DEZEMBRO 2014

Transcrição

DEZEMBRO 2014
Boletim Informativo
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima
Dezembro 2014 | Ano XIV | N.º 28
Ficha Técnica
índice
Coordenação
Adelino Tito de Morais (Dr.)
João Maria Carvalho (Dr.)
Edição e Propriedade
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima
Redacção e Administração
Casa da Fonte do Pinheiro
Rua General Norton de Matos, 502
4990-118 Ponte de Lima
Telef.: 258 909 100 . Fax: 258 909 108
E-mail: [email protected]
Colaboradores Nesta Edição
Adelino Tito de Morais (Dr.)
Alípio Gonçalves de Matos (Dr.)
Dores Pereira (Dr.ª)
Educadoras da Creche
Educadoras do Jardim de Infância
Equipa Técnica do LIJ
Equipa Técnica do RSI
João Maria Carvalho (Dr.)
José Gonçalves Araújo
Marjorie Dias (Dr.ª)
Susana Maria Martins Lima (Dr.ª)
Arranjo Gráfico
Gráfica da Graciosa, Lda
Ponte de Lima
Editorial
1
Curiosidades Históricas da Misericórdia
2
Património Restaurado
4
Atividades e Valências
6
Rendimento Social de Inserção
23
Notícias Breves
25
Extratos de Deliberações
32
Fotografias
Amândio de Sousa Vieira
Arquivo SCMPL
Foto Lehtes
João Maria Carvalho (Dr.)
Tiragem
500 exemplares
Distribuição Gratuita
Capa
“Imagem de N. S. da Conceição, na Igreja da Instituição, em Ponte de
Lima, padroeira da Misericórdia e Mãe de Jesus cujo nascimento se
comemora neste Natal”
Editorial
VEMOS A LUZ
Seguindo as marcas do tempo e dos hábitos,
esta nossa publicação vê a luz da publicidade, em
tempo natalício.
Claro que o Natal é sempre tempo de luz,
mas devido à crise e ao preço que nos vendem
este precioso dom que o homem inventou – a luz
eléctrica -, vemos uma certa contenção por tudo
quanto é sítio, vila, rua ou até casa humilde e
simples.
Depois, temos os apaixonados pelo planeta
verde a falar da ecologia, do gastar pouco, do não
poluir, do aconselhar as melhores maneiras de
sentirmos menos o desperdício que ainda o há, por
esse Portugal fora.
Também nem parece tempo de luz, dado as
escuridões que a nível de certos acontecimentos
económico-políticos se fizeram sentir, sobretudo
no respeitante a cúpulas, nos últimos tempos. É
que prisão a mim cheira-me a trevas e escuridão
por muitos holofotes televisivos que coloquem às
suas portas.
Mas esta publicação sai de uma Santa Casa
da Misericórdia com tanta história, com tantos
beneméritos, com tantos actos de luz em relação
aos mais necessitados, e não só na sua acção diária.
Por isso, em tempo de luz que é o Natal e numa
instituição que deve brilhar, quero levar à ribalta
dos olhares dos nossos leitores o meu arranjo de
natal, a minha árvore de palavras enfeitadas de
parabéns, e pintadas com o verde da esperança, o
meu pisca-pisca multicolor de luzinhas de Natal,
dando a minha saudação:
À Mesa, pelos trabalhos, projectos, dedicação
e entusiasmo.
Aos funcionários e funcionárias, pela sua
abnegação e entrega.
Aos voluntários, pela sua generosidade.
Aos benfeitores, porque, em tempo de vacas
magras, ainda temos quem se lembre de quem
precisa e partilhe com esta Santa Casa muito dos
seus haveres.
Aos utentes, pela compreensão com as
limitações que muitas vezes nos atam as mãos e não
nos permitem ser o que gostaríamos - prestadores
de cuidados de cinco estrelas.
Em Belém só houve uma, mas era grande, guiou
os Magos e o Menino recebeu os presentes.
Pelos presentes para os nossos utentes meninos
e para os nossos residentes idosos um bem-haja, a
quem não se esqueceu da época natalícia.
O meu presente vai aqui, embrulhado nestas
linhas, que gostaríamos que fossem de cinco
estrelas, também mas, se pelo menos merecer a
estrela da vossa atenção, valeu a pena gastarmos
com gosto as teclas do nosso periférico informático.
Sem esquecer toda a gente ligada como eu,
desde menino, a esta Santa Casa, porque nado e
criado a dois passos da sua sede, mas sobretudo
aos nossos leitores, aqui vai o meu presente feito
desejo:
- Boas Festas de Natal.
- Ano Novo com algo de diferente, sobretudo
com um foco bem voltado para a casa nova onde
queremos prestar cuidados continuados.
- Coragem e ânimo para todos quantos se
esforçam pela causa do bem-fazer em proveito do
próximo.
É o presente simples do
Padre Eurico da Silva Pinto
Junto seguem algumas
curiosidades históricas sobre a
Santa Casa da Misericórdia de
Ponte de Lima, recolhidas ora
no seu arquivo, ora em
outras fontes.
Mais uma vez, é salientado
contributo da instituição ou
de seus Irmãos, no progresso
desta terra, nomeadamente na
educação e combate á pobreza
ou carência alimentar.
CURIOSIDADES
HISTÓRICAS DA
MISERICÓRDIA
Matias Gonçalves Lima
- Fundador da Escola Primária
em Refóios
Matias Gonçalves Lima, natural de Refóios de Lima mas
residente no Porto, freguesia de
Miragaia, deixou um testamento elaborado em 25 de Julho de
1740, contendo vários legados.
Falecido na capital do norte e
sepultado na Ordem Terceira de
S. Francisco, Matias Lima, entre
as suas disposições, salientavam-se contemplar viúvas e a instalação de uma escola na sua terra
natal.
De acordo com o Livro de Legados existente no nosso Aquivo
Histórico e já consultado por diversos investigadores universitários, foi possível recolher mais
alguma informação.
Assim, a contribuição pecuniária orçava em 200 mil réis, e
contemplaria primeiramente suas
parentes e da supramencionada
freguesia, sendo o pároco encarregue da sua administração.
2
Fotos – Refóios de Lima deve a sua Escola Primária a um benfeitor da Misericórdia
Três anos após a disposição
testamental já se candidataram
várias moradoras de Refóios ao
subsídio, de acordo com a documentação reunida pela Pároco,
Padre João Maciel da Rocha.
Quanto ao estabelecimento
escolar, ele ainda hoje existe, a
caminho d a ruína, situado no lugar de Tourão, á face da Estrada
Nacional Ponte de Lima – Arcos
de Valdevez, e serviu de Posto da
Telescola até há uns anos atrás.
O edifício foi construído após
acordado pela Irmandade em reunião de 3 de Maio de 1756 pelo
Definitório, sendo da responsabilidade da Mesa da Misericórdia a
contratação do Professor primário
que segundo o historiador Miguel
de Lemos, em 1887 recebia o ordenado anual de 72 mil réis.
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Em conclusão, podemos referir que foi graças a um benemérito desta instituição que existiu
no concelho, a primeira escola de
raiz, pois todas as restantes de que
conhecemos sua origem são posteriores, construções realizadas
entre 1865 e 1878, nas freguesias
de Ponte de Lima Arcozelo e S.
João da Ribeira.
Bacalhau para os Pobres
De acordo com os Livros
De Receita e Despesa da Santa
Casa da Misericórdia de Ponte
de Lima, é possível saber hábitos
alimentares do concelho, através
das esmolas em comestíveis que a
instituição oferecia.
Assim, pudemos concluir que
até meados do século XVII, e ain-
da alguns anos depois, o bacalhau era produto omnipresente
nas contribuições para os pobres, nomeadamente no Dia de
Fiéis Defuntos, Natal ou Semana Santa.
Pelo menos desde o ano
1649 era prática a Mesa oferecer peixe do mar a famílias
carenciadas do concelho, alimento esse proveniente de
Viana do Castelo, mas também
proveniente da Galiza.
Por esses tempos, registe-se o peixe era vendido nas
imediações dos Paços do Concelho, mercado que se situava
na área correspondente hoje ao
Jardim Adelino Sampaio e monumento ao poeta António Fei-
jó, mas no século XIX, por volta
de 1880 a imprensa já informa da
existência da – Praça do Peixe –
junto da Torre da Expectação.
Pelo reinado de D. José I, o comércio fluvial do Lima estava em
acentuada existência, pois as bacalhoeiras de Darque abasteciam
regularmente; a feira quinzenal
era um dos locais privilegiados de
venda, mas não podiam regressar
a casa com nenhum pescado.1
Considerado naquele tempo
um produto alimentar mais caro
do que a carne, pois estava tabelado o arrátel a 45 réis contra os
28 réis, apenas sobreposto pelo
azeite, cujo quartilho rondava os
55 réis.2
Voltando ao “ fiel amigo” ele
(1)
Arquivo Municipal de Ponte de Lima – Livro de Actas de Vereação de 1745/49, a fls 124.
(2)
Idem, a fls 135.
era oferecido em postas ou em folhas, consoante a necessidade ou
o agregado familiar contemplado,
e os anos de maior ou menores
pedidos, isto é pedidos de apoio
entrados na instituição. E, para
além do bacalhau, as ofertas repartiam-se também por sardinha
e pescada.
Nos séculos seguintes, as
contribuições em géneros para
a pobreza limiana, diversificou-se mais, pois o peixe não é muito comum, as carnes de vaca ou
galináceo são reduzidas, e o pão
e dinheiro, era mais vulgar nas
obrigações da Confraria.
Adelino Tito de Morais
(Secretário da Mesa Administrativa)
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PATRIMÓNIO RESTAURADO
A Santa Casa da Misericórdia
de Ponte de Lima continua, com
valoroso empenho, a intervencionar os seus bens culturais/artísticos móveis. Desta vez, apresenta
o tratamento de duas esculturas
em suporte de madeira douradas
e policromadas representando
São João Batista e Sta. Rosa de
Viterbo. O trabalho ficou a cargo
de Conserv’arte, de Tânia Maria
Teixeira Lopes, empresa sediada
em Ponte de Lima e creditada a
nível superior para a Conservação
e restauro de bens patrimoniais,
com experiência de intervenções
executadas ao longo dos últimos
quinze anos. A empresa tem sido
responsável por intervenções que
se têm vindo a executar em bens
patrimoniais móveis, nomeadamente escultura, em suporte de
madeira dourada e policromada e
pintura a óleo sobre tela.
Escultura
representando
São João Batista
Identificação histórico-artística:
Escultura em suporte de madeira
dourada e policromada assente em
peanha dourada em folha de ouro de
lei de estilo neoclássico. A nível iconográfico, apresenta-se com os atributos que a identificam: o cordeiro a
seus pés e o braço direito levantado
que segura a vieira do batismo. Embora nesta peça exista a ausência do
braço percebe-se pelo arranque que
este estava levantado e possuiria a
vieira como se estivesse a batizar.
A nível de indumentária apresenta-se com a pele a cobrir-lhe o corpo
e com o manto caído sobre o ombro
esquerdo, como é característico nas
representações de São João Batista.
João Batista pregava o “batismo
pela água”, não de perdão ou contrição, mas para a remissão dos pecados (Lucas 3:3) e declarava-se um
precursor d’Aquele que iria batizar
“com o Espírito Santo e com o fogo”
(Lucas 3:16). Ao fazê-lo, ele estava
preparando o caminho para o “Senhor”5 . Jesus veio até o Rio Jordão,
onde ele foi batizado por João num
lugar que é tradicionalmente conhecido como Qasr al-Yahud (“Castelo
dos Judeus”)5 6 7 8 9 . Este evento
termina com o céu abrindo-se, a descida do Espírito Santo na forma de
uma pomba e uma voz divina anunciando: “Tu és o meu Filho dileto,
em ti me agrado.”10 . A voz combina
frases chave do Antigo Testamento:
“Meu Filho” (o rei da linhagem de
David adotado como Filho de Deus
em Salmos 2:1 e Salmos 10:1, “dileto” (ou “bem-amado” - como Isaque
em Gênesis 22:) e “em ti me agrado”
(o servo de Deus em Isaías 42:1)5
A maior parte das denominações
cristãs vêem o batismo de Jesus
como um evento importante e a base
para o rito cristão do batismo (veja
também Atos 19:1-7). A controvérsia
reside principalmente com a relação
do ato com a heresia do cristianismo
primitivo conhecida como adocionismo, que pregava que Jesus só ali se
tornou o Filho de Deus.
No cristianismo oriental, o batismo de Jesus é comemorado no dia 6
de janeiro, a festa da Epifania11 . Na
Igreja Católica, na Comunhão Anglicana e em outras denominações ocidentais, ela é relembrada num dia da
semana seguinte, a festa do Batismo
do Senhor. No catolicismo romano, o
batismo de Jesus é um dos Mistérios
Luminosos do Santo Rosário.
Bibliografia- trecho retirado de Relatos Bíblicos
Enciclopédia livre
Intervenção:
A intervenção nesta peça recaiu principalmente no tratamento de três patologias: Sujidade acumulada, ausência do braço direito e
lacunas da camada dourada na peanha. Tendo sido então realizada uma limpeza química para remoção das sujidades aderentes, executou-se o preenchimento das lacunas da camada dourada com preparação branca e seguidamente reintegraram-se as lacunas de ouro. O tratamento mais complicado nesta peça foi a execução do braço em ausência, para o qual teve de ser feito um estudo a nível de proporções e
perspetiva para proceder ao entalhe sem correr o risco de passar a existir desequilíbrio em relação á peça em si, após a execução do braço
foi-lhe aplicada preparação branca e retocado com têmperas Windsor e Neewton.
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Santa Rosa de Viterbo
Identificação histórico-artística:
Escultura em suporte de madeira
dourada e policromada assente em
peanha dourada em folha de ouro de
lei de estilo neoclássico. A nível iconográfico apresenta-se com os atributos que a identificam, segurando
um crânio entre as mãos, e coroa de
rosas rodeando a cabeça. A nível de
indumentária, apresenta-se de túnica castanha com cordão dourado na
cintura, de três nós, denunciando a
ordem franciscana, manto de tom
castanho com estofado dourado nas
orlas, um véu branco transparente a
cobrir-lhe os cabelos e os pés apresentam-se descalços.
Santa Rosa de Viterbo, italiana,
viveu entre 1233-1252 e é patrimônio da Ordem Terceira de S. Francisco. É tradicionalmente representada
como uma franciscana, com o característico cordão de três nós à volta da
cintura, apresentando o típico traje
dos religiosos franciscanos, de cor
acastanhada. Como atributos, apresenta a coroa de rosas e, nas mãos,
pode segurar um crânio ou um crucifixo.
Santa Rosa viveu na primeira metade do século XIII, numa época de
grande confrontos: de um lado, surgia São Francisco de Assis, o irmão
menor de todos, de outro, o imperador Frederico II, o grande estadista,
que governava com mão-de-ferro.
Há um guerra de poderes: num extremo, o poder Espiritual, a Igreja e, de
outro, o mundo, o Imperador.
Não se sabe muito bem o ano
em que Rosa nasceu; alguns biógrafos apontam para 1234 ou 1235. O
mais provável é que tenha nascido
em 1236, por dedução, pois morreu
em 1253, com 18 anos incompletos.
Seus pais trabalhavam num mosteiro
de Clarissas perto de sua casa, chamado São Damião. Desde cedo Rosa
recebeu influência da espiritualidade
franciscana em sua vida.
Intervenção:
A intervenção nesta peça recaiu principalmente no tratamento de duas patologias: Sujidade acumulada e lacunas da
camada dourada na peanha. Tendo sido
então realizada uma limpeza química
para remoção das sujidades aderentes,
executou-se o preenchimento das lacunas da camada dourada com preparação
branca e, seguidamente, reintegraram-se
as lacunas de ouro.
Tânia Lopes (Drª)
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Atividades e Valências
Creche
É nos primeiros anos de vida que se dão as maiores e mais importantes
aprendizagens.
Não que o resto da vida não tenha nada para nos ensinar! Muito pelo contrário!
Contudo, é no início da nossa vida que fazemos as aprendizagens que ajudam a
definir a nossa personalidade e o rumo do nosso caminho!
Aprender a sorrir, a andar, a brincar, a esperar ou comer sozinho. Aprender
a prestar atenção, a fazer um ‘comboio’, a partilhar, a escutar os pares, a
escutar uma história, a estar sentado. Aprender a ir ao quarto de banho, a
lavar as mãos, a calçar-se. Aprender a estar com outros, a interagir com outras
pessoas, a relacionar-se com quem quase nem conhecemos. Parece tão simples!
Ao longo dos anos, aprendemos a viver com estes saberes de tal forma que
nem nos lembramos que tivemos de os aprender! Temo-los como algo inato!
Isso porque estas aprendizagens surgem de forma disfarçada, entre jogos e
brincadeiras, não nos dando margem para pensar de onde vêm!
A passagem pela Creche parece, à vista desarmada, um tempo gasto ‘apenas’
em brincadeiras. Na realidade, o tempo passado em Creche, visto ‘à lupa’,
é enriquecido com jogos e brincadeiras que culminam numa imensidão de
aprendizagens que serão a base para tudo o que se seguirá na vida.
Na nossa escolinha, aprendemos, descobrimos, experimentamos e agora
recordamos…
Chegámos pela primeira vez à escolinha…
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Atividades e Valências
Creche
Olá outono…
No Dia da Alimentação aprendemos…
Escutamos a história: “ A ervilha que queria ir à escola”
Festejamos o São Martinho…
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Atividades e Valências
Creche
No Dia Nacional do Pijama aprendemos a partilhar…
E o ano ainda vai a meio! Muito temos ainda para explorar! Vêm aí os Reis, o Carnaval, a
Páscoa, os Maios, os dias da Mãe e do Pai, o Dia Mundial da Criança, a Vaca das Cordas,
a Festa dos Finalistas, a Praia, o Passeio!!!
Vai ser uma euforia e um aprender até mais não!
Mas por agora, preparamos uma época especial… por isso….
As educadoras: Felisbela Alves, Cristina Miranda, Cristina Castilho, Margarida Carneiro,
Nadége Meireles e todas as Ajudantes de Ação Educativa da Valência Creche desejam…
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Atividades e Valências
“Saber ser,
Saber Estar…”
Jardim de Infância
Olá a todos,
É com muito prazer que iniciamos o nosso novo ano lectivo. É
sempre muito agradável ver e rever amigos, conhecer novas caras,
trabalhar com os nossos colegas e com a comunidade educativa que
está envolvida de forma mais direta com as nossas crianças.
Neste ambiente que se pretende educativo, cabe-nos o privilégio
de apresentar o novo projeto curricular de estabelecimento que inicia este ano
letivo, estando o seu término previsto para o ano 2016/2017. Um projeto curricular
de estabelecimento visa ser o meio orientador para as práticas educativas e
pedagógicas executadas no mesmo. Nesse sentido, após várias reflexões, a
equipa pedagógica sentiu necessidade de proporcionar atividades (para crianças
e adultos) onde os fatores de civismo estivessem bem presentes.
Assim sendo, o tema escolhido foi “SABER SER, SABER ESTAR”. Através
das atividades lúdicas, pretende-se criar um ambiente onde o respeito por si e
pelo outro estejam sempre lado a lado. A tomada de consciência de um “Eu” para
além de “Mim” é crucial para o desenvolvimento da personalidade das nossas
crianças e para o crescimento da nossa sociedade que, de alguma forma, tem de
se reger por alguns valores morais que infelizmente tendem a desaparecer.
A nossa tarefa é árdua. O nosso projeto não pode ser utópico! Esperamos
assim, caminhando dia-a-dia, contando com o apoio de todos, ajudar a nossa
comunidade educativa a criar um ambiente favorável ao crescimento harmonioso
e integral de todas as crianças que
frequentam a nossa valência.
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Atividades e Valências
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Jardim de Infância
Atividades e Valências
o09
Jardim de Infância
“ T e n h o u m a m ã o p e q u e n in a
T u te n s u m a c o m o a m in h a ?
F a ç o c a r in h o s ,
D o u m im in h o s ,
Santa
Não bato em
nCasa
in gdauMisericórdia
é m !!! de Ponte de Lima
A t u a é a s s im t a m b é m ? ”
| Boletim Informativo
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Atividades e Valências
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Jardim de Infância
Atividades e Valências
Lar de Jovens D. Maria Pia/São José
O Acolhimento Institucional
O Acolhimento Institucional, em Lar de Infância e Juventude,
como o Lar de Jovens D. Maria Pia/ S. José, constitui uma
das medidas de promoção e proteção contemplada na Lei de
Proteção de Crianças e Jovens em Perigo (Lei 147/99, de 1
de Setembro). Procura desenvolver uma intervenção conjunta
com o jovem acolhido e a sua família, com vista à reunificação
familiar em condições que permitam um desenvolvimento mais
adequado dos seus elementos.
A maioria destes jovens traz consigo percursos de vida
marcados pelo sofrimento e por relações afetivas pouco ou
nada gratificantes.
De acordo com a Lei de Proteção de Crianças e Jovens, uma criança está em perigo quando se encontra
numa das seguintes situações:
•
•
•
•
•
•
Está abandonada ou vive entregue a si própria;
Sofre maus tratos físicos ou psíquicos ou é vítima de abusos sexuais;
Não recebe os cuidados ou a afeição adequados à sua idade e situação pessoal;
É obrigada a atividades ou trabalhos excessivos ou inadequados à sua idade,
dignidade e situação pessoal ou prejudiciais à sua formação ou desenvolvimento;
Está sujeita, de forma direta ou indireta, a comportamentos que afetam gravemente a
sua segurança ou o seu equilíbrio emocional;
Assume comportamentos ou se entrega a atividades ou consumos que afetam
gravemente a sua saúde, segurança, formação, educação ou desenvolvimento sem
que os pais, o representante legal ou quem tenha a guarda de facto se lhes oponham
de modo adequado para remover essa situação.
É nossa intenção que, durante o período em que decorrer o acolhimento no Lar, se defina um projeto de
vida viável e que, no mais curto espaço de tempo possível, o jovem possa voltar a viver no contexto de
uma família.
É nossa convicção que tudo o que fazemos é para criar as condições que permitam a vivência de relações
securizantes, reparadoras da auto-estima e da confiança dos jovens.
É nossa missão ajudar os jovens a (voltar a) sorrir e acreditar que a felicidade é uma meta que está ao
seu alcance.
Benvindo Armando
No mês passado recebemos um novo residente. Chama-se Armando, tem 16 anos e vem de Santa Maria da
Feira. Tudo faremos para que o tempo passado em Ponte
de Lima seja de crescimento e amadurecimento saudável. Boa sorte Armando!
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Atividades e Valências Lar de Jovens D. Maria Pia/São José
O NOSSO LAR… A NOSSA CASA
No Lar, que é sua casa…os jovens têm tempo para fazer de tudo, como em todas as outras casas. Além
disso, a participação na vida diária da casa é fundamental…
Tempo de descanso e convívio…
Tempo de culinária…
Tempo de estudo e concentração…
Tempo de lazer e diversão…
Tempo de atividades e cuidado da casa…
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Atividades e Valências Lar de Jovens D. Maria Pia/São José
O nosso Tiaguinho
Está cá há seis meses…. E tem sido um
desafio. O Tiaguinho requer muito cuidado,
muita atenção, mas com o carinho e a
paciência dos colaboradores e jovens do
Lar, tem sido uma criança feliz. Embora se
note que às vezes sofre em silêncio, todos
temos aprendido a compreendê-lo e a fazer
os possíveis para ele ser FELIZ….
“Deficiente” é aquele que não consegue
modificar sua vida, aceitando as imposições
de outras pessoas ou da sociedade em que
vive, sem ter consciência de que é dono do
seu destino.
“Louco” é quem não procura ser feliz com o
que possui.
“Cego” é aquele que não vê seu próximo
morrer de frio, de fome, de miséria, e só
têm olhos para seus míseros problemas e
pequenas dores.
“Surdo” é aquele que não tem tempo de ouvir
um desabafo de um amigo, ou o apelo de um
irmão, pois está sempre apressado para o
trabalho e quer garantir seus tostões no fim
do mês.
“Mudo” é aquele que não consegue falar o
que sente e se esconde por trás da
máscara da hipocrisia.
“Paralítico” é quem não consegue andar na
direção daqueles que precisam de
sua ajuda.
“Diabético” é quem não consegue ser doce.
“Anão” é quem não sabe deixar o amor
crescer.
E, finalmente, a pior das deficiências é ser
miserável, pois:
“Miseráveis” são todos que não conseguem
enxergar a grandeza de Deus.
“A amizade é um amor que nunca morre.”
Deficiências - Mário Quintana
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Atividades e Valências Lar de Jovens D. Maria Pia/São José
Recordar o Verão
Ao longo do Verão, foram muitas as atividades que
preencheram o tempo dos jovens. Entre idas ao rio, piscina
e praia, para refrescar, também houve momentos de diversão
em jogos de paintball, de cultura, na visita ao Museu dos
Brinquedos, de conhecimento, na ida à Quinta de Penteeiros e
de muito convívio e animação nos piqueniques que se fizeram.
Na Quinta de Penteeiros, o assar a carne, o recolher da lenha da
quinta, por exemplo, foram experiências muito enriquecedoras
na ajuda ao próximo e colaboração. Nada melhor do que
imagens para recordar….
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Atividades e Valências
Lar de Jovens D. Maria Pia/São José
CAMPO DE FÉRIAS 2014
O Campo de Férias deste ano foi na Pousada da Juventude, em Esposende, no final de agosto, e juntou
rapazes e raparigas acolhidos em várias instituições. Para os jovens que participaram, foi uma experiência
inesquecível. Com novas vivências, novas amizades, paixões, gargalhadas, lágrimas, gritos, abraços…sem
dúvida, uma experiência a repetir.
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Atividades e Valências Lar de Jovens D. Maria Pia/São José
O Natal está à porta, envolto em toda a
sua Magia….
Os jovens e a Equipa de Trabalho do Lar
de Jovens D. Maria Pia/S. José desejam a
todos um Natal repleto de FELICIDADE e que
o Novo Ano traga tudo aquilo que desejam…
Nós desejamos que, no nosso Lar, haja
força, imaginação, união, amizade e muito
carinho para que os jovens possam alcançar
o direito de viver em família….
Convidamo-vos a fazer parte da vida dos
nossos jovens para, juntos, encontrarmos a
Felicidade sonhada.
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Atividades e Valências
Lar de Idosos
IDADES DE ENCANTO
A Senhora D. Maria da Conceição é a nossa residente mais idosa:
nasceu no dia 30 de setembro de 1917, na freguesia da Labruja,
concelho de Ponte de Lima. Tem 97 anos!
Está a residir no nosso lar há nove anos, desde o dia 28 de
fevereiro de 2005.
É uma senhora bem-disposta, sempre atenta à conversa dos seus
amigos e com uma autonomia ainda considerável.
A Miquinhas, como carinhosamente é conhecida pela maioria
das pessoas, mantém uma vida ativa, participa nas atividades que
realizamos, quer no lar, quer no exterior, com bastante entusiasmo.
Mesmo com a idade avançada, a D. Conceição está sempre
disposta a ajudar os outros residentes, que a consideram uma boa
amiga.
E como prova dessa amizade aqui ficam algumas mensagens:
“É uma mulher muito fresquinha,
Mulher muito animada,
Gostava muito de futebol e
É muito dinâmica.”
Colaboradora – Assunção Gonçalves
“Simples, simpática e amiga, pessoa
sempre bem disposta”
Colaboradora – Soledade Caldas
“Uma senhora de idade, com muita
energia. Tem fases em que anda
meio perdida, mas gostava de ter a
força de vontade que ela tem .”
“Não podia ser melhor, a gente faz-lhe
qualquer coisa e ela responde: o Senhor
que lhe pague.
Ela é muito faladeira.”
Residente – Joaquina Martins
Residente – Conceição F. Gomes
“É muito velhinha, esteve muitos
anos fora e sei que ela trabalhava
muito. O marido era pedreiro mas
não era um pedreiro qualquer: fazia
belas obras de arte e tocava muito
bem concertina. Ela trabalhava na
taberna da D. Alicinha, por baixo
do Tone da Havaneza. Era muito
trabalhadeira, trabalhava na Quinta
da Vila Morais.”
Residente – José Pimenta
Atividades
Dia 28 de Outubro
O Lar de Idosos recebeu a visita dos alunos do 11º ano, do curso Profissional de Técnico de Saúde, da Escola
Secundária de Ponte de Lima, para realizarem uma atividade com o objetivo de assinalar o dia Mundial da
Terceira Idade, inserida no âmbito da disciplina “Comunicação e Relações Interpessoais”.
Foram várias as atividades desenvolvidas entre as 14h30 e as 16h00. De realçar a leitura do poema Gerações,
da autoria da aluna Ana Barros.
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Atividades e Valências
Dia 28 de Outubro
As atividades intergeracionais têm sido constantes nas nossas valências,
e no dia 24 realizámos mais uma. O Lar de Idosos, com as suas gentes mais
crescidinhas, juntou-se à gente mais miúda (Creche e Jardim de Infância)
para, em conjunto, plantarmos uma árvore no recinto da Instituição. Esta
atividade foi realizada por proposta da Câmara Municipal de Ponte de Lima,
através do Serviço Área Protegida, como forma de sensibilizar a população
para a Floresta Autóctone.
A pessoa “eleita” para plantar a árvore que nos foi atribuida foi o Sr.
Adelino Fernandes Pereira, de 92 anos, que mostrou aos mais pequenos que
ainda se encontra numa forma invejável.
Lar de Idosos
Gerações
Terceira Idade
Mas nunca idosos
Olha que beldades
Olha que vistosos!
Todos animados
Em grande festa
Cantam afinadas
Grande diversão esta!
Transmitimos felicidade
Neste dia especial
E numa tranquilidade
Um sorriso adicional!
Aqui e agora
Neste momento,
Nesta mesma hora,
Convosco me contento!
Sinto-me calada
Mas neste momento,
Só vos digo…
Muito Obrigada!
Ana Barros
Miminhos
A animadora da Instituição, Rosa Caldas,
oferece, todos os meses, um miminho às nossas
residentes.
A beleza da mulher e o cuidado com a sua
aparência é tida em conta na nossa valência.
A animadora proporciona às nossas residentes
momentos muito importantes para que a qualidade
de vida de cada uma seja sempre valorizada.
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Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
Atividades e Valências
Os nossos residentes mais dependentes
também vão passear…
Quando o tempo permite, a animadora,
o fisioterapeuta e o motorista destacado
para a atividade oferecem um cafezinho
numa esplanada (monte da madalena/
arnado) e o agradecimento da oferta fica
espantada no rosto de cada um…
Lar de Idosos
Prémios
Como nos anos anteriores, o
Lar de Idosos participou na
atividade da Câmara Municipal
intitulada “Abraço ao Rio
Lima”.
Para além de participarmos,
no dia 1 de outubro, durante
a manhã, no abraço, também
participámos no concurso
promovido pela organização,
elaborando esta tela, que
arrecadou o 1º Lugar das
Instituições.
Atividades
Todos os dias, todas as semanas, todos os meses, as atividades do Lar de Idosos são feitas para que os nossos
residentes não passem o tempo no vazio. A nossa missão passa por fazer com que os nossos residentes sejam
felizes e gostem de VIVER connosco.
Aqui ficam algumas imagens que o demostram…
Passeio Anual
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Atividades e Valências
A Desfolhada
Lar de Idosos
Trabalhos Manuais
As Selfies
Poesia
Todos os caminhos vão dar a Roma,
É um ditado muito antigo
Eu também ei-de lá ir
Trago essa ilusão comigo.
Todos os Santinhos se juntam
Lá no quartel de S. Pedro
Lá fazem reunião
Para nos tirarem o medo.
Liberdade e amor
Trazem sempre novidades
Para nos aliviar as dores
E as nossas velhas saudades…
J.P., um utente
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O Lar de Idosos aproveita o
momento para desejar um
Feliz Natal e um Próspero Ano
Novo a todos os Familiares e
Amigos da nossa Instituição.
Atividades e Valências
Rendimento Social de Inserção
O Rendimento Social de Inserção (RSI) é uma medida social, de carácter pecuniário, que visa conferir aos
mais desfavorecidos economicamente condições dignas de vida, de modo a que possam satisfazer as
suas necessidades básicas com vista à sua inserção gradual na comunidade, autonomizando-os para que
possam usufruir dos benefícios sociais e económicos que a sociedade põe à disposição e a cidadania plena
comporta. Trata-se, pois, de uma medida de cariz transitório, e é deste modo que deve ser encarada por
todos os beneficiários e pela sociedade em geral.
A intervenção da equipa pauta-se no sentido de promover essa autonomização, de acordo com as vulnerabilidades e potencialidades diagnosticadas, capacitando-as de estratégias que facilitem a aquisição de
competências sociais, profissionais e educacionais, com vista ao desenvolvimento de um projeto de vida.
Desta forma expomosDesta
sinteticamente
a intervenção realizada em três agregados familiares acompanhados.
forma expomos sinteticamente a intervenção realizada em três agregados
familiares acompanhados.
Intervenção da Equipa de RSI – Casos Práticos Família A – 5 elementos Problemáticas: Potencialidades: • Desemprego e falta de hábitos de trabalho • Consciência dos problemas • Baixa escolaridade e ausência de qualificação • Carta de condução • Escassez de equipamentos domésticos • Domicílio fixo e próprio • Condições habitacionais precárias (degradação e espaço • Relacionamento próximo com a família físico insuficiente; ausência de água quente) alargada • Desorganização doméstica e falta de higiene habitacional • Ausência de cuidados com a higiene pessoal e auto imagem • Alcoolismo associado a episódios de violência doméstica • Deficiência Intervenção: Após a contratualização para a inserção nas diversas áreas, iniciou-­‐se o processo de motivação para a mudança, responsabilizando todo o agregado familiar. Numa primeira abordagem, articulou-­‐se com o Presidente da Junta de Freguesia, a fim de obter mais informação acerca da dinâmica familiar e solicitar a colaboração no encaminhamento para obras de beneficiação da habitação através do Projeto Ponte Amiga da Autarquia, tendo a família usufruído deste apoio após alguns meses. A intervenção da Ajudante da Ação Direta designada para acompanhar a família foi no sentido de transmitir conhecimentos sobre higiene habitacional, sensibilização para aproveitamento dos espaços exteriores e rentabilização do espaço interior. Realizou-­‐se ainda um trabalho de motivação para o exercício de uma atividade profissional. Atendendo à dificuldade de inserção, decorrente da baixa escolaridade/qualificação, orientou-­‐se para inscrição em formação profissional com dupla certificação (escolar e profissional) o que culminou na frequência de cursos profissionais. Entretanto, um elemento da família, portador de deficiência, foi integrado profissionalmente através de um programa do IEFP numa entidade específica e outro ao abrigo de um Contrato Emprego Inserção+. Relativamente à questão da dependência do álcool de um dos elementos, houve uma articulação com as instituições de saúde, efetuando-­‐se o encaminhamento para o Centro de Respostas Integradas e iniciou-­‐se o processo de tratamento que, consequentemente, se traduziu numa melhoria do estado de saúde, potenciou hábitos de trabalho e teve um impacto positivo no ambiente familiar. Resultados: ü Melhoria das condições habitacionais ü Aumento da escolaridade (9.º ano de escolaridade) ü Obtenção de qualificação profissional ü Integração profissional ü Diminuição do consumo de álcool e redução dos conflitos familiares ü Melhoria da higiene pessoal e autoimagem ü Autonomização da medida de RSI Família B – 4 elementos Família C – 1 elemento Problemáticas: • Desemprego • Endividamentos (renda) • Baixa escolaridade • Situação de despejo/desalojamento • Insuficiência de rendimentos Potencialidades: • Bom relacionamento familiar • Motivação para o trabalho • Valorização da vida escolar dos filhos • Carta de condução • Experiência profissional • Veículo próprio •
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Intervenção: No seguimento das ações contratualizadas com a família, a intervenção focou-­‐se em três áreas essenciais: habitação, emprego e Ação Social. Atendendo à ação judicial em curso, relacionada com rendas em atraso, que culminou numa ordem de despejo, tornou-­‐se necessário o realojamento da família. Face às dificuldades no arrendamento privado e dada a precariedade económica, encaminhou-­‐se a situação para a habitação social, tendo a mesma sido realojada após alguns meses. Foi ainda necessário um encaminhamento para entidades de apoio alimentar, a fim de, temporariamente, assegurar a subsistência. Uma vez que existia motivação para o desenvolvimento de uma atividade profissional, a ajudante de ação direta centrou a sua intervenção no desenvolvimento de competências de procura ativa de emprego. Posteriormente, em períodos diferentes, o casal foi integrado em CEI+ em IPSS´s, sendo que ser portador de carta de condução e possuir veículo próprio facilitou a inserção profissional. Atualmente, ambos os elementos continuam a trabalhar, subsistindo com rendimentos próprios. Resultados: ü Realojamento em habitação social “casa amiga” ü Regularização das dívidas ü Integração profissional ü Melhoria na capacidade para gestão dos recursos ü Independência económica ü Autonomização da medida de RSI Más condições de habitabilidade Problemas de saúde Trabalho precário Baixos salários Ausência de suporte familiar Baixa escolaridade •
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Habitação própria Hábitos de trabalho Motivação para o trabalho Bom relacionamento com a vizinhança Atitude colaborante e responsável Intervenção: Inicialmente, uma vez que as condições habitacionais eram extremamente precárias, a intervenção centrou-­‐se nesta área, através do encaminhamento para o Projeto Ponte Amiga, tendo a residência sofrido obras de beneficiação, permitindo ao beneficiário usufruir de uma maior qualidade de vida. Para isso, foi essencial a articulação com a Junta de Freguesia e Autarquia. Atendendo a que as suas limitações físicas constituíam um obstáculo à sua integração profissional, intensificou-­‐se o apoio no que respeita à saúde, tendo a Ajudante da Ação Direta acompanhado a consultas de especialidade, orientação no requerimento de baixa médica, sensibilização para os cuidados de saúde primários e para uma alimentação saudável. Face à vulnerabilidade económica persistente, a equipa articulou periodicamente com entidades de apoio alimentar a carenciados, a fim de colmatar esta necessidade básica. Após intervenção cirúrgica, foram ultrapassados os problemas de saúde impeditivos de uma integração profissional efetiva. Assim, foi possível sensibilizar a Junta de Freguesia para candidatura a um CEI+ direcionado ao utente. Esta inserção profissional permitiu uma melhoria significativa das condições económicas e consequente autonomização. Resultados: ü Melhoria da condição de saúde ü Melhoria das condições habitacionais ü Integração profissional ü Autonomização da medida de RSI A Equipa de RSI da SCMPL Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
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A Direção da Santa
Casa da Misericórdia de
Ponte de Lima deseja
a todos os seus utentes
e colaboradores um
santo e Feliz Natal e um
próspero Ano 2015.
PRÉMIO FARMÁCIA BRITO ATRIBUÍDO
PELA 7ª VEZ
O prémio Farmácia Brito, instituído em 2006 nos termos da proposta do fornecedor,
é atribuído pela sétima vez, pois foi em 2006 que entrou em vigor, e o acordo tem sido
cumprido.
Trata-se duma verba de 250 euros para o(s) melhor(es) alunos utentes da instituição,
agora Lar D. Maria pia / S. José, a frequentarem o ensino básico em Ponte de Lima.
Assim, no decorrer da Ceia de Natal, o proprietário da Farmácia, Dr. Bernardo Brito,
procederá à entrega do respectivo cheque, cujo(s) contemplado(s) serão conhecidos no
decorrer da sessão.
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Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
Notícias Breves
por João Maria Carvalho
ECONOMIA SOCIAL
EM SEMINÁRIO
Decorreu nas instalações do antigo hospital S. Marcos,
da Santa Casa da Misericórdia de Braga, no passado dia
5 de dezembro, um seminário sobre Economia Social,
promovido pela União da Misericórdias Portuguesas,
em que se fizeram representar pessoas e entidades
ligadas às Instituições de apoio e solidariedade como as
Misericórdias, CNIS e Mutualidades Portuguesas.
Um dos painéis teve como tema A Importância e a
Diversidade da Economia Social em Portugal e foi seu
moderador Luís Ferreira Lopes, Editor de Programas
Especiais de Informação da SIC/Pivot “Sucesso.pt” que
na condução do painel foi apresentando, com muita
emoção, experiências e exemplos de vida.
Depois de apresentado o segundo painel que versou
Economia Social: empreendedorismo e inovação, o
Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança
Social, Agostinho Branquinho, desenvolveu o tema Um
novo futuro, um novo paradigma: apresentação do PO
Inclusão Social e Emprego.
Na sessão de encerramento do Seminário esteve
o Primeiro-ministro, Passos Coelho, referindo que
o Governo conseguiu que “quem tinha mais” tenha
contribuído mais para o esforço de superação da
crise, o que contrariou o ditado de “quem se lixa é o
mexilhão”
Passos Coelho referiu a importância das instituições
de solidariedade social como “catalisadoras” da
mudança de atitude dos portugueses face ao problemas
e que o governo procurará ajudar as instituições que
revelem “boas ideias e atitudes positivas” no campo
da solidariedade.
A Santa Casa limiana fez-se representar, no
Seminário, pelo Provedor em Exercício, Alípio Matos e
pelo Mesário João Maria Carvalho.
4 de Dezembro
25 de Outubro
A Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima fezse representar em Fátima, no dia 25 de Outubro,
na Assembleia Geral Extraordinária da União das
Misericórdias Portuguesas destinada à regularização
da propriedade da sede da Santa Casa da Misericórdia
do Luxemburgo com o Governo do Luxemburgo e a
apreciar, discutir e votar a proposta de alteração dos
Estatutos da União das Misericórdias Portuguesas.
A representação fez-se através do Vice-Provedor, Alípio
Matos e do Mesário João Maria Carvalho.
Realizou-se no passado dia 4 de
Dezembro, na Casa do Conhecimento,
em Paredes de Coura, uma reunião
do Secretariado Distrital da União das
Misericórdia Portuguesas.
Na reunião, esteve presente uma
representação da UMP bem como
representantes das várias Misericórdias
do distrito. A reunião foi dirigida pelo seu
presidente, o Dr. Francisco Araújo, Provedor
da Misericórdia de Arcos de Valdevez, e
nela foram dadas informações relativas a
um correto desempenho das Instituições,
conselhos úteis, assuntos do momento,
bem como outros assuntos relacionados
com os seguros e com a Certificação de
Qualidade. Foi ainda abordado o conteúdo
do Decreto-Lei 172-A/2014 que substitui
o Decreto-Lei 119/83 e explicado o seu
conteúdo e consequências.
A
Misericórdia
Limiana
fez-se
representar pelo Vice-Provedor Alípio
Matos e pelo Mesário João Maria Carvalho
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
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Notícias
2 de AGOSTO – DIA
No dia 2 de agosto passado
foram comemorados os 484
anos de existência da Santa
Casa da Misericórdia de Ponte
de Lima que nasceu em igual
dia de 1530, no tempo de D.
João III, o Piedoso. Este foi filho
de D. Manuel I (a quem se deve
o sonho dos descobrimentos
portugueses) e entregou o
governo do reino a seu neto D.
Sebastião, pelas mãos do qual
Portugal perdeu a independência
em 1580.
De acordo com o programa
da comemoração, foi celebrada
Missa Solene na Igreja da
Misericórdia, presidida pelo
arcipreste de Ponte de Lima, P.
Dr. José Correia Vilar e solenizada
pelo Coro das Onze da Igreja
Matriz. Na cerimónia marcaram
presença membros da Direção,
funcionários e utentes da Casa,
provedores de Misericórdias
do distrito, convidados, povo
em geral, e cinco Irmãos novos
que tomaram posse ao longo da
cerimónia.
Durante a homilia, o P. Dr. José
Vilar centrou-se na necessidade
de dirigentes e colaboradores
se empenharem no bem-estar dos
utentes para quem é essencial
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viver num espaço que seja casa,
gerida com observância dos
princípios de humanidade.
Foi referindo que Ponte
de Lima é, segundo o cartaz
que a identifica, Terra Rica
da Humanidade, mas deve
ser mais ainda: “Terra Rica
de
Humanidade.
Ninguém
pode construir uma casa, uma
Instituição, ninguém pode querer
santificar alguém, ninguém pode
querer que alguém siga a sua
missão, a sua função, a sua
própria ocupação, o seu projecto
institucional e vocacional se não
se partir de humanidade. Doutra
forma estaremos a construir uma
redoma…”
O celebrante apelou a
cada um de nós no sentido
de propiciarmos, aos que dele
precisam, um acolhimento rico
de humanidade numa Instituição
que é parte integrante de uma
Terra Rica da Humanidade.
Seguiu-se a entronização
dos novos Irmãos António
Sousa, José Vaz, Maria Aurora
Martins, Manuel José da Silva
e Ricardo José Vieira que,
perante o Provedor, António
Veloso, também eles assumiram
os princípios orientadores da
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
DA MISE
Instituição que estão definidos
no Compromisso por que se
rege a Santa Casa.
Veio, depois, o almoço de
confraternização com todos os
convidados e colaboradores.
No
momento
das
intervenções, o Dr. Paulo
Órfão, Diretor Regional da
Segurança Social de V. Castelo,
Cumprimentou
todos
os
Provedores, órgãos sociais e
convidados.
Cumprimentou os Irmãos
que hoje foram empossados
e disse admirar o Provedor,
António Veloso, porque onde
mete a cabeça não pára. Pôs as
pessoas à vontade e invocou o
seu exercício como autarca, ao
longo de 20 anos, e dirigente
de IPSS, para dizer que esta
experiência permite entender
as necessidades dos que mais
precisam e são muitas vezes
esquecidos.
Agradeceu o convite da
Misericórdia e referiu vir a estar
atento a erros já feitos em que
se multiplicam ofertas de obras
pouco necessárias destinadas
apenas à exibição pessoal.
O
Dr
Bernardo
Reis,
Coordenador dos secretariados
por João Maria Carvalho
ERICÓRDIA LIMIANA
a norte do norte e representante
da UMP cumprimentou, em
nome do Dr. Manuel Lemos, a
Mesa e todas as Misericórdias
presentes.
Disse que a SCMPL se
caracteriza por grande vitalidade
e tem desenvolvido trabalho em
respostas de natureza social
que são uma referência a nível
concelhio.
Referiu a grande vitalidade
das Misericórdias em momentos
de crise e a grande importância
das farmácias das Misericórdias
e das suas receitas para fazerem
face às grandes despesas das
Instituições. Disse estar em
revisão o decreto 119/83 e
que em breve será publicado,
porque as misericórdias, as
IPSS e as mutualistas são
ADN de qualquer governo:
criam emprego, estabilizam a
sociedade e criam meios que
podem apoiar as famílias que
estão mais fragilizadas.
A UMP tem feito trabalho
apreciável, nomeadamente ao
nível de oferta de cuidados
continuados que, mercê do
apoio do governo, e apesar dos
tempos de crise, deverão ser
abertos. No futuro, e com a vontade
de todos, as Misericórdias
vão continuar a ser âncora de
determinadas localidades e vão
continuar a crescer. Expressou à
Misericórdia limiana o desejo de
que continue a crescer e a fazer
o mais com o menos.
O
Vice-presidente
da
Câmara,
Gaspar
Martins,
começou por cumprimentar
os presentes e agradecer o
convite. Congratulou-se com o
desempenho de todos os que
ao longo de 484 anos cumpriram
cargos de direcção, o que
justifica a longevidade que faz
da Santa Casa a Instituição mais
antiga do Concelho.
Dirigiu-se aos cinco Irmãos
empossados dando-lhes as
boas vindas e fez depois um
apelo ao Senhor Provedor e à
Direção para que de dez em dez
anos reúna em festa todos os
Irmãos.
O Senhor Provedor encerrou
este momento referindo a
solidariedade, amor e caridade
com que as Misericórdias apoiam
a sociedade, sobretudo os mais
pobres, em tempos difíceis
como este que atravessamos.
Assinalou o apoio de pessoas
e Instituições que continuam
a apoiar a Instituição, como
a Câmara Municipal, através
do seu Presidente, Engº Victor
Mendes, a Segurança Social,
pelo seu Diretor, Dr. Paulo Órfão,
a CCRN, pelo Eng. Carlos Duarte,
a Junta de Freguesia de Arcozelo,
através do seu presidente, Engº
João Barreto, o consórcio da
obra Centro Comunitário de
Arcozelo, empresa Refoiense e
J. P. A. Peixoto que têm custeado
o nosso Boletim Informativo.
Agradeceu
a
colaboração
graciosa do Coro das Onze e o
trabalho das cozinheiras. Deu as
boas-vindas aos novos Irmãos
e agradeceu o trabalho dos
Voluntários.
O almoço comemorativo
terminou com a partilha do bolo
de aniversário e com um brinde
para expressar o desejo de bom
desempenho e longevidade à
Santa Casa da Misericórdia de
Ponte de Lima.
Em seguida, O Vice-Provedor,
Alípio Matos orientou uma visita
de todos quanto o quiseram
fazer ao Centro Comunitário de
Arcozelo.
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
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Notícias
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima
A Santa Casa da
Misericórdia de Ponte de
Lima foi convidada pela
Universidade Fernando
Pessoa a fazer-se
representar numa mesa
redonda subordinada ao
tema “Do Artesanal ao
Digital - O Contributo
das Universidades”. A
representá-la esteve o ViceProvedor, Alípio Matos,
com a intervenção que se
transcreve.
A Santa Casa de Misericórdia de
Ponte de Lima sente-se muito
honrada em participar neste evento
e eu, em particular, já que fui aluno
desta casa. Em nome da Instituição,
a todos saúdo, formulando votos de
um bom trabalho.
Como surgem as Santas Casas da
Misericórdia, mais concretamente
a de Ponte de Lima? Qual o seu
papel ao longo dos cinco séculos de
existência? O que se pretende hoje
da sua actuação? São perguntas que
me ocorrem e às quais vou procurar
dar uma resposta.
As Misericórdias nasceram do
preceito cristão da caridade,
expresso nas 14 obras de bemfazer (obras de misericórdia),
sete espirituais e sete corporais. O
espírito de misericórdia converte-se
em acção organizada, pela primeira
vez em Florença, no ano de 1244, à
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maneira das instituições medievais,
na forma de Confrarias e designadas
por Irmandades.
Em Portugal, teve um papel
de particular importância na
implementação das Santas Casas,
o Cardeal Alpedrinha, figura
importante do Clero Português e
da Cúria Romana que ao entrar
em contacto com a as Instituições
italianas, teve a percepção de
que organizações de tal natureza
conviriam ao nosso país, estavase no ano de 1498, começo das
grandes descobertas.
Os apoios iniciais de D. Leonor,
D. João II e D. Manuel foram
determinantes para lançar as
primeiras
Misericórdias
nos
momentos iniciais, mas foram as
Comunidades Locais em Portugal
e na diáspora que concretizaram
a fundação de tais Instituições,
aventura de amor ao próximo que
perdura, vai mais de cinco séculos
e que o povo Português, reduziu
a um aforismo “Um português,
um padrão; dois portugueses, um
abraço; três portugueses, uma
Misericórdia!”.
A ideia, chegada a Lisboa inspirou à
rainha D. Leonor a fundação de uma
Casa da Misericórdia em Lisboa, a
primeira do reino de Portugal, que
em 1834 quando o Governo, através
de Joaquim António de Aguiar, fez
a sua nacionalização, passou desde
essa data até aos nossos dias a
ser um serviço público do Estado
Português.
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
Mas as Misericórdias não se
ficaram por Portugal Continental
e não foram um movimento
meramente português. Existem
Santas Casas de Misericórdia,
por exemplo, na Espanha, Itália,
Luxemburgo, França, Ucrânia,
México, e em países de origem
portuguesa, como o Brasil, Angola,
Moçambique, S. Tomé e Príncipe e
Macau. Actualmente, existem duas
organizações onde se reúnem as
Santas Casas de todo o mundo: a
União Europeia das Misericórdias
e a Confederação Internacional das
Misericórdias.
A Santa Casa de Misericórdia
de Ponte de Lima teve o seu
Compromisso aprovado em 02 de
Agosto de 1530, por alvará do rei
D. João III, sendo considerada esta
a data da sua fundação.
Ao longo dos séculos a actividade
quotidiana
das
Misericórdias
incidiu,
particularmente,
na
protecção aos mais necessitados,
com particular incidência na Saúde.
Assim foi na de Ponte de Lima que
ao longo dos tempos, teve vários
hospitais, o Hospital dos Gafos, o
Hospital dos Peregrinos, o Hospital
da Praça, o Hospital da Porta de
Souto ou Hospital de Fora e em
pleno século XX o hoje denominado
Hospital Conde de Bertiandos.
Até ao século XIX, num contexto
antecedente à legislação de política
social, a assistência social baseavase em instituições de caridade
privada, maioritariamente ligadas à
por João Maria Carvalho
Igreja e às ordens religiosas, directa
ou indirectamente financiadas
pela casa real, sendo sublinhada a
não intervenção do Estado na sua
actividade.
No século XIX e princípio do
século XX emergiram novas ideias
sobre as funções do Estado, tendo
a intervenção estatal começado a
ser conceptualizada como resposta
necessária às limitações das
instituições privadas de protecção
social. No entanto, a legislação
sobre política social, para não falar
das formas efectivas de protecção
social asseguradas pelo Estado,
desenvolveu-se
lentamente,
continuando, assim, as instituições
de caridade privadas ligadas à
Igreja, às associações de ajuda
mútua com base nas afinidades
ocupacionais dos trabalhadores e às
redes informais de solidariedade a
funcionar como principais bases de
protecção e assistência social.
O novo regime corporativo,
instituído nos anos 30 e vigente até
1974, foi um período caracterizado
pela implantação gradual de
um sistema de protecção social,
protecção que teve, contudo,
um desenvolvimento desigual
e parcial. O papel do Estado é
então redefinido, passando este a
promover e a tutelar as instituições
de previdência e assistência social.
No após 25 de Abril e na sequência
da criação do serviço nacional de
saúde ficaram as Misericórdias, em
grande parte destituídas das suas
funções na área da saúde. A Santa
Casa da Misericórdia de Ponte de
Lima não foi excepção e o seu novo
hospital foi estatizado, passando a
ser administrado pelos serviços do
Estado, situação que se mantém
até à presente data, pese embora
a propriedade do edifício seja da
Misericórdia.
Como a legislação que estatizava os
hospitais das Santas Casas previa a
extinção das Misericórdias que não
tivessem actividades reconhecidas
pelas entidades oficiais, para evitar
tal, e uma vez que não possuíam
grandes rendimentos próprios,
foram integrados na Instituição, o
Lar Maria Pia e o Lar de Jovens
de S. José, dando, assim suporte
jurídico à sua existência.
Posteriormente, como apoio à
infância implementou-se uma
creche e um infantário e no apoio
aos idosos um lar de idosos e o
apoio domiciliário. Actualmente,
avançou-se com novas valências no
apoio às pessoas em situação de vida
activa profissional e que passam
por momentos de dificuldades
financeiras e económicas com a
implementação de uma equipa de
apoio às pessoas na situação de
Rendimento Social de Inserção e
ultimamente uma cantina social.
Esta nova política e atenta a
necessidade da sua sustentabilidade
foram estabelecidas parcerias
entre a administração central e a
Santa Casa através de acordos de
cooperação.
No ano de 2009, a Mesa
Administrativa da Santa Casa
de Misericórdia de Ponte de
Lima avançou com o projecto
de
construção
do
Centro
Comunitário em Arcozelo, uma
obra importantíssima não só para
freguesia de Arcozelo, mas também
para todo o concelho de Ponte
de Lima, já que o seu objectivo é
dar resposta a várias carências de
âmbito social existentes a nível
concelhio.
Tendo como base a carta social
do Concelho de Ponte de Lima, e
face às necessidades constantes na
mesma, optou-se por englobar num
único edifício várias valências,
nomeadamente creche, centro de dia
para idosos, assistência domiciliária,
lar residencial de idosos e centro
de cuidados continuados. O
investimento é no montante de
5.000.000,00€, correspondendo,
4.500.000,00€, à construção do
edifício e 500.000.00€ à aquisição
do equipamento.
Não se poderá deixar de referir que
além da vertente social de apoio
aos idosos, crianças e debilitados
fisicamente, este empreendimento
terá grande impacto na economia
do concelho, com a criação de
dezenas de postos de trabalho,
muitos dos quais altamente
qualificados, e na necessidade
de recorrer ao fornecimento de
bens e serviços, contribuindo-se,
desta forma, para a diminuição do
desemprego, aumento do consumo
e dinamização empresarial.
Estando a Misericórdia de Ponte de
Lima inserida no sector da economia
social, é de salientar que no ano de
2010, esta representou 2,8% do VAB
nacional, 4,7% do emprego total e
5,5% do emprego remunerado. As
remunerações pagas pela economia
social representaram 4,6% do
total das remunerações, sendo que
34,3% do emprego na economia
social concentrava‐se nos serviços
de acção e solidariedade social, nos
quais se enquadra a Santa Casa de
Misericórdia de Ponte de Lima.
Salienta-se
que
dos
105
colaboradores da Misericórdia de
Ponte de Lima, 21 são licenciados,
sendo 9 educadoras de infância e
12 técnicos superiores, dos quais 8
são licenciados pela Universidade
Fernando Pessoa, exercendo 2
funções de direcção de valência e 1
de apoio à gestão.
Mas, o campo de actuação da
Santa Casa da Misericórdia de
Ponte de Lima não tem ficado só
no âmbito da assistência social,
ele vai muito além, já que tem tido
um papel importante na área da
formação, feita através da adesão à
realização na Instituição de estágios
curriculares, estudos científicos,
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
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Notícias
visitas de escolas, a saber:
•
Realização de Cursos de
Formação Profissional;
•
Protocolo para frequência
de
estágios
curriculares
e
profissionais, recolha de dados para
tese de mestrado e doutoramento nas
mais diversas áreas com diversas
escolas, faculdades, universidades
e outras entidades de formação,
como o IEFP/Centro de Formação
de Santa Marta de Portuzelo,
Escola Secundária de Ponte de
Lima, Escola EB2,3 /S de Arcozelo
e EB2,3/S de Arcos de Valdevez,
Escolas Profissionais EPRALIMA
e EPRAMI, Universidade Católica
de Braga, Universidade Lusófona,
Universidade
de
Coimbra,
Universidade Lusíada do Porto,
Instituto Universitário de Lisboa,
Instituto de Ciências, Biomédicas
Abel Salazar, Instituto Piaget –
Campus Universitário de Viseu e
Universidade do Minho.
• Disponibilização do acervo
histórico
para
a
tese
de
doutoramento da Dr.ª Maria Marta
Lobo de Araújo, da Universidade
do Minho, da qual resultaram
as seguintes publicações da sua
autoria e edição da Santa Casa:
• “Dar aos pobres e emprestar a
Deus: as Misericórdias de Vila
Viçosa e Ponte de Lima (séculos
XVI-XVIII)” (2000);
• “Pobres, honradas e virtuosas:
os dotes de D. Francisco e a
Misericórdia de Ponte de Lima
(1680-1850)” (2000);
• “Rituais de Caridade na
Misericórdia de Ponte de Lima
(séculos XVII-XIX)” (2003).
• Disponibilização do acervo de
partituras musicais existente no
arquivo histórico da SCMPL para
catalogação.
Todos os anos, a Instituição recebe
os alunos de várias escolas dos
distritos de Viana do Castelo e de
Braga, com o objectivo de visitarem
30
por João Maria Carvalho
e conhecerem as valências: lar de
idosos, creche, jardim da infância e
lar de infância e juventude.
De um modo especial a Santa Casa
da Misericórdia de Ponte de Lima
e a Universidade Fernando Pessoa
estabeleceram laços de colaboração
e cooperação, tendo o seu início
na celebração de um contrato
de comodato entre a SCMPL e
os Institutos ERASMUS-ISCIE
(Fundação
Fernando
Pessoa)
para cedência em comodato do
palacete Villa Morais (1990), e,
posteriormente, um contrato de
arrendamento do palacete da Villa
Morais à Fundação Fernando
Pessoa (01-10-1994), o que
permitiu a instalação das unidades
daqueles institutos e posteriormente
da Universidade Fernando Pessoa
em Ponte de Lima.
Além disso, a Santa Casa de
Misericórdia de Ponte Lima
estabeleceu protocolos com a
Universidade Fernando Pessoa,
desde 2004, para a formação
em contexto de trabalho e apoio
às licenciaturas nas áreas de
enfermagem, medicina dentária,
relações
públicas,
gestão,
contabilidade e ciências sociais;
Ao longo dos anos, temos mantido
as mais variadas parcerias com a
Universidade Fernando Pessoa, por
exemplo, na realização de estágios
pedagógicos de bacharelato em
Relações Públicas (Janeiro e Maio
de 1998), estágio proporcionado
a alunos do 4º ano do curso de
Gestão Comercial e Contabilidade,
(Outubro de 1999), autorização para
recolha de dados para a realização e
defesa de trabalhos monográficos
para obtenção de grau de licenciado
em enfermagem (Abril de 2004),
protocolo de cooperação no âmbito
da formação de enfermeiros (20042007), autorização de várias
visitas de estudo às valências
da Instituição, no âmbito das
Santa Casa da Misericórdia de Ponte de Lima | Boletim Informativo
licenciaturas
de
reabilitação
psicomotora, motricidade humana e
enfermagem e recolha de dados para
trabalho monográfico subjacente ao
tema da importância da saúde oral
na qualidade de vida do paciente
idoso, no âmbito da licenciatura em
Medicina Dentária.
No presente, em que o estado
social parece querer ruir, as
Misericórdias continuam a ter um
papel importante no apoio aos
mais necessitados. O seu campo
de actuação passará por recuperar
o seu papel na assistência à saúde?
Deverão apoiar em novas situações
como a prestação de cuidados, por
exemplo, a doentes de Alzheimer?
Implementar a teleassistência,
centros de acolhimento nocturno,
etc?
São estas algumas das premissas
que nos podem fazer reflectir
em conjunto. Por um lado a
Misericórdia, por outro a própria
universidade
As Misericórdias vêm de facto,
ao longo da sua existência
plurissecular, assumindo uma
posição
estratégica
enquanto
instrumentos das políticas sociais,
pelo que têm merecido um interesse
crescente
de
universitários,
investigadores, e até dos políticos.
Esta aproximação, na forma como
é feita, é testemunho inequívoco
desse renovado interesse.
Estamos, como sempre, abertos
e disponíveis para colaborar e
estabelecer parcerias, na persecução
de uma participação conjugada e
responsável de todos os agentes do
diálogo político, do diálogo social e
do diálogo civil e cívico, que possam
complementar-se
mutuamente
na realização desta tarefa, que
é comum e em que ninguém é
dispensável ou menosprezável.
O bem fazer ao semelhante.
PARA O AJUDAR E PARA LHE PRESTAR OS SEUS SERVIÇOS
Na sede (Rua Norton de Matos):
CRECHE
JARDIM INFANTIL
LAR DE IDOSOS
APOIO DOMICILIÁRIO
RENDIMENTO SOCIAL DE
INSERÇÃO
No Centro Comunitário de Arcozelo:
CRECHE
CENTRO DE DIA
LAR DE IDOSOS
APOIO DOMICILIÁRIO
CUIDADOS CONTINUADOS
Extratos de Deliberações
da Mesa Administrativa
2014.07.08 a 2014.11.25
2014.07.08:
2014.08.05:
Autorizar abertura de concurso para aquisição de equipamento e mobiliário para a
Creche do Centro Comunitário.
Adjudicar aquisição de louça de jantar.
Adjudicar serviço de inspeção de gás às
instalações do Lar de Idosos e Jardim de
Infância.
Adjudicar proposta para realização de
obras de beneficiação no apartamento T1,
do 4.º andar do Bloco C, no Largo Dr. Vieira
Araújo.
Aprovar programa para a comemoração do
“DIA DA MISERICÓRDIA” (02 de Agosto).
Adjudicar o serviço para edição do 27.º
Boletim Informativo da Santa Casa.
Aprovar o programa de férias para os jovens acolhidos no Lar S.José/D.ª Maria Pia .
Cessar um contrato a termo incerto.
Adjudicar contratos de fornecimento de
energia elétrica às empresas EDP Comercial
e Audax.
Admitir uma senhora para internamento no
Lar de Idosos.
Adjudicar arrendamento de loja comercial
na rua General Norton de Matos, n.º 481.
Anular o concurso e abrir novo para aquisição de equipamento e mobiliário para a
Creche do Centro Comunitário.
Adjudicar proposta para elaboração da
candidatura no âmbito do QREN.
2014.09.17:
Adjudicar a compra de 10 cadeiras de
refeições para bebês.
Aprovar o Regulamento Interno do Lar de
Idosos.
2014.08.19:
Adjudicar orçamento para reparação de
elevadores.
Autorizar a compra de material desportivo
para jovens do Lar S.José/D.ª Maria Pia.
Adjudicar trabalhos para a construção da
rede de segurança contra incêndios nas
imediações do Lar de Idosos.
Autorizar participação das Diretoras
Técnicas no I Encontro Distrital de Diretores
Técnicos.
Aderir è Rede Local de Voluntariado proposta pelo Município local.
Adjudicar proposta para realização de
obras de beneficiação na Casa da Lapa.
Adjudicar o fornecimento e sementeira de
relva no Centro Comunitário de Arcozelo.
Autorizar a inclusão de atividades curriculares e extracurriculares no processo educativo das crianças do Jardim de Infância.
Contratar a termo incerto 3 trabalhadores
para prestarem serviços no Lar de Idosos
em substituição de igual número de colaboradoras que se encontram incapacitadas
temporariamente para o trabalho.
Acolher um jovem no Lar S.José/D.ª Maria
Pia.
2014.07.22:
Subscrever Acordo de Cooperação do
Jardim de Infância com o CDSS de Viana do
Castelo.
Adjudicar aquisição de tela para maca de
banhos.
Autorizar a realização de obras para construção de um parque infantil na Vila Morais.
Adjudicar colocação de caleiras no telhado
do Jardim de Infância.
Arrendar apartamento T3 no Bloco B-Largo
Dr. Vieira Araújo.
Adjudicar a substituição do telhado do
edifício Bloco C no Largo Dr. Vieira Araújo.
Tomar conhecimento da sentença de ação
de despejo da Quinta da Cavada, na freguesia da Facha.
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Adjudicar compra de ventoinhas para o Lar
de Idosos.
Tomar conhecimento da avaliação anual do
funcionamento das Valências da Infância.
Aprovar plano de atividades para o ano
letivo 2014/2015.
Aprovar proposta para elaboração de candidatura a apresentar ao programa ON 2.
Autorizar passeio anual dos utentes do Lar
de Idosos ao Aquamuseu.
Autorizar o pagamento dos autos de medição de trabalhos no Centro Comunitário n.ºs
33 e 34 ao consórcio adjudicatário.
2014.09.02:
Ratificar a proposta de organização dos
grupos de crianças para abertura do ano
letivo das valências das infância.
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Autorizar que três jovens frequentem
cursos de profissionais de informática, fotografia/Artes gráficas e frequência de Centro
de especialização tecnológica.
2014.09.30:
Autorizar aquisição de vestuário para os jovens acolhidos no Lar S.José/D.ª Maria Pia.
Integrar a Associação Concelhia das
IPSS’S.
Não adjudicar proposta de orçamento
para prestação de serviços catering por não
ser economicamente mais vantajosa do que
o serviço que atualmente se presta.
Adjudicar propostas de orçamento para
equipamento e mobiliário da Creche do
Centro Comunitário.
Extratos de Deliberações
2014.10.14:
2014.11.11:
Admitir um jovem no Lar S.José/D.ª Maria
Pia e uma utente no Lar de Idosos.
Admitir utente para beneficiar da Cantina
Social.
Arrendar uma loja comercial no rés-do-chão do Bloco A no largo Dr. Vieira Araújo.
Autorizar estágio pré-profissional não
remunerado a uma aluna universitária.
Admitir na qualidade de utente uma senhora para o Lar de Idosos.
Adjudicação de comando elétrico para o
portal da Vila Morais.
Agendar reunião da Assembleia Geral da
Irmandade e celebração de exéquias pelos
Irmãos e benfeitores falecidos.
Autorizar visita de estudo à cidade de Paris
na França de dois jovens.
Abrir inscrições para interessados na frequência da Creche do Centro Comunitário.
2014.11.25
Mandar proceder à substituição da caldeira
de aquecimento de água existente na
Creche.
Subscrever protocolo com a Universidade
Fernando Pessoa para possibilitar que
alunos possam fazer estágios curriculares
na Instituição.
Solicitar estudo para alteração do serviço
telefônico existente (móvel e fixo).
Estabelecer plafond para a aquisição de
lembranças de Natal para os utentes da
Instituição.
2014.10.28:
Admitir uma senhora para internamento no
Lar de Idosos.
Aprovar prédios a alienar e ou contração de
empréstimo com vista garantir a conclusão
plena do Centro Comunitário, sujeitando
esta deliberação à ratificação na próxima
Assembleia Geral da Irmandade.
Aderir à parceria com o Agrupamento de
Escolas de Ponte de Lima para implementar
a atividade “LER+JOVEM/2014/2016”.
Aprovar plano de atividades e orçamento
ordinário para 2015.
Adjudicar reparação da viatura Renault 4.
Aprovar programa para a festa de Natal
das crianças das valências da infância.
Autorizar a participação dos utentes do
Lar de Idosos no evento “ABRAÇO AO RIO
LIMA”.
Aprovar programas para a celebração do
“DIA DE S. MARTINHO” a realizar nas várias
Respostas Sociais.
Autorizar a participação dos Técnicos da
Valência do Lar de Jovens no “II ENCONTRO INTERINSTITUCIONAL NO LAR
SANTA TERESA”.
Autorizar a colocação de caleiras no
edifício denominado Bloco A, no Largo Dr.
Vieira Araújo.
Adjudicar obra para reestruturação da
cobertura da claraboia do Lar de Idosos.
Adjudicar fornecimento de prestação de
serviços à hora para 2015 nos seguintes
ramos: serralharia, mecânica agrícola,
eletricista, carpintaria, mecânica de viaturas,
eletricista auto, construção civil e para fornecimento de pneumáticos para os veículos,
bem como prestação de serviços na área de
desinfeção, desbaratização, desratização e
desinfestação.
Autorizar reparação de caldeira a gás do
Lar S.José/D.ª Maria Pia.
Tomar conhecimento do relatório sobre
segurança e higiene no trabalho.
Serviços Administrativos da SCMPLIMA-2014.11.28
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