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Boletim Informativo dos Cooperantes Julho | Agosto | Setembro 2014 - Nº 270 // LACTICOOP | EDITORIAL EDITORIAL E stamos em plena época de produção e acondicionamento de alimentação animal e por essa razão nesta edição do Boletim Informativo pretendemos trazer junto dos nossos leitores informações que julgamos da maior importância para a melhoria da economia das explorações leiteiras. Concretamente, questões como a fertilização adequada na cultura do milho em função do potencial genético da semente, é uma das condições essenciais para se obterem as melhores produções. Falamos ainda do “Pastone”, que por definição se refere ao milho colhido com cerca de 30 a 32% de humidade, triturado e armazenado em silo normal ou chouriço. O uso do “Pastone” nas explorações leiteiras tem evidenciado uma melhoria significativa na redução dos custos com a alimentação. Embora sendo um tema recorrente, a qualidade do leite deve merecer uma atenção permanente dos produtores e técnicos que acompanham as suas explorações. Neste número dedicamos especial atenção aos cuidados a ter com as “Mastites” dado os efeitos negativos que as mesmas representam na perda de produtividade e rentabilidade de uma exploração leiteira. Finalmente, na época de verão, um pouco por toda a parte, realizamse as tradicionais feiras e concursos pecuários regionais, eventos que proporcionam o encontro e confraternização dos produtores de leite. As mais relevantes da nossa área social são: A Expofacic em Cantanhede, Festas de S. Tomé em Ferreira-A-Nova; Feira e Concurso Pecuário da Raça Arouquesa do Arestal – Sever do Vouga; Festas do Bodo em Pombal; Festas do Castelo e Concurso Pecuário de Vouzela em Vouzela; Feira e Concurso Pecuário da Região da Gândara em Arazede – Montemor-O-Velho e a Feira das Colheitas em Arouca. A Lacticoop conjuntamente com as suas cooperativas agrupadas locais participam nestes eventos e terão todo o prazer em receber os nossos produtores. A NÃO PERDER Árvore do Mês - Pinheiro Manso pag. #4 Resistência a Doença pag. #6 Qualidade do leite pag. #9 Adobação azotada na cultura do milho pag. #14 Azotados Duramond N Retard pag. #16 Pastone pag. #19 O Presidente da Direcção Protocolo Lacticoop/BPI pag. #21 Joaquim Cardoso // P. 3 // LACTICOOP | ARVORE DO MÊS // LACTICOOP | ARVORE DO MÊS Pinheiro Manso A sombra perfeita N o Centro-Litoral, há uma ou duas gerações, quase não se conheciam os pinhões. O pinheiro manso era árvore rara e as poucas pinhas que dava eram bem guardadas e catadas pelos proprietários. Comiam-se pinhões praticamente uma vez ao ano, quando os homens dos ranchos que chegavam das terras do Sado, abriam os saquitos e lá iam distribuindo pelos amigos, familiares e eventualmente os financiadores da campanha, a magra recolha que conseguiam fazer nos poucos tempos livres e sem que o patrão desse conta. Características botânicas Folhas: Em forma de agulha, agrupadas aos pares, com 10 a 18 cm de comprimento e 1,5 a 2 mm de largura. São persistentes, mantendo-se na árvore por três a quatro anos. De cor verde-acinzentada e luzidias, apresentam-se ligeiramente torcidas, agudas na extremidade e em forma de goteira. O pinheiro manso é uma árvore do sul, distribui-se por toda a bacia mediterrânica a partir duma área inicial circunscrita na costa do Levante onde terá tido origem. Em Portugal vai bem ao sul do Tejo embora hoje se encontre um pouco por todo o lado, como árvore ornamental. Apenas tem como limite as altitudes acima dos 1000 metros e zonas de geadas prolongadas. Mas frequentemente encontramo-lo descaracterizado, plantado fora do seu meio, na primeira linha dos ventos marítimos, que lhe deformam a copa, sem qualquer efeito decorativo. O solar do pinheiro manso é o concelho de Alcácer do Sal e é aqui e nos concelhos limítrofes que se mostra com todo o seu potencial e melhor se assume como árvore mediterrânica emblemática. “Copado, alto, gentil Pinheiro Manso; Debaixo cujos ramos debruçados Do sol ou lua nunca penetrados, Já gozei, já gozei mais que descanso…” (Antologia Poética-José Anastácio da Cunha) Nome científico: Pinus Pinea Nome vulgar: Pinheiro Manso Francês – Pin parasol Castelhano – Pino piñonero Família: Pinaceae Género: Pinus // P. 4 sementes (pinhões) com 1,5 a 2 cm de comprimento que são comestíveis. Caule: Fuste direito, alto e frequentemente bifurcado. Casca espessa, castanho-avermelhada, acinzentada e muito fendida nas árvores mais velhas. Perfil: Porte mediano a grande, podendo chegar aos 30 metros de altura. Copa arredondada em forma de guarda-sol, ampla e muito densa nas árvores adultas e isoladas e esférica enquanto planta jovem. O pinheiro manso já foi uma árvore muito valiosa pela sua madeira de crescimento lento, própria para a construção naval. Nos tempos que os barcos eram resina é menos interessante. O pinhão tinha pouca procura, tendo apenas algum interesse local. As pinhas nem sempre eram colhidas e os pinhões libertados acabavam na boca dos porcos que com particular habilidade os conseguem partir com os dentes, rejeitar as cascas e comer apenas o miolo. Hoje o pinhão tem imensa utilização na pastelaria e culinária, atingindo preços muito elevados. A espécie já é objecto de estudos para o seu melhoramento genético e práticas culturais como a enxertia, por forma a aumentar a produção de pinhas por árvore e melhorar a qualidade do pinhão. Em 1999 o pinheiro manso já ocupava 74600 ha a nível nacional, com 88% da área total a sul do Tejo e 60% só no Distrito de Setúbal. Esta procura, a pouca oferta de pinhão de qualidade e alguma ajuda da PAC, deram lugar a novas plantações, frequentemente até, fora da zona de eleição. Também não é de desvalorizar a capacidade que o pinheiro manso tem de proteger e melhorar os solos fracos e na fixação das dunas. E tratando-se de parcelas até agora praticamente abandonadas, é sempre de aplaudir a sua ocupação, mesmo correndo o risco da produção de pinhas não ser a esperada ou de não encontrar quem as recolha. O pinheiro manso inicia a produção de pinhas entre os 8 e 10 anos. Vai aumentando a produção até aos 80 e mantem o mesmo nível de produção por 20 ou 25 anos, reduzindo depois, até sucumbir, a partir dos 150 anos. Assim, temos tempo para pensar melhor a política de utilização dos solos… Entretanto, vamos vivendo o verão, à sombra perfeita dum pinheiro manso de jardim. Flores: Planta monoica apresenta flores masculinas em inflorescências sob a forma de espiga de cor amarela que se formam nos ramos do ano. As flores femininas são dispostas em inflorescências de cor verde, na extremidade dos ramos do ano sobre um curto pedúnculo. A floração ocorre entre Março e Maio mas a maturação das pinhas formadas só ocorre três anos mais tarde. Frutos: Pinhas de grandes dimensões (7 a 13 cm) ovoides, que vão mudando de cor ao longo dos 3 anos que demora a sua completa maturação. Inicialmente são verdes, depois acastanho-avermelhadas e na fase final brilhantes. Sob cada escama acomodam-se duas Mário Cupido de madeira, as grossas bifurcações dos troncos, muito frequentes, adaptavam-se na perfeição à construção dos cavernames. Depois, o interesse da árvore foi diminuindo, porque a indústria papeleira não a valoriza tanto como o pinheiro bravo, o crescimento lento afecta drasticamente o rendimento e mesmo a produção de // P. 5 VACAS FANTÁSTICAS // LACTICOOP | SEMEX altas produtoras perfeita morfologia funcional Pedigrees profundos resultantes da aposta na genética de topo e variada. Em destaque filhas e netas de diversos touros Semex, nomeadamente Goldwyn, Windbrook, Fever, Sid, Tee Off, Igniter, Buckeye, Jasper, Dolman, Hadlee, Lheros, Rubens, Talent, Spirte, Lee e Rudolph. Jay Shannon, Semex Global Dairy Solutions Manager Cumprindo a Promessa de Resistência a Doença Se você tem as suas vacas em sistema de pastoreio, estabuladas, ou em qualquer outro método, tem sempre o desafio de manter o rebanho saudável com vacas rentáveis e eficientes. Se uma vaca adoece vai utilizar tratamentos e medicamentos modernos, para remediar a situação. Se isso não for possível, a infeliz decisão que tem de ser tomada é sacrificar o anima. De qualquer forma, ambos os casos resultam em custos adicionais que devem ser absorvidos pela exploração... Mas, e se eu não tivesse que ser assim? Se houvesse uma maneira de criar vacas introduzindolhes maior resposta imune e, portanto, ficarem com maior resistência a doenças? Durante gerações, todos nós observámos vacas ou famílias de vacas que eram mais resistentes (tinham menos doenças) do que outras. Na Semex, acreditamos que a chave para uma saúde melhor está nos genes dos touros Immunity+ que se podem reproduzir com sucesso, tanto para uma vaca mais saudável bem como para um rebanho mais saudável. A tecnologia para alta resposta imune (ARI), desenvolvida pela Dra. Bonnie Mallard e seus colegas da Universidade de Guelph, foi mais investigada do que muitas tecnologias que chegaram aos rebanhos. Esta tecnologia diz-nos que as vacas com ARI, têm uma incidência 19 a 30 % mais baixa de doenças comparando com o rebanho médio. E essas vacas respondem melhor às vacinas comerciais e também produzem colostro de maior qualidade para as suas crias. Como resultado, essas vacas são mais rentáveis, gerando mais receita, reduzem custos e necessitam de menos tempo do criador. A descoberta de um ARI mudou o jogo, uma vez que foi revelado que a alta imunidade é transmitida de pais para sua descendência em níveis muito similares à produção e alguns caracteres da conformação. Em comparação com a maioria das características de saúde com baixa hereditariedade (menor que 10%), a resposta imune é considerada moderada a altamente hereditária com 25%. Isto significa, que pode ser selecionada e melhorada a cada geração. A Semex aplicou esta tecnologia, e desenvolveu uma linha exclusiva de touros com ARI, conhecida como touros Immunity+™. Os touros Immunity+™ são aqueles com altíssima taxa de resposta imune, e apenas 1 em cada 10 touros qualificam-se como Immunity+™. Baseado na extensa pesquisa de alta imunidade em fêmeas e aplicando os princípios da // P. 6 transmissão genética que se aplicam a um caractere com 25% de hereditariedade, podemos concluir que as filhas de touros Immunity+™ têm uma menor incidência da doença que vai de 4-8%. Embora esta tecnologia seja nova, (publicada há cerca de um ano atrás), os primeiros dados parecem validar a tecnologia, e muito mais! A Semex pôde utilizar dados de explorações leiteiras dos Estados Unidos, ambos com excelentes resultados em saúde, com filhas de touros com Immunity+™, a fim de fazer uma comparação válida. Embora a análise seja muito limitada, nesta fase, os três maiores estábulos estudados, não mostraram nenhuma redução de pelo menos de 8 % na incidência da doença, quando comparando filhas de touros Immunity+™ com filhas de outros touros. Até agora, foram observadas as maiores diferenças para mastite e pneumonia em bezerros. Estas indicações iniciais mostram enormes promessas, e vai ser interessante ver se as diferenças permanecem tão elevados como esperado, à medida que mais dados de filhas vão ficando disponíveis. Um recente estudo num rebanho com 3.000 vacas nos EUA mostrou que a redução de problemas nas filhas de touros Immunity+™ foi de menos 27% Mamites, menos 17% Metrites e menos 32% retenção placentas! Adicionalmente tem-nos animado ouvir evidências que nos vão chegando, vindas de produtores. Por exemplo, recentemente numa exploração que utiliza diferentes empresas de sémen, reportou um bug que afetou a sua área de criação de novilhas. Infelizmente, ele perdeu 11% das filhas de outros touros (3/4 de todas as vitelas), mas em nenhuma das filhas de touros Immunity+™ (1/4 de todas as vitelas) perdeu vitelas. Mais validações são observadas quando se olha para os filhos de touros Immunity+™. Sete touros atuais Immunity+™ têm filhos testados para IRA. Mais de 50 % destes touros qualificaram-se para Immunity+™, em comparação com o padrão de 10% de todos os outros touros testados. Se partirmos do princípio de que a transmissão de pai para filha é semelhante, então os benefícios alcançáveis numa geração são muito emocionantes! E sabendo que é um recurso com base em mais de 2.000 genes relacionados à imunidade, os benefícios para a saúde serão repetidos em cada geração subsequente. A Immunity+™ é Genética Para Toda a Vida. pg 7 muitas lactações sem problemas as vacas mais rentáveis O MELHOR CONCURSO DE PORTUGAL – S. MIGUEL Açores E ... que Futuro Promissor Grande Campeã Novilha Campeã HIR é 25% heriditavel Dados recentes de explorações dizem que 4-8% redução em doenças Tânia (PT015319451) Goldwyn de Jorge Costa Rita Grande Campeã Reserva (PT017096114) Windbrook de Maria Melo Fonseca Novilha Vice Campeã 1 em 10 touros qualificaram-se Immunity+ (PT214631121) Goldwyn de Óscar Cordeiro Ponte Campeã Jovem Jovem Campeã e Vitela Campeã Vânia (PT217022815) Tee Off de Paulo Costa Rita Genética para toda a Vida® (PT716774116) Windbrook de José Amorim (PT817378624) Fever de José Amorim Sabe que pode ter descendentes destas vacas a preços muito atrativos? Siga o exemplo de produtores do continente que compraram embriões destes super animais e deram um salto qualitativo extraordinário na qualidade do seu efetivo. Contacte-nos ou ligue direto pata a AASM (296490000). Semex Portugal Gonçalo Rebelo de Andrade – 937 822 222 Entre Douro e Minho Nuno Rodrigues - 939 668 138 Pedro Campo – 939 668 121 Beira Litoral e Sul Simões Dias – 967 096 545 Silagem de erva Produção de Pastone: Considerações sobre a técnica e a qualidade da conservação O pastone, matéria-prima de crescente importância, que não é mais do que grão de milho conservado pela processo de ensilagem, é um alimento extremamente rico em amido, com valores que podem rondar os 65-75%, e pode ser incorporado na dieta em taxas elevadas. Dado que o grão na maioria dos casos, à saída da debulhadora, não é conservável tal e qual, deve ser estabilizado através da prevenção da contaminação por microrganismos presentes no ambiente e na superfície dos grãos. A sua multiplicação implicará a degradação e redução da qualidade e, inclusive, o desenvolvimento de substâncias tóxicas. Existem e são aplicáveis diferentes sistemas de conservação do grão, com diferentes custos, de acordo com as condições iniciais do produto colhido. O sistema mais comum de conservação do grão no nosso país é a secagem. Esta prática proporciona a redução da percentagem de humidade para um nível em que os fungos e outros microrganismos se tornam inativos. O material seco tem a vantagem de permitir um fácil transporte. No entanto, começamos a assistir a um aumento da conservação do grão por processo de ensilagem logo após a colheita, vulgarmente conhecido como pastone. Os princípios da ensilagem preveem uma redução do pH do alimento até um valor que inibe a atividade microbiana. Este valor pode variar com a matéria seca, mas um valor de conforto para esta forragem será entre os 4-4,5. Ainda que o processo de ensilagem do grão seja cada vez mais comum, é importante conhecer as seguintes regras: A) Humidade à colheita ideal: 33-29%. Em grão muito seco, poderá adicionar água distribuída uniformemente, até um máximo de 3%; com grão muito húmido, provavelmente a colheita não será fácil. B) Moer o grão o mais depressa possível após a colheita. Produtos com humidade e uma flora microbiana presente podem facilmente desenvolver microrganismos. C) Alterar a dimensão dos crivos da máquina de pastone conforme a humidade do grão e fim da forragem. Para grão com humidade maior devem ser usados de crivos de malha mais larga. D) Ensilar imediatamente após a moagem para evitar a exposição do amido a fungos e leveduras. E) Usar microrganismos (inoculantes) de eficiência comprovada, como o inoculante Pioneer® 11B91. A qualidade dos microrganismos presentes, de facto influencia o sucesso do processo de conservação, a acidificação da forragem e a estabilidade aeróbica durante o desensilamento. As perdas de matéria seca podem ser significativas e deitar por terra todo o trabalho feito com a cultura. A mamite ou mastite é caracterizada por uma inflamação da glândula mamária. A mamite bovina é considerada a doença que acarreta os maiores prejuízos económicos para uma exploração leiteira, pela redução da quantidade e qualidade do leite produzido. Em última instância pode ocorrer perda total da capacidade secretora da glândula mamária (Krömker et al, 2009; Rebhun, 1999). As mamites têm maioritariamente origem na penetração de microrganismos no úbere através do canal do teto. A probabilidade de ocorrer infecção é superior quando se verifica uma carga microbiana excessiva, ou quando as defesas da glândula mamária estão debilitadas (Kron et al., 1998). As mamites podem ter uma etiologia variada. Os microorganismos patogenicos responsaveis pelas mamites são bacterias mas também pode haver outras origens tais como Mycoplasma, fungos e leveduras. De uma maneira mais didactica as mamites podem subdividir-se em duas categorias (Contagiosas e ambientais) segundo a fonte de infeção (Teixeira et al., 2008, Anaya-López et al., 2006; Ribeiro et al., 2003). As mamites podem ter um carácter clínico ou subclínico. Em ambos os casos torna-se necessário o diagnóstico precoce da patologia, pois quando se observa sintomatologia, o tecido mamário já se encontra danificado (Ribeiro et al., 2003). No sentido de diagnosticar os referidos processos infecciosos, principalmente os casos subclínicos, existem uma série de provas que podem ser efectuadas no campo ou no laboratório. A contagem de células somáticas e a condutividade eléctrica do leite são teste que podem ser realizados visando o objectivo previamente anunciado, todavia, são de execução laboratorial e algo morosos, não se adquando com as exigências do produtor leiteiro, pressa e rigor (Asadpour et al., 2008; Teixeira et al., 2008). Uma boa ferramenta de trabalho é o Teste Californiano de Mamites pois apresenta leituras fidedignas, é barato e os resultados são obtidos de forma pouco laboriosa (Roy et al., 2009). As estratégias de controlo e prevenção baseadas no maneio são um ponto muito importante. A mamite bovina é a patologia com maior importância económica no seio de uma exploração leiteira (Asadpour et al., 2008; Bexiga et al., 2005; Blum et al., 2008; Krömker et al., 2009; Ruegg, 2003; Ribeiro et al., 2003; Schukken et al., 1999; Watts et al., 2000). A perda de produção ocorre na mamite clínica ou na mamite subclínica (Hogeveen, 2005). Quando a mamite se manifesta, a composição do leite é alterada em proporção directa com a extenção e intencidade do precesso inflamatório. Em casos graves o leite produzido á alterado completamente. Pioneer Hi-Bred Sementes de Portugal S.A. Campo Pequeno, 48 - 6º Esq. 1000-081 Lisboa Tel.: 217 998 030 - Fax: 217 998 050 O logótipo da DuPont Pioneer e o símbolo do trapezóide são marcas registadas da Pioneer Hi-Bred International Inc. Des Moines Iowa USA. Os custos envolvidos encontram-se relacionados com perdas directas e indirectas. Nas perdas directas estão incluídas a perda de produção leiteira e os gastos com os tratamentos médico-veterinários e respectivos fármacos. Os custos indirectos correspondem à diminuição da produção leiteira durante o resto da lactação devido // LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE Qualidade do Leite Mastites a lesões na glândula mamária, as penalizações por aumento no número de células somática, às necessidades de aumentar a mão de obra para tratamentos e cuidados adicionais, às maiores percentagens de refugo e reposição que conduzem à perda de potencial genético e mortes (Blowey et al., 1999). Devido aos avultados prejuízos provocados pelas mamites vários estudos foram realizados em diversos países. Os estudos sobre a economia e mamites numa exploração leiteira são variáveis de país para país. Segundo um estudo efectuado em 1997 na Holanda, os prejuízos por animal provocados por mamite clínica foram de 277 euros no primeiro trimestre de lactação e de 168 euros no último trimestre da lactação. Estudos mais recentes indicam que segundo a gravidade do caso uma mamite sub clinica pode custar entre 80 e 150€ por vaca e uma mamite clinica pode custar entre os 200 a 400€ por vaca. A prevenção consiste em minimizar a exposição aos microorganismos, isto é, ter especial atenção a todo o meio envolvente do animal . Os animais devem ser alimentados com uma dieta bem equilibrada e matérias primas de qualidade. O maneio na ordenha e entre ordenhas é considerado um ponto critico. A prevenção de mamites deve constituir uma prioridade para os produtores por razões económicas e por questões de saúde pública. Ismael Machado Rita Gonçalves Componentes Efeitos da mamite subclínica Proteínas totais diminuída Caseína Diminuída entre 6 e 18% Lactose Diminuída entre 5 e 20% Sólidos (excepto gordura) Diminuídos até 8% Gordura Diminuída entre 4 e 12% Cálcio Diminuído Fósforo Diminuído Diminuído Potássio Diminuído Diminuído Estabilidade e qualidade de conservação Diminuído Sabor Amargo Plasmina Aumentada Lipase Aumentada Imunoglobulinas AumentadaS Sódio Aumentado (sabor amargo) Tabela - Efeito da mamite sobre os componentes do leite (Blowey et al., 1999). // P. 9 // LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE // LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE vacas se possam agrupar são os locais onde elas irão defecar e urinar, levando ao aumento da contaminação do lugar onde há mais probabilidades delas se deitarem. Cinco Coisas que os Produtores de Leite Devem Fazer Para Evitar a Mastite Durante o Clima Quente de Verão Além disso, os nebulizadores podem ajudar a refrescar as vacas, mas como foi dito anteriormente, o aumento de agua ou camas húmidas acabam causando mais problemas que o previsto, em termos de contaminação da área das camas, aumentando a probabilidade de mastite. Neste contexto, a utilização de camas inorgânicas, por exemplo de areia, aumentamos significativamente a prevenção de mastites. Nº 2: Ofereça um ambiente arejado e confortável à Vaca As vacas podem sofrer de stress térmico com temperatura a partir dos 26ºC. E stá amplamente documentado que, de todas as estações do ano, o verão tende a ser a mais difícil em termos de controle de mastite. Tipicamente, as contagens de células somáticas começam a aumentar no final de Maio e continuam aumentando até Setembro, quando finalmente começam a diminuir. Em conjunto com este aumento de DC, ocorre também um aumento significativo dos casos de Mastite Clínica. O clima quente do verão proporciona uma serie de factores que permitem que a mastite se desenvolva durante estes três ou quatro meses do ano. Contudo, os principais factores que contribuem para as DC e mastites elevadas são o aumento de stress da vaca e o simples aumento no número total de bactérias presentes no meio ambiente. Com o calor de verão, as vacas ficam fisicamente mais stressadas. As pesquisas tem apontado que os altos níveis de hormonas relativas ao stress interferem na habilidade do sistema imunológico da vaca. As células somáticas entram no úbere como parte da resposta imunológica. Quando as células somáticas se encontram sobre o efeito opressivo das hormonas do stress, elas não conseguem agir de forma integral na protecção contra os organismos causadores da mastite e assim normalmente aumentam os casos clínicos totalmente desenvolvidos de mastite. Além disto, devido ao calor e humidade elevados do verão, as bactérias podem se desenvolver e causar problemas durante este período do ano. As bactérias necessitam somente de alimento, água e calor para se multiplicarem. Se conseguir-mos remover uma destas três necessidades vitais das bactérias, podemos mantê-las sob controle. Se todos os três factores estiverem presentes de forma abundante, os números de bactérias irão disparar para níveis altos, aumento consideravelmente a probabilidade da infecção da manada. // P. 10 Nº 1: Ofereça uma cama limpa e seca à Vaca Em primeiro lugar, as vacas precisam ter acesso a uma cama limpa, seca e confortável. As bactérias precisam de alimento, agua e calor para se desenvolverem. Como não conseguimos controlar o clima (calor e humidade), temos que nos empenhar na eliminação do alimento e água disponíveis para o desenvolvimento das bactérias. As bactérias usam qualquer matéria orgânica, como a da cama, chorume ou leite como alimento em potencial. Logo, se mantivermos os estábulos limpos, evitamos que a fonte de alimento para a bactéria se torne demasiado disponível. Além disso, os produtores de leite precisam de se certificar que conseguem remover a humidade ou água do ambiente. O Factor que mais contribui para a mastite ambiental é a cama húmida e suja. Sem uma fonte agua, as bactérias morrerão. As camas precisam ser construídas de forma adequada para proporcionar uma drenagem perfeita e limitar a contaminação através da urina ou humidade excessiva. As logetes também precisam ser limpas regularmente, principalmente a parte posterior das mesmas, onde o úbere entra em contacto com o material da cama. Além da área de estabulação, devemos tem em atenção os pontos de alimentação e o parque de espera. As vacas passam uma boa parte do dia comendo e à espera de ser ordenhadas, portanto temos que ter a certeza de que as vacas estejam em ambientes o mais fresco possível nestas áreas, para manter o seu nível de stress baixo e o seu sistema imunológico e produção de leite altos. Não esquecer de que a ventilação adequada é fundamental para manter as vacas refrescadas. Por exemplo, o uso de nebulizadores sem o movimento adequado do ar, em combinação com o calor corporal das vacas e a temperatura ambiente, irá resultar num efeito de sauna no parque das vacas. A equação é simples: ventilação adequada = vacas refrescadas e confortáveis e menos episódios de mastites no verão. Temos que ter em atenção, que as boas intenções no sentido de oferecer temperaturas mais amenas ao ambiente das vacas podem contribuir a longo prazo a mais problemas, se o maneio não for correcto. Na utilização de nebulizadores, áreas com sombras para ajudar as vacas a enfrentar o calor, o maneio nestas ares tem que ter especial atenção. Todos os locais onde as Contudo, a imersão adequada dos tetos antes e após a ordenha em um desinfectante para tetos de eficácia comprovada no combate a organismos ambientais pode oferecer aos tetos uma grande protecção contra infecções. O pré-dipping deve matar rapidamente os organismos, desinfectando adequadamente o teto antes da ordenha. O pós-dipping forma uma barreira no teto, oferecendo uma protecção máxima entre ordenhas. Nº 4: Procedimentos de pré-ordenha Mesmo que sempre se recomende a ter os maiores cuidados nos procedimentos de pré-ordenha, a época em que isto é mais critico é durante os meses quentes do verão. Como as condições ambientais geralmente não são as ideais nesta época do ano e as populações de bactérias Manter as camas secas é a principal forma de defesa contra as bactérias. Deve-se dar especial atenção ao maneio da cama em todas as estações do ano; mas isto é especialmente fundamental durante os meses de verão. Os organismos ambientais podem se desenvolver em torno da vaca e se proliferar rapidamente. A mastite provocada por estes organismos pode ter efeitos de longo prazo devastadores à saúde do úbere e da vaca, ao potencial de produção de leite e por fim à lucratividade da operação. O investimento no equipamento adequado de ventilação é um dos que oferece os melhores retornos para a vacaria. Nº3: Proteja os tetos com um desinfectante eficaz contra os organismos ambientais Quando as vacas enfrentam condições ambientais difíceis, elas precisam contar com uma protecção forte do seu desinfectante para os tetos. Muitas vezes, o desinfectante para os tetos é a única linha de defesa da vaca contra o maior número de bactérias ambientais presentes durante o verão. // LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE estão se desenvolvendo, os ordenhadores tem que dedicar atenção especial à preparação adequada da vaca. As vacas têm que receber um pré-dipping, com um desinfectante eficaz, para matar as bactérias da superfície do teto. Depois, os tetos têm que ser limpos e secos antes da colocação do conjunto de ordenha. A limpeza da ponta do teto é fundamental. Não nos devemos de esquecer de passar mais uma vez a toalha/papel pela extremidade do teto para que esta porção do teto fique limpa, impedindo o aumento de TMT e as infecções cruzadas. Além disto, vale a pena fazer a eliminação dos primeiros jactos das vacas com mais cuidado nos meses de verão. Nesta altura devemos examinar de perto o leite eliminado procurando coágulos e grumos para detectar a mastite clínica o quanto antes. Nº 5: Minimize as moscas Mais que um incomodo na exploração, as moscas abrigam e carregam muitas doenças, inclusive as mastites. Sabe-se que as moscas carregam muitos tipos diferentes de patogénicos comuns causadores de mastite. As moscas mordedoras são especialmente um problema para as vacas, pois elas preferem morder os tetos e extremidades dos tetos das mesmas, onde a pele é fina e macia. Verificou-se que estas moscas podem provocar tamanha irritação e lesão na extremidade do teto que resultam em formação de ferida. Bactérias como o Staphylococcus aureus prontamente se desenvolvem nestes pontos lesionados e ao redor das crostas das feridas. Assim como acontece com qualquer lesão do teto, isto provavelmente resultará em mastite. // P. 12 // LACTICOOP | QUALIDADE DO LEITE Mesmo as moscas que não mordem, como a mosca doméstica comum, podem espalhar a bactéria causadora da mastite “carregando” matérias húmidas na sua boca e as depositando no próximo lugar onde pousam. A “sujidade da mosca” (vista nos muros e cercas) é na realidade pequenas quantidade de vómito e material fecal deixado pelas moscas e geralmente contem bactérias que são transmitidas onde quer que as moscas pousem. As vacas que perdem leite pelos tetos entre as ordenhas são alvos frequentes das moscas comuns que carregam bactérias. Além de usar produtos disponíveis comercialmente para ajudar no controle de moscas, temos que nos certificar na localização e eliminação dos focos de disseminação como o estrume freso, silagem ou feno em decomposição, cama húmida ou leite derramado, antes que a população de moscas prolifere. Fonte: Newsletter Milk Quality Specialist // P. 13 // LACTICOOP | CULTURA DO MILHO // LACTICOOP | CULTURA DO MILHO excesso de azoto podem ser eliminados, ou pelo menos muito atenuados, desde que se tenha bem presente de que quando a planta absorve mais azoto também precisa de maiores quantidades de todos os outros nutrientes, em particular do fósforo e do potássio. Podemos depreender sem erro que um aumento dos elementos nutritivos do solo nos traz aumento de produção. Por razões económicas e ambientais, a fertilização azotada deve ser racional, obrigatoriamente adaptada às necessidades da cultura e à capacidade de disponibilização de azoto pelo solo. Adubação Azotada Na cultura do milho Nesta ordem de ideias, a adubação azotada deve ser estimada à partida e, se possível, acompanhada com correcções ao longo do ciclo cultural. A cultura do milho tem passando por importantes mudanças tecnológicas, resultando em aumentos significativos na qualidade e produtividade. A adubação como adição de nutrientes ao solo, têm uma vital e extraordinária importância no aumento de rendimento nas culturas. No entanto, apesar de ser considerado um dos principais factores de produção, a sua acção só se torna verdadeiramente importante quando se conjuga com a escolha de qualidade de todos os outros factores. O agricultor, ao planear a adubação do milho, deve ter em consideração vários aspectos. Destaco um diagnostico adequado dos problemas, socorrendo-nos do histórico da cultura, do histórico das adubações, das análise de solo para determinar as quantidades de fosforo e potássio necessários á sementeira e a quantidade, forma e fonte de azoto a aplicar. A extracção de azoto, fósforo, potássio, aumenta linearmente com o aumento na produtividade do milho, sendo a maior exigência em azoto seguindo-se o potássio e depois o fósforo. Para além das necessidades em azoto, fósforo e potássio em grandes quantidades, são necessários igualmente os micronutrientes em menores quantidades, destacando-se o caso do magnésio, enxofre e zinco. Entretanto, a deficiência de um deles pode ter um efeito na desorganização de processos metabólicos e redução da produtividade. De entre os macronutrientes o Azoto é considerado, quase sempre, o mais importante. Na realidade, sendo o principal responsável pelo vigor das plantas actua, na maior parte dos casos, como principal factor de vigor, sanidade e quantidade. Para além dos fertilizantes minerais, a cultura do milho tem à sua disposição azoto proveniente da mineralização dos resíduos da cultura anterior e ainda o que é libertado pela mineralização da matéria orgânica do solo. No caso de se efectuar a distribuição de efluentes orgânicos, é // P. 14 ainda necessário ter em consideração o azoto libertado, mais ou menos rapidamente, por estes produtos. A quantidade de azoto a aplicar na cultura do milho, tal como acontece com os outros nutrientes, depende basicamente de dois parâmetros: A exigência da cultura e a disponibilidade de nutrientes no solo. Há como sabemos, varias alturas para aplicação do azoto e dependendo da forma química como este se encontra ainda podemos variar mais. O mercado oferece uma vasta gama destes produtos mas teremos que optar por aquele que melhor se adaptará ás nossas condições de cultura. Este tipo de fertilizantes é caracterizado por serem produtos de baixa solubilidade que resultam da condensação da ureia. Obtém-se uma parte é solúvel em água e fica rapidamente disponível. E uma outra que é libertada de forma gradual por um período mais longo. Há ainda outros que resultam do revestimento da ureia com enxofre e foram estes os primeiros a ser desenvolvidos à escala comercial. Vários estudos têm mostrado os efeitos positivos do uso de adubos de libertação lenta, libertação controlada no aumento da produtividade das culturas e na redução da contaminação ambiental que apontam sempre para um dos princípios da agricultura sustentável. Resumidamente e no que se refere à quantidade da adubação azotada, podemos admitir que, atendendo aos ganhos e perdas naturais, a quantidade deste nutriente a aplicar será semelhante às remoções operadas pela cultura. A opção mais racional, económica e amiga do ambiente á a aplicação de adubos azotados de libertação lenta ou controlada. Os adubos de libertação lenta e adubos de libertação controlada são caracterizados por atrasarem a disponibilidade inicial dos elementos nutrientes e aumentam a sua disponibilidade no tempo através de determinados mecanismos. As exigências do milho, em azoto e de outros macronutrientes depende, como já foi dito, da produção esperada e do potencial genético da semente, todavia há como sabemos médias e é destas que nos socorremos para os cálculos de adubação. Trata-se de um elemento que, em virtude dos espectaculares efeitos com que se manifesta no vigor das culturas, conduz a uma certa tendência para ser aplicado em excesso. Ora, apesar de não serem de recear intoxicações da planta, o excesso deve ser evitado. Mesmo que a cultura do milho não seja prejudicada pelo excesso de azoto no solo, a fertilização em excesso aumenta significativamente os riscos de poluição das águas por lixiviação dos nitratos, para além dos acréscimos que implica, nos custos de produção e na susceptibilidade a doenças e pragas. Por outro lado, estando o azoto sujeito a sofrer perdas no solo, os excedentes não absorvidos pela cultura em que o azoto foi aplicado pouco irão beneficiar a cultura seguinte. O azoto, pela mobilidade que apresenta no solo, é um nutriente de gestão difícil. As perdas por lixiviação e evaporação são grandes e condicionadas pelas condições edafo-climáticas. Em anos como o presente sabemos que essas perdas são naturalmente significativas. O milho apresenta dois períodos de máxima absorção para o azoto. Durante o período de desenvolvimento vegetativo e reprodutivo (formação da espiga), e baixas taxas de absorção no período compreendido entre o depois da emissão do pendão e início da formação da espiga. De notar, entretanto que muitos dos inconvenientes do PARA BOAS COLHEITAS ADUBAI COM DURAMON Retard // P. 15 // LACTICOOP | ARVORE DO MÊS A família dos Azotados Duramon N Retard, uma opção segura de fertilização com total garantia de êxito P róximos de finalizar a campanha da principal cultura cerealífera em Portugal, a cultura do milho (grão e silagem), chega o momento de comprovar e demonstrar os resultados do trabalho realizado pelos distintos produtos da família de fertilizantes da FERTINAGRO, Duramon N Retard. Resultados que se manifestam na quantidade e qualidade das colheitas já obtidas e a obter que, mais tarde se converterão em benefícios económicos para os profissionais agrícolas. Esta época foi de vital relevância para as culturas cerealíferas (milho, trigo e arroz) e lenhosas (olival), quer em Portugal quer em Espanha. Durante estes últimos meses (Maio e Junho) reforçamos a comercialização das formulações azotadas de cobertura - Duramon Retard 26 Supramax (24-0-0), Duramon Retard Tecno 46 (300-0 c/ 0,1 Zn) Duramon Retard Tecnozinc (30-0-0 c/ 1 Zn)) provenientes da Área de Negócios Fertinagro Granulados, comprovando-se o óptimo estado vegetativo das culturas fertilizadas com as diferentes formulações NPK, NP e N da gama DURAMON/ FERTINAGRO na presente campanha 2014. Com a utilização de fertilizantes Duramon Retard com Azoto protegido, garante-se a existência de Azoto suficiente para suprir as necessidades que apresentam as diferentes culturas, no caso particular o milho, e com isso o óptimo desenvolvimento das plantas e espigas e, por conseguinte, maior quantidade e qualidade produtiva com reflexo no rendimento económico disponível para o agricultor. Hoje falamos da importância do Azoto na cultura do milho… pelas plantas e, excetuando as leguminosas, é o mais frequentemente suprido em quantidades insatisfatórias. Temos à disposição, hoje em dia, híbridos de milho com altos potenciais de produtividade, com índices que ultrapassam frequentemente os 12 a 14.000 Kg/ha de grão, em várias áreas de nossa região. Entretanto, há uma série de factores que interferem para que esses híbridos realmente expressem esse potencial genético, e um desses factores é a disponibilidade de nutrientes, e entre eles destacase o Azoto. Para atingir altas produtividades como a citada, temos que utilizar uma boa adubação de base, conforme recomendação de análise prévia de solo e, se a mesma tiver sido insuficiente, recorrer a formulações azotadas de cobertura que possibilitem a disponibilidade imediata do azoto em falta e, em simultâneo garantam a sua disponibilidade no que restar do ciclo FAO do milho, em particular nos ciclos médios-longos, quando sujeitos a situações de stress hídrico. Épocas de aplicação do azoto Nos estádios iniciais de desenvolvimento da cultura, o sistema radicular das plantas de milho é pouco desenvolvido e, portanto pouco solo é explorado, com isso, a sua exigência nutricional é menor, entretanto, pesquisas têm indicado que altas concentrações de N na zona radicular são benéficas para promover o rápido crescimento inicial da planta e o aumento na produtividade de grãos (YAMADA, 1996). Além disso, o fornecimento de N nos estádios iniciais favorece uma maior absorção de fósforo (MARSCHNER, 1995). Ao falarmos em nutrição na cultura do milho, um dos primeiros nutrientes que nos vem à mente é o azoto (N), pois sabemos o quanto ele é importante para esta cultura e o quanto a sua deficiência interfere na produtividade da cultura. De uma maneira geral, a absorção de N pelo milho é mais intensa no período entre 40 e 60 dias após a germinação, mas a planta ainda absorve pequenas quantidades na germinação e após o início da floração, caracterizando dessa forma três fases para absorção: O azoto é o nutriente requerido em maior quantidade Uma fase no crescimento inicial lento (germinação), // P. 16 uma fase no crescimento rápido onde 70 a 80% de toda a matéria seca são acumulada e, uma última fase de absorção na qual o crescimento é novamente lento, acumulando cerca de 10% de massa seca total da planta (VASCONCELLOS et al., 1998). CANTARELLA (1993) cita que, embora a absorção do N pelo milho seja mais intensa dos 40 aos 60 dias após a emergência, a planta ainda absorve cerca de 50% do N de que necessita após o início da floração. O autor afirma que é provável que haja vantagens numa aplicação tardia de parte do N nos casos de aplicação de doses altas de fertilizantes, solos muito arenosos ou áreas irrigadas. PRINCIPAIS FORMULAÇÕES AZOTADAS DA FERTINAGRO DURAMON RETARD TECNO 46 30-0-0 + 2Mg + 0,1Zn + 25SO3 DURAMON RETARD TECNOZINC 30-0-0 + 2Mg + 1Zn + 15SO3 DURAMON RETARD 26 SUPRAMAX 24-0-0 + 4Mg + 26SO3 As principais características são: . Tecnologia Duramon (MCDHS)- Azoto de liberta ‹o controlada . Alto conteúdo em Magnésio . Rico em Enxofre . Com Ferro, Zinco e Mangan s Os principais benefícios são: 1. Azoto eficiente para cobrir as necessidades das culturas. 2. Nas formulações ternárias o Fósforo encontra-se protegido, com maior disponibilidade para as culturas durante todo o ciclo. 3. Incorporamos Magnésio e Enxofre para suprir as necessidades: trigo, cevada, milho, arroz, olival… 4. Evitamos carências de elementos tão indispensáveis como o Zinco. 5. Incorporamos e adubo que necessitamos de uma só vez. 6. Maior qualidade e quantidade de produção obtida. 7. Respeito pelo meio ambiente. Mais informações: Área de Negocio de Granulados da FERTINAGRO/ TERVALIS Adaptado por, [email protected] // P. 17 // LACTICOOP | PASTONE N a produção de leite é obrigatório a procura constante da redução dos custos da alimentação devido ao peso que estes representam na estrutura das despesas totais da exploração. Nesse sentido, devemos centrar a nossa atenção na procura de soluções alternattivas aos programas alimentares tradicionais. A exploração leiteira, principalmente em efectivos de alta produção, depende muito do uso de milho como principal fonte de energia. Dado o alto valor desse cereal os custos com alimentação são bastante significativos na exploração leiteira. O uso da silagem de grãos húmidos de milho (Pastone) tem constituído uma importante melhoria na redução dos custos com a alimentação. Pastone o que é? A palavra Pastone refere-se a milho colhido com cerca de 30 a 32% de humidade,triturado e armazenado em silo normal ou chouriço. Tipos de Pastone: Pastone de espigas - pode ser feito recorrendo a uma automotriz onde se adapta uma frente de uma ceifeira. Neste caso apenas a espiga da planta é colhida e triturada. Pastone de Grão - difere do anterior por apenas incluir o grão. A colheita é efectuada com uma ceifeira debulhadora, e normalmente, o grão é triturado num moinho à entrada do silo. É o tipo de Pastone mais comum em Portugal. O resto do processo é semelhante o da silagem de milho tradicional ( compactação e fecho do silo). Os factores fundamentais envolvidos na elaboração de Pastone de alta qualidade, são: 1) Colheita do milho com a percenta-gem correcta de humidade, 2) Assegurar uma boa trituração do grão/ silagem, 3) Boa compactação para que não exista ar no interior do silo, 4) Utilizar um inoculante apropriado para assegurar uma rápida e correcta fermentação, e 5) Fechar rapidamente o silo. Valor Nutritivo do Pastone: O pastone apresenta um valor nutricional em tudo similar a farinha de milho. Diferem entre eles, na humidade (+/- 30% no pastone versus 14% na farinha de milho), e na digestibilidade ruminal,onde o pastone apresenta uma digestibilidade de 86% contra 78% da farinha de milho.(Tabela 1) Farinha de Milho Grosseira Moida Pastone Local de digestão do Amido (%) Rumen 69 78 86 Intestino 21 18 7 Total 90 96 93 Fonte: Pioneer, 2012; Owens et al., 1985 Tabela 1 - Digestibilidade do amido // P. 18 Pastone A qualidade nutricional do grão de milho na alimentação animal é um assunto largamente consagrado dispensando abordagens. No entanto, são importantes algumas considerações sobre o valor nutricional deste cereal na forma de pastone. Os grãos de milho, mesmo quando triturados ou parcialmente quebrados, são protegidos pelo pericarpo, o qual é muito resistente à degradação microbiana e digestão enzimática no intestino delgado. Os estudos com pastone têm constatado que há aumento na digestibilidade da matéria orgânica, devido ao aumento na digestão do amido, principal componente do grão. Antes de completar a maturação do grão, a matriz proteica que cobre os grânulos de amido, no milho duro já está em formação e limitará a digestão ruminal do amido (PHILIPPEAU et al., 1996). Por esse motivo, a colheita do milho para silagem com maior teor de humidade, em relação ao grão seco, pode ter efeito benéfico sobre a digestibilidade ruminal da MS. Trabalhos realizados em relação ao estado de maturação do milho mostram forte variabilidade na degradação ruminal do amido em função do genótipo da planta (PHILIPPEAU et al., 1996). Os genótipos de milho diferenciam-se pela textura do endosperma (dentados, duros). A degradabilidade do amido do grão normalmente diminui com o avanço na maturidade. Foram encontradas (PHILIPPEAU et al. 1996) reduções de 14,4% (62,2 para 47,8%) e de 18,0% (87,0 para 69,0%) quando o teor de matéria seca da planta passou de 30 para 35%, respectivamente, para milho duro e milho dentado. Esta redução é independente do genótipo e é ligada, em grande parte, à diminuição da proporção de amido rapidamente degradável. Segundo HUNTINGTON (1994), um aumento na proporção de amido degradado no rúmen é traduzido num aumento da eficiência alimentar (ganho de peso/kg de alimento), e também num aumento no teor de proteína no leite. De acordo com DEMARQUILLY (1996), isso é contrário a teoria que sugere que o amido é utilizado mais eficazmente quando é digerido e absorvido sob forma de glicose no intestino delgado, em relação à degradação para AGV no rúmen. O autor destaca que de fato a digestão do amido no rúmen tem dupla vantagem: // P. 19 // LACTICOOP | PASTONE // LACTICOOP | ARVORE DO MÊS 1) aumento da síntese de proteína microbiana no rúmen; 2) aumento na digestibilidade no intestino delgado do amido “by pass”, devido ao aumento na secreção do pâncreas, em resposta a uma maior quantidade de proteínas que chegam ao intestino delgado. Vantagens e Desvantagens do uso de Pastone: Interesse de utilização do pastone versus farinha de milho: Como Já foi referido acima,o interesse do pastone na alimentação das vacas de leite está sempre indexado ao preço da farinha de milho, na tabela 2 podemos verificar vários preços de interesse do Pastone: Preço da Farinha de Milho (€/Ton) Preço de interesse Pastone (€/Ton) 200 163 205 167 210 171 215 175 220 179 225 183 230 187 235 191 Desvantagens do uso do Pastone 240 195 Valor de interesse sempre indexado ao preço da farinha de milho; Empate de capital elevado Maior risco de acidose devido a uma maior velocidade de fermentação ruminal quando comparado com a farinha de milho. 245 199 250 204 Dentre as principais vantagens em relação ao uso de pastone encontradas na literatura (KRAMER e VOORLUYS, 1991, JOBIM et al., 1996, JOBIM et al.,1997, COSTA et al.,1999, KÉPLIN, 2000, JOBIM et al., 2001) podemos destacar as seguintes: Maior digestibilidade do que a farinha de milho Antecipação na colheita em três a quatro semanas, o que permite libertar a área para o cultivo optimizando o uso da terra; Redução significativa das perdas de campo por condições climatéricas adversas, ataque de pássaros e de insectos, além de menor risco de contaminação por fungos; Alta qualidade sanitária dos grãos (reduz a presença de fungos, contaminação por toxinas ). Protocolo Lacticoop / BPI A LACTICOOP formalizou recentemente um Protocolo com o BPI o qual estabelece condições privilegiadas de negócio, com spreads competitivos e de rápida decisão. O Protocolo estabelece condições de financiamento de curto e médio/longo prazo. No curto prazo é de referir os créditos especiais de apoio às campanhas de produção de leite, milho, batata e outras produções agrícolas relevantes, bem como a antecipação dos subsídios agrícolas ao abrigo do RPU. São ainda considerados os financiamentos a médio logo prazo, destinados à aquisição de bens de equipamento, enquadrados ou não em Projectos Proder, e uma linha especial para a aquisição de animais. A Direcção da Lacticoop, consciente das dificuldades financeiras que se vivem no sector da produção, pretende com este tipo de iniciativas dar o seu contributo para tornar mais fácil o acesso a linhas de crédito pelos nossos produtores, de forma a que estes possam fazer os investimentos mais prementes nas explorações, nomeadamente a aquisição de animais e produção forrageira e a renovação de equipamentos. Linha BPI para apoio à aquisição de animais e de Equipamentos Tabela 2 Financiar a aquisição de : Finalidade - Vacas leiteiras; - Equipamentos a parceiros da Lacticoop Exemplos de Arraçoamentos: - Vacas leiteiras: empréstimo a prazo fixo; Mantendo o mesmo perfil nutricional,as mesmas quantidade de forragens e considerando um exploração de 100 animais com 32 litros de média e o preço da farinha de milho a 235€/ton, apresentamos abaixo alguns exemplos: preço €/ton Arraçoamento 1 (s/ pastone ) kg/dia Silagem milho (32,0MS/30Amidos) 60 25 Silagem Erva(26MS;11,7PB) 45 5 Palha 70 1 Farinha de Milho 235 4 Concentrado 1 382 8,2 Concentrado 2 381 Concentrado 3 382 Pastone 1 191 Pastone 2 180 Total Vaca/dia 5,87 €/dia Total efectivo/dia 587 €/dia Tabela 3 - Comparação de Arraçoamentos // P. 20 No caso dos exemplos acima podemos verificar que , quando comparamos o arraçoamento 1 (sem pastone) com o arraçoamento 3 (Pastone abaixo do limiar do preço de interesse) conseguimos obter uma poupança de 12£/dia,o que se traduz numa poupança mensal de 360€.Como qualquer matériaprima,a utilização do pastone Arraçoamento Arraçoamento 2 ( pastone a 3 ( pastone a torna-se mais rentável quanto 191€/Ton) 180€/Ton) mais baixo for o seu preço de Kg/dia Kg/dia custo. 25 25 O pastone é uma matéria prima com elevado interesse 5 5 na elaboração de um 1 1 programa alimentar para vacas leiteiras, aquando 3,8 0 da sua utilização deve-se ter em conta a velocidade 8,2 de degradação ruminal e potencial acidogénico desta 8 matéria-prima,sendo por 0,15 isso de todo aconselhável a 5 comunicação entre o produtor e o nutricionista da exploração. 5,87 €/dia 5,75 €/dia 587 €/dia Tipo de financiamento - Equipamentos: empréstimo a prazo fixo / leasing de equipamentos; Montante Prazo Taxa de juro - Mínimo: 10.000€ - Máximo: 500.000€ - Vacas leiteiras: até 48 meses; - Equipamentos: até 120 meses; Euribor + [3,25%, a 6,00%] Para mais informações, contacte os nossos serviços ou dirija-se ao Balcão BPI mais perto de si. Pub. 575€/dia João Sousa Abilio Pompeu // P. 21 Alimentação de Vitelas? // LACTICOOP | ANUNCIOS Anuncio Cornadis (trancadores) e Logetes para vacas em estado novo. se eVend Um trabalho de Mãe Contacto: 963 022 686 ou 967 096 545 ◀ Anuncio Vacaria Licenciada ao abrigo do REAP com capacidade para 80 animais adultos, com 1 ha de terreno envolvente. Equipada com sistema de ordenha, refrigeração,rodos de limpeza e armazém de apoio para as máquinas e fenos. -se Aluga Contacto: 967 982 423 ◀ Contacto: 967 981 932 ◀ Anuncio Vende-se todo o terreno da marca NISSAN TERRANO, modelo comercial com matricula do ano 2003, em óptimo estado. Viatura ideal para trabalhos agrícolas, florestais ou para caça. se eVend Os interessados devem contactar para o telemóvel: ◀ ◀ Anuncio Contacto: 965 520 336 Sr. António Carlos Contacto: 919 672 302 Vende-se exploração leiteira, licenciada e com 2 casas. Quinta Vale Ademendinha em Orjais concelho da Covilhã. se eVend Anuncio e-se d n e V Boletim Informativo Ficha Técnica Depósito legal: 217931/04 Periodicidade: Mensal Tiragem: 1500 Exemplares // P. 22 -se ra Comp Colaboraram neste número: Abilio Pompeu Fernandes da Silva Fernando Taveira Henrique Moreira Herminio Catarino Ismael Machado Jay Shannon João Sousa Mário Cupido Nuno Cardoso Rita Gonçalves -se a c o r T Redacção: Av. de Oita, 7 r/c - Apartado 92 3810-143 Aveiro - EC AVEIRO Telef. 234 377 280 Fax 234 377 281 Execução Gráfica: Creativelab.pt - Rui Marinho Email: [email protected] Este espaço pode ser seu Impressão Litoprint Zona indust. 3 Marcos Vale do Grou - Apartado34 3754-908 Aguada Cima-ÁGUEDA Telef.: 234 600 330 Recepção de anúncios: Todos os textos, publicidade e imagens devem ser entregues até ao dia 15 de cada Mês. TECNOLOGIA ALIMENTAR Especialistas em vitelas www.calfmom.com Urban GmbH & Co. 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