Programa - o Oficina

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Programa - o Oficina
TEATRO OFICINA
ESTREIA EM
SAMPÃ
O QorpoSanto de Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, nos engravidando destas energias
invencíveis e bárbaras da juvenilidade anuncia a Primavera no Teatro Tom Jobim, no
Jardim Botânico do Rio de Janeiro, entre 5 e 13 de setembro, e curta temporada em
Sampã, de 3 de outubro a 15 de novembro.
Como o Renascimento saltou da Idade Média retornando ao Paganismo pra
reconquista do Poderio Humano nós retornamos à geração que criou uma Primavera
em plena 2ª Guerra Mundial conquistando a Paz, re-existindo no início da Guerra Fria,
encontrando seu pouso no Teatro-Arte inseparável da Arte-Vida.
Estamos nós, um Coro de Protagonistas, de artistas coroados, na eletricidade
dos ensaios recriando ao vivo as letras, as notas, os passos, as músicas, as danças, os
ritos, as imagens, as luzes, a sonoplastia do Teatro Total desta brincadeira de teatro:
Estrela Brazyleira a Vagar – Cacilda !!. Estamos oferecendo a nós mesmos a ao público
as delícias da “vida do artista : não há melhor que exista”.
José Celso Martinez Corrêa
diretor artístico da Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona
Uma produção da Associação Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona,
“ESTRELA BRAZYLEIRA A VAGAR – CACILDA!!”
estreia na cidade no dia 3 de outubro de 2009 às 18 horas
A Primavera de 2009 será diferente, pré anunciada pela energia de
ressurreição que traz para a cena a eterna Cacilda Becker, em montagem da
Companhia Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona com patrocínio da PETROBRAS.
EXPEDIENTE
A Criação deste espetáculo é orgyástica. Realizada ao vivo, a partir de um
texto escrito por encenadores e tem como corifeus Marcelo Drummond, Camilla
Mota, a poeta Catherine Hirsh, José Celso Martinez Corrêa e todo Tyazo, que é
como se chama na língua de Dionisios uma Companhia de Amores de Teatro.
Os textos deste programa foram escritos por José Celso Martinez Corrêa
e editados por Tommy Della Pietra. As fotos são de Marcos Camargo, Maurício
Shirakawa, Renato Mangolin, acervo do Teatro Oficina e acervo do IBAC, livremente
manuseadas na poesia de Cacilda!!. Esta publicação tem como jornalista responsável
Ana Rúbia de Melo (MTB 17776 - SP).
ESTRELA BRAZYLEIRA A VAGAR – CACILDA!! (duas exclamações) estreia
para uma curta temporada que conta com o patrocínio da Petrobras através
da Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal.
Escrita e dirigida por José Celso Martinez Corrêa e Marcelo Drummond,
CACILDA!! estréia em SamPã para despertar a Primavera em nosso corpo de
multidão.
Nosso desejo, para Estrela Brazyleira a Vagar, nesta primavera de 2009 é
revivermo-nos, nós e o público, no corpo-alma, com a energia de ressurreição que
ela traz.
Às vezes as Primaveras chegam a nós humanos sem percebermos. Não acontecem
em nosso corpo de multidão como aconteceu no Brasil com a Tropicália em 1967, no
mundo inteiro em 1968, e nos anos 40 com a geração de Cacilda Becker.
A Primavera social, do cosmos percebido no corpo humano, só acontece se
estivermos atentos à ela, em cada ano.
Mesmo durante a Segunda Guerra Mundial, e a Guerra Fria, tempo em que se
passa a peça, no Rio de Janeiro, capital do Brasil, renascia a Primavera no corpo da
geração que pariu a Cultura e o Teatro Brasileiro Moderno.
Cacilda, aos 20 anos de idade, chegava à Cidade Maravilhosa, onde um Coro
imenso de protagonistas renascia na Arte de Dionísios nos Trópicos do Hemisfério
Sul: Villa Lobos, Oscar Niemeyer, Lina Bardi, Oswald e Mário de Andrade, a Cinédia, a
Atlântida, as Escolas de Samba do Rio de Janeiro, Luiz Gonzaga, os artistas da Rádio
Nacional que inventaram a Era de Ouro, o Samba, o Baião, etecéteras…
Como estamos passando não por uma era de mudanças mas por uma mudança
de Era, queremos criar com a renovação da natureza as potencializações que este
movimento social e cósmico nos propicia. Estamos nos excitando com tesão adolescente
de 20 anos, os de todas as idades, dos vivos, e revividos aqui agora, potencializados
pela revolução da Era Digital para travessia do portal da superação da Crise de todos
os sistemas, ideologias, religiões.
RIO de janeiro
OS 3 PRIMEIROS SINAis
O público entra pelas cortinas vermelhas clássicas de um Teatro nos
bastidores desta Arte. Nós e público brincamos então com o bebezinho ainda,
teatro moderno brasileiro. Mais especificamente com o de Cacilda: “Todos os
Teatros são meus Teatros”. O público topa de cara com os atores nos seus
Camarins-Malas, dentro da pista, a banda em seus praticáveis no centro,
afinando, os operadores de luz e som iluminados, imagens projetadas nas telas,
na pista de rua, com as curvas da praia de Cocapabana e sons, trazendo a
ambiência sonora e visual dos anos 40 no Brasil, misturando a 2ª Guerra Mundial
e a Paz. Músicas da época e vozes como a de Celso Guimarães e Getúlio são
ouvidas, tendo sempre um fundo musical.
O local do jardim ocupado pelo público com uma arquibancada, levando em
conta as árvores.
No 1º Sinal os atores e público tem uma deixa de atenção. No 2º Sinal o
elenco sai pela Cortina.
Com o 3º Sinal entra o final do 1º ato do DVD de Cacilda!, a primeira
exclamação, com a atriz desabraçando-se doloridamente de um Qorpo Único:
suas irmãs Cleyde e Dirce e sua mãe Dona Alzira - despedindo-se de Santos. O
Fotógrafo Boris Kaufman com uma câmera super-8 anuncia a última tomada.
Filma em 8 mm e é filmado. Cacilda, planta separada da raiz, vai cortando os
fios dos que plugam sua existência ali, o professor Lóssio, Venâncio, Flávio de
Carvalho, e embarca com sua bagagem, descendo os subterrâneos do Oficina,
na Barca do Inferno, para tomar um trem para o Rio e ingressar no Teatro
do Estudante do Brasil. A Capital da República do Brasil, no máximo de seu
esplendor, uma ilha de Paz como Havana, Casablanca, no Mundo em Guerra mas
ainda fora dela, assiste à chegada, vinda do aereoporto Santos Dumont, da
Banda Americana de Eddy Duchin.
CONSTELAÇÃO DOS
BASTIDORES DA UZYNA
3
1
4
2
Os figurinistas Olintho Malaquias (1) e Sônia Ushiyama (2) trazem o charme
dos anos 40 e misturam personagens míticos, humanos e semianimais. A costureira
chefe é Leci de Andrade.
O Espaço Cênico criado pelas Arquitetas Cris Cortílio (3), diretora de arte e
Carila Matzenbacher (4), diretora assistente e produtora de arte, são os bastidores
do Teatro Mundi pois nele entram desde os estúdios da Atlântida, a Roda dos Cassinos
do Rio, o Pão de Açúcar, o Porto de Santos, as neves de Mayerling, os Morros do Rio,
a Avenida Rio Branco, o Barco dos Comediantes, etc. A criação e execução dos objetos
cênicos é de Ricardo Costa (5) e da assistente Adriana Michalski (6).
O vídeo traz a crescente penetração da era digital no Teatro e nos seus
bastidores atuais e históricos cenografando, ativando, trazendo a presença do público
para atuar. O grupo é composto por Cassandra Mello (7), Jair Molina (8), Renato
Banti (9), Joana Camargo (10) e Joaquim Castro (11).
Na Direção de Cena emerge o talento de Rafael Ghirardelo (12) e na contraregragem Aguinaldo Rocha.
Nos camarins Cida Melo (13), já de nossa Primeira Guarda. A iniciante “primo
canto” Inara Gomide (14) é a camareira de Cacilda e Teresinha Oliveira (15) cuida dos
figurinos.
Marcelo Drummond cria a Luz com Ricardo Morañez (16), operada por Karine
Spuri (17).
O músico cyber Rodrigo Gava (18) cria e opera a sonoplastia complexa, invocando
as vozes dos artista dos anos 40, criando ambiência da instalação Teatro Bastidor,
dos anos 40 - 2009, e a trilha do desenrolar da peça com Ramon Monteiro (19) que
também faz a operação de microfones.
Na assessoria de comunicação, pesquisa e produção executiva de cena o Chefe de
Gabinete Valério Peguini (20). Na produção internacional Felipe Matsuo (21).
No projeto gráfico Mariano Mattos Martins. No site e edição do programa
Tommy Pietra (22). A maquiagem e os cabelos com o divo Bruno Fattori e as fotos
das estrelas feitas para essa edição são do vedor Marcos Camargo.
Na direção de produção e assessoria de imprensa o talento de Ana Rúbia
de Melo (23), uma das generais mais importantes da Expedição de Os Sertões a
Canudos, comanda mais este desafio: “Os Cacildões”, com direção executiva de
Camila Mota e Bia Fonseca (24) e assistência na produção de cena de Mariana
Oliveira (25).
Nossa vedete do teatro de revista Alice Queiroz (26). Na organização do
acervo Thaís Sandri.
Administração de Simone Rodrigues (27) e Aury Porto (28) e assistência
administrativa de Vanessa Tomaz (29) e Anderson Puchetti (30).
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Anna Guilhermina
, vinda muito jovem para as 27
horas de Os Sertões desde 2002, atuou grávida. Sua bolsa abriu
num ensaio aberto de O Homem I em que fazia uma vaca leiteira
buchuda para o público. Logo voltou a atuar nos Sertões dando
seu leite para o público na mesma cena em que pariu Lyrio,
seu filho, batizado num ritual teatral no Teat(r)o Oficina. Fez
Vento Forte para um Papagaio Subir, Cypriano & Chantalan, Os
Bandidos, de Schiller e As Bacantes de Eurípedes em Araraquara,
preparando-se para correr o mundo. É agora a protagonista de
Estrela Brazyleira a Vagar - Cacilda!!.
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Cacilda Becker
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BATUQUE NO MORRO
(Herivelto Martins/Humberto Porto/Ozon)
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Batuque no morro está formado
Batuque no morro está formado
E os malandros da orgia,
começam a chegar
Já amanheceu e o sol já nasceu
Já amanheceu e o sol já nasceu
Já amanheceu e o sol já nasceu
Já amanheceu e o sol já nasceu
E as lavadeiras do morro,
as roupas na corda
Começam a esticar
E as sombras fugiram
com medo da luz
Nem mais uma queixa,
nem mais uma saudade
CHEGADA AO RIO
Quando a tampa do Inferno de Cacilda! no vídeo se fecha, sob
aplausos vem saindo Cacilda!! do subterrâneo, no centro do espaço onde
há um Palco Giratório e um Subterrâneo = Camarim de Cacilda!!, dando
pra caverna, o Inferno do Oficina. Um Aviãozinho da Panair, trazido pelo
Anjo da Barca do Céu, sobrevoa hollywoodianamente nos ares, atrai a
atenção da Estrela Cacilda para os céus. Vem chegando a Banda de Eddy
Duchin. Cacilda a vê com sua malinha, na calçada, atônita! Do lado sul entra
um comitê sambando, liderado por Zé Carioca para receber os recémchegados, desfilando na calçada de SSSSSS de Copacabana, um tapete
voador. Desce a Banda de Eddy Duchin, com o cantor Johnny Donald e Tio
Patinhas. Desembarcam e contracenam com o Samba que vem entrando
em estilo Jorginho Guinle. As irmãs Batista, Miranda e Pagãs. Coros de
carnaval vestidos de edifícios da orla marítima do Rio. Os americanos
chegam pelo lado norte. Durante o vôo estão imóveis, como a paisagem
do Rio. Quando os convidados descem na pista começam a sambar como
se a cidade os saudasse rebolando e esporreasse serpentinas, confetes.
O Coro que vem receber os Yankees canta Batuque no Morro, do Trio de
Ouro, misturado com rajadas de piano de Eddy Duchin. O coro envolve o
público nas letras.
TEATRO DO ESTUDANTE
DO BRASIL
ÓPERA CATÓLICA
Desesperada do desligamento físico de Santos, Cacilda Becker escrevia
mais de três cartas por dia para o Qorpo Santo, sua família, contando tudo.
Desde suas primeiras marcações nos ensaios de sua primeira peça Altitude:
3.200 Metros de Julien Luchaire, suas simpatias, namoros, contava de sua
iniciadora Maria Jacinta e sua diretora, a famosa Dona Esther Leão, que nos
anos 50 dava aulas de dicção para atores e políticos como Carlos Lacerda.
NO PURGATÓRIO GOZOZO
Cacilda vai ficando só, se encaminha pra correr atrás do cortejo. O Anjo
do Céu ronda protegendo-a do Inferno. De repente é segurada pelo braço,
sagradamente, por Maria Jacinta, impedindo-a de cair no Abismo do Cortejo da
Barca do Inferno. O Anjo ronda as duas à distância.
As cenas da iniciação são: Descida Para Copacabana; Coro Depois da Aula
de Catecismo; Entrada n(d)o Mar – Batismo; Estrela; Camarinha De Copacabana;
Entre Dois Boys - Cassino Copacabana – Palco Roleta; Ensaio – Fim De Testes; 3200
Metros De Altitude; Pão De Açúcar De Aniversário; Bálsamos Para Meditação Do
Horto; Entrada No Qorpo Sem Órgãos; Longa Jornada Noite Adentro; Na Barriga
Do Teatro; Páscoa Da Estréia; Escorregando Para Os Dias Felizes De Verão No
Tobogan Do Pão De Açúcar.
ALTITUDE 3200 METROS
Entre duas cadeias de montanhas
o destino de nossas entranhas
Belicismo ou Pacifismo
Fascismo ou Comunismo
Ditadura ou Democracia
Realidade ou Fantasia
Amor ou Solidão
Temos somente
seis meses de provisão!
Mas temos Vinho!
Vinhos! Vinhos! E Vinhos!
Não vamos morrer sozinhos!
Não conseguem nos socorrer?
Na liberdade vamos então viver
misturando perigo paixão
em Primeira Comunhão
trágicômicos vamos aproveitar
esta Orgya
nós, pequena humanidade,
clamamos Alegria! Alegria!
Alegria!
ENTRADA NO MAR
BATISMO
MOLIÉRE EM SAMBA
Mar furioso! Ondas tão altas!
Metem medo… Me apaixonei por você
Mar de Copacabana.
Faça dele
Teu Santos Sagrado!
Três vezes mergulhado
tua estrela aqui nasce,
é teu batizado
Guarda-chuva minha batuta
Chama no pé todo-mundo
sem força bruta
no tambor Terra atentos
chamando os quatro elementos
no meu ritmo de futebol carioca
no ditirissambóca a sambar
Sambocácácácácá
Cá Cá Cá !
THE WAY YOU LOOK TONIGHT
(Frank Sinatra)
Some day, when I’m awfully low
when the world is cold
I will feel a glow just thinking of you
and the way you look tonight
With each word your tenderness grows
tearing my fear apart
and that laugh that wrinkles your nose,
it touches my foolish heart
You’re so lovely
with your smile so warm
and your cheeks so soft
There is nothing for me
but to love you
just the way you look tonight
Lovely... Never, ever change
keep that breathless charm
Won’t you please arrange it ?
Cause I love you...
Just the way you look tonight
DEUSA DA SORTE
Zépor Guilherme
CariocaCalzavara
Baterista, Trumpetista, Ator,
no cordão desde 2004 em A Luta
1, de Os Sertões. Em Cacilda!! é
também Edgard Brasil, fotógrafo
da Atlântida Cinematogáfica.
Cacilda conquistava jovens ricos para ir aos Cassinos, como o
exportador de café de Pirassununga Maurício Assunção. As cartas falam
por exemplo de suas idas ao Cassino Copacabana, onde a famosa banda
de Eddy Duchin apresentava-se. No cinema Tyrone Power interpretou a
vida deste músico no filme Melodia Imortal. Na nossa versão Valsírio é o
Anjo Caixa de Cacilda - ganhador sortudo no jogo, atribuindo sua sorte
àquela menina esperta e linda, mas perdedor no seu amor por ela.
Cassino Copacabana. Palco Roleta. Palco-Mesa de Jogo no Centro.
O crupiê gira a roleta em forma de estrela no Centro da Pista: é o
Cassino. Os músicos tocam Eddy Duchin. Os fregueses abancam-se em
volta. Pares dançam na pista. Cacilda e Maurício entram dançando. Cacilda
reconhece Valsirio e sobe na mesa para cumprimentá-lo – escândalo:
subir em mesa de jogo??? Quem é? Valsírio beija-lhe a mão. A cena é
tão inusitada que o Cassino para.
Mari
a Jacinta
por Naomy Schölling
Cantriz soprano, entrou para o cordão
de ouro em 2005, para o último episódio de Os
Sertões - A Luta 2. Em Cacilda!! é também a
professora de canto de Grande Otelo.
Esther
Leão
por Letícia Coura
Atriz Cantora, Letícia entrou para o cordão
de ouro em Bacantes encenada na virada do
milênio, de 1999 para 2000. Desde então atua nas
montagens e é Coriféia da Voz do Tyaso Musical
Brazyleiro do Oficina. Em Cacilda!! é também a
Suicida de La Gioconda.
Eddy
Duchi
n
por Rodrigo Jubelini
Entrou no cordão de ouro dos namoros no
Teatro para ser Orfeu no Banquete de Platão,
Bori oferecido a Eros desde São João de 2009 em
Sampã, Rio e Guarulhos.
CIA. RAUL ROULIEN
DE COMÉDIAS ÍNTIMAS
Nas cartas e na peça Cacilda conta de seus vestidos, sapatos, penteados,
crises, seu salto brusco do teatro sério de Dulcina de Moraes para a Cia.
de Raul Roulien por quem se apaixonou ao vê-lo aclamado pela multidão
como um Papa regressando de Hollywood, galã consagrado, cantor, diretor,
ator de teatro, criador da Cidade-Cinema.
Pelas cartas e pela peça desenrola-se seu sucesso, contracenando com
Raul Roulien, Laura Suarez, diva do teatro da época, também voltando
de Holywood onde quase fizera o papel de Dona Sol em Sangue e Areia,
interpretado por Rita Hayworth. Zé Carioca, Johnny Pato Donald e o Tio
Patinhas são personagens híbridos de desenho animado, pássaros humanos
trazendo as criações do gênio de Walt Disney.
ATERRISAGEM DO
PÁSSARO VOADOR
Raul
Roulien
por Marcelo Drummond
O galã de Holywood é intepretado
pelo ator, diretor e iluminador que
entrou para o Oficina em 1986 e
criou com o grupo a Uzyna Uzona e
a Associação Teat(r)o Oficina Uzyna
Uzona. Em Cacilda!! é também Procópio
Ferreira.
Laura
Suarez
por Sylvia Prado
Atriz formada no INDAC e
transtornada no Oficina. Faz retornar
a belíssima diva Laura Suarez. Entrou
para o cordão na primeira montagem
de Taniko, em 1998. No mesmo ano fez
parte do coro de Cacilda!, o coro do
Teatro do Lago, antagonista do Teatrão
de Cacilda Becker. Em Cacilda!! é também
Alzira Becker e Cacilda Rainha em HamLet.
Desce no palco o paraquedas do príncipe encantado Raul Roulien, Flying
to Rio, aterrisando. Cacilda atira-se do palco de braços abertos e vão para
um grande encontro amoroso.
Pato
Johnny
por Anthero Montenegro
CACILDA: É o aviador? / O galã de baton? / Meu sonho! / Meu Pássaro
de Fogo!
ROULIEN: Voemos pro Desafogo! / Pra Av. Niemeyer, no meu
hidroplano!
No cordão dourado desde o jubileu
de ouro dos 50 anos do Oficina em
2008, fez Taniko, nô bossanova tranzênico encenado para o centenário
da imigração japonesa no Brasil e
Os Bandidos. Em Cacilda!! é também
o cantor Jean Sablon e Robert,
cinegrafista da Atlântida.
Os dois saem planando.
CACILDA: Matas, o mar, meu deus que plano!
ROULIEN: Aterramos ali, nosso Afã! / Na porta desse Terreiro! /
Saravá Iansã!
Sons altos de avião aterrisando. Eles aterram. Tambores de candomblé
quando se inaugura um terreiro e se ordena um sacerdote.
ROULIEN: A deusa acaba de baixar !
Rojões da saída da Iaô, que vem dançando num raio.
CACILDA: Fogo!
ROULIEN: É a ordenação da Amante de Santos! Exus Eros Orixás! ! !
Eles se encontram numa posição romântica de grand finale, para um
quase beijo clássico. Cacilda não entende, pois o beijo não se consuma.
ROULIEN : Venho te oferecer não a aventura de uma noite, mas a poesia
que chegou agora, num açoite!
CACILDA: Um lenço!
ROULIEN: Um Pacto. / Uma carreira solidamente pautada num Contrato.
/ Cinema Disco Rádio Teatros / Com as grandes Casas de Moda Permuta!
/ Serás a atriz mais bem vestida do Brasil em qualquer ambiente social,
escuta!
As cenas da casa do comércio no Tarot de Cacilda são: Aterrisagem do
Pássaro Voador; Cerimônia de Lançamento da Cidade Cinema - Teatro Cassino
Copacabana; Prometo Ser Infiel – Palco De Ensaio; Patópolis; Ensaio de Beso
Loco; Camarim Antes Da Estréia Comercial - Rosa De Ouro; Robe In Decente;
Cenário da Nova Peça – O Patinho de Ouro; Noche Paraguaya; O Patinho Feio
- Defloramento; No Palco com A Cortina Fechada; Floramento; Mayerling; O
Trem; Estação da Luz; Palco do Boa Vista; São Paulo - Confeitaria no Jardim
América.
Dulci
na de Moraes
por Fredy Alan
CORDÃO DOURADO
Uma companhia
é um cordão dourado
de amores
um tocando o outro
pétalas perfumando ardores…
Tem ímans
nossos ciúmes ficam ridículos
viram veículos
pra re-namoros durados
em fogo brando
dourados
O ator que entrou para o Oficina
em 2000, no início do processo de Os
Sertões, de Euclides da Cunha, vive Dulcina
de Moraes trazendo toda a vivência de
seu trabalho de renascimento do Teatro
Dulcina no Rio de Janeiro. É também em
Cacilda!! o boneco Bob Evans e Eben, nas
Terras do Sem Fim.
TiporoAcauã
PatinSolhas
Recém chegado ao cordão dourado
o ator veio fazer Hefaísto no Banquete
de Platão neste ano. Em Cacilda!! é
também Valsírio, o Anjo-Caixa de
Cacilda e Jorge Amado na Barca dos
Comediantes.
TiportoRodolfo
FleuryDias Paes
Ator, músico, Dipa entrou
para o cordão de ouro em Os
Sertões, no ano de 2005 para
fazer a triha sonora de A
Luta 1. Na Estrela Brazyleira
a Vagar além do marido
de Cacilda, é também Dom
Pedro.
Caci
lda Vermelha
por Ana Abbot
Atriz carioca, participou
de rito conferência sobre
Cacilda!! no Rio de Janeiro e
veio para o Oficina esse ano
fazer a peça e O Banquete.
Vive também a atriz irmã de
Cacilda, Cleyde Yáconis.
Pastor
Polônio
por Adriano Salhab
Músico, ator. No cordão
de ouro desde 2001 quando
veio tocar a rabeca em O
Homem 1, segunda parte de
Os Sertões. Em Cacilda!! é
também Dorival Caymmi.
Zé Pi
na guitarra
Entrou em 2008 para o
coro lisérgico de Cypriano &
Chantalan.
TEATRO MUSICAL
BRAZYLEIRO
A direção musical d’A Estrela Brazyleira a Vagar é coletiva. As
composições, de autores dos anos 40 e autores atuadores da peça no
Oficina em 2009 foram reinterpretadas e arranjadas pelo elenco e pelos
músicos. A trilha é composta pelos muitos músicos, atores e atrizes
nas letras de José Celso Martinez Corrêa que com Marcelo Drummond
dirige este empreendimento gigantesco atravessando heróica, doida e
prazeirosamente a era da ditadura dos Monólogos.
A trilha ao vivo traz músicas de todas as épocas antropofagiadas,
como Grande Othelo antropofagiando o Otelo de Verdi com os corais
da orquestra Afro-Brasileira do Teatro Experimental do Negro mas
ainda trazendo a época da política de boa vizinhança nos desenhos de
Walt Disney. Criamos um Zé Carioca vivido pelo músico ator Guilherme
Calzavara, o Pato Johnny vivido por Anthero Montenegro e Tio Patinhas,
vivido por Acauã Sol. No contra-baixo Marcão Leite, na guitarra Zé Pi,
na guitarra e piano Rodrigo Jubelini.
Mas o mais forte da peça é a Forma Coral Musical com
protagonizações emergindo dos coros, inclusive a de Cacilda Espinha
Dorsal que ampliará sua cumplicidade com o Qorpo Santo de sua Família
- Dona Alzira, Dirce e Cleyde, toda a Companhia, e todo o Público.
INTERMEZZO
Cacilda desilude-se com o teatro comercial, onde não pode realizar seu
maior sonho da época: atuar como Baronesa trágica suicida em Mayerling estava saturada de fazer cocotes. Faz um intermezzo deixando o teatro, notícia
que anuncia para um jovem repórter, Tito Fleury, com quem namora e se casa em
O Vestido de Noiva. Vai cantar a ária da secretária no Escritório Pastor Polônio
e Cia Seguros em Geral e escreve uma de suas mais belas cartas, que por si vale
tanto quanto sua obra de artista. Estas cartas escritas à mão ou datilografadas
em papel de linho, ou seda, muito cheirosas, com uma letra lindíssima, deviam ser
publicadas todas em fac-símile. Revelam o nascimento de uma jovem filósofa
prática do teatro, uma Stanislavski atriz que compara-se aos sons de uma harpa,
e pinta, em três cores, três personalidades: a azul celeste, a vermelho fogo
infernal de seu signo ariano e a cinza pardo das quedas bruscas na realidade. E
as três dançam continuadamente dentro dela, gerando a contraditória cacíldica
Outra - a poeta de Cacilda Becker.
RÁ-DIO!
Jean Sablon assiste e inspira a cena da escritura da carta marco
e da expulsão de Cacilda do cargo de secretária. Toma-a pelas mãos e
leva-a para ser sua apresentadora no programa de rádio em São Paulo
onde vinha lançar J’attendrais, que com Lili Marlene, eram as duas músicas
mais tocadas no mundo inteiro dos países aliados contra o nazismo. É o
tempo dos blackouts para segurança contra as ameaças de bombardeios
dos aviões nazistas, já então afundadores de submarinos brasileiros em
território marítimo nacional. Os submarinos eram Atlântidas afogadas
no Mar da Guerra. O programa é interrompido e Cacilda comunica ao
público do auditório, ao vivo, o que terá de comunicar quando cessar
o blackout para todos os brasileiros: a entrada do Brasil na 2ª Guerra
Mundial ao lado dos Aliados. Jean Sablon tenta acalmar o pânico do
auditório fazendo todos cantarem em boca chiuzza J’attendrais.
As cenas são: Escritório De Pastor Polônio E Cia - Seguros Em
Geral; As Três Personalidades; O Brasil Entra na Guerra.
BACHIANA BRASILEIRA #5
(Heitor Villa-Lobos)
Grita ao céu e a terra toda a Natureza !
Cala a passarada aos seus tristes queixumes
E reflete o mar toda a sua riqueza...
Suave a luz da lua desperta agora
A cruel saudade que ri e chora!
Tarde uma nuvem rósea lenta e transparente
Sobre o espaço, sonhadora e bela!
J’ATTENDRAIS
(Jean Sablon)
Flores desbotam
fogo no fim
Sombras sufocam
nosso Jardim
Ponteiros tocam
sons tão chapantes
Será que ouvi
um deus berrante?
Traz Alegria
de meio-dia,
Poesia açoite,
chega esta noite…
no teu abraço
Deusa renasço…
Vento transporta
Evoés cantadas…
Eu abro a porta
Ah! Não era nada…
Não é ninguém
Godot não vem…
Já esperei
de noite ou de dia
Já esperei
teu cheguei.
Já esperei
Passarinho que voa
vem pro ninho
no vinho
Chega depressa
que dia chato
que me interessa…
noite sem teatro!
Se foi embora
pra bem morrer
chega agora
Salva o Prazer!
Tempo passa batendo
alegremente
é o etherno presente
coração cai na cantada!
Já esperei
Estou no fim
E enfim
cheguei!
BiporbCamila
i FerreiMotara
Atriz, no cordão de ouro
desde 1997, fez a primeira parte da
tetralogia, Cacilda!, em 1998, atuou
e fez assistência de direção em Os
Sertões, entre 2000 e 2007. Em
Cacilda!! é também Sônia Oiticica no
Teatro do Estudante do Brasil.
MiporrLucas
oel daWeglinski
Silveira
Atuador do cordão Uzyna desde
2007, entrou para produzir os DVD’s de
Os Sertões e caiu na pista. Em Cacilda!!
vive também o produtor Fenelon da
Atlântida e Turkov, diretor, ator, judeu
alemão, célebre em todo mundo por
sua Companhia Internacional em Ídiche.
Diretor de Terras do Sem Fim de Jorge
Amado.
cia. de comÉDIAS bibi ferreira
Cacilda tenta aprender a disciplina das companhias hierarquizadas a
partir da primeira dama, a diva Bibi Ferreira, como a que ela Cacilda seria
nos anos 60 no Teatro Cacilda Becker mas a estrela não se deu bem no
papel de atriz codjuvante, não era o que sua Outra, a Poeta, buscava. Com
Bibi, Cacilda interpreta Chole em É Proibido Suicidar-se na Primavera,
Myra em Que Fim de Semana!, de Noel Coward, Emília em “Pedacinho de
Gente e Clementina em A Moreninha substituindo Maria Della Costa.
As cenas dessa estação são: Labirinto - Tuas Mãos; A Gaivota;
Godot; É Proibido Suicidar-se na Primavera.
Bibi! Bibi! Bibi!
A atriz incorpora
transfigura
vira fisicamente
la figure
BIBI SONG
Mais que personagem
Xamã
da reincarnagem
É uma outra,
muda voz,
corpo,
alma inteira
É a alma
da atriz
brasileira!
Bibi! Bibi! Bibi!
SAMBA DA VITÓRIA
(de Othelo, o Mouro de Veneza)
A PAZ SE ESTENDE
SOBRE A TERRA
Na rádio Cacilda cria um Programa de quiromancia e faz iluminar as
mãos dos presentes no auditório e suas próprias mãos onde lê sua decisão de
trabalhar com Bibi Ferreira como atriz coadjuvante. Na casa da companhia da
maior atriz viva hoje do Brasil, Bibi Ferreira, Cacilda encontra-se com outra
grande atriz, hoje em Parati, fora dos palcos: a belíssima Maria Della Costa,
e com o Zeus do teatro brasileiro Procópio Ferreira. Entra na companhia
cafetinada pelo seu eterno amor ódio - o seu descobridor profeta Miroel
da Silveira, para substituir Bibi em É Proibido Suicidar-se na Primavera, de
Alejandro Casona. Nesta peça as cantoras atrizes do OficinaUzynaUzona
Juliane Elting, Naomy Schölling, Adriana Capparelli, Cellia Nascimento e Letícia
Coura cantam uma recriação de um buquê das árias das suicidas das óperas
Tosca, Madame Buterfly, Bhunilde e Margarida.
A voz vinda da BBC transmite o Armistício, o fim da 2ª Guerra Mundial.
Animação da Atlântida ressurreta emergindo das ondas como se saísse da
Baía de Guanabara, onde antes afundaram navios. Papéis picados do teto do
Teatro para a volta dos pracinhas no fim da Guerra. Imagens de Escola de
Samba. Arco Íris desfilando. Soldados, Marinheiros, Fuzileiros Navais, Aviadores.
Realces para as estrelas de todas as bandeiras, brilham com luz própria. A
Iluminação constrói uma Alvorada à beira mar! Ao VIVO: Porta Bandeira
Soviética Vermelha com Foice e o Martelo, dourados. Brasileira, onde a faixa
levava escrito Ordem e Progresso atravessa em faixa ondulada a bola azul
Central, transpassando o Losango, em Vermelho, escrito “Amor, Ordem e
Progresso”. Projeção da Bandeira dos EUA, Estrela de David dos Judeus e Lua
Mari
a
Della
Costa
por Luiza Lemmertz
em Foice Muçulmana, Shiva dos Indús, Chinesa com a Estrela de Mao.
Tanques virados carros alegóricos, enfeitados de Rosas Vermelhas como
no 25 de Abril de de 1974 em Portugal. O Coro parte dos praticáveis do
Norte alinhado em alas, inicialmente estático, como um carro alegórico.
A Banda faz o recuo no lago. Carmem Costa puxa o Samba da Vitória,
de Othelo, o Mouro de Veneza, quando chega na cidade pela primeira
vez. Um samba de raiado com palmas, ruído forte, estridente de pratos
de louça raspados com facas de metal. Grande Otelo no cortejo.
Emergem os submarinos afundados na Guerra, no Mar da Paz,
numa cidade produtora mitológica de Cinema Brasileiro: A Atlântida.
Cacilda Desdêmona é convidada a ser a Primeira Atriz Dramática da
Atlântida. Explode a Bomba de Hiroshima, Mário de Andrade tem seu
último desejo macunaímico: Marchem com as Massas!
Acaba a Paz, entra a Guerra Fria.
Chegada ao cordão de ouro para a
celebração da Deusa Interpretação em
Cacilda!!, é atriz carioca da 3ª geração
da realeza: neta de Lílian e filha de
Júlia. Interpreta também a irmã de
Cacilda, Dirce Yáconis, e Cacilda Azul.
Raiou de Novo
o sol da liberdade
A paz se estende sobre o Povo
o Mundo volta
à tranquilidade.
Foi vencida a guerra
a paz se estende sobre a Terra
foi detida a tirania
pela democracia.
Ouço ao longe um rufar,
um doce despertar
de uma nova revoada.
Os clarins anunciam
Um novo Dia
Uma nova Alvorada!
Raiou de Novo…
MEDITAÇÃO SOBRE O TIETÊ
Ito
Alves
na percussão
Entrou para o cordão de ouro no
ano de 2004 quando o grupo preparava
as três primeiras peças de Os Sertões
para o Festival do Vale do Ruhr na
Alemanha. Levando o ritmo no nome
e no toque viajou com a temporada
de Teatro Total das cinco partes de Os
Sertões pelo Brasil.
Meditando no Tietê
Mário me disse, eu sou você
Você é eu!
Ah! Antes de entrar no caixão
disse assim seu adeus,
oh deus
Sambe Minha Paixão
com a Multidão!
Cachorros, Cadelas,
tamborins e se der Panelas
sambemos latindo,
uivando chorando rindo,
Macunaímas, vamos indo,
latindo,
deixando a caravana passar
vencendo na ditirambada
a derrotada vitória!
SACRIFÍCIO
SAMBA CORAÇÃO
Cacilda vai filmar Luz dos Meus Olhos com uma música anunciando a bossa
nova, devorando Debussy e Ravel. A estrela assim como todos ouvintes brasileiros
era apaixonada por uma Voz, a do galã das novelas da Rádio Nacional Celso
Guimarães. Ela vai reencontrá-lo em carne e coração, cego, trazido diante dela
por Grande Otelo, a luz dos olhos do cego. Por flechadas do Eros do guia de cego
Grande Otelo a estrela torna-se ela sim, a Luz dos Olhos do Cego Celso Guimarães.
Metáforas do cinema brazyleiro nascente, Luz dos Olhos do Brasil.
Cacilda ao mesmo tempo abriu uma agência de propaganda e escrevia
programas de rádio juntamente com seu noivo Tito Fleury, repórter, agora
radialista da Rádio Tupy do Rio. Escrevia ainda para jornais como o Globo onde
faz uma crônica da filmagem de Luz dos Meus Olhos, entrevistando toda a equipe
e o fotógrafo Edgard Brasil, que havia feito Limite, o filme mito das origens do
Kinema Brazyleiro. Descreve maníaca nesta reportagem as minúcias. No set há um
fotógrafo francês, Robert, que quer vê-la de cara limpa como Ana Magnani, sem
maquiagem, no neo-realismo de Rosselini com quem trabalhara.
Grande Otelo, intepretado por Adão Filho, não comparece à filmagem de
Luz dos Meus Olhos, vão atrás dele e as notícias dos jornais da tarde do Rio
anunciam em letras garrafais a tragédia que pôs fim à sua família, mesmo assim
ele retorna à ação e completa as filmagens.
Grande
Otelo
por Adão Filho
Ator. Veio para o cordão de
ouro em 1993 para fazer HamLet, espetáculo que abriu o Oficina
de Lina Bardi. Em Cacilda!! vive
também Sadi Cabral.
Cacilda está fazendo a cena em que é sacrificada por Othelo Abdias,
extremamente ligada à tragédia de Grande Otelo que está enchendo a cara
na Cinelândia, no Amarelinho. O coro do Teatro Experimental do Negro, com
o coro da geração dos estudantes formados com Cacilda fazem uma roda
ritual ditirambado, macumbado em torno da cena de sacrifício, na epopéia
da libertação do negro no Brasil, na Cultura, e no Teatro brasileiros. A
ópera de Verdi é macumbada em brazyleiro nesta cena de inxorcismo
do ritual africano no Teatro Brasileiro em que prepara-se o encontro
definitivo com os Comediantes, que vem chegando. Otelo reencontra seus
fantasmas, sua Medéia e suas crias suicidadas são invocadas.
CANTO DE UM BODE
TRAGICOMÉDIORGYA
LUZ DOS MEUS OLHOS
O Tarot da Estrela entra na Casa da libertação da Escravidão pelo
próprio Negro. O Poeta Abdias Nascimento cria o Teatro Experimental do
Negro no Brasil e durante o início das filmagens de Luz dos Meus Olhos
vem convidar Cacilda para ser Desdêmona, de Othelo, em encenação em
que ele fará o papel título.
A Atlântida roda Luz dos Meus Olhos, com Grande Otelo no
elenco, durante as madrugadas para evitar o barulho das destruições
de casarões desmoronados, templos abatidos e árvores mortas da
destruição que se perpetrava em torno do Estúdio, situação similar à
que atravessa o Oficina hoje envolto nas ruínas de um crime ambiental
praticado há duas décadas no bairro do Bexiga.
Nesse rito: Estúdio Cyber de Teat(r)o Brincando de Cinema; Canto
de Um Bode; Casa do Cego; Casa de Susana; Candomblé do Teatro
Experimental do Negro.
Celso Guimarães
por Mariano Mattos Martins
Ator e programador visual,
desde 2003 mistura Apolo e
Dionísio no cordão de ouro
dos namoros do Teatro. Fez Os
Sertões pelo Brasil e na Alemanha.
Em Cacilda!! é também Maurício
Assunção.
Medéia negra suicida
suas duas crianças matou
com formicida
e em seguida
o veneno que sobrou
Medéia grega tomou
Numa poça de vômito
amarelo
aos filhos e à suicida
abraçado
foi encontrado semi-vivo
semi-morto
Grande Otelo
(José Carlos Burle)
Como em jardim sem flor abandonado
Um velho casarão colonial que,
desabitado e triste, se desmorona
na dor de uma saudade
de um tempo que já passou
Assim vivo eu tão só
sem ver ninguém, ninguém!
Ruína de um amor
que para sempre há de existir
a iluminar meu sonho,
Abdi
a
s
Nasci
m
ento
por Márcio Teles
Ator, entrou para o Oficina
em 2008, nos Bandidos, em que
vive o Gira. Em Cacilda!! é também
Vitor Febrônio, de 3200 Metros de
Altitude.
há de existir
a iluminar o meu caminho...
Porque o meu primeiro amor
será também o derradeiro!
Talvez seja ilusão
mas sinto que hei de amar
eternamente!
Se sei que o céu estrelas tem
que importa a mim não vê-las…
Por isso eu vivo tão feliz,
sem ver a luz do sol
a lua, o céu, o azul do mar…
Porque sei que serás
para sempre
a luz dos olhos meus, meus, só meus!
SALGUEIRO
Ai Salgueiro!
Salgueiro! Chorão!
Samba coração
Salgueiro da morte
será tua coroação!
Água escorre,
das faces queridas,
as mais pobres nascidas.
Murmura , murmura
tristeza
estranheza mãe beleza…
TU VAI MORRER
Pelo crime do teatro branco,
assassino do teatro do negro
colocado sempre no tacho,
na peneira,
na senzala!
Na empregada!
Na mãe de santo boçal
Estilo Branco Mau
Preto Bom
Sofredor.
Tomador Assalariado
De Chico chico chicotada!
Preto Véio Puxa saco
Inter-merdi-ário
do Senhor Globot
Macaqueia preto boçal
de teatro colonial
Globot, Globot, Globot
ACABOU!
TRANSEUNTE ACELERADO
Pra Favela
Alto Cristo!
Galinha de Cabidela!
Mari
a
Clara
Machado
por Juliane Elting
Atriz alemã, conheceu o
Oficina em 2004 na passagem de
Os Sertões por Recklinghausen, na
Alemanha. Em Cacilda!! é também
Madame Morineau.
NASCIMENTO DO
MODERNO TEATRO BRASILEIRO
Cacilda preparando-se para casar em Aparecida do Norte com Tito Fleury
é convidada para fazer Vestido de Noiva, com Maria della Costa. Vera Barreto
Leite atua como Madame Clessi Cacilda Nossa Senhora Aparecida. Ao mesmo tempo
em ritmo transeunte acelerado liga os dois ritos: casar no Religioso, no Civil e
no Teatro, mais, “com o Teatro” e sai as ruas do Rio para suas últimas compras
de solteira: Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, Presidente do Partido
Comunista, e seu Partido, são postos em Liberdade. Bandeirinhas vermelhas caem
dos prédios da Avenida Rio Branco. A Internacional é cantada nas Ruas em ritmo
de Samba, o trânsito para. Da praça Mauá saem Emilinha Borba e Marlene, e suas
macacas rivais, cantando, disputando-se, e irmanando-se afinal no Eu já Vi Tudo.
Cacilda é espremida por elas como numa máquina de moer e transmutar carne e a
entregam para os braços do marido. Seguem para o Hotel onde a mãe de Cacilda
e Cleyde chegaram para o casamento e a reestréia da peça. Nelson Rodrigues já
está na Nave.
É a Casa do Casamento em que Madame Clessi é o Fantasma de Cacilda hoje
em seus 40 anos de imortalidade, como Estragon de Esperando Godot, Mary
Tyrone de Longa Jornada Noite Adentro de O’Neil e Nossa Senhora da Aparecida
do Norte. Depois na Noite de Núpcias, em seu Delírio, Cacilda sonha com Desejo de
O’Neil. É Cacilda Abbie, casa-se com Cabot Zimbienski e se faz amar na noite de
núpcias por Ebben, de quem é madrasta, sobre o túmulo da mãe do afilhado, que
é a Cacilda Morta em 14 de junho de 1969. Zimba sopra numa bexiga o ventre de
Cacilda Abie. Cresce uma Barrigona. Nasce o bebê. É um fruto de Cacau. O Pai tem
ciúmes da nova geração que nasce com o filho, este vai roubar seu amor, mas como
em Desejo, Abbie Cacilda decide matar o Bebê e ambos suicidam o recém nascido,
que Cacilda depois replanta. A Polícia, que vem para prender os assassinos do Bebê
chega e cai em êxtase, diante do cacaueiro que nasce, e vê nascendo uma geração
de fortes do Teatro Brasileiro.
Na última peça dos Comediantes, aparece seu ator, Edgard da Rocha Miranda,
um dramaturgo brasileiro que escrevia suas peças em inglês, passadas na Inglaterra,
e depois as traduzia para o Brasil. Muito rico, banca a montagem da peça de sua
autoria de Não sou Eu. É um fracasso total de bilheteria e um grande êxito de
crítica. A Nave está afundando, os atores dão que têm e o que não têm, relógios,
joias, economias, baús, e Edgard, o dramaturgo anglo brasileiro traz para o elenco
Champagne francesa, caviar, marron glacê, e música.
Marlene
por Adriana Capparelli
Cantora e Atriz, entrou para o
cordão de ouro em Bacantes no ano
de 1995. Em Cacilda!! vive também
Madame Butterfly e Estragon, de
Godot.
EU JÁ VI TUDO
CARIMBÓ
Eu já vi tudo
Tu queres me contrariar
Este prazer eu não te dou
Não dou, não dou
Nem hei de dar
Se não gostas de samba
por favor,
outro amor vai procurar
Amazona que me pariu
no meu Pará
ele é filho teu também
veio de lá
(Amadeu Veloso / Peter Pan)
Nasceu na Guerra do Cacau
Caldoso
OS COMEDIANTES
Cacilda, Tito e Cleyde se dão as mãos e entram com os pés
direitos no Barco. Cacilda e Tito vão para o Barco dos Comediantes:
Duas Máscaras uma de Comédia e outra de Tragédia, fincadas no
Mastro. Navio apita na Sonoplastia. Cleyde se coloca na platéia, pé
ante pé. Preparação para a estréia. Era uma vez um Prisioneiro.
Ensaio geral. Zimba está fora do barco, amarrado como Prometeu
no Balcão Sul do Oficina.
O barco dos Comediantes vai afundando, mas a tripulacão
ainda dança. O Partido Comunista é posto por Dutra fora da
lei depois de ter fechado todos os Cassinos. Tito, do Partido
Comunista, tem de fugir, Cacilda decide dar um tempo e se
despede de Ziembinski.
As cenas da última estação da Estrela Brazyleira a Vagar
são: Avenida Rio Branco; Barca dos Comediantes; Despedida de
Solteiro Boite Night and Day; Vômito Iniciático; Delyrio, Vudú das
Máscaras da Tragédia e da Comédia; O Plantio do Parto; Descanso
da Guerreira.
Nelson
Rodri
g
ues
por Victor Steinberg
Jovem ator iniciante, entra de
corpo-alma no cordão de ouro para
Cacilda!!, em que faz também Getúlio
Vargas.
Madame
Clessi
por Vera Barreto Leite
Emi
linha
por Cellia Nascimento
Cantora e atriz, no Oficina
desde 2006. Entrou para o cordão em
A Luta 2, de Os Sertões. Em Cacilda!!
canta a Bachiana nº 5 transposta
para sua voz soul, aprofundando o
sutil samba latente nas cordas de
Villa Lobos, e trazendo a revelação
da beleza dos versos da obra. Vive
também Madame Bofete e Ruth de
Souza.
Atriz da velha-guarda do
Oficina, foi a principal modelo de Chanel
nos anos 50. Nesta década do século
XXI fez Os Sertões, Vento Forte para
um Papagaio Subir e Os Bandidos. Em
Cacilda!! encarna Cacilda Estragon, de
Esperando Godot, Clara Zahanassian
de A Velha Senhora; uma atriz da
Companhia Raul Roulien, Rosita Berta,
já caminhando para a demência, e sua
tia, a crítica magnífica de Teatro e
atriz de Teatro e do Cinema Nacional,
Luisa Barreto Leite.
Hamlet Sérgio Cardoso
por Ariclenes Barroso
Ator oriundo do Movimento
Bexigão entrou para o cordão de
ouro aos 10 anos de idade há seis
anos atrás. Morador da ocupação
do prédio da Caixa Econômica pelos
Sem Teto, teve sua família desalojada
do edifício pelo Grupo Sílvio Santos
e foi morar longe do teatro, mas
seu talento excepcional atravessou
todos obstáculos, atuando nas 27
horas de Os Sertões, em Taniko, nô
bossanova trans-zênico, Cypriano
e Chantalan de Luís Antônio e Os
Bandidos de Schiller. Em Cacilda!! faz
Sérgio Cardoso Hamlet que vem tirar
Cacilda do ostracismo, do isolamento
numa fazenda em Santa Rita do Passa
Quatro.
ZiporeHector
mbinskiOthon
ESTRELA VAGABUNDA
A Atriz é uma Estrela
Vagabunda
vagando sempre nos céus
em que se afunda
até encontrar
o seu céu na terra, que aterrar
no palco em que seu desejo aportar
É cedo demais, a vida é Mistério
Não cabe só num Teatro Sério
vamos rir do que se faça,
sem achar mesmo muita graça
Com você amor
começamos muito alto
Mas continuamos no nosso mesmo país
o Palco !
No cordão desde 1984 quando
ouviu pela primeira vez o berrante de
Brômios cantando Mystérios Gozozos
e Bacantes. Em Cacilda!! é também
o Cristo Redentor e Luis Carlos
Prestes.
Não digo nunca adeus
mesmo errante sigo ao lado teu
vagar…
é assim amor, nosso fado
e encontrar pouso breve
por todo lado
DESCANSO
DA GUERREIRA
Marcos
Lei
t
e
no baixo
Zé Celso
No cordão de ouro desde 2008
quando trouxe a classe de suas linhas
de baixo para a pauta de ações de
Taniko, de Zenchiku.
Diretor artísitico e presidente
da Associação Sem Fronteiras Teat(r)o
Oficina Uzyna Uzona, fundou o Oficina
na Faculdade de Direito do Largo São
Francisco, em 1958. Em Cacilda!! atua
também como maestro.
Agradecimentos a
Catherine Hirsch
Conselheira e Poeta. No cordão
de ouro desde 1979 quando o Oficina
voltou do exílio e ela, vinda da França,
se apaixonou pelo número 520 da Rua
Jaceguai. Trabalhou na reengenharia
do grupo durante a criação da Uzyna
Uzona.
CORO
Saio quando quero
entro quando quero
durmo com quem quero
vida de artista
não há melhor que exista!
Nada se perderá,
nem se perdeu
Mas o mundo agora é meu.
Fazenda “Casa da Dina Marca” em Santa Rita do Passa Quatro.
Hamlet não está louco de hospício. / É só fingimento, esperteza,
arte no ofício / Será bom que ele saiba. / Se uma rainha talentosa,
justa, sabia nos gozos / não é capaz de revelar segredos preciosos /
a um sapo, a um morcego, a um rato / quem saberia então? / Uma
canastrona que não sabe fazer teatro? / Não. Contra toda a prudência
e o bom senso / abra a gaiola, só pra ver o que acontece, joga teu
corpo com teu lenço / quebra o pescoço / saltando aqui de cima,
crie novo osso!/ Limpa o caminho para a armadilha: / o teatro não
será nunca uma coisa de Família, / é a magia quente montada / pra
desarmada / do jogo feito, eu sei / da consciência pardo-realista / do
Sonhado Marido, do Rei. / No Teatro De Estádio Municipal de SamPã! /
sem rendas, sem rédeas, Titã / Estrela brazyleira a vagar encontre teu
céu, teu inferno, teu chão / pra Orgya, Comédia Tragédia: Ação / Boa
noite Cacilda duas / vem chegando terceira Exclamação!
CACILDA
Minha vida é maravilhosa
Ninguém me governa!
Maria Thereza Vargas, Cleyde Yáconis, Luis Carlos Fleury
Filho (Cuca), Emanuel Nery (Telefônica), Ana Maria Martinez
Corrêa, Sabrina Pascoal, Dimas Oliveira Júnior, Anny Vaz
Guimarães, Arnaldo Mesquita, Camila (CPL Luz), Zeca Freitas.
Primavera
Nova Estação
Nasce nossa
Constelação !
DESAPROPRIAÇÃO JÁ!
A Voz do Povo criou um refrão, um bordão, em forma de pergunta, que batizou
esta peça em cartaz há 28 anos em nossa capital:
“Como vai a Pendenga entre o Sílvio Santos e o Oficina?”
Os Ventos das Grandes Mutações de 2008, o Cinquentenário das Bodas de Ouro
do Grupo Oficina, o Banquete oferecido a Eros e o vagar das estrelas vagabundas
que nascem na Primavera de Cacilda!!, tornam este momento oportuno para uma
resposta criativa a esta pergunta que refere-se à um assunto e vai virando um
fantasma, um clichê, a ser desconstruído por Amor à propria Vida.
Foi esta “peça” que determinou os 25 anos de relação, as Bodas de Prata entre
o Teatro Oficina e o Governo do Estado de São Paulo, também protagonista portanto
há 1/4 de século desta peça infelizmente ainda em cartaz.
Desde 1983 Grandes Estadistas, pessoas reconhecidamente sábias e cultas, vem
exercendo seu Poder no Estado, ao lado dos Movimentos que lutam não somente para
impedir a destruição do Teatro Oficina mas para que este CHACRA CULTURAL URBANO
do Brasil cresça e apareça, como é natural, para poder dar mais ainda e a muitos,
quando não a Todos, o que já pode, pôde e poderá dar.
Sua memória, sua história, sendo feita, refeita e agora, sua atual explosão de
criatividade produtiva, estética e social consequente de sua inesperadamente fértil
longevidade, não cabe mais no restrito espaço de 9 metros de largura por 50 de
profundidade, embecado, Sem Saída dos Fundos.
O movimento original que lá cria vida cultural renovada
há meio século faz parte e é apoiado pelos movimentos de
transvalorização da vida, tão naturais quanto necessários,
renascidos dos paradoxos da Globalização, simultâneos
ao inesperado degelo do Império Americano e
à revolução Cyber. Artistas de todas as
áreas, ecologistas, urbanistas, público
de teatro, amantes da vida e da arte de todas as classes sociais, no Brasil
e no Exterior, lutam pelo TEAT(R)O OFICINA que é em si uma METÁFORA
da necessidade de AMPLIAÇÃO DO ESPAÇO VITAL, VERDE, CULTURAL, LIVRE,
DESTERRITORIALIZADO que a aridez da ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA em sua
cegueira, insiste em destruir, empacotar e vender.
Os 28 anos de luta não são de “resistência”, mas de “Re-existência”,
por isso não caímos numa atitude reativa, defensiva, e soubemos produzir
o ANHANGABAÚ DA FELIZ CIDADE, e este nosso Projeto tornou-se uma
Alternativa Social ao SHOPPING SS BELA VISTA FESTIVAL CENTER
Lutamos imediatamente pela não destruição da arquitetura de Lina Bardi
com o fechamento do janelão e entumulamento do teatro e trabalhamos
pela criação dos elementos que compõem o Anhangabaú da Feliz Cidade:
a Universidade Popular Antropófaga, uma Ágora do Bexiga, a Oficina de
Florestas e um Teatro de Estádio, com gestão pública.
Requeremos a DESAPROPRIAÇÃO que possibilita a inteira realização do
PROJETO ARQUITETÔNICO URBANÍSTICO INICIAL da ARQUITETA LINA BARDI desde
1980, agora amadurecido pela experiência que somente o Tempo cria.
Pedimos a reparação do crime ambiental cometido durante três décadas
nessa área, que levou o lugar e os seres que o habitam à degradação física e,
de acordo com a constituição brasileira, queremos que seja calculado o valor
da função social desse patrimônio ambiental desperdiçado pela especulação
para que sejam desapropriadas as áreas e destinadas aos espaços para a
cultura.
Por amor, ordem e progresso, nós que cultivamos há cinquenta anos
essas terras dizemos não à extinção da espécie humana que se cultua nos
teatros, nos cortiços e nas ruas.
Evoéros!

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