988 Carreira perspectivas pessoais e
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988 Carreira perspectivas pessoais e
Ano XXIII Nº 988 - Pedro Leopoldo, 30 de janeiro de 2015 09 CAPACITAÇÃO A importância do relacionamento interpessoal no mercado de trabalho e na vida social Entenda os motivos que fazem a comunicação ser tão valorizada no mundo atual A comunicação está presente na vida do homem desde os tempos mais longínquos. A forma a qual ela é feita vem sendo mudada e aperfeiçoada com o passar do tempo, mas a sua importância é sabida desde os tempos mais primórdios afinal, os homens precisavam se comunicar e viver em grupo para sobreviver aos animais ferozes e as catástrofes naturais. Hoje os perigos são outros, e mesmo que o ser humano considere-se independente, ele passará por algum momento em que precisa trocar informações com outra pessoa - ou seja, independente do motivo, a comunicação continua exercendo papel essencial na vida de todos. Uma das formas de comunicação mais valorizadas atualmente é o relacionamento interpessoal, um conceito que significa uma relação entre duas ou mais pessoas, que pode estar inserido em um âmbito familiar, escolar, de trabalho ou de comunidade. “O relacionamento interpessoal implica em uma relação social, que pode ser de diferentes níveis e envolver diversos sentimentos e emoções”, explica o psicólogo e coach, João Alexandre Borba, que complementa, “e hoje, saber ter um bom relacionamento interpessoal com as pessoas que estão a sua volta é uma característica extremamente valorizada - principalmente no mundo dos negócios”. O mercado está cada vez mais competitivo, e as habilidades que cada um tem em seu currículo podem não ser mais o suficiente na hora de garantir um bom emprego. “As boas experiências anteriores continuam somando muitos pontos na hora de conquistar um emprego - mas, para mantê-lo, é preciso mais do que um currículo recheado, criatividade e força de vontade: é preciso saber se comunicar e se relacionar Reprodução com seus chefes, colegas e possíveis subordinados”, comenta o coach. Não é a toa que aqueles que são considerados bons chees possuem uma capacidade extrema de comunicação e relacioamento - afinal, eles precisam ter o comando da equipe na hora de exigir algo. “Um chefe que não sabe dar ordens, explicar de forma clara as ações que devem ser feitas ou fornecer feedback para seus colaboradores com certeza não terá o controle de sua equipe - e isso poderá lhe causar prejuízos. Por outro lado, um funcionário que não consegue responder de forma clara o seu chefe, compartilhar suas ideias, ser ativo durante reuniões e ter um bom relacionamento dentro da empresa também está em desvantagem e corre riscos”, exalta Borba. O psicólogo lembra que existem sim pessoas que possuem uma maior facilidade na hora de se relacionar com outras pessoas - mas que essa é uma característica que pode ser desenvolvida por todos, mesmo que alguns precisem da ajuda de um profissional para isso. “Para ter sucesso nesse objetivo, a pessoa deve sempre se lembrar da importância que um bom relacionamento com aqueles a sua volta traz. Rapidamente, consigo listar vários motivos que podem servir como motivação para que a comunicação seja efetiva: melhora e aumento do ciclo de networking; conhecimento de novas culturas; aprendizagem de coisas novas; perder - ou pelo menos minimizar - a inibição e a timidez; autoconhecimento e confiança - afinal, quando sua voz é ouvida, você sente-se mais imponente; possibilidade de desenvolver novas ideias e quebrar paradigmas, etc”, conclui Borba. E você, o que está esperando para comunicar-se e relacionar-se de forma efetiva? Carreira Profissão Coaching Georgina Alves Vieira Carreira: perspectivas pessoais e organizacionais Reprodução Alice: “Você pode me ajudar?” Gato: “Sim, pois não.” Alice: “Para onde vai essa estrada?” Gato:”Para onde você quer ir?” Alice: “Eu não sei, estou perdida.” Gato: “Para quem não sabe para onde vai, qualquer caminho serve.” Trecho de Alice no País das Maravilhas - Lewis Carroll Em várias organizações onde atuei e com profissionais com os quais tive contato, surge a questão “gostaria de conhecer minha perspectiva de carreira na organização”. Este é um tema que requer atenção por parte das organizações pois coloca-as diante de um grande dilema: divulgar as oportunidades e poder gerar frustração nas pessoas que não conseguem a promoção almejada ou manter sigilo correndo o risco de gerar a impressão de ser um jogo de cartas marcadas? Bem, antes de mais nada é preciso esclarecer que a maior parte das pessoas querem saber quais são as possibilidades de carreira para planejar e se preparar para o futuro. A questão no entanto, não é tão simples. Embora as pessoas queiram ter acesso às chamadas “trilhas de carreira”, assim que as percorrem, criam a expectativa de serem promovidas. Mas naturalmente nenhuma organização consegue promover todos que aspiram a uma dada posição. Essa questão merece uma reflexão mais aprofundada, que desmistifique a temática, principalmente porque os jovens, na sua ânsia por rápido crescimento, não entendem da dinâmica organizacional e tendem a se frustrar com o que consideram lentidão na carreira Quais são os requisitos para a ascensão em uma carreira? Primeiramente é importante entender que uma promoção a um cargo de nível mais elevado que o atual depende de existir a vaga e que esta comporte um au- mento de custos do salário, benefícios e o que for correlacionado à mudança de cargo. Normalmente as empresas dispõem de um número limitado de cargos aos quais poucas pessoas podem ascender. A não ser em caso de crescimento empresarial e aumento de receita, o número de cargos tende a ser estável. Uma estrutura de cargos pode ter uma sequência de crescimento na própria área (escala de júnior, pleno, sênior, etc) e possibilidades horizontais ou diagonais para outros filões profissionais. Por exemplo, um analista de recursos humanos Jr (júnior) pode tornar-se um representante comercial Pl (Pleno), ou seja, migra de carreira em um movimento diagonal. Outro aspecto é que cada cargo/função possui uma série de requisitos que abrange a descrição de um perfil desejado para os candidatos. Mas esse perfil não é totalmente fixo. Há variá- João Alexandre Borba, Master Coach Trainer e Psicólogo o futuro do seu filho você constrói agora. Com o Kumon, seu filho desenvolve habilidades importantes para que o futuro dele seja promissor. Um planejamento individual e atividades diárias permitem aos alunos desenvolver ainda mais a concentração, a agilidade e o raciocínio lógico - essenciais para hoje, para amanhã, para sempre. Unidade Pedro Leopoldo Rua Com.Antônio Alves, 1791/ sala 17, My Shopping 3662-1226/9670-1226 Página 9 Capacitação.pmd 9 29/1/2015, 16:06 veis contingenciais que exigem adequação ao perfil. Por exemplo, se for necessário um grande ajuste interno que implique redução do quadro de pessoal, contratar um profissional de mercado pode ser mais adequado que promover um excelente candidato interno. Por isso, muitas pessoas não entendem alguns critérios de escolha dos seus superiores, por se considerarem aptas às funções descritas na estrutura de cargos. Além disso, nem todas as empresas têm estas especificações claras e convenhamos, a dinâmica organizacional e a necessidade de recompor grupos exige, muitas vezes uma variação nessa especificação de perfis, outras competências. Essa necessidade de flexibilidade é um fator que muitas vezes desestimula as empresas a estabelecerem essa complexa estrutura de requisitos, optando trabalhar as características dos candidatos de acordo com o surgimento das vagas. Todos esses aspectos transferem para o profissional a responsabilidade sobre seu próprio crescimento interno, o que o deve levar à busca constante de atualização e prontidão para aproveitar as oportunidades que surgirem. Esta é uma boa referência tanto para o desenvolvimento interno quanto para buscar alternativas no mercado. A carreira deve ser uma escolha pessoal que conjugue perfil, desafio profissional e condições organizacionais (clima, equipe, liderança, remuneração, responsabilidades, dentre outros fatores) e não uma consequência natural da passagem de tempo. Vale aqui citar o professor e filósofo Mário Sérgio Cortella : “Competência não é um estado imóvel, completo, definitivo. Competência é como um movimento de gerúndio. Não somos competentes, estamos sendo”. Em um mundo com tantas evoluções tecnológicas e com uma amplitude enorme de possibilidades de atuação para chegar ao mesmo destino/resultado, estamos continuamente ganhando e perdendo competências. Não adianta mais resguardar-se atrás de um diploma, um idioma ou o conhecimento das mais modernas ferramentas de tecnologia da informação e comunicação, pois já não constituem diferenciais competitivos. O único e essencial conselho àqueles que esperam galgar novos postos nas organizações é: saibam o que querem ser, de que valores não abrem mão, identifiquem do que de fato gostam e não parem de se preparar, reciclar e ampliar sua competências. Definam seus caminhos e os sigam. Não deixem que outros determinem seus destinos. Georgina Alves Vieira da Silva Mestre e Doutora em Psicologia Social Consultora de empresas Diretora AB Consultores