Apresentação do PowerPoint - Colégio Energia Barreiros
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Apresentação do PowerPoint - Colégio Energia Barreiros
01 Artes Expressão através da cor 7°A - Volume 02 Professor: Alexandro Lima Artes 02 Professor: Alexandro Lima Expressão através da cor História da arte Artes 03 “Num estágio posterior da evolução, porém, tal efeito elementar dá origem a outro, mais penetrante, que provoca um abalo interior. Nesse caso, verifica-se o segundo resultado básico da observação da cor, ou seja, seu efeito psíquico. Aqui se revela a força psíquica da cor, que provoca uma vibração espiritual, E a primeira força psíquica elementar torna-se então um caminho através do qual a cor chega à alma. (...) (KANDINSKY O efeito da cor. In: CHIPP, Herschel B. Teorias da arte moderna. São Paulo: M. Fontes, 1996.) Artes Expressão através da cor 04 Figura 12 – Fontana de Trevi, Ato de vandalismo, 19 out. 2007. Artes Expressão através da cor 05 Você já pensou o quanto uma cor pode ser expressiva? Em 19 de outubro de 2007 ocorreu um ataque de vandalismo em Roma, Itália, num dos cartões postais mais famosos do mundo. A Fontana de Trevi (figura 12), feita por Leon Battista Alberti, foi atacada por um grupo de ativistas que tingiram com algum tipo de corante toda a água do exuberante monumento barroco. Mas o que essa ação criminosa interessa para as nossas aulas de Artes? Apesar dos possíveis danos causados nas esculturas, pois não sabemos ao certo até que ponto o pigmento pode tingir a pedra da qual o monumento é feito, o lago vermelho-sangue criado pelos vândalos traz consigo uma mensagem bastante forte. 01) Observe a figura 12 e anote, na sua apostila, qual a sua impressão acerca dessa fonte com água vermelha. Artes Expressão através da cor Figura 13 – Vermelho, branco e castanho (1957), Mark Rothko, 25,5 x 207,5 cm. 06 Artes Expressão através da cor 07 A cor vermelha tem como características ativar os ânimos, deixar-nos alerta com alguma coisa, além de nos lembrar sangue, violência e até mesmo morte. As formas como os artistas se apropriam do elemento cor, tanto nas artes visuais quanto em outras linguagens artísticas, tais como a música, são bastante diferentes. Alguns artistas utilizam as propriedades emocionais e sensoriais da cor para criar suas obras, construindo trabalhos que chamamos de Campo cromático ou Campo de cor; entre esses artistas encontramos o pintor Mark Rothko. Após transitar entre o surrealismo e o expressionismo abstrato, Rothko iniciou uma produção de pinturas que consistem basicamente na elaboração de planos de cores distintas que se sobrepõem. As áreas de cores não são determinadas a partir de um limite definido por uma linha, mas, ao contrário, buscam misturar-se de maneira tênue, comportando-se como nuvens que se sobrepõem ao céu. Artes Expressão através da cor 08 Essa pintura (figura 13), Como outras obras de Rothko, estão relacionadas a uma experiência vivida por ele. “De um ponto de observação elevado, Rothko olhou uma paisagem vazia coberta de bruma branca. No véu leitoso que se espalhava pelo espaço, nesse vazio de terra e de névoa, surgiu subitamente um pequeno ponto: um carro. Rothko foi subjugado pela sensação da sua própria insignificância. Nunca esqueceu essa experiência nem essa sensação. E, consequentemente, as suas obras representam infinitas variações do tema.” (WALTHER, F. Ingo; RUHRBERGER, Karl. Arte do século XX: pintura, escultura, novas mídias, fotografia. Índia: Taschln, 2005. V. 1) Artes Expressão através da cor Figura 14 – Desvio para o vermelho (1967-68), Cildo Meireles. Instalação. 09 Artes Expressão através da cor 10 Outra forma de apropriação da cor que busca retirar desta valores expressivos, é a obra Desvio para o vermelho (instalação), de Cildo Meireles (figura 14). Trata-se de uma obra diferenciada na sua forma, constituição física, apesar de conter pinturas, esculturas e outros objetos. Essa obra é uma instalação, modalidade artística característica do século XX, que propõem uma interação entre os objetos que a compõem, o espaço onde é montada e os visitantes. Essa obra foi montada apenas três vezes, apesar de possuir mais de 40 anos. Cildo Meireles escolheu objetos, alimentos e animais vermelhos e os organizou como se organiza uma casa comum. Mas, qual será a leitura que as pessoas fizeram desse trabalho em 1968? Seria a mesma que fazemos em nossos dias? Possivelmente não. Artes Expressão através da cor 11 Um dos alicerces dessa instalação foram os acontecimentos históricos, especialmente políticos, do Brasil e de vários outros países da América Latina que sofreram a partir da década de 60, do século passado, com governos ditatoriais. A obra, formada por três partes, nos é apresentada pela crítica de arte Lisette Lagnado: “O primeiro ambiente, chamado de Impregnação, acolhe-nos dentro de uma sala de estar composta de toda sorte de objetos com várias tonalidades de vermelho; em seguida, vem o Entorno, acidente que parece esclarecer a situação anterior, onde uma pequena garrafa caída espargiu sobre o chão uma substância densa e vermelha, cuja mancha exibe a desproporção (romântica) entre a capacidade do recipiente e o volume derramado; finalmente, após caminhar dentro de uma escuridão, a operação do Desvio se explica, por meio de uma torneira aberta, escorrendo uma água vermelha dentro de uma pia pontualmente iluminada. Toda a travessia não é silenciosa; vem acompanhada de um som ambiente, ruídos e líquidos.” (LAGNADO, Lisette. Cildo Meireles: desvio para a interpretação. In: XXIV Bienal de São Paulo, 1998.) Artes Expressão através da cor 12 É certo que, de maneira silenciosa, a obra Desvio, para o vermelho se relaciona diretamente com o regime militar e com a perseguição desse regime aos rebeldes revolucionários ou comunistas, que tinham como cor preponderante de sua bandeira o vermelho; mas ao mesmo tempo faz com que todo o nosso corpo passe pela experiência de submersão num ambiente impregnado pela cor vermelha, induzindo-nos a refletir sobre temas como violência e tortura. Você pode achar estranho que todos os trabalhos vistos até o momento tenham como cor preponderante o vermelho, possivelmente por que esta seja uma cor quente, carregada de energia e expressividade, mas há outros exemplos no extremo oposto. Artes Expressão através da cor Figura 15 – ANT 63 (1961), Yves Klein. 153 x 209 cm. Antropometria. 13 Artes Expressão através da cor 14 O artista Yves Klein, junto com um amigo químico, buscou criar uma tonalidade de azul que tornasse visível as qualidades materiais e espirituais dessa cor. Esse tom de azul, como vimos, ficou conhecido e é identificado com a sigla IKB (lnternational Klein Blue). Trata-se de uma tonalidade azul-ultramarino profundo, fosco e luminoso que foi utilizado por Klein em quase todas as suas obras. Na figura 15 podemos observar essa cor aliada a uma performance também programada pelo artista. O que vemos é o resultado dessa ação. Nesse trabalho o artista colocou mulheres deitadas sobre uma tela e jogou sobre elas o pigmento da cor IKB. O resultado é a presença desses corpos quase fantasmagóricos envolvidos pelo pigmento azul. É certo que os trabalhos de Yves Klein possuíam um caráter transcendente da existência humana, viabilizado pelo uso da cor azul. As opiniões se dividem no universo da arte em relação aos seus trabalhos, alguns o chamavam de gênio e outros de charlatão. O que nos importa salientar é o uso que esse artista deu à cor em suas obras, buscando através do azul IKB a expressividade de uma possível espiritualidade na arte. Após a observação dessas obras, você é capaz de indicar alguma cor expressiva em nosso tempo e justificar por que a considera assim? Artes História da Arte 15 Figura 16 – Cabeça de uma criança (1618), Peter Paul Ruben. 36,8 x 26,6 cm. Artes História da Arte 16 O elemento cor para arte esta presente não apenas em um ou outro momento histórico. Existe nos mais variados movimentos artísticos, com maior ou menor ênfase, mas sempre se faz presente. Um artista que soube fazer uso da cor como poucos foi Peter Paul Rubens. Alemão de nascimento (1577), Rubens foi levado por sua mãe aos dez anos para a cidade de Antuérpia, na atual Holanda, onde se tornou mestre da Associação de Pintores da cidade. Quando teve a oportunidade de conhecer os trabalhos do mestre italiano Ticiano e o uso que este fazia das cores (figuras extras), sua técnica se refinou. Na figura 16, é possível percebermos o modo intenso como a cor era aplicada em suas obras. Vamos nos lembrar que estamos lidando com um quadro do século XVII, portanto, representante do chamado Barroco de Flandres. A cabeça da criança surge envolvida por luz e sombra, tornando-se destaque na imagem as bochechas rosadas e o tom saudável de sua pele. Artes História da Arte 17 Figura Extra – Diana e Callisto, Ticiano. Artes História da Arte 18 Figura Extra – Ritratto di giovane donna, (1536). Artes História da Arte 19 No século XX, as vanguardas artísticas, que conhecemos com nomes variados, tais como Impressionismo, Cubismo, Fauvismo, Dadaísmo, Suprematismo, entre outros, usavam a cor de maneira variada e exploraram diversas qualidades estéticas desse elemento. Nos trabalhos realizados pelos impressionistas, a cor era vista como uma decomposição da luz natural, alterada em diversos momentos do dia e segundo as condições da atmosfera no momento observado pelo artista. Artes História da Arte 20 Figura 17 – Nascer do sol (1872), Claude Monet. Impressão. 48 x 63 cm. Artes História da Arte 21 Figura 18 – O Lago de Lucerna à tarde(1925), Lovis Corinth. 57,5 x 75,5 cm. Artes História da Arte 22 Nas figuras 17 e 18, vemos duas paisagens impressionistas uma ao nascer e outra ao pôr-do-sol. Podemos notar a chegada do astro rei pela madrugada na pintura de Monet, a presença dos tons alaranjados vão tomando conta do céu azul acinzentado e iluminando as águas do rio; temos a sensação gradativa de aquecimento para o dia que se inicia. Em contrapartida, o final de tarde bastante luminoso de Corinth nos impressiona pela tranquilidade. Toda a tela é feita basicamente em tons de azul, proporcionando-nos essa sensação calma e fria de final de tarde. Na Alemanha, em 1905, um pequeno grupo de quatro artistas se juntou em torno de um ideal de pintura que no início se aproximava do Fauvismo. Mas, com o desenvolvimento dos trabalhos artísticos, perceberam-se contradições, tensões e expressividades diversas que os distanciavam desse movimento e os tornavam o início do que viria a ser o Expressionismo alemão. Esse grupo ficou conhecido como Die brücke (A ponte). Artes História da Arte 23 Figura 19 – Quinta em Dangast (1910), Karl Schmidt-Rottluff. 85,5 x 94,5 cm. Artes História da Arte 24 Figura 19 – Postdamer (1914), Ernest Ludwig Kirchner. 120 x 90,5 cm. Artes História da Arte 25 Nas figuras 19 e 20 observamos dois exemplos de pinturas produzidas por artistas que participaram do Die brüke. No primeiro trabalho (figura 19), podemos perceber a intensidade com que as cores são utilizadas, demarcando áreas nas pinturas que fogem à representação fiel dos objetos. Na segunda obra (figura 20), Kirchner distorce as figuras humanas e a paisagem, criando uma outra forma de representação, possivelmente emocionai sobre o tema. Nas duas pinturas, a cor assume um caráter muito mais simbólico e emocional do que propriamente representativo da realidade à qual se refere. Há intensidade e contraste na figura 18, manifestados pela grande quantidade de cores quentes (vermelho, amarelo e laranja) e frias (azuis e verdes). Artes História da Arte 26 Na figura 20, existe uma elegância desconcertante e sombria, representada pelas cores frias e pela falta de vida nos olhos dos personagens. A torre vermelha é o elemento que se destaca na composição, pois é o maior volume numa cor quente (vermelho). No Brasil, ao final da década de 50 do século passado, os trabalhos de Hélio Oiticica tornaram-se elementos livres de uma categoria única de representação em arte, tal como pintura e escultura, e passaram a ser identificados diretamente com os nomes dados pelo artista, por exemplo: Relevo espacial e Grande núcleo. Essa série de trabalhos solicita do espectador uma participação ativa, permitindo que a interação apenas aconteça quando o observador investiga visualmente todas as pegas, encontrando as nuances da cor na presença e na ausência de luz. Artes História da Arte 27 Figura 21 – Relevo espacial (1959), Hélio Oiticica. Detalhe. Artes História da Arte 28 Figura 22 – Grande núcleo (1960), Hélio Oiticica. Artes História da Arte 29 A série Relevos espaciais (Figura 21) são placas coloridas, normalmente de cores quentes, dobradas sobre si mesmas, ocultando partes abertas e fechadas das pegas que são descobertas durante o movimento de investigação do observador no entorno da peça. A obra Grande núcleo (figura 22) possui o mesmo principio dos relevos (figure 21), mas é formado por uma sequência de placas dispostas como um labirinto, penduradas pelo teto. O que nos importa perceber nesses trabalhos é a forma como diferentes artistas utilizaram o elemento cor para compor suas obras; ora compreendendo a cor como carregada de sentimentos e emoções, ora dotada de seus significados simbólicos. A cor é, assim como os outros elementos da linguagem visual, um elemento extremamente versátil quando usado em processos criativos e artísticos. Artes História da Arte 30 Figura Extra - Album The dark side of the Moon, Pink Floyd. 1973. Artes História da Arte 31 Artes História da Arte 32 Artes História da Arte 33 Síntese Expressão através da cor A cor é um elemento sempre utilizado nas artes desde a PréHistória. As atribuições simbólicas e a importância de cada cor se modificam com o tempo, dependendo das intenções plásticas da época e de cada artista. Artes História da Arte 34 Texto complementar Se passarmos os olhos sobre uma paleta repleta de cores, experimentaremos duas sensações básicas. Verifica-se um efeito puramente físico, isto é, os olhos se encontram com a beleza e outras características das cores. O observador experimenta uma sensação de satisfação, de deleite, como o gastrônomo que degusta uma iguaria. Ou os olhos são estimulados como o paladar o é por um prato picante. Em seguida, porém, os olhos voltam a se acalmar, a se esfriar como ocorre com os dedos quando tocam o gelo. De qualquer forma, todas essas sensações são físicas; como tais, só podem ser de curta duração. Acresce que são superficiais e não deixam impressão duradoura se a alma permanecer fechada. Assim como só podemos experimentar a sensação física de frio quando tocamos o gelo, e nos esquecemos dela depois de nossos dedos terem se reaquecido, também nos esquecemos do efeito físico da cor quando nossos olhos dela se afastam. E, da mesma forma que a sensação física do frio do gelo, se penetrar mais profundamente, desperta outras sensações mais profundas, podendo estabelecer toda uma cadeia de vivências psíquicas, também a impressão superficial da cor pode se transformar em uma vivência. Artes História da Arte 35 Texto complementar Somente os objetos familiares produzem um efeito totalmente superficial sobre o indivíduo de sensibilidade mediana. Contudo, os objetos com os quais deparamos pela primeira vez exercem imediatamente sobre nós uma impressão que nos toca a alma. É assim que a criança, para quem todos os objetos são novidade, descobre e sente o mundo. A criança vê a chama, é estimulada por ela, quer pegá-la, queima os dedos e passa a temer e a respeitar o fogo. Mais tarde ela aprende que a chama, à parte suas características hostis, também possui aspectos benéficos: afugenta a escuridão, prolonga o dia, serve para aquecer e para cozinhar, e pode oferecer um espetáculo divertido. Do acúmulo dessas experiências nasce o conhecimento, que é armazenado no cérebro. Desaparece então o interesse altamente intenso, e a possibilidade de o fogo oferecer um espetáculo divertido luta com a total indiferença do individuo. Desse modo, aos poucos o mundo vai perdendo seu encanto. Sabemos que as árvores dão sombra, que os cavalos podem correr velozmente, que os automóveis o fazem ainda mais rapidamente, que os cachorros mordem, que a lua está distante e que a figura vista no espelho não é real. Artes História da Arte 36 Texto complementar Só num estagio mais avançado da evolução do homem é que se amplia o círculo das características que incluem diferentes objetos e seres. Nesse estágio mais avançado de evolução, tais objetos e seres adquirem um valor interno e, finalmente, uma ressonância interna. O mesmo ocorre com a cor que, num estagio mais rudimentar da alma, só é capaz de produzir um efeito superficial, que desaparece apenas terminado o estímulo. Mesmo nessas circunstâncias, porém, esse efeito mais simples é de natureza diferente. Os olhos passam a ser estimulados mais intensamente pelas cores mais claras, e ainda mais intensamente pelas cores mais claras e mais quentes: o vermelho-escarlate o atrai e estimula como o fogo, que sempre fascinou o homem. O amarelo-limão vivo fere os olhos, depois de observado por algum tempo, assim como fere os ouvidos o som agudo e prolongado de um trompete. Os olhos se inquietam, não conseguem mais fixar-se ali e buscam repouso no azul ou no verde. Artes História da Arte 37 Texto complementar Num estágio posterior da evolução, porém, tal efeito elementar dá origem a outro, mais penetrante, que provoca um abalo interior. Nesse caso, verifica-se o segundo resultado básico da observação da cor, ou seja, seu efeito psíquico. Aqui se revela a força psíquica da cor, que provoca uma vibração espiritual. E a primeira força psíquica elementar torna-se então um caminho através do qual a cor chega à alma. (...) (KANDINSKY O efeito da cor. In: CHIPP, Herschel B. Teorias da arte moderna. São Paulo: M. Fontes, 1996.) Artes História da Arte 38 Atividades 04) O espaço-cor • Tomando Mark Rothko como motivação, pinte criando espaços de cor. As obras do pintor Rothko mostram a ausência de qualquer elemento figurativa. Percebe-se nelas a presença de tonalidades de cores que para ele não eram pura abstração, mas sim expressão de sentimentos ou de emoções. • Observe algumas pinturas de Rothko e note as possibilidades de combinação de cores e a relação delas com o espaço. Escolha algumas cores de tinta guache ou tinta acrílica e misture-as com agua na proporção de meia medida de tinta para meia medida de água. • Em uma folha de papel canson, aplique a tinta com uma esponja ou com um pincel de aproximadamente cinco centímetros, criando as formas diretamente com a tinta sem um desenho prévio. Artes História da Arte 39 Atividades • Espere essa primeira experiência secar, veja o resultado e, se desejar, aplique mais tinta, criando novas manchas de cor e sugestões de transparências, isso acontece quando uma tinta se sobrepõe a outra, mas não a encobre totalmente. • Mostre em sala de aula o espaço-cor que você criou e veja os trabalhos de seus colegas. Analise como foram feitas as investigações de cor, em que áreas criaram-se contrastes e de que forma a sobreposição de cores criou novas tonalidades. • Dê nome ao trabalho seguindo a motivação de Rothko, que deu aos seus trabalhos títulos como Violeta, preto e alaranjado e amarelo sobre branco e vermelho, ambos de 1949. Artes História da Arte 40 Atividades 05) Instalação com cor • Vamos criar um espaço na sala de aula, ou na sala de Artes, em que a cor será o elemento de maior importância, ou seja, a cor deve ajudar a dar significado para a leitura que as pessoas farão sobre o lugar. • Pense numa temática e em uma única cor para remeter a ela. • Selecione objetos referentes ao tema, que deverão ter a cor escolhida, por exemplo: o tema paz, comumente está associado a cor branca. Nesse caso poderiam ser apresentados em uma instalação pássaros feitos de dobradura com papel na cor branca ou bandeiras brancas. • Apresente os objetos em um espaço limpo, para que não sofram interferência de outros elementos. Artes História da Arte 41 Atividades 06) A cor como elemento de significado • Em grupo de quatro pessoas, montem um painel com várias palavras relacionadas a um mesmo assunto. Por exemplo: sobre o tema ecologia, pode-se usar palavras como natureza, preservação, vida, vegetação, planeta etc. • Depois de selecionarem o seu assunto e as palavras que se referem a ele, desenhem cada palavra em uma folha de papel A4, escolham uma cor que também tenha relação com o tema e pintem com lápis de cor todas as palavras, sempre usando a mesma cor. • Extraiam do lápis de cor o maior número possível de tonalidade. Percebam que, alterando a pressão que vocês aplicam no lápis, a cor se altera, criando diferentes profundidades do desenho. • Recortem as palavras coloridas e colem em uma folha de papel-cartão. Pensem que a cor do papelcartão também irá interferir. Verifiquem se está de acordo com o seu tema e a cor que escolheram para trabalhar. • Apresentem seu painel aos colegas de sala de aula e veja se eles concordam com a relação que vocês fizeram entre o assunto abordado, as palavras e a cor utilizada. REFERÊNCIAS COLÉGIO ENERGIA. Atitudes elementares. 7° ano – volume 02. Florianópolis: gráfica ed. Energia., 2015. GOMBRICH, Ernest H. A História da Arte. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Rio de Janeiro, 2008. 42 Obrigado!!! Alessandro Lima [email protected] http://bonecosdasvirtudes.pancakeapps.com 43 Artes História da Arte 44 Você já se sentiu azul de fome, verde de inveja, roxo de raiva, ou viu o mundo rosa por estar apaixonado? Já dissipou uma nuvem negra quando finalmente teve uma oportunidade de ouro? Em todo o mundo, a maneira com que as diferentes culturas vêem e descrevem as cores varia de forma dramática. Por exemplo, o povo Basa da Libéria possui apenas duas palavras para classificar as cores (ziza para vermelho/laranja/amarelo e hui para verde/azul/roxo), enquanto que os Inuítes são mencionados por terem 17 palavras diferentes só para descrever a cor branca (que se modifica de acordo com o clima e as condições diferentes de neve). Artes História da Arte 45 Artes História da Arte 46 Artes História da Arte 47 Artes História da Arte 48 Em geral, o azul é considerado como a escolha mais segura de cor em todo o mundo, já que ela possui muitas associações positivas. Na América do Norte e Europa, o azul representa confiança, segurança, e autoridade, e é considerada uma cor que acalma e traz paz. Porém, ela também pode representar depressão, solidão, e tristeza (daí vem a expressão em inglês, “to have the blues” ou “feeling blue”). E você sabia que ninguém enxergava a cor azul até os tempos modernos? Não da maneira que vemos hoje. Artes História da Arte 49 Artes História da Arte 50 Em alguns países, o azul simboliza cura e o afastamento do mal. Amuletos em formato de olhos azuis, que alguns acreditam afastar o mal olhado, são visões comuns na Turquia, Grécia, Irã, Afeganistão, e Albânia. Nas culturas orientais, o azul simboliza imortalidade, enquanto que na Ucrânia, o mesmo denota boa saúde. No hinduísmo, o azul é associado fortemente com Krishna, que encarna o amor e alegria divinos. Artes História da Arte 51 Artes História da Arte 52 Artes História da Arte 53 Nas culturas ocidentais o verde representa sorte, a natureza, frescor, primavera, consciência ecológica, riqueza, inexperiência e ciúme (o monstro de olhos verdes). E claro, verde é a cor emblemática da Irlanda, que recebeu seu apelido de “Ilha Esmeralda” por conta de suas lindas paisagens verdes. Artes História da Arte 54 Artes História da Arte 55 Na Indonésia, o verde foi tradicionalmente proibido, enquanto que no México é a cor nacional que significa a independência. No oriente médio, o verde representa fertilidade, sorte e riqueza, e é considerada a cor tradicional do Islã. Em culturas orientais o verde simboliza juventude, fertilidade, e vida nova, mas também pode significar infidelidade. Na verdade, na China, chapéus verdes para homens são tabu porque eles significam que suas esposas cometeram adultério! Artes História da Arte 55 Artes História da Arte 56 Artes História da Arte 57 Artes História da Arte 58 O vermelho simboliza animação, energia, paixão, ação, amor, e perigo nas culturas ocidentais. Ele é também associado com comunismo e revolução em países como a Rússia. Nas culturas asiáticas, o vermelho é uma cor muito importante – ela traz boa sorte, alegria, prosperidade, celebração, felicidade, e vida longa. Como é uma cor tão cheia de superstições, as noivas chinesas muitas vezes se vestem de vermelho no dia de seus casamentos, e envelopes vermelhos com dinheiro são oferecidos durante datas comemorativas e ocasiões especiais. Artes História da Arte 60 Artes História da Arte 61 Na Índia, o vermelho é associado com pureza, sensualidade, e espiritualidade. Por outro lado, em alguns países da África associa-se vermelho com a morte, e na Nigéria, a cor representa agressão e vitalidade. O vermelho é ainda considerado como um amuleto de sorte no Egito, e simboliza boa sorte e coragem no Irã. Artes História da Arte 62 Artes História da Arte 63 Artes História da Arte 64 Artes História da Arte 65 Na cultura ocidental, o amarelo é associado com felicidade, jovialidade, otimismo, calor (sendo a cor da luz do sol), alegria, e esperança, assim como com cuidado e covardia. Na Alemanha, o amarelo representa inveja, mas no Egito significa felicidade e boa sorte, além de ser a cor associada ao luto. Artes História da Arte 66 Artes História da Arte 67 Artes História da Arte 68 Artes História da Arte 69 O laranja representa o outono, colheita, calor, e visibilidade nas culturas ocidentais. No hinduísmo, açafrão (um tom de laranja claro) é considerado próspero e sagrado. Na Holanda, laranja é a cor da família real, enquanto a mesma cor representa sexualidade e fertilidade na Colômbia. Em culturas orientais, laranja simboliza amor, felicidade, humildade, e boa saúde. É comum que as roupas dos monges budistas sejam de cor laranja, já que ela significa coragem, espírito de sacrifício e transformação, além de ser a cor do budismo. Artes História da Arte 70 Artes História da Arte 71 Artes História da Arte 72 Artes História da Arte 73 Artes História da Arte 74 Roxo é muitas vezes associado com realeza, riqueza, espiritualidade, e nobreza em todo o mundo. Historicamente no Japão, apenas os monges budistas da mais alta hierarquia vestiam roupas roxas. O roxo é também associado com piedade e fé, e no catolicismo, com penitência. Porém, no Brasil e na Tailândia, o roxo é uma cor de luto. É também a cor da honra – o Coração Roxo é a condecoração militar mais antiga ainda oferecida para membros do exército americano. Artes História da Arte 75 Artes História da Arte 76 Artes História da Arte 77 Em muitas culturas, preto simboliza sofisticação e formalidade, mas também representa morte, o mal, luto, mágica, ferocidade, doença, má sorte, e mistério. No Oriente Médio, preto representa tanto renascimento quanto luto. Na África, ele simboliza idade, maturidade, e masculinidade. Artes História da Arte 78 Artes História da Arte 79 Artes História da Arte 80 Na cultura ocidental, o branco simboliza pureza, elegância, paz, e limpeza; noivas tradicionalmente vestem branco em seus casamentos. Mas na China, Coréia, e alguns outros países da Ásia, o branco representa a morte, luto, e má sorte, e é tradicionalmente usado em funerais. No Peru, o branco é associado com anjos, boa saúde, e tempo. Artes História da Arte 81