Anais ICBAA - Pós-Graduação em Esportes de Aventura

Transcrição

Anais ICBAA - Pós-Graduação em Esportes de Aventura
Anais
I CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA - CBAA
30/06/06 e 01/07/06
Balneário Camboriú - SC
ORGANIZAÇÃO
LEL – LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO LAZER
DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA, INSTITUTO DE BIOCIÊNCIAS
UNESP – CAMPUS DE RIO CLARO, SP, BRASIL
SITE:
HTTP://WWW.RC.UNESP.BR/IB/EFISICA/LEL/PAGINA_INICIAL.HTM
E-MAIL: [email protected]
APRESENTAÇÃO
O I CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA é um
evento científico, que representa uma oportunidade pioneira de discussões
acerca do universo das Atividades de Aventura na Natureza, congregando
múltiplos olhares sobre a temática do lazer na atualidade.
O I CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA acontece
simultaneamente aos eventos MOUNTAIN BIKE UCI WORLD CUP e MTB WORLD
CUP EXPO 2006, realizados no Fischer Hotel & Convenções, em Balneário
Camboriú, SC, nos dias 30/06/06 e 01/07/06.
Do CBAA constam Palestras, Mini-cursos, Mesa Redonda e apresentação de
Trabalhos Científicos, atingindo um público alvo formado por diferentes
profissionais e estudantes das áreas de motricidade humana, turismo,
ecologia, educação, entre outros, bem como, os atletas participantes dos
eventos concomitantes.
A organização do I CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE
AVENTURA está a cargo dos pesquisadores do LEL – Laboratório de
Estudos do Lazer, do Depto. de Educação Física, da UNESP – Campus de Rio
Claro, SP.
O LEL foi criado em abril de 2000 e tem como proposta o desenvolvimento de
estudos, pesquisas e intervenções relativas às diversas temáticas componentes
do lazer, tais como, as Atividades de Aventura.
Site do LEL:
http://www.rc.unesp.br/ib/efisica/lel/pagina_inicial.htm
Por ser um evento científico, constando de Palestras, Mini-cursos, Mesa
Redonda e apresentação de Trabalhos Científicos, atinge um público alvo que
congrega múltiplos olhares sobre a temática em pauta, atendendo a demanda
de conhecimento acerca deste campo de conhecimento no lazer.
COMISSÃO ORGANIZADORA
LEL – LABORATÓRIO DE ESTUDOS DO LAZER
PRESIDENTE: PROFA. DRA. GISELE MARIA SCHWARTZ - LEL/UNESP- RIO CLARO
COMISSÃO CIENTÍFICA:
PROFA. DRA. GISELE MARIA SCHWARTZ - LEL/UNESP- RIO CLARO
PROFA. DOUTORANDA ALCYANE MARINHO – UNISUL E LEL/UNESP - RIO CLARO
PROFA. DOUTORANDA JOSSETT CAMPAGNA - LEL/UNESP - RIO CLARO
PROFA MS. RENATA LAUDARES SILVA – UFES E LEL/UNESP- RIO CLARO
PROF. MS. ALEXANDER KLEIN TAHARA – FAJ E LEL/UNESP- RIO CLARO
PROFA. DRA. TEREZA LUIZA FRANÇA – UFPE, NIEL E LEL/UNESP-RIO CLARO
COMISSÃO SOCIAL:
DANIELLE FERREIRA AURIEMO CHRISTOFOLLETTI - LEL/UNESP- RIO CLARO
HERALDO MARCONI DA COSTA TEIXEIRA - LEL/UNESP- RIO CLARO
COMISSÃO DE DIVULGAÇÃO:
JAQUELINE COSTA CASTILHO MOREIRA - LEL/UNESP- RIO CLARO
DANILO ROBERTO PEREIRA SANTIAGO - LEL/UNESP- RIO CLARO
CELSO RICARDO MOREIRA - LEL/UNESP- RIO CLARO
COMISSÃO DE APOIO E AUDIOVISUAL:
CLAYTON PALOMARES - LEL/UNESP- RIO CLARO
SECRETARIA:
SANDRO CARNICELLI FILHO- LEL/UNESP- RIO CLARO
GRAZIELA PASCON CAPARROZ - LEL/UNESP- RIO CLARO
VIVIANE KAWANO DIAS - LEL/UNESP- RIO CLARO
AVALIAÇÃO
FLÁVIA MARTONI - LEL/UNESP- RIO CLARO
MARÍLIA FREIRE - LEL/UNESP- RIO CLARO
PROGRAMAÇÃO
DIA 30/06/2006
13H ÀS 18H - CREDENCIAMENTO
LOCAL: SECRETARIA DO I CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE
AVENTURA - CBAA
14H ÀS 14H10 – CERIMÔNIA DE ABERTURA
14H10H ÀS 15H30 - CONFERÊNCIA DE ABERTURA
TEMA: ATIVIDADES DE AVENTURA: PERSPECTIVAS ATUAIS E TENDÊNCIAS
CONFERENCISTA: ALCYANE MARINHO – UNISUL, LEL
15H30 ÀS 16H - COFFEE BREAK
16H ÀS 18H – SESSÃO DE POSTER
20H ÀS 21H30 – MESA REDONDA
TEMA: ATIVIDADES DE AVENTURA: COMPETÊNCIA DE QUEM?
CONVIDADOS:
-
ELCIE HELENA COSTA RODRIGUES - REPRESENTANTE DO MINISTÉRIO DO
TURISMO
-
CLÁUDIO CONSOLO – PRESIDENTE DA ABP
-
JOÃO ALFREDO FREITAS GOMES - PRESIDENTE DA ORIESC
-
GUSTAVO TIMO – REPRESENTANTE DA ABETA
- GISELE MARIA SCHWARTZ - MEDIADORA –– LEL/DEF/IB/UNESP/ RC
21H30 – COQUETEL
LANÇAMENTO
DO
LIVRO:
ATIVIDADES
SIGNIFICADOS – EDITORA FONTOURA
WWW.EDITORAFONTOURA.COM.BR
DE
AVENTURA:
CONSOLIDANDO
01/07/2006 – SÁBADO
08H ÀS 09H – SESSÃO DE PÔSTER
09H30 ÀS 11H30 - MINI - CURSOS
1- ESTRATÉGIAS DE SENSIBILIZAÇÃO PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL NO
MOUNTAIN BIKE
JAQUELINE COSTA CASTILHO MOREIRA - LEL/UNESP- RIO CLARO
2- O LÚDICO NA ATIVIDADE DE AVENTURA
CELSO RICARDO MOREIRA - LEL/UNESP- RIO CLARO
3- JOGOS OUTDOOR COOPERATIVOS
SANDRO CARNICELLI FILHO- LEL/UNESP- RIO CLARO
11H30 ÀS 12H30 - WORKSHOP
TEMA: CORRIDA DE ORIENTAÇÃO: PRINCÍPIOS E NOVIDADES
JOÃO ALFREDO FREITAS GOMES – PRESIDENTE DA FEDERAÇÃO CATARINENSE
DE ORIENTAÇÃO - ORIESC
19H30 ÀS 21H - CONFERÊNCIA DE ENCERRAMENTO
TEMA: HOMEM-NATUREZA: "PARCEIROS" NA AVENTURA E NO (RE)ENCONTRO
COM O OUTRO
JOSSETT CAMPAGNA – LEL – UNESP, RIO CLARO
Anais I CONGRESSO BRASILEIRO DE ATIVIDADES DE AVENTURA –
30/06/06 e 01/07/06 - Balneário Camboriú - SC
SUMÁRIO
PERSPECTIVAS HISTÓRICAS PARA OS ESPORTES NA NATUREZA
Cleber Augusto Gonçalves Dias.........................................................................................11
A INTRODUÇÃO DO ESPORTE DE AVENTURA NA ESCOLA PÚBLICA
Dimitri Wuo Pereira.............................................................................................................12
OS ESPORTES DE AVENTURA E A REGULAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Dimitri Wuo Pereira.............................................................................................................13
ATIVIDADES FÍSICAS E MEIO AMBIENTE NO UNILESTE AVENTURAS
Leonardo Madeira Pereira..................................................................................................14
O MORRO DA CIDADE E A CIDADE DO MORRO:
AS ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA EM ANALÂNDIA
JANAINA MUNHOZ..................................................................................................................15
PROJETO UNESP ADVENTURE: ECO CALANGO 2005
Gabriela dos Santos...........................................................................................................16
A UTILIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE AVENTURA NA NATUREZA EM PROJETOS DE
EDUCAÇÃO PELO LAZER
Rodrigo Reszka Pinheiro....................................................................................................17
ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA E PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA: POSSÍVEIS RELAÇÕES
Sandro Carnicelli Filho........................................................................................................18
AVALIAÇÃO DO GRAU DE DIFICULDADE EM TRILHAS ECOTURÍSTICAS NO
PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA – RJ
Luis Frederico de Melo Papini............................................................................................19
POSSIBILIDADES ECOTURÍSTICAS NO AMAZONAS
Myrian Abecassis................................................................................................................20
O JULGAMENTO NA MODALIDADE SKATE STREET
Leonardo Madeira Pereira..................................................................................................21
EXPRESSIVIDADES DO CORPOMUNDO: A DIMENSÃO ECOLÓGICA NA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS) DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Cristiane Ker de Melo.........................................................................................................22
ACAMPAMENTO: POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
Andréia Silva.......................................................................................................................23
GRATUIDADE OU UTILITARISMO: REFLEXÕES SOBRE O CORPO VISITANDO A
NATUREZA
Luciana Gomes Fernandes.................................................................................................24
REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESFA QUANTO AS PRÁTICAS CORPORAIS DE
AVENTURA NA NATUREZA (PCAN)
Andréia Silva.......................................................................................................................25
A EDUCAÇÃO PELO MAR: ESTUDO DE CASO NAS ESCOLAS DE SURFE NO
ESPÍRITO SANTO
Juliano Boechat Moulin.......................................................................................................26
PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NA NATUREZA: REFLEXÕES SOBRE O
RISCO IMAGINÁRIO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Gabriela Tinelli Margoto......................................................................................................27
PROJETO AGROECOLOGIA E ECOESPORTE: COMUNHÃO DE IDEAIS,
EXPERIÊNCIAS E PRODUTOS
Raquel de Magalhães Borges.............................................................................................28
CONDUTORES DE ESPORTES DA NATUREZA: UMA NOVA MANEIRA DE
CONDUZIR A VIDA
Kássio Vinícius Castro Gomes...........................................................................................29
O JOGO SIMBÓLICO E A ESCALADA NAS PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO
FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE ESTRATÉGIA
Airton Roberto Bortoletto Junior..........................................................................................30
ATIVIDADES DE AVENTURA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL: QUAL O PAPEL DA
MÍDIA NESTA RELAÇÃO?
David de França Arcoverde................................................................................................31
AS ATIVIDADES DE AVENTURA COMO INSTRUMENTO NOS SISTEMAS DE
TREINAMENTO EMPRESARIAL
Roberta Alves Evaristo.......................................................................................................32
AS ATIVIDADES DE AVENTURA NA NATUREZA E AS EXPERIÊNCIAS LÚDICAS
COMO PARCEIRAS NA EDUCAÇÃO
David de França Arcoverde................................................................................................33
AS INTERVENIÊNCIAS DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA
NATUREZA (AFAN) NO AUTOCONCEITO
Flávia Regina Martoni.........................................................................................................34
NOVOS OLHARES DA PSICOLOGIA NO ESPORTE E NAS
ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA
Flávia Regina Martoni.........................................................................................................35
ANÁLISE DE PERFIL DE ATLETAS QUE PARTICIPARAM AS 2ª ETAPA DA CORRIDA
DE AVENTURA “CALOI ADVENTURE CAMP”
Gabriela dos Santos...........................................................................................................36
A PRÁTICA DE ATIVIDADES DE AVENTURA POR UNIVERSITÁRIOS
Joyce Daibert......................................................................................................................37
LESÕES AGUDAS REFERIDAS POR ATLETAS PRATICANTES DE CORRIDA DE
AVENTURA: ESTUDO DE CASOS ENTRE PARTICIPANTES DA “CALOI ADVENTURE
CAMP”, SÃO PEDRO, SP.
Henrique Luiz Monteiro.......................................................................................................38
ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA E O XADREZ:
ULTRAPASSANDO LIMITES
Danielle Ferreira Auriemo Christofoletti..............................................................................39
INTERFACES DOS ASPECTOS PSICOSOCIAIS E AS VIVÊNCIAS NA NATUREZA
Jossett Campagna..............................................................................................................40
OUTDOOR
EDUCATION
E
ADMINISTRAÇÃO:
REFLETINDO
SOBRE
COMPETÊNCIAS
Alcyane Marinho.................................................................................................................41
ESTADOS EMOCIONAIS INTERVENIENTES NA AVENTURA URBANA:
LE PARKOUR
Gisele Maria Schwartz........................................................................................................42
LE PARKOUR – SIGNIFICADOS DA AVENTURA NA SELVA DE PEDRA
Gisele Maria Schwatz.........................................................................................................43
A INTERVENÇÃO DO MEDO NA PERFORMANCE DOS ATLETAS DE DOWNHILL
Clayton Palomares..............................................................................................................44
A EMOÇÃO COMO FATOR DE ADERÊNCIA NO MOUNTAIN BIKE
Clayton Palomares..............................................................................................................45
ACQUA-RIDE COMO MANIFESTAÇÃO DE AFAN: INTERESSES RELACIONADOS À
PRÁTICA
Alexander Klein Tahara......................................................................................................46
LAZER, EDUCAÇÃO, DESENVOLVIMENTO HUMANO:
VIVÊNCIAS DE AVENTURA NA NATUREZA
Jossett Campagna..............................................................................................................47
MITO E ATIVIDADES DE AVENTURA: O CENÁRIO ATUAL DO SURFE BRASILEIRO
Marília Martins Bandeira.....................................................................................................48
A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DA NATUREZA PARA UMA MELHOR
QUALIDADE DE VIDA
Marina Villar Martins...........................................................................................................49
AS EMOÇÕES E AS SENSAÇÕES NO SURFE
Marília Freire.......................................................................................................................50
ESCOLINHA MUNICIPAL DE SURFE DE UBATUBA
Marília Freire.......................................................................................................................51
PERFIL DE IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADES DE AVENTURA
Viviane Kawano Dias..........................................................................................................52
MOTIVAÇÕES EM PERCURSOS EXTENUANTES NO CICLISMO
Jaqueline Costa Castilho Moreira.......................................................................................53
INTERAÇÃO SOCIAL TORCIDA-ATLETAS EM COMPETIÇÕES DE DOWN-HILL
Jaqueline Costa Castilho Moreira.......................................................................................54
ESTRATÉGIAS DE PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA NOS ESPORTES DE AVENTURA
Celso Ricardo Moreira........................................................................................................55
NOVAS IDÉIAS DE LAZER NAS ÁREAS URBANAS: LE PARKOUR
Heraldo Marconi Teixeira...................................................................................................56
ATIVIDADES DE AVENTURAS: CAMINHOS PARA NOVAS ATITUDES EM ÁREAS
NATURAIS
MIRLEIDE CHAAR BAHIA..................................................................................................57
IMPLEMENTAÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA NO
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Patrícia Trauer....................................................................................................................58
A NÃO SISTEMATIZAÇÃO DOS TREINOS DE REMO, NATAÇÃO E MUSCULAÇÃO
NOS ATLETAS DE CORRIDA DE AVENTURA
Fernanda Magnani Silva.....................................................................................................59
A FREQÜÊNCIA, VOLUME E INTENSIDADE NOS TREINOS DE REMO REALIZADOS
POR ATLETAS DE CORRIDA DE AVENTURA
Roberto Silva Junior............................................................................................................60
A POSSIBILIDADE DE UM INÍCIO DE PADRÃO DE TREINAMENTO EM ATLETAS DE
CORRIDA DE AVENTURA
Giovani Riva........................................................................................................................61
ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA, INTENSIDADE E VOLUME EM TREINOS DE CORRIDA
DOS ATLETAS DO SEXO MASCULINO DE CORRIDA DE AVENTURA
Vivian Martins.....................................................................................................................62
FREQUÊNCIA E INTENSIDADE DE TREINAMENTO DAS ATLETAS DE CORRIDA DE
AVENTURA NA MODALIDADE DE REMO
Thalita Batista Silva............................................................................................................63
FREQUÊNCIA SEMANAL E INTENSIDADE DE TREINOS DE “MONTAIM BIKE” DOS
ATLETAS DE CORRIDA DE AVENTURA DO SEXO MASCULINO
Giovani Riva........................................................................................................................64
TREINAMENTO DE CORRIDA: ANÁLISE DE FREQÜÊNCIA E INTENSIDADE
UTILIZADAS POR MULHERES ATLETAS DE CORRIDAS DE AVENTURA
Rodrigo Barçante Borgo.....................................................................................................65
COMPARAÇÂO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) DE ATLETAS DO SEXO
FEMININO DE CORRIDA DE AVENTURA DO BRASIL COM ATLETAS DE OUTROS
ESPORTES DE LONGA DURAÇÃO
Ivani S. Manzzo..................................................................................................................66
ANÁLISE DA PRÁTICA DE TREINAMENTO COM PESOS EM MULHERES
CORREDORAS DE AVENTURA.
Roberto Silva Junior............................................................................................................67
AS CONFEDERAÇÕES ESPORTIVAS NO BRASIL E PORTUGAL
Danilo Roberto Pereira Santiago........................................................................................68
PERFIL DOS ADOLESCENTES PARTICIPANTES DE CORRIDAS DE AVENTURA
Celso Ricardo Moreira........................................................................................................69
TREKKING DE REGULARIDADE NA GRANDE FLORIANÓPOLIS:
UMA ABORDAGEM HISTÓRICA
Nayara Elmisan Zolet..........................................................................................................70
ARTIGO PREMIADO..........................................................................................................71
A EDUCAÇÃO PELA AVENTURA: DESMISTIFICANDO SENSAÇÕES E EMOÇÕES
Aercio Rossi Cardoso
Andreia Silva
Gisele Rosa Felipe
11
RESUMOS
PERSPECTIVAS HISTÓRICAS PARA OS ESPORTES NA NATUREZA
Cleber Augusto Gonçalves Dias
Universidade Federal do Rio de Janeiro
Grupo de Pesquisa Anima – EEFD/UFRJ
Programa de Pós-Graduação em História Comparada – IFCS/UFRJ
Instituto Virtual do Esporte – FAPERJ
[email protected]
A utilização de ambientes naturais para prática de esportes é um fenômeno que vêm
atraindo a atenção de um número crescente de pesquisadores, notadamente aqueles
ligados aos estudos do esporte. Esse sensível aumento do interesse acadêmico
provavelmente está ligado a emergência, cada vez mais flagrante, explícita e perceptível,
desse conjunto de práticas no cotidiano das cidades e no espaço midiático. A aparição
destes esportes na cena pública brasileira nos níveis de intensidade que se observa
atualmente é, inegavelmente, um fenômeno que se iniciou muito recentemente. No
entanto, a idéia de se buscar a natureza com sentido de divertimento, de lazer e de
aventura, não é nova. E estranhamente, há uma considerável tendência nos estudos que
vêm se desenvolvendo em se destacar um possível caráter absolutamente original e
inovador colocado pela busca da natureza para a aventura esportiva. Sem pretender
relativizar a relação inextricável que estas modalidades engendram com o quadro social
contemporâneo, o objetivo do projeto de pesquisa que agora se apresenta, têm sido o de
buscar vestígios históricos que demonstrem a longa existência e popularidade que
esportes praticados em ambientes naturais vêm experimentando, pelo menos, desde o
meado do século XIX. De maneira um pouco mais profunda, o objetivo da pesquisa é
demonstrar como práticas culturais (como os esportes na natureza) que são
precipitadamente avaliadas como novas, se articulam profundamente com processos
históricos de longa duração (como os esportes, o lazer e a própria idéia de modernidade).
Por fim, tem-se a perspectiva de deslindar uma tendenciosa inclinação encontrada no
estudo de práticas culturais que estejam associadas ao conjunto de determinações
históricas do presente, isto é, o esvaziamento do seu sentido histórico.
12
A INTRODUÇÃO DO ESPORTE DE AVENTURA NA ESCOLA PÚBLICA
Dimitri Wuo Pereira
Friederich Richter
UNINOVE. São Paulo, São Paulo – Brasil
[email protected]
O presente texto revela possibilidades para a educação física vindo de encontro aos
interesses de uma sociedade que pede mudanças nas formas de se apropriar do
conhecimento. Nas escolas públicas brasileiras a cultura da bola (futebol, voleibol,
handebol e basquetebol), é a que mais se destaca dentro dos conteúdos da educação
física, quer seja no ensino fundamental ou médio. A proposta de iniciativa do professor
Renato Eduardo Galon, na Escola Estadual de Segundo Grau Antonio Francisco
Redondo, localizada na periferia do município de São Paulo, no ano de 1998, mostra que
esse quadro pode ser diferente. O professor definiu com os alunos as atividades que
gostariam de ter como conteúdo, através de um planejamento participativo. Dentre as
idéias apresentadas, algumas foram implantadas: parede de escalada, trilha para
caminhada e bicicleta, sala de musculação. Essas atividades são geralmente encontradas
em grandes escolas da rede particular, Pereira e Carceroni (2005), mas na rede pública
se julga impossível tal projeto devido ao seu custo, conhecimento e mão de obra.
Professor e alunos se uniram para: comprar materiais, contratar especialista e colocar a
mão na massa, construindo uma referência em educação física escolar. Dentre os
esportes de aventura propostos, partiu dos alunos o trabalho de: limpar o terreno
abandonado, criar e sinalizar a trilha; plantar árvores que hoje formam o bosque; furar a
parede e colocar as agarras; pintar a parede de escalada; aprender e transmitir as
técnicas de escalada. Alguns resultados obtidos nesse processo: aquisição de
conhecimentos sobre esportes de aventura; influência na formação moral dos alunos;
maior inclusão nas atividades; maior preocupação com a atividade física; aquisição da
cidadania. Concluímos que os esportes de aventura como conteúdo da educação física
podem ser uma realidade na escola pública, dependendo do conhecimento do professor,
do interesse dos alunos e da disposição na busca das técnicas das modalidades.
13
OS ESPORTES DE AVENTURA E A REGULAMENTAÇÃO DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Dimitri Wuo Pereira
Alessandro Barreta Garcia
UNINOVE, São Paulo, S. P. Brasil
[email protected]
Com a criação da Lei Federal nº 9.696 de 1º de setembro de 1998, constituindo
legalmente o sistema CONFEF/CREF’s, a profissão e os profissionais de Educação Física
tiveram suas rotinas e características alteradas, pois a partir dali deixavam de ser simples
ocupações para se tornarem uma verdadeira profissão. Com isto, muitos se viram
comprometidos no que se refere a emprego e outros uma esperança em melhores
remunerações e reconhecimento profissional. Mas, o que podemos observar quando
tratamos do tema Esportes de Aventura? De acordo com algumas das nossas
considerações iniciais provenientes de uma extensa revisão documental, pode-se
perceber uma série de desentendimentos jurídicos entre as entidades que discutem
legitimidade perante a problemática, e uma grande incógnita entre os profissionais para
atuarem no mercado de trabalho. Principalmente pelo fato de algumas instituições de
ensino superior estarem incluindo em suas grades disciplinas como Esportes de Aventura,
Esportes alternativos e Esportes Radicais. Por parte do Ministério do Turismo foi criado
um Projeto de Certificação e Normalização das Atividades de Aventura. Entidades
esportivas fazem suas críticas com relação ao cerceamento de direitos constitucionais
referindo-se principalmente a Lei Pelé. O Ministério do Esporte criou uma Comissão
Especial de Esporte de Aventura para discutir e refletir sobre essa questão. O
CREF/CONFEF defende, que o ensino, a orientação e a dinamização das atividades
físicas sejam realizadas por profissionais de educação física, em sinergia com as
entidades esportivas que tem a incumbência de definir as normas e técnicas de cada
modalidade. De acordo com estas discussões, esta pesquisa apresentou a problemática
do mercado de trabalho, a dificuldade na delimitação do campo de atuação e a crise entre
entidades de prestigio e reconhecimento público.
14
ATIVIDADES FÍSICAS E MEIO AMBIENTE NO UNILESTE AVENTURAS
Leonardo Madeira Pereira
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais UNILESTEMG, Ipatinga, M. G., Brasil,
[email protected]
As atividades de extensão universitária contribuem para a missão de formação humana
do UNILESTEMG. Tem-se como eixo central o conhecimento científico para preparar
profissionais de Educação Física conscientes e comprometidos com a prática de
atividades físicas na natureza. Desde agosto de 2004 o aluno de graduação em Educação
Física tem vivenciado propriedades simbólicas, físicas e técnicas da prática de esportes
no meio selvagem, associados à idéia de aventura, abordando noções de ecologia e meio
ambiente e suas implicações na atividade física, enfocando o trabalho do profissional
responsável, bem como os fatores psicológicos e fisiológicos que influenciam na prática
dessas modalidades. Tem-se realizado atividades de extensão no segmento de
ecoturismo envolvendo a prática de atividades de aventura e risco, potencializando a
existência de um novo mercado entre os estudantes. O projeto Unileste Aventuras
abrange a organização, supervisão e realização da prática de rapel em cachoeira, trilha
com orientação e escalada em rocha entre os alunos do curso de Educação Física.
Objetiva-se oferecer experiências práticas aos alunos, colocando-os frente ao
desconhecido e reconhecendo o grande valor da aventura na formação do caráter como
também na percepção do mundo. Aventuras servem para expandir o conhecimento e a
capacidade humana e até redefinem a própria percepção do que é o ser humano e do que
ele é capaz de realizar no seu meio ambiente. Tem-se utilizado o feedback negativo para
questionar as expectativas sobre as atividades. Conclui-se que os alunos originam-se
predominantemente da região do Vale do Aço, que nunca haviam praticado nenhum
esporte de aventura envolvendo o uso de cordas ou bússola, conheciam apenas por
mídia áudio-visual. As experiências fomentaram o trabalho em equipe, a cooperação, a
superação e a confiança dos participantes neles mesmos, nos outros e no ambiente.
Todos os estudantes de graduação em Educação Física merecem contato com atividades
de aventura na universidade, por ser a modalidade esportiva tradicional do homem
moderno.
15
O MORRO DA CIDADE E A CIDADE DO MORRO:
AS ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA EM ANALÂNDIA
JANAINA MUNHOZ;
NEFEF/UFSCAR
LUIZ GONÇALVES JUNIOR
NEFEF/DEFMH - PPGE/UFSCAR
[email protected]
A Estância Climática de Analândia, distante 225Km da capital do Estado de São Paulo,
possui população de 3870 habitantes e área de 327Km². A base econômica é a
agropecuária e atualmente tem-se investido no turismo. Dentre os atrativos turísticos
destaca-se o morro do Cuscuzeiro, testemunho geológico em arenito que recebe tal nome
pela forma similar a um cuscuz. O objetivo deste estudo é identificar como os moradores
de Analândia percebem as alterações nos usos do espaço da Fazenda em que se localiza
o Cuscuzeiro, sendo realizadas entrevistas com oito depoentes através da metodologia
História Oral. Com base nos depoimentos é possível considerar que: a) a exploração do
Cuscuzeiro como atrativo turístico transformou a vida dos moradores, alguns inclusive
estão investindo em infra-estrutura para recepção de turistas (hotéis, restaurantes,
camping, etc.); b) a Fazenda onde se localiza o Cuscuzeiro vivia até fins da década de
1980 um “turismo de cerca” (quando as pessoas estacionavam o carro na estrada de terra
e pulavam sua cerca) e hoje, através do projeto pedra viva, tem infra-estrutura para o
turista; c) outrora o Morro era desvalorizado e tido como um empecilho à produção
agrícola por não possibilitar o plantio de café, porém se transformou, principalmente a
partir da década de 1990, em atrativo turístico voltado para a fruição do lazer através das
Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFAN), destacando-se a escalada; d)
embora a cidade sempre tenha se identificado com o Morro tendo sido já chamada de
Povoado do Cuscuzeiro (fundado em 20 de outubro de 1887), o Morro era simplesmente
um símbolo e não uma fonte de renda e a partir do momento que muitas pessoas
passaram a visitá-lo, o significado dele para a cidade mudou e o Cuscuzeiro já não é mais
o “morro da cidade” e sim Analândia passa a ser a “cidade do morro”.
16
PROJETO UNESP ADVENTURE: ECO CALANGO 2005
Gabriela dos Santos
Amábile Teresa Alonso Guarnieri
Clarita Alvares Denardi
Iris Mascarin, Lucas de Faria Dias Leite
Viviana Martins Goto, Flávio Ismael da Silva Oliveira.
Universidade Estadual Paulista, Bauru, São Paulo, Brasil
[email protected]
O Brasil, por ser o maior país tropical do mundo, possuir a maior extensão de florestas
tropicais e um litoral de 7.367km, e por ser gestor da maior diversidade do planeta, possui
um potencial ecoturístico gigantesco que vem despertando interesse cada vez mais
crescente (EMBRAPA,1996). No entanto, um olhar atento ao meio ambiente implica,
inclusive, em reconhecer que a simples visita à natureza nem sempre é suficiente para
proporcionar aos turistas e aventureiros interações e empatia com outras formas de vida.
Tal situação, por sua vez, aponta a necessidade de conservação de um ambiente que se
encontra ameaçado e do qual fazemos parte. Por essa razão, há a necessidade de
formação de uma consciência ambientalista que, além dos benefícios à natureza, pode
promover, através da interação com o ambiente, o bem estar dos envolvidos. Assim, este
projeto, que utiliza como “campo de jogo” a própria natureza, tem como objetivos
apresentar algumas categorias dos esportes de aventura com um mínimo de risco
possível; possibilitar aos participantes um contato com atrativos naturais e com outras
culturas; possibilitar a oportunidade de sair da rotina; apresentar um novo campo de
atuação profissional ainda pouco explorado; divulgar o turismo ecológico e as
potencialidades do Brasil. Este projeto foi parte integrante da Disciplina “Programas de
Atividades em Educação Física”, oferecida no Curso de Licenciatura em Educação Física
pela Faculdade de Ciências – UNESP – Bauru. Fizeram parte deste Projeto 50
participantes. As atividades foram desenvolvidas na cidade de Brotas – SP, em uma área
de 500.000m2 de mata preservada na cabeceira do Rio Jacaré. Foram realizadas
atividades recreativas, oficinas de treinamento e uma corrida de aventura com
aproximadamente 35km de percurso. A competição foi realizada com equipes mistas de 5
pessoas. As modalidades esportivas inclusas foram canoagem, natação, trekking,
orientação, arvorismo e canyoning. De acordo com os objetivos propostos, podemos
afirmar que a realização do Projeto conseguiu superar as expectativas não só dos
coordenadores, como também de todos os participantes. Desta forma, este projeto
constituiu-se em uma possibilidade por meio da qual a visita à natureza pôde ser
intensificada, possibilitando maior interação entre as pessoas e o meio ambiente.
17
A UTILIZAÇÃO DE ATIVIDADES DE AVENTURA NA NATUREZA EM PROJETOS DE
EDUCAÇÃO PELO LAZER
Rodrigo Reszka Pinheiro
Caroline Zimmermann Moreira
João Geraldo Cardoso Campos
Carlos Eduardo Bitencourt
Sociedade Catarinense de Profissionais do Lazer – SC LAZER
Florianópolis, Santa Catarina, Brasil
[email protected]
As atividades de aventura na natureza ocupam um lugar de destaque no espectro das
opções de lazer em Santa Catarina. Dois fatores ajudam a explicar esta valorização: (a) o
estado apresenta condições geográficas e climáticas propícias ao desenvolvimento de
dezenas de modalidades por quase todo o seu território; (b) a urbanização da população
catarinense afastou grande parte dos habitantes do estado do convívio com a natureza.
Uma importante aplicação das atividades de aventura na natureza é a educação. Tendo
estes princípios como base o presente estudo tem como objetivo analisar casos de
utilização de atividades de aventura na natureza em projetos de educação pelo lazer. Foi
realizada uma pesquisa descritiva. A coleta de dados foi realizada mediante: (a)
entrevistas com empresários do setor do lazer, animação e atividades de aventura; (b)
analise dos projetos de eventos realizados nas referidas empresas no âmbito da
educação pelo lazer. Os dados coletados foram analisados de forma qualitativa. Segundo
os empresários entrevistados, os eventos de lazer com fins educacionais com maior
aplicação de atividades de aventura são as gincanas, os acampamentos e as colônias de
férias. O público-alvo desses eventos é composto por crianças e adolescentes. As
atividades de aventura mais utilizadas nos eventos são a escalada, o rapel, o arvorismo, o
trekking e a corrida de orientação. A análise dos projetos dos eventos revelou que a
utilização de tais atividades é justificada pela possibilidade de ascensão de níveis de
conhecimento conformistas para níveis mais críticos e criativos. Outra justificativa
encontrada ressalta a possibilidade dos envolvidos vivenciarem diversos conteúdos
culturais do lazer, tais como turístico, físico-desportivo e social. Os projetos analisados
também apontavam a preocupação com a preservação do meio ambiente, a
conscientização das futuras gerações para a necessidade de um desenvolvimento
sustentável e um crescimento responsável dos centros urbanos. A partir da pesquisa
realizada levantam-se algumas considerações: (a) os projetos analisados procuram
embasar a utilização das atividades de aventura mediante conceitos nacionalmente
difundidos dos estudos do lazer; (b) os discursos dos empresários apontam para uma
valorização das atividades de aventura nos projetos de eventos de educação pelo lazer.
18
ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA E PROFISSIONAIS DA
EDUCAÇÃO FÍSICA: POSSÍVEIS RELAÇÕES
Sandro Carnicelli Filho
Gisele Maria Schwartz
Alexander Klein Tahara
Universidade Estadual Paulista-Campus Rio Claro
Laboratório de Estudos do Lazer
[email protected]
Esse estudo, de natureza qualitativa, teve por objetivo refletir sobre as atividades de
aventura e suas relações com a atuação do profissional da área de Educação Física e foi
realizado em duas etapas, sendo a primeira uma pesquisa bibliográfica acerca das
atividades físicas de aventura na natureza (AFAN) e a segunda uma pesquisa
exploratória, desenvolvida por meio da aplicação de um questionário aberto como
instrumento para a coleta de dados com 46 alunos do 2° ano dos cursos de Bacharelado
e Licenciatura em Educação Física da Unesp, Campus de Rio Claro. O instrumento foi
aplicado após as vivências de bóia-cross e treking, na cidade de Brotas, SP. Os
resultados obtidos com este instrumento foram analisados descritivamente, por meio da
técnica de análise de conteúdo temático indicando que 57% dos alunos responderam que
as principais relações entre as AFAN e a Educação Física estão ligadas ao preparo físico,
à segurança, à promoção da saúde e do bem-estar, 43% apontaram outros aspectos
como, por exemplo, a possibilidade de realizar atividades diferentes no tempo livre, de
propiciar aos alunos momentos de integração social e com a natureza, de poder
desenvolver valores de cidadania e preservação do meio ambiente e citaram, até mesmo,
a descoberta dos limites de cada um favorecendo uma abordagem psicosocial de fatores
como o medo e o prazer. Pode-se observar, então, que as relações entre a Educação
Física e as AFAN são diversas e perpassam diferentes aspectos de estudo na
motricidade humana, sejam eles psicológicos, biodinâmicos, fisiológicos, culturais ou
relacionados ao lazer e à saúde, ficando evidente a significativa e fundamental
importância destas para uma atuação e formação mais ampla e completa dos
profissionais da área. Portanto o estudo destas relações merecem uma maior atenção
podendo ser um campo fértil de importantes avanços e reflexões.
19
AVALIAÇÃO DO GRAU DE DIFICULDADE EM TRILHAS ECOTURÍSTICAS NO
PARQUE ESTADUAL DA PEDRA BRANCA – RJ
Luis Frederico de Melo Papini
Departamento de Geografia / Grupo de Estudos Ambientais
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rio de Janeiro – RJ - Brasil
Nadja Maria Castilho da Costa – UERJ
Vivian Castilho da Costa
[email protected]
Introdução: O presente trabalho tem como objetivo apresentar uma metodologia de
suporte ao manejo de trilhas, bem como auxiliar o caminhante da trilha com informações
úteis para o seu melhor aproveitamento da atividade de aventura de caminhada. Esta
metodologia foi aplicada nas quatro principais trilhas ecoturísticas no Parque Estadual da
Pedra Branca - RJ, a segunda mais importante unidade de conservação da cidade do Rio
de Janeiro. A metodologia para definição do grau de dificuldade leva em conta
características físico-ambientais da trilha, tais como: declividade, comprimento, tempo
médio de percurso densidade do solo, áreas de drenagem e erosões, bem como a
característica física do caminhante (massa), e seu gasto energético. Todas essas
informações estão sendo conjugadas, juntamente com o trabalho desenvolvido por Hugo,
M.L.(1999) em seu artigo intitulado “Energy equivalent as a measure of the difficult rating
of hiking trails”. Para o levantamento de dados, bem como o seu processamento foi usado
o software de geoprocessamento Arcview 3.2. Para o cruzamento das informações sobre
as características físico-ambientais foram utilizadas bases cartográficas digitais (base
topográfica) do IPP (1999) e informações de coletas de campo (para identificação dos
obstáculos, comprimento e duração de percurso). Através do módulo 3D Analyst (Create
TIN) do Arcview foi confeccionado um mapa de declividade que, juntamente com as
informações da duração de percurso de cada trilha, serviu para calcular o gasto calórico
perdido durante a caminhada. Com este método a trilha não será analisada de modo
subjetivo como o é em metodologias nacionais e internacionais, e sim com um parâmetro
objetivo e científico. A partir desta análise poderemos relacionar o grau de dificuldade de
uma trilha através do seu equivalente gasto energético expresso em Joules ou calorias, o
que torna um parâmetro de fácil comparação. As trilhas pesquisadas com o seu grau de
dificuldade: Trilha do Camorim, Sacarrão, Rio Grande e do Pico, com respectivamente:
grau fácil a moderado (500 kcal), grau moderado (1200 kcal), grau muito fácil (300 kcal) e
grau difícil a muito difícil (2500 kcal). Este estudo se estenderá para a análise de demais
trilhas no Parque futuramente.
20
POSSIBILIDADES ECOTURÍSTICAS NO AMAZONAS
Myrian Abecassis Faber
Vanderlan Santos Mota
Universidade Paulista – UNIP – Manaus - Amazonas-Brasil
[email protected]
Perspectiva-se, por meio do estudo de possibilidades, propor, pelo cunho educativo e
pedagógico dos desportos na Natureza, em meio ambiente natural, nas cidades do
Amazonas, um projeto de modernização educativa, a fim de abranger de forma
integradora a perspectiva comunitária, a população e o consumo, os direitos humanos e
ambientais, a comunicação, o turismo, o ecoturismo desportivo, que possibilitem a seus
integrantes a compreensão crítica das circunstâncias históricas e atuais. O aumento das
práticas do desporto que supõe a presença de elementos naturais, como espaço
indispensável à sua realização, faz de imediato brotar a clara necessidade de defesa da
Natureza o que pressupõe um código de conduta ética ecodesportiva, na sua utilização,
que é, na realidade, uma ética ecológica. Esta pesquisa documental e de campo a partir
de múltiplos estudos de casos dos Jogos Mundiais da Natureza, EMA 2001, MART e
Jungle Marathon, de entrevistas nos municípios de Manaus, Presidente Figueiredo e Rio
Preto da Eva, analisa a pertinência da implantação do ecoturismo desportivo como meio
de desenvolvimento sustentável, espaço laboral para profissionais da Educação Física e
os do Turismo e de divulgar os nichos turísticos do Amazonas; a entrada para a maior
reserva ecológica do planeta: a Floresta Amazônica. Possui uma heterogênea vegetação,
de uma biodiversidade fantástica, abrigando espécies da fauna e da flora ainda
desconhecidas. Percebe-se nos esportes da natureza uma das importantes vigas para o
fortalecimento da democracia e para o desenvolvimento de uma cidadania ativa, as quais
serão estratégias fundamentais para a condição da melhoria de vida da população, do
gerenciamento dos recursos naturais e da sustentabilidade. Converter os serviços
ambientais da floresta e dos rios, aliados à prática desportiva, em meio sustentável na
Amazônia, conduzirá a uma forma de exploração, dos recursos naturais, passível de ser
executada na forma desportiva. Ao considerar-se que os desportos da natureza não têm
limitações ecológicas impostas pela natureza, pois não perturbam funções ecossistêmicas
essenciais; torna lícito supor que o ser humano deve repensar sua relação com o meio
ambiente. Finalmente, essa prática representa uma forma de conservar o meio ambiente,
gerando recursos para a região, sem desperdiçá-los.
21
O JULGAMENTO NA MODALIDADE SKATE STREET
Leonardo Madeira Pereira
Flavia Costa Pinto e Santos
Centro Universitário do Leste de Minas Gerais UNILESTEMG, Ipatinga, MG
[email protected]
Pesquisa qualitativa que comprova a necessidade de tornar mais objetivo os julgamentos
em competições de skate street. Através de um questionário semi-estruturado e 50
skatistas do estado de Minas Gerais, desenvolveu-se uma planilha com critérios objetivos
para os juízes. A ação de julgar, a situação a ser julgado e a evolução histórica da
modalidade foi analisada. Os resultados mostraram que existem algumas limitações de
natureza fisiológica e psicológica do árbitro, no seu nível de conhecimento, no seu
posicionamento na área de competição e nas exigências impostas pelo contexto
sociocultural, histórico e político da competição. Essa limitação existe pela relação
intrínseca à identidade do skate com o lúdico, exigindo que os árbitros lidem com a interrelação da subjetividade e objetividade, operacionalizada pelas avaliações desse esporte.
Esperamos que os resultados possam subsidiar diálogos sobre o valor, a identidade, as
características, as técnicas e os limites do julgamento no skate street.
22
EXPRESSIVIDADES DO CORPOMUNDO: A DIMENSÃO ECOLÓGICA NA
FORMAÇÃO DE PROFESSORES(AS) DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Cristiane Ker de Melo
Fabiano Weber da Silva
Eden Silva Pereti
Rafael Matiuda Spinelli
DEF/CDS - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil
[email protected]
A Educação Física, da mesma forma que as outras diversas áreas pedagógicas
historicamente constituídas, problematiza, formula e dialoga com as complexas demandas
sociais do respectivo período histórico no qual se inserem. As problemáticas sociais que
se impõem no contexto contemporâneo são distintas (porém, consequências) daquelas
que figuravam há décadas atrás, e assim sendo, as diversas áreas pedagógicas –
materializadas no contexto escolar – também demandam um movimento de autocrítica e
re-significação de seus princípios teórico-metodológicos, possibilitando assim uma
educação mais coerente e sincera com a realidade contemporânea. Utilizando-se da
metodologia da pesquisa-ação,
junto a um grupo de professores(as) de Educação
Física do Estado de Santa Catarina, propomos uma contribuição na formação continuada
deste coletivo, no sentido de buscar uma ampliação da concepção de corpo, bem como
trabalhar algumas das suas múltiplas linguagens expressivas que possam auxiliar no
conhecimento e cuidado de si. E assim, ao considerarmos a complexidade e a
diversidade que constituem estes processos, podemos perceber as imbricadas relações
entre o corpo humano e o mundo (natureza) na sensibilização e na construção de sua
consciência e expressão corporal. O projeto vem sendo desenvolvido através de oficinas
baseadas em vivências corporais lúdicas e artísticas – com ênfase na sensibilização e
cooperação –, propondo uma oportunidade criativa de encontro consigo, com os outros e
com dimensões do mundo, considerando toda a diversidade existente, sugerindo uma
perspectiva onde a educação corporal do humano não se apresenta descolada de uma
preocupação ética, estética e ecológica. Concebendo o(a) professor(a) engajado(a) no
processo de formação continuada enquanto um ser social em constante interação com
seus colegas, com a escola e com seu entorno, pretendemos consolidar uma rede ativa
de agentes multiplicadores, criadores e problematizadores de propostas pedagógicas no
âmbito da escola. Neste sentido, pensamos essa formação baseada em uma visão
ecológica, isto é, uma formação que não se basta somente no próprio educador(a), no(a)
aluno(a) ou mesmo na escola, mas sim privilegia suas relações, inseridas em um
ambiente mais amplo e complexo. É a educação do CorpoMundo.
23
ACAMPAMENTO: POSSIBILIDADE PEDAGÓGICA PARA AS AULAS DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
Andréia Silva
Thatiana Fiorentini Ferreira
Escola superior São Francisco de Assis. Santa Teresa, Es. Brasil
[email protected]
Trata da utilização de atividades de Lazer ao ar livre, em especial o acampamento, como
uma atividade de lazer que oferece aos alunos uma gama de práticas corporais que
podem ser utilizadas como possibilidades pedagógicas nas aulas de Educação Física,
buscando a interdisciplinaridade e atransdisciplinaridade. Como metodologia foi utilizada a
pesquisa exploratória e como procedimento a pesquisa de campo, a qual valeu-se da
observação participante e da aplicação de entrevistas semi-estruturas com uma amostra
de 12 pessoas: profissionais de educação física, educadores e biólogos. A partir da
análise de dados pode-se averiguar que os educadores, em especial os profissionais de
Educação Física, possuem um entendimento do acampamento como uma possibilidade
pedagógica, bem como suas contribuições para temáticas interdisciplinares. A partir
dessa constatação inicial reflete-se o acampamento como uma forma diferenciada de se
trabalhar temas relacionados ao lazer, meio ambiente e formação pessoal nas aulas de
Educação física escolar. Tais possibilidades apontam para a viabilidade da introdução
dessa vivência nas aulas de Educação física, não apenas um evento, mas como
atividades que oferecem uma gama de práticas que podem ser tomadas como conteúdos
interdisciplinares. Torna-se necessário, no entanto, para sua real introdução, a formação
amplificada dos profissionais de Educação Física, novas reflexões sobre a temática, apoio
por parte da instituição envolvida, aspectos estes que muitas vezes dificultam a
apropriação de atividades novas no planejamento escolar. Atenta-se ainda, para a
necessidade da formação de uma grade curricular que proporcione ao acadêmico de
Educação Física tais conhecimentos para a utilização não apenas dessa atividade de
lazer ao ar livre, mas de tantas outras, que proporcionam através de sua vivenciação uma
forma diferenciada e lúdica de discutir-se temáticas fundamentais para nossos tempos e,
principalmente, uma possibilidade ímpar para a formação de cidadãos dentro do universo
da cultura corporal.
24
GRATUIDADE OU UTILITARISMO: REFLEXÕES SOBRE O CORPO VISITANDO A
NATUREZA
Luciana Gomes Fernandes
Andréia Silva
Escola Superior São Francisco de Assis. Santa Teresa, ES. Brasil
[email protected]
Atualmente, verifica-se a crescente visitação a áreas naturais. Tais visitações possuem
várias influências que permeiam desde a questão ambiental, até questões pessoais como
fuga da rotina e descanso. Essas visitações podem possuir conforme a atitude do
indivíduo um caráter utilitarista ou de gratuidade frente à natureza. Diante disso, o
presente projeto tem por objetivo analisar e caracterizar o perfil dos indivíduos que
visitam, por meio de excursionismo, ambientes naturais, bem como, levantar as
motivações implícitas nessas vivências. Para tanto, será utilizado como metodologia em
princípio, uma revisão de literatura sobre a temática. Posteriormente, será realizada uma
pesquisa exploratória de campo nos eventos de excursionismo promovidos pela Escola
Superior são Francisco de Assis (ESFA) localizada na cidade de Santa Teresa - ES,
utilizando como técnicas: a observação participante, a confecção de um diário de campo e
a aplicação de questionários com questões abertas e fechadas. A amostra será definida
através da observação desses eventos incluindo organizadores e participantes.
Buscaremos com os dados levantados formular categorias de análise para o debate dos
objetivos propostos. O trabalho, no presente momento, está voltado inicialmente para o
debate teórico sobre a crescente visitação a áreas naturais na perspectiva do lazer, no
que concerne a seu caráter utilitarista e de gratuidade e, também, para a observação de
eventos de excursionismo promovidos pela ESFA.
25
REFLEXÕES SOBRE A FORMAÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA DOS PROFESSORES
DE EDUCAÇÃO FÍSICA NA ESFA QUANTO AS PRÁTICAS CORPORAIS DE
AVENTURA NA NATUREZA (PCAN)
Andréia Silva
Bruno Teixeira Lauar
Evandro Rocha
Luciana Gomes Fernandes
Escola Superior São Francisco de Assis, Santa Teresa, ES, Brasil
[email protected]
Atualmente verifica-se um crescente número de trabalhos que discutem as Práticas
Corporais de Aventura na Natureza – PCAN, desde seus aspectos sócio-históricos, suas
possibilidades pedagógicas até o processo de qualificação e habilitação dos profissionais
para o exercício dessas práticas. Diante disso, o projeto visa analisar e refletir sobre a
formação didático-pedagógica dos professores de Educação Física do curso de
graduação da ESFA, no que se refere ao desenvolvimento das PCAN em suas várias
áreas de atuação. Como objetivos específicos visamos verificar como as PCAN são
tratadas pedagogicamente no curso Educação Física da ESFA; repensar o espaço do
professor de Educação Física através da utilização das PCANs, apontando suas
possibilidades e limitações; analisar e refletir sobre a formação didático-pedagógica
fornecida no curso de Educação Física da ESFA, traçando um paralelo da sua utilização
nas PCANs e refletir sobre as competências exigidas pela ABNT no processo de
normatização e certificação do turismo de aventura. Trata-se de uma pesquisa de
natureza qualitativa, de cunho descritivo, pois esta nos possibilitará compreender as
relações que permeiam o processo de formação do professor de Educação Física e o
desenvolvimento das PCAN. Será adotado o estudo de caso e como instrumento de
coleta de dados, a análise de documentos da instituição, a observação não-participante
das aulas que correspondem as PCAN, bem como realizar entrevistas não-estruturadas
com corpo discente, docente e com a direção da instituição ESFA. A análise dos dados
será de natureza qualitativa, adotando o método hermemêutico-dialético que se separa
em ordenação dos dados, classificação e análise final. Nossa amostra será realizada com
docentes, discentes, direção do curso e coordenador de núcleos da ESFA, podendo
também se estender, se necessário, a universidades e faculdades que também
desenvolvem em sua grade curricular as PCAN. O trabalho atualmente encontra-se em
processo de construção da discussão teórica e elaboração das perguntas para as
entrevistas.
26
A EDUCAÇÃO PELO MAR: ESTUDO DE CASO NAS ESCOLAS DE SURFE NO
ESPÍRITO SANTO
Juliano Boechat Moulin
Andréia Silva
Escola superior São Francisco de Assis. Santa Teresa, ES. Brasil
[email protected]
O surfe está longe de ser um esporte contemporâneo, talvez por inspirar modernidade e
saúde, seja difícil acreditar que se trate de um esporte milenar. Este esporte é praticado
por um público que possui valores, crenças e atitudes adquiridas na convivência
proporcionada pela prática do mesmo, como contraponto a poluição e degradação das
cidades; proporcionando ainda, uma total interação com a natureza. Através de sua
extraordinária popularização, surgiram inúmeras organizações e centros de treinamento,
as denominadas “escolas de surfe” que ano após ano forjam toda uma geração de atletas.
Contudo, deve-se observar qual a formação dos profissionais que ministram as aulas,
bem como as possibilidades educacionais dessa atividade. Nesse sentido, o objetivo do
presente artigo foi refletir e analisar sobre as possibilidades educacionais do surfe, tendo
como base as experiências de escolas dessa modalidade no Espírito Santo, verificando
suas possíveis práticas pedagógicas. Esta pesquisa foi de natureza qualitativa, sendo
realizado em um primeiro momento uma revisão bibliográfica sobre os assuntos do
objetivo. Em seguida foi realizada um pesquisaexploratória de campo a qual vivênciamos
a prática de ensino em escolas de Surfe no Espírito Santo, verificando a questão do
ensino-aprendizagem desenvolvido nestes locais, a didática e a prática de ensino, o
planejamento e também a relação entre a teoria e a prática pedagógica. Verificou-se
através dos dados que a estrutura das escolas de surfe capixabas carecem de
importantes fundamentos didáticos-pedagógicos, e os profissionais que ministram as
aulas não possuem uma formação adequada, com teoria com a didática de ensino. No
entanto, apesar dessas limitações o surfe possui possibilidades pedagógicas que podem
vir a contribuir para a formação integral de seus alunos, na consciência corporal,
consciência ambiental e espiritual.
27
PRÁTICAS CORPORAIS DE AVENTURA NA NATUREZA: REFLEXÕES SOBRE O
RISCO IMAGINÁRIO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Gabriela Tinelli Margoto
Geovania Aparecida Meneghini
Simoni Sipolatti
Andréia Silva
Escola Superior São Francisco de Assis. Santa Teresa, ES. Brasil
[email protected]
As Práticas Corporais de Aventura na Natureza (PCAN) constituem-se atualmente como
alvo de diversos estudos, os quais versam dentre outros temas, sobre o risco imaginário
implícito nas mesmas. Tal risco quando canalizado positivamente pode propiciar mudança
de atitudes e valores em seus praticantes. Porém observa-se a ausência da utilização de
tais práticas no dia a dia escolar, bem como, o desconhecimento de muitos educadores
físicos sobre as possibilidades pedagógicas do risco imaginário dentro das PCAN. Diante
disso, o presente projeto objetiva analisar e refletir se o risco imaginário presente nas
PCAN dificulta sua apropriação no âmbito escolar. Para tanto, nossos objetivos
específicos serão Identificar o risco imaginário nas PCAN caracterizado no
professor/aluno de educação física; analisar a origem ou os motivos deste risco
imaginário; tecer considerações sobre possíveis influências que geram o risco imaginário.
Nossa pesquisa será de caráter qualitativo, com objetivo descritivo e explicativo, utilizando
como procedimento a pesquisa de campo, na qual estaremos empregando como técnicas
a observação de aulas, questionários e entrevistas semi-estuturadas. A amostra contará
com professores e alunos de Colatina/ES e Santa Teresa/ES, rede municipal. A análise
dos dados será de natureza qualitativa, adotando o método hermemêutico-dialético que
se separa em ordenação dos dados, classificação e análise final. O trabalho atualmente
encontra-se em processo de construção da discussão teórica e elaboração das perguntas
para as entrevistas.
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PROJETO AGROECOLOGIA E ECOESPORTE: COMUNHÃO DE IDEAIS,
EXPERIÊNCIAS E PRODUTOS
Raquel de Magalhães Borges
Kássio Vinícius Castro Gomes
Maria Terezinha B. Vilarino
Universidade do Vale do Rio Doce, Governador Valadares, MG, Brasil
[email protected]
O Projeto Agroecologia e Ecoesporte – PROAGE, objetiva formar jovens para serem
Agentes Agroecológicos e Condutores de Ecoesporte (Esportes da Natureza e
Ecoturismo) contribuindo para o fortalecimento da agricultura familiar e o desenvolvimento
local sustentável a partir da comercialização dos produtos Agroecológicos, Ecoesportivos
e Ecoturísticos. O PROAGE foi elaborado a partir da experiência em Ecoesporte
desenvolvida pelo curso de Educação Física da Universidade do Vale do Rio Doce –
UNIVALE, na comunidade rural do Córrego Brejaúba, e da experiência em Agroecologia
desenvolvida pelo curso de História da mesma universidade em parceria com o Centro
Agroecológico Tamanduá - CAT, em diversas comunidades rurais da nossa região. Surgiu
da necessidade de implantar práticas alternativas para geração de emprego e renda que
atendam às comunidades rurais da região do Vale do Rio Doce. Recentemente aprovado
pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS e pelo Programa
das Nações Unidas para o Desenvolvimento - PNUD, este projeto está em fase de
implantação, devendo beneficiar aos jovens residentes na zona rural do município de
Sobrália - MG, e na comunidade do Córrego do Brejaúba do município de Governador
Valadares - MG. Os jovens serão capacitados por uma equipe de profissionais de
Educação Física, História e Agronomia. Além disto, uns aprenderão com os outros, sendo
que os jovens de Sobrália terão pela primeira vez contato com o Ecoesporte, prática já
desenvolvida no Brejaúba; e os jovens do Brejaúba terão contato inicial em Agroecologia,
prática já difundida em Sobrália. Este projeto agregou várias entidades sociais envolvidas
com as comunidades a serem beneficiadas como parceiras, e espera-se que ao final de
dois anos de trabalho, os jovens Condutores de Ecoesporte e Agentes Agroecológicos
organizem uma unidade produtiva para comercialização de seus produtos e serviços.
Apesar de unir atividades diferentes, a Economia Solidária, o Desenvolvimento
Sustentável e a diversidade cultural são princípios norteadores da Agroecologia e do
Ecoesporte. Ambas as práticas valorizam sujeitos, espaços, paisagens e cultura local,
propiciando a fixação das famílias no campo a partir da potencialização e uso racional dos
recursos. Além dos produtos, o PROAGE prima pela formação humana, sócio-política e
ambiental.
29
CONDUTORES DE ESPORTES DA NATUREZA: UMA NOVA MANEIRA DE
CONDUZIR A VIDA
Kássio Vinícius Castro Gomes
Raquel de Magalhães Borges
Universidade do Vale do Rio Doce, Governador Valadares, Minas Gerais, Brasil
[email protected]
Desde março de 2004, o Curso de Educação Física da Universidade do Vale do Rio Doce
– UNIVALE, localizada no município de Governador Valadares - MG, desenvolve o
Projeto de Geração de Emprego e Renda da Ibituruna – PROGERI, através de ações de
Esportes da Natureza. Este projeto atende jovens da comunidade rural Brejaúba,
existente na região da Área de Proteção da Ibituruna. Trata-se de uma ação comunitária,
com objetivo de qualificar os jovens como condutores de Esportes da Natureza,
viabilizando uma alternativa de emprego e renda para os mesmos. Durante as oficinas de
diagnóstico participativo social da comunidade e de capacitação dos jovens, alguns
princípios e conceitos foram refletidos, norteando o trabalho, como: Ecologia, ecoesporte,
desenvolvimento sustentável, diversidade cultural, economia solidária, ecoturismo
comunitário, entre outros. Com o envolvimento dos jovens, foi implantado o primeiro
Campo Escola de Escalada da região, na paisagem do Córrego Brejaúba. Esportistas,
visitantes e pessoas em busca de lazer, têm sido atraídas para se aventurar no Campo
Escola e nas trilhas ecológicas. Com isto, a rotina da comunidade, composta por
agricultores familiares, vai se modificando. Percebemos que o trabalho com os jovens
desencadeou na comunidade o sentimento de pertença àquele local, e a identidade da
comunidade está sendo naturalmente resgatada. Os jovens e suas famílias se
diferenciam da maioria das outras comunidades rurais de Governador Valadares, por não
carregarem mais a vontade de residir no espaço urbano ou trabalhar nos Estados Unidos.
Ao contrário, os antigos moradores do Brejaúba têm manifestado o desejo de voltar para
sua terra. Hoje, meios de comunicação local e estadual têm divulgado o PROGERI e o
Campo Escola de Escalada, e a comunidade se prepara para implantar o Centro de
Referência em Ecoesporte, com recurso captado via Ministério do Desenvolvimento
Social e Combate à Fome. Além disto, a aproximação da universidade com a comunidade
em questão tem promovido um diálogo pautado na troca de conhecimento, que amplia a
visão de mundo dos jovens condutores de Esportes da Natureza e seus familiares, e dos
alunos e professores extensionistas do curso de Educação Física.
30
O JOGO SIMBÓLICO E A ESCALADA NAS PRIMEIRAS SÉRIES DO ENSINO
FUNDAMENTAL: UMA PROPOSTA DE ESTRATÉGIA
Airton Roberto Bortoletto Junior
Dimitri Wuo Pereira
FEFISA. Santo André, São Paulo, Brasil
[email protected]
O jogo simbólico têm como objetivo desenvolver fatores cognitivos, sócios afetivos e
psicomotores de maneira lúdica estando em consonância com as necessidades de
aprendizagem de crianças das primeiras séries do ensino fundamental. A escalada é uma
subida que pode ser uma montanha, um morro ou até mesmo um brinquedo de trepar.
GALLAHUE (2001) classifica o ato de escalar como habilidade motora fundamental de
locomoção combinada. UVINHA (2001) propõem que os esportes de aventura devem ser
utilizados como conteúdo na educação infantil, pois fogem dos padrões e tornam as aulas
mais criativas e inovadoras. HYDER (1999) afirma também que a atividade relacionada
com a escalada auxilia a criança nas suas relações interpessoais (comunicação e
cooperação) e nas relações intrapessoais (autoconfiança e auto-estima), bem como no
aspecto motor e nas capacidades físicas. Assim sendo o objetivo desse trabalho foi
demonstrar através dos movimentos básicos da escalada em um jogo simbólico, como se
pode auxiliar no desenvolvimento do conhecimento do corpo; da construção do esquema
corporal e como a experimentação de tais movimentos globais favorece o
desenvolvimento das habilidades motoras saltar, trepar, se equilibrar, balançar, apoiar
que devem ser desenvolvidas nessa fase. A atividade foi realizada com 16 turmas do
ensino fundamental da EMEB Marcelo Roberto Dias em São Bernardo do Campo. A
atividade desenvolvida atingiu a todos os alunos, incluindo alguns com necessidades
especiais, o que comprovou que atividades lúdicas e diferenciadas podem aumentar a
participação e diminuir a exclusão. A estratégia utilizada foi um jogo de piratas onde as
crianças podiam sair em busca do tesouro que estava escondido na quadra, passando
por obstáculos como: ponte de cordas e madeira; balanço em uma corda e falsa baiana.
Tudo dentro do contexto do imaginário das crianças que foi estimulado através uma
história de piratas retirada de um livro infantil. Conclui-se que a combinação de jogo
simbólico com a esportes de aventura são uma nova ferramenta no ensino da educação
física.
31
ATIVIDADES DE AVENTURA E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL: QUAL O PAPEL DA
MÍDIA NESTA RELAÇÃO?
David de França Arcoverde
Roberta Alves Evaristo
Tereza Luíza de França
NIEL-PIBIC-CNPq/Universidade Federal de Pernambuco Recife-PE Brasil
[email protected]
O ser humano sempre considerou a natureza como fonte de riqueza e de vida. Com isso,
a humanidade reconhece a natureza como parceira indispensável para a sobrevivência no
planeta terra. Com o passar dos anos, a sociedade adquiriu novos olhares com relação à
Natureza. Os impactos que vêm se tornando cada vez mais representativos têm feito
surgir no interior da sociedade uma visão um pouco mais responsável, no momento em
que emergem as constatações da intrínseca relação existente entre as agressões
causadas pelo ser humano, enquanto elemento interventor, como é o caso das
queimadas, desmatamentos, o efeito da poluição, em todas as suas estâncias, e muitos
outros fenômenos gerados de uma forma depredativa no ambiente natural. Com este
estudo, objetivamos apontar o papel que a mídia tem tomado na relação Ser HumanoNatureza no sentido de difundir na sociedade, por meio de imagens e idéias propostas no
contexto das Atividades de Aventura, sentimentos num sentido de preservação ambiental
e cidadania. Para consecução de tal objetivo, partimos de uma pesquisa descritivainterpretativa baseada na pesquisa-ação e análise do conteúdo. Fontes são revistas,
jornais, telejornais e entrevistas narrativas. O que se tem ocorrido de fato, na maioria dos
casos, é uma “pseudo-mobilização” incentivada e mediada pelos meios de comunicação
num sentido de incentivar o ecoturismo em geral no que se refere à imposição de idéias
vinculadas a produtos de consumo e ao tempo de lazer comecializado. Em contrapartida,
este fato tem aberto amplo espaço dentro da sociedade para a discussão de temas
ambientais o que nos deixa a pista de que a mídia tem favorecido de uma forma
considerável e significativa à disseminação e fixação de um novo olhar para a natureza,
não apenas enquanto incentivadora das Práticas de Aventura, mas com reportagem de
cunho ambiental, o que tem contribuído para o desenvolvimento de uma nova consciência
ambiental na sociedade. Nossa intenção investigativa centra-se no problema de analisar
que dimensões este novo olhar pode interferir na relação que cada indivíduo estabelece
com o ambiente que lhe é comum.
32
AS ATIVIDADES DE AVENTURA COMO INSTRUMENTO NOS SISTEMAS DE
TREINAMENTO EMPRESARIAL
Roberta Alves Evaristo
David de França Arcoverde
Tereza Luíza de França
NIEL-Universidade Federal de Pernambuco, Recife-PE, Brasil
[email protected]
Os desafios e incertezas do futuro das empresas que são colocados diante do acelerado
avanço tecnológico sugerem a necessidade de investimentos numa dimensão de
eficiência, reciclagem e preparação dos funcionários, de maneira que eles possam ser
capazes de desenvolver o trabalho com qualidade e produtividade. Este cenário do
mundo do trabalho impõe alterações na relação empregado-trabalho e empregadorempregado tornando, ao mesmo tempo, essa relação muito mais dinâmica, criativa,
exigente, coorporativa e coletiva. Os avanços tecnológicos ocorrem de forma similar em
empresas de mesmo ramo, o que lança a base de pesquisas em todo o mundo que
apontam como grande diferencial entre as empresas, a atenção e investimento
diferenciado que é dispensado aos recursos humanos. Neste sentido este trabalho se
propõe a investigar o potencial mobilizador encontrado nos jogos coletivos e,
especialmente, nas práticas de aventuras que são vivenciadas no âmbito das Oficinas de
Desenvolvimento Organizacional e Programas de Treinamento Empresarial ao Ar Livre, e
apontar os elementos característicos das Práticas de Aventuras que são transplantados
por estes métodos para a efetivação de seus resultados. Este estudo caracteriza-se como
de natureza descritiva-interpretativa com ênfase na observação participante. Partindo de
um estudo aprofundado das PA’s num projeto de pesquisa PIBIC-CNPq, desenvolvido
com alunos do curso de Educação Física da UFPE e da comunidade local, identificamos e
constatamos algumas características subjetivas das práticas como a superação, a
cooperação, a criação, o prazer, a interação entre participantes, trabalho em equipe, a
confiança, solidariedade, descoberta, aventura e outras. E através da experiência prática
com setores administrativos de empresas, pudemos comprovar a capacidade que estes
elementos têm de efetivar algumas mudanças qualitativas de caráter individual e
corporativo nas empresas à medida que pudemos perceber um aprimoramento
significativo na forma de interação dos funcionários quando submetidos a atividades
coletivas, situações de grande superação, comportamentos de complementaridade de
esforços, resolução criativa de problemas. Temos, enfim, consciência da necessidade de
uma investigação minuciosa desta área de atuação que abre suas portas para o estudo e
intervenção.
33
AS ATIVIDADES DE AVENTURA NA NATUREZA E AS EXPERIÊNCIAS LÚDICAS
COMO PARCEIRAS NA EDUCAÇÃO
David de França Arcoverde
Roberta Alves Evaristo
Tereza Luíza de França
NIEL-PIBIC-CNPq/Universidade Federal de Pernambuco Recife-PE Brasil
[email protected]
As Atividades de Aventura têm cada vez mais despertado o fascínio do homem e a mídia
e meios de comunicação em massa têm atenuado o caráter vibrante e encantador destas
atividades, mesmo que de uma forma um pouco distorcida. A aventura sempre marcou a
história do ser humano, perdendo na atualidade espaço para as acomodações e avanços
tecnológicos. É neste contexto que se apresentam as Atividades de Aventura como uma
possibilidade de vivenciar práticas lúdicas de aventuras que qualifiquem a vida dos
praticantes. Este trabalho é fruto de um projeto PIBIC-CNPq e tem o objetivo de incentivar
a construção de conhecimento em Atividades de Aventura, bem como possibilitar o
acesso a essas atividades a pessoas que, pelos mais diversos motivos, têm se privado de
seus benefícios. Para a consecução deste objetivo utilizamos uma metodologia
interventiva-participativa, baseada nos princípios da pesquisa-ação. Vivenciamos com
alunos de Ensino Médio e estudantes de Educação Física, festivais temáticos onde foram
tratados conteúdos propriamente técnicos das Atividades de Aventura e temas
transversais como companheirismo, cidadania ambiental e sustentabilidade dos recursos
naturais. Os festivais e demais atividades permitem a contextualização de uma
experiência de aprendizado e o re-significação do lazer, na medida em que é possibilitado
e potencializado o desenvolvimento de discussões e a experimentação de algumas
modalidades no ambiente natural como o rapel e a trilha ecológica. Esta experiência
gerou o interesse por parte dos alunos em desenvolver projetos relacionados à temática
assim como criou um ambiente muito favorável dentro da universidade para sua
discussão como, por exemplo, com relação à segurança da atividade. Concluímos que é
de fundamental importância para o estudante que este tenha uma boa relação com os
conteúdos das Práticas de Aventura, não exclusivamente para que ele tenha domínio de
mais uma possibilidade de intervenção no âmbito profissional, mas, essencialmente, para
que venha a tomar consciência do nível de responsabilidade que é exigido na
contextualização destas atividades. Também é fundamental que sejam tratados temas tão
importantes como os relacionados ao meio ambiente como fundamentais nas etapas de
formação dos indivíduos, de forma que possam influenciar efetivamente suas vidas.
34
AS INTERVENIÊNCIAS DA PRÁTICA DE ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA
NATUREZA (AFAN) NO AUTOCONCEITO
Flávia Regina Martoni
Jaqueline Moreira
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP – Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
A preocupação com o autoconceito envolve tudo o que o indivíduo pode chamar de seu,
não só seu corpo, mas seu modo de pensar, suas capacidades físicas, sua família, sua
história. Estudado há muitos anos, esse construto desempenha um papel importante no
psiquismo do indivíduo, caracterizando-se por uma atitude valorativa sobre si mesmo real
ou imaginária, que inclui as experiências individuais, atitudes e estimas que o indivíduo
tem sobre suas funções perceptivas e ativas, distinguidas entre os seus vários selfs
(social, pessoal, somático e ético-moral). Enfocando o self-somático, a variedade de
estímulos provenientes dos contextos pelos quais o corpo está envolvido rompe o
equilíbrio entre os diversos processos de assimilação e acomodação, desencadeando
reações ativas (mesmo que imperceptíveis), às perturbações impostas pelo meio. O
impacto do esporte e da atividade física sobre o autoconceito tem sido abordado em
diversas pesquisas demonstrando que a influência desta variável parece depender, não
exclusivamente da ação benéfica da atividade física regular sobre o funcionamento
fisiológico do organismo, mas também, das dimensões social e cognitiva. Nesse sentido,
questiona-se se a prática de Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFAN) pode
colaborar no desenvolvimento do autoconceito de seus praticantes. O objetivo desse
estudo em andamento é investigar as possíveis interveniências existentes entre estas
práticas e a definição do autoconceito. Esse estudo qualitativo alia a revisão de literatura
com pesquisa exploratória utilizando como instrumento o preenchimento, via internet, de
questionário misto acerca do tema. Os resultados parciais, analisados descritivamente por
meio da técnica de análise de conteúdo temático apontam que, mesmo para os
praticantes esporádicos ocorre uma melhoria em seu autoconceito nos âmbitos pessoal,
social, profissional e ético moral. Quanto ao self somático, o grau de aderência à
atividade, assim como, o treinamento e a capacitação são diretamente relacionados à
regularidade de prática, tornando-se instigante o aprofundamento da pesquisa.
35
NOVOS OLHARES DA PSICOLOGIA NO ESPORTE E NAS
ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA
Flávia Regina Martoni
Jaqueline Moreira
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP – Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
Este estudo, de natureza qualitativa, objetivou investigar os novos caminhos da Psicologia
como “suporte” para as práticas esportivas e atividades físicas realizadas na natureza. A
metodologia utilizada foi a revisão histórica, pela qual pretendeu-se apontar os avanços
da área, as possibilidades inter e transdisciplinares no treinamento esportivo de alto nível
e nas atividades físicas desenvolvidas no contexto escolar, assim como, nas modalidades
de atividades de aventura na natureza (AFAN). O referencial teórico encontrado aponta
que, enquanto a psicologia clínica do esporte aprende a detectar e tratar indivíduos com
transtornos emocionais e requer capacitação dentro da psicologia; a psicologia
educacional, tanto ligada ao esporte quanto às atividades físicas, desenvolve um trabalho
de psicopedagogia, educando atletas e praticantes de exercícios sobre suas próprias
habilidades psicológicas e seu desenvolvimento, sobre as questões do ganhar e perder;
as realizações e as decepções; a formação de ídolos; o patrocínio e os fãs; os efeitos
positivos e negativos da mídia, chegando, até mesmo, a desenvolver conteúdos
relacionados a como se comportar frente às agressões verbais, ao estabelecimento de
papéis no grupo, ao respeito às individualidades, ao burnout e suas implicações. Com
relação à temática referente a AFAN, diversos autores apontam o fascínio que o ser
humano tem pelas sensações que envolvem riscos e as altas doses de emoção e, até
mesmo, o perigo de vida. Utilizando o termo pulsão de vida, questiona-se se esses
praticantes buscam o desejo de expansão e manutenção de vida, ou uma pulsão de
morte, em que está embutida sua própria destrutividade e agressividade. O estudo aponta
que todos esses elementos fazem-se presentes no ser humano, assim como, a motivação
intrínseca, a qual representa um potencial positivo ou negativo, configurando-se como
uma tendência natural para buscar novidade e desafio, para obter e exercitar as próprias
capacidades. Os resultados do estudo indicam a necessidade de redimensionamento da
área de Psicologia, tendo em vista os novos campos propícios para a intervenção.
36
ANÁLISE DE PERFIL DE ATLETAS QUE PARTICIPARAM AS 2ª ETAPA DA CORRIDA
DE AVENTURA “CALOI ADVENTURE CAMP”
Gabriela dos Santos
Henrique Luiz Monteiro
Universidade Estadual Paulista, Bauru, São Paulo, Brasil
[email protected]
A corrida de aventura é um esporte que se encontra em franca expansão. No entanto,
pouco se conhece sobre o impacto dessa atividade em nosso meio. Por esse motivo o
objetivo da presente pesquisa foi caracterizar os participantes quanto as atividades de
natureza ocupacional e de tempo livre. Para tanto, 55 participantes (17% dos inscritos) da
2ª etapa da prova “Caloi Adventure Camp” realizada em São Pedro – SP, em maio de
2006, responderam a inquérito onde prestaram informações sobre características
pessoais e de treinamento. A idade média dos atletas é de 31,5 ± 9,9 anos, o peso 69,9 ±
11,0 Kg, a altura 1,73 ± 0,08 m e o Índice de Massa Corpórea de 23,3 ± 2,2 Kg/m2. A
carga horária média de atividade ocupacional é de 39,9 ± 19,4 horas semanais e a maior
parte dos participantes é composta de profissionais de nível superior (58,2%) e
estudantes (20%). O treinamento dos participantes é periodizado. 69% efetuam
treinamento físico por quatro ou mais vezes por semana e 72% consomem de 1 a 2 horas
em cada sessão. Por se tratar de atividade muito extenuante solicitou-se informação
sobre o uso de suplemento energético e, 44% referiram o uso regular. Ainda devido ao
fato de haver forte exposição ambiental (outdoor), tanto em treinamento quanto em
competição, para avaliação da depressão da condição imunológica buscou-se conhecer
sobre o uso de medicamento antiinflamatório nos últimos seis meses e 25% informaram
terem utilizado. Além disso, por ser um esporte multifacetado, o treinamento é
diversificado e engloba também as diferentes técnicas de cada modalidade. Os esportes
mais praticados em treinamento são a corrida (77%), o ciclismo (73%), musculação (31%)
e natação (24%).
37
A PRÁTICA DE ATIVIDADES DE AVENTURA POR UNIVERSITÁRIOS
Joyce Daibert
Cinthia Fioravanti
Jessica Bianconi
Letícia Lot
Maria Elisa Tanaka
UNESP – RIO CLARO, SP, Brasil
[email protected]
As atividades de aventura (AFAN)são contemporâneas no contexto do lazer e diferem dos
esportes ditos radicais, por privilegiarem o elemento lúdico, com o risco controlado pelo
avanço tecnológico, motivando sua prática por pessoas de diferentes faixas etárias e
níveis de habilidades, principalmente, os jovens, que procuram se colocar à prova e testar
seus limites, procurando as vivências que propiciam novos tipos de emoção. Este foi,
justamente o interesse deste estudo, cujo objetivo foi investigar a prática de atividades de
aventura por universitários. O estudo, de caráter qualitativo, em andamento, está sendo
desenvolvido em duas etapas, sendo a primeira referente a uma pesquisa bibliográfica e a
segunda, relativa a uma pesquisa exploratória, utilizando-se um questionário como
instrumento para a coleta de dados, aplicado a uma amostra intencional composta por 20
universitários, de ambos os sexos, com faixa etária entre 17 e 26 anos, alunos de
diferentes cursos da UNESP, Campus de Rio Claro, SP. Os resultados parciais foram
analisados descritivamente, por meio da técnica de análise de conteúdo temático e
indicam que, em relação ao conhecimento dos universitários sobre as AFAN, 65%
conheciam de 4 a 6 tipos de atividades, a mesma porcentagem (65%) é praticante, sendo
que as mais incidentes foram o rappel e o rafting com 90% de adesão, com uma baixa
frequência para 61,53%. O principal motivo de aderência a estas práticas, para 46% dos
estudantes, está relacionado ao contato com a natureza. As contribuições mais
significativas desta prática relacionam-se, para 23,07% dos entrevistados, com a
possibilidade de alívio do estress, com a mesma proporção apareceram aspectos sobre
auto-controle e contato com a natureza. Sobre a avaliação acerca dos aspectos
relacionados à segurança nas atividades, 38,46% dos alunos avaliaram como ótima.
Entre os 35% que não praticam qualquer atividade, a justificativa mais evidenciada é
centrada, para 71,42% na falta de oportunidade. Torna-se, portanto, interessante
aprofundar o estudo, no sentido de se penetrar mais densamente no universo pesquisado.
38
LESÕES AGUDAS REFERIDAS POR ATLETAS PRATICANTES DE CORRIDA DE
AVENTURA: ESTUDO DE CASOS ENTRE PARTICIPANTES DA “CALOI ADVENTURE
CAMP”, SÃO PEDRO, SP.
Henrique Luiz Monteiro
Gabriela dos Santos
Sandra Lia do Amaral
Universidade Estadual Paulista, Bauru, São Paulo, Brasil
[email protected]
Na literatura técnica pertinente existem poucas pesquisas sobre lesões causadas pela
pratica de esportes de aventura e, no Brasil, não se tem conhecimento de seu impacto
sobre a saúde dos atletas. Portanto, o objetivo da presente comunicação foi descrever a
distribuição de freqüência dos agravos referidos que mais acometem os atletas. Para
tanto, 55 participantes (17% dos inscritos) da 2ª etapa da prova “Caloi Adventure Camp”
realizada em São Pedro – SP, em maio de 2006, responderam a inquérito onde prestaram
informações sobre os agravos ocorridos durante a prova. A idade média dos atletas é de
31,5 ± 9,9 anos, o peso 69,9 ± 11,0 Kg, a altura 1,73 ± 0,08 m e o IMC de 23,3 ± 2,2
Kg/m2. Os dados indicam que a maior proporção de lesões durante a prova (49)
ocorreram no trekking (61%), seguido do mountain bike (24%). Entre os agravos
mencionados, abrasão (36,7%) e corte (24,5%) são os mais freqüentes, tanto que as
lesões no plano tegumentar respondem a 61,2% dos episódios. No plano musculoligamentar (22,4%) predominam as contusões (16,3%) e no plano osteo-articular (16,3%)
os entorses (6,1%) e fraturas (6,1%) são os mais comuns. Em relação a região corporal,
os membros inferiores são os mais acometidos (49%) entre os quais tornozelo (14,3%) e
joelho (12,2%) concentram o maior número de agravos. Nos membros superiores (30,6%)
constatou-se maiores taxas no braço e antebraço onde predominaram os cortes e
abrasões. Cabeça e tronco respondem por 20,4% das lesões, sendo as contusões as
mais freqüentes. Outros agravos também foram referidos no presente estudo, sendo os
mais comuns as cãibras (31%) na panturrilha (65%) e coxa (41%) e as lesões crônicas
como tendinite (11%). O conhecimento dos principais agravos que acometem esses
atletas constitui informação importante para definição das estratégias de treinamento,
prevenção e logística para resgate e atendimento dos participantes durante as provas.
39
ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA E O XADREZ:
ULTRAPASSANDO LIMITES
Danielle Ferreira Auriemo Christofoletti
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer/UNESP – Rio Claro – SP
[email protected]
Este estudo, de natureza qualitativa, consta de duas etapas, sendo que a primeira baseiase na revisão bibliográfica acerca dos principais trabalhos sobre o tema, seguida de uma
pesquisa exploratória, ainda em andamento, utilizando como instrumento um questionário
aberto, aplicado a indivíduos que praticam concomitantemente atividades de aventura na
natureza e jogam xadrez. O estudo tem o objetivo de investigar as semelhanças entre as
características e estratégias adotadas durante a prática das AFAN e do Xadrez. Os
resultados parciais do estudo, analisados descritivamente, indicam que, entre outras
semelhanças, as vivências na natureza traduzem ao praticante a responsabilidade
individualidade e o corpo informacional, aspectos que estão intimamente ligados às
práticas enxadrísticas. Em ambas as atividades ocorrem uma busca de superação
individual, cabendo unicamente ao praticante decidir como agir e, assim, arcar com os
erros advindos de sua escolha. Outro fator relevante nestas modalidades encontra-se
vinculado à estratégia, entendida, aqui, como raciocínio lógico e fundamentos táticos, já
que, no jogo de xadrez, quando jogam pessoas com nível de conhecimento equivalente,
possivelmente, ganhe a partida aquele jogador capaz de elaborar, com maior precisão, a
estratégia de ação, o que se transpõe para as atividades de aventura na natureza, nas
quais as decisões assumem um caráter muito mais sério do que apenas comprometer
uma partida, por envolver riscos acerca da vida humana. Vencer limites, a auto-superação
e as emoções percebidas na prática destas atividades fazem parte do contexto do
aventureiro, assim como, podem ser notadas, também, ao jogar uma partida de xadrez.
Partindo deste pressuposto, julga-se conveniente o aprofundamento desta pesquisa, por
entender que ambas as atividades, aparentemente distantes em especificidades,
mostram-se semelhantes em alguns aspectos, os quais serão melhor explorado na fase
de análise de conteúdo temático, a qual será realizada com a finalização da coleta dos
dados provenientes da aplicação do instrumento da pesquisa de campo.
40
INTERFACES DOS ASPECTOS PSICOSOCIAIS E AS VIVÊNCIAS NA NATUREZA
Jossett Campagna
Gisele Maria Schwartz
LEL -Laboratório de Estudos do Lazer- DEF/ UNESP - Rio Claro, São Paulo-Brasil
[email protected]
A opção pelas atividades de aventura na natureza pode, parcialmente, ser explicada pela
ruptura que promovem nas formas tradicionais de visitar a natureza e pelas ressonâncias
que têm nos enredos psicológico e social humano. Esta investigação qualitativa
perscrutou, na relação homem-natureza, aspectos intrínsecos e extrínsecos presentes
nas experiências sensíveis vivenciadas no Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira, SP.,
tangenciando motivos, expectativas, sentimentos, emoções e atitudes. Para tanto, fundiu
revisão de literatura a uma pesquisa exploratória, utilizando um questionário misto com
quinze questões, aplicado a uma amostra ararense, na faixa etária entre 14 e 16 anos, de
ambos os sexos. Os dados coletados, analisados descritivamente por meio da Técnica de
Análise de Conteúdo Temático, revelam sensações de plenitude advindas da parceria
estabelecida com a natureza; sentimentos de alegria, prazer, solidariedade, resistência
contra a mesmice cotidiana, superação dos próprios limites no convívio com o risco
controlado, de auto-estima positiva diante da consciência ecológica, manifesta na idéia de
que transgredir a natureza significa transgredir-se, assim como, conservá-la, significa
conservar-se, entre outros aspectos concernentes aos relacionamentos intra e
interpessoais, cujas ressonâncias afetam o “senso de eu” dos respondentes; as
expectativas de vivenciar situações inusitadas, de verdadeira aventura, suspendendo,
mesmo que temporariamente, as tensões sociais cotidianas, de transgredir os limites que
o ser humano impõe ao si mesmo, de resgatar a liberdade, de alteração de atitudes
relacionadas ao meio ambiente, além de adquirir novos conhecimentos sobre o local e a
cultura da comunidade receptora. Diante dos resultados expostos que sinalizam
possibilidades de modificações comportamentais e axiológicas, por meio da vivência de
tais atividades, constata-se a premência do aguçamento de olhares multidisciplinares
sobre o fenômeno social do lazer na atualidade, vislumbrando elucidar a complexidade
das tramas psicológica e sociológica que permeiam tais opções no contexto dos
conteúdos culturais do lazer. Semear a interdisciplinaridade na elucidação desta
complexidade pode ser a chave para o aprofundamento da compreensão das
expectativas, sensações, sentimentos, atitudes e das emoções, expressas individual e/ou
coletivamente. A Educação Física, precisa incrementar estes olhares interdisciplinares a
fim de promover intervenções competentes em toda sua abrangência de atuação.
41
OUTDOOR EDUCATION E ADMINISTRAÇÃO:
REFLETINDO SOBRE COMPETÊNCIAS
Alcyane Marinho
Dâmaris Batista Silva
Unisul Business School (UBS), Florianópolis (SC), Brasil
[email protected]
É no exercício da atividade acadêmica, nas relações que estabelece com os corpos
discente e docente, nos vínculos que estabelece em seus trabalhos práticos junto às
empresas, nos estágios e nas vivências de “Outdoor education”, que os acadêmicos do
Curso de Administração aprendem a mobilizar e entregar seus conhecimentos e
habilidades. Partindo desta idéia central, o objetivo deste trabalho é refletir sobre a
metodologia de “Outdoor Education” à luz das competências, propostas no projeto
pedagógico do curso de Administração e Negócios da Unisul Business School (UBS), de
Florianópolis, (SC), analisando a importância de ambas no processo de ensinoaprendizagem dos alunos. Este estudo qualitativo constou de pesquisas bibliográfica e de
campo. A bibliográfica constou de levantamentos sobre a temática em questão. A
pesquisa de campo foi desenvolvida por meio de observação participante e questionários
com perguntas abertas aos alunos do módulo II da UBS. As observações foram
realizadas em um final de semana em Santo Amaro da Imperatriz (SC), local onde os
alunos realizaram trilhas, rafting e cascading, tendo sido observados seus
comportamentos, com foco em algumas competências específicas. A análise dos dados
foi feita inter-relacionando os resultados encontrados com o referencial teórico que foi
levantado durante o procedimento deste estudo. Percebeu-se que a maioria dos alunos
compreendeu que as atividades de aventura requeriam a manifestação de
comportamentos semelhantes aos requeridos de um estudante de Administração. Por
meio do contato com a natureza, sem conforto e com desafios a serem superados, bem
como limites pessoais, físicos e/ou psicológicos, os alunos perceberam que tal situação
promoveu-lhes desenvolvimento pessoal. Isto indica que as vivências foram percebidas
pelos alunos como educativas, no sentido de serem transformadoras. O rafting, a trilha e
o cascading foram oportunidades férteis para a observação e a vivência de competências
e habilidades trabalhadas no curso de Administração como um todo. Esta investigação
mostrou que a disciplina de “Outdoor education”, inserida no Curso da UBS, caminha em
sintonia com a proposta inovadora da instituição, criando condições estimuladoras para
que os alunos consigam "ultrapassar fronteiras", conhecendo práticas diferenciadas,
experimentando novas sensações e emoções. Situações estas que os potencializarão
para o mercado empresarial.
42
ESTADOS EMOCIONAIS INTERVENIENTES NA AVENTURA URBANA:
LE PARKOUR
Gisele Maria Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP – Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
A vida nas grandes metrópoles é repleta de situações de risco, dos quais, a maioria da
população procura um distanciamento de segurança, no entanto, para outros, o
enfrentamento de situações corporais com risco calculado, têm aumentado a demanda
pela prática do Le Parkour, movimento social nascido na França, o qual, para além da
proposta de uma releitura do espaço arquitetônico, em que estes são transformados em
obstáculos a serem transpostos, as afinidades com esta prática se associam a diversos
aspectos subjetivos, merecendo a atenção deste estudo qualitativo, cujo objetivo foi
identificar os principais estados emocionais intervenientes na prática do Le Parkour. Uma
pesquisa exploratória foi realizada, com base em entrevista feita pelo MSN, a uma
amostra aleatória composta por 30 sujeitos, de ambos os sexos, praticantes desta
modalidade. Os dados foram analisados descritivamente, por meio da Técnica de Análise
de Conteúdo Temático, indicando que, para 100% dos entrevistados, os estados
emocionais mais envolvidos são relacionados ao medo, à ansiedade, à auto-superação e
à concentração. Para 70% da amostra, em menor incidência aparecem: o prazer, a
preocupação com o corpo “sarado” e outras questões relacionadas à estética e à
aventura. Em 20% das respostas apareceram fatores referentes à busca por novas
emoções e entrar na moda e, apenas para 10% a prática foi associada ao aspecto
altruísta, de sentir felicidade por poder auxiliar alguém. Com base nos resultados do
estudo pode-se perceber uma gama de eventos emocionais associados com esta prática,
o que catalisa o interesse em aprofundamento dessa temática em novos estudos.
43
LE PARKOUR – SIGNIFICADOS DA AVENTURA NA SELVA DE PEDRA
Gisele Maria Schwatz
Danielle Ferreira Auriemo Christofoletti
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP – Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
Le Parkour é um estilo de movimento surgido na França, na década de 80, iniciado pela
adaptação de técnicas de sobrevivência em guerra, sendo praticado em meio urbano e
tendo um número crescente de adeptos, que utilizam técnicas corporais de saltos,
movimentos rápidos e eficientes, aliando a habilidade atlética ao altruísmo, tornando-se,
para além do movimento corporal, um estilo de vida, capaz de intervir no contexto das
subjetividades individuais e coletivas. No entanto, conforme ganha a mídia e se
transforma em modismo, suas raízes altruístas parecem se desestruturar, merecendo o
interesse deste estudo, cujo objetivo foi investigar, junto aos traceurs, adeptos deste
movimento, os significados pessoais da prática do Le Parkour. O estudo de natureza
qualitativa constou de pesquisa exploratória, desenvolvida com a aplicação de uma
entrevista pela rede internet, a uma amostra intencional, composta por 20 sujeitos,
brasileiros, praticantes há mais de 1 ano, do sexo masculino, em cidades de médio porte.
Os dados foram analisados descritivamente, por Análise de Conteúdo Temático e indicam
que, para 50% dos entrevistados, a prática significa mais agilidade e melhor
reconhecimento social, devido à competência motora. Outros significados foram
expressos em menor incidência, relacionados com a sobrevivência (30%), com a
possibilidade de escapar de perigos (22%), de vencer o medo e obstáculos (18%), de
treinar o corpo (16%) e de entrar em locais de difícil acesso (14%). O estudo conclui que
todas essas respostas estão relacionadas com a parte técnica da atividade, porém, o
altruísmo não está devidamente disseminado entre os praticantes, o que merece maior
divulgação e novos estudos, para que o Parkour possa ser absorvido em toda sua
potencialidade, não desvirtuando sua concepção original privilegiando a fraternidade.
44
A INTERVENÇÃO DO MEDO NA PERFORMANCE DOS ATLETAS DE DOWNHILL
Clayton Palomares
Roberto Bacchi
Ivelise Bergamasco
UNESP/RIO CLARO/SÃO PAULO/ BRASIL
[email protected]
Este estudo, de natureza qualitativa, teve por objetivo identificar, na atividade Downhill,
uma das modalidades do Mountain Bike, os fatores relacionados ao medo, bem como, a
intervenção deste estado emocional no nível de performance do praticante. O estudo
constou de uma pesquisa bibliográfica, realizada em livros, sites especializados, teses
acadêmicas e de uma pesquisa exploratória, desenvolvida por meio da aplicação de
questionário contendo perguntas abertas, postado por correio, utilizado como instrumento
para a coleta dos dados. Fizeram parte da amostra do estudo 20 sujeitos, sendo todos do
sexo masculino, com escolaridade entre 2º grau incompleto a mestrandos, com níveis
variados de experiência no esporte, desde amadores iniciantes a atletas profissionais com
mais de 10 anos de prática na modalidade. Os resultados foram analisados
descritivamente, por meio da Técnica de Análise de Conteúdo Temático e indicam que os
sentimentos do medo neste esporte podem ter múltiplas causas relacionadas,
principalmente a fatores como o fracasso, o despreparo, a sensação de incapacidade, o
risco de lesões, de fraturas, de contusões ou, até mesmo, da morte, em conseqüência de
movimentos mal calculados ou executados. Estabelecendo-se uma relação entre a
intervenção deste estado emocional e a performance, pode ser constatada uma relação
direta entre a sensação de medo e o nível de incidência de contusões, interferindo, assim,
diretamente na performance final do praticante. Com base nos resultados da pesquisa,
torna-se importante favorecer outras reflexões acerca desta temática, para se enriquecer
o universo da área em questão.
45
A EMOÇÃO COMO FATOR DE ADERÊNCIA NO MOUNTAIN BIKE
Clayton Palomares
Graziela Pascom Caparroz
Jossett Campagna
LEL - Laboratório de Estudos de Lazer
DEF/ IB/ UNESP – Rio Claro
[email protected]
Cresce a opção espontânea pelo interesse de natureza fisico-esportivo no universo dos
conteúdos culturais do lazer. Este crescimento pode, parcialmente, ser explicado pelas
ressonâncias positivas que os mesmos têm na qualidade de vida daqueles que o
vivenciam, embutindo motivos bio, psico e sociais de seus adeptos. Neste universo, a
prática esportiva do mountain bike, nas modalidades Downhill e 4-Cross, não se
condicionando à sazonalidade, condições climáticas, localidades e fusos horários, têm se
constituído opções neste interesse cultural, possibilitando conjugar o perigo, a aventura, o
condicionamento físico e o lazer. Este estudo, de natureza qualitativa, investigou aspectos
subjetivos da emoção como fator motivacional da aderência e manutenção no mountain
bike. Utilizou-se de revisão de literatura e observação participante de 262 sujeitos, de
ambos os sexos, com idades entre 14 e 60 anos, durante 7 horas ininterruptas em cada
etapa, realizadas durante as primeiras etapas do Campeonato Paulista de Downhill 2006
e Four Cross de 2005. Os dados analisados, descritivamente, por meio da Técnica de
Conteúdo Temático, revelam lacunas teóricas para a compreensão do enredo psicológico
dos participantes durante as atividades de aventura junto à natureza, permeadas por uma
“radicalidade”, seja na descida individual da montanha, seja na coletiva de quatro ciclistas.
Além destes resultados, há evidências da necessidade de os envolvidos nestas vivências
expressarem suas emoções, as quais, nem sempre explicitadas, precisam ser desveladas
na perspectiva de uma compreensão mais abrangente das ressonâncias que tais práticas
físico-esportivas têm na vida de seus adeptos. Em conclusão, sinaliza para a premência
da continuidade das investigações sobre os aspectos subjetivos implícitos que
tangenciam a emoção como fator de aderência no mountain bike, tomando-a como objeto
de estudo e investigação acadêmica.
46
ACQUA-RIDE COMO MANIFESTAÇÃO DE AFAN: INTERESSES RELACIONADOS À
PRÁTICA
Alexander Klein Tahara
Sandro Carnicelli Filho
Danilo Roberto Pereira Santiago
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer –UNESP/Rio Claro – São Paulo – Brasil
[email protected]
As atividades físicas de aventura têm sido altamente valorizadas nos dias atuais,
recebendo crescente número de adeptos. O acqua-ride é uma modalidade aquática de
AFAN e o indivíduo desce corredeiras e quedas em cima de bóias de borracha,
experimentando um contato direto com o meio natural. O objetivo desta pesquisa, neste
sentido, foi investigar os fatores que propiciam o gosto pela prática do acqua-ride,
identificando outras preferências e expectativas de retorno qualitativo em nível pessoal.
Para tanto, o estudo, de natureza qualitativa, desenvolveu-se por meio de uma pesquisa
exploratória. O instrumento utilizado para a coleta de dados foi um questionário aberto,
composto por 3 questões, aplicado a uma amostra formada por 70 alunos do curso de
Educação Física da Faculdade de Jaguariúna/SP, com idades variando entre 19 e 53
anos e de ambos os sexos. Os dados coletados foram analisados descritivamente,
utilizando-se a técnica de Análise de Conteúdo e, indicam que: (a) - os sujeitos
questionados aderem ao acqua-ride pelas sensações de adrenalina e medo que a pratica
proporciona (55%) e também para fugir do cotidiano urbano (37,5%); (b) - realizam
preferencialmente o Mountain Bike (33,5%), Rapel (25,5%) e Trekking (19,5%) com maior
intensidade; (c) - a sensação de bem-estar, tendo mais tranqüilidade e menores níveis de
estresse, são os resultados freqüentemente esperados (63%), com a prática de atividades
em contato direto com a natureza. Torna-se possível, com base nos resultados do estudo,
reconhecer as potencialidades e abrangência dos níveis qualitativos que a interação
humana com o meio natural pode representar.
47
LAZER, EDUCAÇÃO, DESENVOLVIMENTO HUMANO:
VIVÊNCIAS DE AVENTURA NA NATUREZA
Jossett Campagna
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer - DEF/UNESP- Rio Claro, São Paulo, Brasil
GPL - Grupo de Pesquisas em Lazer- FACEF/UNIMEP-Piracicaba, São Paulo, Brasil
Grupo de Estudos Avançados em Inteligência Humana -USJT-São Paulo, SP., Brasil
[email protected]
Vislumbrando a Educação como um processo permanente e extravasado para além dos
espaços formais, alguns teóricos contemporâneos defendem a duplicidade de funções de
do fenômeno social lazer como “veículo” e “objeto” de desenvolvimento humano. Neste
pressuposto, no âmbito da educação informal, igualmente, torna-se viável a renovação de
estratégias no sentido de incrementar, por meio das vivências significativas do lazer, a
elevação dos níveis do desenvolvimento das potencialidades do ser humano Este estudo
qualitativo investigou junto às pessoas idosas, alguns impactos das atividades físicas
realizadas junto à natureza na promoção de seu crescimento pessoal e social. Associou
revisão bibliográfica à pesquisa exploratória ancorada num questionário misto aplicado
junto a trinta e cinco participantes ararenses, alfabetizados, de ambos os sexos, na faixaetária dos 60 a 78 anos, regularmente matriculados no Programa Ativa “Idade”: uma
proposta de ação co-educativa, no âmbito do lazer. Os dados, descritivamente analisados
por meio da Técnica de Análise de Conteúdo Temático, revelam mudanças axiológicas na
conduta dos amostrados, especialmente no que concerne às atitudes preservacionistas
para com os elementos naturais. Para além da atividade propriamente dita, os
respondentes sinalizaram a perspectiva desencadeante de tais atitudes positivas com
foco nas condutas alheias, o fato de terem saltado da condição auto-transformadores para
a de agentes de transformação axiológica no que tange a relação com a natureza da qual
é parte integrante. Estas, entre outras subjetividades levantadas reiteram a validade do
tripé Lazer, Educação e Desenvolvimento Humano, instigando outros estudos envolvendo
este segmento da população, cuja demanda por atividades de aventura pode ser
constatada a cada dia.
48
MITO E ATIVIDADES DE AVENTURA: O CENÁRIO ATUAL DO SURFE BRASILEIRO
Marília Martins Bandeira
Katia Rubio
CESC - Centro de Estudos Sócio-culturais
Escola de Educação Física e Esporte - Universidade de São Paulo
São Paulo, SP, Brasil
[email protected]
A pós-modernidade diversifica as produções culturais e sugere transformações nas
dinâmicas das instituições sociais, contudo ainda observa-se na prática do esporte e lazer
contemporâneos a manutenção de temas míticos tradicionais nas representações
coletivas de nossas sociedades. Mitos são forças desencadeadas pela paixão,
representam as tendências mais intensas de um grupo e, personificando o ideal de todo o
ser humano são concepções de como o Homem expressa sua relação com o mundo.
Admitindo a fundamental importância do discurso mítico no processo de formação da
identidade pessoal e grupal, influenciando manifestações sociais e culturais, esse trabalho
se propõe a investigar as bases da construção cultural e a motivação para o surfe em
âmbito nacional. A prática corporal e esportiva atuais permitem a seus praticantes, de
acordo com o grau de desafio de sua atividade, a transposição de obstáculos
aparentemente intransponíveis, favorecendo a representação mítica do herói, figura que
remete à realização de grandes feitos, prodígios conseguidos através da força, coragem e
astúcia. E, em se tratando das atividades de aventura, em específico na natureza, são
conferidas ao indivíduo as possibilidades do atrevimento, do inusitado, da vida em sua
experiência extremada. O surfe do século XXI confirma a intensidade do aceitar o
chamado da aventura, no qual o indivíduo parte do ócio, do tédio, da prisão do trabalho e
das rotinas para a afirmação do poder de ação, da ousadia transformadora, do encontrarse na natureza. Assumir estes riscos conduz também ao ser fiel a si mesmo exaurindo-se
em sua missão. Por vezes contraditórios e paradoxais, os heróis das atividades de
aventura permitem-se fantasias fundadas em suas próprias concepções de valor, mas
que por um objetivo consistente do existir para e pela sua causa, remonta o tempo das
origens. Para a realização desta pesquisa os métodos utilizados são fundamentados na
análise interpretativa de dados etnográficos (observação participativa e registros
seqüenciais em caderno de campo, baseados no acompanhamento da rotina de um grupo
de praticantes) em consonância com a fundamentação teórica do arquétipo do herói. Este
estudo conclui que há relação direta entre os mitos de origem e a configuração do surfe
no cenário atual.
49
A PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DA NATUREZA PARA UMA MELHOR
QUALIDADE DE VIDA
Marina Villar Martins
Andrey Portela
Universidade do Estado de Santa Catarina – UDESC
Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desporto – CEFID
Florianópolis – SC
[email protected]
As atividades físicas da natureza têm apresentado significativa expansão em
Florianópolis, a cada dia essas práticas vão ganhando novos adeptos. O estudo teve
como objetivo identificar e descrever os efeitos desse tipo de atividade para a qualidade
de vida de seus praticantes, caracterizando os praticantes de atividade física da natureza,
identificando os principais motivos para prática de atividades física da natureza e
descrevendo os efeitos que cada indivíduo sente por praticar essas atividades para uma
melhor qualidade de vida. O estudo foi realizado em Florianópolis, os sujeitos da pesquisa
são praticantes de atividade física da natureza com pelo menos um ano de prática, sem
restrição ao sexo e idade, nas modalidades de trekking, mergulho, parapente, escalada e
surfe. O estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva de campo. A amostra do
tipo não probabilística intencional, contou com 25 praticantes, sendo cinco representantes
de cada modalidade. O instrumento utilizado foi um questionário adaptado. Para o
tratamento estatístico utilizou-se a estatística descritiva. A partir dos dados obtidos
conclui-se que os praticantes de atividade física da natureza, na sua maioria são homens,
com o 3° Grau incompleto, a média de idade de 28,92 anos e tendo como atividade diária
o trabalho e o estudo. Os principais motivos para a prática dessa atividade foram o
contato com a natureza e a diversão / lazer, quanto aos efeitos sobre sua qualidade de
vida observamos, que a prática exerce uma influência positiva em seu estilo de vida, nos
seus relacionamentos sociais, em seu nível de estresse, e conseqüentemente na sua
qualidade de vida.
50
AS EMOÇÕES E AS SENSAÇÕES NO SURFE
Marília Freire
Beatriz Frisanco
Sabrina Carrijo
Veridiana Saldanha
Heraldo M. Teixeira
UNITAU - Departamento de Educação Física – Campus de Ubatuba/SP
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer – DEF– IB/UNESP/Rio Claro SP
[email protected]
Este estudo objetivou investigar as sensações e emoções percebidas por praticantes de
surfe, atividade física de aventura na natureza, vivenciada na perspectiva do lazer. A
metodologia utilizada foi composta de revisão de literatura combinada com pesquisa
exploratória, utilizando-se como instrumento para coleta de dados uma entrevista semiestruturada, contendo perguntas abertas sobre a temática em questão. A amostra
selecionada para o estudo constou de 12 participantes da Escolinha Municipal de Surfe
de Ubatuba/SP, de ambos os sexos e faixa etária entre 7 e 17 anos, praticantes regulares
da modalidade surfe, na cidade de Ubatuba/SP, há mais de 4 meses. Os dados
coletados foram analisados descritivamente, por meio da técnica de Análise de Conteúdo
Temático, o que permitiu constatar que as emoções e sensações vivenciadas durante a
prática do surfe reúnem aspectos positivos e significativos da atividade, sendo que, 80%
alegaram sentir alegria, euforia, adrenalina, liberdade e a sensação de estar voando e
apenas 20% descreveram sentir medo e desespero durante a prática. Este estudo
permitiu constatar que, as experiências advindas da prática do surfe são positivas
contribuir para uma sensação de bem-estar na relação harmoniosa entre o homem e o
ambiente natural, neste caso específico o mar. A partir deste estudo sugere-se a
contextualização da modalidade Surfe nos cursos de formação de Educação Física,
propondo um novo olhar nos problemas ecológicos, de maneira que o mar não seja
apenas uma paisagem ou um cenário aquém e além do corpo, mas um espaço
socioambiental de trocas, onde ambos, o ser humano e a natureza ganham com essa
relação.
51
ESCOLINHA MUNICIPAL DE SURFE DE UBATUBA
Marília Freire
Beatriz Frisanco
Sabrina Carrijo
Veridiana Saldanha
Heraldo M. Teixeira
UNITAU - Departamento de Educação Física – Campus de Ubatuba/SP
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer – DEF– IB/UNESP/Rio Claro SP
[email protected]
O Surfe tem sido uma modalidade bastante procurada pela população de Ubatuba/SP,
uma vez que a prática do esporte é de fácil acesso e ao alcance de todos. No entanto,
quando se trata de focalizar os conhecimentos específicos e pedagógicos desta
modalidade, estes aspectos parecem ficar para segundo plano. Sendo assim, este estudo
procurou investigar quais os objetivos, conteúdos e dificuldades encontradas nas aulas de
surfe ministradas pelos profissionais envolvidos no projeto intitulado: Escolinha Municipal
de Surfe de Ubatuba. Desta forma, o estudo constou de uma revisão de literatura sobre a
temática em questão e uma pesquisa exploratória, desenvolvida por meio de aplicação de
um questionário aberto como instrumento para coleta de dados, a 04 profissionais
atuantes como professores de surfe para crianças e adolescentes, de 7 a 17 anos, na
cidade de Ubatuba/SP, de ambos os sexos e tempo de envolvimento profissional variado.
Os dados foram analisados descritivamente e indicam que os objetivos das aulas
centram-se no desenvolvimento da percepção dentro d’água, independência e
descontração, além do bom desempenho e desenvolvimento de capacidades físicas em
geral. Quanto aos conteúdos das aulas, foi constatada uma preocupação com aspectos
voltados às condições do ambiente físico do mar e com os fundamentos da modalidade.
Como principais dificuldades apresentadas durante as aulas foram apontadas a falta de
material adequado, condições climáticas adversas e a falta de conhecimento específico
do esporte. Pode-se concluir que o surfe, embora seja uma modalidade bastante
procurada pela população de Ubatuba/SP, necessita de uma atenção maior no que se
refere à capacitação dos profissionais envolvidos nesta prática, para um melhor
planejamento e embasamento teórico-prático de suas aulas, salientando a necessidade
de inserir a temática das AFAN (Atividades Físicas de Aventura na Natureza), no âmbito
dos cursos de formação, especialmente as modalidades desenvolvidas no mar, a exemplo
do surfe, no sentido de viabilizar propostas pedagógicas mais organizadas e
contextualizadas, melhorando a prática cotidiana das escolhas de surfe patrocinadas
pelas prefeituras municipais.
52
PERFIL DE IDOSOS PRATICANTES DE ATIVIDADES DE AVENTURA
Viviane Kawano Dias
Gisele Maria Schwartz
LEL/ D.E.F/I.B./UNESP – Rio Claro/SP, Brasil
[email protected]
Este estudo, de natureza qualitativa, tem como objetivo, analisar o perfil de idosos
praticantes regulares de atividades de aventura. O estudo foi realizado em duas etapas, a
primeira relacionada a uma revisão de literatura a respeito das temáticas propostas e a
segunda, a uma pesquisa exploratória, utilizando-se como instrumento uma entrevista
estruturada. A amostra intencional do estudo foi formada por 15 indivíduos idosos, com
faixa etária acima de 60 anos, de ambos os sexos, praticantes regulares dessas
atividades, oferecidas por empresas de ecoturismo, da cidade de Brotas/SP. Os dados
coletados foram analisados descritivamente, por meio da técnica de Análise de Conteúdo
Temático e indicam que, as idades variam entre 60 e 82 anos, totalizando uma média de
66,3 anos. Em relação ao sexo, 11 eram do masculino e 04 do feminino. Quanto ao nível
de escolaridade, 11 sujeitos tinham o ensino superior completo, 02 terminaram o ensino
médio e 02 não apresentavam nenhum grau de escolaridade. As profissões dos sujeitos
eram variadas: 03 funcionários públicos, 03 comerciantes, 02 advogados, 02 professoras,
02 do lar, 01 bancário, 01 médico e 01 engenheiro. Em relação aos tipos de atividades
praticadas, foi encontrada uma grande variedade de modalidades: rafting, trilhas, bóiacross, rappel, arvorismo, trilha com bike, exploração de cavernas, “banana-boat”,
canyoning, surf, vôo-livre, off-rod (rally com jipe), corrida de orientação e mergulho. Os
dados coletados indicam que os idosos que praticam essas atividades têm um alto nível
de escolaridade, talvez pelo fato de que as pessoas que procuram esse tipo de vivência,
geralmente, têm um poder aquisitivo elevado, em decorrência do alto custo, não só das
atividades em si, mas da preparação da viagem, muitas vezes necessária para tornar
realidade essa vivência. O fato de vivenciarem diversas atividades também pode ser
devido ao melhor nível de esclarecimento destes sujeitos, que podem ter um
acompanhamento médico regular, sendo orientados sobre o que podem ou não fazer.
Denota-se, nesse sentido, maior esforço, tanto da área acadêmica como profissional, para
conscientizar e esclarecer essa população idosa, em todos os níveis sociais, sobre a
participação nesse tipo de atividade, e assim, aumentar suas possibilidades de lazer,
melhorando a qualidade de vida.
53
MOTIVAÇÕES EM PERCURSOS EXTENUANTES NO CICLISMO
Jaqueline Costa Castilho Moreira
Clayton Palomares
LEL- Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP/RIO CLARO - SP- Brasil
[email protected]
Com quase cem edições de competição, o “Tour de France” é a prova de ciclismo de
longa duração mais importante em todo o mundo, realizada anualmente na França. O
percurso, embora tenha sofrido inúmeras modificações com o passar dos anos, é
realizado por ciclistas desde 1903, e, neste ano de 2006, possuirá um trajeto de 3.657,1
Km, percorridos durante 21 dias, com partida na cidade de Strasbourg e chegada no
Champs Elysées, em Paris, o que, de certa forma, representa uma “volta na França”.
Considerado extenuante, desperta atenção em muitas áreas do conhecimento. Várias
abordagens já foram realizadas sobre esse fenômeno, não só no plano científico, assim
como na arte e na literatura. A partir dos dados registrados sobre o fenômeno, este
estudo objetiva investigar quais as motivações que impelem os participantes do Tour de
France a exigirem-se ao máximo em direção ao sprint final. A metodologia utilizada foi à
revisão bibliográfica, com o intuito de sistematizar o material disponível sobre essa
temática. Utilizou-se para compor o estudo a clássica pesquisa da área da psicologia
esportiva: “A influência dos outros no desempenho de ciclistas” de Triplett (1897), a
animação premiada “Les Triplettes de Belleville” de Sylvain Chomet, o documentário
“Wired to Win: Surviving the Tour de France”, do diretor Bailey Silleck e a biografia de
Lance Amstrong, único heptacampeão da prova. Como resultados parciais da
recuperação dos dados, os principais fatores motivadores apontados foram: a relevância
da companhia durante o percurso; o propósito pessoal em terminar a prova; a constante
superação de limites; a quebra de paradigmas relacionados aos limites pessoais
preestabelecidos; a influência do pensamento positivo como forma de se auto-estimular
constantemente; a determinação das estratégias para se alcançar as metas
predeterminadas; além do uso de drogas e medicamentos (não caracterizados como
dopping) para sublimar a dor e o estresse. Conclui-se parcialmente que as motivações
originadas inter e intrapessoalmente são bastante relevantes nos percursos extenuantes,
além de denotar ainda a necessidade de um maior aprofundamento sobre a temática.
54
INTERAÇÃO SOCIAL TORCIDA-ATLETAS EM COMPETIÇÕES DE DOWN-HILL
Jaqueline Costa Castilho Moreira
Clayton Palomares
LEL- Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP/RIO CLARO - SP- Brasil
[email protected]
Historicamente as competições constituem-se atividades sócio-culturais mobilizadoras de
um grande número de adeptos. Essas pessoas remetem aos jogos desde: o alívio de
suas tensões e estresse, à simulação de vivências corporais, a imaginária ultrapassagem
dos obstáculos, enfim a construção e manutenção de expectativas e representações.
Apesar do down-hill ser considerado uma modalidade individual que arregimenta pequeno
número de pessoas, dentro da União Ciclística Internacional (UCI), os quesitos “torcida” e
“receptividade do público” são exigências estipuladas para que os circuitos sejam
regulamentados. Este estudo, de natureza qualitativa, objetiva investigar o papel das
torcidas no down-hill. Para tanto, utilizou-se como instrumento a observação de pessoas
de ambos os sexos, de faixa etária e perfil social variados, que acompanharam
pessoalmente a primeira etapa brasileira do “Mountain Bike UCI World Cup”/2005 e pela
mídia televisiva, o “Downhill na Mina de Ouro”/2006. O primeiro evento contou com a
presença de 3.000 indivíduos em média, ao longo dos percursos, que torciam e vibravam
a cada descida dos atletas, manifestando-se mais intensamente nos saltos de grande
amplitude, nas manobras executadas com elevado grau de dificuldade e complexidade do
movimento, aplaudindo, eventuais acidentes e quedas de atletas. Já no segundo evento
havia aglomeração somente na largada e nos 50 metros seguintes, devido à ausência de
locais disponíveis para público no interior da mina, sendo a interação praticamente nula.
Os resultados, analisados descritivamente apontaram que a torcida colabora para o
sucesso dos eventos. Em relação aos atletas, concluiu-se que eles estão bastante
sujeitos a sofrer alterações de performance em função da interação simpática ou
antipática, estimulante ou escarnecedora das torcidas. E, em relação à relevância das
competições de down hill no âmbito do ciclismo, a torcida é bastante importante, pois é
ela que permite avaliar o grau de atratividade de público/ audiência, o que denota a
concretização de espaço ocupado pela modalidade ou ainda, o quanto o evento é viável
em termos de retorno sobre o investimento. Acrescenta-se também o recall das
competições, o que garante não só o estabelecimento do circuito como uma das etapas
oficiais nos grandes eventos da modalidade, mas também como um mercado promissor.
55
ESTRATÉGIAS DE PREPARAÇÃO PSICOLÓGICA NOS ESPORTES DE AVENTURA
Celso Ricardo Moreira
Gisele Maria Schwartz
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP – Rio Claro, SP, Brasil
[email protected]
A participação nos esportes de aventura tem apresentado uma demanda crescente, tendo
em vista a difusão dos mesmos pela mídia e a busca cultural por novas emoções e
sensações que envolvem o contexto esportivo. No entanto, a estruturação das maneiras
de treinamento, referente aos aspectos técnico, tático e psicológico, parece não
acompanhar a aceleração imposta pelo desejo de participação nos mesmos, merecendo o
interesse deste estudo qualitativo, que teve como objetivo investigar as principais
estratégias de preparação psicológica utilizadas por praticantes de esportes de aventura.
O estudo constou de pesquisa bibliográfica e exploratória, desenvolvida por meio de um
questionário misto, aplicado a 17 atletas de esportes de aventura, de ambos os sexos,
com classificação em provas nacionais, idades entre 18 e 39 anos, praticantes há mais de
um ano de diferentes modalidades esportivas. Os dados foram analisados
descritivamente, por meio da técnica de análise de conteúdo temático, indicando que
todos os atletas consideram importante a preparação psicológica, porém, 10 não se
preparam de forma alguma, 6 utilizam alguma forma de preparo próprio, como terapia,
yoga, meditação e conhecimento prévio do local da atividade e apenas 1 disse ter preparo
psicológico, porém não indicou a forma. Com base nos resultados do estudo, denota-se a
necessidade de maior esclarecimento acerca da temática dentro do contexto dos esportes
de aventura.
56
NOVAS IDÉIAS DE LAZER NAS ÁREAS URBANAS: LE PARKOUR
Heraldo Marconi Teixeira
Gisele Maria Schwartz
LEL/DEF/IB/UNESP – RIO CLARO, SP
[email protected]
Este estudo, de natureza qualitativa, investiga as relações entre a prática de atividades no
contexto do lazer em área urbanas e as novas alternativas de esporte de aventura,
evidenciando o Le Parkour. O objetivo desse estudo foi identificar as motivações dos
sujeitos praticantes do Parkour, pertencentes a grupos sociais distintos, bem como, os
espaços urbanos utilizados para a prática desse esporte, o qual suscita novos hábitos e
idéias, seja para correr, saltar e se concentrar, apresentando-se como perspectiva de um
estilo de vida orientado para a aquisição de comportamentos de igualdade e fraternidade.
O estudo foi desenvolvido com base em uma pesquisa exploratória, realizada pela rede
Internet, no site da Associação Brasileira de Parkour, por meio dos depoimentos de
praticantes desse esporte. Os resultados foram analisados descritivamente e
demonstraram que quanto mais emoção e risco oferecer o espaço urbano, maior é o
motivo de atração e participação neste esporte, especialmente pelo público
jovem.Verificou-se que a participação das mulheres ainda é pequena, se comparada à
dos homens, no entanto, está crescendo consideravelmente. O estilo do praticante do
Parkour passa pelo desejo de vivências que permitam transpor obstáculos, tornando-o
mais forte e mais resistente, além de evidenciar a necessidade de conduta fraternal.
Sugere-se que novos estudos sejam realizados para se compreender as diversas
interfaces desta modalidade de lazer no espaço urbano.
57
ATIVIDADES DE AVENTURAS: CAMINHOS PARA NOVAS ATITUDES EM ÁREAS
NATURAIS
MIRLEIDE CHAAR BAHIA
TÂNIA MARA VIEIRA SAMPAIO
UNIMEP/GPL – PIRACICABA-SP
[email protected]
O aumento significativo dos esportes de aventura vem causando preocupação em relação
aos procedimentos adotados por seus praticantes e pelo Poder Público. Considera-se,
entre as preocupações, a utilização do lazer enquanto “mercadoria” e o “uso”
indiscriminado e mal planejado do meio ambiente natural, provocando não raras vezes
impactos sócio-ambientais desastrosos. O objetivo deste estudo foi perceber as diversas
interfaces subjacentes à relação da prática do lazer e o meio ambiente no contexto
contemporâneo, sob a forma de Esportes de Aventura. Articulamos as contribuições de
diversos autores(as) com a identificação das atitudes que têm permeado a experiência
das pessoas praticantes desses esportes, no sentido de compreender tais atividades;
caracterizar algumas motivações e comportamentos vivenciados e apontar algumas
perspectivas de uma prática de lazer na natureza que tragam novas atitudes. A pesquisa
teve um caráter qualitativo, e a metodologia combinou pesquisa bibliográfica e de campo.
A técnica empregada foi de entrevistas semi-estruturadas aplicadas a 19 praticantes, no
Município de Brotas/SP, tendo em vista ser um município onde a prática desses esportes
é intensa. Os resultados demonstram que as atitudes ainda demonstram comportamentos
ingênuos sobre a vivência do lazer em áreas naturais; verificam-se atitudes
“compensatórias”, a fuga das dificuldades vividas no cotidiano; a falta de compreensão de
novos valores que possibilitem a convivência com a natureza e com seus pares. Para
uma mudança de atitude, alguns fatores são fundamentais: a compreensão de que o lazer
é um direito social; a participação popular na construção coletiva de políticas de lazer; a
democratização cultural, garantindo acesso a todos de forma eqüitativa nos vários
conteúdos culturais do lazer; a luta por políticas de reordenação do tempo; a educação
pelo e para o lazer, compreensão de que o elemento “aventura” pode ser uma importante
ferramenta educacional; a qualificação na formação profissional visando a valores críticocriativos; a construção e manutenção de equipamentos de lazer nos centros urbanos e
em áreas de proteção ambiental destinadas ao uso público; desenvolvimento de um
turismo de aventura voltado à busca da sustentabilidade; articulação da administração
local com as entidades promotoras de esportes de aventura.
58
IMPLEMENTAÇÃO DE ATIVIDADES FÍSICAS DE AVENTURA NA NATUREZA NO
CURSO DE LICENCIATURA EM EDUCAÇÃO FÍSICA
Patrícia Trauer
Etiana Capra
Matheus Saldanha
CEFD/UFSM, Santa Maria/RS-BR
[email protected]
As atividades física de aventura na natureza vêm se constituindo num espaço de
realizações humanas as quais caminham para as mais diferentes direções. Essa
atividades apresentam-se como espaços de reintegração entre os seres humanos e a
natureza, por serem desenvolvidas em ambientes naturais porque proporcionam uma
alternativa diferente ao homem. Em função disso, o Curso de Licenciatura em Educação
Física da Universidade Federal de Santa Maria, contemplou uma disciplina sobre a
práticas corporais de lazer junto à natureza. Segundo Javier Oliveira Betrán (2006, p.
184), esta temática do ponto de vista pedagógico representa uma das melhores
experiências para uma sessão de educação corporal, sendo uma oportunidade rica de
possibilidades motoras não previstas que facilitam a interação do indivíduo com a
natureza, no conhecimento dos recursos ambientais e no prazer de desfrutar da natureza.
O programa tem como objetivo investigar, vivenciar e refletir esse tema a cerca do meio,
do espaço, do tempo, da cultura e do social do esporte no contexto das manifestações
educacionais; abordando temáticas como a relação entre atividades físicas, meio
ambiente e educação enfocando princípios, concepções e impactos positivos e negativos
das relações humanas no ambiente natural. Dentro dos conteúdos prevêem estudos,
pesquisas e laboratórios nas modalidades de caminhada, rapel, escalada, canoagem,
moutain bike, corrida de orientação com suas principais características, técnicas no
manejo do material e dos equipamentos e projeto de realização de uma atividade,
metodologias de ensino e métodos de avaliação das modalidades de aventura. A
proposta metodológica que prevê reflexões teóricas e práticas, exigindo consultas a
fontes bibliográficas, observações de leitura compreensiva e crítica dos textos básicos,
exposições oral-dialogadas, estudos de caso com apresentação de vídeos para discussão
no grande grupo. Cabe relatar que para o desenvolvimento de algumas modalidades, será
necessário a presença de especialistas de que nos ofereça uma maior base nas
atividades de campo. A repercussão desta área de conhecimento num Curso de formação
de licenciados em Educação Física favorecerá comunidade acadêmica atitudes reflexivas
e possibilidades de desenvolver pesquisas que venham contribuir para melhoria da
Educação Física na Educação Básica com o objetivo de garantir a consolidação da
formação humana.
59
A NÃO SISTEMATIZAÇÃO DOS TREINOS DE REMO, NATAÇÃO E MUSCULAÇÃO
NOS ATLETAS DE CORRIDA DE AVENTURA
Fernanda Magnani Silva
Roberto Silva Junior
Rafael Nunes
GEEAA - PUC-CAMPINAS - São Paulo- Brasil
[email protected]
As corridas de aventura têm ganhado um largo espaço dentro das modalidades esportivas
praticadas no mundo nos dias de hoje, porém ainda existem poucas pesquisas
relacionadas com este esporte no nosso país. Esse estudo teve como objetivo inicial,
investigar de forma quantitativa o treinamento desses atletas nas principais modalidades
que compõem uma corrida de aventura. A metodologia para esse estudo foi a utilização
de um questionário respondido por 132 atletas (homens) no momento das suas inscrições
para a o “Try-On Meeting” de Corrida de Aventura 2006, onde participaram selecionadas
por vários circuitos durante a temporada esportiva de 2005, as cinqüenta melhores
equipes do Brasil. Quando questionados sobre o tempo de treino diário, distância
percorrida em cada sessão de treinamento semanal nas modalidades: musculação,
natação e remo, os mesmos mostraram uma grande dificuldade em quantificar seus
treinos, diferente de quando a mesma indagação foi feita sobre os treinos nas
modalidades de corrida e “mountain bike”. Sendo a Corrida de Aventura um esporte
formado por várias modalidades e praticamente em todas as competições, longas
distâncias são percorridas utilizando embarcações envolvendo a prática do remo e
travessias a nado, os dados abaixo apontam que mais da metade desses atletas não
sistematizam parte dos seus treinamentos pois treinam esporadicamente não registrando
as suas rotinas de exercícios com peso, distância percorrida e tempo de duração das
sessões de natação e remo.
MUSCULAÇÃO NATAÇÃO
REMO
MÉDIA
TOTAL
_________
52,1%
58,3%
55,2
Distância
Percorrida
55,2%
53,1%
52,07
Tempo
de 47,91%
Duração
Sessão
Assim, acreditamos que a mensuração e análise, especificamente nestas três atividades
tão importantes para um atleta de corrida de aventura, reflita em melhorias no treinamento
de cada uma das modalidades como também na melhora dos índices alcançados e na
prevenção de lesões. Esperamos que os resultados deste estudo possam ajudar os
treinadores e principalmente os atletas que fizerem conhecimento desses dados.
60
A FREQÜÊNCIA, VOLUME E INTENSIDADE NOS TREINOS DE REMO REALIZADOS
POR ATLETAS DE CORRIDA DE AVENTURA
Roberto Silva Junior
Lúcia Magalhães
Vivian Martins
GEEAA - PUC-CAMPINAS - São Paulo- Brasil
[email protected]
O remo é uma modalidade presente em praticamente todas as corridas de aventura. Esta
pratica exige disciplina e treinamento, pois o atleta pode encontrar dificuldades em
controlar a direção, o ritmo e a velocidade. Em corridas de aventura, de acordo com os
organizadores, podem-se encontrar vários tipos de embarcações nas realizações das
provas, solicitando que o treinamento seja direcionado tanto para uma preparação física
específica, quanto para as diferentes técnicas utilizadas no manejo. Este estudo teve
como objetivo registrar, para um aprofundamento posterior, o comportamento da
freqüência, da intensidade e do volume de treinamento dos atletas dessa modalidade. Os
dados coletados através de questionários respondidos por 132 atletas de corrida de
aventura do sexo masculino das 50 melhores equipes na temporada esportiva de 2005,
constataram que de 100% dos atletas que treinam remo, 37% treinam com uma
freqüência baixa, entre um e dois dias por semana; 40,6% treinam com freqüência
moderada de três a quatro dias por semana; 13,6% treinam com freqüência alta de cinco
a sete dias na semana. Com relação à intensidade, a análise constatou que 3,12%
treinam com intensidade baixa; 59,37% treinam com intensidade moderada; 37,5%
treinam com intensidade alta. Quanto ao volume, constatou-se que, com relação ao
tempo de treino diário, 8% treinam até 50 minutos por dia; 33,3% treinam de 50 a 150
minutos e 5,2% treinam de 150 a 250 minutos por dia. Analisando a distância nos treinos
diários de remo, verificou-se que 24% remam até 10 km por dia; 16,7% remam de 10 a 30
km, e 1% rema acima de 30 km diários. Desta forma, espera-se que os resultados
encontrados possam auxiliar como parâmetros a serem utilizados por outros atletas e
treinadores, porém mais pesquisas com atletas que treinam remo para corridas de
aventura necessitam ser realizadas.
61
A POSSIBILIDADE DE UM INÍCIO DE PADRÃO DE TREINAMENTO EM ATLETAS DE
CORRIDA DE AVENTURA
Giovani Riva
Roberto Silva Júnior
Ivani S. Manzzo
GEEAA - PUC-CAMPINAS - SP-Brasil, – UNINOVE – São Paulo – SP-Brasil
[email protected]
A sistemática e padrão de treinamento são fatores de prioridade que possibilitam um
melhor rendimento nas práticas desportivas e também são eles, os responsáveis por uma
prática segura. Por serem as corridas de aventura um esporte recente, notamos a
possibilidade de interferência deste fato na falta ou até mesmo em um padrão de
treinamento. O objetivo deste estudo foi o de analisar se há um possível início de
formação de padrão de treinamento pelos atletas, não apenas, nas modalidades
isoladamente, mas também, uma combinação lógica, respeitando os princípios do
treinamento desportivo como um todo, para a melhora do rendimento nas competições de
Corrida de Aventura. A tabela mostra os resultados obtidos através de questionário
respondido pelos melhores atletas de Corrida de Aventura em 2005, aplicado pelo
GEEAA – Grupo de Estudos em Esportes e Atividades de Aventura da PUC-CAMPINAS.
Nela estão as porcentagens de atletas que não responderam as questões quanto à
freqüência, tempo diário, distância e intensidade dos treinamentos.
Montain
Corridas
Musculação Natação
Remo
Bike
Freqüência 6,3%
6,25%
4,2%
5,2%
8,3%
Tempo/dia 47,9%
50,0%
47,9%
55,2%
53,1%
Distância
50,0%
47,9%
3,1%
52,1%
58,3%
Intensidade 3,1%
1,0%
2,1%
8,3%
Com os dados coletados, constatamos que em algumas modalidades e atividades como
o”Montain Bike”, Corrida, Remo, Natação e Musculação não apresentaram um padrão de
treinamento. Este fato pode ser especialmente demonstrado pela porcentagem de atletas
que não souberam responder o tempo e distância dos treinamentos. A não existência de
um padrão de treinamento promove a necessidade de direcionar a atenção para esta
situação que merece ser encarada com maior relevância, pois poderá melhorar ainda o
rendimento e a segurança em relação a lesões e “overtraining” destes e de futuros atletas
de Corrida de Aventura.
62
ANÁLISE DA FREQÜÊNCIA, INTENSIDADE E VOLUME EM TREINOS DE CORRIDA
DOS ATLETAS DO SEXO MASCULINO DE CORRIDA DE AVENTURA
Vivian Martins
Carlos Eduardo Santalena
Thalita Batista Silva
GEEAA - PUC-CAMPINAS - São Paulo- Brasil
[email protected]
A corrida é uma das atividades inerente à preparação de atletas em geral, bem como em
atletas corredores de aventura devido a sua constante utilização nas provas,
principalmente nos trechos de “trekking”. Em 2006 foram coletadas, através de
questionários, informações sobre a preparação de atletas do sexo masculino das 50
melhores equipes deste esporte no Brasil. O objetivo deste estudo foi o de analisar a
freqüência, a intensidade e o volume da prática da corrida nas sessões de treinamento
destes atletas. A verificação destes dados constatou os seguintes resultados: Dentre os
atletas que treinam a corrida, 19,79% treinam com freqüência baixa, entre um e dois dias
por semana; 55,25% treinam com freqüência moderada, entre três e quatro dias por
semana; 17,71% treinam com freqüência alta, entre cinco, seis e sete dias por semana.
Com relação a Intensidade, constatou-se que 6,3% treinam com intensidade baixa; 57,3%
treinam com intensidade moderada; 35,4% treinam com intensidade alta. Na análise de
volume, referindo-se ao tempo de treino diário, constatou-se que 13,5% dos atletas têm
em sua rotina de treinamentos 50 minutos de corrida; 28,1% treinam de 50 a 100 minutos,
e 8,2% treinam corridas num tempo acima de 150 minutos diário. Quanto à distância
percorrida, a análise constatou que 31,3% dos atletas percorrem até 10 km diariamente;
15,6% percorrem entre 10 e 20 km e 5,2% percorrem distâncias acima de 20km por dia.
Assim, concluímos que a freqüência e a intensidade nos treinos de corrida destes atletas
investigados são moderadas, prevalecendo sobre os treinos de freqüência e intensidade
baixa e alta. Devido à carência de informações sobre esta nova modalidade de esporte
que surge no Brasil e no mundo, estes resultados podem auxiliar na elaboração de um
perfil de treinamento das modalidades nos nossos atletas.
63
FREQUÊNCIA E INTENSIDADE DE TREINAMENTO DAS ATLETAS DE CORRIDA DE
AVENTURA NA MODALIDADE DE REMO
Thalita Batista Silva
Roberto Silva Júnior
Ivani S. Manzzo
GEEAA - PUC-CAMPINAS - SP-Brasil, – UNINOVE – São Paulo – SP-Brasil
[email protected]
As equipes de corrida de aventura (CA), são formadas por 4 integrantes sendo que pelo
menos um obrigatoriamente deve ser do sexo feminino. Desta forma, a presença das
mulheres nestas equipes esta constantemente cercada de atenção, pois na grande
maioria dos casos é na verdade a mulher que determina o ritmo da equipe. Pelo fato de
ainda ser restrito o número de mulheres que possuem as características básicas
necessárias para participar desta modalidade, podemos dizer que também são restritas
as informações a respeito de treinamento específico para estas mulheres. O objetivo
deste estudo foi o de analisar isoladamente algumas etapas e características dos treinos
de remo das mulheres que formaram as 50 melhores equipes na temporada de 2005 de
corrida de aventura. Os resultados que serão apresentados correspondem as informações
extraídas das respostas de um questionário que foi aplicado nessas atletas. Com relação
a freqüência semanal de treinamento de remo, constatou-se que 50% treinam com uma
freqüência baixa (1 e 2 vezes na semana); 30% treinam com freqüência moderada e 10%
treinam com freqüência alta (mais de cinco vezes na semana). A intensidade nos
treinamentos de remo predominante é a moderada, 90% das atletas. Estes dados nos
levam a crer que esta modalidade não é vista nos treinamentos com a mesma importância
das demais modalidades que também compõe uma Corrida de Aventura. Assim, é
importante analisar mais detalhadamente a intensidade e a freqüência do treinamento de
remo para que haja uma melhor possibilidade de rendimento pelas atletas, principalmente
porque mesmo nas equipes de ponta, sabe-se que as mulheres apresentam uma
significativa dificuldade devido as suas diferenças fisiológicas em comparação a força
muscular dos homens. Desta maneira, um treinamento mais cuidadoso nesta modalidade
poderá minimizar estas diferenças.
64
FREQUÊNCIA SEMANAL E INTENSIDADE DE TREINOS DE “MONTAIM BIKE” DOS
ATLETAS DE CORRIDA DE AVENTURA DO SEXO MASCULINO
Giovani Riva
Roberto Silva Junior
Ivani S. Manzzo
GEEAA - PUC-CAMPINAS - SP-Brasil, – UNINOVE – São Paulo – SP-Brasil
[email protected]
O “Montaim Bike” é muito praticado não competitivamente, com o propósito de vencer
obstáculos e distâncias e é também um dos esportes que compõem as corridas de
aventura, onde normalmente, nesta modalidade se encontram maiores percursos. Devido
a esta particularidade os atletas intensificam o seu treinamento com a bicicleta. O objetivo
principal deste estudo é apontar a freqüência e a intensidade de treinamento em
“Montatim Bike” das atletas participantes de corrida de aventura. Com base em dados
obtidos através de um questionário aplicado nestas atletas que formaram as 50 melhores
equipes de todo o país de 2005, o GEEAA Grupo de Estudos em Esporte e Atividades de
Aventura da PUC-CAMPINAS, concluiu, através dos resultados, que há uma prevalência
na média da freqüência de treinamento semanal, que corresponde a 3,5 vezes na
semana, apontado por 46,39% do total dos atletas e a intensidade que prevaleceu nos
treinamentos apontados por 49,48% foi a moderada. Devido a carência de informações
que possam auxiliar na formação de um perfil de treinamento para candidatas a atletas de
Corrida de Aventura, espera-se que este estudo inicial possa colaborar na elaboração dos
seus treinos em”Montaim Bike”, assim como na totalidade dos treinamentos ligados a
outras modalidades que compõem as corridas de aventura.
65
TREINAMENTO DE CORRIDA: ANÁLISE DE FREQÜÊNCIA E INTENSIDADE
UTILIZADAS POR MULHERES ATLETAS DE CORRIDAS DE AVENTURA
Rodrigo Barçante Borgo
Lúcia Magalhães
Ivani S. Manzzo
GEEAA - PUC-CAMPINAS - SP-Brasil, – UNINOVE – São Paulo – SP-Brasil
[email protected]
As corridas de aventuras são competições que envolvem várias modalidades de esportes
de aventura em uma única prova. Em geral são realizadas em ambiente natural e têm
como característica um planejamento complexo, tanto na organização dos eventos como
na formação e preparação dos atletas. A corrida é uma das modalidades mais comuns
nas corridas de aventura e pode ser encontrada nos trechos de “trekking”. Assim, os
atletas de forma geral procuram dentro de suas sessões de treinamento despender uma
atenção especial a esta modalidade. O objetivo deste trabalho é analisar a freqüência e
intensidade de treinamento em corrida das atletas de corrida de aventura no Brasil. Os
dados foram coletados através de questionário, aplicado em uma prova que reuniu em
2006 as melhores equipes de corrida de aventura de 2005. A tabela abaixo mostra a
freqüência e intensidade de treinamento em corrida de 84,2% das atletas que
responderam o questionário. A análise dos resultados mostrou: N = 38
Freqüência
2xsem
3xsem
4xsem
5xsem
6xsem
7xsem
%
3,1
43,8
15,6
18,8
3,1
12,5
Intensidade Baixa
Moderada
Alta
%
9,4
71,9
18,7
A maior freqüência de treinamento observada incide em 3 vezes por semana e a
intensidade prevalente foi moderada com incidência em 71,9% das atletas participantes.
Podemos então concluir que nos treinamentos para as provas de corrida de aventura, a
corrida com freqüência moderada (3 vezes por semana) e intensidade moderada
predominou entre as diversas possibilidades de treinamento adotada pelas atletas de
corrida de aventura analisadas. No entanto, mais estudos devem ser feitos para que se
possa estabelecer um treinamento mais específico para a corrida dentro das competições
corrida de aventura, pois os dados mostraram que há uma dispersão na freqüência e
intensidade.
66
COMPARAÇÂO DO ÍNDICE DE MASSA CORPÓREA (IMC) DE ATLETAS DO SEXO
FEMININO DE CORRIDA DE AVENTURA DO BRASIL COM ATLETAS DE OUTROS
ESPORTES DE LONGA DURAÇÃO
Ivani S. Manzzo
Rodrigo Barçante Borgo
Roberto Silva Junior
GEEAA - PUC-CAMPINAS - SP-Brasil, – UNINOVE – São Paulo – SP-Brasil
[email protected]
A corrida de aventura é uma modalidade que vem apresentando um número crescente de
participantes e é de suma importância o condicionamento físico e psicológico dos atletas
que competem nesta modalidade. Desta forma, um dos fatores determinantes em provas
de longa duração é a composição corporal. Em 2005 foram realizados circuitos de corrida
de aventura em todo o país, onde as 50 melhores equipes foram reunidas em uma única
prova em janeiro de 2006. Nesta prova coletamos dados através de questionário, onde
fizemos a análise do IMC dos atletas participantes. Assim, o objetivo do nosso estudo foi
comparar o IMC de atletas de corrida de aventura do sexo feminino com atletas mulheres
de outras modalidades de longa duração.
Os resultados mostraram uma homogeneidade nos valores de IMC das atletas de corrida
de
avent
Dados
N
Idade
Estatura
Massa
IMC
ura
antropométricos
quan
Corrida de
32
31,4
1,6
58,3
21,2
do
Aventura
±5,4
±0,06
±4,72
±1,09
comp
Corrida
de 15
27
1,6
47,2
18,2
arada
longa distância
±4,0
±4,6
±4,3
s com
Biatlo
9
25,1
165,9
59,0
21,6
atleta
±5,3
±2,72
±7,1
±7,1
s
Triatlo
16
24,2
162,1
55,2
21,0
tamb
±4,3
±6,3
±4,6
±5,4
ém
do sexo feminino de modalidades como biatlon, triatlon e corridas de longas distâncias.
Com relação a este parâmetro o treinamento e as condições necessárias das atletas
analisadas parecem ser semelhantes às modalidades comparadas. Concluímos que o
índice de massa corpórea encontrada nas atletas estudadas não apresentou diferença
significativa quando comparada as demais modalidades, o que nos leva a pensar que
existe a possibilidade de ser este também um padrão de IMC das mulheres atletas de
corrida de aventura no Brasil.
67
ANÁLISE DA PRÁTICA DE TREINAMENTO COM PESOS EM MULHERES
CORREDORAS DE AVENTURA
Roberto Silva Junior
Rafael Nunes
Fernanda Magnani Silva
GEEAA - PUC-CAMPINAS - SP-Brasil
[email protected]
Nos dias de hoje, o trabalho com peso (TP) tem sido utilizado como suporte no
treinamento da maioria das modalidades esportivas. A corrida de aventura (CA) mesmo
sendo uma modalidade recente já atribui a devida importância à musculação. O objetivo
deste estudo foi avaliar a intensidade, freqüência semanal e a duração das sessões de
treinamento na musculação dos atletas de CA. A metodologia utilizada foi a aplicação de
um questionário em atletas (mulheres) participantes de uma etapa pertencente a um
circuito de CA. Todas as atletas afirmaram fazer treinamento com peso, em relação a
intensidade 69,2% das atletas relatam treinar moderadamente, enquanto 30,8% com uma
intensidade alta. A análise da duração das sessões mostrou que 53,8% treinam 60
minutos enquanto 23,1% não responderam. Concluímos que o TP já se faz importante
dentro da modalidade CA, visto que 100% das entrevistadas afirmam praticar o mesmo.
Observa-se também que a maioria respondeu as questões relacionadas a freqüência e
tempo das sessões semanais, mostrando assim um real interesse nos treinamentos com
peso, porém não é possível afrimar se há ou não uma orientação adequada.
68
AS CONFEDERAÇÕES ESPORTIVAS NO BRASIL E PORTUGAL
Danilo Roberto Pereira Santiago
Alexander Klein Tahara
Universidade Estadual Paulista-Campus Rio Claro
Laboratório de Estudos do Lazer
[email protected]
Este trabalho enfoca a realidade das confederações esportivas brasileiras, uma vez que o
número dessas pode ser um indicador das condições que estão às modalidades olímpicas
e não olímpicas do Brasil.
Na atualidade cada modalidade tem a sua própria confederação, sendo que melhores
condições e índices em seus componentes, podem estar associados a um maior
investimento e controle das atividades esportivas, oferecendo uma maior organização na
participação das seleções brasileiras nos eventos esportivos nacionais e internacionais de
cada modalidade.
Atualmente, os esportes são divididos em: terra, água e ar, e de acordo com está
classificação estão os esporte de aventura, tais como, pára-quedismo, vôo livre,
montanhismo, surf, entre outros.
Desta forma, o objetivo deste estudo de natureza qualitativa, foi verificar o numero de
confederações olímpicas e não olímpicas existentes no Brasil e em Portugal e entre elas
quantas são atividades de aventura.
Para tanto, realizou-se uma pesquisa com a utilização da tecnologia da informática, onde
foi consultado o site na internet, do comitê olímpico de cada país, a fim de incrementar
novas reflexões. Este tipo de consulta permite uma obtenção de informações atualizadas
sobre o tema.
Os resultados mostram que o Brasil possui 29 confederações olímpicas e 24 não
olímpicas, já Portugal, possui 30 confederações olímpicas e 34 não olímpicas.
Entre as 64 confederações de Portugal, cerca de 14 são consideradas atividades de
aventura, neste mesmo quesito, o Brasil possui apenas 8 atividades.
Conclui-se, então, o numero de confederações no Brasil, parecem insipientes, quando
comparados ao de Portugal, país de menor expressão, tanto em população, quanto área
territorial.
Uma possível solução para amenizar este déficit, seria criação de novas confederações,
mas, para isso, é preciso de investimentos e estruturação dos órgãos responsáveis.
69
PERFIL DOS ADOLESCENTES PARTICIPANTES DE CORRIDAS DE AVENTURA
Celso Ricardo Moreira
Débora Reis Garcia
LEL – Laboratório de Estudos do Lazer
DEF/IB/UNESP – Rio Claro, SP, Brasil
Faculdade de Educação Física
Universidade São Francisco Bragança Paulista, SP, Brasil
[email protected]
Com a grande expansão dos esportes de aventura, tem sido cada vez maior o número de
pessoas buscando junto à natureza um novo cenário para suas práticas esportivas e de
lazer. Cercados por muros e confinados em espaços limitados nas grandes cidades,
crianças e adolescentes passaram a contar apenas com os chamados esportes
tradicionais, praticados em clubes e escolinhas especializadas. Porém atualmente, muitos
adolescentes estão descobrindo nas corridas de aventura, a oportunidade do convívio
com a natureza, cercado por inovações tecnológicas e novas emoções. Desta forma, este
estudo de origem qualitativa, tem como objetivo identificar o perfil dos adolescentes
participantes de corridas de aventura do circuito Caloi Adventure Camp Teens, único
evento esportivo da categoria. Foi utilizado um questionário semi-estruturado aplicado a
22 adolescentes, sendo 16 meninos e 6 meninas com idades entre 11 e 16 anos. A
análise dos dados mostra que todos são alunos de escolas particulares e residem na
cidade de São Paulo. Do total de 22 participantes, 9 já praticavam o mountain bike como
atividade de lazer durante os finais de semana, enquanto 13 não tinham nenhuma
experiência anterior junto à natureza. Além disso, com exceção de 1 participante, todos
praticam alguma modalidade esportiva regularmente, sendo a natação o esporte mais
procurado com 9 participantes, seguido pelo futebol: 5 participantes, o vôlei: 3
participantes, o tênis: 3 participantes, o hipismo: 2 participantes, os saltos ornamentais: 1
participante e o judô: 1 participante. Conclui-se que os adolescentes participantes das
corridas de aventura são em sua maioria do sexo masculino. Em relação às práticas
esportivas junto à natureza, menos da metade praticavam alguma atividade de aventura.
Todos com exceção de 1 participante realizam atividades esportivas com freqüência.
Desta forma as corridas de aventura surgem como uma nova modalidade esportiva para
adolescentes, tornando-se um novo desafio a comunidade científica desta área, ampliar
as reflexões acerca desta demanda.
70
TREKKING DE REGULARIDADE NA GRANDE FLORIANÓPOLIS: UMA
ABORDAGEM HISTÓRICA
Nayara Elmisan Zolet
Andrey Portela
Universidade do Estado de Santa Catarina/UDESC
Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos/CEFID
Florianópolis SC Brasil
[email protected]
Tendo em vista o aumento do interesse pelas atividades ao ar livre e a crescente
preocupação com o meio ambiente, analisamos o trekking de regularidade como sendo
uma modalidade esportiva que existe um vasto espaço para crescimento no Brasil e no
mundo. Assim, este trabalho teve como objetivo descrever a história do trekking de
regularidade na Grande Florianópolis, identificando sua origem, analisando o seu
desenvolvimento e descrevendo como está a sua prática nos dias atuais na Grande
Florianópolis. Esta pesquisa foi classificada como documental bibliográfica e descritiva de
campo. Os dados da pesquisa foram obtidos por meio de informações contidas em livros,
artigos de revistas, de jornais e de sites da internet, ranking geral das competições e
fotografias. Na pesquisa descritiva de campo foram realizadas entrevistas com exorganizadores de competições de trekking de regularidade na Grande Florianópolis. A
amostra foi composta por dois indivíduos do sexo masculino com 29 e 47 anos de idade,
ex-organizadores de competições de trekking de regularidade na Grande Florianópolis.
Os dados foram organizados em ordem cronológica, apresentados na forma descritiva e
através de gráficos. Com as informações obtidas, constatamos que o trekking de
regularidade na Grande Florianópolis teve origem em 2000 sendo a primeira competição
realizada na praia do Campeche, localizada no Sul da Ilha de Florianópolis, que contou
com o auxílio técnico de uma equipe vinda de São Paulo. O Trekking de Regularidade na
Grande Florianópolis ocorreu somente no ano de 2000 com três provas individuais, onde
no ano de 2001 e 2002 foi criada, pelo mesmo organizador, a Copa Florianópolis de
Trekking de Regularidade que nos anos de 2003 e 2004 passou a ser chamada de Copa
Catarinense de Rally a Pé. Com relação ao desenvolvimento desta modalidade na região
verificou-se um início bom, com um grande número de equipes participantes, ficando
estável nos anos seguintes e no último ano diminuindo. Devido às dificuldades de
conseguir patrocínio para as provas e de pessoas aptas para organizarem as
competições, no ano de 2004 ocorreu a última competição de trekking de regularidade na
Grande Florianópolis, não havendo atualmente nenhuma competição.
71
ARTIGO PREMIADO
A EDUCAÇÃO PELA AVENTURA:
DESMISTIFICANDO SENSAÇÕES E EMOÇÕES
A EDUCAÇÃO PELA AVENTURA
THE EDUCATION FOR ADVENTURE:
DECODE SENSATION AND EMOTION
72
A EDUCAÇÃO PELA AVENTURA:
DESMISTIFICANDO SENSAÇÕES E EMOÇÕES
A EDUCAÇÃO PELA AVENTURA
THE EDUCATION FOR ADVENTURE:
DECODE SENSATION AND EMOTION
Aercio Rossi Cardoso – ESFA
Andreia Silva – ESFA
Gisele Rosa Felipe – ESFA
Gisele Rosa Felipe
Rua Bernardino Monteiro, 942, Bairro Dois Pinheiros
Santa Teresa, Es
Cep: 29.650-000
[email protected]
73
RESUMO
Atualmente, verifica-se uma crescente valorização do turismo na natureza, e da prática das
Atividades Físicas de Aventura na Natureza – AFAN, por pessoas à procura de melhor qualidade
de vida e pelo fortalecimento de uma ética ambiental. Diante disso, buscamos analisar e refletir
sobre as sensações, emoções e possibilidades educativas das AFAN dos praticantes de
excursionismo da ESFA (Escola Superior São Francisco de Assis). A pesquisa caracterizou-se
como qualitativa e o instrumento de verificação utilizado foi a entrevista e a observação
participante. A amostra foi composta por 10 praticantes do grupo de excursionismo da ESFA. Os
dados permitiram-nos concluir que as AFAN propiciam a seus praticantes a vivência de sensações
e emoções que auxiliam na formação do cidadão integral e ativo da sociedade, através das
possibilidades educativas inseridas em seu contexto.
Palavras-chave: Educação Física – AFAN – Sensações
74
ABSTRACT
Currently, an increasing valuation of the tourism in the nature, and of the practical one of the
Physical Activities of Adventure in Nature - AFAN is verified, for people to the search of better
quality of life and for the fortalecimento of ambient ethics. Ahead of this, we search to analyze and
to reflect on the sensations, emotions and educative possibilities of the AFAN of the practitioners of
hiking of the ESFA (Superior School San Francisco de Assis). The research was characterized as
qualitative and the used instrument of verification was the interview and the participant comment.
The sample was composed for 10 practitioners of the group of hiking of the ESFA. The data had
allowed to conclude them that the AFAN propitiate its practitioners the experience of sensations
and emotions that assist in the formation of the integral and active citizen of the society, through
the inserted educative possibilities in its context.
Keywords: Physical Education - AFAN - Sensations
75
INTRODUÇÃO
Atualmente, verifica-se uma crescente valorização do turismo na natureza, por pessoas à
procura de melhor qualidade de vida e pelo fortalecimento de uma ética ambiental 1 (KINKER,
2002).
A popularidade do turismo na natureza evidencia-se, pelo crescente número de estudos,
revistas sobre o assunto, agências especializadas em vender viagens a locais preservados e
reportagens televisivas (KINKER, 2002). Devido a essa produção, crescem igualmente as
discordâncias quanto a conceitos e denominações de turismo na natureza, turismo de aventura,
ecoturismo ou turismo ecológico. Dentre os autores que se debruçam sobre essa temática
destacamos Kinker (2002) e Fennel (2002), para os quais o turismo na natureza é entendido como
aquele que faz uso de recursos naturais relativamente bem preservados, como por exemplo,
paisagens, águas, vegetação e vida silvestre. Fazem parte desse segmento o turismo de pesca, os
safáris de caça, os safáris fotográficos, o ecoturismo, o turismo de aventura, etc.
O ecoturismo é um tipo de turismo na natureza que abrange em sua conceituação a
experiência educacional interpretativa, a valorização das culturas tradicionais locais, a promoção da
conservação da natureza e do desenvolvimento sustentável (KINKER, 2002).
O turismo de aventura define-se, segundo Fennel (2002), como uma atividade de lazer ao ar
livre que ocorre em um local de destino não usual, exótico, remoto ou de vida selvagem; envolve
algum meio de transporte não convencional, e tende a ser associado a níveis baixos ou elevados de
atividades.
As atividades realizadas nestas viagens à natureza também recebem inúmeras nomenclaturas,
tais como: atividades ao ar livre, atividades de lazer na natureza, esportes ao ar livre, esportes
radicais, esportes alternativos, entre outros. Para o desenvolvimento do trabalho, optamos pela
1
Ética Ambiental é aqui entendida, conforme contribuições de Hidejal N. Santos Jr., engenheiro de
Meio Ambiente da HTO Consultoria Produtos e Serviços Ltda (http://www.saude.inf.br/etica.htm),
como uma nova relação de consciência entre o homem e a natureza: o ser humano faz parte da
natureza e não é o seu dono, não a tem para servi-lo, mas para que ele sobreviva em harmonia com
os demais seres. Nesta nova concepção o homem passa a se preocupar com suas ações e como
conseqüência passa a praticar ações coerentes com a natureza.
76
utilização da terminologia do espanhol Javier Oliveira Betrán (2003), por melhor abranger e definir
o significado das mesmas: Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFAN).
As visitações na natureza, que expressam pelas manifestações do corpo (através das AFAN),
possuem influências que permeiam desde a questão ambiental, até questões pessoais, como a fuga
da rotina e descanso. De acordo com a atitude 2 do indivíduo, estas visitações podem ter um caráter
de gratuidade – fazer em si, sem objetivos concretos – ou utilitário – fazer para, com alguma
finalidade, mesmo que preservacionista (BRUHNS, 1997). As experiências íntimas do corpo com a
natureza, representam uma forma de comunicação, um diálogo entre o homem e o mundo natural.
Diálogo este, crítico ou não, dependendo da relação do homem com sua corporeidade 3 expressa no
movimento humano, os quais sofrem influências diretas de sua cultura e valores (BRUHNS, 1997).
Buscando um melhor entendimento sobre essas experiências, devemos atentar primeiramente,
que o homem é um ser bio-psico-social, equipado para registrar uma grande variedade de estímulos.
Porém, a cultura e o ambiente estimulam-nos a enfatizar alguns sentidos (como a visão) em
detrimento dos outros (como o olfato e o tato). É comum a assimilação que se faz da natureza à
paisagem, o que impede, nas visitações à natureza, um maior aproveitamento das sensações que esta
pode proporcionar ao homem (SERRANO, 1997).
Assim poderíamos afirmar que as AFAN podem propiciar uma riqueza de estímulos que
facilita um maior desenvolvimento dos mecanismos perceptivos, de decisão e execução, através da
exploração desta percepção, que se torna mais aguçada no contato do homem com a natureza,
despertando o que poderíamos chamar de espírito aventureiro.
Essas várias AFAN, porém, muitas vezes são praticadas de forma irrefletida, não sendo
discutidas, e refugiando-se sob a adjetivação do ecológico, ou seja, a prática por si só torna-se
insuficiente, pois não está comprometida com nenhum vínculo educativo e nem se preocupa em
valorizar e difundir a diversidade cultural e biológica da região (BRUHNS, 1998).
2
No entendimento de BARROS E DINES (2000), atitude é uma disposição para um certo comportamento, em função
das circunstâncias, de maneira que prevê nossa vontade de agir a favor ou contra determinados assuntos.
3
Corporeidade, de acordo com Maria Augusta Salim Gonçalves (1997), é a forma do homem ser-no-mundo e ao
mesmo tempo, vivenciar-se na intimidade do Eu.
77
Em se tratando das possibilidades educativas das AFAN, nos amparamos em Milles (1990)
apud Uvinha (2004) o qual ressalta que as AFAN vem sendo trabalhadas e utilizadas em diversos
países, sob a denominação de educação pela aventura, a qual segundo o autor pode não contribuir
diretamente para o determinismo do mercado de trabalho, mas contribui indiretamente para que as
pessoas aprendam compromisso, sucesso, fracasso, dentre outras coisas.
As visitações na natureza e a prática de AFAN possibilitam, portanto, o desenvolvimento de
processos educativos relacionadas também as questões ambientais, uma vez que, contribuem para
uma mudança na visão do homem sobre o ambiente natural, fazendo com que este perceba a
importância e o significado da natureza. (UVINHA, 2004).
O caráter educacional das AFAN pode ser explorado pela Educação Física como nova
possibilidade pedagógica, uma vez que carrega em si um leque de oportunidades muito amplo, tanto
na formação do indivíduo em si, como sua relação com o meio ambiente. No entanto, vários são os
fatores que dificultam essa apropriação no dia a dia do planejamento escolar do professor de
Educação Física, dentre elas: a falta de apoio da própria escola, o desconhecimento do educador
físico quanto às possibilidades educacionais dessas visitações ou a formação acadêmica deficitária,
dentre outros.
Podemos compreender, portanto, que várias são as possibilidades educacionais das visitações
na natureza através das AFAN, da mesma forma que existem vários fatores limitantes para sua
implementação de forma original e autêntica. Buscando compreender melhor as suas possibilidades
educacionais, a fim de gerar novos argumentos em sua defesa para uma utilização comprometida
com tais valores, tecemos como objetivo principal analisar e refletir sobre as sensações, emoções e
possibilidades educativas das Atividades Físicas de Aventura na Natureza (AFAN) do grupo de
excursionismo da ESFA.
Entre os objetivos específicos, investigar as sensações e emoções vividas pelos praticantes de
AFAN, tecer considerações sobre as possibilidades educativas das AFAN, verificar os motivos que
78
permeiam a assiduidade dos indivíduos na prática de AFAN e desenvolver uma reflexão sobre o
corpo e suas reais dimensões no contato com a natureza.
Este estudo justificou-se pelo nosso envolvimento com as AFAN, no decorrer da nossa vida
acadêmica, em disciplinas da grade curricular, nos eventos realizados pela ESFA, na participação
no grupo de estudo do NUAR 4 (Núcleo Universitário de Ar Livre) e nas viagens realizadas pelo
núcleo. Ainda, pelo crescimento das AFAN em nossa sociedade atual, pelas possibilidades que as
AFAN promovem em seus praticantes no que concerne ao desenvolvimento do homem integral,
pela possibilidade das AFAN serem um campo de atuação da Educação Física, pois envolvem as
relações do corpo em contato com a natureza, suas manifestações por meio dos sentimentos, das
ações e dos movimentos (BRUHNS, 1997).
METODOLOGIA
O processo metodológico deste estudo desenvolveu-se a partir das contribuições de Minayo
(2002) e Gil (1996) no que se refere a adoção de técnicas e tipo de pesquisa. Tratou-se de uma
pesquisa de caráter qualitativo, por envolver questões relacionadas ao universo de significados,
motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes, que não podem ser reduzidos à operacionalização
de variáveis (MINAYO, 2002).
Num primeiro momento, realizamos uma revisão bibliográfica sobre a temática, a fim de
constituir um referencial teórico para as posteriores discussões, baseada em Bruhns (1997), Marinho
(2000), Kinker (2002), Fennel (2002), Uvinha (2004), Serrano (2000), Costa (2000), Mendonça &
Neiman (2003).
A modalidade de pesquisa utilizada foi exploratória com procedimento de estudo de caso, por
proporcionar um estudo profundo, amplo e detalhado de nossa temática. O estudo de caso é, ainda,
4
O NUAR reúne especialistas e apaixonados pelos esportes de aventura, colocando o Espírito Santo na rota dos pólos
brasileiros de atividades de aventura. Entre as atividades desenvolvidas estão o desenvolvimento de grupos de pesquisa
e organização de cursos abertos à comunidade em geral. Como forma de divulgar os esportes de ar livre, o NUAr
também participa de eventos com uma estrutura artificial de escalada, que sempre é uma das principais atrações dos
eventos em que é instalada.
79
o delineamento mais adequado para a investigação de um fenômeno contemporâneo, como é o caso
das AFAN (GIL, 1996).
A amostra constituiu-se dos praticantes das AFAN do grupo de excursionismo da ESFA, com
experiência mínima de 02 anos nestas atividades. No total, foram 10 indivíduos, sendo 06 do sexo
masculino e 04 de sexo feminino, com idade variada entre 20 e 40 anos. 08 dos entrevistados
cursam o Ensino Superior: 03 o curso de Educação Física e 05 o curso de Ciências Biológicas. 01 é
graduado e professor de Educação Física e 01 é mestre em Biologia, e professor da área.
A coleta de dados foi realizada, por meio de entrevistas semi-estruturadas, no período de 15 a
20 de agosto de 2005. Os materiais utilizados foram câmera filmadora, fitas VHS e fichas com
tópicos de questões relevantes. Em seguida, as entrevistas foram transcritas na íntegra.
A análise de dados utilizada foi a Análise de Conteúdo – Modalidade Temática. Proposta por
Trivinos (1987), esta modalidade de análise e tratamento de dados qualitativos busca a compreensão
de sentido que se dá na comunicação, e para tanto leva em extrema consideração o contexto
histórico social no qual o indivíduo e os fenômenos estudados se inserem, buscando uma junção
interpretativa entre as ciências sociais e a filosofia como forma de aprofundamento e entendimento
das forças que movem o homem em suas relações com o meio. Posteriormente, fizemos uma
articulação dos dados obtidos com o referencial bibliográfico do trabalho.
DISCUSSÃO TEÓRICA
Visando possibilitar uma maior reflexão sobre o tema abordado neste estudo, iniciaremos
uma discussão teórica com os autores que tratam desse assunto. Buscamos assim, através da
literatura disponível, levantar questões e informações a fim de culminar análises mais aprofundadas
no que remete a nossa temática. Essa discussão foi organizada na forma de tópicos que discutem
assuntos como o lazer e o turismo na natureza, as Atividades Físicas de Aventura na Natureza
(AFAN) e a relação destas com a Educação Física.
80
Lazer e Turismo na Natureza
O lazer, aqui entendido 5 como campo de experiências humanas privilegiadas junto aos
processos de constituição de subjetividades, oferece uma rica possibilidade de exercitar e
intensificar uma relação renovada consigo mesmo, com a cultura e com a alteridade, aí incluídos os
outros seres humanos e os demais seres e elementos do planeta. Atualmente, vem se constituindo
em um espaço de realizações humanas aos quais firmam-se em diversos aspectos, quer seja por seu
caráter lúdico, educacional ou mercadológico. Atualmente há uma multiplicidade de lazeres
esportivos de risco, que varia desde as práticas corporais em espaços rigorosamente controlados, até
os que se realizam em ambiente selvagem, na natureza. Isso parece dizer que uma pessoa escolhe
seus lazeres orientados pelos gostos, aptidão e competência para a ação, uma vez que o lazer é um
espaço deliberado de opção e realização pessoal, mas influenciado pelo mundo simbólico da
cultura, da sociedade em que se vive. Optar por uma atividade de lazer de risco em ambiente
selvagem, na natureza, nos remete a preferências singulares como o improviso em ação, a ousadia,
o desconforto, a atenção constante, o desfrute das surpresas, mas tudo isso com forte carga
significativa (COSTA, 2000).
A prática corporal na natureza foi uma ferramenta de grande importância para analisar este
corpo que se movimenta. Esse corpo que busca expressões, busca seu espaço de forma lúdica. E
uma das maneiras mais expressivas e lúdicas do corpo se apresentar, é através das atividades de
lazer. O lazer é uma prática na qual o corpo o sente estar vivendo de forma plena, na sua maneira
mais espontânea, mais libertadora de seu ser. O lazer na natureza precisa de olhares sensíveis no
tocante à preservação e aos sentimentos do corpo (SENA & BEZERRA, 2005).
Este lazer na natureza ocorre a partir das visitas à ambientes naturais, através do turismo na
natureza, movido pelo desejo contemporâneo de “retorno à natureza”. A busca pela natureza pode
ser entendida através de uma retrospectiva história. No passado, os seres humanos viviam em
contato íntimo com a natureza, o que, aparentemente, causavam-lhes bem-estar. Ao contrário do
5
Segundo as contribuições de Villaverde (2003).
81
que se acreditava, a preservação da natureza começou a ser valorizada após o período de
industrialização, quando a fauna e a flora foram praticamente dizimadas, e não em tempos remotos,
onde a capacidade transformadora do homem sobre o ambiente era muito limitada (MARINHO,
1999).
O homem primitivo passava pouco tempo fixado em certa localidade, quer seja pelo
esgotamento dos recursos naturais ou pela falta de vínculos afetivos com o local. Com o advento da
agricultura o homem pôde se fixar a terra, formando com a mesma, vínculos de sustento e
apreciação. A sistematização do deslocamento humano de um local para outro com o passar do
tempo (turismo), tornou-se uma das atividades econômicas mais importantes da atualidade, sendo
considerada uma ótima e, às vezes, única alternativa para o desenvolvimento local (KINKER,
2002). Além desse aspecto econômico, podemos ressaltar que a valorização do turismo na natureza
deve-se a fundamentos de um novo entendimento do meio ambiente, quebra da rotina e a própria
questão da preservação ambiental.
Durante as visitações na natureza, os indivíduos deparam-se com diversas oportunidades de praticar
atividades que se apresentam como espaços de reintegração entre os seres humanos e a natureza
(INÀCIO, et.al, 2005): as Atividades Físicas de Aventura na Natureza.
Atividades Físicas de Aventura na Natureza
São diversas as denominações que as práticas de aventura na natureza recebem, dentre as
quais optamos por adotar as AFAN (Atividades Físicas de Aventura na Natureza), terminologia
utilizada pelo espanhol Javier Oliveira Betrán, por melhor caracterizar as atividades no contexto no
qual estamos inseridos. Entretanto, no decorrer deste estudo, vieram ao nosso encontro novas
nomenclaturas, dentre elas, as Práticas Corporais de Aventura na Natureza (PA’s). Sua adoção é
justificada por possibilitar um entendimento mais ampliado das múltiplas dimensões humanas,
enquanto atividade física nos remete a uma compreensão restrita de humano, limitada a uma
concepção biologicista (INÀCIO, et.al, 2005). Entretanto, continuaremos a nos remeter a estas
82
práticas como AFAN, por compreendê-las em seu aspecto global, e entender que as atividades
físicas não se restringem apenas ao homem como um ser dotado de corpo físico, mas sim, como um
ser biopsicossocial.
De acordo com os estudos realizados por Betrán (2003), essas atividades em meio natural
iniciaram-se e propagaram-se em meados da década de 70 6 , especialmente nos países
economicamente mais avançados. Constituíram-se como uma nova realidade lúdica no universo das
práticas corporais, cujo enfoque é a vivência de aventura na natureza, emergindo como um conjunto
de práticas recreativas, as quais vieram culminar na década atual ao sabor dos novos hábitos, gostos
e valores da sociedade pós-industrial e pós-moderna.
No Brasil, estas atividades começaram a ganhar expressão a partir da década de 80, e
categorizadas de acordo com o ambiente nas quais são praticadas (terrestres, aéreas e aquáticas). Os
praticantes das AFAN lidam a todo instante com o risco, mesmo que controlado, com a vertigem,
com o medo, evocando sentimentos de aventura e emoção. Para uma faceta da sociedade, mais
tradicional, as experiências proporcionadas pelas AFAN são “coisas sem sentido”, muitas vezes por
estarem associadas à nomenclatura “radical”. Para outra parte da sociedade, o produto “aventura” é
cobiçado por uma demanda que, em certa parte, procura fugir de uma vida prefixada, assumindo
riscos, tendo senso de iniciativa, flexibilidade e rapidez de adaptação. São características e valores
que os praticantes procuram transferir para a vida cotidiana (UVINHA, 2004).
As AFAN apresentam-se como espaços de reintegração entre os seres humanos e a natureza.
Entretanto, como acontece com a maioria das atividades criadas no âmbito das sociedades
ocidentais modernas, acabam submetendo-se à lógica do mercado, e afastando-se da possibilidade
6
De acordo com alguns autores, o início das atividades de aventura na natureza deu-se antes da
década de 70. Entretanto, a literatura sobre o assunto é bastante restrita. Para maiores informações,
consultar www.scout.org - World Organization of the Scout Movement, www.escoteiros.org.br União dos Escoteiros do Brasil, www.nols.edu - National Outdoors Leadership School,
www.outwardbound.org - The Outward Bound, www.mountaineers.org - Northwest Outdoor
Recreation Club, www.ceb.org.br - Centro de Excursionistas Brasileiro.
83
de interesses voltados à cidadania e à emancipação humana e social (INÁCIO, et.al, 2005). Desse
modo, discutiremos no tópico seguinte as possibilidades da Educação Física em trabalhar as AFAN,
voltadas para seus ideais originais, respeitando suas nuances educacionais, de lazer e, até mesmo,
mercadológicas.
ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
Inicialmente, perguntamos aos nossos entrevistados, quais foram suas experiências com o
grupo de excursionismo da ESFA, para situarmo-nos no contexto vivido por cada um dos
respondentes, como clima, época, local e atividades propícias, das quais obtivemos as seguintes
respostas: 01 entrevistado participou das quatro excursões realizadas pela ESFA (Itatiaia 7 ,
Ibitipoca 8 , Biriricas 9 e Limo verde 10 ); 01 foi para Itatiaia, Ibitipoca e Limo Verde; 04 foram apenas
para Ibitipoca e 02 apenas para Limo Verde; 01participou das excursões para Limo Verde e
Ibitipoca, e mais 01 para Itatiaia e Ibitipoca.
Em seguida, inquirimos aos entrevistados de como foram estas experiências, deixando-os
livres para relatar o que quisessem: os aspectos físicos da viagem, algum acontecimento específico
ou as sensações vividas de uma forma geral, com o intuito de detectar, em apenas uma fala, o que
foi relevante para cada um, diante de uma experiência tão vasta. Obtivemos como resposta unânime
7
A visitação ao Parque Nacional de Itatiaia ocorreu no período de 17 à 21 de Julho, contando com
um grupo de 22 pessoas, dentre elas, acadêmicos do curso de Educação Física e Biologia da ESFA
e, professores da mesma Instituição. No decorrer da excursão, o grupo passou, respectivamente,
pela cidade de Itatiaia RJ, pela parte alta e baixa do parque e pela cidade de Penedo/RJ. Apesar do
mau-tempo, visitaram cachoeiras e o Pico das Prateleiras.
8
A excursão para o Parque Estadual de IBITIPOCA/MG, realizou-se com cerca de 30 pessoas (discentes e docentes)
dos cursos de Educação Física e Biologia (08 à 12/12/2004). A visitação contou com passeios monitorados pelos
coordenadores do NUAr e NUMAMB aos principais locais do Parque, além da visitação a Conceição de Ibitipoca,
povoado localizado a 4 Km do Parque.
9
Na visita a Biriricas – Domingos Martins/ES, em específico ao Camping Rio da Montanha (11 à 12/12/2004), onde
além do Acampamento e das trilhas, houve também a vivência em Rafting no rio Jucu. A excursão contou com cerca de
13 pessoas (discentes e docentes). Além de tais atividades ocorreu também a visitação a cidade de Domingos Martins.
10
A expedição para Limo Verde (Caparaó) no período de 21 a 24 de Abril de 2005, contou com 18
participantes, os quais ficaram alojados na Pousada Limo Verde onde fizeram vivência de rapel,
conheceram trilhas da região dentre outras atividades.
84
terem sido experiências muito boas, tanto pelo contato com a natureza , quanto pela aproximação
do grupo.
Diante desta questão, pudemos constatar que as pessoas sentem dificuldades em relatar como
foram suas experiências, por isso resumem-se a dizer que foi muito boa, legal e proveitosa, e em
citar as atividades das quais participaram durante a viagem. Falar das atividades, descrever todo o
percurso físico realizado, não é problema para os excursionistas e para os praticantes de AFAN, da
ESFA e do mundo inteiro, como podemos observar nos relatos de montanhistas, mergulhadores e
iatistas renomados a nível mundial 11 . O difícil é expressar as vivências, no que diz respeito a
sensações e emoções. Isso vem ao encontro do pensamento de MacFarlane (2003), de que descrever
algo que não se assemelha a qualquer coisa que se vive diariamente é o problema enfrentado pelos
adeptos de atividades de aventura, pois não há vocabulário que expresse tais experiências.
Buscamos analisar a importância do grupo nestas excursões, o qual esteve pautado nas
interações de companheirismo e integração, valendo-nos das considerações de Mendonça &
Neiman (2003), as quais afirmam que esta importância confiada ao grupo acontece porque, durante
o contato com a natureza, os seres humanos tornam-se mais sensíveis e autoperceptíveis. A
percepção de que todos nós, seres humanos, somos antes de tudo habitantes de um mesmo planeta,
com uma única identidade terrena, é essencial para o processo de construção individual do que
chamamos de cidadania. O convívio de um grupo visitando a natureza leva o indivíduo a pensar
coletivamente e individualmente, mas sendo parte de um todo comum. Esta interação do grupo
durante as visitações na natureza acabam por serem retomadas na volta ao cotidiano, onde o
indivíduo percebe o valor da cooperação e do companheirismo, outrora vivido e tão bem aceito em
meio natural.
Os entrevistados ressaltam o companheirismo como aspecto enriquecedor das relações
construídas durante as excursões, através de falas respaldadas por Villaverde (2003), que enfatiza o
11
C.F. :NICHOLS, Peter. Uma viagem para loucos: a eletrizante história da primeira regata solo
ao redor do mundo. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.
C.F.: CHOWDHURY, Bernie.O último mergulho. Rio de Janeiro:Record,2001.
C.F.: KRAKAUER, Jon. No ar rarefeito. São Paulo: Companhia das Letras,1997.
85
poder das AFAN, praticadas durante visitações à natureza, de ampliar as relações entre os sujeitos,
que de parceiros nas práticas tornam-se amigos na vida. São ações coletivas momentâneas, que
favorecem o estabelecimento da superação de obstáculos e de medos, que resultam em uma
interação derradeira e contínua, já que as AFAN são, na sua grande maioria, realizadas em grupos,
sendo este um passo importante para perceber e valorizar o esforço e a contribuição de todos na
organização e fruição destas práticas. Assim, a ação coletiva na realização das AFAN também é
uma forma de se pensar ações mais solidárias no cotidiano (INÁCIO, et.al, 2005).
No questionamento seguinte, “qual é o tipo de sensação sentida na prática das AFAN”, nossa
intenção foi instigar os entrevistados a olharem para dentro de si mesmos, buscando reviver as
sensações sentidas e aguçando a procura por explicações de sentimentos tão indefinidos. As
respostas obtidas vieram ratificar a dificuldade dos praticantes em expressar as sensações e emoções
presentes nestas atividades. Citam-se o “prazer”, “uma sensação boa, de liberdade”, a ”adrenalina”,
a “superação”. Mas explicar em que se baseia este prazer, ou o que seria esta sensação de bem-estar
não é possível, ao menos verbalmente, para os entrevistados.
Retomando as discussões inicialmente realizadas no primeiro questionamento, podemos
inferir que o respondente fala de uma sensação que sente e que sabe que vai sentir, mas não
consegue descrevê-la. Buscando novamente, analisar essa dificuldade, trazemos Costa (2000) a qual
em seus estudos sobre praticantes de montanhismo detectou que nessas práticas o grupo passa a
lidar com a profundidade, com a vertigem, com a altura, com a variação das condições ambientais,
o que exige uma produção de pensamento complexo por parte do praticante, nos aspectos sensorial,
afetivo, técnico e espiritual mas que, ao ser canalizado para a fala, torna-se restrito, ou seja, o
indivíduo não consegue expressá-lo. A face expressa uma sensação de agonia, por saber o que foi
vivido (e muitas vezes reviver certas sensações), mas de não encontrar palavras para descrevê-las.
Estas são, em geral, incomunicáveis àqueles que não as vivenciaram. Tais considerações podem ser
igualmente levadas em consideração quando analisamos os praticantes da AFAN da ESFA, que
86
gesticulam, esboçam algumas falas durante as entrevistas, mas acabam por vencidos pela falta de
arranjo verbal.
Um dos entrevistados pauta a questão da diversidade de sensações, emoções e visões durante as visitas à natureza. Por trabalhar com
Educação Ambiental (trilha interpretativa) em um local fixo, percorre uma mesma trilha várias vezes por mês, mas garante que o ambiente
proporciona uma visão diferenciada a cada percurso, se o indivíduo estiver disposto a perceber a re-significação permitida pela natureza. A visão
de nosso entrevistado pode ser referenciada em Neiman (2002) , quando esta diz que, quem já teve a oportunidade de caminhar por uma mesma
trilha diversas vezes, percebe que, a cada vez, há coisas diferentes a serem vistas e pensadas. A situação nunca se repete, levando o indivíduo a
refletir sobre a constante transformação de tudo, e a tomar consciência de si mesmo. Entretanto, esta conscientização de si mesmo e em relação
ao ambiente não é regra que cabe a todos, mas algo que depende da sua atitude, influenciada pela formação do indivíduo, do ambiente em que se
situa e importância que reserva ao meio natural. Desse modo, a mudança de atitude só ocorrerá a partir da criação de vínculos entre ser humano
e natureza (BARROS & DINES, 2000).
Ao serem questionados sobre “o que buscam ao praticar estas atividades”, as respostas inter-relacionam-se com as da questão anterior,
já que a busca é pelas sensações e emoções citadas anteriormente. Na realidade, este questionamento veio com o objetivo de arredondar e ratificar
os anteriores: se as experiências forma boas, certamente as pessoas encontraram o que procuravam, coincidindo as respostas. Três dos
entrevistados dizem buscar o conhecimento e, um deles, conhecer para tirar proveito disso, ou seja, trabalhar no ambiente que lhe faz bem. Entre
as respostas, encontramos ainda a “busca por estas vivências” e “busca pelo lazer”, o que nos leva a refletir o significado desta palavra, no que
diz respeito à “fazer por fazer”, para sentir-se bem. Estas respostas refletem a idéia de Bruhns (1997) sobre as visitações, quando as classifica
como ‘gratuita’ ou ‘utilitária’. Alguns excursionistas visitam a natureza com algum intuito, quer seja ele o de obter conhecimento, parceria de
trabalho ou descanso. Os praticantes do utilitarismo contemplam a maioria dos visitantes que, geralmente, nem se dão conta de que fazem parte
deste grupo. Apenas uma pequena parte dos visitantes da natureza realizam a visita gratuita, onde a realização prazerosa dá-se a partir de algo
que tem valor em si e não para outro fim. Maurice Herzog, alpinista que participou da expedição ao Annapurna, diz em seu livro 12 que “esse
relato é mais do que uma história de aventura. É um testemunho. Aquilo que não tem sentido, às vezes tem uma significação. Essa é a única
justificativa de um ato gratuito” (2001, p.17).
Ao dizer que buscam ‘fuga da rotina’, ‘paz interior’, ‘encontro com meu eu’, os entrevistados realizam a gratuidade na natureza,
caracterizada simplesmente pelo prazer proporcionado pelo meio natural, e não com fins educacionais ou lucrativos. Sobre a busca abstrata por
estas sensações, Sena & Bezerra (2004) pontuam que estar na natureza significa um reencontro em direção a si mesmo, ao seu interior,
permeados por momentos de prazer, liberdade, integração e vida, por pessoas que fogem do insensível mundo das relações urbanas, não só pelos
diferentes espaços e formas, mas pelas sensações que cada um transmite.
Quando o convívio com a natureza ocorre desde muito cedo é perceptível o tom de
familiaridade na fala dos entrevistados que convivem com a natureza desde a infância, e a
preocupação em mantê-la preservada, não apenas para usufruto próprio, mas por senti-la como parte
de si mesmo. Isto pode ser pautado na explicação de Libâneo (2005), quando este apresenta a
corrente interacionista, na qual o ser humano se desenvolve tanto biológica como psiquicamente na
12
Annapurna: o primeiro cume de mais de 8 mil metros conquistado pelo homem / Maurice Herzog; tradução Rosa
Freire d’Aguiar. São Paulo: Companhia das Letras, 2001.
87
interação com o ambiente, implicando a interação entre o sujeito e o meio. Sendo este ‘meio’ o
‘meio natural’, o convívio desde a infância favorece a interação entre o indivíduo e a natureza.
Em seguida, o argumento baseava-se na existência ou não de um caráter educativo das
AFAN, que recebeu como resposta unânime “sim”. Diante do sim, instigamos os entrevistados a
identificarem este caráter educativo, onde 06 citaram apenas as oportunidades de se trabalhar a
preservação ambiental. 02, além desta educação ambiental, colocaram ainda a importância e
possibilidades das mesmas como atividade física e conhecimento do próprio corpo. A respondente
resume nessa fala a possibilidade da Educação Física trabalhar apenas o corpo físico nestas
atividades. Entretanto, concordamos com Mendonça & Neiman (2003), quando dizem que a
Educação Física, ao conceber que o ser humano é constituído, além de esqueleto, músculos e
sistema vascular, se sentidos e sentimentos, poderá trabalhar e estimular, nas visitações à natureza, a
autoconfiança no próprio corpo, desenvolver a capacidade de manifestar afeto ao outro, através do
toque, do abraço ou da simples preocupação com o que lhe possa acontecer durante as atividades.
Esta aprendizagem por intermédio do lúdico pode ser mais marcante, por ser social e natural,
do que as tradicionais tentativas sisudas de transmitir conhecimento (MENDONÇA & NEIMAN,
2003). Podemos encontrar nas AFAN as possibilidades de manifestação dos três tipos de práticas
educativas identificadas por Libâneo (2005): a educação informal, não-formal e formal 13 ou, como
acontece constantemente, a interpenetração destas três modalidades. A partir destas contribuições 14 ,
podemos considerar a aprendizagem por intermédio do lúdico como um meio de educação informal.
13
Educação informal – ações e influências exercidas pelo meio, pelo ambiente sociocultural, e que se desenvolve por
meio das relações dos indivíduos e grupos com o ambiente humano, social, ecológico, físico e cultural, das quais
resultam conhecimentos, experiências, mas não-intecionais e não-organizadas.
Educação não-formal – realizada em instituições educativas fora dos marcos institucionais, mas com certo grau de
sistematização e estruturação.
Educação formal – compreende instâncias de formação, escolares ou não, onde há objetivos educativos explícitos e
uma ação intencional institucionalizada, estruturada, sistemática (LIBÂNEO, 2005).
14
Optamos neste estudo por adotar LIBÂNEO (2005) como referência. No entanto, as definições de educação formal,
informal e não-formal sofrem pequenas diferenciações de autor para autor. Uma outra interessante definição foi a
proposta pelo autor Jacques Delors, adotada pela UNESCO e pode ser conferida em: DELORS, Jacques. Educação –
um tesouro a descobrir – relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre educação para o século XXI. 8ª
ed. São Paulo: Cortez, Brasília, DF: MEC: UNESCO, 2003.
88
Sabemos que, quase todo indivíduo, após uma visita à natureza, volta transformado, com
algum aprendizado a mais. Mesmo que não haja uma atividade explícita, com métodos de ensino e
aprendizagem, o simples fato de relacionar-se com a natureza amplia o campo de visão dos
visitantes, no que concerne a tornar-se um indivíduo mais íntegro e completo. Vale ratificar,
entretanto, que essas mudanças vão depender da predisposição a certos tipos de comportamento, da
formação, do vínculo com o meio, ou seja, da atitude do indivíduo.
A Educação Ambiental (EA), também citada por nossos entrevistados, pode ser trabalhada
durante a prática das AFAN, já que, diante da gravidade dos problemas ambientais, foi inserida
como tema transversal no currículo escolar, de acordo com o PCN, a partir de 1996 (MENDONÇA
& NEIMAN, 2003). Esta EA deve ser compreendida e trabalhada na amplitude que seu termo
contempla, ou seja, não apenas no sentido da preservação ambiental, de não ‘gastar’ ou prejudicar a
natureza. Deve desenvolver nos indivíduos a compreensão da interação homem-natureza, a
conscientização ambiental, capaz de gerar mudanças de atitudes e sentimentos, que resultem em
posturas mais afetivas, solidárias e cooperativas entre as pessoas e destas com a natureza
(BARROS, 2000 E BRUHNS, 1997).
Os indivíduos não percebem os valores e as possibilidades educativas intrínsecas das AFAN,
prendendo-se ao que pode, externamente, ser trabalhado. A respondente 01 pautou bem esta
questão, respondendo o seguinte: “depende de como é trabalhado”, deixando a idéia de uma
atividade livre, sem obrigações educativas mas que, pôr si só, acabam revelando algum valor.
Nestas oportunidades, as experiências podem ser fascinantes, pois muitas vezes a aprendizagem se
dá “nas entrelinhas” das atividades promovidas, e não exatamente no conteúdo que se desejava
transmitir.
Posteriormente, os entrevistados foram inquiridos sobre o motivo pelo qual começaram a
praticar as AFAN, com o intuito de criar uma ponte de ligação e comparação com o questionamento
que viria a seguir (o que motiva a continuar praticando). Dos respondentes, 08 apontaram a
curiosidade como motivo principal, sendo que a faculdade foi a responsável pelas primeiras
89
atividades nesta área. 02 foram estimulados a ter este contato com a natureza desde a infância, e 03
indivíduos citaram, ainda, o fato de sentirem-se bem nestes locais. Esta curiosidade origina-se do
grande espaço que a mídia brasileira tem reservado para as AFAN, relevando os benefícios das
mesmas, e estimulando a participação de pessoas comuns, através da exploração da imagem dos
ídolos, que aparecem em programas de TV, praticando atividades de aventura em locais exóticos
(UVINHA, 2004). Além disso, o fato da ESFA ter como diferencial as atividades de aventura, na
grade curricular do curso de Educação Física, nas atividades extraclasse e eventos realizados 15 ,
despertou em nossos entrevistados a curiosidade e oportunizou, para muitos, o primeiro contato
com a aventura na natureza.
A curiosidade pelo novo, pelo inesperado, pelo risco e pelo incerto, embutidos no imaginário
humano, desperta no homem o sentido do espírito aventureiro (COSTA, 2001). Podemos dizer que
a curiosidade nasce com os indivíduos, e é desenvolvida, em maior ou menor grau entre eles. Em
Montanhas da Mente 16 , MacFarlane cita a tentativa da geologia do século XVIII em encontrar um
motivo e uma desculpa para a exploração das montanhas: “uma sensação de curiosidade
absolutamente natural, induz viajantes de todas as partes, pelo prazer que lhes proporciona a visão
de cenários desconhecidos”. É exatamente este cenário desconhecido e as sensações diferenciadas
que levam os indivíduos a buscarem a natureza para a prática das AFAN. A partir desta busca, o
estar na natureza significa estar em contato com seu eu, fazer uma viagem para dentro de si , criar
situações de extremas emoções e risco, através do imaginário (BRUHNS, 1998), resultando em
prazer e bem-estar.
Este prazer e bem-estar proporcionados pela natureza, foram os motivos que levam os
indivíduos a continuar praticando estas atividades, apontados por todos os entrevistados. E 06 dos
respondentes ainda pontuaram o interesse que possuem na área, e o desejo que tem de transformar
este prazer em trabalho.
15
Além das excursões organizadas pelo NUAr, a ESFA ainda realiza eventos , tais como Acampaesfa, Escola Viva,
Bienal do Conhecimento, cursos, onde as AFAN destacam-se na programação. As paredes artificiais de rapel e escalada
da ESFA estão presentes, também, em eventos fora da faculdade, como forma de divulgação da mesma.
16
Montanhas da Mente: História de um fascínio/ Robert MacFarlane e tradução de José Roberto, O`Shea.- Rio de
Janeiro : Objetiva,2005.
90
A natureza como companheira de trabalho abre um leque de possibilidades aos interessados,
nas mais diversas áreas de atuação. A educação ambiental, prevista como tema transversal na
educação básica (PCN), é um trabalho impossível de ser concebido exclusivamente em sala de aula,
sem que o aluno tenha oportunidade de vivenciar sus próprias experiências, questionar-se sobre as
coisas e buscar as respostas a estas mesmas questões, no contato direto com o meio (FERREIRA &
COUTINHO, 2000). E a educação pela aventura, proposta por Uvinha (2004) e Costa (2000), além
de trabalhar a preservação ambiental, desenvolve ainda características tais como dedicação,
cooperação, tolerância ao sucesso e ao fracasso, dentre outras, extremamente valiosas no mercado
de trabalho atual.
Finalizando o rol de perguntas, questionamos aos entrevistados qual a relação do corpo com a
natureza, como o corpo reage diante da mesma. Esta questão foi elaborada pensado o corpo, não
apenas em seu aspecto físico, mas também psicológico, emocional, social e cultural. Portanto
procuramos, através dela, detectar a relação homem-natureza. Cada um o seu modo, citou a
realização, a sensação de bem-estar e prazer em contato com a natureza, já mencionados nos
questionamentos anteriores. 02 citaram ainda a superação de seus próprios limites e medos. O
entrevistado 02 traduz esta superação, quando relata sua experiência em uma das cavernas visitadas,
durante a estada em Ibitipoca, MG, em que sentiu muito medo, mas a curiosidade de saber o que
havia lá dentro o fez superá-lo.
Diante da oferta de desafios a serem superados, o indivíduo manifesta um sentimento de
fortalecimento da autoconfiança. Ultrapassar o inesperado gera crescimento. Netas situações, o
medo torna-se apenas um detalhe a ser vencido, diante do prazer da realização. E, sem se dar conta,
o indivíduo supera o que, até então, era uma limitação para si mesmo. Somos então, levados a
refletir sobre a idéia de que o risco é um companheiro do cotidiano, e que precisamos conhecê-lo,
calculá-lo, controlá-lo. Estas situações de superação durante a prática de aventura na natureza
refletem no cotidiano dos indivíduos.
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Se o homem é capaz de enfrentar obstáculos, tais como as intempéries da natureza,
certamente enfrentará os obstáculos impostos pelo mundo real (COSTA, 2000). Esta transmissão de
superação, das situações na natureza para a realidade, são pontuadas com grande valor pelos
entrevistados.
Isso acontece porque esta superação de limites e medos são características
extremamente visadas no mundo moderno, onde o homem audaz é supervalorizado no mercado, no
qual todos desejam inserir-se.
Além do bem-estar e do prazer, 05 respondentes pontuaram o respeito para com a natureza,
numa relação de igualdade. A partir das contribuições de Sena & Bezerra (2004), podemos
verificar que a relação do homem com a natureza dá-se num processo que, de forma geral, ocorre
em três fases: inicialmente, o homem tem a natureza como adversária, procurando vencê-la e
conquistá-la. Após um período de experiência, o ator passa a ver a natureza não como adversária,
mas como aliada para suas conquistas e superações pessoais, caminhando, dessa forma, ao lado
dela. Observamos que os excursionistas da ESFA encontram-se nos estágios dois e três da relação
homem-natureza, alguns encarando-a como parceira para as atividades e, outros, já sentindo-se
parte da mesma. A relação de parceria com a natureza implica uma necessidade de conservação
ambiental, já que, para praticar atividades e visitar a natureza, é indispensável que esta se encontre
preservada. Os entrevistados destacam a todo tempo, durante as entrevistas, essa importância de
conservação da natureza para uso próprio. Esta é uma situação similar ao que acontece no cotidiano
dos homens, movidos pelo ideal capitalista, de fazer para receber em troca.
Apesar da relação de amor, gratidão e solidariedade entre os entrevistados e a natureza, suas
falas reproduzem o discurso de um tratamento menos degradador para com o ambiente, almejando a
preservação de recursos e cenários naturais para nossos usos e fruições. É o retrato da ‘atitude
preservacionista utilitária’ (BRUHNS, 1997).
Esta relação do homem com a natureza pode também ser encarada sob outra ótica: a do
mundo não-humano e das novas reflexões sobre o mundo, apresentada por Mendonça & Neiman
(2003). Na visão do mundo não-humano, entrar em contato com a natureza significa esquecer,
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provisoriamente, os espaços modificados pelo homem. O corpo percorre caminhos e se expõe a
sensações diferentes do seu cotidiano. Na visão das novas reflexões sobre o mundo, visitar uma área
natural pode significar entrar em contato com um mundo essencialmente humano, mas capaz de
estimular percepções profundas sobre os diversos aspectos de nossa vida. O indivíduo desenvolve e
facilita o processo de autopercepção, amplia a noção de si mesmo, de uma forma consciente, ou
seja, sem sentir-se em outro mundo. Sob esta ótica, podemos dizer que nossos entrevistados, e a
maioria dos visitantes da natureza, encaram o meio natural como um mundo não-humano.
O contato do ser humano com a natureza favorece a percepção de si mesmo de maneira
clara e reforçada pelo exercício do corpo, que é nosso veículo para estar no mundo. O simples
fato de caminhar por locais imprevisíveis e cheios de obstáculos provoca uma percepção
consciente dos próprios movimentos e respiração. O meio natural resgata no homem a memória
de um tempo anterior ao das intervenções humanas. É uma sensação dualista de vertigem – uma
tontura provocada pelo retrocesso no tempo, e a sensação comum que muitas pessoas sentem,
por exemplo, quando se encontram no topo de uma montanha – geralmente sentida, mas
inexplicável para os visitantes e praticantes das atividades na natureza (MENDONÇA &
NEIMAN, 2003 e MACFARLANE, 2003).
As falas de nossos excursionistas condizem com as reflexões anteriormente expostas, no
que concerne à relação do corpo diante da natureza, da inexplicável e incontrolável sensação de
prazer, bem-estar e realização diante da natureza.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alcançar os objetivos com os quais nos comprometemos no decorrer deste estudo não foi
tarefa fácil, mas sim, um desafio a ser superado. Ao investigar sensações e emoções vividas pelos
praticantes de AFAN, nos deparamos com o primeiro obstáculo: a dificuldade de expressão.
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Embora os praticantes sintam emoções e sensações prazerosas, não conseguem explicá-las.
Entretanto, entendemos que o fato de não saber explicá-las não miniminiza a importância das
mesmas. Inclusive, muitas vezes, as pessoas preferem não expressar com palavras seus sentimentos,
exatamente para não correr o risco de desvalorizá-los.
As sensações sentidas durante as AFAN despertam em seus praticantes características de
compromisso, superação de limites, autoconfiança, companheirismo, tolerância ao sucesso e ao
fracasso, e são apontadas como sinônimo de prazer e bem-estar. Além disso, a transmissão das
características desenvolvidas nestas situações para a vida cotidiana são perceptíveis e reais para a
maioria dos indivíduos, e atribuem a elas um enorme valor.
A partir daí, encontramos embasamento para tecer as considerações sobre as possibilidades
educativas das AFAN. Entendemos que educação não significa simplesmente ler e escrever, ou
adquirir conhecimento institucionalizado e sistematizado. Educação é muito mais do que isso,
mistura-se com o ser, fazer e conviver, ou seja, o simples fato de viver mistura-se com a educação.
Desse modo, acreditamos que as características desenvolvidas pelas AFAN são de grande valia para
o desenvolvimento do homem como um ser integral, parte de uma sociedade, cada vez mais
exigente, em seus aspectos econômico, social, cultural e afetivo.
Pudemos observar, ainda, que o caráter educativo das AFAN dá-se, muitas vezes, nas
‘entrelinhas’ das atividades, ou seja, o aprendizado acontece de forma natural. Por isso, dizemos
que as AFAN proporcionam a educação informal, proposta por Libâneo (2005) e já esplanada no
decorrer deste estudo.
Confirmado o caráter educativo das AFAN, a Educação Física encontra aí campo fértil de
atuação. Estas atividades podem e devem ser trabalhadas nas aulas de Educação Física, tanto no
desenvolvimento de valências físicas, como a força e o equilíbrio, quanto características como
raciocínio e precisão. Além disso, incluir estas atividades nas aulas de Educação Física significa
sintonizar e inserir os alunos no contexto histórico-cultural da sociedade atual.
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As AFAN tem a possibilidade de apresentar- se como manifestação da Educação Física não
só como conteúdo pedagógico da instituição escolar, bem como uma forma moderna de lazer,
procurada, a cada dia, por um contingente maior de pessoas, desejosas pelo desligamento, mesmo
que temporário, do meio urbano, e pelo contato com a natureza. Os praticantes de AFAN procuram
estas atividades, movidos, inicialmente, pela curiosidade pelo novo e pela sede de descobrir as
indescritíveis sensações e emoções vividas por seus pioneiros. Após a primeira experiência, sua
prática torna-se um vício, ou melhor, a sensação de prazer e bem-estar tornam-se necessárias,
desejadas e imprescindíveis à vida dos indivíduos.
Em relação ao corpo na prática das AFAN, observamos também através das entrevistas, uma
forma promissora e diferenciada de se relacionar com o meio natural e consigo mesmo. Em uma
relação gratuita, em que somos levados a refletir sobre nossas relações, nossos limites e
potencialidades.
As Educações Físicas, que trabalha com o corpo e com os sentidos, deve fazer uso de
metodologias que promovam o aguçamento desses sentidos, por que aí podem ser encontradas as
respostas para o ser-natureza que está dentro do homem.
Entendemos por fim, que as AFAN constituem-se como forma promissoras de educação
informal, formal e não-formal, e que, refletir sobre as mesmas ultrapassa o sentido de modismo
estabelecido pela indústria de consumo. Assim, buscamos neste trabalho trazer contribuições
baseadas em situações reais para que os profissionais da área, além de entender um pouco mais
sobre as mesmas, possam refletir sobre suas práticas no ambiente escolar, culminando por fim, em
novas propostas que sejam comprometidas com a transformação social e a criação de uma nova
significação para estas atividades.
Esperamos que as reflexões deste estudo possam servir também à orientação das políticas
públicas escolar, de esporte e lazer, esclarecendo os valores de ludicidade, estética e preservação
ambiental na formação da humanidade, comprometida com a formação de indivíduos íntegros e
ativos na sociedade.
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