Programa - o Oficina
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Programa - o Oficina
TEATRO OFICINA ESTREIA EM SAMPÃ O QorpoSanto de Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, nos engravidando destas energias invencíveis e bárbaras da juvenilidade anuncia a Primavera no Teatro Tom Jobim, no Jardim Botânico do Rio de Janeiro, entre 5 e 13 de setembro, e curta temporada em Sampã, de 3 de outubro a 15 de novembro. Como o Renascimento saltou da Idade Média retornando ao Paganismo pra reconquista do Poderio Humano nós retornamos à geração que criou uma Primavera em plena 2ª Guerra Mundial conquistando a Paz, re-existindo no início da Guerra Fria, encontrando seu pouso no Teatro-Arte inseparável da Arte-Vida. Estamos nós, um Coro de Protagonistas, de artistas coroados, na eletricidade dos ensaios recriando ao vivo as letras, as notas, os passos, as músicas, as danças, os ritos, as imagens, as luzes, a sonoplastia do Teatro Total desta brincadeira de teatro: Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda !!. Estamos oferecendo a nós mesmos a ao público as delícias da “vida do artista : não há melhor que exista”. José Celso Martinez Corrêa diretor artístico da Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona Uma produção da Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, “ESTRELA BRAZYLEIRA A VAGAR – CACILDA!!” estreia na cidade no dia 3 de outubro de 2009 às 18 horas A Primavera de 2009 será diferente, pré anunciada pela energia de ressurreição que traz para a cena a eterna Cacilda Becker, em montagem da Companhia Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona com patrocínio da PETROBRAS. EXPEDIENTE A Criação deste espetáculo é orgyástica. Realizada ao vivo, a partir de um texto escrito por encenadores e tem como corifeus Marcelo Drummond, Camilla Mota, a poeta Catherine Hirsh, José Celso Martinez Corrêa e todo Tyazo, que é como se chama na língua de Dionisios uma Companhia de Amores de Teatro. Os textos deste programa foram escritos por José Celso Martinez Corrêa e editados por Tommy Della Pietra. As fotos são de Marcos Camargo, Maurício Shirakawa, Renato Mangolin, acervo do Teatro Oficina e acervo do IBAC, livremente manuseadas na poesia de Cacilda!!. Esta publicação tem como jornalista responsável Ana Rúbia de Melo (MTB 17776 - SP). ESTRELA BRAZYLEIRA A VAGAR – CACILDA!! (duas exclamações) estreia para uma curta temporada que conta com o patrocínio da Petrobras através da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal. Escrita e dirigida por José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond, CACILDA!! estréia em SamPã para despertar a Primavera em nosso corpo de multidão. Nosso desejo, para Estrela Brazyleira a Vagar, nesta primavera de 2009 é revivermo-nos, nós e o público, no corpo-alma, com a energia de ressurreição que ela traz. Às vezes as Primaveras chegam a nós humanos sem percebermos. Não acontecem em nosso corpo de multidão como aconteceu no Brasil com a Tropicália em 1967, no mundo inteiro em 1968, e nos anos 40 com a geração de Cacilda Becker. A Primavera social, do cosmos percebido no corpo humano, só acontece se estivermos atentos à ela, em cada ano. Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, e a Guerra Fria, tempo em que se passa a peça, no Rio de Janeiro, capital do Brasil, renascia a Primavera no corpo da geração que pariu a Cultura e o Teatro Brasileiro Moderno. Cacilda, aos 20 anos de idade, chegava à Cidade Maravilhosa, onde um Coro imenso de protagonistas renascia na Arte de Dionísios nos Trópicos do Hemisfério Sul: Villa Lobos, Oscar Niemeyer, Lina Bardi, Oswald e Mário de Andrade, a Cinédia, a Atlântida, as Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga, os artistas da Rádio Nacional que inventaram a Era de Ouro, o Samba, o Baião, etecéteras… Como estamos passando não por uma era de mudanças mas por uma mudança de Era, queremos criar com a renovação da natureza as potencializações que este movimento social e cósmico nos propicia. Estamos nos excitando com tesão adolescente de 20 anos, os de todas as idades, dos vivos, e revividos aqui agora, potencializados pela revolução da Era Digital para travessia do portal da superação da Crise de todos os sistemas, ideologias, religiões. RIO de janeiro OS 3 PRIMEIROS SINAis O público entra pelas cortinas vermelhas clássicas de um Teatro nos bastidores desta Arte. Nós e público brincamos então com o bebezinho ainda, teatro moderno brasileiro. Mais especificamente com o de Cacilda: “Todos os Teatros são meus Teatros”. O público topa de cara com os atores nos seus Camarins-Malas, dentro da pista, a banda em seus praticáveis no centro, afinando, os operadores de luz e som iluminados, imagens projetadas nas telas, na pista de rua, com as curvas da praia de Cocapabana e sons, trazendo a ambiência sonora e visual dos anos 40 no Brasil, misturando a 2ª Guerra Mundial e a Paz. Músicas da época e vozes como a de Celso Guimarães e Getúlio são ouvidas, tendo sempre um fundo musical. O local do jardim ocupado pelo público com uma arquibancada, levando em conta as árvores. No 1º Sinal os atores e público tem uma deixa de atenção. No 2º Sinal o elenco sai pela Cortina. Com o 3º Sinal entra o final do 1º ato do DVD de Cacilda!, a primeira exclamação, com a atriz desabraçando-se doloridamente de um Qorpo Único: suas irmãs Cleyde e Dirce e sua mãe Dona Alzira - despedindo-se de Santos. O Fotógrafo Boris Kaufman com uma câmera super-8 anuncia a última tomada. Filma em 8 mm e é filmado. Cacilda, planta separada da raiz, vai cortando os fios dos que plugam sua existência ali, o professor Lóssio, Venâncio, Flávio de Carvalho, e embarca com sua bagagem, descendo os subterrâneos do Oficina, na Barca do Inferno, para tomar um trem para o Rio e ingressar no Teatro do Estudante do Brasil. A Capital da República do Brasil, no máximo de seu esplendor, uma ilha de Paz como Havana, Casablanca, no Mundo em Guerra mas ainda fora dela, assiste à chegada, vinda do aereoporto Santos Dumont, da Banda Americana de Eddy Duchin. CONSTELAÇÃO DOS BASTIDORES DA UZYNA 3 1 4 2 Os figurinistas Olintho Malaquias (1) e Sônia Ushiyama (2) trazem o charme dos anos 40 e misturam personagens míticos, humanos e semianimais. A costureira chefe é Leci de Andrade. O Espaço Cênico criado pelas Arquitetas Cris Cortílio (3), diretora de arte e Carila Matzenbacher (4), diretora assistente e produtora de arte, são os bastidores do Teatro Mundi pois nele entram desde os estúdios da Atlântida, a Roda dos Cassinos do Rio, o Pão de Açúcar, o Porto de Santos, as neves de Mayerling, os Morros do Rio, a Avenida Rio Branco, o Barco dos Comediantes, etc. A criação e execução dos objetos cênicos é de Ricardo Costa (5) e da assistente Adriana Michalski (6). O vídeo traz a crescente penetração da era digital no Teatro e nos seus bastidores atuais e históricos cenografando, ativando, trazendo a presença do público para atuar. O grupo é composto por Cassandra Mello (7), Jair Molina (8), Renato Banti (9), Joana Camargo (10) e Joaquim Castro (11). Na Direção de Cena emerge o talento de Rafael Ghirardelo (12) e na contraregragem Aguinaldo Rocha. Nos camarins Cida Melo (13), já de nossa Primeira Guarda. A iniciante “primo canto” Inara Gomide (14) é a camareira de Cacilda e Teresinha Oliveira (15) cuida dos figurinos. Marcelo Drummond cria a Luz com Ricardo Morañez (16), operada por Karine Spuri (17). O músico cyber Rodrigo Gava (18) cria e opera a sonoplastia complexa, invocando as vozes dos artista dos anos 40, criando ambiência da instalação Teatro Bastidor, dos anos 40 - 2009, e a trilha do desenrolar da peça com Ramon Monteiro (19) que também faz a operação de microfones. Na assessoria de comunicação, pesquisa e produção executiva de cena o Chefe de Gabinete Valério Peguini (20). Na produção internacional Felipe Matsuo (21). No projeto gráfico Mariano Mattos Martins. No site e edição do programa Tommy Pietra (22). A maquiagem e os cabelos com o divo Bruno Fattori e as fotos das estrelas feitas para essa edição são do vedor Marcos Camargo. Na direção de produção e assessoria de imprensa o talento de Ana Rúbia de Melo (23), uma das generais mais importantes da Expedição de Os Sertões a Canudos, comanda mais este desafio: “Os Cacildões”, com direção executiva de Camila Mota e Bia Fonseca (24) e assistência na produção de cena de Mariana Oliveira (25). Nossa vedete do teatro de revista Alice Queiroz (26). Na organização do acervo Thaís Sandri. Administração de Simone Rodrigues (27) e Aury Porto (28) e assistência administrativa de Vanessa Tomaz (29) e Anderson Puchetti (30). 7 8 6 5 10 11 12 9 14 13 16 15 Anna Guilhermina , vinda muito jovem para as 27 horas de Os Sertões desde 2002, atuou grávida. Sua bolsa abriu num ensaio aberto de O Homem I em que fazia uma vaca leiteira buchuda para o público. Logo voltou a atuar nos Sertões dando seu leite para o público na mesma cena em que pariu Lyrio, seu filho, batizado num ritual teatral no Teat(r)o Oficina. Fez Vento Forte para um Papagaio Subir, Cypriano & Chantalan, Os Bandidos, de Schiller e As Bacantes de Eurípedes em Araraquara, preparando-se para correr o mundo. É agora a protagonista de Estrela Brazyleira a Vagar - Cacilda!!. 20 17 19 18 Cacilda Becker 24 BATUQUE NO MORRO (Herivelto Martins/Humberto Porto/Ozon) 25 21 23 22 30 28 26 29 27 Batuque no morro está formado Batuque no morro está formado E os malandros da orgia, começam a chegar Já amanheceu e o sol já nasceu Já amanheceu e o sol já nasceu Já amanheceu e o sol já nasceu Já amanheceu e o sol já nasceu E as lavadeiras do morro, as roupas na corda Começam a esticar E as sombras fugiram com medo da luz Nem mais uma queixa, nem mais uma saudade CHEGADA AO RIO Quando a tampa do Inferno de Cacilda! no vídeo se fecha, sob aplausos vem saindo Cacilda!! do subterrâneo, no centro do espaço onde há um Palco Giratório e um Subterrâneo = Camarim de Cacilda!!, dando pra caverna, o Inferno do Oficina. Um Aviãozinho da Panair, trazido pelo Anjo da Barca do Céu, sobrevoa hollywoodianamente nos ares, atrai a atenção da Estrela Cacilda para os céus. Vem chegando a Banda de Eddy Duchin. Cacilda a vê com sua malinha, na calçada, atônita! Do lado sul entra um comitê sambando, liderado por Zé Carioca para receber os recémchegados, desfilando na calçada de SSSSSS de Copacabana, um tapete voador. Desce a Banda de Eddy Duchin, com o cantor Johnny Donald e Tio Patinhas. Desembarcam e contracenam com o Samba que vem entrando em estilo Jorginho Guinle. As irmãs Batista, Miranda e Pagãs. Coros de carnaval vestidos de edifícios da orla marítima do Rio. Os americanos chegam pelo lado norte. Durante o vôo estão imóveis, como a paisagem do Rio. Quando os convidados descem na pista começam a sambar como se a cidade os saudasse rebolando e esporreasse serpentinas, confetes. O Coro que vem receber os Yankees canta Batuque no Morro, do Trio de Ouro, misturado com rajadas de piano de Eddy Duchin. O coro envolve o público nas letras. TEATRO DO ESTUDANTE DO BRASIL ÓPERA CATÓLICA Desesperada do desligamento físico de Santos, Cacilda Becker escrevia mais de três cartas por dia para o Qorpo Santo, sua família, contando tudo. Desde suas primeiras marcações nos ensaios de sua primeira peça Altitude: 3.200 Metros de Julien Luchaire, suas simpatias, namoros, contava de sua iniciadora Maria Jacinta e sua diretora, a famosa Dona Esther Leão, que nos anos 50 dava aulas de dicção para atores e políticos como Carlos Lacerda. NO PURGATÓRIO GOZOZO Cacilda vai ficando só, se encaminha pra correr atrás do cortejo. O Anjo do Céu ronda protegendo-a do Inferno. De repente é segurada pelo braço, sagradamente, por Maria Jacinta, impedindo-a de cair no Abismo do Cortejo da Barca do Inferno. O Anjo ronda as duas à distância. As cenas da iniciação são: Descida Para Copacabana; Coro Depois da Aula de Catecismo; Entrada n(d)o Mar – Batismo; Estrela; Camarinha De Copacabana; Entre Dois Boys - Cassino Copacabana – Palco Roleta; Ensaio – Fim De Testes; 3200 Metros De Altitude; Pão De Açúcar De Aniversário; Bálsamos Para Meditação Do Horto; Entrada No Qorpo Sem Órgãos; Longa Jornada Noite Adentro; Na Barriga Do Teatro; Páscoa Da Estréia; Escorregando Para Os Dias Felizes De Verão No Tobogan Do Pão De Açúcar. ALTITUDE 3200 METROS Entre duas cadeias de montanhas o destino de nossas entranhas Belicismo ou Pacifismo Fascismo ou Comunismo Ditadura ou Democracia Realidade ou Fantasia Amor ou Solidão Temos somente seis meses de provisão! Mas temos Vinho! Vinhos! Vinhos! E Vinhos! Não vamos morrer sozinhos! Não conseguem nos socorrer? Na liberdade vamos então viver misturando perigo paixão em Primeira Comunhão trágicômicos vamos aproveitar esta Orgya nós, pequena humanidade, clamamos Alegria! Alegria! Alegria! ENTRADA NO MAR BATISMO MOLIÉRE EM SAMBA Mar furioso! Ondas tão altas! Metem medo… Me apaixonei por você Mar de Copacabana. Faça dele Teu Santos Sagrado! Três vezes mergulhado tua estrela aqui nasce, é teu batizado Guarda-chuva minha batuta Chama no pé todo-mundo sem força bruta no tambor Terra atentos chamando os quatro elementos no meu ritmo de futebol carioca no ditirissambóca a sambar Sambocácácácácá Cá Cá Cá ! THE WAY YOU LOOK TONIGHT (Frank Sinatra) Some day, when I’m awfully low when the world is cold I will feel a glow just thinking of you and the way you look tonight With each word your tenderness grows tearing my fear apart and that laugh that wrinkles your nose, it touches my foolish heart You’re so lovely with your smile so warm and your cheeks so soft There is nothing for me but to love you just the way you look tonight Lovely... Never, ever change keep that breathless charm Won’t you please arrange it ? Cause I love you... Just the way you look tonight DEUSA DA SORTE Zépor Guilherme CariocaCalzavara Baterista, Trumpetista, Ator, no cordão desde 2004 em A Luta 1, de Os Sertões. Em Cacilda!! é também Edgard Brasil, fotógrafo da Atlântida Cinematogáfica. Cacilda conquistava jovens ricos para ir aos Cassinos, como o exportador de café de Pirassununga Maurício Assunção. As cartas falam por exemplo de suas idas ao Cassino Copacabana, onde a famosa banda de Eddy Duchin apresentava-se. No cinema Tyrone Power interpretou a vida deste músico no filme Melodia Imortal. Na nossa versão Valsírio é o Anjo Caixa de Cacilda - ganhador sortudo no jogo, atribuindo sua sorte àquela menina esperta e linda, mas perdedor no seu amor por ela. Cassino Copacabana. Palco Roleta. Palco-Mesa de Jogo no Centro. O crupiê gira a roleta em forma de estrela no Centro da Pista: é o Cassino. Os músicos tocam Eddy Duchin. Os fregueses abancam-se em volta. Pares dançam na pista. Cacilda e Maurício entram dançando. Cacilda reconhece Valsirio e sobe na mesa para cumprimentá-lo – escândalo: subir em mesa de jogo??? Quem é? Valsírio beija-lhe a mão. A cena é tão inusitada que o Cassino para. Mari a Jacinta por Naomy Schölling Cantriz soprano, entrou para o cordão de ouro em 2005, para o último episódio de Os Sertões - A Luta 2. Em Cacilda!! é também a professora de canto de Grande Otelo. Esther Leão por Letícia Coura Atriz Cantora, Letícia entrou para o cordão de ouro em Bacantes encenada na virada do milênio, de 1999 para 2000. Desde então atua nas montagens e é Coriféia da Voz do Tyaso Musical Brazyleiro do Oficina. Em Cacilda!! é também a Suicida de La Gioconda. Eddy Duchi n por Rodrigo Jubelini Entrou no cordão de ouro dos namoros no Teatro para ser Orfeu no Banquete de Platão, Bori oferecido a Eros desde São João de 2009 em Sampã, Rio e Guarulhos. CIA. RAUL ROULIEN DE COMÉDIAS ÍNTIMAS Nas cartas e na peça Cacilda conta de seus vestidos, sapatos, penteados, crises, seu salto brusco do teatro sério de Dulcina de Moraes para a Cia. de Raul Roulien por quem se apaixonou ao vê-lo aclamado pela multidão como um Papa regressando de Hollywood, galã consagrado, cantor, diretor, ator de teatro, criador da Cidade-Cinema. Pelas cartas e pela peça desenrola-se seu sucesso, contracenando com Raul Roulien, Laura Suarez, diva do teatro da época, também voltando de Holywood onde quase fizera o papel de Dona Sol em Sangue e Areia, interpretado por Rita Hayworth. Zé Carioca, Johnny Pato Donald e o Tio Patinhas são personagens híbridos de desenho animado, pássaros humanos trazendo as criações do gênio de Walt Disney. ATERRISAGEM DO PÁSSARO VOADOR Raul Roulien por Marcelo Drummond O galã de Holywood é intepretado pelo ator, diretor e iluminador que entrou para o Oficina em 1986 e criou com o grupo a Uzyna Uzona e a Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona. Em Cacilda!! é também Procópio Ferreira. Laura Suarez por Sylvia Prado Atriz formada no INDAC e transtornada no Oficina. Faz retornar a belíssima diva Laura Suarez. Entrou para o cordão na primeira montagem de Taniko, em 1998. No mesmo ano fez parte do coro de Cacilda!, o coro do Teatro do Lago, antagonista do Teatrão de Cacilda Becker. Em Cacilda!! é também Alzira Becker e Cacilda Rainha em HamLet. Desce no palco o paraquedas do príncipe encantado Raul Roulien, Flying to Rio, aterrisando. Cacilda atira-se do palco de braços abertos e vão para um grande encontro amoroso. Pato Johnny por Anthero Montenegro CACILDA: É o aviador? / O galã de baton? / Meu sonho! / Meu Pássaro de Fogo! ROULIEN: Voemos pro Desafogo! / Pra Av. Niemeyer, no meu hidroplano! No cordão dourado desde o jubileu de ouro dos 50 anos do Oficina em 2008, fez Taniko, nô bossanova tranzênico encenado para o centenário da imigração japonesa no Brasil e Os Bandidos. Em Cacilda!! é também o cantor Jean Sablon e Robert, cinegrafista da Atlântida. Os dois saem planando. CACILDA: Matas, o mar, meu deus que plano! ROULIEN: Aterramos ali, nosso Afã! / Na porta desse Terreiro! / Saravá Iansã! Sons altos de avião aterrisando. Eles aterram. Tambores de candomblé quando se inaugura um terreiro e se ordena um sacerdote. ROULIEN: A deusa acaba de baixar ! Rojões da saída da Iaô, que vem dançando num raio. CACILDA: Fogo! ROULIEN: É a ordenação da Amante de Santos! Exus Eros Orixás! ! ! Eles se encontram numa posição romântica de grand finale, para um quase beijo clássico. Cacilda não entende, pois o beijo não se consuma. ROULIEN : Venho te oferecer não a aventura de uma noite, mas a poesia que chegou agora, num açoite! CACILDA: Um lenço! ROULIEN: Um Pacto. / Uma carreira solidamente pautada num Contrato. / Cinema Disco Rádio Teatros / Com as grandes Casas de Moda Permuta! / Serás a atriz mais bem vestida do Brasil em qualquer ambiente social, escuta! As cenas da casa do comércio no Tarot de Cacilda são: Aterrisagem do Pássaro Voador; Cerimônia de Lançamento da Cidade Cinema - Teatro Cassino Copacabana; Prometo Ser Infiel – Palco De Ensaio; Patópolis; Ensaio de Beso Loco; Camarim Antes Da Estréia Comercial - Rosa De Ouro; Robe In Decente; Cenário da Nova Peça – O Patinho de Ouro; Noche Paraguaya; O Patinho Feio - Defloramento; No Palco com A Cortina Fechada; Floramento; Mayerling; O Trem; Estação da Luz; Palco do Boa Vista; São Paulo - Confeitaria no Jardim América. Dulci na de Moraes por Fredy Alan CORDÃO DOURADO Uma companhia é um cordão dourado de amores um tocando o outro pétalas perfumando ardores… Tem ímans nossos ciúmes ficam ridículos viram veículos pra re-namoros durados em fogo brando dourados O ator que entrou para o Oficina em 2000, no início do processo de Os Sertões, de Euclides da Cunha, vive Dulcina de Moraes trazendo toda a vivência de seu trabalho de renascimento do Teatro Dulcina no Rio de Janeiro. É também em Cacilda!! o boneco Bob Evans e Eben, nas Terras do Sem Fim. TiporoAcauã PatinSolhas Recém chegado ao cordão dourado o ator veio fazer Hefaísto no Banquete de Platão neste ano. Em Cacilda!! é também Valsírio, o Anjo-Caixa de Cacilda e Jorge Amado na Barca dos Comediantes. TiportoRodolfo FleuryDias Paes Ator, músico, Dipa entrou para o cordão de ouro em Os Sertões, no ano de 2005 para fazer a triha sonora de A Luta 1. Na Estrela Brazyleira a Vagar além do marido de Cacilda, é também Dom Pedro. Caci lda Vermelha por Ana Abbot Atriz carioca, participou de rito conferência sobre Cacilda!! no Rio de Janeiro e veio para o Oficina esse ano fazer a peça e O Banquete. Vive também a atriz irmã de Cacilda, Cleyde Yáconis. Pastor Polônio por Adriano Salhab Músico, ator. No cordão de ouro desde 2001 quando veio tocar a rabeca em O Homem 1, segunda parte de Os Sertões. Em Cacilda!! é também Dorival Caymmi. Zé Pi na guitarra Entrou em 2008 para o coro lisérgico de Cypriano & Chantalan. TEATRO MUSICAL BRAZYLEIRO A direção musical d’A Estrela Brazyleira a Vagar é coletiva. As composições, de autores dos anos 40 e autores atuadores da peça no Oficina em 2009 foram reinterpretadas e arranjadas pelo elenco e pelos músicos. A trilha é composta pelos muitos músicos, atores e atrizes nas letras de José Celso Martinez Corrêa que com Marcelo Drummond dirige este empreendimento gigantesco atravessando heróica, doida e prazeirosamente a era da ditadura dos Monólogos. A trilha ao vivo traz músicas de todas as épocas antropofagiadas, como Grande Othelo antropofagiando o Otelo de Verdi com os corais da orquestra Afro-Brasileira do Teatro Experimental do Negro mas ainda trazendo a época da política de boa vizinhança nos desenhos de Walt Disney. Criamos um Zé Carioca vivido pelo músico ator Guilherme Calzavara, o Pato Johnny vivido por Anthero Montenegro e Tio Patinhas, vivido por Acauã Sol. No contra-baixo Marcão Leite, na guitarra Zé Pi, na guitarra e piano Rodrigo Jubelini. Mas o mais forte da peça é a Forma Coral Musical com protagonizações emergindo dos coros, inclusive a de Cacilda Espinha Dorsal que ampliará sua cumplicidade com o Qorpo Santo de sua Família - Dona Alzira, Dirce e Cleyde, toda a Companhia, e todo o Público. INTERMEZZO Cacilda desilude-se com o teatro comercial, onde não pode realizar seu maior sonho da época: atuar como Baronesa trágica suicida em Mayerling estava saturada de fazer cocotes. Faz um intermezzo deixando o teatro, notícia que anuncia para um jovem repórter, Tito Fleury, com quem namora e se casa em O Vestido de Noiva. Vai cantar a ária da secretária no Escritório Pastor Polônio e Cia Seguros em Geral e escreve uma de suas mais belas cartas, que por si vale tanto quanto sua obra de artista. Estas cartas escritas à mão ou datilografadas em papel de linho, ou seda, muito cheirosas, com uma letra lindíssima, deviam ser publicadas todas em fac-símile. Revelam o nascimento de uma jovem filósofa prática do teatro, uma Stanislavski atriz que compara-se aos sons de uma harpa, e pinta, em três cores, três personalidades: a azul celeste, a vermelho fogo infernal de seu signo ariano e a cinza pardo das quedas bruscas na realidade. E as três dançam continuadamente dentro dela, gerando a contraditória cacíldica Outra - a poeta de Cacilda Becker. RÁ-DIO! Jean Sablon assiste e inspira a cena da escritura da carta marco e da expulsão de Cacilda do cargo de secretária. Toma-a pelas mãos e leva-a para ser sua apresentadora no programa de rádio em São Paulo onde vinha lançar J’attendrais, que com Lili Marlene, eram as duas músicas mais tocadas no mundo inteiro dos países aliados contra o nazismo. É o tempo dos blackouts para segurança contra as ameaças de bombardeios dos aviões nazistas, já então afundadores de submarinos brasileiros em território marítimo nacional. Os submarinos eram Atlântidas afogadas no Mar da Guerra. O programa é interrompido e Cacilda comunica ao público do auditório, ao vivo, o que terá de comunicar quando cessar o blackout para todos os brasileiros: a entrada do Brasil na 2ª Guerra Mundial ao lado dos Aliados. Jean Sablon tenta acalmar o pânico do auditório fazendo todos cantarem em boca chiuzza J’attendrais. As cenas são: Escritório De Pastor Polônio E Cia - Seguros Em Geral; As Três Personalidades; O Brasil Entra na Guerra. BACHIANA BRASILEIRA #5 (Heitor Villa-Lobos) Grita ao céu e a terra toda a Natureza ! Cala a passarada aos seus tristes queixumes E reflete o mar toda a sua riqueza... Suave a luz da lua desperta agora A cruel saudade que ri e chora! Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente Sobre o espaço, sonhadora e bela! J’ATTENDRAIS (Jean Sablon) Flores desbotam fogo no fim Sombras sufocam nosso Jardim Ponteiros tocam sons tão chapantes Será que ouvi um deus berrante? Traz Alegria de meio-dia, Poesia açoite, chega esta noite… no teu abraço Deusa renasço… Vento transporta Evoés cantadas… Eu abro a porta Ah! Não era nada… Não é ninguém Godot não vem… Já esperei de noite ou de dia Já esperei teu cheguei. Já esperei Passarinho que voa vem pro ninho no vinho Chega depressa que dia chato que me interessa… noite sem teatro! Se foi embora pra bem morrer chega agora Salva o Prazer! Tempo passa batendo alegremente é o etherno presente coração cai na cantada! Já esperei Estou no fim E enfim cheguei! BiporbCamila i FerreiMotara Atriz, no cordão de ouro desde 1997, fez a primeira parte da tetralogia, Cacilda!, em 1998, atuou e fez assistência de direção em Os Sertões, entre 2000 e 2007. Em Cacilda!! é também Sônia Oiticica no Teatro do Estudante do Brasil. MiporrLucas oel daWeglinski Silveira Atuador do cordão Uzyna desde 2007, entrou para produzir os DVD’s de Os Sertões e caiu na pista. Em Cacilda!! vive também o produtor Fenelon da Atlântida e Turkov, diretor, ator, judeu alemão, célebre em todo mundo por sua Companhia Internacional em Ídiche. Diretor de Terras do Sem Fim de Jorge Amado. cia. de comÉDIAS bibi ferreira Cacilda tenta aprender a disciplina das companhias hierarquizadas a partir da primeira dama, a diva Bibi Ferreira, como a que ela Cacilda seria nos anos 60 no Teatro Cacilda Becker mas a estrela não se deu bem no papel de atriz codjuvante, não era o que sua Outra, a Poeta, buscava. Com Bibi, Cacilda interpreta Chole em É Proibido Suicidar-se na Primavera, Myra em Que Fim de Semana!, de Noel Coward, Emília em “Pedacinho de Gente e Clementina em A Moreninha substituindo Maria Della Costa. As cenas dessa estação são: Labirinto - Tuas Mãos; A Gaivota; Godot; É Proibido Suicidar-se na Primavera. Bibi! Bibi! Bibi! A atriz incorpora transfigura vira fisicamente la figure BIBI SONG Mais que personagem Xamã da reincarnagem É uma outra, muda voz, corpo, alma inteira É a alma da atriz brasileira! Bibi! Bibi! Bibi! SAMBA DA VITÓRIA (de Othelo, o Mouro de Veneza) A PAZ SE ESTENDE SOBRE A TERRA Na rádio Cacilda cria um Programa de quiromancia e faz iluminar as mãos dos presentes no auditório e suas próprias mãos onde lê sua decisão de trabalhar com Bibi Ferreira como atriz coadjuvante. Na casa da companhia da maior atriz viva hoje do Brasil, Bibi Ferreira, Cacilda encontra-se com outra grande atriz, hoje em Parati, fora dos palcos: a belíssima Maria Della Costa, e com o Zeus do teatro brasileiro Procópio Ferreira. Entra na companhia cafetinada pelo seu eterno amor ódio - o seu descobridor profeta Miroel da Silveira, para substituir Bibi em É Proibido Suicidar-se na Primavera, de Alejandro Casona. Nesta peça as cantoras atrizes do OficinaUzynaUzona Juliane Elting, Naomy Schölling, Adriana Capparelli, Cellia Nascimento e Letícia Coura cantam uma recriação de um buquê das árias das suicidas das óperas Tosca, Madame Buterfly, Bhunilde e Margarida. A voz vinda da BBC transmite o Armistício, o fim da 2ª Guerra Mundial. Animação da Atlântida ressurreta emergindo das ondas como se saísse da Baía de Guanabara, onde antes afundaram navios. Papéis picados do teto do Teatro para a volta dos pracinhas no fim da Guerra. Imagens de Escola de Samba. Arco Íris desfilando. Soldados, Marinheiros, Fuzileiros Navais, Aviadores. Realces para as estrelas de todas as bandeiras, brilham com luz própria. A Iluminação constrói uma Alvorada à beira mar! Ao VIVO: Porta Bandeira Soviética Vermelha com Foice e o Martelo, dourados. Brasileira, onde a faixa levava escrito Ordem e Progresso atravessa em faixa ondulada a bola azul Central, transpassando o Losango, em Vermelho, escrito “Amor, Ordem e Progresso”. Projeção da Bandeira dos EUA, Estrela de David dos Judeus e Lua Mari a Della Costa por Luiza Lemmertz em Foice Muçulmana, Shiva dos Indús, Chinesa com a Estrela de Mao. Tanques virados carros alegóricos, enfeitados de Rosas Vermelhas como no 25 de Abril de de 1974 em Portugal. O Coro parte dos praticáveis do Norte alinhado em alas, inicialmente estático, como um carro alegórico. A Banda faz o recuo no lago. Carmem Costa puxa o Samba da Vitória, de Othelo, o Mouro de Veneza, quando chega na cidade pela primeira vez. Um samba de raiado com palmas, ruído forte, estridente de pratos de louça raspados com facas de metal. Grande Otelo no cortejo. Emergem os submarinos afundados na Guerra, no Mar da Paz, numa cidade produtora mitológica de Cinema Brasileiro: A Atlântida. Cacilda Desdêmona é convidada a ser a Primeira Atriz Dramática da Atlântida. Explode a Bomba de Hiroshima, Mário de Andrade tem seu último desejo macunaímico: Marchem com as Massas! Acaba a Paz, entra a Guerra Fria. Chegada ao cordão de ouro para a celebração da Deusa Interpretação em Cacilda!!, é atriz carioca da 3ª geração da realeza: neta de Lílian e filha de Júlia. Interpreta também a irmã de Cacilda, Dirce Yáconis, e Cacilda Azul. Raiou de Novo o sol da liberdade A paz se estende sobre o Povo o Mundo volta à tranquilidade. Foi vencida a guerra a paz se estende sobre a Terra foi detida a tirania pela democracia. Ouço ao longe um rufar, um doce despertar de uma nova revoada. Os clarins anunciam Um novo Dia Uma nova Alvorada! Raiou de Novo… MEDITAÇÃO SOBRE O TIETÊ Ito Alves na percussão Entrou para o cordão de ouro no ano de 2004 quando o grupo preparava as três primeiras peças de Os Sertões para o Festival do Vale do Ruhr na Alemanha. Levando o ritmo no nome e no toque viajou com a temporada de Teatro Total das cinco partes de Os Sertões pelo Brasil. Meditando no Tietê Mário me disse, eu sou você Você é eu! Ah! Antes de entrar no caixão disse assim seu adeus, oh deus Sambe Minha Paixão com a Multidão! Cachorros, Cadelas, tamborins e se der Panelas sambemos latindo, uivando chorando rindo, Macunaímas, vamos indo, latindo, deixando a caravana passar vencendo na ditirambada a derrotada vitória! SACRIFÍCIO SAMBA CORAÇÃO Cacilda vai filmar Luz dos Meus Olhos com uma música anunciando a bossa nova, devorando Debussy e Ravel. A estrela assim como todos ouvintes brasileiros era apaixonada por uma Voz, a do galã das novelas da Rádio Nacional Celso Guimarães. Ela vai reencontrá-lo em carne e coração, cego, trazido diante dela por Grande Otelo, a luz dos olhos do cego. Por flechadas do Eros do guia de cego Grande Otelo a estrela torna-se ela sim, a Luz dos Olhos do Cego Celso Guimarães. Metáforas do cinema brazyleiro nascente, Luz dos Olhos do Brasil. Cacilda ao mesmo tempo abriu uma agência de propaganda e escrevia programas de rádio juntamente com seu noivo Tito Fleury, repórter, agora radialista da Rádio Tupy do Rio. Escrevia ainda para jornais como o Globo onde faz uma crônica da filmagem de Luz dos Meus Olhos, entrevistando toda a equipe e o fotógrafo Edgard Brasil, que havia feito Limite, o filme mito das origens do Kinema Brazyleiro. Descreve maníaca nesta reportagem as minúcias. No set há um fotógrafo francês, Robert, que quer vê-la de cara limpa como Ana Magnani, sem maquiagem, no neo-realismo de Rosselini com quem trabalhara. Grande Otelo, intepretado por Adão Filho, não comparece à filmagem de Luz dos Meus Olhos, vão atrás dele e as notícias dos jornais da tarde do Rio anunciam em letras garrafais a tragédia que pôs fim à sua família, mesmo assim ele retorna à ação e completa as filmagens. Grande Otelo por Adão Filho Ator. Veio para o cordão de ouro em 1993 para fazer HamLet, espetáculo que abriu o Oficina de Lina Bardi. Em Cacilda!! vive também Sadi Cabral. Cacilda está fazendo a cena em que é sacrificada por Othelo Abdias, extremamente ligada à tragédia de Grande Otelo que está enchendo a cara na Cinelândia, no Amarelinho. O coro do Teatro Experimental do Negro, com o coro da geração dos estudantes formados com Cacilda fazem uma roda ritual ditirambado, macumbado em torno da cena de sacrifício, na epopéia da libertação do negro no Brasil, na Cultura, e no Teatro brasileiros. A ópera de Verdi é macumbada em brazyleiro nesta cena de inxorcismo do ritual africano no Teatro Brasileiro em que prepara-se o encontro definitivo com os Comediantes, que vem chegando. Otelo reencontra seus fantasmas, sua Medéia e suas crias suicidadas são invocadas. CANTO DE UM BODE TRAGICOMÉDIORGYA LUZ DOS MEUS OLHOS O Tarot da Estrela entra na Casa da libertação da Escravidão pelo próprio Negro. O Poeta Abdias Nascimento cria o Teatro Experimental do Negro no Brasil e durante o início das filmagens de Luz dos Meus Olhos vem convidar Cacilda para ser Desdêmona, de Othelo, em encenação em que ele fará o papel título. A Atlântida roda Luz dos Meus Olhos, com Grande Otelo no elenco, durante as madrugadas para evitar o barulho das destruições de casarões desmoronados, templos abatidos e árvores mortas da destruição que se perpetrava em torno do Estúdio, situação similar à que atravessa o Oficina hoje envolto nas ruínas de um crime ambiental praticado há duas décadas no bairro do Bexiga. Nesse rito: Estúdio Cyber de Teat(r)o Brincando de Cinema; Canto de Um Bode; Casa do Cego; Casa de Susana; Candomblé do Teatro Experimental do Negro. Celso Guimarães por Mariano Mattos Martins Ator e programador visual, desde 2003 mistura Apolo e Dionísio no cordão de ouro dos namoros do Teatro. Fez Os Sertões pelo Brasil e na Alemanha. Em Cacilda!! é também Maurício Assunção. Medéia negra suicida suas duas crianças matou com formicida e em seguida o veneno que sobrou Medéia grega tomou Numa poça de vômito amarelo aos filhos e à suicida abraçado foi encontrado semi-vivo semi-morto Grande Otelo (José Carlos Burle) Como em jardim sem flor abandonado Um velho casarão colonial que, desabitado e triste, se desmorona na dor de uma saudade de um tempo que já passou Assim vivo eu tão só sem ver ninguém, ninguém! Ruína de um amor que para sempre há de existir a iluminar meu sonho, Abdi a s Nasci m ento por Márcio Teles Ator, entrou para o Oficina em 2008, nos Bandidos, em que vive o Gira. Em Cacilda!! é também Vitor Febrônio, de 3200 Metros de Altitude. há de existir a iluminar o meu caminho... Porque o meu primeiro amor será também o derradeiro! Talvez seja ilusão mas sinto que hei de amar eternamente! Se sei que o céu estrelas tem que importa a mim não vê-las… Por isso eu vivo tão feliz, sem ver a luz do sol a lua, o céu, o azul do mar… Porque sei que serás para sempre a luz dos olhos meus, meus, só meus! SALGUEIRO Ai Salgueiro! Salgueiro! Chorão! Samba coração Salgueiro da morte será tua coroação! Água escorre, das faces queridas, as mais pobres nascidas. Murmura , murmura tristeza estranheza mãe beleza… TU VAI MORRER Pelo crime do teatro branco, assassino do teatro do negro colocado sempre no tacho, na peneira, na senzala! Na empregada! Na mãe de santo boçal Estilo Branco Mau Preto Bom Sofredor. Tomador Assalariado De Chico chico chicotada! Preto Véio Puxa saco Inter-merdi-ário do Senhor Globot Macaqueia preto boçal de teatro colonial Globot, Globot, Globot ACABOU! TRANSEUNTE ACELERADO Pra Favela Alto Cristo! Galinha de Cabidela! Mari a Clara Machado por Juliane Elting Atriz alemã, conheceu o Oficina em 2004 na passagem de Os Sertões por Recklinghausen, na Alemanha. Em Cacilda!! é também Madame Morineau. NASCIMENTO DO MODERNO TEATRO BRASILEIRO Cacilda preparando-se para casar em Aparecida do Norte com Tito Fleury é convidada para fazer Vestido de Noiva, com Maria della Costa. Vera Barreto Leite atua como Madame Clessi Cacilda Nossa Senhora Aparecida. Ao mesmo tempo em ritmo transeunte acelerado liga os dois ritos: casar no Religioso, no Civil e no Teatro, mais, “com o Teatro” e sai as ruas do Rio para suas últimas compras de solteira: Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, Presidente do Partido Comunista, e seu Partido, são postos em Liberdade. Bandeirinhas vermelhas caem dos prédios da Avenida Rio Branco. A Internacional é cantada nas Ruas em ritmo de Samba, o trânsito para. Da praça Mauá saem Emilinha Borba e Marlene, e suas macacas rivais, cantando, disputando-se, e irmanando-se afinal no Eu já Vi Tudo. Cacilda é espremida por elas como numa máquina de moer e transmutar carne e a entregam para os braços do marido. Seguem para o Hotel onde a mãe de Cacilda e Cleyde chegaram para o casamento e a reestréia da peça. Nelson Rodrigues já está na Nave. É a Casa do Casamento em que Madame Clessi é o Fantasma de Cacilda hoje em seus 40 anos de imortalidade, como Estragon de Esperando Godot, Mary Tyrone de Longa Jornada Noite Adentro de O’Neil e Nossa Senhora da Aparecida do Norte. Depois na Noite de Núpcias, em seu Delírio, Cacilda sonha com Desejo de O’Neil. É Cacilda Abbie, casa-se com Cabot Zimbienski e se faz amar na noite de núpcias por Ebben, de quem é madrasta, sobre o túmulo da mãe do afilhado, que é a Cacilda Morta em 14 de junho de 1969. Zimba sopra numa bexiga o ventre de Cacilda Abie. Cresce uma Barrigona. Nasce o bebê. É um fruto de Cacau. O Pai tem ciúmes da nova geração que nasce com o filho, este vai roubar seu amor, mas como em Desejo, Abbie Cacilda decide matar o Bebê e ambos suicidam o recém nascido, que Cacilda depois replanta. A Polícia, que vem para prender os assassinos do Bebê chega e cai em êxtase, diante do cacaueiro que nasce, e vê nascendo uma geração de fortes do Teatro Brasileiro. Na última peça dos Comediantes, aparece seu ator, Edgard da Rocha Miranda, um dramaturgo brasileiro que escrevia suas peças em inglês, passadas na Inglaterra, e depois as traduzia para o Brasil. Muito rico, banca a montagem da peça de sua autoria de Não sou Eu. É um fracasso total de bilheteria e um grande êxito de crítica. A Nave está afundando, os atores dão que têm e o que não têm, relógios, joias, economias, baús, e Edgard, o dramaturgo anglo brasileiro traz para o elenco Champagne francesa, caviar, marron glacê, e música. Marlene por Adriana Capparelli Cantora e Atriz, entrou para o cordão de ouro em Bacantes no ano de 1995. Em Cacilda!! vive também Madame Butterfly e Estragon, de Godot. EU JÁ VI TUDO CARIMBÓ Eu já vi tudo Tu queres me contrariar Este prazer eu não te dou Não dou, não dou Nem hei de dar Se não gostas de samba por favor, outro amor vai procurar Amazona que me pariu no meu Pará ele é filho teu também veio de lá (Amadeu Veloso / Peter Pan) Nasceu na Guerra do Cacau Caldoso OS COMEDIANTES Cacilda, Tito e Cleyde se dão as mãos e entram com os pés direitos no Barco. Cacilda e Tito vão para o Barco dos Comediantes: Duas Máscaras uma de Comédia e outra de Tragédia, fincadas no Mastro. Navio apita na Sonoplastia. Cleyde se coloca na platéia, pé ante pé. Preparação para a estréia. Era uma vez um Prisioneiro. Ensaio geral. Zimba está fora do barco, amarrado como Prometeu no Balcão Sul do Oficina. O barco dos Comediantes vai afundando, mas a tripulacão ainda dança. O Partido Comunista é posto por Dutra fora da lei depois de ter fechado todos os Cassinos. Tito, do Partido Comunista, tem de fugir, Cacilda decide dar um tempo e se despede de Ziembinski. As cenas da última estação da Estrela Brazyleira a Vagar são: Avenida Rio Branco; Barca dos Comediantes; Despedida de Solteiro Boite Night and Day; Vômito Iniciático; Delyrio, Vudú das Máscaras da Tragédia e da Comédia; O Plantio do Parto; Descanso da Guerreira. Nelson Rodri g ues por Victor Steinberg Jovem ator iniciante, entra de corpo-alma no cordão de ouro para Cacilda!!, em que faz também Getúlio Vargas. Madame Clessi por Vera Barreto Leite Emi linha por Cellia Nascimento Cantora e atriz, no Oficina desde 2006. Entrou para o cordão em A Luta 2, de Os Sertões. Em Cacilda!! canta a Bachiana nº 5 transposta para sua voz soul, aprofundando o sutil samba latente nas cordas de Villa Lobos, e trazendo a revelação da beleza dos versos da obra. Vive também Madame Bofete e Ruth de Souza. Atriz da velha-guarda do Oficina, foi a principal modelo de Chanel nos anos 50. Nesta década do século XXI fez Os Sertões, Vento Forte para um Papagaio Subir e Os Bandidos. Em Cacilda!! encarna Cacilda Estragon, de Esperando Godot, Clara Zahanassian de A Velha Senhora; uma atriz da Companhia Raul Roulien, Rosita Berta, já caminhando para a demência, e sua tia, a crítica magnífica de Teatro e atriz de Teatro e do Cinema Nacional, Luisa Barreto Leite. Hamlet Sérgio Cardoso por Ariclenes Barroso Ator oriundo do Movimento Bexigão entrou para o cordão de ouro aos 10 anos de idade há seis anos atrás. Morador da ocupação do prédio da Caixa Econômica pelos Sem Teto, teve sua família desalojada do edifício pelo Grupo Sílvio Santos e foi morar longe do teatro, mas seu talento excepcional atravessou todos obstáculos, atuando nas 27 horas de Os Sertões, em Taniko, nô bossanova trans-zênico, Cypriano e Chantalan de Luís Antônio e Os Bandidos de Schiller. Em Cacilda!! faz Sérgio Cardoso Hamlet que vem tirar Cacilda do ostracismo, do isolamento numa fazenda em Santa Rita do Passa Quatro. ZiporeHector mbinskiOthon ESTRELA VAGABUNDA A Atriz é uma Estrela Vagabunda vagando sempre nos céus em que se afunda até encontrar o seu céu na terra, que aterrar no palco em que seu desejo aportar É cedo demais, a vida é Mistério Não cabe só num Teatro Sério vamos rir do que se faça, sem achar mesmo muita graça Com você amor começamos muito alto Mas continuamos no nosso mesmo país o Palco ! No cordão desde 1984 quando ouviu pela primeira vez o berrante de Brômios cantando Mystérios Gozozos e Bacantes. Em Cacilda!! é também o Cristo Redentor e Luis Carlos Prestes. Não digo nunca adeus mesmo errante sigo ao lado teu vagar… é assim amor, nosso fado e encontrar pouso breve por todo lado DESCANSO DA GUERREIRA Marcos Lei t e no baixo Zé Celso No cordão de ouro desde 2008 quando trouxe a classe de suas linhas de baixo para a pauta de ações de Taniko, de Zenchiku. Diretor artísitico e presidente da Associação Sem Fronteiras Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, fundou o Oficina na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, em 1958. Em Cacilda!! atua também como maestro. Agradecimentos a Catherine Hirsch Conselheira e Poeta. No cordão de ouro desde 1979 quando o Oficina voltou do exílio e ela, vinda da França, se apaixonou pelo número 520 da Rua Jaceguai. Trabalhou na reengenharia do grupo durante a criação da Uzyna Uzona. CORO Saio quando quero entro quando quero durmo com quem quero vida de artista não há melhor que exista! Nada se perderá, nem se perdeu Mas o mundo agora é meu. Fazenda “Casa da Dina Marca” em Santa Rita do Passa Quatro. Hamlet não está louco de hospício. / É só fingimento, esperteza, arte no ofício / Será bom que ele saiba. / Se uma rainha talentosa, justa, sabia nos gozos / não é capaz de revelar segredos preciosos / a um sapo, a um morcego, a um rato / quem saberia então? / Uma canastrona que não sabe fazer teatro? / Não. Contra toda a prudência e o bom senso / abra a gaiola, só pra ver o que acontece, joga teu corpo com teu lenço / quebra o pescoço / saltando aqui de cima, crie novo osso!/ Limpa o caminho para a armadilha: / o teatro não será nunca uma coisa de Família, / é a magia quente montada / pra desarmada / do jogo feito, eu sei / da consciência pardo-realista / do Sonhado Marido, do Rei. / No Teatro De Estádio Municipal de SamPã! / sem rendas, sem rédeas, Titã / Estrela brazyleira a vagar encontre teu céu, teu inferno, teu chão / pra Orgya, Comédia Tragédia: Ação / Boa noite Cacilda duas / vem chegando terceira Exclamação! CACILDA Minha vida é maravilhosa Ninguém me governa! Maria Thereza Vargas, Cleyde Yáconis, Luis Carlos Fleury Filho (Cuca), Emanuel Nery (Telefônica), Ana Maria Martinez Corrêa, Sabrina Pascoal, Dimas Oliveira Júnior, Anny Vaz Guimarães, Arnaldo Mesquita, Camila (CPL Luz), Zeca Freitas. Primavera Nova Estação Nasce nossa Constelação ! DESAPROPRIAÇÃO JÁ! A Voz do Povo criou um refrão, um bordão, em forma de pergunta, que batizou esta peça em cartaz há 28 anos em nossa capital: “Como vai a Pendenga entre o Sílvio Santos e o Oficina?” Os Ventos das Grandes Mutações de 2008, o Cinquentenário das Bodas de Ouro do Grupo Oficina, o Banquete oferecido a Eros e o vagar das estrelas vagabundas que nascem na Primavera de Cacilda!!, tornam este momento oportuno para uma resposta criativa a esta pergunta que refere-se à um assunto e vai virando um fantasma, um clichê, a ser desconstruído por Amor à propria Vida. Foi esta “peça” que determinou os 25 anos de relação, as Bodas de Prata entre o Teatro Oficina e o Governo do Estado de São Paulo, também protagonista portanto há 1/4 de século desta peça infelizmente ainda em cartaz. Desde 1983 Grandes Estadistas, pessoas reconhecidamente sábias e cultas, vem exercendo seu Poder no Estado, ao lado dos Movimentos que lutam não somente para impedir a destruição do Teatro Oficina mas para que este CHACRA CULTURAL URBANO do Brasil cresça e apareça, como é natural, para poder dar mais ainda e a muitos, quando não a Todos, o que já pode, pôde e poderá dar. Sua memória, sua história, sendo feita, refeita e agora, sua atual explosão de criatividade produtiva, estética e social consequente de sua inesperadamente fértil longevidade, não cabe mais no restrito espaço de 9 metros de largura por 50 de profundidade, embecado, Sem Saída dos Fundos. O movimento original que lá cria vida cultural renovada há meio século faz parte e é apoiado pelos movimentos de transvalorização da vida, tão naturais quanto necessários, renascidos dos paradoxos da Globalização, simultâneos ao inesperado degelo do Império Americano e à revolução Cyber. Artistas de todas as áreas, ecologistas, urbanistas, público de teatro, amantes da vida e da arte de todas as classes sociais, no Brasil e no Exterior, lutam pelo TEAT(R)O OFICINA que é em si uma METÁFORA da necessidade de AMPLIAÇÃO DO ESPAÇO VITAL, VERDE, CULTURAL, LIVRE, DESTERRITORIALIZADO que a aridez da ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA em sua cegueira, insiste em destruir, empacotar e vender. Os 28 anos de luta não são de “resistência”, mas de “Re-existência”, por isso não caímos numa atitude reativa, defensiva, e soubemos produzir o ANHANGABAÚ DA FELIZ CIDADE, e este nosso Projeto tornou-se uma Alternativa Social ao SHOPPING SS BELA VISTA FESTIVAL CENTER Lutamos imediatamente pela não destruição da arquitetura de Lina Bardi com o fechamento do janelão e entumulamento do teatro e trabalhamos pela criação dos elementos que compõem o Anhangabaú da Feliz Cidade: a Universidade Popular Antropófaga, uma Ágora do Bexiga, a Oficina de Florestas e um Teatro de Estádio, com gestão pública. Requeremos a DESAPROPRIAÇÃO que possibilita a inteira realização do PROJETO ARQUITETÔNICO URBANÍSTICO INICIAL da ARQUITETA LINA BARDI desde 1980, agora amadurecido pela experiência que somente o Tempo cria. Pedimos a reparação do crime ambiental cometido durante três décadas nessa área, que levou o lugar e os seres que o habitam à degradação física e, de acordo com a constituição brasileira, queremos que seja calculado o valor da função social desse patrimônio ambiental desperdiçado pela especulação para que sejam desapropriadas as áreas e destinadas aos espaços para a cultura. Por amor, ordem e progresso, nós que cultivamos há cinquenta anos essas terras dizemos não à extinção da espécie humana que se cultua nos teatros, nos cortiços e nas ruas. Evoéros!