Entendendo - International Myeloma Foundation

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Entendendo - International Myeloma Foundation
Entendendo
a Técnica
de Detecção
de Cadeias Leves
Livres no Soro
International Myeloma Foundation
12650 Riverside Drive, Suite 206
North Hollywood, CA 91607 USA
Telephone:
800-452-CURE (2873)
(USA & Canada)
818-487-7455
Fax: 818-487-7454
[email protected]
www.myeloma.org
09/08
Índice
Introdução
5
Mieloma Múltiplo e Proteína Monoclonal
5
O que são Cadeias Leves Livres?
6
Como se detecta e se mede a Proteína
Monoclonal?
8
A Técnica de Detecção de Cadeias Leves
Livres no Soro: Normal versus anormal
13
A relação Kappa/Lambda 14
Como a Detecção de Cadeias Leves Livres
no Soro pode ajudar no tratamento?
15
Níveis de Freelite™ e o manejo para
avaliar a resposta ao tratamento
20
Pacientes que mais se beneficiam
da Detecção de Cadeias Leves Livres
no Soro 22
Meu seguro cobrirá o custo da Detecção
de Cadeias Leves no Soro?
23
©2008, International Myeloma Foundation, North Hollywood, California
Sobre a IMF
24
Glossário
27
Introdução
Você está recebendo este livreto para aprender mais sobre um teste de laboratório
chamado Técnicas de Detecção de Cadeias
Leves Livres no Soro. Estes testes também
são conhecidos globalmente como Freelite™.
Após ler este manual, você deverá ser capaz
de responder às seguintes perguntas:
n O que são cadeias leves livres?
n Qual a relação entre as cadeias leves
livres e o mieloma múltiplo?
n Como o teste Freelite™ pode ajudar no
diagnostico e monitoramento da resposta
ao tratamento do mieloma múltiplo?
Este manual tem a intenção de fornecer
a você informações gerais. Não substitui
a informação dada por seu medico ou
enfermeira que podem responder a perguntas relacionadas ao seu tratamento específico. As definições de todas as palavras em
negrito encontram-se no glossário no final
deste livreto.
Mieloma Múltiplo e Proteína
Monoclonal
Mieloma é um câncer das células plasmáticas (plasmócitos) na medula óssea. Mieloma
é sinônimo de mieloma múltiplo. A função
dos plasmócitos normais é produzir anticorpos, também conhecidos como imunoglobulinas, que tem um papel muito importante
na luta contra as infecções. Cada tipo de
plasmócito produz somente um tipo de
4
5
imunoglobulina. Existem vários tipos de
plasmócitos no organismo e cada tipo de
plasmócito produz somente um tipo de imunoglobulina. O resultado é a produção de
uma ampla variedade de imunoglobulinas
diferentes.
No mieloma múltiplo um plasmócito específico (um clone) é duplicado um grande
número de vezes, produzindo um tipo de
imunoglobulina em excesso, denominada
proteína monoclonal ou proteína-M – também denominada proteína do mieloma,
paraproteína, ou pico-M. A identificação de
uma proteína-M é importante para o diagnóstico e a quantificação de seu valor é uma
ajuda para o monitoramento da eficácia do
tratamento.
O que são Cadeias Leves Livres?
Estruturalmente, as imunoglobulinas normais
(abrev. Ig) são compostas de unidades
menores denominadas cadeias pesadas e
cadeias leves e juntas formam um grande
Figura 1.
Estructura de uma imunoglobulina (anticorpo)
6
complexo (veja a figura 1). Existem cinco
tipos de cadeias pesadas e a cada tipo corresponde uma letra específica. Estes cinco
tipos são abreviados como IgG, IgA, IgM,
IgD, e IgE.
Existem dois tipos de cadeias leves e nos
referimos a elas como kappa (κ) e lambda
(λ ou L). Cada plasmócito produz apenas
um tipo de cadeia pesada e um tipo de
cadeia leve. Ao todo existem 10 subtipos de
imunoglobulinas normais (veja a tabela 1).
Tabela 1. Subtipos das Imunoglobulinas
IgG kappa
IgG lambda
IgA kappa
IgA lambda
IgM kappa
IgM lambda
IgD kappa
IgD lambda
IgE kappa
IgE lambda
As cadeias pesadas e leves são produzidas
separadamente dentro do plasmócito e se
juntam para formar uma imunoglobulina
completa (“intacta”). Quando as cadeias
leves se unem às cadeias pesadas, as
cadeias leves são denominadas cadeias
leves unidas. Entretanto quando as cadeias
leves não se unem às cadeias pesadas, se
denominam cadeias leves livres. Por razões
desconhecidas os plasmócitos produzem
tipicamente mais cadeias leves do que são
necessárias para criar as imunoglubulinas
completas ou as Proteínas Monoclonais.
O excesso de cadeias leves passam ao
sangue periférico como cadeias leves livres
7
proteína monoclonal anormal (proteína-M).
Vários testes podem ser realizados para
detector a proteína-M, como a eletroforese
de proteínas no soro (EPS), eletroforese de
proteínas na urina (EPU), e/ou a detecção
de cadeias leves livres no soro (Freelite™). Se
um tipo de cadeia leve (kappa or lambda)
é produzido em excesso, isto é compatível
com uma produção monoclonal.
Eletroforese de Proteínas no Soro e
na Urina
(isto é, não unidas às cadeias pesadas).
Assim, tanto em situações normais como em
indivíduos com mieloma e doenças relacionadas como a gamopatia monoclonal de
significado indeterminado (GMSI) o excesso
de cadeias leves passam ao sangue periférico como cadeias leves livres. A quantidade de cadeias leves livres produzidas está
relacionada com a atividade do mieloma ou
proliferação de plasmócitos.
Os dois testes que têm sido utilizados amplamente para medir a proteína-M e para monitorar a resposta ao tratamento são as EPS e
EPU. A proteína-M é identificada como um
“pico” na EPS ou no traçado da EPU (veja a
figura 2). A EPS e EPU medem a quantidade
de proteína-M em uma amostra, mas não
podem identificar o tipo de proteína-M que
está presente. Isto é, o teste não identifica o
subtipo, se é IgG kappa, IgA lambda, etc
(tabela 1).
1
2
3
alb
4
Como se detecta e mede a Proteína
Monoclonal?
Proteínas monoclonais podem ser detectadas e medidas no sangue e/ou na urina.
Quando se medem no sangue, todas as células sanguíneas são eliminadas, deixando
somente um líquido amarelo que se denomina soro. Se há suspeita de mieloma múltiplo,
seu médico avaliará a presença de uma
8
5
6
α1
α2
SPE
l
β
lgG
2
lgA
3
lgM
4
κ
5
λ
7
6
1
2
3
4
5
6
alb
α1
α2
SPE
l
β
lgG
2
lgA
3
lgM
4
κ
5
Figura 2. EPS (superior esquerda),
EPU (inferior esquerda), IFE (direito)
9
λ
6
7
Imunofixação por Eletroforese
Um segundo tipo de eletroforese, denominado imunofixação por eletroforese (IFE) é
realizado para identificar o subtipo de proteína-M que esta produzindo as células do
mieloma. O subtipo se identifica mediante
bandas que aparecem na IFE (ver figura 2),
mas geralmente não se pode medir a quantidade de proteína presente na amostra. Em
primeiro lugar, se realiza uma EPS para ver
se há proteína-M e em qual quantidade. Se
a EPS mostra a proteína-M, a IFE será realizada para determinar o subtipo concreto de
proteína-M.
As técnicas de EPS, EPU e IFE tem vantagens
e inconvenientes. Entre os inconvenientes
estão a relativa baixa sensibilidade para
detecção de cadeias leves livres, cujo nível
deve ser tipicamente algumas vezes superior ao nível normal para poderem ser
detectadas através da EPS, EPU ou IFE.
Por exemplo, o nível normal de um tipo de
cadeia livre no sangue é de aproximadamente 10 miligramas por litro (abrev. mg/L).
Entretanto, o nível de cadeia leve livre no
sangue teria que ser 50 vezes maior do que
o normal para ser detectado através da EPS
e ao menos 15 vezes maior que o normal
para ser detectada por IFE.
Técnica de Detecção de Cadeias Leves
|Livres no Soro
A técnica de detecção de cadeias leves
livres no soro é capaz de detectar cadeias
leves livres quando seus níveis no sangue
são normais (não elevados). É importante
saber que estas técnicas podem detectar
níveis ligeiramente aumentados de cadeias
leves livres inclusive quando estes níveis são
indetectáveis por EPS ou IFE. Isto quer dizer
que o mieloma múltiplo pode ser detectado
mais precocemente do que é possível através
da EPS e IFE e é particularmente útil em
situações em que o mieloma produz somente
pequenas quantidades de cadeias leves.
A técnica de cadeias leves livres é melhor
realizada no soro do que na urina como
conseqüência do efeito de filtragem dos rins.
Parte da função normal dos rins é prevenir a
perda de proteínas do corpo para a urina.
Como resultado, um nível alto de proteína-M
pode ser detectado no sangue antes que
na urina.
Assim, a técnica de cadeias leves livres
pode substituir a necessidade de se realizar
10
11
estudos na urina para o diagnóstico inicial
do mieloma múltiplo e doenças relacionadas; entretanto os estudos da urina são
importantes como parte do monitoramento
seriado. A técnica de detecção de cadeias leves livres é mais sensível no soro; a
amostra de urina de 24hs é difícil de coletar
e transportar, a amostra é mais difícil de
armazenar do que o soro. Os estudos de
urina, entretanto, demonstram outros aspectos do mieloma, como o dano renal.
Tal como outros testes que detectam a
proteína-M, a técnica de cadeias leves livres
tem vantagens e inconvenientes. Como já
discutimos previamente, uma vantagem é
a maior sensibilidade em relação à EPS,
EPU e IFE. Outra vantagem é que a técnica
de cadeias leves livres nos soro é automatizada, e portanto, requer menos tempo
para sua realização no laboratório do que
a EPS, EPU e IFE. Entretanto, embora a técnica de cadeias leves livres seja excelente
para a detecção de cadeias leves livres, ela
não consegue detectar a imunoglobulina
completa. Alguns tipos de mieloma secretam somente a imunoglobulina completa.
Portanto frequentemente é melhor realizar
a EPS e a IFE para detectar níveis elevados
das imunoglobulinas completas junto com a
técnica de cadeias leves livres no soro para
detecção das cadeias leves livres.
dendo da cadeia leve produzida pelo mieloma. Mas o excesso de cadeias leves pode
também ocorrer em maior ou menor extensão, em todos os tipos de mieloma, não só
no mieloma de Bence Jones ou de cadeias
leves. Por isso a medição das cadeias leves
livres pode ser usada para diagnosticar e
monitorar a grande maioria de pacientes
com mieloma, independente do subtipo
de mieloma.
A Técnica de Cadeias Leves Livres :
Normal Versus Anormal
Os níveis normais de cadeias leves livres
são*:
• Kappa: 3.3–19.4 mg/L*
• Lambda: 5.71–26.3 mg/L*
• Relação kappa/lambda: 0.26–1.65
*Nota: As unidades aqui estão em mg/L;
diferentes laboratórios podem usar difer‑
entes unidades. È importante certificar‑se
das unidades utilizadas quando se
comparam valores de laboratórios.
Em pacientes com mieloma que produz
somente cadeias leves (mieloma Bence
Jones), há uma quantidade aumentada de
cadeias leves Kappa ou Lambda, depen-
As cadeias leves livres produzidas pelas
células de mieloma são exclusivamente
kappa ou lambda, dependendo do tipo de
mieloma. Assim, se as células de mieloma
produzem cadeias leves kappa, o nível de
cadeias leves livres kappa aumentará no
sangue. Se, por outro lado, as células de
mieloma produzem cadeias leves lambda, o
nível de cadeias leves livres lambda aumentará no sangue. Seu médico terá que interpretar os resultados das cadeias leves livres
12
13
no soro juntamente com outras informações
clínicas para poder fazer a interpretação
final dos resultados. Um especialista em
hematologia/oncologia é altamente qualificado para tomar esta decisão.
A Relação Kappa/Lambda
n A relação kappa/lambda é tão impor-
tante para o diagnóstico e monitoramento
do mieloma como os níveis de kappa e
lambda.
n Quando o nível seja de kappa ou lambda
estiver muito elevado e a outra cadeia
leve estiver normal ou baixa, então a
relação é anormal e indica que o mieloma
está ativo.
n Se os níveis de cadeias leves tanto kappa
quanto lambda estiverem aumentados, a
relação pode estar dentro de padrões normais, e isto geralmente indica que existe
uma doença diferente do mieloma, como
por exemplo, insuficiência renal. Quando
os rins não funcionam adequadamente,
ambos os tipos de cadeias leves são retidos no sangue e não são eliminados pelos
rins. O resultado é um aumento dos níveis
de ambos kappa e lambda no sangue.
Nesta situação, em geral, os níveis aumentados anormais não são eles mesmo um
resultado direto de mieloma ativo.
n Se os níveis de kappa e lambda estão
ambos dentro de padrões normais, algumas vezes a relação pode ser anormal.
Nesta situação pode haver um nível baixo
persistente de mieloma ativo com excesso
de produção de cadeias leves anormais.
n Uma relação kappa/lambda normal após
o tratamento indica uma remissão particularmente boa, denominada remissão completa estrita. A normalização da relação
kappa/lambda esta correlacionada com
remissões possivelmente mais longas, e
estudos estão sendo feitos para investigar
mais sobre esta relação.
Como a Técnica de Detecção
de Cadeias Leves Livres no Soro
pode ajudar no tratamento?
A técnica de detecção de cadeias leves livres
no soro pode ajudar de várias maneiras:
1. Avaliação de resposta precoce e recidiva precoce
Como as cadeias leves livres se degradam
e/ou são excretadas pelos rins com certa
rapidez (em poucas horas), as mudanças em
seus níveis no sangue em resposta ao tratamento ocorrem rapidamente. Assim, com
uma boa resposta ao tratamento, as células
de mieloma morrem, param de produzir
14
15
cadeias leves livres e os níveis de cadeias
leves livres no sangue diminuirão em poucas
horas ou dias. Nesta situação, a diminuição
de cadeias leves livres ocorre muito mais
rapidamente que a diminuição dos níveis
de IgG ou IgA, porque estes compostos são
degradados muito mais lentamente pelo
organismo. A diminuição dos níveis de
cadeias leves livres pode, portanto, ser um
indicador muito sensível de resposta precoce. Tipicamente, a resposta ao tratamento
pode ser detectada pela detecção de cadeias leves livres no soro em questão de horas
ou dias, enquanto que pode levar de duas a
três semanas para se detectar resposta com
a EPS ou IFE.
No momento da recidiva, a sensibilidade da
técnica de detecção de cadeias leves livres
também é muito importante. Mesmo pequenas quantidades de mieloma que começam
a proliferar como parte de uma recidiva produzem quantidades mensuráveis de cadeias
leves livres na maioria dos casos. Os níveis
de cadeias leves livres no soro, sejam kappa
ou lambda, dependendo do tipo de mieloma, frequentemente aumentam antes que
possam ser detectados aumentos no IgG ou
IgA e outras imunoglobulinas através da EPS
ou IFE. Testes de imagem, como FDG-|PET
ou TAC-PET também são úteis para detecção
de mínimas quantidades da doença.
2. Monitorando pacientes com baixos níveis
de proteína de mieloma (proteína-M)
O mieloma que produz baixos níveis de
proteína-M se denomina não-secretor ou
doença oligosecretora. Aproximadamente
70% a 80% dos pacientes com mieloma
não-secretor apresentam quantidades anormais mensuráveis de proteína-M utilizandose a técnica de detecção de cadeias leves
livres no soro. O teste Freelite™ tem sido
incorporado aos critérios de resposta para
avaliar corretamente a eficácia do tratamento em pacientes com mieloma oligosecretor
(veja a tabela 2).
Tabela 2. Resposta ao Tratamento utilizando
Freelite em mieloma oligosecretor
16
Remissão
Completa
Estrita
Relação normalizada de
cadeias leves livres
Resposta
Parcial
Uma dimunuição de 50% na
diferenca entre a cadeia leve
produzida por a célula de
mieloma e a outra cadeia leve
17
3. Inclusão em Estudos Clínicos
Os estudos clínicos são a única via pela
qual novas drogas são disponibilizadas e
mediante as quais se descobrem curas em
potencial. Pessoas com mieloma podem
participar em estudos clínicos para ajudar
a avaliar a segurança e eficácia de novos
tratamentos.
Para que um paciente com mieloma se
candidate a participar de um estudo clínico,
deve haver uma maneira de monitorar sua
proteína-M no sangue ou na urina. Os
pacientes com mieloma oligosecretor (estritamente “não-secretores”) eram habitualmente excluídos da participação em estudos
clínicos pois não havia um método para
monitorar seus níveis de proteína-M. Com
a capacidade de técnica de detecção de
cadeias leves livres no soro, o nível de
proteína-M pode ser monitorado no sangue
destes pacientes. Portanto os pacientes com
doença oligosecretora podem agora ser
candidatos a participar em estudos clínicos.
5. Confirmação de remissão completa estrita
ao tratamento
Um dos objetivos do tratamento do mieloma
é reduzir o nível de proteína-M na maior
quantidade possível – e algumas vezes
eliminá-lo completamente. Se a relação
das cadeias leves livres chega a ser normal
após o tratamento, isto fornece um indicativo
muito bom e sensível de que o tratamento foi
altamente eficaz, e significa que o nível de
paraproteína de cadeias leves foi reduzido à
maior quantidade possível. Se a relação de
cadeias leves livres se normaliza com o tratamento, isto se denomina remissão completa
estrita. Este tipo de resposta é a melhor possível de acordo com os Critérios de Resposta
Internacional em Mieloma Múltiplo. Por
definição, uma remissão completa estrita
também inclui uma EPS normal, uma EPU
normal, uma IFE normal e nenhuma evidência de células de mieloma na medula óssea
usando-se técnicas especiais.
4. Indicador de atividade da doença
Um estudo da Clínica Mayo demonstrou que
pacientes com gamopatia monoclonal de
significado indeterminado (GMSI) e um nível
anormal de cadeias leves livres tem mais
risco de progredir e desenvolver mieloma
ativo. As mudanças nos níveis de Freelite™
são úteis para o rastreamento do estado
da doença na maioria dos pacientes com
mieloma, não somente para aqueles com
mieloma de cadeias leves (Bence Jones) ou
mieloma não-secretor.
18
19
Níveis de Freelite™ e Avaliação de
Resposta ao Tratamento
Os níveis de cadeias leves livres no soro,
medidos pelo teste Freelite, podem ser usados da mesma maneira que se utiliza para
medição da proteína-M na avaliação da
resposta ao tratamento, mas também podem
ser usados com maior freqüência nas semanas inicias do tratamento.
Alguns pacientes com mieloma podem achar
útil acompanhar seus próprios níveis de
cadeias leves livres no soro utilizando tabelas ou folhas de acompanhamento – exatamente como fazem pacientes com diabetes
para acompanhar seu nível de açúcar no
sangue. Uma tabela que pode ser útil para o
acompanhamento dos resultados da técnica
de detecção de cadeias leves livres no soro
está localizada no final deste manual.
Critérios específicos para a avaliação da
remissão completa estrita e remissão completa tem sido determinados pelo International
Myeloma Working Group e estão sumarizados na Tabela 3.
Em resumo, a técnica de detecção de cadeias leves livres oferece várias vantagens
para o diagnóstico e monitoramento do
tratamento:
n A inclusão de técnicas de detecção de
cadeias leves livres no soro pode melhorar a sensibilidade dos protocolos de
seleção para detecção e diagnóstico do
mieloma.
n As técnicas de detecção de cadeias
leves livres no soro junto com outros testes podem fornecer informações valiosas
para pessoas com GMSI.
n O uso das técnicas de detecção de
cadeias leves livres no soro para monitorar o tratamento detecta respostas mais
precoces que outros testes de laboratório
como a EPS.
n O aumento de sensibilidade da detecção
de cadeias leves livres no soro em relação
à IFE pode ser útil para a detecção mais
precoce de recidivas do mieloma.
Tabela 3. Remissão Completa Estrita
e Remissão Completa
Remissão
Completa
Estrita
Normalização da relação
de cadeias leves livres e
não evidência de células de
mieloma na medula óssea
Remissão
Completa
Imunofixação negative no soro
e na urina, desaparecimento de
todos os plasmocitomas e ≤ 5%
de plasmócitos na medula óssea
20
21
Os pacientes que mais se beneficiam das Técnicas de Detecção de
Cadeias Leves Livres no Soro são:
n Pacientes com mieloma que tem resultados
anormais de cadeias leves livres no soro
ao início do tratamento. O monitoramento
com a técnica de detecção de cadeias
leves livres no soro possibilita uma rápida
avaliação da eficácia do tratamento.
n Pacientes com níveis de cadeias leves
muito baixos com outros testes como EPS,
EPU e IFE. Estes são pacientes que geralmente tem um mieloma não-secretor (ou
oligosecretor). Aproximadamente 80%
dos pacientes com mieloma não-secretor podem ter sua doença monitorada
utilizando-se as técnicas de detecção de
cadeias leves livres no soro.
n Pacientes com depósitos de cadeias leves
livres na forma de amiloidose AL podem
ou não ter mieloma ativo. O acompanhamento dos níveis de cadeias leves livres
é muito útil para avaliar o estado da
doença.
n Pacientes com mieloma somente de cade-
ias leves livres (mieloma de Bence Jones).
As principais vantagens das técnicas de
detecção de cadeias leves livres no soro
para estes pacientes são:
• Facilidade de exame de sangue versus
coleta de urina de 24 horas.*
•S
ensibilidade muito maior dos testes
realizados no sangue: níveis levemente
aumentados podem ser detectados no
sangue, mas não detectados na urina.
* É importante destacar que o teste de urina
de 24hs ainda é recomendado e necessário,
tanto para se monitorar o nível de excreção
de cadeias leves bem como para avaliar a
existência de dano renal.
O Seguro cobrirá o custo das
Técnicas de Detecção de Cadeias
Leves Livres?
Nos Estados Unidos a técnica de detecção
de cadeias leves livres no soro está sendo
reembolsada pela Medicare. Em outros países é recomendável consultar seu médico.
22
23
Sobre a IMF
“Uma pessoa pode fazer a diferença.
Duas podem fazer um milagre.”
Brian D. Novis
Fundador da IMF
O mieloma é um câncer da medula óssea
pouco conhecido, complexo, que freqüentemente é sub-diagnosticado, que ataca e
destrói o osso. O mieloma afeta aproximadamente 75.000 a 100.000 pessoas
nos Estados Unidos, com mais de 20.000
casos novos diagnosticados a cada ano.
Enquanto não existe cura conhecida para
o mieloma, médicos tem muitas formas de
ajudar os pacientes com mieloma a viver
mais e melhor.
A International Myeloma Foundation (IMF)
foi fundada em 1990 por Brian e Susie
Novis logo após o diagnóstico do mieloma
de Brian aos 33 anos de idade. O sonho de
Brian era que no futuro os pacientes pudessem ter acesso fácil à informação médica
e suporte emocional na sua batalha contra
o mieloma. Quando ele fundou a IMF, três
eram suas metas: tratamento, educação e
pesquisa. Ele buscou fornecer um amplo
espectro de serviços para pacientes, suas
famílias, amigos e profissionais da saúde.
Embora Brian tenha morrido 4 anos após
seu diagnóstico inicial, seu sonho não morreu. Hoje a IMF possui mais de 185.000
membros em todo o mundo. A IMF é
a primeira organização dedicada unicamente ao mieloma, e ainda hoje permanece
a maior.
24
A IMF fornece programas e serviços para
ajudar na pesquisa, diagnóstico, tratamento
e gerenciamento do mieloma. Com a IMF
ninguém estará sozinho na luta contra o
mieloma. Nós damos apoio aos pacientes
hoje, enquanto trabalhamos em busca da
cura.
Como a IMF pode ajudá-lo?
A IMF dedica-se a melhorar a qualidade de
vida dos pacientes com mieloma enquanto
trabalha em direção à prevenção e à cura.
Kit Informativo sobre o Mieloma
O Kit Informativo IMF fornece informações
amplas sobre opções de tratamento e gerenciamento da doença. Disponível gratuitamente, o Kit inclui o Manual do Paciente,
Revisão Concisa da Doença e Opções
de Tratamento, informações sobre eventos
futuros e outras publicações e serviços
da IMF.
Hot Line 1-800-452-2873
Uma linha gratuita nos Estados-Unidos e no
Canadá, o Hot-line dá resposta às perguntas sobre o mieloma.
Acesso à Internet
Através de nosso site, www.myeloma.org,
nosso compromisso é fornecer a você informações sempre atualizadas sobre o mieloma múltiplo incluindo pesquisas e avanços no tratamento, bem como informações
sobre a IMF, eventos e nossos programas
de educação, pesquisa, apoio e direitos
do paciente.
25
Seminários para Pacientes & Familiares
Desde 1993 a IMF vem conduzindo
Seminários para Pacientes e Familiares em
cidades por todo o mundo. Estes encontros
educacionais fortalecem pacientes e seus
familiares à medida que são informados
sobre os últimos avanços no tratamento e
gerenciamento do mieloma, apresentados
por um grupo multidisciplinar de especialistas.
Cobrindo uma grande variedade de tópicos
que refletem as mais avançadas modalidades de tratamento e avanço em pesquisa,
estes seminários oferecem uma oportunidade
única para contato pessoal com experts em
mieloma e a troca de experiências com
outras pessoas que enfrentam os mesmos
problemas.
26
Glossário
Anticorpo: Proteína produzida por alguns glóbulos
brancos (leucócitos) para combater a infecção e
a doença na forma de antígenos, como bactérias,
vírus, toxinas ou tumores. Cada anticorpo é capaz
de se ligar a apenas um antígeno específico.
Célula plasmática: Leucócitos especiais que produzem
anticorpos. São as células que apresentam malignidade no mieloma. As células plasmáticas normais
produzem anticorpo para combater infecções. No
mieloma, as células plasmáticas malignas produzem
grandes quantidades de anticorpos anormais que
não têm a capacidade de combater infecções. Os
anticorpos anormais são as proteínas monoclonais
ou proteínas M. As células plasmáticas também
produzem outras substâncias que podem provocar
danos a órgãos e tecidos (por exemplo, anemia,
dano renal e dano nervoso).
Glóbulos brancos: Células que ajudam o organismo a
combater infecções e outras doenças.
Imunoglobulina: (veja a anticorpo)
Medula óssea: Tecido mole e esponjoso que fica no
centro dos ossos e produz leucócitos,eritrócitos e
plaquetas.
Mieloma Múltiplo: Um cáncer que nasce das células
plasmáticas na medula óssea. As células plasmáticas formam anticorpos anormais, que têm a possibilidade de danificar os ossos, a medula óssea,
ou outros órgãos.
Plasmacitoma: Conjunto de células plasmáticas encontradas em um único local e não difuso em toda a
medula óssea, tecidos moles ou osso.
Proteína: Um conjunto que formam o componente
básico de uma célula.
Proteína monoclonal: O mieloma desenvolve-se a partir
de uma única célula plasmática maligna (monoclonal). O tipo de proteína do mieloma produzido
também é monoclonal, ou seja, tem uma forma
única e não muitas (policlonal). O aspecto prático
importante da proteína monoclonal é que aparece
como um pico pontiagudo (pico M) na eletroforese
sérica.
27

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