2 - Jornal Bombeiros de Portugal
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2 - Jornal Bombeiros de Portugal
Vitor Martins Resgate no poço VIANA DO CASTELO Págins 10 e 11 Páginas 28 e 29 LINDA-A-PASTORA Páginas 12 e 13 CABANAS DE VIRIATO Páginas 20 e 21 CANEÇAS Págins 14 e 15 Janeiro de 2014 E dição : 328 A no : XXXI 1,25€ D irector : R ui R ama da S ilva Tiago Carvalho Desejoso de voltar ao ativo Página 17 NOVAS SOLUÇÕES PARA NOVAS REALIDADES Página 18 OVAR Páginas 30 e 31 MAI aceita repto do presidente da LBP para reunião com comandantes Página 40 2 JANEIRO 2014 O caldo está entornado, mesmo que, aqui ou ali, mas sem grande sucesso, reconheça-se, procurem aplicar mezinhas que aplanem o natural e justificado desgosto e revolta dos bombeiros contra, como muitos apontam, a “fuga orientada” de informações do relatório preliminar sobre os incêndios florestais do Verão passado. Com base em tudo o que foi dito e escrito na comunicação social, é lícito questionarmo-nos sobre, caso não tivesse havido mortos, de quem seria a culpa? Ou, melhor, porque foram encontrados esses “culpados”, será que se vai ficar por aqui? O perigoso culto do mediatismo tem destas coisas, verdadeiros alçapões e armadilhas que alguns tentam montar mas que, no fundo, muitas vezes, acabam por denunciar os seus próprios autores e propósitos. Atribuir aos mortos a culpa do seu próprio desfecho tem a enorme “vantagem” de que não estarão cá para exercer o direito do contraditório. Teve, também, a particularidade de contribuir para o levantar da poeira suficiente que no final do último ano deu para perceber que as primeiras informações do relatório foram apresentadas com a mesma postura que um elefante adoptaria no interior de uma loja de vidros e porcelanas. Produziram-se muitos cacos e danos e a memória dos mortos, antes tão enaltecida, afinal, parecia que agora era para denegrir e enlamear. Até podemos admitir que a intenção não fosse essa, como alguns vieram à pressa a terreiro dizer, mas a realidade, o resultado inexorável e incontornável foi esse. O nosso companheiro, presidente do fogo, em especial em situações extremas”, continuemos em “cuidar o equipamento dos bombeiros, não se poupando no seu preço, na sua qualidade ou na exigência das suas especificações” e ainda, “melhorar as condições de prestação de socorro aos bombeiros em situações críticas”. Serão temas novos? Acho que não. São recorrentes. Mas, estes e os anteriores, tendo sido enunciados ao longo dos anos, uns com mais ênfase que outros, não conseguiram até agora, pelos vistos, ganhar o devido relevo. Pese embora, o especial esforço dos próprios bombeiros nesse sentido. A formação, como sabemos, nunca é um domínio fechado nem acabado. Todos o sabemos e isso tem sido uma realidade palpável. É necessário evoluir e, como prova a sua história, os bombeiros têm sido os primeiros nessa aposta. Há anos, quem falava em desencarceramento, em intervenção em grande ângulo, em verdadeiro pré-hospitalar, em intervenção cinotécnica, em intervenção em estruturas colapsadas? Foram os bombeiros e as suas estruturas que descobriram estas e outras disciplinas e defenderam a formação nesses domínios. Nessa altura, aliás, havia até quem achasse que apenas se tratava de bizarrias ou modernices e que os bombeiros andavam sempre a inventar coisas para gastar mais dinheiro. Será mentira aquilo que afirmo? Ou, quem o disse, já se esqueceu? Por isso, não se diga que os bombeiros não têm formação por que não é sério nem justo. Não só têm como querem sempre mais. E, isso, provam-no dia a dia como, aliás, por exemplo, é o caso recente do seminário sobre socorro em parques eólicos promovido pela Liga e pela Juvebombeiro. Será bom é que outros se lembrem disso. Sobre os equipamentos, já muito se disse. As evidências do passado recente só confirmaram tragicamente a realidade de que os bombeiros muito têm apontado. Todas as apostas que agora estão em curso para colmatar as principais necessidades e inverter as inexistências de outras já não irão resolver os problemas passados mas irão, por certo, evitar muitos outros futuros. Melhorar as condições de prestação de socorro aos bombeiros em situações críticas é um domínio em que os bombeiros, a meu ver, por excesso de generosidade, não têm sido mais reivindicativos. Quem de direito, ao ler esta recomendação só não poderá ficar indiferente, e o futuro demonstrará isso ou não. Aliás, por maioria de razão, esse tema deveria ter merecido substituir, isso sim, as parangonas ciosas de “crucificar” os bombeiros falecidos. No relatório, por fim, “recomenda-se a promoção de um programa nacional, envolvendo diversas entidades operacionais, autarquias, empresas e a comunidade científica, para implementar soluções do problema dos incêndios, florestais, de uma forma integrada e sustentada, por meio de acções de validação, demonstração e aplicação de medidas eficazes ou inovadoras das prevenções e segurança”. Qual a razão, então, para que esta recomendação aqui tão bem formulada, como já foi avançada noutros anos, com idêntica ou semelhante elaboração, ainda não seja realidade? O que me dói, com a máxima sinceridade, é que apenas os mortos façam este ano a verdadeira diferença, já que as recomendações e conclusões, com maior ou menor ênfase, soam sempre ao mesmo. Se não tivesse havido mortes, pode-se concluir, então, o relatório iria passar despercebido e não haveria “culpados”. Ou estarei enganado? O futuro o dirá. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia MERCEANA JORNAL@LBP Bombeiros perdem referência A necessidade aguça o engenho ntónio Procópio Batista, sócio fundador da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Merceana e do respetivo corpo de bombeiros, faleceu no dia 30 de dezembro. Ingressou a 1 de junho de 1995 e, desde logo, a motivação e o espírito de voluntariado prevaleceram e resultam numa brilhante carreira de bombeiro até a categoria de chefe, num percurso pontuado de louvores e medalhas dos quais se destacam o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses. No dia da despedida foram muitos os soldados da paz que recordaram o chefe António Batista como uma referência para todos os bombeiros e para a comunidade. Sérgio Santos D iz o povo que “a necessidade aguça o engenho”, máxima que bem poderia estar inscrita em muitos dos quartéis de norte a sul do país, assim ao jeito de mensagem motivacional bem elucidativa do exemplo que os homens e mulheres que servem esta causa dão ao Pais. Na verdade, o trabalho dos bombeiros vai muito para além do socorro e do apoio a todos que em tantas vertentes garantem às populações, são eles também uma peça indispensável na engrenagem que mantém em funcionamento pleno as associações humanitárias. Nos momentos livres, sempre que a atividade operacional o permite, os soldados da paz assumem muitas outras funções. São cozinheiros, pedreiros, carpinteiros, eletricistas, marceneiros, pintores, mecânicos, torneiros, decoradores, enfim ajudam no que podem e como podem, garantindo a manutenção ou a beneficiação das instala- È com brio, vaidade e incomensurável orgulho que escancaram as portas dos quartéis aos visitantes, provando que, muitas vezes, basta juntar um pouco da boa vontade de todos para assegurar obras grandiosas. Em tempos marcados pela adversidade, propícios a um egoísmo defensivo, os bombeiros portugueses dão as mãos e o exemplo, dizem presente, assumem-se como ativos soldados na luta contra a malfadada que tantos tem feito tombar, nos mais distintos setores. Quando há dois ou três anos se perspetivava uma onda de despedimentos nas associações humanitárias, poucos podiam prever a que a bravura, o espírito de sacrifício, a determinação são características inatas dos soldados de paz, determinantes em qualquer ocorrência, dentro ou fora do teatro de operações. Sofia Ribeiro Foto: Marques Valentim A da LBP, comandante Jaime Soares, chamou bem a atenção, no seu “Ponto de Situação” da nossa edição de Dezembro, para o facto do mal estar feito. Não, por que os bombeiros temam o apuro da verdade, mas sim, o receio de verem deturpadas ou mal interpretadas muitas coisas. Sublinhe-se, a propósito, o distanciamento assumido pelo ministro da Administração Interna relativamente às parangonas que foram aparecendo e agora renovado ao apelar à ponderação apesar de defender que das conclusões e recomendações do relatório terão que ser tiradas consequências. Em abono da verdade, das conclusões e recomendações do relatório, que tive a oportunidade de ler, não consigo, reforçadamente, perceber a razão e a lógica das parangonas conhecidas e as “acusações” nelas proferidas por fontes “desconhecidas”. Quem não sabe do envelhecimento da população do interior, do abandono da actividade agrícola, da falta de cultura de autoprotecção? O relatório também fala nisso. Quem não ouviu já falar do incrementar de acções de prevenção estrutural, de sensibilizar os cidadãos para evitar acções de risco, de melhorar a integração e articulação para evitar acções de risco, reformular o uso do fogo como técnica de supressão, o melhor uso da previsão meteorológica à escala local, cuidar-se da vigilância e do rescaldo ou melhorar a coesão nas equipas de combate? O relatório também fala nisso. O relatório fala ainda noutras coisas. Comecemos por, “melhorar a formação dos bombeiros em matérias relacionadas com o comportamento Foto: Marques Valentim Sem mortos como seria ções, isentando as associações de encargos que, em muitos casos, seriam incomportáveis. Percorrer as associações de todo o Portugal, sobretudo do designado “mais profundo”, é descobrir gente pronta, de mangas arregaçadas, sempre disponível a dar um pouco de si em prol da sua família dos bombeiros, tratando estas casas como se fossem os seus próprios lares, com o mesmo cuidado e rigor. 3 JANEIRO 2014 Liga dos Bombeiros Portugueses tem vindo a manifestar repetidamente junto da tutela governativa, nomeadamente junto do Ministério da Administração Interna, a importância que o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) tem desempenhado na obtenção de apoios à aquisição de equipamentos, viaturas, novas infraestruturas ou ampliação e remodelação das existentes em muitas associações e corpos de bombeiros. Foi, aliás, por solicitação da Liga que se tornou possível, em muitas candidaturas ao QREN, aumentar a percentagem de comparticipação comunitária, incluindo até de 100 por cento, e, por essa via, diminuir ou anular o encargo restante, a assumir pelo Estado, pelos próprios bombeiros ou pelas áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais ou câmaras municipais. No passado, contámos com os chamados planos de re-equipamento, entretanto desaparecidos, mas cuja manutenção sempre defendemos, não só pela taxa de esforço financeiro importante que representava no apoio aos bombeiros, mas também pela equidade possível que o seu exercício foi assegurando, em articulação com a Liga e, desta, com as federações e associações e corpos de bombeiros. Durante vários anos não houve, nem os ditos planos, nem quaisquer outros instrumentos de apoio. E, durante todo esse tempo fomos lavrando o nosso justificado protesto pela ausência de apoios sistemáticos e claros. Então, registou-se um claro atraso no processo de atualização e evolução dos parques de viaturas e obtenção de outros equipamentos, nomeadamente em domínios então em franco desenvolvimento, casos da proteção individual, do salvamento e desencarceramento, do mergulho, intervenção em grande ângulo, entre outros. A própria dotação de ambulâncias de socorro pelo Ministério da Administração Interna para as associações e corpos de bombeiros que não dispusessem de protocolo com o INEM para Posto de Emergência Médica (PEM) deixou de acontecer. Nos últimos anos, em todos estes campos foi-se alargando o fosso entre o necessário e o existente e um défice claro no inevitável e sistemático processo de substituição de equipamentos, após ciclos de esforço e idade que aconselham e até exigem precisamente isso na defesa da eficácia do próprio socorro e da segurança dos bombeiros. Hoje, o QREN apresenta-se como o instrumento preferencial para a satisfação de muitas dessas necessidades. Aliás, tenho estado presente em inúmeras cerimónias, ora de distribuição de equipamentos, de atribuição de viaturas ou de inauguração de novos quartéis ou ampliações e remodelações de outros que comprovam isso. A propósito, importa sublinhar o esforço feito, nomeadamente, pelas associações e pelas federações no desenvolvimento de processos concursais ao QREN minuciosos e rigorosos cujas etapas, inclusive, têm constituído também verdadeiros testes à estoicidade e persistências dessas entidades. Julgo, e tenho defendido nos mais diversos momentos, que os processos de candidatura não perderiam nem em rigor e nem em transparência se fossem mais simplificados e mais claros. A própria migração do âmbito das comissões regionais para o âmbito nacional, a que somos alheios, não tem corrido também da melhor for- ma, ora suscitando atrasos nos processos ou até, também, inadmissíveis incongruências da sua gestão. Os tempos que correm são no sentido da adoção de mudanças, cada vez mais aceleradas e estruturais. Nesse sentido, a evolução das infraestruturas e dos meios ao dispor dos bombeiros, inevitavelmente, deve estar sujeita às adaptações e às alterações necessárias à garantia das mesmas ou de melhores respostas aos desafios. E, nada sendo definitivo, contudo, importa que se continuem a agilizar os mecanismos, através dos quais, as associações e os corpos de bombeiros possam ir conseguindo satisfazer as suas necessidades. Mas, para tal, não podem estar sujeitos, nem aos ventos da oportunidade, nem à prova do mais rápido. Importa, por isso, que se continuem a definir claramente, quer programas e domínios específicos, quer os montantes significativos necessários, através dos quais se compatibilizem com rigor e equidade as respetivas necessidades e candidaturas. Foto: Sérgio Santos A Importa não parar 4 JANEIRO 2014 LIGA ACUSA AUTORIDADES DE EXCESSO DE ZELO Bombeiros com centenas de multas O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), Jaime Marta Soares, afirmou publicamente que as corporações têm “centenas” de multas de trânsito para pagar, acusando as autoridades de “excesso de zelo”, em vez de terem uma ação preventiva. “Há centenas e centenas de coimas a pagar. Se as tivessem de pagar, algumas corporações teriam de fechar as portas. As minhas palavras são as de todos os bombeiros e não é contra ninguém, mas há um excesso de zelo por parte de algumas autoridades que têm uma ação repressiva em vez de serem dissuasoras”, lamentou Marta Soares. Em resposta, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, afirmou que as “forças de segurança atuam sempre no respeito da lei”, mas defendeu que as mesmas devem reali- zar “ações preventivas” junto das corporações de bombeiros. “As forças de segurança atuam sempre no respeito da lei. Percebo as questões que foram colocadas pelo senhor presidente da Liga, mas entendo que esses problemas são verdadeiros e que acontecem, não podem ser resolvidos através do apelo à não fiscalização das forças de segurança, no âmbito das suas competências”, defendeu o ministro. Contudo, Miguel Macedo espera que no futuro estas situações possam ser evitadas. “Mas é possível fazer, por exemplo, através de ações preventivas com as forças de segurança junto das corporações de bombeiros, um conjunto de ações que não ofereçam dúvidas nem à atuação das forças da segurança nem à das corporações de bombeiros e evitem esse tipo de problemas”, sustentou Miguel Macedo. NOBRE CASA DA CIDADANIA LBP integra conselho institucional A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) integra o conselho institucional da “Nobre Casa da Cidadania”. Este projeto institucional foi criado pela empresa de produção e comercialização de produtos alimentares “Nobre” na lógica da responsabilidade social corporativa e de relação com a comunidade. O projeto tem como objetivo: identificar, reconhecer e distinguir cidadãos nacionais ou estrangeiros residentes em Portugal que se notabilizem pela realização de feitos, méritos ou ações de excecional nobreza. Para tal, o projeto prevê a atribuição de louvores e o título de “Cidadão Nobre”. O protocolo de adesão da LBP à iniciativa como parceiro institucional foi assinado recentemente na sede da confederação entre o responsável pela “Nobre”, Rui Silva, e o presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares. BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS EM ANGOLA A REVIVER MAIS Duarte Caldeira coordena projeto convite do Ministério do Interior de Angola, através do Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros (SNPCB) deste país, o ex-presidente do Conselho Executivo e atual Presidente da Mesa dos Congressos da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, vai coordenar o projeto “Bombeiros Voluntários em Angola”. O programa indicativo deste projeto foi assinado em Lisboa, sendo na ocasião o SNPCB de Angola representado por David Calei. Nos termos do referido documento a missão de Duarte Caldeira inclui: o levantamento de informação relativa às opções políticas de enquadramento dos futuros bombeiros voluntários de Angola; elaboração de regulamentação específica; definição de estrutura operacional; elaboração de normas de funcionamento; elaboração de pla- A no de formação; monitorização da execução do projeto, ao longo de todo o ano de 2014. “Este é o projeto da minha vida. Com este convite vejo reconhecida a validade da experiência dos bombeiros portugueses e das suas estruturas, que servi com muita convicção e empenho ao longo de 18 anos, como dirigente da LBP, 12 dos quais como presidente do seu órgão executivo, disse Duarte Caldeira ao jornal Bombeiros de Portugal, acrescentando esperar “também contribuir para o estabelecimento de relações privilegiadas entre os bombeiros portugueses e angolanos, fortalecendo os naturais laços de amizade e cooperação que une os nossos dois povos”. Objetividade e planos para o futuro Reviver Mais, Associação dos Operacionais e Dirigentes dos Bombeiros Portugueses, vai incrementar, a partir do início do próximo ano, uma delegação no Alto Alentejo (distrito de Portalegre), em ordem a “ampliar a sua área de influência e de apoio aos sócios mais distanciados geograficamente”. Este objetivo faz parte, entre outros, do Plano de Atividades para 2014 daquela associação, aprovado em assembleia geral reunida no passado dia 30 de novembro, nas instalações dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas. Recorde-se que sendo a Reviver Mais uma IPSS de âmbito nacional, tem já em atividade a delegação de S. João da Madeira, a qual está constituindo uma primeira e bem conseguida experiência no distrito de Aveiro, com o inestimável e gracioso apoio da associação de bombeiros local. Entretanto, à luz dos seus objetivos estatutários e também na condição de reserva moral dos bombeiros portugueses, a Reviver Mais propõe-se levar a efeito, durante o primeiro trimestre, um fórum nacional subordinado ao tema “A organização dos bombeiros no século XX e seus reflexos no presente”, com a parti- cipação de vários oradores convidados, nomeadamente, personalidades que desempenharam cargos de elevada responsabilidade nas estruturas nacionais dos bombeiros. “Constatamos ser premente a necessidade de se fazer uma séria e profunda avaliação do papel das instituições de bombeiros na sociedade portuguesa e bem assim questionar o ‘espartilho’ legal que o Estado lhes vem reservando”, justifica o Plano de Atividades para 2014. A mesma assembleia geral, segundo proposta da Direcção da Reviver Mais, aprovou, por unanimidade e aclamação, a proclamação, com a qualidade de sócia honorária, de Maria Emília Neto de Sousa, ex-presidente da Câmara Municipal de Almada, pelos relevantes serviços prestados à associação, ao nível da construção da futura Casa do Bombeiro. De referir, ainda, acerca desta infraestrutura, que está em estudo a possibilidade da sua candidatura, para efeitos de financiamento, ao programa do QREN (2014/2020), processo no qual a Reviver Mais conta com o prometido apoio do Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses. 5 JANEIRO 2014 LBP JÁ REUNIU COM O NOVO SEAI Diálogo honesto com os bombeiros A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) reuniu, no início deste mês, com João Almeida, o novo secretário de Estado da Administração Interna (SEAI). Neste primeiro encontro, que serviu para as habituas apresentações de cumprimentos, a Liga lembrou o passado recente, para reforçar a intenção de que quer continuar a manter uma reação “honesta”, “reivindicativa” e “leal”, nunca esquecendo que as necessidade dos bombeiros estarão sempre na “primeira linha de ação”. Texto: Patrícia Cerdeira Fotos: Marques Valentim E m declarações ao ‘BP’, Jaime Marta Soares, presidente do Conselho Executivo, refere que encontrou um secretário de Estado “informado” e “disponível” para um “saudável” relacionamento entre a tutela e a Confederação. Neste primeiro encontro foi feito um balanço de todos os dossiês que estão em cima da mesa (seguros, legislação e regulamentação de alguns diplomas). A Liga fez desde já saber que a questão dos seguros de vida e acidentes pessoais dos bombeiros é “prioritária”, alertando para a necessidade de se encontrar uma solução tão “rápida” quanto possível. João Almeida revelou a manutenção da aposta na formação e, já no âmbito das telecomunicações, comprometeu-se a que, “tão cedo quanto possível, sejam entregues os rádios às corporações e essas estejam melhor servidas do que estão neste momento”. Novo SEAI quer rigor nos dinheiros para os fogos Doze dias depois de ter tomado posse, o novo secretá- rio de Estado da Administração Interna, João Almeida, anunciou, na sua primeira intervenção pública, que o rigor na distribuição de fundos para a próxima época de incêndios não pode prejudicar “a noção da prioridade”. João Almeida, que presidiu às celebrações do 54º aniversário dos Bombeiros Vo- J luntários de Vale de Cambra, onde o presidente da autarquia, José Pinheiro (CDS), apelara minutos antes a que o governante apoiasse a aquisição de uma ambulância para atender “às necessidades de socorro das populações que vivem nas zonas mais altas do concelho”, fre- quentemente sujeitas à queda de neve. O governante não comentou especificamente essa situação, mas declarou: “O país vive dificuldades e constrangimentos na despesa pública, mas numa área tão importante como esta, em que não se pode perder a noção do rigor, também não se pode perder a noção da prioridade”. Referindo que está a acompanhar a realização de um concurso público para aquisição dos equipamentos de proteção individual para os bombeiros portugueses, João Almeida disse que “é pretensão do Governo” proporcio- Filipe Lobo D’Ávila deixa saudades oão Almeida que sucede a Filipe Lobo D’ Ávila tem desde logo a responsabilidade de promover e manter o “bom relacionamento” que o anterior secretário de Estado conseguiu junto dos bombeiros. Apesar das dificuldades financeiras que marcaram a sua passagem pelo Governo, a verdade é que o jovem centrista é hoje uma pessoa acarinhada pelo setor da proteção civil e bombeiros e esta conquista acabou por promover a resolução de algumas questões, nem sempre fáceis, nos últimos dois anos. A saída de Filipe Lobo D’Ávila acontece a pedido do próprio por motivos pessoais. Aliás, no último ano, sabe o ‘BP’, Filipe Lobo D’Ávila fez várias tentativas para abandonar o executivo. O novo SEAI, que é licenciado em Direito, tem 37 anos e era até aqui vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP e porta-voz do partido. João Almeida desempenhava ainda funções de coordenador do grupo parlamentar na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública. EUSÉBIO a sequência do falecimento de Eusébio da Silva Ferreira, ocorrido em 5 de janeiro último, a Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), através do presidente do conselho executivo, comandante Jaime Marta Soares, e em nome de todos os bombeiros, das suas associações e corpos de bombeiros, “não pode deixar de se associar a este momento de dor e tristeza, afirmando o seu profundo respeito e sentidas condolências à família, ao Sport Lisboa e Benfica e a todos os seus admiradores”. No mesmo comu- LBP associa-se às homenagens nicado, o presidente da LBP “entende ainda reafirmar que Portugal perdeu um dos seus mais ilustres embaixadores, enquanto desportista de valor mundial e ser humano à dimensão do universo”. O desaparecimento de Eusébio traz-nos à memória a homenagem recente que lhe foi prestada pelo Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB) em 19 de maio do ano transato no âmbito da cerimónia comemorativa do seu 618º aniversário, realizada em Lisboa, em pleno Rossio. Então, Eusébio da Sil- va Ferreira e Simone de Oliveira apadrinharam duas novas autoescadas do RSB. Foi precisamente a autoescada com o nome de Eusébio que marcou presença na homenagem que a Câmara Municipal de Lisboa prestou ao extinto à simbólica paragem do féretro na praça fronteira aos paços do concelho. A autoescada manteve-se arvorada enquanto a formatura de bombeiros sapadores, em sentido, prestava a devida homenagem protocolar. Foto: Marques Valentim N nar a esses operacionais as condições mínimas para o seu trabalho. “Se os bombeiros portugueses forem para o terreno realizar um combate tão difícil como o que sabemos que enfrentam”, realçou o governante, “o mínimo é que tenham condições para o fazer com segurança”. 6 JANEIRO 2014 MAI CONTRA ACIDENTES NA PRAÇA PÚBLICA Xavier Viegas obrigado a mudar conteúdo de formação Numa altura em que se mantém sob sigilo a segunda parte do relatório pedido pelo Governo ao investigador Domingos Xavier Viegas, o ministro da Administração Interna (MAI) foi obrigado a travar as intenções do professor de Coimbra que se preparava para analisar os acidentes do verão passado num curso sobre segurança na frente de fogo. tratado de uma forma também diferente da primeira parte do relatório”, admitiu o ministro, sem se comprometer com a divulgação pública do documento. ENB apela ao envolvimento das populações Texto: Patrícia Cerdeira E m nota enviada às redações, e tornada pública na sitio da internet do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF), Domingos Xavier Viegas, coordenador do Curso sobre Segurança Pessoal no Combate aos Incêndios Florestais, fez saber que dada a não divulgação da segunda parte do Relatório dos Incêndios Florestais de 2013, uma responsabilidade do “Ministério da Administração Interna”, o programa do curso que se realizou no passado dia 17 teria de ser “alterado”. “Desejamos informar todas as pessoas que se inscreveram no curso sobre segurança pessoal no combate aos incêndios florestais, que se vai realizar no próximo dia 17 de janeiro, que a indicação que havíamos dado de que seriam apresentados os casos de acidentes ocorridos durante os incêndios florestais de 2013, foi baseada na expetativa que tínhamos de que a Segunda Parte do Relatório dos Incêndios Florestais 2013 fosse tornada pública entretanto, o que não se verificou até esta data. Informamos que se esta situação se mantiver, teremos de alterar o programa anunciado, baseando-nos em outros casos que também estudámos. Informamos também os participantes já inscritos, que se por algum motivo desejarem desistir da sua participação, em virtude da eventual alteração do programa, poderão solicitar a devolução do pagamento que entretanto tenham efetuado”, esclarece a nota tornada pública. Ao que o ‘BP’ apurou junto de fonte do MAI, esta alteração programática aconteceu depois de Miguel Macedo ter tido conhecimento do programa desta formação e de ter informado Xavier Viegas que a segunda parte do relatório, “propriedade do MAI”, não poderia ser divulgada. Aliás, já no dia 2 de janeiro, o MAI tinha dito que não se comprometia com a sua divulgação pública como aconteceu com o restante documento. “Como as consequências dessa segunda parte podem ter uma natureza completamente diferente daquele que foi publicado, essa ponderação tem de ser muito bem feita”, disse Miguel Macedo. Recorde-se que na primeira parte do relatório encomendado pelo MAI, a equipa do investigador Xavier Viegas, da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Coimbra, sublinha, entre outros aspetos, que os bombeiros devem ter formação “em especial em situações extremas”. Essa parte do documento foi tornado público pelo Governo a 23 de dezembro e acentua que mais formação permitirá aos bombeiros “assegurar uma boa avaliação das condições de perigo e do cumprimento dos procedimentos de segurança no combate ao fogo”. Sobre o restante documento, Miguel Macedo diz que “deve haver sensatez e ponderação”, além de “calma” na sua análise, escusando-se a especificar a “natureza” dessas conclusões, que envolvem incêndios em que morreram onze pessoas, oito das quais bombeiros, em 2013. “Tem uma sensibilidade, até do domínio pessoal, diferente também. Portanto, julgo que tem de ser Ainda na sequência da publicação de parte do relatório elaborado pela equipa da Universidade de Coimbra, a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) veio a público defender a importância do papel das populações para proteger contra fogos os pequenos aglomerados urbanos. Numa nota enviada às redações, a ENB, e tal como os investigadores, também reconhece o “papel fundamental” que as populações podem desempenhar no que toca à autoproteção e defesa dos pequenos aglomerados. A ENB sublinha ainda o facto do estudo apontar o facto da formação dos agentes estar a contribuir, nos últimos anos, para uma redução do número e gravidade dos acidentes, lembrando que este processo formativo “obriga continuamente à introdução de melhorias”. Para a instituição de ensino, o relatório vem confirmar “o que se sabe desde há muito tempo”: o problema dos incêndios em Portugal deriva de fatores que se não dominam, como os climatéricos, conjugados com o estado caótico da floresta portuguesa e o progressivo abandono do mundo rural. ALERTA VERMELHO PARA A SEGURANÇA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL A s trágicas consequências do ano de 2013 para os Bombeiros Portugueses, expressas em perdas de vidas humanas, em lesões físicas e psicológicas graves, algumas com repercussões para toda a vida, tornam imperiosa a adoção de um desígnio nacional de promoção da segurança dos Bombeiros Portugueses. A Direção Nacional de Bombeiros da Autoridade Nacional de Protecção Civil, a Liga de Bombeiros Portugueses e a Escola Nacional de Bombeiros, unem esforços e têm previsto um conjunto de iniciativas como contributo para este propósito de todos. A presente rubrica, Alerta Vermelho para a Segurança, será incluída em todas as edições do jornal Bombeiros de Cultura de Segurança Portugal, apresentando um artigo sobre a segurança nas várias vertentes (operacional, equipamentos, formação, etc.). Esta iniciativa visa contribuir para a promoção da cultura de segurança nos Bombeiros Portugueses. Segundo Duarte Amaro (2009), existem défices de cultura de segurança em todas as tipologias de Corpos de Bombeiros em Portugal, apesar do volume assinalável de feridos e mortos dos últimos anos. A Segurança é um valor fundamental para qualquer atividade desenvolvida, em especial para o contexto profissional dos Bombeiros, pelos elevados riscos que lhe estão associados. Muitas vezes, a coragem agregada a uma elevada dose de adrenalina faz com que os Bombeiros esqueçam tudo o resto, focando-se apenas e só no objetivo principal, prestar socorro e ajudar quem mais necessita, colocando em segundo plano a sua própria segurança, desencadeando atos inseguros que conduzem mui- tas vezes a acidentes ou incidentes. O aumento da cultura de segurança é uma missão de cada um de nós na sua esfera de ação (formação, instrução, chefia de equipas, comando de operações, gestão de um Corpo de Bombeiros, etc.), do bombeiro estagiário ao Comando do Corpo de Bombeiros, até ao Comandante das Operações de Socorro: colocar a Segurança em primeiro lugar. Afirmar que a segurança é uma prioridade não pode ser apenas um lema, mas sim uma cultura operacional com reflexo nos comportamentos diários. Em todas as operações de socorro… “A primeira vida a proteger é a tua...!” [email protected] – Núcleo de Segurança e Saúde da Direção Nacional de Bombeiros (ANPC) 7 JANEIRO 2014 ANPC PEDIU PARECER TÉCNICO A ESPECIALISTA DA AFOCELCA Conclusões apontam para violação de regras É mais uma avaliação ao desempenho dos bombeiros portugueses que aponta para várias fragilidades na abordagem ao teatro de operações. Segundo o parecer técnico operacional da autoria de Orlando Ormazabal, Diretor Executivo Afocelca, foram cometidos erros que se demonstraram fatais nos cinco incêndios que registaram vítimas, no verão passado. Neste documento que o ‘BP’ já consultou pode ler-se que foi elaborado com uma distância temporal que permite uma “maior objetividade da análise” dos fatos, não pretendendo constituir uma “investigação” nem um “relato dos fatos ocorridos”. Para este parecer “não foram executadas quaisquer entrevistas ou diligências aos intervenientes diretos aquando dos acidentes, tentando assim delinear um enquadramento das ações e procedimentos tomados”. A execução deste documento teve por base: “Análise de documentos preliminares da investigação em curso por parte da ANPC, onde apenas são referenciados os relatos aquando da reconstituição nos locais durante o mês de setembro; Análise das fitas de tempo disponibilizadas pela ANPC; Visita aos locais dos acidentes com elementos de comando e, finalmente, Análise de imagens dos locais para apreciação dos tipos de combustíveis aquando dos acidentes, através das plataformas: fotografias aéreas; Google Earth”, lê-se no documento. Os cinco acidentes onde se registaram vítimas mortais fo- ram analisados um a um sendo que o parecer técnico conclui que existem erros comuns a todos os teatros de operação estudados. Numa abordagem geral, foram colocados em causa: 10 Normas de Segurança; 18 Situações que alertam Cuidado; LACES (Vigias, Pontos de Ancoragem/ Estado de Alerta, Comunicações, Caminhos de Fuga e Zonas de Segurança) e, finalmente os requisitos definidos para o combate encosta abaixo. O parecer técnico de 10 páginas e foi elaborado por Orlando Ormazabal, Diretor Executivo da Afocelca (agrupamento complementar de empresas do grupo Portucel RELATÓRIOS SOBRE INCÊNDIOS FLORESTAIS O MAI não vai responder a pressões ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, assumiu que há “muita pressão” para divulgar a segunda parte do relatório sobre os incêndios florestais de 2013, mas garantiu que só o vai tornar público quando assim decidir. A segunda parte do relatório diz respeito a cada um dos incidentes em concreto que resultaram em perda de vítimas humanas. “Sei que há muita pressão nesse sentido mas quero dizer-vos que essa pressão não vai desviar o ministro da Administração Interna um milímetro daquilo que eu entendo correto fazer neste domínio”, assegurou Miguel Macedo, à margem das comemorações do 82.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Azambuja a que presidiu no último fim de semana. O governante referiu que o documento só será divulgado quando, no seu entender, estiverem reunidos os “critérios” por si considerados importantes e que salvaguardem dois aspetos que o preocupam. “A proteção das famílias desses bombeiros que morreram e a conclusão atempada dos processos de atribuição de pensões de sangue e de recebimento dos seguros a que têm direito; e o tratamento, do ponto de vista do estudo, para aproveitamento na formação de todos os bombeiros feito com cabeça, tronco e membros”, explicou o ministro, que deixou ainda um esclarecimento e uma garantia. “Em primeiro lugar, em relação a cada um desses incidentes, aquela avaliação não é a única avaliação. Em segundo lugar, prende-se com esse conjunto de questões, matérias muito delicadas em relação às quais não pode ser a pressa da comunicação social a determinar quando e como daremos conhecimento daquilo que se passou em cada um desses incidentes”, assegurou Miguel Macedo. Para o governante, este assunto “dispensa bem especulações sensacionalistas em relação a cada um dos incidentes”. Soporcel e do grupo ALTRI), a pedido de José Moura, Comandante Operacional Nacional. LBP critica quebra de sigilo A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) repudia veementemente a forma e modo como estão a ser lançados para a opinião pública notícias que visam objetivamente “lançar suspeição” sobre as capacidades e conhecimentos dos bombeiros portugueses. Num comunicado tornado público depois de ter sido noticiado o conteúdo de mais um parecer técnico, a Liga diz ter a convicção da “falta de ética” e “desonestidade intelectual” daqueles que antes de fazer uma análise profunda e inequívoca por parte de todas as entidades com responsabilidade no setor, quebrem o sigilo que deveria imperar em situações destas. “Também pelo facto do desrespeito pela memória daqueles que deram a sua vida na defesa das vidas e haveres das populações, e hoje infeliz- mente já não podem participar na análise e discussão do que se passou no momento e ao tempo naqueles fatídicos teatros de operações”, acrescenta. A LBP exige que se “apurem” todas as responsabilidades até às últimas consequências, aproveitando também para apelar ao “respeito” pela memória daqueles que deram tudo, até a própria vida, na defesa da sua Pátria. 8 JANEIRO 2014 O “Almanach do Bombeiro para 1878” Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista O primeiro documento de 2014, que aqui apresentamos, reproduzindo para o efeito a respectiva capa, integra-se no conjunto de raridades bibliográficas do Núcleo de História e Património Museológico da Liga dos Bombeiros Portugueses. Trata-se do “Almanach do Bombeiro para 1878”, impresso no ano anterior pela tipografia do jornal “O Progresso”, situada na Rua do Alecrim – 89, em Lisboa, com o preço de capa de 200 réis. Dado à estampa no alvor do associativismo e do voluntariado dos bombeiros no país, a publicação em apreço divide-se entre aspectos de interesse público e especificidades do serviço de incêndios. Portugal tinha então uma taxa elevadíssima de analfabetismo ao nível do ensino básico, correspondente a 80 por cento da população, razão pela qual somos levados a concluir do reduzido impacto da publicação em apreço, nomeadamente, junto dos efectivos dos corpos de bombeiros, originários, na sua esmagadora maioria, de estratos sociais menos favorecidos e, por consequência, também menos beneficiados no acesso à escolaridade. Não obstante tal contexto, somos de opinião que o “Almanach do Bombeiro para 1878” não deixa de reflectir a preocupação em fornecer conhecimento, inclusive de natureza científica, com o propósito de desenvolver e melhorar a acção dos protagonistas do serviço de incêndios. Constitui, aliás, um curioso testemunho da época em que foi publicado, marcada pela revolução industrial e pelos inerentes avanços tecnológicos, o que, naturalmente, a dado passo, obrigou os bombeiros de todo o mundo a preparem-se e a agir de acordo com o surgimento de novos factores de risco. É disso exemplo, a combustão expontânea nos transportes de carvão, a prevenção contra os fogos nos teatros e os perigos do gás de iluminação, temas ali abordados de modo sumário mas com grande interesse. Neste mesmo contexto, o almanaque dá a conhecer a bem sucedida experimentação de um aparelho portátil para extinção de incêndios, inventado por Mr. Dennio, tendo como princípio do respectivo sistema a acção do ar comprimido sobre uma determinada quantidade de água. Ou seja, a célebre bomba manual portátil, vulgarmente designada, entre nós, por “bombinha de mão”, antecessora dos actuais extintores e que, mais tarde, na primeira metade do século XX, veio a ser adaptada para uso de espuma atmosférica. Não menos curiosa é a abordagem feita acerca de diversos casos de asfixia, permitindo-nos destacar, a título de curiosidade, sobretudo, devido às habituais intoxicações de mo- Almanach do Bombeiro nóxido de carbono na estação de Inverno, a descrição de um dos antigos processos recomendados em 1877: “Ao asfixiado pelo acido carbonico, produzido pela combustão do carvão, lenha, pela fermentação vinhosa e pela alteração das materias organicas accumuladas, depois de ser posto ao ar livre e de ter o pescoço e peito desembaraçados, applica-se-lhe fricções, por muito tem- Gravura inglesa do período da revolução industrial po com um liquido alcoolico (álcool, genebra, agoa de Colonia) depois fricções com flanella secca, irrita-se-lhe o interior das ventas com as barbas de uma penna, agua, fria na cara, e introduz-se-lhe pouco a pouco ar nos pulmões.” São de destacar, ainda, as informações avançadas sobre a organização do serviço de incêndios em Lisboa, Porto, Coimbra, Setúbal, Ilha de S. Mi- VAGOS C direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos, ofertou uma viatura de nove lugares ao Clube de Natação da vila. A ABTM-08 esteve afeta ao transporte de doentes esteve de 2005 a 2011, mas com a reformulação do setor e as novas exigências legais, deixou de reunir condições necessárias para assegurar essa função, estando desde 2011 a servir de veículo de apoio ao corpo de bombeiros, e, ultimamente, “pouca utilidade tinha”. A direção decidiu, assim, “prolongar-lhe a vida cedendo-a a outra associação que dela necessitasse”, neste caso o Clube de Natação de Vagos que, certamente, continuar a desempenhar “nobres tarefas”, conforme salienta fonte dos Voluntários de Vagos. ch do Bombeiro para 1878” representa, contudo, uma indispensável fonte de consulta, em especial, no que tem a ver com o estudo alargado sobre o dispositivo de luta contra fogo e as suas assimetrias, no Portugal da segunda metade do século XIX. Artigo escrito de acordo com a antiga ortografia Site do NHPM da LBP: www.lbpmemoria.wix.com/ nucleomuseologico AGUALVA-CACÉM Bombeiros cedem viatura ao clube de natação A guel e Guimarães, com a indicação, objectiva, entre outros, dos seus recursos humanos, materiais e de alarme, incluindo os meios ao serviço dos Bombeiros Voluntários de Lisboa e, tanto quanto supomos, dos extintos Bombeiros Municipais do Concelho de Belém. De certo modo incompleto, pois, ao tempo, já haviam sido criadas estruturas de socorro noutras localidades, o “Almana- Encontro relança reserva moral om participação de mais de meia centena de convivas, realizou-se recentemente, sem qualquer vínculo institucional, o V Encontro de Antigos Operacionais, Dirigentes e Apoiantes dos Bombeiros Voluntários de Agualva-Cacém, iniciativa que pela primeira vez envolveu, também, elementos do ex-Corpo Auxiliar Feminino. O programa compreendeu um almoço, findo o qual foram evocadas duas efemérides: os 30 anos das grandes inundações de 1983 e os 25 anos da inauguração do Monumento ao Bombeiro Voluntário. Luís Miguel Baptista, ex-presidente da Direcção, ao intervir em nome da Comissão Executiva do V Encontro, evocou a catástrofe de 19 de novembro de 1983, procedendo à leitura do relatório então redigido pelo comandante Artur Lage, momento carregado de simbolismo, numa homenagem aos bombeiros que colocaram em risco a sua própria vida, que mereceu uma forte ovação, de pé, por parte de todos os presentes. Entre os intervenientes nas referidas cheias, de sublinhar a presença do 2.º comandante do Quadro de Honra João Reis e do antigo bombeiro David Martins, que num momento particularmente grave das operações de socorro procedeu ao arriscado salvamento do primeiro, evitando que o seu superior hierárquico morresse arrastado por uma corrente caudalosa. Para 2014 está previsto novo encontro, tendo Luís Miguel Baptista afirmado a tal propósito: “Relançamos, hoje e aqui, a reserva moral que todos juntos personificamos. Com o espírito de Servir que sempre nos animou e tomando como referência os deveres cimeiros dos sócios da Associação onde fizemos escola, consignados estatutariamente, ou seja, honrar, zelar e defender o seu bom nome, cerramos fileiras e erguemos a nossa voz de ideólogos da memória. Fazemo-lo, intransigentemente, em paz e como homens de paz que somos, pelo que serão sempre bem-vindos todos aqueles que assim se pautem na vida cívica e social”. 9 JANEIRO 2014 DIPLOMA DE EXTINÇÃO EMA JÁ FOI PUBLICADO J Liquidação em 120 dias á foi publicado em Diário da República o decreto-lei que estabelece o modelo de liquidação da EMA, um processo que vai decorrer num prazo de 120 dias, prevendo a manutenção da atividade da empresa no período da liquidação. Após o processo de liquidação, a gestão dos meios aéreos que integram o património da EMA passa a ser assumida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC). Para que tenha inicio este processo, o Ministério da Administração Interna deverá agora nomear a comissão liquidatária. “Com a extinção da EMA, os respetivos meios aéreos próprios serão transferidos para o património do Estado através da ANPC, assumindo esta entidade a gestão de tal dispositivo, bem como a obrigação de locar os meios aéreos e contratar os demais recursos técnicos e humanos a eles associados que sejam necessários à prossecução das missões do Ministério da Administração Interna (MAI)”, refere o decreto-lei. O diploma adianta que “o esforço de racionalização das estruturas públicas e a situação económica que o país atravessa impõem a adoção de uma solução, para a gestão do dispositivo de meios aéreos para as missões públicas atribuídas ao MAI, que não diminua a capacidade operacional aérea deste ministério para a realização de um conjunto alargado de missões de interesse público”. Nesse sentido, o Governo decidiu extinguir a EMA e concentrar na ANPC a gestão dos meios aéreos, procurando a “racionalizar a utilização dos meios existentes e não desperdiçar recursos” e “garantir um acréscimo de rigor e de eficácia no planeamento e na execução de operações”. A EMA foi criada em 2007 e integra um dispositivo per- manente de meios aéreos para o combate de incêndios florestais, vigilância de fronteiras, recuperação de sinistrados, segurança rodoviária e apoio às forças e serviços de segurança, proteção e socorro. Patrícia Cerdeira 10 JANEIRO 2014 VIANA Investimos A falta de voluntários e a exiguidade do quartel são contrariedades que Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo ultrapassa com trabalho, inovação e muita imaginação. Da mesma forma, também a sustentabilidade financeira da instituição é uma preocupação constante da direção e comando, que, em época de todas as contenções, investem na poupança, um modelo de gestão que começa a garantir proventos. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Sérgio Santos O quartel exíguo, com mais de meio século, sem qualquer possibilidade de expansão, parece não desanimar os cerca de 100 bombeiros dos Voluntários de Viana do Castelo, que com energia e proatividade insistem em colmatar lacunas, até porque “apesar de pequeno o quartel está muito bem aproveitado e apetrechado”, conforme faz questão de dizer o comandante Cândido de Carvalho, muito embora lamente que “a maior parte dos veículos de saúde fique na rua”, situação que, aliás, tem como consequência uma conta corrente em oficina para “reparações a nível de chapa e pintura”. Por outro lado, o mesmo responsável dá conta da inexistên- U cia de um espaço para a formação dos operacionais, o que obriga a recorrer ao improviso. Inaugurado em 1955, o complexo há muito deixou de responder às exigências do corpo de bombeiros, assim sendo a construção um novo quartel é muito mais que um desejo ou capricho, configura uma necessidade premente. O responsável operacional revela que “a câmara municipal tentou com a associação encontrar uma solução, mas o preço dos terrenos em Viana do Castelo é proibitivo” o que a juntar às restrições impostas do plano diretor municipal, tornam cada vez mais ténue a concretização dessa aspiração. Mas esta é uma adversidade que não inviabiliza a qualificação do imóvel, pelo contrário, até porque importa garantir condições de trabalho aos operacionais, contudo Luciano Moure, vice-presidente dos Voluntários de Viana do Castelo faça questão de vincar que todos os investimentos são ponderados. “Investimos para poupar”, refere, dando conta de uma política de economia, assente na eficiência energética das insta- Um pouco de história m incêndio no armazém de enxofre, na Rua do Cais a 23 de abril de 1881, que tanto trabalho e preocupações deu à Companhia de Bombeiros Municipais e às gentes de Viana do Castelo, terá estado na origem da criação do corpo de voluntários da cidade. A violência das chamas, a dificuldades e debelar as chamas, as vítimas e destruição causada terá determinado que “no dia 29 daquele mês, vários cavalheiros da cidade” se reunissem na Associação Comercial “a fim de combinarem nos meios a adoptar para a organização de um corpo de bombeiros voluntários”. Nessa mesma ocasião, “foi nomeada uma comissão encarregue de proceder aos trabalhos preparatórios, a qual ficou composta”. A 15 de maio, realizou-se nas instalações do antigo liceu uma reunião, presidida pelo Governador Civil, Boaventura José Vieira, para apresentação do projeto de estatutos, que logo foi aprovado. Nesse encontro dos homens bons da cidade foi eleita a direcção, constituída por Boaventura José Vieira (presidente); João Thomaz da Costa (vice-presidente); José Maria Caldeira (1.º secretário); João José de Carvalho (2.º Secretário) e António José Ferreira (tesoureiro). Para o comando os membros fundadores nomearam Randolpho Rosmiro Correa Mendes (1.º Comandante) e António Adelino de Magalhães Moutinho (2.º Comandante). Nessa ata histórica ficou ainda registado “um voto de louvor a Guilherme Gomes Fernandes, comandante da Companhia de Bombeiros Voluntários do Porto, pela delicadeza e boa vontade inexcedível com que se prestou a auxiliar a comissão instaladora, fazendo-lhe os mais relevantes serviços”. Quase 133 anos volvidos a determinação e coragem dos fundadores continuam a servir de exemplo e inspiração a todos os que servem na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo. lações que impôs a substituição das lâmpadas incandescentes, a instalação de painéis solares, para o aquecimento de águas, a substituição do telhado e das de janelas. Na verdade, novas realidades impõem uma gestão rigorosa que permita manter cerca de 30 postos de trabalho. “Cortámos no que podemos, negociámos com os fornecedores, agora até estamos a vender energia a EDP”, ajustes fundamentais para que a associação possa continuar a “cumprir com os colaboradores”. Da mesma forma, também o comandante dá conta de uma mais eficiente gestão que permitiu “cortar nas horas extraordinárias”, sem comprometer a resposta, o socorro prestado às populações. Para tal, a associação investiu no voluntariado que garante quase na totalidade o serviço “aos fins de semana e feriados”, esclarece. Revela o vice-presidente que o parque de estacionamento construído pela instituição há uns anos “é uma das principais fontes de receita” e que serve para “compensar outras falhas”, nomeadamente as criadas pela alteração da legislação em matéria de transporte de doentes. Ainda assim, “depois de um primeiro impacto negativo” a situação “está a estabilizar”, embora direção e comando reco- nheçam “um acentuado decréscimo na faturação, comparativamente com um passado recente”. Os impostos cortes orçamentais não podem afetar a qualidade do serviço e, assim sendo, a direção dá conta do investimento “calculado” em ambulâncias de transporte de doentes e também de socorro. “Percorremos muitos quilómetros, até porque no âmbito 11 JANEIRO 2014 DO CASTELO na poupança de um protocolo com o hospital da cidade, efetuamos o transporte medicalizado de muitos doentes para o Porto e para Braga”, diz o comandante dando conta da recente aquisição de duas modernas e bem equipadas viaturas, para responder a esta solicitação. De resto, o comandante Cândido dá conta que a direção tem vindo a atender às solicitações do corpo de bombeiros, tanto a nível de viaturas como de equipamento de proteção individual. A formação é, obviamente, uma aposta da associação, talvez por isso o comandante não esconda desalento por nem sempre a Escola Nacional de Bombeiros dar resposta célere às necessidades das associações. “Não temos uma Unidade de Formação Local, estamos longe de S. João da Madeira e de Sintra, ou seja estamos muito mais limitados”, denuncia o comandante, defendendo a mais-valia dos formadores externos para agilizar a situação. Da mesma forma, Cândido de Carvalho fala da formação como um atrativo para os mais jovens, indispensável para garantir a renovação dos efetivos. “Começamos a ter dificuldades com o voluntariado” diz, recordando que “noutros tempos era possível fazer uma escola de bombeiros todos os anos, agora apenas de dois em dois, e mesmo assim de 30 candidatos que possam surgir mas mais de metade não conclui a formação com sucesso”. Numa estratégia de proximidade com as populações, os Voluntários de Viana do Castelo reativaram, recentemente, o posto de enfermagem que estava encerrado há mais de três anos. Segundo o vice-presidente os associados há muito que reclamavam pela reabertura daquela unidade e tendo em conta o crescente desinteresse da comunidade vianense pelos seus bombeiros, houve necessidade de reinvestir num serviço que é, agora, garantido por jovens enfermeiros. Paralelamente a uma campanha de angariação de novos associados, a instituição firmou uma série de parcerias, com diversas entidades que permitem oferecer algumas regalias, nomeadamente um seguro muito abrangente, com prémios mensais muito atrativos “Já foram mais de 6 mil associados, agora cerca de 3 mil, mas acreditamos no sucesso desta campanha”, refere o comandante. Há uns meses a comunicação social alvitrou a hipótese de fusão dos Bombeiros Municipais da Cidade com os voluntários, questão que comando e direção desta associação afirmam ser apenas uma mero exercício de retórica. Ainda assim, o comandante considera que o País tem que “pensar mais com a cabeça do que com o coração”, até porque “o mundo mudou, os bombeiros mudaram”, a realidade e as exigências são outras. “Não digo que, no futuro, esta não seja uma questão a ponderar, desde que a fusão permitisse erigir um quartel O com todas as condições e unir as duas forças”, revela Cândido de Carvalho, salientando que a identidade e o património da associação com quase 133 anos de história não se perderiam. Mas esta é uma questão que por agora não se coloca e que, claramente, não desvia a associação e corpo de bombeiros voluntários de continuar a trilhar o futuro, garantindo um serviço de excelência ás populações que servem dentro e fora da sua área de intervenção. Palavra de presidente presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Viana do Castelo acompanhou o jornal Bombeiros de Portugal nesta visita às instalações dos voluntários da cidade, onde vaticinou um futuro “negro” para a maioria das 12 associações do distrito. Luís Brandão Coelho considera que a contínua e crescente perda receitas, está a sufocar muitas instituições. Embora consciente que “a maior parte dos municípios está com problemas financeiros”, considera que os responsáveis autárquicos “não entendem que se as associações declarem insolvência vão ter um caso sério para resolver”. Os milhões investidos todos os anos num corpo municipal, contrastam com os 70 ou 80 mil euros que as autarquias de Ponte de Lima e Ponte da Barca e também Arcos de Valdevez e Melgaço investem nos seus bombeiros, ainda assim uma verba elevada, tendo conta que “cerca de metade dos corpos dos bombeiros voluntários deste distrito recebem zero”, denuncia o responsável federativo. Luís Brandão Coelho dá conta de sérios problemas tanto “a nível de voluntariado”, como “de administração, de organização, das próprias instituições”, considerando serem essenciais tanto a partilha de experiências e saberes, como a união das instituições. Os “bombeiros têm que ganhar escala” e esse só pode ser um esforço comum, em que a federação se apresenta como o elo de coesão. O mesmo responsável acredita que a proxi- midade dos bombeiros com a população é fundamental para garantir o futuro, pois diz que os bombeiros viveram demasiado tempo fechados em si próprios”, acreditando ter chegado a hora de abrirem portas à comunidade “de mostrarem o que têm e o que realmente fazem”, até porque “se não for assim as pessoas não têm sensibilidade para os apoiar”. O presidente da federação congratula-se com o facto de algumas associações estejam a seguir esse caminho com bons resultados, dando conta de alguma dinamização de atividades comunitárias em prol dos bombeiros. Em relação à “crise do voluntariado” diz que o setor tem que conseguir dar a volta e “gerar outros motivos de atração que para os mais jovens podem passar pela qualificação, aventura, ou desportos radicais”, sob pena de “próximos anos o distrito não conseguir ter mais do que 600 bombeiros”, ou seja o mesmo número que na atualidade serve este território. 12 JANEIRO 2014 PPC O Programa Permanente de Cooperação (PPC) entre o Estado e as associações de bombeiros para 2014 vai garantir, pelo menos, um acréscimo de 3500 euros à dotação anual para cada uma delas. Essa actualização, tendo como referência o PPC 2011, corresponde ao cumprimento da Portaria nº 76/2003, de 18 de Fevereiro. COM VOTAÇÃO EXPRESSIVA D “Bombeiro” palavra do ano Fotos: Marques Valentim entrega e a abnegação que emprestam à sua missão. Registe-se que “bombeiro” sucede à palavra “entroikado” vencedora de 2012. Deste quadro de honra fazem ainda parte “austeridade” (2011), “vuvuzela” (2010) e “esmiuçar” (2009). SETÚBAL Calendário solidário s Sapadores de Setúbal estão “nas bocas do mundo”, tudo porque ousaram neste início do ano surpreender o País com um calendário, que está a ser um enorme sucesso de vendas e cujos fundos se destinam a patrocinar causas sociais, nomeadamente, instituições de apoio a crianças, nomeadamente o Jardim de Infância “O Palhacinho” situado no Faralhão. Refira-se que esta unidade é gerida pela LATI, um Instituição de Solidariedade Social e de Utilidade Pública (IPSS), com sede em Setúbal, que presta apoio aos mais carenciados, em diversas valências. Doze operacionais deixaram-se fotografar por Rita Ribeiro, de forma mais descontraída, num trabalho sério marcado pelo bom gosto que só poderia estar condenado ao êxito. Em poucos dias, o calendário esgotou e página de Facebook criada para promoção da iniciativa já reúne cerca 50 mil “gostos”. O calendário pode ser adquirido na Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e em vários pontos de venda em Lisboa, da mesma forma que pode ser solicitado em www.facebook.com/calendariobombeirossapadores. Refira-se que esta é uma campanha da respon- A servir o concelho de Oeiras e o país há 132 anos a Associação de Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora recusa acomodar-se no conforto da história e da tradição, a render-se à nostalgia do passado. Comando e direção colocam os olhos no futuro, desafiando, todos os dias, o presente nem sempre fácil de vencer. Texto: Sofia Ribeiro Foto: Sérgio Santos urante quase um mês a Porto Editora colocou a sufrágio a palavra do ano e os portugueses não hesitaram em votar, de forma expressiva, em “bombeiro”, deixando para trás muitas outras que marcaram o País durante o ano de 2013. Segundo é anunciado em www.portoeditora.pt/palavradoano, “bombeiro” recebeu 48 por cento dos votos, bem distante de “irrevogável” (17%) e “inconstitucional” (10%). Nesta votação online estavam também as palavras “grandolada” (8%); “Papa” (6%); “pós-troika” e “swap” (3%); “coadoção”, “piropo” e “corrida” (2%). Registe-se que todos os anos o Departamento de Dicionários da Porto Editora seleciona um conjunto de palavras que submete a votação. Assim, “bombeiro” entra na corrida porque a entidade promotora tomou em consideração “o facto de, neste verão, os bombeiros terem demonstrado uma enorme coragem no combate aos violentos incêndios que destruíram florestas e roubaram vidas”, desta forma a Porto Editora considera que “pela votação esmagadora obtida, os portugueses terão querido prestar uma homenagem aos bombeiros”. Depois de um ano complicado, de mortes feridos e inúmeros prejuízos materiais, mas também de onda de apoio sem precedentes, os bombeiros vêm uma vez mais o reconhecidos o trabalho, a O Futuro A partir de 3500 euros sabilidade do Fundo Social Cultural e Desportivo da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, de cariz solidário que visa divulgar e dar a conhecer o trabalho destes profissionais no auxílio e socorro à população. É sabido que estes não são tempos de bonança para as associações humanitárias e corpos de bombeiros, que empurram dirigentes e operacionais para uma batalha que não dá tréguas e não permite estratégias de fuga. Isso mesmo confirma Miguel Antunes, presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora dando conta de “algumas dificuldades” para acautelar a sustentabilidade da instituição. Passo a passo, com todas as cautelas, a associação pode orgulha-se de “fazer esticar” a magra receita, para poder cumprir com as despesas fixas. O dirigente manifesta uma “enorme e profunda preocupação”, pelos incumprimentos de entidades, pelo facto da instituição “ter muito dinheiro por fora” . “Apesar de tudo, não deve- mos nada a ninguém”, sublinha Miguel Antunes. A prioridade é “manter os 15 postos de trabalho”, porque, conforme salienta o dirigente, “o mais importante são as pessoas”, ou seja “os homens e mulheres que garantem o funcionamento da associação e as suas famílias”. Miguel Antunes reconhece que “existe a necessidade de reforçar o corpo de bombeiros”, mas este é um investimento “completamente inviável”, até porque há outras prioridades, nomeadamente a aquisição de vários equipamentos, que permitem garantir condições de trabalho e segurança aos operacionais, mas também qualidade e eficácia no serviço prestado à população. O comandante Jorge Vicente assegura que todos os 40 operacionais “têm o seu equipa- mento de proteção individual”, no entanto dá conta de “algumas” necessidades a nível de viaturas, nomeadamente de uma ABTM, mas, por agora, todos os investimentos estão suspensos, ou melhor, em ponderação. O presidente faz questão, no entanto, de salientar os “melhoramentos efetuados nas camaratas femininas”, um enorme esforço financeiro que associação não podia adiar, até porque em causa estava o conforto das operacionais que servem abnegadamente nos Voluntários de Linda-a-Pastora. “Estas associações devem ter em conta as condições de trabalho, assegurar áreas de descanso, de alimentação e até de lazer aos seus bombeiros, da mesma forma que não podem descurar os cuidados de saúde e os imprescindíveis equipa- 13 JANEIRO 2014 LINDA-A-PASTORA exige audácia pró-atividade mentos”, acrescenta o comandante. O quartel há muito que deixou de dar resposta às exigências de um corpo de bombeiros moderno, e embora a Câmara Municipal de Oeiras se tenha mostrado “sempre disponível” para apoiar a instituição na concretização dessa antiga aspiração, a verdade é que a conjuntura nacional não permite qualquer calendarização. F “Temos o quartel prometido, até temos um terreno em Nova Queijas, com as necessárias aprovações e luz verde da Autoridade Nacional de Proteção Civil”, revela o dirigente, sem esconder desagrado pela localização. “Os acessos não são famosos”, considera, dando conta que das três alternativas apresentadas aos Bombeiros de Linda-a-Velha, o Alto da Rocha, seria a mais apropriada para acolher as novas instalações. Refira-se que a Câmara Municipal de Oeiras tem sido “uma excelente parceira” da associação, bem como de todas as congéneres do concelho e, ainda que nos últimos anos os in- vestimentos nos corpos de bombeiros tenham sofrido “ajustes”, os apoios “não vão faltando”. A área de intervenção deste corpo de bombeiros integra Linda a Pastora e a freguesia de Queijas, onde residem cerca de 12 mil pessoas, uma espécie de dormitório, mas também um território de passagem de milhares de pessoas, tanto para a capital, como para os vários parques empresariais dos concelhos de Oeiras e Sintra. Nesse sentido, tanto a A5, como a CREL são pontos sensíveis, que “implicam prontidão de meios”, lembra o comandante. Na vertente operacional, Jorge Vicente, recorda o trabalho dos Bombeiros de Linda-a-Pastora no apoio a eventos desportivos no Estadio Nacional, alguns de âmbito internacional e que exigem um rigoroso dispositivo, A formação é, assim, aposta permanente tanto a nível interno como nas ações conjuntas que reúne os seis corpos de Ecos do passado undada a 5 de julho de 1891 o então designado Corpo de Voluntários de Salvação Pública do Concelho de Oeiras contou na sua génese com o trabalho, empenho e dinamismo dos cidadãos beneméritos João Wenceslau de Azevedo, Manuel Pereira de Azevedo, Miguel Francisco Maurício, João Duarte e António Duarte, a quem se juntou Júlio Alexandre Silva o primeiro comandante do corpo de bombeiros. Em 1924 da fusão com a Sociedade União e Capricho de Linda-a-Pastora, nasce então a Associação União e Capricho de Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora. Durante décadas, para além do corpo de bombeiros, a vetusta instituição era também um importante polo de animação e cultura do concelho de Oeiras, um reduto do associativismo espoliado pelo progresso, pela voragem dos novos tempos. Ainda assim, para registo futuro ficam os tradicionais bailes de carnaval que levavam centenas de foliões da região da grande Lisboa, ao pacato e discreto lugar do território oeirense. bombeiros do concelho de Oeiras, uma estratégia com bons resultados na preparação dos operacionais de socorro. Jorge Vicente garante que tem um efetivo “muito competente”salientando que, por ali, o voluntariado “não se perdeu”. “Os voluntários asseguram as noites, sendo a média de pernoitas grande”, revela, dando conta do sucesso “trabalho motivacional” desenvolvido pela direção e pelo comando. “Não há bombeiros a mais, até porque a missão destes homens e mulheres não se cinge à emergência e transporte de doentes”, diz-nos o responsável operacional, alertando para a mais-valia do “serviço cívico e humano, do apoio que os bombeiros prestam às populações”. Otimista, Jorge Vicente acredita que o futuro se assegura com audácia e dinamismo. “Temos que ser audazes, mais pró-ativos, avançar com parcerias e acordos, para podermos continuar a investir no socorro, só desta forma é possível manter os quartéis de portas abertas”, defende o comandante Linda a Pastora, em jeito de mensagem para o exterior, de mote para reflexão coletiva. 14 JANEIRO 2014 MADEIRA Jardim elogia gestão associativa Foto: Sérgio Santos “Os bombeiros têm os Dinamismo associativo e rigor operacional são chancelas do Corpo de Bombeiros de Caneças, que depois de ultrapassar vicissitudes várias, ao longo de mais de três décadas, apresenta-se, agora. como exemplo de gestão e uma referência de prontidão em matéria de socorro. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim O presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, elogiou a gestão associativa de bombeiros adiantando que “os custos de certas gestões públicas nas respetivas corporações custaram, em proporção, três vezes o que custaram nas associações de bombeiros voluntários”. Alberto João Jardim falava numa das cerimónias, a que presidiu, de entrega de seis novas ambulâncias de socorro a associações de voluntários e corpos de bombeiros municipais. O presidente do Governo Regional adiantou ainda que o atual modelo organizacional dos bombeiros, “com uma corporação em cada concelho, é para manter, acrescentando que a ideia de querer juntar as corporações numa só “vem de pessoas que estão ao serviço da Madeira velha”. ALCABIDECHE Foto: Luís Bento/CMC Bombeira condecorada a título póstumo A bombeira Ana Rita Pereira, dos Voluntários de Alcabideche, e Bruno Nascimento, antigo presidente da Junta de Freguesia de Alcabideche, Cascais, foram condecorados a título póstumo por aquela autarquia com a medalha de honra da freguesia por ocasião do seu 173.º aniversário. A sessão decorreu no edifício do Montepio, em Alcabideche, após missa celebrada na igreja matriz local, e contou com as presenças do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, do presidente da assembleia de freguesia e do presidente da junta de Alcabideche, respetivamente, Fernando Teixeira Lopes e Rui Costa. Estiveram também presentes diretores, elementos de comando e bombeiros da Associação de Alcabideche bem como muitos autarcas e outros bombeiros do concelho. Recorde-se que a bombeira Ana Rita Pereira faleceu em trágicas circunstâncias durante o combate a um incêndio florestal ocorrido no Caramulo no verão transato e o autarca Bruno Nascimento, foi vítima de doença súbita em 21 de dezembro passado. O s Bombeiros Voluntários de Caneças são, atualmente, uma instituição dinâmica que soube, sempre, derrubar obstáculos, desde logo os impostos pelo rocambolesco processo de construção do quartel sede que se prolongou por seis anos, com prejuízos óbvios, tantos que só 15 anos após o início da obra a direção conseguiu debelar os encargos 20 vezes superiores aos orçamentados. Esta crise severa que ameaçou a existência da instituição, foi contudo vencida pela persistência e trabalho de um punhado homens bons e rendidos à causa. “Hoje, mercê das diversas iniciativas para a criação de receita, e apoio ativo da Câmara Municipal de Odivelas, a situação financeira do Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caneças (AHBVC) é estável, embora exija uma gestão atenta”, segundo faz questão de salientar Domingos Tomé, presidente da direção da instituição e um decano do associativismo do distrito de Lisboa, conhecedor e muito crítico das sucessivas alterações legislativas que, nos últimos anos, em nada beneficiaram o setor, serviram apenas para provar que o modelo está esgotado. Domingos Tomé não esconde a “frustração” de não poder atender a todas as necessidades expostas pelos operacionais, porque os recursos são escassos e as despesas muitas, dando conta de uma “luta diária” que não dá tréguas aos dirigentes. Na mesma linha, denuncia a desmotivação de quem, depois de 35 anos de entrega à causa, verifica que os bombeiros são os parentes pobres de uma superestrutura de proteção civil que, contudo, se alimenta e sobrevive destes contingentes de voluntários. “Olho para trás e pergunto-me muitas vezes se valeu a pena”, diz em tom de desabafo, quem garante não se sentir nem reconhecido, nem recompensado pelo trabalho desenvolvido. “Nós não temos que nos substituir ao Estado, não temos”, considera, defendendo que “os dirigentes destas associações são os melhores gestores deste País”, uma certeza de quem todos os dias desafia a imaginação para conseguir satisfazer os compromissos. Domingos Tomé teme pelo futuro garantindo que esta geração, esta estirpe, de dirigentes não tem descendência, alvitrando para breve mudanças profundas no setor, que podem por em causa o voluntariado e condenar o modelo de funcionamento dos corpos de bombeiros. A gestão de uma instituição, que dá emprego a duas dezenas de pessoas e mobiliza cerca de uma centena de voluntários, implica rigor. Nos últimos tempos, direção e comando acordaram no pacto de poupança que obrigou a “uma grande reestruturação” e passou ajustes e cortes, tudo para que o socorro não falte às populações. É vasta a área de intervenção dos Voluntários de Caneças. Com a recente reorganização territorial e a extinção de juntas 15 JANEIRO 2014 CANEÇAS os melhores gestores deste País” de freguesia este corpo de bombeiros passou a contar na esfera de atuação com a populosa freguesia da Ramada. Atualmente, os Bombeiros de Caneças garantem socorro a cerca de 43500 pessoas, realidade que dita pronta e impõe eficaz resposta. Este é um corpo de bombeiros “relativamente” bem apetrechado, conforme dá conta o comandante Manuel Varela. E, ainda que exista a constante necessidade de renovação de equipamentos, direção e co- mando fazem contas à vida para avançar com algumas obras no quartel, bem como a modernização da central de comunicações. Numa outra vertente, tendo em vista a redução de despesas, continua na calha apenas dependente de apoio da autarquia, a instalação de painéis fotovoltaicos. Apesar do pessimismo, de algum desalento, a verdade é o presidente da direção dos Voluntários de Caneças e sua equipa não desistem, dão tudo para servir quem afinal tem como missão servir os outros. Neste sentido, a segurança e as condições de trabalho dos bombeiros são prioridades. “Não queremos chegar ao fim do ano e ter lucro, não somos uma empresa, chega-nos não ter dívidas, desde que os operacionais tenham o que precisam”, afiança o dirigente. Ainda que sejam muitos os entraves, a verdade é que os Bombeiros de Caneças continuam a ser uma espécie de incubadora do voluntariado, muito pela dinamização da fanfarra que, atualmente, conta com 56 elementos. “A fanfarra é um alfobre para as fileiras do corpo de bombeiros” revela o comandante Manuel Varela, contando que “depois de um período complicado”, foi possível reativar o grupo que é, agora, a “coqueluche” da associação. “Chegamos a ter apenas sete elementos, decidimos então ir às escolas, apresentar a nossa fanfarra e conseguimos captar novos elementos”, diz o comandante salientando o trabalho do bombeiro Tiago Santos, “um jo- C vem que tem sido muito importante para agarrar estes miúdos”. Outros dos incentivos aos mais novos é a participação nos campeonatos de manobras, uma atividade que adoram e os vai familiarizando com o trabalho do bombeiro, com o manuseamento dos equipamentos. Nuno Azevedo que tem um dom especial e “fala a linguagem dos miúdos” consegue incutir-lhes o gosto pela competição e a entrega à causa, revela o comandante assegurando que “as classificações não são importantes”, mas que esta é uma forma saudável de ocupar os mais jovens. “É com enorme satisfação que assumimos a missão de tirar os miúdos da rua, de os desviar de caminhos perigosos” afiança Domingos Tomé, alertando, no entanto. que “as entidades deste País, nomeadamente a câmaras municipais, deveriam fomentar estas ações”. A falta de apoios porém não desmotiva os bombeiros a promover estas iniciativas, encarando as despesas associados como um investimento no futuro dos bombeiros voluntários. Curiosidades uriosamente a, então, Associação dos Bombeiros Voluntários de Caneças, fundada a 5 de julho de 1977, não dispunha de corpo de bombeiros, mas com duas ambulâncias prestava serviços na área da saúde à população de Caneças. Á época, por intervenção da Câmara Municipal de Loures, a instituição foi alojada numa loja na Rua Aires Martiniano da Silva, lote 2. Só em junho de 1980 foi, oficialmente, legalizada a constituição do corpo de bombeiros, tendo como primeiro comandante Alberto Fernando da Cunha. Nesse mesmo ano, a instituição recebe a designação para Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caneças. A instituição cresceu e houve então necessidade de garantir novas instalações e a associação, durante anos funcionou em três espaços distintos. Em 1983, a Câmara Municipal de Loures, finalmente, cede um terreno para a construção do quartel, mas o processo esbarou numa série de questões processuais a obra só arrancou em 1991, mas a falta de verbas ditam uma paralisação de quatro anos. Os trabalhos recomeçam em 1995 e o quartel foi, finalmente, inaugurado a 24 de novembro de 1996. A obra teve um custo final vinte vezes superior ao inicialmente previsto e só em dezembro de 2007, ficou integralmente pago. 16 JANEIRO 2014 BOAS FESTAS 2014, esperanças renovadas umprindo uma já antiga tradição muitas as associações e corpos de bombeiros, dirigentes associativos e operacionais, bombeiros e muitas outras entidades e individualidades que partilharam com a redação do jornal Bombeiros de Portugal a quadra natalícia e a chegada de um novo ano, a todos agradecemos e retribuímos. Finda a quadra natalícia é hora de centrar atenções na chegada do novo ano, até porque para em 2013 foi um ano trágico para os bombeiros. A chegada de 2014 só pode ser saudada com esperanças renovadas Que as missões falhadas ontem, a todos sirvam de lição para o hoje e de experiência para o amanhã. Agradecemos e retribuímos os votos de festas felizes que nos chegaram das direções, comandos, corpos ativos dos bombeiros de Águas de Moura, Albergaria-a-Velha, Albufeira, Alcabideche, Almada, Almoçageme, Mistos de Amora, Arrifana, Avintes, Batalhão de Sapadores do Porto, Bucelas, Cacilhas, Cadaval, Caneças, Cantanhede, Cernache do Bonjardim, Coimbra, Esmoriz, Estremoz, Espinhenses, Estoril, Fafe, Famalicão da Serra, Ferreira do Zêzere, Figueira de Castelo Rodrigo, Figueiró dos Vinhos, Golegã, Lamego, Lixa, Loriga, Marco de Canaveses, Macedo de Cavaleiros, Malveira, Marvão, Mogadouro, Montemor-o-Novo, Moscavide-Portela, Óbidos, Odivelas, Pampilhosa, Pare- Foto: Sérgio Santos C de, Penacova, Pernes, Pinhal Novo, Proença-a-Nova, Régua, S. Bartolomeu de Messines, S. Brás de Alportel, Santarém, Sobral de Monte Agraço, Sul e Sueste, Tondela, Trafaria, Vagos, Valença, Vieira do Minho, Vila Nova de Cerveira e Municipais de Viseu. Reconhecidos ainda pelas mensagens enviadas pelas Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, Juvebombeiro de Beja, Associação dos Bombeiros Ultramarinos (NABUL), Núcleo dos Antigos Bombeiros Ultra- marinos (NUCBOMB), Association Portugaise des Pompiers au Portugal. Unidade e Canina de Resgate Busca e Salvamento (França), Comissão Instaladora da Liga dos Amigos dos Bombeiros da Lousã, e Serviço Municipal de Proteção Civil de Cascais. Para além das instituições, várias individualidades nos brindaram com os tradicionais votos da quadra, nomeadamente o comandante José Morais, o comandante Rui Laranjeira e também Clemente Mitra, Eduardo Correia, Marco Martins, Paulo Gil Mar- tins, Artur Costa, Sérgio Camolas, Jorge Santos. Um obrigado ainda a Mário David deputado do Parlamento Europeu e vice-presidente do Partindo Popular Europeu, Miguel Portela, Carlos Alberto Tiago, Emanuel José Roriz Barcelos, Inês Valentim, Nuno Miguel Leitão, Rui Silva e Sérgio Santos. Com estima registamos também as mensagens que nos foram enviadas por Fogo & História, Atelier José Cardia Arquitectos, APCMC, Associação Dr. Manuel Luciano da Silva, Produti- va, Média XXI, Werk, Associação Vem Vencer, Museu da Miniatura Automóvel, Bombeiros para Sempre, Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Câmara Municipal de Palmela, Câmara Municipal de Ourém, Município de Porto de Mós, Confederação Portuguesa das Colectividades, Associação Portuguesa de Imprensa, Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, CIE – Comunicação e Imprensa Especializada Lda, Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, Publicações Europa América, e Symantec. NATAL E FIM DO ANO Bombeiros atentos à segurança dos outros Passagem de ano no quartel da Ericeira P or tradição, a quadra natalícia reúne as famílias e os amigos à mesa para desfrutarem de momentos de união e, também, de degustação das mais diversas iguarias tradicionais. Como sabemos, porém, existem homens e mulheres que deixam este conforto para estar ao serviço voluntário do próximo. Uma equipa do jornal Bombeiros de Portugal (BP) esteve no quartel dos Bombeiros Voluntários de Camarate na noite de Natal e nos Bombeiros Voluntários da Ericeira na passagem de ano para acompanhar esses operacionais nestas noites especiais. Ao entrar no piquete de serviço nos Voluntários de Camarate, os bombeiros trouxeram consigo os seus familiares mais próximos para uma consoada improvisada no salão nobre da instituição. Azevias, bacalhau, troncos de natal e outros doces serviram de ceia para estes operacionais que se iam reve- zando nas saídas, à medida que os serviços de emergência iam surgindo, para que todos, na medida do possível, pudessem viver o espírito natalício com os familiares presentes. Ao início da noite e, dada a proximidade da esquadra da PSP do quartel dos bombeiros, o graduado de serviço, João Saramago, acompanhado de outro agente, veio dar as boas festas aos bombeiros, demonstrando assim um gesto de união e camaradagem entre os agentes de proteção civil. A noite foi considerada calma, não havendo registo de muitos serviços, o que permitiu ao Chefe Moço e aos bombeiros Mário Pessoa, Luís Martins, Tiago, Sandra, Raquel e Pedro, entre outros, apesar de tudo, passar a noite de Natal relativamente descansados. É junto ao mar que muitos portugueses gostam de assistir à passagem de ano, nomeadamente na Ericeira. Neste caso, por certo, devido ao esperado espetáculo de fogo-de-artifício. Ali, é nas praias que se junta o maior número de pessoas, facto que leva os bombeiros voluntários locais à preparação de um dispositivo de socorro especial nessas zonas, que o “BP” foi acompanhar. O jantar de piquete dos Voluntários da Ericeira também reuniu os familiares e os bom- beiros escalados, para que pudessem passar juntos os últimos momentos do ano. Próximo da hora de passagem de ano o 2º comandante João realizou um breve “briefing” para dar a conhecer aos operacionais presentes as medidas a tomar. De seguida, um veículo de combate a incêndios, uma ambulância e um veiculo de comando e respetivas guarnições estacionaram na Família dos Voluntários de Camarate na ceia de Natal Praia dos Pescadores para assegurar a prevenção. Felizmente, o fogo de artificio constituiu um belo espetáculo, iluminou os céus durante largos minutos e não houve ocorrências a registar. De regresso ao quartel, a primeira coisa a fazer foi cumprimentar os colegas que tinham permanecido no quartel, desejando-lhes um bom ano. Entretanto, na central de comunicações a bombeira Ana Simões começou a receber chamadas de socorro para as habituais intoxicações etílicas na via pública daquela vila à beira mar. A noite da Ericeira registou mais de uma dezena de intervenções dos bombeiros, maioritariamente devido às intoxicações provocadas pelos abusos da data festiva. E, os operacionais dos Bombeiros Voluntários da Ericeira foram respondendo sempre com prontidão e com uma boa gestão dos meios a empenhar. Sérgio Santos 17 JANEIRO 2014 CELORICO DE BASTO Depois da recuperação, o regresso Tiago Carvalho, dos Voluntários de Celorico de Basto, foi mais uma das vítimas dos incêndios de 2013. Não foi apanhado pelas chamas, mas por um veículo pesado do seu quartel, em pleno teatro de operações, quando combatia um fogo, no lugar de Castelo. Ainda em recuperação, o jovem engenheiro conta os dias para, voluntariamente, voltar a servir nos Celoricenses, porque as “contrariedades” não fizeram esmorecer o entusiasmo e a abnegação com que sempre serviu o próximo. Texto: Sofia Ribeiro O verão de 2013 deixa marcas indeléveis nos bombeiros de Portugal. Os incêndios do ano passado tiveram consequências trágicas para muitos operacionais, assinalam um período trágico da vida de outros tantos e “mexeram” com a realidade, as prioridades e as preocupações dos corpos de bombeiros de norte a sul do país. Na noite de 13 de agosto, também Tiago Carvalho entrou para a negra “estatística” ao ser abalroado por veículo pesado de combate a incêndios que se encontrava aparcado no monte e que, por motivos que continuam por apurar. terá perdido os travões. Conta o comandante Marinho Gomes dos Celoricenses que esta era mais uma missão quase de rotina “um foco de incêndio na freguesia de Arnóia, no lugar do Castelo”. Para o local foram mobilizadas “duas viaturas do quartel-sede e uma outra da seção de Vila da Mata”. A viatura que tinha como chefe de equipa Tiago Carvalho, tentou chegar “o mais próximo possível do fogo, para mais rapidamente debelar as chamas”. O caminho era sinuoso e o motorista estacionou o carro no monte. Os operacionais deixaram a viatura e quando retiravam os equipamentos, o veículo começou a andar trás. Dois bombeiros tiveram tempo de fugir, mas Tiago foi cilindrado por uma das rodas do pesa- do, que lhe provocou lesões muito graves no tronco e bacia. Três costelas partidas, várias fraturas na bacia e algumas outras lesões retiveram o bombeiros no hospital de Guimarães 35 longos dias. Entretanto, a rotina deste jovem, nos últimos cinco meses, fez-se de várias intervenções cirúrgicas e muitos tratamentos. Está a vencer a batalha, mas ainda não obteve alta médica. Apesar de todas as preocupações, comando, corpo ativo e direção, confrontados com a tragédia, souberam confortar-se com as garantias de recuperação dadas pelos médicos que acompanharam Tiago Carvalho, embora todos tivessem cientes que este era “um processo muito demorado” conforme revela Marinho Gomes. Na memória de todos estava ainda bem presente a tragédia de 24 de junho de 2000, que roubou a vida a um bombeiro celoricense que combatia as chamas, mas, felizmente, este episódio teve um final diferente. Na primeira pessoa, Tiago Carvalho recorda o dia do acidente, mas sem qualquer tipo de mágoa, conta que esteve “sempre consciente” e ciente da gravidade das lesões. “Parece que o Unimog passou no sítio certo, para eu ficar para contar a história”, ironiza, como que afugentando fantasmas de uma noite sinistra. Ainda com algumas dificuldades de locomoção, mas em franca recuperação, o jovem anseia retomar a vida interrompida no acidente de agosto do ano passado. Tiago Carvalho ingressou nos Voluntários Celoricenses com 16 anos, partilhando o lema “vida por vida” com pai e com o irmão. Passou pela escola de cadetes, cumpriu toda a carreira e, em 2011, foi reclassificado, sendo um dos quatro oficiais-bombeiros que servem o quartel. Entretanto, licenciou-se mas nunca ponderou deixar os bombeiros. Empresário e empreendedor Tiago trabalha em Celorico de Basto e vive em Gaia, o que obriga a percorrer diariamente cerca de 200 quilómetros, uma viagem que se torna menos penosa pela vontade de estar junto da mulher e do pequeno Rodrigo que por estes dias muito tem contribuído para mitigar as dores e a ansiedade de voltar ao trabalho e de poder vestir a farda de bombeiro voluntário. Depois deste susto, nem a família do jovem bombeiro consegue contrariar a inevitabilidade do regresso ao ativo, até porque “atropelamentos acontecem em todo o lado e a toda a hora” e os bombeiros sabem isso melhor que ninguém, tal como sabem “valorizar todos os episódios bons e esquecer os outros”. Foto: QuarkCore 18 JANEIRO 2014 INTERVENÇÃO EM PARQUES EÓLICOS Novas soluções para novas realidades A pulverização de parques eólicos no território nacional e os riscos que lhes estão associados, só por si, justificaram plenamente a iniciativa da Juvebombeiro, estrutura da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), para o seminário “Socorro e Emergências em Parques Eólicos”. A sessão solene de abertura contou com a presença do presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca, do presidente do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares, e do presidente da comissão coordenadora nacional da Juvebombeiro, Paulo Ferro. Conforme ficou demonstrado no final, segundo testemunho de muitos presentes, o encontro constituiu uma alavanca decisiva para a convergência das várias entidades com responsabilidade no setor das energias renováveis no objetivo comum de estudar e responder pela segurança e pela qualidade do socorro naquelas instalações. Uma aposta clara em “novas soluções para novas realidades”. Tratou-se de uma iniciativa muito participada, não obstante o mau tempo que nessa madrugada se fez sentir, e que obrigou muitos bombeiros a intervir nas suas zonas, cancelando à última hora a presença no cineteatro municipal de Ourém, onde decorreu o seminário. Apesar dessa contingência, o encontro foi muito concorrido, reunindo 258 bombeiros de 47 corporações de todo o país e 35 convidados de dife- rentes entidades e empresas da área das energias renováveis. O site “Bombeirosparasempre” também esteve presente para, com caráter inovador, transmitir via Web as diferentes etapas do seminário. A propósito, também, o presidente da LBP considerou a iniciativa particularmente relevante no contributo para a difusão da informação no universo dos bombeiros, apontando e incentivando as estruturas da Juvebombeiro na prossecução dos seus fins, nomeadamente, na dinamização do voluntariado jovem que é indiscutivelmente, o futuro dos bombeiros portugueses. Paulo Ferro, enquanto presidente da comissão coordenadora nacional da Juve, apontou a realização do seminário como uma demonstração de uma nova dinâmica de maior abrangência, objetividade e proximidade daquela estrutura aos bombeiros em geral. O encontro constituiu, sem dúvida, uma oportunidade para as operadoras e outras entidades poderem prestar informação técnica sobre as suas atividades e sobre as parcerias ou simples contactos já estabelecidos com associações de bombeiros vizinhas dos parques. A própria Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) também deu conhecimento do trabalho desenvolvido nesse domínio através dos comandos distritais de operações de socorro. O primeiro painel, coorde- nado por Carlos Batista, presidente da assembleia-geral da Associação de Bombeiros Voluntários de Ourém, contou com as participações, da Associação Portuguesa de Energias Renováveis, através do seu presidente, professor Sá Costa, da “Gamesa” e da “Enercon”, representados por José Fernandes e António Esteves, no âmbito da manutenção dos parques, e da ANPC, através de Maria Anderson, chefe do núcleo de gestão e ordenamento territorial, para a segurança nos parques eólicos. O segundo painel do seminário, coordenado pelo presidente da Escola Nacional de Bombeiros (ENB), José Ferreira, contou com a participação da “Iberwind”, através de Duarte Carmo Vaz, sobre procedimentos de segurança em caso de emergência, da “Soluções Outdoor”, representada por Mário Barroso, sobre identificação dos riscos e procedimentos de intervenção e equipamentos, e, por fim, a participação da ENB, através do seu formador Filipe Tavares Pinto, adjunto de comando dos Voluntários de Algés, no âmbito do salvamento em grande ângulo nas operações de resgate. Há muitas associações humanitárias e corpos de bombeiros já preparadas para esse tipo de intervenção mas será desejável e necessário que esse número aumente para poderem responder ao crescimento em curso e previsto do número e extensão de parques eólicos. Os Voluntários de Fafe e de Baião, a título de exemplo, são dois dos vários corpos de bombeiros que já estão preparados para intervir. BARREIRO Condução de ambulâncias em workshop O s Bombeiros Voluntários do Sul Sueste (Barreiro), em colaboração com a Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e com a FEMÉDICA, realizaram no dia 11 de janeiro, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, um workshop sobre “Condução de Ambulâncias em Emergência”, que se inseriu no plano de formação diferenciada do Corpo de Bombeiros para 2014. O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, que na sessão de abertura sublinhou a importância da formação dos bombeiros face às cada vez maiores exigências que se impõem à sua atividade de proteção e socorro. Para além de cerca de 70 elementos dos Bombeiros do Sul e Sueste, o workshop contou ainda com a participação de mais 45 elementos oriundos de outros Corpos de Bombeiros e da Cruz Vermelha Portuguesa, espelhando dessa forma o interesse e a atualidade da matéria em apreço. 19 JANEIRO 2014 FAMALICÃO DA SERRA A CB perde comandante Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, Guarda, acaba de perder o seu primeiro comandante. Francisco José Venâncio Gonçalves, de 44 anos de idade, vítima de doença súbita. A notícia chegou-nos à hora do fecho da presente edição. Ainda recentemente, o “Bombeiros de Portugal” teve a oportunidade de visitar aquela instituição e de trocar impressões com o comandante Fran- cisco Gonçalves, o primeiro responsável pelo corpo de bombeiros voluntários mais jovem do país. “BATEFUEGOS 2013” PROTOCOLO Homenagem aos bombeiros falecidos Segurança na frente de fogo A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) e o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (ADAI) assinaram um protocolo que estabelece as novas condições de cooperação na formação de formadores de combate a incêndios florestais e um novo curso de “Segurança e Comportamento do Fogo Florestal”. Com estas formações, a ENB pretende dar resposta às “preocupações” dos bombeiros portugueses em matéria de comportamento e segurança nos incêndios florestais. O protocolo foi assinado no passado dia 11 de dezembro, data em que teve inicio, também por iniciativa da ENB, um curso de condução defensiva. Esta formação de um dia de formação teórica e outro dia de formação prática é o terceiro curso que está a ser mi- O s prémios espanhóis “Batefuegos de Oro 2013” prestaram homenagem aos bombeiros portugueses falecidos no ano transacto no combate aos incêndios florestais. Nesse sentido, o júri atribuiu-lhes uma menção especial. A entrega da distinção à Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) decorreu na Escuela Técnica Superior de Ingenieros de Montes de la Universidad Politécnica de Madrid. José Luis Bucho recebeu a distinção em nome da LBP. O jurí dos prémios da 12ª edição escolheu “Xarxa Florestal”, como melhor prevenção, Trasel Servicios Ambientales, como melhor extinção, Revista Montes, como melhor divulgação, Cabildo de Tenerife, como melhor acção educativa, como melhor avanço tecnológico (ex aequo), Vicente Mans e Sky Helicópteros e, melhor trabalho internacional, Armando González Cabán. As restantes menções especiais foram atribuídas a, Marina Cotelo, Javier Lamas e Domingo Pérez, Raimundo Martín, José Ramón Pan, Juan Roldán e Antonio Arellano. ÓBIDOS A Jogo a favor dos bombeiros “Pelotão Destruidor Rápido - Airsoft Team” organizou no passado dia 12 de janeiro de 2014 um jogo a favor dos Bombeiros de Óbidos e dos Bombeiros de Peniche, que decorreu no Rio Cortiço, em Óbidos. Airsoft é uma modalidade que desafia os participantes em simulações militares, ou de mera recreação com armas de pressão com projéteis plásticos não letais, recorrendo frequentemente a táticas militares. A Pelotão Destruidor Rápido – Airsoft manifestou solidariedade para com os bombeiros, promovendo um evento em que participaram cerca de 80 jogadores vindos de vários pontos do país, também apostados em apoiar causa. Com este gesto solidário foram angariados cerca de 700 euros, repartidos entre os Bombeiros de Óbidos e os de Peniche. Os Bombeiros de Óbidos dirigem à entidade promotora “sinceros agradecimentos e reconhecimento por este gesto solidário”. nistrado nesta área. Até maio cerca de mil bombeiros vão receber este tipo de formação que visa dar resposta à elevada sinistralidade registada em veículos de emergência. 20 JANEIRO 2014 BARCELINHOS Quartel guarda tradição familiar Igualdade O apoio inequívoco das populações é, sem dúvida, um fator de desenvolvimento e crescimento da Associação Humanitária dos Bombeiros de Cabanas de Viriato, que pode ainda contar com uma direção e um comando muito ativos, que recusam baixar os braços perante a adversidade. Neste quartel, as mulheres ombreiam com os homens em número, iniciativa, trabalho, formação e profissionalismo, uma realidade que confere algum pioneirismo a esta octogenária instituição que bem pode orgulhar-se de já estar a escrever o futuro. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim O comandante Costa com o seu filho José, presidente da direção dos Voluntários de Barcelinhos C ontrariando receios, sobretudo dos decanos do “mundo os bombeiros”, em muitas associações humanitárias de todo o país, o gosto e a entrega à causa ainda perpassam gerações. Avós, pais, filhos e netos abraçam com orgulho uma espécie de tradição, de desígnio familiar. Em Barcelinhos três famílias são prova dessa “herança genética”. Na direção, no comando, e, também, no corpo ativo, os filhos, por decisão própria, decidiram trilhar os caminhos já percorridos pelos progenitores, dando-lhes, contudo, um cunho pessoal. Á sua maneira, continuam a escrever a história desta instituição com mais de nove décadas de existência. O presidente da direção, José Costa é um dos nove herdeiros do comandante Costa, ainda hoje, uma das mais carismáticas figuras dos bombeiros de Portugal. Os mais velhos, enaltecem a coragem deste homem bom, mas também a postura e a forma “impecável” como se apresentava: “sempre muito bem ataviado, exibindo sapatos de verniz, sempre reluzentes”, mesmo no mais adverso dos teatros de operações Aos 86 anos, o comandante Costa recorda cada um dos momentos que durante 60 anos dedicou aos bombeiros. Hoje, depois de também ter passado pelos órgãos sociais da instituição, ajuda no que pode os dois filhos e o neto que na direção da associação dão o cunho da família a um novo ciclo da história dos Bombeiros de Barcelinhos. “Gostaria que os meus filhos tivessem sido bombeiros, mas nunca insisti! Hoje sinto-me feliz por, de alguma forma, terem realizado esse meu sonho… Ainda que não enverguem a farda, estes dois, tal como eu, também são bombeiros”, revela o alfaiate que, nos anos 40 do século passado, ousou cumprir o sonho de menino nos Voluntários de Barcelinhos, onde fez toda a carreira de bombeiro. O atual comandante, José António Beleza Fer- O clã “Rabazolas” Filho herdou as insígnias do pai raz herdou o gosto pela causa da avó Aninha, que muito trabalhou pela causa, mas também as insígnias de seu pai, o emblemático comandante Beleza Ferraz que desde muito novo viveu a atividade dos voluntários, onde, curiosamente se iniciou como mascote da instituição. Mais tarde, assumiu vários cargos na direção e, durante duas décadas, foi a figura máxima na estrutura de comando. Já com uma saúde débil passou, ainda, pela assembleia-geral e integrou o conselho superior da instituição. Faleceu aos 81 anos deixando aos Voluntários de Barcelinhos um legado enorme, de mais de meio século. Da mesma forma, também a família Oliveira tem raízes na associação. O chefe Alfredo serviu durante décadas no quartel de Barcelinhos e foi com enorme vaidade que viu quatro dos seus 10 filhos seguirem-lhe as pegadas. Martinho, Vitor, Fernando e Alfredo são os representantes do clã “Rabasolas”, operacionais de “mão cheia”, que em tudo dignificam o caminho percorrido pelo pai. Afinal, em Barcelinhos, como em outros quartéis do País, a tradição familiar ainda é garantia de renovação, de futuro para muitas associações humanitárias e corpos de bombeiros. Sofia Ribeiro E mbora inaugurado há mais de dois anos o quartel dos Voluntários de Cabanas de Viriato ainda cheira a novo. Este é um equipamento moderno e operacional construído à medida das reais necessidades desta associação. Depois de décadas a funcio- nar num acanhado espaço que há muito que não respondia às exigências do corpo de bombeiros, instalado numa artéria do centro da vila, com problemas óbvios para a entrada e saída de viaturas de socorro, esta mudança deu um novo alento aos homens e mulheres que servem a associação e foi, para dirigentes, comando, corpo ativo e associados, a concretização de um sonho antigo. O quartel, inaugurado em setembro de 2001, resulta de um investimento de cerca de um milhão de euros, foi construído numa zona desafogada da vila, num terreno com mais de 8200 m2. Numa área de construção que ascende aos 1200 m2, num único piso foram, devidamente, “arrumadas” as zonas de parque de viaturas, oficina e arrumos; comando, administração e gestão de emergência; alojamento e parada. Fundos do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e o apoio da autarquia permitiram a concretização de uma aspiração partilhada por diversas direções e comandos durante mais de vinte anos. “Vivíamos numa casa de duas assoalhadas, “aconchegadinhos”, mas poucas condições operacionais”, recorda José Pereira Dias, presidente da assembleia geral dos bombeiros de Cabanas, salientando que “foi uma festa em 2011 a inauguração do novo quartel, um verdadeiro palácio com todas as condições”, Diz o povo que “quanto maior é a embarcação maior é a tormenta” e este res- 21 JANEIRO 2014 CABANAS DE VIRIATO e de género antecipa futuro ponsável faz questão de salientar isso mesmo, dando conta de “um aumento brutal dos encargos”, que só como uma gestão muito rigorosa é possível comportar, em tempos tão adversos. “Já tivemos problemas, mas neste momento, mercê do trabalho de todos, foi possível assegurar a estabilidade financeira”, diz Júlio Almeida e Sousa, o presidente da direção. Crítico. o dirigente dá conta “de um esforço muitíssimo grande da direção para fazer face às despesas” e aponta o dedo “às entidades que não colaboram como deviam com os bombeiros, não entendem o esforço que é feito”. “Pedimos apenas o que é justo, mas é preciso andar com a mão estendido e o que dão é como se fosse uma esmola”, afirma o dirigente. Mas, em Cabanas de Viriato, as contrariedades são mitigadas com trabalho, até porque os subsídios mensais “na ordem dos quatro mil euros” ficam muito aquém das necessidades desta instituição que tem encargos que “rondam os 13 mil“. A diferença entre o deve e o haver é colmada com a dinamização das mais variadas iniciativas e, também, com apoio dos “mais de mil associados, sempre disponíveis para colaborar com a associação”. Por outro lado, salienta o presidente, “as empresas da região também são sua contribuição”. Numa época que impõe todos os cortes, também os Bombeiros de Cabanas de Viriato foram forçados a proceder a al- guns acertos, em matéria de gastos, até porque são recorrentes os incumprimentos externos. “Algumas entidades a quem prestamos serviços pagam com nove meses de atraso, mas os nossos sete funcionários tem que ser pagos todos os meses”, enfatiza o comandante Fernando Campos, salientando o trabalho da direção, que tudo faz para ultrapassar estas situações, garantido a viabilidade deste projeto. São 51 os operacionais, dos quais 25 mulheres, que cumprem o lema “vida por vida” neste quartel do concelho de Carregal do Sal, um dado curioso e que, na verdade, confirma uma tendência crescente. Por aqui, efetivamente, bombeiro não tem género. Ainda assim, o comandante Fernando Campos, recorre ao passado para justificar o que parece ser uma inevitabilidade no futuro, a prova-lo a maioria que “elas” já representam nas escolas de estagiários em associações do País. “Tivemos a primeira mulher do distrito na estrutura de comando”, uma operacional que deixou marca e terá sido fundamental para assegurar a “coesão do grupo”, refere o responsável operacional, que sublinha ainda que “elas são excecionais, tanto na vertente operacional como na promoção realização de eventos”. “Damos-lhe autonomia e elas apoiam em tudo o que podem”, adianta. Atualmente, a associação serve uma população de cerca de quatro mil pessoas, numa área de intervenção onde um terço das habitações está desocupado, consequência da malfadada interioridade, agravada, agora, por uma nova leva de emigração. Esta realidade que já “roubou” ao corpo ativo mais de uma dezena de operacionais, tem também repercussões na necessária renovação do corpo ativo, segundo dá conta Fernando Campos: “Já começámos a sentir alguns problemas com o voluntariado, mas não desistimos. Se os mais jovens não vêm ao quartel, nós vamos à procura deles”, uma estratégia ao que tudo indica bem-sucedida, tendo em conta o entusiasmo e empenho com que os pequenos infantes e os cadetes apreendem todos conhecimentos e com o à vontade com que dominam a central de comunicações, mas também as técnicas e os equipamentos usados pe- A los bombeiros nos mais diversos teatros de operações. O comandante dá ainda conta que os Voluntários de Cabanas de Viriato contam nas suas fileiras com muitos licenciados, contudo “operacionais que optam por não requer a carreira de oficial bombeiro, porque consideram que aqui neste quartel todos são iguais, todos são bombeiros”. A unidade e a união do corpo de bombeiros refletem o mérito de um comandante que, segundo os presidentes da direção e assembleia geral, “é um bom condutor de homens, duro quando tem que ser, mas um homem com coração”. O renovado parque de viaturas dá garantias aos bombeiros e constitui uma segurança para as populações, que podem ainda contar com a formação e preparação do corpo ativo e a prontidão na resposta. “Temos apenas algumas lacunas a nível de equipamentos de proteção individual para fogos urbanos e industriais, que apesar de todos os esforços, ainda não chegam para todos os elementos… de resto, temos tudo”, garante o comandante. As estruturas associativas e operacionais falam em uníssono, uma cumplicidade que tem permitido dignificar e engrandecer o trabalho iniciado na década de trinta do século passado e, certamente, criar as fundações para o sucesso da missão dos vindouros. A associação que nasceu no teatro Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato nasceu no Edifico do Teatro, quando em 1935 o grupo dramático tentava encontrar uma forma de aplicar os lucros do espetáculo em cena. O ecos da história dão conta que o consenso ditou a compra de uma bomba manual de incêndios, mas como a verba apurada era insignificante, as “senhoras do Grupo Dramático” decidiram promover várias festas. Um ano depois, mercê destas boas vontades, Cabanas de Viriato recebe a almejada a bomba e alguns metros de mangueira, equipamentos que acabaram por ser entregues a uma comissão que a 7 de setembro desse mesmo ano funda a associação de bombeiros. O grupo dramático cede, mais tarde, o edifico do teatro â instituição que desde sempre soube dinamizar este espaço como palco para as mais diversas iniciativas, afinal, ainda hoje, uma importante fonte de receita para os Voluntários de Cabanas de Viriato. 22 JANEIRO 2014 ALIJÓ Exercício conclui formação conjunta s bombeiros voluntários do concelho de Alijó, pelo sexto ano consecutivo terminam uma formação inicial conjunta com um exercício de incêndio urbano. O comandante dos Voluntários de Alijó e comandante operacional municipal, José Rebelo, com a colaboração dos comandos de Sanfins e de Favaios conseguiram, mais uma vez, levar a cabo um ano intenso de formação para os estagiários das suas corporações. Segundo o comandante José Rebelo, ”esta modalidade de formação conjunta começou há 6 anos atrás e tem sido um enorme sucesso, pois tem-se conseguido ganhos a nível operacional enormes, com trabalho de equipa e uniformização de procedimentos a nível operacional”. Ainda segundo o mesmo responsável, “ também se têm conseguido grandes vitórias ao nível de união entre os bombeiros do concelho de Alijó que já se começa a refletir claramente em diversos teatros de operações”. Conforme defendem os três corpos de bombeiros, “mais uma vez fica aqui o trabalho e os parabéns a todos os bombeiros envolvidos, com um Foto: Sérgio Santos O ALBUFEIRA A enorme apreço pelos formadores responsáveis pelos diferentes módulos”. BARREIRO Foto: FISIPE Sul e Sueste avalia resposta O s Voluntários do Sul Sueste realizaram, no âmbito do Plano de Emergência Interno da FISIPE, um simulacro de derrame de acrilonitrilo por colapso do tanque de armazenamento, ação que permitiu testar a operacionalidade para situações de emergência da brigada de emergência Marina testa plano Marina de Albufeira, Algarve, realizou um exercício de socorro para dar cumprimento ao estabelecido no seu plano de segurança e plano de emergência interno. O exercício, um simulacro de incêndio numa embarcação atracada com assistência a vítimas, foi realizado conjuntamente com os Bombeiros Voluntários de Albufeira, com a colaboração da Policia Marítima da Delegação Marítima de Albufeira, sob a observação do capitão do Porto de Portimão, comandante Santos Pereira e dos delegados da Proteção Civil de Albufeira. O objetivo do exercício, para além do cumprimento formal do estabelecido nos planos, foi potenciar e otimizar a resposta da equipa de primeira intervenção local e os restantes colaboradores da marina a situações de emergência. Entre elas, estão casos de incêndio em embarcações atracadas, feridos e derrame de produtos nocivos para o ambiente, num dos postos de amarração da marina. Por outro lado constituiu também uma oportunidade de treino das equipas de intervenção dos Bombeiro Voluntários de Albufeira. O exercício desenvolveu-se num só cenário, numa embarcação amarrada ao cais G da marina, a assistência. e do órgão de comando da empresa, bem como a capacidade de resposta dos meios externos, nomeadamente do corpo de bombeiros. O exercício mobilizou 17 operacionais do quartel do Sul e Sueste, apoiados por 5 viaturas de socorro. CAMARATE Treino em cenários de catástrofe SINES O U m acidente de viação com multivítimas, um incêndio num dormitório de uma instituição, o salvamento em estruturas colapsadas com o apoio de equipas cinotécnicas entre outras simulações de cenários de catástrofe foram criados, recentemente, pelos Bombeiros Voluntários de Camarate, para testar operacionais, meios e a eficácia da resposta. Estas ações de treino integram a formação das equipas de apoio psicossocial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e contam com a participação de vários agentes de proteção civil nomeadamente elementos da esquadra da Polícia de Segurança Pública de Camarate. Sérgio Santos Hotel certifica segurança s Bombeiros Voluntários de Sines participaram, recentemente, num simulacro, testar o plano de segurança interno do Hotel Sinerama. Num cenário de incêndio, resultante de uma ignição num dos apartamentos, as equipas de socorro combateram as chamas, procederam a ações de busca e salvamento no interior do edifício, bem como à necessária ventilação tática do mesmo. O simulacro permitiu, aferir o grau de prontidão dos Bombeiros de Sines, treinar procedimentos nomeadamente em matéria de evacuação de pessoas, mas também no que toca à comunicação entre os vários agentes e intervenientes nesta ação. Participaram no exercício 14 bombeiros apoiados por quatro viaturas e ainda elementos da Guarda Nacional Republicana e da empresa Dianagás, para além do delegado da Proteção Civil Municipal e de toda a equipa da unidade hoteleira. 23 JANEIRO 2014 CANEÇAS O SINES O Simulacro na metalomecânica s Voluntários de Sines realizaram um exercício na Setrova, que visou testar os meios da empresa e, ao mesmo tempo, a capacidade de resposta dos bombeiros no rápido e competente socorro. Nesta metalomecânica foi criado um cenário de derrocada de uma estrutura que vitimou três funcionários, um deles encarcerado e outro atirado para interior de uma grande. Este exercício teve um cenário bastante atípico, no entanto os trabalhos de socorro, planeados para cerca de uma hora e meia, tiveram a dura- ção de apenas 50 minutos, mercê da “excelente comunicação entre as equipas”. ALVERCA Sensibilização da comunidade Largo do Coreto foi o cenário escolhido pelos Bombeiros Voluntários de Caneças para a realização de um simulacro de acidente de viação, ação que visou para sensibilizar a comunidade, mas também, uma vez mais, testar as normas e procedimentos dos operacionais. Desta forma foi simulada colisão entre uma viatura ligeira de mercadorias e um ligeiro de passageiros de que resultaram seis vítimas, três delas com alguma gravidade. Os bombeiros procederam às várias manobras de estabilização, desencarceramento e evacuação das vítimas. Neste exercício estiveram envolvidos 44 elementos e 7 veículos dos Bombeiros Voluntários de Caneças e uma equipa do serviço municipal de proteção civil de Odivelas. Sérgio Santos Hipermercado promove exercício PÓVOA DE LANHOSO Foto: José Miguel Sousa Alerta para automobilistas O A avaria de um forno na padaria do hipermercado Jumbo, em Alverca foi o cenário criado para a realização de um exercício de incêndio que decorreu no passado dia 12 de janeiro. A deflagração do incêndio no V aparelho levou a uma fuga de gás propano que causou dois feridos, com fraturas e queimaduras com alguma gravidade. Foi necessário proceder à busca e salvamento das vítimas no interior complexo e proceder à eva- cuação recorrendo às técnicas de resgate em grande ângulo. Estiveram envolvidos neste “teatro de operações” 24 operacionais e seis veículos dos Bombeiros Voluntários de Alverca. Sérgio Santos s Bombeiros da Póvoa de Lanhoso, a convite da GNR local, participaram uma ação conjunta no âmbito da sensibilização para a segurança rodoviária recriando um cenário de acidente na Estrada Nacional 103. A colisão entre um motociclo e uma viatura ligeira, com um morto e um ferido, e ainda uma colisão frontal de dois outros veículos ligeiros, com vários feridos, serviu para operacionais testarem meios e procedimentos e ao mesmo tempo alertar os automobilistas para a sinistralidade. Os condutores receberam conselhos de segurança de vários Agentes de Proteção Civil que também distribuíram folheto informativos, subordinados a esta temática. No local, destinatários desta campanha puderam ainda, assistir às operações de “socorro às vítimas”. Aos motociclistas foi ainda disponibilizado, pelos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso, o Cartão de Emergência do Motociclista, no qual deve constar o nome, tipo sanguíneo, data de nascimento, historial médico e o número a contactar em caso emergência. Este cartão deve ser colocado no interior do capacete, em local apropriado, e no seu exterior, deve existir um dístico autocolante, que permite alertar os meios de socorro, que no seu interior, existe informação importante referente ao sinistrado. VILA NOVA DE MILFONTES BARREIRO Concurso com balanço positivo Sul e Sueste no Trauma Challenge 2013 ila Nova de Milfontes acolheu, recentemente, a primeira edição do Concurso de Imobilização e Extração de Vítimas. Participaram nesta iniciativa equipas de Vidigueira, Vila Nova de Milfontes, Almodôvar, Grândola e Cacilhas, que foram avaliadas em cinco cenários distintos, que obrigaram à utilização de diversas. Os Voluntários de Grândola venceram este desafio, seguidos dos Cacilhas (2.º lugar), da Equipa 2 da Vidigueira (3.º), dos Bombeiros Almodôvar (4.º), da Equipa 1 da Vidigueira (5.º) e do grupo de Vila Nova de Milfontes (6.º). O êxito da iniciativa incentivou a organização a avançar com a promoção da segunda edição do concurso. T rês equipas dos Voluntários do Sul Sueste (Barreiro) participaram. no dia 7 de dezembro, em Leiria, com no Trauma Challenge 2013, iniciativa da Associação Nacional de Salvamento e Desencarceramento (ANSD), em parceria com os bombeiros local. A participação neste evento, que reuniu 20 equipas de vários pontos de país, enquadrou-se na política de formação contínua e diferenciada do Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste no domínio da emergência pré hospitalar. 24 JANEIRO 2014 FERREIRA DO ZÊZERE AVEIRO Bombeiros em formação C “Velhos” preparados e equipados oncluída a formação de alguns operacionais, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Aveiro-Velhos avançou com o processo de aquisição de três novos equipamentos completos de mergulho, investimento que permite eliminar uma lacuna há muito identificada. Em declarações a nosso jornal, fonte do quartel salienta que na área de intervenção deste corpo de bombeiros encontram-se “diversos braços da Ria de Aveiro, bem como ribeiras e lagoas”, pelo que era necessário preparar e equipar devidamente os operacionais para intervenções em meio subaquático. N o quartel de Ferreira do Zêzere decorreu mais uma formação em técnicas de salvamento em grande angulo, numa inciativa qye reúne cinco elementos do corpo de bombeiros anfitrião e outros tantos dos Voluntários do Beato no total de 10 formandos. O curso de 50 horas de formação teórica/prática, decorreu aos fins de semanas e teve a orientação pedagógica do comandante Mario Ribeiro, dos Bombeiros do Beato, formador da Escola Nacional de Bombeiros. CELORICO DE BASTO O SBV dirigido à população grupo de Saúde dos Bombeiros Celoricenses promoveu quartel, no dia 7 de dezembro, duas sessões de “Mass-training em Suporte Básico de Vida”. A ação dirigiu-se à população local acima dos 16 anos e contou com a participação de 73 pessoas. O comandante dos voluntários de Celorico de Basto, António Marinho Gomes, destacou a importância desta ação, defendendo que “toda a população deveria estar munida de conhecimentos que permitam a intervenção adequada a uma vítima em paragem cardiorrespiratória”. “Saber como intervir pode salvar vidas”, refere o mesmo responsável operacional, garantindo ainda que “os Bombeiros Celoricenses estão atentos à população e cientes que, quanto maior for o grau de conhecimento do cidadão comum melhor para a população em geral. Um dos responsáveis pela iniciativa, o bombeiro Daniel Nazareth, acrescentou ainda que “esta ação, com elevada componente prática, permitirá aos formandos adquirir competências”, adiantando que “o Suporte Básico de Vida deveria ser, cada vez mais, do conhecimento de toda a popu- AGUDA Novas ambulâncias e promoções lação para que possa ser administrado até à chegada da ajuda diferenciada”. Esta formação especializada assentou particularmente na parte prática, com a realização de vários exercícios de SBV. Foi abordado o Algoritmo do Suporte Básico de Vida e Posição Lateral de Segurança (PLS). Os formandos ficaram também a conhecer a forma de funcionamento da emergência em Portugal (Sistema Integrado de Emergência Médica) e como fazer uma chamada de emergência. A ação contou com a participação voluntária de 12 elementos do grupo de saúde dos bombeiros de Celorico. MADEIRA C Quartel de Porto Santo vai arrancar om a construção do novo quartel dos Bombeiros Voluntários de Porto Santo, cujo início está previsto para meados do próximo ano, ficará concluída a rede de quartéis das corporações de Bombeiros da Região Autónoma da Madeira (RAM). A ilha de Porto Santo, com uma área de 43 quilómetros quadrados e uma população de aproximadamente 5.500 habitantes – que mais que duplica nos meses de verão -, dispõe de uma corporação de bombeiros voluntários que presentemente conta com 19 elementos, e está instalada num edifício adaptado para o efeito, mas que claramente não reúne condições para garantir, não apenas as desejáveis acomodações ao pessoal, mas também a necessária proteção dos meios auto de que dispõe e que, por esse fato, vêm apresentando níveis de degradação preocupantes, se tivermos em conta a sua, relativamente pouca “idade”. A sua localização permite um fácil acesso, quer ao aeroporto quer ao centro da cidade e ainda, uma equidistância assinalável em relação aos principais pontos da Ilha. O quartel que está projetado para comportar um corpo de bombeiros de tipo 3, com um máximo de 60 elementos no quadro ativo, situação que deverá ser alcançada nos próximos anos já que, no presente, decorre um curso de formação inicial para novos bombeiros que conta com cerca de 30 estagiários. Implantado num espaço com 3.786 m2 e com uma área de construção bruta de 2.975 m2, o quartel está organizado em U, com duas alas, uma associativa e outra operacional sendo o espaço central destinado a parque de viaturas (372m2) e parada de exercícios 625m2), cobertos e comunicantes. O quartel dispõe de camaratas para ambos os sexos, espaços de convício e salão polivalente. A solução arquitetónica preconizada permite uma otimização dos consumos energéticos através do aproveitamento da iluminação natural, sendo que a eficiência energética do edifício é também conseguida por via da instalação de painéis solares que garantem o aquecimento de água para consumo, sobretudo dos balneários. O custo total da obra é de 2,3 milhões de euros e será financiada em 85 por cento pelo programa comunitário “Intervir+”. O s Bombeiros Voluntários da Aguda, inauguraram no passado dia 20 de dezembro uma ambulância de socorro e uma ambulância de transporte de doentes, resultado de uma campanha de angariação de fundos, levada a efeito junto da comunidade empresarial da área de atuação própria daquele corpo de bombeiros. “Numa altura em que a conjetura financeira é bastante adversa a todos os níveis, e os bombeiros não são exceção, os apoios recolhidos demonstraram um espírito de solidariedade e cooperação dignos de registo, contribuindo com a totalidade da verba necessária para a aquisição da ambulância de socorro”, segundo nos referiu uma fonte da Associação. A cerimónia de inauguração foi presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, e contou também com a presença do vereador da Proteção Civil e Bombeiros de Vila Nova de Gaia, José Guilherme Aguiar, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito do Porto, Prof. José Miranda, dos presidentes das juntas de freguesia de Arcozelo, São Félix da Marinha e Serzedo, entre outras entidades civis e militares. O momento mais emotivo da cerimónia de inauguração, foi o descerrar da placa na ambulância de socorro, que homenageia o saudoso chefe Fernando Reis, por parte dos bombeiros Susana Reis, sua filha e Diogo Matos, sobrevivente do acidente que o vitimou. Outro dos momentos altos da cerimónia, foi a promoção a bombeiro de 1.ª de 7 novos elementos, que irão assim reforçar o quadro de graduados dos Voluntários da Aguda. MACEDO DE CAVALEIROS A Secção desportiva oferece monitores de parâmetros vitais Secção Desportiva dos Voluntários de Macedo de Cavaleiros, ofereceu ao corpo de bombeiros dois monitores de parâmetros vitais, adquiridos com fundos angariados em vários eventos. “Tendo em conta que a monitorização de funções vitais é uma das mais importantes e essenciais ferramentas no socorro a doentes críticos, estes equipamentos serão instalados nas ambulâncias, de forma, a melhorar os cuidados prestados em emergência”, revela fonte da secção desportiva. 25 JANEIRO 2014 TROFA D Frota automóvel renovada ireção e comando dos Bombeiros Voluntários da Trofa puseram em prática regulamento para conceder regalias ao corpo ativo dos bombeiros, no dia em que corporação viu reforçada a frota automóvel. Duas novas ambulâncias, um monitor de sinais vitais, rádios e equipamento de proteção individual. dão aos Bombeiros Voluntários da Trofa, mais condições para uma atuação eficaz na proteção de vidas e haveres da população. No entanto, foi outro anúncio que fez desta cerimónia um acontecimento histórico na vida da associação humanitária. Direção e comando aprovaram e puseram em prática um regulamento interno de conceção de regalias extraordinárias aos soldados da paz. Os “elementos do corpo ativo, em situação de atividade no quadro, com o cumprimento de todas as horas exigidas por lei e com menos de dez por cento de faltas a piquetes, representações, instru- ções, formações, formaturas e demais convocatórias” terão como prémio “um voucher de estadia de uma noite para duas pessoas” numa unidade hoteleira do país, informou Pedro Ortiga, presidente da direção. O responsável considera que “apesar de ser pouco”, é o prémio “possível”, mediante as “modestas posses da associação”, para reconhecer “a dedicação e a disponibilidade permanente” dos bombeiros. Filipe Coutinho, comandante em exercício, foi perentório ao afirmar que o prémio “é uma das medidas mais importantes, ao fim de 15 anos como bombeiro”. “É bom terem chegado à conclusão que os bombeiros merecem ser recompensados e reconhecidos pelo seu trabalho”, sublinhou. Para além disso, a autarquia anunciou a assinatura de um protocolo para a cedência das instalações da academia municipal para os bombeiros, onde podem usufruir da piscina e do ginásio. Segundo Sérgio Humberto, presidente da Câmara, esta era uma medida reivindicada “há mais de oito anos”. “O município tem todo o interesse em colaborar com este tipo de instalações e colocar ao serviço dos bombeiros, que têm que estar bem fisicamente para acudir aos problemas que possam surgir”, explicou. Já a aquisição das viaturas foi possível graças “às ações de angariação” desenvolvidas “nos últimos meses”, que contaram com “a contribuição da comuni- dade”, anunciou Pedro Ortiga. A ambulância de socorro veio reforçar a frota, depois de a corporação ter ficado com uma lacuna, com um acidente ocorrido em agosto. Já a nova viatura de transporte múltiplo de doentes vai “substituir uma com elevada quilometragem e com custos expressivos de manutenção e consumos”, frisou. Ao mesmo tempo, também vem “dar resposta à utilização crescente da associação para os doentes hemodialisados, que este ano estão sob a alçada dos Bombeiros”. Também os equipamentos foram conseguidos através das doações da população e da poupança feita pela direção da Associação. Com o novo monitor de sinais vitais, os Bombeiros “marcam um novo patamar”, porque “todas as ambulâncias” da corporação passam a estar munidas com este equipamento. Além dos rádios, que “são fulcrais na eficácia do trabalho do corpo de bombeiros nos teatros de operações”, também foram oferecidas botas ignífugas, que “podem fazer, verdadeiramente, a diferença para salvar a vida” dos soldados da paz, destacou Pedro Ortiga. “Ficou comprovado nas análises de momento aos falecidos e feridos da última época de fogos florestais que, com um equipamento de proteção mais eficaz, certificado e ignífugo, a probabilidade de os bombeiros se salvarem ou sofrerem ferimentos menos graves aumenta de forma exponencial”, afiançou. Na cerimónia, o presidente da Câmara também anunciou a cedência da propriedade do barco utilizado pelos bombeiros, que antes pertencia à autarquia. A tradição cumpriu-se e a cave do edifício-sede da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa foi decorada a rigor para o jantar de Natal, que reuniu órgãos sociais, funcionários, voluntários e familiares. O Pai Natal, encarnado por António Moreira, ajudou a abrilhantar a festa que visa “reconhecer a família” e “dar-lhe um sinal” que “não é esquecida”, apesar “da ausência de muitas horas, dias e noites”, frisou Pedro Ortiga. “É importante dar este sinal de reconhecimento àqueles que sofrem com a nossa ausência e com o risco a que estes homens estão expostos nos teatros de operações”, concluiu. Cátia Veloso/“O Noticias da Trofa” (texto e fotos) FERREIRA DO ALENTEJO Casa remodelada e ampliada O s Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo procederam à inaugurarão das suas ampliadas e remodeladas instalações, cujas obras importaram em 400 mil euros, 130 mil dos quais custeados pela Câmara Municipal e o restante através de candidatura a verbas comunitárias (QREN). Tratou-se da concretização, segundo o presidente da direção, Joaquim Camacho, de uma “verdadeira ambição de há muitos anos” e, segundo o mesmo, “ o sonho tornado realidade” que veio garantir “maior operacionalidade”. Para Joaquim Camacho, mesmo assim,” as obras inauguradas não foram aquelas pensadas nem inicial- mente previstas, mas aquelas que pelas mais variadas circunstâncias nos foram permitidas fazer”. O presidente da direção dirigiu também palavras à Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo. “Sabemos que os dias de hoje são muito mais difíceis que eram há dois atrás” e também por isso, LIXA I AMADORA Comissão apoia bombeiros ntegrado no objetivo de melhoria e remodelação da frota de ambulâncias para transporte de doentes, chegou no dia 15 de dezembro, ao quartel da Lixa, uma nova viatura que permite melhorar a resposta dada pelos Bombeiros à comunidade e garantir comodidade e o conforto aos doentes. Para aquisição desta ambulância, que custou cerca 30 mil euros, a associação contou com o apoio da Comissão das Festas das Vitorias 2013 que doou uma verba como “reconhecimento da colaboração gratuita de mais de 50 bombeiros, que garantiram a segurança e socorro durante o evento”. Carlos Martins, em nome da direção, faz questão de agradecer “a colaboração da comissão para a aquisição da nova viatura. Na mesma linha, o comandante José Campos, enaltece o gesto da comissão, que deve ser visto “como exemplo para o futuro e o reconhecimento do esforço, e empenho, dos bombeiros”. O responsável operacional dos Voluntários da Lixa manifesta, ainda, enorme satisfação “por poder contar com mais um veículo moderno e cómodo para os doentes”. A viatura entrará ao serviço brevemente. “quero agradecer à CMFA na pessoa do seu presidente o valioso contributo para a obra”. O parque de viaturas remodelado passou a ostentar o nome do comandante António Guerreiro, homenagem póstuma “ para que os que já cá estão se lembrem do homem, do comandante e os que estão para vir possam olhar para a placa e perguntar quem foi”. A par da inauguração procedeu-se ainda à tomada de posse do novo segundo comandante, João Marranita, que passa a apoiar o atual comandante, António Gomes. As cerimónias foram presididas pelo diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, na presença do presidente da edilidade, do presidente da Assembleia Municipal, comandante distrital, órgãos sociais da associação, dirigentes e comandos de associações congéneres. Tablets no quartel O corpo de Bombeiros da Amadora está introduzir “tablets” nos serviços operacionais, “uma inovação tecnológica faseada e progressiva, ainda sujeita a testes”. Para já, apenas o Piquete a Fogo usa este novo sistema que visa, conforme referem os responsáveis pelo projeto, “ganhar operacionalidade, rapidez na resposta e uma significativa redução de custos”. Com a utilização dos tablets, os operacionais do piquete a fogo recebem, em tempo real, informação sobre as ocorrências, assim como, a sua localização. “Ganham os cidadãos com a rapidez do serviço e o quartel assegura uma poupança em papel e toner, usados na impressão das guias de serviço”. Depois de um aprofundado investimento no re-equipamento informático nas áreas administrativas de apoio e na re-estruturação da rede de todo o quartel é chegada a hora de “introduzir as TIC nas viaturas operacionais”. 26 JANEIRO 2014 ÉVORA GUARDA A Voluntários recebem VSAE Bombeiros com viatura multifunções função de limpa neve e espalhador de sal no período de inverno é uma das muitas valências da nova viatura dos Bombeiros Voluntários da Guarda (Egitanienses). O veículo da marca Volvo FM 13380, 4x4, foi adquirido através do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) com um valor final de 300 mil euros. Conforme nos referiu o comandante do corpo de bombeiros, Paulo Sequeira, “tem a particularidade de utilizar vários tipos de contentores através de sistema “ampliroll”, estando em fase de conclusão o contentor de salvamento especial, com valências de desencarceramento pesado/ferroviário, escoramentos, acidentes multivítimas, entre outras”. O comandante Paulo Sequeira adiantou-nos que está já em marcha a formação dos elementos que irão trabalhar com os novos equipa- mentos. “É um veículo que fazia falta pelas suas funções e por ser, principalmente, multifunções”, sublinhou a propósito. E m cerimónia realizada em Constância, no passado mês de dezembro, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Évora recebeu uma nova Viatura de Socorro de Assistência Especial (VSAE), adquirida no âmbito de um candidatura conjunta a fundos do REN - Programa Operacional Temático Valorização do Território, que envolveu as federações dos bombeiros dos distritos de Portalegre, Évora e Santarém. A viatura resulta de investimento na ordem dos 386 mil euros, cabendo á associação assumir uma “sem a qual seria impossível avançar com a candidatura e adquirir este veículo especial que permite equipar e melhorar a operacionalidade do corpo de bombeiros e responder atempada e eficazmente às crescentes necessidades de socorro e solicitações de apoio à população da cidade e do concelho de Évora”, conforme sublinha fonte da associação. ESTREMOZ Quartel tem novo VTTR A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Estremoz adquiriu uma nova viatura todo o terreno (VTTR), no âmbito de uma candidatura das federações dos bombeiros dos distritos de Portalegre, Évora e Santarém a fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN). ESMORIZ O BARREIRO E sonho e o projeto são antigos, mas vicissitudes várias adiaram a concretização da obra do parque de estacionamento de apoio à piscina e à clínica dos Bombeiros de Esmoriz. Ultrapassados impasses vários, bombeiros e amigos da instituição meteram mãos ao trabalho e em cerca de três semanas puseram operacional o referido equipamento. VUCI reforça resposta m cerimónia realizada no dia 1 dezembro, na presença do presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, os Voluntários do Sul e Sueste (Barreiro) procederam à inauguração, bênção e batismo de um novo Veículo Urbano de Combate a Incêndios (VUCI), adquirido ao abrigo de uma candidatura ao Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), no âmbito do Programa de Apoio aos Equipamentos (PAE), no contexto do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN). O investimento realizado ascendeu a 187 mil euros, comparticipado a 85% pelo POVT. A componente de investimento próprio (15%), no valor de 28.mil euros, foi integralmente assegurada pelo Município do Barreiro. O VUCI, batizado com o nome do Eng. Marius França Pereira, ex administrador da LBC Tanquipor, veio substituir um dos veículos há muito obsoleto, repondo a capacidade opera- cional que se impõe em termos materiais ao Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, cuja área de atuação própria, de génese urbana e industrial exige meios modernos, eficazes e fiáveis. Na cerimónia, foram ainda impostas as insígnias de Tripulante de Ambulância de Socorro (TAS) ao adjunto de comando Bruno Loureiro, subchefe Adolfo Silveira, e ainda aos bombeiros de 2.ª Sara Guinot e Filipa Santos e aos bombeiros de 3.ª Melissa Gomes, Sara Mestre e Vanessa Costa. Da mesma forma, foi entregue a insígnia de Formador de Tripulante de Ambulância de Transporte (TAT) e de Suporte Básico de Vida Desfibrilhador Automático Externo (SBV-DAE) ao bombeiro de 2.ª Daniel Batista. Aproveitando a ocasião, num momento de elevada solenidade, foram promovidos à categoria de chefes António Dionísio, Pedro Ferreira e Arlindo Silva. Novo parque de estacionamento CANTANHEDE A Investimento no conforto Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC) dispõe de mais uma ambulância para o transporte de doentes não urgentes, designadamente hemodialisados do concelho. De modo a melhorar o conforto dos doentes, a nova ambulância FIAT Ducato, dispõe de nove lugares ou de sete mais duas cadeiras de rodas, rampa, porta lateral de acesso, barras de apoio, lugares individualizados, ar condicionado e música ambiente. Segundo o presidente da direção, Rogério Marques, o serviço de transporte dos doentes não deve descurar o bem-estar humano, o cumprimento de horários e das normas de segurança. Este investimento no conforto e segurança aliado ao serviço humanista e profissional dos bombeiros voluntários, tem por base preocupações com a comodidade e a qualidade dos serviços prestados. 27 JANEIRO 2014 CELORICO DE BASTO Bombeiros ampliam quartel O quartel dos Bombeiros Voluntários de Celorico de Basto (Celoricenses) recebeu obras de ampliação e requalificação. A cerimónia de inauguração das renovadas instalações foi presidida pelo secretário de Estado Adjunto do Ministro da Administração Interna, Fernando Alexandre, e contou com a presença do presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares. Trata-se de “uma obra que resulta da disponibilidade e trabalho com base na parceria entre as diferentes instituições” conforme sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva o decorrer da cerimónia de inauguração. No mesmo sentido, o secretário de Estado salientou que “o Estado tem que ser estrutural na sua intervenção e, em união com a autarquia tem que ter um papel essencial na reabilitação de instalações e equipamentos”. As cerimónias iniciaram com o hastear das bandeiras seguindo-se a entrega das medalhas de mérito aos bombeiros da corporação. Um ato que valoriza o esforço e a generosidade de quem veste a camisola dos bombeiros como referiu o presi- dente da LBP. “Estes Homens receberam hoje uma medalha, e é desta forma que são pagos pelo esforço, dedicação e empenho com que desenvolvem as suas funções. É importante que ninguém se esqueça da importância destes homens para o país, são os “soldados da paz”, os primeiros a intervir e tantas e tantas vezes esquecidos por quem manda. Estes homens precisam de ser mais protegidos e tratados com mais dignidade para poderem executar as suas funções com ainda mais brio,” retorquiu. O presidente da Liga, comandante Jaime Soares, recordou ainda as fatídicas perdas dos bombeiros no teatro de operações e o acidente sofrido pelo bombeiro de Celorico de Basto, Tiago Carvalho, que “felizmente está a recuperar”. Após a entrega das medalhas aos bombeiros voluntários decorreu a bênção do veículo urbano de combate a incêndios (VUCI) adquirido com apoio do QREN. Seguiu-se o descerramento da placa de inauguração e a visita às instalações do Quartel Sede. Durante a sessão solene decorreu também a atribuição de várias distinções da LBP. Com o crachá de ouro foram distinguidos, o presidente da direção, Fernando Freitas, o comandante António Marinho Gomes, o presidente do conselho fiscal, António Bastos, os subchefes, José Carvalho, Carlos Alberto Magalhães, José Avelino Pereira, José Pinto Leite e Albino Mesquita, e o bombeiro de 1.ª António Meireles. Com a medalha de serviços distintos grau ouro, foram distinguidos, o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, Joaquim Mota e Silva, e o vice-presidente da direção, Casimiro Magalhães Costa. Na oportunidade, o presidente da Associação, Fernando Freitas, mostrou-se satisfeito com a conclusão das obras porque agora os “seus” bombeiros têm um espaço com as devidas condições para os acolher. “Finalmente temos um quartel com condições condignas e satisfatórias para responder às necessi- dades do nosso corpo de bombeiros, mas para chegarmos aqui foi necessária muita persistência e luta” salientou. As obras de ampliação e requalificação do quartel sede foram desenvolvidas de forma a tornar o espaço funcional e acolhedor como destacou o comandante António Marinho Gomes. “Temos um espaço funcional e adequado para que o nosso corpo ativo possa responder prontamente às solicitações da população”. instalações da AHBV de Vila Real de Santo António e no futuro Centro de Recursos de Proteção Civil de Monchique. Com estas duas novas unida- des, a ENB reforça a sua rede nacional passando a contar com 29 unidades estrategicamente distribuídas por todo o território de Portugal Continental. ENB Algarve vai ter duas ULF A Escola Nacional de Bombeiros (ENB) assinou um com as respetivas autarquias, associações de bombeiros e a federação distrital de bombeiros a instalação de unidades locais de formação (ULF) no Algarve, em Vila Real de Santo António e Monchique. A criação das ULF no Algarve pretende dar resposta às necessidades formativas dos bombeiros da região, colmatando a inexistência de infraestruturas específicas e minimizando deslocações aos centros de formação da ENB. Esta descentralização permitirá rentabilizar a formação mi- nistrada, com menores custos para todos os bombeiros algarvios no processo formativo. Por outro lado, os operacionais beneficiarão de horários mais compatíveis com as suas atividades profissionais, um fator importante se considerarmos que a maioria dos soldados da paz dedica-se voluntariamente às missões de proteção e socorro. A instalação das ULF é sustentada por uma parceria estabelecida entre a ENB, os municípios de Castro Marim, Mon- chique e Vila Real de Santo António, as Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários (AHBV) de Vila Real de Santo António e Monchique, e a Federação dos Bombeiros do Algarve. As ULF vão funcionar nas PORTO BEATO O Operacional oferece ambulância s Bombeiros Voluntários de Beato, Lisboa, acabam de receber a oferta de uma ambulância de socorro oferecida por um elemento do próprio corpo de bombeiros, o chefe António Gentil Martins. A iniciativa foi muito bem recebida por todos os elementos do corpo de bombeiros, pelo comando e pelos órgãos sociais tendo em conta, não só as necessidades conhecidas de novas viaturas, nomeadamente ambulâncias, mas também o esforço colectivo ali em curso para o relançamento da própria instituição. O presidente da direção, José António Nunes, e o comandante, Mário Ribeiro, não escondem a satisfação pela oferta, que agradecem em nome de todos. Os Voluntários de Betão, conforme testemunhámos na reportagem inserida na nossa edição de Novembro último, estão a lutar denodadamente pela sobrevivência, requalificando a sua própria estrutura e desenvolvendo todos os contactos que lhes permitam vir a dispor de um quartel digno desse nome. O Associação quer museu antigo quartel Rodolfo d’Araújo, na Rua Fernandes Tomás, que os Voluntários Portuenses deixaram devoluto há mais de 20 anos, poderá vir a acolher um museu da instituição, essa esse é pelo menos o desejo da direção. Em comunicado fonte da associação explica que, no entanto, essa intenção esbarra na falta de verbas para aquisição do imóvel, ainda assim o presidente da direção não desiste do projeto “contando com o apoio de cidadãos a fim de transformar o antigo quartel num espaço museológico”. 28 JANEIRO 2014 ALBERGARIA-A-VELHA O SALVAMENTO EM Pronta intervenção em incêndio urbano s Bombeiros de Albergaria-a-Velha foram alertados para uma ocorrência de incêndio numa habitação com possíveis vítimas, na Rua da Carvoeira. Ao chegar ao local, a guarnição da primeira viatura deparou-se com uma das divisões da habitação em chamas. Na intervenção imediata permitiu confinar as chamas a esse espaço mas o produto da combustão propagou-se pelo resto da habitação obrigando, além da operação de extinção, a trabalhos de ventilação que se prolongaram. Este incêndio registou uma vítima do sexo feminino, com cerca de 40 anos, que foi transportada para o Centro Hospital do Baixo Vouga Aveiro, devido a intoxicação por inalação de fumo. A habitação ficou sem condições imediatas de habitabilidade, tendo a Proteção Civil Municipal organizado o realojamento da família em causa. No local, estiveram os Bom- “Não é apenas Carlos Vítor Martins é, por estes dias, o homem de quem se fala. O bombeiro herói de Paredes “devolveu a vida” a uma mulher de 32 anos que, acidentalmente, caíu a um poço, em Cristelo, no passado dia 15 de dezembro. O voluntário arriscou a vida numa complexa operação de resgate, mas assegura que este foi “o aspeto mais positivo” da carreira de bombeiro, mas também um estímulo para se manter fiel ao compromisso que assumiu há 16 anos, quando ousou realizar um sonho de menino, ingressando nas fileiras dos soldados da paz. beiros de Albergaria-a-Velha com os veículos de intervenção VECI-15, VTTU-20, ABSC-03 e VCOT-28, num total de 11 operacionais, assim como a GNR e a Proteção Civil Municipal. PÓVOA DE SANTA IRIA Menina nasce em ambulância Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim N O s Voluntários da Póvoa de Santa Iria, Vila Franca de Xira, protagonizaram mais um parto realizado nas ambulâncias dos bombeiros. Não obstante, este fenómeno tender a tornar-se rotina não deixa, sempre, de ser um acontecimento festivo para os bombeiros, não só pela demonstração inequívoca de competência que isso traduz, mas também pela alegria que transmite aos próprios bombeiros-parteiros, aos seus companheiros do corpo de bombeiro e ao comando. Desta feita, no dia 11 transacto os Bombeiros da Póvoa de Santa Iria foram alertados pelas 23h30 para uma situação que poderia implicar parto eminente. E assim aconteceu com mais uma menina nascida numa das ambulâncias de socorro da Associação. Os seus autores, o subchefe Eugénio Silva e o bombeiro de 2.ª Ivan Costa, demonstraram bem ser conhecedores da matéria. Conforme nos informaram, mãe e filha encontram-se bem e, como demonstração da sua felicidade e do reconhecimento aos bombeiros, a primeira autorizou desde logo a publicação da foto que reproduzimos. EM INÍCIO DE ANO O Dois casos bem-sucedidos s Bombeiros de Albergaria-a-Velha não podiam ter entrado de melhor forma no ano 2014. No passado dia 2 foram solicitados para uma “doença súbita” no posto médico da Vila de Angeja, que veio a dar origem a uma paragem cardiorrespiratória numa vítima do sexo masculino com cerca de 80 anos. Ao chegar ao local, os bombeiros Reinaldo Pedreira e Sidério Ferreira, iniciaram de imediato as manobras de suporte básico de vida durante 20 minutos, continuando as manobras de suporte avançado de vida com a chegada da Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Aveiro, utilizando o Desfibrilador Autónomo Externo com sucesso, ou seja, revertendo a paragem. Depois de estabilizada a vítima foi transportada para o CHBV de Aveiro. Como não existe uma sem duas, no mesmo dia, foram solicitados para outra paragem cardiorrespiratória, desta vez em Calvães, freguesia de Alquerubim. Tratou-se de uma vítima do sexo feminino com cerca de 92 anos. Para o local deslocaram-se os bombeiros Aurélio Ribeiro e Júlio Figueiredo, simultaneamente com a SIV de Águeda. A vítima foi sujeita a manobras de suporte básico de vida durante 12 minutos e, também com o auxílio do DAE, a paragem cardiorrespiratória foi revertida com sucesso. Depois de estabilizada, a vítima foi transportada para o CHBV de Águeda. “Sensação do dever cumprido” foram estas as palavras com que os socorristas descreveram o seu sentimento. Segundo fonte dos Bombeiros de Albergaria, estes casos são pouco frequentes sendo o sucesso inferior a 10 por cento. Mas, no entanto, como ficou demonstrado no passado “temos no nosso concelho duas situações identificadas, que sofreram este tipo de acidente em 2007, e que ainda hoje levam uma vida normal e sem problemas”. esse domingo 15, de um dezembro frio, Carlos Vítor Martins não estava de serviço nos Bombeiros de Paredes, mas, cumprindo uma espécie de “ritual” antigo, lá foi ao quartel beber um café e “trocar dois dedos de conversa”, com os amigos, fazendo tempo para o tradicional almoço em família. Contudo, os planos de Carlos Vítor caíram por terra ao soar do alarme com um pedido de socorro “foi só vestir a farda e entrar viatura de desencarcera- mento”. Estava escrito que o seu “destino” se iria cruzar com o de Carla Neves, da mesma forma que o convívio familiar iria uma vez mais ser adiado, afinal havia uma vida para salvar. Uma mulher de 32 anos nos afazeres diários numa antiga propriedade rural em Cristelo teria, acidentalmente, caído a um poço e a sua vida estava agora nas mãos dos bravos 12, 42, 112, 111 e 126 dos Bombeiros de Paredes. Nos escassos quilómetros que separam o quartel do teatro de operações, a equipa delineou a estratégia de resgate e acordou que seria Carlos “até porque era um dos mais velhos” a descer ao poço. Quando chegaram ao local, e depois de avaliada a situação, decidiram lançar uma escada de corda até porque a vítima, mesmo depois de uma queda de cerca de 10 metros se encontrava, aparentemente, bem. “Tinha apenas frio e o pé direito dormente”, conforme confidenciou Carla Neves ao jornal Bombeiros de Portugal. “Falei com a vítima. Comecei por lhe perguntar o nome e disse-lhe para se manter calma que eu em cinco minutos estava junto dela e em 10 já estaríamos os dois cá fora, sãos e salvos”, conta Carlos Vitor. “O senhor Vitor falou e transmitiu-me calma, serenidade. Percebi que era uma pessoa muito metódica mas muito afável”. revela Carla Neves, ainda incrédula com acidente. “Vou ao poço milhentas vezes, já moro nesta casa há cerca de 20 anos… Por norma a bomba do poço é ligada no exterior, mas nessa manhã decidi acelerar o processo, então fui lá dentro, liguei o depósito… uma das tábuas partiu e eu caí lá para baixo.” A jovem conta ainda que, durante longos minutos, tentou sair daquele “sepulcro” pelos próprios meios, mas rapidamente percebeu que apenas com uma corda não iria conseguir, até porque a fratura no pé direito não lhe permitia grandes esforços. Carla terá estado cerca de meia hora mergulhada na água gelada, até que a irmã deu conta do sucedido e acionou os meios de socorro. Mário Luís Mendes Silva passa- 29 JANEIRO 2014 PAREDES o toque da sirene que nos chama” va junto à casa e percebeu a aflição da irmã de Carla, então dirigiu-se ao poço e tentou acalmá-la. “Estava tão nervoso que nem consegui ligar para os bombeiros, liguei ao Carlos Vítor que me disse que os meios estavam a chegar”, refere esta testemunha, empresário no ramo do mobiliário e patrão deste bombeiro voluntário. “Ele já era considerado um herói lá na empresa”, revela orgulhoso Mário Silva, assegurando ter enorme respeito pela atividade dos bombeiros. “Apoio estes homens como posso, aliás já cheguei a levar o Vítor para os incêndios no meu carro e sempre que me é solicitado liberto-o dos seus afazeres na empresa para que possa cumprir a sua missão enquanto bombeiro”, adianta. Bem, de regresso o Cristelo e à manhã de 15 de dezembro, importa referir que o “12” iniciou a descida, tentando superar os inúmeros obstáculos de um espaço confinado e contrariar todas as adversidades, optando pela utili- zação de um cinto conjugado para resgatar Carla, entretanto já a acusar os efeitos de hipotermia. “Com calma, a senhora lá se segurou à escada, consegui colocar-lhe o cinto conjugado e depois, necessariamente, devagar foi possível retirá-la do poço” revela o nosso interlocutor, dando conta que a operação “terá demorado cerca de 20 minutos”. “Foi tudo muito rápido”, garante a vítima que não obstante a aparatosa queda, o medo de morrer afogada, “apenas” fraturou o pé direito e sofreu pequenas escoriações na perna esquerda. Fala de “interceção divina” que a amparou na queda e que depois lhe enviou pessoas como Carlos Vitor que apelida carinhosamente de “o meu Salvador”. “Este caso foi o que mais marcou, tudo acabou bem. Terá sido o aspeto mais positivo da minha carreira de bombeiro”, revela o bombeiro de 1.ª. Registe-se que nesta operação tudo podia ter corrido mal. Quando a irmã da vítima ligou para o 112, o Centro de Orientação de Doentes Urgentes (CODU) mobilizou para o local apenas os meios da Cruz Vermelha, ou seja uma C ambulância e uma tripulação sem equipamento para proceder ao resgate. Felizmente, valeu a prontidão dos Voluntários de Paredes. Ainda assim, esta é uma história com final feliz. Carla Neves foi transportada ao Centro Hospitalar de Vale do Sousa, por uma ambulância dos Voluntários de Paredes e, horas depois, estava já no conforto do lar. “Não me sinto um herói…. Sinto-me bem… são situações como estas que provam que não é ape- nas o toque da sirene que nos chama”, confidencia o jovem bombeiro que quando questionado sobre o que a família pensa, sorri a atira: “Acho que ficaram orgulhosos mas, naquele dia 15 de dezembro não me livrei de ouvir umas quantas coisas por ter chegado atrasado ao almoço de família”. É assim vida de bombeiro! Perfil de um herói ontrariando a vontade dos pais, Carlos Vítor Martins ingressou aos 16 anos nos Bombeiros Voluntários de Paredes, com mais de meia centena de outros jovens, numa escola que garantiu cerca de 30 novos elementos ao corpo ativo, uma “boa colheita” garante o herói de Paredes. Divide o dia entre o emprego na empresa de mobiliário, o voluntariado no quartel e a família que lá se vai conformando com o facto Carlos “passar os dias nos bombeiros”. Entende a crítica, aliás sabe bem como é difícil aos familiares aceitarem o que apelida de “vício”, mas, garante, que esta é uma dependência para toda a vida. Fala dos laços criados mas, sobretudo, do orgulho que sente por cada um dos elementos que integram este efetivo de elite, todos “muito profissionais, bem preparados e formados”. A propósito desta última missão afirma “este, como todos os outros, foi um trabalho de equipa”. “Eu só desci ao poço, mas na verdade foram outros que puxaram a senhora para cima, que a retiraram do poço. Nesta casa qualquer um era capaz de o fazer, tinha capacidade e formação para isso”, sublinha. Voluntário sempre presente no corpo ativo, Carlos Vítor também é um dos responsáveis pela reativação da fanfarra, que desde 2002, abrilhanta todos os eventos da instituição. Dirigido por Paulo Freitas o grupo conta, atualmente, com 26 elementos, entre eles este seu impulsionador, um distinto trompetista. 30 JANEIRO 2014 OVAR Em tempo de crise “parar A força e a firme determinação em servir o próximo que, em 1896, conduziram à criação da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar, não se perderam na voragem do tempo. Hoje, como ontem, dirigentes e operacionais continuam a cumprir a sua missão com energia e entrega, honrando os pergaminhos desta vetusta instituição. Texto: Sofia Ribeiro Fotos: Marques Valentim ainda que “com orçamentos mais curtos”. As novas regras impostas pela tutela ao serviço de transporte programado de doentes, prestado pelos corpos de bombeiros, criaram graves problemas de liquidez às tesourarias das associações, mas a situação parece “estar estabilizada”. “Depois de cortes drásticas, o hospital de Ovar tem mantido o número serviços”, refere Dinocrato Formigal, que não esconde receios, tendo em conta não existirem “quaisquer garantias de continuidade”. Apesar de tudo, no quartel de Ovar “não houve despedimentos, foi possível manter os 17 postos de trabalho, incluindo o pessoal afeto ao transporte de doentes”, afiança Manuel Gaspar Valente, vice-presidente da instituição. O ano de 2014 tem como I CEUEMPIC C U R S O D E E X T E N S Ã O U N I V E R S I TÁ R I A EM EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL 28 DE FEVEREIRO DE 2014 Coordenação: Prof. Doutor Jorge Bacelar Gouveia e Dr. Duarte Caldeira Calendário: Fevereiro-Julho de 2014 – Início a 28 de Fevereiro de 2014 Carga horária: 180 horas letivas; 10 horas de visitas; 10 horas de exercícios Horário: Sextas (18h00-21h00) e Sábados (10h00-13h00/14h00-17h00) Creditação: 42 ECTS, com avaliação por teste em cada UC UNI DA DE S C UR R I C UL A R E S ( UC) 1ª UC DIREITO DA PROTEÇÃO CIVIL: PROF. DOUTOR JORGE BACELAR GOUVEIA (18H) 2ª UC: DIREITO HUMANITÁRIO: PROF.ª DOUTORA HELENA PEREIRA DE MELO (18H) 3ª UC: SOCIOLOGIA DA EMERGÊNCIA: PROF. DOUTOR ANTÓNIO DUARTE AMARO (18H) 4ª UC: SUPORTE À DECISÃO: MESTRE ARTUR GOMES (21H) 5ª UC: RISCOS E VULNERABILIDADES: MESTRE ISABEL SANTOS (21H) 6ª UC: SAÚDE PÚBLICA: MESTRE BÁRBARA MATEUS (18) 7ª UC: LOGÍSTICA: CORONEL LUÍS PATO (18) 8ª UC: GESTÃO DE EMERGÊNCIA: DR. DUARTE CALDEIRA (30H) 9ª UC: GESTÃO DE CRISE: MESTRE ARTUR GOMES (18H) Preço: 1200 euros, pagos em três prestações Inscrições: on line, no site da Nova Direito – www.fd.unl.pt até 19 de Fevereiro de 2014 prioridade satisfazer algumas das solicitações do comandante Carlos Borges, nomeadamente o “re-equipamento das viaturas socorro” e a formação do pessoal, investimentos que o responsável operacional, considera importantes para manter a qualidade da resposta dada às populações. “Temos que garantir condições aos utentes e um serviço mais eficaz”, defende o comandante. Por outro lado, Carlos Borges dá conta de preocupações em matéria de equipamento de proteção individual defendendo que os bombeiros “deveriam estar em pé de igualdade com outras forças que intervêm em cenários de incêndios”, o que, para já, não passa de uma legítima aspiração, não obstante as avultadas verbas gastas pelas associações na aquisição de fardamento. O parque de viaturas responde às necessidades do corpo de bombeiros e às exigências de uma vasta e diferenciada área de intervenção, assegura o comandante, afiançando que “esta direção acompanhou a evolução, também na aquisição de veículos, mas sempre tendo em atenção a polivalência que permita a rentabilização de meios”. A pouco e pouco, na medida do possível, a associação tem, ainda, apostado na requalificação das instalações, nomeadamente com a recente aquisição de um terreno contíguo ao quartel que permitiu ampliar e renovar o parque de viaturas. Mas, o presidente da direção considera que o futuro próximo ditará obras de maior envergadura. “O edifício tem 20 anos, mas apresenta vários problemas, nomeadamente infiltrações”, revela Dinocrato Formigal, considerando mesmo a hipótese de construção de um novo quartel, tendo em conta os avultados custos de intervenções tão profundas e complexas. Contudo, este é, por agora, um projeto adiado, enquanto outros avançam, designadamente a instalação de painéis solares e fotovoltaicos, que permite poupanças nos consumos, mas também alguns proventos para a associação. Numa política de proximidade com a comunidade, os Voluntários de Ovar voltam-se para as campanhas de angariação de associados, enquanto tentam reatar relações institucionais com as empresas da região, na tentativa de assegurar alguns apoios, que têm como contrapartida formação, treinos e simulacros nessas unidades. “O parque industrial, situado na nossa área de intervenção, merece-nos uma atenção constante, e ainda que as empresas estejam bem equipadas e invistam em segurança, importa GAIA I N S T I T U T O O peso da história não trava o ímpeto de modernização e de adaptação a novas realidades, pelo menos nos Bombeiros de Ovar, não obstante a conjuntura económica desfavorável aconselhar prudência e muitas cautelas. “Enfim, todos sabemos o que se passa, que a situação não está fácil” diz Dinocrato Formigal, presidente da instituição ao jornal Bombeiros de Portugal, para depois valorizar o trabalho de equipa e, sobretudo, “o apoio do conselho fiscal, no controlo das despesas”, um contributo que considera essencial para a “saúde financeira da associação”. Consciente de que “parar é morrer”, o dirigente defende, contudo, “contenção no investimento”, para que nesta fase mais complicada, seja possível saldar todos os compromissos, A Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia atribuiu subsídios no valor de 330 mil euros às seis associações humanitárias de bombeiros Voluntários do concelho. Cada uma delas, da Aguda, Avintes, Carvalhos, Coimbrões, Crestuma e Valadares vão receber 55 mil euros cada para aquisição de equipamentos e mobiliário e para a realização de obras nas instalações. Ao justificar a opção orçamental de apostar nas áreas da educação e ação social, o presidente da edilidade, Eduardo Vitor Rodrigues, sublinhou que “basta olhar para a maioria das associações humanitárias para perceber que, hoje em dia, elas têm uma área de intervenção que as Autarquia atribui transforma numa espécie de IPSS, dado que ultrapassam largamente o seu trabalho tradicional”. O presidente anunciou, a propósito, que a Câmara Municipal agiu, entretanto, judicialmente contra as grandes empresas que se recusaram a pagar a taxa municipal de proteção civil, cujo volume global - relativo a três anos de cobrança - ascende já a um milhão de euros. Quanto aos bombeiros sapadores, o presidente da Câ- mara de Gaia anunciou que pretende apostar fortemente na melhoria das condições de trabalho daqueles profissionais. Por outro lado, segundo Eduardo Rodrigues, “é inconcebível que uma escada magirus esteja parada por falta de manutenção, ou que os carros estejam parados por falta de arranjo”. A autarquia pretende ainda aproximar a comunidade das associações humanitárias de bombeiros. Está em estudo a criação de benefícios em faturas da água ou no pagamento de taxas municipais, mediante a inscrição dos cidadãos como sócios das referidas associações. “É uma espécie de ato simbólico mas que julgamos ser de extrema importância. Para além dos benefícios associados, transmitimos uma mensagem muito forte de sensibilização em relação ao papel dos bombeiros”, salientou Eduardo Vítor Rodrigues. 31 JANEIRO 2014 VILA REAL A testar a articulação e a eficácia de meios”, defende Carlos Borges. A Câmara Municipal de Ovar tem mantido a parceria com os quatro corpos de bombeiros do município. “Apesar das restrições e cortes noutras áreas, a autarquia tem cumprido o protocolo as associações de bombeiros”, diz Dinocrato Formigal, dando conta, no entanto, que nos últimos dois anos a comparticipação destinada ao investimento tem vindo a ser reduzida, comprometendo alguns dos projetos destas instituições. “Teremos que rever esta situação”, diz o comandante re- velando que pode estar comprometida a ação de vigilância e socorro nas praias assumida pelo corpo de bombeiros. “Há anos que dois operacionais durante todo o dia, nos três meses de verão, zelam pela segurança dos banhistas, uma iniciativa que tem custos elevados que, sem apoios, são difíceis de comportar”, adianta o dirigente associativo que pondera “redimensionar este serviço”, que, já próxima época balnear, poderá apenas ser garantido ao fim de semana. Mais de oito dezenas de operacionais integram as fileiras dos Bombeiros de Ovar, um número que confirma a vitalidade do movimento associativo e voluntário, que vai assegurando a entrada de novos elementos, “juventude com muitas capacidades e vontade de aprender”, que afinal são garantia de futuro desta associação que no próximo mês de maio assinala 118 anos existência. Conforme faz questão de destacar o comandante Gomes da Costa, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de Aveiro, no quartel dos Voluntários de Ovar dias após dia é cumprida a máxima que une as 26 associações humanitárias do distrito: “todos somos um só, para melhor servir a todos”.. apoios aos voluntários A assinatura dos protocolos pretendeu também tranquilizar as associações e garantir um melhor planeamento das suas atividades para 2014. “Queremos colaborar ativamente com os bombeiros voluntários, sempre numa lógica de parceria e proximidade”, esclareceu José Guilherme Aguiar, Vereador da Proteção Civil. As verbas disponibilizadas pelos protocolos são caso único no distrito do Porto, e foram definidas para as necessidades de cada associação humanitária em particular. “No fundo são verbas que ficam sempre ao serviço da comunidade. Caso a caso, podem inclusivamente ser alargadas para outros investimentos”, salientou o comandante José Miranda, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito do Porto. s comemorações dos 117. anos dos Bombeiros Salvação Pública e Cruz Branca de Vila Real arrancaram na noite de 6 janeiro com uma cerimónia visou relembrar a simbologia de mais um aniversário, afinal o primeiro após a inauguração do novo Quartel Moraes Serrão. No dia 12 de janeiro as celebrações prosseguiram com o tradicional hastear da bandeira e a apresentação da formatura do corpo ativo aos órgãos sociais, e entidades convidadas. A sessão contemplou ainda a romagem aos cemitérios Santa Iria e São Dinis, evocativa dos bombeiros falecidos. O desfile apeado pelas principais artérias da cidade teve início junto ao edifício que por mais de quatro décadas albergou a associação, o quartel Arantes de Oliveira, com passagem e paragem obrigatória, no Largo do Pioledo, junto ao Monumento do Bombeiro. Do programa destaque ainda para a celebração religiosa na Capela Nova e a bênção de uma viatura (VTTF), apadrinhada pelo ex-comandante Álvaro Ribeiro, e de um Unimog U 100, equipado para o combate a incêndios florestais, restaurado pelos bombeiros da Cruz Branca. A cerimónia prosseguiu junto aos paços do concelho com a apresentação de cumprimentos à Câmara Municipal de Vila Real. As comemorações encerraram com um almoço convívio oferecido pelo Hotel Miracorgo e que reuniu corpo ativo, dirigentes, associados e convidados, SERPINS A Inaugurado veículo florestal Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Serpins comemorou 18.º aniversário com a inauguração de um veículo florestal de combate a incêndios. Após a formatura do corpo ativo ladeada por cadetes e infantes teve início a sessão solene, no decorrer da qual o presidente da direção Fernando Carvalho falou da estabilidade financeira que a associação atravessa, graças a uma gestão atenta às reais necessidades do corpo de bombeiros e que permitiu a aquisição do novo veículo, totalmente custeado pela associação. Por sua vez, o comandante Rui Costa destacou a importância da união entre todos para que seja possível continuar a construir uma casa coesa e equilibrada, sinal disso foi a chegada da viatura que vem preencher uma lacuna há muito sentida, permitindo aos operacionais darem uma resposta ampliada às intervenções numa zona densamente florestal. Este responsável terminou a sua intervenção com elogios e agradecimentos aos bombeiros e seus familiares. Na ocasião, foi ainda apresentada a viatura plataforma recentemente recuperada. No final da cerimónia, os jovens bombeiros realizaram exercícios de combate a incêndios florestais e de emergência pré-hospitalar, numa ação acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal da Lousã, Luís Antunes e por alguns vereadores. Sérgio Santos Foto: BVSerpins é morrer” Cruz Branca celebra 117.º aniversário 32 JANEIRO 2014 CACILHAS Fotos: Marques Valentim Fénix de honra no aniversário A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cacilhas passa a ostentar no seu estandarte a Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A atribuição desta distinção ocorreu no âmbito das comemorações do 123.º aniversário da instituição. A colocação da medalha no estandarte, a convite do representante da LBP, foi feita pelo novo presidente da Câmara Municipal de Almada, Joaquim Judas, em dia de estreia em cerimónias de bombeiros. Durante a sessão solene que se seguiu foram entregues diplomas de sócios honorários ao presidente da Assembleia Municipal, José Manuel Maia, e à antiga presidente da Câmara, Maria Emília de Sousa, e diplomas de agradecimento a diversas entidades e empresas locais. A Associação distinguiu também diversos elementos com a medalha de assiduidade de 20 anos. Foram eles, o comandante Miguel Silva, os chefes João Paulo Jesus, Armando Oliveira e José Manuel Moutinho, os subchefes Hugo Silva, Florival Mestre, Bruno Pinto, António Dominguinhos, Paulo Carretas, Luís Graça e Pedro Silva, os bombeiros de 1ª Alberto Duarte e Jorge Albernaz, os bombeiros de 2ª Luís Dias, Rui Tavares, Fernando Pereira, Nuno Fonseca, Francisco Ramos, Raul Pinto, Carlos Guerra e Pedro Miguel, os bombeiros de 3ª José Manuel Machado, Luís Gil, Fernando Nobre, Manuel Dias, Eduardo Alves, Fernando Figueiras, David Pereira (sup), José Borges (sup), e ainda os dirigentes Jorge Durão e Ernesto Santos. No capítulo das promoções, subiram a 1.ª, o Tiago Lopes e o Fernando Pereira, a 2.ª, Ana Rita Germano, André Santos, João Miguel Lopes, Elisa Lisboa e Paulo Surgy. Por fim, de estagiários a bombeiros de 3.ª fo- ram promovidos, Paulo Nobre, Paulo Reis, Filipe Cabral, Nuno Oliveira, Ricardo Nova, Mussa Balde, João Henrique Sousa, Ana Marques, Daniela Silva e Ângelo Ventura. A sessão solene, presidida pelo presidente da Câmara Municipal de Almada e dirigida pelo presidente da assembleia-geral, Lourenço Batista, contou com as presenças do vice-presidente da LBP, Rui Rama da Silva, do presidente da Fe- deração de Bombeiros do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia, pela comandante distrital da ANPC, Patrícia Gaspar, pelo vice-presidente da Reviver Mais, comandante França de Sousa, e outros dirigentes e comandos de associações congéneres, anfitreados pelo comandante Miguel Silva, pelo presidente da direção, comandante Clemente Mitra, e por todos os restantes elementos do comando e órgãos sociais. As comemorações do 123.º aniversário dos Voluntários de Cacilhas tiveram início a 7 de janeiro último, com uma sessão de quartel aberto, na sede e na Costa da Caparica. No dia 11 ocorreu um seminário muito participado alusivo à “Gestão de Grandes Sinistros”. Seguiu-se, no dia 15, o hastear das bandeiras e, no final do dia, a partilha do bolo de aniversário, no dia 18, a romagem aos cemitérios de Azeitão e Almada, a deposição de flores no Monumento ao Bombeiro e o almoço entre bombeiros, órgãos sociais e funcionários. No dia 22 realizou-se um simulacro de incêndio urbano na Base Naval de Lisboa e no próximo dia 25 uma sessão de dádiva de sangue promovida pelo Grupo Benévolo dos BV Cacilhas e um encontro da “Velha Guarda”, seguido de almoço de confraternização entre todos. VILA VERDE Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Vila Verde, celebrou durante o ano de 2013, o centenário da fundação com vários eventos. O programa de encerramento das comemorações, arrancou em 21 de dezembro do ano findo, com um jantar de convívio da corporação em que foram distinguidos os ex-presidentes da Câmara Municipal e o atual, bem como várias personalidades e instituições, a quem foi atribuído a medalha e diploma de sócios beneméritos e honorários. No dia 22 ocorreu a cerimónia presidida pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e que contou com a presença do presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, do representante da ANPC, do comandante do Regimento da Cavalaria n.º 6, sediado em Braga, do eurodeputado José Manuel Fernandes, do comandante distrital, Hercílio Campos, e do segundo comandante de operações de socorro do distrito de Braga, dos presidentes da direção e comandantes dos corpos de bombeiros do distrito de Braga. De início, procedeu-se em parada, à condecoração de 36 bombeiros com medalhas de assiduidade. Fotos: Fotofelicidade A Comemorados 100 anos de serviço No salão nobre, o ministro da Administração Interna condecorou o estandarte da Associação com a medalha de mérito, de proteção e socorro, no grau ouro e distintivo azul. O presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares, procedeu também à condecoração do estandarte com a Fénix de Honra. Iniciadas as intervenções, o presidente da direção, Carlos Braga, recordou alguns dos momentos altos da história da instituição centenária. O comandante Marta Soares lembrou aos presentes que “os soldados da paz não negligenciam a vida humana”. Por isso “não pode ser posta em causa a sua honorabilidade”, afirmou em tom crítico dirigido aos que, recentemente, apontaram “falhas humanas”, nas mortes verificadas, no verão, no combate aos incêndios, defendendo que a “história do concelho deve estar interligada com a vida destas instituições que procura dar uma melhor qualidade de vida aos seus concidadãos”. Seguidamente usou da palavra o presidente do município de Vila Verde, António Vilela, enaltecendo esta Instituição com exemplo a seguir no concelho de Vila Verde anunciando o empenhamento da edilidade na concessão de incentivos municipais ao voluntariado do corpo ativo. Assim, aqueles que tenham dois ou mais anos de serviço como voluntários e que tenham excedido em pelo menos 150 horas, o número anual exigível, passam a dispor de isenção de taxas de construção e de ligação às redes de águas e saneamento, acesso ao valor máximo da bolsa de estudo para os voluntários que estudam no ensino superior, acesso gratuito aos equipamentos municipais, de cultura, lazer e desporto. Por fim, no uso da palavra o ministro Miguel Macedo, anunciou que haverá um “reforço no investimento para aquisição de equipamento de proteção individual dos bombeiros, bem como a breve prazo, a reposição das viaturas perdidas nos incêndios do passado verão”, tendo ainda assegurado o seu “total empenho” para que as obras da ampliação do quartel da corporação sejam “concluídas já nos próximos meses”. No final de sessão solene realizou-se o desfile apeado e motorizado de todos os corpos de bombeiros do distrito de Braga. 33 JANEIRO 2014 GAVIÃO Aniversário “irrepetível” O s Bombeiros Municipais de Gavião comemoraram no passado mês de dezembro o 66.º aniversário num ambiente de festa recrudescida. A data é só por si um momento singular para os operacionais de Gavião, no entanto, este aniversário ficou marcado por momentos únicos. Na tradicional cerimónia de entrega de condecorações, enfoque para a distinção de Jorge Manuel Martins de Jesus com crachá de ouro, da Liga dos Bombeiros Portugueses. O ex-presidente da Câmara Municipal de Gavião e por inerência, presidente da direção dos bombeiros acompanhou e decidiu em matérias fundamentais no âmbito da atividade dos bombeiros, contribuindo de forma premente para a sua evolução nos dezoito anos em que foi presidente. Nesta festa comando e direção apresentaram três novos equipamentos, um Veiculo de Salvamentos Es- peciais (VSAE), um Veiculo Tanque Tático Florestal (VTTF) e um atrelado para o Grupo de Resgate e Salvamento em Grande Angulo. O montante total deste investimento ascendeu os quinhentos mil euros, contudo, as aquisições dos dois veículos só foram possíveis graças à uma candidatura a fundos do Quadro Comunitário de Apoio. Apesar de não ser surpresa para os operacionais, a chegada destes equi- pamentos ao quartel foi motivo de regozijo e grande emoção,, contribuindo para elevar a autoestima, a abnegação pela missão e o orgulho de integrar o efetivo dos Municipais de Gavião. Depois da apresentação os equipamentos foram benzidos no Largo da Igreja, pelo pároco de Gavião, após a tradicional missa de homenagem aos bombeiros. Na presença de mais de uma centena de pessoas, foram ainda descerradas as placas de referência aos padrinhos de cada veículo, dos quais de o comandante do QH Joaquim Pereira, que deu o seu nome ao VTTF. Registe-se ainda que o VSAE recebeu como padrinho o atual comandante, Francisco Felício Louro. Segundo fonte do Comando “com estes novos equipamentos os Municipais de Gavião deram mais um passo na senda da eficiência operacional”. VILA REAL Cruz Verde assinala 123.º aniversário N um ano extremamente trágico para os bombeiros de Portugal, a comemoração de 123 anos de existência de uma Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários reveste-se de particular significado, ao lembrar todos aqueles que partiram no cumprimento de tão nobre missão que tem por lema “vida por vida”. Entregaram as suas vidas para salvar muitas outras, não regatearam esforços, não olharam para trás, não fugiram, seguiram em frente, soldados da paz determinados em apagar o fogo que pretendia ceifar vidas, consumir bens de uma vida, destruir e marcar a natureza num luto profundo. Como a «Fénix», pássaro lendário da mitologia grega, que morria, mas depois renascia das próprias cinzas, um símbolo de força, da imortalidade e do renascimento, assim são os nossos Bombeiros de Portugal, a quem agora se presta homenagem e sempre que uma Associação Humanitária comemora mais um aniversário. Na passagem dos 123 anos de missão, a Associação Humanitária dos Bombeiros de Vila Real - Cruz Verde prestou homenagem a todos os operacionais e, em particular, aos que servem a instituição e às suas famílias, também aos diretores, associados, amigos e beneméritos que tanto contribuem para se dotar o corpo de bombeiros com os meios necessários para o cumprimento da missão. Nesta ocasião, foram ainda lembradas todas as empresas, instituições, organismos públicos civis, militares e religiosos que de forma ativa e presente apoiam a instituição. O aniversário é um momento de homenagem, louvor, gratidão, engrande- cimento da missão e do exemplo, também de memória por todos os que fundaram e serviram a instituição. É também o momento de balanço, de definir novas etapas, abraçar novos desafios, seguir por diante honrando a memória dos que no longínquo primeiro de dezembro de 1890 aprovaram os estatutos da associação e daqueles que passado um mês, no primeiro de janeiro de 1891, se apresentaram a toda a cidade de Vila Real. Desde aí e por mais 123 anos cumpre-se a tradição, os Bombeiros Voluntários de Vila Real saem à rua, apresentam-se à cidade, renovando os votos de disponibilidade, de voluntariado, de vontade, de querer salvar, socorrer, de dar a “vida por vida”. As comemorações deste ano, para além das referidas homenagens, da festa de Natal para os filhos dos bom- beiros e do jantar de aniversário, ficaram marcadas pelo batismo de uma nova ambulância cuja madrinha foi Teresa Moreira, médica do Centro de Saúde n.º 1 e ainda de uma viatura de combate aos incêndios florestais apadrinhada por Francisco Alcino em representação da Junta de Freguesia de S. Tomé do Castelo. O tributo ao bombeiro, a celebração de missa na igreja de S. Pedro, a visita aos cemitérios da cidade para honrar a memória de todos os que já partiram e ainda a apresentação de votos ano novo ao presidente da câmara e vereadores foram também momentos marcantes do programa festivo, que contemplou ainda o convívio que juntou bombeiros, associados, beneméritos, comando e dirigentes. A finalizar, decorreu pelas ruas da cidade o desfile noturno, De realçar, mais uma vez, a brilhante participação nas festividades do coro do e da fanfarra dos bombeiros. Em época de balanços também importa relançar o futuro e nesse sentido está previsto para o corrente ano a construção do centro de instrução, infraestrutura considerada “vital” para a formação dos bombeiros e para o apoio a todos os organismos e empresas que necessitem formar quadros nas áreas da segurança de instalações, equipamento e segurança pessoal. Os Voluntários de Vila Real-Cruz Verde preparam também para alargar a oferta de cuidados de saúde no posto médico da associação. A formação dos bombeiros continuará a ser a grande aposta do comando, bem como a eficácia e eficiência na prestação de socorro à população. 34 JANEIRO 2014 AMADORA Soldados da paz homenageados A s comemorações do 109.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Amadora ficaram marcadas pela homenagem e reconhecimento aos bombeiros, funcionários e associados. A cerimónia realizada no dia 12 de janeiro contemplou a romagem ao cemitério local, a missa solene seguida da colocação de uma coroa de flores no memorial dos bombeiros falecidos. Já na sessão solene foram proferidas palavras de agradecimento à prestação dos bombeiros da cidade da Amadora. Com persistência, estratégia e dinâmica tem sido possível, continuar a assegurar todos os meios e homens para as inúmeras ocorrências para que são solicitados, referiu o comandante Mário Conde. A par dessa estratégia, a presidente da direção, Maria Marques, manifestou-se satisfeita pela gestão financeira transpa- rente da instituição que deixa os órgãos sociais descansados. Contudo, a luta é diária na obtenção de receitas que garantam a estabilidade da uma associação com de enorme dimensão. No decorrer da cerimónia foram impostos louvores de dedicação e medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses e da instituição e emblemas comemorativos, tanto a bombeiros como a associados. Estiveram presentes nesta sessão a presidente da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, o presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares; o comandante distrital Carlos Mata, o comandante Pedro Araújo da Federação dos Bombeiros do Distrito de Lisboa, bem como representantes de instituições militares, polícia de segurança pública e associações congéneres do concelho de Sintra. Sérgio Santos RIO MAIOR Festas marcadas por distinções A distinção dos soldados da paz e de associados beneméritos, constituiu o ponto alto das comemorações do 121.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Rio Maior. Com um vasto programa que incluiu, entre outras iniciativas, uma exposição dos veículos dos bombeiros em várias zonas da cidade, a habitual romagem ao cemitério e a sessão solene que encheu o salão nobre da instituição. Após a atuação da fanfarra tiveram início as intervenções com o presidente da direção Francisco Colaço e o comandante Paulo Cardoso a proferirem palavras de agradecimento ao corpo ativo, aos familiares dos bombeiros e à autarquia de Rio Maior parcerias que permitem valorizar a nobre e solidária missão de salvar vidas e bens das comunidade. A par de uma análise às questões financeiras e operacionais, a cerimónia ficou marcada pela distinção dos homens e mulheres que servem ou apoiam a instituição. Foram agraciados ainda Célia Silva, na categoria de “recruta do ano 2012”, e Fábio Caetano que, como bombeiro do ano, recebeu o galardão “Comandante Dr. Eduardo Agostinho”. Foram ainda distinguidos a empresa “Sumol+Compal”, o professor António Júnior, José Pulquério e Afonso Tomás. No final da cerimónia os convidados puderam visitar o novo veiculo tanque tático florestal (VTTF) e a auto-escada carinhosamente apelidada de “Adele”. Entre as entidades presentes destacam-se Isaura Morais, presidente da Câmara Municipal de Rio Maior, o comandante Adelino Gomes da Liga dos Bombeiros Portugueses, o comandante distrital Mário Silvestre, o presidente da federação dos bombeiros de Santarém, Diamantino Duarte e representantes de associações congéneres do distrito. Sérgio Santos CONDEIXA-A-NOVA Foto: CMCondeixa-a-Nova Autarca reforça apoios aos bombeiros O reforço das parcerias com os bombeiros e com o mecanismo de apoio ao voluntariado marcaram a intervenção do presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova nas comemorações do 36.º aniversário dos bombeiros Voluntários daquela vila. A cerimónia que contou com uma imponente formatura do corpo ativo foi seguida da bênção e inauguração de quatro novos veículos, duas ambulâncias, um veiculo tanque e um atrelado com um compressor. “Uma maior otimização dos serviços” é para o comandante Fernando Gonçalves um dos objetivos que começam a ser cumpridos com a instalação de um novo sistema informático. A especificidade da formação dos bombeiros face às realidades emergentes requer uma atenção contínua, deste responsável que luta diariamente pela qualidade do serviço prestado. Daniel Costa, começou por enaltecer o efetivo do quartel dos Voluntários de Condeixa para depois dar conta e valori- zar os 220 mil euros de investimento da associação na inovação e modernização. Face a um aumento de serviços e à crescente complexidade da logística operacional surge a necessidade de efetuar ajustamentos no quartel que passam pela ampliação, uma necessidade que o autarca Nuno Moita se compromete a resolver até ao final do mandato, garantindo que “as obras serão uma realidade”. O anfiteatro encheu-se de convidados que assistiram à entrega de distinções e louvores aos bombeiros por vários anos de serviço e à promoção de bombeiros de 3.ª, 1.ª, subchefes e chefes. Marcam presença na cerimó- nia Nuno Moita, presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, o comandante distrital Carlos Luís, o comandante António Simões, presidente da federação dos bombeiros de Coimbra, representantes da Guarda Nacional Republicana e de associações congéneres do distrito. Sérgio Santos 35 JANEIRO 2014 LOUROSA PAREDES DE COURA Comandante toma posse Primeira mulher presidente A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes de Coura elegeu pela primeira vez uma mulher para presidente da direção. A eleita, Iolanda Pereira, apesar da novidade sublinha que “espero que o meu mandato não seja apenas conhecido por isso mas pelas obras que consiga fazer”. Os novos órgãos sociais contam ainda com mais quatro mulheres, uma na assembleia-geral, mais duas na direção e uma como suplente do conselho fiscal. Iolanda Pereira preside à direção composta, ainda, com o vice, José Manuel Alves, a tesoureira Maria da Conceição Alves, a secretária Lúcia Barbosa, o secretário adjunto Paulo Castro, e os vogais, Carlos Barbosa (1.º) e José Filipe Esteves (2.º). Os suplentes são, José Cândido Nogueira, Osvaldo Machado e Carlos Peixoto. A assembleia-geral é presidida por João Paulo Alves, tendo, como vice, Manuel Veiga, e como secretária, Luísa Castro. No conselho fiscal, a presidência cabe a Adão Braga, a vice-presidência a Maximiano Costa e a função de secretário relator a Alcides Barreiro. Como suplente figura Amaro Almeida e Paula Sousa. J osé Carlos Baptista Pinto assumiu no passado dia 08 de Dezembro as funções de comandante dos Bombeiros de Lourosa, tendo recebido as insígnias do presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Lourosa, Joaquim Cardoso e pelo ex-Comandante Operacional Distrital de Aveiro, António Machado. O novo responsável operacional dos Voluntários de Lourosa nasceu em 24 de agosto de 1977 e ingressou neste corpo de bombeiros a 26 de novembro de 1991 como cadete. Bombeiro de carreira, com a categoria de subchefe, José Carlos Baptista Pinto, exercia o cargo de 2.º comandante desde 2008 e de comandante em regime de substituição desde o dia 11 de julho de 2011. Do seu cadastro figuram um conjunto alargado de formações e de condecorações, com especial destaque para o prémio “Bombeiro de Mérito” atribuído pela Liga dos Bombeiros Portugueses em 2002. A cerimónia de tomada de posse contou com as presenças, entre outras individualidades, do vereador da Câmara Municipal de Santa Maria da Feira, Vítor Marques; do presidente da Junta de Freguesia de Lourosa, Armando Teixeira; do Comandante de Agrupamento Distrital Centro Norte, António Ribeiro; do Comandante Operacional Distrital de Aveiro José Ricardo Bismarck; do vogal da Liga dos Bombeiros Portugueses, comandante QH José Gomes da Costa, e do representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro, comandante Miguel Sá. S. PEDRO DO SUL O Órgãos sociais para novo triénio Corpo Voluntário de Salvação Pública – Associação Humanitária de Bombeiros de S. Pedro do Sul elegeu os órgãos sociais que a irão gerir no triénio 2014/2016. A eleição, a que se apresentou uma única lista, decorreu no dia 29 de dezembro do ano transacto e a posse dos dirigentes decorreu em 1 de janeiro último. Os órgãos sociais serão presididos, no caso da assembleia-geral, por Orlando Moita Correia dos Santos, na direção, por António Carvalho Almeida Casais, e no conselho fiscal, por Francisco José de Matos. A Associação foi fundada em 2 de fevereiro de 1925 estando por isso já a preparar as comemorações do 89.º aniversário. CANTANHEDE A LIXA Bombeiros têm nova direção dérito Machado é o novo presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC), sucedendo a Rogério Marques. O ex-autarca apresentou-se a sufrágio com uma lista “de continuidade” que foi eleita por unanimidade em assembleia geral ordinária, no passado dia 20 de dezembro. A tomada de posse dos novos Órgãos Sociais realizou-se uma semana depois, com a passagem do testemunho de Rogério Marques, que agora preside à Mesa da Assembleia Geral, para Adérito Machado, que passa de 2.º secretário para a presidência da direção). Na sessão o novo presidente disse pretender dar continuidade “ao excelente trabalho da anterior direção”, mas assumiu projetos para o futuro, nomeadamente a ampliação do quartel e o arranque de uma nova campanha de angariação de associados. Para alcançar estas metas Adérito Machado conta com a equipa motivada e com o apoio de todos os bombeiros, colaboradores e voluntários da instituição. O dirigente na sua alocução dirigiu-se aos elementos da estrutu- V ra de comando para enaltecer o trabalho desenvolvido, salientando ainda a capacidade de liderança, o espírito de entrega e o compromisso com o benfazer do comandante Jorge Jesus, que o dirigente classificou como “um bombeiro e um ser humano de inegáveis virtudes”. Estrutura reforçada ítor Hugo Teixeira Meireles, é o novo adjunto de comando dos Bombeiros Voluntários da Lixa. Nomeado pela direção, por proposta do comandante José Campos, o adjunto assume, brevemente, funções. Formado no quartel da Lixa, Vitor Meireles, é também funcionário da associação há vários anos. Formador da ENB, o adjunto, é, por isso, conhecedor de várias matérias, conhecimentos que no entanto aprofundou com o Curso de Quadros de Comando, que, recentemente, terminou com êxito. Desta forma, os Voluntários da Lixa, veem, assim, estrutura de comando ampliada e reforçada, o que permitirá, certamente, melhorar a resposta e a qualidade de socorro prestado à população. RÉGUA A posse dos órgãos sociais para o triénio 2014-2016 dos Bombeiros Voluntários da Régua decorreu no passado dia 11 no salão nobre do quartel da associação, com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal do Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, de todos vereadores da edilidade, do presidente da União das Freguesias Godim-Peso da Régua e alguns dirigentes de associações locais. José Alfredo Almeida tomou posse Associação aposta na continuidade como presidente da direção, depois de vencer, pela sexta vez consecutiva, as eleições para a Associação de Bombeiros da Régua. A lista para a direção manteve-se sensivelmente a mesma, tendo como única novidade a inclusão de Adérito Rodrigues. No restante, são todos elementos conhecidos na sociedade reguense, nomeadamente, o médico José Alberto Marques, como presidente da assembleia-geral e Júlio Mota, para liderar o conselho fiscal. Na cerimónia usaram da palavra o professor José Manuel Gonçalves que salientou o papel dos dirigentes que se dedicam a servir esta causa pública e ainda a colaboração da autarquia para com os bombeiros, que não se fica só pelo apoio financeiro, mas também pela ajuda permanente ao seu corpo de bombeiros e a acções da direção que valorizem o património da Associação, nomeadamente garantindo a ajuda na recuperação nas obras de re- qualificação do Bairro dos Bombeiros da Régua, que é o objectivo principal a realizar de imediato. Na sua intervenção, José Alfredo Marques, com muita emoção salientou o trabalho exercido pela direcção e os novos projectos já definidos no novo orçamento e plano de actividades para 2014 e ainda do empossado presidente da direção, José Alfredo Almeida, que distingui o trabalho de toda a sua equipa, dos funcionários, do comando e dos bombeiros da Régua, “sem os quais esta mais que centenária associação não existiria para trabalhar em prol dos reguenses e daqueles que mais precisam de ser ajudados”. A cerimónia de posse foi antecedida pela atribuição de medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses, não só para distinguir a assiduidade mas também todo trabalho de dedicação à causa pública de benfazer, a vários dirigentes dos órgãos associativos. 36 JANEIRO 2014 CANTANHEDE Ceia junta cerca de 250 PENACOVA N Crianças vão ao quartel o âmbito do projeto “Conhecer a Cidade”, 42 alunos do 2.º ano da EB 1 de Penacova, acompanhados pelos respetivos professores, visitaram o quartel dos bombeiros. Foi sem dúvida uma manhã diferente marcada pela alegria, entusiasmo e a muita curiosidade das crianças que quiseram observar tudo. Os carros de incêndio, as ambulâncias, o material de desencarceramento, as camaratas, a sala da fanfarra, a central rádio tudo mereceu a atenção dos mais pe- quenos que tiveram ainda direito a uma atuação ao vivo de um dos pequenos músicos da instituição e um lanche servido no bar do quartel. Antes das despedidas uma conversa com o comandante que os alunos seguiram com muito interesse. As questões foram tantas que não houve tempo para responder a tudo e, assim sendo, o responsável operacional dos Voluntários de Penacova deixou a promessa de, em breve, visitar a escola. A ceia de Natal os Voluntários de Cantanhede reuniram na coletividade 1.º maio da Tocha, cerca de 250 convivas, num encontro que teve como ponto alto a receção de 11 novos bombeiros no quadro ativo. A este animado evento não fal- tou o Pai Natal carregado de prendas para todos os filhos dos bombeiros e elementos da fanfarra. Direção e comando unem-se nos agradecimentos a todos os que contribuíram para om sucesso do evento, à comissão organizadora liderada pela bombeira de 1.ª Helena Martinho, que contou com a colaboração de alunos do serviço de restauração e mesa da Escola Secundária de Oliveira do Bairro e da Escola C+S da Tocha, coordenados pelo docente Paulo Saraiva, voluntário nesta associação. FAFE Festa grande com cartaz atrativo D ecorreu em ambiente de grande animação e com a participação de muito público a festa de Natal dos Bombeiros Voluntários de Fafe. O cartaz era atrativo, a apresentadora bem conhecida, Elsa Lima, num evento que contou com a presença especial de Raúl Cunha, presidente da Câmara Municipal de Fafe, que deu início à festa juntamente com o presidente da direção da instituição. Os anfitriões proferiram palavras elogiosas ao trabalho desem- penhado pelo corpo de bombeiros e apelaram ao apoio aos bombeiros. No âmbito da iniciativa “arredonda em favor dos BVF”, iniciada em meados do ano, a Papelaria Netbook’s ofertou um cheque no valor de 600 euros. A fafense Ju abriu o espetáculo musical, antecedendo Emanuel que cantou e encantou com os seus inúmeros famosos sucessos. Atuaram de seguida os Maxi, os fafenses Progeto Aparte e os Infantes e Cadetes dos Voluntários de Fafe surpreenderam com um número de dança. A animação prosseguiu com os palhaços e a tão esperada chegada do Pai Natal. A fechar o espetáculo, os ritmos populares do Grupo de Cavaquinhos dos bombeiros. A festa terminou com a a entrega de presentes aos filhos dos Bombeiros e aos Infantes e um lanche convívio. PINHÃO Uma vida dedicada à causa N o passado dia 21 de dezembro de 2013, no âmbito das festividades de Natal, os Bombeiros do Pinhão, homenagearam Manuel Damásio, o comandante cessante, por limite de idade, com o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, galardão entregue pelo presidente da direção Jose Teixeira e por Paulo Machado, o novo responsável operacional da instituição. Desta forma, pretendeu a direção prestar tributo e “um eterno agradecimento ao comandante Manuel Damásio pelo que soube fazer durante os 36 anos da sua vida dedicados à causa dos bombeiros”. Também o corpo ativo se associou à homenagem com o descerramento de uma placa no hall da zona operacional e evocativa da figura de Manuel Damásio. Este foi um dia em cheio para esta asso- ciação, que promoveu ainda várias atividades com as Escolas de Estagiários, Cadetes e Infantes, demonstrativas de que “o futuro está a ser acautelado e que existe uma grande preocupação na renovação do corpo ativo, apesar das grandes dificuldades em cativar a juventude para estas lides, numa zona onde não há empregos e as escolas tendem em fechar”, conforme salientou Paulo Damásio. 37 JANEIRO 2014 VILA NOVA DE GAIA ALBUFEIRA Ação envolve mais de 2300 Escolas visitam bombeiros A Companhia de Sapadores Bombeiros de Vila Nova de Gaia deu por concluída a presente fase de sensibilização da população escolar do ensino básico do concelho para conceitos simples de prevenção e segurança, incluindo a divulgação do número telefónico municipal de emergência. As várias ações de sensibilização centraram-se em material de apoio muito apelati- vo, seja a apresentação multimédia, seja o conjunto de 13 panfletos alusivos aos 13 riscos identificados. Entre 12 de novembro e o presente realizaram-se 13 ações em outras tantas escolas envolvendo 2.332 crianças. As ações decorreram nas EB de Megide, de Ribes, Curro, Lagarteira, Serpente, Laborim de Baixo, Loureiro 1, Brandariz, Lou- reiro 2, Alquebre e Monte, todas do Agrupamento de Escolas de Canelas. Decorreram também nas EB de Leirós, Alheiras, Carvalhos, e Padre António Luís Moreira, do Agrupamento de Escolas de Carvalhos. Por fim, realizaram-se mais duas ações no Agrupamento de Escola de Vila d´Este, na sede do agrupamento e na EB de S. Lourenço. CELORICO DE BASTO População mais sensibilizada O s Bombeiros Celoricenses promoveram, no dia 16 de dezembro, uma Recolha de Sangue. A iniciativa levou ao quartel mais de uma centena de pessoas, o que resultou em 84 dádivas. “A população de Celorico de Basto está cada vez mais recetiva a este género de iniciativas, zela pelo seu bem-estar e não descura ajudar quem mais precisa” salienta o comandante António Marinho Gomes, sublinhando que “doar sangue é definitivamente, uma atitude nobre que salva vidas”. Esta iniciativa foi levada a efeito em colaboração com o Instituto Português do Sangue e da Transplantação. N o âmbito do programa escolar, os alunos dos estabelecimentos de ensino básico de Albufeira já começaram a cumprir visitas de estudo às instalações dos bombeiros locais. Os Voluntários de Albufeira, para o efeito, preparam uma ação de sensibilização e educação que visa para dar a conhecer aos mais novos não só a missão dos soldados da paz, mas também a importante papel do cidadão, enquanto elemento de proteção civil. Entre as várias atividades desenvolvidas, destaca-se a utilização do número de emergência 112, bem como “o que fazer, na escola ou em casa, perante uma situação de emergência, quando não esta nenhum adulto presente”. Esta iniciativa, que se prolonga até meados de março, levará ao quartel mais de 450 alunos. BEJA Juve solidária PORTO Dia do QH reúne “irmãos” V oluntários Portuenses e Lisbonenses assinalaram, recentemente, o Dia do Quadro de Honra, iniciativa que permitiu aprofundar relações já especiais, assentes num acordo de geminação firmado há longos anos. O programa festivo teve início na Igreja Matriz do Bonfim, no Porto, onde foi celebrada missa em memória os bombeiros falecidos. O encontro contemplou ainda um almoço no antigo quartel Rodolfo N d’Araújo, marcado pela boa disposição e convívio, bem como pela intervenção de vários oradores. Um dos pontos mais altos do dia foi a homenagem prestada a Telmo da Fonseca, o associado mais antigo dos Bombeiros Portuenses. Em final de festa, os Lisbo- nenses presentearam os “irmãos” do Porto com uma lembrança que simboliza a união entre dois corpos de bombeiros. Cláudia Pereira o âmbito o projeto “JuveBombeiro Solidária”, a Coordenação Distrital de Beja desafiou os núcleos locais a recolherem bens alimentares de modo a poderem ofertar um bem recheado cabaz a um cidadão de cada dos concelhos. A esta iniciativa que teve como lema “Todos a ajudar, um dia podemos precisar” responderam os núcleos de Moura, Cuba e Ferreira do Alentejo, certamente que estas famílias irão ter um Natal mais feliz. ÓBIDOS N Apelo ao voluntariado a sequência da campanha de apelo ao voluntariado, “Vem fazer da nossa equipa”, o Corpo de Bombeiros de Óbidos deu início, no passado dia 3 de janeiro, a uma nova escola de recrutas, com 21 estagiários prontos a cumprir as 250 horas de formação. Os Bombeiros de Óbidos assumem o objetivo de dotar estes novos elementos de competências que após a conclusão da formação e aproveitamento em estágio, lhes permitam desenvolver um papel ativo no quartel e na comunidade e assumir papel de destaque pelo espírito de missão e responsabilidade. Registe-se que esta ação desenvolvida com o apoio da empresa da área da fotografia “ADORO” e a CH Consulting – Monstros e Companhia, uma agência de comunicação e design, visou captar voluntários, indo ao encontro de pessoas disponíveis, solidárias e com elevado espírito de missão. A colocação de cartazes e a distribuição de postais em vários pontos do concelho e a apresentação e dinamização nas redes sociais foram as apostas para o êxito desta iniciativa. Os promotores da campanha salientam a importância deste projeto “marcado pela atitude e pela determinação, que acabou por contagiar e trazer ao corpo de bombeiros pessoas muito positivas”. 38 JANEIRO 2014 O trato ao ídolo (Eusébio) e aos heróis (bombeiros) CANTANHEDE A Troféu Português do Voluntariado Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC) participou na cerimónia de entrega do Troféu Português do Voluntariado, promovida pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV), que decorreu no passado mês de dezembro no auditório da FIL, em Lisboa. A AHBVC participou no concurso, na qualidade de entidade recetora do Banco de Voluntariado do Município de Cantanhede, através do seu gabinete de saúde e dos seus voluntários protocolados denominados “bombeiros sem farda”. Este ano a CPV recebeu 23 candidaturas de todo o país, sendo o Troféu Português do Voluntariado premiado o trabalho desenvolvido pela Casa de Saúde S. João de Deus em Barcelos no âmbito do projeto “Fora de Portas com S. Rafael”. PENACOVA O Aposta na formação e sensibilização s Bombeiros de Penacova têm vindo a apostar na formação e sensibilização nas escolas, quer para os alunos quer para o pessoal não docente, com ações concretas de formação em sala, e atividades práticas, sobretudo ao nível da utilização de meios de primeira intervenção. A Secundária de Penacova e na Escola de S. Pedro de Alva já acolheram esta iniciativa. VILA DE REI A Mais de 350 apoiam bombeiros Associação Esganados TT promoveu, com o apoio da câmara municipal e bombeiros de Vila de Rei e Junta de Freguesia de São João do Peso, mais uma edição do passeio todo-o-terreno do município. A iniciativa voltou a bater o seu recorde de participantes, contabilizando 366 pessoas que, em motos ou em quads, percorreram cerca de 65 quilómetros, pelos mais belos trilhos do concelho. Parte dos lucros obtidos neste 8.º passeio reverteram a favor da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila de Rei. ANIVERSÁRIOS 2 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Cascais#128 Bombeiros Voluntários S. Pedro do Sul#89 Bombeiros Voluntários de Valpaços#78 Bombeiros Voluntários de Aljustrel#65 3 de Fevereiro Bombeiros Voluntários Flavienses#125 Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira#79 6 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia#88 7 de Fevereiro Bombeiros Voluntários Celoricenses#77 8 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Sernancelhe#56 10 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Mondim de Basto#90 Bombeiros Voluntários de Baltar#86 12 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho#74 15 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Vialonga#37 18 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de São Mamede de Infesta#96 20 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Crestuma#19 21 de Fevereiro Bombeiros Sapadores de Setúbal#228 Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho#82 24 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Penacova#84 Bombeiros Voluntários de Fronteira#19 26 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Vila Franca do Campo#26 28 de Fevereiro Bombeiros Voluntários de Melo#78 Fonte: Base de Dados LBP “Exulta por existires, como és, único e diferente.” (Carlos Zorrinho, Ordem, Caos e Utopia) odos fomos, na pretérita semana, alertados para a morte desse gigante do futebol que foi Eusébio. Os “meninos e moços” do meu tempo ficaram tristes e pesarosos, pelo fim desse homem simples, simpático, humilde, que durante anos e anos nos encheu de alegria sempre que o Clube que representava jogava onde quer que fosse, ou a Selecção Portuguesa. Quem começou a gostar do futebol a partir da década de sessenta, do século anterior, deve-o muito àquilo que foi o desempenho, tantas vezes deslumbrante, desse mito do futebol que foi Eusébio. E se alguém tinha dúvidas, mesmo os mais jovens, conquistados pelas exímias qualidades de outros ídolos deste tempo novo, reconheceu, através dos filmes a preto e branco, dos tempos idos, e agora emitidos até à exaustão pelos mais diversos órgãos de comunicação social, sem qualquer dúvida, que o “velho Eusébio”, o “Pantera Negra”, era um “fora de série”. As diversas manifestações, clubística, popular, e até institucional, foram prova inequívoca da grandeza, consideração e respeito, a pedir meças às figuras mais marcantes da nossa história. Face ao que se viu, sou levado a concluir que Eusébio, foi uma personalidade que uniu os Portugueses, ao contrário de muitos escolhidos, por nós, que apenas nos dividem, massacram, castigam e nos esquecem, quando chegados ao poder. Apesar de Eusébio ter feito da sua profissão futebolística seu mister, alegrou-nos, deu-nos felicidade, deu-nos exemplo de dedicação e humildade, melhorou o nosso orgulho, sendo por isso legítimo que nos associemos ao seu elogio e exaltação das suas virtudes. Porém, o que me espantou e T condoeu, foi o trato dos “nossos” diversos poderes públicos, para com o ídolo Eusébio, em contraponto com o tido com os “8 heróis bombeiros” e um autarca, mortos ao serviço da pátria e dos Portugueses indefesos, nos incêndios florestais ocorridos no verão do terminado ano de 2013. Não se viram declarações, em directo na TV, do Sr. Presidente da Republica, em qualquer um dos vários dias em que houve morte. Não se viu o Conselho de Ministros decretar, um minuto que fosse, luto, pelos heróis bombeiros, e autarca, falecidos em combate. Não se viu os representantes dos diversos partidos políticos, a apresentar condolências, às famílias e corpos de bombeiros. Nem, a vistosa presidente da Assembleia da República se dignou fazer referência aos custos tidos com a perda de vidas e património ardido dos bombeiros. É caso para afirmarmos, sem qualquer tipo de rebuço, que estivemos, face a estes factos e procedimentos, perante um exemplo da maior hipocrisia e aproveitamento político que urge criticar, e sobretudo repudiar. O nosso ídolo Eusébio, que deve ser o nosso orgulho, era profissional de futebol, foi respeitado, tratado e considerado da forma, e bem, como o foi. Os “nossos heróis” bombeiros, voluntários por um ideal, morreram no cumprimento da sua missão, e foram esquecidos. Os “nossos” governantes esqueceram-nos! Os “poderes” diversos não pronunciaram nunca os seus nomes. Ao contrário dos encómios dedicados ao ídolo Eusébio, a imprensa fartar-se-á de publicar excertos de relatórios ínvios e amesquinhadores das qualidades, competências e saberes dos nossos heróis, e não teremos a oportunidade de os, e nos, defender. A pátria será, assim injusta. A pátria será madrasta para os seus melhores filhos. Concordemos ou não, tenho para mim que o orgulho de ser bombeiro foi abalado por aqueles que, mais que ninguém, tinham, e têm, o dever de destrinçar o que é um ídolo e um herói. Sim, porque se há ídolos, ou se julgam ídolos, porque alegram pouco tempo e desaparecem. Os heróis, e quando mártires, ficam para sempre, como ficarão os Bombeiros que morreram. Eusébio mereceu, e bem, a homenagem prestada, pelo que representou para vária gerações e projecção do país. Mas os Bombeiros mereciam e merecem muito mais, por tudo aquilo que fizeram ao serviço da Pátria, que através dos seus mais altos responsáveis, os esqueceu, e ignorou até hoje, não enaltecendo o seu sacrifício até à morte, com o reconhecimento público, pela sua dedicação aos outros e à causa do voluntariado. E mesmo que alguém um dia o venha a fazer, convenhamos, será tarde. Apetece-me recordar aqui, para os poderes vários com quem lidamos, uma frase eloquente dita num Congresso dos Bombeiros Portugueses pelo saudoso Comandante Dionísio, dos Bombeiros de Tavira, num momento difícil porque passavam os bombeiros e que foi: “Caros companheiros e camaradas, não “acordemos” o “Zé Bombeiro”, porque se o “Zé Bombeiro” acordar, o país ficará mais pobre, e as populações entregues à sua sorte.” Reflictamos então!.. Obrigado Eusébio pelas alegrias que nos deste. Obrigado heróis Bombeiros pelo vosso exemplo de doação à causa pública e a este país que é Portugal. Lixa, 11-01-2014 José Campos (Comdte B. V. Lixa) O Eterno Retorno Hirta e firme, arvore tão bela, O mundo contempla o teu pedestal, Símbolo eterno na luz desta vela, Espirito fraterno neste natal! Sabes, em tempos de verão, É só desenganos, que triste amargura, Cinzas na alma, prostrada no chão, Ninguém acalma a eterna loucura. Brada ao mundo, mais pobre ficou, Mais um imundo que o fogo causou, Apagou-se o bombeiro teu fiel amigo! Amigo que foste em ti me revejo, Quadra de paz o nosso desejo… Arvore tão bela chora comigo! Carlos Pereira Foi esta a forma encontrada pelos bombeiros Pinhelenses para homenagearem o Pedro, o António, o Bernardo Cardoso, o Daniel, a Ana Rita, a Cátia, o Bernardo Figueiredo, o Fernando e tantos outros heróis que lutam sem nada esperarem receber em troca. 39 JANEIRO 2014 E screvo este e-mail, num momento de pura reflexão sobre os meus 25 anos de bombeiro. Após ler o relatório dos incêndios florestais de 2013, não posso deixar de tecer uns quantos comentários, acerca do mesmo. Seria importante perceber o contexto de toda esta dinâmica, um país completamente abandonado, sem cadastro e sem ordenamento do território, políticas pouco honestas e negligentes no que diz respeito à floresta e ordenamento do território. Também a confusão de entidades, ministérios e direções gerais, legislação avulsa e em quantidade exagerada com difícil aplicação. Uma ANPC pesada e com muitos chefes e poucos “índios”, militarizada na sua cúpula, com consequências para a Muitos chefes e poucos “índios” legislação emanada referente aos Corpos de Bombeiros, refletindo falta de sensibilidade e conhecimento da realidade dos bombeiros. Uma Escola Nacional de Bombeiros, que todos sabem, forma mais civis do que bombeiros e com um modelo que precisa de ser revisto. Juntando a isto tudo, problemas no funcionamento dos Corpos de Bombeiros em Portugal, como falta de equipamento, formação a precisar de ajustes que não é necessário esconder de ninguém. Com estes factos, que todos conhecemos, no final a “ponte” cai e o culpado é o servente de pedreiro, peço desculpa Senhor Ministro pela frase, mas adapta-se perfeitamente para este tema. Sabendo que foram cometidos erros e que os mesmos devem ser resolvidos e assumi- dos, não deixo de achar estranho a divulgação de um relatório como este, na véspera de natal, com milhões de Portugueses a assistir na televisão à crucificação dos Bombeiros Portugueses, com muitas entidades e responsáveis das mesmas em “bicos” de pés para aplaudir tamanha sangria pública. Sabemos que os bombeiros cometeram erros, mas esta crucificação pública, denota o respeito que as entidades públicas têm pelos bombeiros e acima de tudo é representativo de qual a opinião da cúpula acerca dos mesmos. Sabendo que quase toda a estrutura é militarizada, fica a pergunta, qual é o general que numa batalha não defende os seus homens? Aquele que não se interessa por eles! Fica também uma questão para o MAI, este mesmo tema, mas que envolva outra entida- O comando próprio dos bombeiros S e há matérias que recolhem um significativo consenso no nosso universo, a institucionalização de um comando próprio dos bombeiros é uma delas. Igual consenso, mas de sinal contrário, de puro repúdio, encontra-se na rejeição espontânea da ideia da criação de equipas de sapadores florestais nas AHBVs/CBs. O SIOPS, como se sabe, comporta 2 dimensões: a da coordenação institucional e a do comando operacional. Sobre ambas assenta o princípio do comando único. O comando operacional é garantido pela estrutura de comando da ANPC, que assume o comando operacional das operações de socorro e ainda o comando operacional integrado de todos os corpos de bombeiros. Como se constata, não existe um comando nacional/distrital dos bombeiros, o que existe é um comando nacional/distrital da proteção civil, que estende o seu braço sobre os bombeiros e captura o seu movimento operacional Os bombeiros estão, deste modo, diluídos na estrutura operacional da ANPC e submetidos à sua cadeia de comando. Acontece, porém, que a ANPC não assume o comando de mais nenhum outro agente. Só o faz com os CBs. Precisamente com o agente mais presente, mais determinante, mais decisivo e o único que incorpora na sua matriz a natureza privatística. Os bombeiros são, assim, o único agente de proteção civil sem um comando/ direção nacional próprio e autónomo. As forças de segurança, as forças armadas, as autoridades marítima e aeronáutica, o INEM, os demais serviços de saúde têm, e mantêm, os seus comandos/direções nacionais autónomos. A direção nacional de bombeiros que existe, não é autónoma, integra a organização interna dos serviços da ANPC, está esvaziada de quaisquer poderes substantivos e esbulhada de competências operacionais, assumindo outras, que são muito limitadas e quase residuais, face ao peso e importância que os bombeiros têm no sistema de proteção civil. Enquanto agente, e face aos demais, os bombeiros estão grosseiramente desvalorizados e flagrantemente menorizados. Faz todo o sentido, e não se questiona, que a ANPC tenha como missão “planear, coordenar e executar a política de protecção civil”, mas não faz sentido nenhum, e deve-se questionar, que a ANPC tenha a superintendência da actividade dos bombeiros. Faz todo o sentido, e não se põe em causa, que a ANPC coordene o agente bombeiros em operações, mas não faz sentido nenhum, e é obrigatório que se questione, que a ANPC comande os bombeiros, quando não o faz com mais nenhum outro agente. Enfim, o que faz sentido é que a ANPC coordene todos os agentes, por igual, e reconheça a todos o seu comando, replicando, aliás, o que acontece em outros países, com um histórico mais sustentado, e mais resolvido, de intervenção do Estado nesta área. Admitir excepções a este princípio é acentuar atritos, cavar divergências e promover instabilidades. Insistir, e persistir, no modelo organizativo em vigor, é tumorizar o relacionamento e a cooperação institucionais. Tenho a profunda convicção que estamos, no tempo, e a tempo, de colocar esta questão na agenda de prioridades para que, com tempo, possamos, sem precipitações, encontrar soluções equilibradas e duradouras. É urgente a criação de um comando próprio dos bombeiros, claramente separado e autonomizado da cadeia de comando da ANPC e a quem os CBs reportem, concentrando-se nele as atribuições genéricas de orientação, coordenação e fiscalização das actividades exercidas pelos CBs. As dimensões - coordenação institucional e comando operacional - e o princípio do comando único, que envolvem e caracterizam o SIOPS, não constituirão obstáculo a esta mudança estruturante, e também em nada ficarão prejudicados por ela. Afastadas as razões técnicas, restarão o interesse corporativo (bombeiros) e a vontade política (governo) para que o objectivo possa vir a ser alcançado, a curto prazo. E estejamos todos tranquilos e confiantes: com esta mudança, alcançaremos uma reforma equilibrada, porque recoloca os bombeiros no mesmo patamar dos demais agentes, coerente, porque restitui aos bombeiros a sua identidade, autêntica, porque interpreta o sentimento genuíno dos bombeiros e inteligente, porque é capaz de mobilizar os bombeiros para os desafios e oportunidades do futuro. Este é o caminho, e para ele todos nos devemos sentir convocados. Impulsionados pela história, inspirados pela memória, confortados pela glória. Joaquim Rebelo Marinho Presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Viseu de, teria o mesmo tratamento? Penso que não, sem qualquer tentativa de vitimização dos bombeiros, não deixa de ser interessante o impacto que a instituição tem e que o nome Bombeiros tem perante a sociedade, e é esta projeção e confiança nos bombeiros que assusta alguns gabinetes de imagem! Seria também pertinente, efetuar um relatório e apurar culpados do desordenamento do território, dos responsáveis pelas leis avulsas e mal feitas, do material comprado com pés- sima qualidade. Seria bom ver o nome destas pessoas na véspera de natal do próximo ano. Que os nossos colegas descansem em paz, pois tinham a profissão certa no país errado. Manuel Nunes Carregal do Sal em janeiro de 1994 40 JANEIRO 2014 AZAMBUJA MAI aceita repto do presidente da LBP O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, aceitou o repto que lhe foi lançado pelo presidente do conselho executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), comandante Jaime Marta Soares, para um encontro direto com os comandantes de bombeiros. O encontro, defendeu o comandante Marta Soares, deverá ter lugar no final das sessões de balanço previstas decorrer até final de março, no âmbito do combate aos incêndios do verão passado. Miguel Macedo, não só aceitou o desafio, como confirmou a intenção de aprovar o dispositivo especial de combate do próximo verão em meados de março, à semelhança do que aconteceu em 2013. O ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, aceitou o repto durante a sessão solene comemorativa dos 82 anos de vida da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Azambuja. O comandante Marta Soares pediu ao ministro que presida a esse encontro de comandantes, no qual “todos os presentes se pronunciarão sobre os problemas e dificuldades que sentem”. Em resposta, Miguel Macedo confirmou que “ estarei, depois em módulos que acertaremos, evidentemente disponível para fazer essa discussão, para ouvir, porventura muitas críticas, mas também para dizer aquilo que entendo sobre essa matéria”, sublinhou o ministro. O presidente da LBP questionou ainda Miguel Macedo acerca dos atrasos verificados na entrega dos equipamentos de proteção individual (EPI), “imprescindíveis para que os bombeiros possam estar protegidos e sem segurança quando em teatro de operações”. Em resposta, Miguel Macedo esclareceu que o Governo disponibilizou, ao todo, desde o ano passado, 11 milhões de euros para a aquisição dos equipamentos formulando o desejo de “que possamos ter até junho deste ano, o fornecimento para muitos milhares de bombeiros portugueses dos equipamentos que são indispensáveis à sua melhor proteção em operação”, apontou. Miguel Macedo mostrou-se ainda esperançado de que até maio possam ser entregues mais equipamentos ao nível das comunicações. Perante a formatura na zona fronteira ao quartel procedeu-se à inauguração de duas novas viaturas, uma ambulância de socorro e um autotanque (VTTU) apadrinhados, respetivamente, por José Armando Fernandes e pelo comandante Elísio Oliveira (CADIS Sul). segundo comandante, Hélder Simões Santos. Seguiram-se várias promoções nas categorias de subchefe, bombeiro de 2ª e a passagem a bombeiros de 3.ª de nove estagiários. Os galardões da Associação, “Bombeiro 2013” e “Excelência 2013” foram atribuídos respetivamente, ao bombeiro de 3.ª No decorrer da sessão solene comemorativa do aniversário dos Voluntários da Azambuja foram entregues três crachás de ouro da LBP, ao estandarte da Associação, à Câmara Municipal e ao chefe Lourenço Marques Simões. Com a medalha de coragem e abnegação da LBP foram distinguidos quatro bombeiros intervenientes numa operação de socorro registada em 16 de dezembro último. São eles, os bombeiros de 2ª, Rodrigo Monteiro, Pedro Cardoso, Marina A Crónica do bombeiro Manel S Jardim e subchefe Aida Jardim. O presidente da LBP convidou o ministro e o presidente da Autarquia, Luís Abreu de Sousa, a acompanhá-lo na entrega das distinções. Com a medalha de serviços distintos, ouro, da LBP foi distinguida a Companhia de Logística de Combustíveis e, com a mesma distinção, grau cobre, a Sociedade Portuguesa de Desidratação e a empresa Batistas – Reciclagem de Sucatas. Durante a sessão solene decorreu também a posse do novo Ricardo Neves e ao bombeiro de 2.ª António Leal. Além dos já citados, estiveram também presentes, o diretor nacional de recursos da ANPC, José Teixeira, o comandante distrital Carlos Mata e o vice-presidente da federação de bombeiros de Lisboa, comandante Manuel Varela. LOUVOR/REPREENSÃO Ao Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge Ortiga, pela dedicação que tem demonstrado pelos bombeiros portugueses, elogiando o seu esforço e incentivando-os repetidas vezes. Excesso de zelo das autoridades na aplicação imediata e indiscriminada de multas às associações e corpos de bombeiros, sem qualquer atitude prévia no sentido de facilitar a resolução dos problemas que conduziram às irregularidades apontadas. Os bombeiros não têm aspas enhor diretor li outro dia no nosso jornal a tal história que aconteceu com os Bombeiros de Cacilhas a quem o INEM entendeu não dar o número CODU quando saíram em força para uma intervenção urbana grave. Olhe, essas histórias repetem-se vezes de mais. Alguns senhores do CODU parecem mais mangas-de-alpaca do que operacionais. Se calhar faz-lhes falta vir mais vezes para rua ver como é a realidade e não o mundo dos papéis onde parecem andar. É evidente que tem que haver regras e todos sabemos que nem tudo é urgência e socorro. Mas o que acontece muitas vezes é o contrário. Mandam-nos sair para algumas situações que até nem justificam e quando é a sério, e as situações são graves, mas como somos nós a informá-los depois de sairmos do quartel, então tudo parece mudar de figura. Que diabo, haja quem ponha ordem nisto. Dizem-nos que trabalhamos todos para o mesmo mas depois a realidade diz o contrário. Houve agora semanas em que cada vez que aqui queríamos o apoio da viatura médica VMER já sabíamos que levávamos nega e, pelo que li, noutros sítios aconteceu o mesmo. Para não saírem com as viaturas já tinham desculpas. Para não darem números CODU aos bombeiros em situações espe- ciais só sabem dizer o não. Todos defendemos que o primeiro contacto deve ser para o 112. Mas quando não é possível no momento e só acontece depois os senhores do CODU vão continuar a dizer não e a obrigar-nos a dar-lhes borlas? Fazem isso por que também sabem que não vamos negar o socorro a ninguém. Mas isto tem que ter um fim, que diabo. Outro dia vieram-me mostrar um artigo escrito pelo jornalista Miguel Sousa Tavares em que diz que somos bombeiros “voluntários” e que os bombeiros “acham que o material nunca chega e que não têm nada a aprender, só a reivindicar”. Que diabo, oh amigo não percebo essa história das aspas. Eu não as tenho e muitos de nós também não temos. Mas diga-nos onde estão para percebermos. Sempre vivi do meu trabalho, fui sempre voluntário e quando antes fiz alguns GPIS no verão e recebi uns tostões entreguei-os à minha associação para comprar material. O senhor sabe pouco dos bombeiros mas tenho gosto em apresentá-lo ao nosso comando e à nossa direção para vir cá passar umas horas connosco e ver o que é trabalhar no duro. Quando escreve que o material nunca nos chega, na tal visita que fizer vai ver o que é. O material chega quando é substituído mas como passam tantos anos até que volte outro novo o que se passa é que há sempre alguma coisa em falta. Mas, repito, quando nos visitar vai ver a verdade sem aspas. E quanto à formação, olhe, temos e ainda queremos mais, muita mais. 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