Evangelhos - Moises Carneiro

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Evangelhos - Moises Carneiro
Instituto Belém - Desejando o Conhecimento de Deus
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Instituto Belém
Visão
O Instituto Belém pretende ser uma instituição de
ensino superior associada à visão afetiva e comprometida
da nossa igreja que se esforça para proclamar uma mensagem centrada em Deus, que busca glorificar a Cristo, e
ao Espírito Santo. Que se utiliza das Santas Escrituras para
auxiliar na formação espiritual de homens e mulheres equipando-os para cumprir os propósitos do Reino de Jesus
Cristo no século 21 e forjar discípulos fiéis para ele de toda
raça, tribo, língua, povo e nação.
Propomos espalhar o conhecimento de Deus, que
desperta não apenas o intelecto, ou o conhecimento intelectual, mas principalmente o amor e o desejo de viver
numa intensa e apaixonante busca por Cristo. Esta é a
razão da existência da nossa escola. E é esta a visão que
desejamos compartilhar com todos.
Autor
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Moisés Carneirolizaç
cia
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© Direitos a
Reservados
ao Instituto Belém
a
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Pro
Evangelhos
Curso Básico em Teologia
Distribuição Gratuita
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Curso básico de Teologia
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Aplicação no estudo deste livro
Você deve estar perguntando qual a melhor maneira de estudar este livro e extrair o máximo possível de proveito. Ao pensar
nisso, elaboramos alguns métodos que poderão lhe ser úteis.
Seja Motivado
Motivação é um princípio peculiar na vida de todos os que
anseiam alcançar um objetivo. É impossível alguém atingir o ápice
de um grande sonho sem ter em sua bagagem o item motivação.
Muitos já iniciaram alguma coisa, mas só obtiveram o êxito aqueles que se mantiveram motivados até o final.
Seja motivado para orar, para ler, para meditar, para pesquisar, para elaborar trabalhos e estudos bíblicos. Se sentir-se sem
motivação busque-a através do Espírito Santo. Faça petições a
Deus e leia sua Palavra, pois são fontes inesgotáveis para sua renovação, e por final procure mantê-la acesa até findar o curso.
“Se não existe esforço, não existe progresso.” Fredrick Douglas
Seja Organizado e Disciplinado
a) Ore a Deus ao iniciar seus estudos e peça que lhe ajude a ter
um maior proveito do assunto em pauta.
b) Estude em lugares reservados.
c) Evite ambientes com sons, ruídos e falatórios. Pois você pode
o
perder sua concentração no estudo.
açã
z
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l
d) Procure adicionar outros importantes
rciamateriais à cada lição a
e
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ser estudada, como por exemplo:
a co
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P se possível, com traduções que sejam difer• Bíblias de Estudos:
entes.
• Dicionários.
• Concordância Bíblica.
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• Livros: cujos assuntos sejam relacionados ao tema de cada lição.
• Lápis e bloco para anotações.
e)
Leia e estude cada matéria durante a semana, reserve pelo
menos 1 hora por dia para fazer isso.
f)
Faça anotações, especialmente àquelas que lhe causarem
dúvidas.
g)
Responda aos questionários assim que terminar de estudar cada lição. Eles irão fortalecer o assunto em sua mente.
h)
Reserve períodos da semana para você elaborar trabalhos
voltados à matéria estudada em cada mês.
i) Formule perguntas ao professor, assim tanto você como ele ficarão cada vez mais abalizados no aprendizado.
Em suma, todos esses itens elaborados cuidadosamente
pelo departamento de pedagogia do IB, são de um valor inestimável para você, desde que procure segui-los conforme se seguem.
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Pro
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liza
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Índice
Introdução
Lição 1
O Evangelho e o Antigo Testamento...............................................08
Lição 2
O Evangelho de Mateus....................................................................22
Lição 3
O Evangelho de Marcos....................................................................40
Lição 4
O Evangelho de Lucas.......................................................................52
Lição 5
O Evangelho de João.........................................................................65
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Introdução
O estudo deste presente livro desnuda um breve panorama
dos quatro Evangelhos conhecidos como Mateus, Marcos, Lucas
e João. Procura apresentar uma visão geral dos acontecimentos
narrados por seus escritores, que na maioria das vezes estiveram
presentes ante os acontecimentos descritos. Foram escritos tendose em vista um objetivo definido: anunciar as boas novas de salvação. Por esta causa, os escritores não se dedicaram em registrar
pormenores da vida de Cristo, sua infância, seus hábitos diários,
seu trabalho na carpintaria, etc. Eles se limitaram a mencionar a
origem de Cristo (humana e divina), seu ministério (ensinamentos, milagres), sua morte, ressurreição e ascensão. Uma grande
parte de cada evangelho se dedica a narrar os fatos da última semana do ministério de Cristo.
As informações contidas nos Evangelhos foram registradas
por quatro distintos autores em diferentes épocas. “No entanto, a
semelhança entre eles é algo maravilhoso”. Disso comenta o renomado Dr. Dyke: “Suponhamos que quatro testemunhas comparecessem perante um juiz para depor sobre certo acontecimento e
cada uma delas usasse as mesmas palavras. O juiz, provavelmente,
concluiria, não que o testemunho delas era de valor excepcional,
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mas que a única coisa certa, sem sombra de dúvida,
açã é que haviam
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concordado em contar a mesma história.
rcia Todavia, se cada uma
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tivesse contado o que tinha cvisto
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prova seria digna de
crédito.
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quando lemos os quatro Evangelbid
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hos, não é exatamente
isso que acontece? Os quatro evangelistas
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contaram a mesma história, cada qual a seu modo”.
Esses escritores foram testemunhas oculares da vida do
Mestre, ou registraram o que testemunhas oculares lhes conta6
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ram, contudo, não escreveram dele uma biografia completa, mas
procuram concentrar-se nos atos e doutrinas de Jesus. Os acontecimentos narrados pelos evangelistas apontam para o notável
ministério profético, sacerdotal e real (como Rei) de Cristo. Confirmam também muitas profecias vaticinadas pelos antigos arautos de Deus, as mais remotas, acerca dele.
A partir de agora, o aluno acompanhará, passo a passo,
as cinco lições desta matéria, de modo que obterá claros ensinamentos dos assuntos narrados pelos quatro evangelhos. Procure
extrair o máximo possível de informações: como por exemplo:
quem foram os autores dos evangelhos, onde eles foram escritos,
em que data e qual o propósito pelos quais foram narrados, obtenha dados das pessoas que andaram com Jesus, conheça os lugares por onde ele andou, enfim, investigue o máximo possível. E
descubra a verdadeira glória dos quatro evangelhos.
ção
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Lição 1
O Evangelho e o Antigo Testamento
“O escritor aos Hebreus diz que Deus havia falado várias
vezes e de muitas aos pais pelos profetas, e a nós, falou-nos nestes
últimos dias através do Filho” (Hb 1.1). Ao folharmos as páginas
do Antigo Testamento, encontramos uma revelação progressiva
de Deus na medida que seu povo ia andando com ele, ou mesmo
quando deixava seu caminho. Em todas as situações da história
de Israel, Deus veio se revelando paulatinamente. Nesse percurso,
vários nomes foram usados para Deus. Cada um representava o
nível de revelação alcançado. Tais experiências vinham ocorrendo
juntamente com a preparação de uma linhagem especial. Deus
chamou Abraão e dele formou um povo inumerável. Dentre esse
povo foi separada uma tribo : Judá. Nessa tribo foi escolhida uma
família : a casa de Jessé. Desse tronco veio o ápice da revelação
de Deus na história da humanidade. Da raiz de Jessé veio Jesus, o
Verbo Eterno de Deus. Jesus Cristo é o ponto máximo da manifestação de Deus aos homens.
Na antiga aliança Deus “tratava” com o homem por meio
de visões, mensagens, sonhos, etc. Contudo, na nova aliança,
o
Deus desce em pessoa humana, em carne e osso,
açã através de seu
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i
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Filho, para que o homem o conheçarcomo
cia nunca antes. Jesus é o
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resplendor da glória do Pai ecaoexpressa imagem da sua pessoa. É
da eahabitou entre nós, e vimos a sua glória
o “Verbo que se fezibcarne
i
roUnigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”
como a glóriaPdo
(Jo 1.14). Muitos não tiveram o privilégio de estar ao lado de Jesus
durante sua vida terrena. Para esses, entre os quais estamos nós,
Deus providenciou que a vida, a obra e a mensagem de Jesus fosse
registrada, afim de que, por meio de tais registros viéssemos a crer
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nele e conhecê-lo experimentalmente.
Tais escritos são os Evangelhos. Neles temos o glorioso testemunho daqueles que viram e
tocaram na Palavra da Vida (I Jo.1:1).
A Natureza do Evangelho
A palavra “evangelho” descreve a mensagem central do
cristianismo. Ela vem de duas palavras gregas: “eu” e “aggelion”,
e significa “boas novas”. O termo “evangelista”, pelo qual se denomina cada um dos autores do Evangelho, refere-se àquele que é
portador de boas novas.
Evangelho quer dizer “as boas novas a respeito de Jesus
Cristo, o Filho de Deus”. Embora seja apresentado particularmente por quatro distintos autores do Novo Testamento: Mateus,
Marcos, Lucas e João, só existe um Evangelho. O Evangelho de
Deus.
Na carta de Paulo aos Romanos (1.1) encontra-se a expressão “evangelho de Deus”, ou seja, as boas novas de Deus para
o mundo. Aqui Paulo eleva o Evangelho anunciado por Cristo, ao
mais alto lugar assegurando-nos que o próprio Deus é o seu Autor.
“O Senhor Todo Poderoso, que os céus e a terra não podem cono
ter, para quem a terra é menor do que umaizpequena
açã poeira na
l
ia
balança. Ele não precisa de nada, e a e
sua
felicidade não
rcimaculada
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o
pode, de maneira alguma, ser
a cafetada. Aquilo que chamamos de
a
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espaço infinito é apenas
uma
mancha pequena no horizonte do
oib
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P
olhar divino. Aquilo que chamamos de tempo infinito é, aos olhos de Deus, como o dia de ontem que passou. Ele é sublime em
sua glória inatingível, a sua vontade é a lei irresistível de toda a
existência, e com essa lei todos os acontecimentos se conformam.
Deus é incomparável em majestade e está revestido de poder; a
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justiça e a retidão são o fundamento do seu trono. Ele se assenta
nos céus e faz o que Lhe agrada (Sl 115.3). Este é o Deus a respeito
de Quem dizer que é o Senhor de toda a terra significa falar pouco
sobre Ele, que equivale a dizer nada. Este é o Autor do Evangelho”
(Jim ADAMS).
O plano de Deus através do Evangelho
A Bíblia nos revela que o evangelho é as boas novas para o
homem caído. Não seria injustiça da parte de Deus, se Ele quisesse
destruir “este mundo pecaminoso”. Porém, segundo a sua misericórdia, decidiu enviar o seu Filho Unigênito para salvar os pecadores. O seu evangelho foi ordenado antes da fundação do mundo
(1 Pd 1.20). Deus elaborou o plano da salvação antes mesmo que
o homem existisse (Ef 1). Essa mensagem não é nova para Deus, e
sim para o homem, pois ela se originou na sua mente eterna. Paulo afirma que o grande motivo da origem do Evangelho é a “graça
de Deus”, que nos salvou e nos chamou com santa vocação; não
segundo as nossas obras, mas conforme a sua própria determinação e graça que nos foi dada em Cristo Jesus, antes dos tempos
eternos, e manifestada agora pelo aparecimento de nosso Salvador
Cristo Jesus, o qual não só destruiu a morte, como trouxe à luz a
vida e a imortalidade, mediante o evangelho (2 Tm 1.9-10).
O tema central do Evangelho
ção
liza
a
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c
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com
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Jesus Cristo éid
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tema central do evangelho de Deus. Hisib que ele surgiu a cerca de dois mil anos. Naso
toricamente sabemos
r
P
ceu numa manjedoura. Possuía um corpo físico como qualquer
um de nós. Viveu como um de nós. Foi um homem de dores. Sim,
Jesus Cristo é mais que um homem histórico. Ele é o Filho de
Deus – o próprio Deus manifestado na carne.
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“como Homem, Jesus teve mãe, mas não teve pai. E como Deus,
ele teve Pai, mas não teve mãe” (desconhecido).
Existem pelo menos três grandes motivos pelos quais Jesus se fez
carne e habitou entre os homens:
1º - Os seres humanos são potencialmente carentes da verdade;
2º - Os seres humanos são potencialmente carentes do perdão,
3º - Os seres humanos são potencialmente carentes da libertação
da força do pecado.
A Bíblia diz que o evangelho de Deus também é o “Evangelho de Cristo”. Paulo afirma isso na carta aos Romanos (1.9).
Mais adiante (1.16) diz que: “O Evangelho de Cristo é o poder de
Deus para a salvação de todo aquele que nele crê”. Antes de encerrar sua carta diz que a “plenitude da benção” se encontra no evangelho de Cristo. Na segunda carta aos Coríntios o apóstolo fala
da “resplandecente luz do evangelho de Cristo”. E na epistola de
Gálatas (1.7-9) diz que não outro evangelho que devamos anunciar a não ser o de Cristo.
ção
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O Espírito Santo como Intérprete do Evangelho
rcia
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co
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“Por que alguns homens
inteligentes
não crêem em Jesus, cona
id
ibnas
o
forme ele é revelado
Escrituras”?
Porque
o homem é espiritr
P
ualmente cego, e precisa que os olhos do seu entendimento sejam
iluminados (Ef 1.18). E o Espírito Santo é o agente da iluminação
do evangelho. É ele quem revela as insondáveis e impenetráveis
verdades de Cristo e do seu santo evangelho ao homem.
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“todavia, falamos sabedoria entre perfeitos; não, porém, a sabedoria deste mundo, nem dos príncipes deste mundo, que se aniquilam; mas falamos a sabedoria de Deus, oculta em mistério, a qual
Deus ordenou antes dos séculos para a nossa glória; a qual nenhum dos príncipes deste mundo conheceu; porque, se conhecessem, nunca crucificariam ao Senhor da glória. Mas como está escrito: As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não
subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os
que o amam. Mas Deus no-las revelou pelo seu Espírito; porque
o Espírito penetra todas as coisas, ainda as profundezas de Deus”
(1 Co 2.6-10).
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado
____ 1) - “O escritor aos Hebreus diz que Deus havia falado várias
vezes e de muitas aos pais pelos profetas, e a nós, falou-nos nestes
últimos dias através do Filho” (Hb 1.1).
____ 2) - A palavra “evangelho” descreve a mensagem central do
cristianismo. Ela vem de duas palavras gregas: “eu”
oe “aggelion”, e
açã
z
i
significa “boas novas”.
l
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o
c
a
____ 3) – Seria injustiça
dada parte de Deus, se Ele quisesse destruir
i
b
i
“este mundo P
bondoso”.
ro
____ 4) – A Bíblia diz que o Evangelho de Deus também é o “Evangelho de Cristo”. Paulo afirma isso na carta aos Romanos (1.9).
Mais adiante (1.16) diz que: “O Evangelho de Cristo é o poder de
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Deus para a salvação de todo aquele que nele crê”.
____ 5) – O Espírito Santo é o agente da iluminação do Evangelho. É ele quem revela as insondáveis e impenetráveis verdades
de Cristo e do seu santo Evangelho ao homem.
Introdução aos “Quatro Evangelhos”
O Pano de Fundo Histórico
Jesus nasceu na época que Herodes, o Grande, era o
monarca da Judéia e Samaria. Este morreu no ano 4 d.C., e seu
filho Arquelau reinou em seu lugar (Mt 2.19-22). O jovem Arquelau foi acusado de mau governo, e logo no ano 6 d.C. foi banido
do seu trono. Com isso, Judéia e Samaria passaram a ser administradas diretamente por Roma através de governadores e prefeitos,
que posteriormente passaram a ser denominados “procuradores”.
A divisão da Galiléia, onde Jesus vivia, pertencia a Herodes
Antipas, outro filho de Herodes, o Grande. No ano 39 d. C. a Galiléia passou para as mãos de Agripa, neto de Herodes, o Grande, que
posteriormente tornou-se rei tanto da Judéia como de Samaria, a
ão grande asmando do imperador Cláudio. Sua popularidade
açteve
z
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censão, porém seu governo não durou
cia Foi um perseguidor
rmuito.
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dos apóstolos e morreu castigado
co por Deus por aceitar adoração
a
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id morreu o seu território passou às mãos
a sua pessoa. Quando
ibeste
o
r
P
dos magistrados de romanos. Nesse período houve grande atrito
entre judeus e romanos, levando o povo a uma grande revolta. No
ano 70 d.C. Jerusalém foi severamente destruída pelo imperador
Nero.
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O Caráter dos Evangelhos
É interessante notar que os evangelhos não fornecem a totalidade dos acontecimentos históricos ocorridos naquela época.
Todas as informações neles contidas foram selecionadas cuidadosamente a fim de apresentar uma mensagem clara e poderosa
de Cristo. Não são escritos biográficos apenas, pois dois deles nem
sequer mencionam o nascimento de Cristo. Nenhum deles menciona a vida de Jesus quando jovem, sendo que todos enfocam de
maneira muito ampla, uma boa parte da narrativa, tão somente
a última semana do ministério de Jesus, algo incomum em livros
biográficos. Fica claro com isso que a intenção dos quatro evangelhos não é satisfazer as nossas curiosidades, mas sim proclamar
a mensagem de boas novas.
Os Evangelhos Sinóticos
Entre os quatro evangelhos, observa-se maior semelhança
entre os livros de Mateus, Marcos e Lucas. Dada a grande semelhança entre suas versões, são chamados de sinóticos. Este termo
é oriundo de outras duas palavras gregas que significam “ver em
conjunto”, “ver coletivamente”. Diz-se que esse ã
termo
o foi usado
ç
a
pela primeira vez por Griesbach, em 1774.
Por
iz isto estes três evancial
r
e
gelhos podem ser vistos em conjunto.
m
co
a
a
ibid expõem aspectos impressionantes. Nar
Os livros
rosinóticos
P
ram o notável ministério de Jesus na Galiléia, enquanto o de João
narra o seu ministério mais na Judéia. Os sinóticos narram seus
milagres, parábolas e mensagens pregadas às massas, enquanto
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João narra seus diálogos e orações. Os sinóticos apresentam o
Cristo agindo, e o de João espelha Cristo em constante meditação
e comunhão.
Apesar da unidade entre os evangelhos, eles não são
iguais. Se assim fosse, não faria sentido a existência de quatro, tão
somente um seria o suficiente para nos relatar todos os fatos importantes acerca do Mestre. Embora, numa lida rápida não seja
perceptível, é verdade que existem diferenças entre eles. Isso também não significa que são contraditórios.
“São quatro livros diferentes sobre os mesmos fatos. Algumas narrativas ou ensinamentos são apresentados com exclusividade por
um escritor, ou apenas por dois, ou por três, ou pelos quatro. E entre as narrativas do mesmo fato, existem diferenças algumas diferenças de um detalhe para o outros. Por exemplo, o autor diz que
Jesus curou um cego em Jericó. O outro diz que foram dois cegos.
Um não está contradizendo o outro. Se Jesus curou um cego, ele
pode muito bem ter curado outro. Haveria a contradição caso um
autor negasse a afirmativa do outro”.
Questionário
ção
liza
a
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Marque “C” para certo e “E” para errado
om
a c que Herodes, o Pequeno, era o
____ 6) - Jesus nasceu naa época
d
i
monarca de Jerusalém
roib e Samaria. Este morreu no ano 4 d.C., e seu
P
filho Arquelau reinou em seu lugar (Mt 2.19-22).
____ 7) - Por volta do ano 90 d.C. Jerusalém foi severamente
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destruída pelo imperador Cláudio.
____ 8) - Os livros sinóticos expõem aspectos impressionantes.
Narram o notável ministério de Jesus na Galiléia, enquanto o de
João narra o seu ministério mais na Judéia.
____ 9) - Apesar da unidade entre os evangelhos, eles não são
iguais. Se assim fosse, não faria sentido a existência de quatro, tão
somente um seria o suficiente para nos relatar todos os fatos importantes acerca do Mestre.
Porque Quatro Evangelhos?
A princípio, vale lembrar aos alunos que evangelho é um
só. “Quando mencionamos o Evangelho de Mateus, devemos
compreender que se trata do evangelho de Jesus Cristo, e não propriamente de Mateus”. Há um só evangelho, que foi registrado de
quatro maneiras, e que apresentam um retrato de Cristo em quatro ângulos diferentes.
Agora por que quatro? Não seria suficiente uma só narrativa? Isso não o tornaria mais objetivo? É obvio que não. Pois cada
livro apresenta os um ofício diferente de Cristo, cada um à sua
ão
maneira. Orlando Boyer diz que são quatroza
osçevangelhos
pelas
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seguintes razões:
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1 – Apresentar quatro
ibi testemunhas da verdade, independentes
o
r
P
uma da outra.
2 – Apresentar a vida do Senhor de quatro pontos de vista, perfa-
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zendo um retrato composto de uma só pessoa.
Em Mateus Jesus é visto como Rei, em Marcos como Servo, em Lucas como o Filho do homem e em João como o Filho de
Deus. Griffith Thomas apresenta assim os quatro evangelhos:
Mateus ocupa-se com a vinda de um Salvador Prometido.
Marcos ocupa-se com a vida de um Salvador Poderoso.
Lucas ocupa-se com a graça de um Salvador Perfeito.
João ocupa-se com a posse de um Salvador Pessoal.
Diz Henrieta C. Mears: “Mateus, de propósito, acrescenta
à sua narrativa o que Marcos omite. Nenhum dos Evangelhos contém a narração completa da vida de Cristo. João diz em 21.25:
Há, porém, ainda muitas outras coisas que Jesus fez. Se todas elas
fossem relatas uma a uma, creio que nem no mundo inteiro caberiam os livros que seriam escritos”. Existem vazios propositados
que nenhum dos evangelistas pretendeu preencher. Por exemplo,
todos omitem um registro de dezoito anos da vida de Cristo, entre
os doze e os trinta anos. Embora cada Evangelho seja completo
em si mesmo, cada evangelista registrou aquilo que era relevante e
pertinente ao seu tema particular”.
Uma analogia bastante verdadeira deve ser recordada aqui
ão possuem
neste livro. Sabemos que os números dentrozda
açBíblia
i
l
significados tangíveis e que atingem
a nossa vida.
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rdiretamente
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m
o
Daí mais uma razão porqueao Evangelho
é narrado por quatro. O
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número sete, por exemplo,
representa
a
perfeição,
o três, fala da
ib
o
r
P
divindade, quarenta o da provação, quatro é o número da terra. Na
parábola do Semeador havia quatro diferentes espécies de solo. Se
quatro é o número da terra, como é adequado que o Espírito Santo
nos houvesse dado o quatro evangelhos para descrever a vida e o
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ministério de Jesus Cristo, aquele que desceu do céu.
O propósito dos Evangelhos
Os evangelhos foram registrados com a intenção de assegurar aos seus leitores que Jesus Cristo é aquele de quem falou o
próprio Deus no passado pela boca dos seus profetas, em épocas
remotas. O objetivo também foi de fortalecer os alicerces da fé dos
primeiros cristãos em meio às primeiras perseguições de Roma.
Revelar aos gentios as poderosas obras de Cristo. E por final, alcançar o mundo com a mensagem salvadora de Cristo, e este crucificado.
Quatro tipos de pessoas a quem foram destinadas o Evangelho
O Judeu
O judeu é a primeira classe de pessoa que destacamos nos
tempos de Jesus. Diz que um judeu recebia certas instruções pessoais acerca das Escrituras do Antigo Testamento. Foi especialmente para o povo judeu que Mateus escreveu o seu livro narrando os fatos da vida terrena de Jesus. Geralmenteçum
ão mestre judeu
a
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i
l
era versado no Antigo Testamento e nos
costumes judaicos. Havia
rcia que Jesus viera cume
uma grande necessidade de que
soubesse
m
co
a
prir as profecias do Antigo
Testamento.
Por várias vezes lemos no
a
ibidque se cumprisse ... como falou Jeremias, o
o
livro de Mateus:
“Para
r
P
profeta...
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O Romano
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Foi especialmente para os romanos, um povo bárbaro e
dominador do mundo daquela época, que João Marcos narrou
a história de Cristo. Estes estavam profundamente interessados
por um “líder” que surgira na Palestina. Para eles, Jesus possuía
uma autoridade fora do comum, a ponto de realizar coisas extraordinárias. Seus ouvidos estavam aguçados por ouvir falar que
tipo de pessoa realmente era Cristo, quais as suas palavras e atos.
Marcos era o tipo de narrador que os romanos admiravam. O livro de Marcos faz menção mais das ações de Cristo, do
propriamente de suas mensagens. Marcos se dirige aos que anelam não por saber da genealogia do Rei, mas àqueles que buscam
o Deus que é capaz de suprir as suas necessidades diárias.
O Grego
O médico Lucas, um homem de origem grega, escreveu
para seus irmãos patrícios. Estes demonstravam grande afeição
pela beleza, poesia e cultura. Prendiam-se aos grandes conceitos,
e não era fácil agradá-los. Lucas relata aos gregos: o nascimento
de Cristo, o encontro entre Isabel e Maria, o louvor de Zacarias, o
louvor dos anjos pelo nascimento de Cristo, e o çcântico
ão dos pasa
z
i
l
tores ao saberem da noticia.
cia
bida
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a co
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Todos os homens
Prindistintamente
O evangelho relatado por João foi dirigido a todos os homens para que creiam que Jesus é o Filho de Deus. O evangelho
apresentado por João está cheio de afirmações extraordinárias que
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confirmam a missão de Cristo e seu caráter, divinos.
A ordem dos Evangelhos
Os livros que nos relatam o evangelho de Cristo não seguem uma ordem cronológica. Marcos, por exemplo, na ordem
numérica vem depois de Mateus, entretanto, foi o primeiro a ser
escrito. Se fossem colocados em nossas Bíblias segundo as datas
de registros, então ficaria assim: Marcos, Mateus, Lucas e por último João.
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta
10) - Quando mencionamos o Evangelho de Mateus, devemos
compreender que se trata do Evangelho de:
___a. Mateus.
___b. Lucas.
___c. Cristo.
___d. João.
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11) – Em Mateus Jesus é visto
a ccomo:
ida
ib
Pro
___a. Rei.
___b. Sacerdote.
___c. Profeta.
___d. O Cristo.
20
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12) – Segundo o Dr. Griffith Thomas, João ocupa-se com a posse
de um:
___a. Salvador Poderoso.
___b. Salvador Prometido.
___c. Salvador Pessoal.
___d. Salvador Perfeito.
13) – O médico Lucas, um homem de origem grega, escreveu para
seus irmãos patrícios. Estes demonstravam grande afeição:
___a. pela cultura, música e conhecimento.
___b. pela beleza, poesia e música.
___c. pela poesia, cultura e conhecimento.
___d. pela beleza, poesia e cultura.
ção
m
co
a
a
d
ibi
Pro
liza
a
i
c
er
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Lição 2
O Evangelho de Mateus
Autor do livro
Mateus é o autor, cujo título do livro leva o seu próprio
nome. Seu nome significa “dádiva de Deus”. A Bíblia diz que ele
era um ex-coletor de impostos quando Jesus o escolheu para ser
um dos doze apóstolos. Mateus 9.9-13 apresenta-nos a maneira
como ele foi chamado:
“E Jesus, passando adiante dali, viu assentado na alfândega um
homem chamado Mateus, e disse-lhe: Segue-me. E ele, levantando-se, o seguiu. E aconteceu que, estando ele em casa sentado
à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores e sentaramse juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo
isso, disseram aos discípulos: Por que como vosso mestre com os
publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não
necessitam de médicos os sãos, mas sim, os doentes. Ide, porém,
e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício.
Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao
ão
arrependimento”.
izaç
al
rci
e
m
o
Cristo o viu quando
a cestava assentado na “coletoria”, na
a
d
i
periferia de Cafarnaum,
ib de onde recebia os impostos dos merPro de fora, possivelmente daqueles que vinham
cadores que vinham
de fora em suas embarcações que trafegavam pelo mar da Galiléia. Ao receber aquele convite, não relutou, logo passou a seguir
a Cristo. E logo depois ofereceu a Jesus um jantar em sua casa e
convidou seus colegas e amigos. Isso se tornou motivo de “ofensa”
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para alguns líderes judeus
que questionaram
a associação de Jesus
com as párias da sociedade. Não obstante, o mestre respondeu a
altura: “não necessitam de médicos os sãos, mas, sim os doentes”.
“Mateus era relativamente próspero para os padrões daquela
época. Não se sabe se seguia a prática comum de muitos da sua
profissão de cobrar mais do que o exigido legalmente, para ter um
pequeno lucro adicional; contudo é razoável supor que também
utilizava tal expediente. Portanto, deixar tudo para acompanhar
Jesus numa vida de discipulado itinerante provavelmente exigiu
mais sacrifício para Mateus do que para alguns dos outros discípulos” Blomberg, Craig.
Características do livro
Segundo Papias, bispo de Hierápolis (Frígia), do 2o século
d.C. Mateus escreveu o primeiro livro do Novo Testamento em
hebraico e todos depois traduziram da maneira que foram capazes. Contudo, isso tem sido discutido por muitos estudiosos.
Em geral, a maioria concorda que o livro foi escrito em
aramaico e depois traduzido para o grego.
Não se sabe ao certo a data exata da autoria do livro, cono consenso
çãum
tudo entre os círculos dos eruditos atualmente
ahá
z
i
l
ia afirmam ter sido por
sobre uma data provável, que segundo
rceles
e
m
volta do ano 66 d.C na Antioquia
a co da Síria.
a
ibid
o
r
MateusPnão apresenta
os acontecimentos na ordem do
tempo. “A ordem só é seguida em parte: no início do livro (nascimento, batismo, tentação) e no final (última semana, morte, ressurreição e ascensão). No meio, as parábolas, milagres e ensinamentos não se encontram ordenados cronologicamente”.
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Mateus escreveu especialmente para os judeus. O pastor Blomberg, Craig afirma “que os objetivos do livro estejam ligados diretamente com a comunidade, em sua maioria, composta de judeus
cristãos a quem Mateus dirigiu seu evangelho. Entre várias alternativas, o destinatário mais provável seria uma congregação recém-formada, que se tinha desligado da sinagoga há pouco tempo
e ainda estava em vigoroso debate com ela. Os antigos escritores
muitas vezes sugerem uma localização dentro da Palestina, os eruditos mais modernos se referem a ela localizada na Antioquia da
Síria, onde abrigava um grande número de judeus”.
Objetivo do livro
O propósito principal de Mateus é revelar aos judeus que
Jesus é o Messias prometido. Aquele de quem as profecias apontavam no Antigo Testamento. Que Jesus veio da linhagem real de
Davi, por isso ele é chamado Filho de Davi, como Mateus, afirma
logo no primeiro verso de seu livro.
“Livro da genealogia de Jesus Cristo, filho de Davi, filho de Abraão”.
Esta aliança une Jesus às duas alianças que o Senhor fez
o
com Abraão e Davi. A aliança com Abraão prometia
açã que através
z
i
l
a
dele todas as famílias da terra seriam
(Gn 12.3), já
rciabençoadas
e
m
com Davi, Deus havia prometido
co um Rei de sua linhagem que
a
a
se assentaria no seu
trono
para
sempre (2 Sm 7.8-13). Advindo
bid
i
o
r
de Abraão, ele
Pseria o sacrifício, e de Davi, o Rei prometido. E no
início de Mateus vê-se Jesus como Rei, contudo ao encerrar seu
livro, apresenta Jesus como um sacrifício.
24
A intenção de Mateus em manter os judeus por dentro da
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história de Jesus foi inteligente. Sua preocupação centralizou-se
em convencê-los de que Jesus era o Messias, e nele se cumpriu
todas as profecias respectivamente direcionadas ao Messias prometido. Muitas passagens do Antigo Testamento apontaram coisas
exclusivas ao Messias. Mateus afirma que em Jesus se cumpriram
todas elas. Ele responde aos judeus uma intrigante pergunta:
Se Jesus é o Messias prometido, por que ele não estabeleceu o reino sobre o qual o Messias reinaria, segundo a profecia do
Antigo Testamento?
Revelou aos judeus que o governo de Cristo seria espiritual e não humano. E devido a própria rejeição do mesmo, implantaria um novo “aspecto de seu reino”, a “Igreja”. Este, dentre
os demais evangelistas, foi o único a utilizar a palavra “igreja” (Mt
16.18; 18.17). O governo de Cristo então se estabeleceria na sua
própria igreja.
O tema central do livro
Mateus apresenta Cristo como Rei, apresenta a genealogia
real nos primeiros versos. Um rei não é escolhido por votação, e
sim por nascimento. O tema de Mateus está registrado no capítulo
o
27 e verso 37, que diz:
açã
“este é Jesus, o Rei dos Judeus”.c
aa
id
roib
P
aliz
rci
e
m
o
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado
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____ 14) - Mateus é o autor, cujo título do livro leva o seu próprio
nome. Seu nome significa “dádiva de Deus”.
____ 15) - Segundo o Papa, (Frígia), do 5o século d.C., Mateus escreveu o primeiro livro do Novo Testamento em hebraico e todos
depois traduziram da maneira que foram capazes.
____ 16) - Não se sabe ao certo a data exata da autoria do livro,
contudo entre os círculos dos eruditos atualmente há um consenso sobre uma data provável, que segundo eles afirmam ter sido
por volta do ano 66 d.C na Antioquia da Síria.
____ 17) - O propósito principal de Mateus é revelar aos judeus
que Jesus é o Messias prometido.
____ 18) - A intenção de Mateus em manter os judeus por dentro
da história de Jesus não foi muito inteligente.
____ 19) - O tema de Mateus está registrado no capítulo 27 e verso
37, que diz: “este é Jesus, o Rei dos Judeus”.
Mateus e o Antigo Testamento
ção
liza
a
i
c
er
O livro de Mateus põeofim
anos de silêncio entre
c m aosdo400
a
a profecia de Malaquias
e
o
anúncio
nascimento
de Jesus. Na
da
i
b
i
ocasião, como
Pjárovimos, Herodes, o Grande, era o governador da
Judéia, nomeado pelo imperador de Roma. Contudo, o homem
que tinha o direito ao trono da casa de Davi, seria José, que se
tornou esposo de Maria.
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Mateus vem logo depois do Antigo Testamento e é o
começo do Novo. É o elo entre o velho e o novo. O Antigo Testamento conclui com a nação de Israel aguardando o seu Messias
prometido. E logo no início de Mateus, observa que Jesus é este
Rei, enviado senão a casa de Israel:
“Não fui enviado senão às ovelhas perdidas da casa de Israel” (Mt
15.24).
Observa-se através dos números bíblicos que o livro de
Mateus é o quadragésimo na ordem da Bíblia. O Antigo Testamento é composto por 39 livros e encerra com o livro de Malaquias,
o Novo inicia com Mateus (40º livro). Biblicamente o número 40
é símbolo de provação: Jesus foi tentado pelo diabo por quarenta dias; Israel esteve no deserto por quarenta anos; por quarenta
anos Moisés foi príncipe no palácio de Faraó; depois foi pastor
por quarenta anos no deserto, dentre muitos outros textos que
aparecem na Bíblia. No quadragésimo livro da Bíblia, o Israel de
Deus se encontra em provação e o Rei dos judeus, sendo por eles
rejeitado.
A importância da genealogia para os Judeus
ção
a
No Novo Testamento encontramos
de apenas
laiznarração
a
i
c
r
e
duas genealogias de uma mesmaopessoa,
m Cristo. Enquanto no Anc com
a
tigo Testamento nos deparamos
a genealogia:
da
ibi
•
•
•
•
Pro
de Adão (Gn 5),
de Noé (Gn 10),
de Sem (Gn 11),
de Cão (1 Cr 1),
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•
•
•
•
•
•
•
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de Terá (Gn 11),
de Abraão (Gn 25),
de Ismael (Gn 25),
de Esaú (Gn 36),
de Jacó ( Gn 46),
das tribos (1 Cr 2),
e de Davi (1 Cr 3).
Em Mateus (1) e Lucas (3) aparece o registro da genealogia de
Cristo.
Não foram relatadas para “satisfazer a vanglória” de
qualquer pessoa, como é comum entre as árvores genealógicas,
contudo o seu objetivo foi salientar o fato insigne de Jesus Cristo
ser da linhagem de Abraão e Davi.
Mateus menciona a linha ancestral de Jesus iniciando por
Abraão, por Davi, por Salomão, e pelos reis, na ordem, até alcançar
Jeconias. Segue apresentando os nomes dos herdeiros ao trono,
até chegar a Cristo. Lucas, no entanto, começa por Jesus Cristo,
traçando sua linha ancestral para trás, ao contrário de Mateus. Ele
começa por Jesus, depois por Natã (irmão de Salomão), até Davi;
de Davi vai até Abraão, até chegar a Adão.
o
Para um judeu a árvore genealógica possui
açãum grande valz
i
l
or. Representa a origem histórica de uma
rciapessoa. Diz quem foram
e
m
seus pais, a que tribo pertencia,
co se eram da linhagem de Arão, o
a
a
sumo sacerdote, ou
de
idalgum rei na história de Israel. Sempre foi
roibeles salientar suas raízes. E Mateus, para conuma tradiçãoPentre
firmar que Jesus tanto era descendente de Abraão como de Davi,
mencionou a genealogia de Jesus, que por sua vez, nunca foi contestada por algum judeu sequer, visto ser autênticas e verdadeiras.
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“Por que estamos interessados nessas genealogias? Porque nos
dão a chave para toda vida de Cristo. Elas nos mostram antes de
mais nada, que ele não era um homem qualquer, mas que descendia de família real”.
A árvore genealógica de Cristo se divide em três classes.
Cada classe é composta por 14 pessoas. Entre essas três classes
duas pessoas se destacam: Abraão e Davi.
O advento do Rei
Jesus é o Messias, o Libertador, o Ungido de Deus, desejado por Israel e anunciado nas Escrituras. Já vimos que sua genealogia estabelece sua filiação de Davi e de Abraão. Por ser o
Messias em quem confirma a longa história das benevolências
divinas, compete-lhe a última palavra; ele é o Salvador que Moisés
prefigurava.
Mateus atribui-lhe os títulos messiânicos. Segundo o
anúncio profético, ele nasce em Belém, cidade real; é verdadeiramente o “Filho de Davi”. Mateus, contudo, rejeita o conceito de
um Messias nacionalista que seus contemporâneos criaram. A fim
de corrigi-lo, apela para a figura do “Servo” deza
Deus
ção(8.17; 12.18i
l
ia toda maneira, são as
23), ele é rei (21.5; 2.2; 27.11,39 e 42).
rcDe
e
m
Escrituras que, incessantemente,
coautenticam sua identidade.
aa
id
roib
No evangelho P
de Mateus vemos o quanto Jesus é Rei, pois possui
títulos reais, veja:
Nome Real – “Ele será chamado pelo nome de Emanuel” (1.23).
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Posição Real – “De ti sairá o Guia que há de apascentar o meu
povo, Israel” (2.6).
Anúncio Real – “Preparai o caminho do Senhor” (3.3).
Coroação Real – “Este é meu Filho amado, em quem me comprazo” (3.17).
Proclamação Real – “Ensinava como quem tem autoridade” (7.29).
Glória Real – “Então dirá o Rei, vinde benditos de meu Pai, entrai
na posse do reino” (25.31).
Sacrifício Real – “Este é Jesus, o Rei dos Judeus” (27.35,37).
Vitória Real – “Ele não está aqui, ressuscitou como havia dito”
(28.6).
Mateus narra a visita dos três magos que vinham do Oriente. Diz a Bíblia que eles vieram adorar, não ao Salvador do Mundo, como de fato Cristo é, mas ao Rei dos judeus. Aqueles homens
intelectuais procuravam por um rei, perguntaram no caminho:
Onde está aquele que é nascido rei dos judeus?
ção
A adoração daqueles magos que adesconheciam
o local de
liza
i
c
nascimento contrasta a condutam
doerpovo judeu, em especial dos
co onde seria o local de nascimento
a
sacerdotes, que por sinal,
sabiam
a
ibid
de Cristo, mas que,
Pro no entanto o rejeitaram. Tudo isto já indicava
que a maioria dos judeus rejeitaria ao seu Rei.
João Batista
30
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João Batista foi o precursor, o embaixador de Jesus. Ele
tinha outro nome. Isaías o identifica com a “voz”: “voz do que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai no ermo
a vereda a nosso Deus” (Is 40.3). Este foi o arauto de Jesus Cristo,
possuía duas funções: a de apenas “uma voz”, e de “mensageiro”.
Isto é tudo o que o Antigo Testamento fala sobre ele. Em Mateus
ouvimos sua “voz”:
“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus. Porque
este é o referido por intermédio do profeta Isaías: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas
veredas” (Mt 3.2-3).
Era de praxe um arauto ir adiante do Rei, como era o caso
do oficial romano que ia adiante do seu governador, e ordenava
que fossem consertadas as estradas pelas quais o seu senhor ia
passar. E foi realmente isso que João Batista fez. Revelou que os
caminhos dos homens e das nações se encontravam tortos e cheios de buracos causados pelo pecado e precisavam ser endireitados.
O batismo e a tentação de Jesus
ção
Agora Jesus se ingressa no ministério,
lizanesse período se
a
i
c
r
encontrava com 30 anos. Depois m
daetríplice
benção que recebeu
o
c
na ocasião do batismo, eleaé a
d levado pelo Espírito Santo ao deserto
i
b
i
para ser tentado rpelo
P o diabo. Seu ministério público estaria sendo
posto em prova.
O diabo lhe ofertou um atalho para se obter o governo
universal que ele teria que alcançar através de um cumprido e doProibida a Comercialização © Direitos Reservados ao Instituto Belém
31
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loroso caminho até chegar a cruz. Contudo, a tentação não venceu
a Cristo, que renunciou o caminho mais rápido oferecido pelo inimigo. Jesus não só venceu essas primeiras tentações, como também todas as demais, pois seu propósito estava acima de qualquer
outra oferta do diabo.
Por vezes, o diabo nos oferece um caminho mais curto
para a realização dos nossos sonhos, no entanto, seu propósito é
de nos desvencilhar dele, levando-nos a queda. Não vale a pena
ceder às suas tentações. Devemos agir semelhante a Cristo, se de
fato desejamos obter nossa vitória.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado
____ 24) - João Batista foi o precursor, o embaixador de Jesus. Ele
tinha outro nome. Isaías o identifica com a “voz”.
____ 25) - Mateus narra a visita dos três magos que vinham do
Ocidente.
____ 26) - Agora Jesus se ingressa no ministério, nesse período se
o
encontrava com 30 anos. Depois da tríplicezbenção
açã que recebeu
i
l
na ocasião do batismo, ele é levado pelo
rciaEspírito Santo ao deserto
e
m
para ser tentado pelo diabo. co
aa
id
roib
P
Os ensinos do Rei
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Jesus estabeleceu uma grande parte dos padrões do seu
reino, entre os capítulos 5, 6 e 7 de Mateus. Trouxe uma nova lei,
pois a antiga lei tinha servido até aquele momento, a partir de
agora, Jesus implantaria uma nova lei. Contudo, ele não destruiu
a lei de Moisés, como também não a tratou como perfeita e final.
Em cima de uma montanha Jesus inicia seus sermões poderosos, estabelecendo agora, uma nova doutrina. Ele começa de
dentro para fora, inicia no interior do homem e conclui no seu
exterior, ao contrário da lei antiga. É importante lembrar que a
base de todo o cristianismo se encontra nesses três capítulos de
Mateus. O Sermão do Monte como é universalmente conhecido,
engloba assuntos valiosíssimos ao homem, e que não devem ser
abandonados pelos pregadores atuais. Esse sermão contém o
modelo e padrão de vida para uma vida realmente espiritual e
santa. São diversas mensagens voltadas para a vida prática de um
cristão.
“nesses sermões, Jesus define os limites e a natureza do reino, as
condições para se entrar nele, suas leis, seus privilégios, e suas recompensas”.
A base da nova doutrina transmitida por Cristo é a prática do
amor e da bondade. Eleva muito acima a necessidade do perdão,
o
e da vida cristã interior.
zaçã
i
cial
r
e
“Quando Jesus acabou de proferir
estas palavras, estavam as multicom
a
a
d doutrina; porque ele as ensinava como
dões maravilhadas da
ibisua
Pro e não como os escribas”. (Mt 7.28-29).
quem tem autoridade,
Os milagres operados pelo Rei
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Mateus (8 e 9), narra cenas de milagres e curas de Jesus.
Jesus como Rei, não se prende apenas nas palavras, ou nos ensinos, mas também na demonstração de poder. Vemos então nesses
capítulos a autoridade do Rei Messias sobre todas as coisas: “homens, toda sorte de enfermidades” (Mt 9.35). Fica em evidência
o absoluto alcance do Reino de Deus. Ele abrange todas as dimensões da vida humana. Temos referência a dimensão do natural (humano), e do espiritual. Poderíamos considerar o humano
como parte do natural, mas dividimos assim para visualizarmos
o homem em relação ao que é natural e ao que é espiritual. “É
importante separarmos bem essas coisas. Nem toda doença é provocada por demônios, mas algumas são. Nem toda ventania é provocada por demônios, mas algumas podem ser, conforme se vê no
livro de Jó”.
O Rei e os seus súditos
Jesus além de ser um grande pregador, é também um
grande líder. É comum todo rei ter seus súditos, e Jesus não era
diferente. Logo no início, foi aliciando homens para lhe servir em
seu reino. Mas onde ele encontrou seus primeiros servos? Não foi
no templo, entre os doutores ou sacerdotes, nem entre os principais do povo. Ele os achou à beira-mar consertando suas redes.
o
Diz Paulo que ele não escolheu muitos nobres çeãpoderosos,
mas
a
z
i
l
escolheu antes as coisas loucas do mundo
cia para envergonhar os
r
e
m
sábios (1 Co 1.27).
co
da a
i
b
i
Em Mateus
Pro 10 encontramos o relato dos nomes dos doze
apóstolos, talvez esta seja a relação dos nomes mais importantes
do mundo. Jesus havia os incumbido de anunciar seu reino, de
curar os enfermos.
34
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Nota sobre Mateus 13 (O reino dos céus)
Por mais de 55 vezes a palavra reino está registrada em
Mateus. Só a expressão reino dos céus encontra-se inserida 35
vezes em suas páginas. Jesus fez comparação ao Reino dos Céus
com as parábolas: do semeador, do joio, da semente de mostarda,
do fermento, do tesouro escondido e da pérola. Essas parábolas
descrevem o valor da presença deste reino celestial presentes neste
mundo.
Parábola significa fazer uma comparação, colocar uma
coisa ao lado da outra. É uma narrativa alegórica, que contém
personagens, coisas, incidentes, e atitudes que por meio da comparação facilita a compreensão. As parábolas, como encontramos
nos evangelhos, é um recurso didático, largamente utilizado por
Jesus, a fim de elucidar as grandes verdades e mistérios do Reino
de Deus.
Jesus apresenta, por meio de parábolas neste capítulo, diversas características do reino, as quais se encontram ao mesmo
tempo ocultas e reveladas. Ocultas para a multidão e reveladas
para os discípulos.
A rejeição do Rei
ção
liza
a
i
c
er
com
a
a
Mateus (16.21 à 20.34)idapresenta
um quadro triste em seu livro:
b
i
o
r
“a rejeição de Cristo
P pelos seus”. O próprio João afirmou isso: “Ele
veio para o que era seu, e os seus não o receberam” (Jo 1.11).
Consequentemente com a rejeição dos judeus ao reino de
Cristo, este reino foi transferido a um novo povo. “Portanto vos
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digo que o reino de Deus vos será tirado e será entregue a um
povo que lhe produza os respectivos frutos” (Mt 21.43).
Mas o que justificaria os judeus rejeitarem o reino? Por
certo, eles aspiravam por um reino “teocrático” terreno, e não celestial, queriam um governante que os libertasse das garras do império romano, queriam que o reino fosse a seu modo e de acordo
com suas condições.
Os judeus recebem Jesus em Jerusalém com entusiasmo.
Porém, estranham sua atuação no templo, quando ele expulsa
os comerciantes e derruba suas mercadorias. Da mesma forma
muitos estranham as mudanças que Jesus deseja fazer em suas
vidas após terem-no recebido como Salvador. Na seqüência, Jesus conta uma parábola que mostra a chegada dos gentios para
o reino, enquanto que os judeus ficam em último lugar. Em todo
tempo os fariseus ouviam tudo isso. Porém, nunca entendiam o
alerta de Jesus. Sempre se viam ameaçados por ele, quando deviam vê-lo como Salvador. E assim, se punham sempre em atitude
de perseguição e isto apenas se tornava cumprimento das próprias
palavras de Cristo.
o
açã
z
i
l
rcia de Cristo em estaMateus é o único que nos revela
oepropósito
m
coso planos de Jesus haviam mudados
belecer sua igreja. Parece
que
a
a
id pelo seu reino. Todavia já era plano de
dada à rejeiçãordos
oibjudeus
P
Deus, desde os tempos mais remotos, chamar para sua comunA Igreja em Mateus
hão um povo que não era seu povo. O nome igreja significa “os
chamados para fora”. Jesus estava começando a construir um novo
edifício, um novo corpo de pessoas, onde tanto judeus como gen36
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tios fariam parte.
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A morte e ressurreição do Rei
Temos focalizado apenas os pontos mais culminantes da
vida de Jesus. Chegamos ao ponto em que autoridades religiosas levaram às últimas conseqüências sua perseguição a Cristo.
Aqui ocorre o episódio da traição de Judas, a cena de Cristo sendo
moído nas sombras do Getsêmani, a prisão seguida de profundo
castigo e a morte de Jesus. Até nesse momento, o título real acompanha o Messias. Sobre sua cruz se coloca a inscrição em caracteres romanos, gregos e hebraicos: “Este é Jesus, o Rei dos judeus”
(Mt.27.37 Lc.23.38). O que, para os algozes era uma acusação
contra Cristo, tem maior significado como acusação contra seus
próprios malfeitores. Mataram o rei dos judeus. Tal escrita tornase mais significativa ainda quando a vemos como uma declaração
para o mundo a respeito de Cristo. Ali estava a verdade. A partir
de então, cabe a cada ser humano aceitá-la ou rejeitá-la. Contudo,
isso não mudará a essência da afirmação, a qual foi escrita nos três
principais idiomas daquela região. Embora o aramaico não tenha
sido usado, bastavam os caracteres romanos, hebraicos e gregos
para que qualquer pessoa que por ali passasse pudesse ser capaz
de ler aquela frase. A mensagem da cruz é para todos, a todos foi
o
dirigida e quem quiser ignorá-la não terá outro çcaminho
de sala ã
z
i
l
vação.
cia
er
m
a co
Antes de dar oidesfecho
final em seu livro, Mateus testeda
b
i
o
r
munha a Ressurreição
de Jesus. A morte não conseguiu segurá-lo
P
por muito tempo. Ao terceiro dia Jesus ressuscitou, e mostrou ao
mundo que ele venceu os grilhões da morte. E todo aquele que
nele crê, será coroado com a vida eterna. Seu poder triunfal foi
demonstrado mais uma vez. Agora, tendo recebido todo poder
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nos céus e na terra, ele dá ordens aos seus discípulos para que
levem o evangelho a todas as nações.
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta
27) - Jesus estabeleceu uma grande parte dos padrões do seu reino, entre os capítulos:
___a. 4, 5 e 6 de Mateus.
___b. 7, 8 e 9 de Mateus.
___c. 5, 6 e 7 de Mateus.
___d. 6, 7 e 8 de Mateus.
28) – As parábolas, como encontramos nos evangelhos, é um recurso didático, largamente utilizado por Jesus, a fim de elucidar as
grandes verdades e mistérios:
___a. do Reino de Deus.
___b. do Reino de Cristo.
___c. do Reino de Davi.
___d. do Reino de Teocrático.
o
açã
z
i
l
29) – Mateus é o único que nos revela
rcioapropósito de Cristo em
e
m
estabelecer:
co
a
a
ibid
Pro
___a. sua paróquia.
___b. sua igreja.
___c. sua pátria.
___d. sua missão.
38
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30) – Ao terceiro dia Jesus ressuscitou, e mostrou ao mundo que
ele venceu:
___a. os seus inimigos.
___b. Pilatos e seus algozes.
___c. Judas Iscariotes.
___d. os grilhões da morte.
ção
m
co
a
a
d
ibi
Pro
liza
a
i
c
er
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Lição 3
O Evangelho de Marcos
Autor
João Marcos era um judeu, seu primeiro nome significa:
“graça de Deus” (hb). Já o seu sobrenome Marcos significa “martelo grande”(latim). Era primo de Barnabé, e nasceu provavelmente em Jerusalém. Acompanhou Barnabé e Paulo a Antioquia,
e depois os acompanhou em sua primeira viagem missionária.
Por alguma razão não esclarecida não concluiu a viagem, e voltou
mais cedo para sua casa. Mais tarde foi motivo de dissensão entre
eles. Paulo não queria levá-lo à segunda viagem por causa de sua
deserção, e por esta causa Barnabé decidiu abandonar a Paulo, e
seguir para Chipre com Marcos (At 15.37-39). Lá na frente, João
Marcos demonstrou ser uma pessoa muito útil a Paulo quando
este ficou preso em Roma (Cl 4.10). Esteve também com Pedro na
ocasião que este escreveu sua primeira epístola (1 Pd 5.13). Marcos teria sido instruído por Pedro acerca de Cristo. Paulo, chegou
a solicitá-lo novamente em sua prisão (2 Tm 4.11), mostrando que
um fracasso nem sempre impede a utilidade da pessoa
o definitivaã
ç
mente.
liza
rcia
e
m
o
O parecer favorável
àcautoria
de João Marcos conta com
a
a
d
i
b
o testemunho deoiPapias,
bispo de Hierápolis, conforme registro
Pr era intérprete de Pedro.” Escreveu de acordo
de Eusébio: “Marcos
com as informações e ensinos de Pedro. Irineu diz que Marcos
era discípulo de Pedro e escreveu em Roma. Teríamos então nesse
evangelho a mão de Marcos e a voz de Pedro. Observe o resumo
do evangelho no sermão de Pedro em At.10.36-43, inclusive a or40
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dem dos fatos.
Pastor Moisés Carneiro
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O propósito do livro
O tema de Marcos se encontra registrado no capítulo 10
verso 45: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”. A
preocupação de Marcos não é provar certas declarações e profecias acerca de Jesus. Sua intenção se limita apenas em narrar com
clareza os fatos a respeito de Jesus. Ele se preocupou mais com os
atos de Cristo do que com suas próprias palavras.
Marcos é o “Evangelho da Ação”, e mostra Jesus como o
Servo do Senhor, labutando incansavelmente para salvar os pecadores. Neste evangelho, Jesus também é visto como o Poderoso
Conquistador, levando a frente sua campanha para a libertação da
raça humana de toda morte e pecado.
Ao passo que Mateus dirigiu seu livro aos judeus, Marcos
parece ter escrito para os romanos. O cidadão romano era muito
diferente do judeu. Tinha um espírito forte e prático. Sua religião
tinha que ser prática. Não se preocupava com genealogias, assim
como os judeus costumavam fazer. Gostavam de ouvir as contar
as histórias simples da vida de Jesus. Diziam: “conte-me
o o que ele
ã
ç
a
z
fez. Desejo conhecê-lo exatamente como ele
aliera”.
ci
er
com
Marcos caracteriza-se
a a por ser o menor de todos os evanddiz:
i
b
i
gelhos. Mayer Pearlman
“O estudo do Evangelho de Marcos,
ro
P
revelará os seguintes fatos”:
1) sua exigüidade – é o mais breve dos Evangelhos;
2) os atos de Jesus são enfatizados mais que seus discursos;
3) a introdução é sucinta;
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41
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4) palavras tais como ‘imediatamente’ e ‘logo’ são encontradas por
todo o livro.
“Estes fatos são uma indicação da natureza do evangelho ora em
estudo”.
Em contraposição ao livro de Mateus que tem 28 capítulos
e registra muitas 14 parábolas, Marcos tem apenas 16 capítulos e
relata apenas quatro parábolas.
O evangelho de Marcos foi escrito em grego. Alguns teólogos argumentam a favor de um original em aramaico. Isto se deve
à freqüência de termos aramaicos no livro. Contudo, tal hipótese
não foi comprovada e não conseguiu grande aceitação.
Foi o primeiro evangelho a ser escrito. Data provável: ano
55. As datações dos comentaristas oscilam entre os anos 50 e 69.
A palavra imediatamente aparece 40 vezes, ou “logo” dependendo da versão. “Em seguida” também aparece com freqüência, indicando movimento constante e urgente. É o evangelho da
ação.
o
açã
z
i
l
a
rcide
e
Marcos não relata o nascimento
Jesus. Nenhuma referm
o
c
ência ao seu nascimentoaseafaz no seu evangelho. Há um motivo,
bid nas árvores genealógicas de um “espois, ninguém rseoiinteressa
P
Aspectos gerais
cravo” (servo).
42
Não menciona a visita dos magos.
Oculta a visita do menino Jesus ao templo, quando este
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tinha doze anos.
Pastor Moisés Carneiro
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Não menciona o Sermão do Monte. Enquanto Mateus
dedica três capítulos inteiros a esse sermão que revela as doutrinas
do reino.
Não há introdução em Marcos, enquanto os demais dedicam largos textos na abertura de seus livros. Seu conteúdo é breve,
mas rico em detalhes. Demonstra testemunho ocular (de Pedro).
Mostra efeitos das palavras de Jesus sobre as multidões e
os discípulos - 1.22-27; 2.12; 6.56 etc.
É mais cronológico é mais ordenado do que Mateus.
Apresenta Jesus como servo sofredor.
“Jesus, que foi apresentado por Mateus como rei, é apresentado
por Marcos como servo. Temo então um Rei-servo. Isso parece
uma contradição. Contudo, é a realidade. O rei Jesus se humilhou
ao ponto de servir a todo tipo de pessoas, chegando até a lavar os
pés aos seus discípulos. Tal contraste pode também ser observado
em nossas vidas. Somos chamados reis e sacerdotes (I Pd 2.9).
Porém, não podemos deixar de ser servos (Rm 6.18). Como disse
Salomão: príncipes como servos sobre a terra” (Ec 10.5-7).
ção
Questionário
com
aa
id
roib
liza
a
i
c
er
P certo e “E” para errado
Marque “C” para
____ 31) - João, cujo sobrenome era Marcos, um judeu. Seu nome
vem do hebraico e significa “graça de Deus”. Marcos vem do latim
e significa “martelo grande”.
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____ 32) - O tema
de Marcos
se encontra registrado no capítulo
Proibida
a comercialização
16 verso 1: “Pois o próprio Filho do homem não veio para ser
servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos”.
____ 33) - Ao passo que Mateus dirigiu seu livro aos judeus, Marcos parece ter escrito para os gregos.
____ 34) - Marcos caracteriza-se por ser o menor de todos os
evangelhos.
____ 35) - Em contraposição ao livro de Mateus que tem 28 capítulos e registra muitas 14 parábolas, Marcos tem apenas 16 capítulos e relata apenas quatro parábolas.
____ 36) - Marcos relata o nascimento de Jesus. Várias referências
ao seu nascimento se faz no seu evangelho.
A vinda do Servo
O livro de Marcos inicia com a seguinte expressão: “princípio do evangelho...”. Ao contrário de Mateus ele não apresenta os
primeiros trinta anos de vida do mestre. Sua narrativa se desenvolve praticamente a partir do inicio do ministério de Jesus. A
seguir, completa “... de Jesus Cristo, Filho de Deus”.
o
açã
z
i
l
Nos versos subseqüentes (1.2-7),
rcia observa-se o cumprie
m
mento das profecias de Isaías cna
o pessoa de João Batista. Nas entrea
a
linhas desses versos,
nota-se
não
somente o precursor, mas tambid
i
o
r
bém o Servo P
de Deus.
João Batista surge no cenário do deserto, batizando e
pregando o arrependimento às multidões que desciam a ele. A
vinda de João foi o cumprimento de Malaquias (3.1), e de Isaías
que disse ser ele simplesmente a “voz”: “voz do que clama no de44
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serto: Preparai o caminho
do Senhor;
endireitai no ermo vereda a
Proibida
a comercialização
nosso Deus (Is 40.3). Era um homem diferente, de modo que vestia pelos de camelo, usava um cinto de couro, e alimentava-se de
gafanhotos e me silvestre. Contudo, foi escolhido por Deus para
ser o precursor de Servo.
“Sua mensagem tinha um aspecto tão estarrecedor quanto à sua
aparência”.
O batismo de Jesus
Em Marcos observamos o encontro de João e Jesus no rio
Jordão. Para João, Jesus não necessitava ser batizado, pois ele não
tinha pecado. Sua vida resplandecia o mais alto grau de pureza, a
ponto de causar em João um sentimento de “indigno de batizálo”. Logo, ele disse: “Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens
a mim? (Mt 3.15). Contudo, Jesus salientou-o de que era-lhe
“necessário cumprir toda a justiça”.
Ao levantar-se da água, o Espírito Santo, em forma de
pomba, desceu sobre ele indicando que estaria apto para cumprir
cabalmente seu ministério terreno. E uma voz dos céus era ouvida
por eles: “Tu és meu Filho amado, em quem me comprazo”. O Pai
estava lhe assegurando a satisfação e aprovação por seu ministéo
rio.
açã
iz
cial
r
e
Ao ser batizado por João,
Jesus nos deixa o mais alto excom
a
a
emplo de justiça. Poisbele
a
cumpriu
plenamente. E revela também
id
i
o
r
a sua humildade,
P ao deixar ser batizado por um homem “pecador”.
O Servo no trabalho
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45
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Marcos apresenta
Cristo que labuta ininterruptamente
Proibidaum
a comercialização
a fim de abençoar seus discípulos. Ele apresenta Jesus: ensinando
os que estavam em trevas, animando os sem esperanças, curando
os enfermos, libertando os cativos e oprimidos, perdoando os
pecadores.
Jesus escolhe quatro pescadores para se juntarem a ele (Mc 1.1620). Eram trabalhadores e ocupados. Marcos diz que eles imediatamente deixaram as redes e o seguiram (Mc 1.18).
Na sequência dos fatos, Jesus aparece operando muitas
maravilhas entre as multidões:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Demônios eram expulsos (1.21-28);
febre repreendida (1.29-31);
várias doenças curadas (1.32-34);
leprosos purificados (1.40-45);
cura do paralítico (2.1-12);
cura da mão ressequida (3.1-5);
multidões curadas (3.6-12);
a tempestade apaziguada (4.35-41);
um endemoninhado restabelecido (5.1-15);
fluxo de sangue estancado (5.21-34);
a filha de Jairo ressuscitada (5.35-43);
cinco mil alimentados (6.32-44);
o
Jesus caminhando sobre as águas (6.45-51);
açã
z
i
l
muitos são curados ao tocar nele
rcia(6.53-56);
e
m
surdos e mudos ouvem
coe falam (7.31-37);
a
a
quatro mil são
alimentados
(8.1-9);
bid
i
o
r
o cegoPcurado (8.22-26).
Marcos fala sobre Jesus realmente como um homem trabalhador. É o único que o menciona como “carpinteiro”. Contanos que Jesus “tomou alguém pela mão”, e as criancinhas “em seus
braços”; diz que ele “se condoeu”; “suspirou”; “se maravilhou”;
46
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“amou”; “irou-se”; e que
“se compadeceu”.
Proibida
a comercialização
Em Marcos (1.21-34), enquanto Jesus ensinava na sinagoga em Cafarnaum num dia de sábado, foi interrompido por um
endemoninhado. O espírito imundo daquele homem foi expulso
por ele e todos os presentes se maravilharam da autoridade que
possuía sobre os demônios.
Logo em seguida, Jesus vai a casa de Pedro e cura sua sogra que estava com muita febre. Ainda era tarde e a multidão se aglomerava
para vê-lo e ser curada por ele. Traziam os coxos, os endemoninhados, os cegos, e todos eram alcançados pelo glorioso poder do
Salvador. Os coxos se levantavam, os cegos passavam a ver, e os
endemoninhados eram libertos. As marcas de sofrimentos daquelas pessoas eram transformadas em marcas de grande alegria.
Seus milagres confirmavam sua divina autoridade, eram na verdade, uma declaração de que era o prometido Redentor, aquele
de quem todos os homens necessitam. “Porque Jesus, sendo o
próprio Deus, seus milagres se tornava tão naturais para ele como
qualquer outra ação para nós”. A fé do povo aumentava sem precedente à medida que ele realizava milagres.
Numa manhã de domingo, um dia depois de operar todas essas
curas, o Mestre foi em busca de um lugar reservado a fim de orar
o
(1.35). À medida que seu ministério crescia, Jesus
açã sentia maior
z
i
l
ia mais orava mais se
necessidade de comunhão com o Pai. Erc
quanto
e
m
o
aumentava a dimensão do seucministério.
Fica evidente é fundaa
a
mental o papel da oração
id na vida dos ministros do evangelho. Se
oiborar,
Prde
Cristo necessitou
quanto mais nós precisamos fazê-lo. O
êxito do ministério concentra-se especialmente no período dedicado do à oração é o jejum.
O Servo que perdoa
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Jesus anunciava o reino numa casa a uma grande multidão. A notícia se espalhou rapidamente entre os moradores daquela redondeza. De repente Jesus observa que um paralítico é baixado entre
os telhados daquela casa por quatro homens. O fato é que aqueles
homens o trouxeram com cama e tudo de um lugar distante para
ser curado por Jesus. A fé daqueles homens foi tão grande, que
nem mesmo o telhado foi capaz de impedi-los de apresentar o
paralítico para ser curado. Quando o enfermo já estava no chão,
Jesus se aproximou dele e disse: “Filho perdoado estão os teus
pecados” (Mc 2.5). Jesus lhe assegurou o perdão divino antes de
lhe conceder a cura. Pois o propósito do perdão é a cura da alma.
Para provar seu poder de perdoar, disse novamente: “Ora, para
que saibais que o Filho do Homem tem sobre a terra poder para
perdoar pecados... a ti te digo: levanta-te, e toma o teu leito, e vai
para sua casa” (Mc 2.10-11).
Em Marcos 3.13-31 Jesus escolhe seus discípulos. Foram
selecionados para estarem com ele. Essa é a vontade de Jesus para
os seus discípulos de hoje. Que estejam diariamente em sua presença vivendo em continua comunhão com ele. Os discípulos de
Jesus, não chamados mais de servos, e sim de amigos (Jo 15.15).
O capítulo 4 de Marcos registra quatro parábolas:
o
•A parábola do semeador (4.3-20).
açã
z
i
l
•A parábola da candeia (4.21-25).
rcia
e
m
•A parábola da semente
co germinando secretamente (4.26a
a
29).
ibid
•A parábola
Pro do grão de mostarda (4.30-33).
O Servo rejeitado
48
Em Marcos (8. 31-15.37) encontramos a seguinte narraCurso básico de Teologia
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Pastor Moisés Carneiro
tiva: “Importava que oProibida
Filho doa homem
padecesse muito, e que
comercialização
fosse rejeitado pelos anciãos”. Aqui vemos o caminho de sofrimento e rejeição que Cristo trilhou.
Jesus afirmou no livro de Marcos que:
•
Seria rejeitado pelos anciãos, principais sacerdotes, e escribas (Mc 8.31);
•
Seria traído (Mc 9.31);
•
Seria morto pelos romanos (Mc 10.32-45);
•
Iria ressuscitar ao terceiro dia (Mc 9.31).
Rejeitar a Cristo constitui-se em elevada transgressão. Ao
ouvir a mensagem do evangelho, o homem tem de escolher em
aceitar a Cristo como seu Salvador, ou pisá-lo debaixo de seus pés.
O povo no tempo de Jesus fez sua escolha, em nossos dias o povo
também deve fazer a sua.
Contudo é difícil imaginar que a maior parte da humanidade continue a rejeitar a pessoa de Cristo.
O Servo crucificado
No capítulo 13, o Mestre revela o futuro aos discípulos:
•
•
•
ção
liza
a
profetiza acerca do final dos tempos;
i
c
mer
acerca da grande tribulação,
o
c
a e glória.
e da sua voltabcom
dapoder
i
i
Pro
Os escribas, saduceus, fariseus, e os principais sacerdotes procuravam uma ocasião para matar a Cristo. Estes encontraram no círculo fechado dos apóstolos um traidor, que o entregaria por um
bocado de moedas.
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Enquanto Jesus sentia pavor e angústia no Getsêmani, Judas estava no Sinédrio vendendo-o por trinta moedas de prata, o
preço de um escravo (servo).
Jesus foi crucificado semelhante a um escravo. Ele foi o
Servo Sofredor, que entregou sua vida na cruz do Calvário para
regaste da humanidade. O Servo levou nossos pecados em seu
corpo.
O Servo ressuscitado
Passado o terceiro dia, na manhã de domingo, o Servo ressuscitou dentre os mortos. As mulheres haviam comprado aromas
para ungirem o seu corpo. No entanto, ao entrarem no sepulcro
receberam a notícia de que Jesus já havia ressuscitado (16.6).
Jesus apareceu primeiramente a Maria Madalena, aquela
que havia expulsado sete demônios. E a comissionou de anunciar
sua ressurreição entre os demais discípulos.
É no evangelho de Marcos que se encontra uma das passagens mais concorridas da Bíblia, que na verdade, representa a
comissão dada por Cristo a sua: “Ide por todo o mundo e pregai
o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado
ção será salvo;
mas quem não crê será condenado”. (Mcia16.16-17).
liza
ida
ib
Pro
rc
me
o
c
a
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta
37) - O livro de Marcos inicia com a seguinte expressão:
50
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___a. “princípio do evangelho...
Proibida ”a comercialização
___b. “princípio do cristianismo...”
___c. “princípio do mundo...”
___d. “princípio da salvação...”
38) – Jesus escolhe quatro pescadores para se juntarem a ele (Mc
1.16-20). Eram trabalhadores e ocupados. Marcos diz que eles
imediatamente deixaram as redes e:
___a. correram.
___b. fugiram.
___c. o seguiram.
___d. e foram para os barcos.
39) – Rejeitar a Cristo constitui-se em elevada:
___a. benção.
___b. perdição.
___c. maldição.
___d. transgressão.
40) – É no evangelho de Marcos que se encontra uma das passagens mais concorridas da Bíblia, que na verdade, representa:
___a. a comunhão dada por Cristo.
o
___b. a comissão dada por Cristo.
açã
z
i
l
___c. a consolação dada por Cristo. rcia
e
___d. a benção dada por Cristo.
com
aa
id
roib
P
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Lição 4
O Evangelho de Lucas
Autor
Há quem diga que Lucas, seja um apelido carinhoso dado
a Lúcio, um dos líderes da igreja primitiva que acompanhou Paulo
em várias viagens missionárias. Contudo, o nome Lucas (grego)
significa “aquele que traz a luz”. Lucas foi um médico e passou a ser
considerado historiador por que escreveu também o livro de Atos.
Nascido em Antioquia da Síria, Lucas é o único escritor bíblico
do qual podemos afirmar que era gentio. Segundo o prólogo de
Antimarcionita, ele não se casou. Tertuliano e Irineu testificaram
a autoria de Lucas ao terceiro evangelho. Irineu último registrou:
“Lucas escreveu em um livro o evangelho que Paulo pregava.”
Características do livro
Enquanto o evangelho de Mateus foi escrito por um judeu para judeus e Marcos foi escrito por um judeu para gentios, o
evangelho de Lucas foi escrito por um gentio para
ãoos gentios. Teaçde
z
i
mos, portanto, testemunhos diversos airespeito
Jesus os quais
l
a
c
r
e
são vistos sob ângulos diferentes
ome procurando atingir objetivos
cdiversidade,
a
variados. Sobre o valorddessa
é bom lembrarmos que
a
i
b
i
muitos foramPos
roque testemunharam sobre Jesus: os discípulos, os
inimigos, os demônios, e, no fim dos tempos, toda língua confessará que ele é o Senhor (Fp 2.10-11).
Lucas dirigiu o seu evangelho a Teófilo (“amigo de Deus”).
O tratamento que lhe é conferido por Lucas, “excelente”, “exce52
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lentíssimo” ou “digníssimo”, tem levado a crer que Teófilo era um
homem de alto escalão, que, no entanto não era aparentemente
cristão. Lucas apresenta-lhe cuidadosamente sobre a vida, morte
e ressurreição de Cristo, a fim de que ele pudesse crer. Diz-se que
ele converteu-se após ler este evangelho.
A tradição afirma que o médico amado evangelizou o a
região sul da Europa e foi martirizado na Grécia aos 84 anos de
idade. Por falta de cruz, foi pregado numa figueira.
Lucas foi escrito por volta do ano 60 d.C. As datações têm
oscilado entre os anos 58 e 65.
Mateus apresenta Cristo como Rei dos judeus.
Marcos apresenta-o como Servo de Jeová aos romanos.
E Lucas apresenta-o como Filho do Homem aos gregos.
O tema central do evangelho de Lucas está registrado no
capítulo 19 e verso 10:
“Porque o Filho do Homem veio buscar e salvar o perdido.”
ção
a narra a vida do
Lucas é conhecido como o evangelho
lizque
a
i
c
r
“Filho do Homem”. É conhecidoopor
a varonilidade de
meapresentar
c
a
Cristo. Essa frase não d
éa
exclusiva
de Lucas. Ezequiel menciona
ibi
aproximadamente
Pro91 vezes esta expressão. O Senhor chamava
o profeta dessa forma. Os demais evangelhos: Mateus, Marcos e
João também se referem a Jesus através deste título. O próprio
Lucas usa o mesmo tratamento em Atos 7.56. Esse foi um título
que Jesus deu a si mesmo. Observa-se nesse detalhe a humildade
do Mestre. Sendo perfeitamente humano, Jesus estava habilitado
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a ser o representante legítimo dos seres humanos.
De acordo com o tema central de seu evangelho, o médico amado apresenta o nascimento virginal de Cristo minuciosamente. Embora o fato da encarnação seja um intrigante mistério
em todas as eras da igreja, o nascimento de Cristo, como qualquer
outro homem, é testemunhado.
Apenas Lucas registra a visita dos pastores (2.8-20).
Lucas fala do crescimento e desenvolvimento humano de
Cristo. Só ele narra o episódio da visita de Jesus ao templo com
doze anos.
Como homem, Jesus trabalhou com as mãos, chorou sobre a cidade, ajoelhou-se em oração, e conheceu a agonia do sofrimento. Tudo isso é intensamente humano. Só Lucas registra a
cura da orelha de Malco (22.51).
Em sua apresentação de Jesus como homem, Lucas menciona a genealogia do Senhor até Adão. Fica demonstrada a humanidade de Cristo. A genealogia é uma forma de demonstrar
que Cristo não apareceu magicamente, mas nasceu de uma descendência, embora de modo sobrenatural.
ção
a
z
i
l
Diz que Lucas é o evangelho dos
iadesprezados. Ele destaca
ercem
a atitude ou menção amável deoCristo
relação:
m
c
a
bida
i(6.20);
o
•aos pobres
r
P
•à mulher pecadora (7.37);
•aos mendigos (16.20-21);
•ao bom samaritano (10.33);
•aos leprosos (17.12 – narrativa exclusiva);
•aos publicanos e pecadores (17.12);
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•ao ladrão na cruz (23.43 – narrativa exclusiva).
Só Lucas menciona o choro de Jesus por Jerusalém, numa
demonstração de sensibilidade humana. Só ele nos conta do suor
de sangue no Getsêmani. Só ele fala da misericórdia regalada ao
ladrão da cruz. Só ele diz acerca dos dois discípulos que iam pelo
caminho de Emaús.
Seu evangelho relata o valor da oração contada em parábolas:
•o amigo importuno (11.5-8);
•o juiz iníquo (18.1-8);
•o fariseu e o publicano (18.9-14 – narrativa exclusiva).
Além disso, menciona várias orações de Jesus:
•Mateus cita três orações de Jesus;
•Marcos citou 4,
•João, também 4.
•Lucas mostra 11.
Lucas inicia seu evangelho com um louvor a Deus: “glória a Deus”.
Termina com outro louvor: “e estavam sempre no templo, louvando a Deus”. Tanto o Magnificat (1.46-55), como o hino de Zacarias (1.68-79), e o hino dos anjos (2.8-14), estão registrados no
seu evangelho.
ção
A infância de Jesus
ibi
Pro
m
co
a
a
d
iza
al
erci
A profecia dizia que o Messias nasceria em Belém, contudo Maria
e José vivam a cento e cinqüenta quilômetros dali. Não fosse a
mão de Deus, em fazer com que Roma enviasse um decreto que
os obrigava a irem a Belém, justamente no período em que o bebê
estava para nascer, este não cumpriria a profecia.
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Quando o menino Jesus nasceu, o anjo anuncia aos humildes pastores: “Eis que vos trago boa nova de grande alegria,
que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu na cidade de
Davi, o Salvador (2.10-12). Imediatamente correram para o verem
e adorarem.
Jesus “crescia,... e a graça de Deus estava sobre ele” (2.40).
Aos doze anos o menino Jesus subiu a Jerusalém com seus pais.
Ao regressarem, sem que soubessem esqueceram o menino na cidade. Ao voltarem o encontrou assentado no meio dos mestres,
ouvindo-os e interrogando-os. Diz Lucas ainda: “E todos os que
o ouviam, muito se admiravam da sua inteligência e das suas respostas”. O menino Jesus era cheio de sabedoria: “e crescia Jesus
em sabedoria, estatura, e graça diante de Deus e dos homens” (Lc
2.51).
Tudo isso nos revelam Jesus como verdadeiro homem.
A tentação do Filho do Homem
“Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e foi guiado pelo
mesmo Espírito, no deserto, durante quarenta dias, sendo tentado
pelo diabo” (4.1-2).
ão
aç
aliz
erci
Somente Lucas menciona
omque o Jesus estava cheio do Escbatismo.
a
pírito Santo ao regressar
do
Só ele relata que Jesus, no
da
i
b
i
poder do Espírito,
Pro regressou para a Galiléia (Lc 4.14). Assim como
Jesus saiu do fogo da provação no poder do Espírito, nós também
podemos fazê-lo. É certo que só quando estamos cheios do Espírito Santo é que podemos vencer a tentação pelo Seu poder.
56
O objetivo da tentação no deserto não era descobrir se o
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Cristo cederia ou não a Satanás. E sim demonstrar à serpente que
Cristo não podia ceder. Que nada em sua vida o incriminaria. A
verdade é que Cristo podia ser provado.
O Ministério do Filho do Homem
dos:
Veja os acontecimentos na ordem em que foram registra-
Ministério na Galiléia (4.14 - 9.50)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
Ministério em Nazaré, a cidade onde morava (4.16-30)
Pregação em Cafarnaum (4.31-44)
Chamada de Pedro, Tiago e João (5.1-11)
Chamada de Mateus (5.27-39)
Os fariseus (6.1-11)
A escolha dos doze apóstolos (6.12-16)
A instrução dos discípulos (6.17-49)
Milagres (7.1-17)
Discurso do Mestre (7.18-50)
Parábolas (8.4-18)
Os verdadeiros parentes (8.19-21)
O mar acalmado (8.22-25)
o
açã
z
i
A cura do endemoninhado (8.26-40)
l
rcia
e
A mulher curada (8.41-48)
m
cdeo Jairo (8.49-56)
a
A ressurreição da
filha
a
id
oibdoze
A missão
(9.1-10)
Prdos
Cinco mil alimentados (9.10-17)
A confissão de Pedro (9.18-21)
A transfiguração (9.27-36)
A cura do jovem possesso (9.37-43)
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Ministério na Judéia (9.51 – 19.27)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
A missão dos setenta (10.1-21)
O bom samaritano (10.25-37)
Marta e Maria (10.38-42)
Jesus ensina os discípulos a orar (11.1-13)
Buscando sinais (11.14-36)
Os fariseus denunciados (12.1-12)
O pecado da avareza (12.13-59)
O arrependimento (13.1-9)
O reino de Deus (13.18-30)
Jesus fala sobre a hospitalidade (14.1-24)
Jesus fala sobre a renúncia (14.25-35)
O Salvador e os perdidos (15.1-32)
O administrador infiel (16.1-30)
A caminho de Jerusalém (16.31 – 19.27)
Ministério em Jerusalém (19.28 – 24.53)
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
•
58
A entrada triunfal (19.28-38)
A autoridade de Jesus posta em dúvida (20.1 – 21.4)
Acontecimentos futuros (21.5-38)
A última Páscoa de Jesus (22.1-38)
ção
a
z
i
l
Jesus é traído (22.39-53)
a
erci (22.54-71)
Julgado perante o sumoom
sacerdote
a c (23.1-26)
Julgado perante
Pilatos
a
d
i
ib
A crucificação
Pro (23.27-49)
O sepultamento (23.50-56)
A ressurreição (24.1-48)
A ascensão (24.49-53)
Por meio desta lista dá-se para ter uma visão mais clara da
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vida do Filho do homem na terra.
Questionário
Marque “C” para certo e “E” para errado
____ 41) - Há quem diga que Lucas, seja um apelido carinhoso
dado a Lúcio, um dos líderes da igreja primitiva que acompanhou
Paulo em várias viagens missionárias.
____ 42) - Enquanto o evangelho de Mateus foi escrito por um
judeu para judeus e Marcos foi escrito por um judeu para gentios,
o evangelho de Lucas foi escrito por um gentio para os gentios.
____ 43) - Só Lucas menciona o choro de Jesus por Jerusalém,
numa demonstração de sensibilidade humana.
____ 44) - Lucas é conhecido como o evangelho que narra a vida
do “Filho do Homem”. É conhecido por apresentar a varonilidade
de Cristo.
____ 45) - Jesus “crescia,... e a graça de Deus estava sobre ele”
(2.40). Aos doze anos o menino Jesus subiu a Jerusalém
ção com seus
a
z
i
l
pais. Ao regressarem, sem que soubessem
esqueceram o menino
rcia
e
na cidade.
m
o
ac
a
d
i
ib
____ 46) - O objetivo
Pro da tentação no deserto não era descobrir se
o Cristo cederia ou não a Satanás. E sim demonstrar à serpente
que Cristo não podia ceder. Que nada em sua vida o incriminaria.
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O Evangelho do Filho do homem
Havia uma parede de separação entre judeus e gentios.
Isso se originou devido a maneira com os judeus foram tratados
quando eram cativos na Babilônia. Os judeus olhavam para nós
gentios com muito desprezo. Consideravam-nos como imundos
diante de Deus.
Contudo, o evangelho de Lucas mostra-nos o modo como
Jesus derrubou essa parede. “E que em seu nome se pregasse
arrependimento para remissão de pecados a todas as nações,
começando de Jerusalém” (24.47).
O Evangelho de Cristo é semelhante a uma ponte que liga
pessoa uma a outra. A intenção de Cristo é por fim as barreiras,
adaptar as nações umas as outras (Rm 1.16).
O Filho do homem como Mestre
Os alunos – os discípulos que foram instruídos para levar
adiante a sua mensagem (6.12-16)
A escola – As vagas nessa escola são controladas. Existem
o
algumas exigências. Contudo, não há barreiras
açãde idade, sexo,
z
i
l
raça ou cor para se ingressar nela. rcia
e
m
a co
Exigências de
da ¬– “E qualquer que não tomar a sua
bientrada
i
o
r
cruz, e vier após
P mim, não pode ser meu discípulo (14.27). Aquele
que dentre vós não renunciar a tudo quanto tem não pode ser
meu discípulo (14.33).
Exames – Ele conhece a capacidade de cada um. Suas provas são individuais e iguais para todos. Sua prova é fácil (9.18),
60
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Pedro foi aprovado ao responder corretamente (9.18-20).
Normas a Observar – Há muitos que imaginam ser
necessário só um contato inicial com o Mestre e está tudo resolvido. Não é assim. É necessário haver um relacionamento mais profundo. É importante se dedicar ao estudo da sua Palavra, é preciso
entrar no laboratório da oração, e praticar exercícios espirituais
(Rm 8.1).
Escola Prática – O segredo é praticar, experimentar as
grandes verdades que o mestre apresenta (10.1-12).
O curso – O curso incluía um estudo aprofundado do reino e do rei (7.28).
O sofrimento do Filho do homem
Lucas narra a cena da última ceia, ele diz que Jesus se assenta ao redor da mesa com seus discípulos, por ocasião da festa
da páscoa e profere estas palavras: “Isto é o meu corpo oferecido
por voz ... Este é o cálice da nova aliança no meu sangue derramado em favor de vós (22.19-20).
o
O episódio que se narra a partir daqui é estarrecedor.
Lucas
açã
z
i
l
a
é o único evangelista a mencionar a agonia
de
Jesus
no
Getsêmani,
i
ersec agonizava, os discípulos
m
talvez por ser médico. Enquanto
Jesus
o
a c na vida do Filho do homem.
a
dormiam. O momento
era
decisivo
d
i
oib
Lucas relata que
anjo lhe apareceu para confortar.
Prum
Judas, de repente aparece em cena, com os soldados à sua
retaguarda. Este beija a Jesus, para identificá-lo aos algozes que
ansiavam prendê-lo.
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Quando Jesus foi preso, seus discípulos fugiram menos
João. Pedro negou-o por três vezes seguidas. E mais uma vez o
historiador Lucas conta-nos algo novo, somente ele relata o olhar
amoroso de Cristo para Pedro após este o ter negado três vezes.
Jesus segue os caminhos até chegar a cruz. Primeiro passa,
pelo pretório de Pilatos, depois vai a Herodes, em seguida avançamos pela Via Dolorosa até chegar ao ápice do seu sacrifício, a
cruz. Mais uma vez Lucas, nos mostra algo diferente, ele é o único
a chamar o local onde Jesus foi crucificado de Calvário, um nome
gentio de Gólgota.
Lucas narra o episódio do ladrão que foi salvo na cruz que
estava ao lado de Jesus. Ele creu que Jesus o poderia salvar, e por
isso foi salvo. A cena do Calvário encerra com o Filho do homem
clamando: “Pai, nas tuas mãos entrego meu espírito”.
O Filho do homem vitorioso
Percorremos, com grande consolo, da tristeza e da morte
na cruz, da escuridão e do desalento do túmulo, para o esplendor
e glória da manhã da ressurreição.
o
Lucas menciona mais uma cena interessante
açã em seu evanz
i
l
gelho. Fala sobre dois discípulos quercaminhavam
à Emaús. Jesus
cia
e
m
se apresenta a eles, caminha com
co eles, come com eles, que insistem
a
a
para ele ficar e passar
a
noite
ali. Mas o Jesus amoroso se revelou
bid
i
o
r
ao levantar aquelas
P mãos abençoadoras que tinham sido cravadas
ali na cruz. Assim que o reconheceram, ele desapareceu.
São mencionadas nos evangelhos aproximadamente onze
aparições de Jesus após sua ressurreição, a indivíduos, a grupos, e
a multidões. Lucas mostra que Jesus apareceu:
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• primeiro às mulheres (Mc 16),
• depois a Pedro sozinho (24.34),
• aos discípulos a caminho de Emaús (24.13),
• aos dez apóstolos em Jerusalém (Tomé não estava presente, Jo 20.19),
• mais tarde aos onze discípulos (Jo 20.26,29),
• depois no mar de Tiberíades (Jo 21.1),
• adiante ao grupo dos apóstolos (Mt 28.16),
• depois aos quinhentos irmãos de uma só vez (1 Co 15.6),
• a Tiago (1 Co 15.17),
• e finalmente ao pequeno grupo no Monte das Oliveiras
(24.51).
Questionário
Assinale com “X” a alternativa correta
47) - Havia uma parede de separação entre judeus e gentios. Isso
se originou devido a maneira com os judeus foram tratados quando eram cativos:
___a. na Pérsia.
___b. na Galiléia.
___c. na Babilônia.
___d. na Judéia.
ção
m
co
a
a
d
ibi
liza
a
i
c
er
48) – “E qualquer
Proque não tomar a sua cruz, e vier após mim, não
pode ser meu discípulo (14.27). Aquele que dentre vós não renunciar a tudo quanto tem não pode ser meu discípulo (14.33):
___a. exames.
___b. normas a observar.
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___c. exigência de entrada.
___d. cursos.
49) – Lucas narra a cena da última ceia, ele diz que Jesus se assenta
ao redor da mesa com seus discípulos, por ocasião da festa:
___a. da páscoa.
___b. do pentecostes.
___c. do jubileu.
___d. do tabernáculo.
ção
64
m
co
a
a
d
ibi
Pro
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liza
a
i
c
er
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Lição 5
O Evangelho de João
Autor
João, o apóstolo (21.24) é o autor do quarto e último evangelho. Seu nome significa “graça de Deus”. Era judeu, pescador
(Mt 4.21), irmão mais jovem de Tiago, filho de Zebedeu e Salomé
(Mt 27.56 e Mc 15.40). Foi chamado de discípulo amado (Jo 13.23;
19.26; 21.20).
Enquanto Lucas necessitou de levantar informações para
escrever seu evangelho, João foi testemunha ocular da maior parte
dos fatos que escreveu (1.14; 19.35; 21.24) Ele se manteve ao lado
do Filho de Deus até o momento da crucificação. Isso mostra sua
disposição de correr risco de perder sua própria vida para ficar ao
lado do Mestre. Apesar de ter fugido no momento da prisão de
Cristo, João voltou pouco tempo depois.
J
esus chamou João e Tiago de Boanerges, “filhos do trovão”,
referindo-se ao seu temperamento indócil, violento (Mc.3.17;
Mc.9.38; Lc.9.54). A última referência mostra que ã
naquele
tempo,
o
aç
z
i
aqueles discípulos apresentavam algum conhecimento
das
escritl
ia
c
r
e
uras (sobre Elias), uma grande fé,
ao ponto de crer que poderiam
om
cnenhum
a
fazer descer fogo do céus,
mas
amor. Estavam prontos a
da
i
b
i
usar o conhecimento
Pro e a fé para matar as pessoas. O próprio João
não mencionou esses episódios. Nota-se sua discrição diante de
um episódio vergonhoso.
Diz-se que alguns dos seus discípulos foram: Policarpo, Papias
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e Inácio. Já Irineu, que foi discípulo de Policarpo, mencionou a
João como autor deste evangelho. Disse que João estava em Éfeso
quando escreveu. Note-se a autoridade do testemunho de Irineu
em virtude de sua proximidade com fontes fidedignas. Teófilo de
Antioquia (ano 170) e Clemente de Alexandria (ano 200) também
testificaram a favor da autoria de João. Clemente chega a denominar o livro como “evangelho espiritual”.
Características do livro
O evangelho de João não registra genealogias, nem a linhagem real de Cristo, através de José. Não narra o nascimento de
Jesus, oculta sua infância, não aborda o episódio da tentação, não
fala da transfiguração, nem a escolha dos discípulos, não menciona parábolas, não fala da ascensão e nem se refere a grande
comissão.
Os títulos que João dá Cristo são significativos, só este
evangelho o chama de:
•
•
•
•
•
O Verbo;
O Criador;
O Unigênito;
o
O Cordeiro de Deus;
açã
z
i
l
A revelação do grande “Eu Sou”.
rcia
e
m
a co
O evangelhobde
João foi escrito, provavelmente no ano 80.
ida
i
o
r
Seus escritosP
trazem a marca da maturidade e demonstram profundo entendimento dos assuntos tratados.
O tema principal do evangelho de João é a divindade de
Jesus Cristo. João escreveu para revelar que o Cristo, como Filho
de Deus: o Messias prometido (para os judeus) e o Filho de Deus
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(para os gentios).
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Em cada capitulo do evangelho de João a natureza divina
de Cristo é revelada:
1- Na confissão de Natanael: “Tu és o Filho de Deus” (1.49).
2- Quando transformou água em vinho em Caná: “Manifestou a sua glória” (2.11).
3- Quando disse a Nicodemos ser: “o Filho Unigênito” (3.16).
4- Quando disse à Mulher Samaritana: “Eu sou, eu o que falo
contigo” (4.26).
5- Quando afirmou aos judeus que a sua voz produz vida
(5.25).
6- Quando disse a multidão ser: “o pão de Deus” (6.33).
7- Na ocasião da festa dos tabernáculos quando afirmou: “se
alguém tem sede, vem a mim e beba” (7.37).
8- Quando disse aos judeus: “Antes que Abraão existisse, Eu
sou” (8.58).
9- Quando falou ao cego: “O que fala contigo é o Filho de
Deus” (9.37).
10- Quando disse: “Eu e o Pai somos um” (10.30).
11- Quando Marta lhe disse: ”Tu és o Cristo, o Filho de Deus”
(11.27).
12- Quando falou aos gregos: “E eu, quando for levantado da
terra, atrairei todos a mim mesmo” (12.32).
o
açãme chamais o
z
13- Na ocasião da Ceia quando afirmou:
“Vós
i
l
iao sou” (13.13).
rceu
e
Mestre e o Senhor, e dizeis bem; porque
m
co Deus, crede também em mim”
a
14- Quando disse: “Crede
em
a
ibid
(14.1).
Pro
15- Na sua afirmação: “Sem mim nada podeis fazer” (15.5).
16- Quando prometeu seu Espírito: “Eu vo-lo enviarei” (16.7).
17- Quando fez a oração sacerdotal: “Glorifica a teu Filho”
(17.1).
18- Quando afirmou a Pilatos: “Tu dizes que sou rei” (18.37).
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19- Na ocasião da crucificação, quando deu o brado: “Está
consumado”! (19.30).
20- Quando Tomé lhe confessa: “Senhor meu e Deus meu”
(20.28).
21- Quando pediu obediência: “Segue-me” (21.22).
O tema
O texto central é este: “Estes, porém, foram escritos para
que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo tenhais vida em seu nome” (20.31).
A palavra central é crer.
Só o conhecimento verdadeiro conduz uma vida à fé em
Cristo e este produz vida espiritual e eterna (20.31). Escreveu especialmente aos judeus, a fim de conduzi-los a uma fé pessoal no
Jesus histórico como o Messias.
Jesus o Filho de Deus
O início do evangelho de João apresenta o Filho de Deus
como o “Verbo” desde o princípio, que estava com Deus, e que era
Deus.
ção
iza
al
erci
Deus enviou ao mundo
o seu “Unigênito” existente antes
com
a
a
de todas as coisas. Em
concordância
com a expressão do evanid
b
i
o
r
gelho de João,PPaulo apresenta a Jesus na epístola aos Colossenses
como o Filho existente “antes de todas as coisas”:
“O qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele foram criadas todas as coisa que há nos céus e
na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, se68
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jam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para
ele. E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por
ele” (Cl 1.15-17).
Jesus não teve início, não houve um dia, antes de tudo, em
que ele tenha surgido. O Filho de Deus é eterno. O profeta Isaías
diz que ele é o “pai da eternidade”. Na verdade, foi ele quem gerou
a eternidade, o tempo.
O Verbo estava com Deus. Jesus como o Verbo é representa, a Palavra viva de Deus, que executa a Sua vontade em todo
Universo. Ao vir ao mundo, Jesus proclamou a vontade de Deus
aos homens.
Filho do Homem
João revela um profundo paralelo entre o Cristo que era
desde o “princípio” com o Cristo, agora “homem”. Não tanto como
Lucas, ele apresenta a natureza humana de Cristo, embora este
não fosse seu principal objetivo. Ele mostra que o homem Jesus
nasceu, viveu na Palestina, bebia água (João 4), se alimentava
(João 4), sofreu e morreu (João 19).
o
Jesus é o próprio Deus encarnado. Não çhavia
a ã nenhuma
z
i
l
possibilidade do homem ver a Deus, contudo,
cia o seu único Filho
r
e
m
veio para torná-lo conhecido de
conós. Pois desde o princípio esteve
a
a
com Ele. Veio dar testemunho
dele.
id
ib
Pro
Mateus apresentou o grande Rei.
Marcos apresentou o grande servo.
Lucas escreveu sobre o grande homem.
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João foi o mais ousado, pois apresentou Jesus como sendo o
grande Deus. Jesus é então mostrado como “objeto de fé”, ou seja,
aquele em quem devemos depositar a nossa fé (João 3.16), pois é
o próprio Deus.
O quarto evangelho inicia-se apresentando o Filho de
Deus como “a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem
ao mundo” (1.4). Contudo, João diz que o mundo não conheceu
a “Luz”. Jesus veio para os seus “irmãos”, descendentes de Abraão,
mas não o receberam. Ele não foi aceito pelo seu povo. Não é de se
admirar quando os da própria terra rejeitam a nós.
Jesus foi aceito por um povo que não era seu, “pois o seus
não o receberam”. Os que o receberam “deu-lhes o poder de serem
feitos filhos de Deus”.
O seu Ministério Público
Enquanto João Batista anunciava o “arrependimento”
como a única alternativa de se alcançar o Reino de Deus, e a Jesus
como “aquele que vem depois de mim é antes de mim”, referindo-se sobre a sua preexistência (1.15). Foi surpreendido por uma
o
delegação de judeus e sacerdotes, que queria saber
açã se João era o
z
i
l
Cristo.
cia
er
m
a co
João Batista negou
ida ser o Messias, negou ser o profeta Elias,
b
i
o
r
ou qualquer P
outro profeta. Identificou-se simplesmente a uma
voz: “Eu sou a voz que clama no deserto: Endireitai o caminho do
Senhor” (1.23).
No outro dia, enquanto anunciava o Filho de Deus, Jesus
ia passando, João interrompe sua mensagem e aponta para ele di70
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zendo à multidão:
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“Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo... Eu vi o
Espírito descer do céu sobre ele como uma pomba e repousar sobre ele... esse é o que batiza com o Espírito Santo. E eu vi e tenho
testificado que este é o Filho de Deus” (1.29,32,33).
O primeiro milagre que Jesus realizou em seu ministério
terreno é mencionado apenas no evangelho de João. Isso se deu na
ocasião das bodas em Caná (2.1-11). Com este milagre os primeiros discípulos passaram a crer em sua divindade (2.11).
No capítulo três vemos o encontro de Jesus e Nicodemos
à surdina da noite. Este, um homem reto e virtuoso, queria tão
somente confirmar sua fé no Filho de Deus. No entanto, o Mestre
dos mestres lhe o advertiu: “aquele que não nascer de novo não
pode ver o Reino de Deus”.
É também neste capítulo que encontramos o versículo áureo da Bíblia. Quem não conhece João 3.16? Talvez, o mais conhecido de todos. Neste verso, João revela o propósito de toda a
Escritura, onde engloba todo o projeto da salvação: “Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para
todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”.
o
açã
z
i
l
Ao mesmo tempo em que estecievangelho
menciona os
a
r
e
m
propósitos de para o mundo, cfala
o também do valor de uma só
a
a
alma. Ao mesmo tempo
em
que
Jesus pregava para as multidões,
id
b
i
o
r
também o faziaPa uma só alma.
Jesus teve um encontro com a mulher Samaritana (4.142). Ele demonstrou conhecer sua vida leviana, sem a condenar,
apresentou-lhe um escape: “beber da sua água” (4.14). Ela creu
nele, e voltou a sua cidade (Samaria), onde testemunhou de Jesus
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como o Cristo prometido. Logo após, trouxe toda a cidade para
ouvi-lo (4.30).
Após o milagre da multiplicação (6.35), a multidão passou a
procurar Jesus somente pelo pão que perece. Fizeram de Cristo,
alguém que poderia sustentá-los materialmente. Contudo, ele os
advertiu duramente (6.54-60). Muitos depois de ouvirem o duro
discurso, decepcionados o abandonaram.
Jesus curou a um cego, que passou a crer nele (9.1-41). O
episódio foi um tanto enigmático. Jesus cuspiu no chão, fez um
barro e pôs em seus olhos, depois ordenou a se lavar no tanque
de Siloé. A sua cura foi a causa do grande sermão do Bom Pastor
(10.1-21). Sua mensagem parece ter causado mais dissensão entre
muitos, que o acusaram de ter blasfemado ao ter dito: “Eu o Pai
somos um”.
João menciona narra outro importante acontecimento. A
ressurreição de Lázaro. Este é o último sinal de seu evangelho.
Lázaro já estava morto há quatro dias, seu corpo estava fétido.
Quanto maior o grau de dificuldade, maior seria a popularidade
de Cristo. Ao ressuscitá-lo, muitos duvidosos passaram a crer
nele.
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Questionário
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Marque “C” para certo e “E” para errado
____ 50) - João, o apóstolo (21.24) é o autor do quarto e último
evangelho. Seu nome significa “graça de Deus”.
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____ 51) - O tema principal do evangelho de João é a divindade de
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Jesus Cristo. João escreveu para revelar que o Cristo, como Filho
de Deus: o Messias prometido (para os judeus) e o Filho de Deus
(para os gentios).
____ 52) - João revela um profundo paralelo entre o Cristo que
era desde o “princípio” com o Cristo, agora “Rei”.
____ 53) - Enquanto João Batista anunciava o “conhecimento”
como a única alternativa de se alcançar o Reino de Deus, e a Jesus
como “aquele que vem depois de mim é antes de mim”, referindose sobre a sua preexistência (1.15). Foi surpreendido por uma delegação de romanos e governadores, que queria saber se João era
o Cristo.
____ 54) - O primeiro milagre que Jesus realizou em seu ministério terreno é mencionado apenas no evangelho de João.
____ 55) - No capítulo três vemos o encontro de Jesus e Nicodemos à surdina da noite. Este, um homem reto e virtuoso, queria tão
somente confirmar sua fé no Filho de Deus.
Os últimos instantes do Filho de Deus
As últimas palavras são sempre importantes.
o Seria difícil
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para os discípulos aceitarem sua partida. Suas
não eram
ialiinstruções
ccontida
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suficientes para apagar a grande tristeza
em
seus
corações.
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Os capítulos 13 a 17 são chamados
o Santo dos Santos da Bíblia.
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Jesus não só chamou os homens, mas os amou também.
Todos se sentiam bem ao estarem perto dele, não os desprezava.
Eram na maioria simples, rejeitados pela sociedade, contudo Jesus
os amou. Eram seus, e por isso os amou. Também os ensinou a
seguirem a vontade de Deus, a amarem uns aos outros, a servirem
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uns aos outros, e o mestre o primeiro a dar exemplo de tudo isso.
Vemos um Jesus amoroso, que cingindo com uma toalha
e uma bacia cheia de água, lava os pés dos seus discípulos. Jesus
ensinou a dependência. Queria que os discípulos vivessem em
harmonia.
Um pouco antes de anunciar sua morte, pronunciou mais
uma grande verdade de seu reino, o amor mútuo, a mais importante virtude do seu evangelho.
O mundo só reconhecerá a presença do evangelho em
nossas vidas, se de fato, amarmos uns aos outros.
A promessa da sua volta
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em
mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim,
eu vo-lo teria dito, pois vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos
preparar lugar, virei outra vez e vos levarei para mim mesmo, para
que, onde eu estiver, estejais vós também” (14.1-3).
Sua partida era certa, assim como a tristeza dos discípulos
o para buscáem saber disso. Contudo, Jesus prometeu voltarçã
(14)
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los. Sua partida teria um propósito c
certo:
ia “preparar-vos lugar”.
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Jesus iria voltar à sua pátria celestial
construir um lar para
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seus fiéis, a verdadeiraidpátria
a do crente seria agora construída pelo
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mestre.
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Mas, por quanto tempo perduraria essa “separação”?
Como ficariam neste mundo vil sem a sua presença? Ao reconhecer a necessidade de cada um dos seus discípulos, Jesus lhes
assegurou não deixá-los só. Prometeu-lhes um outro Consolador
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(16.7). Que os guiaria, que os ensinaria, que os capacitaria. Eles
não ficariam órfãos.
O Espírito Santo é Maravilhoso, no evangelho de João ele é:
•
•
•
•
•
•
•
•
•
O Espírito que unge;
O Espírito que habita;
O Espírito que transborda;
O Espírito que testifica;
O Espírito que guia;
O Espírito que lembra;
O Espírito que consola;
O Espírito que convence;
O Espírito que reveste.
A morte e ressurreição do Filho de Deus
Jesus sabia que a hora de beber do cálice amargo havia
chegado. Sabia que o fim de sua vida culminaria com o seu valoroso sacrifício pelo povo. Ele sofria, no entanto estava pronto
para chegar lá.
o
O Mestre havia sido preso, seus discípulos
e Peçãfugiram
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dro o negou. Como parecia ser triste c
o final
a daquele que viveu
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para fazer o próximo feliz. Jesusom
se preocupou
tanto em fazer as
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pessoas felizes, porém,iseus
a discípulos, exceto João, não fizeram o
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o
mesmo.
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O povo parecia vibrar com a sua prisão, era a chance única de matá-lo. Eles alvoroçavam a cidade, gritando: “crucifica-o!
crucifica-o!”. Deus ouvir o pedido do povo, e entregou seu Filho,
seu único Filho para ser crucificado.
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Pendurado na cruz, com o corpo todo lacerado, o Filho de
Deus vê cumprido todo o propósito que lhe fora confiado antes
da fundação do mundo. O objetivo havia sido alcançado, e agora
poderia seguramente afirmar que o propósito pelo qual o fez se
tornar homem “está consumado!”.
Jesus cumpriu cabalmente sua obra. Nele a justiça de Deus foi operada e cumprida, tornando possível a reconciliação do homem
com o seu Deus.
O túmulo estava vazio! As roupas em ordens! Onde estaria Jesus?
Jesus havia ressuscitado, suas aparições compungiram a
vida dos discípulos a continuarem sua obra. Todos creram que ele
estava vivo, todos, menos Tomé. Mas Jesus se apresentou a ele e o
fez tocar nas marcas do Calvário.
Ao encerrar o seu evangelho, João comenta que Jesus restaurou a vida de Pedro e o seu ministério. E que deu a ele, que o
negara por três vezes, a oportunidade de confessá-lo três vezes.
O evangelho de João conclui dizendo que havia ainda
muito mais coisas que Jesus fez e que se cada uma das quais fosse
escrita, cuidava ele, que nem o mundo inteiro poderia
o conter os
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livros que se escrevessem.
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____ 56) - Os capítulos 13 a 17 são chamados o Santo dos Santos
da Bíblia.
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____ 57) - Jesus não só chamou os homens, mas os amou também.
Todos se sentiam bem ao estarem perto dele, não os desprezava.
____ 58) - Jesus sabia que a hora de beber do cálice doce havia
chegado. Sabia que o fim de sua vida culminaria com o seu valoroso reconhecimento pelo povo.
____ 59) - O povo parecia vibrar com a sua prisão, era a chance
única de matá-lo. Eles alvoroçavam a cidade, gritando: “crucificao! crucifica-o!”.
____ 60) - Nele a justiça de Deus foi operada e cumprida, tornando possível a reconciliação do homem com o seu Deus.
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Bibliografia
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Revista Fé para Hoje da Editora Fiel, 2003.
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GARDNER, Paul, Quem é Quem na Bíblia Sagrada, Editora Vida,
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MEARS, Henrietta, Estudo Panorâmico da Bíblia, Editora Vida,
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PEARLMAN, Myer, Mateus - O Evangelho do Grande Rei, CPAD.
PEARLMAN, Myer, Marcos - O Evangelho do Servo de Jeová,
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RYRIE, Charles
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1989.
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