AULA 07 - Assistência De Enfermagem em

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AULA 07 - Assistência De Enfermagem em
AULA 07 - Assistência De Enfermagem em Urgências E
Emergências
Considerando a extensão dos temas relacionados ao atendimento de urgência e
emergência, o conteúdo teórico será abordado nas respostas das questões.
Vamos abordar os seguintes temas em nossas aulas:
Introdução ............................................................................................................... 757
Atendimento Pré-Hospitalar Móvel .......................................................................... 757
Unidades Não-Hospitalares De Atendimento Às Urgências E Emergências .......... 758
Unidades Hospitalares De Atendimento Às Urgências E Emergências .................. 758
Diretrizes Da American Heart Association – Aha 2010 ........................................... 758
Suporte Avançado De Vida No Trauma – Atls ........................................................ 764
Controle Vias Aéreas/Intubação .............................................................................. 799
Choque .................................................................................................................... 803
Parada Cardiorrespiratória (Pcr) ............................................................................. 822
Acidente Vascular Encefálico (Ave/Avc) ................................................................. 841
Síndrome Coronariana Aguda ................................................................................. 863
Arritmia Cardíaca/Cardioversão .............................................................................. 870
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Edema Agudo De Pulmão ....................................................................................... 876
Crise Hipertensiva ................................................................................................... 883
Intoxicações E Envenenamentos ............................................................................ 885
Corpos Estranhos.................................................................................................... 890
Convulsão/Coma ..................................................................................................... 895
Picada Animais Peçonhentos .................................................................................. 905
Queimaduras ........................................................................................................... 908
Trauma De Tórax .................................................................................................... 911
Trauma Abdominal .................................................................................................. 921
Trauma Músculo Esquelético .................................................................................. 928
Traumatismo Crânio Encefálico (Tce) ..................................................................... 933
Traumas Ambientais: Afogamento E Hipotermia..................................................... 936
Abraços e bons estudos!
Profa. Gabriela Portela
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Introdução
Em 2002 o Ministério da Saúde publicou a Portaria nº 2048 aprovando o
Regulamento Técnico dos Sistemas Estaduais de Urgência e Emergência. A área de
Urgência e Emergência é um importante componente da assistência à saúde,
considerando o crescimento da demanda por serviços nesta área nos últimos anos.
Isso foi ocasionado pelo aumento do número de acidentes e da violência urbana e
pela insuficiente estruturação da rede assistencial, o que tem contribuído para a
sobrecarga dos serviços de urgência e emergência disponibilizados para o
atendimento da população.
PORTARIA Nº 2.048, DE 5 DE NOVEMBRO 2002
Atenção! A Portaria nº 2048 é muito importante
para a área de urgência e emergência, e
frequentemente é cobrada em provas!
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2002/
prt2048_05_11_2002.html
Atendimento Pré-Hospitalar Móvel
Considera-se como nível pré-hospitalar móvel na área de urgência, o atendimento
que procura chegar precocemente à vítima, após ter ocorrido um agravo à sua
saúde (de natureza clínica, cirúrgica, traumática, inclusive as psiquiátricas), que
possa levar a sofrimento, sequelas ou mesmo à morte, sendo necessário, portanto,
prestar-lhe atendimento e/ou transporte adequado a um serviço de saúde
devidamente hierarquizado e integrado ao Sistema Único de Saúde.
O Serviço de atendimento pré-hospitalar móvel deve ser entendido como uma
atribuição da área da saúde, sendo vinculado a uma Central de Regulação, com
equipe e frota de veículos compatíveis com as necessidades de saúde da população
de um município ou uma região, podendo, portanto, extrapolar os limites municipais.
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Unidades Não-Hospitalares
Emergências
De
Atendimento
Às
Urgências
E
Estas unidades, que devem funcionar nas 24 horas do dia, devem estar habilitadas a
prestar assistência correspondente ao primeiro nível de assistência da média
complexidade. Pelas suas características e importância assistencial, os gestores
devem desenvolver esforços no sentido de que cada município sede de módulo
assistencial disponha de, pelo menos uma, destas Unidades, garantindo, assim,
assistência às urgências com observação até 24 horas para sua própria população
ou para um agrupamento de municípios para os quais seja referência.
Unidades Hospitalares De Atendimento Às Urgências E Emergências
A Portaria nº 2048/2002 definiu uma nova nomenclatura e classificação para a área
de assistência hospitalar de urgência e emergência, adotando-se a seguinte
classificação/estruturação, partindo da premissa que nenhum pronto socorro
hospitalar poderá apresentar infra estrutura inferior à de uma unidade não hospitalar
de atendimento às urgências e emergências.
Classificação: as Unidades Hospitalares de Atendimento em Urgência e
Emergência serão classificadas segundo segue:
A - Unidades Gerais (tipo I e II):
B - Unidades de Referência (tipo I, II e III).
Diretrizes da American Heart Association – AHA 2010 e 2015
A cada 5 anos a American Heart Association lança as diretrizes para o atendimento
de suporte básico suporte avançado de vida. Até o 1º semestre de 2015 ainda
estávamos utilizando as diretrizes de 2010, disponíveis em:
http://www.heart.org/idc/groups/heartpublic/@wcm/@ecc/documents/downloadable/ucm_317343.pdf
De acordo com as Diretrizes da AHA 2010, o Suporte Básico de Vida (SBV) para
profissionais de saúde que atuem sozinhos quando presenciarem colapso súbito em
uma vítima de qualquer idade, envolve os seguintes pontos de discussão:
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 Reconhecimento e o acionamento imediatos do serviço de emergência/urgência
tão logo o profissional de saúde identifique que a vítima adulta não responde, está
sem respiração (apneia) ou apresenta respiração anormal/agônica (gasping). O
profissional de saúde deve verificar rapidamente se não há respiração ou se a
mesma é anormal (isto é, não respirando ou apenas com gasping) ao verificar a
capacidade de resposta da vítima . Em seguida, o profissional deve acionar o
serviço de emergência/urgência e buscar o DEA (ou encarregar alguém disso). O
profissional de saúde não deve levar mais do que 10 segundos verificando o pulso e,
caso não sinta o pulso em 10 segundos, deve iniciar a RCP e usar o DEA, se
disponível.

O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi removido do algoritmo.
 Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade (com frequência e
profundidade de compressão torácicas adequadas, permitindo retorno total do tórax
entre as compressões).
 Os socorristas devem iniciar as compressões torácicas antes de aplicar
ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C). Iniciar a RCP com 30
compressões, em vez de 2 ventilações, diminui a demora em aplicar a primeira
compressão.
 A frequência de compressão foi modificada para um mínimo de 100 por minuto,
em vez de aproximadamente 100/minuto.
DIRETRIZES DA AMERICAN HEART ASSOCIATION – AHA 2010
Resumo dos principais pontos de discussão e alterações:
Pressão cricoide: o uso rotineiro de pressão cricoide em PCR não é recomendado.
Motivo: a pressão cricoide é uma técnica para aplicar pressão à cartilagem cricoide
da vítima, de forma a empurrar a traqueia posteriormente e comprimir o esôfago
contra as vértebras cervicais. A pressão cricoide pode impedir a distensão gástrica e
reduzir o risco de regurgitação e aspiração durante a ventilação com bolsa-válvulamascara/insuflador manual, mas também pode impedir a ventilação. Alguns estudos
mostraram que a pressão cricoide pode retardar ou impedir a colocação de uma via
aérea avançada e que, a despeito da aplicação de pressão cricoide, pode ocorrer,
ainda assim, um pouco de aspiração. Além disso, é difícil treinar os socorristas de
forma apropriada no uso da manobra. Por isso, o uso rotineiro de pressão cricoide
em PCR não é recomendado.
Alteração na sequência da RCP: C-A-B, em vez de A-B-C: uma das alterações
feitas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP recomenda o início das compressões
torácicas antes das ventilações. Motivo: Embora nenhuma evidência em humanos
ou animais publicada demonstre que iniciar a RCP com 30 compressões, em vez de
2 ventilações, leve a um melhor resultado, as compressões torácicas fornecem fluxo
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sanguíneo; ademais, estudos de PCR extra-hospitalar em adultos mostram que a
sobrevivência é maior quando as pessoas presentes fazem alguma tentativa de
aplicar a RCP, em vez de simplesmente não tentarem fazê-lo. Dados de animais
demonstram que atrasos ou interrupções nas compressões torácicas reduzem a
sobrevivência; logo, tais atrasos ou interrupções devem ser minimizados ao longo de
toda a ressuscitação. As compressões torácicas podem ser iniciadas quase
imediatamente, ao passo que posicionar a cabeça e obter um selo para a respiração
boca a boca ou com bolsa-válvula-mascara/insuflador manual sempre demoram
certo tempo. A demora no início das compressões poderá ser reduzida se houver
dois socorristas presentes: o primeiro inicia as compressões torácicas e o segundo
abre a via aérea e se prepara para aplicar respirações tão logo o primeiro complete
a primeira série de 30 compressões torácicas. Quer haja um ou mais socorristas
presentes, o início da RCP com compressões torácicas garante que a vítima receba
logo essa intervenção crítica.
Frequência de compressão torácica: mínimo de 100 por minuto: é sensato que
os socorristas leigos e profissionais de saúde realizem compressões torácicas a uma
frequência mínima de 100 compressões por minuto (ao invés de executar
aproximadamente 100 compressões por minuto, como era antigamente). Motivo: o
número de compressões torácicas aplicadas por minuto durante a RCP é um fator
determinante importante do retorno da circulação espontânea (RCE) e da
sobrevivência com boa função neurológica. O número real de compressões
torácicas aplicadas por minuto é determinado pela frequência das compressões
torácicas e o número e a duração das interrupções nas compressões (para, por
exemplo, abrir a via aérea, aplicar ventilações de resgate ou permitir a análise do
DEA). Na maioria dos estudos, a aplicação de mais compressões durante a
ressuscitação está associada a uma maior sobrevivência, ao passo que a aplicação
de menos compressões está associada a uma menor sobrevivência. A aplicação de
compressões torácicas adequadas exige ênfase não somente na frequência
adequada de compressões, mas também em minimizar interrupções a este
componente crítico da RCP.
Uma frequência de compressão inadequada ou interrupções frequentes (ou ambas)
reduzirão o número total de compressões aplicadas por minuto.
Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e sentir se há respiração”: o
procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração” foi removido da sequência de
avaliação da respiração após a abertura da via aérea. O profissional de saúde
verifica rapidamente a respiração ao verificar se o paciente está respondendo a fim
de detectar sinais de PCR. Após a aplicação de 30 compressões, o socorrista que
atuar sozinho deverá abrir a via aérea da vítima e aplicar duas ventilações. Motivo:
com a nova sequência “compressão torácica primeiro”, a RCP será executada se o
adulto não estiver respondendo e não estiver respirando ou apresentando respiração
anormal (isto é, não respirando ou com gasping), sendo iniciada pelas compressões
(sequencia C-A-B). Logo, a respiração é rapidamente verificada como parte da
verificação da PCR. Após a primeira série de compressões torácicas, a via aérea é
aberta e o socorrista aplica 2 ventilações.
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Profundidade das compressões torácicas: o esterno adulto deve ser comprimido,
no mínimo, 2 polegadas (5 cm), e não mais de 1 a 2 polegadas (aproximadamente
de 4 a 5 cm) como era antigamente. Motivo: as compressões criam fluxo sanguíneo
principalmente por aumentarem a pressão intratorácica e comprimirem diretamente o
coração. Compressões geram fornecimento de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia,
críticos para o coração e o cérebro. Pode haver confusão quando se recomenda
uma faixa de profundidade; por isso, agora, recomenda-se uma profundidade de
compressão específica. Os socorristas, muitas vezes, não comprimem
adequadamente o tórax, apesar das recomendações de “comprimir com força”. Além
disso, a ciência disponível sugere que as compressões de, pelo menos, 2 polegadas
são mais eficazes do que as de 1 polegada. Por essa razão, as Diretrizes da AHA
2010 para RCP recomendam uma profundidade mínima especifica para a
compressão torácica em adultos, maior do que a recomendação anterior.
DIRETRIZES DA AMERICAN HEART ASSOCIATION – AHA 2015
Resumo dos principais pontos de discussão e alterações:
No 2º semestre de 2015 foram lançadas as Diretrizes da AHA 2015. É importante o
aluno saber as novas e as antigas diretrizes, pois quando há essa mudança, as
bancas costumas cobrar o entendimento das diferenças entre elas.
Até a conclusão deste material ainda não tínhamos questões de provas com as
novas diretrizes, mas, você já deve estudá-las para se preparar para os próximos
certames.
Conheça as Diretrizes da American Heart Association 2015 que estão disponíveis
em:
https://eccguidelines.heart.org/wp-content/uploads/2015/10/2015-AHA-GuidelinesHighlights-Portuguese.pdf
D E S TA Q U E S
da American Heart Association 2015
Atualização das Diretrizes de RCP e ACE
Identificação de gasping pelo atendente/operador
2015 (Atualizado): Para ajudar as pessoas presentes no local a reconhecer a PCR,
os atendentes devem perguntar sobre a ausência de resposta da vítima e a
qualidade da respiração (normal ou anormal). Se a vítima não responder e não
respirar, ou apresentar respiração anormal, o socorrista e o atendente devem
presumir que a vítima esteja sofrendo uma PCR. Os atendentes devem ser treinados
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para identificar a ausência de resposta com gasping ou respiração agônica em
várias apresentações e descrições clínicas.
2010 (Antigo): Para ajudar as pessoas presentes a reconhecerem a PCR, os
atendentes devem perguntar sobre a capacidade de resposta da vítima adulta, se a
vítima está respirando e se a respiração está normal, na tentativa de distinguir
vítimas com gasping (ou seja, que necessitam de RCP) de vítimas que respiram
normalmente e que não necessitam de RCP.
Ênfase nas compressões torácicas
2015 (Atualizado): Socorristas leigos sem treinamento devem fornecer RCP somente
com as mãos, com ou sem orientação de um atendente, para adultos vítimas de
PCR. O socorrista deve continuar a RCP somente com compressão até a chegada
de um DEA ou de socorristas com treinamento adicional. Todos os socorristas leigos
devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR. Além disso,
se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as compressões
e as ventilações devem ser aplicadas na proporção de 30 compressões para cada 2
ventilações. O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e a preparação de um
DEA para uso, ou até que os profissionais do SME assumam o cuidado da vítima ou
que a vítima comece a se mover.
2010 (Antigo): Se a pessoa presente não tiver treinamento em RCP, ela deverá
aplicar a RCP somente com compressão na vítima adulta que apresentar colapso
súbito, com ênfase em "comprimir com força e rapidez" no centro do tórax, ou seguir
as instruções do atendente do SME. O socorrista deve continuar a RCP somente
com compressão até a chegada e a preparação de um DEA para uso ou até que os
profissionais do SME assumam o cuidado da vítima. Todos os socorristas leigos
treinados devem, no mínimo, aplicar compressões torácicas em vítimas de PCR.
Além disso, se o socorrista leigo treinado puder realizar ventilações de resgate, as
compressões e as ventilações devem ser aplicadas na relação de 30 compressões
para cada 2 ventilações. O socorrista deve continuar a RCP até a chegada e
preparação de um DEA para uso ou até que os profissionais do SME assumam o
cuidado da vítima.
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Frequência das compressões torácicas
2015 (Atualizado): Em vítimas adultas de PCR, o correto é que os socorristas
apliquem compressões torácicas a uma frequência de 100 a 120/min.
2010 (Antigo): É sensato que os socorristas leigos e profissionais de saúde realizem
compressões torácicas a uma frequência mínima de 100 compressões por minuto.
Profundidade das compressões torácicas
2015 (Atualizado): Durante a RCP manual, os socorristas devem aplicar
compressões torácicas até uma profundidade de, pelo menos, 2 polegadas (5 cm)
para um adulto médio, evitando excesso na profundidade das compressões
torácicas (superiores a 2,4 polegadas (6 cm).
2010 (Antigo): O esterno adulto deve ser comprimido, no mínimo, 2 polegadas (5
cm).
Naloxona administrada por transeunte presente no local em casos de
emergências potencialmente fatais associadas a opioides
2015 (Novo): Em pacientes com dependência de opioides, conhecida ou suspeita,
que não respondem, apresentam respiração anormal, mas têm pulso, é adequado
que socorristas leigos devidamente treinados e profissionais de saúde capacitados
para SBV, além da prestação dos cuidados básicos, administrem naloxona por via
intramuscular (IM) ou intranasal (IN). Pode-se considerar o treinamento em resposta
à overdose de opioides, com ou sem distribuição de naloxona, para pessoas com
risco de overdose em qualquer ambiente.
Suporte Básico de Vida para
Adultos e Qualidade da RCP:
SBV Aplicado por Profissionais de Saúde
• Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de
desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas,
permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções
nas compressões e evitando ventilação excessiva). Consulte a Tabela 1.
• A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
• A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2
polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).
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Ventilação durante a RCP com via aérea avançada
O socorrista pode administrar 1 ventilação a cada 6 segundos (10 respirações por
minuto), enquanto são aplicadas compressões torácicas contínuas (ou seja, durante
a RCP com via aérea avançada).
Quando houver uma via aérea avançada (ou seja, tubo endotraqueal, tubo
esofagotraqueal ou máscara laríngea) durante uma RCP com 2 pessoas, administre
1 ventilação a cada 6 a 8 segundos, sem tentar sincronizar as respirações entre as
compressões (o que se traduz em 8 a 10 ventilação por minuto).
Suporte Avançado De Vida No Trauma – ATLS
O ATLS (Advanced Trauma Life Support ou Suporte Avançado de Vida no Trauma)
traz uma abordagem simplificada e padronizada aos pacientes vítimas de trauma,
tendo como premissa tratar as lesões com maior ameaça à vida de forma prioritária.
A avaliação inicial deve identificar lesões que comprometem a vida do paciente e,
simultaneamente, estabelecer condutas para a estabilização das condições vitais e
tratamento destas anormalidades. A avaliação segue uma ordem de prioridades e
são as mesmas para a criança, o adulto, a gestante e o idoso.
A – Airway => Vias aéreas e controle da coluna cervical;
B – Breathing => Respiração e Ventilação;
C – Circulation => Circulação com controle de hemorragia;
D – Disability => Exame neurológico sumário;
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E – Exposure => Exposição com controle da hipotermia.
A avaliação de cada item implica em diagnosticar alterações e tomar decisões
concomitantes antes de se proceder ao passo seguinte. Este processo se constitui
no ABCDE do atendimento ao traumatizado.
A avaliação secundária é o exame da cabeça aos pés do paciente, que é realizado
após o término da avaliação primária com a identificação e o tratamento de todas as
lesões que ameacem a vida e o início da reanimação. O objetivo da avaliação
secundária é a identificação das lesões ou problemas não observados durante a
avaliação primária.
ATENÇÃO NAS DIERENÇAS
Urgências clínicas
Urgências traumáticas
American Heart Association - AHA 2010
e 2015
Advanced Trauma Life Support - ATLS
CAB
ABCDE
COMO ISSO CAI NA PROVA?
1. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) A urgência é uma ocorrência imprevista
de danos à saúde, em que não ocorre risco de morte, devendo ser mediato o
atendimento médico. A emergência é uma constatação médica de condições
de danos à saúde, que implica em risco de morte, exigindo tratamento médico
imediato. Diante do exposto, relacione adequadamente as colunas.
1. Urgência.
2. Emergência.
( ) Parada cardiorrespiratória.
( ) Dor torácica sem complicações respiratórias.
( ) Sangramentos e ferimentos leves e moderados.
( ) Politraumatismo em geral.
( ) Ferimento por arma branca.
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A sequência está correta em
a) 2, 2, 1, 1, 2.
b) 2, 1, 1, 2, 2.
c) 1, 2, 1, 2, 1.
d) 2, 1, 1, 1, 2.
e) 1, 1, 2, 2, 1.
2. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) Uma vez realizada a intubação, deve-se
verificar o posicionamento do tubo traqueal. Dentre as técnicas de verificação,
encontra-se a avaliação clínica, que pode ser realizada através das seguintes
ações, EXCETO:
a) Visualização direta da passagem do tubo através das cordas vocais.
b) Presença de murmúrio vesicular (auscultar bilateralmente abaixo da axila).
c) Visualização da elevação e descida do tórax durante a ventilação.
d) Embaçamento (condensação de vapor de água) no tubo traqueal, na expiração.
e) Monitoramento do dióxido de carbono no ar expirado (capnografia).
3. (HU-UFSC/2013) Intubação endotraqueal é um procedimento pelo qual se
insere um tubo/cânula nas vias aéreas para manter a ventilação/oxigenação
adequada diante da ineficiência ou ausência de ventilação/respiração. Quanto
a esse assunto, considere as afirmativas a seguir e assinale V para as
VERDADEIRAS e F para as FALSAS.
( ) São complicações da intubação: trauma da arcada dentária, dos tecidos moles,
da boca ou do nariz e das cordas vocais; vômitos, podendo causar broncoaspiração.
( ) Salvo em situações de emergência, antes da intubação deve-se observar quando
o paciente recebeu a última refeição ou ingeriu líquidos e atentar para distensão
gástrica, pois pode ocorrer risco de broncoaspiração.
( ) Durante o procedimento de intubação é indicado que a saturação de O2
(oxigênio) ao oxímetro não caia a menos de 90%. Se isso ocorrer, o paciente deve
ser ventilado com máscara-bolsa-válvula conectada ao oxigênio a 2 litros/min.
( ) Após o procedimento, deve-se fixar o tubo endotraqueal com cadarço ou material
de rotina da instituição.
( ) É indicado que a fixação do tubo endotraqueal seja feita abaixo das orelhas
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bilateralmente para prevenir a oclusão da veia jugular.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.
a) V – V – F – V – F
b) F – V – V – F – V
c) F – F – V – V – V
d) V – F – F – V – V
e) V – V – F – F – F
4. (EBSERH/HU-UFTM/2013) Um enfermeiro presta atendimento a paciente com
diagnóstico de choque vasogênico. O cuidado prioritário da enfermagem,
nesse caso hipotético, é a
a) otimização de volemia.
b) administração de Ticlid.
c) administração de antibiótico.
d) administração de anti-inflamatórios.
e) administração de analgésico.
5. (EBSERH/HU-UFS/2013) O Choque Séptico pode ser classificado como um
tipo de choque
a) obstrutivo.
b) cardiogênico.
c) hipovolêmico.
d) distributivo.
e) prospectivo.
6. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Em relação aos estados de choque, leia as
afirmativas abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta
correta.
I. Nos choques hipovolêmico e cardiogênico, a redução da pressão arterial é
decorrente da diminuição do volume sistólico.
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II. Em decorrência da má perfusão tecidual, ocorre aumento do lactato sérico e há
evidência de acidose metabólica.
III. No estágio inicial do choque séptico, o paciente pode apresentar extremidades
ruborizadas e quentes, em decorrência da vasodilatação periférica.
IV. A terapia de contrapulsação com balão intra-aórtico nunca está indicada para o
tratamento do choque cardiogênico. Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III e IV.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II e III, apenas
e) I, II e III, apenas.
7. (EBSERH/HU-UFRN/2013) Hemorragia é o termo que determina a perda
maciça de sangue, podendo ser externa ou interna. Quanto à hemorragia
externa do tipo arterial, é correto afirmar que ela pode ser identificada por
sangue vermelho
a) escuro com fluxo constante.
b) vivo com fluxo constante.
c) escuro que sai em jato.
d) menos vivo com fluxo lento.
e) vivo que sai em jato e acompanha os batimentos cardíacos.
8. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Assinale a alternativa que apresenta sinal(is) de
agravamento que indica(m) estado de choque circulatório decorrente de
hemorragia interna ou externa.
a) Sede intensa e confusão mental.
b) Sudorese facial e palidez cutânea.
c) Pulso rápido e filiforme.
d) Polaciúria, sudorese intensa e bradipneia.
e) Bradipneia, bradicardia e taquisfigmia.
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9. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Entre os cuidados imediatos de enfermagem ao
paciente em choque séptico, não é correto indicar
a) administração de antibióticos,
b) monitorização cardíaca.
c) cuidados com suporte ventilatório.
d) monitorização da função hemodinâmica.
e) acesso venoso calibroso.
10. (EBSERH/UFB/2014) Considere hipoteticamente que o técnico de
enfermagem, juntamente com a equipe de saúde, ao realizar o atendimento a
um paciente em choque, tentou cessar o sangramento gastrointestinal e
restaurar a volemia. Administrou uma solução cristaloide e uma solução
salina, conforme prescrição médica. Verificou a pressão arterial e constatou
hipotensão e bradicardia. De acordo com o atendimento prestado, é correto
afirmar que o caso provavelmente se trata de um choque
a) séptico.
b) obstrutivo.
c) hipovolêmico.
d) cardiogênico.
e) anafilático.
11. (EBSERH/UFB/2014) Em circunstâncias de emergência, ocorrem alterações
orgânicas que são chamadas de sinais de apoio, entre as quais se encontram
as alterações de cor e umidade da pele. Em relação a esse assunto, assinale a
alternativa que indica situação em que a pele se torna mais pálida.
a) Febre.
b) Icterícia.
c) Hemorragia.
d) Ingestão de bebidas alcoólicas.
e) Traumatismo.
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12. (EBSERH/HC-UFTM/2013) O choque é definido como perfusão e oxigenação
inadequadas dos órgãos e tecidos. É uma situação de emergência, que, se não
for tratada rapidamente, pode levar o indivíduo a complicações possíveis de
sequelas e até a óbito. Considere que um paciente é admitido no pronto
socorro, vitima de acidente motociclístico, com trauma abdominal e fraturas
múltiplas. Assinale a alternativa que apresenta corretamente os sinais e
sintomas apresentados em um indivíduo com essa situação clínica.
a) Hipotensão, fadiga e hipertemia.
b) Cefaleia, polidpsia e desorientação.
c) Hipertensão, delírios, alucinações e cefaléia.
d) Hipotensão, sudorese, hipotermia, polidpsia e cianose.
e) Hipertensão, fadiga, hipertemia e polidpsia.
13. (EBSERH/HU-UFES/2014) Mulher, 34 anos, pós-operatório imediato de
cirurgia eletiva, foi admitida na Clínica Cirúrgica com 15 pontos na Escala de
Coma de Glasgow. Após levantar para ir ao banheiro, evoluiu com desconforto
respiratório intenso, mal estar e náuseas, tendo sido instalada monitorização
contínua e aporte de oxigênio com Máscara de Venturi 50%; evoluiu com
taquicardia, hipotensão arterial, bradipneia, cianose central, redução do nível
de consciência e queda da saturação periférica de oxigênio (SpO2) com
necessidade de intubação orotraqueal e identificação de parada
cardiorrespiratória em atividade elétrica sem pulso (AESP). Foi iniciada
manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP); após 20 minutos, o ritmo de
AESP se converteu em fibrilação ventricular (FV) e, continuando a seguir as
diretrizes do American Heart Association (AHA, 2010), a paciente apresentou
atividade elétrica, com ritmo sinusal, pulsos carotídeos e femorais amplos,
apesar de hipotensão e com SpO2 de 84%. Diante deste caso e das diretrizes
da AHA (2010), é correto afirmar que
a) durante a RCP são recomendadas apenas compressões torácicas, fortes (>5cm)
e rápidas (>100/minuto).
b) a relação compressão-ventilação deve ser de 30:2.
c) é altamente recomendado o uso de Epinefrina e Atropina na reanimação em
AESP.
d) AESP e FV são ritmos chocáveis.
e) a energia de choque bifásico é de acordo com o fabricante (120J a 200J) e se
desconhecida deve-se usar a maior, enquanto a energia de choque monofásico é de
360J.
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14. (EBSERH/HU-UFTM/2013) Assinale a alternativa que apresenta
corretamente o algoritmo de parada cardiorrespiratória, fundamentada no
ACLS.
a) 30 compressões e 1 ventilação, ritmo de até 150 compressões por minuto.
b) 15 compressões e 2 ventilações, ritmo de até 100 compressões por minuto.
c) 30 compressões e 2 ventilações, ritmo de até 100 compressões por minuto.
d) 30 compressões e 2 ventilações, ritmo acima de 100 compressões por minuto.
e) 15 compressões e 2 ventilações, ritmo acima de 100 compressões por minuto.
15. (EBSERH/HU-UFGD/2013) De acordo com o algoritmo de suporte avançado
de vida cardiovascular, são consideradas causas reversíveis:
a) tensão no tórax por pneumotórax, tamponamento cardíaco, hipernatremia e
trombose coronária.
b) acidose, trombose pulmonar, hipocalemia e toxinas.
c) hipoglicemia, hipercalemia, hipóxia e hipovolemia.
d) hipercalemia, hipovolemia, hipernatremia e trombose coronária.
e) tamponamento cardíaco, trombose pulmonar, hipocalcemia e hidrogênio.
16. (EBSERH/HU-UFS/2013) Sobre a Parada Cardiorespiratória (PCR) e a
Reanimação Cardiopulmonar (RCP), assinale a alternativa correta.
a) O procedimento “Ver, ouvir e sentir se há respiração” é o primeiro passo da RCP
e deve ser realizado de preferência nos primeiros minutos do atendimento.
b) O número de compressões torácicas aplicadas por minuto durante a RCP deve
ser de aproximadamente 90.
c) O esterno do adulto deve ser comprimido, no máximo, 4 cm, promovendo o
retorno total do tórax e impedindo traumas.
d) A atropina é a droga mais recomendada para uso de rotina no tratamento da
atividade elétrica sem pulso (AESP)/assístole.
e) Na RCP, em paciente com via aérea avançada, deve-se realizar 8 a 10
ventilações por minuto, assíncronas com compressões torácicas.
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771
17. (EBSERH/HU-UFPI/2013) De acordo com as Diretrizes da AHA 2010, para
ressuscitação cardiopulmonar, não constitui uma das recomendações
a) fazer uso da pressão cricoide durante as ventilações.
b) iniciar a RCP com 2 ventilações de resgate e, depois, aplicar as 30 compressões.
c) manter a frequência de compressão de, no máximo, 100/minuto.
d) observar o algoritmo VOS, ou seja, ver, ouvir e sentir se há respiração.
e) verificar a profundidade da compressão em adultos, que deve ser de cerca de 5
cm.
18. (EBSERH/HUJM-UFMT/2013) Mulher, 29 anos, 1,65m de altura, 75Kg de
peso corporal, tabagista, usuária ativa de contraceptivo hormonal oral, chegou
ao serviço hospitalar de emergência às 8:00h, devido a um quadro de 30
minutos de evolução caracterizado por algia em membro inferior esquerdo,
associada à aumento do volume, empastamento da panturrilha e cor violácea
desta extremidade. Às 8:30h, o médico a avaliou e a paciente era capaz de
caminhar sozinha com claudicação moderada, mas o pulso distal do membro
afetado estava diminuído em relação ao membro contra-lateral, sendo
solicitado vaga na Clínica Médica. Como havia leito disponível para internação,
a paciente foi caminhando em companhia de um dos auxiliares de enfermagem
até o setor de destino, onde foi recebida às 8:50h pelo enfermeiro, que a
acompanhou até seu leito e coletou o histórico de enfermagem. O enfermeiro,
no entanto, precisou retornar ao Posto de Enfermagem para buscar o
estetoscópio que havia esquecido na bancada. Enquanto isso, a paciente
decidiu ir ao banheiro para urinar e com muita dificuldade e extremamente
dispneica, ainda conseguiu voltar para o seu leito, mas evoluiu com Parada
Cardiorrespiratória (PCR). Identificada rapidamente pelo enfermeiro quando
esse retornou para terminar o exame físico, foram iniciadas as manobras de
Reanimação Cardiopulmonar (RCP), intubação orotraqueal e, ao ser verificado
o ritmo, constatou-se atividade elétrica sem pulso. Diante desse caso e de
acordo com as Diretrizes da American Heart Association, informe se é
verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com
a sequência correta.
( ) O enfermeiro deve ter feito o reconhecimento da PCR ao verificar que a paciente
estava irresponsiva, sem respiração ou com gasping e sem pulso palpado em 10
segundos.
( ) Na desfibrilação, deve ser utilizada carga de 360J se o desfibrilador for
monofásico.
( ) Deve-se considerar a administração de trombolítico na RCP.
( ) Após estabelecimento de via aérea avançada, deve-se manter a relação
compressão-ventilação em 30:2.
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a)
F – V – F – V.
b) V – F – V – F.
c) V – F – F – F.
d) F – V – V – V.
e) F – F – F – V.
19. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) Dentre todas as situações que
caracterizam risco de morte iminente, nenhuma emergência supera a
prioridade do atendimento da parada cardiorrespiratória, que pode ser
comprovada
a) pela ausência de pulso central (radial, pedioso).
b) pela ausência de movimentos respiratórios (apneia) ou respiração agônica
(gasping).
c) miose completa em menos de três minutos.
d) pela ausência de pulso periférico (carotídeo, femoral).
e) hipertonia.
20. (EBSERH/HU-UFS/2013) A parada cardiorrespiratória caracteriza-se pelo
aspecto geral do paciente (imobilidade, palidez e cianose de extremidades),
falta de resposta aos estímulos e ausência de pulso. Neste processo, ocorre
também a midríase, que consiste em
a) aumento do diâmetro da pupila.
b) diminuição do diâmetro da pupila.
c) aumento do ritmo cardíaco.
d) diminuição do ritmo cardíaco.
e) aumento da frequência respiratória.
21. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Parada cardiorrespiratória é uma
situação em que clinicamente não são perceptíveis movimentos respiratórios e
batimentos cardíacos efetivos. Sobre a assistência de enfermagem na parada
cardiorrespiratória, analise.
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I. Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos se o quarto não for individual.
Caso tenha acompanhantes, deve-se solicitar para aguardar na sala de espera.
II. Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários à ressuscitação
cardiopulmonar.
III. Puncionar e fixar uma veia para administração de soluções e drogas. Colaborar
na dissecção de veia ou passagem de Intracath.
IV. Após a manobra de ressuscitação, deve-se registrar na papeleta a hora da
parada cardiorrespiratória, as manobras de ressuscitação e outras condutas
terapêuticas utilizadas, bem como as drogas aplicadas e o estado geral do paciente
após a ressuscitação.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II, III e IV.
b) I e II, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II e IV, apenas.
22. (EBSERH/HU-UFS/2013) No Acidente Vascular Encefálico, em pacientes
com hemorragia intracerebral, deve-se evitar que a Pressão Arterial sistólica
ultrapasse 180 mmHg e que a Pressão Arterial diastólica supere 105 mmHg,
sendo mais recomendando, nas situações em que tais parâmetros pressóricos
forem ultrapassados, a utilização intravenosa de
a) metoprolol.
b) nifedipina.
c) furosemida.
d) ticlopidina.
e) espironolactona.
23. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) São sinais avaliados pela escala pré-hospitalar
de Cincinnati para identificação do acidente vascular cerebral:
a) Queda ou fraqueza facial; déficit motor; e afasia.
b) Abertura ocular espontânea; déficit motor; e sensibilidade dolorosa.
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c) Abertura ocular espontânea; queda ou fraqueza facial; e sensibilidade dolorosa.
d) Afasia; hipoglicemia; e déficit motor.
e) Sensibilidade dolorosa, hipertensão e déficit motor.
24. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Paciente ADS, de 59 anos, sexo masculino, foi
atendido pelo Serviço de Atendimento Médico de urgência (SAMU) na
residência e encaminhado ao pronto socorro com déficit motor. Diante da
ocorrência, plegia e paresia se referem:
a) Ambos à ausência de movimentação.
b) Ambos à diminuição de movimentação.
c) Respectivamente à ausência e diminuição de força muscular.
d) Respectivamente à diminuição e ausência de força muscular.
e) Ambos se referem ao aumento de movimentação.
25. (VUNESP/PREF. SÃO CARLOS-SP/2011) São sinais de AVC isquêmico:
a) dor precordial e fraqueza muscular.
b) distúrbio de visão e sensação de formigamento nos MMII associado a dor.
c) sensação de formigamento em MMSS e perda de equilíbrio.
d) desvio de rima e dor cervical.
e) perda de equilíbrio e confusão na comunicação.
26. (VUNESP/PREF. SÃO CARLOS/2011) Para o diagnóstico pré-hospitalar de
acidente vascular cerebral, utiliza-se a “escala pré-hospitalar de Cincinnati”.
Essa escala consiste em três achados, sendo:
a) queda facial, debilidade dos braços e fala anormal.
b) cefaleia, queda facial e tontura.
c) fala anormal, sensação de peso no peito e cansaço.
d) debilidade nos braços, cefaleia e hipertensão.
e) cansaço, debilidade nos braços e cefaleia.
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27. (NUCEPE/SECR. SAÚDE-PI/2012) Sobre acidente vascular cerebral,
assinale a alternativa correta:
a) É o início e a persistência de disfunção neurológica que dura menos de 8h,
resulta da interrupção do suprimento sanguíneo ao cérebro e indica infarto e não
isquemia.
b) O tipo isquêmico no caso de ser em consequência de um êmbolo é devido a placa
arteriosclerótica em uma artéria cerebral, geralmente na bifurcação das artérias de
maior calibre.
c) No tipo hemorrágico, a hemorragia irrita o tecido cerebral local, levando a edema
focal circunvizinho.
d) As manifestações clínicas independem do vaso afetado e dos territórios cerebrais
que ele perfunde.
e) São classificados de isquêmicos (associados a maior morbimortalidade) e
hemorrágicos (mais de 70% dos casos).
28. (LUDUS/PREF. PIRIRI-PI/2012) O Acidente vascular encefálico é a
interrupção prolongada do fluxo sanguíneo através de uma das artérias que
suprem o cérebro; as células cerebrais, por hipóxia, são lesadas causando
danos irreversíveis, assim como deficiências neurológicas permanentes se
não forem detectados de forma precoce. Com relação ao acidente vascular
encefálico, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Existem dois tipos de acidentes vasculares encefálicos: um isquêmico e outro
hemorrágico, sendo que o AVE isquêmico tem uma incidência maior e acontece em
80% dos casos.
b) Quando um AVE isquêmico ocorre devido a presença de trombos nas veias que
interrompem a passagem de sangue para as áreas cerebrais, ocorre o infarto
cerebral pela liberação do glutamato que adentra nas células causando lesão
cerebral.
c) Os principais sinais do AVE isquêmico e hemorrágico são confusão mental, afasia
e cefaleia intensa.
d) Não é observada nenhuma evidencia de circulação colateral, pois os vasos
sanguíneos menores, com a ocorrência da obstrução, não manifestam resistência
suficiente para suprir a circulação cerebral.
e) A afasia receptiva e principalmente a expressiva, são achados neurológicos
comuns na presença desta patologia.
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29. (LUDUS/PREF. PIRIRI-PI/2012) Defeito no campo visual que causa
incapacidade de enxergar a metade esquerda ou direita de uma imagem e
ocorre na presença de acidentes vasculares encefálicos em pacientes
neurocomprometidos.
a) Amaurose
b) Prebiscusia
c) Anisocoria
d) Papiledema
e) Hemianopsia
30. (HU-UFSC/2013) O acidente vascular cerebral (AVC) é considerado uma das
maiores causas de morte e de incapacidade adquirida em todo o mundo. Em
2011 foi lançada pelo Ministério da Saúde a Portaria n° 665, que institui a linha
de cuidado do AVC. Sobre esse tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Os AVCs podem ser de dois tipos: isquêmico e posterior.
b) Os AVCs isquêmicos são os que menos ocorrem, porém são os mais graves.
c) A complicação mais temida com o uso do fibrinolítico é o aumento da glicemia.
d) Segundo o protocolo, o diagnóstico de AVC deve ser suspeitado sempre que o
paciente apresentar início súbito de déficit focal, com ou sem alteração do nível de
consciência.
e) Se um paciente com AVC tiver risco para aspiração, durante a alimentação devese manter a cabeceira a zero grau, observar sinais de cefaleia e avaliar padrões
gasométricos.
31. (FUNDERP/PREF. ARAPIRACA-AL/2013) Sobre o Acidente Vascular
Cerebral (AVC), analise as assertivas a seguir.
1) O AVC é caracterizado pela perda súbita da função cerebral decorrente da
interrupção do fluxo sanguíneo para determinada área do encéfalo.
2) Os transtornos cerebrovasculares têm diferentes etiologias: trombose, embolia,
isquemia e hemorragia.
3) Os quadros trombóticos ou embólicos apresentam-se de forma súbita, com rápida
evolução clínica e de prognóstico favorável.
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4) Os sinais e sintomas que caracterizam os quadros hemorrágicos incluem:
diplopia, náuseas, cefaleia moderada, perda localizada de movimentos.
5) As disfagias e as disartrias são disfunções motoras de grande repercussão
emocional para os pacientes acometidos de AVC.
Estão corretas, apenas:
a) 1, 2 e 4.
b) 2 e 3.
c) 1, 4 e 5.
d) 1, 3 e, 4.
e) 1, 2 e 5.
32. (EBSERH/HU-UFPI/2013) O Ministério da Saúde tem como objetivo primário
reduzir a morbi-mortalidade dos pacientes com síndromes coronarianas
agudas em todo o território nacional. O manejo correto no atendimento de
emergência desses casos inclui o uso de oxigênio, aspirina, morfina e
a) atropina.
b) nitroglicerina.
c) lidocaína.
d) epinefrina.
e) morfina.
33. (EBSERH/HU-UFS/2013) A angina pectoris ou ainda angina do peito é a
síndrome clínica caracterizada por crises de dor, queimação ou sensação de
pressão na região do tórax. É causada pela obstrução transitória das
coronárias. Sobre a angina, pode-se afirmar que
a) A causa da dor é o fornecimento inadequado de sangue ao pulmão, resultando no
suprimento insuficiente de oxigênio e de nutrientes.
b) A dor da angina aumenta em repouso, e se não houver a cessação dos sintomas,
é indicada a hospitalização.
c) As pessoas jovens podem desenvolver sintomas anginosos mais rapidamente do
que os idosos.
d) Existem três formas de tratamento para a angina: o tratamento clínico, a
angioplastia coronariana e a cirurgia de revascularização miocárdica.
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778
e) O objetivo do tratamento é diminuir a oferta de oxigênio ao miocárdio, utilizandose da nitroglicerina, e controlando os fatores de risco (fumo, obesidade, hipertensão
arterial, hipercolesterolemia e hiperglicemia).
34. (Prefeitura de Votorantim-SP/INTEGRI/2010) A enfermeira reúne
informações a respeito dos sintomas e atividades do paciente que apresenta
angina de peito, sobretudo aquelas que precedem e precipitam as crises. Uma
das perguntas que deve ser feita ao paciente é: "- A nitroglicerina alivia a
angina?" Com relação a essa medicação assinale a alternativa correta:
a) É usado nas crises de dor na vagina;
b) É um broncodilatador;
c) É um vasodilatador coronariano;
d) É um vasoconstrictor das artérias coronárias.
35. (VUNESP/PREF. SJRIO PRETO/2011) Um paciente com provável
diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é atendido no pronto-socorro do
hospital. Nessa situação, o paciente poderá ser medicado com
a) vassopressor antes da realização da radiografia do tórax.
b) sulfato de morfina para alívio da dor e da ansiedade.
c) enoxaparina no controle da hemorragia.
d) betabloqueadores para o aumento da frequência cardíaca.
e) dinitrato de isossorbida na presença de hipotensão arterial sistêmica secundária.
36. (CETAP/PREF. BELÉM-PA/2011) Nas emergências cardíacas, o IAM é um
dos distúrbios mais comuns, e seu diagnóstico é realizado através análise
eletrocardiográfica e das enzimas cardíacas. Marque a alternativa que
corresponde a enzima a ser analisada:
a) TGO.
b) TGP.
c) Alfa KB.
d) CK-MB.
e) LTG.
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37. (EBSERH/HU-UFGD/2013) Assinale a alternativa que corresponde a
indicações de cardioversão.
a) Fibrilação atrial e flutter atrial.
b) Taquicardia paroxística supraventricular e fibrilação ventricular sem pulso.
c) Taquicardia com complexo largo e taquicardia ventricular sem pulso.
d) Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso.
e) Atividade elétrica sem pulso e assistolia.
38. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Você é enfermeiro(a) de uma unidade de
emergência e ao passar pelo leito de um paciente em pós-operatório imediato
visualiza no monitor cardíaco o ritmo representado na figura abaixo.
O ritmo cardíaco apresentado pelo paciente é
a) Taquicardia Ventricular.
b) Fibrilação Ventricular.
c) Fibrilação Atrial.
d) Bloqueio Atrio-Ventricular Total.
e) Bloqueio de ramo.
39. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Leia as afirmativas abaixo e a seguir assinale a
alternativa que corresponde à resposta correta.
I. A cardioversão corresponde à liberação de uma corrente elétrica sincronizada ao
eletrocardiograma para tratar uma arritmia.
II. A cardioversão sincronizada impede que a descarga ocorra durante a
repolarização ventricular.
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III. Em geral, na cardioversão eletiva, o paciente é sedado, a respiração pode ser
suplementada por oxigênio, e raramente necessita de intubação.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) I, apenas.
40. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) As arritmias cardíacas são
distúrbios na geração, condução e/ou propagação do impulso elétrico no
coração. Identificá-las e tratá-las de forma adequada é prioridade do
atendimento de emergência. São exemplos de arritmias:
a) fibrilação ventricular, flutter atrial, ritmo sinusal.
b) fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, torsades de Pointes, extra-sístoles
ventriculares, arritmias atriais/auriculares.
c) bloqueio atrioventricular,
supraventricular, ritmo sinusal.
taquicardia
sinusal,
taquicardia
paroxística
d) taquicardia sinusal, bradicardia sinusal, ritmo sinusal.
e) flutter atrial, torsades de pointes, ritmo sinusal.
41. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Você está cuidando de um paciente na unidade
de emergência que, abruptamente, apresenta dispnéia intensa, com
Frequência Respiratória de 40 movimentos por minuto, e a ausculta pulmonar
revela estertores em ambos os campos pulmonares. As condutas a serem
adotadas, até a chegada do médico são:
a) Verificar os sinais vitais a cada 15 minutos e realizar hiperextensão do pescoço.
b) Posicionar o paciente em decúbito horizontal e observar o débito urinário.
c) Elevar a cabeceira da cama a 90º e verificar a saturação periférica de oxigênio
(oximetria de pulso).
d) Posicionar o paciente em decúbito horizontal e realizar hiperextensão do pescoço.
e) Elevar a cabeceira da cama a15° e observar o débito urinário.
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42. (EBSERH/UFRN/2014) Em caso de atendimento de primeiros socorros a um
edema agudo de pulmão, assinale a alternativa que apresenta o melhor
atendimento.
a) Movimentar bastante a vitima, para ativar a circulação.
b) Manter a vitima em ambiente restrito e fechado.
c) Torniquetes alternados nos membros a cada 30 minutos.
d) Evitar a ingestão de líquidos e alimentos.
e) Obter relato apenas das testemunhas sobre o ocorrido.
43. (FUND. DOM CINTRA/PREF. ITABORAÍ-RJ/2012) O edema pulmonar é um
evento agudo que resulta da insuficiência cardíaca. Entre os cuidados de
enfermagem está o de posicionar o paciente adequadamente para ajudar a
reduzir o retorno venoso para o coração. Nesse caso, o paciente deve ser
colocado na seguinte posição:
a) decúbito lateral, com um membro inferior fletido e o outro em extensão
b) deitado, com a perna esquerda flexionada e a direita em extensão
c) dorsal, com elevação da pelve e dos membros inferiores
d) ereta, com as pernas pendentes para a lateral do leito
e) decúbito dorsal, com as pernas abertas e flexionadas
44. (NUCEPE/SECR. SAÚDE-PI/2012) Sobre edema agudo de pulmão, assinale
a alternativa correta:
a) O fluxo de sangue para dentro dos vasos cardíacos decorrente da função
ventricular direita inadequada provoca pressão aumentada e o líquido extravasa do
espaço extravascular para os alvéolos.
b) Dentre as manifestações clínicas estão presentes: angústia respiratória crescente,
dispneia, fome de ar e cianose central.
c) A ausculta revela sibilos nos ápices pulmonares que depois se expande para as
bases.
d) Os valores da oximetria de pulso aumentados revelam melhora no quadro de
hipoxemia.
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782
e) O tratamento deve focalizar a correção do distúrbio de edema agudo de pulmão,
propriamente dito, sem levar em conta causas subjacentes.
45. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) No atendimento de uma crise
hipertensiva, todas as questões abaixo estão corretas, EXCETO:
a) O conceito de crise hipertensiva é PAS > 180 e/ou PAD > 110.
b) Consideramos emergência hipertensiva quando há lesão arterial aguda ou de
órgão alvo.
c) Na vigência da emergência hipertensiva devemos normalizar a pressão arterial
em até 02 horas.
d) Papiledema identificado no exame de fundo de olho comporta como lesão de
órgão alvo.
46. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) Adelaide, 35 anos, amasiada, 3
filhos menores, é admitida no serviço de saúde com vômitos em grande
quantidade, após ingesta de aproximadamente 50 gramas de soda cáustica
diluída em 1 copo de refrigerante. Qual das condutas a seguir seria apropriada
nesta situação?
a) Passar sonda nasogástrica e realizar lavagem intestinal, verificar sinais vitais e
glicemia capilar.
b) Puncionar acesso venoso periférico calibroso, passar sonda nasogástrica e deixar
aberta, verificar sinais vitais e glicemia capilar.
c) Puncionar acesso venoso periférico calibroso, passar sonda nasogástrica e
passar carvão ativado, verificar sinais vitais e glicemia capilar.
d) Puncionar acesso venoso periférico calibroso, verificar sinais vitais e glicemia
capilar.
e) Passar sonda nasoenteral e realizar lavagem intestinal, verificar sinais vitais e
glicemia capilar.
47.
(VUNESP/PREF.
DIADEMA-SP/2010)
A
contraindicada em intoxicações exógenas por
lavagem
gástrica
está
a) organofosforados e carbamatos.
b) raticidas cumarínicos e produtos domossanitários.
c) álcool e barbitúricos.
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783
d) defensivos agrícolas inibidores da acetilcolinesterase.
e) produtos corrosivos e compostos à base de hidrocarbonetos.
48. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Tóxico ou veneno é qualquer substância
que, introduzida no organismo, provoca graves alterações em um ou mais
sistemas fisiológicos. Todos os casos de intoxicações agudas deverão ser
encaminhados ao pronto-socorro. Em relação aos tóxicos inalados, enquanto
a remoção é providenciada deve-se, EXCETO:
a) Não oferecer bebidas alcoólicas ao paciente.
b) Manter o paciente calmo, em repouso e agasalhado.
c) Dar o antídoto recomendado no rótulo da embalagem contida no tóxico.
d) Retirar o paciente do local contaminado, levando-o para um local arejado.
e) Manter a vigilância cardiorrespiratória, usando medidas indicadas para esses
casos.
49. (EBSERH/HU-UFS/2013) Na ocorrência de engasgamento, as condutas de
primeiros socorros devem ser imediatas devido ao perigo de parada
respiratória. No caso de obstrução total, faz-se necessário tentar remover o
corpo estranho o mais depressa possível. Nesse caso, a manobra mais
utilizada é
a) compressão esofágica.
b) compressão torácica.
c) compressão pulmonar.
d) compressão abdominal.
e) compressão respiratória.
50. (PREF. VALPARAÍSO-GO/2010) Qual a manobra que tem por finalidade
aliviar a obstrução súbita das vias áreas provocada por um corpo estranho em
pacientes adultos conscientes?
a) Levine
b) Heimlich
c) Douglas
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784
d) Leopold
e) M´Dower
51. (FUN. DOM CINTRA/PREF. ITABORAÍ-RJ/2012) A obstrução aguda das vias
aéreas superiores é uma emergência médica com risco de morte para o
paciente. Removida a obstrução, inicia-se a recuperação respiratória. Para
suprir de oxigênio o cérebro e o coração, até que um tratamento médico,
definitivo, restaure as atividades cardíacas e ventilatórias, deve- se adotar a
seguinte conduta:
a) administrar vasopressores
b) aplicar golpes abdominais
c) fazer compressões cardíacas
d) executar manobra de Heimlich
e) fazer inserção de via aérea orofaríngea
52. (VUNESP/PREF. SÃO CARLOS-SP/2011) Enfermeiro está numa lanchonete
quando uma mulher o aborda de forma abrupta, está bastante ansiosa, com as
duas mãos no pescoço e sem conseguir respirar, como mostra a figura.
A conduta imediata é
a) chamar por resgate, acalmar a vítima e pedir que tussa vigorosamente.
b) deitar a vítima e iniciar respiração de resgate.
c) deitar a vítima e iniciar compressões abdominais na região epigástrica para dentro
e para cima.
d) manter a vítima em pé e dar tapas na região interescapular.
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785
e) manter a vítima em pé e por trás dela, com as mãos em punho, realizar
movimentos para dentro e para cima na região epigástrica.
53. (VUNESP/PREF. DIADEMA-SP/2010) Observe a figura seguinte.
(www.google.com.br/images)
Assinale a alternativa que nomeia a manobra apresentada bem como a situação em
que sua aplicação está indicada.
a) Kristeller; desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho.
b) Ortolani; retirada de fluidos das vias respiratórias em caso de afogamento.
c) Heimlich; desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho.
d) Kocher; retirada de fluidos das vias respiratórias em caso de afogamento.
e) Valsalva; treinamento para o controle da bexiga.
54. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Assinale a alternativa que apresenta a ação que
não deve ser realizada no atendimento a crises convulsivas, no suporte
avançado de vida.
a) Garantia de vias aéreas.
b) Monitorização cardíaca e oximetria.
c) Acesso venoso periférico.
d) Administração drogas anticonvulsivantes.
e) Resfriamento corpo do paciente.
55. (FUNCAB/SESC-BA/2013) A escala neurológica que permite mensurar o
nível de consciência de uma pessoa que tenha sofrido um traumatismo
cranioencefálico é chamada de:
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786
a) Strassman.
b) Hartmann.
c) Braden.
d) Blumberg.
e) Glasgow.
56. (CESPE/ TRT 8ª Região/2013) A respeito da escala de coma de Glasgow
(ECG), assinale a opção correta.
a) Em pacientes entubados, não há necessidade de avaliação da resposta verbal,
sendo a pontuação da ECG obtida pela soma dos demais quesitos.
b) Um paciente com abertura ocular ao comando verbal e que não emita nenhuma
resposta e retire o membro ao estímulo doloroso apresentará doze pontos na ECG.
c) A ECG baseia-se na quantificação de três variáveis, pontuando-se cada uma de
acordo com a melhor resposta obtida durante o exame e somando-se os resultados,
que podem indicar uma pontuação entre 3 e 15.
d) A classificação do paciente de acordo com a ECG independe do fato de o
paciente estar utilizando medicamentos.
e) A resposta motora é avaliada e pontuada em cinco níveis, recebendo a menor
nota o paciente que obedece aos comandos espontaneamente.
57. (VUNESP/PREF. DIADEMA-SP/2010) P.P., sexo masculino, 28 anos, vítima
de atropelamento, deu entrada no pronto-socorro trazido por transeuntes.
Durante os procedimentos de avaliação, o enfermeiro aplicou a Escala de
Coma de Glasgow, obtendo um escore total de 3 pontos, o que indica que o
paciente estava
a) Torporoso.
b) Arreativo.
c) Obnubilado.
d) Confuso.
e) Alerta.
58. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) O trauma crânioencefálico decorre de
quedas, atropelamentos, colisão, ferimentos por armas de fogo e outros. Os
pacientes podem apresentar fratura de crânio e lesões no cérebro. A avaliação
do nível de consciência é realizada pela aplicação da Escala de Coma de
Glasgow. Em relação a esta escala, analise as opções abaixo:
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787
I. Avalia abertura ocular, resposta verbal, resposta motora.
II. O total máximo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 15.
III. O total mínimo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 3.
IV. O total máximo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 18. V. O total
mínimo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 0.
Assinale a alternativa que contém as opções CORRETAS.
a) IV e I
b) III e I
c) I e II
d) IV e III
e) I, II e III
59. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) Ao iniciar a avaliação do
paciente, tenha uma impressão geral do paciente e do ambiente onde ele se
encontra. Os procedimentos de avaliação que exigem o contato direto com o
paciente iniciam-se com o exame de consciência ou a capacidade de resposta.
Classifique o nível de consciência utilizando as letras à classificação AVDI e
assinale V para (Verdadeiro) e F para (Falso):
( ) Alerta – o paciente não responde aos estímulos auditivos, mas reage aos
estímulos dolorosos.
( ) Verbal – o paciente aparenta estar desacordado, mas ao ser chamado ou
estimulado auditivamente consegue reagir.
( ) Dor – o paciente está desperto, orientado, responde as questões conversa com
os socorristas.
( ) Inconsciente – o paciente não responde aos estímulos auditivos e dolorosos. Ele
está arreativo.
Assinale a sequência CORRETA, na ordem de cima para baixo:
a) F, V, F, V.
b) V, F, V, F.
c) F, F, V, F.
d) F, F, F, V.
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788
60. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Quando a pessoa é picada por algum
animal peçonhento, deve-se ter alguns cuidados tanto no pré-hospitalar
quanto na hospitalização. Acerca da assistência do técnico em enfermagem na
hospitalização, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Fazer limpeza com soro fisiológico 0,9% no local da picada e no membro afetado.
( ) Garrotear o membro afetado.
( ) Manter o membro elevado.
( ) Puncionar acesso venoso de grosso calibre e manter hidratação conforme
orientação médica.
( ) Realizar compressa fria no local da picada.
A sequência está correta em
a) F, V, F, V, V.
b) F, F, V, F, V.
c) V, V, V, V, V.
d) V, F, F, V, F.
e) V, F, V, V, V.
61. (EsFCEx/EXÉRCITO/2011) O acidente ofídico causado pelas serpentes
peçonhentas do gênero Lachesis (Surucucu), caracterizado pelo edema local,
dor, calor, eritema, necrose, lesão vascular com sangramento e até
insuficiência renal aguda é conhecido como:
a) Peçonho
b) Iaquésico
c) Crotálico
d) Botrópico
e) Micrúrico
62. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Paciente JMA, 57 anos, deu entrada no pronto
socorro com 50% da superfície corpórea queimada após acidente com
substância inflamável. Considerando o paciente queimado como
imunossuprimido em virtude de inúmeras alterações orgânicas, que modificam
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789
seu mecanismo de defesa contra infecções, na prescrição de enfermagem
desse paciente deve conter os seguintes cuidados:
a) Realizar limpeza das lesões com soro fisiológico 0,9%, não romper bolhas e não
utilizar água fria.
b) Lavas as lesões com água e sabão, usar água fria e não romper bolhas.
c) Não aplicar antisséptico nas lesões, não romper bolhas, não usar água morna.
d) Aplicar ácidos graxos nas lesões, romper bolhas e não utilizar água fria.
e) Realizar limpeza com clorexidina alcoólica, não utilizar água morna e não romper
bolhas.
63. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Traumas torácicos constituem parcela
significativa dos atendimentos em urgência e emergência, e respondem por
cerca de 25% dos casos de morte por trauma. Uma avaliação rápida e eficiente
de paciente com trauma torácico prioriza correções de danos que causem
morte imediata. No exame primário, o enfermeiro deve estar atento às lesões
que podem ocasionar o óbito do paciente, que são
a) tórax instável e derrame pleural.
b) pneumotórax hipertensivo e tromboembolia pulmonar.
c) tórax instável e tamponamento cardíaco.
d) pneumotórax aberto e derrame pleural.
e) hemotórax cardíaco e infiltração pulmonar difusa.
64. (EBSERH/HUJM-UFMT/2013) Raphaello, 26 anos, com pneumotórax por
fratura de arcos costais à direita, ocasionados por queda de cavalo no Rodeio,
encontrava-se internado na Clínica Cirúrgica, com escala de coma de Glasgow
de 15 pontos, deambulando, ainda com dreno torácico em hemitórax direito.
Como em todos os seus plantões, o enfermeiro da manhã passava visita a
todos os pacientes internados no setor e, ao conversar com Raphaello o
mesmo pediu-lhe permissão para tomar banho mais cedo, porque estava muito
quente. O enfermeiro autorizou e perguntou ao paciente se ele precisava de
ajuda e o mesmo respondeu-lhe que não. No entanto, ao levantar da cama, o
paciente não percebeu que o dreno estava enroscado na grade e,
acidentalmente, houve saída do dreno torácico. O enfermeiro ainda estava no
quarto e presenciou a ocorrência. Ao considerar que não há fístula aérea, a
conduta imediata é
a) ocluir rapidamente o orifício do dreno.
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790
b) ocluir o orifício na inspiração e abrir na expiração.
c) ocluir o orifício na expiração e abrir na inspiração.
d) pedir para o paciente prender a respiração e buscar material para curativo
compressivo.
e) pedir para o paciente respirar calmamente e buscar material para curativo
oclusivo.
65. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) Eduardo Abreu, 19 anos,
encontra-se internado na clínica cirúrgica, após ferimento por arma de fogo em
hemitórax esquerdo, sendo necessário passagem de um dreno de tórax. Neste
sentido, são cuidados de enfermagem, EXCETO
a) Explicar o procedimento realizado a fim de minimizar a ansiedade.
b) Monitorar sinais e sintomas de pneumotórax.
c) Monitorar a permeabilidade do dreno.
d) Observar volume, a tonalidade, a cor e a consistência da drenagem dos pulmões.
e) Certificar-se de que o frasco do dreno torácico seja mantido na horizontal.
66. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) Um paciente do sexo masculino, 30
anos de idade, sofreu queda de motocicleta. Ao examinar a vítima, na cena do
acidente, o socorrista identifica sinais de contusão em tórax, frequência
ventilatória de 25 ipm, estase de jugular, pressão arterial de 100 x 80 mmHg,
bulhas cardíacas abafadas, extremidades frias e cianosadas e alteração do
nível de consciência. Diante do quadro clínico é possível que a vítima
apresente:
a) Tamponamento cardíaco
b) Tórax instável
c) Pneumotórax hipertensivo
d) Choque hipovolêmico
e) Choque cardiogênico
67. (Prefeitura Municipal de Floriano-PI/NUCEPE/2011) Em acidentes
automobilísticos pode ocorrer trauma abdominal, com evisceração e
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791
penetração de objetos. Em relação a essas ocorrências são condutas
adequadas, EXCETO:
a) Limpar as vísceras de detritos grosseiros com soro fisiológico.
b) Cobrir as vísceras com compressas úmidas.
c) Reintroduzir as vísceras no abdome.
d) Nunca retirar objetos que tenham penetrado no abdome.
e) Cortar e proteger os objetos que penetraram no abdome para que não se movam
no transporte.
68. (CONSUPLAN/PREF. STO ANTONIO DESCOBERTO-GO/2011) “Você,
profissional Enfermeiro, faz parte de um serviço de resgate em sua cidade e foi
acionado para atender um acidente na rodovia próxima, sabidamente com
vítimas fatais e politraumas. Ao chegar no local, avalia a cena e vê que é
segura para intervir. Logo assume uma vítima que após avaliação apresenta
traumatismo abdominal fechado com presença de sinal de Grey Turner e sinal
de Coopernail positivos.” O que deverá ser considerado como prioridade
nesse cuidado imediato?
a) Inserir cateter urinário mesmo se houver sangramento visível pelo meato, pois a
prioridade é medir mediatamente o volume urinário.
b) Realizar a passagem de um cateter nasoenteral com urgência, já que o paciente
terá necessidade de iniciar o mais urgente a introdução do alimento.
c) Garantir circulação e respiração adequadas, administrando oxigênio conforme
ordenado.
d) Observar o paciente por 24 horas e, posteriormente, junto com a equipe médica,
solicitar exames de imagem e sangue.
e) A profilaxia antitetânica somente deve ocorrer nos casos de traumatismo
abdominal aberto.
69. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) São causas de um abdome
agudo inflamatório, EXCETO:
a) Pancreatite aguda.
b) Diverticulite.
c) Úlcera péptica perfurada.
d) Colecistite.
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792
70. (VUNESP/PREF. DIADEMA/2010) Analise as afirmações seguintes sobre a
Hemorragia Digestiva Alta – HDA e a Hemorragia Digestiva Baixa – HDB e
classifique cada uma delas em V (verdadeira) ou F (falsa).
( ) Entre as causas mais frequentes da HDB, podem-se citar as hemorroidas, o
traumatismo anorretal e o adenocarcinoma de cólon e reto.
( ) Déficit de volume líquido, risco para perfusão tecidual alterada, ansiedade e
déficit de conhecimento são diagnósticos de enfermagem que frequentemente se
aplicam a pacientes com quadros de HDA ou HDB.
( ) Na HDA, a presença de melena pode ser observada até cinco dias depois de
cessada a hemorragia.
(
) Na HDB, pode ocorrer sangramento crônico sem manifestações clínicas
aparentes.
( ) Quando um paciente está com HDA, a conduta inicial a ser tomada compreende,
entre outros cuidados, a avaliação do estado hemodinâmico por meio da
mensuração da pressão arterial (PA) deitado e em pé, da frequência cardíaca (FC),
da diurese horária e da pressão venosa central (PVC). Assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V, V, V, V, V.
b) F, V, V, F, V.
c) V, V, V, F, V.
d) F, F, F, V, F.
e) V, V, F, F, F.
71. (SESC-BA/FUNCAB/2013) A saída de sangue pela boca, com origem do
trato gastrointestinal, é denominada de:
a) hemoptise.
b melena.
c) hematêmese.
d) epistaxe.
e) enterorragia.
72. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Sobre politraumatismos, marque V para
as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Deve-se proteger os ferimentos com compressas contaminadas.
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793
( ) São lesões múltiplas de diversas naturezas, determinadas por agentes
mecânicos, podendo comprometer diversos órgãos e sistemas.
( ) Deve-se imobilizar as fraturas, observando as extremidades quanto a coloração,
temperatura e pulso.
( ) Não é permitido avaliar trauma cranioencefálico e outras lesões.
A sequência está correta em
a) F, V, F, V.
b) V, V, V, F.
c) V, V, F, V.
d) F, V, V, F.
e) F, F, V, V.
73. (NUCEPE/SECR. SAÚDE-PI/2012) Quanto ao sistema musculoesquelético,
mais especificamente ao tipo de fratura, assinale a alternativa correta.
a) Fechada: somente a pele é rompida.
b) Exposta: fissura da pele, conduzindo diretamente à fratura.
c) Incompleta: envolve toda seção transversal do osso em geral luxada.
d) Patológica: ocorre ao longo de uma área de osso sadio.
e) Fratura-luxação: tipo complicado pelo fato de o osso estar fora da articulação.
74. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) A aplicação de talas permite
que o resgate reposicione e transporte o paciente, ao mesmo tempo em que
minimiza o movimento da área traumatizada. Lesões em tecidos moles podem
causar complicações e prolongar o processo de recuperação. Essas
complicações incluem:
I. Dor – a tala pode reduzir a dor, porque ajuda prevenir que ossos quebrados ou
desalinhados raspem entre si e lesem nervos e tecidos.
II. Hemorragia – ossos luxados e ou fraturados e fragmentos de ossos, podem
danificar vasos sanguíneos e causar hemorragias internas e externas severas. As
talas não imobilizam as extremidades ósseas fraturadas, mas reduzem os danos aos
vasos sanguíneos e tecidos e auxiliam no controle de possíveis hemorragias.
III. Restrição ao fluxo sanguíneo – ossos luxados ou fraturados e fragmentos podem
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794
comprimir vasos sanguíneos, obstruindo o fluxo do sangue. As talas podem
abrandar a pressão contra os vasos.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Somente a opção I está incorreta.
b) Somente a opção II está correta.
c) Somente as opções II e III estão corretas.
d) Somente as opções I e III estão corretas.
75. (VUNESP/PREF. SJRIO PRETO-SP/2011) Um paciente apresenta os dois
sinais precoces de que está desenvolvendo uma síndrome compartimental.
Nessa situação, o enfermeiro deverá atentar para o aparecimento dos sinais
tardios indicadores de uma clara síndrome compartimental, que são
a) ausência de pulso, palidez e paralisia.
b) parestesia, anisocoria e redução da dor.
c) equimose, paralisia e hiperidrose.
d) inflamação, dor e priapismo.
e) comprometimento da marcha, embotamento e palidez.
76. (NUCEPE/ PREF. FLORIANO-PI/2011) No paciente politraumatizado, a
passagem da sonda nasogástrica é contraindicada na presença de:
a) Hemorragia digestiva
b) Fratura de base crânio
c) Hemorragia cerebral
d) Fratura cortocontusas da cavidade bucal
e) Fratura de vértebras cervicais
77. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) No trauma craniano é comum a
ocorrência da hipertensão intracraniana. Com o objetivo de evitar o aumento
dessa pressão, o diurético administrado é:
a) Vasopressina
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795
b) Manitol
c) Hidroclorotiazida
d) Furosemida
e) Espirolactona
78. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) Após trauma cranioencefálico, o
paciente pode desenvolver Hipertensão Intracraniana, sendo indicada, nestes
casos, a monitorização da Pressão Intracraniana (PIC). O valor normal da PIC
é:
a) 50 a 60 mmHg
b) 0 a 15 mmHg
c) 20 a 40 mmHg
d) Aproximadamente a mesma que a pressão arterial sistêmica média
e) 0 a 25 mmHg
79. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Afogamento, tanto em água do mar
quanto em água doce, é a sobrevivência após estar submerso em água tendo
sofrido obstrução respiratória, asfixia e hipoxemia. De acordo com as
prioridades no cuidado imediato, assinale a alternativa correspondente ao
primeiro cuidado.
a) Imobilizar a coluna cervical, se indicado.
b) Inserir sonda nasogástrica para remover a água ingerida.
c) Se o paciente estiver hipotérmico, aquecê-lo conforme necessário.
d) Administrar bicarbonato de sódio para corrigir a acidose, conforme ordem médica.
e) Manter a via aérea, respiração e circulação do paciente; se necessário, iniciar a
ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
80. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) A equipe de atendimento préhospitalar necessita retirar as roupas do paciente para se certificar da
ocorrência de lesões, no entanto, tão logo o corpo do paciente seja observado
deve ser coberto para evitar a hipotermia. Esse cuidado é essencial uma vez
que a hipotermia apresenta como consequência, EXCETO:
a) Coma
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796
b) Aumento da frequência cardíaca
c) Hipertensão arterial
d) Assistolia
e) Diminuição da filtração glomerular
Gabaritos
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
B
D
A
A
D
E
E
A
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C
C
D
E
D
B
E
*
B
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A
A
A
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E
A
C
D
E
D
E
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D
C
B
D
A
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D
B
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E
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C
C
C
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D
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E
C
*Anulada
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797
Questões Respondidas
1. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) A urgência é uma ocorrência imprevista
de danos à saúde, em que não ocorre risco de morte, devendo ser mediato o
atendimento médico. A emergência é uma constatação médica de condições
de danos à saúde, que implica em risco de morte, exigindo tratamento médico
imediato. Diante do exposto, relacione adequadamente as colunas.
1. Urgência.
2. Emergência.
( ) Parada cardiorrespiratória.
( ) Dor torácica sem complicações respiratórias.
( ) Sangramentos e ferimentos leves e moderados.
( ) Politraumatismo em geral.
( ) Ferimento por arma branca.
A sequência está correta em
a) 2, 2, 1, 1, 2.
b) 2, 1, 1, 2, 2.
c) 1, 2, 1, 2, 1.
d) 2, 1, 1, 1, 2.
e) 1, 1, 2, 2, 1.
COMENTÁRIOS:
Define-se por urgência a ocorrência imprevista de agravo à saúde com ou sem risco
potencial de vida, cujo portador necessita de assistência médica imediata, ou seja, é
uma ocorrência ou situação que necessita de solução rápida, em curto prazo de
tempo. Ex.: entorses e luxações.
Já a emergência é a situação de agravo à saúde que implique em risco iminente de
vida ou sofrimento intenso, exigindo, portanto, tratamento médico imediato. Ex.:
parada cardiorrespiratória.
Dito isto, vejamos as alternativas da questão:
Parada cardiorrespiratória => Emergência: implica em risco de morte,
exigindo tratamento médico imediato.
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Dor torácica sem complicações respiratórias => Urgência: não ocorre risco de
morte, devendo ser mediato o atendimento médico.
Sangramentos e ferimentos leves e moderados respiratórias => Urgência: não
ocorre risco de morte, devendo ser mediato o atendimento médico.
Politraumatismo em geral => Emergência: implica em risco de morte, exigindo
tratamento médico imediato.
Ferimento por arma branca. => Emergência: implica em risco de morte,
exigindo tratamento médico imediato.
Diante do exposto, o gabarito só pode ser a letra B.
Controle Vias Aéreas/Intubação
2. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) Uma vez realizada a intubação, deve-se
verificar o posicionamento do tubo traqueal. Dentre as técnicas de verificação,
encontra-se a avaliação clínica, que pode ser realizada através das seguintes
ações, EXCETO:
a) Visualização direta da passagem do tubo através das cordas vocais.
b) Presença de murmúrio vesicular (auscultar bilateralmente abaixo da axila).
c) Visualização da elevação e descida do tórax durante a ventilação.
d) Embaçamento (condensação de vapor de água) no tubo traqueal, na expiração.
e) Monitoramento do dióxido de carbono no ar expirado (capnografia).
COMENTÁRIOS:
Itens A, B e C – Corretos. Durante a realização do procedimento de intubação é
possível a visualização direta da passagem do tubo através das cordas vocais. Uma
vez realizada a intubação, deve-se verificar o posicionamento do tubo traqueal. São
procedimentos obrigatórios após intubação: visualização do tórax, ausculta do tórax
e ausculta epigástrica. Se o procedimento foi realizado de forma correta estarão
presentes: movimento simétrico do tórax (elevação e descida do tórax durante a
ventilação), ausculta simétrica do murmúrio vesicular e elevação da saturação de O2.
Item D. Incorreto. A visualização de embaçamento (condensação de vapor de água)
no tubo traqueal não é recomendada para verificar o posicionamento do tubo
traqueal.
Item E. Correto. De acordo com as Diretrizes da AHA (2010), a capnografia é
recomendada para pacientes intubados ao longo de todo o período peri-PCR
(parada cardiorrespiratória). A capnografia contínua com forma de onda é o método
mais confiável de confirmar e monitorar o correto posicionamento de um tubo
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799
endotraqueal, embora estejam disponíveis outros meios de confirmar este
posicionamento. Como o sangue deve circular pelos pulmões para que o CO 2 seja
exalado e medido, a capnografia também serve de monitor fisiológico da eficácia das
compressões torácicas e para detectar o RCE (retorno da circulação espontânea).
Nessa esteira, o gabarito da questão é a letra D.
3. (HU-UFSC/2013) Intubação endotraqueal é um procedimento pelo qual se
insere um tubo/cânula nas vias aéreas para manter a ventilação/oxigenação
adequada diante da ineficiência ou ausência de ventilação/respiração. Quanto
a esse assunto, considere as afirmativas a seguir e assinale V para as
VERDADEIRAS e F para as FALSAS.
( ) São complicações da intubação: trauma da arcada dentária, dos tecidos moles,
da boca ou do nariz e das cordas vocais; vômitos, podendo causar broncoaspiração.
( ) Salvo em situações de emergência, antes da intubação deve-se observar quando
o paciente recebeu a última refeição ou ingeriu líquidos e atentar para distensão
gástrica, pois pode ocorrer risco de broncoaspiração.
( ) Durante o procedimento de intubação é indicado que a saturação de O2
(oxigênio) ao oxímetro não caia a menos de 90%. Se isso ocorrer, o paciente deve
ser ventilado com máscara-bolsa-válvula conectada ao oxigênio a 2 litros/min.
( ) Após o procedimento, deve-se fixar o tubo endotraqueal com cadarço ou material
de rotina da instituição.
( ) É indicado que a fixação do tubo endotraqueal seja feita abaixo das orelhas
bilateralmente para prevenir a oclusão da veia jugular.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA, de cima para baixo.
a) V – V – F – V – F
b) F – V – V – F – V
c) F – F – V – V – V
d) V – F – F – V – V
e) V – V – F – F – F
COMENTÁRIOS:
A intubação endotraqueal é um procedimento avançado de manutenção das vias
aéreas no qual um tubo é inserido diretamente na traqueia. O procedimento poderá
ser realizado em razão de: anestesia geral, necessidade de assistência ventilatória
com pressão positiva, nos casos de obstrução das vias aéreas ou insuficiência
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800
respiratória decorrentes de: lesão por inalação, asma grave, exacerbação de doença
pulmonar obstrutiva crônica, edema agudo de pulmão, tórax instável grave ou
contusão pulmonar e proteção das vias aéreas contra broncoaspiração ou devido a
necessidade de suporte ventilatório prolongado (paciente de estômago cheio), coma
e parada respiratória e/ou cardíaca. A técnica utilizada é sofisticada, requer um
treinamento avançado, como também o uso de equipamentos e materiais
adequados para a realização do procedimento, de acordo com a estatura do
paciente.
Conhecimentos necessários:
 Utilizar oximetria de pulso durante a intubação endotraqueal para detecção
precoce da hipoxemia;
 Antes da intubação endotraqueal, utilizar oxigênio a 100%, por 3 a 5 minutos,
através de uma máscara com bolsa reservatória de oxigênio (Ambú);
 O procedimento de intubação não deve ultrapassar 30 segundos;
 Escolher o tamanho da cânula adequado ao paciente;
 A intubação endotraqueal pode ser realizada por via oral ou nasal. A habilidade
em executar a intubação e as condições clínicas do paciente serão as condições
determinantes para a escolha da via;
 Os pacientes com suspeita de lesão em coluna cervical devem ser mantidos
com a cabeça em linha reta durante a intubação endotraqueal. A intubação por via
nasal é preferida nesses casos;
 Técnica imprópria de intubação pode resultar em trauma de arcada dentária,
tecidos moles, na boca ou nariz e cordas vocais;
 O tubo endotraqueal pode também permitir a administração de medicações de
emergência (epinefina, atropina, naloxone).
As complicações das vias aéreas associadas à intubação endotraqueal são
frequentes e muitas vezes graves. A incidência dessas lesões pode diminuir a partir
do conhecimento da sua fisiopatologia, o que nos permite adotar medidas
profiláticas que devem ser do conhecimento de todos os profissionais de saúde que
dão assistência ao paciente intubado. A intubação endotraqueal pode ser de curta
ou longa duração. A presença de tubos oro ou nasotraqueais em contato direto com
as estruturas das vias aéreas pode provocar lesões de mucosa, decorrentes,
principalmente, de intubações traumáticas e prolongadas, da utilização de tubos de
grande calibre e da elevada pressão no balonete das sondas. Observa-se também
prejuízo ao condicionamento do ar, uma vez que as fossas nasais, não entrando em
contato com o ar inalado, por causa da presença do tubo, ficam impedidas de
realizar o importante papel de filtração, umidificação e aquecimento dos gases
inalados.
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801
Existem diversas lesões de mucosa das vias aéreas superiores decorrentes da
intubação endotraqueal, causadas por intubações difíceis, traumáticas e
prolongadas ou pela compressão da mucosa pelo balonete da cânula. As várias
lesões podem ser relacionadas em três categorias:
1- lesões ocorridas durante a introdução da cânula de intubação;
2- lesões secundárias ao contato da cânula ou de seu balonete sobre as estruturas
das vias aéreas;
3- lesões decorrentes do prejuízo ao condicionamento do ar inalado.
ssistência de enfermagem:
 Separar o material de intubação endotraqueal necessário;
 Lavar as mãos e colocar o equipamento de proteção individual;
 Conectar a sonda de aspiração ao sistema de aspiração a vácuo e deixar o
respirador preparado para a posterior utilização;
 Testar o cuff do tubo endotraqueal com seringa de 20 ml;
 Avaliar o posicionamento do paciente, hiperestender a cabeça e flexionar o
pescoço (afastar a possibilidade de trauma cervical);
 Retirar próteses dentárias e realizar aspiração das secreções na cavidade nasal
e oral se necessário;
 Realizar oxigenação a 100% para prevenir hipoxemia utilizando máscara com
reservatório de oxigênio de 3 a 5 minutos antes da intubação, através de
movimentos respiratórios frequentes e lentos (reduz o escape de ar para o
estômago, que facilita a distensão gástrica, e facilitam a entrada de ar nos pulmões).
A oxigenação adequada com Ambu deve ser mantida até a obtenção de uma via
aérea artificial;
 Uma vez inserido e posicionado o tubo endotraqueal, confirmar local e oxigenar
o paciente com 100 % de O2. A tentativa de intubação não deve ultrapassar 30
segundos. Pacientes que apresentam dificuldade no ato de intubar devem ser
oxigenados entre as tentativas de realização do procedimento;
 Auscultar região do epigástrio, no sentido de identificar intubação errônea.
Atentar para distensão abdominal;
 Auscultar bases e ápices dos pulmões, bilateralmente, buscando sons
respiratórios. Na ausência de sons respiratórios à esquerda, tracione de 1 a 2 cm a
cânula endotraqueal e reavalie ausculta pulmonar e posicionamento;
 Observar simetria e movimentos da caixa torácica;
 Avaliar saturação do oxigênio por oximetria de pulso não invasiva;
 Conectar o tubo endotraqueal ao sistema de ventilação mecânica;
 Fixar o tubo endotraqueal com cadarço ou fita adesiva;
 Reconfirmar, após a fixação o correto posicionamento do tubo;
 Observar e registrar o posicionamento do tubo (na altura da arcada dentária em
cm): homens 23 cm e mulheres 21 cm;
 Realizar aspiração de secreções endotraqueais se necessário, oxigenar a 100%
durante o procedimento, utilizando técnica asséptica;
 Confirmar o posicionamento do tubo endotraqueal através da radiografia de
tórax;
 Realizar ausculta pulmonar a intervalos regulares de 4 horas;
 Manter a pressão do cuff em torno de 20 a 25 mmHg.
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802
Dito isto, vejamos as alternativas da questão:
(V) São complicações da intubação: trauma da arcada dentária, dos tecidos moles,
da boca ou do nariz e das cordas vocais; vômitos, podendo causar broncoaspiração.
(V) Salvo em situações de emergência, antes da intubação deve-se observar
quando o paciente recebeu a última refeição ou ingeriu líquidos e atentar para
distensão gástrica, pois pode ocorrer risco de broncoaspiração.
(F) Durante o procedimento de intubação é indicado que a saturação de O2
(oxigênio) ao oxímetro não caia a menos de 90%. Se isso ocorrer, o paciente deve
ser ventilado com máscara-bolsa-válvula conectada ao oxigênio a 8 a 10 litros/min.
(V) Após o procedimento, deve-se fixar o tubo endotraqueal com cadarço ou material
de rotina da instituição.
(F) De acordo com Potter & Perry (8ª ed.), a fixação do tubo deve ser feita ao redor
da cabeça, de bochecha a bochecha, abaixo das orelhas. Evitar acima das orelhas,
pois causa ferida por pressão, e não para prevenir a oclusão da veia jugular.
Nessa esteira, a alternativa correta é a A.
Choque
4. (EBSERH/HU-UFTM/2013) Um enfermeiro presta atendimento a paciente com
diagnóstico de choque vasogênico. O cuidado prioritário da enfermagem,
nesse caso hipotético, é a
a) otimização de volemia.
b) administração de Ticlid.
c) administração de antibiótico.
d) administração de anti-inflamatórios.
e) administração de analgésico.
COMENTÁRIOS:
Choque é o estado clínico resultante de suprimento inadequado de oxigênio aos
tecidos ou inabilidade dos tecidos em utilizar adequadamente o oxigênio aportado,
e que resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha
dos órgãos. Também pode ser conceituado como um quadro de hipoperfusão
disseminada de tecidos e células devido à redução do volume sanguíneo ou débito
cardíaco ou redistribuição de sangue, resultando em um volume circulante efetivo
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803
inadequado. Sendo assim, o choque pode ser entendido como um estado clínico de
déficit circulatório agudo, grave e generalizado, resultando em hipóxia celular com as
suas consequências.
Vários esquemas baseados na participação de mecanismos fisiológicos e
patológicos têm sido utilizados como base para a classificação dos diversos tipos de
choque. As controvérsias relacionadas à classificação advêm do fato que o choque
envolve em algumas situações etiologia múltipla e, principalmente, envolve
manifestações que podem ser comuns a diferentes tipos de choque, dependendo da
duração, severidade do insulto, resposta do paciente e adequação terapêutica. São
dois os mecanismos homeostáticos hemodinâmicos básicos: manutenção da
pressão arterial e do fluxo sanguíneo de distribuição determinados basicamente pelo
tônus de artérias e arteríolas (resistência periférica) e pelo débito cardíaco (força de
contração e frequência); e controle do armazenamento e distribuição do volume
sanguíneo disponível.
Os determinantes principais da perfusão celular são: o coração (que atua como a
bomba ou o motor do sistema), o volume de líquidos (que atua como o fluido
hidráulico), os vasos sanguíneos (que servem como os condutos ou encanamentos)
e, finalmente, as células do corpo. Com base nesses componentes do sistema de
perfusão, o choque pode ser classificado nas seguintes categorias:
1. Hipovolêmico, essencialmente hemorrágico no doente traumatizado, relacionado
com a perda de volume sanguíneo circulante. É a causa mais comum de choque no
doente traumatizado.
2. Distributivo ou vasogênico, relacionado com as alterações do tônus vascular
decorrentes de várias causas diferentes. Pode ser choque neurogênico ou
choque séptico.
3. Cardiogênico, relacionado com a interferência na função de bombeamento do
coração.
Vamos detalhar cada um dos tipos de choque:
1. Choque hipovolêmico/hemorrágico: ocorre quando há perda aguda de sangue
em virtude de desidratação (perda de plasma) ou de hemorragia (perda de plasma e
hemácias), há desequilíbrio entre o volume de líquido e o tamanho do continente. O
continente continua com seu tamanho normal, mas o volume de líquido é diminuído.
Quando ocorre perda de sangue da circulação, o coração é estimulado a aumentar o
débito cardíaco com aumento da força e da frequência das contrações, e ocorre
vasoconstrição resultante do fechamento dos capilares periféricos. Esses
mecanismos compensatórios de defesa funcionam bem até determinado ponto.
Quando os mecanismos de defesa não conseguem compensar a redução do
volume, a pressão arterial do paciente começa a cair. A queda da pressão arterial
marca a mudança do choque compensado para o choque descompensado (um sinal
de risco iminente de morte).
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804
2. Choque distributivo ou vasogênico:
2.1. Choque neurogênico: ocorre quando há lesão da medula no local de saída dos
nervos do sistema nervoso simpático (região toracolombar). Por causa da perda da
inervação simpática, que controla a musculatura lisa na parede vascular, os vasos
periféricos abaixo do nível da lesão ficam dilatados. A diminuição acentuada da
resistência vascular sistêmica e vasodilatação que ocorre, aumentando o continente
sanguíneo, causam hipovolemia relativa. O paciente não fica hipovolêmico, mas o
volume sanguíneo normal é insuficiente para encher o continente, que está
aumentado.
2.2. Choque séptico: ocorre em pacientes com infecções graves. É uma situação
que cursa com vasodilatação; as citoquinas lesam as paredes dos vasos
sanguíneos, provocando vasodilatação periférica e extravasamento de líquido dos
capilares para o espaço intersticial. Assim, o choque séptico tem características
tanto do choque distributivo quanto do choque hipovolêmico. Ocorre diminuição da
pré-carga por causa da vasodilatação e da perda de líquido e hipotensão, quando o
coração não consegue mais compensar.
3. Choque cardiogênico: é uma situação de hipoperfusão tecidual sistêmica devido
à incapacidade do músculo cardíaco fornecer débito adequado às necessidades do
organismo. O choque é cardiogênico quando a causa primária é devida a uma
disfunção cardíaca. O diagnóstico clínico de choque cardiogênico é feito na
presença de hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou 30 mmHg
abaixo do valor basal), evidências de hipoperfusão tissular, tais como, oligúria,
cianose, extremidades frias e alteração nos níveis da consciência.
Sinais associados aos tipos de choque
Sinais
Hipovolêmico Distributivo ou Vasogênico
Cardiogênico
Neurogênico
Séptico
Fria,
pegajosa
Fria, pegajosa
Quente, seca
Coloração da Pálida,
pele
cianótica
Rosada
Pálida,
pontilhada
Pálida,
cianótica
Pressão
arterial
Diminuída
Diminuída
Diminuída
Lúcido
Alterado
Alterado
Temperatura
da pele
Fria, pegajosa
Diminuída
Nível
de
Alterado
consciência
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805
Enchimento
capilar
Retardado
Normal
Retardado
Retardado
Fonte: PHTLS (Prehospital Trauma Life Support) 7ª Ed.
Vimos que o choque distributivo ou vasogênico se divide em choque neurogênico e
choque séptico. Eles têm em comum a ocorrência de vasodilatação. A diminuição
acentuada da resistência vascular sistêmica e a vasodilatação aumentam o
continente sanguíneo e causam hipovolemia relativa. O paciente não fica
hipovolêmico, mas o volume sanguíneo normal é insuficiente para encher o
continente, que está aumentando.
No choque neurogênico ocorre vasodilatação decorrente da perda do tônus
simpático. Conforme visto na tabela de sinais associados aos tipos de choque, o
choque neurogênico caracteriza-se por uma pele seca e quente, em vez de fria e
úmida. Ocorre diminuição das pressões sistólica e diastólica, mas a pressão de
pulso é mantida dentro da faixa normal ou elevada.
No choque séptico, a resposta imune do paciente provoca a vasodilatação
periférica e extravasamento de líquido dos capilares para o espaço intersticial. O
tratamento do choque séptico inclui administração de antimicrobianos, que são os
agentes mais específicos e acessíveis para o tratamento do paciente com infecção.
A heparina também tem sido estudada no tratamento do choque séptico, pelas suas
propriedades imunomoduladoras.
Sendo assim, considerando a ocorrência da vasodilatação que causa hipovolemia
relativa, o cuidado prioritário da enfermagem, nesse caso hipotético de choque
distributivo ou vasogênico é a otimização de volemia.
Nessa esteira, o gabarito é a letra A.
5. (EBSERH/HU-UFS/2013) O Choque Séptico pode ser classificado como um
tipo de choque
a) obstrutivo.
b) cardiogênico.
c) hipovolêmico.
d) distributivo.
e) prospectivo.
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806
COMENTÁRIOS:
Os determinantes principais da perfusão celular são: o coração (que atua como a
bomba ou o motor do sistema), o volume de líquidos (que atua como o fluido
hidráulico), os vasos sanguíneos (que servem como os condutos ou encanamentos)
e, finalmente, as células do corpo. Com base nesses componentes do sistema de
perfusão, o choque pode ser classificado nas seguintes categorias:
1. Hipovolêmico, essencialmente hemorrágico no doente traumatizado, relacionado
com a perda de volume sanguíneo circulante. É a causa mais comum de choque no
doente traumatizado.
2. Distributivo, relacionado com as alterações do tônus vascular decorrentes de
várias causas diferentes. Pode ser choque neurogênico ou choque séptico.
3. Cardiogênico, relacionado com a interferência na função de bombeamento do
coração.
Para uma melhor fixação do conteúdo, vamos recordar as características de cada
tipo de choque?
Choque hipovolêmico/hemorrágico: ocorre quando há perda aguda de sangue em
virtude de desidratação (perda de plasma) ou de hemorragia (perda de plasma e
hemácias), há desequilíbrio entre o volume de líquido e o tamanho do continente. O
continente continua com seu tamanho normal, mas o volume de líquido é diminuído.
Quando ocorre perda de sangue da circulação, o coração é estimulado a aumentar o
débito cardíaco com aumento da força e da frequência das contrações, e ocorre
vasoconstrição resultante do fechamento dos capilares periféricos. Esses
mecanismos compensatórios de defesa funcionam bem até determinado ponto.
Quando os mecanismos de defesa não conseguem compensar a redução do
volume, a pressão arterial do paciente começa a cair. A queda da pressão arterial
marca a mudança do choque compensado para o choque descompensado (um sinal
de risco iminente de morte).
O choque distributivo pode ser classificado em choque neurogênico e choque
séptico:
Choque neurogênico: ocorre quando há lesão da medula no local de saída dos
nervos do sistema nervoso simpático (região toracolombar). Por causa da perda da
inervação simpática, que controla a musculatura lisa na parede vascular, os vasos
periféricos abaixo do nível da lesão ficam dilatados. A diminuição acentuada da
resistência vascular sistêmica e vasodilatação que ocorre, aumentando o continente
sanguíneo, causam hipovolemia relativa. O paciente não fica hipovolêmico, mas o
volume sanguíneo normal é insuficiente para encher o continente, que está
aumentado.
Choque séptico: ocorre em pacientes com infecções graves. É uma situação que
cursa com vasodilatação; as citoquinas lesam as paredes dos vasos sanguíneos,
provocando vasodilatação periférica e extravasamento de líquido dos capilares para
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o espaço intersticial. Assim, o choque séptico tem características tanto do choque
distributivo quanto do choque hipovolêmico. Ocorre diminuição da pré-carga por
causa da vasodilatação e da perda de líquido e hipotensão, quando o coração não
consegue mais compensar.
Choque cardiogênico: é uma situação de hipoperfusão tecidual sistêmica devido à
incapacidade do músculo cardíaco fornecer débito adequado às necessidades do
organismo. O choque é cardiogênico quando a causa primária é devida a uma
disfunção cardíaca. O diagnóstico clínico de choque cardiogênico é feito na
presença de hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou 30 mmHg
abaixo do valor basal), evidências de hipoperfusão tissular, tais como, oligúria,
cianose, extremidades frias e alteração nos níveis da consciência.
Observe na tabela abaixo os sinais associados a cada tipo de choque:
Sinais associados aos tipos de choque
Tipo
choque
de
Hipovolêmico Distributivo
Cardiogênico
Neurogênico
Séptico
Fria,
pegajosa
Fria, pegajosa
Quente, seca
Coloração da Pálida,
pele
cianótica
Rosada
Pálida,
pontilhada
Pálida,
cianótica
Pressão
arterial
Diminuída
Diminuída
Diminuída
Nível
de
Alterado
consciência
Lúcido
Alterado
Alterado
Enchimento
capilar
Normal
Retardado
Retardado
Temperatura
da pele
Fria, pegajosa
Diminuída
Retardado
Após exposição inicial do tema, constatamos que o choque distributivo,
relacionado com as alterações do tônus vascular decorrentes de várias causas
diferentes, pode ser classificado em choque neurogênico ou choque séptico.
Nessa esteira, a alternativa correta é a D.
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6. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Em relação aos estados de choque, leia as
afirmativas abaixo e a seguir assinale a alternativa que corresponde à resposta
correta.
I. Nos choques hipovolêmico e cardiogênico, a redução da pressão arterial é
decorrente da diminuição do volume sistólico.
II. Em decorrência da má perfusão tecidual, ocorre aumento do lactato sérico e há
evidência de acidose metabólica.
III. No estágio inicial do choque séptico, o paciente pode apresentar extremidades
ruborizadas e quentes, em decorrência da vasodilatação periférica.
IV. A terapia de contrapulsação com balão intra-aórtico nunca está indicada para o
tratamento do choque cardiogênico. Estão corretas as afirmativas:
a) I, II, III e IV.
b) I e II, apenas.
c) III e IV, apenas.
d) II e III, apenas
e) I, II e III, apenas.
COMENTÁRIOS:
Choque é o estado clínico resultante de suprimento inadequado de oxigênio aos
tecidos ou inabilidade dos tecidos em utilizar adequadamente o oxigênio aportado,
e que resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha
dos órgãos. Também pode ser conceituado como um quadro de hipoperfusão
disseminada de tecidos e células devido à redução do volume sanguíneo ou débito
cardíaco ou redistribuição de sangue, resultando em um volume circulante efetivo
inadequado. Sendo assim, o choque pode ser entendido como um estado clínico de
déficit circulatório agudo, grave e generalizado, resultando em hipóxia celular com as
suas consequências. A acidose metabólica frequentemente surge num paciente com
hipóxia tecidual e, em geral, a causa é a acidose láctica.
Vários esquemas baseados na participação de mecanismos fisiológicos e
patológicos têm sido utilizados como base para a classificação dos diversos tipos de
choque. As controvérsias relacionadas à classificação advêm do fato que o choque
envolve em algumas situações etiologia múltipla e, principalmente, envolve
manifestações que podem ser comuns a diferentes tipos de choque, dependendo da
duração, severidade do insulto, resposta do paciente e adequação terapêutica. São
dois os mecanismos homeostáticos hemodinâmicos básicos: manutenção da
pressão arterial e do fluxo sanguíneo de distribuição determinados basicamente pelo
tônus de artérias e arteríolas (resistência periférica) e pelo débito cardíaco (força de
contração e frequência); e controle do armazenamento e distribuição do volume
sanguíneo disponível.
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809
Os determinantes principais da perfusão celular são: o coração (que atua como a
bomba ou o motor do sistema), o volume de líquidos (que atua como o fluido
hidráulico), os vasos sanguíneos (que servem como os condutos ou encanamentos)
e, finalmente, as células do corpo. Com base nesses componentes do sistema de
perfusão, o choque pode ser classificado nas seguintes categorias:
1. Hipovolêmico, essencialmente hemorrágico no doente traumatizado, relacionado
com a perda de volume sanguíneo circulante. É a causa mais comum de choque no
doente traumatizado.
2. Distributivo, relacionado com as alterações do tônus vascular decorrentes de
várias causas diferentes. Pode ser choque neurogênico ou choque séptico.
3. Cardiogênico, relacionado com a interferência na função de bombeamento do
coração.
Vamos detalhar cada um dos tipos de choque:
1. Choque hipovolêmico/hemorrágico: ocorre quando há perda aguda de sangue
em virtude de desidratação (perda de plasma) ou de hemorragia (perda de plasma e
hemácias), há desequilíbrio entre o volume de líquido e o tamanho do continente. O
continente continua com seu tamanho normal, mas o volume de líquido é diminuído.
No choque hipovolêmico, a redução da pressão arterial é decorrente da diminuição
do volume sistólico. Quando ocorre perda de sangue da circulação, o coração é
estimulado a aumentar o débito cardíaco com aumento da força e da frequência das
contrações, e ocorre vasoconstrição resultante do fechamento dos capilares
periféricos. Esses mecanismos compensatórios de defesa funcionam bem até
determinado ponto. Quando os mecanismos de defesa não conseguem compensar
a redução do volume, a pressão arterial do paciente começa a cair. A queda da
pressão arterial marca a mudança do choque compensado para o choque
descompensado (um sinal de risco iminente de morte).
2. Choque distributivo:
2.1. Choque neurogênico: ocorre quando há lesão da medula no local de saída dos
nervos do sistema nervoso simpático (região toracolombar). Por causa da perda da
inervação simpática, que controla a musculatura lisa na parede vascular, os vasos
periféricos abaixo do nível da lesão ficam dilatados. A diminuição acentuada da
resistência vascular sistêmica e vasodilatação que ocorre, aumentando o continente
sanguíneo, causam hipovolemia relativa. O paciente não fica hipovolêmico, mas o
volume sanguíneo normal é insuficiente para encher o continente, que está
aumentado.
2.2. Choque séptico: ocorre em pacientes com infecções graves. É uma situação
que cursa com vasodilatação; as citoquinas lesam as paredes dos vasos
sanguíneos, provocando vasodilatação periférica e extravasamento de líquido dos
capilares para o espaço intersticial. No estágio inicial do choque séptico, o paciente
pode apresentar extremidades ruborizadas e quentes, em decorrência da
vasodilatação periférica. Assim, o choque séptico tem características tanto do
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810
choque distributivo quanto do choque hipovolêmico. Ocorre diminuição da pré-carga
por causa da vasodilatação e da perda de líquido e hipotensão, quando o coração
não consegue mais compensar.
3. Choque cardiogênico: é uma situação de hipoperfusão tecidual sistêmica devido
à incapacidade do músculo cardíaco fornecer débito adequado às necessidades do
organismo. O choque é cardiogênico quando a causa primária é devida a uma
disfunção cardíaca. O diagnóstico clínico de choque cardiogênico é feito na
presença de hipotensão arterial (pressão arterial sistólica < 90 mmHg ou 30 mmHg
abaixo do valor basal), evidências de hipoperfusão tissular, tais como, oligúria,
cianose, extremidades frias e alteração nos níveis da consciência. No choque
cardiogênico, a redução da pressão arterial é decorrente da diminuição do volume
sistólico.
O balão intra-aórtico de contrapulsação é o dispositivo mecânico mais comumente
usado para suporte circulatório. Ele é indicado em várias situações, dentre elas, os
casos de choque cardiogênico, e tem como objetivo fornecer suporte à função
ventricular esquerda.
Sinais associados aos tipos de choque
Sinais
Hipovolêmico Distributivo
Cardiogênico
Neurogênico
Séptico
Fria,
pegajosa
Fria, pegajosa
Quente, seca
Coloração da Pálida,
pele
cianótica
Rosada
Pálida,
pontilhada
Pálida,
cianótica
Pressão
arterial
Diminuída
Diminuída
Diminuída
Nível
de
Alterado
consciência
Lúcido
Alterado
Alterado
Enchimento
capilar
Normal
Retardado
Retardado
Temperatura
da pele
Fria, pegajosa
Diminuída
Retardado
Passemos agora para a análise das assertivas da questão
I. Correta. Nos choques hipovolêmico e cardiogênico, a redução da pressão arterial
é decorrente da diminuição do volume sistólico.
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811
II. Correta. Em decorrência da má perfusão tecidual, ocorre aumento do lactato
sérico e há evidência de acidose metabólica.
III. Correta. No estágio inicial do choque séptico, o paciente pode apresentar
extremidades ruborizadas e quentes, em decorrência da vasodilatação periférica.
IV. Incorreta. A terapia de contrapulsação com balão intra-aórtico está indicada
para o tratamento do choque cardiogênico.
Nessa esteira, o gabarito é a letra E.
7. (EBSERH/HU-UFRN/2013) Hemorragia é o termo que determina a perda
maciça de sangue, podendo ser externa ou interna. Quanto à hemorragia
externa do tipo arterial, é correto afirmar que ela pode ser identificada por
sangue vermelho
a) escuro com fluxo constante.
b) vivo com fluxo constante.
c) escuro que sai em jato.
d) menos vivo com fluxo lento.
e) vivo que sai em jato e acompanha os batimentos cardíacos.
COMENTÁRIOS:
As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho escuro, pobre em
oxigênio, e a perda é de forma contínua e com pouca pressão.
Já nas hemorragias arteriais, o sangue é vermelho vivo, rico em oxigênio, e a perda
é pulsátil, obedecendo às contrações sistólicas do coração, ou seja, o sangue sai em
jato e acompanha os batimentos cardíacos.
Dessa forma, o gabarito é a letra E.
8. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Assinale a alternativa que apresenta sinal(is) de
agravamento que indica(m) estado de choque circulatório decorrente de
hemorragia interna ou externa.
a) Sede intensa e confusão mental.
b) Sudorese facial e palidez cutânea.
c) Pulso rápido e filiforme.
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812
d) Polaciúria, sudorese intensa e bradipneia.
e) Bradipneia, bradicardia e taquisfigmia.
COMENTÁRIOS:
O choque é um estado de hipoperfusão celular generalizada no qual a liberação de
oxigênio no nível celular é inadequada para atender as demandas metabólicas. A
hemorragia é, sem dúvida, causa mais comum choque no paciente traumatizado, e a
conduta mais segura diante de um paciente traumatizado em choque é considerar a
causa do choque como sendo hemorrágica, até prova em contrário. O choque
hipovolêmico ocorre quando há perda aguda de sangue em virtude de desidratação
(perda de plasma) ou de hemorragia (perda de plasma e hemácias), há desequilíbrio
entre o volume de líquido e o tamanho do continente. O continente continua com seu
tamanho normal, mas o volume de líquido é diminuído. Quando ocorre perda de
sangue da circulação, o coração é estimulado a aumentar o débito cardíaco com
aumento da força e da frequência das contrações, e ocorre vasoconstrição
resultante do fechamento dos capilares periféricos. Esses mecanismos
compensatórios de defesa funcionam bem até determinado ponto. Quando os
mecanismos de defesa não conseguem compensar a redução do volume, a pressão
arterial do paciente começa a cair. A queda da pressão arterial marca a mudança do
choque compensado para o choque descompensado (um sinal de risco iminente de
morte).
Um paciente que apresenta sinais de compensação não vai “entrar em choque”, ele
já está em choque! A menos que seja realizada uma reanimação agressiva, o
paciente passa para a fase de choque descompensado.
Hemorragia interna: são mais difíceis de serem reconhecidas porque o sangue se
acumula em órgãos ou cavidades do corpo, tais como: estômago, pulmões, bexiga,
cavidades craniana, torácica, abdominal, etc. Além dos sinais e sintomas clínicos,
suspeita-se que tenha ocorrido hemorragia interna quando houver:

acidente por desaceleração (acidente automobilístico);

ferimento por projétil de arma de fogo, faca ou estilete, principalmente no tórax
ou abdome; e

acidente em que o corpo suportou grande pressão (soterramento, queda).
Hemorragia externa: divide-se em arterial e venosa. Nas hemorragias arteriais, o
sangue é vermelho vivo, rico em oxigênio, e a perda é pulsátil, obedecendo às
contrações sistólicas do coração. Esse tipo de hemorragia é particularmente grave
pela rapidez com que a perda de sangue se processa.
As hemorragias venosas são reconhecidas pelo sangue vermelho escuro, pobre em
oxigênio, e a perda é de forma contínua e com pouca pressão. São menos graves
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813
que as hemorragias arteriais, porém, a demora no tratamento pode ocasionar sérias
complicações.
Efeitos da hemorragia
Os efeitos da hemorragia sobre o organismo dependem dos fatores enumerados
anteriormente e da quantidade de sangue perdido. A primeira resposta do organismo
frente à perda de sangue é a contração dos vasos (vasoconstrição) da pele,
músculos e vísceras, na tentativa de preservar a circulação dos órgãos nobres como
rins, coração e cérebro.
A sensibilidade das células à ausência de oxigênio e a utilidade do metabolismo
anaeróbico é variável entre os sistemas orgânicos. Essa sensibilidade é denominada
isquemia (ausência de oxigênio) e é maior no cérebro, no coração e nos pulmões.
Pode levar 4 a 6 minutos de metabolismo anaeróbico entes que um ou mais destes
órgãos vitais sofram lesões que não possam ser reparadas. A pele e o tecido
muscular apresentam sensibilidade isquêmica significativamente maior: até 4 a 6
horas. Os órgãos abdominais geralmente ficam entre estes dois grupos e são
capazes de sobreviver por 45 a 90 minutos de metabolismo anaeróbico. Observe no
quadro abaixo:
Tolerância orgânica à isquemia
Órgão
Tempo de isquemia quente
Coração, cérebro, pulmões
4 a 6 minutos
Rins, fígado, trato gastrointestinal
45 a 90 minutos
Músculo, osso, pele
4 a 6 horas
Fonte: PHTLS (Prehospital Trauma Life Support) 7ª Ed.
Choque hemorrágico: o choque hemorrágico (choque hipovolêmico decorrente da
perda de sangue) pode ser dividido em quatro classes, dependendo da gravidade da
hemorragia:
 A hemorragia classe I representa uma perda de até 15% do volume
sanguíneo no adulto (até 750 mL). Este estágio tem poucas manifestações clínicas.
A taquicardia geralmente é mínima, e não ocorrem alterações mensuráveis da
pressão arterial, da pressão de pulso ou da frequência ventilatória. A maior parte dos
pacientes sadios que apresenta essa perda de sangue apenas requer reanimação
intravenosa com fluidos, desde que não ocorra mais perda sanguínea. Os
mecanismos de compensação do organismo restauram o volume intravascular.
 A hemorrgia classe II representa uma perda de 15% a 30% do volume
sanguíneo (750 a 1.500 mL). A maioria dos adultos consegue compensar essa
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814
perda de sangue ativando o sistema nervoso simpático e mantendo a pressão
arterial. Os achados clínicos incluem aumento da frequência ventilatória, taquicardia
e diminuição da pressão de pulso. Com frequência, o paciente demonstra ansiedade
ou medo. O debito urinário apresenta discreta queda, ficando, no adulto, entre 20 e
30 mL/hora. Eventualmente, esses pacientes podem precisar de transfusão de
sangue, mas a maioria responde bem a reposição com cristalóides.
 A hemorragia classe III representa uma perda de 30% a 40% do volume
sanguíneo (1.500 a 2.000 mL). Quando a perda de sangue atinge este nível, a
maioria dos pacientes não consegue compensar a perda de volume, e ocorre
hipotensão. Ficam evidentes os sinais clássicos de choque, que incluem taquicardia
(frequência cardíaca > 120 bpm), taquipnéia (frequência ventilatória de 30 a 40
mpm) e ansiedade ou confusão acentuadas. O debito urinário cai para 5 a 15
mL/hora. Muitos desses pacientes necessitam de transfusão de sangue e
intervenção cirúrgica para reanimação.
 A hemorragia classe IV representa uma perda de mais de 40% do volume
sanguíneo (mais de 2.000 mL). Este estágio de choque grave é caracterizado por
taquicardia acentuada (frequência cardíaca > 140 bpm), taquipnéia (frequência
ventilatória > 35 mpm), confusão grave ou letargia e queda acentuada da pressão
arterial sistêmica, em geral na faixa de 60 mmHg. Na realidade, esses pacientes
têm apenas poucos minutos de vida. A sobrevida depende do controle imediato da
hemorragia (cirurgia se a hemorragia for interna) e de reanimação agressiva,
incluindo transfusão de sangue.
Classificações do Choque Hemorrágico
Classe I
Classe II
Classe III
Classe IV
Quantidade de
sangue
perdido (mL)
Até 750 mL
750 a 1500
mL
1500 a 2000
mL
>2000 mL
Quantidade de
sangue
perdido (% do
volume total
de sangue)
Até 15%
15 a 30%
30 a 40%
>40%
Pulso ou Freq
cardíaca (FC)/
(bpm)
< 100bpm
100 a 120
bpm
120 a 140
bpm
>140 bpm
14 a 20
mpm
20 a 30
mpm
30 a 40 mpm
>35 mpm
Normal
Normal
Diminuída
Diminuída
Frequência
respiratória
(mpm)
Pressão
arterial
sistólica
/
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815
Débito
urinário
(mL/h)
Sistema
nervoso
central/Estado
mental
Mínimo
> 30
20 a 30
5 a 15
Ansiedade
discreta
Ansiedade
branda
Ansiedade,
confusão
Confusão,
letargia
Fonte: PHTLS (Prehospital Trauma Life Support) 7ª Ed.
Além da tabela acima, são sinais e sintomas do choque hemorrágico:
 taquicardia; taquipneia; dispneia;
 hipotensão;
 sudorese profusa/intensa;
 pele fria, úmida e pegajosa;
 palidez cutânea;
 sede intensa;
 fraqueza; frio;
 pupilas dilatadas.
 oligúria;
 cianose.
Dito isto, vamos analisar os itens da questão:
a) Correta. Sede intensa e confusão mental são sinais de agravamento que indicam
estado de choque circulatório decorrente de hemorragia interna ou externa. A
confusão mental está presente nos choques classe III e IV.
b) Incorreta. A sudorese facial e palidez cutânea são sinais iniciais de choque
circulatório, mas não são sinais de agravamento do choque. Já a sudorese
profusa/intensa pode ser um sinal de agravamento.
c) Incorreta. Pulso rápido (até 120 bpm) e filiforme são sinais iniciais de choque
circulatório, mas não são sinais de agravamento do choque.
d) Incorreta. Oligúria (e não polaciúria), sudorese intensa e taquipneia (e não
bradipneia) são sinais de agravamento que indicam estado de choque circulatório
decorrente de hemorragia interna ou externa.
e) Incorreta. Taquipneia (e não bradipneia), taquicardia (e não bradicardia) e
taquisfigmia são sinais de agravamento que indicam estado de choque circulatório
decorrente de hemorragia interna ou externa.
Desse modo, o gabarito é a letra A.
9. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Entre os cuidados imediatos de enfermagem ao
paciente em choque séptico, não é correto indicar
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816
a) administração de antibióticos,
b) monitorização cardíaca.
c) cuidados com suporte ventilatório.
d) monitorização da função hemodinâmica.
e) acesso venoso calibroso.
COMENTÁRIOS:
Choque é o estado clínico resultante de suprimento inadequado de oxigênio aos
tecidos ou inabilidade dos tecidos em utilizar adequadamente o oxigênio aportado, e
que resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha dos
órgãos. Também pode ser conceituado como um quadro de hipoperfusão
disseminada de tecidos e células devido à redução do volume sanguíneo ou débito
cardíaco ou redistribuição de sangue, resultando em um volume circulante efetivo
inadequado. Sendo assim, o choque pode ser entendido como um estado clínico de
déficit circulatório agudo, grave e generalizado, resultando em hipóxia celular com as
suas consequências.
O choque séptico ocorre em pacientes com infecções graves. É uma situação que
cursa com vasodilatação; as citoquinas lesam as paredes dos vasos sanguíneos,
provocando vasodilatação periférica e extravasamento de líquido dos capilares para
o espaço intersticial. Assim, o choque séptico tem características tanto do choque
distributivo quanto do choque hipovolêmico. Ocorre diminuição da pré-carga por
causa da vasodilatação e da perda de líquido e hipotensão, quando o coração não
consegue mais compensar.
A sepse é definida como a presença (provável ou documentada) de infecção junto
com manifestações sistêmicas de infecção. A sepse grave é definida como sepse +
disfunção de órgãos ou hipoperfusão de tecido induzida por sepse. Tem alta
mortalidade e representa cerca de 24% a 32% dos custos totais de uma unidade de
terapia intensiva (UTI). Segundo levantamento, o custo do tratamento da sepse em
UTI no Brasil é alto, e a mortalidade varia entre 52,2% a 65,3% para o choque
séptico.
As manifestações clínicas da sepse decorrem do processo infeccioso primário, do
processo inflamatório subjacente e das disfunções orgânicas instaladas ou em
instalação. Os sinais e sintomas decorrentes do insulto infeccioso primário
dependem da localização do foco de infecção inicial. Incluem, geralmente,
alterações do estado de consciência; taquipneia (hipoxemia / hipocapnia); febre e
leucocitose; acidose metabólica (láctica); intolerância periférica à glicose; oligúria;
elevação da ureia e creatinina plasmáticas; hipermetabolismo e desnutrição. A
hipotensão sistêmica, defeitos micro circulatórios regionais, hipóxia tecidual e
ativação da cascata inflamatória estão relacionadas às lesões de múltiplos órgãos
que caracterizam a evolução clínica.
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817
O tratamento da sepse grave e do choque distributivo do tipo séptico sofreu
profundas e significativas modificações na última década, graças às evidências
advindas de importantes estudos no cenário clínico. O desenvolvimento da
campanha mundial Surviving Sepsis Campaign foi um fator contribuinte para
melhorias no atendimento a esses casos. Essa campanha fundamentou a terapia do
choque dividindo-a em três pilares:
1- o suporte hemodinâmico, para estabilização da pressão arterial;
2- a antibioticoterapia e o controle do foco infeccioso;
3- a tentativa de interrupção da disfunção de múltiplos órgãos.
A atuação do enfermeiro perante a sequência de atendimento ao paciente com
sepse grave nas 6 primeiras horas deve abranger:

coleta de lactato e culturas;

reposição volêmica;

administrar vasopressor;

obtenção de acesso venoso calibroso / cateter central;

manter saturação de oxigênio;

realizar a monitorização cardíaca;

monitoração da função hemodinâmica;

realizar balanço hídrico, reavaliar periodicamente os sinais vitais, e a PVC;
 administrar terapias adjuvantes a serem iniciadas em sepse grave e choque
distributivo do tipo séptico (terapia com corticoesteróides, proteína C ativada e
vasopressores);
 terapias de suporte no tratamento da sepse severa (ventilação
mecânica/cuidados com suporte ventilatório, diálise e profilaxia para
tromboembolismo venoso);
 administração de antibiótico (o início da antibioticoterapia deve ocorrer em até
uma hora após feito o diagnóstico, e após a coleta de cultura).
Após exposição do tema, vejamos os itens da questão:
a) Incorreta. A administração de antibióticos não é um cuidado imediato de
enfermagem ao paciente em choque séptico, pois o início da antibioticoterapia só
deve ocorrer após a coleta de cultura, em até uma hora após feito o diagnóstico.
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818
b) Correta. A monitorização cardíaca é um cuidado imediato de enfermagem ao
paciente em choque séptico.
c) Correta. Os cuidados com suporte ventilatório são cuidados imediatos de
enfermagem ao paciente em choque séptico.
d) Correta. A monitorização da função hemodinâmica é um cuidado imediato de
enfermagem ao paciente em choque séptico.
e) Correta. O acesso venoso calibroso é um cuidado imediato de enfermagem ao
paciente em choque séptico.
Portanto, o gabarito da questão é a letra A.
10. (EBSERH/UFB/2014) Considere hipoteticamente que o técnico de
enfermagem, juntamente com a equipe de saúde, ao realizar o atendimento a
um paciente em choque, tentou cessar o sangramento gastrointestinal e
restaurar a volemia. Administrou uma solução cristaloide e uma solução
salina, conforme prescrição médica. Verificou a pressão arterial e constatou
hipotensão e bradicardia. De acordo com o atendimento prestado, é correto
afirmar que o caso provavelmente se trata de um choque
a) séptico.
b) obstrutivo.
c) hipovolêmico.
d) cardiogênico.
e) anafilático.
COMENTÁRIOS:
Choque é o estado clínico resultante de suprimento inadequado de oxigênio aos
tecidos ou inabilidade dos tecidos em utilizar adequadamente o oxigênio aportado, e
que resulta em metabolismo celular alterado, morte celular e disfunção ou falha dos
órgãos.
Também pode ser conceituado como um quadro de hipoperfusão disseminada de
tecidos e células devido à redução do volume sanguíneo ou débito cardíaco ou
redistribuição de sangue, resultando em um volume circulante efetivo inadequado.
Sendo assim, o choque pode ser entendido como um estado clínico de déficit
circulatório agudo, grave e generalizado, resultando em hipóxia celular com as suas
consequências.
 Classificação e causas básicas do choque
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Choque séptico: ocorre em pacientes com infecções graves. É uma situação que
cursa com vasodilatação; as citoquinas lesam as paredes dos vasos sanguíneos,
provocando vasodilatação periférica e extravasamento de líquido dos capilares para
o espaço intersticial. Assim, o choque séptico tem características tanto do choque
distributivo quanto do choque hipovolêmico.
Choque obstrutivo: pode ser definido como uma redução do débito cardíaco
secundário a um inadequado enchimento ventricular. As principais causas de
choque obstrutivo são o tamponamento pericárdico, a embolia pulmonar maciça e o
pneumotórax.
Choque hipovolêmico: diminuição aguda no volume sanguíneo circulante
(hipovolemia). Pode ser causado por hemorragia externa (ferimentos traumáticos,
cirurgias prolongadas); ou hemorragia interna (ruptura de víscera compacta e vasos,
fraturas); além de hemoconcentração por queimaduras, desidratação,
gastroenterites, peritonite, sangramento gastrointestinal, obstrução e torção
intestinal. O paciente apresenta pele fria, pegajosa, pálida e cianótica; taquicardia;
bradicardia (no choque descompensado); pressão arterial diminuída (hipotensão);
nível de consciência alterado; enchimento capilar retardado. O tratamento consiste
na administração de solução cristaloide e solução salina (soro fisiológico) para
restaurar o volume perdido, podendo ser necessária a transfusão sanguínea.
Choque cardiogênico: insuficiência da bomba cardíaca, com decréscimo primário
no débito cardíaco. Tem como características: débito cardíaco reduzido e
subsequente perfusão inadequada, resultada de batimentos cardíacos deficientes. O
índice cardíaco reduzido atua como o desenvolvimento principal. É causado por
interferência com o fluxo cardíaco e retorno venoso (tamponamento cardíaco); e
interferência com esvaziamento do ventrículo (distúrbios de condução).
Choque anafilático: é uma grave reação alérgica, com risco de morte, que envolve
diversos sistemas orgânicos. Quando um indivíduo é exposto a um alérgeno pela
primeira vez, é sensibilizado a ele. Caso seja, mais tarde, novamente exposto a este
mesmo alérgeno há uma resposta sistêmica. Além dos sintomas mais comuns das
reações alérgicas, como eritema cutâneo, desenvolvimento de urticária e prurido,
outros achados graves são observados, incluindo desconforto respiratório, obstrução
da via aérea e vasodilatação, levando ao choque.
Diante do exposto, o gabarito só pode ser a letra C.
11. (EBSERH/UFB/2014) Em circunstâncias de emergência, ocorrem alterações
orgânicas que são chamadas de sinais de apoio, entre as quais se encontram
as alterações de cor e umidade da pele. Em relação a esse assunto, assinale a
alternativa que indica situação em que a pele se torna mais pálida.
a) Febre.
b) Icterícia.
c) Hemorragia.
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820
d) Ingestão de bebidas alcoólicas.
e) Traumatismo.
COMENTÁRIOS:
A hemorragia causa uma perda aguda de sangue em virtude de um sangramento
que provoca a perda de plasma e hemácias. Quando ocorre perda de sangue da
circulação, o coração é estimulado a aumentar o débito cardíaco com aumento da
força e da frequência das contrações, e ocorre vasoconstrição resultante do
fechamento dos capilares periféricos. Esses mecanismos compensatórios podem
causar os seguintes sinais e sintomas:
Sinais e sintomas - Hemorragia
Temperatura/umidade
pele
da
Fria, pegajosa
Coloração da pele
Pálida, cianótica
Pressão arterial
Diminuída
Nível de consciência
Alterado
Enchimento capilar
Retardado
Dessa forma, em circunstâncias de emergência, as alterações de cor e umidade da
pele podem indicar uma situação de hemorragia.
Nessa esteira, a alternativa correta é a C.
12. (EBSERH/HC-UFTM/2013) O choque é definido como perfusão e oxigenação
inadequadas dos órgãos e tecidos. É uma situação de emergência, que, se não
for tratada rapidamente, pode levar o indivíduo a complicações possíveis de
sequelas e até a óbito. Considere que um paciente é admitido no pronto
socorro, vitima de acidente motociclístico, com trauma abdominal e fraturas
múltiplas. Assinale a alternativa que apresenta corretamente os sinais e
sintomas apresentados em um indivíduo com essa situação clínica.
a) Hipotensão, fadiga e hipertemia.
b) Cefaleia, polidpsia e desorientação.
c) Hipertensão, delírios, alucinações e cefaléia.
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821
d) Hipotensão, sudorese, hipotermia, polidpsia e cianose.
e) Hipertensão, fadiga, hipertemia e polidpsia.
COMENTÁRIOS:
O choque é um estado de hipoperfusão celular generalizada no qual a liberação de
oxigênio no nível celular é inadequada para atender as demandas metabólicas. A
hemorragia é, sem dúvida, causa mais comum choque no paciente traumatizado, e a
conduta mais segura diante de um paciente traumatizado em choque é considerar a
causa do choque como sendo hemorrágica, até prova em contrário.
Choque hipovolêmico/hemorrágico: ocorre quando há perda aguda de sangue em
virtude de desidratação (perda de plasma) ou de hemorragia (perda de plasma e
hemácias). Quando ocorre perda de sangue da circulação, o coração é estimulado a
aumentar o débito cardíaco com aumento da força e da frequência das contrações, e
ocorre vasoconstrição resultante do fechamento dos capilares periféricos. Esses
mecanismos compensatórios de defesa funcionam bem até determinado ponto.
Quando os mecanismos de defesa não conseguem compensar a redução do
volume, a pressão arterial do paciente começa a cair. A queda da pressão arterial
marca a mudança do choque compensado para o choque descompensado (um sinal
de risco iminente de morte). Sinais e sintomas: hipotensão; hipotermia; palidez;
oligúria; acidose metabólica; taquipnéia; pele fria, úmida e pegajosa; sudorese;
cianose; enchimento capilar lento; sede (polidpsia) e oligúria estão presentes no
choque hipovolêmico.
Dessa forma, o gabarito da questão é a letra D.
Parada Cardiorrespiratória (PCR)
13. (EBSERH/HU-UFES/2014) Mulher, 34 anos, pós-operatório imediato de
cirurgia eletiva, foi admitida na Clínica Cirúrgica com 15 pontos na Escala de
Coma de Glasgow. Após levantar para ir ao banheiro, evoluiu com desconforto
respiratório intenso, mal estar e náuseas, tendo sido instalada monitorização
contínua e aporte de oxigênio com Máscara de Venturi 50%; evoluiu com
taquicardia, hipotensão arterial, bradipneia, cianose central, redução do nível
de consciência e queda da saturação periférica de oxigênio (SpO2) com
necessidade de intubação orotraqueal e identificação de parada
cardiorrespiratória em atividade elétrica sem pulso (AESP). Foi iniciada
manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP); após 20 minutos, o ritmo de
AESP se converteu em fibrilação ventricular (FV) e, continuando a seguir as
diretrizes do American Heart Association (AHA, 2010), a paciente apresentou
atividade elétrica, com ritmo sinusal, pulsos carotídeos e femorais amplos,
apesar de hipotensão e com SpO2 de 84%. Diante deste caso e das diretrizes
da AHA (2010), é correto afirmar que
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822
a) durante a RCP são recomendadas apenas compressões torácicas, fortes (>5cm)
e rápidas (>100/minuto).
b) a relação compressão-ventilação deve ser de 30:2.
c) é altamente recomendado o uso de Epinefrina e Atropina na reanimação em
AESP.
d) AESP e FV são ritmos chocáveis.
e) a energia de choque bifásico é de acordo com o fabricante (120J a 200J) e se
desconhecida deve-se usar a maior, enquanto a energia de choque monofásico é de
360J.
COMENTÁRIOS:
Essa questão apresenta uma série de informações para confundir o candidato.
Vamos selecionar as mais importantes, que serão utilizadas para responder a
questão:
 a paciente apresentou necessidade de intubação orotraqueal e parada
cardiorrespiratória (PCR) em atividade elétrica sem pulso (AESP);
 foi iniciada manobras de reanimação cardiopulmonar (RCP); após 20 minutos, o
ritmo de AESP se converteu em fibrilação ventricular (FV).
Vamos relembrar alguns conceitos:
A AESP (atividade elétrica sem pulso) é o termo usado para descrever as situações
em que o paciente apresenta atividade elétrica no monitor cardíaco, mas não tem
função contrátil aparente, pois o pulso não é detectável. Engloba um grupo de ritmos
organizados ou semi-organizados, mas SEM pulso palpável. Esse é o ritmo mais
comumente presente após uma desfibrilação. A AESP não é um ritmo chocável,
ou seja, o tratamento é realizado com RCP (compressões/ventilações) + aplicação
de medicamentos.
A FV (fibrilação ventricular) é uma situação em que o coração “tremula”, mas não
bombeia sangue. É um dos ritmos iniciais mais comuns em PCRs, e o único
tratamento eficaz para a FV é a desfibrilação elétrica, ou seja, é um ritmo chocável.
Se não for tratada a tempo, a FV evolui para assistolia.
Visto isso, vamos responder a questão analisando cada uma das assertivas:
a) Incorreta. Essa questão é de 2014 e cobra conhecimentos sobre as Diretrizes da
AHA 2010 para RCP, que enfatizam a necessidade de uma RCP de alta qualidade,
incluindo:
 Frequência de compressão mínima de 100/minuto;
 Profundidade de compressão mínima de 2 polegadas (5 cm), em adultos, com
retorno total do tórax após cada compressão;
 Minimização das interrupções nas compressões torácicas;
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823
 Evitar excesso de ventilação.
b) Incorreta. A relação compressão-ventilação deve ser de 30:2 para pacientes que
não possuem via érea avançada. Como a paciente está com intubação orotraqueal
(via aérea avançada) as compressões torácicas poderão ser contínuas (a uma
frequência mínima de 100/minuto) e não mais alternadas com ventilações.
c) Incorreta. De acordo com as diretrizes da AHA 2010 para RCP, a atropina não é
recomendada para uso de rotina no tratamento de AESP e foi retirada do algoritmo
de SAVC (Suporte Avançado de Vida em Cardiologia) para PCR.
d) Incorreta. Conforme vimos, a AESP não é um ritmo chocável; apenas a FV é um
ritmo chocável.
e) Correta. A energia de choque bifásico é de acordo com o fabricante (120J a 200J)
e se desconhecida deve-se usar a maior disponível, enquanto a energia de choque
monofásico é de 360J.
Dessa forma, o gabarito é a letra E.
Atenção, de acordo com as Diretrizes da AHA 2015:
• Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de
desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas,
permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções
nas compressões e evitando ventilação excessiva).
• A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
• A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2
polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).
14. (EBSERH/HU-UFTM/2013) Assinale a alternativa que apresenta
corretamente o algoritmo de parada cardiorrespiratória, fundamentada no
ACLS.
a) 30 compressões e 1 ventilação, ritmo de até 150 compressões por minuto.
b) 15 compressões e 2 ventilações, ritmo de até 100 compressões por minuto.
c) 30 compressões e 2 ventilações, ritmo de até 100 compressões por minuto.
d) 30 compressões e 2 ventilações, ritmo acima de 100 compressões por minuto.
e) 15 compressões e 2 ventilações, ritmo acima de 100 compressões por minuto.
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824
COMENTÁRIOS:
O ACLS (Advanced Cardiovascular Life Support) ou Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia é baseado nas diretrizes da American Heart Association.
Essa questão é de 2013 e cobra conhecimentos sobre as Diretrizes da AHA 2010
para RCP.
De acordo essas diretrizes (AHA 2010), durante a assistência de uma pessoa com
PCR, a recomendação é de 30 compressões para 2 ventilações de resgate, quando
o atendimento for realizado por um ou dois socorristas profissionais de saúde em
adultos; e de 15 compressões para 2 ventilações de resgate, quando o atendimento
for realizado por dois socorristas profissionais de saúde em crianças e bebês.
As Diretrizes da AHA 2010 para RCP e ACE enfatizam, mais uma vez, a
necessidade de uma RCP de alta qualidade, incluindo a frequência de compressão
mínima de 100/minuto (em vez de "aproximadamente" 100/minuto, como era antes).
Dessa forma, o gabarito é a letra D.
Atenção, de acordo com as Diretrizes da AHA 2015:
• Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de
desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas,
permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções
nas compressões e evitando ventilação excessiva).
• A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
• A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2
polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).
15. (EBSERH/HU-UFGD/2013) De acordo com o algoritmo de suporte avançado
de vida cardiovascular, são consideradas causas reversíveis:
a) tensão no tórax por pneumotórax, tamponamento cardíaco, hipernatremia e
trombose coronária.
b) acidose, trombose pulmonar, hipocalemia e toxinas.
c) hipoglicemia, hipercalemia, hipóxia e hipovolemia.
d) hipercalemia, hipovolemia, hipernatremia e trombose coronária.
e) tamponamento cardíaco, trombose pulmonar, hipocalcemia e hidrogênio.
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825
COMENTÁRIOS:
A parada cardiorrespiratória (PCR) pode ser causada por quatro ritmos: fibrilação
ventricular (FV), taquicardia ventricular sem pulso (TVSP), atividade elétrica sem
pulso (AESP) e assistolia.
Durante a tentativa de ressuscitação, o socorrista deve tentar identificar a causa da
PCR - diagnóstico diferencial. Deve-se tentar obter dados (examinando o paciente
ou conversando com os familiares) que permitam definir a possível causa e a
estratégia terapêutica particularmente para as causas reversíveis de PCR. A
maioria das causas de parada pode ser resumida na memorização mnemônica
“cinco Hs e cinco Ts”, como pode ser observado na tabela abaixo.
Possíveis causas em todas as modalidades de PCR
Hs
Ts
- Hipóxia
- Toxinas
- Hipovolemia
- Tamponamento cardíaco
- Hidrogênio (acidose)
Tensão
no
tórax
(pneumotórax hipertensivo)
- Hiper/hipocalemia
- Trombose
pulmonar)
- Hipotermia
- Trauma
(coronária
ou
Fonte: Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS)/AHA; SBC (adaptado).
Após exposição inicial do tema, vejamos os itens da questão
a) Incorreta. Tensão no tórax por pneumotórax, tamponamento cardíaco e trombose
coronária são consideradas causas reversíveis de PCR. Entretanto, a
hipernatremia NÃO é uma causa reversível de PCR.
b) Correta. Acidose, trombose pulmonar, hipocalemia e toxinas são consideradas
causas reversíveis de PCR.
c) Incorreta. A hipoglicemia NÃO é uma causa reversível de PCR. A hipercalemia, a
hipóxia e a hipovolemia são consideradas causas reversíveis de PCR.
d) Incorreta.
A hipercalemia, a hipovolemia e a trombose coronária são
consideradas causas reversíveis de PCR. Já a hipernatremia NÃO é uma causa
reversível de PCR.
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826
e) Incorreta. O tamponamento cardíaco, a trombose pulmonar, e o hidrogênio
(acidose) são consideradas causas reversíveis de PCR. A hipocalcemia NÃO é
uma causa reversível de PCR.
Diante do exposto, o gabarito só pode ser a letra B.
16. (EBSERH/HU-UFS/2013) Sobre a Parada Cardiorespiratória (PCR) e a
Reanimação Cardiopulmonar (RCP), assinale a alternativa correta.
a) O procedimento “Ver, ouvir e sentir se há respiração” é o primeiro passo da RCP
e deve ser realizado de preferência nos primeiros minutos do atendimento.
b) O número de compressões torácicas aplicadas por minuto durante a RCP deve
ser de aproximadamente 90.
c) O esterno do adulto deve ser comprimido, no máximo, 4 cm, promovendo o
retorno total do tórax e impedindo traumas.
d) A atropina é a droga mais recomendada para uso de rotina no tratamento da
atividade elétrica sem pulso (AESP)/assístole.
e) Na RCP, em paciente com via aérea avançada, deve-se realizar 8 a 10
ventilações por minuto, assíncronas com compressões torácicas.
COMENTÁRIOS:
A questão é de 2013, portanto, foi respondida de acorodo com a AHA 2010.
Vamos descrever a sequência do Suporte Básico de Vida (SBV) do adulto para
profissionais da saúde.
Em uma situação de PCR, um mnemônico pode ser utilizado para descrever os
passos simplificados do atendimento em SBV é o “CABD primário”. O “C”
corresponde a Checar responsividade e respiração da vítima, Chamar por ajuda,
Checar o pulso da vítima e Compressões (30 compressões). O “A” refere-se à
Abertura das vias aéreas, o "B" à Boa ventilação (2 ventilações), o "D" à
Desfibrilação.
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827
C
• Checar responsividade e respiração da vítima,
Chamar por ajuda, Checar o pulso da vítima e
Compressões (30 compressões);
A
• Abertura das vias aéreas;
C
• Boa ventilação (2 ventilações);
D
• Desfibrilação.
Veremos agora a sequência completa de um atendimento a uma vítima que se
encontra em colapso súbito.

Segurança do Local:
Primeiramente, deve ser avaliada a segurança do local. Certificar se o local é seguro
para o socorrista e para a vítima.

Avaliar a responsividade e respiração da vítima:
Avaliar a responsividade da vítima, chamando-a e tocando-a pelos ombros. Se a
vítima responder, apresentar-se e conversar com ela perguntando se precisa de
ajuda. Se a vítima não responder, avaliar sua respiração observando se há elevação
do tórax em menos de 10 segundos. Caso a vítima tenha respiração, ficar ao seu
lado e aguardar para ver sua evolução, caso seja necessário, chamar ajuda. Se a
vítima não estiver respirando ou estiver somente com “gasping” (movimentos
respiratórios assincrônicos não efetivos), chamar ajuda imediatamente.
ATENÇÃO: o procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração” era usado para
avaliar a respiração após a abertura da via aérea. Todavia, devido à mudança da
sequência da RCP de “ABCD” para “CABD”, o procedimento "Ver, ouvir e sentir se
há respiração" foi removido do algoritmo de RCP.

Chamar ajuda:
Em ambiente extra-hospitalar, ligar para o número local de emergência (por
exemplo, Sistema de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU 192) e, se um
Desfibrilador Externo Automático (DEA) estiver disponível no local, você deve ir
buscá-lo.

Checar o pulso:
Checar o pulso carotídeo da vítima em menos de 10 segundos. Caso a vítima
apresente pulso, aplicar uma ventilação a cada 5 a 6 segundos, mantendo uma
frequência de 10 a 12 ventilações por minuto, e checar o pulso a cada dois minutos.
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Se não detectar pulso na vítima ou estiver em dúvida, iniciar os ciclos de
compressões e ventilações.
 Iniciar ciclos de 30 compressões e 2 ventilações:
Iniciar ciclos de 30 compressões e 2 ventilações, considerando que existe um
dispositivo de barreira (por exemplo, máscara de bolso para aplicar as ventilações).
Compressões torácicas efetivas são essenciais para promover o fluxo de sangue,
devendo ser realizadas em todos pacientes em parada cardíaca.

Compressões torácicas:
 Posicione-se ao lado da vítima e mantenha seus joelhos com certa distância um
do outro para que tenha melhor estabilidade;
 Afaste ou, se uma tesoura estiver disponível, corte a
roupa da vítima que está sobre o tórax para deixá-lo
desnudo;
 Coloque a região hipotenar de uma mão sobre o esterno
da vítima e a outra mão sobre a primeira, entrelaçando-a;
 Estenda os braços e posicione-os cerca de 90º acima da
vítima;
 Comprima na frequência de, no mínimo, 100
compressões/minuto;
 Comprima com profundidade de, no mínimo, 5 cm;
 Permita o retorno completo do tórax após cada compressão, sem retirar o
contato das mãos com o mesmo;
 Minimize interrupções das compressões;
 Reveze com outro socorrista, a cada dois minutos, para evitar a fadiga e
compressões de má qualidade;
As manobras de RCP devem ser ininterruptas, exceto se a vítima se movimentar,
durante a fase de análise do desfibrilador, na chegada da equipe de resgate,
posicionamento de via aérea avançada ou exaustão do socorrista.
No caso de uma via aérea avançada instalada, deve ser realizada compressões
torácicas contínuas e uma ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações por
minuto).
 Ventilações:
Para não retardar o início das compressões torácicas, a abertura das vias aéreas
deve ser realizada somente depois de aplicar 30 compressões.
As ventilações devem ser realizadas em uma proporção de
30 compressões para 2 ventilações, com apenas um segundo
cada, fornecendo a quantidade de ar suficiente para promover a
elevação do tórax.

Ventilação com bolsa-válvula-máscara
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A ventilação com a bolsa-válvula-máscara deve ser utilizada na presença de dois
socorristas, um responsável pelas compressões; e outro, por aplicar as ventilações
com o dispositivo.
Se disponível oxigênio complementar, deve-se conectar na bolsa-válvula-máscara
assim que possível, de modo que ofereça maior porcentagem de oxigênio para a
vítima.
 Ventilação com via aérea avançada
Quando uma via aérea avançada (por exemplo, intubação endotraqueal, combitube,
máscara laríngea) estiver instalada, o primeiro socorrista irá administrar
compressões torácicas contínuas, e o segundo socorrista irá aplicar uma ventilação
a cada 6 a 8 segundos, cerca de 8 a 10 ventilações por minuto, em vítimas de
qualquer idade. Não se devem pausar as compressões para aplicar as ventilações,
no caso de via aérea avançada instalada.
 Desfibrilação
Desfibrilação precoce é o tratamento de escolha para vítimas em Fibrilação
Ventricular (FV) de curta duração, como vítimas que apresentaram colapso súbito
em ambiente extra-hospitalar, sendo este o principal ritmo de parada cardíaca
nesses locais.
A desfibrilação precoce é o único tratamento para parada cardiorrespiratória em
fibrilação ventricular/taquicardia ventricular sem pulso, pode ser realizada com um
equipamento manual (somente manuseado pelo médico) ou com o Desfibrilador
Externo Automático (DEA), que poderá ser utilizado por qualquer pessoa, assim que
possível. O DEA é um equipamento portátil, capaz de interpretar o ritmo cardíaco,
selecionar o nível de energia e carregar automaticamente, cabendo ao operador
apenas pressionar o botão de choque, quando indicado.
Visto isso, vamos analisar as assertivas da questão:
a) Incorreta. O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi removido do
algoritmo de RCP.
b) Incorreta. O número de compressões torácicas aplicadas por minuto durante a
RCP deve ter uma frequência mínima de 100.
c) Incorreta. O esterno do adulto deve ser comprimido com profundidade de, no
mínimo, 5 cm; permitindo o retorno completo do tórax após cada compressão.
d) Incorreta. A atropina NÃO é mais recomendada para uso de rotina no tratamento
da atividade elétrica sem pulso (AESP)/assístole.
e) Correta. Na RCP, em paciente com via aérea avançada, deve-se realizar 8 a 10
ventilações por minuto, assíncronas com compressões torácicas.
Nesses termos, o gabarito da questão é a letra E.
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830
Atenção, de acordo com as Diretrizes da AHA 2015:
• Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de
desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas,
permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções
nas compressões e evitando ventilação excessiva).
• A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
• A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2
polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).
17. (EBSERH/HU-UFPI/2013) De acordo com as Diretrizes da AHA 2010, para
ressuscitação cardiopulmonar, não constitui uma das recomendações
a) fazer uso da pressão cricoide durante as ventilações.
b) iniciar a RCP com 2 ventilações de resgate e, depois, aplicar as 30 compressões.
c) manter a frequência de compressão de, no máximo, 100/minuto.
d) observar o algoritmo VOS, ou seja, ver, ouvir e sentir se há respiração.
e) verificar a profundidade da compressão em adultos, que deve ser de cerca de 5
cm.
COMENTÁRIOS:
Os principais pontos de discussão e alterações nas recomendações das Diretrizes
da AHA 2010 para ressuscitação cardiopulmonar (RCP) para profissionais de saúde
são os seguintes:
Pressão cricoide: o uso rotineiro de pressão cricoide em PCR não é recomendado.
Motivo: a pressão cricoide é uma técnica para aplicar pressão à cartilagem cricoide
da vítima, de forma a empurrar a traqueia posteriormente e comprimir o esôfago
contra as vértebras cervicais. A pressão cricoide pode impedir a distensão gástrica e
reduzir o risco de regurgitação e aspiração durante a ventilação com bolsa-válvulamascara/insuflador manual, mas também pode impedir a ventilação. Alguns estudos
mostraram que a pressão cricoide pode retardar ou impedir a colocação de uma via
aérea avançada e que, a despeito da aplicação de pressão cricoide, pode ocorrer,
ainda assim, um pouco de aspiração. Além disso, é difícil treinar os socorristas de
forma apropriada no uso da manobra. Por isso, o uso rotineiro de pressão cricoide
em PCR não é recomendado.
Alteração na sequência da RCP: C-A-B, em vez de A-B-C: uma das alterações
feitas nas Diretrizes da AHA 2010 para RCP recomenda o início das compressões
torácicas antes das ventilações. Motivo: Embora nenhuma evidência em humanos
ou animais publicada demonstre que iniciar a RCP com 30 compressões, em vez de
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831
2 ventilações, leve a um melhor resultado, as compressões torácicas fornecem fluxo
sanguíneo; ademais, estudos de PCR extra-hospitalar em adultos mostram que a
sobrevivência é maior quando as pessoas presentes fazem alguma tentativa de
aplicar a RCP, em vez de simplesmente não tentarem fazê-lo. Dados de animais
demonstram que atrasos ou interrupções nas compressões torácicas reduzem a
sobrevivência; logo, tais atrasos ou interrupções devem ser minimizados ao longo de
toda a ressuscitação. As compressões torácicas podem ser iniciadas quase
imediatamente, ao passo que posicionar a cabeça e obter um selo para a respiração
boca a boca ou com bolsa-válvula-mascara/insuflador manual sempre demoram
certo tempo. A demora no início das compressões poderá ser reduzida se houver
dois socorristas presentes: o primeiro inicia as compressões torácicas e o segundo
abre a via aérea e se prepara para aplicar respirações tão logo o primeiro complete
a primeira série de 30 compressões torácicas. Quer haja um ou mais socorristas
presentes, o início da RCP com compressões torácicas garante que a vítima receba
logo essa intervenção crítica.
Frequência de compressão torácica: mínimo de 100 por minuto: é sensato que
os socorristas leigos e profissionais de saúde realizem compressões torácicas a uma
frequência mínima de 100 compressões por minuto (ao invés de executar
aproximadamente 100 compressões por minuto, como era antigamente). Motivo: o
número de compressões torácicas aplicadas por minuto durante a RCP é um fator
determinante importante do retorno da circulação espontânea (RCE) e da
sobrevivência com boa função neurológica. O número real de compressões
torácicas aplicadas por minuto é determinado pela frequência das compressões
torácicas e o número e a duração das interrupções nas compressões (para, por
exemplo, abrir a via aérea, aplicar ventilações de resgate ou permitir a análise do
DEA). Na maioria dos estudos, a aplicação de mais compressões durante a
ressuscitação está associada a uma maior sobrevivência, ao passo que a aplicação
de menos compressões está associada a uma menor sobrevivência. A aplicação de
compressões torácicas adequadas exige ênfase não somente na frequência
adequada de compressões, mas também em minimizar interrupções a este
componente crítico da RCP. Uma frequência de compressão inadequada ou
interrupções frequentes (ou ambas) reduzirão o número total de compressões
aplicadas por minuto.
Eliminação do procedimento “Ver, ouvir e sentir se há respiração”: o
procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração” foi removido da sequência de
avaliação da respiração após a abertura da via aérea. O profissional de saúde
verifica rapidamente a respiração ao verificar se o paciente está respondendo a fim
de detectar sinais de PCR. Após a aplicação de 30 compressões, o socorrista que
atuar sozinho deverá abrir a via aérea da vítima e aplicar duas ventilações. Motivo:
com a nova sequência “compressão torácica primeiro”, a RCP será executada se o
adulto não estiver respondendo e não estiver respirando ou apresentando respiração
anormal (isto é, não respirando ou com gasping), sendo iniciada pelas compressões
(sequencia C-A-B). Logo, a respiração é rapidamente verificada como parte da
verificação da PCR. Após a primeira série de compressões torácicas, a via aérea é
aberta e o socorrista aplica 2 ventilações.
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Profundidade das compressões torácicas: o esterno adulto deve ser comprimido,
no mínimo, 2 polegadas (5 cm), e não mais de 1 a 2 polegadas (aproximadamente
de 4 a 5 cm) como era antigamente.
Motivo: as compressões criam fluxo sanguíneo principalmente por aumentarem a
pressão intratorácica e comprimirem diretamente o coração. Compressões geram
fornecimento de fluxo sanguíneo, oxigênio e energia, críticos para o coração e o
cérebro. Pode haver confusão quando se recomenda uma faixa de profundidade; por
isso, agora, recomenda-se uma profundidade de compressão específica. Os
socorristas, muitas vezes, não comprimem adequadamente o tórax, apesar das
recomendações de “comprimir com força”. Além disso, a ciência disponível sugere
que as compressões de, pelo menos, 2 polegadas são mais eficazes do que as de 1
polegada. Por essa razão, as Diretrizes da AHA 2010 para RCP recomendam uma
profundidade mínima especifica para a compressão torácica em adultos, maior do
que a recomendação anterior.
Passemos agora para a análise das assertivas da questão:
a) Incorreta. Não é mais recomendado fazer uso da pressão cricoide durante as
ventilações.
b) Incorreta. Houve alteração na sequência da RCP para C-A-B, em vez de A-B-C;
portanto, deve-se iniciar com 30 compressões e depois aplicar 2 ventilações. Não é
mais recomendado iniciar a RCP com 2 ventilações de resgate e, depois, aplicar as
30 compressões.
c) Incorreta. Deve-se manter a frequência de compressão de, no MÍNIMO,
100/minuto.
d) Incorreta. O algoritmo VOS, ou seja, ver, ouvir e sentir se há respiração foi
removido da sequência de avaliação da respiração após a abertura da via aérea.
e) Incorreta. A profundidade da compressão em adultos, que deve ser de, no
MÍNIMO, 5 cm.
O comando da questão solicita, de acordo com as Diretrizes da AHA 2010, para
RCP, a alternativa que não constitui uma das recomendações. Todas as alternativas
estão incorretas, ou seja, nenhuma delas constitui recomendação da AHA 2010. Por
esse motivo, a questão foi anulada.
18. (EBSERH/HUJM-UFMT/2013) Mulher, 29 anos, 1,65m de altura, 75Kg de
peso corporal, tabagista, usuária ativa de contraceptivo hormonal oral, chegou
ao serviço hospitalar de emergência às 8:00h, devido a um quadro de 30
minutos de evolução caracterizado por algia em membro inferior esquerdo,
associada à aumento do volume, empastamento da panturrilha e cor violácea
desta extremidade. Às 8:30h, o médico a avaliou e a paciente era capaz de
caminhar sozinha com claudicação moderada, mas o pulso distal do membro
afetado estava diminuído em relação ao membro contra-lateral, sendo
solicitado vaga na Clínica Médica. Como havia leito disponível para internação,
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833
a paciente foi caminhando em companhia de um dos auxiliares de enfermagem
até o setor de destino, onde foi recebida às 8:50h pelo enfermeiro, que a
acompanhou até seu leito e coletou o histórico de enfermagem. O enfermeiro,
no entanto, precisou retornar ao Posto de Enfermagem para buscar o
estetoscópio que havia esquecido na bancada. Enquanto isso, a paciente
decidiu ir ao banheiro para urinar e com muita dificuldade e extremamente
dispneica, ainda conseguiu voltar para o seu leito, mas evoluiu com Parada
Cardiorrespiratória (PCR). Identificada rapidamente pelo enfermeiro quando
esse retornou para terminar o exame físico, foram iniciadas as manobras de
Reanimação Cardiopulmonar (RCP), intubação orotraqueal e, ao ser verificado
o ritmo, constatou-se atividade elétrica sem pulso. Diante desse caso e de
acordo com as Diretrizes da American Heart Association, informe se é
verdadeiro (V) ou falso (F) o que se afirma a seguir e assinale a alternativa com
a sequência correta.
( ) O enfermeiro deve ter feito o reconhecimento da PCR ao verificar que a paciente
estava irresponsiva, sem respiração ou com gasping e sem pulso palpado em 10
segundos.
( ) Na desfibrilação, deve ser utilizada carga de 360J se o desfibrilador for
monofásico.
( ) Deve-se considerar a administração de trombolítico na RCP.
( ) Após estabelecimento de via aérea avançada, deve-se manter a relação
compressão-ventilação em 30:2.
b) F – V – F – V.
b) V – F – V – F.
c) V – F – F – F.
d) F – V – V – V.
e) F – F – F – V.
COMENTÁRIOS:
Caros alunos. Esse tipo de questão pode assustar a primeira vista, considerando o
enunciado que é extremamente longo. Entretanto, vocês devem grifar as
informações mais importantes, que serão usadas para respondê-la. Nesse caso,
essas informações são:
 mulher, tabagista, usuária ativa de contraceptivo hormonal oral, algia (dor) em
membro inferior esquerdo, associada à aumento do volume, empastamento da
panturrilha e cor violácea desta extremidade, pulso distal do membro afetado estava
diminuído em relação ao membro contra-lateral => a paciente provavelmente
apresenta um quadro de TVP (trombose venosa profunda);
 paciente evoluiu com Parada Cardiorrespiratória (PCR);
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834
 a PCR foi identificada rapidamente pelo enfermeiro e foram iniciadas as manobras
de Reanimação Cardiopulmonar (RCP);
 intubação orotraqueal;
 ao ser verificado o ritmo, constatou-se atividade elétrica sem pulso.
A atividade elétrica sem pulso (AESP) representa um grupo heterogêneo de
ritmos organizados e semiorganizados, mas sem pulso palpável. Na AESP existe
atividade mecânica, porém essas contrações não produzem débito cardíaco
suficiente para produzir uma pressão sanguínea detectável pelos métodos clínicos
usuais. O principal ponto crítico nestas arritmias é que elas estão frequentemente
associadas a um estado clínico específico, que pode ser revertido quando
identificado precocemente e tratado apropriadamente. A ausência de pulso
detectável e a presença de algum tipo de atividade elétrica definem este grupo de
arritmias.
Possíveis causas reversíveis de PCR
Hs
Ts
- Hipóxia
- Toxinas/tóxicos
- Hipovolemia
- Tamponamento cardíaco
- Hidrogênio (acidose)
Tensão
no
tórax
(pneumotórax hipertensivo)
- Hiper/hipocalemia
- Trombose
pulmonar)
- Hipotermia
- Trauma
(coronária
ou
Fonte: Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS)/AHA; SBC (adaptado).
Os pacientes em AESP não se beneficiam de desfibrilação. O foco da
ressuscitação é na RCP de alta qualidade com mínimas interrupções e a
identificação de causas tratáveis e reversíveis.
As recomendações da American Heart Association (AHA) para o suporte básico de
vida (SBV) e RCP por profissionais de saúde são:
 verificar rapidamente se não há respiração ou se a mesma e anormal (isto e, não
respirando ou apenas com gasping) ao verificar a capacidade de resposta da vitima.
O profissional de saúde não deve levar mais do que 10 segundos verificando o pulso
e, caso não sinta o pulso em 10 segundos, deve iniciar a RCP;
 deve-se minimizar interrupções nas compressões torácicas;
 tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade (com frequência e
profundidade de compressão torácicas adequadas, permitindo retorno total do tórax
entre as compressões);
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835
 os socorristas devem iniciar as compressões torácicas antes de aplicar
ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C); iniciar a RCP com 30
compressões, em vez de 2 ventilações (30:2), diminui a demora em aplicar a
primeira compressão.
 a frequência de compressão foi modificada para um mínimo de 100 por minuto,
em vez de aproximadamente 100/minuto;
 a profundidade da compressão em adultos foi ligeiramente alterada para, no
mínimo, 2 polegadas (cerca de 5 cm), em lugar da faixa antes recomendada de
cerca de 1 A 2 polegadas (4 a 5 cm).
 ventilações com via aérea avançada: 1 ventilação a cada 6 a 8 segundos (8 a 10
ventilações/min) assíncronas com compressões torácicas; cerca de 1 segundo por
ventilação com elevação visível do tórax.
Atenção, de acordo com as Diretrizes da AHA 2015:
• Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de
desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas,
permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções
nas compressões e evitando ventilação excessiva).
• A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
• A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2
polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).
Após exposição inicial do tema, vejamos os itens da questão:
(V) O enfermeiro deve ter feito o reconhecimento da PCR ao verificar que a paciente
estava irresponsiva, sem respiração ou com gasping e sem pulso palpado em 10
segundos.
(F) Os pacientes em AESP não se beneficiam de desfibrilação.
(V) Deve-se considerar a administração de trombolítico na RCP. Considerando que
a TVP pode ser uma das causas da PCR em AESP, há indicação do uso de
trombolíticos.
(F) Após estabelecimento de via aérea avançada, deve-se realizar 1 ventilação a
cada 6 a 8 segundos (8 a 10 ventilações/min) assíncronas com compressões
torácicas; cerca de 1 segundo por ventilação com elevação visível do tórax.
Diante do exposto, o gabarito é a letra B.
19. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) Dentre todas as situações que
caracterizam risco de morte iminente, nenhuma emergência supera a
prioridade do atendimento da parada cardiorrespiratória, que pode ser
comprovada
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a) pela ausência de pulso central (radial, pedioso).
b) pela ausência de movimentos respiratórios (apneia) ou respiração agônica
(gasping).
c) miose completa em menos de três minutos.
d) pela ausência de pulso periférico (carotídeo, femoral).
e) hipertonia.
COMENTÁRIOS:
As questões sobre parada cardiorrespiratória (PCR) são muito cobradas em provas
de concurso! A referência para responder essas questões são as Diretrizes da
American Heart Association (AHA) 2010 e 2015.
De acordo com a American Heart Association (AHA), o objetivo das intervenções de
ressuscitação para um paciente em parada cardíaca ou respiratória é oferecer e
restabelecer a boa oxigenação, ventilação e circulação, com retorno da função
neurológica sem sequelas. Um objetivo intermediário da ressuscitação é o retorno
da circulação espontânea.
Conforme vimos, a única situação que caracteriza risco de morte iminente é a
ausência de movimentos respiratórios (apneia) ou respiração agônica (gasping). A
ausência de pulso central (radial, pedioso), a miose completa em menos de três
minutos, a ausência de pulso periférico (carotídeo, femoral) e a hipertonia não
caracterizam risco de morte iminente.
A partir dos comentários, contatamos que o gabarito da questão é a letra B.
20. (EBSERH/HU-UFS/2013) A parada cardiorrespiratória caracteriza-se pelo
aspecto geral do paciente (imobilidade, palidez e cianose de extremidades),
falta de resposta aos estímulos e ausência de pulso. Neste processo, ocorre
também a midríase, que consiste em
a) aumento do diâmetro da pupila.
b) diminuição do diâmetro da pupila.
c) aumento do ritmo cardíaco.
d) diminuição do ritmo cardíaco.
e) aumento da frequência respiratória.
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COMENTÁRIOS:
Vamos aproveitar essa questão para fazer uma breve revisão sobre a parada
cardiorrespiratória (PCR).
De acordo com as Diretrizes da American Heart Association 2010, o profissional de
saúde deve verificar rapidamente se não há respiração ou se a mesma é anormal
(isto é, não respirando ou apenas com gasping) ao verificar a capacidade de
resposta da vítima. Em seguida, o profissional deve acionar o serviço de
emergência/urgência e buscar o DEA-desfibrilador externo automático (ou
encarregar alguém disso). O profissional de saúde não deve levar mais do que 10
segundos verificando o pulso e, caso não sinta o pulso em 10 segundos, deve iniciar
a RCP (ressuscitação cardiopulmonar) e usar o DEA, se disponível. Iniciar a RCP
com 30 compressões, e após a realização das 30 compressões, realizam-se 2
ventilações. A frequência de compressão deve ser de no mínimo de 100 por minuto,
e a profundidade da compressão de no mínimo, 2 polegadas (cerca de 5 cm),
tentando minimizar/evitar ao máximo as interrupções nas compressões.
O ATLS (Suporte Avançado de Vida no Trauma) traz uma abordagem simplificada e
padronizada aos pacientes vítimas de trauma, tendo como premissa tratar as lesões
com maior ameaça à vida de forma prioritária. A avaliação inicial deve identificar
lesões que comprometem a vida do paciente e, simultaneamente, estabelecer
condutas para a estabilização das condições vitais e tratamento destas
anormalidades. A avaliação segue uma ordem de prioridades e são as mesmas para
a criança, o adulto, a gestante e o idoso.
A – Airway => Vias aéreas e controle da coluna cervical;
B – Breathing => Respiração e Ventilação;
C – Circulation => Circulação com controle de hemorragia;
D – Disability => Exame neurológico sumário;
E – Exposure => Exposição com controle da hipotermia.
A avaliação de cada item implica em diagnosticar alterações e tomar decisões
concomitantes antes de se proceder ao passo seguinte. Este processo se constitui
no ABCDE do atendimento ao traumatizado.
A avaliação secundária é o exame da cabeça aos pés do paciente, que é realizado
após o término da avaliação primária com a identificação e o tratamento de todas as
lesões que ameacem a vida e o início da reanimação. O objetivo da avaliação
secundária é a identificação das lesões ou problemas não observados durante a
avaliação primária. O exame neurológico inclui o exame da pupila do paciente.
As pupilas que reagem em velocidades diferentes à exposição da luz são
consideradas desiguais.
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838
A midríase é a dilatação da pupila em função da contração do músculo dilatador da
pupila, ou seja, é aumento do diâmetro da pupila. Observe as figuras abaixo:
A partir dos comentários, contatamos que o gabarito da questão é a letra A.
Midríase
21. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Parada cardiorrespiratória é uma
situação em que clinicamente não são perceptíveis movimentos respiratórios e
batimentos cardíacos efetivos. Sobre a assistência de enfermagem na parada
cardiorrespiratória, analise.
I. Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos se o quarto não for individual.
Caso tenha acompanhantes, deve-se solicitar para aguardar na sala de espera.
II. Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários à ressuscitação
cardiopulmonar.
III. Puncionar e fixar uma veia para administração de soluções e drogas. Colaborar
na dissecção de veia ou passagem de Intracath.
IV. Após a manobra de ressuscitação, deve-se registrar na papeleta a hora da
parada cardiorrespiratória, as manobras de ressuscitação e outras condutas
terapêuticas utilizadas, bem como as drogas aplicadas e o estado geral do paciente
após a ressuscitação.
Estão corretas as afirmativas
a) I, II, III e IV.
b) I e II, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e III, apenas.
e) I, II e IV, apenas.
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839
COMENTÁRIOS:
De acordo com as Diretrizes da AHA/2010, o Suporte Básico de Vida (SBV) para
profissionais de saúde que atuam em parada cardiorrespiratória (PCR), envolve os
seguintes pontos de discussão:
 Reconhecimento e o acionamento imediatos do serviço de emergência/urgência
tão logo o profissional de saúde identifique que a vítima adulta não responde, está
sem respiração ou apresenta respiração anormal (gasping). O profissional de saúde
deve verificar rapidamente se não há respiração ou se a mesma é anormal (isto é,
não respirando ou apenas com gasping) ao verificar a capacidade de resposta da
vítima. Em seguida, o profissional deve acionar o serviço de emergência/urgência e
buscar o DEA (ou encarregar alguém disso). O profissional de saúde não deve levar
mais do que 10 segundos verificando o pulso e, caso não sinta o pulso em 10
segundos, deve iniciar a RCP e usar o DEA, se disponível.
 O procedimento "Ver, ouvir e sentir se há respiração" foi removido do algoritmo.
 Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade (com frequência e
profundidade de compressão torácicas adequadas, permitindo retorno total do tórax
entre as compressões).
 Os socorristas devem iniciar as compressões torácicas antes de aplicar
ventilações de resgate (C-A-B, em vez de A-B-C). Iniciar a RCP com 30
compressões, em vez de 2 ventilações, diminui a demora em aplicar a primeira
compressão.
 A frequência de compressão foi modificada para um mínimo de 100 por minuto,
em vez de aproximadamente 100/minuto.
Atenção, de acordo com as Diretrizes da AHA 2015:
• Tem-se dado maior ênfase em RCP de alta qualidade, que utiliza metas de
desempenho (com frequência e profundidade de compressão torácica adequadas,
permitindo retorno total do tórax entre as compressões, minimizando interrupções
nas compressões e evitando ventilação excessiva).
• A frequência das compressões foi modificada para o intervalo de 100 a 120/min.
• A profundidade das compressões em adultos foi modificada para pelo menos 2
polegadas (5 cm), mas não deve ser superior a 2,4 polegadas (6 cm).
Isto posto, na abordagem da assistência de enfermagem na parada
cardiorrespiratória intra-hospitalar, devemos observar os seguintes princípios:
I. Isolar a cama ou a maca do paciente com biombos se o quarto não for individual.
Caso tenha acompanhantes, deve-se solicitar para aguardar na sala de espera.
II. Providenciar material, medicamentos e aparelhos necessários à ressuscitação
cardiopulmonar (desfibrilador/cardioversor).
III. Puncionar e fixar uma veia para administração de soluções e drogas. Colaborar
na dissecção de veia ou passagem de intracath (acesso venosos central).
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840
IV. Após a manobra de ressuscitação, deve-se registrar na papeleta a hora da
parada cardiorrespiratória, as manobras de ressuscitação e outras condutas
terapêuticas utilizadas, bem como as drogas aplicadas e o estado geral do paciente
após a ressuscitação.
Respondendo a questão, estão corretas as afirmativas I, II, III e IV.
Desse modo, o gabarito é a letra A.
Acidente Vascular Encefálico (AVE/AVC)
22. (EBSERH/HU-UFS/2013) No Acidente Vascular Encefálico, em pacientes
com hemorragia intracerebral, deve-se evitar que a Pressão Arterial sistólica
ultrapasse 180 mmHg e que a Pressão Arterial diastólica supere 105 mmHg,
sendo mais recomendando, nas situações em que tais parâmetros pressóricos
forem ultrapassados, a utilização intravenosa de
a) metoprolol.
b) nifedipina.
c) furosemida.
d) ticlopidina.
e) espironolactona.
COMENTÁRIOS:
De acordo com o Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS/AHA), o
acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como acidente vascular
encefálico (AVE), é um termo genérico e refere-se ao comprometimento neurológico
agudo que se segue à interrupção no suprimento sanguíneo em uma para específica
do cérebro. Os principais tipos de AVC são:
 AVC isquêmico: responsável por 85% de todos os AVCs; é geralmente causado
pela oclusão de uma artéria para uma região do cérebro.
 AVC hemorrágico: responsável por 15% de todos os AVCs; ocorre quando um
vaso sanguíneo no cérebro rompe subitamente, liberando sangue para os tecidos
circunvizinhos.
O diagnóstico diferencial entre AVC isquêmico e hemorrágico é uma etapa
fundamental para o tratamento na fase aguda, devendo ser confirmado
obrigatoriamente e no período mais rápido possível pela tomografia
computadorizada de crânio ou sequências específicas de ressonância magnética.
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841
AVC isquêmico: um AVC isquêmico ocorre quando um vaso sanguíneo é
bloqueado, frequentemente pela formação de uma placa aterosclerótica ou pela
presença de um coágulo que chega pela circulação, vindo de outra parte do corpo.
Os trombos podem ser deslocados, “viajando” para outro local, sob a forma de um
êmbolo. Os êmbolos cerebrais são pequenas porções de matéria como trombos,
tecido, gordura, ar, bactérias, ou outros corpos estranhos, que são libertados na
corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias cerebrais, produzindo a
oclusão e enfarte. O AVC pode ainda ocorrer por um ataque isquêmico transitório
(AIT), que é a temporária interrupção do suprimento sanguíneo ao cérebro.
AVC hemorrágico: um AVC hemorrágico (acontece em 15% dos AVC’s) ocorre
devido à ruptura de um vaso sanguíneo, ou quando a pressão no vaso faz com que
ele se rompa devido à hipertensão. A hemorragia pode ser intracerebral ou
subaracnóidea. Em ambos os casos, a falta de suprimento sanguíneo causa enfarto
na área suprida pelo vaso e as células morrem.
Figura: Tipos de AVC
O tratamento de AVC isquêmico deve seguir um protocolo, no qual se inclui o uso de
rtPA (ativador do plasminogênio tissular) intravenoso se houver critérios específicos
e a apresentação clínica tiver duração menor do que 3 horas. Já os pacientes com
diagnóstico de hematoma cerebral necessitam de monitorização contínua da
pressão arterial com manejo específico.
O pronto reconhecimento do AVC isquêmico é importante, pois o tratamento com
fibrinolíticos deve ser realizado nas primeiras 3 horas do início dos sintomas.
Os sinais e sintomas de AVC podem ser sutis: dormência ou fraqueza súbita na
face, braço ou perna, principalmente em apenas um lado do corpo; confusão mental
súbita; dificuldade para falar ou compreender; dificuldade súbita para enxergar com
um ou ambos os olhos; dificuldade súbita para andar; tontura ou perda do equilíbrio
ou da coordenação motora; dor de cabeça súbita e muito intensa, sem causa
conhecida.
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842
Embora a hipertensão arterial (HA) ocorra frequentemente na fase aguda do
acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, sendo encontrada em 50% a 80% dos
pacientes, muita controvérsia existe no tocante ao seu manejo.
Em casos de HA grave (PA sistólica > 220 mmHg ou PA diastólica > 120 mmHg ou
PA média > 130 mmHg, sendo esta calculada somando-se a PA sistólica ao dobro
da PA diastólica e dividindo-se por três), a sua redução deve ser feita de maneira
bastante cautelosa, visto que pode ocorrer piora do quadro neurológico em
consequência de resposta hipotensora excessiva. Beta-bloqueadores por via
intravenosa (metoprolol) e nitroprussiato de sódio em infusão contínua são as
drogas de eleição.
Drogas que possam causar queda brusca e imprevisível da pressão arterial, tais
como os bloqueadores de canais de cálcio por via sublingual (nifedipina) e os
diuréticos de alça (furosemida, espironolactona) devem ser evitadas.
Se a PA sistólica estiver entre 185 e 230 mmHg ou a PA diastólica entre 105 e 120
mmHg, deve-se administrar o metoprolol na dose de 5 mg por via intravenosa em 2
a 3 minutos. Tal dose pode ser repetida a cada 10-20 minutos até o máximo de 20
mg. A PA deve ser monitorizada a cada 15 minutos durante o tratamento antihipertensivo, observando-se cuidadosamente a possibilidade do aparecimento de
hipotensão.
Após compreensão geral do tema, vamos detalhar os itens da questão:
a) Correta. No AVE deve-se evitar a PAS > 180 mmHg e a PAD > 105 mmHg, sendo
mais recomendando, nas situações em que tais parâmetros pressóricos forem
ultrapassados, a utilização intravenosa de metoprolol.
b) Incorreta. Drogas que possam causar queda brusca e imprevisível da pressão
arterial, tais como os bloqueadores de canais de cálcio por via sublingual (nifedipina)
devem ser evitadas.
c) Incorreta. Drogas que possam causar queda brusca e imprevisível da pressão
arterial, tais como os diuréticos de alça (furosemida, espironolactona) devem ser
evitadas.
d) Incorreta. A ticlopidina é um fármaco do grupo dos anti agregantes plaquetários
que é utilizado no tratamento e prevenção da trombose arterial. Não está indicada
no tratamento do Acidente Vascular Encefálico.
e) Incorreta. Drogas que possam causar queda brusca e imprevisível da pressão
arterial, tais como os diuréticos de alça (furosemida, espironolactona) devem ser
evitadas.
O gabarito da questão, portanto, é a letra A.
23. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) São sinais avaliados pela escala pré-hospitalar
de Cincinnati para identificação do acidente vascular cerebral:
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843
a) Queda ou fraqueza facial; déficit motor; e afasia.
b) Abertura ocular espontânea; déficit motor; e sensibilidade dolorosa.
c) Abertura ocular espontânea; queda ou fraqueza facial; e sensibilidade dolorosa.
d) Afasia; hipoglicemia; e déficit motor.
e) Sensibilidade dolorosa, hipertensão e déficit motor.
COMENTÁRIOS:
De acordo com o Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS/AHA), o
acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como acidente vascular
encefálico (AVE), é um termo genérico e refere-se ao comprometimento neurológico
agudo que se segue à interrupção no suprimento sanguíneo em uma para específica
do cérebro. Os principais tipos de AVC são:
 AVC isquêmico: responsável por 85% de todos os AVCs; é geralmente causado
pela oclusão de uma artéria para uma região do cérebro.
 AVC hemorrágico: responsável por 15% de todos os AVCs; ocorre quando um
vaso sanguíneo no cérebro rompe subitamente, liberando sangue para os tecidos
circunvizinhos.
O diagnóstico diferencial entre AVC isquêmico e hemorrágico é uma etapa
fundamental para o tratamento na fase aguda, devendo ser confirmado
obrigatoriamente e no período mais rápido possível pela tomografia
computadorizada de crânio ou sequências específicas de ressonância magnética.
Sinais e sintomas do AVC
AVC isquêmico

dormência ou fraqueza da face,
do braço ou da perna

confusão ou alteração do
estado mental

dificuldade de falar ou
compreender a fala

distúrbios visuais

dificuldade de caminhar

cefaleia
AVC hemorrágico

vômitos

cefaleia súbita
extraordinariamente forte

diminuição nível de consciência

rigidez de nuca

perda visual

diplopia

ptose palpebral

zumbidos, tonteiras,
hemiparesia
Fonte: Brunner & Suddarth 11ª ed.
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844
Os sinais e sintomas de AVC podem ser sutis: dormência ou fraqueza súbita na
face, braço ou perna, principalmente em apenas um lado do corpo; confusão mental
súbita; dificuldade para falar ou compreender; dificuldade súbita para enxergar com
um ou ambos os olhos; dificuldade súbita para andar; tontura ou perda do equilíbrio
ou da coordenação motora; dor de cabeça súbita e muito intensa, sem causa
conhecida.
Os profissionais de saúde devem ser treinados para reconhecer o AVC usando uma
ferramenta de avaliação neurológica pré-hospitalar breve e validada, como a Escala
de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati.
Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati
Teste
Achados
Normal – ambos os lados da face se
Desvio de rima/queda facial: peça
movem simetricamente (de maneira
ao paciente para mostrar os dentes
igual);
ou sorrir
Anormal – um lado da face não se
mexe da mesma forma que o outro.
Queda do braço (déficit motor): o
paciente fecha os olhos e mantém
ambos os braços estendidos, com
as palmas das mãos para cima, por
cerca de 10 segundos
Normal – ambos os braços se mexem
ou ficam imóveis (outros achados,
como uma pronação, podem ser
úteis);
Anormal – um braço não se mexe ou
cai, em comparação ao outro.
Normal – paciente usa corretamente
as
palavras
sem
alteração/fala
Fala anormal (afasia): peça para o pastosa;
paciente dizer: “o rato roeu a roupa
Anormal – paciente mistura as
do Rei de Roma”
palavras, usa palavras erradas ou não
é capaz de falar.
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845
Observe as figuras abaixo para saber identificar o desvio de rima e a queda de
braço:
Desvio de rima/queda facial
Queda do braço
Figura: Sintomas do AVC.
Diante do exposto, o gabarito só pode ser a letra A.
24. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Paciente ADS, de 59 anos, sexo masculino, foi
atendido pelo Serviço de Atendimento Médico de urgência (SAMU) na
residência e encaminhado ao pronto socorro com déficit motor. Diante da
ocorrência, plegia e paresia se referem:
a) Ambos à ausência de movimentação.
b) Ambos à diminuição de movimentação.
c) Respectivamente à ausência e diminuição de força muscular.
d) Respectivamente à diminuição e ausência de força muscular.
e) Ambos se referem ao aumento de movimentação.
COMENTÁRIOS:
Vamos analisar cada um dos termos de acordo com o Dicionário Médico Stedman,
25ª edição:
 Plegia: perda total da força muscular; ausência da força muscular; sufixo que
indica paralisia.
 Paresia: termo que se refere ao movimento que está apenas limitado, diminuído
ou fraco; diminuição de força muscular; paralisia parcial ou incompleta.
Portanto, o gabarito da questão é a letra C.
25. (VUNESP/PREF. SÃO CARLOS-SP/2011) São sinais de AVC isquêmico:
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846
a) dor precordial e fraqueza muscular.
b) distúrbio de visão e sensação de formigamento nos MMII associado a dor.
c) sensação de formigamento em MMSS e perda de equilíbrio.
d) desvio de rima e dor cervical.
e) perda de equilíbrio e confusão na comunicação.
COMENTÁRIOS:
De acordo com o Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS/AHA), o
acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como acidente vascular
encefálico (AVE), é um termo genérico e refere-se ao comprometimento neurológico
agudo que se segue à interrupção no suprimento sanguíneo em uma para específica
do cérebro. Os principais tipos de AVC são:
 AVC isquêmico: responsável por 85% de todos os AVCs; é geralmente causado
pela oclusão de uma artéria para uma região do cérebro.
 AVC hemorrágico: responsável por 15% de todos os AVCs; ocorre quando um
vaso sanguíneo no cérebro rompe subitamente, liberando sangue para os tecidos
circunvizinhos.
O pronto reconhecimento do AVC isquêmico é importante, pois o tratamento com
fibrinolíticos deve ser realizado nas primeiras 3 horas do início dos sintomas. A
maioria dos AVCs ocorre em casa, e os pacientes frequentemente negam ou tentam
racionalizar os seus sintomas. Os 7 Ds dos cuidados do AVC enfatizam os principais
passos no diagnóstico e tratamento do AVC e os pontos fundamentais em que pode
ocorrer algum atraso.
Os 7 Ds dos cuidados do AVC:
1. Detecção do início dos sinais e sintomas de AVC;
2. Despacho do serviço de emergência (telefonando para 192 ou Resgate);
3. Destino: transporte com a notificação pré-hospitalar avançada para um hospital
capaz de fornecer cuidados para AVC agudo;
4. Departamento de Emergência, incluindo a chegada e a triagem de urgência no
pronto socorro;
5. Dados, incluindo a tomografia computadorizada (TC) e a interpretação desse
exame;
6. Decisão relacionada ao tratamento, incluindo os fibrinolíticos;
7. Droga: administração (conforme adequado) e monitorização pós-administração.
Os sinais e sintomas de AVC podem ser sutis: dormência ou fraqueza súbita na
face, braço ou perna, principalmente em apenas um lado do corpo; confusão mental
súbita; dificuldade para falar ou compreender; dificuldade súbita para enxergar com
um ou ambos os olhos; dificuldade súbita para andar; tontura ou perda do equilíbrio
ou da coordenação motora; dor de cabeça súbita e muito intensa, sem causa
conhecida. Os profissionais de saúde devem ser treinados para reconhecer o AVC
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847
usando uma ferramenta de avaliação neurológica pré-hospitalar breve e validada,
como a Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati.
Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati
Teste
Achados
Normal – ambos os lados da face se
Desvio de rima/queda facial: peça
movem simetricamente (de maneira
ao paciente para mostrar os dentes
igual);
ou sorrir
Anormal – um lado da face não se mexe
da mesma forma que o outro.
Normal – ambos os braços se mexem
Queda do braço: o paciente fecha ou ficam imóveis (outros achados, como
os olhos e mantém ambos os braços uma pronação, podem ser úteis);
estendidos, com as palmas das mãos
para cima, por cerca de 10 segundos Anormal – um braço não se mexe ou
cai, em comparação ao outro.
Normal – paciente usa corretamente as
Fala anormal: peça para o paciente palavras sem alteração/fala pastosa;
dizer: “o rato roeu a roupa do Rei de Anormal – paciente mistura as palavras,
Roma”
usa palavras erradas ou não é capaz de
falar.
Dito isto, vamos analisar as assertivas da questão:
Item A. Dor precordial não é sintoma de AVC isquêmico.
Item B. Dor nos membros inferiores (MMII) não é sintoma de AVC isquêmico.
Item C. Normalmente, a sensação de formigamento é em apenas um braço (um lado
do corpo).
Item D. Dor cervical não é sintoma de AVC isquêmico.
Item E. A perda de equilíbrio e confusão na comunicação são sintomas de AVC
isquêmico.
Nessa tela, o gabarito é a letra E.
26. (VUNESP/PREF. SÃO CARLOS/2011) Para o diagnóstico pré-hospitalar de
acidente vascular cerebral, utiliza-se a “escala pré-hospitalar de Cincinnati”.
Essa escala consiste em três achados, sendo:
a) queda facial, debilidade dos braços e fala anormal.
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b) cefaleia, queda facial e tontura.
c) fala anormal, sensação de peso no peito e cansaço.
d) debilidade nos braços, cefaleia e hipertensão.
e) cansaço, debilidade nos braços e cefaleia.
COMENTÁRIOS:
Os sinais e sintomas de AVC podem ser sutis: dormência ou fraqueza súbita na
face, braço ou perna, principalmente em apenas um lado do corpo; confusão mental
súbita; dificuldade para falar ou compreender; dificuldade súbita para enxergar com
um ou ambos os olhos; dificuldade súbita para andar; tontura ou perda do equilíbrio
ou da coordenação motora; dor de cabeça súbita e muito intensa, sem causa
conhecida. Os profissionais de saúde devem ser treinados para reconhecer o AVC
usando uma ferramenta de avaliação neurológica pré-hospitalar breve e validada,
como a Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati.
Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati
Teste
Achados
Normal – ambos os lados da face se
Desvio de rima/queda facial: peça
movem simetricamente (de maneira
ao paciente para mostrar os dentes
igual);
ou sorrir
Anormal – um lado da face não se mexe
da mesma forma que o outro.
Normal – ambos os braços se mexem
Queda do braço: o paciente fecha ou ficam imóveis (outros achados, como
os olhos e mantém ambos os braços uma pronação, podem ser úteis);
estendidos, com as palmas das mãos
para cima, por cerca de 10 segundos Anormal – um braço não se mexe ou
cai, em comparação ao outro.
Normal – paciente usa corretamente as
Fala anormal: peça para o paciente palavras sem alteração/fala pastosa;
dizer: “o rato roeu a roupa do Rei de Anormal – paciente mistura as palavras,
Roma”
usa palavras erradas ou não é capaz de
falar.
Como visto, para o diagnóstico pré-hospitalar de acidente vascular cerebral, utilizase a “escala pré-hospitalar de Cincinnati”, que consiste em três achados, sendo:
queda facial, debilidade dos braços e fala anormal (alternativa A).
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849
As demais alternativas estão incorretas.
27. (NUCEPE/SECR. SAÚDE-PI/2012) Sobre acidente vascular cerebral,
assinale a alternativa correta:
a) É o início e a persistência de disfunção neurológica que dura menos de 8h,
resulta da interrupção do suprimento sanguíneo ao cérebro e indica infarto e não
isquemia.
b) O tipo isquêmico no caso de ser em consequência de um êmbolo é devido a placa
arteriosclerótica em uma artéria cerebral, geralmente na bifurcação das artérias de
maior calibre.
c) No tipo hemorrágico, a hemorragia irrita o tecido cerebral local, levando a edema
focal circunvizinho.
d) As manifestações clínicas independem do vaso afetado e dos territórios cerebrais
que ele perfunde.
e) São classificados de isquêmicos (associados a maior morbimortalidade) e
hemorrágicos (mais de 70% dos casos).
COMENTÁRIOS:
De acordo com o Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS/AHA), o
acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como acidente vascular
encefálico (AVE), é um termo genérico e refere-se ao comprometimento neurológico
agudo que se segue à interrupção no suprimento sanguíneo em uma para específica
do cérebro. Os principais tipos de AVC são:
 AVC isquêmico: responsável por 85% de todos os AVCs; é geralmente causado
pela oclusão de uma artéria para uma região do cérebro.
 AVC hemorrágico: responsável por 15% de todos os AVCs; ocorre quando um
vaso sanguíneo no cérebro rompe subitamente, liberando sangue para os tecidos
circunvizinhos.
O diagnóstico diferencial entre AVC isquêmico e hemorrágico é uma etapa
fundamental para o tratamento na fase aguda, devendo ser confirmado
obrigatoriamente e no período mais rápido possível pela tomografia
computadorizada de crânio ou sequências específicas de ressonância magnética.
AVC isquêmico: um AVC isquêmico ocorre quando um vaso sanguíneo é
bloqueado, frequentemente pela formação de uma placa aterosclerótica ou pela
presença de um coágulo que chega através da circulação de uma outra parte do
corpo. A arteriosclerose produz a formação de placas e progressiva estenose do
vaso.
As suas sequelas são então a estenose, ulceração das lesões
arterioscleróticas e trombose. A trombose cerebral refere-se à formação ou
desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias
cerebrais, ou de seus ramos. Os trombos podem ser deslocados, “viajando” para
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outro local, sob a forma de um êmbolo. Os êmbolos cerebrais são pequenas porções
de matéria como trombos, tecido, gordura, ar, bactérias, ou outros corpos estranhos,
que são libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias
cerebrais, produzindo a oclusão e enfarte. O AVC pode ainda ocorrer por um ataque
isquêmico transitório (AIT), que é a temporária interrupção do suprimento sanguíneo
ao cérebro.
AVC hemorrágico: um AVC hemorrágico (acontece em 15% dos AVC’s) ocorre
devido à ruptura de um vaso sanguíneo, ou quando a pressão no vaso faz com que
ele se rompa devido à hipertensão. A hemorragia pode ser intracerebral ou
subaracnóideia. Em ambos os casos, a falta de suprimento sanguíneo causa enfarto
na área suprida pelo vaso e as células morrem.
Figura: Tipos de AVC.
O tratamento de AVC isquêmico deve seguir um protocolo, no qual se inclui o uso de
rtPA (ativador do plasminogênio tissular) intravenoso se houver critérios específicos
e a apresentação clínica tiver duração menor do que 3 horas. Já os pacientes com
diagnóstico de hematoma cerebral necessitam de monitorização contínua da
pressão arterial com manejo específico.
O pronto reconhecimento do AVC isquêmico é importante, pois o tratamento com
fibrinolíticos deve ser realizado nas primeiras 3 horas do início dos sintomas. A
maioria dos AVCs ocorre em casa, e os pacientes frequentemente negam ou tentam
racionalizar os seus sintomas. Os 7 Ds dos cuidados do AVC enfatizam os principais
passos no diagnóstico e tratamento do AVC e os pontos fundamentais em que pode
ocorrer algum atraso.
Os 7 Ds dos cuidados do AVC:
1. Detecção do início dos sinais e sintomas de AVC;
2. Despacho do serviço de emergência (telefonando para 192 ou Resgate);
3. Destino: transporte com a notificação pré-hospitalar avançada para um hospital
capaz de fornecer cuidados para AVC agudo;
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4. Departamento de Emergência, incluindo a chegada e a triagem de urgência no
pronto socorro;
5. Dados, incluindo a tomografia computadorizada (TC) e a interpretação desse
exame;
6. Decisão relacionada ao tratamento, incluindo os fibrinolíticos;
7. Droga: administração (conforme adequado) e monitorização pós-administração.
Os sinais e sintomas de AVC podem ser sutis: dormência ou fraqueza súbita na
face, braço ou perna, principalmente em apenas um lado do corpo; confusão mental
súbita; dificuldade para falar ou compreender; dificuldade súbita para enxergar com
um ou ambos os olhos; dificuldade súbita para andar; tontura ou perda do equilíbrio
ou da coordenação motora; dor de cabeça súbita e muito intensa, sem causa
conhecida. Os profissionais de saúde devem ser treinados para reconhecer o AVC
usando uma ferramenta de avaliação neurológica pré-hospitalar breve e validada,
como a Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati.
Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati
Teste
Achados
Normal – ambos os lados da face se
Desvio de rima/queda facial: peça
movem simetricamente (de maneira
ao paciente para mostrar os dentes
igual);
ou sorrir
Anormal – um lado da face não se mexe
da mesma forma que o outro.
Normal – ambos os braços se mexem
Queda do braço: o paciente fecha ou ficam imóveis (outros achados, como
os olhos e mantém ambos os braços uma pronação, podem ser úteis);
estendidos, com as palmas das mãos
para cima, por cerca de 10 segundos Anormal – um braço não se mexe ou
cai, em comparação ao outro.
Normal – paciente usa corretamente as
Fala anormal: peça para o paciente palavras sem alteração/fala pastosa;
dizer: “o rato roeu a roupa do Rei de Anormal – paciente mistura as palavras,
Roma”
usa palavras erradas ou não é capaz de
falar.
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852
Desvio de rima/queda facial
Queda do braço
Figura: Sintomas do AVC.
Após compreensão geral do tema, vamos detalhar os itens da questão:
Item A. Incorreto. O AVC é o comprometimento neurológico agudo que se segue à
interrupção no suprimento sanguíneo em uma parte específica do cérebro; indica
isquemia e não infarto. A interrupção do suprimento sanguíneo ao cérebro resulta
no AVC isquêmico, ocorrendo uma isquemia, e não infarto (ruptura).
Item B. Incorreto. O tipo isquêmico no caso de ser em consequência de um êmbolo
é devido à placa arteriosclerótica em uma artéria cerebral, geralmente na bifurcação
das artérias de menor calibre.
Item C. Correto. No tipo hemorrágico, a hemorragia irrita o tecido cerebral local,
levando a edema focal circunvizinho.
Item D. Incorreto. As manifestações clínicas do AVC dependem do vaso afetado e
dos territórios cerebrais que ele perfunde.
Item E. Incorreto. Os AVCs são classificados em isquêmicos, responsáveis por 85%
dos casos; e hemorrágicos (15% dos casos), os quais estão associados a maior
morbimortalidade.
O gabarito da questão, portanto, é a letra C.
28. (LUDUS/PREF. PIRIRI-PI/2012) O Acidente vascular encefálico é a
interrupção prolongada do fluxo sanguíneo através de uma das artérias que
suprem o cérebro; as células cerebrais, por hipóxia, são lesadas causando
danos irreversíveis, assim como deficiências neurológicas permanentes se
não forem detectados de forma precoce. Com relação ao acidente vascular
encefálico, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Existem dois tipos de acidentes vasculares encefálicos: um isquêmico e outro
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853
hemorrágico, sendo que o AVE isquêmico tem uma incidência maior e acontece em
80% dos casos.
b) Quando um AVE isquêmico ocorre devido a presença de trombos nas veias que
interrompem a passagem de sangue para as áreas cerebrais, ocorre o infarto
cerebral pela liberação do glutamato que adentra nas células causando lesão
cerebral.
c) Os principais sinais do AVE isquêmico e hemorrágico são confusão mental, afasia
e cefaléia intensa.
d) Não é observada nenhuma evidencia de circulação colateral, pois os vasos
sanguíneos menores, com a ocorrência da obstrução, não manifestam resistência
suficiente para suprir a circulação cerebral.
e) A afasia receptiva e principalmente a expressiva, são achados neurológicos
comuns na presença desta patologia.
COMENTÁRIOS:
Vamos detalhar cada item da questão, que trata sobre o AVC, também conhecido
como AVE.
Item A. Correto. Existem dois tipos de acidentes vasculares encefálicos: um
isquêmico e outro hemorrágico, sendo que o AVC isquêmico tem uma incidência
maior e acontece em 80% a 85% dos casos.
Item B. Correto. Quando um AVC isquêmico ocorre devido à presença de trombos
nas veias que interrompem a passagem de sangue para as áreas cerebrais, ocorre o
infarto cerebral pela liberação do glutamato que adentra nas células causando lesão
cerebral. Penumbra é a região cerebral que foi acometida por isquemia; a cascata
isquêmica ameaça as células na penumbra porque a despolarização da membrana
da parede celular leva a um aumento no cálcio intracelular e a liberação de
glutamato.
Item C. Correto. Os principais sinais do AVC isquêmico e hemorrágico são confusão
mental, afasia e cefaleia intensa. Outros sinais também podem estar presentes
como: dormência ou fraqueza súbita na face, braço ou perna, principalmente em
apenas um lado do corpo; dificuldade súbita para enxergar com um ou ambos os
olhos; dificuldade súbita para andar; tontura ou perda do equilíbrio ou da
coordenação motora.
Item D. Incorreto. Uma vez que há interrupção do fluxo sanguíneo em uma porção
do cérebro ou a redução do mesmo, a sobrevivência desse tecido em risco
dependerá de alguns fatores modificadores como a disponibilidade de circulação
colateral, o tempo da isquemia e a rapidez da redução do fluxo. As oclusões
embólicas podem ser sintomáticas, pois os vasos terminais distais não possuem
irrigação colateral. O erro da alternativa está em afirmar que os vasos sanguíneos
menores, com a ocorrência da obstrução, não manifestam resistência suficiente para
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854
suprir a circulação cerebral. O problema não é a resistência do vaso, mas sim o fato
de este estar obstruído.
Item E. Correto. A afasia é um distúrbio na percepção e expressão da linguagem; é
uma alteração fundamental da comunicação e da formulação do pensamento. Uma
pessoa afásica apresenta dificuldades na compreensão e na emissão da fala e da
linguagem, adquirida em consequência de uma lesão nas áreas cerebrais
responsáveis pela fala ou pela compreensão das palavras faladas. Essa lesão, por
sua vez, poderá ter diferentes causas, tais como: acidente vascular cerebral, trauma
crânio-encefálico ou aneurisma. A afasia receptiva e principalmente a expressiva,
são achados neurológicos comuns na presença desta patologia (AVC).
A partir do exposto, evidenciamos que o gabarito é a letra D.
29. (LUDUS/PREF. PIRIRI-PI/2012) Defeito no campo visual que causa
incapacidade de enxergar a metade esquerda ou direita de uma imagem e
ocorre na presença de acidentes vasculares encefálicos em pacientes
neurocomprometidos.
a) Amaurose
b) Prebiscusia
c) Anisocoria
d) Papiledema
e) Hemianopsia
COMENTÁRIOS:
Amaurose é a perda total da visão, sem lesão no olho em si, mas com afecção do
nervo óptico ou dos centros nervosos. Amaurose também ocorre no deslocamento
da retina, na região da mácula, decorrente de neovasos originados secundariamente
a doença diabética. Na retinopatia diabética, há três condições que causam
amaurose: deslocamento retiniano, hemorragia vítrea e glaucoma agudo.
Presbiacusia é a perda de audição relacionada à idade; é o efeito cumulativo do
envelhecimento no sentido da audição, com uma perda simétrica progressiva e
bilateral.
Anisocoria é uma condição caracterizada pelo tamanho (diâmetro) desigual das
pupilas. Esta desigualdade pode ser causada por traumas sofridos em um dos
hemisférios do cérebro.
Papiledema é o inchaço do disco óptico que é causado por uma pressão
intracraniana aumentada. O inchaço é geralmente bilateral e pode ocorrer em um
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855
período de horas a semanas. Papiledema pode ter diversas causas, mas sabe-se
que aproximadamente 50% são causadas por um tumor cerebral.
Hemianopsia é a perda parcial ou completa da visão em uma das metades do
campo visual de um ou ambos os olhos. Os subtipos incluem: hemianopsia
altitudinal, caracterizada por um defeito visual acima ou abaixo do meridiano
horizontal do campo visual; a hemianopsia homônima se refere a um defeito visual
que afeta igualmente a ambos os olhos, e ocorre tanto à esquerda ou direita da linha
média do campo visual; a hemianopsia binasal consiste em perda de visão nos
hemicampos nasais de ambos os olhos; a hemianopsia bitemporal é a perda
bilateral de visão dos campos temporais; a quadrantanopsia refere-se à perda de
visão em um quarto do campo visual em um ou ambos os olhos.
Respondendo a questão, podemos afirmar que o defeito no campo visual que causa
incapacidade de enxergar a metade esquerda ou direita de uma imagem e ocorre na
presença de acidentes vasculares encefálicos em pacientes neurocomprometidos é
denominado hemianopsia.
Por isso, o gabarito é a letra E.
30. (HU-UFSC/2013) O acidente vascular cerebral (AVC) é considerado uma das
maiores causas de morte e de incapacidade adquirida em todo o mundo. Em
2011 foi lançada pelo Ministério da Saúde a Portaria n° 665, que institui a linha
de cuidado do AVC. Sobre esse tema, assinale a alternativa CORRETA.
a) Os AVCs podem ser de dois tipos: isquêmico e posterior.
b) Os AVCs isquêmicos são os que menos ocorrem, porém são os mais graves.
c) A complicação mais temida com o uso do fibrinolítico é o aumento da glicemia.
d) Segundo o protocolo, o diagnóstico de AVC deve ser suspeitado sempre que o
paciente apresentar início súbito de déficit focal, com ou sem alteração do nível de
consciência.
e) Se um paciente com AVC tiver risco para aspiração, durante a alimentação devese manter a cabeceira a zero grau, observar sinais de cefaleia e avaliar padrões
gasométricos.
COMENTÁRIOS:
A Portaria nº 665 de 12/04/2012 dispõe sobre os critérios de habilitação dos
estabelecimentos hospitalares como Centro de Atendimento de Urgência aos
Pacientes com Acidente Vascular Cerebral (AVC), no âmbito do Sistema Único de
Saúde (SUS), institui o respectivo incentivo financeiro e aprova a Linha de Cuidados
em
AVC.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/PRT0665_12_04_2012.html
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A Portaria nº 664 de 12/04/2012 aprova o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas
- Trombólise no Acidente Vascular Cerebral Isquêmico Agudo.
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2012/PRT0664_12_04_2012.html
De acordo com esta portaria, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) é a segunda maior
causa de morte e a principal causa de incapacidade no mundo. Em 2009, o AVC
representou 1,5% das 11.509.485 internações hospitalares registradas no Sistema
Único de Saúde (SUS).
Os AVCs são classificados como hemorrágico ou isquêmico, sendo este último o
mais frequente, representando em torno de 85% dos casos. Aterosclerose de
pequenas e grandes artérias cerebrais é responsável pela maioria dos AVCs, seja
hemorrágico ou isquêmico.
Clinicamente, tanto o AVC hemorrágico quanto o isquêmico são caracterizados pelo
aparecimento súbito de deficits neurológicos característicos, de acordo com a região
cerebral envolvida que, por sua vez, dependerá da circulação afetada. A circulação
mais comumente afetada (80% dos casos) é a anterior ou carotídea. Nestes casos
os pacientes costumam apresentar hemiplegia contralateral (com comprometimento
predominante de membros superiores), perda sensitiva contralateral e hemianopsia
homônima* com desvio conjugado do olhar para o lado da lesão. Se o
comprometimento for do hemisfério dominante, poderá ocorrer afasia global.
Comprometimento do hemisfério não dominante pode causar confusão mental,
apraxia e déficits na orientação espacial. Dependendo do grau de edema cerebral,
pode haver rebaixamento do nível de consciência e coma.
Para que seja feito o diagnóstico, o início preciso das manifestações neurológicas e
o curso desde então (quadro estável versus instável) devem ser minuciosamente
analisados. O dado mais relevante que remete à hipótese diagnóstica de AVC é o
déficit neurológico focal de instalação súbita. Cefaleia e crises epilépticas são
sintomas mais comuns em AVCs hemorrágicos do que em AVCs isquêmicos
agudos. A presença de fatores de risco para doenças vasculares deve sempre ser
investigada (sendo a hipertensão arterial sistêmica o fator de risco mais importante
para as lesões isquêmicas e hemorrágicas).
Tratamento: o paciente com suspeita de AVC agudo deve ser encaminhado a um
hospital que possua recursos apropriados para atendimento adequado, habilitado
como Centro de Atendimento de Urgência ao AVC.
O AVCI agudo é uma urgência vascular. Uma vez instalada a obstrução arterial, a
necrose progride de uma área central para outras mais periféricas, isquêmicas e
ainda viáveis. O uso de trombolítico, em tempo hábil, visa restabelecer o fluxo
arterial e salvar os neurônios da área isquêmica minimizando-se assim as sequelas
neurológicas decorrentes de sua obstrução. Porém, a complicação mais temida do
uso do fibrinolítico é o sangramento do sistema nervoso central (SNC).
* Hemianopsia: perda parcial ou completa da visão em uma das metades do campo
visual de um ou ambos os olhos.
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* Hemianopsia homônima: defeito visual que afeta igualmente a ambos olhos, e
ocorre tanto à esquerda ou direita da linha média do campo visual.
Passemos agora para a análise das assertivas da questão:
a) Incorreta. Os AVCs podem ser de dois tipos: isquêmico ou hemorrágico.
b) Incorreta. Os AVCs isquêmicos são os mais frequentes, representando em torno
de 85% dos casos.
c) Incorreta. A complicação mais temida com o uso do fibrinolítico é o sangramento
do sistema nervoso central (SNC).
d) Correta. Conforme vimos, segundo o protocolo, o diagnóstico de AVC deve ser
suspeitado sempre que o paciente apresentar início súbito de déficit focal, com ou
sem alteração do nível de consciência.
e) Incorreta. Todo paciente com AVC tem risco para aspiração, devido à alimentação
por sonda, redução do nível de consciência e depressão do refluxo da
tosse/regurgitação. Por isso, durante a alimentação, para prevenir refluxo, deve-se
manter a cabeceira elevada em cerca de 30°.
Dessa forma, o gabarito é a letra D.
31. (FUNDERP/PREF. ARAPIRACA-AL/2013) Sobre o Acidente Vascular
Cerebral (AVC), analise as assertivas a seguir.
1) O AVC é caracterizado pela perda súbita da função cerebral decorrente da
interrupção do fluxo sanguíneo para determinada área do encéfalo.
2) Os transtornos cerebrovasculares têm diferentes etiologias: trombose, embolia,
isquemia e hemorragia.
3) Os quadros trombóticos ou embólicos apresentam-se de forma súbita, com rápida
evolução clínica e de prognóstico favorável.
4) Os sinais e sintomas que caracterizam os quadros hemorrágicos incluem:
diplopia, náuseas, cefaleia moderada, perda localizada de movimentos.
5) As disfagias e as disartrias são disfunções motoras de grande repercussão
emocional para os pacientes acometidos de AVC.
Estão corretas, apenas:
a) 1, 2 e 4.
b) 2 e 3.
c) 1, 4 e 5.
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858
d) 1, 3 e, 4.
e) 1, 2 e 5.
Gabarito: E.
COMENTÁRIOS:
De acordo com o Suporte Avançado de Vida em Cardiologia (ACLS/AHA), o
acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido como acidente vascular
encefálico (AVE), é um termo genérico e refere-se ao comprometimento neurológico
agudo que se segue à interrupção no suprimento sanguíneo em uma para específica
do cérebro. Os principais tipos de AVC são:
 AVC isquêmico: responsável por 85% de todos os AVCs; é geralmente causado
pela oclusão de uma artéria para uma região do cérebro.
 AVC hemorrágico: responsável por 15% de todos os AVCs; ocorre quando um
vaso sanguíneo no cérebro rompe subitamente, liberando sangue para os tecidos
circunvizinhos.
O diagnóstico diferencial entre AVC isquêmico e hemorrágico é uma etapa
fundamental para o tratamento na fase aguda, devendo ser confirmado
obrigatoriamente e no período mais rápido possível pela tomografia
computadorizada de crânio ou sequências específicas de ressonância
magnética.AVC isquêmico: um AVC isquêmico ocorre quando um vaso sanguíneo
é bloqueado, frequentemente pela formação de uma placa aterosclerótica ou pela
presença de um coágulo que chega através da circulação de uma outra parte do
corpo. A arteriosclerose produz a formação de placas e progressiva estenose do
vaso.
As suas sequelas são então a estenose, ulceração das lesões
arterioscleróticas e trombose. A trombose cerebral refere-se à formação ou
desenvolvimento de um coágulo de sangue ou trombo no interior das artérias
cerebrais, ou de seus ramos. Os trombos podem ser deslocados, “viajando” para
outro local, sob a forma de um êmbolo. Os êmbolos cerebrais são pequenas porções
de matéria como trombos, tecido, gordura, ar, bactérias, ou outros corpos estranhos,
que são libertados na corrente sanguínea e que se deslocam até as artérias
cerebrais, produzindo a oclusão e enfarte. O AVC pode ainda ocorrer por um ataque
isquêmico transitório (AIT), que é a temporária interrupção do suprimento sanguíneo
ao cérebro.
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AVC hemorrágico: um AVC hemorrágico (acontece em 15% dos AVC’s) ocorre
devido à ruptura de um vaso sanguíneo, ou quando a pressão no vaso faz com que
ele se rompa devido à hipertensão. A hemorragia pode ser intracerebral ou
subaracnóideia. Em ambos os casos, a falta de suprimento sanguíneo causa enfarto
na área suprida pelo vaso e as células morrem.
Figura: Tipos de AVC
Sinais e sintomas AVC
AVC isquêmico
AVC hemorrágico
- dormência ou fraqueza da face, do - vômitos
braço ou da perna
- cefaleia súbita extraordinariamente
- confusão ou alteração do estado forte
mental
- diminuição nível de consciência
- dificuldade de falar ou compreender a
- rigidez de nuca
fala
- distúrbios visuais
- perda visual
- dificuldade de caminhar
- diplopia
- cefaleia
- ptose palpebral
- zumbidos, tonteiras, hemiparesia
Fonte: Brunner & Suddarth 11ª ed.
O tratamento de AVC isquêmico deve seguir um protocolo, no qual se inclui o uso de
rtPA (ativador do plasminogênio tissular) intravenoso se houver critérios específicos
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860
e a apresentação clínica tiver duração menor do que 3 horas. Já os pacientes com
diagnóstico de hematoma cerebral necessitam de monitorização contínua da
pressão arterial com manejo específico.
O pronto reconhecimento do AVC isquêmico é importante, pois o tratamento com
fibrinolíticos deve ser realizado nas primeiras 3 horas do início dos sintomas. A
maioria dos AVCs ocorre em casa, e os pacientes frequentemente negam ou tentam
racionalizar os seus sintomas. Os 7 Ds dos cuidados do AVC enfatizam os principais
passos no diagnóstico e tratamento do AVC e os pontos fundamentais em que pode
ocorrer algum atraso.
Os 7 Ds dos cuidados do AVC:
8. Detecção do início dos sinais e sintomas de AVC;
9. Despacho do serviço de emergência (telefonando para 192 ou Resgate);
10. Destino: transporte com a notificação pré-hospitalar avançada para um hospital
capaz de fornecer cuidados para AVC agudo;
11. Departamento de Emergência, incluindo a chegada e a triagem de urgência no
pronto socorro;
12. Dados, incluindo a tomografia computadorizada (TC) e a interpretação desse
exame;
13. Decisão relacionada ao tratamento, incluindo os fibrinolíticos;
14. Droga: administração (conforme adequado) e monitorização pós-administração.
Os sinais e sintomas de AVC podem ser sutis: dormência ou fraqueza súbita na
face, braço ou perna, principalmente em apenas um lado do corpo; confusão mental
súbita; dificuldade para falar ou compreender; dificuldade súbita para enxergar com
um ou ambos os olhos; dificuldade súbita para andar; tontura ou perda do equilíbrio
ou da coordenação motora; dor de cabeça súbita e muito intensa, sem causa
conhecida. Os profissionais de saúde devem ser treinados para reconhecer o AVC
usando uma ferramenta de avaliação neurológica pré-hospitalar breve e validada,
como a Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati.
Escala de AVC Pré-Hospitalar de Cincinnati
Teste
Achados
Normal – ambos os lados da face se
Desvio de rima/queda facial: peça
movem simetricamente (de maneira
ao paciente para mostrar os dentes
igual);
ou sorrir
Anormal – um lado da face não se mexe
da mesma forma que o outro.
Queda do braço: o paciente fecha Normal – ambos os braços se mexem
os olhos e mantém ambos os braços ou ficam imóveis (outros achados, como
estendidos, com as palmas das mãos uma pronação, podem ser úteis);
para cima, por cerca de 10 segundos
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Anormal – um braço não se mexe ou
cai, em comparação ao outro.
Normal – paciente usa corretamente as
Fala anormal: peça para o paciente palavras sem alteração/fala pastosa;
dizer: “o rato roeu a roupa do Rei de Anormal – paciente mistura as palavras,
Roma”
usa palavras erradas ou não é capaz de
falar.
Desvio de rima/queda facial
Queda do braço
Figura: Sintomas do AVC.
Após compreensão geral do tema, vamos detalhar os itens da questão:
1) Correta. O AVC é caracterizado pela perda súbita da função cerebral decorrente
da interrupção do fluxo sanguíneo para determinada área do encéfalo.
2) Correta. Os transtornos cerebrovasculares têm diferentes etiologias: trombose,
embolia, isquemia e hemorragia.
3) Incorreta. Os quadros hemorrágicos apresentam-se de forma súbita, com rápida
evolução clínica e de prognóstico desfavorável.
4) Incorreta. Os sinais e sintomas que caracterizam os quadros hemorrágicos
incluem: diplopia, náuseas/vômitos, cefaleia súbita extraordinariamente forte,
hemiparesia.
5) Correta. As disfagias (dificuldade de deglutição) e as disartrias (incapacidade de
articular as palavras de maneira correta) são disfunções motoras de grande
repercussão emocional para os pacientes acometidos de AVC.
Diante do exposto, o gabarito só pode ser a letra E.
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Síndrome Coronariana Aguda
32. (EBSERH/HU-UFPI/2013) O Ministério da Saúde tem como objetivo primário
reduzir a morbi-mortalidade dos pacientes com síndromes coronarianas
agudas em todo o território nacional. O manejo correto no atendimento de
emergência desses casos inclui o uso de oxigênio, aspirina, morfina e
a) atropina.
b) nitroglicerina.
c) lidocaína.
d) epinefrina.
e) morfina.
COMENTÁRIOS:
A doença arterial coronariana (DAC) representa a principal causa de óbito no mundo
inteiro. Nenhuma outra doença tem maior impacto clínico ou determina maiores
gastos financeiros. O mecanismo da DAC geralmente se relaciona à obstrução da
luz da artéria coronária por uma placa aterosclerótica, fazendo com que o fluxo
sanguíneo se torne insuficiente para uma determinada região do miocárdio, devido
ao desequilíbrio entre a oferta e o consumo de oxigênio.
A DAC pode se apresentar em sua forma crônica, como na angina estável, ou como
uma síndrome coronariana aguda (SCA), que engloba a angina instável (AI) e o
infarto agudo do miocárdio (IAM). O termo SCA é empregado aos pacientes com
evidências clínicas ou laboratoriais de isquemia aguda, produzida por desequilíbrio
entre suprimento e demanda de oxigênio para o miocárdio, sendo, na maioria das
vezes, causada por instabilização de uma placa aterosclerótica.
A maioria dos casos de infarto agudo do miocárdio (IAM) é causada pela oclusão de
um ramo coronariano principal. A obstrução e consequente redução do fluxo
coronariano se deve comumente à rupture física de uma placa aterosclerótica com
subsequente formação de trombo oclusivo. Vasoconstrição coronária e micro
embolização podem também estar envolvidos neste processo. A representação
clínica da DAC pode ser identificada em sua forma crônica, como a angina estável; e
aguda, nas síndormes coronarianas agudas (SCA), cum supra ST e sem supra ST.
TRATAMENTO: medidas gerais
 Obter acesso venoso calibroso;
 Repouso no leito nas primeiras 12 a 24h;
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 Monitorização eletrocardiográfica contínua;
 Oxigênio suplementar: a administração precoce de oxigênio é indicada a todos
os pacientes com SCA complicados por disfunção ventricular, hipoxemia
documentada pela saturação de oxigênio menor do que 94%, choque ou quando
observado desconforto respiratório. A monitorização contínua pela oximetria de
pulso é essencial para guiar a forma de administração da oxigenioterapia, devendo
receber suplementação de O2 por meio de cateter nasal ou máscara não reinalante,
com o objetivo de manutenção da saturação de O2 acima de 94%.
 Nitrato/Nitroglicerina: os nitratos são indicados para os pacientes com SCA em
decorrência da capacidade de levar a vasodilatação coronariana com consequente
aumento do fluxo sanguíneo coronariano, além de aumentar a capacitância venosa
levando à diminuição da pré-carga ventricular. O uso de nitratos está contraindicado
na presença de hipotensão arterial (PAS <90mmHg ou queda >30mmHg da PA
basal), bradicardia (FC <50bpm), taquicardia na ausência de insuficiência cardíaca
(FC >100bpm), uso de inibidor da fosfodiasterase (por exemplo, sildenafil) nas
últimas 24h (48h se tadalafila) e em pacientes com infarto do ventrículo direito.
 Morfina:
se não houver alívio da dor com nitratos, usar morfina 2 a 4 mg a cada 5 a 15
minutos, se necessário, para redução da ansiedade e atividade autonômica,
diminuindo a demanda metabólica do miocárdio. A morfina continua sendo a droga
de escolha, exceto em pacientes com história de hipersensibilidade bemdocumentada.
 Ácido acetilsalicílico: o uso do ácido acetilsalicílico (AAS/Aspirina) em pacientes
com SCA é associado à diminuição da mortalidade em vários ensaios clínicos.
Sendo assim, o AAS deve ser administrado a todos os pacientes com SCA, tão
rápido quanto possível, após o diagnóstico ser considerado provável, na dose de
160-325mg/dia, devendo a primeira dose ser mastigada para facilitar sua absorção,
evitando formulação de liberação entérica. A terapia deve ser mantida sem
interrupção, na dose diária de 100mg por dia. Existem poucas contraindicações à
utilização do AAS no cenário da SCA, destacando-se as seguintes condições:
hipersensibilidade conhecida, úlcera péptica ativa, discrasia sanguínea ou
hepatopatia grave.
Conforme vimos, o manejo correto no atendimento de emergência dos casos de
síndromes coronarianas agudas (SCA) inclui o uso de oxigênio, aspirina (AAS),
morfina e nitroglicerina.
Dessa forma, o gabarito é a letra B.
33. (EBSERH/HU-UFS/2013) A angina pectoris ou ainda angina do peito é a
síndrome clínica caracterizada por crises de dor, queimação ou sensação de
pressão na região do tórax. É causada pela obstrução transitória das
coronárias. Sobre a angina, pode-se afirmar que
a) A causa da dor é o fornecimento inadequado de sangue ao pulmão, resultando no
suprimento insuficiente de oxigênio e de nutrientes.
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864
b) A dor da angina aumenta em repouso, e se não houver a cessação dos sintomas,
é indicada a hospitalização.
c) As pessoas jovens podem desenvolver sintomas anginosos mais rapidamente do
que os idosos.
d) Existem três formas de tratamento para a angina: o tratamento clínico, a
angioplastia coronariana e a cirurgia de revascularização miocárdica.
e) O objetivo do tratamento é diminuir a oferta de oxigênio ao miocárdio, utilizandose da nitroglicerina, e controlando os fatores de risco (fumo, obesidade, hipertensão
arterial, hipercolesterolemia e hiperglicemia).
COMENTÁRIOS:
Angina pectoris ou ainda angina do peito é a síndrome clínica caracterizada por
crises de dor, queimação ou sensação de pressão na região do tórax. É causada
pela obstrução transitória das coronárias. A causa da dor é o fornecimento
inadequado de sangue ao coração, resultando no suprimento insuficiente de
oxigênio e de nutrientes para o miocárdio.
Alguns fatores podem provocar a dor anginosa, como, por exemplo, o esforço físico,
a ingestão de refeição copiosa, a exposição ao frio e a situações estressantes.
A dor da angina deve cessar com repouso ou com o uso da nitroglicerina, num
período de vinte minutos, caso contrário, a indicação é de infarto agudo do
miocárdio. Uma característica importante da dor anginosa é que ela regride quando
o fator que a causou é afastado.
As pessoas idosas podem desenvolver sintomas anginosos mais rapidamente do
que as mais jovens. A dor se manifesta como fraqueza ou desmaio quando expostas
ao frio, já que elas têm menos gordura subcutânea para proporcionar o isolamento
térmico. Os idosos devem ser orientados a usar roupas extras e alertados para
reconhecer o sinal de fraqueza como indicativo de que devem repousar ou tomar os
medicamentos prescritos.
O diagnóstico da angina é frequentemente estabelecido pela avaliação das
manifestações clínicas da dor e pela história da pessoa. De acordo com a gravidade
dos sintomas de angina, da idade do portador e das patologias associadas, exames
diagnósticos poderão ser solicitados, como o eletrocardiograma, Hollter, cintilografia
miocárdica e/ou cateterismo cardíaco.
Existem três formas de tratamento para a angina: o tratamento clínico, a angioplastia
coronariana e a cirurgia de revascularização miocárdica. O objetivo do tratamento é
aumentar a oferta de oxigênio ao miocárdio, utilizando-se da nitroglicerina, e
controlando os fatores de risco (fumo, obesidade, hipertensão arterial,
hipercolesterolemia e hiperglicemia).
Após exposição inicial do tema, vejamos os itens da questão:
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a) Incorreta. A causa da dor é o fornecimento inadequado de sangue ao coração,
resultando no suprimento insuficiente de oxigênio e de nutrientes para o miocárdio.
b) Incorreta. A dor da angina deve cessar com repouso ou com o uso da
nitroglicerina, num período de vinte minutos, caso contrário, a indicação é de infarto
agudo do miocárdio.
c) Incorreta. As pessoas idosas podem desenvolver sintomas anginosos mais
rapidamente do que as mais jovens.
d) Correta. Existem três formas de tratamento para a angina: o tratamento clínico, a
angioplastia coronariana e a cirurgia de revascularização miocárdica.
e) Incorreta. O objetivo do tratamento é aumentar a oferta de oxigênio ao miocárdio,
utilizando-se da nitroglicerina, e controlando os fatores de risco (fumo, obesidade,
hipertensão arterial, hipercolesterolemia e hiperglicemia).
Desse modo, o gabarito é a letra D.
34. (Prefeitura de Votorantim-SP/INTEGRI/2010) A enfermeira reúne
informações a respeito dos sintomas e atividades do paciente que apresenta
angina de peito, sobretudo aquelas que precedem e precipitam as crises. Uma
das perguntas que deve ser feita ao paciente é: "- A nitroglicerina alivia a
angina?" Com relação a essa medicação assinale a alternativa correta:
a) É usado nas crises de dor na vagina;
b) É um broncodilatador;
c) É um vasodilatador coronariano;
d) É um vasoconstrictor das artérias coronárias.
COMENTÁRIOS:
A angina é caracterizada por dor ou desconforto no peito devido ao transporte
insuficiente de oxigênio no sangue, atingindo as células musculares do coração.
Angina instável é considerada quando pacientes apresentam sintomas isquêmicos
sugestivos de uma síndrome coronariana aguda (SCA), sem elevação dos
biomarcadores de necrose miocárdica, na presença ou não de alterações
eletrocardiográficas indicativas de isquemia. A dor torácica não é necessária para o
diagnóstico de infarto agudo do miocárdio (IAM), mas, quando presente, de forma
característica (dor opressiva ou tipo peso, intensa, com irradiação para membro
superior esquerdo, pescoço, dorso ou região do abdome superior, podendo vir
associado ou não com sudorese, tonturas e vômitos), influencia no processo de
decisão e pode exclusivamente definir a SCA.
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866
Os nitratos (nitroglicerina) são indicados para os pacientes com SCA em decorrência
da capacidade de levar a vasodilatação coronariana com consequente aumento do
fluxo sanguíneo coronariano, além de aumentar a capacidade venosa levando à
diminuição da pré-carga ventricular. No atendimento do paciente com suspeita de
SCA e na vigência de dor de provável etiologia isquêmica, após verificação da
pressão arterial, deve-se administrar um comprimido de nitrato sublingual ou
aerossol e observar atentamente melhora dos sintomas ou alterações
hemodinâmicas. Se a dose inicial for bem tolerada, pode-se repetir a medicação, em
intervalos de 3 a 5 minutos, por três vezes. Mesmo as pequenas doses podem levar
à hipotensão e bradicardia súbitas, uma reação que pode ser fatal, mas facilmente
revertida com atropina, se reconhecida rapidamente.
O uso de nitratos está contraindicado na presença de hipotensão arterial (Pressão
Arterial Sistólica < 90mmHg ou queda > 30mmHg da PA basal), bradicardia (FC <
50bpm), taquicardia na ausência de insuficiência cardíaca (FC > 100bpm), uso de
inibidor da fosfodiasterase como o sildenafil (Viagra) nas últimas 24h ou 48h se usou
tadalafila (Cialis), e em pacientes com infarto do ventrículo direito.
Faremos agora para a análise dos itens:
Item A. Incorreto. A nitroglicerina é usada nas crises de dor na ANGINA.
Item B. Incorreto. A nitroglicerina é um vasodilatador coronariano que aumenta o
fluxo sanguíneo e a capacidade venosa.
Item C. Correto. A nitroglicerina é um vasodilatador coronariano;
Item D. Incorreto. A nitroglicerina é um vasodilatador coronariano que aumenta o
fluxo sanguíneo e a capacidade venosa.
O gabarito, portanto, é a letra C.
35. (VUNESP/PREF. SJRIO PRETO/2011) Um paciente com provável
diagnóstico de infarto agudo do miocárdio é atendido no pronto-socorro do
hospital. Nessa situação, o paciente poderá ser medicado com
a) vassopressor antes da realização da radiografia do tórax.
b) sulfato de morfina para alívio da dor e da ansiedade.
c) enoxaparina no controle da hemorragia.
d) betabloqueadores para o aumento da frequência cardíaca.
e) dinitrato de isossorbida na presença de hipotensão arterial sistêmica secundária.
COMENTÁRIOS:
A principal etiologia das síndromes coronarianas agudas (SCA) é a instalação de
placas de ateroma nas coronárias, causando obstrução total ou parcial das artérias
ou seus ramos, com consequente interrupção do fluxo sanguíneo e chegada de
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oxigênio e nutrientes para as células do músculo cardíaco. Alterações na circulação
coronariana com redução do débito promovem um desequilíbrio entre a oferta e a
demanda de oxigênio das células cardíacas. Assim, a redução do fluxo sanguíneo e
isquemia, quando prolongada, acarretam hipóxia e culminam com a morte (necrose)
do músculo cardíaco. Nesse processo de injúria, o paciente apresenta sinais e
sintomas clássicos, tais como: precordialgia, epigastralgia, sudorese fria e pegajosa,
palidez cutâneo-mucosa, taquicardia, dispneia, inquietação, mal-estar geral,
confusão mental, náuseas, vômitos, fadiga e síncope. A injúria sintomática
decorrente da hipóxia recebe a denominação fisiopatológica de angina. Ao
estabelecer necrose na estrutura cardíaca é diagnosticado o infarto agudo do
miocárdio (IAM). A dor de um infarto do miocárdio é semelhante à da angina, mas,
em geral, ela é mais intensa, prolongada e dificilmente aliviada pelo repouso ou
administração de medicamentos. O diagnóstico diferencial entre a angina e o infarto
é feito pelo eletrocardiograma e exames complementares. Alguns indivíduos
apresentam parada cardiorrespiratória súbita e não respondem à reanimação
cardiopulmonar, caracterizando um quadro de morte súbita (geralmente ocasionada
por arritmias ventriculares como a fibrilação ventricular e a taquicardia ventricular
sem pulso FV/TV).
De acordo com a American Heart Association, no Suporte Avançado de Vida em
Cardiologia (SAVC), os seguintes medicamentos podem ser administrados, se
indicados: oxigênio, ácido acetilsalicílico, nitroglicerina, morfina.
 O oxigênio deve ser oferecido a todos os pacientes sob avaliação para SCA.
 Caso o paciente não tenha tomado ácido acetilsalicílico e não tenha história de
alergia ao medicamento ou qualquer evidência de sangramento gastrintestinal
recente, deve ser administrado na dose de 160 a 325 mg para o paciente mastigar.
Nas primeiras horas de uma SCA, o ácido acetilsalicílico é mais bem absorvido
quando mastigado do que quando deglutido, principalmente se a morfina também for
administrada.
 Se não houver contraindicação, devem ser administrados 3 comprimidos
sublinguais de nitroglicerina a intervalos de 3 a 5 minutos, se os sintomas
persistirem. Este medicamento só deve ser administrado se o paciente continuar
hemodinamicamente estável: pressão arterial sistólica superior a 90 mmHg e não
mais do que 30 mmHg abaixo do valor basal (se for conhecido) e frequência
cardíaca de 50 a 100 bpm.
 A morfina deve ser administrada em casos de dor torácica que não responda à
nitroglicerina sublingual, e é um tratamento importante para as SCAs pois produz
analgesia do sistema nervoso central, que reduz os efeitos adversos da ativação
neuro-humoral, liberação de catecolaminas e aumento da demanda de oxigênio
miocárdico; produz venodilatação, que reduz a pré-carga do ventrículo esquerdo e a
necessidade de oxigênio; reduz a resistência vascular sistêmica, diminuindo assim a
pós-carga do ventrículo esquerdo; ajuda a redistribuir o volume de sangue em
pacientes com edema agudo de pulmão. Como a morfina é um venodilatador, caso
ocorra hipotensão, deve-se administra fluidos como terapia de primeira escolha.
Está correta a alternativa B ao afirmar que um paciente com provável diagnóstico de
infarto agudo do miocárdio atendido no pronto-socorro do hospital poderá ser
medicado com sulfato de morfina para alívio da dor e da ansiedade. Passemos aos
itens errados:
Item A. Vasopressores são fármacos cuja ação característica é o aumento da
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868
pressão arterial através da vasoconstrição arterial e venosa. O seu uso é indicado
nos quadros clínicos de hipotensão e choque, e não são indicados para tratar infarto
agudo do miocárdio.
Item C. Enoxaparina é um medicamento anticoagulante muito utilizado no caso de
infarto do miocárdio, pois evita que o sangue coagule nos vasos sanguíneos e
previne trombose (venosa, pulmonar e cerebral); infarto do miocárdio e arritmia
cardíaca. A alternativa está errada ao afirmar que a enoxaparina deve ser utilizada
no controle da hemorragia, pois como é um anticoagulante pode, inclusive, causar
hemorragia.
Item D. Os bloqueadores beta-adrenérgicos ou betabloqueadores são uma classe
de fármacos que têm em comum a capacidade de bloquear os receptores β (beta)
da noradrenalina.
Possuem
diversas
indicações,
particularmente
como antiarrítmicos, anti-hipertensivos e na proteção cardíaca após infarto agudo do
miocárdio. A alternativa erra ao afirmar que os betabloqueadores são utilizados para
o aumento da frequência cardíaca, pois eles são utilizados para reduzir a frequência
cardíaca.
Item E. O dinitrato de isossorbida é um fármaco utilizado no tratamento da SCA,
angina, edema agudo de pulmão e insuficiência cardíaca congestiva. Trata-se de um
vasodilatador direto. A administração do medicamento via sublingual provoca efeitos
em aproximadamente 2 a 5 minutos e podem durar de 1 a 2 horas. É expressamente
contraindicado o seu uso caso o paciente apresente hipotensão arterial
sistêmica.
O gabarito, portanto, é a letra B.
36. (CETAP/PREF. BELÉM-PA/2011) Nas emergências cardíacas, o IAM é um dos
distúrbios mais comuns, e seu diagnóstico é realizado através análise
eletrocardiográfica e das enzimas cardíacas. Marque a alternativa que corresponde
a enzima a ser analisada:
a) TGO.
b) TGP.
c) Alfa KB.
d) CK-MB.
e) LTG.
COMENTÁRIOS:
O diagnóstico clínico de infarto agudo do miocárdio (IAM) é feito através das
seguintes manifestações: ansiedade e agitação devido à redução do débito cardíaco
decorrente do processo abrupto de interrupção de fluxo sanguíneo ao miocárdio;
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869
sudorese; sinais de choque com hipotensão arterial, diminuição de amplitude de
pulso devido à necrose maciça com grande déficit de contratilidade; sinais de
falência ventricular esquerda; arritmias e vômitos.
O diagnóstico de IAM, baseado somente em critérios clínicos e eletrocardiográficos
(ECG), pode ser difícil no momento em que o paciente é admitido à sala de
emergência. Se o nível do segmento ST estiver alterado, haverá um problema
cardíaco. No entanto, o ECG pode não avaliar ou não detectar o problema com
certeza, assim sendo, ainda haverá o diagnóstico laboratorial.
A avaliação laboratorial baseia-se na determinação de macromoléculas
intracelulares na circulação, que extravasam das células miocárdicas fatalmente
lesadas através de uma membrana celular comprometida. As enzimas são proteínas
especializadas em catalisar reações biológicas, ou seja, aumentam a velocidade de
uma reação química sem interferir no processo. São biomoléculas com
extraordinária especificidade e poder catalítico e que melhoram a atividade
fisiológica celular. No caso de morte dessas células, as enzimas podem ser
marcadores da anormalidade fisiológica, pois saem da célula indo para o plasma e
fazem com que seja possível o diagnóstico de varias doenças através de análise
laboratorial.
A CK-MB é a fração (isoenzima) mais específica da CK para diagnóstico do IAM.
O nível de CK-MB começa a aumentar dentro de 3-6 horas após o início do IAM,
atinge valor máximo dentro de 12 a 24 horas e normaliza-se em 24 a 48 horas.
Itens A e B. Incorretos. As transaminases ou aminotransferases são enzimas
presentes dentro das células do nosso organismo, sendo responsáveis pela
metabolização de algumas proteínas. As duas principais aminotransferases são a
TGO (transaminase glutâmica oxalacética) e TGP (transaminase glutâmica
pirúvica). A TGO está presente no fígado e também nas células dos músculos e do
coração.
Há algumas décadas, quando ainda não existiam os atuais marcadores de infarto
agudo do miocárdio, usávamos a TGO como um marcador de lesão do coração nos
doentes com suspeita de isquemia cardíaca. Atualmente, a CK-MB é a enzima mais
específica para o diagnóstico do IAM.
Item C. Incorreto. A Alfa KB não é uma enzima cardíaca. Apenas a Alfa-HBDH (alfahidroxibutirato-desidrogenase) pode ser utilizada para o diagnóstico precoce de IAM.
Item D. Correto. A CK-MB é a enzima mais específica para o diagnóstico do IAM.
Item E. Incorreto. A LTG não é uma enzima cardíaca.
Deste modo, o gabarito da questão é a letra D.
Arritmia Cardíaca/Cardioversão
37. (EBSERH/HU-UFGD/2013) Assinale a alternativa que corresponde a
indicações de cardioversão.
a) Fibrilação atrial e flutter atrial.
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b) Taquicardia paroxística supraventricular e fibrilação ventricular sem pulso.
c) Taquicardia com complexo largo e taquicardia ventricular sem pulso.
d) Fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso.
e) Atividade elétrica sem pulso e assistolia.
COMENTÁRIOS:
A desfibrilação e a cardioversão elétrica são procedimentos terapêuticos que
salvam vidas e seu uso não se limita apenas a profissionais da área da saúde,
podendo ser utilizados também por leigos treinados em situações selecionadas
(desfibrilação externa automática DEA). Estudos demonstram que em 85% dos
pacientes que apresentaram Taquicardia Ventricular (TV) e fibrilação ventricular (FV)
e que foram tratados com desfibrilação precoce tiveram preservadas suas funções
cerebrais e cardíacas.
A desfibrilação elétrica é um procedimento terapêutico que consiste na aplicação
de uma corrente elétrica contínua NÃO SINCRONIZADA, no músculo cardíaco. Esse
choque despolariza em
conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a reversão de
arritmias graves como a TV e a FV, permitindo ao nó sinusal retomar a geração e o
controle do ritmo cardíaco.
A cardioversão elétrica é um procedimento na maioria das vezes eletivo, em que
se aplica o choque elétrico de maneira SINCRONIZADA, ou seja, o paciente deve
estar monitorado no cardioversor e este deve estar com o botão de sincronismo
ativado, pois a descarga elétrica é liberada na onda R, ou seja, no período refratário.
Um cuidado importante no momento da desfibrilação, é checar se o botão de
sincronismo está DESATIVADO, pois como em situações de FV/TV não temos o
registro de onda R e se o aparelho estiver programado para cardioverter, o choque
não será administrado. Indicações:
 a desfibrilação elétrica é indicada apenas nas situações de FV e TV sem pulso;
 a cardioversão elétrica é indicada nas situações de taquiarritmias como a
fibrilação atrial (FA), flutter atrial, taquicardia paroxística supraventricular e
taquicardias com complexo largo e com pulso.
A assistolia é uma ausência de atividade ventricular contrátil associada à
inatividade elétrica cardíaca. É caracterizada ao eletrocardiograma por uma linha
reta. A assistolia como ritmo inicial de parada está associada a prognóstico
extremamente reservado, com cerca de 7% de alta hospitalar. Na maior parte das
vezes, a assistolia é um evento secundário na evolução tardia da FV, ou como via
final de hipóxia prolongada, acidose ou necrose miocárdica.
Na AESP (Atividade Elétrica sem Pulso), existe atividade mecânica, porém essas
contrações não produzem débito cardíaco suficiente para produzir uma pressão
sanguínea detectável pelos métodos clínicos usuais. A ausência de pulso detectável
e a presença de algum tipo de atividade elétrica definem este grupo de arritmias.
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A assistolia e AESP são ritmos em que a desfibrilação/cardioversão NÃO está
indicada. Deve-se, então, promover RCP de boa qualidade, aplicar as drogas
indicadas e procurar identificar e tratar as causas reversíveis.
Passemos agora para a análise das assertivas da questão:
a) Correta. A cardioversão elétrica é indicada nas situações de fibrilação atrial e
flutter atrial.
b) Incorreta. A taquicardia paroxística supraventricular tem indicação de
cardioversão elétrica, mas a fibrilação ventricular sem pulso tem indicação de
desfibrilação.
c) Incorreta. Taquicardia com complexo largo tem indicação de cardioversão elétrica,
mas a taquicardia ventricular sem pulso tem indicação de desfibrilação.
d) Incorreta. A fibrilação ventricular e taquicardia ventricular sem pulso têm indicação
de desfibrilação.
e) Incorreta. A atividade elétrica sem pulso e assistolia são ritmos em que a
desfibrilação/cardioversão NÃO está indicada.
Portanto, o gabarito da questão é a letra A.
38. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Você é enfermeiro(a) de uma unidade de
emergência e ao passar pelo leito de um paciente em pós-operatório imediato
visualiza no monitor cardíaco o ritmo representado na figura abaixo.
O ritmo cardíaco apresentado pelo paciente é
a) Taquicardia Ventricular.
b) Fibrilação Ventricular.
c) Fibrilação Atrial.
d) Bloqueio Atrio-Ventricular Total.
e) Bloqueio de ramo.
COMENTÁRIOS:
A FV (fibrilação ventricular) é uma situação em que o coração “tremula”, mas não
bombeia sangue. É um dos ritmos iniciais mais comuns em parada
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872
cardiorrespiratória (PCR), e o único tratamento eficaz para a FV é a desfibrilação
elétrica, ou seja, é um ritmo chocável. Se não for tratada a tempo, a FV evolui para
assistolia.
A fibrilação ventricular é uma arritmia cardíaca grave, caracterizada por uma série
de contrações ventriculares rápidas e fracas (inefetivas), produzidas por múltiplos
impulsos elétricos, originários de vários pontos do ventrículo; os ventrículos apenas
tremulam, não se contraindo de uma forma coordenada. Essa arritmia se
caracteriza, no traçado eletrocardiográfico, pela ausência de qualquer atividade
elétrica organizada; está presente um padrão caótico caracterizado por ondulações
irregulares da linha de base, no qual não reconhecemos ondas P e complexo QRS
ou ondas T. Como o sangue não é bombeado pelo coração, a fibrilação ventricular
leva a uma parada cardíaca, e, a não ser que seja tratada imediatamente, é fatal. A
fibrilação ventricular pode ser precedida por outra arritmia ventricular grave,
a taquicardia ventricular.
Observe no quadro abaixo a diferença no traçado conforme o ritmo cardíaco
apresentado:
Taquicardia
ventricular
Fibrilação
Ventricular
Fibrilação
Atrial
Bloqueio
AtrioVentricular
Total
Bloqueio de
ramo
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A imagem apresentada pelo comando da questão é de uma fibrilação ventricular.
Dessa forma, o gabarito é a letra B.
39. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Leia as afirmativas abaixo e a seguir assinale a
alternativa que corresponde à resposta correta.
I. A cardioversão corresponde à liberação de uma corrente elétrica sincronizada ao
eletrocardiograma para tratar uma arritmia.
II. A cardioversão sincronizada impede que a descarga ocorra durante a
repolarização ventricular.
III. Em geral, na cardioversão eletiva, o paciente é sedado, a respiração pode ser
suplementada por oxigênio, e raramente necessita de intubação.
Estão corretas as afirmativas:
a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) I, apenas.
COMENTÁRIOS:
A cardioversão elétrica é um procedimento na maioria das vezes eletivo, em que
se aplica o choque elétrico de maneira sincronizada, ou seja, o paciente deve estar
monitorado no cardioversor e este deve estar com o botão de sincronismo ativado,
pois a descarga elétrica é liberada na onda R, ou seja, no período refratário. O
motivo de se efetuar a descarga sincronizada é evitar que o choque ocorra sobre a
onda T (que corresponde à repolarização ventricular) desencadeando a fibrilação
ventricular.
O módulo cardioversão está embutido no aparelho de desfibrilador. A diferença é
que para se ter a modalidade de cardioversão elétrica, deve-se acionar o botão de
sincronismo do aparelho e manter o paciente monitorado nele.
A cardioversão elétrica é indicada nas situações de taquiarritmias como a fibrilação
atrial (FA), flutter atrial, taquicardia paroxística supraventricular e taquicardias com
complexo largo e com pulso. O paciente deve estar em jejum por no mínimo 4h e, de
preferência, estabilizado quanto aos seus eletrólitos (potássio e magnésio) e
oximetria (saturação de oxigênio). O material para reanimação deve estar ao lado;
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geralmente o paciente é sedado (midazolam, propofol ou etomidato); a via aérea
deve ser mantida aberta e se necessário, o paciente deve ser oxigenado e ventilado
com bolsa-valva-máscara (Ambú).
A partir dos comentários, contatamos que o gabarito da questão é a letra D, pois as
alternativas I, II e III estão corretas.
40. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) As arritmias cardíacas são
distúrbios na geração, condução e/ou propagação do impulso elétrico no
coração. Identificá-las e tratá-las de forma adequada é prioridade do
atendimento de emergência. São exemplos de arritmias:
a) fibrilação ventricular, flutter atrial, ritmo sinusal.
b) fibrilação ventricular, taquicardia ventricular, torsades de Pointes, extra-sístoles
ventriculares, arritmias atriais/auriculares.
c) bloqueio atrioventricular,
supraventricular, ritmo sinusal.
taquicardia
sinusal,
taquicardia
paroxística
d) taquicardia sinusal, bradicardia sinusal, ritmo sinusal.
e) flutter atrial, torsades de pointes, ritmo sinusal.
COMENTÁRIOS:
Para responder essa questão vamos nos basear nas definições das Diretrizes da
Sociedade Brasileira de Cardiologia sobre Análise e Emissão de Laudos
Eletrocardiográficos:
http://publicacoes.cardiol.br/consenso/2009/diretriz_ecg_93supl02.pdf
O ritmo sinusal é o ritmo fisiológico (ritmo normal) do coração, que se origina no
átrio direito alto.
A arritmia cardíaca é uma alteração da frequência, formação e/ou condução do
impulso elétrico através do miocárdio. As arritmias são alterações no ritmo cardíaco
que na maioria das vezes acontecem de forma inesperada. Podem se originar na
parte superior (átrios ou supraventriculares) ou inferior do coração (ventrículos).
Dentre as arritmias supraventriculares destacam-se as extra-sístoles atriais;
taquicardia atrial, flutter e fibrilação atrial. Nos ventrículos, a mais frequente é a
extra-sístole, que, em casos raros, pode evoluir para a taquicardia ventricular e à
fibrilação ventricular, uma das principais causas de parada cardíaca.
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A faixa de normalidade da frequência cardíaca é entre 50 bpm e 100 bpm. A
bradicardia sinusal ocorre com frequências inferiores a 50 bpm. A taquicardia
sinusal apresenta frequências superiores a 100 bpm.
A taquicardia ventricular é um ritmo ventricular com frequência superior a 100
bpm.
Já a torsades de pointes é uma taquicardia com QRS largo, polimórfica.
A fibrilação ventricular caracteriza-se por ondas bizarras, caóticas, de amplitude e
frequência variáveis. Este ritmo pode ser precedido de taquicardia ventricular ou
torsades de pointes, que degeneraram em fibrilação ventricular. Clinicamente,
corresponde à parada cardiorrespiratória.
A extrassístole ventricular apresenta-se como batimento originado precocemente
no ventrículo.
O flutter atrial é uma atividade elétrica atrial organizada que pode apresentar duas
direções de ativação; a forma mais comum tem sentido anti-horário com frequência
entre 240 e 340 bpm.
O bloqueio AV (atrioventricular) caracteriza-se por um atraso da condução AV.
Passemos agora para a análise da questão.
Conforme vimos, o ritmo sinusal é o ritmo fisiológico (ritmo normal) do coração, que
se origina no átrio direito alto. O comando da questão solicita a alternativas que
apresenta exemplos de arritmias. Se o ritmo sinusal é o ritmo normal do coração,
não é uma arritmia. Dessa forma já eliminamos as alternativas A, C, D e E.
O gabarito, portanto, é a letra B.
Edema Agudo De Pulmão
41. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Você está cuidando de um paciente na unidade
de emergência que, abruptamente, apresenta dispnéia intensa, com
Frequência Respiratória de 40 movimentos por minuto, e a ausculta pulmonar
revela estertores em ambos os campos pulmonares. As condutas a serem
adotadas, até a chegada do médico são:
a) Verificar os sinais vitais a cada 15 minutos e realizar hiperextensão do pescoço.
b) Posicionar o paciente em decúbito horizontal e observar o débito urinário.
c) Elevar a cabeceira da cama a 90º e verificar a saturação periférica de oxigênio
(oximetria de pulso).
d) Posicionar o paciente em decúbito horizontal e realizar hiperextensão do pescoço.
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e) Elevar a cabeceira da cama a15° e observar o débito urinário.
COMENTÁRIOS:
De acordo com os sinais e sintomas apresentados no comando da questão, o
paciente apresenta, provavelmente, um caso de edema agudo de pulmão (EAP).
O edema pulmonar é o acúmulo anormal de líquido nos pulmões. O líquido pode
acumular-se nos espaços intersticiais e nos alvéolos. O edema agudo de pulmão
representa uma das principais causas de insuficiência e/ou desconforto respiratório
que motivam a procura de unidades de emergência. O EAP se manifesta quando há
desequilíbrio das forças de Starling, podendo ocorrer aumento da pressão
hidrostática capilar e/ou aumento da permeabilidade dos capilares pulmonares, ou
seja, ocorre quando a pressão capilar pulmonar excede as forças que mantêm o
líquido no espaço vascular.
O diagnóstico na sala de emergência é essencialmente clínico, tendo base na
anamnese e exame físico. Porém, o exame clínico inicial é limitado para a
identificação de um possível fator desencadeante, sendo fundamental para isso a
realização de exames complementares.
O diagnóstico de desconforto respiratório por EAP deve ser clínico e imediato para o
pronto início da terapêutica. O paciente queixa-se de dispneia de início ou piora
súbita, tendo, ao exame físico, sinais representativos do esforço da musculatura
inspiratória, como uso da musculatura acessória e batimento de asa nasal.
Associam-se, ainda, taquipneia e expiração forçada, com a intenção de conseguir
pressão expiratória positiva, o que resulta no uso da musculatura abdominal. A
ausculta pulmonar é variável, podendo-se encontrar, mais comumente, estertores,
roncos e sibilos. A tosse pode ser manifestação de congestão pulmonar. Associados
à dispneia aparecem sinais como taquicardia, hipertensão, sudorese fria, palidez
cutânea e ansiedade.
O tratamento do EAP consiste de três etapas sobrepostas. Na primeira etapa, o
objetivo é manter as funções respiratórias dentro de limites que permitam a
manutenção da vida. Na segunda etapa, o objetivo é a redução da pressão
hidrostática capilar pulmonar e a consequente redução do ultrafiltrado para o
interstício pulmonar, de forma farmacológica ou não. Por último, na terceira etapa, o
objetivo é tratar a causa ou eliminar o fator de descompensação da cardiopatia de
base. O tratamento de suporte consiste, basicamente, em melhorar a oxigenação
sanguínea e reduzir o trabalho respiratório do paciente.
De acordo com Brunner & Suddarth, a assistência de enfermagem consiste em:
 verificar a saturação periférica de oxigênio (oximetria de pulso); administrar
oxigênio;
 promover diminuição do retorno venoso sentando o paciente à beira do leito com
as pernas pendentes,

manter paciente ereto; elevar cabeceira da cama a 90º;

realizar sondagem vesical para controlar débito urinário;
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
avaliar sinais vitais (SSVV);

viabilizar acesso venoso;

auxiliar na intubação orotraqueal, caso seja necessário e aspiração;

administrar medicamentos conforme prescrição médica;

fornecer apoio psicológico para reduzir a ansiedade e o medo do paciente.
O posicionamento adequado do paciente para promover a circulação ajuda a reduzir
o retorno venoso para o coração. O paciente fica posicionado ereto, preferivelmente
com as pernas pendendo na lateral do leito. Isso apresenta um efeito imediato de
diminuir o retorno venoso, reduzindo o débito do ventrículo direito e a congestão
pulmonar. Se o paciente for incapaz de sentar-se com os membros inferiores
pendentes, ele pode ser colocado em uma posição ereta no leito (cabeceira elevada
a 90º). (Brunner & Suddarth, 11ª ed.).
Após exposição inicial do tema, vejamos os itens da questão:
a) Incorreta. Os sinais vitais devem ser avaliados, porém, não há indicação para
realizar hiperextensão do pescoço.
b) Incorreta. O paciente deve ser posicionado com a cabeceira elevada, e não em
decúbito horizontal.
c) Correta. Elevar a cabeceira da cama à 90º e verificar a saturação periférica de
oxigênio (oximetria de pulso).
d) Incorreta. O paciente deve ser posicionado com a cabeceira elevada, e não em
decúbito horizontal. Não há indicação para realizar hiperextensão do pescoço.
e) Incorreta. Elevar a cabeceira da cama a 90° e observar o débito urinário.
Dito isso, o gabarito é a assertiva C.
42. (EBSERH/UFRN/2014) Em caso de atendimento de primeiros socorros a um
edema agudo de pulmão, assinale a alternativa que apresenta o melhor
atendimento.
a) Movimentar bastante a vitima, para ativar a circulação.
b) Manter a vitima em ambiente restrito e fechado.
c) Torniquetes alternados nos membros a cada 30 minutos.
d) Evitar a ingestão de líquidos e alimentos.
e) Obter relato apenas das testemunhas sobre o ocorrido.
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878
COMENTÁRIOS
O Edema Agudo do Pulmão (EAP) é o acúmulo anormal de líquido nos pulmões,
sendo que esse líquido pode acumular-se nos espaços intersticiais e nos alvéolos. É
uma forma grave de apresentação das descompensações cardíacas, constituindo
uma emergência clínica que se manifesta por um quadro de insuficiência respiratória
de rápido início e evolução. Está associado a um elevado risco de vida para o
paciente, tanto pelo quadro pulmonar agudo quanto pela doença cardiovascular
subjacente. O paciente desenvolve rapidamente o edema pulmonar a partir da
sobrecarga do volume sanguíneo nos pulmões. A fisiopatologia é similar àquela
observada na insuficiência cardíaca, pelo fato de que o ventrículo esquerdo não
pode lidar com a sobrecarga de volume e o volume e a pressão acumulam-se no
átrio esquerdo. O rápido amento da pressão arterial resulta em um aumento agudo
na pressão venosa pulmonar, o que produz um aumento na pressão hidrostática e
que força o líquido para fora dos capilares pulmonares e para dentro dos espaços
intersticiais e alvéolos. O líquido dentro dos alvéolos mistura-se com o ar, criando
“bolhas” que são expelidas pela boca e nariz, produzindo o clássico sintoma do
edema pulmonar: escarro róseo e espumoso. Por causa do líquido dentro dos
alvéolos, o ar não pode entrar e a troca gasosa é prejudicada. O resultado é a
hipoxemia, que, com frequência, é grave.
Manifestações clínicas: em consequência da oxigenação cerebral diminuída, o
paciente fica cada vez mais inquieto e ansioso. Juntamente com um início súbito de
falta de ar e uma sensação de sufocação, as mãos do paciente ficam frias e úmidas
e, os leitos ungueais ficam cianóticos (azulados) e a pele fica acinzentada. O pulso é
fraco e rápido, e as veias do pescoço ficam distendidas (estase de jugular). A tosse
incessante pode acontecer, produzindo quantidades crescentes de escarro mucoide.
À medida que o edema pulmonar progride, a ansiedade e a inquietação do paciente
aumentam; o paciente fica confuso, depois torporoso; a respiração é rápida
(respiração curta com severa dificuldade respiratória, o paciente tem “fome de ar”),
ruidosa e com som úmido; à ausculta pulmonar, encontram-se sibilos, estertores
crepitantes e subcrepitantes desde a base até os ápices dos pulmões; a saturação
de O2 é diminuída (< 90 %); o paciente, quase sufocado pelo líquido espumoso e
tinto de sangue que preenche os alvéolos, está se afogando literalmente nas
secreções.
Tratamento: o tratamento baseia-se, essencialmente, na redução da pressão de
capilar pulmonar, o que culminará no alívio da transudação intersticial e/ou alveolar.
O paciente deve ser posicionado sentado e, se possível, com os membros inferiores
pendentes, diminuindo, assim, o retorno venoso. Além disso, deve ter monitorização
contínua dos batimentos cardíacos, pressão arterial, oximetria de pulso e acesso
venoso. O oxigênio deve ser ofertado em frações inspiratórias maiores que 60% com
o objetivo de manter saturação periférica de oxigênio acima de 90%.
O tratamento medicamentoso inclui diuréticos de alça (furosemida), nitratos (dinitrato
de isossorbida e nitroglicerina) e morfina.
Quanto da hipoxemia é severa (SpO2 < 90 mmHg, PO2 < 60 mmHg), determinando
sinais de fadiga ventilatória e não sendo aliviada pelas medidas anteriores, torna-se
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879
imperativo a intubação orotraqueal e a instituição da ventilação mecânica com FiO2
a 100%.
Após exposição inicial do tema, vejamos os itens da questão:
a) Incorreta. Não está indicado movimentar bastante a vítima, para ativar a
circulação. O paciente deve ser posicionado sentado e, se possível, com os
membros inferiores pendentes, para diminuir o retorno venoso.
b) Incorreta. O paciente apresenta dispneia e taquipneia (o paciente tem “fome de
ar”). Portanto, deve-se manter a vítima em ambiente ventilado, para evitar a
sensação de sufocamento.
c) Incorreta. Torniquetes alternados nos membros a cada 30 minutos NÃO estão
indicados. Para diminuir o retorno venoso, o paciente deve ser posicionado sentado
e, se possível, com os membros inferiores pendentes.
d) Correta. Deve-se evitar a ingestão de líquidos e alimentos, pois, se for necessária
a intubação, isso reduz o risco de aspiração.
e) Incorreta. Deve-se obter relato de qualquer pessoa que possa informar sobre o
ocorrido, inclusive, do próprio paciente, se possível.
Dito isso, o gabarito é a assertiva D.
43. (FUND. DOM CINTRA/PREF. ITABORAÍ-RJ/2012) O edema pulmonar é um
evento agudo que resulta da insuficiência cardíaca. Entre os cuidados de
enfermagem está o de posicionar o paciente adequadamente para ajudar a
reduzir o retorno venoso para o coração. Nesse caso, o paciente deve ser
colocado na seguinte posição:
a) decúbito lateral, com um membro inferior fletido e o outro em extensão
b) deitado, com a perna esquerda flexionada e a direita em extensão
c) dorsal, com elevação da pelve e dos membros inferiores
d) ereta, com as pernas pendentes para a lateral do leito
e) decúbito dorsal, com as pernas abertas e flexionadas
COMENTÁRIOS:
A Insuficiência Cardíaca Descompensada por Edema Agudo de Pulmão é
identificada no paciente que apresenta aumento abrupto da pressão capilar
pulmonar, ocorrendo aumento do líquido nos espaços intersticial e alveolar
pulmonar, causando dispnéia súbita e intensa ao repouso com saturação O2 < que
90% à respiração ambiente, quadro este comprovado pela radiografia de tórax. Esse
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880
diagnóstico é mais frequente em pacientes idosos, hipertensos, coronariopatas e
diabéticos.
O edema agudo de pulmão (EAP) cardiogênico ocorre quando a pressão capilar
pulmonar excede as forças que mantêm o líquido no espaço vascular. O EAP é uma
forma grave de apresentação das descompensações cardíacas, constituindo uma
emergência clínica que se manifesta por um quadro de insuficiência respiratória de
rápido início e evolução. Está associado a um elevado risco de vida para o paciente,
tanto pelo quadro pulmonar agudo quanto pela doença cardiovascular subjacente.
Dentre os cuidados de enfermagem ao doente com edema agudo do pulmão
podemos citar: melhorar a oxigenação, administrando O2 para evitar e prevenir
hipóxia e dispnéia; aspirar secreções se necessário para manter vias aéreas
permeáveis; promover diminuição do retorno venoso sentando o doente à beira da
cama com as pernas pendentes; manter o paciente em posição de Fowler.
Sendo assim, no caso de um paciente com edema pulmonar provocado por
insuficiência cardíaca, este deverá ser colocado na seguinte posição: sentado à
beira da cama, em posição ereta, com as pernas pendentes para a lateral do leito,
como afirma a alternativa D.
44. (NUCEPE/SECR. SAÚDE-PI/2012) Sobre edema agudo de pulmão, assinale
a alternativa correta:
a) O fluxo de sangue para dentro dos vasos cardíacos decorrente da função
ventricular direita inadequada provoca pressão aumentada e o líquido extravasa do
espaço extravascular para os alvéolos.
b) Dentre as manifestações clínicas estão presentes: angústia respiratória crescente,
dispneia, fome de ar e cianose central.
c) A ausculta revela sibilos nos ápices pulmonares que depois se expande para as
bases.
d) Os valores da oximetria de pulso aumentados revelam melhora no quadro de
hipoxemia.
e) O tratamento deve focalizar a correção do distúrbio de edema agudo de pulmão,
propriamente dito, sem levar em conta causas subjacentes.
COMENTÁRIOS:
O Edema Agudo do Pulmão (EAP) é o acúmulo anormal de líquido nos pulmões,
sendo que esse líquido pode acumular-se nos espaços intersticiais e nos alvéolos. É
uma forma grave de apresentação das descompensações cardíacas, constituindo
uma emergência clínica que se manifesta por um quadro de insuficiência respiratória
de rápido início e evolução. Está associado a um elevado risco de vida para o
paciente, tanto pelo quadro pulmonar agudo quanto pela doença cardiovascular
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881
subjacente. O paciente desenvolve rapidamente o edema pulmonar a partir da
sobrecarga do volume sanguíneo nos pulmões. A fisiopatologia é similar àquela
observada na insuficiência cardíaca, pelo fato de que o ventrículo esquerdo não
pode lidar com a sobrecarga de volume e o volume e a pressão acumulam-se no
átrio esquerdo. O rápido amento da pressão arterial resulta em um aumento agudo
na pressão venosa pulmonar, o que produz um aumento na pressão hidrostática e
que força o líquido para fora dos capilares pulmonares e para dentro dos espaços
intersticiais e alvéolos. O líquido dentro dos alvéolos mistura-se com o ar, criando
“bolhas” que são expelidas pela boca e nariz, produzindo o clássico sintoma do
edema pulmonar: escarro róseo e espumoso. Por causa do líquido dentro dos
alvéolos, o ar não pode entrar e a troca gasosa é prejudicada. O resultado é a
hipoxemia, que, com frequência, é grave.
Manifestações clínicas: em consequência da oxigenação cerebral diminuída, o
paciente fica cada vez mais inquieto e ansioso. Juntamente com um início súbito de
falta de ar e uma sensação de sufocação, as mãos do paciente ficam frias e úmidas
e, os leitos ungueais ficam cianóticos (azulados) e a pele fica acinzentada. O pulso é
fraco e rápido, e as veias do pescoço ficam distendidas (estase de jugular). A tosse
incessante pode acontecer, produzindo quantidades crescentes de escarro mucóide.
À medida que o edema pulmonar progride, a ansiedade e a inquietação do paciente
aumentam; o paciente fica confuso, depois torporoso; a respiração é rápida
(respiração curta com severa dificuldade respiratória, o paciente tem “fome de ar”),
ruidosa e com som úmido; à ausculta pulmonar, encontram-se sibilos, estertores
crepitantes e subcrepitantes desde a base até os ápices dos pulmões; a saturação
de O2 é diminuída (< 90 %); o paciente, quase sufocado pelo líquido espumoso e
tinto de sangue que preenche os alvéolos, está se afogando literalmente nas
secreções.
Isto posto, vamos analisar as assertivas:
Item A. Incorreto. O fluxo de sangue para dentro dos vasos cardíacos decorrente da
função ventricular direita inadequada provoca pressão aumentada e o líquido
extravasa do espaço intravascular para os alvéolos (força o líquido para fora dos
capilares pulmonares [pequenos vasos sanguíneos] e para dentro dos espaços
intersticiais e alvéolos), ou seja, o liquido sai dos vasos sanguíneos para os alvéolos
pulmonares e espaços intersticiais.
Item B. Correto. Dentre as manifestações clínicas estão presentes: angústia
respiratória crescente, dispneia, fome de ar e cianose central.
Item C. Incorreto. À ausculta pulmonar, encontram-se sibilos, estertores crepitantes
e subcrepitantes desde a base até os ápices dos pulmões.
Item D. Incorreto. No EAP, os valores da oximetria de pulso encontram-se
diminuídos (< 90%) e revelam um quadro de hipoxemia.
Item E. Incorreto. O tratamento deve focalizar a correção do distúrbio de edema
agudo de pulmão, propriamente dito, levando-se em consideração as causas
subjacentes, como a insuficiência cardíaca descompensada.
Dito isto, o gabarito é a letra B.
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882
Crise Hipertensiva
45. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) No atendimento de uma crise
hipertensiva, todas as questões abaixo estão corretas, EXCETO:
a) O conceito de crise hipertensiva é PAS > 180 e/ou PAD > 110.
b) Consideramos emergência hipertensiva quando há lesão arterial aguda ou de
órgão alvo.
c) Na vigência da emergência hipertensiva devemos normalizar a pressão arterial
em até 02 horas.
d) Papiledema identificado no exame de fundo de olho comporta como lesão de
órgão alvo.
COMENTÁRIOS:
De acordo com as VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial, publicada em
2010, a crise hipertensiva é uma complicação da hipertensão arterial que se
caracteriza pela elevação repentina, rápida, severa, e sintomática da pressão
arterial. A crise hipertensiva é dividida em urgência e emergência hipertensivas.
Nas urgências hipertensivas há uma elevação crítica da pressão arterial (PA), em
geral diastólica ≥ 120 mmHg, porém com estabilidade clínica, sem comprometimento
de órgãos-alvo. Deve ser tratada com medicamento por via oral, buscando-se a
redução da PA em até 24 horas. A urgência hipertensiva pode ser tratada com a
instituição de tratamento medicamentoso convencional.
As emergências hipertensivas são condições em que há um aumento crítico da
pressão arterial (PA) (Pressão Arterial Sistólica - PAS ≥ 180 e Pressão Arterial
Diastólica - PAD ≥ 110) com quadro clínico grave, progressiva lesão de órgãosalvo e risco de morte, exigindo imediata redução dos valores da PA com
medicamentos aplicados por via endovenosa. Idealmente, os pacientes em
emergência hipertensiva devem ser encaminhados para internação em unidade de
tratamento intensivo com monitorização da pressão arterial e do eletrocardiograma.
Depois de obtida a redução imediata da PA, deve-se iniciar a terapia antihipertensiva de manutenção e interromper a medicação parenteral.
Classificação da PA de acordo com a medida casual no consultório (> 18
anos)
Classificação
PAS (mmHg)
PAD (mmHg)
Ótima
< 120
< 80
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883
Normal
< 130
< 85
Limítrofe
130–139
85–89
Hipertensão estágio 1
140-159
90-99
Hipertensão estágio 2
160–179
100–109
Hipertensão estágio 3
>180
>110
Hipertensão
≥ 140
< 90
(pré-hipertensão)*
sistólica isolada
Quando as pressões sistólica e diastólica situam-se em categorias
diferentes, a maior deve ser utilizada para classificação da pressão
arterial.
Fonte: (Alterado de SBC; SBH; SBN, 2010, p. 8 & Brasil, 2013, p. 34).
* Pressão normal-alta ou pré-hipertensão são termos que se equivalem na literatura.
São componentes para a estratificação do risco individual dos pacientes a
presença de fatores de risco e de lesão em órgãos-alvo.
Fatores de risco maiores: tabagismo, dislipidemia, diabetes, idade acima de 60
anos, homens ou mulheres pós-menopausa, história familiar de doença
cardiovascular em mulheres com menos de 65 anos de idade ou homens com
menos de 55 anos de idade.
Lesões em órgãos-alvo ou doenças cardiovasculares: doenças cardíacas
(hipertrofia ventricular esquerda; angina ou infarto prévio do miocárdio;
revascularização miocárdica prévia; insuficiência
cardíaca), episódio isquêmico ou acidente vascular encefálico, nefropatia, doença
vascular arterial periférica, retinopatia hipertensiva.
Com base nessas informações, os pacientes podem ser classificados em três
grupos:
Grupo A: sem fatores de risco e sem lesões em órgãos-alvo.
Grupo B: presença de fatores de risco (não incluindo diabetes) e sem lesão em
órgãos-alvo.
Grupo C: presença de lesão em órgãos-alvo, doença cardiovascular clinicamente
identificável e/ou diabetes.
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Agora, vamos aos itens:
Item A. Correto. A crise hipertensiva é uma complicação da hipertensão arterial e
pode ser dividida em urgência e emergência hipertensivas. Os valores apontados
pela alternativa de PAS > 180 e/ou PAD > 110 são características da crise
hipertensiva (urgência ou emergência hipertensiva).
Item B. Correto. As emergências hipertensivas são condições em que há um
aumento crítico da PA (PAS ≥ 180 e PAD ≥ 110) com quadro clínico grave,
progressiva lesão de órgãos-alvo. Portanto consideramos emergência hipertensiva
quando há lesão arterial aguda ou de órgão alvo.
Item C. Incorreto. Na vigência da emergência hipertensiva é exigida a imediata
redução dos valores da PA com medicamentos aplicados por via endovenosa.
Idealmente, os pacientes em emergência hipertensiva devem ser encaminhados
para internação em unidade de tratamento intensivo com monitorização da pressão
arterial e do eletrocardiograma. A alternativa erra ao afirmar que devemos normalizar
a pressão arterial em até 02 horas, pois a redução da PA deve ocorrer de forma
imediata.
Item D. Correto. São componentes para a estratificação do risco individual dos
pacientes a presença de fatores de risco e de lesão em órgãos-alvo. Deve ser
realizado o exame de fundo de olho para identificar estreitamento arteriolar,
cruzamentos arteriovenosos patológicos, hemorragias, exsudatos e papiledema. O
papiledema identificado no exame de fundo de olho comporta como lesão de órgão
alvo.
Portanto, o gabarito da questão é a letra C.
Intoxicações E Envenenamentos
46. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) Adelaide, 35 anos, amasiada, 3
filhos menores, é admitida no serviço de saúde com vômitos em grande
quantidade, após ingesta de aproximadamente 50 gramas de soda cáustica
diluída em 1 copo de refrigerante. Qual das condutas a seguir seria apropriada
nesta situação?
a) Passar sonda nasogástrica e realizar lavagem intestinal, verificar sinais vitais e
glicemia capilar.
b) Puncionar acesso venoso periférico calibroso, passar sonda nasogástrica e deixar
aberta, verificar sinais vitais e glicemia capilar.
c) Puncionar acesso venoso periférico calibroso, passar sonda nasogástrica e
passar carvão ativado, verificar sinais vitais e glicemia capilar.
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885
d) Puncionar acesso venoso periférico calibroso, verificar sinais vitais e glicemia
capilar.
e) Passar sonda nasoenteral e realizar lavagem intestinal, verificar sinais vitais e
glicemia capilar.
COMENTÁRIOS:
De acordo com Brunner & Suddarth 11ª ed., as substâncias tóxicas corrosivas
incluem substâncias alcalinas e ácidas que podem causar destruição tecidual depois
de entrar em contato com membranas e mucosas. Os produtos alcalinos incluem
soda cáustica, produtos para limpeza e alvejantes, entre outros. O controle da via
érea, ventilação e oxigenação são essenciais; são instituídas medidas para
estabilizar a função cardiovascular e outras funções corporais. O ECG, a glicemia,
os sinais vitais e o estado neurológico são monitorados atentamente. Não se deve
realizar lavagem gástrica ou induzir o vômito depois da ingestão de substâncias
cáusticas.
Isto posto, vamos avaliar os itens da questão:
a) Incorreta. Conforme vimos, não se deve realizar lavagem gástrica em pacientes
com intoxicação por soda cáustica, portanto, não é necessário passar sonda
nasogástrica, nem realizar lavagem intestinal.
b) Incorreta. Não se deve realizar lavagem gástrica em pacientes com intoxicação
por soda cáustica, portanto, não é necessário passar sonda nasogástrica.
c) Incorreta. Não se deve realizar lavagem gástrica em pacientes com intoxicação
por soda cáustica, portanto, não é necessário passar sonda nasogástrica e passar
carvão ativado.
d) Correta. Puncionar acesso venoso periférico calibroso, verificar sinais vitais e
glicemia capilar são condutas corretas na assistência o paciente com intoxicação por
soda cáustica.
e) Incorreta. Não se deve realizar lavagem gástrica em pacientes com intoxicação
por soda cáustica, portanto, não é necessário passar sonda nasoenteral e realizar
lavagem intestinal.
Desse modo, o gabarito é a letra D.
47.
(VUNESP/PREF.
DIADEMA-SP/2010)
A
contraindicada em intoxicações exógenas por
lavagem
gástrica
está
a) organofosforados e carbamatos.
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886
b) raticidas cumarínicos e produtos domossanitários.
c) álcool e barbitúricos.
d) defensivos agrícolas inibidores da acetilcolinesterase.
e) produtos corrosivos e compostos à base de hidrocarbonetos.
COMENTÁRIOS:
A intoxicação exógena aguda tem sido um problema frequente nos serviços de
emergência, seja por ingestão acidental ou por tentativa de suicídio. A ingestão
dessas substâncias pode ser responsável por graves lesões no tubo digestivo,
principalmente no esôfago e estômago, condicionando importante morbimortalidade.
Os organofosforados e os carbamatos são inseticidas inibidores das
acetilcolinesterases e possuem ação de combate a insetos, larvas e formigas. São
absorvidos pela pele, por ingestão ou por inalação, e sua ação se dá pela inibição de
enzimas colinesterases, levando a um acúmulo de acetilcolina nas sinapses
nervosas, podendo ocorrer taquicardia (por estimulação de receptores nicotínicos) e
bradicardia (por estimulação de receptores muscarínicos), além de fibrilação atrial e
arritmias ventriculares. O tratamento das intoxicações agudas consiste em: manter a
permeabilidade das vias aéreas; oxigenoterapia, se necessário; hidratação venosa;
lavagem corporal exaustiva, em casos de contaminação dérmica; esvaziamento
gástrico (SNG); carvão ativado. Além disso, utiliza-se o sulfato de atropina como
principal tratamento das intoxicações por inseticidas inibidores das colinesterases.
Os raticidas cumarínicos são derivados da cumarina e absorvidos por via oral.
Possuem ação anticoagulante, promovendo hemorragias em diversos órgãos;
antagonizam a ação da vitamina K na síntese dos fatores da coagulação, que vão
sendo gradativamente consumidos; e provocam lesão dos capilares. Seu efeito
anticoagulante começa a aparecer cerca de 8 a 12 horas após a ingestão,
apresentando: distúrbios digestivos, vômitos, cólicas abdominais e diarreia;
manifestações hemorrágicas com aumento do tempo de coagulação; epistaxe;
sangramento gengival; petéquias; equimoses; hematomas cutâneos e articulares;
enterorragia; hematúria; equimoses; hemorragia maciça; dor abdominal; choque;
coma. O tratamento deve ser realizado promovendo-se a descontaminação do
paciente; uso de vitamina K, medicamentos sintomáticos e de suporte. Em casos de
ingestão de grandes doses, medidas provocadoras de vômitos e lavagem gástrica
(SNG) estão indicadas. Transfusões de sangue podem ser indicadas quando o
sangramento for muito intenso, com queda acentuada dos níveis de hemoglobina.
Os produtos domissanitário são os saneantes destinados a uso domiciliar que
incluem inseticidas, raticidas e repelentes, entre outros.
Álcool e barbitúricos: atualmente, três barbitúricos são comercializados no Brasil:
fenobarbital,
pentobarbital e tiopental. Estes dois últimos, respectivamente de ação curta e ultracurta, são injetáveis e utilizados em ambiente hospitalar. O fenobarbital, de ação
longa, é amplamente utilizado como anticonvulsivante. Ele aumenta o limiar de
aparição da crise convulsiva. O uso de álcool concomitante aos barbitúricos tem um
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887
efeito potencializador da depressão do sistema nervoso central e da depressão do
aparelho respiratório. A resolução de um caso de intoxicação barbitúrica está
baseada no tratamento sintomático e de suporte. Quando o paciente está em coma,
as medidas de suporte para manter as funções vitais tornam-se importantíssimas.
Devem ser aspiradas as secreções das vias aéreas, pois muitos pacientes podem
apresentar complicações tipo pneumonia por aspiração, insuficiência respiratória por
rolha de secreção, etc. Em alguns casos, há necessidade de intubação e ventilação
mecânica. A correção dos desequilíbrios hidroeletrolíticos é sempre necessária. A
hipotensão e o choque podem ser corrigidos com administração de fluidos
endovenosos ou, se for necessário, aminas vasoativas. A lavagem gástrica pode ser
indicada e, em alguns casos, pode ser feita mesmo além das primeiras 24 horas
após a ingestão. O uso do carvão ativado é um procedimento importante, inclusive
com uso de doses múltiplas, visto que os barbitúricos apresentam ciclo enterohepático. As doses podem ser dadas até de 4 em 4 horas, por um período de 2 dias.
Os defensivos agrícolas inibidores da acetilcolinesterase
organofosforados e os carbamatos, já explicados em tópico anterior.
são
os
Produtos corrosivos e compostos à base de hidrocarbonetos: entre os produtos
corrosivos estão incluídos os ácidos, anidridos ácidos e álcalis. Os hidrocarbonetos
são derivados da destilação do petróleo; desses, os produtos líquidos são usados
principalmente como combustíveis e solventes. Os produtos corrosivos e alguns
hidrocarbonetos são capazes de provocar queimaduras químicas.
A ingestão e a aspiração suscitam queimaduras diretas das mucosas da orofaringe e
das vias respiratórias, gerando tosse, dispnéia, cianose, edema e hemorragia
mucosa e alveolar, insuficiência respiratória, edema agudo do pulmão, náusea,
vômitos e epigastralgias. Os sintomas reveladores das lesões neurológicas são
fraqueza, cefaléia, visão borrada, confusão mental, alucinações, convulsão, coma,
taquicardia, instabilidade da pressão arterial, parada cardiorrespiratória, arritmias,
espasmo coronariano e morte súbita. O tratamento consiste em fornecer suporte
básico das funções vitais; descontaminação externa e ampla e assistência
respiratória com avaliação da função pulmonar (gasometria, espirometria e controle
radiológico) com atenção especial para pneumonia química; lavagem gástrica
cuidadosa, com intubação endotraqueal prévia, e no máximo até 2 horas da
ingestão de grandes volumes; manutenção do equilíbrio ácido-básico e
hidroeletrolítico; demais medidas sintomáticas e de manutenção. A êmese (vômito)
está contraindicada na ingestão de produtos corrosivos e compostos à base de
hidrocarbonetos, ou quando o paciente estiver comatoso, devido ao risco de
broncoaspiração de conteúdo gástrico. Os destilados de petróleo podem causar
pneumonia química se aspirados.
Apesar de a banca ter dado como correta a alternativa E, de acordo com alguns
autores a lavagem gástrica cuidadosa não está contraindicada em intoxicações
exógenas por produtos corrosivos e compostos à base de hidrocarbonetos; o que
está contraindicada é a êmese (vômito) devido ao risco de broncoaspiração de
conteúdo gástrico.
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888
Em casos de intoxicações exógenas por organofosforados e carbamatos; raticidas
cumarínicos e produtos domossanitários; álcool e barbitúricos; e defensivos
agrícolas inibidores da acetilcolinesterase, a lavagem gástrica está indicada.
A questão deveria ter sido anulada. Mas, o candidato perspicaz marcaria a letra E
(gabarito da questão), pois alguns autores contraindicam a lavagem gástrica em
caso de intoxicação de produtos corrosivos e compostos à base de hidrocarbonetos.
48. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Tóxico ou veneno é qualquer substância
que, introduzida no organismo, provoca graves alterações em um ou mais
sistemas fisiológicos. Todos os casos de intoxicações agudas deverão ser
encaminhados ao pronto-socorro. Em relação aos tóxicos inalados, enquanto
a remoção é providenciada deve-se, EXCETO:
a) Não oferecer bebidas alcoólicas ao paciente.
b) Manter o paciente calmo, em repouso e agasalhado.
c) Dar o antídoto recomendado no rótulo da embalagem contida no tóxico.
d) Retirar o paciente do local contaminado, levando-o para um local arejado.
e) Manter a vigilância cardiorrespiratória, usando medidas indicadas para esses
casos.
COMENTÁRIOS:
Tóxico ou veneno é qualquer substância que introduzida no organismo provoca
graves alterações em um ou mais sistemas fisiológicos. As alterações no sistema
respiratório geralmente são graves, com oscilações no ritmo, frequência e
profundidade. O paciente pode apresentar também dispnéia, bradipnéia, taquipnéia,
respiração superficial, conforme a natureza do tóxico. A apnéia pode ocorrer em
certas intoxicações, como opiáceos e hipnóticos.
Todos os casos de intoxicações agudas deverão ser encaminhados ao prontosocorro. Enquanto a remoção é providenciada, deve-se agir como descrito a seguir:
 retirar o paciente do local contaminado, levando-o para local arejado;
 vigilância cardiorrespiratória, usando medidas indicadas para caso de parada
cardiorrespiratória;
 manter o paciente calmo, em repouso, agasalhado;
 não oferecer bebidas alcoólicas.
Conforme vimos, todos os casos de intoxicações agudas deverão ser encaminhados
ao pronto-socorro. Em qualquer caso de intoxicação aguda, não devem ser
administrados medicamentos sem orientação médica, portanto, durante a remoção,
não se deve dar o antídoto recomendado no rótulo da embalagem contida no tóxico.
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889
A partir dos comentários, contatamos que o gabarito da questão é a letra C.
Corpos Estranhos
49. (EBSERH/HU-UFS/2013) Na ocorrência de engasgamento, as condutas de
primeiros socorros devem ser imediatas devido ao perigo de parada
respiratória. No caso de obstrução total, faz-se necessário tentar remover o
corpo estranho o mais depressa possível. Nesse caso, a manobra mais
utilizada é
a) compressão esofágica.
b) compressão torácica.
c) compressão pulmonar.
d) compressão abdominal.
e) compressão respiratória.
COMENTÁRIOS:
A identificação precoce de obstrução da via aérea é a chave para um bom resultado.
Corpos estranhos podem causar uma gama de sintomas, de obstrução parcial à
obstrução completa das vias aéreas.
Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou
parcialmente o trânsito de ar ambiente até os alvéolos pulmonares. A restauração e
manutenção da permeabilidade das vias aéreas nas vítimas são essenciais e devem
ser feitas de maneira rápida e prioritária, podendo resultar em morte dentro de
minutos se não tratadas.
Em caso de obstrução grave das vias aéreas em vítima consciente, deve-se utilizar
a manobra de Heimlich (ou compressão abdominal), que eleva o diafragma e
aumenta a pressão na via aérea, forçando o ar dos pulmões. Isso pode ser
suficiente para criar uma tosse artificial e expelir um corpo estranho da via aérea.
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890
Figura: Manobra de Heimlich (SBC. 2013).
Desta forma, no caso de obstrução total, faz-se necessário tentar remover o corpo
estranho o mais depressa possível, e, nesse caso, a manobra mais utilizada é a
manobra de Heimlich ou compressão abdominal.
Nessa esteira, a alternativa correta é a D.
50. (PREF. VALPARAÍSO-GO/2010) Qual a manobra que tem por finalidade
aliviar a obstrução súbita das vias áreas provocada por um corpo estranho em
pacientes adultos conscientes?
a) Levine
b) Heimlich
c) Douglas
d) Leopold
e) M´Dower
COMENTÁRIOS:
A manobra de Heimlich é um método de desobstrução das vias aéreas
superiores por um corpo estranho que induz a uma tosse artificial, que deve expelir o
objeto da traqueia da vítima. Uma pessoa fazendo a manobra usa as mãos para
fazer pressão sobre final do diafragma. Isso comprimirá os pulmões e fará pressão
sobre qualquer objeto estranho na traqueia. A pessoa que irá aplicar a manobra
deverá posicionar-se atrás da vítima, fechar o punho e posicioná-lo com o polegar
para dentro entre o umbigo e o osso externo. Com a outra mão, deverá segurar o
seu punho e puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para
dentro e pra cima a partir dos cotovelos. Deve-se comprimir a parte superior do
abdômen contra a base dos pulmões, para expulsar o ar que ainda resta e forçar a
eliminação do bloqueio. Cada empurrão deve ser vigoroso o suficiente para deslocar
o bloqueio.
Nestes termos, o gabarito é a letra B.
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891
51. (FUN. DOM CINTRA/PREF. ITABORAÍ-RJ/2012) A obstrução aguda das vias
aéreas superiores é uma emergência médica com risco de morte para o
paciente. Removida a obstrução, inicia-se a recuperação respiratória. Para
suprir de oxigênio o cérebro e o coração, até que um tratamento médico,
definitivo, restaure as atividades cardíacas e ventilatórias, deve- se adotar a
seguinte conduta:
a) administrar vasopressores
b) aplicar golpes abdominais
c) fazer compressões cardíacas
d) executar manobra de Heimlich
e) fazer inserção de via aérea orofaríngea
COMENTÁRIOS:
As vítimas de obstrução das vias aéreas podem inicialmente estar responsivas de
depois ficarem não responsivas, em cujas circunstâncias você saberá que a
obstrução causou os sintomas e que precisa procurar um corpo estranho na faringe
da vítima. Se a vítima estiver responsiva, deve ser aplicada a manobra de Heimlich
para desobstrução das vias aéreas. Se encontrar a vítima engasgada responsiva,
mas deitada, aplicar as compressões abdominais com a vítima nessa posição. Se a
vítima não estiver responsiva, acionar o sistema de atendimento de
emergência/urgência, abrir a via aérea, remover a obstrução (se puder ser
visualizada), e começar a RCP (30 compressões: 2 ventilações). Cada vez que a via
aérea da vítima for aberta para aplicação da ventilação, deve-se abrir bem a boca a
procura do corpo estranho que causou a obstrução. Caso seja possível visualizá-lo,
deve-se removê-lo com os dedos. Se não puder ser visto, continuar com a RCP. Em
alguns casos, a vítima de obstrução das vias aéreas já não estará responsiva
quando for encontrada. Nesses casos, provavelmente não será possível saber se
existe ou não uma obstrução da via aérea. Assim, deve-se acionar o sistema de
atendimento de emergência/urgência e começar a RCP.
A manobra de Heimlich é um método de desobstrução das vias aéreas
superiores por um corpo estranho que induz à uma tosse artificial, que deve expelir o
objeto da traqueia da vítima. Uma pessoa fazendo a manobra usa as mãos para
fazer pressão sobre final do diafragma. Isso comprimirá os pulmões e fará pressão
sobre qualquer objeto estranho na traqueia. A pessoa que irá aplicar a manobra
deverá posicionar-se atrás da vítima, fechar o punho e posicioná-lo com o polegar
para dentro entre o umbigo e o osso externo. Com a outra mão, deverá segurar o
seu punho e puxar ambas as mãos em sua direção, com um rápido empurrão para
dentro e pra cima a partir dos cotovelos. Deve-se comprimir a parte superior do
abdômen contra a base dos pulmões, para expulsar o ar que ainda resta e forçar a
eliminação do bloqueio. Cada empurrão deve ser vigoroso o suficiente para deslocar
o bloqueio.
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892
A questão aponta uma situação em que a vítima de obstrução de vias aéreas
provavelmente evoluiu para uma PCR, e, nesse caso, a conduta correta é iniciar a
RCP por compressões torácicas (cardíacas) na relação de 30 compressões: 2
ventilações.
Por conseguinte, o gabarito da questão é a letra C.
52. (VUNESP/PREF. SÃO CARLOS-SP/2011) Enfermeiro está numa lanchonete
quando uma mulher o aborda de forma abrupta, está bastante ansiosa, com as
duas mãos no pescoço e sem conseguir respirar, como mostra a figura.
A conduta imediata é
a) chamar por resgate, acalmar a vítima e pedir que tussa vigorosamente.
b) deitar a vítima e iniciar respiração de resgate.
c) deitar a vítima e iniciar compressões abdominais na região epigástrica para dentro
e para cima.
d) manter a vítima em pé e dar tapas na região interescapular.
e) manter a vítima em pé e por trás dela, com as mãos em punho, realizar
movimentos para dentro e para cima na região epigástrica.
COMENTÁRIOS:
Vamos aos itens:
Item A. Quando o enfermeiro presencia uma situação com vítima de obstrução de
via aérea não deve perder tempo em chamar por resgate e acalmar a vítima, pois as
condições do paciente se deteriorarão rapidamente e este ficará inconsciente por
falta de oxigênio. Nesse caso, deverá iniciar imediatamente a manobra de Heimlich
com a vítima em pé.
Item B. A vítima deve permanecer em pé e iniciar a manobra de Heimlich.
Item C. A vítima só deverá ser deitada após a perda da consciência. Enquanto
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893
estiver consciente, deve ser realizada a manobra de Heimlich com a vítima em pé
(iniciar compressões abdominais na região epigástrica para dentro e para cima).
Item D. Manter a vítima em pé e iniciar imediatamente a manobra de Heimlich.
Item E. Manter a vítima em pé e por trás dela, com as mãos em punho, realizar
movimentos para dentro e para cima na região epigástrica. Este item é o correto,
pois descreve a conduta correta: realizar a manobra de Heimlich com a vítima em
pé.
Diante do exposto, o gabarito é a alternativa E.
53. (VUNESP/PREF. DIADEMA-SP/2010) Observe a figura seguinte.
(www.google.com.br/images)
Assinale a alternativa que nomeia a manobra apresentada bem como a situação em
que sua aplicação está indicada.
a) Kristeller; desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho.
b) Ortolani; retirada de fluidos das vias respiratórias em caso de afogamento.
c) Heimlich; desobstrução das vias aéreas superiores por corpo estranho.
d) Kocher; retirada de fluidos das vias respiratórias em caso de afogamento.
e) Valsalva; treinamento para o controle da bexiga.
COMENTÁRIOS:
A manobra de Heimlich é um método de desobstrução das vias aéreas
superiores por um corpo estranho que induz à uma tosse artificial, que deve expelir o
objeto da traqueia da vítima. Uma pessoa fazendo a manobra usa as mãos para
fazer pressão sobre final do diafragma. Isso comprimirá os pulmões e fará pressão
sobre qualquer objeto estranho na traqueia.
Desta forma, o gabarito é a letra C.
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894
Convulsão/Coma
54. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Assinale a alternativa que apresenta a ação que
não deve ser realizada no atendimento a crises convulsivas, no suporte
avançado de vida.
a) Garantia de vias aéreas.
b) Monitorização cardíaca e oximetria.
c) Acesso venoso periférico.
d) Administração drogas anticonvulsivantes.
e) Resfriamento corpo do paciente.
COMENTÁRIOS:
Crises convulsivas representam a manifestação neurológica mais frequente nos
departamentos de emergência, correspondendo a cerca de 1-5% dos atendimentos,
excluindo-se o trauma. Qualquer coisa que irrite o cérebro pode produzir uma crise
convulsiva. Dois terços dos indivíduos que
apresentam uma crise jamais voltam a apresentá-la, enquanto o outro grupo
continuará a apresentá-las repetidamente (epilepsia).
Inicialmente, vamos uniformizar alguns conceitos que são comumente utilizados de
forma errônea:
Epilepsia: condição crônica, caracterizada pela presença de crises epilépticas
recorrentes, na ausência de eventos externos desencadeantes.
Crises epilépticas: esta designação se aplica ao evento neurofisiológico,
representando uma descarga elétrica anormal, excessiva e síncrona, de um
grupamento neuronal, ocorrendo de modo espontâneo ou secundário a eventos
exógenos, como febre, distúrbios hidroeletrolíticos ou mesmo um quadro
encefalítico.
Convulsões: assim são definidas as crises epilépticas com manifestações motoras.
As crises epilépticas associadas a alterações localizadas em áreas posteriores do
cérebro, com sintomas visuais, auditivos ou exclusivamente sensitivos, assim como
as ausências, em que não se visualizam atividades motoras, são denominadas
crises não convulsivas.
Estado de Mal Epiléptico (EME): definido como mais que 30 minutos de atividade
convulsiva contínua ou duas ou mais crises epilépticas sequenciais sem total
recuperação do nível de consciência entre as crises.
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895
Tratamento: quanto mais duradoura a crise que o paciente apresenta, maior serão
os riscos de sequelas neurológicas e complicações sistêmicas e maior será a
chance de a crise se tornar refratária. Dados recentes demonstraram que deve-se
iniciar com terapia agressiva antes que uma cascata de disfunções neuroquímicas
se instale. Vários autores têm recomendado que esse tratamento deva ser iniciado
após cinco a dez minutos de atividade epiléptica contínua.
O tratamento do paciente que está convulsionando deve ser realizado através das
medidas de suporte, terapêuticas e diagnósticas, que são conduzidas praticamente
de modo simultâneo. Como em qualquer situação de emergência, inicialmente,
devem ser efetua dos cuidados com vias aéreas, oxigenação, monitorização
cardíaca, oximetria, e providenciado um acesso venoso, que servirá para eventual
coleta de exames laboratoriais, assim como para administração de drogas
anticonvulsivantes.
O objetivo da terapêutica anticonvulsivante deve ser o rápido término da crise
epiléptica clínica e eletroencefalográfica, através da administração, no momento
adequado, das drogas mais apropriadas, em doses adequadas e de modo a se
evitar eventuais complicações como apneia, hipoventilação e outras anormalidades
metabólicas. As drogas anticonvulsivantes mais utilizadas são:
Diazepam: é a droga de escolha para o tratamento inicial da uma crise epiléptica.
Essa droga é eficaz no controle das crises em cerca de 75 a 90% dos casos.
Fenitoína: determina o controle da atividade epiléptica anômala em 40 a 91% dos
pacientes com crises generalizadas, sendo que os menores índices de controle se
referem aos casos de distúrbios tóxicos, metabólicos ou na anóxia.
Fenobarbital: essa droga é utilizada quando não houve o controle das crises com o
diazepam ou a fenitoína.
Midazolam: trata-se de um benzodiazepínico, classicamente utilizado como
hipnótico, que vem sendo cada vez mais preconizado no controle de crises
epilépticas que se mostraram refratárias às medicações clássicas, utiliza das por via
parenteral.
Tiopental sódico: os pacientes que não apresentaram resposta às drogas
utilizadas, que estejam mantendo uma crise epiléptica prolongada ou com crises
intermitentes sem retorno de consciência entre elas, devem ser transferidos para a
UTI, submetidos à intubação e ventilação mecânica. Nesses casos, após esses
procedimentos, iniciamos o tiopental sódico.
Sendo assim, conforme vimos no texto acima, a ação que não deve ser realizada no
atendimento a crises convulsivas, no suporte avançado de vida, é o resfriamento
corpo do paciente.
Diante do exposto, o gabarito só pode ser a letra E.
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896
55. (FUNCAB/SESC-BA/2013) A escala neurológica que permite mensurar o
nível de consciência de uma pessoa que tenha sofrido um traumatismo
cranioencefálico é chamada de:
a) Strassman.
b) Hartmann.
c) Braden.
d) Blumberg.
e) Glasgow.
COMENTÁRIOS:
A escala de coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica que parece
constituir-se num método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de
uma pessoa, para avaliar e definir estados de consciência, utilizada para a avaliação
neurológica em lesões cerebrais, diagnósticos, gerenciamento, previsão de
resultados e comunicação do nível de consciência.
Por conseguinte, o gabarito da questão é a letra E.
56. (CESPE/ TRT 8ª Região/2013) A respeito da escala de coma de Glasgow
(ECG), assinale a opção correta.
a) Em pacientes entubados, não há necessidade de avaliação da resposta verbal,
sendo a pontuação da ECG obtida pela soma dos demais quesitos.
b) Um paciente com abertura ocular ao comando verbal e que não emita nenhuma
resposta e retire o membro ao estímulo doloroso apresentará doze pontos na ECG.
c) A ECG baseia-se na quantificação de três variáveis, pontuando-se cada uma de
acordo com a melhor resposta obtida durante o exame e somando-se os resultados,
que podem indicar uma pontuação entre 3 e 15.
d) A classificação do paciente de acordo com a ECG independe do fato de o
paciente estar utilizando medicamentos.
e) A resposta motora é avaliada e pontuada em cinco níveis, recebendo a menor
nota o paciente que obedece aos comandos espontaneamente.
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897
COMENTÁRIOS:
A escala de coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica que parece
constituir-se num método confiável e objetivo de registrar o nível de consciência de
uma pessoa, para avaliar e definir estados de consciência, utilizada para a avaliação
neurológica em lesões cerebrais, diagnósticos, gerenciamento, previsão de
resultados e comunicação do nível de consciência.
A ECG baseia-se na quantificação de três variáveis, pontuando-se cada uma de
acordo com a melhor resposta obtida durante o exame e somando-se os resultados,
que podem indicar uma pontuação entre 3 e 15.
Mas, quais são essas variáveis?
1 - Avaliação ocular, com quatro níveis de oscilação, de espontânea a nenhuma
abertura ocular;
2 - Avaliação verbal, com cinco níveis, de orientado a nenhuma resposta verbal;
3 - Avaliação motora, com seis níveis, de obedecer a comandos a nenhuma
resposta motora.
Escala de Coma de Glasgow (ECG)
Abertura ocular
Pontos
Abre os olhos espontaneamente.
4
Abre os olhos em resposta a um chamado.
3
Abre os olhos em resposta a estímulo de dor.
2
Não abre os olhos.
1
Melhor resposta verbal
Pontos
Orientado, conversa normalmente.
5
Confuso, desorientado.
4
Pronuncia palavras desconexas.
3
Emite sons incompreensíveis.
2
Ausente.
1
Melhor resposta motora
Obedece a comandos
Pontos
6
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Localiza estímulos dolorosos
5
Reflexo de retirada a estímulos dolorosos.
4
Flexão
anormal
(decorticação).
a
estímulos
dolorosos 3
2
Extensão a estímulos dolorosos (descerebração).
1
Sem resposta motora
Total
Total de pontos da Escala de Coma de Glasgow (ECG): ocular (1 a 4) + verbal (1
a 5) + motora (1 a 6) = 3 a 15.
O escore máximo na Escala de Coma de Glasgow é 15, indicando um doente sem
dano neurológico; o menor escore é 3, apontando um gravíssimo sinal neurológico.
Um escore menor que 8 indica uma lesão grave; 9 a 12, lesão moderada; e 13 a 15,
lesão mínima. Um escore igual ou inferior a 8 é indicação para consideração de
tratamento ativo da via área do doente (PHTLS, 2011).
Se o doente não está acordado, orientado ou capaz de obedecer a comandos,
devem ser rapidamente avaliadas as pupilas. As pupilas estão iguais e redondas,
fotorreagentes? As pupilas são iguais entre si? Cada pupila está redonda e com a
aparência normal, e reage apropriadamente à luz, se contraindo, ou está sem
resposta e dilatada? Um escore menor que 14 na Escala de Coma de Glasgow,
combinado com um exame pupilar anormal, pode indicar a presença de uma lesão
cerebral potencialmente letal (PHTLS, 2011).
Dito isto, vamos comentar as assertivas da questão:
Item A. Incorreto. Em qualquer situação, inclusive em pacientes entubados, há
necessidade de avaliação da resposta verbal, sendo a pontuação da ECG obtida
pela soma dos demais quesitos.
Item B. Incorreto. Um paciente com abertura ocular ao comando verbal e que não
emita nenhuma resposta e retire o membro ao estímulo doloroso apresentará 8
pontos na ECG.
 avaliação ocular: abertura ocular ao comando verbal = 3 pontos;
 avaliação verbal: não emita nenhuma resposta = 1 ponto ;
 avaliação motora: retire o membro ao estímulo doloroso = 4 ;
Item C. Correto. A ECG baseia-se na quantificação de três variáveis, pontuando-se
cada uma de acordo com a melhor resposta obtida durante o exame e somando-se
os resultados, que podem indicar uma pontuação entre 3 e 15.
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Item D. Incorreto. A classificação do paciente de acordo com a ECG depende do
fato de o paciente estar utilizando medicamentos, já que muitas drogas são
sedativas e modificam o nível de consciência, a exemplo do Dormonid.
Item E. Incorreto. A resposta motora é avaliada e pontuada em 6 níveis, recebendo a
menor nota (1 ponto) o paciente que não apresentar resposta motora, mesmo com
estímulos.
Diante do exposto, o gabarito da questão é a letra C.
57. (VUNESP/PREF. DIADEMA-SP/2010) P.P., sexo masculino, 28 anos, vítima
de atropelamento, deu entrada no pronto-socorro trazido por transeuntes.
Durante os procedimentos de avaliação, o enfermeiro aplicou a Escala de Coma de
Glasgow, obtendo um escore total de 3 pontos, o que indica que o paciente estava
a) Torporoso.
b) Arreativo.
c) Obnubilado.
d) Confuso.
e) Alerta.
COMENTÁRIOS:
A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma ferramenta utilizada para avaliar o
nível de consciência. É um método simples e rápido para determinar a função
cerebral e é preditivo da sobrevida do paciente. É dividida em três seções: (1)
abertura ocular, (2) melhor resposta verbal, (3) melhor resposta motora.
ESCALA DE COMA DE GLASGOW
Abertura Ocular
Abertura ocular espontânea
4
Abertura ocular sob comando verbal
3
Abertura ocular sob estímulo doloroso
2
Sem abertura ocular
1
Melhor Resposta Verbal
Respostas adequadas (orientado)
5
Respostas confusas
4
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900
Respostas inadequadas
3
Sons ininteligíveis
2
Sem resposta verbal
1
Melhor Reposta Motora
Obedece a comandos
6
Localiza estímulos dolorosos
5
Retira o membro à dor (movimento não localizado à dor)
4
Responde com
(decorticação)
3
flexão
anormal
aos
estímulos
dolorosos
Responde com extensão anormal aos estímulos dolorosos
2
(descerebração)
Sem resposta motora
1
Vejamos na tabela abaixo a pontuação da ECG mínima, máxima e indicada para
intubação.
Total máximo
Total mínimo
Intubação
15 pontos
3 pontos
8 pontos
A pontuação máxima da Escala de Coma de Glasgow é de 15 pontos, e a pontuação
mínima é de 3 pontos (paciente encontra-se arreativo). Algumas questões afirmam
que a pontuação mínima é zero, o que está errado. Se o paciente apresenta
pontuação de 8, é recomendável a intubação orotraqueal para proteção das vias
aéreas.
Pontuação na
Escala de Coma de
Glasgow
Situação do paciente
15 pontos
Consciente
13 a 14 pontos
Trauma leve
11 a 12 pontos
Trauma médio
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901
9 a 10 pontos
Trauma profundo
7 a 8 pontos
Coma superficial
5 a 6 pontos
Coma moderado
3 a 4 pontos
Coma profundo (arreativo)
A partir do exposto, o gabarito é a letra B.
58. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) O trauma crânioencefálico decorre de
quedas, atropelamentos, colisão, ferimentos por armas de fogo e outros. Os
pacientes podem apresentar fratura de crânio e lesões no cérebro. A avaliação
do nível de consciência é realizada pela aplicação da Escala de Coma de
Glasgow. Em relação a esta escala, analise as opções abaixo:
I. Avalia abertura ocular, resposta verbal, resposta motora.
II. O total máximo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 15.
III. O total mínimo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 3.
IV. O total máximo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 18. V. O total
mínimo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 0.
Assinale a alternativa que contém as opções CORRETAS.
a) IV e I
b) III e I
c) I e II
d) IV e III
e) I, II e III
COMENTÁRIOS:
A Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma ferramenta utilizada para avaliar o
nível de consciência. É um método simples e rápido para determinar a função
cerebral e é preditivo da sobrevida do paciente. É dividida em três seções: (1)
abertura ocular, (2) melhor resposta verbal, (3) melhor resposta motora.
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ESCALA DE COMA DE GLASGOW
Abertura Ocular
Abertura ocular espontânea
4
Abertura ocular sob comando verbal
3
Abertura ocular sob estímulo doloroso
2
Sem abertura ocular
1
Melhor Resposta Verbal
Respostas adequadas (orientado)
5
Respostas confusas
4
Respostas inadequadas
3
Sons ininteligíveis
2
Sem resposta verbal
1
Melhor Reposta Motora
Obedece a comandos
6
Localiza estímulos dolorosos
5
Retira o membro à dor (movimento não localizado à dor)
4
Responde com
(decorticação)
3
flexão
anormal
aos
estímulos
dolorosos
Responde com extensão anormal aos estímulos dolorosos
2
(descerebração)
Sem resposta motora
1
Vejamos na tabela abaixo a pontuação da ECG mínima, máxima e indicada para
intubação.
Total máximo
Total mínimo
Intubação
15 pontos
3 pontos
8 pontos
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903
A pontuação máxima da Escala de Coma de Glasgow é de 15 pontos, e a pontuação
mínima é de 3 pontos (paciente encontra-se arreativo). Algumas questões afirmam
que a pontuação mínima é zero, o que está errado. Se o paciente apresenta
pontuação de 8, é recomendável a intubação orotraqueal para proteção das vias
aéreas.
Após exposição do tema, vamos aos itens da questão:
Item I. Correto. A Escala de Coma de Glasgow avalia abertura ocular, resposta
verbal e resposta motora.
Item II. Correto. O total máximo de pontos que o paciente pode atingir na escala é
15.
Item III. Correto. O total mínimo de pontos que o paciente pode atingir na escala é 3.
Item IV. Incorreto. O total máximo de pontos que o paciente pode atingir na escala é
15, e não 18.
Item V. Incorreto. O total mínimo de pontos que o paciente pode atingir na escala é
3, e não 0.
Nesses termos, o gabarito é a letra E, já que apenas os itens I, II e III estão corretos.
59. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) Ao iniciar a avaliação do
paciente, tenha uma impressão geral do paciente e do ambiente onde ele se
encontra. Os procedimentos de avaliação que exigem o contato direto com o
paciente iniciam-se com o exame de consciência ou a capacidade de resposta.
Classifique o nível de consciência utilizando as letras à classificação AVDI e
assinale V para (Verdadeiro) e F para (Falso):
( ) Alerta – o paciente não responde aos estímulos auditivos, mas reage aos
estímulos dolorosos.
( ) Verbal – o paciente aparenta estar desacordado, mas ao ser chamado ou
estimulado auditivamente consegue reagir.
( ) Dor – o paciente está desperto, orientado, responde as questões conversa com
os socorristas.
( ) Inconsciente – o paciente não responde aos estímulos auditivos e dolorosos. Ele
está arreativo.
Assinale a sequência CORRETA, na ordem de cima para baixo:
a) F, V, F, V.
b) V, F, V, F.
c) F, F, V, F.
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904
d) F, F, F, V.
COMENTÁRIOS:
O Método AVDI associado ao Exame Neurológico Mínimo é usado para determinar a
presença e a gravidade de déficits neurológicos evidentes, sobretudo quando há
indicação de tratamento cirúrgico de emergência. O exame neurológico mínimo deve
ser realizado repetidamente para qualquer paciente com trauma cranioencefálico. O
método AVDI descreve o nível de consciência do paciente da seguinte forma:
A - alerta
V - resposta ao estímulo verbal
D - só responde a dor
I - inconsciente
Item I. Incorreto. Alerta – o paciente responde aos estímulos auditivos.
Item I. Correto. Verbal – o paciente aparenta estar desacordado, mas ao ser
chamado ou estimulado auditivamente consegue reagir.
Item I. Incorreto. Dor – o paciente só responde aos estímulos dolorosos
Item I. Correto. Inconsciente – o paciente não responde aos estímulos auditivos e
dolorosos. Ele está arreativo.
O gabarito, portanto, é a letra A.
Picada Animais Peçonhentos
60. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Quando a pessoa é picada por algum
animal peçonhento, deve-se ter alguns cuidados tanto no pré-hospitalar
quanto na hospitalização. Acerca da assistência do técnico em enfermagem na
hospitalização, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Fazer limpeza com soro fisiológico 0,9% no local da picada e no membro afetado.
( ) Garrotear o membro afetado.
( ) Manter o membro elevado.
( ) Puncionar acesso venoso de grosso calibre e manter hidratação conforme
orientação médica.
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905
( ) Realizar compressa fria no local da picada.
A sequência está correta em
a) F, V, F, V, V.
b) F, F, V, F, V.
c) V, V, V, V, V.
d) V, F, F, V, F.
e) V, F, V, V, V.
COMENTÁRIOS:
Animais peçonhentos são aqueles que possuem glândulas de veneno que se
comunica com os dentes ocos, ferrões ou aguilhões, por onde o veneno passa
ativamente. Exemplos: serpentes, aranhas, escorpiões, abelhas e arraias.
São medidas de primeiros socorros:
 Manter respiração e circulação;
 Administrar oxigênio;
 Deixar a vítima deitada e em repouso absoluto;
 Imobilizar a extremidade que sofreu a picada, mantendo-a elevada;
 Afrouxar a roupa, remover anéis e braceletes que podem interromper a circulação
da extremidade após desenvolvimento de edema;
 Não garrotear o membro afetado;
 Fazer limpeza com soro fisiológico 0,9% no local da picada e no membro afetado;
 Puncionar acesso venoso de grosso calibre e manter hidratação conforme
orientação médica;
 Realizar compressa fria no local da picada;
 Estar atento para o desenvolvimento de choque ou parada respiratória;
 É contraindicado: realizar torniquete/garrote, incisão da ferida para sugar o
veneno, ingestão de líquidos e movimentar a vitima.
Diante do exposto, o gabarito só pode ser a letra E.
61. (EsFCEx/EXÉRCITO/2011) O acidente ofídico causado pelas serpentes
peçonhentas do gênero Lachesis (Surucucu), caracterizado pelo edema local,
dor, calor, eritema, necrose, lesão vascular com sangramento e até
insuficiência renal aguda é conhecido como:
a) Peçonho
b) Iaquésico
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906
c) Crotálico
d) Botrópico
e) Micrúrico
COMENTÁRIOS:
O acidente ofídico é o envenenamento causado pela inoculação de toxinas, através
das presas de serpentes (aparelho inoculador), podendo determinar alterações
locais (na região da picada) e sistêmicas.
No Brasil, quatro tipos de acidente são considerados de interesse em saúde:
botrópico, crotálico, laquético e elapídico. Acidentes por serpentes não peçonhentas
são relativamente frequentes, porém não determinam acidentes graves, na maioria
dos casos, e, por isso, são considerados de menor importância médica. A presença
de fosseta loreal, órgão termorregulador localizado entre o olho e a narina,
caracteriza o grupo de serpentes peçonhentas de interesse médico no Brasil, onde
se incluem os gêneros Bothrops (jararaca, jararacuçu, urutu, caiçaca), Crotalus
(cascavel) e Lachesis (surucucu, pico-de-jaca); como exceção de serpente
peçonhenta, o gênero Micrurus (coral verdadeira) não possui fosseta loreal.
Na maioria dos casos, o reconhecimento das manifestações clínicas e a história
epidemiológica do acidente permitem o diagnóstico do tipo de envenenamento. O
diagnóstico etiológico por meio da identificação do animal é pouco frequente.
Acidente botrópico (jararacas): as manifestações locais se evidenciam nas
primeiras horas após a picada com a presença de edema intenso, dor e equimose
na região da picada, que progride ao longo do membro acometido e adenomegalia
regional. As marcas de picada nem sempre são visíveis, assim como o sangramento
nos pontos de inoculação das presas. Bolhas com conteúdo seroso ou serohemorrágico podem surgir na evolução e dar origem à necrose cutânea. As
principais complicações locais são decorrentes da necrose e da infecção secundária
que podem levar à amputação e/ou déficit funcional do membro.
As manifestações sistêmicas do acidente botrópico são caracterizadas por
sangramentos em pele e mucosas são comuns (gengivorragia, equimoses à
distância do local da picada); hematúria, hematêmese e hemorragia em outras
cavidades podem determinar risco ao paciente. Hipotensão pode ser decorrente de
sequestro de líquido no membro picado ou hipovolemia consequente a
sangramentos, que podem contribuir para a instalação de insuficiência renal aguda.
Acidente laquético (surucucus): as manifestações, tanto locais como sistêmicas,
são indistinguíveis do quadro desencadeado pelo veneno botrópico (jararacas). A
diferenciação clínica se faz quando, nos acidentes laquéticos, estão presentes
alterações vagais, como náuseas, vômitos, cólicas abdominais, diarreia, hipotensão
e choque.
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Vejam que os sintomas locais (local da picada) são os mais importantes no
acidente botrópico (jararacas) e laquético (surucucus).
Acidente crotálico (cascavéis): em relação às manifestações locais não se
evidenciam alterações significativas. A dor e o edema são usualmente discretos e
restritos ao redor da picada; eritema e parestesia são comuns.
As manifestações sistêmicas do acidente crotálico são: aparecimento das
manifestações neuroparalíticas com progressão craniocaudal, iniciando-se por ptose
palpebral, turvação visual e oftalmoplegia. Distúrbios de olfato e paladar, além de
ptose mandibular e sialorréia podem ocorrer com o passar das horas. Raramente a
musculatura da caixa torácica é acometida, o que ocasiona insuficiência respiratória
aguda. Essas manifestações neurotóxicas regridem lentamente, porém são
totalmente reversíveis.
Pode haver gengivorragia e outros sangramentos discretos. Progressivamente,
surgem mialgia generalizada e escurecimento da cor da urina (cor de “coca cola” ou
“chá preto”). A insuficiência renal aguda é a principal complicação e causa de óbito.
Acidente elapídico (corais): em relação às manifestações locais, a dor e
parestesia na região da picada são discretos, não havendo lesões evidentes.
Sobre as manifestações sistêmicas do acidente elapídico, a fácies miastênica ou
neurotóxica (semelhante ao acidente crotálico) constitui a expressão clínica mais
comum do envenenamento por coral verdadeira; as possíveis complicações são
decorrentes da progressão da paralisia da face para músculos respiratórios.
Percebam que as manifestações sistêmicas são as mais importantes no acidente
crótálico (cascavéis) e elapídico (corais).
O tratamento contra acidentes por serpentes peçonhentas é feito com a aplicação do
soro (antiveneno) específico para cada tipo de acidente e de acordo com a
gravidade do envenenamento.
A questão foi anulada, pois a resposta correta é laquético, que não se encontra entre
as alternativas da questão.
Queimaduras
*O tema queimaduras foi tratado na aula de curativos e cobertura especiais.
62. (EBSERH/UFMA-IBFC/2013) Paciente JMA, 57 anos, deu entrada no pronto
socorro com 50% da superfície corpórea queimada após acidente com
substância inflamável. Considerando o paciente queimado como
imunossuprimido em virtude de inúmeras alterações orgânicas, que modificam
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seu mecanismo de defesa contra infecções, na prescrição de enfermagem
desse paciente deve conter os seguintes cuidados:
a) Realizar limpeza das lesões com soro fisiológico 0,9%, não romper bolhas e não
utilizar água fria.
b) Lavas as lesões com água e sabão, usar água fria e não romper bolhas.
c) Não aplicar antisséptico nas lesões, não romper bolhas, não usar água morna.
d) Aplicar ácidos graxos nas lesões, romper bolhas e não utilizar água fria.
e) Realizar limpeza com clorexidina alcoólica, não utilizar água morna e não romper
bolhas.
COMENTÁRIOS:
As queimaduras podem variar de tamanho e profundidade, abrangendo desde
pequenas até extensas regiões do corpo. Um conceito errôneo comum é que as
lesões das queimaduras se restringem à pele. Pelo contrário, as grandes
queimaduras podem ser lesões extensas e multissistêmicas, capazes de
repercussões com risco de morte sobre o coração, pulmões, rins, trato
gastrointestinal e sistema imune. Como são consideradas uma forma de trauma, a
avaliação do agente causador bem como das circunstâncias em que ocorreram
proporcionará um melhor atendimento para a vítima.
Observe no quadro abaixo a classificação das queimaduras de acordo com o PHTLS
7ª ed.:
Quadro resumo: classificação das queimaduras
1º grau
2º grau
3º grau

afetam apenas a epiderme (camada superficial da pele);

são avermelhadas (eritema);

são dolorosas;

envolvem a epiderme e partes variadas da derme;

formam bolhas;

são dolorosas;

lesões espessas, secas, esbranquiçadas e com aspecto de
couro ;
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
nos casos graves, a pele tem aparência carbonizada;

a queimadura de 3º grau destrói as terminações nervosas,
sendo assim, o paciente não sente dor ;

quando eles referem dor, é porque as áreas de queimadura de
3º grau estão circundadas por queimaduras de 2º grau ;
4º grau

atingem todas as camadas da pele e também queimam o
tecido gorduroso, músculos, ossos ou órgãos internos.
As defesas imunológicas do corpo são muito afetadas pela lesão por queimadura,
que diminui a resistência do organismo à infecção. Em consequência, a sepse
continua a ser a principal causa de morbimortalidade nos pacientes com lesões
térmicas. A perda da integridade cutânea é composta pela liberação de fatores
inflamatórios anormais, níveis alterados de imunoglobulinas e complemento sérico,
função neutrofílica comprometida e redução nos linfócitos (linfocitopenia).
Considerando o paciente queimado como imunossuprimido, para a realização da
limpeza das lesões deverá ser utilizado soro fisiológico 0,9%. O uso de água fria
está contraindicado, pois pode aumentar a extensão do comprometimento tecidual.
Deve-se também usar terapia antimicrobiana tópica, para reduzir o número de
bactérias. Nesse sentido, a prata é reconhecida por suas propriedades
bacteriostáticas e bactericidas, o que a tornou um excelente agente de tratamento
para queimaduras, podendo ser encontrada em produtos como a sulfadiazina de
prata e/ou curativos industrializados que contenham prata.
De acordo com o PHTLS 7ª ed., muita discussão foi gerada acerca de bolhas, se
elas devem ou não ser submetidas ao desbridamento e sobre com abordar as
bolhas associadas à queimadura. A bolha ocorre quando a epiderme se separa da
derme subjacente, e é preenchida pelo fluido proveniente do extravasamento de
vasos adjacentes. A presença de proteínas osmoticamente ativas no fluido contido
no interior da bolha atrai mais líquidos para este espaço, levando ao crescimento da
lesão. À medida que a bolha cresce, ela pressiona o tecido lesionado no leito da
ferida, aumentando a dor do paciente. Muitos acham que a pele da bolha age como
um curativo e impede a contaminação da ferida. Pelo contrário, a pele da bolha não
é normal e, por conseguinte, não pode servir como uma barreira de proteção. Além
disso, manter a bolha intacta impede que se apliquem antibióticos tópicos
diretamente sobre a lesão. Por esses motivos, muitos especialistas em queimaduras
recomendam que as bolhas devem ser abertas e desbridadas por profissional
habilitado no ambiente hospitalar, ou seja, esse é um procedimento que
normalmente é realizado pelo médico, no centro cirúrgico. Não deve ser realizado
pela enfermeira durante o curativo, ou seja, as bolhas não devem ser rompidas
durante a realização do curativo.
Isto posto, vamos avaliar os itens da questão:
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a) Correta. Realizar limpeza das lesões com soro fisiológico 0,9%, não romper
bolhas e não utilizar água fria.
b) Incorreta. As lesões devem ser lavadas com soro fisiológico 0,9%, não usar água
fria e não romper bolhas.
c) Incorreta. Devem ser aplicados antisséptico nas lesões (ex.: sulfaziadina de
prata), não romper bolhas, não usar água fria.
d) Incorreta. Devem ser aplicados antisséptico nas lesões (ex.: sulfaziadina de
prata), e não ácidos graxos, não romper bolhas e não utilizar água fria.
e) Incorreta. Realizar limpeza com soro fisiológico 0,9% e não romper bolhas.
A partir dos comentários, contatamos que o gabarito da questão é a letra A.
Trauma De Tórax
63. (EBSERH/HU-UFPI/2013) Traumas torácicos constituem parcela
significativa dos atendimentos em urgência e emergência, e respondem por
cerca de 25% dos casos de morte por trauma. Uma avaliação rápida e eficiente
de paciente com trauma torácico prioriza correções de danos que causem
morte imediata. No exame primário, o enfermeiro deve estar atento às lesões
que podem ocasionar o óbito do paciente, que são
a) tórax instável e derrame pleural.
b) pneumotórax hipertensivo e tromboembolia pulmonar.
c) tórax instável e tamponamento cardíaco.
d) pneumotórax aberto e derrame pleural.
e) hemotórax cardíaco e infiltração pulmonar difusa.
COMENTÁRIOS:
As lesões de tórax são a segunda principal causa de morte por trauma,
correspondendo de 20 a 25% das fatalidades traumáticas. A maioria das lesões
traumáticas do tórax é tratada apenas com suporte ventilatório, analgesia e
drenagem de tórax. Somente 15 a 30% dos traumas torácicos penetrantes e menos
de 10% dos traumas contusos requerem intervenção cirúrgica.
Os ferimentos do tórax podem ser fechados ou abertos e envolver as várias
estruturas como: lesões da parede e arcabouço ósseo, lesões de pulmão, lesões
mediastinais (esôfago, via aérea, coração e grande vasos), lesões diafragmáticas,
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911
órgãos abdominais
toracoabdominal.
podem
ser
acometidos,
caracterizando
uma
lesão
O principal objetivo da avaliação primária é detectar e combater ou simplesmente
evitar a mais séria anormalidade que põe em risco a vida desses doentes, que é a
HIPÓXIA. A hipóxia é determinada pela obstrução mecânica das vias aéreas, pela
hipovolemia (hemorragia), pela alteração na pressão intratorácica e pela alteração
na relação ventilação-perfusão, podendo esses fatores atuar isoladamente ou em
combinação.
Os sintomas de trauma de tórax relacionados com a parede torácica e o pulmão são:
falta de ar, taquipneia e dor torácica. Os sintomas associados às lesões de tórax são
como em outras áreas do organismo: quando presentes indicam lesão. Entretanto, a
ausência de sintomas não indica que não exista lesão.
Como os órgãos da respiração e circulação estão localizados no tórax, uma lesão
torácica grave pode produzir distúrbios fisiológicos da ventilação e circulação que
põem em risco a vida do paciente. A
presença de choque deve ser rapidamente correlacionada com os achados de
exame físico com o objetivo de intervir apropriadamente e tratar o doente. O exame
do tórax, na avaliação primária classicamente, segue a sequência: inspeção estática
e dinâmica, percussão, palpação, ausculta.
Um exame visual minucioso do tórax pode ser feito em menos de 30 segundos.
A inspeção do pescoço e da parede torácica pode revelar: cianose, escoriações,
lacerações, distensão de veias do pescoço, desvio de traqueia, enfisema
subcutâneo, ferimentos abertos de tórax, assimetria de expansão e movimentação
paradoxal da parede torácica.
O pescoço e o tórax devem ser palpados, pesquisando a presença de pontos
dolorosos, crepitação óssea, enfisema subcutâneo e segmento instável da parede
torácica. Por causa da dor, pode ser observada imobilização ou tentativa de limitar a
movimentação do tórax.
Os pulmões devem ser auscultados, verificando-se a presença ou ausência de
murmúrio vesicular, o volume inspirado e a simetria do fluxo de ar. Diminuição ou
ausência de murmúrio vesicular em um lado do tórax no doente traumatizado pode
indicar a presença de ar ou sangue no espaço pleural. Avaliação e início da
reanimação são as chaves da sobrevivência de doentes com trauma de tórax.
As lesões torácicas com risco de vida imediato são:
1. Obstrução de vias aéreas
2. Pneumotórax hipertensivo
3. Pneumotórax aberto
4. Hemotórax maciço
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5. Tórax instável/flácido com grave contusão pulmonar
6. Tamponamento cardíaco
1 - Obstrução de vias aéreas: a identificação dessa condição é feita ao falar com o
doente à admissão. Quadro clínico: apresenta-se com agitação/torpor, cornagem,
estridor, cianose. Conduta: inspecionar a cavidade oral, aspirar secreções e retirar
corpos estranhos (próteses, fragmentos ósseos).
2 - Pneumotórax hipertensivo: quando se forma uma válvula unidirecional que
permite que o ar entre, mas não saia do espaço pleural, surge uma situação de risco
de vida. Quando a pressão no espaço pleural excede a pressão atmosférica, ficam
amplificadas as consequências fisiológicas do pneumotórax simples. Esta lesão é
chamada pneumotórax hipertensivo. O aumento da pressão no espaço pleural faz
colabar ainda mais o pulmão no lado acometido e empurra o mediastino (coração e
vasos sanguíneos) para o lado oposto (contralateral). Quadro clínico: ansiedade
extrema, cianose, taquipnéia, diminuição ou ausência de murmúrio vesicular no lado
acometido, saliência dos músculos intercostais, distensão de veias jugulares,
taquicardia, diminuição da pressão de pulso, hipotensão, enfisema de subcutâneo e
desvio da traquéia. Conduta: consiste em diminuir a pressão no espaço pleural.
Pode ser realizada a punção no 2° espaço intercostal na linha hemiclavicular do lado
acometido, o que permite o alívio parcial da pressão intratorácica, enquanto preparase a drenagem pleural.
3 - Pneumotórax aberto: consiste na entrada de ar, sem resistência, no espaço
pleural determinada por grandes defeitos da parede torácica por meio do mecanismo
de sucção (aspirativo), resultando em imediato equilíbrio das pressões intratorácica
e atmosférica. Ocorre colapso ipsilateral (do mesmo lado) do pulmão e, nos defeitos
maiores que 2/3 do diâmetro da traquéia, ocorre ainda a redução da insuflação do
pulmão contralateral agravando o quadro. Quadro clínico: dor no local da lesão e
falta de ar. Os sinais podem incluir um ruído de aspiração ou borbulhamento
(traumatopnéia), resultante do movimento de ar para dentro e para fora do espaço
pleural através do defeito da parede torácica. Conduta: fechamento do orifício no
tórax, transformando um pneumotórax aberto em fechado, através de um curativo de
3 pontas. Para tanto podemos empregar material plástico com 3 partes fechadas
aderidas à pele com fita adesiva, durante a inspiração o curativo colaba e impede o
fluxo de ar e durante a expiração abre e deixa sair o ar e as secreções, sangue, etc.
O tratamento definitivo é o fechamento cirúrgico do defeito na parede torácica e a
drenagem pleural.
4 - Hemotórax maciço: acúmulo de sangue no espaço pleural superior a 1.500 ml.
A causa mais comum é o ferimento penetrante de tórax, sendo a fonte de
sangramento representada por pulmão, vasos sistêmicos, lesões mediastinais
(coração e grandes vasos) e ferimentos toracoabdominais. Quando o sangramento é
contínuo (200 a 300 ml/h por três horas consecutivas ou 1500 ml em 24 horas),
consideramos o hemotórax progressivo e, portanto, de indicação cirúrgica. Quadro
clínico: os sintomas de um hemotórax estão diretamente relacionados com a perda
de sangue e, em menor extensão, com a quantidade de pulmão colabado com a
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913
consequente falta de ar. Dependendo da magnitude do comprometimento
respiratório e circulatório, como em qualquer situação de hipovolemia, o doente pode
também estar confuso ou ansioso. Os sinais de hemotórax incluem taquipnéia,
diminuição do murmúrio vesicular com macicez à percussão e os sinais clínicos de
choque. Conduta: deve ser administrado oxigênio, em conjunto com assistência
ventilatória, usando máscara e ambú e/ou tubo endotraqueal, conforme a
necessidade. Como em outras lesões do tórax, deve ser feita observação rigorosa. A
hipovolemia e o choque são os maiores problemas fisiológicos e devem ser tratados
pela reposição intravenosa de soluções com eletrólitos e derivados do sangue assim
que possível bem como a correção cirúrgica imediata.
5 – Tamponamento cardíaco: o tamponamento cardíaco que pode ser tratado é
mais frequentemente devido a ferimentos por arma branca. Ferimentos por arma de
fogo frequentemente criam um orifício no pericárdio suficientemente grande para
permitir que o sangue saia. O mais comum nos ferimentos por arma de fogo é a
exsanguinação para dentro da cavidade torácica, em vez de tamponamento.
Entretanto, tanto no trauma fechado como no penetrante, o sangue pode não ter
como sair do saco pericárdico. Visto que o pericárdio é uma bolsa inelástica que
envolve o coração, à medida que o sangue escapa do ferimento na parede do
coração, enche essa bolsa. Com a contração do coração para ejetar sangue durante
a sístole, mais sangue é empurrado para esse espaço. Então, o coração deixa de
poder se expandir para se reencher de sangue. A cada contração vai havendo
progressivamente menos sangue para ser bombeado. Quadro clínico: o paciente
traumatizado com tamponamento cardíaco pode ter apenas os sintomas
relacionados à lesão de tórax e ao choque. Quando aumenta a quantidade de
sangue no saco pericárdico, a frequência cardíaca aumenta, na tentativa de manter
o débito cardíaco. A pressão de pulso diminui e pode surgir um pulso paradoxal
(pressão sistólica cai mais do que 10 a 15 mmHg durante a inspiração). As bulhas
cardíacas podem estar abafadas e distantes. A partir deste momento surgem os
sinais de choque, que pioram progressivamente: pressão venosa elevada,
choque/hipotensão arterial, abafamento de bulhas cardíacas. São os sinais clássicos
de tamponamento cardíaco, conhecidos como Tríade de Beck. Conduta:
atendimento imediato; fornecer infusão intravenosa de solução com eletrólitos pode
melhorar o débito cardíaco pelo aumento da pressão venosa; o tratamento destes
casos envolve a remoção do sangue do pericárdio (pericardiocentese) e o controle
da hemorragia. Lembrar que o tamponamento cardíaco é uma das causas de parada
cardiorrespiratória em AESP – Atividade Elétrica Sem Pulso.
6 - Tórax flácido/instável: o tórax instável geralmente advém de um impacto no
esterno ou na parede lateral do tórax. Na colisão automobilística frontal, o esterno
para contra a coluna da direção. A continuação do movimento da parede torácica
posterior para frente comprime as costelas até estas fraturarem. Quando duas ou
mais costelas adjacentes são fraturadas em pelo menos dois lugares, ocorre tórax
instável. Se as fraturas costais ocorrerem em apenas um ponto das costelas
contíguas, chamamos de fratura de múltiplas costelas. É a contusão pulmonar
subjacente que dá a gravidade do quadro e não o dano da parede costal. Quadro
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914
clínico: dor à palpação e ou crepitação óssea; inicialmente, o espasmo da
musculatura intercostal pode impedir movimentação paradoxal significativa, mas,
quando estes músculos entram em estafa, o segmento instável torna-se mais
evidente. A avaliação inicial e repetida da frequência respiratória é essencial para
surpreender a instalação da hipóxia e insuficiência respiratória. À medida que o
doente não consegue oxigenar os tecidos a frequência respiratória vai aumentando.
Conduta: se o paciente apresentar desconforto respiratório pode-se:
a) imobilizar o segmento instável para dentro tanto com a simples pressão da mão
como com roupas ou toalhas fixadas com uma fita na parede do tórax, para diminuir
a movimentação do segmento instável, reduzindo a dor, mas não melhora a
ventilação;
b) ventilar o paciente com pressão positiva através de máscara e ambú ou intubá-lo
e ventilá-lo com pressão positiva, expandindo os alvéolos colabados, tanto na área
do segmento instável como na área afetada com a imobilização do paciente.
Para o tratamento adequado destes pacientes é fundamental a analgesia para
minimizar a
dor torácica, que leva a hipoventilação e piora ainda mais a relação ventilaçãoperfusão, dificultando as trocas gasosas, o que faz com que o paciente necessite de
intubação endotraqueal e ventilação mecânica.
Passemos agora para a análise das assertivas da questão:
a) Incorreta. Apenas o tórax instável é uma lesão que pode ocasionar o óbito
imediato do paciente.
b) Incorreta. Apenas o pneumotórax hipertensivo é uma lesão que pode ocasionar o
óbito imediato do paciente.
c) Correta. O tórax instável e o tamponamento cardíaco são lesões que podem
ocasionar o óbito imediato do paciente.
d) Incorreta. Apenas o pneumotórax aberto é uma lesão que pode ocasionar o óbito
imediato do paciente.
e) Incorreta. Apenas o hemotórax cardíaco é uma lesão que pode ocasionar o óbito
imediato do paciente.
Nessa esteira, a alternativa correta é a C.
64. (EBSERH/HUJM-UFMT/2013) Raphaello, 26 anos, com pneumotórax por
fratura de arcos costais à direita, ocasionados por queda de cavalo no Rodeio,
encontrava-se internado na Clínica Cirúrgica, com escala de coma de Glasgow
de 15 pontos, deambulando, ainda com dreno torácico em hemitórax direito.
Como em todos os seus plantões, o enfermeiro da manhã passava visita a
todos os pacientes internados no setor e, ao conversar com Raphaello o
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mesmo pediu-lhe permissão para tomar banho mais cedo, porque estava muito
quente. O enfermeiro autorizou e perguntou ao paciente se ele precisava de
ajuda e o mesmo respondeu-lhe que não. No entanto, ao levantar da cama, o
paciente não percebeu que o dreno estava enroscado na grade e,
acidentalmente, houve saída do dreno torácico. O enfermeiro ainda estava no
quarto e presenciou a ocorrência. Ao considerar que não há fístula aérea, a
conduta imediata é
a) ocluir rapidamente o orifício do dreno.
b) ocluir o orifício na inspiração e abrir na expiração.
c) ocluir o orifício na expiração e abrir na inspiração.
d) pedir para o paciente prender a respiração e buscar material para curativo
compressivo.
e) pedir para o paciente respirar calmamente e buscar material para curativo
oclusivo.
COMENTÁRIOS:
O fator responsável pela entrada e saída de ar dos pulmões é o gradiente de
pressão gerado pela movimentação da caixa torácica. Esse gradiente, transmitido
através do espaço pleural (espaço compreendido entre as pleuras parietal e visceral)
que mantém sempre uma pressão negativa, faz com que mesmo em repouso os
pulmões permaneçam expandidos.
Inúmeras causas como traumas, atos cirúrgicos e doenças pleurais podem provocar
acumulo de gás ou líquido na cavidade pleural alterando esse sistema pressórico,
determinando colapso pulmonar e insuficiência respiratória de intensidade varável.
Nessas situações uma drenagem pleural está indicada.
A drenagem torácica tem como objetivo a manutenção ou restabelecimento da
pressão negativa do espaço pleural. Ela é responsável pela remoção de ar, líquidos
e sólidos (fibrina) do espaço pleural ou mediastino, que podem ser resultantes de
processos infecciosos, trauma, procedimentos cirúrgicos entre outros.
O funcionamento do sistema é simples: uma vez introduzido na cavidade pleural, o
dreno é conectado ao restante do sistema, que ficará submetido às mesmas
variações de pressão que ocorrem na caixa torácica. A válvula unidirecional, criada
pela submersão do tubo longo na coluna líquida, permitirá a transferência de líquido
ou ar da cavidade pleural para o frasco valvular (coletor) quando a pressão
intrapleural aumentar (durante a expiração), porém o fluxo no sentido inverso será
bloqueado quando esta pressão diminuir (na inspiração).
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Sistema de drenagem de
tórax
Dreno de tórax
Frasco para
drenagem de
tórax
A saída acidental de um dreno de tórax nunca deveria ocorrer! Por isso é
fundamental que o mesmo esteja adequadamente fixado. Se ocorrer saída acidental
do dreno em paciente que não tem fístula aérea:
 ocluir RAPIDAMENTE o orifício do dreno; não fique esperando material de
curativo, use o que tiver às mãos (lençol, toalha, etc.) ou simplesmente aproxime as
bordas do orifício com os dedos;
 avisar o médico responsável;
 fazer curativo compressivo;
 não deixe o paciente sozinho; procure tranquilizá-lo;
 administrar O2 se o paciente apresentar desconforto respiratório.
Dito isso, o gabarito é a assertiva A.
65. (EBSERH/MEAC-UFC E HUWC-UFC/2014) Eduardo Abreu, 19 anos,
encontra-se internado na clínica cirúrgica, após ferimento por arma de fogo em
hemitórax esquerdo, sendo necessário passagem de um dreno de tórax. Neste
sentido, são cuidados de enfermagem, EXCETO
a) explicar o procedimento realizado a fim de minimizar a ansiedade.
b) Monitorar sinais e sintomas de pneumotórax.
c) Monitorar a permeabilidade do dreno.
d) Observar volume, a tonalidade, a cor e a consistência da drenagem dos pulmões.
e) Certificar-se de que o frasco do dreno torácico seja mantido na horizontal.
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COMENTÁRIOS:
A drenagem torácica tem como objetivo a manutenção ou restabelecimento da
pressão negativa do espaço pleural. Ela é responsável pela remoção de ar, líquidos
e sólidos (fibrina) do espaço pleural ou mediastino, que podem ser resultantes de
processos infecciosos, trauma, procedimentos cirúrgicos entre outros.
O funcionamento do sistema é simples: uma vez introduzido na cavidade pleural, o
dreno é conectado ao restante do sistema, que ficará submetido às mesmas
variações de pressão que ocorrem na caixa torácica. A válvula unidirecional, criada
pela submersão do tubo longo na coluna líquida, permitirá a transferência de líquido
ou ar da cavidade pleural para o frasco valvular (coletor) quando a pressão
intrapleural aumentar (durante a expiração), porém o fluxo no sentido inverso será
bloqueado quando esta pressão diminuir (na inspiração).
Sistema de drenagem de
tórax
Dreno de tórax
Frasco para
drenagem de
tórax
Dentre os cuidados de enfermagem necessários, podemos citar:
 explicar ao paciente o procedimento realizado a fim de minimizar a ansiedade;
 monitorar sinais e sintomas de pneumotórax (dor torácica súbita de grande
intensidade associada à dificuldade para respirar, ansiedade, desconforto);
 Monitorar a permeabilidade do dreno (monitorar o tipo e a quantidade do volume
drenado);
 Observar volume, a tonalidade, a cor e a consistência da drenagem dos
pulmões;
 manter o frasco de drenagem no piso, dentro de suporte, próximo ao leito do
paciente, ou dependurá-lo na parte inferior do leito, evitando-se desconexões
acidentais ou tombamento do frasco. Nunca elevar o frasco de drenagem acima do
tórax sem ser clampeado; o frasco não deve ser mantido na horizontal, mas sempre
abaixo da inserção do dreno de tórax.
Diante do exposto, a única alternativa incorreta é a E, pois o frasco do dreno torácico
não deve ser mantido na horizontal; deve ser mantido no piso, dentro de suporte,
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918
próximo ao leito do paciente, ou dependurá-lo na parte inferior do leito, sempre
abaixo da inserção do dreno de tórax.
Portanto, o gabarito da questão é a letra E.
66. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) Um paciente do sexo masculino, 30
anos de idade, sofreu queda de motocicleta. Ao examinar a vítima, na cena do
acidente, o socorrista identifica sinais de contusão em tórax, frequência
ventilatória de 25 ipm, estase de jugular, pressão arterial de 100 x 80 mmHg,
bulhas cardíacas abafadas, extremidades frias e cianosadas e alteração do
nível de consciência. Diante do quadro clínico é possível que a vítima
apresente:
a) Tamponamento cardíaco
b) Tórax instável
c) Pneumotórax hipertensivo
d) Choque hipovolêmico
e) Choque cardiogênico
COMENTÁRIOS:
O trauma torácico pode ser causado por mecanismos contusos ou penetrantes.
Essas lesões podem acarretar morbidade significativa, pois os órgãos torácicos
estão intimamente envolvidos na manutenção da oxigenação, ventilação e oferta de
oxigênio. Comentaremos mais detalhes nas respostas das alternativas.
Item A. Correto. O tamponamento cardíaco (ou tamponamento pericárdico) ocorre
quando há acúmulo de líquido no pericárdio (o saco no qual o coração está
envolvido): o sangue aumenta significativamente a pressão no coração, impedindo
os ventrículos de se encherem adequadamente. Isto resulta num bombeamento
ineficiente do sangue, choque e frequentemente, morte.
O tamponamento cardíaco pode ser observado quando, por alguma ocorrência
(como o trauma de tórax), o músculo do coração (miocárdio) sofre uma pequena
ruptura em toda sua espessura, mas sem que a membrana que o envolve
(pericárdio) seja rompida, ou quando seu rompimento é bloqueado por coágulos que
se formam por hematoma mediastinal ou pelo próprio parênquima pulmonar. Esta
situação promove o acúmulo de sangue no espaço virtual compreendido entre o
pericárdio e o miocárdio, fato que exerce efeito compressivo sobre as câmaras do
coração, fazendo com que este seja impedido de relaxar satisfatoriamente durante a
sua fase de relaxamento (diástole). Assim, o coração não se enche de sangue
suficientemente para manter o débito cardíaco e a pressão arterial, que por esta
razão, caem. Bastam apenas pequenos acúmulos de líquido, da ordem de 100 a 150
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919
ml, para que as manifestações clínicas do tamponamento apareçam.
As manifestações clínicas incluem veias do pescoço distendidas (estase jugular),
cianose em graus variados e hipotensão ou choque. A tríade de Beck (veias
distendidas do pescoço, bulhas cardíacas abafadas e hipotensão) é um conjunto de
achados indicativos de tamponamento cardíaco. Outras alterações no exame físico
que podem ser encontradas incluem queda da pressão arterial sistólica (PAS),
congestão pulmonar e pulso paradoxal.
O paciente apresentado pela questão possui uma contusão em tórax, com
frequência ventilatória de 25 mpm, estase de jugular, pressão arterial de 100 x 80
mmHg, bulhas cardíacas abafadas, extremidades frias e cianosadas e alteração do
nível de consciência. Podemos observar que ele apresenta a tríade de Beck (veias
distendidas do pescoço, bulhas cardíacas abafadas e hipotensão) que é um
conjunto de achados indicativos de tamponamento cardíaco.
Item B. Incorreto. Tórax instável. A instabilidade do tórax ocorre quando duas ou
mais costelas adjacentes são fraturadas em pelo menos dois lugares. Isso faz com
que um segmento da parede torácica passe a não apresentar mais continuidade
com o restante do tórax. O paciente apresenta frequência respiratória elevada e não
consegue respirar profundamente. Pode haver hipóxia. O comando da questão não
fornece dados suficientes para afirmar que o paciente apresente tórax instável.
Item C. Incorreto. O pneumotórax hipertensivo é uma causa extrínseca do choque
cardiogênico, sendo considerado uma emergência potencialmente fatal. Caso o ar
continue a penetrar o espaço pleural e não seja retirado, a pressão intratorácica se
eleva, e isso tem duas consequências: dificuldade respiratória e choque. Qualquer
paciente com lesão torácica apresenta risco de desenvolvimento de pneumotórax
hipertensivo. Inicialmente os pacientes apresentam apreensão e desconforto, dor
torácica e respiração superficial. À medida que a tensão piora, exibem agitação e
sofrimento respiratório. Os achados clássicos são desvio traqueal em direção
contrária ao lado da lesão, diminuição do murmúrio vesicular no lado da lesão,
percussão timpânica, turgência venosa jugular, creptação da parede torácica e
cianose. O paciente não apresenta todos os sintomas que indicariam um possível
diagnóstico de pneumotórax hipertensivo.
Item D. Incorreto. O choque hipovolêmico ocorre quando há perda aguda de sangue
em virtude de desidratação (perda de plasma) ou de hemorragia (perda de plasma e
hemácias), há desequilíbrio entre o volume de líquido e o tamanho do continente. O
continente continua com seu tamanho normal, mas o volume de líquido é diminuído.
Quando ocorre perda de sangue da circulação, o coração é estimulado a aumentar o
débito cardíaco com aumento da força e da frequência das contrações, e ocorre
vasoconstrição resultante do fechamento dos capilares periféricos. Esses
mecanismos compensatórios de defesa funcionam bem até determinado ponto.
Quando os mecanismos de defesa não conseguem compensar a redução do
volume, a pressão arterial do paciente começa a cair. A queda da pressão arterial
marca a mudança do choque compensado para o choque descompensado (um sinal
de risco iminente de morte). Um paciente que apresenta sinais de compensação não
vai “entrar em choque”, ele já está em choque! A menos que seja realizada uma
reanimação agressiva, o paciente passa para a fase de choque descompensado.
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O paciente hipotético apresentado pela questão possui uma contusão em tórax, com
frequência ventilatória de 25 mpm (choque classe II), estase de jugular, pressão
arterial de 100 x 80 mmHg (normal com tendência a queda da PAS – choque classe
II a III), extremidades frias e cianóticas, e alteração do nível de consciência, que são
sinais clássicos de choque hipovolêmico.
Item E. Incorreto. O choque cardiogênico, ou falha na atividade de bombeamento do
coração, resulta de causas que podem ser classificadas como intrínsecas (resultado
de lesão direta do próprio coração como lesão do músculo cardíaco, arritmias e
disfunção valvar) ou extrínsecas (relacionadas com problemas fora do coração como
o tamponamento pericárdico [cardíaco] e o pneumotórax hipertensivo). Apresenta
os seguintes sinais: pele fria, pegajosa, pálida ou cianótica; PA diminuída; nível de
consciência alterado; enchimento capilar retardado. O paciente apresenta sinais e
sintomas de tamponamento cardíaco, que é uma causa extrínseca do choque
cardiogênico.
Em prova de concurso, sempre devemos marcar a alternativa “mais correta” ou
“menos errada”. Como a questão oferece uma alternativa mais correta (alternativa A
– tamponamento cardíaco), esta deve ser assinalada como o gabarito da questão.
Trauma Abdominal
67. (Prefeitura Municipal de Floriano-PI/NUCEPE/2011) Em acidentes
automobilísticos pode ocorrer trauma abdominal, com evisceração e
penetração de objetos. Em relação a essas ocorrências são condutas
adequadas, EXCETO:
a) Limpar as vísceras de detritos grosseiros com soro fisiológico.
b) Cobrir as vísceras com compressas úmidas.
c) Reintroduzir as vísceras no abdome.
d) Nunca retirar objetos que tenham penetrado no abdome.
e) Cortar e proteger os objetos que penetraram no abdome para que não se movam
no transporte.
COMENTÁRIOS:
As lesões abdominais podem ser causadas por ferimentos penetrantes ou por
trauma fechado. Os ferimentos penetrantes, como os causados por arma de fogo ou
arma branca, são mais evidentes do que os decorrentes de trauma fechado. Pode
ocorrer lesão de múltiplos órgãos nos ferimentos penetrantes. São considerações
especiais no trauma abdominal: evisceração e objetos encravados.
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Evisceração: ocorre evisceração quando um segmento do intestino ou outro órgão
abdominal sai através de um ferimento, ficando fora da cavidade abdominal. Não se
deve tentar reintroduzir o órgão de volta na cavidade abdominal, deve-se deixar
as vísceras na superfície do abdome ou para fora, como estão. Deve-se proteger a
porção eviscerada para que esta não sofra mais dano, cobrindo-as com compressas
estéreis umedecidas com solução salina estéril (soro fisiológico). Essas compressas
devem ser periodicamente umedecidas com soro fisiológico para evitar que fiquem
secas, e o paciente deve ser transportado para um hospital.
Objetos encravados: visto que a remoção de um objeto encravado pode causar
mais lesão e que a extremidade distal do objeto pode estar controlando ativamente
(tamponando) o sangramento, no pré-hospitalar é contraindicada a remoção do
objeto encravado. O socorrista não deve nem mover nem remover objetos
encravados no abdome, pois estes devem ser removidos no centro cirúrgico. O
socorrista deve estabilizar o objeto encravado e imobilizá-lo, manual ou
mecanicamente, para evitar que ele se mexa, no local ou durante o transporte, e o
paciente deve ser encaminhado imediatamente ao hospital.
Portanto, é expressamente contra indicado reintroduzir as vísceras no abdome.
Deve-se deixar as vísceras na superfície do abdome ou para fora, como estão e
protegê-las com compressas estéreis umedecidas com solução salina estéril.
Faca encravada no abdome.
Intestino delgado eviscerado
ferimento na parede abdominal.
por
A alternativa incorreta, portanto, é a letra C.
68. (CONSUPLAN/PREF. STO ANTONIO DESCOBERTO-GO/2011) “Você,
profissional Enfermeiro, faz parte de um serviço de resgate em sua cidade e foi
acionado para atender um acidente na rodovia próxima, sabidamente com
vítimas fatais e politraumas. Ao chegar no local, avalia a cena e vê que é
segura para intervir. Logo assume uma vítima que após avaliação apresenta
traumatismo abdominal fechado com presença de sinal de Grey Turner e sinal
de Coopernail positivos.” O que deverá ser considerado como prioridade
nesse cuidado imediato?
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922
a) Inserir cateter urinário mesmo se houver sangramento visível pelo meato, pois a
prioridade é medir mediatamente o volume urinário.
b) Realizar a passagem de um cateter nasoenteral com urgência, já que o paciente
terá necessidade de iniciar o mais urgente a introdução do alimento.
c) Garantir circulação e respiração adequadas, administrando oxigênio conforme
ordenado.
d) Observar o paciente por 24 horas e, posteriormente, junto com a equipe médica,
solicitar exames de imagem e sangue.
e) A profilaxia antitetânica somente deve ocorrer nos casos de traumatismo
abdominal aberto.
COMENTÁRIOS:
A abordagem simplificada e padronizada aos pacientes vítimas de trauma tem como
premissa tratar as lesões com maior ameaça à vida de forma prioritária. A avaliação
inicial deve identificar lesões que comprometem a vida do paciente e,
simultaneamente, estabelecer condutas para a estabilização das condições vitais e
tratamento destas anormalidades. A avaliação segue uma ordem de prioridades e
são as mesmas para a criança, o adulto, a gestante e o idoso.
A – Airway => Vias aéreas e controle da coluna cervical;
B – Breathing => Respiração e Ventilação;
C – Circulation => Circulação com controle de hemorragia;
D – Disability => Exame neurológico sumário;
E – Exposure => Exposição com controle da hipotermia.
O comando da questão afirma que você assume
uma vítima que após avaliação apresenta
traumatismo abdominal fechado com presença de
sinal de Grey Turner e sinal de Coopernail
positivos. O sinal de GreyTurner é uma equimose
nos flancos e o sinal de Coopernail é uma
equimose no escroto ou lábios vaginais; ambos
podem estar associados ao trauma abdominal.
Fiquem atentos! Independentemente das lesões e/ou Figura: Sinal de Turner.
sinais apresentados, a conduta correta em todo paciente vítima de trauma é seguir o
ABCDE do trauma proposto pelo ATLS. Sendo assim, o que deverá ser considerado
como prioridade nesse cuidado imediato é garantir respiração (passos A e B do
ABCDE do trauma) e a circulação (passo C do ABCDE do trauma) adequadas,
administrando oxigênio conforme ordenado, como afirma a alternativa C.
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923
Vejamos os demais itens:
Item A. Se houver sangramento visível pelo meato, não deve ser inserir cateter
urinário até que seja descartada lesão de bexiga e/ou uretra.
Item B. O paciente deverá permanecer em dieta zero, pois provavelmente deverá
ser enviado ao centro cirúrgico. Não é necessário cateter nasoenteral para
introdução de alimento nesse momento.
Item D. O paciente deve ser atendido o mais rápido possível, e o tratamento das
lesões iniciado de forma precoce.
Item E. A profilaxia antitetânica deve ocorrer em todos os casos de traumatismo, e
não apenas nos casos de trauma abdominal aberto.
O gabarito, portanto, é a letra C.
69. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) São causas de um abdome
agudo inflamatório, EXCETO:
a) Pancreatite aguda.
b) Diverticulite.
c) Úlcera péptica perfurada.
d) Colecistite.
COMENTÁRIOS:
O termo abdome agudo é amplo e compreende inúmeras situações clínicas. Pode
ser definido como uma dor na região abdominal, não traumática, de aparecimento
súbito e de intensidade variável associada ou não a outros sintomas, geralmente
com duração de horas até quatro dias, não ultrapassando sete dias. Em geral,
necessita de intervenção médica imediata, cirúrgica ou não. Devido às inúmeras
possibilidades etiológicas da dor abdominal não traumática, são propostas algumas
classificações para auxiliar na elaboração dos diagnósticos. Uma delas,
habitualmente utilizada pelos cirurgiões, classifica o abdome agudo segundo a
natureza do processo determinante em:
 Inflamatório: apendicite, colecistite aguda, pancreatite aguda, diverticulite,
doença inflamatória pélvica, abscessos intra-abdominais, peritonites primárias e
secundárias, dentre outros.
 Perfurativo: úlcera péptica, neoplasia gastro-intestinal perfurada, amebíase,
febre tifóide, divertículos do cólon, dentre outros.
 Obstrutivo: aderências intestinais, hérnia estrangulada, fecaloma, obstrução
pilórica, volvo, intussuscepção, cálculo biliar, corpo estranho, bolo de áscaris, dentre
outros.
 Vascular: isquemia intestinal, trombose mesentérica, torção do omento, torção
de pedículo de cisto ovariano, infarto esplênico, dentre outros.
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924
 Hemorrágico: gravidez ectópica rota, ruptura do baço, ruptura de aneurisma de
aorta abdominal, cisto ovariano hemorrágico, necrose tumoral, endometriose, dentre
outros.
Respondendo a questão, são sintomas do abdome agudo inflamatório: a pancreatite
aguda; a diverticulite e a colecistite. A úlcera péptica perfurada é sintoma do abdome
agudo perfurativo.
Por conseguinte, o gabarito da questão é a letra C.
70. (VUNESP/PREF. DIADEMA/2010) Analise as afirmações seguintes sobre a
Hemorragia Digestiva Alta – HDA e a Hemorragia Digestiva Baixa – HDB e
classifique cada uma delas em V (verdadeira) ou F (falsa).
( ) Entre as causas mais frequentes da HDB, podem-se citar as hemorroidas, o
traumatismo anorretal e o adenocarcinoma de cólon e reto.
( ) Déficit de volume líquido, risco para perfusão tecidual alterada, ansiedade e
déficit de conhecimento são diagnósticos de enfermagem que frequentemente se
aplicam a pacientes com quadros de HDA ou HDB.
( ) Na HDA, a presença de melena pode ser observada até cinco dias depois de
cessada a hemorragia.
( ) Na HDB, pode ocorrer sangramento crônico sem manifestações clínicas
aparentes.
( ) Quando um paciente está com HDA, a conduta inicial a ser tomada compreende,
entre outros cuidados, a avaliação do estado hemodinâmico por meio da
mensuração da pressão arterial (PA) deitado e em pé, da frequência cardíaca (FC),
da diurese horária e da pressão venosa central (PVC). Assinale a alternativa que
apresenta a sequência correta, de cima para baixo.
a) V, V, V, V, V.
b) F, V, V, F, V.
c) V, V, V, F, V.
d) F, F, F, V, F.
e) V, V, F, F, F.
COMENTÁRIOS:
A hemorragia digestiva aguda, evidenciada clinicamente pela exteriorização de
hematêmese, melena ou enterorragia, é uma causa frequente de hospitalização de
urgência. Habitualmente, a hemorragia digestiva é classificada em HDA ou HDB.
As hemorragias digestivas altas (HDA) são aquelas que decorrem de lesões
proximais ao ligamento de Treitz. É uma emergência clínica relativamente frequente,
com gravidade que varia de episódios discretos até sangramentos que ameaçam a
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925
vida. Na maioria das vezes exterioriza-se como hematêmese (vômito de sangue
“vivo” ou “borra de café”) e/ou melena (fezes enegrecidas e fétidas, decorrentes da
ação das enzimas digestivas sobre a hemoglobina, transformando-a em hematina).
Não raro, o sangramento digestivo alto expressa-se através da enterorragia
(sangramento "vivo" pelo ânus, isolado ou misturado com as fezes). Em pequena
porcentagem de casos o paciente não apresenta exteriorização da hemorragia. As
HDA podem ser de etiologia varicosa ou não varicosa.
 HDA de etiologia varicosa: o rastreamento de varizes esôfago-gástricas é
recomendado a todo paciente portador de cirrose hepática e visa ao diagnóstico
precoce da hipertensão portal, permitindo a adoção de medidas de profilaxia
primária de hemorragia varicosa. A hemorragia consequente à ruptura de varizes
esofagianas (VE) e/ou gástricas (VG) é a principal complicação da hipertensão portal
e cursa ainda com expressiva mortalidade.
 HDA de etiologia não varicosa: é causada principalmente por úlcera péptica
gastroduodenal, lesão aguda de mucosa gastroduodenal, laceração aguda da
transição esôfago-gástrica, câncer gástrico e esofagites. Causas mais raras de HDA
estão relacionadas a lesões vasculares (angiodisplasias, fístula aorto-duodenal) e
pólipos.
As hemorragias digestivas baixas (HDB) são aquelas que decorrem de lesões
distais ao ligamento de Treitz. Têm um espectro clínico de apresentação amplo,
variando desde episódios recorrentes e pouco expressivos de hematoquezia
(presença de sangue com cor vermelha viva misturado com as fezes) até
hemorragias maciças e choque hemodinâmico. Na maior parte das vezes, o
sangramento é autolimitado. A etiologia da HDB é variável segundo a faixa etária.
Na criança, o divertículo de Meckel é a causa mais comum de sangramento, ao
passo que, no adulto, a doença diverticular dos cólons, as angiodisplasias e as
doenças proctológicas, sobretudo hemorroidárias, são mais relevantes. São também
causas de HDB as neoplasias, as colites isquêmicas e infecciosas, o traumatismo
anorretal, as doenças inflamatórias intestinais, as fístulas aorto-entéricas, as
vasculites e a enteropatia associada à hipertensão portal.
Após exposição geral do assunto, vamos analisar cada item da questão:
Item I. Correto. Entre as causas mais frequentes da HDB, podem-se citar as
hemorróidas, o traumatismo anorretal e o adenocarcinoma de cólon e reto
(neoplasias). São também causas de HDB as colites isquêmicas e infecciosas, as
doenças inflamatórias intestinais, fístulas aorto-entéricas, vasculites e enteropatia
associada à hipertensão portal .
Item II. Correto. Déficit de volume líquido, risco para perfusão tecidual alterada,
ansiedade e déficit de conhecimento são diagnósticos de enfermagem que
frequentemente se aplicam a pacientes com quadros de HDA ou HDB.
Item III. Correto. Na HDA, a presença de melena pode ser observada em média até
cinco dias depois de cessada a hemorragia.
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Item IV. Correto. Na HDB, pode ocorrer sangramento crônico sem manifestações
clínicas aparentes, pois as HDB podem ter um espectro clínico de apresentação com
episódios recorrentes e pouco expressivos.
Item V. Correto. A HDA pode ocorrer variando de episódios discretos até
sangramentos que ameaçam a vida. Para prevenir e/ou avaliar o choque
hipovolêmico em consequência do sangramento, quando um paciente está com
HDA, a conduta inicial a ser tomada compreende, entre outros cuidados, a avaliação
do estado hemodinâmico por meio da mensuração da pressão arterial (PA) deitado e
em pé, da frequência cardíaca (FC), da diurese horária e da pressão venosa central
(PVC).
Todos os itens estão corretos e o gabarito é a letra A.
71. (SESC-BA/FUNCAB/2013) A saída de sangue pela boca, com origem do
trato gastrointestinal, é denominada de:
a) hemoptise.
b melena.
c) hematêmese.
d) epistaxe.
e) enterorragia.
COMENTÁRIOS:
Item A. Hemoptise - é a expectoração sanguínea ou sanguinolenta através da
tosse, proveniente de hemorragia na árvore respiratória. Geralmente está associada
às doenças cardíacas e respiratórias. Na maioria dos casos, há presença de bolhas
de ar no sangue expectorado.
Item B. Melena - é definida como fezes pastosas de coloração escura e odor
fétido, caracterizando uma hemorragia digestiva alta (na porção superior do trato
gastrintestinal), ou seja, hemorragia no intestino delgado (duodeno) e estômago. A
cor escura das fezes diz respeito às modificações bioquímicas pela qual o sangue
passou na luz do intestino habitado por bactérias. Por outro lado, o sangramento que
penetra na porção inferior do trato gastrintestinal é geralmente de cor vermelho vivo.
Item C. Hematêmese - sangramento pela boca, com origem do trato gastrointestinal
(esôfago, estomago e duodeno).
Item D. Epistaxe - sangramento comum, não grave, decorrente da ruptura de
pequenos capilares da membrana mucosa nasal.
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Item E. Enterorragia - hemorragia intestinal com eliminação de sangue vivo pelo
ânus.
Nesses termos o gabarito é a letra C.
Trauma Músculo Esquelético
72. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Sobre politraumatismos, marque V para
as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.
( ) Deve-se proteger os ferimentos com compressas contaminadas.
( ) São lesões múltiplas de diversas naturezas, determinadas por agentes
mecânicos, podendo comprometer diversos órgãos e sistemas.
( ) Deve-se imobilizar as fraturas, observando as extremidades quanto a coloração,
temperatura e pulso.
( ) Não é permitido avaliar trauma cranioencefálico e outras lesões.
A sequência está correta em
a) F, V, F, V.
b) V, V, V, F.
c) V, V, F, V.
d) F, V, V, F.
e) F, F, V, V.
COMENTÁRIOS:
De acordo com o PHTLS (Prehospital Trauma Life Support) 7ª edição, o doente
traumatizado em um único sistema tem lesões em apenas um sistema do corpo (ex.:
fratura simples de tornozelo). Já o doente traumatizado multissistêmico
(politraumatizado) tem lesões que afetam mais de um sistema do corpo, incluindo os
sistemas pulmonar, circulatório, neurológico, gastrointestinal, musculoesquelético e
tegumentar (ex.: doente envolvido em colisão automobilística com lesão cerebral
traumática, contusões pulmonares e fratura de fêmur).
Após exposição inicial do tema, vejamos os itens da questão:
Item 1. Incorreto. Deve-se proteger os ferimentos com compressas estéreis.
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Item 2. Correto. O doente traumatizado multissistêmico ou politraumatizado possui
lesões múltiplas de diversas naturezas, determinadas por agentes mecânicos,
podendo comprometer diversos órgãos e sistemas.
Item 3. Correto. Deve-se imobilizar as fraturas, observando as extremidades quanto
a coloração, temperatura e pulso.
Item 4. Incorreto. No doente traumatizado multissistêmico ou politraumatizado devese avaliar o trauma cranioencefálico e outras lesões.
Portanto, o gabarito da questão é a letra D.
73. (NUCEPE/SECR. SAÚDE-PI/2012) Quanto ao sistema musculoesquelético,
mais especificamente ao tipo de fratura, assinale a alternativa correta.
a) Fechada: somente a pele é rompida.
b) Exposta: fissura da pele, conduzindo diretamente à fratura.
c) Incompleta: envolve toda seção transversal do osso em geral luxada.
d) Patológica: ocorre ao longo de uma área de osso sadio.
e) Fratura-luxação: tipo complicado pelo fato de o osso estar fora da articulação.
COMENTÁRIOS:
De acordo com Brunner & Suddarth (11ª Ed.), uma fratura é uma interrupção na
continuidade de um osso, sendo definida de acordo com seu tipo e extensão. As
fraturas ocorrem quando o osso é submetido a um estresse maior do que ele pode
absorver. São causadas por pancadas diretas, forças de esmagamento, movimentos
súbitos de torção e contrações musculares extremas. Quando o osso se quebra, as
estruturas adjacentes também são afetadas, ocasionando edema dos tecidos moles,
hemorragia nos músculos e articulações, luxação de articulações, ruptura de
tendões, secção de nervos e lesão de vasos sanguíneos. Os órgãos corporais
podem ser lesados pela força que causou a fratura ou pelos fragmentos de fratura.
As fraturas podem ser classificadas da seguinte forma:
Fratura fechada: é aquela que não causa ruptura na pele (fratura simples).
Fratura aberta ou exposta: é aquela em que a ferida na pele ou na membrana
mucosa em torno dela se estende até o osso fraturado.
Fratura incompleta: envolve uma ruptura apenas em parte do perímetro do osso
(ex: fratura em galho verde).
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Fratura patológica: fratura que ocorre em uma área de osso doente (ex:
osteoporose, cisto ósseo, doença de Paget, metástase óssea, tumor), podendo
ocorrer sem traumatismo ou queda.
Fratura-luxação: a fratura envolve uma ruptura óssea e encontra-se luxada
(removida de sua posição normal).
Vejamos os itens:
Item A. Fechada: é aquela que não causa ruptura na pele (fratura simples).
Item B. Exposta: não tem apenas uma fissura da pele, mas uma lesão/ferida que
conduz diretamente à fratura.
Item C. Incompleta: envolve uma ruptura apenas em parte do perímetro do osso (ex:
fratura em galho verde), e não apresenta luxação.
Item D. Patológica: ocorre ao longo de uma área de osso doente.
Item E. Fratura-luxação: fratura complicada pelo fato de o osso estar fora da
articulação (luxação/remoção de sua posição normal).
A alternativa correta, portanto, é a letra E.
74. (FUMARC/PREF. BELO HORIZONTE-MG/2011) A aplicação de talas permite
que o resgate reposicione e transporte o paciente, ao mesmo tempo em que
minimiza o movimento da área traumatizada. Lesões em tecidos moles podem
causar complicações e prolongar o processo de recuperação. Essas
complicações incluem:
I. Dor – a tala pode reduzir a dor, porque ajuda prevenir que ossos quebrados ou
desalinhados raspem entre si e lesem nervos e tecidos.
II. Hemorragia – ossos luxados e ou fraturados e fragmentos de ossos, podem
danificar vasos sanguíneos e causar hemorragias internas e externas severas. As
talas não imobilizam as extremidades ósseas fraturadas, mas reduzem os danos aos
vasos sanguíneos e tecidos e auxiliam no controle de possíveis hemorragias.
III. Restrição ao fluxo sanguíneo – ossos luxados ou fraturados e fragmentos podem
comprimir vasos sanguíneos, obstruindo o fluxo do sangue. As talas podem
abrandar a pressão contra os vasos.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Somente a opção I está incorreta.
b) Somente a opção II está correta.
c) Somente as opções II e III estão corretas.
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d) Somente as opções I e III estão corretas.
COMENTÁRIOS:
De acordo com o PHTLS (Prehospital Trauma Life Support), no osso fraturado, a
imobilização leva tanto à redução da possibilidade de mais lesão quanto à
diminuição da dor. O movimento das extremidades pontiagudas do osso fraturado
pode lesar vasos sanguíneos, causando hemorragia interna e externa. Além disso,
as fraturas podem lesar o tecido muscular e nervos. Um membro lesado deve ser
movimentado o mínimo possível. O principal objetivo da imobilização é evitar o
movimento daquela região do corpo. Isto ajudará a diminuir a dor do paciente e
evitará maior comprometimento de partes moles e mais hemorragia. Para
imobilizar efetivamente qualquer osso longo, todo o membro deverá ser imobilizado.
Para fazer isto, o local lesado deverá ser sustentado manualmente enquanto a
articulação e o osso acima (proximais) e a articulação e o osso abaixo (distais) do
local lesado são imobilizados. Há inúmeros tipos de talas que podem ser utilizadas.
Dito isto, vamos analisar os itens:
Item I. Correto. A tala pode reduzir a dor, porque ajuda prevenir que ossos
quebrados ou desalinhados raspem entre si e lesem nervos e tecidos. No osso
fraturado, a imobilização leva tanto à redução da possibilidade de mais lesão quanto
à diminuição da dor.
Item II. Incorreto. As talas imobilizam as extremidades ósseas fraturadas, reduzem
os danos aos vasos sanguíneos e tecidos e auxiliam no controle de possíveis
hemorragias. Um membro lesado deve ser movimentado o mínimo possível e o
principal objetivo da imobilização é evitar o movimento daquela região do corpo,
ajudando a diminuir a dor do paciente e evitando maior comprometimento de partes
moles e mais hemorragia.
Item III. Correto. Os ossos luxados ou fraturados e fragmentos podem comprimir
vasos sanguíneos, obstruindo o fluxo do sangue. As talas podem abrandar a
pressão contra os vasos. Para imobilizar efetivamente qualquer osso longo, todo o
membro deverá ser imobilizado.
O gabarito é a letra D, pois os itens I e III estão corretos.
75. (VUNESP/PREF. SJRIO PRETO-SP/2011) Um paciente apresenta os dois
sinais precoces de que está desenvolvendo uma síndrome compartimental.
Nessa situação, o enfermeiro deverá atentar para o aparecimento dos sinais
tardios indicadores de uma clara síndrome compartimental, que são
a) ausência de pulso, palidez e paralisia.
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b) parestesia, anisocoria e redução da dor.
c) equimose, paralisia e hiperidrose.
d) inflamação, dor e priapismo.
e) comprometimento da marcha, embotamento e palidez.
COMENTÁRIOS:
A síndrome compartimental é o aumento de pressão num espaço anatômico
restrito com queda da perfusão sanguínea dos músculos e dos órgãos nele contido.
É caracterizada pela parestesia, dor contínua, edema e enrijecimento da região
acometida. As causas principais podem ser a constrição de membros por aparelho
gessado,
curativos
compressivos
bem
como
uso
inadequado
de
braçadeiras/manguitos para aferição de pressão arterial não invasiva (principalmente
em neonatologia), além de um possível aumento de substâncias no compartimento
muscular causado por
um edema ou hemorragia. Na literatura americana,
os sinais e sintomas da síndrome são conhecidos por ser associados aos cinco "Ps":
dor (do inglês pain) fora de proporção ao esperado e agravada pela contração
passível dos músculos realizada pelo médico; parestesia; palidez; paralisia;
pulsação ausente. O tratamento deve ser realizado no hospital, com avaliação
médica e, se indicado, a realização da fasciotomia.
Fasciotomia é um procedimento cirúrgico no qual a fáscia é cortada para aliviar a
pressão (e tratar a perda de circulação em uma área de tecido ou músculo). A
fasciotomia é um procedimento de salvamento para membros quando utilizada para
tratar a síndrome compartimental.
Agora, passemos à análise dos itens da questão:
Item A. Correta. A ausência de pulso, palidez e paralisia são sintomas da síndrome
compartimental.
Item B. Incoreta. A parestesia é sintoma da síndrome compartimental, mas a
anisocoria não está presente, e não há redução, mas sim um aumento da dor.
Item C. Incorreta. A equimose, paralisia e hiperidrose não são sintomas presentes.
Item D. Incoreta. O paciente sente dor, mão não há inflamação e priapismo.
Item E. Incorreta. Pode ocorrer o comprometimento da marcha devido à dor, mas
embotamento e palidez não são sintomas presentes.
O gabarito, portanto, é a letra A.
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Traumatismo Crânio Encefálico (TCE)
76. (NUCEPE/ PREF. FLORIANO-PI/2011) No paciente politraumatizado, a
passagem da sonda nasogástrica é contraindicada na presença de:
a) Hemorragia digestiva
b) Fratura de base crânio
c) Hemorragia cerebral
d) Fratura cortocontusas da cavidade bucal
e) Fratura de vértebras cervicais
COMENTÁRIOS:
As fraturas de crânio podem resultar tanto de trauma fechado como de trauma
penetrante. Deve-se suspeitar de fraturas de base de crânio se houver drenagem de
LCR (líquido cefalorraquidiano) pelo nariz ou ouvidos. Um sinal de halo (mancha de
sangue circundada por uma mancha amarelada) pode ser vista no lençol da cama
ou no curativo da cabeça e é altamente sugestiva de um vazamento de LCR. A
equimose periorbital (sinal de guaxinim) e o sinal de Battle (equimose na região
retroauricular sobre o mastóide), frequentemente estão presentes quando ocorrem
fraturas da base do crânio, embora esses sinais demorem algumas horas após a
lesão para se tornar aparentes.
Quando há suspeita de fratura de base de crânio, é expressamente contraindicada a
passagem de sonda nasogástrica, pois esta pode ser desviada e adentrar a fratura
basilar de crânio, atingindo o tecido cerebral.
Sinal de guaxinim
Sinal de Battle
Dessa forma, o gabarito da questão é a letra B.
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77. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) No trauma craniano é comum a
ocorrência da hipertensão intracraniana. Com o objetivo de evitar o aumento
dessa pressão, o diurético administrado é:
a) Vasopressina
b) Manitol
c) Hidroclorotiazida
d) Furosemida
e) Espirolactona
COMENTÁRIOS:
A hipertensão intracraniana (HIC) é uma emergência e deve ser reconhecida e
tratada o mais rapidamente possível. A elevação da pressão intracraniana (PIC) é
uma complicação potencialmente devastadora da injúria neurológica primária. Ela
pode estar associada a várias etiologias diferentes e frequentemente complica o
trauma cranioencefálico, tumores do sistema nervoso central, hidrocefalia,
encefalopatia hepática, hemorragia ou infarto cerebral. O sucesso na abordagem da
HIC requer o seu rápido reconhecimento, o uso correto da monitoração invasiva, o
tratamento de redução da pressão intracraniana e a correção da causa subjacente.
O aumento da pressão intracraniana pode causar injúria no parênquima cerebral
através de dois mecanismos principais: diminuição da pressão de perfusão cerebral
e do fluxo sanguíneo cerebral, causando isquemia e necrose tecidual; e herniação
do tecido cerebral, acarretando injúria mecânica direta e isquemia ou hemorragia por
distorção vascular.
O tratamento de primeira escolha da hipertensão intracraniana é o manitol, um
diurético osmótico que tem seu efeito imediato como resultado de sua ação como
expansor plasmático. Após algumas horas da administração, o manitol estabelece
um gradiente osmótico através da barreira hemato-encefálica intacta, reduzindo,
dessa forma, o conteúdo de água cerebral. Entretanto, a administração de manitol
não é isenta de efeitos colaterais; deve-se ter cautela para não se ultrapassar uma
osmolaridade sérica superior a 320 mOsm/L (pela possibilidade de insuficiência
renal), além da possibilidade de espoliação do conteúdo intravascular e hipertensão
intracraniana de rebote.
Vejamos agora os itens da questão:
Item A. A vasopressina é um hormônio com efeito antidiurético e vasoconstritor.
Também possui ação hemostática, efeitos na termorregulação.
Provoca
vasoconstrição pela interação com receptores presentes na musculatura lisa
vascular, e exerce efeito antidiurético pela ativação de receptores presentes nos
ductos coletores renais. Não é um medicamento utilizado com o objetivo de evitar o
aumento hipertensão intracraniana.
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Item B. O manitol inicialmente causa expansão plasmática, reduzindo o hematócrito
e a viscosidade sanguínea, aumentando o fluxo sanguíneo e o aporte de oxigênio ao
cérebro, e reduzindo a PIC em poucos minutos. Em um segundo momento, ocorre
aumento da osmolaridade sérica, desidratando o parênquima cerebral. Quando
administrado em bolo, o manitol diminui a PIC em um a cinco minutos, com um pico
máximo em 20 a 60 minutos.
Item C. A hidroclorotiazida é um medicamento inibidor da enzima conversora da
angiotensina e é utilizada principalmente para tratar a hipertensão arterial, quer
isoladamente ou em associação com outros fármacos anti-hipertensivos.
Item D. A furosemida também é eficaz na redução da PIC, e sua ação deve-se à
redução da produção de líquor e à excreção preferencial de água em relação aos
solutos no túbulo distal do rim. É mais útil quando utilizada em conjunto com o
manitol. Na presença de PIC elevada com hipotensão arterial, o uso de diuréticos
pode agravar a hipotensão. O que torna a alternativa incorreta é que a furosemida
não é indicada para tratar a hipertensão intracraniana de forma isolada (seu uso
deve estar associado ao manitol).
Item E. A espirolactona é um diurético utilizado no tratamento da hipertensão
arterial, edema e ascite relacionados à insuficiência cardíaca congestiva (ICC),
cirrose hepática, síndrome nefrótica, edema idiopático, e como terapia auxiliar na
hipertensão maligna (tipo grave de pressão arterial elevada). Não é um
medicamento utilizado com o objetivo de evitar o aumento hipertensão intracraniana.
Nessa tela, o gabarito é a letra B.
78. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) Após trauma cranioencefálico, o
paciente pode desenvolver Hipertensão Intracraniana, sendo indicada, nestes
casos, a monitorização da Pressão Intracraniana (PIC). O valor normal da PIC
é:
a) 50 a 60 mmHg
b) 0 a 15 mmHg
c) 20 a 40 mmHg
d) Aproximadamente a mesma que a pressão arterial sistêmica média
e) 0 a 25 mmHg
COMENTÁRIOS:
A abóboda craniana contém tecido cerebral, sangue e LCR. O volume e a pressão
desses três componentes estão geralmente num estado de equilíbrio e produzem a
PIC (pressão intracraniana). A PIC normal varia entre <10 a 20 mmHg, e é
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considerada crítica para valores acima de 25 mmHg.
Portanto, está correta a alternativa E que aponta os valores mínimos e máximos
para a PIC considerada normal.
Traumas Ambientais: Afogamento E Hipotermia
79. (EBSERH/IDECAN/HC-UFPE/2014) Afogamento, tanto em água do mar
quanto em água doce, é a sobrevivência após estar submerso em água tendo
sofrido obstrução respiratória, asfixia e hipoxemia. De acordo com as
prioridades no cuidado imediato, assinale a alternativa correspondente ao
primeiro cuidado.
a) Imobilizar a coluna cervical, se indicado.
b) Inserir sonda nasogástrica para remover a água ingerida.
c) Se o paciente estiver hipotérmico, aquecê-lo conforme necessário.
d) Administrar bicarbonato de sódio para corrigir a acidose, conforme ordem médica.
e) Manter a via aérea, respiração e circulação do paciente; se necessário, iniciar a
ressuscitação cardiopulmonar (RCP).
COMENTÁRIOS:
O afogamento continua sendo uma causa importante de morte evitável em todos os
grupos etários, mas é epidêmico em crianças.
As prioridades iniciais de qualquer doente vítima de submersão incluem:
 Prevenir lesões tanto para o doente como para as pessoas que prestam socorro;
 Iniciar rapidamente a retirada da água e o transporte para o pronto-socorro;
 Resgatar da água de forma segura (verificar necessidade de imobilização da
coluna vertebral/cervical);
 Avaliar os ABCs (via aérea, ventilação, circulação); o início rápido da RCP efetiva
nas vítimas de submersão associam-se a maiores chances de sobrevivência.
 Reverter a hipóxia e a acidose;
 Restaurar ou manter a estabilidade cardiovascular;
 Impedir que ocorra mais perda de calor corporal e iniciar os esforços de
reaquecimento em doentes hipotérmicos.
Desta forma, são consideradas prioridades no cuidado imediato: manter a via aérea,
respiração e circulação do paciente (ABC); se necessário, iniciar a ressuscitação
cardiopulmonar (RCP).
Dito isso, o gabarito é a assertiva E.
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80. (NUCEPE/PREF. FLORIANO-PI/2011) A equipe de atendimento préhospitalar necessita retirar as roupas do paciente para se certificar da
ocorrência de lesões, no entanto, tão logo o corpo do paciente seja observado
deve ser coberto para evitar a hipotermia. Esse cuidado é essencial uma vez
que a hipotermia apresenta como consequência, EXCETO:
a) Coma
b) Aumento da frequência cardíaca
c) Hipertensão arterial
d) Assistolia
e) Diminuição da filtração glomerular
COMENTÁRIOS:
Os seres humanos são homeotérmicos e tendem a manter a temperatura corporal
interna praticamente constante, em torno de 36,5º Celsius(C). Os limites de
temperatura para definição e classificação de hipotermia variam na literatura médica.
Considera-se hipotermia a redução da temperatura sanguínea central abaixo 36º C.
Sistema Nervoso Central (SNC): para cada 1°C de diminuição de temperatura, as
diminuições de taxa metabólica cerebral são da ordem de 6 a 7%. Como a taxa
metabólica é a principal determinante do fluxo sanguíneo cerebral, ocorre, então,
diminuição de volume sanguíneo intracraniano, por causa de uma vasoconstrição
cerebral, podendo levar ao coma.
Sistema Cardiovascular: uma das primeiras adaptações da hipotermia é a
vasoconstrição periférica, acompanhada inicialmente de elevação da frequência
cardíaca, com posterior queda dos batimentos cardíacos e vasodilatação periférica.
Com a redução da temperatura, pode haver intenso tremor entre 34°C e 36°C. Isto
causa aumentos significativos na taxa metabólica; a grande demanda de oxigênio
pode elevar a incidência de infarto miocárdico em pacientes com doença isquêmica
do coração. Em hipotermia acidental, existe um risco de fibrilação ventricular (se a
temperatura central diminuir abaixo de 28°C) e assistolia.
Sistema Renal/Eletrólitos: durante hipotermia pode haver diurese, pois há uma
reabsorção diminuída de solutos no ramo ascendente da alça de Henle. Além disso,
ocorre perda da capacidade de concentração de urina, também chamada de diurese
“fria”. Ocorre também uma redução da filtração glomerular.
Sistema Gastro-Intestinal: durante a hipotermia, ocorre diminuição da motilidade
gastrointestinal, e isto pode retardar a alimentação. Há aumentos de concentrações
de glicose no sangue, provavelmente devido à diminuição da insulina liberada pelo
pâncreas. Administração insulina exógena pode ser requerida.
Respondendo a questão, verificamos que são consequências da hipotermia o coma,
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o aumento da frequência cardíaca, a assistolia e a diminuição da filtração
glomerular. A hipertensão arterial não é consequência da hipotermia, o que torna
incorreta a alternativa C.
REFERÊNCIAS BIBLIOFRÁFICAS
1. NAEMT. Atendimento Pré-hospitalar ao Traumatizado Básico e Avançado PHTLS (Prehospital Trauma Life Support). 7ª ed. Editora Elsevier; 2012.
2. Suporte Básico de Vida - SBV para Profissionais de Saúde/BLS 2011.
3. Manual de Primeiros Socorros. Brasil, Ministério da Saúde. Fundação Oswaldo
Cruz-FIOCRUZ, Rio de Janeiro, 2003.
4. Manual básico de socorro de emergência para técnicos em emergências médicas
e socorristas. 2ª ed. – São Paulo; Editora Atheneu, 2007.
5. Potter PA, Perry AG. Fundamentos de Enfermagem. 8ª ed. Editora Elsevier; 2013.
6. Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth – Tratado de Enfermagem Médico
Cirúrgica. 11ª ed. Editora Guanabara; 2009.
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