5º Curso Latino Americano de Budismo da SGI

Transcrição

5º Curso Latino Americano de Budismo da SGI
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Abertura dos Olhos
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Abertura dos Olhos
(Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 4)
Frase 1: Declaro aqui que não importa que os deuses me
abandonem. Não importa que eu tenha de enfrentar todas as perseguições. Ainda assim, darei minha vida em prol da Lei. Shariputra
praticou o caminho de Bodhisattva durante sessenta kalpa; porém,
ele desistiu pelo fato de não suportar o desafio de um brâmane,
que suplicou para obter um de seus olhos.(1) Dentre aqueles que
receberam as sementes da iluminação no remoto passado e os que
as receberam dos filhos do Buda Excelência da Grande Sabedoria
Universal, muitos desistiram das sementes e, por terem seguido
más companhias, sofreram, respectivamente, no inferno durante
longos períodos de kalpa tão inumeráveis quanto as partículas de
pó de sistemas de grandes mundos e durante kalpa tão inumeráveis
quanto as partículas de pó de sistemas de grandes mundos. Independentemente de a pessoa ser tentada pelos bons ou ameaçadas
pelos maus, se ela abandonar o Sutra de Lótus, conduzirá a si própria ao inferno. (END, vol. 4, págs. 200~201)
Frase 2: Deixarei registrado um grande juramento neste escrito. Mesmo que me ofereçam o trono do Japão na condição de
eu abandonar o Sutra de Lótus, de aceitar os ensinos do Sutra da
Meditação ou de aspirar ao renascimento na Terra Pura, mesmo
que alguém me ameace dizendo que decapitará meus pais se eu
não recitar a Nembutsu — sejam quais forem os obstáculos que
eu encontrar, enquanto as pessoas de sabedoria não provarem que
meus ensinos são falsos, jamais desistirei! Todos os outros sofrimentos nada mais são para mim que pó diante do vento. Eu serei o
pilar do Japão. Eu serei os olhos do Japão. Eu serei o grande navio
que conduzirá o Japão. Este é meu juramento, e jamais recuarei um
único passo! (END, vol. 4, pág. 201)
(1) Essa história aparece em Grande Perfeição da Sabedoria, entre outros escritos. Enquanto Shariputra praticava o caminho de
bodhisattva em uma existência passada, ele encontrou um brâmane que lhe suplicou por um de seus olhos. Shariputra deu-lhe seu
olho, mas o brâmane sentiu-se tão enojado por seu forte odor que
o atirou no chão e o esmagou. Ao ver isso, Shariputra entrou em
desespero e abandonou a prática.
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Cenário Histórico
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ste tratado é um dos cinco escritos mais importantes de
Nitiren Daishonin, no qual ele revela sua identidade como
o Buda dos Últimos Dias da Lei possuidor das três virtudes
de soberano, mestre e pais. No segundo mês do nono ano de
Bun-ei (1272), ainda em exílio na Ilha de Sado e vivendo sob
severas circunstâncias, Daishonin concluiu este tratado em dois
volumes e endereçou-o a Shijo Kingo, um dos seus principais
discípulos em Kamakura e samurai do clã Hojo, detentor do poder naquela época, em nome de todos os seus seguidores.
Quando Daishonin foi conduzido a Tatsunokuti, em Kamakura, em 1271, Shijo Kingo acompanhou-o decidido a morrer ao seu lado, e presenciou seu triunfo sobre a execução. Além
disso, ele viajou a Sado e visitou Daishonin durante seu exílio,
enviando mensageiros para levar materiais para escrita e outras
necessidades para Daishonin.
O Objeto de Devoção para Observar a Mente Estabelecido
no Quinto Período de Quinhentos Anos Após o Falecimento do
Buda, escrito em 1273, esclarece, do ponto de vista da Lei, que
o objeto de devoção possibilita a todas as pessoas atingirem a
iluminação. Abertura dos Olhos trata do mesmo assunto em termos de “pessoa”, ou seja, revela que Nitiren Daishonin é o Buda
que estabeleceria o objeto de devoção para todas as pessoas
alcançarem o estado de Buda. O objeto de devoção incorpora a
iluminação de Daishonin para o Nam-myoho-rengue-kyo, a Lei
que está implícita nas profundezas do Sutra de Lótus.
Nitiren Daishonin experimentou uma série de adversidades
na inóspita Ilha de Sado; a condição precária de sua cabana não
o protegia do vento nem da neve; faltava-lhe alimentos, roupas
e materiais para escrita. Além de seu sofrimento físico, ele ficou
profundamente abalado em saber que vários de seus seguidores
de Kamakura haviam abandonado a fé.
Sentindo que a morte constantemente o ameaçava, Daishonin redigiu este tratado com o propósito de encorajar seus discípulos como se esse fosse seu último desejo e testamento.
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Fontes de Consulta
• Fonte 1: As razões de Nitiren Daishonin para esta
declaração (Frases 1 e 2)
Porém, ele não pára por aí. Isto porque a ilusão fundamental
que produz dúvidas a seu respeito na mente das pessoas em
geral e na de seus seguidores ainda não havia se dissipado por
completo. Essa ilusão fundamental deve-se à ignorância em relação às ações contra a Lei, e constitui a raiz das dúvidas deles
sobre o devoto do Sutra de Lótus.
Conforme observei anteriormente, o devoto do Sutra de Lótus nos Últimos Dias está comprometido com a luta de combater o mal fundamental das calúnias ou ações contra a Lei. No
entanto, as pessoas ignorantes não podiam entender o significado dessa luta. Embora o Sutra de Lótus tivesse predito que
seus praticantes deveriam enfrentar grandes perseguições nos
Últimos Dias da Lei, e mesmo quando Nitiren explica de forma
clara e lógica porque as divindades celestiais não estavam oferecendo sua proteção, as pessoas continuavam sem entender
porque Nitiren passava por tantas provações para combater as
ações contra a Lei, mesmo a custa de sofrer terríveis perseguições. Por isso, Nitiren faz seu juramento pessoal, e revela seu
estado de vida como o devoto do Sutra de Lótus que combate
os atos contra a Lei.
Antes desse trecho, Nitiren já havia tratado de esclarecer
as dúvidas das pessoas mediante explicações fundamentadas
em provas documentais e teóricas. Mas, nessa parte, trata de
romper a escuridão fundamental que encobre o coração das
pessoas, citando a forma como ele mesmo estava vivendo fundamentado em seu juramento inabalável. De certa forma, esse
trecho é como o rugido de um leão, poderoso e, ao mesmo
tempo, benevolente, que visa purificar e elevar a vida de todas
as pessoas.
Nesse trecho também, Nitiren ensina que o espírito de luta
com o qual ele próprio cumpre seu juramento é a essência que
define um devoto do Sutra de Lótus. Ele vai ainda mais além das
provas documentais e teóricas. Todo esse trecho pulsa com o
espírito do devoto do Sutra de Lótus que ele próprio incorpora.
(“Explanação de Abertura dos Olhos”, págs. 222~223)
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• Fonte 2: Espírito de luta do Devoto do Sutra de Lótus
Para Nitiren há algo mais importante que receber ou não
proteção. Algo pelo qual uma pessoa arrisca a própria vida para
atingir, mesmo enfrentando os piores obstáculos. E esse algo
tão importante é a consecução do estado de Buda por todas
as pessoas, o bem supremo, que é o grande juramento proclamado pelo próprio Sakyamuni no Sutra de Lótus. Em outras
palavras, é o Kossen-rufu, a concretização desse juramento. Foi
pó esse objetivo que Nitiren lutou, por uma aspiração que vai
muito além dos interesses e apegos mundanos que preocupavam as pessoas, a sociedade e também seus seguidores.
Um devoto do Sutra de Lótus é uma pessoa de espírito de
luta, que assume como juramento pessoal, o grande desejo
do Buda e luta para cumpri-lo , mesmo em meio aos grandes
obstáculos da era posterior à morte do Buda.
Em especial, nesta era de corrupção, conhecida como Últimos Dias da Lei, se não propagarmos o Myoho-rengue-kyo (a
Lei Mística) e se não o ensinarmos a todas as pessoas para que
atinjam o estado de Buda, não poderemos cumprir esse grande
juramento.
O Myoho-rengue-kyo é o ensino que expõe a essência da
vida e suas funções. As calúnias ou ações contra o Sutra de
Lótus, que fazem surgir a dúvida na Lei Mística no coração das
pessoas, funcionam como uma influência negativa que desvia as pessoas do caminho para atingirem o estado de Buda.
Também funcionam como um inimigo, no sentido de impedir
a concretização do grande juramento do Buda. Portanto, por
necessidade, o devoto do Sutra de Lótus nos Últimos Dias da
Lei, deve ser uma pessoa que combate as ações contra a Lei.
No Budismo Nitiren, o juramento pelo Kossen-rufu expressa
o espírito de luta dos praticantes do Sutra de Lótus. Por isso,
Nitiren fala de seu juramento como o devoto do sutra nesta
parte de “Abertura dos Olhos”. (“Explanação de Abertura dos
Olhos”, págs. 224~225)
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• Fonte 3: A importância da postura de não retroceder
Na fé, o mais importante é a postura de não retroceder.
Devemos ter essa atitude em nossos pensamentos, palavras e
ações. O espírito do Budismo Nitiren e o coração da Soka Gakkai
encontram-se na atitude de continuar a lutar enquanto vivermos.
Em “Abertura dos Olhos”, recordando a época em que estabeleceu seu ensino, Nitiren reafirma o juramento inabalável que
formulou em seu coração quando iniciou a luta para propagar
a Lei, plenamente consciente das conseqüências desse ato. Ele
diz: “Meu juramento é o de manter uma poderosa e inabalável
determinação de salvar todos os seres vivos e jamais faltar com
minha decisão.” (END vol.4, pág. 65)
Hoje, estamos conduzindo nossa prática, neste mundo impuro, denominado saha, “em um kalpa impuro, em uma era
maléfica” (LS 13, 194). Vivemos em um mundo repleto de
“maus agentes” ou influências negativas, que fomentam calúnias à Lei. Somos obrigados a travar uma batalha contra os Três
Obstáculos e as Quatro Maldades, e contra os Três Poderosos
Inimigos. Se quisermos mostrar uma prova real da fé nessas
circunstâncias, é vital desenvolvermos força interior e resistência, que nos permitam lutar sem tréguas contra a nossa própria
negatividade inerente ou escuridão fundamental.
Se não edificarmos essa fortaleza espiritual, de não nos permitir sermos arrastados por nada, e a pureza de sermos fiéis ao
nosso juramento sem vacilar, a chama de nossa prática budista se extinguirá rapidamente pelos ventos da escuridão e pelas
funções insidiosas. A chave do não-retrocesso encontra-se em
cultivar e fortalecer um espírito assim. Sem uma firme determinação, não poderemos vencer os obstáculos causados pelas influências negativas. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, págs.
225~226)
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• Fonte 4: O abandono da fé de Shariputra
No caso de Shariputra, o brâmane que lhe pediu um dos
olhos era, na realidade, um demônio que deliberadamente se
aproximou dele para fazê-lo abandonar a fé. Shariputra não foi
vencido pela conduta repreensível do brâmane, mas por sua
própria mente ou fraqueza interior. A negatividade ou escuridão
fundamental que tomou conta do coração de Shariputra depois que o brâmane pisoteou seu olho foi alimentada por este
pensamento: “É tão difícil salvar essas pessoas... Não há como
guiá-las à iluminação.” Então, Shariputra abandonou o caminho de bodhisattva do Mahayana e retrocedeu a uma prática
do Hinayana enfocada unicamente na salvação pessoal.
Naturalmente, esse é um episódio dos tempos em que
Sakyamuni praticava os ensinos pré-Sutra de Lótus do Mahayana, que consistia em realizar austeridades de bodhisattva ao
longo de inumeráveis kalpa. Nesse sentido, não há necessidade
de aplicarmos seu exemplo a nossa própria prática. Nitiren ensina, antes de mais nada, que a prática budista “deve estar de
acordo com a época” (END vol.4, pág. 222).
Contudo, desse ponto de vista, pode-se dizer que nós, da
Soka Gakkai, passamos constantemente por provas espirituais
mais difíceis e até mais árduas que essas, cada vez que conduzimos atividades de propagação nesta era impura e maléfica.
A essência da prática nobre e sublime realizada pelo bodhisattva está no empenho contínuo pelo bem dos demais, com
uma dedicação realmente abnegada e até mesmo com o próprio sacrifício, em meio à hostilidade e rejeição, aos insultos e
calúnias derivados da ignorância, perversidade e maldade das
pessoas.
Nós da SGI, oramos sinceramente ao Gohonzon, aconteça o
que acontecer, “com atitude gentil e tolerante” (LS 10,166). Recitamos Daimoku com toda seriedade e com o seguinte pensamento: “Esta pessoa também tem a natureza de Buda. Enviarei
Daimoku a esse reservatório puro do estado de Buda que tem
em sua vida.” Dessa forma, continuamos a dialogar corajosamente, dispostos a atuar pela felicidade dessa pessoa. Devido
a esse sentimento, podemos expandir imensamente nosso próprio estado de vida.
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Em última análise, o que o Shariputra não tinha quando
abandonou sua fé era o espírito do Sutra de Lótus. Se ele acreditasse firmemente que todas as pessoas possuíam o estado de
Buda, teria conseguido manter-se imperturbável ante os insultos
do brâmane. Shariputra deveria ter agido como um indomável
defensor do espírito humano, enquanto o brâmane deveria ter
se lastimado por sua falta de fé na bondade do ser humano.
Porém, no momento crucial, Shariputra não conseguiu acreditar
no ensino da iluminação universal que existe para libertar todas
as pessoas de sua escuridão ou ilusão fundamental. Nisso se
encontrava a raiz do problema. Podemos supor também que
os outros grupos de seguidores que abandonaram o Caminho
e caíram no inferno de incessante sofrimento, por imensuráveis
kalpa, foram derrotados pelas influências negativas, que os fizeram duvidar dos ensinos do Sutra de Lótus.
O autêntico Budismo de Sakyamuni e o Budismo Nitiren, baseiam-se no princípio do Sutra de Lótus, segundo o qual todas
as pessoas podem manifestar o estado de Buda. No extremo
oposto desta verdade se encontra a escuridão fundamental, um
estado de vida desolado e obscuro, que nos impede de reconhecer que todas as pessoas possuem igualmente o estado nobre e supremo de Buda. Opor-se ao Sutra de Lótus conduz, em
última análise, à queda no inferno de incessante sofrimento, um
abismo de total escuridão. Por isso Nitiren diz: “Se ela abandonar o Sutra de Lótus, conduzirá a si própria ao inferno.” (END
vol.4, pág. 201.) (“Explanação de Abertura dos Olhos”, págs.
227 a 229)
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• Fonte 5: O “espírito de luta” é o “espírito de não
retroceder”
O Sutra de Lótus é um ensino que reconhece a dignidade
da vida de todas as pessoas e que nos permite manifestar nossa
própria natureza do Dharma, a iluminação interior. É também
um ensino que permite a criação de valor.
Quando se propaga o Sutra de Lótus, sem falta surgem influências negativas ou “maus amigos”, que tratam de deter seu
avanço e fazer com que os praticantes decaiam em seu estado
de vida. As influências negativas tentam nos arrastar para a escuridão fundamental e a negatividade, e colocar-nos sob a influência das forças opressoras. Não devemos nos deixar influenciar
por essas funções. Por essa razão, é imperativo combatermos o
mal das calúnias ou atos contra a Lei, dos inimigos do verdadeiro ensino. O espírito de luta nada mais é que o espírito de
não retroceder. Se não lutarmos energicamente, não poderemos
resistir ao campo magnético das influências negativas. Por favor,
lembrem-se todos, de que nesse ponto se encontra o princípio
vital para a vitória na vida. (“Explanação de Abertura dos Olhos”,
pág. 229)
• Fonte 6: O grande desejo de Nitiren Daishonin
Serei o pilar espiritual desta nação devastada.
Serei seus olhos para que possam distinguir a verdade da falsidade em meio à confusão que reina no pensamento budista.
Serei o grande nau para salvar aqueles que naufragam à deriva. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, pág. 233)
• Fonte 7: O “Grande Desejo do Buda” demonstrado
no Sutra de Lótus
Um conhecido “Grande Desejo do Buda” consta no capitulo
Hoben (Meios) do Sutra de Lótus no trecho: “O grande e amplo
desejo de Sakyamuni é tornar a condição de vida de todas as
pessoas iguais ao do Buda.”
E no 16º capítulo Juryo (Revelação da Vida Eterna do Buda),
que nós recitamos diariamente, na parte final está expresso o
grande desejo de Sakyamuni, o Buda do remoto passado: “Medito constantemente: Como posso conduzir as pessoas ao caminho supremo e fazer com que adquiram rapidamente o corpo de
um buda?” (LS16, 232)
Este trecho revela a determinação eterna do Buda, seu grande desejo desde o tempo sem início. O Buda anseia por uma
única coisa: ajudar as pessoas a atingir a felicidade suprema.
Esse é o pensamento constante de Sakyamuni, conforme suas
próprias palavras.
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Abertura dos Olhos
• Fonte 8: O estado de Buda se manifesta na vida das
pessoas que cumprem o juramento integralmente
O estado de Buda se manifesta na vida das pessoas de forte
fé que assumem para si o juramento do Buda e dedicam sua vida
para cumpri-lo.
A Soka Gakkai atingiu uma retumbante vitória em cada atividade porque cada um de seus membros manteve esse juramento com o espírito de não poupar a própria vida.
O juramento é um fator essencial em nossa luta para propagar a Lei Mística na era maléfica dos Últimos Dias. Sem um
forte compromisso de manter e propagar o correto ensino, por
toda a vida, não podemos resistir à correnteza violente desta era
impura, nem vencer as tendências destrutivas e maléficas que se
encontram na vida humana.
Nosso juramento de nos empenhar pelo Kossen-rufu é uma
fonte primordial de força e coragem para nos mantermos inabaláveis ante as piores adversidades e provações. Quando nos
dedicamos a esse juramento, sejam quais forem os obstáculos
e as funções maléficas que surgirem, nossa vida resplandecerá com um espírito indomável e nobre. Seja qual for o tipo de
carma que se manifeste, nossa existência brilhará com a luz dos
campeões invencíveis.
Enquanto nosso compromisso com esse juramento se mantiver firme, não haverá absolutamente nenhuma função maléfica
ou carma capaz de nos vencer. Esquecer esse compromisso significa a derrota definitiva para um budista. Aqueles que abandonaram a fé e se voltaram contra nós no passado foram, invariavelmente, pessoas que se deixaram levar por sua ganância, que
se tornaram obcecadas pelo poder e pela fama e perderam de
vista seu juramento. Todas elas acabaram em vergonhosa derrota. Por isso, como Nitiren diz: “O que importa é o coração.” (GZ,
1192) Nitiren nos ensina que a essência do triunfo como seres
humanos se encontra na postura de não retroceder e em sermos
fiéis ao nosso juramento. (“Explanação de Abertura dos Olhos”,
págs. 231 a 232)
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Tese sobre “Significado do Benefício”
Tese sobre
“Significado do Benefício”
Material de Referência
(1) A natureza do benefício no budismo = eliminar o
mal e criar o bem (superar a escuridão fundamental e manifestar a natureza da iluminação)
Frase 1:
A palavra “benefício” (kudoku) significa a recompensa representada pela purificação dos seis órgãos sensoriais. De forma geral, podemos dizer que, nesta era, Nitiren e
seus seguidores, que recitam o Nam-myoho-rengue-kyo, estão
conduzindo a purificação dos seis órgãos sensoriais. Assim, eles
estão agindo como mestres da Lei do Nam-myoho-rengue-kyo e
possuem grande virtude (toku). Na palavra kudoku, o caractere
ku significa “boa sorte” ou “felicidade”. Também diz respeito
ao mérito alcançado por extinguir o mal, enquanto o elemento
toku ou doku refere-se à virtude adquirida por realizar o bem.
Portanto, a palavra kudoku quer dizer atingir o estado de Buda
na presente forma. (Registro dos Ensinos Orais, TC 480).
(2) A Transformação do Veneno em Remédio é o verdadeiro benefício da Lei Mística = princípio da Revolução
Humana
Frase 2: O Bodhisattva Nagarjuna da Índia afirmou que
o Myo de Myoho é como um grande médico que transforma
o veneno em remédio. A palavra veneno representa os três caminhos dos desejos mundanos, do carma e do sofrimento. A
palavra remédio refere-se aos três atributos do Buda, ou seja,
o corpo do Dharma, a sabedoria e a emancipação. Tient’ai afirma: “O caracter myo é definido como místico, maravilhoso.”
Diz também: “A manifestação dos três mil mundos num único
momento da vida é também místico.” Isto é o significado de
quando falamos transformar o veneno em remédio é atingir o
estado de Buda na presente existência. (Ouvindo sobre o veículo
do Buda pela primeira vez, GZ, pág. 984).
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Tese sobre “Significado do Benefício”
Frase 3: Pergunta: O que recebemos ouvindo esses ensinos?
Resposta: Isto significa ouvir sobre o Sutra de Lótus pela primeira
vez. Miao-lo disse: “Se um indivíduo possui fé no ensino de que os
três caminhos – desejos mundanos, carma e sofrimento são nada
além do que as três virtudes – o corpo do Dharma, a sabedoria e
a emancipação, então um indivíduo consegue atravessar os dois
rios da transmigração. Ou seja, diz que obviamente consegue-se
atravessar os Três Mundos (mundo atual) de incertezas e sofrimentos. E quando um indivíduo comum nos Últimos Dias da Lei
ouvir e abraçar este ensino, não somente ele atingirá a iluminação
como também seus pais atingirão a iluminação na forma presente. Isto é a mais suprema expressão de devoção filial. (Ouvindo
sobre o veículo do Buda pela primeira vez, GZ, pág. 984).
(3) A transformação interna e a proteção externa
Frase 4: O budismo ensina que, quando a natureza de Buda
se manifesta internamente, ela receberá proteção externa. Esse é
um dos seus princípios fundamentais. O Sutra de Lótus afirma:
“Eu o reverencio profundamente”. O Sutra do Nirvana diz: “Todos
os seres vivos possuem igualmente a natureza de Buda”. A obra
do Bodhisattva Ashvagosha, “O Despertar para a Fé no Mahayana” diz: “Pela razão de a Lei verdadeira e eterna permear invariavelmente a vida da pessoa e exercer sua influência, as ilusões são
instantaneamente eliminadas e o corpo do Dharma se manifesta”.
O escrito do Bodhisattva Maitreya, “Tratado sobre os Estágios da
Prática de Ioga”, contém uma afirmação semelhante. Aquilo que
está oculto transforma-se em virtude manifesta. (Os Três Tipos de
Tesouros, GZ, pág. 1170)
Frase 5: Quando nós próprios recitamos a Lei Mística, nossa natureza de Buda é ativada e emerge infalivelmente. Quando
a natureza de Buda de Brahma e Shakra é ativada, somos protegidos, e quando a natureza de Buda dos budas e bodhisattvas é
ativada, eles manifestam alegria. É isso o que o Buda quis dizer
com as seguintes palavras: “Se uma pessoa for capaz de mantê-la
[a Lei Mística] mesmo durante um curto espaço de tempo, com
certeza, eu e os outros budas nos alegraremos”. (Como Aqueles
que Aspiram Inicialmente ao Caminho podem Atingir o Estado de
Buda através do Sutra de Lótus, GZ, pág. 557)
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Tese sobre “Significado do Benefício”
(4) Ponto fundamental para a vitória na vida: “O que
importa é o coração” e “Tesouro do coração em primeiro
lugar”
Frase 6: Conduza sua vida de maneira que todas as pessoas de Kamakura o elogiarão e dirão que Nakatsukasa Saburo
Saemon-no-jo é diligente em servir a seu lorde, em servir ao budismo e em sua consideração pelas outras pessoas. Mais valioso
que o tesouro do cofre é o tesouro do corpo, e o tesouro do
coração é o mais valioso de todos. A partir do momento em que
ler esta carta, esforce-se para acumular o tesouro do coração!
(Os Três Tipos de Tesouros, GZ, pág. 1173)
Frase 7:
A essência dos ensinos do Buda durante sua
existência é o Sutra de Lótus, e a essência da prática do Sutra
de Lótus encontra-se no capítulo “Jamais Desprezar”. Qual é o
significado do profundo respeito com que Bodhisattva Jamais
Desprezar tratava as pessoas? O propósito do advento do Buda
Sakyamuni, o lorde dos ensinos, neste mundo reside em seu
comportamento como ser humano. (Os Três Tipos de Tesouros,
GZ pág. 1174)
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O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
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O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
(Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 5)
Frase 1: Somente Práticas Superiores, Práticas Ilimitadas e
os outros líderes principais e mestres entre os Bodhisattvas da Terra
podem não apenas fazer seu advento durante os primeiros quinhentos anos dos Últimos Dias da Lei e propagar os cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo, a essência de todos os fenômenos,
como também dar forma concreta à cerimônia dos dois budas sentados lado a lado na torre de tesouro. A razão disso é que o ensino
que eles propagarão e ao qual darão forma concreta não é nenhum
outro senão o ensino verdadeiro dos Três Mil Mundos num Único
Momento da Vida contido no capítulo “Revelação da Vida Eterna
do Buda” do ensino essencial. (END, vol. 5, pág. 247)
Frase 2: Por isso, os dois budas, Sakyamuni e Muitos Tesouros,
são funções [do Myoho-rengue-kyo]. O Myoho-rengue-kyo é que é o
buda verdadeiro.(1) É isso que está descrito no sutra como “o segredo
d’Aquele que Traz a Verdade e seus poderes místicos.” (2) O “segredo
d’Aquele que Traz a Verdade” refere-se à entidade dos três corpos do
Buda e também ao Buda verdadeiro. “Seus poderes místicos” referemse às funções dos três corpos, que são os budas provisórios. Um mortal
comum é uma entidade dos três corpos e um buda verdadeiro. Um
buda é uma função dos três corpos e um buda provisório. Nesse caso,
embora se pense que o Buda Sakyamuni possua as três virtudes de
soberano, mestre e pais em benefício de todos nós seres vivos, isso não
é verdade. Ao contrário, são os mortais comuns que o dotam com as
três virtudes. (END, vol. 5, págs. 247~248)
Frase 3: Não obstante o que aconteça, empenhe-se na fé,
torne-se devoto do Sutra de Lótus e continue sendo meu discípulo
pelo resto de sua existência. Se tiver a mesma mente que Nitiren,
com certeza, o senhor deve ser um Bodhisattva da Terra. E se for
um Bodhisattva da Terra, não há dúvidas de que o senhor tem
sido um discípulo do Buda Sakyamuni desde o remoto passado. O
sutra afirma: “Desde o longínquo passado, eu venho ensinando e
convertendo esta multidão.”(3) Não deve haver discriminação entre aqueles que propagam os cinco caracteres do Myoho-renguekyo, sejam eles homens ou mulheres. Se não fossem Bodhisattvas
da Terra, eles não seriam capazes de recitar o Daimoku. (END, vol.
5, pág. 252)
(1) A entidade do Myoho-rengue-kyo é identificada como o
“Buda verdadeiro” e sua função, como “Buda provisório”.
(2) Sutra de Lótus, 16º capítulo.
(3) Idem, 15º capítulo.
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16
O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
Cenário Histórico
N
itiren Daishonin escreveu esta carta em Itinossawa, na
Ilha de Sado, no quinto mês do décimo ano de Bun’ei
(1273) e a endereçou a Sairen-bo Nitijo. Por alguma
razão, Sairen-bo também estava exilado em Sado, onde se tornou discípulo de Daishonin no segundo mês de 1272. Como era
ex-reverendo da Tendai, Sairen-bo tinha algum conhecimento
sobre “o verdadeiro aspecto de todos os fenômenos”, que era
um conceito fundamental da escola budista Tendai. No entanto,
ele não conseguiu compreender esse conceito somente com a
teoria de Tient’ai, então, pediu que Daishonin lhe explicasse.
Essa carta, intitulada O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos, é a resposta de Daishonin.
Embora relativamente curto, esse escrito elucida dois elementos importantes do Budismo Nitiren. Nitiren Daishonin escreveu
essa carta um mês após ter concluído “O Objeto de Devoção
para Observação a Mente”, em que ele descreve o Gohonzon,
o objeto de devoção que pode conduzir todas as pessoas dos
Últimos Dias da Lei à iluminação. Essa carta inicia com uma
passagem do capítulo “Meios” — o coração do ensino teórico
do Sutra de Lótus — que revela que nenhum fenômeno difere,
absolutamente, do verdadeiro aspecto ou Myoho-rengue-kyo.
A passagem também sugere que todas as incontáveis formas
e realidades existentes, tanto concretas quanto abstratas, são
manifestações do Myoho-rengue-kyo. Em seguida, Daishonin
explica sobre a essência do Sutra de Lótus, o Myoho-renguekyo, e o objeto que o incorpora, o Gohonzon. Esse é o primeiro
elemento — o objeto de devoção em termos da Lei.
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O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
Após esclarecer sobre o ensino fundamental do Sutra de Lótus, Daishonin declara que o Bodhisattva Práticas Superiores, o
líder dos Bodhisattvas da Terra, propagará esse ensino e que ele
próprio está conduzindo a missão confiada a esse bodhisattva.
Com base em suas próprias ações e nas profecias do Sutra de
Lótus que ele cumpriu, Nitiren Daishonin sugere que ele próprio
é o Bodhisattva Práticas Superiores. No entanto, uma interpretação mais profunda identifica-o como o Buda dos Últimos Dias
da Lei, cujo propósito era estabelecer o Gohonzon para a iluminação de todas as pessoas dos Últimos Dias. Portanto, O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos também explica o objeto
de devoção em termos de Pessoa. Esse é o segundo elemento.
Referindo-se tanto à Pessoa quanto à Lei, Daishonin esclarece
sobre o objeto fundamental de devoção para as pessoas dos
Últimos Dias. Ele reúne os pontos que havia revelado no escrito
Abertura dos Olhos, concluído em 1272, que enfoca o segundo
elemento, e no escrito O Objeto de Devoção para Observação
da Mente, que enfoca o primeiro elemento.
Na última parte dessa carta, Daishonin explica a Sairenbo que aqueles que devotam a vida à propagação do correto
ensino imbuídos com o mesmo espírito de Daishonin são os
próprios Bodhisattvas da Terra. Daishonin prediz que o Nammyoho-rengue-kyo será propagado amplamente no futuro e
conclui suas palavras apresentando os elementos fundamentais
da prática budista nos Últimos Dias da Lei, que são: fé, prática
e estudo.
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O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
Fontes de Consulta
• Fonte 1: Frases relacionadas com “Verdadeiro Aspecto
de Todos os Fenômenos”
• Passagem do 2º capítulo, “Meios” (Hoben), do Sutra de Lótus.
“A essência real de todos os fenômenos somente pode ser compreendida e partilhada entre os budas.” (Yui-butsu-yo-butsu. Naino-ku-jin. Sho-ho-ji-so)
• Dez Fatores no 2º capítulo, “Meios” (Hoben), do Sutra de Lótus.
“Nyo-ze-so” (Aparência)
“Nyo-ze-sho” (Natureza)
“Nyo-ze-tai” (Entidade)
“Nyo-ze-riki” (Poder)
“Nyo-ze-sa” (Influência)
“Nyo-ze-in” (Causa Interna)
“Nyo-ze-en” (Relação)
“Nyo-ze-ka” (Efeito Latente)
“Nyo-ze-ho” (Efeito Manifesto)
“Nyo-ze-hon-ma-ku-kyo-to” (Consistência do início ao fim)
• Passagem do 16º capítulo, “Revelação da Vida Eterna do Buda”
(Nyorai Juryo), do Sutra de Lótus.
“O Buda vê a essência real do mundo tríplice exatamente como
ela é.” (Nyo-rai-nyo-ji-ti-ken. San-gai-shi-so)
• Frase deste escrito
“Todos os seres e ambientes dos Dez Estados, desde o inferno, o
mais inferior, até o estado de Buda, o mais elevado são, sem exceção,
manifestações do Myoho-rengue-kyo.” (END, vol. 5, pág. 245).
• Frase deste escrito
“Por isso, o mundo de todos os fenômenos em nada difere dos
cinco caracteres do Myoho-rengue-kyo.” (END, vol. 5, pág. 245).
• Frase deste escrito
“Mesmo os dois budas, Sakyamuni e Muitos Tesouros, ao demonstrarem a função dos benefícios dos cinco caracteres do Myohorengue-kyo, manifestaram-se como os dois budas e, sentados lado
a lado na torre de tesouro, balançaram a cabeça em mútua concordância.” (END, vol. 5, pág. 246).
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O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
• Fonte 2: A sabedoria do Sutra de Lótus - Uma discussão
sobre religião no século XXI (Brasil Seikyo nº 1451, 07/03/1998)
Não são os próprios Bodhisattvas da Terra os que possuem esse
estado de fusão com o Buda, de unicidade com o Universo? Embora
os consideremos como bodhisattvas, eles são, na verdade, budas.
De onde vieram os Bodhisattvas da Terra? O Grande Mestre Tient’ai
afirma que eles habitam as “profundezas essenciais da vida, sendo
isso a pura realidade” Em outras palavras, eles representam a verdade nas profundezas da vida, a Lei fundamental do Nam-myohorengue-kyo.
O Nam-myoho-rengue-kyo é o manancial do Universo e o poder
fundamental da vida. É a realidade última da sabedoria e o fundamento de todas as leis e princípios. Os Bodhisattvas da Terra incorporam essa energia fundamental. Além disso, eles estão comprometidos com o ideal de bodhisattva.
O estado de Bodhisattva não é um estágio de perfeição (o efeito do estado de Buda), mas de imperfeição (a causa do estado de
Buda). Os bodhisattvas, enquanto imperfeitos, conduzem sua vida
com o estado de perfeição (o efeito do estado de Buda). Em outras
palavras, enquanto compartilha de um estado de vida de ilimitada
alegria e perfeição (o efeito do estado de Buda), um bodhisattva
toma ao mesmo tempo a iniciativa de avançar, de ascender ainda
mais e de conduzir muito mais pessoas à iluminação. Em outras palavras, é um estado de “perfeição imperfeita”.
Os Bodhisattvas da Terra são eternos ativistas que têm como base
a Lei Mística; sua vida é um eterno avanço. Quando manifestamos
a energia inerente desses bodhisattvas, causamos o “emergir dos
Bodhisattvas da Terra” de dentro de nosso próprio ser. Agindo dessa
maneira, podemos destruir a barreira do ser insignificante que tem
limitado nossa vida.
• Fonte 3: Sobre os “Três Corpos” (San-jin)
“Três corpos” referem-se aos três aspectos de um Buda. São
eles:
(1) Corpo do Dharma ou da Lei (Hos-shin) – indica que o Buda
é a entidade da Lei do Myoho-rengue-kyo. Significa que a verdade
essencial do Myoho-rengue-kyo é o seu próprio corpo.
(2) Corpo da Recompensa (Hô-jin) – indica as características adquiridas como recompensa dos exercícios budistas. Portanto, significa os benefícios que se manifestam pela conquista da sabedoria e da
percepção.
(3) Corpo Manifesto (Ô-jin) - indica o corpo para corresponder
às expectativas das pessoas do povo. Representa a benevolência, a
base fundamental para a salvação das pessoas.
Denomina-se o Buda como “Três Corpos” (“San-jin”) com o intuito de se enfatizar o significado de um “buda completo” que reúne
estes três tipos de aspectos.
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O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
• Fonte 4: Explanação de Abertura dos Olhos do presidente Ikeda
Vemos aqui um novo enfoque inovador com respeito às três virtudes e à natureza da religião. No enfoque convencional, um soberano governa e reina sobre seus súditos, os mestres instruem e educam
seus alunos, e os pais dão vida a seus filhos que os honram como
progenitores. Se nos atentarmos à natureza dessas relações, o soberano, o mestre e os pais são figuras de autoridade. Com base nisso,
quando o Buda se compara a eles, o resultado inevitável é um budismo autoritário. Mas os soberanos autênticos são os que ajudam seus
súditos a serem felizes; os mestres genuínos são os que possibilitam
seus discípulos a crescer e se desenvolver; e os pais verdadeiros são
os que educam os filhos para que se tornem excelentes adultos.
Com base nesse modelo, os soberanos podem manifestar seu
poder como governantes porque seus súditos possuem o potencial
para serem felizes; os mestres podem atuar como tais porque seus
alunos possuem o potencial para um extraordinário desenvolvimento; os pais podem cumprir seu papel como progenitores porque seus
filhos possuem o potencial de se desenvolverem como homens e
mulheres de grande capacidade. O mesmo princípio se aplica ao
budismo. Os budas podem ser dotados das três virtudes porque os
seres humanos possuem o potencial para atingir o estado de Buda.
Essa declaração de Nitiren indica uma mudança radical de uma
“religião autoritária” – caracterizada pela veneração submissa aos
budas e divindades e pela dependência das orações de clérigos para
ter boa sorte e receber proteção –, para uma “religião humanística
centrada nas pessoas”, que existe para a felicidade de todos os seres
humanos. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, págs. 48 a 49)
• Fonte 5:
Discurso do Presidente Ikeda na Reunião Nacional de Líderes de março de 2006
Nitiren Daishonin declarou: “O Nam-myoho-rengue-kyo que Nitiren recita possui o poder de realizar a iluminação do povo por dez
mil anos na era dos Últimos Dias da Lei.” (Gosho Zenshu, pág. 720).
Do ponto de vista de dez mil anos, os 75 anos do estabelecimento
da Soka Gakkai ou os 30 anos da SGI, realmente se tornam “o tempo
pioneiro do Kossen-rufu Mundial.” Tempo pioneiro é o momento
para travarmos e registramos a mais profunda batalha que será a
causa do desenvolvimento futuro. Sobre isto, Nitiren Daishonin diz:
“quanto mais profundas, as raízes, mais fortes se desenvolverão, os
ramos e quanto mais distante a fonte, mais longa será, a correnteza.” (Gosho Zenshu pág. 329). Fazendo arder o grande desejo do
Kossen-rufu, em um nível acima, fazendo transbordar a coragem
para “refutar o mal e ensinar o correto” e fazendo fortalecer a união
harmoniosa de Itai Doshin, vamos estender as raízes da expansão
para dez mil anos e construir a fonte da vitória de dez mil anos.
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O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos
• Fonte 6: Discurso do Presidente Ikeda na 7ª Reunião
Nacional de Líderes (jornal Seikyo Shimbum de 11/01/1997)
Nitiren Daishonin disse: “Se tem o mesmo pensamento
de Nitiren não é o senhor, um bodhisattva da terra?” (Gosho
Zenshu, pág. 1360). Não há possibilidade de se ter o mesmo
pensamento de Nitiren, apenas com orações. Vamos realizar
chakubuku! Vamos realizar o Kossen-rufu! Se esta chama arde
no coração de uma pessoa, ela realmente tem o mesmo pensamento de Nitiren.
Os presidentes, Makiguti e Toda, por este ponto de vista, são
símbolos que lutaram até o final com pensamentos realmente
iguais a Nitiren. Quero declarar que atualmente e para o futuro, apenas a Soka Gakkai é verdadeiramente a organização de
mesmo pensamento de Nitiren. Além disso, não há nenhuma
dúvida de que Nitiren Daishonin manifestará extremo louvor às
pessoas que promoverem a proteção, a manutenção e o desenvolvimento da Soka Gakkai.
• Fonte 7: A sabedoria do Sutra de Lótus - Uma discussão sobre religião no século XXI - A iluminação da menina-dragão é uma grandiosa declaração da igualdade dos
sexos (Brasil Seikyo nº 1433, 11/10/1997)
... todas as pessoas têm tanto o lado masculino como o feminino. A questão é que devemos aprender a equilibrar esses
dois lados. Essa é uma parte importante para tornar-se um indivíduo maduro e realizado. Em outras palavras, se um homem
possuísse apenas as características “masculinas”, ele seria um
grosseirão. Para sermos bem relacionados, também precisamos
desempenhar nossas qualidades femininas; por exemplo, precisamos cultivar a sensibilidade e a sinceridade para podermos
compreender o sentimento de outra pessoa. Pelo mesmo exemplo, também não é suficiente para uma mulher ter apenas as
características “femininas”. Caso contrário, não poderia realizarse na vida. Em qualquer lugar, certas qualidades serão buscadas nos homens e nas mulheres de acordo com os padrões da
sociedade em questão. E quanto mais as pessoas tentarem se
adequar a esses estereótipos, mais as suas outras características
interiores serão reprimidas.
Talvez Dante, em prol de sua própria realização como ser
humano, precisasse de uma imagem ideal do feminino, e a encontrou em Beatriz.
Estes versos concluem Fausto, de Goethe: “Mulher, eternamente, mostre-nos o caminho.” Pode ser que Goethe, como
homem, tenha buscado o “eterno feminino” em uma batalha
espiritual para tornar-se um ser humano completo.
O Buda incorpora o princípio de Itinen Sanzen, que é o ápice
da “perfeição humana”.
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Abertura dos Olhos
Abertura dos Olhos
(Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 4)
Frase 1: Eu e meus discípulos, mesmo que ocorram vários
obstáculos e maldades, desde que não se crie a dúvida no coração,
atingiremos naturalmente o estado de Buda. Não duvidem dos benefícios do Sutra de Lótus mesmo que não haja proteção dos céus.
Não lamentem a ausência de segurança e tranqüilidade na vida
presente. Embora tenha ensinado dia e noite a meus discípulos,
todos, criando a dúvida, abandonaram a fé. Eu e meus discípulos,
mesmo que ocorram vários obstáculos e maldades, desde que não
se crie a dúvida no coração, atingiremos naturalmente o estado de
Buda. Não duvidem dos benefícios do Sutra de Lótus mesmo que
não haja proteção dos céus. Não lamentem a ausência de segurança e tranqüilidade na vida presente. Embora tenha ensinado dia e
noite a meus discípulos, todos, criando a dúvida, abandonaram a
fé. O que é costumeiro no tolo é esquecer nas horas cruciais o que
prometera nas horas normais. (END, vol. 4, págs. 209~210)
Frase 2: Muitos sentem pena de sua esposa e filhos e sofrem
ao pensar que um dia terão de se separar deles quando partirem
desta existência. Em incontáveis nascimentos durante inumeráveis
e longos kalpa, essas pessoas tiveram esposas e filhos, mas separaram-se deles em cada uma das existências. Eles se separavam de
suas famílias por força do destino e não porque desejavam buscar
o caminho do Buda. Uma vez que um dia inevitavelmente terão de
se separar de seus famíliares, essas pessoas deveriam manter uma
firme fé no Sutra de Lótus e aspirar ao Pico da Águia de modo que
possam conduzir suas esposas e filhos ao mesmo caminho. (END,
vol. 4, pág. 210)
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Abertura dos Olhos
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Fontes de Consulta
• Fonte 1: A verdadeira natureza dos benefícios do Devoto do Sutra de Lótus
Similarmente, todos que praticam o Budismo Nitiren exatamente como ele ensina, obterão definitivamente o mesmo tipo de
benefício.
Conforme já analisamos em detalhes em “Abertura dos Olhos”,
Nitiren se refere às críticas por parte da sociedade e daqueles entre
seus seguidores que consideravam inválida sua declaração de que
ele era o devoto do Sutra de Lótus devido às perseguições que sofria. Valendo-se das provas teórica e documental para fundamentar seu argumento, ele explica minuciosamente que os verdadeiros
devotos do Sutra de Lótus são atacados e perseguidos precisamente por lutarem contra o mal fundamental da calúnia à Lei e desejarem conduzir todas as pessoas à iluminação. Nitiren também
declara que são pessoas que triunfam sobre todos os obstáculos.
Quando nos levantamos para combater o mal fundamental das
calúnias ou ações contra a Lei, inevitavelmente enfrentamos perseguições. Eis porque o nosso juramento pelo Kossen-rufu é tão
importante. Esse juramento serve como força motriz de nossos
esforços para vencer as dificuldades.
No trecho, “Declaro aqui que não importa que os deuses me
abandonem. Não importa que eu tenha de enfrentar todas as perseguições”, Nitiren expressa seu próprio juramento inabalável de
perseverar em seus esforços como um devoto do Sutra de Lótus
e conduzir todas as pessoas dos Últimos Dias da Lei à iluminação, independentemente dos problemas que isso possa acarretar.
Conforme concluímos anteriormente, esse juramento é o espírito
fundamental do devoto.
Quais são os benefícios obtidos pelo devoto do Sutra de Lótus?
São os benefícios incutidos em suas ações e em sua vida, por lutarem incessantemente para derrotar o mal fundamental da calúnia
ou das ações contra a Lei.
Em “Registro dos Ensinos Orais”, Nitiren diz: “A partícula ku da
palavra kudoku <benefícios>... refere-se ao mérito conquistado
por vencer completamente o mal, enquanto a partícula doku refere-se à virtude adquirida por fazer o bem.” Por combatermos as
calúnias ou ações contra a Lei, tanto dentro como fora da comunidade de seguidores, e por erradicarmos este mal fundamental, o
poder ilimitado do bem supremo, que é a Lei Mística, manifesta-se
em nossa vida e produz benefícios imensuráveis. Com o aprofundamento e fortalecimento da fé que elimina a calúnia, o infinito
poder da Lei Mística é ativado dentro de nós e o estado de Buda
fundamental, o Nam-myoho-rengue-kyo, se manifesta. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, págs. 238 a 239)
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Abertura dos Olhos
• Fonte 2: A
espinha dorsal da relação de mestre e
discípulo é a disposição de “não poupar a própria vida”
Cada vez que leio “Abertura dos Olhos”, a frase “eu e meus
discípulos” destaca-se vividamente com um brilho dourado.
Os líderes religiosos costumam dirigir-se a seus seguidores
unilateralmente, dizendo apenas: “Meus discípulos...”. No entanto, Nitiren diz: “Eu e meus discípulos.” Sua atitude de incluirse nas instruções a seus sucessores está imbuída do espírito de
inseparabilidade de mestre e discípulo.
A espinha dorsal desse vínculo é a disposição de “não poupar
a própria vida”, ou seja, de dedicação abnegada. Pelo fato de o
mestre Nitiren não poupar a própria vida para propagar a Lei, ou
seja, para abrir o caminho do budismo a todos, ele é qualificado
como um líder do povo. Do mesmo modo, para que os discípulos propaguem a Lei na condição de sucessores, têm de lutar
ativamente por essa causa com a mesma dedicação abnegada do
mestre. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, pág. 255)
• Fonte 3: Funções que se manifestam no estado de
Buda
Por exemplo, a coragem de sozinhos nos levantarmos, a força para perseverar, a sabedoria para superar as adversidades, a
benevolência e a sincera preocupação pelos demais – essas qualidades, descritas pelo sutra como atributos da vida do Buda,
manifestam-se devidamente conforme necessitamos delas. Reiterando, atingir o estado de Buda significa extrair o poder da Lei
Mística que existe dentro de nós, e expressá-lo como diversas
capacidades ou poderes humanos. (“Explanação de Abertura dos
Olhos”, pág. 257).
• Fonte 4: Explanação de “Abertura dos Olhos” do presidente Ikeda
É importante compreender que o que nos impede de manifestar a Lei Mística em nossa vida é a ilusão ou escuridão fundamental que reside em nós. “Ilusão”, neste caso, refere-se à ignorância
básica da Lei Mística. Essa ignorância faz com que as pessoas sejam governadas por impulsos negativos, iludindo-se e desviandose do Caminho. É a raiz de toda infelicidade e sofrimento.
Da mesma forma, quando nos conscientizamos da Lei Mística,
essa ilusão ou escuridão se dissipa imediatamente. Empregando
uma analogia, a Lei Mística é como o Sol, enquanto a escuridão é
como as nuvens escuras que o cobrem. Quando as nuvens se dispersam, os raios brilhantes do Sol chegam sem impedimentos à
terra. Quando rompemos nossa escuridão fundamental, o poder
da Lei Mística é ativado instantaneamente, e manifesta-se como
diferentes funções criadoras de valor ou benefícios. Esses benefícios e valores diversos derivam das funções da “Lei do lótus”, isto
é, o princípio da simultaneidade de causa e efeito.
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Abertura dos Olhos
Entretanto, apesar da certeza de que todos os seres vivos são
entidades da Lei Mística, cuja vida é dotada intrinsecamente do
estado de Buda, se não nos empenharmos em dissipar as nuvens
da escuridão fundamental, o estado de Buda não se manifestará
efetivamente em nós. Isso é algo que não se atinge com uma
atitude tímida e passiva, que se restringe a recitar Daimoku mecanicamente e muito menos se algum sacerdote orar por nós.
Depende de cada pessoa recitar Daimoku e empreender uma luta
individual para dissipar a escuridão de sua vida. Como essa escuridão se refere à ilusão interior, a batalha para vencê-la deve
ser travada interiormente. Em poucas palavras, essa luta implica perseverar na fé. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, págs.
257~258).
• Fonte 5: Explanação de “Abertura dos Olhos” do presidente Ikeda
Com base no Sutra de Lótus, que ensina a verdadeira iluminação do Buda, Nitiren revelou as funções da Lei fundamental
de Myoho-rengue-kyo em sua própria vida e então confirmou e
demonstrou o poder da Lei mediante suas lutas pessoais. Para
manifestar livremente essas funções da Lei em nossa vida, temos
de recitar Daimoku com a mesma postura de Nitiren. Em outras
palavras, nosso Daimoku deve fundamentar-se na fé, na postura
de combater a escuridão e a ilusão. Esse Daimoku, propagado por
Nitiren, poderia ser chamado de “Daimoku de luta”.
A ilusão se manifesta sob diversas formas: como dúvida, angústia, desejos mundanos, entre outras. O poder para vencê-la
não é outro senão a fé ou a convicção. Daishonin diz: “Crer significa não duvidar”. (Registro dos Ensinos Orais, pág. 54). Ele também ressalta: “A palavra ‘crença’ é a espada afiada com a qual se
enfrenta e vence a ignorância ou a escuridão fundamental”. (Ibidem, págs. 119~120.) A fé é uma espada afiada. Portanto, a luta
contra as funções malignas também deve ser uma intensa batalha
contra a própria escuridão ou ignorância. Estamos combatendo
as funções maléficas que tentam obstruir o Kossen-rufu. Essa luta
é, também, fundamentalmente, uma luta contra a ilusão. Enfrentar as várias dificuldades que ocorrem na vida é também, em essência, um combate à ilusão.
Se perdermos nossa fé ou convicção na Lei Mística — ou seja,
se não acreditarmos que podemos ser realmente felizes e atingir
o estado de Buda enquanto nos dedicamos para atingir infalivelmente o Kossen-rufu — seremos vencidos pelas dificuldades e
pelos obstáculos e funções negativas que se colocam no caminho
do Kossen-rufu.
Em “Abertura dos Olhos”, Nitiren Daishonin diz que não devemos sucumbir à dúvida e ao pessimismo. Ambos são manifestações da ilusão. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, pág.
258~259).
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Abertura dos Olhos
• Fonte 6: Parábola da mulher pobre do Sutra do Nirvana
No Sutra do Nirvana consta: “<A mulher pobre> não tem onde
morar nem ninguém para protegê-la e, para piorar a situação, sofre
de doença, fome e sede; vaga por vários lugares e pede esmolas
para sobreviver. Durante uma estada em uma hospedaria, ela dá
à luz um bebê, mas o proprietário da hospedaria a expulsa de lá.
Apesar de a criança ter acabado de nascer, ela a acolhe nos braços
com a esperança de encontrar um outro lugar. Porém, ao longo do
caminho, a mulher é surpreendida por uma tempestade de vento
e chuva, e é atormentada pelo frio e picada por mosquitos, moscardos, vespões e insetos venenosos. Chegando ao rio Ganges, ela
abraça firmemente seu bebê e começa a atravessá-lo. Apesar de
a correnteza estar forte, ela segura firmemente a criança, mas, no
final, as duas se afogam. No entanto, com o mérito que a mãe
conquistou pela demonstração de amor e carinho, ela renasce imediatamente após a morte, no céu Brahma.” (END vol. 4, 205~206)
(“Explanação de Abertura dos Olhos”, pág. 259~260).
• Fonte 7: Trecho de “Abertura dos Olhos” que expressa
o significado da parábola da mulher pobre
“... no final, o que faz a diferença nada mais é que o amor incondicional da mãe pelo filho. Sua preocupação concentra-se em uma
única coisa, exatamente como a prática budista da concentração.
Ela se preocupa unicamente com seu bebê, o que se assemelha à
benevolência budista. Embora ela não tenha lutado por esse objetivo, seu sentimento puro deve ter sido a razão de ela ter renascido
no céu Brahma.” (END vol. 4, pág. 208)
• Fonte 8: Frase de “Registro dos Ensinos Orais”
“Se num único momento da vida extinguirmos os sofrimentos e
dificuldades de milhões de kalpa, então, a cada momento surgirão
em nós os três corpos do Buda, dos quais estamos certamente dotados. Nam-myoho-rengue-kyo é essa ‘prática diligente’”. (Gosho
Zenshu, pág. 790)
• Fonte 9: Explanação de Abertura dos Olhos do presidente Ikeda
Não importa o que aconteça, jamais devemos ceder à dúvida ou
desanimar. Os que possuem esse espírito vigoroso nada temem.
Na história da Soka Gakkai houve muitas situações que nos colocaram ante obstáculos enormes. Por exemplo, quando o presidente
Makiguti foi preso durante a guerra; quando os negócios do Sr. Toda
faliram durante a crise econômica do pós-guerra; quando fomos
atacados pelos três poderosos inimigos personificados pelos clérigos
corruptos; e em muitas outras circunstâncias. Nosso verdadeiro valor e conduta como discípulos e praticantes do Budismo de Nitiren
Daishonin são revelados em nossas ações e comportamento nesses
momentos. (“Explanação de Abertura dos Olhos”, pág. 264).
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A Herança da Suprema Lei da Vida
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A Herança da Suprema Lei da Vida
(Os Escritos de Nitiren Daishonin, vol. 3, págs. 176~178)
Frase 1: Todos os discípulos e leigos apoiadores de Nitiren devem
recitar o Nam-myoho-rengue-kyo com o espírito de diferentes corpos e
uma única mente, transcendendo todas as diferenças entre si (1) tornando-se tão inseparáveis quanto o peixe da água. Esse laço espiritual é o
alicerce para a transmissão universal da suprema Lei da vida e da morte.
Eis o verdadeiro objetivo da propagação de Nitiren. Quando os senhores
mantêm tal união, até o grande desejo da ampla propagação pode ser
atingido. Porém, se os discípulos de Nitiren destroem a união de diferentes corpos e uma única mente, eles serão como guerreiros que destroem
o interior de seu próprio castelo. (END, vol. 3, págs. 176~177)
Frase 2: Nitiren tem se dedicado a despertar todas as pessoas do
Japão para a fé no Sutra de Lótus de modo que elas também compartilhem essa herança e alcancem o estado de Buda. Entretanto, em vez
disso, elas têm me perseguido de várias formas e finalmente me baniram
para esta ilha. (END, vol. 3, pág. 177)
Frase 3: Todavia, o senhor seguiu Nitiren, e, como resultado, enfrentou sofrimentos. Sofro profundamente ao pensar em sua angústia. O
ouro não pode ser queimado pelo fogo e tampouco corroído nem destruído pela água, mas o ferro pode. Uma pessoa nobre é como o ouro, ao
passo que o tolo é como o ferro. O senhor é como o ouro puro porque
abraça o “ouro” do Sutra de Lótus. O sutra afirma: “Assim como e entre
todas as montanhas o Monte Sumeru é o primeiro, esse Sutra de Lótus
também é o primeiro entre todos os outros sutras.” (2) O sutra também
declara: “A boa sorte que o senhor acumula por isso... não pode ser destruída pelo fogo nem corroída pela água.” (3) (END, vol. 3, pág. 177)
Frase 4: Devem ter sido os laços cármicos do distante passado que
fizeram com que o senhor se tornasse meu discípulo em uma época como
esta. Sakyamuni e Muitos Tesouros com certeza atestam esse fato. A declaração do sutra de que “As pessoas que ouviram a Lei habitaram vários
lugares, várias terras do Buda, e constantemente renasceram em companhia de seus mestres” (4), não pode, de maneira alguma, ser falsa. (END,
vol. 3, pág. 178)
(1) A frase “transcendendo todas as diferenças entre si” pode ser
interpretada literalmente como “sem o desejo de centralizar-se em si próprio ou no outro, neste ou naquele.” Isso não significa a negação da individualidade, mas a necessidade de eliminar as diferenças entre as pessoas
surgidas do egocentrismo.
(2) Sutra de Lótus, 23º capítulo.
(3) Idem, 23º capítulo.
(4) Ibidem, 7º capítulo.
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A Herança da Suprema Lei da Vida
Cenário histórico
N
itiren Daishonin enviou esta carta, datada do décimo
primeiro dia do segundo mês de 1272, a Sairen-bo Nitijo, um ex-monge da Tendai que, por razões desconhecidas, também estava exilado na Ilha de Sado. São poucos
os detalhes a respeito de Sairen-bo, mas sabe-se que ele era
de Quioto e que, antes de ter sido exilado, havia estudado no
Monte Hiei, local onde estava estabelecida a escola Tendai. Ele
também esteve presente no Debate de Tsukahara, realizado na
frente do Sammai-do, local onde Daishonin vivia em Tsukahara, nos dias dezesseis e dezessete do primeiro mês de 1272.
Nesse debate, Daishonin derrotou completamente as escolas
Terra Pura e Verdadeira Palavra e outros reverendos de Sado
e de várias províncias do norte do Japão. Um grande número
de pessoas se converteu aos seus ensinos naquela época, entre
elas, Sairen-bo.
Sairen-bo foi um monge que possuía um alto grau de erudição para quem Daishonin enviou diversas teses importantes,
entre elas: O Verdadeiro Aspecto de Todos os Fenômenos e A
Herança da Suprema Lei da Vida. Sairen-bo tinha dúvidas sobre
várias questões, então, enviou-as uma a uma para Daishonin
que, por sua vez, respondeu-as por escrito. Daishonin elogiou-o,
dizendo: “Que admirável o senhor ter-me perguntado sobre a
transmissão da suprema Lei da vida e da morte!” Em sua resposta, Daishonin revela uma pequena parte da extraordinária iluminação do Buda bem como o meio prático pelo qual as pessoas
comuns podem alcançar o mesmo objetivo.
No primeiro parágrafo, Daishonin declara que o Nam-myoho-rengue-kyo é a herança da suprema Lei da vida e que a transmissão dessa Lei é feita pelo Buda para todos os seres vivos. Em
seguida, ele se refere à questão de como podemos herdar a
suprema Lei da vida e manifestá-la em nossa própria vida.
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A Herança da Suprema Lei da Vida
Essa Lei age nas profundezas da vida das pessoas que acreditam nos ensinos do Sutra de Lótus, praticam de acordo com
esses ensinos e recitam o Daimoku. Daishonin declara que não
há, absolutamente, nenhuma distinção entre o Buda Sakyamuni, o Sutra de Lótus e nós, mortais comuns.
Considerando do ponto de vista do Budismo de Daishonin,
podemos dizer que esta é uma declaração de que não há absolutamente nenhuma distinção ou divisão entre Nitiren Daishonin como o Buda dos Últimos Dias da Lei, a Lei do Nam-myohorengue-kyo — ou o Gohonzon que incorpora essa Lei — e nós,
que recitamos o Nam-myoho-rengue-kyo.
Em termos de tempo, a herança — que é a relação mística
entre a Lei e a vida das pessoas — existe eternamente através
do passado, presente e futuro, continuando ininterruptamente existência após existência. Em termos de espaço, Daishonin
proclama que a herança da suprema Lei existe na vida de seus
discípulos e dos leigos apoiadores que trabalham em perfeita
união em prol da realização de um mundo pacífico e em prol da
felicidade de toda a humanidade.
Após revelar que a suprema Lei existe na vida dos seres humanos, Nitiren Daishonin explica como herdar a Lei. Ele enfatiza
a importância da atitude de que “este é o último momento...”,
a fim de manifestar o estado de Buda inerente, um estado que
transcende a vida e a morte.
Ao mencionar os milhares de budas e os dez reis do inferno,
Daishonin revela a continuidade da lei de causa e efeito através
do passado, presente e futuro. O estado que predominou na
vida de uma pessoa enquanto ela estava viva permanecerá em
sua próxima existência. A obtenção da herança da Lei depende
inteiramente da própria fé. É por essa razão que, ao concluir
esta carta, Daishonin rigorosamente faz a seguinte advertência:
“Sem a herança da fé, mesmo o ato de abraçar o Sutra de Lótus
será inútil.”
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A Herança da Suprema Lei da Vida
Fontes de Consulta
• Fonte 1: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 468 de Agosto /2007)
Não existe mistério maior do que a vida e a morte. De fato,
ambas constituem temas de interesse primordial para as religiões.
De onde viemos e para onde vamos? Por que nascemos como seres humanos? Os acontecimentos em nossa vida são acidentais ou
possuem algum propósito maior? Qual o significado da morte?
Ao morrermos, nossa vida se reduz ao nada, como tantas pessoas
acreditam no mundo moderno? Será que nos reintegramos a uma
“alma” brilhante e imortal, como defendem muitas correntes religiosas tradicionais do Oriente e Ocidente? Ou, como ensina o Buda
Sakyamuni [em sua doutrina do Caminho do Meio], não seria nem
uma coisa nem outra?
• Fonte 2: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 468 de Agosto /2007)
-AO conceito budista de “origem dependente” — uma das verdades em relação às quais Sakyamuni se iluminou — esclarece os
sofrimentos do envelhecimento e da morte como produtos da escuridão ou ignorância inata que se aloja no ser humano. O Buda
ensina que esses sofrimentos podem ser superados extinguindo-se
essa escuridão intrínseca.
A capacidade ou percepção que possibilitou a Sakyamuni atingir
a iluminação é a sabedoria de vencer a ilusão e o sofrimento concernentes à morte. Com base nessa sabedoria, o Buda refutou os
dois conceitos mais comuns ou prevalecentes sobre a morte — duas
posições extremas —, ambos considerados por ele como errôneos,
pois não possibilitam às pessoas transcender o medo e a incerteza
em relação à morte. A primeira dessas concepções é a morte vista
como aniquilação ou extinção completa do “eu” (a idéia de aniquilação); a outra, é a da morte como continuação do “eu” sob
a forma de uma alma ou espírito imortal e invariável (a idéia de
permanência).
-B... a visão da morte como aniquilação total da existência jamais
libertará o ser humano do medo ou da angústia ante a morte. Por
outro lado, a idéia da morte como permanência, que contempla a
continuação do “eu” sob a forma de uma alma imortal e imutável,
freqüentemente expressa somente o próprio desejo da imortalidade. Em última análise, não se traduz numa sabedoria que permite à
pessoa elevar seu estado espiritual, mas sim, o contrário, fortalece e
aprofunda ainda mais sua ilusão e seu apego ao “eu”.
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A Herança da Suprema Lei da Vida
• Fonte 3: Explanação
de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 468 de Agosto /2007)
-CNinguém pode desfrutar a verdadeira felicidade se não se libertar
do sofrimento da morte. Mas libertar-se da angústia que a morte gera
não é algo que possa ser feito por meio de teorias ou do intelecto. A
vida e a morte compreendem, em si mesmas, o ritmo eterno e magnífico do Universo. Quando conseguimos compreender a grandiosidade
desse “eu superior” existente em nós e que é parte desse ritmo, quando sentimos nas profundezas do nosso ser que esse ritmo é o pulsar
primordial de nossa vida, então, conseguimos superar o sofrimento da
morte. O caminho da libertação interior encontra-se em recitar Nammyoho-rengue-kyo e ensinar os outros a fazerem o mesmo. O escrito
que Nitiren Daishonin explica a visão fundamental da vida e da morte é
o que começaremos a estudar: “A herança da suprema Lei da vida”.
-DA Lei Mística é a Lei eterna e infinita do Universo. Essa Lei eterna abarca
as duas fases, da vida e da morte. Em outras palavras, vida e morte representam o ritmo da Lei eterna, que se expressa no viver e no morrer de
incontáveis seres ou entidades, no surgimento e na extinção de todos os
fenômenos, nos muitos tipos de causas e efeitos em múltiplas dimensões
e, ainda, na harmonia e no dinamismo do cosmos como um todo.
Essa visão da vida e da morte como funções da Lei Mística constitui
uma questão de importância primordial para nós, pois a felicidade genuína só é possível quando vivemos de acordo com o grandioso ritmo
da vida e da morte.
• Fonte 4: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 475 de Março/2008)
Primeiro, analisemos o termo “diferenças” na frase “que transcende
todas as diferenças entre si”. Daishonin refere-se, especificamente, aos
sentimentos de antagonismo, discriminação e egoísmo que surgem da
tendência de ver a si próprio e aos outros, ou os diversos fenômenos,
como algo separado, sem ligação. Tal tendência impede a compreensão e a empatia. A herança do Buda não flui naqueles que têm essa
mentalidade negativa, limitada pelo ego.
O coração humano sucumbe facilmente ao egoísmo quando se vê tentado pelo poder, prestígio e lucro, apegando-se fortemente ao status, à fama e
à fortuna. A fé, em última análise, é uma luta contra o egocentrismo.
Por mais alta que seja a posição ocupada ou por maior que seja a
eloqüência de uma pessoa, se ela perder a fé e for motivada por interesses egoístas, não conseguirá permanecer na comunidade harmoniosa
e pura de praticantes que compartilham o grande juramento ou desejo
do Kossen-rufu.
Nesse escrito, Daishonin diz que os praticantes que tentam acabar
com a união de “diferentes corpos, uma única mente” são como “guerreiros que destroem o interior de seu próprio castelo” (END, vol. 3, pág.
177). Em outras palavras, são como “vermes nas entranhas do leão”,
que destroem o movimento pelo Kossen-rufu a partir de dentro. Por
isso, Daishonin instrui seus seguidores sobre a importância de “transcender todas as diferenças entre si”.
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A Herança da Suprema Lei da Vida
• Fonte 5:
Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 475 de Março/2008)
Daishonin também diz que seus seguidores devem ser “inseparáveis como o peixe e a água” (END, vol. 3, pág. 176). Essa frase ressalta
a importância de as pessoas atuarem em harmonia e união, o que implica manter o respeito, a compreensão, o apoio e o afeto recíprocos,
sem se prender às diferenças superficiais, como a posição ou função
que se ocupa. Para ser mais claro, significa “dar-se bem”.
Laços de respeito e afeto começam a se formar naturalmente quando nos empenhamos juntos por um mesmo objetivo — o grande ideal
do Kossen-rufu. Com base na unicidade de mestre e discípulo, devemos inspirar, encorajar e apoiar o outro, num movimento recíproco.
Em organizações dinâmicas e prósperas, é comum notar a existência
de uma relação de bom entendimento, cooperação e apoio entre os
líderes.
• Fonte 6: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 475 de Março/2008)
No budismo, o espírito de “diferentes corpos, uma única mente”
refere-se à harmonia entre o indivíduo e o grupo, com base na Lei.
Indica uma comunidade de valores humanos dinâmica e de grande
diversidade, na qual todos se incentivam mutuamente a avançar em
prol do Kossen-rufu.
• Fonte 7: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 475 de Março/2008)
O espírito de “diferentes corpos, uma única mente” representa a
manifestação máxima da “estratégia do Sutra de Lótus” — a recitação
do Nam-myoho-rengue-kyo ao Gohonzon. Peculiarmente, consiste na
oração comprometida com um mesmo objetivo, o Kossen-rufu.
Nenhuma estratégia para realizar o Kossen-rufu será bem-sucedida se não houver Daimoku sustentado por esse compromisso e essa
união. A poderosa oração alicerçada na união também fará surgir um
grande ímpeto de avanço. Dessa forma, mesmo que surjam indivíduos
que tentem destruir nosso movimento, a influência negativa destes
será repelida pela força da união e do comprometimento de todos os
companheiros.
• Fonte 7: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 475 de Março/2008)
Em outras palavras, o “ritmo da Lei Mística” surge quando todos
unem o próprio coração ao coração do Buda e assumem o juramento
de realizar o Kossen-rufu. Como a vida de todos está em sintonia com
o nobre espírito do Buda, é natural que haja crescimento, desenvolvimento, alegria e vitória. Isso também possibilita o surgimento de
uma fortaleza, de um castelo indestrutível de criação de valores, de
felicidade e paz, que une as pessoas por laços muito mais profundos
que os da amizade.
Para aplicar a união de “diferentes corpos, uma única mente” em
nossa vida, precisamos sintonizar o coração ao grande juramento do
Buda e ao coração do mestre. Nesse sentido, a unicidade de mestre e
discípulo é a essência dessa união no mundo da fé.
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A Herança da Suprema Lei da Vida
• Fonte 8: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 475 de Março/2008)
O fator essencial para atingir essa imensa aspiração é a união.
Na Soka Gakkai, os dois primeiros presidentes, Tsunessaburo Makiguti e Jossei Toda, empreenderam esforços orientados para a construção de uma organização alicerçada na sólida união e na qual vibra o
ritmo da vitória total. Eu também tenho me devotado ao cumprimento dessa missão. O que vemos hoje é uma comunidade harmoniosa
de praticantes firmemente unidos, a base do Kossen-rufu mundial.
Meu desejo mais ardente é que os jovens, nossos sucessores, herdem totalmente esse nobre ritmo de vitória, impulsionados pela união
de “diferentes corpos, uma única mente”.
• Fonte 9: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 476 de Abril/2008)
Podemos interpretar a disposição de Daishonin de enfrentar a série
de perseguições em prol dessa causa como a essência do “comportamento do mestre” que, em outras palavras, consiste em empreender
ações sem poupar a própria vida.
O Sutra declara que, se uma pessoa propagar o ensino correto na
era maléfica dos Últimos Dias da Lei (quando a vida das pessoas está
maculada pelas cinco impurezas), sem falta, enfrentará perseguições
severas e, inclusive, com risco para a própria vida. Contudo, Daishonin afirma: “Alegrei-me e disse que já esperava por esse desenlace há
muito tempo” (WND, vol. 1, pág. 764). Essa frase expressa a satisfação que representava para ele a luta contra os obstáculos e a atitude
resoluta de enfrentar os desafios e de vencê-los serenamente. A vida
de Daishonin, do início ao fim, caracterizou-se por um espírito indomável. A simplicidade com que ele afirma: “Entretanto, em vez disso,
elas têm me perseguido de várias formas e, por fim, baniram-me para
esta ilha [de Sado]”, reflete a condição de serenidade por viver com
base na Lei e de não poupar a própria vida. É um estado espiritual de
uma pessoa cuja vida possui o “coração do rei-leão”, que não se abala
nem mesmo em meio às perseguições mais severas.
• Fonte 9: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 476 de Abril/2008)
Entender que a herança do budismo está disponível a todos é o
ponto principal que deve ser considerado quando analisamos o desejo
de Daishonin de possibilitar a cada pessoa compartilhar a herança da
iluminação. Isso estabelece a diferença entre uma religião universal
e humanista e uma filosofia estreita e autoritária que se desviou do
propósito original do Buda.
• Fonte 10: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 476 de Abril/2008)
Acreditar no Sutra, especificamente, significa incorporar o grande
juramento do mestre, que vive cada instante como devoto do Sutra de
Lótus, e manter, assim como ele, uma fé resoluta e corajosa, mesmo
em tempos de grandes adversidades.
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34
A Herança da Suprema Lei da Vida
Em outras palavras, a pessoa de “ouro puro” é a que se dedica de
maneira abnegada à Lei. Esse tipo de pessoa é realmente admirável.
É como Daishonin diz: “Se a Lei que a pessoa abraça é suprema, ela
própria deve ser a mais importante de todas as pessoas”. (END, vol. 1,
pág. 158.)
Os discípulos que se baseiam nos princípios mais elevados da verdade não se deixam enganar pelos fenômenos superficiais nem por
fatores externos. Isso porque sempre conseguimos discernir a essência desses fenômenos. Ao contrário, os indivíduos tolos, que carecem
de princípios sólidos, mostram-se sempre confusos e são facilmente
vencidos por dificuldades e obstáculos porque se baseiam na própria
mente vulnerável.
• Fonte 11: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 476 de Abril/2008)
-AO mais importante é que, tal como revela o Sutra de Lótus, os
discípulos de Sakyamuni, os ouvintes, eram bodhisattvas que haviam
realizado a prática de bodhisattva em existências passadas. Graças a
essas palavras do Buda, eles conseguem se recordar de que possuíam
originalmente o estado de vida de bodhisattva. O Sutra de Lótus revela
que os ouvintes possuíam, desde o infinito passado, “o desejo que
abrigavam no fundo do coração desde o início” (cf. LS8, p. 144) — ou
seja, o desejo de atingir a suprema iluminação e de libertar todos os
seres vivos do sofrimento. Pode-se dizer, portanto, que os ouvintes,
ao se recordarem desse grande desejo acalentado nas profundezas da
vida desde o infinito passado, descobrem a verdadeira identidade e se
conscientizam dela. Em suma, compreendem que vieram realizando a
mesma prática de bodhisattva que seu mestre Sakyamuni.
-BEssa passagem descreve a relação eterna de mestre e discípulo, que
se empenham juntos para tornar realidade a aspiração mais profunda
que um ser humano e toda forma de vida pode abrigar: a iluminação
e a felicidade de si próprio e dos outros.
-CO verdadeiro mestre no budismo é quem nos possibilita recordar
e reviver essa aspiração. O verdadeiro discípulo, por sua vez, é quem
segue o ensino do mestre, que recorda que essa aspiração suprema
também é a dele e que, convicto dessa verdade, do fundo do coração,
age de acordo com as instruções do mestre.
-DA relação de mestre e discípulo mais profunda que pode existir é a
de mestre e discípulo, que se dedicam juntos pelo Kossen-rufu. A vida
de ambos está ligada no nível mais fundamental. Nas profundezas da
vida dela é que existe o estado de Buda eterno. Em outras palavras,
tanto o mestre como o discípulo abrigam a vasta condição de vida do
“palácio da nona consciência”, a realidade imutável que rege todas as
funções da vida”.
• Fonte 12: Palavras do 2º presidente Jossei Toda por ocasião da cerimônia de 3º ano em memória do falecido presidente
Makiguti - Explanação de “A Herança da Suprema Lei da Vida” (TC
nº 476 de Abril/2008)
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A Herança da Suprema Lei da Vida
“A benevolência do senhor era tão vasta, ilimitada, que me permitiu acompanhá-lo até mesmo na prisão. Como resultado disso, fui
capaz de ler, com todo o meu ser, esta passagem do Sutra de Lótus:
‘As pessoas que ouviram a Lei habitaram vários lugares, várias terras do
Buda e, constantemente, renasceram em companhia de seus mestres’
[LS7, p. 140]. O benefício que obtive foi conscientizar-me de minha
existência passada como Bodhisattva da Terra e absorver com a própria
vida, mesmo que uma ínfima parte, o significado do Sutra. Poderia
haver felicidade maior do que essa?”
• Fonte 13: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 476 de Abril/2008)
Essa sublime relação de mestre e discípulo é o espírito fundamental da Soka Gakkai. Se esse espírito for mantido vivo, o movimento
do Kossen-rufu continuará a se desenvolver eternamente. Sem dúvida
alguma, o espírito de mestre e discípulo dos três primeiros presidentes
tem sido a chave para a construção das bases de nosso movimento
pelo Kossen-rufu no presente e também o será no futuro.
• Fonte 14:
Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 476 de Abril/2008)
Na época atual, as pessoas que se conscientizaram do grande juramento do Kossen-rufu, o juramento do Buda, e que se dedicaram
com o espírito de não poupar a própria vida, foram os três primeiros
presidentes da Soka Gakkai.
Como discípulo dos presidentes Makiguti e Toda, eu triunfei em
todas as batalhas contra os três poderosos inimigos. Também, como
discípulo, escrevi uma história de vitórias absolutas. Posso relatar com
orgulho ao mestre Toda que triunfei em todas as frentes. Não tenho
nada do que me arrepender.
O Sr. Makiguti e o Sr. Toda; o Sr. Toda e eu — por meio das ações
dos três primeiros presidentes, a Soka Gakkai consolidou o caminho do
comprometimento entre mestre e discípulo, a essência do budismo.
Pelo fato de os mestres e os discípulos da Soka Gakkai terem triunfado,
podemos tornar o Kossen-rufu mundial, o decreto do Sutra de Lótus e
o desejo de Daishonin realidade.
“Se mestre e discípulo tiverem propósitos diferentes”, afirma
Daishonin, “não conseguirão realizar nada” (WND, vol. 1, pág. 909).
Mas quando ambos estão unidos, podem concretizar as metas e os
ideais mais elevados. A relação de unicidade de mestre e discípulo é a
força motriz para obter a vitória.
• Fonte 15: Explanação de “A Herança da Suprema Lei da
Vida” (TC nº 476 de Abril/2008)
Por que o budismo valoriza tanto a relação de mestre e discípulo?
Gostaria de reconfirmar o significado desse laço.
Um mestre é, em termos gerais, alguém que nos transmite conhecimento, nos ajuda a desenvolver habilidades nas artes e nas ciências,
nos ensina a forma mais digna de viver, ou nos possibilita atingir um
estado de espírito mais elevado. As pessoas consideram alguém como
mestre quando este as ajuda a melhorar ou a se desenvolver.
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A Herança da Suprema Lei da Vida
No ensino budista do Sutra de Lótus, o mestre, o Buda Sakyamuni,
com base na compreensão da Lei, empenha-se junto com seus discípulos para lhes possibilitar adquirir o potencial mais elevado como
seres humanos. Essa Lei, por meio da qual Sakyamuni se iluminou, não
foi outra senão a Lei Mística. Mas os discípulos do Buda não podiam
percebê la na própria vida porque a consciência deles estava encoberta
pela escuridão fundamental e, sendo assim, não conseguiam manifestá-la. Embora o Buda lhes explicasse teoricamente a Lei ou a prática
para superarem o sofrimento, as palavras não transmitiam a realidade
do estado de Buda. Foi pelo contato com o Buda, inspirados na conduta e também nas instruções dele, que as pessoas se conscientizaram
da existência da Lei na própria vida. Foi dessa forma que a Lei Mística
foi transmitida a eles.
Isso nos possibilita entender por que a relação de mestre e discípulo
é tão importante no budismo. A Lei se transmite por meio da relação
de vida a vida de mestre e discípulo. Com base nessa Lei, podemos
realizar a revolução humana.
Esse ponto talvez explique por que Daishonin se referiu à profunda
relação de mestre e discípulo entre ele próprio e Sairen-bo justamente
num escrito como esse, no qual definiu como se transmite a herança
da suprema Lei da vida e da morte.
Conclui-se que o budismo não considera o mestre como um ser
místico, transcendental, distante das pessoas.
(...)
O que, então, os discípulos deveriam fazer depois da morte de seu
mestre, o Buda Sakyamuni? Será que sem a presença física do Buda,
que ensinara a Lei com o próprio exemplo, o significado essencial do
supremo ensino poderia ser transmitido? O Sutra de Lótus trata dessas
questões de forma direta.
(...)
O Sutra de Lótus revela que, na essência do caráter do Buda Sakyamuni, há um juramento. Esclarece também que a Lei é transmitida aos
discípulos que assumem esse juramento e se dedicam com a mesma
postura. Isso abre o caminho para a transmissão do estado de Buda
aos seres humanos, mesmo na era após a morte do Buda.
Para cumprir o grande juramento do Kossen-rufu, um fator especialmente importante é a disposição de atuar sem poupar a própria vida. No
capítulo “Revelação da Vida Eterna do Buda” consta que, mesmo depois
de ter morrido, Sakyamuni aparecerá quando houver praticantes que estejam se empenhando na fé com o “desejo puro e sincero de ver o Buda,
não hesitando mesmo que isso custe a própria vida” (LS16, p. 230).
Dessa forma, mesmo depois da morte do Buda, seu estado de vida
pode ser transmitido e revivido naqueles que atuam com base no grande juramento do Kossen-rufu com o espírito de dedicar-se abnegadamente, a essência da vida do Buda.
Nitiren Daishonin estabeleceu o Nam-myoho-rengue-kyo como meio
para manifestar o estado de Buda inato; revelou que o grande juramento do Kossen-rufu e a dedicação abnegada eram a chave para praticar
corretamente o budismo nos Últimos Dias da Lei. As pessoas que agirem
dessa forma assegurarão a transmissão da herança para atingir o estado
de Buda.
Tudo depende do poder fundamental que existe na relação de mestre e discípulo.
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