Gerar PDF - Museu de Arte Sacra
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Bens Móveis e integrados Acervo: Museu de Arte Sacra – Sob. Conv. de 24 de junho de 2009 da Sec. Estado de Cultura MT com Proprietário: Mitra Arquidiocesana de Cuiabá. Caixa: Código: 2009/003/054 Município/Localidade: Rua Clovis Hugney, Praça do Seminário nº 239, Bairro Dom Aquino, Cuiabá-MT. Coleção: Móvel Época: Séc. XX Espécie: Poltrona de Dom Bonifácio Piccinini Designação: Poltrona episcopal Autoria: Desconhecida Material/Técnica: Madeira/entalhe/verniz/tecido/bordado Função: Assento para os bispos Procedência: Catedral Metropolitana de Cuiabá Descrição Formal: Peça de madeira envernizada com assento e encostos almofadados em tecido de gorgorão amarelo. O assento é preso por 89 tachas, o encosto frontal por 120. O encosto traseiro é feito de veludo amarelo e preso por 120 tachas. Na parte frontal, o encosto possui entalhes que simulam um retábulo, com frontão com cartela, elementos fitomorfos volutos, finalizados por duas conchas, abaixo possui um coroamento de lambrequins, nas laterais do encosto aparecem dois nichos com três cruzes romanas e três esferas cada um, encimados por dois capitéis em estilo jônico. Os braços possuem detalhes fitomorfos, no descanso para as mãos existem entalhes em forma de folhas de acanto, que se elevam sugerindo um modilhão misulado. Os quatro pés sugerem a forma de colunas estriadas com capitel ábaco. Os pés são unidos e fixados por uma estrutura em forma de H. O encosto frontal possui ao centro o bordado com o brasão de armas do Arcebispo Dom Bonifácio Piccinini com a seguinte inscrição: “Bonum Facere Parvulis”. Marca/Inscrições/Legenda: Possui a inscrição bordada: “Bonum Facere Parvulis” Dimenções (cm): Altura: 157 cm Largura: 64 cm Comprimento: 74 cm Especificação do Estado de Conservação: A peça apresenta sujidade no assento e nos forros do encosto, algumas tachas estão soltas e faltam outras. A madeira encontra-se me bom estado. Estado de Conservação: Regular Referências Históricas Documentais e/ou Bibliográficas: Intervenção / Restauração / Restaurador / Data: A peça sofreu intervenção, mas o restaurador é desconhecido. Características Técnicas: Estilística / Iconográfica / Ornamentais: Peça em madeira entalhada, com assento e encosto em tecido fixado por tachas, em estilo neoclássico, com detalhes que remetem a um retábulo, com motivos fitomorfos, cochas, capitéis e lambrequins. Dados Históricos: Poltrona que pertenceu a Dom Bonifácio Piccinini, que foi o quarto arcebispo da Arquidiocese de Cuiabá e foi utilizado pelo Papa João Paulo II quando visitou a capital do estado de Mato Grosso. Observações: Nos elementos entalhados na cadeira destaca-se: A folha de acanto usada freqüentemente em templos e monumentos sacros, passou, com o tempo, a ser associada á pureza e à imortalidade da alma, devido à perfeição da folha. A concha como simbologia cristã possui um significado que recorda a passagem de Santo Agostinho, que, encontrando um jovem na praia, que com uma concha procurava pôr toda a água do mar num buraco cavado na areia, lhe perguntou o que fazia; e, tendo obtido a resposta, explicou-lhe a sua vã tentativa, e, assim, Santo Agostinho compreendeu a referência ao seu inútil esforço de procurar fazer entrar a infinidade de Deus na limitada mente humana. Está aí expresso um convite ao conhecimento de Deus, mesmo se na humildade da incapacidade humana; como segundo significado, a concha é o mais antigo símbolo conhecido de representação do peregrino, e é mencionada pela primeira vez com esse significado no sermão Veneranda Dies, que compõe o livro I do Liber Sancti Jacobi, parte integrante do Código Calixtino, datado de meados do século XII. Nesse sermão, a concha é apresentada como símbolo das “boas obras”, sendo levada pelos peregrinos cosida às suas roupas para honrar a São Tiago. Extrai-se do “Veneranda Dies” o seguinte excerto: “As duas partes ou valvas são o símbolo da caridade, do amor de Deus e do amor ao próximo.A concha se assemelha a uma mão que se abre para realizar boas obras, porque o peregrino deve ser dadivoso, casto, sóbrio e deve extirpar tudo o que seja origem de pecado”. A cruz romana recebe este nome porque era usada pelos romanos para punir os seus criminosos, o que nos remete ao sacrifício sofrido por Cristo para a salvação dos homens. O brasão de armas bordado na poltrona pertence ao arcebispo Dom Bonifácio Piccinini e tem por simbologia: O Escudo possui dois campos, o vermelho representa o Espírito Santo que envolve com o seu amor a Virgem Maria, estrela do brasão (símbolo salesiano), irrompe, também, ao coração do armígero engendrando o amor ao rebanho de Cuiabá, campo de ouro. Ao centro sobre tudo postas em cruz, viradas com os bicos para o centro sem se tocarem, com os esmaltes trocados e uma estrela de seis raios, de ouro, no cantão superior à direita; a cruz representa a fé no Senhor Bom Jesus (padroeiro de Cuiabá) ao mesmo tempo em que os quatro elementos da cruz (enxadas), lembram a origem do Prelado. As insígnias: Arquiepiscopais; chapéu prelatício com quatro fileiras de borlas, de cor verde, cruz arquiepiscopal e palio. Lema: Bonum Facere Parvulis (fazer o bem aos pequeninos) que é uma clara referência ao nome do Prelado e a pequenez evangélica necessária para entrar no Reino dos Céus. Execução do Inventário / Data: 10/09//2012 Revisão / Data: 08/11/2013