2 - Jornal Bombeiros de Portugal

Transcrição

2 - Jornal Bombeiros de Portugal
Vitor Martins
Resgate no poço
VIANA DO CASTELO
Págins 10 e 11
Páginas 28 e 29
LINDA-A-PASTORA
Páginas 12 e 13
CABANAS DE VIRIATO
Páginas 20 e 21
CANEÇAS
Págins 14 e 15
Janeiro de 2014
E dição : 328
A no : XXXI
1,25€
D irector : R ui R ama da S ilva
Tiago Carvalho
Desejoso
de voltar ao ativo
Página 17
NOVAS SOLUÇÕES
PARA NOVAS REALIDADES
Página 18
OVAR
Páginas 30 e 31
MAI aceita repto do presidente da LBP
para reunião com comandantes
Página 40
2
JANEIRO 2014
O
caldo está entornado, mesmo
que, aqui ou ali, mas sem grande
sucesso, reconheça-se, procurem
aplicar mezinhas que aplanem o natural e justificado desgosto e revolta
dos bombeiros contra, como muitos
apontam, a “fuga orientada” de informações do relatório preliminar sobre
os incêndios florestais do Verão passado.
Com base em tudo o que foi dito e
escrito na comunicação social, é lícito
questionarmo-nos sobre, caso não tivesse havido mortos, de quem seria a
culpa? Ou, melhor, porque foram encontrados esses “culpados”, será que
se vai ficar por aqui?
O perigoso culto do mediatismo
tem destas coisas, verdadeiros alçapões e armadilhas que alguns tentam
montar mas que, no fundo, muitas
vezes, acabam por denunciar os seus
próprios autores e propósitos.
Atribuir aos mortos a culpa do seu
próprio desfecho tem a enorme “vantagem” de que não estarão cá para
exercer o direito do contraditório.
Teve, também, a particularidade de
contribuir para o levantar da poeira
suficiente que no final do último ano
deu para perceber que as primeiras
informações do relatório foram apresentadas com a mesma postura que
um elefante adoptaria no interior de
uma loja de vidros e porcelanas.
Produziram-se muitos cacos e danos e a memória dos mortos, antes
tão enaltecida, afinal, parecia que
agora era para denegrir e enlamear.
Até podemos admitir que a intenção não fosse essa, como alguns vieram à pressa a terreiro dizer, mas a
realidade, o resultado inexorável e
incontornável foi esse.
O nosso companheiro, presidente
do fogo, em especial em situações
extremas”, continuemos em “cuidar o
equipamento dos bombeiros, não se
poupando no seu preço, na sua qualidade ou na exigência das suas especificações” e ainda, “melhorar as condições de prestação de socorro aos
bombeiros em situações críticas”. Serão temas novos? Acho que não. São
recorrentes. Mas, estes e os anteriores, tendo sido enunciados ao longo
dos anos, uns com mais ênfase que
outros, não conseguiram até agora,
pelos vistos, ganhar o devido relevo.
Pese embora, o especial esforço dos
próprios bombeiros nesse sentido.
A formação, como sabemos, nunca
é um domínio fechado nem acabado.
Todos o sabemos e isso tem sido uma
realidade palpável. É necessário evoluir e, como prova a sua história, os
bombeiros têm sido os primeiros nessa aposta. Há anos, quem falava em
desencarceramento, em intervenção
em grande ângulo, em verdadeiro
pré-hospitalar, em intervenção cinotécnica, em intervenção em estruturas colapsadas? Foram os bombeiros
e as suas estruturas que descobriram
estas e outras disciplinas e defenderam a formação nesses domínios.
Nessa altura, aliás, havia até quem
achasse que apenas se tratava de bizarrias ou modernices e que os bombeiros andavam sempre a inventar
coisas para gastar mais dinheiro.
Será mentira aquilo que afirmo? Ou,
quem o disse, já se esqueceu?
Por isso, não se diga que os bombeiros não têm formação por que não
é sério nem justo. Não só têm como
querem sempre mais. E, isso, provam-no dia a dia como, aliás, por
exemplo, é o caso recente do seminário sobre socorro em parques eólicos
promovido pela Liga e pela Juvebombeiro. Será bom é que outros se lembrem disso.
Sobre os equipamentos, já muito
se disse. As evidências do passado
recente só confirmaram tragicamente
a realidade de que os bombeiros muito têm apontado. Todas as apostas
que agora estão em curso para colmatar as principais necessidades e
inverter as inexistências de outras já
não irão resolver os problemas passados mas irão, por certo, evitar muitos outros futuros.
Melhorar as condições de prestação de socorro aos bombeiros em situações críticas é um domínio em que
os bombeiros, a meu ver, por excesso
de generosidade, não têm sido mais
reivindicativos. Quem de direito, ao
ler esta recomendação só não poderá
ficar indiferente, e o futuro demonstrará isso ou não. Aliás, por maioria
de razão, esse tema deveria ter merecido substituir, isso sim, as parangonas ciosas de “crucificar” os bombeiros falecidos.
No relatório, por fim, “recomenda-se a promoção de um programa nacional, envolvendo diversas entidades
operacionais, autarquias, empresas e
a comunidade científica, para implementar soluções do problema dos incêndios, florestais, de uma forma integrada e sustentada, por meio de
acções de validação, demonstração e
aplicação de medidas eficazes ou inovadoras das prevenções e segurança”.
Qual a razão, então, para que esta
recomendação aqui tão bem formulada, como já foi avançada noutros
anos, com idêntica ou semelhante
elaboração, ainda não seja realidade?
O que me dói, com a máxima sinceridade, é que apenas os mortos façam este ano a verdadeira diferença,
já que as recomendações e conclusões, com maior ou menor ênfase,
soam sempre ao mesmo.
Se não tivesse havido mortes, pode-se concluir, então, o relatório iria
passar despercebido e não haveria
“culpados”. Ou estarei enganado? O
futuro o dirá.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
MERCEANA
JORNAL@LBP
Bombeiros
perdem referência
A necessidade aguça o engenho
ntónio Procópio
Batista, sócio
fundador da Associação Humanitária
de Bombeiros Voluntários da Merceana e do respetivo corpo de bombeiros, faleceu no
dia 30 de dezembro.
Ingressou a 1 de
junho de 1995 e,
desde logo, a motivação e o espírito de voluntariado
prevaleceram e resultam numa brilhante carreira de
bombeiro até a categoria de chefe, num percurso
pontuado de louvores e medalhas dos quais se destacam o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses.
No dia da despedida foram muitos os soldados da
paz que recordaram o chefe António Batista como
uma referência para todos os bombeiros e para a
comunidade.
Sérgio Santos
D
iz o povo que “a necessidade aguça o engenho”, máxima que bem poderia estar inscrita em muitos dos quartéis de
norte a sul do país, assim ao
jeito de mensagem motivacional bem elucidativa do exemplo
que os homens e mulheres que
servem esta causa dão ao Pais.
Na verdade, o trabalho dos
bombeiros vai muito para além
do socorro e do apoio a todos
que em tantas vertentes garantem às populações, são eles
também uma peça indispensável na engrenagem que mantém em funcionamento pleno as associações humanitárias.
Nos momentos livres, sempre que a atividade operacional o permite, os soldados da
paz assumem muitas outras funções. São
cozinheiros, pedreiros, carpinteiros, eletricistas, marceneiros, pintores, mecânicos,
torneiros, decoradores, enfim ajudam no
que podem e como podem, garantindo a
manutenção ou a beneficiação das instala-
È com brio, vaidade e incomensurável orgulho que escancaram as portas dos quartéis
aos visitantes, provando que,
muitas vezes, basta juntar um
pouco da boa vontade de todos
para assegurar obras grandiosas.
Em tempos marcados pela
adversidade, propícios a um
egoísmo defensivo, os bombeiros portugueses dão as mãos e
o exemplo, dizem presente, assumem-se como ativos soldados na luta contra a malfadada
que tantos tem feito tombar, nos mais distintos setores.
Quando há dois ou três anos se perspetivava uma onda de despedimentos nas associações humanitárias, poucos podiam prever a que a bravura, o espírito de sacrifício,
a determinação são características inatas
dos soldados de paz, determinantes em
qualquer ocorrência, dentro ou fora do teatro de operações.
Sofia Ribeiro
Foto: Marques Valentim
A
da LBP, comandante Jaime Soares,
chamou bem a atenção, no seu “Ponto de Situação” da nossa edição de
Dezembro, para o facto do mal estar
feito. Não, por que os bombeiros temam o apuro da verdade, mas sim, o
receio de verem deturpadas ou mal
interpretadas muitas coisas.
Sublinhe-se, a propósito, o distanciamento assumido pelo ministro da
Administração Interna relativamente
às parangonas que foram aparecendo
e agora renovado ao apelar à ponderação apesar de defender que das
conclusões e recomendações do relatório terão que ser tiradas consequências.
Em abono da verdade, das conclusões e recomendações do relatório,
que tive a oportunidade de ler, não
consigo, reforçadamente, perceber a
razão e a lógica das parangonas conhecidas e as “acusações” nelas proferidas por fontes “desconhecidas”.
Quem não sabe do envelhecimento
da população do interior, do abandono da actividade agrícola, da falta de
cultura de autoprotecção? O relatório
também fala nisso.
Quem não ouviu já falar do incrementar de acções de prevenção estrutural, de sensibilizar os cidadãos
para evitar acções de risco, de melhorar a integração e articulação para
evitar acções de risco, reformular o
uso do fogo como técnica de supressão, o melhor uso da previsão meteorológica à escala local, cuidar-se da
vigilância e do rescaldo ou melhorar a
coesão nas equipas de combate? O
relatório também fala nisso.
O relatório fala ainda noutras coisas. Comecemos por, “melhorar a formação dos bombeiros em matérias
relacionadas com o comportamento
Foto: Marques Valentim
Sem mortos como seria
ções, isentando as associações de encargos
que, em muitos casos, seriam incomportáveis.
Percorrer as associações de todo o Portugal, sobretudo do designado “mais profundo”, é descobrir gente pronta, de mangas
arregaçadas, sempre disponível a dar um
pouco de si em prol da sua família dos bombeiros, tratando estas casas como se fossem os seus próprios lares, com o mesmo
cuidado e rigor.
3
JANEIRO 2014
Liga dos Bombeiros Portugueses tem vindo
a manifestar repetidamente junto da tutela
governativa, nomeadamente junto do Ministério
da Administração Interna, a importância que o
Quadro de Referência Estratégico Nacional
(QREN) tem desempenhado na obtenção de
apoios à aquisição de equipamentos, viaturas,
novas infraestruturas ou ampliação e remodelação das existentes em muitas associações e
corpos de bombeiros.
Foi, aliás, por solicitação da Liga que se tornou possível, em muitas candidaturas ao QREN,
aumentar a percentagem de comparticipação
comunitária, incluindo até de 100 por cento, e,
por essa via, diminuir ou anular o encargo restante, a assumir pelo Estado, pelos próprios
bombeiros ou pelas áreas metropolitanas, comunidades intermunicipais ou câmaras municipais.
No passado, contámos com os chamados planos de re-equipamento, entretanto desaparecidos, mas cuja manutenção sempre defendemos, não só pela taxa de esforço financeiro importante que representava no apoio aos bombeiros, mas também pela equidade possível que
o seu exercício foi assegurando, em articulação
com a Liga e, desta, com as federações e associações e corpos de bombeiros.
Durante vários anos não houve, nem os ditos
planos, nem quaisquer outros instrumentos de
apoio. E, durante todo esse tempo fomos lavrando o nosso justificado protesto pela ausência de apoios sistemáticos e claros. Então, registou-se um claro atraso no processo de atualização e evolução dos parques de viaturas e
obtenção de outros equipamentos, nomeadamente em domínios então em franco desenvolvimento, casos da proteção individual, do salvamento e desencarceramento, do mergulho, intervenção em grande ângulo, entre outros.
A própria dotação de ambulâncias de socorro
pelo Ministério da Administração Interna para
as associações e corpos de bombeiros que não
dispusessem de protocolo com o INEM para
Posto de Emergência Médica (PEM) deixou de
acontecer.
Nos últimos anos, em todos estes campos
foi-se alargando o fosso entre o necessário e o
existente e um défice claro no inevitável e sistemático processo de substituição de equipamentos, após ciclos de esforço e idade que aconselham e até exigem precisamente isso na defesa
da eficácia do próprio socorro e da segurança
dos bombeiros.
Hoje, o QREN apresenta-se como o instrumento preferencial para a satisfação de muitas
dessas necessidades. Aliás, tenho estado presente em inúmeras cerimónias, ora de distribuição de equipamentos, de atribuição de viaturas
ou de inauguração de novos quartéis ou ampliações e remodelações de outros que comprovam
isso.
A propósito, importa sublinhar o esforço feito, nomeadamente, pelas associações e pelas
federações no desenvolvimento de processos
concursais ao QREN minuciosos e rigorosos
cujas etapas, inclusive, têm constituído também verdadeiros testes à estoicidade e persistências dessas entidades. Julgo, e tenho defendido nos mais diversos momentos, que os processos de candidatura não perderiam nem em
rigor e nem em transparência se fossem mais
simplificados e mais claros.
A própria migração do âmbito das comissões
regionais para o âmbito nacional, a que somos
alheios, não tem corrido também da melhor for-
ma, ora suscitando atrasos nos processos ou
até, também, inadmissíveis incongruências da
sua gestão.
Os tempos que correm são no sentido da
adoção de mudanças, cada vez mais aceleradas
e estruturais. Nesse sentido, a evolução das infraestruturas e dos meios ao dispor dos bombeiros, inevitavelmente, deve estar sujeita às
adaptações e às alterações necessárias à garantia das mesmas ou de melhores respostas
aos desafios.
E, nada sendo definitivo, contudo, importa
que se continuem a agilizar os mecanismos,
através dos quais, as associações e os corpos
de bombeiros possam ir conseguindo satisfazer
as suas necessidades. Mas, para tal, não podem estar sujeitos, nem aos ventos da oportunidade, nem à prova do mais rápido. Importa,
por isso, que se continuem a definir claramente, quer programas e domínios específicos,
quer os montantes significativos necessários,
através dos quais se compatibilizem com rigor
e equidade as respetivas necessidades e candidaturas.
Foto: Sérgio Santos
A
Importa não parar
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JANEIRO 2014
LIGA ACUSA AUTORIDADES DE EXCESSO DE ZELO
Bombeiros com centenas de multas
O
presidente da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP), Jaime Marta
Soares, afirmou publicamente que as
corporações têm “centenas” de multas
de trânsito para pagar, acusando as
autoridades de “excesso de zelo”, em
vez de terem uma ação preventiva.
“Há centenas e centenas de coimas
a pagar. Se as tivessem de pagar, algumas corporações teriam de fechar
as portas. As minhas palavras são as
de todos os bombeiros e não é contra
ninguém, mas há um excesso de zelo
por parte de algumas autoridades que
têm uma ação repressiva em vez de
serem dissuasoras”, lamentou Marta
Soares.
Em resposta, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, afirmou que as “forças de segurança
atuam sempre no respeito da lei”, mas
defendeu que as mesmas devem reali-
zar “ações preventivas” junto das corporações de bombeiros. “As forças de
segurança atuam sempre no respeito
da lei. Percebo as questões que foram
colocadas pelo senhor presidente da
Liga, mas entendo que esses problemas são verdadeiros e que acontecem,
não podem ser resolvidos através do
apelo à não fiscalização das forças de
segurança, no âmbito das suas competências”, defendeu o ministro.
Contudo, Miguel Macedo espera que
no futuro estas situações possam ser
evitadas. “Mas é possível fazer, por
exemplo, através de ações preventivas
com as forças de segurança junto das
corporações de bombeiros, um conjunto de ações que não ofereçam dúvidas nem à atuação das forças da segurança nem à das corporações de bombeiros e evitem esse tipo de problemas”, sustentou Miguel Macedo.
NOBRE CASA DA CIDADANIA
LBP integra conselho institucional
A
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) integra o
conselho institucional da “Nobre Casa da Cidadania”. Este
projeto institucional foi criado
pela empresa de produção e
comercialização de produtos
alimentares “Nobre” na lógica
da responsabilidade social corporativa e de relação com a
comunidade.
O projeto tem como objetivo: identificar, reconhecer e
distinguir cidadãos nacionais
ou estrangeiros residentes em
Portugal que se notabilizem
pela realização de feitos, méritos ou ações de
excecional nobreza. Para tal, o projeto prevê a
atribuição de louvores e o título de “Cidadão
Nobre”.
O protocolo de adesão da LBP à iniciativa
como parceiro institucional foi assinado recentemente na sede da confederação entre o responsável pela “Nobre”, Rui Silva, e o presidente
do conselho executivo da LBP, comandante Jaime Marta Soares.
BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS EM ANGOLA
A
REVIVER MAIS
Duarte Caldeira coordena projeto
convite do Ministério do Interior de Angola, através do
Serviço Nacional de Proteção
Civil e Bombeiros (SNPCB) deste país, o ex-presidente do Conselho Executivo e atual Presidente da Mesa dos Congressos
da Liga dos Bombeiros Portugueses, Duarte Caldeira, vai
coordenar o projeto “Bombeiros
Voluntários em Angola”.
O programa indicativo deste
projeto foi assinado em Lisboa,
sendo na ocasião o SNPCB de
Angola representado por David
Calei.
Nos termos do referido documento a missão de Duarte Caldeira inclui: o levantamento de
informação relativa às opções
políticas de enquadramento dos
futuros bombeiros voluntários
de Angola; elaboração de regulamentação específica; definição de estrutura operacional;
elaboração de normas de funcionamento; elaboração de pla-
A
no de formação; monitorização
da execução do projeto, ao longo de todo o ano de 2014.
“Este é o projeto da minha
vida. Com este convite vejo reconhecida a validade da experiência dos bombeiros portugueses e das suas estruturas,
que servi com muita convicção
e empenho ao longo de 18
anos, como dirigente da LBP, 12
dos quais como presidente do
seu órgão executivo, disse
Duarte Caldeira ao jornal Bombeiros de Portugal, acrescentando esperar “também contribuir para o estabelecimento de
relações privilegiadas entre os
bombeiros portugueses e angolanos, fortalecendo os naturais
laços de amizade e cooperação
que une os nossos dois povos”.
Objetividade e planos para o futuro
Reviver Mais, Associação dos Operacionais
e Dirigentes dos Bombeiros Portugueses,
vai incrementar, a partir do início do próximo
ano, uma delegação no Alto Alentejo (distrito
de Portalegre), em ordem a “ampliar a sua
área de influência e de apoio aos sócios mais
distanciados geograficamente”. Este objetivo
faz parte, entre outros, do Plano de Atividades
para 2014 daquela associação, aprovado em
assembleia geral reunida no passado dia 30
de novembro, nas instalações dos Bombeiros
Voluntários de Cacilhas. Recorde-se que sendo a Reviver Mais uma IPSS de âmbito nacional, tem já em atividade a delegação de S.
João da Madeira, a qual está constituindo uma
primeira e bem conseguida experiência no
distrito de Aveiro, com o inestimável e gracioso apoio da associação de bombeiros local.
Entretanto, à luz dos seus objetivos estatutários e também na condição de reserva moral
dos bombeiros portugueses, a Reviver Mais
propõe-se levar a efeito, durante o primeiro
trimestre, um fórum nacional subordinado ao
tema “A organização dos bombeiros no século
XX e seus reflexos no presente”, com a parti-
cipação de vários oradores convidados, nomeadamente, personalidades que desempenharam cargos de elevada responsabilidade
nas estruturas nacionais dos bombeiros.
“Constatamos ser premente a necessidade de
se fazer uma séria e profunda avaliação do
papel das instituições de bombeiros na sociedade portuguesa e bem assim questionar o
‘espartilho’ legal que o Estado lhes vem reservando”, justifica o Plano de Atividades para
2014.
A mesma assembleia geral, segundo proposta da Direcção da Reviver Mais, aprovou,
por unanimidade e aclamação, a proclamação,
com a qualidade de sócia honorária, de Maria
Emília Neto de Sousa, ex-presidente da Câmara Municipal de Almada, pelos relevantes serviços prestados à associação, ao nível da construção da futura Casa do Bombeiro. De referir,
ainda, acerca desta infraestrutura, que está
em estudo a possibilidade da sua candidatura,
para efeitos de financiamento, ao programa do
QREN (2014/2020), processo no qual a Reviver Mais conta com o prometido apoio do Executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses.
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JANEIRO 2014
LBP JÁ REUNIU COM O NOVO SEAI
Diálogo honesto com os bombeiros
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP)
reuniu, no início deste mês, com João
Almeida, o novo secretário de Estado da
Administração Interna (SEAI). Neste
primeiro encontro, que serviu para as
habituas apresentações de cumprimentos,
a Liga lembrou o passado recente, para
reforçar a intenção de que quer continuar a
manter uma reação “honesta”,
“reivindicativa” e “leal”, nunca esquecendo
que as necessidade dos bombeiros estarão
sempre na “primeira linha de ação”.
Texto: Patrícia Cerdeira
Fotos: Marques Valentim
E
m declarações ao ‘BP’, Jaime Marta Soares, presidente do Conselho Executivo, refere que encontrou um
secretário de Estado “informado” e “disponível” para um
“saudável” relacionamento entre a tutela e a Confederação.
Neste primeiro encontro foi feito um balanço de todos os dossiês que estão em cima da
mesa (seguros, legislação e regulamentação de alguns diplomas). A Liga fez desde já saber
que a questão dos seguros de
vida e acidentes pessoais dos
bombeiros é “prioritária”, alertando para a necessidade de se
encontrar uma solução tão “rápida” quanto possível.
João Almeida revelou a manutenção da aposta na formação e, já no âmbito das telecomunicações, comprometeu-se a
que, “tão cedo quanto possível,
sejam entregues os rádios às
corporações e essas estejam
melhor servidas do que estão
neste momento”.
Novo SEAI quer rigor nos
dinheiros para os fogos
Doze dias depois de ter tomado posse, o novo secretá-
rio de Estado da Administração Interna, João Almeida,
anunciou, na sua primeira
intervenção pública, que o rigor na distribuição de fundos
para a próxima época de incêndios não pode prejudicar
“a noção da prioridade”.
João Almeida, que presidiu
às celebrações do 54º aniversário dos Bombeiros Vo-
J
luntários de Vale de Cambra,
onde o presidente da autarquia, José Pinheiro (CDS),
apelara minutos antes a que
o governante apoiasse a
aquisição de uma ambulância
para atender “às necessidades de socorro das populações que vivem nas zonas
mais altas do concelho”, fre-
quentemente sujeitas à queda de neve.
O governante não comentou especificamente essa situação, mas declarou: “O país
vive dificuldades e constrangimentos na despesa pública,
mas numa área tão importante como esta, em que não se
pode perder a noção do rigor,
também não se pode perder a
noção da prioridade”.
Referindo que está a acompanhar a realização de um
concurso público para aquisição dos equipamentos de
proteção individual para os
bombeiros portugueses, João
Almeida disse que “é pretensão do Governo” proporcio-
Filipe Lobo D’Ávila deixa saudades
oão Almeida que sucede a Filipe Lobo D’ Ávila tem desde logo
a responsabilidade de promover e manter o “bom relacionamento” que o anterior secretário de Estado conseguiu junto dos
bombeiros. Apesar das dificuldades financeiras que marcaram a
sua passagem pelo Governo, a verdade é que o jovem centrista
é hoje uma pessoa acarinhada pelo setor da proteção civil e
bombeiros e esta conquista acabou por promover a resolução de
algumas questões, nem sempre fáceis, nos últimos dois anos. A
saída de Filipe Lobo D’Ávila acontece a pedido do próprio por
motivos pessoais. Aliás, no último ano, sabe o ‘BP’, Filipe Lobo
D’Ávila fez várias tentativas para abandonar o executivo.
O novo SEAI, que é licenciado em Direito, tem 37 anos e era
até aqui vice-presidente do grupo parlamentar do CDS-PP e
porta-voz do partido. João Almeida desempenhava ainda funções de coordenador do grupo parlamentar na Comissão de Orçamento, Finanças e Administração Pública.
EUSÉBIO
a sequência do falecimento de Eusébio da Silva Ferreira, ocorrido em 5
de janeiro último, a Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP), através do presidente do conselho executivo, comandante
Jaime Marta Soares, e em nome de todos os bombeiros, das suas associações
e corpos de bombeiros, “não pode deixar de se associar a este momento de
dor e tristeza, afirmando o seu profundo
respeito e sentidas condolências à família, ao Sport Lisboa e Benfica e a todos
os seus admiradores”. No mesmo comu-
LBP associa-se às homenagens
nicado, o presidente da LBP “entende
ainda reafirmar que Portugal perdeu um
dos seus mais ilustres embaixadores,
enquanto desportista de valor mundial e
ser humano à dimensão do universo”.
O desaparecimento de Eusébio traz-nos à memória a homenagem recente
que lhe foi prestada pelo Regimento de
Sapadores Bombeiros de Lisboa (RSB)
em 19 de maio do ano transato no âmbito da cerimónia comemorativa do seu
618º aniversário, realizada em Lisboa,
em pleno Rossio. Então, Eusébio da Sil-
va Ferreira e Simone de Oliveira apadrinharam duas novas autoescadas do
RSB.
Foi precisamente a autoescada com o
nome de Eusébio que marcou presença
na homenagem que a Câmara Municipal
de Lisboa prestou ao extinto à simbólica
paragem do féretro na praça fronteira
aos paços do concelho. A autoescada
manteve-se arvorada enquanto a formatura de bombeiros sapadores, em
sentido, prestava a devida homenagem
protocolar.
Foto: Marques Valentim
N
nar a esses operacionais as
condições mínimas para o
seu trabalho. “Se os bombeiros portugueses forem para o
terreno realizar um combate
tão difícil como o que sabemos que enfrentam”, realçou
o governante, “o mínimo é
que tenham condições para o
fazer com segurança”.
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JANEIRO 2014
MAI CONTRA ACIDENTES NA PRAÇA PÚBLICA
Xavier Viegas obrigado a mudar
conteúdo de formação
Numa altura em que se mantém sob sigilo a segunda
parte do relatório pedido pelo Governo ao
investigador Domingos Xavier Viegas, o ministro da
Administração Interna (MAI) foi obrigado a travar as
intenções do professor de Coimbra que se preparava
para analisar os acidentes do verão passado num
curso sobre segurança na frente de fogo.
tratado de uma forma também diferente da primeira parte do relatório”,
admitiu o ministro, sem se comprometer com a divulgação pública do documento.
ENB apela ao envolvimento
das populações
Texto: Patrícia Cerdeira
E
m nota enviada às redações, e
tornada pública na sitio da internet do Centro de Estudos sobre
Incêndios Florestais (CEIF), Domingos
Xavier Viegas, coordenador do Curso
sobre Segurança Pessoal no Combate
aos Incêndios Florestais, fez saber que
dada a não divulgação da segunda
parte do Relatório dos Incêndios Florestais de 2013, uma responsabilidade
do “Ministério da Administração Interna”, o programa do curso que se realizou no passado dia 17 teria de ser “alterado”. “Desejamos informar todas as
pessoas que se inscreveram no curso
sobre segurança pessoal no combate
aos incêndios florestais, que se vai
realizar no próximo dia 17 de janeiro,
que a indicação que havíamos dado de
que seriam apresentados os casos de
acidentes ocorridos durante os incêndios florestais de 2013, foi baseada na
expetativa que tínhamos de que a Segunda Parte do Relatório dos Incêndios
Florestais 2013 fosse tornada pública
entretanto, o que não se verificou até
esta data. Informamos que se esta situação se mantiver, teremos de alterar
o programa anunciado, baseando-nos
em outros casos que também estudámos. Informamos também os participantes já inscritos, que se por algum
motivo desejarem desistir da sua participação, em virtude da eventual alteração do programa, poderão solicitar a
devolução do pagamento que entretanto tenham efetuado”, esclarece a
nota tornada pública.
Ao que o ‘BP’ apurou junto de fonte
do MAI, esta alteração programática
aconteceu depois de Miguel Macedo ter
tido conhecimento do programa desta
formação e de ter informado Xavier
Viegas que a segunda parte do relatório, “propriedade do MAI”, não poderia
ser divulgada.
Aliás, já no dia 2 de janeiro, o MAI
tinha dito que não se comprometia
com a sua divulgação pública como
aconteceu com o restante documento.
“Como as consequências dessa segunda parte podem ter uma natureza
completamente diferente daquele que
foi publicado, essa ponderação tem de
ser muito bem feita”, disse Miguel Macedo. Recorde-se que na primeira parte do relatório encomendado pelo
MAI, a equipa do investigador Xavier
Viegas, da Faculdade de Ciências e
Tecnologia de Coimbra, sublinha, entre outros aspetos, que os bombeiros
devem ter formação “em especial em
situações extremas”. Essa parte do
documento foi tornado público pelo
Governo a 23 de dezembro e acentua
que mais formação permitirá aos
bombeiros “assegurar uma boa avaliação das condições de perigo e do cumprimento dos procedimentos de segurança no combate ao fogo”. Sobre o
restante documento, Miguel Macedo
diz que “deve haver sensatez e ponderação”, além de “calma” na sua análise, escusando-se a especificar a “natureza” dessas conclusões, que envolvem incêndios em que morreram onze
pessoas, oito das quais bombeiros,
em 2013. “Tem uma sensibilidade, até
do domínio pessoal, diferente também. Portanto, julgo que tem de ser
Ainda na sequência da publicação de
parte do relatório elaborado pela equipa da Universidade de Coimbra, a Escola Nacional de Bombeiros (ENB) veio
a público defender a importância do
papel das populações para proteger
contra fogos os pequenos aglomerados
urbanos. Numa nota enviada às redações, a ENB, e tal como os investigadores, também reconhece o “papel
fundamental” que as populações podem desempenhar no que toca à autoproteção e defesa dos pequenos aglomerados.
A ENB sublinha ainda o facto do estudo apontar o facto da formação dos
agentes estar a contribuir, nos últimos
anos, para uma redução do número e
gravidade dos acidentes, lembrando
que este processo formativo “obriga
continuamente à introdução de melhorias”. Para a instituição de ensino, o relatório vem confirmar “o que se sabe
desde há muito tempo”: o problema
dos incêndios em Portugal deriva de
fatores que se não dominam, como os
climatéricos, conjugados com o estado
caótico da floresta portuguesa e o progressivo abandono do mundo rural.
ALERTA VERMELHO
PARA A SEGURANÇA
AUTORIDADE NACIONAL DE PROTECÇÃO CIVIL
A
s trágicas consequências
do ano de 2013 para os
Bombeiros Portugueses, expressas em perdas de vidas
humanas, em lesões físicas e
psicológicas graves, algumas
com repercussões para toda a
vida, tornam imperiosa a adoção de um desígnio nacional
de promoção da segurança
dos Bombeiros Portugueses.
A Direção Nacional de Bombeiros da Autoridade Nacional
de Protecção Civil, a Liga de
Bombeiros Portugueses e a Escola Nacional de Bombeiros,
unem esforços e têm previsto
um conjunto de iniciativas
como contributo para este propósito de todos.
A presente rubrica, Alerta
Vermelho para a Segurança,
será incluída em todas as edições do jornal Bombeiros de
Cultura de Segurança
Portugal, apresentando um artigo sobre a segurança nas várias vertentes (operacional,
equipamentos, formação, etc.).
Esta iniciativa visa contribuir
para a promoção da cultura de
segurança nos Bombeiros Portugueses.
Segundo Duarte Amaro
(2009), existem défices de
cultura de segurança em todas
as tipologias de Corpos de
Bombeiros em Portugal, apesar do volume assinalável de
feridos e mortos dos últimos
anos. A Segurança é um valor
fundamental para qualquer
atividade desenvolvida, em
especial para o contexto profissional dos Bombeiros, pelos
elevados riscos que lhe estão
associados.
Muitas vezes, a coragem
agregada a uma elevada dose
de adrenalina faz com que os
Bombeiros esqueçam tudo o
resto, focando-se apenas e só
no objetivo principal, prestar
socorro e ajudar quem mais
necessita, colocando em segundo plano a sua própria segurança, desencadeando atos
inseguros que conduzem mui-
tas vezes a acidentes ou incidentes.
O aumento da cultura de segurança é uma missão de cada
um de nós na sua esfera de
ação (formação, instrução,
chefia de equipas, comando de
operações, gestão de um Corpo de Bombeiros, etc.), do
bombeiro estagiário ao Comando do Corpo de Bombeiros, até ao Comandante das
Operações de Socorro: colocar
a Segurança em primeiro lugar.
Afirmar que a segurança é
uma prioridade não pode ser
apenas um lema, mas sim
uma cultura operacional com
reflexo nos comportamentos
diários. Em todas as operações
de socorro… “A primeira vida a
proteger é a tua...!”
[email protected] –
Núcleo de Segurança e Saúde
da Direção Nacional de
Bombeiros (ANPC)
7
JANEIRO 2014
ANPC PEDIU PARECER TÉCNICO A ESPECIALISTA DA AFOCELCA
Conclusões apontam para violação de regras
É
mais uma avaliação ao
desempenho dos bombeiros portugueses que
aponta para várias fragilidades
na abordagem ao teatro de
operações. Segundo o parecer
técnico operacional da autoria
de Orlando Ormazabal, Diretor
Executivo Afocelca, foram cometidos erros que se demonstraram fatais nos cinco incêndios que registaram vítimas,
no verão passado. Neste documento que o ‘BP’ já consultou
pode ler-se que foi elaborado
com uma distância temporal
que permite uma “maior objetividade da análise” dos fatos,
não pretendendo constituir
uma “investigação” nem um
“relato dos fatos ocorridos”.
Para este parecer “não foram
executadas quaisquer entrevistas ou diligências aos intervenientes diretos aquando dos
acidentes, tentando assim delinear um enquadramento das
ações e procedimentos tomados”. A execução deste documento teve por base: “Análise
de documentos preliminares
da investigação em curso por
parte da ANPC, onde apenas
são referenciados os relatos
aquando da reconstituição nos
locais durante o mês de setembro; Análise das fitas de
tempo disponibilizadas pela
ANPC; Visita aos locais dos
acidentes com elementos de
comando e, finalmente, Análise de imagens dos locais para
apreciação dos tipos de combustíveis aquando dos acidentes, através das plataformas:
fotografias aéreas; Google
Earth”, lê-se no documento.
Os cinco acidentes onde se registaram vítimas mortais fo-
ram analisados um a um sendo que o parecer técnico conclui que existem erros comuns
a todos os teatros de operação
estudados. Numa abordagem
geral, foram colocados em
causa: 10 Normas de Segurança; 18 Situações que alertam Cuidado; LACES (Vigias,
Pontos de Ancoragem/ Estado
de Alerta, Comunicações, Caminhos de Fuga e Zonas de
Segurança) e, finalmente os
requisitos definidos para o
combate encosta abaixo.
O parecer técnico de 10 páginas e foi elaborado por Orlando Ormazabal, Diretor Executivo da Afocelca (agrupamento complementar de empresas do grupo Portucel
RELATÓRIOS SOBRE INCÊNDIOS FLORESTAIS
O
MAI não vai responder a pressões
ministro da Administração
Interna, Miguel Macedo, assumiu que há “muita pressão”
para divulgar a segunda parte
do relatório sobre os incêndios
florestais de 2013, mas garantiu que só o vai tornar público
quando assim decidir.
A segunda parte do relatório
diz respeito a cada um dos incidentes em concreto que resultaram em perda de vítimas humanas. “Sei que há muita pressão nesse sentido mas quero
dizer-vos que essa pressão não
vai desviar o ministro da Administração Interna um milímetro
daquilo que eu entendo correto
fazer neste domínio”, assegurou Miguel Macedo, à margem
das comemorações do 82.º
aniversário dos Bombeiros Voluntários de Azambuja a que
presidiu no último fim de semana.
O governante referiu que o
documento só será divulgado
quando, no seu entender, estiverem reunidos os “critérios” por si considerados importantes e que salvaguardem dois aspetos que o preocupam. “A proteção das famílias
desses bombeiros que morreram e a conclusão
atempada dos processos de atribuição de pensões de sangue e de recebimento dos seguros a
que têm direito; e o tratamento, do ponto de
vista do estudo, para aproveitamento na formação de todos os bombeiros feito com cabeça,
tronco e membros”, explicou o ministro, que
deixou ainda um esclarecimento e uma garantia.
“Em primeiro lugar, em relação a cada um
desses incidentes, aquela avaliação não é a única avaliação. Em segundo lugar, prende-se com
esse conjunto de questões, matérias muito delicadas em relação às quais não pode ser a pressa da comunicação social a determinar quando
e como daremos conhecimento daquilo que se
passou em cada um desses incidentes”, assegurou Miguel Macedo.
Para o governante, este assunto “dispensa
bem especulações sensacionalistas em relação
a cada um dos incidentes”.
Soporcel e do grupo ALTRI), a
pedido de José Moura, Comandante Operacional Nacional.
LBP critica quebra de
sigilo
A Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP) repudia veementemente a forma e modo como
estão a ser lançados para a
opinião pública notícias que visam objetivamente “lançar
suspeição” sobre as capacidades e conhecimentos dos bombeiros portugueses. Num comunicado tornado público depois de ter sido noticiado o
conteúdo de mais um parecer
técnico, a Liga diz ter a convicção da “falta de ética” e “desonestidade intelectual” daqueles que antes de fazer uma
análise profunda e inequívoca
por parte de todas as entidades com responsabilidade no
setor, quebrem o sigilo que deveria imperar em situações
destas. “Também pelo facto do
desrespeito pela memória daqueles que deram a sua vida
na defesa das vidas e haveres
das populações, e hoje infeliz-
mente já não podem participar
na análise e discussão do que
se passou no momento e ao
tempo naqueles fatídicos teatros de operações”, acrescenta.
A LBP exige que se “apurem” todas as responsabilidades até às últimas consequências, aproveitando também
para apelar ao “respeito” pela
memória daqueles que deram
tudo, até a própria vida, na
defesa da sua Pátria.
8
JANEIRO 2014
O “Almanach do Bombeiro para 1878”
Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista
O
primeiro documento de
2014, que aqui apresentamos, reproduzindo para o efeito
a respectiva capa, integra-se no
conjunto de raridades bibliográficas do Núcleo de História e Património Museológico da Liga
dos Bombeiros Portugueses.
Trata-se do “Almanach do
Bombeiro para 1878”, impresso
no ano anterior pela tipografia
do jornal “O Progresso”, situada
na Rua do Alecrim – 89, em Lisboa, com o preço de capa de
200 réis.
Dado à estampa no alvor do
associativismo e do voluntariado dos bombeiros no país, a publicação em apreço divide-se
entre aspectos de interesse público e especificidades do serviço de incêndios.
Portugal tinha então uma
taxa elevadíssima de analfabetismo ao nível do ensino básico,
correspondente a 80 por cento
da população, razão pela qual
somos levados a concluir do reduzido impacto da publicação
em apreço, nomeadamente,
junto dos efectivos dos corpos
de bombeiros, originários, na
sua esmagadora maioria, de estratos sociais menos favorecidos e, por consequência, também menos beneficiados no
acesso à escolaridade.
Não obstante tal contexto,
somos de opinião que o “Almanach do Bombeiro para 1878”
não deixa de reflectir a preocupação em fornecer conhecimento, inclusive de natureza
científica, com o propósito de
desenvolver e melhorar a acção
dos protagonistas do serviço de
incêndios.
Constitui, aliás, um curioso
testemunho da época em que
foi publicado, marcada pela revolução industrial e pelos inerentes avanços tecnológicos, o
que, naturalmente, a dado passo, obrigou os bombeiros de
todo o mundo a preparem-se e
a agir de acordo com o surgimento de novos factores de risco. É disso exemplo, a combustão expontânea nos transportes
de carvão, a prevenção contra
os fogos nos teatros e os perigos do gás de iluminação, temas ali abordados de modo sumário mas com grande interesse. Neste mesmo contexto, o
almanaque dá a conhecer a
bem sucedida experimentação
de um aparelho portátil para
extinção de incêndios, inventado por Mr. Dennio, tendo como
princípio do respectivo sistema
a acção do ar comprimido sobre
uma determinada quantidade
de água. Ou seja, a célebre
bomba manual portátil, vulgarmente designada, entre nós,
por “bombinha de mão”, antecessora dos actuais extintores e
que, mais tarde, na primeira
metade do século XX, veio a ser
adaptada para uso de espuma
atmosférica.
Não menos curiosa é a abordagem feita acerca de diversos
casos de asfixia, permitindo-nos destacar, a título de curiosidade, sobretudo, devido às
habituais intoxicações de mo-
Almanach do Bombeiro
nóxido de carbono na estação
de Inverno, a descrição de um
dos antigos processos recomendados em 1877:
“Ao asfixiado pelo acido carbonico, produzido pela combustão do carvão, lenha, pela fermentação vinhosa e pela alteração das materias organicas accumuladas, depois de ser posto
ao ar livre e de ter o pescoço e
peito desembaraçados, applica-se-lhe fricções, por muito tem-
Gravura inglesa do período da revolução industrial
po com um liquido alcoolico (álcool, genebra, agoa de Colonia)
depois fricções com flanella
secca, irrita-se-lhe o interior
das ventas com as barbas de
uma penna, agua, fria na cara,
e introduz-se-lhe pouco a pouco
ar nos pulmões.”
São de destacar, ainda, as informações avançadas sobre a
organização do serviço de incêndios em Lisboa, Porto,
Coimbra, Setúbal, Ilha de S. Mi-
VAGOS
C
direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vagos, ofertou uma viatura de nove lugares ao Clube de Natação da vila.
A ABTM-08 esteve afeta ao transporte de
doentes esteve de 2005 a 2011, mas com a reformulação do setor e as novas exigências legais,
deixou de reunir condições necessárias para assegurar essa função, estando desde 2011 a servir
de veículo de apoio ao corpo de bombeiros, e,
ultimamente, “pouca utilidade tinha”.
A direção decidiu, assim, “prolongar-lhe a vida
cedendo-a a outra associação que dela necessitasse”, neste caso o Clube de Natação de Vagos
que, certamente, continuar a desempenhar “nobres tarefas”, conforme salienta fonte dos Voluntários de Vagos.
ch do Bombeiro para 1878” representa, contudo, uma indispensável fonte de consulta, em
especial, no que tem a ver com
o estudo alargado sobre o dispositivo de luta contra fogo e as
suas assimetrias, no Portugal da
segunda metade do século XIX.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
Site do NHPM da LBP:
www.lbpmemoria.wix.com/
nucleomuseologico
AGUALVA-CACÉM
Bombeiros cedem viatura
ao clube de natação
A
guel e Guimarães, com a indicação, objectiva, entre outros,
dos seus recursos humanos,
materiais e de alarme, incluindo
os meios ao serviço dos Bombeiros Voluntários de Lisboa e,
tanto quanto supomos, dos extintos Bombeiros Municipais do
Concelho de Belém.
De certo modo incompleto,
pois, ao tempo, já haviam sido
criadas estruturas de socorro
noutras localidades, o “Almana-
Encontro relança
reserva moral
om participação de mais de meia centena
de convivas, realizou-se recentemente,
sem qualquer vínculo institucional, o V Encontro de Antigos Operacionais, Dirigentes e
Apoiantes dos Bombeiros Voluntários de
Agualva-Cacém, iniciativa que pela primeira
vez envolveu, também, elementos do ex-Corpo Auxiliar Feminino.
O programa compreendeu um almoço, findo
o qual foram evocadas duas efemérides: os 30
anos das grandes inundações de 1983 e os 25
anos da inauguração do Monumento ao Bombeiro Voluntário.
Luís Miguel Baptista, ex-presidente da Direcção, ao intervir em nome da Comissão Executiva do V Encontro, evocou a catástrofe de
19 de novembro de 1983, procedendo à leitura do relatório então redigido pelo comandante Artur Lage, momento carregado de simbolismo, numa homenagem aos bombeiros que
colocaram em risco a sua própria vida, que
mereceu uma forte ovação, de pé, por parte
de todos os presentes.
Entre os intervenientes nas referidas cheias,
de sublinhar a presença do 2.º comandante do
Quadro de Honra João Reis e do antigo bombeiro David Martins, que num momento particularmente grave das operações de socorro
procedeu ao arriscado salvamento do primeiro,
evitando que o seu superior hierárquico morresse arrastado por uma corrente caudalosa.
Para 2014 está previsto novo encontro, tendo Luís Miguel Baptista afirmado a tal propósito: “Relançamos, hoje e aqui, a reserva moral
que todos juntos personificamos. Com o espírito de Servir que sempre nos animou e tomando como referência os deveres cimeiros
dos sócios da Associação onde fizemos escola,
consignados estatutariamente, ou seja, honrar, zelar e defender o seu bom nome, cerramos fileiras e erguemos a nossa voz de ideólogos da memória. Fazemo-lo, intransigentemente, em paz e como homens de paz que
somos, pelo que serão sempre bem-vindos
todos aqueles que assim se pautem na vida
cívica e social”.
9
JANEIRO 2014
DIPLOMA DE EXTINÇÃO EMA JÁ FOI PUBLICADO
J
Liquidação em 120 dias
á foi publicado em Diário da República o decreto-lei que
estabelece o modelo de liquidação da EMA, um processo
que vai decorrer num prazo de 120 dias, prevendo a manutenção da atividade da empresa no período da liquidação. Após o processo de liquidação, a gestão dos meios
aéreos que integram o património da EMA passa a ser assumida pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC).
Para que tenha inicio este processo, o Ministério da Administração Interna deverá agora nomear a comissão liquidatária.
“Com a extinção da EMA, os respetivos meios aéreos
próprios serão transferidos para o património do Estado
através da ANPC, assumindo esta entidade a gestão de tal
dispositivo, bem como a obrigação de locar os meios aéreos e contratar os demais recursos técnicos e humanos a
eles associados que sejam necessários à prossecução das
missões do Ministério da Administração Interna (MAI)”, refere o decreto-lei.
O diploma adianta que “o esforço de racionalização das
estruturas públicas e a situação económica que o país
atravessa impõem a adoção de uma solução, para a gestão
do dispositivo de meios aéreos para as missões públicas
atribuídas ao MAI, que não diminua a capacidade operacional aérea deste ministério para a realização de um conjunto alargado de missões de interesse público”.
Nesse sentido, o Governo decidiu extinguir a EMA e concentrar na ANPC a gestão dos meios aéreos, procurando a
“racionalizar a utilização dos meios existentes e não desperdiçar recursos” e “garantir um acréscimo de rigor e de
eficácia no planeamento e na execução de operações”.
A EMA foi criada em 2007 e integra um dispositivo per-
manente de meios aéreos para o combate de incêndios
florestais, vigilância de fronteiras, recuperação de sinistrados, segurança rodoviária e apoio às forças e serviços de
segurança, proteção e socorro.
Patrícia Cerdeira
10
JANEIRO 2014
VIANA
Investimos
A falta de voluntários e a exiguidade do
quartel são contrariedades que Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
Viana do Castelo ultrapassa com trabalho,
inovação e muita imaginação.
Da mesma forma, também a
sustentabilidade financeira da instituição é
uma preocupação constante da direção e
comando, que, em época de todas as
contenções, investem na poupança, um
modelo de gestão que começa a garantir
proventos.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Sérgio Santos
O
quartel exíguo, com mais
de meio século, sem
qualquer possibilidade de
expansão, parece não desanimar os cerca de 100 bombeiros
dos Voluntários de Viana do
Castelo, que com energia e
proatividade insistem em colmatar lacunas, até porque “apesar de pequeno o quartel está
muito bem aproveitado e apetrechado”, conforme faz questão
de dizer o comandante Cândido
de Carvalho, muito embora lamente que “a maior parte dos
veículos de saúde fique na rua”,
situação que, aliás, tem como
consequência uma conta corrente em oficina para “reparações a nível de chapa e pintura”.
Por outro lado, o mesmo responsável dá conta da inexistên-
U
cia de um espaço para a formação dos operacionais, o que
obriga a recorrer ao improviso.
Inaugurado em 1955, o complexo há muito deixou de responder às exigências do corpo
de bombeiros, assim sendo a
construção um novo quartel é
muito mais que um desejo ou
capricho, configura uma necessidade premente.
O responsável operacional
revela que “a câmara municipal
tentou com a associação encontrar uma solução, mas o preço
dos terrenos em Viana do Castelo é proibitivo” o que a juntar
às restrições impostas do plano
diretor municipal, tornam cada
vez mais ténue a concretização
dessa aspiração.
Mas esta é uma adversidade
que não inviabiliza a qualificação do imóvel, pelo contrário,
até porque importa garantir
condições de trabalho aos operacionais, contudo Luciano
Moure, vice-presidente dos Voluntários de Viana do Castelo
faça questão de vincar que todos os investimentos são ponderados.
“Investimos para poupar”,
refere, dando conta de uma política de economia, assente na
eficiência energética das insta-
Um pouco de história
m incêndio no armazém de
enxofre, na Rua do Cais a
23 de abril de 1881, que tanto
trabalho e preocupações deu à
Companhia de Bombeiros Municipais e às gentes de Viana
do Castelo, terá estado na origem da criação do corpo de voluntários da cidade.
A violência das chamas, a dificuldades e debelar as chamas,
as vítimas e destruição causada
terá determinado que “no dia
29 daquele mês, vários cavalheiros da cidade” se reunissem
na Associação Comercial “a fim de combinarem nos meios a adoptar para a organização
de um corpo de bombeiros voluntários”.
Nessa mesma ocasião, “foi nomeada uma
comissão encarregue de proceder aos trabalhos preparatórios, a qual ficou composta”.
A 15 de maio, realizou-se nas instalações
do antigo liceu uma reunião, presidida pelo
Governador Civil, Boaventura José Vieira,
para apresentação do projeto de estatutos,
que logo foi aprovado.
Nesse encontro dos homens bons da cidade foi eleita a direcção, constituída por Boaventura José Vieira (presidente); João Thomaz da Costa (vice-presidente); José Maria
Caldeira (1.º secretário); João José de Carvalho (2.º Secretário) e António José Ferreira
(tesoureiro). Para o comando os membros
fundadores nomearam Randolpho Rosmiro
Correa Mendes (1.º Comandante) e António
Adelino de Magalhães Moutinho (2.º Comandante).
Nessa ata histórica ficou ainda registado
“um voto de louvor a Guilherme Gomes Fernandes, comandante da Companhia de Bombeiros Voluntários do Porto, pela delicadeza e
boa vontade inexcedível com que se prestou
a auxiliar a comissão instaladora, fazendo-lhe os mais relevantes serviços”.
Quase 133 anos volvidos a determinação e
coragem dos fundadores continuam a servir
de exemplo e inspiração a todos os que servem na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Viana do Castelo.
lações que impôs a substituição
das lâmpadas incandescentes,
a instalação de painéis solares,
para o aquecimento de águas, a
substituição do telhado e das de
janelas.
Na verdade, novas realidades
impõem uma gestão rigorosa
que permita manter cerca de 30
postos de trabalho.
“Cortámos no que podemos,
negociámos com os fornecedores, agora até estamos a vender energia a EDP”, ajustes fundamentais para que a associação possa continuar a “cumprir
com os colaboradores”. Da
mesma forma, também o comandante dá conta de uma
mais eficiente gestão que permitiu “cortar nas horas extraordinárias”, sem comprometer a
resposta, o socorro prestado às
populações. Para tal, a associação investiu no voluntariado
que garante quase na totalidade o serviço “aos fins de semana e feriados”, esclarece.
Revela o vice-presidente que
o parque de estacionamento
construído pela instituição há
uns anos “é uma das principais
fontes de receita” e que serve
para “compensar outras falhas”,
nomeadamente as criadas pela
alteração da legislação em matéria de transporte de doentes.
Ainda assim, “depois de um
primeiro impacto negativo” a situação “está a estabilizar”, embora direção e comando reco-
nheçam “um acentuado decréscimo na faturação, comparativamente com um passado
recente”.
Os impostos cortes orçamentais não podem afetar a qualidade do serviço e, assim sendo,
a direção dá conta do investimento “calculado” em ambulâncias de transporte de doentes e também de socorro.
“Percorremos muitos quilómetros, até porque no âmbito
11
JANEIRO 2014
DO CASTELO
na poupança
de um protocolo com o hospital
da cidade, efetuamos o transporte medicalizado de muitos
doentes para o Porto e para
Braga”, diz o comandante dando conta da recente aquisição
de duas modernas e bem equipadas viaturas, para responder
a esta solicitação.
De resto, o comandante Cândido dá conta que a direção tem
vindo a atender às solicitações
do corpo de bombeiros, tanto a
nível de viaturas como de equipamento de proteção individual.
A formação é, obviamente,
uma aposta da associação, talvez por isso o comandante não
esconda desalento por nem
sempre a Escola Nacional de
Bombeiros dar resposta célere
às necessidades das associações.
“Não temos uma Unidade de
Formação Local, estamos longe
de S. João da Madeira e de Sintra, ou seja estamos muito mais
limitados”, denuncia o comandante, defendendo a mais-valia
dos formadores externos para
agilizar a situação.
Da mesma forma, Cândido
de Carvalho fala da formação
como um atrativo para os mais
jovens, indispensável para garantir a renovação dos efetivos.
“Começamos a ter dificuldades com o voluntariado” diz, recordando que “noutros tempos
era possível fazer uma escola
de bombeiros todos os anos,
agora apenas de dois em dois, e
mesmo assim de 30 candidatos
que possam surgir mas mais de
metade não conclui a formação
com sucesso”.
Numa estratégia de proximidade com as populações, os Voluntários de Viana do Castelo
reativaram, recentemente, o
posto de enfermagem que estava encerrado há mais de três
anos. Segundo o vice-presidente os associados há muito que
reclamavam pela reabertura
daquela unidade e tendo em
conta o crescente desinteresse
da comunidade vianense pelos
seus bombeiros, houve necessidade de reinvestir num serviço
que é, agora, garantido por jovens enfermeiros.
Paralelamente a uma campanha de angariação de novos associados, a instituição firmou
uma série de parcerias, com diversas entidades que permitem
oferecer algumas regalias, nomeadamente um seguro muito
abrangente, com prémios mensais muito atrativos
“Já foram mais de 6 mil associados, agora cerca de 3 mil,
mas acreditamos no sucesso
desta campanha”, refere o comandante.
Há uns meses a comunicação
social alvitrou a hipótese de fusão dos Bombeiros Municipais
da Cidade com os voluntários,
questão que comando e direção
desta associação afirmam ser
apenas uma mero exercício de
retórica. Ainda assim, o comandante considera que o País tem
que “pensar mais com a cabeça
do que com o coração”, até porque “o mundo mudou, os bombeiros mudaram”, a realidade e
as exigências são outras.
“Não digo que, no futuro,
esta não seja uma questão a
ponderar, desde que a fusão
permitisse erigir um quartel
O
com todas as condições e unir
as duas forças”, revela Cândido
de Carvalho, salientando que a
identidade e o património da
associação com quase 133 anos
de história não se perderiam.
Mas esta é uma questão que
por agora não se coloca e que,
claramente, não desvia a associação e corpo de bombeiros
voluntários de continuar a trilhar o futuro, garantindo um
serviço de excelência ás populações que servem dentro e
fora da sua área de intervenção.
Palavra de presidente
presidente da Federação dos Bombeiros
do Distrito de Viana do Castelo acompanhou o jornal Bombeiros de Portugal nesta visita às instalações dos voluntários da cidade,
onde vaticinou um futuro “negro” para a
maioria das 12 associações do distrito. Luís
Brandão Coelho considera que a contínua e
crescente perda receitas, está a sufocar muitas instituições.
Embora consciente que “a maior parte dos
municípios está com problemas financeiros”,
considera que os responsáveis autárquicos
“não entendem que se as associações declarem insolvência vão ter um caso sério para
resolver”.
Os milhões investidos todos os anos num
corpo municipal, contrastam com os 70 ou 80
mil euros que as autarquias de Ponte de Lima
e Ponte da Barca e também Arcos de Valdevez
e Melgaço investem nos seus bombeiros, ainda assim uma verba elevada, tendo conta que
“cerca de metade dos corpos dos bombeiros
voluntários deste distrito recebem zero”, denuncia o responsável federativo.
Luís Brandão Coelho dá conta de sérios problemas tanto “a nível de voluntariado”, como
“de administração, de organização, das próprias instituições”, considerando serem essenciais tanto a partilha de experiências e saberes, como a união das instituições.
Os “bombeiros têm que ganhar escala” e
esse só pode ser um esforço comum, em que
a federação se apresenta como o elo de coesão.
O mesmo responsável acredita que a proxi-
midade dos bombeiros com a população é fundamental para garantir o futuro, pois diz que
os bombeiros viveram demasiado tempo fechados em si próprios”, acreditando ter chegado a hora de abrirem portas à comunidade
“de mostrarem o que têm e o que realmente
fazem”, até porque “se não for assim as pessoas não têm sensibilidade para os apoiar”.
O presidente da federação congratula-se
com o facto de algumas associações estejam
a seguir esse caminho com bons resultados,
dando conta de alguma dinamização de atividades comunitárias em prol dos bombeiros.
Em relação à “crise do voluntariado” diz que
o setor tem que conseguir dar a volta e “gerar
outros motivos de atração que para os mais
jovens podem passar pela qualificação, aventura, ou desportos radicais”, sob pena de “próximos anos o distrito não conseguir ter mais
do que 600 bombeiros”, ou seja o mesmo número que na atualidade serve este território.
12
JANEIRO 2014
PPC
O
Programa Permanente de Cooperação (PPC) entre o Estado e as associações de bombeiros
para 2014 vai garantir, pelo menos, um acréscimo de 3500 euros à dotação anual para cada
uma delas.
Essa actualização, tendo como referência o PPC 2011, corresponde ao cumprimento da Portaria nº 76/2003, de 18 de Fevereiro.
COM VOTAÇÃO EXPRESSIVA
D
“Bombeiro” palavra do ano
Fotos: Marques Valentim
entrega e a abnegação que emprestam à sua
missão.
Registe-se que “bombeiro” sucede à palavra
“entroikado” vencedora de 2012. Deste quadro
de honra fazem ainda parte “austeridade” (2011),
“vuvuzela” (2010) e “esmiuçar” (2009).
SETÚBAL
Calendário solidário
s Sapadores de Setúbal estão “nas bocas do mundo”,
tudo porque ousaram neste início do ano surpreender o País
com um calendário, que está a
ser um enorme sucesso de vendas e cujos fundos se destinam
a patrocinar causas sociais, nomeadamente, instituições de
apoio a crianças, nomeadamente o Jardim de Infância “O Palhacinho” situado no Faralhão.
Refira-se que esta unidade é
gerida pela LATI, um Instituição
de Solidariedade Social e de
Utilidade Pública (IPSS), com
sede em Setúbal, que presta
apoio aos mais carenciados, em
diversas valências.
Doze operacionais deixaram-se fotografar por Rita Ribeiro,
de forma mais descontraída,
num trabalho sério marcado
pelo bom gosto que só poderia
estar condenado ao êxito. Em
poucos dias, o calendário esgotou e página de Facebook criada
para promoção da iniciativa já
reúne cerca 50 mil “gostos”.
O calendário pode ser adquirido na Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal e em vários pontos de
venda em Lisboa, da mesma forma que pode ser
solicitado em www.facebook.com/calendariobombeirossapadores.
Refira-se que esta é uma campanha da respon-
A servir o concelho de Oeiras e o país há 132 anos a Associação de
Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora recusa acomodar-se no
conforto da história e da tradição, a render-se à nostalgia do
passado. Comando e direção colocam os olhos no futuro,
desafiando, todos os dias, o presente nem sempre fácil de vencer.
Texto: Sofia Ribeiro
Foto: Sérgio Santos
urante quase um mês a Porto Editora
colocou a sufrágio a palavra do ano e
os portugueses não hesitaram em votar,
de forma expressiva, em “bombeiro”, deixando para trás muitas outras que marcaram o País durante o ano de 2013.
Segundo é anunciado em www.portoeditora.pt/palavradoano, “bombeiro” recebeu 48 por cento dos votos, bem distante
de “irrevogável” (17%) e “inconstitucional” (10%).
Nesta votação online estavam também
as palavras “grandolada” (8%); “Papa”
(6%); “pós-troika” e “swap” (3%); “coadoção”, “piropo” e “corrida” (2%).
Registe-se que todos os anos o Departamento de Dicionários da Porto Editora
seleciona um conjunto de palavras que
submete a votação. Assim, “bombeiro”
entra na corrida porque a entidade promotora tomou em consideração “o facto de,
neste verão, os bombeiros terem demonstrado uma enorme coragem no combate
aos violentos incêndios que destruíram
florestas e roubaram vidas”, desta forma a
Porto Editora considera que “pela votação
esmagadora obtida, os portugueses terão
querido prestar uma homenagem aos bombeiros”.
Depois de um ano complicado, de mortes feridos e inúmeros prejuízos materiais, mas também
de onda de apoio sem precedentes, os bombeiros
vêm uma vez mais o reconhecidos o trabalho, a
O
Futuro
A partir de 3500 euros
sabilidade do Fundo Social Cultural e Desportivo
da Companhia de Bombeiros Sapadores de Setúbal, de cariz solidário que visa divulgar e dar a
conhecer o trabalho destes profissionais no auxílio e socorro à população.
É
sabido que estes não são
tempos de bonança para
as associações humanitárias e corpos de bombeiros, que
empurram dirigentes e operacionais para uma batalha que
não dá tréguas e não permite
estratégias de fuga. Isso mesmo confirma Miguel Antunes,
presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora dando
conta de “algumas dificuldades”
para acautelar a sustentabilidade da instituição.
Passo a passo, com todas as
cautelas, a associação pode orgulha-se de “fazer esticar” a
magra receita, para poder cumprir com as despesas fixas. O
dirigente manifesta uma “enorme e profunda preocupação”,
pelos incumprimentos de entidades, pelo facto da instituição
“ter muito dinheiro por fora” .
“Apesar de tudo, não deve-
mos nada a ninguém”, sublinha
Miguel Antunes.
A prioridade é “manter os 15
postos de trabalho”, porque,
conforme salienta o dirigente,
“o mais importante são as pessoas”, ou seja “os homens e
mulheres que garantem o funcionamento da associação e as
suas famílias”.
Miguel Antunes reconhece
que “existe a necessidade de
reforçar o corpo de bombeiros”,
mas este é um investimento
“completamente inviável”, até
porque há outras prioridades,
nomeadamente a aquisição de
vários equipamentos, que permitem garantir condições de
trabalho e segurança aos operacionais, mas também qualidade e eficácia no serviço prestado à população.
O comandante Jorge Vicente
assegura que todos os 40 operacionais “têm o seu equipa-
mento de proteção individual”,
no entanto dá conta de “algumas” necessidades a nível de
viaturas, nomeadamente de
uma ABTM, mas, por agora, todos os investimentos estão suspensos, ou melhor, em ponderação.
O presidente faz questão, no
entanto, de salientar os “melhoramentos efetuados nas camaratas femininas”, um enorme esforço financeiro que associação não podia adiar, até porque em causa estava o conforto
das operacionais que servem
abnegadamente nos Voluntários de Linda-a-Pastora.
“Estas associações devem ter
em conta as condições de trabalho, assegurar áreas de descanso, de alimentação e até de
lazer aos seus bombeiros, da
mesma forma que não podem
descurar os cuidados de saúde
e os imprescindíveis equipa-
13
JANEIRO 2014
LINDA-A-PASTORA
exige audácia pró-atividade
mentos”, acrescenta o comandante.
O quartel há muito que deixou de dar resposta às exigências de um corpo de bombeiros
moderno, e embora a Câmara
Municipal de Oeiras se tenha
mostrado “sempre disponível”
para apoiar a instituição na concretização dessa antiga aspiração, a verdade é que a conjuntura nacional não permite qualquer calendarização.
F
“Temos o quartel prometido,
até temos um terreno em Nova
Queijas, com as necessárias
aprovações e luz verde da Autoridade Nacional de Proteção Civil”, revela o dirigente, sem esconder desagrado pela localização.
“Os acessos não são famosos”, considera, dando conta
que das três alternativas apresentadas aos Bombeiros de Linda-a-Velha, o Alto da Rocha,
seria a mais apropriada para
acolher as novas instalações.
Refira-se que a Câmara Municipal de Oeiras tem sido “uma
excelente parceira” da associação, bem como de todas as
congéneres do concelho e, ainda que nos últimos anos os in-
vestimentos nos corpos de
bombeiros tenham sofrido
“ajustes”, os apoios “não vão
faltando”.
A área de intervenção deste
corpo de bombeiros integra Linda a Pastora e a freguesia de
Queijas, onde residem cerca de
12 mil pessoas, uma espécie de
dormitório, mas também um
território de passagem de milhares de pessoas, tanto para a
capital, como para os vários
parques empresariais dos concelhos de Oeiras e Sintra. Nesse
sentido, tanto a A5, como a
CREL são pontos sensíveis, que
“implicam prontidão de meios”,
lembra o comandante. Na vertente operacional, Jorge Vicente, recorda o trabalho dos Bombeiros de Linda-a-Pastora no
apoio a eventos desportivos no
Estadio Nacional, alguns de
âmbito internacional e que exigem um rigoroso dispositivo,
A formação é, assim, aposta
permanente tanto a nível interno como nas ações conjuntas
que reúne os seis corpos de
Ecos do passado
undada a 5 de julho de
1891 o então designado
Corpo de Voluntários de Salvação Pública do Concelho
de Oeiras contou na sua génese com o trabalho, empenho e dinamismo dos cidadãos beneméritos João
Wenceslau de Azevedo, Manuel Pereira de Azevedo, Miguel Francisco Maurício,
João Duarte e António Duarte, a quem se juntou Júlio
Alexandre Silva o primeiro
comandante do corpo de bombeiros.
Em 1924 da fusão com a Sociedade União e Capricho de
Linda-a-Pastora, nasce então a Associação União e Capricho
de Bombeiros Voluntários
de Linda-a-Pastora.
Durante décadas, para
além do corpo de bombeiros, a vetusta instituição
era também um importante polo de animação e cultura do concelho de Oeiras, um reduto do associativismo espoliado pelo progresso, pela voragem dos
novos tempos. Ainda assim, para registo futuro ficam os tradicionais bailes
de carnaval que levavam centenas de foliões da região da
grande Lisboa, ao pacato e discreto lugar do território oeirense.
bombeiros do concelho de Oeiras, uma estratégia com bons
resultados na preparação dos
operacionais de socorro.
Jorge Vicente garante que
tem um efetivo “muito
competente”salientando que,
por ali, o voluntariado “não se
perdeu”.
“Os voluntários asseguram
as noites, sendo a média de
pernoitas grande”, revela, dando conta do sucesso “trabalho
motivacional”
desenvolvido
pela direção e pelo comando.
“Não há bombeiros a mais,
até porque a missão destes homens e mulheres não se cinge à
emergência e transporte de
doentes”, diz-nos o responsável
operacional, alertando para a
mais-valia do “serviço cívico e
humano, do apoio que os bombeiros prestam às populações”.
Otimista, Jorge Vicente acredita que o futuro se assegura
com audácia e dinamismo.
“Temos que ser audazes,
mais pró-ativos, avançar com
parcerias e acordos, para podermos continuar a investir no
socorro, só desta forma é possível manter os quartéis de
portas abertas”, defende o comandante Linda a Pastora, em
jeito de mensagem para o exterior, de mote para reflexão
coletiva.
14
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MADEIRA
Jardim elogia gestão
associativa
Foto: Sérgio Santos
“Os bombeiros têm os
Dinamismo associativo e rigor operacional
são chancelas do Corpo de Bombeiros de
Caneças, que depois de ultrapassar
vicissitudes várias, ao longo de mais de três
décadas, apresenta-se, agora. como
exemplo de gestão e uma referência de
prontidão em matéria de socorro.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O
presidente do Governo Regional da Madeira, Alberto João Jardim, elogiou a gestão associativa de bombeiros adiantando que
“os custos de certas gestões públicas nas respetivas corporações
custaram, em proporção, três vezes o que custaram nas associações de bombeiros voluntários”.
Alberto João Jardim falava numa das cerimónias, a que presidiu,
de entrega de seis novas ambulâncias de socorro a associações de
voluntários e corpos de bombeiros municipais.
O presidente do Governo Regional adiantou ainda que o atual
modelo organizacional dos bombeiros, “com uma corporação em
cada concelho, é para manter, acrescentando que a ideia de querer
juntar as corporações numa só “vem de pessoas que estão ao serviço da Madeira velha”.
ALCABIDECHE
Foto: Luís Bento/CMC
Bombeira condecorada
a título póstumo
A
bombeira Ana Rita Pereira, dos Voluntários de Alcabideche, e
Bruno Nascimento, antigo presidente da Junta de Freguesia de
Alcabideche, Cascais, foram condecorados a título póstumo por
aquela autarquia com a medalha de honra da freguesia por ocasião
do seu 173.º aniversário.
A sessão decorreu no edifício do Montepio, em Alcabideche, após
missa celebrada na igreja matriz local, e contou com as presenças
do presidente da Câmara Municipal de Cascais, Carlos Carreiras, do
presidente da assembleia de freguesia e do presidente da junta de
Alcabideche, respetivamente, Fernando Teixeira Lopes e Rui Costa.
Estiveram também presentes diretores, elementos de comando e
bombeiros da Associação de Alcabideche bem como muitos autarcas e outros bombeiros do concelho.
Recorde-se que a bombeira Ana Rita Pereira faleceu em trágicas
circunstâncias durante o combate a um incêndio florestal ocorrido
no Caramulo no verão transato e o autarca Bruno Nascimento, foi
vítima de doença súbita em 21 de dezembro passado.
O
s Bombeiros Voluntários
de Caneças são, atualmente, uma instituição
dinâmica que soube, sempre,
derrubar obstáculos, desde logo
os impostos pelo rocambolesco
processo de construção do
quartel sede que se prolongou
por seis anos, com prejuízos
óbvios, tantos que só 15 anos
após o início da obra a direção
conseguiu debelar os encargos
20 vezes superiores aos orçamentados. Esta crise severa
que ameaçou a existência da
instituição, foi contudo vencida
pela persistência e trabalho de
um punhado homens bons e
rendidos à causa.
“Hoje, mercê das diversas
iniciativas para a criação de receita, e apoio ativo da Câmara
Municipal de Odivelas, a situação financeira do Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Caneças (AHBVC) é
estável, embora exija uma gestão atenta”, segundo faz questão de salientar Domingos
Tomé, presidente da direção da
instituição e um decano do associativismo do distrito de Lisboa, conhecedor e muito crítico
das sucessivas alterações legislativas que, nos últimos anos,
em nada beneficiaram o setor,
serviram apenas para provar
que o modelo está esgotado.
Domingos Tomé não esconde
a “frustração” de não poder
atender a todas as necessidades expostas pelos operacionais, porque os recursos são
escassos e as despesas muitas,
dando conta de uma “luta diária” que não dá tréguas aos dirigentes. Na mesma linha, denuncia a desmotivação de
quem, depois de 35 anos de entrega à causa, verifica que os
bombeiros são os parentes pobres de uma superestrutura de
proteção civil que, contudo, se
alimenta e sobrevive destes
contingentes de voluntários.
“Olho para trás e pergunto-me muitas vezes se valeu a
pena”, diz em tom de desabafo,
quem garante não se sentir
nem reconhecido, nem recompensado pelo trabalho desenvolvido.
“Nós não temos que nos
substituir ao Estado, não temos”, considera, defendendo
que “os dirigentes destas associações são os melhores gestores deste País”, uma certeza de
quem todos os dias desafia a
imaginação para conseguir satisfazer os compromissos.
Domingos Tomé teme pelo
futuro garantindo que esta geração, esta estirpe, de dirigentes não tem descendência, alvitrando para breve mudanças
profundas no setor, que podem
por em causa o voluntariado e
condenar o modelo de funcionamento dos corpos de bombeiros.
A gestão de uma instituição,
que dá emprego a duas dezenas de pessoas e mobiliza cerca de uma centena de voluntários, implica rigor. Nos últimos
tempos, direção e comando
acordaram no pacto de poupança que obrigou a “uma
grande reestruturação” e passou ajustes e cortes, tudo para
que o socorro não falte às populações.
É vasta a área de intervenção
dos Voluntários de Caneças.
Com a recente reorganização
territorial e a extinção de juntas
15
JANEIRO 2014
CANEÇAS
os melhores gestores deste País”
de freguesia este corpo de
bombeiros passou a contar na
esfera de atuação com a populosa freguesia da Ramada.
Atualmente, os Bombeiros de
Caneças garantem socorro a
cerca de 43500 pessoas, realidade que dita pronta e impõe
eficaz resposta.
Este é um corpo de bombeiros “relativamente” bem apetrechado, conforme dá conta o
comandante Manuel Varela. E,
ainda que exista a constante
necessidade de renovação de
equipamentos, direção e co-
mando fazem contas à vida
para avançar com algumas
obras no quartel, bem como a
modernização da central de comunicações. Numa outra vertente, tendo em vista a redução
de despesas, continua na calha
apenas dependente de apoio da
autarquia, a instalação de painéis fotovoltaicos.
Apesar do pessimismo, de algum desalento, a verdade é o
presidente da direção dos Voluntários de Caneças e sua
equipa não desistem, dão tudo
para servir quem afinal tem
como missão servir os outros.
Neste sentido, a segurança e as
condições de trabalho dos bombeiros são prioridades.
“Não queremos chegar ao fim
do ano e ter lucro, não somos
uma empresa, chega-nos não
ter dívidas, desde que os operacionais tenham o que precisam”, afiança o dirigente.
Ainda que sejam muitos os
entraves, a verdade é que os
Bombeiros de Caneças continuam a ser uma espécie de incubadora do voluntariado, muito pela dinamização da fanfarra
que, atualmente, conta com 56
elementos.
“A fanfarra é um alfobre para
as fileiras do corpo de bombeiros” revela o comandante Manuel Varela, contando que “depois de um período complicado”, foi possível reativar o grupo que é, agora, a “coqueluche”
da associação.
“Chegamos a ter apenas sete
elementos, decidimos então ir
às escolas, apresentar a nossa
fanfarra e conseguimos captar
novos elementos”, diz o comandante salientando o trabalho do
bombeiro Tiago Santos, “um jo-
C
vem que tem sido muito importante para agarrar estes miúdos”. Outros dos incentivos aos
mais novos é a participação nos
campeonatos de manobras,
uma atividade que adoram e os
vai familiarizando com o trabalho do bombeiro, com o manuseamento dos equipamentos.
Nuno Azevedo que tem um dom
especial e “fala a linguagem dos
miúdos” consegue incutir-lhes o
gosto pela competição e a entrega à causa, revela o comandante assegurando que “as
classificações não são importantes”, mas que esta é uma
forma saudável de ocupar os
mais jovens.
“É com enorme satisfação
que assumimos a missão de tirar os miúdos da rua, de os desviar de caminhos perigosos”
afiança Domingos Tomé, alertando, no entanto. que “as entidades deste País, nomeadamente a câmaras municipais,
deveriam
fomentar
estas
ações”. A falta de apoios porém
não desmotiva os bombeiros a
promover estas iniciativas, encarando as despesas associados
como um investimento no futuro dos bombeiros voluntários.
Curiosidades
uriosamente a, então, Associação dos
Bombeiros Voluntários de Caneças, fundada a 5 de julho de 1977, não dispunha de corpo de bombeiros, mas com duas ambulâncias
prestava serviços na área da saúde à população de Caneças.
Á época, por intervenção da Câmara Municipal de Loures, a instituição foi alojada numa
loja na Rua Aires Martiniano da Silva, lote 2.
Só em junho de 1980 foi, oficialmente, legalizada a constituição do corpo de bombeiros, tendo como primeiro comandante Alberto Fernando
da Cunha. Nesse mesmo ano, a instituição recebe a designação para Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de Caneças.
A instituição cresceu e houve então necessidade de garantir novas instalações e a associação, durante anos funcionou em três espaços distintos. Em 1983, a Câmara Municipal
de Loures, finalmente, cede um terreno para a
construção do quartel, mas o processo esbarou numa série de questões processuais a
obra só arrancou em 1991, mas a falta de verbas ditam uma paralisação de quatro anos. Os
trabalhos recomeçam em 1995 e o quartel foi,
finalmente, inaugurado a 24 de novembro de
1996.
A obra teve um custo final vinte vezes superior ao inicialmente previsto e só em dezembro de 2007, ficou integralmente pago.
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BOAS FESTAS
2014, esperanças renovadas
umprindo uma já antiga tradição
muitas as associações e corpos de
bombeiros, dirigentes associativos e
operacionais, bombeiros e muitas outras entidades e individualidades que
partilharam com a redação do jornal
Bombeiros de Portugal a quadra natalícia e a chegada de um novo ano, a
todos agradecemos e retribuímos.
Finda a quadra natalícia é hora de
centrar atenções na chegada do novo
ano, até porque para em 2013 foi um
ano trágico para os bombeiros. A
chegada de 2014 só pode ser saudada com esperanças renovadas
Que as missões falhadas ontem, a
todos sirvam de lição para o hoje e de
experiência para o amanhã.
Agradecemos e retribuímos os votos de festas felizes que nos chegaram das direções, comandos, corpos
ativos dos bombeiros de Águas de
Moura, Albergaria-a-Velha, Albufeira,
Alcabideche, Almada, Almoçageme,
Mistos de Amora, Arrifana, Avintes,
Batalhão de Sapadores do Porto, Bucelas, Cacilhas, Cadaval, Caneças,
Cantanhede, Cernache do Bonjardim,
Coimbra, Esmoriz, Estremoz, Espinhenses, Estoril, Fafe, Famalicão da
Serra, Ferreira do Zêzere, Figueira de
Castelo Rodrigo, Figueiró dos Vinhos,
Golegã, Lamego, Lixa, Loriga, Marco
de Canaveses, Macedo de Cavaleiros,
Malveira, Marvão, Mogadouro, Montemor-o-Novo,
Moscavide-Portela,
Óbidos, Odivelas, Pampilhosa, Pare-
Foto: Sérgio Santos
C
de, Penacova, Pernes, Pinhal Novo,
Proença-a-Nova, Régua, S. Bartolomeu de Messines, S. Brás de Alportel,
Santarém, Sobral de Monte Agraço,
Sul e Sueste, Tondela, Trafaria, Vagos, Valença, Vieira do Minho, Vila
Nova de Cerveira e Municipais de Viseu.
Reconhecidos ainda pelas mensagens enviadas pelas Federação dos
Bombeiros do Distrito de Aveiro, Juvebombeiro de Beja, Associação dos
Bombeiros Ultramarinos (NABUL),
Núcleo dos Antigos Bombeiros Ultra-
marinos (NUCBOMB), Association
Portugaise des Pompiers au Portugal.
Unidade e Canina de Resgate Busca e
Salvamento (França), Comissão Instaladora da Liga dos Amigos dos
Bombeiros da Lousã, e Serviço Municipal de Proteção Civil de Cascais.
Para além das instituições, várias
individualidades nos brindaram com
os tradicionais votos da quadra, nomeadamente o comandante José Morais, o comandante Rui Laranjeira e
também Clemente Mitra, Eduardo
Correia, Marco Martins, Paulo Gil Mar-
tins, Artur Costa, Sérgio Camolas,
Jorge Santos.
Um obrigado ainda a Mário David
deputado do Parlamento Europeu e
vice-presidente do Partindo Popular
Europeu, Miguel Portela, Carlos Alberto Tiago, Emanuel José Roriz Barcelos, Inês Valentim, Nuno Miguel
Leitão, Rui Silva e Sérgio Santos.
Com estima registamos também as
mensagens que nos foram enviadas
por Fogo & História, Atelier José Cardia Arquitectos, APCMC, Associação
Dr. Manuel Luciano da Silva, Produti-
va, Média XXI, Werk, Associação Vem
Vencer, Museu da Miniatura Automóvel, Bombeiros para Sempre, Câmara
Municipal de Vila Franca de Xira, Câmara Municipal de Palmela, Câmara
Municipal de Ourém, Município de
Porto de Mós, Confederação Portuguesa das Colectividades, Associação
Portuguesa de Imprensa, Rancho Folclórico de Benfica do Ribatejo, CIE –
Comunicação e Imprensa Especializada Lda, Federação Portuguesa de Nadadores Salvadores, Publicações Europa América, e Symantec.
NATAL E FIM DO ANO
Bombeiros atentos à segurança dos outros
Passagem de ano no quartel da Ericeira
P
or tradição, a quadra natalícia
reúne as famílias e os amigos
à mesa para desfrutarem de momentos de união e, também, de
degustação das mais diversas
iguarias tradicionais. Como sabemos, porém, existem homens
e mulheres que deixam este
conforto para estar ao serviço
voluntário do próximo.
Uma equipa do jornal Bombeiros de Portugal (BP) esteve no
quartel dos Bombeiros Voluntários de Camarate na noite de
Natal e nos Bombeiros Voluntários da Ericeira na passagem de
ano para acompanhar esses
operacionais nestas noites especiais.
Ao entrar no piquete de serviço nos Voluntários de Camarate,
os bombeiros trouxeram consigo
os seus familiares mais próximos para uma consoada improvisada no salão nobre da instituição. Azevias, bacalhau, troncos de natal e outros doces serviram de ceia para estes
operacionais que se iam reve-
zando nas saídas, à medida que
os serviços de emergência iam
surgindo, para que todos, na
medida do possível, pudessem
viver o espírito natalício com os
familiares presentes.
Ao início da noite e, dada a
proximidade da esquadra da PSP
do quartel dos bombeiros, o graduado de serviço, João Saramago, acompanhado de outro
agente, veio dar as boas festas
aos bombeiros, demonstrando
assim um gesto de união e camaradagem entre os agentes de
proteção civil.
A noite foi considerada calma, não havendo registo de
muitos serviços, o que permitiu
ao Chefe Moço e aos bombeiros
Mário Pessoa, Luís Martins, Tiago, Sandra, Raquel e Pedro, entre outros, apesar de tudo, passar a noite de Natal relativamente descansados.
É junto ao mar que muitos
portugueses gostam de assistir
à passagem de ano, nomeadamente na Ericeira. Neste caso,
por certo, devido ao esperado
espetáculo de fogo-de-artifício.
Ali, é nas praias que se junta o
maior número de pessoas, facto
que leva os bombeiros voluntários locais à preparação de um
dispositivo de socorro especial
nessas zonas, que o “BP” foi
acompanhar.
O jantar de piquete dos Voluntários da Ericeira também
reuniu os familiares e os bom-
beiros escalados, para que pudessem passar juntos os últimos
momentos do ano. Próximo da
hora de passagem de ano o 2º
comandante João realizou um
breve “briefing” para dar a conhecer aos operacionais presentes as medidas a tomar. De seguida, um veículo de combate a
incêndios, uma ambulância e um
veiculo de comando e respetivas
guarnições estacionaram na
Família dos Voluntários de Camarate na ceia de Natal
Praia dos Pescadores para assegurar a prevenção. Felizmente, o
fogo de artificio constituiu um
belo espetáculo, iluminou os
céus durante largos minutos e
não houve ocorrências a registar.
De regresso ao quartel, a primeira coisa a fazer foi cumprimentar os colegas que tinham
permanecido no quartel, desejando-lhes um bom ano. Entretanto, na central de comunicações a bombeira Ana Simões começou a receber chamadas de
socorro para as habituais intoxicações etílicas na via pública daquela vila à beira mar.
A noite da Ericeira registou
mais de uma dezena de intervenções dos bombeiros, maioritariamente devido às intoxicações provocadas pelos abusos
da data festiva. E, os operacionais dos Bombeiros Voluntários
da Ericeira foram respondendo
sempre com prontidão e com
uma boa gestão dos meios a
empenhar.
Sérgio Santos
17
JANEIRO 2014
CELORICO DE BASTO
Depois da recuperação, o regresso
Tiago Carvalho, dos Voluntários de Celorico de Basto, foi mais uma das vítimas dos
incêndios de 2013. Não foi apanhado pelas chamas, mas por um veículo pesado do seu
quartel, em pleno teatro de operações, quando combatia um fogo, no lugar de Castelo.
Ainda em recuperação, o jovem engenheiro conta os dias para, voluntariamente, voltar a
servir nos Celoricenses, porque as “contrariedades” não fizeram esmorecer o entusiasmo
e a abnegação com que sempre serviu o próximo.
Texto: Sofia Ribeiro
O
verão de 2013 deixa
marcas indeléveis nos
bombeiros de Portugal.
Os incêndios do ano passado
tiveram consequências trágicas para muitos operacionais,
assinalam um período trágico
da vida de outros tantos e
“mexeram” com a realidade,
as prioridades e as preocupações dos corpos de bombeiros
de norte a sul do país.
Na noite de 13 de agosto,
também Tiago Carvalho entrou
para a negra “estatística” ao
ser abalroado por veículo pesado de combate a incêndios
que se encontrava aparcado no
monte e que, por motivos que
continuam por apurar. terá
perdido os travões.
Conta o comandante Marinho Gomes dos Celoricenses
que esta era mais uma missão
quase de rotina “um foco de incêndio na freguesia de Arnóia,
no lugar do Castelo”. Para o local foram mobilizadas “duas
viaturas do quartel-sede e uma
outra da seção de Vila da
Mata”. A viatura que tinha
como chefe de equipa Tiago
Carvalho, tentou chegar “o
mais próximo possível do fogo,
para mais rapidamente debelar
as chamas”.
O caminho era sinuoso e o
motorista estacionou o carro
no monte. Os operacionais deixaram a viatura e quando retiravam os equipamentos, o veículo começou a andar trás.
Dois bombeiros tiveram tempo
de fugir, mas Tiago foi cilindrado por uma das rodas do pesa-
do, que lhe provocou lesões
muito graves no tronco e bacia.
Três costelas partidas, várias
fraturas na bacia e algumas
outras lesões retiveram o bombeiros no hospital de Guimarães 35 longos dias. Entretanto, a rotina deste jovem, nos
últimos cinco meses, fez-se de
várias intervenções cirúrgicas
e muitos tratamentos. Está a
vencer a batalha, mas ainda
não obteve alta médica.
Apesar de todas as preocupações, comando, corpo ativo
e direção, confrontados com a
tragédia, souberam confortar-se com as garantias de recuperação dadas pelos médicos
que acompanharam Tiago Carvalho, embora todos tivessem
cientes que este era “um processo muito demorado” conforme revela Marinho Gomes.
Na memória de todos estava
ainda bem presente a tragédia
de 24 de junho de 2000, que
roubou a vida a um bombeiro
celoricense que combatia as
chamas, mas, felizmente, este
episódio teve um final diferente.
Na primeira pessoa, Tiago
Carvalho recorda o dia do acidente, mas sem qualquer tipo
de mágoa, conta que esteve
“sempre consciente” e ciente
da gravidade das lesões.
“Parece que o Unimog passou no sítio certo, para eu ficar
para contar a história”, ironiza,
como que afugentando fantasmas de uma noite sinistra.
Ainda com algumas dificuldades de locomoção, mas em
franca recuperação, o jovem
anseia retomar a vida interrompida no acidente de agosto
do ano passado.
Tiago Carvalho ingressou
nos Voluntários Celoricenses
com 16 anos, partilhando o
lema “vida por vida” com pai e
com o irmão. Passou pela escola de cadetes, cumpriu toda
a carreira e, em 2011, foi reclassificado, sendo um dos
quatro oficiais-bombeiros que
servem o quartel.
Entretanto, licenciou-se mas
nunca ponderou deixar os
bombeiros. Empresário e empreendedor Tiago trabalha em
Celorico de Basto e vive em
Gaia, o que obriga a percorrer
diariamente cerca de 200 quilómetros, uma viagem que se
torna menos penosa pela vontade de estar junto da mulher
e do pequeno Rodrigo que por
estes dias muito tem contribuído para mitigar as dores e a
ansiedade de voltar ao trabalho e de poder vestir a farda de
bombeiro voluntário.
Depois deste susto, nem a
família do jovem bombeiro
consegue contrariar a inevitabilidade do regresso ao ativo,
até porque “atropelamentos
acontecem em todo o lado e a
toda a hora” e os bombeiros
sabem isso melhor que ninguém, tal como sabem “valorizar todos os episódios bons e
esquecer os outros”.
Foto: QuarkCore
18
JANEIRO 2014
INTERVENÇÃO EM PARQUES EÓLICOS
Novas soluções para novas realidades
A
pulverização de parques
eólicos no território nacional e os riscos que lhes estão
associados, só por si, justificaram plenamente a iniciativa da
Juvebombeiro, estrutura da
Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP), para o seminário
“Socorro e Emergências em
Parques Eólicos”. A sessão solene de abertura contou com a
presença do presidente da Câmara de Ourém, Paulo Fonseca, do presidente do conselho
executivo da LBP, comandante
Jaime Marta Soares, e do presidente da comissão coordenadora nacional da Juvebombeiro, Paulo Ferro.
Conforme ficou demonstrado no final, segundo testemunho de muitos presentes, o
encontro constituiu uma alavanca decisiva para a convergência das várias entidades
com responsabilidade no setor
das energias renováveis no
objetivo comum de estudar e
responder pela segurança e
pela qualidade do socorro naquelas instalações. Uma aposta clara em “novas soluções
para novas realidades”.
Tratou-se de uma iniciativa
muito participada, não obstante o mau tempo que nessa
madrugada se fez sentir, e que
obrigou muitos bombeiros a
intervir nas suas zonas, cancelando à última hora a presença
no cineteatro municipal de Ourém, onde decorreu o seminário. Apesar dessa contingência, o encontro foi muito concorrido, reunindo 258 bombeiros de 47 corporações de todo
o país e 35 convidados de dife-
rentes entidades e empresas
da área das energias renováveis.
O site “Bombeirosparasempre” também esteve presente
para, com caráter inovador,
transmitir via Web as diferentes etapas do seminário.
A propósito, também, o presidente da LBP considerou a
iniciativa particularmente relevante no contributo para a difusão da informação no universo dos bombeiros, apontando e incentivando as estruturas da Juvebombeiro na
prossecução dos seus fins, nomeadamente, na dinamização
do voluntariado jovem que é
indiscutivelmente, o futuro dos
bombeiros portugueses.
Paulo Ferro, enquanto presidente da comissão coordenadora nacional da Juve, apontou a realização do seminário
como uma demonstração de
uma nova dinâmica de maior
abrangência, objetividade e
proximidade daquela estrutura
aos bombeiros em geral.
O encontro constituiu, sem
dúvida, uma oportunidade
para as operadoras e outras
entidades poderem prestar informação técnica sobre as
suas atividades e sobre as parcerias ou simples contactos já
estabelecidos com associações
de bombeiros vizinhas dos
parques. A própria Autoridade
Nacional de Proteção Civil
(ANPC) também deu conhecimento do trabalho desenvolvido nesse domínio através dos
comandos distritais de operações de socorro.
O primeiro painel, coorde-
nado por Carlos Batista, presidente da assembleia-geral da
Associação de Bombeiros Voluntários de Ourém, contou
com as participações, da Associação Portuguesa de Energias
Renováveis, através do seu
presidente, professor Sá Costa, da “Gamesa” e da “Enercon”, representados por José
Fernandes e António Esteves,
no âmbito da manutenção dos
parques, e da ANPC, através
de Maria Anderson, chefe do
núcleo de gestão e ordenamento territorial, para a segurança nos parques eólicos.
O segundo painel do seminário, coordenado pelo presidente da Escola Nacional de
Bombeiros (ENB), José Ferreira, contou com a participação
da “Iberwind”, através de
Duarte Carmo Vaz, sobre procedimentos de segurança em
caso de emergência, da “Soluções Outdoor”, representada
por Mário Barroso, sobre identificação dos riscos e procedimentos de intervenção e equipamentos, e, por fim, a participação da ENB, através do
seu formador Filipe Tavares
Pinto, adjunto de comando dos
Voluntários de Algés, no âmbito do salvamento em grande
ângulo nas operações de resgate.
Há muitas associações humanitárias e corpos de bombeiros já preparadas para esse
tipo de intervenção mas será
desejável e necessário que
esse número aumente para
poderem responder ao crescimento em curso e previsto do
número e extensão de parques
eólicos.
Os Voluntários de Fafe e de
Baião, a título de exemplo, são
dois dos vários corpos de bombeiros que já estão preparados
para intervir.
BARREIRO
Condução de ambulâncias em workshop
O
s Bombeiros Voluntários do Sul Sueste (Barreiro), em colaboração com a Federação dos Bombeiros do Distrito de Setúbal e
com a FEMÉDICA, realizaram no dia 11 de janeiro, no Auditório
Municipal Augusto Cabrita, um workshop sobre “Condução de Ambulâncias em Emergência”, que se inseriu no plano de formação
diferenciada do Corpo de Bombeiros para 2014.
O evento contou com a presença do presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, que na sessão de
abertura sublinhou a importância da formação dos bombeiros face
às cada vez maiores exigências que se impõem à sua atividade de
proteção e socorro.
Para além de cerca de 70 elementos dos Bombeiros do Sul e
Sueste, o workshop contou ainda com a participação de mais 45
elementos oriundos de outros Corpos de Bombeiros e da Cruz Vermelha Portuguesa, espelhando dessa forma o interesse e a atualidade da matéria em apreço.
19
JANEIRO 2014
FAMALICÃO DA SERRA
A
CB perde comandante
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de
Famalicão da Serra, Guarda,
acaba de perder o seu primeiro
comandante. Francisco José Venâncio Gonçalves, de 44 anos
de idade, vítima de doença súbita.
A notícia chegou-nos à hora
do fecho da presente edição.
Ainda recentemente, o “Bombeiros de Portugal” teve a
oportunidade de visitar aquela
instituição e de trocar impressões com o comandante Fran-
cisco Gonçalves, o primeiro
responsável pelo corpo de
bombeiros voluntários mais jovem do país.
“BATEFUEGOS 2013”
PROTOCOLO
Homenagem aos bombeiros falecidos
Segurança na frente de fogo
A
Escola Nacional de Bombeiros (ENB) e o Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais
(CEIF) da Associação para o Desenvolvimento da
Aerodinâmica Industrial (ADAI) assinaram um
protocolo que estabelece as novas condições de
cooperação na formação de formadores de combate a incêndios florestais e um novo curso de
“Segurança e Comportamento do Fogo Florestal”.
Com estas formações, a ENB pretende dar resposta às “preocupações” dos bombeiros portugueses em matéria de comportamento e segurança nos incêndios florestais. O protocolo foi assinado no passado dia 11 de dezembro, data em
que teve inicio, também por iniciativa da ENB, um
curso de condução defensiva. Esta formação de
um dia de formação teórica e outro dia de formação prática é o terceiro curso que está a ser mi-
O
s prémios espanhóis “Batefuegos de Oro
2013” prestaram homenagem aos bombeiros portugueses falecidos no ano transacto
no combate aos incêndios florestais. Nesse
sentido, o júri atribuiu-lhes uma menção especial.
A entrega da distinção à Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP) decorreu na Escuela Técnica Superior de Ingenieros de Montes de la
Universidad Politécnica de Madrid. José Luis
Bucho recebeu a distinção em nome da LBP.
O jurí dos prémios da 12ª edição escolheu
“Xarxa Florestal”, como melhor prevenção,
Trasel Servicios Ambientales, como melhor
extinção, Revista Montes, como melhor divulgação, Cabildo de Tenerife, como melhor acção educativa, como melhor avanço tecnológico (ex aequo), Vicente Mans e Sky Helicópteros e, melhor trabalho internacional, Armando
González Cabán. As restantes menções especiais foram atribuídas a, Marina Cotelo, Javier
Lamas e Domingo Pérez, Raimundo Martín,
José Ramón Pan, Juan Roldán e Antonio Arellano.
ÓBIDOS
A
Jogo a favor dos bombeiros
“Pelotão Destruidor Rápido - Airsoft Team” organizou no passado
dia 12 de janeiro de 2014 um jogo a
favor dos Bombeiros de Óbidos e
dos Bombeiros de Peniche, que decorreu no Rio Cortiço, em Óbidos.
Airsoft é uma modalidade que desafia os participantes em simulações
militares, ou de mera recreação com
armas de pressão com projéteis
plásticos não letais, recorrendo frequentemente a táticas militares.
A Pelotão Destruidor Rápido – Airsoft manifestou solidariedade para
com os bombeiros, promovendo um
evento em que participaram cerca
de 80 jogadores vindos de vários
pontos do país, também apostados
em apoiar causa.
Com este gesto solidário foram angariados cerca de 700 euros, repartidos entre os Bombeiros
de Óbidos e os de Peniche.
Os Bombeiros de Óbidos dirigem à entidade promotora “sinceros agradecimentos e reconhecimento por este gesto solidário”.
nistrado nesta área. Até maio cerca de mil bombeiros vão receber este tipo de formação que visa
dar resposta à elevada sinistralidade registada
em veículos de emergência.
20
JANEIRO 2014
BARCELINHOS
Quartel guarda
tradição familiar
Igualdade
O apoio inequívoco das populações é, sem dúvida, um fator de
desenvolvimento e crescimento da Associação Humanitária dos
Bombeiros de Cabanas de Viriato, que pode ainda contar com uma
direção e um comando muito ativos, que recusam baixar os braços
perante a adversidade.
Neste quartel, as mulheres ombreiam com os homens em número,
iniciativa, trabalho, formação e profissionalismo, uma realidade
que confere algum pioneirismo a esta octogenária instituição que
bem pode orgulhar-se de já estar a escrever o futuro.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O comandante Costa com o seu filho José, presidente da direção dos Voluntários de Barcelinhos
C
ontrariando receios, sobretudo dos decanos
do “mundo os bombeiros”, em muitas associações humanitárias de todo o país, o gosto e a
entrega à causa ainda perpassam gerações.
Avós, pais, filhos e netos abraçam com orgulho
uma espécie de tradição, de desígnio familiar.
Em Barcelinhos três famílias são prova dessa
“herança genética”. Na direção, no comando, e,
também, no corpo ativo, os filhos, por decisão
própria, decidiram trilhar os caminhos já percorridos pelos progenitores, dando-lhes, contudo,
um cunho pessoal. Á sua maneira, continuam a
escrever a história desta instituição com mais de
nove décadas de existência.
O presidente da direção, José Costa é um dos
nove herdeiros do comandante Costa, ainda hoje,
uma das mais carismáticas figuras dos bombeiros
de Portugal. Os mais velhos, enaltecem a coragem deste homem bom, mas também a postura
e a forma “impecável” como se apresentava:
“sempre muito bem ataviado, exibindo sapatos
de verniz, sempre reluzentes”, mesmo no mais
adverso dos teatros de operações
Aos 86 anos, o comandante Costa recorda
cada um dos momentos que durante 60 anos dedicou aos bombeiros. Hoje, depois de também ter
passado pelos órgãos sociais da instituição, ajuda
no que pode os dois filhos e o neto que na direção
da associação dão o cunho da família a um novo
ciclo da história dos Bombeiros de Barcelinhos.
“Gostaria que os meus filhos tivessem sido
bombeiros, mas nunca insisti! Hoje sinto-me feliz
por, de alguma forma, terem realizado esse meu
sonho… Ainda que não enverguem a farda, estes
dois, tal como eu, também são bombeiros”, revela o alfaiate que, nos anos 40 do século passado,
ousou cumprir o sonho de menino nos Voluntários de Barcelinhos, onde fez toda a carreira de
bombeiro.
O atual comandante, José António Beleza Fer-
O clã “Rabazolas”
Filho herdou as insígnias do pai
raz herdou o gosto pela causa da avó Aninha, que
muito trabalhou pela causa, mas também as insígnias de seu pai, o emblemático comandante
Beleza Ferraz que desde muito novo viveu a atividade dos voluntários, onde, curiosamente se
iniciou como mascote da instituição. Mais tarde,
assumiu vários cargos na direção e, durante duas
décadas, foi a figura máxima na estrutura de comando. Já com uma saúde débil passou, ainda,
pela assembleia-geral e integrou o conselho superior da instituição. Faleceu aos 81 anos deixando aos Voluntários de Barcelinhos um legado
enorme, de mais de meio século.
Da mesma forma, também a família Oliveira
tem raízes na associação. O chefe Alfredo serviu
durante décadas no quartel de Barcelinhos e foi
com enorme vaidade que viu quatro dos seus 10
filhos seguirem-lhe as pegadas. Martinho, Vitor,
Fernando e Alfredo são os representantes do clã
“Rabasolas”, operacionais de “mão cheia”, que
em tudo dignificam o caminho percorrido pelo
pai.
Afinal, em Barcelinhos, como em outros quartéis do País, a tradição familiar ainda é garantia
de renovação, de futuro para muitas associações
humanitárias e corpos de bombeiros.
Sofia Ribeiro
E
mbora inaugurado há mais
de dois anos o quartel dos
Voluntários de Cabanas de
Viriato ainda cheira a novo.
Este é um equipamento moderno e operacional construído à
medida das reais necessidades
desta associação.
Depois de décadas a funcio-
nar num acanhado espaço que
há muito que não respondia às
exigências do corpo de bombeiros, instalado numa artéria do
centro da vila, com problemas
óbvios para a entrada e saída
de viaturas de socorro, esta
mudança deu um novo alento
aos homens e mulheres que
servem a associação e foi, para
dirigentes, comando, corpo ativo e associados, a concretização de um sonho antigo.
O quartel, inaugurado em setembro de 2001, resulta de um
investimento de cerca de um
milhão de euros, foi construído
numa zona desafogada da vila,
num terreno com mais de 8200
m2. Numa área de construção
que ascende aos 1200 m2, num
único piso foram, devidamente,
“arrumadas” as zonas de parque de viaturas, oficina e arrumos; comando, administração e
gestão de emergência; alojamento e parada. Fundos do
Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e o apoio
da autarquia permitiram a concretização de uma aspiração
partilhada por diversas direções
e comandos durante mais de
vinte anos.
“Vivíamos numa casa de
duas assoalhadas, “aconchegadinhos”, mas poucas condições
operacionais”, recorda José Pereira Dias, presidente da assembleia geral dos bombeiros
de Cabanas, salientando que
“foi uma festa em 2011 a inauguração do novo quartel, um
verdadeiro palácio com todas
as condições”, Diz o povo que
“quanto maior é a embarcação
maior é a tormenta” e este res-
21
JANEIRO 2014
CABANAS DE VIRIATO
e de género antecipa futuro
ponsável faz questão de salientar isso mesmo, dando conta de
“um aumento brutal dos encargos”, que só como uma gestão
muito rigorosa é possível comportar, em tempos tão adversos.
“Já tivemos problemas, mas
neste momento, mercê do trabalho de todos, foi possível assegurar a estabilidade financeira”, diz Júlio Almeida e Sousa, o
presidente da direção.
Crítico. o dirigente dá conta
“de um esforço muitíssimo
grande da direção para fazer
face às despesas” e aponta o
dedo “às entidades que não colaboram como deviam com os
bombeiros, não entendem o esforço que é feito”. “Pedimos
apenas o que é justo, mas é
preciso andar com a mão estendido e o que dão é como se fosse uma esmola”, afirma o dirigente.
Mas, em Cabanas de Viriato,
as contrariedades são mitigadas com trabalho, até porque
os subsídios mensais “na ordem
dos quatro mil euros” ficam
muito aquém das necessidades
desta instituição que tem encargos que “rondam os 13 mil“.
A diferença entre o deve e o haver é colmada com a dinamização das mais variadas iniciativas e, também, com apoio dos
“mais de mil associados, sempre disponíveis para colaborar
com a associação”. Por outro
lado, salienta o presidente, “as
empresas da região também
são sua contribuição”.
Numa época que impõe todos os cortes, também os Bombeiros de Cabanas de Viriato
foram forçados a proceder a al-
guns acertos, em matéria de
gastos, até porque são recorrentes os incumprimentos externos.
“Algumas entidades a quem
prestamos serviços pagam com
nove meses de atraso, mas os
nossos sete funcionários tem
que ser pagos todos os meses”,
enfatiza o comandante Fernando Campos, salientando o trabalho da direção, que tudo faz
para ultrapassar estas situações, garantido a viabilidade
deste projeto.
São 51 os operacionais, dos
quais 25 mulheres, que cumprem o lema “vida por vida”
neste quartel do concelho de
Carregal do Sal, um dado curioso e que, na verdade, confirma
uma tendência crescente. Por
aqui, efetivamente, bombeiro
não tem género.
Ainda assim, o comandante
Fernando Campos, recorre ao
passado para justificar o que
parece ser uma inevitabilidade
no futuro, a prova-lo a maioria
que “elas” já representam nas
escolas de estagiários em associações do País.
“Tivemos a primeira mulher
do distrito na estrutura de comando”, uma operacional que
deixou marca e terá sido fundamental para assegurar a “coesão do grupo”, refere o responsável operacional, que sublinha
ainda que “elas são excecionais, tanto na vertente operacional como na promoção realização de eventos”. “Damos-lhe
autonomia e elas apoiam em
tudo o que podem”, adianta.
Atualmente, a associação
serve uma população de cerca
de quatro mil pessoas, numa
área de intervenção onde um
terço das habitações está desocupado, consequência da malfadada interioridade, agravada,
agora, por uma nova leva de
emigração.
Esta realidade que já “roubou” ao corpo ativo mais de
uma dezena de operacionais,
tem também repercussões na
necessária renovação do corpo
ativo, segundo dá conta Fernando Campos:
“Já começámos a sentir alguns problemas com o voluntariado, mas não desistimos. Se
os mais jovens não vêm ao
quartel, nós vamos à procura
deles”, uma estratégia ao que
tudo indica bem-sucedida, tendo em conta o entusiasmo e
empenho com que os pequenos
infantes e os cadetes apreendem todos conhecimentos e
com o à vontade com que dominam a central de comunicações, mas também as técnicas
e os equipamentos usados pe-
A
los bombeiros nos mais diversos teatros de operações.
O comandante dá ainda conta que os Voluntários de Cabanas de Viriato contam nas suas
fileiras com muitos licenciados,
contudo “operacionais que optam por não requer a carreira
de oficial bombeiro, porque
consideram que aqui neste
quartel todos são iguais, todos
são bombeiros”.
A unidade e a união do corpo
de bombeiros refletem o mérito
de um comandante que, segundo os presidentes da direção e
assembleia geral, “é um bom
condutor de homens, duro
quando tem que ser, mas um
homem com coração”.
O renovado parque de viaturas dá garantias aos bombeiros
e constitui uma segurança para
as populações, que podem ainda contar com a formação e
preparação do corpo ativo e a
prontidão na resposta.
“Temos apenas algumas lacunas a nível de equipamentos
de proteção individual para fogos urbanos e industriais, que
apesar de todos os esforços,
ainda não chegam para todos
os elementos… de resto, temos
tudo”, garante o comandante.
As estruturas associativas e
operacionais falam em uníssono, uma cumplicidade que tem
permitido dignificar e engrandecer o trabalho iniciado na década de trinta do século passado e, certamente, criar as fundações para o sucesso da missão dos vindouros.
A associação que nasceu no teatro
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cabanas de Viriato nasceu no Edifico do Teatro, quando em
1935 o grupo dramático tentava encontrar uma forma de aplicar os lucros do espetáculo em cena.
O ecos da história dão conta que o consenso ditou a compra
de uma bomba manual de incêndios, mas como a verba apurada era insignificante, as “senhoras do Grupo Dramático” decidiram promover várias festas. Um ano depois, mercê destas boas
vontades, Cabanas de Viriato recebe a almejada a bomba e alguns metros de mangueira, equipamentos que acabaram por
ser entregues a uma comissão que a 7 de setembro desse mesmo ano funda a associação de bombeiros.
O grupo dramático cede, mais tarde, o edifico do teatro â
instituição que desde sempre soube dinamizar este espaço
como palco para as mais diversas iniciativas, afinal, ainda hoje,
uma importante fonte de receita para os Voluntários de Cabanas de Viriato.
22
JANEIRO 2014
ALIJÓ
Exercício conclui formação conjunta
s bombeiros voluntários do concelho de Alijó,
pelo sexto ano consecutivo terminam uma
formação inicial conjunta com um exercício de incêndio urbano.
O comandante dos Voluntários de Alijó e comandante operacional municipal, José Rebelo,
com a colaboração dos comandos de Sanfins e de
Favaios conseguiram, mais uma vez, levar a cabo
um ano intenso de formação para os estagiários
das suas corporações. Segundo o comandante
José Rebelo, ”esta modalidade de formação conjunta começou há 6 anos atrás e tem sido um
enorme sucesso, pois tem-se conseguido ganhos
a nível operacional enormes, com trabalho de
equipa e uniformização de procedimentos a nível
operacional”. Ainda segundo o mesmo responsável, “ também se têm conseguido grandes vitórias ao nível de união entre os bombeiros do concelho de Alijó que já se começa a refletir claramente em diversos teatros de operações”.
Conforme defendem os três corpos de bombeiros, “mais uma vez fica aqui o trabalho e os parabéns a todos os bombeiros envolvidos, com um
Foto: Sérgio Santos
O
ALBUFEIRA
A
enorme apreço pelos formadores responsáveis
pelos diferentes módulos”.
BARREIRO
Foto: FISIPE
Sul e Sueste avalia resposta
O
s Voluntários do Sul Sueste realizaram, no
âmbito do Plano de Emergência Interno da
FISIPE, um simulacro de derrame de acrilonitrilo
por colapso do tanque de armazenamento, ação
que permitiu testar a operacionalidade para situações de emergência da brigada de emergência
Marina testa plano
Marina de Albufeira, Algarve, realizou um
exercício de socorro para dar cumprimento ao
estabelecido no seu plano de segurança e plano
de emergência interno.
O exercício, um simulacro de incêndio numa
embarcação atracada com assistência a vítimas,
foi realizado conjuntamente com os Bombeiros
Voluntários de Albufeira, com a colaboração da
Policia Marítima da Delegação Marítima de Albufeira, sob a observação do capitão do Porto de
Portimão, comandante Santos Pereira e dos delegados da Proteção Civil de Albufeira.
O objetivo do exercício, para além do cumprimento formal do estabelecido nos planos, foi potenciar e otimizar a resposta da equipa de primeira intervenção local e os restantes colaboradores
da marina a situações de emergência. Entre elas,
estão casos de incêndio em embarcações atracadas, feridos e derrame de produtos nocivos para
o ambiente, num dos postos de amarração da
marina. Por outro lado constituiu também uma
oportunidade de treino das equipas de intervenção dos Bombeiro Voluntários de Albufeira.
O exercício desenvolveu-se num só cenário,
numa embarcação amarrada ao cais G da marina,
a assistência.
e do órgão de comando da empresa, bem como a
capacidade de resposta dos meios externos, nomeadamente do corpo de bombeiros.
O exercício mobilizou 17 operacionais do quartel do Sul e Sueste, apoiados por 5 viaturas de
socorro.
CAMARATE
Treino em cenários de catástrofe
SINES
O
U
m acidente de viação com multivítimas, um incêndio num
dormitório de uma instituição, o salvamento em estruturas
colapsadas com o apoio de equipas cinotécnicas entre outras
simulações de cenários de catástrofe foram criados, recentemente, pelos Bombeiros Voluntários de Camarate, para testar
operacionais, meios e a eficácia da resposta.
Estas ações de treino integram a formação das equipas de
apoio psicossocial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, e
contam com a participação de vários agentes de proteção civil
nomeadamente elementos da esquadra da Polícia de Segurança
Pública de Camarate.
Sérgio Santos
Hotel certifica segurança
s Bombeiros Voluntários de
Sines participaram, recentemente, num simulacro, testar o
plano de segurança interno do
Hotel Sinerama.
Num cenário de incêndio, resultante de uma ignição num
dos apartamentos, as equipas
de socorro combateram as chamas, procederam a ações de
busca e salvamento no interior
do edifício, bem como à necessária ventilação tática do mesmo.
O simulacro permitiu, aferir o
grau de prontidão dos Bombeiros de Sines, treinar procedimentos nomeadamente em matéria de evacuação de pessoas,
mas também no que toca à comunicação entre os vários agentes e intervenientes nesta ação.
Participaram no exercício
14 bombeiros apoiados por
quatro viaturas e ainda elementos da Guarda Nacional
Republicana e da empresa
Dianagás, para além do delegado da Proteção Civil Municipal e de toda a equipa da unidade hoteleira.
23
JANEIRO 2014
CANEÇAS
O
SINES
O
Simulacro na metalomecânica
s Voluntários de Sines realizaram um exercício na Setrova, que visou testar os meios da
empresa e, ao mesmo tempo, a capacidade de
resposta dos bombeiros no rápido e competente
socorro.
Nesta metalomecânica foi criado um cenário de
derrocada de uma estrutura que vitimou três funcionários, um deles encarcerado e outro atirado
para interior de uma grande.
Este exercício teve um cenário bastante atípico, no entanto os trabalhos de socorro, planeados
para cerca de uma hora e meia, tiveram a dura-
ção de apenas 50 minutos, mercê da “excelente
comunicação entre as equipas”.
ALVERCA
Sensibilização da comunidade
Largo do Coreto foi o cenário escolhido pelos Bombeiros Voluntários de Caneças para
a realização de um simulacro de
acidente de viação, ação que visou para sensibilizar a comunidade, mas também, uma vez
mais, testar as normas e procedimentos dos operacionais.
Desta forma foi simulada colisão entre uma viatura ligeira
de mercadorias e um ligeiro de
passageiros de que resultaram
seis vítimas, três delas com alguma gravidade. Os bombeiros
procederam às várias manobras
de estabilização, desencarceramento e evacuação das vítimas.
Neste exercício estiveram envolvidos 44 elementos e 7 veículos dos Bombeiros Voluntários de Caneças e uma equipa
do serviço municipal de proteção civil de Odivelas.
Sérgio Santos
Hipermercado promove exercício
PÓVOA DE LANHOSO
Foto: José Miguel Sousa
Alerta para automobilistas
O
A
avaria de um forno na padaria do hipermercado Jumbo,
em Alverca foi o cenário criado
para a realização de um exercício de incêndio que decorreu no
passado dia 12 de janeiro.
A deflagração do incêndio no
V
aparelho levou a uma fuga de
gás propano que causou dois feridos, com fraturas e queimaduras com alguma gravidade. Foi
necessário proceder à busca e
salvamento das vítimas no interior complexo e proceder à eva-
cuação recorrendo às técnicas
de resgate em grande ângulo.
Estiveram envolvidos neste
“teatro de operações” 24 operacionais e seis veículos dos Bombeiros Voluntários de Alverca.
Sérgio Santos
s Bombeiros da Póvoa de Lanhoso, a convite
da GNR local, participaram uma ação conjunta no âmbito da sensibilização para a segurança
rodoviária recriando um cenário de acidente na
Estrada Nacional 103.
A colisão entre um motociclo e uma viatura ligeira, com um morto e um ferido, e ainda uma
colisão frontal de dois outros veículos ligeiros,
com vários feridos, serviu para operacionais testarem meios e procedimentos e ao mesmo tempo
alertar os automobilistas para a sinistralidade.
Os condutores receberam conselhos de segurança de vários Agentes de Proteção Civil que
também distribuíram folheto informativos, subordinados a esta temática. No local, destinatários
desta campanha puderam ainda, assistir às operações de “socorro às vítimas”.
Aos motociclistas foi ainda disponibilizado, pelos Bombeiros Voluntários da Póvoa de Lanhoso,
o Cartão de Emergência do Motociclista, no qual
deve constar o nome, tipo sanguíneo, data de
nascimento, historial médico e o número a contactar em caso emergência. Este cartão deve ser
colocado no interior do capacete, em local apropriado, e no seu exterior, deve existir um dístico
autocolante, que permite alertar os meios de socorro, que no seu interior, existe informação importante referente ao sinistrado.
VILA NOVA DE MILFONTES
BARREIRO
Concurso com balanço positivo
Sul e Sueste no Trauma Challenge 2013
ila Nova de
Milfontes
acolheu, recentemente, a primeira edição
do Concurso de
Imobilização e
Extração de Vítimas.
Participaram
nesta iniciativa equipas de Vidigueira, Vila Nova de Milfontes, Almodôvar, Grândola e Cacilhas, que foram avaliadas
em cinco cenários distintos, que obrigaram à utilização de
diversas.
Os Voluntários de Grândola venceram este desafio, seguidos dos Cacilhas (2.º lugar), da Equipa 2 da Vidigueira (3.º),
dos Bombeiros Almodôvar (4.º), da Equipa 1 da Vidigueira
(5.º) e do grupo de Vila Nova de Milfontes (6.º).
O êxito da iniciativa incentivou a organização a avançar
com a promoção da segunda edição do concurso.
T
rês equipas dos Voluntários do Sul Sueste
(Barreiro) participaram.
no dia 7 de dezembro, em
Leiria, com no Trauma
Challenge 2013, iniciativa
da Associação Nacional de
Salvamento e Desencarceramento (ANSD), em
parceria com os bombeiros local.
A participação neste
evento, que reuniu 20
equipas de vários pontos
de país, enquadrou-se na
política de formação contínua e diferenciada do Corpo de Bombeiros do Sul e
Sueste no domínio da
emergência pré hospitalar.
24
JANEIRO 2014
FERREIRA DO ZÊZERE
AVEIRO
Bombeiros em formação
C
“Velhos” preparados e equipados
oncluída a formação de alguns operacionais, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Aveiro-Velhos avançou
com o processo de aquisição de três novos
equipamentos completos de mergulho, investimento que permite eliminar uma lacuna há
muito identificada.
Em declarações a nosso jornal, fonte do
quartel salienta que na área de intervenção
deste corpo de bombeiros encontram-se “diversos braços da Ria de Aveiro, bem como ribeiras e lagoas”, pelo que era necessário preparar e equipar devidamente os operacionais
para intervenções em meio subaquático.
N
o quartel de Ferreira do Zêzere decorreu
mais uma formação em técnicas de salvamento em grande angulo, numa inciativa qye
reúne cinco elementos do corpo de bombeiros
anfitrião e outros tantos dos Voluntários do Beato
no total de 10 formandos.
O curso de 50 horas de formação teórica/prática, decorreu aos fins de semanas e teve a orientação pedagógica do comandante Mario Ribeiro,
dos Bombeiros do Beato, formador da Escola Nacional de Bombeiros.
CELORICO DE BASTO
O
SBV dirigido à população
grupo de Saúde dos Bombeiros Celoricenses
promoveu quartel, no dia 7 de dezembro,
duas sessões de “Mass-training em Suporte Básico de Vida”.
A ação dirigiu-se à população local acima dos
16 anos e contou com a participação de 73 pessoas.
O comandante dos voluntários de Celorico de
Basto, António Marinho Gomes, destacou a importância desta ação, defendendo que “toda a
população deveria estar munida de conhecimentos que permitam a intervenção adequada a uma
vítima em paragem cardiorrespiratória”.
“Saber como intervir pode salvar vidas”, refere
o mesmo responsável operacional, garantindo
ainda que “os Bombeiros Celoricenses estão
atentos à população e cientes que, quanto maior
for o grau de conhecimento do cidadão comum
melhor para a população em geral.
Um dos responsáveis pela iniciativa, o bombeiro Daniel Nazareth, acrescentou ainda que “esta
ação, com elevada componente prática, permitirá
aos formandos adquirir competências”, adiantando que “o Suporte Básico de Vida deveria ser,
cada vez mais, do conhecimento de toda a popu-
AGUDA
Novas ambulâncias e promoções
lação para que possa ser administrado até à chegada da ajuda diferenciada”.
Esta formação especializada assentou particularmente na parte prática, com a realização de
vários exercícios de SBV. Foi abordado o Algoritmo do Suporte Básico de Vida e Posição Lateral
de Segurança (PLS). Os formandos ficaram também a conhecer a forma de funcionamento da
emergência em Portugal (Sistema Integrado de
Emergência Médica) e como fazer uma chamada
de emergência.
A ação contou com a participação voluntária de
12 elementos do grupo de saúde dos bombeiros
de Celorico.
MADEIRA
C
Quartel de Porto Santo vai arrancar
om a construção do novo
quartel dos Bombeiros
Voluntários de Porto Santo,
cujo início está previsto para
meados do próximo ano, ficará concluída a rede de quartéis das corporações de Bombeiros da Região Autónoma
da Madeira (RAM).
A ilha de Porto Santo, com
uma área de 43 quilómetros
quadrados e uma população
de aproximadamente 5.500
habitantes – que mais que
duplica nos meses de verão -,
dispõe de uma corporação de
bombeiros voluntários que
presentemente conta com 19
elementos, e está instalada
num edifício adaptado para o
efeito, mas que claramente
não reúne condições para garantir, não apenas as desejáveis acomodações ao pessoal, mas também a necessária proteção dos meios auto
de que dispõe e que, por esse
fato, vêm apresentando níveis de degradação preocupantes, se tivermos em conta
a sua, relativamente pouca
“idade”. A sua localização
permite um fácil acesso, quer
ao aeroporto quer ao centro
da cidade e ainda, uma equidistância assinalável em relação aos principais pontos da
Ilha.
O quartel que está projetado para comportar um corpo
de bombeiros de tipo 3, com
um máximo de 60 elementos
no quadro ativo, situação que
deverá ser alcançada nos
próximos anos já que, no
presente, decorre um curso
de formação inicial para novos bombeiros que conta com
cerca de 30 estagiários.
Implantado num espaço
com 3.786 m2 e com uma
área de construção bruta de
2.975 m2, o quartel está organizado em U, com duas
alas, uma associativa e outra
operacional sendo o espaço
central destinado a parque de
viaturas (372m2) e parada de
exercícios 625m2), cobertos
e comunicantes.
O quartel dispõe de camaratas para ambos os sexos,
espaços de convício e salão
polivalente.
A solução arquitetónica
preconizada permite uma otimização dos consumos energéticos através do aproveitamento da iluminação natural,
sendo que a eficiência energética do edifício é também
conseguida por via da instalação de painéis solares que
garantem o aquecimento de
água para consumo, sobretudo dos balneários.
O custo total da obra é de
2,3 milhões de euros e será
financiada em 85 por cento
pelo programa comunitário
“Intervir+”.
O
s Bombeiros Voluntários da Aguda, inauguraram no passado dia 20 de dezembro uma ambulância de socorro e uma ambulância de transporte de doentes, resultado de uma campanha de
angariação de fundos, levada a efeito junto da comunidade empresarial da área de atuação própria
daquele corpo de bombeiros.
“Numa altura em que a conjetura financeira é
bastante adversa a todos os níveis, e os bombeiros não são exceção, os apoios recolhidos demonstraram um espírito de solidariedade e cooperação dignos de registo, contribuindo com a totalidade da verba necessária para a aquisição da
ambulância de socorro”, segundo nos referiu uma
fonte da Associação.
A cerimónia de inauguração foi presidida pelo
presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de
Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, e contou também
com a presença do vereador da Proteção Civil e
Bombeiros de Vila Nova de Gaia, José Guilherme
Aguiar, do presidente da Federação de Bombeiros
do Distrito do Porto, Prof. José Miranda, dos presidentes das juntas de freguesia de Arcozelo, São
Félix da Marinha e Serzedo, entre outras entidades civis e militares.
O momento mais emotivo da cerimónia de
inauguração, foi o descerrar da placa na ambulância de socorro, que homenageia o saudoso chefe
Fernando Reis, por parte dos bombeiros Susana
Reis, sua filha e Diogo Matos, sobrevivente do acidente que o vitimou. Outro dos momentos altos
da cerimónia, foi a promoção a bombeiro de 1.ª
de 7 novos elementos, que irão assim reforçar o
quadro de graduados dos Voluntários da Aguda.
MACEDO DE CAVALEIROS
A
Secção desportiva oferece monitores
de parâmetros vitais
Secção Desportiva dos
Voluntários de Macedo
de Cavaleiros, ofereceu ao
corpo de bombeiros dois
monitores de parâmetros vitais, adquiridos com fundos
angariados em vários eventos.
“Tendo em conta que a
monitorização de funções vitais é uma das mais importantes e essenciais ferramentas no socorro a doentes
críticos, estes equipamentos
serão instalados nas ambulâncias, de forma, a melhorar os cuidados prestados
em emergência”, revela fonte da secção desportiva.
25
JANEIRO 2014
TROFA
D
Frota automóvel renovada
ireção e comando dos Bombeiros Voluntários da Trofa
puseram em prática regulamento para conceder regalias
ao corpo ativo dos bombeiros,
no dia em que corporação viu
reforçada a frota automóvel.
Duas novas ambulâncias, um
monitor de sinais vitais, rádios
e equipamento de proteção individual. dão aos Bombeiros
Voluntários da Trofa, mais condições para uma atuação eficaz
na proteção de vidas e haveres
da população.
No entanto, foi outro anúncio
que fez desta cerimónia um
acontecimento histórico na vida
da associação humanitária. Direção e comando aprovaram e
puseram em prática um regulamento interno de conceção de
regalias extraordinárias aos soldados da paz. Os “elementos do
corpo ativo, em situação de atividade no quadro, com o cumprimento de todas as horas exigidas por lei e com menos de
dez por cento de faltas a piquetes, representações, instru-
ções, formações, formaturas e
demais convocatórias” terão
como prémio “um voucher de
estadia de uma noite para duas
pessoas” numa unidade hoteleira do país, informou Pedro Ortiga, presidente da direção. O
responsável considera que
“apesar de ser pouco”, é o prémio “possível”, mediante as
“modestas posses da associação”, para reconhecer “a dedicação e a disponibilidade permanente” dos bombeiros.
Filipe Coutinho, comandante
em exercício, foi perentório ao
afirmar que o prémio “é uma
das medidas mais importantes,
ao fim de 15 anos como bombeiro”. “É bom terem chegado à
conclusão que os bombeiros
merecem ser recompensados e
reconhecidos pelo seu trabalho”, sublinhou.
Para além disso, a autarquia
anunciou a assinatura de um
protocolo para a cedência das
instalações da academia municipal para os bombeiros, onde
podem usufruir da piscina e do
ginásio. Segundo Sérgio Humberto, presidente da Câmara,
esta era uma medida reivindicada “há mais de oito anos”. “O
município tem todo o interesse
em colaborar com este tipo de
instalações e colocar ao serviço
dos bombeiros, que têm que
estar bem fisicamente para
acudir aos problemas que possam surgir”, explicou.
Já a aquisição das viaturas foi
possível graças “às ações de angariação” desenvolvidas “nos últimos meses”, que contaram
com “a contribuição da comuni-
dade”, anunciou Pedro Ortiga. A
ambulância de socorro veio reforçar a frota, depois de a corporação ter ficado com uma lacuna, com um acidente ocorrido
em agosto. Já a nova viatura de
transporte múltiplo de doentes
vai “substituir uma com elevada
quilometragem e com custos expressivos de manutenção e consumos”, frisou. Ao mesmo tempo, também vem “dar resposta à
utilização crescente da associação para os doentes hemodialisados, que este ano estão sob a
alçada dos Bombeiros”.
Também os equipamentos
foram conseguidos através
das doações da população e da
poupança feita pela direção da
Associação. Com o novo monitor de sinais vitais, os Bombeiros “marcam um novo patamar”, porque “todas as ambulâncias” da corporação passam
a estar munidas com este
equipamento. Além dos rádios, que “são fulcrais na eficácia do trabalho do corpo de
bombeiros nos teatros de operações”, também foram oferecidas botas ignífugas, que “podem fazer, verdadeiramente, a
diferença para salvar a vida”
dos soldados da paz, destacou
Pedro Ortiga. “Ficou comprovado nas análises de momento
aos falecidos e feridos da última época de fogos florestais
que, com um equipamento de
proteção mais eficaz, certificado e ignífugo, a probabilidade
de os bombeiros se salvarem
ou sofrerem ferimentos menos
graves aumenta de forma exponencial”, afiançou.
Na cerimónia, o presidente
da Câmara também anunciou
a cedência da propriedade do
barco utilizado pelos bombeiros, que antes pertencia à autarquia.
A tradição cumpriu-se e a
cave do edifício-sede da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Trofa foi
decorada a rigor para o jantar
de Natal, que reuniu órgãos
sociais, funcionários, voluntários e familiares. O Pai Natal,
encarnado por António Moreira, ajudou a abrilhantar a festa que visa “reconhecer a família” e “dar-lhe um sinal” que
“não é esquecida”, apesar “da
ausência de muitas horas,
dias e noites”, frisou Pedro Ortiga. “É importante dar este
sinal
de
reconhecimento
àqueles que sofrem com a
nossa ausência e com o risco
a que estes homens estão expostos nos teatros de operações”, concluiu.
Cátia Veloso/“O Noticias
da Trofa” (texto e fotos)
FERREIRA DO ALENTEJO
Casa remodelada e ampliada
O
s Bombeiros Voluntários de Ferreira do Alentejo procederam à inaugurarão das suas ampliadas e remodeladas instalações, cujas obras
importaram em 400 mil euros, 130 mil dos quais
custeados pela Câmara Municipal e o restante
através de candidatura a verbas comunitárias
(QREN).
Tratou-se da concretização, segundo o presidente da direção, Joaquim Camacho, de uma
“verdadeira ambição de há muitos anos” e, segundo o mesmo, “ o sonho tornado realidade”
que veio garantir “maior operacionalidade”. Para
Joaquim Camacho, mesmo assim,” as obras inauguradas não foram aquelas pensadas nem inicial-
mente previstas, mas aquelas que pelas mais variadas circunstâncias nos foram permitidas fazer”.
O presidente da direção dirigiu também palavras à Câmara Municipal de Ferreira do Alentejo.
“Sabemos que os dias de hoje são muito mais difíceis que eram há dois atrás” e também por isso,
LIXA
I
AMADORA
Comissão apoia bombeiros
ntegrado no objetivo de melhoria e remodelação da frota de ambulâncias para
transporte de doentes, chegou no dia 15 de
dezembro, ao quartel da Lixa, uma nova
viatura que permite melhorar a resposta
dada pelos Bombeiros à comunidade e garantir comodidade e o conforto aos doentes.
Para aquisição desta ambulância, que
custou cerca 30 mil euros, a associação
contou com o apoio da Comissão das Festas
das Vitorias 2013 que doou uma verba
como “reconhecimento da colaboração gratuita de mais de 50 bombeiros, que garantiram a segurança e socorro durante o
evento”.
Carlos Martins, em nome da direção, faz
questão de agradecer “a colaboração da comissão para a aquisição da nova viatura. Na
mesma linha, o comandante José Campos,
enaltece o gesto da comissão, que deve ser
visto “como exemplo para o futuro e o reconhecimento do esforço, e empenho, dos
bombeiros”. O responsável operacional dos
Voluntários da Lixa manifesta, ainda, enorme satisfação “por poder contar com mais
um veículo moderno e cómodo para os
doentes”.
A viatura entrará ao serviço brevemente.
“quero agradecer à CMFA na pessoa do seu presidente o valioso contributo para a obra”.
O parque de viaturas remodelado passou a ostentar o nome do comandante António Guerreiro,
homenagem póstuma “ para que os que já cá estão se lembrem do homem, do comandante e os
que estão para vir possam olhar para a placa e
perguntar quem foi”.
A par da inauguração procedeu-se ainda à tomada de posse do novo segundo comandante,
João Marranita, que passa a apoiar o atual comandante, António Gomes.
As cerimónias foram presididas pelo diretor nacional de bombeiros da ANPC, Pedro Lopes, na
presença do presidente da edilidade, do presidente da Assembleia Municipal, comandante distrital,
órgãos sociais da associação, dirigentes e comandos de associações congéneres.
Tablets no quartel
O
corpo de Bombeiros da
Amadora está introduzir
“tablets” nos serviços operacionais, “uma inovação tecnológica faseada e progressiva, ainda sujeita a testes”.
Para já, apenas o Piquete a
Fogo usa este novo sistema
que visa, conforme referem
os responsáveis pelo projeto,
“ganhar
operacionalidade,
rapidez na resposta e uma
significativa redução de custos”.
Com a utilização dos tablets, os operacionais do piquete a fogo recebem, em
tempo real, informação sobre
as ocorrências, assim como,
a sua localização. “Ganham
os cidadãos com a rapidez do
serviço e o quartel assegura
uma poupança em papel e
toner, usados na impressão
das guias de serviço”.
Depois de um aprofundado
investimento no re-equipamento informático nas áreas
administrativas de apoio e
na re-estruturação da rede
de todo o quartel é chegada a
hora de “introduzir as TIC
nas viaturas operacionais”.
26
JANEIRO 2014
ÉVORA
GUARDA
A
Voluntários recebem VSAE
Bombeiros com viatura multifunções
função de limpa neve e
espalhador de sal no período de inverno é uma das
muitas valências da nova viatura dos Bombeiros Voluntários da Guarda (Egitanienses). O veículo da marca Volvo FM 13380, 4x4, foi adquirido através do Quadro de
Referência Estratégico Nacional (QREN) com um valor final de 300 mil euros.
Conforme nos referiu o comandante do corpo de bombeiros, Paulo Sequeira, “tem
a particularidade de utilizar
vários tipos de contentores
através de sistema “ampliroll”, estando em fase de conclusão o contentor de salvamento especial, com valências de desencarceramento
pesado/ferroviário, escoramentos, acidentes multivítimas, entre outras”.
O comandante Paulo Sequeira adiantou-nos que está
já em marcha a formação
dos elementos que irão trabalhar com os novos equipa-
mentos. “É um veículo que
fazia falta pelas suas funções
e por ser, principalmente,
multifunções”, sublinhou a
propósito.
E
m cerimónia realizada em Constância, no passado mês de dezembro, a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Évora recebeu
uma nova Viatura de Socorro de Assistência Especial (VSAE), adquirida no âmbito de um candidatura conjunta a fundos do REN - Programa
Operacional Temático Valorização do Território,
que envolveu as federações dos bombeiros dos
distritos de Portalegre, Évora e Santarém.
A viatura resulta de investimento na ordem dos
386 mil euros, cabendo á associação assumir
uma “sem a qual seria impossível avançar com a
candidatura e adquirir este veículo especial que
permite equipar e melhorar a operacionalidade
do corpo de bombeiros e responder atempada e
eficazmente às crescentes necessidades de socorro e solicitações de apoio à população da cidade e do concelho de Évora”, conforme sublinha
fonte da associação.
ESTREMOZ
Quartel tem
novo VTTR
A
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Estremoz adquiriu uma nova
viatura todo o terreno (VTTR), no âmbito de uma candidatura das federações dos
bombeiros dos distritos de Portalegre, Évora e Santarém a fundos do Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN).
ESMORIZ
O
BARREIRO
E
sonho e o projeto são antigos, mas vicissitudes várias
adiaram a concretização da
obra do parque de estacionamento de apoio à piscina e à clínica dos Bombeiros de Esmoriz.
Ultrapassados impasses vários, bombeiros e amigos da
instituição meteram mãos ao
trabalho e em cerca de três semanas puseram operacional o
referido equipamento.
VUCI reforça resposta
m cerimónia realizada no dia 1 dezembro,
na presença do presidente da Câmara Municipal do Barreiro, Carlos Humberto de Carvalho, os Voluntários do Sul e Sueste (Barreiro) procederam à inauguração, bênção e batismo de um novo Veículo Urbano de Combate
a Incêndios (VUCI), adquirido ao abrigo de
uma candidatura ao Programa Operacional Temático Valorização do Território (POVT), no
âmbito do Programa de Apoio aos Equipamentos (PAE), no contexto do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
O investimento realizado ascendeu a 187
mil euros, comparticipado a 85% pelo POVT. A
componente de investimento próprio (15%),
no valor de 28.mil euros, foi integralmente assegurada pelo Município do Barreiro.
O VUCI, batizado com o nome do Eng. Marius França Pereira, ex administrador da LBC
Tanquipor, veio substituir um dos veículos há
muito obsoleto, repondo a capacidade opera-
cional que se impõe em termos materiais ao
Corpo de Bombeiros do Sul e Sueste, cuja
área de atuação própria, de génese urbana e
industrial exige meios modernos, eficazes e
fiáveis.
Na cerimónia, foram ainda impostas as insígnias de Tripulante de Ambulância de Socorro (TAS) ao adjunto de comando Bruno Loureiro, subchefe Adolfo Silveira, e ainda aos
bombeiros de 2.ª Sara Guinot e Filipa Santos
e aos bombeiros de 3.ª Melissa Gomes, Sara
Mestre e Vanessa Costa. Da mesma forma, foi
entregue a insígnia de Formador de Tripulante
de Ambulância de Transporte (TAT) e de Suporte Básico de Vida Desfibrilhador Automático Externo (SBV-DAE) ao bombeiro de 2.ª Daniel Batista.
Aproveitando a ocasião, num momento de
elevada solenidade, foram promovidos à categoria de chefes António Dionísio, Pedro Ferreira e Arlindo Silva.
Novo parque de estacionamento
CANTANHEDE
A
Investimento no conforto
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de
Cantanhede (AHBVC) dispõe de
mais uma ambulância para o
transporte de doentes não urgentes, designadamente hemodialisados do concelho.
De modo a melhorar o conforto dos doentes, a nova ambulância FIAT Ducato, dispõe de
nove lugares ou de sete mais
duas cadeiras de rodas, rampa,
porta lateral de acesso, barras
de apoio, lugares individualizados, ar condicionado e música
ambiente.
Segundo o presidente da direção, Rogério Marques, o serviço de transporte dos doentes não
deve descurar o bem-estar humano, o cumprimento de horários e das normas de segurança.
Este investimento no conforto e segurança
aliado ao serviço humanista e profissional dos
bombeiros voluntários, tem por base preocupações com a comodidade e a qualidade dos serviços prestados.
27
JANEIRO 2014
CELORICO DE BASTO
Bombeiros ampliam quartel
O
quartel dos Bombeiros Voluntários de Celorico de
Basto (Celoricenses) recebeu
obras de ampliação e requalificação. A cerimónia de inauguração das renovadas instalações
foi presidida pelo secretário de
Estado Adjunto do Ministro da
Administração Interna, Fernando Alexandre, e contou com a
presença do presidente do conselho executivo da Liga dos
Bombeiros Portugueses (LBP),
comandante Jaime Marta Soares.
Trata-se de “uma obra que
resulta da disponibilidade e trabalho com base na parceria entre as diferentes instituições”
conforme sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, Joaquim Mota e
Silva o decorrer da cerimónia de
inauguração. No mesmo sentido, o secretário de Estado salientou que “o Estado tem que
ser estrutural na sua intervenção e, em união com a autarquia tem que ter um papel essencial na reabilitação de instalações e equipamentos”.
As cerimónias iniciaram com
o hastear das bandeiras seguindo-se a entrega das medalhas
de mérito aos bombeiros da corporação. Um ato que valoriza o
esforço e a generosidade de
quem veste a camisola dos
bombeiros como referiu o presi-
dente da LBP. “Estes Homens
receberam hoje uma medalha, e
é desta forma que são pagos
pelo esforço, dedicação e empenho com que desenvolvem as
suas funções. É importante que
ninguém se esqueça da importância destes homens para o
país, são os “soldados da paz”,
os primeiros a intervir e tantas e
tantas vezes esquecidos por
quem manda. Estes homens
precisam de ser mais protegidos
e tratados com mais dignidade
para poderem executar as suas
funções com ainda mais brio,”
retorquiu. O presidente da Liga,
comandante Jaime Soares, recordou ainda as fatídicas perdas
dos bombeiros no teatro de
operações e o acidente sofrido
pelo bombeiro de Celorico de
Basto, Tiago Carvalho, que “felizmente está a recuperar”.
Após a entrega das medalhas
aos bombeiros voluntários decorreu a bênção do veículo urbano de combate a incêndios
(VUCI) adquirido com apoio do
QREN. Seguiu-se o descerramento da placa de inauguração
e a visita às instalações do
Quartel Sede.
Durante a sessão solene decorreu também a atribuição de
várias distinções da LBP. Com o
crachá de ouro foram distinguidos, o presidente da direção,
Fernando Freitas, o comandante
António Marinho Gomes, o presidente do conselho fiscal, António Bastos, os subchefes, José
Carvalho, Carlos Alberto Magalhães, José Avelino Pereira, José
Pinto Leite e Albino Mesquita, e
o bombeiro de 1.ª António Meireles. Com a medalha de serviços distintos grau ouro, foram
distinguidos, o presidente da
Câmara Municipal de Celorico de
Basto, Joaquim Mota e Silva, e o
vice-presidente da direção, Casimiro Magalhães Costa. Na
oportunidade, o presidente da
Associação, Fernando Freitas,
mostrou-se satisfeito com a
conclusão das obras porque
agora os “seus” bombeiros têm
um espaço com as devidas condições para os acolher. “Finalmente temos um quartel com
condições condignas e satisfatórias para responder às necessi-
dades do nosso corpo de bombeiros, mas para chegarmos
aqui foi necessária muita persistência e luta” salientou.
As obras de ampliação e requalificação do quartel sede foram desenvolvidas de forma a
tornar o espaço funcional e acolhedor como destacou o comandante António Marinho Gomes.
“Temos um espaço funcional e
adequado para que o nosso corpo ativo possa responder prontamente às solicitações da população”.
instalações da AHBV de Vila
Real de Santo António e no futuro Centro de Recursos de Proteção Civil de Monchique.
Com estas duas novas unida-
des, a ENB reforça a sua rede
nacional passando a contar com
29 unidades estrategicamente
distribuídas por todo o território
de Portugal Continental.
ENB
Algarve vai ter duas ULF
A
Escola Nacional de Bombeiros (ENB) assinou um
com as respetivas autarquias,
associações de bombeiros e a
federação distrital de bombeiros a instalação de unidades
locais de formação (ULF) no
Algarve, em Vila Real de Santo
António e Monchique.
A criação das ULF no Algarve pretende dar resposta às
necessidades formativas dos
bombeiros da região, colmatando a inexistência de infraestruturas específicas e minimizando deslocações aos
centros de formação da ENB.
Esta descentralização permitirá rentabilizar a formação mi-
nistrada, com menores custos
para todos os bombeiros algarvios no processo formativo.
Por outro lado, os operacionais
beneficiarão de horários mais
compatíveis com as suas atividades profissionais, um fator
importante se considerarmos
que a maioria dos soldados da
paz dedica-se voluntariamente
às missões de proteção e socorro.
A instalação das ULF é sustentada por uma parceria estabelecida entre a ENB, os municípios de Castro Marim, Mon-
chique e Vila Real de Santo
António, as Associações Humanitárias dos Bombeiros Voluntários (AHBV) de Vila Real de
Santo António e Monchique, e
a Federação dos Bombeiros do
Algarve.
As ULF vão funcionar nas
PORTO
BEATO
O
Operacional oferece ambulância
s Bombeiros Voluntários
de Beato, Lisboa, acabam de receber a oferta de
uma ambulância de socorro
oferecida por um elemento
do próprio corpo de bombeiros, o chefe António Gentil
Martins.
A iniciativa foi muito bem
recebida por todos os elementos do corpo de bombeiros, pelo comando e pelos órgãos sociais tendo em
conta, não só as necessidades conhecidas de novas viaturas, nomeadamente
ambulâncias, mas também o esforço
colectivo ali em curso para o relançamento da própria instituição.
O presidente da direção, José António
Nunes, e o comandante, Mário Ribeiro, não escondem a
satisfação pela oferta, que
agradecem em nome de todos.
Os Voluntários de Betão,
conforme testemunhámos na
reportagem inserida na nossa
edição de Novembro último,
estão a lutar denodadamente
pela sobrevivência, requalificando a sua
própria estrutura e desenvolvendo todos
os contactos que lhes permitam vir a
dispor de um quartel digno desse nome.
O
Associação
quer museu
antigo quartel Rodolfo
d’Araújo, na Rua Fernandes
Tomás, que os Voluntários Portuenses deixaram devoluto há
mais de 20 anos, poderá vir a
acolher um museu da instituição, essa esse é pelo menos o
desejo da direção.
Em comunicado fonte da associação explica que, no entanto, essa intenção esbarra na falta de verbas para aquisição do imóvel, ainda assim o presidente da direção não desiste do projeto
“contando com o apoio de cidadãos a fim de transformar o antigo
quartel num espaço museológico”.
28
JANEIRO 2014
ALBERGARIA-A-VELHA
O
SALVAMENTO EM
Pronta intervenção em incêndio urbano
s Bombeiros de Albergaria-a-Velha foram alertados
para uma ocorrência de incêndio numa habitação com possíveis vítimas, na Rua da Carvoeira.
Ao chegar ao local, a guarnição da primeira viatura deparou-se com uma das divisões da
habitação em chamas. Na intervenção imediata permitiu confinar as chamas a esse espaço
mas o produto da combustão
propagou-se pelo resto da habitação obrigando, além da operação de extinção, a trabalhos
de ventilação que se prolongaram.
Este incêndio registou uma
vítima do sexo feminino, com
cerca de 40 anos, que foi transportada para o Centro Hospital
do Baixo Vouga Aveiro, devido a
intoxicação por inalação de
fumo.
A habitação ficou sem condições imediatas de habitabilidade, tendo a Proteção Civil Municipal organizado o realojamento
da família em causa.
No local, estiveram os Bom-
“Não é apenas
Carlos Vítor Martins é, por estes dias, o homem de quem se fala.
O bombeiro herói de Paredes “devolveu
a vida” a uma mulher de 32 anos que,
acidentalmente, caíu a um poço,
em Cristelo, no passado dia 15
de dezembro.
O voluntário arriscou a vida numa
complexa operação de resgate, mas
assegura que este foi “o aspeto mais
positivo” da carreira de bombeiro, mas
também um estímulo para se manter
fiel ao compromisso que assumiu há
16 anos, quando ousou realizar
um sonho de menino,
ingressando nas fileiras
dos soldados da paz.
beiros de Albergaria-a-Velha
com os veículos de intervenção
VECI-15, VTTU-20, ABSC-03 e
VCOT-28, num total de 11 operacionais, assim como a GNR e
a Proteção Civil Municipal.
PÓVOA DE SANTA IRIA
Menina nasce em ambulância
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
N
O
s Voluntários da Póvoa de Santa Iria, Vila
Franca de Xira, protagonizaram mais um parto realizado nas ambulâncias dos bombeiros.
Não obstante, este fenómeno tender a tornar-se rotina não deixa, sempre, de ser um acontecimento festivo para os bombeiros, não só pela demonstração inequívoca de competência que isso
traduz, mas também pela alegria que transmite
aos próprios bombeiros-parteiros, aos seus companheiros do corpo de bombeiro e ao comando.
Desta feita, no dia 11 transacto os Bombeiros
da Póvoa de Santa Iria foram alertados pelas
23h30 para uma situação que poderia implicar
parto eminente. E assim aconteceu com mais
uma menina nascida numa das ambulâncias de
socorro da Associação.
Os seus autores, o subchefe Eugénio Silva e o
bombeiro de 2.ª Ivan Costa, demonstraram bem
ser conhecedores da matéria. Conforme nos informaram, mãe e filha encontram-se bem e,
como demonstração da sua felicidade e do reconhecimento aos bombeiros, a primeira autorizou
desde logo a publicação da foto que reproduzimos.
EM INÍCIO DE ANO
O
Dois casos bem-sucedidos
s Bombeiros de Albergaria-a-Velha não podiam ter entrado de melhor forma no ano
2014. No passado dia 2 foram solicitados para
uma “doença súbita” no posto médico da Vila de
Angeja, que veio a dar origem a uma paragem
cardiorrespiratória numa vítima do sexo masculino com cerca de 80 anos.
Ao chegar ao local, os bombeiros Reinaldo Pedreira e Sidério Ferreira, iniciaram de imediato as
manobras de suporte básico de vida durante 20
minutos, continuando as manobras de suporte
avançado de vida com a chegada da Viatura Médica de Emergência e Reanimação de Aveiro, utilizando o Desfibrilador Autónomo Externo com
sucesso, ou seja, revertendo a paragem. Depois
de estabilizada a vítima foi transportada para o
CHBV de Aveiro.
Como não existe uma sem duas, no mesmo
dia, foram solicitados para outra paragem cardiorrespiratória, desta vez em Calvães, freguesia
de Alquerubim. Tratou-se de uma vítima do sexo
feminino com cerca de 92 anos. Para o local deslocaram-se os bombeiros Aurélio Ribeiro e Júlio
Figueiredo, simultaneamente com a SIV de Águeda. A vítima foi sujeita a manobras de suporte
básico de vida durante 12 minutos e, também
com o auxílio do DAE, a paragem cardiorrespiratória foi revertida com sucesso. Depois de estabilizada, a vítima foi transportada para o CHBV de
Águeda.
“Sensação do dever cumprido” foram estas as
palavras com que os socorristas descreveram o
seu sentimento.
Segundo fonte dos Bombeiros de Albergaria,
estes casos são pouco frequentes sendo o sucesso inferior a 10 por cento. Mas, no entanto, como
ficou demonstrado no passado “temos no nosso
concelho duas situações identificadas, que sofreram este tipo de acidente em 2007, e que ainda
hoje levam uma vida normal e sem problemas”.
esse domingo 15, de um
dezembro frio, Carlos Vítor Martins não estava de
serviço nos Bombeiros de Paredes, mas, cumprindo uma espécie de “ritual” antigo, lá foi ao
quartel beber um café e “trocar
dois dedos de conversa”, com
os amigos, fazendo tempo para
o tradicional almoço em família.
Contudo, os planos de Carlos
Vítor caíram por terra ao soar
do alarme com um pedido de
socorro “foi só vestir a farda e
entrar viatura de desencarcera-
mento”. Estava escrito que o
seu “destino” se iria cruzar com
o de Carla Neves, da mesma
forma que o convívio familiar
iria uma vez mais ser adiado,
afinal havia uma vida para salvar.
Uma mulher de 32 anos nos
afazeres diários numa antiga
propriedade rural em Cristelo
teria, acidentalmente, caído a
um poço e a sua vida estava
agora nas mãos dos bravos 12,
42, 112, 111 e 126 dos Bombeiros de Paredes.
Nos escassos quilómetros
que separam o quartel do teatro de operações, a equipa delineou a estratégia de resgate e
acordou que seria Carlos “até
porque era um dos mais velhos”
a descer ao poço. Quando chegaram ao local, e depois de
avaliada a situação, decidiram
lançar uma escada de corda até
porque a vítima, mesmo depois
de uma queda de cerca de 10
metros se encontrava, aparentemente, bem. “Tinha apenas
frio e o pé direito dormente”,
conforme confidenciou Carla
Neves ao jornal Bombeiros de
Portugal.
“Falei com a vítima. Comecei
por lhe perguntar o nome e disse-lhe para se manter calma
que eu em cinco minutos estava
junto dela e em 10 já estaríamos os dois cá fora, sãos e salvos”, conta Carlos Vitor.
“O senhor Vitor falou e transmitiu-me calma, serenidade.
Percebi que era uma pessoa
muito metódica mas muito afável”. revela Carla Neves, ainda
incrédula com acidente.
“Vou ao poço milhentas vezes, já moro nesta casa há cerca de 20 anos… Por norma a
bomba do poço é ligada no exterior, mas nessa manhã decidi
acelerar o processo, então fui lá
dentro, liguei o depósito… uma
das tábuas partiu e eu caí lá
para baixo.”
A jovem conta ainda que, durante longos minutos, tentou
sair daquele “sepulcro” pelos
próprios meios, mas rapidamente percebeu que apenas
com uma corda não iria conseguir, até porque a fratura no pé
direito não lhe permitia grandes
esforços. Carla terá estado cerca de meia hora mergulhada na
água gelada, até que a irmã
deu conta do sucedido e acionou os meios de socorro.
Mário Luís Mendes Silva passa-
29
JANEIRO 2014
PAREDES
o toque da sirene que nos chama”
va junto à casa e percebeu a aflição da irmã de Carla, então dirigiu-se ao poço e tentou acalmá-la.
“Estava tão nervoso que nem
consegui ligar para os bombeiros,
liguei ao Carlos Vítor que me disse que os meios estavam a chegar”, refere esta testemunha,
empresário no ramo do mobiliário
e patrão deste bombeiro voluntário.
“Ele já era considerado um herói lá na empresa”, revela orgulhoso Mário Silva, assegurando
ter enorme respeito pela atividade dos bombeiros.
“Apoio estes homens como
posso, aliás já cheguei a levar o
Vítor para os incêndios no meu
carro e sempre que me é solicitado liberto-o dos seus afazeres na
empresa para que possa cumprir
a sua missão enquanto bombeiro”, adianta.
Bem, de regresso o Cristelo e à
manhã de 15 de dezembro, importa referir que o “12” iniciou a
descida, tentando superar os inúmeros obstáculos de um espaço
confinado e contrariar todas as
adversidades, optando pela utili-
zação de um cinto conjugado
para resgatar Carla, entretanto já
a acusar os efeitos de hipotermia.
“Com calma, a senhora lá se
segurou à escada, consegui colocar-lhe o cinto conjugado e depois, necessariamente, devagar
foi possível retirá-la do poço” revela o nosso interlocutor, dando
conta que a operação “terá demorado cerca de 20 minutos”.
“Foi tudo muito rápido”, garante a vítima que não obstante a
aparatosa queda, o medo de
morrer afogada, “apenas” fraturou o pé direito e sofreu pequenas escoriações na perna esquerda. Fala de “interceção divina”
que a amparou na queda e que
depois lhe enviou pessoas como
Carlos Vitor que apelida carinhosamente de “o meu Salvador”.
“Este caso foi o que mais marcou, tudo acabou bem. Terá sido
o aspeto mais positivo da minha
carreira de bombeiro”, revela o
bombeiro de 1.ª.
Registe-se que nesta operação
tudo podia ter corrido mal. Quando a irmã da vítima ligou para o
112, o Centro de Orientação de
Doentes Urgentes (CODU) mobilizou para o local apenas os meios
da Cruz Vermelha, ou seja uma
C
ambulância e uma tripulação sem
equipamento para proceder ao
resgate. Felizmente, valeu a
prontidão dos Voluntários de Paredes.
Ainda assim, esta é uma história com final feliz. Carla Neves foi
transportada ao Centro Hospitalar de Vale do Sousa, por uma
ambulância dos Voluntários de
Paredes e, horas depois, estava
já no conforto do lar.
“Não me sinto um herói…. Sinto-me bem… são situações como
estas que provam que não é ape-
nas o toque da sirene que nos
chama”, confidencia o jovem
bombeiro que quando questionado sobre o que a família pensa,
sorri a atira:
“Acho que ficaram orgulhosos
mas, naquele dia 15 de dezembro
não me livrei de ouvir umas
quantas coisas por ter chegado
atrasado ao almoço de família”.
É assim vida de bombeiro!
Perfil de um herói
ontrariando a vontade
dos pais, Carlos Vítor
Martins ingressou aos 16
anos nos Bombeiros Voluntários de Paredes, com
mais de meia centena de
outros jovens, numa escola que garantiu cerca de
30 novos elementos ao
corpo ativo, uma “boa colheita” garante o herói de
Paredes.
Divide o dia entre o emprego na empresa de mobiliário, o voluntariado no quartel e a família que lá se vai conformando com o facto Carlos “passar os dias nos
bombeiros”.
Entende a crítica, aliás sabe bem como é
difícil aos familiares aceitarem o que apelida
de “vício”, mas, garante, que esta é uma dependência para toda a vida.
Fala dos laços criados mas, sobretudo, do
orgulho que sente por cada um dos elementos
que integram este efetivo
de elite, todos “muito profissionais, bem preparados e formados”.
A propósito desta última missão afirma “este,
como todos os outros, foi
um trabalho de equipa”.
“Eu só desci ao poço,
mas na verdade foram outros que puxaram a senhora para cima, que a
retiraram do poço. Nesta
casa qualquer um era capaz de o fazer, tinha
capacidade e formação para isso”, sublinha.
Voluntário sempre presente no corpo ativo,
Carlos Vítor também é um dos responsáveis
pela reativação da fanfarra, que desde 2002,
abrilhanta todos os eventos da instituição.
Dirigido por Paulo Freitas o grupo conta,
atualmente, com 26 elementos, entre eles
este seu impulsionador, um distinto trompetista.
30
JANEIRO 2014
OVAR
Em tempo de crise “parar
A força e a firme determinação em servir o próximo que, em 1896,
conduziram à criação da Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Ovar, não se perderam na voragem do tempo. Hoje,
como ontem, dirigentes e operacionais continuam a cumprir a sua
missão com energia e entrega, honrando os pergaminhos desta
vetusta instituição.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
ainda que “com orçamentos
mais curtos”.
As novas regras impostas
pela tutela ao serviço de transporte programado de doentes,
prestado pelos corpos de bombeiros, criaram graves problemas de liquidez às tesourarias
das associações, mas a situação parece “estar estabilizada”.
“Depois de cortes drásticas, o
hospital de Ovar tem mantido o
número serviços”, refere Dinocrato Formigal, que não esconde receios, tendo em conta não
existirem “quaisquer garantias
de continuidade”.
Apesar de tudo, no quartel de
Ovar “não houve despedimentos, foi possível manter os 17
postos de trabalho, incluindo o
pessoal afeto ao transporte de
doentes”, afiança Manuel Gaspar Valente, vice-presidente da
instituição.
O ano de 2014 tem como
I CEUEMPIC
C U R S O D E E X T E N S Ã O U N I V E R S I TÁ R I A
EM EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO CIVIL
28 DE FEVEREIRO DE 2014
Coordenação:
Prof. Doutor Jorge Bacelar Gouveia e Dr. Duarte Caldeira
Calendário:
Fevereiro-Julho de 2014 – Início a 28 de Fevereiro de 2014
Carga horária:
180 horas letivas; 10 horas de visitas; 10 horas de exercícios
Horário:
Sextas (18h00-21h00) e Sábados (10h00-13h00/14h00-17h00)
Creditação:
42 ECTS, com avaliação por teste em cada UC
UNI DA DE S C UR R I C UL A R E S ( UC)
1ª UC DIREITO DA PROTEÇÃO CIVIL:
PROF. DOUTOR JORGE BACELAR GOUVEIA (18H)
2ª UC: DIREITO HUMANITÁRIO:
PROF.ª DOUTORA HELENA PEREIRA DE MELO (18H)
3ª UC: SOCIOLOGIA DA EMERGÊNCIA:
PROF. DOUTOR ANTÓNIO DUARTE AMARO (18H)
4ª UC: SUPORTE À DECISÃO:
MESTRE ARTUR GOMES (21H)
5ª UC: RISCOS E VULNERABILIDADES:
MESTRE ISABEL SANTOS (21H)
6ª UC: SAÚDE PÚBLICA:
MESTRE BÁRBARA MATEUS (18)
7ª UC: LOGÍSTICA:
CORONEL LUÍS PATO (18)
8ª UC: GESTÃO DE EMERGÊNCIA:
DR. DUARTE CALDEIRA (30H)
9ª UC: GESTÃO DE CRISE:
MESTRE ARTUR GOMES (18H)
Preço:
1200 euros, pagos em três prestações
Inscrições:
on line, no site da Nova Direito – www.fd.unl.pt
até 19 de Fevereiro de 2014
prioridade satisfazer algumas
das solicitações do comandante
Carlos Borges, nomeadamente
o “re-equipamento das viaturas
socorro” e a formação do pessoal, investimentos que o responsável operacional, considera
importantes para manter a qualidade da resposta dada às populações.
“Temos que garantir condições aos utentes e um serviço
mais eficaz”, defende o comandante. Por outro lado, Carlos
Borges dá conta de preocupações em matéria de equipamento de proteção individual
defendendo que os bombeiros
“deveriam estar em pé de igualdade com outras forças que intervêm em cenários de incêndios”, o que, para já, não passa
de uma legítima aspiração, não
obstante as avultadas verbas
gastas pelas associações na
aquisição de fardamento.
O parque de viaturas responde às necessidades do corpo de
bombeiros e às exigências de
uma vasta e diferenciada área
de intervenção, assegura o comandante, afiançando que “esta
direção acompanhou a evolução, também na aquisição de
veículos, mas sempre tendo em
atenção a polivalência que permita a rentabilização de meios”.
A pouco e pouco, na medida
do possível, a associação tem,
ainda, apostado na requalificação das instalações, nomeadamente com a recente aquisição
de um terreno contíguo ao
quartel que permitiu ampliar e
renovar o parque de viaturas.
Mas, o presidente da direção
considera que o futuro próximo
ditará obras de maior envergadura.
“O edifício tem 20 anos, mas
apresenta vários problemas,
nomeadamente
infiltrações”,
revela Dinocrato Formigal, considerando mesmo a hipótese de
construção de um novo quartel,
tendo em conta os avultados
custos de intervenções tão profundas e complexas.
Contudo, este é, por agora,
um projeto adiado, enquanto
outros avançam, designadamente a instalação de painéis
solares e fotovoltaicos, que permite poupanças nos consumos,
mas também alguns proventos
para a associação.
Numa política de proximidade com a comunidade, os Voluntários de Ovar voltam-se
para as campanhas de angariação de associados, enquanto
tentam reatar relações institucionais com as empresas da região, na tentativa de assegurar
alguns apoios, que têm como
contrapartida formação, treinos
e simulacros nessas unidades.
“O parque industrial, situado
na nossa área de intervenção,
merece-nos uma atenção constante, e ainda que as empresas
estejam bem equipadas e invistam em segurança, importa
GAIA
I N S T I T U T O
O
peso da história não trava o ímpeto de modernização e de adaptação a
novas realidades, pelo menos
nos Bombeiros de Ovar, não
obstante a conjuntura económica desfavorável aconselhar prudência e muitas cautelas.
“Enfim, todos sabemos o que
se passa, que a situação não
está fácil” diz Dinocrato Formigal, presidente da instituição ao
jornal Bombeiros de Portugal,
para depois valorizar o trabalho
de equipa e, sobretudo, “o
apoio do conselho fiscal, no
controlo das despesas”, um
contributo que considera essencial para a “saúde financeira da
associação”.
Consciente de que “parar é
morrer”, o dirigente defende,
contudo, “contenção no investimento”, para que nesta fase
mais complicada, seja possível
saldar todos os compromissos,
A
Câmara Municipal de Vila
Nova de Gaia atribuiu subsídios no valor de 330 mil euros às seis associações humanitárias de bombeiros Voluntários do concelho. Cada uma
delas, da Aguda, Avintes, Carvalhos, Coimbrões, Crestuma
e Valadares vão receber 55 mil
euros cada para aquisição de
equipamentos e mobiliário e
para a realização de obras nas
instalações.
Ao justificar a opção orçamental de apostar nas áreas
da educação e ação social, o
presidente
da
edilidade,
Eduardo Vitor Rodrigues, sublinhou que “basta olhar para
a maioria das associações humanitárias para perceber que,
hoje em dia, elas têm uma
área de intervenção que as
Autarquia atribui
transforma numa espécie de
IPSS, dado que ultrapassam
largamente o seu trabalho tradicional”. O presidente anunciou, a propósito, que a Câmara Municipal agiu, entretanto,
judicialmente contra as grandes empresas que se recusaram a pagar a taxa municipal
de proteção civil, cujo volume
global - relativo a três anos de
cobrança - ascende já a um
milhão de euros.
Quanto aos bombeiros sapadores, o presidente da Câ-
mara de Gaia anunciou que
pretende apostar fortemente
na melhoria das condições de
trabalho daqueles profissionais.
Por outro lado, segundo
Eduardo Rodrigues, “é inconcebível que uma escada magirus esteja parada por falta de
manutenção, ou que os carros
estejam parados por falta de
arranjo”.
A autarquia pretende ainda
aproximar a comunidade das
associações humanitárias de
bombeiros. Está em estudo a
criação de benefícios em faturas da água ou no pagamento
de taxas municipais, mediante
a inscrição dos cidadãos como
sócios das referidas associações. “É uma espécie de ato
simbólico mas que julgamos
ser de extrema importância.
Para além dos benefícios associados, transmitimos uma
mensagem muito forte de sensibilização em relação ao papel
dos bombeiros”, salientou
Eduardo Vítor Rodrigues.
31
JANEIRO 2014
VILA REAL
A
testar a articulação e a eficácia
de meios”, defende Carlos Borges.
A Câmara Municipal de Ovar
tem mantido a parceria com os
quatro corpos de bombeiros do
município.
“Apesar das restrições e cortes noutras áreas, a autarquia
tem cumprido o protocolo as
associações de bombeiros”, diz
Dinocrato Formigal, dando conta, no entanto, que nos últimos
dois anos a comparticipação
destinada ao investimento tem
vindo a ser reduzida, comprometendo alguns dos projetos
destas instituições.
“Teremos que rever esta situação”, diz o comandante re-
velando que pode estar comprometida a ação de vigilância e
socorro nas praias assumida
pelo corpo de bombeiros.
“Há anos que dois operacionais durante todo o dia, nos
três meses de verão, zelam
pela segurança dos banhistas,
uma iniciativa que tem custos
elevados que, sem apoios, são
difíceis de comportar”, adianta
o dirigente associativo que pondera “redimensionar este serviço”, que, já próxima época balnear, poderá apenas ser garantido ao fim de semana.
Mais de oito dezenas de operacionais integram as fileiras
dos Bombeiros de Ovar, um número que confirma a vitalidade
do movimento associativo e voluntário, que vai assegurando a
entrada de novos elementos,
“juventude com muitas capacidades e vontade de aprender”,
que afinal são garantia de futuro desta associação que no próximo mês de maio assinala 118
anos existência.
Conforme faz questão de
destacar o comandante Gomes
da Costa, presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito
de Aveiro, no quartel dos Voluntários de Ovar dias após dia é
cumprida a máxima que une as
26 associações humanitárias do
distrito: “todos somos um só,
para melhor servir a todos”..
apoios aos voluntários
A assinatura dos protocolos
pretendeu também tranquilizar as associações e garantir
um melhor planeamento das
suas atividades para 2014.
“Queremos colaborar ativamente com os bombeiros voluntários, sempre numa lógica
de parceria e proximidade”,
esclareceu José Guilherme
Aguiar, Vereador da Proteção
Civil.
As verbas disponibilizadas
pelos protocolos são caso único no distrito do Porto, e foram
definidas para as necessidades
de cada associação humanitária em particular.
“No fundo são verbas que ficam sempre ao serviço da comunidade. Caso a caso, podem inclusivamente ser alargadas para outros investimentos”, salientou o comandante
José Miranda, presidente da
Federação dos Bombeiros do
Distrito do Porto.
s comemorações dos 117.
anos dos Bombeiros Salvação Pública e Cruz Branca de
Vila Real arrancaram na noite de
6 janeiro com uma cerimónia visou relembrar a simbologia de
mais um aniversário, afinal o
primeiro após a inauguração do
novo Quartel Moraes Serrão.
No dia 12 de janeiro as celebrações prosseguiram com o
tradicional hastear da bandeira
e a apresentação da formatura
do corpo ativo aos órgãos sociais, e entidades convidadas. A
sessão contemplou ainda a romagem aos cemitérios Santa
Iria e São Dinis, evocativa dos
bombeiros falecidos.
O desfile apeado pelas principais artérias da cidade teve início junto ao edifício que por
mais de quatro décadas albergou a associação, o quartel
Arantes de Oliveira, com passagem e paragem obrigatória, no
Largo do Pioledo, junto ao Monumento do Bombeiro.
Do programa destaque ainda
para a celebração religiosa na
Capela Nova e a bênção de uma
viatura (VTTF), apadrinhada
pelo ex-comandante Álvaro Ribeiro, e de um Unimog U 100,
equipado para o combate a incêndios florestais, restaurado
pelos bombeiros da Cruz Branca.
A cerimónia prosseguiu junto
aos paços do concelho com a
apresentação de cumprimentos
à Câmara Municipal de Vila
Real.
As comemorações encerraram com um almoço convívio
oferecido pelo Hotel Miracorgo e
que reuniu corpo ativo, dirigentes, associados e convidados,
SERPINS
A
Inaugurado veículo florestal
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de
Serpins comemorou 18.º aniversário com a inauguração de
um veículo florestal de combate
a incêndios.
Após a formatura do corpo
ativo ladeada por cadetes e infantes teve início a sessão solene, no decorrer da qual o presidente da direção Fernando Carvalho falou da estabilidade financeira que a associação
atravessa, graças a uma gestão
atenta às reais necessidades do
corpo de bombeiros e que permitiu a aquisição do novo veículo, totalmente custeado pela
associação.
Por sua vez, o comandante
Rui Costa destacou a importância da união entre todos para
que seja possível continuar a
construir uma casa coesa e
equilibrada, sinal disso foi a
chegada da viatura que vem
preencher uma lacuna há muito
sentida, permitindo aos operacionais darem uma resposta
ampliada às intervenções numa
zona densamente florestal. Este
responsável terminou a sua intervenção com elogios e agradecimentos aos bombeiros e
seus familiares.
Na ocasião, foi ainda apresentada a viatura plataforma
recentemente recuperada.
No final da cerimónia, os jovens bombeiros realizaram
exercícios de combate a incêndios florestais e de emergência
pré-hospitalar, numa ação
acompanhada pelo presidente
da Câmara Municipal da Lousã,
Luís Antunes e por alguns vereadores.
Sérgio Santos
Foto: BVSerpins
é morrer”
Cruz Branca celebra 117.º aniversário
32
JANEIRO 2014
CACILHAS
Fotos: Marques Valentim
Fénix de honra no aniversário
A
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de
Cacilhas passa a ostentar no
seu estandarte a Fénix de Honra da Liga dos Bombeiros Portugueses (LBP). A atribuição desta distinção ocorreu no âmbito
das comemorações do 123.º
aniversário da instituição. A colocação da medalha no estandarte, a convite do representante da LBP, foi feita pelo novo
presidente da Câmara Municipal
de Almada, Joaquim Judas, em
dia de estreia em cerimónias de
bombeiros.
Durante a sessão solene que
se seguiu foram entregues diplomas de sócios honorários ao
presidente da Assembleia Municipal, José Manuel Maia, e à antiga presidente da Câmara, Maria Emília de Sousa, e diplomas
de agradecimento a diversas
entidades e empresas locais.
A Associação distinguiu também diversos elementos com a
medalha de assiduidade de 20
anos. Foram eles, o comandante
Miguel Silva, os chefes João
Paulo Jesus, Armando Oliveira e
José Manuel Moutinho, os subchefes Hugo Silva, Florival Mestre, Bruno Pinto, António Dominguinhos, Paulo Carretas,
Luís Graça e Pedro Silva, os
bombeiros de 1ª Alberto Duarte
e Jorge Albernaz, os bombeiros
de 2ª Luís Dias, Rui Tavares,
Fernando Pereira, Nuno Fonseca, Francisco Ramos, Raul Pinto,
Carlos Guerra e Pedro Miguel, os
bombeiros de 3ª José Manuel
Machado, Luís Gil, Fernando Nobre, Manuel Dias, Eduardo Alves, Fernando Figueiras, David
Pereira (sup), José Borges
(sup), e ainda os dirigentes Jorge Durão e Ernesto Santos.
No capítulo das promoções,
subiram a 1.ª, o Tiago Lopes e
o Fernando Pereira, a 2.ª, Ana
Rita Germano, André Santos,
João Miguel Lopes, Elisa Lisboa
e Paulo Surgy. Por fim, de estagiários a bombeiros de 3.ª fo-
ram promovidos, Paulo Nobre,
Paulo Reis, Filipe Cabral, Nuno
Oliveira, Ricardo Nova, Mussa
Balde, João Henrique Sousa,
Ana Marques, Daniela Silva e
Ângelo Ventura.
A sessão solene, presidida
pelo presidente da Câmara Municipal de Almada e dirigida
pelo presidente da assembleia-geral, Lourenço Batista, contou com as presenças do vice-presidente da LBP, Rui Rama
da Silva, do presidente da Fe-
deração de Bombeiros do Distrito de Setúbal, Eduardo Correia, pela comandante distrital
da ANPC, Patrícia Gaspar, pelo
vice-presidente da Reviver
Mais, comandante França de
Sousa, e outros dirigentes e comandos de associações congéneres, anfitreados pelo comandante Miguel Silva, pelo presidente da direção, comandante
Clemente Mitra, e por todos os
restantes elementos do comando e órgãos sociais.
As comemorações do 123.º
aniversário dos Voluntários de
Cacilhas tiveram início a 7 de
janeiro último, com uma sessão de quartel aberto, na sede
e na Costa da Caparica. No dia
11 ocorreu um seminário muito participado alusivo à “Gestão de Grandes Sinistros”. Seguiu-se, no dia 15, o hastear
das bandeiras e, no final do
dia, a partilha do bolo de aniversário, no dia 18, a romagem aos cemitérios de Azeitão
e Almada, a deposição de flores no Monumento ao Bombeiro e o almoço entre bombeiros,
órgãos sociais e funcionários.
No dia 22 realizou-se um simulacro de incêndio urbano na
Base Naval de Lisboa e no próximo dia 25 uma sessão de
dádiva de sangue promovida
pelo Grupo Benévolo dos BV
Cacilhas e um encontro da
“Velha Guarda”, seguido de almoço de confraternização entre todos.
VILA VERDE
Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de
Vila Verde, celebrou durante o
ano de 2013, o centenário da
fundação com vários eventos. O
programa de encerramento das
comemorações, arrancou em 21
de dezembro do ano findo, com
um jantar de convívio da corporação em que foram distinguidos os ex-presidentes da Câmara Municipal e o atual, bem
como várias personalidades e
instituições, a quem foi atribuído a medalha e diploma de sócios beneméritos e honorários.
No dia 22 ocorreu a cerimónia
presidida pelo ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, e que contou com a presença do presidente da Liga dos
Bombeiros Portugueses, comandante Jaime Marta Soares,
do representante da ANPC, do
comandante do Regimento da
Cavalaria n.º 6, sediado em Braga, do eurodeputado José Manuel Fernandes, do comandante
distrital, Hercílio Campos, e do
segundo comandante de operações de socorro do distrito de
Braga, dos presidentes da direção e comandantes dos corpos
de bombeiros do distrito de Braga.
De início, procedeu-se em parada, à condecoração de 36
bombeiros com medalhas de assiduidade.
Fotos: Fotofelicidade
A
Comemorados 100 anos de serviço
No salão nobre, o ministro da
Administração Interna condecorou o estandarte da Associação
com a medalha de mérito, de
proteção e socorro, no grau
ouro e distintivo azul. O presidente da Liga dos Bombeiros
Portugueses, comandante Jaime
Marta Soares, procedeu também à condecoração do estandarte com a Fénix de Honra.
Iniciadas as intervenções, o
presidente da direção, Carlos
Braga, recordou alguns dos momentos altos da história da instituição centenária.
O comandante Marta Soares
lembrou aos presentes que “os
soldados da paz não negligenciam a vida humana”. Por isso
“não pode ser posta em causa a
sua honorabilidade”, afirmou em
tom crítico dirigido aos que, recentemente, apontaram “falhas
humanas”, nas mortes verificadas, no verão, no combate aos
incêndios, defendendo que a
“história do concelho deve estar
interligada com a vida destas
instituições que procura dar
uma melhor qualidade de vida
aos seus concidadãos”.
Seguidamente usou da palavra o presidente do município
de Vila Verde, António Vilela,
enaltecendo esta Instituição
com exemplo a seguir no concelho de Vila Verde anunciando o
empenhamento da edilidade na
concessão de incentivos municipais ao voluntariado do corpo
ativo. Assim, aqueles que tenham dois ou mais anos de serviço como voluntários e que tenham excedido em pelo menos
150 horas, o número anual exigível, passam a dispor de isenção de taxas de construção e de
ligação às redes de águas e saneamento, acesso ao valor máximo da bolsa de estudo para os
voluntários que estudam no ensino superior, acesso gratuito
aos equipamentos municipais,
de cultura, lazer e desporto.
Por fim, no uso da palavra o
ministro Miguel Macedo, anunciou que haverá um “reforço no
investimento para aquisição de
equipamento de proteção individual dos bombeiros, bem como
a breve prazo, a reposição das
viaturas perdidas nos incêndios
do passado verão”, tendo ainda
assegurado o seu “total empenho” para que as obras da ampliação do quartel da corporação
sejam “concluídas já nos próximos meses”.
No final de sessão solene realizou-se o desfile apeado e motorizado de todos os corpos de
bombeiros do distrito de Braga.
33
JANEIRO 2014
GAVIÃO
Aniversário “irrepetível”
O
s Bombeiros Municipais de Gavião
comemoraram no passado mês
de dezembro o 66.º aniversário num
ambiente de festa recrudescida. A
data é só por si um momento singular
para os operacionais de Gavião, no
entanto, este aniversário ficou marcado por momentos únicos.
Na tradicional cerimónia de entrega de condecorações, enfoque para a
distinção de Jorge Manuel Martins de
Jesus com crachá de ouro, da Liga
dos Bombeiros Portugueses. O ex-presidente da Câmara Municipal de
Gavião e por inerência, presidente da
direção dos bombeiros acompanhou e
decidiu em matérias fundamentais no
âmbito da atividade dos bombeiros,
contribuindo de forma premente para
a sua evolução nos dezoito anos em
que foi presidente.
Nesta festa comando e direção
apresentaram três novos equipamentos, um Veiculo de Salvamentos Es-
peciais (VSAE), um Veiculo Tanque
Tático Florestal (VTTF) e um atrelado
para o Grupo de Resgate e Salvamento em Grande Angulo. O montante total deste investimento ascendeu os
quinhentos mil euros, contudo, as
aquisições dos dois veículos só foram
possíveis graças à uma candidatura a
fundos do Quadro Comunitário de
Apoio.
Apesar de não ser surpresa para os
operacionais, a chegada destes equi-
pamentos ao quartel foi motivo de regozijo e grande emoção,, contribuindo para elevar a autoestima, a abnegação pela missão e o orgulho de integrar o efetivo dos Municipais de
Gavião.
Depois da apresentação os equipamentos foram benzidos no Largo
da Igreja, pelo pároco de Gavião,
após a tradicional missa de homenagem aos bombeiros. Na presença de
mais de uma centena de pessoas,
foram ainda descerradas as placas
de referência aos padrinhos de cada
veículo, dos quais de o comandante
do QH Joaquim Pereira, que deu o
seu nome ao VTTF. Registe-se ainda
que o VSAE recebeu como padrinho
o atual comandante, Francisco Felício Louro.
Segundo fonte do Comando “com
estes novos equipamentos os Municipais de Gavião deram mais um passo
na senda da eficiência operacional”.
VILA REAL
Cruz Verde assinala 123.º aniversário
N
um ano extremamente trágico para
os bombeiros de Portugal, a comemoração de 123 anos de existência de
uma Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários reveste-se de particular significado, ao lembrar todos
aqueles que partiram no cumprimento
de tão nobre missão que tem por lema
“vida por vida”. Entregaram as suas vidas para salvar muitas outras, não regatearam esforços, não olharam para
trás, não fugiram, seguiram em frente,
soldados da paz determinados em
apagar o fogo que pretendia ceifar vidas, consumir bens de uma vida, destruir e marcar a natureza num luto
profundo.
Como a «Fénix», pássaro lendário
da mitologia grega, que morria, mas
depois renascia das próprias cinzas,
um símbolo de força, da imortalidade e
do renascimento, assim são os nossos
Bombeiros de Portugal, a quem agora
se presta homenagem e sempre que
uma Associação Humanitária comemora mais um aniversário.
Na passagem dos 123 anos de missão, a Associação Humanitária dos
Bombeiros de Vila Real - Cruz Verde
prestou homenagem a todos os operacionais e, em particular, aos que servem a instituição e às suas famílias,
também aos diretores, associados,
amigos e beneméritos que tanto contribuem para se dotar o corpo de bombeiros com os meios necessários para
o cumprimento da missão. Nesta ocasião, foram ainda lembradas todas as
empresas, instituições, organismos
públicos civis, militares e religiosos
que de forma ativa e presente apoiam
a instituição.
O aniversário é um momento de homenagem, louvor, gratidão, engrande-
cimento da missão e do exemplo, também de memória por todos os que fundaram e serviram a instituição. É também o momento de balanço, de definir
novas etapas, abraçar novos desafios,
seguir por diante honrando a memória
dos que no longínquo primeiro de dezembro de 1890 aprovaram os estatutos da associação e daqueles que passado um mês, no primeiro de janeiro
de 1891, se apresentaram a toda a cidade de Vila Real. Desde aí e por mais
123 anos cumpre-se a tradição, os
Bombeiros Voluntários de Vila Real
saem à rua, apresentam-se à cidade,
renovando os votos de disponibilidade,
de voluntariado, de vontade, de querer
salvar, socorrer, de dar a “vida por
vida”.
As comemorações deste ano, para
além das referidas homenagens, da
festa de Natal para os filhos dos bom-
beiros e do jantar de aniversário, ficaram marcadas pelo batismo de uma
nova ambulância cuja madrinha foi Teresa Moreira, médica do Centro de
Saúde n.º 1 e ainda de uma viatura de
combate aos incêndios florestais apadrinhada por Francisco Alcino em representação da Junta de Freguesia de
S. Tomé do Castelo.
O tributo ao bombeiro, a celebração
de missa na igreja de S. Pedro, a visita
aos cemitérios da cidade para honrar a
memória de todos os que já partiram
e ainda a apresentação de votos ano
novo ao presidente da câmara e vereadores foram também momentos
marcantes do programa festivo, que
contemplou ainda o convívio que juntou bombeiros, associados, beneméritos, comando e dirigentes.
A finalizar, decorreu pelas ruas da
cidade o desfile noturno, De realçar,
mais uma vez, a brilhante participação
nas festividades do coro do e da fanfarra dos bombeiros.
Em época de balanços também importa relançar o futuro e nesse sentido
está previsto para o corrente ano a
construção do centro de instrução, infraestrutura considerada “vital” para a
formação dos bombeiros e para o
apoio a todos os organismos e empresas que necessitem formar quadros
nas áreas da segurança de instalações, equipamento e segurança pessoal.
Os Voluntários de Vila Real-Cruz
Verde preparam também para alargar
a oferta de cuidados de saúde no posto
médico da associação.
A formação dos bombeiros continuará a ser a grande aposta do comando,
bem como a eficácia e eficiência na
prestação de socorro à população.
34
JANEIRO 2014
AMADORA
Soldados da paz homenageados
A
s comemorações do 109.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários da Amadora ficaram marcadas pela homenagem e reconhecimento aos bombeiros, funcionários e associados.
A cerimónia realizada no dia 12 de janeiro contemplou a romagem ao cemitério local, a missa
solene seguida da colocação de uma coroa de flores no memorial dos bombeiros falecidos.
Já na sessão solene foram proferidas palavras
de agradecimento à prestação dos bombeiros da
cidade da Amadora. Com persistência, estratégia
e dinâmica tem sido possível, continuar a assegurar todos os meios e homens para as inúmeras
ocorrências para que são solicitados, referiu o comandante Mário Conde. A par dessa estratégia, a
presidente da direção, Maria Marques, manifestou-se satisfeita pela gestão financeira transpa-
rente da instituição que deixa os órgãos sociais
descansados. Contudo, a luta é diária na obtenção de receitas que garantam a estabilidade da
uma associação com de enorme dimensão.
No decorrer da cerimónia foram impostos louvores de dedicação e medalhas da Liga dos Bombeiros Portugueses e da instituição e emblemas
comemorativos, tanto a bombeiros como a associados.
Estiveram presentes nesta sessão a presidente
da Câmara Municipal da Amadora, Carla Tavares, o
presidente da LBP, comandante Jaime Marta Soares; o comandante distrital Carlos Mata, o comandante Pedro Araújo da Federação dos Bombeiros
do Distrito de Lisboa, bem como representantes de
instituições militares, polícia de segurança pública
e associações congéneres do concelho de Sintra.
Sérgio Santos
RIO MAIOR
Festas marcadas por distinções
A
distinção dos soldados da paz e de
associados beneméritos, constituiu
o ponto alto das comemorações do
121.º aniversário da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de
Rio Maior.
Com um vasto programa que incluiu, entre outras iniciativas, uma exposição dos veículos dos bombeiros
em várias zonas da cidade, a habitual
romagem ao cemitério e a sessão solene que encheu o salão nobre da instituição.
Após a atuação da fanfarra tiveram
início as intervenções com o presidente da direção Francisco Colaço e o comandante Paulo Cardoso a proferirem
palavras de agradecimento ao corpo
ativo, aos familiares dos bombeiros e à
autarquia de Rio Maior parcerias que
permitem valorizar a nobre e solidária
missão de salvar vidas e bens das comunidade.
A par de uma análise às questões financeiras e operacionais, a cerimónia
ficou marcada pela distinção dos homens e mulheres que servem ou
apoiam a instituição. Foram agraciados
ainda Célia Silva, na categoria de “recruta do ano 2012”, e Fábio Caetano
que, como bombeiro do ano, recebeu o
galardão “Comandante Dr. Eduardo
Agostinho”.
Foram ainda distinguidos a empresa
“Sumol+Compal”, o professor António
Júnior, José Pulquério e Afonso Tomás.
No final da cerimónia os convidados
puderam visitar o novo veiculo tanque
tático florestal (VTTF) e a auto-escada
carinhosamente apelidada de “Adele”.
Entre as entidades presentes destacam-se Isaura Morais, presidente da
Câmara Municipal de Rio Maior, o comandante Adelino Gomes da Liga dos
Bombeiros Portugueses, o comandante
distrital Mário Silvestre, o presidente da
federação dos bombeiros de Santarém,
Diamantino Duarte e representantes de
associações congéneres do distrito.
Sérgio Santos
CONDEIXA-A-NOVA
Foto: CMCondeixa-a-Nova
Autarca reforça apoios aos bombeiros
O
reforço das parcerias com
os bombeiros e com o mecanismo de apoio ao voluntariado marcaram a intervenção do
presidente da Câmara Municipal
de Condeixa-a-Nova nas comemorações do 36.º aniversário
dos bombeiros Voluntários daquela vila.
A cerimónia que contou com
uma imponente formatura do
corpo ativo foi seguida da bênção e inauguração de quatro
novos veículos, duas ambulâncias, um veiculo tanque e um
atrelado com um compressor.
“Uma maior otimização dos
serviços” é para o comandante
Fernando Gonçalves um dos
objetivos que começam a ser
cumpridos com a instalação de
um novo sistema informático.
A especificidade da formação
dos bombeiros face às realidades emergentes requer uma
atenção contínua, deste responsável que luta diariamente
pela qualidade do serviço prestado.
Daniel Costa, começou por
enaltecer o efetivo do quartel
dos Voluntários de Condeixa
para depois dar conta e valori-
zar os 220 mil euros de investimento da associação na inovação e modernização.
Face a um aumento de serviços e à crescente complexidade
da logística operacional surge a
necessidade de efetuar ajustamentos no quartel que passam
pela ampliação, uma necessidade que o autarca Nuno Moita se
compromete a resolver até ao
final do mandato, garantindo
que “as obras serão uma realidade”.
O anfiteatro encheu-se de
convidados que assistiram à entrega de distinções e louvores
aos bombeiros por vários anos
de serviço e à promoção de
bombeiros de 3.ª, 1.ª, subchefes e chefes.
Marcam presença na cerimó-
nia Nuno Moita, presidente da
Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, o comandante distrital
Carlos Luís, o comandante António Simões, presidente da federação dos bombeiros de
Coimbra, representantes da
Guarda Nacional Republicana e
de associações congéneres do
distrito.
Sérgio Santos
35
JANEIRO 2014
LOUROSA
PAREDES DE COURA
Comandante toma posse
Primeira mulher presidente
A
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
Paredes de Coura elegeu pela primeira vez uma mulher
para presidente da direção. A eleita, Iolanda Pereira, apesar
da novidade sublinha que “espero que o meu mandato não
seja apenas conhecido por isso mas pelas obras que consiga
fazer”. Os novos órgãos sociais contam ainda com mais quatro mulheres, uma na assembleia-geral, mais duas na direção e uma como suplente do conselho fiscal.
Iolanda Pereira preside à direção composta, ainda, com o
vice, José Manuel Alves, a tesoureira Maria da Conceição Alves, a secretária Lúcia Barbosa, o secretário adjunto Paulo
Castro, e os vogais, Carlos Barbosa (1.º) e José Filipe Esteves (2.º). Os suplentes são, José Cândido Nogueira, Osvaldo
Machado e Carlos Peixoto.
A assembleia-geral é presidida por João Paulo Alves, tendo, como vice, Manuel Veiga, e como secretária, Luísa Castro.
No conselho fiscal, a presidência cabe a Adão Braga, a vice-presidência a Maximiano Costa e a função de secretário
relator a Alcides Barreiro. Como suplente figura Amaro Almeida e Paula Sousa.
J
osé Carlos Baptista Pinto assumiu no passado dia 08 de Dezembro as funções de comandante dos Bombeiros de Lourosa, tendo
recebido as insígnias do presidente da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Lourosa, Joaquim Cardoso e pelo ex-Comandante Operacional Distrital de Aveiro, António Machado.
O novo responsável operacional dos Voluntários de Lourosa nasceu em 24 de agosto de 1977 e ingressou neste corpo de bombeiros a 26 de novembro de 1991 como cadete. Bombeiro de carreira,
com a categoria de subchefe, José Carlos Baptista Pinto, exercia o
cargo de 2.º comandante desde 2008 e de comandante em regime
de substituição desde o dia 11 de julho de 2011. Do seu cadastro
figuram um conjunto alargado de formações e de condecorações,
com especial destaque para o prémio “Bombeiro de Mérito” atribuído pela Liga dos Bombeiros Portugueses em 2002.
A cerimónia de tomada de posse contou com as presenças, entre
outras individualidades, do vereador da Câmara Municipal de Santa
Maria da Feira, Vítor Marques; do presidente da Junta de Freguesia
de Lourosa, Armando Teixeira; do Comandante de Agrupamento
Distrital Centro Norte, António Ribeiro; do Comandante Operacional Distrital de Aveiro José Ricardo Bismarck; do vogal da Liga dos
Bombeiros Portugueses, comandante QH José Gomes da Costa, e
do representante da Federação de Bombeiros do Distrito de Aveiro,
comandante Miguel Sá.
S. PEDRO DO SUL
O
Órgãos sociais para novo triénio
Corpo Voluntário de Salvação Pública –
Associação Humanitária de Bombeiros
de S. Pedro do Sul elegeu os órgãos sociais
que a irão gerir no triénio 2014/2016. A
eleição, a que se apresentou uma única lista, decorreu no dia 29 de dezembro do ano
transacto e a posse dos dirigentes decorreu
em 1 de janeiro último.
Os órgãos sociais serão presididos, no
caso da assembleia-geral, por Orlando Moita Correia dos Santos, na direção, por António Carvalho Almeida Casais, e no conselho fiscal, por Francisco José de Matos.
A Associação foi fundada em 2 de fevereiro de 1925 estando por isso já a preparar
as comemorações do 89.º aniversário.
CANTANHEDE
A
LIXA
Bombeiros têm nova direção
dérito Machado é o novo presidente da direção da Associação
Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Cantanhede (AHBVC), sucedendo a Rogério Marques. O ex-autarca apresentou-se a
sufrágio com uma lista “de continuidade” que foi eleita por unanimidade em assembleia geral ordinária, no passado dia 20 de dezembro.
A tomada de posse dos novos Órgãos Sociais realizou-se uma
semana depois, com a passagem do testemunho de Rogério Marques, que agora preside à Mesa da Assembleia Geral, para Adérito
Machado, que passa de 2.º secretário para a presidência da direção).
Na sessão o novo presidente disse pretender dar continuidade
“ao excelente trabalho da anterior direção”, mas assumiu projetos
para o futuro, nomeadamente a ampliação do quartel e o arranque
de uma nova campanha de angariação de associados. Para alcançar estas metas Adérito Machado conta com a equipa motivada e
com o apoio de todos os bombeiros, colaboradores e voluntários da
instituição.
O dirigente na sua alocução dirigiu-se aos elementos da estrutu-
V
ra de comando para enaltecer o trabalho desenvolvido, salientando
ainda a capacidade de liderança, o espírito de entrega e o compromisso com o benfazer do comandante Jorge Jesus, que o dirigente
classificou como “um bombeiro e um ser humano de inegáveis virtudes”.
Estrutura reforçada
ítor Hugo Teixeira
Meireles, é o novo
adjunto de comando
dos Bombeiros Voluntários da Lixa.
Nomeado pela direção, por proposta do
comandante José Campos, o adjunto assume,
brevemente, funções.
Formado no quartel da Lixa, Vitor Meireles, é também funcionário da associação há vários anos. Formador da ENB, o adjunto, é,
por isso, conhecedor de várias matérias, conhecimentos que no
entanto aprofundou com o Curso de Quadros de Comando, que,
recentemente, terminou com êxito.
Desta forma, os Voluntários da Lixa, veem, assim, estrutura de
comando ampliada e reforçada, o que permitirá, certamente, melhorar a resposta e a qualidade de socorro prestado à população.
RÉGUA
A
posse dos órgãos sociais para o
triénio 2014-2016 dos Bombeiros
Voluntários da Régua decorreu no passado dia 11 no salão nobre do quartel
da associação, com a presença do vice-presidente da Câmara Municipal do
Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, de todos vereadores da edilidade,
do presidente da União das Freguesias
Godim-Peso da Régua e alguns dirigentes de associações locais.
José Alfredo Almeida tomou posse
Associação aposta na continuidade
como presidente da direção, depois de
vencer, pela sexta vez consecutiva, as
eleições para a Associação de Bombeiros da Régua. A lista para a direção
manteve-se sensivelmente a mesma,
tendo como única novidade a inclusão
de Adérito Rodrigues. No restante, são
todos elementos conhecidos na sociedade reguense, nomeadamente, o médico José Alberto Marques, como presidente da assembleia-geral e Júlio
Mota, para liderar o conselho fiscal.
Na cerimónia usaram da palavra o
professor José Manuel Gonçalves que
salientou o papel dos dirigentes que se
dedicam a servir esta causa pública e
ainda a colaboração da autarquia para
com os bombeiros, que não se fica só
pelo apoio financeiro, mas também
pela ajuda permanente ao seu corpo
de bombeiros e a acções da direção
que valorizem o património da Associação, nomeadamente garantindo a
ajuda na recuperação nas obras de re-
qualificação do Bairro dos Bombeiros
da Régua, que é o objectivo principal a
realizar de imediato.
Na sua intervenção, José Alfredo
Marques, com muita emoção salientou
o trabalho exercido pela direcção e os
novos projectos já definidos no novo
orçamento e plano de actividades para
2014 e ainda do empossado presidente da direção, José Alfredo Almeida,
que distingui o trabalho de toda a sua
equipa, dos funcionários, do comando
e dos bombeiros da Régua, “sem os
quais esta mais que centenária associação não existiria para trabalhar em
prol dos reguenses e daqueles que
mais precisam de ser ajudados”.
A cerimónia de posse foi antecedida
pela atribuição de medalhas da Liga
dos Bombeiros Portugueses, não só
para distinguir a assiduidade mas
também todo trabalho de dedicação à
causa pública de benfazer, a vários dirigentes dos órgãos associativos.
36
JANEIRO 2014
CANTANHEDE
Ceia junta cerca de 250
PENACOVA
N
Crianças vão ao quartel
o âmbito do projeto “Conhecer a Cidade”,
42 alunos do 2.º ano da EB 1 de Penacova, acompanhados pelos respetivos professores, visitaram o quartel dos bombeiros.
Foi sem dúvida uma manhã diferente
marcada pela alegria, entusiasmo e a muita
curiosidade das crianças que quiseram observar tudo. Os carros de incêndio, as ambulâncias, o material de desencarceramento,
as camaratas, a sala da fanfarra, a central
rádio tudo mereceu a atenção dos mais pe-
quenos que tiveram ainda direito a uma
atuação ao vivo de um dos pequenos músicos da instituição e um lanche servido no bar
do quartel.
Antes das despedidas uma conversa com
o comandante que os alunos seguiram com
muito interesse. As questões foram tantas
que não houve tempo para responder a tudo
e, assim sendo, o responsável operacional
dos Voluntários de Penacova deixou a promessa de, em breve, visitar a escola.
A
ceia de Natal os Voluntários de
Cantanhede reuniram na coletividade 1.º maio da Tocha, cerca
de 250 convivas, num encontro
que teve como ponto alto a receção de 11 novos bombeiros no
quadro ativo.
A este animado evento não fal-
tou o Pai Natal carregado de prendas para todos os filhos dos bombeiros e elementos da fanfarra.
Direção e comando unem-se
nos agradecimentos a todos os
que contribuíram para om sucesso do evento, à comissão organizadora liderada pela bombeira de
1.ª Helena Martinho, que contou
com a colaboração de alunos do
serviço de restauração e mesa da
Escola Secundária de Oliveira do
Bairro e da Escola C+S da Tocha,
coordenados pelo docente Paulo
Saraiva, voluntário nesta associação.
FAFE
Festa grande com cartaz atrativo
D
ecorreu em ambiente de grande animação e com a participação
de muito público a festa de Natal dos Bombeiros Voluntários de
Fafe. O cartaz era atrativo, a apresentadora bem conhecida, Elsa
Lima, num evento que contou com a presença especial de Raúl
Cunha, presidente da Câmara Municipal de Fafe, que deu início à
festa juntamente com o presidente da direção da instituição.
Os anfitriões proferiram palavras elogiosas ao trabalho desem-
penhado pelo corpo de bombeiros e apelaram ao apoio aos bombeiros.
No âmbito da iniciativa “arredonda em favor dos BVF”, iniciada
em meados do ano, a Papelaria Netbook’s ofertou um cheque no
valor de 600 euros.
A fafense Ju abriu o espetáculo musical, antecedendo Emanuel que
cantou e encantou com os seus inúmeros famosos sucessos. Atuaram
de seguida os Maxi, os fafenses Progeto Aparte e os Infantes e Cadetes dos Voluntários de Fafe surpreenderam com um número de dança.
A animação prosseguiu com os palhaços e a tão esperada chegada do Pai Natal. A fechar o espetáculo, os ritmos populares do Grupo de Cavaquinhos dos bombeiros.
A festa terminou com a a entrega de presentes aos filhos dos
Bombeiros e aos Infantes e um lanche convívio.
PINHÃO
Uma vida dedicada à causa
N
o passado dia 21 de dezembro de
2013, no âmbito das festividades de
Natal, os Bombeiros do Pinhão, homenagearam Manuel Damásio, o comandante
cessante, por limite de idade, com o crachá de ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses, galardão entregue pelo presidente
da direção Jose Teixeira e por Paulo Machado, o novo responsável operacional da
instituição.
Desta forma, pretendeu a direção prestar tributo e “um eterno agradecimento ao
comandante Manuel Damásio pelo que
soube fazer durante os 36 anos da sua
vida dedicados à causa dos bombeiros”.
Também o corpo ativo se associou à homenagem com o descerramento de uma
placa no hall da zona operacional e evocativa da figura de Manuel Damásio.
Este foi um dia em cheio para esta asso-
ciação, que promoveu ainda várias atividades com as Escolas de Estagiários, Cadetes e Infantes, demonstrativas de que
“o futuro está a ser acautelado e que existe uma grande preocupação na renovação
do corpo ativo, apesar das grandes dificuldades em cativar a juventude para estas
lides, numa zona onde não há empregos e
as escolas tendem em fechar”, conforme
salientou Paulo Damásio.
37
JANEIRO 2014
VILA NOVA DE GAIA
ALBUFEIRA
Ação envolve mais de 2300
Escolas visitam bombeiros
A
Companhia de Sapadores Bombeiros de
Vila Nova de Gaia deu por concluída a
presente fase de sensibilização da população escolar do ensino básico do concelho
para conceitos simples de prevenção e segurança, incluindo a divulgação do número
telefónico municipal de emergência.
As várias ações de sensibilização centraram-se em material de apoio muito apelati-
vo, seja a apresentação multimédia, seja o
conjunto de 13 panfletos alusivos aos 13
riscos identificados.
Entre 12 de novembro e o presente realizaram-se 13 ações em outras tantas escolas envolvendo 2.332 crianças.
As ações decorreram nas EB de Megide,
de Ribes, Curro, Lagarteira, Serpente, Laborim de Baixo, Loureiro 1, Brandariz, Lou-
reiro 2, Alquebre e Monte, todas do Agrupamento de Escolas de Canelas. Decorreram também nas EB de Leirós, Alheiras,
Carvalhos, e Padre António Luís Moreira, do
Agrupamento de Escolas de Carvalhos.
Por fim, realizaram-se mais duas ações
no Agrupamento de Escola de Vila d´Este,
na sede do agrupamento e na EB de S. Lourenço.
CELORICO DE BASTO
População mais sensibilizada
O
s Bombeiros Celoricenses promoveram, no dia 16 de dezembro, uma Recolha de Sangue. A iniciativa levou ao quartel mais
de uma centena de pessoas, o que resultou em 84 dádivas.
“A população de Celorico de Basto está cada vez mais recetiva a
este género de iniciativas, zela pelo seu bem-estar e não descura
ajudar quem mais precisa” salienta o comandante António Marinho
Gomes, sublinhando que “doar sangue é definitivamente, uma atitude nobre que salva vidas”.
Esta iniciativa foi levada a efeito em colaboração com o Instituto
Português do Sangue e da Transplantação.
N
o âmbito do programa escolar, os alunos dos estabelecimentos
de ensino básico de Albufeira já começaram a cumprir visitas
de estudo às instalações dos bombeiros locais.
Os Voluntários de Albufeira, para o efeito, preparam uma ação
de sensibilização e educação que visa para dar a conhecer aos mais
novos não só a missão dos soldados da paz, mas também a importante papel do cidadão, enquanto elemento de proteção civil.
Entre as várias atividades desenvolvidas, destaca-se a utilização
do número de emergência 112, bem como “o que fazer, na escola
ou em casa, perante uma situação de emergência, quando não
esta nenhum adulto presente”.
Esta iniciativa, que se prolonga até meados de março, levará ao
quartel mais de 450 alunos.
BEJA
Juve solidária
PORTO
Dia do QH reúne “irmãos”
V
oluntários Portuenses e Lisbonenses assinalaram,
recentemente, o Dia
do Quadro de Honra,
iniciativa que permitiu aprofundar relações já especiais, assentes num acordo
de geminação firmado há longos anos.
O programa festivo teve início na
Igreja Matriz do Bonfim, no Porto, onde foi celebrada missa em memória os bombeiros falecidos. O encontro
contemplou ainda um almoço
no antigo quartel Rodolfo
N
d’Araújo, marcado pela boa disposição e convívio, bem como
pela intervenção de vários oradores.
Um dos pontos mais altos do
dia foi a homenagem prestada
a Telmo da Fonseca, o associado mais antigo dos Bombeiros
Portuenses.
Em final de festa, os Lisbo-
nenses presentearam os “irmãos” do Porto com uma lembrança que simboliza a união
entre dois corpos de bombeiros.
Cláudia Pereira
o âmbito o projeto “JuveBombeiro Solidária”, a Coordenação
Distrital de Beja desafiou os núcleos locais a recolherem bens
alimentares de modo a poderem ofertar um bem recheado cabaz a
um cidadão de cada dos concelhos.
A esta iniciativa que teve como lema “Todos a ajudar, um dia
podemos precisar” responderam os núcleos de Moura, Cuba e Ferreira do Alentejo, certamente que estas famílias irão ter um Natal
mais feliz.
ÓBIDOS
N
Apelo ao voluntariado
a sequência da campanha de
apelo ao voluntariado, “Vem
fazer da nossa equipa”, o Corpo de
Bombeiros de Óbidos deu início,
no passado dia 3 de janeiro, a uma
nova escola de recrutas, com 21
estagiários prontos a cumprir as
250 horas de formação.
Os Bombeiros de Óbidos assumem o objetivo de dotar estes
novos elementos de competências que após a conclusão da formação e aproveitamento em estágio, lhes permitam desenvolver
um papel ativo no quartel e na
comunidade e assumir papel de
destaque pelo espírito de missão
e responsabilidade.
Registe-se que esta ação desenvolvida com o apoio da empresa da área da fotografia “ADORO” e a CH Consulting – Monstros
e Companhia, uma agência de comunicação e design, visou captar
voluntários, indo ao encontro de
pessoas disponíveis, solidárias e
com elevado espírito de missão.
A colocação de cartazes e a distribuição de postais em vários
pontos do concelho e a apresentação e dinamização nas redes sociais foram as apostas para o êxito
desta iniciativa.
Os promotores da campanha
salientam a importância deste projeto “marcado pela atitude e pela
determinação, que acabou por
contagiar e trazer ao corpo de
bombeiros pessoas muito positivas”.
38
JANEIRO 2014
O trato ao ídolo (Eusébio)
e aos heróis (bombeiros)
CANTANHEDE
A
Troféu Português do Voluntariado
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de
Cantanhede (AHBVC) participou na cerimónia de entrega
do Troféu Português do Voluntariado, promovida pela Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV), que decorreu no
passado mês de dezembro no auditório da FIL, em Lisboa.
A AHBVC participou no concurso, na qualidade de entidade
recetora do Banco de Voluntariado do Município de Cantanhede, através do seu gabinete de saúde e dos seus voluntários protocolados denominados “bombeiros sem farda”.
Este ano a CPV recebeu 23 candidaturas de todo o país,
sendo o Troféu Português do Voluntariado premiado o trabalho desenvolvido pela Casa de Saúde S.
João de Deus em Barcelos no âmbito do projeto “Fora de Portas com S. Rafael”.
PENACOVA
O
Aposta na formação e sensibilização
s Bombeiros de Penacova têm
vindo a apostar na formação e
sensibilização nas escolas, quer para
os alunos quer para o pessoal não docente, com ações concretas de formação em sala, e atividades práticas,
sobretudo ao nível da utilização de
meios de primeira intervenção.
A Secundária de Penacova e na Escola de S. Pedro de Alva já acolheram
esta iniciativa.
VILA DE REI
A
Mais de 350 apoiam bombeiros
Associação Esganados TT promoveu, com o
apoio da câmara municipal e bombeiros de
Vila de Rei e Junta de Freguesia de São João do
Peso, mais uma edição do passeio todo-o-terreno
do município.
A iniciativa voltou a bater o seu recorde de participantes, contabilizando 366 pessoas que, em
motos ou em quads, percorreram cerca de 65
quilómetros, pelos mais belos trilhos do concelho.
Parte dos lucros obtidos neste 8.º passeio reverteram a favor da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Vila de Rei.
ANIVERSÁRIOS
2 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Cascais#128
Bombeiros Voluntários S. Pedro do Sul#89
Bombeiros Voluntários de Valpaços#78
Bombeiros Voluntários de Aljustrel#65
3 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários Flavienses#125
Bombeiros Voluntários de Vila Nova de Cerveira#79
6 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Moreira da Maia#88
7 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários Celoricenses#77
8 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Sernancelhe#56
10 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Mondim de Basto#90
Bombeiros Voluntários de Baltar#86
12 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Vieira do Minho#74
15 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Vialonga#37
18 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de São Mamede de
Infesta#96
20 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Crestuma#19
21 de Fevereiro
Bombeiros Sapadores de Setúbal#228
Bombeiros Voluntários de Montemor-o-Velho#82
24 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Penacova#84
Bombeiros Voluntários de Fronteira#19
26 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Vila Franca do
Campo#26
28 de Fevereiro
Bombeiros Voluntários de Melo#78
Fonte: Base de Dados LBP
“Exulta por existires, como
és, único e diferente.”
(Carlos Zorrinho, Ordem,
Caos e Utopia)
odos fomos, na pretérita semana, alertados para a morte desse gigante do futebol que
foi Eusébio.
Os “meninos e moços” do meu
tempo ficaram tristes e pesarosos, pelo fim desse homem simples, simpático, humilde, que
durante anos e anos nos encheu
de alegria sempre que o Clube
que representava jogava onde
quer que fosse, ou a Selecção
Portuguesa.
Quem começou a gostar do
futebol a partir da década de
sessenta, do século anterior, deve-o muito àquilo que foi o desempenho, tantas vezes deslumbrante, desse mito do futebol que foi Eusébio. E se alguém
tinha dúvidas, mesmo os mais
jovens, conquistados pelas exímias qualidades de outros ídolos
deste tempo novo, reconheceu,
através dos filmes a preto e
branco, dos tempos idos, e agora emitidos até à exaustão pelos
mais diversos órgãos de comunicação social, sem qualquer dúvida, que o “velho Eusébio”, o
“Pantera Negra”, era um “fora de
série”.
As diversas manifestações,
clubística, popular, e até institucional, foram prova inequívoca
da grandeza, consideração e
respeito, a pedir meças às figuras mais marcantes da nossa
história. Face ao que se viu, sou
levado a concluir que Eusébio,
foi uma personalidade que uniu
os Portugueses, ao contrário de
muitos escolhidos, por nós, que
apenas nos dividem, massacram, castigam e nos esquecem,
quando chegados ao poder.
Apesar de Eusébio ter feito da
sua profissão futebolística seu
mister, alegrou-nos, deu-nos felicidade, deu-nos exemplo de
dedicação e humildade, melhorou o nosso orgulho, sendo por
isso legítimo que nos associemos ao seu elogio e exaltação
das suas virtudes.
Porém, o que me espantou e
T
condoeu, foi o trato dos “nossos”
diversos poderes públicos, para
com o ídolo Eusébio, em contraponto com o tido com os “8 heróis bombeiros” e um autarca,
mortos ao serviço da pátria e
dos Portugueses indefesos, nos
incêndios florestais ocorridos no
verão do terminado ano de
2013.
Não se viram declarações, em
directo na TV, do Sr. Presidente
da Republica, em qualquer um
dos vários dias em que houve
morte.
Não se viu o Conselho de Ministros decretar, um minuto que
fosse, luto, pelos heróis bombeiros, e autarca, falecidos em
combate.
Não se viu os representantes
dos diversos partidos políticos, a
apresentar condolências, às famílias e corpos de bombeiros.
Nem, a vistosa presidente da
Assembleia da República se dignou fazer referência aos custos
tidos com a perda de vidas e património ardido dos bombeiros.
É caso para afirmarmos, sem
qualquer tipo de rebuço, que estivemos, face a estes factos e
procedimentos, perante um
exemplo da maior hipocrisia e
aproveitamento político que
urge criticar, e sobretudo repudiar.
O nosso ídolo Eusébio, que
deve ser o nosso orgulho, era
profissional de futebol, foi respeitado, tratado e considerado
da forma, e bem, como o foi.
Os “nossos heróis” bombeiros, voluntários por um ideal,
morreram no cumprimento da
sua missão, e foram esquecidos.
Os “nossos” governantes esqueceram-nos!
Os “poderes” diversos não
pronunciaram nunca os seus nomes.
Ao contrário dos encómios dedicados ao ídolo Eusébio, a imprensa fartar-se-á de publicar
excertos de relatórios ínvios e
amesquinhadores das qualidades, competências e saberes dos
nossos heróis, e não teremos a
oportunidade de os, e nos, defender.
A pátria será, assim injusta.
A pátria será madrasta para
os seus melhores filhos.
Concordemos ou não, tenho
para mim que o orgulho de ser
bombeiro foi abalado por aqueles que, mais que ninguém, tinham, e têm, o dever de destrinçar o que é um ídolo e um
herói.
Sim, porque se há ídolos, ou
se julgam ídolos, porque alegram pouco tempo e desaparecem. Os heróis, e quando mártires, ficam para sempre, como
ficarão os Bombeiros que morreram.
Eusébio mereceu, e bem, a
homenagem prestada, pelo
que representou para vária gerações e projecção do país.
Mas os Bombeiros mereciam
e merecem muito mais, por
tudo aquilo que fizeram ao serviço da Pátria, que através dos
seus mais altos responsáveis,
os esqueceu, e ignorou até
hoje, não enaltecendo o seu
sacrifício até à morte, com o
reconhecimento público, pela
sua dedicação aos outros e à
causa do voluntariado. E mesmo que alguém um dia o venha
a fazer, convenhamos, será tarde.
Apetece-me recordar aqui,
para os poderes vários com
quem lidamos, uma frase eloquente dita num Congresso dos
Bombeiros Portugueses pelo
saudoso Comandante Dionísio,
dos Bombeiros de Tavira, num
momento difícil porque passavam os bombeiros e que foi:
“Caros companheiros e camaradas, não “acordemos” o “Zé
Bombeiro”, porque se o “Zé
Bombeiro” acordar, o país ficará mais pobre, e as populações
entregues à sua sorte.”
Reflictamos então!..
Obrigado Eusébio pelas alegrias que nos deste.
Obrigado heróis Bombeiros
pelo vosso exemplo de doação
à causa pública e a este país
que é Portugal.
Lixa, 11-01-2014
José Campos
(Comdte B. V. Lixa)
O Eterno Retorno
Hirta e firme, arvore tão bela,
O mundo contempla o teu pedestal,
Símbolo eterno na luz desta vela,
Espirito fraterno neste natal!
Sabes, em tempos de verão,
É só desenganos, que triste amargura,
Cinzas na alma, prostrada no chão,
Ninguém acalma a eterna loucura.
Brada ao mundo, mais pobre ficou,
Mais um imundo que o fogo causou,
Apagou-se o bombeiro teu fiel amigo!
Amigo que foste em ti me revejo,
Quadra de paz o nosso desejo…
Arvore tão bela chora comigo!
Carlos Pereira
Foi esta a forma encontrada pelos bombeiros
Pinhelenses para homenagearem o Pedro, o António, o Bernardo Cardoso, o Daniel, a Ana Rita,
a Cátia, o Bernardo Figueiredo, o Fernando e
tantos outros heróis que lutam sem nada esperarem receber em troca.
39
JANEIRO 2014
E
screvo este e-mail, num momento de pura reflexão sobre os meus 25 anos de bombeiro.
Após ler o relatório dos incêndios florestais de 2013, não
posso deixar de tecer uns quantos comentários, acerca do
mesmo.
Seria importante perceber o
contexto de toda esta dinâmica,
um país completamente abandonado, sem cadastro e sem
ordenamento do território, políticas pouco honestas e negligentes no que diz respeito à floresta e ordenamento do território.
Também a confusão de entidades, ministérios e direções
gerais, legislação avulsa e em
quantidade exagerada com difícil aplicação.
Uma ANPC pesada e com
muitos chefes e poucos “índios”, militarizada na sua cúpula, com consequências para a
Muitos chefes e poucos “índios”
legislação emanada referente
aos Corpos de Bombeiros, refletindo falta de sensibilidade e
conhecimento da realidade dos
bombeiros.
Uma Escola Nacional de
Bombeiros, que todos sabem,
forma mais civis do que bombeiros e com um modelo que
precisa de ser revisto.
Juntando a isto tudo, problemas no funcionamento dos Corpos de Bombeiros em Portugal,
como falta de equipamento,
formação a precisar de ajustes
que não é necessário esconder
de ninguém.
Com estes factos, que todos
conhecemos, no final a “ponte”
cai e o culpado é o servente de
pedreiro, peço desculpa Senhor
Ministro pela frase, mas adapta-se perfeitamente para este
tema.
Sabendo que foram cometidos erros e que os mesmos devem ser resolvidos e assumi-
dos, não deixo de achar estranho a divulgação de um relatório como este, na véspera de
natal, com milhões de Portugueses a assistir na televisão à
crucificação dos Bombeiros Portugueses, com muitas entidades e responsáveis das mesmas
em “bicos” de pés para aplaudir
tamanha sangria pública.
Sabemos que os bombeiros
cometeram erros, mas esta
crucificação pública, denota o
respeito que as entidades públicas têm pelos bombeiros e acima de tudo é representativo de
qual a opinião da cúpula acerca
dos mesmos.
Sabendo que quase toda a
estrutura é militarizada, fica a
pergunta, qual é o general que
numa batalha não defende os
seus homens? Aquele que não
se interessa por eles!
Fica também uma questão
para o MAI, este mesmo tema,
mas que envolva outra entida-
O comando próprio dos bombeiros
S
e há matérias que recolhem um significativo
consenso no nosso universo, a institucionalização de um comando próprio dos bombeiros é
uma delas.
Igual consenso, mas de sinal contrário, de puro
repúdio, encontra-se na rejeição espontânea da
ideia da criação de equipas de sapadores florestais nas AHBVs/CBs.
O SIOPS, como se sabe, comporta 2 dimensões: a da coordenação institucional e a do comando operacional.
Sobre ambas assenta o princípio do comando
único.
O comando operacional é garantido pela estrutura de comando da ANPC, que assume o comando operacional das operações de socorro e ainda
o comando operacional integrado de todos os
corpos de bombeiros.
Como se constata, não existe um comando nacional/distrital dos bombeiros, o que existe é um
comando nacional/distrital da proteção civil, que
estende o seu braço sobre os bombeiros e captura o seu movimento operacional
Os bombeiros estão, deste modo, diluídos na
estrutura operacional da ANPC e submetidos à
sua cadeia de comando.
Acontece, porém, que a ANPC não assume o
comando de mais nenhum outro agente. Só o faz
com os CBs.
Precisamente com o agente mais presente,
mais determinante, mais decisivo e o único que
incorpora na sua matriz a natureza privatística.
Os bombeiros são, assim, o único agente de proteção civil sem um comando/ direção nacional próprio e autónomo.
As forças de segurança, as forças armadas, as
autoridades marítima e aeronáutica, o INEM, os demais serviços de saúde têm, e mantêm, os seus
comandos/direções nacionais autónomos.
A direção nacional de bombeiros que existe, não
é autónoma, integra a organização interna dos serviços da ANPC, está esvaziada de quaisquer poderes substantivos e esbulhada de competências operacionais, assumindo outras, que são muito limitadas e quase residuais, face ao peso e importância
que os bombeiros têm no sistema de proteção civil.
Enquanto agente, e face aos demais, os bombeiros estão grosseiramente desvalorizados e flagrantemente menorizados.
Faz todo o sentido, e não se questiona, que a
ANPC tenha como missão “planear, coordenar e
executar a política de protecção civil”, mas não faz
sentido nenhum, e deve-se questionar, que a ANPC
tenha a superintendência da actividade dos bombeiros.
Faz todo o sentido, e não se põe em causa, que
a ANPC coordene o agente bombeiros em operações, mas não faz sentido nenhum, e é obrigatório que se questione, que a ANPC comande os
bombeiros, quando não o faz com mais nenhum
outro agente.
Enfim, o que faz sentido é que a ANPC coordene todos os agentes, por igual, e reconheça a todos o seu comando, replicando, aliás, o que acontece em outros países, com um histórico mais
sustentado, e mais resolvido, de intervenção do
Estado nesta área.
Admitir excepções a este princípio é acentuar
atritos, cavar divergências e promover instabilidades.
Insistir, e persistir, no modelo organizativo em
vigor, é tumorizar o relacionamento e a cooperação institucionais.
Tenho a profunda convicção que estamos, no
tempo, e a tempo, de colocar esta questão na
agenda de prioridades para que, com tempo,
possamos, sem precipitações, encontrar soluções
equilibradas e duradouras.
É urgente a criação de um comando próprio
dos bombeiros, claramente separado e autonomizado da cadeia de comando da ANPC e a quem
os CBs reportem, concentrando-se nele as atribuições genéricas de orientação, coordenação e
fiscalização das actividades exercidas pelos CBs.
As dimensões - coordenação institucional e comando operacional - e o princípio do comando
único, que envolvem e caracterizam o SIOPS, não
constituirão obstáculo a esta mudança estruturante, e também em nada ficarão prejudicados
por ela.
Afastadas as razões técnicas, restarão o interesse corporativo (bombeiros) e a vontade política (governo) para que o objectivo possa vir a ser
alcançado, a curto prazo.
E estejamos todos tranquilos e confiantes: com
esta mudança, alcançaremos uma reforma equilibrada, porque recoloca os bombeiros no mesmo
patamar dos demais agentes, coerente, porque
restitui aos bombeiros a sua identidade, autêntica, porque interpreta o sentimento genuíno dos
bombeiros e inteligente, porque é capaz de mobilizar os bombeiros para os desafios e oportunidades do futuro.
Este é o caminho, e para ele todos nos devemos sentir convocados.
Impulsionados pela história, inspirados pela
memória, confortados pela glória.
Joaquim Rebelo Marinho
Presidente da Federação de Bombeiros do
Distrito de Viseu
de, teria o mesmo tratamento?
Penso que não, sem qualquer
tentativa de vitimização dos
bombeiros, não deixa de ser interessante o impacto que a instituição tem e que o nome Bombeiros tem perante a sociedade,
e é esta projeção e confiança
nos bombeiros que assusta alguns gabinetes de imagem!
Seria também pertinente,
efetuar um relatório e apurar
culpados do desordenamento
do território, dos responsáveis
pelas leis avulsas e mal feitas,
do material comprado com pés-
sima qualidade. Seria bom ver
o nome destas pessoas na véspera de natal do próximo ano.
Que os nossos colegas descansem em paz, pois tinham a
profissão certa no país errado.
Manuel Nunes
Carregal do Sal
em janeiro de 1994
40
JANEIRO 2014
AZAMBUJA
MAI aceita repto do presidente da LBP
O
ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, aceitou o repto que
lhe foi lançado pelo presidente
do conselho executivo da Liga
dos Bombeiros Portugueses
(LBP), comandante Jaime Marta
Soares, para um encontro direto com os comandantes de
bombeiros. O encontro, defendeu o comandante Marta Soares, deverá ter lugar no final
das sessões de balanço previstas decorrer até final de março,
no âmbito do combate aos incêndios do verão passado. Miguel Macedo, não só aceitou o
desafio, como confirmou a intenção de aprovar o dispositivo
especial de combate do próximo verão em meados de março, à semelhança do que aconteceu em 2013.
O ministro da Administração
Interna, Miguel Macedo, aceitou
o repto durante a sessão solene
comemorativa dos 82 anos de
vida da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários da
Azambuja.
O comandante Marta Soares
pediu ao ministro que presida a
esse encontro de comandantes,
no qual “todos os presentes se
pronunciarão sobre os problemas e dificuldades que sentem”.
Em resposta, Miguel Macedo
confirmou que “ estarei, depois
em módulos que acertaremos,
evidentemente disponível para
fazer essa discussão, para ouvir, porventura muitas críticas,
mas também para dizer aquilo
que entendo sobre essa matéria”, sublinhou o ministro.
O presidente da LBP questionou ainda Miguel Macedo acerca dos atrasos verificados na
entrega dos equipamentos de
proteção individual (EPI), “imprescindíveis para que os bombeiros possam estar protegidos
e sem segurança quando em
teatro de operações”.
Em resposta, Miguel Macedo
esclareceu que o Governo disponibilizou, ao todo, desde o
ano passado, 11 milhões de euros para a aquisição dos equipamentos formulando o desejo
de “que possamos ter até junho
deste ano, o fornecimento para
muitos milhares de bombeiros
portugueses dos equipamentos
que são indispensáveis à sua
melhor proteção em operação”,
apontou.
Miguel Macedo mostrou-se
ainda esperançado de que até
maio possam ser entregues
mais equipamentos ao nível das
comunicações.
Perante a formatura na zona
fronteira ao quartel procedeu-se à inauguração de duas novas viaturas, uma ambulância
de socorro e um autotanque
(VTTU) apadrinhados, respetivamente, por José Armando
Fernandes e pelo comandante
Elísio Oliveira (CADIS Sul).
segundo comandante, Hélder
Simões Santos. Seguiram-se
várias promoções nas categorias de subchefe, bombeiro de
2ª e a passagem a bombeiros
de 3.ª de nove estagiários.
Os galardões da Associação,
“Bombeiro 2013” e “Excelência
2013” foram atribuídos respetivamente, ao bombeiro de 3.ª
No decorrer da sessão solene
comemorativa do aniversário
dos Voluntários da Azambuja
foram entregues três crachás
de ouro da LBP, ao estandarte
da Associação, à Câmara Municipal e ao chefe Lourenço Marques Simões.
Com a medalha de coragem e
abnegação da LBP foram distinguidos quatro bombeiros intervenientes numa operação de
socorro registada em 16 de dezembro último. São eles, os
bombeiros de 2ª, Rodrigo Monteiro, Pedro Cardoso, Marina
A Crónica
do bombeiro Manel
S
Jardim e subchefe Aida Jardim.
O presidente da LBP convidou o
ministro e o presidente da Autarquia, Luís Abreu de Sousa, a
acompanhá-lo na entrega das
distinções.
Com a medalha de serviços
distintos, ouro, da LBP foi distinguida a Companhia de Logística de Combustíveis e, com a
mesma distinção, grau cobre, a
Sociedade Portuguesa de Desidratação e a empresa Batistas
– Reciclagem de Sucatas.
Durante a sessão solene decorreu também a posse do novo
Ricardo Neves e ao bombeiro
de 2.ª António Leal.
Além dos já citados, estiveram também presentes, o diretor nacional de recursos da
ANPC, José Teixeira, o comandante distrital Carlos Mata e o
vice-presidente da federação de
bombeiros de Lisboa, comandante Manuel Varela.
LOUVOR/REPREENSÃO
Ao Arcebispo Primaz de Braga, D. Jorge
Ortiga, pela dedicação que tem demonstrado
pelos bombeiros portugueses, elogiando o
seu esforço e incentivando-os repetidas vezes.
Excesso de zelo das autoridades na aplicação imediata e indiscriminada de multas às
associações e corpos de bombeiros, sem
qualquer atitude prévia no sentido de facilitar
a resolução dos problemas que conduziram
às irregularidades apontadas.
Os bombeiros não têm aspas
enhor diretor li outro dia no
nosso jornal a tal história que
aconteceu com os Bombeiros de
Cacilhas a quem o INEM entendeu
não dar o número CODU quando
saíram em força para uma intervenção urbana grave. Olhe, essas
histórias repetem-se vezes de
mais. Alguns senhores do CODU
parecem mais mangas-de-alpaca
do que operacionais. Se calhar faz-lhes falta vir mais vezes para rua
ver como é a realidade e não o
mundo dos papéis onde parecem
andar. É evidente que tem que haver regras e todos sabemos que
nem tudo é urgência e socorro.
Mas o que acontece muitas vezes é
o contrário. Mandam-nos sair para
algumas situações que até nem
justificam e quando é a sério, e as
situações são graves, mas como
somos nós a informá-los depois de
sairmos do quartel, então tudo parece mudar de figura. Que diabo,
haja quem ponha ordem nisto. Dizem-nos que trabalhamos todos
para o mesmo mas depois a realidade diz o contrário.
Houve agora semanas em que
cada vez que aqui queríamos o
apoio da viatura médica VMER já
sabíamos que levávamos nega e,
pelo que li, noutros sítios aconteceu o mesmo. Para não saírem com
as viaturas já tinham desculpas.
Para não darem números CODU
aos bombeiros em situações espe-
ciais só sabem dizer o não. Todos
defendemos que o primeiro contacto deve ser para o 112. Mas
quando não é possível no momento
e só acontece depois os senhores
do CODU vão continuar a dizer não
e a obrigar-nos a dar-lhes borlas?
Fazem isso por que também sabem
que não vamos negar o socorro a
ninguém. Mas isto tem que ter um
fim, que diabo.
Outro dia vieram-me mostrar
um artigo escrito pelo jornalista
Miguel Sousa Tavares em que diz
que somos bombeiros “voluntários” e que os bombeiros “acham
que o material nunca chega e que
não têm nada a aprender, só a reivindicar”. Que diabo, oh amigo não
percebo essa história das aspas. Eu
não as tenho e muitos de nós também não temos. Mas diga-nos
onde estão para percebermos.
Sempre vivi do meu trabalho, fui
sempre voluntário e quando antes
fiz alguns GPIS no verão e recebi
uns tostões entreguei-os à minha
associação para comprar material.
O senhor sabe pouco dos bombeiros mas tenho gosto em apresentá-lo ao nosso comando e à
nossa direção para vir cá passar
umas horas connosco e ver o que é
trabalhar no duro. Quando escreve
que o material nunca nos chega,
na tal visita que fizer vai ver o que
é. O material chega quando é substituído mas como passam tantos
anos até que volte outro novo o
que se passa é que há sempre alguma coisa em falta. Mas, repito,
quando nos visitar vai ver a verdade sem aspas. E quanto à formação, olhe, temos e ainda queremos
mais, muita mais.
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