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Revista Perspectiva Amazônica
Ano 3 N° 6 p.64-78
Estudos de Métodos de Coleta de Mosquitos (Diptera: Culicidade)
Alternativos ao deAtração Humana
Paoola Cristina Bezerra Vieira*
Inocêncio de Sousa Gorayeb**
RESUMO
Houve uma evolução dos tipos de armadilhas ao longo do tempo e vários métodos de captura de mosquitos
foram desenvolvidos, porém nenhum obteve rendimento semelhante à coleta direta por atração humana. Este
trabalho teve por objetivo testar métodos de captura de culicídeos alternativos ao método de atração humana,
incluindo o desenvolvimento de novas técnicas, que podem substituir o método tradicional de captura direta
em humanos. O estudo foi desenvolvido próximo ao Parque Estadual do Utinga no município de Ananindeua,
estado do Pará, Brasil. Os métodos utilizados foram: armadilhas CDC, CDC UV, Shannon, armadilha
desenvolvida por J. A. Rocha, armadilha desenvolvida por I. S. Gorayeb e captura direta em humanos. As
armadilhas foram instaladas em seis pontos, por seis noites consecutivas. Foram capturados 13.099
espécimes de Culicidae distribuídas em sete gêneros e 27 espécies, sendo Anopheles triannulatus a mais
abundante. A captura por atração humana foi o método que coletou maior diversidade e abundância de
mosquitos, seguido pela armadilha de Shannon para abundância e pela armadilha de Gorayeb para
diversidade.
Palavras-chave: Culicidae, Diptera, métodos de coleta, armadilhas, Amazônia oriental
ABSTRACT
There was an evolution of the types of traps over time and various methods of capturing mosquitos
were developed, but none achieved similar performance to direct human bait. This study aimed to
test methods of capturing Culicidae alternative method of human attraction, including the
development of new techniques, which can replace the traditional method of direct human bait.
The study was conducted near the “Parque Estadual do Utinga, Ananindeua, Pará, Brazil”. The
methods used were: CDC traps, CDC UV, Shannon trap developed by J. A. Rocha, trap developed
by I. S. Gorayeb and collection by human attraction. The traps were installed in six points for six
consecutive nights. 13,099 specimens of Culicidae were captured, distributed in seven genera and
27 species, Anopheles triannulatus being the most abundant. Capturing by human attraction
method was collected higher diversity and abundance of mosquitoes, followed by Shannon trap
for abundance and Gorayeb trap for diversity.
Key words: Culicidae, Diptera, collection methods, traps, eastern Amazon
*Parte da dissertação de mestrado ao Programa de Pós-graduação em Zoologia da Universidade Federal do Pará e Museu Paraense Emilio
Goeldi. Coordenadora da Entomologia do Laboratório Central do Estado do Pará (LACEN) da Secretaria
de Estado de Saúde Pública do Pará (SESPA), graduada em biologia pela Universidade Federal do Pará e mestrado pelo Programa de Pósgraduação em Zoologia da Universidade Federal do Para / Museu Paraense Emílio Goeldi, Pará, Brasil.
**Pesquisador da Entomologia, Coordenação de Zoologia do Museu Paraense Emílio Goeldi, Belém, Pará; graduado em biologia pela
Universidade Federal do Pará; especialista, mestre e doutor pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia; pós-doutorado na “Florida State
Collections of Arthropods, University of Florida, Gainesville, USA”.
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Introdução
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Nos últimos anos, uma variedade de alternativas à coleta por atração humana
direta tem sido utilizada para estimar populações de mosquitos. Essa variedade
inclui coletas com pulverização à base de piretroides, armadilhas com animais iscas,
abrigos para repouso de mosquitos, redes eletrônicas, armadilhas com odores para
atrair insetos picadores e armadilhas de luz (SEXTON et al, 1986; RUBIO-PALIS;
CURTIS, 1992; RUBIO-PALIS, 1996; BURKETT et al, 2001; SITHIPRASSANA
et al, 2004; OKUMU et al, 2010a; OKUMU et al, 2010b), além de armadilhas
utilizando animais como atrativos, odores lácteos, meias de nylon com odores
humanos, CO2, octenol, entre outros (OKUMU et al, 2010a; OKUMU et al, 2010b;
OWINO, 2010; JAWARA et al, 2009; GAMA et al, 2007; HIWAT et al, 2011). Há
também um longo histórico de uso de armadilhas alternativas para coletar
anofelíneos na América Latina e no Caribe (PRITCHARD; PRATT, 1944;
BUSTAMANTE; PIRES, 1949; WILTON, 1975; LOURENÇO-DE-OLIVIERA,
1984).
Apesar dos vários métodos utilizados para amostrar as populações de
adultos, nenhum deles é tão eficiente como a coleta por atração humana direta para
estudos de comportamento das espécies antropofílicas. Os resultados são diretos e
importantes para: análises das espécies; capacidade vetorial; taxas de infecção;
comportamento intra e peridomiciliar; atividades horárias de hematofagia;
sazonalidade; respostas a substâncias repelentes; dentre outros. No entanto, esse
método tem sido ultimamente usado com maior cautela, pois expõe os coletores ao
risco de contraírem doenças veiculadas por mosquitos. A coleta por atração humana
direta foi praticamente desautorizada, mas, apesar disso, muitas pesquisas
continuaram sendo desenvolvidas porque não existiam métodos alternativos com a
mesma eficiência de captura e que correspondessem às relações naturais entre as
populações de espécies de mosquitos e humanas. O Manual de Entomologia e
Controle de Vetores da Organização Mundial de Saúde (WHO, 2003) define como
um fator determinante da transmissão da malária o número de vetores que picam
humanos, portanto é importante saber: quais espécies de anofelinos picam humanos
e quais picam animais; quais são vetores de malária; frequência de ataque do vetor;
se o vetor ataca fora ou dentro das residências; pico de atividades hematofágicas das
espécies vetoras; e sazonalidade. Este manual orienta também que, nas coletas de
mosquitos em humanos, devem-se tomar cuidados adequados e eficazes para evitar
contrair malária. Além disso, os mosquitos devem ser coletados antes que piquem as
pessoas. Devem ser mensuradas as taxas de busca aos humanos em vez das taxas de
picadas dos mosquitos. Existem preocupações éticas porque as pessoas estão em
risco de infecção. Estas preocupações devem ser consideradas antes de utilizar esta
técnica. Recomenda-se evitar o uso desta técnica especialmente se existem outras
que possibilitem estimar as taxas de mosquitos que buscam picar as pessoas.
Em 2008, no “II Seminário Internacional de Ferramentas e Instrumentos
Utilizados no Controle de Vetores” formou-se um “Grupo de Trabalho sobre captura
de mosquitos utilizando atração humana” que emitiu um importante parecer
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técnico, a Normatização da Captura por Atração Humana (Ministério da Saúde do
Brasil, 2008) e, em consequência disso, vários avanços foram alcançados para a
proteção dos coletores contra as picadas dos mosquitos durante as coletas por atração
humana. O Ministério da Saúde do Brasil vem induzindo, incentivando e apoiando
pesquisas para o desenvolvimento de novos métodos que possam avançar os
procedimentos de coletas alternativas ao de atração humana direta.
Okumu et al (2010a) comentaram que o Plano de Ação Global para Malária da
OMS prioriza a realização de proteção com mosquiteiros tratados com repelentes e
inseticidas residuais intradomiciliares, junto com diagnóstico e tratamento (WHO,
2009), mas também a eliminação da transmissão da malária (WHO, 2009; ROBERTS;
ENSERINK, 2007). Apesar destes esforços, há preocupações crescentes porque as
ferramentas existentes podem não ser adequadas para alcançar estes objetivos e porque
alternativas ou intervenções complementares são urgentemente necessárias (WHO,
2009; ROBERTS; ENSERINK, 2007; TANNER; SAVIGNY, 2008; TAKKEN; KNOLS,
2009; GREENWOOD, 2009; HEMINGWAY et al, 2006). O uso de métodos alternativos
para coletar culicídeos que tragam resultados como os citados acima terá implicações
importantes para programas de prevenção de várias doenças veiculadas por mosquitos,
como dengue, febre amarela, filarioses e, principalmente, a malária, no Brasil.
Um método alternativo à coleta direta por atração humana pode diminuir
consideravelmente o risco de contrair doenças, principalmente para as pessoas que
trabalham rotineiramente com entomologia e saúde pública, além de possibilitar o
avanço das pesquisas com espécies antropofílicas.
Neste trabalho, se compara a capacidade operacional de cinco métodos de coleta
de culicídeos (dos quais três utilizam humanos como atrativos e os dois outros não o
fazem) com o método tradicional de atração humana direta. Assim, a cobertura de um
programa de saúde pode ser aumentada e as novas técnicas de controle podem ser
avaliadas com menores riscos.
Metodologia
Aspectos Éticos
Seguindo orientação da Resolução 196/1996 (CONEP, 1996), este trabalho foi
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos do Instituto Evandro
Chagas/SVS/MS. Todos os participantes assinaram um Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido elaborado para este estudo.
Área de Estudo
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O estudo foi realizado em uma área privada, no município de Ananindeua, Pará,
Brasil, que faz limite com o Parque Estadual do Utinga em Belém, Pará, Brasil, localizada
nas coordenadas geográficas 01º24'35,60”S 48º24'30,87”W. Ao longo de sua extensão
existe uma floresta com tipologia predominante de floresta de terra firme e outras tipologias
como: florestas de várzeas (alta e baixa), matas secundárias, igapós e macrófitas aquáticas
nos lagos Água Preta e Bolonha (IMBIRIBA JUNIOR; COSTA, 2003).
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Métodos de Captura
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Métodos que envolvem humanos como atrativo
a) GORAYEB (Anexo -Figura 1) - Uma nova armadilha para captura de
mosquitos com atração humana foi desenvolvida por Inocêncio de Sousa Gorayeb
(pesquisador do Museu Paraense Emílio Goeldi), buscando não submeter pessoas as
picadas e diminuir o esforço de trabalho no ato de capturar. Esta armadilha foi pela
primeira vez testada neste experimento.
A armadilha é composta basicamente de duas pirâmides sobrepostas e
conectadas; uma, superior, de plástico preto resistente (lona plástica), que não
permite a passagem do ar ventilado; outra, interna, de tecido telado fino (filó), que
permite bem a passagem de ar, mas não permite a passagem dos mosquitos. Um
frasco coletor posicionado no topo da pirâmide superior, feito de pedaços de canos de
PVC de 75 mm de diâmetro, que contém vedação superior com filó e ventoinha, que
produz corrente de ar de direção antigravitacional, mantém os mosquitos
aprisionados. Um sistema de ventiladores, posicionados perto do chão, acionados
por corrente elétrica de 12 volts de uma bateria de 60 Hz, empurra os culicídeos para
cima. Seu funcionamento consiste em manter uma pessoa sentada em uma cadeira,
dentro da armadilha, protegida por tela de filó. Os mosquitos são empurrados para a
parte superior da armadilha por correntes de vento acionadas pelos ventiladores, que
funcionam em intervalos temporais reguláveis. A patente desta armadilha foi
registrada no INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial em 30 de junho de
2010, pelo protocolo No 0000221003638702, PI 1002058-6 A2, tendo como
depositante o Museu Paraense Emílio Goeldi, como inventor Inocêncio de Sousa
Gorayeb e como procuradora Lenice de Melo Soares (SANTOS; OLIVEIRA) (INPI
- Revista da Propriedade Industrial, 2011).
b) ROCHA (Anexo -Figura 2) - Desenvolvida por José Almir Moraes da
Rocha (professor da Faculdades Integradas do Tapajós, Universidade do Estado do
Pará e Universidade Federal do Oeste do Pará). Consiste em uma pessoa permanecer
deitada em uma rede de dormir, protegida por telas de filó. O princípio está baseado
no aprisionamento de mosquitos que são atraídos para a pessoa na busca de repasto
sanguíneo; ficam presos em compartimentos (câmaras), não atingindo a pessoa.
Após o período de coleta, a pessoa, com auxílio de um aspirador de sucção, coleta
todos os mosquitos presos nas câmaras da armadilha.
A armadilha está descrita na tese de doutorado de Rocha (2005) e foi testada
pela primeira vez nos experimentos deste trabalho. É constituída por uma rede de
dormir e um mosquiteiro, adaptados. Este último é feito de filó, sendo composto de
uma parte central (câmara de proteção), à qual o usuário tem acesso por uma abertura
com zíper. Após sua instalação na câmara, essa abertura é isolada pelo fechamento do
zíper. Nas partes superior e inferior da câmara de proteção, há compartimentos que
percorrem toda a sua extensão; nestes há várias aberturas que possibilitam tanto a
entrada dos mosquitos que estão à procura de repasto sanguíneo, como a introdução
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do aspirador para a retirada dos mosquitos das câmaras. A armadilha é suspensa pelos
punhos da rede e fica distendida com o auxílio de varetas colocadas nas câmaras
superior e inferior. A parte inferior e dos punhos da armadilha são feitas de um tecido
mais resistente (brim). A parte inferior é esticada por apoios de cordões fixados no solo.
c) SHANNON – Desenvolvida por Shannon (1939) para ser utilizada com isca
animal, porém já sofreu diversas modificações. Neste trabalho, utilizamos uma versão
modificada desta armadilha, que consiste em um grande compartimento de 160 cm de
comprimento por 130 cm de largura e 90 cm de altura, com septo central de 160 cm de
comprimento por 200 cm de altura, e toda feita de um tecido resistente de algodão. Na
parte superior da armadilha, pelo lado de dentro, próximo ao septo central, foi colocada
uma lâmpada fluorescente, que serviu de atrativo para os mosquitos. Duas pessoas
coletoras, totalmente protegidas, percorriam a armadilha em intervalos de 30 min
coletando, com aspiradores elétricos de sucção, os mosquitos atraídos.
Métodos que não utilizam humanos como atrativo
a) CDC (Centers for Disease Control) – As armadilhas luminosas do tipo CDC
(SUDIA & CHAMBERLAIN, 1962) atraem os insetos a uma pequena fonte de luz de
tungstênio. Quando estes se aproximam da luz são sugados para o interior da armadilha
por uma ventoinha. Os insetos coletados por este método permanecem vivos no
compartimento receptor. A armadilha CDC consiste em um cilindro de acrílico
transparente de aproximadamente 20 cm de comprimento e 10 cm de diâmetro. Na parte
superior, há uma pequena lâmpada e, logo abaixo, uma ventoinha que produz uma
corrente de ar com direção gravitacional e funciona por uma corrente de 6 ou 12 v. Uma
bandeja de alumínio cobre a armadilha, protegendo-a da chuva. Na parte inferior,
acopla-se um saco de tecido de tela fina (organza), onde os insetos ficam aprisionados.
b) CDC UV – Descrita por Wilton e Fay (1972). Esta armadilha é uma versão
modificada da armadilha de luz CDC. Ela consiste em um cano de PVC de
aproximadamente 15 cm de comprimento e 10 cm de diâmetro; na parte inferior, há uma
pequena lâmpada ultravioleta e, logo acima, uma pequena ventoinha com ventilação
direcionada para cima. Acima desta, está o saco de tecido (organza), onde os insetos ficam
aprisionados; acima do saco de coleta, há uma bandeja de metal que serve de proteção da
chuva. A diferença para a CDC normal é que a luz é ultravioleta em vez da luz incandescente
amarela de tungstênio, e a ventilação é invertida, ou seja, antigravidade: o ventilador
empurra os mosquitos para cima, onde são aprisionados no coletor de tecido de malha fina.
Captura por atração humana direta
As coletas por atração humana direta foram feitas com auxílio de tubos de ensaio
contendo papel toalha umedecido com acetato de etila. Quando o mosquito pousa sobre a
pele, o tubo de ensaio é colocado sobre o mosquito, que voa para dentro dele. Em seguida,
o tubo é fechado com algodão. Os tubos foram colocados em sacos plásticos separados a
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cada hora. As pessoas que atuaram como coletores foram devidamente treinadas, visando a
captura dos mosquitos antes de serem picadas, diminuindo o risco de contraírem doenças.
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Desenho Experimental
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As coletas foram realizadas durante seis dias no mês e replicadas por três meses
consecutivos, no período de setembro a novembro de 2006, durante os dias de lua nova, para
evitar a influência da luz da lua nas armadilhas (RUBIO-PALIS, 1992).
Na área experimental fez-se um transecto onde os seis métodos de coleta foram
instalados, em seis pontos diferentes (P1-P6), com 100 m de distância um do outro. Em cada
mês foi feito um desenho de replicações 6 x 6 durante seis noites consecutivas, e cada armadilha
foi rotacionada ponto a ponto, a cada noite. As armadilhas funcionaram das 18 às 22 horas.
Os insetos coletados foram acondicionados e transportados para o laboratório, onde
foram identificados com auxílio das chaves de Faran e Linthicum (1981) e Consoli e
Lourenço-de-Oliveira (1994). Os indicadores para comparação entre os métodos são a
densidade e a diversidade de mosquitos coletados. As comparações foram testadas
utilizando-se os métodos distância euclidiana para definir as armadilhas com eficiências mais
semelhantes e o método ANOVA para comprovar se há diferença significativa entre os
métodos testados. Os testes foram feitos utilizando-se o pacote estatístico Bioestat 5,3
(AYRES et al, 2007).
Resultados
Durante o estudo, foram coletados 13.099 espécimes de Culicidae,
representados por 27 espécies, sendo Anopheles triannulatus Neiva & Pinto, 1922,
com 4.180 espécimes, a mais abundante (Anexo -Tabela 1).
O método por atração humana direta foi o que coletou maior quantidade de
mosquitos, com 6.316 exemplares, seguido da armadilha Shannon, que capturou
2.639 espécimes de culicídeos, sendo as armadilhas CDC e CDC UV pouco
eficientes na coleta de espécimes desses mosquitos (Anexo -Figura 3).
A análise multivariada (distâncias euclidianas) demonstrou que a armadilha
mais semelhante ao método por atração humana direta em abundância de mosquitos
coletados por ponto foi a armadilha Shannon, com 4,08 de distância, seguida da
armadilha Gorayeb, com 4,52 de distância. As armadilhas CDC, CDC UV e Rocha
foram as que mais se diferenciaram do método por atração humana direta, com 5,98;
6,90 e 6,82 de distância, respectivamente (Anexo -Figura 4).
A análise entre as armadilhas demonstrou que, quando comparadas com o
método por atração humana direta, apenas a armadilha Shannon mostrou-se
significativamente semelhante na captura em número de mosquitos (p>0,05).
O método por atração humana direta, além de ter sido eficiente para o número de
mosquitoscoletados,tambémfoioquecoletouomaiornúmerodeespécies,com25nototal,
seguido da armadilha Gorayeb, com 19 espécies.Aarmadilha CDC UV foi a que coletou o
menornúmerodeespécies,apenasnove(Anexo -Figura5)Aanálisedadistânciaeuclidiana
mostrou que a armadilha Gorayeb foi a que mais se aproximou do método por atração
humana direta, com 2,96 de distância, apesar de mostrar-se significativamente diferente do
métodoporatraçãohumanadireta(p<0,05)(Anexo-Figura6).
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Ao analisar os pontos de coleta a ANOVA demonstrou que não há diferença
significativa entre os pontos de coletas amostrados (p>0,05) e mostrou também que não
há diferença significativa no número de espécies capturadas nos diferentes pontos
(p>0,05).
Ao comparar as médias do número de mosquitos capturados por métodos com
atrativos humanos e métodos sem atrativos humanos, as análises estatísticas mostram
que há diferença significativa entre ambos (p<0,05). Os métodos que utilizam humanos
como atrativos são mais eficientes do que os que não os utilizam, mas não há diferença
significativa entre os pontos de coleta (p>0,05).
Discussão
Rubio-Palis e Curtis (1992) ao avaliar o número de espécimes coletados
constataram que o número de mosquitos coletados em captura por atração humana foi
significativamente maior que os coletados pelas armadilhas CDCs; os dados do presente
estudo reforçam os acima citados, pois a avaliação dos métodos utilizados neste trabalho
demonstrou que o método por atração humana direta foi o que coletou maior
abundância.
Estudos de Sexton et al (1986) e Rubio-Palis (1996), demonstraram que a
armadilha CDC UV foi mais eficiente que outros métodos experimentados, incluindo o
de atração humana, quando associadas à componentes químicos. Esta discrepância pode
ser justificada pela ausência das espécies mais abundantes na área estudada em Belém,
além de que esta armadilha não foi testada associada com CO2 e Octenol.
Burkett et al. (2001) compararam diversas armadilhas com a armadilha de
Shannon e mostraram que esta foi mais eficiente para a captura de mosquitos anofelinos,
reforçando os dados deste trabalho. As análises estatísticas mostraram que a armadilha
de Shannon pode ser uma possível substituta ao método de captura por atração humana
direta, quando se quer analisar a densidade de anofelinos capturados, pois os resultados
apresentaram significância, no entanto não podemos desconsiderar o fato da armadilha
de Shannon também utilizar indiretamente a atração humana.
A armadilha desenvolvida por Rocha não foi tão eficiente quanto as outras. Esta
armadilha parece ser eficiente apenas quando a quantidade de mosquitos no local é
muito alta, pois, no primeiro mês de amostragem, quando houve alta abundância de
mosquitos, ela capturou um número elevado de culicídeos; no entanto, nos outros meses
de coleta, em que houve um declínio na quantidade, esta armadilha coletou
pouquíssimos exemplares. Das armadilhas que utilizam humanos como atrativos, esta é
a que proporciona maior conforto à pessoa, pois esta fica deitada numa rede durantetodo
período de coleta, sem empreender esforços na captura de mosquitos, além de não se
expor a picadas, pois ela fica protegida por um mosquiteiro.
Hiwat (2011) comparou três diferentes tipos de armadilhas com a captura direta
em humanos e observou que nenhuma das armadilhas testadas, mesmo quando
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associadas a CO2, foi tão eficiente quanto a atração direta, resultados que também foram
observados neste experimento. Além da eficácia deste método, tanto para diversidade
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quanto para densidade, podemos observar também que ele apresenta outras
vantagens, tais como: melhor qualidade do material coletado (o que facilita na
identificação) e maior seletividade (pois apenas os anofelinos são capturados).
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Porém, a principal desvantagem deste método é que a pessoa coletora fica exposta às
picadas de mosquitos, e, consequentemente, mais suscetível a contrair doenças
transmissíveis por vetores, além de sofrer maior desconforto. Tal fato faz com que a
utilização deste método seja objeto de diversas discussões éticas que não
aconselham seu uso.
Após a realização desses experimentos, alguns aparatos de coleta de
mosquitos foram desenvolvidos e merecem ser testados com as espécies brasileiras e
comparados com os métodos apontados no presente artigo. Por exemplo, Okumu et
al (2010a) desenvolveram um aparato que denominaram Ifakara Odor-Baited
Station que é uma cabana em forma de caixa, feita de tela, sobre uma armação de
madeira (de 1,5 m x 1,5 m x 1,75 m), com sete aberturas para a entrada de mosquitos.
Esta estação pode ser utilizada tanto para capturar como para contaminar mosquitos
com substâncias. O mesmo grupo de pesquisa do Ifakara Health Institute, na
Tanzânia (OKUMU et al (2010b), desenvolveu uma substância sintética que é mais
atrativa para mosquitos que os humanos. A armadilha desenvolvida por Gorayeb
também pode ser utilizada sem uma pessoa como atração, e, em vez disso, pode
funcionar com substâncias atrativas (INPI, 2011); também ela precisa ser testada em
localidades com altas populações de Anopheles darlingi, principal vetor da malária
no Brasil.
Conclusão
A partir dos resultados obtidos nesta pesquisa, observou-se que nenhum dos
métodos testados pode ser utilizado com a mesma eficácia obtida pelo método de
atração humana direta. No entanto, é possível que duas ou mais das melhores
metodologias testadas possam ser utilizadas de forma associada, para que se possa
aproximar dos resultados obtidos pelo método de atração humana.
Ao comparar os métodos que utilizam humanos como atrativo (armadilhas
Gorayeb, Rocha e Shannon), concluiu-se que nenhum deles é significativamente
semelhante ao método de atração humana direta na captura de culicídeos, porém a
armadilha que obteve resultados mais próximos, ao se avaliar diversidade de
espécies capturadas, foi a Gorayeb. Quando o objetivo for analisar diversidade, a
armadilha Gorayeb, apesar de não ser significativamente semelhante, foi a que mais
se aproximou do método de captura por atração humana direta e pode ser uma
possível substituta ao método. No entanto, quando o objetivo for avaliar a densidade
de mosquito, a armadilha Shannon foi a que mais se aproximou do método de captura
por atração humana direta, mostrando-se significativamente próxima a este para
coleta de anofelinos. Assim, esta armadilha pode ser uma possível substituta para o
método de atração humana direta.
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74
Tabela 1 – Espécies e número de exemplares de Culicidae coletados pelos seis métodos utilizados em
Revista Perspectiva Amazônica
Ano 3 N° 6 p.64-78
Ananindeua, Pará; número de exemplares acumulados de todas as coletas. (AHD = atração humana
direta).
CDC
Shannon
Gorayeb
AHD Rocha Total
UV
Aedeomyia sp. Teobald, 1901
6
13
8
27
Anopheles darlingi Root, 1926
21
4
7
3
23
2
60
A. deaneorun Rosa-Freitas, 1989
1
4
5
A. intermedius Peryassú, 1908
1
2
3
A. triannulatus Neiva &Pinto, 1922
428 161
1227
418
646
300
4180
A. braziliensis Chagas, 1907
2
8
10
A. nuneztovari Gabaldon, 1940
89
68
320
9
52
10
548
A oswaldoi Peryassú, 1922
9
9
Anopheles sp.
161
31
427
323
201
34
1177
Coquillettidia nigrans, Coquillett 1904
27
22
84
199
218
4
554
Coquillettidia sp.1
57
46
97
113
284
24
621
Coquillettidia sp.2
10
14
37
85
3
149
Culex coronator Dyar &Knab, 1907
6
6
3
15
120
3
153
C. portesi Senevet &Abonnene, 1941
5
1
54
60
C. spissipes Theobald, 1903
8
15
12
38
73
Culex sp.1
94
91
244
774
27
1230
Culex sp.2
72
24
122
154
988
10
1370
Mansonia amazonensis Theobald, 1901
32
39
111
1
183
M. humeralis Dyar &Knab, 1916
21
42
197
675
13
948
M. titillans Walker, 1848
32
36
64
100
403
32
667
Ochlerotatus fulvus Wiedemann, 1928
3
3
6
O. hortator Dyar &Knab, 1907
9
7
16
O. scapularis Rondani, 1848
68
315
6
389
O. serratus Theobald, 1901
5
85
74
199
4
367
Ochlerotatus sp.
6
6
11
4
27
Psorophora cingulata Fabricius, 1805
4
6
10
P. ferox Humboldt, 1819
11
30
41
Não identificados
3
2
20
138
52
1
216
1045 402
2659
2195
6316
482
13099
Total
Sinal convencional utilizado (-): Dado numérico igual a zero não resultante de arredondamento
Espécies
CDC
Figura 1 – Armadilha Gorayeb, testada pela primeira vez nesta pesquisa.
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Ano
Figura 2 - Armadilha Rocha, testada pela primeira vez nesta pesquisa.
Figura 3 – Número de exemplares de Culicidae coletados nos seis métodos testados, no Parque
Estadual do Utinga, município de Ananindeua, Pará. (AH = Atração humana; CDC = Armadilha
CDC; CDC UV = Armadilha CDC com luz ultravioleta).
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Métodos
Figura 4 – Distâncias euclidianas entre os seis métodos experimentados, baseadas na
abundância de Culicidae capturados. Quanto menor valor apresentado no gráfico mais
semelhante os métodos são quanto a culicidiofauna amostrada.
Figura 5 – Número de espécies de Culicidae coletadas nos seis método testados no Parque
Estadual do Utinga, município de Ananindeua, Pará. (AH = Atração humana; CDC =
Armadilha CDC; CDC UV = Armadilha CDC com luz ultravioleta).
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N°66 p.64-78
p.XXX
Ano
Métodos
Figura 6 – Distâncias euclidianas entre os seis métodos experimentados, baseadas na
diversidade de Culicidae capturados. Quanto menor o valor apresentado no gráfico mais
semelhante são as armadilhas quanto a culicidiofauna amostrada.
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