Revista Canavieiros

Transcrição

Revista Canavieiros
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Revista Canavieiros - Agosto 2011
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Revista Canavieiros - Agosto de 2011
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Revista Canavieiros - Agosto 2011
Editorial
4
Expediente:
Conselho Editorial:
Antonio Eduardo Tonielo
Augusto César Strini Paixão
Clóvis Aparecido Vanzella
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan
Manoel Sérgio Sicchieri
Oscar Bisson
Editora:
Carla Rossini - MTb 39.788
Projeto gráfico e
Diagramação:
Rafael H. Mermejo
Equipe de redação e fotos:
Carla Rodrigues - MTb 55.115
Murilo Sicchieri
Rafael H. Mermejo
Comercial e Publicidade:
Marília F. Palaveri
(16) 3946-3311 - Ramal: 2008
[email protected]
[email protected]
Impressão:
São Francisco Gráfica e Editora Ltda
Tiragem:
13.000 exemplares
ISSN:
1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente aos cooperados, associados
e fornecedores do Sistema Copercana,
Canaoeste e SicoobCocred. As matérias
assinadas são de responsabilidade dos autores. A reprodução parcial desta revista é
autorizada, desde que citada a fonte.
Endereço da Redação:
A/C Revista Canavieiros
Rua Dr. Pio Dufles, 532
Sertãozinho – SP - CEP:- 14.170-680
Fone: (16) 3946 3311 - (ramal 2190)
www.revistacanavieiros.com.br
Produzir, abastecer
e alimentar
O
s produtores têm um grande
desafio para enfrentar nos
próximos anos: produzir com
qualidade e aumentar a produtividade com sustentabilidade. Para isso, o
melhor caminho são as novas tecnologias. Para auxiliar os produtores canavieiros, a Copercana e a Canaoeste
mantêm a Fazenda Santa Rita em Terra
Roxa, com 120 hectares e um viveiro
de mudas de cana-de-açúcar com mais
de 50 cultivares, entre clones e variedades. Confira a íntegra desta matéria
na “Reportagem de Capa” de agosto.
O entrevistado desta edição é o
professor Hermann Paulo Hoffmann
- coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar
(PMGCA) da UFSCar – Universidade
Federal de São Carlos, que falou sobre
as variedades de cana desenvolvidas
pela Ridesa - Rede Interinstitucional
de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro, sobre a importância do Estado de São Paulo para o setor sucroenergético e a relevância do Brasil na
economia mundial.
O “Ponto de Vista” deste mês é
assinado pelo professor da FEA/USP
(Faculdade de Economia e Administração), Marcos Fava Neves, que fala
sobre a necessidade de aumentar a remuneração da atividade agrícola e dos
fornecedores, já que se assim fosse,
hoje os canaviais poderiam estar produzindo 10 toneladas a mais, evitando
uma maior crise de abastecimento.
Em “Assuntos Legais”, o advogado da Canaoeste, Juliano Bortoloti, escreve sobre o decreto paulista
57.042/2011, que traz benefício fiscal
aos produtores de energia elétrica a
partir da biomassa, buscando incentivar o desenvolvimento da atividade
econômica, social e ambiental.
O “Artigo Técnico” mostra o acompanhamento da safra 2011/2012, que
RC
www.twitter.com/canavieiros
[email protected]
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
está na primeira quinzena de agosto.
Neste trabalho os resultados obtidos
são até a 2ª quinzena de julho, em
comparação com os obtidos na safra
2010/2011. O artigo é assinado pelo
assistente de controle agrícola da Canaoeste, Thiago Silva.
Em “Notícias Canaoeste” o leitor
encontrará a participação da associação no Dia do Agricultor, evento
realizado pela CATI (Coordenadoria
de Assistência Técnica Integral) da
Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, em
Ribeirão Preto. Também irá conferir
o ciclo de palestras realizadas pela
associação sobre o monitoramente
e controle de broca da cana-de-açúcar. Ainda em “Notícias Canaoeste”
é possível conferir a entrega formal
das cartas de solos e ambientes de
produção aos associados da Canaoeste, realizado pelo CTC (Centro de
Tecnologia Canavieira).
Já em “Notícias Copercana” está a
participação do presidente da cooperativa, Antonio Eduardo Tonielo e do
diretor Pedro Esrael Bighetti, no III
Cana Campo Tech Show – uma exposição do que há de melhor e mais novo
no setor sucroalcooleiro.
Na secção “Culturas de Rotação”,
a Canavieiros traz uma pesquisa inédita sobre consumo de amendoim no
Brasil, realizada pelo IBOPE a pedido
da ABICAB - Associação Brasileira
da Indústria de Chocolates, Cacau,
Amendoim, Balas e Derivados. A pesquisa mostrou que 66% dos brasileiros
consomem o produto, mas desconhecem os seus benefícios para a saúde.
Além disso, não deixe de conferir as “Informações Setoriais” com
o técnico agronômico da Canaoeste, Oswaldo Alonso, dicas de leitura
e gramática, agenda de eventos e os
classificados.
Boa leitura!
Conselho Editorial
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Ano V - Edição 62 - Agosto de 2011
Índice:
Capa - 20
Viveiro de mudas de cana-deaçúcar: tecnologia à disposição
dos produtores
Desde 1987, a Canaoeste e a
Copercana mantém um viveiro
de mudas na Fazenda Santa Rita
em Terra Roxa
E mais:
Assuntos Legais
.................página 22
06 - Entrevista
Hermann Paulo Hoffmann
Coordenador do (PMGCA) da UFSCar
A cana é a cultura que melhor atende aos princípios de
sustentabilidade”
08 - Ponto de
Vista
Marcos Fava Neves
Professor na FEA/USP e coordenador científico do Markestrat
É preciso resgatar fornecedores e fornecimento de cana
12 - Notícias Copercana
- Copercana prestigia III Cana Campo Tech Show
14 - Notícias Canaoeste
- Canaoeste e Copercana apoiaram comemorações do Dia do Agricultor
- Canaoeste realiza reuniões técnicas
- Canaoeste e CTC entregam Cartas de Solos à associados
18 - Notícias Sicoob Cocred
- Balancete Mensal
24 - Cultura de Rotação
ABICAB divulga pesquisa inédita sobre consumo de amendoim no Brasil
Fonte: ABICAB - Associação Brasileira da
Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas
e Derivados
Informações Setoriais
.................página 26
Artigo Técnico
.................página 28
Destaque - Insect Show
.................página 31
Opinião
.................página 32
Safra Canavieira
.................página 34
Cultura
.................página 36
Agende-se
.................página 37
Classificados
.................página 38
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Entrevista com:
“A cana é a cultura que melhor atende aos
princípios de sustentabilidade”
Hermann Paulo Hoffmann
Carla Rossini
A afirmação é do professor Hermann Paulo Hoffmann - coordenador do Programa
de Melhoramento Genético da Cana-deaçúcar (PMGCA) da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos. Durante o mês
de agosto, o professor visitou o viveiro de
mudas de cana-de-açúcar da Fazenda
Santa Rita em Terra Roxa, de propriedade
da Copercana e Canaoeste. Durante a visita, Hermann foi entrevistado pela equipe
de produção do Programa “Ação Cooperativa”, que é transmitido aos sábados, às
10:30 horas, na TV Clube Band. O Programa foi exibido no dia 13 de agosto e
pode ser visto na íntegra através do site
www.acaocooperativa.com.br.
A
equipe de redação da Revista Canavieiros acompanhou a gravação
do programa e também entrevistou
o professor Hermann, que falou das variedades de cana desenvolvidas pela Ridesa
- Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro. Após a
entrevista, a Canavieiros publica com exclusividade um artigo desenvolvido pelos
pesquisadores Roberto G. Chapola; Igor
K. Nunes; Bruno Silvestrin; Hermann P.
Hoffmann da PMGCA/RIDESA/UFSCar,
falando das tendências de participação das
principais variedades nos próximos plantios. Confira na página 08!
Revista Canavieiros: Fale sobre o
que é a Ridesa e alguns dos resultados
obtidos com Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA) da UFSCar – Universidade Federal de São Carlos.
Hermann: A Ridesa é uma rede de
Universidades Federais que atua no desenvolvimento tecnológico da cana-de-açúcar,
principalmente no desenvolvimento de novas variedades. Depois que o Planalsucar
(Programa Nacional de Melhoramento da
Cana-de-açúcar) foi extinto na década de
80, as universidades federais continuaram
o trabalho desenvolvido por esse instituto
em pesquisas e lançamentos de novas variedades de cana. Hoje, a variedade mais
plantada e a mais cultivada no Brasil, é a
RB867515, que foi desenvolvida pelos colegas da Universidade Federal de Viçosa.
A segunda é uma SP (variedade desenvolvida pelo CTC – Centro de Tecnologia
Canavieira), e a terceira já é outra variedade RB. No último censo que estamos acabando de concluir, das 10 variedades mais
plantadas no Brasil, 7 são variedades RB,
o que demonstra o trabalho das Universidades Federais no desenvolvimento dessas
variedades de cana.
Revista Canavieiros: Quais as características que os programas de melhoramento buscam nas novas variedades?
Hermann: As exigências vão mu-
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dando à medida que muda o ambiente.
Geneticamente, a variedade não muda,
é a mesma. Se pegarmos uma variedade
cultivada há 40 anos, é a mesma variedade, mas mudou o ambiente.
Nos últimos anos tivemos o aumento
de colheita mecânica inicialmente e depois aumento da palha e com o aumento de
palha, aumentou as pragas que não eram
tão importantes. Mudou também as doenças, como a ferrugem alaranjada. Então,
à medida que vai mudando o ambiente, a
variedade fica inviável de ser cultivada e
vai sendo substituída por outra variedade
mais adaptada a esse novo ambiente.
Revista Canavieiros: O Brasil tem
um grande destaque na economia mundial. É visto hoje como um grande supridor de derivados da cana-de-açúcar.
Qual a sua opinião em relação a isso?
Hermann: Quando entrei na faculdade de agronomia pensava: O Brasil vai ser
o país do futuro e agora finalmente tenho
a felicidade de ver isso. O Brasil é hoje
7
uma das maiores potências econômicas
do mundo e tem um destaque na agricultura, é o maior produtor de cana, de citrus,
grande produtor de algodão, e segundo
maior produtor de soja. Na região Centro-Sul do Brasil, encontramos o melhor
ambiente para se cultivar cana-de-açúcar.
Podemos visitar o mundo inteiro, mas é
aqui que encontramos o melhor ambiente para o desenvolvimento da cultura da
cana, então é aqui que temos os melhores
rendimentos. Outro fator importante é a
mão-de-obra especializada, uma vez que
temos gente para trabalhar desde o braçal
até o executivo. Essa mão-de-obra falta
em alguns países falta.
Revista Canavieiros: Qual a importância do interior do Estado de São
Paulo na questão de produção de cana,
etanol e açúcar?
Hermann: No Brasil, o Estado de
São Paulo é o maior produtor de açúcar e
álcool e dentro desse Estado temos algu-
mas regiões que se destacam, como a de
Ribeirão Preto que produz cana, açúcar,
álcool e energia. Recentemente, temos a
região de Araçatuba, que também se tornou muito importante para produção.
Revista Canavieiros: Nos últimos
anos o Brasil apresentou um pequeno crescimento na área de cultivo de
cana-de-açúcar e um substancial aumento de produtividade. De que forma
os investimentos em pesquisas contribuem para isso?
Hermann: Felizmente, isso aconteceu com a cana, mas também aconteceu
com outras culturas. Houve um aumento de produção e um menor aumento da
área, quer dizer, houve aumento no rendimento em todas as culturas. Eu acredito que metade desse ganho de produtividade, seja proporcionado por pesquisa de
desenvolvimento e metade por eficiência
administrativa, melhor gerenciamento
das atividades e das operações agrícolas.
Revista Canavieiros: De que forma
essas alterações e outros benefícios
que o setor tem desenvolvido ajudam
a economia do país que tem a canade-açúcar como uma das principais
culturas?
Hermann: Nós conseguimos redução
de custo e tornamos nossa produção mais
competitiva para conquistar outros mercados. Através destes benefícios, conseguimos colocar a cultura da cana em
regiões que até então apresentavam restrições a essa cultura, como as regiões do
cerrado, por exemplo. Era difícil cultivar
a cana no cerrado, mas com o desenvolvimento da tecnologia administrativa e
de novas variedades conseguimos adequar a cultura àquele ambiente.
Revista Canavieiros: Quais os principais desafios que o setor sucroenergético deve enfrentar nos próximos anos?
Hermann: O setor é muito visado. A
agricultura nada mais é do que trabalharmos com as culturas e causar o mínimo
de modificação no ambiente. O setor tem
como desafio continuar crescendo em
harmonia com a população, com o ambiente e proporcionando melhores profissões para os trabalhadores.
Revista Canavieiros: Essa é a sustentabilidade que o setor tanto busca?
Hermann: Sim, a cana é uma cultura
altamente eficiente, não consome tanto
produto químico e não dependemos de
tecnologia de outros países. Entre as culturas, é a que melhor atende aos princípios de sustentabilidade. RC
RC
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Artigo
Tendência de participação das principais
variedades nos próximos plantios
Roberto G. Chapola; Igor K. Nunes; Bruno Silvestrin; Hermann P. Hoffmann
PMGCA/RIDESA/UFSCar
Tabela 1 – Participação das principais variedades no plantio 2010
e tendências para o plantio 2011
A partir das primeiras informações do
Censo Varietal 2011, em andamento, é
possível adiantar algumas previsões de
participação futura das principais variedades cultivadas.
A RB867515 continuará como a variedade mais plantada. Estes últimos dois
anos tem sido de menor precipitação, o
que favoreceu variedades rústicas; portanto, espera-se ainda um aumento de
participação desta variedade. Comparando-se com 2010, há um aumento na porcentagem de plantio dessa variedade.
A segunda variedade mais cultivada
até o momento é a SP81-3250, que se
destaca nas unidades produtoras pelo
seu excelente rendimento agroindustrial.
Porém, comparando-se o plantio de 2011
com o de 2010, nota-se que houve uma
queda de participação dessa variedade.
Um dos fatores que contribuíram para
essa queda foi a expansão da colheita
mecânica crua, o que determinou um
aumento na ocorrência de cigarrinha
das raízes. Como se sabe, a SP81-3250
é uma das variedades mais suscetíveis
ao ataque dessa praga. Fora a questão da
cigarrinha não existe restrição para o cultivo desta variedade.
A RB966928, liberada em 2010 pelo
PMGCA/RIDESA/UFPR, deverá ocupar
o terceiro lugar entre as mais plantadas.
Essa variedade, que é filha da RB855156,
possui como características mais marcantes a precocidade e a excelente bro-
tação de soqueira, mesmo sob colheita
mecanizada. Além disso, a RB966928
tem apresentado ótimo comportamento
em plantios mecanizados. Vale ressaltar
que a RB966928 não deve ser cultivada
em ambientes restritivos.
Outra variedade que deverá crescer
significativamente em áreas de plantio
de 2010 para 2011 é a SP80-1842; suas
principais qualidades são a longevidade
e a exigência média em ambientes, fatores que foram primordiais para a expansão do seu plantio.
Variedades como a RB855453, a
RB855156, a SP83-2847 e a RB92579
devem manter os percentuais em áreas de
plantio semelhantes aos de 2010. Já as variedades RB835054 e RB855536 devem
sofrer uma pequena redução na participação
do plantio. Ambas são exigentes, e como se
sabe, hoje os melhores ambientes já estão
ocupados, e a expansão da cultura ocorre
principalmente em ambientes mais restritivos. Portanto, a participação das variedades
mais exigentes tende a se estabilizar.
Parece ser mais marcante nos novos plantios de 2011 a manutenção do
crescimento das variedades RB867515,
RB966928 e o aumento da participação
da SP80-1842 (Tabela 1).
Entre as IAC, que deverão representar
conjuntamente no plantio de 2011 por volta de 2 %, a de maior participação será a
IACSP95-5000, com cerca de 1%. Quanto
às CTC, com 11% nos novos plantios, as
de maior participação são a CTC-2, CTC-9
e CTC-15. Entre as novas RB, a RB937570
e RB965902 poderão aparecer entre as vinte variedades mais plantadas. RC
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Ponto de Vista
Marcos Fava Neves*
É preciso resgatar fornecedores
e fornecimento de cana
P
arte da crise de abastecimento
no setor de cana de açúcar resulta da insuficiente remuneração
da atividade agrícola e dos fornecedores. Como consequência, a renovação
dos canaviais foi de 5%, 8% e 10%
nos últimos três anos, quando poderia
se renovar até 18% ao ano.
Se, nos canaviais de hoje, estivessem sendo produzidas mais 10
toneladas por hectare, seriam quase
80 milhões de toneladas a mais, que
contribuiriam muito neste momento.
O fornecimento e os fornecedores de
cana precisam ser resgatados. Esse
resgate será salutar.
Hoje, cerca de dois terços da cana
é produzida ou gerenciada pelas próprias usinas e o resto, por fornecedores. Mas isso deve mudar, pois entram
na cana empresas vindas do setor de
petróleo, tradings e outros, que terão
menos incentivo para gerir as áreas
agrícolas. Além disso, os custos de
produção de cana, como de outras culturas no Brasil, vêm se elevando con-
sideravelmente, bem como o preço das
terras, o que aumenta a necessidade de
imobilização.
Paralelamente crescem empresas
especializadas na atividade agrícola
de cana, gerindo áreas e oferecendo
serviços agrícolas a diversas usinas.
Também crescem empresas especializadas em transporte, armazenagem, comercialização, empresas de
serviços, agrodistribuidores e cooperativas.
Tendo parceiros especializados
para desenvolver e gerenciar as áreas
agrícolas, o imobilizado para as usinas
pode diminuir bastante, facilitando e
financiando a expansão industrial. Investimentos integrados com fornecedores aliviariam também o peso dos
greenfields nas áreas de expansão.
Com o crescimento na confiança
entre os agentes e os casos de sucesso
hoje existentes, os modelos de terceirização da produção de cana ganharão
espaço. Em locais onde foram feitos,
houve crescimento econômico e desenvolvimento regional, com o surgimento de novos empreendedores e
negócios.
Para que essa relação tenha equilíbrio, inovação e eficiência é preciso
que o Consecana, um modelo de remuneração admirado mundialmente,
esteja sempre sendo atualizado, considerando o mix de produtos gerados.
O futuro reserva papel fundamental
para associações e cooperativas em
cana, para que os produtores possam
ser bem representados ao dialogar
com novas e grandes empresas industriais. Essas organizações precisam
passar por processo de fusão e profissionalismo crescentes, se adaptando
ao novo cenário.
Especialistas em fornecimento de
cana terão participação crescente na
cadeia, que se transformará cada vez
mais numa sofisticada rede contratual de produção e serviços, bem mais
eficiente, flexível e com uso intenso
de seus ativos como máquinas. Afinal,
nada como especialistas integrados
em cada uma das atividades, inovando
e aprendendo em diálogo constante.
Por isso, resgatar os fornecedores de
cana agora é uma ação estratégica alinhada com eficiência futura. RC
*Professor titular de planejamento e estratégia na FEA/USP Campus
Ribeirão Preto e coordenador científico do Markestrat
Artigo publicado no Jornal Folha
de São Paulo, em 30/07/11,
Caderno Mercados
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Informe Publicitário
Novos cultivares CanaVialis avançam
em áreas pré-comerciais de clientes.
A
CanaVialis, primeira empresa
privada de melhoramento genético de cana-de-açúcar do
Brasil, colheu em 2011 os primeiros
campos de validação com clones de
seu próprio programa de melhoramento genético, denominados clones CV. O
processo de validação CanaVialis compara cultivares promissores com as variedades plantadas comercialmente, em
condições de manejo semi-comercial
com o objetivo de proporcionar ganhos
e maior segurança e consequentemente
velocidade na adoção de um novo material genético.
Em 2010 foram plantados mais de
30 campos de Validação de materiais
de maturação precoce em áreas semicomerciais, e os resultados de colheita destes campos em 2011 conduzem
‘a excelente perspectivas no próximo
lançamento comercial da empresa.
Destacaram-se três cultivares na região
Centro-Sul : CVSP07-6654, CVSP077231 e CVSO07-7870.
Apesar de ter apresentado bons resultados em todos os campos das diferentes regiões em que foi testado
em área semi-comercial, o cultivar
CVSP07-6654 destacou-se fortemente
na região Noroeste do Paraná e Oeste
de São Paulo. Possui características de
alta produtividade, porte ereto e excelente brotação de soqueira. Devido ao
seu comportamento, estima-se que um
excelente aproveitamento desse material ocorre na faixa de transição entre a
época precoce e média, explorando seu
ponto forte de PUI longo.
O cultivar CVSP07-7231, apesar
de ser material provido de alto teor de
sacarose, mesmo nos primórdios da
safra, não deve ser colhido muito precocemente devido ao seu alto vigor de
crescimento. Apesar de responsivo, este
material tem demonstrado ótimos resultados em ambientes intermediários; em
ambientes melhores sua colheita deverá
ser retardada para junho/julho. Mui-
to produtivo, não é difícil encontrá-lo tombado no primeiro
corte, porém nas avaliações de
colheita mecanizada nos campos de Validação em 2011 não
foram observadas dificuldades
de colheita ou perdas significativas de rendimento de colheita
por este motivo.
CVSO07-7870 é o destaque
absoluto dos clones CV da série
2008. Além de apresentar porte
ereto, mesmo em situações de
alta produtividade e despalha
fácil (não natural), destaca-se
em todos os campos de Validação pelo visual e alta qualidade
de matéria-prima, mesmo com
rotações mais baixas no extrator primário das colhedoras. É
um cultivar até o momento com
melhores resultados em ambientes intermediários. Apresenta
ótimas possibilidades de adoção
em áreas comerciais para colheita nos meses de maio e junho nas principais regiões produtoras de São Paulo, Paraná e
Mato Grosso do Sul.
Além dos destaques citados
acima alguns outros materiais
destacam-se com bons resultados em
regiões específicas e deverão ter sua
rede de validação ampliada no próximo
ano: CVSP07-7217, CVSP07-7064 e
CVSP07-7107.
O cultivar CVSP07-7064, é um dos
destaques da região de Catanduva. Além
de ser bastante precoce tem apresentado alta produtividade quando manejado
nos argissolos e boa brotação de soqueira, já o cultivar CVSP07-7217 tem
apresentado maior destaque na região
do triângulo mineiro e cerrado paulista,
principalmente em solos mais ressecados. Apresentando ótimo perfilhamento
e crescimento semi decumbente, precisa ser melhor avaliada quanto ao rendimento de colheita em relação a outros
Foto do Clone CVSO07-7870 tirada em
Janeiro de 2011 com 7 meses de idade
clones que possuem manejo agrícola
semelhante.
Como o cultivar mais rústico desta
geração o CVSP07-7107, possui boa sanidade, porte ereto e precocidade. Destacou na região de Jaú onde superou as
variedades padrões tanto em resultados
de balança e sonda, como em visual.
Todos os cultivares aqui citados encontram-se em validação e possuem paralelamente diversos viveiros com objetivo
de avanço comercial. Atualmente entre
experimentos e viveiros pré-comerciais,
a empresa possui mais de 2.500 hectares
cultivados com seu material genético exclusivamente em clientes.
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Notícias Copercana
Copercana prestigia III Cana Campo Tech Show
O
O evento foi organizado pela associação de produtores de cana de Campo Florido
presidente da Copercana, Antonio
Eduardo Tonielo e o diretor Pedro
Esrael Bighetti, participaram da III
Cana Campo Tech Show – uma exposição
de novas tecnologias, palestras e mostra de
avanços no setor sucroalcooleiro. O evento
foi realizado no dia 8 de julho e organizado
pela Cana Campo - Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Campo Florido, em Minas Gerais.
Diversas autoridades participaram do
evento, entre elas o prefeito municipal
da cidade, Ademir Ferreira de Mello e o
deputado federal Aldo Rebelo - Relator
da Comissão Especial do Código Florestal Brasileiro, que proferiu palestra com
o tema “Revisão do Código Florestal
Brasileiro: Uma vitória do Brasil”. Os
debatedores foram o deputado federal,
Paulo Piau e o Ma Tien Min do Grupo
Ma Shou Tao. Também esteve presente
no evento o deputado federal, Marcos
Montes – Suplente das Comissões de
Agricultura, Pecuária, Abastecimento
Desenvolvimento Rural, Meio Ambiente
e Desenvolvimento Sustentável. RC
Representantes da Copercana e Usina Coruripe visitaram a exposição em Campo Florido
Pedro Esrael Bighetti, Antonio Tonielo, Dep Federal, Aldo Rebelo,
Prefeito de Campo Florido Ademir de Mello, Pres. da Cana Campo, Nelson Luis Crastel,
Prefeito de Pirajuba, Marcos César Brunozzi e Dep. Federal, Paulo Piau
Consecana
A
CIRCULAR Nº 05/11
DATA: 29 de julho de 2011
Conselho dos Produtores de Cana-de-Açúcar, Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo
seguir, informamos o preço médio do kg do ATR para efeito de
emissão da Nota de Entrada de
cana entregue durante o mês de JULHO
de 2011. O preço médio do kg de ATR
para o mês de JULHO, referente à Safra
2011/2012, é de R$ 0,4959.
O preço de faturamento do açúcar no
mercado interno e externo e os preços do
etanol anidro e hidratado, destinados aos
mercados interno e externo, levantados
pela ESALQ/CEPEA, nos meses de abril a julho de 2011 e acumulados até JULHO, são apresentados a cima.
Os preços do Açúcar de Mercado Interno (ABMI) incluem
impostos, enquanto que os preços do açúcar de mercado externo
(ABME e AVHP) e do etanol anidro e hidratado, carburante (EAC
e EHC), destinados à indústria (EAI e EHI) e ao mercado externo (EAE e EHE), são líquidos (PVU/PVD).
Os preços líquidos médios do kg do ATR, em R$/kg, por produto, obtidos nos meses de abril a julho de 2011 e acumulados até
JULHO, calculados com base nas informações contidas na Circular 01/11, são os apresentados a cima. RC
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Notícias Canaoeste
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Notícias Canaoeste
Canaoeste e Copercana apoiaram
comemorações do Dia do Agricultor
Carla Rodrigues
N
Cooperados e associados prestigiaram o evento
o dia 29 de julho, a CATI (Coordenadoria de Assistência Técnica Integral) da Secretaria de Agricultura
e Abastecimento do Estado de São Paulo,
realizou em sua sede, em Ribeirão Preto,
uma homenagem ao Dia do Agricultor.
A Canaoeste e a Copercana foram
apoiadoras do evento, que reuniu autoridades, profissionais do setor e agricultores com o objetivo de discutir temas de
relevância para o segmento agrícola do
país. De acordo com dados do Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), hoje os agricultores respondem por 21% de tudo que se produz no
país, empregam 37% dos trabalhadores e
realizam 36% das exportações. O Brasil
também exporta para mais de 143 países,
chegando a atingir US$ 81,3 bilhões.
Os agricultores que participaram do
evento organizado pela CATI, ouviram
palestras do professor da FEA/USP (Faculdade de Economia e Administração
de Ribeirão Preto), Marcos Fava Neves
e o também professor Vicente Golfeto,
que conversou com os produtores sobre
empreendedorismo no campo.
Em sua apresentação, Fava Neves falou sobre as tendências do agronegócio,
o aumento da demanda dos alimentos
(e dos preços) e também sobre a baixa
Professor - Vicente Golfeto
Associados da Canaoeste prestigiaram o evento
oferta de etanol, já alertando para uma
crise do produto.
A Secretária da Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Mônika
Bergamaschi, também esteve presente no
evento para parabenizar os agricultores e
disse estar empenhada em prol do agronegócio paulista. “Assumi a Secretaria
Professor da FEA /USP - Marcos Fava Neves
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recentemente e ainda estamos conhecendo a estrutura. Por enquanto minha
ideia é nos aproximar do setor privado
para que possamos melhorar as nossas
pesquisas. Também temos que juntar as
questões sociais às ambientais e, claro,
sempre apoiar nossos produtores, pois
são eles quem fazem a história desse
país”, disse a secretária. RC
Secretária da Agricultura
Mônika Bergamaschi
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Notícias Canaoeste
Canaoeste realiza reuniões técnicas
Da redação
N
o mês de agosto, a Canaoeste
com o apoio da Basf, Syngenta
e DuPont, realizou um ciclo de
reuniões técnicas para tratar de assuntos
de interesse de seus associados. As reuniões foram prestigiadas pelos produtores rurais e também por profissionais de
usinas e pesquisadores do CTC (Centro
de Tecnologia Canavieira).
Associados presentes na reunião
O pesquisador e
líder regional de produto do CTC, Rodrigo Mählmann de
Almeida, ministrou
uma palestra com o
tema “Levantamento e
Controle da Broca da
Cana-de-açúcar (Diatraea saccharalis)”.
Reunião em Viradouro: Leandro Simões (Syngenta); Fernando Paschini
(Hosp São Francisco); Rodrigo Almeida (CTC); Gustavo Nogueira e
O gerente do DeRodrigo Sverzut (Canaoeste); Henrique Mourão (Syngenta)
partamento Técnico da
Canaoeste, Gustavo Nogueira, explica açúcar havendo assim uma socialização
que “através destes ciclos de palestras os do conhecimento”, afirma Gustavo.
fornecedores têm acesso a informações
importantes e bastante diversificadas soAs reuniões foram realizadas em Barrebre todo o sistema produtivo de cana-de- tos, Viradouro, Severínia e Cravinhos. RC
Canaoeste e CTC entregam Cartas de
Solos à associados
Da redação com informações do CTC
N
o dia 20 de julho, foi realizada
formalmente a entrega dos mapas de Classificação dos Solos
e Ambientes de Produção Edafoclimáticos para os Grupos CFM, Fazenda Três
Barras – Pitangueiras e Baependi Fazenda Agudo - Morro Agudo. A abertura do encontro foi realizada pelo gerente
do departamento técnico da Canaoeste,
Gustavo Nogueira.
O líder regional do Produto Carta de
Solos e Ambientes de Produção Edafoclimáticos do CTC – Centro de Tecnologia Canavieira, José Geraldo, falou sobre
as diferentes finalidades da carta de solos
dentro da cultura da cana-de-açúcar, sendo as principais: manejo de variedades,
conservação e preparo de solos, cultivo,
adubação, doses de herbicidas, época de
plantio e de colheita e sistematização de
talhões. Enfatizando sua importância no
processo de tomada de decisão durante o
planejamento agrícola.
A carta de solos é o produto final do
levantamento pedológico. Compõe-se
de um mapa que apresenta a distribuição
espacial dos solos e de um relatório que
Rodrigo Almeida e José Geraldo (CTC); Sandro
Galhardo (Canaoeste); João Batista Amaral e
Carlos Henrique de Araújo (Grupo CFM)
descreve as características dos solos e as
suas porcentagens de ocorrência. Os solos mapeados são agrupados em ambientes de produção de cana-de-açúcar (Ex.
A-II, B-II, C-II, D-II, EII e F-II) considerando-se o potencial de produção de cada
uma deles. No exemplo acima as letras
(A, B, ...) representam o potencial natural dos solos e os algarismos romanos
(I, II, III...) referem-se a região climática
em que a propriedade mapeada se insere.
Portanto, a partir dessa safra o planejamento das variedades de cana-de-açúcar
será realizado com base nas informações
de solo e clima, assim como vem sendo
desenvolvido e direcionado o programa
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
Rodrigo Almeida e José Geraldo (CTC); Tiago
Verri (Canaoeste); Miguel Jarreta e Oscar
Michel Araújo (Baependi)
de melhoramento genético do CTC. A
tendência para os próximos anos é que
existam grupos de variedades específicas
por regiões edafoclimáticas.
Após as colocações da importância da Carta de solos, o líder regional,
responsável pelo Produto Muda Sadia,
Rodrigo Mählmann de Almeida comentou sobre as principais variedades CTC
recomendadas para os tipos de solos da
região de Ribeirão Preto. “A Canaoeste
foi a associação filiada que mais área
mapeou, colocando diversos profissionais no projeto e todos estão de parabéns”, disse Rodrigo. RC
17
Revista Canavieiros - Agosto 2011
18
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal
COOP.CRÉDITO PRODUTORES RURAIS E EMPRESÁRIOS DO
INTERIOR PAULISTA - BALANCETE - JULHO/2011
Valores em Reais
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
19
Revista Canavieiros - Agosto 2011
20
Viveiro de mudas de
cana-de-açúcar: tecnologia à
disposição dos produtores
Carla Rossini
P
Desde 1987, a Canaoeste e a Copercana mantém um viveiro de mudas na
Fazenda Santa Rita em Terra Roxa
roduzir com qualidade e aumentar a produtividade respeitando o
meio ambiente é um desafio para
os produtores de cana-de-açúcar. Quanto
mais acesso as novas tecnologias disponíveis no mercado, melhor será o resultado na colheita. Foi pensando nisso que
a Copercana e Canaoeste adquiriram, em
1983, a Fazenda Santa Rita na cidade de
Terra Roxa, com 120 hectares. Lá, desde
1987, a associação e a cooperativa mantém um viveiro de mudas de cana-deaçúcar com mais de 50 cultivares - entre
clones e variedades que estão disponíveis
para os produtores rurais cooperados.
Anualmente, são produzidas 5 mil toneladas de mudas de cana e 60 mil mudas
de árvores nativas, tudo
para ajudar os produtores a produzirem com
sustentabilidade. “No
viveiro da Fazenda Santa Rita, os associados
adquirem mudas com
qualidade e com garantia
de sanidade. O intuito é
que o associado busque
suas mudas na fazenda para estar formando
o seu próprio viveiro,
e assim, multiplique e
atinja o plantio comercial”, explica o gerente do departamento técnico da Canaoeste e responsável pela Fazenda Santa
Rita, Gustavo Nogueira e complementa:
“O associado tem acesso rápido as novas
variedades, tornando o seu canavial mais
produtivo, com maior longevidade e livre
de doenças”.
sidade Federal de São Carlos. “Através
dos convênios, nós recebemos as novas
variedades, plantamos, tomamos todas
as medidas fitossanitárias e cuidados
necessários para a produção de plantas
com qualidade e disponibilizamos essas
novas variedades o mais rápido possível
para os associados”, explica Gustavo.
Para manter a estrutura da Fazenda
Santa Rita, a Canaoeste mantém convênio com os três principais Programas
de Melhoramento Genético de Canade-açúcar do Brasil: CTC (Centro de
Tecnologia Canavieira); IAC (Instituto
Agronômico) e Ridesa (Rede Interinstitucional de Desenvolvimento do Setor
Sucroalcooleiro) da UFSCar – Univer-
Os produtores associados da Canaoeste e da Copercana adquirem suas mudas
na Fazenda Santa Rita e aproveitam para
buscar informações e assistência técnica
com a equipe de agrônomos. “Aqui na
Fazenda Santa Rita adquirimos mudas
tratadas e, além disso, recebemos assistência técnica. Os agrônomos informam
a época ideal de plantio e as variedades
Gustavo Nogueira, gerente do
departamento técnico da Canaoeste
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
Na Fazenda Santa Rita, o cooperado João Caetano, recebe atendimento do agrônomo da Canaoeste, Antônio Pagotto
21
Mauro Alexandre Xavier, pesquisador
científico do Programa Cana IAC
mais adequadas para o solo da nossa propriedade. Isso ajuda muito os cooperados
a melhorarem a produtividade das suas
lavouras”, disse o cooperado João Caetano, que há 15 anos utiliza as mudas
produzidas na Fazenda.
Fábio Tonielo (Viralcool); Gustavo Nogueira e Amauri (Canaoeste); Mauro Benedini e Rodrigo Almeida (CTC);
Carlos, Bruno e Hermann(Ridesa); Mauro A. Xavier (IAC)
Para os programas de melhoramento
a parceria com a associação também é
importante. Segundo o pesquisador científico do Programa Cana IAC, Mauro
Alexandre Xavier, “a pesquisa tem necessidade de estabelecer uma rede de experimentação e as associações compõem essa
rede de experimentação. A Canaoeste já
é uma parceria antiga dos programas de
melhoramento, inclusive do IAC, e isso
possibilita que seja gerada as informações
e também que essa informação seja socializada perante os produtores canavieiros
da Canaoeste”, disse Xavier.
Os programas de
melhoramento
A contribuição dos programas de melhoramento da cana-de-açúcar são bastante expressivos. Todos os programas já
disponibilizaram um número significativo de variedades de cana. O pesquisador
Anualmente são produzidas cerca de 60 mil mudas de árvores nativas na Fazenda Santa Rita
Mauro Xavier, explica que nos últimos 12
anos, mais de 100 variedades foram liberadas pelos programas de melhoramento.
“Essas variedades tem contribuído com
o aumento de produtividade da cana no
Brasil, principalmente na Região CentroSul. Um dado interessante é que foi comprovado que o melhoramento genético
aumenta em 1,2 toneladas de produtividade por ano”, disse o pesquisador.
Rodrigo Almeida, líder
regional de produto do CTC
“Hoje a base de rentabilidade e sustentabilidade dos produtores estão nos
programas de melhoramento já que são
esses programas que fazem o desenvolvimento de novos materiais. Temos dados históricos que mostram que a cada
geração de novas variedades, há um aumento em torno de 3% de produtividade
em relação a variedades lançadas na geração anterior. Então, quanto mais novas
as variedades, maior a produtividade e
maior também a rentabilidade para quem
produz cana. Os materiais lançados são
mais resistentes à doenças e pragas o que
permite um cenário para a agricultura
bem melhor”, disse o líder regional de
produto do CTC, Rodrigo Almeida. RC
Revista Canavieiros - Agosto 2011
22
Assuntos Legais
Desigualdade de
tratamento entre
meio urbano e o rural
A
o longo dos últimos anos, estamos presenciando o descompasso com que é tratado o meio
rural e o meio urbano, principalmente
na área ambiental. Exige-se do meio rural mais do que se exige do meio urbano, como, se o culpado de todos os problemas ambientais fosse aquele, o que
é uma tremenda inverdade. Sabemos
que a maioria dos problemas ambientais ocorrem na área urbana, tais como
o despejo descontrolado de esgoto e resíduos industriais nos cursos d’águas,
falta de tratamento de esgoto, deposição
inadequada de resíduos orgânicos (lixão
a céu aberto), emissão descontrolada de
gases efeito estufa pelos veículos automotores, etc.
Essa falta de tratamento isonômico
entre o meio rural e urbano, vem incrustando nos proprietários/produtores
rurais, principalmente nos pequenos e
médios, uma apatia e desinteresse pelas
lides no campo, com a sua consequente
migração à zona urbana.
Em excelente artigo extraído da Revista Eletrônica AmbienteBrasil (www.
ambientebrasil.com.br), edição nº 2849,
de 29/11/2008, de autoria do então Deputado Luciano Pizzatto, que é enge-
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
nheiro florestal, especialista em direito
socioambiental e empresário, além de ter
sido diretor de Parques Nacionais e Reservas do IBDF/IBAMA 88/89, detentor,
ainda, do 1º Prêmio Nacional de Ecologia, o aludido autor faz uma sátira desta
situação que aqui iremos reproduzi-la na
íntegra, para uma melhor reflexão das
autoridades deste País.
“Carta do Zé agricultor para Luis da cidade
Luis,
Quanto tempo. Sou o Zé, seu colega
de ginásio, que chegava sempre atrasado, pois a Kombi que pegava no ponto
perto do sítio atrasava um pouco. Lembra, né, o do sapato sujo. A professora
nunca entendeu que tinha de caminhar
4 km até o ponto da Kombi na ida e
volta e o sapato sujava.
Lembra? Se não, sou o Zé com
sono... hehe. A Kombi parava às onze
da noite no ponto de volta, e com a
caminhada ia dormi lá pela uma, e o
pai precisava de ajuda para ordenhá
as vaca às 5h30 toda manhã. Dava um
sono. Agora lembra, né Luis?!
Pois é. Tô pensando em mudá ai com
você. Não que seja ruim o sítio, aqui é
uma maravilha. Mato, passarinho, ar
bom. Só que acho que tô estragando a
vida de você Luis, e teus amigo ai na
cidade. To vendo todo mundo fala que
nóis da agricultura estamo destruindo o
meio ambiente.
Veja só. O sítio do pai, que agora é
meu (não te contei, ele morreu e tive
que pará de estuda) fica só a meia hora
ai da Capital, e depois dos 4 km a pé,
só 10 minuto da sede do município.
Mas continuo sem luz porque os poste
não podem passar por uma tal de APPA
que criaram aqui. A água vem do poço,
uma maravilha, mas um homem veio e
falo que tenho que faze uma outorga e
paga uma taxa de uso, porque a água
vai acabá. Se falo deve ser verdade.
Pra ajudá com as 12 vaca de leite (o
pai foi, né ...) contratei o Juca, filho do
vizinho, carteira assinada, salário mínimo, morava no fundo de casa, comia
com a gente, tudo de bão. Mas também
veio outro homem aqui, e falo que se
o Juca fosse ordenha as 5:30 tinha que
recebe mais, e não podia trabalha sábado e domingo (mas as vaca não param de faze leite no fim de semana).
Também visito a casinha dele, e disse
que o beliche tava 2 cm menor do que
devia, e a lâmpada (tenho gerador, não
te contei !) estava em cima do fogão
era do tipo que se esquentasse podia
explodi (não entendi ?). A comida que
nóis fazia junto tinha que faze parte do
salário dele. Bom, Luis tive que pedi
pro Juca voltá pra casa, desempregado,
mas protegido agora pelo tal homem.
Só que acho que não deu certo, soube
que foi preso na cidade roubando co-
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
mida. Do tal homem que veio protege
ele, não sei se tava junto.
Na Capital também é assim né, Luis?
Tua empregada vai pra uma casa boa
toda noite, de carro, tranquila. Você
não deixa ela morá nas tal favela, ou
beira de rio, porque senão te multam
ou o homem vai aí mandar você dar
casa boa, e um montão de outras coisa.
É tudo igual aí né?
Mas agora, eu e a Maria (lembra
dela, casei ) fazemo a ordenha as 5:30,
levamo o leite de carroça até onde era o
ponto da Kombi, e a cooperativa pega
todo dia, se não chove. Se chove, perco
o leite e dô pros porco.
Té que o Juca fez economia pra nóis,
pois antes me sobrava só um salário por
mês, e agora eu e Maria temos sobrado
dois salário por mês. Melhoro. Os porco
não, pois também veio outro homem e
disse que a distância do Rio não podia
ser 20 metro e tinha que derruba tudo e
fazer a 30 metro. Também colocá umas
coisa pra protege o Rio. Achei que ele
tava certo e disse que ia fazê, e sozinho
ia demorá uns trinta dia, só que mesmo
assim ele me multo, e pra pagá vendi
23
os porco e a pocilga, e fiquei só com as
vaca. O promotor disse que desta vez
por este crime não vai me prendê, e fez
eu dá cesta básica pro orfanato.
O Luis, ai quando vocês sujam o Rio
também paga multa né?
Agora a água do poço posso pagá,
mas to preocupado com a água do Rio.
Todo ele aqui deve ser como na tua
cidade Luis, protegido, tem mato dos
dois lado, as vaca não chegam nele, não
tem erosão, a pocilga acabo .... Só que
algo tá errado, pois ele fede e a água
é preta e já subi o Rio até a divisa da
Capital, e ele vem todo sujo e fedendo
ai da tua terra.
Mas vocês não fazem isto né Luis.
Pois aqui a multa é grande, e dá prisão.
Cortá árvore então, vige. Tinha uma
árvore grande que murcho e ia morre, então pedi pra eu tira, aproveitá a
madeira pois até podia cair em cima
da casa. Como ninguém respondeu ai
do escritório que fui, pedi na Capital
(não tem aqui não), depois de uns 8
mes, quando a árvore morreu e tava
apodrecendo, resolvi tirar, e veja Luis,
no outro dia já tinha um fiscal aqui e
levei uma multa. Acho que desta vez
me prende.
Tô preocupado Luis, pois no radio deu que a nova Lei vai dá multa
de 500,00 a 20.000,00 por hectare e
por dia da propriedade que tenha algo
errado por aqui. Calculei por 500,00 e
vi que perco o sítio em uma semana.
Então é melhor vende, e ir morá onde
todo mundo cuida da ecologia, pois
não tem multa ai. Tem luz, carro, comida, rio limpo. Olha, não quero fazê
nada errado, só falei das coisa por ter
certeza que a Lei é pra todos nois.
E vou morar com vc, Luis. Mais fique tranquilo, vou usá o dinheiro primeiro pra compra aquela coisa branca,
a geladeira, que aqui no sítio eu encho
com tudo que produzo na roça, no pomar, com as vaquinha, e ai na cidade,
diz que é fácil, é só abri e a comida tá
lá, prontinha, fresquinha, sem precisá
de nóis, os criminoso aqui da roça.
Até Luis.
Ah, desculpe Luis, não pude mandar
a carta com papel reciclado pois não
existe por aqui, mas não conte até eu
vendê o sítio.
(Todos os fatos e situações de multas
e exigências são baseados em dados
verdadeiros. A sátira não visa atenuar
responsabilidades, mas alertar o quanto o tratamento ambiental é desiqual e
discricionário entre o meio rural e o
meio urbano.)”
Em tempo: este artigo já foi veiculado na Revista Canavieiros, em agosto de 2008, sendo aqui repetido ante a
discussão que se trava no Congresso
Nacional e na sociedade como um todo,
acerca das alterações no Código Florestal, pois transparece a verdadeira
realidade atualíssima enfrentada por
uma minoria da população, a rural.RC
Decreto paulista 57.042/2011
benefício fiscal aos produtores de energia
elétrica a partir da biomassa
O
Governo Paulista, via do Decreto nº 57.042, de 06 de junho
de 2011, de forma pioneira e
buscando induzir o desenvolvimento de
atividade econômica/social/ambiental
relevante, vem desonerar de modo significativo os produtores de energia elétrica advinda da biomassa, resultante da
industrialização, e resíduos da cana-deaçúcar, utilizando, para tanto, do sistema de creditamento de ICMS (Imposto
sobre Operações Relativas à Circulação
de Mercadorias e sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e
Intermunicipal e de Comunicação).
Como o contribuinte do ICMS tem o
direito constitucional de compensar o
que é devido em cada operação com o
que foi cobrado nas operações anteriores pelo Estado tributante, a legislação
federal e estadual autorizam o contribuinte do ICMS de se creditar do im-
posto cobrado na operação de entrada
da mercadoria no seu estabelecimento, mesmo que aquela mercadoria seja
destinada ao seu consumo ou ao seu
ativo permanente, desde que, porém,
inerente à sua atividade. Isso é conhecido como princípio da não cumulatividade tributária.
No Estado de São Paulo, a Lei Estadual 6.437/89 (Lei do ICMS) e o Decreto 45.900/00 (Regulamento do ICMS),
prescrevem que os créditos de ICMS
oriundos da entrada de mercadorias
destinadas ao ativo permanente das empresas, possam ser apropriados à razão
de 1/48 (um quarenta e oito avos) por
mês até a perda da posse do bem pela
alienação, furto, roubo, perecimento ou
até o aproveitamento das 48 parcelas.
O que o Decreto Estadual nº
57.042/2011 fez, foi a inclusão dos
contribuintes produtores de energia
a partir da biomassa, resultante da
industrialização, e de resíduos da cana-de-açúcar, como beneficiários do
creditamento do ICMS retro citado,
podendo, ainda, utilizarem-se da suspensão do lançamento do ICMS incidente sobre a importação de bens,
sem similar no Brasil; creditação
integral da operação de aquisição interna; e, para os fabricantes, em fase
pré-operacional e obtentores de regime especial perante a Receita, cobrança do ICMS apenas no momento
da saída da mercadoria.
Creiamos que com extensão deste
benefício aos contribuintes paulistas
produtores de energia elétrica a partir
da biomassa, onde se inclui o setor sucroalcooleiro, o Estado de São Paulo
busca beneficiar as atividades ambientalmente sustentáveis. RC
Revista Canavieiros - Agosto 2011
24
Cultura de Rotação
ABICAB divulga pesquisa inédita
sobre consumo de amendoim no Brasil
U
Realizado pelo IBOPE, levantamento revela que brasileiro aprecia o sabor do produto
e seus derivados, mas desconhece os benefícios para a saúde
ma pesquisa inédita realizada
pelo IBOPE, por encomenda da
ABICAB - Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau,
Amendoim, Balas e Derivados – revela
o cenário de consumo de amendoim no
Brasil. O levantamento aponta que 66%
da população brasileira costuma consumir amendoim. Esta porcentagem sobe
quando o tema abordado são os produtos
derivados como a paçoca (75%) e o péde-moleque (71%). Porém, um dos principais destaques da pesquisa é que 63%
dos brasileiros acham o amendoim muito
saboroso, mas desconhecem os valores
nutritivos e a ampla variedade de benefícios que o produto traz para a saúde.
O levantamento, realizado em 2010,
mostra que grande parte dos consumidores ainda possui conceitos errôneos
e considera o amendoim engordativo
(17%), com colesterol e gordura ruim
(12%) e que pode causar problemas no
fígado (4%).
Na contramão destes conceitos estão estudos realizados por renomadas
universidades no mundo inteiro, assim
como uma pesquisa elaborada recentemente pela nutricionista e fitoterapeuta
brasileira Vanderli Marchiori, que mostra que o amendoim não só é gostoso
como possui propriedades nutritivas que
fazem muito bem à saúde. “A composição do amendoim é rica em ácidos graxos insaturados – benéficos à saúde –, e
fonte de proteína vegetal, fibra dietética, minerais, vitaminas e antioxidantes,
que podem proteger as células e ajudar
no combate a doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer. Por isso, o
amendoim é um grande aliado da nutrição humana”, afirma a especialista.
Outra recomendação indicada pela
nutricionista é o consumo diário do produto. “O amendoim, quando consumido
na quantidade certa (recomendam-se 30g
por dia) e em lanches intermediários, garante a saciedade por mais de duas horas
– o que inibe a ingestão de lanches mais
calóricos. Ou seja, não só não engorda,
como ajuda no processo de reeducação
alimentar”, complementa.
Segundo o levantamento do IBOPE,
o brasileiro não faz a associação direta
entre o consumo do amendoim e saudabilidade. Por outro lado, grande parte dos entrevistados associa o produto
com situações de prazer, futebol, happy
hour, confraternização e sociabilidade,
com ênfase no sabor. Outros pontos positivos identificados na pesquisa foram
o valor - 23% acham o produto barato,
19% o consideram energético e 13% dizem que é um produto que “dá vontade
de comer”.
“Além de ser um produto genuinamente brasileiro e barato, o amendoim
está com o consumidor nas ocasiões de
alegria e confraternização. Somando-se
a isso o fato de ser um produto saudável
com importantes propriedades nutricionais, podemos dizer que o amendoim
pode se tornar uma nova riqueza nacional”, afirma Arnaldo Micheloni Júnior,
vice-presidente do setor de amendoim
da ABICAB.
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
Riqueza nacional
Relegado durante longo tempo ao posto
de inimigo da dieta, o amendoim vem provando que não só pode ser aliado de quem
quer emagrecer, como ainda faz bem, e
muito, à saúde. É o que têm mostrado estudos do mundo inteiro nos últimos anos.
Um material elaborado pela nutricionista e fitoterapeuta, Vanderli Marchiori,
traz resultados surpreendentes sobre os
efeitos da semente no organismo humano. Vanderli, que também é assessora
técnica da ABICAB, se baseou em dados
internacionais e destaca as propriedades
funcionais do alimento.
“Sua composição é rica em ácidos
graxos insaturados – benéficos à saúde
–, e fonte de proteína vegetal, fibra dietética, vitaminas, antioxidantes, minerais
e fitoquímicos. Por isso, o amendoim é
grande aliado da nutrição humana”, afirma a especialista.
Em relação à prevenção de doenças, os
resultados apresentados pela Dra. Vanderli
são ainda mais significativos. Além de seu
alto valor nutritivo, com perfil vitamínico
invejável e grande quantidade de proteí-
25
nas vegetais – de 25% a 30% de sua composição – o amendoim é rico também em
fitoesterois. Trata-se de um tipo de gordura com estrutura semelhante ao colesterol,
mas que, ao contrário deste, tem origem
vegetal e não é produzida pelo corpo. Presente em óleos vegetais e frutos oleaginosos, ela é reconhecida desde os anos 1950
por sua capacidade de baixar os níveis de
colesterol ruim (LDL) do sangue.
Não bastasse esta virtude singular, novos dados mostram que os fitoesterois possuem efeito anticancerígeno, com atuação
no organismo em diferentes frentes: inibindo a proliferação celular, estimulando a
morte de tumores e modificando alguns dos
hormônios que levam ao crescimento destes. Um estudo publicado no The Journal of
Nutrition em 2008 revelou que um grupo
de pessoas que consumiu amendoins diariamente apresentou 33% menos incidência
de tumores. Sem falar em evidências que
apontam para a redução de casos de Mal
de Azheimer e doenças cardiovasculares, e
para o importante papel do amendoim na
prevenção de Diabetes tipo 2.
Os benefícios do amendoim
Rico em proteínas, fibras, antioxidantes e fitoquímicos, ele
proporciona diferentes
benefícios ao organismo:
- Auxilia no controle do peso, da
gordura abdominal
e dos níveis de açúcar no sangue.
- Segundo pesquisa recente, os fitosterois presentes
em sua composição diminuíram o
desenvolvimento de tumor de próstata em até 40% e inibiram a metástase
em até 50% dos animais estudados.
- Devido à alta concentração de
vitamina E, tem papel antioxidante
que pode diminuir a incidência de
Mal de Alzheimer. Estudo feito ao
mesmo tempo nos EUA e nos Países
Baixos com quase
6 mil pessoas mostrou que aquelas
que consumiram regularmente o
produto (puro ou em forma de manteiga) apresentaram 67% menos risco de desenvolver a doença. RC
Fonte: ABICAB - Associação Brasileira
da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados
Revista Canavieiros - Agosto 2011
26
Informações Setoriais
CHUVAS DE JuLho
e Prognósticos Climáticos
No quadro a seguir, são apresentadas as (ausentes)chuvas do mês de JULHO
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Técnico Agronômico da Canaoeste
Foram observadas chuvas em JULHO apenas na Região de Franca (2 e
5mm); enquanto que a média das normalidades climáticas dos locais observados é de 22mm. Escassez esta que,
somadas aos negativos efeitos dos anos
2009 e 2010 e ao intenso florescimento
(isoporização), acentuam as perdas em
produtividades dos canaviais.
O
Mapa 1 mostra que, no período
de 14 a 17 de JULHO, o índice
de Água Disponível no Solo já
se apresentava crítico em praticamente
toda área sucroenergética do Estado.
O Mapa 3 mostra, pelo índice de Dis-
ponibilidade de Água no Solo ao final de
JULHO de 2011 e à exemplo de meados
do mês, a severidade climática por que
está-se passando. Severidade esta, comprometedora não só esta safra, mas também para a próxima, orando para que fato
positivo e significante possa mudar este
Mapa 1:- Água Disponível no Solo entre 13 a 15 de JULHO de 2011.
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
quadro climático, por demais de preocupante para todo Setor Sucroenergético e
outras agroindústrias-pecuárias, igualmente dependentes de clima mais favorável. A
condição climática ao final de JULHO de
2010 (Mapa 2) mostrava-se, até aquele período, pouco menos severo que neste ano.
Mapa 2:- Água Disponível no S
27
Para subsidiar planejamentos de atividades futuras, a Canaoeste resume o prognóstico climático de consenso entre INMET
(Instituto Nacional de Meteorologia) e INPE (Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais) para os meses de agosto a outubro.
• Para os meses de agosto a outubro as chuvas poderão
“ficar” próximas às médias históricas em todos estados da
Regiões Centro Sul, tendendo para abaixo das respectivas
médias nos Estados do Sul do Brasil;
• Prevêm-se temperaturas médias próximas das normais
climáticas nas áreas sucroenergéticas da Região Centro Sul,
mas ainda com possíveis variações térmicas ao longo do trimestre nos Estados do Sul;
• Como referência de normais climáticas de chuvas para Ribeirão Preto e municípios vizinhos, pelo Centro Apta-IAC, são
de 20mm agosto, 55mm em setembro e de 125mm em outubro.
A SOMAR Meteorologia também prevê que, em toda região de abrangência Canaoeste, as chuvas poderão “ficar”
próximas às respectivas médias climáticas, na somatória dos
meses de agosto a novembro.
Entretanto, a SOMAR Meteorologia tem auspicioso (promissor) prognóstico para o final desta e para a próxima safra
sucroenergética, ou seja, em setembro poderão ocorrer chuvas já a partir da segunda semana e, na soma do mês, ligeiramente acima das normais climáticas.
Face a estas previsões climáticas pela SOMAR Meteorologia, para estes meses de moagem - agosto (setembro) a novembro, a Canaoeste recomenda aos produtores de cana que
busquem, ainda mais, o máximo de qualidade em operações
Solo ao final de JULHO de 2010.
finais de colheita e aproveitando ao máximo os dias e tempos disponíveis; bem como,
efetuarem os necessários e
aprimorados tratos culturais
e até (serem mais generosos
na) utilização de insumos adubações e muitas atenções
mesmo em monitoramentos
e controles de, ervas daninhas,
pragas e doenças, visando às
crescente(s) demanda(s) por
matéria prima na(s) próxima(s)
safra(s).
Mapa 4:- Simplificação pela CANAOESTE
do Prognóstico de Consenso entre INMET
e INPE para o trimestre agosto a outubro
Canaviais comprometidos/
danificados por falhas, pragas, doenças e ervas daninhas merecem renovações, visando redução da idade média e, consequente, melhora de produtividade
em atenção às safras futuras.
Mas, atenção! Qualidade das mudas é fundamental para assegurar
produtividade e longevidade dos canaviais. A relação custo/benefício
é por demais de favorável quando se empregam mudas sadias de variedades adequadas aos respectivos ambientes de produção.
Estes prognósticos são revistos a cada edição da Revista Canavieiros e, fatos ou previsões climáticas relevantes serão noticiados em nosso site www.canaoeste.com.br .
Persistindo dúvidas, consultem os Técnicos mais próximos
ou através do Fale Conosco Canaoeste. RC
Mapa 3:- Água Disponível no Solo, 50cm de profundidade, ao final de JULHO de 2011.
RC
Revista Canavieiros - Agosto 2011
28
Artigo Técnico
Acompanhamento da safra 2011/2012
A
safra 2011/2012, iniciada em março de 2011, encontra-se na 1ª quinzena do
mês de agosto e, neste trabalho, são apresentados os dados obtidos até a 2ª
quinzena de julho, em comparação com os obtidos na safra 2010/2011.
Na Tabela 1, encontra-se o ATR médio acumulado (kg/tonelada) do início da safra até a 2ª quinzena de julho desta safra em comparação com o obtido na safra
2010/2011, sendo que o ATR da safra 2011/2012 está 6,85 Kg abaixo do obtido na
safra 2010/2011 no mesmo período.
Tabela 1 – ATR (kg/t) médio da cana entregue pelos
Fornecedores de Cana da Canaoeste das safras 2010/2011 e 2011/2012
As tabelas 2 e 3 contém detalhes da qualidade tecnológica da matéria-prima nas
safras 2010/2011 e 2011/2012.
Tabela 2 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste,
até a 2ª quinzena de julho da safra 2010/2011.
Thiago de Andrade Silva
Assistente de Controle Agrícola da CANAOESTE
do apresentou o mesmo comportamento do BRIX do caldo. Com exceção da
2ª quinzena de julho onde os valores de
igualaram.
O Gráfico 3 contém o comportamento da Pureza do caldo na safra
2011/2012 em comparação com a safra
2010/2011.
Tabela 3 – Qualidade da cana entregue pelos Fornecedores de Cana da Canaoeste,
até a 2ª quinzena de julho, da safra 2011/2012.
A Pureza do caldo da safra
2011/2012, do início da safra até a 2ª
quinzena de abril, ficou muito abaixo da obtida na safra 2010/2011, com
maior acentuação na 2ª quinzena de
março, ficando próximo do mês de
maio em diante, praticamente se igualando na 2ª quinzena de junho e na 2ª
quinzena de julho.
Gráfico 1 – BRIX do caldo obtido nas safras
O Gráfico 1 contém o comportamento do BRIX do caldo da safra
2011/2012 em comparação com a safra
2010/2011.
O BRIX do caldo da safra 2011/2012
ficou abaixo em todas as quinzenas, em
relação à safra 2010/2011, sendo de
forma mais acentuada na 2ª quinzena
de março. Já na 2ª quinzena de julho
houve pouca diferença.
O Gráfico 2 contém o comportamento da POL do caldo na safra
2011/2012 em comparação com a safra
2010/2011.
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
Pode-se observar que a POL do cal-
29
O Gráfico 4 contém o comportamento da FIBRA da cana na safra
2011/2012 em comparação com a safra
2010/2011.
Gráfico 2 – POL do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011
De modo geral, a FIBRA da cana na
safra 2011/2012 ficou abaixo da obtida
na safra 2010/2011, com exceção das
duas quinzenas de abril, ficando bem
abaixo na 2ª quinzena de março e de
forma menos acentuada na 2ª quinzena
de maio.
O Gráfico 5 contém o comportamento da POL da cana na safra
2011/2012 em comparação com a safra
2010/2011.
Gráfico 3 – Pureza do caldo obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011
A POL da cana obtida na safra
2011/2012 está muito abaixo daquela
obtida na safra 2010/2011 em todas
as quinzenas, sendo a diferença mais
acentuada na 2ª quinzena de março.
O Gráfico 6 contém o comportamento do ATR na safra 2011/2012 em
comparação com a safra 2010/2011.
Pode-se observar que o ATR apresentou um comportamento semelhante
ao da POL da Cana.
Gráfico 4 – Comparativo das Médias de FIBRA da cana
O Gráfico 7 contém o comportamento do volume de precipitação pluviométrica registrado na safra 2011/2012 em
comparação com a safra 2010/2011.
A precipitação pluviométrica média
dos meses de fevereiro, abril e junho de
2011 ficou acima dos valores observados
em 2010. O mês de março ficou muito acima, comparativamente com o de
2010. Porém nos meses de janeiro, maio
e julho a precipitação pluviométrica
desta safra ficou
s 2011/2012 e 2010/2011
abaixo da observada em 2010.
Gráfico 5 – POL da cana obtida nas safras 2011/2012 e 2010/2011
O Gráfico 8
contém o comportamento da
precipitação
pluviométrica
acumulada por
Trimestre
na
safra 2011/2012
em comparação com a safra
2010/2011.
Revista Canavieiros - Agosto 2011
30
Em 2011, observa-se um volume de chuva muito
acima no 1ª trimestre e um pouco maior de chuva
no 2º trimestre, se comparado aos volumes médios
de 2010. O 3º trimestre está começando com volumes médios inferiores aos observados em 2010.
A qualidade no mês de julho começou a reagir
na 2ª quinzena, após o impacto climático (geada,
ventos, etc.) ocorrido na 2ª quinzena de junho e
na 1ª quinzena de julho, porém a qualidade da
matéria-prima (kg de ATR/t) continua bem abaixo daquela observada no mesmo período na safra
2010/2011. RC
Gráfico 7 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva)
registrada em 2010 e 2011
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
Gráfico 8 – Precipitação pluviométrica (mm de chuva)
por Trimestre, em 2010 e 2011.
Destaque
31
InsectShow 2011
Carla Rodrigues
Evento realizado em Ribeirão Preto discutiu
pragas e doenças da cana-de-açúcar
N
os dias 27 e 28 de julho,
aconteceu no Centro de
Convenções de Ribeirão
Preto, o 7º Seminário Nacional sobre Controle de Pragas da Cana-deaçúcar, o InsectShow, realizado pelo
Grupo IDEA.
O evento reuniu aproximadamente
500 profissionais do segmento sucroenergético ligados ao setor agrícola,
sendo estes especialistas da área, fornecedores e representantes de várias
unidades produtoras, como: ETH, Raízen, São Martinho, Usina Trapiche,
Batatais, Buriti e Goianésia.
A finalidade deste encontro é a troca de informações entre pesquisadores
e profissionais do setor, que buscam
se atualizar sobre as condições dos canaviais, oferta, qualidade de matériaprima, pragas e doenças, além de interagir com o que há de melhor e mais
novo no mercado, e assim se informar
sobre os impactos da produção nesta
safra e os reflexos que isso trará para
as próximas safras.
Para discutir sobre esses assuntos,
vários temas foram abordados, como:
controle de pragas de solo, controle
químico e biológico de nematoides
na cana, controle de pragas na cana
colhida crua, cigarrinhas, broca, planejamento estratégico de controle,
ferrugem alaranjada, complexo podridões e curvularia, que é a mais nova
ameaça à cultura da cana.
Segundo Dib Nunes, presidente do
Grupo IDEA, a cada ano este assunto
vem ganhando maior importância para
as usinas, pois elas perceberam que a
praga “come” os lucros dos canaviais.
“Hoje as pragas são vistas como inimigos ocultos, prejudicando a produção. Além disso, para manter um
canavial em plena atividade, é preciso
fazer uma análise ambiental adequadamente, evitando jogar produto fora,
produtos estes que são cada vez mais
seletivos”, explicou Nunes.
Ainda de acordo com Dib, o Brasil
deixou de produzir na última safra 30
milhões de toneladas porque não tem
controle de pragas, deixando de ganhar R$ 4,6 bilhões, ou seja, se no total são 440 empresas produtoras, cada
uma deixou de faturar R$ 10 milhões.
O fornecedor Hamilton Rosseto, de
Lençóis Paulista, esteve presente no
evento e acredita ser de grande relevância estes encontros entre a cadeia
produtiva para aproximar os produtores das empresas que fabricam defensivos agrícolas.
“Nós fornecedores temos que entender melhor o que se passa em nosso
canavial para poder cuidar dele, e com
a chegada da cana crua, houve um aumento na quantidade de pragas. Sendo
assim, este tipo de evento faz com que
eu conheça as novidades do mercado
para aplicar na minha área e realizar o
controle”, explicou Rosseto. RC
Revista Canavieiros - Agosto 2011
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Opinião
2011/2012, a safra sucroenergética
PROFESSORAL!!! Professoral??!! Por que?
*Oswaldo Alonso
E
nsina o ex-ministro Roberto Rodrigues, em seu artigo “O maior
de todos os males”, que discorria
sobre o etanol, publicado na Folha de
São Paulo - Caderno Mercados, no dia
13 de agosto, página B15, afirmando que,
pelas suas ilustrativas apresentações,
Caio-Luiz Carlos Corrêa Carvalho como
profundo conhecedor do setor sucroenergético. Correta leitura pelo ex-ministro.
Entretanto, podemos crer que, tanto ele
como o Caio, haverão de concordar que
as causas dos “males” tem origem um
pouco antes de 2008, ou seja, no “boom”
deste setor durante as safras 2006/07 e
2007/08, bem como na primeira metade
da safra 2008/09.
Houve uma explosão expansionista
agroindustrial, tanto em “greenfields”,
como nos “brownfields”. Para atender
tal crescimento, foram implantadas significativas áreas de canaviais, em quase
todos estados produtores, quando muitos
arrendamentos antecipados levaram, salvo muitas e honrosas exceções, a acelerados preparos e correções de solos, até
mesmo sem completo conhecimento das
aptidões edáficas (solos) e climáticas.
Mudas Sadias das variedades mais adaptáveis, então, chegou a inexistir.
Enquanto se transcorria a febre expansionista, grupos corporativos ou familiares de unidades agroindustriais, produtores de cana, sofriam as agruras dos preços
Figura 1:- Somas mensais das chuvas de 2009, 2010 e a Média Histórica de 11 anos no
Estado de São Paulo. Fonte: IAC – Climatologia.
abaixo ou tangentes aos custos de produção de açúcar, etanol e da matéria prima
durante as safras 2007/08 e 2008/09, que
logo adiante, com a crise financeira mundial ao final de 2008 e primeiro semestre
de 2009, levou-os a ficarem com caixas
zerados ou negativos e sem novos financiamentos, salvando-se muitas delas através de fusões e/ou incorporações.
O governo do ex-presidente Lula, inteligentemente e de imediato, no “pico”
da crise financeira mundial, criou mecanismos para manutenção da atividade
industrial e dos postos de trabalho, via
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
redução ou isenção do IPI e permitiu que
prazos de financiamentos fossem estendidos. Houve estímulo do consumo-demanda. Porém, “esqueceu-se” da oferta.
À luz de hoje ou como resultante, teria
sido prudente a cotização dos incentivos
a todas as atividades produtivas.
Houve calejante aprendizado de que a
crise financeira de 2008 veio estabelecer
um divisor de águas entre oferta e demanda, bem como a necessidade de debruçarse em apurados planejamentos, principalmente, na agroindústria sucroenergética.
Traz ensinamentos sobre fenômenos
climáticos desfavoráveis ocorridos em
ofertas de matéria prima e etanol, que
ocorreram durante as safras 2009/10
e 2010/11. (Vide Figura 1). O excesso
de chuvas (2009), expressiva escassez
(2010) e, logo antes do início desta safra,
ocorreram simultâneos fenômenos climáticos e implicações fisiológicas sobre
a cana, tais como: excesso de chuvas ao
final de fevereiro e todo mês de março;
menor insolação (lembrando que a cana-de-açúcar exige energia solar, CO² e
água para converter em sacarose); desequilíbrio térmico; e forte indução ao florescimento, já na primeira quinzena de
33
Figura 2:- Utilizou-se dados IAC-Apta-Centro de Cana – Ribeirão Preto
para permitir a apresentação de dados de 2009, 2010 e 2011
(as previsões), além da Média Histórica regional.
Na Figura 1, embora sejam dados de
chuvas do Estado de São Paulo, mas se situa quase que no “meio” da Região Centro
Sul, cabendo mostrar as diferentes chuvas
de 2009 e 2010, relativamente à Média
Histórica de 11 anos (linha de tendência).
A Figura 1 mostra, ainda, que as somas
das chuvas entre janeiro a abril eram bem
próximas. As significativas diferenças,
entre os anos 2009 e 2010, começaram a
ser marcantes a partir de junho
Na Figura 2 acima, são mostradas
(nas colunas vazias) as chuvas previstas de agosto a dezembro. Mas, há luzes
para o final desta e para a seguinte.
março, que “estancou” o crescimento em
novos internódios. Infelizmente, estáse ensinando para o próprio setor e aos
consumidores, que nesta safra (2011/12)
somaram-se todos os fatores que deprimem as produções de cana, açúcar, etanol e bioeletricidade, salvando-se, como
assinalado, muitas e honrosas exceções.
Mas, há luzes para o final desta e
para a seguinte. Ou seja, evitem-se
pessimismos exagerados, pois há aus-
piciosas previsões pela SOMAR Meteorologia para os meses que se seguem
(Vide Figura 2), a saber: a) agosto
não será tão seco como julho; b) significativas chuvas poderão ocorrer já
a partir do feriado de 7 de Setembro,
antecipando-se em uma quinzena em
relação a 2010, que permitiria aos canaviais bem cuidados “ganhar” entre 6
a 8 toneladas de massa verde/ha para a
próxima safra; c) este novembro poderá chover mais que o do ano passado.
Em resumo, esta safra de 2011/12
está ensinando a todos que estão diretamente comprometidos e aos (severos) críticos do setor sucroenergético,
permitindo-nos a atrever:- venham para
conhecer as avançadas indústrias sucroenergéticas e, principalmente, as áreas
agrícolas e poderão ver “com quantas
canas se faz um tanque” de etanol ou
gasolina C. RC
*Técnico Agronômico da Canaoeste
Revista Canavieiros - Agosto 2011
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Safra Canavieira
Em nova revisão, estimativa de moagem da
safra 2011/2012 será de 510,24 milhões de
toneladas de cana na região Centro-Sul
N
o dia 11 de agosto, a Unica
- União da Indústria da Canade-açúcar, em conjunto com o
CTC - Centro de Tecnologia Canavieira, demais sindicatos e associações da
região Centro-Sul do País, revisou a estimativa de moagem de cana-de-açúcar
para a safra 2011/2012 divulgada em
julho de 2011. A nova projeção aponta
para uma moagem de 510,24 milhões
de toneladas, uma redução de 4,36%
em relação à última revisão (533,50 milhões de toneladas), e queda de 8,39%
sobre o valor final da safra 2010/2011
(556,95 milhões de toneladas).
O diretor técnico da Unica, Antonio
de Padua Rodrigues, explica que “os
dados levantados em julho mostraram
que a geada e o florescimento da cana
impactaram a produtividade agrícola do
canavial com maior intensidade do que
havíamos inicialmente previsto.” Esses
fatores também promoveram uma alteração no cronograma de colheita das
unidades, já que muitas precisaram antecipar este trabalho em áreas atingidas
pela geada e pelo florescimento, o que
agravou ainda mais a situação.
De acordo com dados apurados pelo
CTC, a produtividade agrícola da área
colhida em julho foi de 70,80 toneladas
de cana por hectare, queda de 17,48%
em relação ao valor observado em julho de 2010. No acumulado desde o
início da safra, a produtividade agrícola ficou em 74,10 toneladas de cana por
hectare, contra 92,80 observados em
igual período no último ano (redução
de 20,15%).
A Unica, o CTC e demais sindicatos e associações de produtores continuarão monitorando quinzenalmente a
produção e as condições do canavial
até o final da safra. “Nosso objetivo é
divulgar de forma clara, transparente e
fundamentada todos os detalhes sobre
a produção no Centro-Sul, para faci-
litar o planejamento de produtores e
demais agentes públicos e privados,”
afirma Rodrigues.
Qualidade da matéria-prima e produção
A nova estimativa para a safra
2011/2012 aponta para uma qualidade
da matéria-prima medida em Açúcares
Totais Recuperáveis (ATR) de 135,10
kg por tonelada de cana, pequena redução diante dos 135,70 kg divulgados na
estimativa anterior.
Do total de cana projetada para a safra
2011/2012, a Unica estima que 48,06%
terão como destino a produção de açúcar. A projeção é de 31,57 milhões de
toneladas, queda de 2,50% em relação
à estimativa anterior, e de 5,76% em
relação aos 33,50 milhões de toneladas
produzidas na safra 2010/2011.
Já a produção de etanol deverá atingir 21 bilhões de litros, queda de 6,83%
em relação ao número projetado na última revisão, e de 17,25% sobre os 25,39
bilhões de litros da safra anterior.
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
35
Foto: Divulgação Equipav
Exportações de
açúcar e etanol
De acordo com a nova estimativa, as
exportações de açúcar deverão atingir
22,32 milhões de toneladas nesta safra. Já as exportações de etanol devem
apresentar uma queda de 23,60% em
relação ao volume observado no último
ano, totalizando 1,35 bilhão de litros
na safra 2011/2012. O diretor da Unica
explica que “a maior parte das exportações refere-se a negócios fechados no
passado e que precisam ser cumpridos
nesta safra.”
EVOLUÇÃO DA SAFRA 2011/2011
ATÉ 01 DE AGOSTO DE 2011
Moagem
O volume de cana-de-açúcar processado pelas unidades produtoras da
região Centro-Sul do Brasil somou
41,60 milhões de toneladas na segunda quinzena de julho, queda de 2,48%
em relação ao mesmo período da safra 2010/2011. No acumulado desde
o início da safra, a moagem totalizou
259,06 milhões de toneladas, queda de
13,02% em relação à safra 2010/2011.
Qualidade da matéria-prima
No acumulado desde o início da
safra até 1º de agosto, a quantidade
de ATR por tonelada de cana atingiu
128,32 kg, queda de 3,13% em relação
ao valor registrado no mesmo período
de 2010.
No comparativo quinzenal, esta queda chegou a 4,06%, com a concentra-
ção de ATR totalizando 141,90 kg por
tonelada de cana na última quinzena de
julho, contra 147,90 kg em igual período da safra 2010/2011.
Produção
A fabricação de açúcar alcançou
14,76 milhões de toneladas desde o
início da safra até 1º de agosto, contra
16,79 milhões no mesmo período de
2010. Em relação ao etanol, o volume produzido somou 10,42 bilhões de
litros, ante 12,88 bilhões de litros no
ano anterior.
Na segunda quinzena de julho, a produção de açúcar atingiu 2,82 milhões
de toneladas, quantidade 1,77% superior àquela observada na safra passada.
Nesse mesmo período, a produção de
etanol atingiu 1,72 bilhão de litros sendo 1,04 bilhão de etanol hidratado e
685,00 milhões de etanol anidro.
bilhão de litros ao etanol hidratado. No
mercado interno, as vendas de etanol
anidro alcançaram 639,93 milhões de
litros, e as de hidratado 1,12 bilhão de
litros no último mês.
De abril até 1º de agosto, as vendas
do produto totalizaram 7,16 bilhões
de litros, 16,71% abaixo do montante
vendido no mesmo período do ano passado. Para o diretor da Unica, “os preços do etanol ao produtor estão praticamente estáveis há 40 dias, diferente do
que aconteceu em outros anos; não estamos observando quedas abruptas no
período de safra, que em geral levam
a uma sazonalidade excessiva entre os
períodos de safra e entressafra.” RC
Fonte: Unica - União da Indústria
da Cana-de-açúcar
“Os produtores estão comprometidos com a produção de etanol anidro e
no último mês a fabricação do produto
cresceu 26,24% comparativamente a
2010, mesmo sem ter havido nenhum
incremento na moagem de cana nesse
período,” relatou o executivo da Unica.
Vendas de etanol
As vendas de etanol pelas unidades
produtoras da região Centro-Sul somaram 2,07 bilhões de litros em julho, dos
quais somente 303,49 milhões de litros
destinaram-se ao mercado externo.
Do volume total, 722,56 milhões de
litros referem-se ao etanol anidro e 1,34
Revista Canavieiros - Agosto 2011
36
36
“General Álvaro
Tavares Carmo”
Mercados Futuros Agropecuários
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
“Meu ofício é dizer o que penso.”
Voltaire
1) Pedro está com dores musculares.
Foi compar um “antiinflamatório”.
Comprou o remédio errado...
Segundo o Novo Acordo Ortográfico (5 edição), o correto é: anti-inflamatório
(usar hífen na expressão).
Trecho extraído da introdução do livro:
“Este livro tem como objetivo principal mostrar o funcionamento dos
mercados futuros e de opções agropecuários e as estratégias que podem ser
utilizadas para a administração de riscos de preços. Especificamente, pretende-se mostrar de forma teórica e prática
o funcionamento dos mercados futuros
e de opções agropecuárias, desenvolver
a habilidade de acessar informações e
interpretá-las, discutir estratégias atuais e potenciais com futuros e outros
derivativos, apresentar aos leitores as
principais bolsas de interesse do agronegócio brasileiro, bem como mostrar
os princípios básicos de operacionalização nestes mercados.”
MARQUES, Pedro Valentim. Mercados futuros agropecuários: exemplos
e aplicações para os mercados brasileiros / Pedro Marques, João Martines,
Pedro Mello. Rio de Janeiro: Elsevier,
2008. 223 p.
Os interessados em conhecer as sugestões de
leitura da Revista Canavieiros podem procurar a
Biblioteca da Canaoeste, na Rua Augusto Zanini,
nº1461 em Sertãozinho, ou pelo telefone :
(16)3946-3300 - Ramal 2016
Regra: quando o primeiro elemento termina por vogal ou consoante igual à que
inicia o segundo elemento, emprega-se o hífen.
Assim:
Anti - primeiro elemento - termina com i
iflamatório - segundo elemento - inicia com a mesma vogal i
usar hífen: anti–inflamatório
2) Não gostou do filme. O ator foi o “anti-herói” da história...
... e da Nova regra ortográfica.
O correto é: anti–herói (usar o hífen)
Regra: Segundo o Novo Acordo Ortográfico (5 edição),com o prefixo anti quando o segundo elemento começa por H , usa-se o hífen.
3) Maria escreveu “pré-existência” no relatório.
O chefe não gostou da escrita...
Com razão, segundo o Novo acordo Ortográfico (5 edição).
O correto é: préexistência. (sem hífen)
Regra: não se emprega o hífen na formação do prefixo pre, mesmo nos encontros
de vogais iguais.
Assim: pré é prefixo---termina com a vogal e
Existência - começa com a vogal e
Não usar hífen
Prezado amigo leitor: a regra faz menção ao prefixo pré. Existem outros prefixos,
logo outras regras.
PARA VOCÊ PENSAR:
“ Conheças todas as teorias,
Domine todas as técnicas,
Mas ao tocar uma alma humana,
Seja apenas outra alma humana.”
Carl Gustav Jung
Dicas e sugestões, entre em contato: [email protected]
* Advogada, Prof. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de vários
livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
37
Eventos em Setembro de 2011
Fenasucro e Agrocana 2011
Empresa Promotora: CEISE - Centro Nac. das Indústrias
do Setor Sucroalcooleiro e Energético e Sindicato Rural
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 30/08/2011
Fim do Evento: 02/09/2011
Estado: SP
Cidade: Sertãozinho
Localização do Evento: Centro de Exposições Zanini
Informações com: Multiplus Feiras e Eventos
Site: www.fenasucroeagrocana.com.br
Telefone: 016 2132-8936
E-mail: [email protected]
Curso de Especialização
em Mercado de Carbono
Empresa Promotora: Proenco Brasil
Tipo de Evento: Curso / Treinamento
Início do Evento: 02/09/2011
Fim do Evento: 17/09/2011
Estado: SP
Cidade: São Paulo
Localização do Evento: Rua Arabé, 71 - Vila Clementino
Informações com: Proenco Brasil
Site: www.proencobrasil.com.br/prog/carbono.htm
Telefone: 0800 282 0704
E-mail: [email protected]
Expoinel 2011
40ª Exposição Internacional do Nelore
Empresa Promotora: Associação dos Criadores de Nelore
do Brasil - ACNB
Tipo de Evento: Exposição / Feira
Início do Evento: 15/09/2011
Fim do Evento: 25/09/2011
Estado: MG
Cidade: Uberaba
Localização do Evento: Parque Fernando Costa
Informações com: Marcos Pertegato
Site: www.nelore.org.br
Telefone: 11 32938900
E-mail: [email protected]
V Sintag - Simpósio Internacional de Tecnologia de Aplicação de Agrotóxicos
Empresa Promotora: Fundação de Estudos e Pesquisas
Agrícolas e Florestais
Tipo de Evento: Encontro / Simpósio
Início do Evento: 12/09/2011
Fim do Evento: 14/09/2011
Estado: SP
Cidade: Botucatu
Localização do Evento: Fazenda Experimental Lageado
Informações com: Fepaf
Site: www.sintag2011.com.br/
Telefone: (14) 3882-6300
E-mail: [email protected]
VII Congresso
Brasileiro de Biossegurança
Empresa Promotora: Associação Nacional de Biossegurança - ANBio
Tipo de Evento: Seminário / Jornada
Início do Evento: 18/09/2011
Fim do Evento: 23/09/2011
Estado: SC
Cidade: Joinvile
Localização do Evento: Univille, Campus Joinvile
Informações com: ANBIO
Site: www.anbio.org.br
Telefone: (21) 22208678/ 22208327
E-mail: [email protected]
Workshop sobre Restauração Florestal
Empresa Promotora: FEALQ - Fundação de Estudos
Agrários Luiz de Queiroz
Tipo de Evento: Reunião / Fórum / Workshop
Início do Evento: 22/09/2011
Fim do Evento: 24/09/2011
Estado: SP
Cidade: Piracicaba
Localização do Evento: Anfiteatro do Pavilhão da Engenharia
da ESALQ/USP, na Avenida Pádua Dias, 11, em Piracicaba, SP
Informações com: FEALQ
Site: www.fealq.org.br/Detalhe_Alpha.ASP?Codigo_Produto=750
Telefone: 19 3417 6604
E-mail: [email protected]
Revista Canavieiros - Agosto 2011
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VENDE-SE / TROCA-SE
- Conjunto de Varrição de Café com:
SELECTA, marca: HORIZON, nº série:
7020632, ano: 2002, RASTELO, marca:
VICON, modelo: RTF, nº série: 3061326,
ano: 2006 e SOPRADOR, marca: VICON, modelo ST, nº série: 3061327,
ano: 2006 em ótimo estado.
Tratar pelos telefones: (16) 3761-7300
ou (16) 9163-0303.
VENDEM-SE
- 100 barras de tubos de 6 metros cada
em fibra de 14 polegadas;
- 200 barras de tubos de 12 metros
cada em 12 polegadas em polipropileno;
- 04 semi-reboques cana inteira;
- 01 carreta de cana picada;
- 04 gaiolas de cana inteira;
- 08 carretas de cana inteira;
- 01 transformador de 500 kva de
13.800 para 440 ,220.
Tratar com José Roberto pelos telefones: (21) 9266-8005 ou (21)9215-2136.
VENDE-SE
- Varredura de adubo em ótima qualidade. Eficiência comprovada.
Tratar com Valter pelo telefone: (16)
9184-3385.
VENDEM-SE
- 01 filtro de ar, marca Mann, série
C15165/3;
- 01 engrenagem para acionar adubadeira. Preço a combinar.
Tratar com Pedro pelo telefone 3945-1207
VENDEM-SE
- 08 alqueires em Santo Antônio da Alegria,
formado em pastagem, córrego no fundo, água
de mina e terra mista. Valor: R$ 250.000,00 ;
- 19,5 alqueires em Santo Antônio
Alegria, formado em cana própria, totalmente mecanizado e próximo do asfalto;
- 117 alqueires próximo de Pitangueiras/SP, planta 98 alqueires, plana toda mecanizada, preço atrativo e cana própria.
Tratar com Junio Balieiro pelo telefone: (16) 9158-0303.
VENDEM-SE
- Caminhão Mercedes Benz L 2220,
ano 1988 traçado, em ótimo estado geral
de conservação, equipado com tanque de
água 16.000L, acessórios novos, marca
Gascom, bomba, canhão, barra irrigadora e aspersor traseiro, carretel com mangueira e esguicho, documentação toda
ok, pronto para trabalhar;
- Caminhão Ford Cargo 2626, ano 2005,
traçado em ótimo estado geral de conservação, equipado com tanque de água 17.000L,
acessórios novos, marca Gascom, bomba,
canhão, barra irrigadora e aspersor traseiro,
carretel com mangueira e esguicho, escovador vácuo ar, esguichos superior lateral,
caixas de ferrementas, documentação toda
ok, pronto para trabalhar;
- Caminhão Volkswagem 12-170bt, ano
1999, toco, em ótimo estado geral de conservação, equipado com tanque de água
10.000L e acessórios novos, bomba, canhão, barra irrigadora e aspersor traseiro,
carretel com mangueira e esguicho, documentação toda ok, pronto para trabalhar;
- Caminhão Ford F11000, ano 1990,
toco, em ótimo estado geral de conservação, equipado com tanque de água
10.000L, acessórios novos, bomba, canhão, barra irrigadora e aspersor traseiro,
carretel com mangueira e esguicho, documentação toda ok, pronto para trabalhar;
- Caminhão Ford Cargo 2425, ano
2002, traçado, em ótimo estado geral de
conservação, equipado com tanque de
água 16.000L, acessórios novos, marca
Gascom, bomba, canhão, barra irrigadora e aspersor traseiro, carretel com mangueira e esguicho, escovador vácuo ar,
esguichos superior laterais, caixas de ferramenta, documentação toda ok, pronta
para trabalhar;
- Caminhão Volkswagem 15-180, ano
2004, toco, em ótimo estado geral de
conservação, equipado com tanque de
água 10.000L, acessórios novos, bomba, canhão, barra irrigadora e aspersor
traseiro, carretel com mangueira e esguicho, documentação toda ok, pronto para
trabalhar;
Revista Canavieiros - Agosto de 2011
- Caminhão Ford Cargo 2630, ano
2001, traçado em ótimo estado geral de
conservação, equipado com tanque de
água 16.000L, acessórios novos, bomba,
canhão, barra irrigadora e aspersor traseiro,
carretel com mangueira e esguicho, pronto
para trabalhar, documentação toda ok.
Tratar com Alexandre pelos telefones:
(16) 3945-1250 / 9766-9243 / 7813-3866
id 96*81149.
VENDE-SE
- Trator Ford/New Holland, 6630 4x2,
ano 1995, ótimo estado, vende-se ou troca-se por traçado de maior potência.
Tratar pelo telefone: (34) 9972-3073.
COMPRAM-SE
- Tubos de irrigação de todos os diâmetros, motobombas, rolão autopropelido, pivot, etc. Pagamento a vista.
Tratar com Carlos pelos telefones:
(19) 9166- 1710/ (19) 8128- 0290 ou
pelo e-mail: [email protected]
VENDEM-SE
- 02 tonéis de madeira (amendoim)
com capacidade de 50.000 litros e 40.000
litros, para armazenamento de cachaça.
Valor: R$ 10.000,00 o maior e 7.000,00 o
menor. Tonéis em Laranjal Paulista (SP).
- 01 motor a vapor marca GLASGOWNEW YORK com potência de 21 HP (só
motor) e de 53 HP (motor mais volante de
400 kg) em ótimo estado de conservação,
funcionando 100%. Valor: R$ 15.000,00.
- 01 conjunto de fabricação de álcool
de inox: panela de 500 litros mais coluna
(recheada) de 4 polegadas com capacidade
de produção de 60 litros por “panelada” de
álcool a 97 GL. Inclui coluna de produção
de cachaça com o dobro da capacidade de
produção (120 litros). Valor: R$ 10.000,00.
- Moendinha de 3 rolos de 7 polegadas de diâmetro por 22 cm de largura
com acionamento elétrico (motor de 3
cv). Valor: R$ 5.000,00.
Estuda-se contra oferta. Tratar com
Adriano pelo telefone: (15) 9705-9901
ou pelo e-mail [email protected]
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