Radioterapia intraoperatória no cancro da mama

Transcrição

Radioterapia intraoperatória no cancro da mama
barlavento 29OUT2015
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saúde
ARS inova no acesso
a dados clínicos
no rastreio móvel
Ana Sofia Varela | [email protected]
Estabelecimento Prisional de Silves foi o espaço
escolhido para apresentar novo software que agiliza
o envio de Raio-X da Unidade Móvel de Radiologia
para a ARS do Algarve
Agora já é possível colocar em
rede, na Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve, os exames radiológicos
efetuados na Unidade Móvel
em qualquer ponto da região.
O projeto-piloto aperfeiçoa-
do por técnicos informáticos
da ARS, aproveitando o know
how destes profissionais, foi
apresentado esta terça-feira,
27 de outubro, no Estabelecimento Prisional de Silves. A
escolha recaiu sobre este es-
paço para mostrar a descentralização dos serviços, com
sede em Faro, sendo um bom
exemplo de como funciona a
nova tecnologia, explicou fonte da ARS ao «barlavento». Ou
seja, o novo equipamento per-
mite trabalhar em rede, dando a possibilidade a que os
profissionais de saúde da ARS
realizem um número ilimitado
de Raio-X durante os rastreios
na unidade móvel. Depois bastará, através da rede 4G/LTE,
que as imagens sejam enviadas para a rede, agilizando o
processo, criando maior segurança e poupando tempo aos
profissionais de saúde. Este
software permite também o
acesso imediato aos dados ne-
cessários para efetuar os rastreios em qualquer ponto da
região. A nível prático, esta
tecnologia contorna o procedimento anterior que implicava transferir as imagens clínicas físicas, entre a unidade móvel e o centro de saúde,
sem que fosse possível fazer
um diagnóstico entretanto.
Passa a ser possível a deteção,
com maior rapidez, da patologia, tornando também a notificação médica e o tratamento
do utente mais céleres.
espaço saúde | Hospital Particular do Algarve
Radioterapia intraoperatória
no cancro da mama
Mais esperança e qualidade de vida
no tratamento do cancro da mama
Outubro foi o mês do cancro
da mama e amanhã, dia 30,
comemora-se o Dia Nacional
da sua prevenção. Apesar dos
avanços tecnológicos no campo da prevenção e do tratamento, as estatísticas continuam pouco animadoras. O
cancro da mama apesar de
não ser dos mais letais mantém uma elevada incidência e
uma mortalidade importante, sobretudo na mulher. Estima-se que surjam em Portugal 4500 novos casos/ano, ou
seja 11 novos casos/dia, morrendo por dia quatro mulheres com esta doença.
São vários os fatores de
risco para o cancro da mama,
sendo os mais importantes
aqueles que variam de forma
importante e que dificilmente são alteráveis. Falamos dos
fatores genéticos, dos antecedentes pessoais de patologia
da mama ou a idade do nascimento do primeiro filho. Nos
últimos anos a literatura tem
acrescentado outros fatores
importantes, porém modificáveis, como são a alimentação ou determinados hábitos
de vida. Por ser desconhecida
a causa do cancro da mama,
não há prevenção primária
para a doença, sendo por isso
a vigilância regular o método
mais eficaz na prevenção desta condição. A vigilância mensal (palpação) por parte da
mulher é muito importante,
apesar de só permitir detetar
lesões superiores a um centímetro, dai que seja obrigatória a vigilância regular pelo
médico especialista.
O prognóstico do cancro
da mama depende do estádio
da doença na altura do tratamento, sendo mais uma vez a
deteção precoce a possibili-
dade que oferece maior margem de sucesso.
A tecnologia do diagnóstico na área da senologia
(ramo da medicina para o estudo global da mama normal
e patológica) tem evoluído
de forma muito positiva nos
últimos anos. Exemplo dessa evolução é a mamografia
digital, que possibilita detetar lesões de dois a três milímetros, que em conjunto com
a estereotaxia(1) permite alcançar diagnósticos e resoluções totalmente precisos. A
estereotaxia digital ou biópsia mamária guiada por estereotaxia permite determinar
tridimensionalmente a lesão,
oferecendo com grande precisão a realização de biópsias
de micro calcificações, nódulos, áreas de assimetria focal
ou distorção da arquitetura
mamária.
Quando o tumor é cancerígeno é muitas vezes necessário realizar radioterapia.
Esta terapia consiste na utilização de radiação ionizante,
tendo como objetivo primário
erradicar a doença, através da
destruição do maior número
possível de células tumorais
ou da redução do tumor.
A dose de radiação que se
administra depende de muitos fatores, mas quase todos
os programas de radioterapia curativa têm uma aplicação diária, cinco dias por semana, durante aproximadamente seis semanas, cuja duração por sessão pode ocupar
mais de uma hora. Esta duração do tratamento afeta negativamente a qualidade de vida
das mulheres e das suas famílias, sobretudo aquelas que
vivem afastadas dos centros
de tratamento.
A possibilidade de realizar a radioterapia durante a
cirurgia ao cancro da mama
e numa só sessão apresentase como uma possibilidade
vantajosa para as mulheres,
refletida pela precocidade da
abordagem que indubitavelmente se associa a melhores
resultados.
Além disso, está comprovado que esta dose única de
tratamento aplicada imediatamente após a remoção do
tumor, esteriliza as eventuais
células tumorais residuais
apresentando menos toxicidade, menos lesões para a
pele e áreas adjacentes, be-
neficiando por isso também o
aspeto estético.
(1) Técnica cirúrgica minimamente invasiva que, através de um sistema de coordenadas tridimensional, permite
alcançar com precisão pequenas estruturas no corpo, como
quistos ou tumores e atuar da
forma terapêutica necessária,
como ablação, biópsia, injeção,
implante ou radiocirurgia.

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