Sertãodo Ingá não é aterro sanitário pg 03 Pico do Corcovado

Transcrição

Sertãodo Ingá não é aterro sanitário pg 03 Pico do Corcovado
Maranduba, 1º de Março de 2010 - Disponível na Internet no site www.jornalmaranduba.com.br - Ano I - Edição 02
Destaques:
Sertãodo Ingá não é
aterro sanitário pg 03
Pico do Corcovado:
1.160m de aventura e mistério pg 04
Turismo Rural:
Desenvolvimento para a região pg 06
Discussão acalorada marca reunião
entre Quilombolas na Caçandoca pg 08
Sertão da Quina:
As Cachoeiras do Paraíso pg 09
Gente da Nossa História:
João Rosa - O Patriarca do Sertão pg 10
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Jornal MARANDUBA News
1º Março 2010
Editorial
O coração de Ubatuba quer bater de verdade
Março chegou, e não podemos deixar de homenagear todas as mulheres, pois dia 8 é o dia internacional da mulher.
Mulher... Uma vida que gera vida... Uma vida que alimenta
outra vida... Uma vida que educa outro ser... Uma vida que
acolhe outra vida... Uma vida que ama outras vidas.
Como imaginar uma família sem a figura da mãe? Da esposa, companheira, cara-metade... Da dona de casa que gerencia seu lar... Da ministra que despacha... Da professora que
ensina... Da médica que cura... Da diarista que limpa... Sim,
em todas as esferas devemos valorizar e enaltecer a figura
da mulher. Sem ela não existiria o mundo como conhecemos.
Agradecemos a todas as mulheres pela paciência, tolerância, afeição, carinho e principalmente pelo amor que elas dedicam a alguém, seja marido, companheiro, filho, pai, parente, amigo, patrão ou empregado, pois como ser especial, não
seríamos o que somos sem a essência da mulher.
Quero aproveitar a ocasião para quebrar o mito de que
as mulheres são fofoqueiras, pois isso ficou tão evidente na
região sul de Ubatuba, que a partir da próxima edição lançaremos a coluna “CEFOM”, que significa Central de Fofocas
da Maranduba. São tantas as fofocas que ouvimos, onde a
grande maioria é “transmitida” pelo sexo masculino, que esta
coluna se faz necessária para dar vazão a tanta “informação”.
A mais ouvida pela nossa redação é sobre qual político está
bancando nosso jornal. São tantos os palpites que já tem até
uma bolsa de apostas.
Gostaríamos de salientar que quem descobrir quem está
bancando o jornal nos avise, pois até agora essa verba não
chegou em nossas mãos.
Se não fosse a confiança e a credibilidade que os anunciantes depositaram em nossa equipe, a região sul não teria esse
informativo que pretende ser a voz da comunidade regional.
A esses anunciantes sim, nosso mais sincero agradecimento por acreditarem nesse projeto. Quanto a fofoca...
Fica combinado. Quem descobrir avisa, ta?
Será que é somente ganhar votos? Será
que é somente fazer discursos bonitos?
Será que as promessas não devem ser
cumpridas? Será que é somente ser a
Capital do Surfe? O que é amar e viver
por Ubatuba?
A saúde de nossa cidade é precária e
isto é fato, pouco a pouco vamos perdendo toda a credibilidade em sermos
socorridos. E nossos entes querido se
vão. Então eu digo...
O postinho da Maranduba pede socorro
e nós pedidos Misericórdia e Clemência.
É uma obra boa, mas precisa de estruturas, capacidade e recursos para atender a população local em caso total de
Urgência e Emergência. Dando-lhes a
chance de pelo menos chegarem vivas
até as cidades mais próximas.
Será que é muito ter uma sala como a
do PS de Ubatuba? Será que é muito ter
uma ambulância UTI? Será que é muito
pedir um profissional na aréa da saúde
que olhe com mais respeito um paciente? Será que é muito ter um enfermeiro
capacitado, que tenha pelo menos um
olho clínico?
O que eu presenciei no dia 7 de fevereiro agora, marca profundamente os
meus sentimentos. Meu irmão e único
irmão...
As 12:20h meu irmão sentiu dores nas
pernas e com dificuldades pra andar
foi levado ao postinho da Maranduba,
médico deu diagnóstico dor na coluna,
prescreveu uma injeção e deu-lhe um
atestado de trabalho.
Chamou-o de boiola, pois meu irmão tinha trauma de agulhas, quando criança
(5 anos) teve meningite e desde então
não era de seu agrado tomar agulhadas.
As 17:50h seus movimentos tanto
membros inferiores e superiores não
existiam mais, crise de vômito, sudorese e a PA foi a 8. Retornou novamente
a esta unidade da Maranduba, impossibilitado de andar foi levado de cadeira
de rodas para ser atendido, nenhum
atendente veio em seu auxílio. Ali na
presença de um Dr. que se dizia médico há 30 anos, queixando-se de dores
fortes no braço esquerdo e sem sentir
as pernas, enquanto que o Dr debo-
Emilio Campi - Editor
Editado por:
Litoral Virtual Produção e Publicidade Ltda.
Av. Paraná, 1085 - Indaiá - Caraguatatuba - SP
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Tiragem: 3.000 exemplares - Periodicidade: quinzenal
Editor:
Emilio Campi
Colaboradores:
Adelina Campi, Ezequiel dos Santos, Uesles Rodrigues,
Camilo de Lellis Santos, Fernando Pedreira, Cláudia Felix,
Silas Fileto, Jéssica Silva Souza e Belinda Goldberg.
Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores
e não refletem a opinião da direção deste informativo
chava de seu quadro, falando que tudo
não passava de “peti de bicha” que tem
medo das agulhas, prescreveu diazepan, sendo que tal medicamento é para
pessoas em estado de nervos.
E pasmem já estava o vendo pela segunda vez, e a ambulância do lado do
postinho. Será que era só pra enfeite?
Será que ele não queria estragar a programação dele de domingo, fazer nada,
deitar-se no quarto de pernas pro ar?
O tal Dr formado há 30 anos o manteve
ali, a mercê da falta total de recursos
para a sua sobrevivência e o hipócrita
ainda batia no peito e dizia:
“Não se preocupe está tudo sob controle” - controle do que, de esperar a
morte?
Minha mãe sugeriu que a deixasse remover meu irmão para a Santa Casa, e
o Dr. ainda zombou dizendo que seus
colegas da Santa Casa não passavam
de moleques por não saberem nada,
e com ele meu irmão estaria em boas
mãos. Talvez estes moleques recém
formados estariam com mais afinco
de mostrar serviço e salvassem a vida
dele. O quadro que ele achava que estava sob controle foi por água abaixo,
pois meu irmão piorou de repente e
quando ele decidiu trabalhar era tarde
demais. Suas manobras para tentar salvar a vida do meu irmão foram em vão.
Seu juramento de salvar vidas foi pro
lixo e junto a sua soberba.
Será que médico chora pra salvar um
paciente? Pois foi assim que este Dr
adentrou no quarto para socorrê-lo,
pois no momento em que meu irmão
teve a crise, meu pai estava ao seu
lado.
Um rapaz de 24 anos, começando a
vida, cheio de sonhos e planos, com
amigos de verdade e uma família que o
amava, faleceu e junto todos nós. Seu
coração não agüentou tanta medicação
que lhe foi ministrada para encobrir o
descaso do Dr.
Aí sim ele lembrou daquela ambulância
ali parada, colocou o corpo do meu irmão dentro e o trouxe para a cidade,
não deixando entrar nenhum acompanhante, “é morto não precisa mesmo”.
Talvez ele quisesse ficar sozinho para
pensar melhor na desculpa que iria dar
para o Secretário de Saúde.
Aqui na Santa Casa, meu irmão foi
atendido por um médico de verdade,
que ama o que faz. Tentou, tentou,
mas o seu coração não voltou. Por que
será né, Dr de 30 anos de medicina?
E ainda teve o desplante de dizer que
não iria assinar o óbito, pois não sabia
a causa morti do meu irmão. “Não era
peti de bicha que não tem nada?” Por
que você Dr de 30 anos de medicina
não atestou isto?
Eu sei, Dr a causa morti: negligência,
safadeza, descaso, falta de amor no
que faz, arrogância de achar que é
Deus, pouca vergonha e talvez uma virose rara, já que este é o diagnóstico da
moda no momento.
Agradeço a este médico da Santa Casa
que quis trazê-lo de volta.
A você, Dr de 30 anos de medicina,
peço um remédio pra aliviar esta dor,
este vazio, esta saudade, o corte que
você abriu em meu peito e de todos
que amava o Caio, nenhuma sutura irá
fechar.
Aprenda a ser mais humano e trate
seus pacientes com mais apreço, como
eu disse na porta da Santa Casa, você
estudou pra ser médico, Deus te deu o
dom pra salvar vidas e o que você fez...
Bom isto só você tem a resposta.
Eduardo, vamos amar Ubatuba sim e
viver por ela, mas de uma forma que
seja benéfica a todos. Agradeço os seus
sentimentos, pois sei que são sinceros,
e nós sabemos que você pode e tem
capacidade para realizar melhorias e
equipar aquele postinho da Maranduba,
faça a diferença nesta cidade, pois você
ainda tem tempo.
Agradeço também ao Rogério Frediani,
por nos dar apoio num momento de tamanha dor.
E você Caio, continuará vivo dentro do
nosso coração, que a sua morte não
seja em vão...
Familiares e amigos estaremos torcendo para que algo seja feito, para que
outras pessoas não sejam vitímas como
você. Deus é a nossa força maior neste
momento...
Daniela Giraud
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“Sertão do Ingá não é aterro sanitário”
Moradores reclamam do acúmulo de lixo as margens da estrada que dá acesso ao bairro
Fotos: Emilio Campi
Lixo é queimado para amenizar o mau-cheiro, o que poderá provocar um desastre ambiental ainda maior se não solucionado a contento
Emilio Campi
Infelizmente a falta de bom
senso vem prejudicando os
moradores de um dos mais
tradicionais bairros da Região Sul de Ubatuba, o Sertão do Ingá. O acúmulo de
lixo às margens da estrada
que dá acesso ao bairro
transformou o local em um
cenário desolador.
Pilhas de sacos de lixo se
acumulam a beira da estrada deixada por pessoas que não têm o mínimo
respeito pelo ser humano,
nem pela natureza. O mau
cheiro impera no local. Ratazanas, mosquitos e urubus
infestam o perímetro, o que
pode trazer sérios problemas de saúde a população.
Sem contar que o chorume
que escorre para o Rio do
Ingá pode contaminar os
afluentes que desembocam
na praia da Maranduba.
Procurado por moradores,
nossa reportagem esteve no
local e constatou esse verdadeiro crime ambiental.
Segundo a moradora Maria
Benedita dos Santos, mais
conhecida como “Lili”, o problema começou há cerca de
quatro anos. Nesse período
o acúmulo de lixo foi aumentando até chegar a essa
situação insuportável. “Na
temporada fica ainda pior.
As pessoas chegam de madrugada, de carro, camionete e até caminhão, jogam o
lixo e vão embora como se
aqui fosse um lixão”, desabafa “Lili”, que é nascida e
criada no bairro.
Outro problema observado
é que esse acúmulo de lixo
está extinguindo os caxetais
que ali existiam, causando
um grande desequilíbrio ambiental para toda a região.
Administração Sul
Segundo o administrador
da Regional Sul, Moralino
Valim Coelho, esse problema está difícil de ser solucionado, pois é praticamente
impossível fiscalizar e inibir
a “desova” do lixo no local.
Segundo o administrador, já
foram colocadas placas com
dizeres Proibido Jogar Lixo,
mas de nada adiantou. “As
placas foram arrancadas e
com isso o lixo foi se acumulando cada vez mais”.
O que a administração
pode fazer é o sistema de
“empurra”, onde o lixo é
espalhado e compactado,
já que é impossível a sua
remoção. Moralino declarou
que irá solicitar uma máquina de esteira para fazer o
serviço, já que a atual máquina pá carregadeira da
regional sul não é adequada
para esse tipo de serviço,
pois pedaços de metais, pregos e outros objetos cortantes podem rasgar o pneu da
máquina, deixando a região
sem equipamento necessário para outros serviços.
Denuncie
As pessoas devem se conscientizar de não jogar lixo na
beira das estradas, e quem
avistar alguém fazendo isso
deve denunciar junto a Administração da Regional Sul
(3849-8480), a Polícia Militar (190), Polícia Ambiental
(3832-2876) ou Secretaria
do Meio Ambiente (0800113560) informando a placa
e características do veículo,
dia e hora da ação para que
o infrator seja punido e essa
prática seja coibida.
O lixo é desovado durante a madrugada o que dificulta a identificação
dos infratores. A população deve denunciar para inibir essa prática:
Regional Sul (3849-8480)
Polícia Militar (190)
Polícia Ambiental (3832-2876)
Secretaria do Meio Ambiente (0800-113560)
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Pico do Corcovado: 1.160 metros de aventura e mistério
Paredão de pédra na face sul do Pico do Corcovado
Ezequiel dos Santos
Considerado ponto de relevante interesse cultural e ambiental. Marco divisório entre
o Vale do Paraíba e o Litoral
Norte. Sonho de consumo de
fotógrafos amadores e profissionais, o pico que leva o
nome do bairro é testemunha da formação histórica do
município, este elevado de
rochas já foi tema de dramaturgia e romances, fonte de
inspiração de escritores e historiadores e palco de especulação dos mistérios e segredos que rondam a localidade.
O Pico do Corcovado possui
um trecho bastante íngreme,
seu cume alcança 1.160 metros do nível do mar, de onde
é possível avistar as maravilhas do litoral e do planalto.
Com um nível de dificuldade
alta, pela aldeia possui um
percurso aproximadamente
de 5 kms, com duração em
média de 10 a 12 horas ida e
volta, é necessário um certo
preparo físico e boas condições psicológicas para alcançar o cume.
Seu paredão imponente
nos convida a desistir da subida, mas ao olhar para os
lados e para trás se vê uma
beleza rara, as montanhas
e as praias como se fossem
pinturas por baixo de um
imenso vidro, principalmente
no nascer e por do sol, é um
espetáculo recompensador.
É possível avistar o pico ainda do trecho final da Rodovia
Oswaldo Cruz, já chegando
ao município de Taubaté.
Espetáculo a parte, vale
lembrar que o mirante do seu
pico foi utilizado para o lançamento de um modelo de
veículo, peças foram içadas
de helicópteros e montados
apenas a carcaça do veículo
para uma tomada espetacular. Já abaixo, onde hoje se
encontra a aldeia, foram erguidas uma réplica de uma
aldeia tupinambá para rodar
o filme sobre o alemão Hans
Staden, participaram atores
consagrados como Stenio
Garcia e muitos outros do
próprio município.
Existem quatro rotas conhecidas para se chegar ao
cume, o mais utilizado e recomendado é por baixo do
pico, pelo território indígena
da Aldeia Renascer, existem
outros que saem do Ipiranguinha, do Sertão da Quina,
do Sertão do Ingá e pelo Núcleo Santa Virgínia no Vale
do Paraíba, que é necessário
agendar para o acompanhamento de um guia do núcleo,
o serviço é gratuito.
O Corcovado que foi importante fazenda de café e
açúcar abrigou muitos contos e mistérios, muitos deles
relatados por historiadores
da região. O local também
foi importante fornecedor de
Fotos: Claúdia Félix e Silas Fileto
Visual do nascer do sol no Pico do Corcovado: beleza sem igual
Campanha publicitária levou
carcaça de automóvel ao Pico do
Corcovado para foto e filmagem
bananas e mandioca, a localidade mantém propriedades
com as “digitais” de todos
os processos de desenvolvimento históricos e culturais,
algumas famílias mantêm,
timidamente, costumes ligados aos períodos coloniais,
que vem diminuindo por conta das restrições ambientais.
A visita requer muita atenção e cuidados, quer seja
pela segurança dos visitantes, pelo respeito às populações da localidade, pela
manutenção do trecho de reserva da Mata Atlântica. Em
seu entorno existem várias
cachoeiras. Não existe uma
legislação específica para
acampamentos no pico, mas
serve como diretriz o bom
senso e outros cuidados com
a segurança, nada de cortes
na vegetação, abandonar
lixo no local, sujar ou pixar
as rochas, produzir fogos e
brincadeiras que possam levar alguém a cair de lá de
cima.
Não raros foram os casos
de pessoas perdidas na floresta, que se aventuraram
sem as precauções devidas.
O local já foi passagem dos
Tupinambás, primeiros habitantes deste trecho de litoral,
depois dos negros índios e
dos colonizadores europeus,
por último, após a decadência do café, foi artéria importante para o contato com as
comunidades tradicionais do
litoral ao Vale do Paraíba,
ainda utilizada até hoje.
A visita ao pico do Corcovado é uma experiência indescritível e única, lá realmente
tem-se a sensação de poder
tocar o céu, tirar as estrelas
de lugar e segurar a lua, já na
subida nota-se a mudança do
tipo de mata, além da grata
surpresa em fotografar animais e flores lindíssimas. Lendas e fantasmas a parte, vale
a pena conferir mais um espetáculo desta Terra Tamoia.
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Planejar é preciso
Revisteca na Escola
Reflexão coletiva, responsabilidade, comprometimento, debates, análise, estudos...
Seguindo as normas da
Secretaria de Educação do
Estado de São Paulo, nos
dias 10,11 e17 de fevereiro
a equipe Gestora, professores e funcionários da Escola Áurea Moreira Rachou
reuniram-se para planejar
o ano letivo de 2010. Foram momentos de reflexão
de como serão os próximos
dias letivos, partindo da análise das metas atingidas no
ano anterior e estabelecendo novas metas para este
ano com o intuito de aprimorar o processo de ensinoaprendizagem,respeitando
as novas diretrizes da educação e buscando sempre
melhores resultados, além
da elaboração de um roteiro
de planejamento para o primeiro e segundo semestre.
Nos dias do Planejamento,
contamos com a presença
da PCOP Ludmila Sadocoff,
representando a oficina pedagógica de Caraguatatuba,
a qual sempre nos assessorou nas ações pedagógicas
para que pudéssemos atingir maior êxito. A Educadora
Profissional Gláucia expôs a
importância da integração
Cursos Gratuítos
Seja você também um voluntário da escola
Inscrições Abertas
sáb e dom 9h às 17h
O Programa Escola da Família
foi criado no dia 23 de agosto
de 2003 pela Secretaria de Estado da Educação. Ele proporciona a abertura de escolas da
Rede Estadual de Ensino, aos
finais de semana, com o objetivo de criar uma cultura de
paz, despertar potencialidades
e ampliar os horizontes culturais
de seus participantes. Reunindo
profissionais da Educação, voluntários e universitários, o Programa oferece às comunidades
paulistas atividades que possam
contribuir para a inclusão social
tendo como foco o respeito à
pluralidade e a uma política de
prevenção que concorra para
uma qualidade de vida, cada
Cursos:
Eletricista Instalador Residencial, Pintura Em Tecido,
Crochê, Kung Fu, Biscuit,
L.I.B.R.A.S, Alfabetização e
Violão
Escolinhas Esportivas:
Tênis De Mesa, Fut Sal, Vôlei, Basquete, Xadrez, Badminton e Capoeira.
Oficinas:
Hip Hop
Desenho Livre
Meia De Seda
Arte Em Jornal
Pesquisa Na Net
da Escola da Semana com o
Programa Escola da Família
aos finais de semana que
reflete no enriquecimento
da cultura e aprendizado
dos alunos.A diretora da escola Ana Maria de Faria disse que é preciso planejar,
porque é uma forma também de “renovar as rotinas
em sala de aula”.
vez melhor. Cada escola organiza as atividades dentro de 4
eixos: Esporte, Cultura, Saúde e
Trabalho. Os espaços escolares,
que, antes ociosos aos finais de
semana, passam a ser ocupados
com atividades planejadas para
a comunidade participante, favorecendo a essa o direito de conquistar e fortalecer a sua identidade. Assim, essa comunidade
com responsabilidade, apropriase desses espaços, agregando
no seu cotidiano valores essenciais para a edificação de uma
cultura participativa. Saiba como
participar do Programa Escola
da Família sendo um Educador
Universitário acesse o site www.
escoladafamilia.sp.gov.br
P.E.F. Escola Áurea Moreira Rachou - Rua Padre João Bayle, 1763 - Sertão Da Quina - Tel: (12) 3849-8259
A escola Áurea Moreira
Rachou no bairro do Sertão
da Quina conta com mais
uma ferramenta educacional e de reforço de leitura.
É a Revisteca, uma parceria
entre a escola e a Editora
Abril. Composta por várias
revistas da editora e dos
mais variados temas, ela
será utilizada por alunos e
professores para incrementar as aulas e as atividades
de conhecimento.
Para a idealizadora do
Projeto, a professora Mariana Cristina Blaia, o objetivo
principal é estimular a leitura. Mariana, que é professora de português e inglês, já
havia implementado o projeto em outra escola e trouxe esta novidade ao Áurea.
Por conta da escola ainda
não possuir uma biblioteca,
a idealizadora do projeto
buscou mais esta alternativa de leitura, já que havia a
necessidade de oferecer um
maior leque de opções aos
alunos e professores, além
de trabalhar temas atuais,
o que é difícil por conta da
maioria dos materiais que
existem. O contato foi realizado por telefone a editora,
a Resviteca será utilizada
em horários normais de aulas e ao que parece foi aprovado por todos.
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1º Março 2010
Turismo Rural: tendência de desenvolvimento para a região
Ezequiel dos Santos
O Litoral Norte, além das
atividades corriqueiras, deverá em poucos anos apresentar uma proposta de turismo
diferenciado. Um exemplo é a
procura por produtos e atividades naturais, a observação
de aves e animais, homeopatia, fitoterapia, o artesanato,
as atividades culturais e a
procura pelas rodas de conversa e música com conteúdo
cultural, o que acontece com
as visitas a aldeia, ao quilombo, aos pescadores, aos artesãos, as comunidades tradicionais, as ruínas e as roças
sobreviventes da especulação imobiliária e a legislação
ambiental restritiva.
Buscando uma melhoria
da qualidade de vida e bem
estar, muitos proprietários
rurais buscam a sua valorização e a do ambiente onde
está sendo explorado, destacando-se a cultura e a diversidade natural da região, proporcionando a conservação e
manutenção do patrimônio
material e imaterial, histórico,
cultural, natural e a preservação ambiental utilizando-se
de atividades sustentáveis.
No litoral existe este diferencial que são as atividades
ligadas a pesca e ao lazer
náutico, que tem um caminho interessante até chegar
ao consumidor. O que os produtores e pescadores da região querem é a reorganização social e econômica local
uma vez que proporciona benefícios diretos à população
local que participa direta ou
indiretamente das atividades
relacionadas com o turismo
rural, além de uma atividade
que não é só de temporada,
como acontece atualmente.
Vale lembrar de que a produção de gengibre foi destaque
em quase duas décadas de
existência, um exemplo de
sucesso da região foi o Sítio
Recanto da Paz no Araribá,
que foi o primeiro a exportador de gengibre de Ubatuba,
isso porque se utilizava apenas do produto in natura,
eram comercializados na região cerca de 300 toneladas
por safra para exportação.
Hoje além da venda in natura, muitos outros produtos
são transformados para melhorar o seu valor, além da
visita ao local, ainda em fase
de reestruturação, é um atrativo a parte. Também houve
o ciclo do café, da cana e dos
grandes alambiques, da banana, da mandioca, dos peixes, do artesanato. O turista
pode observar, mesmo que
de forma tímida, todas estas atividades na localidade,
onde experimenta um pouco de tudo, principalmente
as atividades de ecoturismo
com ênfase histórico e cultural. Por ter características
únicas, explora produtos característicos da região e que
possuam um valor agregado
único e específico.
Os produtores rurais buscam ainda uma aproximação
quase direta entre o consumidor desses alimentos e o
agricultor, o que favorece a
ambos em termos dos preços praticados, que podem
alcançar patamares mais razoáveis porque eliminam a
fase de circulação das mer-
cadorias. Existem cerca de
dez propriedades se preparando para a atividade e que
se comunicam entre si, o
que é o mais importante, já
que para os produtores considerar essa atividade como
sendo uma alternativa de
desenvolvimento sustentável
e a implementação de ações
integradas, necessita da cooperação de vários agentes,
pois o turismo rural não é
uma atividade isolada, é uma
atividade de comunidade, de
ações iguais as aquelas que
construíram a história da
Maranduba e que hoje pode
ser otimizada e vista com outros olhos.
Projeto de Lei
Em 2009, o vereador Rogério Frediani apresentou o Projeto de Lei 31/09 que institui
no âmbito do município de
Ubatuba, o Programa Municipal de Apoio e Incentivo Direto
à Agricultura Familiar e Turismo Rural, o projeto foi analisado e aprovado pelo Sindicato
dos Trabalhadores e órgãos de
assistência técnica, tecnologia
e extensão rural. O projeto
prevê diretrizes para uma política pública para o setor. O
projeto, que foi aprovado na
Câmara Municipal, foi rejeitado
pelo prefeito e o vereador autor lamenta a decisão. “Acredito que o prefeito não entendeu
o projeto, já que ele fala em
melhorar a qualidade econômica e social dos trabalhadores
rurais no município, além da
preservação ambiental e tem
como base as atividades diretamente ligadas às ações de
transição agroecológica”, termina Frediani.
Projeto Redes
A Agencia Paulista de
Tecnologia do Agronegócio
- APTA com a participação
da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral –
CATI e do Sindicato de Trabalhadores e Trabalhadoras
Rurais de Ubatuba, começam no próximo dia 08 a
visita as propriedades para
implantação dos projetos.
O Projeto Redes, aprovado
CNPq, possui duas vertentes, uma a de propriedades
de referência a agricultura familiar em transição
agroecológica e outro de
flores tropicais como alternativa de produção tem na
região da Maranduba cinco propriedades aprovadas
pelo projeto.
Além das atividades práticas o projeto prevê ainda
ciclos de capacitação que
vão desde gestão da propriedade rural, aspectos
da agroecologia, adubação
verde, legislação até produção de flores tropicais e estão programados até o mês
de abril. Os produtores informam que estão ansiosos
para dar inicio as atividades.
Capacitação do Trabalhador Rural
O ciclo de capacitação do
trabalhador rural começa já
no próximo mês, são cursos
pontuais e programas como
o de Olericultura Orgânica e
Turismo Rural, também haverá dois programas sociais de
alfabetização do trabalhador
rural na região sul. Entre os
cursos está o de Minhocultura, Eletricista 127 volts, Técnicas e formas de organização comunitária, Confecção
de rede de tarrafa, Pró-leite,
Empresário Rural e Orquídea.
Procure o Sindicato e filie-se
e participe das mais novas
tecnologias em agroecologia
e capacitação do mercado rural, o de ordenamento da propriedade, de notas fiscais de
produção, do comércio e das
vendas dos produtos, além
dos movimentos em defesa
e organização do trabalhador
rural e sua família e outros.
No ano de 2009 foram cerca
de 250 trabalhadores capacitados e grande parte já começou a mudança das propriedades para ganhar mais
dinheiro com os métodos da
capacitação.
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Vamos falar sobre turismo
Fernando Pedreira
Gostaria de dar as boas vindas ao Emilio que retorna
como o bom filho e agradecer
pela oportunidade de poder
falar com nossa comunidade.
Neste momento o empresariado está reclamando da
baixa qualidade do turismo
que a cada ano piora.
Sempre aparecem as justificativas, e neste ano foram
as chuvas que provocaram os
deslizamentos que prejudicaram o transito etc.etc.
A bem da Verdade, precisamos esclarecer que este é o
resultado que se obtém toda
vez que se explora um recurso turístico sem ser devidamente formatado e aí sim
passar a ser um Produto Turístico Comercializável.
A Praia é um produto ou um
recurso turístico?
É um Recurso Turístico e
precisa muita coisa para passar a ser um Produto Turístico Comercializável e ao explorarmos o recurso estamos
matando a galinha dos ovos
de ouro. Estamos vendendo
a pizza sem a caixa e o entregador. Corremos o risco e
isso vem acontecendo do turista sair insatisfeito.
Para passarmos a ter um produto turístico necessitamos de:
Organização, Lixeiras, Comunicação Visual, Banheiros
decentes, Centro de Informações Turísticas, Guarda
Turístico, Fiscalização e principalmente de um Plano de
Manejo, ou seja, não podemos colocar nem na praia,
nem na região, mais do que
a sua capacidade de receber.
E este é o ponto principal do
problema que se agrava com
a falta de organização e fiscalização do poder público,
algumas leis já existem e outras deveriam ser elaboradas.
Com isso o Turista que tem
poder de compra procura
outros destinos onde conseguem o conforto que querem
e fica aqui cada vez mais os
que não tem o mesmo poder.
Antes de dar continuidade
as teorias, gostaria de passar
algumas informações sobre
ocorridos quando da nossa
gestão no Conselho Municipal de Turismo.
Com a parceria da Associação Comercial e do Sebrae,
para o Programa de Desenvolvimento do Turismo Receptivo PDTR, a participação
de lideranças comunitárias
da nossa região e da então
Vereadora Luciana Machado
conseguimos elaborar projetos que apresentamos ao
Conselho e que foram rejeitados em nome de um Plano Municipal de Turismo que
não foi formatado até ontem
e lá se vão cinco anos.
Passei a ser Vice-Presidente
do Conselho e Conselheiro
Regional de Turismo, nesta
última participamos de uma
Capacitação na Fundação Getúlio Vargas, promovida pelo
Governo do Estado, através do
Secretário Fernando Longo.
Éramos a “menina dos
olhos” do Secretário, foram
promovidas várias feiras de
turismo, muitas delas dirigidas às agências e operadoras
de turismo e nossa participação nula, o custo? Apenas o
de enviar uma pessoa, estada e alimentação. Apesar de
frustrarmos a expectativa do
Secretário, ainda assim destinou R$ 800.000,00 para
a reurbanização da Praia
do Itaguá que até hoje não
terminou e ficou somente
da reforma da Praça Alberto
Santos.
No outro Projeto, o Circuito Litoral Norte, do Governo
Federal e do Sebrae, nosso
Prefeito pediu na época afastamento, alegando falta de
verba, as feiras promovidas
tinham o stand do Circuito Litoral Norte com Ilhabela, São
“Com isso o Turista que tem poder de compra procura outros
destinos onde conseguem o conforto que querem e fica aqui
cada vez mais os que não tem o mesmo poder”
Sebastião e Caraguatatuba e
ficávamos de fora. Este Projeto é financiado em 50%
pelo Sebrae e os outros 50%
seriam divididos nas quatro
Cidades.
Ações como estas deixam
claro o desinteresse deste
governo no Desenvolvimento
do Turismo e agora colhemos
o que plantamos.
Na próxima matéria iremos
levar a Vocês de forma reduzida os projetos do PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO
DO TURISMO RECEPTIVO
que hoje o Sebrae abandonou para abordá-lo de forma
regional.
Agora em Março retornam as
atividades e é uma boa oportunidade para os empresários
que quiserem participar, daremos informações.
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Jornal MARANDUBA News
1º Março 2010
Discussão acalorada marca reunião de Quilombolas na Caçandoca
Ezequiel dos Santos
Com quase uma hora de
atraso, no último dia 26
na Caçandoca, cerca de 80
pessoas entre autoridades,
representantes de entidades governamentais, técnicos, coordenadores de
movimentos e comunidade
participaram de uma reunião sobre a situação dos
quilombos em Ubatuba, em
especial o quilombo Caçandoca.
Participaram do evento o
Procurador de Justiça Federal, Dr. Jefferson Aparecido
Dias (Procurador Regional
dos Direitos do Cidadão),
Deputado Estadual Simão
Pedro-PT, Roseli Oliveira
da Coordenadoria da Secretaria Estadual de Justiça,
Luiza Helena do gabinete
do Deputado José Candido,
Jecé Luis Bento do Gabinete do deputado Vicentinho,
Homero Martins antropólogo do Incra, Gustavo Giroti representante do Desembargador Federal Dr.
Jersino Silva Filho-ouvidor
agrário, Assessoria do vereador Rogério Frediani, Shinji
Yoshino representante do
Ministério de Minas e Energia, engenheiro Adriano Lopes de Melo, novo gestor do
Parque Estadual da Serra
do Mar, Engenheiro Antonio Marchiori da Cati, Jose
Roberto Coordenador do
Itesp e representantes do
Sindicato dos Trabalhadores
Rurais e dos quilombos da
Fazenda da Caixa, Sertão do
Itamambuca, Cambury e o
Presidente da Associação do
Quilombo da Caçandoquinha Mario Gabriel do Prado.
Por vários momentos o
encontro tomou duas vertentes, uma a das questões
de desenvolvimento da área
quilombola e suas necessidades; e outra referente à
existência de duas associações em um mesmo territó-
Duas associações discutem o futuro do Quilombo da Caçandoca na presença de autoridades
rio, o que por varias vezes
tornou o evento mais acalorado, principalmente por
conta das conversas paralelas sobre as duas associações. Os ânimos se assentaram quando interveio Oriel
Rodrigues do Quilombo Ivaporunduva, do Vale do Ribeira, que questionou o conflito
entre irmãos quilombolas,
dizendo que os inimigos dos
quilombolas são outros, os
latifúndios e não membros
da mesma família.
Antonio dos Santos que é
o atual Presidente da Associação dos Remanescentes
da Comunidade do Quilombo Caçandoca solicitou
explicações aos representantes e autoridades. Os
temas foram os mais variados e que segundo Antonio
encontravam-se pendentes.
Uma delas foi à questão da
reconstrução e reformas das
casas dentro do território,
a não implantação de rede
de energia elétrica em algumas casas, desenvolvimento do território, as invasões
no local e da desobediência
do prefeito municipal sobre
uma ordem judicial. Por conta das duas associações par-
ticiparem do evento, muitas
questões foram discutidas
sobre a legalidade da situação. Para o Procurador Federal Jefferson Aparecido,
a situação é nova para ele,
que veio mais ouvir para
tomar uma impressão, mas
deixa claro que a palavra de
ordem é a união.
O Itesp e o Incra reconhecem as duas associações,
embora à posição do Incra
de São Paulo seja contrario
a duas associações em uma
mesma área, já que a prioridade para a titulação é por
facilidade, comenta Homero
Martins.
A Fundação Palmares foi
questionada sobre o reconhecimento da Associação
da Caçandoquinha. Para
Mario Gabriel do Prado ninguém é obrigado a se associar a esta ou aquela associação para ser reconhecido
quilombola, como está na
Lei.
Já Antonio diz que a Fundação Palmares arrumou um
problema para todo mundo
e em vez de causar tumulto, deveria desapropriar a
Lagoa que ainda tem as paredes das ruínas da fazenda.
O Incra informou as autoridades de que segue o
caminho da auto-pertencença, isto é, o auto reconhecimento da pessoa como
quilombola. Homero informa
ainda que existe uma insegurança jurídica quanto à
questão do reconhecimento
dos territórios de quilombo,
pois existem varias ações no
Supremo Tribunal Federal
contestando o território de
quilombo. “Embora ainda
que haja duas associações,
trata-se de uma mesma comunidade em território comum, por isso pode haver
duas certidões em um único
território”, termina Homero,
falando sobre a questão das
duas associações.
Outra questão levantada
foram sobre os entendimentos para a criação de
um Plano Estadual para Quilombos no Estado de São
Paulo, comentário feito pela
coordenadora da Secretaria
Estadual de Justiça, que solicitou ainda a colaboração
de todos os órgãos para a
efetivação do plano.
Discutiram ainda sobre a
elitização das leis ambientais
que se sobrepõe sobre as
outras leis e que vem atrapalhando o desenvolvimento das comunidades, não só
dos quilombolas. Adriano,
gestor do Parque Estadual
diz que está à disposição
das autoridades e das comunidades, já que assumiu
a gestão há pouco mais de
um mês. Marchiori explicou
que quem precisa trabalhar
não tem tempo para esperar autorização para plantar. A fome não espera.
Tem que haver uma solução
para esta situação, se houver mudança de postura dos
gestores no tratamento a
vida destas pessoas, muita
coisa mudaria consideravelmente. Para o engenheiro é
necessário ações de curto,
médio e longo prazo a estas
comunidades.
O tema chegou a responder questões como à
implantação de rede de
energia elétrica nas comunidades que moradores haviam cobrado do representante de Minas e Energia.
No final da reunião em um
clima mais ameno todos torceram por um entendimento entre as duas associações
a marcação de uma agenda
comum para dar andamentos as discussões do dia.
“Nós não somos inimigos,
eu não quero ver quilombola saindo no tapa com outro
quilombola aqui, eu quero
e que as autoridades resolvam a situação”, comenta
Antonio.
Vale lembrar que o Ministro da Igualdade Racial Edson Santos esteve no final
do ano passado e solicitou
o entendimento entre as associações e que neste clima
conciliador foi muito oportuno a fala do Dr. Jéferson “A
reunião caminhou para um
lado positivo, conseguimos
avançar bastante e espero
que isto seja um marco na
vida de todos”.
1º Março 2010
Jornal MARANDUBA News
Sertão da Quina e as Cachoeiras do Paraíso
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Texto: Ezequiel dos Santos - Fotos: Emilio Campi
Nenhum outro ponto do planeta reúne tantas belezas quanto o litoral paulista. Mas para curtir estas belezas como se deve há que existir respeito, tanto as pessoas quanto aos recursos naturais. Na região da Maranduba não é diferente, são poços e cachoeiras exclusivíssimas, algumas isoladas e outras ainda desconhecidas
do grande publico, respeitar os recursos naturais é o mínimo para manter este recurso finito belo e seguro intacto ao menos para que nossos netos possam curtir
e aproveitar este pedaço do paraíso. Ah! Ía me esquecendo, é recomendável o uso de repelente, e o frasco, mesmo vazio, por favor leve-o de volta.
Cachoeira do Correia - Parece tão pequena que é de quem chegar primeiro. Na realidade trata-se de uma piscina natural, considerada rasa é um
atrativo para todos. Seu escorregador natural é pequeno e requer cuidados
na hora de deslizar. A pedra do meio serve de local para tomar sol, ou apenas
observar os que se banham em suas águas límpidas e frias. Existe um pequeno poço acima que de tão raso é utilizado por pais que ficam a vontade com
os filhos pequenos para um refrescante banho. Por ter muitas pedras o cuidado é essencial, quando chove o local fica muito liso e a falta de atenção pode
acabar com a curtição. Este atrativo natural não merece servir de deposito
de lixo e nem de pessoas que cortam galhos ou coloquem fogo na sua área.
Cachoeira do Poço Verde - O Poço Verde não este nome à toa. Seu nome
já diz tudo: o local que é cercado por pedras tem um ótimo local para saltos e
mergulhos em suas águas verdes escura. Só é possível se chegar lá pela trilha
ou subindo o rio. Para as duas opções há que se tomar muito cuidado, pois o
local está dentro Mata Atlântica e deve ser respeitada, assim como a população
local vem fazendo. Na parte de cima tem um pequeno poço, raso, mas para
quem quer ficar só de papo pro ar é o ideal. Embora seja um poço pequeno é
de uma profundidade razoável. Na pedra que dá a corredeira no local existe
um buraco onde as pessoas costumam se esconder e deixar a força da água
realizar uma gostosa massagem. Desejamos bons e relaxantes mergulhos.
Cachoeira Dois - A Cachoeira Dois é um daqueles locais que você não
enjoa. É um poço relativamente grande com uma pedra quase no meio
onde se pode descansar depois de umas braçadas. Um dos lugares mais
procurados tem uma minúscula praia de onde as crianças podem brincar
e tomar banho. O local não dá pé e muitos chegam dando deliciosos pulos de mergulho nestas águas limpas e prazerosas. Também é bom para
quem quer aprender o mergulho de snorkel. Todos os dias muita gente
dá uma passadinha lá. Vale lembrar de manter o local limpo e respeitar a
natureza. Foi ela quem deixou este patrimônio para nós.
Cachoeira da Renata - Para matar a vontade de água doce a cachoeira da Renata tem o maior e mais fundo poço da localidade. Possui uma
pedra de cerca de cinco metros de altura para saltos. Abaixo desta pedra
existe uma menor, para quem não se sente seguro nas alturas. Local ideal
para dar boas braçadas, mergulhar de snorkel. Uma pedra serve como escorregador e observatório. É possível descer de bóia até o poço. Rio acima
existe um pequeno poço e requer cuidados para alcançá-lo. Por estar em
meio a Mata Atlântica, todo cuidado é pouco. Por vezes é avistado cobras
nas trilhas. É recomendado o máximo cuidado já que somos nós quem
invadimos o lugar dos animais. O local não combina com sujeira abandonada na mata ou nas pedras e nem com galhos de arvores cortados e
retirada de espécimes da floresta. Vale lembrar que isto é crime ambiental
e como todos vão para curtir estas águas maravilhosas. Respeito e bom
senso são fundamentais.
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Jornal MARANDUBA News
1º Março 2010
Gente da nossa história: João Rosa, patriarca do Sertão
Nascido em 07 de setembro de 1902 em meio as casas de pau-a-pique, roças e
rios, o caiçara João Manoel
dos Santos, carinhosamente
conhecido como João Rosa,
é considerado patriarca do
Sertão da Quina. De família de agricultores, caçadores, pescadores e artesãos,
seu pai, Manoel Gaspar dos
Santos, a mãe, Rosa Félix de Jesus foram um dos
colonizadores da região por
volta de 1850.
João Rosa foi um homem
alto, de pele e olhos claros,
de musculatura forte, de
passos firmes e determinados. Embora de aparência
bruta por conta do modo
de vida da época, por dentro havia um coração e um
amor maior que seu peito.
João sabia da sua tarefa na
comunidade. Ficou viúvo
por três vezes e destes matrimônios teve doze filhos,
43 netos, 72 bisnetos e 11
tataranetos.
Segundo Benedito Manoel
dos Santos, 80, João Rosa
tinha o costume de marcar
cada um novo membro da
família para não perder as
contas. Existe um vídeo de
um de seus últimos aniversários aonde é possível ver
grande parte da família reunida, falta agora escolher
um dos filhos para que esta
tradição possa continuar.
João Rosa teve uma contribuição importante na formação da cultura, da educação, da construção do
patrimônio imaterial e material, da amizade, da ca-
maradagem e da formação
histórica e religiosa desta
localidade.
Homem destemido para o
trabalho, filho atencioso, pai
dedicado, avô querido, bisavô herói e tataravô paciente, chegou a ir várias vezes
a pé para Santos para trabalhar nos bananais. A saudade ainda é latente à maioria
dos moradores da região e
da cidade. Participou indiretamente da Revolução de
1936, colaborou com a catástrofe de Caraguatatuba,
buscava ajuda em Ubatuba,
levava nas costas barris
de pinga do sertão até a
Maranduba para serem vendidos em Santos. Saía a pé
em busca de ajuda na cidade de Caraguatatuba, já
que Ubatuba, mesmo naquela época, negava o atendimento.
Certa vez, com outros moradores, reclamou ao então
deputado estadual Alberto
Santos, sobre a situação do
acesso principal do bairro,
também participou do processo de tentativa de emancipação da região na década
de 1940. Trabalhou ainda
na obra da construção das
duas primeiras capelas, na
primeira ponte, na abertura
de estradas. Fez muita amizade em Ubatuba, um deles foi seu Juquinha, antigo
farmacêutico do centro da
cidade, antecessor de seu
filhinho, colaborou na abertura de vários acessos, era
co-organizador dos eventos
religiosos. Era o primeiro a
receber as autoridades, or-
ganizador de vários mutirões, sua moradia era a primeira a abrir as portas para
os visitantes, os padres e
missionários, foi ele quem
inaugurou a primeira capela em 1917, a iluminação
pública em frente à igreja.
A primeira bacia de privada, que veio de Santos, foi
instalada em sua residência
para atender os missionários.
João Rosa é símbolo da
resistência histórica, cultural
e religiosa, já que foi uma
das testemunha da aparição
da jovem mulher em 1915.
Na década de 1990 temendo a tomada do morro de
Emaús pela SABESP, João
Rosa resolveu contar parte
do segredo da Santa e da
importância do Morro do
Emaús (Morro do São Cruzeiro). Felizmente a companhia respeitou seus moradores e desistiu da obra. Foi,
para todos os moradores, o
evento de maior tensão.
Considerado uma biblioteca ambulante, João Rosa foi
fonte de inspiração de vários historiadores e diversas
pesquisas. Sua simplicidade
refletia na liberdade de um
bom bate papo, na transmissão de seu etnoconhecimento, na informação específica
sobre o tempo, a fauna, flora, o modo de vida, na surpresa de sua sabedoria e no
acerto de seus conselhos. Foi
através dele que foi levantado o primeiro histórico sobre
a aparição de Nossa Senhora
das Graças, que até então
era considerado um mistério.
Texto e Foto: Ezequiel dos Santos
A ele, ainda em vida, fora
perguntado se gostaria de
nascer na década de 1990,
ele responde que não e reforça sua opinião dizendo:
“Deus me deu mais do que
eu precisava e muito mais
do que eu merecia, agora é
só esperar Ele me chamar”,
e Ele chamou. Foi no dia 19
de setembro de 1999. Neste dia o tempo parou para
despedir do tio, do pai, do
avô, do amigo, do compadre João Rosa.
Sentir apenas saudades
deste cidadão é pouco ainda
pelo o que ele fez a nossa
região. Mesmo singela, João
Rosa teve como homenagem, através de uma Lei
Municipal, a colocação de
seu nome na ponte sobre
o Rio Maranduba, ou rio da
Laje e que até o momento
a prefeitura ainda não colocou a devida placa, assim
como em outras homenagens a outros amigos de
João Rosa.
1º Março 2010
A Lenda do Corcovado
A estória que vou contar
nada tem absolutamente
com o famoso pico que orna
o belíssimo pano de fundo
do maravilhoso cenário que
é a Baía da Guanabara. O
Corcovado em questão é
o que se encontra próximo
desta cidade, para as bandas do sudoeste.
É uma formidável corcunda de pedra que se eleva da
silhueta da Serra do Mar, da
qual é, nestas redondezas, o
ponto mais elevado, fazendo realçar essa giba desde
Picinguaba até a ponta do
Martim de Sá, nas proximidades de Caraguatatuba.
Aqui o Corcovado não tem
a airosidade e o prestígio do
seu colega do Rio de Janeiro, não recebendo visitas de
turistas deslumbrados. Não
recebe, mesmo porque as
rejeita. Castiga severamente quem ousa mergulhar no
mistério em que vive.
Ouçamos:
Pouco depois de Jordão
Homem da Costa vir com
diversas famílias povoar a
antiga aldeia de Iperoig,
já então com o nome de
Ubatuba, aventureiros daquele tempo quiseram ir ao
topo do Corcovado. Os primeiros que isso tentaram
foram dois rapazes, jovens
ainda, Pablo e Juan, filhos
de um fidalgo espanhol,
proprietário aqui de vasta
sesmaria.
Partiram aos primeiros
clarões de uma fresca madrugada de abril, confiantes
no êxito dessa aventura.
Mas, passaram-se dias sem
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Jornal MARANDUBA News
que voltassem, começando
aí a inquietação na família
dos moços. Julgou-se que
eles se haviam perdido,
mas, ao certo, não se conseguiu saber por que não
regressavam.
Um escravo do espanhol,
favorito de Pablo, prometeu
ao seu amo ir buscar notícias do “Sinhô Moço” no
cimo do gigante de pedra.
Seus companheiros, ao pé
da escarpa, viram-no subir agilmente agarrando-se
aos cipós e às saliências da
Extraído do livro “Ubatuba - Lendas & Outras Estórias”
de Washington de Oliveira (“seo” Filhinho)
Bartolomeu, da Ordem dos
Franciscanos. Esse frade
permaneceu mais alguns
dias nesta vila e, ouvindo
dos habitantes a narrativa
do fato acima relatado, e de
outros que se sucederam,
declarou
decididamente
que iria ao topo do Corcovado, onde, para provar a
ascensão, colocaria uma
grande bandeira vermelha,
perceptível aos que o acompanhassem até ao pé, da
aterrorizadora escarpa. E se
bem o disse melhor o fez. A
te à espera do missionário.
Mas era por demais apreensiva a situação daqueles
homens. O silêncio parecia
estrangular a Natureza que,
de instante a instante, num
arranco horrível, gemia
agonicamente pela garganta de um pássaro noturno.
Meia noite! Seria meia
noite, quando uma exclamação quase de alívio partiu daqueles peitos ofegantes:
- Ei-lo!
De fato, pela rocha nua,
reram todos para recebê-lo,
mas...
- Onde está frei Bartolomeu?!, perguntaram-se
com os olhos. Não mais o
viram. Esperaram-no mais
algum tempo, porém o frade não desceu. Um deles
gritou e o eco respondeu
lá no fundo, nas gargantas
sombrias da cordilheira.
Logo depois um gemido
horrível partiu, não sabem
de onde, envolvendo a floresta inteira!
Um frio de morte, uma
sensação ignota agitou as
carnes daqueles homens.
Sem articular palavra, lívidos, completamente desnorteados, abandonaram
em disparada aquele sítio
maldito, ouvindo o eco sumir longe, muito longe, na
imensidão da noite!
***
pedra e depois sumir lá no
alto por entre moitas de samambaias.
Esperaram-no até o dia
seguinte. Nada. Voltaram
outros dias à sua procura,
mas, como os desventurados Pablo e Juan, nunca
mais o preto apareceu.
Em 1697, quando ao primeiro centenário da morte
de José de Anchieta, veio
de São Vicente rezar missa
na Capelinha de Ubatuba
por intenção da alma do
grande catequizador, frei
grande comitiva que nesse
lugar ficou postada viu, horas depois, bem lá no alto, o
desfraldar da sanguinolenta
bandeira que frei Bartolomeu levara consigo.
Um frêmito de alegria espalhou-se por todos aqueles observadores, ansiosos
pela volta do padre que, de
regresso por certo desvendaria o porquê misterioso
do Corcovado. Esperaramno debalde. Alguns homens
dos mais corajosos dispuseram-se a ficar durante a noi-
lentamente,
arrastava-se
frei Bartolomeu, pelo mesmo trajeto pelo qual havia
subido. Devia estar cansado. De vez em quando
parava arrumando o hábito
marrom, sustendo na cintura o frouxo cordão branco,
e parecendo levar por vezes
aos lábios o níveo crucifixo
de marfim que lhe pendia
ao peito. Um vago clarão de
lua jorrou sobre a monástica figura denunciando um
livor funéreo em suas faces
tristes e descamadas. Cor-
Hoje ainda, à meia noite, quem se for postar ao
pé, da misteriosa elevação
verá a figura do venerável
frei Bartolomeu descer lentamente pela rocha nua,
sem nunca, porém, chegar
à base.
***
Dizem que o Corcovado é
encantado, ocultando uma
rica mina de ouro pertencente a um gênio que a
defende dos homens. Ouro
lá existe, e vou provar com
outro fato verdadeiro, como
verdadeiro é o que acabo
de contar.
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1º Março 2010
Jornal MARANDUBA News
Maré Cheia de Lua
Camilo de Lellis Santos
Que ela é inspiração para
os apaixonados todo mundo
sabe, que ela abriga o guerreiro São Jorge alguns vêem,
que ela foi explorada por nossos astronautas todos comprovamos e que ela influencia na
maré dos oceanos, será que
todo mundo entende?
A Lua é o nosso satélite
natural. Como todo astro ela
exerce uma força sobre o planeta Terra e é exatamente
essa força que permite haver
as subidas e descidas da maré.
Sabiamente os moradores de
Ubatuba utilizam as fases da
Lua para pescar e caçar alguns animais que habitam a
areia da praia. Talvez o que
nossos ilustres moradores não
saibam é que todo astro possui uma massa (o que determina um peso). O Sol, a Lua
e a Terra estão relativamente
próximos uns dos outros devido a essa massa que gera
uma força: a força da gravidade. Essa força diz que os
corpos se atraem em função
da massa e da distância entre
estes corpos. Resumidamente,
quanto maior for a massa dos
corpos que se atraem maior
será a força gravitacional,
porém quanto mais distantes
estiverem esses corpos menor
será essa força. A Terra é sólida e a Lua também, uma atrai
a outra, mas ninguém sai do
lugar, entretanto os oceanos
são líquidos e, portanto são
eles que se movem pela ação
da força gravitacional. Por isso
que temos ao longo do dia subidas e descidas da maré. Mas
lembre-se que a Terra está
girando constantemente em
torno de si, e que esse movimento de rotação determinará
uma força resultante em pontos opostos da Terra. Hum?
Que? Como assim? Veja bem,
se aqui em Ubatuba está uma
maré cheia porque a Lua está
atraindo a massa de água das
nossas praias, lá do outro lado
do planeta no Japão a maré
também estará cheia devido
à força resultante gerada pelo
movimento de rotação da Terra em torno de si.
Quando perguntamos ao
caiçara do bairro do Sertão
da Quina, Aristides Félix dos
Santos (69 anos) mais conhecido como Canéco, se a Lua é
importante para a pesca, ele
afirma expressivamente que
sim, e ainda completa dizendo
que “o melhor momento para
a pescaria é na época de água
mais quente, que é na lua
cheia, onde a maré está cheia,
o peixe avança para praia, pois
o limo, outros sedimentos, pequenos seres vivos, mariscos e
folhas carregam alimento até a
parte rasa, onde está rico em
comida para os peixes, principalmente no peral, onde existem muitos buracos quando
vaza a maré. Onde na maré
cheia estes buracos estão com
água o suficiente para os peixes procurarem comida e tornar a pesca mais atrativa”. A
sabedoria do pescador Canéco
tem todo fundamento, pois ele
sabe que durante as luas Cheia
ou Nova a maré sobe muito
mais e desce muito mais do
que durante as luas Crescente e Minguante. Para entender
melhor como isso funciona ob-
serve a figura que esquematiza
a ação das luas sobre a maré.
Durante as luas Cheia ou
Nova, temos um alinhamento
entre a Terra, a Lua e o Sol,
todos eles exercem ação da
gravidade sobre os oceanos,
e as forças gravitacionais da
Lua se somam com as forças
do Sol, por isso a maré sobe
muito, invade a praia e faz
nossos turistas perderem o
guarda-sol, nessa fase temos
a Maré Viva ou de Sizígia. Mas,
durante as luas Crescente e
Minguante, a Lua, a Terra e o
Sol formam um ângulo de 90°
entre si, e dessa forma a Lua
exerce uma força de atração
dos oceanos numa direção,
e o Sol exerce essa força em
outra direção, dessa forma as
forças tendem a se anular, e
a maré não apresentará variações bruscas de subida e descida, nessa fase temos a Maré
Morta ou de Quadratura.
Devido à ação das forças
apresentadas é que temos ao
longo de um dia (24h) uma
subida da maré, uma descida,
outra subida e outra descida.
Mas saiba que se a maré hoje
esteve em seu momento mais
cheia pelas 9 horas, amanhã
ela estará na mesma fase somente pelas 9h50. Esse atraso
de 50 minutos entre os dias se
deve ao fato de que, ao contrário da Terra que leva 24 horas para dar uma volta em torno do seu próprio eixo, a Lua
leva 24 horas e 50 minutos
para dar uma volta completa
envolta da Terra.
Faça sol ou faça chuva, ela
sempre está lá. Às vezes, cheia
de tanto nos admirar, outras
vezes exibida com seu olhar
crescente sobre nossas praias.
Mas nunca esqueça caro morador e turista ubatubense,
por mais minguante que esteja seu ânimo, olhe para o céu,
sorria, pois sempre há uma
nova lua para se observar.
1º Março 2010
Jornal MARANDUBA News
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Educação e bem estar para criança não pode faltar
Jéssica Silva Souza
A EM Escola Agostinho Alves
da Silva, localizada na Rodovia SP 55 Km 72,5, bairro da
Lagoinhas é bem antiga, tem
mais de 40 anos e sofreu algumas reformas que ajudaram,
mas não solucionaram os problemas.
A escola atende 2 pré-escolas, o primário até quarta serie do quinto ano e uma sala
para alfabetização dos adultos
a noite. As salas são muito
baixas, o que no verão deixam
um calor horrível para as crianças que estudam na parte da
tarde. O espaço físico para as
atividades de educação física
e lazer infantil ocupa media 5
metros, que vão se afunilando
por uns 8 metros até chegar a
uns 80 centímetros. Por conta
desse pequeno espaço para
recreio as três salas de cada
período estão tendo horários
separados por falta de espaço.
As atividades físicas de cada
sala são feitas na beira da
praia, em jardins de proprietários, isso só quando o tempo
esta bom, é claro. As poucas
festas que escola realiza são
feitas na beira da rodovia, correndo risco de algum acidente.
A escola depende do auxilio
da comunidade e da igreja
local que cede o espaço para
formaturas e até para reunião
com os pais, pois lá não haveria condição.
Mesmo com todos esses
problemas, temos um projeto
junto à prefeitura que vem se
arrastando a mais de 20 anos,
que é a construção de uma
nova escola, com área física
suficiente para a escola com 5
As crianças fazem apresentação ao lado da rodovia ou no salão da igreja da Lagoinha (abaixo)
salas, área para quadra de esportes e ainda haveria espaço
para uma futura ampliação.
Ela atenderia cerca de 500 famílias, que enviam seus filhos
para escolas em outros bairros
e até para cidade vizinha por
conta da condição da mesma.
Na ultima eleição recebemos
mais uma vez a promessa da
construção. Na ocasião o atual prefeito, Eduardo César, fez
à promessa a comunidade e
até mandou o então secretario da educação com um projeto da escola (que temos em
mãos) que vistoriou o terreno
localizado na Rua 6, que seria
para escola. Hoje tudo que temos é um projeto que esta na
Câmara Municipal com a data
prevista para inicio em meados de 2012.
No dia 26 de fevereiro de
2009 recebemos a visita do
Deputado Estadual Simão
Pedro (PT), que se sensibilizado com a situação de
nossas crianças e de nossa
região, foi conhecer a escola
e o terreno da “promessa”,
juntamente com o estudante Vitor e o Sr. Mauricio que
viabilizaram este encontro.
Desde já agradeço o interesse e a disposição do
Deputado e dos Amigos de
Ubatuba e por conta do longo prazo dado pela nossa
prefeitura e também da falta de verba solicitamos em
nome das nossas crianças e
da comunidade o auxilio daqueles que possam concretizar esta necessidade.
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1º Março 2010
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VEÍCULOS
Maranduba – Edícula, nova,
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murado, aterrado, 200mts
da praia – escritura definitiva - R$ 48.000,00 (12)
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---------------------------------Lagoinha – Ótima casa, 03
quartos, demais dependência, edícula, 360m2 de terreno – 150m2 de construção, - R$ 130.000,00 (12)
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---------------------------------Lagoinha – Sobrado condomínio horizontal, novo ,
02 quartos, 02 banheiros,
sala, cozinha, quintal, 70m2
construção – 3000m2 de
terreno – R$ 140.000,00 facilitado. (12) 3843.1982
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Foto do Leitor
Envie sua foto com assunto relacionado a região Sul de Ubatuba
Envio com certo constrangimento imagem registrada
por mim em nossa querida
Maranduba na data de
25.02.2010. Explico-me
melhor - nestas imagens
estão presentes apenas
um pequeno grupo de um
grupo maior de urubus que
povoam a “nossa praia”.
Envio estas imagens na esperança que alguém possa
atuar no sentido de controlar o número destas aves.
É um absurdo que uma
praia turística tenha a presença de tais aves!!!
Belinda Goldberg
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da região sul de Ubatuba e norte de
Caraguatatuba. O jornal não tem qualquer interesse ou participação dos negócios aqui propostos. Para facilitar o
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procedência dos mesmos. Portanto, o
Jornal Maranduba News não se responsabiliza pelos anúncios aqui veiculados.
Acidente na Maranduba
Um acidente entre dois veículos aconteceu na tarde
do último sábado (27/02)
próximo a entrada da subprefeitura na Maranduba.
O veículo Ford Fiesta placas
HBW-8315 de AndrelândiaMG conduzido por Mauro
Cesar de Carvalho, colidiu
com o VW Gol placas CTI6628, de Itaquaquecetuba,
conduzido por Domingos
Edvan de Souza.
Segundo os condutores,
o Fiesta vinha sentido
Caraguatatuba quando o
Gol, que estava no acostamento sentido Ubatuba,
atravessou a pista. O motorista do Fiesta tentou frear,
desviou, mas acabou coli-
dindo com o Gol, e saiu da
estrada, quase caindo na
vala que margeia a rodovia.
Felizmente não houve vítimas, apenas duas passageiras do Fiesta sofreram
escoriações leves e foram
atendidas no Pronto Atendimento da Maranduba.
A Polícia Rodoviária Estadual e o DER estiveram no local atendendo a ocorrência.
DVD “Caraguá: da catástrofe ao progresso”
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1º Março 2010
Saúde na 3ª Idade
Adelina Campi
Todos nascem, crescem, amadurecem e envelhecem. O
tempo e a forma como se processam essas fases depende
de cada indivíduo, da sua programação genética e de fatores ambientais.
O processo de envelhecimento
acontece no dia a dia e será
cada vez mais intenso quanto
maiores forem as interferências negativas em nosso organismo. Sendo assim, podemos
retardar ao máximo o processo
de envelhecimento adicionando mais vida aos anos e não
somente mais anos a nossa
vida.
Fatores que interferem na
saúde:
1. Hábitos de vida – 51%
2. Hereditariedade – 20%
3. Condições ambientais –
19%
4. Doenças – 10%
Os hábitos de vida são os fatores que mais agravam os problemas de saúde, dentre eles:
estresse, fumo, bebidas alcoólicas, vida sedentária, drogas,
sono, alimentação inadequada.
Reveja o que você faz no seu
dia a dia e identifique os fatores positivos e negativos e
comece as mudanças para garantir um futuro melhor. Destine uma parte do seu tempo
para fazer exercícios físicos,
que devem ser seguidos no ritmo de cada indivíduo, para o
seu conforto e prevenir lesões
e, sobretudo, para que possa
sentir gradualmente os seus
benefícios, como: dormir melhor, menos estresse, menos
prisão de ventre, postura melhor, controle do peso, da pressão alta, do diabetes e para
garantir mais energia e dis-
Página 15
Jornal MARANDUBA News
posição. Os exercícios devem
ter uma duração média de 30
minutos e freqüência diária ou
em dias alternados.
Um envelhecimento saudável
e bem sucedido é marcado
por uma redução no risco de
doenças e pela prevenção ou
reversão da perda funcional,
garantindo a manutenção de
uma vida independente e autônoma.
As condições ambientais como
calor forte, frio intenso ou
temperaturas oscilantes podem influenciar no aparecimento de doenças, diminuindo
a resistência das pessoas.
Os antecedentes hereditários,
ou seja, aqueles que herdamos de nossos pais e avós,
são um sinal de alerta para o
nosso futuro. Informar ao seu
médico sobre as doenças que
costumam ocorrer em sua família o ajudará quanto a melhor maneira de prevenção e
controle.
Dicas para manter a saúde:
1. Tomar as vacinas contra gripe, pneumonia e tétano;
2. Não fumar;
3. Evitar o sol entre as 10 e as
16 horas;
4. Fazer exercícios físicos regularmente;
5. Evitar bebidas alcoólicas;
6. Manter uma dieta saudável;
7. Manter atividade mental
(leitura);
8. Evitar o isolamento;
9. Ter um médico de sua confiança e visitá-lo regularmente;
10. Não tomar medicamentos
por conta própria;
11. Participar de atividades
em grupo, passeios ao ar livre,
dança, viagens, mantendo
uma relação positiva com outras pessoas e um bom senso
de humor.
Túnel do Tempo
1994
Tempos de alianças na Maranduba:
Luiz Carlos e Pindá (ex-vereador)
Registro de fatos do século passado em nossa região
1993
Deslizamento de terra interdita por três dias a Rodovia SP-55 próximo ao
acesso do Araribá e o Auto Posto Frediani. Só se passava a pé.
1994
1993
A primeira sede da CEFOM (Central de Fofocas da Maranduba) funcionava
na antiga Banca do Sapé, tendo Waldir de “Soiza” como presidente.
1995
Em época de abandono, o empresário do ramo de terraplenagem, Claudney dos Santos, fazia
por conta propria a manutenção
da esburacada estrada do Sertão
da Quina. E tinha gente que pensava que ele seria candidato...
1994
Outra empresária que metia a
mão na massa era Marlene Graf,
que além de corretora e artista
plástica, pintava as pontes sobre
o Rio Maranduba com apoio dos
empresários locais. É... quando a
Adminstração não faz, o povo faz.
Ah... As baladas do Bar da Cachoeira... Muitas famílias começaram lá!
1996
A ponte caiu... Lá vem a comunidade de novo... Para atravessar o
Rio Maranduba fizeram uma ponte improvisada para atender aos
pedestres. Por muito tempo essa
obra de engenharia ficou conhecida como a “Ponte da Vergonha”.

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