A Fé pode ajudar no processo de cura? Uma resposta direta e

Transcrição

A Fé pode ajudar no processo de cura? Uma resposta direta e
A Fé pode ajudar no processo de cura?
Edson Figueiredo de Abreu ([email protected])
Uma resposta direta e simples para esta pergunta é, sim; ajuda e contribui. Isso,
se considerarmos a “fé”, como um componente de motivação comportamental que faz a
pessoa acreditar na sua cura e, consequentemente, induzir positivamente seu sistema
imunológico, que passa a combater a enfermidade com maior energia.
Existem dezenas de pesquisas de universidades do mundo todo, que comprovam
a eficácia do pensamento positivo no combate e auxílio na recuperação de inúmeras
enfermidades.
Outro fator a considerar é que as pessoas que acreditam na sua cura, além de
sentirem-se confiantes, tendem a seguir as prescrições médicas com maior exatidão, o
que ajuda no combate das enfermidades e colabora em muito com o aumento dos
índices de recuperação.
Existem também várias pesquisas que comprovam que a “fé religiosa”, no
sentido da devoção, independentemente da religião professada, é um componente que
ajuda positivamente na prevenção e combate a inúmeras doenças. Entre os efeitos
positivos da devoção religiosa apontados pelas pesquisas, figuram: “pessoas mais
equilibradas e brandas”, “vida mais longa”, “bem estar geral”, “melhor recuperação”,
“batimentos cardíacos mais firmes”, “pressão mais baixa”, “boa saúde mental” e
“menos estresse”.
As pesquisas concluem que os indivíduos espiritualizados demonstram ser
menos violentos e são mais fraternos. São também mais altruístas e mais solidários,
comportamentos estes que os habituam a manter o equilíbrio nos pensamentos e nas
atitudes. A espiritualidade também ajuda a combater a depressão, já que atenua os
sentimentos de amargura, raiva, estresse e mesmo ressentimentos.
Em muitos casos, é o desejo e a vontade de um terceiro interessado na cura, que
atua no doente e chega a operar milagres. Neste sentido, também existem pesquisas que
comprovam a eficácia de grupos de orações para enfermos, com excelentes resultados
nos índices.
Na história e nos livros sagrados de várias religiões do planeta, incluindo a bíblia
cristã, constam relatos de curas de enfermidades diversas através de pessoas que
possuíam o “dom de curar”, pela oração, pela aproximação, ou mesmo pela imposição
das mãos. Vide o seguinte exemplo: "E Deus, pelas mãos de Paulo, fazia milagres
extraordinários, a ponto de levarem aos enfermos lenços e aventais do seu uso pessoal,
diante dos quais as enfermidades fugiam das suas vítimas, e os Espíritos malignos se
retiravam" - (Atos, cap. 19 - 11 e 12).
Allan Kardec, estudando a ação magnética curadora, relata em O Livro dos
Médiuns, o seguinte:
“Sabe-se que a vontade desempenha papel capital em todos os fenômenos do
magnetismo. Porém, como é possível explicar a ação material de tão sutil agente? A
vontade não é um ser, uma substância qualquer; não é também uma propriedade da
matéria. A vontade é atributo essencial do Espírito, isto é, do ser pensante. Com o
auxílio dessa alavanca, ele atua sobre a matéria elementar e, por uma ação
consecutiva, reage sobre seus compostos, cujas propriedades íntimas se transformam.”
“Tanto quanto do Espírito desencarnado, a vontade é igualmente atributo do
Espírito encarnado; daí o poder do magnetizador (médium), poder que se sabe estar na
razão direta da força de vontade. Sendo o Espírito encarnado capaz de atuar sobre a
matéria elementar, pode do mesmo modo mudar-lhe as propriedades, dentro de certos
limites. Assim se explica a faculdade de cura pelo contato e pela imposição das mãos.”
“Esta teoria nos fornece a solução de um fato bem conhecido em magnetismo,
que é a mudança das propriedades da água, por força da vontade. O Espírito atuante é
o do magnetizador (médium), quase sempre assistido por outro Espírito. Ele opera uma
transmutação por meio do fluido magnético que é a substância que mais se aproxima
da matéria cósmica, ou elemento universal. Ora, desde que ele pode operar uma
modificação nas propriedades da água, pode também produzir um fenômeno análogo
com os fluidos do organismo, produzindo o efeito curativo da ação magnética,
convenientemente dirigida.”
É por esta razão que as casas espíritas que seguem a orientação kardecista
adotam a profilaxia do passe magnético acompanhado da água fluidificada. O passe tem
como objetivo o reequilíbrio do corpo físico e espiritual e, quando ministrado e
absorvido com fé, é capaz de produzir verdadeiros prodígios. A água, como elemento
condutor, catalisa e amplifica a condução das energias revitalizadoras.
A fé é um importante componente na cura dos males que afligem o ser humano,
porém, na maioria dos casos somente a fé não basta. Se não houver uma mudança de
comportamento, a cura se torna momentânea e de nada valerá, pois o cerne do problema
se mantém e ainda não foi resolvido. Assim sendo, é importante levantar aqui uma
questão muito importante: “por que adoecemos”?
Todo ser humano é na realidade uma unidade “matéria+espírito” e as
enfermidades são manifestações físicas, cuja causa está estabelecida na mente e
consequentemente no comportamento. Toda desarmonia interior transmite naturalmente
vibrações nocivas que, dependendo da frequência, consistência e constância, atacarão
nosso corpo físico provocando as doenças. O sintoma da doença é na verdade um efeito
exterior, por isso faz-se necessário a mudança interior que reequilibrará o mental e
restaurará o físico.
É por isso também que, na maioria das casas espíritas, precedendo o passe
magnético, há as palestras de cunho evangélico, de forma a contribuir com a mudança
de pensamentos e das atitudes dos assistidos. Nas casas espíritas, o tratamento é
composto, então, pelo conjunto: “palestra + passe + água fluidificada”. Há casas que
anunciam inclusive que a palestra é tão importante, que compõe 90% (noventa por
cento) do tratamento, e mais, que o tratamento espiritual não dispensa, em hipótese
alguma, o tratamento médico convencional.
Concluindo, o espiritismo, as religiões tradicionais e também as pesquisas
universitárias e médicas, demonstram a importância da fé como um poderoso parceiro
na cura dos males físicos. Então, cultivar a fé deixa de ser algo que fica apenas no
campo da mistificação e do imaginário, pois além de ajudar no processo de cura,
contribui para a aquisição de hábitos salutares, tornando as pessoas mais equilibradas e
harmoniosas, de bem consigo mesmas, com a vida e com o mundo. Assim sendo, ter fé
é preciso, mas ter fé raciocinada é imprescindível.
Edson Figueiredo de Abreu – [email protected]

Documentos relacionados