Imagem da selva televisão e desenvolvimento sustentável na

Transcrição

Imagem da selva televisão e desenvolvimento sustentável na
EDILEUSON SANTOS ALMEIDA
Imagens da Selva:
Televisão e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Brasileira
Dissertação apresentada como cumprimento às
exigências do Programa de Pós-Graduação em
Ciências
da
Comunicação,
da
Escola
de
Comunicações e Artes da Universidade de São
Paulo, para obtenção do grau de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. Luiz Fernando Santoro
Universidade de São Paulo
Escola de Comunicações e Artes
Curso de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
São Paulo, 2003
11
Universidade de São Paulo
Escola de Comunicações e Artes
Curso de Pós-Graduação em Ciências da Comunicação
Imagens da Selva:
Televisão e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Brasileira
Examinadores:
Professor Doutor Luiz Fernando Santoro (orientador)
Professora Doutora Laima Mesgrevis
Professor Doutor Laurindo Lalo Leal Filho
Assinatura do orientador: _______________________________________
São Paulo, 25 de abril de 2003
Visto do Coordenador do Programa: ________________________________
12
Aos meus pais, João e Raimunda,
Aos meus irmãos,
A minha esposa, Milria Martins,
Aos meus filhos, Felippe e Matheus,
Aos raros e fiéis amigos,
Dedico.
13
AGRADECIMENTOS
À Milria, pela paciência e dedicação, coisas
de uma grande mulher.
Aos meus filhos, ao me desculpar pela
privação do carinho e da companhia pelos
longos e dolorosos momentos.
Ao prof. Dr. Luiz Fernando Santoro, pelas
valorosas contribuições e apoio acadêmico.
Aos professores doutores Dirceu Fernandes
Lopes, Dulcília Buitoni, Elizabeth Saad,
Esther Hambuguer, Gisela Ortriwano, Jair
Borin (†), José Coelho Sobrinho, José Luiz
Proença,
Nancy
Ramadan,
pela
rica
da
Pós-
convivência acadêmica.
Ao
Paulo
César
Bontempi,
Graduação (ECA-USP), pela ajuda.
Ao
Sérgio
Pillon,
pela
confiança
e
oportunidades
À professora mestre Iolanda Honorato de
Souza, pelo entusiasmo e confiança.
Aos amigos Fernando Matos, Jefferson
Ghöl, Marcelo Mora, Rubem Leite e Tauat
Assis.
Aos compadres Shirley e Paulo Camilo.
E a todos que contribuíram neste trabalho,
meu Muito Obrigado.
14
LISTA DE TABELAS, QUADROS E GRÁFICOS
Tabela 1
Dados Demográficos, por Estado
29
Tabela 2
Dados Sócio-Econômicos, por Estado
30
Tabela 3
Dados Educacionais, por Estado
31
Tabela 4
Jornais Impressos, Emissoras de Rádio e de Televisão, por Capital
47
Tabela 5
Jornais Impressos, por Capital
49
Tabela 6
Emissoras de Rádio, por Capital
51
Tabela 7
Emissoras de TV, por Capital
52
Tabela 8
Posse de Bens nos Domicílios, por Estado
60
Tabela 9
Índices de audiência das Afiliadas Globo, por faixa de horário
62
Tabela 10
Amazonsat, por Estado
75
Quadro 1
Levantamento dos Programas Jornalísticos, Rede Amazônica
83
Quadro 2
Levantamento de Matérias Exibidas e Selecionadas, por emissora
84
Quadro 3
Levantamento do tempo total das Matérias Selecionadas, por emissora
85
Quadro 4
Comparativo entre o tempo total de Produção e de Matérias Selecionadas,
por Emissora
85
Gráfico 1
Comparação entre Matérias Exibidas e Matérias Selecionadas, no geral
86
Gráfico 2
Comparação entre o tempo total de Matérias Exibidas e tempo total de
Matérias Selecionadas, no geral
Gráfico 3
Comparação entre Matérias Exibidas e Matérias Selecionadas, por
Emissora
Gráfico 4
86
87
Comparação entre o tempo total de Produção e o tempo total das Matérias
Selecionadas, por Emissora
87
15
SUMÁRIO
RESUMO ........................................................................................................................... VII
ABSTRACT ....................................................................................................................... IX
INTRODUÇÃO .................................................................................................................. 19
Capítulo I
Aspectos Históricos da Amazônia Brasileira .................................................................. 23
1.1.
Ocupação, Domínio e Exploração da Amazônia .......................................... 23
1.2.
O Ciclo da Borracha - uma breve esperança .............................................. 25
1.3.
Os Mega-projetos para a Amazônia Brasileira ........................................... 26
1.4.
Proteção e Vigilância - uma questão de soberania .................................... 34
1.5.
A região nos dias atuais .............................................................................. 37
Capitulo II
Desenvolvimento Sustentável e a Amazônia Brasileira ................................................ 41
2.1.
Amazônia: Unidade de conflitos ................................................................ 41
2.2.
Riqueza, Igualdade e Preservação ........................................................... .. 45
2.3.
A ascensão do conceito de Desenvolvimento Sustentável ......................... 49
2.4.
Afinal, o que é desenvolvimento sustentável? ........................................... 50
2.5.
Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Brasileira .......... 52
2.5.1. O caso de Mamirauá, Amazonas.................................................... 53
2.6.
Política Global com participação local: Agenda 21 ................................. 54
Capítulo III
A Mídia na Amazônia Brasileira - Jornais, Rádio, TV ............................................... 56
3.1.
A instabilidade e baixo alcance do Jornalismo Impresso .......................... 57
3.2.
Rádio - o vice-líder .................................................................................... 59
3.3.
A liderança Televisão ................................................................................ 60
3.4.
A mídia nos estados do Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima ............. 62
16
3.4.1. Acre e a emissora de rádio mais antiga da Amazônia ................. 63
3.4.2. Amazonas e a forte presença do jornalismo impresso.................. 64
3.4.3. Rondônia: uma mídia de pouca penetração ................................. 66
3.4.4. Roraima: o maior número de canais de TV da região ................. 67
3.5.
O poder e a penetração da TV na Amazônia Brasileira .......................... 69
3.6.
Rede Amazônica de Televisão ................................................................ 71
3.6.1. Origem - monopólio, interesses, relações e compromissos
concessionários ........................................................................... 72
3.6.2. Tecnologia .................................................................................. 76
3.6.3. A produção regional e a local da Rede Amazônica .................... 77
3.6.4. As emissoras da Rede Amazônica de Televisão ......................... 78
3.6.4.1. TV Amazonas ................................................................ 79
3.6.4.2. TV Rondônia .................................................................. 80
3.6.4.3. TV Acre ......................................................................... 81
3.6.4.4. TV Roraima ................................................................... 82
3.6.4.5. TV Amapá ...................................................................... 83
3.6.5. Amazonsat ................................................................................... 83
Capítulo IV
TV e Desenvolvimento Sustentável – Análise da programação............................... 87
4.1.
Opção Metodológica e Universo de Amostragem ................................. 87
4.2.
A Análise dos dados ............................................................................. 97
4.3.
Discussão dos Resultados .................................................................... 106
4.4.
O Desenvolvimento Sustentável na Programação Jornalística da Rede
Amazônica ........................................................................................... 109
CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 111
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 114
ANEXOS ....................................................................................................................... 123
17
VIII
Resumo
O objetivo desta dissertação é fazer uma análise do conteúdo da programação
televisiva, à luz do conceito de “desenvolvimento sustentável”, com a finalidade última de
buscar explicitar o papel desempenhado pela mídia na promoção do Desenvolvimento
Sustentável na Amazônia Brasileira.
Para análise, foi escolhido o conteúdo do produto jornalístico dos telejornais diários
das emissoras da Rede Amazônica de Televisão, repetidoras do Sistema Globo de
Televisão, em quatro capitais: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e Boa
Vista (RR), durante uma semana, de 22 a 29 de maio de 2002.
Como resultado é possível identificar o raro tempo dedicado por estas emissoras
para tratar sobre desenvolvimento sustentável; o conceito aparece apenas de forma
fragmentada e isolada; a presença maciça da autoridade pública (poderes executivos
federal, estadual, municipal) expõe uma postura parcial frente à situação, em que o
interesse econômico prevalece como emergencial e indispensável; também é parcial o
tratamento dispensado na programação aos graves problemas sociais; como é parcial o
tempo dedicado à questão ambiental; em meio a tal estado de coisas, não resta dúvida sobre
a falta de comprometimento desse poderoso veículo de comunicação com a questão do
desenvolvimento sustentável, fundamental para o futuro da região.
Palavras-chaves: Rede Amazônica, Televisão, Comunicação e Desenvolvimento
Sustentável.
18
IX
ABSTRACT
This dissertation‟s objective is to make a televise programming content‟s analysis,
according to the “supported development” concept, with the main finality to try to explicit
the paper discharged by the mass communication in the promotion of supported
development in Brazilian Amazonia.
For the analysis, were chosen the journalistic product content from the daily journal
from Rede Amazônica de Televisão, affiliated from Globo television system, in four
capitals: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) and Boa Vista (RR) during
one week, from 22 to 29 in May 2002.
As a result, is possible to identify the rare time dedicated by these broadcasting
stations to treat about supported development; The concept appears only in an isolated and
fragmented form; The massive presence of the public authority (federal, state and
municipal executive powers) shows a partial posture in front of the situation, in that the
economical interest prevail as emergent and indispensable; Even partial is the treatment
dispensed in the programming to the serious social problems; As is partial the time
dedicated to the ambient question; According to the status of the situation, there is no doubt
about the compromise missing from this powerful communication vehicle with the
supported development question, primordial for the future of the region.
Key words: Rede Amazonica, Television, Communication and Supported
Development.
19
Introdução
O Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira é um assunto que aos
poucos ganha espaço nas agendas regionais, nacionais e internacionais. Deixando de lado a
briga por competências que perpassa o campo, torna-se evidente que o envolvimento e a
participação das comunidades que compõem essa região é indispensável. Vários são os
atores sociais que têm contribuído significativamente para o desenvolvimento da
Amazônia. Torna-se, pois, necessário que se defina o papel de cada um desses atores na
busca pelo Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira.
O trabalho que ora se inicia, se propõe a fazer uma análise do conteúdo da
programação televisiva, à luz do conceito de “desenvolvimento sustentável”, com a
finalidade última de buscar explicitar o papel desempenhado pela mídia na promoção do
Desenvolvimento Sustentável da Amazônia Brasileira.
A escolha da televisão como veículo de comunicação levou em consideração as
enormes fronteiras naturais que têm servido para manter afastadas e isoladas inúmeras
comunidades amazônicas. Este estado de coisas só é rompido pela TV, um dos mais
populares eletrodomésticos da atualidade. A televisão rompe essas barreiras e chega aos
mais distintos cantos da Amazônia Brasileira.
A popularidade da TV é tão grande na região que, nos quatro estados da Amazônia
Ocidental (AC, AM, RO, RR) há mais emissoras de televisão do que emissoras de rádio ou
jornais impressos (diários ou semanais). A televisão, sem dúvidas, é o mais poderoso e,
também, o mais popular veículo de comunicação da Amazônia Brasileira. O alcance restrito
do rádio (entenda-se recepção de programação regional e/ou local) e a baixa tiragem e a
pouca penetração dos jornais impressos contribuem para essa hegemonia da TV como
veremos adiante no capítulo 3.
Interessado por esta popularidade, mas sem perder de vista o poder que a TV
exerce, este trabalho pretende analisar o conteúdo do produto jornalístico final apresentado
nos telejornais diários produzidos por quatro emissoras pertencentes à Rede Amazônica de
20
Televisão, repetidoras do Sistema Globo de Televisão. Estas emissoras estão localizadas
em quatro capitais: Manaus (AM), Porto Velho (RO), Rio Branco (AC) e Boa Vista (RR).
A escolha da Rede Amazônica se deu em razão de ela ser uma rede regional explorada do
sinal da Rede Globo em cinco estados da região: Amazonas, Rondônia, Acre, Roraima e
Amapá e de serem, as suas afiliadas, detentoras dos maiores índices de audiência nesses
estados, nas três faixas de horário. O objeto de investigação: os telejornais locais
apresentados e veiculados diariamente nas quatro emissoras (TV Amazonas, TV Rondônia,
TV Acre, TV Roraima), durante uma semana, de 22 a 29 de maio de 2002.
O primeiro passo foi à coleta de dados, consulta a documentos fornecidos pelas
emissoras, consultas a bibliografias especializadas (jornais, revistas, anuários) e a
realização de entrevistas semi-estruturadas com diretores, funcionários e jornalistas das
emissoras.
Para fins de obter melhor entendimento e contextualização do tema, realizamos
entrevistas semi-estruturadas com os principais responsáveis pela política editorial da
programação jornalística das emissoras da Rede Amazônica, Phelippe Daou (diretorpresidente) e Milton Cordeiro (diretor-superintendente de Jornalismo), com o intuito de
obter informações sobre a formação da rede e a implantação das emissoras e sobre as
orientações da conduta jornalística; entrevistamos os funcionários mais antigos ou exfuncionários da casa que ajudaram a reconstituir alguns eventos e forneceram dados sobre a
implantação das emissoras em cada estado; entrevistamos os editores regionais do
Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima, e assim, pudemos identificar os intermediadores
entre a direção e a redação, bem como as orientações a serem seguidas; entrevistamos,
ainda, os jornalistas das emissoras envolvidos diretamente na produção. Buscávamos, com
isso, entender a conduta jornalística dessas emissoras.
Dada a sua especificidade é preciso deixar claro que a análise ficará restrita aos
quatro estados da Amazônia Ocidental (Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima). Tal
delimitação deve-se às adversidades de por em prática uma pesquisa de campo em função,
não somente das dificuldades geográficas, mas também do raro acervo bibliográfico,
agravado ainda pela falta de apoio e financiamento para pesquisas no campo da
comunicação.
21
Antes de definirmos o período de coleta do material a ser analisado, fizemos visitas
in loco nas emissoras, em datas e períodos distintos. Em seguida, definimos o período de
coleta da amostragem de 22 a 29 de maio de 2002.
Vários foram os fatores que dificultaram a execução desta pesquisa. Durante o
trabalho de campo, a presença do “pesquisador” foi recebida de forma distinta: com
preocupação em algumas emissoras (TV Roraima e TV Acre), ao passo que noutras houve
uma receptividade (TV Amazonas e TV Rondônia). E talvez nem valha a pena falar sobre a
postura pouco colaborativa de alguns funcionários.
Dados bibliográficos referentes à mídia regional e local também não foram dos mais
fáceis de obter. Isso nos obrigou a consultar dados mais gerais e, muitas vezes, distantes da
realidade regional. Como bem observa Taveira (2000): “são poucas as pesquisas
acadêmicas e mercadológicas que estão voltadas para a Região Norte”. (p. 16)
Outro complicador da pesquisa de campo foi o deslocamento na região, que exigiu
muita paciência, disposição e, claro, recursos. Por terra ou água, as vias mais usadas nos
deslocamentos intermunicipais e estaduais, uma viagem entre duas capitais pode levar dias.
O mais rápido é o aéreo, o segundo mais usado na região. Entretanto, as raras empresas que
exploram as linhas aéreas praticam preços de “arrancar os olhos”. Seja qual for o meio de
transporte escolhido, o custo médio é superior ao transporte realizado em outras regiões do
país. Há ainda outras muitas dificuldades, mas que tomariam tempo e espaço preciosos e
longos para enumerá-las.
Apesar de todas as dificuldades, os dados que serão apresentados neste trabalho são
atualizados, mas limitados às capitais de quatro estados (Amazonas, Rondônia, Acre e
Roraima). Informações a respeito da mídia nas capitais e também dos demais municípios de
cada estado só é possível com levantamento in loco, o que é quase impraticável sem
recursos mínimos para deslocamento e manutenção pessoal. Simplesmente não há
bibliografia no campo acadêmico sobre o tema. Apresentamos, por isso, dados
representativos da atualidade nas quatro capitais.
Dado o quase insignificante acesso da população a algumas mídias, entre elas a
internet (menos de 10% da população brasileira tem acesso a este tipo de mídia, segundo o
22
Almanaque Abril 2002), faremos referências, neste trabalho, apenas a três mídias: jornal
impresso, rádio e televisão, com destaque para a televisão.
O trabalho está estruturado em quatro capítulos. O primeiro, apresenta os aspectos
históricos da Amazônia Brasileira, pois antes de falarmos sobre a realidade local, faz-se
necessário voltar no tempo e resgatar alguns registros de como se deu a conquista e a
ocupação da região, com o auxílio de Capobianco (2001), Gomes e Virgolino (1997),
Oliveira (1994), Mendes (2001); o segundo discute a conceituação de Desenvolvimento
Sustentável e Amazônia Brasileira, para entendermos o que seria este novo caminho e as
propostas locais, regionais e nacionais para a região, com o apoio de especialistas como Ab'
Saber, Barbieri (1997), Giansanti (1998), Kunsch (1996) entre outros, trataremos também
da posição de políticos, cientistas, ambientalistas sobre a região; no terceiro traçamos um
perfil da comunicação na Amazônia Brasileira (Jornais, Rádio e TV), e, especificamente, da
Rede Amazônica de Televisão (Origem, Capital e Abrangência) seu poder, penetração e o
papel desempenhado; no quarto a descrição e a análise da programação, destacando o papel
da mídia na promoção do Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Brasileira.
23
Capítulo I
Aspectos Históricos da Amazônia Brasileira
1.1. Ocupação, domínio e exploração da Amazônia
Para melhor entendimento dos pontos que serão abordados tornou-se indispensável
traçar um perfil da região. Eis o que faremos a seguir.
A Amazônia é a mais extensa floresta tropical do mundo. Com pouco mais de 6
milhões de quilômetros quadrados1, o território amazônico se expande
por 8 países
(Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela). Chama a
atenção o fato de que, quase 2/3 (60%) deste território está em solo brasileiro
(aproximadamente 3,7 milhões de quilômetros quadrados). É a chamada Amazônia
Brasileira, que inclui quase toda a região norte (Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia,
Roraima)2 e parte dos Estados do Maranhão e do Mato Grosso. A Amazônia Brasileira
ocupa 42% do território brasileiro e tem a maior bacia hidrográfica do mundo, com seis
milhões de quilômetros, além de abrigar 2,5 mil espécies de árvores catalogadas. Em cada
hectare são encontradas 300 espécies diferentes de planta. Nos rios, vivem cerca de 1.300
espécies de peixes, ao passo que no hemisfério norte não passa de 200 espécies. Abriga
também um grande contingente populacional concentrado, principalmente, no perímetro
urbano, como veremos a seguir.
A finalidade dessa seção é traçar um panorama histórico a fim de obter informações
que nos ajudem a entender os seus ecossistemas, o seu ordenamento territorial, os seus
recursos minerais e suas florestais, além dos desafios sociais e ecológicos enfrentados por
milhões de amazônidas, incluídas aí as diversas etnias indígenas, primeiros ocupantes da
região. É necessário e imprescindível destacar que a presença indígena na Amazônia data
1 Dada a divergência de números entre vários autores quanto à área total da Amazônia: Giansanti (1998) “a Amazônia [...] são cerca de 5,5 milhões de km2 (p. 77); Mendes (2001) “A
Amazônia Continental ou Pan-Amazonia [...] alcança 7,8 milhões km2” (p. 25); Capobianco (2001) “pouco mais de 6 milhões de quilômetros quadrados [...] se estima a área total da
Amazônia” (p. 13), optou-se por Capobianco.
24
de mais de 10 mil anos, portanto, é uma realidade de muito anterior à organização do
espaço imposta pelos europeus a partir do século XVI.
O aparecimento dos conquistadores ocorreu na primeira metade do século XVI,
quando o espanhol Francisco de Orellana chegou à região formada atualmente pelos
estados do Amazonas e Pará. Somente um século mais tarde é que a ocupação se deu de
forma mais intensa, iniciada em Belém do Pará, ponto de partida para expandir o domínio
de Portugal, a custa de massacres e da escravidão de milhares de índios. Ciente da
importância da região, Portugal fundou, ainda no século XVII, as principais cidades da
região, São Luiz do Maranhão e Belém do Pará. Os primeiros europeus que ocuparam a
região vieram não só de Portugal, mas também, da Holanda, da França e da Inglaterra. Na
disputa pelo território predominaram os portugueses. Nesta ocupação sobrou para os
indígenas, aos que não sucumbiram à morte, restou duas opções: subordinar-se a
colonização ou fugir para áreas fora do alcance da sociedade colonial. Muitos escravos
vindos do continente africano foram levados para a região. O processo de colonização
provocou a miscigenação que originou o “caboclo amazônico”, espécie de índio
destribalizado que apresenta, cultural e biologicamente, traços europeus e, em menor
escala, africanos.
Um comportamento depredador marcou também, e ainda dá fortes sinais de
existência, a relação com o meio ambiente e a vida diária da região. Como veremos a
seguir, os atentados às riquezas naturais, à flora e à fauna, deixaram marcas preocupantes,
algumas irreversíveis.
No século XVIII, diante de tanta riqueza os portugueses se viram ameaçados por
outros países que viam aqui uma possibilidade de ainda colher bons frutos, ou melhor, bons
lucros. As investidas contra o domínio português na região amiudaram e os ataques para
tomar o território explorado pela coroa portuguesa partiram de muitas frentes. Naquela
época, em 1750, os patrícios já haviam estabelecido uma companhia de comércio na região
que tomava conta do envio, principalmente, de anil, canela, cravo, madeira e cacau para
Portugal. Holandeses, franceses e espanhóis passaram a ocupar regiões próximas e
insistentemente atormentavam a rapina portuguesa; eles estavam de olho não apenas nestes
2 Tocantins é o sétimo estado da região Norte, mas não faz parte da Amazônia Brasileira.
25
produtos, boa parte exportados para a Inglaterra, mas também nas outras riquezas da região.
Portugal montou pontos avançados e resistiu até o final do século XVIII.
1.2.
O Ciclo da Borracha – uma breve esperança
Na segunda metade do século XIX a Amazônia viveu o seu primeiro ciclo
econômico, batizado de Ciclo da Borracha, iniciado no Pará. Gomes e Virgolino (1997)
consideram que entre 1850 e 1910 a região viveu momentos de dinamismo e colapso. O
dinamismo foi marcado por “dois importantes eventos”:
O primeiro foi o desenvolvimento da vulcanização da borracha, iniciada por Haywarden, em
1831, e completado por Goodyear, em 1844, que patenteou o processo. O segundo foi à
criação da companhia de navegação a vapor da região norte – a partida do primeiro navio,
de Manaus para Belém, ocorreu em janeiro de 1833. A combinação desses dois fatores
viria a estimular a economia amazônica por um longo período de tempo. [...] A borracha, de
origem extrativista, logo se tornou o motor de crescimento regional; o extrativismo – forma
clássica de exploração dos recursos naturais da região – consolidou-se como o setor mais
importante da economia amazônica. (p. 19)
Nesse período, conta Forline, principalmente a partir de 1844, nordestinos, oriundos
principalmente do Ceará, vieram ocupar áreas da Amazônia, formando a primeira leva dos
chamados “soldados” da borracha. Em 1850, o governo imperial criou a província do
Amazonas, com capital em Manaus. Em 1866, a importância da borracha para a economia
local cresceu e, o rio Amazonas é aberto à navegação internacional. Mais tarde, em 1877,
uma outra seca no Nordeste impulsionou mais uma leva de pessoas rumo aos seringais. No
final do século foi anexada uma área que vivia sob domínio boliviano, mas era povoada, em
sua maioria, por brasileiros: o território federal do Acre, criado por um decreto do
presidente Rodrigues Alves, em 1904. Desde então, o deslocamento de nordestinos para a
região Amazônica tem sido contínuo e permanente, conforme dados do IBGE (2000).
26
Na fase mais importante deste Ciclo (1898-1910) a Amazônia tornou-se o maior
produtor mundial de borracha vegetal; sua produção era exportada dos portos de Manaus e
Belém. As duas cidades cresceram econômica e culturalmente. Entre 1890 e 1910, a
produção da borracha do Amazonas correspondia a mais de 40% do total mundial e a
27,5% das exportações brasileiras. Não obstante, passado pouco mais de meio século da
euforia da Borracha, veio o colapso, motivado pela derrocada dos frágeis alicerces sob os
quais se assentava o crescimento da renda. A economia estava mortalmente ferida pela
abrupta queda de preços que ocorreu no alvorecer no século XX. Entre 1914-1918, a
participação da borracha nas exportações brasileiras havia caído para 12%, não
ultrapassaria os 3% no período 1919-1923, e seria menor que 1% (0,8%), entre 1930-1933,
conforme dados de Gomes e Virgolino (1997).
1.3. Os Mega-projetos para a Amazônia Brasileira
Após a derrocada do Ciclo da Borracha, a partir dos anos 20, o governo Brasileiro
resolveu intervir na região, criando a Superintendência de Defesa da Borracha, com a
missão de garantir a volta da borracha brasileira ao mercado internacional. Passou a
encorajar a ocupação, concedendo terras, sobretudo a empresários ou imigrantes
estrangeiros. Dentre esses, destaca-se o mega-projeto de Henry Ford, que, em 1926,
comprou do governo paraense uma área de 2,5 milhões de hectares, com isenção de
impostos, para cultivar seringueiras, pretendendo produzir 40 mil toneladas anuais de
borracha. Mais o estímulo necessário para reimpulsionar só viria anos depois. Segundo
Gomes e Virgolino (1997), só viria de fato, com a 2a Guerra Mundial.
Durante a guerra, por razões estratégicos, o governo estimulou a produção de borracha na
região. Com o apoio explicito dos Estados Unidos, foi estabelecido o Banco de Crédito da
Borracha (9 de julho de 1942), que deu origem ao atual Banco da Amazônia. Eram os
primórdios de uma nova atitude do governo, que agora criava instrumentos e instituições
para estimular o desenvolvimento. A produção da borracha voltou a crescer e, em dois
anos, saiu de 15 mil toneladas para 28 mil toneladas. (p. 28)
27
Moraes alega que entre 1912 e 1945 “a prática da intervenção do Estado na
Amazônia foi „quase exclusivamente‟ dedicada ao esforço de recuperar a economia da
borracha. Nada mais. A relação com o restante da economia brasileira permanecia
profundamente marginal, ou quase inexistente”.3
Eula Taveira (1998) acrescenta a isso que, entre 1920 e 1940, período crítico na
economia da região, “a elite regional como foi abandonada pela nação, criou uma estrutura
de subsistência. [...] Fez, em Belém, uma indústria de calçados, de guarda-chuvas,
protetores de borracha, sem capacidade de competição fora dos limites regionais pela
limitação da escala. O governo não gostou e diluiu o investimento”. (p. 56)
A região Norte recebeu ainda um outro fluxo de migrantes provindos do Nordeste
na década de 40. Em 1943, surgiu o território Federal do Amapá, desvinculado do Pará.
Neste ano ainda, houve o desmembramento dos Estados de Mato Grosso e do Amazonas
que deu origem ao Território Federal de Guaporé (futuro Estado de Rondônia) e a outro
município do norte do Amazonas, depois transformado no Território Federal do Rio Branco
(hoje Estado de Roraima).
Porém, os resultados destas ações só se manifestaram na década de 50, mais
precisamente a partir de 1955, quando o produto industrial cresceu rapidamente e se
expandiu significativamente na economia regional. Neste período aconteceu a terceira
intervenção do Governo Federal na Amazônia, com a criação da SPVEA –
Superintendência do Plano e Valorização Econômica da Amazônia (1953) – com a missão
tanto de promover o desenvolvimento econômico da região quanto à integração com o
restante do país. A região mais uma vez não foi valorizada. Faltaram recursos financeiros e
continuidade para levar a empreitada adiante. O único ponto apontado como positivo foi à
construção da Rodovia Belém-Brasília, considerada a primeira tentativa de integração física
da Amazônia com o restante do país.
A década de 60 reservou mais uma tentativa de integração da Amazônia, desta vez
sob a chancela do Governo Militar, que se instalou em 1964. Os militares de olho na
posição geopolítica da região assumiram o compromisso com a ocupação e o
desenvolvimento da Amazônia e a conseqüente integração com a economia nacional. Mais,
3 www.amazonia.org.br
28
a região assumiu, no discurso militar, papel de destaque na geopolítica nacional. Em 1966,
foi criada a “Operação Amazônia”: transformação do Banco de Crédito da Amazônia em
Banco da Amazônia S.A (BASA); transformação da SPVEA em Superintendência de
Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM); implantação da política de incentivos fiscais;
criação, em 1967, da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA). Também foram lançados
outros grandes projetos: Carajás, Tucuruí, Transamazônica e Balbina.
A SUDAM assumiu a função de planejador regional da Amazônia, apesar de se
orientar pelas mesmas diretrizes que guiavam a extinta SPVEA, ambas orientadas pelo
modelo de desenvolvimento para o crescimento econômico.
Para Francisco Oliveira (1994) essas intervenções seriam apenas tentativas
autoritárias de mandar na Região, apoiados no falso argumento da incapacidade das
comunidades regionais.
O que é importante reter, é a formação talvez não de um consenso, que é um processo
sócio-cultural de maior fôlego, mas de uma impressão de que os problemas da Amazônia
eram tão grandes, imensos, que as sociedades, comunidades, tribos, nações indígenas e
etnias locais e regionais não teriam forças, competência técnica, recursos financeiros,
poderes abrangentes para superá-los. Esta é a raiz propriamente autoritária da intervenção.
(p. 87)
Na década de 70, no período do chamado “Milagre Econômico”, na carona do
crescimento econômico registrado no Brasil, os militares puseram em prática mais uma
etapa do plano de intervenção na Amazônia. O objetivo primeiro era o de promover
investimentos com capital público, capital privado nacional e capital privado internacional,
para desencadear um processo de ocupação humana. Buscava-se desenvolver a região nos
planos econômico e social. Veio gente do sul, do sudeste, do centro-oeste e outro tanto do
nordeste.
Quanto aos investimentos, público e privados, afirma Kolhlepp (In: IEA, vol. 45,
2002):
A ação estatal para o desenvolvimento da infra-estrutura, concentrada no transporte
rodoviário, como parte central dos esforços de integração da Amazônia. Projetos
selecionados de colonização foram implementados. A redução de impostos para
29
corporações foi um dos fatores mais importantes para atrair investidores privados aos
projetos de desenvolvimento aprovados pelo estado. [...] A ação privada foi baseada em
investimentos em todos os setores econômicos mediante incentivos fiscais e a redução de
taxas tributárias, a serem empregadas como capital de investimento, principalmente na
criação de gado, indústria e projetos de mineração. (p. 37-38)
O programa de desenvolvimento infra-estrutural foi baseado no conceito de
planejamento de eixos de desenvolvimento, realizado por construção de numerosas estradas
de longa distância, como a Transamazônica e a Perimetral Norte, a Cuiabá-Santarém e a
Cuiabá-Porto Velho-Manaus. Os chamados “corredores de desenvolvimento” tinham até
200 quilômetros para colonização estatal. O INCRA ficou responsável pelo assentamento
em grande escala de “trabalhadores rurais e arrendatários do nordeste”, com “vistas ao
estabelecimento de pequenas propriedades de até 100 hectares cada”. (p. 38)
A esse respeito, comenta Oliveira (1994):
Curiosamente, ao assentar estes colonos, o governo, através do INCRA, caracterizaria os
mesmos como migrantes ilustres e exemplares, pois eram considerados "trabalhadores" e
encerrariam uma demonstração para os demais em termos de rendimento, produção e
ritmo de trabalho. Por outro lado, os caboclos regionais, tidos como preguiçosos, ensinaram
muitos migrantes como manejar os recursos naturais. [...] Os nordestinos procuravam
relações clientelistas, enquanto os migrantes do centro-oeste teriam uma propensão em
estabelecer redes comerciais. (p. 88)
Os nordestinos sempre lideraram os índices migratórios para a região. Para
Kohlhepp (In: IEA, vol.45, 2002):
O rápido aumento de tensões sociais no nordeste brasileiro, causada pela negligência à
urgência e necessária reforma agrária, tornou-se ainda maior depois da desastrosa seca,
levando em 1970 a um acordo de estratégia geopolítica que combinava programas de
exploração da infra-estrutura e econômicos na Amazônia com um projeto de colonização
para o assentamento de nordestinos sem-terra. A região amazônica era vista como escape
espacial para os conflitos sociais não-selecionados. (p. 37)
30
O número de assentados deveria chegar a um milhão de famílias, expectativa
posteriormente estimada em 100 mil famílias. Em meados da década de 70, somente 7%
do número planejado estava assentado na Transamazônica.
As tentativas de ocupação territorial e de modernização não foram suficientes para
abrir caminhos por terra, fazendo com que a região se mantivesse distante do restante do
país. A explicação para o fracasso na tentativa de integração por terra é sustentada numa
peculiaridade da região em relação ao restante do país: o Norte é recortado por vários rios.
Para Lúcio Flávio Pinto (1997) a integração da região melhor se daria utilizando este
importante recurso. “A via preferencial de transporte está nos rios, um elemento de
harmonia na paisagem, capaz de amoldar a ocupação a esse gigantesco organismo
biológico que é a Amazônia”. (p. 33)
Tratando do mesmo aspecto, citamos essa interessante passagem de Nogueira,
citado por Taveira (1998):
Não e à toa que o povo amazônico construiu, em grande parte, suas relações de
comunicação e transporte utilizando o rio como via. As missões, fortalezas e povoados
resultaram na formação dos primeiros núcleos urbanos da Amazônia, todos às margens
dos principais rios, únicas vias de articulação dos lugares, por onde circulam índios
escravizados e drogas do sertão rio abaixo e mercadorias e as ordens da colonização rio
acima. (p. 57)
E acrescenta, citando Walmir Barbosa, “Os rios são as estradas líquidas da
Amazônia, [...] a realidade é diferente: o único caminho é o rio, navegável o ano todo” (p.
58). Como outros tantos, Aziz Ab'Saber (in: IEA, vol. 45, 2002) concorda que essa é uma
saída bastante favorável para a Amazônia. “A navegação fluvial, tanto quanto possível - em
vez de grandes rodovias que conduzem a fortes predações e estabelecimento de calço viário
-, deve constituir uma diretriz prioritária”. (p. 26)
Os rios também propiciam a superação de uma das deficiências da região: energia
confiável. Aproveitou-se para a região o modelo que o Brasil acabara de definir para
geração de energia no país, “priorização da hidroeletricidade como principal fonte
geradora” (p. 27). Para a Amazônia, “foram projetados inúmeros reservatórios, mas apenas
31
cinco estão em operação, sendo um de grande porte (Tucuruí) e os demais de média e
pequena capacidade geradora (Curuá-Una, Coaraci Nunes, Samuel e Balbina)”. (p. 29)
Porém o projeto logo frustraria as esperanças e necessidades de boa parte da região:
a forma centralizada de geração, feita através de grandes blocos de energia, contribuiu para
o acirramento das desigualdades sociais e econômicas da região. A oferta seguiu o mesmo
modelo da distribuição da renda, isto é, foi direcionada apenas para uma parte da sociedade,
segundo a lei do mercado de capital. Para as sedes municipais e vilarejos de maior porte, a
solução ficou por conta dos estados que, por ausência de um Plano melhor elaborado,
optaram pelo uso de geradores movidos a derivados de petróleo. Para quase metade dos
amazônidas, que mora em comunidades isoladas, o modelo não tinha, e continua hoje sem
ter, qualquer projeto ou solução.
É inegável o fato de que, apesar de esporádico, houve importantes investimentos na
região. Da década de 60 até meados da década de 80 do século passado, uma cifra
considerável foi destinada à região. Segundo Giansanti (1998) “foram mais de 20 bilhões
de dólares investidos” no período.
Oliveira (1994) ressalta que boa parte deste investimento foi destinada para estes
grandes projetos, que ele considera parte de uma estratégia que atendia aos interesses desta
“intervenção autoritária”: “optou-se pelo povoamento com interesses: a Zona Franca de
Manaus configura-se como uma modalidade de povoamento através de interesses
constituídos. A própria Transamazônica era uma estratégia mista de povoamento
populacional e de interesses”. (p. 89)
O autor também percebeu que a região ficou dividida nesse processo:
[de um lado atuam] poderosos projetos de alto impacto. Carajás e a poderosa Vale do Rio
Doce, as associações com capitais nacionais e estrangeiros na exploração de riquezas
incomensuráveis. O mapa assinala na Zona Franca poderosos interesses da
eletroeletrônica de motos, relógios, brinquedos e já hoje de veículos para carga leve. [de
outro lado] Atores e sujeitos locais: grupos e nações indígenas, posseiros, grupos
ribeirinhos, seringueiros, castanheiros, pequenos agricultores, e mesmo as porções de uma
burguesia que nunca passou do estatuto mercantil. [em meio a essa distinção observa-se]
A depredação ambiental, a sanha de aniquilamento dos povos indígenas, a teoria e a
prática da industrialização poluidora. (p. 90-92)
32
Na segunda metade da década de 1970, as estratégias foram concentradas no
conceito de pólos de crescimento, com pontos focais setorais: extração de recursos naturais,
agroindústria, dentre outras. Segundo Kohlhepp (in: IEA, vol.45, 2002):
Investidores de capital nacional e internacional foram atraídos por reduções consideráveis
de taxas tributárias e também por outros benefícios. Tornou-se vantajoso para bancos,
companhias de seguro, mineradoras e empresas estatais, de transportes ou de construção
de estradas investir na devastação da floresta tropical para introduzir grandes projetos de
criação de gado, com subsídios oficiais, realizando a exploração das terras a preços baixos.
(p. 39)
A década de 80, contínua permeada por projetos que praticavam o velho estilo do
“desenvolvimento de cima”. As populações locais atingidas por este modelo sempre
receberam informações insuficientes e tardias. As decisões não respeitavam os interesses
regionais. Os militares assumiram o controle arrogando-se como os únicos com capacidade
para planejar o caminho racional para o desenvolvimento. Assim, passaram-se 30 anos de
desordem social e ecológica, conforme Souza (in: IEA, vol.45, 2002):
Os tecnocratas e o governo central foram incapazes de favorecer a aceitação de
experiências locais no processo de integração econômica. [...] Na realidade, a Amazônia foi
reinventada pelo Brasil, que propôs para ela a sua própria imagem. Os moradores da
Amazônia sempre se espantaram ao ver que, talvez para melhor vendê-la e explorá-la,
ainda apresentam sua região como habitada essencialmente por tribos indígenas, enquanto
existem há muito tempo cidades, uma verdadeira vida urbana e uma população erudita que
teceu laços estreitos com a Europa desde o século XIX. [...] Embora o Brasil se orgulhe de
ter “absorvido” a Amazônia, não aniquilou suas peculiaridades. Continua havendo uma
cozinha, uma literatura, uma música da Amazônia. (p. 36)
Porém, o Governo Federal praticamente ignorou a região na década de 90,
considerada uma das mais difíceis para a região. Em 1995, foi o criado o Ministério do
Meio-Ambiente que fixou as diretrizes básicas da nova política regional da Amazônia nos
seguintes termos: a mudança nas estratégias de desenvolvimento para um conceito sadio do
ponto de vista ambiental e social, visando a consolidação da Amazônia e ao planejamento
dos passos decisivos para que possa alcançar a sustentabilidade do uso dos recursos, ou
33
seja, uma sustentabilidade ajustada ao interesses e ao bem-estar da população amazônica,
mediante medidas descentralizadoras e a participação da sociedade civil.
Em 1997, o Governo Federal lançou o programa Brasil em Ação (1997-99),
transformado depois num mega-programa de desenvolvimento e, então, rebatizado Avança
Brasil (2000/2003), com perspectiva de duração até 2007. O plano, em resumo, tem o
seguinte objetivo, conforme Kohlhepp (in: IEA, vol. 45, 2002):
Como medida para melhorar planejamento de infra-estrutura, o governo brasileiro
recomendou um grande estudo de regiões de desenvolvimento nacional integrado,
identificado e avaliado centenas e projetos que demonstram um potencial para acelerar o
desenvolvimento econômico nos próximos anos. [...] Os projetos foram avaliado sem
grupos, a fim de identificar sinergias potenciais, e analisados dentro do contexto de nove
regiões principais de desenvolvimento, os denominados “eixos nacionais de integração e
desenvolvimento”. [...] O governo brasileiro planeja realizar investimentos de grande escala
(US$ 40 bilhões) em projetos de desenvolvimento, especialmente na região amazônica, por
meio do programa Avança Brasil. [...] Quanto à região há quatro pacotes de projetos: integração internacional do norte; - logística na região Madeira-Amazonas; - logística no
Brasil Central; e – geração de energia hidrelétrica e linhas de transmissão. (p. 42-48)
Este novo mega-programa em tudo faz lembrar as já falidas propostas do governo
militar desenvolvidas nos anos 1970. Assistimos, uma vez mais, à prática da velha política
“de lá pra cá” ou se se preferir “de cima para baixo”, posto que não leva em conta a
compatibilidade do projeto com o meio ambiente e com as necessidades peculiares da
região.
No alvorecer do novo milênio não era raras denúncias da existência de fraude e de
corrupção na Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM). Este órgão
deveria conduzir o desenvolvimento regional, mas, sem planejamento e seriedade,
conseguiu desperdiçar centenas de milhares de reais. Em 2001, fechou às portas, afundada
“num mar de lama por conta do clientelismo político, combinado com o fisiologismo
empresarial” (Estadão, 21/8/2001), destaca o jornalista e sociólogo Lúcio Flávio Pinto. No
mesmo ano foi abolida e substituída por uma nova instituição, a Agência de
Desenvolvimento da Amazônia (ADA).
Rinaldo Moraes observa:
34
Deve ser dito, entretanto que o declínio da autarquia deve ser entendido dentro de um
contexto de ausência total de empreendedor da região. De 1996 a 2000 a SUDAM jamais
exerceu, efetivamente, o papel de ser agente indutor de desenvolvimento regional. Na
década de 70, por exemplo, jamais foi mencionada alguma estratégia pela autarquia para
atenuar a pobreza dos amazônidas. [...] Quem sai perdendo? A população local e os
empresários empreendedores que não se sentem motivados em realizar investimentos. 4
Mesmo frente a uma desatenção humilhante, um assunto não deixou a ordem do dia:
a segurança da Amazônia. A defesa da região exige recursos que permitam a cobertura não
só dos mais de 9 mil quilômetros de fronteira, mas de toda Amazônia Brasileira, recursos
esses com capacidade de mobilidade tática, composta de eficientes apoios logístico e aéreo.
1.4. Proteção e Vigilância – uma questão de soberania
No início da década de 80, foi assinado por todos os representantes dos países da
Amazônia Continental (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e
Venezuela) o Tratado de Cooperação Amazônica. Este Tratado tinha o objetivo de proteger
a região contra uma pretensa tentativa de controle internacional. Mas o abrupto
desenvolvimento do Brasil na Amazônia fez, segundo Cavagnari Filho (2002), ressurgir,
entre os vizinhos amazônicos, o fantasma do expansionismo brasileiro. O Brasil tem 9 mil
quilômetros de fronteiras com outros setes países que compõe a Amazônia. Segundo Lúcio
Flávio Pinto (in: IEA, vol. 46, 2002), a presença dominante é a natureza.
Em grande parte desses nove mil quilômetros não há marcos nem qualquer sinal visível de
repartição de fronteira. A presença dominante é a natureza, sobretudo na forma de maciços
florestais, secundada por índios e por pioneiros nacionais, como garimpeiros, barqueiros e
„gateiros‟ (caçadores). Há também contrabandistas e traficantes de drogas, numa malha de
criminalidade que vem se adensando, e um personagem como novo nome para uma velha
prática: biopirata. (p. 137)
4 www.amazonia.gov.br
35
De fato, em resposta ao imobilismo dos demais países amazônicos na execução do
Tratado de Cooperação Amazônica, o Brasil criou, em 1985, o Projeto Calha Norte, um
plano de ação governamental que visava intensificar a presença do Estado numa área que
corresponde a 14% do território nacional e a mais de 6,7 mil quilômetros de fronteiras
terrestres, que vão de Tabatinga (AM) à Foz do Oiapoque (AP). Esta área, equivalente a 2/3
dos 9 mil quilômetros de fronteira do Brasil nos estados do Amapá, Amazonas, Pará e
Roraima.
A partir de 1986, recursos militares foram destinados à construção de novos
grupamentos militares e à ampliação de outros já existentes, com o intuito de reforçar a
vigilância e o controle das fronteiras. Pelo projeto original o “Calha Norte” deveria estar
pronto até o final de 1997, mas a partir do governo Collor (1990-1992), os recursos foram
gradativamente reduzidos. A retomada do projeto só se deu em 1997, no Governo Fernando
Henrique Cardoso, desta feita, subordinado ao Ministério da Defesa. Os recursos
necessários à conclusão da parte militar e à execução das obras civis somam 1,4 bilhão de
dólares.
Em 1990, antes de concluir o Calha Norte, provocada por um relatório da Secretaria
de Assuntos Estratégicos (SAE-PR) sobre a realidade da Amazônia, a Presidência da
República, definiu diretrizes para proteger o meio-ambiente, racionalizar a exploração dos
recursos naturais e promover o desenvolvimento sustentável. A SAE, recebeu a
incumbência de “formular um Sistema Nacional de Coordenação, atual Sistema de Proteção
da Amazônia (SIPAM)". A atuação integrada dos órgãos governamentais visava à
promoção do desenvolvimento sustentável, à proteção ambiental e à repressão aos ilícitos
na Amazônia. O Ministério da Aeronáutica, atual Comando da Aeronáutica, deveria
implantar o Sistema de Vigilância da Amazônia (SIVAM), integrado ao Sistema de
Proteção da Amazônia (SIPAM), a fim de prover as ferramentas para o funcionamento do
SIPAM. A cargo do Ministério da Justiça ficou a responsabilidade de se integrar ao
SIVAM, colocando em prática o Projeto Pró-Amazônia que visa a aprimorar a capacidade
da Polícia Federal no desempenho de suas tarefas na Região Amazônica.
Vinte e cinco mil homens compõe atualmente o dispositivo militar na Amazônia,
mas era preciso dispor de uma forma mais eficaz de controle não apenas nas áreas de
36
fronteiras mas de toda a região. Começava a tomar forma mais um grande projeto para
Amazônia, desta vez, voltado à questão não só do controle nacional sobre a linha divisória
internacional, mas também sobre a ocupação e uso da região, impedindo a entrada de
clandestinos e prevenindo a violação do espaço brasileiro.
Em 1994, o Senado aprovou o financiamento externo no valor de US$ 1,771 bilhão.
O Banco do Brasil e o Eximbank (EUA), os principais financiadores do projeto
desembolsaram US$ 1,02 bilhão e a empresa americana Raytheon foi contratada para o
fornecimento de bens e serviços, ficando o governo responsável pelas tarefas de integração
e realização das obras civis relativas ao SIVAM.
O Sistema entrou em operação no dia 25 Julho de 2002, exatos cinco anos depois de
iniciado. Somente no segundo semestre de 2003, porém, a cobertura eletrônica da
Amazônia estará concluída. Além de abranger equipamentos fixos de sensoreamento
remoto, segundo Pinto (in: IEA, vol. 46, 2002), ela mobilizará pelo menos cinco mil
homens das Forças Armadas, uma esquadrilha de 33 aviões e uma base logística controlada
a partir de Brasília. O projeto prevê que no máximo em dois estejam em operação: 99
aviões turboélice ALX de ataque leve, cinco jatos EMB-145 (alerta avançado e vigilância
eletrônica), três EMB-145 (sensoriamento remoto), 70 estações meteorológicas terrestres,
13 estações meteorológicas de altitude, seis radares transportáveis, 14 radares fixos, 10
sensores de transmissão clandestina e quatro estações de recepção de satélites
meteorológicos.
Em mais de um século de tentativas, ora intensivas, ora esporádicas, a preocupação
do governo brasileiro esteve voltada para a exploração econômica da região e para a
ocupação e, por último, e com grande intensidade, para com a soberania nacional em
relação à Amazônia brasileira.
37
1.5. A região nos dias atuais
Novos projetos para a região começam a tomar forma a partir da perspectiva de
integração sul-americana à globalização econômica. A agropecuária, o extrativismo vegetal
e o turismo se apresentaram como as grandes vocações econômicas da região. Cada estado,
a partir de então, deveria caminhar com as próprias pernas. Um estudo realizado pela
Suframa (Superintendência da Zona Franca de Manaus), em parceria com os governos
estaduais, identificou as potencialidades regionais nos estados da Amazônia Ocidental
(Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima).
No Acre o extrativismo mineral apareceu como principal potencialidade do Estado;
Para o Amazonas, além da Zona Franca de Manaus, o ecoturismo foi apontado como uma
importante alternativa econômica; Rondônia, segundo o estudo, nos últimos dez anos já
vem registrando crescimento econômico com o extrativismo e a agropecuária; Roraima nos
últimos cinco anos tem priorizado a infra-estrutura (estradas, energia), aliando a localização
geográfica privilegiada do Estado, pretende atrair investidores para a agro-indústria e o
ecoturismo.
Os quatro estados delimitados no objetivo deste trabalho (Acre, Amazonas,
Rondônia e Roraima) ocupam mais de dois milhões de quilômetros quadrados, quase
metade da Amazônia Brasileira, formando a Amazônia Ocidental, e concentram uma
população que já supera a casa dos 5 milhões de pessoas, distribuídas em 145 municípios.
Quase metade vive nas capitais, outra parte em pequenos centros urbanos e uma pequena
parcela, no campo e na floresta.
Atualmente a população da região é formada por nativos e migrantes oriundos, em
sua grande maioria, do sul e do nordeste. São milhares de famílias espalhadas dentro da
maior e mais rica floresta tropical do planeta, que ocupa dois quintos da América do Sul
(um vigésimo da superfície terrestre). Uma região que possui o maior banco genético, o
maior ecossistema, um quinto da água doce e a maior hidrografia do planeta (23 mil
quilômetros de rios navegáveis). A região Amazônica tem um terço das florestas do
mundo.
38
Boa parte da população (74,9%) vive nas capitais (Boa Vista-RR, Manaus-AM,
Porto Velho-RO, Rio Branco-AC) ou nas sedes dos demais 141 municípios da Amazônia
Ocidental. A população rural é cada vez menor.
Os quatro estados observados nesta pesquisa (Acre, Amazonas, Rondônia e
Roraima) ocupam mais de 1/4 (mais de 25%) da área total do Brasil. Uma área de baixa
densidade populacional, apesar do fluxo migratório intenso. Na região vivem apenas 3,46%
dos mais de 170 milhões de habitantes do país. (IBGE, Censo 2000)
A taxa média geométrica de crescimento anual registrada na região é maior do que
em qualquer outra parte do país. Enquanto a média nacional é de 1,64, no Norte ela sobe
para 2,86. No ex-território de Roraima a taxa é quase três vezes maior em relação à média
nacional (4,58).
Segundo o Almanaque Abril 2002, dos 8,5 milhões de nordestinos que deixaram
seus estados na década de 90, quase 10% foram para o Norte; do Sul e do Sudeste,
respectivamente, 7,4% e 7,3% dos migrantes partiram rumo à Amazônia. Só para situar,
deixaram as duas regiões (Sul e Sudeste) no mesmo período mais de 5,5 milhões de
pessoas. Como já vimos, esse processo faz parte de uma ocupação continua e crescente nos
últimos 100 anos, a qual apresenta grandes saltos nas décadas de 60, 70 e 80 do século
passado. A Tabela 1 detalha os Dados Demográficos, nos quatro estados:
Tabela 1
Dados Demográficos, por Estado5
o
o
Estado
Capital
Área total
(Km2)
Roraima
Boa Vista
224.118
324.397
75.503
15
78,62%
200.568
Amazonas
Manaus
1.570.946
2.812.557
577.828
61
78,79 %
1.405.835
Rondônia
Porto Velho
237.564,5
1.379.787
351.477
52
65,42 %
334.661
Acre
Rio Branco
152.522
557.526
130.712
22
69,68 %
253.059
2.185.150,5
5.074.267
1.135.5220
150
74,9 %
2.194.123
Total
5 Fonte: IBGE (Censo, 2000)
Pop.
N total de
domicílios
N de
Mun.
Pop.
Urbana
Capital
39
A Economia da região infelizmente não acompanha os índices de crescimento
populacional. Os estados amazônicos têm os menores orçamentos entre os estados da
federação. O Produto Interno Bruto (PIB) também é insignificante e a renda per capita fica
abaixo da média nacional nos quatro estados (Amazonas, Roraima, Rondônia, Acre).
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) medido pela ONU, aponta os quatro
estados entre o 9o (Rondônia) e 14o lugar (Acre), posições essas bastante favoráveis em
relação a média nacional e a outros estados brasileiros melhor estruturados social, política
e economicamente. Com exceção do Amazonas, graças ao funcionamento da Zona Franca
de Manaus – que abriga 400 grandes empresas tem uma economia razoavelmente sólida –
os demais estados dependem quase que exclusivamente do setor de serviços, a principal
vocação econômica da Amazônia. Ver Tabela 2
Tabela 2
Dados sócio-econômicos, por Estado6 (1)
Estado
População
Composição do PIB
Agrop. (3,4%); Ind. (26,3%);,
Roraima
324.397
Serv. (71,9%)
Agrop. (6,7%); Ind. (41%);
Amazonas 2.812.557
Serv. (53,5%)
Agrop. (15,3%); Ind. (6,6%);
Rondônia
1.379.787
Serv. (79,6%)
Agrop. (6,8%); Ind. (17,4%);
Acre
557.526
Serv. (77,3%)
Agrop. (13,3%); Ind. (27,7%)
Norte
12.900.704
Serv. (60,6%)
Agrop. (9,1%); Ind. (33,1%)
Brasil
169.799.170
Serv. (57,8%)
Participação no
PIB Nacional
Renda Per Capita (US$)
0,1%
2.250
1,3%
2.350
0,7%
2.421
0,2%
1.841
IDH
0,818
(10o)
0,775
(12o)
0,820
(9o)
0,754
(14o)
4,7%
1.827
0,727
100%
2.879
0,750
(1) 1999
No campo da Educação, sem dispormos de informações sobre a Zona Rural, os
índices precisos não são dos mais animadores. O atendimento tem sido pouco razoável e,
principalmente no nível superior, há uma demanda reprimida bastante grande, o que tem
6 Fontes: IBGE –Brasil em Números 2001, vol.
40
facilitado a proliferação de cursos particulares, os mais diversos, a maioria com o único
intuito de comercializar diplomas. A taxa de escolaridade das crianças de 7 a 14 anos, que
no Acre é de 92,2%, e no Amazonas em torno de 95,4%, está acima da média nacional
(96,5%) em Roraima (98,3%) e em Rondônia (96,9%). Deixando de lado os dados sobre a
Zona Rural (indisponíveis no Norte), a taxa média de escolaridade das crianças de 7 a 14
anos da região Norte é de 95,5%, abaixo da média nacional (96,5%).
Entre a população com 15 ou mais anos de idade a taxa média de analfabetismo da
região norte é de 11,6%, enquanto a média nacional é de 9,7%. Os Dados Educacionais
estão explícitos na Tabela 3.
Tabela 3
Dados Educacionais, por estado7
Estabelecimentos de Ensino (2)
Estado
Taxa de
Escolaridade
% (*) (3)
Analfabe
tismo %
(*)(4)
Pop.(1)
Préescolar
Fundamental
Médio
Superior
7-14 anos
15 anos
e mais
AC
557.526
196
1 508
39
1
92,2
15,5
AM
2.812.557
866
4 581
197
12
95,4
8,8
RO
1.379.787
459
2 989
171
11
96,9
9,6
RR
324.397
292
537
40
6
98,3
8,6
Norte
12.900.704
6 016
26 280
17 602
40
95,5
11,6
Brasil
169.799.170
78 106
187 493
17 602
973
96,5
9,7 (**)
(1) IBGE: Brasil em Números, 2001, vol. 9
(2) IBGE: Anuário estatístico do Brasil, 2001
(3) IBGE: Brasil em Números, 2001, vol. 9
(4) IBGE: Brasil em Números, 2001, vol. 9
(*) Exclui a população Rural do Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima
(**)Exclui a população Rural
7 Fontes: IBGE: PNAD – Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios, 1999
Almanaque Abril 2002
41
Capítulo II
Desenvolvimento Sustentável e a Amazônia Brasileira
2.1.
Amazônia: Unidade de conflitos
O termo desenvolvimento e o mais recorrente em discursos oficiais dos governos
local e nacional, bem como de políticos, pesquisadores e ambientalistas. Assim agindo,
esses atores acreditam estar contribuindo com a região. Para a população, entretanto o
discurso desenvolvimentista ecoa como algo há muito “necessário, desejado e esperado”,
mas que, até agora, tem sido pouco ou nada palpável, sequer visível. Nas últimas duas
décadas, com a redução drástica dos investimentos do Governo Federal, diversos atores
reclamam o próximo passo a ser trilhado pela região. Entre eles, se divergem quanto ao
caminho a seguir, concordam que a missão de delineá-lo cabe a quem faz a Amazônia, ou
seja: é notadamente perceptível a rejeição por planos traçados e esboçados em gabinetes de
Brasília. Como bem nota Lúcio Flávio Pinto, em sua coluna intitulada Carta da Amazônia,
publicada aos domingos no Caderno de Ciência, do jornal Estado de São Paulo, na edição
de 17/2/2001: “os ecos amazônicos sempre chegaram distorcidos aos ouvidos da capital
nacional”.
Armando Dias Mendes (2001) concorda com a urgência deste desenvolvimento e
defende a mudança dos condutores deste processo. Para o autor trata-se de uma escolha
entre a submissão a um “ferrete exógeno” ou a adoção de um “sinete endógeno” de
afirmação amazônica. Mendes explica:
[ferrete é a] desastrada aceitação passiva e simplória das invocações (ou convocações) da
Região para solução de problemas estranhos a ela: espaço para excedentes populacionais
de outras regiões, nações ou continentes, ou investimentos tipo enclave, ou transposição
42
de sua bacia hidrográfica, [...] transformação da sua natureza em santuário intocável e
coisas semelhantes. [um sinete] ou marca, ou carimbo amazônico significando trabalhar
naquilo que a região sugere (ou impõe), a partir das suas notórias singularidades naturais as amazonidades. [grifo do autor] (p.11)
Para o autor, torna-se necessário impor limites ao processo de desenvolvimento, que
deve se adequar às particularidades da região. “As suas vocações, sem que isso signifique a
adesão incondicional e retrógrada ao puro extrativismo, seja ele o primitivo ou o
„avançado‟. E sem que nos apeguemos, cegamente, a inatas vantagens comparativas –
obrigando-nos, ao contrário, a um sério esforço pela criação de vantagens competitivas”.
[grifo do autor] (p. 11-12)
O geográfo e pesquisador Aziz Ab‟Saber é do ponto de vista de que não é possível
planejar a Amazônia tomando como referência às demais regiões brasileiras, dada as suas
particularidades, como a área, o estado de conservação das áreas ecológicas, do
revestimento florestal e dos fluxos da natureza, representados pelas águas na Amazônia.
Acredita que a região necessita de políticas públicas diferenciadas (nas áreas de saúde,
educação, transportes, etc.) e que é preciso conciliar bem a consciência técnico-científico e
as legítimas aspirações das comunidades locais. Ab‟Saber considera este fator essencial
para que se possa dar continuidade à pesquisa científica sobre as condições regionais e subregionais da Amazônia brasileira. Ab‟Saber acrescenta, ainda, que não pode se descurar de
“estimular uma campanha panamazônica para o zoneamento ecológico, econômico e social
destinado ao gerenciamento regional e melhor entendimento das comunidades e sociedades
regionais e sub-regionais, com ênfase na economia auto-sustentada para as populações
residentes ou tradicionais”. (p. 33)
Pinto escrevendo para o Estadão de 10/7/2001, parecia não crer muito na
capacidade de estado brasileiro resolver a questão da região, como fica claro neste trecho:
“A Amazônia parece ser um desafio grande demais para as possibilidades e o interesse real
(não só o retórico) do Brasil em dar uma direção inteligente, racional e - em resumo científica ao processo de ocupação da Amazônia”. Mais tarde, o autor (Estadão, 21/8/2001)
muda de opinião:
43
A Amazônia já tem um passado suficientemente rico e um presente satisfatoriamente
maduro para enfrentar todos os desafios, especialmente o da verdade. O desafio maior,
evidentemente, cabe ao governo, que é o de regulamentar e controlar as atividades
humanas num espaço geográfico extremamente complexo.
Para a senadora Marina Silva (PT/AC), ministra do Meio Ambiente do Governo
Lula, a Amazônia já tem suficientes experiências que podem contribuir
para o
desenvolvimento da região e não precisa de projetos grandes e dispendiosos.
Minha grande busca tem sido transformar em políticas públicas de desenvolvimento para a
Amazônia as inúmeras experiências positivas que estão acontecendo, mas ainda de forma
fragmentada. [...] A Amazônia, durante muito tempo, tinha um modelo de desenvolvimento
que se articulava, que era o extrativismo da borracha e da castanha. Com a entrada da
pecuária houve toda uma desestruturação, e, na minha concepção, a forma de reunificar a
Amazônia, tanto do ponto de vista cultural, social, quanto econômico, seria através de uma
proposta que articule com todo o vigor a questão ambiental. 8
E completa:
A Amazônia não é um problema para o Brasil; pelo contrário, é sua solução, podendo,
inclusive, ser o seu cartão de visita no Primeiro Mundo. [e que] É necessário ter um
programa de transportes capaz de integrar a região, interligando os rios, as estradas e
aeroportos, obedecendo a um zoneamento econômico-ecológico, combinando o
desenvolvimento com a conservação ambiental. [e defende que] Mais do que o Governo é a
sociedade civil que tem apontado as saídas para os impasses e as soluções para os
problemas que estamos enfrentando.9
Velho cacique da política regional, com dois mandatos de governador do Amazonas
e atual senador da República, Gilberto Mestrinho (PMDB/AM), é defensor fervoroso do
desenvolvimento da região, como atestam essas suas palavras:
É fundamental promover o desenvolvimento da Amazônia, que sofre, especialmente a
Amazônia Ocidental, muitas pressões, fruto da cobiça, e até certas retaliações. Todos
acham que podem dar palpites, podem fazer, acontecer e mandar na região. [...] A
8 http://www.senado.gov.br/web/senador/marinasi/marinasi.htm
9 idem
44
Amazônia não precisa tanto de dinheiro; precisa de planos de trabalho e políticas racionais
para atingir seu desenvolvimento, fazendo valer toda a sua potencialidade. A Amazônia não
pode ser desvalorizada, congelada, engessada, atendendo, muitas vezes, a interesses
inconfessáveis de organismos internacionais10.
E defende:
O bem de todos na região amazônica, que todos tenham direito ao progresso, ao
desenvolvimento, ao bem-estar, ao conforto, ao mínimo que a vida moderna pode oferecer
e que a nossa gente, na maioria das vezes, não tem. [...] Desejamos o desenvolvimento
sustentado, a defesa, a conservação da floresta, não a preservação11.
Em março 1995, os governadores da Amazônia Legal se reuniram e firmaram uma
Carta de Princípios na qual exigem uma política clara por parte do Governo Federal para
região.
Alguns meses depois, em junho do mesmo ano, o presidente Fernando Henrique
Cardoso respondeu criando a Política Nacional Integrada para a Amazônia Legal. Tratase, segundo as próprias palavras de FHC, de
Um passo decisivo de meu governo para o desenvolvimento sustentável e para a melhoria
da qualidade de vida dessa vasta e importante região brasileira, [e afirma que] é fruto de
intenso diálogo entre as diversas esferas de governo e as vozes mais representativas da
sociedade, governantes, políticos, cientistas e cidadãos, que se mobilizaram para a defesa
do interesse público na área ambiental, num esforço consciente de parceria Estadosociedade.12
Sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da
Amazônia Legal, o documento elege como objetivo central “a valorização humana e social
da Amazônia”, através do “crescimento econômico e a integração da região”.
O primeiro passo visava a um resultado a médio prazo: a reorientação do
crescimento econômico, ou seja, “um melhor equilíbrio na repartição espacial das
10 http://www.senado.gov.br/web/senador/Mestrinho/dgm160399.htm
11 http://www.senado.gov.br/web/senador/Mestrinho/dgm160399.htm
12 http://www.mma.gov.br
45
atividades econômicas, no uso dos recursos naturais, bem como nas suas repercussões
sociais”13. Atualmente a Amazônia dispõe de atividades diversificadas que vão do
extrativismo à indústria eletro-eletrônica, localizados num tripé espacial: Projeto Carajás,
Região de Belém-Barcarena e a Zona Franca de Manaus. Em conseqüência disso, ocorreria
a renovação tecnológica, a modernização e a dinamização da região, bem como, o
desenvolvimento e a implementação de novos ramos: a silvicultura, a bio-indústria e o
ecoturismo e, também, o adequado aparelhamento dos núcleos urbanos. Estes elementos
garantiriam a integração interna e externa, contribuindo para o terceiro passo: a Valorização
Humana. “O objetivo final da Política, tem como finalidade à promoção da dignidade das
pessoas e o seu acesso à cidadania, o que implica na garantia de segurança pública e justiça.
A longo prazo, a estratégia para alcançá-la repousa nos mecanismos de internalização da
riqueza e no desenvolvimento científico-tecnológico, como indicado”14.
Essa valorização humana deve atender as seguintes prioridades:
a) prover condições de existência digna, mediante a superação de carências básicas em
educação, saúde, habitação e transporte, bem como condições de competência mediante o
acesso à informação e a capacitação para a produção e a gestão; b) privilegiar as
atividades que contribuam para a oferta de emprego na região; c) implementar a
regularização fundiária, uma política diferenciada de crédito e serviços de assistência
técnica para o acesso estável à terra; d) promover a prática de compartilhar as decisões e
ações sobre o destino das áreas em que as populações habitam; e) garantir o direito à
diferença mediante a preservação do patrimônio cultural, com especial atenção às
comunidades indígenas, todavia inseridas no contexto dos valores fundamentais da
Nação.15
2.2.
Riqueza, Igualdade e Preservação
Se há um ponto nos discursos sobre a Amazônia que levará algum tempo para se
tornar consenso é o que tange à riqueza da região. A maior floresta tropical do planeta
13 http://www.mma.gov.br
14 Idem
15 ibidem
46
guarda sob 2/3 de sua área intocada e dezenas, centenas de espécimes de vida animal e
vegetal e outra incontável quantidade de riquezas minerais. Para Francisco de Oliveira
(1994) uma riqueza mais que suficiente para garantir a mudança de status do Brasil e de
seus vizinhos amazônicos, com direito a ingresso no grupo dos países desenvolvidos.
Em artigo no Jornal o Estado de São Paulo, de 17/2/2001, Lúcio Flávio Pinto afirma
que “a revelação da riqueza amazônica ainda é uma tarefa a realizar”, mas considera que
“alguns recursos naturais da região, sobretudo os minerais, já se consolidaram como
commoditties de relevância mundial ou matérias primas de importância crescente, como o
estanho, o minério de ferro, a bauxita, o alumínio, o manganês, a madeira”. Para Pinto:
Todos os cálculos econômicos de futuro incluem o fator amazônico como relevante, e isso
vale principalmente para os setores de ponta: a biotecnologia, a engenharia genética, a
tecnologia de novos materiais, o controle da poluição e, naturalmente, refúgios de vida
selvagem, cada vez mais vitais para a sobrevivência da humanidade, ou a manutenção do
seu ciclo de evolução e progresso. (Estadão, 17/2/2001)
Vários estudos sobre a potencialidade da região já foram feitos, principalmente
pelas agências públicas; a maioria, entretanto, foi feita de modo isolado e para privilegiar
pontos bastante segmentados. Dos quatro estados que constituem o objeto de estudo deste
trabalho, apenas dois (Acre, Roraima) já dispõem do Zoneamento Econômico-Ecológico,
espécie de estudo aprofundado e complexo sobre os campos mais propícios para
investimentos.
O resultado é que os indicadores socioeconômicos da região, principalmente nos
quatro estados, estão bem abaixo da media nacional. Juntos somam apenas 2,5% de
participação no PIB brasileiro. A renda per capita em toda a região fica bem abaixo da
média nacional (US$ 2.879,00). A maior renda per capita entre os quatro estados é
registrada em Rondônia (US$ 2.421,00) e a menor no Acre (US$ 1.841,00). Em
contrapartida, os estados da região apresentam a maior taxa de crescimento populacional:
em 2000 foi, em média, de 2,9%, sendo que o estado do Roraima registro um crescimento
que quase chegou a casa dos 5%.
Em se tratando de densidade demográfica, enquanto a média brasileira é de 19,9
habitantes por quilômetro quadrado, nestes estados chega no máximo a 5,8 habitantes por
47
quilômetro quadrado, caso de Rondônia. Roraima tem a menor taxa do país (1,5 habitantes
por quilômetro quadrado). Se a distribuição de renda não é das melhores do Brasil, pelo
menos o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) indica uma qualidade de vida acima da
média nacional (0,739). O melhor índice é registrado em Rondônia com 0,820, seguido de
Roraima com 0,818, Amazonas com 0,775 e Acre com 0,754.
A baixa ocupação demográfica registrada na Amazônia Brasileira não significa uma
maior preservação da região. As principais atividades econômicas indicam o uso da terra
para a exploração madeireira, para agricultura e para agropecuária. Em 2001, o Instituto
Socioambiental lançou um dos estudos mais completos sobre a Amazônia Brasileira, o qual
contou com a participação de mais de duas centenas de pesquisadores. Na seção destinada a
fazer um diagnóstico do uso da terra na Amazônia, foram identificados, somente nestes
quatro estados 22 pólos madereiros que reúnem quase 400 indústrias.
Segundo fontes do Greenpeace (2000) nos últimos quatro anos foram desmatados
na região 77 mil quilômetros quadrados. “Desmata-se para especular com terras, para
aumentar área para agricultura e criação de gado e, sobretudo, para explorar madeira e
carvão vegetal. Desmata-se clandestinamente em áreas devolutas, em reservas indígenas e
até em parques nacionais". Para a ONG, 72% dos 36 pontos críticos de destruição na
Amazônia estão relacionados com a indústria madeireira. Só em 1997 foram extraídos da
região 29 milhões de metros cúbicos de toras. O que é mais grave, segundo o estudo que
também usa dados do Governo Federal: “80% da exploração madeireira da Amazônia é
ilegal. E pior, mesmo a extração legal é altamente destrutiva. Além disso, o uso de
tecnologia obsoleta pelas serrarias implica enorme perda de matéria-prima durante o
processo produtivo. Em média, apenas um terço da madeira extraída é transformada em
produto final. “As estimativas de estoque indicam um valor não inferior a 60 bilhões de
metros cúbicos de madeira em tora de valor comercial, o que coloca a região como
detentora da maior reserva de madeira tropical do mundo”16.
Irene Garrido Filha (in: IEA, vol.45, 2002) diz a respeito desta reserva: “do
potencial de 60 milhões [sic!] de metros cúbicos de madeira em toras avaliado para a
16http://www.greenpeace.org.br
48
Amazônia brasileira, apenas cerca de 10% tem condições de ser aproveitado pela indústria
madereira”. (p. 91)
A madeira é o principal produto de exportação em três dos 4 estados da Amazônia
Ocidental: Acre, 65%; Roraima, 89%; Rondônia, 93%. No Amazonas, devido ao pólo
indústria da Zona Franca de Manaus, dois produtos se destacam (eletroeletrônicos: 40%;
extratos para bebidas: 37%)17.
Em Rondônia estão instaladas mais da metade das 400 indústrias. A exploração
madeireira representa quase 20% do PIB do Estado. No Amazonas a instalação de várias
empresas madeireiras começou a tomar força na última década do século 20, a maioria
estrangeira: Indonésia, Malásia, China e Japão. (Capobianco, 2001)
Em 1999, durante o encontro anual da CNBB - Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil - a Amazônia foi tema central de debates. Num comunicado, assinado pelos 28
bispos da região Norte, se denunciava, tal como se ler no Estado de São Paulo de
23/4/1999: “A Amazônia passa por um processo de devastação e de morte. [...] agravado
com a entrega da floresta a madeireiras asiáticas e com a implantação do Terceiro Ciclo
pelo governo do Estado do Amazonas".
Os bispos também denunciaram o crescimento das áreas de queimada, promovidas
principalmente por grandes criadores de gado. Segundo se depreende no documento,
nenhum governo elaborou até hoje um plano racional de exploração da região. Acre e
Roraima apresentam a menor taxa de desmatamento. As atividades agropecuárias estão
mais concentradas no chamado “arco do desmatamento” e tem maior representatividade no
estado de Rondônia.
Já o avanço das culturas de larga escala, principalmente de milho e de soja, têm
paulatinamente substituído as culturas de subsistência, como as de mandioca e de arroz, por
exemplo. Em torno disso, têm-se criado uma preocupação entre os ambientalistas,
conforme alerta Capobianco (2001): “devido aos efeitos negativos que esse tipo de plantio
pode acarretar aos solos (erosão), cursos d‟água (assoreamento e despejo de produtos
17 Almanaque Abril Brasil, 2002.
X‟
49
químicos) e ao sistema fundiário e social (concentração de renda, uso reduzido de mão-deobra por área)”(p. 331).
2.3.
A ascensão do conceito de Desenvolvimento Sustentável
O conceito é recente e, segundo Liszt Vieira (1997), a proposta de sustentabilidade
é herdeira da noção de Ecodesenvolvimento, desenvolvida por Maurice Strong e Ignacy
Sachs, em 1973. “O conceito de Ecodesenvolvimento se baseava nas idéias de justiça
social, eficiência econômica, condicionalidade ecológica e respeito à diversidade cultural”
(p. 131). Essa acepção do conceito logo foi superada.
Para Roberto Giansanti (1998) as idéias que levaram ao conceito de
Desenvolvimento Sustentável datam do século XIX e são creditadas ao primeiro chefe de
serviço de florestas dos Estados Unidos, o engenheiro florestal Gifford Pinchot, que desde
então defendia “a conservação dos recursos apoiada em três princípios básicos: o uso dos
recursos naturais pela geração presente, a prevenção do desperdício e o desenvolvimento
dos recursos naturais para muitos e não para poucos cidadãos”. (p. 9)
Talvez valha a pena, apesar de longa, citar a passagem em que Giansanti (1998)
apresenta a ascensão do tema na ordem do dia:
Na verdade, Pinchot foi uma das primeiras vozes a se levantar contra o “desenvolvimento a
qualquer custo”, que caracterizava aquele período. Um século mais tarde, a expressão
desenvolvimento sustentável consolida-se com uma das palavras de ordem contra a
degradação ambiental, presente em discursos oficiais e em documentos das conferências
internacionais, no ativismo ambientalista-ecologista e na comunidade cientifica. Entre esses
dois períodos, ocorreu uma gradativa tomada de consciência da situação crítica de
degradação ambiental, tendo crescido a “sensibilidade ecológica” em todo o planeta e
verificando-se um aumento da percepção (e da preocupação) das pessoas em relação à
questão ambiental. De tema pouco atraente nos anos 40 e 50, hoje mobiliza Organizações
Não-Governamentais (ONGs), meios de comunicação, escolas, comunidades e muitos
outros setores da sociedade. (p. 9)
50
O período recente ao qual se referem Vieira e Giansanti teve seu primeiro impulso
na década de 70 do século passado, quando por iniciativa do Governo do Suécia, foi
realizada a Conferência da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiental e
Desenvolvimento (CNUMAD), que ficou reconhecida como a Conferência de Estocolmo,
realizada em 1972 com a participação de representantes de 113 países e cerca de 250
ONG‟s, conforme se lê em Giansanti (1998),
A preocupação básica da Conferência era conter as várias formas de poluição, sendo que
os debates foram marcados pela polarização entre os defensores do chamado crescimento
zero (representantes de países centrais e membros de comunidade científica, reunidos no
chamado Clube de Roma) e os adeptos do desenvolvimentismo. Os primeiros advogavam a
contenção dos índices de crescimento dos países pobre. (...) Já os desenvolvimentistas, em
boa parte representados por enviados de países do Terceiro Mundo, reivindicavam o
direito ao desenvolvimento, mesmo trazendo impactos ambientais”. [grifo do autor] (p. 9)
Dezenas de outras reuniões foram realizados a partir dali, bem como foram
publicadas declarações, textos e relatórios por diversas instâncias e organismos
internacionais.
Somente 15 anos depois, em 1987, a idéia de Desenvolvimento sustentável ganhou
reconhecimento efetivo da ONU, quando foi publicado o Relatório Nosso Futuro Comum,
conhecido como Relatório Brundtland, que levou três anos para ficar pronto. O relatório foi
preparado pela primeira-ministra da Noruega, Gro Harlem Brundtland. Ele apresenta 109
recomendações com o intuito de concretizar as propostas definidas em 1972.
2.4.
Afinal, o que é desenvolvimento sustentável?
Segundo o economista José Marcelino Monteiro da Costa, o conceito de
desenvolvimento sustentável ainda está em fase de conquista de consistência teórica e em
fase de formação no que tange à viabilidade prática. No ensaio “Desenvolvimento
Sustentável, Globalização e Desenvolvimento acadêmico”, publicado no livro Perspectivas
51
do Desenvolvimento Sustentável (Ximenes, s.d.), Costa destaca sobre o desenvolvimento
sustentável:
Num átimo tornou-se a panacéia e slogan inevitável da „sabedoria convencional‟ (à la
Galbraith). Desbancou, nas discussões acadêmicas e dos formuladores da política
desenvolvimentista, o charme que a controvérsia crescimento equilibrado versus
desequilibrado exercia. Há quem o considere o „símbolo do consenso ideal‟. Ou, ao arrepio
das idéias semifinais de Kuhn, o „novo paradigma do desenvolvimento‟. Olsen, Lodwick e
Dulanp (1992) asseveram que o „paradigma ecológico social‟, embora não dominante, „está
emergindo do dominante‟, em detrimento do „paradigma tecnológico social‟. Os organismos
internacionais de fomento já cooptaram-no (Lélé, 1991; Buttel e Gillespie, 1988; Conable,
1986; Runnals, 1986). Há planos de desenvolvimento regional e programas de governos
estaduais que o mencionam vaga, contraditória e aleatoriamente. [...] Por constituir chavão
obrigatório em voga „politicamente correto‟, tem sido, no que tange à Amazônia brasileira,
usado à larga. (p. 83)
Talvez nesse passo valha a pena justificar a nossa opção pelo conceito adotado pela
ONU, uma vez que prolifera uma verdadeira panacéia de acepções contraditórias, defasadas
ou excludentes entre si.
O conceito definido no Relatório Brundtland (in: Giansanti, 1998), busca
harmonizar desenvolvimento econômico e fontes naturais de recursos.
O desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades do presente sem
comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem às suas próprias
necessidades. Ele contém dois conceitos-chave: (1) o conceito de “necessidades”,
sobretudo as necessidades essenciais dos pobres no mundo, que devem receber a máxima
prioridade; (2) a noção das limitações que o estágio da tecnologia e da organização social
impõe ao meio ambiente, impedindo-o de atender às necessidades presentes e futuras.
(p.10)
O relatório destaca ainda a necessidade de as populações terem acesso às
tecnologias desenvolvidas no 1o mundo.
52
Vinte anos pós-conferência de Estocolmo, constatava-se, entretanto, a persistência
dos mesmos problemas: degradação ambiental crescente, descaso oficial com a causa,
indiferença dos países desenvolvidos, etc.
Em junho de 1992, aconteceu no Brasil o maior evento mundial sobre meio
ambiente: a Rio-92, ou como ficou mais conhecida, a ECO-92, que reuniu dois grandes
eventos paralelos: A conferência sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da ONU, com a
participação de 178 países (114 chefes de Estado) e o Fórum Global, com a participação de
cerca de 4 mil ONG‟s. A Conferência produziu, a Agenda 21, que contém as diretrizes da
ONU para garantir o desenvolvimento sustentável, como veremos no capítulo 2.6.
2.5.
Projetos de Desenvolvimento Sustentável na Amazônia Brasileira
Em julho de 1990 foi criado, por iniciativa alemã, durante a reunião de cúpula do G7, realizada em Houston, o Programa Piloto Internacional para Conservação das Florestas
Tropicais Brasileiras (PPG-7). O programa foi implantado ainda na segunda metade dos
anos 1990, para apoiar a redefinição dos projetos de desenvolvimento regional na
Amazônia. Os recursos provenientes destes sete países para o apoio financeiro somam 290
milhões de dólares, além de prever ainda assistência técnica. O programa é coordenado
pelo Banco Mundial e países do G-7 e gerenciado pelo Governo do Brasil, em parceria com
órgãos ambientais da sociedade civil brasileira. O programa consiste num conjunto de
projetos que buscam contribuir para o uso sustentável dos recursos naturais e para uma
substancial redução da taxa de desflorestamento. Trata-se de uma ação concreta na luta pela
proteção e uso sustentável dos recursos, apesar dos obstáculos conceituais, organizacionais
e de implementação.
Uma questão fica em aberto, segundo Kohlhepp (in: IEA, vol.45, 2002): será que o
governo brasileiro está preparado para levar este programa a sério, com um novo modelo de
desenvolvimento regional sustentável para a Amazônia Brasileira? Ainda que esteja, o
PPG-7, com seus 290 milhões de dólares, se compromete a realizar “o desenvolvimento
sustentável e a proteção do espaço vital da população local e regional, bem como do
53
ambiente, como um objetivo da política regional” (p.45). Enquanto que os 40 bilhões de
dólares do Avança Brasil estão destinados à melhoria da infra-estrutura, no fomento ao
crescimento econômico regional e no fortalecimento da integração ao mercado”( p. 48). Ou
seja, tudo em nome do desenvolvimento econômico. Como se vê, trata-se de um jogo
bastante desigual.
2.5.1. O caso de Mamirauá, Amazonas
A primeira tentativa para implementar o desenvolvimento sustentável na Amazônia
Brasileira partiu do governo do Amazonas. Em maio de 1999, a Estação Ecológica de
Mamirauá, criada em 1990, foi transformada em Reserva de Desenvolvimento Sustentável,
com uma área superior a 1,1 milhões de hectares das florestas inundadas da Amazônia
central, em Tefé (AM). A presença de populações locais, proibida nas estações, forçou as
negociações políticas. A criação da categoria Reserva de Desenvolvimento Sustentável
possibilitou garantir a permanência das populações na área.
Após cinco anos de pesquisas sociais e biológicas o Plano de Manejo veio
regulamentar o uso sustentado dos recursos naturais, “definidas com base nos resultados
das pesquisas e das negociações realizadas com as populações de moradores e usuários da
reserva e com as principais organizações sociais atuantes na área”18.
As comunidades conhecem os propósitos do programa e acompanham os seus
resultados, “contribuem para consolidar políticas de conservação com manejo
participativo”. O programa também coopera com formação para a produção e
comercialização
dos
produtos,
fornece
gerenciamento
contábil
e
disponibiliza
financiamentos na forma de micro-créditos.
As atividades em desenvolvimento referem-se à pesca, agricultura, artesanato, manejo
florestal comunitário, ecoturismo e micro-crédito. [...] Para atingir seus objetivos o programa
promove a participação local em tomadas de decisão, promove a capacitação e utilização
da mão-de-obra local, venda de artesanato e compra de produtos agrícolas.
18 http://www.mamiraua.org.br
54
Os resultados destas experiências ainda demorarão algum tempo, para se
concretizar, mas é um bom começo.
2.6.
Política Global com participação local: Agenda 21
A Rio-92, produziu a Agenda 21, que resultou de diversos relatórios, tratados,
protocolos e de outros documentos elaborados durante décadas na esfera da ONU. A
Agenda 21 inclui os temas tratados na Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento, nas convenções sobre Biodiversidade e sobre Mudança Climática, bem
como na Declaração de Princípios sobre Florestas. Ela incorporou também diversas outras
questões.
A Agenda 21 é um longo documento de 800 páginas, dividido em 4 seções, com 40
capítulos. A Seção I, com sete capítulos, trata das dimensões sociais do desenvolvimento
sustentável; a Seção II, dividida em 14 capítulos, aborda as dimensões ambientais; a Seção
III, 9 capítulos, é dedicada aos principais grupos sociais; a Seção IV apresenta os meios
para implantar os programas e as atividades. Trata-se na verdade, mais que de um tratado
ou convenção, de uma carta de intenções ou manual.
Cabe a cada nação assumir a responsabilidade pelo desdobramento da Agenda 21
em agendas regionais, nacionais e locais. Devido à amplitude do documento, que reúne
interesses diversos, é preciso adequar os objetivos da Agenda à peculiaridade de cada país.
É preciso destacar, porém, que a Agenda, adotou muitas vezes uma postura dúbia,
cautelosa em relação aos temas polêmicos. Cito, a título de exemplo, a questão da dívida
externa dos países mais pobres, para os quais a Agenda recomenda “condições mais
generosas”, ao mesmo tempo em que faz o insidioso elogio aos países que “estão honrando
seus compromissos”. Em compensação, a Agenda nada menciona sobre os encargos
elevados que são impostos a estes países.
Um dos maiores entraves à execução dos programas e atividades previstos na
Agenda 21 é o item financiamento. Segundo estimativas da Agenda, seriam necessários 607
55
bilhões por ano para “tirar o Programa do papel”. Cerca de 125 bilhões devem ser providos
pelos “países industrializados ricos” em termos de concessão ou doação.
Dez anos depois o Brasil, sequer conseguiu concluir a Agenda Nacional. As
regionais estão em fase de preparação e a maioria das locais sequer deu os primeiros
passos. Entre os quatro Estados delimitados neste trabalho, somente o Acre conseguiu
definir políticas para elaborar a Agenda 21 local. O estado já começou, inclusive, a colocar
em prática algumas atividades previstas na Agenda local. Os demais estados (Amazonas,
Rondônia e Roraima) ainda estão em fase de discussão. O grande problema tem sido a falta
de interesse das comunidades locais e a pouca participação de entidades representativas. Os
poucos passos registrados deve-se quase que exclusivamente a entidades governamentais.
A sociedade tem sido alijada e tem sido pouco ou nada participativa.
Feito esse panorama, na próxima seção trataremos, sobre a presença da mídia na
Amazona Brasileira, mais especificamente, na Amazônia Ocidental.
56
Capítulo III
A Mídia na Amazônia Brasileira - Jornal, Rádio, TV
O mais antigo veículo de comunicação da Amazônia data de 1851: o periódico
Cinco de Setembro. Desde então dezenas de veículos apareceram e desapareceram. Em
1927, foi a vez do Rádio. Naquele ano, Manaus ouvia a Voz de Manaus, a primeira
experiência radiofônica na região. A televisão chegou em 1965, quando Manaus passou a
sediar a emissora de TV a cabo Manauara. Hoje, somente na capital destes quatro estados
concentram-se 18 jornais impressos (diário e semanal), 18 emissoras de Rádio (AM/FM) e
29 emissoras de televisão de sinal aberto (VHF/UHF), como demonstra a Tabela 4:
Tabela 4
Jornais impressos, Emissoras de Rádio e de Televisão, por Capital19
Capital
Jornais Impressos
Emissoras de Rádio
Emissoras de Televisão
Boa Vista (RR)
04
03
08
Manaus (AM)
05
05
07
Porto Velho (RO)
04
05
07
Rio Branco (AC)
05
05
07
Total
18
18
29
57
3.1.
A instabilidade e o baixo alcance do jornalismo impresso
Mesmo sendo o mais antigo meio de comunicação de massa presente na região o
jornalismo impresso é o menos estável, visto que poucos periódicos se mantêm em
circulação por um tempo mais longo. Quase a metade deles surgiu a partir da década de 90.
Juntos, os quatro estados têm 18 jornais impressos (16 diários e dois semanários).
Circulam diariamente nestes Estados quase 150 mil exemplares. No final de semana a
tiragem aumenta para 180 mil exemplares. Mais da metade é distribuído no Estado do
Amazonas.
O mais antigo em circulação é o Jornal do Comércio, que já tem quase 100 anos de
história, tendo sido criado em 1904. Trata-se de um diário que circula apenas em Manaus,
com tiragem de 11 mil exemplares por edição. O mais recente é o Jornal A Tribuna de
Roraima, um semanário surgido há pouco mais de dois anos (2000), com sede em Boa
Vista, que distribui, em média, seis mil exemplares, em 15 municípios. Atualmente, o
jornal está fora de circulação há quase dois meses, por problemas financeiros, mas garante
que retorna a partir de 2003. Lamentavelmente, não há dados suficientes sobre as dezenas
de periódicos que abriram e fecharam as portas nas últimas décadas nas quatro capitais.
A circulação nos estados também é bastante restrita à capital. Poucos periódicos
conseguem chegar a todos os municípios de cada estado. Em Rondônia, apenas dois diários
chegam aos 52 municípios do Estado. No Acre dois diários, que juntos têm tiragem diária
de seis mil exemplares, são lidos nos 22 municípios. No Amazonas, nenhum jornal circula
em todos os municípios. Em Roraima somente o semanário (Tribuna do Estado de
Roraima) chegava às sedes de todos municípios.
A Tabela 5, na página seguinte, relaciona os Jornais Impressos existentes nas quatro
capitais:
19 Fonte: Ministério das Comunicações (www.mc.gov.br), Sindicatos dos Jornalistas Profissionais (AC, AM, RO, RR) e os próprios veículos de comunicação (jan/2002)
58
Tabela 5
Jornais Impressos, por Capital20
Sede
Jornal
Diretor
Fundação
Periodic.
Rio Branco
Silvio Martinello
01/11/1984
Diário
Rio Branco
A Gazeta
O Estado do
Acre
João R. B. Bezerra
13/8/2000
Semanal
Rio Branco
Página 20
05/3/1995
Rio Branco
A Tribuna
Elson Dantas Dias Fo
Elias Assem de
Carvalho
Rio Branco
O Rio Branco
Porto Velho
Alto Madeira
Estadão do
Norte
Diário da
Amazônia
Folha de
Rondônia
Amazonas
em Tempo
Diário do
Amazonas
Porto Velho
Porto Velho
Porto Velho
Manaus
Manaus
Manaus
Manaus
Manaus
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
A Crítica
Jornal do
Comércio
Gazeta
Mercantil
Brasil Norte
Folha de Boa
Vista
Correio do
Norte
A Tribuna de
Roraima
Circulação
(1)
3,5 mil(sem)
5 mil (dom)
Mun. (2)
06
07
Diário
1,6 mil
1 mil (sem)
1,5 mil (dom)
15/3/1993
Diário
2 mil
18
Narcísio Mendes
Luiz Malheiro
Tourinho
20/4/1969
Diário
22
15/4/1917
Diário
Mário Calixto Filho
20/11/1981
Diário
José Luiz Estore
Ayres Gomes
Do Amaral Fo
Marcílio R. A.
Junqueira
Cassiano Cirilo de
Anunciação
Rita de Cássia A.
Calderaro
Guilherme A. Oliveira
Silva
13/9/1993
Diário
5 mil
3 mil (sem)
5 mil (dom)
5 mil (sem)
8 mil (dom)
4 mil (sem)
8 mil (dom)
14/8/1999
Diário
52
29/9/1986
Diário
6 mil
15 mil (sem)
20 mil (dom)
15/3/1985
Diário
20
19/4/1948
Diário
20 mil
25 mil (sem)
50 mil (dom)
02/1/1904
Diário
11 mil
01
Alceu Rizzi
18/9/1999
Diário
(3)
Carlos Coelho
Getúlio A. Souza
Cruz
Marcelo Lopes
Bussacchi
01/6/1997
Diário
21/10/1983
Diário
4,5 mil
2 mil (sem)
3 mil (dom)
5 mil (sem)
6 mil (sáb)
29/2/2000
Diário
1,5 mil
08
Elias Dolvim
26/11/2000
Semanal
6,5 mil
15
22
07
52
45
10
35
08
08
(1) Circulação nos dias de semana (2a a 6a f.) e final de semana.
(2) Número de municípios em que circula.
(3) O Jornal Gazeta Mercantil – Norte, circula nas quatro capitais (Boa Vista, Manaus, Porto Velho e Rio Branco).
20 20 Fonte: Instituto de Verificação de Circulação – IVC -, Sindicatos de Jornalistas Profissionais (AC, AM, RO, RR) e os próprios Jornais (janeiro/2002).
59
3.2.
Rádio – o vice-líder
As emissoras de Rádio da região surgiram por volta de 1927. A mais antiga em
operação, desde agosto de 1944, é a Rádio Difusora AM, de Rio Branco. A caçula é a
Rádio Boas Novas, de Porto Velho, que entrou no ar em abril de 1995.
É interessante observar que 14 das 18 emissoras entraram em operação na década de
80 e começo de 90, justamente no período em que ocorreu o maior número de concessões
de canais de Rádio e TV no País. Os critérios para tais concessões, mais políticos do que
técnicos, beneficiaram vários parlamentares e pessoas ligadas a políticos da região, que até
hoje se mantém no poder com o apoio descarado da mídia. Nas quatro capitais operam 18
emissoras de Rádio: 10 FM e oito AM.
Apenas a programação de algumas emissoras AM chega a todos os municípios, nos
quatro Estados. Graças essa penetração, o rádio é o segundo veículo de maior alcance na
Amazônia Brasileira e tem assumido o papel de destaque na vida do caboclo amazônida.
Nas comunidades mais distantes dos centros urbanos, principalmente as que não
dispõem de luz elétrica, o rádio é companheiro inseparável no dia-a-dia. A capacidade de
longo alcance permite às emissoras AM chegar a centenas de pequenas comunidades
espalhadas por toda a Amazônia Brasileira. As emissoras FM estão concentradas, em sua
maioria absoluta, nas capitais. Com alcance restrito, devido à baixa potência, as emissoras
FM conseguem no máximo atender o perímetro urbano das capitais.
A Tabela 6, que veremos na página seguinte, relaciona as emissoras de Rádio nas
quatro capitais:
60
Tabela 6
Emissoras de Rádio, por Capital21
Fundação
Frequência
Potência
Mun.
(1)
8/8/1986
1300
10 kw
10
25/8/1944
n.d.
06/1982
18/3/1989
04/8/1960
07/7/1991
03/4/1995
1400
n.d.
93,3
98,1
1430
1310
660
5 kw
10 kw
2,5 kw
2 kw
10 kw
10 kw
10 kw
22
22
05
06
52
15
05
Gisele Furtado
02/03/1988
Herivelton José
Porto Velho
Rondônia (FM)
Bernardes
22/9/1979
Josué Claúdio de
Manaus
Difusora (AM/FM)
Souza Fo .
24/11/1948
o
Fc das Chagas D.
Manaus
Povo (FM)
V. Tomás
18/11/1994
Manaus
Cultura (AM)
Célis Borges
n.d.
Manaus
Novidade (FM)
Humberto Mello
1990
Manaus
A Crítica (FM)
Rui Souto Alencar
05/9/1987
Francisco Galvão
Boa Vista
Roraima (AM)
Soares
04/1/1957
Maricélia Ferreira
Boa Vista
Tropical (FM)
de Souza
28/11/1988
Boa Vista
Equatorial (FM)
José Renato Hadad
30/1/1982
(1) número de municípios que captam a programação, por estado
94,1
1 kw
06
93,3
5 kw
08
1180/96,9
10 kw
62
94,1
4854
100,7
93,1
10 kw
10 kw
1,1 kw
10 kw
15
62
n.d.
03
4835
10 kw
15
94,1
93,3
10 kw
2 kw
04
06
Sede
Emissora
Rio Branco
Capital (AM)
Rio Branco
Rio Branco
Rio Branco
Rio Branco
Porto Velho
Porto Velho
Porto Velho
Difusora (AM)
Alvorada (AM)
Gazeta (FM)
Acre (FM)
Caiari (AM)
Tropical (AM)
Boas Novas (AM)
Clube Cidade
(FM)
Porto Velho
Diretor
Aparecido Correia
da Silva
Antônio Washington
A. Silva
Severino de Souza
Silvio Martinello
Phelippe Doau
Ronaldo Rocha
Antônio Morimoto
Jonatas Trajano
3.3.
A liderança da Televisão
A televisão só chegou à região 15 anos depois de ter sido instalada a primeira
emissora no país. A cidade de Manaus foi escolhida para receber a novidade da
tecnológica: a TV a cabo Manauara, instalada em 1965. No início da década de 70 foi a
vez dos demais estados da região experimentarem o novo símbolo de status do país.
Somente a partir de meados da década de 80 a região experimentou um aumento
acelerado no número de novos canais. Foram mais de 20 novas emissoras que entraram em
21 Fonte: Sindicatos de Jornalistas Profissionais (AC, AM, RO, RR) e as próprias Emissoras (janeiro/2002)
61
operação nas quatro capitais nos últimos 15 anos. Roraima lidera a diversidade. O
telespectador boa-vistense sintoniza atualmente oito canais abertos (seis VHF e dois UHF).
A TV foi o veículo de comunicação que numericamente mais cresceu na região.
Como já vimos, as quatro capitais têm 29 canais de televisão (VHF e UHF), repetidoras de
algum canal nacional (Bandeirantes, CNT, Cultura, Globo, SBT, Record, Rede TV!, TVE,
TV Gazeta, TV Cultura). Em compensação o espaço para a programação local não
acompanhou o ritmo da evolução. As afiliadas da Rede Globo22, por exemplo, das 24 horas
diárias de programação dispõe apenas de 105 minutos para a produção de dois telejornais
locais, que vão ao ar de segunda a sábado. Nas demais afiliadas a grade de programação,
apesar de não ser também muito generosa, é bastante flexível. Há emissoras com mais de
quatro horas diárias de programa local, como mostra a Tabela 7:
Tabela 7
Emissoras de TV, por Capital 23
Sede
Rio Branco
Rio Branco
Rio Branco
Rio Branco
Rio Branco
Rio Branco
Rio Branco
Porto Velho
Porto Velho
Porto Velho
Porto Velho
Emissora
TV União
(canal 13)
TV Rio Branco
(Canal 8)
TV Acre
(canal 4)
TV Gazeta
(canal 11)
TV Canal 5
TV Aldeia
(canal 2)
Amazonsat
(canal 21)
TV Meridional
(canal 13)
TV Rondônia
(canal 4)
TV Candelária
(canal 11)
TV Alamanda
(canal 8)
Programação
Local (min./dia)
Fund.
Mun.(1)
-
29/5/1994
04
240 (seg/sab)
15/3/1989
05
Phelippe Doau
Roberto Alves
Moura
105 (seg/sab)
16/10/1974
22
120 (seg/sab)
09/2/1990
02
Pedro Neves
Ana Paula
Ribeiro
-
15/4/1986
04
-
03/1986
01
Phelippe Doau
-
1997
22
Rita Furtado
180(seg/dom)
03/1/1985
05
Phelippe Doau
105 (seg/sab)
13/9/1974
24
Elton Leoni
180(seg/dom)
15/6/1991
04
Giselle Furtado
20 (seg/sab)
1988
05
Diretor(a)
Bardavil Neto
Marcílio Mendes
de Assis
22 líderes de audiência nos cinco Estado, segundo pesquisas encomendas pela Rede Amazônica de Televisão.
23 Fonte: Sindicatos de Jornalistas Profissionais (AC, AM, RO, RR) e os próprios Emissoras (janeiro/2002)
Pot.
2 kw
(VHF)
2 kw
(VHF)
5 kw
(VHF)
1 kw
(VHF)
2 kw
(VHF)
2 kw
(VHF)
5 kw
(UHF)
n.d.
(VHF)
5 kw
(VHF)
2 kw
(VHF)
2 kw
(VHF)
Rede
Afiliada
Band.
SBT
Globo
Record
Rede TV!
Educativa
Amazonsat
Band
Globo
Rede TV!
SBT
62
Porto Velho
Porto Velho
Porto Velho
Manaus
Manaus
Manaus
Manaus
Manaus
Manaus
Manaus
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
Boa Vista
TV Maíra
(canal 25)
TV Norte
(canal 6)
Amazonsat
(canal 22)
TV Amazonas
(Canal 5)
TV Manaus
(canal 10)
TV Cultura
(canal 2)
TV A Crítica
(canal 4)
TV Rio Negro
(canal 13)
TV Boas Novas
Amazonsat
(canal 44)
TV Roraima
(canal 4)
TV Caburaí
(canal 8)
TV Tropical
(canal 10)
TV Imperial
(canal 6)
TV Boa Vista
(canal 12)
TV Maracá
(canal 28)
TV Universitária
(canal 2)
Amazonsat
(canal 23)
Eudes Marques
Lustosa
-
1992
07
Mario Calixto
-
13/9/2001
05
Phelippe Doau
-
1997
24
Phelippe Doau
105 (seg/sab)
10/8/1972
62
Abdul Hauache
Celes C. Borges
Melo
120 (seg/sab)
11/1992
05
120 (seg/sab)
08/3/1968
06
Rui Souto Maior
Rebecca Martins
Garcia
120 (seg/sab)
02/6/1972
32
240 (seg/sab)
n.d.
12
-
-
n.d.
01
Phelippe Doau
-
1997
62
Phelippe Doau
105 (seg/sab)
22/12/74
15
Geraldo Magella
Maricélia Ferreira
Lima
150 (seg/sab)
06/1990
01
60 (sab.)
28/11/1988
02
José Renato
Haddad
180 (seg/sab)
18/5/1994
02
Waldenice Souza
60 (seg/sab)
05/10/1991
01
Consolata Farias
Univ. Federal de
Roraima
120 (seg/sab)
02/1999
01
-
09/7/1990
01
Phelippe Doau
-
1997
15
1 kw
(UHF)
2 kw
(VHF)
5 kw
(UHF)
5 kw
(VHF)
10 kw
(VHF)
10 kw
(VHF)
20 kw
(VHF)
8 kw
(VHF)
5 kw
(UHF)
5 kw
(UHF)
2 kw
(VHF)
2 kw
(VHF)
1 kw
(VHF)
1 kw
(VHF)
1 kw
(VHF)
1 Kw
(UHF)
1 kw
(VHF)
2 kw
(UHF)
CNT
Record
Amazonsat
Globo
Record
Cultura
SBT
Band.
Rede Boas
Novas
Amazonsat
Globo
Band.
SBT
Record
Rede TV!
CNT
Educativa
Amazonsat
(1) número de municípios que captam a programação (Repetidoras, Geradoras ou Mini-geradoras)
3.4.
A mídia dos estados do Amazonas, Rondônia, Acre e Roraima
Realizaremos nesta seção um detalhamento histórico da mídia em cada um dos
estados que fazem parte da amostragem deste trabalho.
63
3.4.1. O Acre e a emissora de rádio mais antiga da Amazônia
O Estado é um dos menores da região, com pouco mais de 150 mil quilômetros
quadrados, e fica na fronteira brasileira com a Bolívia e o Peru. É também o único onde o
extrativismo vegetal ocupa lugar de destaque entre as atividades econômicas. A população
é de quase 600 mil habitantes, segundo a última contagem do IBGE. A taxa de ocupação é
de 3,7 habitantes por quilômetro quadrado24. A Capital, Rio Branco, tem a maior
concentração populacional do Estado (metade da população). A outra metade vive em
outros 21 municípios (quase 70% da população vivem em centros urbanos).
O Acre tem uma das mídias mais antigas da região, porém não há registro oficial
atualizado, sobre a presença e evolução, dos meios de comunicação no Estado. As
informações aqui apresentadas abrangem os veículos (rádio, jornal e TV) que estão em
plena atividade na capital acreana. O Estado, como ocorre em Roraima, é um dos poucos
onde todas as mídias (Rádio, TV e Jornal) chegam à totalidade dos municípios.
O rádio é o veículo mais antigo em atuação no estado, A emissora Difusora AM
opera desde 1944. O Acre tem cinco emissoras instaladas na capital (duas emissoras AM e
três FM). A mais recente é a Rádio Acre FM (pertencente à Rede Amazônica), fundada em
1989.
O jornalismo impresso não é dos mais fortes da região. Os quatro jornais diários que
circulam no estado têm juntos, tiragem de 11,5 mil exemplares nos dias de semana e de
13,5 mil exemplares, nos finais de semana. Apenas dois diários, que juntos têm uma
tiragem que raramente ultrapassa a casa dos seis mil exemplares, chegam aos 22
municípios, A maior parte dos exemplares circula apenas na capital e uma pequena
quantidade chega até os outros 21 municípios.
O Rio Branco é o jornal mais antigo e circula desde 1969, com tiragem atual de
cinco mil exemplares, distribuídos nos 22 municípios. O mais recente é o jornal O Estado
do Acre, que circula uma vez por semana desde agosto de 2000 e cuja a tiragem atual não
passa de 1,6 mil exemplares e chega a apenas sete municípios.
24 IBGE: Censo 2000
64
Noutro meio, o acreano pode sintonizar diariamente sete canais de televisão (seis
VHF e um UHF). Apesar da importância deste veículo na região, apenas dois Canais (TV
Acre e Amazonsat) chegam aos 22 municípios. A TV Acre (Globo) foi a primeira emissora
do Estado, inaugurada pela Rede Amazônica em 1974. A mais recente é a TV União
(Bandeirantes) que entrou no ar a partir de 1994.
A televisão é o veículo que mais cresce no estado. Em pouco mais de oito anos
(1986 – 1994) o Acre ganhou seis novos canais (cinco VHF e um UHF). O tempo dedicado
à programação local varia entre as emissoras. A repetidora Globo (TV Acre) utiliza, em
média, apenas 50 minutos dos 105 minutos diários disponíveis para a programação local e
produz dois telejornais: AC 1a edição, exibido às 11h, e o Jornal do Acre, exibido as 17h.
No restante do espaço, exibe os telejornais regionais produzidos e gerados pela TV
Amazonas (Bom Dia Amazônia e Amazônia em Notícias). A emissora que mais dedica
espaço à programação local é a TV Rio Branco (SBT), diariamente utiliza 240 minutos para
tratar de temas locais (telejornais, variedades, etc.).
Como nos demais estados da região, a afiliada Globo (TV Acre) é a líder absoluta de
audiência nas três faixas de horário (manhã, tarde e noite), com índices de audiência que
variam de 48% (tarde) a 57% (noite), segundo dados da própria Rede Amazônica. A TV
Rio Branco (SBT) fica em segundo, com média de 30% da audiência. As demais emissoras
não passam da faixa de 8% de audiência.25
3.4.2. O Amazonas e a forte presença do jornalismo impresso
Considerado um dos estados mais importantes da região é também o maior em
extensão territorial, com mais de 1,5 milhões de quilômetros quadrados (18,7% do território
nacional); é dividido em 62 municípios e tem mais de 2,8 milhões de habitantes. Na
Capital, Manaus, concentra-se metade desta população.
25 Pesquisa realizada no período de 21 a 27 de abril de 2002 pelo IBOPE Media Quiz, encomendada pela Rede Amazônica
65
O Estado é "dono" da Zona Franca de Manaus, onde estão instaladas 400 empresas
exportadoras, que corresponde a 40% da receita estadual26. A descoberta do campo de gás
natural de Urucus é a próxima moeda do Estado, que também pode tomar carona no seu
potencial turístico, ainda pouco e muito mal explorado.
A comunicação do Amazonas é uma das mais antigas da região. O Estado tem o
jornal mais antigo em circulação, o Jornal do Comércio, fundado em 1904; bem como
sediou a primeira emissora de rádio da região (1927); e também a primeira emissora de
televisão (1965).
O primeiro jornal surgiu em 1851, O Cinco de Setembro, um ano depois da criação
da Província do Amazonas. Segundo informa Jimena Beltrão (In: Taveira, 1999) até a
primeira década do século 20 toda a região registrava 347 títulos de periódicos.
Manaus tem hoje a mídia impressa mais fortes entre os cinco estados. Atualmente,
na capital, estão instalados cinco jornais diários. O mais antigo é o Jornal do Comércio, que
circula desde 1904 e o mais recente é a Gazeta Mercantil Norte27, fundado em 1999. A
tiragem diária dos cinco jornais, em média, é de 75 mil exemplares, chegando a casa dos
105 mil exemplares no final de semana. Lamentavelmente, nenhum destes diários chega a
todos os municípios amazonenses. Apenas o jornal A Crítica, com tiragem máxima de 50
mil exemplares, chega a 35 municípios, pouco mais da metade dos 62 municípios do
Amazonas.
O rádio chegou ao Amazonas na década de 20. Hoje, são cinco emissoras (três FM e
duas AM). A mais antiga em operação é a Difusora AM, inaugurada em 1948 e a mais
recente é a rádio Povo FM, inaugurada em 1994. Apenas duas emissoras chegam aos 62
municípios do Amazonas (a Cultura AM e a Difusora AM).
Em Manaus fica a sede da Rede Amazônica de Televisão (dona das repetidoras
Globo no Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima) e também do canal temático
regional Amazonsat. Na capital amazonense estão instaladas atualmente sete emissoras de
TV (cinco VHF e duas UHF). A TV Amazonas, repetidora da Globo, é a segunda mais
26 Almanaque Abril 2002
27 Caderno regional do Jornal Gazeta Mercantil
66
antiga em operação, foi inaugura em 1972, dando origem à Rede Amazônica de Televisão.
A mais nova é a TV Manaus (Record), no ar desde 1992.
A TV Amazonas é a líder de audiência no Estado. Segundo a última pesquisa,
realizada agosto do ano passado, a emissora lidera absoluta nas três faixas de horário
(manhã, tarde e noite), variando de 60% (tarde) a 69% (noite). A TV A Crítica é a segunda
colocada atingindo no máximo 26% de audiência (no horário da tarde), as demais emissoras
não ultrapassam os 6% de audiência.28
Diariamente, de segunda a sábado 105 minutos são liberados pela cabeça de rede
para a programações locais (AM TV 1a edição e Jornal do Amazonas) e regionais (Bom Dia
Amazônia e Amazônia em Notícia). O Amazonsat e a TV Amazonas são os únicos canais
captados em todos os 62 municípios amazonenses. A emissora que mais tempo dedica aos
temas locais é a TV Rio Negro (Bandeirantes), com 240 minutos diários de programação
local.
3.4.3. Rondônia: uma mídia de pouca penetração
É o estado que tem a menor concentração populacional na capital. Apenas um
quarto dos habitantes vive em Porto Velho. Porém, quase 2/3 da população total do estado
vive no perímetro urbano de algum dos 52 municípios de Rondônia. Rondônia também
sofre com as migrações desordenadas que se espalharam pela região, prejudicando o meio
ambiente e submetendo as comunidades a sérios problemas sociais.
Rondônia tem pouco mais de 237 mil quilômetros quadrados, quase 1,4 milhões de
habitantes e a mais alta taxa de densidade demográfica, 5,8 habitantes por quilômetro
quadrado. O Estado tem uma economia fortemente baseada na agropecuária, mas com
grande potência para o extrativismo vegetal.
A mídia em Rondônia data do final da década de 10 do século passado. O jornal
Alto Madeira circula no estado desde 1917 e o mais recente é a Folha de Rondônia (1999).
28 Pesquisa realizada no período de 11 a 17 de agosto de 2002 pelo IBOPE media Quiz, encomendada pela Rede Amazônica de Televisão.
67
Na capital estão instalados os quatro jornais diários do Estado, que juntos têm uma tiragem
diária de 18 mil exemplares, chegando a 27 mil no final de semana. Apenas dois deles
(Estadão do Norte e Folha de Rondônia) chegam aos 52 municípios rondonienses. Juntos,
os dois diários chegam a distribuir, por dia, 14 mil exemplares em todo o Estado.
O rádio só chegou a Rondônia na década de 60, com a inauguração da Rádio Caiari
AM, que é a única que chega aos 52 municípios. Atualmente são cinco emissoras (duas FM
e três AM), sendo a Rádio Boas Novas AM (1995) a mais recente.
A televisão chegou na década de 70, com a inauguração da TV Rondônia (Rede
Amazônica de Televisão), em 1974. Depois dela, outras seis emissoras já se instalaram na
capital Porto Velho a partir de 1985 (no total são cinco emissoras VHF e duas UHF). A
mais recente é a TV Norte (Record), em operação desde o final de 2001.
Atualmente nenhuma emissora chega aos 52 municípios de Rondônia.
A TV
Rondônia e o Amazonsat são captados em 24 municípios. O espaço dedicado à
programação local também é bastante variado. A TV Candelária (Rede TV!) ocupa 180
minutos diários com programação local. A TV Alamanda (SBT) utiliza apenas 20 minutos
diários com temas regionais.
A TV Rondônia é a líder de audiência nas três faixas de horário, chegando a 66% no
horário da noite. A Emissora, como as demais afiliadas Globo, usa apenas 50 minutos dos
105 minutos diários, para telejornais locais (RO TV 1a edição e Jornal de Rondônia), o
restante, como já vimos, é ocupado pela TV Amazonas com programas regionais. A TV
Alamanda (SBT) ocupa a segunda posição no ranking de audiência, com 36% de audiência
pela manhã. As demais emissoras chegam no máximo a 4% de audiência.29
3.4.4. Roraima: o maior número de canais de TV da região
Localizado no extremo norte do Brasil, o Estado de Roraima aos poucos se
apresenta como uma excelente oportunidade para investimentos. Em fase de conclusão, o
29 Pesquisa realizada no período de 18 a 24 de abril de 2002, pelo IBOPE Media Quiz, encomendada pela Rede Amazônica.
68
Zoneamento Econômico-Ecológico do Estado já apresenta as potencialidades da região. A
Agroindústria promete ser um excelente negócio para a região, seguida do Ecoturismo.
A Fronteira com a Venezuela e a Guiana permite ao estado dar incentivos para o
setor da exportação. É também um dos poucos do País que não enfrenta problemas com a
crise de energia.
O Estado tem 224 mil quilômetros quadrados e uma população de 324 mil
habitantes. Boa Vista, a capital, concentra 60% da população (pouco mais de 200 mil
pessoas). Ao todo são 15 municípios. 75% da população vivem em centros urbanos.
A mídia é uma das mais recentes da Região. A primeira emissora de Rádio (Rádio
Roraima AM) foi fundada em 1957. As outras duas emissoras só chegaram à região na final
da década de 80. Roraima é o estado que tem o menor número de emissoras de rádio, são
três (duas FM e uma AM). Apenas a Rádio Roraima AM chega aos 15 municípios.
O jornalismo impresso também é bastante reduzido e recente. Ao todo são quatro
periódicos (três diários e um semanal). O jornal Folha de Boa Vista é o mais antigo em
circulação, foi fundado em 1983, e também o de maior tiragem, com cinco mil exemplares
diários. No final de semana circula com seis mil exemplares.
No total circulam diariamente em Boa Vista 8,5 mil exemplares, no final de semana
o número dobra (17 mil exemplares). O semanário A Tribuna de Roraima é o mais recente,
começou a circular no final de 2000, e também o único que chega aos 15 municípios, têm
tiragem de 6,5 mil exemplares.
A televisão chegou em 1972, através do governo local. Dois anos depois a emissora
foi vendida para a Rede Amazônica que inaugurou, em 1974, a TV Roraima. O segundo
canal a operar só apareceu no final da década de 80. A partir da década de 90, outros seis
canais se instalaram na capital. Atualmente Boa Vista é a capital com o maior número de
emissoras de televisão, no total são oito canais (seis VHF e dois UHF).
Quanto ao espaço dedicado à programação local, a TV Imperial (Record) é a que
reserva maior tempo ao noticiário regional: 80 minutos diários. A TV Tropical (SBT) é a
que dedica menor tempo aos temas locais: 60 minutos.
69
Apenas a TV Roraima e o Amazonsat chegam aos 15 municípios de Roraima. A
afiliada Globo, como as demais, usa em média 50 minutos do total de 105 minutos diários
disponíveis para a programação local (RR TV 1a edição e Jornal de Roraima); é também a
líder de audiência nas três faixas de horário. Segundo a última pesquisa, realizada em abril
do ano passado, a TV Roraima chega a 61% de audiência no horário da noite. A TV
Tropical (SBT) fica em segundo lugar com média de 30% de audiência. As demais
emissoras chegam no máximo a 10% de audiência.30
3.5.
O poder e a penetração da TV na Amazônia Brasileira
A televisão é hoje o veículo mais popular e mais poderoso da região, conforme os
dados obtidos nas pesquisas. Até mesmo o rádio já não tem o mesmo alcance, penetração,
popularidade e prestígio, agora reservados quase exclusivamente para a TV. Segundo a
última Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio (PNAD) realizada, em 1999, pelo
IBGE a televisão está presente em 89% porcentagem dos domicílios da Região Norte
(acima da média nacional que é de 87,7%). A TV só perde em popularidade para o fogão,
que lidera a lista de bens em domicílios com 97,4%, mas deixa pra trás a geladeira (84,8%)
e o aparelho de rádio (82,8%). A Tabela 8 é ilustrativa a esse respeito:
Tabela 8
Posse de Bens nos Domicílios 31
Estado
Número de domicílios
Fogão
(%)
Televisão
(%)
Geladeira
(%)
Rádio
(%)
Acre
80.336
97,3
89,1
84,1
85,2
Amazonas
389.641
97,3
92,2
84,7
83,7
Rondônia
199.230
97,2
84,2
86,7
81,3
Roraima
42.389
100,0
91,8
93,8
84,9
Norte
785.072
97,4
89,0
84,8
82,8
Brasil
42.851.326
97,4
87,7
82,7
89,9
30 Pesquisa realizada no período de 03 a 09 de abril de 2002, pelo IBOPE Media Quiz, encomendada pela Rede Amazônica.
31 Fonte: Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílios – PNAD (IBGE, 1997)
70
Diferentemente dos demais veículos de comunicação que operam na região
(principalmente emissoras de rádio e jornais impressos) a televisão é o emissor com
penetração em quase 100% dos municípios nos quatro estados. No caso, é preciso ressaltar
que nem todos os canais de televisão são captados nas regiões distantes da capital, mas
também que, mesmo nos lugares mais longínquos da Amazônia, é sempre possível receber
o sinal de uma emissora de televisão. Para os portadores de antena parabólica a situação é
mais cômoda, dado à capacidade de recepção é possível captar o sinal de todos os canais de
TV aberta que operam no Brasil e até nos país vizinhos. Mas em se tratando das geradoras
Globo nos cinco Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima) a situação é
completamente diferente. Pra começar, todas pertencem ao mesmo dono: à Rede
Amazônica de Televisão.
As quatro emissoras, delimitadas neste estudo, são as únicas que conseguem chegar
a 121 dos 145 municípios dos quatro estados. No Amazonas, em Roraima e no Acre a
penetração é de quase 100%. A força da Rede Amazônica na região se deve principalmente
à modernização dos equipamentos de todas as emissoras. Os investimentos revertem-se em
índices de audiência bastante significativos. As quatro emissoras da Rede são líderes de
audiência absoluta nos quatro Estados. É preciso ressaltar, porém que, no caso da
programação regional ou local, nem sempre é possível captá-la em todos esses municípios.
A situação é idêntica à das demais emissoras em funcionamento na Amazônia brasileira.
A cada seis meses, a Rede Amazônica encomenda ao IBOPE Media Quiz, uma
pesquisa de audiência por faixa de horário. Em Manaus, são realizadas quatro pesquisas
anuais e impressionam os anunciantes dada a supremacia global.
Como detalha a Tabela 9, a última pesquisa realizada no primeiro semestre de 2002,
mostra os índices de audiência, nas quatro capitais, por faixa de horário.
71
Tabela 9
Índices de audiência das Afiliadas Globo, por faixa de horário
32
Indice de Audiência (%)
Tarde
Emissora
Manhã
TV Acre (1)
55
48
57
TV Amazonas (2)
66
60
69
TV Rondônia (3)
51
56
66
TV Roraima (4)
52
48
61
(1) abr/2002
(2) ago/2002
3.6.
(3) abr/2002
Noite
(4) abr/2002
A Rede Amazônica de Televisão
É impraticável discutir televisão na Região Norte sem destacar a presença da Rede
Amazônica de Televisão, um conglomerado edificado nos últimos 30 anos, controlador da
maior cadeia de televisão da Amazônia Brasileira e que reina quase absoluto em cinco
estados, uma vez que apresenta altos índices de audiência nas três faixas de horário.
Dona de emissoras geradoras da Rede Globo nos cinco Estados (Acre, Amapá,
Amazonas, Rondônia e Roraima), a Rede Amazônica controla também algumas emissoras
de rádio, empresas de publicidade e de rádio comunicação e, ainda, produz painéis solares e
produtos de limpeza.
Juntas, as cinco emissoras são as únicas que chegam a 130 dos 166 municípios dos
cinco Estados, através de cinco geradoras (Manaus, Boa Vista, Porto Velho, Rio Branco e
Macapá), 10 minigeradoras e 115 transmissoras. Esta estrutura permite à Rede estar
presente num raio superior a dois milhões de Km2, o equivalente a 27,5% do território
nacional.
32 Fonte: Rede Amazônica de Rádio e Televisão
72
3.6.1. A Origem - monopólio, interesses, relações e compromissos concessionários
A história da Rede Amazônica de Televisão é apresentada de modo mais ou menos
detalhada no trabalho “Rede Amazônica de Rádio e Televisão e seu processo de
regionalização (1968-1998)”, dissertação de autoria da jornalista Eula Taveira, defendida
no inicio de 2000 na Universidade Metodista de São Paulo – UMESP (São Bernardo do
campo – SP). Os dados sobre a rede também estão disponíveis no livro “História da Rede
Amazônica”, organizado a pedido da própria Rede, pelo escritor e jornalista Abrahim Baze
e publicado no final de 2002. Estes trabalhos norteiam a partir de agora a exposição de
alguns dados e fatos que nos permitirão conhecer a origem deste importante conglomerado
regional, seus interesses, relações e compromissos.
Segundo Taveira (2000), a sociedade que deu origem a Rede Amazônica teve início
em setembro de 1968, com os jornalistas Phelippe Doau e Milton Magalhães Cordeiros e o
propagandista Joaquim Margarido, que fundaram uma agência de propaganda em Manaus.
Na época, a Amazônia experimentava mais um surto de desenvolvimento, desta feita
patrocinado pelos militares. De carona, os três sócios vislumbraram a oportunidade de ter
um canal de TV na região, mais especificamente em Manaus, onde já atuavam. Segundo
Taveira, a oportunidade surgiu em julho 1969, quando o Ministério das Comunicações
abriu edital de concorrência de canal de televisão para Manaus, que até então tinha apenas
uma emissora: a TV Ajuricaba, como fica patente neste passo, que aqui reproduzo:
Quando receberam o comunicado que haviam ganho, isso em 1970, foram a São Paulo e
pediram a uma empresa para fazer o projeto técnico de televisão, colocando os
equipamentos que seria usados. [...] Depois de quase oito meses, com projeto técnico em
mãos, apresentam-o ao Ministério. Os equipamentos foram encomendados à RCA
Corporation, de New Jersey, (Estados Unidos). [...] De acordo com Nivelle Daou (1999),
diretor técnico da rede, a RCA Corporation era a maior empresa de broadcasting da época
e seus equipamentos proporcionaram que a TV Amazonas fosse a primeira emissora do
Norte e Nordeste com sistema a cores, PAL-M. (p. 111-112)
O Ministério das Comunicações concedeu dois anos de prazo para a emissora entrar
em operação. A TV Amazonas passou quase 20 meses sendo construída e equipada; só em
73
23 de setembro de 1971, segundo Baze (2002), “o Departamento de Importação do Banco
do Brasil pronunciou-se, por escrito, que estava oficializando [...] o contrato com a Rádio
TV do Amazonas Ltda e a RCA Corporation EUA. Para a compra dos equipamentos,
orçados na importância de US$ 390.000,00 (trezentos e noventa mil dólares), em moeda
americana” (p. 45).
No dia 1o de fevereiro de 1972, após um mês de testes experimentais, para ajustes
dos equipamentos, a TV Amazonas entrou oficialmente em operação. Naquele momento,
Phelippe Daou, diretor presidente do Grupo, firmava compromisso com o desenvolvimento
da região. O discurso teria a mesma tônica na inauguração das outras emissoras, que estava
por serem inauguradas, como documenta este passo de A Crítica, de 1/9/1972:
A TV Amazonas é mais do que uma simples empresa de televisão. É, antes e acima de
tudo, um ideal. Um ideal de quem está ligado às lutas pelo desenvolvimento do Amazonas.
[...] onde estiver uma razão para desenvolvimento, seja em que campo for, lá estaremos
presentes, ou faremos forçar [sic!] para participar, na certeza que estamos cumprindo com
um dever de brasileiros. (p. 5)
Devido ao isolamento físico da região e à falta de equipamentos de geração e
captação, a programação da TV Amazonas era composta de forma irregular e precária com
programas comprados (filmes e desenhos) da TVE (Rio de Janeiro) e da TV Tupi (São
Paulo) e, até mesmo, diretamente dos estúdios produtores. A Emissora também apresenta,
desde a sua inauguração, dois telejornais locais exibidos ao meio-dia e no início da noite. A
programação mesclada perdura até 1973, quando a TV Amazonas foi convidada
a
retransmitir a programação da recém-inaugurada TV Bandeirantes (SP).
Phelippe Daou vislumbra, então, a possibilidade de, por meio dos projetos do
Governo Federal, concretizar mais um sonho: integrar a região. Aí residia outro desejo (este
menos explícito) de por em prática um plano voltado principalmente para a expansão de sua
atuação na região e para isso, claro, necessitaria de outros canais de TV. A TV Amazonas,
em 1974, trocou de nome, passando a se chamar Rede Amazônica de Rádio e Televisão.
Conforme Almeida (1998), “no início de setembro daquele ano já era possível ver os
primeiros resultados desta ousadia. Num prazo recorde de quatro meses a TV se expande.
Novos canais vão sendo implantados e a Rede alcança, na ordem Rondônia, Acre, Roraima
74
E Amapá”(p. 22). Em menos de sete anos a tímida agência de publicidade expande-se e
passa a dominar a mídia na região, acumulando 5 emissoras de televisão (TV Amazonas,
1972 - TV Rondônia, 1974 - TV Acre, 1974 – TV Roraima, 1974 – TV Amapá, 1975).
Para todas as emissoras, a Rede Amazônica continuou comprando programação em
grandes pacotes. Em 1983, com a consolidação da presença da Embratel na região Norte, a
Rede conquistou o monopólio do sinal da TV Globo em quatro dos cinco Estados: Amapá,
Acre, Rondônia e Roraima. Almeida (1998) informa que, em 1986, “com as dificuldades
enfrentadas pela TV Ajuricaba, canal 8, a concessão da TV Globo em Manaus foi entregue
à TV Amazonas, canal 5” (p. 22). A partir de então, estava consolidado o monopólio do
sinal e explicitava-se o poder da Rede Amazônica de Rádio e Televisão. Para facilitar o
tráfego de sinal simultâneo entre os cinco estados, a Rede Amazônica passou a utilizar no
Brasilsat um transponder denominado de RAM-Sat33. Em Manaus, a TV Amazonas capta
o sinal da TV Globo e através do RAM-Sat reenvia para as outras cinco emissoras,
incluindo, nos espaços cedidos pela cabeça de rede (TV Globo), os programas e comerciais
de veiculação regional e deixando em aberto os espaços a serem ocupados pelos programas
e comerciais locais de interesse de cada estado.
Segundo Baze (2002), em 1990 a Rede Amazônica montou uma Sucursal em
Brasília “mantendo em tempo integral três equipes de jornalismo, produzindo matérias
políticas, econômicas e sociais, direto do Planalto Central, que sejam de interesse da
Amazônia”. (p. 347)
Em 1992 o RAM-Sat usado pela TV Amazonas para retransmitir a programação da
TV Globo aos outros estados (AC, AP, RO, RR) teve de ser modificado e ganhou uma
programação regional e exclusiva. A Rede Amazônica passou a chamá-lo de Amazonsat.
(conforme história do Amazonsat na seção 3.6.5)
Em 1992, 20 anos depois de conquistar a sua primeira concessão, a Rede
Amazônica de Rádio e Televisão torna-se um conglomerado com 5 emissoras de televisão
VHF presentes em 130 dos 166 municípios dos cinco estados (através de 10 minigeradoras
e 115 transmissoras); um canal temático UHF (Amazonsat) captado em todos os estados
por sinal aberto e nos demais estados brasileiros através de parabólica; 4 emissoras de
33 Rede Amazônica -Satélite
75
Rádio (Manacapuru-AM [Princesa do Solimões AM 820], Manaus [Amazonas FM 101,5],
Rio Branco [Acre FM 94] e Macapá [Amapá FM 93,3]); Agência de Publicidades e
distribuidora, serviços de Comunicação (provedor de internet, Pager e Radiofone), Casa de
Eventos, entre outras empresas (Alva labor Amazônia Ltda e Amazonas Energia Solar
Ltda).
No total, oito sócios gerenciam todo o conglomerado, sendo que Phelippe Doau é o
principal acionista com 92,36% das quotas, seguido de Joaquim Margarido (3,61%) e
Milton Cordeiro (2,98%), os outros cinco sócios (todos parentes dos sócios principais)
somam pouco mais de 1% das quotas.
Doau, Margarido e Cordeiro, como vimos, são os fundadores do
conglomerado. Segundo Eula Taveira (2000), citando Marques de Melo, a trajetória do
principal acionista do grupo (Phelippe Daou) teve contribuição significativa na formação e
consolidação da Rede Amazônica. Jornalista e advogado foi, durante muito tempo, servidor
público. Atualmente é o diretor-presidente do conglomerado. Eis um trecho em que a
autora avalia a importância do Diretor.
Phelippe Doau é um empresário que, mesmo não tendo entrado diretamente na política,
sempre esteve envolvido com as Forças Armadas. [...] É um capitalista com os pés no chão
que soube, de maneira racional, aproveitar os investimentos feitos pelo regime militar na
região. Seu lema foi o mesmo dos militares "integrar para não entregar”, valorizando o
nacionalismo e, com o contrato da Rede Globo a idéia de gerenciamento de empresa
ganhou uma ênfase muito maior na direção das emissoras de televisão. (p. 120)
Milton Cordeiro é a 2a figura mais importante dentro do grupo, advogado e
jornalista, é diretor-superintendente de Jornalismo da Rede. Cordeiro foi secretário
executivo da Superintendência da Zona Franca de Manaus (SUFRAMA) em 1960 e
também atuou como delegado da Ordem Política e Social (1965), durante o governo Arthur
Reis. Assim avalia Taveira (2000) a atuação de Cordeiro:
A caminhada de Cordeiro como jornalista, secretário executivo da SUFRAMA, delegado de
Ordem Política e Social do Estado e envolvimento com a Prefeitura e o Estado, não como
político, mas com assistente jurídico etc, influenciaram a história da Rede Amazônica, pois
em meio ao regime militar era preciso ter conhecimento, e de certa forma, estar envolvido
76
com a realidade enfrentada na época. E, Daou e Cordeiro estavam antenados nos
acontecimentos. (p. 121)
O terceiro sócio, o publicitário Joaquim Margarido, sem ligações políticas ficou
responsável pela elaboração do projeto técnico, pela aquisição de equipamentos e pela
coordenação da montagem das emissoras de TV.
Como se percebe, os fundadores ocuparam cargos de destaque na sociedade local, e
puderam influenciar, assim, a concessão política e a vinculação econômica da TV
Amazonas. Torna-se, pois, patente às relações políticas dos sócios-fundadores com a
estrutura de poder que vigorava então no país, a militarista.
Se no início, a posição ocupada pelos futuros proprietários da Rede Amazônica
abriu as portas e contribuiu para a conquista das cinco concessões, hoje o tamanho da Rede
já serve de passaporte dentro e fora da região.
A verdade é que a Rede Amazônica dominou a cena no campo da mídia regional,
tanto em penetração quanto em popularidade, nos cinco estados. Controlar uma
concessionária Globo é sempre um bom negócio, o poder de barganha e de negociação é
infinitamente superior.
Diariamente o sinal das emissoras Globo chegam a 130 dos 166 municípios dos
cinco estados. Nenhum outro veiculo de comunicação da região se aproxima deste número.
Mas, a meta da Rede é chegar a todos os municípios dos cinco estados a partir de 2003.
3.6.2. Tecnologia
Sempre na vanguarda em termos tecnológicos, a Rede Amazônica ao longo desses
30 anos de atividade tem buscando manter-se com equipamentos de alto padrão. Trata-se
não só de uma exigência da TV Globo, mas também de uma necessidade para manter e
contribuir com as intenções da Rede de cobrir toda a região. A TV Amazonas, como
pioneira, continua sendo a primeira entre as demais na hora de adquirir novos
77
equipamentos. Em 1998 foi assim: a TV Amazonas foi a primeira, entre as cinco geradoras
e a Sucursal (Brasília), a substituir os equipamentos analógicos por digitais. Em 2001, o
departamento de engenharia concluiu o projeto de digitalização dos estúdios de suas cinco
geradoras. Toda a captação e edição de imagens passaram a ter tratamento digital.
3.6.3. A produção regional e a local da Rede Amazônica de Televisão
A Rede Amazônica dispõe diariamente de 105 minutos (segunda a sábado) para
produção de programas jornalísticos locais e regionais. Os programas regionais (Bom Dia
Amazônia e Amazônia em Notícias) são produzidos pela TV Amazonas com matérias
preparadas pelas demais emissoras e gerados a partir de Manaus, com exibição simultânea
nas cinco capitais (Boa Vista, Macapá, Manaus, Porto Velho e Rio Branco).
O Bom Dia Amazônia, exibido a partir das 6h30 (segunda a sexta) tem, em média,
40 minutos de duração (incluindo comerciais), é dividido em cinco Blocos, com duas
entrevistas de estúdio (uma feita em Brasília e a outra em Manaus). Trata-se de um
noticiário que, além de fazer entrevistas com personalidades, dá também destaque aos
assuntos de economia e política.
O outro telejornal regional é o Amazônia em Notícia, exibido a partir das 10h45
(segunda a sábado); com duração de 15 minutos, é divido em dois blocos e apresenta, em
média 6 matérias. O Amazônia em Notícia é um de jornal de Rede e conta com a
participação de todas as emissoras que compõe a Rede Amazônica: TV Acre, TV Amapá
TV Amazonas, TV Roraima e TV Rondônia.
Os outros 50 minutos são ocupados pelas emissoras locais. De segunda a sábado, a
partir das 11h, as emissoras exibem o jornal comunitário local (AM TV 1a edição; RO TV
1a edição; AC TV 1a edição; RR TV 1a edição; AP TV 1a edição), com duração máxima de
30 minutos (incluindo comerciais). No final da tarde, por volta de 17h45, vai ao ar o
segundo jornal local (Jornal do Amazonas; Jornal de Rondônia; Jornal do Acre; Jornal de
Roraima; Jornal do Amapá), produzido por cada uma das emissoras, com duração máxima
de 20 minutos.
78
O Jornal comunitário produzido e exibido diariamente em cada uma das praças tem
tempo bruto de 30 minutos. A atuação desse jornal baseia-se na cobertura jornalística das
comunidades mais pobres, da periferia, e apresenta como principal atuação a denúncia dos
problemas da comunidade, mas nem sempre criando o diálogo entre a autoridade e o povo,
como se propõe.
O Jornal local, exibido às 17h45 é o mais antigo telejornal de todas as emissoras
Rede Amazônica, e prima por fazer resumo dos acontecimentos do dia e anunciar eventos
programas, principalmente por órgãos governamentais, para o dia seguinte.
O diretor presidente da Rede Amazônica, Phelippe Daou, classifica o jornalismo
praticado pelas emissoras como reflexo do anseio social. “A realidade é que nas cinco
capitais nos fazemos normalmente o jornalismo comunitário e interativo, isso por conta dos
recursos que as próprias cidades oferece”.34
O sócio-diretor Geral de Jornalismo da Rede Amazônia, Milton Cordeiro, destaca
que a postura das emissoras tem sido isenta ao aborda apenas assuntos de interesse coletivo:
Tudo o que diz respeito ao interesse da coletividade nos pautamos, é claro que algumas
coisas são mais acentuadas. O problema do meio ambiente merece toda a nossa
preocupação, não só com o presente, mas com o futuro, principalmente com o futuro. Você
sabe que a Rede Amazônica tem um trabalho importante na preservação dos mananciais,
os nossos igarapés. Tudo o que diz respeito a meio ambiente,a preservação da água, do
solo, da floresta, nós pautamos em todas as nossas unidades.35
3.6.4. As emissoras da Rede Amazônica de Televisão
Trataremos a seguir da implantação das cinco emissoras da Rede Amazônica. A
abordagem será feita de forma individualizada, em ordem cronológica, começando, por
isso, pela TV Amazonas, depois TV Rondônia, TV Acre, TV Roraima e, finalmente, TV
Amapá.
34 Entrevista concedida ao Jornalista Edileuson Almeida (Manaus, 14/8/2002)
35 Entrevista concedida ao Jornalista Edileuson Almeida (Manaus, 16/8/2002)
79
3.6.4.1. TV Amazonas
Se a agência de publicidade uniu os futuros poderosos da comunicação na
Amazônia Brasileira, o ponto de partida para a formação do maior conglomerado de mídia
do norte brasileiro foi, sem dúvidas, a TV Amazonas. Inaugurada no dia 1o de setembro de
1972, a emissora apresentava uma programação mesclada, adquirida de várias emissoras de
São Paulo e do Rio de Janeiro e também de estúdios. Em 1973, a TV Amazonas foi
afiliada à Rede Bandeirantes. Isso perdurou até 1986, quando encerrou-se o contrato da
Globo com a TV Ajuricaba em Manaus e a TV Amazonas, no dia 21 de abril, torna-se sua
afiliada. Entretanto, desde 1983 as outras emissoras da Rede Amazônica (TV Rondônia,
TV Acre, TV Roraima e TV Amapá) já operavam oficialmente o sinal da Globo, conforme
fica claro nestas palavras de Daou (In: Taveira, 200):
Foi a única coisa que faltava para nos permitir a operação do satélite, que era a amarração
geral de toda a programação. [...] Tinhamos a estação que era a cabeça de nossa Rede
vinculada a Bandeirantes e as outras quatro exibindo programação da Rede Globo. Quando
aconteceu este fato, houve uma unificação e nós passamos a operar todas as nossas
estações como afiliadas da Rede Globo. (p. 127)
A partir de Manaus a Rede Amazônica começa a comandar as demais afiliadas, o
que exigiu sempre altos investimentos, dirigidos principalmente à aquisição de
equipamentos modernos.
Conforme levantamento feito por Baze (2002), eis os equipamentos das cinco
emissoras:
Hoje, a Rede Amazônica dispõe, para as suas atividades, dos seguintes equipamentos: 22
câmeras Betacam UVW-100/DXC-637; 23 câmeras Betacam DXC-300; 14 ilhas U-matic; 11
ilhas Betacam; 31 vts U-matic BVU-150; 25 vts U-matic (exibição); 10 vts Betacam
(eibição); 2 tansmissores Harris Platinum (15 Kw e 5 KW); 1 transmissor Am Bandeirantes
(1 Kw); 5 transmissores FM Harris e Lys (10 Kw, 2.5 w e 1 Kw); 23 transmissores linear (2
Kw, 500w, 250w e 100w); 56 transmissores Lys (2Kw, 10w e 35w); 1 unidade móvel de
produção (5 câmeras Betacam); 1 Fly-way (a primeira do Brasil); 26 grupos geradores; 150
micro-computadores. (p. 435)
80
A Rede Amazônica tem 770 funcionários, distribuídos entre as várias funções nas
cinco emissoras de TV; apesar de não dispor dos números exatos, a TV Amazonas emprega
quase 50% destes profissionais. Cabe à TV Amazonas a responsabilidade de produção
(com o apoio das demais emissoras) e geração dos programas regionais (Bom Dia
Amazônia e Amazônia em Notícias), que são editados e gerados a partir de Manaus, com
exibição simultaneamente nos cinco Estados. O papel das emissoras afiliadas resume-se à
produção de uma pauta (captação e edição) diária que muitas vezes sofre alterações antes
de ser incluída na programação regional. Cabe ainda a TV Amazonas a responsabilidade
de criar e produzir as vinhetas (abertura de telejornal, por exemplo) para as demais
emissoras. Dos 105 minutos diários (segunda a sábado) destinados pela Cabeça de Rede,
para a programação local, mais da metade (55 minutos) é destinada a programação
regional, os outros 50 minutos são ocupados pela programação local sob a responsabilidade
de cada emissora.
A TV Amazonas cobre os 62 municípios amazonenses. Para dar conta da
programação regional e a local dispõe dezenas de jornalistas que atuam na elaboração de
pautas, produção, edição e apresentação das notícias. Diariamente, 8 equipes de externa,
cada uma composta por um repórter e um repórter-cinematrográfico, produzem, em média,
três reportagens que são exibidas nos 4 telejornais diários produzidos pela emissora.
3.6.4.2. TV Rondônia
A segunda emissora da Rede Amazônica a ser inaugurada foi a TV Rondônia, em
13 de setembro de 1974, em Porto Velho, conforme Baze (2002): “na época a emissora
recebia os malotes, com fitas gravadas dos programas que seriam exibidos. Vale ressaltar
que tais programas eram exibidos com uma semana de atraso. [...] A emissora entrava no ar
a partir das 18h. De acordo com o crescimento do produto do Departamento Comercial, a
emissora foi aumentando seu horário e conseqüentemente sua programação”. (p. 165)
81
Atualmente o sinal da TV Rondônia chega a 24 municípios rondonienses. “O
sistema de microondas via Embratel leva o sinal para quase todo o interior do Estado",
explica Baze. Segundo o autor, isso é possível porque
A TV Rondônia é uma emissora moderna. Sua marca é estabelecida pela identidade de
suas cores, possui estúdio de 18m de comprimento por 8m de largura, e 6m de altura, que
é utilizado para a apresentação de telejornais e produção comercial. Possui um transmissor
de 5.000 watts de potência, da marca Harris, totalmente transistorizado, sendo considerado
a melhor tecnologia que existe em transmissão. (p. 166)
A emissora produz diariamente dois telejornais que, juntos, somam 50 minutos
(incluindo os intervalos). Uma equipe de jornalistas cuida da produção, da edição e da
apresentação das matérias exibidas nestes telejornais. Quase que diariamente matérias
produzidas em outras praças, principal pela Sucursal de Brasília, são inseridas na
programação dos telejornais locais.
3.6.4.3. TV Acre
Inaugurada em 16 de outubro de 1974, pouco mais de um mês depois da TV
Rondônia, a TV Acre foi a terceira emissora da Rede Amazônica, um importante passo
rumo à ampliação e a consolidação do projeto de expansão da Rádio TV do Amazonas.
Como as demais emissoras, a TV Acre iniciou suas atividades com uma
programação irregular. Somente a partir de 1983, passou a ser afiliada da Rede Globo.
Segundo afirmar Baze (2002): “com a nova parceria, que, por sua vez, forneceria
praticamente toda a programação, pois a mesma era em nível nacional, oferecendo uma
programação mais diversificada, um telejornal mais abrangente, com destaque para as
telenovelas que já eram, na época, total audiência nos seus horários”. (p. 221)
A TV Acre, sediada em Rio Branco, é a emissora de maior penetração em todo o
estado. É captada em 21 dos 22 municípios; 14 jornalistas se dividem em 6 equipes de
82
reportagem que se revezam para cobrir assuntos da região para os dois telejornais exibidos
diariamente.
3.6.4.4. TV Roraima
No dia 22 de dezembro de 1974 começou a operar a TV Roraima, a quarta emissora
da Rede Amazônica, mas a inauguração oficial só ocorreu de fato em 29 de janeiro de
1975. Entretanto, mesmo antes de inçar suas transmissões, a TV Roraima já tinha chegado
aos lares roraimenses pela primeira em junho de 1973. “Era o dia treze de junho de 1974, às
sete horas da noite, uma quinta-feira. A cidade de Boa Vista vive sua maior expectativa.
[...] Em dado momento, os mais curiosos chamam a atenção, pela primeira vez no vídeo,
para a logomarca da TV Roraima no ar” registra o escritor Abrahim Baze (2002, p. 257).
Segundo Almeida (1998) “a Emissora começa a retransmitir a programação da
Rede Bandeirantes assim como a TV Amazonas” (p. 39). Toda a programação era em
cores, com exceção do noticiário local. A TV Roraima foi a primeira emissora do país a
utilizar o vídeo cassete, recém-lançado nos Estados Unidos. Atualmente alcança a todos os
15 municípios de Roraima. Está instalada em Boa Vista, capital.
A TV Roraima tem em seus quadros quase 20 jornalistas cobrindo o estado para os
dois telejornais diários. Todos os dias seis equipes são responsáveis por sair a campo à cata
das notícias. Na redação outros 6 profissionais ajudam na produção, edição e, também, da
apresentação das notícias jornalísticas. Diariamente a emissora exibe dois telejornais: RR
TV 1a edição e Jornal de Roraima.
3.6.4.5. TV Amapá
A quinta e última emissora da Rede Amazônica está instalada em Macapá. Foi
inaugurada em 25 de janeiro de 1975 e cobre, atualmente, 14 municípios. Segundo Baze
83
(2002) “a TV Amapá foi a primeira emissora de televisão do Amapá. [...] Foi montada em
praticamente 15 dias, operando câmeras fixas e fazendo uso de slides, o que facilitava a
ilustração dos telejornais na época”. (p. 285)
A TV Amapá tem 84 funcionários. No Departamento de jornalismo 21 profissionais
(quatro apresentadores, dois produtores, seis repórteres, seis cinegrafistas, um chefe de
reportagem , um editor-chefe e um gerente de jornalismo) cuida da produção e exibição de
dois programas locais (AC TV 1a edição e Jornal do Amapá). Seis equipes de reportagem
saem diariamente a campo para produzir as matérias exibidas pela emissora.
3.6.5. O Amazonsat
Desde a década de 90, a Rede Amazônica tem um canal exclusivo, para onde tem
direcionado a produção extra das suas cinco afiliadas Globo na região. A história desse
canal começou no final da década de 80, quando a Rede Amazônica conquistou o direito de
explorar o sinal Globo nos cinco estados. Na época, a direção da Rede convenceu o
Ministério das Comunicações da necessidade de um sinal que permitisse unificar a
programação nos cinco estados. Aceito pedido, batizado de Ram-Sat ou Rede Amazônica Satélite, o sinal UHF finalmente permitia as cinco emissoras exibirem uma programação
simultânea, tornando possível a criação de uma “rede regional”. A partir de então, a direção
da Rede Amazônica, em Manaus, pôde finalmente, por meio deste sinal, trafegar uma
programação regional ao mesmo tempo nos cinco estados.
A Rede Amazônica resolvia, a partir dali, um dos principais entraves para a sua
consolidação regional. Um jornal sobre a região, produzido e gerado em Manaus, podia ser
transmitido pelo Ram-Sat, captado nos estados e exibido na programação local ao mesmo
tempo.
Num primeiro momento esta era a única função do Ram-Sat, um canal aberto UHF
que era sintonizado normalmente nas televisões da região (Acre, Amapá, Amazonas,
Rondônia, Roraima) ou através de parabólica nos demais estados.
84
A Rede Amazônica resolve mudar o nome do canal para Amazonsat e aproveitar a
produção das emissoras afiliadas, imagens das principais ruas das cinco capitais; os pontos
turísticos no perímetro urbano; imagens da região (fauna e flora) e montar uma
programação diária para seu mais recente canal. Não havia texto. Eram apenas imagens da
região, com trilha sonora privilegiando músicos locais. O som ambiente nem sempre
recebia o tratamento devido.
No dia 1º de abril de 1997, entrava oficialmente no ar o primeiro canal UHF da
Amazônia. A grade de programação lançada era provisória. O formato ainda não estava
bem definido. A programação do novo canal mantinha na grade os telejornais regionais,
produzidos e gerados pela Rede Amazônica, em Manaus, que continuavam sendo captados
e retransmitidos pelas emissoras estaduais (Bom dia Amazônia e Amazônia em revista);
inclui a reprise dos dois jornais locais produzidos diariamente nas cinco praças; e passa a
buscar parcerias para novos programas, afinal são 18 horas de transmissão diária.
Diariamente clipes da região continuam ocupando algumas horas de programação. Apesar
da vontade dos proprietários, o canal ainda não atua comercialmente, a não ser para
anunciar produtos do próprio conglomerado Rede Amazônica (rádios comunicadores,
produtos de limpeza e antenas solares). A Tabela 10 é ilustrativa sobre o Amazonsat, por
estado.
Tabela 10
Amazonsat, por estado36
Sede
Emissora
Ano
Sinal
Acre
Amazonsat (canal 21)
1997
UHF
Amapá
Amazonsat (canal 29)
1997
UHF
Amazonas
Amazonsat (canal 43)
1997
UHF
Rondônia
Amazonsat (canal 22)
1997
UHF
Roraima
Amazonsat (canal 23)
1997
UHF
85
Conforme Baze (2002): o Amazonsat “é um canal de transmissão de televisão via
satélite, operado pelo BrasilSat I, de fácil sintonia, o que o torna uma das principais fontes
de informações existentes sobre a nossa região, ao alcance de todos que possuam antena
parabólica ou uma simples antena UHF”. (p. 382)
Subordinado como departamento da Rede Amazônica, o Amazonsat utiliza o
mesmo espaço físico e recursos humanos nos cinco estados. Dispõe ainda, para a produção,
finalização, geração e transmissão de sua programação, de instrumentos de alto padrão de
qualidade. Seu sinal chega perfeitamente em 130 dos 166 municípios dos cinco estados
(Acre, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima). Trata-se, pois, de uma importante arma
de comunicação que, ainda que não cause o mesmo impacto das emissoras locais,
consegue, com sua potente estrutura de penetração, chegar aos lugares mais longínquos da
região. Assim, consegue ser captado por 82% dos lares cobertos pela Rede Amazônica, ou
seja, são quase cinco milhões de potenciais telespectadores, embora o canal ainda não
disponha de estrutura que possibilite a verificação dos índices de audiência.
O Amazonsat, desde sua criação, tenta se aperfeiçoar para assumir o papel de
propagador dos acontecimentos e das praticas da região, além de promotor e estimulador
da interação homem/natureza. Para Baze (2002), “o canal destaca, especialmente, a
Amazônia com os seguintes temas e pesquisas: científicos, sociais, literários, econômicos,
místicos, selvagens e, principalmente, toda a cobertura de notícias através de cinco
geradoras, o que nos leva a mostrar uma vasta grade de programação”. (p. 382)
Mesmo longe de atingir um padrão de qualidade na produção da mensagem, não se
pode ignorar os méritos do pioneirismo deste Canal. É através dele que o amazônida entra
em contato com outras realidades do seu habitat podendo, assim, visualizar mais
nitidamente os danos e os crimes cometidos contra uma região tão rica, explorada de forma
irracional, gerando proveitos mínimos para quem ali vive, comprometendo a parte das
gerações, as quais também dependerão da mesma qualidade de vida. Também é através do
Amazo1
Fonte: Amazonsat (jan/2002)
nsat que se pode tomar conhecimento de outras práticas
exemplares que respeitam a pacífica convivência ser humano/natureza.
36 36 Fonte: Amazonsat (jan/2002)
86
Cada emissora da Rede Amazônica dispõe de certa autonomia administrativa e
jornalística, porém todas são diretamente subordinadas à sede da Rede Amazônica, que
funciona em Manaus (AM).
87
Capítulo IV
TV e Desenvolvimento Sustentável - Análise da
programação
4.1.
Opção Metodológica e Universo de Amostragem
O universo da comunicação na Amazônia Brasileira permite inúmeras abordagens,
dada a sua variedade, intensidade e aspectos, a ponto de tornar quase impossível um estudo
amplo que investigue todas as suas dimensões. Esses estados de coisas se constitui, como já
vimos, por causa da extensa área e da dificuldade de acesso e locomoção na região.
Com o intuito de identificar a promoção do conceito de Desenvolvimento
Sustentável e/ou de seus sub-conceitos, na mídia da Amazônia Brasileira, fizemos a opção
por investigar a programação jornalística das emissoras de televisão, que é, como já
evidenciamos, o meio de comunicação mais usado como fonte de informação na região. Por
outro lado, devido o grande número de canais existentes na região, o objeto de estudo, do
nosso trabalho foi delimitado às afiliadas da Rede Globo.
Foi preciso também delimitar o número de estados a serem observados. Foram
selecionados quatro dos 9 estados que fazem parte da Amazônia Brasileira. A escolha dos
estados da chamada Amazônia Ocidental (Acre, Amazonas, Rondônia e Roraima), se deu
em razão de que, em todos estes estados, há canais pertencentes a Rede Amazônica de
Televisão. A isso, devo acrescentar que a Rede Amazônica também controla o sinal Globo
no Amapá (que faz parte da Amazônia Oriental) e que estava previsto para fazer parte deste
estudo; entretanto, isso foi inviabilizado pelo extravio do material da emissora que seria
analisado.
As emissoras da Rede Amazônia além de alcançarem o maior número de
municípios que compõe os quatro estados selecionados (121 dos 145 municípios), são
88
líderes absolutas de audiência na região, nas três faixas de horário, conforme os índices de
audiência registrados nas pesquisas semestrais, fatores que também tiveram peso na
escolha.
Para facilitar a sistematização e compreensão ficou definido como amostragem à
programação telejornalística local das quatro emissoras da Rede Amazônica (TV
Amazonas, TV Rondônia, TV Acre, TV Roraima) pelo período de uma semana. O período
de abrangência não se deu por nenhuma característica especifica ou relevância, trata-se de
um período esporádico definido aleatoriamente. Assim ficou definido o período para
levantamento de dados do dia 22 a 29 de maio de 2002, o que corresponde a uma semana.
A partir desta definição dois procedimentos fizeram-se necessários para fins de
desenvolver as linhas básicas de ação traçadas para o trabalho:
1o. Uma análise quantitativa do material selecionado, com os seguintes objetivos de:
a) identificar a predominância do conceito ou sub-conceitos de Desenvolvimento
Sustentável, dando destaque ao tipo de notícia que ocupa o espaço do telejornal e os
atores sociais que se fazem representar por este espaço nos meios de comunicação;
b) identificar os assuntos em maior destaque, externando os temas que ocupam os
principais espaços da cobertura telejornalística.
2o. Uma análise qualitativa da amostra selecionado vai ajudar a identificar aspectos
significativos presentes nas opiniões, valores, intenções e preferências sobre o
conceito ou sub-conceitos de Desenvolvimento Sustentável, manifestados por
representantes dos segmentos da sociedade com acesso aos meios de comunicação.
Vários são os critérios balizadores da ocupação dos espaços diários das emissoras
de televisão, tais que o alto custo financeiro-operacional com equipamentos, pessoal e
manutenção (entre outros), mas também os interesses e o controle político; esses aspectos
tornam a acesso a este espaço restrito a determinados grupos ou setores da sociedade. Em
função destes elementos, o espaço dedicado a um determinado tema é que lhe confere
significado e importância. Isso justifica a empreitada deste estudo, cuja finalidade é a de
observar o modo em que ocorre a utilização deste espaço e a partir daí, possamos entender
com nitidez a sua capacidade de extensão, de abrangência e de convencimento e traçar um
89
perfil sobre a presença ou promoção do conceito de Desenvolvimento Sustentável na
programação telejornalística.
A avaliação quantitativa do material selecionado vai permitir identificar o espaço
que o conceito de Desenvolvimento Sustentável ou seus sub-conceitos ocupam na amostra
da pesquisa, bem como qual a notícia ocupa mais espaço e, ainda, os atores sociais aí
representados. Cremos que assim agindo, isso propiciará uma visão mais ampla sobre o
papel desempenhando por estes veículos de comunicação.
A avaliação qualitativa permitirá identificar os aspectos mais significativos,
presentes nas manifestações dos atores sociais com acesso aos meios de comunicação,
sobre o conceito ou sub-conceitos de Desenvolvimento Sustentável. Destaca-se, porém, que
um estudo mais detalhado e específico sobre as fontes presentes nas reportagens
selecionadas, torna-se praticamente inviável, pois, como bem esclarece Ramos (1995):
O telejornalismo é constituído essencialmente por unidades informativas de curta duração,
nas quais a informação é submetida a um processo de edição dinâmica, sendo que uma
mesma matéria pode ser composta por textos lidos pelos apresentadores, reportagens e
entrevistas, o que muitas vezes dificulta ou impede a identificação precisa da fonte
principal, podendo induzir a graves erros de avaliação. (p. 48)
A seleção das matérias a serem analisadas (reportagens, notícias, entrevistas, etc.),
nos telejornais das emissoras da Rede Amazônica (TV Amazonas, TV Rondônia, TV Acre,
TV Roraima), teve como critério a referência a temas que abordem aspectos político-social,
desenvolvimento econômico e preservação ambiental, senão também sub-conceitos sob os
quais se assenta o conceito de Desenvolvimento Sustentável (fulcro deste estudo). A
seleção inclui matérias que abordam as bases do Desenvolvimento Sustentável, mesmo que
de forma individualizada.
Foram assistidos e analisados 65 programas de um total de 69 previstos, exibidos no
período de 22 a 29 de maio de 2002 (excluindo o domingo [26/5/2002], em razão de as
emissoras não apresentarem programas telejornalístico neste dia). Os telejornais foram
previamente gravados em vídeo cassete caseiro (formato VHS) para facilitar a seleção e
análise do material escolhido. O material gravado
tem quase 18 horas de duração
(aproximadamente 1.100 minutos) e ocupa 3 fitas VHS (sistema EP), os telejornais estão
90
arquivados em data cronológica, conforme o Quadro 1 (p. 83). As três fitas, contendo os 65
programas observados, estão anexadas ao trabalho (Anexo 2).
Uma fita VHS contendo quatro edições do programa AM TV 1a Edição (23/5/2002,
24/5/2002, 25/5/2002, 27/5/2002) produzidas e exibidas pela TV Amazonas, foi extraviada,
assim como outras duas fitas contendo 14 programas da TV Amapá. No primeiro caso, o
extravio representa quatro dos 27 programas que deveriam ser analisados, o que não causa
grandes problemas e nem compromete a sistematização e avaliação da amostragem; no
segundo caso, a emissora TV Amapá teve que ser excluída por falta de matéria para análise,
já que as fitas extraviadas continham todos os 14 programas que deveriam ser estudados.
Os 65 programas telejornalísticos apresentados no período pelas quatro emissoras
(23 da TV Amazonas, 14 da TV Rondônia, 14 da TV Acre e 14 da TV Roraima) exibiram
532 matérias, das quais 92 foram selecionadas para estudo, conforme quadro 2 (p. 84). Do
total de matérias exibidas, 217 foram veiculadas pela TV Amazonas, 103 pela TV
Rondônia, 106 pela TV Acre e 106 pela TV Roraima. A TV Amazonas exibiu o dobro de
matérias em função de ser responsável pela transmissão diária dos dois telejornais regionais
(Bom Dia Amazônia e Amazônia em Notícias). Entre as 92 matérias selecionadas, 46
foram exibidas pela TV Amazonas, 13 pela TV Rondônia, 18 pela TV Acre e 15 pela TV
Roraima.
O levantamento do tempo total das matérias selecionadas (por dia e emissora)
expresso em minutos e segundos no Quadro 3 (p. 85) permitirá um comparativo entre o
tempo total de produção e o tempo total do material selecionado, conforme detalhamento
no Quadro 4 (p. 85).
O tempo total de produção das quatro emissoras (em minutos e segundos) ocupou
1.049 minutos e 30 segundos, dois quais 160 minutos e 15 segundos (15,26%) foram
selecionados para este estudo. Por emissora, temos a seguinte situação: a TV Amazonas
exibiu 468 minutos e 40 segundos, dois quais 76 minutos e 59 segundos (16,35%) foram
selecionados; da TV Rondônia foram selecionados 29 minutos e 4 segundos (10,29%), do
total de 282 minutos e 20 segundos produzidos; A TV Acre ocupou 251 minutos e 58
segundos, dos quais foram selecionados 29 minutos e 53 segundos (11,73%); a TV
Roraima teve o menor tempo de produção no período, apenas 246 minutos e 32 segundos, e
91
também o menor tempo de material selecionado, 24 minutos e 19 segundos (9,82%). A
percentagem de tempo de material selecionado, conforme o Quadro 4 (p. 85), foi
apresentado no geral e por emissora.
Todos os dados sistematizados e selecionados foram representados através de
gráficos, com intuito de permitir uma melhor visualização, o que também ajuda na
comparação e análise dos dados. O Gráfico 1 (p. 86) apresenta um comparativo entre o
total de matérias exibidas e de matérias selecionadas entre as quatro emissoras, permitindo
um avaliação comparativa; o Gráfico 3 (p. 87) traça o mesmo comparativo, por emissora. O
Gráfico 2 (p. 86) permite uma comparação entre o tempo total de produção (das quatro
emissoras na semana pesquisada) e o tempo total das matérias selecionadas; o Gráfico 4 (p.
87) também mostra a comparação entre o tempo de produção e o tempo das matérias
selecionadas, por emissora.
Os espelhos com a decupagem das matérias selecionadas (por programa e
emissora), em ordem cronológica, com comentários sobre a referência ao conceito ou subconceitos de Desenvolvimento Sustentável, podem ser consultados estão no corpo deste
trabalho, conforme Anexo 1 (p. 114-165).
Para respeitar os critérios de avaliação proposto no corpo do trabalho o
procedimento “inevitavelmente incorpora uma certa subjetividade e aleatoriedade” Ramos
(1995) justifica este tipo de procedimento metodológico citando Augusto Trivino,
... A pesquisa qualitativa, de fundamentação teórica, fenomenológica, pode usar recursos
aleatórios para fixar a amostra. Isto é, procura uma espécie de representatividade do grupo
maior dos sujeitos que participarão do estudo (...) e decide intencionalmente, considerando
uma série de condições (sujeitos que sejam essenciais, segundo o ponto de vista do
investigador para o esclarecimento do assunto em foco etc.), o tamanho da amostra. (p.
90)
Apresentamos, a seguir, os Quadros e Gráficos supra-citados:
92
Quadro 1
Levantamento realizado nas Emissoras da Rede Amazônica - 22 a 29 de maio de 2002
Data/programa(*)/duração(**)
Emissora
22.5
Bom Dia
Amazônia
45 minutos
Amazônia
em
Notícias
12 minutos
TV
AM TV
Amazonas 1a edição
27 minutos
Jornal do
Amazonas
18 minutos
RO TV
1a Edição
27minutos
TV
Jornal de
Rondônia Rondônia
18 minutos
AC TV
1a edição
27 minutos
Jornal do
TV Acre
Acre
18 minutos
RR TV
1a edição
27 minutos
TV
Jornal de
Roraima
Roraima
18 minutos
23.5
Bom Dia
Amazônia
44 minutos
Amazônia
em
Notícias
14 minutos
Programa
nãodisponível
Jornal do
Amazonas
18 minutos
RO TV
1a Edição
27 minutos
Jornal de
Rondônia
18 minutos
AC TV
1a edição
27 minutos
Jornal do
Acre
18 minutos
RR TV
1a edição
27 minutos
Jornal de
Roraima
18 minutos
24.5
Bom Dia
Amazônia
44 minutos
Amazônia
em
Notícias
14 minutos
Programa
nãodisponível
Jornal do
Amazonas
18 minutos
RO TV
1a Edição
28 minutos
Jornal de
Rondônia
18 minutos
AC TV
1a edição
28 minutos
Jornal do
Acre
18 minutos
RR TV
1a edição
28 minutos
Jornal de
Roraima
18 minutos
25.5
Nãoveicula aos
Sábados
Amazônia
em
Notícias
14 minutos
Programa
nãodisponível
Jornal do
Amazonas
18 minutos
RO TV
1a Edição
25 minutos
Jornal de
Rondônia
18 minutos
AC TV
1a edição
25 minutos
Jornal do
Acre
18 minutos
RR TV
1a edição
25 minutos
Jornal de
Roraima
18 minutos
27.5
Bom Dia
Amazônia
43 minutos
Amazônia
em
Notícias
12 minutos
Programa
nãodisponível
Jornal do
Amazonas
20 minutos
RO TV
1a Edição
27minutos
Jornal de
Rondônia
20 minutos
AC TV
1a edição
27 minutos
Jornal do
Acre
20 minutos
RR TV
1a edição
27 minutos
Jornal de
Roraima
20 minutos
28.5
Bom Dia
Amazônia
43 minutos
Amazônia
em
Notícias
13 minutos
AM TV
1a edição
27 minutos
Jornal do
Amazonas
18 minutos
RO TV
1a Edição
27 minutos
Jornal de
Rondônia
18 minutos
AC TV
1a edição
27 minutos
Jornal do
Acre
18 minutos
RR TV
1a edição
27 minutos
Jornal de
Roraima
18 minutos
29.5
Bom Dia
Amazônia
43 minutos
Amazônia
em
Notícias
15 minutos
AM TV
1a edição
27 minutos
Jornal do
Amazonas
18 minutos
RO TV
1a Edição
27minutos
Jornal de
Rondônia
18 minutos
AC TV
1a edição
27 minutos
Jornal do
Acre
18 minutos
RR TV
1a edição
27 minutos
Jornal de
Roraima
18 minutos
Horário
de
Exibição
6h30
10h45
11h00
17h45
11h00
17h45
11h00
17h45
11h00
17h45
* Os programas Bom Dia Amazônia e Amazônia em Notícias são produzidos e veiculados pela TV Amazonas, utilizando
material jornalístico produzido (e já exibido) pelas outras praças. Ambos são exibidos simultaneamente por todas as
emissoras da Rede Amazônica.
** O tempo é referente ao espaço total liberado pela cabeça de Rede para as produções regionais e locais (há uma
pequena variação diária de tempo, podendo ser para mais ou para menos, em relação ao dia anterior).
93
QUADRO 2
Levantamento de matérias exibidas e selecionadas, por emissora
22 a 29 de maio de 2002
Dia/mês
22 de
maio
23 de
maio
24 de
maio
25 de
maio
27 de
maio
28 de
maio
29 de
maio
Subtotal
Total
Número de Programas
Total de Matérias exibidas
Matéria(s) selecionada(s)
TV
AM
TV
RO
TV
AC
TV
RR
TV
AM
TV
RO
TV
AC
TV
RR
TV
AM
TV
RO
TV
AC
TV
RR
04
02
02
02
39
13
15
14
07
01
05
01
03
02
02
02
27
20
15
15
06
02
05
03
03
02
02
02
34
15
14
16
09
03
01
03
02
02
02
02
14
13
15
14
01
01
01
01
03
02
02
02
28
13
16
17
10
02
01
02
04
02
02
02
34
14
15
15
05
02
03
01
04
02
02
02
41
15
16
15
08
02
02
04
23
14
14
14
217
103
106
106
46
13
18
15
65
532
92
94
Quadro 3
Levantamento do tempo total das matérias selecionadas, por emissora
(em minutos e segundos, por dia)
Emissora
TV Amazonas
Tempo
Tempo
de
Material
Produção Selecionado
Dia
Mês
TV Rondônia
Tempo
Tempo
de
Material
Produção Selecionado
TV Acre
Tempo
Tempo
de
Material
Produção Selecionado
TV Roraima
Tempo
Tempo
de
Material
Produção Selecionado
22.5
76‟15”
9’53”
39‟21”
1’58”
33‟40”
9’51”
35‟24”
1’35”
23.5
70‟00”
9’28”
39‟36”
2’30”
32‟26”
7’33”
35‟34”
3’25”
24.5
61‟47”
12’07”
40‟01”
6’18”
35‟58”
1’48”
36‟11”
4’44”
25.5
25‟25”
1’56”
39‟42”
2’06”
35‟55”
1’55”
34‟19”
1’14”
27.5
60‟15”
16’17”
42‟18”
4’43”
41‟15”
1’50”
32‟26”
2’12”
28.5
84‟11”
7’13”
41‟04”
4’22”
37‟29”
3’40”
36‟28”
1’42”
29.5
90‟47”
20’05”
40‟18”
7’07”
35‟15”
3’16”
36‟10”
9’27”
Sub- Total
468’40”
76’59”
282’20”
29’04”
251’58”
29’53”
246’32”
24’19”
Tempo total de
produção
Tempo total do
material
selecionado
1049’30”
160’15”
Quadro 4
Comparativo entre o Tempo total de Produção e de matérias selecionadas, por Emissora
(em minutos e segundos)
Emissora
TV Amazonas
TV Rondônia
TV Acre
TV Roraima
Total de Tempo
468‟40”
282‟20”
251‟58”
246‟32”
1049’30”
76’59”
29’04”
29’53”
24’19”
160’15”
16,35%
10,29%
11,73%
9,82%
15,26%
Tempo de
produção
Total
Matérias
selecionadas
Porcentagem do
material
selecionado
95
Gráfico 1
Comparação entre Matérias Exibidas e Matérias
Selecionadas
(em número de matérias)
532
600
500
400
300
200
100
0
Gráfico 2
Total de Matérias Exibidas
92
Total de Matérias Selecionados
96
Gráfico 3
Comparação entre Matérias Exibidas e Matérias Selecionadas
( em número de matérias, por emissora)
250
217
200
150
106
103
106
Matérias Exibidas
Matérias Selecionadas
100
46
50
18
13
15
0
TV AM
Gráfico 4
TV RO
TV AC
TV RR
97
4.2. A Análise dos dados
O espaço dedicado pelas emissoras da Rede Amazônica de Televisão ao tema
Desenvolvimento Sustentável é, diga-se desde já, irrisório se se considera o momento
crucial atravessado pela região na busca de uma nova política de desenvolvimento. Vários
são os fatores que vedam as lentes e cerram o som das emissoras da Rede Amazônica frente
aos desastres políticos (executivo e legislativo, federal, estadual e municipal) sucessivos em
toda a Amazônia Brasileira, quando o assunto é desenvolver a região. Um pouco mais à
frente trataremos desse bloqueio da Rede Amazônica.
O material selecionado ao longo de uma semana na programação jornalística das
emissoras da Rede Amazônica (TV Amazonas, TV Rondônia, TV Acre e TV Roraima), em
sua quase totalidade trata apenas de sub-conceitos de Desenvolvimento Sustentável e, em
raro momento, o conceito é trabalhado em sua plenitude.
Do total de 532 reportagens exibidas em 65 programas, 92 foram selecionadas.
Transformando isso em minutos e segundos, as quatro emissoras produziram em sete dias
1.049 minutos e 30 segundos de informação jornalística, dos quais apenas 160 minutos e 15
segundos abordaram direta ou indiretamente o conceito ou sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável. Ou seja, pouco mais de 15% de todo esse tempo é ocupado
por matérias que de alguma forma levam a alguma reflexão sobre a necessidade de um
Desenvolvimento Sustentável para a região.
Inicialmente é preciso deixar claro que a existência do conceito de
Desenvolvimento Sustentável no material selecionado é bastante reduzida; o que mais se
registra são sub-conceitos (político-social, desenvolvimento econômico, preservação
ambiental), que se apresentam ora de forma isolada, ora emparceirados, mas raramente,
muito raramente, em conjunto.
Do tempo total ocupado pelo material selecionado (160 minutos e 15 segundos),
menos de 12% (19 minutos e 19 segundos) fala sobre ações e políticas de planejamento
voltadas ao Desenvolvimento Sustentável, mas de modo nada significativo. Em apenas uma
das matérias em que o desenvolvimento sustentável é o tema central é possível observar
98
alguns fragmentos que contribuam para o entendimento do conceito de Desenvolvimento
Sustentável na sua totalidade.
Tome-se, a título de exemplo, uma matéria sobre uma ação governamental ocorrida
em Brasília, veiculada nos programas Bom Dia Amazônia, de 22/5/2002, e AM TV 1a
Edição, de 22/5/2002, ambos produzidos e exibidos pela TV Amazonas (conforme anexo).
Segundo a matéria: o Governo Federal “discute atuação conjunta na Amazônia, para definir
estratégia para o desenvolvimento sustentável da região”. Deixando de lado a observação
sobre a velha mania de decidir as questões da região em gabinetes de Brasília, em momento
algum é possível identificar, no conteúdo da referida reportagem, qualquer pista sobre o
que pretende o Governo Federal quando afirma que vai definir uma “política de
Desenvolvimento Sustentável para a região (Amazônia)”. Duas autoridades aparecem na
reportagem. A primeira, o ministro interino do Meio Ambiente, Marcus Pestana, volta a sua
atenção para a soberania na região:
A defesa do patrimônio genético, da diversidade... é talvez a região... certamente a região
mais rica em biodiversidade de todo o globo. E essa é uma questão Nacional, isso não é
um patrimônio público mundial. Nós temos que ter claro isso. É importante a ação
multilateral, o entendimento das nações entorno do desenvolvimento sustentável, mas a
responsabilidade de gestão sobre o nosso patrimônio... nossa biodiversidade é um desafio
nacional.
A segunda autoridade a se manifestar é o presidente do Comitê Executivo para
Atuação Conjunta na Amazônia (CEAMAZ), Arthur Horta, que defende para a região o
fortalecimento de um dos modelos econômicos mais prejudiciais à região: a exploração
madeireira, e, que segundo ele, vale para toda a Amazônia Legal.
Através de um levantamento nos 9 estados que compõe a Amazônia legal, foi verificado
que o arranjo de maior incidência na região é o de madeira e móveis. Em função dessa
identificação o CEAMAZ, através dos órgãos que o compõe, vai fazer um esforço para que
nós venhamos atuar em projetos pilotos na área de madeira e móveis, fazendo um mix
entre recursos reembolsáveis, vindos do BNDES, e recursos não-reembolsáveis, oriundos
dos demais órgão.
99
Em tempo: O Ceamaz é um órgão instalado em Brasília, composto por três bancos
(BNDES, BASA, Caixa Econômica), duas agências de fomento (ADA [ex-Sudam] e
Suframa) e quatro ministérios (Meio Ambiente, Desenvolvimento Agrário, Integração
Nacional, Ciência & Tecnologia). Nada se fala sobre o envolvimento das comunidades,
sobre a perspectiva de novos horizontes, tampouco sobre a importância de se conhecer os
recursos naturais para só então propor políticas de exploração.
Observando no programa Bom Dia Amazônia, de 27/5/2002, nos deparamos com
uma matéria sobre a organização da I Feira Internacional da Amazônia mostra, em Brasília,
a comissão organizadora do evento, encabeçada pelo Ministério do Desenvolvimento e
composta pelos Ministérios de Meio Ambiente e Ciência & Tecnologia. O objetivo da
Feira, segundo a reportagem, é “vender a Amazônia no Exterior”, mostrando suas
oportunidades de investimentos nos noves estados. O ministro do Desenvolvimento, Sérgio
Amaral, diz no fechamento da matéria:
em torno da Feira industrial nos estamos programando um conjunto de atividades para
mostrar a Amazônia pro Brasil, em primeiro lugar. Mostrar que hoje a Suframa vai
progressivamente se direcionando para se transformar numa importante plataforma de
exportações. Nos queremos também, é claro, mostrar a Amazônia para o exterior. Como se
sabe, a Amazônia desperta um enorme interesse no exterior.
Ou seja, apenas o desenvolvimento econômico percorre o discurso do Governo
Federal. Na reunião, sequer os demais parceiros do Comitê Executivo para Atuação
Conjunta na Amazônia (CEAMAZ) compareceram, o tal responsável em propor políticas
de desenvolvimento para a região.
O Jornal do Amazonas, de 27/5/2002, apresenta outra matéria, produzida também
em Brasília, com o mesmo ministro do Desenvolvimento, Sérgio Amaral: “O Governo
Federal quer incentivar a consolidação de uma plataforma exportadora no Pólo Industrial de
Manaus”, diz o apresentador ao anunciar a exibição da matéria. A reportagem mostra a
reunião entre o ministro Sérgio Amaral, representantes do BNDES, do Ministério de
Ciência & Tecnologia e da Suframa. Amaral, na primeira fala se mostra confiante na
região: “eu cada vez me convenço mais que a Zona Franca tem boas possibilidades de se
transforma numa plataforma de exportações”. Mas quando o assunto é a manutenção dos
100
incentivos fiscais oferecidas pela Zona Franca de Manaus, o ministro é cauteloso: “a
discussão de uma prorrogação da Zona Franca tem antes que levar em conta uma questão:
qual é o objetivo que hoje nós queremos para a Zona Franca? E quais são os instrumentos
que nós precisamos para chegar lá”. Para quem pouco antes tinha manifestado confiança na
Zona Fraca, defendendo-a como futura “plataforma de exportações”, o ministro parece ter
esquecido o que havia dito ou ter-se confundido. Para quem tem a responsabilidade de
promover o desenvolvimento da Amazônia, o Governo Federal dá demonstrações de que
ainda não "caiu na realidade" sobre as questões da região. O desempenho econômico
continua, como se vê, a pauta principal, e única.
Para não nos atermos apenas em discurso oficial, tomemos outro exemplo. Uma
matéria do Programa Bom Dia Amazônia, de 27/5/2002, anuncia que a “busca pela vocação
econômica” é uma constante na maioria dos municípios Amazônicos, para, em seguida,
mostrar a experiência do município amazonense Anamã, localizado a 120 quilômetros de
Manaus. Esse município descobriu na fibra uma importante fonte de renda, mais uma
“esperança econômica”. Apesar de dois moradores do município destacarem a preocupação
com a preservação ambiental e o envolvimento da comunidade na produção de fibras, a
matéria enfatiza apenas o caráter econômico da atividade, apesar da chamada lida pelo
apresentador, antes da exibição da reportagem, sugerir o seguinte: “Município amazonense
investe em fibra para desenvolver a região”. A preocupação da comunidade vai bem além
do mero interesse econômico e não figura nem como pano de fundo. O tratamento é parcial.
O interesse econômico é dissociado da preocupação com o ambiente e da oportunidade
oferecida para os moradores se inserir no mercado de trabalho e fazer renda.
Uma entrevista realizada pelo Bom Dia Amazônia, de 29/5/2002, constitui a única
matéria do nosso "corpus" a tratar diretamente do conceito de Desenvolvimento Sustentável
de forma ampla e completa. O pesquisador Walwick Kerr, um especialista da Embrapa em
criação de abelhas, é o entrevistado. Durante sete minutos e 8 segundos, Kerr explica ao
entrevistador como as comunidades indígenas e ribeirinhas do Amazonas têm atuado na
criação de abelhas, não apenas como fonte alternativa de renda, como fica patente neste
passo: “a atividade além de gerar renda alternativa para as comunidades, também ajuda na
polinização da floresta amazônica. [...] O cultivo de abelhas, atividade alternativa e
101
complementar, contribui para a geração de renda, enriquece a alimentação e a qualidade de
vida das comunidades e ajuda na conservação da floresta”.
Mas essa é uma exceção que vem confirmar a regra, pois, no restante da amostra, o
que se observar é um comportamento idêntico, na maioria o Governo (poderes executivos
federal, estadual, municipal) é o primeiro da fila a tratar a questão destacando apenas os
aspectos econômicos de novos projetos e ações mirabolantes que engabelam os quatro
cantos da Amazônia. De prático nada se vislumbra.
Em quase 30% do material selecionado (47 minutos e 37 segundos) é possível
identificar dois sub-conceitos na mesma matéria. A dupla econômico/ambiental ocupa
mais da metade deste tempo, em matérias do tipo: “Embrapa incentiva cultivo de
cogumelos comestíveis e medicinais, em Roraima, pra exportação”. Realizada em Boa
Vista (RR), a reportagem destaca uma técnica desenvolvida pelo pesquisador Aroldo César,
da Embrapa, para estimular o cultivo do vegetal. A produção, segundo ele, não causa danos
ao meio ambiente, pois “o solo é ideal” e, dada a aceitação e o valor comercial no mercado
externo, é “importante fonte de renda”. A matéria foi exibida no Programa Bom Dia
Amazônia, de 27/5/2002.
Parte da outra metade é ocupada por matérias que abordam os sub-conceitos
político-social/ambiental e/ou político-social/econômico.
A maioria das matérias que mostram a relação política-social/ambiental é fruto da
mesma origem: o desrespeito aos limites da natureza e à omissão do poder público. As
chuvas torrenciais comuns que caem na região no período de inverno (março a julho), que
provocam transbordamento de rios e igarapés, continuamente ocasionam alagação e
desabrigados em muitas comunidades instaladas às margens do rio. É fato que, em algumas
dessas comunidades amazônidas, os moradores são temporariamente expulsos de casa
durante o inverno e pequenas cidades chegam a ficar submersas por quase todo o período
chuvoso que é intenso e constante. Enquanto a natureza reclama a presença predatória a seu
modo, os moradores procuram o poder público em busca de solução para o velho problema
que já virou cena comum. “Chuvas provocam transbordamento de igarapé, causando
alagamentos e desabrigados”, anuncia o programa AC TV 1a Edição, de 23/5/2002. Outro
exemplo: “Lixão polui igarapé que abastece cidade acreano”, que é a chamada de
102
apresentação de matéria exibida no Programa Amazônia em Revista, de 29/5/2002. Nesta
matéria, a denúncia foi feita pelo agricultor Antônio da Silva, no Município de Tarauacá
(AC), que diz: “tenho medo de tomar essa água”; na mesma matéria, o próprio secretário
municipal de Meio Ambiente, Gilsélio Acioli, reconhece a existência do problema e ainda
admitiu que a Prefeitura de Tarauacá (responsável pela coleta e tratamento do lixo) usa o
local como lixeira pública.
Outra matéria que exemplifica a abordagem dos sub-conceitos políticosocial/ambiental e merece destaque foi produzida em Porto Velho (RO), veiculada no
programa Bom Dia Amazônia, de 27/5/2002: “Pesca predatória compromete principal fonte
de alimentação de ribeirinhos, em Rondônia”. Seis ribeirinhos denunciavam na matéria a
presença invariável de pescadores profissionais utilizando redes para a captura de grandes
quantidades e variedades de peixes. O argumento principal dos ribeirinhos é que a
quantidade de peixe não suporta a pesca em grande escala, tanto que a própria comunidade
não comercializa a pesca excedente. “O peixe só dá pro sustento da comunidade”, informa
Antônio Francisco da Silva, presidente da associação dos ribeirinhos.
Outro caso interessante é a matéria, exibida no Bom Dia Amazônia e no Jornal do
Amazonas, de 28/5/2002, que tratou da discussão da relação ser humano/meio ambiente,
mas que apenas serviu para anunciar a realização do Fórum Amazônico de Meio Ambiente
e Desenvolvimento Humano: “Empresas e órgãos ligados a preservação da natureza
organizam Fórum Amazônico de Meio Ambiente e Desenvolvimento Humano”.
Quase 60% (93 minutos e 19 segundos) do tempo total selecionado (160 minutos e
15 segundos) são ocupados por matérias que apresentam os sub-conceitos (político-social,
preservação ambiental e desenvolvimento econômico) individualmente. A divisão
apresenta uma pequena margem favorável aos temas político-social (41 minutos e 16
segundos), sobre a questão econômica (36 minutos e 50 segundos), seguida de longe pela
questão ambiental (15 minutos e 13 segundos).
As reivindicações político-sociais são bastante recorrentes. Nestas matérias,
profissionais liberais, autônomos e populares em geral (donas-de-casa, estudantes, etc.) se
destacam como atores sociais mais presentes. No jornal do Acre, de 22/5/2002, três das sete
matérias exibidas registram protesto da população de Rio Branco: “Usuários reclamam de
103
atendimento de Posto de Saúde na capital”; "Moradores reclamam falta de saneamento
básico em bairro da periferia de Rio Branco”; “Moradores reclamam que esgoto
parcialmente canalizado virou depósito de lixo”.
As matérias quando anunciam benefícios, os quais quase sempre com prazo de
validade vencido e são, ainda assim, motivo de festa pra quem já se achava esquecido,
destacam sempre o papel do poder público, como fica patente numa matéria realizada pelo
Jornal de Rondônia, de 27/5/2002. Conforme a matéria: “Parceria leva assistência às
comunidades de Rondônia. Gente que por falta de condições e oportunidades esperam
muito tempo por atendimento médico”. Entre os entrevistados uma dona-de-casa, um
comerciante e uma criança de 11 anos, refletem a importância do momento raro, ao passo
que os demais entrevistados (dois cirurgiões, um urologista, um especialista em
emergência, o coordenador da equipe e o secretário de saúde e Ji-Paraná) destacam a
concretização do atendimento com fruto de um esforço coletivo e interinstitucional. O
simples direito de consultar um médico é um acontecimento de destaque que merece
inclusive uma cobertura de quase três minutos, o equivalente a pouco menos de 20% do
tempo de produção do principal jornal da emissora, num único dia.
Outra matéria produzida em Porto Velho e exibida no Jornal de Rondônia, de
22/5/2002, também dá destaque à outra ação do poder público: “Programa do Governo
Federal capacita mão-de-obra em 19 municípios de Rondônia, atendendo pessoas
desempregadas ou sem profissão definida”.
No dia 23 de maio de 2002, o Jornal do Acre volta a tratar das reclamações da
comunidade: “moradores interditam bairro por falta d‟água”. No RR TV 1a Edição, de
23/5/2002, os atores sociais são os mesmos: “Vala incomoda moradores do bairro Jardim
Primavera, na capital”. O AC TV 1a edição, de 24/5/2002, exibe a seguinte matéria: “Lama
e sujeira na rua provocam reclamações de moradores”. “Estudantes protestam na Câmara
de Vereadores de Manaus, para derrubar emenda à lei da meia passagem”, anuncia o Jornal
do Amazonas, de 27/5/2002. A edição do RR TV 1a Edição, de 27/5/2002, mostra três
moradores de diferentes bairros periféricos reclamando da “infra-estrutura”. O programa
AC TV 1a edição, de 28/5/2002, informa que: “Taxista reclamam de buracos que causam
104
prejuízos”. Raramente a autoridade pública é cobrada a se posicionar sobre as
reivindicações sociais.
A resposta consistente para os anseios sociais, quando são direcionadas a amenizar
o sofrimento da imensa massa desprovida de tudo, tem origem nos movimentos sociais,
como mostram essas matérias: “Moradores unem-se para ajudar creche com agasalhos,
brinquedos e alimentos”, anuncia o Programa AC TV 1a Edição, de 25/5/2002. O Jornal do
Amazonas, de 29/5/2002, apresentou a matéria: “Igreja Católica convoca mutirão para
combater a fome, um grande problema social que pode ser resolvido com emprego e renda
para a população”; a matéria foi ilustrada com a história de Raimundo José, um
desempregado que cuida sozinho de cinco filhos menores e encerrada com a sonora do
arcebispo de Manaus, Dom Luiz Soares Vieira, dizendo que além de dar o peixe “é preciso
ensinar a pescar” só assim é possível combater a fome que tanto maltrata milhares de
pessoas.
No Jornal do Acre, de 29/5/2002, uma matéria trata do mesmo assunto: “Diocese de
Rio Branco, capital do Acre, entra na luta para combater a fome e a miséria”. Aparecem na
matéria o Superintendente do Basa (AC), José Andrias Sarqui, e o bispo de Rio Branco
(AC), Dom Joaquim Pertiñez.
O segundo sub-conceito individualmente mais recorrente diz respeito aos temas do
desenvolvimento econômico, chega a ocupar mais de 20% (36 minutos e 50 segundos) do
tempo total das matérias selecionadas. Sempre tratadas no âmbito do poder público
(executivo e legislativo, federal, estadual e municipal) as matérias revelam que as pautas
produzidas sobre temas diretamente relacionados ao desenvolvimento econômico da região
destacam apenas a atuação dos governos e políticos regionais e nacionais e da iniciativa
privada.
Os temas a seguir representam uma amostragem de como o espaço tem sido
ocupado quando se discute o sub-conceito desenvolvimento econômico: “governo promove
seminário sobre Turismo”; “palestra reúne mais de 100 empresários da região para discutir
como melhorar o desempenho empresarial”; “Senado Federal autoriza liberação de recursos
para asfaltar rodovias em Rondônia”; “Presidente do Senado, Ramez Tebet, confirma apoio
a Zona Franca de Manaus na votação da prorrogação dos incentivos fiscais”; “Governo
105
Federal libera 35 milhões de dólares para o Estado de Rondônia pavimentar estradas”;
“prorrogação dos incentivos da Zona Franca de Manaus continua a espera de decisão do
Congresso Nacional”; “Embrapa desenvolve espécie de banana resistente”.
Tomemos como exemplo, a matéria “Governo Federal libera 35 milhões de dólares
para pavimentação de Rodovias em Rondônia”; realizada minutos depois do anúncio, em
Brasília, a matéria apresenta uma entrevista com o governador de Rondônia José Bianco.
Enquanto a matéria destaca o volume de recursos, a origem e a forma de pagamento, o
governador dá ênfase à batalha travada, inclusive com adversários políticos regionais. A
aplicação dos recursos, os benefícios e os possíveis custos sociais e ambientais do projeto
que poderão provocar não são tratados na matéria. Mais um exemplo: a matéria “projeto
prevê Criação do Fundo de Desenvolvimento da Amazônia Ocidental”, produzida em
Brasília e exibida no Bom Dia Amazônia, de 24/5/2002, mostra o projeto do deputado
federal Luiz Fernando (PMDB/AM) que privilegia apenas o desenvolvimento econômico
da Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia e Roraima).
As matérias tratando exclusivamente de temas sobre a questão ambiental ocupam
menos de 10% do tempo total selecionado (15 minutos e 13 segundos) e são, em sua
maioria, fruto de pautas provenientes do poder público: “Equipamento digital ajuda a
avaliar os índices de poluição provocado pelos carros, em Manaus”; “Carimbo ambiental é
lançado pelos Correios e Governo de Rondônia”; “Tribuna de Contas de Roraima suspende
licitação do Governo estadual para adquirir 650 mil mudas de acácia, alegando falta de
estudo de impacto ambiental”; etc. Enquanto a maioria das matérias dá ênfase e até
destaque às atividades do poder público, um número bem pequena abre espaço para os
demais atores sociais participarem do problema, como ocorre no Bom Dia Amazônia, de
24/5/2002: “Líderes partidários e de ONG‟s ligados a proteção ambiental se reúnem em
Manaus para elaborar carta sobre o tema, a ser enviada ao futuro presidente”.
106
4.3. Discussão dos Resultados
Os dados obtidos na pesquisa ajudaram a mostrar o papel que a mídia televisiva,
mais especificamente as emissoras da Rede Amazônica, desempenha na promoção do
desenvolvimento sustentável da Amazônia Brasileira. Dentro de um universo mais amplo
foram identificadas e selecionadas matérias que de alguma forma colocaram em destaque o
conceito ou sub-conceitos de Desenvolvimento sustentável, seja de uma forma positiva ou
negativa, completa ou parcial.
A amostragem coletada em quatro das cinco emissoras da Rede Amazônica de
Televisão mostra uma vantagem numérica da TV Amazonas sobre as demais (TV
Rondônia, TV Acre e TV Roraima) no tempo de produção, no número de programas
diários, número de matérias exibidas e, também, no número de matérias selecionadas. A
superioridade se explica pelo fato de a TV Amazonas na condição de “cabeça de rede”
regional ser responsável pela produção e pela exibição de dois telejornais de âmbito
regional (Bom Dia Amazônia e Amazônia em Notícia), retransmitido pelas demais praças,
além de dois telejornais locais (AM TV 1a edição e Jornal do Amazonas). Enquanto a TV
Amazonas ocupa 105 minutos diários de programação, as demais emissoras dispõem de
apenas 50 minutos diários para a produção de dois telejornais locais exibidos no final da
manhã e no final da tarde.
Feita está distinção é preciso ainda esclarecer que do total de matérias selecionadas,
exatamente 50% foram exibidas pela TV Amazonas. Em razão de a origem das matérias
apresentar certo equilíbrio entre os estados, essa superioridade numérica é equilibrada entre
o material a ser analisado. Tirando as matérias produzidas em Brasília, algo em torno de
15% do total do material selecionado, e 5% referente as matérias produzidas fora das
capitais, o restante
das matérias selecionadas (mais de 80%
da amostragem) foram
produzidas em alguma das quatro capitais (Boa Vista, Porto Velho, Manaus, Rio Branco).
Isso demonstra que os interesses e/ou problemas da região se concentram no perímetro
urbano das capitais. Em se tratando de uma Rede que alcança mais de 90% dos municípios
dos quatro estados, o fato de ocupar somente 5% de todo o material selecionada para falar
sobre outros municípios é bastante insignificante, frente à demanda gerada por estas
107
comunidades interioranas. O diretor presidente da Rede Amazônica, Phelippe Daou,
reconhece o tratamento minoritário dispensado às regiões fora das capitais e tenta justificar:
“O deslocamento das equipes, a formação de auxiliares nos locais, a identificação dos
problemas que mais aflingem essas comunidades, exige muito recurso, e os recursos aqui
na nossa região são parcos. Eles são poucos. Nós temos prioridades maiores. Na medida em
que é [sic!] possível nós vamos alargar”37.
Como é possível observar na avaliação quantitativa dos dados, quase 60% dos
assuntos mais freqüentes tratam de temas que abordam apenas um dos sub-conceitos do
desenvolvimento sustentável (político-social, desenvolvimento econômico, preservação
ambiental), outros 30% da amostragem são compostos de matérias que mostram a presença
e/ou associação de até dois sub-conceitos (econômico/ambiental, sócio-político/ambiental
sócio-político/econômico), e o restante, pouco mais de 10% da amostragem, é composto
por matérias que abordam de forma ampla o conceito de desenvolvimento sustentável, mas
nem sempre de forma explicita.
Quanto à cobertura dos temas é possível observar uma postura bem definida. As
pautas político-social mostram nos quatro estados a permanente reclamação das
comunidades por melhores condições de vida: quase 40% das matérias analisadas tratavam
de temas como as “péssimas condições” das comunidades que vivem nas periferias dos
centros urbanos. A ocorrência de comunidades apelando ao poder público sempre acontece
de forma isolada, sem a presença do argumento da autoridade com “poder de solução”.
As pautas político-sociais são também tratadas em parceria com outro sub-conceito,
quase sempre com o de preservação ambiental. Nestas pautas as comunidades aparecem ora
como “vítimas” do “comportamento” da natureza ou do poder público (que não respeita o
direito do cidadão ter qualidade de vida e destrói ou negligencia o meio-ambiente), ora
como algozes do meio ambiente, depredando por falta de cuidado ou para acumular
riquezas.
A questão de promover o desenvolvimento sempre acaba como “uma missão de
governo”, e a palavra sempre é dada ao poder público na abordagem do assunto, que acaba
levando para o primeiro plano a questão econômica. Nestas discussões o máximo que se
37 Entrevista concedida ao jornalista Edileuson Almeida (Manaus, 14/8/2002)
108
observa é a presença de entidades empresariais. O hábito de ignorar a sociedade, negandolhe o direito como parte interessada, é uma prática legitimada pela mídia e que já massacra
a região há dezenas de anos; constitui também um velho hábito insistir que o
desenvolvimento da região depende única e exclusivamente da questão econômica. Quando
a questão ambiental e os interesses econômicos são parte da mesma pauta a ótica continua
sendo do poder público, uma vez que trata de preservação ambiental apenas como um meio
de garantir o crescimento econômico.
Quanto às pautas que tratam apenas o sub-conceito “preservação ambiental”, que
ocupam quase 10% da amostragem, mais uma vez o discurso da “autoridade pública”,
especialmente do governo, anunciando ou mostrando medidas de contribuição à
preservação ambiental, é maioria. Entre os demais atores sociais registra-se apenas a
presença de movimentos sociais que propõem discussões sobre a questão ambiental.
As matérias selecionadas que indicam um tratamento equilibrado dos três subconceitos, na mesma pauta, somam pouco mais de 12% da amostragem e, como é possível
observar, apenas "falsamente parecem contemplar todos os elementos do desenvolvimento
sustentável". Em todas as matérias os elementos são dissociados e um deles acaba
ganhando destaque em relação aos demais. Como é possível observar na matéria “o
Governo Federal discute atuação conjunta na Amazônia, para definir estratégia para o
desenvolvimento sustentável da região”, duas autoridades do Governo Federal, o ministro
do Meio Ambiente, Marcus Pestana, e o presidente do Comitê Executivo para Atuação
Conjunta na Amazônia, Arthur Horta, se manifestam preocupados primeiro com a questão
econômica:
“a
responsabilidade
de
gestão
sobre
o
nosso
patrimônio...nossa
biodiversidade...é um desafio nacional”, diz o ministro; por outro viés, Horta fala “em fazer
um esforço para [...] atuar em projetos pilotos na área de madeira e móveis [...] na
Amazônia”.
A amostragem coletada nas quatro emissoras da Rede Amazônica reflete uma
postura idêntica de cada uma delas frente às questões da região; são mantidas as
especificidades, sobretudo quando o assunto diz respeito ao desenvolvimento sustentável. A
postura parcial do status quo, em todas as suas esferas, é refletida pelo assentimento das
emissoras e propagação através dos programas jornalísticos diários. Também é verdadeiro
109
que estas emissoras agem com parcialidade nas pautas político-sociais; as comunidades
ocupam um razoável espaço para denunciar a omissão ou a negligência do poder público e
para reivindicar uma postura frente os problemas sociais, mas as emissoras não se dignam a
cobrar uma resposta do poder público. A parcialidade mais uma vez se dá em detrimento da
coletividade, da massa. Nas matérias que tratam da questão ambiental o poder público mais
uma vez reina absoluto e a sociedade aparece como coadjuvante. Para Phelippe Daou, a
Rede Amazônica tem contribuindo permanentemente com a região, “da nossa parte temos o
dever cumprindo, a quem compete dar o atendimento aos apelos é quem não tem havido
uma reciprocidade na velocidade com que nós prestamos o serviço”38. Como se vê,
consciência tranqüila encobre os males reais.
4.4. O Desenvolvimento Sustentável na Programação Jornalística da Rede Amazônica
Do universo de amostragem analisado neste trabalho é possível de imediato avaliar
como praticamente zero o índice de promoção do conceito de desenvolvimento sustentável
na programação jornalística das emissoras da Rede Amazônica. Esta constatação se reflete
nas matérias selecionadas, quantificadas e avaliadas ao longo deste estudo. A amostra é
mais do que suficiente para testar a presença do conceito na produção e veiculação dos
telejornais regionais e/ou locais das quatro emissoras observadas durante o período de uma
semana.
Para ser entendido como tal o conceito de desenvolvimento sustentável precisa ser
visto
como
fruto
do
equilíbrio
entre
bem-estar
social/desenvolvimento
econômico/preservação ambiental. Os três elementos são indissolúveis e inseparáveis e não
prescindem um do outro. Sob tal condição, a presença ou a promoção do conceito de
desenvolvimento é só uma vaga intenção.
Os programas regionais e locais seguem uma fórmula comum a todos e a pauta
segue um padrão no tipo de cobertura e na ótica de abordagem. Os temas são tratados
isoladamente, não havendo uma freqüência na abordagem de assuntos de interesse mais
38 Entrevista concedida ao jornalista Edileuson Almeida (Manaus, 14/8/2002)
110
amplo. A parcialidade na cobertura e na abordagem de cada tema é evidente, quando
apenas um ou, no máximo, dois elementos, são destacados num universo mais amplo e
complexo.
Em 160 minutos e 15 segundos de material selecionado entre as quatro emissoras,
apenas uma entrevista com sete minutos de duração, exibida no Bom Dia Amazônia, de
29/5/2002, é exemplo de uma matéria que promove o conceito de desenvolvimento
sustentável de forma ampla e completa. Trata-se de uma entrevista em que o pesquisador da
Embrapa Walwick Kerr discute a participação de “comunidades indígenas e ribeirinhas do
Amazonas na criação de abelhas”, que tem possibilitado de se tornar “fonte alternativa de
renda”, com “a melhoria da qualidade de vida das comunidades”, e "ajudado na
conservação da floresta”.
Nas demais pautas revezam-se: populares pedindo ao poder público a garantia de
políticas de melhoria da qualidade de vida; o status quo, com a cumplicidade da sociedade
e da mídia, ocupando-se apenas de tratar sobre questões econômicas; a sociedade civil,
através dos movimentos sociais, tenta esporadicamente garantir condições mínimas de
sobrevivência para as comunidades miseráveis, com ações paliativas e de curta duração. A
preservação ambiental é tratada como de interesse maior apenas do poder público, com
raras intervenções da sociedade. Abordados individualmente os sub-conceitos de
desenvolvimento sustentável exibem apenas de forma isolada e fragmentada as partes de
um todo.
111
Considerações Finais
A avaliação do material produzido e veiculado pelas emissoras da Rede Amazônica
revela que a promoção do conceito de desenvolvimento aparece apenas de forma
fragmentada e isolada, revelando uma total falta de compromisso desses veículos na
cobrança de um modelo de desenvolvimento adequado à Amazônia Brasileira. O fato de
cada vez mais se tornarem indispensáveis na disseminação de informações necessárias à
promoção de um entendimento (específico ou) geral e contextualizado do meio em que
cada um de nós vive, ainda não provocou nestas emissoras uma reflexão sobre o papel a ser
desempenhado, por elas, em nome do bem-estar coletivo.
Beltrão (1996) ao analisar a opinião de lideranças regionais da Amazônia Brasileira
sobre o papel dos mídias “enquanto formadores de opinião e construtores de conceitos
sobre meio ambiente e desenvolvimento”, defende que a “comunicação é reconhecida [...]
como sendo elemento essencial para mudança social. [...] Os líderes de opinião também
reconhecem a característica participativa da comunicação”. (p. 79-92)
Assim, somos forçados a constatar que um novo despertar para a importância da
promoção de um desenvolvimento sustentável da região, que garanta a participação de
todos na geração de riquezas, na preservação ambiental e na distribuição da renda, depende
muito do papel a ser desempenhado pela mídia, principalmente a televisão, na qualidade de
um veículo de massa e de grande penetração nos segmentos sociais e que dispõe de
ferramentas capazes de propagar, pelos quatro cantos, essa nova formar de gerenciar e
manter o meio ambiente. Ou seja, esse é o veículo capaz de estimular o envolvimento de
todos os atores sociais na definição de novos caminhos.
Esta participação das emissoras tem sido conduzida, como mostra a pesquisa, em
parte pela maciça superioridade da autoridade pública (poderes executivos federal, estadual,
municipal), a uma postura parcial frente a situação, em que o interesse econômico
112
prevalece como o mais emergencial e indispensável para o desenvolvimento da região. É
parcial também o tratamento que as emissoras dispensam aos graves problemas sociais que
afligem os centros urbanos: os anseios sociais ganham apenas um eco longínquo através
destas emissoras, sem que haja nenhuma ressonância no poder constituído.
A questão ambiental também é vista de forma isolada e apenas sob a ótica do poder
público, que para o diretor geral de Jornalismo da rede Amazônica Milton Cordeiro, é a
quem cabe “fazer alguma coisa”, ao justificar a postura das emissoras: “Eu acho que os
veículos de comunicação têm tido a preocupação de alertar o perigo que acontece em razão
da destruição da fauna, da flora, dos recursos hídricos; se o poder público não tomar uma
política séria de preservação do meio ambiente, nós estamos fadados a futuramente
desaparecer. (...) Se os governos não cuidarem de proteger a própria natureza, é claro que
haverá um futuro que talvez meus bisnetos e os netos dos meus netos já sofram com o
problema do meio ambiente”39. No fundo, o que se observa, mesmo com o tratamento
parcial e superficial do tema, é a urgência dos desafios a serem enfrentados e a necessidade
de definição do novo modelo de desenvolvimento para a região.
A visão parcial do diretor geral de jornalismo da Rede Amazônica eco em todas as
emissoras onde o conceito de desenvolvimento sustentável é diretamente ligado a
preservação ambiental; os demais elementos que dão sustentação ao conceito aparecem
separados e, no máximo, se observa uma aproximação entre a questão ambiental e o
desenvolvimento econômico. Em entrevistas realizadas, in loco, nas quatro emissoras
pesquisadas, com gerentes de jornalismo, repórteres, produtores, cinegrafistas e editores, é
evidente a mesma compreensão: uma postura que reprime a participação da sociedade e
favorece a tomada de decisões unilaterais, comandas na maioria das vezes pelo poder
público, que tanto têm comprometido a definição de uma política que desenvolva a
Amazônia respeitando as suas particularidades e especificidades.
A concentração das pautas nos centro urbanos, mais especificamente nas capitais,
reduz bastante o contato dos jornalistas, que “cobrem” os quatro estados, com a região
como um todo. A maioria, por exemplo, sequer conhece a realidade do município mais
próximo da capital. Phelippe Daou justifica essa exclusão afirmando que no “interior a
39 Entrevista concedida ao jornalista Edileuson Almeida (16/8/2002)
113
situação é mais difícil e nós temos que eleger pólos [...], o deslocamento das equipes [...];
a identificação dos problemas que mais afligem essas comunidades, exige muito recurso, e
os recursos aqui na nossa região são parcos. Eles são poucos. Nós temos prioridades
maiores. Na medida em que for possível nós vamos alargar. Isso só com o tempo”40.
Entenda-se como “prioridade” os assuntos gerados na capital, que ocupam a totalidade do
tempo que deveria destacar os temas regionais e locais como um todo.
E os sindicatos de Jornalistas da Região? O que pensam a respeito do telejornalismo
praticado na região, e mais especificamente, pela Rede Amazônica? O presidente do
Sindicato dos Jornalistas do Acre, Gilberto Ubaiara41, numa defesa apaixonada da Rede
Amazônica, se derrete frente ao seu poder, elogia a postura jornalística e o
“comprometimento da Rede Amazônica e seus emissoras com os temas locais regionais”.
Os presidentes dos Sindicatos de Roraima, Humberto Silva, e Rondônia, Raimundo
Nonato, não se manifestaram.
Da parte do presidente do Sindicato dos Jornalistas do Amazonas, Deocleciano
Bentes de Souza42, só há críticas:
O primeiro escalão [editores, chefes de reportagem] da televisão amazonense, é formado
por medíocres, incompetentes e puxa-saco dos proprietários. A notícia é mercadoria. Os
telejornais deseducam. A comunidade é o que menos importa. O telejornal amazonense
praticamente não existe como uma divulgadora de informação, se prendendo mais para
lado publicitário do que o da notícia, da informação. A Rede Amazônica lidera todo este
circo que envergonha a prática jornalística.
Em meio a tal estado de coisas, não resta dúvida sobre a quase indiferença e falta de
comprometimento desse poderoso veículo de comunicação com essa questão, tão
fundamental para o futuro da região.
40 Entrevista concedida ao jornalista Edileuson Almeida (Manaus, 14/8/2002)
41 Entrevista concedida ao jornalista Edileuson Almeida (Manaus, 13/8/2002)
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YORKE, Ivor. Jornalismo diante das Câmeras. São Paulo, Summus, 1998.
WOLF, Mauro. Teorias da Comunicação. Lisboa, Editorial Presença, 1995
www.redeamazonica.com.br
www.amazonsat.com.br
www.ibge.gov.br
ZONEAMENTO da Amazônia. Agora sai? Jornal “A Crítica”.
http://www.amazonpress.com.br/tocantins/dedoc/to07102000.htm
ENTREVISTAS (concedidas ao autor)
BENESBY, Marcelo. TV Rondônia. Porto Velho, 14/6/2001.
CARVALHO, Airlene. TV Roraima. Boa Vista, 14/11/2002.
CORDEIRO, Milton. Rede Amazônica de Televisão. Manaus, 16/8/2002.
DAOU, Felippe. Rede Amazônica de Televisão. Manaus, 14/8/2002.
DOURADO, Jefson. TV Acre. Rio Branco, 10/6/2001
FREIRE, Arilson. TV Amapá. Macapá, 27/5/2001.
SOUZA, Deocleciano Bentes de. Sindicatos dos Jornalistas do Amazonas. Manaus,
16/8/2002.
UBAIARA, Gilberto. Sindicato dos Jornalistas do Acre. Manaus, 13/8/2002
123
Anexo 1
124
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Bom Dia Amazônia
22 de maio de 2002
TV Amazonas
45 minutos
T. Produção: 30min44seg
Tema
Deputados analisam relatório
da CPI do SIVAM e estudam
criação da Agência de
Vigilância
Local
Brasília
Entrevistado
Deputado Federal Confúcio
Souza, relator
Deputado Federal Arlindo
Chinaglia
Deputado Federal Antônio Feijão
PSDB/AP
Governo Federal discute
Marcus Pestana, ministro Interino
atuação conjunta na
Brasília
do Meio Ambiente
Amazônia, com a finalidade de
Arthur Horta, presidente do Comitê
definir estratégia para o
Executivo para atuação conjunta
desenvolvimento sustentável
na Amazônia
da região.
Resíduos tóxicos do Parque
Industrial de Manaus são
reaproveitados pela
construção civil, como tijolos
ecológicos.
Manaus
José Vital, empresário
Soma total do tempo
Tempo
1‟57”
1‟48”
1‟15”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Sim. Aborda um dos subconceitos de Desenvolvimento
Sustentável (preservação
ambiental), tanto o Sivam
quanto a Agência (ambos em
discussão) apresentam-se
como importantes
instrumentos de auxílio para a
preservação ambiental da
região.
Sim. Apesar de não tratar de
forma explicita o conceito de
Desenvolvimento Sustentável,
a matéria destaca uma ação
governamental para por em
prática uma política de
desenvolvimento sustentável
para a região.
Sim, sendo que aqui dois subconceitos do Desenvolvimento
Sustentável (Desenvolvimento
econômico e preservação
ambiental) se evidenciam, pois
ao mesmo tempo que evita
poluir, o reaproveitamento do
resíduo reverte-se em
importante fonte de renda para
a empresa.
5’00”
125
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AM TV 1a Edição
22 de maio de 2002
TV Amazonas
27 minutos
Tempo de Produção: 24min55seg
Tema
Local
Governo Federal
discute atuação
conjunta na Amazônia, Brasília
para definir estratégia
para o
desenvolvimento
sustentável na região
Entrevistado
Marcus Pestana, ministro
Interino do Meio Ambiente
Arthur Horta, secretário
Executivo da Comissão
Especial da Amazônia
Soma total do tempo
Tempo
1‟48”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Sim. Apesar de não tratar de forma explicita
o conceito de Desenvolvimento Sustentável,
a matéria destaca uma ação governamental
para por em prática uma política de
desenvolvimento sustentável para a região.
1’48”
126
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AC TV 1a Edição
22 de maio de 2002
TV Acre
27 minutos
Tempo de Produção: 20min54seg
Tema
Usuários
reclamam de
atendimento de
Posto de Saúde
na capital
Palestra reúne
mais de 100
empresários da
região
Local
Rio
Branco
Rio
Branco
Moradores
reclamam falta de
saneamento
Rio
básico em bairro Branco
da periferia de Rio
Branco
Moradores
reclamam que
esgoto,
parcialmente
canalizado, virou
deposito de lixo.
Rio
Branco
Entrevistado
Maria Augusta, dona-de-casa
Rosineide Marinho, doméstica
Maria José, agricultora
Antonio Camilo, diretor do Centro de Saúde
Luciana Costa, cobradora de ônibus
Joceli de Araújo, dona-de-casa
Eloi Zaneti, consultor de Marketing
Joafran Guedes, presidente da Federação
das Indústrias do Acre
Jorge Villa Novas, superintendente do
Sesi/AC
César Botto, diretor do Senai/AC
Tempo
2‟10”
1‟55”
Rosa Maria, dona-de-casa
Ironildes Souza, dona-de-casa
Maria de Lourdes, aposentada
1‟59”
Socorro Araújo, dona-de-casa
Maria Lima, comerciante
Francisco das Chagas, presidente da
Associação de Moradores
Hecilia Souza, dona-de-casa
1‟48”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Aborda apenas um dos subconceitos de Desenvolvimento
Sustentável (equidade social), de
forma negativa, tomando como
referência uma dentre as
inúmeras deficiências do poder
púbico quando oferecer serviços
básicos ao cidadão.
Mais uma vez apenas um dos
sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável
(Desenvolvimento econômico) é
enfatizado. A reportagem destaca
os aspectos necessários para
melhorar desempenho
empresarial na região.
Ruas e casas alagadas pelas
chuvas de inverno mobilizam a
população para reivindicar ao
poder público saneamento
básico. Aqui se apresenta mais
um sub-conceito do
Desenvolvimento Sustentável
(equidade social)
Aqui mais uma vez de forma
parcial o conceito de
Desenvolvimento Sustentável
(Equidade Social) fica
evidenciado. Moradores da
periferia exigem do poder público
eficiência e solução para um
problema que compromete a
qualidade de vida.
7’52”
127
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RR TV 1a Edição
22 de maio de 2002
TV Roraima
27 minutos
Tempo de Produção: 21min01seg
Tema
Sebrae e embrapa
realizam 1o seminário de
agricultura orgânica
Local
Boa
Vista
Entrevistado
Tempo
Joaci Freitas,
engenheiro Agrônomo 1‟35”
da Embrapa
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Sim. Aborda de forma positiva apenas um dos
sub-conceitos do desenvolvimento sustentável
(desenvolvimento econômico).
1’35”
128
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por emissora
(por programa)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Amazonas
22 de maio de 2002
TV Amazonas
18 minutos
T. de Produção:
14min23seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Prorrogação do funcionamento
da Zona Franca de Manaus Brasília
fica para depois das eleições.
Deputado Aécio Neves, presidente
da Câmara dos Deputados
Deputado Francisco Garcia-PFL/AM
1‟45”
Subida do Rio Negro no
período chuvoso não preocupa Manaus
autoridades
Valdercino Pereira da Silva,
encarregado dos Serviços
Hidrográficos da CPRM
1‟20”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento
Sustentável
Sim, sendo que de forma
indireta, pois aborda apenas
um sub-conceito do
Desenvolvimento
Sustentável
(Desenvolvimento
econômico), destacando a
principal fonte de renda do
Estado do Amazonas.
Sim. A subida dos rios
amazônicos sempre
representa perigo de
alagamentos nos centros
urbanos, provocando nas
periferias das cidades
(principalmente) problemas
sociais (desabrigados,
doenças, etc.). Portanto, ao
anunciar a previsão, o
especialista põem em
evidencia um dos subconceitos do
Desenvolvimento
Sustentável (equidade
social). Inverno é sinal de
alagação e problemas para
as populações periféricas da
capital amazonense.
3’05”
129
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Rondônia
22 de maio de 2002
TV Rondônia
18 minutos
T. de Produção:
14min26seg
Tema
Local
Programa do Governo
Federal capacita mão-deobra em 19 municípios de Porto Velho
Rondônia, atendendo
pessoas desempregadas ou
sem profissão definida
Entrevistado
Inês Zadol, prefeita de Pimenta
Bueno/RO
Sirlene Ferreira, beneficiária do
Programa
Ludgério Monteiro, secretário
Nacional do Comunidade Ativa
Soma total do tempo
Tempo
1‟58”
Faz referência ao
Desenvolvimento
Sustentável
Sim, abordando um dos subconceitos de
Desenvolvimento
Sustentável (equidade
social), pois enfatiza as
possibilidades de inserção
destas pessoas no mercado
de trabalho
1’58”
130
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Jornal do Acre
22 de maio de 2002
TV Acre
18 minutos
T. de Produção:
12min46seg
Tema
Chuva provoca alagamento
em bairros da periferia de
Rio Branco.
Local
Rio
Branco
Entrevistado
Pedro de Barros, vendedor
ambulante
Judith de Barros, dona-de-casa
Lindalva da Silva, dona-de-casa
Aparecida Ferreira, dona-de-casa
Soma total do tempo
Tempo
1‟59”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A matéria trata de forma
parcial o conceito de
desenvolvimento (Equidade
Social), destacando a
ineficiência do poder público
em garantir infra-estrutura
mínima na periferia da capital
do Acre.
1’59”
131
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Bom Dia Amazônia
23 de maio de 2002
TV Amazonas
44 minutos
T. Produção: 40min44seg
Tema
Local
Votação da prorrogação dos
incentivos da Zona Franca de
Manaus só depois das
eleições 2002
Brasília
Operação das Forças
Armadas, coordenada pelo
Ministério da Defesa,
mobiliza pessoal e
São
equipamentos ao longo de 1,5 Gabriel
mil quilômetros de fronteira na
da
Amazônia
Cachoeira
Entrevistado
Deputado Aécio Neves,
presidente da Câmara dos
Deputados
Deputado Federal Francisco
Garcia, PFL/AM
General José Luna e Silva,
comandante do 16o BIS
Francisco Gallo, comandante
Naval da Amazônia Ocidental
Eduardo Vazquez, capitão de
Corveta
General Claudiomar Nunes,
comandante do 1 BIS
Soma total do tempo
Tempo
1‟45”
2‟07”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Apesar de tratar o conceito de
desenvolvimento sustentável
de forma indireta, aborda um
dos principais pontos da
economia amazonense
(desenvolvimento econômico),
responsável por significativa
parcela do PIB do Estado.
Aqui também o Conceito
abordado de forma parcial põe
em discussão a proteção das
áreas de fronteira, que
também contribui para a
preservação ambiental.
3’52”
132
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Amazônia em Notícias
23 de maio de 2002
TV Amazonas
14 minutos
T. de Produção:
11min10seg
Tema
Presidente do Senado,
Ramez Tebet, confirma
apoio a Zona Franca de
Manaus
Local
Brasília
Ministério da Defesa
reúne as Forças Armadas
São
para operação de
Gabriel da
vigilância na fronteira
Cachoeira
Brasil/Colômbia/Peru
Enrevistado
Senador Ramez Tebet,
presidente do Senado
Dois parlamentares da
Amazônia, sem crédito
General Luna e Silva,
comandante do 16o BIS
Francisco Gallo,
comandante Naval da
Amazônia Ocidental
General Claudiomar
Nunes, comandante do 1a
BIS
Soma total do tempo
Tempo
1‟22”
1‟48”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A discussão no campo político trata sobre
o desenvolvimento econômico (subconceito de Desenvolvimento
Sustentável) do Amazonas, pois a Zona
Franca representa uma das principais
fontes de renda do Estado.
Aqui também o Conceito abordado de
forma parcial põe em discussão a
proteção das áreas de fronteira, que
também contribui para a preservação
ambiental.
3’10”
133
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por emissora
(por programa)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RO TV 1a Edição
23 de maio de 2002
TV Rondônia
27 minutos
Tempo de Produção: 23min34seg
Tema
Local
Carimbo ambiental é
lançado pelos
Porto
Correios e Governo Velho
de Rondônia
Entrevistado
Tempo
Paulo Roberto Medeiros,
diretor regional dos
Corrreios/RO
José Ribamar Oliveira,
1‟17”
secretário de
Desenvolvimento
Ambiental/RO
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A matéria trata sobre um dos sub-conceitos de
desenvolvimento sustentável (preservação
ambiental), através do carimbo transmite-se uma
mensagem sobre a necessidade de preservação
ambiental.
1’17”
134
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AC TV 1a Edição
23 de maio de 2002
TV Acre
27 minutos
Tempo de Produção: 19min00seg
Tema
Transbordamento
de igarapé,
provocado pelas
chuvas, causa
alagamentos e
desabrigados
Local
Entrevistado
Tempo
Rio
Branco
Raimundo, morador
Edson, Morador
1‟18”
Moradores
reclamam de falta
de infra-estrutural
Rio
em ruas de Rio Branco
Branco, capital do
Acre.
Moradores
reclamam de rua
esburacada e falta
Rio
esgoto em bairro Branco
da periferia de de
Rio Branco
Antônio de Souza, estudante
Vanir Rodrigues, dona-de-casa
Osvaldo da Silva, mecânico
João Lopes, funcionário público
José Gomes, aposentado
Gleice da Silva Amorim, manicure
Maria Guedes, dona-de-casa
Doraci Macêdo, vendedora-ambulante
Fidelis Alves, dona-de-casa
Manoel César, vendedor
Otávio César, vendedor
Soma total do tempo
1‟57”
1‟38”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Um velho problema da região,
que une dos sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável
(preservação ambiental e
equidade social), por um lado a
falta de qualidade de vida e por
outro a falta de preservação
ambiental
A equidade social (sub-conceito
de Desenvolvimento Sustentável)
é reivindicação permanente da
população das periferias de Rio
Branco.
Qualidade de vida é reivindicação
permanente da população, um
dos sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável
(equidade social) volta a figurar
nos protestos da comunidade
4’53”
135
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
a
RR TV 1 Edição
23 de maio de 2002
TV Roraima
27 minutos
Tempo de Produção: 20min45seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Setrabes realiza I
Conceição
Seminário de Inclusão
Escobar, secretária
de portadores de
Boa
do Trabalho e
1‟15”
necessidades
Vista
Bem-Estar
especiais
Social/RR
Vala incomoda
moradores de bairro
Jardim primavera, na
capital
Boa
Vista
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A matéria deixa claro um dos sub-conceitos do
Desenvolvimento Sustentável (equidade Social) quando
põe em discussão a inclusão social
A presença deficiente do Estado na hora de garantir os
elementos básicos para a qualidade de vida da
1‟08” população, provoca permanentes reclamações por parte
da população, que pede melhorias nos serviços
prestados pelas instituições públicas (equidade social),
um dos sub-conceitos de Desenvolvimento Sustentável.
Soma total do tempo
2’23”
Manoel Pereira,
morador do bairro
Carlos Alberto,
servidor público
136
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Amazonas
23 de maio de 2002
TV Amazonas
18 minutos
T. de Produção:
15min06seg
Tema
Local
Forças Armadas
Manaus
realizam operação
conjunta nas áreas de
fronteiras na Amazônia
Equipamento digital
ajuda a avaliar os
índices de poluição
provocado pelos
carros.
Entrevistado
Tempo
General Valdésio Guilherme de Figueiredo,
comandante da operação
Geraldo Quintão, ministro da Defesa
1‟20”
Afrânio de Moura, chefe de manutenção
Manaus Julieta Fonseca, chefe de monitoramento da
Secretaria Estadual de Meio Ambiente
Soma total do tempo
1‟06”
Faz referência ao
Desenvolvimento
Sustentável
A matéria faz um balança da
operação volta para a
vigilância e preservação da
Amazônia Brasileira,
abordando portanto um dos
sub-conceitos de
Desenvolvimento
Sustentável (preservação
ambiental)
A matéria discute um dos
sub-conceitos de
Desenvolvimento
Sustentável (preservação
ambiental) quando expõe o
problema da poluição
provocada pelos veículos
automotores.
2’26”
137
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Rondônia
23 de maio de 2002
TV Rondônia
18 minutos
T. de Produção:
16min02seg
Faz referência ao
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Desenvolvimento Sustentável
Senado Federal autoriza
Segundo os argumentos do governo de
Governo federal liberar
Rondônia a pavimentação das rodovias vai
recursos para pavimentação Brasília José Bianco, governador 1„13”
ajudar no desenvolvimento econômico
de 14 rodovias em
de Rondônia
(sub-conceito de Desenvolvimento
Rondônia
Sustentável) do Estado
Soma total do tempo
1’13”
138
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Acre
23 de maio de 2002
TV Acre
18 minutos
T. de Produção:
13min28seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Moradores interditam
bairros por falta d‟água
Rio
Branco
Luiz Bernardino Alves, aposentado
Geni Alves, dona-de-casa
Aracy Menezes da Silva, aposentada
1‟17”
Edison Gomes Pereira, vendedor
Kátia Lúcia, dona-de-casa
Raimundo Vieira, pedreiro
Francisco da Cruz, diarista
1‟23”
Rio transborda e provoca
Rio
alagação na periferia de Rio Branco
Branco
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A equidade social (subconceito de Desenvolvimento
Sustentável) é o desejo dos
moradores que lutam por uma
infra-estrutura básica
descente.
A falta de respeito ao meio
ambiente (preservação
ambiental) e infra-estrutura
digna para a população
(equidade social) evidenciam
dois sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável
2’40”
139
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Roraima
23 de maio de 2002
TV Amazonas
18 minutos
T. de Produção:
14min49seg
Tema
Tribunal de Contas de
Roraima proíbe Governo
Estadual de adquirir mudas
de acácia por falta de estudo
de impacto ambiental
Local
Boa
Vista
Entrevistado
Tempo
Cons.Henrique
1‟02”
Machado,
presidente do
TCE/RR
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A aquisição das acácias (espécie alheia ao solo
roraimense), sem estudo de impacto ambiental,
coloca em destaque um dos sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável (preservação
ambiental)
1’02”
140
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Bom Dia Amazônia
24 de maio de 2002
TV Amazonas
44 minutos
T. Produção: 39min33seg
Tema
Local
Presidente do Congresso
Nacional apoio relatório que
prorroga incentivos na Zona Brasília
Franca de Manaus
Governo Federal libera 35
milhões de dólares para
pavimentação de rodovias
em Rondônia
Entrevistado
Senador Ramez Tebet,
presidente do CN
Dep. fed. Elcione
Barbalho, PMDB/PA
Dep. fed. Francisco
Garcia, PFL/AM
Brasília José Bianco, governador
de Rondônia
Lideres partidários e de
ONG‟s ligados a proteção
ambiental se reúnem em Manaus Luzia Fati, coordenadora
Manaus para elaborar carta
do encontro
sobre o tema a ser enviada
aos presidenciáveis.
Criação do Fundo de
Deputado federal Luiz
Desenvolvimento da
Brasília
Fernando, PMDB/AM
Amazônia Ocidental
Tribunal de Contas de
Roraima suspende licitação
do Governo estadual para
adquirir 650 mil mudas de
acácia, alegado falta de
estudo de impacto
ambiental
Correios de Rondônia e
Governo do Estado lançam
selo regional em
homenagem ao meio
ambiente
Boa
Vista
Porto
Velho
Cons. Henrique
Machado, presidente do
TCE/RR
Paulo Roberto Pereira,
diretor regional ECT/RO
José Ribamar Oliveira,
secretário de Desenv.
Ambiental/RO
Soma total do tempo
Tempo
1‟37”
1‟12”
1‟21”
1‟01”
1‟24”
1‟17”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Apesar de tratar o conceito de
desenvolvimento sustentável de forma
indireta, aborda um dos principais pontos
da economia amazonense
(desenvolvimento econômico), responsável
por significativa parcela do PIB do Estado.
Segundo os argumentos do governo de
Rondônia a pavimentação das rodovias vai
ajudar no desenvolvimento econômico
(sub-conceito de Desenvolvimento
Sustentável) do Estado
O assunto da matéria vai de encontro a um
dos sub-conceitos de desenvolvimento
Sustentável (preservação ambiental).
A Criação do fundo privilegia o
desenvolvimento econômico (sub-conceito
de Desenvolvimento Sustentável) para os
quatro estados que compõe a Amazônia
Ocidental (AC, AM, RO, RR)
A matéria põe em evidência um dos subconceitos de Desenvolvimento Sustentável
(preservação ambiental) ao abordar a
necessidade do estudo, pois trata-se de
uma cultura alheia a região.
A matéria trata sobre um dos sub-conceitos
de desenvolvimento sustentável
(preservação ambiental), através do selo
transmite-se uma mensagem sobre a
necessidade de preservação ambiental.
7’52”
141
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Amazônia em Notícias
24 de maio de 2002
TV Amazonas
14 minutos
T. de Produção:
9min01seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
CNBB organiza mutirão
pelo fim da fome e da
miséria
Brasília
Ione Magalhães, diarista
Dom Aldo Mechello,
presidente da CNBB
1‟33”
Caravana das Águas,
formada por membros de
5 estados, reúne-se para
apresentar propostas
para os presidenciáveis e
a Rio +10
Manaus
Luzia Fati, coordenadora
do Encontro
Soma total do tempo
1‟21”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A fome e a miséria são dois elementos
básicos que superados, ajudarão a atingir
um dos sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável (equidade
social).
O assunto da matéria vai de encontro a
um dos sub-conceitos de
desenvolvimento Sustentável
(preservação ambiental).
2’54”
142
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RO TV 1a Edição
24 de maio de 2002
TV Rondônia
27 minutos
Tempo de Produção: 25min35seg
Tema
Palestra promovida pela
maçonaria aborda a construção
de gasoduto entre a Bacia de
Urucú (AM) e Porto Velho (RO)
Local
Entrevistado
Claúdio Feitosa,
coordenador do
Porto
Evento
Velho Ricardo Pavon, grãomestre/RO
Entrevista de estúdio ouve
especialista sobre os benefícios Porto Hamilton Casara, exdo gasoduto para Rondônia
Velho presidente do IBAMA
Soma total do tempo
Tempo
1‟29”
3‟20”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A discussão sobre a construção do
gasoduto destaca dois sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável (Preservação
Ambiental e Desenvolvimento Econômico)
O técnico enfatiza que a contribuição para
o desenvolvimento econômico (subconceito de Desenvolvimento Sustentável)
é significativo, mas alerta que é preciso dar
importância a outro sub-conceito de
Desenvolvimento Sustentável (preservação
ambiental).
4’49”
143
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AC TV 1a Edição
24 de maio de 2002
TV Acre
28 minutos
Tempo de Produção: 22min25seg
Tema
Local
Lama e sujeira na
rua provoca
reclamações de
moradores
Rio
Branco
Entrevistado
José Carneiro, servidor público
Francisca de Holanda, lavadeira
Gerson da Silva, estudante
Júnior Moura, estudante
Ione Moraes, dona-de-casa
Marinei Mendes, aposentada
Soma total do tempo
Tempo
1‟48”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A pauta virou rotina no telejornal
local, moradores reclamam das
condições de infra-estrutura e
reinvidicam melhores condições
de vida (equidade social), um dos
sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável
1’48”
144
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RR TV 1a Edição
24 de maio de 2002
TV Roraima
28 minutos
Tempo de Produção: 21min48seg
Tema
Local
Embrapa realiza Boa
1o Seminário
Vista
sobre
agricultura
orgânica em
Roraima
Embrapa
desenvolve
espécie de
Mucajaí
banana
resistente
Entrevistado
Rogério Pereira Dias,
técnico do Ministério
da Agricultura
Eli Lino de Jesus,
consultor em
agricultura orgânica
Antonio Aluisio Moura,
produtor
Otoniel Ribeiro
Duarte, pesquisador
da Embrapa
Tempo
1‟24”
1‟56”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A agricultura é uma das principais atividades
econômicas de Roraima, em função dela muitos
produtores provocam incêndios para limpar áreas de
plantio, causando grandes impactos ambientais. O
Seminário apresentam técnicas alternativas para evitar
danos ao ambiente, além de fortalecer a questão
econômico.
A descoberta terá importante contribuições na
eliminação de espécies sem resistência que vem
causando prejuízos. A pesquisa vai de encontro a
preservação ambiental e ao desempenho econômico.
3’20”
145
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Amazonas
24 de maio de 2002
TV Amazonas
18 minutos
T. de Produção:
13min13seg
Tema
Caravana das Águas,
formada por membros de
5 estados, reúne-se para
apresentar propostas
para os presidenciáveis e
a Rio +10
Local
Entrevistado
Tempo
Manaus
Luzia Fati, coordenadora
do Encontro
1‟21”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O assunto da matéria vai de encontro a
um dos sub-conceitos de
desenvolvimento Sustentável
(preservação ambiental).
1’21”
146
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Rondônia
24 de maio de 2002
TV Rondônia
18 minutos
Tempo de Produção: 14min26seg
Tema
Palestra promovida pela
maçonaria aborda a construção
de gasoduto entre a Bacia de
Urucú (AM) e Porto Velho (RO)
Faz referência ao
Entrevistado
Tempo
Desenvolvimento Sustentável
Claúdio Feitosa,
coordenador do
A discussão sobre a construção do
Porto
Evento
1‟29”
gasoduto destaca dois sub-conceitos de
Velho Ricardo Pavon, grãoDesenvolvimento Sustentável (Preservação
mestre/RO
Ambiental e Desenvolvimento Econômico)
Soma total do tempo
1’29”
Local
147
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Roraima
24 de maio de 2002
TV Roraima
18 minutos
Tempo de Produção: 14min23seg
Tema
Embrapa realiza
1o Seminário
sobre agricultura
orgânica em
Roraima
Faz referência ao
Entrevistado
Tempo
Desenvolvimento Sustentável
Rogério Pereira Dias,
técnico do Mininistério
A agricultura é uma das principais atividades
Boa
Agricultura
1‟24”
econômicas de Roraima, em função dela muitos
Vista
Eli Lino de Jesus,
produtores provocam incêndios para limpar áreas de
consultor em
plantio, causando grandes impactos ambientais. O
agricultura orgânica
Seminário apresentam técnicas alternativas para evitar
Antonio Aluísio
danos ao ambiente, além de melhorar o desempenho
Moura, produtor
econômico.
Soma total do tempo
1’24”
Local
148
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Amazônia em Notícias
25 de maio de 2002
TV Amazonas
14 minutos
T. de Produção:
10min13seg
Tema
Encerramento da
Caravana das Águas,
formada por membros de
5 estados, apresenta
documento com
propostas que será
entregue aos
presidenciáveis e a
cúpula da Rio +10
Local
Entrevistado
Tempo
Manaus
Norberto Cruz da Silva,
vice-coordenador do
Conselho Indígena de
Roraima
1‟56”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O assunto da matéria vai de encontro a
um dos sub-conceitos de
desenvolvimento Sustentável
(preservação ambiental).
1’56”
149
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AC TV 1a Edição
25 de maio de 2002
TV Acre
25 minutos
Tempo de Produção: 19min31seg
Tema
Moradores unemse para ajudar
creche com
agasalhos,
brinquedos e
alimentos
Local
Rio
Branco
Entrevistado
Paulo Azevedo, coordenador do Centro
Comunitário do Bairro Rui Lino
Maria Duarte, fundadora da Creche
Manoel Lopes, presidente da Associação do
Bairro Rui Lino
Marinalva Duarte Braga, doméstica
Dora Almeida, doméstica
Soma total do tempo
Tempo
1‟55”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A comunidade une-se para
exercício de cidadania e garantir
a crianças carentes o mínimo
necessário (equidade social),
colocando em prática um dos
sub-conceitos do
Desenvolvimento Sustentável.
1’55”
150
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Rondônia
25 de maio de 2002
TV Rondônia
18 minutos
Tempo de Produção: 16min46seg
Tema
Pesca predatória
compromete a principal
fonte de alimentação
de ribeirinhos, em
Rondônia
Local
Porto
Velho
Entrevistado
Pedro Biró, ribeirinho
Dalci Marina de Souza,
ribeirinha
Ronaldo da Silva Tavares,
ribeirinho
Zenaide da Silva, ribeirinha
Alberto Tenório da Silva,
ribeirinho
Antônio Francisco da Silva,
presidente da associação
Soma total do tempo
Tempo
2‟06”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A garantia de sobrevivência de
ribeirinhos é ameaçada pela presença
predatória de outros pescadores. Unidos
os ribeirinhos lutam pelo conservação
(preservação ambiental) do rio que
garante o sustento da comunidade,
destacando um dos sub-conceitos do
Desenvolvimento Sustentável
2’06”
151
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Roraima
25 de maio de 2002
TV Roraima
18 minutos
Tempo de Produção: 14min43seg
Tema
Embrapa incentiva
cultivo de cogumelos
comestíveis e
medicinas, em
Roraima, para
exportação
Local
Entrevistado
Tempo
Boa
Vista
Aroldo César,
pesquisador da
Embrapa
1‟14”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A agricultura é uma das principais atividades
econômicas de Roraima. A produção para
exportação, respeitado o meio ambiente
(preservação ambiental) e ajudando no
desenvolvimento econômico.
1’14”
152
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Bom Dia Amazônia
27 de maio de 2002
TV Amazonas
43 minutos
T. Produção: 34min43seg
Tema
Local
Crescimento no setor Parintins
de turismo provoca
novos investimentos no
setor de serviços.
Debate entre
ministérios discute os
elementos que podem
ser destacados na
“venda” da Amazônia
no exterior
Pesca predatória
compromete a principal
fonte de alimentação
de ribeirinhos, em
Rondônia
Embrapa incentiva
cultivo de cogumelos
comestíveis e
medicinas, em
Roraima, para
exportação
Município Amazonense
investe em fibra para
desenvolver a região
Brasília
Porto
Velho
Entrevistado
Tempo
Lindolfo Fagundes,
empresário
Jorge Abrahão, empresário
1‟47”
Sergio Amaral, ministro do
Desenvolvimento
Pedro Biró, ribeirinho
Dalci Marina de Souza,
ribeirinha
Ronaldo da Silva Tavares,
ribeirinho
Zenaide da Silva, ribeirinha
Alberto Tenório da Silva,
ribeirinho
Antônio Francisco da Silva,
presidente da associação
1‟23”
2‟06”
Boa
Vista
Aroldo César, pesquisador da
Embrapa
1‟14”
Anamã
Dois moradores (sem crédito)
1‟56”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Apontando com uma importante fonte de
renda, o turismo representa um novo
eldorado para o crescimento do PIB
amazonense (desenvolvimento
econômico), um dos sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável
Mas uma vez o planejamento da Amazônia
é decidido nos gabinetes de Brasília.
Apesar de não deixar claro como isso vai
ocorrer, objetivo do governo federal é
desenvolvimento econômico (sub-conceito
de Desenvolvimento Sustentável).
A garantia de sobrevivência de ribeirinhos
é ameaçada pela presença predatória de
outros pescadores. Unidos os ribeirinhos
lutam pelo conservação (preservação
ambiental) do rio que garante o sustento
da comunidade, destacando um dos subconceitos do Desenvolvimento Sustentável
A agricultura é uma das principais
atividades econômicas de Roraima. A
produção para exportação, respeitado o
meio ambiente (preservação ambiental) e
promovendo o desenvolvimento
econômico, evidenciam dois sub-conceitos
de Desenvolvimento Sustentável.
A busca pela vocação econômica tem sido
uma constante na maioria dos municípios
amazônicos. A experiência de Anamã
(Amazonas), apesar de privilegiar o
conceito de Desenvolvimento Sustentável,
a reportagem destaca apenas a questão
do desenvolvimento econômico.
8’26”
153
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Amazônia em Notícias
25 de maio de 2002
TV Amazonas
14 minutos
T. de Produção:
10min13seg
Tema
Encerramento da
Caravana das Águas,
formada por membros de
5 estados, apresenta
documento com
propostas que será
entregue aos
presidenciáveis e a
cúpula da Rio +10
Local
Entrevistado
Tempo
Manaus
Norberto Cruz da Silva,
vice-coordenador do
Conselho Indígena de
Roraima
1‟56”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O assunto da matéria vai de encontro a
um dos sub-conceitos de
desenvolvimento Sustentável
(preservação ambiental).
1’56”
154
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RO TV 1a Edição
27 de maio de 2002
TV Rondônia
27 minutos
Tempo de Produção: 24min26seg
Tema
Comunidades carentes
do interior de Rondônia
são beneficiadas com
projeto do Ministério da
Saúde
Local
Entrevistado
Eliana Mendes Tenório, donade-casa
JiCícero Teixeira, comerciante
Paraná Maria Helena Nunes, 11 anos
Fábio Carilho Navarro, cirurgião
Marcelo Schimit, cirurgião
Luiz Parada, urologista
Carlos Takeo, coordenador
Soma total do tempo
Tempo
2‟07”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O simples direito de consultar o
médico (equidade social) é um evento
sempre raro no interior. Motivo de
festa.
2’07”
155
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RR TV 1a Edição
27 de maio de 2002
TV Roraima
27 minutos
Tempo de Produção: 18min53seg
Tema
Chuvas provocam
enchente em bairro
da periferia de Boa
Vista, capital de
Roraima
No quadro fala povo,
quatro
telespectadores
reclamam da infraestrutura dos bairros
da periferia
Local
Entrevistado
Tempo
Boa
Vista
Raimundo, morador
Morador (sem crédito)
Elizângela, moradora
1‟22”
Boa
Vista
Izaias, funcionário
público
Maria Dulce, estudante
0‟50”
José Lúcio, pedreiro
Lindalva dos Santos,
dona-de-casa
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Reclamação rotineira no logo inverno amazônico,
a população nada mais quer do que qualidade de
vida (equidade social), um dos sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável. Quer uma infraestrutura básica que funcione.
Todos, de pontos distintos da cidade, reclamam de
problemas na infra-estrutura básica da cidade e
pedem melhorias (equidade social), um dos subconceitos de Desenvolvimento Sustentável.
2’12”
156
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Amazonas
27 de maio de 2002
TV Amazonas
20 minutos
T. de Produção:
16min09seg
Tema
Estudantes protestam na
Câmara dos Vereadores
de Manaus, para derrubar
emenda à lei da meia
passagem
Governo Federal quer
incentivar a consolidação
da plataforma
exportadora do Pólo
Industrial de Manaus
Empresas e órgãos
ligados a preservação da
natureza, organizam
Fórum Amazônico de
Meio Ambiente e
Desenvolvimento humano
Local
Entrevistado
Tempo
Manaus
Sem entrevista
1‟11”
Brasília
Sergio Amaral, ministro do
Desenvolvimento
Manaus
Marta Arruda,
coordenadora de eventos
da Fundação Rede
Amazônica
José Roque, secretário de
Meio Ambiente
Soma total do tempo
1‟33”
1‟55”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Direito garantido (equidade social) é
ameaçado. Para mantê-lo, alunos
protestam.
Mas uma vez o planejamento da
Amazônia é decidido nos gabinetes de
Brasília. O desenvolvimento econômico
(sub-conceito de Desenvolvimento
Sustentável) é a meta final, com a
proposta.
O Fórum concentra a discussão em dois
importantes sub-conceitos do
Desenvolvimento Sustentável (equidade
social e preservação ambiental).
4’39”
157
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Rondônia
27 de maio de 2002
TV Rondônia
20 minutos
Tempo de Produção: 17min52seg
Tema
Parceria leva
assistência as
comunidades de
Rondônia. Gente que
por falta de condições
e oportunidades
esperam muito tempo
por atendimento
médico.
Local
JiParaná
Entrevistado
Eliana Mendes Tenório, dona-de-casa
Cícero Teixeira, comerciante
Maria Helena Nunes, 11 anos
Fábio Carilho Navarro, cirurgião
Marcelo Schimit, cirurgião
GuaraciabaTeixeira, secretária de saúde
de Ji-Paraná
Luiz Parada, urologista
Valterli Conceição Sanches, especialista
em emergência
Carlos Takeo, coordenador
Soma total do tempo
Tempo
2‟36”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O simples direito de consultar
o médico (equidade social) é
um evento sempre raro no
interior. Motivo de festa.
2’36”
158
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Acre
27 de maio de 2002
TV Acre
20 minutos
Tempo de Produção: 18min00seg
Tema
O Acre
experimenta a
partir de julho um
projeto de
exploração de
modo sustentável
Local
Entrevistado
Rio
Branco
Sídia Maria Cordeiro, presidente da
Fundação de Tecnologia/AC
Nécia Maria Moreno, gerente do projeto
Antimary
Soma total do tempo
Tempo
1‟50”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O estudo levou dez anos para ser
concluído. A exploração da
floresta de forma sustentável
garante a preservação ambiental
e o desenvolvimento econômico.
1’50”
159
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Bom Dia Amazônia
28 de maio de 2002
TV Amazonas
43 minutos
T. Produção: 35min55seg
Tema
Governo Federal quer
incentivar a
consolidação da
plataforma exportadora
do Pólo Industrial de
Manaus
O Acre experimenta a
partir de julho um
projeto de exploração
de modo sustentável
Local
Entrevistado
Tempo
Brasília
Sergio Amaral, ministro do
Desenvolvimento
1‟33”
Sídia Maria Cordeiro,
presidente da Fundação de
Rio
Tecnologia/AC
Branco Nécia Maria Moreno, gerente
do projeto Antimary
Empresas e órgãos
Marta Arruda, coordenadora
ligados a preservação
de eventos da Fundação
da natureza, organizam Manaus
Rede Amazônica
Fórum Amazônico de
José Roque, secretário de
Meio Ambiente e
Meio Ambiente
Desenvolvimento
humano
Soma total do tempo
1‟50”
1‟55”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Mas uma vez o planejamento da Amazônia
é decidido nos gabinetes de Brasília. O
desenvolvimento econômico (sub-conceito
de Desenvolvimento Sustentável) é a meta
final, com a proposta.
O estudo levou dez anos para ser
concluído. A exploração da floresta de
forma sustentável é a garantia de
preservação ambiental (sub-conceito de
Desenvolvimento Sustentável)
O Fórum concentra a discussão em dois
importantes sub-conceitos do
Desenvolvimento Sustentável (equidade
social e preservação ambiental).
5’18”
160
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AM TV 1a Edição
28 de maio de 2002
TV Amazonas
27 minutos
Tempo de Produção: 23min35seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Empresas e órgãos
ligados a preservação
Marta Arruda,
da natureza, organizam Manaus coordenadora de eventos
1‟55”
Fórum Amazônico de
da Fundação Rede
Meio Ambiente e
Amazônica
Desenvolvimento
José Roque, secretário de
humano
Meio Ambiente
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O Fórum concentra a discussão em dois
importantes sub-conceitos do
Desenvolvimento Sustentável (equidade
social e preservação ambiental).
1’55”
161
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RO TV 1a Edição
28 de maio de 2002
TV Rondônia
27 minutos
Tempo de Produção: 25min38seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Turismo em Rondônia é
discutido em seminário
Porto
Velho
Dárius Vaquer, coordenador
do Evento
2‟11”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Há algum tempo o turismo vem sendo
apontado como uma importante fonte de
renda para todos os estados da
Amazônia. AA discussão do tema se dá
no campo do desenvolvimento
econômico.
2’11”
162
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AC TV 1a Edição
28 de maio de 2002
TV Acre
27 minutos
Tempo de Produção: 23min36seg
Tema
Moradores reclamam
de esgoto entupido na
rua. Taxistas reclamam
de buracos que
causam prejuízos.
Local
Entrevistado
Tempo
Rio
Branco
Francisco Ferreira, taxista
Edivaldo da Silva, taxista
1‟01”
Gilsélio Acioli, secretário de
Meio Ambiente de Tarauacá
1‟38”
Lixão polui igarapé que Tarauacá
abastece cidade
acreana
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Garantir a qualidade de vida tem sido um
lutam permanente das classes
minoritárias (equidade social), um dos
sub-conceitos de Desenvolvimento
Sustentável.
Um problema pouco observado pelas
autoridades públicas, o lixo compromete
a qualidade de vida de muita gente. A
população, maior prejudicada, exige um
tratamento digno (equidade social).
2’39”
163
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RR TV 1a Edição
28 de maio de 2002
TV Roraima
28 minutos
Tempo de Produção: 21min25seg
Tema
Local
As dificuldades de acesso
ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador são cada vez Boa Vista
maiores. No mercado de
trabalho existem vagas,
falta pessoal qualificado.
Entrevistado
Tempo
Desnaveth Santos,
desempregada
Givaldo Silva,
1‟42”
desempregado
Antônia Cabral,
diretora do Sine/RR
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
As dificuldades enfrentadas pela população
de baixa renda compromete a inserção no
mercado, aumentando cada vez mais as
diferenças sociais (equidade social)
1’42”
164
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Rondônia
28 de maio de 2002
TV Rondônia
18 minutos
Tempo de Produção: 15min26seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Turismo em Rondônia é
discutido em seminário
Porto
Velho
Dárius Vaquer, coordenador
do Evento
2‟11”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Há algum tempo o turismo vem sendo
apontado como uma importante fonte de
renda para todos os estados da
Amazônia. A discussão do tema se dá
no campo do desenvolvimento
econômico.
2’11”
165
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Acre
28 de maio de 2002
TV Acre
18 minutos
Tempo de Produção: 13min53seg
Tema
Moradores reclamam
de esgoto entupido na
rua. Taxistas reclamam
de buracos que
causam prejuízos.
Local
Entrevistado
Tempo
Rio
Branco
Francisco Ferreira, taxista
Edivaldo da Silva, taxista
1‟01”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Garantir a qualidade de vida tem sido um
lutam permanente das classes
minoritárias (equidade social), um dos
sub-conceitos de Desenvolvimento
Sustentável.
1’01”
166
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Bom Dia Amazônia
29 de maio de 2002
TV Amazonas
43 minutos
T. Produção: 39min29seg
Tema
Local
Entrevistado
I Fórum Amazônico
sobre as Águas
Fernando Pereira de
apresenta o
Carvalho, presidente
mapeamento dos rios Manaus
da CPRM
destacando a
Jorge Garcez,
necessidade de
pesquisador
preservação e uso
sustentável dos
recursos hídricos.
20 projetos ocupam a
pauta da Comissão da
Amazônia, no
Deputado federal
Congresso Nacional, a Brasília
Luciano Castro
maioria propondo a
(PFL/RR), presidente
redivisão territorial na
da Comissão da
Amazônia e alguns
Amazônia
sobre a mudança na
política indígena.
Protesto de
funcionários da
Embrapa evidencia
sucateamento da
instituição
Raimundo
Nascimento, Sindicato
Manaus dos Pesquisadores da
Embrapa/AM
João Ferdinando,
pesquisador/Embrapa
Criação de abelhas nas
comunidades
Manaus
Walwick Kerr,
ribeirinhas e indígenas
pesquisador/Embrapa
ganha novo impulso.
Tempo
1‟46”
3‟57”
1‟22”
7‟08”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A preservação e o uso sustentável da água
(preservação ambiental) é parte do conceito de
Desenvolvimento Sustentável. O Fórum, com
participação restrita a pesquisadores e
autoridades, destaca inclusive a possibilidade de
cobrança pelo uso da água.
O resultado destes projetos terá direta relação
com o Desenvolvimento Sustentável da região,
pois significarão novos rumos para a preservação
ambiental, a equidade social e o desenvolvimento
econômico da região (sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável), fatores estes não
evidenciados na entrevista.
A Embrapa é a principal empresa pública de
pesquisa na área agropecuária na Amazônia. O
sucateamento da Empresa nos últimos cinco anos,
significa ameaça a preservação ambiental (subconceito de Desenvolvimento Sustentável) da
região, pois as atividades da agropecuária são as
principais responsáveis pela degradação
ambiental e os estudos sistemáticos da Embapa,
agora ameaçados, tem ajuda a minimizar estes
impactos.
A atividade além de gerar renda alternativa para
as comunidades, também ajuda na polinização da
floresta Amazônica. O cultivo de abelhas, atividade
alternativa e complementar, contribui para a
geração de renda (desenvolvimento econômico)
enriquece a alimentação e a qualidade de vida das
comunidades (equidade social) e ajuda no
conservação da floresta (preservação ambiental)
14’13”
167
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Amazônia em Notícias
29 de maio de 2002
TV Amazonas
15 minutos
T. de Produção:
12min11seg
Tema
Local
Entrevistado
Tempo
Lixão polui igarapé que
abastece cidade acreana
Tarauacá
Antônio da Silva, agricultor
Gilsélio Acioli, secretário de
Meio Ambiente de
Tarauacá
Soma total do tempo
1‟18”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
Um problema pouco observado pelas
autoridades públicas, o lixo compromete
a qualidade de vida de muita gente. A
população, maior prejudicada, exige um
tratamento digno (equidade social).
1’18”
168
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
AM TV 1a Edição
29 de maio de 2002
TV Amazonas
27 minutos
T. Produção: 24min05seg
Tema
Protesto de
funcionários da
Embrapa evidencia
sucateamento da
instituição
Local
Entrevistado
Raimundo
Nascimento, Sindicato
Manaus dos Pesquisadores da
Embrapa/AM
João Ferdinando,
pesquisador/Embrapa
Tempo
1‟22”
Soma total do tempo
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A Embrapa é a principal empresa pública de
pesquisa na área agropecuária na Amazônia. O
sucateamento da Empresa nos últimos cinco anos,
significa ameaça a preservação ambiental (subconceito de Desenvolvimento Sustentável) da
região, pois as atividades da agropecuária são as
principais responsáveis pela degradação
ambiental e os estudos sistemáticos da Embapa,
agora ameaçados, tem ajuda a minimizar estes
impactos.
1’22”
169
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RO TV 1a Edição
29 de maio de 2002
TV Rondônia
27 minutos
Tempo de Produção: 24min25seg
Tema
População de três
municípios comemora,
após vários dias de
manifestação em Porto
Velho (RO), a conquista
do direito de realizar
plebiscito para
emancipação dos distritos
de Extrema, Nova
Califórnia e Tarilândia
Local
Porto
Velho
Entrevistado
Raduan Miguel Filho, juiz
eleitoral
Ney Leal, juiz eleitoral
Deputado Natanael Silva,
presidente da ALE/RO
João Batista Silva, vereador
de Jaru
Amauri Santos, prefeito de
Jaru
Soma total do tempo
Tempo
3‟28”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A mobilização e união dos moradores
das três localidades forçou o poder
público a reconhecer um direito
garantido na Constituição Federal. Para
a comunidade a conquista, e a possível
transformação em município, significa a
possibilidade de desenvolvimento
econômico (sub-conceito de
Desenvolvimento Sustentável) dos três
distritos.
3’28”
170
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
RR TV 1a Edição
29 de maio de 2002
TV Roraima
27 minutos
Tempo de Produção: 21min06seg
Tema
Local
Grupo de voluntários da
Boa
comunidade ajuda na
Vista
aprendizagem de alunos da
periferia
Entrevistado
Renderson Oliveira, 11 anos
Kalel Souza, 11 anos
Raysa Magalhães, 8 anos
Ana Márcia, professora
Vânia Maria, professora voluntária
Maria Leni, dona-de-casa
Zenaide Pinheiro, voluntária
O Ministério da Saúde
classifica os Hospitais do
SUS, em Roraima, como os Boa Joaquim Santana, funcionário público
piores prestadores de
Vista Valdenora Rodrigues, dona-de-casa
serviço do país, segundo
Altamir Lago, secretário de Saúde de
avaliação da população e de
Roraima
técnicos do Ministério.
Soma total do tempo
Tempo
2‟31”
2‟02”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A união da comunidade supre
a carência e a ausência do
Estado em oferecer educação
de qualidade. A promoção da
equidade social (sub-conceito
de Desenvolvimento
Sustentável) é assumida pela
comunidade.
O próprio poder público
reconhece a sua ineficiência
na hora de garantir um
atendimento igualitário e com
qualidade (equidade social) à
população, na área de saúde.
4’33”
171
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Amazonas
29 de maio de 2002
TV Amazonas
18 minutos
T. de Produção:
15min02seg
Tema
Companhia de Águas do
Amazonas garante que
população de Manaus
poderá consumir a água
diretamente da torneira,
sem precisar filtrar.
Igreja convoca mutirão
para combater a fome,
um grande problema
social, viabilizando
emprego e renda para a
população.
Local
Manaus
Manaus
Faz referência ao
Entrevistado
Tempo
Desenvolvimento Sustentável
José Roque, secretário de
A utilização racional e com qualidade da
Meio ambiente de Manaus
água só agora ocupa espaço na agenda
Renan Azevedo, diretor1‟25”
dos órgãos responsáveis pelo
presidente da Companhia
fornecimento do produto. A população de
de Águas do Amazonas
menor poder aquisitivo há muito sofre
com a qualidade da água que chega aos
lares da capital do Amazonas. A matéria
aborda dois sub-conceitos de
Desenvolvimento Sustentável (equidade
social e preservação ambiental)
Raimundo Jose,
O direito mínimo a não passar fome
desempregado e pai de 5
1‟47” ainda é utopia para milhares de pessoas
filhos
no Amazonas e em toda a região.
Dom Luiz Soares Vieira,
Organizações não-governamentais se
arcebispo de Manaus
mobilizam para garantir este direito a
todos (equidade social), um dos subconceitos de Desenvolvimento
Sustentável.
Soma total do tempo
3’12”
172
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Rondônia
29 de maio de 2002
TV Rondônia
18 minutos
Tempo de Produção: 15min53seg
Tema
População de três
municípios comemora,
após vários dias de
manifestação em Porto
Velho (RO), a
conquista do direito de
realizar plebiscito para
emancipação dos
distritos de Extrema,
Nova Califórnia e
Tarilândia
Local
Porto
Velho
Entrevistado
Celso Pereira Pontes, comissão
de Tarilândia
Waldir Pereira, comissão de Nova
Califórnia
Carlos Simplicio, comissão de
Extrema
Raduan Miguel Filho, juiz eleitoral
Ney Leal, juiz eleitoral
Deputado Natanael Silva,
presidente da ALE/RO
João Batista Silva, vereador de
Jaru
Amauri Santos, prefeito de Jaru
Soma total do tempo
Tempo
3‟39”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
A mobilização e união dos moradores
das três localidades forçou o poder
público a reconhecer um direito
garantido na Constituição Federal.
Para a comunidade a conquista, e a
possível transformação em município,
significa a possibilidade de
desenvolvimento econômico (subconceito de Desenvolvimento
Sustentável) dos três distritos.
3’39”
173
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal do Acre
29 de maio de 2002
TV Acre
18 minutos
Tempo de Produção: 14min40seg
Tema
Local
Hospitais do SUS no Norte são
os piores do país, segundo a
opinião dos usuários, que
Rio
reclamam da falta de
Branco
equipamentos e
medicamentos e da qualidade
de atendimento.
Diocese de Rio Branco, capital
do Acre, entra na luta para
Rio
combater a fome e a miséria. Branco
A idéia é reunir vários
parceiros num grande mutirão.
Entrevistado
Tempo
Alexandre de Almeida,
produtor de vídeo
Suzana Soares, secretária
Cléo Fumagali, militar
1‟34”
José Andrias Sarqui,
superintendente do Basa/AC
Dom Joaquim Pertiñez, bispo
de Rio Branco/AC
Soma total do tempo
1‟42”
Faz referência ao
Desenvolvimento Sustentável
O Ministério da Saúde, gestor do
SUS, reconhece a deficiência do
Estado em manter hospitais que
ofereçam serviços com
qualidade para toda a população
(equidade social).
O direito mínimo a não passar
fome ainda é utopia para
milhares de pessoas no
Amazonas e em toda a região.
Organizações nãogovernamentais se mobilizam
para garantir este direito a todos
(equidade social), um dos subconceitos de Desenvolvimento
Sustentável.
3’16”
174
Espelho de matéria(s) Selecionada(s), por programa
(por emissora)
Programa:
Data:
Emissora:
Tempo Total:
Jornal de Roraima
29 de maio de 2002
TV Roraima
18 minutos
Tempo de Produção: 15min04seg
Tema
Local
Entrevistado
O Ministério da Saúde
classifica os Hospitais do SUS,
em Roraima, como os piores Boa Joaquim Santana, funcionário público
prestadores de serviço do
Vista Valdenora Rodrigues, dona-de-casa
país, segundo avaliação da
Manoel Pereira, carpinteiro
população e de técnicos do
Altamir Lago, secretário de Saúde de
Ministério. Faltam
Roraima
equipamentos, medicamentos
e qualidade de atendimento.
Os portadores de
Salvador Macedo, corretor de
necessidades especiais
Boa
seguros
ganham oportunidade de
Vista
José Paulino, atendente
trabalho e inclusão social
Simone Queiroz, secretária de
Desenvolvimento Social/Boa Vista
Soma total do tempo
Tempo
3‟08”
1‟46”
Faz referência ao
Desenvolvimento
Sustentável
O próprio poder público
reconhece a sua ineficiência
na hora de garantir um
atendimento igualitário e
com qualidade (equidade
social) à população, na área
de saúde.
Aos poucos o poder público
reconhece o direito das
minorias e prática políticas
de inclusão social de
portadores de necessidades
especiais (equidade social).
4’54”