Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas

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Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas
Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas
(Eds.) Mª João Marçalo & Mª Célia Lima-Hernandes, Elisa Esteves, Mª do Céu Fonseca, Olga Gonçalves, Ana
LuísaVilela, Ana Alexandra Silva © Copyright 2010 by Universidade de Évora
ISBN: 978-972-99292-4-3
SLG 33 – Gramática e construção discursiva: estudos da Língua Portuguesa e uso.
ASPECTOS FORMAIS E SEMÂNTICOS DA RELAÇÃO SEMÂNTICA
DE ELABORAÇÃO NO DISCURSO ESCRITO
Fernanda Abreu e Silva ALENCAR1
RESUMO
Neste artigo, analisamos alguns aspectos formais e semânticos das diversas
ocorrências da relação semântica de Elaboração no discurso escrito. Tomando como
base a proposta de Halliday (1994), partimos do princípio de que as orações complexas
devem ser analisadas segundo dois sistemas: o sistema semântico e o sistema de
indeterdependência.
No
que
diz
respeito
ao
sistema de relações semânticas, o autor postula que as relações entre os termos e
orações
são
agrupadas
em
dois
tipos
fundamentais:
a
Projeção e a Expansão. A Expansão pode ser representada por uma Elaboração,
uma Extensão ou um Realce. A Elaboração consiste na relação que se realiza nos
contextos em que uma parte do texto elabora ou especifica o conceito expresso pela
outra parte.
Neste estudo, focalizamos as ocorrências de Elaboração que incidem sobre um
SN e buscamos verificar três propriedades morfossintáticas e semântico-funcionais a
elas associadas: (i) o tipo de SN sobre o qual a Elaboração incide; (ii) a conexão de
orações e (iii) os subtipos da relação de Elaboração;.
Do ponto de vista sintático, a análise permite mostrar a predominância na escrita
de elaboração na forma de parataxe. Do ponto de vista semântico, encontram-se, no
corpus, os seguintes subtipos da relação semântica de Elaboração: abstração-exemplo,
enumeração e, principalmente, a relação geral-específico. Além disso, foi possível
contatar que os SNs elaborados, mais frequentemente nomes relacionados ao campo da
metalinguagem, funcionam como rótulos (FRANCIS 1994), contribuindo para a
organização textual.
PALAVRAS-CHAVE: Sintagma nominal; Elaboração; organização textual.
Introdução
A relação de Elaboração é largamente utilizada no discurso falado e escrito,
como forma de organização textual. Neste estudo, analisamos alguns aspectos formais e
semânticos desta relação no discurso escrito.
1
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Faculdade de Letras, Departamento de Lingüística e Filologia,
Av. Hor á ci o Ma c ed o, 2151 Ci da de Un i ver si t ár i a Il ha do Fun dã o CE P 21941 -590 Ri o
de Ja n ei r o RJ Br a si l , al en car.nan da@ gm ai l . com
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Nossa análise se fundamenta na proposta de Halliday (1994) segundo a qual as
orações complexas se deixam analisar segundo dois sistemas, o de relações semânticas e
o de relações sintáticas. No que diz respeito ao sistema de relações semânticas, o autor
postula que as relações entre os termos e orações são agrupadas em dois tipos
fundamentais: a Projeção e a Expansão. A Projeção ocorre quando uma oração se
projeta por meio de outra que a apresenta como uma idéia ou um fato. A Expansão se
realiza através de uma Extensão, um Realce ou uma Elaboração.
Na Elaboração, um segmento do discurso elabora o significado de outro
segmento discursivo, reformulando-o, especificando-o, comentando-o ou apresentando
exemplos, como observamos no exemplo abaixo:
(1)
Agora, porém, Patrus assegura que os problemas vão sendo resolvidos: o
cadastro foi aperfeiçoado e há relatórios semestrais da freqüência escolar.2
(O Globo18-04-2005)
Do ponto de vista sintático, a Elaboração pode ser realizada através de parataxe,
hipotaxe ou encaixamento3. Do ponto de vista semântico, tomamos como base os
subtipos propostos por Mann e Thompsom (1986), são eles: Grupo-membro; Abstraçãoexemplo; Todo-parte; Processo-etapa; Objeto-atributo; Geral-específico. Consideramos
ainda a possibilidade de relação na forma de Enumeração.
Em língua portuguesa, destacam-se os estudos sobre aposição, que também
configuram casos de Elaboração, realizados por Nogueira (1989,1999) e Dias (2005a,
2005b).
2
3
Os grifos nos exemplos apresentados no corpo deste texto são nossos.
O encaixamento não será investigado neste artigo.
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Interessam-nos os complexos oracionais compostos por dois segmentos
vinculados por parataxe ou por hipotaxe em que o segundo segmento elabora um SN,
como ilustra o exemplo abaixo:
(2)
Alencar parece não se ter dado conta de que de lá para cá houve uma mudança
crucial na situação: ele agora é governo, com todos os ônus e os bônus
resultantes dessa condição (JB 03-06-03)
Ou uma oração simples ou complexa, como no exemplo (3):
(3)
Escrever com ironia é um pouco como escrever em código: a
comunicação só funciona se na outra ponta houver um decodificador.
(O Globo 19-10-02)
Neste estudo, buscamos algumas propriedades morfossintáticas e semântico-
funcionais associadas a essa forma de elaboração, focalizando especificamente: a
conexão de orações; os subtipos da relação de Elaboração e o tipo de SN sobre o qual a
Elaboração incide.
Para a realização desse objetivo, utilizamos uma amostra de textos escritos, que
compõem o acervo do grupo PEUL, extraídos do Jornal do Brasil, d’O Globo, do Extra
e d’O Povo. Analisamos textos de diferentes gêneros, especialmente Crônica, Opinião,
Reportagem e Editorial. Com o objetivo de verificar a distribuição dos dados,
utilizamos o programa computacional Gold Varb2001.
Na amostra analisada, observamos 161 ocorrências da relação de Elaboração,
86% destas ocorrências incidem sobre um SN, casos em que nos concentramos neste
artigo.
Este artigo é composto por quatro partes: na primeira, caracterizamos a relação
semântica de Elaboração e delimitamos o objeto de estudos; na segunda, discutimos as
propriedades dos SN`s sobre os quais a Elaboração incide e apresentamos os resultados
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referentes aos tipos de SN matriz da Elaboração; à conexão de orações e aos tipos de
Elaboração; na terceira, as considerações finais e na quarta, as referências
bibliográficas.
A relação de Elaboração
A relação de Elaboração se realiza nos contextos em que uma parte do texto
elabora ou especifica o conceito expresso pela outra parte (MANN & THOMPSON,
1986; MATHIESSEN & THOMPSON, 1988; HALLIDAY, 1994; MANN, 2005;
MANN & TABOADA, 2005-2009).
Segundo Mann e Taboada (2005-2009), a relação de Elaboração consiste em
uma relação núcleo-satélite em que o Satélite apresenta o detalhe adicional sobre a
situação ou algum elemento do objeto sob discussão que é apresentado no Núcleo ou
inferencialmente acessível nele. A intenção do falante se caracteriza pelo
reconhecimento do Satélite como fornecedor do detalhe adicional para o Núcleo. O
receptor identifica o elemento do objeto sob discussão para que o detalhe seja
fornecido.
De acordo com Mann e Thompson (1986), a relação de Elaboração apresenta os
seguintes subtipos: Grupo-membro; Abstração-exemplo; Todo-parte; Processo-etapa;
Objeto-atributo. Recentemente, Mann e Taboada (2005-2009), incluíram no site
www.sfu.ca/rst/ a relação generalização-especificação.
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Sob a perspectiva de Halliday (1994), a relação de Elaboração consiste, no que
se refere ao eixo semântico, em um processo de expansão, que pode se instanciar, no
que diz respeito ao eixo sintático, em relações como parataxe, hipotaxe e encaixamento.
A Elaboração por hipotaxe se manifesta nas orações adjetivas explicativas
(“non-restrictive relative clause”). Enquanto a Elaboração por encaixamento é
representada pelas orações adjetivas restritivas, na língua inglesa, introduzidas por who,
which, that; ou por orações chamadas “contact clause” (ex.: he told em the tales he
told.) (HALLIDAY, 1994: 243).
A Elaboração por parataxe é subdividida em três tipos: Exposição,
Exemplificação e Elucidação (clarification).
Na Exposição 4, a segunda porção discursiva expõe, com outras palavras, a tese
presente na primeira; na Exemplificação 5, a segunda porção discursiva desenvolve a
tese da primeira, tornando-a mais específica, através de um exemplo e na Elucidação 6
(clarification), a segunda porção discursiva esclarece a tese da primeira oração.
Halliday sustenta que a maioria das orações que realiza a relação semântica de
Elaboração vem justaposta, entretanto, há aquelas que apresentam conjunções. Segundo
ele, as conjunções não são marcas estruturais da relação paratática; elas são mais
coesivas do que estruturais.
4
Essa relação pode ser explicitada, em inglês, por expressões conjuntivas, como por
exemplo: “in other words” ou “that is to say; e, na escrita, “i. e.”.
5
Nessa relação, na língua inglesa, as conjunções presentes são: “for example” , “for
instance”, “in particular” ou, na escrita, “e.g.”.
6
Neste tipo, em inglês, são comuns expressões como “in fact”, “actually”, “indeed”, “at
least” ou, na escrita, as abreviações: “i.e.” e “viz”.
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O autor admite que, na modalidade falada, é difícil decidir quando estas orações
formam uma oração complexa ou não. Postula, contudo, que o modelo de entonação e a
relação de elaboração podem ser um critério para defini-las. Na modalidade escrita,
podem vir marcados pelo sinal de pontuação, “dois pontos”. Afirma, entretanto, que
essa pontuação é recente e nunca é usada consistentemente. Por isso, as abreviações:
“i.e.”, “e. g.” e “viz” foram introduzidas primeiro no inglês e ainda hoje continuam
sendo usadas.
Com relação à sinalização, a relação retórica não se distingue do que se observa
em outras relações, como mostra Taboada (2006). Quanto a esse aspecto, três problemas
se colocam. O primeiro diz respeito ao fato de os estudos sobre marcas discursivas se
concentrarem em marcas explícitas da linguagem escrita, deixando de lado fatores como
modo, modalidade ou entonação. O segundo, de algumas relações, como Concessão,
Condição, Causa, Resultado e Objetivo serem mais sinalizadas do que aquelas relações
que podem ser estabelecidas entre duas ou mais sentenças tais como Elaboração e
Evidência. Em terceiro lugar, relações retóricas distintas podem estar associadas a
marcas de natureza distinta.
A Elaboração, relação que nos interessa aqui, segundo a autora, pode ser
sinalizada pelas conjunções “e” e “mas”, pelas locuções adverbiais “de fato”, “em
adição”, freqüentemente, pelas marcas de pontuação, vírgula, ponto e vírgula, travessão
e parênteses. Entretanto, os resultados de Taboada sugerem que há uma maior
freqüência de relações de Elaboração não sinalizadas.
Baseados, principalmente, na abordagem de Halliday (1994), investigaremos
quais os subtipos da relação de Elaboração estão presentes no discurso escrito, os tipos
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de interdependência sintática que eles instanciam e os tipos de SN`s sobre os quais a
Elaboração incide, o que nos possibilitará verificar as formas de realização desta relação
na escrita.
Propriedades do SN matriz
Uma das propriedades dos SN´s sobre os quais incide a elaboração se refere à
forma como eles realizam o mecanismo de referenciação. A noção de referenciação é
entendida, neste artigo, como uma estratégia de discursivização do mundo pela
linguagem através de uma (re)construção do real e não somente como um processo de
construção de informação como podemos observar, por exemplo, em Mondada &
Dubois (1995) e em Koch (2002).
Para proceder à análise da referenciação do SN, buscamos embasamento teórico
nos trabalhos de Halliday & Hasan (1976), Halliday (1994), Francis (1994) e Koch
(1984, 1989, 1992, 2002).
Dentre as estratégias de coesão analisadas por Halliday & Hasan (1976) está o
uso dos nomes genéricos que nos interessa para esta investigação. Segundo os autores,
esses nomes são “membros superordenados de um grupo lexical maior e seu uso
coesivo é uma instância de um princípio geral segundo o qual um item superordenado
opera anaforicamente como um tipo de sinônimo”. (HALLIDAY & HASAN, 1976:
275). Do ponto de vista gramatical, a unidade é formada, geralmente, por um artigo
definido e um nome genérico e está situada na fronteira entre a gramática e o léxico.
Os nomes genéricos podem ser classificados, de acordo com os autores, em:
humanos - pessoa, homem, mulher, criança, garoto, garota; não humano - criatura;
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inanimado concreto - coisa, objeto; inanimado concreto conjunto – coisas; inanimado
abstrato - negócio, assunto, matéria; ação - movimento; lugar - localização; fato –
questão, idéia. Esses nomes são analisados por Halliday & Hasan a partir de suas
funções anafóricas. Entretanto, como mostraremos neste estudo, estes termos podem ser
utilizados igualmente em função catafórica.
Francis (1994) apresenta um conceito lingüístico similar ao dos nomes genéricos
apresentado por Halliday & Hasan (1976), o dos rótulos. Seus significados, assim como
o das palavras genéricas, dependem de outros elementos do contexto. Além disso, as
distinções podem depender do foco da relação de coesão, anafórica ou catafórica e da
interpretação funcional da ocorrência dos nomes, por exemplo, eles podem ter uma
função de sinalizadores textuais, indicando unidades de informação, podem rotular e
avaliar porções discursivas, podem ser nomes metalingüísticos.
Os rótulos são classificados por Francis em: ilocucionários, tais como
“alegação”, “resposta”, “apelo”; referentes a atividades de linguagem, como
“comparação”, “ambigüidade”, “descrição”; relativos a processos mentais, como por
exemplo “análise”, “atitude”, “crença” e concernentes ao texto “frase”, “questão”,
“sentença”; avaliativos, como “tolice”. A autora cita também nomes que entram em uma
categoria mais geral, tais como “abordagem”, “área”, “aspecto”.
Consoante a autora, os rótulos têm significado interpessoal e podem adicionar
uma informação nova ao argumento do falante/escritor, além disso, desempenham a
função de organizar o discurso.
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Suas funções organizadora e preditiva podem ser vistas, conforme postula
Francis (1994), em termos das metafunções de Halliday (1994), Ideacional,
Interpessoal e Textual, como podemos observar em (4):
(4)
Lula começa bem, criando praticamente um ministério pra combate à fome.
Chega de aumentar "a grita dos descontentes"!. Chega de cantar os "famélicos
da terra". O dinheiro que se dá aqui e ali (nunca faço conta com motorista de
táxi, nunca dou menos de dez a taxista, nem menos de cinco reais a guardador
de carro, nunca cobro o adiantamento ocasional às auxiliares – antigas
empregadas-domésticas) pode atrasar a revolução, mas ajuda o cara na hora.
Não tem que ficar esperando pacientemente as grandes soluções socialistas.
Betinho fez bom e conhecido slogan: “Quem tem fome tem pressa”
(JB 31-10-02)
Neste exemplo, “bom e conhecido slogan” apresenta um significado ideacional
como um participante do processo mental do verbo “fazer”; um significado interpessoal
no que diz respeito à avaliação que faz “bom e conhecido” e um significado textual,
localiza-se no Rema e é a parte do foco de informação nova.
Segundo Koch (1984, 1989, 2000, 2002), a coesão referencial ocorre quando um
elemento faz remissão a outro elemento do texto ou é inferível a partir dele. As formas
remissivas podem ser de ordem lexical ou gramatical e podem desempenhar função de
sinalização textual e de (re)ativação de referentes.
O processamento textual opera numa oscilação em movimentos retrospectivos e
projetivos, através da anáfora e catáfora, respectivamente, e em movimentos abruptos,
através de fusões, alusões, etc.
As formas remissivas são abordadas pela autora, principalmente, sob seu ponto
de vista anafórico, entretanto, podem também funcionar como catafóricas. Quando
catafóricas, de acordo com Koch (2002), geralmente, são vagas, inespecíficas, tais como
a deste exemplo extraído do Jornal O Globo:
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(5)
Num tempo em que os laterais eram meros marcadores e rebatedores de bola
com chutões para a frente, Nílton Santos já avançava, já apoiava o ataque, já
armava o jogo como os bons laterais viriam a fazer depois — só que com uma
diferença: foi melhor do que todos os outros que se seguiram aqui no Brasil e
em todos os cantos do planeta. (O GLOBO 06-03-04)
Neste estudo, distinguem-se os SNs que possuem função dêitica inerente
daqueles que efetivamente apresentam conteúdo semântico.
No primeiro caso, encontram-se o SN “o seguinte” e pronomes demonstrativos:
(6)
Agora é preciso que se diga o seguinte: as escolas de samba são realmente
forças populares dessa cidade que faz Carnaval um autêntico sarcedócio.
Quando o povo consegue ir à rua para sambar é sinal de que o carnaval de rua,
mesmo moribundo, ainda
não morreu de todo. Os ensaios
técnicos
na
Sapucaí mostram que o Carnaval é mesmo coisa séria na cidade. E quem sabe,
se no futuro, a passarela da Marquês de Sapucaí, graças as escolas de samba,
não seja transformada em uma nova Avenida Rio Branco, trazendo de volta
aquele carnaval que muitos de nós já brincamos um dia. (O POVO 22-01-04)
(7)
No episódio, o governo brasileiro tem apenas a obrigação óbvia de dizer o que
pensa sem dizer tudo o que pensa - com o cuidado óbvio de falar por uma só
voz, que é a do Itamaraty, não a do partido além de fazer o que é dever de todas
as chancelarias: ficar de olho. E, claro, preparar o plano B de Bush, não de
bursite, que dói mais. (O GLOBO 17-01-03)
No segundo, pronomes indefinidos:
(8)
Mas algo não pode ser esquecido: o voto de confiança foi dado a Lula, e não
tanto a seu partido, que foi derrotado para os governos estaduais dos principais
Estados São Paulo, Rio, Minas, Bahia, Rio Grande do Sul, Pernambuco e
Ceará). Qualquer passo em falso será cobrado nas urnas daqui a quatro anos.
(JB 01-11-02)
E SNs que funcionam como rótulos (Francis 1994). Segundo a autora, os rótulos
caracterizam-se, principalmente, por serem elementos nominais não-específicos que
exigem realização lexical no contexto imediato. Eles desempenham a função de
organizar o discurso e, geralmente, apresentam um valor argumentativo. Francis
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classifica-os em rótulos metalinguísticos, rótulos avaliativos e rótulos que entram em
uma categoria mais geral:
Rótulos metalinguísticos
Nomes ilocucionários:
(9)
O argumento foi um só: falar a verdade, e com coragem. (JB 13-02-04)
Nomes relacionados a atividades da linguagem:
(10)
Uma das camisetas que ela gostava de usar com o lema: “o Xingu não fala, mas
se falasse pediria para não ser destruído”. (JB 14-02-04)
Nomes que dizem respeito ao texto:
(11)
No famoso episódio da instituição, na Roma antiga, do imposto sobre as
latrinas públicas, o imperador Vespasiano respondeu às críticas de seu filho
Tito com a célebre frase: o tributo non olet (não cheira). (JB 04-03-04)
Nomes relativos a processos mentais:
(12)
O livro dos historiadores russos Yuri Dyakov e Tatyana Bushuyeva confirmava
inteiramente essa hipótese: armando a Alemanha, a URSS provocara
deliberadamente a eclosão da Segunda Guerra Mundial, na esperança de
usar os nazistas como ponta-de-lança. (O GLOBO 29-03-03)
Rótulos avaliativos:
(13)
O plano não pode esquecer o óbvio: os problemas dos EUA com o Iraque e com
o petróleo iraquiano estão cozinhando na mesma panela em que fervem nossa
política em relação à Venezuela, ao governo Chávez e à falta que o petróleo
venezuelano está fazendo aos EUA. (O GLOBO 17-01-03)
Rótulos que entram em uma categoria mais geral:
(14)
Mas de uma coisa eu tenho certeza: não faltou empenho e por isso nenhuma
daquelas palavras serviu para o grupo. (JB 06-03-04)
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Estamos considerando como pertencentes à categoria mencionada acima apenas
nomes genéricos tais como “coisa”, “negócio” e “lance”. Para dar conta das ocorrências
que não se encaixam em nenhuma dessas categorias, acrescentamos a essa classificação
classes elencadas abaixo:
Indiciais:
(15)
Mas, em 1999, houve um pico: a média foi de 4.015 casos mensais. Os índices
tiveram nova queda no mesmo período dos anos seguintes: média de 3.595 em
2000 e de 3.397 em 2001. (EXTRA 04-06-03)
Resultado de atividade física ou mental:
(16)
Eider explicou que, para a implantar a alça sobre um terreno de argila mole e
turva, será necessário um trabalho de engenharia complexo: toda a pista terá
que ser construída sobre estacas. (JB 24-10-02)
Preceituantes:
(17)
Aqui se usufrui, não só a boa medicina, mas o comportamento adequado, a
ética, as boas maneiras. E, principalmente, a norma do grande cirurgião
americano, Francis Moore: ''O ato fundamental da prática médica é o de
assumir a responsabilidade!'' (JB 24-10-02)
Relativos a sentimentos e emoções:
(18)
Depois da tomada do poder, finalmente a Império Ssrrano foi para a Avenida
mostrar o
seu potencial. E o fez de maneira garbosa diante das
circunstâncias que encontrou a
Marquês de Sapucaí. De cara uma bela
surpresa: O grande Jerônimo, o mais elegante dos passistas, assumiu o trono de
mestre-sala, trazendo consigo a irrequieta Andréia Machado, uma portabandeira que realmente só sabe rodopiar o fino e bacana. ( O POVO 13-01-04)
Relativos à solução de situação concreta ou abstrata:
(19)
Mas nessa acumulação de atividades prosaicas, surgia o grande desafio:
transformar a paixão em amor. (JB 06-03-04)
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Relativos à qualidade:
(20)
Quer queiram ou não os estudiosos e partícipes dos fatos que envolvem o golpe
de 1964, não se pode negar uma realidade aprofundada em teses e livros ao
longo dessas quatro décadas: o Ipês - sim, com acento - foi preponderante no
desfecho que mudou o rumo da história recente do país. (JB 04-03-04)
Houve dados os quais não conseguimos agrupar sob as categorias dispostas
acima e que não constituiriam número suficiente para criar novas classes, essas
ocorrências correspondem a 6% do total de dados, são eles: Centros, ISEB, Juventude,
Combustão, Fumaça.
(21)
Parece ter ficado só a idéia da combustão inicial — do fósforo antes que o fogo
alcance a madeira. E o estranho paradoxo é que, neste sentido, há um momento
em que a paixão pode se tornar inimiga feroz do amor verdadeiro.
Conforme podemos observar no gráfico abaixo, na escrita, os SNs elaborados
pelo segundo segmento são, predominantemente, nomes que efetivamente apresentam
conteúdo semântico.
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Tabela 2: distribuição do tipo de SN sobre o qual incide a relação de Elaboração.
Tipo de SN
Genéricos
Metalingüisticos
Preceituantes
Relativos a sentimentos
Avaliativos
Indiciais
Relativos à solução
Relativos à qualidade
Relativos à atividade
Pronome indefinido
O seguinte
Pronome demonstrativo
SN`s com efetivo
conteúdo semântico.
SN`s com função
dêitica inerente
6%
37%
6%
3%
4%
11%
9%
3%
10%
1%
2%
1%
Nas ocorrências em que os SNs possuem função dêitica inerente, não se
evidenciam diferenças entre a frequência do SN “o seguinte” e de pronome
demonstrativo. Já nos dados em que os SNs efetivamente apresentam conteúdo
semântico, prevalecem os nomes que dizem respeito ao campo semântico da
Metalinguagem, em seguida, destacam-se os Indiciais, os que indicam Resultado de
atividade física ou mental e os relacionados à Solução de situação concreta ou
abstrata. Há também uma frequência significativa de Nomes genéricos e de
Preceituantes. Em menor número, encontram-se os Avaliativos, os relativos a
Sentimentos e emoções e os relativos à Qualidade. Em último lugar, correspondendo a
apenas 1% dos dados, duas ocorrências, estão os Pronomes indefinidos.
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Língua portuguesa: ultrapassar fronteiras, juntar culturas
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ISBN: 978-972-99292-4-3
SLG 33 – Gramática e construção discursiva: estudos da Língua Portuguesa e uso.
A predominância de nomes que dizem respeito ao campo semântico da
Metalinguagem e de SNs Indiciais pode ser relacionada às estratégias utilizadas no
gênero jornalístico, em que o autor se utiliza do recurso da Elaboração através do uso
de rótulos metalinguísticos, principalmente, para introduzir o discurso de terceiros e de
Indiciais para apresentar resultados e dados estatísticos.
Conexão de orações
Estamos interessados nos casos de Elaboração que instanciam processos de
parataxe e de hipotaxe. Consideramos casos de hipotaxe aqueles em que ocorre a
presença de um morfema subordinador, como que no exemplo abaixo:
(22) A minha vantagem aqui é essa: que nós temos o armazém e todo dia tira dali.
(Fala, Amostra 00, Falante 10)
E de parataxe aqueles em que não há um morfema subordinador, como
podemos observar no exemplo (23):
(23)
11° Mandamento: Não deixe que te amedrontem. (JB 18-10-02)
Nos dados analisados, houve apenas ocorrências da relação de parataxe.
Conforme afirmamos em BRAGA & ALENCAR 2008, em que analisamos dados de
fala e de escrita, estes resultados sugerem que, em orações complexas que instanciam a
relação de Elaboração, a estratégia de vinculação por hipotaxe desapareceu quase que
totalmente do português falado e escrito no Brasil, hipótese que necessita de
verificação diacrônica. (BRAGA & ALENCAR 2008 p. 304)
Tipo de Elaboração
Além dos três subtipos propostos por Halliday (1994) para a relação de
Elaboração, Mann e Thompsom (1986) propõem cinco: grupo-membro; abstração113
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exemplo; todo-parte; processo-etapa; objeto-atributo. Recentemente, incluíram no site
www.sfu.ca/rst/ a relação generalização-especificação.
Encontramos, em nossa amostra de escrita, as relações enumeração, abstraçãoexemplo e, principalmente, a relação generalização-especificação.
Vejamos exemplos da relação generalização-especificação (24), de enumeração
(25) e de abstração-exemplo (26):
(24)
E, a seguir, considerar um outro aspecto: Que fazer para pôr em prática esse
favor extraordinário que Deus nos concedeu, através de tão significativo
evento? (O Globo 02-11-02)
(25)
Duas coisas me causam estranheza: 1) tentar comprar o goleiro reserva; e 2) a
Bulgária, que contava com um time forte e empolgado, jogou sem nenhuma
vontade ou animação, perdendo de 4 a 1 sem problemas. (Extra 16-01-04)
(26)
Porém, centros de excelência não nos faltam: a Embrapa, que proporcionou
uma verdadeira revolução em nossa agricultura e exporta know-how para o
mundo; a Fundação Oswaldo Cruz, que pela sua história e relevantes trabalhos
dispensa comentários; e o próprio Conselho Nacional de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico CNPq) que, através de seu sistema de concessão de
bolsas para pesquisas avançadas, é nosso principal instrumento para a
formação de cientistas, única salvaguarda para nossos pós-graduados que não
têm condições financeiras para dar continuidade a seus estudos e pesquisas no
exterior, oportunidade de que desfrutam apenas poucos privilegiados.
(JB 02-06-03)
Conforme podemos verificar na tabela abaixo, 95% das ocorrências instanciam a
relação generalização-especificação, 4% a relação de enumeração e apenas 1% a
relação abstração-exemplo.
Tipo de Elaboração
Generalização-especificação
Enumeração
Abstração-exemplo
%
95%
4%
1%
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Entendemos que a maior freqüência do subtipo generalização-especificação
correlaciona-se com a forma de organização do texto jornalístico em que o autor, para
antecipar a informação ou para chamar a atenção do leitor, utiliza-se desse subtipo de
Elaboração.
Considerações finais
Do ponto de vista sintático, a análise permite mostrar a predominância de
Elaboração na forma de parataxe, na escrita. Do ponto de vista semântico, encontramse, no corpus, os seguintes subtipos da relação semântica de Elaboração: abstraçãoexemplo, enumeração e, principalmente, a relação geral-específico (Mann e Thompson
1986, 2005-2009). Além disso, foi possível constatar que os SNs elaborados, mais
frequentemente nomes relacionados ao campo da metalinguagem, funcionam como
rótulos (FRANCIS 1994) e podem ser relacionados às estratégias utilizadas no gênero
jornalístico, contribuindo para a organização destes textos.
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