margem da lei. A fiscalização, além de assegurar a regularidade através da orientação, ela também combate o exercício ilegal da profissão. JC – E qual o papel da educação continuada no contexto das três principais prerrogativas do CRC-AM? MJ – Trata-se de um processo contínuo, que nós temos que estar oferecendo, na educação continuada contábil, o ano todo. Como nós temos diversas obrigações, então nós temos que estar oferecendo ao pro- fissional para que ele se mantenha atualizado, além de dirimir as dúvidas dos contribuintes, também evitar inconsistência na escrituração contábil. JC – Presidente, diante dessa exposição, como estão os números nacionais e regionais, que confirmem o crescente aumento da demanda pela profissão de contador? MJ – Em 2015, o CRC atingiu a marca de 520 mil profissionais registrados em todo o país. No Amazonas, são cerca de 7.200 profissionais atuando de forma regular. A profissão de contador está entre as quatro primeiras no ranking nacional, ficando lado a lado, com as profissões de advogado, pedagogo e administrador de empresas. Nos quatro cursos mais procurados nas universidades do Brasil, está Direito em primeiro lugar, depois vem Pedagogia em segundo, Administração em terceiro e Ciências Contábeis em quanto lugar. JC – Com o aumento da carga tributária, que já começa o ano vigorando o aumento de 1% no ICMS e o aumento do salário mínimo que afeta as pequenas e microempresas, a procura pelos serviços do contador também cresceu? MJ – Nós temos que pensar, a partir do princípio, que não existe uma empresa de sucesso se não tiver uma assessoria contábil boa, que a oriente. Isso já é fato, isso já é comprovado, para se ter sucesso, precisa de uma assessoria boa. Quanto ao aumento de carga tributária nós estamos de fato pagando uma conta que não é nossa. Vinda de um governo de ações que não foram as melhores decisões que foram tomadas pelo governo. Vivemos uma crise política ética política, na verdade, porque está sendo comprovada através da Operação Lava Jato, com vários políticos envolvidos em fraudes. JC – Qual a avaliação do presidente do CRC-AM em relação à atual crise econômica e institucional, que vem assolando o país? MJ – Eu vejo que o Brasil, de certa forma, precisa passar por isso, para que o país pule essa etapa e no futuro não venha cometer os mesmos erros. Nós realmente temos e vamos passar por isso, vamos pagar a conta. Nós temos uma in- flação divulgada na faixa de dois dígitos, entre 10% a 11%, mas nós sabemos que a inflação está bem maior como, por exemplo, plano de saúde aumentado em torno de 13%, as coisas estão subindo além do que a inflação que o governo divulgou. Então, nós temos que dar a nossa contribuição, que é continuar trabalhando e pagar a conta que naturalmente não é nossa, mas é a política atual do governo que está aí. JC – Qual a importância da contabilidade nesse momento de crise e inclusive para a Operação Lava Jato? MJ – A contabilidade é uma ferramenta de gestão, de fiscalização, sendo uma das ferramentas que pode estar incluída no combate à corrupção, porque ela tem os números. Basta que cada profissional tenha a capacidade de dizer: “Isso está errado e eu não vou fazer!”, entendeu. Isso é uma cadeia de ações e nós que temos essa ferramenta na mão de combate à corrupção, de fiscalização, de ferramenta de gestão é importante nós usamos, de fato, no combate dessa corrupção desenfreada que parece que ninguém vê, parece que não existe mais ninguém honesto, é complicado. JC – Qual a mensagem do atual presidente do CRC-AM? MJ – Nós temos dois grandes desafios para essa gestão. O primeiro é a construção da sede própria, um prédio muito confortável de três andares, com estacionamento subterrâneo. E o segundo que é a valorização, em si, da nossa profissão. Que ela só vai conseguir essa valorização quando nós conseguirmos ser plenamente capacitados. E o nossa desafio aqui hoje é levar a educação continuada para os profissionais do interior do Estado. Porque a grande dificuldade está no deslocamento para os munícios que tem um custo de passagem muito alto, não temos como fazer vídeo aula porque não tem internet que suporte a transmissão. Nós temos um projeto, que num momento, oportuno vamos apresentar à sociedade. Hoje, capacitar o profissional do interior do Estado é nossa principal preocupação, para que eles não fiquem defasados nas informações, e estejam sempre atualizados por meio da educação continuada. www.jcam.com.br