Perfil da indústria de máquinas para madeira no Estado do

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Perfil da indústria de máquinas para madeira no Estado do
Perfil da indústria de máquinas para madeira no Estado do Paraná1
Ruth M. Hofmann2
Dayani Aquino3
Marcelo F. Melo4
Victor Pelaez5
Resumo: O objetivo desse trabalho é traçar o perfil da indústria paranaense de
máquinas para madeira partindo dos seguintes indicadores estruturais: porte das
empresas, segmentação do mercado, tecnologia, patentes, desenvolvimento de
produtos, acesso a crédito, vendas e assistência técnica. O referencial de análise
adotado baseia-se, por um lado, nas características estruturais do mercado no qual
as empresas atuam e, por outro, na identificação de parâmetros capazes de definir
um perfil produtivo e comercial comum à maioria das empresas que constituem o
ramo de atividade em questão. A identificação desses parâmetros, em termos
quantitativos e qualitativos, permite estabelecer um referencial (benchmarking) de
competitividade das estratégias de produção e comercialização adotadas pelas
empresas para manter ou alterar o seu posicionamento no mercado. As análises
baseiam-se nos dados coletados entre 2005 e 2006 mediante aplicação de
questionários em 27 das 45 empresas instaladas no Paraná, Estado que concentra
22% das 195 empresas do ramo de máquinas para madeira no país. A partir desse
estudo, constatou-se que essa indústria compõe-se principalmente de empresas de
pequeno porte com regime de apropriação fraco, dificuldade de acesso a crédito,
baixo dinamismo tecnológico e rotinas de buscas de informações fundamentadas
nas atividades de vendas e assistência técnica.
Palavras-Chaves:
máquinas
para
madeira,
benchmarking,
tecnologia,
competitividade.
Abstract: This paper aims to profile of the Paraná State industry of woodworking
machinery from some structural indicators, namely: size of the companies,
segmentation of the market, technology, patents, development of products, access to
credit, sales and technical assistance. The referential of analysis is based on
definition of structural characteristics of the market in which the companies act and in
identification of parameters capable to define a common commercial and productive
profile the most part of companies who constitute the branch of activity in question.
The identification of these parameters, in quantitative and qualitative terms, allows to
establish a referential (benchmarking) of analysis on the commercialization and
production strategies that the companies adopt to keep or to modify its positioning in
the market. The analyses are based on the data collected between 2005 and 2006
1
Este trabalho foi realizado no âmbito do Projeto de Gestão de Inovação Tecnológica em Empresas
(Projeto Gite II), desenvolvido pela Divisão de Extensão Tecnológica do Instituto de Tecnologia do
Paraná (Tecpar) e o Departamento de Economia da UFPR, com apoio da Financiadora de Estudos e
Projetos (Finep) e da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
2
Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Endereço eletrônico: [email protected]
3
Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Endereço eletrônico: [email protected]
4
Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar). Endereço eletrônico: [email protected]
5
Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Endereço eletrônico:
[email protected]
by means of questionnaires application in 27 of the 45 companies installed in
Paraná, which concentrates 22% of the 195 companies of the branch of
woodworking machinery in Brazil. The study evidenced that this industry is
composed mainly by small companies with weak regimen of appropriation, difficulty
of access to credit, low technological dynamism and routines of information search
based in sales and technical assistance activities.
Key-Words: woodworking machinery, benchmarking, technology, competitiveness.
Área III - Economia Industrial, da Tecnologia e dos Serviços no Paraná
1
1 – Introdução
A indústria de máquinas para madeira constitui-se num segmento da
indústria de bens da capital ainda pouco estudado, devido principalmente às
dificuldades de obtenção de dados desagregados dos censos industriais capazes de
viabilizar a identificação das especificidades produtivas deste segmento. Diferente
de outros segmentos do ramo de bens de capital, como a indústria de veículos
automotores, equipamentos de telecomunicações ou equipamentos de informática,
nos quais existe um dinamismo tecnológico mais evidente, a produção de máquinas
para o processamento de madeira, no Brasil, não se destaca por sua capacidade de
introduzir inovações tecnológicas significativas. Acrescente-se a isso o fato de que a
cadeia produtiva que consome essas máquinas – desde a extração da madeira até a
fabricação de peças acabadas ou de mobiliário – também não apresenta um
dinamismo tecnológico significativo. Pelo contrário, no caso da extração e do
beneficiamento da madeira no Brasil, essas se caracterizam por serem atividades
ainda fortemente baseadas no extrativismo, com uma herança produtiva baseada na
ilegalidade predatória de florestas tropicais. A abundância de recursos naturais,
juntamente com a inépcia do poder público no controle da depredação dos recursos
florestais, revela-se como um dos principais fatores inibidores do processo de
modernização tecnológica em toda a cadeia produtiva da madeira processada. Por
outro lado, a escassez de madeiras tropicais levou a um inevitável processo de
substituição dessa matéria-prima por madeiras cultivadas e por materiais produzidos
a partir do processamento dos resíduos de madeira (painéis, aglomerados, MDF).
Esses materiais têm sido em grande parte utilizados pela indústria moveleira, que se
destaca das demais etapas da cadeia produtiva por seu maior dinamismo
tecnológico e comercial, principalmente a partir de meados da década de 1990.
O surgimento mais expressivo de empresas fabricantes de máquinas para
madeira nos últimos trinta anos tem contribuído para uma progressiva, porém lenta,
diversificação desse segmento produtivo, bem como para uma expansão das
exportações de madeira processada de maior valor agregado (molduras, painéis,
compensados, móveis), especialmente a partir de meados dos anos 1990. No
segmento de máquinas para madeira, um número reduzido de subsidiárias de
empresas estrangeiras – predominantemente de origem italiana e alemã – coexiste
com um número significativo de empresas nacionais de pequeno porte, muitas
2
destas criadas por ex-funcionários das filiais estrangeiras. Em que pese um baixo
dinamismo tecnológico, vis-à-vis outros segmentos da indústria de bens de capital,
pode-se identificar, no caso da indústria de máquinas para madeira, um progresso
técnico caracterizado pela interação de três variáveis principais: a introdução de
novas matérias-primas (madeiras e seus resíduos) a serem processadas; o
surgimento de novos produtos de madeira, especialmente móveis; e a evolução das
máquinas de processamento. Se a introdução de novas matérias-primas teve como
principal causa a escassez das florestas naturais, a produção de móveis retilíneos,
utilizando sobretudo painéis de madeira, gerou, por sua vez, um impacto importante
no desenvolvimento e na adaptação do maquinário utilizado para o seu
processamento. Ao mesmo tempo, o avanço tecnológico da fabricação de máquinas
para madeira beneficiou-se substancialmente com a incorporação de dispositivos
eletrônicos voltados à automação e ao controle das condições de processo, de
dispositivos hidráulicos e da introdução de materiais mais resistentes.
No caso do Brasil, este cenário produtivo segue uma trajetória tecnológica
determinada pelos mercados mais dinâmicos (Itália, Alemanha, EUA), tanto no
desenvolvimento das máquinas quanto nos padrões de consumo da madeira
processada, com destaque para o mobiliário.
Partindo dessa contextualização, o objetivo do presente trabalho é de
contribuir com o conhecimento do perfil produtivo da indústria nacional de máquinas
para madeira, por meio de um estudo realizado junto às empresas situadas no
Estado do Paraná, o qual concentra 22% das 195 empresas do ramo no país.
Partindo de alguns indicadores estruturais, a saber: porte das empresas,
segmentação do mercado, formas de desenvolvimento de tecnologia, número de
patentes vigentes, desenvolvimento de novos produtos, acesso a crédito, vendas e
assistência técnica, estabelece-se um grupo de indicadores de benchmarking que,
por um lado, constituem o parâmetro de competitividade dessa indústria e, por outro,
permitem traçar o perfil médio das empresas que nela atuam.
As análises aqui apresentadas baseiam-se em dados coletados entre 2005 e
2006 mediante aplicação de questionários em 45 empresas instaladas no Paraná. A
amostra compõe-se de 27 empresas que responderam ao questionário.
O artigo está estruturado em seis seções, além dessa introdução. As
primeiras seções apresentam o referencial de análise e a metodologia. Na terceira
seção são apresentados alguns aspectos conjunturais da cadeia produtiva da
3
madeira e da indústria de máquinas para madeira no Brasil. Os indicadores
estruturais da indústria paranaense e os indicadores de benchmarking são
discutidos nas duas seções seguintes. Por fim são apresentadas as principais
conclusões do trabalho.
2 – A Estrutura do mercado e as estratégias competitivas
A compreensão da configuração de uma indústria passa pela definição das
características fundamentais das empresas que a constituem. As estratégias que as
empresas desenvolvem para conquistar posições mais vantajosas no(s) mercado(s)
em que atuam são elementos importantes a serem considerados para uma análise
dinâmica da concorrência de ramos específicos da indústria.
O referencial de análise aqui proposto baseia-se, por um lado, na definição
de características estruturais do mercado no qual as empresas atuam e, por outro
lado, na identificação de parâmetros capazes de definir um perfil produtivo e
comercial comum à maioria das empresas que constituem o ramo de atividade em
questão. A identificação desses parâmetros, em termos quantitativos e qualitativos,
permite estabelecer um referencial (benchmarking) de competitividade das
estratégias de produção e comercialização que as empresas adotam para manter ou
alterar o seu posicionamento no mercado.
Competitividade é um termo controverso na literatura econômica. Na teoria
neoclássica trata-se de um parâmetro definido a partir do modelo de concorrência
perfeita, sendo o resultado do processo de interação anônima entre os agentes
econômicos. A tecnologia não é analisada como fator de diferenciação competitiva,
seu papel na competitividade industrial está subordinado à difusão e convergência
de informações, processo simétrico garantido pelas livres forças de mercado
(TEIXEIRA, 2005).
Na
abordagem
estrutura-conduta-desempenho,
a
competitividade
é
entendida como uma dimensão do desempenho, como o resultado da interação
entre os agentes influenciados pelas características estruturais da indústria em que
estão inseridos, fatores esses determinantes na configuração das práticas
competitivas – estratégias – e no desempenho das empresas (TEIXEIRA, 2005).
A perspectiva schumpeteriana, juntamente com o modelo estrutura-condutadesempenho, impulsionou a emergência de abordagens empíricas que influenciaram
4
significativamente as pesquisas em economia industrial. Essas investigações foram
pautadas por uma maior preocupação com a delimitação do objeto de estudo, a
exemplo da distinção entre os conceitos de indústria (base técnico-produtiva,
características da oferta) e de mercado (aspectos mercadológicos, características da
demanda). Integrados, ambos compõem o conceito de estrutura de mercado, noção
que permite apreensão da tecnologia como fator importante na determinação da
competitividade, ou seja, um elemento dinâmico transformador da estrutura mas
sujeito ao aparato político institucional da indústria (TEIXEIRA, 2005).
As
características
estruturais
de
mercado
são
identificadas
fundamentalmente em função do seu grau de concentração, da existência de
barreiras à entrada e das formas de concorrência existentes. O grau de
concentração se relaciona à forma pela qual o mercado está partilhado entre as
firmas que nele operam. A barreira à entrada se refere ao grau em que as firmas
atuantes podem determinar seus preços, sem induzir a entrada de novos
competidores. Por fim, as formas de concorrência se associam basicamente a dois
tipos de estratégia: via preços; ou diferenciação de produtos. Em ambos os casos, a
inovação tecnológica torna-se um fator determinante na obtenção de vantagens
competitivas, seja pelo desenvolvimento de novos processos mais eficientes, seja
pela introdução de novos produtos com qualidades distintas (POSSAS, 1985).
Como observa POSSAS (2006, p. 26), “... são as vantagens competitivas e
as dimensões que podem assumir, agrupadas nos quesitos de custo e qualidade, os
principais elementos a caracterizar o mercado”. Essas vantagens se expressam em
termos de custos e/ou de diferenciação de produtos.
Em termos de custos, POSSAS (2006, pp. 26 a 30) identifica as seguintes
vantagens:
economias
de
escala;
economias
de
escopo;
capacidade
de
financiamento da empresa; patentes e licenciamento de tecnologia; relações com
fornecedores; relações com a mão-de-obra; e organização da produção. E, em
termos de diferenciação de produtos, as seguintes vantagens são destacadas:
especificações técnicas; desempenho ou confiabilidade; durabilidade; ergonomia e
design; estética; linhas de produto; custo de utilização do produto; imagem e marca;
formas de comercialização; assistência técnica e suporte ao usuário; financiamento
aos usuários; e relação com os usuários.
PORTER (1986; 1989a; 1988b), por sua vez, argumenta que o ambiente
concorrencial em que as empresas estão inseridas é fator importante de
5
determinação de seu dinamismo tecnológico, de sua configuração organizacional e
de suas estratégias competitivas, tanto quanto o são o grau de exigência,
sofisticação e dinamismo de seu mercado consumidor. O meio competitivo de uma
empresa é definido pelas ameaças (riscos) e oportunidades (recompensas
potenciais) da indústria em que se situa. Tais ameaças podem decorrer da entrada
de novos concorrentes na indústria, de produtos substitutos, do poder de negociação
dos fornecedores ou dos consumidores e da própria rivalidade existente entre as
empresas que já integram a indústria.
A estrutura industrial, enquanto ambiente concorrencial, define tanto a
atratividade da indústria quanto a posição competitiva de suas empresas, sendo
ambas suscetíveis aos impactos das estratégias competitivas da empresa, ainda
que a primeira o seja em proporção menor que a segunda. Longe de ser mera
resposta ao ambiente, a formulação de uma estratégia competitiva consiste
sobretudo em relacionar uma empresa a seu meio concorrencial. A estrutura da
indústria tem uma forte influência sobre a determinação das regras competitivas e
das próprias estratégias disponíveis para a empresa. Uma estratégia competitiva,
para determinada unidade empresarial, consiste em encontrar uma posição, dentro
da indústria, que possibilite a melhor defesa contra as forças competitivas e/ou a
maior influência sobre estas. Como o conjunto dessas forças pode estar evidente
para todos os concorrentes, o aspecto central para a formulação de uma estratégia é
a análise aprofundada das fontes de cada força:
O conhecimento destas fontes subjacentes da pressão competitiva põe em
destaque os pontos fortes e os pontos fracos críticos da companhia, anima o seu
posicionamento em sua indústria, esclarece as áreas em que mudanças estratégicas
podem resultar no retorno máximo e põe em destaque as áreas em que as
tendências da indústria são da maior importância, quer como oportunidades, quer
como ameaças. (PORTER, 1986, p. 22-23).
A compreensão das vantagens competitivas não requer que a empresa seja
apreendida como um todo, mas requer, ao contrário, que sejam analisadas as
distintas atividades executadas pela empresa no projeto, na produção, no marketing,
na entrega e no suporte de seu produto, ou seja, cada atividade que pode contribuir
na determinação da posição da empresa, sendo base para a diferenciação. É nesse
sentido que PORTER (1989, p. 31) define a cadeia de valores, instrumento que
“..desagrega uma empresa nas suas atividades de relevância estratégica para que
6
se possa compreender o comportamento dos custos e as fontes existentes e
potenciais de diferenciação.” Em uma mesma indústria, elas diferem de empresa
para empresa em função de suas diferentes histórias, estratégias, sucessos e
fracassos de implementação. Tais diferenças são fonte básica de vantagens
competitivas.
A estrutura da indústria direciona as estratégias de produção rumo à
especialização (estratégia cujo foco está no custo), rumo à diferenciação ou à
diversificação, orientando a forma como os recursos da organização serão
combinados para a conquista de vantagens competitivas. Há dois tipos básicos de
vantagens competitivas que uma empresa pode deter: o custo e a diferenciação.
Combinados com o escopo de atividades da firma, ambos dão margem a três
estratégias competitivas genéricas: a liderança de custo, a diferenciação e o foco.
Adotando a primeira estratégia, a empresa busca o menor custo de produção, o que
a leva a perseguir economias de escala. Adotando a segunda, a empresa tenta ser a
única, na indústria, em algum (ou vários) dos aspectos valorizados pelos
consumidores. Ao adotar a terceira estratégia, a empresa seleciona um segmento ou
um grupo de segmentos de mercado para atuar com foco no custo ou na
diferenciação. (PORTER, 1986; 1989a; 1988b).
Num contexto em que, “a competitividade deve ser entendida como a
capacidade da empresa de formular e implementar estratégias concorrenciais, que
lhe permitam conservar, de forma duradoura, uma posição sustentável no mercado”
(COUTINHO; FERRAZ, 1994, p. 18), sucessos ou fracassos competitivos dependem
da criação e da renovação de vantagens competitivas por parte das empresas.
Nesse processo, cada uma delas se esforça para obter peculiaridades que as
distingam favoravelmente das demais, seja em termos de menor preço, melhor
qualidade, maior habilidade em servir os consumidores etc.
Assim, a estratégia competitiva é pautada por dois fatores dinâmicos
fundamentais: a estrutura da indústria na qual a empresa compete (nem todas as
indústrias oferecem as mesmas possibilidades de lucratividade continuada) e a
posição que a empresa ocupa nessa indústria (a despeito da lucratividade média da
indústria, há posições mais lucrativas que outras, dentro de uma mesma indústria)
(PORTER, 1986; 1989a; 1988b). Ambos são determinantes interdependentes na
configuração de uma indústria, influenciando-se mutuamente.
7
Para que a empresa seja capaz de identificar sua própria posição em
relação a seus concorrentes e na indústria como um todo é necessário que ela
disponha de instrumentos e critérios de referência que permitam sucessivas
comparações ao longo do tempo.
A preocupação crescente com a mensuração e a comparabilidade do
desempenho das atividades produtivas tem levado empresas e instituições
governamentais a desenvolverem metodologias e ferramentas gerenciais capazes
de subsidiar a tomada de decisão. O benchmarking é uma ferramenta que permite
estabelecer um processo sistemático de comparações de práticas gerenciais e
estratégias de ação entre empresas de um mesmo ramo de atividade ou de ramos
diferentes, tomando como referência a empresa cuja prática é tida como de
excelência. Do ponto de vista gerencial, as comparações possibilitadas pela
ferramenta têm como objetivo subsidiar a promoção de melhorias organizacionais
numa determinada empresa. Desta forma, o benchmarking auxilia na definição de
metas, estimula a geração de novas idéias e propicia um método formalizado de
gerenciamento de mudanças (SLACH; CHAMBERS; JOHNSTON, 2002). Ao mesmo
tempo, o benchmarking permite estabelecer parâmetros de comportamento
gerencial e concorrencial das empresas de um determinado ramo de atividade,
capazes de contribuir para estabelecer um perfil mais acurado das características
estruturais do mercado no qual atuam.
3 – Metodologia
Com base nas referências indicadas no item anterior, sobre as vantagens
competitivas das empresas, selecionamos alguns indicadores capazes de
estabelecer um primeiro perfil produtivo e gerencial das empresas do ramo de
máquinas para madeira, bem como das principais características estruturais desse
mercado. Os critérios de seleção dos indicadores basearam-se em cinco entrevistas
presenciais exploratórias em empresas do ramo, por meio de questionários semiestruturados, nas quais se buscou identificar os indicadores mais relevantes para o
ramo em questão. No que tange às vantagens de custo, todos os itens indicados na
seção anterior acabaram sendo contemplados. Em relação às vantagens de
diferenciação de produtos dois indicadores foram diretamente privilegiados (formas
de comercialização e assistência técnica e suporte ao usuário). Tal escolha se
8
justifica pelo fato de que as atividades de vendas e assistência técnica se constituem
não apenas em fatores determinantes de competitividade, nesse ramo, como
também nas principais rotinas de busca de informações de mercado, as quais se
processam no contato continuado com os usuários. Por conseqüência, o indicador
“relação com usuários” insere-se nessas duas categorias.
A presente seção estrutura-se em quatro partes: nas duas primeiras são
apresentadas a definição e a formalização dos indicadores, enquanto na terceira e
na quarta estão contemplados os procedimentos de coleta e de classificação dos
dados.
3.1 – Definição dos indicadores
Os dados da pesquisa são apresentados predominantemente em gráficos
ditos radar sob a forma de indicadores de benchmarking, cujo mérito reside na
possibilidade de comparação que propiciam – seja entre as empresas integrantes da
indústria, seja entre distintos ramos industriais. Os indicadores selecionados
permitem a visualização das características estruturais da indústria de máquinas
para madeira no Paraná a partir da posição das empresas que a compõem,
contemplando os seguintes aspectos:
•
Porte;
•
Formas de desenvolvimento de tecnologia;
•
Patentes;
•
Desenvolvimento de novos produtos;
•
Acesso a crédito;
•
Vendas e assistência técnica;
•
Segmentação do mercado.
A quantidade de funcionários é definida como indicador do porte das
empresas. A qualificação do pessoal é o indicador do grau de formação dos
funcionários que exercem as funções de vendas e de desenvolvimento tecnológico
na empresa, compreendendo o nível médio (técnico), o universitário, a pósgraduação latu sensu, o mestrado e o doutorado. A quantidade de certificações é
definida como o indicador que avalia o grau de organização da produção da
empresa por meio da formalização e/ou certificação do controle das atividades
9
produtivas. A quantidade de patentes vigentes é o indicador que avalia a capacidade
de inovação tecnológica da empresa pelo número de patentes obtidas. A quantidade
de segmentos de atuação é o indicador que avalia o grau de diversificação das
empresas num mercado extremamente segmentado como o de máquinas para
madeira. Os percentuais de recursos de bancos públicos/privados utilizados no
desenvolvimento de novos produtos são os indicadores que avaliam a capacidade
da empresa de obter financiamento em bancos públicos/privados, para uma
atividade de risco elevado como a de desenvolvimento de produtos. Os percentuais
de vendas e de assistência técnica realizadas por pessoal próprio são os
indicadores que avaliam a capacidade da empresa de apresentar uma infra-estrutura
própria para oferecer serviços de assistência técnica aos clientes.
Os valores de todos esses indicadores, gerados para cada uma das
empresas da amostra, são confrontados com os valores médios da indústria no
Paraná, bem como com os maiores valores, ambos indicadores de referência.
3.2 - Formalização dos indicadores
Diante da heterogeneidade dos tipos de informação obtidos para a
caracterização dos aspectos estruturais da indústria – referente sobretudo às
diferentes escalas utilizadas na coleta dos dados – optou-se por um procedimento
que permitisse a mensuração de cada uma das variáveis relevantes. Assim, cada
um dos indicadores é o logaritmo natural da variável multiplicada por 100, como
expressa a equação a seguir:
Ix = [ln( 100 x )]
A multiplicação dos valores por 100 foi um ajuste complementar à imputação
do valor 0 (zero) aos ln( 0 ) , servindo para evitar os logaritmos naturais negativos
para diferenciar os logaritmos naturais de 0 e 1, posto que se trata de uma diferença
relevante6.
Para a criação do indicador de qualificação dos funcionários das áreas de
vendas e de desenvolvimento ( Iq ) , foram atribuídos os seguintes pesos ao nível de
formação dos funcionários:
6
Basta considerar, por exemplo, a importância da distinção entre empresas que possuem uma única
certificação daquelas que não possuem nenhuma.
10
•
Técnico: 0,05
•
Graduado: 0,10
•
Especialista: 0,15
•
Mestre: 0,25
•
Doutor: 0,45.
A seguinte equação foi adotada:
Iq = ln{ 100 [( 0 ,05t + 0 ,10 g + 0 ,15e + 0 ,25 m + 0 ,45 d )]}
sendo:
t: quantidade de técnicos de dedicação exclusiva;
g: quantidade de graduados de dedicação exclusiva;
e: quantidade de especialistas de dedicação exclusiva;
m: quantidade de mestres de dedicação exclusiva;
d: quantidade de doutores de dedicação exclusiva.
Todos os indicadores foram gerados para cada empresa, individualmente, e
para a indústria paranaense de máquinas para madeira como um todo, assumindo,
nesse caso, a forma de valores médios. Os maiores valores, por sua vez, constituem
um parâmetro de competitividade para a indústria em questão. Tal parâmetro é
definido como o “ideal de competitividade” da indústria, dado que para sua
construção foram selecionados os melhores valores verificados na amostra, para
cada um dos indicadores considerados. Note-se que os melhores valores não se
referem a uma única empresa da amostra, mas a uma empresa ideal que fornece
um referencial de competitividade. Assim, em termos gerais, quanto maior o
indicador, mais bem posicionada está a empresa na indústria.
3.3 - Coleta dos dados
Realizou-se inicialmente uma identificação de abrangência nacional das
empresas responsáveis pela produção de ferramentas, portáteis, produtos e
atividades de suporte e máquinas/equipamentos para madeira, utilizando-se para
tanto informações provenientes do cadastro de empresas da Associação Brasileira
de Máquinas e Equipamentos para Madeira (Abimaq) denominado Datamaq, do
credenciamento
de
equipamentos
do
Finame
e
do
Banco
Nacional
de
Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
11
Com esse levantamento obteve-se um universo de 195 empresas e
constatou-se a concentração dos estabelecimentos na Região Sul (67%), o que
justificou o direcionamento da pesquisa para os Estados dessa região, mais
especificamente para o Estado do Paraná, onde se encontram 22% do total
nacional.
As informações que servem de base às análises do presente artigo foram
obtidas entre 2005 e 2006 mediante a aplicação de um questionário estruturado,
composto por 25 questões contemplando 5 aspectos fundamentais, a saber:
•
Informações cadastrais;
•
Características gerais;
•
Produtos e processo produtivo;
•
Desenvolvimento de produtos e
•
Marketing, vendas e assistência técnica.
As respostas para as questões poderiam ser quantitativas ou qualitativas,
dependendo do objetivo e da natureza da pergunta. As questões quantitativas
poderiam ter como resposta valores absolutos ou percentuais, conforme a pergunta.
3.4 - Classificação dos dados
Para classificação quanto ao porte da empresa, foram adotados os critérios
do Sebrae, que considera:
•
Microempresas: até 19 pessoas ocupadas;
•
Pequenas empresas: de 20 a 99 pessoas ocupadas;
•
Médias empresas: de 100 e 499 pessoas ocupadas; e
•
Grandes empresas: mais de 500 pessoas ocupadas.
Os
produtos
das
empresas
foram
classificados
segundo
a
sua
funcionalidade. Essa classificação desmembra a rubrica genérica máquinas e
equipamentos
para
madeira
em
quatro
categorias:
ferramentas,
máquinas/equipamentos, suporte e portáteis. Dentro de cada uma dessas categorias
funcionais há diferentes segmentos.
12
A categoria ferramentas7 é composta pelos segmentos de corte, desbaste,
furação e usinagem. A categoria equipamentos8 inclui os segmentos de
acabamento, bordeamento, corte, embalagem, furação, laminação, lixamento,
torneamento, usinagem, montagem, movimentação, armazenagem e transporte,
secagem, exaustão, compressão e ventilação, manutenção, aproveitamento de
resíduos, colagem, fixação e equipamentos "finger joint". Integram a categoria
suporte9 os segmentos de software, componentes, serviços, embalagem, ensaio e
medição, manutenção de ferramentas, segurança e meio ambiente, controle de
umidade da madeira e tecnologia de robôs. Na categoria portáteis10 classificam-se
os segmentos de ferramentas elétricas, ferramentas manuais e ferramentas para
medição. Para cada uma dessas categorias há um segmento “outros”, nos quais são
agrupados os itens que, embora respeitem as características gerais da categoria,
são demasiadamente específicos.
4 – Aspectos conjunturais da cadeia produtiva da madeira
As florestas plantadas ocupam atualmente uma área aproximada de 5,2
milhões de hectares no Brasil, ou 0,5% do território nacional. O valor bruto da
produção brasileira da cadeia produtiva da madeira11 ultrapassou, em 2005, R$ 57
bilhões de reais. Segundo estimativas da ABRAF (2006), em 2006 a produção de
móveis e painéis reconstituídos contribuiu com R$ 7 bilhões (12%) e R$ 4,6 bilhões
(8%), respectivamente. A fabricação de produtos de madeira sólida foi responsável,
nesse mesmo período, por aproximadamente 250 mil empregos diretos e indiretos
(11% na cadeia), enquanto a produção de móveis foi responsável por mais de 314
mil (13%).
7
Define-se aqui como ferramenta a parte de um equipamento que executa a operação principal.
Define-se aqui como máquina ou equipamento um conjunto de peças ou de componentes ligados
solidariamente entre si, sendo ao menos um deles móvel, para uma aplicação definida, tal como a
transformação, o tratamento, a deslocação e o acondicionamento de um material (OLIVEIRA, 2003,
p. 284).
9
Definem-se aqui como suporte os produtos e as atividades de apoio à produção de máquinas e
equipamentos.
10
Definem-se aqui como portáteis as ferramentas ou equipamentos passíveis de manuseio.
11
Corresponde, aqui, à cadeia produtiva das florestas plantadas, segundo a ABRAF (2006), incluindo
papel e celulose, a indústria madeireira, móveis, painéis reconstituídos e siderurgia.
8
13
O fluxo de comércio mundial referente à cadeia da madeira12 movimenta em
média US$ 180 bilhões por ano. A indústria de móveis é a mais representativa,
sendo responsável por 52% desse total, seguida pela indústria madeireira, que
responde por 44%. A indústria de máquinas para madeira é a menos significativa da
cadeia, sendo responsável pelos 4% restantes. (MELO et al., 2007).
Os países que lideram as exportações da cadeia, na média de 2000-2006,
são o Canadá (18%), os Estados Unidos (7%) e a Alemanha (7%), cabendo ao
Brasil aproximadamente 3% do total mundial. A Alemanha lidera as exportações de
máquinas para madeira com 28,5% do total mundial exportado, seguida pela Itália
(22,1%) e pelo Japão (6,5%). Apenas 0,3% das exportações mundiais de máquinas
para madeira são brasileiras. As exportações de móveis são lideradas pela China
(15,6%), Itália (12,1%) e pela Alemanha (8,8%), cabendo ao Brasil cerca de 0,8%
das exportações mundiais da indústria moveleira. (COMTRADE, 2007).
O total das exportações brasileiras da cadeia da madeira, em 2006, foi de
aproximadamente US$ 4,2 bilhões, dos quais 74% referem-se à madeira, 25% a
móveis e apenas 1% à máquinas para madeira (MDIC, 2007). A evolução das
exportações brasileiras na cadeia da madeira é apresentada na
Tabela 1. Nota-se que as exportações das três indústrias que constituem a
cadeia da madeira foram ascendentes no período de 2000 a 2006, verificando-se
uma taxa de crescimento de aproximadamente 100%. (MELO et al., 2007).
Tabela 1 – Exportações brasileiras na cadeia da madeira (em mil US$ FOB)
Setor
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Madeira
1.478.726 1.492.037 1.766.369 2.082.457 3.045.214 3.032.952 3.161.137
Máquinas p/
17.672
13.628
15.521
18.450
22.502
29.777
39.690
madeira
Móveis
514.693 509.806 561.916 704.680 1.005.502 1.078.142 1.052.194
Total
2.011.091 2.015.471 2.343.806 2.805.588 4.073.218 4.140.870 4.253.021
FONTE: MDIC (2007).
12
A cadeia da madeira contempla as mercadorias referentes aos capítulos 44 (madeira) e 94
(móveis) da NCM, além dos seguintes códigos de máquinas para madeira: 820530, 820820, 841932,
8465, 846692 e 847930. Os resultado do fluxo mundial de comércio para 2006 são parciais, dado que
alguns países ainda não entregaram os relatórios anuais, a saber: Japão (5,12%); França (4,27%);
Holanda (3,16%); Espanha (2,25%); 5. Singapura (2,13%); 6. Outros países asiáticos (1,78%); 7.
Arábia Saudita (1,23%); 8. Índia (1,23%); 9. Suíça (1,14%); 10. Outros (14,25%). Os percentuais
entre parênteses correspondem à participação do país no comércio mundial (COMTRADE, 2007).
Para os países que não entregaram o relatório de 2006, imputou-se a média de 2000-2005 como
valor para 2006. O critério de ordenação dos países para a obtenção ranking mundial das
exportações da cadeia da madeira foi a média dos últimos sete anos (2000-2006).
14
Com relação às importações brasileiras nessa cadeira produtiva, pode-se
observar pela Tabela 2 que os principais produtos importados pelo Brasil nos últimos
anos foram móveis, seguidos por madeira, nos últimos três anos.
Tabela 2 – Importações brasileiras na cadeia de madeira (em mil US$ FOB)
Setor
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
Madeira
Máquinas para
madeira
Móveis
69.777 54.204 44.760 58.198 77.306 79.241 110.133
186.248 180.713 142.137 119.990 172.713 200.604 273.493
Total
361.027 362.964 277.379 258.962 307.686 348.787 438.514
105.002 128.047 90.482 80.774 57.667 68.942 54.889
FONTE: MDIC (2007).
No período de 2000 a 2006, as importações de móveis e de madeira
cresceram 32% e 37%, respectivamente, enquanto as importações de máquinas
para madeira diminuíram 91%. Embora as importações brasileiras de máquinas para
o processamento da madeira tenham diminuído nos últimos anos, nota-se que o
Brasil não é um exportador representativo em nenhum dos três ramos desta cadeia,
particularmente no que se refere às máquinas para madeira, indústria na qual
Alemanha e Itália, juntas, responderam por 60% das exportações mundiais em 2006.
(MELO et al., 2007).
5 – A Indústria Brasileira de Máquinas para Madeira
Concentrada na Região Sul do país, a indústria brasileira de máquinas para
madeira conta atualmente com a atividade de 195 empresas. São ao todo 45
estabelecimentos no Estado do Rio Grande do Sul, 43 no Paraná e outros 42 em
Santa Catarina. Somados, os três Estados agregam 67% das empresas do ramo no
Brasil.
As estatísticas referentes ao perfil da produção de máquinas para madeira
são escassas, esparsas e demasiadamente agregadas para permitirem a definição
de um quadro detalhado dessa atividade. No âmbito da indústria de bens de capital,
trata-se de uma atividade muito pouco organizada que apresenta produtividade,
lucratividade e competitividade internacional reduzidas (ABIMAQ, 2002). Segundo
estimativas da ABIMAQ (2007), do total de aproximadamente US$ 4 bilhões (FOB)
15
exportados pela indústria de bens de capital mecânicos, no período de janeiro a
junho de 2006, apenas 0,31% corresponderam a máquinas e equipamentos para
madeira – cerca de US$ 12 milhões (FOB). Nesse mesmo período, as importações
desses itens passaram de US$ 17 milhões.
Nota-se, a partir do
Tabela 3, que no ramo de máquinas para madeira o Brasil é
predominantemente
um importador, sendo suas
exportações
inferiores
às
importações em todo o período de 2000 a 2006. Entretanto, percebe-se também que
a diferença entre ambos tem se reduzido significativamente a partir de 2004.
Enquanto em 2001 as importações superaram as exportações em US$ 114 bilhões
(FOB), em 2006 a diferença foi de US$ 15 bilhões (MDIC, 2007).
Tabela 3 – Exportações em importações brasileiras de
maquinas para madeira (em mil US$ FOB)
Setor
2000
2001
2002
2003
2004
2005
Exportação
Importação
17.672
2006
13.628
15.521
18.451
22.502
29.777
39.690
105.002 128.047
90.482
80.774
57.667
68.942
54.889
Saldo
-87.330 -114.419 -74.961 -62.323 -35.165 -39.165 -15.199
Fonte: MDIC (2007).
Esses dados são indício de baixo dinamismo comercial e da baixa
competitividade da indústria brasileira de máquinas para madeira.
6 – Indicadores Estruturais da Indústria de Máquinas para Madeira no Paraná
A partir da análise das informações obtidas mediante aplicação dos
questionários, constatou-se que a indústria de máquinas para madeira, no Estado do
Paraná, está concentrada na Região Metropolitana de Curitiba (44% dos
estabelecimentos) e é composta principalmente por empresas de pequeno porte
com dificuldade de acesso a crédito, com regime de apropriação fraco, baixo
dinamismo tecnológico e rotinas de buscas de informações fundamentadas nas
atividades de vendas e assistência técnica.
16
6.1 - Empresas de Pequeno Porte
A indústria de máquinas para madeira do Estado do Paraná concentra 22%
das 195 empresas do ramo instaladas no país, sendo caracterizada pela
predominância de pequenas e micro empresas que, juntas, correspondem a 90% do
total de estabelecimentos. Os 10% restantes correspondem a médias empresas, não
havendo nenhuma grande empresa instalada no Estado.
Das 27 empresas que constituem a amostra da pesquisa, mais de 70% são
formadas por capital de origem nacional, concentrado nas micro e pequenas
empresas, enquanto o capital estrangeiro está mais vinculado às empresas de
médio porte.
A predominância de empresas de porte reduzido nesse ramo indica, portanto, a
inexistência de economias de escala no âmbito da produção, o que pode ser em
parte explicado pela elevada segmentação desse mercado, fazendo com que a
concentração da produção se disperse entre os diferentes segmentos, como está
descrito a seguir.
6.2 - Economia de Escopo
Das quatro categorias funcionais13 em que os produtos da indústria de
máquinas para madeira foram classificados, a de equipamentos é a que concentra o
maior número de empresas atuando (74%), seguida por suporte, com 30% das
empresas e por ferramentas, com 18%. Na categoria portáteis foi identificada
apenas uma empresa produtora no Paraná.
O segmento de ferramentas que apresenta maior quantidade de empresas
atuando é o de corte (80%), seguido por furação (60%) e outras ferramentas (60%).
Desbaste, por sua vez, é o segmento com menor número de empresas (20%).
Das
empresas
fabricantes
de
produtos
classificados
na
categoria
equipamentos, a parcela mais significativa atua nos segmentos de corte (40%) e de
movimentação, armazenagem e transporte (40%), enquanto montagem e laminação
constituem os segmentos com menos produtores (5%).
13
Ressalte-se que uma empresa pode atuar simultaneamente em mais de uma categoria funcional,
de modo que o somatório dos percentuais não necessariamente deve ser igual a 100%.
17
Na categoria funcional suporte, componentes (38%) e software (25%) são,
respectivamente, os segmentos mais representativos, cabendo aos segmentos de
serviços, segurança e meio ambiente, tecnologia de robô e outros parcela
igualmente representativa em termos de quantidade de empresas operando (13%).
Nota-se, com isso, que por um lado a indústria caracteriza-se pelo baixo
grau de diversificação da produção nas empresas desse ramo (apenas 20% do
faturamento da indústria é proveniente de outros ramos de atividade). Por outro lado,
a existência de mais de 70 itens de máquinas, ferramentas e serviços de suporte,
indica um elevado grau de segmentação dentro desta indústria, que apresenta
grande dispersão das empresas entre os diferentes segmentos. Tal dispersão faz
com que as empresas restrinjam a sua atuação a um número relativamente reduzido
de segmentos (média de 3 segmentos por empresa) nos quais coexiste um número
reduzido de concorrentes (média de 4 concorrentes por empresa). Isto faz com que
haja uma concentração de mercado bastante elevada por segmento e, ao mesmo
tempo, uma concentração reduzida ao nível do ramo de atividade que agrega esses
segmentos. Atuando em um número relativamente reduzido de segmentos, as
empresas tendem a explorar economias de escopo por meio da complementaridade
da linha de produção.
6.3 - Patentes e Licenciamento de Tecnologia
Do número total de empresas entrevistas no Paraná, apenas 35% possuem
patentes vigentes, com destaque para as pequenas empresas. O baixo interesse por
esse tipo de mecanismo de apropriação está relacionado principalmente a três
fatores: aos entraves burocráticos do processo de patenteamento; às possibilidades
de quebra de patentes pelos concorrentes (em especial de dispositivos que podem
ser facilmente copiados e melhorados); e às dificuldades de monitorar o desvio de
conduta dos concorrentes e à morosidade dos processos judiciais. Tudo isso indica
a existência de um regime fraco de apropriação do conhecimento nesse tipo de
atividade.
A aquisição formal de tecnologia prevalece nas empresas de porte médio,
posto que estas apresentam maior capacidade de financiamento e/ou de articulação
com empresas inovadoras estrangeiras. A engenharia reversa parece ser uma
prática difundida – reconhecida por 48% das empresas – principalmente entre as
18
micro e pequenas empresas, em função do regime de apropriação fraco desse tipo
de atividade produtiva.
6.4 - Baixo dinamismo tecnológico
As empresas do ramo de máquinas para madeira concentram a sua
atividade produtiva em três processos de fabricação (usinagem, montagem e
pintura)
que
constituem
o
núcleo
de
sua
capacidade
de
produção.
O
desenvolvimento de novos produtos está baseado principalmente na combinação e
adaptação interna das inovações geradas pelos fornecedores de componentes
voltados à mecânica fina (correias, engrenagens), à automação (sensores,
computadores) e à química fina (vernizes, colas).
As
mudanças
tecnológicas
são
determinadas
principalmente
pelos
fornecedores de componentes e de insumos químicos e pelas empresas líderes de
mercado, sediadas em países como a Alemanha, a Itália e os EUA. A reduzida
escala de produção e a limitação dos recursos financeiros são os principais pontos
críticos levantados pelas empresas da indústria de máquinas para madeira no
desenvolvimento de novos produtos, num ramo de atividade cuja característica
estrutural mais marcante é o pequeno porte de suas empresas.
6.5 - Vendas e assistência técnica
As principais fontes de informação das empresas para o aperfeiçoamento e
o desenvolvimento de novos produtos baseiam-se nas relações formais e informais
estabelecidas com clientes e fornecedores. Cabe aqui ressaltar a importância
estratégica atribuída às atividades de vendas e de assistência técnica, que se
constituem entre as principais fontes de busca de informações para o melhoramento
do desempenho e do aperfeiçoamento dos equipamentos produzidos, bem como do
desenvolvimento de novos produtos.
A atividade de vendas nas empresas do ramo é predominantemente
realizada (67% empresas) por pessoal próprio, sendo que no caso de 37% das
empresas não há nenhum tipo de terceirização dessa atividade. Isto indica a
importância dos serviços de vendas na competitividade das empresas da indústria
paranaense de máquinas para madeira, setor no qual o predomínio de pequenas
19
empresas implica em investimentos significativos na internalização desse tipo de
serviço.
A qualificação dos funcionários que se dedicam exclusivamente à atividade
de vendas é em sua maioria de nível médio (47%), seguido por graduação
universitária (42%). Este fato indica mais uma vez a escassez de recursos em uma
indústria que apresenta disponibilidade de capital reduzida para melhorar seus
serviços de vendas.
A assistência técnica é outra atividade predominantemente internalizada na
grande maioria das empresas (81%) devido ao seu caráter estratégico na
competitividade das empresas, tanto para garantir a qualidade de seus produtos
junto aos clientes, quanto para estabelecer mecanismos de busca de informações
técnicas que possam contribuir com o aperfeiçoamento e o desenvolvimento de
novos produtos.
6.6 - Gestão da produção
A indústria de máquinas e equipamentos para madeira apresenta em geral
baixo grau de profissionalização da gestão da produção: apenas 48% das empresas
dispõem de certificações ou modelos de gestão formalmente implementados.
Figuram entre as certificações/modelos de gestão mencionados pelas empresas:
NBR ISO 9000 (15%), Marcação CE (7%), Certificação UL (3%), Certificação TÜV
(3%) e 5 S (26%). A partir da análise da produção de norma técnicas na indústria de
máquinas para madeira no Brasil, tem-se indícios de que se trata de um ramo ainda
pouco organizado, se comparado a países como a Itália e Alemanha. A coletânea
brasileira de normas é quantitativamente inferior à de países em que a atividade é
relativamente mais organizada. (AQUINO et al., 2007).
6.7 - Acesso a crédito
O pequeno porte das empresas dificulta o acesso a financiamento,
sobretudo para uma atividade de alto risco como o desenvolvimento de novos
produtos, fazendo com que somente 19% das empresas do ramo recorram a bancos
públicos e/ou privados.
20
A escassez de recursos para o desenvolvimento de produtos reflete-se
também no número reduzido de pessoal dedicado a esse tipo de atividade (3, em
média), bem como do baixo grau de qualificação do pessoal ocupado nessa
atividade na qual predomina o nível médio (49%), sendo que apenas 11% das
empresas possui algum mestre ou doutor.
7 – Indicadores de Benchmarking
Com base nos dados descritos anteriormente, pôde-se comparar o
desempenho individual de cada empresa em relação às demais e, a partir daí,
construir dois tipos de indicadores de benchmarking: o primeiro estabelece uma
média dos valores das empresas para cada indicador selecionado; e o segundo
resgata os maiores valores de cada indicador, de forma a construir um conjunto de
parâmetros que, ao serem combinados, simulariam uma empresa “ideal” ou com o
melhor desempenho possível, a partir da realidade observada. Estabelecem-se
assim dois referenciais de competitividade por meio dos quais é possível identificar o
posicionamento de cada empresa em relação à média da indústria, bem como em
relação às melhores práticas de gerenciamento e de desempenho identificadas na
indústria.
21
Gráfico 1 – Indicadores de Benchmarking para a indústria de máquinas para
madeira no Estado do Paraná
Quantidade de
funcionários
10
Vendas realizadas
por pessoal próprio
Qualificação do pessoal
da área de desenvolvimento
8
6
4
Assistência técnica
própria
Qualificação do pessoal
da área de vendas
2
0
Recursos de bancos públicos
no desenvolvimento
de novos produtos
Quantidade de patentes
Recursos de bancos privados
no desenvolvimento
de novos produtos
Quantidade de certificações
ou modelos de gestão
Quantidade de
segmentos
1-MI
2-MI
3-P
4-MI
5-P
6-MI
7-M
8-P
9-P
10-P
11-P
12-P
13-MI
14-P
15-P
16-P
17-MI
18-P
19-P
20-MI
21-P
22-P
23-P
24-M
25-P
26-P
27-M
Maiores valores
Média
Fonte: Pesquisa de campo. Elaboração própria.
Nota: Cada linha corresponde a uma empresa. Cada código que denomina cada linha serve para
preservar o sigilo das informações de cada empresa e é composto por um número que serve apenas
para diferenciá-las (não significando que uma empresa está mais bem posicionada em termos de
indicadores) seguido da indicação do porte da empresa (MI para micro empresa; P para pequena
empresa e M para média empresa).
No Gráfico 1 observa-se a configuração da indústria paranaense de
máquinas para madeira, em 2006, segundo os principais indicadores. Verifica-se
que os indicadores com menores valores, na amostra de 27 empresas, referem-se a:
acesso a recursos de terceiros (bancos públicos e privados) para o desenvolvimento
de novos produtos; quantidade de patentes; existência de certificações ou modelos
de gestão; e qualificação do pessoal das áreas de vendas e de desenvolvimento
tecnológico. São justamente esses indicadores que mostram a maior discrepância
22
entre os maiores e menores valores - indicados na Tabela 4 - uma vez que os
maiores valores são via de regra obtidos pelas poucas empresas de maior porte
presentes no mercado.
Tabela 4 – Indicadores de Benchmarking para a indústria de máquinas
para madeira no Estado do Paraná - Estatísticas descritivas
Indicador
Quantidade de
funcionários
Qualificação do pessoal
da área de
desenvolvimento
Qualificação do pessoal
da área de vendas
Quantidade de patentes
Quantidade de
certificações ou modelos
de gestão
Quantidade de
segmentos
Recursos de bancos
privados no
desenvolvimento de
novos produtos
Recursos de bancos
públicos no
desenvolvimento de
novos produtos
Assistência técnica
própria
Vendas realizadas por
pessoal próprio
Menor
Mediana
valor
Desvio
Intervalo
padrão
Média
Maior
valor
3,61
5,90
1,39
3,74
3,91
1,00
4,51
2,93
4,94
0,00
2,71
2,71
1,06
4,94
3,58
5,30
0,00
3,91
3,91
1,48
5,30
1,23
6,68
0,00
0,00
0,00
2,36
6,68
2,31
5,70
0,00
0,00
0,00
2,46
5,70
5,52
6,40
4,61
5,70
4,61
0,71
1,79
0,58
8,01
0,00
0,00
0,00
2,08
8,01
1,35
8,16
0,00
0,00
0,00
2,90
8,16
8,53
9,21
0,00
9,16
9,21
1,86
9,21
8,60
9,21
6,21
9,10
9,21
0,89
3,00
Moda
FONTE: Pesquisa de campo. Elaboração própria.
Nota-se, por exemplo, uma discrepância de 13,85 vezes entre o maior valor
e a média, no caso de acesso a recursos de bancos públicos; de 5,44 vezes no que
se refere à quantidade de patentes obtidas; e de 2,47 na obtenção de certificações
ou adoção de modelos gestão. Isto revela o perfil de baixo dinamismo tecnológico
associado com uma baixa capacidade de acesso a financiamento para tal fim. Os
maiores indicadores, por sua vez, referem-se ao emprego de pessoal próprio nas
atividades de vendas e de assistência técnica, ambos indicadores com maior
incidência em torno da média. Neste último caso, pode-se considerar tais
indicadores como parâmetros fundamentais de competitividade e, portanto, como
requisitos necessários à entrada nesse tipo de mercado.
23
Gráfico 2 – Média e maiores valores dos indicadores de Benchmarking para a
indústria de máquinas para madeira no Estado do Paraná
Vendas realizadas
por pessoal próprio
Quantidade de
funcionários
10
8
Qualificação do pessoal
da área de desenvolvimento
6
Assistência técnica
própria
4
2
Qualificação do pessoal
da área de vendas
0
Recursos de bancos públicos
no desenvolvimento
de novos produtos
Recursos de bancos privados
no desenvolvimento
de novos produtos
Quantidade de patentes
Quantidade de certificações
ou modelos de gestão
Quantidade de
segmentos
Maiores valores
Média
Fonte: Pesquisa de campo. Elaboração própria.
Cabe ressaltar que, na medida em que os maiores valores referem-se a uma
empresa ideal, i.e., ao parâmetro de competitividade da indústria paranaense de
máquinas para madeira, essa defasagem – a distância entre os maiores valores e a
média – é indício de baixa competitividade das empresas em geral e tende a refletir
certa falta de estruturação de uma atividade em que poucas empresas se destacam.
8 – Conclusão
Considerando-se que as estatísticas referentes ao perfil da produção de
máquinas para madeira são escassas, esparsas e demasiadamente agregadas para
permitirem a definição de um quadro detalhado dessa atividade, o presente trabalho
consistiu em um esforço para traçar, a partir de alguns aspectos estruturais, um perfil
inicial da indústria paranaense de máquinas para madeira, ramo específico da
indústria de bens de capital e parte integrante da cadeia produtiva da madeira.
A partir da análise dos dados empíricos coletados nesse estudo, pôde-se
obter um referencial de análise da competitividade da indústria de máquinas para
24
madeira no Estado do Paraná, constatando-se que essa indústria compõe-se
principalmente de empresas de pequeno porte com regime de apropriação fraco,
dificuldade de acesso a crédito, baixo dinamismo tecnológico e com rotinas de
buscas de informações fundamentadas nas atividades de vendas e assistência
técnica.
Na medida em que este trabalho é uma primeira tentativa de avaliação de
um segmento industrial pouco estudado, a compreensão aprofundada das
características dessa atividade – a menos representativa no fluxo de comércio
internacional da cadeia da madeira – certamente requer o acompanhamento e a
atualização periódica dos dados, bem como o aperfeiçoamento contínuo dos
métodos de coleta e de análise das informações.
9 – Referências bibliográficas
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