NEWSLETTER 4

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NEWSLETTER 4
RESLEA – Reduction of Early School Leaving of Young People
NEWSLETTER 4
CONFERÊNCIA FINAL REALIZADA NA UCP, LISBOA
9 e 10 de janeiro de 2014
Nos dias 9 e 10 de janeiro de 2014, os parceiros do Projeto RESLEA - Reduction of Early
School Leaving of Young People organizaram a Conferência Final Europeia na UCP –
Universidade Católica Portuguesa.
O Projeto RESLEA é coordenado pela Universidade Católica Portuguesa – CEPCEP, Centro de
Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa e tem como parceiros nacionais o
CECOA – Centro de Formação Profissional para o Comércio e Afins e a Associação EPIS –
Empresários pela Inclusão Social.
O projeto conta, ainda, com instituições parceiras provenientes dos seguintes países: a
Alemanha, o NTL - New Technologies and Learning in Europe e o ISOB - Institute for SocioScientific Consultancy; a Bélgica, a MENON Network; a Eslovénia, a School Centre Velenje; a
Hungria, a SZÁMALK; e o Reino Unido, o Hackney Community College.
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No dia 9 de janeiro, apresentámos os vários casos piloto do projeto e analisámos o impacto
desta experiência nos diferentes países da parceria, decorrente do teste da metodologia
desenvolvida no âmbito do projeto.
No debate contámos com a moderação do Professor Roberto Carneiro, coordenador do
projeto, e de representantes dos vários parceiros: Diogo Simões Pereira, da EPIS e Félix
Bolaños, da Escola da Apelação; Jana Krautberger da SCV; Tayebeh Kazempour do HCC e
Laszlo Komaromi, do SZÁMALK.
A EPIS e o CECOA lançaram um piloto em Portugal, em parceria com a Escola da Apelação
(Loures). Os alunos são na sua maioria filhos de imigrantes africanos, com baixo
aproveitamento escolar e uma baixa motivação para prosseguir os estudos. A intervenção
coincidiu com a introdução de um modelo de maior autonomia e respeito pela diversidade e
ritmo de aprendizagem dos alunos.
Na Escola da Apelação, envolvemos cerca de 26 alunos. O objetivo do piloto foi ajudá-los a
obter sucesso escolar a curto prazo e ambição para continuar a estudar, com bom
aproveitamento. Envolvemos ainda professores e mediadores. Devido ao limitado período
de teste, o envolvimento das famílias foi mais reduzido; pela mesma razão, a comunidade
não foi envolvida.
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Na Eslovénia o modelo foi testado junto de 28 alunos do curso de engenharia informática e
programação, uma saída promissora no acesso ao emprego de jovens; e de um grupo de
controlo (26 alunos). O objetivo do piloto visou apoiar os alunos na conclusão com êxito da
primeira fase de um exigente percurso de 4 anos. A ferramenta de triagem foi usada para
selecionar os alunos em risco. Um conselheiro da escola trabalhou com os alunos, os pais e
os professores enquanto mediador para o sucesso escolar.
No Reino Unido os alunos envolvidos no teste piloto frequentavam um curso de nível 3 de
gestão e encontravam-se em risco de abandono escolar. Os 4 alunos em risco apresentavam
baixos níveis de qualificação de entrada, falta de motivação, problemas de assiduidade e um
desempenho baixo. Apresentavam ainda problemas sociais, financeiros e familiares.
O teste focou-se no processo de screening para a avaliação inicial e posterior monitorização
e envolvimento dos alunos em grupos específicos, em sessões de coaching e na avaliação de
pares. O feedback dos empregadores e o envolvimento da comunidade também foi testado.
Os empregadores procuram alunos com boas competências sociais, dado que as
competências técnicas são passíveis de trabalhar em contexto empresarial. Por sua vez, o
maior envolvimento da comunidade permite encontrar mais alternativas de trabalho para os
alunos.
Na Hungria o piloto coincidiu com a introdução de reformas e de novos programas e
medidas nas escolas. Os objetivos do teste foram aplicar o modelo Reslea junto de alunos
em risco, para apoiar no sucesso escolar a curto prazo e incentivá-los a terminar os seus
estudos. Foram envolvidas duas turmas de 28 e 26 alunos, respetivamente, um grupo de
teste e um grupo de controlo.
O piloto permitiu aferir que a metodologia Reslea permite melhorar a reintegração na
sociedade, em particular dos alunos de etnia cigana. O perfil do mediador também foi
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bastante valorizado, em particular na melhoria da motivação dos alunos. Os alunos
melhoraram a sua relação com a escola, os resultados de aprendizagem e continuaram o seu
plano de estudos. As famílias foram envolvidas e os professores consideram a experiência
muito positiva e enriquecedora, em particular na resolução de conflitos.
Em resumo: nos diversos países europeus onde decorreu o teste piloto, as vantagens
superaram em larga medida os constrangimentos. O modelo desenvolvido no âmbito do
projeto Reslea foi adaptado a várias tipologias de «escolas», desde o ensino regular à
vertente profissional, a entidades públicas e privadas.
No dia 10 de janeiro, diversos peritos convidados nacionais e internacionais exploraram a
dimensão europeia do tema e o valor acrescentado do Projeto RESLEA no apoio à política
europeia de combate ao abandono precoce do sistema de educação e de formação
profissional.
O debate foi animado pelo Dr. Walter Kugemann da NTL e contou com a participação de
Maria Cândida Soares da UCP – CEPCEP; de Alexander Krauss do ISOB e do Prof. Pedro S.
Martins da School of Business and Management Queen Mary, Universidade de Londres.
Os peritos alemães salientaram as vantagens do modelo dual no combate ao abandono
escolar precoce. E acrescentaram ainda que num país com a dimensão da Alemanha existem
grandes diferenças entre as diversas regiões, tanto demográficas como económicas, que se
refletem na relação dos cidadãos com a escola enquanto investimento com retorno
(melhoria de qualificações, acesso a melhores condições de trabalho, etc.).
A metodologia Reslea é um instrumento de integração e de inclusão das pessoas no sistema
de educação e de formação profissional e no acesso ao mercado de trabalho. Enquanto
metodologia holística, o método Reslea permite atacar o risco de abandono escolar precoce
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numa fase inicial e desenhar um plano de intervenção e de ação que envolve alunos,
professores, famílias e a comunidade.
Os oradores salientaram ainda a necessidade de investir na capacitação de mediadores para
o sucesso escolar e de trabalhar as lideranças escolares introduzindo uma cultura de valores
de respeito pela dignidade humana, de liberdade e de novos desafios. A importância da
avaliação foi outra das questões em debate. A experimentação do modelo em diferentes
zonas geográficas; a realização de estudos comparativos (intervenção versus controlo), por
forma a aferir que circunstâncias influenciam os resultados; o valor real da intervenção e a
análise de custo benefício são também desafios à melhoria do modelo.
Algumas ferramentas devem ser melhoradas, mas o maior desafio é como o modelo deve
facilitar a transição dos alunos para o mercado de trabalho. A transição da escola para as
empresas promove-se através de sessão de sensibilização sobre as (novas) profissões e
sobre as necessidades do mercado de trabalho, da melhora das competências soft. O
acompanhamento e tutoria dos alunos e um maior contato com as empresas desde ensino
secundário é outra estratégia a ter em conta.
Os peritos concordam que existem potencial para a ampliação do projeto para outros
Estados-Membros. Outros países que também pretendam melhorar o sistema de educação e
de formação profissional de jovens, os programas de acesso ao mercado de trabalho, as
experiências de formação em contexto empresarial, bem como promover a «circulação de
cérebros» através de projetos de mobilidade.
A conferência contou com a presença de 65 participantes, entre peritos, professores e
formadores provenientes de diversas escolas e centros de formação, e outros agentes dos
sistemas de educação e formação profissional.
www.reslea.eu
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