Uma tinta para acabar com o papel | 07/12/1999

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Uma tinta para acabar com o papel | 07/12/1999
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EXAME Edição(652) 07/12/1999 [imprimr]
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Uma tinta para acabar com o papel | 07/12/1999
Como a impressão eletrônica está transformando o mercado editorial
Por Joseph Jacobson
Quando Gutenberg imprimiu seus primeiros livros, sua intenção não era que fossem portáteis. Afinal,
foram feitos para concorrer com manuscritos repletos de iluminuras, extremamente pesados (e muitas
vezes presos a mesas por correntes). A idéia de que fosse possível andar por aí com um livro na mão só
surgiu em 1 500, quando Aldus Manutius criou esse conceito revolucionário - e liberador. O primeiro
jornal leve como papel (The Relation, editado por Johann Cartolus em Estrasburgo) só apareceu em
1609. No mundo da informática, a mesma revolução - do pesado mainframe para o computador que não
pesa quase nada - já está bem encaminhada.
Os computadores portáteis de hoje parecem milagres de design e potência. Mas, mesmo levando em
conta quanto já avançaram, não se comparam à qualidade do papel como portador de informações:
ultraleve, ultrabarato, de altíssima qualidade. O único problema é que as informações contidas em papel
não podem ser atualizadas. Imagine uma folha de papel eletrônico que pudesse se compor sozinha,
recebendo dados remotos. Os elementos-chave dessa novidade já existem concretamente no Laboratório
de Mídia do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), gerando a perspectiva de artefatos
portáteis de informação que seriam essencialmente destituídos de peso e onipresentes.
O principal avanço, que começará a ser visto em muitos lugares já em 1998, é um novo tipo de tinta, a
tinta eletrônica. Essa substância que parece mágica pode ser aplicada sobre qualquer superfície, mas,
diferentemente da tinta normal, pode ser composta eletronicamente. Pode ser mudada, apagada e
recomposta instantaneamente. A tinta em si, um polímero, não custa caro e não exige potência
eletrônica para manter sua imagem.
Essa descoberta anuncia o início do fim do livro publicado. A indústria editorial convencional já está
morrendo. Livros, revistas e jornais já atingiram um platô de vendas nos Estados Unidos de mais ou
menos 100 bilhões de dólares anuais. As vendas de telas planas, base de todos os computadores
notebooks e das telas superfinas que começam a acompanhar nossos computadores de mesa, estão
crescendo rapidamente, aproximando-se dos 30 bilhões de dólares - mas essas telas ainda são muito
pesadas, muito caras e consomem muita energia. A tinta eletrônica possibilita a fusão dos dois mundos:
a edição convencional em papel e a informação eletrônica.
Essa mudança radical se dá numa feliz coincidência com outra: o crescimento geométrico da nossa
capacidade de armazenar informações eletronicamente a um custo que está caindo rapidamente. Ou seja,
a chegada da armazenagem compacta de dados. Considere o seguinte. Um livro consome cerca de um
milhão de bytes de dados sob forma convencional, não comprimida. Mas basta compactar esses dados e
um disco do tamanho de um cartão de crédito se torna capaz de conter 350 livros.
Em 1998, os disk drives baseados num novo fenômeno físico, a magneto-resistência gigante, serão
comercializados e poderão conter entre 3,5 bilhões e 35 bilhões de bytes, no mesmo formato pequeno.
Isso significa mais livros (35 000 para o disco com capacidade maior) do que qualquer indivíduo
provavelmente vá ler. Junte-se isso às páginas impressas em tinta eletrônica, e 1998 passa a nos oferecer
a perspectiva não de novos livros, mas dos derradeiros livros.
Com potência computadorizada tão leve assim, as pessoas vão voltar sua atenção dos livros e da
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informação para um uso novo, mais universal: a roupa. Os computadores wearable (ou seja, que podem
ser vestidos) - nos quais a tinta eletrônica e a tecnologia de computadores fazem parte integrante do
tecido e do molde da roupa - não vão demorar a se tornar uma coisa comum. Os estilistas e os cientistas
da computação vão se juntar para embutir máquinas e materiais inteligentes na roupa do dia-a-dia.
Muitas pessoas hoje em dia carregam computador, telefone celular, relógio e carteira, todos separados.
Os teclados embutidos e tecidos condutores, inventados por Rehmi Post e Maggie Orth, no MIT, vão
permitir que essas coisas sejam embutidas diretamente nas roupas. Com a tinta eletrônica, as roupas vão
poder mudar de cor e desenho e exibir informações.
O dinheiro vivo, que já é perigosamente leve, vai ficar ainda mais leve em 1998. As transações
comerciais vão proliferar na Web, passando ao largo dos bancos, das lojas e dos intermediários. Nessa
área a tecnologia já está implantada, e a única mudança em nossas vidas é a rapidez com que está sendo
adotada. A próxima grande transformação se dará na área das compras diárias. Os cartões inteligentes
(smart cards) já são muito mais usados na Europa que nos Estados Unidos. Essa situação vai mudar com
uma nova modificação desenvolvida por Neil Gershenfield, do Laboratório de Mídia do MIT, que
expande os limites da tecnologia até as etiquetas. Elas podem conter elementos eletrônicos ativados e
lidos por campos eletrostáticos remotos para que revelem informação. A última novidade é uma etiqueta
com potência de processamento de um computador embutido - potência essa que pode ser ativada e
utilizada pelo campo eletrostático.
Essas etiquetas vão formar a base de um novo sistema de dinheiro vivo. Vão se tornar tão onipresentes
quanto os códigos de barra e, com o tempo, vão substituí-los. Durante 1998 serão lançadas as bases de
um sistema pelo qual o consumidor vai poder entrar numa loja, selecionar os artigos desejados e sair
com eles debaixo do braço. Tanto o consumidor quanto o lojista estarão tranqüilos, sabendo que as
mercadorias foram corretamente contabilizadas, e seu custo, deduzido de maneira segura de um cartão
inteligente de leitura remota.
O melhor não é a tecnologia em si, mas o grau em que ela é capaz de conferir poder e independência às
pessoas. Isso é importante sobretudo para as crianças. Em 1998 será lançado um programa (com fundos
obtidos de diversas partes do mundo) para colocar 1 bilhão de crianças on-line. O programa, chamado
2B1, foi idealizado por Nicholas Negroponte. Sua implementação terá início no Sudeste Asiático, na
África e na América do Sul. Seu núcleo é o desenvolvimento de uma interface portátil para a Internet,
conectada a satélite, que custa apenas 150 dólares e foi projetada especificamente para a produção de 1
bilhão de unidades.
* Joseph Jacobson é professor de mídia, artes e ciências no Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT)
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INFO EXAME 01/03/2002 [imprimr]
tecnologia
A era do chip implantável | 01/03/2002
Brasileiros se ofereceram para testar os chips de identificação pessoal. Objetivo: mais segurança
Por John C. Dvorak é um jornalista americano
Uma das mais novas tendências em curso nos Estados Unidos envolve tecnologias de segurança, com
novas empresas sendo criadas e empresas estabelecidas ganhando notoriedade. As razões para esse
súbito interesse em segurança são óbvias e uma nova palavra parece ganhar um lugar permanente nos
dicionários. Trata-se de "nine-one-one", em geral escrita como 9-11 ou 911, e se refere aos nefastos
eventos de 11 de setembro do ano passado.
Quando se dá ênfase a tecnologias especializadas como segurança, acaba-se gerando o aparecimento de
produtos desenvolvidos por causa da tendência. Muitos desses produtos são criados pelos militares ou
outros setores do governo e, em geral, não são comercializados imediatamente. Só quando os
empreendedores conseguem pôr a mão nessas invenções é que elas se tornam produtos utilizáveis pelo
consumidor comum. A demonstração mais clara disso foi dada pelo programa espacial da Nasa e do
governo americano. Dele resultaram muitas tecnologias de chips hoje usadas por todo mundo.
Por volta de 11 de setembro, anunciou-se a criação de chips implantáveis sob a pele que, no futuro,
facilitariam a identificação de qualquer pessoa, além de permitir sua localização. Antes daquela data,
todo mundo pensou que um tal chip seria uma intolerável invasão de privacidade.
Logo se imaginou que certas classes sociais ou raças poderiam ser discriminadas com o uso de uma
tecnologia desse tipo. Depois, essas considerações foram esquecidas e agora o chip é visto como uma
"boa idéia". Enquanto os americanos tentavam decidir se se trata de uma boa ou má tecnologia, cidadãos
de outros países se ofereceram como voluntários para utilizá-la e receber o implante.
O Brasil está no topo da lista. Os primeiros "chipados" (um termo emergente que significa ter um chip
implantado no corpo) foram quatro cidadãos da Flórida, mas autoridades brasileiras estão vindo para os
EUA para receber o implante, devido à recente onda de seqüestros em São Paulo. Segundo fontes,
ocorre um seqüestro a cada 35 horas na cidade. Tenho certeza de que isso não é um bom cartão-postal
para o turismo. Boa parte da América Latina sofre com esse problema.
Na Cidade do México, alguns anos atrás, contaram-me que lá poucas pessoas que têm dinheiro se
arriscam a dirigir um Mercedes. Para não se tornar alvos de seqüestradores, os endinheirados optam por
velhos Fords e Volkswagens.O chip implantável é desenvolvido pela Applied Digital Solutions, de Palm
Beach, Flórida. É um pequeno dispositivo em formato de cápsula chamado VeriChip. Ele incorpora
chips conhecidos como radio-frequency identification (RFID) e um transmissor embutido num pacote
de silicone e vidro, com11 milímetros de comprimento por 2 de largura. Sua utilização original deveria
ser a coleta de informações médicas, a fim de identificar portadores de doenças como diabetes. Agora
está surgindo o uso do VeriChip como instrumento de identificação pessoal.
Embora esse chip não inclua um circuito de rastreamento no estilo GPS para localizar pessoas a longa
distância, acredita-se que seja apenas uma questão de tempo até que novas versões incluam essa
capacidade. Basta que o primeiro chip seja aceito pelo público e logo virão outros, inclusive para ser
usados contra seqüestros e outros crimes. Na verdade, quando essa tecnologia estiver em toda parte, os
criminosos também terão acesso a ela e serão capazes de desabilitar o dispositivo implantado nas
vítimas de seqüestro.
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Tecnologias de rastreamento como essas só funcionam se não forem muito populares. Nos EUA existe
um sistema anti-roubo automático chamado Lojak, que é um pequeno transmissor que sempre informa
onde está o carro. Como se trata de uma solução cara, esse aparelho é eficaz porque poucos automóveis
o têm e os ladrões não esperam encontrá-lo. Se todos os carros tivessem o Lojak, a primeira coisa que
um ladrão faria seria encontrá-lo e desativá-lo. Assim, as vantagens da tecnologia seriam reduzidas a
zero. Nesse nível, ou a tecnologia morre porque não tem outros usos ou se torna universal e, portanto,
não confere vantagem.
Hoje a computação de mesa aponta para a universalidade. Embora ela não ofereça mais uma vantagem
competitiva, ninguém quer usaruma máquina de escrever ou fazer contabilidade manualmente. O chip
implantado pode assumir um rumo similar. Poderá parecer normal monitorar as crianças com essa
tecnologia ou entrar e sair das lojas e efetuar transações em tempo real, já que você está sendo rastreado.
Imagino que certas pessoas vão enxergar tudo isso como algo muito chique e esperto. Pessoalmente, não
gosto desse tipo de coisa porque, invariavelmente, leva ao fascismo.
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EXAME 17/04/2003 [imprimr]
tecnologia
O futuro da cadeia de abastecimento | 17/04/2003
Por Roberta Paduan
De acordo com Stephen David, as etiquetas eletrônicas devem substituir o código de barras em questão
de anos. “Trata-se de uma tecnologia com um potencial de aplicação muito maior do que hoje
conseguimos imaginar”, diz. Leia abaixo a entrevista completa que David concedeu à EXAME:
EXAME: Que tipo de benefício as etiquetas eletrônicas podem trazer às empresas?
Stephen David: Elas tornarão toda a cadeia de abastecimento mais inteligente e automatizada, o que
trará ganhos para todos: fornecedor, fabricante, varejista e consumidor. Pelo fato da e-tag armazenar
uma grande quantidade de informação e não necessitar de intervenção manual para ser “lida”, permite
que a vida de um produto seja monitorada desde a sua fabricação até o momento de ele ser jogado no
lixo. Aliás, a indústria de reciclagem pode ser tremendamente beneficiada com essa tecnologia. Uma
das etapas mais demoradas e caras do processo de reciclagem é a separação de embalagens por tipo de
material e por cor, informações que as etiquetas eletrônicas podem conter.
EXAME: E para as empresas no geral?
David: Tanto a indústria, quanto o varejo perderão menos vendas por falta de produtos nas prateleiras,
pois saberão em tempo real quantos produtos estão no estoque. Ambos também ganharão com a redução
de inventário, já que a visibilidade das informações diminuirá nossa dependência de previsões – que
nem sempre estão certas.
EXAME: Mas como é possível ter toda essa visibilidade?
David: É preciso que cada item, cada caixa e cada palete de um armazém, por exemplo, tenham suas
etiquetas inteligentes e que o ambiente seja provido de uma rede sem fio para que as etiquetas sejam
acessadas por leitores de rádio-freqüência (a tecnologia que lê os microchips das etiquetas). Isso tudo, é
claro, ligado a sistemas de computador programados a partir de regras do negócio. São eles que darão os
alertas de que um determinado produto precisa ser reposto porque chegou a um estoque mínimo, por
exemplo. Estenda-se isso aos sistemas compartilhados por várias empresas na internet e chega-se lá.
EXAME: O senhor falou de benefícios para os consumidores. Quais são eles?
David: Primeiro, sofrerão menos frustrações por não encontrar o que procuram nas lojas. Também
enfrentarão menos filas nos caixas do varejo. Daqui a 10 anos, talvez não seja necessário tirar todos os
itens do carrinho ao passar pelo caixa no supermercado. As e-tags são lidas sem a necessidade de passar
uma a uma pelo leitor, como acontece com os códigos de barras atuais. As etiquetas eletrônicas também
garantirão a autenticidade dos produtos, pois conterão mais informações.
EXAME: A quanto tempo estamos dessa realidade?
David: O Auto ID Center –- grupo de pesquisas sediado no MIT, responsável por desenvolver a infraestrutura e o padrão universal das e-tags --, prevê o lançamento das especificações do padrão global das
etiquetas ainda no terceiro trimestre deste ano. Em 2004 e 2005 esperamos ver a adoção das etiquetas
nos paletes e nas caixas, para só depois começarmos a assistir a adoção em massa das e-tags nos itens
individualmente.
EXAME: As etiquetas eletrônicas vêm sendo pesquisadas desde a segunda guerra mundial. Por
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que ainda não foram adotadas como ferramenta de logística?
David: Por duas razões principais. Primeiro, porque não há um padrão de troca de informações por
rádio-freqüência. Atualmente, há mais de 100 protocolos diferentes sendo utilizados. O segundo fator
tem a ver com custos. Para ser adotada em grande escala, tanto as etiquetas quanto os leitores têm de ter
um preço viável. Há cerca de dois anos cada etiqueta custava cerca de 1,2 dólar. Atualmente custam em
torno de cinco centavos de dólar. Os leitores estão na faixa de 500 dólares, mas em dois ou três anos
estarão custando em torno de 100.
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EXAME Edição(790) 17/04/2003 [imprimr]
tecnologia
Etiqueta esperta | 17/04/2003
Conheça a e-tag, a sucessora do código de barras
Por Roberta Paduan
David: "A cadeia de
abastecimento vai ficar
mais inteligente"
O americano Stephen David, CIO da Procter & Gamble, é um dos maiores
entusiastas de uma tecnologia que está prestes a sair dos laboratórios para
entrar no dia-a-dia das pessoas. Trata-se da e-tag -- etiqueta eletrônica que
será uma espécie de versão turbinada do código de barras. Segundo David, as
e-tags promoverão uma revolução no sistema de informações das cadeias de
suprimentos. Da matriz da P&G na cidade de Cincinnati, em Ohio, David
falou a EXAME. Ele estava se preparando para uma viagem ao Brasil. No
dia 24 de abril, em São Paulo, dará uma palestra no seminário A Etiqueta
Inteligente e o Futuro da Cadeia de Abastecimento, promovido pela
Associação ECR Brasil.
Quais as vantagens da e-tag em relação ao código de barras?
As e-tags são capazes de identificar individualmente cada produto. Graças a um microchip que
armazena mais informações do que o código de barras, será possível saber a data e o local exatos em
que uma determinada caixa de sabão em pó foi produzida e quando foi transportada. Sua leitura não
requer intervenção humana. Os chips são lidos remotamente por antenas que formam uma rede sem fio
de radiofreqüência.
Que benefícios isso traz?
Toda a cadeia de abastecimento fica mais inteligente, abrindo caminho para que a vida de um produto
seja monitorada desde a sua fabricação até o momento de ser descartado. A reciclagem pode ficar mais
viável, já que uma das etapas mais caras desse processo é a separação de embalagens por tipo de
material e cor -- informações que as e-tags podem carregar. Fabricantes e varejistas também perderão
menos vendas por falta de produtos nas prateleiras, pois saberão a posição exata de seus estoques em
tempo real.
E os consumidores, ganham o quê?
Eles deverão enfrentar menos filas. É bem possível que daqui a dez anos não seja necessário tirar tudo
do carrinho na hora de passar pelo caixa, pois os chips das etiquetas podem ser lidos sem que seja
necessário passar os produtos um a um, como acontece com o código de barras atuais. As etiquetas
eletrônicas também dificultarão a falsificação dos produtos por possibilitar que cada item tenha uma
identidade própria.
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EXAME 22/04/2003 [imprimr]
empresas
Unindo várias pontas | 22/04/2003
Por Roberta Paduan
Fazer mais com menos ou, ainda, o que não era possível. Esse é o papel da tecnologia em qualquer
atividade -- quando empregada com inteligência, é claro. Em logística não foi diferente. Os recursos
tecnológicos revolucionaram o planejamento, o transporte e a armazenagem de produtos, as três grandes
partes que compõem o processo logístico. Armazéns inteligentes, rastreamento de cargas, reposição
automática de estoque... Todos esses conceitos só puderam ser colocados em prática graças a um arsenal
tecnológico que conecta máquinas, produtos, armazéns, caminhões e empresas. Veja as principais
tecnologias que transformaram a logística nos últimos 15 anos:
O pai do e-mail
A comunicação via EDI (eletronic data interchange) é uma versão embrionária do e-mail. A
comunicação era feita em redes privadas, ou seja, era necessário criar conexões específicas para que a
comunicação ocorresse.
Softwares que cortam caminhos
Os roteirizadores são softwares que definem os melhores caminhos para que as várias entregas de um
mesmo caminhão sejam feitas da maneira mais rápida e econômica possível. Como evolução dos
roteirizadores surgiram também os sistemas de gestão de transporte (transport management system),
acoplados aos ERPs, que incluem roteirização e agendamento de entregas
Triângulo produtivo
De 1995 para cá, os armazéns começaram a receber redes sem-fio de rádio-freqüência para trabalhar em
conjunto com leitores de código de barras. Os códigos de barras servem para identificar as categorias de
produtos, caixas, paletes e os corredores onde as mercadorias são armazenadas.
Armazéns inteligentes
Os WMS (warehouse management system) ou sistemas de gerenciamento de armazéns são programas
de computador que informam, por exemplo, a ordem em que os produtos devem ser retirados das
prateleiras para não passarem da validade, caso sejam perecíveis. Ou, ainda, quais podem ou não ser
armazenados em locais próximos para evitar riscos de contaminação. Esses softwares avisam até se o
funcionário deve fazer a retirada ou estocagem dos produtos com empilhadeira ou não. Em galpões que
podem ocupar vários quarteirões, trata-se de um tremendo ganho de produtividade.
A integração total
A integração dos vários departamentos da empresa -- estoque, produção, vendas e financeiro -- facilitou
todo o planejamento logístico. Tal integração começou acontecer na segunda metade da década de 90,
com a adoção dos sistemas integrados de gestão, os ERPs.
O big brother das cargas
O GPS (sistema de geoposicionamento por satélite) passou a ser adotado para monitorar a localização
de carros, caminhões, trens ou navios em tempo real. No Brasil, o receio do roubo de cargas continua
sendo a razão principal para a adoção da tecnologia. De quebra, o acompanhamento dos meios de
transporte facilita a gestão do recebimento e expedição de cargas -- o que em setores, como o
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petrolífero, é crucial para a continuidade da produção.
Rede de produtividade
A facilidade de comunicação pela internet acendeu uma luz nos vários caminhos da logística.
Fabricante, transportador e clientes agora conseguem trocar informações rapidamente e a um custo
muito mais baixo que a comunicação via EDI.
Tudo ao mesmo tempo agora
Os ASPs (advanced planning system), ou sistemas avançados de logística, estão começando a ser
adotados por empresas brasileiras. Com esses sistemas, o planejamento da distribuição e as análises do
transporte adequado, do roteiro, das empresas que prestam o serviço são realizados simultaneamente ao
planejamento da produção. Essa integração permite que as alterações na produção ou na distribuição
não atrapalhem -- ou atrapalhem o menos possível -- o fluxo da cadeia de abastecimento.
A próxima onda
As etiquetas eletrônicas, ou e-tags, estão sendo testadas em laboratórios para suceder o código de barras.
A aposta é que essas etiquetas -- que identificarão cada produto individualmente -- abrirão caminho para
o que vem sendo chamado de comércio silencioso. A aposta é que elas também facilitem o caminho do
que parece ser o próximo modelo de gestão das cadeias de abastecimento: o CPFR (sigla em inglês para
algo próximo a planejamento, previsão e reposição colaborativos entre empresas). Nesse mundo ideal,
as empresas estarão conectadas com seus fornecedores e clientes selecionados. Todos estarão tão
afinados em processos e sistemas informatizados, que serão capazes de planejar melhor a produção, a
distribuição, além de repor automaticamente os estoques.
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EXAME Edição(793) 22/05/2003 [imprimr]
empresas
Com que etiqueta eu vou? | 22/05/2003
A catarinense Haco domina 70% de seu mercado. Mas sem um salto tecnológico a liderança pode ser
ameaçada
Por Suzana Naiditch
Lowndes: "Os fornecedores
de tecnologia vão nos
disputar"
Um caminhão carregado de camisas passa pelo portão do depósito de uma
grande rede de lojas. Um leitor especial, colocado na entrada, identifica a
mercadoria e, automaticamente, todas as informações sobre as camisas são
transmitidas para o estoque da rede: quantidade, tamanhos, cores, data de
fabricação, tipo de tecido, tudo. Cena futurística? Sim. Só não se sabe quão
próximo está esse futuro. A adoção em massa das etiquetas inteligentes, ou
smart tags -- microchips acoplados a uma antena de cobre contendo
informações de cada produto, num volume muito maior do que fazem hoje os
códigos de barras, cuja leitura é feita remotamente por radiofreqüência --,
poderá ocorrer num período que varia de dois a dez anos. Pelo menos, é o
que prevêem os especialistas.
É nisso, também, em que acredita o executivo carioca Ricardo Guedes Lowndes, de 53 anos,
superintendente da catarinense Haco, a maior fabricante de etiquetas tecidas da América Latina. Tratase de uma crença que -- caso seja seguida -- pode significar a mudança ra dical de uma empresa criada
há 75 anos por imigrantes alemães, dona de quase 70% de seu mercado. (Em 2002, o faturamento da
Haco chegou a 97 milhões de reais. Neste ano, deve bater em 120 milhões.) Nos corredores da empresa,
com sede em Itoupava, um distrito de Blumenau, o desenvolvimento e a colocação da etiqueta
inteligente -- antes que qualquer concorrente o faça -- vêm sendo considerados uma espécie de senha
para a manutenção da liderança daqui em diante. E, talvez, até uma questão de sobrevivência. "Para os
fabricantes, não haverá outra saída senão produzir suas etiquetas com o chip", diz Marcel Spitalnik
Konforti, coordenador do Comitê de Comércio Eletrônico da Associação ECR Brasil, entidade focada
na busca de padrões que permitam a redução de custos e o aumento de eficiência na cadeia de produção.
"Só assim eles conseguirão se manter no mercado."
Enquanto o futuro não chega, a Haco tenta inovar tecnologicamente num produto que, na maioria das
vezes, passa despercebido pelo consumidor. Em outubro do ano passado, a empresa deu o primeiro
passo rumo à etiquetagem eletrônica com o lançamento de etiquetas antifurto. O modelo leva um sensor
que é desmagnetizado no caixa e substitui aquelas peças de plástico rígido que ficam presas às
mercadorias e são retiradas no ato do pagamento nas lojas e nos supermercados. Em 1998, a Haco já
havia lançado uma linha antipirataria, que utiliza um fio de segurança como o das notas de dólar.
Há um ano, a Haco vem mantendo contato com empresas como Texas, Philips, Intel e Siemens, todas
envolvidas no desenvolvimento da etiqueta eletrônica. "Quem fizer primeiro será nosso parceiro", diz
Lowndes. "Os fornecedores de tecnologia vão nos disputar porque temos 70% do mercado e eles
precisam encontrar novas formas de escoar suas inovações."
A concorrência, ao que tudo indica, vê o futuro de forma muito parecida. A Helvetia, vice-líder do
mercado, com sede no bairro do Pari, na zona Norte de São Paulo, se aliou a parceiros internacionais,
como a alemã Rinke Etiketten e a americana Sensormatic, para criar a própria etiqueta de segurança. O
desenvolvimento da e-tag é a próxima meta da Helvetia.
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Novidades tecnológicas sempre esbarram em questões como custo e quem vai pagar a conta. A etiqueta
antifurto, desenvolvida pela Haco em parceria com a americana Checkpoint, custa prat icamente o
dobro de um produto convencional. (A primeira versão, concebida há dois anos e meio, era 80% mais
cara que o modelo atual.) "Comercialmente, isso só deve estourar em três ou quatro anos", diz José
Galló, superintendente da Renner, rede com 55 lojas de roupas, controlada pelo grupo americano
JCPenney. Segundo Lowndes, esse negócio mudará definitivamente de configuração quando o preço do
chip chegar a menos de 1 centavo de dólar. (Hoje, em alguns centros de pesquisa como o MIT, já se
consegue um custo de 10 centavos de dólar por unidade.)
Na luta contra o tempo para implantar a etiqueta inteligente em larga escala, a Haco tem a seu favor um
histórico bem-sucedido de mudanças provocadas pelo avanço da tecnologia. Mesmo que essas
inovações signifiquem acabar com algo tradicional dentro da empresa. Em 1985, quando foram
instalados os primeiros teares eletrônicos, o Patrão, como era chamado Carl Heinz Conrad -- filho dos
funda dores da Haco, antecessor e sogro de Lowndes --, chorou. Por 25 anos, os teares da Haco haviam
sido feitos dentro da própria empresa, de madeira. Desde então, a evolução tecnológica foi muito rápida.
Os teares eletrônicos foram substituídos por outros mais velozes, a jato de ar. Os distintivos da Seleção
Brasileira, confeccionados pela empresa desde meados dos anos 60, demoravam 1 hora para ser
produzidos nos teares de madeira. Hoje, com os novos equipamentos, não levam mais de 10 minutos. O
avanço da tecnologia também permitiu inovações como as etiquetas com corte a laser, de efeito
metalizado, perfumadas, que não irritam a pele ou fosforescentes.
Com o avanço das etiquetas inteligentes, Lowndes pretende ampliar significativamente o número de
clientes. Atualmente, eles se concentram nos setores têxtil e de calçados. "Com as etiquetas de papel
com o sensor antifurto já estamos tentando nos aproximar dos supermercados", diz ele. Também será
reforçada a atuação no mercado externo. Hoje, a Haco vende 35% da produção de etiquetas e tecidos
jacquard para 30 países. Desde 1993, mantém uma unidade na cidade portuguesa de Covilhã, importante
pólo têxtil da Europa. Neste ano, uma fábrica da empresa inaugurada em 2000 no Ceará vem sendo
ampliada -- 9 milhões de reais serão investidos em obras e em novos teares. Ao todo, a Haco tem 1 300
funcionários e ainda utiliza o serviço terceirizado de microempresas da região de Itoupava, em Santa
Catarina.
A beleza da vila, cercada por morros e matas nativas, atraiu a alemã Johanna Conrad. Em 1928, pouco
tempo depois do final da Primeira Guerra Mundial, ela chegou a Santa Catarina com o propósito de
visitar um irmão e procurar alternativa a uma Alemanha enfraquecida. O marido, Henrich Conrad,
dedicava-se na época a construir estradas na África. Em Itoupava, Johanna comprou uma fábrica de
cadarços e fitas. Chamou o marido para tocar o negócio com ela no Brasil e, três anos mais tarde, o filho
do casal, Carl Heinz, então com 7 anos, veio da Alemanha juntar-se aos pais. Carl começou a trabalhar
aos 14 e, aos 23, assumiu o comando da fábrica. Em 1943, introduziu as etiquetas. Com a morte do pai,
em 1960, Heinz impulsionou o desenvolvimento da Haco com seu estilo peculiar de gestão para a
época. Conhecia cada funcionário pelo nome e dividia com eles as decisões. Teve duas filhas: Conny,
mulher de Lowndes, e Tania, casada com o empresário catarinense Ge rhard Fritzche, ex-dono da têx til
Sulfabril, envolvido num ainda não solucionado caso de falência fraudulenta. Heinz morreu em 1999,
aos 70 anos, e deixou a Haco, em testamento, para a filha Conny. Tania ficou com outros bens da
família.
Como genro, herdeiro e sucessor de Heinz, Lowndes, filho de um banqueiro inglês, tem um enorme
desafio nas mãos. Um deles é, como ele próprio admite, fazer com que a Haco dê um salto tecnológico e
se adapte às novas circunstâncias do mercado. Outro -- talvez ainda maior -- é permitir que, diante de
todas as oportunidades e riscos que elas trazem, a empresa sobreviva e cresça.
IDENTIFICAÇÃO DE UMA EMPRESA
Maior fabricante de etiquetas tecidas do Brasil, a Haco também exporta para 30 países da Europa,
América do Norte e América Latina. Veja alguns de seus números:
FATURAMENTO 97 milhões de reais em 2002 e previsão de chegar a 120 milhões de reais em
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2003
PRODUÇÃO 3,5 bilhões de etiquetas por ano
PARTICIPAÇÃO 70% do mercado brasileiro
Fonte: empresa
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EXAME Edição(799) 15/08/2003 [imprimr]
gestao
Não estão entregando | 15/08/2003
As ferramentas de integração da cadeia de suprimentos prometem muito, mas o nível de satisfação com
elas é baixo
Por Maria Luisa Mendes
ERP, WMS, EDI, APS...
Não passa muito tempo sem que apareçam novas tecnologias revolucionárias de três letras prometendo
mais eficiência no gerenciamento da cadeia de suprimentos. A última novidade são as etiquetas
inteligentes. Monitoradas por rádio, essas etiquetas de identificação permitem que todo o movimento
dos estoques seja rastreado em tempo real. Mas até que ponto as empresas estão realmente conseguindo
melhorar a gestão de suas cadeias com a ajuda dessas invenções? Uma pesquisa que acaba de ser feita
pela consultoria Booz Allen & Hamilton com 196 grandes empresas de vários países mostra que a
colheita de resultados está bem abaixo das expectativas dos executivos.
Em 2002 os investimentos em tecnologias para gestão de cadeias de suprimentos chegaram a 19 bilhões
de dólares. Nos próximos dois anos essa cifra pode quase dobrar. Apesar disso, poucas empresas
parecem estar atingindo os objetivos pretendidos -- 45% das empresas que participaram da pesquisa da
Booz Allen afirmaram que os resultados obtidos com suas ferramentas de tecnologia da informação
aplicadas ao gerenciamento da cadeia de suprimentos estão abaixo do esperado. Entre os benefícios
pretendidos estão ganhos
de eficiência, como redução de estoques
e maior satisfação dos clientes, e confiabilidade na entrega. Por que a tecnologia não as está ajudando a
atingir essas metas? As principais razões apontadas são impossibilidade de fazer previsões, dificuldade
de implementar esses sistemas e ilusão quanto ao que
as tecnologias são capazes de prover.
"A conclusão não é que as tecnologias
não funcionam ou não são necessárias", diz Luiz Vieira, o consultor da Booz Allen responsável pela
pesquisa no Brasil
(18% da amostra são empresas da América Latina). "Mas elas pouco adiantam sem determinados
esforços."
O grande esforço deve partir do principal executivo. Nas corporações em que a tarefa de melhorar a
gestão da cadeia de suprimentos está na agenda estratégica do CEO, a redução anual de custos nos
processos que fazem os produtos chegar aos clientes foram de 8%, ante 4,4% nos casos em que apenas
os funcionários subalternos estavam fazendo alguma coisa. Claro que qualquer meta com a qual o CEO
se comprometa -- mesmo que a luta seja por limpeza nos banheiros masculinos dos escritórios -- tende a
ser mais fácil de alcançar. Mas,
no caso da cadeia de suprimentos, sua participação é fundamental, sob o risco de o aprimoramento da
cadeia se transformar numa desgastante batalha interna.
O que é mais confortável para a produção (trabalhar com mais estoques de segurança, por exemplo) não
é necessariamente a melhor prática para
o marketing (fazer apenas o produto certo para o cliente certo). "Os conflitos
de interesses são normais", diz Vieira.
"E é papel do CEO ser o fiel da balança."
ESPERANÇAS E FRUSTRAÇÕES
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O que as empresas esperavam dos sistemas de gestão de cadeia de suprimentos... (em % de
respostas)
Redução de estoques
80
Maior satisfação dos clientes
71
Maior confiabilidade de entrega
69
Redução dos custos de transação
60
Redução dos tempos de ciclo
49
Redução de pessoal de gestão da cadeia de suprimentos
49
Redução de preços de compra de materiais
37
Melhoria no percentual de pedidos completos
34
...e por que elas não estão realizando os objetivos (em % de respostas)
Inabilidade para desenvolver previsões
56
Questões de implementação e atrasos (relacionados aos negócios)
48
Expectativas irrealistas do impacto da tecnologia
44
Inabilidade para integrar políticas e objetivos entre empresas
41
Incompatibilidade entre modelos e processos entre empresas
33
Falta de participação dos clientes e fornecedores
30
Questões de implementação e atrasos (relacionados à tecnologia)
22
Incompatibilidade entre dados e informações
19
Limitações físicas da cadeia
15
Custos de implementação acima do orçado (relacionados à tecnologia)
11
Custos de implementação acima do orçado (relacionados ao negócio)
4
Pesquisa com 196 empresas no mundo, das quais 14% faturam menos de 100 milhões de dólares por
ano, 28% de 100 milhões a 499 milhões, 14% de 500 milhões a 999 milhões, 28% de 1 bilhão a 4,9
bilhões de dólares e 16% faturam 5 bilhões ou mais por ano
Fonte: Booz Allen & Hamilton
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EXAME 823 30.07.2004 [imprimr]
tecnologia
Esta etiqueta é inteligente | 30.07.2004
O substituto do código de barras promete acabar com a fila nos supermercados
Por Sérgio Teixeira Jr.
Brendan Smialowski / Getty
Images
Fim das malas perdidas:
uma das aplicações da nova
tecnologia é o controle de
bagagens nas companhias
aéreas
A cada 1 000 malas transportadas nos vôos da companhia americana Delta
Airlines, quatro vão parar no aeroporto errado. Parece pouco? Pois a empresa
perde 100 milhões de dólares ao ano para localizar bagagens extraviadas e
enviá-las ao destino certo. No mês passado, a Delta anunciou um
investimento de 25 milhões de dólares na tecnologia de etiquetas inteligentes.
Pelo menos na teoria, elas podem acabar com o problema das malas perdidas.
As etiquetas inteligentes, ou smart tags, são o sucessor do código de barras.
Têm esse nome porque são equipadas com um minúsculo chip que se
comunica com sensores por ondas de rádio. Em comparação com o código de
barras, que precisa ser lido manualmente por scanners, isso significa menos
risco de erros e uma grande economia de tempo na identificação e na
movimentação de produtos -- inclusive das bagagens nos aeroportos.
Enquanto o código de barras indica apenas dados genéricos, as novas
etiquetas também podem armazenar mais informações, como data de
fabricação, prazo de validade, lote de origem, localiza ção e assim por diante. A expectativa é que, no
futuro, elas estejam em todos os produtos. Com sensores espalhados pela loja, a reposição de prateleiras
e a finalização da compra poderão ser feitas automaticamente. Ao sair do supermercado, você não
precisará mais passar todas as mercadorias pelo caixa. Bastará passar o cartão e digitar a senha.
É por isso que a nova tecnologia, também conhecida como identificação por radiofreqüência (ou pela
sigla em inglês RFID), tem sido apontada como a próxima grande onda de investimentos em
informática. Um levantamento do instituto de pesquisas Yankee Group sustenta que as empresas
investirão nela pelo menos 5 bilhões de dólares nos próximos três anos. A indústria de bens de consumo
e os varejistas são naturalmente os maiores interessados na novidade. Nos últimos 30 anos, o código de
barras permitiu um aumento de produtividade nos armazéns, no transporte e nas lojas. A expectativa é
ampliar esses ganhos.
A Unilever escolheu sua maior fábrica de sabão em pó do mundo, em Indaiatuba, no interior de São
Paulo, para fazer um dos três testes mundiais da tecnologia. Parte da movimentação de caixas de Omo já
é feita com etiquetas inteligentes. Normalmente, os operadores das empilhadeiras tinham de fazer cinco
conferências manuais com leitores de códigos de barras entre o fim da linha de produção e o
carregamento nos caminhões. Com as etiquetas inteligentes, tudo é automático. "O ganho médio de
produtividade no tempo de movimentação é de 14%", diz Leonardo Rubinato, responsável pela
experiência. Numa fábrica que produz 45 000 toneladas de sabão em pó por mês, trata-se de um
resultado considerável.
Por enquanto, o projeto envolve menos de 1% da movimentação da fábrica, e o benefício ainda está
restrito à Unilever. Mas o objetivo é que, no futuro, as mesmas etiquetas possam ser lidas ao longo da
cadeia de negócios, por distribuidores e varejistas. O Wal-Mart, o maior supermercadista do mundo, já
determinou que seus 100 maiores fornecedores comecem a usar as novas etiquetas. Quando a fábrica
libera uma caixa de lâminas da Gillette, por exemplo, imediatamente o centro de distribuição já sabe
para que loja será enviada e a hora em que ela chegará. Com informações mais precisas, cai o nível do
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estoque e, portanto, o custo.
Mas o fim do código de barras ainda pode demorar um bom tempo para chegar. O custo de produção
das smart tags ainda é alto. "Hoje, cada uma custa por volta de 1 dólar, o que torna o preço proibitivo
para muitos produtos vendidos em supermercado", diz Wagner Bernardes, diretor de marketing da Seal,
empresa que tenta introduzir as etiquetas inteligentes no Brasil. Para Silvio Laban, diretor de tecnologia
do Pão de Açúcar, não há dúvida de que um dia elas vão substituir o código de barras. "Mas ainda
estamos na fase inicial", diz ele. "Os testes práticos só começarão no ano que vem."
A etiqueta que fala
A etiqueta inteligente contém um pequeno chip e uma antena, que se
comunicam automaticamente com sensores. Veja algumas aplicações:
No caixa
Não é preciso mais ler o código de barras. Basta aproximar o carrinho
do sensor e toda a compra é automaticamente registrada
Nas prateleiras
Cada item retirado da gôndola é automaticamente contabilizado.
Quando o nível de produtos cai, o estoque é acionado para reposição
Na industria
A movimentação nos depósitos ganha rapidez e tem menos erros.
Outra promessa é o fim do furtos -- que custam 50 bilhões de dólares
anuais às empresas de bens de consumo
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EXAME 05.01.2005 [imprimr]
tecnologia
Grandes empresas lideram investimentos em etiquetas inteligentes |
05.01.2005
Pesquisa mundial da Deloitte mostra que a maior barreira à adoção da tecnologia de identificação por
radiofreqüência é cultural
O código de barras está com os dias contados. Em seu lugar, outra tecnologia promete revolucionar a
logística de produtos na indústria e no varejo: a identificação por radiofreqüência (RFId, na sigla em
inglês). Conhecida no Brasil como "etiqueta inteligente", a RFId substitui as barras por um microchip
que emite ondas de rádio, economizando tempo de leitura e evitando erros. Segundo uma pesquisa
mundial da consultoria Deloitte, as grandes empresas são as que lideram o processo de adoção do
sistema (leia reportagem de EXAME sobre a chegada da RFId ao país).
Em parceria com a instituição americana Retail Systems Alert Group, a consultoria avaliou 90 grupos
empresariais em diversos países. As redes varejistas representaram 60% da amostra, seguidas por
fabricantes de bens de consumo (26%), distribuidores (11%) e transportadores (3%). Segundo o estudo,
as companhias que faturam anualmente 5 bilhões de dólares ou mais estão investindo de 500 mil a 10
milhões de dólares para migrar para as etiquetas inteligentes. O volume de recursos desembolsados
diminui com o porte das empresas.
Entre os motivos do pequeno investimento efetuado pelas companhias de menor porte, está o preço das
etiquetas. Atualmente, cada unidade custa cerca de um dólar, o que inviabiliza o uso por varejistas de
menor porte.
Negócios e barreira cultural
De acordo com a Deloitte, a maior barreira para a difusão das etiquetas inteligentes ainda é cultural.
Cerca de 30% dos varejistas que participaram da pesquisa declararam que têm "medo de mudança".
Outros 15% disseram ter "animosidades" em relação aos departamentos de tecnologia da informação.
Os fabricantes também são avessos à novidade. Entre 20% e 40% das respostas (segundo a categoria de
produto) revelam falta de cultura de inovação nas organizações. A aversão ao risco é outro impeditivo:
44% dos fabricantes disseram descartar a tecnologia devido aos riscos que ela envolve.
Apesar da aversão ao novo, muitos entrevistados esperam aumento nas vendas como resultado da nova
tecnologia. Cerca de 70% das empresas entrevistadas esperam algum crescimento dos negócios com o
uso do RFId. Os mais confiantes são os distribuidores, com 80% das respostas apontando melhoria nos
processos. Os fabricantes de bens de consumo já se mostram pessimistas: 56% deles responderam que
têm "expectativas muito baixas" de ampliar suas vendas por causa da RFId.
Difusão no Brasil
Apesar do custo ainda alto e das dificuldades de difundir uma nova cultura de controle de estoques e
logística, apontadas pela Deloitte, as etiquetas inteligentes já se disseminam pelo Brasil. A Unilever, por
exemplo, escolheu a sua maior fábrica de sabão em pó do mundo (localizada no município paulista de
Indaiatuba) para testar a tecnologia. Já o Grupo Pão de Açúcar planeja iniciar testes práticos da
novidade ainda neste ano.
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