Revista Fecomércio - Abril

Transcrição

Revista Fecomércio - Abril
Revista do Sistema
Fecomércio-DF:
Fecomércio,
Sesc, Senac e
Instituto Fecomércio
Ano XVIII nº 203
Abril de 2015
FESTA
NA RUA
Ao completar 55 anos, Brasília
transformou suas largas
avenidas em palco para
a economia criativa
Entrevista // Pág. 8
Hélio Doyle
Secretário da
Casa Civil do DF
Plano de Saúde Coletivo por Adesão.
Empregador do Comércio:
na Qualicorp você tem excelentes opções
para cuidar da saúde, pelo melhor preço.1
Planos de saúde coletivos por adesão são aqueles disponibilizados
para pessoas de uma mesma categoria profissional ou área de atuação,
por meio de sua entidade de classe. É o seu caso, Empregador do Comércio
associado à FECOMÉRCIO-DF. A Qualicorp é líder nesse mercado e trabalha
para você ter cada vez mais acesso à saúde de qualidade. Confira.
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de entidades, o que nos dá legitimidade para negociar
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para ajudar você a cuidar da sua saúde.
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Preços e condições obtidos pela negociação coletiva da Qualicorp com as operadoras de saúde parceiras. ²De acordo com a disponibilidade da rede médica da
operadora de saúde escolhida e do plano contratado.
Planos de saúde coletivos por adesão, conforme as regras da ANS. Informações resumidas. A comercialização dos planos respeita a área de abrangência das
respectivas operadoras de saúde. Os preços e as redes estão sujeitos a alterações, por parte das respectivas operadoras de saúde, respeitadas as disposições
contratuais e legais (Lei nº 9.656/98). Condições contratuais disponíveis para análise. Fevereiro/2015.
Revista Fecomércio DF
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registradora
[email protected]
Fecomércio apoia campanha
em prol das crianças
A Fecomércio-DF apoiou a campanha da Secretaria de Direitos
Humanos da Presidência da República (SDH/PR) de incentivo à doação
de parte do Imposto de Renda ao Fundo Nacional para a Criança e o
Adolescente (FNCA). A doação pode ser feita até 30 de abril, através do
Programa Gerador da Declaração de Ajuste Anual e gera uma redução
no valor do imposto a pagar ou aumento na restituição. Na opinião
do presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, ações que visam
auxiliar crianças e adolescentes em estado de vulnerabilidade social
devem ser apoiadas e incentivadas.
Bastidores
O plano de transferir a
capital para o centro do
Brasil teve a participação
de uma equipe que
seguia a mesma
corrente ideológica – o
socialismo. Brasília foi
planejada para não ter
cercas que fechassem
as escolas, parques,
prédios e blocos.
Não à toa, o avô do
paisagista escolhido
para embelezar a nova
capital, Burle Marx, era
primo do intelectual
alemão Karl Marx.
Errata
Na última edição,
na coluna Direito no
Trabalho, onde se lê
“quanto mais velho,
menor a duração
do pagamento do
benefício”, na verdade é
“quanto mais novo”.
@fecomerciodf
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Revista Fecomércio DF
#bemmaissimplesBrasil
Esta novidade é para os empresários
que precisam fechar uma empresa:
o projeto Bem Mais Simples Brasil,
lançado em fevereiro, pelo Governo
Federal. Ele garante ser possível dar
início a um processo mais simples
de fechamento. Para isso, basta um
cadastro no Portal Empresa Simples
(www.empresasimples.gov.br), o
Número de Identificação do Registro
de Empresas (NIRE) e o CNPJ da
empresa a ser baixada, pelo titular
(se for Empresário Individual ou
Empresário Individual com Responsabilidade Limitada) ou sócio (se for
uma Limitada). O DF serviu de teste
para aplicação do piloto do projeto
e segundo o ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa,
Guilherme Afif, em breve também
será pioneiro na implementação de
abertura de empresas de forma mais
rápida. O objetivo é que passe de 83
para cinco dias. “No DF já foram fechadas mais de mil empresas desde
outubro do ano passado”, explicou o
ministro.
/fecomerciodf
fecomerciodf.com.br
COORDENADOR DE COMUNICAÇÃO DO
SISTEMA FECOMÉRCIO-DF
Diego Recena
REVISTA FECOMÉRCIO
Diretor de Redação: Diego Recena
Editora-Chefe: Taís Rocha
Editora Senac: Ana Paula Gontijo
Editor Sesc: Marcus César Alencar
Editor de Fotografia: Cristiano Costa
Fotógrafo: Raphael Carmona
Repórteres: Andrea Ventura, Daniel
Alcântara, Fabíola Souza, Luciana Corrêa,
Liliam Rezende, Sacha Bourdette e Sílvia Melo
Projeto Gráfico Gustavo Pinto e
Anderson Ribeiro
Diagramação: Gustavo Pinto
Capa: Gustavo Pinto
Revisora: Fátima Loppi
Impressão: Ediouro Gráfica
Tiragem: 60 mil exemplares
REDAÇÃO
SCS, Quadra 6, bl. A, Ed. Jessé Freire,
5º andar - Brasília - DF - 70.306-908
(61) 3038-7527
CONTATO COMERCIAL
Joaquim Barroncas – (61) 3328.8046
[email protected]
32
Brasília reinventada
É crescente o número de
eventos que aproveitam
as largas avenidas da
cidade e são realizados
a céu aberto
Cristiano Costa
Cristiano Costa
abril 2015
8
Entrevista
Hélio Doyle
Artigos
18
Economia
Raul Velloso
45
Doses Econômicas
Geovana Lorena Bertussi
50
Agenda Fiscal
Adriano Marrocos
54
Direito no Trabalho
Raquel Corazza
Colunas
30
Serviços
em alta
Brasília oferece de
conserto de malas
e brinquedos a
tingimento de jeans
42
16
Gastronomix
Rodrigo Caetano
22
Gente
Silvia Melo
26
Vitrine
Taís Rocha
56
Tecnologia
Jens Schriver e Maximo Migliari
Seções
25
Empresário do Mês
Histórias
do comércio
52
Caso de Sucesso
Quatro pioneiros
contam de que
modo mantêm
seus negócios
ainda atuais
62
Pesquisa Conjuntural
66
Pesquisa Relâmpago
Revista Fecomércio DF
5
CONSELHO CONSULTIVO
Conselheiro Presidente
Alberto Salvatore Giovani Vilardo
Conselheiros
Antônio José Matias de Sousa
Jose Djalma Silva Bandeira
Laudenor de Souza Limeira
Luiz Carlos Garcia
Mitri Moufarrege
Rogerio Torkaski
DIRETORIA (TITULARES)
Presidente
Adelmir Araujo Santana
1º Vice-presidente
Miguel Setembrino Emery de Carvalho
2º Vice-presidente
Francisco Maia Farias
3º Vice-presidente
Fábio de Carvalho
VICE-PRESIDENTES
Antonio Tadeu Peron
Carlos Hiram Bentes David
Edy Elly Bender Kohnert Seidler
Francisco das Chagas Almeida
José Geraldo Dias Pimentel
Glauco Oliveira Santana
Tallal Ahmad Ismail Abu Allan
DIRETORES-SECRETÁRIOS
Vice-Presidente-Administrativo
José Aparecido da Costa Freire
2º Diretor-Secretário
Hamilton Cesar Junqueira Guimarães
3º Diretor-Secretário
Roger Benac
DIRETORES TESOUREIROS
Vice-Presidente-Financeiro
Paolo Orlando Piacesi
2º Diretor-Tesoureiro
Joaquim Pereira dos Santos
3º Diretor-Tesoureiro
Charles Dickens Azara Amaral
DIRETORES ADJUNTOS:
Hélio Queiroz da Silva
Diocesmar Felipe de Faria
Francisco Valdenir Machado Elias
DIRETORES SUPLENTES:
Alexandre Augusto Bitencourt
Ana Alice de Souza
Antonio Carlos Aguiar
Clarice Valente Aragão
Edson de Castro
Elaine Furtado
Erico Cagali
Fernando Bezerra
Francisco Messias Vasconcelos
Francisco Sávio de Oliveira
Geraldo Cesar de Araújo
Jó Rufino Alves
Jose Fagundes Maia
Jose Fernando Ferreira da Silva
Luiz Alberto Cruz de Moraes
Milton Carlos da Silva
Miguel Soares Neto
Roberto Gomide Castanheira
Sérgio Lúcio Silva Andrade
Sulivan Pedro Covre
CONSELHO FISCAL:
Titulares:
Alexandre Machado Costa
Benjamin Rodrigues dos Santos
Raul Carlos da Cunha Neto
Suplentes:
Antônio Fernandes de Sousa Filho
Maria Auxiliadora Montandon de
Macedo
Henrique Pizzolante Cartaxo
DELEGADOS REPRESENTANTES
JUNTO À CNC
Delegados Titulares
1- Adelmir Araujo Santana
2- Rogerio Torkaski
Delegados Suplentes:
1 - Antônio José Matias de Sousa
2 - Mitri Moufarrege
DIRETOR REGIONAL DO SESC
José Roberto Sfair Macedo
DIRETOR REGIONAL DO SENAC
Luiz Otávio da Justa Neves
DIRETOR DE ÁREA
DE COMBUSTÍVEIS
José Carlos Ulhôa Fonseca
SUPERINTENDENTE
DA FECOMÉRCIO
João Vicente Feijão Neto
DIRETOR DA ÁREA DE HOTÉIS,
BARES, RESTAURANTES E SIMILARES
Clayton Faria Machado
DIRETORA-EXECUTIVA DO
INSTITUTO FECOMÉRCIO
Elizabet Garcia Campos
SINDICATOS FILIADOS
Sindicato do Comércio Atacadista de Álcool e
Bebidas em Geral do DF (Scaab) • Sindicato
das Empresas de Compra, Venda, Locação
e Administração de Imóveis Residenciais e
Comerciais do DF (Secovi) • Sindicato dos
Salões de Barbeiros, Cabeleireiros, Profissionais
Autônomos na Área de Beleza e Institutos
de Beleza para Homens e Senhoras do DF
(Sincaab) • Sindicato do Comércio Varejista de
Produtos Farmacêuticos do DF (Sincofarma)
• Sindicato das Auto e Moto Escolas e Centros
de Formação de Condutores Classes “A”, “B” e
“AB” do DF (Sindauto) • Sindicato das Empresas
de Representações, dos Agentes Comerciais
Distribuidores, Representantes e Agentes
Comerciais Autônomos do DF (Sindercom)
• Sindicato das Empresas de Serviços de
Informática do DF (Sindesei) • Sindicato das
Empresas de Promoção, Organização, Produção
e Montagem de Feiras, Congressos e Eventos
do DF (Sindeventos) • Sindicato das Empresas
Videolocadoras do DF (Sindevídeo) • Sindicato
do Comércio Atacadista do DF (Sindiatacadista)
• Sindicato do Comércio Varejista de Automóveis
e Acessórios do DF (Sindiauto) • Sindicato de
Condomínios Residenciais e Comerciais do
DF (Sindicondomínio) • Sindicato do Comércio
Varejista dos Feirantes do DF (Sindifeira) •
Sindicato do Comércio Varejista de Carnes Frescas,
Gêneros Alimentícios, Frutas, Verduras, Flores e
Plantas de Brasília (Sindigêneros) • Sindicato dos
Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do
DF (Sindilab) • Sindicato das Empresas Locadoras
de Veículos Automotores do DF (Sindiloc) •
Sindicato das Empresas de Loterias, Comissários
e Consignatários e de Produtos Assemelhados
do DF (Sindiloterias) • Sindicato do Comércio
Varejista de Materiais de Construção do DF
(Sindmac) • Sindicato do Comércio de Material
Óptico e Fotográfico do DF (Sindióptica)• Sindicato
do Comércio Varejista de Material de Escritório,
Papelaria e Livraria do DF (Sindpel) • Sindicato
dos Supermercados do DF (Sindsuper) • Sindicato
do Comércio de Vendedores Ambulantes do DF
(Sindvamb) • Sindicato do Comércio Varejista do
DF (Sindivarejista) • Sindicato dos Fotógrafos e
Cinegrafistas Profissionais Autônomos do DF
(Sinfoc) • Sindicato das Empresas Locadoras de
Veículos Automotores do DF (Sindloc) • Sindicato
das Empresas de Sistemas Eletrônicos de
Segurança do Distrito Federal (Siese)
SINDICATO ASSOCIADOS
Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e
Similares de Brasília (Sindhobar) • Sindicato
do Comércio Varejista de Combustíveis e de
Lubrificantes do DF (Sindicombustíveis)
SCS Qd. 6, Bl. A, Ed. Newton Rossi – 5º e 6º andares – Brasília -DF – 70306-911 – (61) 3038-7500
6
Revista Fecomércio DF
editorial
Capital da
esperança
No início, a capital profetizada
por Dom Bosco e idealizada por
Juscelino Kubitschek, era chamada de Capital da Esperança. Era
onde, nascidos em todos os estados brasileiros, iam buscar novas
chances de trabalho, oportunidades de vida. Na imensidão do Planalto Central, o destino certo era a
Cidade Livre (atual Núcleo Bandeirante), a Candangolândia ou a Vila
Planalto. O objetivo era construir,
a partir de croquis de Oscar Niemeyer e de Lúcio Costa, uma cidade inteira, capaz de receber toda a
estrutura governamental vinda do
Rio de Janeiro e, além disso, abrigar aqueles que aqui nascessem:
os brasilienses.
São muitos aqueles que, assim
como eu fiz em 1964, venceram o
receio de se aventurar, saíram de
sua cidade natal para tentar a vida
no Cerrado, aqui se estabeleceram
e fazem de Brasília sua cidade de
coração. Com o passar do tempo,
sua essência modernista virou sinônimo de cinza e concreto, e muitas vezes, erroneamente, associada a eventos de corrupção. Mas
não há um filho da cidade que não
se ofenda quando ela é comparada
à morada de corruptos.
E eis que agora, quando Brasília
completa 55 anos, convivemos com
novos pioneiros – jovens que assim
como os candangos, se aventuram
nas avenidas largas e nos grandes
espaços arborizados para revisitar
a cidade. Realizam feiras ao ar livre, promovem grandes eventos
gastronômicos, redescobrem rotas
turísticas nunca antes observadas,
enfim. Fazem do “viver”em Bra-
sília tarefa agradável ao olhar, ao
paladar, aos sentidos. São, entre
outros, empresários que investem
na economia criativa, naquilo que
é genuinamente local.
Nesta edição da Revista Fecomércio-DF trazemos sete pessoas
que estão mudando a forma de ver
a capital e descobrindo novas experiências por meio da ocupação
dos espaços públicos.
De acordo com a Agefis, somente neste ano, foram realizados
235 eventos, uma média 130 por
mês. Como presidente da Federação do Comércio do DF, considero
importante lembrar que a nossa
instituição apoia o que é feito dentro da lei e o que pode vislumbrar
benefícios para os empresários
e para a sociedade. Seguir o que
determinam os órgãos públicos é
fundamental.
Dessa maneira, nos resta celebrar o que Brasília tem de melhor:
a força de suas origens, a criatividade de seus filhos e a felicidade
de fazer parte dos 55 anos da cidade que tanto amamos.
São muitos aqueles
que, assim como
eu fiz em 1964,
venceram o receio de
se aventurar, saíram
de sua cidade natal
para tentar a vida
no Cerrado, aqui
se estabeleceram e
fazem de Brasília sua
cidade de coração
Adelmir Santana
Presidente do Sistema
Fecomércio-DF:
Fecomércio, Sesc, Senac
e Instituto Fecomércio
Revista Fecomércio DF
7
entrevista
Em busca de
soluções
//Por Diego Recena e Taís Rocha
Fotos: Cristiano Costa
Mestre em Comunicação pela
Universidade de Brasília (UnB), a
experiência política do jornalista
Hélio Doyle é tão vasta quanto
seu currículo. Ao longo de sua
carreira, dirigiu as principais
redações da imprensa brasileira,
trabalhou em campanhas do
DEM às do PCdoB, administrou
crises e foi conselheiro dos
principais políticos da cidade.
Como militante de esquerda,
lutou contra a ditadura e ajudou
a fundar o PT no DF. Após
coordenar os trabalhos que
levaram à eleição de Rodrigo
Rollemberg, é hoje um dos
principais secretários do governo.
Como secretário-chefe da Casa Civil,
qual a sua avaliação sobre o governo
do Distrito Federal hoje e, em termos
de gestão pública, o que pode ser
resolvido ainda neste primeiro ano?
Esse primeiro ano será de acerto nas
contas, pois pegamos o governo com
um grande déficit. Temos uma folha
salarial alta, principalmente com
os reajustes que foram concedidos
nos anos anteriores e que ainda
repercutem. Tenho a convicção de
que em 2015 e 2016 terminaremos
o ano com um déficit ainda elevado.
Então, para que isso não aconteça,
temos que fazer um trabalho extenso
de corte de despesas e aumento
de receitas. Aumentar a receita não
é fácil porque nem o País, nem a
cidade estão em um bom momento
em termos econômicos. Todas as
tentativas de aumento de tributos
têm uma repercussão negativa
perante a sociedade, porque a carga
tributária já é muito alta. Mas existem
outros meios, que nem sempre dão
o mesmo resultado ou com a rapidez
necessária. De qualquer maneira,
temos em mente a necessidade de
aumentar as receitas. Em relação
aos gastos, temos feito vários cortes.
Há números expressivos, mas
há ainda muito a ser feito. Temos
plena consciência de que o corte
de despesas tem que ser maior do
que já foi feito. Essa situação deve
ser contornada em um ano e meio.
Só então teremos mais folga para
pensar os projetos futuros. Sabemos
que se os projetos não começarem a
ser colocados em prática neste prazo,
eles não darão resultado.
Poderia citar alguns desses projetos?
Pretendemos, por exemplo,
fazer uma linha ferroviária para
Águas Lindas (GO). Temos plena
consciência de que essa não é
uma obra para esse mandato,
mas ela tem que começar, com
projetos, estudos de viabilidade.
Isso leva tempo. É preciso começar
imediatamente. O BRT, que
ligará Brasília até Planaltina, e,
futuramente, até Formosa (GO),
também é outro projeto. Esse é
relativamente rápido, pois envolve
a ampliação da pista, a compra de
ônibus certos. Já demos início a
uma série de projetos estruturantes,
assim como projetos mais pontuais
para início imediato. Não podemos
fazer investimentos com a fonte de
recursos próprios, então teremos
que obter recursos fora, como
o que obtivemos recentemente
do Banco do Brasil, de R$ 500
milhões, com o qual vamos fazer
obras na área de saneamento,
mobilidade, dar continuidade a
obras inacabadas, movimentar a
economia e apresentar resultados
para a população. Temos que
buscar recursos – de operações de
crédito internacionais, nacionais,
multilaterais –, e estamos estudando
como trabalhar com a iniciativa
privada e com o terceiro setor.
Seria no sentido de Parcerias
Público-Privadas?
A função do Estado é prestar serviço
para a população, principalmente
para a mais necessitada, que usa
o serviço de saúde, o transporte
público, frequenta a escola
gratuita. Temos que atendê-los.
Pela questão financeira, o Estado
não tem capacidade financeira de
investimento. Ele precisa suprir
essa capacidade onde há recursos.
Ou seja, na iniciativa privada, nos
organismos financeiros, sejam
bancos nacionais, internacionais ou
entidades multilaterais, como BID,
BIRD, o que inclui PPPs e concessões
de serviços públicos. Elas têm que
ser bem reguladas e fiscalizadas –
que é um problema do Estado hoje.
Queremos fazer uma reforma no
sentido de que o Estado trabalhe para
essa finalidade. Fiscalizando bem,
há ordem social, entidades privadas
prestando serviços. O caminho que
temos é esse. Há também o PAC,
obras de interesse federal no DF, e
aí entram no orçamento da União.
Embora este ano seja de ajuste,
não podemos ficar parados. Outra
coisa é garantir a manutenção da
cidade, como buracos, lixo, mato,
saneamento. Um projeto já em
andamento é o Águas de Brasília,
que consiste em drenagem, limpeza
das redes pluviais e construção
de outras redes para acabar com
as inundações. Não descartamos,
ainda, um projeto de PPP para
administração do Estádio Nacional
Mané Garrincha e todo o complexo
esportivo, por exemplo.
Como trabalhar com PPPs diante
de um cenário no qual a maioria das
empreiteiras do País está envolvida
na Operação Lava-Jato?
Sim, mas há muitas outras
empreiteiras não envolvidas nesse
escândalo. Há também as pequenas
e médias que precisam descobrir
o caminho do consórcio. Outra
oportunidade de concorrência e
barateamento de preços é a entrada
de empreiteiras estrangeiras. Há
sempre uma alternativa para quem
quer executar as obras.
O setor produtivo, de uma forma
geral, se manifestou favorável
às medidas de corte de gastos
e enxugamento da máquina
anunciadas no Pacto por Brasília,
mas reclamou do aumento dos
impostos. Tendo em vista que alguns
projetos já foram aprovados pela
Câmara Legislativa, ainda há espaço
para discussão dessas medidas?
A Câmara já aprovou algumas coisas
que estão consolidadas. Outras o
governo retirou, como o reajuste do
IPTU, que analisaremos se voltará
ou não. O governador sempre conta
que as pessoas chegam para ele
e dizem que precisamos colocar
as contas em ordem, mas nada de
aumentar imposto. Mas qual é a
solução? Por isso falamos em pacto.
Ou seja, é para que todos entendam.
Grande parte das pessoas ainda não
entendeu a gravidade da situação,
inclusive gente de dentro do governo,
que continua querendo gastar como
se estivesse tudo bem. Estamos
buscando soluções em conjunto.
Esse mecanismo não é fácil, pois
sempre há alguém dizendo que não
foi consultado. Quando o pacto foi
lançado, aquilo era o início do debate,
o governo não impôs nada. A ideia
do pacto é que todos tenham uma
cota de perda. O governo estudar
Revista Fecomércio DF
9
outras medidas ainda está em aberto.
Sugestões estão abertas.
Uma das promessas de campanha
foi dar ênfase à transparência. O
governo já reinstituiu o Conselho de
Transparência e Controle Social do
DF. O que mais será feito?
O Portal da Transparência está sendo
aperfeiçoado de maneira que sua
linguagem seja entendida pelas
pessoas. Isso é complicado pela
própria dificuldade em acessar os
dados, uma vez que a estrutura do
governo é extremamente frágil em
termos de informação, de dados.
Com um sistema antiquado, a
informação chega com dificuldades
e, em alguns lugares, é tudo feito
quase manualmente. Na Secretaria
de Fazenda, o pessoal se assustou
quando chegou, por todas essas
dificuldades. A primeira coisa é
termos a informação. E depois, tratar
essas informações para que elas
sejam acessíveis ao cidadão comum.
A intenção do governador é assim
que as ações ocorrerem, entrarem
automaticamente nesse site, com
relação a compras, contratos, tudo
de maneira transparente. Primeiro,
porque é uma obrigação do governo;
segundo, porque é uma defesa para
nós. O nosso discurso fica facilitado
pela nossa transparência.
Durante a campanha também se
falou muito em reduzir a burocracia
em todos os níveis. O governador já
assinou um acordo para implementar
no DF a Rede Nacional para a
Simplificação do Registro e da
Legalização de Empresas e Negócios.
Também criou um grupo de trabalho
para simplificar a emissão dos
10 Revista Fecomércio DF
alvarás. Quando a sociedade pode
esperar uma mudança nessa área e
quais os obstáculos?
A máquina do governo local foi se
consolidando em cima de erros e
vícios sedimentados ao longo do
tempo. Por que temos tantos cargos
em comissão, por exemplo? Porque
é uma maneira de se abrigarem
apadrinhados políticos. Até pouco
tempo não havia concursos públicos
no DF. Aí começam as dicotomias:
o servidor de carreira age como um
burocrata, que está ali para cumprir
o horário. A burocracia nunca foi
combatida no GDF, porque ela é
boa. Cria as dificuldades que depois
são manipuladas. As mudanças
levam tempo. Hoje, há secretarias
com quase todos os cargos em
comissão. Se formos tirar todos
os comissionados, o local pára
de funcionar. Muitas vezes é o
comissionado quem mais trabalha.
Acabar com isso, fazer uma
estrutura mais enxuta, leva tempo,
mas será feito. A ideia é modernizar
todos os processos, simplificar,
deixar de ter exigências excessivas.
Queremos inverter o raciocínio de
que todo cidadão é suspeito até que
provem o contrário, e fazer com que
todo cidadão seja honesto até que
provem o contrário. Havendo
a prova em contrário, ele paga
por isso.
No que se refere ao relacionamento
com outros poderes, tanto o MPDFT
quanto a Câmara Legislativa já anunciaram que, apesar de independentes, pretendem manter um diálogo
aberto com o governo. O senhor
também os vê como aliados? Como
tem sido o trato com esses órgãos?
Essa foi uma decisão do governador
ainda na transição. Ele recomendou
a toda a equipe que procurasse
o MPDFT, o TCU, o TCDF, e
estabelecesse boas relações e
parasse de tratar como se eles fossem
adversários. Na verdade, respeitadas
as prerrogativas de cada lado, tratálos como aliados no mesmo objetivo.
Não quer dizer que concordamos com
tudo o que eles fazem, mas partimos
do princípio de que eles estão
fazendo o que consideram certo, sem
querer apenas prejudicar o governo.
Ouviremos o que eles estão propondo.
Isso levou, por exemplo, à assinatura
de um acordo com o MP para liberar
30 metros na orla do Lago. É uma
decisão judicial e há um entendimento
nosso de que é preciso fazer, do ponto
de vista da cidadania, e porque há
um risco ambiental. Quando o MP
determinou que a Fórmula Indy fosse
anulada, respeitamos a decisão dele,
demos uma interrompida, esperando
a decisão judicial. Acatamos uma
notificação e não desacatamos o MP.
O mesmo está ocorrendo com os
salários. O MP disse que os reajustes
eram inconstitucionais. Vamos
negociar, caso seja necessário.
Tudo é negociável com base nas
decisões judiciais.
Como o governo irá lidar com a
questão da terra, no que se refere
à regularização dos condomínios,
a parcelamentos irregulares e ao
Morar Bem?
A nossa proposta é não permitir
novas invasões. Temos feito retiradas
e derrubadas. A ideia é regularizar,
dentro da legislação, tudo o que for
possível regularizar e impedir novas
ocupações. Estamos estudando
as áreas públicas ocupadas por
particulares, tanto no comércio
quanto nas residências. Aquela
decisão dos “puxadinhos” está
sendo estudada, porque se
mostrou inviável. Não adianta ter
uma decisão inviável. É preciso
estabelecer algo viável, para que
o comerciante não tenha prejuízo,
para que sejam reconhecidas
situações boas para a população.
No caso dos puxadinhos, a Agefis
está aguardando uma decisão
que a Secretaria de Gestão do
Território e Habitação apresentará
ao governador. A Agefis do passado
era muito criticada por uma
discricionariedade, pela extorsão.
Hoje isso não está ocorrendo mais.
Em relação às áreas públicas
ocupadas por residências, também
poderão ser regularizadas não como
propriedade, mas como concessão.
Pretendemos mudar essa cultura da
invasão, típica de Brasília.
Antes da campanha política, o
senhor foi um dos idealizadores e
participantes do projeto Brasília
2015, promovido pela Fecomércio.
Muitos especialistas ouvidos no
programa afirmaram que a solução
para Brasília está em desenvolver
o Entorno. Essa é uma visão
compartilhada pelo governo?
Temos plena convicção de que não
podemos pensar o planejamento
do DF sem levar em consideração
a área metropolitana. Todo
o planejamento urbano, de
desenvolvimento econômico, de
mobilidade, passa pelos municípios
vizinhos. Recentemente foi
publicado o Estatuto da Metrópole,
que propõe o que o senador
Adelmir Santana propunha lá no
passado, de que se criem regiões
metropolitanas em municípios
de estados diferentes. A partir
daí, poderemos ter uma região
metropolitana com uma estrutura
clara de comando. Será possível
pensar soluções de maneira
integrada. Afinal, os problemas
do Entorno acabam refletindo
no DF. Outra proposta criada na
campanha e que já foi apresentada
ao governador de Goiás, Marconi
Perillo, é criar uma Agência
de Desenvolvimento da Área
Metropolitana, com participação
dos dois estados, que pensasse
de uma maneira unificada o
desenvolvimento do Entorno em
todas as áreas.
Um tema que também está muito
relacionado com isso é a questão
da mobilidade urbana. O que é
possível fazer nessa área em termos
concretos?
Estacionamentos pagos são, com
certeza, algo que faremos. Brasília
talvez seja a única cidade que
não tem estacionamentos pagos.
Pretendemos trabalhar um projeto
de estacionamentos pagos que
irá melhorar o centro da cidade
porque queremos associar o
estacionamento de superfície com
o subterrâneo. Uma política de
desestímulo ao carro, na medida
em que haverá uma melhoria do
transporte coletivo. Há muitos
projetos nesse sentido. O grande
esforço será captar os recursos para
torná-los viáveis.
Por fim, o senhor foi secretário de
Governo na gestão de Cristovam
Buarque e secretário de Articulação
Institucional no segundo governo
de Joaquim Roriz. O que traz de
aprendizado dessas experiências
com gestores tão diferentes?
Em cada uma, aprendi um pouco.
Três estilos muito diferentes e três
momentos diferentes da minha
vida. A minha vivência e a minha
paciência diante das coisas é bem
diferente. Considero um acúmulo
de conhecimento. Vejo que no
governo Cristovam, por exemplo,
havia muita inexperiência, não só
pela idade, mas pelo fato de ser a
primeira vez que várias daquelas
pessoas chegavam ao governo, mas
também pelo fato de que o PT não
tinha acúmulo de governo estadual.
Vamos somando as diferenças. Uma
vantagem nisso é que hoje eu posso
dizer que conheço duas vertentes
importantes da política brasiliense, o
“rorizismo” e o “petismo”.
A função do
Estado é prestar
serviço para
a população,
principalmente
para a mais
necessitada, que
usa o serviço
de saúde, o
transporte público,
frequenta a escola
gratuita. Temos
que atendê-los
Revista Fecomércio DF 11
legislação
Cerco fechado à bebida
//Por Fabíola Souza
Fotos: Cristiano Costa
Projeto de Lei
criminaliza venda
de bebida alcóolica
para menores de
idade. Setor de
supermercados
sugere maior rigor
na fiscalização
12 Revista Fecomércio DF
C
riminalizar a venda de bebida
alcoólica para menores de 18
anos com pena para quem
descumprir a norma, com detenção de dois a quatro anos, além de
multa que varia de R$ 3 mil a R$ 10
mil. Esse é o assunto do Projeto de
Lei (PL) 508/2011 que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA) de 1990. Com o PL, passará
a ser crime vender, fornecer, servir,
ministrar ou entregar bebida alcoólica a criança ou a adolescente.
Poderá também haver interdição
do estabelecimento comercial até
que ocorra o recolhimento da multa aplicada. O texto foi sancionado
pela presidente Dilma Rousseff no
mês de março e já está em vigor.
Antes, a venda de bebida alcoólica a menores era considerada
apenas uma contravenção penal,
com pena de dois meses a um ano
de prisão ou multa, de acordo com
o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Para o empresário, Anderson
Cardoso, proprietário da Distribui-
DETENÇÃO DE
DOIS A QUATRO
ANOS, ALÉM
DE MULTA QUE
VARIA DE R$ 3
MIL A R$ 10 MIL
dora de Bebidas da 116 Norte, a
lei será benéfica para a sociedade,
pois para ele, o álcool normalmente é adquirido facilmente pelos menores e é a porta de entrada para
outros vícios. “Eu nunca vendi bebidas alcoólicas para menores. Faço
questão de sempre pedir os documentos para comprovar a idade.
Sou pai e não gostaria que vendessem bebidas alcoólicas para o meu
filho”, aponta Cardoso.
A fiscalização para essa prática continuará sendo a já existente.
Por meio dos Conselhos Tutelares,
Delegacia Especializada de Pro-
teção à Criança e ao Adolescente,
Ministério Público, além das polícias Militar e Civil. Qualquer cidadão também poderá denunciar,
caso veja alguma irregularidade.
A lei não é especifica apenas para
empreendimentos comerciais, mas
também é válida para qualquer
pessoa que vender, fornecer, servir,
ministrar ou entregar, ainda que
gratuitamente, de qualquer forma,
à criança ou ao adolescente, bebida
alcoólica ou, sem justa causa, outros produtos cujos componentes
possam causar dependência física
ou psíquica.
De acordo com o senador Humberto Costa (PT/PE), autor do PL,
essa medida é de extrema importância, uma vez que os jovens têm
acesso ao uso da bebida alcoólica cada vez mais cedo e sofrem
as consequências sociais do vício,
como o aumento da violência. “Entendemos que isso é um apoio importante para as próprias famílias,
que, muitas vezes, veem seus filhos
saírem para uma festa, e não sabem
se eles estão fazendo uso, muitas
vezes abusivo, da bebida alcoólica.
Os proprietários de bares e restaurantes terão que fazer o que se faz
nos Estados Unidos: nenhum jovem
tem acesso a um bar sem que ele
apresente a carteira de identidade.”
O senador destaca, ainda, que
a vigência da lei será, inclusive, no
ambiente privado. “Pais e responsáveis, amigos ou parentes que,
muitas vezes, acham engraçado dar um copo de cerveja a uma
criança poderão ser enquadrados
nessa legislação”, aponta.
O presidente do Sindicato dos
Supermercados do Distrito Federal
(Sindsuper-DF), Antonio Tadeu Perón, afirma que a lei que determina a proibição da venda de bebidas
alcoólicas para menores de idade
já é respeitada pelo setor. Por isso,
acredita não ser necessário o aumento da punição para o empresariado. “Já cumprimos essa determinação. Na maioria das vezes, quem
oferece e compra a bebida para o
menor é uma pessoa maior de 18
anos. Então é capaz dos jovens continuarem burlando a legislação”,
diz Perón.
Para ele, os comerciantes já
controlam a venda de bebidas para
o menor de idade e com essa nova
lei irão assumir mais responsabilidades, mesmo não sendo os motivadores para o consumo desenfreado dos jovens com o álcool. Perón
acredita que, em vez de mudar a lei,
deveria haver mais fiscalização por
parte dos órgãos responsáveis, pois
só assim diminuiriam os casos de
consumo de bebidas alcoólicas por
menores de 18 anos.
“Nunca vendi bebidas alcoólicas
para menores. Faço questão de
sempre pedir os documentos para
comprovar a idade. Sou pai e não
gostaria que vendessem bebidas
alcoólicas para o meu filho”
Anderson Cardoso
Dono de Distribuidora
Revista Fecomércio DF 13
tombamento
Longe de
uma solução
//Por Por Daniel Alcântara
Fotos: Cristiano Costa
Apesar do prazo de adequação perante a lei estar próximo, a questão
dos puxadinhos ainda é um imbróglio tanto para o governo quanto
para os comerciantes
A
pós quatro prorrogações,
o prazo para a regularização da lei das ampliações
dos comércios locais da Asa Sul, os
“puxadinhos”, termina no dia 30 de
abril. A Lei Complementar nº 766,
aprovada em 20 de junho de 2008, se
arrasta há sete anos, com reclamações recorrentes dos empresários e
omissão do Estado. Até agora, apenas 10 comércios se regularizaram.
De acordo com estimativa do Tribunal
de Justiça do DF, existem 2.313 estabelecimentos comerciais na Asa Sul,
dos quais 1.434 (62% do total) ocupam irregularmente área pública. O
empresário que não se adequar à lei
poderá ter a área avançada demolida
ou arcar com uma multa de R$ 1 mil
por dia.
Para o presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, o problema
dos puxadinhos vem desde a criação da cidade. “Brasília foi feita com
um Setor Comercial para atender
às quadras, mas isso tudo foi modi-
14 Revista Fecomércio DF
ficado pelo próprio crescimento da
capital, o que resultou nas irregularidades”, afirma. Adelmir lembra
que o Estado foi conivente e deixou as
empresas ampliarem seus comércios de forma incorreta. Na tentativa
de uma solução, foi feita uma lei para
atender aos empresários, mas surgiram dificuldades na aprovação dos
projetos e até hoje poucos conseguiram atender às exigências, após quatro prorrogações da lei. “Temos que
encontrar um caminho. Cabe aos
poderes constituídos encontrar esse
caminho”, ressalta Adelmir.
A presidente da Associação Empresarial dos Lojistas do DF, Lúcia
Ottoni, acompanha a questão há
anos. Na opinião dela, uma lei que
não consegue ser implementada
apresenta sérios problemas e precisa ser mais bem estudada. “Temos
vários empecilhos. O primeiro deles
é a morosidade do Estado e o excesso de burocracia para regularizar
os comércios”, explica. “Segundo a
lei, o empresário pode avançar seis
metros a partir do fundo da loja. Porém, a CEB e a Caesb não oferecem
a estrutura para a reforma. Ficamos
anos negociando com esses órgãos,
mas não houve um interesse para fazer o remanejamento. Simplesmente
nunca tivemos o retorno necessário”,
completa Lúcia.
Ela afirma ainda que os empresários não querem mais uma prorrogação da lei e sim que as normas sejam revistas. Porém, se nada for feito,
será necessário adiar novamente.
“Temos vários
empecilhos. O
primeiro deles é
a morosidade do
Estado e o excesso
de burocracia para
regularizar os
comércios”
Lúcia Ottoni
presidente da Associação
Empresarial dos Lojistas do DF
“Na gestão passada ninguém era
ouvido. O atual governo já se mostrou
preocupado com a situação e tivemos
reuniões que foram produtivas”, afirma Lúcia.
DIÁLOGO ABERTO
De acordo com a diretora-presidente da Agência de Fiscalização do
DF (Agefis), Bruna Pinheiro, até o dia
30 de abril, data-limite para regularização, a agência não emitirá nenhuma penalidade mais grave. Porém,
após essa data, adotará as ações
cabíveis. De acordo com ela, “obras
novas não serão toleradas”. Ela ainda ressalta que a primeira atitude da
Agefis não é a demolição. “Há duas
vertentes: a primeira é para os puxadinhos que estão adequados aos
parâmetros da lei. Sendo assim, eles
serão tratados de uma maneria específica. Porém, a segunda vertente
é a dos puxadinhos que não se adequam aos parâmetros da lei. Aos que
se adaptam, os proprietários são notificados, multados e intimados a demolir. Para as outras situações, a lei
nos permite agir direto com multa e
intimação demolitória. Ou seja, a ação
de demolição é a última instância.”
A Agefis lembra que outro problema grave é a “favelização” dos fundos
dos comércios. “Cada um ocupa de
uma maneira diferente, com materiais diferentes e muitas vezes são
mal cuidados, sujos e velhos. Os
puxadinhos que ficam nos fundos
dos comércios, na verdade, ficam
de frente aos prédios residenciais. O
principal mal é essas invasões ferirem o tombamento da cidade. A lei
veio para padronizar esse tipo de utilização”, completa Bruna.
O secretário adjunto de Relações
Institucionais e Sociais do DF, Manoel Alexandre, explica que o governo está examinando o que fazer em
relação a essa questão. “Nós já tivemos várias reuniões com o segmento
empresarial para estudar essa matéria, pois poucos empreendimentos
se adequaram à lei. É uma situação
que merece um estudo adequado
pela proximidade do prazo, fixado em
30 de abril”, explica. “A orientação é
buscar as melhores alternativas possíveis, além de examinar o decreto
que regulamentou essa lei. Também
estamos analisando a possibilidade
de propor algumas alterações dos
normativos, ou uma mudança no
próprio decreto”, disse o subsecretário, que também enfatiza o desejo
do GDF encontrar uma solução que
convirja os interesses e que respeite
o patrimônio da cidade.
Especialista no assunto, a sócia
e advogada da Veloso de Melo Advogados, Sueny Almeida, garante que a
principal reclamação de seus clientes – que incluem mais de cem comerciantes e a Associação Comercial
do DF - é a falta de segurança jurídica. “O uso da área pública no DF por
esses comerciantes tem sido objeto
de inúmeros debates e audiências
públicas, e é tratada de forma inconstante pelo governo. Não há uma
política de Estado, mas sim uma política de governo, que se altera a cada
governador eleito, gerando enorme
insegurança jurídica às sociedades
empresárias instaladas nesses locais, que, em sua grande maioria,
são empresas de pequeno porte”,
ressalta Sueny.
De acordo com ela, “a realidade
é que todos os comerciantes instalados no Plano Piloto, apesar de possuírem alvará de funcionamento e
autorização de uso da área pública,
inclusive, pagando por este uso em
alguns casos, estão desprotegidos e
ameaçados de intervenção pública,
inclusive de demolição de seus negócios”.
ENTENDA A LEI
A Lei Complementar nº 766, de 19
de junho de 2008, dispõe sobre a legalidade dos puxadinhos por meio de
concessão de uso. A medida autoriza
os donos de lojas ocuparem até 6m de
área pública na parte detrás dos comércios. A calçada frontal, no entanto,
não pode ser invadida com nenhum
tipo de mobiliário ou vedação. Já as
lojas nas laterais, entre os blocos comerciais, poderão ocupar o espaço
com mesas e cadeiras removíveis em
uma faixa de até 2m de largura, paralelas às laterais dos prédios.
A passagem de pedestres, nesse caso, também deve ficar livre
para circulação, e precisa respeitar
uma largura mínima de 2m. Móveis
e outros separadores usados nessa
situação só poderão ficar no local
durante o horário de funcionamento
do estabelecimento. Nas extremidades laterais, a ocupação de área
pública será de 5m e de 3m. Todas
as lojas do bloco deverão seguir o
mesmo padrão, com projeto aprovado na Administração Regional de
Brasília. A lei estabelece ainda que
os proprietários e os ocupantes dos
imóveis deverão construir uma calçada de 1,5m de largura na fachada
posterior da área comercial para
demarcar o limite máximo de ocupação da área pública.
Revista Fecomércio DF 15
gastronomix
http://bloggastronomix.blogspot.com
Rodrigo Caetano
[email protected]
Jornalista
e blogueiro
www.facebook.com/sitegastronomix
Bloco C aposta na modernidade da capital
Fotos: Fabiano Neves
O chef Marcelo Petrarca escolheu
a 211 Sul para montar seu Bloco
C. O nome do restaurante é uma
homenagem a Brasília, cidade
que o cozinheiro adotou aos 10
anos. A decoração da casa possui
referências à arquitetura da capital –
linhas retas, cobogós, Athos Bulcão
e concreto. Petrarca aposta em
um conceito de cozinha simples,
sem deixar de lado toques mais
modernos.
Para abrir o apetite, a casa - com 80
lugares - sugere o Steak Tartare de
Filé com batatas crocantes (R$ 38)
e a Burrata Cremosa com passata
de tomate (R$ 46). No almoço, de
segunda a sábado, é sugerido um
menu executivo: duas opções de
pratos principais, salada e uma colher
Viagens gastronômicas
theshed-restaurant.com
16 Revista Fecomércio DF
de mousse como sobremesa (R$ 46).
No jantar, destacam-se o filé
com rapadura ao molho rôti, com
risoto de grana padano e rapadura
(R$ 67) e o camarão com molho
levemente picante e arroz cremoso
de curry e manga (R$ 89). Entre as
sobremesas, o famoso Churros de
Banana com doce de leite caseiro
(R$ 21). O Bloco C ainda conta com
uma carta de drinks e uma adega
com 150 rótulos.
Bloco C
211 Sul, Bloco C, loja 17
(61) 3363-3062
Londres
The Shed
Ottolenghi
No icônico bairro de Notting
Hill, se esconde um restaurante
com cara de fazenda, desde a
arquitetura aos pratos servidos.
A proposta do restaurante
é que as pessoas dividam
pequenas porções e, assim,
experimentem de cinco a
seis pratos, dependendo do
estômago de cada um. É uma
surpresa atrás da outra.
Para um singelo café da
manhã ou para um almoço ou
jantar mais rebuscado. O chef
israelense Yotam Ottolenghi
capricha nos ingredientes
e temperos para oferecer
uma culinária saborosa e de
qualidade. Ele tem atualmente
três casas: duas com seu nome
e outra chamada NOPI. Vale
uma visita a cada uma delas.
ottolenghi.co.uk
15 anos de
Armazém do Ferreira
É tempo de comemorar. E para a festa ficar gostosa, o
Armazém do Ferreira agora vai funcionar de segunda a
quinta para almoços. Sexta e sábado, com a tradicional
feijoada carioca. A chef paulista, Márcia Fukelmann,
foi a consultora contratada para montar os
pratos. O almoço funcionará da seguinte
forma: menu fechado com salada e prato
principal como salada de quinoa com
mix de folhas, legumes, ervas e limão e
contrafilé à cavalo com arroz biro-biro
e farofa de castanhas ou no formato de
pratos-feitos, os famosos PFs, montados de
acordo com o gosto do cliente.
gastronômicas
Felipe Menezes
Pílulas
De volta 1
Inaugurada em 1984, a Pizzaria San Marino reabriu
sua portas após passar por reforma radical.
Com mais de 30 sabores de pizza, o local aposta
também nas massas clássicas a bons preços feitas
com as receitas da família Meneguim, dona do
estabelecimento.
209 Sul, Bloco A, loja 3
(61) 3443-5050
De volta 2
Para felicidade do público brasiliense que curte
boa comida, o chef Simon Lau estará de volta com
o restaurante Acquavit a partir de maio. Funcionará
no Jardim Botânico com duas propostas diferentes:
lanches e jantares tradicionais.
Armazém do Ferreira
202 Norte, Bloco A, loja 1
(61) 3327-8342
Taypá lança
cerveja própria
O restaurante peruano Taypá fará algumas alterações no
menu de comidas e drinks no mês de abril. Uma das boas
novidades será o lançamento de uma cerveja própria. O
chef, Marco Espinoza, preparou também nova entradinha:
almôndegas de cordeiro com humus de quinoa, molho de
pimenta-amarela e hortelã e mandioca crocante
(R$ 59,90). Outro destaque é o ceviche de atum e lichia,
com leite de tigre cremoso e pimentas com toques
orientais (R$ 58,80). Para os
vegetarianos, ensalada al wok feita
com cogumelos, acelga, ervilhatorta, cenoura e aspargos salteados
com azeite (R$ 47,90). Por último,
uma de suas principais apostas:
o Lechoncito, leitão desossado
cozido por 14 horas no vácuo,
servido com purê de milho e
baunilha, batatas e alho-poró
confitado (R$ 64,80).
Taypá
QI 17, Bloco G, Fashion
Park, loja 208, Lago Sul
(61) 3248-0403
Revista Fecomércio DF 17
artigo economia
A via sacra
de Levy
18 Revista Fecomércio DF
de tudo isso, porque Levy parece ter respaldo e sabe o que deve
fazer. Dilma não tem alternativa.
Está pensando a partir de um instinto de sobrevivência. As contas
públicas estão uma bagunça, e um
momento de ajuste predatório e
violento ajuda. É um quadro muito
ruim, mas a gente esquece que já
superamos no passado momentos
muito parecidos.
A economia é um grande paquiderme. Os níveis de desemprego
continuam baixos e vão demorar a
subir. PIB é coisa de economista. A
população quer emprego e salário.
A inflação incomoda, mas, hoje, a
perda de popularidade tem muito
a ver com corrupção e a Petrobras.
No momento em que dados
negativos de emprego aparecerem
mais fortes, será possível vender a
retomada e o médio prazo, sem ter
de usar essa ladainha de que a economia internacional é hostil.
Os resultados das concessões
começarão a aparecer, haverá dinheiro de fora e os empresários
vão olhar para o futuro. O câmbio
corrigido ajudará a indústria. Mas o
que eu realmente lamento mesmo
é que jamais pensei que teria de vivenciar outra vez esse tipo de coisa.
As contas
públicas estão
uma bagunça,
e um momento
de ajuste
predatório e
violento ajuda
Raul Velloso
Doutor em Economia pela
Universidade de Yale (EE.UU).
Atualmente é consultor
econômico em Brasília
Cristiano Costa
Tendo participado, no governo,
de vários esforços de ajuste em
outras crises no passado recente, tenho apostado que é factível a
meta de ajuste fiscal deste ano capitaneada pelo novo ministro da fazenda, Joaquim Levy. Ajustes sempre doem, mas quando se tornam
imperiosos, infelizmente é preciso
apoiá-los. Hoje, o preço a pagar por
não cumprir a meta de superávit
fiscal seria a perda do selo de “bom
pagador”. Isso levaria a uma forte
fuga de capitais, e, na sequência,
maxidesvalorização da moeda, inflação e, no fim, juros mais altos e
maior desemprego.
Algumas medidas do pacote
Levy vão passar no Congresso, outras não. As pessoas se esquecem
de que o orçamento no Brasil não é
impositivo. Isso significa que metade dele não é obrigatória e pode ser
postergada. Dessa forma, ao final,
o adiamento de gastos fechará a
conta. Isso é arbitrário e ruim, mas
um governo politicamente fraco dificilmente conseguiria outra coisa.
Quanto ao temor de faltar respaldo ao ministro, creio que o governo
não terá escolha. Terá de apoiá-lo,
ou correr o risco de forte desorganização econômica, no momento
em que os ruídos da Operação Lava-Jato e do episódio Petrobras estiverem mais intensos. Outras medidas dolorosas têm sido postas em
prática por Levy, como o super-reajuste das tarifas de energia elétrica.
O drama aqui é que o governo reduziu fortemente as tarifas quando já
era grave o problema de escassez
da oferta desse básico insumo.
Sou otimista quanto ao futuro
Alimentação
Refeição
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Revista Fecomércio DF 19
esportes
Ponte JK sediará
etapa Brasília
de Triathlon
//Por Por Líliam Rezende
Foto: Cristiano Costa
Inscrições têm início no dia 30 de março
e seguem até 27 de abril
O
Estão abertas, a partir do dia 30 de março, as inscrições para a etapa Brasília do Sesc Triathlon. A
tradicional prova que faz parte do circuito brasileiro será no dia 3 de maio, na Ponte JK. A etapa contará
com 600 participantes, e os atletas profissionais somam
pontos por prova, formando um ranking de classificação.
No final das oito etapas, quem tiver o melhor desempenho será o campeão do Circuito.
Os interessados podem fazer a inscrição no site da
instituição (www.sescdf.com.br), entre 30 de março e 27
de abril. Os valores variam de R$ 30 a R$ 180, dependendo da categoria. A novidade deste ano é que o Sesc
aumentou o valor da premiação, totalizando R$ 78 mil a
serem distribuídos.
Promovido pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), o
evento completa 11 anos em 2015 e já faz parte do calendário esportivo das cidades por onde passa. Além de
Caiobá (PR) e Brasília (primeira e segunda etapas), até o
final do ano outras seis cidades brasileiras vão sediar a
competição: Palmas (TO), dia 14 de junho; Manaus (AM,)
11 de julho; Belém (PA), 16 de agosto; Salvador (BA), 27
de setembro; e Fortaleza (CE), 18 de outubro. O circuito
só chega ao final em Tramandaí (RS), dia 22 de novembro.
A competição será dividida nas seguintes categorias: elite (profissionais), amadora, comerciário, pessoas com deficiência, percurso olímpico e mountain bike.
A prova também pode ser disputada em equipes de re-
20 Revista Fecomércio DF
vezamento – cada atleta participando de uma modalidade (natação, ciclismo ou corrida). “Ano passado, a etapa
de Brasília foi eleita a prova com melhor logística do
Brasil. Nós buscamos proporcionar uma competição de
elevada qualidade técnica, com organização e integração”, ressalta Augusto Carvalho da Silva, coordenador
de Esporte e Lazer do Sesc-DF.
A prova tem ainda um caráter inclusivo, com categorias diferenciadas para amadores e comerciários e conta
com um programa de incentivo ao esporte por meio do
Projeto Sesc Triathlon+. Trata-se da implantação de núcleos regionais de iniciação esportiva onde ocorrem as
etapas. O programa visa complementar os efeitos positivos que o Sesc Triathlon gera nas comunidades onde
acontece, possibilitando que 200 crianças de 8 a 14 anos
de idade aprendam valores como cidadania, liderança e
companheirismo.
“No Distrito Federal, o projeto atende 40 crianças na
unidade do Sesc Ceilândia. No dia da prova, os futuros
triatletas terão a oportunidade de estrear em uma competição oficial, participando de uma prova-demonstração”, destaca o coordenador.
Mais informações
@sescdf
/sescdistritofederal
www.sescdf.com.br
BOLETIM DA CONJUNTURA IMOBILIÁRIA
S Í N T E S E
Imóvel continua como um investimento sólido. Sob a
perspectiva dos últimos 12 meses, pode-se observar que
houve um aumento do índice imobiliário - que mede o
comportamento de compra e venda de imóveis -, na
qual passou de 122,9 para 125,6. O índice vem
apresentando comportamento de alta nos últimos cinco
meses. O Índice Imobiliário - Locação apresentou
expansão em fevereiro, passando de 112,6 para 113,8.
Destaca-se que o índice vem apresentando movimento
de alta desde novembro de 2014.
ÍNDICE DE PREÇOS
Variação Mensal
1,80%
0,00%
IGP - M
Janeiro
Fevereiro
ÍNDICE DE RENTABILIDADE IMOBILIÁRIA
Residencial
0,41
0,33
0,37
%
Guará
0,76 0,67
0,27 0,53
%
%
%
%
IPCA
INCC
1,62 1,24
1,22 1,22
%
%
%
%
0,92
0,31
%
%
Outras variáveis econômicas também forçaram
uma elevação geral nos demais índices mas com
razoável queda em relação ao mês anterior.
Veja mais no Boletim Completo em nosso site.
%
Brasília
IPC
O indicador IPCA foi elevado por influência do
aumento de preços percebidos nos
combustíveis e energia.
apto 2 quartos
Águas Claras
IGP - DI
%
ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF
ÍNDICE IMOBILIÁRIO SECOVI - DF
Locação
Comercialização
113,872
116,000
125,680
126,000
123,000
122,986
108,685
106,000
fev14
abr14
jun14
ago14
out14
dez14
fev15
O Índice imobiliário SECOVI DF reflete o
comportamento geral dos preços de aluguel
e de venda dos imóveis ofertados no DF.
Demonstra as tendências do mercado imobiliário auxiliando nas tomadas de decisão.
121,000
fev14
abr14
jun14
ago14
out14
dez14
fev15
VEJA O BOLETIM COMPLETO NO SITE:
www.secovidf.com.br
Revista Fecomércio DF 21
Leve sua imobiliária para o SECOVI-DF:
3321 4444
gente
Facilitação
gráfica
//Por Silvia Melo
Premiada
internacionalmente
//Por Silvia Melo
Foto: Arquivo pessoal
Quando começou a fazer oficinas livres de teatro, aos 12 anos, em Brasília, a atriz Camila Márdila
não tinha ideia de que a atividade pudesse virar sua
profissão. Aos 14 anos, fez a primeira apresentação
aberta ao público, na peça Casais Veríssimos, dirigida
por Lucas Gouvea. Aos 27, acaba de receber o prêmio
de melhor atriz no Festival de Sundance, nos Estados
Unidos, pela atuação no filme “Que Horas Ela Volta?”,
de Anna Muylaert. “Na época da escola já gostava de
participar de montagens e criava peças”, conta a atriz.
Nascida e criada em Brasília, morou em Taguatinga
até os 17 anos. Formada em Comunicação Social pela
Universidade de Brasília, trabalhou principalmente
com os diretores Adriano e Fernando Guimarães.
“Tivemos temporadas na Funarte, na Caixa e no
CCBB, peças de Shakespeare, Federico Garcia Lorca,
Samuel Beckett. Passeávamos por diferentes pesquisas dramatúrgicas”, lembra. Além da atuação no
filme em que foi premiada, Camila atuou também nos
longas “O Outro Lado do Paraíso”, de André Ristum,
e “Todas as Vidas”, produção brasiliense de Renato
Barbieri. Para ela, a conquista do prêmio mostra que
seu trabalho está à altura da força que o filme tem.
“Fico feliz pelo reconhecimento do meu esforço em
contribuir e trabalhar com aquele coletivo de pessoas
em função da história”.
22 Revista Fecomércio DF
Foto: Cristiano Costa
Bacharel em Artes Plásticas pela Universidade de
Brasília, Carla Cristina Hirata Miyasaka, de 28 anos,
faz uma trabalho diferente, o de facilitação gráfica,
que consiste em um processo de registro visual, no
qual os conceitos e ideias apresentados ao longo de
um evento (palestra, mesa de diálogo, workshop ou
reunião) são traduzidos, em tempo real, em forma
de desenhos e mapas mentais lúdicos, orgânicos e
atraentes, no intuito de facilitar a assimilação e a fixação dos conteúdos. Sócia-proprietária da empresa
Coletivo EntreLinhas desde 2010, nascida e criada em
Brasília, cidade que ama de paixão, Carla começou
a trabalhar aos 14 anos com facilitação de grupos e
desenho e aplicação de metodologias participativas.
“Ao longo do meu curso sentia falta de juntar minha
formação acadêmica (e meu amor pela arte) com minha formação profissional, até que um ano depois de
me formar, um amigo de profissão me falou do curso
da Mila Motomura e eu fui para São Paulo fazê-lo”,
explica ela, que fez o curso considerado referência em
facilitação gráfica. Carla acredita que Brasília é terreno fértil para a área, pela quantidade e diversidade de
eventos. “Tanto a demanda pelo serviço como a oferta
de profissionais na área ainda estão crescendo. É uma
profissão nova no Brasil, mas à medida que as pessoas conhecem mais, a procura cresce”, destaca.
Cinco
perguntas
para Rafael Venâncio
Diretor e proprietário do Venâncio Shopping,
Escritórios e Gastronomia, Rafael Venâncio, de
34 anos, é filho caçula do empresário Antonio
Venâncio da Silva, pioneiro na construção civil
comercial em Brasília. O administrador de
empresas, com o irmão André Venâncio, está
à frente da revitalização do segundo shopping
construído em Brasília, o antigo Venâncio 2000.
//Por Silvia Melo
Tem previsão de quando tudo estará pronto?
No final de 2015. O shopping será focado na
gastronomia e terá como âncora o Outback.
Biblioteca em
quatro rodas
//Por Silvia Melo
Foto: Cristiano Costa
Mineiro de Uberlândia, Josias de Sousa Ancelmo, de 48 anos, mora em Brasília desde 1972. Há
24 anos, decidiu seguir a profissão dos irmãos e se
tornou taxista. Teólogo e fluente em inglês e hebraico, passou a oferecer em seu carro uma diversidade
de livros, transformando o táxi em uma biblioteca.
“Ouvi falar de um táxi assim no Rio de Janeiro e decidi fazer no meu”, conta ele, que já oferecia jornais
e revistas para os passageiros. O taxista é conhecido
na cidade por ter investido em serviços mais requintados, disponibilizando aos passageiros um frigobar
com refrescos e água, TV, DVD, carregadores para
todos os tipos de celulares, além de aceitar todos os
cartões de crédito e débito. “Ofereço tudo de graça.
Não cobro nada a mais por esse serviço e o retorno
tem sido muito bom. A fidelização dos clientes é
uma consequência inevitável desse investimento”, afirma. Os livros oferecidos por Josias são dos
mais variados temas. “Tenho de todos os tipos: de
religião, política, história, psicologia, poesias, sobre
família, entre outros”. Se o cliente tiver interesse,
pode levar para casa e devolver depois. “Para mim
o que importa é passar um pouco de cultura e conviver com as pessoas. Percebi que depois disso, os
passageiros tendem a construir um vínculo com
você”, destaca.
Qual o valor investido nessa mudança?
Estão sendo investidos R$ 200 milhões.
Conseguimos um empréstimo há quatro anos
com condições favoráveis e o desenvolvimento
do projeto durou dois anos.
Você sempre atuou nessa área?
Sim e posso dizer que herdei muito do meu
pai. Comecei aos 14 anos. Rodei em todos os
setores da empresa.
Tem estimativa do público?
Esperamos, no mínimo, dobrar o número
de pessoas que passam por aqui
diariamente.
O que os consumidores
encontrarão?
Além de lojas, cartórios, Procon,
faculdades, escritório da
Embaixada dos EUA, Defensoria
Pública e Delegacia Regional
do Trabalho, haverá os novos
restaurantes, torres de
escritórios e academia
de ginástica.
Revista Fecomércio DF 23
aprendizado
Laboratório
de cientistas
//Por Por Sacha Bourdette
Foto: Raphael Carmona
Sala de Ciências do Sesc oferece
espaço para a descoberta e prática de
experimentos científicos
E
xplorar o universo, conhecer os limites do corpo humano, desvendar os segredos da Química e Física
são alguns dos objetivos das Salas de Ciências do
Sesc. A instituição oferece, há nove anos, nas unidades de
Taguatinga Norte e Sul, aulas nas áreas de Biologia, Física e Química de forma interdisciplinar, lúdica e interativa.
A novidade é que para o segundo semestre deste ano, a
unidade do Gama receberá também o projeto. Aberto para
toda a comunidade, escolas da rede pública e particular
podem agendar visitas.
De acordo com a chefe da Unidade de Gestão de Ações
de Sustentabilidade do Sesc-DF e responsável pelo projeto, Patrícia de Souza, são realizados experimentos científicos que aliam conhecimento, imaginação e inovação para
mais de mil alunos por mês. “Desenvolvemos em um
espaço lúdico ações voltadas para a educação ambiental
e científica. De maneira pedagógica, oferecemos oficinas,
palestras, jogos, experimentações e exibimos vídeos. Damos todo o suporte com professores e equipamentos modernos para aqueles maiores de três anos que quiserem
visitar. Na nova unidade do Gama pretendemos focar os
estudos na Astronomia”, revelou.
A cada bimestre são trabalhados temas específicos.
Os assuntos abordados neste primeiro semestre terão
como foco os recursos hídricos e energéticos. “Contamos
com um espaço dinâmico em que aproxima e desmitifica
o papel distante do cientista de jaleco branco. Utilizamos
24 Revista Fecomércio DF
equipamentos, tubos de ensaio, microscópios, por exemplo, com uma visão mais próxima, sem ser pela televisão e
livros. Vamos trabalhar neste ano a coleta de água, a instalação de painéis para captação de energia por meio do
vento, criar aquecedores solares, produzir hortas e muito
mais”, adiantou o professor de Química e responsável pelo
projeto em Taguatinga Sul, Diogo Bacellar.
Para a supervisora pedagógica da Escola Classe 10
de Taguatinga Sul, Quedma de Souza, a Sala de Ciências
forneceu condições para que os alunos pudessem desenvolver trabalhos para a Feira de Ciências. “O Sesc nos
forneceu apoio para projetos criativos e diversificados. Na
escola não contamos com todos os equipamentos que o
Sesc possui. Ano passado criamos aquecedores solares
com garrafa e eliminamos os mosquitos da escola por
meio de um repelente natural produzido pelos estudantes. Já estamos nos planejando para marcar novas visitas
neste ano”.
Os espaços estão abertos de segunda a sexta-feira,
das 8h às 12h; e das 14h às 18h, para recepção de público
ou mediante agendamento de escolas. Para marcar, basta
ligar: 3451-9119 (Taguatinga Norte) e 3451-3511 (Taguatinga Sul).
Mais informações
@sescdf
/sescdistritofederal
www.sescdf.com.br
empresário do mês
Foto como
objeto de
decoração
//Por Taís Rocha
Foto: Cristiano Costa
Graça Seligman une imagens de seu
acervo a luminárias modernas
N
as ocasiões importantes da vida da gaúcha Graça Seligman ela foi presenteada
com uma câmera fotográfica - foi assim
ao completar 15 anos e quando passou no vestibular, por exemplo. E foi com essas e outras câmeras
que ela foi deixando de lado a carreira de jornalista
para se dedicar à fotografia.
Casada e com dois filhos criados, ela atualmente divide seu tempo de produção entre Brasília e São
Paulo. Na bagagem, acumula passagens pelos principais jornais do País, e em locais e cargos de importância para a cultura, como diretora do Museu da
Imagem e do Som (MIS) em São Paulo e da Fundação
Athos Bulcão, em Brasília.
Com o objetivo de ampliar o uso da fotografia há
seis anos, ela passou a produzir luminárias com imagens de suas fotos. Assim como gravuras de artistas,
as luminárias são numeradas, assinadas e Graça garante que nunca reproduz mais do que oito peças com
cada imagem. “Com elas, abri o espectro do uso da
minha fotografia”, destaca.
As fotos são capturadas e escolhidas a dedo. Depois, Graça faz um recorte com o olhar apurado, e em
seguida, ela mesma trata as imagens no Photoshop.
“A foto é a minha prioridade”, declara. Ela imprime as
imagens em acetado com um fornecedor de São Paulo. Quando o material volta para Brasília, é montado
nas cúpulas e ganha os pés de luminária. As peças
são comercializadas entre R$ 900 e R$ 1100, dependendo do tamanho.
A arquitetura, as cores, formas, cultura e povos de
Roma e da China – por onde já morou e viajou - já foram
objeto de exposições e livros com fotos dela. Nas paredes do conceituado Hotel Fasano, de São Paulo, há 16
fotos da gaúcha. “Grande parte da divulgação do meu
trabalho é feita pelo boca a boca”, garante, mas ela não
descarta sua página pessoal no Facebook e o próprio
buscador Google como ferramentas de divulgação.
Suas peças conversam com projetos de arquitetos
e decoradores. “Tenho como clientes vários jovens recém-casados, que querem decorar a casa nova com
uma peça minha. Mas há também colecionadores e
amantes de arquitetura e artes em geral”, explica.
Seu mais recente trabalho impresso é o livro Que
boneca é essa?, em parceria com a amiga e jornalista
Macao Goés. Foram três anos de pesquisas, viagens
ao documentar o trabalho de 76 mulheres bonequeiras do Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Seu próximo
projeto será uma coleção de peças com obras de
Athos Bulcão. E, como já é de praxe no mainstrean artístico-cultural da cidade, Graça abrirá seu ateliê, estrategicamente escondido no belo jardim de sua casa
no Lago Norte, para lançar novas peças, negociá-las
com os amigos e clientes.
Revista Fecomércio DF 25
vitrine
Taís Rocha
[email protected]
Jornalista
(61) 3038 - 7525
LUXO DE FESTA
VINHO E MÚSICA JUNTOS
Essa é para colocar na agenda. O Wine’n Music já
tem data marcada para ocorrer, 11 de junho. Em sua
terceira edição, o evento reunirá representantes de
vinícolas, sommeliers e enólogos na Hípica Hall. Estarão
disponíveis mais de 60 rótulos que abastecerão cinco
estações temáticas e que serão harmonizados com
músicas dos anos 1980 e 1990. Mais informações no site
www.gourmetbutler.com.br
A 5ª edição do Luxo de Festa, maior
exposição voltada para o mercado de
festas, casamentos e eventos corporativos
da região Centro-Oeste correrá de 28 a 31
de maio, no Hípica Hall. Durante quatro
dias, o público irá conferir as novidades e
tendências para comemorações especiais.
Serão 120 empresas divididas em 35
estandes. Haverá ainda desfiles, palestras e
workshops diariamente com as tendências
deste mercado em franca ascensão.
Confira o calendário completo em
www.luxodefesta.com
NOVO MODELO
DE NEGÓCIO
FEIRA DE ANTIQUÁRIOS
NO CASAPARK
O Grupo Giraffas
acaba de inaugurar
sua primeira
franquia no formato
Store in Store
junto com o Tostex,
lanchonete especializada
em sanduíches tostados.
A loja fica na 403 Sul. No novo restaurante, as
operações das duas marcas do grupo apresentam
fachadas individuais e compartilham a mesma
infraestrutura de cozinha, estoque e escritório.
O conceito traz vantagens como facilidade na
operação e redução de custos, uma vez que o
formato Store in Store custa 20% a menos que
duas unidades separadas. No cardápio há mais
de 20 sanduíches diferentes, desde opções para o
café da manhã, para lanches entre as refeições e
até mesmo para o almoço e jantar, acompanhadas
de saladas e sobremesas.
Nos dias 18 e 19 de abril, a Praça
Central do shopping CasaPark
recebe a 25ª edição da tradicional
Feira de Artes, Antiguidades e
Colecionismo. Com curadoria
do antiquário Décio Andrade,
o evento reúne os mais
renomados e experientes
antiquários e marchands de
Brasília. Sábado, das 10h às
20h, e domingo, das 12h
às 20h. Destaque para a
escultura de bronze “O
Beduíno”, de Franz
Bergman (foto). São
peças de várias épocas
e origens, como
objetos de arte sacra
em cerâmica, madeira
e prata.
26 Revista Fecomércio DF
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canais de
Revistapelos
Fecomércio
DF 27
atendimento habituais, como, por exemplo, o SAC. Serviço de assistência à residência prestada pela Brasil Assistência, CNPJ: 68.181.221/0001-47.
conjuntura
Ninguém
sai ganhando
//Por Por Daniel Alcântara Fotos: Cristiano Costa
Alta do dólar frente ao Real freia intenção
de consumo e diminui vendas nos setores
de comércio e serviços
A
R$ 3,28
foi a cotação do
dólar no início
de março deste
ano - o maior
valor em
10 anos
28 Revista Fecomércio DF
alta recente do dólar está
surtindo efeito negativo em
várias áreas do segmento de comércio e serviços do País.
Para se ter ideia do atual cenário
econômico em que a moeda americana se encontra, no início de março deste ano, ela atingiu a maior
cotação em 10 anos, registrando o
valor de R$ 3,28. Desde o início de
2014, a moeda subiu cerca de 5%
em relação aos pesos mexicano e
chileno, 8% ante o rand sul-africano e 13% em relação à lira turca,
mas avançou em torno de 20% em
relação ao Real. De acordo com a
Divisão Econômica da Confederação Nacional do Comércio (CNC), a
alta do dólar proporciona uma freada na intenção de consumo das famílias, o que gera um esfriamento
nas vendas.
A CNC explica ainda que não
existe uma expectativa de baixa do
dólar nos próximos meses. Porém,
a perspectiva é de que a moeda
americana feche o ano a R$ 3,06,
registrando um patamar de queda
em relação ao atual cenário. “Os
segmentos mais afetados são os de
bens duráveis, como: automóveis e
eletrodomésticos., além do setor de
serviços que sofre uma forte queda
em decorrência da baixa procura
pelos pacotes de viagens cada vez
mais caros com a alta da moeda
americana”, explica o economista
da CNC, Fábio Bentes. Ele também
ressalta que a alta recente do dólar
certamente vai frear a desaceleração nos preços que já vinha acontecendo há alguns meses.
AGÊNCIAS DE VIAGEM
Com o dólar atingindo valores
astronômicos, as agências de viagens estão sentindo uma queda na
procura por viagens internacionais,
por exemplo, para os Estados Unidos, um dos destinos mais procurados pelos brasileiros. De acordo
com o presidente da Associação
Brasileira de Agências de Viagens
do DF (Abav-DF), Carlos Vieira,
houve uma queda vertiginosa na
procura e na venda de viagens internacionais para todos os destinos. ”Além do aumento real do custo da viagem, há a insegurança e o
temor de que, quando retornar de
viagem, o câmbio tenha aumentado
mais ainda”, explica Carlos. “Dos
sonhos de consumo do brasileiro,
viajar, se não for o primeiro, é o segundo. Mas, ao menor abalo econômico, é o item número um da pauta
de cortes”, lamenta Carlos.
O que o mercado de agências
de viagens espera e acredita é que
haverá uma busca maior pelo mercado interno, conseguindo, assim,
manter o segmento econômico
em funcionamento. Na opinião da
Abav, como os demais setores, há
a percepção de que 2015 será um
ano apenas para sobreviver e não
esbanjar lucros.
A Abav-DF diz ainda que o ano
de 2015 começou de forma lenta e
fria, assim como terminou 2014. “Já
estamos sentindo o resfriamento
desde dezembro passado. Mesmo
oferecendo facilidades de pagamento, como o parcelamento em
10x sem juros no cartão, cheque e
até boleto, o mercado está retraído.
O brasileiro está mais precavido”,
conclui o presidente da Abav-DF,
mesmo porque como o setor de
serviços depende da capacidade
de compra, se a renda em real fica
comprometida em relação ao dólar,
o setor perde muito.
COSMÉTICOS
O setor de cosméticos poderia
ser considerado um dos poucos a
comemorar, mesmo que de maneira tímida, a alta da moeda americana. Em uma primeira impressão,
as pessoas deixariam de viajar para
comprar produtos de cosméticos
fora do País para comprar em terras tupiniquins. Porém, o que se vê
no mercado é diferente. De acordo
com Bentes, o setor de cosméticos
terá que elevar os preços. “Por mais
que eleve as vendas, o aumento do
Mesmo as pessoas que
não vão viajar estão
reduzindo as compras.
Agora, vamos receber
mercadorias novas
com um valor superior
por causa da alta do
dólar, o que gera uma
reação em cadeia
Adriana Muniz
sócia-proprietária da Lord
dólar não ajuda o segmento, pois
muitos dos produtos são importados”, aposta.
A sócia-proprietária da Lord,
empresa atuante em Brasília há
mais de 46 anos, e que oferece mais
de 3 mil itens em estoque, como
perfumes e maquiagens, afirma
que, apesar da redução de compras lá fora, não houve um reflexo significativo nas vendas. Para a
empresária, o cenário de incerteza
econômica pode, inclusive, mudar
o comportamento de compras dos
clientes, que deixarão de consumir.
“Mesmo as pessoas que não
vão viajar estão reduzindo as compras. Agora, vamos receber mercadorias novas com um valor superior por causa da alta do dólar,
o que gera uma reação em cadeia:
aumenta-se o preço dos insumos,
do transporte e do material em si.
Então, infelizmente também teremos que repassar esse valor para
o consumidor. Aí sim, vamos sentir
uma mudança nas vendas”, explica
Adriana Muniz.
Revista Fecomércio DF 29
mercado
Lavou,
tá novo!
//Por Andrea Ventura
Fotos: Cristiano Costa
Cada vez mais o brasiliense opta pelo conserto. Serviços vão de
reparos em bolsas, malas, tênis a brinquedos
O
setor de consertos está cada dia mais aquecido em Brasília. O consumidor que opta por restaurar um produto em vez de comprar
pode economizar. Além de uma boa ideia para o bolso do consumidor, é rentável para o empresário, que atesta uma tradição em Brasília
quando se fala em consertos com boa qualidade. As lojas estão se especializando cada vez mais para atender a uma clientela exigente. O resultado são
produtos renovados que podem durar muitos e muitos anos.
Pioneiro na cidade
Na cidade há 15 anos, com duas unidades, a UTI do Tênis é especializada
em conserto de tênis. “Na época não tinha sapateiro especializado neste ofício,
então meu pai trouxe de São Paulo a ideia e um profissional para lidar com a
área”, conta o empresário, Célio Fonseca.
Hoje são cerca de cinco sapateiros especializados. “Consertamos sapatos
em geral, mas a especialidade são os tênis de qualquer tipo. Trocamos o so-
30 Revista Fecomércio DF
lado, a língua, tudo e fica novinho”
conta. O serviço é constante, mas
nos meses de janeiro, fevereiro, junho e julho a procura é acentuada,
por causa do período de férias. O
público não tem faixa etária específica. “Quando começamos o negócio,
queríamos atrair corredores, mas
hoje atendemos a todos”, afirma.
Ele explica que a procura pelo
serviço só cresce. “De uns sete anos
para cá o valor do tênis subiu muito
e por isso as pessoas preferem consertar.” Um pequeno reparo pode
custar cerca de R$ 30. Mas às vezes
o conserto pode ser bem maior. “Já
recebi tênis totalmente rasgado por
uma mulher ciumenta que cortou o
tênis do marido com uma faca”, conta. Ele conseguiu recuperar o tênis de
cerca de R$ 1 mil.
Por isso, o conserto é muitas vezes mais vantajoso do que a compra
de um novo, já que representa entre
10% e 15% do valor do produto original. Na contramão dos empresários
que preveem um ano fraco, Célio
acredita que a procura deve aumentar. Ele espera cerca de 10% de aumento nas vendas em 2015.
Nostalgia
Quem deseja consertar brinquedos pode ir ao Hospital dos Brinquedos. A loja, localizada na 313 Sul,
existe há 41 anos e hoje não conserta
apenas brinquedos, mas eletrônicos
em geral. “Hoje não vivemos só de
brinquedos. Antes trabalhávamos
exclusivamente com brinquedos na
época que a Estrela fazia lançamentos e tinha Assistência Técnica, mas
depois foi acabando”, conta a empresária Maria Aparecida Teixeira.
Ela afirma que há um público para seu trabalho, embora seu
negócio esbarre em dificuldades.
“Muitos não têm interesse em retirar o brinquedo do conserto. A loja
está lotada de objetos consertados
que não são buscados. É um pre-
juízo danado, tanto que a
gente está pensando em
parar de consertar brinquedos”, resigna-se.Os
clientes muitas vezes são
impulsionados pela nostalgia. “Ainda consertamos muito brinquedo antigo, boneca de 70 anos”,
afirma a empresária que,
para dar conta do serviço, conta com a ajuda do
marido e de dois funcionários, mas reclama que
a mão de obra na área é
escassa. “Hoje está complicado, faltam profissionais e consertar brinquedo
é muito delicado”. Um conserto de uma boneca custa em média R$ 70. As
peças podem vir de São Paulo ou mesmo de fora do País. A loja atende também colecionadores, que desembolsam mais no conserto de suas raridades.
Tradição em couro
Jeans restaurados
O empresário Ayres Tovar Filho abriu a franquia
Restaura Jeans, na 313 Sul, em setembro de 2012. Sua
empresa recupera roupas e calçados, com técnicas de
tingimento, costura, restauração e lavanderia. “As pessoas nos procuram pelo apego sentimental à peça, que
possuem há anos e também pelo oposto, de enjoarem
do produto”, conta.
Para Ayres, sua empresa tem a filosofia de romper
com a cultura do descarte e busca diferenciais para
atrair a clientela. “Invisto no atendimento, com pessoas
qualificadas, mas confesso que a mão de obra é difícil”,
completa. Mas segundo Ayres, seu negócio não está focado apenas em mudança de peças usadas. “Às vezes,
o cliente compra uma calça jeans de uma cor e deseja
transformar em outra. Na loja há mais de 50 cores disponíveis para tingimento”, detalha.
“Brasília tem uma tradição de consertos”, afirma o
empresário Leonardo Ribeiro, da Couro Chique. A loja,
na 208 Sul, funciona há 32 anos e é especializada em
conserto de sapatos, malas e roupas. “Fazemos de tudo
um pouco”, brinca. O empresário chegou em 1978, e
naquela época já percebeu que o segmento era promissor e foi trabalhar com conserto de sapatos. “Era uma
loucura esse negócio de sapataria. Hoje toda quadra
que você vai tem uma sapataria, e a tradição de Brasília
é forte. Em outras cidades isso não é tão comum”, define. De gerente da loja do sogro, passou
a proprietário. Para o empresário, tantos
anos no negócio tem explicação: a qualidade do serviço.
“Trabalhamos com couro, não
usamos nada sintético”. Leonardo
tem clientes de outras cidades e
países - reconhecimento que chamou a atenção de grifes
internacionais estabelecidas em Brasília.
“Representantes da
Prada e Louboutin
vieram até a loja,
atestaram nossa
qualidade e começamos a fazer serviços para eles”,
acrescenta a filha
do empresário, Ana
Angélica Ribeiro.
Revista Fecomércio DF 31
capa
NOVOS PIONEIROS
//Por Por Sacha Bourdette
Fotos: Cristiano Costa
Empresários investem na economia criativa e
fazem da capital do modernismo terreno fértil
para ideias inovadoras
32 Revista Fecomércio DF
U
m céu pincelado por cores
intensas interage com os
contornos e traços modernos dos edifícios, monumentos,
ruas e espaços verdes da capital
federal do Brasil. Localizada no coração do País, na região Centro-Oeste, não há montanhas ou prédios
altos que impeçam a contemplação
da cidade. Marco da arquitetura e
urbanismo contemporâneos, Brasília contou com grandes nomes
que entraram para a história du-
Roteiro de bicicleta
é feito em uma
nuvenzinha - modelo
criado em Brasília
pelo ciclista e triatleta
Zé do Pedal
BRASÍLIA
COMPLETA 55
ANOS NO DIA
21 DE ABRIL
rante o período de sua edificação.
O que poucos sabem, porém, é que a idealização da capital teve início
por volta de 1760 com o governante Português Marquês de Pombal. Logo
depois, em 1883, o sacerdote italiano Dom Bosco, profetizou a construção
de Brasília. Ele sonhou com a cidade e, inclusive, relatou as coordenadas
geográficas de onde seria construída. Mas o sonho só se tornou realidade
nas mãos do presidente Juscelino Kubitschek, em 1956, quando foi tomada
a decisão política de construção da nova sede do poder. Para esse desafio
sair do papel, JK reuniu um grupo de profissionais que partilhavam desse
ideal. Amigos próximos, o urbanista Lúcio Costa e o arquiteto Oscar Niemeyer, esboçaram a maioria dos prédios do governo. Burle Marx foi o responsável pelo paisagismo. Para completar o time, o artista plástico Athos
Bulcão decorou a cidade com os seus famosos azulejos geométricos.
Para celebrar os 55 anos de Brasília, comemorados em 21 de abril, a
Revista Fecomércio-DF reuniu sete pessoas que estão mudando a forma de
ver a capital e descobrindo novas experiências por meio da ocupação dos
espaços públicos. São “novos pioneiros” que investem na economia criativa - novos modelos de negócios que utilizam da criatividade e da inovação
como forma de empreender - e fazem das palavras de JK realidade: “Brasília é um marco da ocupação do Brasil pelos brasileiros”.
Fatores competitivos intrínsecos, como o baixo custo de mão de obra ou
avanços específicos na tecnologia da informação, somente podem ser superados pela inteligência de novos modelos de negócios, novos processos,
novas tecnologias e outros decorrentes da criatividade, imaginação e inovações constantes. Esse é o motivo pelo qual a aplicação desses conceitos
– incluídos na definição da Economia Criativa – a empresas e aos negócios
em geral é um requisito para sair do lugar comum da competição predatória
por participação de mercado em produtos e serviços existentes. A Economia
Criativa, ao focar a criatividade, a imaginação e a inovação, não se restringe
a produtos, serviços e tecnologias, englobando também processos, modelos
de negócios e modelos de gestão, entre outros.
EXPERIMENTE BRASÍLIA
Com a missão de conectar a capital com as pessoas, a diretora criativa da empresa Experimente Brasília, Patricia Herzog, e o artista, ilustrador e criador do
personagem Gurulino, Pedro Sangeon, nos contaram em um bate-papo descontraído sobre uma Brasília fora dos cartões-postais. Formada em Turismo,
Patricia criou a empresa em 2013 com a sócia Tatiana Petra. A proposta é oferecer experiências que levam para o lado menos óbvio da cidade. São passeios
que vão de uma trilha pelos azulejos de Athos até uma volta de Balão na ChaRevista Fecomércio DF 33
capa
pada dos Veadeiros com anfitriões
que apresentam cada destino. Pedro
é um dos anfitriões.
A locação da conversa não poderia ser outra, a residencial da 308
Sul, uma quadra única de Brasília,
tida como referência para as demais.
Cheia de atrativos, como a Igreja Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como Igrejinha (de Oscar Niemeyer
e paredes revestidas por Athos Bulcão), o lugar possui espaços verdes de
Burle Marx, espelho d’água, cobogós
e muito mais. A moradora da quadra e
médica, Daniela Julien Salvarani, tem
orgulho do lugar. “Vivendo aqui me
sinto realmente em Brasília. Tenho o
privilégio de morar na quadra que sintetiza a história da capital”, contou.
Apaixonada por Brasília, Patricia
abriu a entrevista para falar da sua
relação com a cidade. “Pedro e eu somos brasilienses e apaixonados pela
cidade, somos filhos de Superquadra
e amigos antigos. Quando a Tatiana,
a outra sócia, e eu começamos a faculdade de Turismo, nos apaixonamos pela profissão. Então decidimos
transformar Brasília em um destino
turístico. Brasília é a nossa obsessão
criativa”, revelou.
A cidade possui a maior área
tombada do mundo, são mais de
112 quilômetros quadrados registrados pela Unesco como Patrimônio
Cultural da Humanidade. Tendo em
vista toda essa capacidade, Patricia
não perdeu tempo e decidiu analisar
cada canto. “A nossa ideia é mostrar
a Brasília que a gente sente e que a
gente vive. Temos muitos espaços
que não são explorados. Por isso, o
nosso trabalho sempre foi o de fortalecer a cidade como um destino único, que de fato é. Brasília é a única
cidade modernista, é o primeiro sítio
Patrimônio da Humanidade Moderno, é uma cidade que quebra todos
os paradigmas e se iguala à importância de grandes ícones mundiais”.
Autêntica e com o pensamento
inquieto, Patricia diz que seu trabalho
é mostrar uma cidade completamente nova, efervescente, com uma vida
urbana, uma cultura muito própria
de uma cidade jovem. “O Experimente vem com a missão de conectar
paixões. Por isso, criamos experiências únicas para você sentir Brasília
como se fosse um brasiliense, sentir
a cidade como morador”, exaltou.
GURULINO
Assim como a amizade entre Niemeyer e Lúcio Costa, Pedro abriu o
diálogo explicando a sua relação com
o Experimente Brasília, de Patricia.
“Sou formado em Artes e o meu trabalho também tem uma história longa de investigar essas características
únicas que Brasília possui. O projeto
da Patricia consegue sintetizar experiências explorando a cidade. Então
ela me convidou para fazer parte por
meio do destino de street art”. O ilustrador e artista é autor do Gurulino um personagem Guru de grafite que
traz mensagens positivas pelas ruas
da cidade.
A essência de Brasília é tratada
por uma perspectiva pouco convencional. A rota street art, destacada
por Pedro, ajuda a aguçar o olhar
sobre aquilo que passa despercebido. “As pessoas duvidavam que existisse arte urbana aqui na cidade e a
rota ajuda a perder essa noção. Elas
passam a enxergar o que está na
cara. Athos Bulcão foi o primeiro interventor artístico da cidade por fazer
algo público”, lembrou. Para Pedro,
depois da experiência, “o visitante
passa a tomar a cidade como sua e
que tem responsabilidade de cuidar
dela”. Ele possui diversos trabalhos
espalhados por Brasília, mas os dois
maiores painéis de grafite com os
personagens Gurulino (O Guru e seu
discípulo, o Lino) podem ser vistos na
412 Sul e no centro de Taguatinga.
Depois de ter como objeto de pesquisa o trabalho de Athos, Patricia se
deu conta que ele estava em todos os
lugares e que era possível conhecer
a cidade percorrendo a trilha de azuPedro Sangeon e Patricia
Herzog: amizade e trabalho
para mostrar Brasília
diferente do tradicional
circuito da Esplanada
34 Revista Fecomércio DF
lejos. Não demorou muito para ela
expandir as rotas do Experimente.
Hoje a empresa conta com destinos
que vão de um passeio fotográfico ao
Verde de Brasília com o poeta Nicolas
Behr. “A cidade é muito fotogênica e
exploramos para diversificar as formas de experimentá-la. A bike tour,
por exemplo, só poderia ser realizada
em uma nuvenzinha, o que deixa a
nossa oferta mais divertida e valoriza um produto local criado entre as
décadas de 1970 e 1980”, destacou.
Esse veículo foi inventado pelo ciclista e triatleta José Cadima, ou Zé do
Pedal, a partir de uma adaptação de
outra bicicleta. A ideia era ser confortável e que atendesse ao relevo plano
da cidade.
De acordo com Patricia, a capital possui um movimento forte
de estrangeiros, que se encantam
pela forma com que a cidade lhes é
apresentada. “A portuguesa e relações internacionais, Ariane Andrade,
escolheu há quatro anos a capital
para morar e elogia. “É uma cidade
diferente de qualquer outra. A arquitetura moderna me chama muito a
atenção, pois na Europa os prédios
são mais clássicos. Brasília foge dos
padrões”, ressaltou.
CARNAVAL NA RUA
Segundo estimativas da Secretaria
da Segurança Pública e da Paz Social
do DF, cerca de 1 milhão de pessoas
curtiram as folias de carnaval na cidade durante o período de 13 a 18 de
fevereiro deste ano. O número foi 30%
superior ao registrado no ano passado,
o que reflete que o evento de rua tem
ganhado cada vez mais força e adeptos
na cidade, como o Babydoll de Nylon,
Suvaco da Asa e Aparelhinho.
Para não ficar de fora desta grande festa de ocupação pública, o Experimente Brasília também esteve
presente no domingo de carnaval
com o Bicicobloco. Sobre as rodas de
nuvenzinhas, o grupo de 300 bicicletas curtiu a folia no Eixão.
“Entramos no circuito de festas
e ainda recebemos menção honrosa
do governador do Distrito Federal,
Rodrigo Rollemberg, por ser o bloco
mais limpo da cidade”, comemorou.
Anderson Schneider
Artesanato, rock e cinema
//Por Por Fabíola Souza
A Revista Fecomércio entrevistou artistas da cidade para saber mais sobre as novidades culturais da capital. O lugar do nosso bate-papo foi em frente
ao Museu da República, na Esplanada dos Ministérios. Convidamos o produtor
cultural Ivan Bicudo, a proprietária da loja itinerante Maria Berenice, Adriana
Bruno, e o cineasta Patrick Grosner, para contar suas experiências sobre a cultura brasiliense. Em uma conversa informal, cada um falou um pouco sobre os
respectivos trabalhos e sobre a vida cultural da cidade. Foi consenso entre eles
que a capital precisa de mais investimentos para realização de eventos e mais
incentivo por parte do governo na valorização de artistas locais.
Ivan é um dos produtores da Festa Moranga, que atualmente ocorre todas
as quartas-feiras no bar Outro Calaf, no Setor Bancário Sul. Cada semana com
um tema diferente, o evento tem um grupo de DJs que se revezam entre convidados especiais a cada edição. “Sempre tivemos essa filosofia de mostrar
novidade para as pessoas, trazer música de Brasília, pois prezamos pela versatilidade do som e procuramos apresentar todos os estilos de música, tanto os
mais eletrônicos, quanto pop rock, música brasileira”, diz.
O projeto começou inspirado em outra festa que se chamava Toranja e
acontecia em uma praça na 201 Norte. “Era gratuita, atraía muita gente. Sempre tivemos vontade de ocupar o espaço público da cidade”, comentou o produtor. Nessa hora, Patrick relembra que Brasília sempre foi um lugar de eventos
na rua. “Nos anos 1980 e 1990 sempre tinha eventos na rua, na 109 Sul mesmo
a reunião era toda do lado de fora e não dentro do bar”, aponta o cineasta. Por
causa de algumas dificuldades de realizar o evento em local aberto, a festa teve
que ser transferida para um lugar fechado e a entrada passou a ser cobrada. O
projeto tem cinco anos e há um ano a Festa Moranga é realizada no atual espaço, todas as quartas-feiras entre 500 e mil pessoas passam pelo local. Patrick
comenta que mesmo com a mudança, o novo local escolhido também é na rua.
“Parece que você está no meio da rua, mas tem espaço ao ar livre”, afirma.
Para Ivan, os eventos ao ar livre devem sempre ser incentivados. “Eu gosto
muito de frequentá-los, ver as pessoas, ver os projetos e os produtos locais. A
Toranja, festa gratuita que deu origem à Moranga, seguia essa ideia de ocupar
os espaços e aproximar as pessoas. Temos contato com organizadores desses
eventos ao ar livre e estamos sempre procurando novas oportunidades para
levar a Moranga a um público maior”, disse o produtor.
Revista Fecomércio DF 35
capa
Adriana Bruno montou uma loja
itinerante dentro de um micro-ônibus que herdou do grupo de teatro
em que atuou em São Paulo. Nele,
começou a andar pelas ruas da capital paulista e passou a vender bolsas
e objetos que confeccionava. Deu o
nome de sua avó materna, Maria Berenice, ao veículo e acabou fazendo
disso um negócio. Criada em Brasília
entre os anos de 1985 e 1995, sempre
nutriu um carinho especial pela cidade e, na primeira oportunidade que
teve, voltou de vez para seguir sua
vida profissional e pessoal por aqui.
“Se você passou a adolescência
aqui, então virou brasiliense para
sempre. Você pode ir embora, morar
em outros lugares, mas você sabe o
que é passar e ser adolescente nesta cidade. Todo mundo que tem essa
experiência vira brasiliense”, brinca o
cineasta.
Desde 2009 Adriana faz sucesso com a Maria Berenice no DF e
nesse tempo também se lançou em
outros projetos, como um programa
piloto onde ela e mais duas amigas
escolhiam paisagens brasilienses
que geralmente não estão nos cartões-postais da cidade e passeavam
36 Revista Fecomércio DF
no micro-ônibus com artistas convidados e visitavam lugares diferentes
com o objetivo de despertar uma visão especial da capital. O programa
se chamava Rodando a Bolsa na Rua.
“Estou esperando uma resposta de
um novo projeto, tomara que dê certo, pois será muito bom para a Maria
Berenice”, afirma Adriana. Há dois
anos ela também montou uma loja
para expor o artesanato na tradicional feira da Torre de TV.
Patrick Grosner fotografou entre
1991 e 1997 grande parte da cena
musical produzida em Brasília. Após
esse período ele morou fora do País,
mas em 2006 voltou à capital e em
2009 se formou em Cinema e começou a produzir o filme: Geração
Baré-Cola, Usuários de Rock - um
documentário longa-metragem que
pela primeira vez na cinematografia
nacional retrata o cenário do rock
brasiliense da década de 1990. O movimento das bandas dos anos 90 foi
batizado como “Geração Coca-Cola”
– e até hoje relaciona Brasília como
a “Capital do Rock” do Brasil. “Nasci
em Brasília e vi essa cidade crescer.
Nos anos 1980 vivi muito o rock brasiliense, Legião, Capital, Plebe, Detri-
Brasília tem
a maior área
tombada do
mundo:
112,25 km²
Patrick Grosner, Adriana
Bruno e Ivan Bicudo: em
comum, a paixão por Brasília
Anderson Riedel
to Federal. Ia a todos os shows e fotografava sempre”, aponta Grosner, ao
lembrar que nessa época existia uma
média de 450 bandas atuantes no DF.
DIFICULDADES
Mas o cineasta desabafa que
fazer cultura em Brasília é muito
difícil. Nessa hora, Ivan relata que
produzir eventos na capital foi uma
vontade que partiu da sua paixão
pela música e poder mostrar para
as pessoas o som que ele gostava
de escutar para compartilhar com
todos. “Eu cresci nesse ambiente de
rock, essas bandas me inspiraram a
ter uma banda e eu comecei a fazer
música por causa desses caras. A
minha banda favorita era daqui de
Brasília e tive a oportunidade de tocar com os meus ídolos”, comemora
o produtor.
Bicudo tem uma banda chamada
Sexy Fi, criada em 2000, e a temática das letras é a capital. “Falamos
das coisas tradicionais do rock, tipo
amor, virar adulto, as dores de ter
que lidar com a vida cada vez mais
adulta, mas tudo com o pano de fundo de Brasília. Fizemos até um clipe
que fala de Brasília também”, afirma, ao lembrar que foi só depois de
gravarem o disco que a banda teve
mais repercussão.
Adriana acredita que há poucos
eventos abertos para exposição de
artesanato no DF. “A arte deveria
estar em todos os lugares da cidade
e todos os dias da semana, pois não
falta espaço físico pra isso aqui!”,
aponta. Para ela, até o espaço que
existe na Torre de TV deveria ser
mais bem aproveitado pelos artistas
da cidade que fazem artesanato.
Apesar dos três serem de segmentos diferentes, eles concordam
em uma questão: Brasília é propícia
à cultura, os moradores da cidade
sentem vontade de sempre produzir
algo, porque ela os inspira. Porém,
acreditam que é necessário que os
governantes revejam as formas de
incentivo local, pois, atualmente, os
artistas brasilienses conseguem o
reconhecimento do trabalho primeiro em outros estados antes de serem reconhecidos na própria cidade.
Eventos a céu aberto, grafites e startups
marcam Brasília, com 55 anos de idade
//Por Liliam Rezende
A nossa jovem cidade oferece opções de comércio e serviços que se multiplicam pelas ruas, e o mercado gastronômico é promissor. A quantidade de
bares e restaurantes impressiona e não param de surgir estabelecimentos. Na
mesma linha, Brasília tem cedido espaço para outro fenômeno: o empreendedorismo digital, a partir de jovens de 20 a 30 anos que, sozinhos ou em equipe,
formam as chamadas startups, empresas inovadoras de base tecnológica. Segundo dados da Associação de Startups e Empreendedores Digitais (ASTEPS),
já são mais de 200 empreendedores do ramo em Brasília, que chamam a atenção para o potencial intelectual de quem nasceu na capital do futuro. Aliás, esses números já garantiram a inclusão do DF no top 10 do ranking de cidades
com mais negócios desse tipo no Brasil.
Em todos os segmentos, os empresários estão de olho na população com
a maior renda per capita do Brasil. Dados da Pesquisa Distrital por Amostra de
Domicílios (Pdad) de 2013 mostram que cada morador do DF ganha, em média,
R$ 2.055 por mês. Do total, 65,56% são jovens, entre 15 e 39 anos e, portanto,
potenciais clientes de bares e restaurantes. “A cidade tem um poder aquisitivo
bom, um público jovem e o ambiente é muito familiar. A cada novo empreendimento, o DF se consolida como o terceiro polo gastronômico do Brasil”, afirmou
o empresário Alex Albanese, dono do Nossa Cozinha Bistrô.
Já para Hugo Gallianza, cofundador e presidente da ASTEPS, os empresários de tecnologia também se enquadram perfeitamente nesse perfil. Brasília representa um polo tecnológico em expansão. “Há empreendedores com
Revista Fecomércio DF 37
talento e iniciativas para a inovação”.
Segundo ele, quem deseja empreender no setor deve ter paixão pelo que
faz. “Muitos querem entrar na onda
do momento, pois acreditam que vão
enriquecer rapidamente, mas é preciso ir além, é preciso motivação para
batalhar pelo que criou”.
Uma coisa que chama a atenção
dos dois, que são cariocas, mas escolheram Brasília como a cidade do
coração, é a miscigenação cultural
da cidade. A prova disso é que, ainda
segundo o Pdad, 48,98% dos residentes são naturais do DF. Em relação
ao total de imigrantes, 52,25% são
da região Nordeste, seguidos pelos
oriundos da região Sudeste, 26,83%.
Para Alexandre, essa diversidade influencia a culinária.
“Temos misturas de temperos
para agradar essa diversidade. Comida nordestina, baiana, gaúcha, entre
tantas outras, estão sendo reinventadas pelos chefs”. Hugo complementou dizendo que mesmo não sendo
da área, vê que o setor está em expansão e demanda a abertura de novos estabelecimentos, além da criatividade de chefs com a ocupação dos
espaços públicos para vender seus
produtos. “Eventos em parques, na
Esplanada e nas principais vias da cidade estão sendo cada vez mais aceitos”, afirma. Ao falar um pouco mais
sobre o que os encanta na cidade,
Alexandre contou que adora os parques e Hugo é vidrado na ocupação
do lago e naPonte JK.
ORIGEM CONTEMPORÂNEA
Hugo acredita que desde a sua
origem Brasília é inovadora e contemporânea, com ambiente inspirador para as novas tecnologias, aliado
a isso, os empreendedores devem investir em conhecimento. “Por melhor
que seja a ideia, quem vai validá-la é
o mercado. Conversar com o público
é fundamental, e o feedback das pessoas de Brasília é muito bom nesse
sentido”. Albanese pensa exatamente igual, pois como a cidade tem um
público exigente, a criação dos pratos
passa por constante renovação.
“Essa é a graça da gastronomia,
poder ousar e fazer criações com a
38 Revista Fecomércio DF
cara de quem consome, ou seja, algo
personalizado”.
A economia criativa é outro consenso dos dois entrevistados, que
acreditam que esse é o setor com
maior visibilidade atualmente. Ter
uma boa ideia e saber o que fazer com ela. Em um mercado com
produtos e serviços cada vez mais
massificados, uma proposta diferente pode ser a garantia de uma
oportunidade de negócio. Albanese
concordou e acredita que a criatividade como estratégia empresarial
ganhou fôlego e está cada vez mais
presente na economia do DF.
Na pegada da economia criativa,
Alexandre promoveu um concurso
para grafitarem a sapataria/chaveiro
que fica ao lado de seu restaurante.
Antes, o ambiente estava pichado, o
que, de certa forma, incomodava os
clientes. Comunicativo, convenceu a
dona do estabelecimento e a partir
daí, criou um concurso no Facebook
para que grafiteiros enviassem projetos para pintar o trailer. O vencedor
foi o Rafael Iran, que fez um trabalho
muito elogiado e valorizou o espaço.
Hugo achou o máximo essa iniciativa
O que mais chama
a atenção de
Alexandre Albanese
e Hugo Gallianza
sobre Brasília é a
miscigenação cultural
e falou, animado, que é pura implicância quem diz que Brasília é uma
cidade onde a cor predominante na
paisagem é a do asfalto e a do concreto. Alexandre foi além, filosofando
sobre o colorido exótico da vegetação
do cerrado. Os grafites dividem a
atenção com as plantas, flores e com
o verde. O resultado é uma arte que
se integra à arquitetura, como aconteceu na sapataria.
Gallianza contou que o DF é o
principal destaque entre as unidades
da Federação, com as características
necessárias para a expansão da economia inovadora. “Temos um grande
potencial para atrair e reter talentos
criativos, porque apresentamos melhores condições socioeconômicas”.
Hugo e Alexandre concordaram que
a economia criativa está inserida em
todos os segmentos. Muito envolvido nesse assunto, Hugo ressaltou a
importância desse setor. “Trabalhar
a economia criativa é fundamental
para o desenvolvimento das cidades,
já que essas atividades possibilitam
um crescimento sustentado ao longo do tempo e têm grande potencial
para contornar períodos de crise”.
OCUPAÇÃO
Alexandre e Hugo são entusiastas da ocupação de espaços públicos.
Para Alexandre “Brasília cada dia
mais abre espaço para eventos de
rua. Depois do sucesso da primeira
edição do Chefs nos Eixos, em novembro, o evento passou de 34 quiosques para 48, na última edição, no
começo de março”.
Nessa segunda edição, o evento
reuniu cerca de 50 mil pessoas no
Eixão Norte. Na ocasião, foram servidos mais de 100 mil pratos. Food trucks também participaram da festa.
Hugo finalizou dizendo que gastronomia e tecnologia estavam conectadas, com wi-fi livre e um aplicativo
para celular e tablets que mapeava os
pontos do evento, ajudando o público
a encontrar os chefs, saber o que ele
estará servindo, além de preços. O
público compartilhou suas experiências com fotos e comentários sobre
o evento com a hashtag #chefsnoseixos”. Os mercados se misturam, assim como as culturas, mas uma coisa
é unanimidade para os dois: o amor
por Brasília e a vontade de crescer
junto com a cidade.
LIVRES, MAS NEM TANTO
//Por Por Sacha Bourdette
Funcionamento de eventos a céu aberto exige
licença para ocorrerem de forma legal
Repleta de espaços públicos, Brasília nunca foi tão explorada como atualmente. Essa nova onda de eventos ao ar livre tem despertado o interesse de
empresários e mudado a rotina das quadras e ruas da cidade. Segundo dados
da Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis), foram realizados
somente neste ano 235 eventos, uma média de 130 por mês.
Para que essas atividades ocorram de maneira regular, é necessário possuir
licença da Administração Regional da localidade em que o evento irá ocorrer.
De acordo com o administrador de Brasília, Igor Tokarski, eventos em área
pública podem ser legalizados desde que seguido o passo a passo para a
obtenção da licença, conforme a Lei n° 5.281/2013. “Pedimos sempre ao
interessado que procure a nossa gerência de licenciamento com antecedência
de 30 dias para providenciar a documentação. A taxa para eventos com fins
lucrativos é de R$ 0,52 por metro quadrado”, explicou.
Os food trucks ainda não possuem uma legislação específica, motivo pelo
qual não existe licença de funcionamento. “A Agefis realiza a fiscalização,
trabalhamos como uma atividade eventual. Por isso, a Administração Regional
apresenta toda a lista de exigências que devem ser cumpridas pelos organizadores”, apontou a diretora-presidente do órgão, Bruna Pinheiro. Entretanto,
o Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares de Brasília (Sindhobar-DF), pretende encaminhar para a Câmara Legislativa, ainda neste mês, um
Projeto de Lei em que regulamenta o funcionamento dos veículos. “Queremos
estabelecer normas e procedimentos. Atualmente, está muito desorganizado”,
apontou o presidente do Sindhobar-DF, Jael Antônio da Silva.
Além disso, a Câmara Legislativa aprovou o Projeto de Lei 2.072/2014, que
regulamenta o funcionamento das feiras itinerantes. De acordo com o PL, as
feiras terão que ter no mínimo 60% de aprovação dos lojistas para funcionar perto de centros comerciais. Porém, ainda falta sanção do governador
do DF, Rodrigo Rollemberg. O Sindicato do Comércio Varejista do Distrito
Federal (Sindivarejista-DF) luta para que a lei entre em vigor. “As feiras itinerantes atrapalham o comércio local. O Sindicato atua para que o comércio
não seja ameaçado, pois o empresário investe nas lojas e na contratação de
funcionários, diferentemente das feiras”, revelou o presidente do Sindivarejista-DF, Edson de Castro.
A empresária da loja Fulanitas de Tal, Eunice Pinheiro, promove feiras, além
de convidar expositores na quadra 405 Norte. “Criei a feira como alternativa
para quem não possui loja. Reunimos mais ou menos 20 expositores e cobramos em média R$ 150, de acordo com os gastos. Para ser um expositor é necessário passar por uma curadoria, priorizamos pessoas que têm produção
própria. Mas para obter autorização da Administração é burocratizado, pois
exige muitas assinaturas”, revelou. Moradores apoiam os eventos ao ar livre.
“Eu acho fantástico, a cidade está tomando outra cara e de forma espontânea, humanizando Brasília”, contou a moradora do Lago Norte e bacharel em
turismo, Nicole Facuri. Já para a produtora de cinema, que mora na 106 Sul,
Natália Duarte, os eventos estão revivendo os espaços da capital e promovendo o convívio entre as pessoas.
Revista Fecomércio DF 39
artigo cnc
A difícil tarefa do
reequilíbrio fiscal
O ano de 2015 será um tempo
de purgação para corrigir os erros
que nos últimos anos marcaram a
má condução da política econômica. A purificação da economia brasileira requer, em face dos “déficits
gêmeos”, o fiscal e o externo, rígido controle do gasto público e livre
flutuação do câmbio. E mais, um
realinhamento de preços relativos,
em especial tarifas dos serviços públicos, o que significa impor ao País
um período de “inflação corretiva”.
Na busca de confiabilidade por meio
do cumprimento da palavra empenhada, fica muito difícil alcançar a
meta de inflação de 4,5%, em 2016.
A meta fiscal de um superávit
primário fixado prudentemente em
1,2% do Produto Interno Bruto (PIB)
tem um forte conteúdo de indeterminação. Qual será ao final do ano
o valor do denominador? No dia de
hoje, há fortes indícios de contração
comparativamente ao resultado estimado para 2014, que aponta para
uma taxa próxima de zero, refletindo
a estagnação, ou melhor, a ausência
de crescimento econômico.
Além do efeito de contração resultante da tentativa de corrigir o desequilíbrio das contas públicas como
pré-condição para domar a inflação,
há do lado real da economia restrições ao aumento do PIB sintetizadas
na expressão “condições físicas da
oferta”. As crises hídrica e elétrica
são, no curto prazo, fatores limitativos da expansão dos níveis atuais de
produção. A escassez de água compromete a produção agropecuária,
assim como da indústria de transformação, alimentos e bebidas, siderurgia, papel e celulose e química.
40 Revista Fecomércio DF
As vicissitudes que assolam a
Petrobras, resultantes de erros de
gestão associados ao uso político
da empresa, pela via da corrupção,
também apontam na direção de um
declínio da atividade econômica. A
tudo isso se acrescenta a preocupante redução do seu programa de
investimentos, de vez que a viabilidade econômica de vários campos
fica comprometida diante da queda
de preço do barril de petróleo. Por
sua dimensão e natureza do negócio, a contração da empresa no
futuro imediato e a inevitável revisão dos contratos firmados com as
grandes empreiteiras da construção
civil geram um efeito em cascata
sobre uma miríade de fornecedores.
A matriz das interações industriais
será profundamente afetada.
Esses são os principais argumentos que permitem prever para
este ano um cenário de recessão,
com todo seu cortejo de consequências negativas.
A partir desses esperados resultados negativos, cresce o desencanto com os anunciados objetivos
básicos da política econômica, quais
sejam os de promover um “superávit
primário” de 1,2% do PIB em 2015 e
2,0% em 2016, visando promover o
necessário ajuste fiscal e interromper a assustadora tendência
de uma crise de insolvência na
administração pública.
Antonio Oliveira Santos
Presidente da Confederação
Nacional do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo
Na mesma situação está o propósito de trazer a inflação para o
centro da meta, ou seja, reduzir a
inflação ao nível de 4,5%, em 2016.
Se a oferta de bens e serviços (PIB)
não cresce, é previsível a continuidade do desequilíbrio em face de
uma demanda mais ou menos rígida, alicerçada na política social dos
últimos 12 anos.
Se o PIB não cresce, dificilmente se poderá esperar uma melhora do quadro fiscal, com despesa
crescente e receita estagnada ou
recessiva. Assim sendo, a primeira
aposta do ministro da Fazenda, de
superávit primário, dificilmente irá
se concretizar. Temos que conviver
com essa realidade.
Revista Fecomércio DF 41
tradição
Comércio de resistência
//Por Luciana Corrêa
Fotos: Cristiano Costa
Quatro empresários pioneiros da cidade contam como driblam as
intempéries econômicas e mantêm vivos seus negócios
D
iante das diversas dificuldades que os empresários enfrentam em Brasília, como falta de
segurança e estacionamento, valores altos de
aluguéis e impostos, ainda existem aqueles que conseguem manter seus negócios com a força da tradição,
dedicação e amor ao trabalho. Com estabelecimen-
42 Revista Fecomércio DF
tos criados há pelo menos 30 anos, Karl Marx, Lorival,
Bohumil e Ali são exemplos de comerciantes de pequenas empresas que vieram no início da criação da capital
federal, com a esperança de mudar suas histórias, e hoje
têm muito que contar sobre suas conquistas diante de
um mercado competitivo de médias e grandes empresas.
Por amor ao negócio
O empresário israelense Ali Aziz (70) veio sozinho
para o Brasil em 1961 e não consegue esconder de
ninguém sua paixão pelo comércio. “Adoro trabalhar,
vender, comprar, viajar, e não largo isso nunca. Já tive
vontade de fechar essa loja, mas só não faço por não
saber fazer outra coisa”, declara, apesar de diversas
dificuldades que encontrou durante os quase 50 anos
como comerciante no Brasil.
Antes de vir ao País, não conseguia ver seu futuro
em Israel e com contatos no Brasil, decidiu vir de navio para tentar a vida aqui. “O regime do meu país era
muito difícil de viver. Tinha amigos aqui e vendo as revistas com culturas brasileiras me encantei. Deixei minha mãe e meus seis irmãos. Decidi vir ganhar a vida”,
conta. Ali foi primeiro para São Paulo, onde conheceu
pessoas da área de confecção. Visitou o Rio Grande do
Sul e por fim veio para a capital federal. Depois de 10
anos, abriu duas lojas do ramo no Núcleo Bandeirante e
só então resolveu voltar para seu país, para visitar.
Uma dessas lojas foi a Mundo das Modas, na Comercial Norte, em Taguatinga, que, em 1972, mudou o
nome para Lojas Everest e a ampliou comprando mais
três portas ao lado. “Naquela época, tudo que eu colocava exposto vendia. No Natal, as ruas estavam enfeitadas, tinha segurança, muito movimento e as vagas do
estacionamento estavam sempre livres para os clientes.
Tinha até competição da loja mais enfeitada”, relembra.
Hoje, proprietário de diversos pontos em Brasília,
mantém com garra a tradicional Loja Everest.
Desanimado com a realidade do comércio atual, Ali
acredita que a estrutura da cidade está largada, não
tem estacionamento, iluminação ou policiamento. “O
movimento caiu muito. Não tenho dinheiro para pagar
funcionários, impostos. Só vejo aborrecimento hoje. Um
dos grandes culpados é o estacionamento. Se está chovendo, você vai preferir ir ao shopping. Se quer pagar
mais barato, vai para as feiras. A competição é grande
com empresários que conseguem comprar em grandes
polos como a China”, desabafa.
A competição é grande com
empresários que conseguem
comprar em grandes polos
como a China
Ali Aziz
Empresário
Mestre sorveteiro
O gerente-geral de vendas de uma multinacional no
Nordeste, Karl Marx Simas (79), não estava satisfeito com
tantas viagens que fazia por causa do emprego, e, em
1980, idealizou abrir um negócio e, inspirado em uma famosa sorveteria que conheceu em uma viagem a Belém
(PA), criou a Moka’s Sorveteria, na 112 Sul. Carioca, casado
e pai de três filhos, tem sua história contada com orgulho
pelo filho e sócio Marcos Simas (52), que o acompanhou
desde o início do seu projeto. “Lembro-me de limpar a loja
que era um açougue antes. Abrimos sem a menor ideia
do negócio, mas ele é muito intuitivo na cozinha. Depois
de anos, me dei conta de que ele é um mestre sorveteiro”,
diz orgulhoso.
Marcos garante que o segredo da resistência desse
negócio ao mercado competitivo é a soma do preço justo, os sabores tradicionais da época e também a forma de
fazê-lo que garantem a qualidade. O sorvete é todo artesanal, desde a compra das frutas, o preparo, o processamento, a base do sorvete até a finalização. “Não sabemos
fazer de outra maneira. Posso falar que hoje meu produto
é natural, pois fazemos do mesmo jeito desde 1980 e na
época não tinha nada industrializado”, explica. Mas para
manter-se no mercado de hoje, Simas propôs uma reforma para modernização do espaço e hoje garante que
dobrou o número de clientes. “Fiz na hora certa. Estávamos apenas estáveis. Os clientes antigos gostaram, estão
elogiando. Vejo que podemos ficar mais 35 anos no mercado”, comemora.
Formado em Gastronomia na Espanha, Marcos explica que a memória gastronômica também garante seus
fiéis consumidores. “Nossos clientes voltam sempre pra
lembrar, pelo sabor do sorvete, de alguma época da infância, da adolescência. Muitos clientes já estão trazendo
os netos aqui. A pessoa busca por meio da papila gustativa, momentos de amor, de carinho, lembranças boas.
Estamos atentos às crises do mercado. Vejo que o maior
problema hoje são os altos aluguéis, que estão fazendo
fechar os comércios menores. Ainda bem que não temos
esse peso”, conta.
Revista Fecomércio DF 43
comércio
Sem saber
Português
O fundador da conhecida livraria Musimed, localizada na 505 Sul,
Bohumil Med (76) é um especialista
em teoria musical, professor aposentado de trompa e de matérias
teóricas pela Universidade de Brasília. Formado em música em seu
país, Tchecoslováquia, já coleciona
diversas publicações na área. Orgulhoso de ter nacionalidade brasileira, Bohumil veio para o Brasil aos
29 anos de idade, convidado para
tocar na orquestra sinfônica do Rio
de Janeiro. Sem saber uma palavra
em Português, veio com esperança
de crescer em sua profissão e ser
reconhecido.
Quando chegou ao Brasil, em
pouco tempo foi convidado a dar
aulas, mas não sabia a língua local.
Foi então se dedicar a aprender e
começou a escrever apostilas e planos de aula, e percebeu a falta de
material teórico e didático de boa
qualidade. “Trabalhava mais de 12
horas por dia, até que fui convidado
para Brasília. Aqui eu trabalharia e
ganharia menos, e então aproveitei
o tempo de transformar minhas
apostilas em livros. Abri a empresa
em 1982, comecei a crescer e hoje a
Musimed é a maior livraria musical
da América Latina”, orgulha-se.
A loja vende também via internet
para o Brasil e para o exterior. “Temos muitos itens que não existem
mais na Europa, por exemplo. Há
anos, em São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo, havia muitas lojas
boas, mas como os negócios foram
fechando, eu resolvi comprar os
acervos”, orgulha-se. Bohumil conta
que tem mais de 100 mil títulos e recebe muitos músicos internacionais.
“Somos referência para grandes
instrumentistas do País”, conclui.
A Musimed começou no Conic
e, com o crescimento, precisou procurar outro ponto na cidade. Hoje
com 800m², a loja vende em varejo,
atacado, para exportação e também
possui uma editora. “Não vejo tanta
competitividade de mercado. É claro que há uma grande concorrente,
a internet, que tem muita coisa de
graça, mas ainda há a tradição de
bons materiais. Não sei o que vai
acontecer no futuro. Enquanto isso
vamos nos mantendo”, explica.
O mineiro de Uberaba, Lorival de
Almeida (74), fala sobre o sucesso da
sua lanchonete Rei do Pão de Queijo, na 302 Sul, com orgulho. Mas ao
falar em mudanças, reforma ou ampliação da loja, tem cautela.“Estou
feliz com meu negócio. Estamos há
28 anos no mercado e meu segredo
para manter a clientela é a qualidade. A pior de todas as crises que já
passei é a de agora. Tenho um projeto
de reforma, mas estou com medo de
começar. A reforma irá ajudar a atrair
clientes, mas é melhor esperar”.
Ele veio para Brasília, depois de
fechar dois supermercados na cidade de origem. “Fiquei desgostoso
com a situação na época. Não era
bom de vender. Resolvi então abrir
um negócio menor. Como meu irmão já estava aqui, vim e gostei”.
Lorival lembra que o comércio
em Brasília de 1994 a 2000 foi muito bom, com preços estabilizados e
que se vendia bem. “Hoje, os meus
clientes continuam, mas vejo que o
pior problema para o comerciante
é a contratação de mão de obra”,
reclama. Para abrir seu negócio, Almeida trouxe profissionais de Uberaba para treiná-los daqui. “Se for o
caso, também sei como faz, temos
as receitas para manter o padrão.
Não podemos deixar cair a qualidade. É claro que a matéria-prima é
primordial também”, explica.
Cautela mineira
44
artigo doses econômicas
Se correr, o bicho pega.
Se ficar, o bicho come
Quando o barril do
petróleo alcançou
US$ 110, o governo
manteve os preços
internos abaixo
dos praticados
no mercado
internacional
O provérbio parece expressar bem
a situação atual do governo brasileiro.
Vou dar um exemplo para esclarecer
o argumento. Vamos olhar para a
questão dos preços dos combustíveis
(assunto recorrente, em especial nos
últimos dias, devido à greve dos caminhoneiros). O governo, quando o
barril do petróleo alcançou patamar
acima dos US$ 110, manteve os preços internos da gasolina e óleo diesel
abaixo dos praticados no mercado internacional.
Isso, entre outros problemas, foi
um dos responsáveis pela atual situação contábil da Petrobras, bem como
a piora no saldo da nossa balança comercial. Portanto, manter os preços
menores do que seriam os preços de
equilíbrio desse mercado foi, sem dúvida, danoso para o País, do ponto de
vista econômico.
Desde meados do ano passado,
o preço do barril de petróleo passou
a apresentar grande queda, estando
atualmente em um patamar próximo
a US$ 60. Mesmo o preço unitário do
barril quase caindo pela metade nos
últimos nove meses, o que tivemos no
Brasil foi um aumento recente do preço dos combustíveis.
Em outras palavras, o governo
se colocou em uma situação bastante complicada. Não pode continuar
elevando o preço dos combustíveis,
pois isso impactaria ainda mais no
Custo Brasil e na inflação. Não
pode tampouco baixar os preços,
pois isso dificultaria a possibilidade
de ajuste fiscal e também alteraria
a política de controle de preços dos
combustíveis que o governo sempre
defendeu, apoiou e manteve nos últimos anos. Conclusão: do ponto de
vista governamental, nenhuma das
opções parece boa.
Esse, porém, não é o único e,
talvez, nem o maior dos problemas.
Houve também aumento nos preços
das passagens de ônibus e da energia
elétrica. O IPCA de janeiro registrou
alta de 1,24%, a maior alta mensal
desde fevereiro de 2003. A inflação
acumulada nos últimos 12 meses já
ultrapassa os 7%. A taxa de câmbio
atingiu a casa dos R$ 3 por dólar, o
que acaba por reforçar a inflação. E
tudo isso em meio ao rebaixamento
da nota da Petrobras e da perda de
seu grau de investimento, além de
cortes no orçamento do PAC. Com
isso, o governo federal reduz investimentos fundamentais para a economia brasileira (que tem sofrido com o
baixo crescimento dos últimos anos),
em um contexto de juros mais altos e
crescentes, o que restringe e encarece os custos do investimento privado.
Agora, não adianta chorar o leite
derramado. Como diz o ditado: conhece-se o marinheiro no meio da
tempestade. Preparem-se, que a tormenta só está começando.
Parceria:
Geovana Lorena Bertussi,
Cristiano Costa
economista, conselheira do Corecon/
DF. Professora do Departamento de
Economia da UnB
Revista Fecomércio DF 45
brasília 55 anos
DF ontem e hoje
//Por Por Silvia Melo Fotos: Cristiano Costa
Agricultura, comércio e turismo são os pontos fortes da economia de
quatro cidades do DF que existiam antes da própria capital
Q
uando Brasília começou a ser projetada, já havia na região do
Distrito Federal cidades como Planaltina e Brazlândia que, com
a chegada da capital do País à região Centro-Oeste, foram incorporadas ao DF e viraram Regiões Administrativas. Cidades como Candangolândia e Núcleo Bandeirante também surgiram antes de Brasília ser
inaugurada e serviam como ponto de apoio para os trabalhadores da capital
do Brasil, seja como local onde foram instaladas as primeiras moradias ou
como área em que se concentrava o comércio.
CANDANGOLÂNDIA
Conhecida como cidade-mãe, por abrigar, a partir de 1956, os primeiros
trabalhadores que vieram construir a capital, Candangolândia tem atualmente 17 mil habitantes e mantém até hoje muitas casas de madeira. Em
1994, a cidade recebeu a denominação de Região Administrativa XIX. Típica
cidade dormitório, ela possui mais residências que comércio, porém a área
46 Revista Fecomércio DF
ma Restaurante atende em média
150 clientes por dia. “O comércio
da cidade tem crescido bastante.
Depois que abri meu restaurante
surgiram mais sete”, informa, destacando que o público-alvo são os
funcionários das concessionárias
e trabalhadores da cidade. “Adoro
morar e trabalhar aqui. É uma cidade extremamente pacata, acolhedora e tranquila”, conta.
Planaltina é a
maior produtora de
grãos e hortifruti,
respondendo por
60% da produção
anual do DF
comercial está em expansão e conta com mais de 300 pontos, onde
destacam-se restaurantes, padarias e farmácias.
De acordo com a Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios
2013 (PDAD), trabalham na própria
Candangolândia apenas 18,15% de
seus 7.118 trabalhadores.
Na hora das compras, os moradores adquirem produtos alimentícios e serviços em geral e pessoais,
em sua maioria, na própria cidade.
A principal atração turística da cidade é a Igreja São José Operário,
edificada em madeira e construída
pelos pioneiros em 30 dias. Restaurada em 2013, foi tombada e considerada Patrimônio Cultural do DF
em 1998.
Iracema Pereira Medrado, de 47
anos, é moradora da cidade há 23
anos. Proprietária do restaurante
que leva o seu nome, a piauiense
abriu seu próprio negócio, o Irace-
PLANALTINA
Com suas ruas estreitas e casarões centenários, a cidade mais antiga do DF surpreende quem a visita
por ser o oposto da modernidade de
Brasília. Localizada a 38,5 quilômetros do Plano Piloto, foi batizada de
Planaltina em 1917. No ano do centenário da Independência do Brasil
(1922) foi lançada a pedra fundamental da futura capital. Atualmente, possui 230 mil habitantes e a
economia tem como carro-chefe a
agricultura. Com a maior área rural
do DF, Planaltina é a maior produtora de grãos e hortifrutigranjeiros,
respondendo por 60% da produção
anual do DF.
De acordo com a Empresa de
Assistência e Extensão Rural do DF
(Emater-DF), Planaltina possui os
núcleos rurais Rio Preto e Tabatinga que se destacam na produção de
grãos e na pecuária. Já Pipiripau e
Taguara produzem principalmente
hortaliças. Esses núcleos respondem por 20% da produção nacional
de pimentão em estufa.
O mineiro Geraldo Magela Gontijo, de 52 anos, é filho de agricultor
e começou a trabalhar cedo na terra para ajudar os pais. Estudou em
uma escola agrícola e, aos 17 anos,
mudou-se para Planaltina. No ano
que chegou começou a trabalhar
como técnico em agropecuária e
ingressou na Emater, onde trabalha
atualmente. Em 1983 iniciou o cultivo em uma chácara de terceiros e
com o resultado do primeiro plantio, adquiriu sua propriedade. Foi
pioneiro na América Latina a trabalhar com o plantio em estufa. Em
sua chácara há 19 estufas - quatro
de maracujá, duas de uva e 13 de
hortaliças. Com elas, sua produção
triplicou. “Produzo em torno de mil
sacas por ano, que são vendidas
para sacolões, mercados e atacadistas. Uma pequena parte vai para
cidades de Goiás”, afirma.
Além da produção agrícola, Planaltina destaca-se pelo turismo,
principalmente religioso. É lá que
estão uma das maiores comunidades místicas do país, o Vale do
Amanhecer, o Morro da Capelinha,
que reúne mais de 100 mil pessoas durante a encenação da Via Sacra. A região também tem atrações
como a Lagoa Bonita, a Cachoeira
do Pipiripau e a Estação Ecológica
de Águas Emendadas.
NÚCLEO BANDEIRANTE
Conhecida como Cidade Livre,
foi uma das principais áreas de povoamento anteriores à inauguração
de Brasília, tendo como principal
função naquela época o comércio.
Era lá que os trabalhadores gastavam o dinheiro que recebiam com a
construção da capital. Para incentivar o comércio na região, foi permitido aos comerciantes da época
fixarem residência e serem isentos
de impostos. Por isso o nome Cidade Livre. Em 1961, foi batizada
de Núcleo Bandeirante e, em 1989,
tornou-se Região Administrativa do
DF.
Com população de 26 mil habitantes, o Núcleo Bandeirante
mantém até hoje o comércio como
principal atividade econômica. De
acordo com dados da PDAD, a ocupação predominante da população
economicamente ativa é essencialmente voltada para o comércio,
serviços gerais e serviços públicos,
sendo que a maioria, 32,9% está
concentrada no comércio.
Francisca Roque de Oliveira, de
42 anos, é proprietária do Restaurante Cidade Livre há cinco anos e
que já conquistou os prêmios Roda
de Boteco de melhor bar e segundo melhor atendimento em 2012, e
de melhor petisco em 2010 e 2012.
Nascida no Maranhão, ela veio para
Brasília em 1981 e no ano seguinte
passou a morar no Núcleo BandeiRevista Fecomércio DF 47
brasília 55 anos
rante. “É a cidade ideal para morar pela calma e tranquilidade que
existem até hoje. Nela, encontra-se
de tudo em termos de comércio. É
uma cidade completa”, afirma. Seu
restaurante é conhecido pela qualidade oferecida. “O carro-chefe
do restaurante é o chiclete de camarão, mas fazemos comida para
atender a todos os gostos, como
galinha caipira, carneiro, carne de
sol, entre outras”, destaca. Além
disso, o restaurante possui em suas
paredes fotos em homenagem a de
Brasília e de pioneiros.
Grande parte das lojas do Núcleo Bandeirante está localizada
nas avenidas principais. Entre as
opções que a população encontra
disponíveis estão o Mercado do Núcleo Bandeirante, que possui mais
de 200 boxes com lojas de roupas,
restaurantes, salões de cabeleireiros e de conserto de aparelhos eletrônicos.
BRAZLÂNDIA
Cidade cercada por centenas
de propriedades rurais, agrícolas
e pecuárias, Brazlândia é conhecida como Terra do Morango, por
ser a maior produtora do DF e estar na sétima colocação no ranking
nacional. Foi fundada em 1933,
abrange uma área de 474km² e
está localizada a 45km do Plano
Piloto. A cidade tem 54 mil habitantes na área urbana e 30 mil na
área rural. O forte da economia local está na agricultura e pecuária.
Cerca de 40% do que é produzido
de hortaliças e frutas no DF vem de
Brazlândia.
O carro-chefe é o morango. Segundo a Emater-DF, em 2014 foram
produzidas 5.250 toneladas da fruta
em 150 hectares, o que injetou R$ 22
milhões na economia local. “O morango produzido em Brazlândia vai
para Brasília e Entorno – parte de
Goiás e Minas Gerais, além de Tocantins e Bahia”, afirma Rodrigo Alves, gerente da Emater-Brazlândia.
Além do morango, a cidade produz
goiaba, vagem, ervilha-torta, jiló,
berinjela, tomate-cereja, pimentão,
batata-doce e alface. “Também tem
crescido a produção de hidropônicos”, destaca ele, lembrando que
a região possui sete agroindústrias
de polpas, hortaliças e embutidos.
Nascido no sertão da Paraíba, o
“Produzo em torno de mil sacas
por ano, que são vendidas para
sacolões, mercados e atacadistas.
Uma pequena parte vai para
cidades de Goiás”
Geraldo Gontijo,
agricultor de Planaltina
48 Revista Fecomércio DF
produtor José Célio Bezerra, de 40
anos, começou cedo na agricultura.
Em sua terra natal trabalhou até
os 17 anos. Certa vez, ao visitar familiares por aqui, decidiu comprar
uma chácara em Brazlândia para
ajudar um primo que passava por
dificuldades. Em 2011, começou a
plantar morango. “Vi que o morango era importante na região e decidi investir também, já que muitos
agricultores tinham obtido sucesso
com a plantação”, afirma.
A aposta deu certo e ele produz
anualmente cerca de 150 toneladas
da fruta em 7,5 hectares de terra. “A
maioria vai para a Ceasa. Fechamos
um contrato com o governo e uma
parte irá para as escolas públicas
de Brazlândia”, destaca. Além do
morango, José Célio produz tomate, pimentão, beterraba, couve-flor
e goiaba.
Em relação ao comércio, em
Brazlândia existem empresas de
pequeno, médio e grande porte
como restaurantes, lanchonetes,
padarias, confeitarias, bares, farmácias e drogarias, supermercados, confecções, academias e oficinas mecânicas.
ensino
Cristiano Costa
Para o
mercado
de trabalho
//Por Luciana Corrêa
Faculdade forma mais
de 250 profissionais em
quatro áreas distintas
M
ais de 250 alunos se formaram, dia 17 de março,
pela Faculdade Senac-DF.
A solenidade de colação de grau
ocorreu no Clube do Exército, no
Setor de Clubes Sul. Os recém-formados são dos cursos de Gestão
em Recursos Humanos, Gestão de
Tecnologia da Informação, Marketing
e Gestão Comercial, das unidades do
Plano Piloto e de Taguatinga.
O presidente do Senac-DF, Adelmir Santana, participou da cerimônia e ressaltou a importância da
formação continuada. “Voltem ao
Senac, continuem estudando. Se nos
acomodarmos com a formação que
hoje estamos aqui comemorando,
certamente dentro de pouco tempo
ela não terá mais nenhuma valia em
razão das exigências do mercado e
O presidente do Senac-DF, Adelmir Santana, defendeu em seu discurso a
importância da formação continuada dos alunos
do próprio crescimento da informação. É preciso que esse estudo seja
eternamente continuado, buscando
sempre a excelência no trabalho. A
educação liberta. Faz com que saibamos fazer nossas escolhas”.
O diretor regional do Senac-DF,
Luiz Otávio da Justa Neves, falou sobre a continuidade nos estudos. “Esperamos vocês nas pós-graduações,
como professores, como servidores,
ou até como amigos”. Para a diretora
da Faculdade Senac-DF, Antonia
Maria Ribeiro Rodrigues, é primordial
que os alunos não desistam dos seus
ideais. “Renovem constantemente
a fé na capacidade de vocês. Encontrem as brechas para implantar o
novo, pois o mundo precisa de em-
preendedores criativos e inovadores”.
O orador e tecnólogo, José Ronaldo Santos, aproveitou o seu pronunciamento para elogiar os professores. “Apenas 14% da população
possui um diploma igual ao nosso. E
é claro que o corpo docente é o que
faz toda a diferença na Faculdade
Senac”, elogiou.
Também participaram da cerimônia a diretora-financeira e administrativa, Francimeire Bernardo; os
coordenadores dos cursos de Gestão
de Recursos Humanos, Suely Parrini;
de Gestão da Tecnologia da Informação, Douglas Almeida e Nasser Youssif; e de Gestão Comercial e Marketing, Graciere Barroso e Demóstenes
Azevedo.
Parceria para o mercado imobiliário
A Faculdade de Tecnologia Senac-DF fechou parceria com o Sindicato
da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF) para oferecer a pós-graduação Lato Sensu em Administração e Negócios Imobiliários, a partir de
abril. O curso atenderá às demandas do mercado imobiliário de formar
profissionais e consultores imobiliários, para atender às empresas privadas ou públicas, suprindo a grande demanda por gestores imobiliários
no DF. O público-alvo são os profissionais com nível superior em diversas
áreas que, em virtude de suas atividades profissionais e/ou interesses,
desejam se profissionalizar na área. As aulas serão às quartas e sextas-feiras à noite e sábados à tarde, com carga horária total de 360 horas.
Mais informações
@senacdf
/senacdistritofederal
www.senacdf.com.br
Revista Fecomércio DF 49
agenda fiscal
Hora de rever
empreendimentos
O cenário econômico atual aponta
para um ano de crise e criar oportunidades é mais importante do que apenas sobreviver. Afinal, “em momento
de crise, crie!”. Aumento do preço de
insumos e de tarifas, além do inadimplemento do governo e da necessidade em aumentar a arrecadação, são
fatores que podem contribuir para um
ano difícil, principalmente, do comércio varejista e do setor de serviços.
Calendário
Nessa direção, queremos apresentar algumas sugestões. O cálculo
do preço de venda contempla custos,
despesas e margem de lucro, e compreender tais conceitos é importante,
por isso lembre-se que “cortar” custos pode contribuir para a redução
da receita e “cortar” despesas para
aumentar o lucro. Sobre consulta,
concessão de descontos e redução de
impostos, tanto para Lucro Presumi-
do quanto para o Simples, substituir
o desconto financeiro (condicionado
ao pagamento em data certa) pelo
desconto comercial (já é concedido
no preço do produto) reduz a base de
cálculo fiscal. Converse com o profissional contábil que lhe assessora
e estude a estrutura do resultado de
seu empreendimento. Buscar redução qualitativa dos custos e quantitativa das despesas será fundamental.
6 a 31/3/2015
O QUÊ e QUANDO pagar?
7/4
15/4
20/4
25/4
30/4
• Data-limite para pagamento dos Salários referente a 3/2015.
• FGTS (GFIP - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia e Informações à
Previdência Social) referente a 3/2015.
• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 16 a 31/03/2015.
• Contribuição Previdenciária (contribuintes individuais, facultativos e domésticos)
referente a 3/2015.
• Contribuição Previdenciária (SIMPLES e Empresas em Geral, incluindo retenção de
11% e empresas desoneradas) referente a 3/2015.
• Imposto de Renda Retido na Fonte nos códigos 0561, 0588 e 1708 referente a 3/2015.
• SIMPLES NACIONAL referente a 3/2015.
• ISS e ICMS referentes a 3/2015 (observar datas específicas para o ICMS – ST e outras
situações).
• PIS e COFINS referente a 3/2015.
• Contribuição Sindical Laboral Mensal referente a 3/2015.
• 1ª quota ou cota única do IRPJ e da CSLL referente ao 1º trimestre/2015 pelo Lucro
Real, Presumido ou Arbitrado.
• Carnê Leão referente a 3/2015.
• IRPJ e CSLL referentes a 3/2015, por estimativa.
• COFINS/CSLL/PIS retenção na fonte, de 1 a 15/4/2015.
• Parcela do REFIS, do PAES, do PAEX, do Parcelamento do SIMPLES Nacional e do
Parcelamento da Lei 11.941/2009 (consolidado).
O QUÊ e QUANDO entregar?
7/4
15/4
23/4
30/4
Cristiano Costa
Várias
• Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) ao MTPS
referente a 3/2015.
• Escrituração Digital do PIS/Pasep, da COFINS e da Contribuição
Previdenciária (EFD CONTRIBUIÇÕES) à SRF/MF referente a 2/2015.
• Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF Mensal) à
SRF/MF referente a 2/2015.
• Declaração de Operações Imobiliárias (DOI) a SRF/MF referente a 3/2015.
• Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF)
à SRF/MF referente ao ano calendário 2014.
• Livro Fiscal Eletrônico (LFE) à SEF/DF referente a 3/2015: observar
Portaria/SEFP nº 398 (9/10/2009).
Adriano de Andrade Marrocos
Contador da Fecomércio-DF e do IFPD e vice-presidente do CRC/DF
50
alimentação
Facilidade para
comerciários
//Por Por Líliam Rezende
Foto: Cristiano Costa
As unidades móveis auxiliam a vida
dos trabalhadores do segmento, com
qualidade e preços atrativos
P
ara facilitar o acesso a diversos serviços, o Sesc
disponibiliza unidades móveis para sua clientela
comerciária. Um exemplo de sucesso é a unidade
móvel de alimentação, que serve café da manhã, além de
caldos e cremes. No ano passado foram cerca de 47,6 mil
atendimentos. “A ideia é levar alimentação saudável, boa
e acessível à clientela. E priorizamos locais com maior
número de comerciários”, revela a gerente das Unidades
Móveis, Quitéria Maria Dantas Lima.
Atualmente, a unidade móvel de alimentação está na
Esplanada dos Ministérios, com funcionamento de segunda a sexta-feira das 8h às 10h (café da manhã) e das
15h30 às 18h (caldos e cremes). Em abril, a unidade continua a atender no local. “Pensamos nos trabalhadores,
principalmente naqueles que moram bem longe, saem
sem tomar o café da manhã e podem então contar com
um desjejum completo na unidade móvel”, explica.
O servidor do Ministério do Planejamento, João Ferreira da Silva Neto, frequenta semanalmente a Unidade Móvel de Alimentação, quando o veículo está na Esplanada
dos Ministérios. Ele prefere os caldos que são servidos no
final do dia. “Compro e levo para a família porque é mais
prático”, conta. Ele ressalta que o preço é acessível e a
comida, saborosa. “É mais barato que um sanduíche e a
variedade é ótima. Meu preferido é o de consumê de legumes com frango”, revela. Para João, a unidade móvel
ajuda muito quem trabalha naquela região, já que no local
não há muitas opções alimentares. “Vale muito a pena.
Mas não dá para deixar para comprar muito tarde porque
senão acaba. Muita gente cruza a Esplanada para chegar
até a Unidade, é um sinal de que vale a pena”, aponta.
A qualidade aliada a um preço acessível é a receita
ideal para atrair cada vez mais interessados. A variedade
também é um atrativo. Sempre há uma opção de caldo
ou creme por dia, com outras opções durante a semana.
Já o café da manhã inclui uma bebida quente, sanduíche,
suco e uma fruta. O caldo e o café da manhã têm preço
único de R$ 4,50 cada.
Ao longo do ano, também há atendimento nessas
unidades em ações comunitárias promovidas pelo Sesc.
Além da unidade de alimentação, há ainda a Odontosesc,
que atua na prevenção, promoção de saúde, restauração, clareamento, tratamento de canal, periodontia leve
e pequenas cirurgias; o Passaporte para a Saúde, com
prevenção de doenças por meio de acompanhamento
nutricional; além do Bibliosesc, que disponibiliza livros,
revistas e jornais para leitura e empréstimos. As empresas interessadas em oferecer esses serviços aos seus
funcionários devem solicitar o atendimento ao Sesc. Informações: 3319-4460.
Mais informações
@sescdf
/sescdistritofederal
www.sescdf.com.br
Revista Fecomércio DF 51
caso de sucesso
Do jornalismo para a confeitaria
//Por Por Sílvia Melo
Foto: Cristiano Costa
Kátia de Souza
investe em
segmento pouco
explorado no DF,
o de doces fitness
D
esde criança, Eidra Kátia de Souza
gosta de cozinhar. Com o passar
dos anos, descobriu a preferência
pelos doces e fazia bolos, tortas,
docinhos, entre outros, para presentear amigos
e familiares. Formada em Jornalismo, Kátia,
como é conhecida, conquistou o primeiro emprego na área de comunicação do INSS. Saiu de
lá para se tornar coordenadora de eventos em
uma associação onde ficou por quatro anos. A
paixão pelos doces falou mais alto e a jornalista
deixou o emprego para se dedicar ao curso de
Confeitaria. Com as técnicas que aprendeu em
dois cursos do Senac, aperfeiçoou os produtos
que já vendia em sua empresa, aumentando a
demanda e, consequentemente, o lucro.
“Graças ao curso de Confeiteiro do Senac
Gastronomia fiz o curso de Confeitaria Francesa
pelo Senac Nacional. Com eles, tive base para
entrar no segmento fitness e passei a oferecer
produtos sem lactose, sem glúten e sem açúcar”, afirma ela, destacando que o diferencial da
linha fit é a qualidade e o sabor, que não altera
52 Revista Fecomércio DF
muito em relação aos demais produtos. Os doces, bolos e tortas da DociKá Gourmet podem
ser encontrados no Facebook e no Instagram
da empresa. Com o aumento da demanda,
Kátia procura agora um espaço para abrir sua
cozinha, já que fornece suas guloseimas para
algumas cafeterias e confeitarias do DF.
SOBRE O CURSO
A próxima turma para o curso de Confeiteiro, com carga horária de 300h, será 11 de maio
(manhã, tarde e noite). O curso ensina a preparar
e montar sobremesas, doces, bolos, tortas e
sobremesas, biscoitos finos, chocolates e folhados. Para participar é preciso ter 18 anos e o
Ensino Fundamental completo.
Mais informações
@senacdf
/senacdistritofederal
www.senacdf.com.br
EMPRES
A
IA
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
© UNICEF/NYHQ2009-1911/Pirozzi
UNICEF/BRZ/João Ripper
UNICEF/BRZ/Manuela Cavadas
NC
À IN F Â
secure.unicef.org.br/empresasolidaria
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[email protected]
Empresa Solidária à Infância é um programa que o UNICEF criou para mudar a realidade
de milhares de crianças e jovens. Ao fazer uma doação, sua empresa colabora com o nosso trabalho
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a nossa parte por um mundo melhor. Acesse o site, saiba mais sobre o programa e participe.
Revista Fecomércio DF 53
artigo direito no trabalho
Da Medida
Provisória 669
54 Revista Fecomércio DF
pos 421, 422, 429 e 431 da CNAE 2.0.
Cabe lembrar que de acordo com
o art 62 da Constituição, as MPs só
podem versar matérias de relevância
e urgência, e, portanto, só se justificam em casos que exigem solução
inadiável e em prazo inferior ao tempo que seria necessário para elaborar
em regime de urgência a lei correspondente. Quando a matéria não é
urgente, a MP é expediente impróprio,
inconstitucional.
Ademais, o Congresso aprovou recentemente uma MP que possibilitou
a desoneração da folha de pagamento
de cerca de 60 setores. A MP foi convertida na Lei 13.043/2014 publicada
em novembro/2014. Como a MP 669
majorava as alíquotas previstas nessa lei recém-publicada, isso causaria
grande insegurança jurídica.
Para a Secretaria-Geral da Mesa
do Senado, com a devolução, a MP
669 deixa de ter validade. Assim, a
presidente Dilma Rousseff assinou
Projeto de Lei, com urgência constitucional, com o mesmo conteúdo. Como
o PL foi enviado ao Congresso em regime de urgência, os deputados terão
45 dias para votar a matéria antes de
ela trancar a pauta de votações. Resta
ao setor produtivo aguardar e torcer
para que não haja majoração tributária aprovada pelo Congresso com o
referido PL de iniciativa do Executivo e
de mesmo conteúdo da MP 669.
Dra Raquel Corazza
consultora jurídica
Ope Legis Consultoria
Empresarial
Quando a
matéria não é
verdadeiramente
relevante e
também urgente, a
medida provisória
é expediente
impróprio,
inconstitucional
Cristiano Costa
Em 27/2/15 foi publicada Medida
Provisória 669 que aumenta a carga
tributária de vários setores da economia, entre serviços e indústria. Ocorre
que, em 3/3/15, o presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou a devolução da MP por entender ser inconstitucional e ferir, ainda, o princípio da
segurança jurídica.
De acordo com a MP, a partir de
1/6/15 a alíquota de 1% da contribuição previdenciária incidente sobre a
receita bruta passaria para 2,5% no
caso das empresas do setor de indústria dos produtos classificados na
Tipi, aprovada pelo Decreto 7.660, de
23 de dezembro de 2011, nos códigos
referidos no Anexo I. Na hipótese da
alíquota de 2% da contribuição previdenciária incidente sobre a receita
bruta, a partir de 1/6/2015 essa passaria para 4,5% no caso das empresas
dos seguintes setores: as que prestam os serviços de TI e TIC referidos
nos §§ 4º e 5º do art. 14 da Lei 11.774,
de 17/9/2008; as empresas do setor
hoteleiro enquadradas na subclasse
5510-8/01 da Classificação Nacional
de Atividades Econômicas (CNAE) 2.0;
as empresas de transporte rodoviário
coletivo de passageiros com itinerário
fixo enquadradas nas classes 4921-3
e 4922-1 da CNAE 2.0; as empresas
do setor de construção civil, enquadradas nos grupos 412, 432, 433 e
439 da CNAE 2.0; as empresas de
transporte ferroviário de passageiros
enquadradas nas subclasses 49124/01 e 4912-4/02 da CNAE 2.0; as empresas de transporte metroferroviário
de passageiros enquadradas na subclasse 4912-4/03 da CNAE 2.0; e as
empresas de construção de obras de
infraestrutura, enquadradas nos gru-
senac
Cristiano Costa
Sessão
especial no
Congresso
//Por Luciana Corrêa
Senado homenageia
instituição pelos 69 anos
de serviços à sociedade
O presidente do Senac-DF, Adelmir Santana, entre os senadores
O
Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) foi homenageado no
dia 23 de fevereiro, pelos 69 anos de
atuação em todo País. A homenagem ocorreu durante a 13ª Sessão
Especial realizada no plenário do
Senado, em Brasília. A iniciativa foi do
senador Paulo Paim (PT-RS), com o
apoio dos senadores João Capiberibe
(PSB-AP), Wilder Morais (DEM-GO),
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM),
Cristovam Buarque (PDT-DF) e Pedro
Simon (PMDB/RS).
O senador Jorge Viana (PT-AC),
na condição de 1º vice-presidente
da Casa, abriu a sessão especial
e contou a história da instituição,
destacando a importância do Senac.
“O mundo, cada vez mais, é pautado
pela economia do conhecimento. E
o Senac tem papel preponderante a
desempenhar nela. Gostaria, portanto, de parabenizar o Senac pelos 69
anos de excelência incontestável em
favor do trabalhador, da economia
nacional e do bem-estar do povo brasileiro”, declarou. O senador parabenizou também o colega Paulo Paim,
autor do requerimento que motivou a
realização da sessão.
Inaugurado em janeiro de 1946,
o Senac soma mais de 55 milhões
de formados em todo Brasil. O presidente da Fecomércio-DF e presidente do Senac no Distrito Federal, Adelmir Santana, discursou exaltando
números e a importância do trabalho
da instituição para o País. Ele representou na ocasião o presidente da
Confederação Nacional do Comércio,
Antônio de Oliveira Santos. Adelmir é
vice-presidente da CNC.
“O Senac atua de acordo com as
exigências do mercado de trabalho.
São todos cursos focados nas necessidades dos setores de comércio,
serviços e turismo. Mais de mil opções em cursos de formação inicial,
técnicos, tecnólogo e pós-graduação.
Preciso reafirmar a nossa cobertura em todo País. São 625 unidades
operativas, fixas e móveis, com muito
orgulho”, destacou Adelmir Santana.
O senador Paulo Paim, autor do
requerimento da sessão, fez questão
de dizer que a homenagem era justa.
“O Senac tem construído uma trajetória bonita, singular, bem sucedida
no seu campo de atuação. Trajetória
essa que vem incorporando, ao longo
do tempo, estratégias e táticas de
ação renovadas na busca de fazer
o bem não interessando a quem,
sempre olhando aqueles que mais
precisam”, ressaltou. Paim destacou também os números referentes
às matrículas gratuitas feitas pelo
Senac, que em 2014 somaram 1,1
milhão.
Além das autoridades citadas,
também compuseram a mesa da
homenagem os senadores Telmário
Mota (PDT-RR), Ana Amélia (PP-RS)
e Hélio José (PSD-DF); o deputado
federal Mauro Pereira (PMDB-RS);
e o chefe da assessoria parlamentar
junto ao Poder Legislativo (Apel-CNC), Roberto Velloso. A 13ª Sessão
Especial em celebração aos 69 anos
do Senac contou ainda com a presença de alunos, servidores, professores
e do diretor regional da instituição no
DF, Luiz Otávio da Justa Neves.
Mais informações
@senacdf
/senacdistritofederal
www.senacdf.com.br
Revista Fecomércio DF 55
tecnologia
Jens Schriver
Diretor-Executivo
da ClickLab
www.clicklab.com.br
Maximo Migliari
www.facebook.com/agencia.clicklab
[email protected]
Sócio da ClickLab
10 segundos que podem mudar sua comunicação
A garota ou o garoto tira o celular do bolso, bate uma foto
ou grava um vídeo e envia para todos os seus seguidores.
Esses, por sua vez, recebem essa foto ou vídeo, que ficará em
seus celulares por no máximo 10 segundos, quando então será
automaticamente excluído. Ao fazermos essa descrição, pode
parecer que estamos falando de mais uma moda boba entre os
adolescentes. Mas se você trabalha em um mercado no qual o
público-alvo é o jovem, deixamos uma dica: já passou da hora
de conhecer o Snapchat.
Contando com mais de 100 milhões de usuários no mundo todo, o aplicativo se tornou extremamente popular entre
adolescentes e jovens adultos, que começam, aos poucos, a
migrar do Facebook para outras plataformas sociais. Além
disso, fontes confirmam que a gigante do comércio online, a
chinesa Alibaba, investiu mais de US$ 200 milhões no aplicativo, elevando seu valor de mercado para aproximadamente
US$ 15 bilhões.
Qual, no entanto, o valor dessa rede social para o seu negócio? Por permitir o compartilhamento rápido de vídeos e fotos,
o Snapchat pode se tornar uma excelente ferramenta para a
divulgação rápida de promoções, produtos e novidades. Além
disso, em parceria com a companhia de pagamentos online
Square, o aplicativo disponibilizou, recentemente, um serviço
que permite aos usuários enviarem dinheiro uns aos outros,
fato que pode indicar que, em breve, o Snapchat possa lançar
alguma funcionalidade voltada para o comércio eletrônico.
Além disso, é crescente no Brasil a venda de smartphones,
principalmente para a classe C, o que demonstra que cada vez
mais a interação entre clientes e empresas através da internet
será feita por meio desses dispositivos. E, entre os usuários
desses smartphones, o Snapchat é um dos aplicativos mais
baixados, tanto na Apple Store quanto na Google Play (loja virtual dos telefones com sistema Android).
Como já dissemos algumas vezes, não existe rede social
certa para se atuar. Tudo depende dos objetivos de sua comunicação, do público que você quer atingir e da disponibilidade
que você possui para gerar conteúdo. Contudo, conforme o
tempo passa, a tendência é que o Facebook, mesmo ainda
sendo líder incontestável no Brasil, comece a perder seus usuários mais novos, que irão migrar para
outras ferramentas. Nessa realidade, caso seu
público seja esse jovem, torna-se cada vez mais interessante apostar em outras redes. Se você se ené o número de pessoas que já usam o
contra nessa situação, o Snapchat é uma excelente
ferramenta para iniciar.
aplicativo do Snapchat em todo o mundo
100 milhões
Para concorrer com o Chromecast
O Mi Box Mini PC, da “Apple chinesa Xiomi, é um set-top box que, assim como seu
concorrente da Google, faz streaming de conteúdo de celulares ou tablet para televisores.
Possui processador quad-core Media Tek MT8685 de 1,3GHz e placa gráfica Mali-450.
Diferentemente do Chromecast, o Mi Box também possui memória interna de
4GB. Além disso, a caixinha possui conectividades Bluetooth e WiFi, áudio Dobly
e DTS e suporte para reprodução de conteúdo Full HD em 1080p.
Valor
US$ 50
56 Revista Fecomércio DF
Mais vida para
o seu celular
Os celulares estão cada
vez mais modernos, mas,
infelizmente, parece que
as baterias não seguem a
mesma tendência. Para
evitar ficar incomunicável
no meio do dia, a moda é o
modelo de carregadores
portáteis tipo “tijolinho”,
que garantem mais
algumas horas de vida
para seu aparelho.
Valor: entre
R$ 80 e
R$ 300
Seja um
empreendedor
Para quem tem interesse em empreendedorismo, o portal
MeuSucesso.com pode ser uma excelente pedida. Criado
pelo fundador da escola Wise Up e pelo mentor do Instituto
Endeavor, o portal traz para os brasileiros os conceitos de
empreendedorismo, visando capacitar as pessoas para realizar
seus projetos de negócios. Para ter acesso ao conteúdo do site,
os interessados devem fazer uma assinatura anual. O conteúdo
inclui estudos de casos de grandes empresários, perfis de
empreendedores, vídeo-aulas, além da possibilidade de fazer
perguntas para convidados futuros. É
uma dica interessante para quem gosta
Valor:
do assunto, mas não tem tempo de fazer
R$ 65 (mês)
um curso presencial.
Mantenha suas
contas organizadas
O aplicativo Organizze é uma excelente maneira de manter
o controle de sua vida financeira. Nele você pode registrar
todos os seus gastos e recebimentos além de separá-los
por categorias. Dessa forma, fica fácil saber em que você
está gastando a maior parte de seu dinheiro e onde pode
poupá-lo. Possui versão mobile e Web.
211%
foi o crescimento do
volume de smartphones
vendidos pela chinesa
Xiaomi em 2014. A empresa
deve chegar ao mercado
brasileiro em breve
Valor:
gratuito no Brasil
Revista Fecomércio DF 57
Parabéns
Brasília!
Acompanhamos
e trabalhamos
pelo seu
crescimento
desde 1957
Gestão
A ACDF nunca se curvou aos
desmandos e sempre esteve
trabalhando pela terra de JK e
de todos os brasileiros.
58 Revista Fecomércio DF
Cleber Pires
encontro
Aprendizado
feminino
//Por Por Fabíola Souza
Foto: Cristiano Costa
Evento promovido pelo IF reuniu
empresárias e administradoras
para dar dicas de como
empreender em tempos de crise
O
O presidente da Fecomércio, Adelmir Santana e a esposa, Maria José
(esq) e a diretora-executiva do IF, Elizabet Garcia Campos
2º Encontro da Mulher Empresária e Administradora do DF ocorreu no dia 12 de março, no auditório
Parlamundi, na LBV, 915 Sul. O presidente da Fecomércio-DF, Adelmir Santana, participou da abertura do
evento, acompanhado de sua esposa, Maria José Santana,
e destacou as conquistas obtidas nos últimos anos pelas
mulheres. “Hoje é mais um dia para lembrar das mulheres,
que são especiais todos os dias e nós precisamos delas para
fortalecer o mundo dos negócios”, afirmou. A presidente do
CRA-DF, Mônica Cova Gama, também discursou e ressaltou a importância do evento. “É um encontro em que temos
a oportunidade de promover intercâmbio e experiências de
empreendedoras do DF, em especial em tempos de crise”.
O encontro teve início com a palestra “Empreendedorismo Feminino: Superando Crises e Construindo Estratégias Inovadoras, ministrada pela especialista em coaching,
Lúcia Romão. “Estamos em uma época em que a mulher
empreendedora cria, inova e realiza sonhos, com foco no
futuro e na melhora contínua”, disse.
Posteriormente, foi realizado um painel sobre Empreendedorismo e Competitividade – Como Inovar para Sair
da Crise, com as empresárias Simone Maia, Katia Ferreira,
Moema Leão e a administradora Andréa Antinoro. A moderação foi feita pela diretora-executiva do Instituto Fecomércio, Elizabet Garcia Campos. Ao abrir o painel, ela destacou
a relevância da discussão sobre o cenário político, social,
econômico e empresarial do momento atual. “Temos que
discutir a questão do empreendedorismo frente à competitividade que nós estamos vivendo de forma tão arraigada
atualmente e a maioria das empresas está em um momento de crise”.
Para Moema, é importante inovar nos negócios para
conseguir estabilidade. “É preciso ter um diferencial para
atrair o cliente, em meio ao mundo tecnológico. Tem que
ter situações diferentes para poder atrair o cliente, pois não
está fácil atraí-los. São várias atitudes que temos que ter
para inovar nos negócios e nos destacarmos no mercado”,
afirmou Leão.
Para Katia, a busca de parcerias também é uma ótima
opção para o negócio e auxilia as empresas privadas.Andréa acredita que o treinamento para aperfeiçoar os funcionários é uma ferramenta que deve ser permanente, pois
melhora o desempenho profissional da empresa. “Também
é necessário observar o mercado. Se você estiver um passo
à frente, há tempo de reagir e não ter que apagar incêndio”.
E para finalizar, Simone Maia lembrou que geralmente é
nas crises que as dificuldades aumentam, por isso é importante focar nas necessidades do mercado.
Mais informações
@if_df
/institutofecomerciodf
institutofecomerciodf.com.br
Revista Fecomércio DF 59
sindicatos
Carlos Hiram
presidente do Secovi-DF
A base da construção
//Por Daniel Alcântara
Foto: Cristiano Costa
Sindicato da
Habitação cobra
mais diálogo
com o governo
local e questiona
reajustes que
oneram o setor
60 Revista Fecomércio DF
A
s medidas de aumento de
impostos do Governo do
Distrito Federal (GDF) sem
uma ampla discussão com a sociedade vêm preocupando o Sindicato
da Habitação do Distrito Federal (Secovi-DF). A elevação em 50% no Imposto sobre a Transmissão de Bens
e Imóveis (ITBI), já aprovada pela Câmara Legislativa, e a pretensão de reajuste do valor de avaliação dos imóveis para efeito de cálculo do IPTU e
da Taxa de Limpeza Pública (TLP) em
20% ao ano deixou os empresários do
ramo imobiliário em alerta.
De acordo com o presidente do
Secovi, Carlos Hiram Bentes David, o
aumento de impostos neste momento de economia frágil é mais um golpe nas expectativas de gerar emprego e renda. O presidente da entidade
diz que as propostas das autoridades
caminham para desencorajar investimentos e empreendimentos, vislumbrando resultados desastrosos em
termos de desemprego e desaceleração da economia. “O governador
Rodrigo Rollemberg, durante a campanha, propagou aos quatro ventos
que o governo dele seria participativo,
de gestão e aberto à opinião pública.
Porém, os projetos de elevação das
taxas foram encaminhados à Câmara Legislativa em uma quinta-feira no
fim da tarde e votada em uma terça,
apenas dois dias úteis depois, sem
nenhuma discussão com a classe
empresarial. Não era o que esperávamos”, lamenta Hiram.
A insatisfação do setor é tamanha que o sindicato lançou, com outras entidades do setor imobiliário,
um manifesto solicitando a imediata
participação no debate (veja a ín-
40%
dos imóveis do DF não têm
escritura. Nunca houve
um trabalho fundiário,
com vontade política
para regularizar essa
situação. Se o governo atual
trabalhasse no sentido de
regularizar esses imóveis
que não recolhem qualquer
tipo de imposto não iria
onerar quem está regular
e adquirindo o imóvel de
forma correta
presidente do Secovi-DF
Carlos Hiram
tegra do manifesto do sindicato no
site da Fecomércio-DF: www.sistemafecomerciodf.com.br). “Estamos
tentando abrir vias de diálogo, pois
o mercado imobiliário acaba indo no
mesmo sentido da economia instável
de todo o País. A construção civil é
a maior geradora de empregos diretos e indiretos do Brasil, no momento em que se desacelera essa
atividade, gera-se um ambiente de
desemprego. A partir disso, entramos em um ciclo negativo: menos
consumo, menos produção e menos
postos de trabalho”, relata Carlos
Hiram. De acordo com ele, a isso
somam-se as medidas do Governo
Federal. “Se não bastasse o governo
local da mesma forma o Governo Federal quer resolver a sua dificuldade
financeira transferindo a conta para
o cidadão”, explica.
O presidente da Fecomércio-DF,
Adelmir Santana, concorda com o
ponto de vista do setor imobiliário
e pede mais discussão do assunto
com a população. “Somos a favor
das medidas de redução da máquina pública, mas as propostas de au-
mento da carga tributária precisam
de mais discussão com a sociedade.
Apoio as declarações do Secovi-DF”,
afirma Adelmir.
De acordo com o Secovi, o acréscimo de 50% no ITBI desestimula a
aquisição dos imóveis tanto das pessoas que adquiriram para residir ou
para montar o negócio, mas, principalmente, para os investidores. “O
reajuste no ITBI foi estratosférico. A
nossa preocupação é afetar um mercado que já vem combalido pela própria crise econômica que afeta todos
os setores”, ressalta Carlos Hiram.
ALTERNATIVAS PARA A CRISE
Umas das saídas que o setor
propõe para aumentar a arrecadação sem onerar os empresários
é a regularização fundiária no DF.
“Cerca de 40% dos imóveis do DF
não têm escritura. Nunca houve um
trabalho fundiário, com vontade política para regularizar essa situação.
Se o governo atual trabalhasse no
sentido de regularizar esses imóveis
que não recolhem qualquer tipo de
imposto não iria onerar quem está
regular e adquirindo o imóvel de
forma correta”, explica o presidente
Carlos Hiram.
Em relação à intenção do aumento no IPTU, o sindicato afirma
que a medida, certamente, irá gerar
um desiquilíbrio e uma manifestação da sociedade e das instituições
que representam as atividades produtivas. “O governo não pode passar
a conta de forma injusta sem haver
discussão”, acredita Hiram. Já em
relação ao TLP, a entidade enxerga
que a forma mais justa da cobrança
é identificando a atividade. “O lixo residual está muito ligado à atividade,
mais até que a área ocupada. Certamente, a visão pela atividade é uma
forma mais justa. Alguns setores
geram mais lixos que os outros.”
CONQUISTAS DO SINDICATO
Há cinco anos à frente do sindicato, Carlos Hiram soma conquistas
e vitórias no Secovi. Segundo ele, a
entidade cresce a cada ano. Atualmente, com 700 associados, a entidade conta com uma base atuante
e conscientizada do trabalho que a
instituição faz em prol da categoria.
“Hoje nós temos o respeito dos empresários. Para isso, precisamos tomar algumas ações como mensurar
o mercado e quantificar os preços
do setor, por meio do boletim imobiliário divulgado mensalmente pelo
Secovi”, diz Hiram.
Outro objetivo do sindicato é
depender cada vez menos das contribuições compulsórias da base.
Foram desenvolvidos diversos convênios e serviços buscando melhores condições de atuação das
empresas que o órgão representa de forma a gerar receita para a
entidade. “Recentemente, tivemos
um ganho importante: a criação do
curso de pós-graduação em Gestão
Imobiliária e Legislação, em parceria com o Senac-DF. A expectativa é
que comece neste primeiro semestre”. Saiba mais sobre essa parceria
na matéria da página 49.
O Sindicato também oferece convênio para assessoria jurídica nas áreas civil, trabalhista e tributária para os
empresários da base do sindicato.
Revista Fecomércio DF 61
pesquisa conjuntural
Vendas de fevereiro
em queda
Apenas dois segmentos registraram alta no mês:
Livraria e Papelaria (15,73%) e Calçados (5,76%)
Set x Ago
Out x Set
-1,01%
6,06%
-5,58%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
3,24%
-3,77%
-1,94%
Calçados
1,76%
6,02%
1,99%
0,19%
-0,97%
-2,18%
-12,37%
5,21%
17,45%
Desempenho de vendas
Autopeças e Acessórios
Farmácia e Perfumaria
Floricultura
-1,75%
Fev x Jan
-9,78%
-22,68%
4,09%
-6,90%
-6,85%
45,71%
-46,12%
5,76%
6,70%
-11,20%
-6,55%
5,86%
-23,60%
-7,06%
Informática
2,81%
-5,00%
-2,38%
23,61%
-12,79%
-10,28%
Livraria e Papelaria
-1,98%
-2,39%
-0,99%
60,97%
-9,04%
15,73%
Lojas de Utilidades Domésticas
-6,71%
-5,99%
5,45%
20,22%
-24,04%
-10,46%
Material de Construção
-1,44%
-0,79%
5,46%
-1,92%
-11,37%
-1,77%
Mercado e Mercearia
-0,89%
-2,18%
-0,02%
-2,17%
-9,05%
-2,98%
Móveis e Decoração
-5,87%
-2,82%
8,10%
-7,18%
-0,02%
-15,33%
Óticas
6,16%
-1,56%
0,79%
-7,84%
-10,90%
-2,08%
Tecidos
-3,69%
-6,57%
31,65%
12,45%
-17,67%
-13,66%
Vestuário
-7,61%
-5,17%
6,75%
43,67%
-38,52%
-10,40%
Total
-0,77%
-1,44%
0,59%
9,73%
-15,68%
-6,34%
Academia
6,37%
5,68%
5,58%
-8,55%
15,22%
-17,96%
Agências de Viagem
4,81%
-0,20%
12,96%
6,94%
9,00%
-9,87%
Aluguel de Artigos para Festa
6,10%
4,16%
3,54%
1,16%
-23,78%
5,62%
Autoescola
2,10%
-5,52%
7,98%
-15,02%
5,94%
17,05%
Casa de Eventos
5,24%
2,08%
-0,48%
1,75%
-46,12%
14,97%
Clínica de Estética
1,35%
2,27%
0,19%
3,06%
-18,68%
-13,18%
Ensino de Idiomas
3,17%
0,44%
2,27%
3,06%
-6,23%
1,71%
Pet Shop
1,56%
-2,58%
7,13%
6,39%
-15,58%
-11,76%
Reparação de Eletroeletrônicos
2,69%
-1,42%
2,82%
-6,60%
-2,45%
-5,09%
Salão de Beleza
11,52%
-5,96%
2,37%
17,61%
-12,46%
-15,04%
Total
5,01%
0,63%
4,22%
1,38%
-8,92%
-7,03%
Total
0,47%
-0,97%
1,35%
7,94%
-14,34%
-6,49%
Comércio
62 Revista Fecomércio DF
Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez
Serviço
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
A
s vendas do comércio
brasiliense fecharam o
mês de fevereiro com
uma queda de 6,34% na
comparação com janeiro. As vendas do setor de serviços também
tiveram desempenho negativo, com
redução de 7,03%. No acumulado
dos últimos 12 meses (Fev.2014
– Fev.2015), a variação ficou em
-17,36%. É o que mostra a Pesquisa
Conjuntural de Micro e Pequenas
Empresas do Distrito Federal, realizada pelo Instituto Fecomércio.
O mês de fevereiro é tradicionalmente um período de redução
das vendas na capital federal. Segundo o presidente da Federação
do Comércio de Bens, Serviços e
Turismo do DF (Fecomércio), Adelmir Santana, isso se deve a dois fatores: o fechamento de algumas lojas durante o feriado do Carnaval e
o fato de fevereiro ser um mês com
três dias a menos do que janeiro.
Também é possível que os consumidores tenham reservado parte da
renda para atender às obrigações
tributárias de início de ano.
“A redução nas vendas ocorreu devido ao desvio do consumo
no período de Carnaval, quando as
6,34%
foi o percentual de
queda nas vendas do
comércio brasiliense no
segundo mês do ano
pessoas consomem com maior intensidade os produtos ligados à festa, e
aos reflexos do atual pessimismo econômico. Vale observar que, apesar do
índice ser negativo, houve um esforço de recuperação do setor com promoções e ofertas de pagamento facilitado. Estratégias comuns no varejo para
atrair os consumidores diante de um contexto econômico difícil”, explica
Adelmir Santana.
Apenas dois segmentos do comércio registraram alta em fevereiro de
2015: Livraria e Papelaria (15,73%) e Calçados (5,76%). Os outros segmentos registraram queda: Autopeças e Acessórios (22,68%); Móveis e Decoração (-15,33%); Tecidos (-13,66%); Lojas de Utilidades Domésticas (-10,46%);
Formas de pagamento // Fevereiro
Serviçco
100%
Comércio
100%
45,65%
42,23%
29,43%
25,55%
21,04%
13,31%
0,36%
0%
À vista
Cheque
Cartão de
Crédito
Débito
2,84%
1,68%
A prazo
Boleto
10,49%
6,02%
2,40%
0%
À vista
Cheque
Cartão de
Crédito
Débito
A prazo
Boleto
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Revista Fecomércio DF 63
pesquisa conjuntural
Vestuário (-10,40%); Informática
(-10,28%); Floricultura (-7,06%);
Bares, Restaurantes e Lanchonetes (-6,85%); Farmácia e Perfumaria (-6,55%); Mercado e Mercearia
(-2,98%); Óticas (-2,08%) e Material
de Construção (-1,77%).
No setor de serviços, os destaques em fevereiro ficaram com os
segmentos de Autoescola (17,05%);
Casa de Eventos (14,97%); Aluguel de Artigos para Festa (5,62%)
e Ensino de Idiomas (1,71%). Os
segmentos de serviços que apresentaram queda nas vendas foram:
Academia (-17,96%); Salão de Beleza (-15,04%); Clínica de Estéti-
Nível de emprego
Set x Ago Out x Set Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan
Autopeças e Acessórios
3,73%
3,17%
Bares, Restaurantes e Lanchonetes
-1,22%
0,00%
0,91%
Calçados
2,50%
5,43%
-4,69%
Farmácia e Perfumaria
0,69%
0,00%
-1,01%
0,34%
-5,96%
-0,37%
Floricultura
0,00%
-8,70%
4,76%
9,09%
0,00%
12,50%
Informática
3,66%
1,23%
0,00%
16,46%
-6,52%
-9,30%
Livraria e Papelaria
-13,83%
-5,19%
37,14%
-2,94%
2,86%
1,90%
Lojas de Utilidades Domésticas
-9,38%
0,00%
6,45%
-7,58%
-1,67%
1,69%
Material de Construção
1,75%
1,09%
6,78%
-3,50%
-4,19%
-5,46%
Mercado e Mercearia
6,97%
-2,80%
0,53%
-2,93%
1,59%
-0,45%
Móveis e Decoração
0,00%
1,37%
0,00%
-26,09%
21,57%
-1,54%
Óticas
-9,68%
7,14%
6,67%
0,00%
3,45%
0,00%
Tecidos
0,00%
0,00%
-7,69%
-12,50%
9,52%
8,70%
Vestuário
1,53%
0,40%
8,49%
-4,01%
-3,73%
3,50%
Total
0,47%
0,19%
2,28%
-2,70%
-1,73%
-0,68%
Academia
0,00%
-1,29%
4,26%
-6,69%
7,63%
-7,45%
-13,21%
13,33%
18,00%
-8,33%
-8,16%
17,78%
Aluguel de Artigos para Festa
8,40%
-4,79%
2,72%
1,32%
10,46%
-3,55%
Autoescola
-3,33%
3,45%
3,33%
-4,84%
0,00%
9,43%
Casa de Eventos
0,00%
0,00%
2,70%
0,00%
2,27%
-4,44%
Clínica de Estética
0,98%
3,75%
2,50%
-11,84%
17,39%
-16,05%
Ensino de Idiomas
0,00%
0,00%
1,66%
-1,71%
-8,18%
3,03%
Pet Shop
0,00%
4,59%
6,96%
-10,66%
2,68%
1,74%
Reparação de Eletroeletrônicos
0,00%
-0,81%
0,00%
-0,93%
-0,93%
0,00%
Salão de Beleza
7,29%
-2,80%
5,77%
5,22%
-16,81%
2,13%
Agências de Viagem
Total
0,85%
Total
Comércio
64 Revista Fecomércio DF
ca (-13,18%); Petshop (-11,76%);
Agência de Viagem (-9,87%); e
Reparação de Eletroeletrônicos
(-5,09%).
Entre as formas de pagamento,
o cartão de crédito foi o mais utilizado nas compras. No comércio, a
modalidade respondeu por 44,65%
das vendas. No setor de serviços,
foi responsável por 42,23% das
compras. A Pesquisa Conjuntural
de Micro e Pequenas Empresas do
DF é realizada mensalmente pelo
Instituto Fecomércio e tem o apoio
do Sebrae. Foram consultadas 900
empresas, das quais 595 do comércio e 305 de serviços.
0,58%
Serviço
0,18%
0,18%
-2,15%
4,04%
2,79%
-2,99%
-6,83%
13,33%
-4,12%
0,20%
-4,37%
10,08%
-16,79%
8,65%
-3,68%
-2,99%
1,34%
-0,86%
-1,87%
-1,02%
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Desempenho de vendas
Set x Ago
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
-0,27%
-2,46%
0,44%
10,34%
-13,32%
-7,59%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
1,94%
6,32%
-5,10%
12,93%
-32,21%
4,05%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires
e Águas Claras
-0,57%
-1,57%
-1,04%
16,27%
-17,46%
-4,33%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
1,03%
-1,50%
-0,87%
0,80%
-18,07%
-4,25%
Out x Set Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
-1,21%
-3,63%
1,99%
10,49%
-19,49%
-4,77%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
-5,27%
1,46%
7,33%
0,91%
-6,61%
-12,40%
Total
-0,77%
-1,44%
0,59%
9,73%
-15,68%
-6,34%
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
4,30%
1,61%
2,74%
2,66%
-6,58%
-3,04%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
4,53%
-11,05%
-1,51%
-1,74%
-19,86%
-17,27%
Ceilândia, Taguatinga,
Vicente Pires e Águas Claras
3,43%
3,54%
0,84%
-1,40%
-15,32%
-9,12%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
10,31%
-2,60%
4,17%
6,34%
-12,62%
-0,80%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
5,46%
-6,66%
7,58%
3,04%
-12,36%
-4,15%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
4,18%
3,92%
14,55%
-1,59%
5,27%
-16,84%
Total
5,01%
0,63%
4,22%
1,38%
-8,92%
-7,03%
Total
0,47%
-0,97%
1,35%
7,94%
-14,34%
-6,49%
Comércio
Serviço
Nível de Emprego
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Set x Ago
Out x Set Nov x Out Dez x Nov Jan x Dez Fev x Jan
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
2,05%
-1,16%
0,36%
-2,11%
-1,54%
-2,35%
Candangolândia, Guará e
Núcleo Bandeirante
-3,39%
0,00%
4,02%
1,22%
-14,47%
13,18%
Ceilândia, Taguatinga,
Vicente Pires e Águas Claras
0,32%
1,17%
-1,30%
0,66%
0,33%
0,83%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
-1,56%
2,38%
8,43%
-8,59%
1,50%
-4,64%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
-4,44%
4,29%
-1,71%
0,35%
-7,52%
4,24%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
3,77%
-2,79%
13,11%
-9,41%
2,37%
-3,86%
0,19%
2,28%
-2,70%
-1,73%
-0,68%
Total
0,47%
Brasília (Asa Sul e Asa Norte)
1,50%
-0,87%
4,64%
-3,72%
-3,75%
8,44%
Candangolândia, Guará e Núcleo
Bandeirante
0,00%
4,00%
-1,92%
-3,92%
6,00%
-5,77%
Ceilândia, Taguatinga, Vicente Pires e Águas
Claras
1,42%
-0,31%
4,95%
-0,58%
4,46%
-5,11%
Cruzeiro, Setor de Indústrias e Sudoeste
0,00%
0,79%
3,15%
-6,02%
14,17%
-4,58%
Gama, Recanto das Emas e Samambaia
0,00%
-2,74%
-1,41%
-5,71%
-1,49%
1,52%
Paranoá, Sobradinho e São Sebastião
0,00%
2,44%
5,33%
-6,02%
-3,62%
-9,86%
0,85%
0,18%
4,04%
-3,68%
1,34%
-1,87%
0,58%
0,18%
2,79%
-2,99%
-0,86%
-1,02%
Total
Total
Comércio
Serviço
Fonte: Pesquisa Conjuntural de Comércio e Serviços.
Revista Fecomércio DF 65
pesquisa relâmpago
Construção do
posto de gasolina na
315 Norte
Dívidas dos
servidores da saúde
e educação do DF
José Ornellas,
ex-governador do DF
REGULAR
Reconheço o absurdo
das contas do governo
petista, mas o atual
governo deveria ter
envidado esforços
para pagar os
servidores.
RUIM
O Plano Piloto já
dispõe de postos
suficientes para
atender à demanda
e a comunidade é
contra a construção.
Receita Federal
aperta o cerco aos
contribuintes
REGULAR
O contribuinte
deve pagar suas
obrigações.
O problema é
esse governo
corrupto aplicar
corretamente o que
arrecada.
Paralisação dos
caminhoneiros
REGULAR
A reinvindicação é
procedente, porém
não devia penalizar
a população já
tão sofrida com
a desastrosa
administração dos
governos petistas.
1
66Untitled-4
Revista Fecomércio
DF
Janine Brito,
diretora-executiva da
Pinheiro Ferragens
RUIM
Devido ao atraso
no recebimento
dos servidores
públicos do DF, a
inadimplência se
refletiu no comércio
em geral, causando
o efeito cascata.
REGULAR
Não nos atinge,
portanto difícil
comentar.
RUIM
As empresas já não
têm mais como
suportar a alta
tributação. O que
se verifica é uma
enorme evasão de
divisas.
RUIM
A situação da
classe acarretará o
aumento do frete e,
consequentemente,
onerará o custo
da mercadoria,
sem falar no
desabastecimento.
Welder Lima,
advogado
RUIM
RUIM
A precariedade
dos serviços
públicos se agrava
com servidores
psicológica e
economicamente
abalados sem os
salários.
RUIM
André Lopes,
coordenador pedagógico
do Gran Cursos
R
Um posto de
combustível a mais
não trará benefício à
coletividade, apenas
atende ao interesse
privado de alguém.
BOM
A melhoria dos
instrumentos de
controle implica
menor sonegação,
mas o arrecadado
deve ser mais bem
aplicado.
RUIM
A paralisação em si
é prejudicial, mas
o motivo é justo,
diesel mais barato
implica menor custo
de transporte e tudo
que dele depende.
As dívidas dos
servidores derivam
da ausência de
contraprestação do
poder público como
fonte pagadora,
gerando desconforto
aos servidores
BOM
Creio que a
iniciativa propicia
serviço ao usuário
do segmento,
aumentando a
concorrência no
setor e gerando
receitas tributárias.
BOM
Além da carga
tributária, a
fiscalização propicia
isonomia entre
os contribuintes
e favorece
arrecadação.
REGULAR
A paralisação revela
a preocupação
necessária com o
setor e demanda
especial atenção
que se deva dar ao
segmento.
Miguel Setembrino,
1º vice-presidente da
Fecomércio-DF
RUIM
O trabalhador tem
que receber em
dia seus proventos.
Afinal, salário é algo
sagrado.
RUIM
Já existem postos
de combustíveis
demais na cidade.
Temos é que
preservar o verde da
cidade.
RUIM
A tributação já está
muito elevada no
País. Pesa tanto
para os empresários
e para a sociedade.
REGULAR
O País roda pelas
estradas. Como
advogado, acho que
houve um acréscimo
de custo para eles.
Tudo o que fere os
direitos de uma
categoria é justo.
18/11/10 11:29
De 13 a 18 de abril de 2015
Estaremos nas regiões administrativas de
Ceilândia, Samambaia, Estrutural, Itapoã,
Planaltina, São Sebastião, Brazlândia, Vicente
Pires, Sobradinho, Gama, Riacho Fundo,
Santa Maria, Guará, Recanto das Emas,
Núcleo Bandeirante e Taguatinga.
Para mais informações, ligue 0800 570 0800
ou acesse www.df.sebrae.com.br.
Revista Fecomércio DF 67
Especialistas em pequenos negócios / 0800 570 0800 / www.df.sebrae.com.br

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