Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo

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Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo
Província Capuchinha Nossa Senhora do Carmo
Pça João Lisboa, 350  65010-310 São Luís  MA   98 3878-0700   98 3878-0725  www.promapa.org.br
CIRCULAR VIª
P. 0013/2013!
“Veni, Creator Spiritus!”
Em clima de Pentecostes me dirijo a Vocês Irmãos, para avivar a nossa comunhão
fraterna e, ao mesmo tempo, informar-lhes acerca do COMPROMISSO que a nossa
Província assume diante da Ordem: A MISSÃO DE CUBA! Há nove anos estamos
presentes na Delegação; é pouco tempo quando se trata de compromissos dessa
envergadura, mas, a Cúria Geral, nos governos de frei John Corriveau e frei Mauro
Jöhri, respectivamente, vem nos desafiando a assumirmos aquela Missão. Nesses
quase dez anos, a nossa Província vem se encarnando na realidade eclesial cubana,
interpelada pelo Espírito, a prosseguir a história deixada pelos Irmãos espanhóis e
abrir as “fronteiras dos corações cubanos ao anúncio da fé”. Embora reconheçamos
que nossas forças sejam exíguas, afirmamos o nosso parecer positivo ao Ministro
Geral, quanto à recepção e passagem da Delegação de Cuba para a nossa Província.
Certamente não podemos andar a passos de galope, mas, na persistência do “andar
nordestino”, nos esforçaremos para manter viva a nossa presença naquela Missão.
Para lhes situar no contexto histórico no qual será inserida a nossa Província, lhes
brindo um pouco de história dessa presença que nos antecedeu.
PRESENÇA CAPUCHINHA EM CUBA!
PRECURSORES!
Antes que a Ordem se fizesse presente oficialmente em Cuba, aprouve a Divina
Providência enviar nos meados do século XVII, dois Missionários Apostólicos: Frei
Francisco José de Jaca y Aragão e frei Epifânio de Morians e Borgonha. Eram de
Províncias e nacionalidades diferentes, e não se conheciam. Frei Francisco era
espanhol e missionário na Venezuela; frei Epifânio era francês e missionário na
Guyana. Os dois se encontraram e se conheceram em 1681, no porto de Havana, e
a partir dessa data, sob o lema: “libera eum qui iniuriam patitur” (Eclo. 4,9), se
uniram na luta pela libertação dos escravos negros e índios, permanecendo em
Havana até novembro de 1683, quando foram deportados prisioneiros à Espanha
(cfr. Miguel Anxo, vol. I, Salamanca, 2003).
Há quase um século após a passagem desses Capuchinhos “abolicionistas” por
Cuba, em agosto de 1789, passou por Havana, frei Antonio de Muro, que regressava
à Espanha após erigir em Santafé de Bogotá um Colégio Missionário. Desejoso de
que os Capuchinhos assumissem a obra das Missões Populares em Cuba, o Bispo
Santiago Echeverría pediu a frei Antonio que, chegando à Espanha, gestionasse com
os superiores a respeito da proposta, além da fundação de um Colégio Missionário
em Havana. Sendo da Província de Valência, frei Antonio de Muro expôs o projeto
aos frades castellanos que, naquele momento, viviam uma atmosfera de fervor
missionário com a beatificação de São Lourenço de Brindisi (01/06/1783), fundador
da Província de Castela.
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A PROVÍNCIA DE CASTELA!
Aos 25 de fevereiro de 1784, a Província de Castela enviou a Cuba um grupo de
vinte e nove missionários: 21 sacerdotes e 08 Irmãos leigos. Na escala que fizeram
em Porto Rico, enquanto esperam transporte para a Ilha, pregaram uma Missão de
21 dias. Finalmente aportaram em Havana no dia 12 de junho de 1784. Enquanto
uns dedicavam-se ao Colégio, outros percorriam a Ilha pregando Missões Populares.
Pouco tempo depois, com a ascensão do liberalismo espanhol ao poder em 1820,
não veio mais reforço de pessoal e a Missão começou a enfraquecer.
Com a guerra da sucessão espanhola iniciada em 1841, recrudesceu ainda mais a
perseguição dos Religiosos e aquela substancial lista de 29 missionários foi, aos
poucos, eliminada pela barbárie. A lei de exclaustração, executada em Cuba, em
1841, apagou a Vida Capuchinha no Convento São Filipe Neri, em Havana; foram
minguando com o tempo: uns preferiram a exclaustração forçada, os mais velhos
foram morrendo e, os mais ousados, despidos de sua identidade, hábito e barba,
preferiram viver na clandestinidade até o dia em que a morte arrebatou o último
deles, em 1861. Assim sucumbiu aquela gloriosa etapa da presença Capuchinha na
Ilha cubana.
PERÍODO DE RESTAURAÇÃO!
Por volta de 1850, os Capuchinhos que missionavam na Venezuela, tentaram
“refundar” a presença da Ordem na Ilha, mas, não faltou quem fechasse o caminho
para eles. O Bispo de Santiago de Cuba, (Santo) Antonio Maria Claret, intercedeu
junto à rainha Isabel II, que ofereceu aos Capuchinhos de Navarra, uma residência
em Bayamo, mas, a proposta não foi aceita pelos Superiores Maiores.
Finalmente, a segunda geração de Capuchinhos chegou a Cuba no alvorecer do
século XX, após 64 anos de ausência e, desta vez, se estabelecem na prócer cidade
de Bayamo, região oriental do país, a 750 km de Havana. A conturbada situação
política da Venezuela obriga os frades a abandoná-la e, em 1905, estabeleceram-se
na lendária cidade de Bayamo, onde se deu a fundação de Cuba. O ambiente não
era tão favorável aos missionários, ao contrário, era muito desafiador; ali assolava o
anticlericalismo. Mas, a paciência e o perseverante trabalho dos frades, impõem-se
definitivamente e a Ordem instaura-se novamente em Cuba. Em 1919, avançam ao
centro do país e estabelecem-se em Cruces (Villa Clara), assumem a Paróquia e
organizam o Colégio Missionário.
O TEMPO DA PUJANÇA!
Em 1944, o Bispo de Havana entregou aos Capuchinhos a arruinada Igreja de São
Salvador, na periferia da capital, e assim, foi aberta a primeira residência havanera.
Nesse mesmo ano, enquanto assistiam ao “São Salvador”, projetaram-se para o
futuro e iniciaram a construção do Convento e da Igreja da Ordem. Em dez anos
(1948/1958) construíram, em estilo românico-bizantino, a colossal e majestosa
Igreja dedicada a Cristo Rei, popularmente conhecida como “Jesus de Miramar”,
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com o simpático Convento anexo. Frei Aniceto de Mondoñedo foi o construtor. Aos
10 de abril de 1948, tomaram posse da Paróquia “La Pastora” em Santa Clara,
capital de Villa Clara, onde estão até hoje. Em 1954, abriram a residência do “Cristo
de Límpias” na Havana Velha.
INSTALAÇÃO DA CUSTÓDIA!
Aos 05 de maio de 1955, o então Ministro Geral, Frei Benígno de Santo Ilário
Milanese, erigiu a Custódia Provincial de Cuba, desmembrando-a da Custódia da
Venezuela, ambas afiliadas à Província de Castela. Na época havia cinco residências
e 22 missionários. Além do apostolado paroquial, os frades estavam engajados na
pastoral extraordinária: magistério universitário, missões populares, comunicações
(televisão, rádio, jornal), educação, apostolado nos colégios públicos... Estava
projetada a construção do Seminário Seráfico, cuja pedra fundamental já havia sido
colocada, mas, a partir de 1961, “minguou e fragilizou-se” a presença missionária
dos Capuchinhos em Cuba que, doravante, sobreviveu mediante a “solidariedade
fraterna” da Ordem. A nossa Província também foi interpelada pela Ordem, a dar a
sua colaboração, que já leva nove anos e, agora, a Ordem nos pede que assumamos
como Província, a inteira responsabilidade da Missão de Cuba.
HERDEIROS DE UMA HISTÓRIA DE LUTAS E LABUTAS!
Herdamos essa história de ousadia e paixão, movida pelo espírito de sacrifício e
renúncia! Diante de Deus e da Ordem temos uma grande responsabilidade. No
próximo dia 24/05/2013, eu e frei Luís Rota e frei Lázaro Nunes, viajaremos para
Cuba e, em nossa companhia, viajará frei Odinei Mota da Cruz, estudante de
teologia, anteriormente transferido para a Fraternidade de Manzanillo onde fará o
seu ano de tirocínio e, em seguida, prosseguirá os estudos teológicos. No dia
22/05/13, na nossa Igreja do Carmo, Mater et Caput Missionis, na celebração
eucarística das 17 hs, será realizado o seu ENVIO missionário.
Mas, o motivo principal que me leva à Cuba, é que, no dia 1° de junho de 2013, os
Conselheiros Gerais, frei Sérgio Dal Moro, pela CCB e frei Hugo Mejía Morales, pela
CONCAM, promulgarão o DECRETO GERAL, passando a Delegação “Vírgen de la
Caridad”, da jurisdição da Província da Espanha para a nossa Província. Também
estarão presentes, o Provincial da Espanha, frei Benjamín Echeverría, e o seu
Secretário. Nessa mesma ocasião será realizada a Assembleia da Delegação.
Será um especial momento da Graça para a nossa Província, pois, a partir dessa
data, a inteira responsabilidade da Missão de Cuba estará depositada sobre nós. A
Província da Espanha após dois séculos de presença missionária naquele país se
retira, silenciosamente, deixando-nos o território geográfico e pastoral daquela
desafiadora Missão. A Missão em Cuba será doravante o nosso “primeiro amor”
missionário além fronteiras, e isto nos leva a crer, que “a porta da fé estará sempre
aberta para nós” (Porta fidei, 1), ou seja, que TODOS nós temos igual e irrestrita
responsabilidade para com o desenvolvimento, digo, da nossa Missão: rezar para
que o Senhor suscite entre nós vocações missionárias “ad gentes”, apoiá-las,
promove-las, incentivá-las.
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DESAFIADOS PELA MISSÃO!
O número dos nossos missionários em Cuba é pequeno, onze: sete brasileiros, três
espanhóis, e um cubano americano. Teremos a Graça de contar com a presença de
frei Sandy López Caballero, cubano, estudante de teologia em Salamanca que, no
final de agosto vindouro, fará sua Profissão Perpétua e regressará à Delegação.
Portanto, a partir de agosto, se Deus quiser, a Delegação terá doze frades. Pouco a
pouco a nossa “presença carismática” irá despontando vida como o grão de trigo
que cai no chão.
Atualmente a Delegação conta com três Fraternidades: uma em Havana (Jesus de
Miramar), onde funciona a sede da Delegação; uma em Santa Clara, na Província de
Villa Clara, onde os frades atendem duas Paróquias (La Pastora e Santana); e uma
em Manzanillo, na Diocese de Bayamo, Província de Granma, onde os frades
atendem uma Paróquia. Além dessas três residências, há uma quarta, “Cristo de
Límpias”, no Centro Histórico da Havana velha, em processo de reestruturação.
Além desse dado significativo, não podemos esquecer o aspecto da consciência
missionária ad gentes, que a nossa Província deverá alcançar. Essa conquista é
importantíssima para nós, diante do compromisso que a Cúria Geral coloca em
nossas mãos. Mediante esse desafio ímpar poderemos nos empenhar, juntos, na
árdua tarefa da “Plantatio Ordinis” em terras cubanas; acreditemos, pois, a Missão
da Ordem em Cuba é compromisso inalienável da Província Nossa Senhora do
Carmo. Não podemos sucumbir, jamais!
Nesse momento, longe de nós qualquer sentimento de vaidade lisonjeira, devendo
prevalecer, espírito de solidariedade, generosidade, comunhão e partilha. Longe de
nós todo e qualquer sentimento protagonismo, e sobressaia o espírito de renúncia,
minoridade e pobreza. Antes da construção de qualquer infraestrutura – que já
existe o suficiente – a nossa tarefa vital em Cuba é potencializar a Vida fraterna em
vista do Carisma e da Plantatio Ordinis.
As Fraternidades que se sentirem movidas pelo espírito de partilha, e quiserem
ajudar economicamente essa Missão, poderão fazer os depósitos, diretamente, na
seguinte conta, em nome da Província: B. do Brasil, Agência 2972-6, CC/34831-7,
reservada para essa finalidade. Os Párocos durante os festejos patronais divulguem
a nossa Missão; de igual modo os Guardiães, promovam, uma vez ao ano, evento
com a mesma finalidade. Lembremo-nos que o supérfluo em nossas casas poderá
ser muito útil à Missão. Mãos à obra, irmãos; o tempo urge, e nós, desafiados a
continuar a tarefa da implantação da Ordem em Cuba. Avante, pois!
Enfim, convoco a todos, para assumirmos com ardor e paixão a nossa Missão em
Cuba, pois, só assim poderemos dizer que somos uma Província missionária. À luz
dos 400 anos de presença Capuchinha no Brasil, com destaque para o Maranhão,
não podemos permanecer inertes aos apelos do Espírito que, hoje, nos desafia a
avançar “duc in altum” e confirmar nossa presença no Caribe, afinal Aparecida
aponta-nos naquela direção.
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Deixemo-nos interpelar pelo Espírito do Senhor, que nos guiará pelas sendas do
Evangelho, motivando-nos a irmos “até os confins do mundo”. Por isso, Irmãos, o
invoquemos: “Veni Creator Spiritus, mentes tuorum visita, imple superna Gratia,
quae tu creastipectora”! Amém! Assim Seja! Aleluia!
COMUNICAÇÕES:
Agradeço aos Párocos de Açailândia, Cohab, Primavera, Marabá e Igarapé Grande
pelo envio da Coleta do Bom Pastor arrecada no quarto Domingo da Páscoa.
Aqueles que ainda não a enviaram, peço-lhes o obséquio de fazê-lo o quanto antes,
mediante o Economato Provincial, pois, trata-se de um compromisso com a
Formação Inicial.
Após poucos meses na Fraternidade Nossa Senhora dos Capuchinhos, na Vila dos
Frades, Frei Haroldo Oliveira Brito está transferido para a Fraternidade São Pio de
Pietrelcina, em Santana, Amapá; lá exercerá a função Vigário Paroquial, devido o
frágil estado de saúde de frei Defendente Rivadossi. Ao frei Haroldo votos de
fecundo apostolado no seu novo trabalho e, na itinerância, a obediência estabelece
sua chegada à nova Fraternidade até o dia 31 de maio de 2013.
O Secretariado da PV Provincial deixa de existir, incorporando-se à Formação Inicial;
frei Antonio Eraldo do Nascimento, membro do Secretariado da Formação Inicial,
Coordenará a PV em sintonia com os Coordenadores Regionais. Regional de São
Luís: frei Eduardo Farias; Regional de Barra do Corda: frei Raphael Hatylla; Regional
de Imperatriz: frei Antonio Eraldo; Regional de Belém: frei Antonio Eraldo.
Quanto aos questionários sobre as nossas Obras Sociais entregues aos Guardiães
durante o Retiro, em fevereiro, e que deveriam ser entregues em março, somente
duas Fraternidades entregaram (Vila dos Frades e Marabá). Lembro aos Guardiães
em “dívidas” que se apressem em enviá-los à Secretaria Provincial o quanto antes,
pois, deles depende a montagem da nossa Assembléia Provincial.
CONVITE: No próximo dia 08/06/2013, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, no
Anil, às 18:30 hs, a Fraternidade Provincial celebrará as Bodas de Ouro Sacerdotais
de FREI DEFENDENTE RIVADOSSI. Ao festejado formulamos votos de felicitações.
Informo que, no próximo dia 22 de maio de 2013, na Celebração Eucarística das 17
horas, será admitido ao Postulantado, o aspirante, MAICON PONTAROLE DE SOUSA,
até essa data vivendo no Convento do Carmo, enquanto conclui o curso de filosofia
no IESMA.
São Luís, 19 de maio de 2013, Solenidade de Pentecostes!
Fraternalmente,
Frei Deusivan Santos Conceição, OFM. Cap.
Ministro Provincial
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