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SUMÁRIO
Capítulo 1: A CÉLULA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .... . . . . . . . . . . ...... . . . .03
Capítulo 2: O ESTILO DE LIDERANÇA DA CÉLULA. . . . . . . . ...... . . . . . . . . 09
Capítulo 3: A SEMANA DO LÍDER. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......... . . . . 13
Capítulo 4: O ENCONTRO DE CÉLULA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . . . . . . .15
Capítulo 5: PREPARANDO A MULTIPLICAÇÃO. . . . . . . . . . . . . . ........ . . . . .22
Capítulo 6: A CÉLULA EVANGELÍSTICA. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ........ . . . . 24
Capítulo 7: PROBLEMAS NAS CÉLULAS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . . . 26
Capítulo 8: IDÉIAS CRIATIVAS PARA A VIDA NA CÉLULA. . . . . . ......... . . . 31
ANEXOS. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ......... 34
TRILHO DE TREINAMENTO. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ....... . . 38
Além do material do Ministério de Igreja em Células no Brasil (IR e Manual do
Líder de célula), foram utilizados textos dos sítios:
http://celulas.blogs.sapo.pt/4123.html;
http://www.lagoinha.org.br/ver_conteudo.php?id=33&id_categoria=11 e
http://www.ministeriopenha.com.br/devocionais. Recomendamos a utilização
do livro “8 hábitos do líder eficaz de grupos pequenos” (Dave Early – Min.
Igreja em Células no Brasil) como parte do treinamento de liderança de célula.
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Capítulo 1:
A CÉLULA
O que é uma célula
Para entendermos o que é uma célula, devemos fazer um contraste mostrando o que não é
uma célula.
Muitas igrejas têm absorvido em sua forma os chamados “grupos pequenos”. A isto nós
chamamos de “igrejas com células”, pois elas apenas fazem parte de uma estrutura já
formada pela igreja tradicional. Nestas igrejas, os pequenos grupos assumem vários
propósitos distintos: evangelismo, estudo bíblico, oração, etc.
Também podem ser feitas com relacionamentos comuns: músicos (o assunto principal é o
ministério de louvor); evangelistas (o assunto principal é levar as pessoas para Jesus);
estudo bíblico (o assunto principal é o estudo sistemático da Bíblia); casais (o assunto
principal é a vida a dois e a família); comunhão (o assunto principal é o estar juntos).
As igrejas em células têm suas bases na vida do grupo pequeno, pois estes não fazem parte
da igreja, mas formam a própria Igreja. O que uma igreja é no grupo grande, deve ser no
grupo pequeno.
A vida do corpo é sentida através da célula. O evangelismo, a oração, a edificação, o louvor
e tudo aquilo que diz respeito à vida no corpo acontece na célula. Na verdade, a celebração
de domingo é o encontro de todas as células.
Jesus na Célula
Com toda razão, dizemos que Jesus deve ser o centro da célula. Quando iniciamos um
grupo deste tipo, as pessoas têm a tendência de colocar como prioridade e centro suas
necessidades individuais. Algumas querem receber a ministração para uma cura pessoal;
outras querem aprender sobre algum livro da Bíblia ou doutrina e outros querem que a
célula alcance os seus familiares para Jesus.
Todos estes anseios são verdadeiros e precisam de satisfação, mas quem deve determinar
as prioridades da célula é o Senhor Jesus. Isto só ocorre quando Ele está no centro da
célula. Para isso, cada crente deve priorizar o tempo no quarto de escuta, lançando sobre
Ele toda a ansiedade, preparando-se tanto para receber ministração quanto para ministrar
na vida das pessoas. Na verdade, este é um dos maiores desafios para a vida na célula:
tornar os crentes ministros que colocam Jesus no centro de suas vidas.
Se você deseja que sua célula seja bem sucedida, invista em oração. Não crie um mal
hábito de ser visto com o „único ministro., mas como um facilitador, ensinando que é
responsabilidade de todos a ministração, e que para isso devemos buscar o coração de
Deus.
Base bíblica e histórica para a célula
Alguns têm questionado a validade dos grupos pequenos para os dias de hoje. Defendem a
idéia de que ela foi criada em tempos de perseguição, mas que não se aplica ao nosso
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modelo de vida atual. Tal argumento, no entanto, não
Vejamos isto através da Bíblia e da histórica da igreja cristã.
encontra
base
histórica.
O exemplo de Jesus
O Senhor Jesus, apesar de dar atenção às multidões, utilizou-se de um grupo reduzido de
discípulos para passar os ensinamentos sobre Seu Reino e sobre o evangelho que deveria
ser pregado. Podemos dizer que Jesus tinha uma célula. Nesta célula havia ensinamento
(Mc 9:31), oração (Lc 9:28), demonstrações de poder (Mt 4:24, Mc 1:34), louvor (Mt 26:30),
vida em comum (Jo 2:2), evangelismo (Mt 10:5) e tudo aquilo que seria necessário para que
eles pudessem reproduzir com fidelidade a vida de Cristo para os incrédulos e futuros
discípulos.
O exemplo da Igreja do Novo Testamento:
A igreja de Jesus, após Sua subida aos céus, continuou com suas reuniões caseiras. Um
judeu sabia das facilidades promovidas por um local específico de reuniões, pois eles
desfrutavam do templo.
No entanto, a igreja do Novo Testamento nunca construiu prédio algum. O primeiro prédio
construído com esse propósito pela igreja data do final do século II. Mesmo assim, ele era
utilizado para reuniões caseiras. As igrejas só começaram a utilizar templos para reuniões
depois do século III, com as reformas implantadas por Constantino.
O Novo Testamento é repleto de textos que tratam das reuniões caseiras dos irmãos
nazarenos.
Veja algumas:
Atos 2:2 – A descida do Espírito Santo sobre os discípulos que oravam em uma casa.
Atos 2:46 – Eles se reuniam nas casas para oração, edificação e para as refeições.
Atos 5:42 – Ensinavam sobre Jesus todos os dias, de casa em casa.
Atos 12:12 – Reunião de oração na casa de Maria, mãe de João Marcos.
Atos 28:30, 31 – Paulo aluga uma casa para receber as pessoas.
Romanos 16:5 – Uma igreja se reúne na casa de Priscila e Áquila.
1 Coríntios 16:19 – Novamente vemos a igreja na casa de Priscila e Áquila.
Colossenses 4:15 – A igreja que se reúne na casa de Ninfa.
Filemon 1:2 – Uma igreja se reúne na casa de Arquipo.
A igreja em células utiliza locais para as suas celebrações, mas vê com igual importância as
reuniões familiares. Os prédios não devem ser santos, mas funcionais.
O exemplo da história:
Mudanças com Constantino (312 d.C.)
O imperador romano Constantino foi o primeiro a influenciar de forma decisiva a estrutura da
Igreja do Novo Testamento. Com sua aparente conversão em 312 d.C. a igreja celebrou sua
libertação dos mais de duzentos anos de falta de liberdade religiosa. O que ocorreu não foi
nada útil à igreja. A partir deste período foram formalizados os sacerdotes, retirando das
mãos do povo a ministração. O cristianismo que antes era uma seita perseguida era, agora,
a religião oficial do império.
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Com o desenvolvimento da Igreja junto ao Estado,
proibidas.
as
reuniões
nos
lares
foram
Por volta do ano 380 d.C., os imperadores Teodósio e Graciano aboliram a liberdade de
religião e ordenaram que haveria somente uma única igreja ortodoxa legitimada pelo Estado,
bem como um único sistema doutrinário válido. Cada cidadão romano foi forçado a tornar-se
membro da igreja e a crer na lex fidei, a lei da fé. Outros grupos e movimentos foram
proibidos – inclusive os que continuavam se reunindo nas casas.
No entanto, alguns grupos procuraram manter a estrutura familiar da igreja, como
Prisciliano, que no século IV deu início a um grande movimento liderado por leigos na
Espanha e na França, ao qual muitos sacerdotes e bispos aderiram. Isto não foi tolerado e
Prisciliano e seis de seus seguidores foram assassinados.
Durante a idade média, os celtas, tribo pagã que tinha sido cristianizada, manteve forte
presença em toda a Europa, principalmente Portugal. Um dos nomes mais conhecidos era
Patrício da Irlanda, que iniciou um dos movimentos mais estratégicos de fundação de
congregações de todos os tempos.
Deles o evangelho chegou à Suíça e Norte da Alemanha. A vida tribal que levavam tornou
fácil a vida da igreja nas casas. Eles viveram o cell (célula) e a celebration (celebração), nas
casas e em grandes reuniões de celebração.
Em 1640 Jean de Labadie, um ex-jesuíta, tornou-se pastor na região francesa de Amiens.
Seu único objetivo era: a comunhão dos fiéis em pequenas irmandades. No entanto, esta
atividade “ameaçava a paz do Estado”, de modo que teve de fugir para Genebra. Seu
primeiro livro falava sobre os “conventículos”, que eram pequenas comunidades de crentes
convertidos. Na obra ele fornecia instruções práticas do que deveriam fazer nas casas: uma
palavra de introdução, oração, hinos, leitura da Bíblia, profecia livre conforme 1 Co 14:26-31
ou o comentário conjunto sobre um texto bíblico.
Labadie foi excomungado e recebeu resistência dos seus próprios companheiros pastores.
Quando Claude Brousson, famoso líder dos huguenotes, foi publicamente assassinado em
Paris pelo sanguinário Luís XIV no ano de 1698, diante de uma multidão de 10.000 pessoas,
ele ainda entoou o Salmo 34. De certo modo, esse hino bem como o testemunho de vida de
Brousson e as circunstâncias de sua morte alcançaram também as praias da Inglaterra,
sendo acolhido por Daniel Defoe e outros que discordavam da Igreja como estava
estabelecida. Os chamados dissenters tornaram-se clandestinos por causa da perseguição,
pois adotaram a postura da igreja nos lares – ou igreja no deserto. Aos encontros nas casas
agregavam-se grandes reuniões em clareiras em florestas e outros locais adequados, onde
tentaram mais uma vez cultivar cell e celebration, igreja no lar e a grande assembléia.
Defoe, por fim, foi preso e escreveu na prisão seu famoso livro “Robinson Crusoé”.
Phlilipp Jakob Spener (1635-1705), leitor de Labadie, pai do pietismo alemão, reconheceu
que a igreja existente carecia de complementação e que era necessário introduzir pequenos
grupos para encorajar e exortar cada indivíduo. No ano de 1670 ele iniciou esses encontros
sobre o nome de “reunião piedosa”. Os cristãos se reuniam duas vezes por semana numa
casa e discutiam às vezes a pregação do domingo da igreja luterana a que pertenciam. Isso
desencadeou a oposição das igrejas luteranas e as reuniões nos lares foram proibidas.
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Muitos estudos que tratam do início do metodismo apontam para a inclusão dos
novos membros em grupos pequenos como a causa maior do seu desenvolvimento. John
Wesley denominou esses grupos de “classes”. Nos encontros no meio da semana, com
duração de cerca de uma hora, cada pessoa relatava sobre os progressos espirituais que
fazia, expressava suas aflições ou problemas pessoais, e a maioria das conversões
acontecia nas reuniões familiares. Algumas igrejas em células no mundo de hoje:
Atualmente, o fator que tem sido mais decisivo no crescimento das igrejas é a utilização dos
grupos pequenos como parte essencial da comunidade.
O exemplo mais surpreendente de crescimento é o da Igreja do Evangelho Pleno de Yoido
em Seul, Coréia, do Pr. David Cho. Ele iniciou em 1958 numa tenda com 5 irmãos em uma
favela. Em 1995 ela contava com 700.000 membros. Na Costa do Marfim, o Pr. Dion Robert
iniciou a Igreja e Missão Protestante Batista de Yopougon em 1975. O aniversário de 20
anos da igreja foi celebrado em agosto de 1995 com mais de 80.000 membros no ministério.
Em 1977 a missão Elim iniciou uma nova igreja em El Salvador. Em 1985 o pastor Sergio
Solorzano mudou a estrutura da sua igreja com 3.000 membros para a estrutura em célula.
Há agora mais de 120.000 membros em sua igreja central. Eles possuem dois encontros
semanais de células: um para edificação e outro para evangelismo.
Existem muitos outros exemplos, em Cingapura, Estados Unidos, Hong Kong, Etiópia,
Japão, Comunidade dos Estados Independentes e muitos outros lugares.
O padrão de edificação na célula é bíblico
O padrão de edificação pela célula encontra seu apoio nos seguintes textos bíblicos: Rm
14:19, que trata da importância de uma participação geral na edificação. 1 Co 14:12, a
utilização dos dons para a edificação. Ef 4:11-16, que nos ensina a responsabilidade de
todos os crentes na ministração.1 Pe 2:9, apresenta o sacerdócio universal dos crentes. Isto
nos mostra que o padrão do pastor ou líder como único edificador não é bíblico, mas que
devemos alcançar o ideal de Deus: todos os crentes conscientes de seus dons e ativos na
ministração.
Este é o padrão de Deus para o crescimento espiritual da igreja.
A edificação na célula ocorre mediante as seguintes observações:
1. Compreensão: os irmãos compreendem seu papel de ministro e sua importância;
2. Capacitação: os irmãos são treinados nos modos de Efésios 4 para a edificação.
3. Descoberta: os irmãos descobrem quais seus dons e a forma de utilizá-los;
4. Direção: os irmãos estão em oração e são direcionados por Deus;
5. Engajamento: os irmãos estão engajados na edificação uns dos outros, importando-se
uns com os outros e colocando seus dons e talentos à serviço da comunidade;
Para que isto ocorra é necessário uma mudança de paradigmas, pois pode não existir uma
compreensão correta sobre a edificação e o sacerdócio dos crentes. Muitos, inclusive,
podem nem concordar com células, compartilhar e ministrar nas necessidades dos outros. É
necessário ainda que muitos valores sejam mudados, como a falta de compromisso com o
outro, o isolamento do homem moderno, o valor da prestação de contras e tantos outros que
impedem a edificação. O crente poderá passar por alguns treinamentos e estudos bíblicos
para que ele seja capacitado a exercer da melhor forma possível a sua ministração.
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Treinamentos
como:
discipulado, evangelismo, dons espirituais, doutrina e líder
de célula. Por último e mais importante é a espiritualidade. O problema pode não estar nos
valores, paradigmas, treinamentos ou compreensão, mas em uma vida sem oração e
meditação na
Palavra, levando a uma falta de amor a Deus e às pessoas.
Estes problemas são resolvidos à medida que as pessoas vão sendo trabalhadas nestas
áreas específicas e recebem ministração da parte dos outros. Neste processo, a
perseverança é a chave.
As Escrituras exigem de nós e nos advertem a considerarmos que qualquer favor que
obtenhamos do Senhor, o temos recebido com a condição de que o apliquemos em
benefício comum da Igreja. (João Calvino)
As quatro etapas da célula
Uma vez formado o grupo, é normal que ele passe pelas seguintes etapas:
1. A etapa da descoberta / lua-de-mel (conhecendo-se uns aos outros):
Pode ser que alguém já tenha lhe dito: - Você não é nada daquilo que parecia à primeira
vista!
É uma reação bem comum. Nossas primeiras impressões geralmente se baseiam em
relacionamentos que já tivemos com outras pessoas.
Pode ser que os membros da célula tenham de participar de dois ou três encontros para
vencerem as falsas conclusões que tiraram a respeito dos outros.
2. A etapa dos conflitos / transição:
Quando as pessoas chegam a se conhecer bem, os seus sistemas de valores entram em
choque. Pode ser que uma pessoa fale demais, irritando o grupo inteiro pela dominação
indesejável. Outro membro talvez seja caracterizado pela insensibilidade, ao passo que
ainda outro seja hipersensível. Depois de uns cinco ou seis encontros, conflitos como esses
virão à tona na hora das discussões de tópicos na célula. Aí vai haver o processo do efeitolixa. Como resultado, as pessoas aprenderão a confiar umas nas outras até o ponto de
deixar transparecer os seus desacordos e resolvê-los. Este período é natural na vida de
pessoas que estão conhecendo seus problemas e os problemas dos outros.
3. A etapa da comunidade / ação:
Depois do período dos conflitos, geralmente vem outro no qual os membros aumentam, de
modo especial, a sua expressão de comunhão. Isso produzirá enriquecimento, mas também
poderá gerar perigo! Por terem formado relacionamentos valiosos, os membros do grupo
talvez sintam a vontade de fechar as portas, preferindo não se perturbar com a chegada de
outros. Se isto for permitido, a koinonia se transformará em koinonite!
4. A etapa do ministério / evangelismo:
A partir do primeiro encontro, deixe bem claro que a célula existe para fortalecer os seus
membros a fim de que ajudem a outros. Logo nas primeiras etapas, todo membro deverá ter
sido animado a orar e alcançar os incrédulos. Na etapa 3 é necessária uma ênfase no
evangelismo e multiplicação.
5. A etapa da avaliação da célula:
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A célula possui um ciclo de, em média, 11 meses. Ao final do ano os membros da célula
devem fazer juntos a avaliação. Os alvos foram alcançados? Houve edificação? As pessoas
estão mais santas?
Houve evangelismo? Houve preparação de um auxiliar? Estes são apenas alguns dos vários
pontos em que a célula precisa ser avaliada. Esta etapa é importante, pois faz lembrar aos
liderados os alvos do grupo e, também, os motiva a continuarem a caminhada. Será
entregue ao líder de célula um questionário que ajudará a conduzir o encontro de avaliação.
Os cinco sistemas da célula
A vida na célula pode ser muito bem representada pelos seus cinco sistemas: comunidade;
treinamento; prestação de contas; liderança e evangelismo. Para facilitar seu aprendizado,
usaremos a “mão” para facilitar seu aprendizado:
O polegar representa a COMUNIDADE: todos os dedos trabalham em conexão com o
polegar. Todos os sistemas em uma célula relacionam-se a partir da célula e retornam para
a célula. É a vida expressa na comunhão através das células.
O dedo médio representa a LIDERANÇA: representa as pessoas mais maduras da célula.
Os líderes devem ser treinados para cuidar da célula.
O dedo anelar representa a PRESTAÇÃO DE CONTAS: é o dedo da aliança e sugere
responsabilidade. A célula possui um sistema de apoio de uns aos outros. É a relação
discipulador/discípulo.
O dedo mínimo representa o TREINAMENTO: são os novos convertidos e os fracos na fé
que precisam de treinamento e preparo para crescer na fé.
O dedo indicador representa o EVANGELISMO: é o dedo que pega as coisas e dá a
direção. Esta é a direção evangelística da célula. O propósito de levar pessoas para Jesus.
Vantagens da célula
1. ELA É FLEXÍVEL. Como o grupo é pequeno, ele pode facilmente mudar seus
procedimentos ou funções para ir ao encontro de situações de mudanças ou ainda atingir
objetivos diferentes. Ele é livre para ser flexível quanto ao ritmo, tempo, freqüência e
duração das reuniões.
2. ELA É MÓVEL. Um grupo pequeno pode se encontrar numa casa, num escritório, numa
loja ou em qualquer outro lugar. Pode ir ao encontro das pessoas sem afugentá-las da vida
cristã.
3. ELA É INCLUSIVA. Um grupo pequeno pode mostrar uma abertura cativante a todos os
tipos de pessoas. Como Elton Trueblood coloca: “Quando uma pessoa é levada a um
pequeno círculo, dedicado a oração e ao compartilhamento profundo dos recursos
espirituais, ela está bem ciente de que ali ela é bem-vinda por ser quem é, pois o grupo
pequeno não tem orçamento nem líderes preocupados com o sucesso de sua administração
ou da sua promoção.
4. ELA É PESSOAL. A comunicação cristã sofre pela impessoalidade. Muitas vezes é tão
polida e tão profissional e por isso mesmo tão impessoal. Mas num grupo pequeno, uma
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pessoa se encontra com outra pessoa; a comunicação se dá a nível pessoal. Mesmo
que pareça contraditório, um grupo pequeno pode alcançar mais pessoas do que os meios
de comunicação em massa. Estes meios de comunicação em massa alcançaram milhões de
pessoas superficialmente, mas poucos com profundidade. A igreja deve utilizar-se de todos
os meios de comunicação, mas ao proclamar um Jesus pessoal, nada deve substituir a
comunicação pessoal.
5. ELA PODE CRESCER AO SE DIVIDIR. Uma célula só é eficiente enquanto for pequena,
mas pode facilmente reproduzir-se. Ela pode multiplicar-se, como célula viva, em duas,
quatro, oito ou mais, dependendo da vitalidade de cada grupo. Há incontáveis possibilidades
para um crescimento numérico sem o correspondente gasto financeiro e sem diminuição do
impacto espiritual.
6. ELA PODE SE TORNAR UM MEIO EFICIENTE DE EVANGELISMO. O evangelismo
eficiente nas cidades não abrirá mão dos grupos pequenos para a sua metodologia básica.
O grupo pequeno é o melhor ambiente em que pecadores podem ouvir a voz convincente e
vitoriosa do Espírito Santo e de nascer espiritualmente por meio da fé. O grupo vai descobrir
que a fé é contagiante quando a comunhão é genuína.
7. ELA REQUER UM MÍNIMO DE LIDERANÇA PROFISSIONAL. É necessária uma
liderança competente nestes grupos, mas a experiência tem comprovado que tais líderes
podem ser desenvolvidos na própria igreja. Não são necessárias pessoas treinadas
profissionalmente.
8. ELA É ADAPTÁVEL À IGREJA INSTITUCIONAL. O grupo pequeno não joga fora a
igreja organizada. Grupos pequenos podem ser introduzidos nela sem abandonar e sem
minar a igreja, mesmo que uma incorporação séria dos grupos pequenos no ministério geral
da igreja exija alguns ajustes e esteja sujeita a eventuais questionamentos sobre
prioridades. É melhor ver o grupo pequeno como um componente da estrutura do ministério
da Igreja, e não como um substituto para a igreja. Howard A. Snyder, The Problem of
Wineskins (O Problema dos Odres) p. 140
Capítulo 2:
O ESTILO DE LIDERANÇA DA CÉLULA
O conceito tradicional de liderança
Existem vários conceitos e teorias sobre liderança.Teoria dos traços de personalidade:
Segundo essa teoria, exerceria influência sobre indivíduos e grupos quem nascesse com
determinados traços de personalidade: físicos, intelectuais, sociais e relacionados com a
tarefa. Segundo a teoria dos traços de personalidade, quem nascesse com esses traços
seria líder. Quem não nascesse, certamente, seria liderado. Infere-se dessa teoria que líder
nasce feito, ou seja, liderança é nata.
Esta teoria não é verdadeira, pois a própria história a desmente. Que dizer de Gramsci e
Rosa de Luxemburgo, que tinham defeito físico? Que dizer sobre Napoleão Bonaparte, o
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baixinho? E o que dizer de Ghandi, frágil fisicamente? Isto quer dizer que se não
nascemos líderes, podemos aprender a liderar.
Teoria dos estilos de liderança:
Segundo essa teoria, existem três estilos de liderança: o autocrático, que é aquele que
ilustra o célebre ditado: “manda quem pode, obedece quem tem juízo”; o democrático, que
busca a participação das pessoas envolvidas; e o laissez-faire, que é conhecido por deixar
rolar.
Você pode defender que a forma de liderar é a democrática. Mas pense neste exemplo: num
campo de batalha, inimigos um de cada lado e eu, do lado de cá, por ser um líder
democrático, digo: Um momento, inimigo. Vou consultar as bases. Já pensou? Uma situação
de incêndio no prédio onde você mora. Dá tempo de reunir os condôminos e,
democraticamente, decidirem o que fazer?
Teoria contingencial: A teoria contingencial desfoca a atenção da figura do líder para o
fenômeno da liderança. Nesta teoria existem três pilares importantes: líder, liderados e
situação (alvos).
No que concerne ao líder, destaca a questão da autoridade formal. Não basta apenas ter a
autoridade de liderança, mas também a forma correta de aplicá-la (autocrática ou
democrática). Esta teoria destaca a situação em que é exercida a liderança, e para isso
qualquer pessoa pode, potencialmente, exercer uma função de liderança.
Você poderia agora perguntar: E o dom de liderança? Não seria necessário ter esse dom
para ter uma liderança de célula bem sucedida? Em absoluto! Não existe uma ligação entre
uma célula bem sucedida e o líder possuir dom de liderança ou algum dom específico.
Nosso conceito de líder de célula
Atualmente, lutamos para mudar em nossas próprias mentes e nas das outras pessoas um
conceito equivocado de liderança de célula. O que defendemos, essencialmente, é que um
líder é um facilitador, e não o “edificador” oficial da célula. Vamos analisar isto vendo o
que não faz e o que faz o líder:
Não faça:
1. Não procure alimentar a visão de que tudo depende do líder, para isso delegue funções;
2. Não seja um pregador ou professor na célula. Existem ministérios responsáveis pelo
ensino;
3. Não desenvolva uma liderança “egoísta”, afastando os irmãos das decisões sobre
situações tratadas no grupo;
4. Não permita que seja criada uma dependência doentia do liderado com o líder. Muitas
vezes isto ocorre por culpa do estilo de liderança;
5. Não assuma toda a responsabilidade por discipular a todos. Você não é onipresente.
6. Não permita que se crie uma visão errada sobre a célula, principalmente por crentes
novos ou vindos de outras igrejas.
Faça:
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1. Envolva toda a célula no planejamento de atividades, socorro aos fracos, retiros
espirituais e evangelismo;
2. Anime seus liderados para participarem do discipulado, treinamentos, retiros e vigílias
promovidas pela célula ou pela igreja;
3. Seja aberto à críticas, sugestões e ajuda de irmãos do grupo para resolver problemas e
ajudar pessoas;
4. Ensine uma dependência de Deus. Leve sempre as pessoas a amarem e confiarem,
acima de tudo, na resposta e auxílio do Pai;
5. Crie uma rede de discipulado e prestação de contas na sua célula. Faça com que todos
sejam responsáveis uns pelos outros;
6. Desde o início, fique de olho em potenciais auxiliares. Mas na frente falaremos
especificamente sobre como descobri-los;
7. Seja um facilitador. Não pregue novamente o sermão de domingo; quando no máximo,
recorde alguns pontos. Estimule o compartilhar e o ministrar na célula;
8. Tome cuidado com o tempo, dando oportunidade a todos aqueles que querem
compartilhar.
Valores dos líderes de célula
1. Disposição para correr riscos: Líderes eficientes estão abertos para novas idéias. Eles
se dispõem a tentar novas maneiras e aceitar os riscos que acompanham todas as
experiências. Líderes bem-sucedidos aprendem com seus próprios erros e tornam-se mais
fortes com o resultado. Não se desanimam com facilidade, mas com criatividade e
perseverança correm para o alvo (Jesus) e para cumprir os objetivos. Um grande exemplo
do que estamos falando é Pedro. Em Mateus 14:27-31 ele se dispõe a correr um risco
tremendo: andar sobre as águas. Falhou, mas aprendeu com seu erro.
2. Zelo: Há um velho ditado: “Campeões não se tornam campeões no ringue – lá eles são
meramente reconhecidos”. O treinamento secreto e zeloso antes da luta leva o pugilista para
a vitória. Os líderes bem-sucedidos trabalham arduamente e o sucesso vem naturalmente. A
Bíblia claramente ensina que o zelo antecede o sucesso. John Wesley é um grande exemplo
de trabalhar com zelo. Wesley cobrava de si mesmo acordar todos os dias às quatro horas
da manhã e raramente dormia mais do que cinco horas. Mantendo fielmente seu diário,
cuidadosamente ele anotava o que fazia para que não perdesse tempo. Com este zelo ele, a
partir dos 36 anos, viajou 360.000 quilômetros no lombo de um cavalo; pregou mais de
40.000 sermões – aproximadamente 3 por dia – e deixou uma igreja com 100.000 membros
e 10.000 células!
3. Inspiração x transpiração: Thomas Edson, considerado o maior inventor de todos os
tempos, disse certa vez que um gênio é 99% transpiração e 1% inspiração. Líderes eficazes
não param. Os obstáculos são apenas desafios a serem vencidos. O líder não só pensa, ora
e medita, mas age! E este é um diferencial importante, pois ele busca as respostas. E
lembre-se, apesar do líder não ser o edificador-chefe da célula, ele deve ser o exemplo.
4. Habilidade de lidar com a crítica: A crítica é especialmente dura para líderes novos.
Ninguém gosta de um comportamento negativo, e é fácil levar uma crítica geral para o lado
pessoal. A maioria das pessoas tem a tendência de culpar o líder quando alguma coisa dá
errado, mesmo que a situação não tenha nada que ver com ele. É importante que o líder
não receba as críticas como acusações pessoais. As pessoas costumam criticar sem
conhecer todos os fatos. Somente Deus conhece todos os detalhes, por isso você pode
confiar essa situação a Ele (1 Co 4:3-5). Leia em especial o que Paulo fala em 1 Ts 2:4-6.
Quando estiver lidando com a crítica tenha em mente estes três princípios:
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Primeiro, veja a experiência dolorosa como uma oportunidade para crescer em sua fé.
Lembre-se que o apóstolo Paulo se gloriava em suas fraquezas, nos insultos, nas
necessidades, nas perseguições e nas angústias (2 Co 12:9-10).
Segundo, seja o mais honesto e franco possível. Não evite conflitos. Converse com a
pessoa. Os conflitos crescem quando mantidos em segredo, mas enfraquecem com
franqueza e verdade.
Terceiro, não tenha, na posição de líder, receio de confessar seus erros – mesmo diante de
todo o grupo. A Bíblia alerta a respeito de esconder nossos pecados (Provérbios 28:13). Os
líderes devem admitir seus erros diante de Deus e do grupo. Ao fazer isso, o líder receberá
mais respeito e o grupo se tornará mais transparente.
5. Trabalho direcionado para alvos: É essencial que cada líder de célula esteja consciente
dos alvos da Igreja e que os tornem claros para a célula. Aqueles que definem alvos
específicos multiplicam seus grupos mais rapidamente que aqueles que não têm alvos. Veja
o que facilita ter os alvos claros:
a. Quando o líder deixa bem claro para o grupo para onde estão indo, fica mais fácil recrutar
a participação dos irmãos;
b. Desvios no percurso podem ser evitados fugindo daquilo que tira o grupo do alvo
estabelecido;
c. Os alvos claros não só evitam os desvios no percurso como também são referências de
retorno ao caminho, caso saiamos dele;
d. Com alvos claros, há mais segurança e confiança na pessoa do líder.
As prioridades dos líderes:
Os líderes que são eficientes não só manifestam esses valores, mas também possuem
prioridades definidas e as leva a sério.
1. A oração: A grande prioridade do líder é a oração. É este contato com Deus que torna o
líder
sensível e sábio. Ouvir o coração do Pai precede o fazer, o ministrar. Como líder, deve orar
diariamente pelos liderados e, em especial, pelo encontro de célula;
2. O discipulado: O líder sabe o valor do acompanhamento dos novos convertidos e de sua
nutrição espiritual. Por isso, ele mantém os olhos voltados para o discipulado que é feito por
meio dos Manuais e da prestação de contas. Procura estar inteirado sobre o trabalho que
está sendo feito, corrigindo eventuais falhas no processo;
3. O evangelismo: Aqui não é somente o evangelismo, mas o evangelismo através da vida
da célula. Deve saber que o evangelismo por meio da célula é relacional e leva tempo, ao
contrário do evangelismo impessoal e imediato. O evangelismo na célula é um processo
pessoal de compartilhar as Boas Novas a respeito do perdão dos pecados e a nova vida em
Jesus.
4. Visitação regular. O líder deve fazer, no mínimo, uma visita a cada membro da célula por
mês.
Esta visita deve ter propósitos. Envolve oração, leitura bíblica e compartilhamento,
dependendo do tempo disponível. Isto se aplica de forma especial àqueles novos na célula,
visitando mais regularmente.
5. Recebendo não-cristãos: Uma preocupação do líder é com a forma com que os nãocrentes são recebidos nas células (evangelísticas ou não) e nas celebrações. As pessoas
gostam de ser bem recebidas e este será um ponto básico para fazer a pessoa aceitar a
Jesus na igreja ou a fazer parte da célula. Células com brigas, combates teológicos, lavação
de roupa suja, são desaconselháveis para incrédulos. Não há nada pior do que ter vergonha
de levar um visitante para célula com medo da forma como os irmãos vão agir.
6. Comunicação eficiente: As coisas, muitas vezes, não acontecem por falta de
comunicação ou por comunicação ineficiente. O alvo do líder de célula é estimular a
comunicação, interação e participação entre os membros do grupo e manter um nível
positivo e eficiente de comunicação com os pastores.
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13
7.
Relacionamentos:
Invista
em relacionamentos com não crentes e incentive
os seus liderados a fazerem o mesmo. Sua célula terá maior probabilidade de ser bem
sucedida se cultivar este tipo de contato.
Pré-requisitos para a liderança de célula
Qualquer pessoa pode participar de um treinamento e aprender técnicas de liderança, mas
isto não o torna líder, principalmente no que diz respeito a liderar uma célula. Um irmão ou
irmã só é aceito como líder após mostrar em sua vida que está apto a isto. Investir alguém
com autoridade e depois tirar esta autoridade se torna algo complicado. Por isso o cuidado
em escolher quem será o auxiliar. Veja os pré-requisitos para a liderança:
1. Submissão e confiança nos pastores: Entrar na liderança não acreditando nos alvos
estabelecidos e na forma de trabalho da liderança representa problema. Por isso, a
submissão deve estar presente na vida dos futuros líderes, que devem ser pessoas
ensináveis.
2. Aprovação dos pastores e líderes de célula: Alguém só tem formalizada a sua
liderança caso haja concordância dos pastores e dos líderes de célula sobre isto.
3. Crescimento espiritual visível: O líder não pode ser uma pessoa que não demonstre
vontade e interesse de crescer espiritualmente. Como estimular os outros para o
crescimento se ele mesmo não tem ânimo?
4. Envolvimento na Comunidade: Assiduidade e pontualidade nas celebrações, encontros,
reuniões e outros eventos promovidos pela Comunidade requerem a participação do líder.
Uma pessoa ausente ou instável na Comunidade não pode liderar uma célula.
5. Disposição para servir: Essencialmente o líder deve ser um servo. Demonstrado pela
disposição ao serviço dos outros, sabendo que existe uma relação íntima entre serviço e
ministração.
6. Ter estudado o manual “Minha vida na célula”: A experiência mostra que pessoas
podem desenvolver vários modelos diferentes de células. A unidade deve partir de um
pensamento comum sobre ela, seu funcionamento, sua estrutura e seus valores.
7. Bom testemunho na Comunidade: O que os irmãos da igreja pensam de você? Como
você é visto? Como carnal ou como santo? Como interessado ou desinteressado? Como
humilde ou orgulhoso? Como sincero ou hipócrita? A moral, o caráter e a vida daquele que
será líder deve ser aprovada pelos irmãos da própria Comunidade.
8. Bom testemunho na cidade: Não podemos, em hipótese alguma, ter em nossa liderança
alguém que tenha dívidas não pagas, fama de beberrão, sem crédito, fama de fofoqueiro (a),
tido como brigão e tudo o que cause constrangimento na vida do líder. Um dos sistemas da
célula é o evangelismo, mas como evangelizar sem autoridade?
9. Bom testemunho familiar: Se for pai, deve exercer o sacerdócio e amar a esposa. Se for
esposa, deve ser obediente. Se for filho, deve honrar aos pais. A vida espiritual ganha sua
maior tonalidade e contraste dentro de nossa própria casa.
10. Vontade de conhecer mais a Bíblia: Vontade de crescer. Este é algo que deve estar
presente na vida do líder. Deve ser alguém que dá valor aos treinamentos dados pela igreja
e as oportunidades de conhecer mais a Palavra de Deus.
Capítulo 3: A SEMANA DO LÍDER
O quarto de escuta
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Com toda certeza, o momento mais importante da vida do líder é o seu
devocional. Tanto orar como ler a Bíblia são essenciais para o desenvolvimento de um
ministério eficiente e que esteja baseado na espiritualidade. Existem técnicas que ensinam
sobre como liderar, administrar e conduzir reuniões, mas nada disso substitui uma vida de
oração. Liderança cristã e vida devocional estão intimamente ligadas e, na verdade, são
inseparáveis. Veja as implicações:
Com oração Sem oração
( ) Jesus é o centro da célula
( ) Existem vários centros que não o Senhor Jesus
( ) Jesus resolve o problema através de nós
( ) Resolvemos os problemas nós mesmos
( ) Jesus alcança os incrédulos através de nós Usamos nossas habilidades para convencêlos
( ) Jesus anima a vida no corpo
( ) Convencemos a participarem por argumentação
( ) Jesus me diz o que e quando fazer
( ) Eu digo quando e como agir
( ) Jesus edifica a célula
( ) Compartilhamos muitas lutas e poucas vitórias
( ) Jesus nos faz vencer barreiras
( ) Tomamos caminhos diferentes
( ) Jesus nos ajuda a ter comunhão
( ) Diferenças causam conflitos irreversíveis
Estas são algumas implicações de não somente um líder que ora ou não ora, mas de uma
célula cujos membros possuem um estilo de vida sem o devocional. Como líderes, nossa
primeira e maior luta é tornar os crentes animados na oração e leitura da Palavra.
Veja algumas dicas para fazer o seu quarto de escuta:
1. O quarto de escuta significa oração e leitura da Palavra: Tire um bom tempo para estar a
sós com Deus, falar com Ele e ouvi-lo através da Bíblia;
2. Prepare para si mesmo um estudo sistemático da Palavra para estes momentos: Um
jantar alimenta muito mais do que ficar “beliscando”;
3. Tenha metas de oração pessoais e para a célula: Quais são seus objetivos, sonhos e
projetos? Coloque-os diante de Deus para saber Sua vontade. Entregue a Deus, também,
os alvos da célula e os pedidos dos irmãos;
4. Utilize-se da adoração íntima do quarto de escuta: Adore a Deus, não somente com
músicas, mas com declarações de amor, fidelidade e compromisso. Algumas pessoas
gostam de escrever estas coisas. Fique a vontade diante do Seu Pai Eterno;
5. Envolva as pessoas da sua célula neste estilo de vida: Quando você já estiver habituado
a fazer o quarto de escuta, convide um irmão da sua célula para participar dele. Mostre
como é bom poder estar na presença de Deus.
Visitas regulares
Um líder precisa incluir em sua agenda as visitas aos seus liderados. Podem ser visitas
mensais, mas em alguns casos elas deverão ser mais constantes. Pode ser que algum
irmão não possa receber o líder em casa. Neste caso, marquem um encontro em algum
local para compartilharem.
Não existe uma forma pré-determinada para estes encontros. Tudo vai depender da vida de
oração do líder e da situação do liderado. O encontro pode se tornar um compartilhar
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vitórias, fazer um lanche, executar um serviço ou até mesmo fazerem uma visita
juntos a alguém que tem sido evangelizado.
Quem determinará a forma será o Senhor, através do discernimento do líder.
Caso a visita se dê em uma casa cujos pais ou familiares não são crentes, lembre-se de ser
cordial e educado. Procure dar uma boa impressão. Mas cuidado! Alguns pais não gostam
que os filhos cheguem tarde em casa. Outros não aceitam a filha recebendo visita de
rapazes. Outra situação é aquela em que o marido é ciumento. Nesses casos é bom ter
calma. Na dúvida, procure um pastor ou líder que tenha mais experiência para saber como
agir.
Vale lembrar que o líder deve estimular e articular a visitação regular entre os membros de
sua célula, pois esta é uma responsabilidade de todo o grupo.
Supervisionando o discipulado
A partir do líder são feitas as chamadas “redes de discipulados” nas células. Lembrando o
que o Senhor diz em Mateus 28:19: Ide por todo mundo e fazei discípulos. A nossa
responsabilidade não é somente evangelizar, mas discipular a pessoa na vida cristã.
O ideal é que cada cristão novo seja acompanhado por outro cristão mais maduro. Os
materiais utilizados são os manuais preparados pela Comunidade. A intenção não muda,
pois nosso estilo de vida deve ser o de fazer discípulos.
Crie na sua célula a rede de discipulado e prestação de contas a partir de você, passando
para os auxiliares, em seguida acrescente os mais maduros, por fim, insira os novos
convertidos e fracos na fé.
O objetivo é que cada um caminhe rumo à maturidade.
Lembrando como é feito o discipulado:
1. Encontros semanais que duram em média uma hora;
2. O material a ser utilizado é o sugerido pela Comunidade, salvo exceções;
3. É feita a prestação de contas do discípulo para o discipulador e do discipulador para o
líder de célula;
4. Falhas devem ser corrigidas para que todos os novos convertidos sejam assistidos;
5. Questões fora do material, mas que fazem parte da vida do discípulo devem ser tratadas;
6. Casos complicados são passados para os líderes e, caso haja necessidade, para o pastor
7. Cabe ao líder estimular os seus liderados a participarem do treinamento “Discipulado:
Uma idéia transformadora”.
Para supervisionar o discipulado é necessário que haja, da parte do discipulador, uma
relação de prestação de contas. O líder precisa “ficar no pé”, ligar de vez em quando ou
procurar para saber se os encontros têm ocorrido.
Idéias criativas para abençoar seus liderados
Uma semana corrida, filhos, trabalho, estudo, ensaio, reuniões... Todos esses
compromissos e muitos outros limitam nosso tempo. O líder precisa saber lidar bem com o
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pouco tempo disponível, utilizando-o com sabedoria, pois muitas funções, como a
visitação, precisam ser executadas.
Algumas idéias podem ser sugeridas para completar, e não substituir, a presença do líder.
Servem para dar um reforço, estímulo e mostrar que as pessoas são amadas e que nos
preocupamos com elas. O ideal seria que todos os irmãos da célula tivessem iniciativas
criativas para lidar com os desanimados e sem tempo.
Vejam algumas:
1. Utilize todos os meios de comunicação disponíveis para manter contato: celular, telefone
residencial, internet, carta, telegrama, etc. Quanto mais surpresa a pessoa ficar, melhor;
2. Nunca esqueça o aniversário dos liderados. Sempre dê uma ligada ou faça células
especiais para estes momentos;
3. Utilize o informativo ou mural da Comunidade para mandar recados da célula para
alguém. Nada de recados: “nossa célula será tal dia...”, mas sim “irmão, amamos você!”;
4. Durante o culto, na hora de abraçar, combine com os irmãos do grupo para abraçarem e
orarem pela pessoa fraca, lá, na hora;
5. Alguns irmãos assistem programas de rádio em horários específicos. Que tal enviar uma
música que a pessoa goste?;
6. O irmão pode estar precisando de um conserto no carro. Você tem algum amigo
mecânico?;
7. Hora do lanche. Que tal fazer uma visita – levando o lanche – à casa do liderado.
8. Tome a iniciativa de comemorar o aniversário de conversão de seu liderado;
9. Programe atividades a serem feitas com algum irmão (compras, estudos, viagens, etc);
10. Reúna-se com seus irmãos durante o intervalo do colégio para orarem e compartilharem
a Palavra.
Agora, dê você algumas idéias!
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Capítulo 4:
O ENCONTRO DE CÉLULA
Preparando-se para o encontro:
Comece pensando sobre a diferença entre célula e encontro de célula. Você consegue
perceber a diferença?
A célula deve funcionar sete dias por semana. O encontro de célula ocorre uma vez por
semana.
A ministração, a visitação, a oração, o louvor e o evangelismo devem fazer parte da vida
diária da célula. Os problemas e necessidades não aparecem somente no dia dos encontros
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da célula, mas durante toda a semana. Deixar a ministração para o encontro da
célula pode não ser o suficiente. O valor de estar presente na vida dos nossos irmãos
durante toda a semana, seja com visitas, ligações, mensagens ou coisa parecida, deve ser
um valor de todos nós.
A preparação da célula do próximo sábado começa na célula de hoje, deixando claro o local
e a hora do encontro.
Vejamos aqui como preparar um encontro de célula:
1. Inicie com a oração: Separe um tempo especial para orar pelo encontro. Coloque diante
de Deus os problemas compartilhados durante a última reunião e peça a Deus que ministre
de forma poderosa no encontro da semana.
2. Pense criativamente na reunião: Planejar antecipadamente sobre a reunião, como um
quebra-gelo especial, um louvor diferente, uma rápida dinâmica ou algo parecido, pode
tornar o encontro mais marcante. Una-se ao Senhor para preparar um encontro precioso
para as pessoas.
3. Comece a agir: Chegar atrasado para a reunião, nem pensar! Isto é algo que desestimula
e tira a autoridade do líder. Esteja certo de que todos estão avisados sobre o local e horário
do encontro. Tenha o cuidado de conversar com aqueles irmãos que têm o hábito de faltar
ou chegar atrasado. Tome cuidado também com o ambiente. Procure tornar o lugar
agradável e que possibilite as pessoas sentarem em círculo e olharem umas para as outras.
Deve ser propício à concentração e diálogo. Evite lugares muito quentes ou barulhentos.
Tome cuidado para o ministro de louvor não ficar dedilhando o instrumento depois do
momento da exaltação.
4. Programe-se para as crianças: Se sua célula tiver crianças, combine com o responsável
as atividades para elas ou as deixe programadas mensalmente. O cuidado das crianças na
célula deve ter a colaboração de todos os membros, pois elas fazem parte da célula.
Os 4 E’s e sua importância
Relembrando, os
EVANGELISMO.
4
E.s
são:
ENCONTRO,
EXALTAÇÃO,
EDIFICAÇÃO
E
O encontro: O encontro é o momento de realizar o quebra-gelo. Ele tem o objetivo de
centralizar as pessoas no momento e deixá-las à vontade.
Os quebra-gelos abrem a porta para o espaço de envolvimento e compartilhamento mais
profundos que haverá num estágio mais adiante da reunião. Devemos levar em conta certos
princípios a respeito de quebra-gelos:
1. O quebra-gelo vede ser adequado a sua célula. Se for muito infantil, as pessoas podem
se sentir constrangidas. Por outro lado, se for muito ameaçador, elas se intimidarão. Alguns
quebra-gelos se adaptam a diferentes etapas da célula
2. Alguns quebra-gelos podem ser usados diversas vezes com o mesmo grupo. Exemplo:
“Qual foi a coisa mais importante que aconteceu com você nos últimos sete dias?”.
3. Sempre faça o grupo todo participar, deixando claro que todos são responsáveis por
compartilhar nesse estágio da reunião. De outra forma, as pessoas tímidas não dirão nada.
4. Um problema dos quebra-gelos é que podem ser muito longos e ocupar a reunião toda.
Se isto for uma tendência da sua célula, seja sempre o primeiro a responder, dando o
exemplo de usar apenas poucas frases.
5. Esteja atento para notar as necessidades eventualmente reveladas pelo quebra-gelo.
Durante essa atividade, sempre poderá acontecer que alguém revele uma mágoa profunda
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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ou outro problema. No entanto, você não precisa necessariamente interromper o
quebra-gelo. Você pode dizer que ela terá um espaço para compartilhar especificamente
sobre o problema. Procure ter discernimento em situações como estas.
Obs: Quando a célula já está entrosada o momento do quebra-gelo é dispensável.
A exaltação: Este estágio do encontro da célula tem como alvo ligar-nos com Deus
por meio da adoração. Além dos cânticos, este período pode incluir expressões faladas ou
leituras bíblicas. O importante é reconhecer e acolher a presença de Cristo no encontro.
Mesmo que essa parte da reunião tenha de ser simples e resumida, ela é de grande
importância. Se o grupo não tiver olhando para Cristo, o compartilhamento e a ministração
serão limitados Veja algumas dicas para este momento:
1. Escolha cânticos fáceis ou que podem ser ensinados rapidamente. Se for o caso, prepare
folhas com as músicas escritas.
2. Se na célula existir um irmão responsável pelo louvor e ele tocar violão, insista para que
ele não fique afinando o violão de última hora ou perguntando: “E aí? Vamos cantar o que?”.
3. Permita um fluir de Deus entre as músicas. Não fique pregando ou fazendo malabarismos
vocálicos, pois estas coisas inibem aqueles que não cantam bem. Permita que Deus seja
adorado em espírito e em verdade.
4. Necessariamente, este momento não precisa utilizar a música. Use sua criatividade para
criar formas de adoração diferentes. Você lembra de alguma ou teria uma sugestão?
A edificação: O alvo é que todos os membros do grupo descubram e apliquem
verdades simples da Bíblia às suas vidas.
Como líder da célula, a sua incumbência é utilizar o tema da mensagem de domingo e
facilitar o compartilhar.
Algumas dicas para um bom momento de edificação:
1. Esteja preparado: faça anotações bem completas das mensagens no culto. Estimule seus
liderados a fazerem o mesmo. (Para a edificação pode se usar estudos previamente
preparados e organizados de acordo com as necessidades que vão surgindo; ou usar os
tópicos da mensagem do Culto de Domingo, para ser refletido e discutido com as células.
2. Não seja um pregador ou professor. Muitos utilizam o tempo pregando novamente o
sermão. No máximo, lembre em 5 minutos o tema de domingo. Centralize-se na facilitação.
3. Esteja voltado não para o conhecimento, mas para conselhos práticos para a aplicação da
mensagem à vida. A mensagem de Deus sempre requer que decisões sobre ela sejam
tomadas. Obediência ou desobediência. O líder deve estimular a obediência.
4. Permita que todos falem e ministrem. Lembre-se que você não é o único ministro na
célula. Na verdade, todos o são. Deus pode não usar você naquele momento, como pode
usar outro irmão. O dom que as pessoas precisam pode não ser o seu. Se na sua célula
houver disposição em todos para ministrarem, parabéns, pois vocês estão no caminho certo.
5. Uma tática bem interessante é aquela em que a célula é dividida em grupos de
ministração.
Nas células de casais, por exemplo, pode existir um momento onde os homens podem ficar
a parte de suas esposas. Em células de jovens, podem ser divididas as moças dos rapazes.
Há ainda a divisão por número. Procure fazer da forma que melhor facilitar a ministração.
Utilize este recurso principalmente se a célula estiver numerosa.
O evangelismo: Este é o momento em que o grupo se lembra que os membros são
chamados não só para usufruir a presença de Cristo e experimentar Seu poder, mas
também para levar adiante o propósito de Cristo. Nele as pessoas compartilham os
nomes pelos quais tem orado e como anda o evangelismo. Podem ser dadas sugestões
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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sobre como tentar uma melhor aproximação, também. O evangelismo não é opcional na
vida do crente, mas faz parte do propósito da sua existência como nova criatura (Efésios 2).
Uma observação importante: não esqueça de dar os avisos solicitados pela liderança.
Preparando um roteiro para o encontro de célula
O roteiro pode ser sugerido pelos pastores ou preparados pelo líder de célula. Aqui damos
as diretrizes para o preparo do roteiro:
Momento do quebra-gelo:
a. Fale a respeito do seu passado: Quem era seu melhor amigo quando você tinha dez
anos? Que tipo de transporte sua família usava quando você tinha essa idade? Qual foi o
melhor dia de aniversário que você já teve?
b. O que aconteceria se... Se você estivesse se mudando e pudesse levar apenas duas
coisas, o que levaria? O que seriam férias perfeitas para você? O que você gosta de fazer
para simplesmente relaxar?
c. Como estão indo as coisas? Qual foi a coisa mais importante que aconteceu para você na
semana passada? Descreva a sua semana passada usando termos das condições
climáticas (nublado, tempestuoso, nebuloso, com pouco sol, com muito sol, etc.). Qual foi
um desapontamento recente em sua vida?
d. Conte-nos um pouco mais a respeito de você. Qual foi a experiência mais difícil em sua
vida? Qual foi uma resposta de oração importante em sua vida? Quando Deus se tornou
mais que uma palavra para você? O que Deus tem ensinado para você nesses últimos dois
meses? Atenção! Tenha o cuidado de nunca criar quebra-gelos que são verdadeiras
bombas atômicas na ministração. Eles não podem constranger e nem dar a oportunidade
para maledicência. Nunca use ou faça quebra-gelos destes tipos: Qual o maior pecado em
sua vida agora? Qual é o segredo que você nunca contou para sua esposa? Fale-nos de um
período em sua vida que você se sentiu um grande fracassado? Qual evento da vida do Rei
Davi você pode relatar melhor? (Ou qualquer outra pergunta de conhecimento bíblico que
possa excluir as pessoas) Qual coisa você gostaria de mudar na vida da pessoa da sua
direita? Qual foi o pior nome que você já foi chamado? Vire-se para a pessoa da sua direita
e diga para ele(a) como pode ser uma pai (mãe) melhor. Diga o pecado de alguém presente
para podermos orar por essa pessoa. Qual fofoca você ouviu essa semana? O que você
odeia em nossos pastores/líderes?
Como dissemos anteriormente, o momento do quebra-gelo pode tornar-se desnecessário
dependendo do grau de entrosamento que há entre os membros do grupo.
Momento da exaltação:
a. A adoração na célula dever ser breve. Se o louvor for longo, a célula terá a tendência de
ser longa.
b. As células podem cantar as músicas fáceis que fazem parte do repertório da igreja.
c. Se não há músicos na célula, você pode usar um CD ou até playbacks para
acompanhamento.
d. Lembre-se que o momento de exaltação não precisa ser exclusivamente feito com
músicas. Leituras de salmos, textos inspirativos e orações também possibilitam momentos
agradáveis de adoração ao Senhor.
Momento de edificação:
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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a. As perguntas devem ser dirigias para a aplicação da mensagem à vida das pessoas.
Devem ser claras e objetivas. O foco deve ser ouvir e responder a Deus. Crie duas ou três
perguntas que façam parte do tema central da mensagem.
b. Não faça perguntas que pressuponham conhecimentos prévios da Bíblia se você quer
que os novos convertidos se sintam em casa. Não restrinja as perguntas. Elas devem
abranger a todos.
c. Algumas perguntas podem ser usadas constantemente: O que chamou sua atenção
nessa passagem? Qual parece ser o ponto principal dessa passagem? Você pode ilustrar
essa verdade com alguma experiência da sua própria vida? O que Deus falou com você na
mensagem de domingo? Que decisão você precisa tomar na sua vida a partir da palavra de
domingo?
Motivos para as células compartilharem a mensagem de domingo:
1. Porque gera uma mesma linguagem e um mesmo propósito na vida de todos;
2. Porque encoraja a aplicação prática das mensagens dos pastores na vida diária dos
discípulos;
3. Porque cria unidade e coesão entre os discípulos e em todo o sistema de células.
4. Porque previne que as pessoas de outras igrejas com pensamentos independente
influencie e desviem os discípulos para assuntos secundários ou doutrinas prediletas;
5. Porque simplifica o trabalho dos pastores para oferecerem apoio, direção e direção na
rota certa;
6. Porque libera os líderes para uma maior devoção do tempo à meditação, oração e ao
discipulado.
Diretrizes para o compartilhamento da Palavra na célula:
O período de compartilhamento é fundamental para a edificação dos membros do grupo.
Nesse momento, o líder deve pedir que cada irmão compartilhe aquilo que Deus falou com
ele durante a ministração da Palavra ou algo que tem acontecido em sua vida nesses dias.
O alvo é que cada um possa compartilhar o que ouviu de Deus, e se está ou não praticando
o que foi ministrado.
Todos devem falar, ainda que por poucos minutos.
a) Não pressione ninguém a orar, falar ou compartilhar. Estimule as pessoas, mas não as
pressione. Isso pode afastá-las do grupo.
b) Não deixe que os irmãos aproveitem a oportunidade para falar de assuntos irrelevantes.
Cada um deve compartilhar somente o que Deus falou consigo através da Palavra
ministrada no dia ou sobre algo que ele está enfrentando em sua vida prática.
c) Estimule o compartilhamento de problemas e lutas pessoais com o grupo. Onde há
honestidade os vínculos são firmados. Tenha o bom senso de perceber os limites de
detalhes das confidências compartilhadas.
d) Todo testemunho deve ser para edificar e motivar o grupo. Desestimule toda palavra
negativa e pessimista.
e) Nunca permita discussões doutrinárias. O momento não é para debater doutrina, mas
para relatar vivências pessoais.
f) Não deixe que uma pessoa monopolize esse tempo falando excessivamente.
g) Não permita que um irmão exponha a falha de outro. Cada um deve falar somente dos
seus próprios pecados, suas próprias lutas e fracassos.
h) Não tente ter todas as respostas. Uma vez que alguém faz uma pergunta, não se julgue
na obrigação de ter que dar uma resposta. Caso não saiba, diga que vai perguntar a um dos
pastores e depois trará a resposta ao grupo.
i) A regra geral para o líder é: esteja sempre alegre e bem humorado nas reuniões. Isto
libera a tensão, relaxa o corpo e descansa o nosso espírito. Todo o grupo se ressente de um
líder constantemente melancólico.
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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j) Lembre-se sempre de deixar o Espírito dirigir a reunião. Deus pode usar alguém
nesse momento de compartilhamento e dar uma virada na reunião. Seja sensível a isso.
Como elaborar boas perguntas para o momento de edificação:
Todo líder de célula precisa ser um especialista na arte de formular perguntas. Não
podemos deixar nenhuma pessoa excluída do compartilhamento e as perguntas são a
melhor forma de envolvê-las.
a) Boas perguntas são amplas: Nunca faça uma pergunta cuja resposta seja simplesmente
sim ou não. Uma boa pergunta deve estimular o compartilhamento e não bloqueá-lo.
b) Boas perguntas não inibem a resposta: Um líder resolve perguntar para alguém: “você crê
na Bíblia, não crê?” Esta é uma pergunta repressora que já traz a resposta que esperamos
que a pessoa nos dê.
c) Boas perguntas estimulam a honestidade: É melhor perguntar: “O quê?”, “Qual?”, ou
“Como?”, do que perguntar “Por quê?”. É melhor perguntar, por exemplo, “Como você se
sentiu?”, do que “Por que você sentiu?”.
Respostas aos porquês são difíceis e quase sempre polêmicas. Mas, quando perguntamos:
“O que?”, “Qual?” ou “Como?”, a resposta é quase sempre pessoal e prática; é um estímulo
à honestidade.
d) Boas perguntas produzem novas perguntas
Perguntas amplas estimulam as opiniões e as experiências, além de favorecerem o
pensamento e aprendizagem. Se depois de perguntar algo a alguém o compartilhamento
acaba, então a nossa pergunta não foi feliz.
Momento de evangelismo:
a. Cada membro do grupo deve ter pessoas incrédulas pelas quais estejam orando
regularmente e testemunhando sobre o amor de Jesus. Isto deve ser feito desde o começo
do ciclo.
b. Cada pessoa coloca em oração para todo o grupo duas ou três pessoas pelas quais a
célula vai orar.
c. Ao serem feitos eventos de colheita ou cultos evangelísticos as células devem intensificar
as orações e fazer convites para que os não-crentes participem destes eventos.
d. Esteja atento para estimular seus liderados para os treinamentos de evangelismo. Não
esqueça de anotar este aviso em seu roteiro.
e. Organize momentos especiais de evangelismo (células evangelísticas, almoços, jantares,
aniversários, passeio, etc.). Estes momentos devem ser organizados a partir da oração da
célula e com a participação de todos.
f. Se você perceber que o momento do evangelismo está esquecido, mude-o para ser feito
antes mesmo do quebra-gelo.
g. Você pode questionar sobre os reais motivos das dificuldades em evangelizar
individualmente.
h. Esteja sempre relembrando o alvo do evangelismo do ciclo.
Um formato simples de encontro de célula
1. Coloque as cadeiras em forma de círculo;
2. Apresente os visitantes, quando houver;
3. Caso necessário, utilize uma forma de “quebra-gelo”;
4. Testemunhe alguns motivos de louvor;
5. Ministre a Palavra para aquela reunião;
6. Facilite a conversa no compartilhamento;
7. Compartilhe sobre o evangelismo;
8. Ore pelas pessoas necessitadas; (Chame-as no centro do grupo)
9. Faça um apelo para salvação caso haja não-crentes;
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
22
Obs: O lanche é opcional e pode ser feito
antes ou depois do encontro.
Entre um encontro e outro
Entre um encontro e outro existe uma semana. Muita coisa acontece, sejam boas ou más.
Lembre-se que a célula funciona sete dias por semana. Estimule a visitação dos membros
do grupo.
Não se esqueça do que foi compartilhado durante o encontro. Alguns precisarão de uma
visita especial para acompanhamento, ministração e oração. Procure levar algum irmão da
célula para visitar com você, principalmente se você já estiver de olho naquele que poderá
ser seu auxiliar.
Um bom líder é um facilitador no encontro e um articulador durante a semana. Para que haja
Vitalidade na célula e isto se reflita em visitas, orações e compartilhamento informal é
necessária a atuação do líder, motivando seus liderados a viverem uma comunidade.
A honestidade na célula
Um dos objetivos do compartilhamento é que as pessoas possam também abrir eventuais
dificuldades pessoais e buscar ajuda no grupo. Somos perdoados quando confessamos
nossos pecados a Deus; mas somos curados quando também confessamos aos nossos
irmãos.
Sua tarefa como líder de célula é criar um ambiente onde as pessoas possam ser honestas
e encontrar ajuda para sua dificuldade.
Procure eliminar toda barreira à honestidade em sua célula. Veja como você pode estimular
a honestidade.
a) Estimule um ambiente adequado: Os membros da célula estão mais interessados em
discutir teologia do que se envolver com vidas carentes do amor de Deus? Estão mais
interessados na festividade do que nas pessoas? Crie, então, um ambiente que valorize as
pessoas e suas necessidades.
b) Ensine as pessoas a serem sensíveis: Uma das maiores barreiras à honestidade surge
quando pensamos que somos os únicos com problemas. Quando estamos numa batalha e
ninguém se solidariza conosco, a tendência é nos sentirmos os piores e mais fracos da
igreja. Sempre que alguém estiver em dificuldade, solidarize-se com ele, compartilhando
algo pessoal também.
c) Não permita, na célula, a presença dos “amigos de Jó”: Eventualmente, alguns
irmãos bem intencionados, são muito rápidos em oferecer diagnósticos. E assim, ao invés
de ajudar-nos, acusam-nos, dizendo: “Você não tem orado o suficiente” ou “O diabo está
oprimindo você”, etc. Tais comentários até podem ser verdadeiros, mas precisam ser
expostos de forma a não produzir fardo e acusação. Há pessoas que não expõem suas
dificuldades financeiras, por temor de serem acusadas de infidelidade nos dízimos e nas
ofertas. Outras carregam enfermidades sozinhas com receio de alguém afirmar que aquela
doença é castigo de Deus, por algum pecado oculto e não-confessado. O que não falta em
nosso meio são os “amigos de Jô”. Estão sempre prontos a dizer: “Se não houvesse pecado
na sua vida, você não estaria assim”.
d) Crie um ambiente de confiança: Uma das maiores barreiras à honestidade é o medo
das fofocas. Se as pessoas perceberem que algum membro da célula não é confiável elas
jamais se abrirão ali honestamente.
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Capítulo 5:
PREPARANDO A MULTIPLICAÇÃO
Escolhendo o auxiliar
Uma multiplicação de célula requer, necessariamente, auxiliares que serão líderes dos
novos grupos. Logo no início do ciclo você deve procurar alguém que possa vir a ser seu
auxiliar.
O auxiliar é aquele que:
1. Está experimentando o poder e a presença do Senhor. A ama o Senhor e tem
demonstrado isto através da sua vida de oração e louvor.
2. Exalta a Deus com um coração positivo, sem reclamar. Tem prazer pela adoração.
Gosta de estar na presença de Deus.
3. Ouve o coração dos membros da célula e depois ouve a voz do Senhor e edifica os
outros. É um ministro no sentido bíblico da Palavra. Gosta de abençoar aos seus irmãos,
sendo usado por Deus.
4. Tem a vida voltada para o evangelismo. Sente prazer em falar de Jesus e compartilhar
da sua fé. Não é temeroso em compartilhar a sua vida ao lado do Pai.
5. Tem dado exemplo na sua vida tanto na igreja, família e sociedade. Procure ter
conhecimento (junto ao pastor principalmente) se sua vida tem sido aprovada. Maridos que
não são os sacerdotes do lar podem dar até bons “líderes”, mas não neste momento. Uma
mulher insubmissa também, mas o momento será quando tiver aprendido a respeitar o
marido. Da mesma forma, os filhos desobedientes também não podem assumir este
ministério. Pessoas instáveis e não presentes na vida da Comunidade e com má reputação
também devem ser tratados antes de serem cogitados para a liderança.
6. Tem um coração de servo, faz o trabalho de discipulador e tem prazer em ajudar no
desenvolvimento dos membros da célula.
7. É submisso à liderança, tendo coração ensinável. Dispõe-se a aprender e participar
dos treinamentos, encontros e retiros promovidos pela Igreja. Não pode ser auxiliar ou líder
de célula qualquer crente que não concorde com a condução da Igreja pelos pastores.
Um conselho: nunca diga para o irmão que ele será o auxiliar sem antes consultar ao
pastor.
Sensibilizando a célula para o evangelismo
O cumprimento da Grande Comissão deve ser natural. Entretanto, parece que os crentes
estão “enferrujados” – não gostam de sair de casa, não mantém relacionamentos com nãocrentes ou são medrosos para compartilhar da sua fé – o que mostra a necessidade de
sensibilizar e motivar os membros da célula para o evangelismo.
A célula deve ser viva na oração, no compartilhamento, comunhão, adoração e
evangelismo. Isto deve atrair os próprios membros da célula para crescerem na fé e aqueles
que não são crentes, para que conheçam a Jesus. A dinâmica da célula deve incluir as
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pessoas que estão sendo evangelizadas, sendo aberta para recebê-las em qualquer
oportunidade (culto, célula, retiro, eventos sociais, etc.).
Bem, como não é tarefa fácil, o primeiro conselho é orar – e muito – por isto. Lembre-se de
pedir ao Senhor da seara que mande mais trabalhadores para a Sua seara.
Algumas idéias para sensibilizar, motivar e mobilizar a célula:
Para sensibilizar a célula, caso ela esteja fechada para o evangelismo, procure mostrar a
necessidade dos perdidos apresentando a seara. Você pode fazer isto por meio de textos
que tratam do assunto, filmes produzidos por instituições missionárias (não é interessante
que a maioria dos filmes que vemos é sobre ação, comédia, romance, e muito pouco
bíblicos? Faça isso com um almoço de domingo), mensagens de pregadores e orando
sempre na célula, pois o convencimento é do Espírito Santo.
Algo muito importante é o fato dos membros terem uma grande capacidade de exercerem a
hospitalidade, tanto na celebração quanto na célula. Receber bem as pessoas é um fator
essencial para que elas voltem. Ensine isso aos seus liderados e dê o exemplo.
Cultive o hábito pessoal de relacionar-se com não-crentes para trazê-los à célula e estimule
seus liderados a fazerem o mesmo. As dificuldades em evangelizar podem estar ligadas à
falta de vínculos
entre os membros de sua célula e os perdidos. Lembre-se: relacione-se com o propósito de
conduzi-los à Cristo.
A melhor coisa para motivar é mostrar que o alvo é possível. Os soldados saem para guerra
com missões bem definidas. Os crentes, muitas vezes, caminham sem objetivos
evangelísticos. Seja um entusiasta da multiplicação no final do ciclo. Outra dica é mostrar as
grandes bênçãos de Deus para os que fazem o trabalho de evangelismo e o galardão que
isso implica (1 Co 15:58).
Capacitando os membros da célula
Para ocorrer a multiplicação o líder precisa estimular seus liderados a participarem dos
treinamentos seguintes, pois ajudam no evangelismo e discipulado dos novos convertidos.
1. Treinamento “Discipulado: Uma idéia transformadora”: capacita o crente a acompanhar
um cristão novo.
2. Treinamento de evangelismo: dá ferramentas para ajudar o cristão a compartilhar sua fé.
3. Treinamento de líder de célula: ensina os princípios de liderança para irmãos que poderão
vir a liderar uma célula. Uma multiplicação pode até ocorrer sem estes treinamentos, mas
poderá haver problemas para o discipulado e para ter um líder capacitado para a célula
nova.
Capítulo 6:
A CÉLULA EVANGELÍSTICA
As células devem estar abertas e preparadas para receber os não-crentes. Desta forma todo
encontro é, em potencial, evangelístico. Porém, podem ser realizados encontros específicos
para este fim – as células evangelísticas, que são eventos preparados especificamente para
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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alcançar
os
incrédulos.
A
célula evangelística
evangelismo através da célula, mas um complemento à ela.
não
é
um
substituto
do
(Re)descobrindo os não-convertidos
Antes de iniciarmos as células evangelísticas, algumas coisas devem ficar bem definidas:
1. Os encontros de célula evangelísticos não substituem o evangelismo individual, na
verdade, são complementos dele.
2. Os encontros de célula evangelísticos não substituem o testemunho da vida de quem
prega, mas testifica aquilo que a pessoa já tem vivido.
3. O fator evangelístico da célula não é opcional, mas essencial na vida dos grupos
pequenos.
4. O evangelismo por meio da célula não deve ser exclusivo, deixando alguns de fora, mas
inclusivo, encaixando todos os membros na dinâmica da pregação da Palavra, desde os
mais novos aos mais velhos.
Ao iniciar uma célula, você deve estimular seus liderados para manterem relacionamentos
baseados em uma vida comprometida com Cristo. Nada mais vergonhoso do que ouvir:
“Nunca me pareceu que você é crente!”. Deixe claro para a célula que devemos viver e, só
depois, falar de Jesus.
Você deve, então, tornar conhecido o nome das pessoas que serão alvos das orações e do
evangelismo da célula.
Assegure-se que existam relacionamentos criados com o propósito de falar do evangelho.
Que o testemunho pode ser compartilhado, mesmo por aqueles que acabaram de se
converter. Ainda existirá a oportunidade de participarem do treinamento de evangelismo.
Caso você não tenha feito, participe, e não esqueça de estimular seus liderados a
participarem também.
Veja algumas dicas para “fazer contato” com incrédulos:
1. Procure definir se ele á uma pessoa em busca, que é aberta para a mensagem, ou se
é uma pessoa fechada para o evangelho. Isto é importante, pois definirá a sua estratégia de
ação.
2. Mostre quem você é. Deixe que a pessoa conheça você. Seja simpático, mas não
carnal. Mostre respeito pela pessoa e que, apesar de você ser crente, existe muita coisa boa
em ser
seu amigo.
3. Marque presença. Procure ajudar. Esteja perto quando for necessário. Sirva quando for
preciso. Ouça suas dificuldade não como juiz, mas como confidente. Mostre que a pessoa
pode confiar em você.
4. Apresente Jesus com sua vida, mas não esqueça das palavras. Viva a Jesus. Mostre
a diferença que Ele faz, mas não esqueça de, em momento oportuno, encaixar uma palavra.
5. Lembre de datas especiais, como aniversários, aniversário de casamento, esteja alegre
com ele, ore quando for momento de tristeza.
6. Crie vínculos entre ele e sua célula. Os momentos ideais para isso são passeios,
piqueniques, retiros, almoços, etc. Estes eventos sociais quebram o gelo e mostram a vida
de comunhão do povo de Deus.
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7. Apresente o plano da salvação de forma sistemática. Pode usar o chamado
“João 3:16”. O interesse é mostrar que Jesus morreu e ressuscitou pelos pecados dele.
8. Convide-o para células evangelísticas. Crentes que oram, povo preparado e liturgia
organizada são essenciais para o não-crente experimentar uma célula evangelística.
9. Faça o apelo. Em qualquer ponto do seu evangelismo você pode fazer o apelo.Uma
observação muito importante é que devemos ser cordiais e hospitaleiros em nossas células
e celebrações. Os líderes devem ser exemplos nisso, procurando deixar os não-crentes à
vontade. Um hábito que alguns crentes têm é de convidar um não-crente para uma vigília,
celebração, mas nunca para uma festa. Acrescente na sua lista de convidados aqueles que
precisam ouvir a Palavra.
Planejando células evangelísticas
Sensibilização, motivação e mobilização são os passos anteriores à célula evangelística.
Partimos do princípio de que seus irmãos já passaram pelos passos acima para a realização
deste encontro.
1. A célula evangelística requer participação de todos na sua elaboração e
organização. Esta não é uma responsabilidade do líder, mas de todo o grupo pequeno. Eles
se unem para orar e planejar como será o encontro. A oração tem um sentido: ser tão
especial que seja impossível não sentir o amor de Deus.
2. Convidar os não-crentes. O objetivo da célula evangelística é alcançar os não-crentes
que têm sido evangelizados. O encontro é programado e elaborado visando essas pessoas
que, no mínimo, são conhecidas da célula pela intercessão. Mas não existem empecilhos
para levar outros não-crentes que desejarem ir.
3. Uma liturgia direcionada para os não-crentes. Normalmente a célula é voltada para os
crentes. A linguagem, o estudo, a música e tudo mais, é baseado naquilo que os crentes já
sabem e no seu estilo de vida. A liturgia de uma célula evangelística deve ser
completamente voltada para os não-crentes.
4. Dê uma ótima recepção para seus convidados. Eles devem ser recebidos da melhor
forma possível. O ambiente deve ser organizado e agradável. Como os membros deverão
saber, eles deixarão seus problemas e necessidades para um momento oportuno, pois este
momento Deus separou para tratar as necessidades dos não-crentes.
5. Haja com criatividade. Não se prenda à liturgia dos 4 E.s, pois ela é voltada para os
convertidos. Utilize recursos que tiver a disposição para animar o encontro e torná-lo
inesquecível. Dinâmicas, filmes, uma partida de futebol antes da célula... procure saber do
que aqueles que vocês querem alcançar gostam. Tome cuidado para não causar
constrangimentos. Tenha informações sobre os não-crentes que participarão a fim de criar
um encontro evangelístico agradável e eficiente. Não esqueça de preparar alguma
lembrança para que ela sempre recorde desse momento. Pode ser algo simples e
significativo.
6. Faça o apelo. Apesar dos momentos de descontração, não dispense uma palavra mesmo
que breve, e faça o apelo, pois esta é uma célula evangelística. Se houver conversões, faça
festa e comunique ao pastor.
Os convertidos devem entrar na rede de discipulado imediatamente. Indique um crente
maduro que possa discipular a pessoa utilizando o material que é disponibilizado pela
Comunidade. As células evangelísticas devem ocorrer de acordo a vida e a dinâmica da sua
célula.
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Capítulo 7:
PROBLEMAS NAS CÉLULAS
Traçando o perfil
Olhando bem para a sua célula você pode prever alguns problemas que surgirão durante o
ciclo. Isto tudo se deve ao fato de possuirmos uma cultura bem própria. Pessoas que não
gostam de orar, tem dificuldade de ler a Palavra, não querem que as pessoas se metam em
suas vidas, são preguiçosas, frias espiritualmente e de personalidades fortes e briguentas.
Marcas no caráter podem definir algumas dificuldades. Procure estabelecer quais as
fraquezas mais comuns dos membros do seu grupo.
Algo importante é que você pode colher informações durante as células, como por
exemplo:
a. Não tem uma vida de oração;
b. Não tem concentração e não participa ativamente da ministração;
c. Não há estímulo no louvor, mostrando frieza e indiferença;
d. Não mantém relacionamentos com pessoas não-crentes;
e. Dizem que estão sempre bem e nunca declaram passar por lutas;
f. Chegam atrasadas às células e celebrações;
g. Nunca estão disponíveis, e, aparentemente, sem motivo algum;
h. Comentam nos encontros de célula sobre a vida de outras pessoas sem necessidade;
i. As orações são sempre no lado material, com muita ênfase no dinheiro;
j. Estão sempre se queixando dos pastores e líderes;
l. Não tem conhecimento das coisas mais básicas da Palavra, apesar de muito tempo de
convertido, mesmo assim não quer passar por nenhum instituto bíblico;
m. Briga muito com o cônjuge, filho ou pais;
n. Demonstra comportamento de desconfiança;
o. Nunca está satisfeito, tendo um senso crítico para com todos.
Estes são alguns exemplos do que você pode perceber através dos encontros da célula.
Quando você identificar o problema comece com a oração específica e pense em como
ajudar. Paciência e perseverança são necessárias para ajudar os irmãos. O objetivo deste
tratamento é conduzir o irmão à transformação.
Conflitos saudáveis e conflitos destrutivos
Viver em comunidade é um risco. Risco de surgir conflitos. Se começar a existir um
conhecimento genuíno entre os irmãos, os conflitos surgirão. Ao que parece, é impossível
que eles não aconteçam.
Mas fique de olho, pois eles podem ser destrutivos ou construtivos.
Conflitos destrutivos: Desviar atenção, destruição, interesse pessoal, ganhar uma
discussão, mudar os outros, conflito ao invés de paz, controlar e manipular os outros,
enfraquecer a liderança e a autoridade e estabelecer facções dentro do grupo.
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Conflitos saudáveis: ser ouvido, expressar um ponto-de-vista, expandir o entendimento
do grupo, promover cura pessoal e do grupo, receber resposta pessoal e ajuda chegar à
unidade, paz e consenso, oferecer apoio ao líder.
Lidando com conflitos na célula
Existem cinco opções de confronto com esses problemas:
1- “Eu vou pegá-lo”
Posição: Eu ganho você perde, porque eu estou certo e você está errado. Os objetivos
estão acima dos relacionamentos. A abordagem acontece na base da força e com pouco ou
nenhum amor. O meu jeito é o único jeito certo.
Ponto de vista: As questões são claras e simples. Alguém está certo, completamente certo;
e alguém está errado, completamente errado.
Resultado: Eu ganho, você perde!
2- “Vou dar o fora”
Posição: Não estou confortável, por isto vou dar o fora. Conflitos devem ser evitados de
todas as maneiras. Quando ameaçarem, caia fora. “Me mostre a porta de saída mais
próxima”.
Ponto de vista: Não há esperança, as pessoas não podem ser mudadas; faça vista grossa
ou caia fora.
Resultado: Eu perco, você perde!
3- “Vou ceder”
Posição: Vou ceder para ser bonzinho, pois preciso de sua amizade. Vou ceder para o bem
dos relacionamentos.
Ponto de vista: As diferenças são desastrosas. Se elas emergirem, tudo pode acontecer.
Esta pessoa fica tensa e rebelde por dentro, enquanto é generosa e submissa por fora.
Resultado: Eu perco, você ganha!
4- “Vamos encontrar um meio termo”
Posição: Tenho apenas a metade da verdade e preciso da sua metade. Conflitos são
naturais e cada um deveria ser capaz de fazer acordos.
Ponto de vista: Tudo se resolve na base da política e da negociação.
Resultado: Sou meio derrotado e você também!
5- “Eu me importo a ponto de confrontar”
Posição: “Quero ter relacionamentos e também quero ter integridade”
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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Ponto de vista: Conflitos são neutros (nem bons, nem maus). Não devem ser evitados
nem
minimizados. Importe-se a ponto de confrontar: Quero continuar a me relacionar com você.
Quero que você saiba o que sinto, o que preciso e o que valorizo.
Resultado: Eu ganho, você ganha!
Como você pode perceber, a única forma corretamente bíblica de resolver essas
questões é importar-se a ponto de confrontar.
Problemas específicos na célula
Muitos problemas podem ser resolvidos da seguinte forma:
1. Identificação. Você percebe que há um problema. Clareie sua visão. Busque a certeza do
que realmente está acontecendo. Olhe por todos os ângulos.
2. Oração. Coloque diante de Deus suas “desconfianças”. Se elas se concretizarem peça
capacidade a Deus para o próximo passo.
3. Confronto. Vá até a pessoa e a confronte com o pecado. Esteja preparado biblicamente
para provar que o que ela tem feito é pecado.
4. Estímulo. Caso haja arrependimento, cuide para que ela receba estímulo para se levantar.
Veja uma relação sobre alguns problemas que podem surgir:
1. Falecimento. Pode ser de um irmão ou familiar. Esta é sempre uma situação difícil.
Muitas vezes faltam palavras para consolar. Chame a pessoa da célula ao lado e faça uma
oração pedindo o conforto a Deus para a família. Por muitas vezes, a presença de um amigo
é muito consoladora. Procure estimular todos os seus liderados a estarem presentes.
Coloque-se à disposição para ajudar a resolver questões práticas que digam respeito a esta
situação.
2. Murmurador. Deve ser chamado à atenção, principalmente se ele contamina os outros
com isso. Chame ao lado e fale sobre a gratidão que devemos ter e que não podemos
murmurar.
3. Crise conjugal. Se você tiver segurança para aconselhar, inicie um trabalho de
acompanhamento, mas de qualquer forma, mantenha o pastor informado.
4. Visitantes não esperados. Quando algumas células são realizadas na casa de irmãos
que tenham parentes não-crentes, esta situação pode ocorrer. Não há motivos para
preocupações se todos os irmãos estão comprometidos com o evangelismo. Só tome
cuidado para que não haja murmurações, fofocas, brincadeiras inconvenientes, etc. Alguns
problemas poderão surgir se o visitante, mesmo crente, tiver uma teologia incompatível com
a da Comunidade. Neste caso, de forma bem cuidadosa, deixe claro em que
cremos ou, na próxima reunião, converse com o grupo.
5. Irmãos desanimados (faltosos). Isto é algo para toda a célula participar. Faça visitas
com seus irmãos. Mande mensagens, recados, ministre na vida desta pessoa. Mostre o
quanto vocês a amam e que a presença dela é importante. Deixe o pastor inteirado dos
membros de sua célula que faltam aos encontros e celebrações.
6. O irmão em pecado. A Palavra de Deus diz, em I Coríntios 5.13, que devemos “expulsar
de entre nós o malfeitor”. Deus é muito zeloso pela Sua santidade e também é muito zeloso
pela santidade da Igreja. Ele não permitirá, de forma alguma, o pecado no meio do Seu
povo. Cada líder deve saber que não basta haver crescimento numérico, é preciso haver
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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santidade! O irmão em falta deverá primeiro ser admoestado pelo irmão que testemunhou
ou tomou conhecimento do erro. Se ouvir e abandonar o erro, o pecado deve ser coberto.
Se não se arrepender e permanecer no pecado deverá ser admoestado pelo líder da célula
em companhia da testemunha do pecado. Caso não mude de conduta, o líder deve entregar
o problema para ao pastor que o apresentará à Igreja. Caso o irmão não ouça também a
Igreja deverá excluído da comunhão.
7. Aquele que se acha mais espiritual que os outros. O supercrente, certamente, tentará
impressionar o grupo com os seus dons e poderes especiais. Ele sempre discorre sobre
passagens bíblicas difíceis e assuntos polêmicos. E, se lhe deixarem falar, provavelmente
criticará o líder do grupo, ainda que sutilmente, procurando mostrar o quanto é mais
capacitado e experiente. Na hora do compartilhamento, o líder não deve encorajá-lo a falar
muito sobre suas experiências. Deve também procurar redirecionar o assunto e dar
oportunidade para outras pessoas opinarem. E quando perceber oportunidade, deve
conversar com a pessoa em particular, mostrando-lhe os objetivos do grupo e o quanto ela
pode ser útil servindo os irmãos. Coloque-o para servir em algo mais humilde, que trate com
o seu EGO.
8. Aquele que é discipulado à distância por líderes de outras igrejas. Normalmente,
esse tipo de membro estará sempre se referindo ao conhecimento obtido fora da Igreja e
assumindo uma atitude crítica tanto em relação ao grupo quanto ao líder. Tais pessoas
podem trazer confusão e, até mesmo, levar a célula a morrer. Não permita que alguém com
estas características ensine no grupo, muito menos aos novos convertidos. Não admita
críticas contra a visão da Igreja, nem comparações com o que acontece em outros lugares.
Procure estar com ele a sós, e mostre-lhe a necessidade de ter como discipulador alguém
da liderança da Igreja e não pessoas de fora.
9. Líderes e pastores que vêm de fora. Depois que a Igreja cresce passa a atrair muitos
líderes e pastores desgarrados de outras igrejas. Geralmente, eles vão ao grupo e,
sutilmente, resistem à autoridade do líder tentando até mesmo controlar a célula.
Comumente, se utilizam do título de pastor para causar impressão e ficam indignados
quando não são reconhecidos como pregadores. O líder não deve se intimidar com o título
de pastor ostentado pelo irmão. Ao contrário, deve procurar mostrar-lhe que ele é bem-vindo
no grupo, mas somente será reconhecido como pastor ali, depois que a Igreja reconhecê-lo.
Cabe também ao líder mostrar ao irmão que em nossa Igreja valorizamos a função e não o
título. Por outro lado, o líder não deve permitir que monopolize a Palavra de Deus durante o
tempo de compartilhamento.
10. O irmão muito falante. É aquele que procura monopolizar o tempo de
compartilhamento. Normalmente opina sobre todos os assuntos, ainda que não os conheça
a fundo. Conta longas histórias ou ilustrações que não têm nada a ver com o que está
sendo discutido e muda de assunto o tempo todo. É muito imprudente em seus discursos:
fala de situações íntimas que não deveriam ser compartilhadas no grupo e, geralmente,
mata a reunião quando abre a boca. Este tipo de irmão atrai a antipatia dos irmãos e
costuma ser rejeitado. O líder deve ajudar o irmão falante a se expressar dirigindo-lhe
comentários do tipo: “Parece que você tem experimentado muitas coisas, mas o que
gostaríamos de saber é o que Deus falou com você hoje, nesta reunião”. Se ele persistir em
desviar o assunto, o líder deverá confrontá-lo, dizendo: “Para que os outros também possam
compartilhar, por favor, resuma a sua conclusão em trinta segundos”. O líder deve mostrar
amor e paciência, sem rejeitar o irmão.
11. O crítico da visão. Tais pessoas inicialmente serão muito sutis, mas no decorrer do
tempo expressarão suas opiniões acerca da liderança e da Igreja. Talvez apenas façam
expressões de ironia e sarcasmo quando algum líder for mencionado na reunião. Estas
pessoas, além de fazerem com que um espírito de divisão e sectarismo penetre no grupo,
podem também se tornar um tropeço na vida da Igreja. Quando ele expressar suas críticas,
o líder deve dizer ao grupo que todos ali têm liberdade para fazer suas críticas; todavia, a
célula não é o lugar apropriado para isso. Quem tiver críticas e/ou “sugestões” a fazer, façaPrimeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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as pessoalmente aos líderes. Se o irmão insistir diga que se todos concordarem
anotará as críticas e entregará pessoalmente ao pastor. O líder deve mostrar ao grupo que
todos têm liberdade de dar sugestões construtivas e trazer novas idéias, mas que as críticas
negativas devem ser abolidas.
12. Anfitriões que não são hospitaleiros. O anfitrião é uma pessoa muito importante no
contexto da reunião da célula. Um anfitrião que freqüentemente recebe mal a célula, pode
ser um grave problema. Existem aqueles que, pela idade e temperamento, tendem a
manipular o grupo e se julgam no direito de falar o que bem quiserem, a qualquer hora.
Pessoas assim podem impedir o fluir de Deus nas reuniões e, conseqüentemente, destruir o
grupo. O líder deve admoestá-lo amorosamente e mostrar-lhe o seu papel no grupo. Deve
também conscientizá-lo tanto sobre a hospitalidade, quanto sobre os benefícios que, na
Bíblia, são prometidos aos que recebem a Igreja em sua casa. Se os problemas
continuarem, a única alternativa é mudar o grupo de residência.
13. Lidando com crianças difíceis. Esta é uma situação delicada que o líder deve
administrar com muito cuidado e paciência. Uma repreensão pública pode ser danosa e
inibir os pais de levar os filhos à reunião. Por outro lado, tolerar por muito tempo o problema
pode causar muito desgaste aos anfitriões e aos demais membros do grupo. O líder deve
conversar pessoalmente com os pais e expor a situação. Lembrando que o encontro de
célula deve ser realizado pensando em atividades que envolvam as crianças e que haja um
espaço adequado para este fim. Caso necessário pode-se procurar uma casa que seja mais
apropriada para a realização dos encontros.
14. O grupo se recusa a multiplicar. Existem muitas causas para este problema. A
primeira é que os membros se tornaram confortáveis demais na companhia uns dos outros.
Eles se apegam fortemente a esses relacionamentos e não querem deixá-los. Alguns
chamam essa doença de koinonite. A segunda causa desse problema é que as pessoas
experimentaram um grande mover na sua célula e agora temem que esse mover
desapareça no novo grupo. Nas duas situações mencionadas anteriormente a solução é
relembrar a todos o propósito ministerial da célula (evangelismo). Todos precisam estar
cientes de que a unção é boa; mas que ela existe para o propósito da multiplicação. A
comunhão é boa, mas também só tem sentido quando gera frutos de conversão.
15. A maioria dos membros da célula não está indo à celebração de domingo. Algumas
pessoas que experimentam a vida em célula podem preferir as reuniões da célula às
reuniões de celebração aos domingos. Os motivos podem ser muitos, mas o mais comum é
a distância. Na medida que a Igreja cresce as células vão ficando cada vez mais distantes.
Mas, às vezes, a causa é que não há estacionamento no prédio da igreja, o trânsito é ruim,
os cultos são muito lotados e até mesmo o horário do culto pode ser um problema numa
área particularmente perigosa. O líder deve observar se essa situação é fruto de
descompromisso com a igreja local. Se esse for o caso os membros devem ser admoestado.
Todavia, se a causa for qualquer um dos motivos mencionados, o líder pode buscar junto
com seu grupo alternativas que possam resolver o problema. Estes são alguns problemas
entre outros que podem ocorrer em uma célula. Casos difíceis e que tragam prejuízo à vida
da célula devem ser tratados pelos pastores. Deixe-os informados sobre o que tem
acontecido.
Capítulo 8:
IDÉIAS CRIATIVAS PARA A VIDA NA CÉLULA
Estimulando a sua criatividade
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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Todos nós podemos ser criativos. Isto não é um privilégio para poucos ou alguns escolhidos.
Qualquer pessoa pode pensar em formas diferentes de executar algo ou de aplicar uma
dinâmica. Pensar além do que foi tentado ou reinventar a partir do que já foi criado são
formas de desenvolver sua sensibilidade criativa. O ser mais criativo do mundo foi o próprio
Deus, pois “criativo” é aquele que tem capacidade de criar coisas novas.
A criatividade é estimulada quando você lê. A leitura abre a sua mente para coisas
diferentes, para um mundo que antes não era conhecido. Estimula o pensamento e
diversifica a forma como vemos os problemas.
É isto mesmo, os problemas alavancam nossa criatividade. Todos os homens criativos da
história criaram não a partir das facilidades, mas das dificuldades. Na segunda guerra
mundial, quando a FEB foi combater na Europa, os soldados sofriam muito por causa do frio
e da neve. Os coturnos não eram próprios para a região. Tanto brasileiros como americanos
sofriam. A diferença estava em como eles resolveram o problema. O brasileiro, utilizando o
seu jeitinho, forrava o interior seus coturnos com papel, o que diminuía o frio. Os
americanos, acostumados a terem bom material, sofreram por não terem tido esta
criatividade.
A leitura é, portanto, uma grande professora para a nossa criatividade.
Outra forma de desenvolver a criatividade é fazendo o que já foi feito, mas de forma
diferente. Pode utilizar os mesmo princípios, variando alguns pontos ou materiais utilizados
em algumas dinâmicas. Alguém já disse que “originalidade é a arte de esconder a fonte”.
Não tenha vergonha ou medo de tentar algo que já foi tentado.
Outra coisa que é essencial para a criatividade é você simplesmente escrever as idéias
quando elas surgem, seja no trabalho, banheiro, cama ou em qualquer lugar. Tenha sempre
a mão algo para anotar as idéias criativas. Eles poderão não ser úteis no momento, mas
quem sabe lá na frente não produzirão boas dinâmicas?
Idéias para pessoas com pouco tempo disponível
Nada substitui a presença, como falamos. Mas algumas idéias podem ser utilizadas para
fazer algo mais, mesmo durante a semana. Líderes sem tempo precisam reavaliar sua
dinâmica de vida, organizar melhor o tempo e aproveitá-lo da melhor forma possível,
principalmente se esse tempo for muito reduzido.
Convidar uma família para jantar com você pode ser uma boa idéia. Almoçar juntos ou tomar
café da manhã antes de irem para o trabalho. Acordar mais cedo para fazer o material de
discipulado.
Todos devemos comer, e podemos aproveitar estes momentos para compartilharmos. Utilize
todos os meios de comunicação disponíveis. Seja telefone, internet, carta, bilhetes,
informativo, etc. Alguns momentos podem levar horas, como a internet, mas outros podem
durar minutos, como no telefone. Isto deve ser feito para estímulo e prestação de contas.
Sirva de forma prática. Digamos que seu irmão está precisando de um conserto na pia da
cozinha. Você conseguiu com êxito consertar a sua na semana passada. Ofereça-se para
consertá-la. E muitas outras coisas que você pode fazer para abençoar seu irmão. Jamais
esqueça...
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Algumas coisas, com relação ao cuidado em situações específicas, a célula não pode, de
forma nenhuma, esquecer.
Visitar os doentes. Esta não é uma responsabilidade apenas do líder, mas de todos. Procure
saber se a pessoa pode receber visitas e se não deve comer algum tipo de alimento. Que tal
você ir fazer a visita levando uma cesta com o “Kit amor da célula”, contendo alimentos que
a pessoa pode comer, um livro que ela gosta de ler, etc.
Aniversários. Esquecer do aniversário do irmão da célula é algo que não deve ocorrer. Você
deve, pelo menos, ligar no dia. A célula também pode enviar uma mensagem fonada, cesta
de café da manhã, fazer uma festa surpresa e tudo o mais que a criatividade permitir.
Aniversário de casamento. Este é específico para células em que se reúnem casais. Quando
iniciar o ciclo, faça uma lista com o nome de todos, com endereço, telefone, data de
nascimento e data de casamento. Distribua entre os irmãos da célula. Não esqueça de
parabenizar pelo aniversário de casamento com, talvez, uma serenata. Você pode usar
idéias criativas também. Fique a vontade para, junto ao seu grupo, tornar a data
inesquecível.
Uma observação aqui é muito importante. Algumas ocasiões podem surgir em que a célula é
convidada para participar de uma festa de aniversário em que existem não crentes. Esta é
uma boa oportunidade para fazer amizades. Procure estimular seus liderados a criarem
vínculos com as pessoas. O líder deve pedir permissão para dar uma Palavra e fazer uma
oração. Se houver espaço, podem cantar louvores – isto se aplica, principalmente, se o
evento for feito por alguém da célula.
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ANEXOS
Termo de Compromisso do Líder deCélula
Comprometo-me em buscar e manter um relacionamento íntimo com Deus
através de uma vida de reflexão da Bíblia e oração. Entendo que tenho sido
chamado por Deus para exercer esse ministério, tendo coração aberto para
capacitação do Senhor ao desempenho do meu serviço no corpo de Cristo com
toda diligência e amor.
Comprometo-me em apoiar e interceder pela Primeira Igreja Batista de
Mirandópolis-SP, a fim de que a missão para a qual foi chamada possa ser
cumprida. Buscarei sempre viver segundo os princípios da Palavra de Deus e
ser um bom exemplo na família, igreja e sociedade.
Farei tudo que estiver ao meu alcance para manter um relacionamento de
unidade com os irmãos em Cristo, tratando as eventuais dificuldades com
transparência, submissão a Palavra do Senhor e oração.
Darei prioridade em minhas responsabilidades ministeriais aos encontros
regulares com a liderança da Igreja, comparecendo sempre no horário e
participando ativamente das atividades com disposição para servir e edificar o
próximo.
Em caso justificado da necessidade de ausência aos encontros, comunicarei
com antecedência ao líder.
Concordo em ser acompanhado e avaliado pela liderança no que tange ao
cumprimento dos alvos e responsabilidades: facilitar os encontros,
estimular e articular os membros da célula para a comunhão, evangelismo e
discipulado, preparar auxiliares de célula.
Comprometo-me em conduzir a célula de acordo com aquilo que tenho
aprendido nos treinamentos e orientações dadas pelo presbitério.
Estou disposto a receber orientação e caminhar, segundo a Palavra de
Deus, em submissão pastoral, a fim de avançar rumo “à maturidade, atingindo
a medida da plenitude de Cristo” (Efésios 4:13/NVI).
Estou ciente e de acordo com o presente termo de compromisso. Procurarei na
força do Espírito Santo manter-me fiel ao seu propósito.
Data: ______/______/______
Assinatura: _________________________________
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Termo de compromisso do participante da Célula
Comprometo-me em manter um relacionamento intimo com Deus através
de uma vida de reflexão da Bíblia e oração Comprometo-me em buscar no
Senhor qual o meu papel no corpo de Cristo e desempenhá-lo com toda
diligência e amor.
Comprometo-me em apoiar e interceder pela Primeira Igreja Batista de
Mirandópolis-SP., a fim de que a missão para a qual foi chamada possa ser
cumprida.
Darei prioridade aos encontros regulares das células, comparecendo
sempre no horário. Comprometo-me em estar envolvido com o grupo,
mantendo-me sensível a necessidade do outro e aberto a servir.
Em caso justificado da necessidade de ausência aos encontros,
comunicarei com antecedência ao líder do grupo. Estando ciente de que a falta
de assiduidade estará caracterizando o abandono da comunhão, podendo ser
excluído do grupo.
Estou disposto a receber orientação e caminhar segundo a Palavra de
Deus, em submissão ao meu líder e aos pastores.
Concordo em ser acompanhado e avaliado pela liderança no que tange ao
cumprimento das minhas responsabilidades com o grupo: prestar contas,
discipular ou receber discipulado, participar dos encontros, manter sigilo do que
for compartilhado no grupo, viver em comunhão e evangelizar.
Estou ciente e de acordo com o presente termo de compromisso.
Procurarei na força do Espírito Santo manter-me fiel ao seu propósito.
Data: ______/______/______
Assinatura: ______________________________________________
Primeira Igreja Batista de Mirandópolis-SP – Manual do Líder de Células
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Fazendo a avaliação de sua Célula
1. Combine com os seus liderados para realizar a avaliação em algum dos últimos encontros
do ano (talvez no penúltimo encontro).
2. Mostre que a avaliação é algo positivo e necessário para o crescimento do grupo.
Proporcione um momento de relembrar os alvos alcançados e as vitórias, bem como as
dificuldades que foram enfrentadas. Faça isto com o objetivo de animar e estimular os
irmãos. Evite mostrar a avaliação com algo ruim.
3. Se avaliação for muito boa, procure conduzir sua célula à humildade e gratidão a Deus.
Se for ruim, procure conduzir o grupo ao arrependimento, deixando claro que Deus sempre
nos dá uma oportunidade para começar de novo. Mostre que é possível aprender com os
próprios erros, evitando cometê-los no futuro.
2. A avaliação deve ser feita por todas as pessoas da célula. Estimule a participação.
3. O líder conduz a avaliação e preenche o questionário.
4. O questionário da página seguinte pode ser alterado pelo presbitério, de acordo com os
alvos do ano.
O que avaliar em cada questão:
a. Avalie se as pessoas foram sensíveis umas às outras. Consolaram-se? Ajudaram-se?
Houve compreensão, aceitação e perdão? Quando alguém da célula passou por alguma
dificuldade – física e/ou espiritual – os irmãos tomaram a iniciativa de orar e ajudar?
b. Avalie se as pessoas são comprometidas com o evangelismo na célula e
individualmente.
Mantiveram relacionamentos com não-crentes visando o evangelismo? Convidaram nãocrentes para encontros da célula? Envolveram-se no planejamento e preparo de células
evangelísticas?
c. Avalie se os irmãos estiveram dispostos a receber discipulado ou discipular
alguém. Os novos convertidos da célula estão recebendo discipulado? Os discipuladores
foram responsáveis? Os que estão recebendo discipulado estão comprometidos?
d. Avalie a participação dos liderados nos treinamentos e estudos bíblicos oferecidos
pela Igreja durante o ano. Estavam dispostos a participar com alegria? Murmuraram ou
deram desculpas para não participar? Conseguir concluir os treinamentos ou os estudos
bíblicos? Eram assíduos e pontuais nesses compromissos?
e. Avalie a freqüência com que seus liderados se encontram fora das reuniões. Vêemse apenas durante os encontros de célula e celebrações ou mantém vínculos durante a
semana? Os momentos de comunhão nesses casos é gasto com qualidade (oração e
ministração)? Esses encontros têm sido utilizados para o crescimento pessoal de seus
liderados?
f. Avalie o compromisso de seus liderados com os encontros semanais. Preocupam-se
em chegar no horário? Quando não podem ir ao encontro, ligam com antecedência para
avisar ao líder? Priorizam os encontros ou têm o hábito de faltar sem motivo justificável?
g. Avalie o respeito e a submissão dos liderados. Avisam com antecedência quando é
necessário faltar ao encontro de célula? Prestam contas ao líder quando faltam a
celebração? São abertos para ouvir conselhos de seus líderes?
h. Avalie a disponibilidade dos seus liderados para servirem uns aos outros e a igreja.
Estão envolvidos em algum ministério ou servem quando são solicitados? Procuram se
envolver em alguma atividade onde são necessários? Colocam seus dons e talentos à
disposição da célula e da igreja?
i. Avalie se seus liderados contribuem com alegria, zelo e liberalidade. Quando podem
contribuir, ficam felizes em fazê-lo? Deixam de contribuir por qualquer motivo? Planejam
suas contas para ofertarem com mais freqüência? Procuram obter informações sobre as
necessidades da igreja? Entende que é sua responsabilidade contribuir financeiramente com
as atividades da Comunidade?
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Ficha de Avaliação da Célula
Líder: __________________________
Auxiliar: _________________________
Componentes: _____________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Data da avaliação: ________/_______/______
a. Com relação ao cuidado mútuo, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
b. Com relação ao compromisso com o evangelismo, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
c. Com relação ao discipulado, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
d. Com relação a participação dos liderados em treinamentos, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
e. Com relação a comunhão fora dos encontros, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
f. Com relação a freqüência e pontualidade nos encontros de célula, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
g. Com relação a freqüência nas celebrações, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
h. Com relação a participação nos encontros da célula, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
g. Com relação a submissão ao líder da célula, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
h. Com relação a disponibilidade para servir, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
i. Com relação a contribuição financeira, considera-se o grupo:
( ) ótimo ( ) bom ( ) regular ( ) ruim ( ) péssimo
Por quê? __________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
Acrescente outras informações: testemunhos, lutas, sugestões, etc.
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