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convivendo
com
sala de arte
o cotidiano na arte
o cotidiano na arte
As exposições da Sala de Arte da Torre Santander trazem o
que há de mais inovador e pulsante na arte contemporânea
brasileira. Por trás dessa iniciativa está nossa convicção de
que a arte estimula as pessoas a inovar, a reinventar atitudes
e novos modos de ver.
O objetivo da exposição O cotidiano na arte é mostrar
como a arte faz parte da nossa vida. Há arte no modo como
nos vestimos, arrumamos a casa para morar ou cozinhamos
um jantar para receber os amigos, pois fazemos essas
escolhas baseadas em nosso olhar, nossos interesses e nossa
sensibilidade. Os artistas também se inspiram nas situações
corriqueiras e se apropriam das coisas que os circundam para
criar suas obras, apresentando-as com um novo significado.
Estamos cercados de objetos: eles atendem a nossas
necessidades, cumprem inúmeras funções práticas, despertam
desejos e alimentam nosso impulso de consumo, mas também
guardam saberes, carregam afetos e lembranças. Quando os
artistas retiram as coisas de seu contexto habitual, propõem
relações imprevistas e novas interpretações, ressaltando a
qualidade estética daquilo que a princípio seria banal.
Os trabalhos reunidos nesta exposição utilizam objetos do
cotidiano de uma forma surpreendente, irônica e poética, e
mostram como a arte multiplica as perspectivas e pode mudar
nossa percepção do mundo.
Podemos perceber a arte em tudo o que nos rodeia se nos
propusermos a ver de uma nova maneira. Que tal você
também exercitar seu olhar?
As obras aqui expostas
estão à venda.
Que tal investir em arte?
ADRIANA VAREJÃO
ALEXANDRE PAIVA
Foto: Vicente De Mello
quem é
quem é
Uma das mais conceituadas artistas brasileiras no cenário internacional,
Adriana Varejão vive e trabalha no Rio de Janeiro, onde nasceu em 1964.
Participou de aproximadamente uma centena de exposições e possui
obras em acervos de renomadas instituições e coleções particulares
estrangeiras. No Brasil, seus trabalhos podem ser vistos em um dos
pavilhões do Centro de Arte Contemporânea Inhotim, em Minas Gerais.
Nascido em Joinville, em 1972, Alexandre Paiva formou-se em
Comunicação Social pela PUC de São Paulo, cidade onde vive e
trabalha. Integra o grupo de pesquisa e produção artística Ateliê
Fidalga, com o qual já expôs trabalhos na Funarte, no Paço das Artes
e na Torre Santander.
o que vemos dele aqui
o que vemos dela aqui
Em nosso sonhos, os objetos comuns podem se transformar e ganhar
feições atemorizantes. Há um aspecto surrealista nestas três cadeiras
feitas de carne de charque. Como é frequente em sua produção, Adriana
se apropria de ícones da civilização europeia, neste caso o mobiliário
barroco, e os subverte, evidenciando a violência da colonização. A este
trabalho a artista dá o título de “elegia”, que é um poema com tom
triste e melancólico.
Elegia mineira, 2011 (3 obras)
fotografia
25 x 16,6 cm (cada)
(ed. 1/10)
Galeria Fortes Vilaça
foto: Vicente de Mello
Neste trabalho, vemos o desenho simples de nuvens no céu, que muitas
vezes encontramos nas revistas em quadrinhos e ilustrações. Mas, em
vez de lápis, o artista usou o luminoso de neon, o que torna essas nuvens
tipicamente urbanas. Brilhantes, leves e delicadas, elas ofuscam e falam
sobre tudo aquilo que é livre e impalpável.
Clouded
“Hoje eu queria estar entre as nuvens, na velocidade das nuvens, na
sua fragilidade, na sua docilidade de ser e deixar de ser. Livremente.” Compensação, de Cecília Meireles, 2011
luminosos de neon
dimensões variáveis
coleção do artista
foto: Ding Musa
BARTOLOMEO GELPI
EDER SANTOS
Foto: Leandro Aragão
quem é
quem é
Bartolomeo Gelpi nasceu em 1975 em São Paulo, cidade onde vive e
trabalha. Formou-se em artes pela FAAP em 1997 e desde 2007 vem
participando de exposições coletivas e individuais. Várias de suas
pinturas usam como suporte pedaços de madeira reaproveitados.
O artista as realiza diretamente nos locais de exposição e transpõe
para a obra os tons e cores presentes na paisagem ao redor.
Eder Santos (Belo Horizonte, 1960) é um precursor da videoarte e um
dos mais reconhecidos artistas nessa linguagem. Além da extensa
participação em bienais e festivais no Brasil e no exterior, atua como
diretor de filmes de curta e longa metragens. Possui trabalhos nos
acervos de museus como o MoMA, em Nova York, e o Centre Georges
Pompidou, em Paris.
o que vemos dele aqui
o que vemos dele aqui
Listras estão por toda a parte: de bandeiras nacionais a camisas de
futebol, de roupas a papéis de parede. Mas as faixas das pinturas de
Bartolomeo Gelpi não são como as industriais. São regulares, mas não
homogêneas, pois revelam a marca do pincel e diferentes espessuras
das camadas de tinta sobre a superfície. Além disso, note que por
baixo das listras há uma pintura prévia, feita com gestos soltos.
Nesta videoinstalação com gaiolas que prendem imagens de passarinhos,
Eder Santos cria um jogo entre o que é palpável e o que é projeção, e
constrói um objeto feito de imagem. É uma singela instalação portátil,
de grande força poética, que oferece um descanso para nossos olhos
saturados pelo excesso de imagens pasteurizadas.
Sem título, 2012 (4 obras)
óleo sobre tela
50 x 50 cm (cada)
Central Galeria de Arte
Call waiting RGB, 2007
videoinstalação (gaiola, vídeo e tela de acrílico)
120 x 100 x 30 cm
(ed. 3/3)
Luciana Brito Galeria
foto: Andrés Martin
EDUARDO SRUR
FLÁVIA JUNQUEIRA
quem é
quem é
Eduardo Srur nasceu em São Paulo, em 1974, e é da configuração e
dos impasses desta metrópole que ele tira boa parte dos subsídios
para suas intervenções urbanas, ações estéticas e políticas marcantes
pela escala, pelos materiais inusitados e pelas mensagens diretas e
engajadas. Cursou comunicação e propaganda antes de migrar para as
artes plásticas, formando-se pela FAAP em 1997.
Flávia Junqueira nasceu em São Paulo em 1985 e formou-se em artes
plásticas pela FAAP em 2009. Sua carreira já conta com premiações,
residências artísticas e diversas exposições. Da experiência como
assistente de cenografia, Flávia levou para seus trabalhos a encenação
e a preparação minuciosa dos ambientes.
o que vemos dela aqui
o que vemos dele aqui
As intervenções de Srur com frequência alertam para problemas
ambientais, como o acúmulo de lixo e a poluição. Mas foi para falar
sobre um outro tipo de risco de sobrevivência, a corrupção política,
que boias salva-vidas como essas foram lançadas por dezenas de
participantes no espelho d’água do Congresso Nacional em dezembro
de 2011. A frase é um bem-humorado resgate de consciência para o
potencial da arte.
Nestes autorretratos singulares a artista se fotografa numa pose
introspectiva em meio ao acúmulo de uma incrível diversidade de objetos.
Suas cenas, que trazem constantes referências ao espaço doméstico e à
infância, evocam ao mesmo tempo familiaridade e estranheza, fantasia e
solidão, e questionam a importância excessiva que damos para as coisas,
sua mesmice e banalidade.
Na companhia dos
objetos #3, 2009
ampliação fotográfica
118 x 150 cm
coleção da artista
A arte salva, 2011
boias salva-vidas de plástico e adesivo vinílico
dimensões variáveis
Galeria Baró
A casa em festa # 4, 2010
ampliação fotográfica
120 x 150 cm
coleção da artista
GUTO LACAZ
JAC LEIRNER
quem é
quem é
Artista e designer paulistano, desde os anos 1970 realiza objetos,
instalações, desenhos, gravuras, performances e intervenções
urbanas, participando de inúmeras exposições e eventos nacionais e
internacionais. Atua também como cenógrafo, ilustrador e professor de
arte, comunicação e design.
Uma das artistas de grande evidência internacional, Jac Leiner
(São Paulo, 1961) é autora de uma produção se que desdobra de
múltiplas e surpreendentes maneiras a partir de um mesmo foco de
interesse: a coleta sistemática de objetos comuns, ligados ao universo
do consumo ou à sua vida pessoal, como maços de cigarro, passagens
aéreas, sacolas plásticas de museus, adesivos. Possui obras nos acervos
dos principais museus do mundo.
o que vemos dele aqui
Várias criações de Guto Lacaz usam objetos do cotidiano, exploram
a tecnologia com humor e questionam ironicamente a atitude de
reverência em relação à arte. Nesta série de serigrafias de traço limpo,
o artista se apropria de desenhos de manuais de instruções, tirando
partido de sua impessoalidade e seu caráter demonstrativo. Ao ampliar
as imagens, ele dá novo interesse àquilo que era banal.
Apontador, Fita cassete, CD player, Giroscópio, Ink jet, Caixa de fósforos,
Lanterna card, Polaroide, Nível, Papel filme, Cola tudo,
da série Pequenas grandes ações, 2003 (12 obras)
serigrafia sobre papel
70 x 100 (cada)
coleção do artista
foto: Thomas Kolisch Jr
Foto: Romulo Fialdini
o que vemos dela aqui
A repetição em sequência e a organização precisa dos objetos que
notamos aqui são frequentes nos trabalhos de Jac Leiner. O potencial
estético das coisas banais, como níveis de precisão, passaria desapercebido,
mas o olhar da artista ressalta suas características, formas e cores.
Promovendo esse encontro inusitado com objetos, ela lança um
comentário irônico sobre a vida e a arte.
Seis níveis, 2012
níveis de precisão
dimensões variáveis
Galeria Fortes Vilaça
foto: Eduardo Ortega
JARDINEIRO (ANDRÉ FELICIANO)
LEDA CATUNDA
quem é
quem é
André Feliciano nasceu em São Paulo em 1984, onde vive e trabalha.
Formado em artes plásticas pela FAAP, atualmente realiza mestrado na
ECA-USP. Suas instalações de flores fotográficas já foram apresentadas em
prestigiosos museus no Brasil e vêm ganhando espaço pelo mundo todo.
Leda Catunda (São Paulo, 1961) é um dos principais nomes que
despontaram na arte em meados dos anos 1980. Sua produção, que
explora os limites entre a pintura e o objeto, é amplamente reconhecida
no circuito artístico no Brasil e no exterior. Formou-se em artes plásticas
pela FAAP, onde depois foi professora até meados dos anos 1990.
Lecionou também na Faculdade Santa Marcelina entre 1998 e 2005.
o que vemos dele aqui
Jardineiro cultiva uma natureza fotográfica e faz brotar suas flores
moldando e colorindo pequenas câmeras produzidas em material sintético.
As plantas que vemos neste vaso não têm vida, não vão crescer nem
murchar, mas mobilizam nossa imaginação. Enquanto nós as observamos,
elas também miram sua lente para nós.
o que vemos dela aqui
A apropriação de imagens prontas é um traço marcante desta artista
que tem um interesse especial pelos tecidos estampados com motivos
populares, como personagens da Disney, animais e paisagens. Jandaia faz
parte de uma série de trabalhos feitos com camisetas de times de futebol,
que exploram as cores, listras e os logotipos dos patrocinadores desse
grande negócio. Leda chama a atenção para o peso da propaganda e do
consumo ligados ao esporte.
Vaso de flores fotográficas para ArtRio, 2012
vaso de metal e materiais sintéticos variados
65 x 65 x 65 cm
Zipper Galeria
Jandaia, 2012
colagem
70 x 100 cm
Galeria Fortes Vilaça
foto: Lucas Cimino
foto: Eduardo Ortega
LUCAS BAMBOZZI
LÚCIA KOCH
quem é
quem é
Nascido em Matão (SP, 1965), criado em Belo Horizonte e radicado em
São Paulo, Lucas Bambozzi possui trabalhos em diferentes formatos, do
cinema e vídeo a instalações e projetos interativos. Já expôs em mais de
quarenta países e atua também como curador, participando da criação
e organização de importantes festivais de novas mídias. Em 2012, foi
contemplado com o prêmio Sergio Motta de arte e tecnologia.
Nascida em Porto Alegre em 1966, desde o final dos anos 1980
Lúcia Koch produz trabalhos em múltiplos suportes – esculturas, vídeo,
fotografia, instalação. Ao longo de sua carreira, alterna residência
entre a capital gaúcha e São Paulo, especializando-se na UFRGS e
na ECA-USP. Desde 2005 é professora no curso de artes da FAAP.
Já realizou intervenções na arquitetura em vários lugares no Brasil,
Alemanha, França, Portugal e Turquia.
o que vemos dele aqui
Garrafas de vinho sobre a mesa remetem a um momento de reunião
entre amigos ou a um encontro romântico. Mas a conversa que ouvimos
aqui é outra: um casal em crise discute a relação, e seus rostos são
projetados sobre os rótulos das garrafas. Um dos interesses do artista é
apreender no vídeo todas as alterações das expressões faciais, com suas
sutilezas e ambiguidades.
o que vemos dela aqui
Bottled chat DR - um casal perfeito, 2009-2013
projeção de vídeo em duas garrafas de vinho
70 x 60 x 38 cm
vídeo: de-erre, casal em crise, 3 minutos
atores: Thaís e Almeida Prado e Marcus Bastos
Luciana Brito Galeria
Mostruário – fachada (Vila Medeiros), 2012
fotografia sobre madeira deslizando sobre trilhos fixos à parede
4 partes de 210 x 92 cm
(ed. 1/3)
Galeria Nara Roesler
Estes trabalhos são fotografias de azulejos e pastilhas, imagens que
a artista coleciona há um bom tempo. Deslocando esses materiais
de revestimento de seu contexto original, Lúcia Koch evidencia a
singularidade de cada elemento. Neste caso, a artista optou por
montá-los em suportes semelhantes aos que encontramos nos
mostruários das lojas de materiais de construção, ressaltando sua
qualidade de objeto.
foto: Everton Ballardin
LUIZ HERMANO
LUIZ ZERBINI
quem é
quem é
Luiz Hermano nasceu em Preaoca, no Ceará, em 1954. Cursou filosofia
em Fortaleza e se iniciou nas artes de maneira autodidata. Desde 1979
vive em São Paulo. Produz pinturas, desenhos e gravuras, mas dedicase sobretudo aos trabalhos tridimensionais, em que utiliza materiais
diversos, como madeira, arames de cobre, alumínio, ferro e pequenos
brinquedos de plástico.
Artista que trabalha em diferentes mídias, como pintura, desenho,
colagem e instalação, Zerbini (São Paulo, 1959) vive e trabalha no Rio
de Janeiro, para onde se mudou no início da carreira, nos anos 1980.
Faz parte do grupo Chelpa Ferro, que realiza performances e instalações
visuais e sonoras.
o que vemos dele aqui
o que vemos dele aqui
Capacitores servem para armazenar energia num circuito eletrônico
e fazem parte de inúmeros aparelhos que usamos todos os dias.
Mas aqui eles se tornaram componentes destes singulares trançados
que Luiz Hermano constrói artesanal e pacientemente. As linhas
emaranhadas formam estruturas orgânicas, leves e vazadas, que
parecem colônias de algum microrganismo ou, ainda, mandalas, que,
afinal, são círculos mágicos de energia.
Nestas colagens, o olhar construtivo de Zerbini tira partido das cores,
dos elementos gráficos e do quadriculado das molduras de slides
para compor diferentes padrões geométricos. Estas sobras de uma
tecnologia ultrapassada ganham um novo interesse, pelos efeitos
óticos criados e pelas informações escritas, relacionadas às imagens
que havia nos slides, quer sejam monumentos de antigas civilizações
ou álbuns de família.
Geo vazado amarelo, 2010
Holyland, 2011
Civilizações, 2011
molduras de slides e fita adesiva
40 x 30 cm (cada)
Galeria Fortes Vilaça
Microcosmo, 2011
capacitor, resina e arame
dimensões variáveis
coleção do artista
foto: Photographic Services, Miami Arte Basel 2011
MARCELO MOSCHETA
REGINA SILVEIRA
quem é
quem é
Marcelo Moscheta (São Paulo, 1977) vive e trabalha em Campinas,
onde realizou graduação e mestrado em artes pela Unicamp. Além
das exposições no Brasil e no exterior, seu currículo conta com várias
premiações e residências artísticas no deserto do Atacama e na região
do Ártico. Possui trabalhos em importantes coleções e museus.
A trajetória de Regina Silveira (Porto Alegre, 1939) é marcada pela
experimentação e pesquisa incessante, do que resulta uma produção que
abarca múltiplas linguagens: obras gráficas, trabalhos precursores em
vídeo, instalações, intervenções urbanas. Vivendo em São Paulo desde
1973, também foi por muitos anos professora universitária, contribuindo
para a formação de vários artistas paulistas.
o que vemos dele aqui
Esta série tem como ponto de partida fotografias tiradas em viagens.
Moscheta escolhe aquelas paisagens “monótonas” que vemos
nas estradas e às quais nem damos atenção. Usando o Photoshop,
ele apaga a árvore que havia na foto e, depois, a coloca de volta,
desenhando no papel carbono azul. Carimbados com números e
o nome do país onde foi feita a imagem, os trabalhos formam um
catálogo afetivo dos lugares visitados.
o que vemos dela aqui
Estas marcas de derrapagem de pneu soam como metáforas de nossos
repetidos percursos pela cidade, num permanente vaivém em um
labirinto sem saída. Mas os rastros partem de carrinhos de brinquedo,
o que nos dá a impressão de termos penetrado num mundo imaginário
em miniatura.
Olho, da série Derrapagem, 2005
impressão sobre papel fotográfico
121 x 242 cm
(ed. 2/3)
Luciana Brito Galeria
da série Carbon Heritage 12.073, 2012
da série Carbon Heritage 12.074, 2012
monotipia com papel carbono sobre impressão em papel fotográfico de algodão
52 x 50 cm (cada)
Galeria Leme
Costura 1, 2010
adesivo
190 x 530 cm
(ed. 1/3)
Luciana Brito Galeria
Este trabalho parte da fotografia de uma simples agulha. Ampliando-a
em tamanho gigante e traçando graficamente um bordado em ponto
de cruz, a artista transforma a percepção usual das coisas e lança luz
sobre a relação entre os objetos materiais e sua representação visual.
A referência à costura, essa atividade marcadamente feminina, surge
em diversas obras da artista.
ROCHELLE COSTI
Foto: Joakim Blockstrom
quem é
Rochelle Costi (Caxias do Sul, RS, 1961) formou-se em Comunicação
Social pela PUC do Rio Grande do Sul e estudou artes e fotografia
em Belo Horizonte e Londres. Seus trabalhos usam como suporte a
fotografia, mas extrapolam os limites dessa linguagem, dialogando com
outros meios de expressão artística. Vive e trabalha em São Paulo.
o que vemos dela aqui
O ato de colecionar objetos está na base do trabalho desta artista.
Para compor estas obras, ela recolheu copos de papel numa fábrica
desativada e com eles criou uma instalação que gira como um móbile.
Como uma arquivista, Rochelle agrupou os copos iguais e os enfileirou
em prateleiras, tratando como exemplar raro o que tinha sido feito
para consumo descartável. Assim, deu nova vida a objetos que
estavam esquecidos.
Stand – copos 1, 2, 3, 2011
fotografia digital em duratrans, alumínio e leds
110 x 80 x 5 cm (cada)
Luciana Brito Galeria
foto: Caio Caruso
Quartos - São Paulo (3), 1998
c-print
177,5 x 229,5 x 5,3 cm
(ed. 2/3)
Luciana Brito Galeria
Stand – móbile copos, 2012
papel e alumínio anodizado
200 x 50 cm (diâmetro)
Luciana Brito Galeria
foto: Caio Caruso
A lente de Rochelle capta a intimidade do ambiente doméstico. Esta
imagem faz parte de uma série de fotografias de quartos que a artista
realizou na casa de paulistanos de diferentes regiões da cidade. A
arrumação do quarto, os móveis, utensílios e objetos de recordação
guardados nestes cômodos revelam os costumes, interesses e gostos
de seus moradores, que nunca aparecem nas fotos.
1967
Linha do tempo
anos 1960
1919
1914
o construtivismo explora novos materiais
Os artistas vanguardistas russos defendem que a arte deve
incorporar o espírito da era tecnológica moderna e utilizar os
materiais usados na produção de objetos industriais, como metal,
vidro e plástico. Para eles, o trabalho do artista não é mais pintar
telas, mas “construir” obras no espaço real.
a Bauhaus propõe a aproximação entre arte e indústria
O programa desta escola de arquitetura e design, que funcionou
na Alemanha de 1919 a 1933, rompe a divisão e a hierarquia entre
as ditas “belas-artes” e as artes industriais. Seus alunos produzem
móveis, objetos utilitários, tecidos e cartazes com formas simples e
poucos elementos, que fazem com que a arte alcance um número
maior de pessoas.
a arte pop ironiza a sociedade de consumo
Artistas como Andy Warhol se apropriam de objetos, embalagens
de produtos e imagens dos meios de comunicação de massa em
trabalhos que contestam as convenções da arte e exploram a
linguagem visual da propaganda moderna, usando cores fortes,
formas simplificadas e repetições. Várias obras incorporam os
objetos da vida cotidiana em colagens e instalações.
1970
1973
a ousadia das colagens cubistas
Picasso e George Braque usam recortes de jornal, papel de
parede, pedaços de madeira, corda e outros objetos em suas
pinturas, criando a técnica que ficou conhecida como papier
collé (em francês, “papel colado”), logo adotada também pelos
futuristas e surrealistas.
1984
Marcel Duchamp faz o primeiro ready-made
Num gesto revolucionário e provocador, o artista francês transforma
em obra de arte uma roda de bicicleta montada em cima de um
banquinho de cozinha. Para Duchamp, uma das figuras mais
influentes da arte do século XX, qualquer objeto do cotidiano pode
ganhar o status de arte. Basta o artista retirá-lo de seu lugar de
origem e declará-lo como tal.
anos 1980 – hoje
1913
Um pouco de história sobre os objetos
cotidianos na arte moderna
e contemporânea
Hélio Oiticica mostra Tropicália na exposição Nova
Objetividade Brasileira, no MAM do Rio de Janeiro
As experimentações artísticas do período extrapolam os suportes
tradicionais (como pintura e escultura), criando ambientes e
objetos. Tropicália é uma espécie de labirinto que faz referência
à arquitetura das favelas cariocas e mistura diferentes sons e
materiais, como plantas, areia, araras e um aparelho de TV.
Cildo Meireles põe em circulação suas
Inserções em circuitos ideológicos
O artista, que é um dos principais nomes da arte brasileira hoje,
constantemente utiliza ou interfere em objetos comuns, gerando
obras que trazem questionamentos políticos e filosóficos. Muitas
vezes ele usa uma grande quantidade de um mesmo material:
relógios, réguas, metros, talco, cacos de vidro, rádios, etc. Em
algumas séries de trabalhos, Meireles imprimiu frases de protesto
político em notas de dinheiro e garrafas de Coca-Cola e as colocou
de volta para circular.
Donald Judd começa a instalar suas obras na pequena
cidade de Mafra, Texas
Edifícios que tinham sido bancos, hotéis e até uma base militar
americana aos poucos convertem-se em estúdio do artista
e espaços de exposição para os trabalhos dele e de outros
minimalistas, como Dan Flavin e Carl Andre. Desde os anos 1960
esses artistas usavam processos e materiais industriais, como
ferro, aço, alumínio, tijolos, laminado de madeira, lâmpadas
fluorescentes, buscando envolver o espectador com um objeto real.
O grande desfile, de Nelson Leirner, é exposto
no Rio e em São Paulo
A instalação é composta por uma infinidade de objetos ordenados
em fila: esculturas populares de sereias, São Jorge, frades,
elefantes, zebras, sacis-pererês, Brancas de Neve, anõezinhos,
carros de combate, lagartixas, sapos e muitos outros seres. Desde
a década de 1960, Leirner faz uma arte que retira do cotidiano
objetos fabricados industrialmente, deslocando-os de sua função e
atribuindo-lhes novo significado.
apropriações e instalações constituem uma das principais
vertentes da arte contemporânea
Inúmeros artistas recolhem, colecionam, justapõem, interferem e
montam objetos prosaicos e imagens extraídas do cotidiano para
formar outros objetos ou instalações, em trabalhos que exploram
da sensualidade à morbidez, da intimidade ao consumo de massa,
da banalidade a inquietações existenciais, da delicadeza à ironia.
Presidente
Marcial Portela
Diretor Executivo de Comunicação Corporativa,
Relações Institucionais e Sustentabilidade
Marcos Madureira
Superintendente de Eventos, Patrocínios e Iniciativas Culturais
Marisa Monteiro
Coordenadora do Acervo Cultural
Elly de Vries
o cotidiano na arte
de 06 de março a 28 de julho de 2013
Sala de Arte Santander
Av. Juscelino Kubitschek, 2235 – Térreo
Vila Olímpia – São Paulo
Horário de visitação
de segunda à sexta, das 8h às 19h
Curadoria Rejane Cintrão
Textos Joana Tuttoilmondo
Projeto Expográfico Felipe Tassara
Conheça também a Coleção Santander
visitando a reserva técnica à
Rua Álvares Penteado, 160 – Centro – São Paulo
Agende sua visita:
[email protected]
telefone: 11 2196.3750

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