Jornal eteviano Anos 1940 - Estudos e Pesquisas em Trabalho e

Transcrição

Jornal eteviano Anos 1940 - Estudos e Pesquisas em Trabalho e
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Jornal O “ETV” – Fundado em 01 de Julho de 1943(data discutível)
Número 01
Diretor Américo G Costa
Redator Secretário Avary da Costa Prado
Edição de 7 de Setembro de 1943
Tiragem de 300 exemplares
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória
Dedicado a divulgação do ensino profissional
“Todas essas grandes palavras e grandes problemas que ai estão a atroar os ares, chama-se democracia, liberdade,
reforma social ou república não tem senão uma condição de êxito ou uma situação inteligente – A instrução
Profissional” Palavras do criador das escolas profissionais técnicas – Nilo Peçanha(ETV,p.1 ,1943).
“Nenhuma espécie de ensino está exigindo, no Brasil tanto na ação dos poderes públicos como o ensino
profissional. É por isto que a constituição declara que, em matéria de Educação, difundir o Ensino Profissional é o
primeiro dever do Estado”, palavras do ministro – Gustavo Capanema (ETV,p.1 ,1943).
O Brasil novo orientado pelo maior dos seus filhos o presidente Getúlio Vargas, apesar da guerra atual, á qual foi
arrastado pela tirania dos ditadores de além mar, muito se (pressente) de suas organizações. Dentre outras, a que
mais se enquadra ao âmbito da constituição, é o ensino profissional. Outrora a educação do povo era motivo de
grandes sacrifícios e os menos afortunados estavam privados de aprendê-la. Hoje são os infantes, filhos de
artistas, que povoam a Escolas Técnicas desejosos por cultivarem as profissões de seus antepassados. É que o
ensino dessas profissões em lugares apropriados, dotado de higiene e conforto é motivo de jubilo para os que
desejam ingressar nas artes. O observador menos pessimista não perde a oportunidade em admirar as grandezas
destes estabelecimentos, onde os pequenos artistas, cercados de assistência médica, dentária e hospitalar, gastam o
precioso tempo, adquirindo os recursos indispensáveis ao triunfo da vida. Com a reforma do ensino industrial,
mais um empreendimento relevante foi enquadrado na estrutura dos cursos de artes. O curso técnico, de tão
grande aproveitamento para os que não visavam os cursos científicos, é uma criação de valor para os que desejam
melhor orientar-se na industria. As Escalas Técnicas ‘ sementeiras’, na expressão do eminente professor Dr.
Francisco Montojos, tudo deve aos seus maiores benfeitores: - Presidente Vargas, Ministro Capanema e Francisco
Montojos (ETV,p.1 ,1943).
Brasileiro o Brasil goza atualmente de sua liberdade. Com um simples gesto podes tu assegurá-la comprando
bônus da guerra para a vitória da democracia(ETV,p.2 ,1943).
Transcorreu no dia 19 de abril pp o aniversário do presidente da república Getúlio Vargas. A Escola Técnica de
Vitória no sentido de comemorar esta grande data, não só fez uma brilhante festa, como também para ficar
guardado nos corações dos jovens escolares, o patriotismo que devem ter para com o Brasil, fundou o Batalhão
escolar da ETV. Só recebe graduação quem tiver boa aplicação e melhor comportamento. Tem por objetivo, não
só incentivar, no seio dos escolares o dever patriótico, como também desenvolver a disciplina do colégio. ...Não
são os militares a segurança da nação, e o nosso batalhão uma imitação destes? Portanto, alunos deste
educandário, fazei força neste sentido, prosperai para o engrandecimento da escola, e assim haverá um Brasil
melhor(Avary Costa Prado / primeira série A - ETV,p.2 ,1943).
A nossa grande escola
Colegas, a nossa escola
Escola Profissional
Ensina diversas Artes, também é industrial.
Precisamos estudar para obtermos conquista
De um futuro melhor nunca temos vista
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Devemos sempre esforçar para podermos vencer, A luta de nossa vida... assim que devemos ser (Ivan Gasparini /
primeira série B - ETV,p.2 ,1943).
A escola
...os deveres dos alunos para com os mestres são: atenção no decorrer das aulas, amor e respeito. O dever do
mestre para com os alunos é: cuidar da saúde física moral e intelectual das crianças. Com relação a educação
física, o mestre deve inspirar às crianças, o amor ao asseio. Ser atento aos jogos e brinquedos das crianças durante
o recreio. Quanto a educação intelectual, despertar os alunos a disciplina, o cumprimento dos seus deveres. E a
moral, exigir no aluno o respeito pelas cousas sagradas, o sentimento religioso, o amor à Pátria(Alberto Ribeiro /
primeira série A - ETV,p.2 ,1943).
A nossa escola
Depois de grandes esforços do seu governo, conseguiu Dr. Getúlio Vargas criar a tão falada Escola Técnica de
Vitória. Esta escola é uma grande obra do Estado Novo. Dividida em dois grandes grupos interno e semi-interno.
Tem 05 oficinas: Mecânica, Tipografia, Marcenaria, Sapataria e Alfaiataria. E mais importante é a parte escolar
com 8 matérias: Português, matemática, Ciências, Geografia, História, Instrução moral e cívica, Desenho e ainda
há um curso superior – o técnico. A oficina de Artes gráficas é bem completa, contando com muitas máquinas
americanas e uma brasileira de impressão. A mecânica infelizmente não se acha completa por enquanto, mas tem
uma fundição que é um colosso. As outras estão um pouco atrasadas, mas para o futuro poderemos contar com
grandes melhoramentos. A nossa escola possui um vasto pátio onde futuramente o governo construirá o nosso
campo de esportes e piscina. O auditório é admirado por muitas pessoas. O dormitório é amplo com 93 camas,
bidês e armários. Têm uma enfermaria com três leitos e banheira. As janelas do nosso alojamento, são da última
moda. Seu sistema de iluminação é um dos mais completos do Brasil. O refeitório é vistoso e higiênico. A
cozinha com seus fogões a óleo cru tem sido admirada por todos os visitantes. O Brasil deposita a sua confiança
nos alunos da Escola Técnica de Vitória para seu engrandecimento(P Soares / primeira série B - ETV,p.2 ,1943).
As crianças do Brasil
Crianças brasileiras procurai o estudo porque sem ele não podeis viver. Honrai a vossa pátria que é a nossa mãe
poderosa e justa! Procurai acatar as ordens dos vossos professores, para que possais ser homens honestos
preparados como foi Ruy Barbosa. Colegas sede corajosos não deixeis a nossa pátria decair, imiteis a Caxias.
Avante alunos da ETV para cruzada da inteligência e do trabalho(Isaias Botelho / primeira série A - ETV,p.2
,1943).
Direito à Saúde
...Quando o presidente Vargas tomou a peito a reorganização das escolas profissionais, aparelhando-as
materialmente, compreendemos que o presidente queria organizar o país com material humano em condição de
aparelhar a nação no campo de todas atividades industriais. Passamos do terreno teórico, para o da prática
construtora. Formar técnicos é o imperativo da hora presente. A nação precisa ser forte. Para fortalecê-la
precisamos cuidar da saúde dos seus filhos acima de tudo, darmos uma educação profissional compatível com a
nossa extensão territorial e riqueza(Teófilo Costa/ Médico da ETV,p.3 ,1943).
Meu Ofício
O ofício é um dos maiores amigos que temos, porque sem ele quase não podemos viver. Como é que podemos
comer e vestir sem trabalhar? As crianças gostam muito dos brinquedos, mas não pensam no futuro, porque são
ainda pequenas. Por isso eu já escolhi meu ofício, e pretendo aprendê-lo com amor e desvelo para mais tarde
auxiliar os meus pais. Estou aprendendo para tipógrafo, já conheço bem uma caixa, e manejo melhor o
compositor, e penso na impressão e na linotipo, e mais tarde serei um grande linotipista e profundo conhecedor da
arte de Gutemberg. O Brasil espera que cada um cumpra o seu dever e assim teremos um país melhor(Carlos
Noronha / primeira série A - ETV,p.3 ,1943).
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Primeiro de Setembro
Presença de Eurico Aguiar Salles
Fala da Professora de História Lea Baldi
(Avary Costa Prado / primeira série A - ETV,p.3 ,1943).
A escola
É a escola que nos fornece a educação e as noções de estudos diversos, afim de que possamos ocupar algum lugar
decente na vida e também conviver na sociedade. Estudai mocidade, porque os que não estudam não só acarretam
para sua pessoa todas as dificuldades da vida, mas tornam-se parasitas da sua pátria. Zelai, portanto pela sua
escola, honrando seu nome e cuidando do seu desenvolvimento. (Hélio Oliveira / primeira série A - ETV,p.4
,1943).
Oficina de vestuário
A arte de alfaiate é tão nobre que no século XVIII mereceu este elogio: Eu quisera ser um alfaiate. E se fosse
possível do meu alfaiate faria um rei – Eduardo VII rei da Inglaterra(Humberto Mannato / professor do ofício de
alfaiataria - ETV,p.4 ,1943).
O nosso internato
O internato deste estabelecimento, criado para alunos do interior, pobres e de famílias numerosas, portadores de
boa conduta e dedicados às artes, é uma organização que se impõe como prêmio dado pelo governo federal. Ali os
alunos são tratados com carinho pelos dirigentes do estabelecimento e recebem roupa para o trabalho, esporte, etc.
Provido de leitos higiênicos, refeitório abundante, tudo está bem orientado por inspetores educados a ponto do
aluno não ter a menor necessidade. O material didático é fornecido pelo governo, e nas oficinas o curso
profissional é ministrado com precisão. E mais tarde seremos homens formados e poderemos lutar com mais
facilidade em nossa vida de trabalho(João R Freitas / primeira série B-ETV, p.4, 1943).
Festa Escolar
Realizou-se no dia 24 de junho de 1943 uma grande mas significativa festa, neste colégio. ...Para assistir a entrega
da direção deste educandário. ...Houve uma comunhão dos alunos internos e externos, a qual foi feita pelo frei
David. Depois fomos até ao refeitório para ouvir as últimas palavras do Sr. Dr. Antonio Carlos de Melo
Barreto...em poucas palavras demonstrou o seu pesar em deixar esta escola dando mostras de estar bastante
comovido(Rubens Cruz - ETV,p.4 ,1943).
....Américo Guimarães Costa diretor substituto desta escola.
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Ano 01
Número 05
Abril de 1944
Agradecimentos
Recebemos agradecimentos a propósito da remessa do nosso número de março das seguintes pessoas: Dr. Jones
dos Santos Neves, D D Interventor nesse Estado, professoras Ilda Grijó e Celina Cardoso Silva. Dr Mario Freire,
Sr. Osvaldo Cruz Guimarães, Dr Mário Serrano, Dr Gildo Aguirre, Dr. Alberto Stange, Dr. M da Costa Beham, Dr
Ari Viana, Dr. Augusto de Aguiar Salles, Rafael Três, Horácio Pereira Rocha, Erasmo Furtado de Mendonça.
Recebemos e agradecemos o número de março do jornalzinho “ O Aprendiz”, órgão dos alunos da Escola Técnica
de Salvador...
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Do Snr Benício Gonçalves, proprietário da casa “a normalista”, tivemos oferecimento do livro “o pequeno Lord”
que recebeu o nome de “prêmio José Francisco Monjardim”, e coube, por sorteio, ao aluno Gibson Luiz
Magalhães. (ETV, p.2, 1944).
“Caixa do ETV”
Wilmar A Prado: recebemos seu artigo, apreciamos seu interesses, seu esforço e sentimentos patrióticos. Mas, o
trabalho está fraco, sem coordenação. Com treino você apresentará ótimas produções.
Hélio Porto de Oliveira: Francamente, não gostamos de suas anedotas. São impróprias para um jornal nos moldes
do nosso. E além do mais a “censura” é feita pelas professoras. Sabemos que elas não permitiriam anedotas com
a classe a que pertencem. Somos da opinião que o inteligente colega deve procurar outro assunto... (Hilton
Carvalho e João Pimentel da 2ª Série do curso industrial - ETV, p.3, 1944).
Palavras de estímulo
Valho-me do presente para agradecer-lhe a remessa do ETV, órgão oficial dos alunos dessa Escola, cuja leitura
muito me agradou e me permitiu o prazer de constatar mais uma vez os extraordinários benefícios que vem sendo
prestados, por essa instituição, à mocidade do Espírito Santo. Com meus protestos de estima e consideração,
subscrevo-me.
Viva o Brasil ! (Joubert de Barros Superintendente da Administração do Pôrto de Vitória -ETV, p.4, 1944).
Santa Leopoldina, 05 de Abril de 1944
Exmo Sr Dr Artur Seixas
D D Diretor da Escola Técnica – Vitória
Saudações. È com viva satisfação, que venho agradecer a V. Excia o exemplar do ETV, órgão oficial da Escola
Técnica de Vitória. Li com, com a maior satisfação, tudo o que nele vem escrito e sinto-me orgulhoso de ter meu
filho nesse estabelecimento de ensino, que V. Excia, com dedicação de um verdadeiro brasileiro, que ama nossa
pátria e sabe o que representa para o seu futuro o desenvolvimento do ensino profissional,
dirige...Atenciosamente(Inácio Vieira dos Santos -ETV, p.4, 1944).
Homenagem da escola ao presidente Vargas
Estamos aqui reunidos, neste ambiente simples- rude mesmo- característico de toda oficina , para inaugurar um
pequeno grupo de máquinas, composto de : quatro tornos, e uma máquina de furar, nesta sala de ajustagem;
esmeril e uma máquina de furar na sala de tornearia e outra máquina de furar, na sala de serralheria, primeiro
conjunto de máquinas que entram em funcionamento nesta seção. A máquina, em geral, tem por fim executar um
trabalho mecânico, e a máquina ferramenta aproveita este trabalho para transformar matéria prima em peças de
valor industrial.
...Esta operação primitivamente executada a mão, foi substituída pouco a pouco pelas máquinas ferramentas, que
além de assegurarem perfeito acabamento, permitem intensificar a produção.
...Das novas máquinas, salientam-se, pela sua imponência, os tornos limadores, cujo trabalho é tornar planas as
faces das peças que são expostas à ação da ferramenta de corte, e destina-se aos trabalhos de ajustagem mecânica,
do curso de mecânica de máquinas da seção de industria mecânica.
...Pelas colunas do ETV já nos referimos à máquina de furar de coluna, restando somente fazer referência sobre o
confortável esmeril duplo com depósito de água refrigeradora, de fabricação norte americana destinado a afiar
ferramentas das máquinas operatrizes, principalmente. Peço atenção dos senhores presentes, para dizer que não
são apenas estas máquinas que integram esta oficina, conforme dados colhidos na planta geral, falta-nos ainda na
sala de ajustagem uma plaina mecânica, uma máquina de furar radial, uma serra disco de esmeril, um esmeril
duplo de coluna, uma escateladeira e duas fresas. Na sala de tornearia, dezesseis tornos mecânicos e uma
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retificadora universal, perfazendo um total de vinte e quatro máquinas, além de outras menores destinadas ao
curso de serralheria.
...Alunos que militais nesta oficina, prestai atenção: estas máquinas que hoje entraram em funcionamento, não
foram instaladas para mim, nem tampouco para vossos superiores, e sim e unicamente para vós, para
aprendizagem do ofício que vos fará operários do Brasil, de que tanto necessitamos no momento e mais ainda no
futuro. Os alunos da antiga escola, hoje na luta pela vida, valendo-se do oficio que aprenderam no desconforto
material, ao visitarem esta oficina, é que sabem dizer o quanto sois felizes – meninos da Escola Técnica de Vitória
– em freqüentar estabelecimento como este e aprender o ofício com ferramentas como estas se inauguram. Olhai,
pro exemplo, o torno limador em aprenderam aqueles meninos que e os que ireis manejar. Reparai no desconforto
daquele e no conforto destes. Portanto, meninos zelai por esse material que é vosso(Professor Antonio Luiz
Valiati -ETV, p.4 -7, 1944).
O Ensino Industrial
Os precursores do ensino industrial
...Foram Nilo Peçanha, criando em 1909 o ensino profissional oficial no país; o ministro Ildefonso Simões Lopes,
reorganizando em 1920 o referido ensino, de maneira a dar-lhe melhor cunho técnico, e por fim o Sr. Getúlio
Vargas Instituindo por decreto os cursos nas próprias fábricas.
...A estrutura do ensino profissional para industria está erguida. Podemos admirá-la na lei orgânica de 1942,
elaborada pelo ministro Gustavo Capanema, a qual, traçando os rumos do futuro, prudentemente assegurou a
existência das escolas técnicas e industriais já mantidas pela União, pelos Estados, pelos Municípios e particulares.
As escolas artesanais e de aprendizagem, estas constituem o vastíssimo campo de encargos distribuídos à
Confederação Nacional da Industrias que os exerce por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial.
Podemos assim distinguir e separa em dois grupos as escolas, colocando no primeiro as técnicas e, no segundo, as
artesanais e de aprendizagem. Há no Brasil 30 escolas técnicas e 35 industriais, com cerca de 14 000 alunos
matriculados. De modo geral e absoluto, isso seria um triunfo: se todos os anos o país pudesse contar com tantos
profissionais formados quantas fossem as matrículas daquele grupo de escolas, de nada mais necessitaríamos.
Sucede entretanto que a matrícula decresce das primeiras às últimas séries. Em outras palavras: os alunos
desertam no meio dos cursos. Esta circunstância não prova contra as escolas, pois, mesmo desfalcada nas últimas
séries, proporcionam alguma educação profissional aos que deserdam, porque na maioria dos casos, são forçados a
abandonar os estudos, em busca de emprego imediato para garantia de subsistência. Calcula-se afinal apenas em
500 os artífices, mestres ou técnicos realmente formados cada ano pelas escolas técnicas e industriais. É
insignificante a quantidade e a observação do fenômeno levou a instituição do segundo grupo de escolas artesanais
e de aprendizagem, ou seja o complemento e extensão do ensino profissional como foi encarado no decreto do Sr.
Getúlio Vargas. Possuindo atualmente as várias industrias brasileiras um milhão e meio de empregados, a
renovação anual desse pessoal exige de oito a dez mil operários qualificados. As escolas instaladas nas fábricas,
custeadas mediante contribuição das empresas, resolvem o problema. Eis o encargo dado pelo governo a
Confederação nacional da Industria e por esta exercido mediante a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem
industrial, dentro é claro, da estrutura da lei orgânica do ensino profissional.
Podemos, pois, acompanhar a evolução do ensino profissional no Brasil. Em 1909 ele nasceu promissor inspirado
por um programa de governo, com Nilo Peçanha na presidência da república. Resistiu onze anos à notória
ausência de continuidade em nosso planos administrativos, até que Ildelfonso Simões Lopes, que tanto ilustrou
boas iniciativas sua passagem pelo Ministério da Agricultura, lhe imprimiu sentido técnico. Amplia-se agora pela
aprendizagem nas fábricas, depois do decreto do Sr. Getúlio Vargas e da lei orgânica elaborada pelo Sr. Gustavo
Capanema. São estes portanto os precursores do ensino profissional no Brasil. Os realizadores encontram-se nas
escolas e, quanto ao ensino industrial também nos sindicatos de classes e nas fábricas onde a aprendizagem tomou
feição prática e imediata. (Costa Rego -ETV, p.7 - 9, 1944 / Transcrito do “Correio da Manhã” de 22 de março de
1944).
O grande êxito da festa dos internos
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Foi realizado ontem na Escola Técnica de Vitória a primeira festa dos internos, feliz iniciativa do seu diretor
Arthur Seixas...O amplo salão-refeitório, transformado em salão de festas, estava decorado por inúmeros painéis,
confecção do prof Álvaro Conde e seus alunos, sendo digno de destaque o trabalho do jovem Haroldo Boechat,
cujos pendores e gosto pela pintura são marcantes, dignos mesmo de um aproveitamento futuro. Wilson
Bittencourt, que também apareceu firmando alguns painéis, é outro aluno digno de ser aproveitado.
Máquinas para nossos futuros técnicos
Ás dez horas do dia 20 do corrente mês inauguraram-se nesta Escola, em meio grande entusiasmo, várias
máquinas de nossas oficinas, fornecidas pela firma Busset & Cia. O nosso diretor Dr Arthur Seixas, acompanhado
dos corpos docente e discente inclusive os redatores deste jornal, dirigiu-se à oficina de marcenaria. ...O professor
Balbino de Lima Pita deu sua aula inaugural, fazendo mover as máquinas de sua seção. ...Em seguida dirigimonos à seção de Mecânica. O professor Antonio Valiati explicou de modo claro todos os pormenores das máquinas
inauguradas e também sua utilidade na vida prática. ...Exortou à conservação do material e aproveitamento na
aprendizagem. E numa referência espirituosa “aposentou” o velho torno movido a mão, da antiga Escola da rua
presidente Pedreira. Na seção de tipografia, o professor Horácio Dantas explicou a maneira de executar os
trabalhos no Linotipo. ...Na oficina de Sapataria, o professor Correia Lima fez uma demonstração das atividades
referentes à arte do calçado na máquina denominada sete serviços também inaugurada(João Pimentel 2ª série ETV, p.10, 1944).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 02
Número 06
Maio de 1944
Hábitos
Uma das funções da escola é, sem dúvida a formação de hábitos. De bons, já se vê. Dos maus ninguém precisa
cuidar. Formam-se naturalmente. Muitos hábitos bons já vem formando a escola. Pouco tem ela cuidado, em
verdade, da formação de outros hábitos. Um, por exemplo: o da economia(Ciro Vieira da Cunha - ETV, p.01,
N6,1944).
Aniversários
O sr. Eugênio Trobini Pelerano é chefe escoteiro do mar, piloto da aeronáutica civil, prático da barra e notável
inventor, acaba de receber merecidos louvores de uma comissão de técnicos do ministério da marinha no parecer
que deram na sua última invenção o hidro-eletro-indicador, aparelho de grande utilidade no salvamento de navios
avariados.
Sr. Antonio Correia de lima Irmão – esforçado professor do curso de Artes de Couro.
Sr. Humberto Manato – competente professor do curso de alfaiataria em cuja oficina vem, no corrente ano, se
dedicando, com muito empenho, à confecção do vestuário dos alunos.
Sr. Antonio Luiz Valiati – Professor do curso de Serralheria onde tem se revelado, pela sua dedicação e prática de
docência, um brilhante batalhador do ensino industrial. Disciplinado e eficiente conduz a sua oficina com muita
ordem e respeito, o que contribui para o engrandecimento de seus alunos(ETV, p.02, N6,1944).
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Cumprimentos
Acusamos e agradecemos o recebimento do jornal ETV
Luiz Ribeiro – Técnico do DASP
Martins Capistrano – Diretos da E T de “Santa Cruz”
Brasil Santos – Diretor da escola profissional mista secundária
Francisco Garcia – Coronel
Moisés Nogueira More – Diretor do liceu de Artes e Ofícios de São Paulo.
José Braz de Mendonça – Prefeito de Municipal de Itabapoana
Eurico de Aguiar Salles – Secretário de educação e saúde do ES(ETV, p.02, N6,1944).
Ginásio Salesiano
Comemoração do dia do trabalho no 1º de maio de 1944. Vós, que sereis os operários de amanhã, os construtores,
portanto, da grandeza da pátria, bem mereceis que todos vos olhem com simpatia. ...è uma característica dos
estabelecimentos salesianos essa mistura de classes que as iguala, fazendo desaparecer barreiras que pareciam
outrora insuperáveis(Fernando Mainardi - ETV, p.03, N6,1944).
Abraão Lincoln
Publicamos hoje o artigo “Abraão Lincoln” da autoria de Nathanael Rangel, ex-aluno desta escola. Este que foi
um aluno exemplar e cultor carinhoso da boa literatura, procurando as colunas do ETV, enche-nos de satisfação e
orgulho(ETV, p.03, N6,1944).
Nova série didática
È digno de registro o recebimento da série metódica de aprendizagem de tornearia, ora editada pela nossa Divisão
de Ensino Industrial. Trata-se de uma série de trabalhos meticulosamente concatenada, onde os exercícios
propostos guardam, entre si, uma relação de dificuldade progressiva e fácil de vencer pela aplicação do educando.
...Todas essas características influirão para que a metodologia dessa especialidade seja mais racional e acessível
àqueles que tiverem pendor para essa aprendizagem. Os bons torneiros do passado, daquele tempo do torno
tocado a pé e dos torcicolos coloniais, desapareceram. Hoje, não é fácil mimosear uma pessoa querida com um
vaso de desenho inédito torneado de encomenda no precioso “Sebastião de Arruda” ou no jacarandá. O freguês de
gosto apurado há de contentar-se com a mercadoria feita em série. È por isso mesmo que a DEI está de parabéns,
porque, com a nova série, vem preencher uma lacuna que urgia corrigir: evitar que a profissão de torneiro de
madeira viesse a desaparecer ou ficasse vivendo à custa de trabalhos inexpressivos(Balbino de L Pitta / professor ETV, p.04, N6,1944).
O Ginásio Salesiano homenageia a Escola Técnica
Realizou-se, nesta escola, no dia 1º de maio, uma esplendida festa, constante de um teatrinho, oferecida a escola
Técnica pelos alunos do Ginásio Salesiano(ETV, p.05, N6,1944).
Ensino Industrial
Esta escola, funcionando em prédio recentemente construído dentro dos requisitos técnicos do maior conforto e
higiene do trabalho, oferece as melhores condições para o ensino; acha-se instalada com maquinismo completo,
gabinetes de física, química , história natural, e moderno material de ensino, não só o das disciplinas de cultura
técnica, mas também o das disciplinas de cultura geral. Amplos e higiênicos, o refeitório e o dormitório estão em
perfeitas condições de dar aos alunos o conforto de uma alimentação sadia e do descanso necessário após os
trabalhos de cada dia. Cumpre aos alunos, beneficiários de tudo que escola possui, zelar pela conservação de toda
essa instalação, de todas essas máquinas e ferramentas, nas quais o governo inverteu grande capital, visando tão
somente dotar esses jovens de uma profissão condigna que os habilite a cerrar fileiras com os milhares de outros
brasileiros que propulsionam, pelo seu trabalho, a industria nacional cada dia mais crescente, mais dinâmica, mais
vitoriosa. Os realizadores do ensino industrial são os professores e os diretores; aqueles, ministrando o ensino, e
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este orientado-o, dirigindo, incentivando-o, tudo providenciando para que nada falte, nada interrompa o ritmo da
aprendizagem distribuída pelos diversos cursos mantidos pelas escolas. A esses batalhadores está cometida a
importantíssima e elevada missão de transformar a juventude ainda não afeita ao manejo dos mais variados e
complexos instrumentos, ferramentas e maquinários, em verdadeiros profissionais técnicos, competentes e dignos,
capazes de elevar o nome da escola que os preparou para vida prática e, conseqüentemente, do país que lhes é o
berço. Esses Jovens, ao deixarem um dia esta “grande oficina”, que os tornou aptos a exercer uma profissão
honrada e a viver com dignidade, não deverão lançar no olvido aqueles que lhes proporcionaram essa
riqueza(ETV, p.07, N6,1944).
Reconhecimento de escolas
Decreto 15036 – escola profissional mista secundária Dr. Julio de Mesquita (Santo André /São Paulo) curso
industrial básico de: Fundição, Mecânica de Máquinas, Marcenaria, Corte e costura; Chapéu Flores e
ornatos(ETV, p.07, N6,1944).
Diário Oficial de 12 do corrente informa inscrição de único candidato (Manoel Virgínio da Silva) para o cargo de
Assistente de Ensino no setor de Encadernação(ETV, p.07, N6,1944).
A circular 1248 do Diretor da divisão do ensino industrial com base na resolução do Ministro da educação e Saúde
comunica que os alunos ingressados em curso técnico, mediante certificado de curso secundário completo(ciclo
fundamental e complementar) estão dispensados das disciplinas de cultura geral do curso técnico(ETV, p.08,
N6,1944).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 02
Número 07
Junho de 1944
Como se faz um bom mecânico
Manual do Torneiro:
...Antes de começar um trabalho, estude-lhe o desenho com muito cuidado...Interesse-se pelo seu trabalho. Nuca
considere o trabalho como um castigo. Procure compreender o mecanismo do instrumento com que trabalha.
...Estude o trabalho e os deveres dos seus superiores; talvez um dia venha a ocupar o posto deles. Julgo oportuno
acrescentar que, nos trabalhos de bancada, deve-se manter ordem absoluta. Isto evita perda de tempo ...e traz
hábitos de ordem, disciplina, perfeição(Luiz Valiati - ETV, p.01, N7,1944).
Telegramas
Honrou-nos com um telegrama de agradecimento, pela remessa do 5º número de ETV, o Exmo Sr. Gustavo
Capanema DD ministro de Educação e Saúde(ETV, p.02, N7,1944).
Dr. José Francisco Monjardim
È com especial carinho que noticiamos o restabelecimento de Dr. José Francisco Monjardim, ex-diretor desta
escola e que se achava internado em um dos quartos da SC de misericórdia, desta capital. Ao Dr. Monjardim, que,
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pelos seus grandes dotes morais e intelectuais é uma figura de relevo em nossa sociedade, o ETV visita
apresentando-lhe os melhores votos de felicidade(ETV, p.02, N7,1944).
Ensino industrial
...Está a nossa Escola Técnica movimentando a quase totalidade dos seus setores de ensino, constituindo exceção o
reduzido número de oficinas que estão paralisadas por falta de professores. Espera-se, assim, que, dentro em
breve, esteja a Escola Técnica de Vitória em pleno funcionamento de todas as suas oficinas. Não obstante, o
ambiente já é de franco progresso e de grande atividade. Aqui, é o movimento isócrono das máquinas
impressoras; ali o ruído discreto dos linotipos compondo matrizes; acolá, o coro estridente da serra circular, com a
plainadeira ou máquina de furar madeira; logo adiante, confunde-se o chiado das máquinas de costura com as
marteladas dos aprendizes de artes do couro; mais além, enfim, as oficinas de mecânica e serralheria,
movimentando grande quantidade número de máquinas, tornos, etc... Em meio esse rude conserto de ruídos
metálicos misturados às manifestações de alacridade e jovialidade desse bando esperançoso de jovens cheios de
vida e entusiasmo, cujo futuro confiam a competência e dedicação e, mesmo, devotamento de seus mestres com
que convivem nessa atividade envolvente e contagiosa, sente inelutavelmente, a alegria do trabalho, o bem e a
satisfação que o trabalho proporciona. Foi esse ambiente de ação e de trabalho, trabalho espontâneo e construtivo
que pro certo, encheu de entusiasmo os distintos visitantes que, no dia 03 do mês em curso, percorreram demorada
e minuciosamente toda escola, e cujas impressões se apressaram a externar... Tomaram parte nessa visita, que
muito nos honrou figuras da alta administração do Estado: Mario Freire(Secretário do Interior e da justiça);
Ernesto Guimarães(Juiz de menores da capital); Cícero de Moraes(Chefe de polícia do Estado) e Cristiano
Fraga(Diretor do DEIP) No momento em que assistimos a algumas aulas notamos o entusiasmo das professoras e
o evidente interesse dos alunos. Assim nas aulas de Matemática, Física, Desenho e pintura por onde passávamos,
examinado ao mesmo tempo a excelência de todo material escolar. O Sr. Arthur Seixas conseguiu elevar a Escola
Técnica, de instrução e aprendizagem, a um elevado instituto de educação de nossa infância e juventude(ETV,
p.03, N7,1944).
Escola Técnica de Vitória
Tivemos ontem o prazer de acompanhar o Sr. Mario Freire(Secretário do Interior e da justiça); Ernesto
Guimarães(Juiz de menores da capital); Cícero de Moraes(Chefe de polícia do Estado), em uma visita à escola
técnica de Vitória. O Dr. Ernesto Guimarães, interessado em acompanhar a instrução, educação e aprendizagem
dos trezentos menores matriculados, atendendo o programa minucioso com que vem exercendo esse espinhoso
ramo da magistratura, o Dr. Mario Freire, interessado em observar a organização e as atividades escolares para
melhor orientar os preparativos finais da escola de artesanato do instituto Maruípe(Jornal a Gazeta de 4 do corrente
- ETV, p.03, N7,1944).
Semana de práticas educativas
Jogos sob orientação do professor de educação física Orlando Ferrari. Cursos de Fundição, Serralheria, Mecânicas
de Máquinas(2ª série) e curso de Pintura visita à companhia Ferro e Aço. Curso de Madeira visita ao estaleiro de
construção naval. Curso de Tipografia e Encadernação visita à impressa oficial, a Gazeta e a Tribuna. Curso de
alfaiataria e Artes do Couro visita às congêneres da força pública do Estado. Todos alunos da 3ª séries de todos
cursos visita a fábrica de tecidos “Jucutuquara Industrial Ltda” e o posto de metereologia(Antonio Carlos Rosa ETV, p.04, N7,1944).
Ensino Industrial
Cumpro dever de reafirmar a V excia a confortadora impressão que me ficou do exame das magníficas instalações
pedagógicos e sobretudo da eficiência do aprendizado profissional dos alunos, cujo índice de robustez, nutrição,
disciplina e aproveitamento real recomendam a dedicação dos dignos professores e mestres de oficina. ...Vale este
meu julgamento espontâneo como pretexto, outrossim, de expressivas congratulações ao governo da república,
pela solução adequada do problema educacional dos menores, que encontram, nessa bem dirigida e organizada
escola, a firmeza de um edifício sólido para construir-se o futuro e grandeza do Brasil(Ernesto Silva Guimarães
/Juiz de Menores - ETV, p.09, N7,1944).
10
Diário Oficial de 7 de junho aprova inscrições dos candidatos para preenchimento de funções de Assistente de
Ensino deste escola: Desenho Ornamental e Artístico(Álvaro Conde), Matemática(Ailton Lima e Dacio
Zamprogno), Desenho de Máquinas(Enila Firme Coelho e Moacir Rodrigues da Silva). Com mesmo objetivo foi
publicado o Diário Oficial de 25 de maio, mas não houve inscrição de candidatos nas seguintes funções de
Assistente do Ensino desta escola: Estofaria e Acabamento de móveis, Esquadrias, Escadas, Tesouras, Cobertura,
Formas, Escoramentos e Andaimes; Ajustagem, Construção e Contagem de máquinas; Modelação – modelos para
fundição; Moldação e Fundição. Tornearia em Madeira; Latoaria; e trabalhos em máquinas operatrizes(ETV,
p.09, N7,1944).
Ecos do aniversário do presidente Vargas
A nova feição do ensino industrial e a disseminação de diversas escolas técnicas, em diferentes estados do Brasil,
entre os quais o ES, são um índice valioso de que todo país é olhado com interesse pelo chefe da nação. Criando o
fundo nacional do ensino primário, sua excia demonstrou pleno conhecimento das dificuldades que assoberbam
esse difundido, elementar e imprescindível ramo de ensino. Salve Getúlio Vargas(Ciro Rosa da Costa / 2ªsérie do
curso industrial - ETV, p.09, N7,1944).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 02
Número 08
Julho de 1944
O nosso primeiro aniversário
Há um na surgia o 1º número do ETV ...Eram, a princípio, 4 páginas de colaborações tímidas de estreantes...Hoje
se apresenta com 10 páginas, de trabalhos variados...Já se vai longe 19 de julho de 1943, data da fundação e 7 de
setembro, data da publicação(Avary da Costa Prado - ETV, p.01, N8,1944).
Cumprimentos
Acusamos o recebimento do jornal:
Argemiro Gameiro – Diretor da E T de S Luiz de Maranhão
Placidino Passos – Inspetor / Chefe do ensino primário e pré – primário do Estado
Carlos Lindemberg – Presidente da Junta de Conciliação e Julgamento do M T
Colombo Arreguy – Diretor do departamento de Estadual de estatística
Eumenes Guimarães – Chefe da comissão de obras do porto de Vitória
Antonio Simões dos Reis – Diretor do serviço de Documentação do MÊS
Marcial do Lago – delegado do IAPETC
Benjamim de Souza – delegado do MT
Fernando Duarte Rabelo – Brilhante advogado neste Estado
Gerrino Casasanta – B Horizonte
Abgar Renault – Diretor Geral do Departamento Nacional de educação do MES
11
Almoço
O almoço oferecido, no dia 29 de junho, pelo nosso digno diretor Engenheiro Dr. Arthur Seixas, aos ex-alunos
desta escola, foi uma acontecimento de grande brilho.
...Respondeu, num elegante improviso, o jovem Hermínio Blackman, em nome dos ex-alunos(João Pimentel
Loureiro 2ª série do curso Industrial de Tipografia e Encadernação, p.02, -ETV, p.10, N8,1944).
Caixa do ETV
Evandro Norbin: Sua colaboração, em versos, não é má, mas inteligente como é, poderá remeter-nos coisa melhor.
Hermínio Blackman:
Bem-vindo, amigo! Seu trabalho foi muito apreciado e será publicado brevemente.
Semana de Práticas Educativas
Em aula ou em oficina, havia sempre um sinal de franco progresso, superando os trabalhos de 1943 que, devido à
organização em que se achava a Escola, andavam lentamente(Avary da Costa Prado, 2ª série do curso Industrial de
Tipografia e Encadernação -ETV, p.03, N8,1944).
Palavras de Estímulo “ETV”
Uma das mais interessantes modalidades de trabalho extra-escolares é, seguramente, a pequenina imprensa
organizada, redigida e estampada pelos alunos. Dentre aqueles que denotam mais decisivo pendor para essas
atividades, brotam vocações de jornalistas e escritores ou, forja-se pelo menos, uma especial afeição pelas letras,
ponto de requintada distinção, seja qual for a futura profissão abraçada. Não é fato raro o jornal escolar nos
diversos estabelecimentos de ensino no ES, já mais uma vez, esse gênero de publicações figurou em oportunas
exposições. De memória, podemos enumerar, como os melhores exemplares desse utilíssimo periodismo, os
jornais publicados pelo colégio Americano, Pelo colégio do Carmo, Pelo curso de formação de professores da
escola normal Pedro II e pela Escola Técnica de Vitória. Citamos o ETV de fundação mais recente, cujas iniciais
são daquele modelar estabelecimento federal de ensino. Esse órgão entretanto, é o que parece ter dado melhor
demonstração de persistência e pelo aspecto, apresentado dos seus diversos números promete duração permanente.
O jornal é impresso em Linotipo, com apresentação gráfica de esmerada elegância redigido e composto pelos
próprios alunos, e esse número conta com 10 páginas de excelente colaboração variada, com noticiário mais
interessante para escola. ...Em cada parelha de versos, o autor João Pimentel Loureiro põe em evidência a
habilidade artística de um de seus colegas... Se tivéssemos no Brasil uma organização pedagógica tão minuciosa
em sua parte experimental como em certos paises da velha Europa, em que se acompanha através dos anos a vida
pública dos ex-alunos, poderíamos, verificar a decisiva influência que tem as atividades jornalísticas do período
colegial na projeção dos futuros cidadãos. Em todo caso, os que tiverem perseverança, marquem desde já os
nomes dos redatores e colaboradores do ETV que não terão decepção daqui a dez anos(Transcrito do jornal a
Gazeta de 23 junho de do corrente ano, - ETV, p.06, N8,1944).
O Meu Ensino
A curiosidade é uma flor que descarrega sob a forma de interrogações e perguntas. O educando quer aprender
como preceituava o grande Pestalozzi “ensinar deleitando” e confirmava Rolim: a habilidade mestra consiste em
tornar o estudo agradável e não ser somente uma máquina repetitória e mecânica de regras tediosas e
entorpecentes. Aliar o útil ao agradável, tal missão do educador consciente e prático. Atrair pela curiosidade, é
um modo fácil, adaptável e vantajoso. No método original o educador é o argüidor... Na lição marcada o aluno
perguntará o que entender no ponto em que se prenda na explicação. A hora das perguntas é sua base(ETV, p.05,
N8,1944).
Elogio a Rui
Nos moldes da pedagogia moderna, as atividades escolares têm seu aprofundamento nos trabalhos de cooperação.
O Grêmio Rui Barbosa será o centro de todas as atividades de caráter recreativo, cultural e cívico. ...O nosso
Grêmio surge sob os melhores auspícios ...As escolas técnicas tem, para com Rui Barbosa, uma dívida de gratidão:
Foi pela sua orientação que Nilo Peçanha deu origem às escolas profissionais(ETV, p.05, N8,1944).
12
Ensino Industrial
Novos serviços de aprendizagem industrial
Foram instalados os serviços de aprendizagem industrial na região compreendida pelos Estados do Maranhão ,
Piauí, Ceará e Rio grande do Norte. O índice de industria é, nesses Estados, muito baixo, mas trata-se de uma
região com imensos recursos capaz de tornar-se grande produtora de manufaturas em pouco tempo. Assim a
orientação dada aos serviços de aprendizagem não tem em vista apenas centros de trabalho já formados, onde aliás
a assistência dos mesmos serviços não pode ser interrompida. Se nestes últimos centros de aprendizagem foi uma
providência necessária para aperfeiçoar e desenvolver o esforço realizado, naqueles outros agirá em sentido
inverso: precederá o surto e a vitória das industrias. Os especialistas deram à aprendizagem certo nome pomposo,
mas bastante expressivo: chamam-lhe a psicotécnica, ou seja a psicologia aplicada à técnica, o estudo prévio das
inclinações naturais do indivíduo para seu uso em determinada atividade profissional. A desordem existente no
mundo resulta algumas das vezes da mistura de vocações, mais nociva porventura que a das línguas na torre de
babel. A vocação mal aproveitada corresponde, no homem, ao cilindro mal ajustado na máquina: trabalha-se com
esse defeito, mas ao preço de correntes perdas, senão de perigos. A psicotécnica, engenhando vários processos de
exame e seleção, destina-se a colocar , segundo a imagem, cada macaco no seu galho: não será ,por exemplo,
torneiro quem houver nascido para fundidor, nem sapateiro, quem de sapato entenda unicamente por vendê-lo na
sapataria. Ao tempo do simples artesanato, essas distinções apareciam espontâneas : os ofícios eram por via de
regra uma tradição de família, dentro da qual as vocações negativas se eliminavam com facilidade, e nem poderia
a má vocação prevalecer em nenhum serviço, pelo contraste logo demonstrado na concorrência dos artesãos entre
si mesmos. Foi a máquina que deu outros termos ao problema. A máquina era sobretudo o rendimento, por
multiplicar o trabalho do artesão, e nunca se aperfeiçoou a não ser com o objetivo de multiplicá-lo ainda mais.
Aumentando sempre o número de suas aplicações, o operário chamado a manejá-la deveria forçosamente
acompanhar-lhe o progresso. Impuseram-se deste modo os sistemas racionais de trabalho, desde o Taylorismo ao
Sthakanovismo, de nomes tirados de seus autores. O elemento humano deveria, pois acompanhar o elemento
mecânico. A principio, o operário buscava acomodar-se como podia ao seu gênero de ocupação, adaptava-se
copiando pela observação os métodos correntes, os mestres de oficina incutiam-lhe as noções indispensáveis,
vencendo ele na medida e grau de sua inteligência. A prática mostrou que nem todas as vezes decorria desse
processo o bom operário, como provou que o serviço executado sem paixão natural do homem oferecia
rendimento insignificante subtraindo à máquina uma parte considerável de seu poder realizador. Certas
incapacidades, entretanto, não se manifestavam e forma absoluta: eram patentes em determinados ramos de
trabalho e não eram em outros. O esforço com o fim de bem conhecer as inclinações do operário ficou sendo parte
considerável da racionalização do trabalho. Esta, fundando-se embora na criação de uma técnica, respectiva a
cada espécie de atividade, na subsistirá nunca sem o homem perfeito manobrando a máquina perfeita. Devemos,
pois, considerara aprendizagem como o preparar da própria racionalização do trabalho, e ela tem igualmente uma
técnica, pedida, neste caso, à psicologia, quer dizer: ao estudo preliminar do técnico para saber o ponto exato ou
conveniente onde pode ser empregado na execução do plano de serviço. Os cursos de aprendizagem não
dispensam, por conseguinte a seleção dos indivíduos, conforme sejam desta ou daquela particularidade os
pendores por eles revelados. Na hipótese do trabalho organizado em centros industriais já estabelecidos (é a
hipótese do distrito federal, de São Paulo e outras regiões), o sistema de aprendizagem praticado, à margem ou no
seio das industrias florescentes, beneficia a experiência. Não é o mesmo o sistema na hipótese de agora, quando a
aprendizagem se instala em uma região de baixo índice industrial: o operário vai, com alguma sorte, estimular
presença da máquina, em lugar desta reclamar a sua, e por tal razão mais interessante parece o esforço.(Costa
Rego, Transcrito do correio da manhã de 15 de junho do corrente - ETV, p.07, N8,1944).
Reconhecimento pelo governo de mais estabelecimentos de ensino industrial
Decreto 15181/44 – reconhecimento da escola nossa senhora do calvário em Cantanduva-SP com os cursos de
ensino industrial básico: Corte e Costura / Curso de Chapéus, flores e ornatos.
Equiparação de escolas industriais
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Decreto 11299/44 – equiparação das escolas Henrique Lage e Aurelino Leal em Niterói/RJ e Nilo Peçanha em
Campos/RJ.
Escola Henrique Lage – Cursos: Industrial Básico[Fundição, Serralheria, Caldeiraria, Mecânica de Máquinas,
Mecânica de Precisão, Mecânica de Automóveis, Mecânica de Aviação, Instalações Elétricas, Telecomunicação,
Marcenaria, Tipografia e Encadernação] e Mestria[Fundição, Serralheria, Caldeiraria, Mecânica de Máquinas,
Mecânica de Precisão, Mecânica de Automóveis, Mecânica de Aviação, Instalações Elétricas](ETV, p.07,
N8,1944).
Biblioteca Nilo Peçanha
A nossa biblioteca, cujo patrono é o grande fluminense Nilo Peçanha, a quem o ensino industrial muito deve, já
conta com regular número de obras especializadas sobre as matérias constantes dos diversos cursos industriais e
disciplinas de cultura geral ensinadas na escola. O que lhe falta para entrar em funcionamento é a contratação de
pessoa habilitada. A partir do Diário oficial de 07 do corrente foi habilitada a senhorita Lia Manhães de Andrade
que obteve elevada média final -95(ETV, p.08, N8,1944).
Almoço de cordialidade
Saudação aos ex-alunos, pela professora Juraci Machado, no almoço que lhes foi oferecido pela diretoria, no dia
29 de junho(ETV, p.09, N8,1944).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 02
Número 09
Agosto de 1944
Faleceu a 11 de agosto de 1944 o Dr. José Francisco Monjardim. Nasceu em 2/12/1870 estudou direito em São
Paulo e Recife. Com a fundação das escolas de aprendizes artífices no Brasil, foi escolhido para direção da do
Espírito Santo. Ao afastar-se desse cargo, em que permaneceu quase trinta anos, marcou com traços indeléveis a
instituição(Professora Lea Baldi - ETV, p.01, N9,1944).
Aniversários
Américo Guimarães Costa – nosso digno e apreciado Professor de Geografia
Déo Pitanga de Oliveira – Trabalhando há dois anos nessa escola, o inspetor tem-se demonstrado um guia seguro
da disciplina escolar(ETV, p.02, N9,1944).
Cumprimentos
Edson Cavalcanti – Diretor do Saps
Augusto de Aguiar Sales – Diretor do Departamento Estadual de Estatística
Lindolfo Barbosa Lima – Procurador Regional da República
Irmã Tereza de Jesus – Diretora do Orfanato Cristo Rei(ETV, p.02, N9,1944).
O técnico -Acusamos o recebimento do jornal do instituto Parobé de Porto Alegre ; O aprendiz - Acusamos o
recebimento do jornal da escola Técnica de Salvador(ETV, p.03, N9,1944).
Ensino Industrial
14
A solda que para muitos pode parecer de valor secundário, é um importantíssimo ramo da industria metalúrgica,
indispensável na técnica moderna. ...A nossa escola técnica conta, presentemente, com um curso de soldas, sob a
competente direção do técnico Emil Bohrem, contratado para orientar o ensino de soldas nas diversas escolas
técnicas e industriais do país, e agora designado pelo Sr. Diretor Geral do departamento Nacional da Educação,
para ministrar aulas da sua especialidade nesta escola(ETV, p.03, N9,1944).
Provas de habilitação
Vem a escola técnica aparelhando-se de modo cada vez mais completo para cumprir sua elevada missão.
Preenchimento de vagas nas funções de bibliotecário, armazenista, Assistente de ensino - desenho ornamental e
artístico, desenho de máquinas, encadernação e douração(ETV, p.03, N9,1944).
Técnica e exame de Solda
A quantidade de uma junta de solda não depende apenas do eletrodo, do material, da máquina , etc; Além da mão
firme, exige-se, das mesmas, consciência e probidade, uma vez que, aqui mais do que, em qualquer outro
processo, se fica dependendo de que erros cometidos não sejam simplesmente encobertos, já que, na maioria dos
casos, os mesmos não podem ser verificados na peça pronta, a não ser por meio da radiologia, o que praticamente
não é possível em todos os casos(ETV, p.04, N9,1944).
Como será possível, em tamanha desigualdade de inteligência e índoles, obter-se resultado satisfatório ? Por que
se os normais e estudiosos desejam aprender, são perturbados e muitas vezes pervertidos pelos maus colegas. È de
imprescindível necessidade que o mestre empregue meio de fixar e conservar a curiosidade da classe. São meios
de ótimo resultado e incentivar a emulação. Instituir: a) uma moeda-pontos escolar, em cédulas retiradas do
número de pontos obtidos semanalmente; b) vários cargos escolares remunerados, de acordo com a hierarquia,
com moeda-pontos, sendo demitido a bem da disciplina aquele que transgredir ao “regulamento interno” da classe,
adremente elaborado; c) concurso mensal de maior número e de melhores notas e pontos; d) dois partidos
escolares, cuja “vitória” pertencerá ao que maior número de pontos e notas ótimas apresentar; e) estimular a “Hora
das Perguntas” por meio de pequenos prêmios; f) empregar constantemente ilustrações no quadro negro, relativas
à matéria, incentivando-os a também usá-las; g) estabelecer multas moeda-pontos, conforme a gravidade
indisciplinar; i) instituir o prêmio anual da vitória ao melhor aprovado em exame(ETV, p.05, N9,1944).
Visitas e Excursões
Estaleiro de construção naval
Curso de marcenaria: Nosso destino era o estaleiro de construções navais instalados na praia do suá.
...Encontramos o técnico de construções Sr. Francisco Ramos, conhecido como mestre Chico. Aquela hora, junta
as laminas vorazes do engenho vertical, comandava o desdobramento de enorme pranchão. Mestre Chico rodeado
de visitantes respondia uma a uma, todas a perguntas, nos pôs a vontade diante problemas tão complicados. Barco
gigante era feito de arvores gigantes da matas do centro e do Rio Doce(ETV, p.06, N9,1944).
Jucutuquara Industrial ltda
O alunos da 3ª série com o fim de visitar a fábrica de tecidos, lá chegando fomos recebidos pelo Sr. Roberto
Almeida que nos informou que a juta nos nosso dias é de produção brasileira, mas antigamente era importada das
índias. A cultura da juta , atualmente, desenvolveu-se em São Mateus, rico município do norte do Estado,
logrando seu plantio grande êxito. Depois fomos observar as máquinas, sendo que as de tecer me despertaram
maior curiosidade. Esta fábrica produz especialmente sacos de aniagem em grande escala constituindo importante
ramo comercial(José das Neves / CI de Alfaiataria - ETV, p.06, N9,1944).
Das escolas técnicas sairão com o curso industrial básico e o curso técnico, profissionais competentes aptos a
satisfazerem às exigências da vida da nação e da vida coletiva. A escola técnica de Vitória é onde se preparam os
técnicos do ES, pois entre seus alunos, conta representantes de quase todos os municípios(ETV, p.07, N9,1944).
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Palavras de estímulo
Ministério da Educação e Saúde / Departamento Nacional da educação
Escrevo-lhe para agradecer a oferta de mais um número do ETV, que como os anteriores apresenta boa feitura
gráfica excelente seleção da matéria publicada(Abgar Renault Diretor Geral do departamento nacional de
educação - ETV, p.08, N9,1944).
Meu caro Seixas, um mimo o ETV, o lindo órgão do modelar educandário federal(Benjamin
Malcher de Souza / Delegado regional do ministério do trabalho -ETV, p.08, N9,1944).
Agradeço sobremodo, a V Excia a gentileza da remessa do interessante e precioso oficial dos alunos desse
conceituado educandário(Placidino Passos / Inspetor chefe do ensino primário e pré primário - ETV, p.07,
N9,1944).
Orfanato “Cristo Rei”
Venho, muito sensibilizada, agradecer a lhaneza fidalga, o gesto nobre que VS tem dispensado ao modesto
“orfanato Cristo Rei” e aos seus orfãozinhos, enviando-nos o órgão que circula nessa escola(Irmã Tereza de Jesus /
diretora do orfanato “Cristo Rei” -ETV, p.08, N9,1944).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 02
Número 10 e 11
Setembro e Outubro de 1944
23 de setembro de 1944
Hoje é o aniversário de criação das escolas técnicas e também é o aniversário do Diretor da ETV o engenheiro
Arthur Seixas. A ETV faz o seu 35º aniversário(ETV, p.03, N10/11,1944).
Máquinas gráficas para o nosso país
Há no Brasil, cerca de 150o máquinas tipográficas, das quais 1350 são linotipos, 72 são monotipos e o restante são
comuns, informa o boletim da associação comercial de São Paulo. Das 1350 máquinas linotipos, 238 estão em uso
há mais de 15 anos, 131 há 20 anos e 298 há 25 anos. Antes da guerra, a utilização durante 15 anos era
considerada normal. A importação das máquinas de 1937 teve uma média anual de 50 unidades. Em 1943 foram
importadas apenas 27. O valor total das importações durante o referido período montou a 50 mil dólares(Jornal o
momento de C Pena - ETV, p.06, N10/11,1944).
Comemoração ao dia 23 de setembro de 1944
Faz hoje precisamente 35 anos que, assinando o decreto número 7566, de 23 de setembro de 1909, o insigne
brasileiro Dr. Nilo Peçanha, precursor e incentivador do ensino industrial no Brasil, criava “ uma escola de
aprendizes artífices em cada uma das capitais dos Estados”. Deste modo surgiu a escola de aprendizes artífices do
Espírito Santo, que atualmente é a nossa escola técnica de Vitória, de muito mais amplas proporções e muito
maiores possibilidades para realização da alevantada tarefa de preparar uma mocidade apta e capaz de
proporcionar, ao Brasil, um corpo de profissionais ao nível do surto de industrial dos últimos anos e, quiçá, do
após guerra. O Brasil que, por circunstância alheias a sua tradicional de nação pacífica, se viu compelido a
participar do flagelo tremendo, não tem descurado, entretanto, do equipamento necessário ao seu já considerável
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parque industrial, dotando-o de grandes fábricas modernas, já pelo auxílio direto do governo, como a fábrica
nacional de motores, a grande siderúrgica de Volta Redonda, e muitas outras, já pela iniciativa particular que, dia a
dia, enriquece a rede de estabelecimentos industriais do país. O governo não tem procrastinado o preparo do
contingente humano necessário a esse fim. É oportuno tornar,aqui , um pouco mais conhecidas as instalações das
modernas escolas de ensino técnico que como a escola técnica de Vitória, sob a direção proficiente do engenheiro
Arthur Seixas, se distribuem por todo país. Cuidou-se, na sua instalação, de tudo o que a pedagogia moderna
exige: ao lados dos requisitos de higiene, as instalações escolares tanto de ensino técnico como de cultura geral, e
ainda as destinadas à educação física, cívica e social dos alunos(Dr. Fernando Alves Duarte - ETV, p.08,
N10/11,1944).
O meu ensino
O ensino tem a aridez enervante da monotonia. Suprimamos de qualquer modo esta aridez que é a causa dessa
revolta natural ad criança. A realidade é sem contestação, a seguinte; o aluno ou acha-se encerrado entre as quatro
paredes de uma sala, sentado durante 40 ou 50 minutos, tendo à frente um quadro negro e um mestre, implacável
passador de lições e problemas. O cenário é o mesmo imutável , onde quer que vá, sendo portanto tudo contrário à
irrequieta índole da CRIANÇA, que através da janelas da sala de aula, vê se desenrolar ante seu olhar o imenso
céu azulado, com aves soltas no espaço, sempre a voar, enquanto a brisa passageira e inconstante e inconstante,
brinca entre a folhagem das arvores(ETV, p.09, N10/11,1944).
Ensino Industrial
Semana nacional da criança
A escola técnica de Vitória, centro de preparo industrial de jovens de todos os municípios do espírito Santo,
abrigando, assim, significativa parcela da juventude espírito-santense desejosa de concorrer para o
desenvolvimento da nossa industria nos seus diversos ramos, não poderia declinar do convite que lhe foi dirigido
para trazer sua contribuição a estas comemorações(ETV, p.10, N10/11,1944).
O ensino técnico-profissional como fator educativo no amparo do menor desvalido: as bases do valor do ensino
técnico-profissional como fator educativo valioso e o mais indicado como amparo do menor desvalido, vamos
encontrá-las nos sábios princípios estatuídos na carta de 10 de novembro. Lá estão, no seu artigo 129, traçadas as
linhas mestras da orientação que deve seguir a educação a ser proporcionada ao menor desamparado. À infância e
à juventude, a que faltarem os recursos necessários à educação em instituições particulares, é dever da Nação, dos
Estados e dos Municípios assegurar, pela fundação de instituições públicas de ensino em todos os seus graus, a
possibilidade de receber uma educação adequada às suas faculdades, aptidões e tendências vocacionais. O ensino
pré-vocacional e profissional destinado às classes menos favorecidas é, em matéria de educação, o primeiro dever
do Estado. Cumpre-lhe dar execução a esse dever, fundando institutos de ensino profissional subsidiando os de
iniciativa dos Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. O Estado
chama a si, como vemos, a nobilitante tarefa de amparar a educação do menor desvalido, que é encontrado
justamente nas classes menos favorecidas, com o ensino profissional, e ao mesmo tempo indica os mios de realizar
essa ingente e magnânima missão: fundando institutos de ensino profissional e subsidiando os de iniciativa dos
Estados, dos Municípios e dos indivíduos ou associações particulares e profissionais. Conhecido, assim o pedestal
em que se apóia o ensino técnico-profissional como fator educativo no amparo ao menor desvalido, pedestal esse
que, aliás, é o mais sólido de qualquer instituição – a carta magna do país- levantemos as seguintes questões: 1 – É
o ensino técnico – profissional o que, de fato, mais convém ao menor desamparado? Vem o governo realizando
esse ensino, conforme prescreve a constituição? Se a nossa constituição de 1937, cujos princípios são calcados na
experiência de 48 anos de república, no exemplo e na observação dos governos dos demais povos civilizados, na
prática de 7 anos de governo, e foram examinados à luz das modernas teorias sociais , - se essa constituição erigiu
aquele ensino como o indicado para educar e amparar o menor desprotegido, é porque, indiscutivelmente, é ele o
melhor, o mais conveniente. Corroborando essa asserção, mostram-se os acordes as opiniões dos estudiosos do
assunto. No congresso internacional do ensino técnico realizado em Roma, no ano de 1936 foi debatido em todos
aspectos estudadas a vantagens que esse ensino prodigaliza ao indivíduo, transformando-o em trabalhador
especializado, elemento imprescindível ao funcionamento da industria moderna. Ficou evidenciado que o ensino
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técnico-profissional constitui, tanto para o indivíduo como para a coletividade, uma proteção e uma meio eficaz
para combater e evitar os prejuízos decorrentes das crises econômicas e do desemprego , sendo este um dos seus
primeiros e mais imediatos efeitos. Segundo GN Meurs professor Holandês, o ensino técnico-profissional tem um
papel social importantíssimo e é Poe excelência um a ensino para o povo. Afirma ainda que na Holanda este
possui dobro dos alunos do ensino secundário, secundário-clássico e superior juntos. A melhor maneira de
preparar o menor para evitar o seu desemprego é o ensino especializado e técnico, proclamou-se este como o
melhor meio de se combater o chômage do menor, como resultado da experiência de que, em regra geral, os
primeiros atingidos pelo desemprego são, em grande parte, os operários que possuem conhecimentos gerais,
porém, superficiais, o operário qualificado, o técnico, é o que mais facilmente consegue emprego. O congresso
internacional do ensino técnico de Roma preconizava que o ensino técnico profissional é o mais indicado para
juventude desvalida que imprescinde de uma educação que a ampare na luta pela vida, que a transforme, de um
elemento pernicioso, inútil, em fator do progresso e do desenvolvimento sempre crescente do nosso Brasil. Até
bem pouco tempo o ensino industrial no Brasil permaneceu quase que estacionário, aquém das nossas
necessidades. Neste governo foi estudada nova organização para o ensino técnico-profissional, estruturando-o
sobre bases mais amplas, adaptando-o às necessidades hodiernas, o que se concretizou na lei orgânica do ensino
industrial (decreto 4073 / 30 de janeiro de 1942) que estabelece as bases de organização e de regime do ensino
industrial, o qual visa dar aos trabalhadores jovens e adultos da industria, não diplomados e habilitados, uma
qualificação profissional que lhes aumente a eficiência e a produtividade, devendo também promover
continuamente a mobilização de eficientes construtores de nossa economia e cultura. De acordo com próprio
chefe da nação Getúlio Vargas: As escolas técnicas construídas no Distrito Federal e nos estados do Amazonas,
Maranhão, Espírito Santo, Rio grande do Sul e Goiás, fornecerão os elementos indispensáveis ao preparo
profissional dos brasileiros, não mais em escala reduzida e em pequenos núcleos, mas em proporções nacionais.
Preparam-se no estabelecimentos de ensino industrial os jovens em todos os sentidos proporcionando-lhes um
ambiente são, alegre e tranqüilo. Nesses estabelecimentos o ensino é inteiramente gratuito, inclusive o internato e
as duas primeiras refeições do dia para os alunos externos. Seria de toda conveniência que os internatos sejam
ampliados, de vês que o aproveitamento do aluno interno é em tudo superior ao do aluno externo. Melhor
disciplina, vida metódica regulada por horários previamente estudados, alimentação sadia e nutritiva, ambiente
adequado, são fatores que dão ao interno melhor aproveitamento e assimilação, e realizam um In Totun, o
beneficio inestimável da proteção à juventude desamparada(Dr. Fernando Alves Duarte - ETV, p.10 e 11,
N10/11,1944).
Noticiário
Conforme noticiamos realizaram-se no mês de agosto as provas para as funções de assistente de ensino das
disciplinas de Desenho ornamental e artístico, desenho de máquinas, encadernação e douração. Foram habilitados
Arildo Bleidão e Geraldo Ferrari da Cunha(encadernação e douração), Manuel Virgínio da Silva(desenho de
máquinas) e Álvaro Conde(desenho ornamental e artístico), este último professor da escola já há vários anos na
cadeira de desenho, tendo também iniciado neste ano o curso de pintura onde sua competência e dedicação têm
alcançado resultados satisfatórios(ETV, p.13 e 11, N10/11,1944).
Saudação do Grêmio Rui Barbosa
Dr. Seixas: A juventude da Escola Técnica de Vitória espontaneamente reuniu-se para prestar ao presidente de
honra do Grêmio Rui Barbosa uma homenagem, que se não impressiona pela imponência, fala diretamente ao
coração, pela sinceridade e carinho que se reveste. Há, aproximadamente, um ano, assumia o senhor Dr. Seixas, a
direção deste estabelecimento. O interesse constante, que tem revelado pelo progresso da Escola e bem estar dos
dirigidos tem conquistado os corações dos que vivem sob este teto abençoado! Aqui temos encontrado pela
perfeita compreensão dos sentimentos juvenis a continuação do nosso lar(Avary Costa Prado / 2ª série do CI de
tipografia e encadernação - ETV, p.14, N10/11,1944).
Página de saudade
Na cidade de Vitória, bem lá no alto do morro de São Francisco, está edificado um modelar estabelecimento de
proteção às crianças desamparadas, do sexo masculino. É uma organização que prima pela higiene e conforto:
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dormitórios excelentes, amplo refeitório, magníficas salas de aula e uma capela, onde os alunos ouvem missa
todos os domingos. Ali nada falta aos alunos, quer material, quer espiritualmente falando. O estabelecimento, que
se denomina “Orfanato Cristo Rei”, é assistido por bondosas irmãs de caridade da congregação de “Cristo Rei”
que tratam dos asilados com maternal carinho. ...Um dia recebi o meu diploma do curso primário, nesse dia não
tive alegria que os outros meninos tem em ocasiões semelhantes. Chorei muito e fiquei preocupado com o meu
futuro. Aquelas mães e aqueles irmãos eu iria deixá-los. Eu que nunca me cansei do orfanato. Eu, que me sentia
filho querido e irmão estimado, tinha que partir. E para onde? Foi quando minhas protetoras me disseram: Você,
meu filho, irá para a Escola Técnica, continuar os seus estudos! Daqui mesmo, velaremos por você (ETV, p.14,
N10/11,1944).
Formulário ortográfico
“a nossa seção de Artes gráficas, foi confiado o trabalho de impressão de 500 páginas do formulário ortográfico.
A propósito recebeu a nossa diretoria o seguinte ofício do Dr. Francisco Montojos, MD da divisão do ensino
industrial do ministério da educação e saúde. “Acuso o recebimento dos impressos do formulário ortográfico e
valho-me da oportunidade para agradecer-vos pela dedicação que dispensastes ao trabalho” (Francisco Montojos ETV, p.14, N10/11,1944).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : sede do grêmio Rui Barbosa
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Hélio Porto de Oliveira, Antonio Carlos Rosa, Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado,
João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair Marino.
Ano 02
Número 12 e 13
Novembro e Dezembro 1944
Escola profissional “Cel Fernando Prestes” de Sorocaba – escola padrão de São Paulo
As 180 fábricas de Sorocaba oferecem aos 20 000 operários uma vida de fartura e independência. São Fábricas de
tecidos, cimento, usinas elétricas, oficinas mecânicas, Sendo que a da estrada de ferro sorocabana é a mais
completa oficina mecânica da América do sul. Sua vida social é intensíssima com jornais, cinemas, igrejas, casas
de saúde e instituições beneméritas. Mas a maravilha de Sorocaba não é o clima salubérrimo, nem a sua produção
extraordinárias. Está principalmente, no progresso que atingiu, ali, o ensino profissional, porque a escola
profissional secundária mista “Cel Fernando Prestes”. Sorocaba...oferece aos brasileiros um exemplo de que o
ensino profissional é o grande propulsor do desenvolvimento industrial e a industria uma fonte de riqueza e de
investigações científicas (Alberto Ribeiro / 2ª série do CI de mecânica de máquinas - ETV, p.03 e 09, N12 e 13,
1944).
Ensino Industrial
O ensino industrial e o 10 de novembro
Por todo pais comemora-se, com demonstrações publicas de regozijo, passagem do Estado novo. A carta de 10 de
novembro veio ajustar o Brasil ao momento vivido pela nacionalidade. A época em que veio à luz aquele estatuto
era de renovação social, de entrechoques de idéias e de doutrinas, de credos políticos variados e antagônicos. O
país vinha sendo avassalado por ideologias nefastas, importadas da velha e confusa Europa, onde regimes da força
começavam a sobrepor-se, sufocando a liberdade dos princípios democráticos. Passava-se, também, por uma
transformação na vida geral do Estado. Suas atividades se multiplicavam-se, suas industrias saiam dos passos
incipientes e indecisos da primeira infância, para empreender a marcha segura e ininterrupta que o nosso progresso
já reclamava. O panorama social já oferecia problemas em quantidade e complexidade sempre crescentes.
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Reclamava-se por leis de amparo social e de regulamentação das atividades trabalhistas, agora intensificadas
com o progresso do comércio e da industria. O trabalho foi erigido em dever social, sendo-lhe assegurado, nas
suas diversas modalidades, intelectual e manual, proteção e solicitude especiais do estado. Para concretizar esses
princípios, foi especialmente criado o ministério do trabalho, industria e comércio. Estabeleceram-se regras de
direito substantivo que deviam servir de base à legislação trabalhista, tanto no que diz respeito aos direitos e
deveres do trabalhador, como aos princípios de previdência e justiça do trabalho. Temos hoje a consolidação das
leis do trabalho, que é uma das realizações de maior relevo do estado novo. A saúde, a educação e a cultura
mereceram, cuidados especiais. Criou-se o ministério da educação e saúde, destinado a atender a esse setor da
administração. Traçaram-se as normas por que devia regular-se o ensino nas suas diversas modalidades e, em
especial, o ensino industrial, que ocupa lugar destacado no texto constitucional de 1937, o qual o institui como
primeiro dever do estado, em matéria de educação, e também dever das industrias e dos sindicatos. O sr. Ministro
da educação e saúde, firmado nos rumos traçados pela constituição, dedicou, prontamente a maior atenção ao
ensino industrial, cujo desenvolvimento se tornava uma necessidade premente, à medida que a industria, num
crescendo constante, reclamava, cada vez mais, operários em maior quantidade e melhor qualidade, o operário
qualificado tornava-se imprescindível à industria moderna. Cabia, assim, ao ensino industrial um papel relevante
nessa fase de dinamismo industrial: fornecer o operário qualificado que desse à nossa industria o desenvolvimento
e eficiência reclamados. Construíram-se e instalaram-se novas escolas de ensino profissional; reaparelharam-se as
já existentes; regulamentou-se a atividade das escolas particulares e concedeu-lhes equiparação às oficiais. Foi
elaborada a lei que, baseada nos princípios gerais estabelecidos pela constituição de 10 de novembro, norteasse
toda essa nova organização do ensino profissional. A lei orgânica do ensino industrial regula todas as atividades
desses estabelecimentos. O ensino industrial é hoje uma realidade, um fator preponderante e inestimável das
industrias. As Escolas Técnicas e Industriais são células onde se formam os operários especializados que fazem o
progresso da industria nacional. Para realizar a parte do ensino profissional cometida à industria, como atrás ficou
dito, foi criado o serviço nacional de aprendizagem industrial, que já conta com numerosos estabelecimentos de
ensino, localizados nos diversos Estados. Deste modo a própria industria prepara o operário de que necessita. Não
é preciso dizer das vantagens advinda desse sistema. Como se vê, a obra do Sr. Getúlio Vargas, em prol do
trabalhador, através dos princípios plasmados na carta de 10 de novembro, é completa. Proporciona o ensino para
a formação do operário, preparando-o tecnicamente para o trabalho. Apara-o contra todos os riscos da profissão,
com a lei de acidentes do trabalho. Garante-lhe a subsistência e a da família, pelo seu trabalho, mediante o salário
mínimo. Auxilia-o na educação dos filhos, com o abono familiar: protege-o, em seu direito ao descanso,
estabelecendo as horas de trabalho, os dias de repouso e o direito às férias anuais. Assegura-lhe a estabilidade e
previne-o em caso de dispensa, com o aviso prévio e conseqüente indenização. A nossa legislação ampara o
trabalhador desde a sua formação, dando-lhe o ensino necessário em estabelecimento especialmente equipados
para esse fim – as Escolas Técnicas e Industriais – durante toda a sua existência, quer quando inválido em
conseqüência do mesmo trabalho, até depois de sua morte, concedendo uma pensão ‘a sua família. É pois,
inegável, a gratidão que todos trabalhadores do Brasil e todos alunos dos estabelecimentos de ensino industrial –
futuros operários qualificados das nossas industrias – devem ao grande presidente Getúlio Vargas. A data de 10 de
novembro constitui, pela grande significação que encerra para a vida do país, o melhor ensejo para exteriorizar
essa gratidão, o que aqui fazem agora por intermédio do arauto dos seus sentimentos – o “ETV”-, os alunos da
escola técnica de Vitória (ETV, p.4-5 e 09, N12 e 13, 1944).
Noticiário
Acha-se aberta, novamente, inscrição à prova de habilitação para extranumerário-mensalista desta escola –
assistente de ensino da cadeira de matemática, com salário mensal de Cr$ 1100,00 pelo diário oficial de 4 de
novembro corrente fls 18856 / 18 857(ETV, p.05 e 09, N12 e 13, 1944).
Escola Industrial de Pernambuco
Pelo decreto nº 11383 de 19 de janeiro de 1943, publicado no diário oficial de 18 do corrente, foi concedida
equiparação à escola profissional masculina, mantida e administrada pelo Estado de Pernambuco, com sede em
Recife. Passou denominar escola de industrial Pernambuco, sendo a equiparação concedida, relativa aos seguintes
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cursos de formação profissional de ensino industrial básico e ensino de mestria: fundição, serralheria, mecânica
de máquinas, pintura, marcenaria, tipografia e encadernação, e gravura(ETV, p.05 e 09, N12 e 13, 1944).
Ao Ilmo Sr. Dr. Artur Seixas(18/10/44)
É com Prazer que venho registrando a remessa periódica do bem cuidado órgão “ETV”(Brasil Machado Campos /
Diretor da escola profissional secundária mista de Lins - ETV, p.08, N12 e 13, 1944).
Acusando o recebimento do 8º número do órgão oficial dos alunos dessa escola técnica, tenho a grata satisfação de
parabenizar essa diretoria, pelo êxito alcançado(Argemiro Freire Gameiro / diretor da escola técnica de São Luiz ETV, p.08, N12 e 13, 1944).
Agradeço-lhe os três exemplares do jornal escolar “ETV”(Dinorah Wyatt / diretora do grupo escolar rural de jetibá
- ETV, p.08, N12 e 13, 1944).
Apraz-me, mais uma vez, agradecer-lhe a remessa regular de “ETV”, publicação que leio sempre com prazer, e
felicitar os seus diretores e inteligentes redatores pela segurança que imprimem à sua direção, pela firmeza com
que lhe mantêm o nível e pela excelência do aspecto gráfico e da seleção da matéria publicada(Abgar Renault /
diretor do departamento nacional de educação - ETV, p.08, N12 e 13, 1944).
Biblioteca “Nilo Peçanha”
A liberdade não consiste em fazer o que se quer, e sim em fazer o que se deve. A coisa mais difícil é usar o
indivíduo da liberdade que lhe é posta ao alcance, sem tocar no abuso. Velha é a expressão. Velha é a expressão
“dar o pé a quem pega a mão” e isso, apenas por não saber o indivíduo aplicar a liberdade, usando abusivamente,
em detrimento da sua própria conduta(Lia Magalhães de Andrade / Biblioteca - ETV, p.08, N12 e 13, 1944).
O Encerramento do ano letivo
A 16 de dezembro, realizou-se, em nossa escola a seção de encerramento do ano letivo de 1944. Foram conferidos
os seguintes: de assiduidade( Délio Silva, José das Neves, Manoel das Neves, Dermeval Gomes, Benito Cassoli,
Artênico Ribeiro, Ananias Alves, Valdir Sales, Manoel Gomes de Lima, Heleno Guimarães, Aluisio Santos,
Aloísio Barcelos, Roberto Bastos Santana, Omar Mercandeli, João Cremildo Reis, Valdir Rodolfo da Silva, Juares
Rocha, Edson Oliveira, Rubens Keijok, Lourival Moreira, Sebastião Silva, João Avelina Pereira, José Angelo da
Penha; prática de educação física: Alberto Pereira de Souza, Honor Tavares, José Ramos Junior e Aluisio
Barcelos; Aplicação em cultura geral: Loadir Carlos Pazzolini(1ª série), João Augusto de Souza(1ª série), Jaime
Lopes Balmas(1ª série), Joceni Igreja(1ª série), Josino Barros Figueira(1ª série),Alberto Ribeiro(2ª série), Heliomar
Conde Ramos(2ª série), Jair Merino(2ª série), Haroldo Boynard(2ª série), Djalma Cavati(3ª série), Docastel
Cardoso(3ª série); aplicação em cultura técnica na 1ª série: Loadir Carlos Pasolini(tipografia), Paulo Afonso
Figueira(mecânica de máquinas), Carlos Caser(marcenaria), Evandro Norbin(pintura); aplicação em cultura
técnica na 2ª série: Manoel França Melo(alfaiataria), João Ribeiro de Freitas(tipografia), Ivan
Gasparini(tipografia), Dirlan Lírio Neto(tipografia), Otacílio Coelho Leão(tipografia), José Ramos Silva(mecânica
de máquinas), Lauro Luiz Gomes(mecânica de máquinas), Valdir Pinto Vieira(mecânica de máquinas), Haroldo
Boechat Alves(pintura). Em Marcenaria, Fundição, Arte de Couro e Serralheria não houve aluno merecedor de
prêmio. Aos redatores do “ETV” o diretor ofereceu uma caneta-tinteiro, como recompensa aos serviços prestados
ao nosso jornal(Alberto Ribeiro / 2ª série do CI de mecânica de máquinas - ETV, p.08, N12 e 13, 1944).
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Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
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Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 03
Número 14
Março de 1945
Retrocedamos alguns anos e vejamos o que se passa na rua Presidente Pedreira: Num velho casarão, sombrio e
triste, há um vai-vem de garotos, que pelos livros, logo se verifica tratar-se de estudantes. São alunos da escola de
Aprendizes Artífices, em mangas de camisa e pés descalços, gente simples, mas que traz na alma uma vontade sã
de estudar, de aprender um ofício, para que mais tarde, possa trabalhar em um dos ramos do comercio fabril e
elevar o nível industrial do Brasil. 1942...A escola de aprendizes artífices, por decreto do DD chefe do governo, é
transformada em escola técnica e transferida para suas novas instalações, na avenida Vitória, em jucutuquara(
Hélio Porto de Oliveira / 3ª série do CI de Mecânica de Máquinas - ETV, p.01, N14, 1945).
Reiniciaram-se as aulas
No dia 18 de fevereiro o prédio da avenida Vitória reassumiu o seu aspecto, alegre e movimentado. Designado
pelo ministro da educação, aqui já se achava o Dr. Moisés Xavier de Araújo, para inspecionar os exames
vestibulares. Eram 71 candidatos, vindos de diverso municípios do Estado. Vinham cheios de esperanças de
vencer as provas. Mas, para consternação dos que desejam para a nossa escola um número de alunos sempre
crescente, apenas 11 candidatos foram aprovados. Quantas desilusões! O maior fracasso verificou-se na parte de
Matemática. Os que prestaram exames de 2ª época, realizados a partir do dia 20, foram, na maioria, felizes. Os
alunos de 2ª, 3ª e 4ª séries, foram convocados para o dia 28. Desde o dia chegavam malas e viajantes. Quanto ao
Grêmio, devido ao acúmulo de atividades, não foi marcada ainda a sessão para eleição e posse da nova diretoria,
para o exercício de 1945. Mas foi designado o aluno João Pimentel Loureiro para exercer, inteiramente, as
funções de tesoureiro, cargo ocupado por Iomar de Queiroz que não retornou a escola(Avary Costa Prado / 2ª série
do CI de tipografia e encadernação - ETV, p.02, N14,1945).
Aniversários
Inspetor Amercil Silva é um guia seguro de disciplina escolar que soube, em breve, ganhar a simpatia de todos
nós.
Professor Baibino de Lima Pita, grande propagador do ensino profissional, formado pela escola técnica da Bahia,
com dedicação dirige o curso de marcenaria neste estabelecimento.
Álvaro Conde, exímio pintor capixaba e professor de desenho desta escola (ETV, p.03, N14, 1945).
Visitas
Registramos a visita dos jovens Moacir Miranda(cabo da Aeronáutica) e Claudionor Monteiro(funcionário da Cia
Morrison), ex-alunos desta escola que entretiveram animada palestra com os nossos professores e colegas (João
Pimentel Loureiro / 3ªsérie do CI de Tipografia e Encadernação - ETV, p.03, N14, 1945).
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Marino.
Ano 03
Número 15
Abril de 1945
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Há 14 anos dirigindo os destinos da nação, tem-lhe consagrado o melhor de sua inteligência e de seu coração.
Em várias capitais, afim de desenvolver ou criar centros industriais, ergueu-se um edifício novo, conveniente
aparelhado para o perfeito aprendizado de um ofício. Contratam-se técnicos na velha Europa com o pensamento
de amparar os candidatos do interior, cujas pretensões, até então, se anulavam diante das dificuldades de
manutenção num meio estranho, criaram-se internatos. E o ensino industrial entrou, então, numa fase de
progresso. E compreendendo o governo o relevante papel destes dois fatores imediatos no funcionamento dessas
escolas – diretores e professores – completou o seu plano com o reajuste econômico: estimulou-os, reavivando,
com uma alegria muito justa, suas energias e iniciativas. Despreocupado com o problema financeiro, o professor
das escolas técnicas é, hoje, um idealista. O sonho de Rui Barbosa, concretizado na criação das escolas de
aprendizes artífices de Nilo Peçanha, conheceu o seu apogeu! Aumentaram-se as verbas escolares, conferindo ao
estudante uma assistência mais completa e um ensino mais eficiente: serviço médico, dentário, educação física,
coro orfeônico, biblioteca, divulgando o saber e elevando o nível intelectual do técnico do Brasil(Avary Costa
Prado / 3ª série do CI de tipografia e encadernação - ETV, p.01, N15,1945).
Franklin Delano Roosevelt
Na noite de 12, por toda parte, espalhava-se uma notícia desoladora: faleceu Roosevelt. O yankee perdeu seu
chefe; o brasileiro, um grande amigo e a civilização um baluarte! ( ETV, p.02, N15,1945).
Programa para os cursos industriais:
Programa de Português - 1ª série:
Linguagem oral – exercício de leitura; reprodução oral do trecho lido; exercício de leitura e conversação.
Linguagem escrita – pequenas narrações; exercícios de ortografia; ditados de trechos lidos.
Aplicações gramaticais – exercício de linguagem; elementos da oração; Verbos.
Programa de Matemática - 1ª série:
Operações fundamentais
Múltiplos e Divisores
Frações Ordinárias e Decimais
Metrologia
Números Complexos(?)
Geometria: linhas, ângulos, polígonos, fórmulas de geometria.
Programa de Geografia do Brasil- 1ª série:
O mundo; O Brasil
Programa de Ciências Físicas e Naturais - 1ª série:
Propriedade gerais da matéria; estudo elementar da energia e suas aplicações; medidas; estudo sumário dos seres
vivos( ETV, p.3-5, N15,1945).
Programa para os cursos industriais:
Programa de Português - 2ª série:
Linguagem oral; Linguagem escrita e Aplicações gramaticais
Programa de Aritmética - 2ª série:
Frações Ordinárias e decimais; Potencias e Raízes; Metrologia; Números complexos(?); Geometria; Álgebra.
Programa de Ciências Físicas e Naturais - 2ª série:
Som; Luz; Eletricidade( ETV, p.08, N16, 1945).
Programa de Português – 4 ª série
Linguagem Oral
Linguagem escrita
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Aplicações Gramaticais
Programa de Matemática – 4 ª série
Álgebra
Geometria
Programa de Ciências Ficas e Naturais – 4 ª série
Ferro e Aço
Combustíveis
Cimento
Madeira
Couro e Peles
Invenções e descobertas( ETV, p.10, N19, 1945).
Em nossa oficina
Dentre os cursos que reservam aos jovens um futuro brilhante destaca-se o de mecânica de máquinas,
especialidade que está tendo, na guerra atual, guerra mecanizada, um papel importantíssimo. Reatados os laços de
aliança entre as nações que se combatem, a mecânica será ainda um fator importante na reorganização econômica
das potências. Entre o ruído dos tornos mecânicos, das plainas, das máquinas de furar, do bater do malho e da
lima a deslizar, desbastando o metal, aprendem os alunos, ali, a fazer e manejar as peças. È um aprendizado
difícil! Requer atenção, paciência, calma e golpe de vista. A freqüência é grande; alunos de todas as séries, num
total de 98. A atividade é intensa e constante, em ambos os turnos. Vai-vem de alunos, em macacão ou
avental...Bater de bigornas... Ao alunos progridem. As peças multiplicam-se. Aparecem as dobradiças,
triângulos, hexágonos, compassos, arcos de serra, etc. Consciente de suas responsabilidades, ali está o professor
Antonio Luiz Valiati, pontual, exigente, ótimo orientador dessa oficina, colocada na vanguarda das que melhores
técnicos fornecerão ao Brasil de amanhã((Jair Marino / 3ª série do CI de mecânica de máquinas - ETV, p.06,
N15,1945).
Ensino Industrial
A nossa atual escola técnica de Vitória, ex-escola de aprendizes artífices no Estado do Espírito Santo e ex-liceu
Industrial de Vitória, é hoje um grande centro de ensino industrial, técnica e eficientemente aparelhado, e vem
alcançando já os melhores resultados. No corrente ano diplomar-se-á a primeira turma de alunos, depois da
vigência da lei orgânica do ensino industrial. Os trabalhos executados pelos alunos, como prova final, nos exames
para promoção à 4ª série, são um eloqüente atestado do que vem sendo realizado nesta casa de ensino. Lutava,
entretanto, a nossa escola com a falta de professores em reduzido número com excesso de trabalho e remuneração
inadequada, formavam um grupo de verdadeiros entusiastas do ensino industrial. O governo demonstrando, mais
uma vez, o apreço em que tem o preparo de nossos futuros profissionais, reorganizou, pelo decreto-lei número
7190 e pelo decreto número 17416, ambos de 22 de dezembro ultimo, o quadro de pessoal docente dos
estabelecimentos oficiais de ensino, já proporcionando-lhe remuneração condizente com as suas funções, já
criando um número capaz de ministrar de modo evidentemente proveitoso o ensino industrial básico, o de mestria
e o técnico(ETV, p.11, N15,1945).
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Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 03
Número 16
Maio de 1945
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Visitas
Neste mês, tivemos a honrosa visita de Mrs Charles T Stewart, membro de Division of Comparative Education
United States – Office Education de Washington, que veio acompanhado do Dr. Eurico de Aguiar Salles, DD
Secretário de Educação e Saúde do espírito Santo. O ilustre visitante está percorrendo as capitais para observar o
nosso movimento educacional. Em nossa escola conheceu todas as dependências em plena atividade. Mrs Charles
T Stewart teve a oportunidade de palestrar com o nosso Diretor e funcionários(ETV, p.02, N16, 1945).
Posses
Nomeada por decreto de 13 -3-45, tomou posse e assumiu o exercício, no dia 23-4-45, do cargo de professor
orientador de canto orfeônico a senhorita Maria da Penha Penedo.
Nomeados por decreto de 24-4-45, tomaram posse e assumiram o exercício no dia 4 deste mês de maio, do cargo
de professor chefe do curso de mecânica de máquinas – o professor Antonio Luiz Valiati e do cargo de professor
de desenho de móveis, o professor Balbino Lima Pita.
Designada pela portaria n 6, de 1-3-45, para exercer a função de professora chefe de Português, tomou posse e
assumiu o exercício dessa função, no dia 25 de maio, a professora Isaltina Paolielo(ETV, p.05, N16, 1945).
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Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 03
Número 18
Julho de 1945
Visitas
Em companhia do Sr Edmundo Malisek, chefe do serviço de cinema escolar no nosso Estado, visitou-nos o Sr
Rafael Grisi, técnico de educação no Estado de São Paulo( ETV, p.02, N18, 1945).
Grêmio Rui Barbosa
Eleição: quatro chapas foram apresentadas por grupos diferentes. Estavam afixadas no quadro de avisos. E os
alunos, ansiosos, apreensivos, tornavam-se verdadeiros cabos eleitorais. Em cada sala, ficaram três professores
encarregados da apuração. Pela varanda, locomoviam-se os membros do conselho fiscal: Dr. Arthur Seixas, nosso
diretor, e os alunos: Avari Prado, Ciro da Costa Rosa, Djalma Cavati e João Pimentel. Feita a apuração,
encaminhando-nos ao auditório para sessão de posse, às 15:00 horas. Constituída a mesa que deveria presidir aos
trabalhos: pelo presidente de honra, Dr. Arthur Seixas, conselho consultivo e diretoria do grêmio, e aberta a
sessão, Avari Prado pronunciou um belo discurso. Em nome do corpo docente falou o professor Balbino de Lima
Pita. Transmitindo o mandato de presidência a Ciro da Costa Rosa, por ultimo falou o ex-presidente Djalma
Cavati. Ficando assim a nova diretoria: Dr. Arthur Seixas (presidente de honra); Ciro da Costa Rosa(presidente);
Jarbas Cardoso Leal(vice presidente); João Pimentel Loureiro(1º secretário); Antonio Rodrigues Martins(2º
secretário); Avari da Costa Prado(orador): Lauro Luiz Gomes(tesoureiro); Dirlan Lírio Neto(arquivista); José
Guimarães Alves(diretor artístico); Haroldo Boechat(diretor artístico); Hélio Porto de Oliveira(intercâmbio); Jair
Marino(intercâmbio); Isaias Botelho(publicidade); Jaime Lopes Balmas(publicidade); Honorato Simões da
Costa(sede); Haroldo Boynard(sede); Haroldo Quintaes de Almeida(social); Dalciades Quitiba Bósio(social); João
Ribeiro de Freitas(esportista); Onor Tavares da Silva(esportista); Heliomar Conde Ramos(turismo); Eni
Ferreira(turismo); Conselho fiscal :Isaltina Paolielo, Juraci Loureiro Machado, Orlando Antonio Ferrari, Antonio
Luiz Valiati e Léa Baldi(Isaias Botelho e Jaime Balmas - ETV, p.02, N18, 1945).
25
Segunda
Minha oficina em atividade é local de silêncio onde somente a vontade e a inteligência trabalham(Juarez
Holzmeister / 3ª série do CI seção de pintura - ETV, p.06, N18, 1945).
Terça
Quem se aproxima do ultimo dos grandes pavilhões, onde estão montadas as moderníssimas oficinas da nossa
escola, logo percebe o ruído característico dos malhos, que moldam o ferro rubro; das serras, que transformam
extensos vergalhões em pequenas partes que tomam, por sua vez, as mais variadas formas; e muitos outros ruídos
que bem indicam o laborioso afã de nossa oficina de metal. Na primeira seção, estão os tornos, máquinas que por
sua grande capacidade produtiva, são de um valor inestimável na industrialização dos metais. Essas máquinas, sob
o controle dos alunos, produzem peça finas e de grande utilidade. Mais adiante, o esmeril, as máquinas
perfuradoras, os tornos limadores, etc., todas elas modernas e práticas, o que facilita grandemente o trabalho dos
alunos. E os pequenos artífices da ETV, conscientes de seu papel no progresso da industria brasileira, que bem
precisa do trabalho especializado, ali estão, dispostos, atentos, ativos, entregues ao trabalho árduo, o qual, bem o
sabem eles, os conduzirá à meta do progresso, fazendo-os dignos deste Brasil rico e forte(Hélio Porto de Oliveira /
3ª série do CI de Mecânica de Máquinas - ETV, p.06, N18, 1945).
Quarta
Trabalho com muito gosto na seção de tipografia. Fico muito satisfeito quando estão em movimento as suas
máquinas e eu, numa delas, aprendendo seu manejo. Acho muito interessante o trabalho da linotipo que traça as
linhas dos nossos jornais, preparando o trabalho de impressão. Outra máquina importante é a “vertical” que tira 60
impressões em um minuto. A nossa época é, na realidade, a época das máquinas que, cada vez mais, se
aperfeiçoam e se multiplicam, aumentando a capacidade da produção e substituindo a máquina humana. A
imprensa tem um papel importante na vida de um país, divulgando o saber, orientando e esclarecendo o povo,
editando obras, fixando o pensamento humano. Desejo aperfeiçoar-me no ofício que escolhi. Progredir muito e
desempenhar, consciente, o meu trabalho de colaboração para o bem da coletividade e engrandecimento da minha
terra e do meu povo! (Ivan Gasparini / 3ª série do CI Tipografia e Encadernação - ETV, p.06, N18, 1945).
Quinta
A oficina mecânica é das oficinas a mais barulhenta, muito embora esse barulho não seja causado pela conversa, e
sim, devido ao seu movimento natural. Os alunos entretidos nos seus trabalhos, ora no torno em outras diversas
máquinas de precisão, não poderão deixar escapar o mínimo de atenção. Às vezes acontece que um aluno, ao
desempenhar um missão de responsabilidade, é atraído por uma força maligna, que o obriga a distrair-se dando
margem a acidentes. É interessante notar-se a presteza, o amor, o carinho, com que o professor conduz os
aprendizes para o caminho do bem ensinado-os a amar o trabalho, a ordem, o esforço. É verdade que, no meio de
muitos alunos bons, existem os maus, e nesse caso, o professor com meios enérgicos, procura levá-los para o
mesmo caminho que seguem os bons. Por isso, há muitos alunos que o julgam nervoso, de constante mau humor.
Não compreendem eles a responsabilidade de nosso mestre, que comanda aquele exército obreiro em meio a tantos
riscos! Que energia bendita essa, previne e nos torna cautelosos! Há meses, tivemos a honra de ser visitados por
várias autoridades estaduais e federais. Isso significa que esta escola em que aprendemos a ser homens, está, dia a
dia, tornando-se famosa com seu ensino industrial técnico. Os alunos que a deixaram sem completar o seu curso
brevemente se arrependerão. Atraídos pela primeira oportunidade de ganhar dinheiro, abandonam o curso,
irrefletidamente, sem compreender que sacrificam seu futuro, lançando-se à vida prática antes de estarem aptos a
enfrentá-la, sujeitando-se a minguadas propostas, quando com um pouco mais de sacrifício, poderiam encontrar
muito maiores vantagens, asseguradas por um curso completo! É preciso que todos os alunos compreenderam que
o Brasil precisa de técnicos e que só as escolas profissionais poderão formá-los(Nelson Pinheiro Soares / 2ª série
do CI de Mecânica de Máquinas - ETV, p.06, N18, 1945).
Nesse Gabinete
Muito bem instalado, apresenta aspecto alegre o gabinete da Diretoria da nossa escola. Nele trabalha o nosso
querido Diretor, Dr. Arthur Seixas. Sua mesa de trabalho, cheia de papéis, está sempre arrumada, evitando assim,
26
confusões. Da parede, pendem os retratos de três figuras insignes: o presidente Getúlio Vargas, o ministro
Gustavo Capanema e Dr. Francisco Montojos, Diretor da divisão do ensino industrial no Brasil. Nesse gabinete
são decididos importantes problemas e o destino de muita gente: a bomba dos alunos, as pretensões dos moços que
desejam colocação, os planos dos professores e as ofertas dos comerciantes. Apresento ao diretor votos de
felicidades, nesse gabinete onde consagra muitas horas de atividade ao problema do ensino industrial e do nosso
bem estar(Antonio Carlos Rosa / 3ª série do CI Tipografia e Encadernação - ETV, p.10, N18, 1945).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 03
Número 19
Agosto de 1945
A Industria do Cimento em Cachoeiro
A industria do cimento no Brasil tem se tornado impulso tão considerável quem, em movimento de importação,
não mais figura o produto. Em nosso Estado, a firma Bárbara & Co Ltda, tem empregado todos esforços para
atender ao consumo dessa matéria prima. È em cachoeiro de itapemirim que se encontra a jazida “Monte Líbano”,
de onde se retiram a calcita, a areia e a argila. A fábrica fica situada no Bairro Cel Borges a margem esquerda do
Rio. Ao lado da fábrica, num quarterão de sua propriedade moram os operários, sendo todos segurados contra
acidentes. A companhia mantém um campo de esportes ao lado da fábrica, que está arrendada à firma pelo
Estado. Como várias outras realizações, a fábrica de cimento é obra do grande presidente Jerônimo Monteiro, que
em seu período governamental de 1908 a 1912, deu incremento a indústria, desenvolveu a instrução, higienizou a
capital e embelezou-a, sempre fiel ao lema “Trabalha e Confia”(Djalma Cavatti 4ª série do CI de Mecânica de
Máquinas - ETV, p.07, N19, 1945).
Contemplamos, extasiados, as maravilhas do engenho humano que, são os monumentais transatlânticos, e os
estratégicos submarinos. Esses e muitos outros inventos, nós os devemos unicamente à constância dos estudos e
experimentações de um paupérrimo norte-americano, que se dedicou tenazmente a ciência, resultante daí o alto
valor do seu legado ao mundo. Roberto Fulton, é natural da Pensilvânia nos Estados Unidos, nascendo em 1765.
Não possuía recursos financeiros, o que, no entanto, não prejudicou as suas qualidades de estudioso, ao contrário
fê-lo alcançar a glória e o triunfo. Depois de ter construído alguns aparelhos, de 1794 a 1796, foi convidado a ir a
paris pelo embaixador dos Estados Unidos naquela cidade. Roberto Fulton idealizou diversos inventos, sendo um
deles o Nautibus ou barco torpedeiro submarino que, sendo a mais perigosa das armas modernas, está entre as
mais eficientes. Em 1803, construiu depois de minuciosos estudos sobre navegação a vapor, um barco de grande
êxito. Embora, não houvesse sido Fulton o idealizador da aplicação do Vapor à navegação, foi quem a empregou
com sucesso. Roberto Fulton, morreu em conseqüência de excesso de trabalho, deixando como legado ao mundo,
uma série inestimável de obras e invenções, que concorreram incomparavelmente para o progresso da civilização(
ETV, p.08, N19, 1945).
Para Viver bem ...e Muito Necessita-se de um Jovem
Que se paire direito, que sente direito, que proceda com retidão e que fale com verdade. Que saiba contestar
quando se lhe fale, que pergunte quando não entenda e que não pergunte sobre o lhe não importe. Que tenha as
unhas sem “luto”, as orelhas limpas, os sapatos lustrados, a roupa sempre limpa, o cabelo em ordem e os dentes
bem cuidados. Que ande rapidamente e com o menor ruído possível. Que esteja sempre alegre, que tenha um
sorriso para todos e que nunca esteja de mau humor. Que seja respeitoso com todo homem e atento com toda
27
senhora. Que quando saiba uma cousa, diga “não sei” quando cometa um erro diga “equivoquei-me” e quando
se lhe pede algo que está dentro do seu nível ou de sua possibilidade, diga “vou fazer neste momento”. Que coma
fronte alta e que diga sempre o que considere justo, justo útil ou necessário. Que prefira perder seu emprego ou
ser despedido do colégio antes de afirmar uma falsidade ou cometer uma felonia. Que demonstre mais interesse
em falar bem seu idioma do que dizer uma blasfêmia e outras grosserias. Que não se convença de ser um sábio e
nem trate de chamar atenção por ninharias. Que se conduza com natural correção em presença de todos. Que não
seja egoísta e que não esteja sempre falando e gabando-se de si mesmo. Que seja bom com seus pais e neles tenha
plena confiança. Que não seja pedante e sim franco, feliz e cheio de otimismo. Deste jovem rapaz, se necessita
em toda parte, a família o necessita, o colégio o quer, o comércio, as industrias e artes o reclamam. Os demais
jovens o querem! A pátria o necessita! Todo mundo o quer! ( ETV, p.10, N19, 1945).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : Biblioteca Nilo Peçanha
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair
Marino.
Ano 03
Número 20
Setembro de 1945
Festejamos hoje a data aniversária do nosso distinto Diretor Dr. Arthur Seixas. Exaltar as suas qualidades é tarefa
desnecessária, porque o Dr. Seixas tem demonstrado, através de sua profícua administração, na só aqui na escola,
como em todos os meios capixabas, as suas qualidades de fino cavalheiro e o seu espírito moderno de perfeito
orientador do ensino profissional. Os jovens alunos desta casa têm na pessoa do seu diretor um pai afetuoso, que
procura corrigir-lhes os erros e encaminhá-los para a vida, como verdadeiros homens de bem. Os alunos saberão
exaltar o grande propulsor do ensino industrial em nossa terra. A educação é a garantia da adaptação do homem
ao meio em que vive, o povo do Espírito Santo tem, na pessoa do digníssimo aniversariante – que é um educador
perfeito – a atalaia à conquista da sua fidelidade e da sua alegria. A sua chegada a terra de Maria Ortiz para a
direção da escola da Escola Técnica de Vitória foi um presente régio, que a Divisão do Ensino Industrial fez ao
povo do Espírito Santo( ETV, p.01, N20, 1945).
Cumprimentos
Do Exmo sr. Abgar Renault, diretor do departamento nacional de Educação e Saúde: Apraz-me agradecer-lhe a
remessa do número dezoito do ETV, órgão oficial dos alunos desta escola. Desejo acrescentar além de palavras de
sincera satisfação pelo nível mantido até hoje por ETV, parabéns pela passagem do segundo aniversário desse
órgão e votos de novos e permanentes êxitos, que serão, sem dúvida, alcançados, desde que seus orientadores
persistam no entusiasmo, dedicação e firmeza revelados até agora( ETV, p.03, N20, 1945).
São do Dr. Vitor Hugo Pimentel, ex-presidente da casa do estudante capixaba as seguintes palavras: Os jornais são
os cinco sentidos das aglomerações humanas e o ETV, formando a contigüidade das opiniões da Escola Técnica e
estabelecendo as fórmulas que lhe uniformizam os conceitos, reflete a atmosfera comum em que trabalham ai
professores e alunos, todos visando o ideal elevado de melhor servir ao Brasil( ETV, p.03, N20, 1945).
A exposição de Máquinas da seção de mecânica de máquinas
No dia 23 de setembro, comemorando o advento das escolas técnicas, instalou-se, n vestíbulo da ETV, sob a
orientação da professora de desenho de Máquinas, Enila Firme Coelho, e do Sr. Antonio Luiz Valiati, professor
chefe da referida oficina, a nossa primeira exposição didática deste ano. Nos Trabalhos apresentados, não
sabemos o que mais admirar: Um arco de serra de Valdir Pinto Vieira, Um compasso divisor de Lauro Luis
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Gomes, Um graminho e um grampo paralelo de Inácio Leal, um desandador-ajustável de Silvio de Oliveira, um
torno de tubos de Djalma Cavati, Um mandril para máquinas de furar de Docastel Cardoso, um martelo de pena de
Renato Bezerra Lima, uma chave inglesa, de Pedro Rocha( ETV, p.03, N20, 1945).
Sociedade dos Amigos da Escola Técnica
Com o desejo de prestar uma homenagem ao Dr. Arthur Seixas, nosso digno diretor, foi escolhido o dia 23 de
setembro, data do seu natalício e que coincide com o aniversário das Escolas Industriais no Brasil, para serem
lançadas as bases fundamentais da SAET, que tem por fim auxiliá-lo na árdua tarefa de enquadrar jovens desta
escola na compreensão exata de seus deveres. A criação sociedade dos amigos da escola técnica é uma esperança
para os que mourejam nesta escola, pois, é certo, este será o caminho seguro para a realização das aspirações de
que estamos possuídos: o de viver na completa harmonia, trilhando a senda do dever e do progresso, em busca do
aperfeiçoamento. Visa a SAET: 1 - Defender e elevar o patrimônio da escola. 2 – Evitar acontecimentos que
perturbem a marcha disciplinar. 3 – Cooperar para o bom conceito da escola. 4 – Influenciar os elementos
perniciosos e procurar atraí-los para SAET. 5 – Incentivá-los ao estudo e ao respeito mútuo, a todo corpo docente
e administrativo e demais funcionários. 6 – Convencê-los a acatar todas as ordens emanadas de seus superiores. 7
– Fazê-los compreender que o dormitório, refeitório, salas de aula e demais dependências da escola, são locais de
silêncio, onde deve imperar a ordem e o respeito. 8 – Desenvolver bons hábitos de atitude. 9 – Cuidar da
conservação da saúde. 10 – Propagar virtudes sociais: cordialidade, polidez, benevolência, solidariedade,
cooperação, economia, lealdade, alegria de viver. A SAET procurará atingir a sua finalidade por meio de
conferências, cartazes, álbuns, reuniões, concursos e a biblioteca rotativa( ETV, p.03, N20, 1945). O símbolo da
SAET foi concepção de e trabalho de Haroldo Boechat: é um artístico gesso representando a justiça. O nosso
orador, Avari da Costa Prado, tendo inaugurado a SAET, fez o elogio do nosso presidente de honra – Dr. Seixas –
e convidou Dr. Fernando Alves Duarte para descerrar a bandeira do grêmio(oferta da professora Maria Penedo)
que cobria o retrato do Homenageado, aposto na nossa sede( ETV, p.05, N20, 1945).
Visitas
Atendendo ao convite feito pelo aluno Jarbas Cardoso Leal, redator do ETV e vice-presidente do nosso grêmio, o
sr. Orlando Magalhães, dedicado farmacêutico de nossa praça, visitou-nos no dia 30, exarando no respectivo livro
o seguinte termo de visita: “Visitando esta escola sediada no aprazível bairro de jucutuquara, nela me capacitei do
seu dedicado diretor, da sua formidável organização, tanto pelo seu admirável corpo de professores e auxiliares,
como pelo seu perfeito manancial profissional, em máquinas dos tipos mais modernos e de sua mais perfeita
distribuição. O Brasil que tanto necessita de profissionais técnicos para a sua pujança mundial e respeito de outras
nações, muito necessita de que seja ampliado o ensino profissional com outras escolas congêneres, formando
verdadeiros obreiros de sua grandeza. Estou deveras bem impressionado e confortado por essa visita tão
agradável. Fico muito agradecido ao grêmio “Rui Barbosa”. Vitória, 30 de setembro de 1945. Ass: Orlando
Magalhães( ETV, p.05, N20, 1945).
As Escolas Técnicas na Vida de um povo
A incumbência de dizer-lhes alguma coisa no dia do aniversário de nossa casa é particularmente grata para nós
outros que temos o nosso passado vinculado à aprendizagem pelas bancas de oficinas, cujo trabalho nos criou
raízes profundas na terra em que nascemos, e ,no presente, nos empenhamos na árdua e por vezes áspera tarefa de
transmitir, aos moços, conhecimentos que os habilitem viver uma vida honrada com o produto do seu labor.
Alunos da Escola Técnica de Vitória e nossos compatrícios: acabamos de sair de uma guerra sem igual, que
empobreceu e enlutou o mundo. Formando ao lado dos paladinos da liberdade, fomos às linhas de frente e
fincamos em Monte Castelo e Castel Nuovo o Auri-Verde pendão de nossa terra, que aos ventos frios do
mediterrâneo tremulou invencível, afirmando a têmpera de nossa gente. De lá voltaram os nossos heróis cobertos
de glória. Cumprimos o nosso dever. Demos a própria vida pela causa da liberdade. A vocês cabe a imensa
responsabilidade de preservar o sagrado patrimônio da terra-mãe e transmiti-lo aos porvindouros, enriquecido com
o seu trabalho. A vocês, os técnicos de amanhã, cabe fabricar as máquinas da nossa agricultura mecanizada,
enchendo os chapadões de tratores, que hão de deixar na esteira do seu caminho vastos campos de trigo de espigas
enormes e dourados para o milagre do pão nacional. De vocês depende a expansão das nossas industrias
especializadas. Onde quer que se encontre um de vocês, deve estar presente um defensor do ensino profissional,
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como o mais fecundo na formação do homem. Ilustrando o espírito ao tempo que aprende a manejar as
ferramentas, o moço adquire personalidade, socializa-se, torna-se mais humano, porque mais ligado a sua gente
pela força catalizadora do trabalho. E essa personalidade é um escudo contra o desamor do que é nosso. Essa
personalidade adquirida nas escolas –oficinas admite a crítica das nossas imperfeições, tendo em mira o nosso
aperfeiçoamento, mas não aceita a hipótese da nossa incapacidade. Onde quer que se encontre um de vocês, deve
ser proclamado que as nações ciosas de sua grandeza têm em grade conta o ensino profissional, base ou alicerce da
sua prosperidade; deve ser proclamado que o povo sem ensino profissional é povo sem industria econômica. E
povo sem industria capaz é como lua que anda ao redor da terra... Até certo ponto, a maioria conservadora da
nação esteve apegada ao preconceito de que trabalhar manualmente cheirava aos anos que antecederam 1888. A
esse preconceito anti-nacional, deve-se o nosso progresso acanhado. Urge, pois, que tiremos os entraves ao
progresso e ele que saia, a bom passo, dizendo a toda gente que o homem instruído e senhor de uma profissão tem
eficiência dupla. E assim agindo, teremos criado o clima ideal para o desenvolvimento das imensas riquezas
minerais e agrícolas, coroado pelo surto fabril em larga escala, criador de novos e mais novos padrões de
vida(Balbino de Lima Pitta - ETV, p.07, N20, 1945).
Informações e comentários
“Ao encerrar nossa excursão, na presença de doutor Celso, diretor da escola técnica nacional, fiquei entusiasmado
com as expressões usadas pelos alunos ao se referirem ao tratamento que tiveram como hóspedes da ETV,
confessando a alegria que lhes foi proporcionada por todos amigos que ai deixaram. Realmente, sua dedicada
atenção, cercando-nos de todo conforto, aliada ao carinho com que os demais amigos da ETV, nos acolheram,
jamais poderá ser esquecida. Aceite, pois, os meus sinceros agradecimentos, extensivos aos demais servidores, e
disponha sempre e sem constrangimento deste amigo que lhe envia um cordial abraço” Trecho de uma carta
enviada ao nosso diretor pelo professor Eugênio Pelerano, presidente da embaixada de alunos da ETN que visitou
Vitória em setembro ultimo( ETV, p.06, N20, 1945).
Reminiscências
Fui sempre muito despreocupado... Hoje em dia, não! Os meus afazeres são tantos! Tipo de menino que amava
sobretudo a liberdade, o meu trabalho consistia em arrumar o caniço, o bornal, a isca e partir para uma pesca.
...Fui crescendo e aquela vida tinha que acabar! Necessitava de aprender a ler e a escrever e foi assim que, tímido
como todas as crianças que se iniciam nas lides escolares, ingressei no grupo escolar de minha cidade. Os quatro
anos que fiquei no grupo decorreram normalmente. Sempre obtinha boas notas e, por fim, recebi o diploma do
curso primário. Durante as férias, eu relembrava as pescarias, indo para casa de um tio que morava no campo. Já
compreendendo alguma coisa, verifiquei que precisava aprender um ofício. Estava com esse pensamento quando
o diretor do grupo recebeu o convite para mandar a uma escola da capital três alunos de melhor classificação na
conclusão do curso primário. Tive a felicidade de ver-me incluído entre eles e, com o consentimento de meus
pais, parti. A princípio, fiquei triste por saber que iria passar muito tempo fora de casa; mas afinal, necessitava
aprender algum ofício e a escola a que eu me destinava tinha por fim especializar o aluno em alguns ramos da
industria. Deixei a casa paterna com muito pesar e, fazendo o exame vestibular, consegui a promoção,
ingressando no internato. Foi assim que transpondo diversos óbices, hoje aqui estou desfrutando dos prazeres e
responsabilidades da escola. Troquei meus apetrechos de pesca pelos livros, pela lima e pelos instrumentos de
medição que uso na mecânica, para tornar realidade aquilo que via figurar num painel mágico, representando o que
eu imaginava algum dia fazer: trabalhar para garantir o meu futuro, o dos meus e para o engrandecimento da
minha terra querida(Jair Marino / 3ª série do CI de Mecânica de Máquinas - ETV, p.09, N20, 1945).
Embaixada da escola técnica nacional
No dia 1º de setembro, tivemos o grande prazer de receber e hospedar a ultima turma do curso de desenho técnico
da ETN e que, sob a presidência do professor Eugênio Trombini Pelerano, do curso de Eletrotécnica, veio
observar, em nosso Estado, as várias instalações e usinas hidroelétricas bem como outras atividades industriais.
Enviando a todos o nosso abraço e votos de felicidades, reafirmando-lhes, pelas colunas do ETV, o grande prazer
de havê-los conhecido(Djalma Cavati / 4ª série do CI de Mecânica de Máquinas - ETV, p.10, N20, 1945).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
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Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : sede do grêmio Rui Barbosa
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Hélio Porto de Oliveira, José Menezes Folhagem, Milton Costa, Antonio Carlos Rosa, Nelson Soares,
Fabio Soares, Jaime Lopes Balmas, Jurandi Ad-Versi, Abel Braga Ribeiro, Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary
da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair Marino.
Ilustrador: Haroldo Boechat
Auxiliares: Gerson Costa, João Batista Gomes e Álvaro Lopes
Ano 03
Número 22
Março de 1946
Etevianos:
Longe estão os dias despreocupados das férias, de convívio entre os parentes e amigos queridos e quando
macacões de mescla foram substituídos pelos culotes e chapeirões de palha. Etevianos: Ali estão as oficinas para
mais um ano de aprendizado. Um aprendizado consciente que vos leve, confiantes a vida prática. É preciso agir.
É preciso produzir. Urge ter a força de trabalhar. De movimentar aquela maquinaria há dois meses aguardando,
no seu silêncio metálico, o vosso retorno. Ali estão aquarelas, esperando o colorido de vossas fantasias. Jovens
tipógrafos: cabe-vos movimentar, de novo, a Chandier Price; separar tipos; pautar; compor; divulgar; o nosso
movimento educacional, através das colunas do ETV. É preciso que novamente, as serras e as plainas cantem o
hino glorioso do trabalho, no seu caminho vai-vem sobre os jacarandás abatidos à margem do rio doce. Na
alfaiataria e sapataria, de braços dados, habilitem-se os artistas da elegância de amanhã... Do vosso esforço; da
liberdade de vosso sacrifícios; do vosso espírito de compreensão; de vossa força de vontade, do vosso desejo de
aperfeiçoamento, virá a vossa felicidade. Fazei vossa profissão de fé! Preparai-vos para bem servir à sociedade de
uqe sois membros! E que, a esta geração que aqui se apresta, possa, amanhã a pátria ser agradecida! Mensagem
do conselho consultivo do grêmio Rui Barbosa( Isaltina Paolielo e Juraci Machado - ETV, p.01, N22, 1946).
Para ti eteviano, este trecho:
Os técnicos não se improvisam: são mais difíceis de formar do que os soldados. Tua longa preparação, nos
trabalhos de marcenaria, de mecânica, de pintura, de escultura, de entalhação, de eletricidade, vale por um
aprendizado de inestimável alcance para pátria. Se ela um dia estiver em perigo, recorrerá a teus serviços: eles
serão tanto ou mais necessários do que o dedo que aperta o gatilho. Esse dedo que nada poderia fazer sem o
técnico que prepara o engenho terrível e o aprisiona de munição eficiente. Tua oficina é um centro de preparação
para defesa do país. A ti e a teus colegas, competirá a tarefa mais árdua e difícil, nas horas amargas. Urge que, se
esse movimento chegar, a pátria possa contar com a tua técnica, com o teu trabalho especializado e eficiente. O
Brasil confia em sua juventude educada na escola do trabalho consciente e produtivo. Conta convosco, meus
jovens amigos, para o labor fecundo da paz que enriquece e engrandece a terra; e conta convosco, ainda, nas horas
amargas de provação, se elas soarem para nós. Não vos esqueçais. Aprendei, Trabalhai, Preservai. Na paz ou na
guerra, sereis os técnicos do Brasil! Não lhe falteis, quando fordes chamados(De Mecânico de Máquinas –Reis ETV, p.04, N22, 1946).
O nosso Dormitório...
Este é o nosso dormitório...As camas, bem arrumadas e enfileiradas, dão ótima impressão aos visitantes. Aí
compensamos os dias de ardoroso trabalho. Aí, em horas de vigília, estabelecemos nosso planos, e, mentalmente,
resolvemos muitos problemas de nossa vida ou relembramos a casa paterna e os acontecimentos do dia(Antonio
Carlos Rosa / 4ª série do CI - ETV, p.05, N22, 1946).
Visita a diretoria do ensino industrial
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O diretor, dr. Francisco Montojos, amavelmente nos recebeu, revelando, durante toda sua palestra, grande
interesse e perfeito conhecimento das atividades da ETV das quais tem notícias através de nosso jornal e visitas
que recebe. Disse-nos ainda o Dr. Montojos estar satisfeito com a solidariedade existente entre diretor, professores
e alunos, com o conceito em que a ETV, dia a dia, se firma, tudo isso reflexo da bem orientada administração do
Dr. Seixas. O Dr. Montojos ao falar sobre o curso técnico, disse-nos que é uma seqüência natural ao curso básico,
conforme prevê, a lei orgânica. Assim, vocês, que terminam a 4ª série, irão constituir a primeira turma do curso
técnico em nossa escola. Tudo está previsto: verbas, organização do quadro de professores, etc. Ao se referir ao
nosso ETV, disse: “é um jornal de aluno para aluno, sem preocupações de elogios descabidos, sem exagero de
artigos técnicos”. Acha o ETV um jornal alegre, variado, próprio para o estudante. Falou também sobre a SAET:
Estão de parabéns , os seus criadores, é uma instituição de muito mérito, um grande fator educativo, capaz de
resolver por si só, o problema disciplinar, pois o decálogo é um código perfeito! O Dr. Montonjos pediu notícias
minuciosas de todos os professores e de seus trabalhos,e , finalmente, falou na exposição. Achou estranho que
tivesse sido realizada fora da escola, o que foi justificado pelo simples fato de geografia local! Estando o nosso
prédio fora da zona urbana, com a grande dificuldade de condução, teria passado despercebida. Para despertar o
interesse da nossa população nada melhor do que instalá-la numa zona comercial. Assim na vitrine do “PanAmericano”, da firma Azevedo & Cia e gentilmente cedida, corou-se de grande êxito(ETV, p.06, N22, 1946).
Vitória
Vitória possui uma superfície de quilômetros quadrados, 48 mil pessoas e cerca de 5973 prédios. Vitória está
distante do Rio de Janeiro, por via aérea, duas horas e meia. É vitória importante porto comercial; além do café,
escoa-se por ai todo minério da serra do espinhaço. Para isso, no morro do atalaia foi construído um cais com
aparelhamento especiais. Os minérios que vêm de Minas Gerais, depois de utilizarem o caminho natural do vale
do rio doce e a estrada Vitória-Minas, são armazenados em silos e embarcados com segurança e rapidez(Álvaro
Lopes / 3ª série do CI de Tipografia e Encadernação - ETV, p.08, N22, 1946).
A P. R. G. 4, rádio clube da ETV dos seus estúdios em ondas curtas e longas, cumprimenta seus amáveis ouvintes,
apresentado-lhes, na palavra do seu locutor, Hélio Porto de Oliveira, “um programa para você, patrocinado pela
“Casa Durval”, o estabelecimento preferido pelas senhoras e senhoritas que praticam a virtude da economia!(
Hélio Porto de Oliveira / 4ª série do CI de Mecânica de Máquinas - ETV, p.08, N22, 1946).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : sede do grêmio Rui Barbosa
Oficina: Tipografia da ETV
Redatores: Hélio Porto de Oliveira, José Menezes Folhagem, Milton Costa, Antonio Carlos Rosa, Nelson Soares,
Fabio Soares, Jaime Lopes Balmas, Jurandi Ad-Versi, Abel Braga Ribeiro, Djalma Cavatti, Isaias Botelho, Avary
da Costa Prado, João Pimentel Loureiro, Alberto Ribeiro e Jair Marino.
Ilustrador: Haroldo Boechat
Auxiliares: Gerson Costa, João Batista Gomes e Álvaro Lopes
Ano 03
Número 23 e 24
Abril - Maio de 1946
Carteira Social
As 8 horas do dia 14, a ETV recebeu a visita do Dr, Aristides Campos D.D interventor federal neste Estado.
Acompanhado pelo sr. Secretário da Agricultura Dr. Almir Garcia Rosa, penetrou diretamente em nossas oficinas,
buscando ali impressões exatas, sem protocolo, sem os artifícios das visitas anunciadas. Foi uma atitude singular.
Só depois de satisfeita a curiosidade de seu espírito observador e perspicaz, fez-se anunciar ao nosso diretor, Dr.
32
Artur Seixas. O interventor, passou anônimo por diversas seções, tendo visto tudo de perto, no seu
funcionamento normal( ETV, p.02, N23 e 24, 1946).
Ofertas
Da tipografia Gentil, recebemos uma caneta-tinteiro para ser entregue ao autor do segundo cartaz no concurso
“saúde” promovido pela SAET. Nossos agradecimentos( ETV, p.03, N23 e 24, 1946).
Heróis Anônimos
É na luta por vencer que vão os madeireiros cavando o terreno abrindo estradas. Esses heróis, trabalhando às
próprias expensas são solitários patriotas, baluartes do progresso e muito dignos de nossa admiração. No trabalho
extenuante, vão ligando as cidades às vilas, aos povoados, os povoados aos sertões. Nessa tarefa insana e
desinteressada, vão os bandeirantes modernos incrementando a lavoura intensificando o comercio ajudando a
civilização. Encontramo-nos no norte, em viagem o município de Colatina. Estamos no local “novo Brasil”,
atrasado, mas já com um comercio varejista interessante e onde casinhas brancas enfileiradas, lhe valeram a
categoria de patrimônio. Zona rica em café, milho e cereais e de cuja região retiram grandes safras, podendo
auferir grandes lucros se não houvesse o problema do transporte. Estende-se até rio bonito que supre o celeiro de
“novo Brasil” e onde está a lavoura em grande desenvolvimento. Dali partem caravanas, levando a produção da
terra. Fazem o transporte com tropas. Sistema antiquado demorado e que encarece o carregamento. A tropa tem
que atravessar duas picadas na mata muito estreitas. Na época das chuvas, formam-se grandes lodaçais. A tropa
atola-se, muitas vezes, prejudica-se a mercadoria. Urge uma estrada de rodagem. O madeireiro entra em cena.
Esse homem intrépido, rastejando a enxada, vai abrindo sulcos profundos na terra, deixando atrás de si um
caminho largo, numa terra avermelhada que pouco a pouco vai atravessando matas, escampados e morros( ETV,
p.04, N23 e 24, 1946).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : sede do grêmio Rui Barbosa
Oficina: Tipografia da ETV
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Ano 03
Número 25 e 26
Junho e Julho de 1946
19 de Julho de 1946, data duplamente festiva: Aniversaria o grêmio Rui Barbosa e o seu órgão de publicidade.
Aniversaria a 19 de julho, o grêmio Rui Barbosa e o seu órgão de publicidade o “ETV”. Rui Barbosa foi o
pioneiro do ensino industrial em nossa terra. E assim, todo aquele, que passar por uma escola industrial no Brasil,
para o aprendizado de um ofício, lhe assegure a subsistência, e, conseqüentemente, a liberdade, terá para Rui
Barbosa um dever de gratidão. Credo de Rui Barbosa: “creio na liberdade onipotente, criadora das nações
robustas; creio na lei, emanação dela, e seu órgão capital, a primeira das suas necessidades; Creio que, neste
regime, não há outros poderes soberanos, e soberano é o direito interpretado pelos tribunais; creio que a soberania
popular necessita de limites, e que estes limites vem a ser as suas constituições, por ela mesma criada, nas suas
horas de inspiração jurídica, em garantia contra os seus impulsos de paixão desordenada; creio que a republica
decai, porque se deixou estragar, confiando-se no regime de força;(...) creio na moderação e na tolerância, no
progresso e na disciplina, na impotência fatal dos incompetentes e no valor insuprível das capacidades; rejeito as
33
doutrinas de arbítrio; abomino as ditaduras de todo gênero,militares ou científicas, coroadas ou populares;
detesto os estados de sítio, as suspensões de garantias, as razões de Estado, as leis de salvação públicas; odeio
combinações hipócritas de absolutismo dissimulado sob as formas democráticas e republicanas; oponho-me aos
governos de seita, aos governos de facção, aos governos de ignorância; e, quando esta se traduz pela abolição geral
das grandes instituições docentes, isto é, pela hostilidade radical à inteligência do país nos focos mais altos de sua
cultura, a estúpida selvageria dessa fórmula administrativa impressiona-me como o bramir de um oceano de
barbárie ameaçando as fronteiras de nossa nacionalidade”(Barbosa apud Ciro da Costa Rosa / presidente do GRB ETV, p.01, N25 e 26, 1946).
Nomeações
Foi nomeado, para o cargo de professor do curso industrial de artes de couro, João Có, que fez seu curso
profissional nas nossas antigas instalações da rua presidente pedreira(ETV, p.03, N25 e 26, 1946).
Reuniões
No dia 11 de julho, transcorrendo a data de nascimento do genial patrício Carlos Gomes, a professora Maria
Penedo realizou, no nosso auditório às 8 horas, uma sessão comemorativa. Inicialmente, os alunos cantaram um
trecho do Guarani, sendo muito aplaudidos. Em seguida, ouviu-se a marcha ETV nº 01, escrita por Jair Marino,
aluno da 4ª série, para adaptação à música de Patrício Veiga. A professora executou várias partituras, entre elas, a
“polonaise” de Chopin e o “Guarani” de Carlos Gomes, e Honorato Simões, o nosso cantor nº 1, fez-se ouvir em
“Ave Maria” (ETV, p.03, N25 e 26, 1946).
Nosso Grêmio
A França, que rompeu os grilhões a 14 de julho de 1789, é a mesma França heróica dos “maquis”. O espírito
Francês resiste a todas as provações, a todas influencias contrárias, para ressurgir cada vez mais querida e
admirada. Saudemos! Saudemos a França, gloriosa nas suas páginas de civismo: imutável na sua crença nos
direitos dos cidadãos(ETV, p.03, N25 e 26, 1946).
O desenho é o idioma internacional dos técnicos
Jovens etevianos, nas industrias, oficinas, escritórios, laboratórios, a todo instante aparecem problemas onde entra
o desenho, e, por mais variadas que sejam as suas atividades, precisarão saber desenhar ou conhecer o desenho
para serem verdadeiros técnicos. O desenho constitui o meio de comunicação entre o autor de uma obra e o
encarregado de executá-la. É uma arte que se adquire aprendendo e estudando, como se fosse um idioma(ETV,
p.04, N25 e 26, 1946).
A P.R.G. 4:
Vivemos hoje o dia 19 de julho que, no calendário eteviano, assinala dois acontecimentos de grande significação: a
fundação do ETV e o aparecimento do grêmio Rui Barbosa, o seu propósito é o de desenvolver, em nosso
ambiente, a sociabilidade, a alegria, a cooperação, a iniciativa, o patriotismo...(ETV, p.12, N25 e 26, 1946).
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Ano 03
34
Número 27
Agosto de 1946
Irineu Evangelista de Souza – Barão de Mauá
Era quase nulo o desenvolvimento industrial do Brasil na época do segundo reinado, pois, apesar do revogamento
do alvará de D. Maria I, em 1808, o qual proibia a criação de industrias no Brasil, somente em 1844, em virtude do
início da política alfandegária protecionista, é que se registrou algum desenvolvimento na industria brasileira.
Chega a ser um tanto irrisória a estatística do nosso movimento industrial até o ano de 1850, existindo apenas 50
estabelecimentos industriais, inclusive algumas dezenas de salinas; 2 fábricas de tecidos; 10 industrias de
alimentação; 7 de produtos químicos; 5 de pequena metalurgia, todas elas perfazendo um capital de pouco mais de
Cr$ 700,00(ETV, p.01, N27, 1946).
Embaixada Aristides Campos
Na segunda quinzena de setembro, seguirá em viagem de estudos, com destino a capital federal, sob a designação
de embaixada Aristides Campos, em homenagem ao nosso DD. Interventor, pela generosidade com que patrocinou
o nosso movimento. Essa representação, dirigida pelo nosso diretor Artur Seixas, e acompanhada pelo nosso
inspetor Dadi, ficará hospedada na ETN, na avenida maracanã. Constituir-se-á de 20 alunos indicados pelos
professores de oficina, de acordo com seu aproveitamento(ETV, p.03, N27, 1946).
A nossa seção vem hoje, numa homenagem sincera e justa, apreciar o trabalho de Docastel Cardoso, ex-aluno
desta escola.
Honra ao mérito
Máquina de curvar anzóis, foi o nome que recebeu a peça por ele executada, com grande perfeição, na prova final.
É o seu trabalho digno dos nossos mais calorosos aplausos e do nosso ardente entusiasmo. Portanto, não
poderíamos deixar de ressaltar aqui o mérito que lhe é devido, fazendo uma pequena apreciação de seu
trabalho(ETV, p.04, N27, 1946).
História da industria no Brasil
Durante o período colonial, o nosso progresso industrial foi lento, pois o governo português não via com bons
olhos os progressos industriais da colônia. No Rio de Janeiro, São Paulo e Minas havia fábricas. Em 1985, um
alvará de D. Maria I proibia a existência de fábricas ou qualquer industria no Brasil, tendo em vista proteger as
industrias do reino. Só era permitida a fábrica de algodão grosseiro, para sacos e roupas de escravos. Com a
chegada da família real em 1808, foi revogado o alvará anterior. As fábricas e oficinas voltaram a trabalhar. Até
1840, o número de fábricas era pequeno mas variado, indicando a tendência do pais abastecer-se a si mesmo,
embora modestamente. Depois de 1840, montaram-se empresas mais importantes, com maquinismos mais
perfeitos. Apareceram artífices europeus na direção das fábricas, ensinado os nossos operários. Com a república,
entrou a industria brasileira em outra fase. A mudança de regime mudou aumentou as despesas públicas, o
governo levantou os direitos alfandegários. Nasceram então novas industrias. A guerra de 1914 veio privar o
mercado brasileiro de muitos recursos estrangeiros; o período que se seguiu até a terminação da guerra obrigounos a aperfeiçoarmos o que fabricávamos. Os artigos estrangeiros, mesmo assim tinham maior aceitação. Os
consumidores prefeririam pagar mais caro pelo que vinha de fora a utilizar produto nacional. Muitas industrias
para vender os artigos, principiaram a dar rótulos estrangeiros aos melhores produtos. Mas o governo não permitiu
que passassem por estrangeiros os produtos que honravam a industria nacional: tornou obrigatório que todo artigo
aqui manufaturado trouxesse a marca – industria brasileira. De 1937 para cá, procurou-se mobilizar todas as
nossas possibilidades, para a organização da grande industria. O governo levantou a “cidade do aço” no Rio de
Janeiro. O parque industrial brasileiro está crescendo, já fabricamos navios e aviões. As industrias de tecidos,
ferragens, tintas, vernizes, calçados, perfumarias, cigarros, cimento, sabão e papel podem já competir com as
melhores do mundo(João Augusto de Souza / 3ª série do CI de serralheria - ETV, p.10, N27, 1946).
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Ano 03
Número 28
Setembro de 1946
23 de setembro na ETV
Os servidores congratulam-se nas palavras da colega Isaltina Paolielo pelo transcurso de data duplamente festiva:
a 1ª começa no dia do nascimento deste estabelecimento de ensino. Começaste a viver na rua Presidente
Pedreira...num casarão sombrio...Hoje, ali, está tudo diferente: vieram os salesianos, pintaram o casarão, abriram
janelões e a luz penetrou. Igualzinha, só a mangueira, impassível testemunha, no tempo e no espaço. Tuas
oficinas modestas...Em barracões...Para ali se dirigia a população pobre e humilde de nossa capital, para o
aprendizado de um ofício. Era o primeiro vislumbre de liberdade, de ambição, de sentimento de dignidade, porque
a capacidade de viver independentemente é a base fundamental do respeito que se desfruta do meio coletivo.
Entregue às tarefas diárias, enquanto se esforçava na aprendizagem, o jovem artífice amadurecia o espírito em
reflexões: a habilidade manual lha haveria de conceder o direito de ganhar dinheiro, de garantir a subsistência.
Delineava-se, nele a responsabilidade financeira, com a qual ele teria a liberdade mental e espiritual. A garantia de
uma renda, regular e honrosa, deixava-se entrever uma vida doméstica menos sofrida e menos miserável. O
dinheiro é eixo em torno do qual gravitam as relações humanas. A penúria é uma franqueza...E quem não tem
estabilidade econômica vive no caos social. Essas reflexões suspendiam-se com a sineta para a saída ou o
recreio...Durante 30 anos, sucederam-se as turmas de alunos. Mas talvez não se diferenciassem muito os seus
sonhos, as suas ambições... E a escola de aprendizes artífices não os desiludiu, pois muitos que por ali passaram, a
par do desenvolvimento nas letras, levaram uma profissão em que hoje militam. Sabemos, até, de muitos alunos
que se colocaram depois em ótimas condições. E, como em tudo há o lado pitoresco da questão, há até um médico
capixaba, que ali fez o seu curso primário, por conveniências pessoais, freqüentando a seção de alfaiataria, o que
muito lhe valeu nas horas de aperto, em pensões no Rio de Janeiro, quando estava estudante da faculdade. Ele
mesmo consertava a sua roupa, passava-a, pregava botões, merecendo elogios da dona da pensão e causando,
mesmo inveja aos desajeitados e condenados ao desleixo. Correm os ponteiros do velho tempo...Veio a guerra,
com todas as suas conseqüências e, impossibilitada a exportação, a industria nacional começou a impor seus
direitos, entrando numa era florescente. Valorizou-se a execução e sentiu-se a necessidade da formação técnica.
O governo percebeu que a época era decisiva na vida nacional, de suma importância e que deveríamos crescer com
ela e, mesmo, sobrepujá-la! Volve Getúlio Vargas as vistas para o ensino industrial. Elabora a sua lei orgânica,
constrói os novos prédios. Aparelha-os de moderna maquinaria. E é por isso, ETV, que quem deste modo te
encontra, vestida com tamanha alacridade, afirmará que, com os teus viçosos 37 anos, não apresentas a idade...O
dia em que se inaugurou a ETV( na sua nova sede em Jucutuquara) foi o dia 11 de dezembro de 1942 com as
presenças do interventor federal Sr.Punaro Bley e o Dr. Francisco Montojos diretor da divisão do ensino
profissional(Isaltina Paolielo - ETV, p.01 e 10, N28, 1946).
Carteira Social
Comemorou seu aniversário, no dia 24, a prof (a) Lea Baldi, que rege há anos a cadeira de Ciências Físicas, nesta
escola(ETV, p.02, N28, 1946).
Acidentes
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Há dias, em nossa oficina de mecânica, foi vítima de um acidente o estimado professor Joaquim Botechia, do
curso de serralheria, perdendo, no esmeril, a falangeta do indicador da mão direita. Atendido, imediatamente, pelo
nosso estimado clínico, Dr. Teófilo Costa, o professor Botechia esteve uns dias afastado do nosso convívio,
recebendo constantes visitas de seus colegas e alunos. Já se acha restabelecido e trabalhando, alegre junto
conosco(ETV, p.03 , N28, 1946).
Viajantes
A embaixada “Aristides Campos”, composta de 23 alunos, sob a chefia do inspetor Admercil Silva, ficará
hospedada na Escola Técnica Nacional, visitando, depois, a grande usina siderúrgica de Volta Redonda e Escola
Técnica de Campos(ETV, p.03 , N28, 1946).
No dia 13 deste mês, tivemos o grande prazer de ver inaugurar-se em nossa escola, o serviço de alto-falante da
P.R.G. 4 rádio clube da ETV. Com a garantia do espírito moço e vigoroso do diretor desta casa, que a serviço da
escola dinamiza todas as forças da sua inteligência, a nossa P.R.G.4 inaugura-se, neste momento, sob os mais
felizes auspícios. Promete, diariamente, à hora do almoço, um programa pra você! Serão lembrados, então, os
mais salutares conselhos de higiene, de elegância de atitudes, mantendo-se um serviço completo de informações;
um programa variado, com música e humorismo! Enfim, um programa que seja capaz de aumentar a disposição
de vocês. Agora, a direção dos programas da P R G 4 está confiada ao entusiasmo de professor Balbino de Lima
Pita, que arregimentou o pessoal da ETV para atuar em programas quinzenais... (ETV, p.08 , N28, 1946).
Ás 13 horas, di dia 23, realizou-se “Concurso de desenho”, sob orientação dos professores Balbino de Lima Pita e
Álvaro Conde, para comemorar a data da criação das escolas profissionais. Os envelopes desse certame receberam
o nome do presidente de honra do grêmio e foram conferidos aos seguintes alunos: Liomar Nazaré Silva -Pintura,
Carlos Caser Filho - Marcenaria, Arnauld Bolonha - Alfaiataria, João Ribeiro de Freitas - Tipografia e
Encadernação, Ormando Couto Teixeira - Mecânica, Gilmir Miranda - Serralheria(ETV, p.09, N28, 1946).
Um pouco de tecnologia
Dentre as novas máquinas recém-chegadas para a oficina de mecânica de máquinas destaca-se pela sua precisão e
utilidade, a fresadora. A máquina existente em nossa oficina é uma fresadora universal, americana, da Van
Norman Company, custando quase duzentos mil cruzeiros. A árvore tem 18 velocidades, variando de 30 a 1500
rpm. A mudança de velocidade se efetua com rapidez, manejando-se a alavanca situada na coluna da máquina,
onde também se encontra um quadro com as indicações de velocidade da árvore. A embreagem da árvore é
operada pela alavanca maior, instalada na coluna. O curso transversal, vertical e longitudinal, pode ser manual ou
mecânico, as manivelas para o avanço afrouxam, automaticamente quando estão em uso(Prof Antonio Luiz Valiati
- ETV, p.11, N28, 1946).
Terra e Vida
Açúcar é um produto industrial extraído de duas plantas: a cana de açúcar e a beterraba. A industria açucareira é
complexa e exige numerosas máquinas: moendas para extrair o suco; fornos para aquecê-lo; filtros e destilaria,
para purificá-lo. Por isso, muitos preferem fabricar, com a cana, bebidas, que dão menos trabalho e tem grande
consumo(ETV, p.13, N28, 1946).
Mocidade capixaba, cheia de ardor cívico, tomou parte nas comemorações do dia da pátria. Disciplinada e
garbosa, silenciou agora a banda de ETV: aproxima-se do palanque para manter a cadência do desfile. Na avenida
Getúlio Vargas, a multidão abre alas e passa a mocidade da ETV, estuante de entusiasmo(ETV, p.15, N28, 1946).
Cumprimentos
Em nome do exmo interventor federal, tenho o prazer de elogiar a brilhante atuação desse educandário nos
festejos comemorativos do dia da pátria. Cordiais Saudações, Manoel Lopes Pimenta / Secretário de educação e
Saúde.
Cumpre-me elogiar o garbo de todos os alunos desse educandário, durante o desfile, os quais deram ao povo de
nossa capital soberba demonstração de ordem, disciplina e educação cívica, virtudes indispensáveis à construção
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de uma pátria unida e forte. Atenciosa saudações, Luiz Edmundo Malizek / Diretor da divisão do ensino
superior, secundário, profissional, técnico e artístico(ETV, p.15, N28, 1946).
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Ano 03
Número 29
Outubro e Novembro de 1946
Datas importantes:
Professor Antoni Luis Valiati - Completou , no dia 5 de novembro, 11 anos de trabalho eficiente e ininterrupto
nesta casa o professor Antonio Luis Valiati, que dirige a seção de mecânica de máquinas. Recebeu, por este
motivo, uma carinhosa homenagem dos seus amigos e admiradores da ETV. (...) Professor Horácio Dantas da
Silva – Transcorreu, no dia 12, a data natalícia do sr. Horácio Dantas da Silva, professor da seção de tipografia e
encadernação. Os seus alunos, que agora compreendem melhor o trabalho silencioso deste infatigável mestre,
receberam com indizível satisfação a sua visita neste dia e buscaram, nas palmas e nos abraços, a maneira
eloqüente de exteriorizar sua afetividade, sua gratidão(ETV, p.01, N29, 1946).
Viajantes
No dia 6 de outubro, integrando a embaixada mineira ao congresso de engenharia, visitou a nossa capital Dr.
Hermann Lotti, diretor da escola técnica de Belo Horizonte(ETV, p.01, N29, 1946).
Honra ao mérito
Numa despedida aos quartanistas do curso industrial de mecânica de máquinas, foram entregues de desenho aos
melhores alunos: Elimário Ramos, Silvio de Oliveira e Milton Costa, que merecidamente conquistaram esses
prêmios, instituídos como recompensa aos trabalhos mais eficientes executados no desenrolar deste ano. A seção
de desenho de máquinas deseja que o exemplo da quarta série de 1946 seja imitado pelo demais alunos da escola
técnica de Vitória porque, assim fazendo, eles saberão como bem servir ao Brasil(ETV, p.04, N29, 1946).
Prêmio Abelardo Cardoso
Obedecendo aos nossos impulsos de justiça e num preito de admiração, demos nome ao prêmio de desenho –
Abelardo Cardoso – em homenagem ao nosso ex-professor de desenho, hoje professor da escola técnica de Belo
Horizonte, o qual nos envio a seguinte mensagem: a homenagem que o brilhante jornal presta ao meu obscuro
nome constitui o melhor prêmio ao meu modesto trabalho no campo do ensino profissional. Aceitem vocês e
transmitem aos sus colegas o meu agradecimento de quem acompanha com carinho o desenvolvimento da escola
técnica de vitória através do ETV(ETV, p.04, N29, 1946).
Embaixada Aristides Campos
Regressou no dia 12 de outubro, a embaixada Aristides Campos, aguardada com ansiedade. De sua permanência,
de quase uma quinzena na capital federal, muito houve o que contar: visitas ao nosso ministério, conhecendo
pessoalmente, a figura simpática do Dr. Francisco Montojos, diretor de ensino industrial; ao arsenal de guerra; à
fábrica de mascaras contra gases, em bom sucesso, à escola de belas artes, à imprensa nacional, a várias estações
de rádio, Paquetá – o passeio que deixou saudades aos enamorados da natureza – e, finalmente, volta redonda,
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maior centro siderúrgico do Brasil. De regresso, permaneceram dois dias em Campos. Na florescente cidade
usineira, escreveram os nossos excursionistas belas páginas de sue diário de viagem. Ali conheceram dias de doce
convivência com os co-irmãos de ofício, cativos de hospitalidade carinhosa: festas, risos, camaradagem,
compondo a teia suave de recordações mui agradáveis... (ETV, p.06, N29, 1946).
Conclusão de Curso
No dia 15 de dezembro, a ETV vai conferir certificado de conclusão de curso à sua primeira turma do CI. A turma
de 1946, paninfada pelo Dr. Artur Seixas, nosso incansável diretor, compõe-se de 56 alunos sendo 05 de
alfaiataria, 16 de tipografia e encadernação, 33 de mecânica de máquinas e 2 de pintura(ETV, p.11, N29, 1946).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : sede do grêmio Rui Barbosa
Diretor: Loadir Pasolini
Redator chefe: Jaime Lopes Balmas
Josino Barros Figueira, Abel Braga Ribeiro, Joceni Ribeiro Igreja, José M Rodrigues, Jessi José de Sá, João
Batista Gomes e Nilo José dos Santos.
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 04
Número 30
Março de 1947
Crônica
Reabriram-se as portas da ETV. Aos poucos, começaram a chegar os alunos de todos os recantos do nosso Estado,
cheios de alegria como nunca, dispostos a enfrentar mais um ano de estudos. Novos alunos, os calouros, a que
guardam muitas peças, começam encher de reboliço os grandes pátios de recreio, as salas de aula e as
movimentadas oficinas, como novo sangue nas veias etevianas. Os veteranos relembram com saudades os
concludentes do ano passado. Deste muito se já se acham bem colocados, em grandes centros industriais,
enviando à escola as usa notícias e a certeza de que ela tem realizado a sua finalidade. Tudo isto é um incentivo
para as novas turmas, para mais um ano de lutas e de trabalho eficiente(Abel Braga Ribeiro - ETV, p.02, N30,
1947).
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Redator chefe: Jaime Lopes Balmas
Josino Barros Figueira, Abel Braga Ribeiro, Joceni Ribeiro Igreja, José M Rodrigues, Jessi José de Sá, João
Batista Gomes e Nilo José dos Santos.
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 04
Número 31
Abril de 1947
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Vivia naquela época o trabalhador empírico, que não teve quem lhe ensinasse a trabalhar, não somente com os
braços, mas também com o cérebro. Daí, o arraigado preconceito com que o trabalho manual ou mecânico
deprime. A mão de obra foi se aperfeiçoando. Foram aparecendo as máquinas operatrizes e os artífices
progrediram. Motores elétricos, aviões , rádios e outros inúmeros inventos, que se tornaram possíveis com o
desenvolvimento da técnica, são símbolos de uma era: a do artífice consciente, capaz de desempenhar
racionalmente a sua tarefa. As mãos ativas, cérebro ativo, o coração também a participar da tarefa. O trabalho é
por excelência, elemento da vida de um povo, a canalização dos seus estímulos e de seus ideais, a forma acabada
do seu esforço. E a evolução industrial de um país depende do modo porque o trabalho é encarado pelos seus
cidadãos. Para uns, realizá-lo é um divertimento, significa alegria, progresso e êxito. Para outros, não traz
emoções agradáveis; significa fadiga, aborrecimento, escravidão, fracasso. O que gera esta indisposição, física e
mental, é o trabalho realizado por obrigação. E o trabalho de má vontade contraria todo mundo: o patrão, o
companheiros e o próprio trabalhador. Os que trabalham com amor são livres; os que trabalham coagidos pela
necessidade serão sempre escravos, pois não é a tarefa que escraviza, mas o espírito de descontentamento que a
dirige. Escraviza-se o homem que se restringe ao limite mínimo de esforço e, só quando deixar de especificar as
horas de trabalho, será independente. O objetivo é que deverá marcar o tempo de labor. Assim, não deve o
homem ver no trabalho o fim ultimo de ganhar o pão de cada dia, mas buscar nele um meio de aperfeiçoar suas
aptidões, de dignificar sua vida. No trabalho, o operário honesto está sendo pago para aprimorar seu caráter, está
aprendendo a ser pontual, disciplinado, preciso, previdente, reto e bem humorado. No trabalho, aperfeiçoa-se a
existência, e que encontrar dificuldade nesse aperfeiçoamento, procura a causa em si mesmo, na sua indecisão, na
sua vontade fraca, no desperdício de sua energia ou ambição mal orientada. Ocioso não é aquele que nada faz: é
aquele que executa o restritamente necessário. São os que, no desempenho de suas funções, vivem com os olhos
no relógio, acompanhando a sucessão das horas. Para eles, os ponteiros não avançam, arrastam-se. São pessoas
sem objetivos e, em qualquer parte, constituem um sério entrave ao progresso. Concluímos que o trabalho ou é
um prazer ou uma mortificação. O trabalho-prazer deve ser o lema de todos nós que nesta escola-oficina nos
aprestamos para constituir a mão consciente, especializada, de nossa época. Nas nossas realizações,
consideraremos sempre: o motivo, o método, a cooperação. O primeiro nos é dado pelo sentimento. A maquina
humana atinge o seu maior grau de rendimento sob o calor e o entusiasmo assegurado por um motivo elevado, que
lhe dará uma coragem audaciosa, um coração vibrante e destemido. O segundo é ditado pela inteligência e
traduzido na elaboração dos planos. Tem aspecto individual, justificando os segredos profissionais. O terceiro, a
cooperação, significa dar e receber. Numa sociedade em que ninguém tenha nada para dar, o fracasso será
inevitável. Só a soma dos êxitos individuais pode garantir o florescimento de uma empresa(ETV, p.01, N31,
1947).
1º de abril de 1808, é decretada a liberdade industrial no Brasil
Comentário da Cidade
A formada na praça 8 queria ouvir o serviço de informação no alto falante ali instalado. Acompanhava,
interessado, a viagem de retorno à terra natal do dr. Carlos Monteiro Lindemberg, eleito a 19 de janeiro para o alto
cargo de presidente do nosso Estado. A 13 de janeiro de 1899, na fazenda Monte Líbano em Cachoeiro do
Itapemirim, nasceu o dr. Carlos Monteiro Lindemberg, filho do engenheiro Carlos Lindemberg e d. Bárbara
Monteiro Lindemberg, professora aposentada. Descendente de uma das mais ilustres famílias do espírito Santo, o
nosso presidente destaca-se pelo seu feitio: simples, afável e simpático. Tem sempre um sorriso e um
cumprimento gentil para todos, esquecido das distancias sociais(Abel Braga Ribeiro - ETV, p.02, N31, 1947).
Quadro de Formatura
É com o intuito de homenagear os concludentes do curso industrial de 1946 desta escola, relembrando os
momentos jubilosos de nossa convivência, expressando-lhes as nossas saudades, que apresentamos nesta seção o
seu quadro de formatura. Descrevendo-o, em primeiro teremos de citar as iniciais de nossas : “ETV”. No “E”
com titulo de máxima consideração e no termo de maior consideração, com primazia merecida, vêem-se os
homenageados. Sua Excelência, General Eurico Gaspar Dutra, presidente da Nação; Senador Getúlio Vargas; do
patrono de nossa biblioteca e concidadão de memória imperecível, Nilo Peçanha, e ainda o bem escolhido
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paraninfo da turma de 46, dr. Artur Seixas, nosso mui digno Diretor. Demonstrando o reconhecimento da turma,
figura no “T” a frase: “prepararam-nos para vida” como homenagem aos professores Valiati(chefe do curso de
mecânica de máquinas), Manato(chefe do curso de alfaiataria), Horácio(chefe do curso de tipografia e
encadernação),(...) sendo estes professores que encaminharam, em seus ramos, jovens brasileiros para servir o
Brasil no campo fértil das industrias. E agora, ao firmarmos nossos olhos no “V”, perpassa-nos uma negra nuvem
de saudade, no fundo do coração, e, ainda mais pungente, nos mais sentimentais, pois deparamos com aqueles
rostos bem conhecidos, almas amigas que no ano passado ajudaram-nos a sermos felizes, apoiando-nos sempre
com expressões bondosas. Por traz do ETV, destaca-se uma engrenagem, simbolizando o ensino industrial, em
todos os ofícios reunidos. Finalmente, o tinteiro, a pena e o livro, significando que a escola técnica de Vitória não
só ensina a seus discípulos o ofício, mas também dá-lhes a cultura geral, aumentando sua eficiência profissional.
Este magnífico quadro foi projetado pela professora de desenho Enila Firme Coelho, desta escola. E executado
pelos alunos do curso de marcenaria sob a orientação do nosso muito digno professor Vitório Stringari,
demonstrando o conjunto do curso de marcenaria sua dedicação ao trabalho e amor à profissão(João Augusto de
Souza / 4ª série do curso de serralheria - ETV, p.02, N31, 1947).
A. P. R. G. 4, rádio clube da ETV, na palavra do seu locutor, Jaime Lopes Balmas, vai irradiar, em ondas curtas do
nosso auditório, o elogio ao patrono do concurso de oratória promovido pelo grêmio Rui Barbosa – Barão de
Macaúbas. O Grêmio Rui Barbosa, ao promover este concurso de oratória, escolheu para seu patrono a figura do
ilustre professor que foi o dr. Abílio de Cezar Borges, o conhecido Barão de Macaúbas. Foi um dos pioneiros do
ensino moderno, em que a escola, transformada num ambiente alegre, é para os alunos um centro de atenção.
Antes do seu aparecimento, a letra entrava com sangue. Era o regime da palmatória, das orelhas de burro, dos
joelhos feridos pelos caroços de milho. O aluno em classe era constrangido, passivo como um religioso penitente.
Com seu método, completamente oposto, do trabalho alegre, movimentado, atraiu o interesse dos pais, despertou a
curiosidade do povo e impressionou a gente culta da época. Fundou em sua terra o ginásio baiano, iniciando a sua
carreira de educador com grandes promessas de êxito. Tinha uma vida movimentada, ruidosa, o ginásio baiano.
Ali se ensaiavam as promessas literárias da época e os outeiros eram freqüentes. Circulava a gazeta. Com três
seções distintas, confiadas a cada série, e havia liberdade de expressão do pensamento. A concorrência entre as
seções, chefiadas pelos expoentes das turmas, mantinha-se acalorada. O barão de macaúbas gostava de plasmar as
vocações literárias e orgulhava-se de ter o ginásio baiano a vida de uma academia pequenina. Descobriu a
centelha do gênio no pequeno Antonio de Castro Alves e impeliu-o à carreira luminosa, apesar dos esforços de seu
pai em sufocar-lhe a mania de fazer versos. Rui Barbosa foi o seu discípulo bem amado. Raul Pompéia, que mais
tarde iria encarná-lo no dr. Aristarco, do notável “o Ateneu”, foi outro talento que se abrigou naquele céu.
Acreditava que em cada aluno havia uma parcela de talento, à espera de um estímulo para revelar-se e, convicto
em seu modo de pensar, reagia à censura das correntes opostas. Mais tarde,transfere o ginásio para os Barris, com
a mesma preocupação de ambiente: vasta casa. Soberba escadaria. Mangueiras floridas, a cujas sombras amigas
brincava a meninada no pátio imenso. Temperamento vibrante, ávido de emoções, não descansou nunca.
Escreveu muito. Publicou trabalhos sobre desenho e geometria; livros de leitura para o curso primário e um
método de ensino de língua francesa. Viajou pelo estrangeiro, em propaganda do nosso ensino. Acabou deixando
a província para continuar na côrte o seu trabalho de educador. Na rua Ypiranga, instalou o instituto, dando-lhe a
mesma vida ruidosa do seu ginásio baiano. E ressoou na côrte o seu sucesso! O barão de macaúbas envelhece no
magistério. È Raul Pompéia que nos traça o seu perfil: “suíças grisalhas; de ar solene; andar pausado e ativo;
dando a cada passo a impressão de que leva para diante, de empurrão, o progresso do ensino público. Fulgura o
olhar sob a crispação áspera dos supercílios de monstro japonês. Era uma excelente alma que tinha da instrução,
dos alunos e da existência, um sentido exterior”. E por isso mesmo foi admirado pelos seus contemporâneos e
estimado pelos seus alunos, entre os quais era o Moisés da mocidade. Em seus loiros, “ que não cedem do tempo
ao braço forte, vero mérito se encerra”. Foi o maior professor que Bahia nos deu. Explica-se, pois, a homenagem
que o grêmio Rui Barbosa lhe rende hoje(ETV, p.12, N31, 1947).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
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Órgão oficial dos alunos da escola técnica de Vitória Estado do Espírito Santo
Distribuição gratuita
Redação : sede do grêmio Rui Barbosa
Diretor: Loadir Pasolini
Redator chefe: Jaime Lopes Balmas
Josino Barros Figueira, Abel Braga Ribeiro, Joceni Ribeiro Igreja, José M Rodrigues, Jessi José de Sá, João
Batista Gomes e Nilo José dos Santos.
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 04
Número 32
Maio de 1947
Há certas vidas que pertencem ao patrimônio da humanidade
Todos os homens celebres se elevara por um labor incessante, em demanda e objetivo, por vezes longínquo, mas
imutável. Todas as vidas úteis são caracterizadas pela unidade e pela continuidade do esforço. A juventude
reconhecerá que é necessária a tenacidade prolongada para conseguir resultados importantes. Aprenderá, também,
a não dispersar a sua atenção, devendo, antes, concentrá-la para a conquista do ideal firmemente desejado. A boa
coordenação, que se nota na vida dos grandes homens; a unidade do objetivo e a convergência dos seus trabalhos,
resultam unicamente, duma energia perseverante. O labor é rude, mormente quando não o acompanha a
recompensa imediata. Para o continuar sem tréguas, é indispensável uma vontade ferro. No querer com firmeza
reside o segredo do êxito. A estrada dos grandes homens apresenta-se eriçada de dificuldades. Este salientaram-se
devido à sua pertinácia; traçaram e seguiram pacientemente o seu trilho, indiferentes aos acontecimentos que
apaixonavam os outros homens, despreocupados das mudanças e dos vaivens da opinião pública, vivendo
exclusivamente para o seu ideal, completamente absorvidos na sua realização. São eles atletas da vontade. Por
isso leiamos etevianos a vida dos grandes homens(ETV, p.01, N32, 1947).
Carteira social
No dia 17, festejou, o seu natalício a nossa professora de canto orfeônico, srta Maria Penedo(ETV, p.02, N32,
1947).
Banda Marcial
Sob a direção do nosso, inspetor Silvio Egito, acha-se devidamente reorganizada a nossa banda marcial(ETV,
p.03, N32, 1947).
O Diretor, Artur Seixas esteve afastado do exercício a fim de tomar parte na 2ª reunião de estudos de diretores do
ensino industrial, patrocinada pela comissão Brasileiro-americana de educação industrial, realizada no período
13/1 a 25/2 na capital federal. Durante esse período foi substituído pelo oficial administrativo Fernando Alves
Duarte. Os professores Antonio Luiz Valiati e Manoel Virgínio da Silva estão afastados desde 1 / 2 ,fazendo um
curso de treinamento de professores do ensino industrial, promovido pela CBAI(ETV, p.04, N32, 1947).
Homenagem
Mais cedo do que os outros dias, terminou o expediente na ETV. No dia 2 de maio, às 16:00horas, cerravam-se as
portas das oficinas, das classes e demais dependências. E o pessoal que ia abandonando o posto de ação
concentrava-se no nosso auditório. As 17:00 horas já se encontrava toda a família eteviana para receber os dois
professores, Manoel Virgínio da Silva e Antonio Luis Valiati, que numa rápida visita, nos vieram trazer o seu
abraço, antes de partir para os Estados Unidos. Professor Valiati: foi grande o prazer em sabermos que recebeu a
designação para um curso de aperfeiçoamento. Curso esse que nos será muito útil, porque a quilo que o senhor
aprender, melhor nos ensinará. Vai partir, professor, levando consigo uma grande responsabilidade. Estamos
certos de que se desempenhara galhardamente, pois, bem o conhecemos. Ficaremos saudosos, com sua ausência
de 2 anos. Dois anos de saudades, para nós e para o senhor! Mas esteja tranqüilo: seremos para o professor
Botechia, que o senhor escolheu escrupulosamente para trabalhar conosco, obedientes e amigos, para que ele lhe
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possa dar sempre boas noticias de nós do ETV e de suas máquinas. Receberemos alegres noticias suas e
acompanharemos interessados seu curso de especialização(ETV, p.05, N32, 1947).
Prova final
De acordo com as instruções da divisão industrial do ministério da educação, o aluno da seção de mecânica de
máquinas terá, como prova final do curso, uma peça elaborada e executada por ele mesmo, em sua oficina. Em
desenho técnico, o aluno desenhará a mesma peça nas seguintes condições: as projeções e as peças mais
importantes em detalhes convenientemente cotados e em perspectiva isométrica com a devida sombra. A parte de
desenho técnico é importantíssima para os alunos, pois o professor de mecânica de máquinas só poderá dar as
notas da prova final, em sua oficina, depois de conferir nas peças todas as cotas do referido desenho(ETV, p.11,
N32, 1947).
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Oficina: Tipografia da ETV
Ano 04
Número 33
Junho de 1947
Carteira Social
Em New-Britain, onde está fazendo, com devotamento religioso, o estágio de aperfeiçoamento, o professor
Antonio Luis Valiati viu passar, este ano, o dia de seu aniversário, 24 de junho. A ETV, assinalou carinhosamente
o transcurso dessa data, quando mais ardentes foram os nossos votos de bem estar e triunfo do querido
professor(ETV, p.02, N33, 1947).
Visitas
Dalmas Pádua, que concluiu no ano passado o seu curso de mecânica aqui na ETV, está agora na escola da
aeronáutica, em São Paulo, onde ingressou sob os melhores auspícios, colocando-se brilhantemente em segundo
lugar, entre uma centena de jovens candidatos. Aproveito a semana de férias coletivas concedidas aos alunos, veio
a vitória em visita à família Amaral, que o tem com filho, e, numa visita cordial no dia 25, trouxe aos seus antigos
mestres e colegas o se abraço amigo e a certeza de que não esquece a família eteviana. Todos nós ouvimos, com
maior empenho, discorrer sobre suas lutas e triunfos desde que deixou a ETV, vemo-lo com grande prazer e
desejamos que nos possa dar sempre boas notícias suas(ETV, p.03, N33, 1947).
Cumprimentos
O nosso serviço de documentação registrou com muito prazer: um ofício do sr. Ítalo Bologna, chefa da divisão de
transporte do serviço nacional de aprendizagem industrial; um cartão do dr. Valdemiro Fettermam, diretor da
EAGIN; e do dr. Atílio Viváqua, figura de projeção nacional e profundo conhecedor dos problemas educacionais.
Todos eles, agradecendo a remessa do ETV trazem-nos a expressão do seu aplauso que muito significa e nos
desvanece sobremodo(ETV, p.03, N33, 1947).
O serviço médico da ETV informa
O grupo de alunos matriculados na ETV em 1943 e que terminou o curso industrial em 1946 foi rigorosamente
observado pelo serviço médico e professores de educação física. Segundo o dr. Thomaz Wood, o menino sadio
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acrescenta 5 cm, à sua altura cada ano até aproximar-se aos 17 anos. Em nosso levantamento com os nossos
alunos confirma essa regra. Ao terminar o curso em 1946, apenas três alunos se portaram de forma diferente. O
grupo que ingressou na ETV, em 1943, varia de 12 a 15 anos(ETV, p.12, N33, 1947).
Nosso grêmio
Foi irradiado o noticiário do dia que se referiu a duas efemérides muito gratas para nós: faz 30 anos da visita do
Dr. Nilo Peçanha à escola de aprendizes artífices, hoje transformada em ETV e 30 anos de trabalho do nosso
apreciado professor Antonio Correia Lima(ETV, p.13, N33, 1947).
Visitas
Nos dias 26 a 28 do mês corrente, deu-nos o prazer de sua visita Mr. George Sanders, técnico da comissão
brasileiro-americana de educação industrial –CBAI e diretor de educação industrial dos Estado Unidos, onde há
longos anos vem empregando sua atividade, nos estados do Arizona e Califórnio. Recebido pelo nosso diretor no
aeródromo de goiabeiras e conduzido ao hotel Tabajara, onde se hospedou, rumou em seguida a esta escola, onde
iniciou minuciosa visita a todas as suas dependências. No dia seguinte foi Mr Sanders apresentado ao corpo
docente, com quem teve oportunidade de palestrar, dando amplas informações a respeito do ensino industrial nos
EUA. Mrs Sanders percorre atualmente as escolas técnicas e industriais da rede federal com a incumbência de
verificar suas necessidades e propor soluções gerais para as mesmas(ETV, p.13, N33, 1947).
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Ano 05
Número 34
Agosto de 1947
Dr. Eurico de Aguiar Sales
Durante o período de férias, o Dr. Eurico de Aguiar Sales, nosso ilustre representante na câmara federal, fez a
nossa escola uma atenciosa visita, recolhendo in locum, argumentos para sua proposta de emenda – nº 191 – ao
projeto de orçamento, na qual sugere: “acrescentar-se ao total da verba 2 – material da escola técnica- a quantia de
Cr$ 300 000,00 (trezentos mil cruzeiros) para a construção de mais dormitório que possibilite a ampliação do
número de internos desse modelar estabelecimento de ensino federal no Espírito Santo”. A ETV sente-se honrada
com o seu interesse e espera i ilustre patrono veja chegar a bom termo o seu plano, ligando assim, o seu influente
nome à história eteviana(ETV, p.03, N34, 1947).
Nosso Grêmio
No nosso auditório, às 16,00 horas, realizou-se a sessão litero-humorista com que o grêmio Rui Barbosa
homenageou numa despedida cordial, o seu presidente de honra, dr. Artur Seixas, que foi ao Rio de Janeiro
integrar a caravana de diretores, em viagem de estudos aos Estados Unidos. Este cruzeiro cultural é um grato
acontecimento na história do ensino industrial na nossa terra, pois o dr. Seixas se empenha ardorosamente pelo
êxito da orientação profissional, será um excursionista de espírito esclarecido que saberá ver, observar e distinguir.
Farta será, para ele, a colheita nesse grande campo experimental, que é a terra americana(ETV, p.07, N34, 1947).
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Dia do estudante
É como estudante que o homem de manhã forma o caráter, prepara o espírito, aprimora a inteligência e se aparelha
para ativamente participar na grandeza de sua pátria. Mas isto não basta. Cada geração está obrigada, de certo
modo, a criar e elaborar a própria cultura, por que tem necessidades novas que a cultura adquirida não pode
satisfazer. O Brasil penetrou no umbral de uma nova era. Sua balança econômica, que estava até agora
subordinada a monocultura, caminha para a grande industria. O ensino brasileiro acompanhou esta mudança,
surgiram as escolas industriais, destinadas a preparar os moços para a nova idade econômica. A escola deixou de
ser simples academia de ensino, para ser também oficina de trabalho. Ali a juventude aprende a movimentar e
dominar as máquinas. Os técnicos não se improvisam, formam-se. Formam-se pelo estudo, pela experiência, pela
seleção, pelas aptidões e pelas virtudes e vão colocar na nacionalização da industria. Esta idéia tem que vencer as
resistências do tradicionalismo. Mas, com o tempo, os brasileiros ganharão, um espírito novo e o Brasil deixará de
ser doutor para ser técnico. E se alguém procurar diminuir esta obra, não merecerá senão nossa piedade.
Desejamos ver um Brasil forte, manufaturando as suas reservas, para fazer bater mais e melhor os nossos corações
brasileiros(ETV, p.08, N34, 1947).
O Brasil do futuro
É um Brasil que sairá das escolas e das oficinas, um Brasil que saberá ler, escrever e manejar uma ferramenta de
trabalho profissional. As unidades escolares de toda a nação eram em 1930, 31 639. Atualmente, elas são em
número de 46 311, das quais 42 103 primárias; 750 secundárias; 2024 de caráter técnico; 682 de ensino doméstico
e 752 de cultura artística ou física. Os professores públicos e particulares estão calculados em 112 314 e os alunos
matriculados somente nos cursos primários estavam catalogados em 3 463 000. A cruzada nacional de educação
acredita que em 1950 esses alunos elevem-se a 6 000 000(ETV, p.08, N34, 1947).
Desenho de máquinas
O desenvolvimento industrial de uma nação mobiliza a todo momento a força criadora do Desenho. A construção
de um edifício, um novo tipo de aeroplano, os motores nos seus múltiplos detalhes, os navios, o perfil elegante dos
móveis modernos, tudo, enfim, exige a elaboração prévia de um desenho ou projeto. Além da indiscutível
importância que exerce no concerto das atividades universais, o Desenho constitui admirável instrumento quando
em relação íntima com a maior parte das ciências(ETV, p.09, N34, 1947).
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Ano 05
Número 35
Setembro de 1947
Dr. Clemente Mariani visita a ETV
No último dia útil de agosto, a ETV registrou no seu calendário escolar o acontecimento mais significativo de sua
vida de há quatro anos: o governo estadual que hospedou, por circunstancias muito agradáveis, o dr. Clemente
Mariani DD, titular da pasta de educação e saúde, e sua brilhante comitiva, reservou no seu programa, intensíssimo
pela premência do tempo, um momento em que os ilustres visitantes pudessem observar o ritmo regular e
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progressivo das atividades etevianas. Somos agradecidos ao dr. Carlos Monteiro Lindemberg, o governador
democrata e amigo desta casa, pela honrosa distinção. Sua excelência percorreu, interessado, todas a dependências
da Escola. Ao penetrar nas oficinas, encontrou os alunos da 3ª e 4ª série no campo de ação, de macacões sujos de
graxa, a vigiar o ritmo dos tornos e das máquinas a imprimir movimento às plainas, sobre a imbuia ou a peroba; ou
às sovelas, perfurando, alinhavando...E doutor Clemente Mariani, observava tudo, pedia informações, elogiava,
com discrição elegante, mas convincente...Anotava as deficiências do prédio ou de material e prometia
providências(ETV, p.01, N35, 1947).
Portaria nº 28 de 23 de setembro de 1947
Diretor da escola técnica de Vitória tendo em vista o que ficou deliberada pela reunião do corpo docente realizada
no dia 17 do corrente, resolve: instituir, nesta data, um quadro de honra destinado a premiar os alunos que se
distinguirem pelo seu aproveitamento nos trabalhos escolares, dedicação à profissão escolhida, comportamento e
assiduidade. As condições indispensáveis para que o aluno possa figurar no quadro de honra constarão de
regulamento que será oportunamente baixado, em complemento a essa portaria(Fernando Alves Duarte - ETV,
p.02, N35, 1947).
Visitas
No dia 25, acompanhado pelo Dr. João Manuel de Carvalho, visitou a nossa escola o reverendo padre Álvaro
Negromonte, que dirige, na capital mineira, além do instituto profissional 15 de novembro, vários patronatos e
outros institutos(ETV, p.04, N35, 1947).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
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Distribuição gratuita
Responsável : Artur Seixas
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 07
Número 38
Março e Abril de 1948
Reiniciam-se as atividades escolares
Aí também está o dr. Artur Seixas, de torno à nossa tenda de trabalho, depois de uma ausência de vários meses na
América do norte, empenhado em aprender o melhor de tudo aquilo que lhe foi dado observar na terra simpática
do tio Sam. Ao trabalho, etevianos que de grandes esperanças é o ano de 1948! A escola recebe mais um punhado
de gente nova, a quem devemos acolher com carinho e interesse de irmãos mais velhos. É preciso que encontrem
no exemplo dos alunos antigos o melhor meio de familiarizar-se com o regulamento da ETV. Conosco é que eles
irão aprender a obedecer, a trabalhar e colaborar. Sagrado é o lema que o vento agita, ungindo o ambiente: Ordem
e Progresso!( ETV, p.01, N38, 1948).
Escola Técnica E.C. Godwuin- New Britain – Connectcut – USA
Fins da escola:
1 - Proporcionar treino organizado numa ocupação lucrativa
2 - Proporcionar cursos que ajudem a desenvolver bons cidadãos
3 -Proporcionar cursos de revisão e aperfeiçoamento para trabalhadores
Ensino: a instrução é livre aos cursos para os residentes em Connectcut, porém estudantes, enquanto estiverem
em treinamento, devem adquirir sua própria roupa de trabalho, bem como , gradualmente, as ferramentas que
serão necessárias, após sua graduação, ao exercício da profissão escolhida. Exigências para matrícula: os
candidatos ao curso diurno devem demonstrar instrução de 8º grau, no mínimo ou ter pelo menos 16 anos de
idade( os candidatos à cultura da beleza devem ser maiores de 16 anos e os candidatos ao curso de atendente
dever ser maiores de 18 anos). Os candidatos ao curso cooperativo ginasial devem possuir o 10º grau. Exames
vestibulares serão exigidos de todos aqueles os que não tenham o curso secundário, e de cada candidato é
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exigido também que se submeta a exame físico. Método de Instrução profissional: o estudante é treinado
fazendo atualizadamente o serviço da industria e recebendo instrução individual no trabalho. Disciplinas:
matérias com inglês, matemática, ciências, desenho, história e economia, são exigidas de todos os alunos.
Período escolar: as classes diárias estão em serviço durante todo o ano, com exclusão dos meses de Julho e
Agosto. Tipos de curso: 1)curso industrial – os estudantes permanecem na escola todo expediente. 2)Curso
industrial Ginasial Cooperativo – os estudantes freqüentam o ginásio em regime de tempo integral durante 2
anos e logo a seguir completam seus cursos cooperativos na escola técnica, recebendo no fim do curso um
diploma ginasial e um diploma da escola técnica. 3)Curso de extensão de tempo reduzido – aprendizes de
ocupações localizadas na área servida pela escola freqüentam classes especiais durante algumas horas por
semana para receber instrução relativa às suas industrias. Curso industrial – 4 anos; Curso industrial ginasial
cooperativo – 4 anos; Feitura de matrizes e ferramentas – 5 anos(incluindo 2000 horas de oficina de
máquinas); Padeiro – 3 anos; industria alimentar – 3 anos; costura e feitura de vestuário – 3 anos; cultura da
beleza – 2 anos; atendente qualificado – 1 ano (3 meses de escola técnica e 9 meses de hospitais associados).
Relatório: é remetido aos pais ou responsável pelo estudante, de 2 em 2 meses, um relatório do progresso
esforço de cada aluno. Diploma: é conferido um diploma a cada estudante após a conclusão de um dos cursos.
Depois de completar satisfatoriamente um curso noturno, o estudante recebe um certificado. Transporte:
passagem livre poderá para estudantes menores de 21 anos de idade residentes em cidades que não tenham
escolas profissionais. Atletismo: quando capaz fisicamente, cada aluno toma parte em um programa de
educação física. conjuntos atléticos são organizados para competições fora da escola. Nota: nessa escola
estiveram estagiando vários professores d ensino industrial, inclusive o nosso colega Antonio Luiz Valiati. A
escola não fornece refeições aos alunos( ETV, p.02, N38, 1948).
Página do ex- aluno
A escola vem mantendo um intercâmbio com seus ex-alunos, no intuito de não perder o contato com os
etevianos já diplomados, pois, embora eles já não convivam mais o com os atuais alunos, continuam a fazer
parte da família eteviana. Com esse intuito foi organizado em 1947 um fichário com os nomes de todos exalunos, entregue a professora de canto orfeônico, que se incumbe de manter contato com eles, pessoalmente ou
por correspondência. Por esse meio escola procura orientá-los na sua vida prática e ampará-los sempre que
possível, conseguindo-lhes mesmo colocação , ou encaminhado-lhes à realização de outros cursos de
aperfeiçoamento conforme o desejo de cada um. Desejando agora tornar mais íntima essa ligação com os exalunos, e estender ainda mais esse intercâmbio, o ETV abre uma de suas páginas para receber qualquer
colaboração de ex-alunos e qualquer notícia a seu respeito bem como sugestões sobre o assunto. Manterá
também uma seção de correspondência que prestará qualquer informação solicitada pelos etevianos
diplomados. Pedimos aos nosso prezados co-irmãos a sua impressão sobre a idéia da “página do ex-aluno”,
bem como quaisquer sugestão ou colaboração que desejarem enviar-nos. Agradecemos também forneceremnos endereços de outros colegas que porventura, não estejam recebendo o nosso jornal. Iniciando o noticiário
de “página do ex-aluno”, damos a seguir a relação de todos ex-alunos, cujos no mês figuram em nosso fichário.
Muito grato ficaríamos se nos fossem enviados nomes de ex-alunos que tenham escapado à organização do
nosso fichário( ETV, p.04, N38, 1948).
Curso industrial
Programa de Ciências
1ª série
Introdução a propriedades gerais da matéria;Peso, pressão e densidade;Balanças, Pressão atmosférica; Pressão
dos gazes; Calor; Fenômenos Químicos; Estado elementar da energia; Força e movimento; representação
gráfica; Movimento; velocidade; Trabalho; rendimento; Transformação elementar de energia; Caloria;
Medidas; constituição dos seres vivos; nutrição e reprodução.
2ª série
Estrutura da matéria; mistura, solução e combinação; Som; Luz; Eletricidade; Magnetismo; Energia elétrica;
Seres vivos ; vegetais; Noções de higiene; Medidas; Calculo de movimento; meios de transmissão de
movimento; Máquina composta; combustíveis; Hidráulica; Dureza, elasticidade; fotografia; esmaltação,
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pigmentação; medidas de precisão, Galvanoplastia; Solda; Grandezas elétricas; Fermentação; Matéria primas
(extração, transformação e utilização); ferro e aço; cobre , alumínio; Petróleo, gazes; Madeiras; Tintas,
vernizes; Couros; peles; Fios, tecidos; Industria de alimentação, industria de vestuário, industria de transporte,
industria de habitação; industria de comunicação, invenções descobertas( ETV, p.12, N38, 1948).
O que é uma oficina universal
A oficina equipada para ensinar dois ou mais tipos de ofício ao mesmo tempo, como por exemplo desenho,
trabalhos de madeira, trabalhos de metal, eletricidade e plástico, são chamadas universais. As oficinas que, ao
contrário, são equipadas para ensinar um só ofício dos acima mencionados, são ditas isoladas. Essas oficinas
são próprias para ministrar um curso amplo de artes industriais em um determinado campo da indústria. A
oficina universal é largamente usada para ensinar cursos se artes industriais em escolas que tem um ou dois
professores na congregação. Dr Maris Proffit, no seu relatório de 1940 (tendências nas artes industriais)
afirma “provavelmente nada no trabalho de artes industriais tem mostrado crescimento mais amplo, em termos
de área territorial, como a oficina eclética – especialmente para a escola secundária. Que isto continuará não
resta a menor dúvida”. A oficina universal ou eclética e a oficina isolada são tipos de organização de valor
comprovado. Entretanto, existem muitas escolas nas quais a oficina universal é praticável para dar um
programa de desenho e um programa de trabalho de oficina bem desenvolvido, onde a matrícula, o corpo de
professores, e os recursos são bastante limitados para permitir levar a cabo um programa de educação
industrial numa série de oficinas isoladas. A oficina universal resolve igualmente o problema de acomodação
para o programa de artes industriais na pequena escola. Acomodará um curso eficiente, educativo e de
descoberta vocacionais dos estudantes, sendo muito indicada para o programa de oficina rural. As seguintes
vantagens tem popularizado a oficina universal na apresentação do programa de artes industriais: 1- prevê
facilidades para ensinar o conteúdo das artes industriais à luz da educação geral, exploração e direção dos
objetos do curso secundário; 2 – permite ao instrutor a ensinar a estudantes individuais com o devido respeito
as diferenças de interesse e capacidade; 3 – Ajudo os estudantes a descobrir seus interesses a aptidões através
da manipulação de um vasto conjunto de ferramentas e materiais; 4 – torna possível um bom programa de artes
industriais para a pequena escola; 5 – aumenta e a eficiência do professor; 6 – estimula o estabelecimento de
oficinas bem planejadas e facilita um conteúdo de ensino cuidadosamente organizado; é um modo econômico
de acomodar um programa de artes industriais(Louis Newkisk / diretor do bureau de artes industriais das
escolas públicas de Chicago - ( ETV, p.12, N38, 1948).
O valor do operário
Quanto vale um operário? Qual é a medida pela qual pode ser aferido o valor de um homem do trabalho?
Para fazer tal verificação, pode-se tomar em consideração quatro condições especiais: a perícia do operário; a
sua produtividade; a economia de tempo na realização da obra e a poupança de matéria prima. Da perícia
decorre a perfeição do trabalho realizado. A eficiente produtividade traz como resultado maior quantidade de
produto elaborado. A economia de tempo na execução da obra conduz, igualmente a mais copiosa produção.
A poupança de matéria prima evita o desperdício de dinheiro, trazendo como resultado maiores lucros para a
industria e também para os operários. Um bom operário deve atender a esses quatro requisitos fundamentais.
Para isso dever os conhecimentos necessários que fazem um perfeito, metódico, ordeiro e eficiente obreiro.
Entretanto, intervêm , aqui, profundamente, para existência destas condições de eficiência os fatores pessoais
do indivíduo e que dependem de seu estado de saúde. Desde que esta seja precária, ainda que possua todos
requisitos de perito o trabalhador não atinge o grau de perfeição e produtividade que poderia atingir se em
estado normal do seu organismo. De nada valerão sua perícia esforço e boa vontade quando o doente, pois que
não produzirá satisfatoriamente. Todo operário deve cuidar atentamente de seu organismo, evitando a perda de
seu vigor corporal e o desgaste de suas faculdades mentais. Produzirá mais, estará ao abrigo não só das
doenças comuns como das que são peculiares à natureza do trabalho que executa, evitando, ainda, a
possibilidade de ser vítima de acedente ás vezes mortais ou ao menos mutilantes ou incapacitadores. Evitará o
cansaço ou a fadiga, para o que fugirá aos esportes e divertimentos excessivos em que permaneça de pé por
muito tempo e com exagero de movimentos por muitas horas seguidas. Repousará convenientemente nos
períodos destinados a isso, principalmente à noite, que é reservada ao sono reparador. Não se entregará ao uso
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de bebidas alcoólicas e excitantes, cujo prazer é pago à custa da depressão de sua força e resistência orgânica
e de sua tranqüilidade mental. Providenciará o asseio esmerado e quotidiano do seu corpo e de suas vestes.
Manterá atitude mental e moral que lhe dê dignidade, calma raciocínio pronto para realização do trabalho. Em
tais condições de saúde e normalidade, o operário será eficiente e perfeito, produzindo melhor e em maior
quantidade, do que resultará maior lucro para as empresas, para nação e para o bem do próprio trabalhador.
Valerá assim, muito mais. ( ETV, p.12, N38, 1948).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Distribuição gratuita
Responsável : Artur Seixas
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 07
Número 43
Abril de 1951
Ei-lo de Volta
Depois de longa ausência reaparece o ETV. O ETV é patrimônio glorioso bem herdado de outras turmas que nos
antecederam e o alimentaram com a febre de seu entusiasmo e afeto pleno de seus corações. É símbolo, é
memória, é recordação. Símbolo, porque há de viver de ideal: memória e recordação, porque é a recopilação dos
acontecimentos que fazem da vida escolar que vivemos e que nos agrada transmitir e nos será grato reviver.
Afastadas, desde dezembro de 1947, da direção do nosso jornal, agora, em virtude da portaria nº 15, de nossa
diretoria, voltam as nossas professoras de português Juraci Machado e Isaltina Paoliello, a comandar a fileira dos
elementos de boa vontade. A mesma portaria arregimenta ainda o professor José Artur Peixoto de Alencar,
também professor de português. Com a colaboração preciosa dos outros professores e a boa vontade dos alunos,
dispuseram-se eles à tarefa, confiantes no reflorescimento do nosso jornal. Portanto, lutemos etevianos, para que o
nosso querido ETV retorne a sua fase de vitórias e para que as turmas que nos precederam de havê-lo traído e
desamparado(Luiwan Wanguestel e Paulo Germano Zimer - ETV, p.01, N43, 1951).
Perfil de um Eteviano
É comum nas escolas haver alunos com a mania de só viver brincando. Aqui entre nós, EF é perito nesta arte de
levar a vida flauteando. Nunca está em um lugar sem que esteja fazendo de suas façanhas. Imaginem só! Chega
até brincar com os superiores nas horas em que estes se acham mal humorados! E o interessante é que ele, mesmo
procedendo assim, cativa a simpatia de todos. Certa vez, quando um colega reclamou contra ele ao inspetor, teve a
seguinte resposta: Menino! Não mexa com aquele moço, porque ele é impossível! No refeitório, bancando
esperteza, muda-se de mesa para ser servido outra vez. Às vezes, o garçom é esperto. Manja a cara do bitelo. E
não lha dá a segunda dose de merenda. Então ele vai chorar ao inspetor. E tanto reclama que vence! Triunfante,
olha para o garçom, dá uma risada zombeteira e lá se vai naquele andar balanceado, arrastando os pés. Contra ele,
nada adianta, porque é sempre o maior. Em classe, é um bom vizinho e, agora é companheiro inseparável de JF.
Muito teríamos ainda que escrever sobre o EF. Mas todos o compreendem, debaixo dessa aparência de desordeiro
e quase anarquista: no íntimo, é bom camarada. Verdadeiro etevianos e dono de boas piadas(Rômulo Leão e
Amós Marçal de Moura - ETV, p.07, N43, 1951).
Economia Capixaba
Inquestionavelmente, o café é o ouro do espírito Santo, é a base de sua economia: é o sustentáculo de suas
finanças: é, em suma, o ponto de apoio de toda sua vida social. Produto típico de exportação para os países
tropicais, o café lidera as trocas de mercadorias promovida por esta unidade da federação. E um atestado desta
afirmativa é o fato que do bilhão e meio de cruzeiros exportados em 1949. Coube ao “ouro verde” um bilhão e
cem mil. Em outras palavras, 72% do valor da exportação capixaba é resultante das vendas de café. Uma análise
retrospectiva deixará patente a circunstancia de ser aquela a maior percentagem já assinalada como participação da
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“ Coffea Arábia” do quadro do montante financeiro da exportações estaduais. Mas registremos que se
aproximou bastante do relativo 72%, chegando mesmo a igualá-lo o percentil tangente a 1946 – 71%. E pode-se
firmar que durante 1946/49 o café dominou completamente o cenário mercantil Espirito-santense. Como apoio ao
que se disse basta a verificação de que durante aquele interregno a rubiácea participou em média com 67% para a
constituição do valor global exportado. O segundo produto, que se inscreve na pauta de nossa principais
mercadorias de exportação, entende com as madeiras. Em 1919, suas remessas para fora do estado montaram a 80
milhões de cruzeiros representativos de 6% do movimento global. Três anos atrás- 1946- embora a exportação de
tais produtos vegetais fosse menor(60 milhões de cruzeiros), ela representava maior percentagem sobre o total
exportado, ou seja 7%. E nessa mudança de orientação para a linhas que indicam o movimento da exportação
estadual de madeiras, através dos números absolutos e dos números relativos, respectivamente, nota-se mais uma
vez o reflexo da ascensão experimentada pelo valor de nossa mercadoria chave, o café. Projetam-se ainda na
pauta de nossos produtos de exportação o minério de ferro, o cacau e o ferro-gusa. Atendendo-se às suas
importâncias relativas ao valor global da canalização das mercadorias para a fora do estado, se tem escrever os
seguintes percentis referentes a 1949: 4,83-1,26 e 0,66, observada a mesma ordem acima exposta(Departamento
Estadual de Estatística - ETV, p.08, N43, 1951).
Página do Ex – aluno
Sebastião Silva- artífice mecânico diplomado em 1946- agradecemos sua visita e ficamos satisfeitos em saber que
se acha trabalhando na fábrica de refrigerantes Poranga, encarregado da conservação e bom funcionamento das
máquinas. Esperamos que você procure colaborar sinceramente com o senhor Píndaro Prado, que tanto interesse
tomou em ter em sua fábrica um artífice diplomado por nossa escola.
Josemar Segóvia (ex-aluno do curso de mecânico de máquinas) – agradecemos sua prezada visita. Queira darnos
seu endereço para que lhe enviemos nosso jornal ETV. Ficar-lhe-emos gratos também se nos mandar endereços
de outros ex-alunos de nossa escola(ETV, p.03, N43, 1951).
Escola da oportunidade Emily Griffith
Treinamento durante a primeira guerra mundial. Foi inevitável que as necessidades de guerra tivessem grande
influencia sobre a escola, uma vez que esta foi instalada apenas poucos meses antes da entrada dos EUA na
primeira guerra mundial. Em janeiro de 1971, foi autorizada a criação de uma oficina para o ensino de reparos de
automóveis: em setembro 65 oficinas metalúrgicas trabalhando na produção de guerra solicitavam aulas de
matemáticas e desenho para seus operários. Treinamento sobre motores à gasolina foi iniciado. A muitas
mulheres ensinou-se a dirigir ambulância. O jornal de The Denver Post de 26 de agosto de 1917 diz: “ com uma
tarefa de guerra de transcendental importância em suas mão, a Escola da Oportunidade abrir-se-á terça feira 4 de
setembro. Pelos velhos corredores da grande escola livre passará este ano uma crescente torrente de pessoas
premidas pela guerra e que sentem a necessidade de aprender novas ocupações, aumentar a capacidade de ganhar e
aprender bons princípios de economia doméstica. “Novas turmas serão formadas cada uma satisfazendo alguma
necessidade de guerra. A pedido de uma fábrica de Denver, mais trinta e cinco mulheres- as primeira este anofreqüentarão aula sobre trabalho de torno mecânico e máquina de furar. O manejo de tratores, desenho de
máquinas, francês prático para o pessoal das forças armadas e enfermeiras da cruz vermelha e telegrafia sem fio
foram adicionadas à lista de cursos”. Valiosas opiniões de líderes educacionais: Num estudo para a Associação
Americana de Educação de Adultos escrito em 1932 por F. H. Swift e John w. Studebaker, a escola é citada como
“ representando um esforço no sentido de contribuir vital e praticamente para a solução do problema do
desemprego assim como muitos outros problemas sociais. 1-elevando a capacidade profissional daqueles
regularmente empregados; 2- amparando moralmente pessoas temporariamente desempregadas; 3- contribuindo
para a reabilitação profissional, econômica, social, intelectual e moral dos desempregados”. L R Alderman havia,
antes, externado este mesmo ponto de vista, na revista Scool Life de abril de 1928: “Quase todos estudantes da
Escola da Oportunidade de Denver estão empregados ou procurando emprego. Este fato torna seleção definitiva
de objetivos imediatos maia fácil que de outra maneira poderia ser. Desde cedo impressionou o autor ser esta
escola de maneira real uma esclarecida agência de emprego”. “A escola é naturalmente mais que uma agência de
empregos; a preparação de indivíduos para bons empregos é um de sues mais proeminente objetivos”. Já em
março de 1918, Marie Ladue escrevia no Americam Magazine, “a Escola de Oportunidade tem apenas um defeito.
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Ele é Emily Griffth- porque Emily Grifft é a Escola da Oportunidade. Sem ela a escola desapareceria. Foi
somente pela sua capacidade que a instituição pode progredir. Entretanto, Marie Ladue esqueceu que Emily Grifft
podia entusiasmar os professores com quem trabalhava assim como aos alunos com quem convivia. Quando em
janeiro de 1934, Emily Griffth achou que devia renunciar às suas atividades, deixou um grupo preparado para
progredir a obra. Mary Feton Miller, que trabalhou com Mis Griffth desde a fundação da escola, tornou-se
diretora substituta até a nomeação de Paul Essert. Nesse mesmo ano mudou-se o nome da escola. O
superintendente A L Threlkeld, em seu relatório à Comissão de Educação, recomendou que se mudasse o nome da
escola para “Escola da oportunidade Emily Grifft” em homenagem à sua fundadora.
A Comissão
entusiasticamente aprovou a recomendação em 14 de março de 1934, medida amplamente aplaudida pelos
inúmeros amigos de Mis Griffth. Em Pinecliffe, Colorado, Mis Griffith vive, hoje retirada, mas sua principal
preocupação são ainda os problemas da escola (Eurípedes Costa Matos - ETV, p.04, N43, 1951).
Ensino Industrial
O governo deveria dar uma explicação clara ao público, acerca da arrecadação dos tributos levados
obrigatoriamente para ao SENAI e de seu respectivo emprego. No dia em que ele provar que a maior parte desses
fundos tem aplicação no ensino dos futuros operários, estamos certos de que todos os que tem pago contribuições
ao SENAI ou seja todos os empregadores, darão por bem aplicado seu dinheiro. Mas poderá fazer isso o governo?
Realmente uma das condições básicas para que tenhamos uma industria sólida e emancipada consiste em dotá-la
de braços sadios e de inteligências esclarecidas pela educação, mormente pela chamada profissional. A industria
brasileira, a despeito do seu progresso, está hoje preza a duas condições deprimentes: material inferior e obsoleto e
pessoal também de nível profissional rudimentar. Ora, só nos elevaremos economicamente no dia em que
tivermos além do material renovado e igual ao dos melhores parques industriais do mundo, pessoal equivalente.
Sem esses recursos continuará a industria brasileira vegetando, parasitando o organismo nacional, atrás das pautas
alfandegárias que lhe servem de ante-muro. É preciso que ela se emancipe e se coloque em pé de igualdade com
sua competidoras estrangeiras, servindo o consumidor brasileiro com artigos melhor classe, iguais aos de
procedência estrangeira, e ainda por preços vantajosos. Não é infelizmente o que sucede, pois o protecionismo
sem freio nem medida fez com que no Brasil se criasse uma industria de terceira categoria, que só vive e prospera
porque conseguiu eliminar qualquer veleidade de concorrência da mercadoria estrangeira. Sejamos, porém,
otimistas. Esperemos que a educação que se inicia através das escolas do gênero desta ontem inaugurada pelo
presidente da república, venha prover nossas fábricas do material humano de alto padrão, de que precisam. E
façamos votos para que a atenção dos nosso industriais patrícios se volte para o problema de aparelhamento
material dessas mesmas atividades(Correio da Manhã - ETV, p.05, N43, 1951).
Família Eteviana
A família eteviana é composta por todos que se acham sob o mesmo teto desta escola. Mais de 350 pessoas
constituem a família, que tem como chefe o dr. Artur Seixas, que é o pai ou padrasto de acordo com a mentalidade
de cada um, da mesma forma que os inspetores que nos auxiliam ou nos dão punições conforme o procedimento.
Tenho certeza absoluta de que nenhum que sai daqui, maldiz a vida que teve na ETV. Assim como todas as
turmas diplomadas na ETV creio que outras seguirão sempre o trilho do bem, para elevar mis alto ainda este nome
que nos é caro(Winand / 3ª série - ETV, p.07, N43, 1951).
ETV
Após longo tempo de inatividade, aqui está o ETV, para nos trazer mensalmente, os acontecimentos importantes
em nossa vida escolar, como também as partes recreativas com concursos e prêmios, curiosidades, humorismo,
etc. Lá se foi o tempo do Pimentel, Avari, Jaime Lopes, Milton Costa e outros que escreviam páginas do ETV
artigos que eram um primor. Esperamos que todos os leitores o julguem como um jornal estudantil, feito para
alunos. Queremos também esclarecer a todos que lerem este jornalzinho, que somos pouco experimentados no
assunto, estamos fazendo o maior esforço possível para que nossos leitores não sejam decepcionados e que com
muita dedicação e colaboração de todos os colegas tenhamos já no próximo mês, um mensário que de agora em
diante, voltará a ser o galardão da cultura(Jonhatas Almeida / 3ª série - ETV, p.07, N43, 1951).
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Visita a escola Agrotécnica
A escola possui algumas oficinas para serviço interno tais como: serraria, selaria, serralheria, etc. No auditório da
escola agrotécnica, os alunos da ETV apresentam alguns números de canto orfeônicos a agradecem a hospedagem.
O professor Botéquia fala em nome dos dirigentes da excursão, louvando a ótima acolhida que recebemos(ETV,
p.10, N43, 1951).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Distribuição gratuita
Responsável : Artur Seixas
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 08
Número 47
Junho de 1952
Carteira social
Ilmo sr. Redator do ETV
A comissão organizadora dos festejos de páscoa, notou na notícia dada por este apreciadíssimo jornal a omissão do
nome da mui digna e querida professora Enila Firme Coelho, a quem esta solenidade deveu grande parte do seu
brilhantismo, por isto vem pedir a V. S., que se digne publicar a retificação no próximo número deste jornal(Célia
Maria Monteiro e Maria Penedo - ETV, p.07, N47, 1952).
Itapemirim
Situado no extremo sul do Espírito Santo, em limite com o Estado do Rio de Janeiro, o município de Itapemirim,
que foi antigamente quase todo o sul do estado, hoje se resume a 1350 quilômetros quadrados. Industrias: não está
bastante desenvolvida a industria no Itapemirim; podem se apresentar a usina Paineiras produtora de açúcar,
propriedade do sr. Ataliba de Brito; as serrarias edificadas em batalhas; a fábrica de óleo de amendoim em barra;
os alambiques de álcool e aguardente e as inúmeras fábricas de farinha de mandioca, dispersadas por todo interior.
O município exporta: açúcar, farinha de mandioca, madeira, álcool, mamona, leite , queijo, e café, em pequena
quantidade(ETV, p.10, N47, 1952).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Distribuição gratuita
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Oficina: Tipografia da ETV
Ano 11
Número 50
Novembro e dezembro de 1952
Marcha do tempo
A escola técnica de Vitória completou no dia 12 de dezembro 10 anos de existência. Ai está em número o que
significam esses 10 anos de atividade: 259 certificados de conclusão de curso entregues a elementos capazes de
honrar o ofício que abraçaram pela capacidade em exercê-lo e dignidade em servi-lo . Desses elementos, muitos
deixaram o Estado em busca de ambiente industrial mais desenvolvido e se encontram em condições prósperas nos
Estados de SP, RJ ou MG. O sucesso dos ex-alunos, no Estado, fora dele ou dentro da própria escola é a
expressão mais concreta do valor do tempo para a ETV(ETV, p.01, N50, 1952).
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Coisa da nossa terra
Um dos belos templos católicos do estado – a igreja matriz de itarana. Foi solenemente consagrada a 15 de julho
de 1951, pelo saudoso Dom Luiz Scortegagna, com a participação do Excmo sr. Governador Dr Jones do Santos
Neves, numerosas autoridades e extraordinário número de sacerdotes(ETV, p.04, N50, 1952).
--È um belo espetáculo, um realidade confortadora, venha, qualquer dia, observar tudo. Da maquinaria e
distribuição das máquinas “nossa oficina de mecânica dispõe de vários tipos de máquinas para diversas
modalidades de trabalho. Nesta primeira dependência estão colocados 15 tornos mecânicos, dos quais 9 são
americanos e 6 nacionais. Estão distribuídos em perfeita ordem, de maneira conveniente. O espaço mantido de
um para outro garante a segurança no trabalho e cancela as probabilidades de acidente. Ao lado de cada torno , há
um a estante para acomodação das ferramentas de que o aprendiz vai carecer durante as horas de serviço.
Vejamos, agora, os quatro esmeris. São tipos diferentes, pois têm aplicações diversas. Ali vemos a retificadora.
Se está em função, desperta logo atenção de quem chega pelo seu movimento sonoro e pelas faíscas que se
desprendem, quando a pedra desliza sobre a peça-obra. É denominada universal, porque faz todo o trabalho que
qualquer outra retificadoras produz. Para a operação de furar, dispomos de quatro máquinas. Duas são chamadas
máquinas de furar de coluna, sendo que uma delas se acha na seção de ajustagem, que é a outra dependência. A
terceira, que ali está, naquela bancada, é, como se vê, máquina de pequeno porte, de uso restrito, para furos de
pequenos diâmetros. A quarta é a radial, de mais importância que as outras: com ela, fazemos furos de pequenos e
grandes diâmetros, broqueamos, ou seja, alargamos furo em diâmetro desejado. Apresenta dispositivos para
realização de trabalho em várias posições. Passemos à seção de ajustagem, no prolongamento desta. Eis a
limadora, em número de quatro. São preciosas auxiliares do mecânico. Muitas vezes, o trabalhador tem que
aplainar uma peça. Tornar-se-ia difícil e moroso fazê-lo com a lima. Estas máquinas, em poucos minutos, fazem
o que o mecânico faria em dois ou três dias. No centro da seção, está a Doall(serra fita) seu manejo não oferece
perigo, pois que os dispositivos são escondidos por chapas adequadas. Acompanhá-a um armário para abrigo de
serras e material necessário à sua execução. Sua vizinha a Fresadora, é a máquina mais cara da oficina, é a de
maior utilidade. Assim , à primeira vista, parece muito complicada. Realmente , é muito complexa. Realiza toda
sorte de trabalho que as demais executam. Na sua parte inferior, encontra-se um suporte para todas as peças que
se podem adaptar a ela para a execução dos diferentes trabalhos. As três filas de bancada arrematam o conjunto
material da nossa oficina. Em cada bancada, provida de gaveta podem trabalha dois alunos. Na gaveta , o
aprendiz guarda todas as ferramentas que recebe ao entrar na oficina. Todas as gavetas são guarnecidas de
fechaduras e numeradas para maior organização. Este ano, renovamos a numeração de todas as peças, os números
foram feitos por nós mesmos. Agora, despeço-me cordialmente, agradecendo-lhe a amável atenção com que me
seguiu até aqui.Deixo-o em companhia de Dair Passini, que o vai levar à exposição permanente da mecânica. _
Sim; temos esta estante para exibição das peças executadas no curso industrial básico. Tais peças são escolhidas
entre as mais bem feitas, de tal forma que expressão, em sua beleza e diversidade de formas, o nível de
adiantamento que pode atingir um aluno de capricho e pendor para o ofício. Há quatro divisões, correspondentes à
quatro séries: na primeira série, encontram-se diversos exercícios de ajustagem (trabalhos de lima), produzidos por
alunos da primeira série. Logo a seguir, além de algumas produções de ajustagem de caráter mais elevado, vem
uma série de exercícios de torno mecânico (até o número 18, de dificuldade gradativa) e algumas ferramentas
singelas: é a contribuição da segunda série. A terceira seção foi reservada aos trabalhos da terceira série:
continuam os exercícios de torno e um maior número de ferramentas, de uso geral. Completa o mostruário a
produção dos alunos da quarta série, os veteranos da oficina: Uma série de exercícios de torno – rosca trapezoidal,
rosca de duas entradas, de três, etc. Coisa bem mais complicada, está-se vendo! As ferramentas, bonitas e
perfeitas, variando em forma e tamanho, combinam, agora, a parte ajustada e a parte torneada. Tomemos para
exemplo o graminho. E, finalmente, um conjunto de engrenagens, peças executadas na fresadora, cujo manejo
exige cuidado. Só pode mesmo ser manobrada por alunos que já tenham alcançado domínio sobre as máquinas.
Afora esse material da estante, há, esparsas na oficina várias máquinas construídas por alunos como prova final. A
nossa turma, por exemplo, deixa a oficina enriquecera com várias máquinas. Convém salientar que essas
máquinas funcionam perfeitamente. Considera-se a nossa exposição uma das mais completas do Estado. Agora,
devo calar-me. Combinamos que as ferramentas de uso constante e a conservação das máquinas seriam assunto de
conversa para o Ecio Farina. Vou acrescentar apenas isto, à guisa de apresentação do meu substituto Ecio é um
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entusiasta do ofício; um artífice que não esconde o seu desejo de ver o progresso da indústria nacional. Ainda a
poucos dias ouvimo-lo, na sala 96, ao revirar um grampeador e deparar com a inscrição made in USA, protestar,
com jeitão divertido: made in USA! Ora, vejam! Uma peça tão simples. E porque não havemos nós mesmos de
construí-la e gastar o que é nosso? Tome a palavra caro colega: ferramentas de uso - O aprendiz de mecânica,
logo que Chega a seção à seção recebe as ferramentas de uso constante: limas, arco de serra, compassos,etc. Além
disso, mediante a apresentação de uma ficha, que valerá como cheque enquanto a peça estiver em uso, ele terá ao
seu dispor um grande número de ferramentas de precisão. Prestado o serviço, voltam elas aos armários, que são os
mais bem organizados e, talvez, os mais completos do Estado. Algumas peças são caríssimas. Possuímos
calibres, micrômetros, transferidores, brocas de quase todos os tamanhos, chaves-inglesas , alicates, fresas, limas
de todas as formas e tamanhos, , árvores, canivetes de rosca, etc. Conservação das máquinas: Dispensamos o
maior carinho ao material, desde a máquina mais simples – o esmeril – até a mais complexa – a fresadora.
Diariamente, ao entrarmos para o trabalho, a primeira coisa a fazer é lubrificar a máquina, verificar se as
ferramentas estão bem afiadas. Esta é a devoção inicial do nosso dia de trabalho, que devemos realizar com zelo
de apóstolos do templo do trabalho. Porque, suponhamos que o aluno não tenha a cautela necessária; esta na o
funcionará exatamente e, em breve, apresentará defeitos que teriam sido evitados, não fosse a displicência do
aprendiz. Devemos consagrar a máxima dedicação às nossas máquinas, para manter-lhes a eficiência e a exatidão,
prolongando-lhes a duração, a fim de que possamos trabalhar incessantemente em prol de um Brasil mais forte.
Não é, isoladamente, o governo, com seus planos administrativos, que engrandece o país, mas o esforço individual
de todos nós, que lidamos diretamente com patrimônio nacional. É a mocidade educada na escola da exatidão e
disciplina. E a educação perfeita é a conseqüência dos bons hábitos e da atitudes corretas que se mecanizam.
Agora , Joel Françosa vai informá-lo da produção da oficina de mecânica em 1952: Os trabalhos de maior vulto
são as provas finais, sim: no término do curso , o aluno tem que executar uma máquina qualquer. Este ano
fizemos várias: 3 tornos paralelos de precisão – executantes : Alvimar Zanon e Antonio Cruz; Helio Soares e
Almir Gobbo; Amós Marçal e Eu; uma máquina de furar, construída por Dair Passini e Rui Queiroz. Uma
máquina de serrar, feita por Isaias Costa ( o elemento de mais destaque na turma na parte da cultura técnica) e
Elcio Farina. Os tornos ficarão na oficina – Dois, a serviço de duas máquinas de furar e o terceiro, servindo a uma
fresadora horizontal pequena, que existe na seção. São peças de pequeno vulto, mas de grande préstimo na
oficina. Começamos o trabalho em agosto, terminando em outubro, com um total de 200 horas de trabalho que
correspondem a 25 dias de 8 horas úteis. As bases foram graduadas em nossa fresadora universal. A máquina de
furar também se conservará para uso do nosso colegas. Só a máquina de serrar, uma peça notável, construída com
o mais fino material, não ficará conosco. Irá para marcenaria. Além do rendimento normal da oficina que é a
conseqüência lógica do programa de cada série, houve os trabalhos de encomenda, na maioria, engrenagens.
Executamos, este ano, seguramente umas 60 engrenagens; algumas peças de ajustagem e torneamento. Como nos
desobrigamos cedo da série de trabalhos que nos impunha o curso, tivemos oportunidade de de atender a essas
incumbências avulsas. Mas devemos ressaltar que o professor restringe as encomendas. Sua atenção se concentra
no desenvolvimento do programa. E ele tam razão! As oficinas da escola tem finalidade educativa. É um belo
espetáculo, a seção de mecânica de máquinas em plena atividade! Há uma ordem rigorosa em tudo. O professor é
de pouca conversa. E o serviço tem que render! Venha, qualquer dia, observar tudo isso em ação. Gostará, tenho
certeza! (ETV, p.6-8, N50, 1952).
O orfeâo “Lorenzo Fernândez” visita Cachoeiro de Itapemirim, para realizar, em consórcio com o conservatório de
música local, um programa em comemoração a semana da música.
No dia 14 de novembro, o coro orfeônico Lorenzo fernândez, dirigido pela professora Maria Penedo, foi à princesa
do sul, para executar, com os alunos do conservatório de Cachoeiro do Itapemirirm, um programa de arte em
comemoração à semana da Música. Desejando prestar sua colaboração à semana da música aqui está o coro
orfeônico Lorenzo Fenandez. Constitui-se de alunos de todas as séries e de dois ex-alunos da escola técnica de
Vitória, sob orientação profissional da professora Maria Penedo. Não viemos com a tola pretensão de fazermos
uma grande exibição orfeônica, pois somos de uma escola profissional e o nosso tempo é dividido entre os
trabalhos escolares e as oficinas; portanto, qualquer outra atividade representa, para nós, um grande esforço. Se
aqui estamos, é mais pelo sentimento de camaradagem e de colaboração que deve unir os filhos da mesma terra.
Trouxemos conosco a satisfação daqueles que, embora não consigam o fim almejado, muito fizeram para alcançá-
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lo. Neste dia de apresentação não podemos deixar de fazer uma referência especial a marcha da ETV que
conduziu todo auditório ao mais vibrante ambiente de arte. Foi como um milagre de ritmos contagiantes se
produzisse para magistral encerramento da inesquecível hora da arte que Maria Penedo e Maria do Carmo de
Oliveira Braga promoveram em Cachoeiro em comemoração da semana da música(ETV, p.9-11, N50, 1952).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Distribuição gratuita
Diretor: Zairo Silvares
Redator chefe: João Candido
Secretário: Reinaldo Martinazzi
Responsável: Dr. Artur Seixas
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 08
Número 51
Abril maio de 1953
“O Brasil de ontem saiu das academias; o de amanhã sairá das oficinas” – Nilo Peçanha
Trabalho e Indústria
O trabalho, tema que vem sendo constantemente focalizado por vários autores em suas mais diversas formas, é a
fonte da vida, é a causa do impulso do progresso na civilização e é também a seiva que nos dá alento para
caminhar celeremente em busca de um ideal. Empreguemos proveitosamente a força muscular de que somos
dotados; não importa seja esta ou aquela natureza do trabalho. Mas trabalhar não é somente fecundar a terra e de
suas entranhas extrair o sustento necessário à vida: trabalhar é também exercitar o pensamento; é procurar
idealizar ; é transformar um trabalho em múltiplas formas de atividades. O s gigantescos arranha-céus, as fábricas,
as máquinas e muitas outras obras primas provenientes do trabalho, são marcos que ostentam a força hercúlea da
imaginação criadora do homem. Quem busca no trabalho meios fraudulentos para satisfazer as suas ambições e
enriquecer, é considerado elemento inútil e nocivo à comunidade. Outra falha que vai estendendo suas garra
pestilentas sobre a humanidade e que procuram ignorar, é a noção de direitos e deveres. O homem por instinto
está a reclamar incessantemente, seus direitos chegando por vezes no auge cólera, esquecendo os deveres. -O
homem tem deveres para com a pátria: pagando os impostos e obedecendo a todas as leis oriundas dos poderes
constituídos. -Deveres para com Deus: Praticando os rituais religiosos de acordo com a crença de cada um. –
deveres para consigo mesmo: resguardando o corpo de todos os males e proporcionando-lhe o merecido repouso
depois de um dia trabalho. O trabalho trás alegria e bem estar social. Quem não trabalha, quem vive a usufruir o
produto do suor dos seus semelhantes, quem trilha o caminho da ociosidade sente o desprezo que o rodeia, e
caminha implacavelmente para a miséria e o vício, advindo daí a morte prematura. Também aqueles que só
trabalham pelos surtos da riqueza que procuram elevar-se acima dos outros acumulado ouro, serão atacados por
males que os farão lastimar o desperdício do tempo, quando poderiam realizar obras de vultos em demanda do
progresso. A industria não encontra obstáculo que a retenha na sua marcha de buscar sempre a perfeição,
transformando matérias primas em inúmeros produtos no espaço mínimo de tempo. O homem era forçado a usar a
enxada, e obtinha resultados que absolutamente não compensavam o esforço despendido. Os criadores da
industria idealizaram os tratores e outras máquinas que realizam o trabalho quadruplicado, economizando tempo e
quase abstendo–se do contato manual. O fabuloso maquinário que se mostra em nossos dias aos olhos do mundo,
pressagiam para o futuro, uma fonte incalculável de novas descobertas, de irrefreáveis experiências com novas
máquinas que irão proliferar-se em muitas outras, para o engrandecimento do mundo. O desconforto em que
vivam os povos da antiguidade fez com que o cérebro, ainda obscuro e com uma vaga noção de progresso,
procurasse criar do nada, buscar no mundo dos sonhos, as idéias que deram origem a essas realizações de
espantosa incredulidade. As aeronaves que cruzam o espaço, já ultrapassando a velocidade do som, os veículos
que levam o progresso aos confins da terra, as fábricas que proclamam aos quatro ventos, a arrancada assustadora
do progresso, atestam que a evolução da industria vem se processando através dos tempos. Com a caminhada das
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grandes invenções, o homem não tem forças capaz de estacionar as suas ambições. Buscando mais e mais e
insatisfeito com as sua realizações anteriores, procura sempre ir mais alto, sem conseguir refrear sua ideais de
conquista. O trabalho é o sustentáculo material de uma nação: um povo que dentro de si raízes profundas da
ociosidade, da abstinência do trabalho chega infalivelmente à bancarrota, eterno fantasma das empresas mal
dirigidas. Procuremos fortificar os alicerces de um futuro promissor alcançando mais produtividade por
intermédio da industria(Zairo Silvares / 4ªsérie - ETV, p.03, N51, 1953).
Reinício da aulas
Estamos no início do ano escolar e, como de costume, aqui está um professor da escola, designado pelo sr. Diretor,
para a tradicional cerimônia de início de ano. Nesta época, alunos, professores se cumprimentam trocando
impressões sobre as férias, procurando ao mesmo tempo saber quais a s últimas novidades, principalmente quanto
ao nosso ensino, sobre o qual nas férias passadas foram tratadas os seguintes assuntos: 1- programas e testes; 2exposição de trabalhos. Designou o sr. Diretor de ensino industrial, uma comissão de professores de oficina
formada por elementos das escolas técnicas de Vitória, Nacional, São Paulo, Curitiba e pelotas, para juntamente
com os professores das mesmas especialidades da ETN, organizar : 1- programa mínimo de oficina e tecnologia
para o curso industrial básico; 2- testes de verificação. Motivou a elaboração deste programa, o fato da DEI se ver
impossibilitada em atender a pedidos de programa por falta dos mesmos. Note-se que o programa sendo mínimo,
poderá se ser ampliado conforme a necessidade do lugar onde estiver situada a escola. A industria mecânica de
Terezina- por exemplo, não tem o mesmo desenvolvimento que a industria mecânica de São Paulo. Os testes, em
três graus, destinam-se a verificar a situação dos servidores lotados nas oficinas, considerando-se bom quem
responder ao primeiro e excepcional quanto ao último. Com a aplicação destes teste, terá a DEI um retratodigamos, da situação dos elementos de oficinas e das suas necessidades que serão atendidas por meio de estágios,
cursos , etc; e também saberá de quem lançar mão amanhã, para uma comissão. Por duas razões foram
convocados professores de oficina das escolas situadas nos Estados, para essa comissão: 1- as escolas da rede
federal acham-se espalhadas por todo Brasil e era justo que colaborassem neste trabalho. 2- estimular os
professores dessas mesmas escolas. Passemos ao segundo assunto. Conforme circular recebida pela escola, a
Diretoria de Ensino Industrial fará realizar em julho do corrente, no Rio de Janeiro(Escola Técnica Nacional), uma
exposição de trabalhos de oficina, das escolas federais e estaduais. A finalidade de certame é difundir o ensino
industrial e estimular os que nele mourejam. Serão expostos trabalhos executados no segundo semestre do ano
passado e primeiro semestre do corrente, e os melhores trabalhos apresentados receberão prêmios, conferidos por
uma comissão julgadora composta de industriais. Serão premiados : 1- os seus autores individuais ou coletivos, 2as escolas que maior soma de melhores trabalhos apresentem, 3- os respectivos professores dos alunos premiados e
4- os diretores das escolas premiadas. Finalizando vamos contar aos alunos, em poucas palavras, a história de um
ex-aluno que ainda tem conhecidos aqui. Nossos aprendizes estão espalhados pelos Estados do E Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal. Nas férias passadas, visitamos em Niterói, no oficina onde
trabalha, Arquimino Oliveira. Quem era Arquimino Oliveira? Para quem não o conheceu, diremos: órfão de pai e
mãe e entregue aos cuidados de uma tia extremosa, fez nesta escola o curso industrial de mecânica de máquinas,
concluído em 1951, tendo sido orador da turma , cujo discurso ainda está na lembrança de quem assistiu à festa de
formatura daquele ano. O que ele faz agora? Trabalha em uma bem montada oficina de recondicionamento de
motores ; opera em todas as máquinas existentes na oficina e a ferramenta de medição empregada é unicamente o
micrômetro e as leituras sempre em milésimos de polegada, o que vale dizer, precisão em todas as operações. Está
satisfeito Arquimino? Sim, está muito contente com o seu trabalho, com os seus colegas, com o seu chefe e com
as máquinas, máquinas tratadas com todo carinho. Este, meus alunos, é apenas um exemplo; há muitos outros
artífices de todos ofícios ensinados nesta casa empregando suas atividades em oficinas, pois esta é a finalidade de
nossa escola: formar operários para a industria. Faz poucos dias, conversando com o ex-aluno Cícero Wells da
antiga escola de aprendizes artífices, onde só os fortes venciam dada a pobreza das instalações, dizia ele, que o seu
maior sentimento era não ter feito o curso industrial em um ambiente tão bem equipado como esse que vocês tem
presentemente. E, note-se: Cícero continua trabalhando no ofício lá na capital federal; começou com o pouco que
a antiga escola pode ensinar e hoje está no 11º ano de trabalho. Esperando podermos no futuro, citar aqui os
nomes de muitos alunos presentes, apresentamos em nome desta escola os votos de boas vindas, almejando o
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progresso de todos nos trabalhos escolares e contribuamos para que na exposição a ser realizada no Rio, a Escola
Técnica de Vitória se apresente como é na realidade(Antonio Luis Valiati - ETV, p.07, N51, 1953).
Projeto 1010
Associação de alunos e ex-alunos de escolas técnicas
Oportunidade para ex-alunos de escola técnicas – em continuação ao trabalho em torno do projeto de 1010, de
autoria do vereador Frederico Trota, que trata do aproveitamento dos ex-alunos das escolas técnicas, profissionais,
industriais e artesanais, em cargos técnicos e do magistério, a associação de alunos e ex-alunos de escolas técnicas
irá promover uma grande reunião, dia 30 sábado, às 15:00 horas, no auditório da escola técnica nacional. A todos
interessados solicita-se a presença, a fim de ser feito o devido registro dos elementos habilitados(Diário de noticias
/ Rio de Janeiro - ETV, p.09, N51, 1953).
Palavras de um Administrador
Início dos cursos - Cabe-nos, assim falar, aos diretores, professores, funcionários e alunos, conclamando-os, mais
uma vez ao cumprimentos de seus deveres, tanta vezes atendido, para melhor e maior desenvolvimento de nosso
ensino. A luta que vimos travando, no sentido de repor as dentro das linhas que a lei orgânica traçou, tem sido
árdua, mas jamais será enfraquecida porque um só objetivo nos anima, que outro não é senão o mesmo porque
porfiam aqueles os quais neste momento nos dirigimos. Rendimento escolar – O que queremos salientar, no
momento, é que nossas escolas e assim também as que nos acompanham, como reconhecidas e equiparadas,
oferece pela extensão de seus cursos e multiplicidade das técnicas neles ministradas, uma soma apreciável de
conhecimentos, que permite aos seus diplomados como aos que as abandonaram antes do término de seu currículo,
oportunidades várias de absorção pela industria, servindo-as, e igualmente a eles próprios, conseqüentemente ao
país. Daí, afirmamos que elas atingem seu fundamental objetivo. A matrícula sempre crescente nessas escolas, os
prédios, as instalações, os equipamentos, sempre melhorando, com os professores cada vez mais crescendo em
nível de conhecimento, pressagiam, para o futuro, a realização último que desejamos. Perseguindo este ideal
caminha o governo. É roteiro certo e seguro. Um decênio do SENAI- O SENAI, entidade privada, porém, sob a
proteção do Estado, que lhe assegurou os meios para a promoção compulsória de sua subsistência, como para o
recrutamento de seus alunos, deu-lhe, ao mesmo tempo, liberdade de ação, que lhe permite movimentar-se com os
flancos livres e desenvolver-se em ritmo acelerado, no mais belo exemplo de um ensino sem peias, podendo
experimentar-se, modificar-se, ajustar-se, reformar-se, em suma, segundo as diretrizes que ele próprio se traçou e
se traça para atingir seus objetivos. Oxalá que um dia se assegure o Estado, não só a nós como aos demais
ensinos, esta mobilidade ampla e salutar, razão de progresso e motivo de estímulo, antes que sucumbamos como
cidadãos escravos pregando amor à liberdade. Fragmentos de um discurso de paraninfo- Uma circular de 47
determinava às escolas que o julgamento do alunos, no que se refere a cultura técnica, se reduziria a uma nota final
em tecnologia e outra em “prática de oficina”, enquanto a cultura geral se apresentaria com notas finais próprias de
cada disciplina, o que vale dizer, artífice fundidor, saberia e mostraria suas notas de português, geografia, história,
desenho, mas não saberia nem informaria como se saiu em moldagem, modelagem, fundição de ferro, de bronze e
de outros metais, porque apenas uma nota em prática de oficina lhe definiria todo o curso técnico. Assim o
serralheiro, assim como o carpinteiro, o ceramista, o mecânico, o alfaiate, o eletricista, o marceneiro. A escola
industrial rumava vertiginosamente para ginásio. E o aluno, artífice promissor, reprovado em geografia, história,
português, matemática, ciências, abandonava a escola com seu curso incompleto, em busca do seu ganha pão que a
oficina, embora precária de aprendizagem, já lhe possibilitara. E o aprovado pretenso cheio de letras e de ciências
puras, não raro, falto de oficinas, ascendido nele o apróbio daquele profissão que um velho preconceito firmou,
completava seu curso para fazer o 91 ou procurar trabalho longe da industria. Não é outro o resultado revelado
pela observação dos nossos diplomados. Na indústria, como operários, dentre cerca de cinco mil concluintes dos
cursos industriais, poucos são os que a ela estão servindo. Ou ascenderam aos cursos técnicos ou aos de maestria,
para se fazerem professores, quando não se ocuparam em trabalhos outros, e é o registro mais amplo,
completamente alheios a seus estudos. Operários, se fizeram, no tempo, os que precisavam ganhar, e que, não
raro, reprovados em cultura geral, puderam levar consigo a iniciação profissional. É dentre 50 mil evadidos nestes
últimos dez anos que vamos buscar a maior percentagem de trabalhadores da industria. É preciso, porém, reagir.
Respeitar a filosofia da lei orgânica é um imperativo de ordem profundamente moral dos responsáveis pelos
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destinos do ensino industrial no Brasil. Cumpri-la em todos os seus dispositivos. Interpretá-la, com fidelidade,
em seus objetivos. Fazê-la cumprida pelas escolas nas suas finalidades. Outra coisa não tenho feito, nestes dois
anos de responsável administração, numa luta insana contra a rotina, num batalhar sem tréguas pelo
restabelecimento daquele princípio que a visão prática de Nilo Peçanha pregou para um mundo que ele não chegou
a conhecer! Sois vós, meus amigos, o primeiro fruto de um daqueles dispositivos que viviam parados. Outros já
movimentei, e hei de movimentá-los a todos, porque forças nunca hão de me faltar, nem desânimos me dominarão
para servir, com alma e coração, ao meu país. Velho e cansado professor do ensino secundário, engenheiro,
modesto embora, mas experimentado na industria das construções, fundador de uma escola técnica industrial,
antes da vigência da lei orgânica, julguei-me credenciado para assumir a responsabilidade que tenho sobre os
ombros. Como engenheiro, na longa prática de mais de dois decênios, como professor secundário a mais de três
décadas, sempre vi os excessos dos programas em suas arrancadas para o alto e sempre os ajustei às terras férteis
de minha pátria não às belezas inimitáveis do seu céu resplandecente. Deixemos aos poetas, tão precisos quanto
nós à existência do mundo, o cântico supremo de nossos esplendores de arte e de beleza, sejamos nós os
contribuintes, anônimos e apagados, desta grande obra – a emancipação do Brasil – para que não concorramos,
amanhã, para novos motivos a exigirem outro Castro Alves, a cantar em lágrimas candentes, os grilhões e os ferros
de uma pátria acorrentada(Prof. Dr. Sólon Guimarães / diretor do Ensino Industrial - ETV, p.12 e 13, N51, 1953).
Substituição do diretor
Na reunião para eleição do substituto do diretor do corrente ano, saiu vitorioso o nome do professor Antonio Luis
Valiati que foi designado para o cargo, de acordo com a seguinte portaria: Portaria Nº 1 de 1º de abril de 1953 – o
diretor da escola técnica de Vitória resolve, de acordo com o decreto nº 7279 de 1941, designar o professor padrão
K Antonio Luis Valiati para seu substituto, nas suas faltas e impedimentos temporários e eventuais até 30
dias(ETV, p.16, N51, 1953).
Professor de matemática
Nomeada recentemente pelo exmo sr. presidente da república, assumiu o cargo de professor de matemática desta
escola, a digníssima Professora Lea Manhães, que já conquistou em pouco tempo a simpatia e a admiração de
todos os etevianos(ETV, p.16, N51, 1953).
Visitas
Em missão especial do ministério da educação e saúde, visitou-nos em abril p.p. o professor Ericsson Cavalcanti
figura destacada no ensino industrial. O nosso simpático visitante já ocupou o cargo de diretor da escola técnica
da Bahia, e, nesta capital, o de professor de matemática do colégio estadual. Atualmente o dr. Ericsson ocupa o
cargo de chefe da seção de estudos da diretoria do ensino industrial(ETV, p.16, N51, 1953).
Cine ETV
As sessões cinematografias instituídas aqui na escola, e que foram levadas a efeito em nosso auditório vinham
sendo coroadas de êxito, pois é sabido que semanalmente numerosa assistência afluía àquele recinto, superlotando
as suas dependências e aplaudindo entusiasticamente os astros da tela e ao mesmo tempo buscava neste alegre
passatempo arejar o seu espírito. O horário das sessões era marcado para as 13 horas, aos sábados, e não era sem
impaciência que a maioria dos alunos vinha avizinhar-se o término da semana, esperando ansiosos as suas tão
animadas projeções. E , por incrível que pareça, havia alunos que formulavam apostas quanto à origem das fitas,
resultado daí a geral expectativa que transparecia em todos os semblantes(falo de apostas não no sentido
monetário). Assistíamos a filmes de longa metragem, a filmes instrutivos, sobre as diversas matérias que
estudamos. Sempre impecáveis na disciplina, agradáveis ou não fossem as fitas os alunos procuravam retribuir ao
digno professor Carlos Lopes Rodrigues esta grande iniciativa, que visa desenvolver o ensino industrial, e também
ministrar-nos um divertimento muito sadio, embora que, sem exibições de grande monta, mas com resultados que
muito o alegram e incentivam a realizar novos empreendimentos em proveito de seus educandos. Aqui deste
cantinho fazemos o apelo ao nosso prezado diretor para que já nos próximos dias possamos desfrutar a alegria
salutar que nos proporciona este delicioso passatempo(Marina Loureiro(?) / 4 série - ETV, p.16, N51, 1953).
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Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
Distribuição gratuita
Diretor: Zairo Silvares
Redator chefe: João Candido
Secretário: Reinaldo Martinazzi
Responsável: Dr. Artur Seixas
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 08
Número 52
Novembro de 1953
“O Brasil de ontem saiu das academias; o de amanhã sairá das oficinas” – Nilo Peçanha
Professor estudante
Professor Alencar, nosso colega mais velho...O nosso professor José Artur Peixoto de Alencar, uma espécie de
orador oficial desta escola, ingressou neste ano, na faculdade de filosofia do Espírito Santo, na seção de “letras
neo-latinas” . Buscando aperfeiçoar-se, o professor Alencar torna-se mais uma vez credor de nossa amizade, pois
em última analise, ganha o corpo discente com o aprimoramento de seus mestres. Portanto, o ETV, daqui deste
cantinho envia votos de feliz êxito ao nosso distinto lente e agora também nosso colega. De parabéns, portanto
está a escola técnica de Vitória. O professor Alencar reza pela cartilha “ o sábio sabe que não sabe” (ETV, p.02,
N52, 1953).
Novo diretor do ensino industrial
Tomou pose do cargo de diretor do ensino industrial o professor Flávio Penteado Sampaio. A cerimônia realizouse no gabinete do exmo sr. Ministro da Educação e Saúde, no dia 18 de julho do corrente, com presença de várias
autoridades, amigos e companheiros de trabalho do professor Flávio. Em rápido improviso, o sr.ministro Antonio
Balbino fez sentir ao empossado a grande responsabilidade da sua tarefa, a confiança que depositava em sua
capacidade técnica e o apoio que lhe daria para reorganizar os serviços e dar-lhes a operosidade indispensável e de
que eles tanto careciam. Em seguida, pronunciou o prof. Flávio o seu discurso de posse, segura e sereno, traçando
diretrizes firmes que nos enchem de esperança e nos entusiasmam ao trabalho construtivo. Eis alguns dados
pessoais do atual diretor do ensino industrial e superintendente da C.B.A.I.: Natural de São Carlos- São Pauloonde fez cursos primário, secundário, e normal, diplomando-se professor em 1942. Posteriormente, realizou
estudos relativos a metodologia, orientação educacional e profissional. Psicologia aplicada às relações públicas e
propaganda, administração pública, etc; em cursos de extensão da faculdade de filosofia e letras da universidade
de São Paulo e da escola de sociologia e política de São Paulo. Fez também cursos de organização racional do
trabalho, de administração de pessoal e de racionalização de setor locais e instrumentos de trabalho industrial,
promovido pelo IDORT. No país, participou ainda de numerosos seminários, conferências, cursos e debates sobre
assuntos ligados a supervisão de ensino industrial, tendo completado este estudo com um plano de visita e estágios
em mais de 20 escolas de ensino industrial, de vários tipos, nos EUA. Atividades profissionais – Exerceu cargos e
funções docentes ou administrativas seguintes: professor primário no grupo escolar lacanga, professor do curso
noturno de educação de adultos, professor de cultura geral da escola industrial de São Carlos, professor de
pedagogia e história da educação da escola normal de São Carlos- professor de história do ginásio municipal e no
seminário diocesano em São Carlos – Assistente do chefe de serviços de colocação e orientação da
superintendência do ensino profissional de São Paulo - Vice diretor e diretor da escola técnica Getúlio Vargas em
São Paulo – secretário geral de mão de obra do Estado – conselheiro da comissão estadual de assistência técnica da
casa civil do governador – chefe do serviço técnico de produtividade e representante especial da C.B.A.I., em São
Paulo. Associação e atividades eventuais – é um dos diretores técnicos do IDORT – sócio fundador da sociedade
brasileira de psicotécnica - sócio da sociedade de psicologia de São Paulo – sócio fundador da APESNOESP –
membro da fraternidade de especialistas em ciências sociais e educação, nos EUA “PHI DELTA KAPA” –
consultor para educação industrial do I seminário inter- americano de educação profissional, promovido em 1952
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pela organização do Estado americano – governo dos Estados Unidos – O. I. T. e universidade de Maryland.
Discurso de posse- No Brasil, como em quase toda América Latina, ocorre uma insuficiente compreensão do
mágico binômio: produção – riqueza; fórmula que, no entender do mestre Monteiro Lobato, teria o condão de
partir o circulo vicioso em que se debate a comunidade nacional: rica no seu potencial natural e humano, porém
pobre em organização e rendimento. A palavra de ordem na economia patrícia destes dias, seja pelo esclarecido
comando do chefe supremo da república, seja através dos grupos de especialistas que lideram a ciência do
trabalho, seja ainda da parte daquelas que norteiam os planos educacionais do país, é dirigida no sentido de uma
maior produtividade. Conhecem-se fórmulas incrementadoras do rendimento do esforço humano e das máquinas:
a racional de disposição das seqüências de operações, o reajuste dos tempos e movimentos, o aprimoramento das
relações de trabalho, as técnicas de publicidade e venda, etc. Nenhuma delas, todavia, nem sequer todas, poderão
produzir os efeitos de que é capaz uma ação educadora integral, uniforme e sobretudo formadora de uma
consciência sócio econômica que tenha o trabalho como centro das cogitações. Uma educação de sentido
vocacional para as jovens gerações aliada a um programa de oportunidades definidas para aprimoramento da
formação básica e profissional e superior a imperícia manufatureira, muito contribuirão, por certo, para o
revigoramento de uma sociedade econômica em que as ambições do consumidor e as possibilidades do produtor
precisam vir a estar mais balanceadas. Não se infira daí que o pensamento educacional ouse divorciar-se da eterna
fonte de sabedoria e equilíbrio que a cultura traz para a personalidade do Homem. Segue-se uma integração no
ensino médio flexível, que reúna as modalidades do ensino secundário geral, comercial , industrial, doméstico,
todos com equivalência na função formadora geral, mas asseguradora de caminhos diferenciados para atender as
diferenças individuais, assim como a distribuição de atendimento das demandas profissionais das comunidades,
prevendo não só o preparo dos jovens para o ingresso no ensino superior, como também para as novas atividades
já existentes no país que exigem homens aptos , com uma formação acima da primária, é o que demais acertado se
pode preconizar na presente etapa educacional. Decorre desse conceito a conveniência de se assegurar uma
crescente posição de apreço e prestígio social às escolas e cursos industriais, idêntico ao que goza o ensino
secundário comum. Há-de considera-se a grande conveniência de que os órgãos da administração, bem como as
escolas, venham a estar mais próximos das pessoas a da organização das empresas industriais, a fim de que o
ensino industrial cresça e se oriente em uníssono com o desenvolvimento da produção industrial do país. E, como
não poderia deixar de ser, a experiência de outros paises deve ser considerado contribuição valiosa para o
aperfeiçoamento, do nosso sistema de ensino, com o cuidado de que sejam devidamente adaptados, às condições e
conveniências brasileiras, a filosofia e os métodos. Ao encerrar esta despretensiosa oração apraz-me render
homenagens do meu respeito e apreço a todos os batalhadores do ensino profissional e industrial, tanto aos que me
precederam no cargo que ora recebo como àqueles que, em outros postos governamentais ou em mais modestas
funções, juntaram esforços para o bem comum da pátria, e o campo da educação para o trabalho. À sua excelência
o senhor ministro da Educação e Saúde, dr. Antonio Balbino, o penhor do meu reconhecimento pela confiança
com que acaba de me honrar, indo-me buscar no modesto ambiente do trabalho provinciano para partilhar de suas
grandes responsabilidades no aprimoramento da Educação Nacional. Confio em Deus que, assistido pelo conselho
e patriotismo de todos quantos, neste ministério ou fora dele, queiram oferecer sua cooperação a esta causa e,
orientado pela sabedoria e clarividência de sua excelência o senhor ministro, possa contribuir de alguma forma
para minorar a luta pela sobrevivência dos irmãos brasileiros de todos os quadrantes da Pátria(Flávio Penteado
Sampaio - ETV, p.03 e 16, N52, 1953).
Dia 23 de Setembro
Ontem, ao aproximar-se da folhinha para arrancar mais um dia do calendário de 1953, maquinalmente, olhei a
data: 22 de setembro. Amanhã, pensei, é uma data muito festiva para ETV. O 23 de setembro é uma feliz
coincidência de datas: fundação das escolas industriais e aniversário do nosso mui digno diretor. O dr. Artur
Seixas está dirigindo a ETV há 10 anos e foi durante sua gestão que a escola se firmou como um dos mais
conceituados estabelecimentos do Estado, e começou, realmente a nos preparar para a vida. Só esta afirmação
bastaria para mostrar sua capacidade de administrador e por isso, aos nossos parabéns, juntamos o desejo de vê-lo
por muitos anos, a frente dos destinos da ETV(Valdecir Braz Cardoso / 3ª série - ETV, p.04, N52, 1953).
Atual corpo docente da ETV
60
Nome
Disciplina
Cultura Geral
1 -Célia Maria de Amorim
Geografia
2 -Américo Guimarães Costa
Geografia
3 -Américo Guimarães Costa
História
4 -Léa Baldi
Ciências
5 -Maria Perpétuo Socorro Braga de Castro
Ciências
6 -Léa Manhães de Andrade Penedo
Matemática
7 -Expedito Ramos Bogéa
Matemática
8 - Frederico Teixeira Filho
Matemática
9 -Carlos Lopes Rodrigues
Matemática
10 -Maria Penedo
Canto Orfeônico
11 -João Abreu Martins Ribeiro
Português
12 -Juraci Loureiro Machado
Português
13 -José Artur Peixoto Machado
Português
14 -Isaltina Paolielo
Português
15 -Orlando Antonio Ferrari
Educação Física
16 -Audifax Barreto Duarte
Educação Física
Cultura Técnica
17 -Álvaro Conde
Desenho
18 -Balbino de Lima Pita
Desenho
19 -Enila Firme Coelho
Desenho
20 -Eurípedes Costa Matos
Desenho
21 -Ângelo Maria Fernandes Patituci
Alfaiataria
22 -Humberto Manato
Alfaiataria
23 -Itaboraí Nascimento
Artes de Couro
24 -João Passos Có
Artes de Couro
25 -Vitório Stringari
Marcenaria
26 -Jair Passos Có
Marcenaria
27 -Carlos Caser Filho
Marcenaria
28 -Loadir Carlos Pasolini
Tipografia
29 -Manoel Virgínio da Silva
Tipografia
30 -Orlando Moraes
Tipografia
31 -Benis Blackman
Serralheria
32 -Joaquim Botéquia
Serralheria
33 -Antonio Luis Valiati
Mecânica
34 -Osvaldo Gomes
Mecânica
18
Cultura Técnica
16
Cultura Geral
Origem
Piauí
Bahia
Bahia
Espírito Santo
Maranhão
Rio de Janeiro
Pará
Mato Grosso
Amazonas
Espírito Santo
Rio de Janeiro
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10 ES e 8 estados
5 ES e 11 estados
Um decênio de administração
Por ocasião da passagem do décimo ano de administração do nosso estimado diretor, que desde 1943 dirige os
destinos desta escola, foi lhe prestada festiva homenagem levada a efeito em nosso auditório. Ao ato
compareceram ilustres figuras civis e militares, alguns íntimos do dr. Artur Seixas, representantes de alguns
matutinos capixabas, professores e alunos. Diversos oradores discorreram sobre a data, enaltecendo as louváveis
virtudes administrativas do homenageado, o qual durante o transcurso da solenidade foi alvo de constantes
aplausos. ...Terminados os manifestos e aplausos, agradecia o dr. Seixas...prometendo continuar trilhando as
normas de direção que lhe granjearam o conhecido prestígio no território nacional. Que continue o dr. Artur
Seixas a maravilhar o povo brasileiro, com sua orientação segura nos assuntos industriais, cuja prova é a ascensão
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técnica da nossa querida escola, que sob notável direção se impõe aos olhos do Brasil, como uma poderosa
fábrica, de cujas salas e oficinas, sairão os alicerces que irão fortificar as bases técnicas e financeiras de um país
jovem e progressista(Zairo Silvares - ETV, p.08, N52, 1953).
Fundação das Escolas Industriais
Falar-se, hoje, em dia, sobre escolas profissionais, é falar-se sobre o alicerce em que se fundam as grandes nações.
Por escolas profissionais entendem-se todos os estabelecimentos de ensino, que além da parte cultural, mantêm
aprendizagem de ofícios ou profissões. Não se iludam, aqueles que menosprezam o ensino profissional: é o ensino
futuroso, é o ensino da atualidade, é o ensino sobre o que se formará a grandeza da industrial do Brasil que agora
marcha, a passos rápidos, para o seu estupendo porvir. E é ao martelar os malhos, nas bigornas, ao rumor das
máquinas nas oficinas, ao ranger das polias nas rodas propulsoras, à rotação calculada das engrenagens, em seus
ajustados eixos, ao trepidar dos grandes motores, na industria que se forja a estabilidade vertiginosa e crescente
das grandes pátrias! E já começamos a ouvir nesse maravilhoso concerto do trabalho profissional – industrial os
passos agigantados do nosso Brasil, com a sua grande rede de escolas profissionais, beneficiando a juventude
brasileira. E, em futuro não distante, não duvideis, colegas, o vulto colossal do Brasil, se erguerá frente às demais
nações em toda a pujança do seu progresso, do seu poderio, da sua industria, e vê-lo-eis agigantar-se projetando-se
mundo em fora. E como em remotas eras a Europa curvou-se ante o Brasil, encarnado em seu imortal filho,
Santos Dumont, vereis todas as nações curvadas ante a estranha e inédita grandeza do Brasil. Agora, a que
deveremos nós, a quem deverá o Brasil, tal glória? É ai que surge o nome de um notável administrador, de
nascimento modesto, que ocupou , embora temporariamente, o mais alto cargo da república dr. Nilo Peçanha, o
criador das Escolas de aprendizes artífices, no Brasil, hoje transformadas em Escolas Técnicas Federais. Assim
diz o decerto criador dessas escolas: República dos estados unidos do Brasil – decreto nº 7566 de 23 de setembro
de 1909. O presidente da república dos estados unidos do Brasil, em execução da lei nº 1606 de 29 de dezembro
de 1906: considerando: que o aumento da população das cidades exige que se facilite às classes proletárias os
meios de vencer as dificuldades sempre crescentes da luta pela vida; que para isso se torna necessária não só
habilitar os filhos dos operários desfavorecidos da fortuna, com o indispensável preparo técnico e intelectual,
como fazê-los adquirir hábitos de trabalho propício que os afastará da ociosidade ignorante, escola do vício e do
crime. Decreto – art. 1º- Em cada uma das capitais dos Estados da república, o governo federal, pr intermédio do
ministério da agricultura, criará uma escola de aprendizes artífices, destinada ao ensino profissional primário,
gratuito. Colegas, cultuemos a memória de Nilo Peçanha, que criou as escolas profissionais, resultando essa rede
de escolas industriais, que hoje vai transformando o Brasil no pais que, em breve, ocupará o lugar devido no
conceito, e no concerto das nações(Ronaldo Dutra / 4ª série - ETV, p.09, N52, 1953).
Ecos de uma visita
Na tarde de 9 de outubro do corrente ano, nós alunos da 4ª série dos cursos de Serralheria e Mecânica fomos
levados pelo professor Antonio Luis Valiati à oficina José Amigo e Filhos, situada na ilha do príncipe. Mecânica,
Serralheria e Fundição são as seções que a compõem. Acolheu-nos amigavelmente o chefe, que nos deu toda
atenção. Nosso objetivo não era só visitar as dependências daquela tenda de trabalho, mas também assistir à uma
fundição que ali se realizava. Em companhia do chefe sr. Maurício da Costa Silva, penetramos no recinto
seguindo em direção ao lugar onde se efetuava a fundição. Oito operários se dedicavam àquele mister, entre os
quais se destacava o sr. João Ferreira que nos revelou: Jamais podemos desviar a atenção do serviço, pois um
peque no descuido redundará em perdas de horas de trabalho exaustivo. Vimos e Anotamos: A capacidade do
forno é de uma tonelada por hora, fundindo, de cada vez 3,5 toneladas. A oficina dispõe de dois fornos: a óleo e a
carvão. A peça de maiores proporções que já se fundiu ali foi o fundo de embarcação com 25 toneladas. Para
considerar-se o forno com carga adequada, é preciso que tenha 100kg de ferro gusa e 13 kg de carvão mineral.
Fundem-se na oficina, ferro, alumínio, zinco e bronze. Permanecemos durante quase trinta minutos, olhando
atentamente; e nos foi dado observar inestimáveis conhecimentos. Dispersamo-nos e percorremos outras
dependências para observações individuais. Fomos encontrar em um recanto, o único modelador que ali existe.
Apesar de idoso e cansado, demonstrou seu grande valor profissional. Será difícil encontrar outro modelador que,
pelo menos, o imite. Nascido no município de Guarapari, trabalhando nessa firma a mais de dezenas de anos
freqüentou a escola só para aprender a ler. Os modelos por ele feitos são de madeira. Tivemos a oportunidade de
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conhecer diversas máquinas não existentes em nossa escola. Tais como: máquina punção ou saca-bocado, com a
finalidade de virar esquadrias de 45º; máquina de abrir rosca em canos, escaltelador, , que serve para abrir rasgos
internos e externos. Todas as máquinas são de procedência alemã, com exceção da máquina de serrar, que é suíça.
Trabalhou pelo sistema de transmissão aérea. A oficina faz reparos e constrói – Não aceitam encomendas de peças
pequenas por na oferecer vantagem em seu fabrico. Trabalham os operários durante 8 horas; recebem
semanalmente e o sistema de propaganda é o acabamento da obra. Ao todo são 28 empregados, entre os
distinguimos: Maurício da Costa Silva(mestre de oficina), Euclides Ferreira(contra-mestre), Doroteu
Dantas(ajustador) e Sebastião Coppe(Soldados), ex-alunos da antiga escola de aprendizes artífices( o último é
considerado um dos melhores soldadores de Vitória, não só oxi-aceltileno, mas também eletrogênica). José
Pereira e Sirete Almeida, ex-alunos de nossa escola. A primeira fundição que ali se efetuou foi no dia 14 de
agosto de de 1927. A oficina foi fundada no dia 16 de novembro de 1916, por iniciativa do sr. José Amigo, já
falecido, tendo como atuais proprietários os seus filhos, Aldo e José Domingos Amigo. Foi uma oportunidade
proveitosa esta que nos proporcionou o prof. Antonio Luis Valiati: entra em contacto, com profissionais adestrados
e experientes para observá-los afanosamente entregues a seus segredos de seu ofício que honram pela eficiência de
produção e virtude profissionais. Voltamos à escola entusiasmados. E daqui desta coluna do ETV renovamos aos
proprietários da oficina e a todos os seus colaboradores, que compõem aquela massa ativa e eficiente – plasma
vigoroso que alimenta a oficina – os nossos agradecimentos de pela amabilidade com nos receberam e por tudo
quanto nos foi dado a observar e aprender(João Candido - ETV, p.10, N52, 1953).
Nomeação
Por ato do presidente da república, na pasta da educação, foi nomeado para o cargo de instrutor de educação física,
da nossa escola, o prof. Audifax Barreto Duarte. O nosso professor vem se dedicando à causa da educação física,
há anos. Possui cursos de vôlei, basquete e massagens ortopédicas. Ao professor Audifax nossos votos de grandes
êxitos em sua trajetória na escola(ETV, p.10, N52, 1953).
Inauguração da oficina de mecânica de máquinas da escola técnica de Manaus
A finalidade suprema da máquina escolar não é a de produzir peças, mais ou menos complicadas que se ajustam
depois, para formar máquinas e aparelhos. A sua produção são homens educados, tecnicamente instruídos, pra se
tornarem operários eficientes, capazes de se manterem toda sua vida futura, a si aos seus, por meio de um ofício
aprendido. Não há motivo de se sentir diminuído, desprezado por ser simplesmente operário. Pelo contrário o
valor da comunidade humana depende, em primeiro lugar, da qualidade de sua classe operária, que sempre foi e
permanecerá a base da pirâmide social. Ora, este funcionamento e esta produção da oficina escolar dependem
essencialmente de vós, alunos desta escola. A minha tarefa como técnico-orientador, planejando e instalando a
oficina, acaba no momento em que a vossa, mais difícil e árdua ainda, começa: a de por em funcionamento tudo
aquilo. Transmito, portanto, a responsabilidade às vossas mãos, aos donos desta casa, incumbindo-vos também
dos deveres fundamentais que a propriedade sempre exige: dever de cuidar, dever de manter, dever de progredir.
Por isso, aceitai, meus jovens amigos, uns conselhos: considerai esta oficina aparte mais preciosa de vossa casa.
Limpai-a todos os dias, limpai as máquinas cada vez que um serviço terminar; limpai-as cada vez ao deixar a
oficina. Não deixeis que o vosso clima úmido corroa a sua superfícies metálicas. Alimentai as suas partes
funcionais por meio de uma lubrificação cuidadosa. E, especialmente, não brinqueis com as máquinas; elas não
gostam e às vezes se vingam de ser consideradas brinquedos. Aprendei a considerá-las os amigos que procuram
facilitar a vossa vida profissional. Tratadas com carinho e respeito, retribuir-vos-ão com serviços leais,
necessários à vossa formação profissional. Quem não souber cuidar duma máquina, também não saberá cuidar de
si próprio. Quem prejudicar o funcionamento duma máquina escolar, por desprezo ou por descuido está roubando
o dinheiro que o governo e o povo lhe confiaram. Mas também rouba a si mesmo e aos seus colegas, reduzindo as
suas próprias possibilidades de aprendizagem. Se durante a aprendizagem, muitas coisa vos parecem difíceis,
lembrai-vos sempre que cada máquina se compõe de um sem número dessas peças complicadas e que representam
o esforço de gerações anteriores de homens de ofício. E nunca vos esqueçais que estes predecessores
profissionais, em geral, não tinham a felicidade de encontrar, na sua aprendizagem, oficinas bem instaladas e das
quais eles se pudessem considera donos. Mostrai-vos dignos do presente régio que acabaste de receber,
trabalhando com afinco e com perseverança, para construirdes o vosso futuro, que sempre, que sempre, para
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qualquer homem e me qualquer situação e latitude, e é o trabalho(Hermann Stelffen / prof. Da ETN - ETV, p.13
e 15, N52, 1953).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
Dedicado a divulgação do ensino industrial
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Diretor: Benedito Nunes
Redator chefe: Valdecir Cardoso
Secretário: Geraldo Bóbio
Responsável: Dr. Artur Seixas
Oficina: Tipografia da ETV
Ano 11
Número 53
Maio e Junho de 1954
Homenagem ao inventor do Linotipo – Ottmar Mergentlaher
A 10 de maio de 1854, nascia em Hatchel, Alemanha, Ottmar Mergentlaher – o inventor do linotipo. Numa escola
industrial, onde, entre várias outras seções de aprendizado, se mantém uma oficina de artes gráficas, que trabalho
sob a orientação de professores eficientes, que prezam e honram e honram o seu ofício, e transmitem aos seus
discípulos esse amor e essa noção de prestígio à arte, o transcurso do centésimo aniversário de nascimento desse
pioneiro não poderia passar em silêncio. E, principalmente, seção de tipografia não poderia permanecer
indiferente e muda a passagem do dia de hoje(ETV, p.01, N53, 1954).
Registro de Visitas
Dia 19 de maio - D. Nair Maria Becker, técnica da CBAI e que presta assistência aos cursos de corte e costura,
flores e ornatos e alfaiataria. É colaboradora constante do boletim da CBAI e autora de várias obras, entre as
quais: contabilidade doméstica, recentemente oficializada pela diretoria de instrução municipal de São Paulo. Está
visitando as oficinas de alfaiataria das escolas técnicas para organização de um método uniforme que será
discutido em reunião de professores especializados, a realizar-se brevemente. Dia 24 de maio – Professor Pierre
Weil, psicotécnico francês encarregado do serviço de orientação e seleção de profissional do SENAC, no Rio e nos
Estados. Veio tratar da instalação de tais serviços em Vitória,p ara os bolsistas do SENAC nas diversas escolas
comerciais. Numa das duas conferências que realizou, para professores, em nossa cidade, fez referências elogiosas
à ETV, citando o fato de ter encontrado alunos que durante o período do recreio, preferiam continuar o seu
trabalho na oficina. A ETV registrou com o máximo prazer tais visitas que se relacionam direta e intensamente
com o progresso e eficiência do ensino industrial. Dia 26 de maio- Stanley Kusyma, técnico da CBAI,
colaborando nos serviços de orientação educacional e profissional, está percorrendo as escolas onde a CBAI
instalou esse serviço. A finalidade da visita é verificar os resultados já conseguidos pelos orientadores nesta
primeira fase de atividades experimentais, ajudando-os a resolver as dificuldades encontradas, tanto no uso do
material, como na parte prática do seu trabalho(ETV, p.03, N53, 1954).
Homenagem da escola
Nesta pequena e grande oficina de formação da juventude nas profissões técnicas e de jovens que aspiram a obter
uma atividade digna e regeneradora. Realmente, esta escola é um viveiro de civismo, compreensão, espírito de
ordem e moralidade. É trabalhando como se trabalha aqui que se há de prepara o advento de uma era de
ressurreição moral e capacidade construtiva. Todos sabem e todos vêem que atravessamos uma fase angustiosa da
humanidade. Não é somente no Brasil que se afirma estarmos mergulhados em uma verdadeira onda de
corrupção. Por toda se fala de corrupção e suborno, como se o homem retrogradasse às ínfimas condições de
ferocidade primitiva. As instituição vacilam e todos nós estamos temerosos de dias amargos. Não devemos ser
pessimistas. O Brasil cresce e se agiganta. É necessário crer. É necessário crer e esperar. Mas crer com firmeza e
dignidade faz as raças mais fortes e só o trabalho constrói as obras eternas(ETV, p.06, N53, 1954).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
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Ano 14
Número 58
Set e Novembro de 1956
O Ministro da Educação e Cultura preconiza o Ensino Profissional no Brasil
Na pode haver educação ideal, pois terá de variar no tempo e no espaço. Pode-se pensar, isto sim, na melhor
educação para certo lugar e em certa época. Isso porque a escola deve preparar jovens para a vida, para a
sociedade e para o grupo em que devam viver. Na fase de desenvolvimento industrial em que se acha vital, pela
própria sobrevivência, é indispensável que a educação desperte nas novas gerações esse ideal de crescimento, ao
mesmo tempo os instrua com as técnicas da produção moderna. Por isso, a educação que convém à sociedade
brasileira atual tem, por foca, de ser utilitária. Os moços devem ser preparados em 90% dos casos, para fazer
alguma coisa. Devem tornar-se elementos ativos da produção. Uma minoria iria para atividades paralelas e outras
puramente especulativas, intelectualistas, ou ornamentais, que são igualmente indispensáveis ao equilíbrio social e,
sobretudo, no seu progresso. Todos são igualmente necessários, os que agem e os que pensam em uma sociedade
cuja economia se expande como a nossa. A proporção dos que trabalham para o dia de hoje e o dia de hoje e o dia
de amanhã deve ser incomparavelmente maior do que a dos contemplativos, do que procuram tornar a vida mais
belo e mais agradável. É preciso primeiro construir a casa para depois gozar de seu abrigo. O Brasil está
construindo sua casa. Seus filhos terão trazer-lhe as pedras, os tijolos e as telhas. Depois virão a rede e a lareira.
Por isso temo que cuidar mais da ciência do que das letras. Educar para a civilização tecnológica em que vivemos.
Um tal programa implica em dar ênfase ao ensino industrial. O esforço a ser despendido, não tenhamos ilusões,
será imenso, pois é penoso vermos a inércia, as forças do passado e os hábitos adquiridos. Como desvio os moços
do ensino acadêmico de hoje, para levá-los às escolas de caráter técnico, se nem as escolas possuímos? A
aparelhagem do nosso ensino secundário é imensa. Como mudá-la se apenas conservá-la é encargo além de nossas
forças? A escola era, antigamente, para alguns. Hoje, por força da economia tecnológica e pela pressão
democrática, deverá ser para todos. Da escola primária gratuita, querem todos passar à secundária, que em 80%
das oportunidades ainda é paga. A luta será torná-la pública fechando o ciclo da gratuidade, pois o ensino superior
já o é na sua grande parte. A família não pode ou não que pagar o preço do bom ensino. O professor precisa
ganhar condignamente, e essa é a condição básica de funcionamento da boa escola. O educandário particular,
apertado entre esses dois pólos opostos, terá que apelar para o auxílio oficial. Vem o “fundo do ensino médio” em
seu socorro, e gastando-se nessa tarefa de conservar simplesmente o que está, quando deveria, essencialmente,
melhorá-lo, adaptando-o às novas necessidades. Em números redondos, 600 mil jovens que se encaminham ao
ensino secundário acadêmico, puramente preparatório, e 100 mil os que vão às escolas profissionais de grau
médio. O que parece justo é esvaziar um pouco as primeiras e ampliar e encher as segundas. Mas antes de tudo, é
preciso abrir novas escolas e profissionais, o que representa programa de governo. Premido pelas dificuldades
financeiras, tais propósitos tendem a se concentrar apenas nas escolas técnicas existentes, o que consumirá mais de
200 milhões nos próximos anos. Apesar de todos os esforços que o Brasil vem desenvolvendo para ampliar as
oportunidades educativas, em todos os seus ramos, convém assinalar que ainda estamos muito longe da meta a
alcançar. Temos de dar mais recursos à obra educacional pública, pois é a escola que valoriza o homem para a
sociedade, não podendo haver nação forte e progressista sem filhos educados, individual e coletivamente. Além
de escassos, tais recursos tem sido distribuídos sem a necessária coordenação. Basta ver estes números: menos de
meio milhão para o ensino primário(onde se encontram cinco milhões de crianças); pouco mais de meio milhão
para o ensino médio(onde estão 700 mil moços) e três bilhões para o ensino superior(onde se acham 70 mil
rapazes). Ainda mais, o ensino primário é o fundamental, o comum do povo brasileiro, o único, aliás
constitucionalmente gratuito. No entanto, a União tem destinado verbas ridículas para seu fomento, deixando a
cargo toda aos Estados e municípios. Tenho me batido por uma participação financeira maior da quota da parte da
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União para o ensino primário. No próximo orçamento, é possível que o ministério tenha mais 200 milhões para
o primário, sendo dominante empregá-lo em um curso complementar que dê sentido de formação a escola
primária(Ministro da Educação - ETV, p.03 e 09, N58, 1956).
Visita ao Educandário “Alzira Blei”
Em mais uma visita esteve o orfeão Lorenzo Fernandes, no dia 11 de novembro, no educandário Alzira Blei, onde
foi proporcionar instantes agradáveis aos filhos dos lázaros e a todos que ali mourejam. A recepção foi bastante
cordial, Poe parte da diretora Dna Maria Lyra Pessoa e suas auxiliares. Aos visitante foi oferecido um almoço
depois de terem percorrido as dependências do educandário. Houve distribuição de balas e bombons às crianças
antes da audição, que assim, se deleitaram com os doces, enquanto se encantavam com a música. Foi um dia cheio
de alegrias para todos que ali se encontravam. A nossa escola já contou e ainda tem a satisfação de contar com
bons alunos, vindos daquele educandário. O ETV agradece em nome do orfeão Lorenzo fernandês à diretoria de
educandário Alzira Blei e suas auxiliares que o dirigem com tanta abnegação, pela acolhida amável com que
distinguiram a todos integrantes da caravana(ETV, p.04, N58, 1956).
Mão de Obra
Pesquisa feita recentemente pela seção de mercado de trabalho da divisão de coordenação do SESI, cujos
resultados Tudo dá hoje, em absoluta primeira mão, revela que o Brasil está passando pro uma crise de mão de
obra especializada. A ausência de elementos adestrados para o exercício de determinadas tarefas da indústria
chega a ser alarmante. Para um total de procura de trabalho 12420 solicitações, correspondeu um total de oferta de
apenas 414. De tal forma são desproporcionais estas grandezas, que chegamos à conclusão de que o país está
inteiramente despreparado de mão de obra especializada para atender aos compromissos de seu acelerado ritmo de
industrialização. Efetivamente, a pesquisa se circunscreveu ao Distrito Federal, mas pelos seus resultados pode-se
avaliar a extensão do problema em todo país. Se numa região onde se concentra um operariado urbano mais
esclarecido consta-se uma desproporcionalidade tão acentuada, ajuíze o que ocorre em regiões menos
desenvolvidas. Os dados estatísticos aqui publicados foram colhidos em anúncios de jornal, através dos quais os
empregadores, costumeiramente, fazem as suas solicitações de mão de obra especializada, e nos registros das
agências de colocação e serviços semelhantes, no período de trinta de maio a trinta de junho. Tais dados tem a
seguinte expressão: na industria de alimentos houve uma procura por 78 profissionais classificados contra uma
oferta de zero; na industria de vestuário, uma procura de 4832 profissionais contra a oferta de 24; na construção e
no mobiliário, uma procura de 2831, contra uma oferta de 25; na de fiação e tecelagem, uma procura de 38, contra
uma oferta de zero; na artefato de couro, uma procura de três e uma oferta de zero; na de joalheria e lapidação de
pedra preciosas, uma procura de 146 e uma oferta de um; nas industrias químicas e farmacêuticas, uma procura de
22 e uma oferta de 2; na industria de papel e papelão, uma procura de 12 e uma oferta de zero; nas industrias
gráficas, uma procura de 543 e uma oferta de zero; na de vidros, cristais, espelhos, cerâmica de louça e porcelana,
uma procura de 15 e uma oferta de zero; nas industrias metalúrgicas, mecânicas e de material elétrico, uma
procura de 2735 e uma oferta de 4; na de transportes marítimos e aéreos, uma procura de 26 e uma oferta de zero;
e na de transportes rodoviários, uma procura de 1113 e uma oferta de zero(Jornal “Tudo” - ETV, p.04, N58, 1956).
Concluintes:
Mais uma turma de 67 jovens conclui o curso industrial básico, este ano, ma escola técnica de Vitória. Deles,
formam-se em Artes do Couro, 16 em Tipografia e encadernação, 09 em Serralheria, 15 em Mecânica de
Máquinas, 14 em Marcenaria e 06 em Alfaiataria. Nesta formatura estavam presentes: Ministro da Educação e
Cultura – Clovis Salgado, Governador do Estado – Francisco Lacerda de Aguiar, Diretor do Ensino Industrial –
Francisco Montojos e o Diretor da ETV Artur Seixas(ETV, p.06 e 07, N58, 1956).
Jornal O “ETV” – Fundado em 19 de Julho de 1943
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Colaboradores: todos os alunos da escola
Responsável: Fernando Alves Duarte
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Oficina: Tipografia da ETV
Ano 15
Número 61
Agosto e Setembro de 1957
O segundo sete de setembro
... levanta-se o Brasil para a arrancada final, no sentido da conquista da nossa completa e verdadeira emancipação.
E desse jeito estamos a fazer dignos da geração que nos dera a independência política – cumprindo a missão
histórica que o destino nos reservou estaremos, sobretudo, sendo dignos do Brasil. E, ontem como hoje, é na
mocidade das escolas, patriótica, idealista e incorruptível que o Brasil deposita suas melhores esperanças(Prof.
Mauro Fontoura Borges - ETV, p.01, N61, 1957).
Carteira Social
Transcorreu no dia 23 de setembro, o aniversário natalício do Dr. Artur Seixas, diretor de nossa escola, atualmente
à disposição da divisão do ensino industrial. O Dr. Seixas, em sua administração que data de 27 de outubro de
1943, realizou uma obra educacional verdadeiramente meritória. Registrando o acontecimento, o ETV, que foi
objetivo constante de sua atenção, apresenta-lhe cordiais cumprimentos, com o desejo de que, na capital da
república, para onde se transferiu, seja tão feliz quanto foi no convívio da família eteviana, que ele ajudou
alicerçar(ETV, p.02, N61, 1957).
Cartas que chegam
1)...No momento que escasseiam as publicações desse gênero, é um grande conforto verificar que o ETV se
constitui um baluarte da boa imprensa escolar nas escolas da rede federal(Artur Seixas - ETV, p.03, N61, 1957).
2)Tomando conhecimento pelo jornal dessa escola, ETV de maio-junho de 1957, da homenagem póstuma ao meu
pai, professor Antonio Corrêa Lima, com a inauguração de seu retrato na oficina de Artes do Couro de que ele foi
professor-chefe, venho com muita emoção e em nome de minha família, externar à escola técnica de Vitória, a
quem o meu saudoso pai se dedicou, com imenso carinho, grandiosa parte de sua vida, os nossos sinceros
agradecimentos pela singela homenagem, quando é certo que seu merecimento partiu tanto de seu devotado amor
que o mesmo nutriu a esse estabelecimento como às sublimes virtudes que tanto ornaram a personalidade de
mestre e cidadão. Pedimos-vos, pois, antecipadamente, fazer chegar à comissão de professores que dirigiu os
preparativos da cerimônia, aos corpos docentes de discente, e a todos os seus amigos que tenham colaborado neste
ano, a nossa eterna gratidão(Asdrúbal Correia Lima - ETV, p.03, N61, 1957).
Obras na ETV
No ano passado, a escola foi contemplada com verba para continuação de suas obras. Realizada concorrência
pública, foi vencedora a firma SENCO – Sociedade de Engenharia e Comércio Ltda, do Rio de janeiro. Assim é
que tivemos realizadas velhas aspirações da ETV como: construção do muro em continuação ao do estádio
Governador Bley; muro da rua General Guaraná e respectivo passeio; passeios e ajardinamento em frente à
fachada da escola, na avenida Vitória, o que deu um belo aspecto à nossa ETV, transformando um lamaçal em
belo jardim(...) Tivemos também a construção de um “pórtico” para a educação física e início das obras do nosso
Estádio, com a terraplanagem do campo de futebol, além de outras obras menores. Está em estudos, nos órgãos
competentes, um grande projeto para construção de mais um pavilhão com 2 pavimentos para oficinas, maior do
que os atuais, conclusão do estádio, reforma das instalações elétricas e hidráulicas e demais obras de acabamento,
como: ajardinamento do pátio interno, quadra para voleibol, basquetebol e outras obras, como passeios
internos,etc. Se esse projeto for aprovado, a nossa escola muito lucrará, pois poderemos ampliar as oficinas de
Marcenaria e Serralheria que lutam com a falta de espaço; instalar outros cursos de grande aproveitamento na
industria local, como: cursos de mecânica de automóveis e de eletrotécnica. Com a instalação desses cursos e o
funcionamento da oficina de fundição, já instalada, poderíamos admitir provavelmente mais de 100 alunos
anualmente, aproveitando, assim, aqueles que, embora habilitados nos exames vestibulares, não podem matricularse por falta de vagas(ETV, p.05, N61, 1957).
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P.R.G.4 Rádio clube da ETV
Sinto, caros ouvintes, não possuir o engenho das formas lingüísticas ou beleza das palavras poéticas, mas
apresentarei episódios vestidos com língua já rude e usual de um jovem que se orgulha de ser aluno do curso
industrial básico da escola técnica de Vitória. Posso asseverar-vos que falarei sobre de Nilo Peçanha como de
pessoa familiar, pois que ele, não só para o eteviano, mas para quanto se educam em estabelecimentos de ensino
profissional, é uma reedição de nossos pais e é um benemérito da pátria. Nasceu em Campos, na freguesia do
côco, no dia 2 de outubro de 1867. Fez as humanidades na velha província fluminense e na capital do Império.
Anos mais tarde, bacharelava-se pela faculdade de Direito de Recife, ai iniciando seus primeiros passos na vida
pública. Foi abolicionista ardente e defensor da república. Sendo esta proclamada entrou na vida pública. Foi
deputado à Assembléia Nacional Constituinte e senador federal, posteriormente. Renunciou a este cargo por ter
sido eleito presidente do seu Estado que se achava à porta da bancarrota. Foi então que se descortinou em Nilo
Peçanha o grande administrador! Os historiadores analisam este período como sendo o melhor da administração
daquela terra. Em 1906 assumiu a presidência da república, completando por morte do presidente eleito, o
quatriênio estabelecido. Data de então da criação a criação das escolas de aprendizes artífices.(...) Seja o exemplo
esplêndido desta obra exuberante que é o ensino industrial em nosso país. Repitamos, pois, com ele, a nossa
profissão de fé no futuro da pátria: o Brasil de ontem saiu das academias; o de hoje amanhã sairá das oficinas!.
Em execução a lei 1606 de 29 de dezembro de 1906, o presidente da república – Dr. Nilo Peçanha – promulgava, a
23 de setembro de 1909. a criação das escolas de aprendizes artífices, mantida pelo Ministério da Agricultura. Ao
mesmo tempo em que proporcionava ensino primário gratuito, cada escola incutia nos alunos hábitos de trabalho
profissional, facilitando às classes desfavorecidas da fortuna, os meios de vencer as dificuldades – sempre
crescentes - da luta pela existência. Na rua presidente Pedreira, num casarão ainda existente, instalou-se a escola
de aprendizes artífices do Estado do Espírito Santo, tendo como primeiro diretor, o dr. José Monjardim, nome de
repercussão nos meios jurídicos de Vitória e que realizou uma administração pacífica e proveitosa, cheia de belos
exemplos de civismo e consciência profissional. Ali, afastados da ociosidade perigosa, da malandragem das ruas
que, fatalmente, conduz o menor desprotegido ao vício e à delinqüência; ali estudando e trabalhando, como
sonhara o presidente Nilo Peçanha, passaram turmas e turmas de alunos, assinalando a passagem de cada 23 de
setembro com o hino ao trabalho vibrado no manejo consciente das ferramentas de cada ofício. Eram oficinas
primitivas, e primitivos eram os processos de ensino. Mas havia ali a poderosa força motriz que nos fala J.
Caballero: mais poderosa que o calor e a eletricidade: a vontade! (...) Mas o Brasil cresceu! E o progresso
determinou a sua passagem de nação essencialmente agrícola para a situação de país que se industrializa.
Impunha-se um preparo técnico mais acentuado das classes operárias. Conseqüentemente, alinha do projeto de
Nilo Peçanha teve que ser ampliada. E foi, magistralmente, pelo saudoso Getúlio Vargas: as escolas técnicas e
industriais, com novas possibilidades para os jovens brasileiros: elevou-se o ensino ao grau secundário;
construíram-se prédios com todos requisitos; criou-se o internato para atender aos candidatos do interior. Entrou,
assim, o ensino industrial num período de maior eficiência. Nesta fase se inicia a vida da ETV, propriamente dita,
inaugurada a 10 de dezembro de 1942, sob a direção do Dr. Antonio Carlos de Mello Barreto, presidida pelo dr.
Francisco Montojos. A 23 de outubro de 1943, chega novo diretor: dr. Artur Seixas. Foram as atividades
extracurriculares que marcaram o esplendor de sua direção: os memoráveis dias da SAET – Sociedade dos Amigos
da Escola Técnica, que criou um decálogo notável, capaz de por si só, manter disciplina ambiente de modo ideal; a
vida ativa do grêmio Rui Barbosa; a freqüência do ETV; as excursões planejadas; o esboço da assistência social e
orientação escolar; as exposições, as visitas a estabelecimentos industriais; o interesse vivo pelo ex-aluno –
conferiram a ETV uma atividade intensa e contagiante e tornaram-na, verdadeiramente, a escola para o aluno.
Atinge, hoje, os seus 48 anos de existência sob a administração do dr. Fernando Alves Duarte, que se faz estimar
pela sua bondade inexcedível. Merece a nossa decidida colaboração, para continuar a sua direção sem empecilhos
e num ritmo ascendente de trabalho.(...) O ensino técnico está no encargo de libertar o Brasil da carência de mão
de obra especializada, o que sobra em outros países. O Brasil precisa de técnicos. Homens bem formados e que
trabalhem para o maior desenvolvimento e bem estar da nação. Mister se torna apreciar a iniciativa particular:
com a fundação da Sociedade Auxiliadora em 1850, com o Colégio da Misericórdia Pública, que daria uma
profissão para menores abandonados, fundavam-se os alicerces da educação profissional em nosso pais. Meio
século de reinado não foi suficiente para compreensão do que deveria ser o ensino profissional. (Dês)veladamente
dom Pedro II cuidou apenas, modelar e humanitariamente, da educação profissional dos cegos e surdos-mudos,
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deixados que ficaram sem esse ensino os milhões de normais que dele careciam. (...) Em 1882 aparece o
formidável parecer de Rui Barbosa que disse: “Nenhum pais, ao meu ver, reúne em si qualidades tão decisivas
para ser fecundamente industrial, como o nosso, onde uma natureza assombrosa prodigaliza às obras do trabalho
mecânico e do artístico um material superior na abundância e na qualidade. Depois, a educação industrial
representa um dos auxiliares mais eficazes no nivelamento crescente das distinções de classe entre os homens, não
deprimindo as superioridades reais, mas destruindo as inferioridades artificiais, alongam dessa eminência as
camadas laboriosas do povo, isto é, elevando a um plano cada vez mais alto ação e o pensamento do operário”.
(...) A república em seus primeiros tempos no que tange à ação do governo federal, nada fez pelo ensino
profissional. Só quatro lustros depois de ter implantado o regime republicano é que a união lançou as vistas para o
ensino profissional, instituindo as escolas de aprendizes artífices, em número de 19, nas capitais dos diversos
Estados, com exceção do Rio Grande do Sul, onde já existia o instituto Parobé, que fica subvencionado pelo
governo federal. Mais tarde as escolas passaram a ser denominadas Liceus Industriais. Depois magestosamente
instaladas, com todos requisitos necessários a uma boa aprendizagem, no governo do preclaro presidente Getúlio
Vargas, nova designação recebem: a de Escolas Técnicas e Industriais. (...) São adolescentes com todas
características próprias, com seus interesses mutáveis, seus novos hábitos e atividades, seus objetivos, esperanças,
ambições e, ainda, com suas atitudes, suas emoções e seus sentimentos. (...) Nesta lida diária a que nos
entregamos, todo o nosso trabalho é simultâneo. Cumpre aos professores de cultura geral efetuar o trabalho
intelectual e aos de cultura técnica - o mais difícil, o de guiar para a vida, o de saber realizar. (...) Que no por vir
que se avizinha, seja o ensino industrial a alavanca do progresso do Brasil, a glória indestrutível do nosso povo e o
cerne essencial de uma nova civilização duradoura.(Jones Montes - 1ª série / Israel Rangel de Souza – 2ª série /
Carlos Alberto Rosa - 4ª série / José Balbino – ex-aluno / Maria do Perpétuo Socorro Braga de Castro –
representante do corpo docente - ETV, p.9-12, N61, 1957).
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Ano 16
Número 63
Março – Abril de 1959
O ensino Industrial no momento presente
Tendo participado do seminário de diretores em Curitiba, quero dar-lhes o conhecimento do que o governo, pelo
seu ministério da educação e cultura através da diretoria do ensino industrial e a comissão Brasileiro-americana de
educação industrial (CBAI), vem realizando em prol do desenvolvimento e aperfeiçoamento do ensino industrial.
Além da ampliação das escolas, construção de novos prédios e melhoria do equipamento, a diretoria do ensino
industrial, com a colaboração da CBAI, está cuidando agora da melhoria do ensino ministrado em nossas oficinas.
Para este fim instalou-se o centro de treinamento e pesquisas da CBAI, que se destina a aperfeiçoar e atualizar os
conhecimentos dos nossos professores e a técnica de ensinar, mediante cursos de oito meses. Esses cursos
começaram a funcionar em 1958 e neles tomou parte grande número de professores das nossas escolas. Este
seminário produziu os melhores resultados, tendo o Dr. Thomas A Hart da delegação americana da CBAI. O
centro de treinamento tem um diretor brasileiro (Dr. Lauro Wilhelm) diretor da ET de Curitiba e um Diretor
americano(Mr. Robert S. Hoole). Cada matéria do curso é lecionada por um professor brasileiro e um técnico
americano que trabalham em conjunto, principalmente no planejamento do curso e no preparo das aulas. O
professor brasileiro dá as aulas com assistência do professor americano. No seminário ficaram firmados os
seguintes entendimentos: a) seleção de professores do curso( a ser dado pelo centro de treinamento); b)
organização dos planos de curso tendo em vista a diversidade do grau de conhecimento do participantes;
c)participação dos cursos, de alunos diplomados pelas escolas, visando ao preparo de futuros professores de
oficina; d)inclusão no programa dos cursos, como matéria obrigatória, da prática de dar aula, o que até então era
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facultativo. Outros assuntos relacionados com o ensino nas oficinas foram discutidos, como uso de auxílios
audio-visuais, melhor uso das instalações e equipamentos das escolas, preparação do material de ensino baseada na
análise do ofício, etc. O sr. Rômulo Matos trouxe farto material por ele mesmo preparado no curso (que fez no
centro de treinamento) para o ensino da Marcenaria. Mas ele não foi aprender no curso fazer aqueles móveis que
se acham em exposição no saguão da portaria, pois isto ele sabe muito bem. Ele foi aprender a fazer análise de
trabalho, a preparar folhas de tarefa, a traçar o desenho da peça a ser executada, a planejar enfim, o trabalho e,
principalmente, a ensinar o ofício aos alunos. Outro problema debatido no seminário foi a colocação do ex-aluno.
Sobre este assunto, tenho uma boa notícia, principalmente para os alunos: o diretor da ET de São Paulo, professor
Djalma da Fonseca Neiva, pretende organizar em sua escola, um serviço de colocação de ex-alunos. Ele receberia
o ex-aluno. Hospeda-lo-ia em sua escola até colocá-lo na industria, o que é fácil em São Paulo porque a industria
reclama cada vez mais, um maior número de artífices diplomados pelas escolas de ensino industrial. Como a
industria do nosso Estado não absorve ainda todos nossos artífices, nós sabemos que diversos procuram centros
mais desenvolvidos, principalmente São Paulo, onde já temos um regular número de ex-alunos muito bem situados
na industria. Portanto, é uma excelente oportunidade e um valioso auxílio que o diretor da ET de São Paulo
proporcionará aos ex-alunos, se de fato, realizar o que planeja. Quero chamar atenção dos ex-alunos também para
um fato importante: a industria paulista oferece oportunidades não somente a mecânicos, como geralmente se
pensa. Há poucos dias recebi a visita de um ex-aluno nosso. Amós Marçal – que está muito bem colocado na
industria em São Paulo e em conversa me informou que além de mecânicos, há muita procura de artífices em
serralheria, marcenaria, e artes do couro. Portanto, as oportunidades são muitas para os que querem seguir a
profissão adquirida na escola. (...) Há poucos dias foi sancionada a Lei nº 3552, que dá nova organização aos
estabelecimentos de ensino industrial, proporcionando maior liberdade de ação às escolas, quer na parte escolar,
dando mais flexibilidade aos seus cursos e currículos(ETV, p.04, N63, 1959).
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Ano 16
Número 64
Maio e Junho de 1959
Carteiras ...Visitas
Em visita à nossa escola esteve o sr. Arquimimo de Oliveira, ex-aluno deste estabelecimento formado no ano de
1951. Este Senhor reide atualmente em Caxias, onde exerce a profissão que aqui aprendeu, sendo muito
procurado pra executar serviços de tornearia, sua especialidade. Do Rio, o sr. Arquimimo trouxe, para gentilmente
no ofertar, 4 belo discos. Estiveram também na escola os ex-alunos Avides de Oliveira, que atualmente reide no
Rio, onde exerce a profissão que aqui aprendeu; Brasiliano Lopes, formado aqui em 1957 e ainda Jephet Nogueira
Coutinho, reside atualmente em Niterói, trabalhando como representante da Rio – Médico – Comércio e
representações(ETV, p.06, N64, 1959).
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Ano 17
Número 65
70
Agosto – Setembro de 1959
Cinqüentenário da Criação da Rede Federal de Ensino Industrial
(...)Brevemente, em nossa escola teremos o curso técnico; isso representará mais um passo para o progresso e
desenvolvimento nacional. Pode-se dizer que, quando tivermos em todas as escolas o curso técnico formando
técnicos especializados em todos os setores, em proporção decupla do que forma atualmente, terá o Brasil
oportunidade de progredir 100%, não à custa de estrangeiros, mas sim, à custa das capacidades brasileiras. Se em
1909, na criação do ensino industrial, tivesse sido criado também o curso técnico, como complemento do 1º, creio
eu que, hoje em dia ninguém hesitaria em dizer que o Brasil é, realmente, um país desenvolvido. Lamentável é
que nem todas as escolas técnicas possuam o curso técnico. O ensino industrial, apesar de ser, como já disse antes,
fator importantíssimo na industria nacional, não forma técnicos que atendam a todos requisitos exigidos na
execução de serviços preparados nas modernas fábricas, das quais o Brasil está ora se dotando. Somente com um
bom aperfeiçoamento o artífice estará apto a desenvolver toda a sorte de trabalho, dentro do seu setor, nas diversas
fábricas, sejam nos setores de química, mecânica, artigos têxteis, eletrotécnica(ETV, p.01, N65, 1959).
Carteira Social
Hoje 23 de setembro, acontecerá, um grande aniversário, desses que movimentam não só a família, mas toda a
cidade. É uma bela senhora a aniversariante, que completa cinqüenta anos, bem vividos e apreciados! Chama-se
escola Técnica de Vitória. Nasceu modestinha, na rua Presidente Pedreira, sendo filha de Nilo Peçanha, natural de
Campos, Estado do Rio e entrega a tutela do Dr. José Francisco Monjardim, brilhante advogado de nossa terra.
Até os 30 anos foi sempre pobre, e seus filhos eram, na maioria, os meninos do morro e dos lugares mais
humildes. Hoje é rica e feliz! Mora num belo palácio, em Jucutuquara, reminiscências do presidente Getúlio
Vargas! Seus filhos já não são os desamparados. São os que tem gosto pelo ofício: candidatos a mecânicos,
alfaiates, tipógrafos, serralheiros, artistas do couro e marceneiros! È uma senhora admirada e festejada por todos,
do Marechal Eurico Gaspar Dutra, quando Presidente da República, ouviu o emocionada este elogio; é a melhor
que eu já pude ver! (ETV, p.02, N65, 1959).
Visitas
Tivemos a prazer de receber a visita do ex-aluno Jorge Garcia, que aqui se formou no ano passado, no curso de
Mecânica de Máquinas. Atualmente o Jorge reside no Rio, onde exerce a profissão que aqui aprendeu. Deramnos ainda o prazer de nos visitar os ex-alunos Avides Oliveira, Dório Afonso e Adelson Catarino Pandini(1958);
Vivecanando de Araújo(1956). Esteve em visita a nossa escola no mês de Junho passado uma embaixada de
estudantes da escola técnica “Senador Ernesto Dornelles” de Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Os ilustres
estudantes estão cursando o 3º ano técnico daquele modelar estabelecimento de ensino profissional, mantido pela
secretaria de educação e cultura da capital gaúcha, ministrando cursos industrial e técnico(ETV, p.03, N65, 1959).
Valor das Escolas Técnicas
(...)Quando jovens prestam concurso para entrar nas escolas, submetem-se a três exames, não muito difíceis, e
muitos fazem as provas e poucos passam. Depois disso começam os exames: médico, dentário, biométrico, para
ver se o jovem pode se integrar na vida escolar com os seus novos colegas, que irão aos poucos se fazendo, sem
contagiá-los com nenhuma doença, e para que possa ter uma vida bela e sadia. Temos educação física para
desenvolver o corpo e os músculos dos jovens alunos. Temos a prova do valor da educação física em muitos dos
nossos ex-alunos que entraram nesta escola pequenos, magros e fracos, e os nossos professores de educação física
conseguiram aos poucos desenvolver-lhes o corpo e os músculos. Atribuo uma parte desse desenvolvimento
também aos horários. Nós, os alunos , temos hora para tudo. Nada fazemos fora de hora, pois um jovem em casa
come todas as horas e isso só serve para fazer-lhe mal, mas nas escolas técnicas, não; os alunos comem na hora
certa e não exagerado como muitos costumam fazer em casa, e acho que isto contribui para o desenvolvimento
físico e para a saúde do jovem. Como disse, os jovens entram na escola técnica sem saber quase nada: só com o
primário. Ficam quatro anos e saem perfeitos homens, já preparados para a vida prática, com um ofício para quem
quer continuar seus estudos, e a maioria trabalha no ofício que aprendeu, durante o dia, e sustentam seus estudos à
noite(ETV, p.05, N65, 1959).
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Ecos da excursão à Monlevade
Os alunos que concluíram o curso industrial na ETV, em 1958, tiveram oportunidade de visitar Monlevade, no
Estado de Minas, onde a Cia Belgo Mineira desenvolve grandes industrias de Ferro e Aço(ETV, p.07, N65, 1959).
Rádio P.R.G.4
Dr. José Francisco Monjardim, espírito-santense ilustre. advogado e orador brilhante – primeiro diretor da escola
técnica de aprendizes artífices do nosso Estado. O Dr. José Francisco Monjardim era filho dos barões de
Monjardim. Iniciou seus estudos na famosa faculdade de Direito de São Paulo, onde foi aluno brilhante. Indo,
porem, a levar a Pernambuco levar um irmão que estudava em uma das escolas superiores daquele Estado, não
quis deixá-lo só, resolvendo então completar, lá no norte, o seu curso jurídico. Como estudante exemplar que foi,
obteve distinção em todas as matérias. O dr. José Monjardim foi contemporâneo de Brasileiros notáveis como
Washington Luis Pessoa, mais tarde presidente da república. Nomeado para a nossa escola pelo dr. Nilo Peçanha,
entregou-se à nova tarefa de educador com o melhor dos seus propósitos, em benefício dos alunos deste
estabelecimento. Dirigiu a escola de aprendizes artífices durante trinta anos, e , ao afastar-se dela, deixou leais
amigos e sinceros admiradores, porque soube uni-los entre si com fraternal harmonia. Em seus últimos tempos, dr.
José Francisco Monjardim, alquebrado, doente, paralítico, combalido pelas vicissitudes que a vida nos oferece,
possuía ainda a bela resignação dos espíritos varonis, a alegria sã e animadora das almas superiores!(ETV, p.12,
N65, 1959).
Oficina de Fundição
Desde que se instalou no atual prédio, a nossa escola possuía uma bem montada oficina de fundição, sem que,
entretanto, pudesse funcionar por falta de professor daquele curso nos quadros funcionais etevianos. No ano
passado, a CBAI nos mandou o prof. Lírio Zani que, em poucos anos operou um verdadeiro milagre, pondo tudo
aquilo que constituía a oficina abandonada a tantos anos, entregue à implacável ação do tempo, em situação de
funcionamento perfeito e de dar aos visitantes o aspecto de instalação recente. Desde então, várias experiências
foram feitas, não só para aprendizagem dos alunos de mecânica que lá estagiaram, como também para verificar as
condições de funcionamento do forno de cúpula. Foi feita mesmo uma corrida de ferro experimental com
excelente resultado, sendo considerada como a nossa inauguração interna. No dia 6 de outubro p.p.,porém o
professor Zani nos proporcionou uma corrida de ferro maravilhosa que constituiu a inauguração oficial de sua
oficina, contando com a presença honrosa de nosso diretor de ensino industrial, o dr. Francisco Montojos, que aqui
veio especialmente para, a convite de osso diretor dr. Fernando Alves Duarte, abrilhantar as solenidades da
inauguração da oficina e trazer o seu estímulo e apoio a toda família eteviana. Além de dr. Montojos, outras
presenças nos honraram ainda, entre as quais queremos destacar as do dr. Américo Buais, presidente da
confederação das industrias do Espírito Santo, e do dr. Nemésio Diógenes Neto, diretor do SENAI. O diretor e
funcionários da ETV ofereceram um almoço intimo ao dr. Montojos, numa demonstração de que o
reconhecimento pelo que ele tem feito pelo ensino industrial através da grande rede de escolas que superintende já
se transformou numa amizade sincera e imorredoura(ETV, p.09, N65, 1959).
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Ano 17
Número 66
Outubro e Novembro de 1959
Exposição
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Foi inaugurada a exposição de desenho e trabalho de oficina. Os presentes percorreram todas as salas, onde
havia algo exposto..Sempre elogiando a nossa ETV(ETV, p.03, N66, 1959).
Entrevista com o Diretor da ETV
O dr. Fernando Alves Duarte encontrava-se no seu gabinete de trabalho quando o entrevistamos sobre a recente
reunião de diretores em Volta Redonda. A reunião de Volta Redonda abordou vários temas que poderiam ser
resumidos no seguinte: o ensino industrial em face da industria no momento presente. Os trabalhos apresentados
para debate foram pela ordem de apresentação: 1)Origem e primeiras manifestações do ensino industrial no Brasil;
2)A aprendizagem como um sistema de formação profissional; 3)Da orientação educacional e profissional na
escolas de ensino industrial; a formação de professores do ensino industrial no Brasil; A gerência das empresas e o
ensino industrial. Podemos dividir o ensino industrial no Brasil em três fases: a primeira, de 1909 a 1942, com a
criação da rede federal por Nilo Peçanha e o funcionamento das escolas de aprendizes artífices – a industria
brasileira era incipiente e pouco evoluiu nesse período; na segunda, de 1942 a 1958, verificou-se a elevação do
ensino industrial ao nível médio, articulando-o com os demais ramos do ensino desse grau e como o de nível
superior; foram transformadas as escolas de Nilo Peçanha em escolas técnicas e industriais e construídos prédios
adequados; a terceira fase inicia-se agora com a lei 3552, caracterizando-se pela autonomia, flexibilidade e
adaptação do ensino ás necessidades locais. A autonomia administrativa, financeira e didática vem dar novo
alento à vida das nossas escolas, que se acham, presentemente, tolhidas enleadas, nos liames da burocracia,
lutando com os maiores entraves para cumprirem sua elevada missão. As novas diretrizes traçadas pela lei 3552
abrem novos e mais largos horizontes às escolas de ensino técnico-industrial permitindo-lhes proporcionar um
ensino mais racional, mais adequado às necessidades da indústria e à formação dos futuros técnicos. Do que ouvi
e observei me Volta Redonda, posso afirmar que, de um modo geral, todos os diretores sentem que a nova
estruturação traça ao ensino industrial diretrizes mais amplas, campo de ação mais livre, melhores possibilidades
para os jovens. O seminário de Volta Redonda despertou o maior interesse não só, nos que militam no ensino
industrial, mas também entre os técnicos e os industriais. Lá se fizeram presentes o sr. ministro da educação e
cultura, o diretor do ensino industrial, o diretor do departamento de educação profissional de São Paulo, diretores e
professores do SENAI, diretor do COSUPI, representantes da Petrobrás, da cia siderúrgica nacional, da industria
automobilística, da CBAI, vários técnicos e diretores de escolas técnicas e industriais federais, estaduais,
municipais e particulares. Os debates dos temas apresentados desenvolveram-se num clima de entusiasmo e
competência, onde se ressaltava sempre o interesse pelo ensino industrial e técnico, no momento atual.
Resumindo, posso afirmar que o Seminário de Volta Redonda foi uma verdadeira consagração do ensino
industrial, na qual ficou evidenciada a sua valorização perante a industria nacional que, nesta fase de expansão
quantitativa e qualitativa sente, cada vez mais premente a necessidade do operário qualificado e do técnico
preparados nas escolas de ensino industriais quer sejam oficiais, do SENAI ou particulares. A ETV em 1960 terá
seu curso técnico em funcionamento?(jornal ETV) O funcionamento do curso técnico na nossa escola está
dependendo da construção do novo pavilhão que se acha em fase de estaqueamento. Aliás estava prevista para o
fim deste ano a entrega da obra para instalação dos cursos técnicos em 1960; entretanto, primeiro problema de
natureza burocrática e depois, de caráter técnico, tem retardado,infelizmente, aquela construção. Por outro lado,
com a reforma da lei 3552, o funcionamento ou não dos cursos técnicos em 1960 dependerá da resolução do
conselho de representantes(ETV, p.04-05, N66, 1959).
Ecos do nosso cinqüentenário
Agradeçamos a Nilo Peçanha – criador de tão sublime obra e reverenciamos a memória de Getúlio Vargas, o
realizados do sonho daquele grande estadista. Muitos ex-alunos da nossa escola, atualmente trabalham em várias
firmas, diversos empregos públicos, oficinas e em quase todos os setores da atividade humana. Verificamos, pois,
a utilidade premente da existência de maior número de escolas técnicas para atenderem às necessidades do
progresso. Futuro brilhante nos aguarda, pois, a nossa escola prepara jovens com dedicação e com o intuito de
fazê-los vencer na etapa da vida. Dezenas de profissionais, este educandário, lança anualmente no campo
industrial brasileiro, em verdadeiro surto de desenvolvimento criador nosso passo que povoa as lacunas existentes
na vereda da indústria brasileira. A nossa pátria possui em cada um dos seus Estados, uma escola técnica
industrial que, por sua vez, se encarregam de modelar a mocidade no setor técnico e profissional, a fim de que,
73
aperfeiçoada, se incumba da industrialização dos nossos produtos, nas fábricas onde são confeccionados. É mais
que evidente a necessidade de nossa formação profissional, diante do crescimento grandioso e rápido da industria
nacional. Para isso, porém, mister se faz que compreendamos a grandiosidade do momento que passa e a
aceleração do progresso do nosso grande Brasil; entreguemo-nos de corpo e alma aos nossos estudos, às nossas
oficinas, com o olhar fito no futuro do Brasil de amanhã... Torna-se preciso que abandonando o comodismo que
fere, que exaure e mata a atividade humana, nos dediquemos com amor e afinco à nossa formação profissional, por
que não poderemos negar, o Brasil clama por nós para crescer, subir e atingir o grande destino que o aguarda
frente às nações irmãs. Salve o dia 23 de setembro de 1959! Data da comemoração do cinqüentenário das escolas
técnicas e industriais do Brasil! Viva a diretoria da ETV( Galvone Marçal da Silva / 4ª série - ETV, p.05, N66,
1959).
Entrevista com o professor Antonio Luis Valiati
O prof. Antonio Luis Valiati, um dos mais eficientes professores do ensino técnico, concedeu-nos a seguinte
entrevista, no momento e que estava no recreio: -Há quanto tempo leciona na ETV?(jornal ETV) -Desde
1935(ALV). -Está satisfeito com seu magistério técnico?(Jornal ETV) -Muito(ALV). -Já teve oportunidade de
aperfeiçoar seus conhecimentos fora da escola? Onde?(Jornal ETV) -Sim, no Rio de Janeiro e na América do
Norte(ALV). –Que planos tem para o futuro em relação à nossa escola?(Jornal ETV) -Dotar a oficina com outra
fresadora universal e uma retificadora mais confortável que a atual(ALV) (ETV, p.05, N66, 1959).
Um...Dois...Três
1) Em visita ao Estado de São Paulo, o maior parque industrial da América do Sul. Percorri várias fábricas de
automóveis. Em primeiro lugar conheci a fábrica de Jipe Willis, é uma grande organização americana e brasileira,
que produz diariamente 350 veículos. Logo após visitei a fábrica de caminhões Scania Wabis do Brasil; sua
fabricação é de 150 veículos de todas as tonelagens; é atualmente o melhor veículo de transporte do mundo; tem
uma garantia de 10 anos; é composta de técnicos brasileiros especializados na Itália e na França. É atualmente o
maior e mais moderno estabelecimento industrial da América Latina. Conheci também grande organização de
motores elétricos, que é a maior e melhor aparelhada do Brasil e fica situada na majestosa metrópole paulista;
Trata-se da Arno AS, que está em pleno centro metropolitano com edificação própria de 25 andares. Há no Brasil
grandes centros industriais, podendo citar os nomes das cidades do Rio de Janeiro, Recife, Porto Alegre, Belo
Horizonte e Salvador, que cooperam juntamente com São Paulo, para o engrandecimento industrial do
Brasil(Aderbal Antunes de O Junior / 4ª série Mecânica de Máquinas - ETV, p.07, N66, 1959).
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Ano 17
Número 68
Maio e Junho de 1960
A industria no Brasil
A industria no Brasil está ainda no início de seu progresso. Há dois anos mais ou menos o Brasil exporta uma
grande quantidade de veículos, sem falar em outras espécies de máquinas de todo tipo e que, em sua maioria, já
são fabricados no Brasil. São grandes os projetos que se realizam na industria brasileira. São Paulo, que é o
parque industrial brasileiro, progrediu mais que outros Estados em todos os setores, principalmente no que toca à
fabricação de máquinas. O Rio de janeiro vem em 2º lugar com industrialização de sal, uma fábrica de leite em
pó, no município de Itaperuna que é considerada a maior da América do Sul, o estaleiro para a construção de
navios que será inaugurado e a usina siderúrgica de Volta redonda, a maior do Brasil. No Espírito Santo temos
grandes fábricas, como a Braspérola sob as ordens do dinâmico dr. Lúcio de Souza Coelho que tão bem contribuiu
para o progresso de nossa terra e o sr. Américo Buais à frente da Buais e Cia, que é outro lutador da industria
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capixaba.(...) Colocando tudo nos seus devidos lugares e analisando os fatos como eles se nos apresentam,
podemos dizer que o Brasil está entre os países que mais progridem industrialmente(ETV, p.01, N68, 1960).
Jornal O Eteviano
Colaboradores: todos os sócios
Diretor Geral: Maurício de Araújo
Diretor comercial: Wilson Trindade
Órgão dos ex-alunos da ETV agrega todos os ex-alunos de todas as escolas industriais do Brasil
Ano 01
Número 01
Setembro a novembro de 1961
Tiragem 3000 exemplares
Tiragem especial para a ETV : 1000 exemplares
Número avulso: 10,00
Assinatura anual: 50,00
Saudação eteviana
Na associação do ex-alunos da ETV, havia um vácuo que bem poucos conseguiram descobrir, mas logo assim que
o fizeram tiveram apoio unânime, era a circulação de um órgão que pudesse registrar nossas atividades, incentivar
nossos colaboradores, apresentar sugestões, um órgão que acompanhasse nossos passo, que através de suas
páginas fizesse vibrar o coração eteviano. Surgiu o eteviano, órgão que pela força do trabalho, só poderá ser
trimestral mas que procurará preencher aquele vazio que existia entre nós. O órgão eteviano que percorrerá todo o
território nacional, atravessará suas fronteiras, levando para todas as partes, onde estiver um eteviano(...) A
criação deste jornal já é uma conseqüência do nosso trabalho, é prova evidente de nó estamos trabalhando, por isso
aqui fica também, o primeiro elogio, registrando em suas páginas, para todos os componentes desta associação,
pela sua luta, pelo cumprimento de suas atribuições e mais, pela prova eloqüente a sua escola, esta escola que nos
recebeu de braços abertos, que há muito desejava a nossa volta, mas lhe faltava uma oportunidade(...) O eteviano
nome surgido da mente de um eteviano, um nosso professor, concorrendo com outros nomes, conquistou sua
primeira vitória, e com a sua aplicação inicia um roteiro de glórias, por isso não podemos deixar de ler nosso
jornal, o jornal que contém tudo que desejarmos. O jornal que espera a crítica sadia dos mais entendidos em
assuntos jornalísticos, porque é construído inteiramente por leigos na matéria. A associação dos ex-alunos da
escola técnica e Vitória, sente-se honrada em poder contar com o espírito de cooperação e dinamismo dos
proprietários, diretores e gerentes de firmas do nosso Estado, razão pela qual, aqui ficam os nossos agradecimentos
a todos os que colaboram de qualquer modo para a existência de o eteviano convidamos a todos os leitores a
prestigiaram os nossos anúncios que forem publicados nesse jornal, pois é de inteira responsabilidade da redação.
Nossos sinceros e profundos agradecimentos, também, ao sr. diretor e professores, pelo apoio e incentivo a este
trabalho e pela cooperação com que nos prestigiaram. Amigo ex-aluno, finalizando quero lembrar-lhe: o eteviano
de agora em diante é o seu jornal, solicitamos, então que nos escreva, qual artigo que gostaria de encontrar em suas
páginas(o eteviano, p.01, N01, 1961).
O eteviano social
Sr. Wilson Trindade, jornalista profissional, atualmente prestando serviços ao conceituado matutino “a gazeta”,
depois de longa passagem pelo “o diário”. Wilson Trindade, ex-aluno da escola técnica de Vitória, foi sempre
elemento de destaque entre os seus colegas, merecendo a consideração de todos os ex-alunos que tentam soerguer
a sua associação, onde figura como um dos diretores. É jovem idealista estudioso, trabalhador, que além de
jornalista, exerce a função de técnico em contabilidade, pois também é formado naquele importante ramo
comercial. O eteviano que teve neste ex-aluno um de seus idealizadores, apresenta-lhe cordiais cumprimentos,
com o desejo de que na sua vida particular, seja tão feliz quanto foi no convívio da família eteviana. Além disso
foi convidada para fazer revisão do jornal dos ex-alunos a prof. Izaltina Paolielo, ex-mestra de muitos ex-alunos
lembrada por todos os etevianos(o eteviano, p.02, N01, 1961).
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O eteviano é sempre grato; em seu coração está gravada lembrança de todos os antigos mestres, Por isso ele não
esquece nunca dos seus verdadeiros amigos; uma prova básica está aqui comprovada, coma escola da professora
Maria Penedo, para a presidência de honra de usa associação. Eles não se esqueceram das palavras da boa mestra,
que sempre lutou pela criação dessa sociedade; agora que se tornou realidade, eis o seu gesto de gratidão. O
primeiro trabalha da diretoria provisória foi a escolha daquela que muito trabalhou para sua presidência de honra.
Como apoio moral, decisivo e sempre louvável do diretor daquela época, o doutor Fernando Alves Duarte, os
etevianos puderam realizar o seu sonho- sonho de eteviano – Ao dr. Fernando também está reservado um lugar de
destaque na associação, o nosso muito obrigado pelo que fez, e nossa admiração(o eteviano, p.03, N01, 1961).
Entrevistando um mestre(Gentil de Souza entrevista professora de Ciências Léa Baldi)
-(o eteviano) usando ingressou na escola técnica? -(Lea)Quando a escola ainda se chamava escola de aprendizes
artífices em março de 1931. -(o eteviano)Qual a opinião da senhora a respeito da reforma do ensino industrial? (Lea)A reforma nos trouxe uma transformação radical, pois permite aos alunos o estudo de línguas estrangeiras,
indispensáveis a qualquer criatura progressista; nas oficinas, entretanto, registro com pesar, houve desvantagem.
A obrigação do aprendizado de todos os ofícios não permitirá aos nossos alunos, em futuro bem próximo, um
especialização. -(o eteviano)Que diz aos alunos da escola? -(Lea)Os alunos são meus filhos e a escola é o meu
céu!(o eteviano, p.04, N01, 1961).
Entrevista com o sr. Oscar de Souza Carvalho(ex-aluno da escola industrial de Ribeirão Preto e, hoje, diretortécnico da Cia União de manufatura têxtil
-(o eteviano)Sr. Oscar o que acha da reforma do Ensino Industrial? -(sr. Orçar)Os decretos-lei ns 3552 e 47038
respectivamente, mataram impiedosamente o ensino industrial do Brasil. Desfez uma luta de 50 anos, enfim o
ensino foi arrasado. Acredite que eu aproveitava todos ex-alunos que me procuravam fora ainda os que eu tinha
que ir procurar para atender a necessidade de minha industria. Eu já contava todos os anos com um minguado
número de formados, mesmo assim eu os esperava, e agora? Onde serei encontrar jovens que possam servir de
contra-mestres em minha fábrica? É verdade que já estou cavando no SENAI, mas é menos adaptável ao meu
serviço, pois sua ex-escola é muito mais bem montada nos ramos que me interessa que é a de mecânica de
máquinas, serralheria e fundição. Não sou apenas um necessitado de operários capacitados! Ainda há pouco dias,
quando procurava um fundidor, fui encontrá-lo com uma modesta oficina escondida lá para os lados de
Ataíde(subúrbio distante da cidade). Conversando com seu proprietário indaguei-lhe porque não instalara essa
oficina dentro da cidade, ao que ele respondeu que se fizesse teria acúmulo de serviço e não poderia atender nem
80% dos clientes que o procurassem porque não encontraria auxiliares suficientes para atender a sua possível
clientela. Veja o sr. Que os poucos elementos que a escola técnica formava já não me atendiam as necessidades de
nossa industria, isto não é de agora, pois nunca foi suficiente. Imagine o sr. Que vem para o Espírito Santo aFerro
e Aço, oportunidade magnífica para todos os fundidores e, veja, essa reforma chegou logo quando começou a
funcionar a oficina de fundição de sua ex-escola; portanto, ela não conseguiu formar sequer, justamente no
momento em que estamos atravessando, a industrialização do país, surgiu este obstáculo intransponível, com força
de lei, de proibir um jovem especializar-se numa determinada profissão, confesso que não entendi até agora o que
se pretende fazer com esta nova modalidade de ensino, pois neste ponto o Brasil estava muito mais adiantado que
todos os outros países. Exemplificando na América do norte, o jovem só aprende uma profissão, numa escola
industrial, quando termina o ginásio ao passo que aqui no Brasil nós já dávamos uma profissão junto ao ginásio.
Representa, portanto, na vida de um jovem no mínimo quatro anos de adiantamento não contando com as
vantagens para a nação. Por outro lado esse processo que passaram a empregar nas escolas industriais no Brasil, já
é arcaico na Europa e não surtiu bom resultado, ao contrário, na Alemanha, causou sérios prejuízos. -(o
eteviano)Sr. Orçar, qual a profissão em que o sr. Se formou na escola técnica de Ribeirão Preto? -(sr. Orçar)Na
oficina de mecânica de máquinas. -(o eteviano)Como funcionava este curso? -(sr. Orçar)Inicialmente, eu passei
um ano no curso de vocações, isto é, fiz rodízio por todas as oficinas da escola e a mim eram conferidas as notas
conforme a minha tendência, dedicação ao ser viço e execução de pequenas obras que eram ensinadas. Nas férias
meus pais receberam um memorando do orientador educacional da escola participando o meu andamento por todas
oficinas e comunicando que segundo a aplicação psicológica dos professores da escola eu tinha apresentado uma
tendência muito forte para a profissão de fundidor; dizia a mesmo memorando que competia a meus pais fazer
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uma entrevista comigo para que eu decidisse, de minha espontânea vontade, qual a profissão que deveria
escolher. Meus pais me chamaram e me entrevistaram, e eu disse que queria ser mecânico. Então foi comunicada
a minha escola a minha decisão e confrontada com a nota que obtive naquela oficina e, como a fundição tem
ligação direta com a mecânica, quando voltei, já no segundo ano iniciei meus estudos nas oficinas de fundição,
serralheria e mecânica. -(o eteviano)Como o sr. conseguiu vencer na vida? -(sr. Orçar)Apoiando-me no que
aprendi na minha escola técnica, por isso dou todo apoio aos ex-alunos dessa escola e posso afiançar que a procura
de emprego aqui na fábrica tem-se dado na proporção de 05 alunos do curso científico contra 15 do ginásio para
01 da escola técnica e eu aproveito este último porque me é mais útil. Eu estudava de dia e à noite trabalhava
como auxiliar de tecelão, mais tarde passei a contra-mestre e finalizando o meu curso de mecânica cheguei a
mestre de máquinas e hoje estou aqui na Cia manufatureira têxtil como técnico, ao anos e talvez a perfeição de
meus trabalhos me fizeram diretor da mesma, mas esta organização que o sr. Está vendo, a primeira e a maior do
Brasil, nasceu aqui em Vitória já está ramificada nos Estados do Amazonas e Rio de Janeiro e todos os seus contra
mestres são capixabas saídos dali da escola técnica de Vitória. Como há 26 anos atrás saindo de um escola
industrial fui aproveitado numa companhia manufatureira têxtil, assim eu aproveito também todos esses elementos
que em procuram rapazes que hoje estão nos pontos chaves da maior industria de juta do Brasil. Agora meu rapaz,
eu que lhe pergunto que poderei fazer para atender as necessidades de uma Braspérola que clama por elementos
capacitados? Terei eu de ir buscar nas pequenas oficinas particulares , dos outros estados, ou melhor, desvestir um
santo para cobrir o outro, enviar rapazes para o SENAI acompanhado seus passos até o ponto de os considerar
capacitados para a industria, enfim fazer os meus próprios auxiliares, trabalho este que, me era economizado mais
de 80% com o funcionamento das escolas técnicas. -(o eteviano)Encerro esta entrevista agradecendo ao sr. toda
atenção que me foi dedicada. -(sr. Orçar)A honra foi minha, eu também agradeço a oportunidade que você me deu
de poder tornar público a minha satisfação a respeito da reforma(o eteviano, p.05 e 09, N01, 1961).
Recordando
Ingressando na ETV, lá encontramos mestres que tudo fizeram para nos dar uma formação moral, intelectual e,
notadamente, profissional nos melhores padrões pedagógicos. Muita vez, quantos deles, sacrificando os próprios
interesses particulares, em horas extras-escolares, lá permaneciam a nos dar algum complemento sobre o tema, a
nos fornecer conselhos sobre a nossa maneira de agir no campo exterior! Sabemos que toda aquela dedicação,
distante das vaidades pessoais, fazia parte dos seus programas sempre em busca de uma mocidade que, por certo,
daria ao país um desenvolvimento mais crescente, libertando este gigante, até aquela época “escravizado à técnica
estrangeira”. Desta forma, recebendo os conhecimentos daqueles sábios mestres, dia a dia, série por série,
tornamo-nos artífices, nas diversas modalidades, prontos para enfrentar a industria. O adeus, depois de quatro
anos, àquela instituição, é algo que sempre nos faz tristonhos e ao mesmo tempo desejosos de que se repita. Na
vida prática, muitos de nós se dedicaram, de fato, à industria aplicando todos aqueles conhecimentos técnicos,
vencendo etapa por etapa; outros, menos favorecidos, por questões diversas, deixaram suas profissões, o que é
lamentável, empregando os seus conhecimentos em outros setores, mas, notemos bem: com a ajuda daqueles
adquiridos na gloriosa ETV. Assim, por caminhos diversos, temos, hoje, os ex-alunos etevianos em postos chaves
da industria; vemos também os nossos colegas, já com outros cursos, até mesmo de nível superior, contando para
todos que os cercam a nossa origem, as nossas dificuldades, as nossas vitórias...Vemos, portanto, que embora com
certas dificuldades, nós não deixamos de corresponder às expectativas dos nossos mui queridos mestres. Restanos esperar que os atuais alunos, com maior facilidade, venham complementar o trabalho que já executamos, mas,
que ainda depende da ajuda de um maior número de técnicos na esperança de que se cumpra o lema do saudoso
Nilo Peçanha: “ O Brasil de ontem saiu das academias o de amanhã sairá das oficinas”(Zenaldo Rosa da Silva - o
eteviano, p.07, N01, 1961).
Reminiscências, Preguiça etc
A manhã está nublada, o sol não quer se apresentar e a cama está convidando para uma soneca mais dilatada(...) E
uma preguiça gostosa, uma preguiça que me leva ao passado, aos tempos da escola técnica de Vitória do inspetor
Mauro com o seu atlético famoso das jornadas heróicas; o único que não me perdoaria por tal estado, porque tinha
que levantar cedo para enfrentar as ginásticas “leves” do finado Garrafa; passo a lembrar-me do olhar bondoso e
benevolente de D. Maria Penedo tentando ensinar as claves de música aos seus alunos; da inteligência que faria
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inveja de D. Célia, que me colocou no “balão” por três dias; de D. Léa Manhães, que deu o “contragolpe” em
nossa turma e mesmo assim está no nosso coração; das piadas do Egito, que distraia a todos nós nos dias de
reunião escolar;(...) Do apito do Dade chamando para a formatura e jornada em homenagem à pátria; de carneira
quando treinava seus atletas para as olimpíadas escolares; das aulas da professora Izaltina Paolielo; das tapas
gracejosas de dr. Teófilo nos doentes “embromadores”; da paciência de Helena, a enfermeira; dos conselhos sábios
e eficientes do professor Comarú, o homem que ganhou um carro em um prêmio de loteria; de doutora Monsueta
que sempre foi atenciosa para os alunos; de Pasoline, que era uma paciência fora do comum no ensinamento do
ofício que o cronista está exercendo atualmente: linotipo; das amizades sinceras dos colegas de classe e as
brincadeiras que não fogem da memória e muitas coisas que só podem ser contadas em livro. Era assim a minha
escola, cheia de alegrias e tristezas; a formosa escola técnica de Vitória dos tempos de minha adolescência que
guardo bem no coração(...) A manhã continua nublada...revivi um dos bons momentos de minha vida, muito
embora continue com preguiça(o eteviano, p.11, N01, 1961).
Correspondente
Composição da diretoria da escola técnica de Vitória: A direção da escola é formada por um conselho de
representantes do qual é presidente o nosso ex-mestre, professor Balbino de Lima Pitta, que foi eleito pelos seus
colegas na ETV, como seu representante e escolhido como presidente. Este por sua vez escolheu entre três
professores eleitos, o dr. Mauro Fontoura Borges e descendente de família ilustre, filho do coronel Fontoura
Borges do Amaral(interventor federal no Estado de Santa Catarina e ex-deputado federal) e D. Cássia Borges do
Amaral, família de projeção política. O atual diretor da nossa ETV, nasceu na cidade de Laguna em Santa
Catarina no dia 19 de fevereiro de 1928, fez os primeiros estudos em Porto Alegre e o ginásio em Laguna e no
colégio Estadual do Paraná, onde também conclui o curso científico. Iniciou seu curso superior na faculdade de
Direito da Universidade do Paraná e terminou o mesmo no Estado do Espírito Santo. Atualmente cursa a
faculdade de filosofia fazendo o curso de Geografia Geral; mas já exerce as funções de professor de história e
geografia no colégio estadual de nosso Estado, é presidente do diretório municipal da UDN. Fala-se já na sua
candidatura ao palácio da rua Sete. É político perigoso, pois há pouco deu prova disso, com a sua escolha para
diretor executivo da ETV. Fez campanha ao pé do ouvido e a prova está aí. Tem trabalhado muito, muitíssimo
mesmo, pois a escola se encontra em reforma geral, e em trabalhos públicos bateu Record no cumprimento do
horário integral. Expediente das 6 às 22:30! Dedicado, amigo dos alunos e professores tem o dr. Mauro dado
provas eficientes de que é um dos grandes administradores que a escola técnica de Vitória já possui(o eteviano,
p.12, N01, 1961).
“Ata”
Estiveram reunidos no dia 24 de agosto os associados dos ex-alunos para tratar de assuntos concernentes à
associação. Os novos diretores são: Ivan da Silva, Luiz Cláudio, Sebastião Rontilho, Rômulo Matos e Dório
Afonso. Nesta reunião tratou-se do caso especial do sócio Orly Vargas para, se possível, os sócios arranjarem
colocação para o mesmo. O Fato foi discutido e no outro dia Orly já passou a ser funcionário da Cia União
Manufatora de Tecidos. Trabalhou bem a associação- parabéns- essa é a nossa verdadeira finalidade(o eteviano,
p.12, N01, 1961).
Anúncio(quadro grande no canto da página)
“Atenção ex-aluno da escola técnica de Vitória no curso de Mecânica e Serralheria. A companhia União
Manufatura de Tecidos tem um emprego para você continuar o seu aprendizado. Não perca esta ótima
oportunidade” (o eteviano, p.12, N01, 1961).
Jornal O Eteviano
Colaboradores: todos os sócios
Diretor Geral: Maurício de Araújo
Diretor comercial: Wilson Trindade
Órgão dos ex-alunos da ETV agrega todos os ex-alunos de todas as escolas industriais do Brasil
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Ano 01
Número 02
Especial de Natal de 1961
Tiragem 3000 exemplares
Tiragem especial para a ETV : 1000 exemplares
Número avulso: 10,00
Assinatura anual: 50,00
Aniversariou a Associação de imprensa Espírito Santense
Recebemos um amável convite de presidente da associação espírito santense de imprensa e participamos do
coquetel que ofereceu por ocasião do seu 29º aniversário. O sr. Governador do Estado dr. Carlos Fernando
Monteiro Lindemberg, foi uma das figuras mais ilustres, daquela tarde(o eteviano, p.02, N02, 1961).
10º aniversário
Os concludentes do ano de 1952, da ETV, pretendem comemorar o seu 10º ano de formatura do curso industrial
básico em uma festa de congraçamento entre os colegas. A diretoria da associação está preparando todos os meios
necessários para o perfeito sucesso dos aniversariantes(o eteviano, p.02, N02, 1961).
Visitante
Mais uma visita esteve entre nós. Trata-se do nosso colega César Azevedo Nascimento, formado em 1956, na
profissão de mecânico. César serve à marinha do Brasil, como marinheiro de primeira classe e está fazendo um
curso de eletrotécnica a par depois ingressar no curso de engenharia. Pretende fazer carreira na vida militar.
Trouxe-nos notícias de Edson Silva, tipógrafo ; de Arnaldo Silva dos anjos, que trabalha na profissão que aprendeu
na escola – marcenaria – na frei caneca. O visitante quer receber notícias de seu amigo particular José Fernandes
Cristêlo. Convida os etevianos para, quando forem à Guanabara visitem-no, na rua da abolição, 428, casa sete, em
engenho de dentro. Aproveita o ensejo para agradecer aos seus professores por tudo que fizeram por ele, na ETV
e Augura-lhes muitas felicidades neste natal e um venturoso ano novo(o eteviano, p.03, N02, 1961).
Areias Sintéticas
Entre as subdivisões da seção de fundição, destaca-se com grande êxito das demais atividades do oficio de
fundição, a seção de preparo de areia(...) Para o bom andamento do processo se faz necessário a aquisição de uma
peneira magnética e um misturador tipo Galga(...) De forma mais prática deve-se salientar a existência de
aparelhos mais modernos e adequados ao preparo das areias(o eteviano, p.04, N02, 1961).
Nosso Trabalho
O departamento de assistência social da associação dos ex-alunos da ETV empregou Salvio Von Rowdon na
fábrica de tecidos União, reservou vagas na seção de engenharia da central brasileira, contando com a colaboração
do ex-aluno Renato Bahia. Entrou em entendimentos com chefes de Oficinas da Cia Vale do Rio Doce para
empregar os alunos formados em mecânica e serralheria. Empregou o ex-aluno Jairo Freire na Tipografia Glória.
Orientou diversos ex-alunos na aquisição de carteiras de trabalho. Providenciou o material necessário para a atual
edição de O Eteviano. Concedeu ao ex-aluno Gilsom Gomes o crédito de um curso de datilografia para pagar
depois que estiver trabalhando. Orientou diversos formandos no sentido de tirarem seus certificados de
reservistas. Continua estudando os projetos dos estatutos da associação(o eteviano, p.02, N04, 1961).
O Melhor Aluno de 1961
É motivo de orgulho para associação dos ex-alunos registrar em seus anais a inscrição de Aristides Vieira
Machado. O nosso mais novo sócio foi o primeiro aluno colocado durante o seu curso industrial básico da nossa
ETV(o eteviano, p.05, N02, 1961).
ETV em revista
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O dia 10 de novembro próximo passado foi festivo para a escola técnica. Num ambiente cordial, todos os
professores se reuniram sob a presidência do dinâmico diretor dr. Mauro Fontoura Borges, a fim de escolherem
seus representantes, ou melhor, o conselho pedagógico. Deve-se frisar, com conhecimento de causa que, levandose em consideração as qualidades intelectuais daqueles que tinham o forte encargo da escolha, não poderiam ser
outros senão os 12 representantes que realmente fizeram jus à escolha, dado os predicados morais e intelectuais de
que estão possuídos. Desse modo tornar-se-á menos árduo o trabalho da Direção da escola. Havia necessidade
imperiosa, de acordo com o regimento interno da escola, da eleição de 12 representantes, composto por seis
professores de cultura técnica e seis de cultura geral. A votação, num ambiente cordial, culminou com a vitória
dos seguintes professores: Antonio Luis Valiati(mecânica de máquinas); Joaquim Bothequia(seralheria); Jair
Passos Có(marcenaria); Itaboraí Nascimento(Artes do Couro); Manoel Virginio da Silva(tipografia e
encadernação) e Ângelo Patitucci(alfaiataria), esses representantes da cultura técnica, enquanto os escolhidos de
cultura geral: professores Lea Manhães Penedo(matemática); Maria do Perpétuo Socorro Braga de Castro(ciências
físicas e naturais); Maria Penedo(canto orfeônico); Enila Firme Coelho(desenho), dr. Clóvis Rabelo (português) e
Américo Guimarães Costa(geografia e história). Com a presença de todos os funcionários, num entusiasmo
contagiante, realizou-se no dia 21 p.p. a posse. No sentido de abrilhantar a solenidade, a diretoria fez servir um
coquetel, onde todos os presentes tiveram momentos inesquecíveis. Três dias após a posse, o diretor convocou o
conselho para a primeira reunião, para início dos importantes trabalhos. O assunto que se sobressaiu naquele
encontro, foi concernente à programação o tema que mereceu calorosos debates, por ser ponto primordial da
escola perfeita. Como já é do conhecimento de todos existem na ETV dois conselhos : o conselho de representes e
o conselho pedagógico cujas finalidades são completamente diferentes. O conselho de representantes nomeado
pelo governo federal exerce função importante nos destinos da Escola, onde se destaca na supervisão geral. Este
conselho tem como presidente, um dos mais antigos professores da escola técnica – o professor Balbino e Lima
Pitta. Trabalhador e amável, é sempre encontrado em seu gabinete de trabalho todos os dias, onde tem resolvido
inúmeros problemas. O conselho pedagógico é o órgão consultivo de deliberação pedagógico-didática da Escola(o
eteviano, p.08, N02, 1961).
O nosso diretor é o dr. Mauro Fontoura Borges que além de ocupar o alto cargo de diretor executivo da ETV ainda
tem o honroso encargo de presidir o conselho pedagógico, onde se destaca pelo seu valor intelectual e
administrativo(o eteviano, p.08, N02, 1961).
Nova Administração
Quem visita a escola técnica de Vitória surpreende-se pelas modificações ali introduzidas e que veio trazer um
cunho todo especial no sentido de tornar a ETV uma escola digna daqueles que a freqüentam. Sinceramente,
houve transformações necessárias nos pequeninos pontos que se tornou de grande significação. É bem verdade
que o apoio encontrado pelo diretor executivo dr. Mauro de Fontoura Borges, ante o conselho de representantes,
composto das pessoas mais ilustres, de vários setores de nossa sociedade capixaba. Foi fator preponderante para
aqueles que ali convivem familiarizarem-se num ambiente acolhedor, a fim de que possam desempenhar as suas
funções cientes de que estão colaborando decisivamente para o engrandecimento da escola, em função daqueles
que ali passam horas no aprendizado do ensino e que mais tarde servirá para que desempenhem as suas funções
independentemente. É lógico e evidente que existiram Algumas críticas no que se ia empreender, no entanto, as
qualidades excepcionais e empreendedoras do jovem diretor veio sobrepujar todas aquelas contrariedades das mais
adversas. É o que se nota, atualmente, são os elogios de toda parte em que é alvo a direção deste modelar
estabelecimento de ensino. Foi difícil para a reportagem de o eteviano, enumerar todas as modificações, pois elas
são de grandes significações, e que se tornou verdadeiro Record em tão pouco tempo de administração. Cozinhas
e suas modificações: de há muito tempo vinha necessitando de uma reforma urgente as dependências da cozinha.
Na administração do diretor substituto, dr. Fernando Alves Duarte, foi adquirido equipamento novo( fogão à óleo
diesel, três panelões de aço inoxidável, caldeira, balcão térmico, exaustores especiais, máquinas de lavar pratos e
duas pias de aço inoxidável). Já na atual direção cuidou-se da instalação desse material, adquirindo ainda: piso de
cerâmica, azulejo para paredes, Janelas basculantes, além da pintura geral e iluminação fluorescente. Daí o
sucesso da atual administração foi extraordinário. Refeitório: Já se fazia sentir desde o ano passado as deficiências
do refeitório. O mesmo, inadequado para os nossos dias, necessitava de algumas reformas. Foi colocado azulejo
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em suas dependências, pintura nas mesas e cadeiras colocação de fórmicas nos tampos das mesas das mesas e
pintura geral. Dormitório: outro fator importante e que veio encher de contentamento os alunos internos da
escola, foi a modificação do dormitório. Foi realizado ali, pintura geral. Substituição de 160 camas de ferro com
colchões de capim, por 100 beliches de peroba, equipados com colchões de mola que determinou a ampliação do
dormitório de mais de 60 leitos. Anexo ao modelar dormitório foram introduzidos 400 novos armários, sem se
falar na aquisição de roupas de cama. Banheiros: observamos nos longos passeios que realizamos na ETV a
reforma total dos banheiros, o maior número de chuveiros, que de 16 passaram a 27, inclusive chuveiros elétricos
para maior conforto dos professores de oficinas. Instalações sanitárias: Outro fator, observado nas inúmeras
modificações e o mais importante foi a grande reforma das instalações sanitárias que sofreu além de pintura geral,
o aumento de número de lavatórios de 7 para 16. Substituições das manilhas de esgoto dos sanitários por tubos de
ferro de maior calibre, com que, veio resolver em definitivo o problema crônico de entupimento. Serviço de
educação física: ampliação do serviço com aumento de professores e aquisição de farto material esportivo e a tão
projetada construção de uma quadra de basquetebol e outra de voleibol. Biblioteca: o aluno ao ingressar na escola
técnica de hoje não sentirá mais dificuldades no aprimoramento de sua cultura, visto que as modificações
introduzidas naquela importante seção veio dar margem ao que afirmamos. Assim foram adquiridos novos livros
num montante de Cr$ 300 000,00 aproximadamente. Reorganização do serviço e novas dependências. Dado essas
modificações acorreram alunos aquela biblioteca culminando entre consultas e empréstimos em 3000. Ainda
criou-se a biblioteca dos professores. Um sucesso absoluto. Serviço médico. Os gabinetes médico e dentário
sofreram pintura geral assim como a enfermaria. Recuperação de material permanente, aquisição de material
novoe criação do plantão permanente, incluindo domingos e feriados. Salas de aula: Reformas dos quadros
negros, pintura geral, instalação de aparelhos de inter-comunicação, através do qual o gabinete do diretor se
comunica com as salas de aula, oficinas e demais dependências(o eteviano, p.09, N02, 1961).
Futuro engenheiro eteviano
O nosso amigo, ex-aluno, nasceu em Alfredo Chaves, em 22 de setembro de 1934. Fez seus primeiros estudos na
sua cidade natal no grupo escolar Camila Motta. Em 1948 entrou na escola técnica de Vitória, onde se formou no
curso de Serralheria e sob a alta direção do professor Botéchia. Considera o seu primeiro dia como aluno da ETV
o mais emocionante de sua vida. Em 1952 fez o curso de adaptação ao científico, cursando Inglês, Francês, Latim,
Geografia Geral e História Geral. Em 1953 serviu ao nosso exército onde chegou a graduação de 3º sargento. Em
1954 iniciou o científico no colégio Americano, tendo feito os 2º e o último ano no colégio estadual do Espírito
Santo. Em 1957 cursou o pré - vestibular de engenharia, mas por razões diversas só iniciou o seu curso em 1959,
na escola politécnica do Espírito Santo, onde até é um dos cursantes do 3º ano, esperando sua promoção ao 4º ano.
Exerceu desde 1954 funções de alta importância na ETV, como por exemplo: bibliotecário, escriturário, inspetor
etc. Atualmente Zenaldo é o arquivista da escola e presta seus serviços ainda na rouparia, além ser chefe do
internato da escola. Indagado a respeito de estar sendo aproveitado sempre em funções diferentes do seu curso,
Zenaldo respondeu que “quem precisa tem que se submeter a essas coisas”. O nosso entrevistado é ainda o diretor
de patrimônio da associação, por isto é digno de nota o seu trabalho anônimo. Finalizando esta queremos
apresentar ao futuro. Engenheiro eteviano os sinceros votos de muitas felicidades e nossos agradecimentos por
tudo que tem feito pela associação(eteviano, p10, N02, 1961).
Visitante
Esteve visitando Escola o nosso colega Mário Alves, da turma de 1949, relembrando os velhos tempos de sua vida
de estudante. Conversando com Mário a respeito de nossa Associação, disse ele que teve conhecimento da mesma
logo assim que foi criado, ms que só agora pôde vir a Vitória, aproveitando suas feris, e tomar contato direto com
o empreendimento. Mostrou-se satisfeito com a idéia e prometeu-nos dar todo o apoio possível. Mário Alves, foi
elemento de destaque dentro da ETV. Para os que ainda se lembram dele, participamos que Mário está mais gordo
e passou a usar chapéu, (mas não é tira). Sempre alegre e diplomático, continua na profissão que aprendeu na
Escola. Conta-nos com alegria que não encontrou a mínima dificuldade em arranjar emprego quando dela saiu, e
que agora está na Cia. Indústria automobilística “Boston S. A.”, onde ocupa o cargo de Preparador de Máquinas, já
há seis anos e meio. Está satisfeito com o que a nossa Escola nos proporcionou e aproveita o ensejo para agradecer
a todos aqueles que contribuíram para a sua vitória. Ao professor Valiati envia especialmente um abraço e seu
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muito obrigado. Mário trouxe-nos notícias de Jair Rocha, que está na General Motors do Brasil – de José Góis,
que está na “COBRASMA”, e já casou; de João Augusto de Souza e seus sucessos. O nosso visitante envia a
todos os etevianos votos de um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo. (o eteviano, p.10, N02, 1961).
Os Diplomados de 1961 (Silvio Egito Sobrinho – Assistente Chefede Disciplinas)
Ei-vos de volta ao rincão natal, com os louros da vitória a cingir-vos a fronte. Grande é o júbilo que sentimos ao
ver que vocês partem contentes e satisfeitos por ter vencido mais uma etapa após anos de porfiada luta na seara
árdua do ofício, volta ao seio dos seus, com a fronte nimbada pela auréola do saber. Vede que alegria se estampa
na fisionomia de todos aqueles que aqui se acham para vos trazer o calor de seus aplausos, o incentivo de sua
admiração. É que eles sentem que a vitória não é só vossa, mas também deles, que, com os olhos fitos no seu
conterrâneo, vos acompanharam os passos durante os longos e porfiados estudos. Sentem o vosso triunfo como
sendo o deles e suas emoções se confundindo com as vossas. E orgulhosos olham para o futuro, antevendo nas
vossas vitórias os sucessos deles próprios. Que melhor galardão podereis esperar no término de vossos estudos do
que esta recepção calorosa em que o coração efetivo deste seleta platéia que vos aplaude se derrama em júbilo e
entusiasmo. Aceitei prezados Etevianos, estas nossas saudações como as saudações do amigo que muito vos quer
e que faz votos para que continueis a trilhar a senda do sucesso. É este o desejo que formulamos nesta hora solene
em que nossos corações batem em uníssono(o eteviano, p.10, N02, 1961).
Vovô Eteviano
Foi com prazer que conseguimos trazer aos nossos leitores esta biografias do sr. José Romancini do Nascimento,
pois trata-se do aluno n nove de matricula da fundação do Ensino Industrial no Brasil, em janeiro de 1910. O sr.
José Romancini está com a idade de 62 anos e trabalha na profissão de carpinteiro, por conta própria, na rua
Presidente Pedreira, 144, e é com certo orgulho que tem o prazer de mostrar a todos que quiserem as suas
ferramentas de carpintaria que ele ganhou de nossa ex-escola quando ainda se chamava Escola de Aprendizes
Artífices, e funcionava em frente o Campinho, (nome dado ao atual Parque Moscoso). O Sr. José Romancini
ainda se lembra de quando Nilo Peçanha esteve lá na Escola, do desfile que houve , e ainda mais, do corre-corre
para receber S. Exa., pois naquela época, quem podia, tinha um parzinho de tamancos, mas quem não podia,
freqüentava a escola descalço, com qualquer roupa, mas para receber o sr. Presidente a Direção da Escola teve que
providenciar uniforme e sapatos para todos os alunos. Foi nessa época também que tiveram a honra de receber a
visita do Sr. Governador do Estado, Dr. Henrique Moscoso. Mais tarde receberam outra visita presidencial do
Marechal Hermes da Fonseca. Época boa! Diz o nosso vovô eteviano. Aí todos já tinham os seus uniformes e
houve parada escolar, a escola já tinha iniciado a sua bandinha marcial. O Sr. José Romancini era Corneteiro,
quando em forma, mas fora preferia o seu violão. Nosso vovô passa então a lembrar de seus professores: Professor
Juvenal Rosa, da Carpintaria e do mestre Guise, da Marcenaria; foram esses os primeiros mestres da atual
mercenária, conta-nos ainda que fizeram o altar e os bancos da Capela do Colégio do Carmo daqui, e ainda o altar
da Igreja de São Pedro, da Vila Rubim; depois passa a tentar lembrar os nomes dos outros professores, falou-nos
de Carlos Mendes, professor de desenho que nunca usou compasso para fazer círculos de qualquer tamanho; do
Coronel de Exército Andrade e Silva, também de desenho; das professoras de cultura geral D. Edith Fonseca e
outra que só lecionava à noite. Os demais só conseguia lembrar das oficinas que já funcionavam naquela época:
Sapataria, Eletricidade, a oficina de Mecânica, Alfaiataria o Mestre Manato. Ao ser perguntado pela tipografia
respondeu que não funcionava na época. Frisou a figura do nosso primeiro diretor dr. José Francisco Monjardim,
enaltecendo sua administração, e finalmente passou a declinar alguns nomes de seus colegas que conseguiu
lembrar: Dorotheu Feitosa Dantas, que trabalha na oficina de José Amigo, na ilha do príncipe; Aristóteles Pereira,
que trabalha como sapateiro na rua Presidente Pedreira, Manoel Nascimento, Arlindo Celso etc. O vovô eteviano
fez todo o seu curso primário na Escola de Aprendizes Artífices e tirou o seu curso dentro de seis anos, quando
saiu da Escola e ganhou 2 Contos de Réis, com esse dinheiro comprou uma casa no valor de 200 mil Réis.
Comprou alguns imóveis, e ainda fez uma farra cem por cento no dia da formatura, pois ofereceu uma festa em sua
residência aos amigos e ainda sobrou dinheiro!!! Mais tarde vendeu a mesma casa por Cr$ 55 000,00. O sr. José
Romancini nasceu em 1899. É casado com a sra Arminda Rios Nascimento. Tem uma filha, Reginalda
Nascimento, professora, e ainda cria duas lindas meninas. A benção Vovô? (o eteviano, p.11, N02, 1961).
82
Visita
Mais uma visita esteve entre nós. Trata-se do diplomado de 1956 em tipografia e encadernação, Vivecanato de
Araújo. O nosso visitante está servindo na escola de paraquedistas do núcleo da divisão aéreo terrestre do exército
brasileiro(em outro Estado). Já completou 56 saltos, sendo o mais alto o de 600 metros, esperando saltar ainda
mais alto. Vivi, como é conhecido, é um entusiasta, não mede esforços para conseguir o que deseja, já inicou um
curso de desenho de máquinas, pois quer ser engenheiro, nesta matéria, além de tudo é um soldado graduado a
cabo, privilegiado, pois é ele quem executa todos os trabalhos de encadernação de livros do seu batalhão(o
eteviano, p.13, N02, 1961).
Entrevistando o mestre
Iniciamos, neste número, mais esta seção. Trata-se de uma entrevista que terá como personagem um professor que
ministra o aprendizado técnico na ETV. Hoje foi escolhido o professor de serralheria, Joaquim Botequia. -(o
eteviano)Que acha da reforma do Ensino Industrial? -(Prof)De mal para pior. Concordo plenamente com as idéias
de conhecido industrial. -(o eteviano)Qual a sugestão que daria para melhoria do ensino? -(Prof)Uma aclimatação
maior dos alunos com um curso de Mestria. Aumento de professores capacitados para ensinar. Construção de
pavilhões para aumentar a capacidade de alunos, máquinas etc. -(o eteviano)Qual a média de aproveitamento que
o aluno adquire durante o curso? -(Prof)Uma média de 60%, se bem que existem alunos que hoje já são
proprietários de grandes oficinas. -(o eteviano)O ginásio industrial resolveria o problema? -(Prof)Não poderá
fazer quase nada. -(o eteviano)Quais os cursos conveniente, além dos existentes, que deveriam ser fundados? (Prof)Curso têxtil, eletrotécnica, pontes e estradas. -(o eteviano)É pela educação mista nas escolas técnicas? (Prof)Sou pela educação mista nas escolas, porém a nossa não tem condições para tal. -(o eteviano)Quanto ao
método, de acordo com a nova lei industrial, que acha da escolha da direção da escola? -(Prof)Uma das boas
coisas que esta reforma trouxe. -(o eteviano)Que necessitaria sua oficina, atualmente? -(Prof)Espaço e máquinas
modernas(o eteviano, p.13, N02, 1961).
Entrevista com Jair Marino(autor da letra do hino da ETV)
-(o eteviano)Em que ano e formou? -(Jair)1946. -(o eteviano)Qual foi a oficina? -(Jair)Mecânica de máquinas. (o eteviano)O que acha da ETV atual e o novo regime? -(Jair)A escola progrediu bastante, mas não tive
oportunidade de observar melhor ainda o novo regime em aplicação. -(o eteviano)Como ex-aluno já é de seu
conhecimento a criação da associação de ex-alunos e qual sua opinião sobre a mesma? -(Jair)Acho uma grande
criação, pois temos a oportunidade de conservar aquela tradição que tínhamos passado lá juntos. -(o
eteviano)Você faz parte desta associação? -(Jair)Fiz parte da primeira reunião, quando da primeira diretoria. -(o
eteviano)Porque você indicou a professora Maria Penedo para presidente de honra desta associação? -(Jair)Foi
com muita justiça e compreensão dos ex-alunos, pois além de ser a fundadora da associação é uma mestra que não
mede obstáculos para servir a um ex-aluno. -(o eteviano)Logo que formou-se engenheiro soubemos pela aludida
professora que havia ido à Europa. Foi excursão ou bolsa de estudos? -(Jair)Foi junção do útil ao agradável. -(o
eteviano)Qual a diferença do ensino europeu para o brasileiro? (Jair)Existem técnicas como as nossas, mas
observei que todas as fábricas mantêm uma escola para preparar operário especializados próprios, as quais tem a
mesma finalidade de nossa escola. -(o eteviano)Quais os paises que visitou? -(Jair)Alemanha, Suiça, Itália,
França, Espanha e Portugal. -(o eteviano)Eo que mais o impressionou? -(Jair)Pelas qualidades de civilização foi a
suíça. -(o eteviano)Atualmente qual a sua função? -(Jair)Vim para aqui, como representante técnico da IBM, e
aqui mesmo formei-me engenheiro civil em 1960. -(o eteviano)Que você aconselha para os alunos que estão se
formando na ETV? -(Jair)Aconselho que dediquem o melhor de seus esforços em cada tarefa que tiver de
enfrentar. Não posso dizer a vocês que se dediquem a esta ou aquela tarefa pois seria querer influir na tendência
de cada um(o eteviano, p.14, N02, 1961).
O civismo na escola e no Estado
No nosso meio social é o homem do nosso tempo muito melhor orientado, principalmente a juventude atual so
vasto e delicado campo do civismo. A educação da maioria das virtudes humanas, são de competência da às
instituições educativas, que vêm paulatinamente incutindo e preparando todas as crianças e os jovens adolescentes
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na prática do senso social. Preparando-os dessa maneira para um dia no futuro ocuparem honrosamente o seu
lugar na nação de que faz parte. As escolas, sem distinção de classe e raça tem o sagrado dever de desenvolver
gradativamente a consciência cívica e de fixar o senso dos deveres dos seus discípulos como também dos direitos
que lhe são dados pelo Estado. Os educandários ou mesmo determinadas associações dos ex-alunos da escola
técnica de Vitória, onde se encontram os homens de hoje e de amanhã para fins de cultura física e intelectual e até
mesmo para ajuda ao elemento humano, participarão da educação imediata do futuro de cada cidadão,
indistintamente sem notar a sua classe, raça ou sexo. Compete ao Estado velar pela formação e educação de seus
filhos no civismo e no sustento ao espírito cívico do país. Dispõe o Estado dos meios eficazes para esses fins, seja
de ação direta ou indireta, como as manifestações patrióticas, públicas ou não, as inspeções e revisões escolares
que se faz notada na nossa ETV com a orientação dinâmica do seu atual diretor, o dr. Mauro Fontoura Borges, o
sr. Presidente do conselho de representantes, Prof. Balbino de Lima Pitta, os senhores conselheiros e os
professores da escola. A educação do civismo iniciam não somente na prática do senso moral e social dos
elementos, como também formam o caráter do homem pondo-o, desta forma em constante vigília nas obrigações e
nos direitos perante o Estado e a nação(o eteviano, p.15, N02, 1961).
Jornal O Eteviano
Colaboradores: todos os sócios
Responsável: Maurício de Araújo
Órgão dos ex-alunos da ETV
Ano 02
Número 03
Março a Maio de 1962
ETV – Modelo das Escolas Técnicas do Brasil
É motivo de orgulho, para os ex-alunos, saberem que forma diplomados pela escola técnica de Vitória (modelo das
escolas técnicas do Brasil). Podemos afirmar isto tendo em vista o que ouvimos do sr. Diretor do ensino
industrial. Sua exa trará a Vitória o exmo sr. Ministro da Educação e Cultura para que possa sentir o que é o
ensino industrial no Brasil. Porque escolheu logo a ETV para servir de modelo a sua excia , o ministro da
Educação e Cultura? Sabemos que o dr. Armando Hildebrand conhece todas as escolas da rede federal, suas
administrações, suas oficinas, suas estruturas, em geral. Seria a escola técnica de Vitória a mais perfeita? A mais
aparelhada? A mais integrada a comunidade? Não podemos afirmar. O certo é que a escola técnica de Vitória é
que servirá de cartão de visita para ser entregue ao ministro da Educação e Cultura. Estamos de parabéns(o
eteviano, p.01, N03, 1962).
Aniversário
No dia 12 de março aniversariou o nosso mui estimado amigo dr. Fernando Alves Duarte, o professor Clovis
Rabelo, em nome do corpo docente da ETV aproveitou o ensejo de estarem todos reunidos no auditório e lhe fez
uma saudação digna de sua pessoa. O eteviano tem que registrar esta nota, pois o aniversariante, na época da
fundação desta associação era o diretor da escola e foi quem nos deu o apoio necessário para a nossa fundação.
Ao dr. Fernando Alves Duarte queremos apresentar nossos sinceros agradecimentos por tudo que fez pela
associação de dos ex-alunos, e nesta data festiva pedimos a Deus muitas bênçãos para o nosso prezado amigo e sua
distinta família(o eteviano, p.02, N03, 1962).
O eteviano social
Quem imprime este jornal ? Estamos falando do professor Orlando Moraes rpof de impressão da ETV. (o
eteviano, p.02, N03, 1962).
Novas aquisições de ex-alunos
Acaba de ser contratado pela escola técnica de Vitória, o nosso colega Ozéas Wothosky Amorim, para as funções
de auxiliar de artes gráficas. Ozéas servirá de exemplo para muitos que passaram pela ETV. Quem é bom é
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sempre procurado. Ozeas sempre teve esta qualidade, a de ser bom, trabalhador, e na primeira oportunidade ei-lo
de volta à escola, não como aluno, mas como convidado especial a trabalhar na sua profissão que aprendeu. Outro
colega que voltou à ETV, para ensinar aquilo que aprendeu foi Antonio Chuan tendo em vista o afastamento de
Docastel Cardoso, que foi à Curitiba, se especializar na sua profissão de mecânico. A direção da ETV convidou
para substituí-lo no seu impedimento. A primeira coisa que fez foi procurar a associação dos ex-alunos para
preencher sua proposta de sócio. Muito bem!(o eteviano, p.05, N03, 1962).
Em dez parágrafos
A turma de ex-alunos que voltaram para escola a fim de fazer o curso técnico tinha um sonho a ser realizado :
tomar o gostoso e afamado mingau de fubá. Alcy Brandão foi convidado pela direção da escola para dirigir os
trabalhos da nova seção de marcenaria que é a estofaria. Nossos parabéns, Alcy, conhecemos sua capacidade e
ficamos satisfeitos com a sua vitória. Mais um ex-aluno foi encontrado no corpo docente da ETV, trata-se do prof
Manoel Virginio formado pela escola de escola industrial da Paraíba, sua proposta já está sendo preparada e tudo
indica que mais um Estado será representado na associação dos ex-alunos da ETV(o eteviano, p.06, N03, 1962).
Estou de Volta escola
Jair Passos Co, ex-aluno da escola quando a mesma ainda era conhecida por escola artífice e funcionava no prédio
antigo. Jair é atualmente, professor de oficina de marcenaria e um dos membros do conselho de professores, órgão
responsável pela parte didática da escola. Tudo indica que Jair será um dos elementos indicados para constituir o
conselho consultivo e orientador da associação dos ex-alunos. Mais um ex-aluno acaba de ser aproveitado por sua
ex-escola. Trata-se de Manoel Carlos Dutra, do ano passado. Emprestará sua colaboração no departamento
disciplinar na ETV, foi o 1º ex-aluno que enfrentou as duras provas do professor Ewerton Comaru, diretor de
atividades educacionais da escola(também ex-aluno da escola industrial) para aquele departamento. Outro exaluno que está emprestando o seu trabalho a ETV é o nosso colega Zenaldo Rosa, formado em 1950e que
atualmente está no 4º ano de engenharia. Tendo em vista o engenheiro Francisco Árabe Filho, ter se afastado da
assessoria de obras da escola, Zenaldo está respondendo por aquele departamento, pois era o seu auxiliar direto. A
direção da ETV está satisfeitíssima com o seu ex-aluno, pelos trabalhos executados a contento no seu
departamento. O nosso colega Loadir Carlos Pasolini, outro ex-aluno está trabalhando na ETV. Pasolini foi
professor de linotipo e composição manual por muito tempo, e hoje é o almoxarife da escola. Formado em direito,
pela faculdade do Espírito Santo, foi um dos primeiros bacharéis ex-aluno da ETV(o eteviano, p.12, N03, 1962).
Turma Histórica
De acordo com a nova lei de diretrizes e bases a escola técnica de Vitória, justo às demais escolas da rede federal
passaram a obedecer uma nova modalidade de ensino. Nesse novo regime não há o curso industrial básico, por
essa razão a turma Osvaldo Gomes de 1961 foi a última a receber o diploma com essa denominação(o eteviano,
p.16, N03, 1962).
Agradecimentos
A diretoria da associação dos ex-alunos da ETV agradece ao sr. Diretor executivo, dr. Mauro Fontoura Borges, a
importância de Cr$ 50 000,00 que receberam como auxílio a sua causa. Aproveita a oportunidade, para externar
os seus sinceros reconhecimentos, a outros tipos de colaboração que vêm recebendo, direta ou indireta do sr.
diretor executivo. Pode ficar ciente, dr. Mauro, o que o senhor está fazendo pela associação dos ex-alunos, será
lembrado por todos os sócios e principalmente pelos que já foram favorecidos pela associação. O nosso muito
obrigado(o eteviano, p.16, N03, 1962).
Jornal O Eteviano
Colaboradores: todos os sócios
Responsável: Maurício de Araujo
Órgão dos ex-alunos da ETV
Ano 02
85
Número 04
Julho a Setembro de 1962
Gloriosa ETV
A 23 de setembro de 1909, um decreto assinado por Nilo Peçanha, que transitoriamente ocupava a presidência da
república, fazia surgir em nosso país um novo tipo de ensino – o ensino técnico-profissional, o ensino do futuro,
como muito bem foi caracterizado na ´celebre frase do seu fundador: o Brasil de ontem saiu da academias; o de
amanhã sairá das oficinas. A escola técnica de Vitória tem um passado a preservar fazendo jus ao lugar de relevo
que ocupa no ensino industrial, mercê da dedicação de seus servidores, muito dos quais abnegados vindo da antiga
escola de aprendizes artífices, onde a precariedade do meio material era suprida com o patriotismo e amor à causa
adotada. Nos dias atuais em que o Brasil está reclamar virtudes cívicas de seus filhos, um esforço efetivo de todos,
sem exceção, se torna imperioso para a concretização do ideal sonhado pelo precursor do ensino da atualidade. A
nossa estimada ETV, contando com o labor constante e eficaz daqueles que nobremente se empolgam com o
ensino profissional, há de colher nos dias porvindouros – grandes, belos e incontáveis triunfos, dando destarte,
valiosa colaboração na emancipação social e econômica de nossa pátria. Que jovens tecnicamente especializados
venham aumentar o número já considerável dos que procuram elevar cada vez mais o conceito já conquistado, são
os votos dos seus ex-alunos. Salve 23 de setembro! Salve a Escola Técnica de Vitória!(o eteviano, p.01, N04,
1962).
Mensagem à ETV
Numa época em que a grandeza econômica e o desenvolvimento material de uma nação dependem de forma direta
da capacidade técnica e da especialização profissional de seus filhos, é com incontida satisfação que vejo
transcorrer o 53º aniversário da Escola Técnica de Vitória. Mais, ainda, rejubila-me o acontecimento pelo fato de
saber o quanto tem disso decisiva a contribuição desse modelar educandário no aprimoramento das gerações de
capixabas que vêm servindo eficientemente ao progresso do Espírito Santo e do Brasil. Almejando para essa
escola técnica, onde se forjam as forças vivas da nação brasileira, o prosseguimento na mesma senda de trabalho
altamente significativo para os nossos destinos e nossa emancipação industrial, congratulo-me com todos aqueles
que, direta ou indiretamente, tem uma parcela de responsabilidade na execução de obra tão nobre e patriótica. Em
especial, apresento aos ex-alunos etevianos, minha cordiais e sinceras saudações(Vitória, 23 de setembro de 1962
– Jones dos Santos Neves – o eteviano, p.01, N04, 1962).
Lorenzo Fernandes – Orgulho da família eteviana
Inspirada nos grandes mestres que também foi seu mestre na música brasileira, a professora Maria Penedo criou no
ano de 1947 o orfeâo Lorenzo Fernandes. (...)Por ser a música a mais bela das artes, sua finalidade também é
educar. (...) São filhos e filhas que duas ou três vezes por semana roubam um pouquinho de seu precioso tempo e
dedicam sua atenção àquele que, com carinho passa horas a ensinar um pouquinho de tudo a essa mocidade, como
uma mãe ensinando as primeiras letras a seus filhos(o eteviano, p.05, N04, 1962).
Escolha decisiva - Esclarecendo o povo, estamos certos de nossa missão
É fora de dúvida que o Brasil e o Espírito Santo estão vivendo instantes decisivos para os seus destinos. No plano
Nacional, problemas de toda ordem vem agitando a opinião pública do país e convocando à meditação todos os
brasileiros que amam sua pátria. A questão do plebiscito para legitimar, com o soberano assentimento do povo, o
atual regime parlamentar ou para restabelecer o presidencialismo. Ensejará fatalmente vasta campanha de
esclarecimento popular. A ninguém será dado ficar à margem do problema de tremendas conseqüências para a
vida e organização política do país. Todos seremos chamados a contribuir, com o nosso voto, no sentido Brasil
reencontrar a tranqüilidade imprescindível a um clima de ordem e progresso. Do pronunciamento esclarecido,
dependerá o futuro da pátria. No plano estadual, as próximas eleições de 7 de outubro constituem também um
desafio à responsabilidade e ao civismo dos capixabas. Quer na escolha acertada e justa dos representantes
legislativos – vereadores e deputados – quer na preferência dos que exercerão o poder executivo – prefeito e
governador- é mister escolher os melhores, os mais capazes, os mais dignos. Já não podemos nos dar ao
indiferentismo de votar irresponsavelmente. È preciso não esquecer que a sobrevivência da democracia decorre do
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aprimoramento constante da consciência cívica do nosso eleitorado. É esta consciência que ditará a escolha dos
nomes que deverão ser consagrados nas urnas. Para tanto é preciso pensar, analisar, medir. A eleição do
governador do Estado, por exemplo, ilustra bem o quanto é importante e fundamental para o povo capixaba
escolher com justeza, sem sentimentalismo, à margem de quaisquer demagogias. Votar é decidir de forma
irreversível e inapelável. Um simples voto determina o cortejo de conseqüências que o próprio eleitor não poderá
jamais controlar. Daí por que, no exemplo que estamos considerando, aquele que não preencher cabalmente as
condições mínimas para ser governador não deve merecer a consideração do voto consciente e esclarecido.
Felizmente os candidatos que disputam a governadoria do nosso Estado já ocupara m o posto em vezes anteriores.
Suas qualidades de governantes, capacidade administrativa, senso de responsabilidade, noção de dever, podem ser
perfeitamente aquilatados pelos eleitores capixabas em toda extensão. Mentiras e falsidades, promessas fáceis e
demagogia barata não obscurecerão o juízo do eleitor. Dos dois candidatos, somente aquele que realmente se
dedicou à coisa pública e ao Espírito Santo como lhe impunham seus deveres de cidadão, de líder de administrador
autêntico, só aquele que fez do governo uma coisa séria, nele se empenhando com interesses superiores, só aquele
que soube corresponder aos anseios do seu povo e da sua terra, somente aquele que edificou obras em todos os
recantos do Estado, criando usinas, postos de saúde, estradas, pontes, casa do lavrador, edifícios; unicamente
aquele que edificou dos dois candidatos ao governo do estado que soube expandir as forças do progresso e da
prosperidade espírito - santense, traçando perfil de nosso desenvolvimento econômico e da grandeza da terra
capixaba somente este é digno do voto do leitor que ama seu Estado, porque este candidato merece fé, pelo muito
que fez! Com ele, o Espírito Santo será mais forte, mais rico e melhor(o eteviano, p.06, N04, 1962).
O homem é o produto do meio
Prof. Manoerl Virginio, ex-aluno da escola industrial da Paraíba, na sua mocidade, acercou-se de elementos
literários e o resultado: fundaram a academia de letras dos novos, aqui, no estado. Versos pra lá, poemas pra cá o
prof Manoel Virginio, virou poeta no duro. Mas na deixou aquela mania própria dos paraibanos, a modéstia(o
eteviano, p.05, N06, 1962).
Despedidas
1)Sentimos profundamente as despedidas do nosso secretário Almir Cordiero que por motivo de força maior foi
obrigado a nos deixar. Almir fez uma bonita demonstração de sua capacidade aos diretores da USIMINAS e por
esta razão foi convidado a ser a segunda pessoa do engenheiro na seção de planos e projetos. Está de parabéns o
nosso companheiro e nós estamos alegres pelo seu sucesso. Queremos aproveitar o ensejo para participar à Almir
que a página literária de o eteviano estará a sua disposição. Almir, queremos deste cantinho de página apresentarlhe as nossas sinceras felicitações principalmente pelo motivo de você ter demonstrado sua capacidade e ser
reconhecido por quem realmente entende de industria. O Espírito Santo não lhe perdeu, temos certeza, e lhe
empregou, como instrumento, à industria brasileira.
2)Outro sócio entusiasta que nos deixou foi Floriano Damasceno, muita saudade lhe é sentida, por todos que aqui
conviveram com ele. A luta pela sobrevivência, nos faz abandonar, as vezes, tudo que nos é sagrado. Floriano é
um desses jovens que ama Vitória, e que foi para USIMINAS porque lá encontrou abrigo, reconhecimento por sua
capacidade, orgulho de ser procurado como profissional. Na prova que prestou, não encontrou par, foi líder,
recebeu como prêmio a chefia da seção de solução. Parabéns Floriano! Damos viva por seu sucesso, estamos
orgulhosos de você porque como profissional soube com honra e galhardia erguer o nome de nossa escola técnica
de Vitória.
3)Estão fazendo um curso de treinamento no SENAI, Estado da Guanabara, os sócios Aélio e Orly. Foram
convidados pelo departamento de saneamento federal e estão correspondendo perfeitamente as perspectivas de
seus mestres. Só faltam duas provas para o término do Curso e até aqui eles são os primeiros colocados. Estamos
certos de que chegarão ao final do curso como líderes porque em suas veias sustentam a fibra de etevianos. Aos
cursistas sinceros vôos de glória, são os desejos de seus amigos da ETV(o eteviano, p.10, N04, 1962).
Deputado Mário Gurgel
Mário Gurgel fundou no Espírito Santo a comissão de amparo a criança. Realizou o 1º seminário espírito-santense
de estudos para solução dos problemas do menor, é presidente do conselho permanente de proteção ao menor.
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Fundou com outros membros do conselho, a casa do menino em Vila Isabel, São Torquato, onde estão recolhidos
os meninos desamparados que dormiam ao relento. Estão em funcionamento quatro lactários para crianças de
menos de um ano em bairros pobres de Vitória. Está programado para Junho, a fundação da casa da menina.
Gurgel tem auxiliado a associação dos ex-alunos de várias maneiras, tanto empregando nossos sócios como
auxiliando-nos financeiramente. Gurgel não é mais o menino do morro agora é o representante da família do
morro na assembléia legislativa(o eteviano, p.11, N04, 1962).
Destino dos Alunos da ETV
Ano
1945
1946
1946
1946
1946
1946
1946
1946
1946
1946
1947
1948
1949
1949
1949
1950
1950
1950
1951
1951
1952
1952
1952
1952
1952
1952
1953
1954
1954
1954
1955
1955
1956
1957
1957
Egresos de Mecânica
Nome
Empresa
Docastel Cardoso
ETV
Nelson Pinheiro Soares
Cofavi
Gilsom Magalhães
General Eletric
Lauro Luiz Gomes
USN
Haroldo Carneiro Boynard
Fomento
Agrícola
João Câncio Soares
Fab de Vassouras
Abel Rodrigues
CVRD
Sylvio Oliveira
Men de Sá
Ormando Couto
Of.
Bento
Ferreira
Edson dos Santos Abreu
Buaiz S/A
Manoel Gomes Lima
Fomento
Agrícola
José Ângelo da Penha
DER
Mário Alves
Máquinas York
Ascendino Martins
CVRD
Alfredo Pereira Filho
Oficina
Hernsbach
Jair Rocha
General Motors
Flávio Baroni
CVRD
Arildo Nunes
Reticadora exata
Arquimimo Oliveira
Retifica Motores
Rômulo Leão
CVRD
Almir Gobo
Cofavi
Amós Marçal
Matarazzo
Elio Soares
Buais S/A
Antonio Cruz
Retif. S Mateus
Izaias Almeida
Oficina
Ruy Queiroz do Nascimento
CVRD
Hermanzil Damázio Doelinger
Oficina Capuaba
Nizus Farnezi
CVRD
Benedito Nunes Ribeiro
Porto
Jair Cristo da Silva
CVRD
José Fernando Kock
Vitofarma
Rômulo Oliveira
Cia(?)
Judson Nascimento
CCBFE
Ozeas Prudêncio
Metalpen
Talmo Vieira de Vargas
Cofavi
Localização
Vitória
Cariacica
Guanabara
Volta Redonda
Vitória
Vitória
Vitória
Vitória
Vitória
Vila Velha
Vitória
Vitória
SP
João Neiva
Vitória
SP
Vitória
Vila Velha
Niterói
Vitória
Cariacica
SP
Vila Velha(ST)
Vila Velha
Rio Novo do Sul
Vitória
Vitória
Vitória
Vitória
João Neiva
Vitória
?
Vitória
Cariacica
Cariacica
88
1957
Antonio Scwan Valentim
ETV
Vitória
1958
Dório Belarmino
Porto
Vitória
1958
Luiz Cláudio da Silva
ETV
Vitória
1959
Antonio Carlos Figueredo Moreira
FNM
RJ
1959
Pedro Lima
UMT
Vitória
1960
Israel Rangel de Souza
FCOB
Cachoeiro
1960
Maurílio Soares Barbosa
Vitofarma
Vitória
1960
Pedro Afonso Rocha
Lustrene
Vitória
1960
Percy do Nascimento
Vitofarma
Vitória
1960
Sebastião Rotilho da Cruz
ETV
Vitória
1960
Tales Alves Rebouças
Of. de automóvel Vitória
1961
José Donato de Almeida Wengler
Vitofarma
Vitória
1961
Lívio Betero
Vitofarma
Vitória
1961
Neuso Santana Leal
Of. Ford
Cachoeiro
*FNM, Fábrica Nacional de Motores localizada no Rio de Janeiro
* UMT, União Manufatora de Tecidos localizada em jucutuquara – Vitória
* FCOB, fábrica de Cimento Ouro Branco localizada em Cachoeiro
* USN, Usina Siderúrgica Nacional, localizada em Volata Redonda
*As empresas localizadas em Vila Velha situavam-se no Bairro de São Torquato
Nome
Almir Cordeiro
Carlos Lamartini Rodrigues
José Pereira
João Batista Mota
Hélio Ribeiro
Edmar Rosa Machado
Luis Meneghet
João Bittencourt(1º ex-aluno)
Benis Blackman
Floriano Damasceno
Élson Severiano Miranda
José Carlos Alvarenga
Abilé Ressurreição
Manoel Moreira
Antonio Carlos Gomes
Júlio Pereira
Rubens Ribens
Aderaldo Albino
Walter Monteiro
Aroldo Magalhães Bicalho
Benedito da Glória Duarte
Alberto Borges
Fioravante Rossi
Nome
Jacksom Lima(redatoer chefe)
Elias Dantas
Gerci Salles
Serralheiros
Empresa
USIMINAS
CVRD
Oficina Própria
Oficina Própria
Oficina Própria
Fábrica de Móveis tubulares
Oficina do Horto
SENAI
ETV
USIMINAS
Braspérola
Cofavi
CVRD
CVRD
CVRD
Fábrica União
CVRD
Fábrica União
USIMINAS
Braspérola
Sotreq
Cofavi
Fundação Cristo Redentor
Tipógrafos
Empresa
A Gazeta
Gráfica própria
Gráfica própria
89
Irani Holzimiester(mais rápido
Vitória)
Maria da Penha Laurindo
Fernando Braga
Gentil Patrocínio
Waldemar Gustavo Bichler
Wilace Barbosa
Ivair Ferrari
Ivan Silva
Oscar Wotkoski
Getúlio Carlesso
Nome
João Rodrigues da Silva
João Silva
Walteone Tomaz Ferreira
Clovis Dias Sobrinho
Escobar Antonio Filho
Lés Santos
João Ivo da Tridade Faria
Landerico Simões
Jonas Pereira
Noel Rosa
Robério Oliveira
Manoel Corrêa Simões
Antonio Carlos Bandeira da Rocha
Ubiraci de Almeida
Paulo Valentim
Hélio Barbosa
Dório Afonso
Antonio Carlos Santos
(o eteviano, p.12 e 13, N04, 1962).
tipógrafo
de
Gráfica Samorini
Gráfica Samorini
Imprensa Oficial
Escola profissional São José
Impresa Oficial
Escola Agrotécnica
Imprensa Oficial
ETV
ETV
Pároco de Cariacica
Artes do Couro
Cidade(endereço residencial)
Vitória
Vitória
Cachoeiro
Vitória
Vitória
Vitória
Vitória
Serra
Vitória
Vitória
Vitória
RJ
Serra
Santa Tereza
RJ
Governador Valadares
Vitória
Cariacica
Obsevação Histórica
O sr. Jones dos Santos Neves em 4 anos de mandato conseguiu realizar em apenas 04 anos 699 construções
públicas. Só em Vitória foram 134 construções como: Frigorífico do porto, Cais de Saneamento, Aterro da
capixaba, Parques infantis e Estação de tratamento de água. Em Afonso Cláudio foram 17 obras como: Grupo
Escolar, Serviço de água e Ginásio. Em Alegre foram 15 obras, tais como: Escola Agrotécnica, Ponte e Hospital.
Em Alfredo Chaves 11 serviços foram prestados, sendo os principais : Usina Hidroelétrica, Usina de Laticínio,
casa do lavrador e Escola rural. Depois em Anchieta vejo 06 empreendimentos: Uma ponte, Posto telefônico,
Subposto de saúde e Casa do lavrador. Em Aracruz: 26 obras, com Posto de saúde, Casa do lavrador, Posto de
refrigeração de leite, Serviço Odontológico, Escola de Pesca, etc. No município de Baixo Guandu: Serviço de
abastecimento de água, Serviço de Fluoração da água(1ª do Brasil), Hospital, Fórum e Usina Hiodroelétrica. Na
Barra de São Domingos foram 15 obras, sendo entre outras: Posto de saúde, Serviço de luz, Casa do Lavrador,
Ponta na cidade, Estação de rádio,etc. Na cidade de Cachoeiro de Itapemirim ocorreram 31 obras, como: Rodovia
Safra-marataises, Central telefônica, Pavimentação Cachoeiro-Safra e Ponte “Fernado de Abreu”. Em Cariacica
foram feitas 32 realizações, como Posto de saúde, Grupo escolar, Hospício, Ponte, Rede d’água de Campo Grande,
etc. Em Castelo foram 16 obras como: Colégio estadual, Serviço telefônico, Escolas rurais, etc. Em Colatina,
foram 39 realizações, como: Ginásio, Escola rural normal, Rodovia Colatina-Vitória, Grupos escolares, etc. Em
90
Conceição da Barra, foram 17 obras, tendo entre elas: Cais de Saneamento, Fórum, Assistência médica, Grupos
escolares, etc. Domingos Martins: - 35 trabalhos, com Posto de saúde, Escolas Rurais, Monumento ao colonizador
imigrante, etc. No Espírito Santo(Vila Velha?) – 35 trabalhos: Rodovia Carlos Lindembrg, Serviço de água do
Jucu, Alameda do Convento da Penha, Núcleo residencial do Aribiri,etc. Fundão – 09 trabalhos: Serviço de água
do Timbui, Posto de saúde, Escolas , Rodovias, ,etc. Guaçui – 14 trabalhos: Hospital, Serviço de abastecimento de
água, Escolas, Casa do lavrador, Serviço telefônico, etc. Guarapari – 20 trabalhos – Pontes, Rodovia guarapari,
Escolas, Praças, Grupos escolares,etc. Ibiraçu: 07 trabalhos – Posto de Saúde, Usina Hidroelétrica João Neiva,
Casa do Lavrador, Escolas,etc. Iconha – 06 trabalhos: Posto de saúde, Casa do lavrador, Pavimentação,etc.
Itaguaçu / 17 trabalhos; Itapemirim / 15 trabalhos, Iuna / 13 trabalhos; Linhares / 24 trabalhos; Mantenópolis / 07
trabalhos; Mimoso do Sul / 19 trabalhos; Mucurici / 20 trabalhos; Muniz Freire / 07 trabalhos; Muqui / 16
trabalhos; Nova Venécia / 8 trabalhos; Rio Novo do Sul / 08 trabalhos; Santa Leopoldina / 13 trabalhos; Santa
Tereza / 12 trabalhos; São José do Calçado / 08 trabalhos, São Mateus / 15 trabalhos; Serra / 11 trabalhos; Viana /
12 trabalhos; Mantenópolis e Mucurici- Criação dos municípios. Felizes os governos que, ao término de seu
mandato, podem relacionar e comprovar em cortejo, tão vultoso de realizações, testemunho eloqüente, acrescido
ao patrimônio do Estado, a demarcar a sua passagem transitória pelo alto posto, simbolizando o emblema de sua fé
e o sinete pessoal de seus intensos esforços em benefício da coletividade(o eteviano, p.13, N04, 1962).
Entrevista dos ex-alunos com o sr. Jones dos Santos Neves
-(o eteviano)Estando a nossa escola intimamente ligada à industria, gostaríamos que o sr. Nos dissesse o que está
reservando na sua plataforma de governo para esse setor de atividade humana?-(Jones)A industrialização
progressiva do Estado depende, inicialmente do potencial elétrico de nossas usinas. Assim, pretendo intensificar
as obras de construção de Suissa, para colocá-la em funcionamento, iniciar e possivelmente inaugurar as duas
outras usinas que figuram no planejamento aprovado para a eletrificação do Estado. Cogito, ainda de se construir
duas centrais elétricas, uma no Sul outra no Norte do Estado. Paralelamente a essas obras, pretendo trazer para o
Espírito Santo várias firma que aqui irão montar instalações para o desenvolvimento da industria pesada, inclusive
de automóveis e tratores, incentivar o desenvolvimento da Ferro & Aço, promover a criação de outras empresas
industriais com capital espírito-santense, revolucionando o nosso Estado nesse setor para cujo apogeu caminhamos
a passos avantajados desde a instalação, no, Estado, do governo Lindemberg. Dentro das limitações desta rápida
entrevista não poderei especificar com maiores detalhes o que está previsto em minha plataforma de governo, o
que se compreende facilmente em virtudes da complexidade desse assunto que irá constituir um dos pontos mais
bem cuidados em minha administração. -(o eteviano)Se no seu governo pretende criar ginásios industriais ou
transformar nesse tipo de estabelecimentos os ginásios que funcionam no Estado? -(Jones)Para prover de
operários especializados e técnicos o amplo mercado de trabalho que antevejo para o espírito Santo nos próximos
anos, é necessário instituir educandários destinados ao ensino técnico-industrial. Meu programa de governo previu
essa necessidade e dele consta a instalação de liceus profissionais e outras modalidades de ensino técnico adotados
pelas modernas diretrizes do ensino. -(o eteviano)Ainda com relação à industria, se no seu governo será
incentivada a industria rural? -(Jones)As pequenas e grandes industria rurais terão, em meu governo, amplo
desenvolvimento, com a criação, inclusive, de organismos regionais de assistência técnica aos pequenos
industriais. O que pretendemos fazer do Espírito Santo é uma grande colméia de trabalho produtivo, onde haja
trabalho para todos e prosperidade, tranqüilidade e paz no seio das famílias. -(o eteviano)Se para os nossos
diplomados no curso de técnico de pontes e estradas o Estado oferecerá possibilidades de colocação? (Jones)Naturalmente que os alunos diplomados em nossas escolas, dentre as quais a de engenharia e a escola
técnica nacional, serão convocados para a prestação de serviços técnicos. E ninguém melhor do que eles para essa
missão, conhecedores que são de nossos problemas e imbuídos que estão do mesmo entusiasmo que alimentamos,
todos nós capixabas, para solucioná-los. -(o eteviano) As atividades da escola técnica, encontram ótimo mercado
no operoso governo do Dr. Carlos Lindemberg, e nós tomamos a liberdade de indagar se no seu governo
encontraremos as mesmas oportunidades? -(Jones)O dinamismo do governo de Carlos Lindenberg criou
esplendido mercado para as atividades da escola técnica. É minha intenção ampliar esse mercado criando novas
oportunidades em nosso Estado. -(o eteviano)Que acha VS sobre a reforma do ensino industrial? -(Jones)Assunto
ligado diretamente ao governo federal, merece, contudo, a nossa simpatia. Sempre que essa reforma criar novas
oportunidades e possibilidades aos jovens estudantes, facilitando-lhes a tarefa e possibilitando-lhes melhor
91
rendimento no preparo a que se submetem para a árdua missão a que se destinam, é digna de todo o nosso apoio.
-(o eteviano)Que plano, poderias criar para que nossos colegas recém–formados não deixassem nosso estado à
procura de colocação? -(Jones)A criação de novos mercados de trabalho, a remuneração mais adequada, a reforma
dos processos de desenvolvimento do Estado, o prestígio à classe. -(o eteviano)A associação dos ex-alunos da
ETV é de caráter filantrópico, e gostaríamos de saber de VS se era possível, para o futuro, a sua ajuda a
associação? -(Jones)Nunca deixei de prestigiar e auxiliar, dentro das possibilidades orçamentárias, as
organizações de caráter assistencial ou filantrópico. E a associação dos ex-alunos da ETV merecerá, sem dúvida
de meu governo, todo apoio e prestígio(o eteviano, p.14, N04, 1962).
Entrevistando um ex-aluno
Tivemos a grata satisfação de receber, há alguns dias, a visita de um ex-aluno da velha escola de aprendizes
artífices. Trata-se do senhor Hierosolino Alcântara Soares, que cursou, de 1911 a 1913, marcenaria e carpintaria,
tendo como professores de prática os senhores Giesem e Juvenal Rosa. O sr. Hierosolino formou-se na primeira
turma; quando o aluno tomou o número 3, está com 65 anos de idade, tem 09 filhos e 10 netos. Reside em
Trancredo grande, município de Santa Tereza, desde 1914 quando os seus pais, sr. Pedro de Alcântara Soares e a
professora Senhorinha de Alcântara Soares, pra lá se mudaram a fim de atender ao decreto governamental que
transferiu dona senhorinha, professora do ensino primário de Vitória para aquele município. É interessante notar
que seu filho caçula, Lauro Inocente, é aluno da escola técnica de Vitória, matriculado na segunda série do curso
de alfaiataria. Devemos esta rara oportunidade à professora Juraci Machado, diretor do departamento educacional,
que , no seu trabalho muito ativo, tentando uma aproximação entre a ETV e os pais dos alunos, descobriu desta
feita, tratar-se de um dos mais antigos etevianos. Falando-nos sobre a escola de aprendizes artífices senhor
Alcântara mantenedor de uma conversação fluente de espírito jovial e alegre, teceu, com saudades, comentários a
respeito dos cursos daquela época, dos colegas, do diretor Jose Francisco Monjardim, do secretário Benigno
Vidigal, dos professores Giesem, Juvenal Rosa, Manato, Correia Lima, dona Edith da Fonseca Guimarães (a
professora de tudo) e outros que não nos foi possível anotar. Queremos nesta oportunidade agradecer ao ex-aluno
em foco, a sua honrosa visita, augurando-lhe muitas felicidades junta à família e que Deus na sua infinita bondade,
abençoe a sagrada tarefa que ele desempenha no cultivo de suas próprias terras, proporcionando-lhe colheitas
abundantes(Zenado Rosa da Silva -o eteviano, p.14, N04, 1962).
Balanço de Consciência
É num momento de excepcional gravidade que me dirijo ao povo capixaba e especialmente aos ex-alunos da
escola técnica de Vitória. Acha-se a nação ameaçada, ameaçada nos seus fundamentos, por agentes corruptores
que afetam a própria essencialidade de seu espírito, seja pela propaganda direta de idéias letais, seja pela ação
indireta de pensamentos e formas e formas bastardas de raciocínio, que levam a erros tão dissimulados, que levam
ao ponto de iludir com visos de orientação acertada. Convido a todos os capixabas, nesse momento de intenso
fervor patriótico, que façam um exame de consciência antes de decidirem o ato do próximo dia 7 de outubro(o
eteviano, p.15, N04, 1962).
Jornal GITEC
Diretor: Savil O Pinheiro
Vice Diretor: Carlos Augusto Almeida
Responsável: Mauro Fontoura Borges
Elaborado pelos alunos do Ginásio Industrial e Cursos Colegiais Técnicos da Escola Técnica Federal do Espírito
Santo
Ano 01
Número 03
Maio de 1969
Senador Eurico Resende
92
Convidado especialmente para fazer o hasteamento do pavilhão nacional esteve, em nossa escola, no dia 16 do
corrente, o ilustre senador Eurico Resende. Foi-lhe prestada significativa homenagem, tendo o exmo sr. Eurico
Resende respondido com talento, entusiasmo e carinho(GITEC, p.02, N03, 1969).
Coisas que Aborrecem
Cristiano Woelfel escreve: Ainda hoje, após três anos de escola me pergunto porque que é vedada aos alunos,
mesmo sem uniforme ou sem freqüentar às aulas, a entrada pela portaria da escola. Ora, não é justo que às vezes
vem à escola para tratar de assuntos urgentes fique a esperar pelo inspetor. Por outro lado não seria também
justificável que ficassem eles à nossa disposição, pois tem outras ocupações a tratar. Sendo assim, porque não
aceitar nossa sugestão? Existe regulamentação proibitiva, nesta escola tão compreensiva e tão democrática?
(GITEC, p.03, N03, 1969).
Reflexões
O ônibus não chegava e eu, impaciente, andava de um lado para o outro, sob o abrigo que tão bem me acolhia da
chuva. Teria que estar na repartição às 17:00 horas, mas se o ônibus não chegasse a tempo? Naturalmente não
perderia um dia de trabalho. Eis por fim o ônibus...Saltei no ponto e iniciei a caminhada...Tinha percorrido metade
do tempo, quando um carro passou e respingou lama na minha camisa de uniforme. Troquei esta por outra camisa
diferente daquela do uniforme que tinha em minha bolsa. Expliquei a situação quando cheguei, mas não foi desta
vez que obtive compreensão. Os chefes são assim, não é? Eles mandam, nós obedecemos. Talvez um dia
melhore, quem sabe? (GITEC, p.03, N03, 1969).
Oportunidades de Trabalho para o Técnico de Estradas
Designados para falar sobre as condições de trabalho para o técnico de Estradas, depois de concluído o curso,
visitamos: o Depatamento de Estradas de Rodagem, Escelsa, Departamento Nacional de Obras e Saneamento e a
Prefeitura Municipal de Vitória. Departamento de Estradas e Rodagem: encaminhados ao dr. Eliomar, chefe de
divisão de construção e pavimentação do departamento de Estradas de rodagem, sediado na avenida beira mar, por
intermédio do nosso ex-professor dr. Sérvio Túlio, fomos bem recebidos pelo mesmo, que nos prestou as devidas
informações. Para o técnico de estradas efetivar-se neste departamento terá que submeter a um concurso, pois o
mesmo não pertence ao Estado. É um órgão de leis trabalhistas. O estágio poderá ser feito mediante solicitação
ao chefe do DER pela direção da ETFES, em período de férias. Quanto à remuneração para o estagiário
corresponde a uma salário mínimo e meio. Encerrando, o dr. Eliomar disse que o estagiário para tais técnicos é
feito pelo interior do nosso Estado em residência do próprio departamento. Espírito Santo de Centrais Elétricas:
Estivemos na Escelsa...Fomos bem recebidos pelo nosso professor dr. Edson Moreira do Santos, que nos explicou
as condições de trabalho para o técnico de Estradas nessa empresa. O cargo que dá trabalho a tais técnicos é no
setor de topografia e de construção de estrada, em caos especiais. Esta empresa não tem grande necessidade de
técnico de Estradas, sendo mais necessário técnico em Eletrotécnica e máquina e motores. O salário de um
topógrafo na empresa varia de 2 salários mínimos podendo chegar até 3 na condição de efetivo. Finalizando a o
Dr. Edson nos disse que as condições futuras para um técnico de estradas são poucas, uma vez que acabando o
serviço de seu setor ele ficará quase que totalmente parado. Na Escelsa o técnico de estradas terá o valor que
poderá ter numa firma especializada em construção de Estrada. Prefeitura Municpal de Vitória: Entramos em
contato com o Dr. Cezar Brandão Siqueira, diretor de serviço de urbanismo, que nos falou sobre o estágio.
Segundo ele possibilidades existem dependem apenas da escola solicitar o estágio para seus alunos. O estágio
poderá ter duração de um mês a um ano. Os serviços consistirão em construções de bueiros, asfaltamento de ruas,
pois a capital terá suas avenidas asfaltadas - aterros, etc. O estagiário, que no caso é estudante, trabalhará em
média 4 horas por dia e receberá ajuda de um salário e meio. Terminado o estágio se o interessado quiser
continuar na firma terá que se submeter a um concurso, sendo considerado efetivado, conforme o decreto Lei nº
05. Departamento Nacional de Obras e Saneamento: Lá fomos recebidos pelo sr. Luiz Ribeiro que nos disse que o
DNOS trabalha exclusivamente, em serviços de drenagens, dragagens e sondagens, havendo dois setores um para
topógrafo e outro para desenhista. O setor de topografia está compreendido por vários grupos espalhados por todo
Estado, havendo diversas residências em vários lugares, para melhor distribuição de serviço. O setor de desenho
fica situado no mesmo departamento, onde se recebem os desenhos fornecidos pelos topógrafos. Quanto ao
93
salário, existem vários tipos de níveis, para topógrafo nível 11 Cr$280,00 mais tempo integral de 90%; nível 13
CR$ 310,00. Para desenhista, nível l2, CR$270,00 mais tempo integral de 90%. Para o nível 14 e 16
respectivamente a remuneração é de CR$330,00 e CR$ 390,00. Esses salários são considerados para o técnico
logo que admitido nesse departamento, vindo a subir, dependendo exclusivamente da capacidade de cada um.
Finalizando, o sr Luiz disse que as possibilidades futuras são grandes. Como já falou o técnico admitido poderá
tornar-se chefe de um desses setores logo que possua capacidade para determinado fim. Falou também que não há
nenhum acordo de estágio entre o DNOS e a ETFES, podendo existir uma solicitação dessa escola ao chefe geral
do departamento(GITEC, p.07-09, N03, 1969).
Quimera
Poesia de Wilton Inácio de Oliveira(2º ano de Eletrotécnica / GITEC, p.09, N03, 1969).
Galeria do Aluno
-(Gitec)Seu nome? -(Aluno)José Pedro Zamborlini. -(Gitec)Onde nasceu? -(Aluno)Santa Tereza – Espírito
Santo. -(Gitec)Quando nasceu? -(Aluno)12 de agosto de 1949. -(Gitec)Quando ingressou nesta escola? (Aluno)1963 [neste caso pode-se inferir que o aluno estava com 19 anos e ingressou na escola aos 13 anos] (Gitec)Qual curso freqüenta? -(Aluno)Estou cursando o 3º ano de Edificações. -(Gitec)Que pensa de sua escola?
-(Aluno)Como já disse já estou aqui a quase 7 anos, se não a achasse ótima, não teria todo este tempo de
casa(GITEC, p.10, N03, 1969)..
Jornal GITEC
Diretor: Savil O Pinheiro
Vice Diretor: Carlos Augusto Almeida
Responsável: Mauro Fontoura Borges
Elaborado pelos alunos do Ginásio Industrial e Cursos Colegiais Técnicos da Escola Técnica Federal do Espírito
Santo
Ano 01
Número 04
Junho de 1969
Entrevista com o nosso diretor dr. Mauro Fontoura Borges
-(Gitec)Onde nasceu, onde estudou e qual lugar mais marcou a sua vida? -(Dr. Mauro)Na pequenina cidade de
laguna, Estado de Santa Cantarina, famosa historicamente por dois fatos principais: a) Berço de Anita Garibaldi, a
heroína de dois mundos e b)Extremo sul do meridiano de Tordesilhas. Quanto ao lugar que marcou a minha vida,
foi o do meu casamento. -(Gitec)Nós sabemos o quanto o Espírito Santo recebeu do senhor. Gostaríamos de saber
o que o E Santo lhe trouxe? -(Dr. Mauro)Acho que recebi mais do que tenho dado. Primeiro aqui, aqui conclui o
meu curso de direito e ingressei na faculdade de filosofia; segundo transformei em realidade quase todos os meus
sonhos e anseios, graças ao apoio e a hospitalidade sem par dos capixabas; realizei-me como advogado, realizeime como professor, realizei-me como educador; e estou quase realizado como administrador; terceiro, aqui, em
suma, construí minha vida e o meu mundo, ao lado de minha mulher e de meus filhos, dos quais Mauro Jr. e
Leonardo são capixabas. Aqui recebi o título honroso de cidadão vitoriense. Aqui ganhei, nestes 16 anos, quase
tudo que possuo. Aqui tornei-me capixaba – porque elegi esta terra para meu túmulo. -(Gitec)O que lhe causa
mais alegria e maior aborrecimento? -(Dr. Mauro)Mais alegria? Uma vitória! O maior aborrecimento, por via de
conseqüência, seria uma derrota; mas não é não. Nada pode me deixar mais aborrecido do que a mentira, a fraude,
a solércia, o embuste, a deslealdade mormente se vierem de braços dados com a ignorância e a ingratidão. (Gitec)A visita do ministro da educação teve muita importância para a nossa vida educacional? -(Dr.
Mauro)Acredito que sim. Sua excia, viu e sentiu que combatemos o bom combate. Sabe, agora, do que
precisamos, e ,estou certo que, na medida do possível, atenderá aos nossos reclamos, pois sua excia o ministro
Tarso Dutra, vem revolucionando o ensino neste país em todos os níveis e ramos. -(Gitec)Quais os planos para
1970, em relação aos novos cursos? Precisaremos de vestibular? -(Dr. Mauro)Depende ainda das disponibilidades
94
financeiras para o próximo ano. Se tudo der certo teremos provavelmente mais dois cursos técnicos. Eletrônica
e metalurgia, além de dois especiais noturno: mecânica e eletrotécnica. Mas não tenho dúvida – porque já estão
aprovados – é a respeito da implantação dos cursos de engenharia de operação. Pelo menos, dois : mecânica e
eletricidade. Quanto ao vestibular para esses cursos, acho que são do ponto de vista legal, indispensáveis para
todos candidatos – até que se conclua o estudo que estamos procedendo sobre a integração SENAI - Escola
Técnica – Universidade, cuja conseqüência maior será a abolição das barreiras intermediárias – seleção,
vestibulares, etc. -(Gitec)Quando teremos a inauguração da sala de projeção, da lanchonete e dos laboratórios? (Dr. Mauro)Tem havido uma série de problemas, não de ordem técnica, como também de ordem financeira.
Contudo, esperamos que, pelo menos, a lanchonete, já esteja funcionando no segundo período letivo(GITEC, p.0102, N04, 1969).
Alunos matriculados de 1962 a 1969
Ano
Número de Alunos
Matriculados no Ginásio
Industrial
1962
210
1963
650
1964
870
1965
1400
1966
1370
1967
1300
1968
2000
1969
2120
(GITEC, p.01-02, N04, 1969).
Número de Alunos
Matriculados
Cursos Técnicos
30
60
90
100
180
220
390
440
Número Total de
Alunos Matriculados
240
710
960
1500
1550
1520
2390
2560
Homenagem
No dia 30 de maio às 10 horas, a convite de nosso diretor Dr. Mauro Fontoura Borges, recebemos a visita amável
de Dr. Jones dos Santos Neves Filho, D.D. Presidente da federação das industrias deste Estado. O simpático
visitante percorreu todas as nossas dependências, mostrando-se empolgado com o entusiasmo do nosso diretor e
com o trabalho exaustivo de nossos professores. Às 12 horas, em cerimônia cívica, realizou-se o hasteamento da
bandeira, cabendo essa honra ao ilustre capixaba. No momento foi saudado pela nossa professora Shirley Peixoto
Saliba, que fez um relato de sua vida bonita e dinâmica. O homenageado, agradecendo teve palavras de estímulo
para todos que labutam nesta casa. De sua comitiva faziam parte: Dr. Alvino Gatti, diretor do SENAI e os
conselheiros Luiz Alberto Musso Leal(nosso ex-aluno) e Geraldo Fraga. Foram momentos de grande
comoção(GITEC, p.04, N04, 1969).
Edson Coutinho
No dia 7 do corrente, tivemos a satisfação de receber a visita de Edson Coutinho, formando da turma de 1965. O
colega se mostra grato à escola pelo bom aprendizado que aqui obteve, não se esquecendo de seu mastre
inconfundível Prof. Antonio Luiz Valiati. Edson Coutinho, em palestra com o diretor do jornal, mostrou-se
agradecido à escola que lhe abriu os horizontes para uma vida melhor. Assim, indo servir ao exército, lá pode
empregar seus conhecimentos e galgar o cargo de relações públicas do ministério do exército. Já viajou por toda
Europa e Oriente Médio. Está Exuberante(GITEC, p.05, N04, 1969).
Jornal GITEC
Diretor: Savil O Pinheiro
Vice Diretor: Carlos Augusto Almeida
Responsável: Mauro Fontoura Borges
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Elaborado pelos alunos do Ginásio Industrial e Cursos Colegiais Técnicos da Escola Técnica Federal do Espírito
Santo
Ano 01
Número 05
Agosto de 1969
Ontem e Hoje
Antigamente, segundo se afirma, a escola era risonha e franca. Mas a vida era muito mais difícil. O grau de
conforto de que desfruta hoje em dia um cidadão médio é muito maior do que o desfrutado pelos mais ricos de
pelo menos cem anos atrás. ...Quando o século XIX terminou, os fundamentos da nossa vida moderna estavam
lançados. GehardPhilips fabricava as suas lâmpadas elétricas e os inventores continuavam tentando aperfeiçoar o
que já havia. Berliner melhorava a máquina falante de Edson. Já se sabia como fazer as coisas, o problema
passou a ser outro: o caminho da produção. Um número cada vez maior de objetos foi sendo posto à disposição
dos homens e de todos dos países. Foram os grandes empreendimentos industriais modernos que permitiram a
produção em massa, e o Henry Ford foi seu paladino. Seus conceitos foram combatidos, mas os homens de visão
os puseram em prática. Graças a isso, uma lâmpada elétrica tornou-se tão barata quanto uma vela, compensando
amplamente essa diferença de custo, pela maior duração. Embora já se tenha obtido um alto grau de perfeição
técnica e se possa lançar no mercado grande quantidade de artigos a preços reduzidos, a busca do melhor e do mais
barato ainda continua. Estudam-se novos materiais, pesquisam-se e analisam-se os métodos de produção, no afã
de reduzir os custos de matéria prima, de mão de obra e de produção(Paulo Roberto / 2º ano de Eletrotécnica GITEC, p.01, N05, 1969).
Informe “Gitec”
Índice de aproveitamento em matemática no mês de maio dos cursos do 2º ano técnico: Eletrotécnica(1º Lugar);
Edificações(2º Lugar); Eletromecânica(3º Lugar); Agrimensura(4º Lugar); Estradas(5º Lugar) e Mecânica(6º
Lugar). (Professor Ricardo - GITEC, p.02, N05, 1969).
Cristiano Woeffel Furtado
Nosso estimado colega Cristiano, no dia 06 do corrente, seguiu para os EUA, distinguido com uma bolsa de
estudos do “Americam Field Service”. Aluno exemplar, colega cem por cento recebeu a seguinte carta, antes de
partir: 16 de junho de 1969. Caro Cristiano: fiquei muito satisfeito ao receber sua carta e é meu prazer
cordialmente dar-lhes as boas vindas da academia de Thornton. Nós já tivemos muitos estrangeiros em Thornton e
baseado na experiência deles você terá um ano muito interessante e proveitoso. Você terá notícias dos membros
do conselho de estudantes dentro de alguns dias. Espero que eles lhe contem sobre a escola e a comunidade.
Nossa formatura foi sexta- feira à noite e logo que tudo estiver preparado você terá notícia dos cursos para o
próximo ano letivo. Sinceramente, Robert L Borvie(GITEC, p.05, N05, 1969).
Efermérides Etefesianas
[24 de fevereiro de] 1910 – Instalação da escola de Aprendizes Artífices, em Vitória, na rua Presidente Pedreira,
criada pelo presidente da república Nilo Peçanha, dando origem à Escola Técnica Federal do Espírito Santo. Foi
seu primeiro diretor Dr. José Francisco Monjardim, brilhante advogado capixaba, durante 20 anos.
1939- A escola passou a ser dirigida pelo Dr. Antonio de Melo Barreto até 1942. Nesse Período foi criada a
biblioteca “Nilo Peçanha”.
1942 – Reforma do Ensino Industrial, passando a escola do nível primário para o médio. Inauguração das novas
instalações de jucutuquara.
1943 – Posse do novo diretor Engenheiro Artur Seixas.
1943 – Fundação o jornal o ETV
1948 – Fundação do Grêmio Rui Barbosa
1948 – criação do coro Lorenzo Fernandes pela professora Maria Penedo
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1953 – Dr. Fernando Duarte foi designado diretor substituto, permanecendo até 1961, neste período fez o muro
da escola com as ruas General guaraná e Alberto Torres.
1961 – Assumiu a direção da escola, na qualidade de diretor executivo, o Dr. Mauro Fontoura Borges. Deu nova
estrutura administrativa, criando os departamentos educacional e administrativo, assessorias de obras e de relações
públicas.
1962 – Criação do curso técnico de Estradas, cuja instalação contou com a presença do diretor de ensino industrial
Dr. Armando Hildebrando.
1962 – Fundação do Ginásio Industrial.
1963 – Criação do curso técnico de Edificações
1964 – Criação do curso técnico de Mecânica
1966 – Criação e realização do 1º JEBEI
1968 – Criação dos cursos de Agrimensura, Eletrotécncia e Eletromecânica
1968 - Criação do curso especial de Mecânica
1968 – Reforma do prédio escolar: Criação de salas amplas para desenho. Instalação de equipamento didático
moderno com projetores de slides, retroprojetores, etc. Instalação de maquinário vindo do leste europeu para
oficina. Biblioteca Nilo Peçanha teve reforma completa, com estantes modernas e grandes coleções de livros.
Foram adquiridos um ônibus e uma Kombi para melhor atendimento às aulas práticas e excursões.
Dr. Mauro recebeu a escola com 287 alunos e atualmente [1969] estão matriculados 2039 alunos(GITEC, p.12,
N05, 1969).
Galeria do Aluno(entrevista realizada em 06 de maio de 1969)
-(Gitec)Seu nome?-(Aluno)Itamar José Piazarolo. -(Gitec)Onde nasceu? -(Aluno)Cachoeiro do Itapemirin. (Gitec)Quando nasceu? -(Aluno)21 de outubro de 1947. -(Gitec)Quando ingressou na escola? -(Aluno)Em
março de 1963. -(Gitec)Qual o curso freqüenta? -(Aluno)3º ano Técnico de Mecânica. -(Gitec)Que pensa de sua
escola? -(Aluno)Todo tempo em que estive fora de casa, vivi-os aqui, nesta escola. Eu não a classifico só na parte
de ensino, mas como o meu lar. Minha escola é minha mãe. -(Gitec)Qual a matéria que mais gosta? (Aluno)Todas. Não existe matéria fácil ou difícil, dependendo tudo do esforço do aluno e da boa vontade do
professor. -(Gitec)E a que mais detesta? -(Aluno)Como poso detestar uma matéria se vou utilizá-la tão breve?!
(GITEC, p.13, N05, 1969).
Jornal GITEC
Diretor: Savil O Pinheiro
Responsável: Mauro Fontoura Borges
Elaborado pelos alunos do Ginásio Industrial e Cursos Colegiais Técnicos da Escola Técnica Federal do Espírito
Santo
Ano 02
Número 07
Junho de 1970
A única aluna
Começaram as aulas. Nosso colégio, onde só estudam rapazes, teve a honra de receber, pela primeira vez, uma
aluna, a única da escola. Ela se sente orgulhosa e com razão, porque como disse um professor : é um progresso.
Nossos colegas receberam-na com alegria, pois acreditam que a mulher tem o mesmo direito que o homem! Pode
muito bem ministrar um serviço de suma responsabilidade! Temos certeza de nossa colega mostrará a todos que
uma moça também pode ser uma técnica, trabalhando de sol a sol pelo desenvolvimento de nossa pátria. Seu
exemplo dará coragem a outras capixabas. Ângela, você que é uma colega amável e simpática e estudiosa, aceite
as nossas homenagens!(Francisco de Assis Morais / 1º Edificações - GITEC, p.02, N07, 1970).
Jornal GITEC
Diretor: Francisco José Paixão do Amaral
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Vice Diretor: Carlos Augusto Almeida
Responsável: Prof.a Shirley Saliba
Elaborado pelos alunos do Ginásio Industrial e Cursos Colegiais Técnicos da Escola Técnica Federal do Espírito
Santo
Ano 03
Número 13
Junho de 1971
Dia da Industria
Nossa escola pertence a um grupo de estabelecimento de ensino do ministério da educação e cultura conhecida por
escolas técnicas industriais. O ensino que aqui se ministra, de fato, visa especificamente à formação de jovens que
levem ao parque industrial do Brasil uma colaboração efetiva, nos diversos setores caracterizados pelos cursos
aqui mantidos. O dia da industria representa, assim, para nós, uma data que mais que um registro anual de
comemorações, é uma advertência a nossa responsabilidade que se divide entre os que se preparam para atuar no
campo industrial brasileiro e os que se encarregam de dar-lhes essa preparação. O sr. presidente da federação da
industria, no Espírito Santo, dr. Jones dos Santos Neves Filho, em mensagem de júbilo e de fé, de alegria e
esperanças, de estímulo e de congraçamento, de confiança e de conscientização dirigida a quantos participem de
atividades industriais em nosso Estado ou em qualquer outro recanto de nossa pátria, apresenta-a como orientação
a “toda a comunidade que vive o atual estágio da sociedade industrial, participando, ao lado dos empresários e dos
trabalhadores, do mesmo e relevante processo de desenvolvimento social”. Sua mensagem traduz, além do
propósito de melhoria da produção e do aumento das oportunidades de emprego, a realidade de estarmos
contribuindo, efetivamente, para a ampliação de capacidade de poupança do nosso povo e o incremento da renda
nacional. Transcrevemos com a devida vênia, trechos de tão bela mensagem, expressão do sentimento profundo
de responsabilidade que o dr. Jones do Santos Neves Filho traz como presidente de nossa federação e centro da
industria capixaba, nós administradores, professores e alunos da escola técnica federal do Espírito Santo, não só
recebemos como expressão lídima de nosso pensamento e de nossos objetivos, mas ainda como apelo a um esforço
ainda maior de nossos métodos pela intensificação de nossos esforços, pelo enriquecimento de nossos currículos,
pela atualização constante de nossa informações técnicas, de modo a que nossa escola continue a merecer o
conceito de que já vem usufruindo entre suas co-irmãs, que esse conceito se projete ainda mais na demonstração
real de uma aprendizagem, tão rica em teoria, quanto riquíssima em técnica e prática em todos os campos
industriais aonde seus alunos possam levar sua participação, seja no Espírito Santo, seja em qualquer outro ponto
de nosso imenso território nacional onde a frutificação industrial seja farta onde essa frutificação apenas se
anunciou ou mesmo onde sua semente promissora apenas tenha sido lançada(Everton Comarú - GITEC, p.04,
N13, 1971).
Ser aluno
Ser aluno...Quantas pessoas não sabem ser aluno. É muito fácil ! Porém a boa vontade deve imperar para que não
fique, pelo meio, a vantagem de ser aluno. Ser aluno não é ir para sala de aula e ficar sentado, olhando para o
professor. Ser aluno é participar. Não fiquem parados. Vivam uma coisa tão bacana que é o tempo de colégio.
Não “vegetem” na sala de aula. Vocês têm inteligência! Não a percam em tão más circunstâncias. Se a perderem,
depois que saírem do colégio. Aonde poderão ir? Onde poderão arranjar trabalho digno de sua inteligência? Vai
ter de se conformar com pouco, podendo obter muito mais. Estudem para que possam subir na vida (GITEC, p.04,
N13, 1971).
Opinião
Certos colégios, desta capital, enfrentam graves problemas com o corpo discente e a disciplina. Grandes são as
reclamações dos alunos desses estabelecimentos. Uma delas é que os seus direitos foram restringidos
assustadoramente. Isto tem causado sério a conflitos entre alunos e professores. Outra é a troca de uniformes,
anualmente, o que facilita às casas comerciais mas que onera as famílias. Por outro lado, esses estabelecimentos
não estimulam o diálogo entre alunos e professores para que eles sejam amigos. Vários representantes de turma,
de quase todos colégios de nossa capital, reuniram-se debateram assuntos como suspensão de alunos. Chegaram à
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conclusão de que elas deveriam ser substituídas por número de faltas graves, palestras adequadas, finalmente,
transferência(GITEC, p.05, N13, 1971).
Assim fazemos nossas pelotas
A construção da usina de pelotização em tubarão constitui-se em mais um passo para completa utilização dos finos
de Itabira e adjacências. Através do avanço da tecnologia, o minério de ferro em forma de pelotas é atualmente o
mais útil produto para alimentação de alto forno. O rendimento dos altos fornos foi melhorado pelo uso de pelotas
resultando na economia de combustível, redução do volume de escória e aumento da produção. Pellet ou pelota –
minério de ferro é isto. Na usina de tubarão a companhia está em franca produção e já está tomando providências
para a instalação de duas outras usinas que elevarão a produção de pellets para 8 milhões de toneladas / ano.
Assim mostra possuir organização empresarial capaz de atender as variações do mercado consumidor fornecendo
o produto demandado e carreando mais divisas para o país(GITEC, p.07 e 08, N13, 1971).
Suplemento humorístico: De uma boa cantada ninguém escapa
Na inspetoria: -entre o próximo acusado. –Licença inspetor. – como é seu nome meu filho? - Apolônio. – O que
é que você fez? Eu só fugi da escola pulando o muro. – Mas Apolônio, você um rapaz de boa família, que todos
nós consideramos, fazer um papel desses??!!! -Mas inspetor eu precisava ir embora. O senhor sabe que eu só
saio quando preciso. – Ta bom meu filho. Você sabe que eu gosto muito de sua família e levando em
consideração que você é um bom aluno só vai levar 15 dias de suspensão. – Obrigado inspetor até a mês que vem!
- Tchau(GITEC, p.10, N13, 1971).
Jornal da Escola Técnica Federal do Espírito Santo
Direção: Departamento Nacional
Ano 01
Número 01
Junho de 1975
Como se deve Trabalhar
(...) Primeiro planejar e só depois executar... Isto vale em todos os setores...em qualquer empresa...vale também
para o nosso jornal. Não se admite a improvisação, a rotina, o artificial. Valemo-nos do entusiasmo de alguns
professores, do incentivo dos nossos alunos. Cumpre-nos destacar o impulso do professor Maurício de Araújo, o
planejamento do professor Oséas Wotkosky de Amorim, a colaboração do departamento de administração Dr.
Loadir Carlos Pazolini(Jornal ETFES,p.01, N01,1975).
Agradecimento
Nossos agradecimentos ao diretor da ETFES Engenheiro Zenaldo Rosa Silva(Jornal ETFES,p.01, N01,1975).
O que o SOE faz por você?
O que levou o governo brasileiro, a 11 de agosto de 1971, instituir, obrigatoriamente, a orientação educacional,
incluindo aconselhamento vocacional, em cooperação com os professores, a família e a comunidade? O SOE vem
prestar assistência aos alunos de modo individual e coletivo, tentando ajudá-los a ordenar elementos que
concorrem para a formação de sua personalidade adequadamente para atuar em sua especialização. O SOE
procura os motivos e tenta solucionar os desajustes no meio escolar, familiar e social dos alunos(Jornal
ETFES,p.02, N01,1975).
A espera
Não dava para ver a classificação. Havia muita gente! Com o coração pulsando mais depressa, batendo mais
depressa, batendo mais forte e com muita esperança, me dirigi para o pátio da escola. Aquele senhor escuro, de
óculos, alto e forte, com o microfone na mão começou a chamar. Porque meu nome estava demorando? Eu já
começava a ficar nervoso...Minhas esperanças iam diminuindo. O tempo parecia que tinha parado, até
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que...pareceu-me ouvir meu nome. Não tinha certeza, mesmo assim, dirigi-me ao auditório. Olhei em volta,
havia muita gente...Agora meu nome foi chamado novamente, alto e claro. Dirigi-me ao palco, subi com o
coração na mão. Eu estava muito nervoso. Seu nome é?...Sim. Seu cartão de identificação, por favor. Pois não.
Que curso prefere? Eletrotécnica. Ele escreveu meu nome e o curso num envelope amarelo grande e me
empregou. Cumprimentou-me: meus parabéns! Obrigado. Eletrotécnica! Puxa vida, pensei. Aquele era um
grande dia. Como poderia esquecer? Eu já estava quase estourando de alegria. Saindo do auditório, dirigi-me ao
quadro. Agora dava pra ver minha classificação. Não havia ninguém por perto. Ora bolas: agora não interessava
mais. Consegui o que mais desejava e fui para casa feliz da vida. É com muita alegria que me recordo daquele
dia...Hoje já estou me despedindo, depois de 3 anos...E já sinto saudade... Bons tempos! Pena que não voltam.
Estou partindo para uma nova etapa, nova fase. Irei aplicar os conhecimentos obtidos durante estes anos...É difícil
esquecer as coisas boas! Mas naquele dia havia muita gente...e eu não via ninguém(José Fernando Pereira / 3º ano
de Eletrotécnica - Jornal ETFES,p.04, N01,1975).
SIE-E
A atual política educacional brasileira está visivelmente preocupado com o melhoramento e a expansão do ensino
técnico de 2º grau. É o que externaram, numa reunião, os conselheiros de secretarias de educação dos Estados, em
Brasília, depois de analisarem detidamente a atual supervalorização dos cursos superiores, no país. Assim, como
também está enquadrada numa escola de nível técnico de 2º grau, a escola técnica federal do Espírito Santo poderá
no decorrer dos próximos anos, alcançar os objetivos almejados – a instalação dos cursos técnicos de Metalurgia,
Química e outros. Segundo a professora Maria Socorro Castro, do serviço de integração Escola-Empresa(Sie-e), a
procura dos empresários pelos técnicos da ETFES tem sido espantosa, dada o nível dos estudantes aqui formados,
mostrando assim, a eficiência de nossos professores, que sempre procuram transmitir o máximo de seus
conhecimentos, a fim de que os futuros técnicos os utilizem, posteriormente, em sua vida profissional,
desenvolvendo ainda mais o Brasil. O mais importante de tudo isso é observarmos o crescimento da ETFES
nestes últimos quatro anos: mais de quatro mil metros quadrados de área física foram construídos, para abrigar
laboratórios, biblioteca e salas de aula, aumentando conseqüentemente a capacidade de ingresso de estudantes em
seus cursos técnicos de Mecânica, Eletrotécnica, Agrimensura, Estradas e Edificações(Ronaldo Augusto Ferreira
Silva / 3º Eletrotécnica - Jornal ETFES,p.05, N01,1975).
O Coral
O coral tem por finalidade desenvolver o senso artístico, mental e a capacidade de trabalho em equipe, bem como
despertar um intercâmbio social muito grande entre os componentes, dando-lhes uma visão de comportamento
sociabilizante. No que concerne ao desenvolvimento mental, induz os coralistas a raciocinarem individualmente
quanto aos problemas do naipe a que pertencem e, posteriormente, a todo grupo coral. Dependendo do repertório
trabalhado os coralistas enriquecerão a sua cultura, pois é preocupação do nosso coral da ETFES fazer uma
abordagem de todos os movimentos artísticos musicais no decorrer dos séculos. Temos trabalhado e executado
obras do período Resnascentista, Barroco, Clássico, Romântico e Moderno, isto dentro do plano erudito, sem
esquecermos a música folclórica brasileira, de um modo geral, que é rica em matizes do nosso povo. Ao
trabalharmos músicas dos vários períodos histórico-artísticos, vamos penetrando no modo de ser dos povos
correspondentes às épocas trabalhadas. Além desse caráter sociológico, passamos a tomar contato com várias
línguas estrangeiras, familiarizando assim os nossos ouvidos a novos sons lingüísticos(Jornal ETFES,p.11,
N01,1975).
Vitória antes da Poluição
O céu perde o seu manto estrelado, deixando aos poucos predominar um azul-exuberante, resultado da existência
de uma atmosfera que ainda não conheceu o monóxido de carbono e similares. Lá, não tão longe assim, uma
fumaça vermelha cresce assustadoramente de volume. Mas, no momento, é ainda uma parte colorida da paisagem
que se reflete nos compridos raios solares que acordam a cidade. ...O Progresso pode e deve existir, mas
coordenado, para que , mais tarde, com todo conforto da evolução tecnológica, possamos ainda apreciar a beleza
natural, que cada vez mais se torna mais rara. E contemplá-la sabendo que não corremos o risco de deformidades
das futuras gerações, alienações físicas e psíquicas, provocadas pela presença de “corpo estranho em nossa
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atmosfera, em nossos pulmões, em nosso organismo”. Curtir Vitória sem poluição. Mas está parecendo
impossível que se consiga controlar o desenfreado progresso. Então enquanto podemos, vamos viver e ver Vitória,
antes que a poluição chegue!(Henrique Del Caro Filho / 3º elétrotécnica - Jornal ETFES,p.12, N01,1975).
Jornal da Escola Técnica Federal do Espírito Santo
Direção: Departamento Nacional
Ano 02
Número 03
Setembro de 1978
69º aniversário da Escola Técnica Federal do Espírito Santo
Porque sou assim? Nasci em 1909, caminhei com dificuldade, cresci com a ajuda de muitos. Sofri, chorei, mas
fui muito amada, e todos os espinhos em rosas se transformaram! Os anos se passaram...Hoje sou altiva , elegante,
suntuosa! Todos se orgulham de mim, e eu quanto orgulho tenho, olhando o passado e o futuro: são gerações que
vêm vindo e gerações que vão seguindo...Eu permaneço inquebrantável, orgulhosa, altaneira, bela no meu porte,
sublime na minha missão, esperançosa no meu ideal de amanhã fazer muito mais e de hoje fazer tudo. Congreguei
pessoas ilustres, homens de valor, que trilharam caminhos ásperos para erguerem o meu nome... Eu me orgulho
disto, e vocês também! Fui amada, cuidada com carinho, cultivada como esmero. É a mão do meu filho que
outrora acolhi, que no meu seio se formou que hoje me dirige, me impulsiona para ser mais, querendo que todos
me vejam como o cedro que sobrevive aos solavancos da tempestade e que admiração causa aos transeuntes...
Nada melhor do que caminhar, crescer, elevar-se por braços fortes, por um coração cheio de ideal, por um espírito
empreendedor, pela abnegação de um filho dedicado! Sinto-me feliz, agradecida, orgulhosa, envaidecida! Os
filhos festejam a mãe...A grande família eteviana festeja o filho primogênito, o herdeiro, o continuador, aquele que
soube tomar-me as mãos e conduzir-me ao que hoje sou! Zenaldo, eu sou sua escola, e você é o filho que me
amou, que dividiu comigo o seu dia a dia, que dormiu à minha cabeceira... Eu velei as noites suas... Temos em
comum este dia 23 de setembro! A família se reúne. O ar é festivo. Sorrisos bailam no rosto de todos...Admiramse. Elogiam-me. Desejam-me felicidades...Estendo as minhas até você e, num grande e afetuoso abraço, digo-lhe:
tudo é seu. Obrigada!(Professora Maria Elza Ceruti - Jornal ETFES,p.01e 02, N03,1978).
Concurso Capixaba de Bandas Escolares
A ETFES recebeu um grande presente neste seu aniversário. No concurso de bandas marciais do Estado do
Espírito Santo, classificou-se em 1º lugar. É o bicampeonato para a nossa escola que competiu com outras quinze
bandas de várias localidades. Criada em 1944, a corporação era tida como “fanfarra” e sua finalidade única era a
de puxar o desfile da escola, nas solenidades cívicas e escolares. Somente em junho de 1976, tornou-se banda
marcial, com a aquisição de mais 70 instrumentos, dos mais diversos, que permitem a execução dos dobrados
marciais(Jornal ETFES,p.03, N03,1978).
Técnicos Diplomados
Os técnicos diplomados entre 1965 e 1977 somam 2297, destes 2103(92%) exercem a profissão em nosso Estado,
e 194(8%) em outros estados(Jornal ETFES,p.03, N03,1978).
Jornal da Escola Técnica Federal do Espírito Santo
Responsável: Professora Enila Firme Coelho
Ano 03
Número 05
Setembro de 1979
Pintastes com carinho...Adubastes com sabedoria...Hoje colhes com alegria...Teus técnicos constroem a grandeza
do Brasil...Parabéns...Avante(Jornal ETFES,p.01, N05,1979).
Era uma vez...
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A estória começou a 70 anos – quando um arrojado e idealista presidente da República criou o ensino industrial.
Daquela decisão histórica nasceu a nossa escola que através do tempo, foi se ajustando a modelos novos.
Iniciando numa modesta casa, nas cercanias do Moscoso, hoje se estende no bairro de jucutuquara, expandindo-se
em construções modernas, entremeada de verdes e área de lazer(Maria Helena Teixeira de Siqueira - Jornal
ETFES,p.02, N05,1979).
A Nossa História
A história do ensino industrial no Brasil começa com a nossa colonização, quando tudo estava por ser feito, tudo
por aprender. “Já desde aquela época se clamava por pessoal habilitado para o trabalho”, porém muitos anos
foram necessários para que as autoridades reconhecessem a necessidades de providências neste sentido. Foi o que
aconteceu a 23 de setembro de 1909, com o decreto nº 7566 pelo qual o Presidente da república Nilo Peçanha
criava as Escolas de Aprendizes, mandava inaugurar em cada capital brasileira uma escola onde seria ministrada a
arte dos ofícios. ...Com o passar do tempo e dedicação de grandes brasileiros como Rui Barbosa, Getúlio Vargas,
Gustavo Capanema, Francisco Montojos, Celso Sucow da Fonseca, Fidélis Reis, João Luderits, Clovis Salgado,
Juscelino Kubitschek, Armando Hildebrando, Paulo Dutra de Castro, Edmar de Oliveira Gonçalves, José Torquato
C. Jardim e muitos outros, alcançamos quase o ideal: pela lei 5692/71, o ensino técnico não só é uma necessidade,
como também uma obrigação; ele é o 2º grau profissionalizante. A profecia de Nilo Peçanha, feita em 1909, e
tomada para legenda em nossa bandeira eteviana – o Brasil de ontem saiu das academias; o de amanhã das oficinas
– tornou-se realidade. Realidade como a nossa escola técnica federal do Espírito Santo, que nasceu na rua
presidente pedreira, nº 19, como escola de aprendizes artífices, numa residência alugada, sem condições de
funcionamento, onde tudo teve que ser improvisado e adaptado e os alunos, catados entre os deserdados da sorte
no interior do Estado. Mas o amor, a confiança e perseverança dos diretores, funcionários e alunos, a luta travada
por todos, com o mesmo objetivo, impulsionaram-na com vigor através dos anos, levando a uma escalada de
sucesso. Hoje, em 1979, quando comemoramos nossos 70 anos de existência, não podemos deixar de rememorar
nossa história, através de suas transformações, da atuação de seus diretores, de sua lutas vencidas. A 24 de
fevereiro de 1910, nossa escola de aprendizes artífices foi instalada, tendo como primeiro diretor o bacharel José
Francisco Monjardim, homem muito inteligente e dinâmico, que conseguiu, com integridade dar as bases do que
somos hoje. Sucedeu-lhe, em 1932 Dario Tavares Gonçalves, que, dando forma administrativa jurisprudência da a
tudo que encontrou, arrumou a casa. Em 1936, assumiu a direção da escola o Dr. Augusto Carneiro de Farias,
ficando até 1939, quando chegou o Dr. Antonio Carlos de Mello Barreto. Neste Período, por força, da lei 378/37,
a escola passou a ser conhecida como Liceu Industrial de Vitória, nome este substituído, em 1942, pelo decreto –
lei nº 4127, para Escola Técnica de Vitória. Coube então, ao Dr. Antonio Carlos de Mello Barreto, inaugurar o
novo prédio com instalações adequadas, situado à avenida Vitória, em jucutuquara, onde estamos até hoje. Ao Dr.
Mello Barreto, em 1943, sucedeu o Dr. Arthur Seixas, verdadeiro educador que dedicou 11 anos de sua vida ao
aprimoramento e aperfeiçoamento da nossa escola. A ele devemos o início do grande trabalho de valorização do
ensino industrial na comunidade capixaba. Não podemos deixar de registrar sua constante preocupação com o
educando, com a qualificação do ensino e dos serviços administrativos e ainda o bem estar dos professores e
funcionários. Promoveu cursos de aperfeiçoamento para professores, fomentou atividades extracurriculares,
congregadas pelo grêmio Rui Barbosa e divulgadas pelo jornal ETV, fundado em 19-07-1944. Por meio das
atividades do grêmio, atraiu à escola grande parte da população do bairro, realizando um trabalho pioneiro de vida
comunitária, com que muito se beneficiam os alunos. Foi nesta época que começou a inversão de situações: a
escola começou a ser procurada pelos alunos. Deu continuidade aos trabalhos realizados pelo Dr. Seixas, a partir
de 1954, o D.r Fernando Alves Duarte, que foi sucedido em 1961 pelo Dr. Mauro Fontoura Borges. A partir deste
momento, nossa escola viveu suas mais profundas mudanças. Pela lei 3552, de 16/02/1959, fomos transformados
em autarquia, passamos a ter autonomia didática, administrativa e financeira. Regidos pelo conselho de
representantes e por um conselho de professores. O ensino foi elevado a “técnico”, pelo decreto nº 50492, de
25/04/61 e em seguida, pela lei nº4024/61 eram estabelecidas diretrizes e Bases de tal ensino. Tudo passou a ser
visto com outros olhos, as modificações de ordem interna, para consolidar a nova política educacional, deram novo
sentido ao todo da escola. Os cursos técnicos foram criados, surgiu o Jebei. Pela lei nº 4759, de 20/08/65 –
Portaria do Mec nº 239, de 03/09/65, era oficializado o novo nome: agora, passava a ser Escola Técnica federal do
Espírito Santo. Tornava-se premente a melhoria das oficinas existentes e a instalação de novas, para atender os
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novos cursos. Assim, a escola começou a ficar pequena, não mais bastavam reformas e adaptações. A solução
era iniciar a luta para conseguir meios para novas construções. Foi quando à frente da escola o Dr. Zenaldo Rosa
da Silva - uma adolescência, uma juventude, uma vida dentro da ETFES! Foi aluno, servidor, vice diretor e é o
atual diretor. No estágio presente, casa e gabinete não têm divisas, estão dentro dos mesmos limites. A grande
solidificação da política educacional do Dr. Seixas e do Dr. Mauro veio a ser concretizada na atual gestão do Dr.
Zenaldo. O progresso, sob todos os sentidos, tornou-se a realidade eteviana. Como num sonho, que contava
apenas com três oficinas e dois pavilhões, transformou-se num complexo de 10 pavilhões, abrangendo 23 salas de
aula, 13 laboratórios, 5 oficinas, 4 salas especiais de desenho e 1 praça de esportes com 4 quadras polivalentes, 1
campo de futebol, 1 piscina semi-olímpica, tudo devidamente instalada, funcionando harmoniosamente, compondo
uma infra-estrutura quase ideal para o desenvolvimento dos cursos técnicos de Agrimensura, edificações, Estradas,
Eletrotécncia, mecânica e Metalurgia. A meta prioritária, Ana parte física da atual direção, está voltada para a
edificação da estrutura do curso de metalurgia, projeto consolidado, já aprovado pelo MEC e com execução de sua
primeira fase, que é a subestação abaixadora, já inaugurada. Será iniciada ainda neste ano, a construção do
pavilhão onde funcionarão os laboratórios de analise química, areia de fundição, fundição e aciaria, moldaçãoe
modelação e conformação mecânica(laminação) cujos equipamentos já estão quase todos adquiridos, e a
drenagem e pavimentação da área livre. Na área educacional, a escola está consolidando a reformulação de seus
currículos em cumprimentos às exigências da nº 5692/71 e procurando aperfeiçoar o sistema de assistência ao
aluno, de a maneira efetiva, valorizando-o como futuro técnico. Nesta tarefa é de real valor, por sua atuação, o
SIE-E. Na área de pessoal, o grande marco será a aprovação das proposições que estão sendo feitas para a
regularização e reconhecimento dos direitos do professor. ...A escola, através de sua direção, está procurando
cumprir, com amor e fidelidade, todas atribuições de seu regimento interno – port. nº515, de 16/10/75 – DOU nº
211 de 4/11/75, imposta pela força do decreto nº 75079, de 12/12/74, que deu nova administração às escolas
técnicas federais, e demais legislações complementares, em consonância com a política emanada dos órgãos
superiores da administração federal(Regina Maria Guimarães Queiroz - Jornal ETFES,p.02 e 03, N05,1979).
Homenagem
Data de festa, de grande festa. Aniversário da escola. Aniversário do nosso diretor: Dr. Zenaldo Rosa da Silva.
Nós do corpo docente e discente, queremos, no nosso abraço, expressar-lhe toda a nossa gratidão pelo muito que
tem feito em prol de nossa escola. Parabéns: Nesta batalha silenciosa, queremos estará sempre unidos, para que a
colheita seja cada vez mais abundante(Jornal ETFES,p.03, N05,1979).
SIE – E
Os Técnicos diplomados de 1965 a 1978 na ETFES corresponde a 2950 alunos. Destes os eu exercem a profissão
em nosso Estado totalizam 2715(92%) e fora do Estado(8%). Em 1979 tínhamos 743 estagiários nas seguintes
empresas: Agrice, Geotécnica, Senai, Pidner, Maplan, Enefer, Geoplan, DER, DNOS, Engecor, Sena, Toplan,
Cesan, Cosipa, Serpro, Escelsa, Plena, Mip, Elca, Ciec, Telest, Entol, Protec, Cohab, CVRD, DEO, Ericsson,
Certeca, Norberto Oudebrecht, Porto de Vitória, Morrissom Knuden, Usimec, Sermec, Avanti, Real Café,
Conteco, Lages Premo, Censa, Aracruz Celulose, Olivetti, Aracruz Florestal, Moniho Buaiz, Asta, Sotreq,
Usiminas, Coenco, Petrobraz, Crisntian Nielsen, PMV, Avelpa, Oxford, Camargo Corrêa, SEDU, Ferro & Aço,
Tâmisa, Xerox do Brasil, Sosil, Dpto Aerofogramétrico, Planenge, Belgo Mineira, Hitachi Zosen, Andrade
Gutierres, Metalpen, Braspérola, Inocoopes, Flonibra, Ornato, Concapre, Samar, Cobrasil, Ipl, Samarco, Ciel,
Piana e Embratel. Sendo destes formados em Mecânica(265 alunos); Edificações(209 alunos); Eletrotécnica(116
alunos), Estradas(60 alunos); Agrimensura(26 alunos); especial de mecânica(35 alunos) e especial de eltrotécnica
(32 alunos)(Jornal ETFES,p.04, N05,1979).
O Espírito da Escola
O branco casarão de jucutuquara tem, como todo ser vivo, um espírito que o anima, um espírito que move seu
corpo. Seu espírito é acolhedor, amigo e revela-se ao primeiro contato. Quem chega aos seus portões. Já recebe o
influxo da alma da escola técnica. Sente-se desde logo, a simpatia que irradia destas paredes, e que são o reflexo
do espírito desta comunidade, que vive de amor e para o amor. A grande família, que forma o corpo vivo desta
escola, respira um clima de concórdia, que só ele justifica o progresso desta casa de ensino. Todos quanto aqui
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trabalham, são dignos de louvor, pois procuram dar o melhor de si para escola técnica federal de Vitória seja
aquilo que a direção propõe realizar... Há aqui nomes que se destacam incansavelmente para esta obra que não é
de ninguém, mas que é um pouco de todos. Quem desconhece o trabalho amigo e sempre atuante da professora de
desenho do curso técnico Enila Firme Coelho? Ela é a animadora de todo movimento renovador, é a artista que
realizou e criou o emblema dos JEBEI. Dentro do seu “hobby”, a fotografia, conserva para posteridade todos os
movimentos festivos da escola, pois a tudo está presente e a tudo empresta a sua alegria contagiante. Que diremos
da figura insubstituível daquele que faz os cenários para as nossas festas, do pintor e escultor que, com os seus
trabalhos de arte, é uma das figuras anônimas, cujo trabalho a modéstia não pode ocultar? O professor Américo
Guimarães Costa, regente da cadeira de geografia é o “faz tudo da nossa escola”. E porque estamos falando de
arte, vemos logo a lembrança da professora de méritos invulgares, uma das mais antigas, D. Maria Penedo. Sendo
formada pela escola de canto orfeônico Villa Lobos, alia a seus conhecimentos uma aula de artista. Seu conjunto
coral é um dos pontos altos da escola. Na oficina de fundição encontramos o professor Luis Cláudio Silva( o
melhor locutor dos tempos de aluno) transformado em chefe da banda marcial da ETFES. Um madrugador pro
excelência! Osvaldo Silva, minucioso e exato...Manoel Lyrio, excursionando e defendendo os alunos...José
Pereira do Espírito Santo... E muitos outros são os grandes anônimos desta casa. “Não só de pão vive o homem”,
mas para a alimentação é muito importante. Deve ser sadia e bem controlada, para fortalecer o corpo daqueles que
aos estudos não podem descuidar também do preparo físico. D. Ilda Ferraz, chefe do serviço de alimentação,
conhecedora dos problemas de nutrição, supervisiona com carinho e zelo a alimentação dos alunos. Ex-aluno
desta escola, sentindo-se ligados a ela, trabalham com denodo e Antônio Rosa é um deles. Seu desprendimento o
leva, muitas vezes, a dispensar horas extras e até mesmo dinheiro para auxiliar os alunos menos favorecidos.
Augusto Moreira, Também ex-aluno, trabalha com dedicação pela sua escola, onde é funcionário da seção de
compras. Nem mesmo a morte consegue que esqueçamos estes heróis, anônimos que trabalhassem silêncio e que
por isso mesmo, são mais merecedores da nossa gratidão. A morte não nos fez esquecer o ex-aluno, prof Darci
Batista, que tudo devendo a esta escola, retribui tão generosamente a ela. Quando aluno, para custear seus estudos,
trabalhava no serviço de alto falante, e depois, professor na tipografia, gastou os seus últimos dias de vida. Muitos
outros nomes merecem ser mencionados e entre eles o da Dra Monsueta dos Santos Abreu, do serviço médico. A
saúde dos jovens estudantes merece delas todos os cuidados. Saindo novamente da escola, pelo portão principal, o
mesmo que nos introduziu aqui, ainda se nos deparamos com um sorriso amável, uma simpática personalidade: a
recepcionista Séria Leão, que num cordial “até amanhã”, nos permite carregar para fora deste prédio um pouco
desta escola(Maria Helena T. de Siqueira[em 23 de setembro de 1966 (?)] - Jornal ETFES,p.06, N05,1979).
Marcha da ETFES
Letra de Jair Marino ex-aluno e Música da Professora Maria Penedo.
Na marcha incessante do progresso,
os corações vibrando de ardor,
Caminhamos de par com o sucesso,
Trilhando a vereda do labor.
Formamos com luta e sacrifício,
Desta terra, a vanguarda industrial.
Somos todos irmãos em ofício,
Ansiando o Brasil sem igual.
Grande forja de homens viris,
Impressora fiel de idéias sãs,
Celeiro imenso de almas febris,
salve escola de jovens titans;
A doce armonia em nossa lida
Ganha força à luz do saber.
Forma o ideal, a essência da vida,
Dotando o homem de energia e poder.
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Continuemos a nossa jornada
Por esse fértil campo de estudos.
Lutando e servindo a pátria amada,
Nossos peitos serão seu escudo.
E nós elevaremos a nação,
Hinos cantando cheios de vigor,
Renovando na sua construção
As fontes do civismo e do valor.
A força que nossa voz encerra
É o arrojo do nosso verde mar...
É o brilho, a beleza desta terra...
É a voz dum Brasil a caminhar(Jornal ETFES,p.06, N05,1979).
Os Vapores da Saudade
Dizem que a vida começa aos 40. Engano. Recentemente um médico, pela televisão, declarou que aos 40 anos só
começa a arteriosclerose. Um cronista sentimental não leva a coisa tão a sério. Pois quando os anos começam a
pesar o corpo como um fardo em lombo de burro, o que verga o corpo calejado não são os anos, que esses vão
sendo incorporados à rotina do dia-a-dia. O que pesa é a saudade. Quanto mais rico o passado, mais o farnel de
lembranças sobrecarrega a mente de emoções. E se o passado armazenou aventuras e prazeres, ultrapassar a marca
dos 40 significa fabricar uma teia de nostálgicos devaneios. Para alguma coisa vale a idade: há muito mais para
lembrar. Naquele distante 1942, não se temia o passado. A memória ainda era rala e infértil. Mas dava medo o
futuro. A maioria , ao menos, ingressava num casarão que isolava a gente do mundo. Enquanto não vinham as
férias, as distanciadas excursões domingueiras criavam uma ansiedade sem limites. Pois, exceto uns raros
privilegiados, os alunos internos só se ausentavam num domingo a cada mês. Depois a coisa melhorou, mas no
princípio era difícil a solidão, a saudade do lar e a nauseante asfixia de liberdade, vislumbrada pela cerca do pátio.
Mas nos corredores, nas salas de aula, no refeitório, que confusão! Não se imagina tanto frenesi, tanto orgulho em
cada alma buliçosa, que deixava cada acontecimento da nossa escola técnica- tão nova em sua tinta azul-claroesbarrando em nossos sentimentos. Não existia uma escola. Existia a nossa escola. Nossa sim, por Deus! A
escola técnica era o sangue, nossas vias respiratórias. Na férias, sempre dávamos um jeito de burlar a vigilância
do inspetor Mauro e carregar nossos fardamentos para exibir como troféu em nossas cidades. Pomposos,
esnobados, disputávamos os olhares curiosos com aquela farda infinitamente branca, principalmente se trazia, de
sobra, umas dragonas de oficial e uns alarmares, que nosso batalhão escolar impunha muito respeito e o professor
Américo, como um general em combate, exigiam máximo de brilho e imponência. Classe não se negava que
tinha. E muita. Nos desfiles de 7 de setembro, a escola era uma parada! Leônidas à frente, corneteiro –mor, como
aquele personagem de Amici, Leônidas só perdia para um cabra da banda da polícia. Se é que perdia...Nunca ouvi
ninguém admitir a hipótese. A escola a essa altura, ia fazendo história. O próprio Leônidas, carregando um time
que não era o melhor, suava a camisa para não deixarem pânico a torcida que assistia a jogos no estádio, do outro
lado do muro. O comportamento do alunado era homogêneo e motivado. Não havia experiência que não
frutificasse e rendesse alguns juros, no balcão da glória. A escola estava presente não apenas na olimpíada
estudantil, mas também nas maratonas intelectuais. O jornalzinho ETV, que o professor Herácio botou nas ruas, já
merecia no seu 2º número uma referencio de Guerino Casassante, então secretário de educação de Minas, que
considerava o ETV o melhor jornal escolar que conhecia. E Casassanta, era um especialista, com livro publicado
sobre o assunto. Haroldo Boechat, com um eterno pé para não ir à missa católica – ele protestante presbiteriano –
denunciava o futuro diretor – a arte que iria impressionar os profissionais de Nova York. Seus desenhos de
ilustração, que iriam para as capas do “tico-tico”, precursor dos gibis, eram parte de um talento universal para as
artes plásticas. A morte do Candeias - quem não se lembra? Foi muito mais que uma tragédia. Não é só a morte
de um amigo incondicional retirado de combate. Era uma bofetada na rotina tranqüila de quem só via esperanças e
otimismo. E era, principalmente, um encontro coletivo com o desconhecido. O resto, os problemas, até que
enfrentamos. Uns dissabores de permeio. No mais, os desvios da vida estudantil – que mudam muito pouco. Que
importava a austeridade de do inspetor que recolhia três fujões que abandonaram o internato para ver a vida lá de
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fora? Para cada aventura, como os beijos furtivos nas menininhas de jucutuquara, que vinham participar do
teatrinho de D. Isaltina. Alguns entreveros, que poucos se apercebiam, como a guerra fria e ciumeiras entre
professores, em favor de seus eleitos. Que o digam as professoras Célia e Enila, cúmplices de uma mesma trama.
Para ajudar um aluno bem-querido. Numa escola dessas, com uma tradição tão rica e tão pitoresca, os nomes
contam pouco. Todos têm sua história, suas vicissitudes, seus pensamentos silenciosos. A história da ETV- esse
federal soa estranho em nossa memória – ainda está para ser contada. Como a guerra de Churchil, foi feita de
sangue, suor e lágrimas. Sangue, sim que muitas veias quase arrepiam quando um colega desconhecido vinha
disputar -e vencer- um concurso de oratória entre os grandes da praça. E quantas epidermes povoaram de suores
viris disputando pau-a-pau um lugarzinho ao sol, para transformar uma escola de gente pobre, como então muitos
entendiam, no embrião de uma doutrina, mais do que uma instituição, que faz de cada aluno da escola técnica
membro de uma sociedade esotérica, fechada exclusivista: um aluno que se julga único, que se julga melhor por
que aprendeu com seus professores, e cada funcionário, que a ETV não era uma escola era um estado de espírito.
E se o espírito é o único veículo e instrumento para eternidade, o que pensamos e sentimos é que fica. Depois de
todos os rostos conhecidos se acotovelaram em sombras, as paredes da escola técnica ficarão pintadas de
lembranças. Pois, todos continuaremos lá. Nenhum de nós do vitorioso advogado Hélio de Oliveira ao Ciro Rosa
– todos estaremos passeando nossos sucessos e tropeços como um capítulo romance. AETV nos ensinou a viver.
Irmandades estudantis dos estados unidos e Europa se julgam muito ciosos de suas tradições como se
continuassem fazendo parte da sua escola. Não somos parte da escola. Nós somos a escola. Pergunte a cada
um(Jornal ETFES,p.10, N05,1979).
Nossa Bandeira é o Nosso Símbolo
Nossa bandeira é o nosso símbolo, representando em sua engrenagem a indústria e a força valente e inteligente dos
nossos mestres. A estrela central com o emblema da ETFES tem, a sua volta, seis estrelas menores que
representam os nossos seis cursos: Agrimensura, Edificações, Estradas, Eletrotécnica, Mecânica e Metalurgia.
Existem luz e cores em nossa bandeira: Branco – luz pura, vida - é a iluminação natural, recebida do sol, que nos
permite ver tudo que nos rodeia. Azul – paz, símbolo da inteligência e da sabedoria, é um calor sereno, dando-nos
força para o amor ao trabalho. Amarelo- ouro – riqueza, poder – é força de trabalho dos técnicos, empregada na
construção de um Brasil maior e mais forte. As faixas azuis que se lançam em todas as direções, entrelaçadas,
apontam os caminhos do futuro, simbolizando a histórica frase do criador do ensino industrial no Brasil, este
profeta que se chamou Nilo Peçanha: “ O Brasil de hoje saiu das academias, o de amanhã sairá das oficinas(Jornal
ETFES,p.12, N05,1979).
Circuito CEFETES
Responsável: Professor Cláudio Brotto
Ano 01
Número 01
Junho de 2000
Tiragem: 2000 exemplares
Agenda
No próximo dia 28 de julho, a Coordenadoria de Agrimensura realiza um seminário sobre Geomática no auditório
do Crea. Serão realizadas uma série de palestras e, no final, uma mesa redonda para debater sobre o currículo
mínimo necessário para essa nova área. Com a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira, que
reformulou os cursos técnicos, a Geomática foi inserida no Ensino Técnico. O curso deve ser implantado no
próximo ano(Circuito CEFETES, p. 02, N01, 2000).
Editorial
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O Circuito Cefetes surgiu da necessidade de divulgar o que é produzido e realizado na instituição, como nossos
projetos comunitários, avanços na área da educação e pesquisa e muitas outras atividades desenvolvidas. Projetos
como o Provvida, que traz benefícios no campo social e no da cidadania para alunos e servidores, e o Rede
Solidariedade, que contribui para formar e profissionalizar menores carentes, são exemplos da preocupação que o
Cefetes te na área social. O papel da instituições não é só formar profissionais de nível técnico e tecnológico, mas
também integrar-se com a comunidade, dividir o conhecimento e ajudara formar cidadãos. O que se produz aqui
dentro não pode ficar restrito aos portões da escola(Circuito CEFETES, p. 02, N01, 2000).
Uma instituição em constante mudança – Jadir José Pela, fala sobre o processo de transformação da instituição e
dos projetos de integração com a comunidade empresarial do ES.
Circuito - O CEFETES está completando, este ano, 91 anos de sua existÊncia. Como o senhor define o Cefetes
após todo este tempo?
Jadir José Pela – Ao longo do tempo, se olharmos a história do Cefetes, poderemos verificar que foi dividida em
momentos. O primeiro foi quando surgiu a Escola de Aprendizes e Artífices, depois veio o Ginásio Industrial,
depois foi vez da Escola Técnica Federal do Espírito Santo . O último momento ocorreu agora com a
transformação em Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo – Cefetes. Então, a partir desta
retrospectiva, eu conceituo esta instituição como um centro prestador de educação técnica profissional. Isto não
quer dizer que não se possam oferecer outras modalidades de ensaio. O Cefetes, se observamos o que propõe a
nova legislação, possui um leque de opções. A instituição oferece ensino médio, ensino médio concomitante com
o técnico, o técnico que chamamos de pós-médio, os cursos de tecnologia que eu sempre tenho dito que é um
curso superior de tecnologia diferenciado da universidade porque não são cursos acadêmicos, mas são cursos
voltados para a prática de uma tecnologia para a qual temos uma demanda. E agora recentemente a licenciatura
plena em Ciências e Tecnologia. Agora, o Cefetes não pára aqui. Eu penso que em médio prazo, nós poderemos
estar chegando aos cursos superiores plenos. Estou falando das possíveis engenharias, do Mestrado, do
Doutorado, do espaço que temos para desenvolver educação dentro deste novo conceito da educação profissional
tecnológica. Nós temos ainda muito que crescer. Hoje, este momento em que vivemos é para que a nossa
instituição seja aberta, voltada para o atendimento das demandas da comunidade empresarial. Circuito – O
Cefetes acaba de criar a Funcefetes. Quais as expectativas em relação à Fundação, quanto aos convênios e
parcerias?
Jadir- A Funcefetes é um sonho antigo desta instituição. Quando assumi a Diretoria Geral da antiga Escola
Técnica Federal do Espírito Santo, uma das metas que a diretoria tinha era a criação de um mecanismo que
pudesse captar recursos para que o Cefetes continuasse a ter uma melhor atuação no Estado. Inicialmente, por
urgente necessidade, criamos uma Caixa Escolar que, no meu entendimento, seria algo passageiro, como foi. A
Caixa tinha o objetivo de estar assessorando financeiramente os alunos, ou seja, à parte de ensino. Agora, com a
criação da Fundação, nosso objetivo é estar assessorando não só o ensino, como também a instituição num todo.
Nós juntos, Cefetes e Fundação, estamos juntos trabalhando para que a instituição possa estar oferecendo melhores
serviços. Podemos ver que toda instituição educacional de sucesso, seja universidade ou faculdade, tem uma
Fundação ao lado para apoiar.
Circuito – Este ano o Senhor completa dois anos como Diretor Interino do Cefetes. Existe uma previsão para
novas eleições?
Jadir – Eu assumi a direção da Escola Técnica Federal do Espírito Santo em julho de 1998 e, em março de 1999, a
Escola Técnica foi transformada no Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo. Uma vez
transformado, por dentro, o diretor tem um prazo máximo de 2 anos para implantar o Cefet. Então, durante o
período, foi implantado o Cefetes. Recolocamos dentro da estrutura organizacional, montamos um Conselho, o
segundo Conselho já está em via de iniciar seu trabalho e, eu acredito que, em meados do segundo semestre deste
ano, nós conseguiremos fechar o trabalho para então estarmos realizando as novas eleições para a Direção do
Cefetes(Circuito CEFETES, p. 03, N01, 2000).
Projetos Sociais Beneficiam Alunos e Comunidade – Dois projetos sociais, o Rede Solidariedade e o Provvida,
funcionam hoje no Cefetes. De diferente, ele têm o público a que se destinam, e em comum, o objetivo de estarem
contribuindo para melhorara a sociedade.
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Provvida, realiza palestras e cursos procurando trazer à tona discussões sobre sexualidade e o problema das
droga. Esse projeto nasceu, em 1999, a partir da necessidade de se trabalhar o tema “drogas” com os alunos.Mais
tarde, em 1990, houve uma expansão, acrescentando o tema da Sexualidade. Um problema encontrado pela
equipe do Provvida é a dificuldade em medir os resultados do projeto. Para Maria das Graças Zamborlini Fraga,
uma das integrantes da equipe do Provvida, o trabalho realizado pela equipe não pode ser medido, devido ao
pouco tempo que os alunos permanecem na escola. Como o tempo é curto não temos como medir o efeito ou o
resultado do programa, mas com certeza iniciamos o processo de conscientização, fazemos a nossa parte. (Circuito
CEFETES, p. 04, N01, 2000).
Esperança para menores carentes
O projeto Rede Solidariedade foi criado em dezembro de 1999 para oferecer às comunidades carentes projetos
educativos, sociais, esportivos, ambientais e de qualificação profissional. Atualmente, o Rede Solidariedade está
oferecendo o Curso de qualificação em Soldagem a 30 adolescentes da Caoca, casa de Acolhimento e Orientação à
Criança e ao Adolescente. AS coordenadoras pretendem implantar mais três cursos no próximo semestre: o curso
de instalações Hidro-sanitárias, o de limpeza de caixas d’água, caixas de gordura e piscinas e o de Serralheiro. O
projeto Rede Solidariedade está apoiando a ação do governo, ajudando a prevenir a violência através da
capacitação dos jovens. Maria Barbosa explica como são escolhidos os alunos do projeto: “Os jovens são
enviados pela instituição. Atualmente nós trabalhamos com a Caoca, mas já temos solicitações e pretendemos
trabalhar com elas no segundo semestre. O nosso foco principal são jovens em situação de risco social, na faixa de
15 a 21 anos e de preferência meninos de rua, mas que já tenham algum tipo de atendimento em alguma
instituição, porque se pegarmos o jovem direto da rua, ou da família, esse jovem não vai estar tão comprometido
com essa qualificação. No próximo semestre nós pretendemos atender mais 80 jovens carentes”. O Rede
Solidariedade trabalha em parceria com empresas privadas para a realização dos cursos. A escolha dos cursos a
serem oferecidos depende da demanda do setor produtivo porque, além de qualificação, o projeto também oferece
estágio e acompanhamento no mercado de trabalho. No curso de Qualificação em Soldagem a Fitec deu apoio,
oferecendo o lanche aos alunos, a Caoca conseguiu o transporte e o Cefetes cedeu o corpo docente, o espaço
físico, o material didático e o uniforme. Para os próximos cursos já existentes um pré projeto para uma parceria
com a Companhia Vale do Rio Doce(Circuito CEFETES, p. 05, N01, 2000).
Radialismo
O curso de radialismo formou sua 5ª turma, no período de 30 de março a 30 de dezembro de 1999, em parceria
com os Sindicatos dos Trabalhadores e das Empresas de Rádio e Televisão(Circuito CEFETES, p. 06, N01, 2000).
Maria Penedo
O Coral Maria Penedo, em conjunto com os Corais Hencantar, do Hospital Evangélico e UVVOZ, da UVV, se
apresentou no dia 30 de março, na capela da UVV. Os corais apresentaram uma Cantata de Páscoa, sob a regência
do Maestro Heraldo Filho. O Coral também participou, no período de 20 a 26 de setembro, do Encontro de Corais
Internacional de Juiz de Fora, juntamente com corais do Japão, Eslováquia, Letônia, Itália e Argentina, entre
outros de todo o Brasil(Circuito CEFETES, p. 06, N01, 2000).
Parcerias
Através de parcerias entre o Cefetes e a CVRD, foi realizado o Curso de Ferrovias, no período de 20 de setembro a
10 de dezembro de 1999. O curso, com 212 horas de duração, foi oferecido para 20 alunos do Curso Técnico em
Estradas. A Coagres / CVRD conduziu a seleção utilizando como pré-requisito a disponibilidade para o estágio
oferecido pela CVRD. Os alunos selecionados que não puderam custear o curso foram atendidos pela Caixa
Escolar em forma de crédito, que seria pago no ato do recebimento da primeira bolsa de estágio. Na noite do dia
02 de setembro foi realizado, na Fundação Educacional Hildo Garcia, o lançamento do convênio e parceria entre o
Centro de Formação Profissional de João Neiva e o Cefetes. (Circuito CEFETES, p. 06, N01, 2000)
Projeto Político Pedagógico
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Em 1999 iniciamos as discussões sobre a elaboração do nosso Projeto Político-Pedagógico, 3Ps. Foram feitas
reuniões por coordenadorias, em que se tentou aprofundar os debates necessários. Podemos citar administração da
crise de Vargas do Ensino Médio a busca de recursos de investimentos por meio dos Proeps (UnED/Serra e
Unidade Sede) e de outros convênios, a formulação do novo regulamento do Corpo Discente, a estruturação do
Conselho de Ética e Disciplina, a estruturação da Fundação do Cefetes, a elaboração do nosso Planejamento
Estratégico e a elaboração do novo, e já provisório, Regulamento da Organização Didática, entre outras. Um
projeto pedagógico não é algo estático, discutir o projeto escolar está na essência do trabalho pedagógico, mesmo
antes de ser uma exigência configurada na nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB/1996), já
se praticava nos idos de 1994 e 1995 a elaboração formal de um projeto escolar em nossa instituição, naquela
época chamado “Modelo Pedagógico. A Administração do Cefetes, juntamente com alguns colaboradores que
participaram da elaboração do projeto, tem uma Proposta Pedagógica, cujo texto foi incorporado ao Projeto Preop
da Unidade Sede, tendo já sido aprovada em Brasília. Isto não quer dizer que esteja proposta definitiva. Como já
afirmamos, discutir o projeto pedagógico deve ser uma constante, pois trata-se de um ciclo permanente de
planejamento, execução e avaliação. Não se esperará pela conclusão do 3Ps para dar início às ações. Elas estarão
sendo encaminhadas em paralelo Às discussões, até porque já existe uma Proposta Pedagógica e um Planejamento
Estratégico aprovados. Quanto à existência de referências para os trabalhadores, além da produção interna já
divulgada, já contamos com Diretrizes Curriculares Nacionais, DCNs, para o Ensino Médio e para a Educação
Profissional de /nível Técnico. Sendo assim, outra meta que apresentamos é a de que nenhum Curso Técnico seja
oferecido a partir de 2001, se não tiver o seu projeto elaborado em conformidade com os parâmetros legais
estabelecidos (Resolução CEB/CNE no. 04, de dezembro de 1999) e aprovado pelo Conselho Técnico
Profissional, CTP, até o final deste ano. As áreas que se omitirem serão levadas a oferecer apenas cursos
profissionalizantes básicos a partir do ano de 2001. No caso do Ensino Médio, que já dispões de uma proposta
preliminar, será o caso apenas de melhorá-la e aprová-la pelo Conselho Diretor. No caso dos Cursos Superiores de
Tecnologia, mesmo ainda não haja Diretrizes Curriculares Nacionais, sua implementação terá continuidade,
porém, sua implantação estará sempre condicionada à aprovação de projeto no CTP. Outro aspecto importante a
considerar é a necessidade de conduzir os processos de reforma curricular e de reforma da organização
simultaneamente à elaboração do 3Ps. Isto vai requerer uma ação coordenada de múltiplas equipes, cada uma
trabalhando os seus temas e todas operando em paralelo, porém, integradas(Circuito CEFETES, p. 07, N01, 2000)
Investimentos e Reformas na Unidade de Vitória – Mais segurança e conforto para servidores e alunos
Para o Cefetes, o ano de 1999 foi muitas realizações em termos de obras. Foram reformados o pavilhão da
diretoria e da portaria e instaladas catracas eletrônicas na entrada, como forma de aumentar a segurança de
servidores e alunos. Também foram reformados os pisos das salas de aula e a reforma do auditório está sendo
concluída. As salas do pavilhão R receberam aparelhos de ar refrigerado e, em breve, estarão sendo instalados
equipamentos de imagem como tvs, vídeo-cassetes e retroprojetores, transformando-as em mini-auditórios. O
Cefetes também adquiriu 43 computadores e montou 3 laboratórios de informática em Vitória e um em Colatina.
No setor cultural, o Cefetes investiu na compra de instrumentos e pinturas para a Orquestra Pop Jazz. Como forma
de diminuir custos com água foi feita a perfuração de dois poços artesianos. A água obtida é utilizada para
molharos gramados. Este ano já foram adquiridos mais 40 computadores, e está prevista a reforma dos banheiros
e a transferência da cantina para o térreo do pavilhão R. O Cefetes também investiu no projeto de coleta seletiva,
que já está sendo implantado(Circuito CEFETES, p. 08, N01, 2000).
Colatina Cria Mais Cursos
Neste ano, a unidade iniciou o curso Técnico de Segurança do Trabalho em parceria com a Tecnologia e Medicina
Ocupacional Ltda. (Temed) e estuda a parceria com o Sindicato das Indústrias do Vestuário de Colatina (Sinvesco)
para a implantação de mais um curso técnico na área de Confecção e Vestuário. No próximo semestre a UnedColatina vai ampliar seu leque de trabalhos. A unidade pretende abrir mais uma turma do Curso Técnico de
Segurança do Trabalho, implementar a primeira turma do curso Técnico de Confecção e Vestuário, concluir a
reformulação dos cursos técnicos e o projeto de implantação dos cursos tecnológicos. Com estes novos cursos,
através da qualificação de profissionais com uma formação de altíssima qualidade nos moldes do Cefetes, a
unidade já atende as grandes demandas de áreas existentes há anos na região de Colatina. De acordo com o
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diretor, da UnED, Edson Luuis Nunes, os cursos trazem benefícios para a escola, pois ela cumpre seu papel de
forma mais ágil e cria condições para que, em um curto espaço de tempo, possa estar estruturando a implantação
gratuita dos cursos. Ela também oferece cursos de extensão para a comunidade empresarial da região e,
atualmente, atende a demanda empresarial da área de Construção Civil com curso de Autocad(Circuito CEFETES,
p. 08, N01, 2000).
Circuito CEFETES
Responsável: Professor Cláudio Brotto
Ano 01
Número 02
Agosto de 2000
Tiragem: 4000 exemplares
Editorial
O informativo desse mês tem foco no Projeto Político Pedagógico do Cefetes. Mais que um projeto pedagógico,
ele é um direcionamento a ser seguido pelo Cefetes. A discussão abrange desde que tipo de escola se pretende
construir até que tipo de aluno pretendemos formar. Também é interessada instituição oferecer outras
oportunidades de aprendizado aos alunos e comunidade. É nesse contexto que foi criado o Centro de Estudos de
Línguas. O curso tem como objetivo facilitar o acesso de pessoas de baixa renda ao estudo de línguas do curso
básico. A Coordenadoria de Estradas e Agrimensura também vai oferecer um novo curso, a partir do ano que
vem. No dia 28 de julho foi realizado um seminário para divulgar a criação do curso de Geomática e para
esclarecer as aplicações práticas dessa nova ciência. Professores da Universidade Federal de Viçosa, da USP e um
consultor em Geoprocessamento participaram do Seminário como palestrantes. Este mês, o Cefetes realiza a
Semana do Folclore e a etapa de Atletismo de Jifet. Na programação da Semana vai ter apresentações de artistas
locais, exposição de fotos e palestras(Circuito CEFETES, p. 02, N02, 2000).
Semana do Folclore
A biblioteca Nilo Peçanha realiza a Semana do Folclore, de 21 a 25 de agosto(Circuito CEFETES, p. 03, N02,
2000).
Etapa de Atletismo do JIFETs
O Cefetes realiza, de 25 a 27 de agosto, a etapa de Atletismo do Jifets, Jogos das Instituições Federais de Ensino
Tecnológico. (Circuito CEFETES, p. 03, N02, 2000).
Concurso de Redação
O concurso de Redação realizado pelo Centro Federal de Educação Tecnológica de Pernambuco, Cefet-PE, teve
quatro alunos do Cefetes entre os 50 primeiros colocados. (Circuito CEFETES, p. 03, N02, 2000).
Cefetes discute Projeto Pedagógico
Em discussão no Cefetes o Projeto Político Pedagógico. Seis temas centrais estão sendo estudados por comissões
de professores e técnicos administrativos. No dia 30 de setembro o modelo de projeto para o ensino Médio vai ser
apresentado ao Conselho Diretor para a aprovação.
O prazo para a entrega do projeto do Ensino Médio é até o dia 30 de setembro. Ele vai ser encaminhado ao
conselho diretor, para os cursos técnicos, o prazo é até o dia 15 de outubro. De acordo com a nova lei de diretrizes
e bases para a educação, LDB, cabe a cada escola a responsabilidade pela elaboração do seu projeto pedagógico.
Para o diretor de ensino do Cefetes, Tadeu Pissinati, ao mesmo tempo que isso é uma liberdade enorme, por outro
lado é uma responsabilidade muito grande. “Na legislação anterior, os parâmetros curriculares, a forma de
organizar o currículo era muito rígida. Nós já recebíamos a coisa direcionada e não tínhamos onde mexer. Os
parÂmetros já diziam a disciplina que tinha que ter, a carga horária etc... Então era um modelo que engessava o
funcionamento das escolas. A nova diretriz é totalmente diferente, ela tem fixos os dias letivos e a carga horária,
basicamente é o que regularmente essa nova lei. Assim, fica a cargo da escola desenvolver o seu projeto. Mas
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existe uma série de referências curriculares. No caso do Ensino Médio, são os parâmetros Curriculares
Nacionais, PCNs, que estabelecem o mínimo que os cursos têm que atender, mais isso é só um direcionamento.
Os parâmetros estabelecem uma base nacional comum, um modelo mínimo que se pretende ter, mas nada impede
que as escolas desenvolvam projetos inovadores, projetos que vão além desses parâmetros referenciais. Para
Tadeu Pissinati, a escola deve estar sempre atenta às mudanças locais e mundiais para que possa oferecer uma
formação atualizada e de qualidade. “Nós temos que elaborar o currículo que seja melhor construído para a
sociedade local, mas sem esquecer o global, porque não se formam cidadãos de uma visão mundializada. Nós não
formamos profissionais para o Espírito Santo, mas para o mundo. Além disso, a concepção de uma escola é algo
mutável por natureza, não se consegue pensar uma escola, colocar os planos no papel e pensar que esse é o projeto
e que vai ser assim eternamente. Tudo muda. A única coisa perene é a mudança. É inevitável que se discuta
constantemente esse projeto pedagógico. Uma escola que pretende ser uma referência de ensino tem que estar
permanentemente atenta a essas mudanças do mundo, da sociedade, das tecnologias e do conhecimento” (Circuito
CEFETES, p. 04, N02, 2000).
Modelo de Escola
O Cefetes tem uma tradição de escola integral. O aluno que estuda aqui tem um turno de estudo, mas ele não vai
embora, ele fica aqui 10, 12 horas por dia. A escola é um lugar que oferece tantas possibilidades de convivência,
de aprendizado, de formas de interação diferente, que enriquecem o estudante, que ele opta por estar aqui. Se os
alunos ficam na escola, nós temos que estar buscando alternativas para oferecer aos alunos. Por exemplo, agora
temos o Centro de Línguas, mas ainda é pouco. Temos que oferecer outros serviços, isso demanda recursos e a
escola não tem como estar provendo esses recursos. A alternativa encontrada foi a criação da fundação. Ela foi
criada para suprir aquilo que não conseguimos realizar com os recursos orçamentários. Ela cria formas de
alavancar o público, ainda que para alavancar o público tenhamos que ter uma operação “privada”. Se tivéssemos
recursos suficiente
o estudo seria público, mas não temos, então procuramos outras formas de
viabilização”(Circuito CEFETES, p. 05, N02, 2000).
Seminário de Geomática
Aplicação, prática para Geomática foi um dos assuntos discutidos no Seminários de Geomática, realizado no dia
28 de julho, no auditório do Crea-ES. O encontro também discutiu a criação do curso de Geomática no Cefetes.
As aplicações para a geomática são bastante variadas, incluindo levantamentos topográficos, Cartografia,
Geodésis, Fotogrametria, estudos ambientais sensoriamento remoto, planejamento dos espaços urbanos, projetos
de engenharia inteligentes, programas de desenvolvimento sustentado e de saúde e saneamento. O diretor de
ensino, professor Tadeu Pissinati, explicou como o curso de Geomática será criado, enquadrando-se dentro das
novas diretrizes curriculares para a educação profissional de nível técnico. A previsão é de que o curso de
Geomática seja implantado no Cefetes a partir do ano que vem(Circuito CEFETES, p. 06, N02, 2000).
Conselho de Ética – Darlinz Alves Filho – Presidente do Conselho de Ética e Disciplina do Corpo discente do
Cefetes
Não podemos cerrar os olhos ao fato de que por aqui transitam aproximadamente cinco mil pessoas diariamente.
E essas pessoas que por aqui transitam e se servem dos serviços prestados por essa instituição são, na sua maioria,
adolescentes, os quais têm os seus interesses próprios difusos, muitas vezes dissociados daqueles que são a
verdadeira vocação de um Centro Federal de Educação Tecnológica. Eles se encontram num momento especial de
suas vidas, em que são incertos os caminhos que lhes vislumbram, num país onde seus representantes legais pouco
têm se importado com os valores éticos e morais. Alguns estão aqui por vocação, outros por opção, outros por
falta de opção e outros por imposição. Nesse universo de interesses antagônicos reside, entretanto, a necessidade
de equalização da convivência social entre essas pessoas e os que aqui prestam serviço. Quero crer que foi
pensando nisso, ainda na gestão do então diretor geral Carlos Roberto Alves dos Santos,que a professora Elizabeth
Premoli Azevedo realizou num trabalho exaustivo de pesquisa junto a todas as turmas da escola sobre a questão
disciplinar um compêndio que reuniu a aplicação de instrumentos, tabulação de dados, a confecção de gráficos e
suas analises e sínteses. Quero crer, também. que tal trabalho já descortinava a possibilidade de mudanças no
código que regulamentava a vida disciplinar d aluno naquela época. Após o trabalho da referida professora, outros
111
estudos foram encaminhados com vista a buscar equalização. E todos esses estudos vieram a desembocar na
gestão da nova diretoria. O diretor geral, professor Jadir José Pela, constituiu uma comissão para que lhe
apresentasse uma proposta de trabalho advindo das questões disciplinares discentes, frente ao que alguns já diziam
estar se tornando uma situação insustentável. Aquela comissão constituída, concluído os seus trabalhos,
encaminhou ao diretor geral o seu projeto, que consistia na edição do código de Ética e disciplina do corpo
discente do CEFETES. E para que tal código pudesse ser viabilizado com mais eficiência, propôs também a
criação do conselho de Ética e Disciplina do corpo discente do CEFETES, regido por um regimento próprio, tendo
a comissão, inclusive, construído a minuta do referido regimento. E foi assim que surgiu o conselho que vem
atuando regularmente nesse centro Federal, desde a sua instituição pela portaria 170/99, com o dever de estar
vigilante ao cumprimento das normas estatuídas no anexo à portaria 224/99, que instituiu o código de Ética e
Disciplinado corpo discente. Assim, o conselho está adstrito ás normas regimentais e legais, não podendo, sob
pena de responder administrativamente pelos equívocos, fazer o que bem lhe aprouver. Entretanto, o conselho fará
o que for necessário, nos limites da legalidade, para buscar garantir a solução dos problemas que a ele são
apresentados. A função precípua do conselho não é aplicar penalidades indiscriminadamente, inadvertidamente,
mas cumprir o seu papel de órgão de instância máxima de assessoramento ao diretor geral, diretor da unidade sede
e das uneds, exclusivamente para dirimir conflitos de natureza ética e disciplinar do corpo discente, bem como de
suas políticas norteadoras, conforme dispõe o art. 1º do eu regimento interno. Entendo que, para todos nós,
membros desta comunidade educativa, incube-nos também o dever de estarmos observantes ao que prelecionam o
código de ética e disciplina do corpo discente e o regimento interno do conselho e todas as normas que ditam o
regramento de condutas sociais, com vista a uma convivência mais harmônica, fundamentada nos princípios
éticos, morais e legais, que , com certeza, desaguarão numa postura cada vez mais profissional de todos nós,
servidores e alunos que militamos nessa magnífica Instituição(Darlinz Alves Filho - Circuito CEFETES, p. 07,
N02, 2000).
Inglês para Comunidade
Criado no dia 13 de março, o centro de línguas, CEL, está formando sua primeira turma este mês. O Curso é
totalmente auto-sustentável e sem fina lucrativos. As aulas são ministradas em laboratórios e salas de aulas, em
horários ociosos. Nós não temos lucro com esse curso, as mensalidades são para pagar os professores e adquirir
material didático para as aulas. Neste período estarão sendo oferecidas 11 turmas, com horários pela manhã, à
tarde, à noite e aos sábados(Carla Natali - Circuito CEFETES, p. 08, N02, 2000).
Circuito CEFETES
Responsável: Professor Cláudio Brotto
Ano 01
Número 03
Setembro de 2000
Tiragem: 3000 exemplares
Editorial
(...)A educação verdadeiramente importante é a que forma profissionais que conseguem analisar o meio em que
vivem e a própria profissão. Essas sim, hoje valorizadas no mercado de trabalho. As que só reproduzem idéias e
conceitos ou as que só sabem apertar botões estão fadadas a serem substituídas por outras mais
importantes(Circuito CEFETES, p. 02, N03, 2000).
Aniversário do CEFETES
O Cefetes comemora 91 anos, no próximo dia 22. Haverá uma cerimônia cívica, com hasteamento da bandeira às
8h40 e arreamento às 16h30 no estádio(Circuito CEFETES, p. 02, N03, 2000).
Teatro do CEFETES
O teatro do cefetes será reinaugurado no próximo dia 22 de setembro. Em reformas desde novembro do ano
passado, o teatro foi completamente remodelado. A reforma do teatro custou 250 mil reais, incluindo as obras e a
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climatização. Os recursos vieram do MEC. São 352 lugares, sendo 252 cadeiras fixas e 100, móveis(Circuito
CEFETES, p. 03, N03, 2000).
Semana do Folclore
A semana do folclore foi realizada no cefetes, de 21 a 25 de agosto, pelo 18º ano consecutivo. A coordenadora da
biblioteca, Jamilda A R Bento, acredita que mais de mil e duzentas pessoas passaram pela biblioteca, em 5 dias de
evento. Para ela, a avaliação do evento é positiva. Muitos servidores vieram participar e prestigiar a semana, mas
infelizmente houve alguns que quiseram impedir a realização do evento, além de dificultar a presença dos alunos.
Isso me deixou muito triste. Eu acredito que o objetivo da escola não é só formar técnicos, mas cidadãos
completos. Nós ficamos mais de 60 dias em greve e nem por isso o mundo acabou. Acredito que um dia a mais
um dia a menos não iria prejudicar tanto os alunos. Mas, apesar de todos os percalços, a semana foi um sucesso,
tanto de público como na qualidade das atrações. E no ano que vem tem mais(Jamilda A R Bento - Circuito
CEFETES, p. 04, N03, 2000).
Canal Universitário
Canal universitário. Quatro instituições de ensino estarão dividindo a programação do canal: o CEFETES, UVV,
UFES e FAESA. Na programação do cefetes, vamos exibir quatro programas: o tele-aula, apresentação de aula de
inglês; o Circuito, agenda apresentando tudo que é realizado no cefetes; o Habitat, um programa ecológico,
trazendo soluções para problemas ambientais e um programa de entrevistas. Também vamos apresentar uma
retrospectiva com trabalhos produzidos pelas turmas de radialismo, em rádio e TV. O responsável pela tv cefetes
será Clóvis Gomes Ferreira. O canal universitário está previsto para entrar no ar dia 1º de outubro, no canal 14 da
NET(Circuito CEFETES, p. 05, N03, 2000).
Curso de Vestuário na UnED de Colatina
O curso técnico em vestuário, criado em parceria com o SENAI e com o Sivesco, sindicato da industria de
vestuário de Colatina, começou a funcionar no dia 4 de setembro, na Uned Colatina. O curso tem como público
alvo profissionais que já trabalham no setor e será oferecido em 4 módulos, o que totaliza aproximadamente um
ano e meio. O setor de vestuário é o principal empregador de mão de obra industrial do Estado. O Espírito Santo
tem hoje mais de 1600 empresas de vestuário, concentradas em sete municípios. A indústria do vestuário tem
previsão de abrir 8 mil novos postos de trabalho, nos próximos três anos(Circuito CEFETES, p. 06, N03, 2000).
CEFETES na Internet
Está no ar a página do CEFETES, no endereço www.cefetes.br através da página é possível conhecer a estrutura,
planejamento estratégico e funcionamento de cefetes, saber sobre os cursos oferecidos, estágios, eventos culturais
e conselho de ética. Além disso, também está disponível a versal virtual do olho vivo e do circuito cefetes. A
página é atualizada e informações podem ser enviadas para webmaster através do endereço
[email protected](Circuito CEFETES, p. 07, N03, 2000).
Curso Preparatório Para Ingressar no CEFETES
Prefeitura Municipal de Vitória, em parceria com o cefetes, está oferecendo um curso preparatório para o processo
seletivo do CEFETES. O curso está sendo oferecido em núcleos que funcionam em escolas da prefeitura, além de
uma turma que funciona no cefetes. Aproximadamente 1800 alunos estão sendo beneficiados pelo projeto. O
objetivo do curso é democratizar o acesso de alunos carentes ao cefetes. O material didático do curso foi
elaborado por professores voluntários, e a prefeitura se encarregou de reproduzir e fornecer aos alunos,
gratuitamente. O curso começou no dia 07 de agosto e funciona em módulos. O de Ciências já foi dado e agora os
alunos estão cursando o módulo de História. A aluna Leidiane Aparecida Cocco, 15 anos, está muito satisfeita
com as aulas: O curso é muito bom, eu estou tendo a oportunidade de aprender, de ter um ensino de qualidade. Ser
aprovada no cefetes representa a possibilidade de ter uma boa formação e estar preparada para o mercado de
trabalho(Circuito CEFETES, p. 07, N03, 2000).
Circuito CEFETES
113
Responsável: Professor Cláudio Brotto
Ano 01
Número 04
Novembro de 2000
Tiragem: 3000 exemplares
Parceria do Cefetes com a Vale oferece mais três Cursos Básicos
O cefetes está oferecendo os cursos de serralheiro, Instalações Hidrosanitárias e o de manutenção de caixas
d’água, piscinas e caixas de gordura. O curso pretende qualificar adolescentes e inseri-los no mercado de trabalho,
como forma de diminuir o número de jovens em situação de risco social(Circuito CEFETES, p. 01, N04, 2000).
60 Funcionários são Alunos do Curso de Mestrado
O curso de mestrado do cefetes começou em setembro. Fruto de uma parceria com o ministério da educação
superior de Cuba, o curso está sendo ministrado em módulos, por professores cubanos(Circuito CEFETES, p. 01,
N04, 2000).
Editorial
Nesta edição do Circuito Cefetes, extraordinariamente bimestral, abordamos a importância das parcerias para a
implementação de novos cursos e programas. Num país onde a qualificação e o constante aperfeiçoamento surge
como o único caminho para cidadãos que pretendem continuar competindo no mercado de trabalho, constatamos a
importância da criação de parcerias com empresas privadas, outras escolas e universidades, com o objetivo de
oferecer novos cursos e assim qualificar funcionários e comunidade. Os cursos de serralheria, instalações
hidrosanitárias e o de manutenção de caixas d’água, piscinas e caixas de gordura atuam na qualificação de
adolescentes carentes. Esses cursos são resultantes da parceria do cefetes com a Companhia Vale do Rio Doce.
Também a criação do curso de Mestrado é um exemplo de parceria. Atualmente está sendo oferecido o curso de
mestrado em pedagogia profissional, resultado de uma parceria do cefetes com o ISPTP, Instituto Superior de
Pedagogia Técnico e Profissional, de Cuba. O próximo curso de mestrado a ser oferecido, de mídia e
conhecimento, vai inaugurar a parceria do cefetes com a Universidade Federal de Santa Catarina. Parceria na
educação quase sempre é o encontro, lucrativo para ambos, de instituições e empresas. Essas parcerias são a prova
de que é possível qualificar adolescentes carentes, qualificar funcionários e contribuir para o crescimento da
educação de qualidade no Brasil(Circuito CEFETES, p.02, N04, 2000).
Mais três Cursos são oferecidos através da parceria do CEFETES com a CVRD
Cerca de 80 adolescentes, entre 16 e 20 anos, estão sendo beneficiados com três novos cursos básicos, oferecidos
pelo cefetes, dentro do projeto rede de solidariedade, em parceria com a CVRD. Os cursos são: Serralheiro,
Instalações hidrosanitárias e o de manutenção de caixas d’água, piscinas e caixas de gordura. O Cefetes é
responsável pelo corpo docente e conta com professores voluntários. A CVRD é responsável por custear gastos
com uniformes, lanche, material didático e translado dos alunos. O objetivo do rede de solidariedade é qualificar
jovens e adultos para inseri-los no mercado de trabalho, diminuindo, assim, o número de jovens em situação de
risco social. Para isso, o projeto procura formar parcerias com empresas privadas. A escolha dos cursos a serem
oferecidos depende da demanda do setor produtivo porque, além da qualificação, o projeto oferece também estágio
e acompanhamento no mercado de trabalho. Inserir os alunos no mercado de trabalho será uma tarefa do cefetes,
através do Ciee. Empresas que atuam nessas áreas podem colaborar com o projeto oferecendo estágios para
jovens formados pelos cursos básicos de educação profissional. Os alunos são residentes nos municípios de
Vitória, Vila Velha, Serra e Cariacica e foram encaminhados ao cefetes por instituições sociais[Procape, Casa
Aberta, Obras Passionistas, Fraternidade Cristã, Pastoral Migratória e Fundação Educar](Circuito CEFETES, p.
03, N04, 2000).
Entrevista com Sérgio Carlos Zavaris coordenador dos cursos de pós-graduação
114
-(Circuito)Como surgiu a idéia de implantar o curso de mestrado? -(Zavaris)Com a transformação da antiga
escola técnica em cefetes, ela passa a ser uma instituição de Ensino Superior e, com isso, passa a ter a
possibilidade de oferecer cursos de ensino médio, pós-médio, graduação e pós-graduação. Mas se o cefetes tem
intenção de atuar na graduação, ele deve ter um corpo docente que, segundo a LDB, tem que atender a algumas
exigências, como, por exemplo, ter um corpo docente com um nível mínimo de mestrado. (...)-(Circuito)Quais
vão ser os próximos cursos de mestrado a serem oferecidos? -(Zavaris)O próximo curso será o de mídia e
conhecimento, dentro de um outro projeto em parceria com a Universidade Federal de Santa Catarina, que oferece
curso de mestrado a distância. Esse curso será aberto também ao público externo. Vamos tentar fazer de uma
forma que o preço do curso seja razoável para os servidores do cefetes e ainda atrativo para o público de fora. Não
será um curso para dar lucro, mas pelo menos para não gerar despesas no caixa do cefetes(Circuito CEFETES, p.
04 e 05, N04, 2000).
Agenda
Dia 02 de dezembro: Apresentação dos Corais Cefeticanto(funcionários do cefetes) e Maria Penedo(alunos do
cefetes), no 3º encontro de Corais, às 17h30m, na igreja nossa senhora do Rosário e São Benedito, no centro de
Vitória(Circuito CEFETES, p. 06, N04, 2000).
Interação Professor – Biblioteca-Cefetes
Entendemos que o processo ensino- aprendizagem dá-se em vários espaços, inclusive no espaço de ação
pedagógica, neste caso específico a biblioteca Nilo Peçanha. Desde 1946, data de sua fundação, a biblioteca do
cefetes tem disponibilizado serviços para a comunidade interno(Circuito CEFETES, p. 07, N04, 2000).
Circuito CEFETES
Responsável: Professor Cláudio Brotto
Ano 02
Número 06
Agosto de 2001
Tiragem: 3000 exemplares
Editorial
Estamos publicando, neste número do jornal, uma entrevista com o professor americano Chuck Ericksen. Ele fala
sobre as relações família-escola, nos EUA, algumas das quais podem ser adaptadas para o Brasil(Circuito
CEFETES, p. 02, N06, 2001).
Opinião
No último número do jornal um artigo do professor Tadeu Pissinati publicamos um artigo sobre o modelo de
avaliação. Também incentivamos os leitores a nos contatarem e dar opinião sobre o assunto. A professora Marize
Lyra Silva, da coordenadoria de informática, enviou-nos sua opinião: Na avaliação por competência, devemos
avaliar o Saber, o Saber Fazer e o Saber Ser. Para podermos avaliar estes três níveis de conhecimento, deveremos
utilizar todos os métodos possíveis de avaliação, cada um atendendo a um objetivo específico. Então o modelo de
avaliação deve ser um misto de trabalhos, participação em aula e prova(Marize Lyra Silva - Circuito CEFETES, p.
02, N06, 2001).
Entrevista
O professor de ciências Sociais, mestre em educação ambiental, Chuck Ericksen foi convidado para participar, no
Brasil, do primeiro seminário internacional sobre parcerias em Educação. Em visita ai Mec concedeu uma
entrevista ao jornal do MEC. –(MEC) Que tipo de carência sentem os jovens com os quais o senhor trabalha nos
EUA? -(Ericksen)São estudantes que não crêem na escola como uma forma de atingir o sucesso, porque a
sociedade não tem um lugar adequado para eles. –(MEC)Porque acontecem desajustes assim numa sociedade
como a americana? -(Ericksen)Muitos pais têm sentimentos em relação às escolas. Acabam transferindo para os
seus filhos essa mentalidade. –(MEC)É possível recuperar essas famílias quanto ao sentimento que têm pela
115
escola? -(Ericksen)Acredito que podemos amenizar esse sentimento de alienação, trabalhando na relação entre
jovens e a comunidade e entre os pais e a instituição para que comecem a entender a escola como algo bom. –
(MEC)E os alunos que têm problemas familiares graves, como desinteresse dos pais, abandono, eles podem
tornar-se violentos? -(Ericksen)Os jovens precisam sentir que pertencem a uma comunidade. –(MEC)Como é
trabalhado o ensino nas comunidades rurais norte-americanas? -(Ericksen)Nos EUA, tempos nos procurado
tornar as escolas das comunidades rurais em centros de revitalização da comunidade. As escolas passam a ser um
lugar onde o conhecimento e a cultura são compartilhados entre professores, pais e alunos e onde toda comunidade
pode ingressar(Circuito CEFETES, p. 04 e 05, N06, 2001).
Greve Aprovada em Assembléia
Em assembléia, na última sexta-feira, os servidores do Cefetes decidiram, por ampla maioria, pela greve por tempo
indeterminado, a partir da próxima quarta-feira, dia 22. A assembléia teve a participação de 103 servidores, dos
quais somente 5 votaram contra a greve. Participantes da assembléia manifestaram o interesse de que os
funcionários contratados também aderissem à greve, mas isso ainda não foi decidido(Circuito CEFETES, p. 07,
N06, 2001).
TV CEFETES
A tv cefetes está no ar de 19h30min às 24h, no canal 14 da NET, de acordo com o horário da tabela. Os demais
horários do canal universitário são preenchidos com a programação da UFES, da FAESA e da UVV. As fitas com
os programas podem solicitadas à coordenadoria de comunicação social(Circuito CEFETES, p. 07, N06, 2001).
Diretor do Cefetes Fala Sobre a Decisão dos Servidores
O diretor de cefetes, Jadir José Pela, em entrevista à comunicação social, afirmou que a greve do servidores é por
reposição salarial e por isso transcende a atuação da direção da escola: É uma situação lamentável para a imagem
da instituição, mas nós respeitamos a decisão dos servidores e vamos levar a greve da forma mais tranqüila
possível. Jadir considera prematura qualquer avaliação sobre as conseqüências da greve. Sé depois do fim da grve
poderemos avaliar as conseqüências e discutir como minimizá-las. O diretor afirmou que, como diretor do
CONCEFET, irá a Brasília, ainda esta semana, para tentar um canal de comunicação entre servidores e o
governo(Circuito CEFETES, p. 07, N06, 2001).
Programa Institucional de Qualidade
A solenidade de lançamento do programa institucional de qualidade, Piq, realizada no dia 21 de junho, contou com
a participação de vários diretores, gerentes e coordenadores do Cefetes. O coordenador do programa, Cláudio
Brotto, falou sobre a importância de se construir um programa em qualidade, de qualidade e para a qualidade, mas
com enfoque no ser humano. De acordo com Brotto, precisamos criar o endomarketing, dando enfoque aos
servidores, aos alunos e ao mercado. Serão feitas reuniões com diretores, gerentes e coordenadores, depois
reuniões com toda a comunidade e, finalmente, o treinamento e capacitação de todos. Durante a solenidade de
lançamento, o diretor geral do cefetes, prof. Jadir José Pela, falou sobre a importância de assumir o compromisso
com o programa. Para ele devemos acreditar no programa. A instituição é pública e deve servir ao público da
melhor forma possível. Na opinião do prof. Ricardo Paiva, gerente de ensino médio: Excelente! Não foi uma
reunião para impor um programa de qualidade. Foi uma reunião para sensibilizar, para cativar, mostrar o caminho
que devemos seguir(Circuito CEFETES, p. 08, N06, 2001).
Lançamento do Piq
Qual a importância do Piq aqui no Cefetes? Precisamos refletir sobre a necessidade de desenvolvermos um
programa para a qualidade. Não podemos implantar, precisamos educar. Educação é um processo de
desenvolvimento que se realiza entre a teoria e prática. Devemos desenvolver um programa de qualidade com a
seguinte base: não criação de super homens dirigentes; apropriação coletiva, através do compartilhamento, pensar,
falar, refletir, decidir, gerir, e exercer livre arbítrio como atributos da qualidade. Iniciamos com a sensibilização
dos diretores,gerentes e coordenadores das unidades do sistema cefetes. Em agosto realizaremos a sensibilização
de todos os servidores, alunos, fornecedores, pais e comunidade em geral. Logo em seguida, provavelmente a
116
partir de setembro, a capacitação par todos os voluntários. Feita a capacitação, iniciaremos o processo de autoavaliação(instrumento de pesquisa norteador para o programa federal de qualidade dos cefetes(Circuito CEFETES,
p. 08, N06, 2001).
Circuito CEFETES
Responsável: Professor Cláudio Brotto
Ano 03
Número 07
Fevereiro de 2002
Tiragem: 1000 exemplares
Editorial
Neste primeiro número de 2002 do jornal Circuito, estamos mostrando os planos e propostas de cada unidade para
o ano. Na matéria sobre as parcerias, mostramos o exemplo de duas empresas que estão firmando parceria com o
Cefetes para oferecer cursos(Circuito CEFETES, p. 02, N07, 2002).
Parcerias
O cefetes está iniciando projetos de parceria com duas novas áreas: Siderurgia e Mecânica. O primeiro será com a
Samarco e o segundo com a Petrobrás(Circuito CEFETES, p. 02, N07, 2002).
Samarco
De acordo com de relações empresariais, Aloísio Carnielli, o Cefetes apresentou um projeto à Samarco para a
criação de um curso técnico na área de siderurgia. Parte do curso será ministrada no Cefetes e parte na Samarco.
Os alunos serão funcionários da própria empresa e terão aulas duas vezes por semana, 8 horas por dia. O cefetes
fará a orientação pedagógica e a coordenação do curso. Metade do quadro de professores será do cefetes e a outra
metade será composta por funcionários da Samarco. A previsão é de que o contrato seja assinado ainda em
fevereiro e que o curso comece a funcionar em abril(Circuito CEFETES, p. 02, N07, 2002).
Petrobrás
Além da Siderurgia, o cefetes também está montando um projeto, em parceria com a Petrobrás de São Mateus,
para a criação de um curso técnico de Mecânica, naquele município. Carnielli afirmou que as empresas lideradas
pela Petrobrás estariam dando suporte de laboratórios, oficinas e pessoal para que se realize essa qualificação
técnica em São Mateus. O curso formará técnicos para atender às empresas que prestam seviço à Petrobrás.
Professores contratados pelas empresas e professores do Cefetes fariam a orientação pedagógica e a coordenação.
A primeira turma deve começar ainda este ano. O curso será gratuito e aberto ao público. Carnielli ressaltou que,
além do curso de Mecânica, também está sendo viabilizada a criação de uma escola comunitária em São Mateus.
Carnielli: Paralelo a este trabalho, está sendo feito um trabalho maior junto às prefeituras da região e os sindicatos
da Petrobrás, pensando em viabilizar uma escola técnica comunitária. Nós estamos empenhados juntamente com
os prefeitos da região, empresas e o Senador Ricardo Santos(Circuito CEFETES, p. 02, N07, 2002).
Projetos para a sede, em 2002
Em entrevista ao Circuito, o diretor da sede, Lodovico Ortlieb, falou sobre os projetos para 2002. As principais
mudanças serão na área física e atualização de equipamentos. Lodovico: Nós temos que promover algumas
adequações na nossa planta física, para que possamos atender à demanda de cursos que já temos em
funcionamento e também de outros mais recentes, como, por exemplo, o curso de Tecnologia em Metalurgia e
Materiais, o de Meio Ambiente e o de Química de Alimentos. Temos que promover adequações nos laboratórios,
espaço físico, sala de professores, reforma do banheiro dos alunos, além da compra de equipamentos de
informática. De acordo com Lodovico, essas ações são emergenciais, como também a substituição da rede
CEFETES. O nosso planejamento é que façamos isso utilizando recursos da emenda parlamentar(Circuito
CEFETES, p. 03, N07, 2002).
117
Cafetes Recebe Equipamentos
O cefetes recebeu equipamentos de ensino e pesquisa com tecnologia de ponta, sem similar nacional, definidos no
projeto de modernização de laboratórios de educação profissional, assinado entre o ministro da educação, MEC, e
o banco Húngaro de exportação e importação, Exibank, em março de 2000. (...) Já foi recebida a primeira parte
dos equipamentos destinados ao Cefetes, que consiste em uma planta didática para estudos de aclimatação e ar
condicionado, um módulo de treinamento em CLP e microscópios de projeção para laboratório de microbiologia.
A segunda parte deverá ser entregue até o final do ano. Haverá um treinamento para o uso dos equipamentos e a
partir daí eles começarão a ser utilizados pelos cursos de Mecânica e Meio Ambiente. Lodovico afirmou ainda
que o projeto do MEC e do Banco Húngaro foi reativado em 2001 e que já foram pedidos equipamentos nas áreas
de Automação Industrial e Mecânica, que devem no ano que vem. Além do Cefetes, outras 15 instituições estão
recebendo equipamentos, no valor de 4,8 milhões de dólares. Projeto – O objetivo do projeto é possibilitar um
salto de qualidade no ensino profissionalizante brasileiro, que o Ministério da Educação vem desenvolvendo desde
1997. Os recursos desse projeto serão investidos até 2003. Nesse período, serão modernizados cerca de 100
centros públicos federais e estaduais de Educação Profissional(Circuito CEFETES, p. 03, N07, 2002).
O que você acha que não deu certo em 2001 e que você mudaria em 2002?
Didimo Fernandes de Oliveira (Vigilante)
O ano de 2001 para mim, como para todos os novos colegas aqui do Cefetes, não foi bom porque nós ficamos sem
aumento. O preço de tudo aumentou, só o nosso salário não aumento. Para 2002, eu mudaria o presidente. Eu
tenho certeza que se o presidente fosse o Lula, ele acertaria isso(Circuito CEFETES, p. 05, N07, 2002).
Cristiana Tenan Schlittler dos Santos (Coordenadorado Curso de Mestrado)
Sobre o Cefetes, eu acho que estamos progredindo e uma coisa que tem contribuído muito é a prestação de
serviços que fazemos. Os laboratórios da Metalurgia já melhoraram muito. A única via que as instituições
públicas estão encontrando para sobreviver é contar com as parcerias com empresas. Na USP, por exemplo, eles
já fazem isso há muito tempo, mas lá é de outra forma, eles fazem pesquisa. O governo não libera a verba
necessária para a Universidade sobreviver, então eles sobrevivem com a pesquisa. Aqui no Cefetes, a gente não
tem o costume de fazer pesquisa como se faz numa universidade, então nós trabalhamos com a prestação de
serviços. Apesarde a gente ter que vender um serviço, a prestação de serviços melhorou muito as condições dos
laboratórios e, por conseqüência, a qualidade das aulas(Circuito CEFETES, p. 05, N07, 2002).
Ampliação dos Cursos
A primeira turma do curso de Segurança do Trabalho começa a estudar este ano, na Uned Colatina. O curso
começa a ser oferecido em 2002 e faz parte de um projeto da Uned para ampliar a oferta de cursos no norte do
estado. De acordo como diretor da Unidade, José Maria de Souza, a criação desse curso é uma reivindicação antiga
da comunidade: “Esse curso é um projeto antigo. Nós fizemos um convênio e oferecemos o curso em parceria
com empresas para ver a viabilidade. Agora ele está sendo implantado como curso regular”. Além desse, também
está sendo elaborado um projeto para oferecer o curso de Vestuário, a partir de 2003, que a Uned já oferece em
parceria com o Sinvesco, Sindicato das Indústrias de Vestuário de Colatina, e com o Senai, desde 2000. De acordo
com José Maria, também está sendo discutida a criação de um acordo com José Maria, também está sendo
discutida a criação de um curso na área de design de móveis. “O norte tem uma deficiência de técnicos na área de
design. Este ano, vamos começara discussão desse curso, pois a Uned Colatina precisa atender à demanda”. A
Uned Colatina atende a 15 municípios do Norte, além de dois de Minas Gerais, Aymorés e Mutum. “Nós temos 5
laboratórios para o curso de informática e um laboratório para o Ensino Médio e a Construção Civil. A última
atualização deles foi em 1997. De lá para cá, só conseguimos reformar um laboratório por ano: o laboratório que
estivesse mais danificado era substituído.” (Circuito CEFETES, p. 06, N07, 2002)
Uned Colatina
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A Uned tem uma média de 670 alunos e 85 funcionários. São oferecidos o Ensino Médio, curso de Construção
Civil, Informática e o de Segurança do Trabalho, que está estreando este ano. De acordo com o diretor, a Escola
sofre desde 1996 com a falta de professores e funcionários. “Desde a fundação temos aqui alguns professores de
Vitória ficam alguns anos, mas depois se cansam de morarem Colatina e vão embora. Isso gera um déficit, já que
não fazemos concursos desde 1996. Em 96, tínhamos 52 professores efetivos; hoje, temos 31 efetivos e 19
substitutos. Para resolver esse problema, a única solução é fazer concurso público.” (Circuito CEFETES, p. 06,
N07, 2002).
Uned :Serra
A Unidade de Ensino Descentralizada da Serra oferece dois cursos de nível técnico: Informática e Automação
Industrial, para cerca de 380 alunos. No início de 2001, foi oferecido curso de Telecomunicações, através de uma
parceria com as empresas DAlinke Vitelco, que prestam serviços para a Telemar. Infelizmente, devido a
dificuldades das empresas, o curso não pôde continuar, pois essas empresas é que forneciam professores para
ministrar as aulas. De acordo com Ademar, o objetivo era começar o curso em 2001com professores substitutos e
depois realizar concurso público para contratações de professores efetivos, mas, como não houve concurso em
2001, o curso teve que ser paralisado. Existe uma proposta para que parte da verba de emenda parlamentar, no
valor de 4 milhões e meio, seja utilizada na compra de equipamentos e montagem de salas de vídeo-conferência
para a implantação do ensino a distância. (Circuito CEFETES, p. 03, N07, 2002)
Projetos de Informática
No dia 12 de dezembro de 2001, os alunos de informática das disciplinas de Projeto Integrador, módulos 1 e 2, e
também os de Redes e interconectividade, do módulo 3, apresentaram os trabalhos de conclusão. A disciplina
Projeto Integrador pretende desenvolver nos alunos o espírito do empreendedorismo, além dos conhecimentos
básicos do curso. Os alunos do módulo 1 desenvolveram vários projetos para a informação de empresas reais que
atuam no estado. Eles estudaram a empresa, conheceram suas necessidades e procuraram um software, já
existente, que atendesse aos objetivos esperados. A partir daí, fizeram uma pesquisa sobre a melhor forma de
inserir a informática no ambiente da empresa. Nesse módulo, eles ainda não desenvolvem software, isso acontece
no módulo 3, estudam redes, como conectar computadores em rede, interligando, assim, as áreas de uma empresa
e/ou suas filiais(Circuito CEFETES, p. 07, N07, 2002).
Circuito CEFETES
Responsável: Maria Paula Delmaestro
Ano 03
Número 08
Abril de 2002
Tiragem: 1000 exemplares
Editorial
Cuidados, as vezes simples, podem evitar o corte de centenas de árvores, como nos mostrou a exposição sobre
Coleta Seletiva,realizada pelos alunos de Centro de Tecnologia em Saneamento Ambiental. Neste número de
Jornal, você também poderá ler sobre os trabalhos que os alunos das turmas V-1, V-3, V-6 e V-7 apresentaram
sobre temas ecológicos. Confira também as matérias sobre o aniversário da Uned Colatina, o Seminário de
Integração e sobre o evento de Sensibilização realizado pelo Piq. Programa Institucional da Qualidade(Circuito
CEFETES, p. 02, N08, 2002).
Parceria com a Samarco
No último dia 2 de abril, aconteceu o lançamento do Curso Técnico em Metalurgia, com ênfase em pelotização,
uma parceria do Cefetes com a Samarco, selecionados entre 101 inscritos. As aulas serão ministradas duas vezes
por semana, 8 horas por dia. Uma parte será dada no Cefetes e outra parte, na própria Samarco. O curso, que
começou no dia 5 de abril, terá duração de 2 anos. De acordo com o diretor de Relações Empresariais do Cefetes,
119
Aloísio Carnielli, o convênio com a Samarco é o primeiro passo no trabalho de aproximação com as empresas.
“Esse foi o primeiroconvênio para curso técnico, que firmamos com uma empresa. Pra nós, isso é uma experiência
nova e está sendo muito interessante, porque estamos tendo uma aproximação do Cefetes com a Samarco. Além
dessa aproximação, os nossos professores estão tendo a chance de conhecer a realidade da disciplina ministrada
por eles e os professores da Samarco estão tendo um acompanhamento pedagógico. Estamos apostando muito
nesse projeto. Esperamos trocar tecnologias e que o projeto seja o primeiro de muitos.” (Circuito CEFETES, p.
02, N08, 2002).
I Seminário de Integração Escola –Empresas - Organizações Governamentais e Não Governamentais
O I Seminário de Integração Escola-Empresa-Organizações Governamentais e Não Governamentais foi realizado
no último dia 26 de março, no Cefetes. O evento contou com a participação de instituição e empresas, como
CIEE-ES, Companhia Siderúrgica de Tubarão, Crea, Fundação Educacional Hildo Garcia, Senai, Sintrafarma,
Sociedade Espírito-Santense de Engenharia, entre outras. O diretor geral, Jadir José Pela, falou sobre a
necessidade do Cefetes integrar-se com o setor produtivo e também com a comunidade. Ele ressaltou a
importância e a necessidade de saber identificar as demandas do setor produtivo, como única forma do Cefetes
continuar atualizado em relação às necessidades do mercado e assim oferecer cursos que realmente qualificam os
profissionais formados pela Instituição. O seminário contou com uma palestra do gerente de Educação
Profissional de Nível Técnico e Tecnológico, Fábio Almeida Co, que falou sobre a Reforma da Educação
Profissional. O seminário foi promovido pela Diretoria de Relações Empresariais e Comunitárias, com o objetivo
de incentivara atuação das empresas na elaboração, divulgar a reforma da educação profissional e também os
cursos oferecidos pela Instituição. De acordo com o diretor de Relações Empresariais do Cefetes, Aloísio
Carnielli, o seminário foi muito positivo por dois pontos fundamentais. “Um ponto é que nós estamos iniciando
um relacionamento com o setor produtivo. Isso é muito bom, até por uma questão orçamentária. Precisamos ter
uma integração maior com as empresas para buscar parcerias no setor financeiro, mesmo. O outro ponto, que eu
acredito ser o mais importante, é que precisamos saber a real situação das empresas do mercado, para podermos
montar os currículos dos nossos cursos de acordo com a necessidade. “Se estivermos afinados com as necessidades
das empresas, teremos condições de mexer nos currículos dos cursos, adequando-as à realidade que o mercado
precisa.”(Circuito CEFETES, p. 03, N08, 2002).
Exposição: Coleta Seletiva
A exposição mostrou o funcionamento de um aterro sanitário, fotos de uma usina de lixo, objetos encontrados no
lixo, que estão expostos no museu do lixo, e objetos feitos por um artista plástico, utilizando materiais reciclados.
De acordo com a aluna do Curso de Tecnologia em Saneamento Ambiental, Viviane Coutinho Meneguzzi, o
objetivo da exposição foi conscientizar os alunos e funcionários do Cefets sobre a importância de separar o lixo
corretamente. Fomos visitar o aterro sanitário, a usina de lixo e buscamos patrocínio das empresas Marca
Produtos e Serviços Ltda, Colect Vitória e também da Prefeitura de Vitória para que fosse possível realizar a
exposição(Circuito CEFETES, p. 05, N08, 2002).
Aniversário de Colatina
No dia 13 de março de 2002, foram comemorados os 9 anos da Uned Colativa. A data foi festejada com uma
gigantesca, organizada pelos alunos. A animação da festa foi garantida pelas provas de arrecadação de alimentos e
roupas, desfiles do cafona, entre outros. O evento também contou com a presença do diretor geral, Jadir José Pela,
que parabenizou a Uned pelo aniversário. O professor Celso José Salomão fez uma exposição da história da Uned
desde a sua fundação e o professor Alaércio Tadeu Bartollo escreveu um texto em homenagem ao aniversário da
Uned(Circuito CEFETES, p. 06, N08, 2002).
Sensibilização do PIQ, um sucesso
Nos dias 18, 19 e 20 de março, foram realizadas palestras de sensibilização dos servidores da Sede, Uned Colatina
e Uned Serra, respectivamente. De acordo com o Coordenador do Núcleo Institucional da Qualidade, Prof.
Cláudio Brotto, “Agora é hora de realizarmos o curso de capacitação para o programa da Qualidade Excelência na
Gestão Pública,que será ministrado pelo Núcleo Regional da Qualidade no ES (Circuito CEFETES, p. 08, N08,
2002).
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Circuito CEFETES
Responsável: Maria Paula Delmaestro
Ano 03
Número 09
Julho de 2002
Tiragem: 1500 exemplares
Editorial
O tema principal do Circuito, neste mês, é a capacitação. O ato de capacitar, de acordo com o dicionário Houaiss,
significa habilitar, tornar apto, preparar ou tornar capaz. Mas o que o termo capacitação significa para uma
Instituição de Ensino que tem como missão máxima educar? Não seria a educação também uma forma de
capacitação? Os alunos não estão sendo capacitados a cada dia, para enfrentar o mundo lá fora? Nesse contexto,
qual o papel dos profissionais que atual numa Instituição de ensino? Seja qual for a função desse profissional, uma
condição básica para contribuir com o processo de aprendizagem é estar em permanente processo de capacitação.
Desde a criação do mundo até o século XIX, a grande descoberta científica da humanidade foi a roda. De 1800
para os dias de hoje, a humanidade conheceu a propulsão a vapor, a energia elétrica, o telégrafo, o telefone, o rádio,
a televisão, o satélite artificial, as naves espaciais, o computador, o telefone celular, etc. Hoje, todo o
conhecimento mundial dobra a cada três anos. É meio assustador imaginar que tudo o que sabemos hoje estará
desatualizado em tão pouco tempo. Nesse cenário, a única forma de continuar atualizado em relação ao mundo é
capacitando-se. (Circuito CEFETES, p. 02, N09, 2002).
Semana Tecnológica
A III Semana Tecnológica, de 25 a 27 de junho, acontece paralela ao II SETEC, Seminário dos Técnicos da Área
de Engenharia. A abertura oficial do evento está marcada para o dia 24, às 19 horas, e às 19h 30min haverá uma
palestra sobre desenvolvimento Sustentável. A maioria dos inscritos foram alunos daUned Serra. Isso é uma
tendência? “Eu diria que as unidades menores se envolvem mais do que a unidade mãe. Aqui na nossa unidade
tivemos o problema da greve, que na Serra não teve, mas o principal motivo é que a Uned Serra tem uma
característica diferente. Aquela unidade foi montada totalmente dentro da Reforma da Educação Profissional.
Então, os cursos dão ênfase aos projetos de final de curso. Os alunos já trabalham com projetos no cotidiano, já
que no final dos módulos eles têm que apresentar os trabalhos. Aqui, em Vitória, nós ainda vamos chegar nesse
ponto, mas levará algum tempo. No caso da Serra, isso é uma característica natural que surgiu no primeiro
momento.” (Circuito CEFETES, p. 02, N09, 2002).
Qual a importância da capacitação?
Em entrevista para este jornal, o professor cubano Javier Feria Zaldiva, do Instituto Superior Pedagógico para
Educação Técnica e Profissional, de Cuba, que lecionou para os alunos do curso de Mestrado. A capacitação é
indispensável e fundamental, pois o conhecimento avança com muita velocidade e o volume das informações é
muito grande, então devemos estar sempre planejando as estratégias de capacitação. Eu diria que a pedra angular
de um plano de capacitação está em saber conciliar as necessidades das pessoas e a instituição com o conteúdo da
capacitação. A capacitação deve ser construída dentro de uma concepção intelectual e, na minha opinião, o
Cefetes já está em condições de avançar muito. Estou convencido de que, em poucos anos, este Centro passará
por uma transformação radical, mas ela não pode ser brusca e sim progressiva, planificada e planejada. Eu
acredito que as idéias não se modificam de um dia para outro. E, nesse sentido, o principal elemento para que a
mudança se produza em uma instituição está no homem, está na mente das pessoas. (Circuito CEFETES, p. 04,05,
N09, 2002).
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Capacitação
O diretor geral e o diretor de ensino falam sobre a capacitação no Cefetes
Hoje, existem 15 servidores do Cefetes afastados para Mestrado ou Doutorado, 58 participando do Curso de
Mestrado Institucional em parceria com a ISPETP, e outros profissionais que não se afastaram da Instituição para
concluir seus cursos. De acordo com o diretor geral do Cefetes, Jadir José Pela, a capacitação é o principal motivo
do sucesso da Instituição. “Cada administração é lembrada por uma realização ou algo que a destacou, nossa
administração gostaria de ser lembrada pelo investimento em capacitação. Estamos em um processo de mudança e
a capacitação é fundamental. Nós aumentamos a oferta de vagas, temos três unidades (Serra, Colatina e
Cachoeiro), além da Sede, temos a possibilidade de oferecer cursos superiores de tecnologia, licenciatura, mas isso
tudo só é possível porque estamos investindo na capacitação dos nossos servidores. E o nosso objetivo é esse:
capacitar o maior número possível de pessoas. Pretendemos viabilizar condições para que os nossos servidores
técnico-administrativos, que ainda não possuem o Ensino Médio, ingressem no curso de Ensino Médio para
Trabalhadores, e posteriormente possam ingressar num curso técnico ou superior. Uma prioridade da nossa
administração é a capacitação e para isso estamos investindo muito alto. O curso de Mestrado é um exemplo
disso. Acreditamos na capacitação como condição básica para continuar atualizados em relação ao mundo
moderno e também como forma de trabalhar o ser humano e aumentar a auto-estima dos nossos servidores. O
diretor de ensino, Denio Rabello Arantes, falou sobre os cursos de capacitação do Cefetes: o que temos feito é
utilizar as verbas provenientes da prestação de serviços e as do processo seletivo para fazer a capacitação. Isso é
um grande investimento. O mestrado, por exemplo, custará em torno de meio milhão de reais. O que define um
Cefet, o que o diferencia de uma escola técnica são os cursos superiores. E não é possível ministrar cursos
superiores sem ter um corpo de professores com mestrado ou doutorado. Então, com o Mestrado, teremos
condições de oferecer outros cursos superiores, em particular a Formação de Professores. Naturalmente,
continuaremos buscando condições para que ocorram capacitações, tanto no aspecto de busca de verbas – estamos
solicitando R$ 300 000,00 da emenda orçamentária – quanto na divulgação de sua importÂncia para os servidores
e para o Cefetes. (Circuito CEFETES, p. 06, N09, 2002).
Oficinas para cidadania
O Cefetes realizou, de 16 a 21 de maio, oficinas de cursos básicos, em parceria com a Aces, Ação Comunitária do
Espírito Santo. Foram oferecidos cursos básicos de Informática, Qualidade de Vida, Artes, Internet no Trabalho e
Relações Familiares. Cerca de 70 pessoas de comunidades carentes, moradores do Morro do Romão, Morro do
Forte, Morro do Cruzamento e Ilha de Santa Maria forma beneficiados pelos cursos. De acordo com o gerente de
educação Profissional de Nível Básico, Altair Luiz Peterle, a avaliação das oficinas foi positiva. “Acreditamos que
esse é um dos papéis do Cefetes: fazer a ligação com a comunidade, não só nas férias, mas durante todo o ano.
Aproveito para agradecer a todos os servidores que colaboraram com a realização das oficinas. Estamos
articulando com a Aces a criação de outros cursos, principalmente na área de educação física(Circuito CEFETES,
p. 08, N09, 2002).
Circuito CEFETES
Responsável: Maria Paula Delmaestro
Ano 03
Número 10
Outubro de 2002
Tiragem: 1500 exemplares
Editorial
Nesta edição do Circuito, o diretor geral, Jadir José Pela, fala sobre sua gestão no Concefetes, as principais
realizações e os benefícios trazidos para o Cefetes. Podemos conferir também um pouco das comemorações do
aniversário de 93 anos do Cefetes(Circuito CEFETES, p. 03, N10, 2002).
Aniversário do CEFETES - História
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Há 93 anos, no dia 23 de setembro de 1909, era criado o Cefetes, naquela época denominado Escola de
Aprendizes Artífices do espírito Santo, como objetivo de formar artesãos voltados pra o trabalho manual. Ao
longo dos anos, o cefetes passou por várias transformações, em 1937 passou a formar profissionais voltados para a
produção em série, porém ainda com características artesanais. Em 1942 foi inaugurado o prédio onde funciona
hoje, oferecendo cursos de Artes de Couro, Alfaiataria, Marcenaria, Serralheria, Mecânica de Máquinas,
Tipografia e Encadernação. Em 1965 passou a chamar-se Escola Técnica Federal do Espírito Santo, ETFES, com
o objetivo de atender às exigências que a sociedade Industrial e tecnológica estabelecia. Em 1999 passou a ser um
Centro Federal de Educação Tecnológica, oferecendo um número maior de opções de cursos: Ensino Médio,
Técnico, Superior Tecnológico e cursos extraordinários(em parcerias com as empresas privadas) (Circuito
CEFETES, p. 03, N10, 2002).
Entrevista - O Diretor geral do Cefetes, Jadir José Pela, encerrou em agosto sua gestão como presidente do
Concefetes, cargo que exerceu durante dois anos. Nesta entrevista, ele conta como foi a gestão e os planos para o
Cefetes, agora que terá mais tempo para dedicar-se à instituição. O Concefetes, conselho de dirigentes dos
Centros Federais de Educação tecnológica, entidade que os diretores gerais dos cefets de todo Brasil, tem como
novo presidente o diretor do Cefet Amazonas, Raimundo Vicente Jimenez(Circuito CEFETES, p. 04, N10, 2002).
-(Circuito)Quais foram as principais realizações do concefet da sua gestão? -(Jadir)Nesses dois anos, podemos
destacar algumas questões que se definiram de forma positiva: 1) a questão orçamentária. Foi um ponto de
discussão em, praticamente, todas reuniões. O resultado é que hoje temos uma regra definida para distribuição de
recursos entre todas as instituições: cefets, escolas técnicas e agrotécnicas. Nesta questão, ainda vamos avançar,
especialmente quanto à possibilidade de realizarmos auditoria, em nível de conselho e de ministério da educação.
O modelo que adotamos permite o cruzamento de dados do sistema acadêmico com os do Inep, órgão responsável
pelo censo da educação profissional. Isso é importante, tendo em vista que o número de vagas oferecidas pelas
instituições é definido na distribuição dos recursos orçamentários. 2)outro tema bastante trabalhado foi a questão
do concurso público. Há mais de um ano que estamos elaborando documentos, solicitações e manifestos em
relação a entrada de novos servidores nos cefets. Felizmente, antes de nossa saída, conseguimos vagas para 500
novos professores para a rede. O cefetes poderá contratar 30 novos professores, o que é um grande avanço,
embora esse quantitativo ainda seja pequeno diante da nossa real demanda. Era pretensão do concefet a
contratação de 1000 novos professores. Isso significa que o conselho continuará negociando com o novo governo
a entrada de outros 500 professores, bem como de novos servidores técnicos administrativos. 3)Mais um avanço
importante foi a implantação da Gid, gratificação de incentivo `a docência, que foi fruto de uma batalha muito
grande, principalmente nos momentos de greve. Tivemos a oportunidade de representar o conselho e participar
das negociações em dois períodos de greve, em 2000 e em 2001. Nós conseguimos trabalhar junto com o
sindicato sem conflitar com o governo, pois nossa função não era criar atritos, e sim buscar meios para que os
servidores retornassem às atividades com um mínimo aceitável de satisfação. Isso foi um exercício de diplomacia:
de um lado, o governo cobrando porque tínhamos nossas responsabilidades como gestores e, do outro lado o
sindicato defendendo as causas dos servidores, sendo que cada um de nós, diretores, era primeiramente um
servidor. Foi uma aprendizagem muito interessante pela qual eu acho todo mundo deveria passar. 4)discutimos
também a questão do ensino, da reforma da Educação. Hoje, quem está fazendo a reforma são os cefets. Esse é
um momento rico de mudança institucional, com pontos positivos e negativos, que está proporcionando
crescimento rápido das nossas instituições. Hoje temos uma rede estruturada, temos condições de cooperar uns
com os outros. Há um intercâmbio de informações entre o cefets. Isso é um grande avanço. 5)Procuramos
também, nesses dois anos, melhorar condições de trabalho dos servidores. Discutimos questões como a criação de
um plano de saúde para s servidores, entre outros benefícios. São questões que ainda continuam em pauta com a
nova gestão do concefet -(Circuito)Que benefícios a sua gestão no concefet trouxe ao cefetes? -(Jadir)(...) A
emenda parlamentar da bancada federal capixaba que nós conseguimos e que garantiu ao cefetes uma verba extra
para a implementação de melhorias em sua estrutura física é uma dessas vitórias. Adquirimos experiências que
nos permitem hoje perceber o momento favorável de apresentar uma proposta, de elabora um projeto.
Aprendemos a ter a noção de tempo. Um outro ganho que tivemos também foi a nossa adesão ao Proep, programa
de expansão de educação profissional. A implantação das Uneds de Serra e de Cachoeiro do itapemirim é fruto
dessa aproximação com o ministro da educação e com a bancada federal capixaba. Em nossa avaliação, o cefetes
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foi muito beneficiado durante nossa gestão no concefet. A assinatura de convênios e a proximidade com a
SEMTEC e com o MEC tem nos dado condições de enfrentarmos as dificuldades financeiras surgidas nos últimos
tempos(Circuito CEFETES, p. 04 e 05, N10, 2002).
Depoimentos de diretores – Em entrevista ao Circuito, alguns diretores do cefets falaram sobre a gestão do
professor Jadir, na presidência do concefet.
Um dos mais importantes avanços, nos últimos dois anos, foi o fortalecimento e a unidade do conselho. O
concefet tornou-se mais autônomo e mais forte politicamente. Conseguiu aumentar o bolo do orçamento da rede
em dois anos seguidos(2002/2003), além de conseguir uma emenda da comissão de educação do senado no valor
de 15 milhões. Ampliou articulação com os demais conselhos e outros segmentos sociais. Contribuiu,
sobremaneira, com a implantação da reforma da educação profissional(Raimundo Vicente Jimenes /drietor deo
cefet Amazonas e atual presidente do concefet - Circuito CEFETES, p. 06, N10, 2002). Na gestão do professor
Jadir no concefet, podemos dizer que o ilustre companheiro de trabalho fez um trabalho digno de louvor. Nesta
linha podemos destacar: Afirmação do conselho como órgão representativo dos Cefets e Escolas Técnicas
Federais; aumento do bolo orçamentário por dois anos; o último para 2003, num percentual bastante
representativo; Fortalecimento das câmaras do concefet; aprovação da emenda de 15 milhões, em 2002, além de
outras; cefetização das Escolas.(...) As principais realizações e avanços foram a cefetização das escolas técnicas e
o aumento do bolo orçamentário. Os desafios que ainda temos que enfrentar são: Transformações dos Cefets em
universidades tecnológicas; superação da falta de recursos humanos nas escolas; adaptação de estrutura
organizacional dos cefets para atender à nova realidade; aumento do bolo orçamentário; construção da identidade
da rede de educação tecnológica(Rita Martins de Cássia / Cefet Piauí - Circuito CEFETES, p. 06, N10, 2002).
Incubadora de projetos
O cefetes está implantado um hotel de projetos, modalidade mais simples de incubadora de empresas, na Uned
Serra. A idéia de criar a incubadora surgiu quando o Mec e o Sebrae firmaram parceria para o desenvolvimento de
programa técnico empreendedor, que tinha o objetivo de implantar incubadoras de empresas, através da destinação
de recursos técnicos e financeiros(R$ 20 000) às instituições federais de educação tecnológica. Cada instituição
interessada deveria apresentar um projeto de viabilidade técnica e econômica que contribuísse para a geração de
emprego e renda. Alguns profissionais do cefetes animaram-se com a idéia e apresentaram uma proposta para a
criação do hotel de projetos. A proposta foi aprovada e a assinatura do convênio ocorreu no dia 8 de agosto. De
acordo com Marize Passos, Coordenadora do empreendimento, 20% do dinheiro liberado pelo MEC será investido
em equipamentos e estrutura física e os outros 80% em consultoria e treinamento. Na próxima etapa, o Cefetes
deverá elaborar um Plano de negócios, para que a incubadora possa começar a funcionar. – Qual o objetivo de
montar uma incubadora de empresas aqui no Cefetes? – O objetivo é apoiar o Empreendedorismo e o avanço
tecnológico, um dos valores do Cefetes. – Como funciona uma incubadora? – Uma incubadora proporciona
estrutura de apoio às empresas, como espaço físico, equipamentos, acesso a laboratórios, apoio gerencial e de
comunicação, consultorias, cursos de capacitação e treinamento gerencial. Os incubados pagam um percentual
mensal para ajudar a manter a estrutura física, mas esse valor é baixo, pois os equipamentos e estrutura física são
compartilhados com todas as empresas incubadas. Ao final de um certo período, que varia dependendo da
incubadora, as empresas incubadas, as empresas incubadas saem para o mercado. No caso do Hotel de Projetos,
que é o modelo que irá funcionar no Cefetes, nós não iremos incubar empresas e sim projetos. São idéias que
ainda não geram renda e dessa forma é mais difícil dividir os custos operacionais. Para a incubadora ser
sustentável financeiramente terá que ter o apoio de parceiros ou conseguir recursos através de serviços que possam
ser gerados pela incubadora, como cursos de empreendedorismo. No nosso caso, esses recursos virão através dos
parceiros, mas por enquanto ainda não temos parceiro disposto a investir financeiramente. Só temos em vista o
dinheiro do convênio com o MEC. Para conseguirmos os parceiros precisamos do projeto pronto. Sem ele fica
difícil pedir investimentos às empresas, pois ainda não sabemos o que será feito, nem quanto irá custar. Quando
tivermos o projeto, a estrutura montada e um conselho, será mais fácil, pois os investimentos terão mais confiança
para investir. Nós vamos procurar os programas e instituições que apóiam incubadoras, côo o Programa Nacional
de Apoio à Incubadora, o CNPQ, onde poderemos conseguir bolsas para os projetos incubados, o Projeto Genevix,
que fornece equipamentos e bolsas de apoio. – O que está sendo feito atualmente? – Nós estamos efetuando as
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obras d estrutura física, definindo as regras de funcionamento do Hotel de Projetos e as regras de admissão para
os incubados. Só depois dessa fase é que poderemos buscar os parceiros(Circuito CEFETES, p. 8, N10, 2002).
Circuito CEFETES
Responsável: Maria Paula Delmaestro
Ano 03
Número 11
Novembro/Dezembro de 2002
Tiragem: 1500 exemplares
Qualidade
O Cefetes tem demonstrado, através de suas ações educativas, administrativas e sociais, que deseja sempre a busca
pela qualidade. O professo Jadir Pela, um dos criadores da UBQ/ES – União Brasileira para Qualidade, tem que
se dedicado na busca permanente por qualidade, e foi através de seu empenho direto que servidores e alunos do
Cefetes puderam participar gratuitamente do XII Congresso Brasileiro de Qualidade e Produtividade(Circuito
CEFETES, p. 2, N11, 2002).
Inauguração da Uned Serra
As comemorações da inauguração da Uned Serra começaram um dia antes da data marcada. Iniciaram dia 7, com
uma apresentação da Orquestra Pop Jazz, realizada no dia 8, contou com a presença do secretário de Educação
Média e Tecnológica, Raul David do Valle Júnior; do deputado federal, João Miguel Feu Rosa; do reitor da Ufes,
José Weber Freire Macedo; do subsecretário de educação da Prefeitura da Serra, Audifax Charles Pimentel
Barcelos, além de outras autoridades, funcionários do Cefetes e alunos. O Coral Cefeticanto cantou o Hino
Nacional e a Marcha Eteviana, acompanhados pelo maestro ;Célio de Paula e o tecladista Alexandre. Em seu
discurso, o secretário Raul do Valle ressaltou o avanço que a Educação Profissional teve nos últimos anos. “Um
grande salto foi dado na educação profissional. Para se ter uma idéia, de 1909 – época em que teve início a
educação profissional – até 1997, 137 escolas foram construídas. De 1998, ano de lançamento do Proep, Programa
de Expansão da Educação Profissional, até hoje foram assinados 333 convênios para a expansão de escolas antigas
e construção do novas. O Proep é que possibilitou que fosses investidos cerca de dois milhões de reais na Uned
Serra, permitindo assim o seu funcionamento. Mas esses recursos e os esforços do Ministério da Educação não
teriam adiantado nada se não fosse o trabalho dos profissionais de cada Instituição, dispostos a transformar o
sonho em realidade.” Também no dia 8, às 15 horas, foi realizada outra solenidade, desta vez na Universidade
Sede. O secretário de Educação Média e Tecnológica, Raul David do Valle Júnior, presidiu a inauguração do
Canteiro de Obras da Construção Civil(Circuito CEFETES, p. 3, N11, 2002).
Saiba mais
A Construção
O projeto de construção da Uned Serra foi elaborado em 1986/87, sendo que as obras começaram em 1994 e
terminaram em fevereiro de 2000. Os recursos foram repassados pela União, através de um convênio entre a
Secretaria de Educação Média e Tecnológica e a Prefeitura Municipal da Serra, ficando a cargo da prefeitura a
construção da unidade de ensino.
A Implantação
A Unidade de Ensino Descentralizada da Serra, Uned Serra, foi implantada com recursos do Programa de
Expansão Profissional, Proep, recebendo recursos no valor de 2 milhões e vinte e um mil reais. Esses recursos
foram investidos na compra de equipamentos, móveis, rede de comunicação de dados, livros, entre outros. A
Uned Serra iniciou suas atividades acadêmicas em 12 de março de 2001, oferecendo os Cursos Técnicos de
Informática e de Automação Industrial. Os cursos têm a duração de dois anos, divididos em 4 módulos. A escola
tem hoje 650 alunos matriculados e capacidade para atender 1200. Com uma área física construída de 7 mil
metros quadrados, a Uned Serra conta com nove laboratórios de informática e oito de automação industrial. Os
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alunos contam também com biblioteca, auditório, salas multimídia, refeitório, área de vivência, além de um
amplo estacionamento(Circuito CEFETES, p. 3, N11, 2002).
Retrospectiva 2002
Janeiro
Congresso Nacional aprova a liberação de recursos no valor de 4,5 milhões, para o Cefetes. O diretor geral, Jadir
José Pela, explicou que a prioridade no investimento dos recursos é para os Técnicos, com maior número de
alunos, para os cursos Superiores de Tecnologia e os de Formação de Professores(Circuito CEFETES, p. 4, N11,
2002). Parceria com a Samarco: Cefetes apresentam projeto à Samarco para a criação de um Curso Técnico na
área de Siderurgia. De acordo com a proposta, os alunos seriam funcionários da própria empresa. A previsão é de
que o contrato seja assinado em fevereiro e que o curso comece a funcionar em abril. Petrobrás: Projeto de
parceria entre o Cefetes e a Petrobrás estuda a montagem de um Curso Técnico de Mecânica, em São Mateus. O
curso formaria técnicos para atender às empresas que prestam serviços a Petrobrás. A primeira turma deve
começar este ano(Circuito CEFETES, p. 4, N11, 2002).
Março
Piq realiza evento de sensibilização – o programa institucional da qualidade realiza eventos de sensibilização nas
três unidades do cefetes. Dia 18 (sede), dia 19(Colatina) e dia 20(Serra). Aniversário da Uned de Colatina: a uned
de Colatina comemora seu 9º aniversário. A data foi festejada com uma gincana, organizada pelos alunos. O
professor Celso José Salomão fez uma apresentação da história da Uned desde a sua fundação. Seminário integra
o Cefetes com empresas e comunidade: cefetes realiza I seminário de integração escola-empresa-organizações
governamentais e não governamentais. O evento, promovido pela diretoria de relações empresariais e
comunitárias, teve como objetivo incentivar a atuação das empresas na elaboração dos currículos dos cursos
oferecidos pelo cefetes, divulgar a reforma da educação profissional e também os cursos oferecidos pela
instituição. Cursos de metalurgia: foi lançado o curso de Metalurgia, com ênfase em pelotização, uma parceria do
cefetes com a samarco. Os alunos são 20 funcionários da Samarco e o curso terá a duração de dois anos. O diretor
de relações empresariais do cefetes, Aloísio Carnielli, salientou que o convênio com a samarco é o primeiro passo
no trabalho de aproximação com as empresas(Circuito CEFETES, p. 04 e 05, N11, 2002).
Maio
Cefetes Social: oficinas para cidadania – O cefetes realiza oficinas de cursos básicos em parceria com a Aces, ação
comunitária do Espírito Santo. Foram oferecidos cursos básicos de informática, qualidade de vida, artes Internet
no trabalho e relações familiares, beneficiando 70 pessoas de comunidades carentes. De acordo com o gerente de
educação profissional de nível básico, Altair Luis Peterle, esse é um dos papéis do cefetes: fazer a ligação com a
comunidade, não só nas férias, mas o ano todo(Circuito CEFETES, p.05, N11, 2002).
Julho
Emenda parlamentar: a secretaria de educação média tecnológica, SEMPEC, sinaliza a liberação de pelo menos
uma parte dos recursos referentes à emenda parlamentar, aprovada no ano passado. Por enquanto, foi sinalizada a
liberação de recursos para a ampliação da infra-estrutura da rede de informação do sistema cefets(compra de
equipamentos e manutenção dos existentes)e ampliação e atualização do acervo bibliográfico. O diretor geral,
Jadir José Pela, continua trabalhando para liberar os recursos e aprovar outros projetos do cefetes, como obras de
construção ampliação e atualização salas e laboratórios, adequação e modernização das áreas de apoio ao ensino,
capacitação de pessoal, entre outras(Circuito CEFETES, p.05, N11, 2002).
Agosto
Concurso Público: o ministério da educação autoriza a realização do concurso público para a contratação de 30
professores efetivos. O cefetes é a segunda instituição que mais irá contratar professores. O edital será publicado
em setembro e os professores devem ser contratados a partir de janeiro de 2003. Novos conselheiros tomam
posse: os novos conselheiros do conselho diretor do cefetes tomam posse, são eles: José Maurício
Rodrigues(representante do corpo docente), Marcelo Costa Ignácio da Silva(representante do corpo discente),
Aivete Taquette(representante dos técnicos egressos), José Ivo Grilo(representante da federação do comércio),
Júlio daSilva Rocha Junior(representante da federação da agricultura)e Marcos Vinicius Sandoval
Paixão(representante do MEC/SEMTEC). Posto Escola: Começam as reformas do posto de gasolina, onde
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funcionará o Posto Escola Cefetes. O posto funcionará através do convênio entre o cefetes, a funcefetes e a BR
distribuidora. O objetivo é qualificar mão-de-obra para os postos de gasolina. De acordo com o diretor de
relações empresariais, Aloísio Carnielli, as obras devem durar 3 meses. Aprovado o projeto de implantação da
Uned Cachoeiro. O convênio para a implantação da Uned Cachoeiro foi assinado dia 20 de agosto. Serão
oferecidos os cursos técnicos de eletromecânica e rochas ornamentais. O investimento previsto para a implantação
da Uned é de 2,5 milhões de reais. O dinheiro será investido na construção de uma linha de montagem completa,
desde a extração até o acabamento das rochas ornamentais, construção de laboratórios para o curso de
eletromecânica e compra de móveis e equipamentos. A previsão é de que os cursos comecem a funcionar no ano
que vem(Circuito CEFETES, p.06, N11, 2002).
Setembro
Curso de Petróleo: é a realizada a aula inaugural do curso técnico em mecânica de manutenção em equipamentos
de petróleo. O curso é fruto de uma parceria entre o cefetes, a prefeitura de São Mateus, a Petrobrás e outras
empresas ligadas à área de petróleo(Circuito CEFETES, p.07, N11, 2002).
Outubro
Seminário Sobre Formação Profissional – o cefetes realiza o I seminário de avaliação das demandas para a
formação profissional no dia 23 de outubro, na Uned de Cachoeiro. O evento teve como objetivo divulgar a
implantação da Uned de cachoeiro que oferecerá os cursos técnicos de rochas ornamentais e eletromecânica,
integrando Cefetes com empresas e comunidade avaliou-se a demanda por profissionais do sul do estado para
firmar parcerias. O evento contou a participação de empresários, sindicatos e comunidade de Cachoeiro de
Itapemirim(Circuito CEFETES, p.07, N11, 2002).
Novembro
Liberados recursos no valor de R$ 41,5 milhão: São liberados os recursos de um milhão e meio de reais, da
emenda parlamentar da bancada capixaba, para investimento no projeto Cefetes 2002. A previsão é de que os
valores investidos na compra de microcomputadores, softwares, impressoras a laser, painéis eletrônicos, obras para
o acervo bibliográfico, carteiras e móveis para as salas de aula. Além disso, também será feita na unidade sede, a
ampliação e reforma de banheiros, criação de novos laboratórios e reforma dos demais, situados no bloco I e J; na
uned Colatina, construção de uma subestação de energia elétrica e climatização da biblioteca. A licitação para a
construção das obras e para a compra dos equipamentos está em andamento Nova emenda parlamentar para 2003:
entre 15 emendas que a bancada capixaba irá apresentar ao congresso nacional para votação, está uma no valor de
10 milhoões de reais para o cefetes. De acordo com o diretor geral, Jadir José Pela, o projeto de investimento
prevê a adequação da infra-estrutura, com a construção de um novo prédio, reformas físicas e aparelhamento de
laboratórios, compra de obras para o acervo bibliográfico, móveis e equipamentos. Diretor se reúne com
coordenadores: O diretor geral do cefetes, Jadir José Pela, participa de mais uma reunião com os coordenadores.
Foram discutidos vários temas, entre eles a emenda parlamentar e os investimentos que serão feitos no cefetes. Ao
longo do ano, o diretor participou de várias reuniões como os coordenadores. Essa iniciativa faz parte de um
compromisso de estar sempre em contato com os servidores da instituição(Circuito CEFETES, p.08, N11, 2002).
Circuito CEFETES
Responsável: Maria Paula Delmaestro
Ano 03
Número 12
Maio e Junho de 2002
Tiragem: 1500 exemplares
Editorial
Nesta edição, o nosso assunto principal é o desenvolvimento do ser humano, tanto em nível acadêmico quanto
pessoal. Sabemos que hoje além das habilidades técnicas e acadêmicas, um requisito muito solicitado no mercado
é a inteligência emocional. Características como criatividade, saber trabalhar em equipe e ter um equilíbrio físico
e emocional estão fazendo a diferença na carreira de muitos profissionais. Pensando nisso, estamos
implementamos ações que facilitam ações que facilitam o desenvolvimento da comunicação inter-pessoal e do
auto-conhecimento de cada um(Circuito CEFETES, p.02, N12, 2002).
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Cefetes lança novos cursos superiores
O cefetes está lançando, no próximo semestre, mais dois cursos superiores: o curso superior em redes de
computadores, na uned de Colatina, e o primeiro curso superior público a ser oferecido no município da Serra. O
curso superior em redes de computadores, com 24 vagas, será oferecido turno matutino. O profissional formado
irá atuar nas áreas de análise, levantamento, identificação, planejamento, execução de projeto, manutenção e
gerenciamento de redes. O curso superior em sistemas de informação, com 32 vagas, será oferecido no turno
vespertino. Tem a duração de 03 anos, divididos em 6 módulos. O campo de atuação do profissional engloba as
funções de projetistas de sistema de informação, analista de sistema, analista de negócios, gerente, empresário ou
consultor na área de sistema de informação. Processo seletivo tem mais de 5 mil inscritos: O processo seletivo do
cefetes teve 5408 candidatos inscritos, sendo 4973 para a unidade sede e para a uned Serra e 435 para a uned
Colatina. Estão sendo oferecidos 858 vagas. O curso mais disputado é o de segurança do trabalho, na unidade
sede, com 15,38 candidatos por vaga. Em segundo lugar vem o curso de saneamento ambiental, também na
unidade sede, com 13,29candidato por vaga. A prova será no próximo dia 7 e os resultados devem ser divulgados
a partir do dia 28 de julho(Circuito CEFETES, p.02, N12, 2002).
Patme – O programa de apoio técnico às micro e pequenas empresas permite que instituições como o cefetes
prestem consultoria em diversas áreas, possibilitando o desenvolvimento das empresas, aumento da produtividade
e qualidade da atividade desenvolvida. De acordo com o gerente de relações empresariais do cefetes, Ronaldo
Neves Cruz, que também é coordenador do Patme no cefetes, aproximadamente 100 empresas já foram atendidas
em várias áreas. O cefetes participa do programa há mais de um ano. A instituição é registrada no Sebrae como
entidade executora, ou seja, nós fornecemos os profissionais que irão desenvolver os projetos, que irão prestar a
consultoria às empresas. O profissional se cadastra, presta consultoria e apresenta um relatório. O valor da
consultoria é dividido da seguinte forma: 30% são pagos pela empresa e os outros 70%, pelo sebrae. Qualquer
servidor do cefetes pode se cadastrar para prestar consultoria, basta entrar em contato com a Direc, diretoria de
relações empresariais e comunitárias e preencher o formulário. A consultoria prestada ao bar e restaurante Canto
da Roça foi na área de economia de energia elétrica. O resultado foi tão bom que o restaurante ganhou o prêmio
nacional de economia de energia, homenagem prestada pelo Sebrae a empresas que se destacaram pelo uso
eficiente de energia(Circuito CEFETES, p.04, N12, 2002).
Entrevista
-(Empresário)
A consultoria atendeu totalmente às nossas necessidades e eu acho que o custo foi insignificante. O valor que nós
pagamos para a consultoria de R$ 382,15 não é nada em relação à economia que estamos fazendo, cerca de 30%.
Hoje eu pago de energia 70% do que eu pagava antes, o que significa uma redução de R$ 700,00 na minha conta
de energia. E tem um benefício indireto: como eu deixei de gastar com energia, eu consegui manter o cardápio
com o mesmo preço praticado em agosto de 2002. –(Consultor) O ex-aluno do cefetes, engenheiro elétrico e
mestre em gestão de negócios, Marcello Mendes Medeiros, atuou como consultor no projeto de economia de
energia do restaurante Canto da Roça. Ele conta como o projeto foi feito e os resultados obtidos. Essa consultoria
para o restaurante Canto da Roça surgiu em uma palestra que eu ministrei para o Sindibares. Naquela ocasião,
muitos donos de bares e restaurantes se interessaram e solicitaram uma consultoria, entre eles o Canto da Roça.
Durante o trabalho com o Canto da Roça, nós identificamos um potencial muito grande de economia de energia. E
o que eu achei mais importante é que as medidas recomendadas no relatório não ficaram só papel, elas foram
implementadas. Já houve uma economia de 30% de energia e com a mudança do padrão de energia, que está
sendo feita agora, haverá uma economia de mais 30%. Então, o Canto da Roça foi um exemplo de empresa que
economizou energia e hoje é modelo no Espírito Santo(Circuito CEFETES, p.05, N12, 2002).
Programa de Comunicação Ambiental
O cefetes passou a integrar, no dia 11 de março, o programa de comunicação ambiental CST- instituições de
ensino superior. Como parte do convênio , a CST também irá doar, para instituições conveniadas, livros como
educação ambiental, legislação brasileira do meio ambiente, os ecossistemas brasileiros, o Bom negócio da
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sustentabilidade, meio ambiente e formação de professores, entre outros. Participam do programa 13
instituições de ensino superior, entre elas o cefetes, UFES, UVV, FAESA, UNIVIX, FDV e Estácio de Sá(Circuito
CEFETES, p.06, N12, 2002).
Novo Plano de Trabalho para Controle de Ligações Telefônicas
O sistema cefetes vem crescendo muito nos últimos anos. Este crescimento muito benéfico para a comunidade
interna e também para toda população capixaba. Uma análise dos nossos procedimentos internos constatou que o
número de ligações, estava muito além do que seria previsto para uma instituição de educação. Isto está gerando
custos muito altos, que a instituição não pode manter(Circuito CEFETES, p.08, N12, 2002).

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