Slides Xintoísmo
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XINTOÍSMO Tori: Pórtico de pedra, madeira ou bronze, que precede, no Japão, a entrada nos templos xintoístas. Tem, geralmente, duas colunas, que sustentam duas peças transversais com as extremidades curvadas para cima. Em alguns portos japoneses, são construídos toris, pois, para os marinheiros crentes, passar sob um tori antes de embarcar em um navio traz boa sorte. ORIGEM I Xintoísmo, quer dizer Caminho dos deuses (Kami no Michi) e aparece, pela primeira vez em documentos do imperador do Japão, Yomel, que viveu entre 519 e 587 d.C. Ao que parece, Xintoísmo é uma compilação de práticas religiosas antigas, que existiam, antes mesmo da entrada das religiões indianas (Hinduísmo e Budismo) e das chinesas (Confucionismo, Taoísmo). Os dois mais antigos escritos são Kojiki (712 d.C. e Nions-hoki (720 d.C). ORIGEM II Há vestígios de um povo (Jamon) que residia no Japão entre 11.000 e 300 a.C. E nos seus restos históricos pode haver sinais religiosos do que hoje é o Xintoísmo. Isto, no entanto não está bem provado, embora os vestígios sejam muitos. Já na cultura yayoi que viveu neste país entre 300 a.C. E 300 d.C. os vestígios Xintoístas são claros e muitos. ORIGEM III Assim sendo, Xintô é a síntese das práticas antigas, sincréticas do povo japonês, que também é uma mistura de povos. Por isto, não tem uma doutrina fixa. Trata-se de mistura de con-ceitos. Ainda hoje, o Xintoísmo convive, quase que harmoniosamente com o Budismo. As mesmas pessoas participam das duas crenças. Há quem considere o Xintoísmo a religião da vida e o Budismo, a religião da morte. Os casamentos acontecem no Xintoísmo e os funerais, no Budismo. Nos cemitérios há sinais Budistas, apenas. ORIGEM IV De modo geral, o xintoísmo se concentra nas questões referentes a este mundo, na procriação, na promoção da fertilidade, na pureza espiritual e no bem-estar físico. O budismo, por outro lado, embora não rejeitou o mundo real, sempre enfatizou mais a salvação e a possibilidade da vida após a morte. ORIGEM V Para entender o Xintoísmo é preciso entender a cultura jáponesa. Nela o indivíduo está completamente inserido na comunidade: “prego que se destaca será martelado”. Tudo é visto em prol do todo. Esta ausência de individualismo caracteriza o Xintoísmo. E nesta perspectiva que ainda hoje, no mundo moderno, os japoneses se esmeram. DEUSES I Embora o Xintoísmo cultue milhares ou até milhões de deuses, o livro Kojiki apresenta, logo no início, três divindades: a) Amenominakanushi, que se traduz por Senhor do Sublime meio do Céu. DEUSES II b) Takamimusubi, se traduz por Alto Sublime Criador. DEUSES III c) Kamimusubi, ou seja, Divino Sublime Criador. DEUSES IV Para alguns teóricos, supostamente Amenominakanushi seria o único deus, enquanto Takamimusubi e Kamimusubi seriam manifestações deste mêsmo deus em outros momentos da história, ou da vida. Não se encontrou nenhum templo dedicado a ele. Outras hipóstese mostram que Amenominakanushi teria conquistado o primeiro lugar entre os demais deuses. Estranha, porém, que na arqueologia antiga não se encontrou nenhum templo dedicado a ele. DEUSES V Segundo o Kojiki, Amenominakanushi é invisível, assexuado, sem pai, sem esposa. Ele é o criador do céu e da terra. Está em todos os lugares e sua adoração não se liga e nenhum lugar específico. Seria um deus do céu, sem mitos e sem culto. No livro Kojiki fala-se de 8 milhões de kamis (deuses tutelares de clãs, de aldeias, de bairros, etc.). Alguns são deuses, outros são espíritos de montanhas, de outros fenômenos da natureza, como os Kamikazes (vento divino). Outros ainda são demônios. Alguns são híbridos do Taoísmo e do Budismo que assumiram feições xintoístas DEUSES VI Muitos Kamis (deuses e deusas com aspectos humanos) surgiram na Era dos deuses. Existem kamis celestes e terrestres. Existem muitos outros deuses, como Amaterasu (do sol), Inari (deusa do arroz – o mensageiro de Inari é a raposa, que por isto também é venerada), existem ainda os sete deuses da fortuna. a) O Xintoísmo presta culto aos antepassados. Crê que as almas dos antepassados viram kamis. Assim, os kamis dos antepassados são cultuados em santuários domésticos e os kamis de imperadores e de soldados caídos nas guerras, recebem culto especial. Estes antepassados que se tornaram kamis têm tanto poder que foram eles que criaram o Japão e inclusive, criaram uma deusa dos antepassados. Segundo alguns mitos, os kamis assim se expressam: DOUTRINA II ‘Já criamos o país de Ohyashima (Japão), cheio de montes, rios, plantas e árvores. Por que não criamos agora Alguém que seja Senhor do mundo?’ E assim criaram Amaterasu, que destinaram a Senhora do mundo e do país de Ohyashima. Como os Antepassados criaram simultaneamente com as coisas e as manifestações da natureza também todos os deuses, considerava-se Amaterasu como a mais elevada de todas as divindades. DOUTRINA III Sobre Amaterasu, deusa dos antepassados, se desenvolveu muito mito. Ela teria dado a Ningi (antepassado dos imperadores) a ordem de que seus descendentes sempre governariam o país das abundâncias (Japão). Com isto legitimouse a dinastia real, ou seja, os reis eram vistos como predestinados dos deuses. Rebelar-se contra os reis era rebelar-se contra Amaterasu. DOUTRINA IV b) No xintoísmo também se presta culto à natureza. Na mitologia xintô muitos deuses estão ligados à natureza. Assim, sol, lua, estrelas, rios, montanhas, tempestades, animais, plantas... são adorados como kamIS. Os xintoístas acreditam que outrora as montanhas, rochedos, pedras e rios falavam. Muitas vezes confundem deuses e demônios. Tanto uns como outros podiam trazer males ao povo, mas a oração os aplacava. DOUTRINA V c) O Xintoísmo não se enquadra no comum das religiões conhecidas, tanto no ocidente como no oriente. Parece mesmo que sua perspectiva é a vivência aqui na terra. Não cuida de questões do além, não tem escrituras propriamente ditas, não tem teologia, não tem mandamentos, ortodoxia, caminhos de salvação, receituário de preces, sistema de evangelização, organização eclesiástica. Parece uma religião sem igreja nem clero, sem ortodoxia – sem o espírito de recompensa/castigo, sem o exclusivismo e sem intolerância em nome de um ser supremo, não se consideram donas da verdade absoluta. DOUTRINA VI O Xintoísmo não tem um deus específico, nem uma doutrina definida. Nunca fez combates nem condenou infiéis. O Xintoísmo é uma tradição e não tem livros de doutrina escritos. Mesmo assim, o Japão está cheio de templos xintós. Quem exerce o papel de sacerdote não faz parte de uma hierarquia, apenas são pessoas de outras profissões que o exercem. Rejeitam a verbalização doutrinária, principalmente a escrita. DOUTRINA VII Seu culto é basicamente recitar preces antigas e fórmulas mágicas. Apresentam arroz, legumes, frutas e peixes aos deuses. Estes cultos são também animados por danças. A informalidade é a nota predominante. Assim só se pode estudar o xintoísmo pela convivência e nunca pelos seus livros sagrados, ou corpo de doutrina, que na realidade, inexiste. Os dois livros básicos do Xintoísmo são o Kojiki e o Nihonshoki (séc. VIII d.C.). Mas estes livros não são vistos como sagrados, ou inspirados. Antes, são crônicas do passado e dão pistas, mas neles não se encontram verdades reveladas, como é o caso da Bíblia para os judeus e cristãos, ou o Alcorão para o Islã. Kojiki se traduz por Registro de Questões Antigas. LIVROS II O livro nasceu por solicitação do imperador japonês, no ano 712, para fazer frente à grande influência chinesa no Japão. Para evitar que a cultura chinesa tomasse conta, o imperador do Japão encarregou um erudito jáponês (Ono Yasumaro) para compilar antigas tradições japonesas e fazer frente ao avanço chinês. O livro quer mostrar a supremacia japonesa A primeira parte do texto de Ono contém o principal registro da cosmologia e da teogonia xintoísta: a criação das ilhas do Japão pelas divindades primordiais Izanagi e Izanami, o nascimento da deusa do sol Amaterasu, a extensão de sua autoridade à planície de Junco (o Japão) e o aparecimento de jimmu, o primeiro imperador, descendente de Amaterasu. LIVROS IV Como se pode perceber, Kojiki é um livro que compila tradições, mitos e genealogias antigas em vista de barrar o avanço da cultura chinesa e de suas religiões: budismo, confucionismo, taoísmo. O livro é uma compilação das tradições antigas, de práticas religiosas e culturais anteriores à invasão chinesa. O Nihonshoki foi escrito em 720 d.C. para corrigir o Kojiki. Acontece que o Kojiki exalta demais a genealogia do clã imperial. Outros clãs se viram preteridas e quiseram também ter o seu lugar ao sol. A corte, vendo o perigo desta insatisfação, mandou uma comissão de cortesãos elaborar o Nihonshoki que pode ser traduzido como Crônicas do Japão. Existem ainda outros livros: Hokeyo - Sutra do Lotus – provavelmente uma cópia de um documento de Buda e Dainichikyo – Sutra do Sol, etc.
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