Edith Stein, Marcel Call#75B222
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Edith Stein, Marcel Call#75B222
Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 Título: Jerzy Popieluszko – Vítima do Comunismo Título original: Jerzy Popieluszko – Victim of the Communism © 1999 The Incorporated Catholic Truth Society, Londres Tradução: Alexandra Ferreira Capa: Departamento Gráfico Paulinas Foto capa: ????????????????????????? Concepção gráfica e paginação: Paulinas Editora – Prior Velho Impressão e acabamentos: Artipol – Artes Tipográficas, Lda. – Águeda Data: Julho de 2008 Depósito legal n.º 278 927/08 ISBN (Paulinas) 978-972-751-936-1 ISBN (AIS) 978-972-8991-13-5 (Edição original: 1860820700) © Fundação Ajuda à Igreja que Sofre Rua Prof. Orlando Ribeiro, 5D 1600-796 LISBOA Tel. 217 544 000 - Fax: 217 544 001 [email protected] www.fundacao-ais.pt © Inst. Miss. Filhas de São Paulo Rua Francisco Salgado Zenha, 11 2685-332 Prior Velho Tel. 219 405 640 - Fax 219 405 649 [email protected] www.paulinas.pt Página4 INFÂNCIA E JUVENTUDE Foi no ano de 1947 que um grupo de missionários chegou a Suchowola, uma vila situada no Leste da Polónia, a fim de orientar uma missão durante uma semana na Igreja de São Pedro e São Paulo. Entre a multidão de fiéis encontrava-se Marianna Popieluszko, uma camponesa que escutava atentamente as pregações e rezava o terço. Estava grávida do quarto filho e, apesar de todos os seus deveres de mãe de três filhos e de proprietária de uma pequena quinta, encontrou a força e o tempo para percorrer quatro quilómetros todas as noites até à igreja, a fim de escutar palavras de consolo e orientação. À semelhança da maioria dos Polacos, Marianna era uma católica devota e, juntamente com o marido, estava determinada a transmitir a sua fé aos filhos. Contudo, Marianna sabia que as suas intenções eram contrárias à ideologia do novo Estado comunista Vítima do Comunismo 5 Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 oficial, que fora imposto à Polónia no fim da Segunda Guerra Mundial, pelo seu poderoso vizinho, a União Soviética. Juntamente com a esmagadora maioria dos Polacos, Marianna não aceitava esta ameaçadora ideologia marxista mas, também como os outros, sentia-se impotente. Foi durante a semana da missão que as orações de Marianna, pedindo luz, a levaram a prometer consagrar a Deus a criança que esperava, e à qual daria o nome de Alfons. A Polónia sob o regime comunista O século XX testemunhou a criação de uma nova ideologia, o Marxismo, que rejeitava a dimensão espiritual do homem e que considerava a religião «o ópio do povo». O Marxismo afirmava que a religião era utilizada pelas classes opressoras com o fim de impedir a restante sociedade de alcançar a justiça e a igualdade social neste mundo. Em 1917, a revolução marxista no Império Russo levou à formação do primeiro Estado dirigido pelo Partido Comunista, em conformidade com a ideologia marxista. Depressa se tornou claro que, na prática, a ideologia marxista resultava na criação de um Estado 6 Jerzy Popieluszko Página6 totalitário perfeito, que aspirava a um controlo total da vida dos indivíduos, incluindo a sua vida espiritual. Esta combinação de política e ideologia era a essência do sistema comunista. Tudo o que pudesse escapar ao controlo total do partido deveria ser destruído. Os direitos e a dignidade do homem ficaram subordinados ao Estado e à história. O monopólio do partido sobre os meios de comunicação social e o sistema de ensino afastava o povo dos valores da verdade, da história, da tradição e, acima de tudo, da cultura cristã. Através do controlo da economia por parte do Estado, as pessoas eram forçadas a depender deste em todas as necessidades da vida, tornando-se, por sua vez, mais facilmente manipuláveis. O mais trágico foi a criação de um reinado de terror, através do abrangente sistema de segurança. Desta forma, surgia um modelo perfeito de escravatura, cujos dois pilares eram a mentira e o medo. O partido considerava a Igreja, com a sua visão espiritual do homem, um dos principais obstáculos à construção do seu paraíso na terra. Por essa razão, foi declarada uma guerra implacável à Igreja e à religião. As igrejas eram destruídas ou transformadas em museus ateus e os sacerdotes eram mortos ou enviados para o exílio, para a remota Sibéria. A prática da reliVítima do Comunismo 7 Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 gião passou a ser uma actividade ilegal; um crente podia ser preso ou morto, internado num hospital psiquiátrico ou os filhos podiam ser-lhe retirados. Foi este o sistema ideológico imposto em todos os países da Europa Central nos finais da Segunda Guerra Mundial, em 1945, por uma União Soviética vitoriosa. Esta situação levou à criação de dois blocos políticos opostos: o Ocidente e o Leste, divididos por uma «cortina de ferro». Entre os novos «países satélite» do novo Soviete estava a Polónia, país com uma forte e antiga tradição cristã. A infância de Jerzy Quando o rapazinho nasceu, em Setembro, alguns meses depois da semana da missão, Marianna questionou-se se ele viveria o suficiente para ser alguém. Com efeito, era tão fraco que foi baptizado apenas dois dias depois de nascer, e deram-lhe o nome do irmão de Marianna, Alfons. O bebé sobreviveu, mas à medida que ia crescendo era visível que não seria um camponês. Era frágil, demasiado pequeno e magro, e tinha uma tosse ruidosa. Tal como as outras crianças polacas, o pequeno 8 Jerzy Popieluszko Página8 Alfons fez a Primeira Comunhão com sete anos e tornou-se um acólito regular na missa das 6h30m, na Igreja de São Pedro e São Paulo, em Suchowola. Levantava-se todos os dias às 5h e, depois do pequeno-almoço, andava quatro quilómetros até à igreja, à chuva ou ao sol. Aos catorze anos entrou para a escola secundária local, também em Suchowola, que tinha sido construída logo após a guerra e que proporcionava aos rapazes camponeses da região uma oportunidade de desenvolvimento académico. A escola foi fundada no início de 1945, mesmo antes de as autoridades comunistas terem tomado o controlo absoluto do ensino. O seu fundador foi um sacerdote jovem e dedicado chamado Pe. Kazimierz Wilczewski. Este sacerdote conseguiu encontrar um grupo notável de professores para o ajudarem a dirigir a escola. Não só eram excelentes educadores, como também eram patrióticos e religiosos. Com efeito, esta escola rural tinha um padrão académico equivalente ao das melhores escolas do país, o que explicava a proporção invulgarmente elevada de alunos que prosseguia os estudos na universidade. Numa época em que as escolas polacas eram orientadas pelas linhas da Internacional Comunista, Alfons e os seus amigos eram educados na tradição Vítima do Comunismo 9 Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 polaca e católica. E foi nessa altura que as convicções religiosas de Alfons amadureceram. Não havia um único professor da equipa que não fosse católico e isto causou uma profunda impressão nos alunos. Esse foi, provavelmente, o motivo para que mais de quarenta rapazes da pequena cidade de Suchowola tenham sido ordenados sacerdotes. Vocação sacerdotal Marianna nunca esqueceu a promessa que fizera a Deus durante a semana da missão de 1947, e de boa vontade deu autorização a Alfons para ser acólito. Observava-o, orgulhosa, enquanto ele acompanhava o Pe. Stefan Porczyk na procissão do Corpo de Deus pelas ruas de Suchowola, com a sua sotaina vermelha e sobrepeliz branca. Em diversas ocasiões Marianna viu Alfons, ainda aluno da escola primária, absorto em profundas conversas com os jovens locais que estudavam no seminário, em Varsóvia. Não conseguia entender o que é que o seu menino podia ter em comum com um seminarista culto. Mas nunca fez perguntas. Com efeito, embora houvesse sinais, a possível vocação de Alfons para o sacerdócio nunca foi discutida 10 Jerzy Popieluszko Página10 abertamente. Era como se Marianna pusesse toda a confiança em Deus, para que guiasse o filho para o seu serviço. A decisão de Alfons de se tornar sacerdote amadureceu em silêncio e na solidão. Durante a infância, Alfons foi um solitário; gostava de sair para a escola uma hora antes das outras crianças, para poder pensar. O seu hábito de analisar todos os problemas de uma perspectiva moral e ética valeu-lhe a alcunha de «filósofo». Frequentemente, trazia consigo um livro religioso e lia-o sempre que tinha um momento livre. Estudava a vida dos santos, a história da Igreja na Polónia e as compilações das pregações do Primaz da Polónia, o cardeal Stefan Wyszynski. Os seus livros preferidos eram sobre Maximiliano Kolbe, o sacerdote franciscano que fora preso em Auschwitz durante a guerra e que se oferecera para morrer em vez de um companheiro prisioneiro. Maximiliano Kolbe era o seu herói. Para Alfons, Maximiliano era um símbolo da vitória do homem que, apesar de se ter tornado escravo à força, permaneceu livre espiritualmente. Durante toda a sua vida o Pe. Jerzy procurou seguir o lema de São Maximiliano: «Para permanecermos livres espiritualmente, temos de viver na verdade.» Maximiliano Kolbe foi canonizado por João Paulo II, em 1982. Vítima do Comunismo 11 Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 Na Primavera de 1964, alguns meses antes de completar dezoito anos, Alfons Popieluszko disse à mãe que ia visitar Niepokalanow (Cidade da Imaculada), um mosteiro franciscano, situado perto de Varsóvia, e que fora fundado por Maximiliano Kolbe. Marianna entendeu a viagem do filho como um rito de passagem para a idade adulta e uma declaração da sua vocação. Ela sabia que as suas preces haviam sido escutadas. A decisão Após a visita ao mosteiro de Niepokalanow e antes de apanhar a camioneta de regresso a casa, Alfons foi ao Seminário de São João Baptista, em Varsóvia, e candidatou-se para o ano seguinte. Na Primavera seguinte, recebeu a notícia da sua admissão para esse Verão. O Pe. Porczyk, pároco de Suchowola, fez o que pôde para persuadir o seu mais leal acólito a entrar no seminário local de Bialystok e a regressar a Suchowola após a ordenação. Mas Alfons estava determinado a ir para Varsóvia. Os pais aceitaram a sua decisão mais prontamente; eles sabiam que, ao estudar em Varsó12 Jerzy Popieluszko Página12 via, Alfons estaria perto de Niepokalanow, «o lugar que mais amava em toda a terra». No dia 23 de Junho de 1965, Marianna percorreu com Alfons os quatro quilómetros até Suchowola, onde ele apanharia a camioneta para Varsóvia. Alfons levava duas malas pretas de cartão; a mãe levava o almoço que preparara para a viagem. Após alguns minutos de espera, à sombra da igreja, chegou a camioneta. Um beijo rápido e Alfons entrou na camioneta sem olhar para trás. Quando chegou a casa, Marianna fixou o olhar na imagem emoldurada do Sagrado Coração de Jesus que estava na cozinha. Ajoelhou-se diante dela e rezou, fazendo dois pedidos pelo filho: o primeiro, que ele cumprisse o voto que ela fizera antes de ele ter nascido; o segundo, que Deus permitisse que nenhum mal lhe sucedesse. O seminarista No dia 24 de Junho, Alfons entrou no Seminário de São João Baptista, em Varsóvia, onde, durante os sete anos seguintes, se preparou intelectual e espiritualmente para a ordenação. Nesse ano de 1965 a Igreja Polaca celebrava o seu primeiro milénio. Esse ano Vítima do Comunismo 13 Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 ficou assinalado, também, pelo auge de uma campanha contra a Igreja e testemunhou as piores relações entre o Estado e a Igreja desde a década de cinquenta. Através da chantagem e das pressões exercidas sobre os sacerdotes mais fracos, as autoridades procuraram dividir a Igreja e criar uma Igreja Católica Nacional Cismática, distinta da Igreja fiel a Roma. Simultaneamente, eram utilizados todos os meios «legais» a fim de restringir a liberdade de acção da Igreja. Depois de proibirem oficialmente a instrução religiosa nas escolas, as autoridades procuraram expandir o seu controlo sobre o ensino da religião e as lições de catequese nas instalações paroquiais e até nas casas particulares. As pessoas que punham a sua casa à disposição para essas lições eram perseguidas e discriminadas. Não era concedida nenhuma licença de construção para novas igrejas em cidades em desenvolvimento. Tentou-se dividir os bispos polacos, e as viagens ao estrangeiro, por parte dos membros do clero, foram rigorosamente restringidas. Foram aplicados elevados impostos às propriedades da Igreja e os seminários foram taxados como se fossem hotéis de luxo. Como consequência, todos os seminaristas tiveram de arranjar emprego fora do seminário, a fim de contribuírem para a manutenção do mesmo. Tor na14 Jerzy Popieluszko Página14 ram-se homens de trabalho temporário, com salários baixos, dedicando-se a trabalhos manuais pesados, como empregados de limpeza de escritórios, varredores de rua ou lavadores de janelas. Para muitos seminaristas, a combinação de estudos académicos exigentes e trabalho físico era difícil de aguentar. Contudo, Alfons, acostumado a estas tarefas duplas desde a infância, desabrochava no ambiente do seminário. Embora não fosse o primeiro a nível académico, revelava um entusiasmo sem limites pelo seu trabalho. Começava também a estabelecer contactos em Varsóvia, os quais iria manter para o resto da vida. No exército Passado apenas um ano de formação, a vocação de Alfons foi posta à prova. Ainda na adolescência, e violando o acordo entre o Estado e a Igreja, foi recrutado para o exército, juntamente com os seus colegas de classe. Os dois anos seguintes seriam passados num exército especial: a unidade de doutrinação em Bartoszyce. As unidades especiais do clero eram utilizadas pelas autoridades polacas como meio para afectar, psiVítima do Comunismo 15 Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 cologicamente, os seminaristas. Vários foram os tipos de perseguição aplicados, desde a proibição da oração comum, às tentativas de forçar os indivíduos mais fracos a colaborarem com as autoridades. Esta perseguição foi uma primeira amostra das muitas dificuldades que estes seminaristas iriam, em breve, enfrentar como sacerdotes católicos, e o seu primeiro teste de coragem e de adesão à fé. Não é de admirar que Marianna receasse que o seu filho, fisicamente frágil, fosse induzido a abandonar a sua vocação. Mas, quando teve um sonho em que lhe foi revelado que «Deus cuida daqueles que Ele escolhe», o seu desespero desvaneceu-se. Com efeito, foi em Bartoszyce que Alfons e os seus colegas aprenderam a ultrapassar o medo. Assim, uma experiência que tinha como objectivo desencorajar os seminaristas teve o resultado oposto, fortalecendo-os. Durante aqueles dois anos, Alfons esteve exposto, mais do que uma vez, a perseguições e à violência brutal. Certo dia, um oficial viu-o com um terço: «Esmaga-o ou sou eu que te esmago», ordenou-lhe. Alfons recusou-se. Foi espancado cruelmente e encerrado na cela de castigo, durante um mês. Num outro incidente recusou-se a tirar a medalha da Virgem Maria, que lhe 16 Jerzy Popieluszko Página16 fora oferecida na sua Primeira Comunhão. Como castigo foi obrigado a ficar à chuva, descalço, durante várias horas. Alfons escreveu ao pai acerca da tortura: «Acabei por me revelar muito forte. Não posso ceder perante ameaças ou tortura.» De facto, este jovem fisicamente frágil estava a tornar-se o líder espiritual da unidade. Orientava os momentos de oração e, como consequência, foram-lhe destinados trabalhos forçados extra. Rezava o terço perante os seus instrutores de Marxismo e era obrigado a gatinhar pelo campo como um cão. A postura de Alfons em relação a todas as tribulações resume-se numa frase que escreveu numa carta destinada ao seu director espiritual do seminário: «Quão doce é o sofrimento quando se sabe que sofremos por Cristo.» Mal ele sabia que a doçura do sofrimento seria o destino da sua vida. Ao mesmo tempo que o espírito de Alfons sobrevivia à «reeducação comunista», a sua saúde ia-se debilitando seriamente. Uma intervenção cirúrgica delicada e o internamento hospitalar durante quase um ano não conseguiam inverter os efeitos de dois anos de tratamento brutal, que lhe tinham enfraquecido o coração e os rins. Um dos funcionários do seminário, preocupado com os efeitos da tortura, afirmou: «Tu foste heróico. Agora, tens de descansar.» Mas Alfons Vítima do Comunismo 17 Jerzy Popieluszko:Jerzy Popieluszko 23/06/08 15:34 não queria descansar. O seu único objectivo parecia ser tornar-se sacerdote o mais depressa possível. Dedicou-se aos estudos com tal entusiasmo que, apesar da saúde frágil, terminou os dois anos que faltavam em metade do tempo. Assim, a 28 de Maio de 1972, Alfons Popieluszko foi ordenado sacerdote pelo cardeal Stefan Wyszynski, na Catedral de São João, em Varsóvia. O nome que, então, adoptou foi Jerzy Aleksander Popieluszko. Os seus pais assistiram, emocionados, sobretudo a mãe; as suas preces tinham sido atendidas: o seu filho ia servir Deus. 18 Jerzy Popieluszko Página18 O JOVEM SACERDOTE Nas paróquias de Zabki, Anin e Zoliborz A primeira missão de Jerzy foi na freguesia de Zabki, um subúrbio industrial de Varsóvia. A paróquia do Espírito Santo situava-se entre oficinas de reparação de automóveis e uma fábrica de tijolos. O Pe. Jerzy mergulhou energicamente na vida de sacerdote, ganhando depressa o afecto de pessoas de todas as idades. O pároco, o Pe. Tadeusz Karolak, estava um pouco apreensivo acerca do jovem sacerdote e achou algumas das suas ideias impossíveis de conciliar, segundo o seu próprio ponto de vista tradicional em relação à vida da paróquia. Desta forma, não permitiu que o Pe. Jerzy celebrasse missas de artistas, para os inúmeros artistas estabelecidos na região, possivelmente subestimando o seu potencial contributo para a vida da comunidade paroquial. O Pe. Karolak não via Vítima do Comunismo 19