Não pode ser vendido separadamente.

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Não pode ser vendido separadamente.
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Portugal Inovador
Um nome,
uma referência,
uma casa...
Diogo Martins é um jovem empresário que há cerca de uma dúzia de anos começou a vender
vinho – atividade que não lhe era desconhecida, dado que o seu avô materno, Francisco
Zuzarte Reis, já o comercializava, mas totalmente nova para um jovem com pouco mais de
20 anos.
O nosso interveniente “começou por encher vinho numa
máquina precária, comprada em
segunda mão”, lançando uma
primeira marca no mercado,
vendida a retalho de porta em
porta, tendo sido na escola da
vida que nasceu o sucesso deste
empresário.
Fundou a empresa Casco
Real, “cujo nome soava bem
aos seus clientes”, lançando em
simultâneo uma marca de vinho
denominada por “Boticaria”,
marca essa que se encontra à
venda, principalmente na Grande Lisboa, estando a começar a
ganhar terreno já noutras zonas
do país.
“Boticaria” é o nome de um
vinho, mas cuja origem advém do
nome de uma Quinta das terras
do alto concelho de Alenquer,
bastante conhecida pelos seus
excelentes solos na produção
de vinhos. O seu lançamento, há
uma década, teve grande impacto no mercado da bag-in-box –
com design arrojado, “totalmente
preta, apenas com o nome a
4 I Outubro
Portugal Inovador
branco! Irreverente, sofisticada
e bastante apelativa, foi assim
que foi considerada por muitos!
A Casco Real, estava agora sim
no mercado dos vinhos!”.
Alma Pias
Há cerca de quatro anos,
nasceu uma outra marca, “essa
criada para vingar”. Dizem os
sábios que por vezes no silêncio
da noite nascem grandes ideias
e assim foi, ao amanhecer Diogo
Martins tinha a marca e a imagem criadas. “Não pensou duas
vezes e lançou-a, foi o boom!
Rapidamente se espalhou por
todo o lado, todos a procuravam,
todos a queriam”. Marca essa
que é o “Alma de Pias”, um vinho de excelência, inteiramente
de origem nacional tal como o
“Boticaria”, primando pela qualidade do vinho embalado quer em
box`s, quer em garrafas. “Hoje,
estamos com dimensões satisfatórias para a meta estipulada por
Diogo Martins, no que concerne
ao vinho engarrafado”.
“Alma de Pias”, sendo uma
marca de vinho comum, outrora
designado por vinho de mesa,
hoje é líder nacional, sendo uma
referência nas prateleiras do pequeno comércio, de quem Diogo
Martins também se orgulha “por
terem sido estes que primeiramente o ajudaram e acreditaram
na marca”, mas também no que
diz respeito aos pequenos agri-
cultores tratando-o muitos deles
por: “ Diogo o rapaz do vinho”.
O empresário já iniciou um
dos outros objetivos, a internacionalização da marca, mas
como nos diz: “Com calma chegamos lá”, por agora apenas
estando a exportar para a República Checa, Polónia, BENELUX
e PALOP`s.
Tendo iniciado este projeto
numas instalações de outra
Quinta da família, onde se produz
parte dos seus vinhos, segundo o
mesmo, há dois anos sentiu uma
necessidade urgente de se mudar
para instalações mais amplas,
modernas e funcionais.
Em dezembro passado, a
Casco Real mudou de casa. Mais
Outubro I 5
Portugal Inovador
uma vez Diogo Martins, como
em todos os projetos que inicia,
“tinha que tocar quase a perfeição”, ou não falamos nós de um
homem que exige de todos os
seus colaboradores um elevado
grau de rigor, com uma equipa
composta por 24 elementos,
dando todos o seu melhor no
sentido de elevar esta empresa
a um estatuto superior.
Adega Mor
“Adega Mor” foi o nome escolhido após análise de várias
hipóteses, mas foi sem hesitar
que o escolheu para esta nova
casa, situada agora em Sobral
de Monte Agraço, com cerca
de 14000 m 2 e uma capacidade
de armazenamento de vinho a
granel de sete milhões de litros.
Com uma produção de linha de
enchimento altamente sofisticada, estando neste momento
a iniciar o enchimento das bag-in-box de cinco litros com um
robot – desde a formação da
caixa de cartão, à colocação da
mesma na palete –, tudo computadorizado, “podendo mesmo
dizer que foi com um brilhozinho
nos olhos que nos anunciou este
novíssimo projeto!”.
Adega Mor, um nome já bas6 I Outubro
“Adega Mor” foi o nome escolhido após
análise de várias hipóteses, mas foi sem
hesitar que o escolheu para esta nova
casa, situada agora em Sobral de Monte
Agraço, com cerca de 14000 m 2 e uma
capacidade de armazenamento de vinho
a granel de sete milhões de litros. Com
uma produção de linha de enchimento
altamente sofisticada.
tante conhecido e apenas com
meses, sendo uma referência,
uma entidade na nossa praça,
mas muito trabalhado por este
empresário dinâmico e com
uma garra de lutar e vencer,
mas nunca descurando quem o
ajudou e continua a ajudar nesta
luta diária.
Foi com orgulho que nos mostrou a sua “casa”, casa essa que
advém de umas instalações já
existentes, mas desativadas há
uns anos. Idealizou, projetou e
fez obra, destemido, diz-nos que
“toda esta adega foi construída
com capitais próprios”.
Calculista, dinâmico, exigente, inquieto e conhecedor da vida
é assim que caracterizamos Diogo Martins de origens humildes,
sendo que para este empresário
a humildade passa pelo mútuo
respeito. Quem o conhece, não o
esquece… Diogo Martins detentor da Adega Mor, tendo a Casco
Real S.A. como sua casa mãe!
A todos os seus fornecedores,
clientes e colaboradores “um
bem haja!”, finaliza o empresário.
Portugal Inovador
4
Índice
Adega Mor
Um nome, uma referência, uma casa...
8
investimento
e Promoção
Territorial
48
Mediação
Imobiliária
70
Paços de Ferreira
85
Saúde
10
St. Peter’s School
Ensino internacional de excelência
32
Carmim
Reforço da qualidade
96
Ramiro & Carvalho
Projetar soluções
à medida de cada cliente
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Outubro I 7
Portugal Inovador
8 I Outubro
Portugal Inovador
Ensino aeronáutico de
excelência
A LASFORMAÇÃO-MTO aposta na qualidade e nos elevados requisitos de segurança para
formar profissionais numa área com grande procura: a Manutenção Aeronáutica.
Inserida na Louro Aeronaves
e Serviços, a LASFORMAÇÃO é
uma empresa dedicada à formação
na área da manutenção aeronáutica, que nasceu devido ao “défice
de técnicos de manutenção existente no mercado”, bem como pela
dificuldade que existia, por parte
do público em geral, em aceder a
este tipo de formação específica,
explica Mónica Teixeira, gestora
da formação.
A LASFORMAÇÃO tem ao dispor o acesso a cursos completos
de Formação Básica de Técnicos
de Manutenção Aeronáutica, que
se inserem nas categorias A (mecânico de certificação), B1 (técnico
de certificação eletromecânico) e
B2 (técnico de certificação da aviónicos). Além da Formação Básica,
a pensar nos técnicos de manutenção de aeronaves já devidamente
certificados, existem cursos de
Qualificação Tipo, que permitem –
tal como a sua designação sugere
– qualificar os seus formandos num
tipo específico de aeronave. Por
fim, há espaço ainda para alguns
cursos de formação contínua em
áreas como Segurança da Aviação
Civil, Fatores Humanos, EWIS
(Electrical Wiring Interconnection
System), FTS (Fuel Tank Safety),
Legislação, por exemplo.
Relativamente à Formação
Básica, existe a possibilidade de
os alunos optarem pela frequência
completa das formações ou pelo
acesso direto a Exames. A LASFORMAÇÃO apresenta-se, posto
isto, como um organismo capaz
de apelar não apenas a pessoas
sem qualquer tipo de experiência
na área – nomeadamente alunos
que acabaram de concluir o 12º
ano de escolaridade ou que se
licenciaram em campos como a
Engenharia Mecânica, Engenharia Eletrotécnica ou outras – mas
também a profissionais do setor
que, apesar da sua experiência na
área, não são detentores de uma
certificação ou pretendem alargar
os seus averbamentos na licença
de manutenção.
Devidamente reconhecida pela
ANAC, Autoridade Nacional de
Aviação Civil, a LASFORMAÇÃO
afirma-se, como uma escola de
características únicas em Portugal.
Para além de todos os conteúdos
serem facultados em inglês, há
uma equipa de cerca de 90 formadores, constituída por “pessoas
que se encontram no ativo ou que
já trabalharam na área”. Este é um
aspeto considerado fulcral, uma
vez que “esta é uma formação muito específica que exige que todos
os formadores tenham o mínimo
de experiência e know-how para
poderem transmitir conhecimentos nesta área”, adianta Mónica
Teixeira.
Relativamente ao atual estado
do setor da manutenção aeronáutica, a gestora da formação
considera que “continua a haver
um grande défice” de profissionais na área, comparativamente
às necessidades do mercado.
Significa isto que, associadas às
formações obtidas neste centro
escolar, surgem fortes perspetivas
de empregabilidade, sendo vários
os exemplos de ex-formandos que,
atualmente, desempenham serviço
em diversas Organizações de Manutenção de Aeronaves nacionais
e internacionais, como OGMA,
TAP, AEROMEC, Portugalia, SATA,
Ryanair, Easyjet, EuroAtlantic,
entre outras.
Outubro I 9
Portugal Inovador
Ensino internacional de
excelência
O St. Peter’s School, projeto de referência no ensino português, propõe-se aos mais
altos desafios desde 1993. À conversa com Isabel Simão, fomos procurar saber o papel
preponderante que o instituto assinala na área do ensino.
Os princípios basilares deste
colégio, sediado em Palmela,
assentam essencialmente na
formação integral da criança e
do jovem, não só na componente
académica e profissional, mas
também no aprofundamento de
práticas e valores essenciais ao
seu crescimento. Através de um
sistema de educação bilingue, a
língua inglesa assume aqui uma
particular relevância ao contexto educativo, que vai desde o
jardim de infância até ao ensino
secundário.
Uma escola
com estatuto
internacional
Uma instituição de grande
prestígio só poderia ter tido um
ano letivo a condizer. “O último
ano foi muito produtivo. Tivemos
a entrada de um novo currículo
no colégio, que muito nos orgulha: o currículo IB – International
Baccalaureate”, informa Isabel
Simão, diretora do St. Peter’s
School. Este é um estatuto
que, no ano letivo de 2014/15,
10 I Outubro
fez deste estabelecimento uma
escola internacional, dotada de
um programa curricular diferenciador e de excelência, reconhecível em qualquer parte do
Mundo, e capaz de preparar os
estudantes do colégio para os
principais desafios do futuro.
“Este é um projeto muito
diferenciador, na medida em
que somos a sétima escola em
Portugal” a alcançar tamanho
estatuto, sublinha Isabel Simão.
Na prática, a partir do momento
em que alcançam o 10º ano de
escolaridade, competirá aos estudantes do St. Peter’s School
optar pela vida de ensino secundário nacional ou pelo currículo
internacional, cujo estatuto e
nível de exigência se apresentam como os grandes fatores de
diferenciação. “Este foi o último
desafio que o colégio enfrentou
e com bastante sucesso”, pelo
que o novo objetivo será o de
preservar a qualidade e estatuto
atingidos por esta instituição de
ensino ao longo dos anos.
Este mérito, quando conjugado com o trabalho do corpo
docente e discente, reflete-se
também em resultados bastante
notórios. “Sabemos que a média
dos nossos alunos – no 4º ano,
6º ano, 9º ano – nunca foi inferior
a 4 e, no ensino secundário, ela
foi de 14,2”, o que se traduz em
resultados nitidamente acima
das médias nacionais.
Novo ano letivo,
novos planos
“Este ano, assistimos a um
aumento muito interessante de
Portugal Inovador
muitos dos antigos estudantes.
Outra aposta forte desta instituição de ensino tem passado pela
certificação do ensino de diversas
línguas estrangeiras, como o
espanhol (Instituto Cervantes),
o alemão (Goethe-Institut) ou o
inglês, por exemplo (ao abrigo do
British Council).
Iniciativas na
comunidade
alunos”, com o total de educandos a ascender, em 2015/16, a
1100 alunos. Um sinal que pode
ser interpretado como reflexo do
projeto educativo de excelência
do St. Peter’s School. Mas se há
palavra que também rima com
este colégio, é inovação: “Este
ano, iniciámos o ensino do Latim
no 1º ciclo, mais concretamente
no 3º e 4º anos”, exemplifica a
diretora. São precisamente atitudes como esta que ajudam a
demonstrar o caráter distintivo
do St. Peter’s School: “Nós entendemos o ensino como algo
dinâmico, que não pode estar
fechado ou estático. Deve, pelo
contrário, ser o mais completo e
dinâmico possível”.
Um ensino a pensar
no futuro dos
educandos
em países como Espanha, Alemanha ou no Reino Unido.
Já no panorama português,
não é de todo incomum ver antigos alunos singrar em institutos
superiores como a Universidade
Nova de Lisboa, o Instituto Superior Técnico ou a Universidade
Católica, mas também as diversas faculdades que compõem a
Universidade do Porto. Tudo isto
porque o sucesso, na ótica de
Isabel Simão, não tem que estar
condicionado por conjunturas
economicamente adversas ou situações como a falta de emprego.
“Os alunos que forem diferenciadores não precisarão de se mexer
muito, pois as grandes empresas
irão procurá-los”, afirma a diretora do St. Peter’s School numa
alusão ao sucesso alcançado por
Para além da qualidade do
ensino, o St. Peter ’s School
aposta também em valores
como a união, o bem-estar e a
celebração de datas especiais.
No final de setembro, teve lugar
nas instalações do colégio mais
uma edição anual do Family Day,
desta vez dedicado à descoberta
do caminho marítimo para a Índia, por parte de Vasco da Gama,
numa iniciativa que contou com
a participação de mais de três
mil pessoas e que se traduziu
em mais um estrondoso sucesso neste período de regresso
às aulas. Entretanto, para o dia
25 deste mês, está marcada
mais uma celebração do United
Nations Day, uma iniciativa considerada essencial que propõe,
a alunos de todas as idades,
uma reflexão sobre o tema da
paz mundial. Porque, para além
de formar meros educandos, é
prioridade do St. Peter’s School
formar seres humanos.
Enquanto instituição apostada
num ensino bilingue com elevados
critérios de seriedade, exigência e
qualidade, o St. Peter’s School é
um estabelecimento focado não
apenas na formação de alunos,
mas na criação de autênticos profissionais preparados para lidar
com os verdadeiros desafios da
vida adulta, de modo a tornarem-se cidadãos com capacidade de
singrar em qualquer parte do Mundo. Não admira, por esse motivo,
que todos os anos haja ex-estudantes deste colégio inscritos em
universidades de grande estatuto
Outubro I 11
Portugal Inovador
Excelência no ensino bilingue
Numa altura em que nos aproximamos do 80º aniversário do Queen Elizabeth’s School,
fomos conhecer a tradição educativa que aqui existe e as novidades para este ano letivo.
Falar da história desta escola torna
imprescindível que se invoque o nome
de Denise Lester, cidadã britânica que
concretizou esta sua visão no ano de
1935. “Toda esta obra se deve a ela”,
sublinha Conceição Oliveira Martins,
membro da direção colegial e presidente do conselho de administração
da Fundação Denise Lester. A nossa
interlocutora, uma ex-aluna da escola
que assume, com orgulho, a continuidade desta instituição, faz-nos assim
uma breve resenha daquilo que foi
este percurso: “Enquanto foi viva, toda
a escola se centrava em seu torno, o
que é normal dado que era uma pessoa muito dinâmica, com uma grande
visão e o colégio, de facto, começou
pelo seu empreendedorismo. Não teve
qualquer ajuda familiar para prosseguir
os seus estudos uma vez acabado o
ensino liceal, visto que na época não
era normal as senhoras frequentarem
o ensino superior. Miss Denise Lester
se fosse viva teria 107 anos de idade,
como era bastante determinada aceitou trabalhar como perceptora de uma
família inglesa que foi residir para a ilha
da Madeira. Denise Lester lecionou Inglês nas horas vagas na Escola Alemã
do Funchal, desta experiência surgiu
o sonho de criar uma escola inglesa
em Portugal, um país do qual sempre
12 I Outubro
gostou pelas relações históricas com
o seu país de origem, pelo clima,
proximidade do mar e admiração pelo
povo português por ter sido pioneiro no
período dos Descobrimentos.
Como já foi dito, foi em 1935, mais
precisamente a 3 de novembro, que
a Queen Elizabeth’s School iniciou
as suas atividades. Começou num
espaço da casa de Fortunato e Sofia
Abecassis, com três alunos. Em 1936,
foi oficialmente reconhecida pelo Ministério da Educação, em 1938, veio
a mudança de instalações primeiro
para a Travessa do Moinho de Vento
e, em 1940, para a Rua da Quintinha.
O estabelecimento no atual edifício
de Alvalade, construído de raiz para
o efeito, foi inaugurado em outubro de
1952. “Tinha saído uma lei que impunha que o ensino primário deixasse
de ser misto. Face a esta alteração,
Denise Lester pensou que teria mesmo
de fechar, por as instalações da escola
na Rua da Quintinha serem insuficientes para satisfazer tal separação por
género mas, entretanto, fez chegar
as suas preocupações a algumas
instituições do governo português, e
alguns representantes de instituições
britânicas e do corpo diplomático britânico. Foi-lhe então doada uma quantia
de seis mil libras pelo governo britânico
para a construção das fundações deste
edifício, por intercessão da Rainha
Isabel II”, explica.
Este desfecho permitiu não só a
sobrevivência da Queen Elizabeth’s
School como também a possibilidade
de que esta Escola fosse concebida à
imagem daquele que era o seu sonho,
estando num espaço desenhado de
acordo com escolhas tomadas pela
própria. Evidentemente, falar do sonho
de Denise Lester é também falar do
projeto educativo desta escola. “O modelo de uma escola inglesa adaptado
para crianças portuguesas, de forma
a estas poderem ter um bom domínio
do Inglês, a par do cumprimento do
currículo oficial português. A Queen
Elizabeth’s School sempre foi uma
escola bilingue”, declara.
A fundadora foi uma intensa defensora da aliança luso-britânica e
faz parte do ideário desta Instituição
contribuir para o estreitamento dos
laços culturais entre Portugal e o Reino
Unido. A metodologia aplicada no ensino desta segunda língua é aplicada em
alguns países da União Europeia, consistindo na Aprendizagem Integrada de
Línguas e Conteúdos (AILC) e num
modelo integrado de ensino bilingue,
em que os alunos têm, além da disciplina de Inglês, como segunda língua,
as disciplinas de Matemática e Estudo
do Meio lecionadas em português e em
inglês, respeitando respetivamente o
programa do currículo nacional Português do 1º Ciclo do Ensino Básico e
o Programa Primário Internacional da
Universidade de Cambridge, uma vez
que, em outubro de 2013, foi atribuído
à Queen Elizabeth’s School o estatuto
de “Cambridge Primary School” e
“Cambridge International School”. A
Queen Elizabeth’s School também é
Centro de Preparação de Exames da
Cambridge English, Centro de Exames
do Trinity College London e membro
do Instituto Britânico no Programa
de Parceria de Exames denominado
“Addvantage”.
Portugal Inovador
Novo
ano letivo
Uma importante novidade para
este ano, demonstrativa de como
a escola acompanha o evoluir dos
tempos, é a abertura de um Clube
de Mandarim como atividade extra,
destinado a alunos a partir dos 5
anos de idade.
Tem vindo a ser dada uma
importância crescente às artes
performativas, nas quais a Queen
Elizabeth’s School sempre teve
tradição, realizando os alunos do
pré-escolar e do 4º ano do 1º ciclo
do ensino básico o exame de Artes
Performativas “Trinity Stars: Young
Performers in English Award” (Stage II e Stage III), do Trinity College
London.
Os antigos alunos mais avançados que frequentam os Clubes de
Inglês realizaram com sucesso no
passado ano letivo, com 14 para
15 anos de idade, o First Certificate in English da Universidade de
Cambridge.
A QES, no domínio da Educação
e Expressão Musical, tem uma parceria com a empresa Foco Musical,
sendo esta membro da Associated
Board of the Royal Schools of Music
(ABRSM), líder mundial na área de
avaliações e de exames de música.
Os alunos da QES que frequentam
as aulas de iniciação à aprendizagem
de um instrumento musical, piano e
guitarra clássica, podem ser submetidos a um exame de música reconhecido internacionalmente. No ano
letivo de 2014/2015 foram propostos
alguns alunos da Queen Elizabeth’s
School a estes exames, os quais
tiveram um bom desempenho.
Por último, damos a conhecer o aniversário dos 80 anos
da escola, que será no dia 3 de
novembro próximo, o qual será
comemorado no mês de janeiro
de 2016, juntamente com a celebração dos 50 anos de existência
da Fundação Denise Lester, que
gere e administra superiormente
a Queen Elizabeth’s School, cujo
aniversário teve lugar no dia 5 de
fevereiro de 2015.
Outubro I 13
Portugal Inovador
Ensino alemão
a cativar portugueses
A Escola Alemã de Lisboa tem vindo a crescer ao longo dos seus quase 170 anos e já conta
com mais de 70% de alunos estritamente portugueses. José Valentim, elemento da direção,
ajudou-nos a conhecer o trabalho desenvolvido por esta instituição.
Das escolas alemãs espalhadas pelo Mundo esta é das mais
antigas. A sua génese está na
iniciativa da Igreja Evangélica de
instruir as crianças alemãs aqui
estabelecidas, mas com o passar
dos anos veio o interesse das
famílias portuguesas. Conforme
nos indica o nosso interlocutor,
“começou a verificar-se esse interesse pela cultura alemã e pela
forma de ensino”. Consequentemente, a já referida percentagem
é ocupada por alunos nacionais,
aos quais se juntam cerca de
20% de alunos bilingues e apenas uma décima parte de crianças e jovens que são puramente
de expressão alemã.
Questionado acerca das
mais-valias com que a Escola
Alemã de Lisboa tem vindo a
merecer a preferência destes
alunos, José Valentim encontra
explicação nos seguintes aspetos: “Primeiro, temos que definir
a escola como uma escola de encontro bicultural: cultura alemã
14 I Outubro
e cultura portuguesa. O ensino
do alemão é uma mais-valia por
não ser tão comum no sistema
português. Temos depois outra
característica, que é um currículo bastante abrangente. No
sistema alemão não existem os
agrupamentos que existem na
escola portuguesa a partir do
10º ano, em que cada aluno tem
a obrigatoriedade de optar por
um determinado curso. Aqui, os
alunos têm que frequentar todas
as disciplinas dentro das várias
áreas do conhecimento. Além
disso, garantimos também o estabelecimento de equivalências.
A qualquer momento em que os
alunos queiram ou tenham que
ir para o sistema português, têm
equivalência ao respetivo ano.
Assim como temos também uma
oferta curricular opcional para os
alunos que queiram estudar em
Portugal no ensino superior, com
disciplinas em língua portuguesa
que oferecem a possibilidade de
estudar aspetos que são depois
objeto da Prova Nacional”.
A referida biculturalidade
contribui para a formação destes
jovens numa componente para
a qual José Valentim aproveita
também para chamar a atenção:
“Dado que a maioria dos pais
não fala alemão, estes alunos
são obrigados a adquirir um tipo
de organização e metodologia
diferente. Os pais têm um papel
Portugal Inovador
regulador em casa, mas as crianças têm que se desenvencilhar
sozinhas para fazerem os seus
trabalhos de casa e os seus
testes, com o alemão que aprenderam sem que os pais ajudem.
Portanto, isso acaba por fazer
com que, desde cedo, aprendam
a cultivar o método”.
A apoiar essa formação, há
que não esquecer a “imensa variedade de atividades extracurriculares” que são desenvolvidas
aqui. “Há sempre implicação
deste tipo de atividades com
outras escolas. Por exemplo,
Espanha tem muitas escolas
alemãs e há um grande contacto
a este nível. Dentro dessas atividades, destacaria a música, que
é importante para os alemães e
que aqui tem um grau de exigência bastante elevado. Os alunos
participam em concursos e são
muitas vezes distinguidos com
primeiros lugares”.
Outubro I 15
Portugal Inovador
(Re)afirmar o Oeste
Apesar dos condicionalismos impostos pelo novo quadro comunitário, a OesteCIM aceita o
desafio de continuar a lutar pelo desenvolvimento da região.
“Julgo que somos –
pelo menos com esta
dimensão – a única
região a apresentar a
eficiência energética
para a dimensão
pública”.
termunicipal, nomeadamente nas
áreas da educação e no apoio às
pequenas e médias empresas,
áreas para as quais o volume de
financiamento obtido ficou “aquém
das expectativas”, embora não cessem os novos investimentos e, com
eles, o desenvolvimento da região.
“Se há um aspeto que caracteriza o
Oeste é o empreendedorismo das
pessoas, existe uma grande dinâmica para encontrar soluções e isso
é um fator diferenciador que deve
ser valorizado”, refere o porta-voz
da Comunidade Intermunicipal.
Estratégia 2020
A OesteCIM foi constituída oficialmente em 2008, embora a sua
génese remonte ao ano de 1987,
data de nascimento da Associação
de Municípios do Oeste, entretanto extinguida. Englobando uma
zona com características bastante
heterogéneas, esta comunidade
intermunicipal compõe-se, atualmente, por 12 municípios: Alcobaça, Alenquer, Arruda dos Vinhos,
Bombarral, Cadaval, Caldas da
Rainha, Lourinhã, Nazaré, Óbidos,
Peniche, Sobral de Monte Agraço
e Torres Vedras.
No início do mês de setembro, a
OesteCIM conseguiu contratualizar,
16 I Outubro
no âmbito do novo quadro comunitário, um total de 58,9 milhões
com a Comissão de Coordenação e
Desenvolvimento Regional do Centro, região em que a comunidade
intermunicipal está inserida. Esta
corresponde, nas palavras do presidente Carlos Miguel, a “uma verba
apreciável” por comparação àquela
obtida pelas restantes CIM’s deste
enquadramento geográfico, ainda
que se trate de um valor inferior ao
que havia sido contratualizado no
anterior quadro comunitário.
Tudo indica, posto isto, que os
próximos anos serão de grande
desafio para a Comunidade In-
No âmbito da sua Estratégia
2020, um dos projetos-bandeira da
OesteCIM passa pelo reforço da
eficiência energética na iluminação
pública. Esta consiste numa iniciativa “que já está a ser trabalhada há
muito tempo” e que pressupõe a
substituição de “toda a iluminação
pública da região por tecnologia
Led”, explica Carlos Miguel. “Julgo
que somos – pelo menos com esta
dimensão – a única região a apresentar a eficiência energética para
a dimensão pública”, acrescenta.
Paralelamente a esta iniciativa,
existem também outras questões
consideradas prioritárias no âmbito
deste quadro comunitário, nomeadamente a regeneração urbana nos
polos das maiores cidades. “Uma
parte substancial dos concelhos do
Portugal Inovador
“sempre tivemos
consciência de que
se há algo que nos
caracteriza são os
produtos da terra e a
genuinidade que daí
vem, razão pela qual
apostámos neles”
Oeste são contemplados com esta
possibilidade”, afirma o autarca,
com otimismo. Acrescente-se, a
estes aspetos, o investimento possível no desenvolvimento de novos
centros escolares e assim fica elencada “a componente mais visível”
da estratégia 2020 da OesteCIM.
Uma região rica na sua
diversidade
“O Oeste reflete um pouco aquilo que acontece com toda a região
Centro: é muito diversificado”, considera o presidente da Comunidade
Intermunicipal, antes de acrescentar que “é nessa diversidade
que reside a nossa riqueza”. “Em
meia hora, passamos das ondas
e de à beira-mar para a serra do
Montejunto ou para o património da
humanidade em Alcobaça”. Já em
termos de produtos “passamos muito depressa do peixe para o vinho”.
Ainda assim, e não obstante
a grande diversidade de recursos
naturais presente na região Oeste,
Carlos Miguel destaca duas grandes mais-valias em forma de convite para visitar esta zona do país:
a costa atlântica, pelo seu potencial
relativamente aos desportos de
ondas e o património histórico de
“interesse nacional muito importante” que pode ser encontrado nos
diversos municípios que compõem
esta comunidade intermunicipal. No
fundo, “sempre tivemos consciência
de que se há algo que nos caracteriza são os produtos da terra e
a genuinidade que daí vem, razão
pela qual apostámos neles” e, dessa forma, também na Marca Oeste.
Outubro I 17
Portugal Inovador
Resposta aos desafios da
região de Leiria
A Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) resultou da fusão, em 2013, dos
municípios da Comunidade Intermunicipal do Pinhal Litoral e da Comunidade Intermunicipal
do Pinhal Interior Norte. Agregando agora dez concelhos, procura o desenvolvimento
integrado e sustentável destes territórios.
Os municípios são Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos
Vinhos, Leiria, Marinha Grande,
Pedrógão Grande, Pombal e
Porto de Mós. A região à qual
correspondem tem como grande
mais-valia o seu posicionamento
central no território português,
com excelentes acessibilidades
quer na direção do Porto como
na direção de Lisboa. Ao mesmo
tempo, Leiria tem apresentado
respostas de excelência na geração de mão-de-obra altamente
qualificada, em domínios como,
por exemplo, as engenharias.
São condições promissoras
quanto à captação de novos in18 I Outubro
vestimentos, numa região onde
se encontra já uma dinâmica
empresarial de grande relevância
dentro do panorama nacional –
um caso paradigmático é o da
indústria dos moldes, no concelho
da Marinha Grande. A referida
dinâmica não está, naturalmente,
dissociada das questões relativas
ao bem-estar da população, algo
que se nota nos indicadores que
apontam para um acréscimo populacional nos principais núcleos
urbanos da área correspondente
a esta CIM, assim como níveis de
empregabilidade favoráveis face
à média nacional.
Há, contudo, um grande desafio relacionado com as assi-
metrias a corrigir dentro deste
conjunto de municípios, tanto no
respeitante às suas infraestruturas como no que toca à atividade
empresarial.
A estratégia da CIMRL aponta
para um maior equilíbrio entre
as diferentes áreas. Algumas
das áreas identificadas como
prioritárias, dentro desta intervenção, prendem-se com a eficiência energética, o reforço da
qualificação das infraestruturas
de saúde e ensino e o apoio
às empresas. Para este novo
quadro, a CIMRL contratualizou
recentemente uma dotação de
verbas comunitárias que se cifra
nos 40,4 milhões de euros.
Portugal Inovador
Modernizar, valorizar e empregar
Perante “um quadro comunitário mais difícil que os anteriores”, a ADIRN promete continuar
a sua missão pelo desenvolvimento do Ribatejo Norte.
Criada em 1991, a ADIRN (Associação para o Desenvolvimento
Integrado do Ribatejo Norte) é
um organismo que – através da
execução do programa LEADER
e, atualmente, do PRODER – tem
contribuído para a dinamização das
regiões em que se insere, bem como
para a melhoria na qualidade de vida
da respetiva população. Atualmente
são sete os concelhos englobados
na associação: Alcanena, Entroncamento (recém-integrado), Ferreira
do Zêzere, Ourém, Tomar, Torres
Novas e Vila Nova da Barquinha.
Fazendo uma retrospetiva do
desempenho da ADIRN, o atual
presidente, Pedro Ferreira (também
presidente da Câmara Municipal
de Torres Novas), considera que o
organismo “criou raízes profundas
e desenvolveu um excelente trabalho em todos os municípios, tirando
partido das suas características e
interligando o património material
e imaterial de cada um deles, promovendo o Ribatejo Norte de uma
forma especial”. Tudo fruto “de uma
estratégia consensual entre os sete
municípios que deu excelentes
resultados, permitindo enaltecer o
turismo rural e os produtos locais”.
Prova desse contributo é o sucesso de iniciativas como as Feiras
Medievais de Torres Novas e de
Tomar, ou o novo destaque atribuído
à História dos Templários, através de
ex-líbris como o Convento de Cristo,
onde, inclusive, a ADIRN possui uma
loja e desenvolve atividades, sem
esquecer outras iniciativas promovidas nos cinco castelos da região.
Dentro da diversidade de apoios
prestados pela ADIRN aos agentes
locais, outra prioridade têm sido as
instituições particulares de solidariedade social. “Muitos lares, centros de
dia e outras valências de ação social
foram apoiados”, através de “obras
de alvenaria, aquisição de viaturas
de apoio ou outros equipamentos
mais sofisticados, dotando a região
de meios invulgares de apoio social”.
“Tirámos o maior partido possível dos fundos comunitários anteriores” e, relativamente ao quadro
comunitário transato, a sensação
de dever cumprido não podia ser
maior. “Proporcionaram-se, nos
diversos concelhos, um conjunto de
negócios extremamente importante
com particularidades de inovação”,
à medida que foram criados novos
postos de trabalho, nomeadamente
pelo surgimento de novas empresas.
“Bastará salientar que o investimento
total aprovado nas medidas 3.1 e 3.2
do PRODER relativas ao período
entre 2009 e 2013 correspondeu a
cerca de 19 milhões de euros, com
uma taxa de execução a rondar os
100%”.
Relativamente ao atual quadro
comunitário, o presidente fala num
cenário “completamente diferente”,
com valores “muito mais diminutos”
e uma redução de pelo menos “cerca de 50% para o funcionamento
dos GAL e com limites máximos de
elegibilidade no FEDER e FSE de
100 mil euros, fruto das alterações
nas regras e objetivos”. Perante este
cenário, todavia, “não vamos deixar
cair os braços”, afirma Pedro Ferreira, salientado que “os princípios
da ADIRN continuarão os mesmos”
– desenvolver, modernizar e possibilitar que o melhor se faça a nível local
e regional, com um amplo historial de
obra feita e elogiada.
Outubro I 19
Portugal Inovador
Mobiliário de rigor e excelência
De Leiria para o Mundo, a Geometria do Móvel apresenta as melhores soluções em madeira
ou em metal para diversos setores de atividade.
Já lá vão mais de 15 anos
desde que Mário Santo, um
profissional experiente no setor
mobiliário, decidiu criar em parceria uma empresa de móveis e
de arquitetura de interiores que
“desse resposta ao que as outras
empresas não queriam atender”,
já que “havia algumas lacunas no
mercado”. No princípio, a Geometria do Móvel contava com um
espaço de 90 m 2 e com apenas
um funcionário. Hoje já após a
aquisição de uma firma de serralharia, detém 3000 m 2, somando
um total de 27 colaboradores.
A Geometria do Móvel desenvolve as mais variadas peças de
20 I Outubro
mobiliário “na área da madeira e
dos metais”, explica Mário Santo,
acrescentando que o trabalho
feito é sempre “por medida”.
Tendo em conta esta diversidade, não admira que as peças
aqui desenvolvidas se possam
encontrar “por toda a parte do
Mundo”, em setores de atividade
como o hoteleiro, a ourivesaria/
relojoaria, a perfumaria ou os
escritórios em geral. Por detrás
desta heterogeneidade existe
uma ética: “Não recuso qualquer
trabalho, desde que possa ser
feito e eu consiga respeitar os
prazos solicitados”, explica o
empresário.
Indissociável da história da
Geometria do Móvel está o momento em que a firma decidiu
apostar nos mercados externos
e, em particular, no francês.
“Tem sido o grande suporte”,
atesta Mário Santo, equivalendo
a “cerca de 80%” do volume de
faturação. Um valor, todavia, menor do que noutros tempos, não
só pelo facto de este mercado
estar cada vez mais saturado,
mas também pela vontade de
“procurar o mercado nacional”.
Um investimento que já dá frutos:
“Estou a encontrar um apoio que
no passado não tive, porque o
mercado nacional estava no estado em que toda a gente sabe”,
recorda.
Independentemente do tipo de
serviço, existem garantias que a
Geometria do Móvel nunca descura. “Estamos abertos às sugestões
dos nossos clientes e quando
surge um problema procuramos
transformá-lo em soluções”, garante o empresário. Por outro
lado, “somos sempre rigorosos no
cumprimento dos prazos que nos
são solicitados”. Mas, a tudo isto,
acrescentem-se ainda as palavras
“rigor” e “qualidade”.
Perante este contexto, não
admira que o futuro se ambicione risonho. “No ano transato, fiz
o maior investimento da minha
vida e não faria sentido fazê-lo
se as perspetivas não fossem positivas”, afirma Mário Santo. Este
ano, por exemplo, “os indicadores são muito bons” e o volume
de faturação da empresa deverá
atingir um milhão e meio de euros. Já a curto prazo, existe a
possibilidade de se contratarem
novos colaboradores na tentativa
de continuar um crescimento feito “passo ante passo” ou, melhor
dizendo, peça por peça.
Portugal Inovador
Outubro I 21
Portugal Inovador
Serviço de excelência
além-fronteiras
Ainda a decorrer, 2015 provou ser mais um ano de grande crescimento e expansão para o
Grupo Transwhite.
A operar nas estradas europeias desde 2004, a Transwhite
é uma empresa dedicada ao
transporte de diversos tipos de
22 I Outubro
mercadorias, assim como produtos hortícolas, flores ou frutas,
bem como grupagem. Em 2008,
por seu turno, surge a Logi-
Queen, focada nas componentes
de logística de carga geral. Juntas, estas empresas compõem
um Grupo que ao longo dos anos
tem assistido a “um crescimento
rápido”, causa e consequência
do volume de clientes que continua a aumentar.
Onze anos volvidos desde o
seu nascimento o negócio corre
sobre rodas. Ao todo, existe já
uma frota de 60 veículos disponível para o transporte de mercadorias entre territórios como
a Holanda, a Bélgica, algumas
regiões da Alemanha ou o Reino
Unido. Entretanto, são já mais de
160 os profissionais a operar no
Grupo Transwhite. Números que
falam por si e que têm crescido
de ano para ano, refletindo um
ritmo de desenvolvimento de
excelência, reflexo de aspetos
como a interação entre a componente de logística e o transporte
de mercadorias, bem como a
prontidão no cumprimento dos
prazos e horários ou, ainda, o
facto de cada viatura contar sempre com dois motoristas a bordo.
Os resultados estão à vista:
no ano de 2014, o volume de
faturação ultrapassou os dez
milhões de euros e, já em 2015,
os números até junho apontavam
já para seis milhões. “Estamos
cerca de 40% acima da faturação
do ano passado”, afirma Manuela
Sábio, gerente da Transwhite.
Todos os ingredientes estão
assim dispostos para mais um
ano de excelência que superou
as expectativas. “Estamos acima do orçamento que tínhamos
perspetivado e com muito bons
resultados”, conclui. Mas importa
referir que, para além do cresci-
Portugal Inovador
“Queremos
continuar a crescer e
a diferenciarmo-nos”.
mento, este tem sido um ano de
consolidação para o Grupo de
empresas sediado nas Caldas
da Rainha. Afinal, para além de
um armazém na Holanda, existe
agora um espaço para o armazenamento de produtos também
em Albergaria-a-Velha, na região
Norte do país.
Perspetivar o
futuro
Embora satisfeita com os
resultados, Manuela Sábio não
esconde a vontade de chegar
cada vez mais longe e de ampliar a política de qualidade
que, até aqui, tem moldado a
orientação do Grupo. Uma das
prioridades para o futuro é, por
isso, o investimento nas diversas
certificações internacionais de
qualidade, como a já obtida qualificação alemã QS, dedicada ao
transporte de produtos vegetais
e frutas. “Sentimos que o cliente
é muito exigente nesse aspeto”,
explica a empresária.
Outro dos projetos a curto
prazo passa pela expansão das
instalações. Neste momento,
encontra-se já em fase de construção um armazém dedicado
essencialmente à componente
logística do Grupo, onde se incluirá um cais. “A parte do cais
é aquela em que sentimos mais
carências”, refere Manuela Sábio, antes de acrescentar que o
novo espaço agregará também
as funções de oficina e de local
de lavagem para as viaturas.
As perspetivas para o futuro não poderiam ser, por isso,
mais animadoras. “Queremos
continuar a crescer e a diferenciarmo-nos”, afirma a gerente.
Descartada não está, por isso, a
possibilidade de entrar em novos
mercados como a Suíça. Sempre
com o rigor e a qualidade de
sempre.
Outubro I 23
Portugal Inovador
A remodelar o futuro
Sediada em Alcobaça, a Gil Azoia – Construções, Lda. distingue-se no seu setor não apenas
pelo profissionalismo, mas também pela forma inovadora com que procura novas alternativas
num mercado concorrencial.
Aposta em novos
mercados
Abriu as portas em 2008, mas
trata-se de uma empresa constituída por profissionais com bastante
experiência no setor da construção
civil e áreas afins. Falamos da Gil
Azoia – Construções, Lda., cujo rol
de serviços se estende desde a
pintura e a aplicação de estuques
até à construção de edifícios, sem
esquecer, todavia, as modalidades de reabilitação de fachadas e
coberturas ou a remodelação de
interiores.
Com um raio de atuação concentrado principalmente na região
lisboeta e arredores, a Gil Azoia –
Construções, Lda. conta já, no seu
historial, com atividades de remodelação em edifícios públicos como
o ISCTE, a Escola Primária dos Laranjais ou a Biblioteca Municipal de
Rio Maior. Uma tarefa que continua
em progresso, garante Gil Azoia.
“Continuamos com os trabalhos
que tínhamos na Universidade de
Lisboa e as obras na Câmara Municipal de Rio Maior, mas entrámos
já com alguns trabalhos também na
Segurança Social”.
Clientes e iniciativas como esta
têm-se traduzido, na ótica do nosso
24 I Outubro
entrevistado, “numa experiência
muito positiva” que se procurará
preservar. Mas importa referir que
a Gil Azoia – Construções, Lda.
efetua também obras particulares.
Esta é uma empresa que, reunindo
um leque de 24 colaboradores, se
revela, por isso, capaz de proporcionar resposta para um conjunto
de necessidades bastante heterogéneo.
E porque esta é uma empresa
que luta constantemente pelo alcance de novos mercados, e não
se conforma com as dificuldades
que vão surgindo no setor da construção civil, neste último ano vimos
a Gil Azoia – Construções, Lda.
investir num novo projeto. “Uma
das coisas que temos tentado fazer
é a compra de apartamentos para
remodelar e colocar no mercado
novamente”, explica o empresário.
No fundo, esta é uma iniciativa que
permite aproveitar aquele que já é
um dos pontos fortes da Gil Azoia –
Construções, Lda.: a remodelação
e a reabilitação.
“Comprar apartamentos, reconstruir e vender é algo que talvez possa ter futuro, porque é um
mercado que ainda não está muito
explorado”, considera o nosso entrevistado. “Claro que isto tem que
ser feito em zonas que saibamos
que poderão trazer crescimento”
à empresa, nomeadamente, as
Portugal Inovador
áreas turísticas de Lisboa ou da
Nazaré, bem como outros locais
estratégicos, como as imediações
das universidades ou da Baixa lisboeta. Trata-se, sem dúvida, “de um
setor que vamos explorar… isto é
a Gil Azoia a tentar ser uma saída,
a inovar”, vaticina.
2015 e o futuro
Pese embora as dificuldades
que o setor da construção atravessa no nosso país, a verdade é que
este tem sido um ano favorável
para a Gil Azoia – Construções,
Lda. e que tem correspondido às
expectativas lançadas. Este ano, o
volume de faturação previsto será
de aproximadamente dois milhões
de euros, mantendo-se em relativa
sintonia com os resultados atingidos no ano transato. Mais do que
os valores, todavia, a grande prioridade para o empresário é tentar
preservar o conjunto de clientes
que já possui.
Assim sendo, o futuro passa, por
isso, pela manutenção dos bons
resultados e pela aposta contínua
naquilo que tem distinguido a Gil
Azoia – Construções, Lda.: a qualidade do seu serviço, a experiência
dos seus profissionais e, acima de
tudo, a sua capacidade de olhar
em frente e de se adaptar a novos
mercados. Sempre com excelência.
Outubro I 25
Portugal Inovador
Soluções únicas
de Engenharia Industrial
A TecniRolo – Engenharia Industrial, S.A. afirma-se como sinónimo para a palavra ‘inovação’,
em Portugal e no Mundo.
Enquanto empresa de excelência, a TecniRolo e os seus parceiros
(onde se inclui a Huron e a Lary)
não poderiam deixar de estar voltados para o panorama internacional.
Assim sendo, para além de Portugal
e restante Europa, alguns dos seus
principais mercados incluem a América do Sul e Ásia. Se no contexto
nacional a indústria dos moldes é
um dos maiores âmbitos de atuação
da TecniRolo, além-fronteiras é o
calçado e os outros setores que falam
mais alto.
Na linha da frente
Começou como uma empresa
que proporcionava assistência para
máquinas de comando numérico
tornando-se, posteriormente, uma
sociedade por quotas que comercializava software CAD e CAM para
diversos setores da indústria, com
ênfase para a área dos moldes. Com
o passar do tempo, foi consagrando a
sua internacionalização à medida que
viu o seu foco alargar-se a outros setores, como o calçado. Hoje, volvidos 25
anos, a TecniRolo é uma sociedade
anónima com uma missão ampla:
“Somos prestadores de soluções de
Engenharia Industrial”, afirma Luís
Rolo, fundador da empresa.
Falar da TecniRolo implica, por
isso mesmo, fazer alusão a uma empresa que sempre fez da procura pela
26 I Outubro
evolução tecnológica a sua grande
batalha, à medida que se foi mantendo atenta às novas tendências mundiais. Não admira, por isso mesmo,
que “antecipar o futuro construindo-o”
seja um dos seus lemas.
Prova do amplo know-how e
polivalência da TecniRolo está nos
diversos setores para os quais a empresa apresenta soluções de grande
sofisticação tecnológica. Entre o
leque de áreas – que poderá tornar-se “bastante maior” – incluem-se a
indústria dos moldes, o calçado, a
metalomecânica, a transformação
de plásticos, a robótica, a eletrónica
ou a aeronáutica, por exemplo. “Nós
criamos soluções únicas no Mundo e
desenvolvemos tecnologias únicas na
TecniRolo”, afirma.
Ao fim de um quarto de século
a lutar pela inovação, o balanço da
TecniRolo – quer no âmbito do seu
desempenho, quer das parcerias
estabelecidas ao longo da sua existência – “é extremamente positivo e
enche-nos de orgulho”. Posto isto,
não admira que esta empresa, única
em Portugal e no Mundo, apresente
uma linha de atuação bem definida
para a próxima década.
A ambição é “continuar a evoluir
tecnologicamente, num aperfeiçoamento contínuo, antecipando os
desafios que se colocarão à indústria em particular e à economia em
geral”, à medida que se procurará
“estar atento e influenciar as novas
tendências para o setor industrial”.
Acreditamos que a TecniRolo possa
ter um papel de relevo na construção
do futuro.
Portugal Inovador
Fornos à medida
Desde 1993 que a Induzir tem apostado na qualidade e na personalização dos fornos que
fabrica, da Batalha para o Mundo.
Há 22 anos no mercado, a Induzir é uma empresa dedicada ao
fabrico de fornos para atividades
ligadas aos ramos da cerâmica e da
metalúrgica, capaz de proporcionar
resposta para diferentes tipos de
necessidade, dos fornos de estúdio
de pequena dimensão a máquinas
com proporções consideravelmente
mais elevadas.
Fruto da sua longa história, a
Induzir viu-se forçada a adaptar-se
a um setor em constante mudança
que sofreu, particularmente, com a
situação económica que Portugal
atravessou a partir de 2007. “O
mercado caiu muito e isso levou-nos a procurar outros caminhos,
começámos a vender para a Venezuela”, explica Carlos Lopes, diretor
geral da empresa.
Entre os países que mais procuram os produtos da Induzir encontram-se ainda Espanha, Polónia ou
Angola. Mas isto sem esquecer o
mercado português que, entretan-
to, já demonstra alguns sinais de
retoma e voltou a ocupar uma fatia
significativa no volume de faturação
da empresa.
Mas para além do fabrico do
forno túnel, bem como do forno
intermitente a gás ou elétrico, a
Induzir faz também serviços de
manutenção, reparação ou reorganização de layouts. No fundo,
o cliente é acompanhado “durante
todo o processo, desde a conceção
do próprio forno – criado à medida,
porque a nossa forma de trabalhar
não é com equipamentos standard
– à instalação e até ao serviço de
pós venda”, explica Carlos Lopes.
Constituída atualmente por 26
colaboradores, a Induzir tem visto
o seu trabalho de excelência ser
reconhecido nos últimos anos,
através de distinções como o certificado de PME Líder em 2014 que,
entretanto, se renovou em 2015.
Méritos que, para o diretor geral,
demonstram como “se fez mãos
à obra, se foi recuperando, se foi
abrindo o mercado e as coisas
melhoraram em todos os sentidos”
para a Induzir, apesar das oscilações típicas do setor.
os fatores ligados ao consumo de
energia. “No desenho dos próprios
fornos, já temos esse cuidado com
a eficiência energética”, uma aposta
a pensar não só no panorama português, mas também nos outros
mercados.
Fazendo uso das novas tecnologias, outra das apostas da Induzir
passa, entretanto, por continuar
a desenvolver fornos dotados de
sistemas de supervisão à distância, munidos de software capaz de
enviar, em tempo real, informações
sobre o funcionamento da máquina
para o tablet ou telemóvel do seu
proprietário. E assim fica a prova
de que o futuro também se faz na
Induzir.
Um futuro de
poupança energética
“Desde o início, sempre existiu
nesta empresa a vontade de fazer
coisas novas e de melhorar o que
existe”, afirma Carlos Lopes. Não
admira, por isso mesmo, que a
Induzir se encontre neste momento
a aperfeiçoar várias características
nos seus produtos, nomeadamente
Outubro I 27
Portugal Inovador
Centenário da Caixa
de Crédito de Leiria
Vista por muitos leirienses como “o Banco da terra”, é uma
instituição de referência na cidade, com um importante legado
tanto na prestação de serviços financeiros como no mecenato
social e cultural. Este ano decorre a celebração de um século
de existência.
Foi a 3 de janeiro de 1915 que
os 16 sócios fundadores promoveram a escritura instituidora da
Caixa de Crédito Agrícola Mútuo
de Leiria. Daí para cá, merecem
registo alguns marcos como fundamentais para que viesse a ser
aquilo que é hoje.
No ano de 1983, começou a
expandir-se e a chegar a novos
públicos, com a abertura da
primeira delegação, em Monte
Real. O desenrolar deste processo levou a que, atualmente, esta
rede se estenda já a 16 balcões.
Mais tarde, num período de tempo que compreende praticamen-
28 I Outubro
te toda a década de noventa, esteve inserida no SICAM (Sistema
Integrado do Crédito Agrícola
Mútuo), sendo que, no virar do
século, autonomizou-se. Apresenta, então, uma marca e uma
imagem próprias e, tendo sede
efetiva em Leiria, faz também a
diferença pela capacidade de se
adaptar e acompanhar o cliente
de uma forma verdadeiramente
direta e próxima.
Ainda durante este espaço
temporal, funde-se com a congénere da freguesia de Urqueira,
Ourém, em 1996, passando a
acrescentar este concelho a uma
No ano de
1983, começou
a expandir-se
e a chegar a
novos públicos,
com a abertura
da primeira
delegação, em
Monte Real. O
desenrolar deste
processo levou a
que, atualmente,
esta rede se
estenda já a 16
balcões.
área de atuação que incluía já os
concelhos de Leiria e Marinha
Grande.
Por último, destaca-se também o encaminhamento das
suas iniciativas de responsabilidade social para a Fundação
Caixa Agrícola de Leiria, criada
em 2004 e dotada de meios para
uma intervenção social, cultural
e humanitária que a comunidade
tem reconhecido.
Portugal Inovador
Juntos por um Alentejo melhor
Este é o lema da CIMAA - Comunidade Intermunicipal do Alto Alentejo. O presidente, Armando
Varela, esteve em diálogo connosco a respeito dos desafios enfrentados pela região.
concretamente, das acessibilidades: “O que esperamos não é uma
diferenciação positiva, mas sim que
seja possível democratizar o acesso às oportunidades e os estímulos
ao investimento pelo país inteiro”.
Um exemplo concreto seria “a melhoria das ligações entre Portalegre
e Elvas”.
Balanço
A CIMAA intervém sobre um
território que é inteiramente coincidente com o distrito de Portalegre,
agregador de 15 municípios. São
municípios de Interior, muito ligados à raia espanhola, nos quais
a principal atividade económica
continua a ser a agricultura, ainda
que se destaquem alguns exemplos
de municípios com uma forte dinâmica turística. Neste aspeto, Elvas
(Património da Humanidade) é um
caso paradigmático, mas Marvão e
Castelo de Vide também têm ganho
algum protagonismo.
É também uma região muito
dependente dos serviços públicos
para efeitos de empregabilidade,
sendo que a economia social tem
vindo a assumir um peso que é
também significativo. Sensivelmente um terço da população tem
mais de 65 anos, o que explica com
facilidade esta tendência.
Alentejo 2020
A contratualização de verbas
comunitárias para estes municípios
ronda os 24 milhões de euros, em
que cerca de uma metade desse
montante será executada diretamente através dos municípios e
outra metade através de projetos
transversais aplicados pela CIMAA.
Sobre as prioridades identificadas, o nosso interlocutor diz-nos
o seguinte: “Uma é a eficiência
energética, a nível da iluminação
pública, numa perspetiva de baixar a despesa. Outra prende-se
com o empreendedorismo, pela
qual queremos criar um ambiente
o mais favorável possível”. Ainda
assim, independentemente da atividade municipal, Armando Varela
considera que a região necessita
de intervenções que são da responsabilidade do Estado. Fala-nos,
Armando Varela é presidente
da CIMAA desde 26 de novembro
de 2009. Entende que “o diálogo
e a cooperação entre todas as autarquias têm sido muito positivos”,
num universo em que há municípios
que vão dos 2800 habitantes até
aos 25 mil. Como prova, aponta
para “a elevada percentagem de
projetos transversais, liderados
pela CIMAA e extensíveis a todo o
território”.
Já sobre o reconhecimento
pelo público, nota que “as pessoas
ouvem falar e vão sabendo progressivamente o que é a CIMAA” mas
que ainda “não se pode dizer que
seja uma entidade reconhecida a
nível do distrito”. Em todo o caso,
mostra-se “convencido de que
essa notoriedade vai aparecer à
medida que a Administração Pública Central estiver disponível para
transferir novas competências para
as CIM’s, mas também na medida
em que os municípios entendam
que há vantagens em que algumas
competências estejam no domínio
de uma CIM”.
Outubro I 29
Portugal Inovador
30 anos de Associativismo
no Alentejo Central
Modernização e qualificação dos serviços municipais, desenvolvimento de projetos
intermunicipais e promoção do desenvolvimento do Alentejo Central são as principais áreas
de intervenção da Comunidade Intermunicipal do Alentejo Central. Em diálogo com Hortênsia
Menino, autarca que preside à CIMAC, fomos conhecer as perspetivas para a região.
A CIMAC agrega um conjunto
de 14 municípios que é, aliás, coincidente com o território do distrito
de Évora. Como antecedente, tem,
precisamente, a anterior Associação
de Municípios do Distrito de Évora,
que contava com todos estes municípios à exceção de Reguengos de
Monsaraz.
Sobre aquilo que define esta região, Hortênsia Menino entende que
o Alentejo, no seu todo, “tem uma
forte identidade enquanto região,
as subregiões foram determinações
exteriores à região”. Encontrando,
contudo, algo de diferenciador no
Alentejo Central, chama à atenção
para “a sua centralidade e uma
vantagem na questão das acessibilidades”, com a proximidade à Área
Metropolitana de Lisboa e a ligação
entre a capital e Madrid. Ao mesmo
tempo, há uma presença “muito forte
de Évora enquanto cidade Património Mundial e toda a influência que
tem não só no Alentejo Central como
na região em geral”. Tirando isso, tem
aspetos “semelhantes ao restante
território alentejano, com problemas
de despovoamento das áreas rurais,
e condições naturais e climáticas
que atribuem uma predominância
30 I Outubro
ao setor agroalimentar e agropecuário”. Tem havido, ainda assim, “uma
abertura a novos investimentos em
algumas áreas inovadoras como as
energias renováveis, a aeronáutica
ou a indústria automóvel, aproveitando, precisamente, a mais-valia das
acessibilidades e a proximidade a um
importante centro de conhecimentoUniversidade de Évora”.
Portugal 2020
A preparação do novo quadro
de financiamento foi recebida com
“alguma preocupação” pela CIMAC,
conforme nos explica a nossa interlocutora: “Tem alguns constrangimentos. O Portugal 2020 é a transposição
direta do acordo de parceria entre
o Estado Português e a Comissão
Europeia, que tem um conjunto
de princípios de natureza ultraliberal, com os quais não estamos de
acordo na perspetiva do papel das
autarquias e do investimento público.
Ao mesmo tempo, há também uma
lógica muito direcionada para os
domínios da competitividade e da internacionalização, questões com as
quais não discordamos, desde que
possam, efetivamente, trazer mais-valias para o território. O receio que
tínhamos era que, ao privilegiar-se
esses domínios, se estaria a preterir
as questões do investimento público,
que, em regiões como esta, têm sido
determinantes para a coesão social
e também territorial”.
Foi, no entanto, “construída uma
estratégia de desenvolvimento, em
que foi preparado um Pacto para
o Desenvolvimento e Coesão Territorial, que assenta na perspetiva
intermunicipal. Significa isto que
não foi um somatório de projetos
municipais, mas sim a aprovação de
um conjunto de projetos dinamizados
pela CIMAC, com um conjunto de
parceiros para as áreas que estavam
previstas”.
O referido pacto assenta na
contratualização de 36 milhões de
euros de investimento e, com vista
à sua aplicação, foram identificadas
Portugal Inovador
três dimensões como sendo as de
maior importância. Hortênsia Menino
refere-nos “as questões da eficiência energética em equipamentos e
edifícios públicos, a proteção e desenvolvimento do património natural
e cultural e um terceiro aspeto que
se prende com as infraestruturas
sociais”.
A primeira “era das áreas em que
a região tinha tido menos intervenções” e, por intermédio da candidatura ao Fundo Europeu de Eficiência
Energética, procura-se agora gerar
poupanças aos municípios em despesas como as da iluminação pública
e a gestão energética de equipamentos e edifícios públicos.
Sobre o trabalho a ser feito no
âmbito do património, a presidente
da CIMAC refere que este é “um
dos grandes fatores de valorização
da região” e que as propostas passam por “intervir na potenciação do
acolhimento aos turistas que chegam
ao Alentejo Central, na criação de
centros interpretativos seja de Évora,
do Alentejo Central e do Alentejo e
também em melhorias na divulgação
e sinalização”.
Já a aposta social “tem a ver com
o completar de algumas redes de
respostas nesta área, com projetos
concretos de construção ou de adaptação de espaços para o apoio aos
idosos, à infância ou à deficiência”.
A CIMAC “considerou que, dentro da
verba que era possível disponibilizar,
tinha que haver essa componente”
e, acrescentando, Hortênsia Menino sublinha que, “em territórios
com algumas fragilidades, estas
respostas têm não só uma componente importante de atendimento
às necessidades como também um
impacto do ponto de vista da criação
de emprego”.
Outubro I 31
Portugal Inovador
Reforço da qualidade
A aposta da CARMIM tem incidido sobre uma contínua melhoria dos seus vinhos. Através do
recurso a técnicas mais eficientes e sofisticadas, está a conseguir posicioná-los no mercado
em condições mais favoráveis.
O presidente da Cooperativa
Agrícola de Reguengos de Monsaraz, Miguel Feijão, começa, em jeito
de resenha histórica, por chamar
a atenção para a grande tradição
vinhateira que sempre existiu nesta
região: “Reguengos sempre foi uma
zona de grandes vinhedos. Há 50
anos tinha 30 ou 40 adegas de
grande dimensão e os terrenos que
hoje vemos ocupados com vinhas
32 I Outubro
já no séc. XVIII eram vinhas”. Mais
tarde, com as mudanças na tipologia do consumo, começou a surgir
uma maior dificuldade em escoar os
produtos vínicos, o que levou a que
alguns produtores começassem a
pensar em como é que poderiam
dar a volta a essa contrariedade.
Foi então em 1962 que começou a
germinar a ideia de se associarem,
nascendo, finalmente, a Cooperativa no ano de 1971.
O cooperativismo “potenciou a
segurança que há em ter vinhas
e a CARMIM cresceu bastante
em número de litros à medida que
as pessoas foram começando a
perceber que ter vinhas, na altura,
era um bom negócio”, daí que,
hoje, a área reunida pelos associados chegue aos 3500 hectares.
Evidentemente, o crescimento da
CARMIM não poderia deixar de
estar também assente na resposta
positiva que o mercado foi dando
aos seus produtos.
Conforme nos explica o nosso
interlocutor, a gama que a CARMIM coloca no mercado assenta
fundamentalmente nas suas duas
marcas de referência (Reguengos
e Monsaraz) e também na Terras
d’el Rei, destinada aos vinhos de
entrada. Os vinhos Reguengos seguem a linha clássica e tradicional
da CARMIM, enquanto os vinhos
Monsaraz já traduzem aquilo que
é a cooperativa a adaptar-se a
novos mercados, com novos paladares. “Na linha Monsaraz, seja
no caso do DOC, do monovarietal,
do reserva ou do premium, já se
está a degustar uma casta como,
por exemplo, a Syrah ou a Alicante
Bouschet”, refere. Acrescentando,
são “castas sem as quais não se
consegue entrar com sucesso nos
mercados europeus e que, para
todos os efeitos, funcionam bem no
Alentejo”. De resto, dentro daquelas
que são as opções mais tradicionais, apesar da grande diversidade
Portugal Inovador
de castas utilizadas, as predominantes são, nos tintos, a Trincadeira
e o Aragonês e, nos brancos, o
Roupeiro ou o Antão Vaz.
A metodologia aplicada pela
empresa na gestão de toda esta
matéria-prima segue um rigoroso
controlo, tendo por objetivo a potenciação da sua qualidade e do
seu valor, conforme assume Miguel
Feijão: “Este ano já colhemos 21
milhões e 100 mil quilos de uvas.
Esse vinho terá de ser vendido e a
intenção é vender cada vez mais a
bom preço, ou seja, ter uma quantidade cada vez maior de vinho
em gamas médias altas. Queremos ter mais engarrafado do que
bag-in-box, mais regional do que
mesa, mais DOC do que regional e
potenciar mais vinhos de reserva”.
Continuando, isso é conseguido
“alocando a cada segmento de
mercado aquilo que se quer fazer”,
através de uma rigorosa triagem
da entrada da uva. “Com o sistema que implementámos este ano,
neste momento sabe-se em que
cuba está cada carrada de uva.
Fazemos cubas monovarietais
e, por exemplo, o Aragonês que
aqui entra é analisado à entrada,
tendo em conta parâmetros como
o pH, o grau alcoólico ou o aspeto sanitário da uva. Em função
desses parâmetros, as uvas são
encaminhadas para cada cuba e
esse é um trabalho a repetir todos
os anos, que vai afinar a relação
entre o terreno e a qualidade final”,
descreve. Com o referido sistema,
a CARMIM encontra-se, finalmente, em condições de “ir buscar
tudo o que é indicado pela direção
comercial para cada mercado”,
conforme garante.
É uma mais-valia que vem reforçar ainda mais uma empresa que
apresenta já indicadores bastante
interessantes, como a prevista
venda de 14 milhões de garrafas da
colheita de 2014 ou a exportação
para um leque de 40 países, dos
quais se destacam a Polónia (onde
é o maior exportador nacional), o
Brasil, Angola, Estados Unidos,
França e Suíça.
Outubro I 33
Portugal Inovador
Território marcado
pela diversidade
A ADREPES – Associação de Desenvolvimento Regional da Península de Setúbal tem a
particularidade de intervir nas esferas rural, costeira e urbana.
A sua instituição deu-se em
2001, por iniciativa de 11 entidades públicas e privadas que se
uniram com vista ao objetivo de
promover o desenvolvimento rural desta região, muito por via da
gestão do programa LEADER+.
O espaço de influência agregava os seis concelhos (Palmela,
Sesimbra, Alcochete, Moita,
Montijo e Setúbal) aos quais se
juntou, recentemente, Almada.
Em 2013, o seu objeto de ação
foi alargado, passando de âmbito
local para uma intervenção de
caráter regional.
As características deste território implicam, efetivamente,
que a atividade da ADREPES
se desdobre por outros âmbitos
que não apenas o rural. Como
nos explica a presidente, Isabel
Conceição, a Península de Setúbal define-se, por um lado, “pela
diversidade e, por outro, há que
realçar a qualidade dos recursos que concentra. É uma área
muito vasta, abrangendo zonas
34 I Outubro
urbanas, rurais e costeiras, com
um património natural muito rico,
como aliás é demonstrado pela
existência de 15 áreas classificadas”. Entre outros possíveis
exemplos, destacam-se, a Norte, o Estuário do Tejo, a Sul, o
Estuário do Sado e a Serra da
Arrábida, a Oeste, a Lagoa de Albufeira e a Arriba Fóssil da Costa
da Caparica e, a Este, diversos
Corredores Ecológicos que unem
Canha à Marateca, estendendo-se na direção de Sesimbra.
Diversa é também a sua oferta de produtos endógenos, os
quais “apresentam um enorme
potencial e necessitam, para
o efeito, de ser potenciados e
geridos a nível local”. Têm sido
muitas as iniciativas resultantes
do aproveitamento de artigos
de qualidade como os vinhos, o
queijo de Azeitão, as maçãs, o
mel, o pão, a doçaria, os licores
ou as compotas. Neste âmbito,
a ADREPES assume um papel
importante, enquanto “detentora
de um conhecimento profundo do
território, para o qual canaliza
verbas que lhe permitem financiar projetos que de outra forma
nunca seriam apoiados”.
A esse respeito, a gestão do último quadro comunitário traduziu-se, na globalidade, em cerca de
17 milhões de euros e na criação
de cerca de 145 postos de trabalho
diretos. Este período correspondeu
também à coordenação de projetos
como “As Heranças dos Vinhos
Portugal Inovador
do Sul”, a “Rede Europeia de
Pousadas Equestres”, “Histórias
Decantadas” e “Da Quinta para o
Prato”, assim como a um intenso
trabalho de “apoio personalizado a
cada empreendedor, que vai desde
a prestação de esclarecimentos e
acompanhamento até à execução
física e financeira dos seus investimentos”.
O dia a dia da ADREPES e
deste universo de produtores
não é, contudo, isento de constrangimentos: “Não podemos
deixar de ressalvar as características marcadamente rurais
que a Península de Setúbal
apresenta, que nem sempre são
reconhecidas pelas entidades
que nos tutelam. Trata-se de um
território periurbano, localizado
na Área Metropolitana de Lisboa
e sofre vários constrangimentos
ao nível do apoio prestado aos
empreendedores. Ou seja, o
nível de financiamento é muito
inferior aos projetos que são
desenvolvidos nesta região
quando comparados com outras
regiões”. Ao mesmo tempo, o
“excesso burocrático associado
a cada processo e o desajuste
das políticas que nem sempre
têm em conta as especificidades
de cada território, assim como a
crise económica que o país atravessa, são outros dos constrangimentos que mais marcaram
este período de programação”.
Agora, para o horizonte 2020,
está desenhada uma estratégia
de ação para o desenvolvimento,
que “traduz as aspirações de
todos os intervenientes”, a ser
implementada através do DLBC
(Desenvolvimento Local de Base
Comunitária) nas vertentes rural, costeira e urbana. No caso
das duas primeiras, procura-se
“a dinamização, valorização e
diversificação das economias
locais, através do estímulo ao
empreendedorismo, da capacitação, da integração territorial e da
inovação social”. No caso da última, é pretendido “o combate às
fragilidades sociais e territoriais,
contribuindo para a igualdade de
oportunidades e para uma menor
assimetria social e económica”.
Outubro I 35
Pelo desenvolvimento
sustentável da região
Portugal Inovador
A Estratégia de Desenvolvimento Costeiro preconizada para a Península de Setúbal, no âmbito do Eixo 4 do
PROMAR, promovida pelo Grupo de Ação Costeira (GAC) Além Tejo e gerida pela ADREPES, apoiou um
conjunto de projetos com vista ao desenvolvimento sustentável desta região.
No âmbito do Eixo 4 do PROMAR foram aprovados, na Península de Setúbal, 20 projetos, cujo investimento ascende a € 3.500.000, que
permitem a criação de 20 postos de trabalho. Este facto traduz a importância do trabalho desenvolvido pela associação junto da comunidade
costeira e ribeirinha da Península de Setúbal. Entretanto, eis o resultado de alguns dos projetos apoiados neste âmbito e já concluídos.
ADREPES – Isabel Conceição
Com o objetivo de valorizar os recursos costeiros e
ribeirinhos da Península de Setúbal, a ADREPES
(em parceria com as Câmaras Municipais de Alcochete, Sesimbra e Setúbal, o Clube Naval de Sesimbra, a ArtesanalPesca, a Mútua dos Pescadores
e a Autoridade Portuária de Sesimbra e Setúbal)
realizou o projeto “Histórias de Mar”: 14 programas televisivos – emitidos
na RTP2, Internacional, Informação e Africa – sobre os saberes-fazer ancestrais ligados ao mar e ao rio que cimentaram a identidade do território.
Para o efeito, o Eixo 4 do PROMAR financiou 35.307,32€ (equivalente a
85% dos 41.538,03€ necessários).
A implementação destas iniciativas e das que ainda estão em curso
permitem o cumprimento da estratégia definida pela ADREPES que se
consubstancia na “Valorização dos Produtos e Serviços do Setor das
Pescas e Promoção da Coesão Social das comunidades piscatórias num
contexto de preservação ambiental.”
CM Moita – Vítor Mendes
Com o auxílio do financiamento de 11.468,98€ do Eixo
4 do PROMAR (correspondente a 50% dos 22.937,96€
investidos), prosseguiu-se a missão de “preservar e
divulgar o património imaterial” que envolve a história,
técnicas e costumes marítimos do concelho. Para este
efeito, foi instalada sinalética para a criação de rotas
centradas neste mesmo património. Foram também editadas diversas publicações a transmitir estes costumes
e saberes tradicionais, como “o processo artesanal de fazer o sal”. Procedeu-se, ainda, à realização a uma inventariação das embarcações tradicionais.
Sociedade
Musical
Sesimbrense
– Apolónio
Alves
“Fizemos uma obra
de renovação na
zona do bar e modernizámos este
espaço, o que, sem o apoio do Eixo
4 do PROMAR, não conseguiríamos
fazer”, sublinha Apolónio Alves, atual
presidente desta associação centenária, dedicada às atividades culturais
em Sesimbra. As verbas obtidas
(41.762,51€, equivalentes 75% dos
55.683,35€ necessários para implementar o projeto) permitiram, de facto, um conjunto de reformulações que
incluíram a criação de uma sala de
convívio, a instalação de novos lavabos, a construção de um balneário de
apoio às diversas atividades culturais
e desportivas. Acresce que a maioria
dos associados da Sociedade Musical são pescadores ou ex-pescadores
que usufruem deste espaço para a
realização de atividades de lazer nos
seus tempos livres.
Mecomar – António Marques
A Mecomar apresentou dois projetos que obtiveram financiamento ao Eixo 4 do PROMAR gerido
pela ADREPES: uma depuradora e uma loja. “O investimento da candidatura veio dar-nos uma
grande ajuda e alguma estabilidade”, salienta António Marques, gerente da Mecomar, Lda., empresa dedicada à depuração e comercialização de bivalves e marisco. “Penso que a ADREPES, como
organismo, foi uma peça fundamental para o êxito desta candidatura”. Através do financiamento
obtido – 73.481,64€ (40% do investimento feito de 183.704,10€) – tornou-se possível a aquisição
de equipamentos e viaturas para o transporte de marisco e bivalves, produtos comercializados,
inclusivamente além-fronteiras, pela Mecomar, Lda.
36 I Outubro
Portugal Inovador
ArtesanalPesca –
Carlos Macedo
AAPCS – Carina Reis
A Associação de Armadores de
Pesca Artesanal do Centro e Sul é
um dos organismos que mais tem
contribuído para a valorização do
trabalho efetuado pelos profissionais do setor. A associação candidatou ao Eixo 4 do PROMAR
o Cabaz do Peixe. “Este projeto tinha três objetivos:
uma componente ambiental para começarmos a utilizar mais peixe com pouco valor. Depois, tínhamos
a intenção de favorecer os nossos pescadores,
dando-lhes um preço mais justo pelo pescado. Por
fim, chegar ao cliente com um peixe fresco a um
preço mais acessível”. O financiamento obtido
(66.190,00€, correspondente a 90% do investimento de 73.544,44€) permitiu obras, a aquisição de
equipamento e de uma viatura refrigerada que
permite a entrega de pescado, ao cliente, com a
máxima frescura assegurando as condições de
higiene e segurança alimentar. Os resultados já
se fazem notar, principalmente no volume de
clientes, que “tem crescido”.
A ArtesanalPesca é uma organização de produtores, focada
na valorização dos produtos
capturados pelos pescadores artesanais de Sesimbra. No âmbito
do Eixo 4 do PROMAR gerido pela
ADREPES “tivemos três projetos: um foi a aquisição de uma
viatura pesada para recolha e distribuição do pescado. Outro,
entretanto, passou pela criação de uma sala de formação e
pela melhoria das instalações de apoio à atividade”. Por último,
adquiriu-se equipamento para “a produção de um novo produto”, assente na produção do filete de peixe, “nomeadamente de
cavala e de peixe-espada preto”, explica Carlos Macedo. Para a
realização de todos estes projetos, foi obtido um financiamento
de 354.852,09€ (equivalente a 86% do investimento realizado
de 413.788,48€).
ABAS – Fernando Almeida
As verbas obtidas no âmbito do Eixo 4 do PROMAR
(17.006,29€, equivalente a 75% do investimento de
22.675,05€) traduziram-se em obras de adaptação
e na mudança de instalações do Centro de Convívio
de Argéis para uma zona mais próxima do Centro
de Acolhimento Temporário, também ele tutelado
pela ABAS (Associação de Beneficência, Amizade
e Solidariedade de Sesimbra). “Este é um local mais central e aqui as pessoas sentem-se melhor”, explica Fernando Almeida, que faz um “balanço
positivo” dos resultados alcançados através deste investimento e do novo
espaço, frequentado, na sua maioria, por pescadores e ex-pescadores.
Fixe em Casa
– Manuel
Cardoso
“Conseguimos financiamento para a carrinha, mas também
para a máquina de
frio e para a máquina de embalar o peixe a
vácuo”, explica Manuel Cardoso, co-fundador da Fixe em Casa, empresa inovadora no
setor, que se dedica à entrega de pescado ao
domicílio, eliminando as barreiras impostas
pelos intermediários. Foi com o apoio do Eixo
4 do PROMAR (19.413,79€, correspondentes a 40% do investimento de 48.534,48€)
que a Fixe em Casa deu mais um passo na
inovação, ao embalar o pescado em vácuo,
fazendo-o chegar, com ainda mais garantias
de frescura e qualidade, a lojas de produtos
biológicos, bem como a clientes particulares,
através do serviço de entrega ao domicílio
em que assenta a filosofia da Fixe em Casa.
A implementação deste projeto permitiu à
empresa triplicar o volume de vendas.
Outubro I 37
Portugal Inovador
30 anos
a apostar na inovação
Da eletrónica à industrial naval, das telecomunicações à construção civil, na Salemo & Merca
encontra soluções sofisticadas e únicas em Portugal.
Desde 1982 que a Salemo &
Merca se apresenta como uma
empresa industrial metalomecânica de grande excelência
e inovação no mercado nacional, dedicando-se à criação de
equipamentos e componentes
metálicos para todo um vasto
leque de indústrias, a saber:
telecomunicações, construção
civil, bricolagem, mas também
as indústrias naval, a elétrica e
a eletrónica.
A inovação por detrás dos
equipamentos desenvolvidos
pela Salemo & Merca é uma
das grandes chaves para o seu
sucesso e persistência num mercado tão amplo e complexo como
este. De facto, “inovação, flexibilidade e facilidade de adaptação
às circunstâncias”, são palavras
de ordem no dia-a-dia da empresa, que, por sua vez, rimam com
os conceitos de rigor, seriedade
e profissionalismo.
Ao longo de um período de
38 I Outubro
mais de 30 anos, a empresa tem
focado a sua atuação na criação
de produtos novos, mas também
na prestação de serviços à medida dos clientes, proporcionando
soluções singulares no mercado. “As bases que seguram as
telecomunicações das fragatas
MEKO passaram todas por aqui”,
explica Salemo Madureira. Mas
existem outros exemplos de
produtos únicos, desenvolvidos
nas instalações da Salemo &
Merca, como o projeto mecânico por detrás das máquinas de
pagamento automático da Brisa.
Mas entre as diversas entidades que solicitaram os serviços
desta empresa, encontram-se
ainda vultos como a Papelaco,
a Komax a Efacec, a Siemens
ou a Bosch.
“Nascemos numa época de
crise, muito idêntica à que estamos a atravessar agora”, refere Salemo Madureira, quando
questionado sobre o âmbito
geográfico dos clientes que mais
solicitam os serviços da Salemo
& Merca. “Passámos de uma situação em que 98% dos nossos
clientes eram nacionais” para
uma conjuntura em que predomina a “venda para o mercado
estrangeiro” – um passo que se
revelou necessário e que solidifica a capacidade de adaptação
desta empresa às oscilações dos
diversos setores em que atua.
A Salemo & Merca é uma empresa cujo âmbito de atividade se
divide em três áreas centrais de
negócio. Uma delas é o desenvolvimento de projetos à medida
do cliente – comercializados pela
chancela PROJE – através dos
quais a empresa presta apoio
à industrialização de produtos,
bem como à sua fabricação,
sempre no âmbito das solicitações e especificações dos seus
clientes.
Portugal Inovador
Outro dos seus âmbitos é a
área de produtos S&M, onde se
inserem os artigos associados à
área das telecomunicações e das
indústrias eletrónica e elétrica.
Entre os produtos comercializados neste âmbito, encontram-se
os armários de pavimento ou murais para interiores e exteriores,
repartidores especiais, ou ainda
armários mistos para exteriores
ou para aplicações especiais,
por exemplo.
Destaque ainda para a marca
de produtos SEGUR, centrada
nos setores da construção e bricolagem. É neste âmbito que a
empresa comercializa escadas,
escadotes, andaimes ou torres
em alumínio, bem como plataformas e pranchas para andaimes
com um design e especificidades
únicas em Portugal, sem esquecer, todavia, outros produtos
como monta-cargas.
É precisamente através de
uma gama de produtos como
esta, bem como da constante
aposta na inovação e na qualidade, que vemos espelhada a
filosofia de atuação da Salemo &
Merca. “Não gostamos de copiar
nada daquilo que os outros já
fazem. É por isso que as nossas
pranchas e as nossas torres
são diferentes”, afirma Salemo
Madureira. “Procurámos fazer
algo diferente e, logo quando a
empresa nasceu dedicamo-nos
logo a fazer aquilo que mais ninguém queria fazer”, acrescenta
o gerente.
Outubro I 39
Portugal Inovador
Um importante parceiro da
agropecuária
Desde 1990 que a Fertiprado tem servido esta indústria através do desenvolvimento de
sementes para pastagens e forragens, sempre numa lógica de inovação e diversificação.
É na Herdade dos Esquerdos,
em Vaiamonte, concelho de Monforte, que se encontra a sede da
empresa, onde pudemos falar com
o responsável, João Paulo Crespo.
Como recorda o nosso interlocutor,
a Fertiprado nasceu com base
na ideia de desenvolver prados,
actividade profissional do seu pai,
enquanto investigador do INIA e “na
sequência da gestão de uma exploração agrícola da família Crespo,
que começou a desenvolver um
projeto de pastagens e pecuária de
ovinos”. Este propósito cedo assumiu uma perspetiva empresarial,
estendendo-se a outros produtores da região e, pouco depois, a
clientes do Minho ao Algarve. “Os
primeiros anos foram anos de muita luta, sempre numa tentativa de
experimentação e melhoramento
contínuo”, lembra, até que, em
1993, deu-se “a transformação dos
conceitos em marcas”. E as marcas
têm crescido e ampliado mercados.
Continuando esta resenha histórica, o diretor aponta como primeiro
40 I Outubro
momento da sua internacionalização a entrada em Espanha, no ano
de 1995, à qual se seguiu Itália, em
2005, e, há cinco anos, o Uruguai.
Neste último destino, a Fertiprado
detém uma unidade com componente produtiva e é aí que reside
uma parte importante das suas ambições: “A América do Sul é o maior
centro de produção pecuária do
mundo, a nível de vacas e ovinos.
Só para dar uma ideia, o Uruguai
em termos de número de animais é
10 vezes superior a Portugal, num
território que representa apenas
uma vez e meia o nosso. É também
um país com muitas parecenças
culturais, onde nos sentimos bem e,
portanto, assumimos esse desafio
e estamos a crescer”.
No decorrer desta expansão,
a empresa foi também, naturalmente, crescendo em capacidade,
sendo hoje um importante empregador na região de Portalegre. É
também uma empresa líder em
Portugal e está a conseguir marcar uma presença muito dinâmica
nos mercados externos onde está
presente. Um aspeto assinalado
por João Paulo Crespo como potenciador desta boa reação por
parte do mercado prende-se com
“a adequação a cada caso”. Ou
seja, uma preocupação com que “a
adaptabilidade das sementes seja
a melhor possível às condições de
cada terreno, em função do tipo de
solos, de clima e das necessidades
de exploração”. Resumindo, são
estes “os três pilares que movem
a Fertiprado e que procuram garantir ao máximo a qualidade e a
boa prestação do produto junto do
agricultor”.
A contribuir para esta correta resposta a uma tão grande
diversidade de situações está o
desenvolvimento de uma estrutura
de experimentação, assente num
programa próprio de seleção de espécies e variedades (único exemplo
no país), nas oito pessoas fixas dedicadas a funções de I&D e na parceria com entidades como o INIAV
(Instituto Nacional de Investigação
Agrária e Veterinária) ou as suas
congéneres em Espanha, França,
Itália ou Uruguai. Por conseguinte,
“a produção de semente que a Fertiprado vem fazendo está a crescer
a ganhar bastante competitividade”.
Agora, em jeito de balanço,
João Paulo Crespo entende que a
empresa tem razões para se orgulhar “do contributo de geração de
valor que conseguiu fazer na zona
e pela empregabilidade sustentada
que criou”. Mostra-se consciente de
que a Fertiprado “está inserida num
mundo competitivo mas também
muito instável, em que os desafios
encerram grandes oportunidades e
alguns riscos. Mas está confiante
na equipa e optimista quanto ao
futuro do setor.
Portugal Inovador
Outubro I 41
Portugal Inovador
Tranquilidade e uma nova
experiência
A Herdade da Urgueira é um espaço recém inaugurado, que está a marcar a diferença com
o conceito de olivoturismo.
Foi no dia 25 de julho que este
complexo turístico abriu portas.
Está integrado numa propriedade
com 620 hectares, na freguesia de
Perais, concelho de Vila Velha de
Ródão, e é a concretização de um
sonho antigo do seu responsável,
Carlos Lourenço. Passaram-se
mais de 20 anos desde a aquisição
da herdade por parte da sua família.
Durante a maior parte deste período, foi aproveitada unicamente para
fins agrícolas, até que, em 2010,
iniciou-se a recuperação do antigo
casario em que funciona agora esta
unidade.
42 I Outubro
A Herdade da Urgueira divide-se em cinco alas. Uma delas é a
área temática, composta por sete
apartamentos, cada um deles decorado com elementos alusivos a
uma diferente fase do processo de
produção do azeite. A segunda é a
chamada área regional, constituída
por uma suite e 4 quartos (Urgueira, Perais e Tostão) e receção. A
terceira reúne o restaurante, a sala
de eventos, piscina e terraço panorâmico. A quarta é área business,
com um espaço para conferências,
zona para convívio e um deck, onde
é possível sair para um passeio de
barco no lago. No quinta ala está
um lagar. O restaurante foi aberto
a 26 de setembro e oferece uma
cozinha tradicional, com forno de
lenha, com pratos típicos da região
como o maranho, o borrego assado
no forno e as sopas de peixe.
O espaço, para fazer jus ao
termo olivoturismo, tem também
um lagar de azeite, pertencente
aos antigos donos da propriedade.
“Este lagar encontrava-se num
outro terreno, na freguesia de
Sarnadas de Ródão. À época era
dos mais modernos e eu consegui
adquiri-lo e montá-lo neste lugar”,
refere. O olivoturismo é, de facto, a
grande aposta de Carlos Lourenço
e o grande fator de diferenciação
deste projeto, conforme nos explica:
“O nosso objetivo é que as pessoas
possam usufruir das diferentes
fases que a azeitona passa até se
chegar ao azeite. Queremos que
tenham a oportunidade de ter algumas experiências que possam ver
e executar, porque uma coisa é isto
ser explicado e outra é as pessoas
realmente executarem o processo.
O objetivo é mesmo o de recriar”.
Portugal Inovador
Um parceiro na Engenharia de
equipamentos químicos
Sediada em Ílhavo, a Eng & Steel, Lda. alia a experiência dos seus profissionais ao vasto
conhecimento sobre o mercado em que atua.
Vocacionada para os bens de
equipamentos com marcação CE
para a indústria química, a Eng &
Steel nasceu em março deste ano
pela iniciativa de dois sócios – Miguel Rocha e Luís Fernandes – com
vasta experiência no setor. A oportunidade de negócio surgiu depois
de ter sido detetada no mercado
nacional uma necessidade para a
qual “ainda não existe muita oferta”.
Entre os produtos desenvolvidos
nestas instalações encontram-se reservatórios sob pressão e
permutadores de calor e outros
equipamentos que exijam cálculo
mecânico. “Temos, dentro de portas,
engenharia suficiente para fazer o
cálculo mecânico e projeto, obedecendo a códigos internacionais de
construção, como sejam o ASME,
o CODAP, o AD-Merkblätter, o PD
5500, ou o EN 13445, para além de
outros”, explica Miguel Rocha.
Paralelamente aos equipamentos pressurizados, a Eng & Steel
proporciona outras soluções de engenharia, para além de desenvolver
e projetar componentes para peças
de máquinas, função para qual a
empresa possui profissionais qualificados. Não admira, posto isto,
que esta seja uma empresa capaz
de proporcionar uma resposta
para diversos setores da indústria,
com especial ênfase para a área
química e para as empresas de
engenharia.
Apesar do seu ainda breve período de atividade, a Eng & Steel
já marca uma presença assinalável
(30% do volume de faturação) em
diferentes mercados da Europa,
nomeadamente o francês – relativamente ao qual o balanço tem
sido particularmente positivo –, o
alemão, o holandês e o espanhol.
É assumida a ambição de ampliar
o mercado de exportação para os
50%, uma vez que é desejo da
empresa “não depender apenas
do mercado nacional”. Independentemente da natureza do cliente,
existe, todavia, um objetivo assumido: “Executar bons serviços para
fidelizar o cliente, não pelo preço,
mas pelo serviço”.
Entretanto, o desenvolvimento
da Eng & Steel promete não ficar
por aqui. “Submetemos a empresa
ao programa Portugal 2020, para
recebermos apoio nas áreas da
qualificação e internacionalização”,
refere Miguel Rocha. Com efeito,
está já confirmada a participação
da empresa na feira internacional Midest, em Paris, ainda em
2015, sucedendo-se outras duas
presenças no ano seguinte. Paralelamente, têm sido estabelecidas
parcerias com empresas “nossas
complementares”, nomeadamente
na área da maquinação industrial,
automação industrial e de tratamento de superfícies.
Outubro I 43
Portugal Inovador
Novo dinamizador da região
O Regia Douro Park – Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real é uma nova resposta
na promoção do empreendedorismo e da ciência, estando direcionado para os setores
agroindustrial, vitivinícola e ambiental.
Centro de Excelência
da Vinha e do Vinho
Esta iniciativa insere-se na estratégia de criação de uma rede de
parques no país e vem preencher a
necessidade de uma solução deste
género no Interior Norte. A área de
Bragança está a ser contemplada
com o Brigantia EcoPark e Vila
Real com o Regia Douro Park,
resultando ambas da iniciativa
conjunta dos respetivos municípios,
da UTAD e do Instituto Politécnico
de Bragança. O Regia Douro Park
está a iniciar o seu funcionamento,
estando a sua inauguração apontada para breve.
Acerca da natureza deste projeto e das mais-valias que vem
trazer aos empresários da região,
contámos com a elucidação do seu
diretor geral, Nuno Pinto Augusto.
Sublinha que, face a outros parques
da rede, tem como grande vantagem “a panóplia de componentes
que oferece”, as quais passa a
apresentar. “Como estrutura física,
integra quatro valências distintas”,
começa, sendo estas o Douro
Business Center, a Incubadora de
Empresas, o Parque Empresarial e
Industrial e o Centro de Excelência
da Vinha e do Vinho.
44 I Outubro
O primeiro funciona como edifício sede, cobrindo os serviços
administrativos e de gestão do
parque, e disponibiliza espaços
comuns como salas de formação,
de reuniões e multiusos e também
restaurante e bar. “Estamos abertos
à comunidade, o que significa que
qualquer empresa da região que
precise de um dos nossos espaços
pode utilizá-lo”, indica.
Numa fase já “muito desenvolvida” de utilização encontra-se
a Incubadora. As portas foram
abertas em junho e, entretanto,
já recebeu quase duas dezenas
de empresas. “Estamos com um
conjunto muito diversificado, com
algumas empresas ligadas às
novas tecnologias (software, aplicações) e outras mais tradicionais,
como empresas agrícolas que têm
aqui o seu escritório”, explica. O
outro equipamento aqui presente com o propósito de acolher
empresas é o Parque Industrial,
composto por 26 lotes com mil a
dois mil metros quadrados, que se
prevê que sejam “exclusivamente
alocados a empresas associadas
à agroindustria”.
Dentro das valências aqui agregadas, o CEVV será, porventura,
a que constitui o grande elemento
diferenciador deste parque. Nuno
Pinto Augusto chama a atenção
para o facto de vir dar resposta
a uma necessidade urgente da
região: “É um grande laboratório,
adaptado para os nossos produtos
endógenos. Servirá de apoio à
agroindustria, com maior foco no
setor vitivinícola, e o objetivo é essencialmente produzir conhecimento e transferir conhecimento para
as empresas, através de análises
ou estudos que, presentemente,
são feitos no estrangeiro e que
ainda não temos capacidade para
desenvolver”.
O CEVV vai ser orientado e
gerido principalmente pela UTAD,
estando previsto um financiamento
de 1,5 milhões de euros anuais e
espera-se que, dentro de poucos
anos, possa realizar cursos de doutoramento em Enologia, em consórcio com a UTAD, a Universidade do
Porto e a Universidade do Minho.
Portugal Inovador
Solidariedade, seriedade
e responsabilidade
Dos manuais escolares aos livros em língua estrangeira, na
José de Almeida Gomes & Filhos, Lda. encontra variedade
e um serviço de excelência.
Livro após livro, são já 24 anos de
“crescimento permanente” com um
número de clientes “sempre a subir”.
Assim nos garante José de Almeida
Gomes que, em 1991, abriu uma
firma dedicada ao armazenamento e
distribuição de livros. À medida que os
anos foram passando, consolidou-se
o sucesso e o estatuto de referência
nacional.
Mas como é que tudo se tornou
possível? José de Almeida Gomes
elenca “o facto de as pessoas acreditarem em nós, por sermos responsáveis
e sérios”. O “respeito pelos clientes” e
o “bom serviço” que lhes é prestando
correspondem, por seu turno, a outros
dois aspetos. Mas existe ainda o facto
de “os descontos serem muito apelativos”: qualquer livro não escolar conta
com uma redução de 20% no preço.
Com um âmbito de atuação que se
estende por todo o território nacional,
ainda que com maior ênfase na região
Centro (mas também com alguns
clientes de Angola), a José de Almeida
Gomes & Filhos, Lda. comercializa
vários tipos de livros e material didático.
Em primeiro lugar, surgem os manuais
escolares. “Entram e saem milhares
por dia”, sintetiza o empresário. Mas os
resultados explicam-se também pelo
bom escoamento dos livros de editoras
não escolares, procuradas não só pelo
cliente particular, mas também por
bibliotecas, escolas ou feiras do livro.
Também de grande relevo são os
protocolos com as Universidades de
Coimbra, Aveiro e da Beira Interior.
Já outro aspeto que faz da José de
Almeida Gomes & Filhos, Lda. um
armazenista e revendedor de referência é o leque de obras importadas de
editoras estrangeiras. “Somos o mais
antigo importador da Oxford University
Press e temos também outras editoras,
como a Cambridge University Press,
a Express Publishing, a Pearson e
muitas outras”, enumera.
Embora sediada em Coimbra, a
José de Almeida Gomes & Filhos,
Lda. conta com uma filial em Aveiro, a
Tricana. Já nos bastidores da empresa
há 16 colaboradores, testemunhas e
agentes deste sucesso. A prova está
no volume de faturação que “ultrapassa os três milhões” e demonstra uma
“tendência para aumentar”.
O imperativo da
solidariedade
Ajudar o próximo foi um gesto a
que José de Almeida Gomes nunca
se escusou. Assim, não admira que
por detrás do negócio dos livros persista a vontade de atender aos mais
carenciados. “Tenho mandado muito
material para Cabo Verde e para a
Guiné-Bissau”, num esforço que já
chegou também a São Tomé e Príncipe e a Timor-Leste.
Em agosto “fui contactado pelos
assessores do Bispo D. Ximenes
Belo para doar livros. Disse que sim
e mostrei quais eram as minhas
possibilidades”. Posto isto, “o próprio
decidiu agradecer-me pessoalmente.
Marcámos uma reunião e ele visitou-nos. Foi uma grande honra”, descreve
o empresário, acrescentando que o
próximo passo é sensibilizar “o público em geral” para a doação de livros,
brinquedos ou roupa de que já não
necessitem.
Outubro I 45
Portugal Inovador
Plano económico e social
Fazer nascer uma ideia, contextualizá-la dentro de um modelo de negócio que acrescente
valor ao país, são passos críticos no ciclo empreendedor. Porém tudo isto depende da visão
e das ferramentas que cada organização tem ao seu dispor. Nessa perspetiva os apoios
financeiros e os sistemas de incentivos a que os empresários podem recorrer no seguimento
dos seus projetos, como o Portugal 2020, são sempre prioritários.
Mas para perceber melhor a
sua relevância torna-se necessário
observar a sua definição e linha de
orientação. Em pontos muito gerais
trata-se de um acordo de Parceria
entre Portugal e a Comissão Europeia que visa o desenvolvimento
económico, social e territorial e
económico em Portugal, através
da atuação dos cinco Fundos Europeus Estruturais e de Investimento
(FEDER, Fundo de Coesão, FSE,
FEADER e FEAMP). O acordo pretende atingir este objetivo entre os
anos de 2014 e 2020. Com os 25
mil milhões de euros que Portugal
receberá até 2020, espera-se aumentar assim a empregabilidade,
estimular o crescimento das exportações, aumentar a produção de
serviços transacionáveis, combater
a pobreza e a exclusão social, reduzir o abandono escolar, estimular
uma maior coesão territorial, com
ênfase para as regiões de baixa
densidade populacional, e conseguir uma maior sustentabilidade no
uso de recursos.
46 I Outubro
Vale ainda acrescentar a Estratégia de Investigação e Inovação de
Portugal para uma especialização
inteligente nas suas componentes
nacional e regionais (Norte, Centro,
Lisboa, Alentejo, Algarve, Açores e
Madeira). Nesse âmbito, procura-se desenvolver um crescimento
sustentável e inclusivo nas áreas
do conhecimento e da inovação, na
sociedade e sua empregabilidade,
e no desenvolvimento ecológico.
Estes ambiciosos e urgentes objetivos procuram ser conseguidos
através da implementação de 16
Programas Operacionais e dos Programas de Cooperação Territorial.
Com taxas de desemprego assustadoras, regiões esquecidas e
abandonadas, e um número maior
de importações do que exportações, o Acordo Portugal 2020 é
obviamente necessário e urgente.
Foi notícia que em agosto de 2015
a taxa de desemprego em Portugal
subiu para os 12,4%. Também se
sabe que a balança comercial portuguesa continua negativa. Quanto
ao abandono escolar precoce, é
certo que, em 2014, este baixou
para os 17,4%.
Obviamente que o referido Acordo entrou em vigor há relativamente
pouco tempo e até 2020 todo este
panorama poderá vir a sofrer alterações.
O contacto que todos os dias
temos com as diferentes realidades empresariais faz-nos perceber
que são muitos a partilhar opiniões
comuns sobre o empresário português. As boas experiências que
consegue captar através do mercado externo, a vontade de prosperar
lá fora, e os pensamentos que os
estrangeiros transmitem sobre o
seu mérito e profissionalismo são
fortes indicadores da nossa produtividade e ambição. Porque é que
apesar de tudo isto se continua
então a notar uma frágil e débil
confiança no nosso trabalho? A
sociedade precisa de incentivos,
é certo, mas a confiança também
será determinante para fazer nascer uma ou muitas ideias.
Portugal Inovador
Outubro I 47
Portugal Inovador
48 I Outubro
Portugal Inovador
Mais que uma rede,
uma família
O projeto que teve início em Évora estendeu-se depois a Montemor-o-Novo, Beja, Algarve
e Lisboa. Já em 2016 estão previstas novas aberturas de loja.
A família imobiliária Mais Casa,
baseia-se na proximidade cliente/colaborador, tendo em vista ajudar as necessidades dos seus clientes, “acima
de tudo amigos, porque gostamos de
quem nos faz sentir bem e confiamos
em quem nos dá atenção”, introduz a
nossa entrevistada Isabel Pinto.
Uma das impulsionadoras da
marca, Isabel Pinto, salienta que têm
conseguido manter a equipa dada
a política de conduta da empresa:
“A nossa diferença começa logo no
primeiro contacto, somos muito transparentes e diretos com todos, sejam
clientes ou prestadores de serviços.
Pessoalmente, conheço as pessoas
que trabalham comigo pelo nome,
conheço os seus problemas pessoais,
estamos a falar de 60 pessoas. Vou
parar de abrir lojas quando não tiver
capacidade para acompanhá-las pessoalmente. Somos seletivos? Somos.
Geralmente para a Mais Casa entra
o amigo do amigo, e o conhecido do
conhecido, não apostamos muito no
recrutamento”.
A nossa entrevistada afirma ainda
que a Mais Casa se distingue pelo
acompanhamento prestado: “As
angariações são um ponto forte do
nosso trabalho. Angariamos produtos
de qualidade, mas, ajustados ao valor
de mercado”. Para isso é feito todo
um acompanhamento junto do cliente:
“Não trabalhamos para bater records
de angariações. Nós conhemos as
pessoas pelos nomes, falamos com
elas e mantemos o contacto. Deste
modo somos referenciados a outros,
é a nossa melhor publicidade”, refere.
Mercado de Évora
Em 2011, aquando da abertura do
projeto, “o mercado estava estagnado”,
mas a equipa da Mais Casa começou
por trabalhar o arrendamento, “algo
que em Évora ninguém fazia”. Hoje,
“não precisamos de angariar, porque
as casas são-nos entregues ano
após ano”. Aos poucos, o mercado
imobiliário em Évora, à semelhança
do restante panorama nacional, foi
ultrapassando as dificuldades, impulsionado pelos pequenos investidores
que compravam tendo em vista o
arrendamento, principalmente no
centro histórico, local onde se encontra
sediada a Mais Casa.
Conduta: presente e
futuro
Mensalmente, Isabel Pinto visita
cada uma das lojas, localizadas em
diferentes mercados, com públicos e
produtos muito distintos. Ainda assim
os investidores estrangeiros nunca foram o seu foco. “Quando trabalhamos
com o topo temos que estar dedicados
a esse nicho e não é esse o nosso mercado. Nós trabalhamos com a classe
média e com os investidores locais. No
caso dos investimentos Golden Visa,
é público que muitas casas não foram
vendidas ao preço real, eu tenho noção
disso e não o faria a cliente algum, seja
ele português ou estrangeiro”.
A curto/médio prazo está já prevista
a abertura de mais lojas em Lisboa,
no Montijo, na Costa Alentejana e no
Algarve. “Não muitas mais… Tenho um
limite, mediante as minhas capacidades. Certo é que a postura vai ser sempre a mesma: conhecer quem trabalha
comigo para poder responsabilizar-me
pelo trabalho dessas pessoas”, conclui.
Outubro I 49
Portugal Inovador
As famílias são o alicerce do
mercado imobiliário
José Neves desenvolveu a sua experiência profissional em duas áreas distintas: inicialmente,
no setor bancário – onde desempenhou diversas funções em três entidades – e, em 2002,
assumiu a decisão de apostar num projeto profissional próprio, adquirindo o franchising da
ERA Imobiliária em Évora.
“Continuo a estar grato à
ERA por fazer parte desta rede,
que me apoiou desde a primeira
hora, dando-me o know-how
necessário para trabalhar o setor
de uma forma profissional, credível e transparente”, introduz
José Neves.
Crédito Bancário
Durante 13 anos de atividade,
a ERA Évora acompanhou as
oscilações do mercado: “Vivemos períodos em que o crédito
à habitação representava 90%
dos nossos processos, e outros
em que cingia-se aos 28%, face
às transações efetuadas com
capitais próprios”. A partir de
2014, detetou-se “uma nova
abertura do crédito à habitação,
sendo que cerca de 55% do nosso volume de negócios é agora
suportado por esse produto, com
clara tendência de crescimento”.
Face ao seu conhecimento da
Banca, José Neves denota que o
50 I Outubro
paradigma do crédito à habitação
mudou: “Na minha perspetiva
não voltará a ser como dantes”.
“Antigamente era fácil adquirir
financiamento a 100%, mas essa
situação terminou. Vê-se que as
pessoas estão a desenvolver a
consciência de que são necessários capitais próprios para
se investir na compra de uma
casa, uma vez que os Bancos só
financiam 80% do valor da venda
ou do valor da avaliação”. Em
termos de solidez do cliente de
crédito à habitação, “também se
verifica diferenças, é quase impossível fazê-lo a pessoas sem
contrato efetivo ou pessoas isoladas (e sem fiador). As próprias
avaliações estão mais rígidas,
transparentes e o mercado vai
ter que se ajustar”.
O franchisado faz questão
de reforçar, que na rede ERA
os negócios são acompanhados
desde a angariação do imóvel
com o cliente vendedor, até à
“Continuo a estar
grato à ERA por
fazer parte desta
rede, que me
apoiou desde a
primeira hora,
dando-me o know-how necessário
para trabalhar
o setor de uma
forma profissional,
credível e
transparente”.
venda junto do cliente comprador, ajudando-o nas suas necessidades de financiamento que
terminam aquando da escritura.
Preferimos ser nós a acompanhar na íntegra o processo de
crédito à habitação, dado que
conseguimos ter protocolos com
todas as instituições bancárias.
Se no pico da crise, nos anos
de 2011/12, o negócio da ERA
Évora assentava em clientes
investidores e com capital próprio – “um leque muito reduzido composto por pessoas que
investiam por não quererem ter
as suas poupanças no Banco;
compravam para colocar no
mercado de arrendamento, ou
reabilitar e vender; e uma franja
mínima de agregados familiares
jovens cujos pais tinham condições para oferecer o imóvel –,
hoje, as famílias que, na minha
opinião, são o grande alicerce do
Portugal Inovador
“Comparativamente
com o tempo em
que entrei para
este ramo o setor
está diferente, está
mais credível, o
negócio é mais
transparente”.
“Évora é uma
cidade que tem um
nicho de mercado
interessante em
termos de terrenos,
quer urbanos quer
agrícolas, tendo o
ERA Casa Pro uma
palavra a dizer”.
mercado imobiliário em Portugal,
querem comprar casa, por isso
recorrem ao crédito à habitação.
Felizmente, o mercado está a
mexer”, exprime José Neves
reforçando que, para interesse
dos investidores, em Évora “facilmente se consegue adquirir
imóveis para arrendar com taxas
de retorno na ordem dos 8%”.
ERA Casa Pro
A crise do setor da construção
civil manifesta-se hoje na falta de
produto novo para venda. Nesse
sentido, a marca ERA desenvolveu o ERA Casa Pro, direcionado para quem tem terreno e/ou
procura terreno e quer construir.
“Évora é uma cidade que tem um
nicho de mercado interessante
em termos de terrenos, quer
urbanos quer agrícolas, tendo
o ERA Casa Pro uma palavra a
dizer. Os clientes estão a aderir
pela qualidade de construção,
pelo acompanhamento da obra,
pelos prazos de execução e pelos projetos de arquitetura, assim
como o preço controlado que
permite que a compra do terreno
e a construção seja um projeto
acessível à grande maioria dos
agregados familiares”, apresenta
o nosso entrevistado.
dessa forma e assim alimenta-se a credibilidade do setor. Nós
fazemos o nosso papel, mas não
estamos sozinhos, muitos colegas o fazem”, conclui.
Recrutamento
Apesar do recrutamento ser
um processo complexo, o diretor
confessa que não se preocupa
com a questão da experiência,
dada a consistência da formação dada pela ERA. No entanto,
denota “que o grau de formação
dos comerciais é hoje muito superior, isso comprova-se nesta
equipa composta por licenciados
em diversas áreas. Se por um
lado é difícil recrutar, por outro,
nos últimos anos, têm aparecido pessoas válidas que por via
do desemprego arregaçam as
mangas e enveredam por uma
carreira no imobiliário”. Finalizando José Neves não deixa de
salientar que uma das principais
“virtudes” que as redes trouxeram a este setor “foi o rigor do
trabalho, as regras de mercado,
o profissionalismo e a competência”: “Comparativamente com o
tempo em que entrei para este
ramo o setor está diferente, está
mais credível, o negócio é mais
transparente. A maioria trabalha
Outubro I 51
Portugal Inovador
“Somos a n.º 1 da Margem Sul em
termos de Agências Imobiliárias!”
Chegados à Margem Sul, procurámos conhecer a realidade do setor imobiliário da região
junto de uma das quatro lojas do Grupo RE/MAX EASY. Os brokers Luís Gomes e José
Quinteiro apresentaram-nos um mercado muito segmentado e diversificado.
Quatro lojas,
quatro realidades?
Luís Gomes acumula cinco
anos de experiência no ramo
imobiliário, tendo impulsionado a
expansão do projeto Remax através da abertura da primeira loja do
Grupo Easy no Seixal, em março
de 2010. O sucesso foi tal que no
final do terceiro ano, os consideráveis resultados o fizeram tomar
a decisão sobre o rumo a seguir:
“E o passo foi continuar no ramo
imobiliário e abrir novas franquias
chegando desta forma a mais
52 I Outubro
mercados e a mais clientes com
a nossa proposta de valor que
acreditamos ser diferenciadora e
de elevado valor para clientes e
consultores”, conta.
A segunda loja surge assim
no Barreiro no final de 2013 e a
terceira na Quinta do Conde em
maio de 2014, sendo que a estratégia definida pelos sócios prevê
a continuação do crescimento
do projeto para outras zonas na
Margem Sul.
Os preços, a vasta oferta de
serviços, a proximidade à capital,
o fácil acesso à autoestrada, conduz a uma grande procura nesta
zona de apartamentos para remodelar: “O Seixal é um mercado
muito rotativo que cresceu com
inúmeros pequenos investidores
particulares, que compraram
imóveis usados para colocar no
mercado de arrendamento, alcançando taxas de rentabilidade bruta na ordem dos 10%. À medida
que nos aproximamos de Lisboa,
vai aumentando a segurança pelo
perfil do arrendatário, mas diminui o Yield, baixando para os 5%
na Capital”.
Três das lojas Remax Easy –
duas no Seixal e outra no Barreiro
– trabalham um segmento médio,
médio/baixo, enquanto a de Quinta do Conde é caraterizada por
atender “ao mercado de primeira
habitação, composto por uma
população que ambiciona ter uma
moradia, mas a um preço muito
mais acessível”.
Se em tempos de regressão
económica, o fecho do acesso
ao crédito minimizou a compra,
impulsionando o arrendamento,
“hoje em dia este último caiu em
flecha e aumentou muito a aposta
na compra com recurso ao crédito,
dado que as rendas conseguem
ser similares ao valor das prestações bancárias”. Luís Gomes
reforça, que “o cidadão português
tem sentimento de posse, gosta
de comprar. Se há cerca de dois a
três anos o arrendamento atingia
60% das nossas operações, agora
situa-se entre os 10% a 20%”.
Portugal Inovador
“As pessoas procuram a cidade de
Lisboa para morar; têm capacidade de
investimento; sendo muitos estrangeiros,
não necessariamente direcionados para
o produto golden visa, mas residentes
temporários, nomeadamente franceses que
atraídos pelos benefícios fiscais optam por
adquirir casa em Portugal”.
Perante uma balança onde
num dos pratos temos a procura
e no outro a oferta, o broker é
convicto ao afirmar que nos mercados em que trabalhamos “há
falta produto novo”. “A construção
parou quase completamente e
podemos facilmente enumerar
todos os projetos existentes que
tenha dimensão. Ainda existe
algum produto novo construído
com capitais próprios e por isso
está quase parado – comercialmente falando, porque não tem
100% de financiamento e dificilmente alguém está disposto a
comprar”.
Às portas de Lisboa
José Quinteiro entrou no universo Remax em 2003 e, após um
interregno, ressurge no mercado
assumindo a gestão da franquia
Remax 4ever, em Lisboa. Em
2014 decide abrir uma outra franquia na Amora (Seixal), sendo
que a entrada no Grupo Easy se
dá por esta via.
Acompanhando a nossa conversa José Quinteiro assume
que “a realidade de Lisboa é
totalmente diferente da vivida na
Margem Sul. 99% das transações, no caso da Remax 4ever,
são efetuadas sem recurso a
crédito – tendência verificada
nos últimos dois anos”. O broker
deteta que “as pessoas procuram
a cidade de Lisboa para morar;
têm capacidade de investimento;
sendo muitos estrangeiros, não
necessariamente direcionados
para o produto golden visa, mas
residentes temporários, nomeadamente franceses que atraídos
pelos benefícios fiscais optam
por adquirir casa em Portugal”.
Na capital detetam-se investidores que vivem da compra e
reabilitação de imóveis para colocação no mercado. “Dado que
o cliente que vem para habitar
procura edifícios novos e usados
sem necessidade de obras”.
Segmentação do
mercado
Questionámos os nossos
interlocutores sobre a forma
como o mercado se comporta
na Margem Sul. Luís Gomes e
José Quinteiro adiantam: “Não
se podem fazer generalizações
pois a segmentação hoje em dia
é enorme; existe a aquisição para
habitação própria com e sem
recurso a crédito, aquisição para
revenda com e sem reabilitação,
compra para arrendar, arrendamento, gestão de arrendamentos,
autoconstrução, etc; ainda por
cima, o peso de cada uma destas
operações é variável ao longo do
tempo, o que implica uma estrutura ágil e com capacidade de
resposta imediata às flutuações
do imobiliário”.
Para mais informam que “notamos uma regressão do arrendamento, mas um acréscimo
significativo de operações para
aquisição de habitação própria
com recurso a financiamento da
Banca e este ano temos uma
“novidade”; os terrenos urbanos
recomeçaram a ter procura novamente”.
“Outro dos fenómenos que
conseguimos identificar na Margem Sul, é que faz mais sentido
estar presente em cada zona com
uma loja de média dimensão (25
a 30 comerciais) do que um mega
projeto com 100 consultores; os
mercados das zonas onde estamos presentes são mais pequenos e por isso a abordagem tem
que ser outra, nomeadamente
um maior investimento da nossa
parte, totalmente merecido pelos
nossos consultores e clientes”.
O Futuro
Quando desafiados a falar
sobre o futuro, a resposta de Luís
Gomes e José Quinteiro foi unanime: “É risonho com desafios de
gestão diários, pois este é um negócio de pessoas com as casas
lá no meio e não ao contrário”.
“Até agora não nos temos
dado mal com esta estratégia
antes pelo contrário; todos os
anos crescemos na casa dos dois
dígitos e só podemos agradecer a
quem tem confiado em nós desde
o primeiro momento!”.
Outubro I 53
Portugal Inovador
Atuar em proximidade
As mudanças no setor imobiliário mostram-se velozes na Europa e em Portugal. A ERA
Amadora Este, com a reinvenção que o ano de 2015 trouxe, facilmente se adaptou a uma
nova postura no mercado. Lília Farinhas defende agora objetivos que visam o crescimento
e a consolidação sustentada dos negócios.
detetam e estudam alternativas
para outras oportunidades de
negócio. Lília Farinhas sabe que
o reconhecimento e a captação
de investidores revela-se determinante nesse campo e com
isso dá-nos um breve retrato da
Amadora atual: “Os investidores
são, na sua maioria, nacionais.
Tratam-se de pessoas que, anteriormente à crise, construíam
prédios para vender, e que tiveram de se adaptar face às alterações do mercado. Atualmente,
verificamos que essas mesmas
pessoas optam por comprar e remodelar, para de seguida vender.
O mercado de arrendamento, por
sua vez, está consolidado e não
mostra crescimento assinalável”.
“Fazemos muitas
famílias felizes”
O crescimento do negócio na
casa dos 35% em relação ao ano
anterior, a vontade de investir e
a abertura de crédito por parte
da Banca são fortes indicadores
da evolução deste setor, mas
nada disto se fortaleceria sem a
visão do mediador. Lília Farinhas
reconhece a importância que a
conjuntura anterior proporcionou
na reafirmação de uma nova
realidade, mas também não
esconde que saber acompanhar
as tendências e observar as
principais características e motivações dos seus clientes são
fatores decisivos que influenciam
o desenvolvimento de toda a
estrutura.
É tendo em vista esse panora54 I Outubro
ma, que a rede ERA estabelece
entre os franchisados, espalhados pelos vários pontos do país,
um método de trabalho pautado
por valores de exigência e formação. “A ERA fornece-nos um
serviço de excelência. Um franchisado quando começa a trabalhar para a marca nunca parte
do zero. Há todo um período de
preparação e aprendizagem que
é muito importante desenvolver
para que posteriormente, quando tenhamos a possibilidade de
abrir a nossa loja ao público,
estejamos todos com a formação
e bases necessárias para aplicar
no nosso trabalho”, evidencia.
Na auscultação de diferentes realidades facilmente se
A compra de uma casa é uma
decisão muito ponderada para
a maior parte das famílias portuguesas. A nossa interlocutora
sabe o quão determinante esse
projeto de vida é para todos os
clientes que a procuram e nessa
perspetiva consegue oferecer a
melhor solução nos diferentes
contextos sociais. “Temos tudo
nesta zona geográfica. Desde
casas para recuperar e investir
até nichos de mercado com valores atrativos. Com duas estações
de metro (Alfornelos e Amadora
Este), e a abertura próxima de
uma terceira na Reboleira, o
cliente que se encontra aqui
acaba por também ser um cliente
de Lisboa”, esclarece.
Esta flexibilidade que a loja
consegue ter no atendimento ao
cliente é notoriamente visível
pela qualificação dos próprios
Portugal Inovador
profissionais que integram este
desafio. Com o nosso departamento processual acompanhamos os nossos clientes até ao
final do negócio, seja a pronto
pagamento ou com recurso a
crédito habitação. Queremos que
todos os nossos clientes fiquem
satisfeitos com o nosso serviço.
Desde a nossa abertura que fazemos muitas famílias felizes”,
salienta.
Conjugada a esse serviço
personalizado existe o regime
de exclusividade que influencia igualmente como um fator
diferenciador. A divulgação e
promoção focada desses imóveis
trará benefícios para os nossos
clientes. “Todos os imóveis em
exclusivo têm maior probabilidade de venda. Porque é que as
pessoas vão trabalhar com três
imobiliárias diferentes se podem
trabalhar com a que é líder de
mercado e que lhe dá todo o
apoio que necessita?”, reitera.
Crescer com a ERA
Quem acaba por aderir a esta
marca de referência, como Lília
Farinhas o fez em Maio deste
ano, nota que a possibilidade
de evoluir em conjunto como
uma grande família está sempre
presente em todas as etapas de
formação e prática evolutiva. É
por isso que a fase de recru-
tamento e o acompanhamento
posterior que é fornecido quer
pela direção comercial, quer pela
direção processual, acaba por
fazer toda a diferença na postura
que assumem perante o mercado
e a concorrência. “Quem está
envolvido numa ERA tem que
estar a 100%”, assevera.
lizados na consolidação desta
primeira. Estipula-se que até ao
final do ano a equipa comercial
amplie e continue a avançar em
consonância com o seu atual
posicionamento.
Superar objetivos
A equipa encontra-se agora
num franco crescimento e encara com entusiasmo os desafios
que a atividade tem vindo a
representar. A hipótese de abrir
uma segunda loja não é completamente posta de parte pela
profissional, mas os esforços
estão neste momento centra-
Outubro I 55
Portugal Inovador
Alicerçar conhecimentos e
coordenar estratégias
A curiosidade e a vontade de aprender, intrínsecas na natureza de Ana Ramos, rapidamente a
moveram para um mundo de descobertas e motivações. Hoje, alicerçada num vasto percurso
de desafio e conhecimento, retrata-nos a filosofia da rede ERA e o seu sistema de trabalho
fortalecido por uma equipa consistente e estruturada.
“Sou bióloga e estive ligada ao
meio académico durante quase
20 anos, na carreira docente.
Em determinada altura percebi
que devia repensar a minha vida
profissional. Tratava-se de mudar
de vida, de renascer. Mudar é
nascer outra vez e eu precisava
de nascer outra vez”, concretiza.
A oportunidade de se iniciar neste
projeto de mediação imobiliária
deu-se “por via daquilo que me
especializei, a formação. Para
isso tive que passar por um período de formação em sala e no
terreno nesta actividade, que era
completamente nova para mim.
Essa fase foi preponderante para
eu poder sentir que era capaz de
fazer um trabalho válido nesta
área”. Rapidamente ganhou a
paixão pela actividade e perce56 I Outubro
beu que o processo de aprendizagem a levaria, inevitavelmente,
para o terreno. Assim que a oportunidade surgiu, nasceu o projeto
ERA Oeiras.
Criar negócios em
equipa
Com o propósito de tornar as
estruturas organizacionais transparentes e eficazes, as empresas
investem e focam-se cada vez
mais no organograma, isto é “no
papel que cada um representa
dentro da organização”. A estratégia da ERA também passa por
aí e é por isso que facilmente se
deteta o lugar que cada um ocupa
quando se entra neste sistema.
O entendimento das diferentes
responsabilidades confere-lhes
garantias e proporciona-lhes
oportunidades de crescimento
rumo à evolução que os colaboradores pretendem conquistar quer
individualmente quer em equipa.
É sob esta visão que encontramos aqui os diferentes profissionais a encabeçar as áreas vitais
da empresa: como coordenadora,
a Ana Sofia Sadio, “dentro da
filosofia desta rede as coordenadoras desempenham tarefas tão
fundamentais que são consideradas, tão somente, a “máquina” a
coordenar a máquina”; na direção
processual a Carla Brandão, “que
tem como missão conduzir com
eficácia e em segurança todos os
processos até à escritura” e que,
por isso mesmo, se pode orgulhar
de ser “uma máquina a triturar
burocracia”. Estas são as duas
funções que dão todo o suporte
a “uma máquina sempre ligada”,
cujo centro nevrálgico está a cargo de Miguel Chung que, enquanto diretor comercial, “é ele quem
dirige a árdua e fascinante tarefa
da produção, a razão de ser da
nossa existência. Neste momento, com uma equipa comercial de
nove pessoas para orientar, as
nossas incontornáveis “máquinas
a vender casas”, não tem mãos a
medir…”, menciona.
Mas não é somente este trabalho em grupo que dinamiza
a ERA Oeiras. Há aqui outras
estratégias pensadas pela marca
ERA por forma a potenciar todo o
negócio da rede e que valorizam
a qualidade e a quantidade da informação que circula entre todos
os colaboradores da marca. Essa
Portugal Inovador
colaboração está bem patente no
sistema de partilhas exclusivo
da rede. “O sistema de partilhas
da rede ERA é o que faz de nós
aquilo que somos, foi concebido
para ser usado internamente e é
exclusivo da rede. Trabalhamos
de nós para nós”, explica.
A mediação imobiliária está
a mudar e a profissionalização
do setor obriga a estruturas diferentes. Nesse âmbito os critérios
de seleção e recrutamento para
trabalhar no nosso sistema são
cada vez mais rigorosos, tornando-se decisiva a escolha de uma
equipa qualificada a representar
este serviço. “O perfil de pessoas
que nós procuramos é um perfil
com algumas exigências e critérios que vão de encontro ao que
definimos como fatores críticos
de sucesso. Estamos sempre
na busca dos melhores entre os
melhores para desempenhar as
funções à medida daquilo que
consideramos ser o ideal para
o desenvolvimento da empresa.
Perguntam-me muitas vezes
o que nos distingue da nossa
maior concorrente. Acredito que
a maior das diferenças advém,
precisamente, do próprio sistema de trabalho. Costumo dizer
que somos concorrentes para
produtos e serviços mas não somos concorrentes para pessoas.
Enquanto eles procuram lobos
solitários, nós procuramos lobos
de alcateia”, sublinha.
“Uma parceria de
sucesso”
A Casa Pro tem igualmente
trazido notoriedade e distinção
à marca. Para a ERA Oeiras os
projetos nascidos e desenvolvidos nesse conceito representam
já uma boa fatia da sua faturação.
“Estamos entre as lojas que mais
têm usufruído desta parceria”,
desvenda. Com quatro processos
a decorrer neste momento só
no núcleo de formação histórica da vila, e três processos em
fase de estudo, Ana Ramos e a
equipa que a acompanha cada
vez mais acredita neste suporte
e “é natural que tenhamos mais
processos a dar início até ao final
do ano”. Acreditar no produto fará
com certeza toda a diferença,
mas a sua funcionalidade e a
conjugação vantajosa no binómio
qualidade/ preço são igualmente
determinantes. “É uma parceria
de sucesso, é necessário alimentá-la, para que toda a gente possa
vir a beneficiar dela”, corrobora.
piores fases do setor”, descreve.
Atualmente Ana Ramos reconhece que no início de 2013 tiveram
de fazer uma reestruturação, mas
souberam reinventar-se. “Neste
negócio, como em tantos outros,
aquilo que faz a diferença são as
pessoas”, aponta.
No futuro, a curto prazo, não
estará nos seus horizontes a
abertura de mais lojas. As preferências recaem sobretudo
para um crescimento sustentado
e equilibrado em consonância
com a evolução do país e dos
diferentes mercados. “Não é
minha ambição crescer desmesuradamente ou de forma
descontrolada. Se um dia abrir
uma segunda loja terá que ser
como uma consequência natural
do nosso crescimento, e não o
inverso”, conclui.
“A diferença são as
pessoas”
A mediação imobiliária nem
sempre atravessou momentos
áureos. “Houve épocas bastante difíceis e tudo se gerou nas
Outubro I 57
Portugal Inovador
Superar as expectativas dos
clientes é a nossa prioridade!
Alexandre Almeida, broker da RE/MAX VILA, em Sintra, está na rede Re/max desde o ano
2000 e no mercado imobiliário há mais de 20 anos.
Com um percurso com mais
de 20 anos ligados ao imobiliário,
Alexandre Almeida não se imagina
a exercer qualquer outra atividade
diferente da Mediação Imobiliária.
Iniciou o seu percurso em negócio familiar de mediação imobiliária, mais tarde colaborou com
empresa de referência no mercado
imobiliário de luxo e no ano 2000 é
convidado para a assumir a direção
comercial de uma das primeiras
lojas da linha de Cascais, a iniciar
o projeto Re/max em Portugal.
Em 2007, inicia o seu próprio
projeto na RE/MAX VILA, na prestigiada Vila de Sintra e ao fim de oito
anos de atividade, a sua paixão, a
motivação constante e a vontade
de fazer mais e melhor, continuam
a ser características que contagiam os consultores, que com ele
colaboram.
58 I Outubro
IMOBILIÁRIO EM SINTRA
Sintra tem algo de excecional
que não deixa ninguém indiferente.
É impossível não se apaixonar
pela sua paisagem natural, conventos, castelo e o seu famoso Palácio
da Pena.
O mercado habitacional de Sintra é caracterizado por palacetes,
quintas, casas senhoriais, moradias
de sonho e o mercado residencial
tradicional. No segmento de luxo
encontramos em Sintra algumas
propriedades em venda que se
assemelham a pequenos paraísos
e que pelas suas características,
atraem essencialmente clientes ou
investidores estrangeiros.
A discrição e confidencialidade
são condições impostas pelos seus
proprietários ou representantes na
promoção destes imóveis. Alguns
deles, depois de adquiridos são
posteriormente adaptados a hotéis,
quintas para eventos ou condomínios habitacionais.
É neste contexto, que a RE/MAX
VILA desenvolve a sua atividade
com a constante preocupação da
completa satisfação dos seus
clientes.
Portugal Inovador
A mediação imobiliária é um
negócio de pessoas para pessoas
onde a confiança, a disponibilidade
e o profissionalismo, são essenciais
para a obtenção de um serviço de
qualidade.
Os clientes que já tiveram oportunidade de contratar e usufruir dos
nossos serviços, recomendam-nos
sistematicamente, desafiando-nos
a uma melhoria constante, na
oferta de um de serviço de elevada
qualidade e excelência, garantindo
deste modo a fidelização de clientes
para toda a vida.
A RE/MAX VILA investe e proporciona constantemente formação
à sua equipa de consultores, em diversas áreas como: legislação imobiliária, investimentos e avaliação
imobiliária, negociação comercial,
desenvolvimento pessoal, formação motivacional e PNL (Progra-mação Neuro Linguística).
Os nossos consultores, com
elevado espírito de equipa, proativos e sempre disponíveis para os
clientes, contribuem de forma significativa para os resultados positivos
que temos conseguido atingir ao
longo destes anos.
APOSTAR EM PORTUGAL
O ano de 2014 foi sem dúvida
um ano excecional para o mercado
imobiliário, com um crescimento
significativo em todos os setores e
o ano de 2015 tem-se revelado um
ano bastante dinâmico prevendo-se
que venha a ser um ano histórico
neste mercado.
Os indicadores económicos estão claramente a melhorar, as yields
são mais competitivas que na maioria dos países europeus, o acesso
ao financiamento está claramente
mais acessível, a reabilitação nas
grandes cidades está ao rubro e
este clima de confiança crescente,
atrai novamente o investimento
nacional, assim como novos investidores estrangeiros, que veem
em Portugal, uma oportunidade
de investimento com boas renta-bilidades aliadas aos benefícios
fiscais oferecidos pelo nosso país.
Os programas lançados pelo
Governo, para atrair o investimento
estrangeiro, vieram introduzir mudanças significativas no mercado
imobiliário nacional.
O Golden Visa e o Regime Fiscal para Residentes não Habituais,
são programas que tem tido uma
adesão crescente, contribuindo
para uma procura excessiva de
imóveis habitacionais novos e de
qualidade fazendo despertar o
interesse de muitos promotores
nacionais e internacionais.
Estes programas de incentivo
ao investimento estrangeiro em
conjunto com as condições de vida
que Portugal oferece, colocam o
nosso país nas estratégias de
investimento dos grandes grupos
de investidores. Exemplo disso,
verificou-se na passada semana
no salão Imobiliário de Lisboa, que
decorreu de 7 a 11 e onde a RE/MAX­
­­
VILA marcou novamente presença,
tendo estabelecido contatos com
investidores estrangeiros, que
manifestaram interesse em investir
em Sintra.
no acesso ao financiamento bancário, o Turismo deverá manter a tendência crescente que se tem vindo
a verificar e o mercado internacional
deverá manter o interesse no nosso
país pelo menos, enquanto se mantiverem os programas de incentivo
e o crescimento dos mercados de
arrendamento.
Envie CV para: [email protected]
PERSPETIVAS FUTURAS
As perspetivas são animadoras,
os mercados de arrendamento de
curta e longa duração estão em
crescimento, prevêem-se melhorias
Outubro I 59
Portugal Inovador
Conquistar o mercado junto
das pessoas
Luís Gomes, em tempos conectado à área do Marketing e Publicidade, fala-nos sobre os
diferentes momentos evolutivos do setor imobiliário. Durante o seu percurso segurou-se nas
fases de maior instabilidade para agora vencer junto da força da sua equipa.
A constância anual do crescimento
veio atingir proporções maiores no ano
de 2010, definindo o “pico máximo de
vendas e transações”.
Em 2005, quando deu entrada como comercial nesta loja,
começou por indagar como
poderia crescer na atividade.
“Gradualmente, fui aumentando
as minhas vendas dentro da
empresa. No ano 2007, convidaram-me para ser o diretor
comercial e nessa altura fiquei
encarregue de organizar toda a
estrutura. Em 2011 o proprietário
da loja questionou-me se teria a
ambição de ficar com a agência.
Tendo nascido e crescido toda a
minha vida aqui no Cacém, aceitei o desafio”, sintetiza o nosso
entrevistado.
60 I Outubro
Foi assim que no ano 2011
este novo projeto passou para
as suas mãos, tendo por certo
todo um know-how adquirido
desde 2005. Hoje sabe que foi o
desconforto que determinou esta
sua necessidade de encontrar
um novo foco para a sua vida.
“Entre o ano de 2002 e 2004
percebi que havia uma crise na
minha área de estudo, encontrei
a Remax e resolvi seguir um
novo rumo”, aviva.
Sucesso na mudança
Quando a Remax chegou a
Portugal não tinha a visibilidade
e carisma que tem hoje a nível
mundial. A visão do empresário,
tendo-se iniciado em pequenas
pegadas, foi chamando a atenção e conquistando o mercado,
adequando sempre o seu método
ao local onde estava inserido. A
constância anual do crescimento
veio atingir proporções maiores no ano de 2010, definindo
o “pico máximo de vendas e
transações”. No entanto, o ano
seguinte (2011) acabou por quebrar este ciclo, assinalando uma
conjuntura oposta à que se tinha
vivido até à época. “Demoramos
a perceber que de facto que o
mercado tinha mudado”, revela.
Em 2011, já sob a gerência
de Luís Gomes, a Remax Riviera, contextualizando-se numa
nova etapa, iniciou um processo
de reestruturação. “A empresa vinha de anos grandes e a
Portugal Inovador
As sucessivas restruturações levaram
a que atualmente disponham de
uma equipa extremamente técnica
dedicada exclusivamente aos imóveis
da Banca e outra centrada no mercado
tradicional.
reestruturação veio aliviar toda
a carga excessiva de recursos”,
explica. O ano que se seguiu foi
contudo “ainda mais duro”, mas o
sonho e a vontade de realização
fez com que a passo a passo o
empresário começasse a fortalecer-se, solucionando todos
os problemas com que se deparava. Esse caminho percorrido
na readaptação de estratégias
trouxe frutos dando dimensão a
outros mercados, nomeadamente a captação de oportunidades
a partir dos imóveis de desinvestimento bancário. “Criámos uma
equipa interna para tratar deste
braço de negócio e rapidamente
obtivemos sucesso. As pessoas
que procuram especificamente
esta zona veem nos nossos
imóveis os benefícios do seu
preço, proporcionando em valor
elevado de transações. Somos a
mediadora número um da Remax
em transações a nível nacional
dos imóveis da Banca”, traduz.
As sucessivas restruturações levaram a que atualmente
disponham de uma equipa extremamente técnica dedicada
exclusivamente aos imóveis
da Banca e outra centrada no
mercado tradicional. A mudança
sublinha agora resultados reais e
mensuráveis. “Este ano estamos
a crescer 35% em relação aos
valores de 2014”, revela.
de cada agente e apresentá-los posteriormente ao cliente;
e a outra que se prende com a
distribuição de revistas e flyers
publicitários dos imóveis angariados”, clarifica.
A proximidade que transmitem lá fora é motivada no próprio
espírito da equipa. E é por isso
que todos os elementos se juntam na agência entre as 09:30
e as 10 horas para dar início ao
seu “briefing matinal”, isto é a
partilha de todas as informações
do dia anterior. “Todos estes
fatores têm permitido crescer
desde o inicio do ano até hoje.
Este ano quero consolidar e
tentar captar mais angariações
junto do mercado onde a Remax
Riviera de encontra desde 2002”,
conclui.
Partilha
Os números não deixam de
ser importantes para pensar e
aplicar novas estratégias, mas a
conquista do mercado parte sempre de uma componente humana. “Temos semanalmente duas
atividades dentro da nossa estrutura: uma que denominamos
por “safari aos imóveis”, onde
observamos todos os imóveis
angariados na semana anterior
para percebermos os produtos
Outubro I 61
Portugal Inovador
“Conquistamos território e
concretizamos sonhos”
Bruno Mendes, proativo nas ideias e suas concretizações, aceitou o desafio de abraçar a
rede Era em 2011. Hoje a sua expansão em Paço de Arcos e Caxias revela o dinamismo e
a motivação de uma equipa de atitudes.
A ambição de criar um negócio próprio não nasceu do dia
para a noite. A visão do empresário já familiarizado com o setor
imobiliário de pelo menos sete
anos, rapidamente observou as
suas suscetibilidades e debilidades, mas não sendo a dificuldade
um fator desmotivante para a sua
realização, “foi contra todas as
expectativas que, eu e a minha
sócia Mª José Mirco, arriscámos
e aceitámos este projeto como
franchisado”, esclarece. Ambos
deslocados da Margem Sul vieram para aqui com a vontade de
criar e rentabilizar, laborando
com o compromisso e a dedicação que a loja não teria tido
até então.
Atitude no mercado
“a exclusividade de zona”. Mas
não foi ao acaso que se aliaram
a estes valores que a Era integra. “Estudámos as marcas e
Foto: Vitor Martinez
Hoje contando com uma experiência de quatro anos e
meio defendem convictamente
os valores da marca, reconhecendo como principais focos “a
proatividade”, “a fidelização” e
62 I Outubro
tentamos perceber qual a que
se adequava melhor a nós e à
nossa forma de trabalhar. Escolhemos a Era, porque gostamos
de desafios e acreditamos no seu
conceito”, afirma.
Os atuais resultados frutíferos
contrapondo-se aos que a Era
conseguia obter antes de 2011
(com uma outra equipa e direção) justifica que a base do seu
sucesso não está na conjuntura
mais ou menos favorável que o
mercado possa atravessar, mas
sim na atitude dos seus colaboradores e na união existente entre
os franchisados. “Porque quem
faz a casa são as pessoas”, sublinha. A possibilidade e vontade
de trabalhar as zonas com melhor
empenho e assim conquistámos
Portugal Inovador
território, a interação entre as
partilhas que proliferam a partir
daí são pontos essenciais para o
seu crescimento. “Porque outrora
também havia muita procura, mas
o mercado não estava a ser trabalhado como a Era pretendia”,
argumenta.
Características do
Produto
Cruzando estratos sociais distintos e forças de investimento
ímpares, a Era Paço de Arcos
convive aqui com realidades
plurais. Ainda assim existem
tendências e procuras acentuadas num determinado tipo de
produto: “Aqui muito facilmente
podemos encontrar uma moradia
de 1.000.000 euros como um
apartamento de 40.000 euros,
tendo assim todo o tipo de imoveis, só assim é que concretizamos sonhos”, esclarece.
A qualidade de vida que a
calma e a tranquilidade oferece
às pessoas que aqui escolhem
habitar acolhe benefícios para
todas as faixas etárias. “Existe
muita população idosa que não
quer sair pelas condições que
a zona oferece. Na nossa linha
de exclusividade (em Paço de
Arcos, Caxias até São Marcos),
notamos que muitas das pessoas
que em tempos se deslocaram
para o Centro de Lisboa querem
agora voltar para aqui e ter habitação própria”, assinala.
Equipa motivada
Os nossos interlocutores não
escondem que quando deram
início a este percurso atravessaram alguns obstáculos. A
fase inicial de recrutamento foi,
inclusive, um período menos
bom. Hoje olham para trás e dão-nos um pequeno retrato do que
se sucedeu nas mudanças de
mercado e postura dos profissionais: “Inicialmente tive alguma
dificuldade porque a marca não
estava a ser bem vista e tinha
fraca expressão local. Quem é
que queria trabalhar connosco?
Ninguém. Mas o sucesso gera
sucesso e as pessoas que hoje
estão aqui acompanham-nos
desde o início. Presentemente,
somos 11 e existe intenção de
expandir; têm surgido candidatos com qualidades acima da
média”, constatam.
A consistência proporcionada
pela pouca rotatividade laboral
vem reforçar ainda mais a notoriedade e visibilidade que hoje
granjeiam no mercado. “Nós
ajudamos pessoas, gostamos de
as manter connosco, motivá-las,
é assim que concretizamos a
fidelização de zona”, acrescenta.
Balanços e
projeções
Sob um olhar retrospetivo os
profissionais reconhecem que,
embora tenham partido do zero
e a fidelização de zona tenha
tido um período crítico numa
fase inicial, os objetivos foram
alcançados e superados.
A curto e médio prazo a
Era Paços de Arcos procurará
estabelecer-se num crescimento
consolidado com raízes vincadas
nos conceitos e ferramentas da
marca, tendo em vista, claro, o
contexto local. “Neste momento,
somos uma referência de Paço
de Arcos e Caxias e pretendemos começar a criar uma segunda equipa de comerciais e a
médio prazo a terceira, Estamos
a crescer”, conclui.
Outubro I 63
Portugal Inovador
Mediação alicerçada na
construção
Criada em 2009 por iniciativa de Tiago Pereira, a PrediPereira nasceu e cresceu em tempo
de crise, num setor muito suscetível às oscilações do mercado.
Originário de uma família tradicionalmente ligada à construção civil, o
nosso entrevistado sentiu-se aliciado
por esta atividade: “Arrisquei, criei o
meu próprio negócio e desde cedo
comecei a crescer”, afirma.
No espaço de meio ano, os 40
2
m de loja tornaram-se insuficientes
para o número de colaboradores e
consequente volume de negócios,
nesse sentido a mudança foi natural. “A construção das urbanizações
Jardins da Amoreira e Colinas do
Cruzeiro impulsionaram o crescimento
do concelho de Odivelas”, refere este
empresário, que assume não ter sido
afetado pela crise.
Esta realidade muito se deve à
localização da loja, na urbanização
Colinas do Cruzeiro, “junto ao Hospital
Beatriz Ângelo, que emprega muitos
técnicos de saúde e que acabaram
por encontrar nesta zona confortáveis
condições de habitabilidade”.
Crise?
Não raras vezes se encontram
oportunidades de negócio em tempos
de recessão económica, e a Predi64 I Outubro
Pereira, mesmo durante o pico da
crise, apostou na colaboração com as
entidades bancárias, beneficiando do
financiamento a 100% para construção
nova, ou da venda direta de imóveis da
Banca. “Até há muito pouco tempo não
sentíamos falta de produto novo, mas
a estagnação do setor da construção
está a repercutir-se na atualidade.
Posso dizer que o último imóvel a ser
construído na zona foi vendido ainda
em tijolo, com valores consideravelmente superiores aos de há dois anos”.
Todos estes fatores aliam-se à
qualidade da construção erigida na
região, como nos confirma o empresário: “A qualidade da construção e dos
acabamentos na região de Odivelas é
de excelência. Por exemplo, o último
prédio que aqui foi construído levou
vidro triplo! São raros os edifícios sem
classe energética A+. O isolamento
acústico é eficaz, através da utilização
de placas de cortiça…”. O nosso interlocutor transmite confiança no discurso, fala com conhecimento de causa,
que adquiriu por influência familiar e
por aposta numa equipa especializada.
Esta ligação com os construtores
beneficia também os processos de
construção nova, assim como os de
remodelação/reabilitação levados a
cabo pelo departamento especializado
da PrediPereira. “O mercado novo
sempre foi o nosso forte e a ligação que
tenho com os construtores ajudou-me
imenso, criando relações de confiança
e de mais fácil negociação”. Tiago Pereira aproveita para referir que, “quando tanto se apela ao investimento, as
questões burocráticas impostas pelos
municípios, assim como o valor exorbitante das licenças, atrasam, e muitas
vezes impedem a realização de alguns
projetos”: “Muitos construtores preferem apostar na reabilitação, porque o
risco de investimento é muito menor,
para além do pacote de incentivos que
algumas autarquias disponibilizam”.
Em final de conversa fica a certeza
deixada por este jovem empreendedor: “O meu objetivo é fazer com
que o cliente se sinta em casa, confie
no nosso trabalho, que começa de
raiz desde o processo bancário e
prolonga-se mesmo após a escritura
para prestação de qualquer tipo de
informação”, conclui.
Portugal Inovador
A proatividade “faz parte do
nosso ADN”
O projeto ERA Cruz de Pau surge na continuidade do trabalho desenvolvido pela equipa da
loja ERA Quinta do Conde desde o ano 2002.
“Se nós chegarmos
primeiro, mais
probabilidade
temos de conseguir
o exclusivo”.
A completar um ano de existência este projeto tem vindo a
ajustar-se a um mercado alvo de
muitas flutuações, mas que agora
se situa “numa curva ascendente”,
refere Miguel Cardoso, diretor
comercial que nos fala sobre o
projeto.
Ambos “apresentam semelhanças”: “Se o mercado da Quinta do
Conde tem uma zona urbana de
apartamentos (tipologias T2 e T3)
e outras, distintas, como a zona
de Azeitão e parte do concelho
de Palmela, o grosso do mercado
de Cruz de Pau são apartamentos
residenciais (tipologias T2 e T3)
em que o cliente-tipo comprador
utiliza o financiamento bancário
para a aquisição do imóvel”,
elucida-nos.
Quando em anos anteriores a
Banca fechou as portas ao crédito
às famílias, a ERA trabalhava “o
cliente investidor e a captação de
clientes com capital próprio, que
sempre existiram”. Hoje, o financiamento tem vindo a reconquistar
posição numa conjuntura mais
favorável à concessão de crédito
à habitação por parte das entidades bancárias: “Investidores que
compram para vender e investidores que compram para arrendar,
mantêm-se, e estamos a captar
clientes compradores particulares
com a ajuda do financiamento
bancário, algo que não existia há
três anos”.
Um ajuste ao mercado que
Miguel Cardoso considerou “facilitado” dado o trabalho desenvolvido pela equipa da ERA Portugal.
“Há um grande pilar do qual não
abdicamos, a formação. É uma
das nossas vantagens competitivas. Desde o primeiro momento,
desde a primeira hora, em que
o colaborador ERA entra para a
organização é-lhe logo dado um
plano de formação rigoroso que foi
comprovado ao longo dos anos”.
A proatividade “faz parte do
nosso ADN”, reforça, focando o recrutamento como outra das características do projeto: “Recrutamos
continuamente, porque estamos
sempre à procura dos melhores.
No nosso perfil de recrutamento,
a combatividade e a atitude são
características principais. É com
a atitude dos atletas de alta competição, que estamos sempre dispostos a bater recordes”, assume.
A equipa comercial, composta
por dez elementos, está de forma ativa no terreno e o “objetivo
passa por aumentar”. “Se nós
chegarmos primeiro, mais probabilidade temos de conseguir o
exclusivo e de motivar o cliente
a utilizar os nossos serviços na
sua plenitude. Estamos sempre
à procura de mais e mais imóveis
para enchermos a nossa carteira
de imóveis de qualidade e quantidade”, reforça Miguel Cardoso.
Em final de conversa, o papel
da ERA na reabilitação do parque
habitacional é classificado pelo
nosso entrevistado como “importantíssimo”. Miguel Cardoso
sublinha que também no Seixal
“demos o nosso contributo para a
remodelação e requalificação do
edificado do concelho”.
Outubro I 65
Portugal Inovador
Novo paradigma do mercado
imobiliário
O parque habitacional do concelho de Odivelas apresenta realidades distintas que interessa
conhecer. A proximidade a Lisboa e a boa rede de transportes e serviços torna a cidade um
local apetecível para viver.
Vindo da área da saúde Joaquim
Grilo procurou outra atividade que,
mantendo a forte ligação interpessoal, lhe permitisse gerir melhor os
seus horários e o tempo disponível.
Nesse sentido, a mediação imobiliária apresentou-se como uma
alternativa que quis vivenciar e pela
qual se apaixonou.
Após alguns anos no setor, decide aceitar o desafio de entrar no
projeto Remax Must, em Massamá.
Não foi preciso muito mais que um
ano para, em parceria com o Broker
Bruno Pires dessa agência, apostar
na abertura da Remax Must II, com
sede em Odivelas, na urbanização
Colinas do Cruzeiro. Esta zona, com
construção recente, dispõe de cerca
de 4666 fogos e acolhe um público
jovem (entre os 25 e os 45 anos),
de uma classe média a média/alta.
“Considerei que o enquadramento
de valores de venda era aliciante”,
confidencia.
A loja criada à imagem de Joaquim Grilo foi pensada por si, ao
pormenor, para promover o bem
estar dos colaboradores e clientes.
66 I Outubro
“Estou há cerca de dois anos e meio
na Remax e sinto-me bastante satisfeito. Esta é uma família diferente,
a minha equipa é constituída por 14
consultores dinâmicos que tem progredido base no espírito de equipa.
Comparativamente ao primeiro mês
a Remax Must2, apresenta um crescimento de 12,5%. Já a Remax Must
I apresenta um crescimento de 37%
em relação a 2014”, destaca.
Joaquim Grilo assume que se
sente confortável com o sistema de
trabalho da Remax, “assente na partilha que gera um número crescente
de negócios”: “Os consultores da
Remax geralmente não têm muitos
imóveis, porque isso permite-lhes dar
a atenção e o atendimento apropriado a cada cliente”. E os resultados
comprovam-no: “Se o Grupo é líder
mundial de vendas, Portugal é o nº.
1 dentro do universo Remax. Temos
os cinco melhores consultores do
Mundo, somos verdadeiros campeões”, afirma.
Procura vs Oferta
Odivelas apresenta uma procura
muito acima da oferta existente: “Temos dois clientes distintos; o investidor que quer comprar para colocar no
mercado de arrendamento (imóveis
entre os 40 a 50 mil euros) e clientes
vindos dos PALOP, essencialmente
de Moçambique e Angola. Estamos
a conseguir fazer alguns negócios,
mas a procura nesta zona é muita.
Somos capazes de ter dez clientes
para um imóvel. Quanto ao arrendamento a oferta é simplesmente
inexistente”, declara o diretor de loja,
apresentando-nos ainda uma outra
realidade: “A oferta de arrendamento para habitações de tipologia T3
pode atingir os 1300 euros, perante
a conjuntura, com os spread’s aliciantes, as prestações bancárias
são substancialmente mais baixas,
nesse sentido inverteu-se a realidade
que se verificava nos últimos anos.
As pessoas estão a fazer contas
aos encargos com os empréstimos
e estão muito mais exigentes”. Esta
mudança de paradigma denota-se
também na abordagem do cliente
que se mostra muito mais assertivo
e coloca em cima da mesa todas as
questões. Por isso Joaquim Grilo
espera da sua equipa uma resposta
adequada: “Hoje em dia o consultor
imobiliário tem que ser profissional
mas também humano é isso que
exijo da minha equipa. Quero que os
meus colaboradores dignifiquem esta
casa e a sua profissão. Não gosto de
falta de profissionalismo e não admito
pessoas sem ética”, conclui.
Portugal Inovador
A equipa de sucesso
da ERA Cascais
Miguel Alves cedo percebeu qual era o caminho a trilhar num mercado em expansão. Hoje
com o apoio da sua equipa percorre-o na partilha de princípios e valores.
“O mediador
imobiliário só agora
é visto com outro
olhar em Portugal
e por isso existem
também cada vez
mais solicitações
de recrutamento
com níveis de
qualificação
elevados”.
“Eu e o meu sócio impulsionados por um amigo decidimos
aventurar-nos nesta área. Não
sabíamos nada de imobiliárias
quando começamos, mas com o
grande apoio de toda a estrutura
fomos gradualmente obtendo bons
resultados. O projeto é relativamente recente, vamos completar dois
anos em dezembro”, introduz.
Num plano sustentado, facilmente adquiriram a fidelização de
zona e a vontade de expansão.
“Aumentámos muito a nossa capacidade de força em termos de
número de vendas e ampliámos o
nosso espaço geográfico”, informa.
Atualmente já num crescimento
equilibrado encontram-se em fase
de recrutamento para formarem
uma segunda equipa comercial.
Para gerar qualidade e rentabilidade no serviço que apresenta, a
Era Cascais sabe que existe toda
uma estrutura que os suporta,
guiada por critérios bem definidos.
O assumir desse compromisso confere desde logo vantagens aos seus
clientes. “O mediador imobiliário só
agora é visto com outro olhar em
Portugal e por isso existem também
cada vez mais solicitações de recrutamento com níveis de qualificação
elevados”, sublinha. Os fortes laços
que a equipa desenvolve permitem
que o cliente nunca, em momento
algum, se sinta desacompanhado.
Cascais
A loja desenhada por Miguel
Alves e seu sócio foi claramente
pensada e organizada tendo em
vista a rentabilidade no mercado
imobiliário local, partindo dos mais
diversos canais. Os estrangeiros
começam a ter um grande enfoque nessa parte visto também
acreditarem no produto existente
e procurarem-no mais ativamente.
Esses investidores pertencem essencialmente a um segmento alto,
e são particularmente estrangeiros
(franceses, chineses, brasileiros).
“Temos muitas situações em que os
clientes optam por, numa primeira
fase, arrendar para depois avançarem para a compra. Experimentam,
gostam e concretizam negócio”,
esclarece. Perante este cenário só
um problema se coloca: a falta de
produto. Os empresários acreditam
que nos próximos anos essa falha
venha a ser colmatada com o arranque de construção nova.
Num curto espaço de tempo a
Era Cascais já expõe bons resultados, mas a atividade continua
a exigir a mesma dedicação de
outrora e por isso a expansão é
aqui fruto de um esforço contínuo
e consistente. “Queremos consolidar, mudar para umas instalações
maiores e depois de ver o mercado
estabilizado pensarei numa segunda loja”, concretiza.
Outubro I 67
Portugal Inovador
Mediar de forma não invasiva
Um dos mais recentes projetos inseridos no Grupo Era Portugal tem sede em Odivelas, na
freguesia de Ramada.
De mero investidor, António Lopes decidiu, no presente ano, mudar
o seu rumo profissional e assumir,
sozinho, a direção do franchise Era
Ramada.
Residindo no concelho de Odivelas, o gerente estava ciente das
potencialidades do concelho. “Considero que este se posiciona num local
estratégico com uma capacidade de
crescimento enorme. Quem não quer
ou não pode morar em Lisboa encontra aqui bons acessos rodoviários à
capital, assim como todo o tipo de
serviços”, contextualiza.
Dada a sua recente entrada
profissional no ramo, António Lopes
transmite-nos uma visão do mercado
atual, clara, sem os receios do passado que afetaram o setor. Considerando que “estamos num momento
de crescimento”, pois “o acesso ao
crédito à habitação começa a estar
no radar das famílias”, este confirma
o assédio da Banca que “frequentemente apresenta novas soluções de
financiamento, facto que tem permitido às famílias optar pela compra em
detrimento do arrendamento. Para
além disso, o facto de a procura pelo
arrendamento superar fortemente a
oferta, tem impulsionado algumas
famílias à compra”. António Lopes
considera que esta é uma boa so68 I Outubro
lução, dado que “o valor das rendas
está inflacionado e com a abertura
do crédito bancário torna-se mais
vantajoso para as famílias, muito
mais se tivermos em consideração
que a sociedade portuguesa prima
por ter habitação própria”.
Dada a estratégia de negócio do
Grupo Era Portugal cada franchise
trabalha única e exclusivamente a
zona que lhe foi atribuída, nesse
sentido a Era Ramada tem o seu
foco nas freguesias de Ramada e
Famões, “sendo que atua também
em Caneças, Pontinha, Casal de
Cambra, e na Póvoa de Santo
Adrião e Olival de Baixo, visto serem
zonas abertas onde a Era não tem
franquia”.
Nestas duas primeiras localidades existe uma maior diversidade
de produto, “desde habitações mais
recentes, a outras com necessidade
de reabilitação”. Tendo sido a zona
propensa à criação de bairros AUGI
(Área Urbana de Génese Ilegal),
António Lopes destaca o papel da
Câmara Municipal de Odivelas, nomeadamente na figura do vereador
do Urbanismo, Paulo César Teixeira,
que pessoalmente lhe referenciou
“que o concelho, outrora com mais
de 80 bairros, neste momento com
a revisão do Plano Diretor Municipal
legalizou mais de 60, o que vem
permitir não só a reabilitação, como
a construção em terrenos anexos”.
Odivelas atrai assim investidores,
geralmente “o pequeno construtor
que adquire casas com necessidade de remodelação, para posterior
venda ou colocação no mercado
de arrendamento”. Para quem quer
construir uma casa de raiz, a Era
Portugal apresenta a solução Casa
Pro: “Casas de construção tradicional
portuguesa com custos controlados,
não pela qualidade dos materiais
mas pelo orçamento apresentado.
Conseguimos uma boa moradia tipologia T3 na casa dos 160 mil euros
(ao que acresce o valor do terreno).
Este é um conceito chave na mão
desde as questões burocráticas até
ao último passo tudo é tratado pela
equipa Era. Inclusivamente o cliente
pode acompanhar a obra online,
tem um gestor e um engenheiro civil
dedicados ao projeto que garantem
que tudo corre dentro do previsto
com prazo de construção de um ano,
a partir da autorização camarária”,
afirma.
Estes primeiros meses do projeto
Era Ramada “têm sido frutíferos e
como o nosso forte é a proximidade
de forma não invasiva, as pessoas
começam a reconhecer-nos e sabem
que estamos aqui para as ajudar na
venda ou compra de casa”, conclui.
Portugal Inovador
Reabilitação,
fruto da união de
esforços
Percorrendo Portugal de Norte a Sul, a Portugal Inovador
tem vindo ao longo dos últimos meses a desenvolver
um importante trabalho de reconhecimento do atual
panorama nacional no âmbito da mediação imobiliária
e reabilitação urbana.
Sabendo que o desempenho
das empresas de construção foi
altamente atingido pela contenção
económica e cessação do financiamento bancário - a empresas
e famílias -, as imobiliárias, assim
como as empresas de construção,
tiveram que procurar alternativas
de negócio, conseguindo superar
os períodos de maior dificuldade.
O arrendamento foi uma das
alternativas encontradas dentro
do mercado interno, assim como
a procura de investimento externo.
Dentro desta temática, e sabendo
que uma grande percentagem do
parque habitacional português se
encontra envelhecido, a reabilitação urbana tem uma crescente importância para a captação de novos
investidores e para a recuperação
da economia local.
Se Lisboa e Porto são referências neste âmbito, tantos outros
municípios têm erigido esforços
para em parceria criar soluções,
facilitar processos e ajudar à divulgação de programas de financiamento direcionados para a reabilitação, principalmente dos centros
históricos.
É importante dar a conhecer que
no quadro do Programa de Fundos
Comunitários Portugal 2020, foram
aprovados instrumentos financei-
ros para as áreas da reabilitação
urbana e eficiência energética que
vão permitir requalificar os centros
urbanos e o edificado português.
No apoio aos municípios estão
ao dispor 247 milhões de euros
para a reabilitação urbana e 366
milhões de euros para a melhoria
da eficiência energética. Com vista
à concretização deste montante,
foi aprovado um modelo de gestão “que consiste num conjunto
de instrumentos financeiros a
articular com fundos do Banco
Europeu de Investimento (BEI) e
da banca de retalho para as áreas
da reabilitação urbana e eficiência energética”. Os instrumentos
aprovados “são geridos por uma
estrutura alocada ao Instituto da
Habitação e Reabilitação Urbana
(IHRU) e pelo BEI», consoante se
trate da área da reabilitação urbana
ou da eficiência energética, respetivamente. A criação deste Fundo, vai
permitir levar a cabo mais uma etapa
na implementação do Portugal 2020,
que já tem mais de cinco mil milhões
de euros adjudicados em concursos.
Ao longo das próximas semanas, vamos continuar a descortinar
projetos e a ouvir a opinião daqueles que no terreno nos podem falar
da realidade vivida nos pequenos
e grandes centros.
Outubro I 69
Portugal Inovador
70 I Outubro
Portugal Inovador
“Futebol é paixão,
advocacia é vocação”
Seu objetivo de vida profissional sempre foi ser advogado; já os seus pais diziam, que desde
pequeno tinha o poder da argumentação. Hoje conta com 20 anos de carreira e divide o seu
tempo entre o futebol e a advocacia.
Foi na Universidade Católica
Portuguesa que Paulo Meneses
concluiu os estudos na área de
Direito, “apesar de não ser um
aluno brilhante era um aluno
capaz”. O advogado revela que
“mais do que competência tem
que haver dedicação”: “É esta
que nos faz ultrapassar alguma
falta de à vontade quando estamos a lidar com outras pessoas,
portanto quando comecei o curso
percebi que não tinha errado na
opção que fiz”.
Ainda como advogado estagiário, encontrou um espaço,
que considera o seu primeiro
escritório, onde começou a atender alguns dos clientes que foi
conquistando ao longo do seu
estágio em Marco de Canaveses.
Tudo começou com um amigo de
faculdade, que acabou por se tornar seu sócio, já lá vão 40 anos:
“Dá-me imenso orgulho ter construído um percurso profissional e
pessoal durante quatro décadas
lado a lado com a mesma pessoa.
Acho que sou um privilegiado
nesse aspeto”.
Após muitos anos de trabalho e dedicação para conseguir
desenvolver uma estrutura equilibrada, o escritório conta, neste
momento, com dez colaboradores
e situa-se no concelho de Paços
de Ferreira, mais precisamente
na zona de Vale de Sousa. “Hoje,
já é um espaço com uma dimensão ao nível dos escritórios do
Porto”, afirma Paulo Meneses.
A paixão pelo futebol surgiu
por volta dos anos 80, sendo
neste momento presidente do
Futebol Clube Paços de Ferreira. Tudo começou há 15 anos,
quando foi convidado pelo antigo presidente do clube Hernâni
Silva, para ocupar o cargo de
advogado. Até chegar à posição
atual, passou ainda por vice-presidente na área jurídica do
clube e por presidente adjunto,
ambos durante quatro anos.
Apesar do seu cargo no clube,
o advogado sempre tentou manter
equilíbrio em tudo que se encontra
relacionado com o mundo do futebol: “Consigo distinguir a paixão,
da razão e isso faz a distinção na
vida, mantendo-nos sempre sólidos. Tenho o meu equilíbrio e esse
equilíbrio não vem do futebol, mas
sim da minha vida”.
Em relação ao futuro, quer continuar “com os pés bem assentes
na terra, e tentar manter o estilo
que vida” que conquistou após 20
anos de advocacia, “com dedicação e honestidade acima de tudo”.
Paulo Meneses garante: “Hoje
o meu objetivo profissional passa
por ser reconhecido como um
indivíduo sério, honesto quer
pessoal quer profissionalmente, o resto eu sei que vem por
acréscimo”.
Outubro I 71
Portugal Inovador
Contabilidade
com sentido prático
Clara Silva está prestes a celebrar dois anos desde a abertura do seu gabinete, um espaço
que está a marcar a diferença pela modernidade. Como profissional, distingue-se também
pelo profundo domínio do que constitui o dia a dia da atividade empresarial.
O gabinete, Clara Silva – Contabilidade e Consultoria, facilmente poderia
ser confundido com um atelier de
Arquitetura. É um espaço amplo, de
decoração moderna e limpa, ilustrativo
de uma nova mentalidade e de uma
nova maneira de estar neste setor.
Para além da responsável, trabalham
aqui mais duas profissionais da Contabilidade, que lhe libertam tempo para
estar em contacto próximo com as empresas suas parceiras e acompanhar a
realidade de cada uma. Este conjunto
de clientes, surpreendentemente,
não está concentrado em Paços de
Ferreira, distribuindo-se sim por outras
áreas como o Porto, Póvoa de Varzim
ou Guimarães.
Estar em tantos sítios com tanta regularidade é uma tarefa exigente mas,
como diz, “quem corre por gosto não
cansa”. A nossa entrevistada apresenta-se como alguém que adora o que
faz e que olha para a Contabilidade
72 I Outubro
não apenas como “lançar papéis”, mas
sim como uma atividade que envolve
muito trabalho no terreno.
Durante dez anos, tinha trabalhado na contabilidade interna de
um importante Grupo empresarial
pacense e, como recorda, retirou daí
uma aprendizagem fundamental para
aquilo que faz hoje: “Na altura, tive a
preocupação de perceber a dinâmica
total do funcionamento da empresa
para que a contabilidade fosse, de
facto, baseada na realidade. Ainda
hoje, visito as empresas, tenho a noção
de como é que trabalham e, por isso,
quando os meus clientes falam comigo, eu conheço bem as dinâmicas de
que eles falam”, explica. As funções
desempenhadas ao longo desse período passaram também pela Gestão
da Qualidade, área na qual Clara Silva
se especializou de uma forma incisiva
e dentro da qual pretende expandir o
seu volume de trabalho.
Mais tarde, enriqueceu a sua perceção da atividade contabilística ao
aceitar o convite para trabalhar e gerir
um gabinete, também em Paços de
Ferreira. Esta nova experiência, que
durou três anos, teve a importância
de permitir que ficasse “a conhecer as
particularidades de todas as áreas de
negócio”. Entendeu então que estava
preparada para outros voos e, animada pelo desejo de dar origem a algo
que fosse seu, tomou a iniciativa de
empreender e abrir este espaço, em
novembro de 2013.
Neste momento, o balanço que faz
é positivo, antevendo também uma
boa tendência de crescimento. Não só
o seu trabalho vai significativamente
para lá das fronteiras do concelho,
como já foi dito, como existe também
um contínuo fluxo de novas solicitações, desde grandes empresas a
profissionais independentes.
Portugal Inovador
Crescimento sustentado
na qualidade
A ATM Consultores, localizada em Paços de Ferreira, pauta-se por valores de confiança junto dos
seus clientes. Ana Matos deu-nos a conhecer a equipa jovem e dinâmica que compõe todo o projeto.
Trabalho), é composta por três sócios
– eu, o médico José Luís Abrantes da
Fonseca e o enfermeiro Arménio Nunes – e a colaboradora Sofia Costa
(formada em Ciências e Tecnologia
do Ambiente) também ela Técnica
Superior de Higiene e Segurança no
Trabalho”, descreve.
Negócios de
proximidade
Formada em Engenharia do Ambiente pela Universidade Católica
Portuguesa, Ana Matos sempre teve
certezas do curso que deveria seguir:
“Antes de entrar para a faculdade já
sabia o curso que queria e já sabia o
que queria fazer”.
Em 2005, com apenas 25 anos decidiu apostar na criação da sua própria
empresa, direcionada para a área da
Consultoria, Certificação de Empresas
na área da Qualidade, Ambiente e
Higiene e Segurança no Trabalho, e
Ensaios Ambientais e Ocupacionais.
Apesar das dificuldades, pois era muito
jovem, conseguiu superá-las e assim
dar início ao seu trabalho: “2006 foi
um ano complicado, porque era muito
nova, foi um investimento grande e
senti-me um pouco desorientada,
mas, entretanto consegui focar-me e
comecei a angariar mais contactos e
também a verificar as necessidades
locais”.
A empresária detetou então que
em Paços de Ferreira o serviço prestado ao nível de Higiene e Segurança no
Trabalho, não era bem desenvolvido,
e para tentar resolver esta situação
contactou um profissional de saúde:
“Decidi entrar em contato com o médico José Luís Abrantes da Fonseca, isto
já no final de 2006, entretanto no início
de 2007, reunimo-nos e ele disse que
me iria encaminhar dois ou três clientes
e mediante o meu trabalho, veríamos
por onde prosseguir no futuro”.
A parceria foi frutífera e em 2009
acabaram por fundar uma nova
empresa, apresentada como ATM
II. “A ATM (vocacionada para as
Avaliações Acústicas, a Consultoria
e a Higiene e Segurança no Trabalho) é constituída por mim e Joana
Madail licenciada em Engenharia
do Ambiente e Técnica Superior de
Segurança no Trabalho; a ATM II
(atuando no campo da Medicina no
Estendendo a sua atividade até
Lisboa, a ATM Consultores garante
acima de tudo uma execução rigorosa
e fiável em todas as suas valências. As
oportunidades detetadas com rapidez
e segurança permite-lhes estabelecerem elos com diferentes setores de
atividade.
A aposta na formação foi igualmente um elemento preponderante para
essa interação. “No nosso trabalho
procuramos acompanhar e estar por
dentro das dificuldades dos nossos
clientes, entender os seus desafios e
necessidades”, esclarece.
Daqui para a frente a equipa multidisciplinar ambiciona crescer o mais
possível em todas as vertentes e lado a
lado das pessoas. Logo que haja sinais
de recuperação no setor da construção
procurarão focar-se novamente nas
avaliações acústicas, um investimento
deveras importante para a empresa.
“Em relação à Higiene e Segurança no
Trabalho expandir a todo país é o rumo
a seguir. Tenho segurança no que faço.
E sonhar é o primeiro passo”, finda.
Outubro I 73
Portugal Inovador
A tradição da Farmácia Moderna
A aprendizagem e o contacto direto com o público começou desde logo por ser uma realidade
de Mercedes Barros. Hoje conta-nos como cresceu em Paços de Ferreira no seio de uma
família de farmacêuticos.
com todos prevalecendo um espírito de entreajuda e solidariedade,
procurando solucionar os problemas o melhor possível”, sublinha.
A visão humana que tem sobre a
saúde vem assim determinar as
suas prioridades e estabelecer uma
maior proximidade local.
Fundada a 24 de agosto de 1967
a Farmácia Moderna abriu as suas
portas pelas mãos de Maria Angelina Fernandes (mãe de Mercedes
Barros). “O meu pai é farmacêutico,
o meu bisavô também o era e os
meus irmãos seguiram o mesmo
trajeto. Desde pequena que estou
ligada a esta área”, revela. Licenciada em Ciências Farmacêuticas
pela Universidade do Porto, iniciou
a sua carreira profissional quando
juntamente com o marido, também
ele farmacêutico, foi trabalhar para
Esposende. “A vida dá muitas voltas
e acabei por regressar à origem.
Comecei a trabalhar aqui em 1992.
Em dezembro do ano passado a minha mãe faleceu e atualmente sou
eu a proprietária e diretora técnica
da farmácia”, explica-nos.
O balanço que faz dos 48 anos
de história é claramente positivo.
Mas não deixa de se deparar com
os desafios que um verdadeiro profissional da área enfrenta. “Temos
uma preocupação constante com a
população mais envelhecida. Num
meio tão pequeno como este em
que toda a gente se conhece, acabamos por criar um contacto diário
74 I Outubro
Indústria
Farmacêutica
O aumento da despesa com os
medicamentos, o envelhecimento
da população e a necessidade
crescente de tratamentos individualizados contribuiu para o aumento
significativo dos encargos do Sistema Nacional de Saúde (SNS). Em
resposta a este aumento, a aposta
no mercado dos genéricos permite
um maior acesso ao medicamento,
contribuindo para a redução da
despesa do SNS e consequentemente para o aumento da sua
sustentabilidade.
Deparamo-nos também com
crescentes ruturas de stocks devido à instabilidade económica, que
condicionam o normal funcionamento da farmácia e o tratamento
dos utentes. “Somos um país
muito pequeno e temos que nos
adaptar às leis do mercado. Uma
das maiores lacunas que sinto
enquanto farmacêutica é a falta de
medicamentos, que nos traz complicações na gestão de stocks e no
cumprimento do compromisso com
os nossos utentes. No entanto, com
um esforço acrescido da nossa par-
te temos conseguido ultrapassar”,
cita Mercedes Barros, suscetível a
esta situação.
Valências
A Farmácia Moderna conta com
uma equipa multidisciplinar de dez
colaboradores dos quais cinco
farmacêuticos e disponibiliza um
conjunto de vários serviços como:
“monitorização de utentes diabéticos incluídos no “Programa de
Cuidados Farmacêuticos”, medição
de tensão arterial, determinação de
parâmetros bioquímicos (colesterol
total, glicemia, triglicerídeos), administração de vacinas não incluídas
no plano nacional de vacinação e
consultas de podologia”.
Mercedes Barros prepara-se
agora para um novo crescimento e
pretende acrescentar novas valências. A entrega de medicamentos ao
domicílio e a venda online serão os
próximos passos.
Portugal Inovador
Welldentys:
tudo pelo seu sorriso
Situada em Freamunde, a Welldentys, Lda. alia a experiência do seu corpo clínico à procura
pelas mais recentes tecnologias e conhecimento.
Já se passaram 15 anos desde
que Célia Carneiro abriu o seu próprio espaço de saúde oral. Embora
tivesse começado com uma clínica
em nome individual, a médica
dentista optou, em conjunto com o
marido Valentim Barroso (dono de
um laboratório de prótese dentária),
por criar uma empresa em que
ambos os serviços se complementassem, nascendo assim, em 2009,
a Welldentys.
Constituída atualmente por dois
consultórios e um laboratório de
próteses dentárias, a Welldentys
é uma clínica que engloba o trabalho de oito profissionais e que
proporciona um vasto leque de
serviços, desde a Ortodontia ou
a Implantologia à Odontopediatria
e à Endodontia, sem esquecer os
tratamentos de natureza estética,
como branqueamentos.
No entanto, para além desta
diversidade ou da experiência
dos seus profissionais, existem
outros aspetos que ajudam a
fazer da Welldentys um espaço
de referência no âmbito da saúde
oral. “Tentámos, logo de início,
diferenciarmo-nos e fomos uma
das primeiras clínicas a trabalhar
com Raio-X digital”, recorda Célia
Carneiro. Além disso, “tentamos
sempre estar atentos às mais
recentes tecnologias e às novas
informações, investimos em formações e fazemos questão de ir
a congressos, quer em Portugal,
quer no estrangeiro”, sublinha.
Mas se há algo que também
distingue a Welldentys é o tratamento dado a cada utente, assente no bem estar e no relaxamento.
“Em primeiro lugar está sempre
o paciente. Eu já tive fobias em
criança e compreendo o que é
estar do outro lado”, garante a
diretora clínica. “Trabalhamos
com sedação a pensar em que
tem mais fobias e damos a possibilidade às pessoas de assistirem
a um filme ou a um concerto durante a consulta”, explica.
Esta aposta em “minimizar o
mais possível o desconforto” alia-se
ao profissionalismo de um corpo
clínico em constante formação e à
procura das mais recentes tecnologias, com resultados que falam
por si. “Sentimos que as pessoas
nos são féis, o que nos deixa muito
felizes”, refere a diretora clínica,
numa alusão ao leque utentes, que
se estende muito além de Paços de
Ferreira. “Temos pessoas de Vila
Nova de Gaia, Matosinhos, Maia,
Marco de Canaveses e até de Celorico de Basto”.
Não admira, posto isto, que o
futuro da Welldentys seja perspetivado com otimismo. “O nosso
plano é crescer e continuarmos a
expandir. Mas não vamos sair de
Freamunde”, salienta Célia Carneiro, numa alusão à forma como foi
bem recebida no local onde decidiu
exercer a sua atividade profissional.
Outra das ambições passa por tentar prestar “mais especialidades e
de aumentar o corpo clínico”. Tudo
em nome de um mundo onde existam mais sorrisos.
Outubro I 75
Portugal Inovador
“A arte de eternizar o sentimento”
A Foto Óscar, Lda. regista os grandes momentos da sua vida com o profissionalismo,
sabedoria e amor que merece.
O gosto pela arte “provém de
um ciclo familiar” e “partiu dos meus
pais”, começa por explicar Isabel
Barros, responsável pelo estúdio
Foto Óscar em Paços de Ferreira,
fundado por Oscar Barros e a esposa,
Conceição Barros. “Quando comecei
a estudar, a minha vida era feita entre
a escola e a loja e, aos 14 anos, já
fotografava e nutria a paixão de estar
atrás do balcão”, recorda a nossa entrevistada, que hoje se assume como
fotógrafa de profissão e vocação.
A acompanhar o amor pela fotografia esteve, desde sempre, a
vontade de aprofundar novos conhecimentos. Não admira, por isso,
que estando a frequentar o curso de
Comunicação, Marketing e Relações
Públicas, Isabel Barros tenha optado
por investir em formações na área
do fotojornalismo, atividades que
são intercaladas com a Foto Óscar.
Acrescente-se a experiência acumulada em reportagens para o setor da
moda e está feito o retrato de uma
profissional polivalente e cheia de
savoir-faire.
Mas o motivo para eleger Paços
de Ferreira? “Gostava de abrir uma
loja, comecei a estudar locais e
achei que seria um bom sítio para
começar”, confessa Isabel Barros.
76 I Outubro
Uma aposta que, volvidos três anos,
deu frutos. “Quando abri este espaço,
queria que fosse um showroom e
uma loja de agenda, mas os clientes
começaram a entrar e tive que fazer
dele uma loja” generalista, recorda.
Já a fim de satisfazer exclusivamente
os pedidos de fotografias em casamento, foi necessário abrir um novo
espaço, em frente à sede da Foto
Óscar, em Lordelo, Paredes.
Tratamento ao
pormenor
Na Foto Óscar encontrará o
profissionalismo, a experiência e
o atendimento adequados a qualquer solicitação. Entre os serviços
incluem-se, por exemplo, os books
de ano, grávidas, álbuns de casamentos, batizados e comunhões,
entre outros eventos, assim como
portfolios empresarias (mobiliário,
por exemplo).
Acima de tudo, e independentemente do trabalho solicitado, existe
também uma aposta na naturalidade.
“Para mim, a palavra ‘natural’ é essencial na fotografia”, afirma Isabel
Barros. Ou não fosse esta “a arte de
eternizar o sentimento e o momento”.
Mas esta é também uma arte criteriosa. “Sou muito exigente e estou
sempre atenta aos pormenores, pois
se eles existem é porque fazem a
diferença”, conclui.
Relativamente ao futuro, existe
a vontade de apostar na fotografia
aérea – através da utilização de drones – dedicada ao setor da indústria.
Outro dos grandes sonhos passa
De portas abertas há mais
de 25 anos, a Foto Óscar
estende-se por vários espaços. Para além do estúdio
de fotografia em Paços de
Ferreira, existe um ateliê
dedicado aos noivos – bem
como outras duas lojas – situados em Lordelo, Paredes.
pela internacionalização da Foto
Óscar, à medida que as solicitações
além-fronteiras começam a crescer.
Está tudo a postos, por isso, para um
retrato de qualidade.
Portugal Inovador
Um sonho em tempo de crise
A Radar do Sonho surgiu em 2010 quando muitos acreditavam ser um risco. Hoje, passados
cinco anos, o sonho de Cidália Ribeiro ultrapassou a insegurança e mantém-se ativo na
indústria têxtil.
Foi em plena recessão económica que nasceu a Radar do Sonho,
na freguesia de Carvalhosa. Com
38 anos de trabalho numa outra
empresa têxtil, Cidália Ribeiro, decidiu arriscar sozinha na construção
do seu negócio, embora tenha sido
uma decisão difícil de tomar. “Há
uns anos que tinha o sonho de
criar a minha própria empresa, mas
como jáeram tantos anos a trabalhar ali, não via o dia de abandonar.
Estava tão ligada àquela empresa
e às pessoas que foi muito difícil
sair”, admite.
Mas o sonho foi mais forte. A
experiência e conhecimentos no
ramo, ajudaram a empresária a dar
o impulso inicial necessário ao negócio. “Eu tinha os contactos e sabia através deles, que se abrisse a
empresa não ia ter falta de trabalho.
Ainda não tinha aberto a porta e já
tinha responsabilidades, já existiam
prazos de entrega a cumprir”. O que
começou com 12 trabalhadoras foi
crescendo e, hoje, conta já com 35.
A empresa trabalha, essencialmente, com tecidos no fabrico de
blusas, camisas e vestidos. Sendo
esta uma parte da indústria têxtil
muito procurada, a Radar do Sonho
tem os seus “clientes fidelizados”
e trabalha ao mesmo tempo “com
dois, três, ou quatro mediante as
quantidades”. Mas, segundo a
empresária, “não vai além disso”
por poder não conseguir ter capacidade de dar resposta e existirem
dois pontos que considera “muito
importantes: a qualidade e o prazo
de entrega”.
Com uma produção indireta
para o mercado externo de quase
100%, Cidália Ribeiro admite que
“é um mercado que oferece mais
garantias”. A empresa faz a matéria-prima, entrega aos clientes e são
eles quem exportam o produto.
Atenta às normas europeias e à
formação profissional, o fabrico da
empresa é controlado, diariamente.
Dessa forma, as trabalhadoras vão
“observando, fazendo e tomando
nota”com o objetivo de tornar melhores o produto e o seu trabalho.
Para o futuro, Cidália Ribeiro
quer “construir um pavilhão maior,
criar postos de trabalho e melhores
condições”, uma vez que “o número
de encomendas também o exige,
porque a procura tem aumentado.”.
E hoje considera-se uma mulher
feliz por ter o filho a trabalhar consigo e saber que é isso que ele
quer. “Fico feliz porque se este era
o meu sonho, tinha de ter alguém
que lhe desse continuidade. Cada
vez mais temos orgulho de ser
empresa e de ter acreditado que
era possível realizar o sonho, com
ajuda de todos quanto colaboram
neste projeto ”, finaliza.
Outubro I 77
Portugal Inovador
A inovação faz a diferença
A indústria do móvel é um caso de sucesso no concelho já conhecido, a nível nacional, como
a “Capital do Móvel”. Na freguesia de Ferreira, fomos conhecer um desses exemplos pelas
mãos de Rui Bessa, que acredita no êxito através da constante pesquisa e inovação do setor.
Em 2007, Rui Bessa estreou-se no
mundo empresarial numa sociedade,
de curta duração, com um colega.
Um ano depois, seguiram caminhos
diferentes. Aquilo que poderia ter sido
o fim de uma breve experiência, transformou-se numa oportunidade que Rui
Bessa soube aproveitar. Desde pequeno no ramo mobiliário, ganhou paixão,
começou sozinho e hoje, sete anos de
atividade depois, o empresário vê o
seu negócio expandir de dia para dia.
“Comecei sem qualquer funcionário.
Fui contratando e hoje somos sete”.
Especializada em cozinhas e roupeiros, a Rui Bessa Interiores, vem
contrariar o típico fabrico de móveis,
com a introdução de um material pouco
utilizado no mercado português. “Descobri um nicho de mercado com um
fornecedor que me mostrou um material que desconhecia, o termolaminado.
Vi umas amostras e pensei que tinha
78 I Outubro
ali um bom material, diferente do que
se fazia cá.”, explica.
Apesar da resistência dos clientes
é com o termolaminado que Rui Bessa
se destaca do restante setor e acredita
que a inovação é o caminho, nunca
deixando os materiais mais comuns.
“Torceram o nariz, porque era uma matéria prima diferente, mas já há muita
procura. Não trabalho só nisto, mas é
este o material que marca a diferença.
Obrigou-me a pesquisar e a informar-me dado que o segredo do negócio
passa, claramente, pela inovação”.
Com a conjuntura atual, o empresário reconhece que os portugueses
procuram o preço mais baixo a concorrência é forte. No entanto, confessa
que não é um problema que o afete.
“Tentam sempre o preço mais baixo.
Mas essa procura também fez com
que algumas empresas trabalhassem para isso, e não é algo que me
atormente. Estou mais preocupado
em focar-me nos novos produtos que
surgem no mercado, porque mesmo
os que procuram barato, sabem ver o
que é bom ou não”.
Tendo como base a entreajuda e o
esforço dos funcionários, reconhecido
por Rui Bessa, a empresa vende cerca
de 90% da sua produção a lojas que
não têm fábrica e exportam, também,
para países como França e Inglaterra,
sendo a restante produção vendida a
particulares. Os móveis são feitos à
medida com o devido acompanhamento e garantia.
Numa abordagem final, o empresário revelou alguns dos projetos
que tem para um futuro próximo: “A
internacionalização direta é uma ideia,
mas ainda estou a dar os primeiros
passos. Agora quero fazer crescer a
empresa, criar mais condições para
o negócio, fazer um pavilhão maior e
aumentar o número de funcionários.
Sei que somos quase como uma família e que eles trabalham por amor à
camisola, e, se calhar, é por isso que
funciona tão bem, mas não os quero
sobrecarregar”, termina.
Portugal Inovador
“Um condomínio é equiparável
uma sociedade sem fins
lucrativos”
Se procura um acompanhamento assente no “rigor, qualidade e transparência financeira”
para o seu condomínio, a Porta 124 convida-o a entrar.
Andreia Costa, a concluir a formação em Gestão de Empresas, e
Vítor Silva, empresário, decidiram
em 2014 marcar um ponto de viragem no setor da gestão de condomínios em Paços de Ferreira.
“A Porta 124 foi criada com o
intuito de oferecer ao mercado um
serviço que, enquanto condóminos, considerávamos inexistente”.
A falta de ligação aos clientes, “a
inoperância perante situações de
conflito, e as recorrentes notícias
sobre a apropriação ilegal de bens
dos condomínios”, levou-os a abrir
em 2014 a porta deste projeto.
“No nosso entender fazia falta
uma empresa que quisesse trabalhar
diretamente com as pessoas, mediar
conflitos e colaborar na boa gestão e
convivência dentro do condomínio”,
refere Andreia Costa. “Regularizar as
contas sem prejudicar nem os condóminos devedores (muitas vezes
vítimas da conjuntura desfavorável)
nem os cumpridores”, assim como
“agir eticamente quando a dívida prevalece por má vontade” é o caminho
tomado pela Porta 124.
Sendo prestadores de um serviço, os nossos entrevistados são
assertivos: “Não estamos a lidar
com edifícios, mas, essencialmente, com pessoas. Acreditamos que
se não existirem picardias entre
os condóminos, conseguimos facilmente regularizar as situações,
nomeadamente pagamentos, promover o fundo comum de reserva
e proceder a obras de manutenção/
reabilitação”. Para tal, é “fundamental tentar perceber a origem do
problema e controlar as quezílias,
intermediando a discussão”.
Fundo Comum de
Reserva
Sabemos que o fundo comum
de reserva é obrigatório (mínimo
10% do valor da quota do condomínio) e destina-se a obras de
reabilitação do edifício, mas nem
todos os condomínios conseguem
cumprir essa normativa. Na Porta
124 a política de ação “passa por
conversar, regularmente, com os
clientes e controlar a acumulação
de dívida”. “Só em último recurso reencaminhamos o processo
para o departamento jurídico, não
deixando nunca de acompanhar
o condómino, tentando realizar
acordos de pagamento”, garante
Andreia Costa.
Prezando a transparência entre
as partes, a equipa da Porta 124
trabalha com programas específicos
e é desse modo que apresenta todo
o trabalho realizado. Cumulativamente ao espaço físico, preparado
para acolher todos os condóminos
que queiram verificar a informação
e documentação referentes ao seu
edifício, está a ser ultimada a apresentação de um site que vai permitir
o acesso individual e restrito à página
de cada condomínio, onde se pode
proceder à análise da conta corrente
e dos movimentos realizados.
É nesse sentido que Vítor Silva alerta: “Todos os movimentos
efetuados por uma administração
de condomínio deveriam ser declarados, não é justo que empresas
como a Porta 124, que cumprem
com todas as suas obrigações
legais, tenham que concorrer com
outras que surgem no mercado de
forma ilícita”.
Em final de conversa Andreia
Costa deixa a dica: “Um condomínio é uma sociedade sem fins
lucrativos. Quando se compra uma
fração compra-se uma parte de um
todo que é da responsabilidade de
cada condómino”.
Outubro I 79
Portugal Inovador
Crescer com integridade
e confiança
Estabelecida em Paços de Ferreira, em 2005, ana&pedro procurou apresentar-se ao mercado
com diferenciação e excelência nas diferentes áreas (Contabilidade, Consultadoria, Gestão
de Projetos e Avaliações Imobiliárias). Hoje Ana Monteiro dá-nos a conhecer as raízes do
projeto e a sua evolução no mundo empresarial.
Mercados
Numa primeira fase os profissionais focaram-se, essencialmente, no
desenvolvimento do departamento de
Contabilidade e Consultadoria Imobiliária. Em 2006, a aquisição de um gabinete de Contabilidade permitiu-lhes obter um crescimento mais rápido e com
isso criar uma carteira de clientes mais
alargada. Os desafios enfrentados
sustentaram-se, paulatinamente, em
novos pilares e é por isso que decorridos dez anos ana&pedro viu já alguns
dos seus objetivos serem manifestamente alterados. “Em 2010, detetámos
problemas nas empresas que até aí
não tínhamos verificado. Decidimos
proceder a algumas alterações e em
2011, apresentámos uma tecnologia
de informação aos nossos clientes, de
forma a proporcionar-lhes uma gestão
própria através da monitorização que
80 I Outubro
efetuamos dos seus dados”, começa
por expor a nossa entrevistada.
Confrontada com um novo paradigma ana&pedro decidiu, em 2012,
aproveitar outras oportunidades. “O
conceito e a informação que as empresas passaram a precisar tornou-se
completamente diferente. E em 2012,
demos início ao projeto de internacionalização com os serviços de Projeto
e Consultadoria Imobiliária através da
abertura de um escritório em Argel”,
explica.
Atualmente esse know-how permite-lhes transferir informação e conhecimento aos seus clientes e construir
pontes entre as empresas, mediando
negócios nas áreas de Arquitetura e
Engenharia, construção civil, mobiliário, decoração de interiores, têxteis lar
e calçado.
Ao lado de Ana Monteiro (economista) e seu irmão Pedro Monteiro
(engenheiro civil) encontramos uma
equipa jovem que se distingue pela
polivalência e flexibilidade. “Uma das
razões pelas quais também nunca
estamos sozinhos é termos parceiros
em todas as áreas que nos complementam”.
Consciente da importância dos
meios para o desenvolvimento de
uma melhor gestão nas empresas,
reconhece ainda que “não importa só
falar com o cliente, temos igualmente
de ajudá-lo no dia a dia para que ele se
torne independente”. A tecnologia de
informação aqui introduzida traz essa
vantagem, “permite que as empresas
não fiquem dependentes do seu TOC
interno e que o sigilo fique assegurado.
Prezamos sobretudo por essa segurança de imparcialidade e confiança
no serviço que prestamos”, sublinha.
A afirmação dessas prioridades
concretiza-se já com o pensamento
no futuro. Nos horizontes estará claramente a consolidação nos mercados
e o seu crescimento. Na internacionalização vão procurar criar ligações
com outras culturas como a Europa
do Sul e Médio Oriente. “Tenho já
alguns contactos com o Líbano, e a
Tunísia. Em breve, pretendo chegar a
Marrocos”, adianta.
Portugal Inovador
Nutrir a beleza
Ana Coelho falou-nos sobre o seu percurso e aquilo que a motiva e diferencia dos outros
espaços de beleza e estética. É sobretudo na transparência, confiança e trabalho em equipa
que se encontra a base do seu sucesso, valores reconhecidos em Paços de Ferreira, e não só.
“Sempre tive gosto pela área e
decidi frequentar o curso de esteticista em Paços de Ferreira”, relembra hoje a profissional, passados
cinco anos. Terminada a formação
rapidamente se sentiu determinada
para criar o seu próprio espaço. Um
ano depois surgiu a oportunidade:
“Quando fiz a aquisição quis escolher
um nome com o qual as pessoas se
identificassem, e acabei por colocar o
meu. Inicialmente tratava-se somente de um centro de estética ao qual
adicionei a parte de cabeleireiro”,
recorda.
A vontade e a determinação de
aprender nunca cessou e Ana Coelho
procura ainda hoje estar atualizada,
através da realização de formações
e workshops. “Penso que é muito
importante esta atualização, dado
que nunca conseguiremos gerir nada
se não soubermos o que temos nas
nossas mãos”, assinala. Atualmente
a profissional está a frequentar o curso de cabeleireiro na Academia Inês
Pereira, no Porto. Conjugadas as
competências todas as pessoas que
completam a equipa desempenham
aqui funções que as une. “A Sara
Gomes é esteticista- cosmetologista,
a Patrícia Mendes é técnica de laser
e a Telma Oliveira é cabeleireira”.
É no seguimento desse caminho
onde a diferença é vincada pela
qualidade que Ana Coelho procura
prestar aos clientes que a visitam,
o melhor serviço, nunca colocando
de parte o cuidado com a higiene
e a segurança. “Aqui o tratamento
é personalizado e as clientes ficam
sempre muito satisfeitas. Penso
que o nosso ponto forte é mesmo a
qualidade e a simpatia”, sublinham.
No futuro, Ana Coelho espera vir
a integrar no seu espaço mais valências e alternativas. “Neste momento
já tenho profissionais que em prestação de serviços veem aqui, como é
o caso das consultas de Acupuntura,
Nutricionista, Podologia e Psicologia.
Tenho vários serviços, mas quero
sempre mais”.
Lado a lado com a inovação, Ana
Coelho não poderia deixar escapar
as grandes oportunidades de mercado. Foi nesse âmbito que nos deu a
conhecer a máquina de Laser de Iodo
Soprano XL da Alma Laser. “É considerada a tecnologia número um mundial. Depois de reconhecer as mais-valias que iria proporcionar no meu
salão tive o cuidado, ao adquiri-la, de
comprar a patente e, atualmente, não
existe mais nenhuma na zona Norte.
Sabia o investimento que tinha feito,
mas nunca pensei que fosse tomar
esta dimensão com tamanha adesão,
atualmente fazemos prestação de
serviços em toda a zona Norte em
cabeleireiros, parafarmácias, centros
de estética e ginásios. Numa única
sessão as clientes conseguem logo
ver os resultados”, informa.
Paços de Ferreira fica então bem
representado pelo Salão Ana Coelho
na sua qualidade de excelência.
Outubro I 81
Portugal Inovador
Empreendedorismo
no Vale do Sousa Especializada no fabrico de fardas e uniformes, a empresa
Profardas já conta com mais de uma década de existência.
Trata-se de uma empresa de cariz
familiar gerida por Isaura Leão e pela
sua filha Elisabete Costa, as administradoras prezam pelo rigor e máxima
qualidade do produto. Com uma
equipa multiprofissional experiente e
responsável pretendem garantir que
ao comprar Profardas está a adquirir
um produto de confiança e qualidade
superior.
Isaura Leão iniciou-se desde cedo
no mercado de trabalho, anos mais
tarde, vinda da Alemanha decidiu que
ainda não era altura de parar e nos
seus primeiros 15 anos em Portugal
colaborou com várias empresas especializadas em têxteis lar e puericultura.
Entretanto decidiu abrir o seu próprio
negócio com ajuda da filha, refere:
“Após ter trabalhado tanto tempo por
conta de outrém , decidi lançar a minha
própria empresa, direcionada especialmente para a criação de fardas
profissionais de trabalho onde pretendo que prime a dualidade qualidade/
preço, assim como o cumprimento dos
prazos de entrega.
Tudo começou com a criação de
um site: “Logo no início, verificámos
um crescente número de visitas e
contactos de empresas de Norte a Sul
do país, algo que nos surpreendeu”.
Elisabete Costa, licenciada em
Arquitetura, decidiu entrar neste projecto, onde o seu papel passa não só
pela administração da empresa, como
também pelo design das peças: “Como
sempre tive uma paixão pelo desenho,
decidi ajudar a minha mãe na parte
criativa. O cliente transmite-me a sua
82 I Outubro
A empresa Profardas dispõe
de uma dinâmica de vendas em duas vertentes: A
loja online www.profardas.pt
onde poderá consultar uma
série de modelos existentes
para venda, podendo todos
eles ser sujeitos a personalização.
A outra vertente é uma loja
física com showroom onde
encontrará um mostruário
vasto de modelos prontos,
a qualidade de confecção
e todas as matérias-primas
utilizadas.
ideia, por exemplo, a nível de cores,
modelo e a escolha dos tecidos, depois
fazemos uma articulação de ideias e
procedemos à criação do modelo”.
Após feito o projecto, correspondente ao nível estético, inicia-se a
produção do produto, que é da responsabilidade de Isaura Leão : “Sou
eu que faço o corte das peças e a
distribuição pelas confeções que trabalham connosco. Passa tudo pelas
minhas mãos, tenho de ser exigente
porque se não o for, o trabalho não
sai com qualidade que estipulamos”.
Em relação a projectos futuros Elisabete Costa garante: “Pretendemos
alargar o espaço da firma e a sua
visibilidade assim como elaborar um
catálogo constituído apenas com artigos feitos por nós. Em relação ao site,
é de nosso interesse continuar apostar
nessa vertente, pois é a melhor maneira de continuarmos a ter contacto com
clientes de todo Mundo”.
A empresa Profardas, trabalha principalmente com empresas e entidades
sediadas na zona Centro, mas conta
já com clientes internacionais, mais
especificamente em Angola e França.
Estofos de
Paços de Ferreira
para o Mundo
Portugal Inovador
Materiais de qualidade, o saber que vem da experiência e o design inovador: eis a receita
por detrás do sucesso da Estofos Mendes.
Nasceu em 1982 pela iniciativa
de José Mendes com um objetivo
simples, mas ambicioso: a criação
de sofás e estofos que conseguissem conciliar a qualidade com
um design inovador. Falamos da
Estofos Mendes, uma empresa
sediada em Paços de Ferreira que
conta já com um percurso de mais
de 30 anos de atuação. Embora
o seu longo caminho tenha sido
marcado pelos “momentos altos
e baixos” sentidos no setor, esta
é uma firma que tem assistido a
um franco crescimento, reflexo da
sua aposta nos trunfos da “relação
qualidade/preço”, bem como no
fator personalização.
“Fabricamos todo o tipo de sofás, mas também cadeiras, camas
e cadeirões”, explica Elsa Mendes,
filha do fundador da empresa, que
conta, atualmente, com 22 funcionários. A variedade, entretanto,
faz-se notar também nos materiais
utilizados, existindo à escolha
do cliente várias alternativas de
estofos em pele, sintéticos ou em
chenille, por exemplo.
O know-how, a experiência, a
vontade de inovar e – acima de
tudo – a qualidade são elementos
fulcrais que definem os produtos fabricados e comercializados pela Estofos Mendes numa altura em que,
tal como considera Elsa Mendes,
o fator da personalização é cada
vez mais importante. “Fazemos
muitos artigos por medida, porque,
cada vez mais, os clientes querem
algo mais personalizado ou que vá
ao encontro daquilo que já têm em
casa”, explica a nossa entrevistada.
Enquanto empresa de referência no setor, a Estofos Mendes
tem dividido, ao longo do tempo,
a sua atenção não apenas pelo
mercado nacional – onde atuam
de Norte a Sul, embora com maior
incidência nos distritos de Lisboa e
Algarve – mas também pela exportação. Além-fronteiras, os clientes
dividem-se por países europeus
como Espanha, França ou Alemanha, mas também por outros como
Angola ou o Brasil.
Embora a fatia de clientes externos corresponda, neste momento, a
cerca de 50% do total de produção,
Elsa Mendes não esconde o desejo
que a empresa sente em apostar,
com ainda maior incidência, neste
mercado. Mas também reservados
para o futuro das Estofos Mendes
estão a vontade de continuar o
percurso de crescimento e consolidação sentido até ao momento,
bem como a intenção de prosseguir
com a aposta nos produtos que
se definem pelo seu design único,
moderno e repleto de qualidade.
Outubro I 83
Portugal Inovador
Conquistar o mercado
pela qualidade
A Emdipra é uma referência no comércio de tintas e equipamentos para reparação e higiene automóvel.
A assumir um peso cada vez maior dentro do seu volume de faturação, está a sua marca própria,
Blucare, assente numa gama de produtos que trazem eficácia e rentabilidade aos seus clientes.
António Ferreira, responsável,
está neste setor desde 1988. Entretanto, esteve à frente de uma
outra empresa do ramo até que
decidiu abraçar um novo desafio
que foi a constituição da Emdipra,
no ano 2000. Não sendo natural
de Paços de Ferreira, optou por
estabelecer aqui a nova firma, por
ser o mercado que concentrava a
maior parte da sua atividade, junto
com concelhos próximos como
Amarante, Felgueiras ou Lousada.
Foi evoluindo naturalmente, tendo por base a importação de uma
marca de referência no setor, até
que, há três anos, resolveu começar a trabalhar com uma marca própria. É aí que entra a Blucare, que,
como nos revela António Ferreira,
“teve um crescimento extraordinário
e, hoje, representa 66% das vendas
da empresa”. A gama que é comercializada sob o nome Blucare inclui
84 I Outubro
“todos os produtos para a repintura
automóvel, tais como vernizes,
poliesteres, primários, abrasivos,
mascaramentos, etc. e “produtos
para higiene e detalhe automóvel
como champôs, liquido limpeza
de interiores, polimentos, ceras e
selantes, entre outros”
Dentro desta diversidade de produtos, há algo que é constante, que
é uma preocupação em apostar na
qualidade. “Sabemos que o mercado tende um pouco para o fator preço, com a crise e a competitividade
que existe no ramo da reparação
automóvel. Seria fácil para nós ir
à procura de produtos baratos, e
vender com base no preço mas
não é a nossa aposta. Resolvemos
antes apostar na qualidade, que é
um caminho difícil, que exige muito
mais formação mas que acreditamos que nos vai trazer um futuro
muito mais interessante”, explica.
Um exemplo concreto é o caso do
verniz Diamond, lançado há três
meses, que traz ótimos resultados
“por ser auto-curável. Quando exposto a luz solar autorregenera-se,
eliminando dessa forma pequenas
imperfeições (como riscos de lavagem ou outras pequenas agressões
do dia-a-dia) ”. A acrescer à qualidade do próprio produto, há um
serviço apoiado na competência
e na intensa preparação da sua
equipa de técnicos e comerciais.
“Não fazemos a venda por si só,
fazemos uma venda acompanhada
de um serviço que vai ao encontro
das necessidades do cliente e que
resolve os seus problemas”, refere.
Como resultado deste trabalho,
a Emdipra tem tido bons indicadores e alimenta boas expectativas.
Uma delas tem a ver com a aplicação dos seus produtos noutras
áreas que não apenas a automóvel,
sendo exemplo disso a ligação á
área dos polimentos de alto brilho,
na indústria do mobiliário. Outra é a
“possibilidade de marcar presença
noutros mercados que não apenas
o nacional”, mas sem esquecer o
objetivo de “desenvolver e cimentar o produto o máximo possível
no país”. A empresa de António
Ferreira está inserida “num concelho extremamente exportador” e
promete, para breve, “vir também a
fazer parte dessa dinâmica”.
Portugal Inovador
Outubro I 85
Portugal Inovador
A nossa Casa é a sua Casa
Estivemos à conversa com Mário Rosa-Mota, um dos
fundadores e sócios gerentes do Lar Boa Esperança, e com
o seu diretor geral, Pedro Morgado, para conhecer uma
instituição verdadeiramente singular.
Tudo começou em 1939, quando o
Lar Boa Esperança funcionava como
sanatório da Estância Sanatorial do
Caramulo. Mas, na história desta instituição quase centenária, existe espaço
para muitas outras datas, como abril de
1979. Foi nesse momento que o Lar
Boa Esperança conquistou o alvará
número cinco a nível nacional, prova
de que foi um dos primeiros lares a
surgir em Portugal, sendo determinantes neste processo José Pereira
e Mário Rosa Mota, fundadores desta
instituição.
“Este acontecimento permitiu ao
Lar Boa Esperança ter a sua ocupação completa com utentes, que eram
colocados pela Segurança Social,
praticamente de todo o país”, recorda Mário Rosa-Mota. Uma situação
que acabou, todavia, por se inverter
quando a Segurança Social deixou, há
quatro anos, de comparticipar novos
casos sociais. Mas, longe de baixar os
braços, e fazendo jus ao seu estatuto
histórico, a instituição adaptou-se a
este condicionalismo, assumindo-se
86 I Outubro
como um Lar de Idosos privado.
Ao leme desta emblemática casa
e da sua adaptação aos tempos modernos encontramos Pedro Morgado,
neto de Mário Rosa-Mota. Os seus
objetivos são claros: modernizar a
instituição, mantendo a luta para que o
Lar Boa Esperança preserve o estatuto
de excelência que sempre o distinguiu
ao longo da sua história.
Esta é, efetivamente, uma instituição com uma equipa de profissionais
completamente dedicada ao conforto
e à alegria dos seus utentes. “Somos
18 funcionários, mas para além destes, contamos com uma professora
de ginástica, uma fisioterapeuta, um
médico, dois enfermeiros, uma assistente social/diretora técnica, uma coordenadora de equipa, uma animadora
cultural e a tão ou mais importante, a
incansável e dedicada gerente, ‘Té’”,
enumera Pedro Morgado.
E porque manter uma vida ativa é
essencial, o Lar Boa Esperança oferece toda uma série de atividades a
pensar nos seus utentes. “Internamen-
te, temos trabalhos manuais que são
dirigidos pela animadora”. Entretanto,
“nas atividades exteriores, contamos
com a horta dos saberes, relacionada com as atividades mais ligadas à
terra”. Mas presentes estão também
as iniciativas culturais, como visitas a
feiras ou espetáculos.
Inserida no plano de atividades
está, ainda, a hidroginástica, que
constitui uma mais valia para todos
os utentes, inclusivamente para os
utentes com menor mobilidade em
que é dada a oportunidade de disfrutar
novas experiências. “Mediante o que
são as nossas condições, criamos atividades diferentes, permitindo-lhes um
envelhecimento ativo”, explica Pedro
Morgado, enfatizando o acompanhamento de excelência que é atribuído,
sem exceção, a cada utente.
Entre os planos para o futuro está
a vontade de continuar a “remodelação” do lar. “Alguns quartos já foram
alterados, assim como os escritórios”,
afirma Pedro Morgado, sublinhando
que este será um projeto contínuo
que contribuirá para consolidar, ainda
mais, o estatuto que até aqui pautou
o dia-a-dia do Lar Boa Esperança.
O caminho a percorrer é longo mas,
como já o velho ditado, dizia “devagar
se vai ao longe”. E assim se chegará
ao centenário.
Portugal Inovador
Outubro I 87
Portugal Inovador
“Cuidar, reabilitar e agir”
Determinada em capacitar pessoas com deficiência e a mudar mentalidades, nasceu a
APCV - Associação de Paralisia Cerebral de Viseu, há 33 anos. O que começou numa cave
no centro da cidade, conta, hoje, com dois edifícios, em Vildemoinhos e um em Oliveira do
Conde – Carregal do Sal. Em entrevista à Portugal Inovador, Fernando Vieira e Armando
Torrinha, vogais de Direção, defendem que o objetivo passa, também, por “formar e integrar”.
“A paralisia cerebral é uma doença
neurológica que tem a ver com um
bloqueio ao nível do sistema nervoso
central. Pode ter vários motivos, mas o
mais vulgar deve-se à falta de oxigénio
no momento do parto ou por qualquer
outra complicação pós-parto”, começa
por explicar Fernando Vieira.
Com mais de 500 utentes, a APCV
também acolhe pessoas com outros
tipos de deficiência, garantindo de
forma contínua e ao longo da vida,
através de equipas multidisciplinares,
mais do que uma resposta para as
diferentes necessidades, conforme a
faixa etária. “A APCV direciona a sua
ação para a satisfação das necessidades e expectativas dos seus clientes.
Poderão beneficiar das Respostas
Sociais Ambulatório, Centros de Atividades Ocupacionais (CAO), Lares
Residenciais e Formação Profissional
entre outros serviços especializados”,
afirma Armando Torrinha.
No Ambulatório, ligado à reabilitação, estão os utentes que se dirigem
à associação “uma ou duas vezes por
semana, quinzenalmente ou mensalmente” e obtêm serviços em áreas
como “Fisioterapia, Terapia da Fala,
88 I Outubro
Terapia Ocupacional, Psicologia ou
Reabilitação em meio aquático”. Aqui,
o trabalho feito com o utente é sempre
na perspectiva de o capacitar, com
ajudas técnicas e métodos terapêuticos, na adaptação à sua realidade,
“identificando necessidades e preparando as famílias para a superação
das dificuldades”.
Já os CAO’s têm uma realidade
diferente, onde os utentes, apesar de
estarem na idade adulta, “têm incapacidades que não lhes permitem uma
integração no mercado de trabalho
ou no seu contexto de vida normal”.
Desenvolvem-se atividades que visam
a valorização pessoal, com o objetivo
de dignificar a vida humana.
Formação profissional
A APCV tem, ainda, uma área de
Formação Profissional apoiada pelo
IEFP, com seis cursos de desenvolvimento de atividades, de pessoas ativas
com deficiência. “Nesta formação,
os clientes, podem sempre atualizar
as suas competências com vista à
obtenção de uma qualificação escolar
e profissional”, e contam, atualmente,
com cursos de Operador Agrícola, de
Informática, de Jardinagem, Assistente
administrativo, Carpinteiro de Limpos e
de Assistente familiar e de apoio à comunidade, com o objetivo de qualificar
para uma integração na sociedade e
no mercado de trabalho.
Preocupados com o processo de
integração, a associação criou o projeto “Novos Horizontes”, com o apoio
financeiro do INR IP (Instituto Nacional
de Reabilitação), que consiste numa
“interligação entre as pessoas que acabam as formações e os empresários”,
através de uma plataforma informática,
que permitirá a inserção de Curriculum
Vitae, com vídeo, de pessoas com
deficiência, em fase de colocação no
mercado de trabalho, na divulgação
de empresas que aceitam formação
em contexto de trabalho.
Conscientes de que as empresas
vivem um período de dificuldades,
acreditam que as medidas a nível de
emprego apoiado vão ajudar a integração das pessoas com deficiência e
incapacidade no mercado de trabalho.
Certificação e
abordagem
Sendo uma entidade certificada,
garantem que essa certificação é consequência do trabalho que realizam,
“sempre em equipa e em parceria com
as famílias”, fazendo parte das políticas de organização da associação.
Há uma atenção à individualidade do
utente, uma vez que “as equipas fazem uma avaliação, traçam objetivos,
elaboram um plano individual de ação
que é discutido com os clientes e suas
famílias e sempre ajustado à medida
que vai sendo desenvolvido”.
“É uma abordagem centrada na
pessoa, tendo em conta as necessidades e expetativas, os seus sonhos
e a sua qualidade de vida”. Como insti-
Portugal Inovador
tuição que segue uma intervenção por
processos, há uma certa metodologia,
baseada nos valores e numa política
de orientação para os resultados. “Se
houver uma necessidade e não houver
resposta, a organização, rapidamente,
cria mecanismos para a combater”,
afirma Fernando Vieira. E garantem
que não podem “virar costas a nenhum
processo” para que possam evoluir.
Visão empresarial
Com mais de dois milhões no
orçamento previsto para este ano e
com uma abrangência territorial que
vai de Norte a Sul do distrito de Viseu,
“a associação tem que ser sustentável
e inovadora” ter uma visão empresarial
“sem nunca esquecer o indivíduo e o
fator social”.
Tendo 17 viaturas próprias, 8 das
quais são pesadas de passageiros
adaptadas, que têm um custo médio
de aquisição na ordem dos 50 mil
euros cada. Existem circuitos diários
de mais de 200 km no transporte de
utentes para os centros de atividades
ocupacionais. “Daí esta visão empresarial e empreendedora”, onde são
“muitas vezes forçados a um exercício
de criatividade”, para conseguirem
manter o equilíbrio financeiro.
Projetos
A APCV tem mais dois projetos
em mãos. Um de apoio domiciliário
para a área da deficiência, dirigido a
“pessoas com incapacidade que, por
vários motivos, não estão em nenhuma
instituição e permanecem no contexto
de residência.” Este projeto inovador,
visa, para além do serviço de alimentação e higienização da habitação,
“alguns serviços de acompanhamento”
ao utente, por exemplo, se existirem
necessidades como “ir ao médico, às
compras, ao cinema ou tomar café”.
Foi feita uma candidatura à Missão
Sorriso e a associação recebeu um
apoio de cerca de 14 mil euros, menos que o orçamento inicial e, por isso
mesmo, tiveram que fazer um reajustamento de todo o projeto. Com uma
equipa menor, e com vontade de um
projeto maior, admitem que não podem
“desperdiçar esse montante” e que
“será o motor de arranque” para aquilo
que realmente pretendem que ele seja.
Outro de construção de uma Residência Autónoma para utentes.
Pretende-se combater as distâncias
entre o utente, que apesar das incapacidades consegue ser autónomo,
no seu local de trabalho, nas atividades
ou na formação profissional. Aqui, “os
utentes poderão residir durante a semana, no período da noite” e regressar
ao seu contexto familiar nas férias e
fins-de-semana. Candidataram-se,
também em 2014, ao BPI Capacitar e
conseguiram um financiamento de 28
mil e 640 euros para reabilitar o rés-do-chão de uma habitação doada pela
família de um utente. Recentemente,
foram contactados pela Fundação Portugal Telecom que propôs financiar a
aquisição do equipamento necessário
para a habitação, no montante de 8 mil
e 900 euros.
Para além destes projetos, está
aprovado, pela Segurança Social, um
projeto de arquitetura para construção
de um Lar Residencial para 24 utentes,
com o objetivo de acolher algumas
famílias em que os pais idosos possam
apoiar os filhos com deficiência, para
combater o afastamento que, mais
tarde ou mais cedo, será inevitável.
A Instituição aguarda a abertura de
candidaturas que permitam o cofinanciamento desta obra.
Sensibilização
Há, ainda, um trabalho feito no
sentido de sensibilizar a comunidade
para as necessidades e dificuldades
das pessoas com deficiência. Desde
a participação em seminários, deslocações a escolas para palestras
de sensibilização, distribuição de
panfletos, há uma preocupação em
manter a associação nas atividades
exteriores. Não se querem resguardar,
não querem esconder as dificuldades
que sentem, no sentido de alertar a
comunidade. Fazem o melhor que
podem e sabem, e os resultados têm
apararecido.
Para os vogais, apesar do que já foi
feito, ainda há muito a fazer no que diz
respeito a acessibilidades e mentalidades. Admitem que, embora nem tudo
esteja ao alcance, “o mais importante
é não baixar os braços”.
Outubro I 89
Portugal Inovador
“Um lugar onde se vai encontrar”
Quase a fazer quatro anos de existência, a Psicossorissos, oferece uma fusão da saúde
mental e física num espaço único, com intuito de responder às mais variadas necessidades
dos utentes de todas as faixas etárias.
Fundada em 2006, por Alice
Almeida e Sofia Laura Fonseca,
ambas formadas em Psicologia
Clínica, a Psicossorissos direciona-se principalmente para as áreas da
Psicologia, Psicoterapia, Orientação
Vocacional e Terapia da Fala. Sofia
Fonseca teve a ideia de abrir uma
clínica em Mangualde, após ter
realizado um estágio profissional
no centro de saúde. Alice Almeida,
natural de Mangualde, possuía o
mesmo sonho: “Sempre senti que
Mangualde necessitava deste tipo
de apoio, embora não haja muita disponibilidade, no sentido da procura
de conhecimento por parte da maior
parte da população, é um meio muito
rural”. A ideia de montar um negócio
próprio acabou por se realizar, quando se conheceram na realização de
uma pós graduação em Psicoterapia.
Tudo surgiu através do projeto
PRODER, que na altura foi cofinan-
90 I Outubro
ciado. “A formalização foi em 2010,
mas a abertura foi em outubro de
2011”. Segundo Sofia Fonseca, Psicoterapia é a possibilidade de pensar,
a liberdade de escolher. “O objetivo é
levar a pessoa a pensar nas coisas
que ela está a viver e tentar com que
verbalize tudo aquilo que sente, em
relação a determinada situação”.
Na opinião de ambas, a Psicoterapia deveria ser aplicada à generalidade da população. “Ainda hoje,
olha-se muito para a saúde física; as
pessoas só procuram ajuda quando
existe uma dor física, a dor psicológica, é na maior parte dos casos
esquecida, o que faz com que as
pessoas recorram a medicamentos,
como antidepressivos e ansiolíticos e
só isso nos permite ver o quanto existe a necessidade da Psicoterapia”.
Segundo Alice Almeida, quem
procura esta especialidade, são
pessoas que sentem dificuldade em
assumir/manter relações, quer conjugais, de trabalho ou até mesmo escolares. “Há vários motivos que levam
os pacientes a procurarem-nos, mas
as relações estão sempre na base.
Muitas vezes os miúdos têm dificuldades, porque se sentem excluídos
ou porque não conseguem aprender,
e isto pode estar relacionado com o
facto de não se sentirem propriamente integrados na escola. E se não se
sentem felizes, logicamente vão ter
mais dificuldades na aprendizagem”.
Após a abertura da clínica, os
primeiros meses foram difíceis de
gerir: “Foi muito difícil desmistificar o
que era a Psicologia junto da população, pois na mente das pessoas,
apenas iam ao psicólogo os doentes
mentais”. Neste momento, a clínica
conta com já com quatro colaboradores – duas psicólogas, uma terapeuta
da fala e ainda uma técnica de testes
psicotécnicos.
“ Em relação ao futuro, queremos continuar a fazer um excelente
serviço, pois é a partir das boas recomendações dos nossos clientes,
que outras pessoas nos procuram”,
conclui.
Portugal Inovador
Outubro I 91
Portugal Inovador
“Nós cuidamos, você vive”
Fundada em 2006 pelo médico Jorge Silva, juntamente com a esposa e os dois filhos, a JS
Clínica Médica, situada em Viseu, tem como principal objetivo promover a saúde e o bemestar dos seus pacientes, num ambiente cuidado e familiar. A revista Portugal Inovador teve
oportunidade de estar à conversa com Ana Rita Silva, uma das fundadoras.
A JS Clínica Médica surgiu
da experiência de mais de três
décadas na área da Clínica Geral
levada a cabo por Jorge Silva. Ana
Rita Silva, formada em Psicologia,
e percursora do projeto revela-nos: “No decorrer da carreira
do meu pai, surgiu em 2005, o
mote para criar uma clínica onde
fosse possível reunir uma série
de valências e especialidades.
Então, em 2006, a ideia foi implementada”. Ao longo do percurso,
esta teve evoluções significativas, tanto ao nível de valências,
profissionais, acordos e também
de convenções. Neste momento,
conta com mais de 65 colaboradores e encontra-se dividida em dois
módulos: “No módulo I funcionam
todas as especialidades médicas
e os exames complementares de
diagnóstico; no módulo II concentra-se toda a área de acompanhamento da gravidez e reabilitação”,
refere Ana Rita Silva.
A clínica conta com parceiros
nas mais diversas áreas, para que
desta forma a resposta às solici92 I Outubro
tações dos seus pacientes seja
a mais correta. Desde a abertura
que o principal objetivo passa por
concentrar num só espaço uma
resposta abrangente e transversal, não só ao nível das valências
médicas, mas também de exames
para toda família. “Pretendemos
oferecer um atendimento personalizado e familiar, para que qualquer
pessoa possa ser atendido de
forma célere e profissional”.
A Clínica Geral, a Cardiologia,
a Medicina Dentária e a Reabilitação nos seus mais diversos níveis, são as especialidades mais
requisitadas pelos utentes. A área
da Psicologia apesar de não ser
tão procurada é por vezes fulcral
para a recuperação do paciente.
Ana Rita Silva menciona: “Ao
longo destes quase dez anos,
as circunstâncias foram de facto
evoluindo. Temos três psicólogas
neste momento, uma na área
infantil, outra na área dos jovens
adultos e idosos e no meu caso,
na área de terapia para casais.
Muitas das vezes os clínicos gerais, percebem que a Psicoterapia
é uma solução importante, o que
faz com que o processo medicamentoso seja mais curto e que o
sucesso terapêutico seja muito
superior”.
Existindo uma boa comunicação e articulação entre os técnicos, a resposta dada ao utente
irá ser, na maior parte dos casos,
a mais válida e rápida possível,
algo que os colaboradores da JS
Clínica Médica esforçam-se por
Portugal Inovador
“Nós esforçamonos por sermos
bons, por termos
uma resposta
de qualidade,
e também por
vermos os nossos
clientes satisfeitos
e seguros”.
manter. “Nós esforçamo-nos por
sermos bons, por termos uma
resposta de qualidade, e também
por vermos os nossos clientes
satisfeitos e seguros. A falta de
saúde é algo assustador, e é isso
que queremos minimizar ao máximo, a dor nossos utentes fazendo
o nosso melhor. Somos uma PME,
contemos uma forte vertente de
esforço e persistência”.
Visto que toda esta realidade
se iniciou por impulso da vasta
experiência na área da Clínica
Geral de Jorge Silva, Ana Rita
Silva, sente que é um dever e
um motivo de enorme orgulho
conseguirem manter um legado
tão importante como o do seu
pai. “Esse testemunho é mesmo
esta ligação altamente informal
com as pessoas, ‘o serem quase da família’. Nós tentamos ao
máximo dar seguimento a este
grande feito. Devemos conseguir
sempre manter este equilíbrio
de crescimento e atendimento,
porque sem isso o conceito deste
espaço desvirtua-se completamente. O que nos diferencia é
o facto de conseguirmos cuidar.
Cuidar é a nossa palavra-chave,
definitivamente é este o legado
do médico Jorge Silva que queremos manter”.
Questionada sobre as perspetivas para o futuro, Ana Rita Silva
mostrou-se bastante confiante e
segura: “O que perspetivo, e temos feito por acontecer, é manter
o crescimento de valências como
a Oftalmologia e a Gastroenterologia, que são áreas com menor
dimensão na clínica. Necessitamos de consolidar cada uma delas
e ser cada vez mais uma unidade
de referência em Viseu, este é o
nosso grande objetivo. Queremos
ser cada vez melhores”.
Concluindo, de forma sucinta o
que resume a JS Clínica Médica é
o facto de estar sempre atenta às
necessidades dos seus pacientes,
cuidando deles de modo a que
estes possam viver confortáveis
e cuidados.
Outubro I 93
Portugal Inovador
Saúde oral com tecnologia
e profissionalismo
Recorrendo às mais avançadas tecnologias e a profissionais devidamente especializados,
a Dental é um espaço de referência no âmbito da saúde oral.
Surgiu há dez anos em Viana do Castelo com um conceito
inovador, na tentativa de suprir
uma lacuna existente no concelho. Falamos da Dental – Clínica
Dentária, que se apresenta como
espaço integrado com múltiplas
especialidades e valências,
cada uma delas ministrada por
um profissional devidamente
especializado nessa área. Foi
precisamente a ausência de
um estabelecimento com essas
características que levou Fábio
94 I Outubro
Costa – também sócio-gerente,
em Braga, da Clinae - Clínica
Médica e Dentária, Lda. – a
apostar nesta cidade.
O balanço, por sua vez, não
poderia ser mais positivo. “Já
reabilitámos mais de 5000 pessoas em dez anos, o que penso ser um sinal significativo”,
salienta o diretor clínico, antes
de acrescentar que apenas nos
últimos anos a mentalidade de
médicos e utentes se tem vindo
a orientar cada vez mais para a
Reabilitação, a Implantologia ou
as questões de Cosmética Dentária. Assiste-se, assim, a um
alterar de mentalidades que vai
acompanhando a consolidação
da Dental no concelho de Viana
do Castelo.
“Cada vez mais, os profissionais devem aprofundar-se
numa área e afirmarem como os
melhores”, destaca Fábio Costa,
numa alusão à grande filosofia
por detrás desta clínica dentária. Já a completar o atual corpo
clínico da Dental estão também
os médicos Pedro Fernandes e
Tânia Faria. Enquanto clínica
completa integrada, este é um
espaço que oferece “todas as
valências de Medicina Dentária”,
desde a Ortodontia, à Periodontologia ou à Oclusão, sem
esquecer a Cirurgia, a Prótese
Fixa, bem como a Implantologia.
A Dental é, efetivamente, uma
clínica com espaço para algumas
especialidades mais específicas,
como é o caso da Parodontia (o
tratamento dos tecidos da gengiva, do osso e do dente). Já entre
as técnicas utilizadas, inclui-se
a sedação consciente, que permite, de um modo eficaz, limitar
bastante o medo e a ansiedade,
em prol do bem-estar e conforto
do utente.
Sofisticação
tecnológica
Por detrás do sucesso de uma
clínica de referência encontra-se
não apenas o brio dos seus profissionais ou a sua visão inovadora, mas também a excelências
dos equipamentos e tecnologias
utilizados. Na sua atual sede, a
Dental engloba já toda uma série
Portugal Inovador
de utensílios como o Livopan
e muitos outros, dedicados à
Ortopantomografia, ao Orto 3D
ou ao CBCT. São equipamentos como estes que permitem
a construção de um molde em
3D sem quaisquer erros. Ainda
no âmbito tecnológico, importa
salientar o uso dos softwares
Kodak e Carestream.
O carinho pelo
utente
Embora com acesso a boas
instalações ou a tecnologia de
ponta, nenhuma clínica sobrevive sem a presença e a fidelidade
dos seus utentes – um aspeto
que não escapa a Fábio Costa. A
ideia da Dental é “servir os seus
pacientes, não servir-se a si”,
assegura o diretor clínico, antes
de acrescentar que “o sucesso
é algo que só se atinge se as
pessoas gostarem e estiverem
satisfeitas com o trabalho” que
é desempenhado.
Acima de tudo, a Dental aposta no tratamento personalizado.
“É muito importante para nós
que o utente seja bem atendido,
que esteja bem informado”. Além
disso, ele sabe que, “caso haja
algum problema ou dúvida, poderá sempre recorrer à clínica”.
Outro dos aspetos essenciais
passa pela tentativa de esbater
“aquela distância típica entre a
clínica e o paciente”, apostando-se, sempre que possível, na
familiarização do atendimento.
E foi precisamente esta soma
de ingredientes humanos e tecnológicos que fizeram da Dental
aquilo que ela é hoje: uma referência não apenas em Viana do
Castelo, mas a nível nacional.
Outubro I 95
Portugal Inovador
Projetar soluções
à medida de cada cliente
A marcar presença no mercado desde 1992, a Ramiro & Carvalho, Lda. estabelece-se
atualmente com objetivos muito concretos tendo em vista a sua consolidação. A inovação, a
tecnologia e a internacionalização são agora as suas principais apostas. À conversa connosco
esteve Lurdes Carvalho, CEO da empresa, definindo-nos melhor essa posição e interação
com os diferentes mercados.
“Nestes últimos quatro anos,
crescemos na ordem dos 30% em
volume de faturação e esperamos
continuar assim”, começa por introduzir a CEO, Lurdes Carvalho. Esta
expansão deve-se essencialmente
à forte presença nos mercados
espanhol, alemão,inglês e francês.
A atividade atravessa diversas
etapas desde a criação/design das
coleções de vestuário até à distribuição dos artigos. “Atualmente,
temos departamentos criativos
em Fafe, Barcelona, e Corunha.
À nossa equipa de designers
e estilistas é-lhes proposto um
96 I Outubro
tema a desenvolverem para que
posteriormente possam apresentar as suas coleções aos nossos
principais mercados clientes, nos
diversos mercados aonde estamos
a operar ativamente. Por vezes
também pode suceder não lhes
sugerirem qualquer tipo de tema
e aí intervêm a parte mais criativa
do seu trabalho, fruto dos shoppings realizados mensalmente nas
mais diversas cidades europeias
e busca constante de novidades
”, informa. O dinamismo do setor
comercial nos contatos diários com
os clientes, na busca constantes de
novas soluções de malhas junto dos
fornecedores “também impulsiona
e muito o dinamismo de que hoje
se vive diariamente na nossa empresa”. Contando atualmente com
23 anos de história esta estrutura
familiar tem agora a possibilidade de olhar para trás e observar
um percurso que foi pautado por
valores de confiança, eficiência e
segurança nos mercados nacional e
internacional. A produção divide-se,
neste momento, em 40% Portugal,
30% Marrocos e 30% Turquia.
Conjugada à Ramiro & Carvalho, Lda. encontramos também a
Poder da Criação, Lda. “Embora
pertencente ao Grupo, é uma empresa independente que executa os
trabalhos de estamparia”, elucida.
Durante um determinado período
o Grupo desenvolveu parcerias
com a Universidade do Minho e a
Universidade de Aveiro, mas com
as diferentes circunstâncias e exigências em que o mercado se encontrava verificaram que seria mais
benéfico se trabalhassem somente
em regime de subcontratação.
“Temos engenheiros a colaborar
connosco na parte da produção e
investigação do software”, abrevia
a CEO. Tudo isto leva a que todas
Portugal Inovador
as secções laborem em consonância de modo a agilizar a operação
com maior celeridade sem nunca
desfavorecer a qualidade e o rigor
no cumprimento dos prazos.
Recentemente, o incremento
de um departamento de qualidade
garante à empresa também um
lugar de destaque entre os seus
parceiros da área têxtil. “Nesse
departamento, montámos um laboratório e fizemos um investimento
muito grande em equipamentos.
Cada vez mais os clientes exigem
essas competências”, revela.
Produção com
rapidez
O Grupo atento aos diferentes
comportamentos e necessidades
do consumidor da atualidade efetua
pesquisas para que as conceções
de design e de estilismo sejam
traçadas num conceito de moda
de acordo com as necessidades
dos clientes. “A moda está sempre
a mudar e os modelos sempre a
atualizarem-se, ou seja se nós
apresentarmos hoje uma coleção
daqui a duas semanas já pretendemos divulgar outra, que não
tenha relação nenhuma com as
anteriores. Este desenvolvimento
constante de novas coleções exige muita criatividade e atenção à
aplicação dos diferentes materiais”,
explica. Este conceito revela-se por
isso cada vez mais importante para
as empresas que trabalham num
modelo de “just in time”.
O fabrico de todo o tipo de
artigos e o contacto com fornecedores nacionais e internacionais
proporciona-lhes a captação e
absorção de diferentes tendências
e o esboçar de novas soluções. A
constante utilização de substâncias
químicas leva a que a empresa
prime igualmente pela sustentabilidade do meio ambiente e da saúde
pública. “Nas peças que fazemos
temos de cumprir todos os requisitos nacionais e internacionais,
porque nas peças que fabricamos
só podemos utilizar determinados
produtos que não sejam prejudiciais
à saúde”, assinalam.
Funcionalidade no
trabalho
O grande conhecimento que a
Ramiro & Carvalho adquiriu ao longo dos anos em confeção permite-lhe criar estratégias focadas não só
na componente técnica, mas também na formação dos seus colaboradores. “Neste momento, estamos
com 63 pessoas, mas o Grupo emprega no total 130 pessoas”, indica.
Apesar do crescimento que pais e
filhos têm vindo a sentir, os desafios
da indústria têxtil permanecem e
“cada vez mais temos de apostar
na inovação e na qualidade. É uma
luta diária”. A falta de mão-de-obra
qualificada não poderia por isso
deixar de ser apontada como uma
lacuna na verdadeira evolução
deste setor. De modo a combater
esse obstáculo a empresa faculta
formação adaptada a cada uma
das funções.
No futuro “pretendemos consolidar o que já conseguimos com
a criação de uma nova unidade
de produção em Portugal e consequentemente aumentando empregabilidade do sector na nossa
região”, perspetiva.
Outubro I 97
Portugal Inovador
Confie o seu look
Madalena Domingues, em entrevista com a Portugal Inovador, falou-nos sobre os verdadeiros
desafios que acolhe como profissional nos ramos de cabeleireiro e estética. A ligação com
as grandes marcas do mercado e o acompanhamento de tendências são dois dos grandes
fatores que definem a postura que a H2M representa para o seu público local.
mos aqui de vários serviços. Os
tratamentos de cabelo são porém
os mais procurados”, esclarece.
Mas todo este acompanhamento
só tem a possibilidade de gerar
resultados frutíferos quando interligado com o espírito de equipa
das seis profissionais. “Eu penso
que o que nos torna diferentes é
a nossa simpatia”, sublinha.
O início da atividade não foi
para a profissional uma tarefa
fácil. “No começo tive alguma dificuldade, porque a ideia de ter um
cabeleireiro dentro de um hospital
não era muito bem aceite. Mas
nós não desistimos e hoje é algo
maravilhoso. As pessoas acabaram por aderir favoravelmente”,
expressa. A abertura do salão
deu-se a 18 de julho de 2011
e hoje, passados quatro anos
deste ofício o balanço é, pelas
palavras da nossa interlocutora
“muito bom”.
Serviço completo
Na busca de introduzir novas
técnicas, tratamentos e equipamentos a H2M realiza um
trabalho de excelência, característica que a difere dos demais
pela qualidade e formação que
procuram e ambicionam. “Desde
coloração, madeixas, extensões
para o cabelo, a venda de perucas, depilação a laser, unhas de
gel, manicure, pedicure, dispo-
98 I Outubro
Importância da
Imagem
Cada vez mais o público feminino e o público masculino
procura estar a par das novidades
no mundo da moda, facto que
determina a procura incessante
de novas tendências e modelos
a seguir. “Sinto que as pessoas
gostam mais de arriscar, algo que
não ocorria há seis anos atrás.
E penso que o público, particularmente o feminino, está mais
focado nos tratamentos de cabelo, a nível de hidratação”, refere.
Como principais marcas podemos
encontrar aqui a L’Oreal (Inoa), a
Kerastase, a Wella, a Sebastian
e a No Inhibition.
Desafios
A aplicação de todos estes
conhecimentos exigem contudo uma formação contínua. A
H2M estimulada por esse clima
de aprendizagem e vontade de
produzir mais e melhor não poderia deixar de recorrer a cursos
e workshops. “O acesso a um
número de opções traz maior
conforto à beleza do homem e
da mulher em todas as faixas
etárias. O mais importante é
sempre ouvir o que a(o) cliente
tem para dizer. Entendê-la(o) e
transformá-la(o) é sempre um
desafio”, expõe.
Daqui para a frente H2M continuará a primar pela qualidade e
profissionalismo sem nunca pôr
de parte a inovação. “Queremos
continuar como temos estado até
agora porque estamos a conseguir chegar onde queremos”,
concretiza.
Portugal Inovador
Vila Verde:
entre o tradicional e o moderno
Dos produtos endógenos à riqueza das suas tradições, a Festa das Colheitas promete
mostrar o melhor de Vila Verde.
Inserido no distrito de Braga,
Vila Verde é um concelho com
cerca de 48 mil habitantes distribuídos por uma área de aproximadamente 228 km2, que demonstra
uma realidade bem heterogénea
entre a região a norte (de natureza mais montanhosa e rural) e o
sul (topograficamente mais plano
e industrializado). Face a estas
características, trata-se de um
concelho munido de “uma paisagem bastante rica e interessante”
na qual se incluem, por exemplo,
os vales do rio Cávado e do rio
Homem, “onde encontramos praias
fluviais de grande valor”, explica o
presidente da câmara municipal,
António Vilela.
É devido a esta diversidade de
características naturais que o município de Vila Verde se apresenta
ao resto do país como um território
“que mistura o rural e o urbano”,
capaz de proporcionar, através da
atividade agrícola (um dos seus
maiores ícones), uma grande
variedade de produtos que vão
dos cogumelos ao kiwi, passando
pela transformação da vinha, sem
esquecer a pecuária e, mais recentemente, os pequenos frutos.
E é precisamente pela harmonia
entre estas raízes ancestrais e a
instalação de diversas unidades
empresariais que Vila Verde se
pode afirmar como um lugar “onde
a tradição e a modernidade se
encontram”.
Prova desta simbiose é a Rota
das Colheiras, cujo programa começou em agosto e se prolonga
até ao final de novembro e que, a
cada fim de semana, propõe diver-
sas iniciativas ligadas ao mundo
rural ou aos seus produtos. Entre
as várias atividades realizadas nas
freguesias de Vila Verde, o maior
destaque vai para a Festa das
Colheitas, que decorrerá entre os
dias 9 e 17 de oautubro na Sede
do Concelho. Trata-se “de uma
feira de produtos agrícolas, de
gastronomia e artesanato em que
procuramos promover os produtos
locais”, refere António Vilela.
Ao longo destes dez dias “haverá um espaço para promover a
venda dos produtos locais diretamente do produtor ao consumidor,
e momentos de divulgação de
novos produtos e novas áreas
de negócio”, exemplifica o autarca. Mas aos produtos regionais
acrescenta-se a tradição cultural:
“Teremos encontros de tocadores
de concertinas, folclore, tocadores
de cavaquinho ou momentos para
promover a gastronomia através
da degustação de produtos únicos,
como os cogumelos, os enchidos,
a doçaria regional e os vinhos”.
Tudo isto corresponde, no entanto,
ao resumo “de um programa muito
denso” que atrai “milhares de pessoas” a Vila Verde e para o qual as
espectativas estão “muito altas”. O
convite para o “contacto único com
o património construído e cultural”
do concelho está lançado e Vila
Verde promete receber todos “de
braços abertos”.
Outubro I 99
Portugal Inovador
Aprovisionamento
de Norte a Sul
Contando com um vasto catálogo, a APH comercializa produtos e equipamentos para a área
hospitalar, de ação social e geriátrica
Sediada em Gandra, no concelho de Paredes, a APH – Artigos de
Provisionamento Hospitalar, Lda. é
uma empresa cuja génese remonta
ao ano de 2003 e que foi fundada
por Isaías Leão, empresário com
experiência já firmada em diversos
setores de atividade, nomeadamente o mobiliário e decoração. A APH
é uma PME de carácter familiar
atualmente com dez profissionais
nos seus quadros. “Todos aqui
100 I Outubro
trabalham em equipa, somos um
grupo coeso e o nosso mérito é
fruto do trabalho de toda a gente,
desde os vendedores, ao pessoal
do armazém ou à equipa que está
aqui para receber os clientes”.
De facto, ao longo de um percurso de 12 anos, a APH sentiu o
aumento das dificuldades por que
passavam os setores em que atuava, fruto da crise financeira que afetou o país. Todavia, longe de baixar
os braços, Isaías Leão optou por se
adaptar às circunstâncias. “Comecei
a enveredar cada vez mais pela área
dos hospitais”, recorda o gerente,
numa alusão ao setor para o qual,
ainda hoje, a APH dedica grande
parte da sua atividade.
“Começámos a trabalhar nessa
área e deu bom resultado, há uma
evolução e progressos”. E a prova
disso está no facto de, ano após
ano, esta empresa ter vindo a registar crescimentos na ordem dos
20%, tendência que se mantém
nos dias de hoje. “Nota-se uma
evolução em termos de número de
clientes e sentimos também mais
solidez no nosso modo de trabalhar”, acrescenta.
Fruto dessa solidez está também evidente no facto de, em
2010, a empresa ter recebido, por
parte da APCER, a certificação ISO
9001:2008, alusiva ao sistema de
gestão da qualidade. Para Isaías
Leão, distinções como esta proporcionam “uma imagem diferente” à
APH e demonstram como ela se encontra “ajustada ao mundo de hoje”
e sempre em “constante inovação”.
Portugal Inovador
da APH. Mas, para lá do número,
existem preocupações tão ou mais
importantes a reger a conduta da
empresa. “Nós preocupamo-nos
em estar muito próximos de cada
cliente e de fazer um bom trabalho
para cada um deles”.
De facto, esta é uma empresa
que “cada vez mais prima pela assistência” a quem requisita os seus
produtos e serviços. Uma estratégia
que, de acordo com o gerente, tem
dado bons resultados: “através do
nosso bom trabalho temos vindo
a captar a simpatia dos clientes, a
ponto de nos chegarem outros que
foram encaminhados pelos nossos
antigos compradores”, salienta. E é
exatamente por esse motivo que a
APH surge como “uma casa sempre
em evolução”, situação que permite
a Isaías Leão sonhar com a “perspetiva de dar passos gigantes” nos
próximos anos.
Um futuro promissor
Vasta gama de
produtos
Tal como o seu nome sugere,
a APH é uma empresa dedicada à
comercialização de diversos tipos
de produtos e equipamentos para
o sector hospitalar estando já presente em vários hospitais, clínicas,
corporações de bombeiros, na Cruz
Vermelha, no INEM e também em
algumas clínicas veterinárias. Paralelamente, a APH oferece uma
vasta gama de produtos para lares
de idosos, jardins de infância e
Santas Casas da Misericórdia. O
rol de clientes é amplo.
As soluções que a APH proporciona multiplicam-se, por exemplo,
por materiais de proteção, higiene,
limpeza e desinfeção; artigos para
laboratório e cirurgia, sem esquecer o mobiliário clínico e geriátrico,
bem como produtos têxteis lar.
Uma diversidade assim só se
torna possível devido à capacidade
importadora de uma empresa como
esta, que encontra em mercados
europeus, como a Espanha, a Itália
ou a Escócia, e asiáticos, por exemplo, China e Malásia, uma parte
muito significativa do seu stock de
produtos.
Tudo em nome do
cliente
“Estamos na casa dos 450
clientes e trabalhamos do Minho ao
Algarve, do Litoral ao Interior”, explica Isaías Leão, enfatizando, assim,
o vastíssimo âmbito de atuação
Sempre em busca da inovação,
esta é uma empresa que encara,
de forma confiante e otimista, o seu
horizonte. “Não estamos parados.
Um dos nossos objetivos para o
próximo ano é levar a empresa a
faturar um milhão de euros”, meta
tida como bastante provável tendo
em conta o ritmo de crescimento
a que a APH assistiu nos anos
anteriores.
A empresa tem ainda alguns projetos inovadores em agenda que espera vir a concretizar e que resultam
do feedback que obtém dos clientes,
como é o caso do fabrico de kits
hospitalares. Outras das principais
ambições passam pela abertura de
uma loja de venda ao público e pela
apresentação de um novo site com
produtos dedicados exclusivamente
ao apoio domiciliário. Tudo isto em
nome do bom aprovisionamento que
sempre definiu a APH.
Outubro I 101
Portugal Inovador
Inovação e desenvolvimento
de Portugal para o Mundo
Sediada em Mafra, a TecnoVeritas faz da inovação uma palavra de ordem, desenvolvendo
serviços para o setor naval e outras áreas da Engenharia.
Já vão mais de 20 anos desde
que a TecnoVeritas - Serviços de
Engenharia e Sistemas Tecnológicos surgiu em Portugal com um
objetivo nobre e diferenciador:
“suprir as dificuldades que existiam,
no nosso país, para obter determinados serviços de engenharia”,
explica Jorge Antunes, CEO da
empresa.
Embora, inicialmente, a TecnoVeritas se tivesse focado no setor
naval, o avançar dos anos viu-a
expandir o seu campo de atuação
para outros âmbitos da indústria,
apresentando-se hoje como uma
empresa capaz de fornecer resposta a solicitações de diversa na-
102 I Outubro
tureza no universo da engenharia.
Entre a sua vasta gama de serviços,
podem elencar-se, por exemplo,
as atividades de consultoria em
engenharia, ações de formação,
inspeção, metrologia, a otimização
de consumos energéticos ou a
conversão de motores para o sistema de dual fuel, LNG, ou ainda
a moderna tecnologia BIG DATA.
Inovação e desenvolvimento
são palavras que constam na filosofia de atuação da TecnoVeritas,
desde os seus primórdios. “Fomos
a primeira empresa portuguesa
a fazer as provas de mar de um
navio de guerra nacional”, explica
Jorge Antunes. Mas, num portefólio
com lugar para obras efetuadas em
Portugal e no estrangeiro, existe espaço para muitos outros exemplos,
como a reativação e comissionamento do ferry Atlântida (rejeitado
pelo governo dos Açores), ou “o
grande trabalho na área das evoluções de combustível e no controlo
de emissões para a atmosfera”,
desenvolvido a nível internacional.
“Inovação é connosco”, assegura o CEO, antes de acrescentar
que esta é uma empresa com um
patamar de grande qualidade,
certificada, desde 2004 segundo a
norma ISO 9001. Mas o mérito da
TecnoVeritas também se evidencia
através de distinções internacionais, como o 1º lugar obtido no
Seatrade Awards de 2012, na cate-
goria de Clean Shipping. O prémio,
atribuído ao sistema VEEO desenvolvido na empresa, recompensou
mais um passo dado no âmbito da
eficiência energética e ecológica
para o setor naval, através de uma
solução inovadora.
E porque a TecnoVeritas está
sempre de olhos fixos no futuro, não
poderiam deixar de existir projetos
planeados no horizonte. “Estamos,
em conjunto com outras entidades,
a tentar desenvolver em Mafra um
laboratório industrial mas também
com pendor académico, para as
atividades do mar”, cujo objetivo
é estratégico para um país como
Portugal com tanto mar, explica
o CEO. Este espaço incluirá um
tanque de provas para fazer teste a
cascos, redes de pesca ou mesmo
a embarcações de recreio, um túnel
de cavitação para testar hélices e
outro tipo de máquinas por exemplo
de energia renovável, bem como
laboratórios dedicados a máquinas
de combustão interna marítimas e à
elaboração de testes a equipamentos destinados a operar a grandes
profundidades.
Tudo isto com um objetivo muito
claro, afirma Jorge Antunes: “Termos uma infraestrutura que permita
testar e validar tecnologia nacional
ou internacional para o mar”, algo
que ainda não existe em Portugal.
É, por isso, hora de continuar a
inovar.
Portugal Inovador
Dinamizar e melhorar o
desempenho das empresas
A Núcleo Inicial, localizada no Parque Tecnológico de Óbidos, é uma empresa de consultoria e
formação centrada na qualificação dos recursos humanos. O papel ativo que procura instituir
no desenvolvimento local e regional do país define o objetivo central da sua atividade. Nuno
Mendonça dá-nos agora a conhecer as raízes deste projeto de sinergias.
“Temos três serviços que têm
grande expressão na nossa atividade: a consultoria às empresas (que
desenvolvemos na área financeira,
marketing operacional, e certificação); a formação profissional
(somos uma empresa certificada
pela DGERT em cerca de 30 domínios diferentes); e o apoio ao
investimento (onde trabalhamos
com as empresas para viabilizar
os projetos de investimento delas e
encontramos as melhores fontes de
financiamento para esses projetos”,
resume. Focando-se em diversas
áreas do conhecimento a empresa
consegue desse modo estender-se
a diferentes realidades empresariais e institucionais espalhadas por
todo o país.
Considerando que o tecido empresarial português é composto essencialmente por micro, pequenas
e médias empresas, observa que
as suas valências ganham maior
foco “nas empresas que tradicionalmente estavam mais isoladas
da concorrência externa e que têm
grandes desafios e um longo caminho a percorrer. E sinto que o têm
feito com grande empenho e ótimos
resultados. Temos visto as nossas
empresas a internacionalizarem-se e a conseguir conquistar novos
mercados”. A forte aposta que
aqui podemos encontrar também
nos recursos humanos encontra-se apoiada não só pela formação
especializada, como também pelo
seu know-how.
Conjugada a todos esses fatores é preciso realçar a sua localização. Com bons acessos rodoviários
conseguem ficar próximos de tudo e
chegar mais perto das empresas e
das pessoas. “Estar perto de duas
cidades como o Porto e Lisboa
é uma vantagem para qualquer
tipo de negócio inevitavelmente,
principalmente para um negócio
de serviços que beneficia de uma
concentração de empresas”, expõe.
Oeste Proativo
Em 2007 vários consultores da
região Oeste com uma larga experiência na área reuniram esforços e
em conjunto conseguiram com que
este projeto nascesse, avançasse
e amadurecesse. Atualmente com
oito anos de existência as suas
bases sólidas sustentam-se em
valores de confiança, respeito mútuo e profissionalismo. “O balanço
é francamente bom. Sente-se um
retomar do investimento nas intenções de desenvolvimento de novos
negócios e nas intenções de aumento da atividade económica por
parte dos negócios existentes. Há o
mercado internacional e existe um
conjunto de investimentos que estão a ter lugar que penso que terão
um impacto significativo na nossa
economia a médio prazo”, revela.
“O princípio do sucesso” afirmado pela Núcleo Inicial continuará
daqui para a frente a concretizar-se
pela diferenciação dos negócios
portugueses.
Outubro I 103
Portugal Inovador
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Portugal Inovador
Prismacolors a referência
nos isolamentos em ETICS
São poucos aqueles que não conhecem a Prismacolors em Portugal. A agenda cheia de
obras até ao final do ano comprova não só que a crise não afectou a empresa mas também
que os portugueses procuram cada vez mais qualidade e excelência no serviço.
Sérgio Costa fundou a empresa
há 7 anos mas é nos mais de 20
anos de experiência que considera
estar a mais-valia desta empresa.
Especialista na área dos revestimentos e isolamentos térmicos
“ETICS” para a construção civil, na
reabilitação e renovação de edifícios
e habitações unifamiliares, a Prismacolors tem obras feitas um pouco
por todo o país mas,principalmente,
na zona do Grande Porto, Aveiro,
Coimbra, Chaves ou Guimarães.
“Prestamos todo o serviço de
revestimentos de fachadas, barramentos armados, isolamentos
térmicos ETICS ou “Capotto”. No
isolamento térmico acústico damos
primazia à cortiça que considero
ser o melhor material para trabalhar nesta área. Além de ser um
produto 100% natural tem maior
resistência térmica e uma duração infinita”, garante o gerente da
Prismacolors, que se orgulha de
trabalhar com algumas das mais
prestigiadas marcas nacionais
como é o caso da WEBER e Amorim S.A. “Não facilitamos nos materiais porque o meu lema é mesmo a
qualidade e o bom serviço sempre
prestado ao cliente”, declara.
Bastante crítico em relação
à pouca legislação que existe
nesta área, Sérgio Costa considera que houve uma época de
má construção em Portugal e
que agora se tem que recuperar,
daí o aumento da reabilitação em
Portugal. “Felizmente já começa
a haver alguma legislação ao
nível de isolamento térmico e
acústico mas ainda deixa muito a
desejar, até porque o isolamento
é extremamente importante numa
casa para ter redução de custos
na fatura energética”, explica o
administrador.
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