Vértices a5/n9 jul 2013

Transcrição

Vértices a5/n9 jul 2013
Especial
Entrevista
com Mauricio
de Sousa
Desenho feito por Giovana Oliveira da Silva
Reportagem
Progressão
Continuada
{Sumário}
Editorial
3 Entrevista: Dr. Antonio M. T. de Souza
A importância de um anestesista
4 Reportagem: Escolaridade
Ao folhearmos uma revista, um jornal, um livro, deparamo-nos
com diversos textos de diferentes gêneros e assuntos. Entretanto,
já paramos para pensar o que há por trás desses textos? Ou seja,
o que foi necessário para que tal produto estivesse exposto?
Adiamento do conhecimento
5 Crônica
O saco que late
Pois bem, para que um texto se apresente em sua versão final,
são necessários vários passos, é preciso que o autor possua diferentes e amplos conhecimentos para sua produção.
6 Entrevista: Mauricio de Sousa
“Todo dia é dia de aprender”
7 Crônica
O hall infame
8 Reportagem: Tecnologia
Tecnologia e Educação – como lidar com
esse universo
9 Crônica
O mundo é dos consumidores
10 Entrevista: Keimy Chen
Mandarim: a língua do século XXI
11 Crônica
Ô boca maldita!
12 Especial: Contos de Mistério
14 Reportagem: Saúde
O que você faz, mas não percebe
16 Reportagem: Comportamento
O “para sempre” que tem um fim
18 Quiz: Literatura é cultura, você tem a
manha?
19 Debate
Os blogs podem ser um instrumento eficaz
de socialização e de aprendizagem para os
adolescentes?
20 Seção Curumim
22 Guia
POR TRÁS DA CORTINA
A prática da escrita é um processo que envolve diversos fatores,
pois, para redigir um texto, o autor precisa ter conhecimento do
assunto que será desenvolvido, bem como de seu leitor, além de
ser necessário o domínio da estrutura de sua língua para organizar corretamente suas ideias e informações. Também é de grande
importância que conheça e saiba desenvolver diferentes gêneros textuais (reportagem, relatório, narrativa, etc.), optando pelo
mais adequado para expor o tema escolhido.
Para isso, é preciso um trabalho muito minucioso no decorrer dos
anos escolares, por meio de leituras cada vez mais elaboradas,
trabalhando com o aluno de forma paulatina e concomitante,
ou seja, desde sua aquisição da linguagem, que ocorre já nos
primeiros anos da educação infantil, até seu aprimoramento, processo que ocorrerá durante toda sua vida.
Daí a importância das aulas de Gramática para a aquisição do
conhecimento da estrutura da língua - ortografia, pontuação,
orações, entre tantos outros elementos essenciais para a organização das palavras em um texto -, bem como das aulas de
Redação, que instrumentalizam o aluno quanto à estrutura e às
características de diversos gêneros, além de colaborarem com o
aprimoramento da capacidade do indivíduo de ler e compreender os mais diversos textos que circulam em nossa sociedade.
Nesta edição, é possível apreciar parte dos textos desenvolvidos
por nossos alunos no decorrer do primeiro semestre. Lembrando
sempre que, por trás dessas produções, há um trabalho maravilhoso de equipe, que envolve outras capacidades além das linguísticas, como capacidade de colaboração, responsabilidade e
comprometimento. Boa leitura!
Aplicativos que facilitam sua vida
Claudine Alves Willemann
23 Resenhas
Professora responsável
pela execução do projeto
Expediente
Conselho editorial:
Claudine Alves Willemann
Alunos dos 8os e 9os anos
do Colégio Vértice
Diretoria:
Victor Koloszuk
Walkiria Gattermayr Ribeiro
Revisão:
Claudine Alves Willemann
Liliana L. de Mello Castanho
2 { VÉRTICES } julho 2013
Produção dos textos:
Alunos dos 8os e 9os anos
do Colégio Vértice
Capa:
Alexandra A. Terzian Simonka
Ilustração da capa:
Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C
Editora de arte:
Alexandra A. Terzian Simonka
Contato:
[email protected]
Impressão:
Improta Gráfica e Editora Ltda.
Tiragem:
2000 exemplares
Colégio Vértice
R. Vieira de Morais, 172
CEP 04617-000 – Campo Belo – SP
TEL/FAX: 11 5533-5500
{Entrevista}
Dr. Antonio Manuel Teixeira de Souza
A importância
de um anestesista
Por Laura Temer Cursino de Sousa, Luíza Mutter Quinderé Fraga, Nícolas Peccia Takayama, Nícolas Iglecias Lemos,
Vitor Fernandes Chiavenato Ferraz e Victor André Laxer. Alunos do 8º ano C.
Poucos sabem a importância de um anestesista.
Dr. Antonio Manuel Teixeira de Sousa, 49 anos, formado na Faculdade de Medicina da Universidade
de Taubaté, e com residência em anestesiologia
feita no HCFMUSP (Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo),
Dr. Antonio, sabemos que no mundo existem vários tipos de anestesia. Quais são
as principais? E quais as diferenças entre
elas?
temos o maior controle do paciente,
é mais eficaz e tem menos efeitos
colaterais.
hoje trabalha no Hospital Is-
Existem 3: Geral, nessa o paciente dorme profundamente após injetarmos várias drogas
anestésicas pela veia. Em crianças a anestesia
é inalatória. Bloqueios espinhais: essas anestesias são realizadas na coluna vertebral, região
lombar principalmente, e os pacientes ficam
anestesiados do umbigo para baixo. E Bloqueios Regionais, essas anestesiam apenas o
local que vai ser operado.
Caso se aplique uma dose de
anestesia errada ou no local errado, o que pode ocorrer ao paciente?
a importância do anestesista
A profissão de médico exige muita responsabilidade. Quais os cuidados que devem
ser tomados por um anestesista antes, durante e após uma cirurgia?
O médico precisa ter muita responsabilidade,
pois se ele errar pode se perder uma vida. Eu
procuro, antes de uma anestesia, conhecer
muito bem o local em que essa será realizada,
o Hospital da cirurgia e também o paciente,
saber se tem alguma alergia, toma algum remédio, ou seja, saber um pouco sobre a sua
saúde e tirar suas dúvidas. Procuro conhecer a
família do paciente, mostrar confiança, competência e tranquilidade a ambos, pois sei que o
momento é de tensão e um pouco de atenção
ajuda. Preciso também orientar e preparar o
paciente para o procedimento que será realizado. Durante o procedimento mantemos o
paciente dormindo, sem sentir dor, aquecido,
hidratado e bem estável para que o cirurgião
possa operá-lo. E, após a cirurgia, cuidamos
para que ele acorde sem dor, sem náuseas e
que saia mais rapidamente do efeito da anestesia para poder ficar com sua família.
raelita Albert Einstein. A entrevista explica sua profissão,
e as anestesias feitas ao longo da sua carreira.
Se o anestesista injetar uma dose errada, por
exemplo, 2 ou 4 vezes mais forte do que o necessário , o paciente dormirá muito mais tempo
que o normal. Pode ser que ele não injete uma
substância para a dor, nesse caso, o paciente
terá dor. Ou se anestesiar o local errado, os danos podem ser irreversíveis. No caso de anestesiar a coluna em posição errada, por exemplo,
pode-se cortar um nervo com a agulha após
várias tentativas de anestesia.
No corpo do paciente, como agem as
anestesias e quais seus efeitos colaterais?
Depende muito do tipo de anestesia que será
administrada, pois cada caso requer um tipo.
A cirurgia de pulmão, por exemplo, as drogas
anestésicas que irão para esse órgão devem fazê-lo parar de respirar para que assim o cirurgião possa operá-lo. Já nos olhos usa-se uma
anestesia para que eles não pisquem. Assim
funciona para todos os outros órgãos, inclusive
o coração. Já os efeitos colaterais podem ser:
tontura, náuseas, vômitos, coceira, agitação,
tremores, retenção urinária, constipação intestinal, dermatites...
Qual a média de pacientes que um anestesista atende por dia?
Varia muito do tipo de cirurgia, tem umas mais
longas e outras mais rápidas, eu particularmente faço de 4 a 5 anestesias por dia.
A anestesia de óxido nitroso-n 20, que é
inalada, tem alguma diferença para a injetada? Qual a mais vantajosa?
É possível algum paciente ter uma reação
alérgica a determinada anestesia?
Sim, elas têm diferenças. O paciente anestesiado apenas com N20 demora muito tempo
para dormir, porque é um anestésico fraco, já
o anestésico injetado tem ação mais forte e rápida, é mais vantajoso, pois é mais seguro, nós
Sim, mas grande parte das vezes só é descoberta no momento em que injetamos a droga,
por isso é importante fazer qualquer procedimento em um ambiente hospitalar, pois só ali
teremos todos os recursos para amenizar qual-
quer complicação que venha ocorrer. Hoje está
se tornando muito comum fazer procedimentos
em clínicas, mas elas não possuem equipamentos, nem medicamentos ou materiais apropriados, caso haja uma complicação.
De acordo com alguma substância ingerida, uma anestesia pode provocar reações
adversas?
Há várias opções: se a pessoa ingeriu comida
poderá vomitar, nesse caso ela poderá aspirar
e causar uma pneumonia. Já se o paciente
ingeriu drogas ilícitas poderá ter uma parada
cardíaca, devido à mistura das drogas com a
anestesia. Quanto às bebidas alcoólicas ou
aos remédios controlados, o paciente demorará mais para dormir porque o álcool passa
pelo fígado, do mesmo jeito que as anestesias,
o que faz com que elas tenham efeito menor.
Qual procedimento um anestesista deve
seguir quando um paciente tem um efeito
colateral incomum?
O anestesista deve estar preparado para qualquer efeito adverso durante a cirurgia, caso
seja antes da cirurgia essa não deverá ocorrer,
se for durante a cirurgia devemos utilizar nossa
experiência.
Existem diferentes cirurgias que necessitam de anestesias. Em sua opinião quais
são as cirurgias mais fáceis e as mais difíceis de realizar? Por quê?
As pequenas cirurgias são sempre mais fáceis
e rápidas, como a retirada de uma pinta; mas
não devemos esquecer de estar sempre atento
ao paciente. Já em cirurgias de coração e neurológicas, transplantes, obesidade, esperam-se
maiores dificuldades e complicações.
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{Escolaridade}
Adiamento do conhecimento
Por Camila Oliveira Custódio, Eduardo André Teixeira, Lívia Maria Kinugawa Nunes, Nathalia de Faria Aildasani, Pedro Henrique Ordonhez Pacifici Dias e Thiago Clas
Riskalla de Miranda. Alunos do 9° ano C.
A progressão continuada,
com o intuito de melhorar o
aprendizado, vem ocasionando
falhas irreversíveis na vida
dos estudantes
A educação pública brasileira é um grande
problema, devido, principalmente, ao mau gerenciamento de investimentos e ao sistema mal
organizado do governo, dotado de medidas
deficientes, dentre elas, a progressão continuada. Esse procedimento, adotado principalmente pelas escolas públicas, estabelece ciclos que
duram geralmente quatro anos, impondo aos
alunos a possibilidade de repetir o ano somente no final de cada ciclo. Ao contrário do que
acontece no sistema de séries, em que o aluno
pode repetir anualmente se não atingir a média
mínima necessária.
O sistema de progressão continuada foi
criado, inicialmente, em 1889, na França, com
o objetivo de diminuir o número de repetições
e abandono escolar. No Brasil, esse sistema foi
discutido na década de 1920, trinta e um anos
após sua criação.
Por diversos fatores, somente a partir de
1980 é que se iniciaram debates nacionais a
respeito do assunto, gerando novas formas de
se usar esse sistema no Brasil, como a utilização
dos ciclos. Em 1996, a Lei de Diretrizes e Bases
da Educação (LDB) oficializou que esse sistema
de progressão continuada deveria ser implantado nas escolas, o que aconteceu em 1998 na
rede pública, principalmente.
Embora o aluno só possa ser reprovado ao
4 { VÉRTICES } julho 2013
final de um ciclo (um conjunto de anos escolares), formalmente, no sistema de progressão
continuada, o aluno é avaliado e orientado pelo
professor o tempo todo, havendo, de fato, uma
preocupação com o aprendizado dos estudantes ano a ano.
Teoricamente, esse procedimento apresenta
vantagens que beneficiam os alunos em relação
ao sistema de séries. Um exemplo é o acompanhamento contínuo, recebido pelo aluno que
está sendo constantemente avaliado, como citado anteriormente. Além disso, diminui os índices de abandono, pois, como não há reprovação todo ano, os alunos se sentem motivados
a continuar. “Antes dessa lei, o abandono era
muito grande, principalmente da primeira para
a segunda série, da quarta para a quinta série e
da quinta para a sexta série. A criança percebia
que não conseguiria acompanhar e era tirada
da escola pelos pais”, explica a professora e coordenadora do núcleo pedagógico de Artes, da
diretoria de ensino Centro Sul de escola pública,
Regina Célia Ferreira Kinugawa. Ainda segundo
ela, “Quando o número de repetências é muito
grande, é realizado um tipo de uma força tarefa
na escola para saber o que está acontecendo.
Se isso for bem estudado, eles encontrarão algum modo para que essa dificuldade seja detectada e assim acabada”, por isso é necessário
que haja um atendimento extra para as crianças
que estão passando por dificuldades na escola,
assim não haverá um grande número de jovens
desistindo de estudar. Para isso “São realizadas
aulas de recuperação, que não somente ocorrem no final do ano, mas são contínuas. Quando o professor nota que o aluno está fraco em
alguma disciplina, ele imediatamente precisa
acionar o serviço de reforço”.
No entanto, na prática, o sistema de progressão continuada nem sempre funciona
dessa maneira em todas as escolas, já que ele
foi instaurado, no Brasil, sem que ocorressem
as devidas mudanças estruturais, salariais e
pedagógicas. Por esse motivo, atualmente,
muitos especialistas consideram-no mais desvantajoso do que benéfico. De acordo com a
maneira como funciona, assemelha-se mais
à aprovação automática, pois os alunos sabem que não irão repetir e, portanto, não se
preocupam em estudar. Grande parte deles
chega ao Fundamental II sem ao menos saber
escrever e/ou resolver operações matemáticas simples. Isso pode ser comprovado por
uma pesquisa, realizada por uma revista de
circulação nacional, na qual professores de
escolas públicas foram
entrevistados. A pesquisa constatou que a
progressão continuada
alastra o analfabetismo funcional, situação
em que a pessoa não
é capaz de interpretar
o que lê e nem de usar
a escrita e a leitura de
Regina Célia
forma competente no Ferreira Kinugawa,
professora e
dia a dia.
coordenadora do
Além disso, as notas,
núcleo pedagógico
muitas vezes, não pode Artes, da
dem ser utilizadas para diretoria de ensino
avaliar o desempenho
Centro Sul de
escola pública
dos alunos, já que há
O saco que late
Por Flávia Martins Lara, Lucas Graça Fontolan e Sarah Nobre Quintão Brant.
Alunos do 9º ano B. Ilustação de Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C.
D
casos em que os professores são pressionados pelos próprios
diretores da escola para fazer com que os alunos sejam aprovados a qualquer custo, pois, dependendo dos resultados
dos estudantes, a escola pode ganhar alguns tipos de bônus,
como 14° e 15° salários, o que gera a adulteração de notas.
Por esses motivos, esse sistema não vem trazendo os resultados esperados. Analisando os dados da progressão continuada no Brasil, 25 em cada 100 escolas públicas apresentam
o ensino organizado por ciclos. No Estado de São Paulo, há
o maior número de escolas públicas com esse sistema, 99 em
cada 100 escolas. Os colégios do país que utilizam esse sistema somam um total de 12 milhões de estudantes, sendo que
95% deles chegam ao 3° ano do colegial sem saber o básico
de matemática e, segundo o Instituto Nacional de Estudos e
Pesquisas Nacionais (Inep), 13% desses estudantes acabam
repetindo ao final desse último ciclo.
A progressão continuada, mesmo na tentativa de melhorar a educação brasileira, não condiz com as expectativas,
portanto há muito a mudar em sua execução para que esse
método traga as melhoras necessárias e esperadas para o
ensino público brasileiro.
Curiosidades sobre a progressão continuada:
»»
»»
São Paulo é o Estado em que mais escolas utilizam esse sistema;
Há um projeto de lei do Estado de São Paulo que ainda não
entrou em execução para alterar a duração dos ciclos de quatro
para três anos, assim os alunos poderiam repetir mais vezes (no
3°, 6° e 9° ano);
»»
Tanto a Rede Municipal quanto a Estadual podem escolher o
tipo de sistema educacional. Por exemplo, Pernambuco não utiliza os ciclos na Rede Estadual, no entanto a Rede Municipal de
Recife adota-o;
»»
No Brasil, 41% das escolas públicas adotam o sistema de ciclos.
escia no elevador com o saco de lixo em minhas mãos enquanto olhava ao
meu redor, nervosamente, esperando que as portas se abrissem. Quando,
enfim, abrem-se no térreo, é o zelador que me espera do lado de fora.
Calma, deixe-me lhe explicar do começo. Recebi uma intimação do síndico me
proibindo de circular nas áreas comuns com meu doce cãozinho. Aparentemente,
insatisfeitos com suas papinhas, os bebês do meu prédio, volta e meia decidiam degustar o cocô de meu cachorro. Sei que o erro foi meu, pois deveria ter recolhido os
dejetos de meu bichinho, mas agora quem paga o pato é o pobrezinho, que, para
que possa tomar um ar, precisa passar por isso: ficar aprisionado por 25 andares em
um saco preto.
E era assim que nos encontrávamos naquele exato momento. Encostado no canto
do elevador, meu bichinho aninhado contra o peito.
O elevador começa a descer. Vinte e quatro. Vinte e três. Vinte e dois. Vinte e um...
As portas se abrem, Dona Euzira entra.
– Nossa! Que homem que você virou!
– Oi... Dona Euzira...
– Levando o lixo para fora a essa hora da manhã?
– É... – comecei a suar frio.
Dezessete. Dezesseis. Quinze... O elevador para.
– Vou visitar a Clotilde. – ela disse se explicando – Até mais, querido! Fique com Deus!
– A senhora também...
As portas se fecham e o elevador recomeça sua descida. Quatorze. Treze. Suspiro
aliviado, mas meu alívio não durou muito. O elevador para no doze.
Um homem que nunca vira em minha vida passa pelas portas. Aparentava ter
seus 31 anos, 2 meses e 12 dias. Trajava um sobretudo preto. Segurei meu pacote
com mais força. O homem me olhou de relance. Sinto Rex se remexer um pouco e ele
solta um latido. Pulo, assustado, e rapidamente disfarço tossindo.
– Essa gripe vai acabar me matando! – digo rindo nervosamente.
Se ele descobrisse, tudo iria por água abaixo. O homem me olhou com repulsa.
Apertou o botão do 7º andar e, assim que possível, irrompeu pelas portas do elevador. Enquanto elas se fechavam, ficou me encarando.
– Então quer dizer que o mal-educado saíra do elevador somente para não ficar
perto de mim? Quanta falta de educação! Existe gente que simplesmente não sabe
como se comportar. – falei comigo mesmo.
Cinco. Quatro. Abro um pouco o saco para deixar o cachorro respirar.
Ele late para mim.
– Calma, Rex. Quase chegando.
Dois. Fecho novamente o saco. Um. Térreo.
E agora voltamos para o início de minha
história. Quando as portas se abrem no térreo, é o zelador que me espera do lado de
fora.
– Bom dia, senhor! Deixe que eu jogo o
lixo para você. – disse gentilmente o simpático zelador.
E ele tirou o saco preto da minha mão.
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{Entrevista}
Mauricio de Sousa
“Todo dia é dia de aprender”
Por Giulianna Gama de Quadros Bezerra, João Carlos Burunzuzian, Marcelo Nobre Rabelo, Maria Luíza Nakano Fujihara e Pedro Iago Barbosa Maturano.
Alunos do 8º ano A.
Mauricio de Sousa, o cartunista mais reconhecido no Brasil, é o
criador da personagem Mônica, que este ano completa 50 anos
de muito sucesso. Em entrevista exclusiva em seu estúdio em São
Paulo, Mauricio nos conta sobre sua caminhada profissional, sobre
o reconhecimento de seus quadrinhos pelo mundo e sobre o seu
prazer em produzi-los. Conheça agora um pouquinho mais sobre
esse brasileiro de reconhecimento nacional e internacional.
O seu primeiro personagem foi o cãozinho Bidu. Qual o intuito e a motivação ao
criá-lo?
Para contar uma história é preciso ter personagens, então eu me perguntei “Que personagem eu faço? Homem, cachorro, bicho,
mulher?”. Lembrei-me do meu cachorrinho
de infância, que se chamava Cuíca. Baseado
nele, criei o Bidu, que recebeu esse nome, pois
Cuíca não soava bem. Criei o Bidu e o Franjinha, seu dono, e, depois, o resto da turma.
Mas a motivação inicial era simplesmente ter
que criar personagens para compor histórias.
A turma da Mônica faz parte da infância
de diversas gerações. Em sua opinião qual
o motivo de uma obra manter o sucesso
durante tanto tempo, em épocas diferentes?
Eu acho que os meus personagens são muito humanos. São baseados em gente que eu
conheço, vizinhos, parentes, filhos. Quando
você cria um personagem inspirado em alguém que conhece, você sabe como ele vai
reagir, como é e de que gosta. Todos conhecem alguém parecido com a Mônica ou com o
Cebolinha, que sempre tenta fazer um plano
que nunca dá certo. Todos já fugiram do banho, todo mundo é guloso de vez em quando
e todo mundo é meio “caipirão” como o Chico Bento, ou gostaria de ir morar na roça. Então, quando você cria personagens parecidos
com gente de verdade, a tendência é que ele
não tenha idade. Foi o que aconteceu com a
nossa história.
As suas histórias têm preocupação com a
educação brasileira?
As minhas histórias não nascem com essa pre6 { VÉRTICES } julho 2013
ocupação, elas são de entretenimento
e diversão. O pessoal lê para se divertir, mas na hora em que vamos fazer uma história, se conseguirmos, no
meio dela, jogar alguma informação
ou abordar temas relacionados à ética,
ao respeito ou ao meio ambiente, melhor ainda, pois estaremos divertindo,
entretendo e passando informações
úteis e conhecimento. Com as minhas
histórias, muitas pessoas aprenderam
a ler, e, a partir disso, minhas revistas
se tornaram cartilhas informais. E isso
é muito bom.
Você já foi criticado pela violência
da personagem Mônica aos personagens Cebolinha e Cascão?
Eu acho que aquilo é pura ação e reação entre crianças que estão ali naquele momento,
livres e desimpedidas, vivendo como criança.
Todas crianças brigam e, às vezes, são meio
agressivas, mas tudo tem um limite. Certa vez,
umas crianças de Brasília fizeram um abaixo assinado, com cerca de 130 assinaturas.
Nesse “documento” estava escrito que se eu
deixasse a Mônica bater daquele jeito no Cebolinha, elas iam parar de comprar as revistinhas. Então, percebi que realmente havia um
pouco de excesso. Cheguei a essa conclusão
por minhas observações e não porque eu
perderia 130 leitores. Eles me lembraram de
uma concessão que estava se formando, em
violência, agressão, então fui dosando, suavizando, e hoje, anão se vê mais a Mônica bater
no Cebolinha. Apenas aparece ela correndo
atrás dele, depois surge uma “fumacinha” e,
em seguida, o Cebolinha sentado no chão.
A tendência é que esses conflitos diminuam
cada vez mais. Na Turma da Mônica Jovem,
por exemplo, eles se casaram.
Em 2008 o senhor reinventou a turma da
Mônica criando a Turma da Mônica Jovem.
Esse projeto foi bem aceito pela sociedade?
Eu acho que sim, pois é a revista que mais
vende no mundo Ocidental, só no Japão que
é uma das revistas menos vendidas, mas fora
do Japão batemos o Super Homem, a Mulher
Maravilha, o Batman e o Homem Aranha.
Nossa revista é um fenômeno mundial.
Até mais que a Turma da Mônica pequenininha?
Muito mais de três vezes, vendemos 600 mil
exemplares, são resultados maravilhosos para
os gibis. Acho que foi bem aceita, teve gente
que veio até mim e disse “não, não faz isso
com a minha infância”, mas a revistinha da
turminha da Mônica continua saindo, está
nas bancas para quem quiser comprar. E não
vamos parar por aí. No futuro, criaremos a Turma da
Mônica Adulta, serão histórias prolongadas, em que o
personagem vai envelhecer junto com o leitor e vivenciar tudo que está acontecendo no mundo.
O que o desenho significa para você?
No começo o desenho significava profissão e trabalho.
Depois, esqueci profissão, porque ficou natural para
mim. No dia em que percebi como era gostoso o que
fazia e o que ainda faço, passei a não sentir mais que
era trabalho. Perguntam-me quantas horas eu trabalho
por dia e sempre digo que enquanto estou acordado,
estou trabalhando.
Este ano a Mônica completa 50 anos, como você se
sente com essa conquista?
Eu me sinto bem e me sinto muito orgulhoso. Pois que
pai não se sente orgulhoso com a conquista da filha?
Eu não acho que é uma conquista minha, pelo contrário, eu acho que o mérito é dela e de toda a equipe,
que conta com artistas maravilhosos, que desenham
até melhor que eu - fico louco da vida! Mas todos nós,
inclusive desenhistas, temos aspectos a serem aprimorados. Eu, por exemplo, não sei desenhar sapato de
salto alto e cavalos, por isso sempre digo que todo dia
é dia de aprender.
Uma de suas personagens da Turma da Mônica Jovem tem vocabulário que lembra um homossexual.
Você já pensou em fazer um personagem com esse
perfil?
Nunca pensei, mas alguma parte do público pede,
e não é por isso que vou atender. Sempre respondo
que, quando a sociedade aceitar tranquilamente, sem
preconceito, a homossexualidade, nós faremos um
personagem. A Mônica não deve levantar a bandeira.
A Mônica deve pegar a bandeira e ir passando. O
nosso objetivo é agradar ao máximo. Por exemplo, eu
não desenho baratas nas histórias, pois se eu colocálas, tenho certeza de que haverá pessoas que jogarão
a revista fora. Então vamos manter nossas histórias
como são, sem que ninguém leve sustos e esperando por aquilo que a sociedade ainda
vai aceitar.
O hall
infame
Por Giovanna Thaís dos Santos
Marouf, Julia Pontes Gebenlian,
Lorenzo de Souza Bacchin e
Murilo Marcelino Bono. Alunos do
9º ano A. Ilustração de Giovana
Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C.
– Amor, o que você acha de darmos uma repaginada em nosso
apartamento?
– Boa ideia...
– O que você acha de começarmos pelo hall de entrada?
– É, pode ser, mas antes temos que conversarmos com a mala da vizinha!
– Vou falar com ela agora mesmo!
No hall de entrada...
Plim, plim, plim...
– Já vai, já estou indo...
– Oi, tudo bem? Então, eu e meu marido estávamos pensando em dar uma
inovada no nosso hall de entrada, sabe? Mudar esta cor morta...
– Nossa! Eu tive a mesma ideia na semana passada, e inclusive já comprei
as tintas! Vou pegá-las para você ver... Gostei desse tom de amarelo aqui, o
que você acha?
– Como assim?! Você comprou as tintas antes de me perguntar, antes de
conversarmos sobre essa área comum a nossos apartamentos?!
– Lógico! Amarelo é vida! Você mesma disse que o hall estava morto!
– Esse amarelo é horrível! Parece cor de cabelo de loira oxigenada!
– O que você tem contra as loiras?!
– Contra loiras nada, desde que não sejam iguais a você! Enfim, eu estava
pensando em pintar de uma cor, como salmão...
– Que nojo! Eu que não pinto o meu hall de cor de peixe morto!
– Pelo menos não é uma cor igual à gema do ovo!
– Mas para quem estava querendo uma cor viva, realmente salmão é tão
forte quanto à luz do sol! Meus olhos chegam até a arder quando vejo essa
cor!
Enquanto isso, o marido, que estava só escutando a discussão, decidiu
interferir e dar um basta nessa história.
– Que gritaria é essa, o que está acontecendo? Ainda não decidiram a
cor do hall? Já faz vinte minutos que estão discutindo! Como não chegam a
nenhum acordo, eu decido, nem de uma, nem de outra, mas sim das duas.
Vou mandar misturar as duas cores.
No dia seguinte, o hall estava cor de abóbora! Horrível!
Nem uma, nem outra! Ninguém gostou do hall.
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{Tecnologia}
Tecnologia e educação –
Como lidar com esse universo
Por Daniel Muszkat, Giovanna Thaís dos Santos Marouf, Luiza Valverde Viana, Marina Kfouri, Roberta Corrêa Ribeiro, Rodrigo Gabriel Augusto Cruz. Alunos do 9º ano A.
Nos últimos anos nada evoluiu
tão rápido quanto a tecnologia,
ocupando as mais diversas áreas,
tornando-se essencial em muitas
atividades humanas. E na área
da educação não poderia ser
diferente. Hoje, é muito importante
que a escola utilize esse meio para
enriquecer sua prática de ensino
A evolução da tecnologia melhorou e muito
a vida das pessoas. A cada dia novos instrumentos surgem para facilitar atividades
diárias. Temos a nossa disposição inúmeros
aparelhos que contribuem para a nossa qualidade de vida: televisores com imagens de
alta resolução; internet cada vez mais veloz,
trazendo a informação de forma instantânea;
automóveis mais seguros e com recursos
diversificados que facilitam a direção e aumentam o conforto; celulares, computadores,
eletrodomésticos super avançados, com mil e
uma funções. Assim é o mundo que nos cerca
hoje. Vivemos rodeados pela tecnologia, temos necessidade de utilizá-la e tornamo-nos
dependentes dela.
E a escola? Será que essa instituição pode negar aos avanços tecnológicos? Será que o aluno de hoje é tolerante a aulas de salivação,
sem recursos que as enriqueçam e despertem
Lilian Sodré,
Professora de Música
e responsável pelo
Coral Vértice: “Esses
recursos possibilitam
que os professores
cheguem até as
crianças e facilitam a entrada da
música na vida deles usando jogos
interativos. Além disso, as crianças
assimilam mais quando ouvem a
música e veem imagens a respeito.
Mas nunca nada vai substituir a música
tocada ou cantada”.
Margareth
Aparecida
Stockmann ,
Professora de
Língua Portuguesa/
Redação, do Ensino
Fundamental II e
8 { VÉRTICES } julho 2013
Professora de português projeta tabela para
que os alunos realizem os exercícios
a atenção dessa geração nascida em plena ascensão da tecnologia?
É dever da escola formar cidadãos aptos para
atuar na sociedade em que vivem, para isso é importante que se adotem práticas correspondentes
àquilo que vivem fora de seus muros. Entretanto,
o trabalho deve ser iniciado na formação do educador, pois quanto maior for o seu conhecimento,
o seu envolvimento com a tecnologia, mais eficiente será o processo de ensino e aprendizagem
intermediado por tais profissionais.
na escola com o intuito de facilitar o acesso dos
alunos aos conteúdos trabalhados em aula com
o auxílio de recursos tecnológicos, como slides,
vídeos educativos, imagens, mapas, entre outros, que antes eram disponibilizados de modos
diferentes por cada professor. Agora, com essa
ferramenta, os alunos têm uma extensão da escola disponível em seus computadores.
“Na verdade, o AE é o nosso curso de informática, cujo objetivo é ajudar os alunos a terem um uso consciente em relação ao computador”, afirma Alexandre Simonka, diretor do
Departamento de Informática da escola. Também explica que esse uso é controlado e avaliado, todas as atividades realizadas pelos alunos
nessa plataforma são acompanhadas pelos
professores, que analisam a qualidade de execução dos exercícios, bem como a forma como
A tecnologia no Vértice...
No Vértice, desde 2010, a tecnologia está bem
próxima, tanto dos professores, quanto dos
alunos, por meio do A.E. - Aprendizado Eletrônico - uma plataforma aprimorada por professores do Colégio Vértice, que foi implementada
Médio: “Acho muito interessante e
muito proveitoso o uso de tecnologias
nas salas de aula, pois os alunos do
século XXI estão muito integrados
com essas novas tecnologias e para
eles é muito mais proveitoso utilizar
novos instrumentos na aula, como
notebooks, iPads, Smartphones, assim
conseguem mostrar as habilidades
que têm fora da matéria que estão
aprendendo”.
Rafael Araújo Balsalobre,
Professor de Geografia, do Ensino
Fundamental II e Médio: “Eu acho
fundamental o uso de
tecnologia na escola,
principalmente
para a disciplina de
Geografia, na qual
nós conseguimos
ampliar melhor
Na sala de informática os alunos trabalham
diferentes conteúdos, aprimorando seus
conhecimentos e habilidades no manuseio
do computador
a abordagem, podendo perceber
melhor as informações passadas
sobre hidrografia, vegetação. A
imagem em si é muito mais fácil de ser
compreendida do que palavras”.
Leda Marques
Lima, Professora
de Matemática, do
Ensino Fundamental
I: “Estou gostando
bastante das
novas formas de
tecnologia que estamos usando na
escola, porque facilitam as aulas, as
correções com os alunos, além de
possibilitar aulas diferenciadas para
as crianças”.
Priscilla Braga, Professora de
Ciências, História e Geografia, do
Ensino Fundamental I: “A tecnologia
vem para agregar o trabalho
do professor,
principalmente
com o uso do iPad,
transformando a aula
e os conceitos em algo
palpável, dentro da
realidade do aluno”.
Patricia Sagioro, Professora do
Alfa 1, da Educação Infantil : “O
uso da tecnologia ajuda muito,
porque essa geração é totalmente
touch. É muito diferente para os
alunos quando descemos o telão
e conseguem ver a aula projetada
em tamanho maior,
interagem com
isso. Visualizando
aprendem muito
mais rápido e se
interessam mais”.
A plataforma
do AE pode ser
acessada por
professores e
alunos a qualquer
momento por meio
de uma rede
são feitas. “O AE foi criado também com o intuito de dar
uma educação digital aos alunos.”, complementa Alexandre. Além de ser uma ferramenta para o aluno, também
é útil para os professores, “Nessa plataforma, registram as
aulas dadas em classe, os assuntos abordados, anotam as
faltas e as ocorrências de seus alunos”.
Além desse recurso, a escola sempre contou com o apoio
de aparelhos multimídias para enriquecer ainda mais a
prática do professor em sala de aula. Até o ano passado
estavam disponíveis nos auditórios, em carrinhos móveis
e nas salas do Ensino Médio, que há anos contam com o
auxílio de projetores.
Entretanto, este ano, todas as salas foram equipadas com
seus próprios projetores, e os professores têm seu material em formato digital em iPads, que, segundo a Diretora
Geral, Walkiria Gattermayr Ribeiro, oferecem um leque de
possibilidades para ilustrar as aulas que estão sendo realizadas, de forma mais dinâmica e interativa.
“É importante saber que essas novas tecnologias vieram
para ficar e não tem retorno, então, a partir daí, existe a
obrigatoriedade de você conviver com ela. Nenhuma nova
tecnologia adentra a escola sem ter um ajustamento pedagógico, nada entra aqui simplesmente para servir de vitrine
ou marketing”, explica Adilson Garcia, diretor do Colégio
Vértice. Segundo ele, essas tecnologias fazem parte do universo dos adolescentes, que sempre têm interesse em sua
utilização, por isso, dentro da escola, as aulas tornam-se
muito mais atraentes e criativas com o seu uso.
Embora o uso da tecnologia faça diferença na rotina escolar
do aluno, é válido lembrar que os professores continuarão
a ser o elemento principal do aprendizado, explica Adilson.
Depoimentos de alunos
7º ano A: Vinicius Barden Lucciola Gonçalves
O uso da tecnologia na sala de aula é ótimo. Já que
nascemos em uma geração onde ela está presente em
todos os meios, é sempre bom mantê-la por perto, mesmo na escola.
6º ano B: Isabella Godinho de Carvalho Lauro
A tecnologia é um ótimo recurso na sala de aula, uma
vez que é possível projetar imagens fazendo com que se
entenda melhor a matéria.
8º ano B: Leornardo Fazzio
O uso da tecnologia na sala de aula está sendo melhor
para todos, alunos e professores. No caso dos professores é melhor para explicar a matéria, e dos alunos para
compreendê-la.
O mundo é dos
consumidores
Por André Kakinoki Teng. Aluno do
9º ano A. Ilustração de Giovana Oliveira
da Silva. Aluna do 9º ano C.
O homem passa por diversas fases na vida: nasce, cresce, trabalha, encontra um parceiro(a), tem filhos, envelhece e morre. Porém, acima de tudo,
consome coisas. E muitas coisas.
Não é à toa que, atualmente, quase tudo é “descartável” e trocado a todo
momento, ou porque já está quebrado, ou por já haver um modelo novo.
A troca por modelos novos eu não entendo. Para que comprar um celular
novo só por causa de funções que mal são usadas, ou melhorias na performance que mal são percebidas? Às vezes me pergunto se as pessoas são influenciáveis, ou eu é que sou pão duro.
E sobre os defeitos, basta comparar: uma geladeira nova, com mil e uma
utilidades, frost-free e essas frescuras, dura uns três, quatro anos. Já aquela
geladeira bege da sua avó, que já tem uns trinta anos de uso, ainda funciona
muito bem. Pois é, o avanço foi tanto que os objetos passaram a durar menos.
E basta parar para pensar um pouco para que percebamos que isso ocorre
com quase tudo, aliás tem até nome: obsolescência programada. Durar pouco
para vender mais. O conceito é recente, mas a prática é antiga.
Outro exemplo são as impressoras. Após certa quantidade de impressões,
elas são programadas para “quebrarem”, mesmo estando em perfeito estado.
É como aquele tio que finge se machucar só para sair do jogo de futebol.
Agora imagine o lixo gerado por toda essa prática, principalmente nos
países mais “tecnológicos”. Porém o ser humano, evoluído e pensante como é,
já encontrou uma solução: despejar o lixo eletrônico dos países ricos nos países
pobres. Mais uma vez o Primeiro Mundo dando uma lição de responsabilidade
e bondade.
Sob essa perspectiva, o futuro parece sombrio, muito semelhante com o
cenário da (incrível) animação WALL-E. Todos sedentários, dependentes da
tecnologia, máquinas de consumir e produzir lixo. Porém sem nenhum robô
simpático, ou final feliz. Só com lixo.
{ www.colegiovertice.com.br} 9
{Entrevista}
Keimy Chen
(Mandarim: a língua do século XXI)
Keimy Chen, 27 anos, professora de mandarim na Escola Mandarim e no Vértice Espaço
Cultural, nos conta um pouco sobre a língua do século XXI. Nascida em Kaoxong, Taiwan,
veio para o Brasil há 8 anos com o objetivo de ensinar a língua mandarim para o
povo brasileiro e, principalmente, proporcionar um intercâmbio entre duas culturas
tão diferentes. Quando chegou ao Brasil estudou no Colégio Objetivo, para dominar
mais facilmente a Língua Portuguesa. Com a ajuda dos amigos, a pós-graduação na
Universidade Mackenzie em Psicopedagogia e com aulas particulares, uma vez por
semana, já adquiriu fluência na língua portuguesa. Conheça agora um pouquinho sobre
esse idioma que vem despertando tanto o interesse de jovens e adultos.
É crescente o interesse pelo mandarim em
diversas partes do mundo, devido à ascensão econômica da China. A seu ver, o mandarim é a língua do século XXI ?
Sim, com o crescimento econômico da China,
verificado a partir da década de 1990, a língua
chinesa passou a ter uma grande importância
no cenário econômico mundial. Além disso, a
China tem difundido enormemente a sua cultura por todo o mundo, o que tem deixado pessoas de culturas totalmente diferentes bastante
curiosas e interessadas em aprofundar os seus
conhecimentos não somente sobre a língua,
como também sobre seus costumes e tradições.
Qual é o diferencial de um profissional que
domina o mandarim?
Embora não seja muito difundido, o chinês se
tornou a língua mais falada do mundo. Aproximadamente a quinta parte dos habitantes da
Terra fala alguma forma de chinês como língua
materna. No entanto, a maioria dos chineses
não fala inglês ou qualquer outro idioma. Assim, o domínio da sua língua se torna útil para
quem viaja ao país ou deseja realizar qualquer
tipo de negócio. Além disso, para que se possa
criar um vínculo com os chineses, o primeiro
passo é a construção de uma amizade, principalmente quando se trata de uma negociação.
Dessa forma, o domínio da língua chinesa proporciona um bom relacionamento.
Em sua opinião, uma língua torna-se conhecida e visada quando a economia da
região está em ascensão?
Sim, a economia é um fator muito importante
para que um país ou uma língua sejam reco10 { VÉRTICES } julho 2013
nhecidos mundialmente. Antigamente, a China
ainda era muito fechada aos povos estrangeiros, devido ao fator político. Mas, nos últimos
cinco anos, o país permitiu uma abertura econômica, possibilitando, assim, que todas as multinacionais tenham a oportunidade de investir
em sua terra, o que proporcionou, também, o
aumento das oportunidades de emprego. Dessa
forma, a economia chinesa vem crescendo cada
vez mais, o que, obviamente, acaba atraindo os
olhares interessados dos outros países.
Qual é o perfil do aluno que se dedica ao
aprendizado do mandarim?
A maioria dos alunos tem idade entre 20 e 40
anos. Quase todos são universitários que cursam Comércio Exterior, Administração ou Engenharia. Mas também podem ser empresários
que têm parceria com a China, importando ou
exportando produtos primários da China para
o Brasil e vice-versa. Além disso, ultimamente,
muitas escolas têm contratado professores nativos para darem aulas extras de mandarim para
crianças de 5 a 15 anos, uma vez que, quanto
mais cedo se começa a aprender a língua, mais
facilidade e rapidez haverá para dominá-la.
Qual a maior dificuldade no aprendizado
do mandarim?
A língua chinesa é muito difícil de ser aprendida, pois os estrangeiros não estão acostumados às quatro entonações, e qualquer pronúncia errada pode causar o mal entendimento.
Embora não haja muita gramática (ausência
de gênero e número, e também de conjugação
de verbos), os ideogramas são muito difíceis de
serem aprendidos e escritos.
Com base em seus conhecimentos, a procura pelo mandarim também é crescente nos
Estados Unidos?
Sim, agora não só os Estados Unidos, mas
também os países europeus começam a se interessar pelo conhecimento do mandarim, uma
vez que o comércio com os chineses pode trazer muitos lucros para qualquer país, principalmente quando este exerce alguma influência
no mundo globalizado.
Os chineses, ao serem alfabetizados,
aprendem o Pinyin (código utilizado para
transcrever os ideogramas para o alfabeto
latino) e os ideogramas tradicionais. Esse
processo também é feito com aqueles que
querem aprender esse idioma, como os
brasileiros, por exemplo?
Sim, porém, na China, aprende-se simultaneamente o Pinyin e o ideograma, e não sepadaramente, como se ensina aos estrangeiros. Mesmo
porque a maioria dos brasileiros costuma dar
mais importância para a comunicação oral, ou
seja, a conversação, então, são poucos que se
interessam pela escrita, e, dessa forma, a metodologia geralmente se inicia com o Pinyin, que
permite falar, e continua com os ideogramas somente para aqueles que se interessam pela escrita. Assim, muitos brasileiros conseguem conversar muito bem utilizando a língua chinesa,
mas são poucos os que escrevem ideogramas.
Muitas pessoas se matriculam em cursos de
mandarim, mas diante da dificuldade imposta pela língua, perdem o interesse. Em
que se baseia tal dificuldade?
A maioria dos alunos acaba desistindo não de-
Por Carolina Juste Rodado, Isabella Bueno Abbud,
Jean Pierre Nader, Lucas Manuel Torrado, Luiza Brianez
Urrutia e Thaís Abdo Pereira. Alunos do 8º ano B.
vido à dificuldade da língua, mas principalmente porque
não tem tempo para estudar e aprofundar os seus conhecimentos. Além disso, as constantes faltas acabam
prejudicando tanto, que o aluno perde o ritmo do estudo. Um estudante de mandarim aplicado, que dedica uma parte de seu tempo diário ao estudo da língua,
costuma obter excelentes resultados.
Em média, quanto tempo um estudante leva para
dominar esse idioma?
Um aluno dedicado costuma levar, em média, de 2 a 3
anos para conseguir se comunicar oralmente, ou seja,
passado esse tempo, ele é capaz de compreender e falar
muito bem, pois falar e entender é mais fácil. Porém, o
aprendizado da leitura e da escrita pode demorar, no
mínimo, de 5 a 10 anos, dependendo do aluno.
A língua portuguesa apresenta estrutura bastante
complexa. Pode-se afirmar o mesmo do mandarim?
Quais são as vantagens? E as desvantagens?
O mandarim possui as mesmas classes gramaticais, porém, no português, elas são muito mais complexas, pois
cada estrutura possui inúmeras variações de gênero e
número que não existem no chinês. Essa é a maior vantagem da língua chinesa sobre o português. Já a desvantagem, e provavelmente a única, é a simplicidade
da escrita do alfabeto brasileiro, uma vez que as letras
chinesas são desenhos bastante complexos, que representam apenas uma palavra. Cada ideograma se refere
a uma palavra somente, assim, há cerca de 50 mil ideogramas utilizados na linguagem escrita chinesa. Já o
alfabeto ocidental possui apenas 26 letras, com as quais
se pode escrever todas as palavras existentes no vocabulário. Porém, a escrita de um texto torna-se mais fácil
em chinês, pois, como já foi dito, não há variações de
feminino/masculino, singular/plural e tempos verbais.
O mandarim é uma língua tonal. O que isso
significa?
A principal característica do mandarim é a variação de
tons, ou seja, há quatro tonalidades ou formas diferentes
de se pronunciar todos os sons existentes na língua. Assim, quando se muda o tom, muda-se também o significado da palavra. Por exemplo: ma pode significar mãe,
na primeira tonalidade, ou dormência, na segunda tonalidade, ou cavalo, na terceira tonalidade, ou xingar,
na quarta tonalidade.
Ô boca maldita !
Por João Paulo Góis Speck, Luisa Albuquerque e Sabrina Oliveira Custódio.
Alunos do 9º ano A. Ilustação de Giovana Oliveira da Silva. Aluna do 9º ano C.
Em um trânsito infernal, eu estou imóvel na estrada tentando chegar ao
sítio do meu amigo Ronaldo. Há quase 3 horas parado no mesmo lugar, sinto
uma vontade terrível de ir ao banheiro, tomar um gole d´água e comer um
belo prato de macarronada...
O que me deixa com mais raiva são esses “espertinhos descarados” que
passam pelo acostamento. Eles são uns covardes, não têm coragem de enfrentar essa longa fila de carros parados e, ainda por cima, atrapalham a vida dos
corretos, pois, lá na frente, entrarão de volta na pista, prejudicando aqueles
que respeitam as leis de trânsito. E o pior de tudo é que não há nenhum policial fiscalizando, nenhum policial defendendo os fracos e oprimidos que respeitam as longas filas.
Com tanta irritação, abro o vidro e grito:
– Seu bando de folgados!!! Não sabem das regras, não?!
– Ooo, seu estressado! Relaxa aí mano, tu tá parecendo um velho reclamão,
o mundo é dos espertos! – disse um motorista que passava pelo acostamento.
Eu estava prestes a sair do carro para discutir com aquele otário, mas ouço
meu celular tocar! Era o Ronaldo.
– Ô, seu Joca, onde cê tá? – disse Ronaldo com seu sotaque irritante.
– Estou a caminho, está tudo parado! Daqui a pouco chego aí, ok?!? – eu
disse, já desligando o telefone, pois tinha medo de ser flagrado.
Parado no mesmo lugar, vejo milhões de carros passando pelo acostamento... Cheguei ao meu limite de estresse! Então, apressado, decido fazer como
todos os demais “engraçadinhos”: passar pelo acostamento!
Porém, quando mal piso no acelerador, dou de cara com a presença indesejada de um policial, um único e solitário policial.
{ www.colegiovertice.com.br} 11
{Especial}
O sumiço
Voltando de meu cansativo
trabalho, com os dedos do pé
doendo, entrei em minha casa,
guardei minhas coisas, tirei
meus sapatos e deitei no sofá.
Percebi que já passara da hora
de Clara ter chegado da escola. Só para conferir, puxei meu
celular do bolso e liguei para
minha nova empregada para
saber se ela já estava voltando da escola com minha filha.
Não obtive resultado, o telefone só dava na caixa postal. Meia hora depois, a empregada
chegou cansada, ofegante, sem minha filha. Nesse instante,
minhas pupilas dilataram, meu coração acelerou, comecei a
suar frio. Sem titubear, perguntei onde estava Clara.
– A professora disse que alguém já havia lhe buscado. Era
um sujeito de cabelos grisalhos, sem expressão, num carro
preto de vidros escuros, achei que fosse o senhor. – afirmou a
empregada.
Mais preocupado do que antes, saí correndo de casa a pé,
ignorando meus pés doloridos, em direção à delegacia. Peguei
meu celular novamente e liguei para minha ex-mulher para avisar que nossa filha desaparecera, porém não obtive sucesso,
ela não atendeu.
Continuei caminhando apressadamente pelas ruas escuras
e vazias de meu bairro, tomadas por um silêncio tenebroso.
Cansado, avistei a antiga delegacia do bairro. Quando cheguei, entrei desesperado, mas o policial pediu para que eu me
sentasse e aguardasse minha vez. Ao meu lado estava uma
senhora irritada que parecia estar esperando há muito tempo
para ser atendida. O seu rosto aparentava muito sua velhice,
com muitas rugas e olheiras. Porém meu devaneio logo passou
e voltei a pensar que nunca mais iria ver minha princesinha,
com seus olhos azuis da cor do céu e seus lisos cabelos loiros
como o ouro. Antes de dar queixa, tentei novamente ligar para
minha ex-mulher. Por sorte, dessa vez, ela atendeu o celular,
com sua voz fina e irônica perguntou:
– O que você quer, Inácio?
– Nossa filha foi sequestrada. – disse.
Ela começou a gargalhar e respondeu:
– Você está brincando comigo, não é? Ela está aqui do meu
lado, hoje é sexta-feira, esqueceu? Meu motorista foi buscá-la
na escola.
Aliviado e ao mesmo tempo envergonhado, desliguei o celular sem nada responder, esquecera-me de que toda sexta Clara
ficava com sua mãe. Quando cheguei a casa, disse a minha
empregada que eu surtara. Fui para meu quarto arrumar meu
calendário.
O Beijo
e pesado inva
Aquele dia amanheceu diferente. O céu estava escuro. O ar úmido
estava sil
sirenes,
e
buzinas
de
meu quarto. A cidade, que normalmente era repleta
louç
lavar
de
a
máquin
da
som
o
era
ouvir
ciosa, quase morta. Tudo o que eu podia
dos
prepara
ovos
dos
aroma
o
delicios
o
foi
ou
despert
me
contínuo e perpétuo. O que
minha mãe.
Podia ver
Na escola, todos pareciam alegres, como se aquele dia fosse normal.
. Fa
distante
e muito
conversavam, mas não conseguia escutá-los, como se eu estivess
lembran
aquelas
tempo que eu não pensava em meu pai, mas, durante as aulas,
vieram à tona.
guarda, meu
Tudo começou com a separação de meus pais. Ao perder minha
apenas seis anos, m
teve um surto, que levou à sua morte. Isso aconteceu quando tinha
aquela cena ainda estava viva em minha memória.
preparara a
Na hora do almoço, mal toquei em minha comida, que minha mãe
de casa
lições
de sair para o trabalho. Mesmo com aquela angústia, fui fazer minhas
gélida
o
Enquanto fazia, senti uma certa tontura, acompanhada de uma sensaçã
verific
fui
e
invadira meu corpo. Nesse momento, escutei um som agudo na cozinha
que tinha acontecido.
preenchida por
Ao chegar lá, percebi que um prato estava quebrado no chão. Fui
, era muito pes
medo incessante e comecei a tremer. Ele não poderia ter caído sozinho
minhas narinas.
para ser carregado pelo vento. Um forte cheiro de carniça invadiu
quarto para f
Tentei esquecer de tudo e pensar em algo melhor. Voltei ao meu
ignorar o fato. Ca
minhas tarefas. Porém o cheiro era tão forte, que não consegui
Examinei os qua
losamente, comecei a examinar a casa à procura de um intruso.
. À medida que eu
a sala, os banheiros, nada de novo. Decidi procurar na cozinha
lá, abri a p
aproximava da dispensa, o fétido odor aumentava. Quando cheguei
enquanto gritava
vagarosamente, e, de repente, algo caiu sobre mim. Saí correndo
causara o meu
neticamente. Contudo, depois de algum tempo, notei que o que
ra superior,
fora apenas um saco de arroz que, por estar mal posicionado na pratelei
quando abri a porta.
percebi q
Sentindo-me uma tola, ri sozinha, colocando o saco no lugar. Logo
guardad
fora
que
cheiro forte de carniça era oriundo de uma comida estragada
dispensa. Então, voltei a meu quarto e continuei a fazer minhas lições.
da noite. Re
Quando acabei de fazer meus deveres, notei que já eram oito e meia
jantar. Fiz uma refeição rápida, tomei banho e me deitei.
sempre me
Pouco depois, já embalada pelo sono, senti o beijo que minha mãe
beijo do
Aquele
.
antes de ir para sua cama , assim que chegava de seu trabalho
m
estava
Como
suave me tranquilizou depois daquele dia estressante que tivera.
cansada, respondi apenas com um resmungo.
a preguiça m
Repentinamente, o telefone tocou; mas, num primeiro momento,
a. Irritada, d
pediu de atendê-lo. Estranhamente, minha mãe também não o atender
pegar novamen
atender já que o seu barulho agudo e insistente não me permitia
sono.
a mesa,
No caminho, notei que as chaves da minha mãe não estavam sobre
atender o
Ao
era estranho, já que ela costumava deixá-las sempre no mesmo lugar.
voz de al
a
fone, um frio percorreu minha coluna no mesmo instante em que ouvira
que jamais esperava atender àquela hora.
– Mãe?! – disse aterrorizada.
Produzido por Daniel Passos Marques, Gianluca Fortunato, Kevin Riyodi
Alunos do 9º ano B.
Koga e Nicholas Campo
Produzido por Davi Braga de Vasconcelos Guedes, Matheus Mendes
Kolisch, Pedro Henrique Araujo Souza e Renan Conrado Oliveira Dionisio.
Alunos do 9°ano C.
12 { VÉRTICES } julho 2013
Ilustrações de Anna Carolina Morais Bilha. Aluna do 9º ano B.
adia
lenças,
por
que
azia
nças
u pai
mas
antes
a.
que
car o
r um
sado
fazer
auteartos,
u me
porta
a fresusto
, caiu
que o
da na
esolvi
dava
oce e
muito
me imdecidi
nte no
o que
o telelguém
os Jinsi.
O livro
Era tarde, já passara das dezessete horas. Estava frio e um garotinho passeava na rua vazia apenas com sua bola de futebol. Sua atenção, enfim, foi roubada por um livro exposto na biblioteca da esquina.
O livro tinha capa preta e bordas douradas, sem título.
O garoto entrou na biblioteca e pegou o livro na vitrine para lê-lo
em uma das mesas vazias que encontrara. Tinha um forte cheiro de
mofo, e suas folhas estavam amareladas. Na primeira página, lia-se:
“Neste livro os autores não são escritores. São apenas pessoas comuns,
como você, que deixaram sua história gravada aqui. Aproveite.”. Passou a reparar que contava a história da vida de garotos e garotas.
Continuou lendo. Parecia legal, era interessante. Tinha memórias,
lembranças, aventuras e segredos guardados ali. Estava ficando cada
vez mais envolvente. As histórias se ligavam de alguma maneira, mesmo cada capítulo tendo uma história diferente.
O tempo passava e o relógio badalava vinte; vinte e uma; vinte e
duas horas... Mas apenas ao décimo segundo badalar, da meia noite,
o garoto se deu conta de que já era tarde. Nesse mesmo momento,
acabara de chegar ao décimo segundo capítulo e percebera que seus
pensamentos e seus mais profundos segredos eram descritos no livro,
como se tivesse lendo a sua própria história.
Estava sozinho na biblioteca, ouviu o barulho da fechadura, mas
não se importou, seus olhos não conseguiam se desviar das linhas do
livro. Continuou lendo ao lado de uma grande janela, apenas com a
luz da lua cheia.
“[...] Hoje foi seu aniversário. Saiu para jogar bola com seus amigos, para comemorar. Avisara sua mãe de que chegaria a tempo para
comemorar também com sua família. No meio do jogo de futebol caiu e
se machucou todo. Sua mãe, preocupada, estava esperando-o em casa
fazia uma hora. Havia feito um bolo todo enfeitado e muito colorido e
todos os seus parentes o aguardavam para cantar os parabéns. Era tarde, já passava das dezessete horas. Estava frio e o garotinho passeava
na rua vazia, apenas com sua bola de futebol.”.
O menino percebeu que a história se assemelhava demais a sua
e começou a ficar assustado. Uma mistura de sentimentos invadia seu
interior, estava curioso, mas, ao mesmo tempo, ressabiado em saber o
que aconteceria no final. Ele tentava arrancar as páginas, sem ao menos lê-las, entretanto não conseguia, entrando em desespero. Foi aí
então que o garoto fechou o livro e, nesse momento, o décimo segundo capítulo foi concluído: “À luz do luar e preso na biblioteca sombria,
sem sucesso, o menino tentava sair dali. Com medo de que algo terrível
lhe acontecesse, só se ouviam seus passos rápidos percorrendo o velho
carpete, até que nada mais foi ouvido. Tudo se silenciara na biblioteca
da esquina, prevalecendo o puro silêncio.”.
Na manhã seguinte, o livro foi recolhido e colocado novamente na vitrine. Logo despertaria a
atenção de outro garoto ou garota que passasse
naquela esquina.
A morte atrás de mim
Sexta-feira à noite, estava voltando do trabalho, um dia muito
cansativo na emissora. William faltou e tive de apresentar o jornal,
sozinha.
Saíra do trabalho em direção ao metrô. Não me lembrava de
uma noite tão fria em Londres, as pontas de meus dedos estavam
congelando, as ruas estavam como um cemitério abandonado,
as luzes das casas já haviam se apagado e a escuridão tomara
conta de tudo.
Foi quando, de repente, em meio a um silêncio sepulcral, ouvi
passos além dos meus. Como se algo ou alguém estivesse me
seguindo. Olhei para trás e reparei em um homem alto de cabeça
baixa, com as mãos nos bolsos. Era possível ver que estava segurando alguma coisa, pois havia algo sobressaltado no tecido de
seu casaco.
Cruzei a rua com um passo mais acelerado, com a intenção
de sair de seu caminho. Entrei em choque, pois ele cruzou logo
atrás de mim. Poderia ter sido uma coincidência, mas de qualquer
forma, só faltavam três quadras para chegar ao metrô.
Comecei a ficar com medo e, inconscientemente, andei mais
rápido e, ao mesmo tempo, percebi seus passos cada vez mais
perto de mim. Agora, faltava somente uma quadra e já estava
suando frio. À medida que o vento soprava em meu rosto, sentia
minha boca seca e meus lábios rachando.
Entrei em desespero e comecei a correr, já avistava a entrada
da estação. Quando comecei a descer os degraus, senti uma mão
coberta por uma luva em meu ombro e pensei: “Meu Deus, uma
família criada e sete anos de trabalho, tudo deixado para trás”.
Quando, de repente, ele me virou, sacando o que estava em seu
bolso. Fechei os olhos, não queria ver a cena de minha própria
morte. Quando ele falou:
– É você mesmo, não é?
Neguei com a cabeça chorando, já era possível sentir seu hálito em meu rosto.
– É sim, eu sei que é! A âncora do jornal! Me dá um autógrafo?
Produzido por Eduardo André Teixeira, Matheus Baptiston Herdy Menossi
Pace, Rafael Rustino Confessor de Oliveira e Vitor Moraes Furtado de
Oliveira. Alunos do 9º ano C.
Produzido por João Pedro Secchim Sotto Maior, Mariana Nery
Affonso Dos Santos e Milena Quesada Passos. Alunos do 9º
ano B.
{ www.colegiovertice.com.br} 13
{Saúde}
O que você faz,
mas não percebe
Por André Kakinoki Teng, Andrezza Barcelos Wersom, Clarissa Cícori Rodrigues, João Paulo Góis Speck, Julia Pontes Gebenlian e Michael Pedroza Mattioli Leite.
Alunos do 9º ano A.
Descuidos diários constantes e
até mesmo involuntários com
a postura corporal podem
ocasionar uma série de
sequelas no futuro
A postura corporal é um dos diferenciais
entre os humanos e os outros animais, sendo
essencial para a realização de muitas tarefas
vitais para o progresso de nossa civilização.
Graças à coluna vertebral ereta e ao andar
bípede, aumentamos nossa capacidade de
visão e passamos a carregar mais peso por
maiores distâncias e por períodos mais longos de tempo, o que propicia o progresso da
Humanidade.
Dessa forma, é de grande importância
para a saúde do ser humano que haja cuidado com esse aspecto do corpo. Diversos
hábitos do cotidiano convergem para o desenvolvimento de problemas posturais, sendo
assim crucial analisar a postura (corporal) em
determinados ambientes comuns ao dia a dia,
a fim de se encontrar a origem de tais problemas.
Nos ambientes onde passamos a maior
parte do nosso tempo, como o meio escolar
e o de trabalho, a observação da postura é
fundamental. A escola preenche uma grande
parte das atividades das crianças e adolescentes, e a má postura nas salas de aula, como
ao sentar-se ou escrever, é muito comum.
Quando não corrigidos, esses hábitos podem
causar problemas de coluna imediatos ou tardios.
Um dos principais motivos de dores nas
costas durante a adolescência são as mochilas
que, muitas vezes, ultrapassam o peso considerado adequado, que seria apenas o equivalente a cerca de 10% a 15% do peso do corpo.
Os excessos estão na quantidade e peso do
material escolar trazido e levado diariamente.
Por fim, há o agravante de as mochilas serem
carregadas incorretamente.
No meio escolar, diferentemente do ambiente profissional, não há, em linhas gerais,
grande conscientização do tema por parte dos
14 { VÉRTICES } julho 2013
Na imagem da esquerda, a postura corporal está incorreta. Já a da direita apresenta a
postura adequada.
alunos. Em empresas modernas, já se implantaram medidas de precaução para não se afetar a postura dos funcionários, como cadeiras
ergonômicas, apoios para pés e braços, evitando com isso lesões e faltas e, consequentemente, aumentando a produtividade.
Mesmo assim, no ambiente de trabalho,
dependendo da ocupação, ainda são muito
comuns os distúrbios posturais, tanto em tarefas que exijam maior esforço físico, quanto
nas que levem o profissional a permanecer
muito tempo em determinada posição.
Descuidos diários e frequentes dão origem
aos distúrbios posturais mais comuns, como
escoliose, cifose ou hipercifose, hiperlordose,
hérnia de disco e lesões por
esforço repetitivo (L.E.R.’s).
O tratamento mais comum
para esses problemas é a
Reeducação Postural Global, conhecida como RPG,
realizada por fisioterapeutas. Apesar de a fisioterapia
ser extremamente importante para o tratamento dessas
doenças, boa parte da recuperação depende da iniciativa e conscientização do
próprio paciente.
A fisioterapeuta Tânia S.
K. Teng salienta que “é muito importante a manutenção
da postura correta da pes-
soa em seu dia a dia, seja para tratamento
ou para prevenção”. Por exemplo, ao utilizar
o computador, deve-se colocar o monitor na
altura dos olhos, e manter os braços apoiados
na mesa ou nos braços da cadeira, que não
deve ser nem alta, nem baixa demais.
Quando se está sentado, de modo geral,
a coluna deve estar ereta e apoiada no encosto da cadeira e os pés no chão para que
a circulação sanguínea não seja comprometida. Deve-se ainda evitar virar muito para os
lados, mantendo a sua frente tudo o que for
preciso ver.
Também são muito importantes os exercícios físicos, pois o sedentarismo é costumei-
ramente um fator agravante dos problemas posturais. Manter uma
boa forma física pode ajudar a corrigir a postura de pacientes que
apresentam a musculatura das costas muito tensa e a do abdômen
flácida, justamente o contrário do que deveria ocorrer.
Finalmente, deve-se observar uma recomendação para as horas
de sono, a de dormir em decúbito lateral ou dorsal, nunca em decúbito ventral, atentando-se para a altura correta do travesseiro, com o
objetivo de manter a coluna reta. Em termos leigos, a posição correta
de dormir é a “de lado”, e não a “de barriga para baixo”.
Esses
conhecimentos e cuidados com a postura
corporal são facilmente aplicáveis e
certamente trarão
grandes benefícios
à saúde e à vida
de todos que se
preocupam
com
seu próprio bem
estar.
A postura no trabalho
INCORRETA
INCORRETA
CORRETA
CORRETA
INCORRETA
INCORRETA
CORRETA
CORRETA
Principais distúrbios posturais
Profissionais que trabalham muito tempo sentados (dentistas,
empresários, profissionais das áreas administrativas, advogados) devem verificar o ajuste, altura e encosto da cadeira,
apoiar os pés no chão e manter a mesa na altura do cotovelo,
além de fazer pausas curtas para alongar.
Já aqueles que trabalham em pé (vigilantes, recepcionistas,
corretores, professores, cirurgiões) devem evitar ficar parados
por muito tempo, garantindo uma melhor circulação sanguínea, mantendo e distribuindo o peso igualmente entre as duas
pernas. Os professores, ao escreverem na lousa, devem evitar
esticar muito os braços, flexionando-os parcialmente.
Os que trabalham agachados ou na maior parte do tempo
com o corpo inclinado (domésticas, jardineiros) devem manter
a coluna ereta, sem curvá-la excessivamente para a frente.
Profissionais que levantam muito peso (carregadores de malas,
estivadores) devem carregar o peso próximo ao corpo e flexionar os joelhos para levantá-lo, além de se proteger com o uso
de coletes específicos.
{ www.colegiovertice.com.br} 15
{Comportamento}
O “para sempre”
Por Ana Morena Pinho, Anna Carolina Morais Bilha, Carolina Fernández Vidal, Daniel
Passos Marques, Gabriela Guimarães Del Nero, Gianluca Fortunato, Giulianna Bonadio
Câmara, Marcelo Barbosa de Campos, Marina de Donato Youssef, Pedro Hikiji Neves,
Rafael Uehara Martins e Sarah Nobre Quintão Brant. Alunos do 9º ano B.
“Até que
a morte os
separe”, será
mesmo a realidade
dos dias de hoje?
Matrimônio é a união legal entre um homem e uma mulher; casamento. Ele envolve
comunicação e atitudes que devem ser recíprocas. Quando uma das partes não desenvolve
os atributos necessários para uma boa convivência, o relacionamento se torna difícil, resultando no divórcio entre os cônjuges. Quando
o casal tem filhos, a situação se torna mais
complicada. Porém, mesmo assim, ter uma separação pacífica, que não os prejudique, não
é impossível.
Segundo Débora Lima, psicóloga formada pela USP, deve haver espaço para o diálogo entre pais e filhos, antes, durante e após
a separação. Apesar de assuntos que possam
ter ficado mal-resolvidos entre o casal, ambos
os lados devem permanecer presentes no dia
a dia dos filhos, evitando que eles se sintam
rejeitados e que sofram com a nova rotina.
Para que não haja uma separação entre
os pais e seus filhos, é preciso diferenciar as
funções de um marido das de um pai, assim
como as de uma mulher das de uma mãe. A
criança precisa entender que, mesmo que sua
mãe não seja mais esposa, ainda é mãe, e que
o pai, embora não seja mais marido, permanece sendo pai.
Também é importante ressaltar que não
existe uma idade certa para que o divórcio
ocorra sem o sofrimento dos filhos, como muitos acham, já que o sofrimento não está relacionado à idade, pois até bebês sofrem. A
melhor forma de evitá-lo, contudo, é com uma
separação pacífica, na qual os pais conseguem
se respeitar.
Infelizmente, muitas vezes a criança é usa16 { VÉRTICES } julho 2013
da como instrumento de vingança por um
de seus pais. E isso ocorre tão frequentemente
que já tem até nome: alienação parental. Na
alienação parental, há um genitor alienante,
que tenta induzir o filho a se distanciar de seu
ex-cônjuge; e o genitor alienado, que tem sua
imagem distorcida pelo outro, sendo afastado
de sua prole.
Em casos de alienação parental, o genitor
alienante, normalmente: exclui o genitor alienado da vida de seu filho, tomando decisões
importantes em relação a este sozinho; interfere nas visitas, controlando excessivamente
os horários que a criança pode se encontrar
com o outro genitor, além de não permitir que
eles se vejam em dias que não sejam aqueles
previamente estipulados; ataca a relação de
seu filho com seu ex-cônjuge, obrigando que
a criança escolha entre um de seus pais; e,
principalmente, denigre a imagem do genitor
alienado, por exemplo, dizendo que este é uma
pessoa perigosa.
“A criança ou adolescente, muitas vezes,
não tem direito de escolha e lamenta através de
comportamentos sociais, retração a ambientes
sociais, agressividade, bulimia, anorexia e outros meios que caracterizam o sentimento de
abandono”, como diz a psicóloga Vanessa
Alves. No futuro, pode, ainda, apresentar distúrbios psicológicos, utilizar drogas, apresentar
baixa autoestima e ter dificuldade em manter
um relacionamento estável.
Podem ocorrer outras implicações à família caso a separação seja mal planejada. Os
filhos, em especial, podem adquirir traumas,
que talvez persistam até a vida adulta. Portanto, para que isso não ocorra, é necessário que
ambos aceitem a situação. De acordo com a
psicóloga Sylvia Fernandes Bairrão, é recomendado que filhos que possuem medos e desequilíbrios emocionais, como episódios de dificuldade no controle da urina durante o sono,
desenvolvimento de fobias (como de chuva, de
sair de casa, etc.) frequentem terapias.
Depois da separação, há sempre aquela
questão: quem fica com a criança? Dentre os
Em cada caso de separação é preciso que se procure o melhor
tipo de guarda que se adeque à situação e consiga impedir o
afastamento de um dos pais
tipos de guarda, a mais recomendada por especialistas é a guarda
compartilhada, na qual ambos os
pais dividem os direitos e deveres
do filho, mantendo um contato
frequente. Porém, esta pode confundir a criança devido a mudança
brusca da rotina. Segundo o IBGE,
5,4% dos pais optam por ela. Apesar disso, a guarda unilateral, na
qual somente um dos lados possui
a guarda e o outro tem direito a
visitas, ainda é a que predomina.
Ambos os tipos de guarda, posO ex-casal deve evitar que a criança se sinta dividida e
suem
suas variações e adaptações,
tenha que decidir entre sua mãe ou seu pai
dependendo do casal, de seu rela-
”que tem um fim
cionamento e da decisão de saber o que é melhor para seu filho.
O tempo passa e com ele, um dos pais pode começar a gostar de alguém
novamente, mas e como a criança irá reagir? “Na maior parte dos casos, a
criança tende a se sentir meio insegura, com medo de ser rejeitada e perder seu
lugar privilegiado ao lado dos pais”, diz a psicóloga Angel Y. Saab, formada
em Psicologia Transpessoal. Portanto, é essencial que eles contribuam no esclarecimento da situação.
Para que o sofrimento dos filhos seja evitado, é
necessário que os pais passem por uma separação
pacífica
O novo companheiro deve ser apresentado com calma e tranquilidade,
sem invadir o espaço do menor, demonstrando carinho e procurando interesses em comum com o mesmo. Mas demonstrar carinho não significa, necessariamente, participar da intimidade emocional do pequeno, o que muitas
vezes é feito, principalmente, pela mulher. Ao contrário dela, o homem não
costuma ter esse tipo de comportamento e, por isso, a aceitação do padrasto
é mais fácil que a da madrasta.
Mas é na adolescência que esse fato apresenta uma complicação maior, pois
essa fase já é conturbada por si só, com questionamentos, irreverências e procura
de sua própria identidade. “Os adolescentes não querem aceitar opiniões, nem
educação, alegando não serem filhos desse relacionamento” - diz a psicóloga
Maricy Corazza Tango Bechara, formada em Psicanálise com especialização em
pré-adolescentes e adolescentes – “portanto os padrastos não devem se envolver em conflitos e discussões que não os dizem respeito. Gradualmente, com o
convívio e com respeito, este parceiro poderá funcionar como um apoio ao seu
enteado.” E acima de tudo, deve-se deixar claro ao jovem que ele não estará
substituindo, nem magoando ninguém, ao criar um laço com os padrastos.
Meio irmão... De certo modo, essa palavra pode assustar a criança ou o
adolescente. Eles chegarão a achar que estão sendo deixados de lado, ou até
mesmo trocados, por causa desse novo bebê, fruto
de um novo relacionamento de um dos pais, logo, é
crucial que o pai e a mãe
mantenham situações de
interação com seus filhos
anteriores de forma isolada, para que eles sintam
que existe uma ligação
anterior a essa nova. E, às
vezes, pode ser necessário Um aspecto importante da separação é que
à intervenção de um espe- os filhos devem entender que os pais estão
se separando entre si e não deles
cialista no assunto.
Depoimentos Anônimos
Filho de pais separados
“Tinha 11 anos quando meus pais se separaram. Cerca
de um ano, seis meses antes, eles passaram a brigar frequentemente. Por isso acho que a separação foi a melhor
saída, a única, na verdade. Por causa disso, passei a ver
menos meu pai, já que minha mãe ficou responsável, e consequentemente fiquei um pouco mais distante dele. A cada
quinze dias, aos finais de semana, vou para sua casa. No
começo, acho que foi difícil para todo mundo, e acho que
ainda hoje é um pouco complicado, apesar de as coisas terem melhorado e se ajeitado.”
Mãe divorciada com duas filhas
Após decidirmos a respeito do divórcio, contamos para
nossas filhas, antes mesmo do pai delas sair de casa. Dessa
forma, quando ele se mudou, elas já tinham consciência do
que estava acontecendo. Depois que eu expliquei pra minha
filha mais velha que “o papai e a mamãe não se amavam
mais” ela entendeu. Já minha filha mais nova adoeceu por
uma semana. Ela não tinha consciência plena do que estava
acontecendo, era muito pequena. Enquanto ainda estávamos
sob um mesmo teto, evitávamos brigar perto das crianças.”
Filha de pais separados
“Eu tinha 9 anos quando ocorreu o divórcio. Meus pais
passaram a brigar muito, principalmente nas reuniões familiares de Natal, Ano Novo, Páscoa e em viagens de férias. Se eles
não tivessem sido tão egoístas e pensado nos filhos, teria sido
melhor. A separação deles foi péssima e, nos primeiros anos,
não se falavam. No início, fiquei muito deprimida, mas não
podia mostrar que estava mal, por causa do resto da minha
família, pois todos estavam mal e, se ninguém mantivesse a
calma, acho que teríamos desmoronado. Meu pai lidou bem
com o fato, continuando a ser o mesmo pai que sempre foi,
apesar de morar em outro lugar. Já a minha mãe ficou muito
abatida, acho que ela não teve muita preocupação com o resto das pessoas, pois acreditava que sua dor era sempre maior.
Além disso, ela parecia achar que nós escolhíamos o lado de
nosso pai nas discussões e mostrava-se meio irritada quando
nos dávamos bem com ele. Apesar de ela dizer que queria
que mantivéssemos uma boa relação com ele, eu sentia que,
no fundo, preferia que não nos déssemos bem.”
{ www.colegiovertice.com.br} 17
{Testando
seu conhecimento}
Por Camila Pavicic, Eduardo André Teixeira, Lara Tendler Fleury da Silveira, Sabrina
Gerônimo dos Santos. Alunos do 9° ano C.
É importante que se tenha conhecimento da
literatura brasileira, principalmente com relação
aos vestibulares e também para usufruir de
nossa cultura. Vejamos o que você sabe.
1. “Viagens na Minha Terra” é uma obra
escrita pelo autor:
a) Eça de Queiros.
b) Carlos Drummond de Andrade.
c) Almeida Garrett.
d) Jorge Amado.
2. ”Uma história que me contaram nas
lindas vargens onde nasci.”
Introduz:
a) Memórias de um Sargento de Milícias.
b) O Cortiço.
c) Sentimento do Mundo.
d) Iracema.
3. Pedro Bala e Volta-Seca são
personagens do livro:
a) Capitães da Areia.
b) Memórias Póstumas de Brás Cubas.
c) A Cidade e as Serras.
d) Til.
5. Entre as obras de Jorge Amado, qual
foi a que teve 808 de seus exemplares
queimados em praça pública em
Salvador sob o pretexto de se tratar
de um objeto de propaganda
comunista?
a) Gabriela, Cravo e Canela.
b) Mar Morto.
c) Tenda dos Milagres.
d) Capitães de Areia.
18 { VÉRTICES } julho 2013
7. Qual livro relata a vida coletiva de
pessoas humildes em uma habitação
na cidade do Rio de Janeiro?
a) Til.
b) Sentimento do Mundo.
c) O Cortiço.
d) Auto da Barca do Inferno.
8. Em qual livro a personagem principal
é comparada a uma flor, em relação à
ideia de desabrochar?
a) Til.
b) O Mulato.
c) Iracema.
d) Gabriela, Cravo e Canela.
9. Qual obra de Carlos Drummond
de Andrade foi publicada em 1940
abordando temáticas políticas e sociais,
assuntos considerados novos em sua
poesia naquela época?
a) Auto da Barca do Inferno.
b) A Rosa do Povo.
c) Antologia Poética.
d) Sentimento do Mundo.
10. “O Primo Basílio” se passa após qual
período da história mundial?
a) Revolução Industrial.
b) Guerra Fria.
c) Revolução Francesa.
d) Segunda Guerra Mundial.
11. As expressões “entornar o caldo” e
“filho de Leonardo-Pataca e de Maria
Hortaliça é o resultado das pisadelas,
beliscões e outros atos similares” estão
presentes em qual dos livros a seguir?
a) Corpo.
b) José e Outros.
c) Memórias de um Sargento de Milícias.
d) Capitães da Areia.
PONTUAÇÃO
De 0-3 pontos
Pelo visto você não tem muito
conhecimento sobre a literatura
brasileira. Leia mais. É essencial
e ajuda a aprender sobre a
nossa cultura.
De 4-8 pontos
Seu conhecimento sobre nossas
obras literárias é mediano.
Procure investir mais em leituras,
para que possa conhecer
mais nossa cultura de forma
prazerosa.
De 9-11 pontos
Você demonstrou ter um bom
conhecimento de nossas obras
literárias. Parabéns por ser
um(a) leitor(a) dedicado(a) !
Respostas: 1 – C; 2 – D; 3 – A; 4 – B; 5 – D; 6 – B; 7 – C; 8 – A; 9 – D; 10 – A; 11 – C.
4. Graciliano Ramos retrata a vida
miserável de uma família de retirantes
sertanejos na obra:
a) Viagens na Minha Terra.
b) Vidas Secas.
c) Sentimento do Mundo.
d) A Cidade e as Serras.
6. Marcela me amou “durante quinze
meses e onze contos de reis” é um
trecho de qual livro?
a) Vidas Secas.
b) Memórias Póstumas de Brás Cubas.
c) Sentimento do Mundo.
d) Fogo Morto.
{Debate}
Produção coletiva dos 8os anos.
É uma forma de compartilhar
sentimentos, vivências e
conhecimentos;
Servem de estímulo aos demais
para que possam ampliar seus
conhecimentos e desenvolver novas
competências;
Criam oportunidades, muitas
vezes rentáveis, para aqueles que
divulgam suas ideias;
Promovem a divulgação de
campanhas, projetos e ideias;
Há muitos blogs produzidos por
especialistas em determinados
assuntos, apresentando informações
confiáveis.
Há muita exposição da vida pessoal,
dos sentimentos;
Muitas informações não são verídicas,
podendo ser prejudiciais ao leitor;
Por alguns blogs conterem informações
equivocadas, podem exercer influência
negativa na vida do adolescente
(incentivo a transtornos alimentares,
relacionamento negativo com os pais,
etc.);
Em muitos, há a prática do plágio,
ou seja, da apropriação indevida de
produções de outrem;
É comum haver textos que apresentem
erros gramaticais e ortográficos, bem
como de digitação.
E você, tem o hábito de usar essa ferramenta em seus
estudos e pesquisas? Qual a sua avaliação sobre essa
forma de publicação?
{ www.colegiovertice.com.br} 19
1. Vamos testar a sua memória, cada detalhe conta!!!
reste muita atenção na figura ao lado, depois responda às 10
P
perguntas. Será que você consegue acertar todas?
a. Alguém está servindo algo?
b. As crianças correndo estão descalças?
c. Há mais de um animal na imagem?
d. Há alguém no trampolim?
e. Existe algum chinelo na imagem?
f. Há alguém deitado na cadeira?
g. Há flores na imagem?
h. Há alguém usando óculos de sol?
i. O trampolim é vermelho?
j. O bebê, na piscina, está chorando?
2. Preencha os quadrinhos com as letras corretas
para descobrir o nome das menores unidades
que formam o corpo humano.
4. Ache as palavras destacadas no texto a seguir:
Algumas espécies brasileiras
“O Brasil não foi habitado pelo Tiranossauro. Em
compensação, um parente bem próximo dele reinou soberano
em nossas terras: o Abelissauro, um dos mais ferozes
carnívoros, que pesava até 8 toneladas. Já o Titanossauro,
de 15 metros de comprimento, foi o representante por aqui do
herbívoro gigante Apatossauro. E o famoso Velociráptor
também teve um primo, maior que ele, no Brasil: o carnívoro
Deinonicossauro, que atingia até 4 metros de comprimento.”
Fonte: Coleção De Olho No Mundo Recreio, Livro 14 “ A Terra Dominada por
Gigantes”.
3. Ajude o Curumim a pintar os dois vasos iguais.
20 { VÉRTICES } julho 2013
5. A partir das dicas, descubra os planetas
que fazem parte do universo.
6. Siga o caminho dos números ímpares para ajudar o Estiracossauro a
alcançar a árvore.
1.Planeta mais distante do Sol, é
conhecido com Planeta Azul;
2.É o sétimo planeta do Sistema Solar;
3.Maior planeta do Sistema Solar;
4.Segundo planeta do Sistema Solar;
5.Único lugar do universo onde é
comprovada a existência de vida;
6.Conhecido como Planeta Vermelho;
7.Tem o maior número de satélites e luas;
8.Menor planeta e é o mais
próximo do Sol.
7. Dentre os animais organizados em
círculo, pinte apenas aqueles que são
mamíferos.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
8.
8. Ajude os E.T.s a descobrirem qual nave pertence
a quem. Para isso pinte a nave da mesma cor do
E.T. que estiver do outro lado da linha.
9. Desperte
seus instintos
de detetive!
Encontre
o que está
errado na
imagem.
Será que
você
consegue?
9.
1.a:sim; b:sim; c:sim; d:não; e:não; f:não; g: sim; h: sim; i: não; j: não.
Respostas:
Produção coletiva dos alunos do 9º ano A.
{ www.colegiovertice.com.br} 21
{Guia}
Aplicativos que
facilitam sua vida
“Quando peço meu almoço ou chamo um táxi ou necessito de dados
médicos ou compro música em meu celular, utilizo alguns aplicativos que
ajudam em minha vida”. Neste guia você encontrará alguns apps que
podem ajudar na resolução de seus problemas diários mais simples, sem
custo algum. Leia e saiba mais.
LEITOR DE CÓDIGOS DE BARRA
SOCORRO
EASY TAXI
O leitor de códigos de barra é
um aplicativo que
permite o pagamento de boletos
e arrecadações pelo seu celular.
Aplicativo que armazena informações
pessoais relacionadas
com saúde para situações de emergência,
dados sobre doenças,
alergias, medicamentos, pessoas para o
contato e plano de
saúde. O aplicativo cadastra telefones para
acesso rápido, além de ser prático e fácil.
Se o usuário sofrer um acidente ou tiver um
problema súbito, qualquer pessoa pode, de
posse do celular, acessar as informações.
Hoje, pedir um táxi está
cada vez mais difícil e
demorado. Com “Easy
Táxi”, essa tarefa torna-se
muito mais simples! Basta
clicar em “Pedir Táxi” que
o aplicativo usa a sua
localização atual e aciona
o táxi mais perto de você.
Para a sua segurança, todos os taxistas são
cadastrados com foto, nome e detalhes do
carro. Enquanto espera, você pode ver se o
seu táxi está chegando e também ligar para o
taxista, sem preocupações.
Esse aplicativo também lê códigos de barra que
estão presentes em embalagens de produtos,
como, por exemplo, em caixas de cereais.
Portanto, quando você está no mercado
e não encontra máquinas para verificar
o preço de qualquer produto, abra esse
aplicativo e utilize a câmera de seu celular
para saber o preço.
Nome do aplicativo: Socorro
Onde encontrar: App store
Custo: Gratuito
Nome: F2b
Onde encontrar: App store
Custo: Gratuito
Nome do aplicativo: Easy Taxi
Onde encontrar: App store ou
Market
Custo: Gratuito
SHAZAM
WAZE
IFOOD
Quantas vezes você já ouviu
aquela música, no rádio, que
você tanto ama e não sabe o
nome? Fácil! É só abrir o Shazam, deixar a música tocando,
que esse app irá te dizer qual é
o nome da música, do artista e
do álbum, além de possibilitar
a compra e a busca de outras. O Shazam vem
constantemente se atualizando para buscas de
novas músicas, além de possibilitar um Top 10
de músicas mais pesquisadas. Disponível para
iPhone, iPod, Android, Windows Phone, iPad,
BlackBerry e outros dispositivos,em três versões:
Shazam, Shazam (Encore) e Shazam Red.
Você sempre fica
preso no congestionamento? Veja como
esse aplicativo pode
te ajudar!
O iFood é um app que
permite localizar todos
os restaurantes perto
de você. E com ele, é
possível consultar o
cardápio (que é atualizado a cada segundo), pedir a refeição
e acompanhá-la do
restaurante até sua residência, por um
sistema de GPS.
Nome do aplicativo: Shazam
Onde encontrar: App store ou Market
Custo: Gratuito
22 { VÉRTICES } julho 2013
É só adicionar a sua
localização e pronto!
O Waze irá te alertar
sobre as vias que estão bloqueadas
em tempo real, irá te sugerir outros
caminhos mais viáveis até chegar ao
seu destino, e pode localizar farmácias,
bancos, cafés, restaurantes, hotéis e
estacionamentos, próximos a você.
Nome do aplicativo: Waze
Onde encontrar: App store
ou Market
Custo: Gratuito
Caso não tenha um aparelho da Apple
ou um Android, também é possível pedir
pelo site www.ifood.com.br/.
Nome do aplicativo: iFood
Onde encontrar: App store
ou Market
Custo: Gratuito
Por Isabela Cássia Nascimento Rocha, Maria Fernanda Salles Vasconcellos, Maria Luisa Ussami Prudente do Espírito
Santo, Pedro Nacao Freitas, Renan Massato Hanashiro Sakaguchi e Stela Terrible Garbugio. Alunos do 8º ano C.
para assitir...
para ouvir...
para ler...
{Resenha}
Ratos de porão “Maus” (ratos, em alemão), um livro em quadrinhos publicado pela
Pantheon Books, em 1986, por Art Spiegelman.
Ganhador do “Prêmio Especial Pulitzer”, premiação norte-americana de jornalismo. O livro foi
de extrema importância para a época, pois relembrou, de uma forma dura, como e quão terrível foi a Segunda Guerra Mundial, aos olhos de um sobrevivente.
O livro retrata a triste realidade do holocausto em quadrinhos em
preto e branco, e utiliza o antropomorfismo, representando humanos como animais: judeus como ratos, alemães como gatos,
franceses como sapos, formando assim uma analogia muito interessante entre judeus e alemães, ratos e gatos.
A história circula num diálogo de pai e filho. Art, o autor, é o filho para
quem o pai conta sua vida de fugas e sobrevivência na guerra, do
início ao fim, e mostra de uma forma extremamente verídica e cruel
o que realmente acontecia nos campos de concentração, onde 1.3
milhões de judeus morreram por ano, principalmente em câmaras
de gás.
Não Importa... O disco Nevermind do Nirvana foi lançado em 24 de setembro de 1991,
pela DGC Records. O disco foi um dos maiores
sucessos da época, vendendo 30 milhões de cópias, tornando-se mundialmente conhecido pela
música grunge e pelos membros do Nirvana, Kurt
Cobain, Dave Grohl (agora integrante da banda Foo Fighters) e
Chris Novoselic.
A banda começou na periferia de Seattle, EUA, caracterizada pelos
vários grupos de grunge, um derivado do punk rock, com o som
bem mais pesado do que o punk original. Após terem lançado o
segundo disco, já alcançaram fama mundial. Devido ao fenômeno
grunge de Seattle, as gravadoras começaram a caçar bandas locais, fazendo emergir outras bandas como Soundgarden. O disco
foi seguido de outros álbuns, até o suicídio de Kurt Cobain, em
1993. Após o fim da banda, Dave formou a banda Foo Fighters,
A Caminho do Oscar ‘’Iron Man 3’’,
traduzido como “Homem de Ferro 3“, é o final
épico da trilogia baseada na história fictícia “do
gênio, bilionário, playboy e filantropo” Tony
Stark (Robert Downey Jr.) da Marvel Comics. Produzido pela Marvel Studios e dirigido por Shane
Black, o filme, lançado internacionalmente no
dia 25 de abril deste ano, já é a quinta maior
bilheteria da história do cinema.
Nessa superprodução com efeitos especiais de última geração, o
herói, conhecido por ser “mulherengo”, aprende a viver apenas
com sua atual esposa, Pepper Potts (Gwyneth Paltrow). Dessa vez, o
Homem de Ferro enfrenta um inimigo bem mais poderoso do que
aqueles que ele já derrotou nos outros filmes da trilogia, “Homem
de Ferro” e “Homem de Ferro 2 “. Porém não está sozinho, tem
ajuda de seu melhor amigo, James Rhodes (Don Cheadle) e de seu
segurança (Jon Favreau).
Utilizando-se da ausência de cores nos quadrinhos e da ótima representação dos sentimentos dos personagens, o livro consegue
transmitir muito bem as emoções e o sofrimento do holocausto,
passando, por meio de imagens, sensações de terror e desespero
sentidos pelos personagens em vários momentos.
Diferentemente de outras obras sobre o holocausto, que mostram
de uma forma alterada, feitos por especialistas que simplesmente
estudaram o tema, “Maus” mostra, de forma crua, como foi o holocausto, não visto pelos olhos de um alemão, nem de um especialista, mas de um sobrevivente. Ele não passa somente informações
de uma guerra, passa também as emoções de quem a vivenciou.
»» FICHA TÉCNICA:
TÍTULO: Maus história completa
AUTOR: Art Spiegelman
DATA DE PUBLICAÇÃO: 1994
EDITORA: Pantheon Books
No de páginas: 296
GÊNERO: ficção/biografia
Produzido por Pedro Hikiji Neves. Aluno do 9º ano B.
que ainda atua nos palcos.
Músicas que fizeram sucesso como “Smells Like Teens
Spirit”,“Come as You Are” e “In Bloom” marcaram o disco. As letras são o retrato da insegurança e a dúvida da “geração perdida
dos anos 90”, a época em que não havia certeza, expectativa ou
segurança. Foi o retrato de uma geração sem rumo, que parecia
boiar em um mar de incertezas, sem se importar onde estavam
indo ou iriam chegar.
»» Ficha Técnica
Título do Álbum: Nevermind
Artista: Nirvana
Gravadora: DGC Records
Ano de lançamento: 1991
Duração aproximada: 50 minutos
Produzido por Caio Augusto Oguido Kakuda, João Pedro Secchim Sotto Maior e
Rodrigo Galutti de Paranhos Silva. Alunos do 9º ano B.
O filme é extremamente emocionante, principalmente para os fãs
da Marvel que seguem a história do herói desde o primeiro filme
ou em quadrinhos. É um filme que consegue mesclar naturalmente
ação com comédia, deixando o espectador envolvido na trama,
fazendo horas parecerem minutos.
»» Ficha Técnica
Título: Homem de Ferro 3
Direção: Shane Black
Nacionalidade: Norte-Americana
Produção: Marvel Studios
Elenco Principal: Robert Downey Jr.; Gwyneth Paltrow; Jon Favreau;
Don Cheadle; Guy Pearce; Ty Simpkins
Gênero: Ação
Ano: 2013
Duração: 130 min.
Classificação: 12 anos
Produzido por Gianluca Fortunato e Daniel Passos Marques. Alunos do 9º ano B.
{ www.colegiovertice.com.br} 23
Agradecemos aos alunos dos 8os e 9os anos
que produziram esta edição.
8º ano A: Arthur Veloso Kuahara, Beatriz Diniz Canedo, Beatriz Makssoudian Ferraz, Beatriz Pontes Cunha Cortez, Daniel Chammas Schwartz, Daniele Lie Fukushima, Enrico Ferreira Bello, Felipe
Toselli Moreira, Gabriela Regina Monteiro Cabrini, Giulianna Gama de Quadros Bezerra, Gustavo Felde Giusti, João Carlos Burunzuzian, Luíza Basile, Luiza Truzzi Menegon, Marcelo Nobre
Rabelo, Maria Luíza Nakano Fujihara, Mariana Pirani Vieira Parisi, Mateus Motta Buchaim, Olavo Gualberto Martins Ferreira, Pedro Iago Barbosa Maturano, Rafael Kiehl Cretella, Rodrigo Dabus,
Rodrigo Rossi Longo, Sofia Di Mauro Pedro, Suellen Hornos Vieira. 8º ano B: Bruna Felde Giusti, Bruno Bispo Nago, Carolina Juste Rodado, Felipe Lopes Tafner Ferreira, Henrique Maniçoba
Ferraz, Isabella Andrade Clemente, Isabella Bueno Abbud, Isabella Kim, Izabella Martins Ramos Rodrigues, Jean Pierre Nader, Julia Tiemi Kamiya, Larissa Dupré Cintra E Gomes, Leonardo Fazzio,
Lucas Manuel Torrado, Luiza Brianez Urrutia, Maria Beatriz Teixeira, Mariana Molnar Moreira, Matheus Bitetti Paiva, Mei Lian Suzin Jou, Pedro Barletta Marcondes Perito, Pedro Carneiro Malta,
Ricardo Monteiro Barbosa, Thais Abdo Pereira, Théo Ferreira Reis, Tiago Loureiro Motta, Victoria Perini Pederiva.8º ano C: Camila Ranali de Carvalho Pinto, Carolina Webber Fedrigo, Felipe
Felde Giusti,Gabriella Guiraldeli Barboza, Gustavo Luíz Argani, Isabela Cássia Nascimento Rocha, José Luis da Silva Parrança, Júlia Hall-Nielsen Fraige, Kayan Ahmed Reda El Hayek, Laura
Temer Cursino de Sousa, Lucca Pappas Ditleff, Luíza Mutter Quinderé Fraga, Maria Clara Prates da Silva Galhardo, Maria Fernanda Salles Vasconcellos, Maria Luisa U Prudente do Espirito Santo,
Mariana Carvalho Picinini, Mateus Ken Madeira da Fonseca, Maurício Herrera Fontes, Nádia Naomi Ota Terzi, Nícolas Iglecias Lemos, Nícolas Peccia Takayama, Pedro Nacao Freitas, Renan
Massato Hanashiro Sakaguchi, Stela Terribile Garbugio, Thaís Cordeiro Breves de Menezes, Victor André Laxer, Victor Germano Moreira Batista da Silva, Vitor Fernandes Chiavenato Ferraz, Vitória
Calixto Gallas. 9º ano A: Aisha Campos Jinsi, Amanda Maria Nabhan, Ana Carolina Pais Nóia, Andre Kakinoki Teng, Andrezza Barcelos Wersom, Bruno dos Santos Maximino Pinto, Caio Lopes
Simões Dias, Clarissa Cícori Rodrigues, Clarissa Tararam de Laurentys, Daniel Muszkat, Débora Regis Robles de Oliveira, Felipe Imanichi, Fernando Valladares Gomes, Giovana Dias Branco,
Giovanna Thaís Dos Santos Marouf,João Hadid Chammas,João Paulo Góis Speck, Julia Pontes Gebenlian, Karina Mika Sakaguchi, Lorenzo de Souza Bacchin, Luisa Albuquerque, Luiza Valverde
Viana, Marina Kfouri, Michael Pedroza Mattioli Leite, Murilo Marcelino Bono, Pedro Henrique de Barros Sayeg, Roberta Corrêa Ribeiro, Rodrigo Gabriel Augusto Cruz, Sabrina Oliveira Custodio.
9º ano B: Ana Morena Pinho, André Yuki Yamafuku Massunaga, Anna Carolina Morais Bilha, Beatriz Yoshioka Misikami, Caio Augusto Oguido Kakuda, Carolina Fernandez Vidal, Daniel Passos
Marques, Daniela Ogawa, Eduardo Franklin Allain, Flávia Martins Lara, Gabriela Guimarães Del Nero, Gianluca Fortunato, Giulianna Bonadio Câmara, Helena Machado Raposo, Isabela Cerqueira Lima Marinho, João Pedro Secchim Sotto Maior, Kevin Riyodi Koga, Laura Pires Henares, Lucas Graça Fontolan, Marcelo Barbosa de Campos, Mariana Nery Affonso dos Santos,Marina de
Donato Youssef, Matheus Koiti Ikedo, Milena Quesada Passos, Nicholas Campos Jinsi, Pedro Hikiji Neves, Rafael Uehara Martins, Rodrigo Galutti de Paranhos e Silva, Sarah Nobre Quintão Brant,
Victória de Vita Castro Viola. 9º anoC: Bianca Hallage, Camila Oliveira Custodio, Camila Pavicic, Clarissa Regina Castro de Oliveira, Davi Braga de Vasconcelos Guedes, Eduardo André Teixeira,
Enzo Silveira Fernandes, Gabriel Heusi Pereira Bueno de Camargo, Georgia Parasmo Pereira, Gianluca Garrido Bruno, Giovana Oliveira da Silva, Giulia Baldacci Adoglio, Isabela Rodrigues
Sampaio, Julia Parizotto Menzel, Lara Tendler Fleury da Silveira, Lívia Maria Kinugawa Nunes, Marina Carvalho Bertero, Matheus Baptiston Herdy Menossi Pace, Matheus Mendes Kolisch, Nathalia
de Faria Aildasani, Pedro Henrique Araujo Souza, Pedro Henrique Ordonhez Pacifici Dias, Rafael Rustino Confessor de Oliveira, Renan Conrado Oliveira Dionisio, Sabrina Gerônimo dos Santos,
Thiago Clas Riskalla de Miranda, Victor Campos Jinsi, Vitor Moraes Furtado de Oliveira.

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