PRONOMES Os pronomes já povoam nosso curso há bastante

Transcrição

PRONOMES Os pronomes já povoam nosso curso há bastante
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
PRONOMES
Os pronomes já povoam nosso curso há bastante tempo. Já falamos
deles em CONCORDÂNCIA, em REGÊNCIA e iremos falar até a última
aula.
Por isso, o início dessa aula é uma espécie de "retrospectiva" de alguns
pontos já estudados.
Pronome é o vocábulo que, ao pé da letra, "fica no lugar do nome"
(chamado de pronome substantivo) ou o determina (pronome adjetivo).
Os pronomes podem ser pessoais (retos e oblíquos), possessivos,
demonstrativos, indefinidos, interrogativos (uma subcategoria dos
indefinidos), relativos.
Aspectos próprios de cada um dos pronomes serão abordados nos
comentários às questões de prova.
PRONOME "SE"
Para começar, vamos falar sobre o pronome "se", que pode ser, dentre
outras coisas:
- parte integrante do verbo: verbos como "queixar-se, arrepender-se,
suicidar-se" não se conjugam sem o pronome. Então, este termo não
exerce uma função sintática própria, sendo chamado de "parte
integrante do verbo", ainda que apresente um valor reflexivo;
- pronome apassivador: chegamos à exaustão de tanto estudar a
construção de voz passiva. Já sabemos de cor e salteado que o verbo
que possua um objeto direto (transitivo direto ou bitransitivo), quando
acompanhado do pronome "se", forma voz passiva, devendo o verbo
concordar com o sujeito paciente;
- índice de indeterminação do sujeito: quando o verbo não possuir
objeto direto (verbos intransitivos, transitivos indiretos, de ligação), o
pronome "se" tem a função de não identificar o agente que pratica a
ação verbal.
Certamente, não são essas as únicas possibilidades do pronome "se". Há
também os reflexivos, recíprocos, os de realce (estes só servem para
ênfase, podendo ser retirados sem prejuízo algum: "Foi-se embora a
minha vontade de viver"
"Foi embora a minha vontade de viver.").
Contudo, são esses os que nos interessam por ora. Vamos ver algumas
questões que exploram esses conceitos.
Prof Claudia Kozlowski
WWW.p0nt0d0SC0nCUrS0S.C0m.br
- 1
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
1 - (ESAF/ANA/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a assertiva a seguir.
O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de
despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade
econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é
reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais
necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos
operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos
têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de
Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade
.
No Brasil, o problema de viabilidade econômica do investimento público
torna-se ainda mais agudo, devido à elevada parcela de população de
baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a água de qualidade
também é um fator de exclusão social, uma vez que a população de
baixa renda dificilmente tem condições de comprar água de qualidade
para beber ou até mesmo de pagar assistência médica para remediar as
doenças de veiculação hídrica, decorrentes da ausência de saneamento
básico.
(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)
- Em "torna-se"(l.8), o "-se" indica sujeito indeterminado.
Comentário.
O verbo TORNAR apresenta-se, nesse caso, como um verbo
transobjetivo, com objeto direto representado pelo pronome "se" e o
predicativo do objeto na forma do adjetivo "agudo". Note que podemos
substituir o pronome por um nome: "Ele tornou sua filha uma
excelente pessoa.". Assim, a função do pronome é a de objeto direto e
tem valor reflexivo.
Agora, de volta a o texto, vemos que a construção original é similar a
essa: "... o problema (...) torna-se ainda mais agudo...".
Não há nenhuma possibilidade de esse pronome indicar sujeito
indeterminado, porque o sujeito está bem explícito na construção: tem
seu núcleo representado por "problema".
ITEM ERRADO
2 - (ESAF/ANEEL TÉCNICO/2006)
Em relação ao texto, analise o item abaixo.
Prof Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-2
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus
resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva
nacional. O governo JK, que soube mobilizar com maestria a herança de
Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em
condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política.
A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK,
elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um
crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do
Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o "equilíbrio
fiscal" e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da
vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E
tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de transações
correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960,
o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de
solvência da economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do
câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens
de consumo duráveis foram contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
- Em "manifestam-se"(l.2) o "se" é índice de indeterminação do sujeito.
Comentário.
De forma alguma, o pronome "se" poderia ser um "índice de
indeterminação do sujeito", pois o sujeito já está bem claro na
passagem: é "seus resultados" ("... seus resultados manifestam-se na
transformação da estrutura produtiva nacional").
O verbo MANIFESTAR é transitivo direto (alguém manifesta alguma
coisa: "Fulano manifesta seu descontentamento."), então o pronome
"se" forma, na verdade, voz passiva - é PRONOME APASSIVADOR
(equivalente a "seus resultados são manifestados..."). Por isto, o verbo
está no plural: para concordar com o sujeito paciente.
Cuidado especialmente quando, dessa análise, depender a verificação de
CONCORDÂNCIA.
ITEM ERRADO
3 - (ESAF/AFC STN / 2008)
Com base no texto, analise os itens a seguir.
1. Ao lado de características inéditas, a crise cevada
no mercado imobiliário e financeiro americano, com
Prof Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-3
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
reverberações mundiais, apresenta aspectos também
verificados em outras situações de nervosismo global.
5. Não há medida mágica e salvadora que faça cotações
se estabilizarem e o investidor recuperar o sono. Só
uma sucessão de ações consegue mudar expectativas
como as atuais. A Casa Branca, ao contrário da postura
que assumira no caso do Lehman Brothers - tragado,
10. sem socorro, por um rombo de US$600 bilhões -,
decidira estender a mão para a maior seguradora do
país, a AIG.
Aos bilhões empenhados para permitir ao Morgan
digerir o Bear Stearns, em março; ao dinheiro sacado
15. a fim de evitar a quebra das gigantes Fannie Mae e
Freddie Mac, redescontadoras de hipotecas, o governo
e o Fed, o BC dos EUA, decidiram somar US$85 bilhões
para salvar a AIG. Decepcionou-se quem esperava
tranquilidade. O emperramento do crédito - ninguém
20. empresta a ninguém, por não se saber ao certo o risco
do tomador - continua a travar o mercado global, e as
ações novamente desceram a ladeira, empurradas por
boatos sobre quais serão, ou seriam, os próximos a
cair.
(O Globo, 18 de setembro de 2008 , Editorial)
a) Em "se estabilizarem"(l.6),
indeterminado.
o
"se"
indica
que
o
sujeito
é
b) Em "Decepcionou-se"(l.18), o "se" justifica-se porque o verbo está
sendo empregado como pronominal.
Comentário.
a) Nossa, mas a banca cismou com isso!...rs...
Prof Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-4
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
O "se" somente pode ser índice ou partícula indeterminadora do sujeito
se estiver acompanhando um verbo que não possua objeto direto, ou
seja, um verbo intransitivo, transitivo indireto ou de ligação.
O verbo ESTABILIZAR é transitivo direto (a medida estabilizou as
cotações.). O valor do pronome "se" na construção "... que façam as
cotações se estabilizarem..." é questionável: pode ser apassivador (a
medida estabilizou as cotações => as cotações se estabilizaram => as
cotações foram estabilizadas) ou reflexivo, se houver a possibilidade de
essa estabilidade ser resultado de uma ação das próprias cotações (não
sou economista, portanto não me venha perguntar se isso é lógico,
possível ou racional...rs...). De qualquer forma, INDETERMINADOR DO
SUJEITO esse pronome não é, pois o sujeito está lá, bonitão, lindinho:
"as cotações". Por isso, o item está ERRADO.
b) Puxa... até que enfim acertou!...rs...
O verbo DECEPCIONAR também é transitivo direto (decepcionar
alguém: "O rapaz decepcionou sua namorada."). Usado com o pronome
(forma pronominal, como afirmou o examinador), torna-se reflexivo. Na
ordem direta, a oração seria: "Quem esperava tranquilidade
decepcionou-se.".
Gabarito:
a) ITEM ERRADO
b) ITEM CERTO
4 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
Prof Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-5
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
Em relação ao texto acima, analise a proposição.
- Em "Sabe-se"(l.15), o pronome "-se" indica voz reflexiva.
Comentário.
O valor desse pronome não é reflexivo, mas passivo. Na voz reflexiva, o
sujeito, ao mesmo tempo, pratica e sofre a ação verbal. O verbo SABER
é transitivo direto (alguém sabe alguma coisa). Acompanhado do
pronome SE, forma voz passiva. O sujeito paciente, nesse caso, vem
sob a forma de oração: "Sabe-se que uma redução da taxa Selic
nunca repercute plenamente nas taxas de juros dos bancos, que,
sob o pretexto da elevação da inadimplência, aumentaram os
seus spreads (diferença entre a taxa de captação e de
aplicação)" (^ isso é sabido).
Assim, o pronome "se" indica construção de voz passiva sintética, e não
reflexiva.
ITEM ERRADO
Prof Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-6
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
5 - (ESAF/AFC CGU/2006)
O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de
mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da
aceleração avassaladora nas tecnologias da comunicação, de artes, de
materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo
de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas
apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem
e seus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século
XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse
período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença
na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao
progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores,
menos fechados e categorizantes.
(http://pt.wikipdia.org (acessado em
adaptações))
Analise a proposição
portuguesa.
de
acordo
14 de dezembro de 2005,
com
o
padrão
culto
da
com
língua
- A supressão do pronome "se" (l.4) alteraria as relações sintáticas da
oração, mas preservaria a coerência textual, pois a estrutura da oração
admite aí omissão do sujeito.
Comentário.
O pronome "se" junto ao verbo PENSAR torna a construção passiva:
"algo é pensado" - construção essa que possui como sujeito paciente o
sintagma nominal "a sociedade e suas instituições".
Com a retirada do pronome, este sintagma volta à sua função da voz
ativa, qual seja: objeto direto.
Por isso, está perfeita a afirmação de que as relações sintáticas seriam
alteradas (de sujeito paciente, o conjunto passa a ser objeto direto),
mas seria preservada a coerência, pois o verbo passaria a se apresentar
na forma impessoal (sem sujeito).
O examinador foi bastante feliz na elaboração dessa questão de prova.
ITEM CERTO
6 - (ESAF/ATA MF/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.
Os mercados financeiros entraram em março
Prof Claudia Kozlowski
WWW.p0nt0d0SC0nCUrS0S.C0m.br
- 7
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
2. assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história
corporativa dos Estados Unidos - a perda de US$ 61,7
4. bilhões contabilizada pela seguradora American
International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008.
6. No ano, o prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O
Tesouro americano anunciou a disposição de injetar
8. mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em
setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a
10. notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do
lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para
12. US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%,
o banco informava o fechamento das operações de
14. financiamento ao consumidor nos Estados Unidos,
com dispensa de 6.100 funcionários.
16. Com demissões de milhares e perdas de bilhões
dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os
18. sinais de reativação da economia mundial continuam
fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano
20. passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com
a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido,
22.os governos poderiam concentrar-se no combate
à retração econômica e ao desemprego. Aquela
24.esperança foi logo desfeita.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
- Em "concentrar-se"(l.22), o "-se" indica sujeito indeterminado.
Comentário.
Mas voltou a insistir nisso, meu filho? Que teimosia!...rs...
Como é que poderia ser um sujeito indeterminado se esse termo está ali
do lado, atrás do verbo auxiliar PODER que, com o verbo CONCENTRAR,
forma uma locução verbal? Ora, o sujeito é "os governos", e o valor
desse pronome é reflexivo. Próximo!
Prof Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-8
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
ITEM ERRADO
7 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a proposição.
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
Prof Claudia Kozlowski
www.pontodosconcursos.com.br
-9
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
- Em "reduzi-las"(l.23),
"medidas"(l.23).
o
pronome
"-las"
retoma
o
antecedente
Comentário.
Veremos a forma mais recorrente de questões sobre PRONOME - o uso
desses termos em coesão textual. A banca indica a qual termo o
pronome se referia e você, candidato preparado, irá reler o texto para
identificar esse referente.
No caso, o pronome "as" (transformado em "las" por causa da
conjugação verbal) se refere a "taxas de juros" (reduzir as taxas de
juros nos bancos públicos é uma das medidas necessárias para a
redução dos juros de forma geral, segundo o autor), e não a "medidas".
ITEM ERRADO
Vamos, agora, nos aprofundar nesse tipo de questão.
PRONOMES E COESÃO TEXTUAL
Os pronomes exercem um papel decisivo na construção de um texto
coeso e coerente, a partir de indicações corretas aos seus elementos.
Para compreender melhor a função dos pronomes, precisamos saber o
conceito de coesão textual, pois os pronomes, assim como os
conectivos (conjunção e preposição - a serem estudados na próxima
aula), são responsáveis por estabelecer nexo entre as ideias do texto.
Coesão textual é a ligação entre os elementos da oração e delas em
relação ao texto. A incoerência de um texto muitas vezes se deve à falta
de coesão, exatamente porque a leitura fica prejudicada pelo emprego
inadequado de pronomes, conjunções ou outros elementos textuais,
inclusive a pontuação. Por exemplo, o uso inapropriado de "porquanto"
ou de "a ele" pode levar o leitor a uma conclusão diversa da que se
pretendia apresentar, ou até mesmo a nenhuma conclusão (alguns
chamam de "ruptura semântica" ou "truncamento semântico").
Muitas questões da ESAF exploram esse conhecimento. A banca faz
afirmações sobre as referências textuais e o candidato deve verificar se
estão corretas essas indicações. Para isso, a compreensão correta do
texto e o domínio do significado de seus elementos são decisivos.
Prof Claudia Kozlowski
10
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
8 - (ESAF/AFT/2010)
1. Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti
requisitou uma ação coletiva mundial, com inúmeros
atores envolvidos na ajuda humanitária - países,
organizações não governamentais, empresas e os
5. milhares de anônimos e famosos -, a situação caótica
do país devastado impôs um desafio: a quem caberá
a organização das próximas etapas de reconstrução
do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a
ajuda que vem de todos os cantos do planeta? Como
10. estabelecer um plano viável de recuperação da
infraestrutura e das instituições haitianas?
O Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de
extrema miséria - 80% da sua população está abaixo
da linha da pobreza e sobrevive com menos de US$ 2
15. diários (por volta de R$ 108 ao mês) - entrou em colapso.
Como era de se esperar, com porto, aeroporto e estradas
arruinados ou semidestruídos, com a escassez de água,
alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques,
e o próprio governo local transferiu a administração da
20. crise para outros países e instituições.
(Jornal do Brasil, Editorial, 18/01/2010)
Em relação ao texto, analise a proposição a seguir.
- A expressão "país mais pobre do Ocidente" (1.8) é elemento de uma
cadeia de coesão textual, pois retoma os antecedentes "país devastado"
(1.6) e "Haiti" (1.1).
Comentário.
Alguns recursos linguísticos podem ser empregados para promover a
coesão textual, como cadeia de referência, substituições lexicais e
conectores interfrásticos (não precisa se assustar com todo esse
"palavrório", vamos estudar cada um dos termos!!!...rs...)
Prof Claudia Kozlowski
11
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Por cadeia de referência ou de coesão textual (expressão usada pela
ESAF), temos o emprego de palavras ou expressões que remetem
semanticamente ao mesmo referente. No caso, "país mais pobre do
Ocidente" e "país devastado", dentro do contexto, pode ser identificado
como o "Haiti". Com esse mecanismo, evitamos a repetição
desnecessária do nome do país, sem prejudicar a compreensão do
Podem
integrar
as
cadeias
de
referência
pronomes
texto.
(demonstrativos, pessoais) em função anafórica ("para trás" do texto)
ou catafórica ("para frente" do texto), advérbios (ali, aqui, ontem,
tantos dias atrás...), por exemplo.
Ocorre substituição quando, no lugar de uma unidade lexical (palavra),
usamos outra de sentido idêntico ou bem próximo. Assim, substituímos
uma palavra por outra que com ela mantenha relação de sinonímia
(palavras que, de acordo com o contexto linguístico, podem ser trocadas
por outras de significação correspondente), hiponímia e hiperonímia.
"Hiponímia" é a apresentação do conceito mais específico (particulariza
o conceito), enquanto "hiperonímia" indica a palavra de sentido mais
genérico, amplo. Compare as duas estruturas: "Foram encontrados os
animais mortos." / "Foram encontrados os cavalos mortos." ^ "animais"
é o conceito mais amplo, ao passo que "cavalos" é o mais estrito,
específico. Assim, "animais", em relação a "cavalos", é um hiperônimo,
ocorrendo também a relação inversa, ou seja, "cavalos" é um hipônimo
de "animais".
Finalmente, os conectores interfrásticos ("traduzindo": "entre frases")
são os responsáveis pela ligação significativa entre as orações, os
períodos, os parágrafos. Podem funcionar como conectores as
conjunções e locuções conjuntivas, os advérbios conectivos ("Assim...",
"Desse modo..."), expressões verbais ("Quer dizer que..."), até mesmo
orações inteiras ("Visto isso...").
Por meio desses conectivos,
retomamos
ideias
anteriormente
expostas,
desenvolvemos
argumentação, por exemplo.
O uso adequado dos mecanismos de coesão interfrásica é fundamental
para garantir a unidade semântica de um texto, estabelecendo as
relações de sentido entre os enunciados que o compõem.
ITEM CERTO
PRONOMES EM REFERÊNCIAS TEXTUAIS
9 - (ESAF/MP ENAP - SPU/2006 - adaptada)
1. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real
essência da democracia quando escreveu: "Posso
Prof Claudia Kozlowski
12
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las". Ter
5. idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos
de outros indivíduos não significa, necessariamente,
transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as idéias do outro e não sua
pessoa.
(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
Em relação ao texto acima, marque V para as assertivas verdadeiras e F
para as falsas e, em seguida, assinale a opção correta.
I - O emprego de segunda pessoa em "teu" (l.4) concorda com o
emprego de "dizes".
II - Em "transformá-los"(l.7), a forma pronominal "-los" retoma a idéia
explicitada em "outros indivíduos".
III - Em " o que se combate"(l.7 e 8), o termo "o" pode, sem prejuízo
gramatical para o período, ser substituído pelo pronome aquilo.
a) V - V - F
b) F - V - F
c) V - F - V
d) F - V - V
e) V - V - V
Comentário.
Mudança ortográfica: não há acento agudo em "ideias".
São três as pessoas do discurso, e a elas se referem os PRONOMES
PESSOAIS:
- 1a pessoa é a pessoa que fala;
- 2a pessoa, a para quem se fala;
- 3a pessoa, a de quem se fala.
Os pronomes pessoais dividem-se em retos e oblíquos.
Prof Claudia Kozlowski
13
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Regra geral, os retos exercem a função de sujeito ou de predicativo do
sujeito, enquanto que os oblíquos funcionam como complementos
(objetos diretos, indiretos ou adjuntos).
Os pronomes oblíquos devem obedecer a certas regras de colocação
(sintaxe de colocação pronominal), a serem estudadas mais à frente.
Para se referir à segunda pessoa (para quem se fala), temos duas
opções: uso do "TU" (2a pessoa do singular) ou do "VOCÊ" (pronome de
tratamento, que usa verbos e pronomes de 3a pessoa).
0 padrão formal culto da língua exige que o orador/escritor decida se
quer usar sempre a 2a ou a 3a pessoa. A isso se dá o nome de
"uniformidade de tratamento".
Falta uniformidade de tratamento quando ocorre uma "mistura" entre
pronomes de 2a (tu, ti, te) com pronomes de 3a (você, sua), pronomes
de 3a com verbos conjugados na 2a pessoa etc.
Quer ver um exemplo clássico?
"Vem pra Caixa você também!" (não vamos entrar no mérito desse
"pra", só para não complicar mais ainda a nossa vida...rs...)
Vimos que o imperativo se forma a partir do presente do subjuntivo,
em regra. A "exceção" fica por conta das segundas pessoas (tu/vós),
que buscam a conjugação do presente do indicativo e retiram a letra
"s", no imperativo afirmativo. No imperativo negativo, até as segundas
pessoas recaem na "regra geral" do subjuntivo.
Pois bem: a forma "vem" é a conjugação de 2a pessoa do singular no
presente do indicativo sem a letra S (vens ^ vem tu). Só que, em
seguida, usou-se o pronome "você", que, por ser de tratamento, exige
verbos e pronomes na 3a pessoa. Assim, a propaganda, para se adaptar
à norma culta da língua, teria duas opções:
1 - Venha pra Caixa você também! (perde um pouco do ritmo...); ou
2 - Vem pra Caixa tu também! (nossa, como fica agressivo esse "tu",
não é?)
Agora, fale sério, no dia a dia, quem é que não faz uma "misturinha" de
vez em "sempre"?
(Aliás, você notou que este "dia a dia", substantivo, perdeu o hífen?
Agora, tanto no sentido de cotidiano - substantivo - quanto como
"diariamente" - advérbio-, o "dia a dia" não recebe mais o hífen.)
"Eu vi teu pai saindo e ele perguntou por você."
"Por mais que eu te agrade, você continua insatisfeito..."
Prof Claudia Kozlowski
14
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
A música "Vambora", de Adriana Calcanhoto, ilustra bem o emprego de
IMPERATIVO:
Entre por essa porta agora
E diga que me adora
Você tem meia hora
Pra mudar a minha vida
As formas "entre", "diga" são formas dos verbos ENTRAR e DIZER no
imperativo afirmativo. Vamos relembrar a conjugação neste modo
verbal?
A "regra" é o presente do subjuntivo - é a base para a construção de
todo o imperativo negativo (todas as pessoas) e do imperativo
afirmativo, exceto as segundas pessoas (tu/vós), que usam o presente
do indicativo sem o "s".
ENTRAR - presente do indicativo: eu entro, tu entras / presente do
subjuntivo: eu entre, tu entres, ele (você) entre
DIZER - presente do indicativo: eu digo, tu dizes / presente do
subjuntivo: eu diga, tu digas, ele (você) diga.
Como deixa claro o tratamento que será dispensado - o de 3a pessoa está certíssimo o emprego do pronome de tratamento "você" ("Você
tem meia hora...").
O problema é a derrapagem na sequência:
Vem, vambora
Que o que você demora
É o que o tempo leva
Puxa... estava indo tão bem, até surgir esse "vem". Essa é a forma de
imperativo do verbo VIR da SEGUNDA PESSOA: tu vens (presente do
indicativo)
vem tu.
Para manter a uniformidade, deveria ser "venha", mas, considerando a
informalidade da letra ("vambora" é a contração de "vamos embora"),
deixemos assim mesmo...rs...
Agora, quer "colírio" para seus olhos?
Leia com bastante cuidado a (lindíssima!!!) letra da música "Eu te
amo", de Tom Jobim e Chico Buarque (e de quem mais poderia ser...?).
Aproveite para notar a uniformidade (belíssima!!!) de tratamento
(nossa, quantos superlativos!!!...rs...):
Ah, se já perdemos a noção da hora
Prof Claudia Kozlowski
15
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Se juntos já jogamos tudo fora
Me conta agora como hei de partir
Ah, se ao te conhecer
Dei pra sonhar, fiz tantos desvarios
Rompi com o mundo, queimei meus navios
Me diz pra onde é que inda posso ir
Se nós nas travessuras das noites eternas
Já confundimos tanto as nossas pernas
Diz com que pernas eu devo seguir
Se entornaste a nossa sorte pelo chão
Se na bagunça do teu coração
Meu sangue errou de veia e se perdeu
Como, se na desordem do armário embutido
Meu paletó enlaça o teu vestido
E o meu sapato inda pisa no teu
Como, se nos amamos feito dois pagãos,
Teus seios ainda estão nas minhas mãos,
Me explica com que cara eu vou sair
Não, acho que estás te fazendo de tonta
Te dei meus olhos pra tomares conta
Agora conta como hei de partir.
Trocando em miúdos (com trocadilho, por favor, já que é outro exemplo
de perfeita uniformidade de tratamento...rs...), se houver a opção pelo
"tu", todos os verbos e pronomes correspondentes à segunda pessoa
também devem ser de 2a. O mesmo acontece se a escolha for pelo
tratamento de 3a pessoa.
Agora, se quiser ver um belíssimo exemplo de FALTA de uniformidade
de tratamento, sugiro que leia a matéria que publiquei em homenagem
ao Dia das Mães, em 2007 (Ponto 58).
Dever de casa: pesquisar outras letras de música e verificar o
atendimento a essa exigência gramatical (já pensei em outra: "Atrás da
Porta"... adivinha de quem???).
Bem, antes da música, acho que estávamos fazendo alguma coisa....
ah! A questão da prova (rs...).
Então, vamos à análise do primeiro item (tão distante...).
Prof Claudia Kozlowski
16
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
I - O emprego de segunda pessoa em "teu" (l.4) concorda com o
emprego de "dizes".
A passagem do texto é: "Posso não concordar com uma só palavra do
que dizes, mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las".
Está perfeito o emprego do pronome, uma vez que já havia sido usado o
tratamento de segunda pessoa do singular: dizes / teu direito. ITEM
CERTO.
II - Em "transformá-los"(l.7), a forma pronominal "-los" retoma
a idéia(*) explicitada em "outros indivíduos".
Para identificar corretamente o referente do pronome usado no texto,
precisamos reler a passagem em que ele se encontra:
Ter idéias (*) e comportamentos políticos ou sociais diversos de outros
indivíduos não significa, necessariamente, transformá-los em inimigos
ferrenhos.
Quem nos dá a dica é o complemento da sequência: "não significa
transformá-los em inimigos ferrenhos".
Não poderíamos transformar "idéias(*) e comportamentos" em inimigos,
mas sim os "outros indivíduos". Portanto, a referência pronominal está
CORRETA.
(Coloquei este sinal - * - para lembrar que essa palavra, assim como
todas as paroxítonas que apresentem o ditongo aberto "ei" ou "oi", a
partir do advento do Acordo Ortográfico - não recebe mais o acento
agudo: ideia)
III - Em "o que se combate" (l.7 e 8), o termo "o" pode, sem
prejuízo gramatical para o período, ser substituído pelo pronome
aquilo.
No estudo de concordância, vimos que a expressão "o que" em
passagens como a do texto ("... o que se combate são as idéias(*) do
outro...") nada mais é do que um pronome demonstrativo "o" com o
pronome relativo "que", tanto assim que podemos substituir esse "o"
pelo correspondente "aquilo". Se houver necessidade, volte àquela aula
e releia o comentário. ITEM CORRETO.
Assim, a ordem é V - V - V - opção E.
Gabarito: E
Prof Claudia Kozlowski
17
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
10 - (ESAF/AFRE MG/2005)
1. O setor público não é feito apenas de filas, atrasos,
burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima
edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado
pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço
5. público federal também é capaz de oferecer serviços
com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições
públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter
conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter
práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de
10. forma crescente seus resultados, tornando-os referências
nacionais. O perfil dos premiados mostra que
o que está em questão não é tamanho, visibilidade
ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade
de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem
15. de forma eficiente, constante e muito bem
controlada.
(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)
Analise a asserção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto.
- A retirada do pronome do termo "tornando-os"(l..10) preserva a
correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o
objeto de "referências nacionais"(l..10 e 11).
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em "linguísticas".
Vamos reler a passagem do texto com a alteração proposta pelo
examinador (retirada do pronome "os"):
De 74 instituições públicas inscritas, 13 foram selecionadas por
ter conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter práticas e
rotinas de gestão capazes de melhorar de forma crescente seus
resultados, tornando referências nacionais.
Pergunto agora: o que se tornou "referências nacionais"?
Prof Claudia Kozlowski
18
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Será que foram os resultados? Ou será que foram as "práticas e rotinas
de gestão"? Ou, ainda, será que foram "as 13 instituições públicas
selecionadas"?
Pois é para isso que serve o pronome - dentre outras coisas, desfazer
possíveis ambiguidades.
Com o emprego do pronome "os", sepulta-se essa dúvida, pois o único
referente no gênero masculino é "seus resultados" (os resultados
tornaram-se referências nacionais).
Sem o pronome, fica prejudicada a compreensão textual (e, por
consequência, a coerência). Não sei quem seria uma referência
nacional: as 13 empresas? As práticas e rotinas de gestão? Os
resultados? Por isso, está INCORRETA a assertiva de que foram
preservadas a correção gramatical e a coerência textual.
ITEM ERRADO
11 - (ESAF/SUSEP - Analista Técnico/2006)
Analise a assertiva a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no
texto.
1. Antenas, computadores e vontade política. Três fatores
que podem facilitar o acesso às modernas tecnologias
de informação, à internet e ajudar a reduzir a nossa
enorme dívida social. Podem, com certeza, encurtar a
5. distância entre os que têm e os que não têm acesso
à rede mundial de computadores e às modernas
tecnologias. A grande massa do povo encontra-se à
margem das informações disponíveis e contatos com
o mundo global.
(Adaptado de Eunício Oliveira, O acesso às novas tecnologias e
inclusão social, Correio Braziliense, 14 de junho de 2004)
a
- O desenvolvimento textual leva a entender as duas ocorrências de
"os"(l.5) como remetendo aos mesmos referentes, e por isso podem ser
substituídos por aqueles, sem prejuízo da correção gramatical.
Mudança ortográfica: não há trema em "linguísticas".
Comentário.
Prof Claudia Kozlowski
19
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Vamos reler a passagem do texto:
Podem, com certeza, encurtar a distância entre os que têm e os
que não têm acesso à rede mundial de computadores e às
modernas tecnologias. A grande massa do povo encontra-se à
margem das informações disponíveis e contatos com o mundo
global.
Nas duas passagens, o pronome demonstrativo "os" refere-se à ideia de
"aqueles", sem necessidade de haver um antecedente expresso ("
entre aqueles que têm e aqueles que não têm acesso...")
Na verdade, esse antecedente encontra-se implícito na passagem "Três
fatores que podem facilitar o acesso [dos indivíduos] às modernas
tecnologias de informação, à internet...".
O referente é, portanto, "indivíduos": "encurtar a distância entre os
indivíduos que têm [acesso às modernas tecnologias de informação, à
internet] e os indivíduos que não têm...".
Assim, poderia com perfeição haver a troca de "os" por "aqueles", outro
pronome demonstrativo usado em um alcance bastante abrangente (não
determinadas pessoas, mas "todas" as pessoas).
ITEM CERTO
12 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente
dificuldade de importação de escravos negros da África a partir da
década de 60, exige que se use a mão-de-obra nativa, forçando-a ao
trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma legislação
que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do
cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes
propiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre
Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições
para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação
minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o
homem livre contratar, como mecanismo de combate à vadiagem.
(Sidnei
Machado
http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/
article/viewPDFInterstitial/1766/1463)
Julgue a assertiva a seguir.
- Em "que lhes propiciasse"(l.5) o pronome "lhes" refere-se a "Os
fazendeiros"(l.5).
Prof Claudia Kozlowski
20
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Comentário.
Acordo Ortográfico: O substantivo "mão de obra" perdeu o hífen.
Existem diversos elementos que serviriam de referente ao pronome
"lhes". Por isso, é importante fazer uma leitura atenta da passagem do
texto.
Os
fazendeiros
também
reclamavam
uma
legislação
que
permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra(*), do
cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que
lhes propiciasse adequada produtividade.
Em tempo, o sentido de "reclamar" no texto é o de "reivindicar",
"exigir".
O texto fala de "propiciar produtividade" a quem? Aos escravos? Aos
colonos?
Não! Os fazendeiros reivindicavam uma
adequada produtividade A ELES MESMOS.
legislação que
propiciasse
Por isso, a indicação está correta.
Cuidado!!! Não menospreze uma questão como essa. Na hora da
prova, há diversos fatores atuando contra você: tempo, nervosismo...
Quantos candidatos saem da prova contabilizando diversos acertos e, no
dia seguinte, com o gabarito na mão, se decepcionam!!! Então,
tranquilidade e atenção!
ITEM CERTO
13 - (ESAF/ AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL NATAL / 2008)
1. As pessoas sempre pensam em si mesmas antes de
levar em conta o bem-estar geral. Não adianta querer
mudar isso. A espécie humana é essencialmente egoísta
e precisa freqüentemente receber estímulos individuais
5. para agir em prol de uma causa que transcenda o
próprio raio de interesses. A princípio todo mundo
trabalha impulsionado por objetivos próprios, entre eles
o progresso na carreira e o salário no fim do mês. A
única maneira de fazer um funcionário voltar-se também
10. para os interesses da empresa é motivá-lo por meio de
Prof Claudia Kozlowski
21
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
um conjunto concreto de benefícios extras. Não é por
acaso que as companhias que implantaram políticas
de reparte de lucros ou de premiação em dinheiro aos
funcionários mais talentosos e esforçados tendem a
15. superar as demais em produtividade e lucro. Em um
mundo tão complexo, economistas, empresários e
governantes precisam saber mais sobre psicologia.
(Entrevista de Maskin a VEJA, 26 de março, 2008).
Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual,
ao mesmo referente.
a) "As pessoas"(l.1) - "que"(l.5) - "próprio"(l.6)
b) "bem-estar geral"(l.2) - "isso" (l.3) - "raio de interesses" (l.6)
c) "estímulos individuais"(l.4) - "objetivos próprios"(l.7) - "eles"(l.8)
d) "funcionário"(l.9) - "-se" (l.9) - "-lo" (l.10)
e) "empresa"(l.10) - "companhias"(l.12) - "demais"(l.15)
Comentário.
Acordo Ortográfico: Não há trema em "frequentemente" .
Agora, de forma brilhante, o examinador exige que o candidato saiba
identificar a relação entre os vocábulos empregados no texto. Vejamos
qual opção indica corretamente os elementos interligados em coesão
textual.
a) O pronome relativo "que" (linha 5) retoma o antecedente "causa"
("... em prol de uma causa que - ESTA CAUSA - transcenda o próprio
raio de interesses."). O demonstrativo "próprios" liga-se a "todo
mundo", e não a "pessoas" (linha 1).
b) O pronome "isso" (linha 3) retoma toda a ideia apresentada
anteriormente (a de que "as pessoas sempre pensam em si mesmas
antes de levar em conta o bem-estar geral."). A esse pronome dá-se o
nome de "vicário", devendo ser estudado mais adiante nesta aula. Além
disso, o "raio de interesses" mencionado na linha 6 não tem relação
nenhuma com o "bem-estar geral"; ao contrário - refere-se ao próprio
indivíduo, de forma egoísta, segundo o autor.
Prof Claudia Kozlowski
22
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
c) O pronome "eles" refere-se ao sintagma "objetivos próprios" ("...
impulsionado por objetivos próprios, entre eles o progresso na
carreira..."), mas não a "estímulos individuais".
d) O pronome "se" tem valor reflexivo e, por isso, retoma o antecedente
(sujeito) "funcionário" ("... fazer um funcionário voltar-se..."
voltar a
si mesmo). Do mesmo modo, o pronome "o" (transformado em "lo" por
força da conjugação verbal) em "motivá-lo" também retoma "o
funcionário" ("... fazer um funcionário voltar-se também para os
interesses da empresa é MOTIVÁ-LO..."
motivar esse funcionário).
Essa é a resposta correta.
e) Essa talvez tenha sido a opção mais capciosa desta questão. Note
que o examinador buscou apresentar palavras que têm relação lógica
entre si. Contudo, se voltarmos ao texto, veremos que esses elementos
não têm ligação entre si. O substantivo "empresa", na linha 10, está
usado de forma genérica, vaga, não se referindo a nenhuma empresa
em especial.
Na linha
12, o substantivo "companhias" vem
acompanhado de uma oração adjetiva restritiva (que determina o
alcance dessas "companhias"): "... as companhias que implantaram
políticas de reparte de lucros ou de premiação em dinheiro aos
funcionários mais talentosos e esforçados..."). Não são, portanto,
QUAISQUER companhias, mas aquelas que fizeram o que se segue
(implantaram políticas...etc., etc., etc.). Quando, em seguida, o autor
faz menção "às demais", pode-se subentender que as demais não
implantaram tais políticas. Portanto, esse demonstrativo ("demais")
não possui o mesmo referente de "empresa" ou de "companhias" (linha
12).
Gabarito: D
14 - (ESAF/CVM - Agente Executivo/2010)
Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale a opção correta.
1. Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento
global e de outros problemas gerados pelo
consumo de energia e pela industrialização. Não
se pode deter o desenvolvimento e não se pode
5. mantê-lo sem aumento do consumo global de
energia. A principal fonte de energia hoje são os
combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história
é a emissão de CO2 na atmosfera (embora não
Prof Claudia Kozlowski
23
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
seja o único). Parece irreversível a tendência à
10. sua redução pela adoção de novas e mais eficientes
tecnologias e fontes de energia.
Acabar drasticamente e de imediato com
as emissões de CO2 e com a utilização de
combustíveis fósseis não é possível. Por outro
15. lado, adotar novas tecnologias que aumentem
ou estimulem ainda mais o seu consumo, nem
pensar.
O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo,
motor do desenvolvimento mundial desde o final
do século XIX até hoje, no começo do século XXI.
20. Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser
aos poucos substituído por um predomínio do gás
natural, junto com, ou antecedendo, um período
de aumento de variedade das fontes de energias
e ganho das energias naturais e renováveis
25. (sempre como complementares), do hidrogênio e
finalmente da energia atômica.
(Pergentino Mendes de Almeida http://www.correiocidadania.com.
br/content/view/4881/9/, acesso em 29/10/2010)
a) Em "mantê-lo"(l.5),
"consumo"(l.3).
o
pronome
"-lo"
retoma
o
antecedente
b) A expressão "dessa história"(l.7) retoma o antecedente "consumo
global de energia" (1.5 e 6).
c)
Em "seu
fósseis"(l.14).
consumo"(l.16)
"seu"
refere-se
a
"combustíveis
d) Em "sua redução"(l.10) "sua" refere-se a "industrialização "(1.3).
e) A expressão "Esse ciclo"(l.21) retoma o antecedente "começo do
século XXI"(1.20).
Comentário.
A única referência textual correta é a indicada na opção C.
Prof Claudia Kozlowski
24
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Na opção A, o pronome "o" (da forma "mantê-lo") se refere a
"desenvolvimento": "Não se pode deter o desenvolvimento e não se
pode manter o desenvolvimento sem aumento do consumo global de
energia.").
A referência de "essa história" (opção B) é a informação apresentada
anteriormente: "A principal fonte de energia hoje são os combustíveis
fósseis".
A redução mencionada na linha 10 (opção D) é a emissão de gás
carbônico na atmosfera, e não a industrialização.
Finalmente, o ciclo de predominância do petróleo (opção E) foi indicado
no parágrafo anterior: "O século XX viu a consolidação da Era do
Petróleo, motor do desenvolvimento mundial desde o final do século
XIX até hoje, no começo do século XXI.".
Gabarito: C
15 - (ESAF/TCU/2006)
Em relação ao texto, analise a assertiva.
Do ponto de vista político, a reentronização da hegemonia do capital
financeiro sobre a reprodução social capitalista mundial significou a
vitória da contra-revolução política e econômica capitalista em todos os
diferentes universos em que as revoluções políticas capitalistas e
anticapitalistas tentaram se libertar do pesadelo de um capital financeiro
entregue a si próprio. Esse foi o causador de duas guerras mundiais e
várias escaramuças bélicas em vários rincões do planeta, assim como da
contra-revolução capitalista, para não falar da inflação e do
desemprego, que jogaram os trabalhadores na miséria e no desespero,
no inferno das guerras, da fome e das perseguições inomináveis. Eles
tentaram se libertar do pesadelo derivado de um dado histórico
inequívoco: a voragem exterminista e genocida do capital e do capital
financeiro em primeiríssimo lugar. E fracassaram.
(Paulo Alves de Lima Filho)
- O pronome "Esse" (l. 5) refere-se a "um capital financeiro entregue a
si próprio" (l. 4 e 5).
Comentário.
Mudança ortográfica: registra-se, agora, "contrarrevolução".
Segundo as normas ortográficas novas, em regra, usa-se hífen
Prof Claudia Kozlowski
25
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
para separar prefixo do segundo elemento quando: (1) a
segunda palavra iniciar por H; (2) houver coincidência de vogal
ou consoante entre o fim do prefixo e o início da segunda
palavra. Nos demais casos, caso o prefixo termine por vogal e a
palavra seguinte tenha início por R ou S, dobra-se esta
consoante para não prejudicar a estrutura fonética.
Entramos, agora, na seara dos PRONOMES DEMONSTRATIVOS.
Esses pronomes possuem duas funções linguísticas:
1a função - indicar a posição dos seres no espaço e no tempo, chamada
de função dêitica.
Ao se referir ao momento presente (referência temporal) ou a algo que
está próximo do falante (referência espacial), usam-se este, esta, isto;
em relação a momento passado (temporal) ou próximo do ouvinte
(espacial), usam-se esse, essa, isso; para se referir a momentos
distantes (tanto no futuro quanto no passado - temporal) ou a algo que
está distante dos dois (falante e ouvinte), usam-se aquele, aquela,
aquilo.
Exemplos:
Naquela época (período distante), usava-se espartilho.
Naquele ano de 1969, o país foi submetido a uma das piores
ditaduras da história universal.
Neste momento, estão todos dormindo. (momento atual)
Nesse fim de semana (o que passou), fomos ao teatro.
Neste fim de semana (o que está por vir), iremos ao teatro.
Em relação ao espaço, este/esta/isto indicam o que se encontra
próximo do falante; esse/essa/isso, longe do falante, mas próximo do
ouvinte; aquele/aquela/aquilo, longe de ambos.
É da essência dos pronomes demonstrativos esse caráter dêitico, ainda
que não seja privilégio seu. Outros pronomes - como os pessoais, por
exemplo -, alguns advérbios (aqui, ali, agora) e substantivos também
se prestam a essa função linguística.
2a função - substituir elementos textuais em referência anafórica (se o
termo for antecedente ao pronome) ou catafórica (em caso de termo
referente após o pronome).
Quando houver mais de um elemento textual aos quais iremos fazer
menção, podemos usar "este" para o mais próximo e "aquele" para o
mais distante. Exemplo: "Paulo e Mauro foram aprovados no concurso.
Prof Claudia Kozlowski
26
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Este (Mauro) irá para Porto Alegre, enquanto que aquele (Paulo), para
Manaus." ou
"Estes argumentos
[os
que
foram
mencionados
imediatamente
antes
desta
citação]
se
contrapõem
àqueles
apresentados no início do debate."
Podemos,
então,
resumir
o
emprego
demonstrativos em referências textuais:
dos
pronomes
Forma 1 - Quando um pronome demonstrativo faz referência a algo já
mencionado no texto, ou seja, a algo que está no "paSSado" do texto,
deve-se usar ESSE / ESSA / ISSO (com o SS do paSSado). Se a
referência ainda vier a ser apresentada (pertence ao fuTuro), usa-se
ESTE / ESTA / ISTO (com o T do fuTuro) - gostou dessa dica
mnemônica?
Forma 2 - Quando se citam dois elementos, retoma-se o último, ou
seja, o mais próximo, pelo pronome "este" (ou "esta", "estes", "estas").
O primeiro elemento citado, isto é, o mais distante, é retomado por
"aquele" (ou suas flexões). Exemplo: "João e Pedro farão a prova para o
Tribunal de Contas da União. Este para Analista e aquele para Técnico."
- Nesta construção, "este" é o referente mais próximo (Pedro) e aquele,
o mais distante (João).
Modernamente,
reduziu-se
o
rigor no
emprego
do
pronome
demonstrativo em referências textuais, inclusive em relação às provas
(como vimos nesta questão, em que, mesmo se referindo a expressão já
mencionada, usou o "este"), mas, em textos formais, como pareceres e
provas dissertativas, deve-se observar o correto emprego dos pronomes
demonstrativos.
Esse é um texto de difícil leitura, por isso devemos ter bastante
atenção.
"Do ponto de vista político, a reentronização da hegemonia do
capital financeiro sobre a reprodução social capitalista mundial
significou a vitória da contra-revolução(*) política e econômica
capitalista em todos os diferentes universos em que as
revoluções políticas capitalistas e anticapitalistas tentaram se
libertar do pesadelo de um capital financeiro entregue a si
próprio. Esse foi o causador de duas guerras mundiais e várias
escaramuças bélicas em vários rincões do planeta, assim como
da contra-revolução(*) capitalista, para não falar da inflação e
do desemprego, que jogaram os trabalhadores na miséria e no
desespero, no inferno das guerras, da fome e das perseguições
inomináveis. Eles tentaram se libertar do pesadelo derivado de
um dado histórico inequívoco: a voragem exterminista e
Prof Claudia Kozlowski
27
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
genocida do capital e
lugar. E fracassaram."
do
capital financeiro
em primeiríssimo
Para começar, vamos ao significado de alguns vocábulos:
-
reentronização - "entronizar" significa "sublimar". Assim,
reentronização seria uma nova sublimação.
-
hegemonia - preponderância, supremacia.
-
escaramuças - conflitos, brigas, desordens.
O pronome demonstrativo "Esse" retoma o antecedente "capital
financeiro entregue a si próprio" e quem nos dá essa certeza é a última
passagem do texto (!): "Eles tentaram se libertar do pesadelo derivado
de um dado histórico inequívoco: a voracidade exterminista e genocida
do capital e do capital financeiro em primeiríssimo lugar.".
Segundo o autor, esse foi o elemento causador de duas guerras
mundiais e de diversos conflitos espalhados pelos vários cantos do
mundo, bem como de tantas outras mazelas que devastaram os
trabalhadores e a humanidade em geral.
Veja que, muitas vezes, o texto precisa ser lido e relido para
identificarmos algum referente textual. Precisamos compreender TODO
O TEXTO e não apenas a passagem em análise.
Por isso, por favor, leia com atenção e calma. Não se apresse para
resolver uma dessas questões. Se for preciso, deixe essa questão para o
fim, momento em que, com mais tempo e tranquilidade, será possível a
compreensão textual.
ITEM CERTO
16 - (ESAF/MPOG - APO/2008)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
1. O objetivo da Embratur é atrair mais turistas
estrangeiros. Em média, segundo a empresa,
eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada
viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006.
5. A média geral de gastos diários, por turista, foi de
US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais
que isso. Segundo a presidente da Embratur,
Prof Claudia Kozlowski
28
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
aumentou em 22% o número de viagens dos
turistas espanhóis ao País.
10. Para atrair mais turistas, é preciso oferecer não
apenas mais vôos e mais hotéis, o que já vem
ocorrendo, mas também serviços de qualidade,
funcionários bilíngües, segurança reforçada
nas proximidades de hotéis, aeroportos e infra-estrutura.
15. O empenho justifica-se pelo aumento
do emprego propiciado pelo turismo e da renda
gerada para os mais diversos segmentos shopping centers, restaurantes, cinemas, táxis,
transporte especializado, farmácias.
(O Estado de S. Paulo, 6/02/2008)
a) A palavra "empresa" (l. 2) é termo de coesão lexical que retoma o
antecedente "Embratur" (l.1).
b) O pronome "eles" (l. 3) constitui uma anáfora, pois se refere ao
antecedente "turistas estrangeiros" (l. 1 e 2).
c) O termo "isso" (l. 7) constitui elemento coesivo, pois retoma o
antecedente "US$ 91,74".
d) Em "justifica-se" (l. 15), o "-se" indica sujeito indeterminado.
Comentário.
Acordo Ortográfico: Registram-se, agora, os vocábulos "voos"
(sem
acento
circunflexo),
"bilíngues"
(sem
trema)
e
"infraestrutura" (sem hífen). Nossa, quantas alterações!...rs...
Essa questão foi o absurdo cometido pela banca naquele concurso para
o MPOG. Evidentemente, a resposta (opção incorreta) deveria ter sido a
de letra D. Contudo, a banca apresentou (preliminar e definitivamente)
a resposta como B. Infelizmente, temos de aturar esse tipo de coisa,
mas apresentamos aqui nosso completo e total repúdio, uma vez que o
candidato preparado foi prejudicado com esse resultado - perdeu um
ponto injustamente.
Você deve estar se perguntando: "Então, por que a professora colocou
essa questão no nosso material? Para me confundir, para me
estressar?"... Não, amiguinho(a), longe de mim isso..rs... Trouxe a
Prof Claudia Kozlowski
29
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
questão em função do grande número de candidatos que, em sua
preparação, podem já ter baixado a prova e encontrado essa resposta
absurda. Assim, caso isso tenha acontecido com você, pode ficar
tranquilo - não é você quem não sabe nada de pronome - é o
examinador..rs...
Vejamos cada uma das opções e tire suas próprias conclusões.
a) Sim, para não repetir o nome da empresa, usou-se desse artifício de
coesão textual - a troca de um substantivo próprio por um comum.
b) Ainda bem que você já sabe o que é uma "anáfora", não é mesmo?...
Não é mesmo?!?!?!...rs... Espero que sim! ...rs... Anáfora é o processo
de referência textual em relação a algo que já foi mencionado. Está
correta a indicação de que "eles" retoma o antecedente "turistas
estrangeiros" ("esses turistas permaneceram no Brasil 18 dias...").
Então, como é que poderia ser essa a resposta, se o enunciado busca a
opção ERRADA? Absurdo!!!
c) "A média geral de gastos diários, por turista, foi de US$ 91,74, mas
os europeus gastaram bem mais que isso.". O pronome "isso", em
referência anafórica, retoma "US$ 91,74", sim. Está certa essa
indicação.
d) O pronome "se", como vimos à exaustão no início dessa aula, não
poderia ser "índice de indeterminação do sujeito", pois o sujeito está
EXPLÍCITO: "O empenho JUSTIFICA-SE...". Essa deveria ter sido a
resposta à questão. Está incorreta!!!
Gabarito oficial: B
ATENÇÃO: Essa questão deveria ter seu gabarito alterado para D.
17 - (ESAF/IRB - Advogado/2006)
1. "O mundo é plano", livro do jornalista Thomas
Friedman, mostra que há uma nova globalização por
aí. Ela achatou o planeta e explodiu as noções de
distância, tempo e trabalho. Recriou a China e a Índia.
5. Ao contrário da globalização financeira dos anos 90,
nessa há lugar para brasileiros. Na primeira, ganhava
quem tinha dinheiro. Agora, pode ganhar quem tem
educação, quer aprender mais e acredita no seu
trabalho.
Prof Claudia Kozlowski
30
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
10. É nessa hora que se abre espaço para Pindorama.
Se os jovens brasileiros começarem a brigar por mais
computadores em suas casas, escolas e trabalho, a
brincadeira terá começado.
O livro não arruma empregos para seus leitores, mas
15. ensina como eles acabam, onde reaparecem e como
reaparecem.
(Elio Gaspari, Um livro muito bom: "O mundo é plano", Folha de
São Paulo, 18 de dezembro de 2005, com adaptações)
Assinale a opção em que o termo da primeira coluna retoma, no texto, o
termo da segunda.
a) "nessa" (l.6)
"globalização financeira dos anos 90" (l.5)
b) "primeira" (l.6)
"nova globalização" (l.2)
c) "nessa hora" (l.10) "Agora" (l.7)
d) "Pindorama" (l. 10) "livro do jornalista Thomas Friedman" (l.1 e 2)
e) "eles" (l.15)
"leitores" (l .14)
Comentário.
a) O pronome demonstrativo "nessa" se refere a "nova globalização"
que vem por aí. Note que, por haver dois antecedentes - um próximo
(globalização financeira dos anos 90) e outro mais distante (nova
globalização) -, o pronome mais adequado seria "naquela". Contudo,
como afirmamos, não deve haver um rigor gramatical extremado
quando se trata de pronomes em referência anafórica.
b) Agora, não se trata de referência textual (até porque foi mencionada
logo no início do texto "a nova globalização", e não é a essa expressão
que "primeira" faz menção). A referência é em relação aos aspectos
temporais - "a primeira" significa "a que veio primeiro", "a que
antecedeu a todos" ou "a que veio antes da outra". Por isso, a indicação
do referente está INCORRETA.
Na pressa, sem retornar ao texto, o candidato pode errar!!!
c) Vamos identificar os termos da argumentação.
"Na primeira [entenda-se: na primeira globalização - a dos anos
90] , ganhava quem tinha dinheiro. Agora [na globalização que se
Prof Claudia Kozlowski
31
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
anuncia], pode ganhar quem
acredita no seu trabalho."
tem educação,
quer aprender mais e
O dêitico "agora" se refere ao mesmo elemento de "nessa hora",
mencionado no início do parágrafo seguinte: "É nessa hora que se abre
espaço para Pindorama [nosso país, na linguagem do autor]" pergunto: em que hora?
Na mesma "hora" mencionada na passagem: "nessa há lugar para
brasileiros", ou seja, na globalização que se anuncia. Assim, está
CORRETA a indicação de relação entre os termos.
d) "Pindorama", de origem tupi, designa uma região com palmeiras.
Como acabamos de ver, é como o autor se refere ao nosso país.
e) O que acaba e reaparece? Será que são os leitores? Certamente que
não. O pronome pessoal "eles" faz menção aos "empregos".
Gabarito: C
18 - (ESAF/TRF/2002)
Julgue se as formas de redação abaixo estão gramaticalmente corretas.
- Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao preço de
3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto
o momento próximo em que os EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão
por dia. / Seu pensamento hoje é esse: tornou-se barato adquirir a
hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade que
permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUA gastarão
com a defesa US$ 1 bilhão por dia.
Comentário.
Observe que, no segundo segmento, o autor usa o pronome
demonstrativo esse em referência catafórica (PARA A FRENTE), o que
seria, segundo os puristas, um erro.
Contudo, a banca indicou esse item como correto. Isso reforça a tese
de que se reduziu o rigor gramatical no emprego anafórico do pronome
demonstrativo.
ITEM CERTO
Prof Claudia Kozlowski
32
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
19 - (ESAF/AFRF/2005)
Em relação ao texto, analise a proposição.
1. IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas
empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior
dinamismo econômico. A carga da pesada máquina administrativa das
pequenas "cidades mortas" é paga pelas verbas federais do Fundo de
Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, 5.
como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do
pagamento dos aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social.
O seminário "Qualicidade", por sua vez, confirmou que a favelização é
produto de "duas ausências", a do crescimento econômico e a de política
urbana.
(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)
- A presença de artigo definido feminino singular, em suas duas
ocorrências (l.7 e 8), indica que se pode subentender após o artigo a
repetição da palavra "favelização"(l.7).
Comentário.
O seminário "Qualicidade", por sua vez,
favelização é produto de "duas ausências",
econômico e a de política urbana.
confirmou que a
a do crescimento
Antes da palavra "favelização", temos um artigo definido feminino, que
é a palavra variável que precede o substantivo, indicando-lhe o
gênero e o número.
Contudo, na sequência, esses "as" indicam a existência do substantivo
"ausência" e não "favelização", como sugere o examinador.
Como este item já possuía um erro - indicação incorreta de um
referente - não poderíamos afirmar se a indicação da classe gramatical
desse "a" estaria correta ou não, por ser considerado pronome
demonstrativo e não artigo definido.
A resposta veio tempos depois, com uma questão da
Auditor-Fiscal do Trabalho, em 2006. Vejamos.
ITEM ERRADO
20 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
Prof Claudia Kozlowski
33
www.pontodosconcursos.com.br -
prova
para
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Avalie a afirmação abaixo,
lingüísticas no texto.
a
respeito do emprego das estruturas
Quando se ouve a palavra "preço", as primeiras imagens que invadem
nossa mente são as de cartazes de liquidação, máquinas registradoras,
cheques e cartões de crédito. Mesmo nas sociedades orientais, menos
capitalistas que a nossa, a idéia de preço é sempre ligada à noção de
objeto de valor. Porém, diferentemente do que a mídia informa, nem
tudo pode ser comprado e parcelado em três vezes no cartão. As coisas
realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma
de pagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na
infinita negociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma
sólida conta corrente de reservas emocionais e de bom senso do que
aquele que confia apenas em sua coleção de cartões de plástico. Lucrará
mais aquele que souber responder com sabedoria a pergunta: vale a
pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
- Para a coerência textual, o vocábulo "as"(l.2) tanto pode ser
interpretado
como
um
pronome,
substituindo
o
substantivo
"imagens"(l.2), quanto como um artigo definido que deixa implícita a
concordância com "imagens".
Comentário.
Mudança ortográfica: não
acento agudo em "ideia".
há
trema
em
"linguísticas",
nem
Mais uma vez, a banca chama de "artigo definido" uma ocorrência que
costumávamos considerar como de um pronome demonstrativo.
"Costumávamos" porque nosso papel é "dançar conforme a música"
(pelo menos, enquanto o maestro for o mesmo... ou seja, os
componentes da banca não mudarem de ideia ou não forem
substituídos).
Bem, vejamos, em primeiro lugar, a proposta de recurso que fizemos
para essa questão.
Existe uma justificativa etimológica para a proximidade entre os artigos
definidos (o, a, os, as) e os pronomes demonstrativos: o artigo definido
românico, que abarca o português (o, a, os, as), o francês (le, la, les), o
italiano (il, lo, la, le) e o espanhol (el, lo, la, los, lãs), proveio dos
demonstrativos
latinos
de
terceira
pessoa
ille,
illa,
illud
(respectivamente masculino, feminino e neutro).
Prof Claudia Kozlowski
34
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
As formas arcaicas dos artigos definidos el, lo, la, derivadas desses
demonstrativos latinos, foram usadas no período em que o português
estava se formando.
Com a evolução da língua, o valor demonstrativo do artigo definido foi
se perdendo, mas subsiste em alguns casos, ainda que de modo tênue,
como bem indica o mestre Celso Cunha a partir dos seguintes exemplos:
"Permaneceu A [= esta/aquela] semana inteira em casa."
"Partimos NO [= neste] momento para São Paulo."
"Levarei produtos DA [= desta] região."
Mas adverte M. Said Ali, na obra Gramática Histórica da Língua
Portuguesa, em Lexeologia do Português Histórico: "esta função se
amorteceu desde que se tornou em costume de antepor, sem grande
necessidade, a qualquer substantivo a palavra o, a, tornando-a seu
companheiro
quase
inseparável.
Desde
então
passou
o
demonstrativo a ser artigo". (grifo não do original)
Em virtude disso, as definições que os diversos gramáticos atribuem ao
artigo são:
- (Celso Cunha e Lindley Cintra) "palavras o (com as variações a, os,
as) e um (com as variações uma, uns, umas) que se antepõem aos
substantivos (...) ";
- (Rocha Lima) "partícula que precede o
maneira de 'marca' dessa classe gramatical";
substantivo,
assim
à
- (Evanildo Bechara) "a palavra que se antepõe aos substantivos que
designam seres determinados (o, a, os, as) ou indeterminados (um,
uma, uns, umas).".
Não se pode confundir, pois, o artigo definido, que acompanha um
substantivo, pronome substantivo ou, em algumas vezes, um adjetivo
com um substantivo oculto, com pronome demonstrativo, que pode ser
empregado no lugar de um substantivo.
Merece destaque a seguinte lição de Evanildo Bechara:
"O pronome o, perdido de seu valor essencialmente demonstrativo e
posto antes de substantivo, como adjunto, recebe o nome de artigo
Prof Claudia Kozlowski
35
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
definido. Assim é que a gramática, no exemplo seguinte, considera o
primeiro
os
ARTIGO
DEFINIDO
e
o
segundo
PRONOME
DEMONSTRATIVO:
'Os homens de extraordinários talentos são ordinariamente os de menor
juízo' (Marques de Marica)". (grifos nossos)
O exemplo apresentado pelo nobre mestre é idêntico à construção
presente no primeiro período do texto a seguir transcrito, base do item I
da questão 14:
Quando se ouve a palavra "preço", as primeiras imagens que
invadem nossa mente são as de cartazes de liquidação,
máquinas registradoras, cheques e cartões de crédito.
No item I da referida questão, afirma-se:
I. Para a coerência textual, o vocábulo "as" (l.2) tanto pode ser
interpretado
como
um
pronome,
substituindo
o
substantivo
"imagens"(l.2), quanto como um artigo definido que deixa implícita a
concordância com "imagens".
O gabarito indica esse item como correto.
Em virtude de todo o exposto, respeitosamente discordamos de tal
indicação. O vocábulo 'as' deve ser classificado SOMENTE como um
pronome demonstrativo, uma vez que substitui o substantivo
"imagens", já presente no texto, evitando sua repetição.
Infelizmente, o gabarito foi mantido (de novo?!?!), o que nos leva a crer
que a banca classifica como "artigo definido" a ocorrência de "a" quando
for possível subentender, na sequência, um substantivo (estando ele
ausente).
E durma-se com um barulho desses...
Voltaremos a essa questão mais adiante, em "colocação pronominal".
Gabarito oficial: ITEM CERTO
COLOCAÇÃO PRONOMINAL
21 - (ESAF/AFRF/2005)
A questão proposta é a do acaso. Na tradição ocidental, o tema aparece
invariavelmente ligado a um outro, o da razão: o dos limites e do
alcance da racionalidade. Nem seria errôneo afirmar que o empenho
maior para o pensamento filosófico inaugurado na Grécia antiga
resume-se em querer vencer a sujeição ao acaso. De fato, um dos
traços peculiares ao homem primitivo está em deixar-se surpreender
pelo acaso, em guiar-se pelo imprevisível.
Prof Claudia Kozlowski
36
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Já o homem racional instaurado pelos gregos entrega-se, pela primeira
vez na história, a esse esforço descomunal e decisivo para a evolução do
Ocidente, de tentar conjurar o mais possível as peias do acaso,
estabelecendo as bases para um comércio racional do homem com o seu
meio ambiente; mais precisamente: a postura racional passou a
designar, de modo gradativo, um comportamento de dominação por
parte do homem, elaborando racionalmente as suas relações com a
natureza, o homem terminaria abocanhando as vantagens de ver
subordinada a natureza aos seus desígnios pessoais.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Analise a correção gramatical da proposição abaixo.
- Seria errôneo afirmar que nem o empenho maior do pensamento
filosófico grego sujeitaria-se ao objetivo de querer trocar os limites do
acaso pelo alcance da racionalidade.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há acento agudo em "ideias".
Agora, entramos em um dos pontos mais incidentes em provas da
ESAF: COLOCAÇÃO DO PRONOME EM RELAÇÃO AO VERBO.
A fim de facilitar, resumimos todas as regras de colocação pronominal a
três, além da regra geral: CASOS DE PRÓCLISE OBRIGATORIA, CASOS
PROIBIDOS, CASO FACULTATIVO.
1) REGRA GERAL:
Segundo a norma culta, a regra é a ênclise, ou seja, o pronome
após o verbo. Isso tem origem em Portugal, onde essa colocação é
mais comum. No Brasil, o uso da próclise é mais frequente, por
apresentar maior informalidade, mas, como devemos abordar os
aspectos formais da língua, a regra será ênclise, usando próclise
em situações excepcionais, que são:
> Palavras invariáveis (advérbios, alguns pronomes, conjunção)
atraem o pronome. Por "palavras invariáveis", entendemos os
advérbios, as conjunções, alguns pronomes que não se
flexionam, como o pronome relativo que, os pronomes indefinidos
quanto/como, os pronomes demonstrativos isso, aquilo, isto.
Exemplos:
Prof Claudia Kozlowski
37
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
"Ele não se encontrou com a namorada." - próclise obrigatória
por força do advérbio de negação.
"Quando se encontra com a namorada, ele fica muito feliz." próclise obrigatória por força da conjunção;
> Orações exclamativas ("Vou te matar!") ou que expressam desejo,
chamadas de optativas ("Que Deus o abençoe!") - próclise
obrigatória.
> Orações subordinadas - ("... e é por isso que nele se acentua o
pensador político" - uma oração subordinada causal, como a da
questão, exige a próclise.).
2) EMPREGO PROIBIDO:
> Iniciar período com pronome (a forma correta é: Dá-me um
copo d'água. / Permita-me fazer uma observação.);
> Após verbo no particípio, no futuro do presente e no futuro do
pretérito. Com essas formas verbais, usa-se a próclise (desde
que não caia na proibição acima), modifica-se a estrutura
(troca o "me" por "a mim") ou, no caso dos futuros, empregase o pronome em mesóclise.
Exemplos: "Concedida a mim a licença, pude começar a
trabalhar." (Não poderia ser "concedida-me" - após particípio é
proibido - nem "me concedida" - iniciar período com pronome
é proibido).
"Recolher-me-ei à minha insignificância" (Não poderia
"recolherei-me" nem "Me recolherei").
ser
3) EMPREGO FACULTATIVO:
> Com o verbo no infinitivo, mesmo que haja uma palavra
"atrativa", a colocação do verbo pode ser enclítica (após o
verbo) ou proclítica (antes do verbo).
Exemplo:
"Para não me colocar em situação ruim, encerrei a conversa."
"Para não colocar-me em situação ruim, encerrei a conversa."
Assim, com infinitivo está sempre certa a colocação,
desde que não caia em um caso de proibição (começar
período).
NÃO
CONFUNDA
INFINITIVO
COM
FUTURO
DO
SUBJUNTIVO - Na maior parte dos verbos, essas formas são
Prof Claudia Kozlowski
38
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
iguais (para comprar/quando comprar, para estudar /
quanto estudar). Contudo, a regra da colocação pronominal só
se aplica ao infinitivo. Se o verbo estiver no futuro do
subjuntivo, aplica-se a regra geral.
Para ter certeza de que é o infinitivo mesmo e não o futuro do
subjuntivo, troque o verbo por um que se modifique, como o
verbo TRAZER (para trazer / quando trouxer), FAZER (para
fazer/ quando fizer), PÔR (para pôr/ quando puser), e tire a
"prova dos noves".
Se for infinitivo, pode colocar o pronome antes ou depois, tanto
faz. De qualquer jeito, estará certo, mesmo que haja uma
palavra atrativa (invariável).
Observação importante: quando houver mais de uma
palavra invariável antes do verbo, o pronome poderá ser
colocado entre elas. A esse fenômeno dá-se o nome de
APOSSÍNCLISE (estava devendo esse nome desde a última
aula, lembra?).
Exemplo: "Para não levar-me a mal, irei apresentar minhas
desculpas." - como vimos, com infinitivo está sempre certa a
colocação (caso facultativo), mesmo que haja uma palavra
invariável (no caso, são duas - para e não).
COLOCAÇÕES IGUALMENTE POSSÍVEIS:
(1) "Para não me levar a mal, ..."- O pronome foi atraído pelo
advérbio (palavra invariável).
(2) "Para me não levar a mal, ..." - O pronome foi atraído pela
preposição (outra palavra invariável).
De volta à questão, vemos que o erro está em colocar o pronome APÓS
o futuro do pretérito: SUJEITAR-SE-IA.
Em relação a essa sintaxe, alertamos para os verbos terminados em ZER.
"Cláudia, qual é o problema com esses verbos?"
A maioria esmagadora dos verbos, tanto no futuro do presente quanto
no do pretérito, mantém "de um lado" o infinitivo e do outro a
desinência. Veja só:
VERIA + O ^ VER + O + IA ^ VÊ-LO-IA
Prof Claudia Kozlowski
39
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
COMPRARIA + AS ^ COMPRAR + AS + IA * COMPRÁ-LAS-IA (já
falamos sobre a acentuação gráfica nesses casos, não é?)
ESTUDAREI + O ^ ESTUDAR + O + EI ^ ESTUDÁ-LO-EI
Só que não é isso o que acontece com os verbos terminados em -ZER:
FAZER ^ (futuro do presente) FAREI (não é FAZEREI) ^ (futuro do
pretérito) FARIA (e não "fazeria").
Assim, quando um pronome é colocado em MESÓCLISE, de um lado não
fica o infinitivo, POIS HOUVE ALTERAÇÃO NO RADICAL DO
VERBO!!!
FAZER + O * FAREI + O = FÁ-LO-EI (futuro do presente) *
FARIA + O =
FÁ-LO-IA (futuro do pretérito)
DIZER + AS * DIREI + AS = DI-LAS-EI (fut.do presente)
DIRIA + AS = DI-LAS-IA (futuro do pretérito)
*
Agora, confesse: se encontrasse no meio de um texto imenso dividido
em opções um "fazê-las-ia com a máxima urgência", será que você
notaria esse erro????
ITEM ERRADO
22 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo,
mas a forma de pagamento é bem diversa das praticadas nos shopping
centers. Na infinita negociação que é viver, se sairá melhor
aquele que possuir uma sólida conta corrente de reservas
emocionais e de bom senso do que aquele que confia apenas em
sua coleção de cartões de plástico. Lucrará mais aquele que souber
responder com sabedoria a pergunta: vale a pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
Avalie a afirmação abaixo, a respeito do emprego das estruturas
lingüísticas no trecho em destaque.
- Devido ao emprego da vírgula, mantém-se a coerência textual e a
correção gramatical ao empregar o pronome átono depois do verbo em
"se sairá"(l.3): sairá-se.
Comentário.
Prof Claudia Kozlowski
40
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Mudança ortográfica: não há trema em "linguísticas".
O examinador insiste no mesmo erro: colocar o pronome em ênclise a
um verbo no futuro do presente / futuro do pretérito.
Esse é um caso de mesóclise, se não houver palavra invariável antes do
verbo, o que provocaria uma próclise.
Veja a passagem do texto, que já foi apresentado na íntegra em
questão pretérita:
"Na infinita negociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir
uma sólida conta corrente de reservas emocionais e de bom senso..."
Muitos devem estar se perguntando se a posição deste pronome estaria
correta, e a resposta é SIM. O que o pronome não pode é iniciar
PERÍODO, mas este foi iniciado pela estrutura "Na infinita negociação
que é viver...".
Vamos supor que este segmento estivesse mais adiante. Nesse caso, a
única possibilidade seria a mesóclise: "Sair-se-á melhor aquele que, na
infinita negociação que é viver, possuir uma sólida...".
ITEM ERRADO
23 - (ESAF/MPOG - Especialista Políticas Públicas/2005)
Julgue a afirmação abaixo em relação às lacunas do texto.
Enquanto houver falta de força de trabalho,
a)
, os novos
direitos conquistados se efetivam para a quase totalidade dos
assalariados.
Mas
a
situação
muda
completamente
b)
e
c)
. Nessas fases da conjuntura, a competição pelos
poucos empregos disponíveis faz com que
d)
_
, o que só podem fazer trabalhando como
"informais". É o que estamos assistindo hoje no Brasil:
e)
, um número ainda maior trabalha sem registro e sem os
direitos consignados na CLT.
(Paul Singer, Folha de S. Paulo, 30/04/2005)
- A primeira lacuna poderia ser preenchida, com correção gramatical,
coesão e coerência textuais, por qualquer das propostas a seguir.
1. que caracteriza períodos de intenso crescimento econômico
2. que distingue-se a economia em ritmo de aceleração
Comentário.
Prof Claudia Kozlowski
41
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Não há problema algum na sugestão 1. Contudo, na indicação 2, o
pronome relativo "que" é uma palavra invariável, que tem o condão de
atrair o pronome para antes do verbo. Além desse fator, temos, nesse
caso, uma oração subordinada adjetiva, um dos casos de próclise
obrigatória.
Assim, além de se observar um prejuízo em relação à coerência textual,
a proposição 2 apresenta o erro de colocação do pronome "se",
exigindo-se a próclise: que se distingue.
Como as duas propostas deveriam se apresentar com correção
gramatical, coesão e coerências textuais para serem aceitas, esse item
foi considerado ERRADO.
ITEM ERRADO
24 - (ESAF/MPOG - Especialista Políticas Públicas/2005)
Aponte a opção que finaliza com correção gramatical o trecho abaixo.
O desenvolvimento científico e tecnológico tem, de fato, uma coerência
imanente fundamental. O seu temido desvirtuamento decorre sempre de
fatores acidentais, alheios portanto à sua lógica intrínseca e fatal que,
levada às últimas conseqüências, é sempre a favor e não contra o
homem, porquanto não somente somos parte integrante do processo,
mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se
aborrecida ou nociva,
(Lúcio Costa, "O novo humanismo científico e tecnológico")
a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu
emprego a torna assim.
b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego a torna assim.
c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego torna-a assim.
d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu
emprego torna-a assim.
e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego torna-a assim.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em "consequências".
Prof Claudia Kozlowski
42
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Além do aspecto semântico, devemos observar a correção gramatical.
Para aumentar nossas chances de acertar a questão, vamos eliminar os
itens que apresentam erros gramaticais.
As opções b, c e e indicam o vocábulo por que (separado), que é um
pronome interrogativo ou uma preposição acompanhada de pronome
relativo (assunto da aula de CONJUNÇÃO).
Na oração, deve ser usada uma conjunção de valor explicativo, que se
escreve em um só vocábulo: porque.
Na opção d, há erro de emprego do pronome "a", quando, conforme
veremos, deveria ficar "neutro", por ser vicário: "não é que O DEVE ser
necessariamente..."..
Só com essa análise gramatical, teríamos chegado à resposta - a única
correta seria opção A.
Para fins didáticos, iremos avaliar o aspecto semântico da construção e
a função de seus elementos. É preciso, antes de tudo, compreender o
texto. Para isso, precisamos vencer alguns obstáculos, quais sejam: o
emprego de vocábulos desconhecidos por nós. Alguns são essenciais,
outros não.
Glossário:
Imanente - algo sempre presente, inseparável;
Porquanto - conjunção de valor causal, equivalente a porque
(aguarde a aula sobre CONJUNÇÃO para receber uma dica de como
memorizar o sentido dessa conjunção, sempre presente nas provas da
ESAF);
Remate - acabamento, fim, e, em linguagem conotativa, cume, auge,
ponto máximo.
Fala-se da coerência própria do desenvolvimento científico e tecnológico,
de seu desvirtuamento e das consequências disso, sempre a favor do
homem, que é não só parte, mas também fim desse processo.
A partir disso, aborda-se o papel da televisão nesse contexto.
Para compreendermos a função do pronome demonstrativo o em "não é
que o deve ser necessariamente", vamos dissecar a passagem:
"Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se aborrecida ou nociva, não
é que necessariamente deve (a televisão) ser assim (aborrecida ou
nociva), mas porque o seu emprego (emprego da televisão) a torna
(torna a televisão) assim (aborrecida ou nociva)."
Prof Claudia Kozlowski
43
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Afinal, qual a função do pronome demonstrativo "o" em "não é que o
deve ser"? Retomar a ideia de que "a televisão pode revelar-se
aborrecida ou nociva".
Gabarito: A
Veja a seguir mais um exemplo de pronome em função vicária.
25 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Com base no texto, analise a proposição a seguir.
1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,
como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco
para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária
a que o país parece assistir de braços cruzados.
5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem
viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe
para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas
dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta
de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,
fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo
10. acostamento, usam faróis altos e frequentemente
dirigem alcoolizados.
(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)
- O termo "isso"(l.2) retoma as informações do período antecedente.
Comentário.
O pronome "isso" retoma todas as informações já apresentadas
anteriormente: "houve expansão da frota, tanto de carros, como de
caminhões e ônibus".
Por ser usado em referência a todo um período anterior, o pronome
demonstrativo, em função vicária (substitui todo o antecedente),
mantém-se neutro - no singular masculino - "o deve ser". Mas o que
significa isso?
Esse papel vicário é exercido pelos pronomes demonstrativos quando
substituem uma expressão, palavra e até mesmo uma ideia já
apresentada anteriormente, evitando a repetição de vocábulos.
Prof Claudia Kozlowski
44
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
"Há muito tempo eu planejo sair de férias e vou fazê-lo no meio
desse ano."
o fazê-lo = fazer isso = sair de férias
"Eu lhe jurei que seria fiel e vou sê-lo."
o sê-lo = ser isso - ser fiel
O pronome demonstrativo permanece neutro, sem flexão de gênero ou
número, assim como acontece com o "isso".
Além dos pronomes, outras palavras podem fazer esse papel. Veja um
exemplo de "verbo vicário", dado por Aurélio: "Ele trabalha, mas não é
tanto como diz.".
O verbo SER substitui o verbo TRABALHAR na segunda oração, para
evitar sua repetição. Este é mais um instrumento de coesão textual.
ITEM CERTO
26 - (ESAF/CG U- Técnico/2008)
Assinale a opção que completa com correção gramatical e propriedade
vocabular as lacunas do trecho abaixo.
O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$
40 bilhões.
(1)
buscar alternativas para compensar a morte
anunciada, o Executivo contou com os recursos como se fossem
permanentes.
(2)
a proposta orçamentária de 2008,
(3)
a previsão de arrecadação do tributo que,
segundo a lei, estaria extinto.
("Enterrar cadáveres", Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)
1
2
3
Comentário.
Para começar, vamos distinguir "ao invés de" de "em vez de". O
primeiro somente pode ser usado quando estiver implícita a ideia de
Prof Claudia Kozlowski
45
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
"contrário, inverso": "Ao invés de se enfraquecer, ele voltou mais forte
ainda." ("fraco" é o inverso de "forte", por isso o emprego está correto).
Já "em vez de" pode ser usado em qualquer circunstância, inclusive a de
"inverso". Por isso, na dúvida, use "em vez de" e irá acertar sempre.
Na construção do texto, "buscar alternativas" não significa o inverso de
"contar com os recursos como se fossem permanentes". Por isso,
eliminamos as opções "a" ("Ao invés", que até omitiu a preposição "de",
que seria necessária se fosse possível o emprego da expressão) e "e"
("No inverso de", expressão essa nunca antes vista por mim...rs...).
Em relação ao segundo item, todos os pronomes ("isso", "o" ou "esse")
foram usados em sua função vicária, já que é retomada a ideia
apresentada anteriormente: "o Executivo contou com os recursos como
se fossem permanentes". As sugestões das opções B e C provocam
prejuízo para a estrutura oracional ("Há prova disso a proposta..." ou
"Prova disso a proposta..."), devendo ser eliminadas.
O item A apresenta, no terceiro item, erro de colocação pronominal. A
próclise é obrigatória em orações subordinadas, e o pronome relativo
"onde" inicia uma oração subordinada adjetiva, devendo o pronome
surgir antes do verbo: "... onde SE inclui...". Usa-se "onde" quando o
referente for LUGAR ou algo que se assemelhe a isso. "Forçando uma
barra", poderíamos até admitir o emprego de "onde" com o antecedente
"proposta orçamentária", mas a colocação do pronome impossibilitou a
opção A.
Para atender ao rigor gramatical, não devemos usar o verbo TER no
sentido de "existência", ainda que os melhores escritores já o tenham
feito ("No meio do caminho tem uma pedra..."). Por isso, confirmamos a
eliminação das opções B e C.
Por fim, a regência do verbo CONSTAR aponta para a opção D, que
aceita tanto a preposição DE quanto EM: "a previsão de arrecadação do
tributo consta dessa / nessa proposta orçamentária".
Assim, a opção correta é a D.
Gabarito: D
27 - (ESAF/AFC CGU/2006)
Assinale a opção que preenche as
gramaticalmente correta e coerente.
lacunas
do
texto
de
forma
O saldo da balança comercial (exportações menos importações)
brasileira de 2005 alcançou US$ 44,76 bilhões, valor
1
registrado
na história do país. O resultado positivo, 33% maior que o atingido em
Prof Claudia Kozlowski
46
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
2004,
2
ao desempenho expressivo das exportações e
importações. As vendas externas tiveram incremento
3
US$ 24
bilhões no ano passado e fecharam 2005 com US$ 118,3 bilhões. Já as
importações totalizaram US$ 73,545 bilhões no ano passado. Os
resultados recordes mostram
4
apesar da valorização do real
frente ao dólar, a corrente de comércio do país (exportações mais
importações) não
5
de crescer com a diversificação de pauta
exportadora, aumento do número de países que compram os produtos
brasileiros e o crescimento da participação de estados com pouca
tradição nas vendas externas.
(Em
Questão,
Subsecretaria
de
Comunicação
Institucional
da
Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasília, 06 de
janeiro de 2006)
1 / 2/ 3 /4/ 5
a) não / se devem / demais de / -lhe / deixa
b) nunca antes / devem-se / mais que / -se / para
c) nunca / deve-se / superior a / que / pára
d) não / deveu-se / de mais de / cujo / cessa
e) nem / devia-se / maior que / qual / termina
Comentário.
Vamos analisar lacuna por lacuna e eliminar as opções incorretas, como
fizemos nas questões de CRASE.
1) A única opção que pode ser descartada seria a de letra E, pois a
conjunção "nem" prejudicaria a coerência textual.
2) O núcleo do sujeito é "resultado". Assim, o verbo DEVER deve ficar
no singular. Com isso, podemos eliminar as opções A e B. Já temos
50% de chances de acertar, pois só sobraram as opções C e D!!!
3) Essa lacuna não nos ajuda em nada, pois as duas opções restantes a
preencheriam
adequadamente
"As vendas
externas tiveram
incremento superior a US$24 bilhões..." ou "As vendas externas
tiveram incremento de mais de US$24 bilhões...".
4) Opa! Que negócio é esse de preencher essa lacuna com "cujo"?
Essa é a nossa "deixa" para tratarmos dos PRONOMES RELATIVOS.
Gabarito: C
PRONOMES RELATIVOS
Prof Claudia Kozlowski
47
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
O pronome relativo, como o próprio nome sugere, apresenta um
referente, ou seja, um termo já mencionado, substituindo-o na oração
adjetiva - "O número de candidatos que prestaram o concurso
aumentou significativamente." - o pronome relativo "que" está no lugar
de "candidatos" ("os candidatos prestaram o concurso").
Sem dúvida, dos pronomes, o relativo é o mais recorrente em questões
de prova e, dos pronomes relativos, o "cujo" mais solicitado - ganha
em disparada em todos os concursos públicos do Brasil. Por isso, é tão
importante seu estudo e domínio de seu conceito.
Os pronomes relativos referem-se a termos antecedentes. Já falamos
sobre concordância e regência com pronomes relativos.
Agora, veremos quais são esses pronomes e como devem ser
empregados na oração subordinada adjetiva que iniciam, especialmente
em relação aos seus referentes e ao emprego de preposição porventura
necessária.
Vamos ver as características dos pronomes relativos.
QUE
Pode ser usado com qualquer antecedente, por isso é
chamado de "pronome relativo universal" ou "pronome
relativo básico". Normalmente é empregado em relação a
"coisa", já que os demais referentes têm pronomes relativos
específicos (lugar, quantidade, modo, pessoa). É o "genérico"
dos
relativos
(rs...).
Aceita
somente
preposições
monossilábicas, exceto sem e sob.
O QUAL
Assim
como "que",
pode ser usado
com
qualquer
antecedente. Aceita preposição com duas ou mais sílabas,
locuções prepositivas, além de sem e sob (rejeitadas pelo
"que").
(e
flexões)
É usado quando o referente se encontra distante ou para
evitar ambiguidade: Visitei a tia do rapaz que sofreu o
acidente.
Quem se acidentou? O rapaz ou a tia dele? Para evitar a
dúvida, uso "o qual" para ele ou "a qual" para ela.
QUEM
Somente usado com antecedente PESSOA. Sempre virá
antecedido de preposição - Ele é o rapaz de quem lhe falei.
ONDE
Utilizado quando o referente for lugar, ou qualquer coisa que
a isso se assemelhe (livro, jornal, página etc.) - "A gaveta
onde guardei o dinheiro foi arrombada."; pode ser substituído
por "em que". Fica em segundo lugar na disputa de
ocorrências em provas.
Prof Claudia Kozlowski
48
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
COMO
Usado com antecedente que indique MODO ou MANEIRA - O
jeito como escreve mostra a pessoa que é.
QUANDO
O antecedente dá ideia de TEMPO, também equivalente a
"em que" - Época de ouro era aquela, quando todos
andavam tranquilos pelas ruas.
QUANTO
O antecedente dá ideia de QUANTIDADE - normalmente
precedido de um pronome indefinido (tudo, tanto(s), todos,
todas) - Tenho tudo quanto quero. Leve tantos quanto
quiser.
Finalmente, o mais especial de todos:
CUJO
(e
flexões)
Liga dois substantivos indicando relação entre eles (entre os
substantivos, haveria uma preposição de) - ("A mãe do
rapaz faleceu." + "O rapaz procurou por você."
"O rapaz
cuja mãe faleceu procurou Dor você."); concorda com o
substantivo subsequente, flexionando-se em gênero e
número, e dispensa o artigo (não existe "cujo o" ou "cuja a").
DICA:
Ao usar o pronome relativo, verifique:
1 - qual deve ser o pronome mais adequado, a depender do
antecedente (coisa, pessoa, tempo, modo, lugar...);
2 - se o algum termo na oração adjetiva exige preposição.
Na aula passada, falamos sobre
INTEGRANTE e PRONOME RELATIVO.
a
diferença
entre
CONJUNÇÃO
Será que você ainda se lembra dessa distinção?
O pronome relativo retoma um antecedente, e a oração que inicia tem
valor ADJETIVO.
Agora, quando podemos trocar toda a oração iniciada pelo QUE pelo
pronome ISSO, é sinal de que se trata de uma CONJUNÇÃO
INTEGRANTE, e a oração que ela inicia tem valor substantivo.
Agora volte ao texto e faça o teste:
"Os resultados recordes mostram
4
apesar da valorização
do real frente ao dólar, a corrente de comércio do país..."
Prof Claudia Kozlowski
49
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
"Os resultados recordes mostram ISSO."
Então, a palavra que irá preencher a lacuna 4 será uma conjunção
integrante "que" (só existem duas conjunções integrantes: "se" e
"que").
Pronto! Resolvemos a questão da prova - o gabarito é a letra C.
Veremos, na sequência, outra questão de prova da ESAF que tratava
dessa diferença entre PRONOME RELATIVO e CONJUNÇÃO INTEGRANTE,
aliás a que já foi usada na aula sobre Regência e Crase.
Só para encerrarmos o comentário, note o acento agudo na conjugação
do verbo PARAR: pára. Ainda se lembra do nome do bendito? Acento
diferencial, para distingui-lo da preposição "para". Lembre-se,
também, que esse acento diferencial CAIU, MORREU, ESCAFEDEUSE...rs... Os únicos dois que se mantiveram com a "reforma ortográfica"
foram "pôr" (verbo) e "pôde" (pretérito perfeito do indicativo do verbo
PODER).
28 - (ESAF/AFC STN/2005)
A respeito
proposição.
de
aspectos
lingüísticos
do
trecho
abaixo,
analise
a
1. Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência
pode trabalhar até ao fim inteiramente alheia aos
graves problemas religiosos que confundem o pensador
que os quer resolver segundo a razão, se
5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela
solução recebida na infância. A dúvida não é sinal de
que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é às
vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)
- Os dois primeiros quês do texto, em "que a inteligência"( .1 e 2) e em
"que confundem"( .3) são ambos pronomes relativos.
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em "linguísticos".
Toda a oração iniciada pelo primeiro "que" pode ser substituída pelo
"ISSO".
Prof Claudia Kozlowski
50
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
"Só mais tarde alcancei compreender ISSO."
Então, é uma conjunção
subordinada substantiva.
integrante,
que
inicia
uma
oração
Já o segundo "que" retoma o antecedente "graves problemas
religiosos". Então, é um pronome relativo, que inicia uma oração
subordinada adjetiva.
E aí, isso já está no sangue? Tem de estar porque, como você vê, isso é
comum de ser cobrado em prova. E não venha me dizer que já está
cansado de saber disso - não me convence! Irei repetir quantas vezes
achar necessário, viu?
Aliás, até a banca da ESAF já se confundiu, o que levou à anulação de
uma questão de prova. Veja a seguir.
ITEM ERRADO
29 - (ESAF/AFRF/2002-2)
1.Em artigo publicado na década de noventa, o
professor Paul Krugman explicava que todos
aqueles países que falavam inglês haviam
tido um desempenho econômico acima da
5. média de seus vizinhos e que o inglês estava
se tornando rapidamente a língua franca dos
negócios, do turismo e da internet. Assim, os
processos de fusão de empresas, tão comuns
naquele tempo, só teriam sucesso se
10. utilizassem o inglês como língua de integração
das corporações.
Julgue a seguinte proposição.
- As duas ocorrências da conjunção "que" (l.3 e 5) têm a função de
demarcar o início das duas orações ligadas por "e"(l.5), mas,
sintaticamente, o segundo que pode ser omitido
Comentário.
O examinador analisa as ocorrências do pronome "que" de linhas 3 e 5.
Prof Claudia Kozlowski
51
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Ele afirma serem duas CONJUNÇÕES, mas vamos ver se ele está certo
disso:
- linha 3: "... aqueles países que falavam inglês haviam tido um
desempenho econômico..." - a palavra que retoma o substantivo
"países" (a oração adjetiva, com a troca, seria "países falavam inglês").
Então, isso não é uma conjunção, mas um PRONOME RELATIVO;
- linha 5: "... [explicava que todos aqueles países que falavam inglês
haviam] tido um desempenho econômico acima da média de seus
vizinhos e que o inglês estava ..." - são dois os complementos verbais
de EXPLICAR, sendo o segundo aquele iniciado pelo "que" da linha 5
(em negrito). Como podemos trocar toda a oração iniciada por ele pelo
pronome ISSO ("...explicava ISSO"), vemos que, neste ponto, o
examinador acertou: é uma conjunção integrante.
Como errou na indicação do primeiro, a opção estava INCORRETA, o que
acabou provocando a anulação da questão.
ITEM ERRADO (QUESTÃO ANULADA)
30 - (ESAF/MP ENAP - SPU/2006)
Assinale a opção em que há emprego indevido de palavra.
a) O desmatamento nos nove estados da Amazônia Brasileira caiu 31%
no período 2004/2005, passando de 27.200 km2 para 18.900 km2.
b) A redução na derrubada da floresta foi anunciada pelo Ministério do
Meio Ambiente, com base em levantamentos realizados por satélite sob
a orientação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
c) A última queda no índice havia ocorrido entre 1996-1997, onde o
volume de floresta abatida caiu 27%.
d) Os dados apontam queda acentuada do desmate nas áreas próximas
à rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do
Governo Federal por meio do Plano de Ação Para Prevenção e Controle
do Desmatamento na Amazônia, do qual participam 13 ministérios.
e) Os números também indicam leve crescimento do desmatamento
apenas no sudeste do Pará e no sul do Amazonas. É a primeira vez, em
17 anos de monitoramento da Amazônia, que os dados sobre
desmatamento são apresentados no mesmo ano em que são
levantados.
(Adaptado de Em Questão n. 381 - Brasília, 07 de dezembro de 2005)
Prof Claudia Kozlowski
52
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Comentário.
O erro da opção C está em usar o pronome relativo ONDE sem que o
antecedente seja um lugar ou algo que a isso se assemelhe.
Em "A última queda no índice havia ocorrido entre 1996-1997, onde o
volume de floresta abatida caiu 27%.", o antecedente é um período de
tempo ("entre 1996-1997), sendo apropriado o uso de "quando":
"...havia ocorrido entre 1996-1997, quando o volume de floresta
abatida caiu 27%.".
Compare, agora, com a ocorrência do "onde" na opção D:
d) "Os dados apontam queda acentuada do desmate nas áreas próximas
à rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do
Governo Federal..." - agora sim! O referente são as "áreas próximas à
rodovia Cuiabá-Santarém" - um lugar. Neste caso, podemos usar o
relativo "onde". Aqui está correto.
Gabarito: C
31 - (ESAF/MF - Processo Seletivo Interno/2008)
1. Construída uma ciência ou uma teoria científica,
mesmo com os maiores cuidados para garantir a
sua objetividade, existe sempre o risco de que esse
conhecimento científico possa ser usado de maneira
5.ideologicamente implementada.
Atualmente, um dos graves problemas que enfrenta
o cientista é o emprego ideológico e técnico de sua
produção. Isto está criando grande sensibilidade
não apenas nos países desenvolvidos, mas também
10. em países como o nosso, onde a pesquisa científica
procura um lugar de destaque, mas também enfrenta o
risco de ser ideologicamente manipulada.
Mesmo sem renunciar a nossas ideologias particulares,
podemos ignorar ou reduzir as influências ideológicas
15. para produzir resultados cientificamente objetivos.
Todos conhecemos os benefícios que acarretam ao
homem a informática, a biotecnologia e a pesquisa
Prof Claudia Kozlowski
53
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
nuclear. Pode-se reduzir o esforço do trabalhador,
podem ser encontradas novas técnicas de alimentação
20. e consegue-se dominar doenças graves. Contudo
essas ciências e muitas outras podem ser usadas
para informatizar a guerra, criar o desemprego através
da robotização, produzir transtornos nas espécies
biológicas e auxiliar a construção de bombas.
(Adaptado de Carlos Lungarzo. O que é ciência, p. 83-84)
Analise a opção a respeito das estruturas lingüísticas do texto.
- Embora o conectivo "onde"(l.10) admita, nessa estrutura, ser
substituído por no qual ou em que, seu emprego obedece às regras da
norma culta da Língua Portuguesa.
Comentário.
Dessa vez, a banca acertou. Como o referente implícito é PAÍS ("... em
países como o nosso [país], onde a pesquisa...""), poderia ser
empregado o relativo "onde", "no qual" ou "em que", indistintamente.
ITEM CERTO
32 - (ESAF/AFC STN/2005) Indique a
segmento correto do texto abaixo.
opção que contém
o
único
No que diz respeito à responsabilidade dos administradores decorrente
da cessão de quotas, não pode o mesmo ser responsabilizado, uma vez
que é direito do sócio desfazer-se de suas quotas, salvo nos casos que
haja previsão vedatória no contrato, e o administrador tenha mostradose negligente, agindo com culpa, onde passará a responder
solidariamente com o sócio cedente.
a) No que diz respeito à responsabilidade dos administradores
b) não pode o mesmo ser responsabilizado
c) salvo nos casos que haja previsão vedatória
d) tenha mostrado-se
e) onde passará a responder
Prof Claudia Kozlowski
54
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Comentário.
Vejamos os erros das demais opções.
b) Não há respaldo para o emprego do vocábulo mesmo (e variantes)
no lugar de um substantivo, como se observa atualmente na linguagem
coloquial.
Isso parece ter virado uma febre nacional. Vamos, então, tomar um
"antitérmico gramatical"...rs...
Para evitar esse tipo de construção, sugerem os gramáticos a
substituição por pronomes pessoais ou demonstrativos, por um
sinônimo ou até mesmo a repetição da palavra. Uma opção para a
passagem seria:
"... não pode o sócio ser responsabilizado, uma vez que é seu direito
desfazer-se...".
Contudo, não vá eliminando essa palavra do seu léxico. Quando
acompanha um substantivo ou pronome, como pronome demonstrativo,
serve para realçar e com eles concorda: "Eles mesmos fizeram a
casa.". / "Ela se esqueceu de si mesma."
Neste caso, é sinônimo de "próprio".
Também pode ser usado como advérbio (equivalente a "realmente, de
fato": "O que eu queria MESMO era estar na praia."... ah... eu também!)
ou como a palavra denotativa de inclusão, como "inclusive, até"
("Mesmo o mais inocente dos homens percebeu aquela maldade. ").
Nesses dois casos, é INVARIÁVEL, ou seja, não se flexiona ("MESMO
os mais inocentes..."ou "O que eles queriam MESMO era...").
Uma última ocorrência de "mesmo" é na expressão "o mesmo", no
sentido de "a mesma coisa": "Eu sinto o mesmo por você.". Essa
também é uma construção invariável. Na aula passada, vimos um
desses exemplos na questão 33. Se quiser, volte àquele material e
analise.
c) Há dois erros na passagem: um de regência e outro de ortografia.
Substituindo o relativo "que" pelo antecedente (casos), a oração seria:
"haja previsão ... NESSES CASOS". Assim, é necessário o emprego da
preposição "EM" antes do relativo: "salvo nos casos em que haja
previsão...".
O segundo problema é que não existe registro formal da palavra
VEDATÓRIA. O que serve para vedar é VEDANTE (adjetivo de dois
gêneros). Também existe outra parecida: "VEXATÓRIA", que deriva de
"vexar" e significa "causadora de vexame, tormento". Se não estiver
acreditando no que eu afirmo (olha lá, hem???...rs...), dê uma
Prof Claudia Kozlowski
55
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
olhadinha no sítio da
www.academia.org.br.).
ABL (vou
até facilitar sua
d) Problema de colocação pronominal
oblíquo após particípio.
vida:
o
link é
- não se emprega pronome
e) Olha o uso indevido do "onde" (acabamos de falar sobre isso...).
Podemos usar "quando", já que se refere a um dado momento, o da
ocorrência da culpa ("... quando passará a responder solidariamente
com o sócio cedente."). Neste caso, "quando", como não possui
referente, não é pronome relativo, mas uma conjunção adverbial,
iniciando uma oração indicativa de tempo, momento.
Gabarito: A
33 - (ESAF/TCU/2006)
Assinale
a
substituição
gramaticalmente correto.
necessária
para
que
o
texto
fique
A situação social, política e econômica em que se encontra a população
negra é conseqüência de um longo processo estrutural-histórico do
qual mudanças dependem de políticas públicas amplas e pautas muito
além das formulações dos preconceitos ou das discriminações do
racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teórica significa
aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, do
urbanismo, da economia, da saúde, da cultura e da educação.
(Henrique Cunha Jr. "Novos caminhos para os movimentos negros"
in Política Democrática - Revista de Política e Cultura, Brasília:
Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto de 2005.)
a) em que (l.1) > na qual
b) do qual (l.3) > cujas
c) de um (l. 2) > do
d) têm sido (l. 6) > são
e) nas ( l. 7) > em
Comentário.
Mudança ortográfica: não há trema em "consequência".
O pronome relativo "cujo" é empregado entre dois substantivos que
possuem uma relação de dependência.
Prof Claudia Kozlowski
56
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Note
que,
entre "mudanças" e "processo
estrutural-histórico"
(substantivos), há essa relação (mudanças do processo).
O emprego de "do qual" prejudicava essa relação. Assim, deve ser
realizada essa substituição com vistas à correção do período:
"...conseqüência(*) de um longo processo estrutural-histórico CUJAS
mudanças [mudanças do processo estrutural-histórico] dependem
de políticas públicas amplas e pautas...".
As demais opções apresentam sugestões em que não se verifica erro no
texto original.
Gabarito: B
34 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)
Foram introduzidos erros morfossintáticos, de pontuação e/ou de falta
de paralelismo em artigos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado do Ceará. Analise a correção gramatical do artigo abaixo.
- Os deveres do funcionário são gerais, quando fixados neste Estatuto e
legislação complementar, e especiais, cujos são as peculiaridades das
atribuições funcionais.
Comentário.
Essa é a questão típica da ESAF em pronomes relativos.
O pronome relativo "cujo" (e derivados) serve como elo entre dois
substantivos que possuam relação (o livro CUJO autor = o autor do livro
/ o aluno cuja mãe = a mãe do aluno).
Na presente construção, o pronome relativo foi usado indevidamente,
pois
não
apresentava
sem
nenhum
substantivo
subsequente,
prejudicando, assim, a coerência textual.
ITEM ERRADO
35 - (ESAF/AFRF/2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em
que passa a dispor-se a máquina mudasse completamente de
configuração. Entretanto, tal mudança obedece a certas coordenadas
que começam a ser pensadas já na antiga Grécia, que novamente se
relacionam com a questão da verdade. E que a verdade, a partir de
Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo,
Prof Claudia Kozlowski
57
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então,
entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma
adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia
que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas lingüísticas do
texto.
- Preservam-se as relações de sentido entre "contexto" (l.1) e
"máquina" (l.2) com a substituição do pronome relativo "que" (l.1) por
qual, mantendo-se obrigatória a presença de "em".
Comentário.
Mudança ortográfica: não
acento agudo em "ideia".
há
trema
em
"linguísticas",
nem
Estaria tudo perfeito e maravilhoso não fosse um "pequeno detalhe": a
contração da preposição "em" (original do texto) com o "o" do pronome
relativo "o qual", que veio substituir o relativo "que".
E por essas e outras que você DEVE voltar ao texto e aplicar a sugestão
que o examinador faz:
"O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto
QUAL
(?!?!?!)
passa
a
dispor-se
a
máquina
mudasse
EM
completamente de configuração."
O correto seria: "... fez com que o contexto NO QUAL passa a dispor-se
a máquina mudasse completamente de configuração."
Esse "detalhe" fez toda a diferença para a correção do período.
ITEM ERRADO
36 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006 - adaptada)
Analise a assertiva.
No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime
democrático, não basta abolir a necessidade de bens básicos. E
necessário que o processo produtivo seja capaz de continuar, com
eficiência, a produção e a oferta de bens considerados supérfluos. Em se
tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia de
prioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir
como incentivo para a proposta de casar democracia, fim da apartação e
eficiência econômica em geral é o fato de que o potencial econômico do
Prof Claudia Kozlowski
58
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
país permite otimismo quanto à possibilidade de atender todas essas
necessidades, dentro de uma estratégia em que o tempo não será muito
longo.
(Adaptado
de
Cristovam
modernidade ética, p.29)
Buarque,
Da
modernidade
técnica
à
- E possível substituir a relação expressa por "em que o tempo" (l. 8 e
9) pela relação expressa por cujo tempo, pois essa proposta de
alteração para o texto não provoca erro gramatical e/ou incoerência
textual
Comentário.
Olhe a malandragem da banca.
O examinador exige apenas CORREÇÃO GRAMATICAL e COERÊNCIA
TEXTUAL.
Nada fala sobre MUDANÇA DE SENTIDO (alteração
semântica).
Por isso, esse item estava CORRETO. Há mudança de sentido na troca
de "dentro de uma estratégia em que o tempo não será muito longo"
por "dentro de uma estratégia CUJO tempo não será muito longo".
No primeiro, a oração adjetiva seria: "o tempo não será muito longo
NESSA ESTRATÉGIA", ao passo que, a partir da troca, seria: "o tempo
DA ESTRATÉGIA não será muito longo".
Mudança de sentido, sim, houve, mas prejuízo à coerência textual ou à
correção gramatical, não. Por isso, a troca seria plenamente válida, de
acordo com o enunciado.
ITEM CERTO
37 - (ESAF/AFC CGU/2004)
1. Os gregos não possuíam textos sagrados
nem castas sacerdotais. Graças à literatura de
Homero, produzida oito séculos antes de
Cristo, os gregos se apropriaram de uma ferramenta
5. epistemológica que, ainda hoje, nos
dá a impressão de que eles intuíram todos os
conhecimentos que a ciência moderna viria a
descobrir. O que seria de nossa cultura sem a
Prof Claudia Kozlowski
59
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
matemática de Pitágoras, a geometria de Euclides,
10. a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles?
O que seria da teoria de Freud sem o
teatro de Sófocles, Eurípedes e Esquilo?
Os hebreus imprimiram ao tempo, graças
aos persas, um caráter histórico e uma natureza
15. divina. E produziram uma literatura monumental
- a Bíblia -, que inspira três grandes
religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Tira-se o livro dessas tradições religiosas
e elas perdem toda a identidade e o propósito.
(Frei Betto)
Julgue a assertiva abaixo.
- O emprego da primeira pessoa em "nos dá" (l.5 e 6) e em "nossa
cultura"(l.8) confere ao trecho um aspecto interativo em relação ao
leitor, inserindo-o no texto.
Comentário.
Muitas vezes, o autor, para tornar o texto o mais próximo possível do
leitor (em busca, inclusive, de sua aprovação), emprega elementos que
o incluem no discurso, dentre eles o emprego das formas verbais na 1a
pessoa do plural (nós). Trata-se de um recurso retórico muito comum
em textos argumentativos. Nesse caso, todos os termos (verbos,
adjetivos...) se referem a "nós", grupo do qual fazem parte o autor e
seus leitores. O sujeito, portanto, são todos eles.
Não confunda esse "apelo linguístico" com outro recurso estilístico: o
plural de modéstia, também conhecido por "plural majestático".
Esse é um recurso muito comum a oradores, para tornar o discurso
menos personalista e mais coletivo. Realiza-se uma concordância
ideológica conhecida como "silepse de número" (plural no lugar do
singular), usando, em vez do pronome da 1a pessoa do singular, a 1a
pessoa do plural, ainda que só se refira a UMA PESSOA (a que
fala/escreve). Agora, o verbo realiza a concordância com o pronome
pessoal "nós" ("Nós ficaríamos..."), mas o adjetivo - porventura
existente - permanece no singular, a realizar a concordância como o
"eu" ideológico ("Nós ficaríamos FELIZ se pudéssemos contar com
sua compreensão." - é isso mesmo: FELIZ!!!).
Prof Claudia Kozlowski
60
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Perceba que, ao contrário do evento explorado na questão, em que o
autor inclui seus leitores no grupo, formando "nós" e levando todos os
elementos para o plural ("Nós não podemos ficar inertes diante de tal
fato."), no plural majestático o sujeito é UM SÓ: quem profere tais
palavras. Assim, ocorre um fato inusitado: um aparente desvio de
concordância entre o verbo (no plural) e o adjetivo (no singular), mas acredite no que eu digo - essa estrutura está correta!!! (rs...)
ITEM CERTO
Veja, agora, a questão que caiu recentemente.
38 - (ESAF/RFB - Auditor Fiscal/2009)
Em relação ao texto, julgue a proposição a seguir.
1. Estamos entrando no terço final de 2009 com uma
visão mais clara sobre os fatores que levaram à crise
financeira que nos atingiu a partir do colapso do banco
Lehman Brothers. Um dos pontos centrais na sua
5. construção foi, certamente, a questão da regulação e
controle das instituições financeiras. Mesmo não sendo
a origem propriamente dita da crise, a regulação falha
permitiu que os elementos de fragilidade no sistema
10. assumissem enormes proporções. Depois de termos
vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da
racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje
há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos
15. riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.
(Luiz Carlos Mendonça de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009)
- O emprego da primeira pessoa do plural em "Estamos" (1.1), "nos"(l.3)
e "termos"(l.10) é um recurso retórico que tem como efeito buscar o
envolvimento do leitor no texto.
Comentário.
Exatamente como afirmamos, o emprego da 1a pessoa do plural é um
recurso estilístico de que o autor do texto lança mão para aproximar-se
do leitor.
Prof Claudia Kozlowski
61
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
ITEM CERTO
39 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2009)
1. Exatamente na medida em que não mais podemos
identificar um paradigma dominante em nosso contexto
de pensamento - referência básica para nossos
projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e
5. mesmo estéticos - é que nos caracterizamos como
vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo
uma crise da própria necessidade e possibilidade
de um paradigma hegemônico. Estamos, portanto,
em busca de caminhos, de respostas. A história
10. das ideias e, mais especificamente, a história da
ciência nos revelam, entretanto, que os períodos
de crise são extremamente férteis porque
abrem novas possibilidades ao pensamento.
Nesse sentido, eles permitem o surgimento de
15. alternativas aos modos de pensar anteriores.
(Danilo Marcondes, A crise de paradigmas e o surgimento da
Modernidade. In: Zaia Brandão (org.), A crise dos paradigmas e a
educação. São Paulo: Cortez, 1994, p.28-29, com adaptações)
Com base no texto acima, julgue a assertiva a seguir.
- Na organização da argumentação, a retirada do pronome "eles" (l. 14)
provocaria dificuldade de interpretação do texto porque seu referente
está muito distante: "nossos projetos científicos" (l. 3 e 4).
Comentário.
Mais uma vez, o examinador busca a identificação dos referentes de
pronomes. No caso, o pronome reto "eles" retoma "períodos de crise",
conclusão a que se chega a partir da interpretação do texto:
"Estamos, portanto, em busca de caminhos, de respostas. A história das
ideias e, mais especificamente, a história da ciência nos revelam,
entretanto, que os períodos de crise são extremamente férteis
porque abrem novas possibilidades ao pensamento. Nesse sentido, eles
Prof Claudia Kozlowski
62
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
[= os períodos de crise] permitem o surgimento de alternativas aos
modos de pensar anteriores."
ITEM ERRADO
40 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2009)
Em relação ao
assertiva.
uso das estruturas linguísticas no texto, julgue a
1. E próprio das grandes crises despertar o potencial
criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
5. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
futuras na política econômico-financeira. Resta agora
evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
10. para assegurar dinamismo à atividade econômica.
A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
15. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
percentual previsto na meta de inflação para este ano.
Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Em "se comparada" (l. 16), o pronome "se" confere ao período a
noção de condição.
Prof Claudia Kozlowski
63
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Comentário.
Encerramos nossa aula com um erro crasso da ESAF.
Nessa questão, considerada pela banca CORRETA, o vocábulo "se" é
classificado como um PRONOME com valor condicional.
Para começar, quem estabelece ideia de condição não é um pronome,
mas uma CONJUNÇÃO CONDICIONAL. Veja que esse "se" é mesmo uma
conjunção, pois é possível a troca por "caso":
"Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo percentual
previsto na meta de inflação para este ano
se [FOR] comparada
ao mesmo percentual previsto... = CASO SEJA COMPARADA...)."
Infelizmente, mais uma vez, não houve alteração de gabarito.
Felizmente, é uma prova de múltipla escolha, o que dá uma mínima
chance ao aluno de, diante de todas as demais opções incorretas,
"engolir" esse erro morfológico por parte do examinador e rezar para,
na segunda-feira, ser essa a resposta do gabarito oficial.
ITEM CONSIDERADO CORRETO
Com essa questão (horrorosa...rs...), encerramos nossa
PRONOMES.
Um abraço e até a próxima.
Prof Claudia Kozlowski
64
www.pontodosconcursos.com.br -
aula sobre
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
LISTA DAS QUESTÕES COMENTADAS
1 -
(ESAF/ANA/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a assertiva a seguir.
O tratamento de esgotos é fundamental para qualquer programa de
despoluição das águas. Em grande parte das situações, a viabilidade
econômica das estações de tratamento de esgotos (ETE) é
reconhecidamente reduzida, em razão dos altos investimentos iniciais
necessários à sua construção e, em alguns casos, dos altos custos
operacionais. Por esses motivos que mesmo os países desenvolvidos
têm incentivado financeiramente os investimentos de Prestadores de
Serviços em ETE, como os Estados Unidos e países da Comunidade
Europeia. No Brasil, o problema de viabilidade econômica do
investimento público torna-se ainda mais agudo, devido à elevada
parcela de população de baixa renda. No entanto, vale ressaltar que a
água de qualidade também é um fator de exclusão social, uma vez que
a população de baixa renda dificilmente tem condições de comprar água
de qualidade para beber ou até mesmo de pagar assistência médica
para remediar as doenças de veiculação hídrica, decorrentes da
ausência de saneamento básico.
(http://www.ana.gov.br/prodes/prodes.asp)
- Em "torna-se"(l.8), o "-se" indica sujeito indeterminado.
2 - (ESAF/ANEEL
TÉCNIC0/2006)
Em relação ao texto, analise o item abaixo.
Apesar das dificuldades, o Programa de Metas foi executado e seus
resultados manifestam-se na transformação da estrutura produtiva
nacional. O governo JK, que soube mobilizar com maestria a herança de
Vargas e elevar a auto-estima do povo brasileiro, realizou-se em
condições democráticas, com liberdade de imprensa e tolerância política.
A taxa de inflação, que em 1956 foi de 12,5%, no final do governo JK,
elevou-se para o patamar de 30,5%. A Nação, por sua vez, obteve um
crescimento econômico médio de 8,1% ao ano. Apesar das pressões do
Fundo Monetário Internacional (FMI), que já advogava o "equilíbrio
fiscal" e o Estado mínimo para o Brasil, e de setores conservadores da
vida brasileira, JK conseguiu elevar o PIB nacional em cerca de 143%. E
tudo isto ocorreu em um contexto marcado por um déficit de transações
correntes que atingiu 20% das exportações em 1957 e 37% em 1960,
o que ampliava a fragilidade externa e fazia declinar a condição de
solvência da economia brasileira. No entanto, foi graças ao controle do
Prof Claudia Kozlowski
65
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
câmbio e ao regime de incentivos criados que as importações de bens
de consumo duráveis foram contidas.
(Rodrigo L. Medeiros, com adaptações)
- Em "manifestam-se"(l.2) o "se" é índice de indeterminação do sujeito.
3 - (ESAF/AFC STN / 2008)
Com base no texto, analise os itens a seguir.
1. Ao lado de características inéditas, a crise cevada
no mercado imobiliário e financeiro americano, com
reverberações mundiais, apresenta aspectos também
verificados em outras situações de nervosismo global.
5. Não há medida mágica e salvadora que faça cotações
se estabilizarem e o investidor recuperar o sono. Só
uma sucessão de ações consegue mudar expectativas
como as atuais. A Casa Branca, ao contrário da postura
que assumira no caso do Lehman Brothers - tragado,
10. sem socorro, por um rombo de US$600 bilhões -,
decidira estender a mão para a maior seguradora do
país, a AIG.
Aos bilhões empenhados para permitir ao Morgan
digerir o Bear Stearns, em março; ao dinheiro sacado
15. a fim de evitar a quebra das gigantes Fannie Mae e
Freddie Mac, redescontadoras de hipotecas, o governo
e o Fed, o BC dos EUA, decidiram somar US$85 bilhões
para salvar a AIG. Decepcionou-se quem esperava
tranquilidade. O emperramento do crédito - ninguém
20. empresta a ninguém, por não se saber ao certo o risco
do tomador - continua a travar o mercado global, e as
ações novamente desceram a ladeira, empurradas por
boatos sobre quais serão, ou seriam, os próximos a
cair.
(O Globo, 18 de setembro de 2008 , Editorial)
Prof Claudia Kozlowski
66
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
a) Em "se estabilizarem"(l.6),
indeterminado.
o
"se"
indica
que
o
sujeito
é
b) Em "Decepcionou-se"(l.18), o "se" justifica-se porque o verbo está
sendo empregado como pronominal.
4 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
Prof Claudia Kozlowski
67
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
Em relação ao texto acima, analise a proposição.
- Em "Sabe-se"(l.15), o pronome "-se" indica voz reflexiva.
5 - (ESAF/AFC CGU/2006)
O final do século XX assistiu a um processo sem precedentes de
mudanças na história do pensamento e da técnica. Ao lado da
aceleração avassaladora nas tecnologias da comunicação, de artes, de
materiais e de genética, ocorreram mudanças paradigmáticas no modo
de se pensar a sociedade e suas instituições. De modo geral, as críticas
apontam para as raízes da maioria dos atuais conceitos sobre o homem
e seus aspectos, constituídos no momento histórico iniciado no século
XV e consolidado no século XVIII. A modernidade que surgira nesse
período é agora criticada em seus pilares fundamentais, como a crença
na verdade, alcançável pela razão, e na linearidade histórica rumo ao
progresso. Para substituir esses dogmas, são propostos novos valores,
menos fechados e categorizantes.
(http://pt.wikipdia.org (acessado em
adaptações))
Analise a proposição
portuguesa.
de
acordo
14 de dezembro de 2005,
com
o
padrão
culto
da
com
língua
- A supressão do pronome "se" (l.4) alteraria as relações sintáticas da
oração, mas preservaria a coerência textual, pois a estrutura da oração
admite aí omissão do sujeito.
6 - (ESAF/ATA MF/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise o item a seguir.
Os mercados financeiros entraram em março
2. assombrados pelo maior prejuízo trimestral da história
corporativa dos Estados Unidos - a perda de US$ 61,7
4. bilhões contabilizada pela seguradora American
International Group (AIG) no quarto trimestre de 2008.
6. No ano, o prejuízo chegou a US$ 99,3 bilhões. O
Tesouro americano anunciou a disposição de injetar
Prof Claudia Kozlowski
68
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
8. mais US$ 30 bilhões na seguradora, já socorrida em
setembro com dinheiro do contribuinte. Na Europa, a
10. notícia ruim para as bolsas foi a redução de 70% do
lucro anual do Banco HSBC, de US$ 19,1 bilhões para
12. US$ 5,7 bilhões. Enquanto suas ações caíam 15%,
o banco informava o fechamento das operações de
14. financiamento ao consumidor nos Estados Unidos,
com dispensa de 6.100 funcionários.
16. Com demissões de milhares e perdas de bilhões
dominando o noticiário de negócios no dia a dia, os
18. sinais de reativação da economia mundial continuam
fora do radar. E isso não é o pior. No fim do ano
20. passado, havia a esperança de se iniciar 2009 com
a crise financeira contida. Se isso tivesse acontecido,
22.os governos poderiam concentrar-se no combate
à retração econômica e ao desemprego. Aquela
24.esperança foi logo desfeita.
(O Estado de S. Paulo, 3/3/2009)
- Em "concentrar-se"(l.22), o "-se" indica sujeito indeterminado
7 - (ESAF/SEFAZ SP/2009)
Em relação ao texto abaixo, analise a proposição.
1. É importante notar que a taxa de juros anual média
de 141,12% é escandalosa para o Brasil, cuja inflação
anual é estimada em torno de 6,5%. A redução dos juros
que se verificou em dezembro certamente não reflete
5. as mudanças que beneficiaram os bancos (redução do
compulsório e ligeira melhora na captação de recursos),
mas apenas a menor procura por crédito. A discreta
queda dos juros não deve aumentar a procura por
crédito pelas pessoas físicas que estão conscientes de
Prof Claudia Kozlowski
69
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
10. que não é o momento de se endividar, nem favorecerá
uma redução da inadimplência. No máximo, interessará
às pessoas jurídicas que buscam crédito de curtíssimo
prazo ou financiamentos para exportação, embora as
facilidades oferecidas pelo Banco Central tenham um
15. custo muito elevado. Sabe-se que uma redução da
taxa Selic nunca repercute plenamente nas taxas de
juros dos bancos, que, sob o pretexto da elevação da
inadimplência, aumentaram os seus spreads (diferença
entre a taxa de captação e de aplicação). O governo
20. está tentando obter uma redução desse spread, até
agora sem grande sucesso.
Para uma redução sensível das taxas de juros, duas
medidas seriam necessárias: reduzi-las nos bancos
públicos (Caixa Econômica e Banco do Brasil) e,
25. especialmente, em função de uma taxa Selic menor,
reduzir o interesse dos bancos em aplicar seus
excedentes de caixa em títulos da dívida mobiliária
federal, que oferecem juros elevados e total garantia.
(O Estado de S. Paulo, Editorial, 16/1/2009)
- Em "reduzi-las"(l.23),
"medidas"(l.23).
o
pronome "-las"
retoma
o
antecedente
8 - (ESAF/AFT/2010)
1. Tão logo a catástrofe do terremoto no Haiti
requisitou uma ação coletiva mundial, com inúmeros
atores envolvidos na ajuda humanitária - países,
organizações não governamentais, empresas e os
5. milhares de anônimos e famosos -, a situação caótica
do país devastado impôs um desafio: a quem caberá
a organização das próximas etapas de reconstrução
do país mais pobre do Ocidente? Como coordenar a
Prof Claudia Kozlowski
70
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
ajuda que vem de todos os cantos do planeta? Como
10. estabelecer um plano viável de recuperação da
infraestrutura e das instituições haitianas?
0 Haiti, que já vivia uma situação fragilíssima, de
extrema miséria - 80% da sua população está abaixo
da linha da pobreza e sobrevive com menos de US$ 2
15. diários (por volta de R$ 108 ao mês) - entrou em colapso.
Como era de se esperar, com porto, aeroporto e estradas
arruinados ou semidestruídos, com a escassez de água,
alimentos e remédios, iniciaram-se ondas de saques,
e o próprio governo local transferiu a administração da
20. crise para outros países e instituições.
(Jornal do Brasil, Editorial, 18/01/2010)
Em relação ao texto, analise a proposição a seguir.
- A expressão "país mais pobre do Ocidente" (1.8) é elemento de uma
cadeia de coesão textual, pois retoma os antecedentes "país devastado"
(1.6) e "Haiti" (1.1).
9 - (ESAF/MP ENAP - SPU/2006 - adaptada)
1. Ninguém melhor do que Voltaire definiu a real
essência da democracia quando escreveu: "Posso
não concordar com uma só palavra do que dizes,
mas defenderei até à morte o teu direito de dizê-las". Ter
5. idéias e comportamentos políticos ou sociais diversos
de outros indivíduos não significa, necessariamente,
transformá-los em inimigos ferrenhos. Afinal, o
que se combate são as idéias do outro e não sua
pessoa.
(Adaptado de Alfredo Ruy Barbosa, Jornal do Brasil, 11/03/2006)
Em relação ao texto acima, marque V para as assertivas verdadeiras e F
para as falsas e, em seguida, assinale a opção correta.
1 - O emprego de segunda pessoa em "teu" (l.4) concorda com o
emprego de "dizes".
Prof Claudia Kozlowski
71
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
II - Em "transformá-los"(l.7), a forma pronominal "-los" retoma a idéia
explicitada em "outros indivíduos".
III - Em " o que se combate"(l.7 e 8), o termo "o" pode, sem prejuízo
gramatical para o período, ser substituído pelo pronome aquilo.
a) V - V - F
b) F - V - F
c) V - F - V
d) F - V - V
e) V - V - V
10 - (ESAF/AFRE MG/2005)
1. O setor público não é feito apenas de filas, atrasos,
burocracia, ineficiência e reclamações. A sétima
edição do Prêmio de Gestão Pública, coordenado
pelo Ministério do Planejamento, mostra que o serviço
5. público federal também é capaz de oferecer serviços
com qualidade de primeiro mundo. De 74 instituições
públicas inscritas, 13 foram selecionadas por ter
conseguido, ao longo dos anos, implantar e manter
práticas e rotinas de gestão capazes de melhorar de
10. forma crescente seus resultados, tornando-os referências
nacionais. O perfil dos premiados mostra que
o que está em questão não é tamanho, visibilidade
ou importância estratégica, mas, sim, a capacidade
de fazer com que as engrenagens da máquina funcionem
15. de forma eficiente, constante e muito bem
controlada.
(Ilhas de Excelência. ISTOÉ, 2/3/2005, com adaptações)
Analise a asserção abaixo a respeito das estruturas lingüísticas do texto.
- A retirada do pronome do termo "tornando-os"(l..10) preserva a
correção gramatical e a coerência textual, deixando subentendido o
objeto de "referências nacionais"(l..10 e 11).
Prof Claudia Kozlowski
72
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
11 - (ESAF/SUSEP - Analista Técnico/2006)
Analise a assertiva a respeito do emprego das estruturas lingüísticas no
texto.
1. Antenas, computadores e vontade política. Três fatores
que podem facilitar o acesso às modernas tecnologias
de informação, à internet e ajudar a reduzir a nossa
enorme dívida social. Podem, com certeza, encurtar a
5. distância entre os que têm e os que não têm acesso
à rede mundial de computadores e às modernas
tecnologias. A grande massa do povo encontra-se à
margem das informações disponíveis e contatos com
o mundo global.
(Adaptado de Eunício Oliveira, O acesso às novas tecnologias e
inclusão social, Correio Braziliense, 14 de junho de 2004)
a
- O desenvolvimento textual leva a entender as duas ocorrências de
"os"(l.5) como remetendo aos mesmos referentes, e por isso podem ser
substituídos por aqueles, sem prejuízo da correção gramatical.
12 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
A relação conflituosa entre fazendeiros e colonos, aliada à crescente
dificuldade de importação de escravos negros da África a partir da
década de 60, exige que se use a mão-de-obra nativa, forçando-a ao
trabalho na lavoura. Os fazendeiros também reclamavam uma legislação
que permitisse garantias dos investimentos na mão-de-obra, do
cumprimento dos contratos, da repressão às greves e, ainda, que lhes
propiciasse adequada produtividade. A promulgação da Lei do Ventre
Livre, em 1871, sinalizando a abolição da escravidão, criou as condições
para uma legislação que, ao mesmo tempo em que fazia a regulação
minuciosa da contratação do trabalho livre, previa a obrigação de o
homem livre contratar, como mecanismo de combate à vadiagem.
(Sidnei
Machado
http://calvados.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/direito/
article/viewPDFInterstitial/1766/1463)
Julgue a assertiva a seguir.
- Em "que lhes propiciasse"(l.5) o pronome "lhes" refere-se a "Os
fazendeiros"(l.5).
Prof Claudia Kozlowski
73
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
13 - (ESAF/ AUDITOR DO TESOURO MUNICIPAL NATAL / 2008)
1. As pessoas sempre pensam em si mesmas antes de
levar em conta o bem-estar geral. Não adianta querer
mudar isso. A espécie humana é essencialmente egoísta
e precisa freqüentemente receber estímulos individuais
5. para agir em prol de uma causa que transcenda o
próprio raio de interesses. A princípio todo mundo
trabalha impulsionado por objetivos próprios, entre eles
o progresso na carreira e o salário no fim do mês. A
única maneira de fazer um funcionário voltar-se também
10. para os interesses da empresa é motivá-lo por meio de
um conjunto concreto de benefícios extras. Não é por
acaso que as companhias que implantaram políticas
de reparte de lucros ou de premiação em dinheiro aos
funcionários mais talentosos e esforçados tendem a
15. superar as demais em produtividade e lucro. Em um
mundo tão complexo, economistas, empresários e
governantes precisam saber mais sobre psicologia.
(Entrevista de Maskin a VEJA, 26 de março, 2008).
Assinale a opção em que os três termos remetem, por coesão textual,
ao mesmo referente.
a) "As pessoas"(l.1) - "que"(l.5) - "próprio"(l.6)
b) "bem-estar geral"(l.2) - "isso" (l.3) - "raio de interesses" (l.6)
c) "estímulos individuais"(l.4) - "objetivos próprios"(l.7) - "eles"(l.8)
d) "funcionário"(l.9) - "-se" (l.9) - "-lo" (l.10)
e) "empresa"(l.10) - "companhias"(l.12) - "demais"(l.15)
14 - (ESAF/CVM - Agente Executivo/2010)
Em relação aos elementos coesivos do texto, assinale a opção correta.
1. Hoje não há mais dúvida a respeito do aquecimento
Prof Claudia Kozlowski
74
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
global e de outros problemas gerados pelo
consumo de energia e pela industrialização. Não
se pode deter o desenvolvimento e não se pode
5. mantê-lo sem aumento do consumo global de
energia. A principal fonte de energia hoje são os
combustíveis fósseis e o maior vilão dessa história
é a emissão de CO2 na atmosfera (embora não
seja o único). Parece irreversível a tendência à
10. sua redução pela adoção de novas e mais eficientes
tecnologias e fontes de energia.
Acabar drasticamente e de imediato com
as emissões de CO2 e com a utilização de
combustíveis fósseis não é possível. Por outro
15. lado, adotar novas tecnologias que aumentem
ou estimulem ainda mais o seu consumo, nem
pensar.
O século XX viu a consolidação da Era do Petróleo,
motor do desenvolvimento mundial desde o final
do século XIX até hoje, no começo do século XXI.
20. Esse ciclo de predominância do petróleo deve ser
aos poucos substituído por um predomínio do gás
natural, junto com, ou antecedendo, um período
de aumento de variedade das fontes de energias
e ganho das energias naturais e renováveis
25. (sempre como complementares), do hidrogênio e
finalmente da energia atômica.
(Pergentino Mendes de Almeida http://www.correiocidadania.com.
br/content/view/4881/9/, acesso em 29/10/2010)
a) Em "mantê-lo"(l.5),
"consumo"(l.3).
o
pronome
"-lo"
retoma
o
antecedente
b) A expressão "dessa história"(l.7) retoma o antecedente "consumo
global de energia" (1.5 e 6).
Prof Claudia Kozlowski
75
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
c)
Em "seu
fósseis"(l.14).
consumo"(l.16)
"seu"
refere-se
a
"combustíveis
d) Em "sua redução"(l.10) "sua" refere-se a "industrialização "(1.3).
e) A expressão "Esse ciclo"(l.21) retoma o antecedente "começo do
século XXI"(1.20).
15 -
(ESAF/TCU/2006)
Em relação ao texto, analise a assertiva.
Do ponto de vista político, a reentronização da hegemonia do capital
financeiro sobre a reprodução social capitalista mundial significou a
vitória da contra-revolução política e econômica capitalista em todos os
diferentes universos em que as revoluções políticas capitalistas e
anticapitalistas tentaram se libertar do pesadelo de um capital financeiro
entregue a si próprio. Esse foi o causador de duas guerras mundiais e
várias escaramuças bélicas em vários rincões do planeta, assim como da
contra-revolução capitalista, para não falar da inflação e do
desemprego, que jogaram os trabalhadores na miséria e no desespero,
no inferno das guerras, da fome e das perseguições inomináveis. Eles
tentaram se libertar do pesadelo derivado de um dado histórico
inequívoco: a voragem exterminista e genocida do capital e do capital
financeiro em primeiríssimo lugar. E fracassaram.
(Paulo Alves de Lima Filho)
- O pronome "Esse" (l. 5) refere-se a "um capital financeiro entregue a
si próprio" (l. 4 e 5).
16 - (ESAF/MPOG - APO/2008)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
1. O objetivo da Embratur é atrair mais turistas
estrangeiros. Em média, segundo a empresa,
eles permaneceram no Brasil 18 dias em cada
viagem, em 2007, dois dias mais do que em 2006.
5. A média geral de gastos diários, por turista, foi de
US$ 91,74, mas os europeus gastaram bem mais
que isso. Segundo a presidente da Embratur,
aumentou em 22% o número de viagens dos
turistas espanhóis ao País.
Prof Claudia Kozlowski
76
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
10. Para atrair mais turistas, é preciso oferecer não
apenas mais vôos e mais hotéis, o que já vem
ocorrendo, mas também serviços de qualidade,
funcionários bilíngües, segurança reforçada
nas proximidades de hotéis, aeroportos e infra-estrutura.
15. O empenho justifica-se pelo aumento
do emprego propiciado pelo turismo e da renda
gerada para os mais diversos segmentos shopping centers, restaurantes, cinemas, táxis,
transporte especializado, farmácias.
(O Estado de S. Paulo, 6/02/2008)
a) A palavra "empresa" (l. 2) é termo de coesão lexical que retoma o
antecedente "Embratur" (l.1).
b) O pronome "eles" (l. 3) constitui uma anáfora, pois se refere ao
antecedente "turistas estrangeiros" (l. 1 e 2).
c) O termo "isso" (l. 7) constitui elemento coesivo, pois retoma o
antecedente "US$ 91,74".
d) Em "justifica-se" (l. 15), o "-se" indica sujeito indeterminado.
17 - (ESAF/IRB - Advogado/2006)
1. "O mundo é plano", livro do jornalista Thomas
Friedman, mostra que há uma nova globalização por
aí. Ela achatou o planeta e explodiu as noções de
distância, tempo e trabalho. Recriou a China e a Índia.
5. Ao contrário da globalização financeira dos anos 90,
nessa há lugar para brasileiros. Na primeira, ganhava
quem tinha dinheiro. Agora, pode ganhar quem tem
educação, quer aprender mais e acredita no seu
trabalho.
10. É nessa hora que se abre espaço para Pindorama.
Se os jovens brasileiros começarem a brigar por mais
computadores em suas casas, escolas e trabalho, a
Prof Claudia Kozlowski
77
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
brincadeira terá começado.
O livro não arruma empregos para seus leitores, mas
15. ensina como eles acabam, onde reaparecem e como
reaparecem.
(Elio Gaspari, Um livro muito bom: "O mundo é plano", Folha de
São Paulo, 18 de dezembro de 2005, com adaptações)
Assinale a opção em que o termo da primeira coluna retoma, no texto, o
termo da segunda.
a) "nessa" (l.6) "globalização financeira dos anos 90" (l.5)
b) "primeira" (l.6) "nova globalização" (l.2)
c) "nessa hora" (l. 10) "Agora" (l.7)
d) "Pindorama" (l. 10) "livro do jornalista Thomas Friedman" (l.1 e 2)
e) "eles" (l.15) "leitores" (l .14)
18 - (ESAF/TRF /2002)
Julgue se as formas de redação abaixo estão gramaticalmente corretas.
- Pensa hoje que se tornou barato adquirir a hegemonia ao preço de
3,8% de PIB florescente e produtividade que permite encarar sem susto
o momento próximo em que os EUA gastarão com a defesa US$ 1 bilhão
por dia. / Seu pensamento hoje é esse: tornou-se barato adquirir a
hegemonia ao preço de 3,8% de PIB florescente e produtividade que
permite encarar sem susto o momento próximo em que os EUA gastarão
com a defesa US$ 1 bilhão por dia.
19 -(ESAF/AFRF/2005)
Em relação ao texto, analise a proposição.
1. IBGE e BNDES mostraram que a desesperança nas cidades pequenas
empurra a força de trabalho para as médias, que detêm maior
dinamismo econômico. A carga da pesada máquina administrativa das
pequenas "cidades mortas" é paga pelas verbas federais do Fundo de
Participação dos Municípios. A economia local nesses municípios, 5.
como o IBGE também já mostrou, é dependente da chegada do
pagamento dos aposentados do Instituto Nacional de Seguridade Social.
O seminário "Qualicidade", por sua vez, confirmou que a favelização é
produto de "duas ausências", a do crescimento econômico e a de política
urbana.
Prof Claudia Kozlowski
78
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
(Gazeta Mercantil, 17/10/2005, Editorial)
- A presença de artigo definido feminino singular, em suas duas
ocorrências (l.7 e 8), indica que se pode subentender após o artigo a
repetição da palavra "favelização"(l.7).
20 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
Avalie a afirmação abaixo,
lingüísticas no texto.
a
respeito do emprego das estruturas
Quando se ouve a palavra "preço", as primeiras imagens que invadem
nossa mente são as de cartazes de liquidação, máquinas registradoras,
cheques e cartões de crédito. Mesmo nas sociedades orientais, menos
capitalistas que a nossa, a idéia de preço é sempre ligada à noção de
objeto de valor. Porém, diferentemente do que a mídia informa, nem
tudo pode ser comprado e parcelado em três vezes no cartão. As coisas
realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo, mas a forma
de pagamento é bem diversa das praticadas nos shopping centers. Na
infinita negociação que é viver, se sairá melhor aquele que possuir uma
sólida conta corrente de reservas emocionais e de bom senso do que
aquele que confia apenas em sua coleção de cartões de plástico. Lucrará
mais aquele que souber responder com sabedoria a pergunta: vale a
pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
- Para a coerência textual, o vocábulo "as"(l.2) tanto pode ser
interpretado
como
um
pronome,
substituindo
o
substantivo
"imagens"(l.2), quanto como um artigo definido que deixa implícita a
concordância com "imagens".
21 -(ESAF/AFRF/2005)
A questão proposta é a do acaso. Na tradição ocidental, o tema aparece
invariavelmente ligado a um outro, o da razão: o dos limites e do
alcance da racionalidade. Nem seria errôneo afirmar que o empenho
maior para o pensamento filosófico inaugurado na Grécia antiga
resume-se em querer vencer a sujeição ao acaso. De fato, um dos
traços peculiares ao homem primitivo está em deixar-se surpreender
pelo acaso, em guiar-se pelo imprevisível.
Já o homem racional instaurado pelos gregos entrega-se, pela primeira
vez na história, a esse esforço descomunal e decisivo para a evolução do
Ocidente, de tentar conjurar o mais possível as peias do acaso,
estabelecendo as bases para um comércio racional do homem com o seu
meio ambiente; mais precisamente: a postura racional passou a
Prof Claudia Kozlowski
79
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
designar, de modo gradativo, um comportamento de dominação por
parte do homem, elaborando racionalmente as suas relações com a
natureza, o homem terminaria abocanhando as vantagens de ver
subordinada a natureza aos seus desígnios pessoais.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Analise a correção gramatical da proposição abaixo.
- Seria errôneo afirmar que nem o empenho maior do pensamento
filosófico grego sujeitaria-se ao objetivo de querer trocar os limites do
acaso pelo alcance da racionalidade.
22 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006)
As coisas realmente importantes da vida têm seu preço, isso é certo,
mas a forma de pagamento é bem diversa das praticadas nos shopping
centers. Na infinita negociação que é viver, se sairá melhor
aquele que possuir uma sólida conta corrente de reservas
emocionais e de bom senso do que aquele que confia apenas em
sua coleção de cartões de plástico. Lucrará mais aquele que souber
responder com sabedoria a pergunta: vale a pena pagar o preço?
(Adaptado da Revista Planeta, maio de 2006)
Avalie a afirmação abaixo, a respeito do emprego das estruturas
lingüísticas no trecho em destaque.
- Devido ao emprego da vírgula, mantém-se a coerência textual e a
correção gramatical ao empregar o pronome átono depois do verbo em
"se sairá"(l.3): sairá-se.
23 - (ESAF/MPOG - Especialista Políticas Públicas/2005)
Julgue a afirmação abaixo em relação às lacunas do texto.
Enquanto houver falta de força de trabalho,
a)
, os novos
direitos conquistados se efetivam para a quase totalidade dos
assalariados.
Mas
a
situação
muda
completamente
b)
e
c)
. Nessas fases da conjuntura, a competição pelos
poucos empregos disponíveis faz com que
d)
_
, o que só podem fazer trabalhando como
"informais". É o que estamos assistindo hoje no Brasil:
e)
, um número ainda maior trabalha sem registro e sem os
direitos consignados na CLT.
(Paul Singer, Folha de S. Paulo, 30/04/2005)
Prof Claudia Kozlowski
80
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
- A primeira lacuna poderia ser preenchida, com correção gramatical,
coesão e coerência textuais, por qualquer das propostas a seguir.
1. que caracteriza períodos de intenso crescimento econômico
2. que distingue-se a economia em ritmo de aceleração
24 - (ESAF/MPOG - Especialista Políticas Públicas/2005)
Aponte a opção que finaliza com correção gramatical o trecho abaixo.
O desenvolvimento científico e tecnológico tem, de fato, uma coerência
imanente fundamental. O seu temido desvirtuamento decorre sempre de
fatores acidentais, alheios portanto à sua lógica intrínseca e fatal que,
levada às últimas conseqüências, é sempre a favor e não contra o
homem, porquanto não somente somos parte integrante do processo,
mas o seu remate. Se a televisão, por exemplo, pode revelar-se
aborrecida ou nociva,
(Lúcio Costa, "O novo humanismo científico e tecnológico")
a) não é que o deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu
emprego a torna assim.
b) não é que deva sê-lo necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego a torna assim.
c) não é porque seja-o necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego torna-a assim.
d) não é que a deve ser necessariamente, mas porque o critério do seu
emprego torna-a assim.
e) não é que deve sê-la necessariamente, mas por que o critério do seu
emprego torna-a assim.
25 -
(ESAF/SEFAZ SP/2009)
Com base no texto, analise a proposição a seguir.
1. É certo que houve expansão da frota, tanto de carros,
como de caminhões e ônibus. Mas isso é muito pouco
para explicar a verdadeira chacina na malha rodoviária
a que o país parece assistir de braços cruzados.
5. Cabe boa parte da culpa aos motoristas. Quem
viaja pelas estradas brasileiras não precisa ir longe
Prof Claudia Kozlowski
81
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
para constatar verdadeiros descalabros. Motoristas
dispostos a tudo mostram sua estupidez e total falta
de responsabilidade: trafegam em alta velocidade,
fazem ultrapassagens inconvenientes, andam pelo
10. acostamento, usam faróis altos e frequentemente
dirigem alcoolizados.
(Estado de Minas, Editorial, 6/1/2009.)
- O termo "isso"(l.2) retoma as informações do período antecedente.
26 - (ESAF/CGU-Técnico/2008)
Assinale a opção que completa com correção gramatical e propriedade
vocabular as lacunas do trecho abaixo.
O governo não se preparou para fazer frente ao corte de receitas de R$
40 bilhões.
(1)
buscar alternativas para compensar a morte
anunciada, o Executivo contou com os recursos como se fossem
permanentes
(2)
a proposta orçamentária de 2008,
(3)
a previsão de arrecadação do tributo que,
segundo a lei, estaria extinto.
("Enterrar cadáveres", Correio Braziliense, 15/1/2008, p. 16)
27 - (ESAF/AFC CGU/2006)
Assinale a opção que preenche as
gramaticalmente correta e coerente.
lacunas
do
texto
de
forma
O saldo da balança comercial (exportações menos importações)
brasileira de 2005 alcançou US$ 44,76 bilhões, valor
1
registrado
na história do país. O resultado positivo, 33% maior que o atingido em
2004,
2
ao desempenho expressivo das exportações e
importações. As vendas externas tiveram incremento
3
US$ 24
bilhões no ano passado e fecharam 2005 com US$ 118,3 bilhões. Já as
Prof Claudia Kozlowski
82
WWW.p0nt0d0SC0nCUrS0S.C0m.br
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
importações totalizaram US$ 73,545 bilhões no ano passado. Os
resultados recordes mostram
4
apesar da valorização do real
frente ao dólar, a corrente de comércio do país (exportações mais
importações) não
5
de crescer com a diversificação de pauta
exportadora, aumento do número de países que compram os produtos
brasileiros e o crescimento da participação de estados com pouca
tradição nas vendas externas.
(Em
Questão,
Subsecretaria
de
Comunicação
Institucional
da
Secretaria-Geral da Presidência da República, n. 390, Brasília, 06 de
janeiro de 2006)
1 / 2/ 3 /4/ 5
a) não / se devem / demais de / -lhe / deixa
b) nunca antes / devem-se / mais que / -se / para
c) nunca / deve-se / superior a / que / pára
d) não / deveu-se / de mais de / cujo / cessa
e) nem / devia-se / maior que / qual / termina
28 - (ESAF/AFC STN/2005)
A respeito
proposição.
de
aspectos
lingüísticos
do
trecho
abaixo,
analise
a
1. Só mais tarde alcancei compreender que a inteligência
pode trabalhar até ao fim inteiramente alheia aos
graves problemas religiosos que confundem o pensador
que os quer resolver segundo a razão, se
5. nenhum choque exterior veio perturbar para ela
solução recebida na infância. A dúvida não é sinal de
que o espírito adquiriu maior perspicuidade, é às
vezes um simples mal-estar da vida.
(Joaquim Nabuco, Minha formação)
- Os dois primeiros quês do texto, em "que a inteligência"( .1 e 2) e em
"que confundem"( .3) são ambos pronomes relativos.
29 - (ESAF/AFRF/2002-2)
1.Em artigo publicado na década de noventa, o
Prof Claudia Kozlowski
83
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
professor Paul Krugman explicava que todos
aqueles países que falavam inglês haviam
tido um desempenho econômico acima da
5. média de seus vizinhos e que o inglês estava
se tornando rapidamente a língua franca dos
negócios, do turismo e da internet. Assim, os
processos de fusão de empresas, tão comuns
naquele tempo, só teriam sucesso se
10. utilizassem o inglês como língua de integração
das corporações.
Julgue a seguinte proposição.
- As duas ocorrências da conjunção "que" (l.3 e 5) têm a função de
demarcar o início das duas orações ligadas por "e"(l.5), mas,
sintaticamente, o segundo que pode ser omitido
30 - (ESAF/MP ENAP - SPU/2006)
Assinale a opção em que há emprego indevido de palavra.
a) O desmatamento nos nove estados da Amazônia Brasileira caiu 31%
no período 2004/2005, passando de 27.200 km2 para 18.900 km2.
b) A redução na derrubada da floresta foi anunciada pelo Ministério do
Meio Ambiente, com base em levantamentos realizados por satélite sob
a orientação do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
c) A última queda no índice havia ocorrido entre 1996-1997, onde o
volume de floresta abatida caiu 27%.
d) Os dados apontam queda acentuada do desmate nas áreas próximas
à rodovia Cuiabá-Santarém (BR-163), onde houve maior intervenção do
Governo Federal por meio do Plano de Ação Para Prevenção e Controle
do Desmatamento na Amazônia, do qual participam 13 ministérios.
e) Os números também indicam leve crescimento do desmatamento
apenas no sudeste do Pará e no sul do Amazonas. É a primeira vez, em
17 anos de monitoramento da Amazônia, que os dados sobre
desmatamento são apresentados no mesmo ano em que são
levantados.
(Adaptado de Em Questão n. 381 - Brasília, 07 de dezembro de 2005)
Prof Claudia Kozlowski
84
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
31 - (ESAF/MF - Processo Seletivo Interno/2008)
1. Construída uma ciência ou uma teoria científica,
mesmo com os maiores cuidados para garantir a
sua objetividade, existe sempre o risco de que esse
conhecimento científico possa ser usado de maneira
5.ideologicamente implementada.
Atualmente, um dos graves problemas que enfrenta
o cientista é o emprego ideológico e técnico de sua
produção. Isto está criando grande sensibilidade
não apenas nos países desenvolvidos, mas também
10. em países como o nosso, onde a pesquisa científica
procura um lugar de destaque, mas também enfrenta o
risco de ser ideologicamente manipulada.
Mesmo sem renunciar a nossas ideologias particulares,
podemos ignorar ou reduzir as influências ideológicas
15. para produzir resultados cientificamente objetivos.
Todos conhecemos os benefícios que acarretam ao
homem a informática, a biotecnologia e a pesquisa
nuclear. Pode-se reduzir o esforço do trabalhador,
podem ser encontradas novas técnicas de alimentação
20. e consegue-se dominar doenças graves. Contudo
essas ciências e muitas outras podem ser usadas
para informatizar a guerra, criar o desemprego através
da robotização, produzir transtornos nas espécies
biológicas e auxiliar a construção de bombas.
(Adaptado de Carlos Lungarzo. O que é ciência, p. 83-84)
Analise a opção a respeito das estruturas lingüísticas do texto.
- Embora o conectivo "onde"(l.10) admita, nessa estrutura, ser
substituído por no qual ou em que, seu emprego obedece às regras da
norma culta da Língua Portuguesa.
Prof Claudia Kozlowski
85
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
32 - (ESAF/ AFC STN / 2005)
Indique a opção que contém o único segmento correto do texto abaixo.
No que diz respeito à responsabilidade dos administradores decorrente
da cessão de quotas, não pode o mesmo ser responsabilizado, uma vez
que é direito do sócio desfazer-se de suas quotas, salvo nos casos que
haja previsão vedatória no contrato, e o administrador tenha mostradose negligente, agindo com culpa, onde passará a responder
solidariamente com o sócio cedente.
a) No que diz respeito à responsabilidade dos administradores
b) não pode o mesmo ser responsabilizado
c) salvo nos casos que haja previsão vedatória
d) tenha mostrado-se
e) onde passará a responder
33 -
(ESAF/TCU/2006)
Assinale
a
substituição
gramaticalmente correto.
necessária
para
que
o
texto
fique
A situação social, política e econômica em que se encontra a população
negra é conseqüência de um longo processo estrutural-histórico do
qual mudanças dependem de políticas públicas amplas e pautas muito
além das formulações dos preconceitos ou das discriminações do
racismo como têm sido dadas. Aprofundar a base teórica significa
aprofundar o campo das ações nas áreas do trabalho, da habitação, do
urbanismo, da economia, da saúde, da cultura e da educação.
(Henrique Cunha Jr. "Novos caminhos para os movimentos negros"
in Política Democrática - Revista de Política e Cultura, Brasília:
Fundação Astrogildo Pereira, Ano V, n. 12, agosto de 2005.)
a) em que (l.1) > na qual
b) do qual (l.3) > cujas
c) de um (l. 2) > do
d) têm sido (l. 6) > são
e) nas ( l. 7) > em
34 - (ESAF/SEFAZ CE/2007)
Prof Claudia Kozlowski
86
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
Foram introduzidos erros morfossintáticos, de pontuação e/ou de falta
de paralelismo em artigos do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do
Estado do Ceará. Analise a correção gramatical do artigo abaixo.
- Os deveres do funcionário são gerais, quando fixados neste Estatuto e
legislação complementar, e especiais, cujos são as peculiaridades das
atribuições funcionais.
35 -(ESAF/AFRF/2005)
O advento da moderna indústria tecnológica fez com que o contexto em
que passa a dispor-se a máquina mudasse completamente de
configuração. Entretanto, tal mudança obedece a certas coordenadas
que começam a ser pensadas já na antiga Grécia, que novamente se
relacionam com a questão da verdade. E que a verdade, a partir de
Platão e Aristóteles, passa a ser determinada de um modo novo,
verificando-se uma transmutação em sua própria essência. Desde então,
entende-se usualmente a verdade como sendo o resultado de uma
adequação, ou seja, a verdade pode ser constatada sempre que a idéia
que o sujeito forma de determinado objeto coincida com esse objeto.
(Gerd Bornheim. Racionalidade e acaso. fragmento)
Assinale a opção correta a respeito do uso das estruturas lingüísticas do
texto.
- Preservam-se as relações de sentido entre "contexto" (l.1) e
"máquina" (l.2) com a substituição do pronome relativo "que" (l.1) por
qual, mantendo-se obrigatória a presença de "em".
36 - (ESAF/Auditor-Fiscal do Trabalho/2006 - adaptada)
Analise a assertiva.
No atual estágio da sociedade brasileira, se se deseja um regime
democrático, não basta abolir a necessidade de bens básicos. E
necessário que o processo produtivo seja capaz de continuar, com
eficiência, a produção e a oferta de bens considerados supérfluos. Em se
tratando de um compromisso democrático, uma hierarquia de
prioridades deve colocar o básico sobre o supérfluo. O que deve servir
como incentivo para a proposta de casar democracia, fim da apartação e
eficiência econômica em geral é o fato de que o potencial econômico do
país permite otimismo quanto à possibilidade de atender todas essas
necessidades, dentro de uma estratégia em que o tempo não será muito
longo.
Prof Claudia Kozlowski
87
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
(Adaptado
de
Cristovam
modernidade ética, p.29)
Buarque,
Da
modernidade
técnica
à
- E possível substituir a relação expressa por "em que o tempo" (l. 8 e
9) pela relação expressa por cujo tempo, pois essa proposta de
alteração para o texto não provoca erro gramatical e/ou incoerência
textual.
37 - (ESAF/AFC CGU/2004)
Em relação ao texto, assinale a opção incorreta.
1. Os gregos não possuíam textos sagrados
nem castas sacerdotais. Graças à literatura de
Homero, produzida oito séculos antes de
Cristo, os gregos se apropriaram de uma ferramenta
5. epistemológica que, ainda hoje, nos
dá a impressão de que eles intuíram todos os
conhecimentos que a ciência moderna viria a
descobrir. O que seria de nossa cultura sem a
matemática de Pitágoras, a geometria de Euclides,
10. a filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles?
O que seria da teoria de Freud sem o
teatro de Sófocles, Eurípedes e Esquilo?
Os hebreus imprimiram ao tempo, graças
aos persas, um caráter histórico e uma natureza
15. divina. E produziram uma literatura monumental
- a Bíblia -, que inspira três grandes
religiões: o judaísmo, o cristianismo e o islamismo.
Tira-se o livro dessas tradições religiosas
e elas perdem toda a identidade e o propósito.
(Frei Betto)
- O emprego da primeira pessoa em "nos dá" (l.5 e 6) e em "nossa
cultura"(l.8) confere ao trecho um aspecto interativo em relação ao
leitor, inserindo-o no texto.
Prof Claudia Kozlowski
88
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
38 - (ESAF/RFB - Auditor Fiscal/2009)
Em relação ao texto, julgue a proposição a seguir.
Estamos entrando no terço final de 2009 com uma
visão mais clara sobre os fatores que levaram à crise
financeira que nos atingiu a partir do colapso do banco
Lehman Brothers. Um dos pontos centrais na sua
construção foi, certamente, a questão da regulação e
controle das instituições financeiras. Mesmo não sendo
a origem propriamente dita da crise, a regulação falha
permitiu que os elementos de fragilidade no sistema
assumissem enormes proporções. Depois de termos
vivido um longo período em que prevaleceu a ilusão da
racionalidade intrínseca aos mercados financeiros, hoje
há novamente o reconhecimento das fragilidades e dos
riscos sistêmicos associados a seu funcionamento.
(Luiz Carlos Mendonça de Barros, Valor Econômico, 31/8/2009)
- O emprego da primeira pessoa do plural em "Estamos" (1.1), "nos"(l.3)
e "termos"(l.9) é um recurso retórico que tem como efeito buscar o
envolvimento do leitor no texto.
39 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2009)
1. Exatamente na medida em que não mais podemos
identificar um paradigma dominante em nosso contexto
de pensamento - referência básica para nossos
projetos científicos, políticos, éticos, pedagógicos e
5. mesmo estéticos - é que nos caracterizamos como
vivendo uma crise de paradigmas, e até mesmo
uma crise da própria necessidade e possibilidade
de um paradigma hegemônico. Estamos, portanto,
em busca de caminhos, de respostas. A história
10. das ideias e, mais especificamente, a história da
ciência nos revelam, entretanto, que os períodos
Prof Claudia Kozlowski
89
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
de crise são extremamente férteis porque
abrem novas possibilidades ao pensamento.
Nesse sentido, eles permitem o surgimento de
15. alternativas aos modos de pensar anteriores.
(Danilo Marcondes, A crise de paradigmas e o surgimento da
Modernidade. In: Zaia Brandão (org.), A crise dos paradigmas e a
educação. São Paulo: Cortez, 1994, p.28-29, com adaptações)
Com base no texto acima, julgue a assertiva a seguir.
- Na organização da argumentação, a retirada do pronome "eles" (l. 14)
provocaria dificuldade de interpretação do texto porque seu referente
está muito distante: "nossos projetos científicos" (l. 3 e 4).
40 - (ESAF/MPOG - EPPGG/2009)
Em relação ao
assertiva.
uso das estruturas linguísticas no texto, julgue a
1. E próprio das grandes crises despertar o potencial
criativo dos governos para reduzir-lhes os efeitos e, se
possível, contorná-las. No Brasil, a utilização de meios
inovadores para conter consequências mais dramáticas
dos graves desacertos nas finanças internacionais
5. prodigalizou, também, lições úteis a mudanças
futuras na política econômico-financeira. Resta agora
evidente que o alívio da carga tributária e das taxas de
juros, medida adotada a fim de enfrentar a conjuntura
adversa, é necessário, como instrumento eficaz,
10. para assegurar dinamismo à atividade econômica.
A decisão de maior impacto favorável ao desempenho
do setor industrial se configurou na redução de 10,25%
ao ano para 4,5% nos juros cobrados pelo BNDES na
aquisição e produção de máquinas e equipamentos.
15. Trata-se de taxa real zero, se comparada ao mesmo
percentual previsto na meta de inflação para este ano.
Em patamares variáveis, 70 produtos industrializados
Prof Claudia Kozlowski
90
www.pontodosconcursos.com.br
-
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
passarão a pagar menos IPI. Aí está outro benefício
carregado de impulso ao avanço da economia.
(Correio Braziliense, Editorial, 01/07/2009)
- Em "se comparada" (l. 16), o pronome "se" confere ao período a
noção de condição.
Prof Claudia Kozlowski
91
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
GABARITO DAS QUESTÕES COMENTADAS
1.
ITEM ERRADO
2.
ITEM ERRADO
3.
a) ITEM ERRADO / b) ITEM CERTO
4.
ITEM ERRADO
5.
ITEM CERTO
6.
ITEM ERRADO
7.
ITEM ERRADO
8.
ITEM CERTO
9.
E
10.
ITEM ERRADO
11.
ITEM CERTO
12.
ITEM CERTO
13.
D
14.
C
15.
ITEM CERTO
16.
B (opção indicada pela banca no gabarito oficial, quando
deveria ser D - Leia os comentários.)
17.
C
18.
ITEM CERTO
19.
ITEM ERRADO
20.
ITEM CERTO
21.
ITEM ERRADO
22.
ITEM ERRADO
23.
ITEM ERRADO
24.
A
25.
ITEM CERTO
26.
D
27.
C
28.
ITEM ERRADO
29.
ITEM ERRADO
Prof Claudia Kozlowski
92
www.pontodosconcursos.com.br -
Turma de Exercícios ESAF
Prof3 Claudia Kozlowski
30.
C
31.
ITEM CERTO
32.
A
33.
B
34.
ITEM ERRADO
35.
ITEM ERRADO
36.
ITEM CERTO
37.
ITEM CERTO
38.
ITEM CERTO
39.
ITEM ERRADO
40.
ITEM CONSIDERADO CORRETO
Prof Claudia Kozlowski
93
www.pontodosconcursos.com.br -

Documentos relacionados