Artes Milenares: o circo, as religiões, a vida

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Artes Milenares: o circo, as religiões, a vida
Artes Milenares: o circo, as religiões, a vida...
III Série
Nº46
Março / Abril 07
Condição, Existir
Caros amigos/amigas, hoje já é Março 2007, ainda ontem foi Janeiro, o tempo não pede licença
para andar, ele anda, ele pula, ele salta, ele avança, e se uma pessoa não está atenta, quantas coisas
acontecem que nós não nos apercebemos. Pois é, quantas coisas boas nos aconteceram, quantos amigos
perdemos, quantas saudades ficam.
Às vezes é difícil, mas temos que ser fortes e inventar a respiração, o pensamento, a alma, o afecto
e a tranquilidade para não desanimarmos e não perdermos o sentido profissional de ser humano.
Num dia chuvoso e escuro de Novembro de 2006 lá partiu Mário Cesariny, directo ao cemitério dos Prazeres,
morreu mais um Poeta.
É chegado o Fevereiro de 2007. A 5 desse mês partiu mais um grande amigo, Manuel João Gomes,
e companheiro de uma grande amiga, Luísa Neto Jorge, e pai do Diniz, grande actor. No mundo do espectáculo
todos nós perdemos alguém a quem este mundo fascinava e ao qual deu um contributo enorme na divulgação
e na investigação; de norte a sul do país ele levava e trazia notícias dessas rotas, tantas vezes esquecidas.
Com ele eu desabafava e partilhava os bons e os maus momentos de uma vida de espectáculo.
Lá pelas 7 da manhã, ouvi: morreu Abée Pierre. Lembrei-me logo dos irmãos Emaús, uma associação
que se dedicou a apoiar os mais desprotegidos socialmente, uma obra importante para a saúde da humanidade.
Senti-me, de repente, só, pensando numa causa que tantos ignoram. Meditando na obra de Abée Pierre,
veio-me a imagem chocante da ostentação e a daqueles a quem a vida não deu sorte à nascença.
No nosso trabalho social com jovens, o Abée Pierre foi sempre uma referência no sentido da prevenção e
da luta por uma vida social digna. De meditação em meditação, vieram-me as saudades do Zeca, do Zeca
Afonso que não esquecemos. Foi em Março de 1987 que, juntos, lhe cantámos, pela última vez, “venham
mais cinco” e “traz um amigo também.”
Mas não falemos só de saudades dos que partiram, saudemos também os que nasceram: o Tomás, filho
do João Meneses, e o José, filho da Sofia Lourenço. Parabéns a eles e a tantos outros que estão a nascer
e a vencer livres. Bem vindos sejam ao Centro de Acolhimento João dos Santos do Chapitô.
Esperam-vos, aí, para qualquer eventualidade, a Susana, a Alda, a Luísa e o João.
2007! Tantas coisas têm acontecido neste 2007! Desde Dezembro de 2006 que penso e tento com muita
determinação acertar o passo dos diversos sectores da casa, para que melhor se dialogue, melhor
nos organizemos e para que a interacção se faça verdadeiramente, isto é, para que cada sector preste
verdadeiramente o seu serviço à grande causa sempre presente: a arte na luta contra a exclusão.
Só por isto o Chapitô existe. Só isso leva o Chapitô a existir.
Portanto, do meu pensamento à acção muito se fez desde o final de 2006 a Março de 2007, e simultaneamente
tanto aconteceu no país. Recordo, a título de exemplo, a, finalmente, vitória do Sim com tudo o que isso
implica, mas sobretudo a livre decisão da mulher sobre o seu corpo e a sua vida. Que todo o serviço de
saúde lhe responda, pois, de uma forma digna e profissional!
2007! Firmámos a programação geral do Chapitô.
A Companhia, na Tenda, com Medeia, foi um sucesso. Dois meses de casa cheia e agora em tourné por
terras de Espanha. Parabéns!
O Bartô criou vários dias especiais de encontro cultural cheios de amigos.
Biblioteca a arder de espanto, Semnamorados, Músicasofá, Traz um amigo também.
A nossa comissão de festas, Francisco, Helena Azevedo, Noémia Fernandes, Germana, Nuno M. Cardoso,
Sofia, Patrícia, entre outros, concebem, promovem, discutem a programação e dão forma aos eventos.
Finalmente, eis o Chapitô a responder a tantos amigos que ambicionavam ter um espaço para conversar!
Juntos, alunos, professores, colaboradores, convidados, conseguimos descobrir, criar coisas brilhantes e
cheias de vida. Vale a pena visitar-nos! Vem então e traz um amigo contigo também.
É bom estar a “curtir” no Chapitô, na escola, na esplanada, na Tenda, no Bartô, no Restô, de manhã,
à tarde, à noite, de madrugada…
Escola 2007! A nossa Brochura foi e será um sucesso. É um guia orientador de alunos e professores
tanto nos conteúdos como na programação de cada trimestre. Estamos a cumprir as nossas decisões de
início do ano em suporte escrito e vídeográfico. Um passo de cada vez: o que é preciso é não desistir. Por
isso, esperamos ansiosamente a mostra do 1.º ano sob o tema Circo/Bauhaus, orientada por Pedro
Carraca e sustentada pelas aprendizagens de todos os módulos.
O exercício de espectáculo do 2.º ano Margarita e o Mestre será também um sucesso, sob a “batuta”
de Nuno M. Cardoso e restantes professores. A grande surpresa é que, este ano, vai ser no
Museu da Electricidade.
No 3.º ano: as Provas de Aptidão Profissional preparam o grande final! Para avaliar os alunos
teremos, como todos os anos, um júri extraordinário.
Toda a coordenação da escola tem estado atenta a tempo inteiro, e eu sempre na retaguarda para
afinar, para corrigir, para melhorar, para apoiar.
Voltemos atrás: em Outubro de 2006 fizemos o Projecto Escola Segura na companhia da Cristina
Peres do Expresso.
Em Novembro de 2006 comemorámos os aniversários com a presença do Zé Pedro dos Xutos
& Pontapés. Que volte sempre!
Com todos os da escola, alunos, professores e colaboradores, animámos o Natal de 2006 nas casas de
acolhimento, fomos aos Centros Educativos e fizemos um Carnaval fantástico em Fevereiro de
2007.
No social, os mais pequeninos estão a crescer. Na Casa do Castelo uns entram outros saem,
mas sempre com a certeza de que a vida, finalmente, será para eles viverem e não passarem ao lado.
E agradecemos… o apoio do D. Diogo Sobral, com a aceitação do Hugo G., na Sociedade Hípica
Portuguesa.
Agradecemos à Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa de Lisboa por nos massajar
e equilibrar espiritualmente a todos.
Agradecemos ao Centro de Formação Profissional da Ajuda pelo apoio dado ao Lody W.
Agradecemos à Quinta Pedagógica dos Olivais, pela colaboração que tem prestado na Reinserção
Social. Sempre.
Agradecemos à empresa Pró-Mundo o apoio prestado ao Caio.
Agradecemos ao Serviço de Reabilitação Psicossocial Unidade de Ambulatório de
Recuperação Global na Rua da Belavista à Graça pela ajuda prestada ao Luís.
à Lúcia Saraiva agradecemos o trabalho magnífico que tem feito no que respeita à defesa jurídica destes
jovens e o excelente apoio à sua integração social, lado a lado com a Luísa Martins.
2007 de novo. A grande preocupação e a grande aposta será este ano de 2007 quanto à
regulação cada vez melhor do funcionamento de todo o serviço administrativo-financeiro e serviços gerais.
Finalmente, a todos, absolutamente a todos, eu desejo a continuação do ano com determinação,
anseio de construção e prazer na realização de alguns sonhos. Eu também quero ser feliz.
Tété
Artes Milenares
O Circo...
e o meu corpo
Olho para o meu corpo e pergunto-me se sou capaz de fazer este ou aquele movimento.
E logo após esta pergunta meu corpo responde com os seus limites, com as suas possibilidades, desencadeando
gestos que se originam numa vontade e num impulso.
Ganhar entendimento para fazer a transferência de tudo o que é o meu corpo, daquilo de que ele é composto,
da sua ancestralidade, da sua descendência, tamanho e peso são os objectivos da ideologia circense no
seu sentido primordial.
e o quotidiano
Dois copos, 20 colheres, um frigorífico, calçado por todos os lados, a TV ligada com um programa engraçado
a passar...
Muitos quartos, e em cada um deles há alguns bocados de gente a dividirem-se em convivências. Ok. Era
isso e é isso que me embriaga... Descobrir qual é a primeira porta a fechar-se, e qual será a próxima a abrirse e assim sucessivamente.
Vou ao mercado fazer compras, no caminho encontro um céu, calçadas molhadas, carros desesperadamente
velozes a cruzarem-se feitos massas vivas nos dedos escorregadios das avenidas esquecidas, porque a
esta hora todos estavam escondidos em seus abrigos.
Sempre um riso, um choro, carradas de crianças a atropelarem-se umas às outras, idosos a curvarem-se,
entregando-se à gravidade que não os perdoa, e os leva aos pouquinhos ao encontro dela, pesados
sonolentos, cansados de existir lá vão eles, uns ainda tentam erguer-se. São os extravagantes.
Lavo as minhas peças de roupas e estendo no varal mas o tempo está demasiado húmido, e estas pecinhas
coloridas, algumas já desbotadas, vão levar um período de duas semanas para secarem,
o que significa que até lá vou fazer aulas de técnicas circenses com o mesmo fato.
Alimentar-me de frutas e legumes dar-me-à existência e leveza, mas apenas durante algum tempo.
É preciso que as coisas tenham cheiro, tenham sabor, e uma imagem que afague, então imediatamente
dirijo-me à janela da minha casa e simplesmente vejo o comboio passar com toda a sua enormidade
e peso fazendo assim a casa tremer, vibrar, acordando os meus colegas que já estavam dormindo.
Sâmara Botelho (1.º A)
milenar a linguagem milenar o ritual milenar
Espiritualidades
O Outro e a Linguagem...
O misticismo, a religião, o esoterismo (não necessariamente por esta ordem)
são espaços de construção e ritualismo de uma relação com o transcendental
divino/cósmico/cosmogonóstico de cada ser humano...
...oração, mantras, meditação, luz branca, energia, viagem astral, curas
(milagrosas), “omm”...são manifestações e linguagens (ou não) que diferentes
seres humanos utilizam, ou encontram, para expressar e viver a sua relação
com o divino, com a sua necessidade de transcendência ou apenas a vontade
de comunicação “superior” com o Outro...
...sem querer entrar em relativismos...respeito o Outro na medida em que tento
ser também verdadeiro comigo mesmo...
...não sei hierarquizar as diferentes expressões de fé ou de manifestações do
oculto, do etéreo...sei apenas que devo viver com simplicidade, com exigência
interior, com abertura, com entrega, com verdade...procurando estar disponível
e atento ao que me rodeia e à Manifestação...não tentando impor-me ao Outro...
...em nenhuma palavra ou rito vou encontrar a Totalidade ou apenas olhando
para as coisas e para o Outro como um Todo poderei encontrar a salvação...
...e estas são coisas que continuarão por muitos mais séculos...milénios...pois
por mais física ou psicanálise nunca captaremos a Verdade dentro de uma
definição...
o importante é que continuem a existir flores....lilazes....e o cheiro a terra depois
da chuva me lavar a alma....
Pedro Vieira (Gabinete de Direcção)
O Budismo
No meio de um mundo onde gradualmente tudo me parecia estar a deixar de
fazer sentido descobri um homem com uma mensagem optimista e que me
fez acreditar no verso “tudo vale a pena se a alma não é pequena” de Fernando
Pessoa. Esse homem é o actual Dalai Lama, o líder espiritual e religioso do
Tibete. A sua própria vida é um exemplo de coragem e determinação sobretudo
depois da China ter ocupado barbaramente este país em 1959 onde se mantém
até hoje, em pleno séc. XXI. O Dalai Lama é obrigado a viver exilado na Índia
onde todos os dias continua a trabalhar para o bem estar não só do seu povo
como do mundo inteiro. Por isso em 1989 é-lhe atribuído o prémio Nobel da
Paz.
Foi com ele que aprendi que todos vivemos numa estreita interdependência,
que somos responsáveis por tudo o que nos rodeia e as palavras de Buda (o
que despertou, o esclarecido, o iluminado), que viveu há dois mil e quinhentos
anos, revelam-se com uma extrema actualidade. A minha alma, seja lá o que
ela for, deixa de ser pequena. E tudo parece valer a pena.
Em Setembro deste ano o Dalai Lama vem a Portugal para um ciclo de
conferências abertas ao público em geral. Vale a pena!
Heitor Lourenço
O Espírito em Tríptico
Judaísmo, Cristianismo e Islame: estas três religiões, com raiz comum em
Abraão, simbolizam, nas suas tónicas principais, respectivamente - instinto,
sentimento e intelecto - a trindade componente da personalidade humana. O
instinto de Deus é inerente ao homem primevo, através do temor.
O sentimento de Deus é inerente ao homem desde Jesus, o Selo da Santidade,
através do amor.
O intelecto de Deus é inerente ao homem desde Muhammad, o Selo da Profecia,
através da certeza.
Temor, amor e certeza: numa contínua variação quantitativa estes três elementos
participam da humaníssima natureza religiosa que a dúvida, mantida em
respeito, completa.
A religião é só uma e, dentro dela, há outras religiões. E isto é verdade para
cada uma das três religiões mencionadas, as quais se encontram no mesmo
ponto de origem e confluência.
No esoterismo islâmico, a visão unitiva da tradição sufi permitiu influenciar o
exoterismo até ao cúmulo de as três comunidades confraternizarem entre si
e entre si só disputarem no campo da sabedoria, da espiritualidade e da ciência
ecológica. Toledo, Granada e toda a Península Ibérica no tempo d’Alandaluz,
sob o domínio dos Muçulmanos, eis o mais próximo e flagrante exemplo.
Mas, se dominam Judeus ou Cristãos, o convívio dos sábios das três
comunidades já não se apresenta tão fácil, nem desejável, nem o que resulta
da sua coexistência doutrinal a haver, influencia significativamente o
comportamento de tónica instintiva dos primeiros e de tónica sentimental nos
segundos, o que, no exterior das respectivas confissões leva ao reivindicamento
de Deus para uma raça eleita, no Judaísmo e, no Cristianismo, ao associamento
a Deus de outras Pessoas, não obstante numa teologia de unidade. Por palavras
simples: o Judaísmo é um anacronismo e o Cristianismo um desvio.
Anacrónico, desviado e actualizado no caminho direito do Islame - eis, em
síntese a biografia de qualquer homem religioso, de tradição semita,
historicamente vivido e atento às intervenções de Deus no mundo.
O Islame, como última religião revelada, permite abarcar a presença contínua
da tradição primordial ao longo de todas as Escrituras culminantes no Alcorão,
que a todas contém, prolonga e integra.
Em termos metafísicos, do ponto de vista sufi e, por consequência, alcorânico,
unicamente Deus pode exercer juízos de valor acerca das religiões de que Ele
próprio é o criador, por intermédio do homem.
Cada religião em si encerra a verdade total com uma determinada cor e uma
parte da verdade incolor: cada uma, à sua maneira, eleva o instinto, conservandoo intacto, ao sentimento e submete o sentimento, conservando-o igualmente
intacto, ao intelecto.
Eu penso em Deus, logo existo.
António Barahona
Cristianismo:
acolhimento do Outro no próximo
Desde sempre, a humanidade leva em si uma inquietação e um desejo que,
apesar de todas as utopias, não consegue saciar. Superar-se a si mesmo em
busca de plenitude é o movimento próprio do espírito humano, que se faz
cultura, nas artes, no pensamento, nas religiões. O cristianismo partilha esta
inquietação do desejo humano, no entanto, define-se menos pela “busca” frenética ou heróica - que pelo “acolhimento” de um dom surpreendente. Énos dado sermos e sabermo-nos incondicionalmente amados por Deus, por
quem nos dá o ser e nos mantém na existência.
A tradição judaico-cristã é a história do acolhimento desta proximidade de
Deus, experimentada, na existência pessoal e na vida social, como libertadora
e fonte de sentido. Neste contexto, na Palestina do primeiro século, Jesus de
Nazaré deu-nos a conhecer, pela sua vida, e em nome da sua comunhão
a dança milenar o circo milenar o pensamento
com Deus, um amor incondicional que é dádiva de si e acolhimento do outro. A fé
cristã nasce da experiência surpreendente da Ressurreição de Jesus, feita pelos
seus amigos mais próximos. Aqueles que conheceram Jesus, porque o acompanharam
da Galileia a Jerusalém, reconheceram-se, depois da sua morte, permanentemente
acompanhados por Ele. Sucede o mesmo com os cristãos de hoje. Não vivendo no
tempo de Jesus de Nazaré, vivemos o tempo do Espírito Santo, pelo qual Jesus
ressuscitado se faz nosso contemporâneo. Reconhecemos a presença viva do
Espírito de Jesus ressuscitado, pela sua maneira de ser e de amar, como semente
de fraternidade entre os homens e plenitude de vida. Presença tão invisível e tão
presente como a banda sonora do filme da vida.
Assim, a utopia cristã, a que Jesus chamou Reino de Deus, é já uma realidade. Em
Jesus Cristo o amor revelou-se, para sempre, mais forte que a morte. A vida no
Espírito, “não sendo ainda” tudo em todos, “é já” semente de paz no meio da guerra,
de compreensão no seio do ódio, alegria na tristeza, esperança no desespero,
libertação daquilo que nos escraviza, acolhimento de Deus no irmão. Mas a utopia
cristã é também tarefa humana. Deus criou o homem criador para que a Criação
seja participada, levada a termo, pela sua liberdade e amor. Tudo o que o homem
humanizar Deus já divinizou, isto é, assumiu em si, atribuiu consistência e beleza
eternas.
João Norton, sj
A Igreja Ortodoxa
na História da Bulgária
O primeiro estado búlgaro foi fundado em finais do séc. VII, no ano de 681. Boris
I, durante o seu reinado, no ano de 865 e sob a influência de sua irmã, a princesa
Teodora, recebeu o baptismo. Adoptar a religião cristã foi um facto que marcou
profundamente a história daquele país, mediante um forte processo de cristianização
do povo. No séc. XI a Igreja cristã dividiu-se e a Bulgária, muito tempo ora sob a
jurisdição de Roma, ora sob a jurisdição de Constantinopla, optou por permanecer
sob a jurisdição desta última, tornando-se numa Igreja cristã ortodoxa.
Em finais do séc. XV a Bulgária não conseguiu resistir à invasão do império otomano,
vindo a perder o estatuto de Igreja autocéfala, sendo integrada no Patriarcado de
Constantinopla.
Hoje, a Igreja Cristã Ortodoxa compõe-se, nomeadamente, de todos os Patriarcas
das Igrejas autocéfalas, como é o caso da Igreja da Bulgária, em torno do Patriarca
Ecuménico de Constantinopla. Este é o seu chefe espiritual, embora se trate de um
título mais propriamente honorífico, sendo o verdadeiro chefe de cada Igreja autocéfala
o seu próprio Patriarca. A Igreja ortodoxa búlgara, enquanto Igreja autocéfala, possui
o direito de resolver todos os seus problemas internos com base na sua própria
autoridade. O papel da Igreja na Bulgária sempre se manteve essencial para a
unidade, preservação e evolução desta nação. Tal permitiu a preservação da língua
e escrita próprias da Bulgária, durante os cinco séculos de domínio turco. Era nas
igrejas e mosteiros que se ensinava a língua materna, se traduziam e se escreviam
livros.
Após a participação da Bulgária nas duas guerras mundiais pelo lado das nações
derrotadas no conflito, ficou aquela sob a influência da União Soviética, tornandose uma república popular em 1946. Durante este período o governo implementou
uma política religiosa semelhante à da União Soviética tendo sido, por este motivo,
a presença da Igreja pouco relevante para a vida nacional. Em 1991 o novo governo
criou um Departamento para os assuntos religiosos, dando início às reformas
religiosas do país. Em 1997 realizou-se um concílio Geral da Igreja ortodoxa búlgara,
que permitiu ao governo o desenvolvimento de actividades pastorais em diversas
áreas da vida pública.
Hoje a população de cristãos ortodoxos búlgaros ronda os 85%. As igrejas e mosteiros
espalhados pelo seu território, dotados de enorme beleza, são testemunhos da
presença da religião da história deste povo.
Ivan Ivanov
O Judaísmo
O Judaísmo é uma das mais antigas religiões da humanidade.
O Judaísmo religião e cultura de uma grande riqueza e complexidade continua
bastante mal conhecido, sobretudo por razões que se prendem com o desprezo,
digamos, o ódio de que, desde há longo tempo, é objecto no Ocidente cristão.
Os 5 primeiros livros da Bíblia.
A Torah designa, em primeiro lugar, o Pentateuco, isto é, os 5 primeiros livros da
Bíblia. Este é o sentido restritivo do termo Torah. Contém textos legislativos, poemas
e textos narrativos que começam na criação do mundo e acabam na morte de
Moisés, na fronteira da terra prometida. O outro sentido, o lato ou alargado, cobre
o Pentateuco (Génese, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronómio), os Profetas, (os
primeiros profetas: o livro de Josué, o livro dos Juízes, os livros de Samuel, os livros
dos Reis; os últimos profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel, Oseu, Joel, Amos, Abdias,
Jonas, Micheu, Nahum, Habaque, Soplunio, Aggeu, Zacarias, Malachias.).
Os Escritos - (os Salmos, Job, os Provérbios, Ruth, O Cântico dos Cânticos,
o Eclesiastes, as Lamentações, Esther, Daniel, Esdras-Nehémia, as Crónicas).
YHWH
São as quatro letras do nome divino (Tetragrama).
Este nome não se pronuncia. Os judeus lêem-no: Adonai, Senhor, em vez de Jeová
ou Jahweh como os historiadores e os exegetas.
A Torah é uma direcção de vida, um sentido, uma maneira de significar a presença
humana no mundo.
Isaac Bueno
A minha religião
A minha religião é um jardim cheio de flores e a enorme capacidade que
tenho de poder respirar, apreciá-las e depois, por reverência falar delas.
Todas as religiões tentam descrever Deus mas Deus é indescritível, tão
perto ele está de nós. Podemos senti-lo melhor quando paramos, quando
lhe damos espaço para que ele se manifeste no nosso dia a dia.
Ao reconhecer a obra-prima de Deus não podemos senão prostramo-nos
e tentar exercer as suas excelentes qualidades.
Não é tarefa fácil mas quando nos dispomos todo o Universo participa e
ajuda!
Religiões instituídas podem ser (?) um caminho mas nunca o destino. Cada
um pelo seu passo, pelos seus feitos, descobrirá mais cedo ou mais tarde
o tão desejado paraíso, a felicidade, a paz, esse bem que tão
desesperadamente nos espera a todo o momento.
Religiões não obrigada, eu sou religiosa! Só Deus sabe quanto.
Acreditem.
Isabel Ruth
milenar a arte
milenar o cosmos
milenar
Milenares... As prendas
Os Livros
D. Ana Pessanha
“Todos os corpos tendem para o seu lugar natural”
Vieram de muitos lados e têm muitas idades. Falam diferentes línguas
e expressam naturezas opostas. São assim os livros que a Sr.ª D.
Ana Pessanha cedeu gentilmente à Biblioteca do Chapitô. Habitaram
casas, acompanharam viajantes, ficaram esquecidos. Muitos foram
ofertas. Alguns têm dedicatórias. Por vezes aparecem assinaturas e
marcas de quem os leu. Outros ficaram por abrir. Estão ainda à espera...
São pretexto para “Bibliotecas a arder de Espanto”, leituras breves
ou mergulhos sistemáticos.
São Histórias de Arte, livros técnicos sobre aspectos da vida corrente,
manuais escolares do tempo do Livro Único, colecções de bolso em
várias línguas, Romances e Poesia. Os livros são objectos de amor
abertos. Foram-nos dados para nós nos dar-mos a eles. A Biblioteca
do Chapitô é o seu lugar natural.
Isabel Farias (Professora de Integração e Psicossociologia)
A Magia
Amigo Zurk
Foi com enorme tristeza que soube da partida do grande amigo Zurk
para outros mundos.
Fiquei com tantas saudades. Triste por não o ter acompanhado mais
nos últimos tempos, mas esta vida às vezes é traiçoeira e troca-nos
as voltas, e desta vez foi tarde.
Meu querido amigo Zurk, foste um mestre, um grande companheiro;
partilhaste comigo o sentido do outro, ou seja, ensinavas a todos essa
tua belíssima arte da magia, com um sentido de espectáculo e nunca
perdendo o sentido social e a generosidade no ensino.
Querido Zurk, as tuas filhas - a Henriqueta e a Irene - juntaram-se a
nós com o teu material de trabalho. Quero que saibas que foi bom
estar com elas e que cuidarei com carinho todos aqueles magníficos
aparatos e livros. Um grande beijo, meu querido Zurk.
Tété
Os Clássicos
Fundação Gulbenkian
O Guarda-roupa, figurinos e acessórios de dança da Fundação Calouste Gulbenkian. Um mundo!
Foi uma agradável surpresa ouvir um telefonema logo pela manhã: “alô, daqui fala Isabel Ayres da Gulbenkian”.
O susto foi grande, o que será? Era sim, a oferta de parte do guarda-roupa do bailado. Simultaneamente,
o Bernardo Gama também reforçou a aproximação, e eis senão quando nos organizámos e lá fomos escolher
o que de melhor havia. Outra agradável surpresa: o encontro com D. Deodata que foi muito gentil.
Numa primeira fase fui com a Noémia, o Nuno M. Cardoso e a Elsa para melhor escolhermos aquilo de que
precisávamos para a escola, produção, animação, etc. A seguir fomos com a Margarida, o Tiago e o Filipe,
e começámos então a viagem de regresso ao Chapitô.
Ficámos muitos gratos ao Director do Serviço da Música, Dr. Luís Pereira Leal, à Dr.ª Isabel Ayres por se
ter lembrado de nós e a D. Deodata por nos ter apoiado.
Este guarda-roupa, outrora usado por famosos bailarinos, irá fazer as delícias dos nossos futuros grandes
artistas circenses e dos nossos jovens da animação.
E já agora não queremos deixar de recordar que logo no início dos anos 80 a D. Margarida Mónica, em nome
da Fundação Gulbenkian, nos galardoou as primeiras peças (de arte) para o nosso guarda-roupa. Muito
obrigado.
Tété
O Corpo
SportZone e Body Shop
À Sport Zone queremos agradecer - nas pessoas de Carina Flora, Inês Parente e Ricardo Lopes - todo
o material que nos presentearam no Natal de 2006. Foi um Natal em cheio. Todos os colaboradores, além
da escola e dos jovens dos colégios de reinserção, foram contemplados com essa oferta.
Fizemos a maior festa de 2006 que está a render em 2007.
À Body Shop agradecemos as pinturas que nos enviaram. Elas têm sido muito úteis para a escola e para
as animações do Chapitô. O agradecimento vai para a Dr.ª Calem e para a Margarida.
Clube Atlético de Alvalade
Pelo Protocolo entre o Clube Atlético de Alvalade e o Chapitô ficou acordada a cedência gratuita
de um ginásio e em contrapartida os alunos do Chapitô participarão em saraus e festas organizadas pelo
Clube, nomeadamente, as festas de Natal e o Sarau anual, entre outras.
Os Cavalos
Sociedade Hípica Portuguesa
Através do contacto com D. Diogo Sobral, a Sociedade Hípica recebe um jovem apoiado pela Acção
Social em Integração Sócio-Profissional, possibilitando-lhe a aprendizagem da profissão de tratador de
cavalos. Em contrapartida o Chapitô poderá vir a proporcionar animações circenses junto daquela instituição.
Foi uma grande surpresa a descoberta deste espaço, sobretudo o feliz encontro com D. Diogo Sobral, pessoa
de excelente bom trato, de um enorme sentido de humanidade e disposto a partilhar a vertente social do
Projecto Chapitô com o sentido de formação. Neste primeiro encontro estiveram presentes a Sílvia (escola),
a Luísa (Acção Social) e a própria Teresa Ricou. Foi, de igual modo, surpreendente a visita às instalações
e o encontro com uma ex-aluna do Chapitô, Sónia Barradas, que tanto honra o nome da nossa “casa”, o que
é agradável para todos nós.
o corpo milenar a liberdade milenar a saúde
A Saúde
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa
Santa Casa da Misericórdia, Centro de Saúde Unidade do Castelo
Alunos, professores, colaboradores e jovens da Acção Social, graças ao Protocolo firmado entre o Projecto
Chapitô e a Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa de Lisboa (ESMTC), beneficiam actualmente
dos serviços prestados por esta entidade.
A julgar pelo número de pessoas - cerca de sessenta - que já se dirigiram às sessões, e pelas opiniões
recolhidas, os resultados não podiam ser melhores. Cultura (Chapitô) e Saúde (ESMTC) estão de mãos
dadas, como o Oriente e o Ocidente.
Como profissional de saúde, é minha responsabilidade contribuir para a divulgação e compreensão de
princípios que podem efectivamente melhorar a saúde de todos. Por esta razão aceitei prontamente o convite
para participar neste projecto. Esta iniciativa tem o propósito de beneficiar a massa associativa do Chapitô
através da divulgação da Medicina Tradicional Chinesa no campo da Massagem Tui Na e da prática de Qi
Gong. Temos contado com a vossa participação e hospitalidade desde o início e temos partilhado muitas
experiências gratificantes. Fundamentalmente estamos a trabalhar e a crescer em conjunto convosco. Em
nome desta equipa um Obrigado ao Chapitô pela oportunidade de podermos participar na manutenção da
saúde dos seus associados e por momentos inestimáveis de aprendizagem.
José Daniel Rodrigues Lopes
Escola Superior de Medicina Tradicional Chinesa de Lisboa
Tal como os residentes do Lar Transição da Casa do Castelo /Apoiados pela Acção Social beneficiam de
serviços médicos e de enfermagem prestados pelo Centro de Saúde-Santa Casa da Misericórdia
Unidade do Castelo, futuramente, colaboradores e alunos do Chapitô poderão vir a usufruir de tais
serviços. Para tal, encontra-se em apreciação na Provedoria da Santa Casa da Misericórdia um Protocolo
entre o Chapitô e aquela instituição.
Vida:
mortos que não morrem
Fiama Hasse Pais Brandão
Conheci pessoalmente a Fiama em 62. A polícia de choque do governo salazarista tinha cercado
a Cantina onde nós, os estudantes universitários, nos mantínhamos em estado de “inquietação revolucionária.”
Já era madrugada quando nos levaram nas carrinhas celulares para a António Maria Cardoso. A nós,
raparigas, encarceraram-nos no calabouço das prostitutas do Governo Civil.
O cansaço, a revolta, a indignação, a insalubridade do lugar, o misto de fúria e desalento, repentinamente,
ganharam um sabor de fecundidade, de força, de mansidão e certeza femininas, quando alguém disse: “Está
aqui a Fiama!” Através das grades, à distância de um braço esticado, vi-a. A sua serenidade, a sua beleza
foi um clarão de verdade, um compromisso com a verdade.
Creio que ela continuará sempre assim: “a permanente criação de uma prática e da teoria.”
(Novas visões do passado (1975), Assírio e Alvim, na Biblioteca Luisa Neto Jorge).
H.A.
Manuel João Gomes
Tradutor, crítico de teatro, Manuel João Gomes, companheiro de Luiza Neto Jorge e pai do Diniz, todos
amigos de Teresa Ricou e de tantos outros, continua entre nós, ajudando-nos a concentrámo-nos na acção
e na poesia.
Assis Pacheco
Jornalista e poeta. Uma figura que está toda nos textos que escreveu. Nos poemas – reunidos em dois
volumes editados pela Assírio e Alvim, A Musa Irregular e Respiração Assistida.
Um tal Fernando Assis Pacheco
Vivo com ele há anos suficientes
para poder dizer que o reconheceria
num dia de Novembro no meio da bruma
é como uma pessoa de família
adorava os pais mas tinha medo
quando zangados se punham aos gritos
e se chamavam nomes odiosos
não invento nada vi-o crescer comigo
chorava então desabaladamente
e eu como ele sentindo-nos perdidos
o cobertor puxado sobre a cabeça
seria trágico se não fosse ridículo
mesmo depois a noite que urinasse
no pijama era protesto civil
encharcou assim grande parte das Beiras
não lhe perguntou se foi feliz
(POEMA ESCRITO EM 1995, ANO EM QUE MORREU, IN RESPIRAÇÃO ASSISTIDA)
milenar o culto
milenar o espírito
milenar
A magia
O Tempo e a Magia
Quando se acredita que nada é impossível, tentar alcançar o impossível torna-se um
acto de magia. "Há, em potência, algo mais maravilhoso do que realmente há". (1)
A Magia inscreve-se como uma prática milenar, desde os primórdios dos tempos, quando
o Homem pintava as caçadas como ritual a promover o sucesso do empreendimento,
ou quando tentava compreender os fenómenos da natureza, nomeando essas mesmas
forças. Há quem a considere uma arte, ou a "Grande Ciência Sagrada". É, inequivocamente,
uma ciência oculta que trata das forças da natureza e sua relação com o homem, com
o intuito de conhecer e dominar essas forças e relações.
Quase todas as religiões mantiveram os seus rituais de carácter mágico, como forma de
comunicar com Deus, de O tocar. Muitas vezes através de rituais sacrificiais, onde o
sangue ou o fogo são elementos da natureza usados no momento central do culto. Mais
recentemente, com o posicionamento do "Homem no centro do seu próprio universo" (2),
no seu sentido etimológico, o Homem torna-se então detentor do divino poder criador,
seja através do pensamento, palavra ou acção.
Algo de novo é, muitas vezes num acto de sacrifício de mortais consequências, realmente
criado pelo Homem, com o seu poder e a sua procura pela imortalidade, sem truques
ou ilusões, mas como afirmações nessa realidade, através da magia.
(1) al Biqa i (1404-1480), Tahdim al-arkan
(2) Aleister Crowley (1875-1947), Liber al vel Legis
Nuno M. Cardoso (Encenador do 2.º Ano)
A Vida
O Homem, a Cidade e a Filosofia
É multimilenar o abraço entre o homem e a filosofia. Por volta dos anos 600 a.C.,
encontramos três ramos fundadores do pensamento filosófico. A ocidente, a Escola de
Atenas (Sócrates, Platão, Aristóteles). A oriente, na Índia, a visão hindu ou budista do
universo; na China, o confucionismo e o taoismo.
O campo da filosofia abarca, desde sempre, a lógica, a estética, a ética e a política.
Homem animal racional ou animal político (do gr. polis, cidade), dissera Aristóteles (384
- 322 a.C.). Modos de sentir, pensar e agir, que fazem do homem um ser em busca e
criação da verdade, do bem e do belo.
Parafraseando Sócrates e Buda, diria: A vida sem conhecimento (científico, ético e
estético) não merece ser vivida, porque se torna vida consentida e não vida com sentido,
porque impede o homem de modelar-se a si próprio, como faz o carpinteiro quando
modela a madeira ou o frecheiro quando modela as setas.
Sugestão de leitura: Marinoff, Lou, Mais Platão, Menos Prozac!
Lisboa, Presença, 5ª edição, 2004.
Ernesto Fernandes (Membro da Direcção da Escola)
A mão
A mão, a geometria e o olhar
A mão, quebra-cabeças milenar, lugar de grande ventura,
palpando a pulsação que a tua pele mantém secreta.
Entre nós desenha-se uma geometria não visível
flexível e ágil, espontânea como um impulso
e cada instante
dava um romance oitocentista,
dava uma polifonia organizada num desenho céltico,
dava um complexo padrão árabe de polígonos multifacetados.
A nossa história, o sentido do nosso encontro:
sólida geometria que se apaga e uma outra se desenhará,
entre mãos um constructo de imponderável equilíbrio.
João Luís Simões (Professor de Geometria)
A Música
Consciência Milenar
O que faz ter consciência artística na Música?
Não sei...
Mas era capaz de morrer por uma música,
Mas era capaz de viver por uma música,
De amar por uma música...
A música foi feita prisioneira da corte!
Liberdade para a Música!!!
Amiga Música que saudades me dás quando
não estás. Volta!
Traz-me os ecos do primeiro som da vida neste Universo.
Eu sei que guardas tu esse segredo, podes contar-me o
segredo?
ahhh ...!! que bela melodia! que batida! que loop!
foste assim?
Sabes música estou a começar a gostar da tua
companhia...
És misteriosamente estranha, mas familiar ao mesmo
tempo.
Não te quero presa, mas quero-te...
Devias ser livre mas não ser nada do que nós achamos ser
algo,
Devias estar solta, sabes?
Por aí...
Sílvio Rosado (Webdesign - sector da produção)
O Circo
O circo, uma arte mais do que milenar
“No princípio era o Verbo”... E também o corpo. O corpo insuflado
de espírito. E com ele, em círculo, invocavam-se os deuses e a criação
do mundo. Tornou-se sujeito e objecto do sério e do risível, do
grotesco e do sublime. Ultrapassou os seus próprios limites e
contrariou a lei da gravidade. (Dédalo disse a seu filho, Ícaro:
“a fuga pode ser vigiada por mar e por terra, mas o ar e o
céu são livres”). Talvez tudo isto tenha sido o preâmbulo
daquilo que viria a ser
milenar a linguagem milenar o ritual milenar
o circo e o artista circense, o poeta do corpo, do espírito e da alma em acção. E como
poeta que era (e é) ocupou o último ramo da árvore genealógica que entronca nos
deuses: “Primeiro vêm os deuses, depois os heróis (que encarnam o mito), a seguir
os videntes e profetas e, finalmente, os poetas. A preocupação do poeta é restaurar
o esplendor e a magnificência do passado, que está sempre a reviver. Ele experimenta,
quase para além dos limites do suportável, a enorme privação de que padece a
humanidade.” (Henry Miller). O circo é pois uma arte mais do que milenar porque
nasceu com o próprio homem. Uma aventura a dois com um futuro incerto, mas
certamente com um passado intemporal.
Mário Cabeças
(Gabinete de Pesquisa)
O Ritual
Todos os que (não) têm nada para vender
O desejo de construção é igual ao desejo de destruição. As civilizações são uma síntese
sempre em movimento do exercício de “barbáries” sucessivas. As oportunidades de
exercício da barbárie é que são desiguais e não obedecem a nenhum plano democrático
de alternância.
O que vemos acontecer no espaço/tempo de uma vida, é a ínfima parte do tempo
dentro da eternidade incomensurável durante o qual nos é dado exercitar a vida que
depois acaba antes de a termos aprendido, antes de a termos apreendido na sua
totalidade (total-idade). Criamos pequeníssimos núcleos de exercício votados à
transformação, ao crescimento ou destruição. Abrigamo-nos dentro. Fabricamos abrigos,
escavamos grutas, assinalamos pontos nas paisagens.
Cruzamos Outros, amamo-los, odiamo-los ou nem sequer damos por eles - perscrutamolos apenas no museu televisivo. Não temos tempo para contar o número de folhas de
uma árvore (tarefa que deixamos para os botânicos) e um só outro corpo tem tantos
recantos, que nos escapam (tarefa que deixamos para os anatomistas). Aparentemente
somos todos tão semelhantes e tão diversos quanto as espécies vegetais numa floresta
virgem.
O lá fora é o que está antes, durante e depois de nós em movimento.
Juntamo-nos para celebrar a vida nas cerimónias colectivas que elegemos, ora como
protagonistas ora como convivas: nascimentos, acasalamentos, funerais, espectáculos,
manifestações, em cultos religiosos ou profanos. Comemos antes, durante e depois.
Socorremo-nos das nossas “especialidades” para dar forma às celebrações.
Em privado, ritualizamos, com mais ou menos aparato, a nossa sobrevivência diária,
a solo ou acompanhados pelo núcleo da(s) nossa(s) tribo(s).
Construímos e destruímos “ até à palavra final “ (Samuel Beckett) contribuindo enquanto
heróis ou santos ou mártires ou figurantes, para a história sem princípio nem fim da
qual somos/fomos sujeitos de passagem. A maioria de nós não tem espaço nem tempo
para exprimir estas percepções singelas... A miséria, a fome, o medo, o isolamento
involuntário, perpetrados pela prepotência de quem lidera e pela nossa indiferença
abrigada que nos custou a construir, faz com que haja hoje em dia ( século XXI do
nosso calendário !), a maior parte da humanidade ( humana-idade ) não tenha voz,
para reflectir sobre tudo isto ; quem vive uma catástrofe não é capaz de reflectir sobre
ela na hora em que está a acontecer - trata só de tentar sobreviver. Há quem só
sobreviva sem nunca ter oportunidade de viver ou dar vida voluntária, não tendo nunca
a oportunidade de experimentar a Vontade ; todos aqueles que não têm nada para
vender, e são a maioria ; nem petróleo, nem urânio, nem água, nem ventos, nem
soft/hardware, nem ideias valorosas, nem globalidades ( global-idades).
É bom saber que há uma tenda onde nos podemos abrigar com outros, de outros. Uma
tenda ou fenda, um bocado de céu que nos cobre, debaixo do qual podemos ambicionar
chegar mais perto da nossa ideia de perfeição pessoal e colectiva. Um chapiteau é
uma bela metáfora comunitária. O Chapitô é uma utopia tornada realidade, um lugar
de e em (trans)formação que nos abriga e por ora nos obriga a escrever. Depois
haverá/há o lá fora, as outras barbáries diversas e semelhantes, etc. Hoje é noite de
lua cheia, mas poucos, muito poucos terão a possibilidade de a memorizar.
Nuno Carinhas
“Parler du
chapiteau c’est
défendre la
place
de l’art, de tous
les arts, dans
l’espace public.”
in Stradda, le magazine de la
création Hors les Murs, Janeiro, p.
1
a dança milenar o circo milenar o pensamento
1.º Ano
Tema: O Circo e a Bauhaus
(Oskar Schlemmer)
Projecto de Instalação
Com alunos do 1.º ano de Ofícios a partir da obra de Oskar Schlemmer:
recriação e ampliação de máscaras, modelação em esferovite, composição
e recriação de telões a partir de décors de cena de Schelemmer (coordenação
de Paulo Robalo)
Reciclagem
A natureza neste momento (ou há já bastante tempo) tornou-se uma utopia
transformada em pesadelo pela acção do homem, da sua força destrutiva e
bárbara. Uma lua cheia a brilhar, mas eclipsada pela terra, que é como quem
diz pelo homem, uma boa metáfora para definir o que neste momento se
vive. E porque o Chapitô prima por um mundo sustentável, em que se pretende
o equilíbrio originário dos ecossistemas e uma convivência pacífica com a
natureza, tem vindo a promover acções com vista a formar os jovens que de
futuro possam vir a alterar a situação actual. De entre as várias iniciativas,
contam-se os trabalhos realizados pelos alunos do 3.º ano de Ofícios,
sob a orientação do professor de Adereços, Miguel Ângelo, em que, através
da reciclagem de materiais inutilizados, se construiu maquinaria de
cena multifuncional. Ainda neste âmbito, realizou-se para os alunos do 1.º
ano de Ofícios um workshop sobre a mesma temática: a ReCICLAGEM
ReCONSTRUTIVA, por José V. S. Carvalho.
ReCICLAGEM
ReCONSTRUTIVA no Chapitô
Cada vez mais na sociedade contemporânea, o consumismo descartável faz
parte do quotidiano, principalmente nos grandes centros urbanos.
A tecnologia informática que nos invade constantemente e que nos cria uma
indiscutível dependência, também deixa atrás de si uma enorme quantidade
de equipamento que rapidamente se torna obsoleto e aparentemente inútil.
A ReCICLAGEM ReCONSTRUTIVA praticada na OFICINA ReCRIATIVA e
desenvolvida pelo artista plástico Zévi, veio realizar um workshop de média
duração com os alunos do 1º ano de Artes e Ofícios no XL do Chapitô. Assim
os alunos executaram exercícios de construção partindo de equipamento
informático que estava guardado em situação de (Pré-lixo).
Através do (estudo da forma), foram criadas composições de construção para
novas linhas de leitura e interpretação. Pretendeu-se que os alunos
aprendessem alguns novos métodos alternativos de leitura de formas já pré
concebidas, como ponto de partida para outras criações, em paralelo com
(novas linhas de pensamento e renovação de conceitos) e ao mesmo tempo,
uma (abordagem crítica em relação à prática da descartabilidade gratuita que
se vive inconscientemente nos dias de hoje).
José V. S. Carvalho
2.º Ano
Projecto: Margarita e o Mestre
de M. Bulgakov
Workshop de Chapéus, por Raul Boino Lapa
Workshop de Chapéus (Modernistas) integrado no Exercício-Espectáculo
Margarita e o Mestre de M. Bulgakov. Este Workshop consistiu numa introdução
à aprendizagem das técnicas de design e da construção de chapelaria/millinery.
Valorizando as propostas apresentadas pelos alunos de Ofícios, procurouse o diálogo interactivo entre as várias áreas do projecto: figurinos, costura,
modelação, cenografia, adereços de cena e caracterização.
Workshop de iniciação à Magia, por Alexis Ricardo
Este Workshop realizou-se também na sequência do trabalho de preparação
do Exercício final do 2.º ano, Margarita e o Mestre de M. Bulgakov, além de
ter ido ao encontro do ensino exaustivo e técnico das ilusões, passando pelo
manuseamento de objectos e pela prática desta modalidade circense.
Workshop de Clown, por Marcos Barbosa
A palavra Clown quase que se confunde com a palavra Circo e por isso um
Workshop que tenha como temática esta arte circense só poderia ser bemvindo ao Chapitô.
Seminário com Eduardo Nery
O Circo foi sempre uma grande fonte de inspiração para os artistas em geral,
fazendo parte de uma temática privilegiada, que ao longo do tempo foi tratada
de diversas maneiras, elegida especialmente pelos pintores. Desse modo,
com o convite a Eduardo Nery, tentámos promover um encontro entre uma
Escola de Circo, o Chapitô, e um reconhecido artista plástico, de forma a
relacionar dois universos distintos mas muito próximos. Assim, no dia 24 de
Janeiro do presente ano, o artista plástico Eduardo Nery visitou pela primeira
vez o Chapitô, aceitando o nosso convite para participar no Seminário do 2.º
ano, que se realizou na tenda. Os alunos, como forma de agraciarem o artista,
prepararam e realizaram uma performance, que muito agradou ao convidado
e lhe deu oportunidade de conhecer o que se aprende nesta escola. Esta
demonstração foi inspirada no trabalho da cor, utilizada na obra de Nery, e
na estética russa construtivista, que tem marcado presença no nosso programa,
ao longo do ano, com um trabalho complementado através da exploração da
obra de Bulgakov, a nossa já bem conhecida “Margarita e o Mestre”.
Já que o nosso convidado visitava uma escola dedicada à aprendizagem das
artes circenses, optou por trazer obras em que estavam incluídas diversas
máscaras, fazendo assim a ligação com o artista de circo que coloca uma
máscara para entreter e divertir o público, independentemente do seu estado
de espírito. Nery falou-nos também do seu atelier, local onde trabalha
diariamente, e onde tem uma avultada colecção de máscaras africanas.Eduardo
Nery ocupa um papel fundamental na História da Arte em Portugal, uma vez
que na década de 60 introduziu a Op Art no nosso país, a partir de influências
que conhecia no exterior. Fez também diversas intervenções na arquitectura
e no espaço urbano, onde o seu trabalho teve maior alcance, mas sempre
como artista plástico. Neste trabalho, caracterizado como inovador e de um
grande cariz cenográfico, convivem jogos cinéticos com uma temática
fortemente arquitectónica, de enorme rigor e perspectiva, luminosidade
enérgica e um cromatismo vibrante. Eduardo Nery disponibilizou-se totalmente
para conversar com alunos e professores e, respondendo a uma pergunta
realizada por um aluno sobre a influência que o circo poderia ter de futuro
no seu trabalho, indicou que provavelmente iria explorar esse caminho, já
que tudo o que conhece o
milenar a arte
milenar o cosmos
milenar
pode influenciar.
A experiência directa relatada pelo artista convidado permitiu-nos adquirir
novos conhecimentos acerca deste longo período da História das Artes em
Portugal, em que o seu trabalho se fixa. Ficou reforçada a ideia de que numa
carreira artística não basta ter talento, são também necessárias dedicação,
disciplina e esforço.
Liliana Caetano (Professora de História das Artes)
3.º Ano
Incursões na produção artística contemporânea
O 3º ano da Escola está orientado para as saídas profissionais ou para os
prosseguimentos de formação e de especialização, ou seja, tem como eixos
as PAP’s (Provas de Aptidão Profissional), com todo o seu processo
preparatório, e os Estágios. Em História das Artes dá-se especial atenção à
produção contemporânea e às suas ligações com as artes do espectáculo.
Procura-se que os alunos tenham algum “lastro” (reservatório de referências,
vistas largas, actualidade estética e padrões) e isso é operacionalizado através
de pesquisas e através de visitas. Nessas incursões explora-se o cartaz de
ofertas expositivas em Lisboa. Desde o início do ano lectivo, com os/as
finalistas, fizeram-se as seguintes visitas-incursões: Almada Negreiros (painéis
das Estações Marítimas), Colecção Rau, CAM (selecção da colecção), Cabrita
Reis (instalação CAM), “Cinema e Sedução” (Colecção Berardo, Sintra),
Cândida Hoffer, Nuno Cera, Álvaro Lapa, Bruno Pacheco e Ben Calloway.
Entre o “classicismo” e as vanguardas, entre o figurativismo e o abstraccionismo,
entre os suportes “puros” e os suportes combinatórios e interactivos. A rodaviva das artes e dos seus engenhos. A curiosidade e a indução à pesquisa.
Aqui, entre nós, os gostos discutem-se.
Orlando Garcia (Professor de História das Artes)
Estágios 2006/2007
A tradição e a obrigação mais uma vez se repetem. No início de Março os
alunos do 3.º Ano rumam para a sua penúltima fase de formação escolar estágios curriculares - e simultânea e formalmente para a primeira experiência
profissional junto de diferentes instituições de acolhimento. Também este é
um momento fundamental para a própria escola poder avaliar, indirectamente,
a qualidade e adequação dos seus conteúdos formativos a realidades
profissionais.
Como sempre cumpriu-se um ritual de procura do local de estágio adequado
aos interesses pessoais e competências profissionais de cada aluno que se
iniciou em Setembro e que culmina agora com a sua formalização. Mais uma
vez iremos ter estágios que decorrerão fora do espaço nacional - Espanha
e França, e do espaço europeu - Angola. A todas as instituições e pessoas
contactadas que irão acolher os nossos alunos a Escola agradece desde já
a sua preciosa colaboração: ACERTE, Fundação Calouste Gulbenkian,
Artistas Unidos, Teatro Nacional D. Maria II, Dançarte, Teatro do Mar, Karnart,
Teatro Politeama, Escola de Circo de Carampa (Madrid), Komplex Kapharnaum
(Lyon), Companhia de Dança Contemporânea de Angola, Casa do Povo de
Corroios, Companhia de Teatro de Almada, Nuno Theias, Antónia Rosa. Aos
alunos estagiários - Bom Trabalho!
José António Tavares (Professor de Inglês
e de Integração)
Aplicação de novas tecnologias à apresentação
de provas de aptidão profissional
A apresentação de qualquer projecto recorre actualmente a meios audiovisuais.
O código mediático, amplamente divulgado através da televisão, cinema e
homevídeo, torna esta opção natural e efectiva.
O programa mais utilizado para o efeito é indubitavelmente o Power Point.
Ali, o palestrante tem a possibilidade de conciliar texto, imagem parada, vídeo,
som e conectividade em tempo real à internet, representando de maneira
dinâmica os conteúdos que pretende transmitir. No caso das provas de aptidão
profissional (PAP), a utilização adequada daquele instrumento permite
identificar estruturalmente o conceito do espectáculo, mediante a organização
e apresentação imagética dos conteúdos que o integram. O funcionamento
do software, obedecendo a regras gerais, torna assim a construção da
apresentação mediática de uma PAP um exercício útil, impondo ao aluno
rigor e método na explanação e exigindo a captação digital da cenografia,
figurinos e caracterização.
Concluída a apresentação, o candidato dispõe de um documento facilmente
reproduzível em qualquer contexto, contendo uma base de imagens e sons
ilustrando o seu processo de trabalho.
Paulo Castro (Professor de Matemática e TIC)
Saudação a Fernando Pessoa
Mostro-te minha impaciência
De não poder compreender-te
Mas sinto-te em tua intensidade sentida de mais.
És teatral de sentimentos, és
Fingimento infeliz que tiveste outrora,
Podendo assim, elevares a tua alma em
Personagens múltiplos
És Gritos de revolução
Liberdade literária de expressão,
Criação de textos por pessoas que não existem
Ei-lo de todas as cores
Sentindo-as eu, concreto e abstracto que por mim te estendes
Teus dotes de magia pura
Magnificamente transformada
Do político ao filósofo de ti mesmo
Esperam de ti enterrado e morto
Renascer, em cinzas caídas de madeira
Que abandonam tua arca morta
Diogo Correia (3.º A)
Meu caro, Fernando Álvaro Pessoa de Campos
Quem és tu que dizes ser muitos mas que no fundo não és nenhum.
Que andas por aí perdido algures em ti e que falas de ti mesmo a ti mesmo.
Pois meu caro, a ti mesmo te escrevo tentando transcrever para essas linhas
toda a intensidade, raiva, loucura, doçura, política e morte que depositaste
nas personagens que fizeste de tua própria alma.
o corpo milenar a liberdade milenar a saúde
Digo-te desde já que nada te faz valer a não ser o teu eloquente grito
insubstituível e inexplorável de liberdade. E que a lógica em ti não faz sentido
quando se fala de palavras corrompidas por um silêncio atormentado por
sentimentos desconhecidos por nós eternas manchas no mapa da vida. Aqui
estou eu querendo assim sugar todas as diversas faces do teu eu numa busca
quase perdida dos meus. A ti te subscrevo tentando assim achar em ti aquilo
que perdi em mim.
A eterna criança a eterna criança perdida em nós.
Rossana Barreto (3.º A)
Visitas de Estudo e Actividades no Exterior
CCB - Centro Cultural de Belém
Exposições de fotografia de Nuno Cera - Fantasmas - e de Candida Höfer
Quarto interior, Circolando,
Plus ou Moins L’ infini, Companhia 111
Lilás, de Jon Fosse, pelos Artistas Unidos
Contigo, por João Paulo Santos
Culturgest - Exposições de Bruno Pacheco e Dan Perjovschi
Fundação Calouste Gulbenkian - Centro de Arte Moderna
Diálogos de Vanguarda - Amadeo de Sousa-Cardoso
Museu da Cidade - Obras - Com Palavras e Paisagísticas - Álvaro Lapa
Teatro Camões - UNIVERSE - Projecto Fusion Lab
Teatro da Trindade
Monsieur Pipon, Cabaret Internacional, por Andreas Piper
Teatro Municipal de São Luiz - Moby Dick, de Herman Melville
Teatro da Comuna - O Cerejal, de Anton Tchekov
Teatro Nacional de D. Maria II - O Que Diz Molero, de Diniz Machado
Frozen - Presos no Gelo, de Bryony Lavery
Convento das Mónicas - Amador, pelos Artistas Unidos
Teatro Meridional - Por Detrás dos Montes, pelo Teatro Meridional
Cemitério dos Prazeres
Por Liliana Caetano, no âmbito da disciplina de História das Artes
Aula de Expressão Corporal
com a professora Cláudia Nóvoa, no espaço exterior
do Castelo de São Jorge
Feira da Ladra e Mosteiro de São Vicente de Fora
no âmbito da disciplina Área de Integração
Évora
Teatro Garcia de Resende
por Paulo Robalo, no âmbito da disciplina de Cenografia
Sé Catedral
Igreja de São Francisco - Capela dos Ossos
Como é Trabalhar no Chapitô?
Um desafio permanente: Conciliar o mundo das artes circenses, colorido e fantasista, com a objectividade
parcimoniosa do discurso científico. Porém, há rigor e beleza nos dois universos. Algo comum, afinal.
Os alunos são fantásticos: jamais te deixarão pensar que és um professor
extraordinário, um intelectual de excepção. São bons amigos. Paulo Castro (professor de Matemática e TIC).
Não se poderá chamar trabalho, quando este parte de uma fruição ou de um prazer, vamos antes chamar
a esta minha passagem pelo chapitô, como um momento de investimento num sonho que a todos pertence,
numa demanda de reencontro com a "magia". Bruno Guerra (professor de Cenografia).
Entendo, que o Chapitô mais do que uma escola de artes circenses, cenográficas e caminho para os alunos
fazerem a sua formação académica ao nível do 12.º ano é sobretudo uma escola de artistas.
Costa Reis (professor de Cenografia).
Fazer parte da família Chapitô é dar e receber, sempre com um sorriso, experiências de um mundo em
constante mudança. É pertencer a um universo onde todas as artes se unem de forma pluricultural, tendo
como cenário uma paisagem irrequieta, cheia de movimento e cor. Liliana Caetano (Professora de História
das Artes).
A liberdade constrói-se, não é um dado adquirido. O ser livre tem responsabilidades. A perfeição tem um
preço. Nuno M. Cardoso (Encenador do 2.º ano).
As possibilidades são imensas... tantas que por vezes o difícil não é dar largas à imaginação mas sim dar
forma a Um corpo coerente e sólido capaz de transmitir e sustentar todo esse potencial imaginativo e
performativo. Em suma, trabalhoso mas "bué da fixe". André Ataíde (Professor de Cenografia).
Trabalhar no Chapitô é como encontrar um palheiro numa agulha, já que em cada pequeno detalhe se
encontra um mundo infindável de informação sobre a história do Circo em geral e, naturalmente, sobre o
Chapitô em particular. Mário Cabeças (Gabinete de Pesquisa).
Gosto de circo. Gosto particularmente do caminho que o circo está a tomar, um caminho em que várias artes
se combinam para nos fazer sonhar, viajar dentro da nossa própria cabeça. Gosto das possibilidades infinitas
que o circo dá ao corpo. O que parece impossível torna-se possível. Gosto de dar aos meus alunos o que
fui encontrando na dança ao longo da vida, levá-los a conhecer e a tratar melhor os seus corpos, a confiar
nas suas capacidades e acima de tudo a acreditarem nos seus sonhos. Gosto de aqui estar, sinto-me bem,
porque a minha cabeça é nómada, gosta de viajar.Cláudia Nóvoa (Professora de Expressão Corporal).
Trabalhar no Chapitô é como viver com uma grande família. Há momentos muito bons, que nos enchem
de satisfação; e outros, maus, em que nos sentimos impotentes face à falta de força de vontade e
indeterminação daqueles de quem gostamos. Sofia Leone (Secretária de Coordenação da EPAOE).
Os nossos lá fora
Professores, ex-professores, alunos, ex-alunos...
No dia 11 de Janeiro, estreou no Teatro Nacional de São João do Porto a peça Otelo de William Shakespeare,
cuja encenação coube a Nuno M. Cardoso. Esteve em palco até 21 do mesmo mês; De 10 de Janeiro
a 17 de Fevereiro, o Teatro da Comuna recebeu a peça O Cerejal de Anton Tchekov, com a encenação de
Francisco Salgado e a direcção de produção de Nuno Ricou Salgado; Moby Dick, no Teatro Municipal
de São Luiz, teve como encenador António Pires e contou com a participação de Ricardo Aibéu;
Bruno Schiappa participou em Frozen - Presos no Gelo de Bryony Lavery, no Teatro Nacional D. Maria II,
de 17 de Janeiro a 11 de Março; Sérgio Conceição (Sérginho) e Elsa Galvão participaram na peça
Amador de Geardjan Rijnders, levada à cena pelos Artistas Unidos no Convento das Mónicas (de 1 de
Fevereiro a 4 de Março); Com a coreografia de Rui Horta, João Paulo Santos interpretou Contigo no
Centro Cultural de Belém, de 17 a 20 de Fevereiro, uma performance em mastro chinês,
milenar o culto
milenar o espírito
milenar
estreada no último Festival de Avignon (2006), no âmbito do programa Le Sujet à Vif; Monsieur Pipon, Cabaret
Internacional, criação artística de Andreas Piper e Jens Altheimer e interpretação e produção do
primeiro, esteve em cena no Teatro da Trindade de 1 a 24 de Fevereiro; Paulo Mosqueteiro foi o
responsável pelos figurinos de Macbeth, texto de William Shakespeare, posta em cena de 23 de Janeiro a
15 de Março no Teatro da Trindade; A 17 de Fevereiro estreou no Teatro Camões o espectáculo Universe
- Projecto Fusion Lab, com a participação de Bruno Rosa e Zé Lobo; No novo programa de Hermam José,
Hora H, César Mourão está a contracenar com Ana Bola, Maria Rueff, Maria Vieira e Manuel Marques;
Aqui há talento, um programa da RTP, tem vindo a contar com a presença de Sérginho, Raquel e
Pascoal, entre outros; Lilás de Jon Fosse, pelos Artistas Unidos, estreou no Centro Cultural de Belém a
19 de Janeiro de 2007 com a participação de Pedro Carraca; Misantropo de Molière, no Teatro da Comuna,
teve entre o seu elenco Rogério Vieira e Sandra Faleiro. Estreou a 10 de Fevereiro; Fedra de Racine,
encenada por Rogério de Carvalho, esteve em cena no Teatro Municipal de Almada, com os figurinos de
Mariana Sá Nogueira. A peça foi também objecto de uma outra montagem em Lisboa, no Teatro Maria
Matos, com encenação de Ana Tamen; José Garcia encenou Ensaladas do Coro Públia Hortênsia com
o Maestro Paulo Brandão. Estreia em Abril na Casa do Artista.
Rota Jovem
João Gaudêncio e Vânia Rosário, ex-alunos de Artes do Chapitô, estão em Itália a estagiar no âmbito
do Projecto Anima da Rota Jovem (estágios profissionais ao abrigo do Programa Leonardo da Vinci).
Criada em 1992, em Cascais, Rota Jovem é uma “associação independente e sem fins lucrativos que
promove e apoia projectos de jovens para jovens.”
Manuela Tavares (Responsável pelo UNIVA no Chapitô)
Bom dia!
Aqui vou eu, viver uma aventura, concretizar sonhos e esperanças, com vontade de conhecer uma nova
história. Porque história já Itália tem, mas agora será a minha. Parto, com alguma curiosidade e nervosismo,
para uma nova vida, profissional e pessoal. Parto com um objectivo, em busca de uma realização. Esta vai
ser a continuação de um trabalho desenvolvido nesta minha casa, Chapitô.
Um obrigado gigante, a todos os que acreditaram em mim, a todos os que contribuíram para a minha
aprendizagem artística e pessoal. São muitas as memórias que levo comigo, não só no meu coração mas
também no meu corpo. Esta foi a casa que me recebeu e acolheu durante três intensivos anos. Daqui, saio
consciente e preparado para receber de braços abertos a continuação desta vida, noutro lugar... Mas toda
a gente sabe que eu não digo adeus, mas sim, até já.
Parto com a certeza que serei sempre EU! Um Sonhador! Um Lutador! Obrigado ao Zé Lobo e ao Pauleta,
por me ajudarem a conceber este texto. Eu já venho, não demoro muito. Depois, conto-vos o resto.
Até Já.
Jonny (João Gaudêncio) - Always Learning... but Forever Young!
Centros Educativos Animação em Acção
Culturas Milenares
Desde sempre que a Arte é um pilar fundamental da nossa sociedade: dos Maias aos Aztecas, dos Gregos
aos Romanos...
Mas, tal como as especificidades de cada cultura e época, também a Arte muda consoante o ser humano
se transforma. Adapta-se às necessidades, desenvolve-se e faz-nos evoluir.
Alguns fazem Arte, outros vivem da Arte e há quem saiba fazer da sua vida uma Arte. Um dia, há 25 anos
atrás, alguém pensou que a Arte poderia ser algo mais: Reinserção Social. E o Chapitô começou a andar...
Alguns anos mais tarde, o Projecto Animação em Acção torna-se realidade. Através de alguns erros e
entraves, muitas descobertas e grandes alegrias, o Projecto progrediu.
Pessoas saíram, outras chegaram, mas o Projecto mantém-se até hoje. Trabalhamos com e, sobretudo,
para os jovens de hoje, privados da liberdade e da sociedade “lá fora”. Usamos “técnicas” milenares mas
sempre actuais: o afecto, a confiança, a compreensão e a tolerância. Ensinamos Arte de hoje e de sempre:
circo, capoeira, magia, música, artes plásticas, construção de objectos, modelagem e até a redacção de um
jornal...
Com este espírito de constante evolução, queremos destacar neste princípio do ano o Carnaval nos Centros
Educativos.
No Navarro de Paiva, a festa realizou-se da parte da manhã, com a presença de jovens, elementos da
equipa e funcionários do Centro. Depois de todos mascarados, inclusivamente os adultos, dentro da Casa
Cor-de-Rosa realizou-se o concurso de máscaras e foram premiados os quatro melhores.
Na Bela Vista, a festa foi à tarde, com a diferença de que tivemos um desfile pelas 3 unidades residenciais,
finalizando no ginásio com o concurso de máscaras. Foram três os vencedores.
Os sete premiados virão jantar na esplanada da Casa, este espaço místico que tanto lhes agrada.
Ainda não somos um Projecto Milenar...mas vivemos cada momento intensamente, com um sorriso nos
lábios e a esperança no coração!
A Equipa Animação em Acção
a música milenar o ritual milenar a liberdade
Chapitô
Agitação Artística
A Nossa Programação de vento em pompa
e circunstância...
O que aconteceu...
Sarau de Gala de Ginástica Acrobática
A 3 de Fevereiro, os alunos de do 2.º ano A/O participaram no Sarau de Gala
de Ginástica Acrobática no Pavilhão Municipal de Casal Vistoso, em Lisboa,
sob o desafio de João Martins, a coordenação da direcção da escola
e a orientação artística de Nuno M. Cardoso e Cláudia Nóvoa.
Para além do talento e da inspiração, é necessária muita transpiração,
quer dizer, muito treino...
Quando entrámos no pavilhão e começámos a ver aqueles ginastas tecnicamente
perfeitos nas suas especialidades, fiquei triste por não ter a mesma preparação
que eles. (E porquê? Cada um com a preparação que tem ou que
merece). Também é verdade que eles treinam mais ou menos desde os
seus seis anos de idade e que todos os dias têm cerca de quatro horas de
preparação! (E porquê? Aos seis anos começa-se a aprender a ler
e a escrever e por que não a trabalhar o corpo?
Tu também podes) E rapidamente ganhei consciência de que eles são
ginastas de alta competição e eu sou só um artista de circo... (E porquê?
Ginastas de alta competição e tu um grande aprendiz sem ter
que ser competitivo). Para além da pouca técnica que possuo, tenho a
minha própria expressão, ao contrário deles que fazem tudo de forma mecânica,
eis a diferença entre um artista de circo e um atleta de alta competição.
(E porquê? Cada um escolhe o seu caminho seja ele qual for. É
preciso muito esforço, determinação, amor, treino e qualidade).
Desse modo, o Sarau serviu sobretudo para ver as diferenças entre um ginasta
e um artista de circo, e posso dizer que felizmente no circo não há competição.
(Não é bem assim...).
Ping-pong entre Fábio Ribeiro (2.º A) e Tété
Carnaval 25: Chapitô na rua
Do Castelo ao Chafariz de Dentro (Alfama). Rua a cima rua a baixo, por entre
ruelas e vielas (de Alfama, claro!), e de quando em vez algumas tão afuniladas
que dificilmente podiam ser calcorreadas, lá foi o Chapitô no desfile de Carnaval
- alunos, jovens dos Centros Educativos, professores e colaboradores -, sob
o tema 25 (25 anos de Chapitô), numa feliz combinação com outros grupos
que nos acompanharam. Escusado será dizer que todo este desfile foi
devidamente preparado com antecedência e envolveu o trabalho de
maquilhagem, caracterização, figurinos, coreografia e encenação. Estas tarefas
estiveram a cargo de Mário Silva, Helena Lapas, Sofia Leone, João Martins,
Raquel Nicoletti, Bernardo Gama, Nuno M. Cardoso, José Garcia, Pedro
Carraca, Noémia Fernandes, Sílvia Barros e Irene Alvim.
Companhia do Chapitô
No dia 15 de Fevereiro, terminou a apresentação da Medeia no Chapitô:
trinta espectáculos e cerca de 1500 espectadores. Sexta-feira, dia 2 de Março,
a Companhia partiu em itinerância por terras de Espanha.
“Não será exactamente surpresa, para quem acompanha o trabalho do encenador
britânico John Mowat, escrever que a nova peça, Medeia, em cena no Chapitô, é
mais uma experiência de riso, até às lágrimas, através do recurso ao teatro físico.
O jogo deste desfrute, em desvario, vive do feliz encontro entre os dois actores da
Companhia do Chapitô (Jorge Cruz e José Carlos Garcia) e as duas versáteis
bailarinas/intérpretes, da Companhia Paulo Ribeiro (Leonor Keil e Marta Cerqueira).”
(Crítica de C.G., “O Grande Gozo, John Mowat visita «Medeia», numa versão
hilariante”, in Expresso, Actual, 27/01/2007)
No Bartô...
Biblioteca a arder de espanto
Todas as segundas e quartas terças-feiras de cada mês no Bartô
acontece uma Biblioteca a arder de espanto!
23 de Janeiro -“Com os caixotes da Isabel”; 13 de Fevereiro - “Com
o
milenar a linguagem
milenar o pensamento
Modernismo Português”; 27 de Fevereiro - “Os manuscritos
não ardem”, 13 de Março - “Sob Pressão” - conversa com Eduarda
Dionísio”.
Traz um amigo também
25 de Janeiro - jornalistas que escreveram na revista Cais - Chapitô
25 anos, 25 fotografias, 25 estações de Metro; 15 Fevereiro - “Os 60 dos
anos 60” com Sílvia Chicó (António Cartaxo, da Antena 1, também nos
visitou ao fim da noite); 28 de Fevereiro - Uma Tertúlia - A noite foi dedicada
às ONG’s e a voz foi dada à Segurança Alimentar e Nutricional); 8 de Março
Dia Internacional da Mulher, com Manuela Santos, Zélia Afonso e
outras amigas; 22 de Março, Com o Maestro Paulo Brandão e amigos.
Músicasofá
15 de Março - Miguel Castro Caldas e as suas músicas e amigos.
Na Tenda...
3 a 11 de Março
Os Tapetes Voadores (Fábulas do Mundo)
de Clóvis Levi e Palmela Jean, encenação de Clóvis Levi.
8 a 11 de Março
Pax Romana
ESTE Estação Teatral, encenação de Nuno Pino Custódio.
Animações...
Encantamos qualquer um, seja pendurados ou no chão. Os nossos meninos
fazem os possíveis para serem os melhores e nós estamos sempre por lá a
apoiar a causa. Dia 3 de Fevereiro, animação e aéreos, quadros vivos de
Dali e cantora ao vivo, no mesmo dia fomos até à RTP animar a malta mais
pequenina. E para benfiquistas e não só ficam a saber o nosso segredo, a
mascote Victória é o nosso ex-aluno Fábio! Estivemos ainda em directo na
RTP, não temos mãos a medir, mas rimos muito, tentamos manter-nos unidos
e fazer com que cada trabalho seja mais um bocadinho da parte boa da vida...
RKL - Raquel Botelho (Produtora de Animação do Chapitô)
O que vai acontecer...
17 de Março a 2 de Abril
Hamlet da Silva, Um dia mau como a m...
encenação de Eduardo Condorcet, por PAP 5.
17 de Março a 15 de Abril
Na Casa da Dona Infortúnia
pela Companhia do Chapitô, encenação de José Garcia.
27 Março
Dia Mundial do Teatro (Ver destacável)
Lá fora... noutros mundos
7 de Março a 6 de Maio
Dédale - Laurent Gachet, Académie Fratellini (Saint-Denis).
23 de Março a 8 de Abril
Après la Pluie... Cirque Désaccordé, Espace Cirque (Antony).
28 de Março a 22 de Abril
Espresso Circo Aereo / Les Objets Volants
La Villette (Paris); e 18 de Maio em Damas, Syrie.
3 a 5 de Abril
Un Cirque tout juste Circo Aéreo
Le Prato (Lille); 28 e 29 de Abril em Rencontres Méditerranéennes, Béziers.
23 a 31 de Março
Giboulées de la Marionnette - Estrasburgo.
4 a 7 de Maio
Feira Internacional de Teatro de Marionetas - Lleida, Catalunha.
(consultar www.titelleslleida.com)
9 a 13 de Maio
Trapezi. Feira Internacional do Circo
Reus (Tarragona - Catalunha)
(consultar www.trapezi.org)
Os festivais e eventos de malabarismo por esse mundo fora são tantos que
o melhor é consultar http://www.jugglingdb.com
“Ensinem-me a viver em liberdade”
Por João Duval
milenar o circo
milenar a consciência
A não perder...
27 Março
Biblioteca a Arder de Espanto
“Ouvir os Livros”
Rui Torres - poesia digital
21h - Bartô
27 Março
O Teatro vem ao Circo
22h - Tenda
24h - Música de DJ
Até 2 de Abril
Hamlet da Silva, Um dia mau
como a m...
Por PAP 5, encenação de Eduardo
Condorcet
22h00 - Tenda
Direcção
Teresa Madeira Ricou
Orlando Alves Garcia
José Carlos Garcia
João W. Ferro Menezes
Albertine Frognier Santos
Mesa da Assembleia Geral
Ernesto da Costa Fernandes
Maria Noémia Fernandes
Helena Lapas Evans
Conselho Fiscal
Bento Manuel Grossinho
Helena Quintanilla Gelpi
Ana Lucas Quintela
Ana Maria Pereira Coutinho
Até 15 de Abril
Na Casa da Dona Infortúnia
Espectáculo infantil, pela Companhia
do Chapitô
Sáb 16h00 / Dom 11h00
Tenda
Chapitando:
Edição
Helena Azevedo
Noémia Fernandes
Mário Cabeças
Grafismo
Pedro Bacelar
Cursos Fim de Tarde
Informações: 21 885 55 50
Expressão Dramática
Interpretação Teatral
Técnicas Circenses
Malabarismo
Capoeira
Ateliers para crianças
a partir dos 4 anos
Circo e Teatro
Capoeira
Apoios:
Edição
IPJ
Actividades Gerais
I.A. / Ministério da Cultura
ISS.IP - Segurança Social
Escola
Min. da Educação / Fundo Social Europeu
Ilustração da Capa:
a partir de pintura de Ana Duarte (3º O)
Fonte para a recolha de imagens:
Pierre Amiet et al, Bratislava, Taschen, 1994