CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA LITURGIA DAS HORAS
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CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA LITURGIA DAS HORAS
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA1 LITURGIA DAS HORAS Origem da Liturgia das Horas 1096. Liturgia judaica e liturgia cristã. Um conhecimento mais aprimorado da fé e da vida religiosa do povo judaico, tais como são professadas e vividas ainda hoje, pode ajudar a compreender melhor certos aspectos da liturgia cristã. Para os judeus e para os cristãos, a Sagrada Escritura é uma parte essencial de suas liturgias: para a proclamação da Palavra de Deus, a resposta a esta Palavra, a oração de louvor e de intercessão pelos vivos e pelos mortos, o recurso à misericórdia divina. A Liturgia da Palavra, em sua estrutura própria, tem sua origem na oração judaica. A Oração das Horas, bem como outros textos e formulários litúrgicos, tem seus paralelos na oração judaica, o mesmo acontecendo com as próprias fórmulas de nossas orações mais veneráveis, entre elas o Pai-Nosso. Também as orações eucarísticas inspiram-se em modelos da tradição judaica. As relações entre liturgia judaica e liturgia cristã – mas também a diferença de seus conteúdos – são particularmente visíveis nas grandes festas do ano litúrgico, como a Páscoa. Cristãos e judeus celebram a Páscoa; Páscoa da história, orientada para o futuro, entre os judeus; Páscoa realizada na morte e ressurreição de Cristo, entre os cristãos, ainda que sempre à espera da consumação definitiva. Significação da Liturgia das Horas 1174. O Mistério de Cristo, sua Encarnação e sua Páscoa, que celebramos na Eucaristia, especialmente na assembleia dominical, penetra e transfigura o tempo de cada dia pela celebração da Liturgia das Horas, “o Ofício Divino” (Cf. SACROSANCTUM CONCILIUM IV). Esta celebração, em fidelidade às recomendações apostólicas de “orar sem cessar” (Cf. Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 5, 15); Carta de São Paulo aos Efésios 6, 18), “está constituída de tal modo que todo o curso do dia e da noite seja consagrado pelo louvor de Deus” (SACROSANCTUM CONCILIUM 84). Ela constitui “a oração pública da Igreja” (SACROSANCTUM CONCILIUM 98), na qual os fiéis (clérigos, religiosos e leigos) exercem o sacerdócio régio dos batizados. Celebrada “segundo a forma aprovada” pela Igreja, a Liturgia das Horas “é 1 CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. Edição típica vaticana. São Paulo: Loyola, 2000. verdadeiramente a voz da própria Esposa que fala com o Esposo, e é até a oração de Cristo, com seu Corpo, ao Pai” (SACROSANCTUM CONCILIUM 84). 1178. A Liturgia das Horas, que é como que um prolongamento da celebração eucarística, não exclui, mas requer de maneira complementar as diversas devoções do Povo de Deus, particularmente a adoração e o culto do Santíssimo Sacramento. 1196. Os fiéis que celebram a Liturgia das Horas unem-se a Cristo, nosso Sumo Sacerdote, por meio da oração dos Salmos, da meditação da Palavra de Deus, de cânticos, bênçãos, a fim de serem associados à oração incessante e universal dele, que dá glória ao Pai e implora o dom do Espírito Santo sobre o mundo inteiro. Constituição da Liturgia das Horas 1176. Celebrar a Liturgia das Horas exige não somente que se harmonize a voz com o coração que reza, mas também “que se adquira um conhecimento litúrgico e bíblico mais rico, principalmente dos Salmos” (SACROSANCTUM CONCILIUM 90). 1177. Os hinos e as ladainhas da Oração das Horas inserem a oração dos salmos no tempo da Igreja, exprimindo o simbolismo do momento do dia, do tempo litúrgico ou da festa celebrada, além disso, a leitura da Palavra de Deus a cada hora (com os responsos ou os tropários que vêm depois dela) e, em certas horas, as leituras dos Padres da Igreja e dos mestres espirituais, revelam mais profundamente o sentido do mistério celebrado, ajudam na compreensão dos salmos e preparam para a oração silenciosa. A lectio divina, em que a Palavra de Deus é lida e meditada para tornar-se oração, está assim enraizada na celebração litúrgica. Efeitos da Liturgia das Horas 1437. A leitura da Sagrada Escritura, a oração da Liturgia das Horas e do Pai-Nosso, todo ato sincero de culto ou de piedade reaviva em nós o espírito de conversão e de penitência e contribui para o perdão dos pecados. Finalidades da Liturgia das Horas 1174. O Mistério de Cristo, sua Encarnação e sua Páscoa, que celebramos na Eucaristia, especialmente na assembleia dominical, penetra e transfigura o tempo de cada dia pela celebração da Liturgia das Horas, “o Ofício Divino” (Cf. SACROSANCTUM CONCILIUM IV). Esta celebração, em fidelidade às recomendações apostólicas de “orar sem cessar” (Cf. Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 5, 15); Carta de São Paulo aos Efésios 6, 18), “está constituída de tal modo que todo o curso do dia e da noite seja consagrado pelo louvor de Deus” (SACROSANCTUM CONCILIUM 84). Ela constitui “a oração pública da Igreja” (SACROSANCTUM CONCILIUM 98), na qual os fiéis (clérigos, religiosos e leigos) exercem o sacerdócio régio dos batizados. Celebrada “segundo a forma aprovada” pela Igreja, a Liturgia das Horas “é verdadeiramente a voz da própria Esposa que fala com o Esposo, e é até a oração de Cristo, com seu Corpo, ao Pai” (SACROSANCTUM CONCILIUM 84). Lugares para celebrar a Liturgia das Horas 2691. A Igreja, a Casa de Deus, é o lugar próprio para a oração litúrgica da comunidade paroquial. É também o lugar privilegiado da adoração da presença real de Cristo no Santíssimo Sacramento. A escolha de um lugar favorável é importante para a verdade da oração: • para a oração pessoal, pode ser um “recanto de oração”, com as Sagradas Escrituras e imagens sagradas, para aí estar “no segredo” diante do Pai (Cf. Mateus 6, 6). Numa família cristã, essa espécie de pequeno oratório favorece a oração em comum; • nas regiões onde existem mosteiros, a vocação dessas comunidades é favorecer a partilha da Oração das horas com os fiéis e permitir a solidão necessária a uma oração pessoal mais intensa (Cf. PERFECTAE CARITATIS 7); • as peregrinações evocam nossa caminhada pela terra em direção ao céu. São tradicionalmente tempos fortes de renovação da oração. Os santuários são para os peregrinos, em busca de suas fontes vivas, lugares excepcionais para viver “como Igreja as formas da oração cristã”. Orações de todo o Povo de Deus 1173. Quando, no ciclo anual, a Igreja faz memória dos mártires e dos outros santos, “proclama o mistério pascal” naqueles e naquelas “que sofreram com o Cristo e estão glorificados com Ele, e propõe seu exemplo aos fiéis para que atraia todos ao Pai por Cristo e, por seus méritos impetra os benefícios de Deus” (SACROSANCTUM CONCILIUM 104). Participantes da Liturgia das Horas 1175. A Liturgia das Horas é destinada a tornar-se a oração de todo o Povo de Deus. Nela, o próprio Cristo “continua a exercer sua função sacerdotal por meio de sua Igreja” (SACROSANCTUM CONCILIUM 83); cada um participa dela segundo seu lugar próprio na Igreja e segundo as circunstâncias de sua vida: os presbíteros enquanto dedicados ao ministério da Palavra (SACROSANCTUM CONCILIUM 86; 96; PRESBYTERORUM ORDINIS 5); os religiosos e as religiosas pelo carisma de sua fé consagrada (Cf. SACROSANCTUM CONCILIUM 98); todos os fiéis, segundo suas possibilidades: “Os pastores de almas cuidarão que as horas principais, especialmente as Vésperas, nos domingos e nos dias festivos mais solenes, sejam celebradas comunitariamente na Igreja. Recomenda-se que os próprios leigos recitem o Ofício divino, ou juntamente com os presbíteros, ou reunidos entre si, e até cada um individualmente” (SACROSANCTUM CONCILIUM 100).