Dissertação gustavo FINAL

Transcrição

Dissertação gustavo FINAL
UNINGÁ – UNIDADE DE ENSINO SUPERIOR INGÁ
FACULDADE INGÁ
CURSO DE ODONTOLOGIA
GUSTAVO FRANÇA BERTHOLDO DE SOUZA
PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS
MARINGÁ
2011
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GUSTAVO FRANÇA BERTHOLDO DE SOUZA
PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS
Dissertação apresentada à UNINGÁ Faculdade Ingá - como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Prótese
Dentária
Orientador: Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson
MARINGÁ
2011
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GUSTAVO FRANÇA BERTHOLDO DE SOUZA
PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS
Dissertação apresentada à UNINGÀ Faculdade Ingá - como requisito parcial para
obtenção do título de Mestre em Prótese
Dentária
Orientador: Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson
Aprovada em _______ / _________ / __________
COMISSÃO EXAMINADORA:
____________________________________________
Prof. Dr. Fabiano Carlos Marson
Faculdade Ingá
____________________________________________
Prof. Dr. Luiz Fernando Lolli
Faculdade Ingá
____________________________________________
Prof. Dra Carina Gisele Costa
UEM
4
DEDICATÓRIA
A meu mestre Dr. Celso Charuri, e ao mestre
dele Jesus Cristo, por me mostrar o caminho
mais “facil” dessa jornada. Elson e Marisa,
meus pais, que sempre acreditaram em mim,
me apoiaram em todos os momentos da minha
vida. Aos meus irmãos Eduardo e Mayra, pelo
carinho, compreensão e sincera confiança.
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AGRADECIMENTOS
A Deus, que me deu o dom da VIDA, por ser o centro e a fonte de toda a
minha fé, que nunca me desamparou nos momentos mais difíceis, que me deu tanta
força nos momentos de desespero e cansaço, que me presenteou com uma família e
amigos maravilhosos.
Aos meus maravilhosos e extraordinários pais: Elson Freitas Bertholdo de
Souza e Marisa França Bertholdo de Souza que me proporcionaram a oportunidade
de poder realizar esse sonho. Por serem companheiros e me amparar nas horas de
desespero, tristezas e por estarem sempre presentes e vibrarem em minhas vitórias,
por serem exemplos de perseverança e modelo de pessoas para mim e para todos,
principalmente ao meu pai, por ser o maior exemplo de profissional, pessoa e acima
de tudo AMIGO, respaldando sua vida pessoal e profissional na mais profunda ética,
e qualidade de seus trabalhos, com certeza o meu eterno professor. E a minha
querida mãe, pelo maior exemplo de determinação e confiança de que existe algo
maior que nos rege. Mãe e Pai, muitíssimo obrigado por tudo em minha vida, sem
vocês não eu não seria capaz de conseguir o que eu tanto almejo. Vamos firmes e
confiantes que chegaremos onde almejamos, todos juntos, com muita determinação
e força de vontade, acreditem, NÓS CHEGAREMOS LÁ! Que Deus lhes pague por
tudo isso, pois com certeza nunca poderei pagar.
Aos meus irmãos Eduardo, Mayra e ao meu cunhado Thacyo e
especialmente a minha sobrinha Mariá, a mais nova integrante da família, que veio
para esse planeta plantar e semear as sementes de um mundo bem melhor, a vocês,
que sempre me deram maior apoio em minhas decisões e que me ajudaram em
momentos difíceis, que estiveram sempre me ajudando em tudo o que eu precisava.
Du, obrigado por ser meu segundo pai, e se prepare para o sucesso, Muito obrigado.
Aos Gestores da Uningá, Ricardo Oliveira, Roberto Oliveira e os
familiares. Muitíssimo obrigado por tudo, sem a ajuda de vocês nada disso seria
possível, obrigado pelas inúmeras oportunidades que sempre nos deram, vocês são
pessoas de Coração gigante, talvez nem imaginem o quanto já nos ajudaram,
portanto, do fundo do meu coração, MUITO OBRIGADO!
Ao Professor Fabiano Carlos Marson, tenho muito orgulho de ser seu
aluno. Além de professor o considero um grande amigo, um grande exemplo de
pessoa, e com certeza um grande exemplo de um ótimo profissional, sempre com
muita simplicidade e excelência. Me inspirou, e me inspirará a sempre se
aperfeiçoar. Obrigado pelos conselhos, dicas, e algumas horas de conversas, foram
com certeza fundamentais e importantíssimos para a minha vida pessoal e
profissional, espero poder estar sempre junto, estarei sempre a disposição. E
obrigado pelas inúmeras oportunidades. Muito obrigado.
Ao Professor Giovani de Oliveira Corrêa, muito obrigado pelas dicas,
pessoa extremamente competente, sempre disposto a ajudar, um exímio professor
nato, espero poder colaborar com novos projetos, estarei sempre a disposição. Além
de professor é um grande amigo. Muito obrigado.
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Ao Professor Carlos Archangelo, por me fazer enxergar um lado que eu
não havia visto, você não sabe como as suas “broncas” foram importantes pra mim.
Além de professor é um grande amigo cujo amizade jamais me esquecerei. estarei
sempre a disposição. Muito obrigado.
Ao Professor Manoel Martins, muito obrigado pelos conselhos durante os
seminários, certamente sem eles teria sido muito mais difícil, me deu ótimas dicas, e
me inspirou muito, talvez você nem imagine, mais foi fundamental para o meu
amadurecimento profissional, uma grande pessoa, com certeza brilhará muito mais
profissionalmente, além de um ótimo professor é um grande amigo. Muito obrigado.
Ao Professor Cléverson Oliveira Silva, por nos abrir os olhos para a
integração das estéticas (branca e vermelha), uma excelente pessoa, simpático,
solicito e extremamente competente, espero que possamos fazer uma parceria
duradoura, estarei sempre a disposição. Além de um ótimo professor é um grande
amigo. Muito obrigado.
Ao Professor Luciano Cintra, uma excelente pessoa, simpático, e muito
figura, com certeza é extremamente competente. Além de um ótimo professor é um
grande amigo. Muito obrigado.
A professora Carina Gisele Costa, muito brigado pelas palavras,
professora extremamente estudiosa, desde a graduação nos mostrou a importância
de estar sempre atualizado, além de uma excelente professora uma grande amiga.
Muito obrigado.
A Professora Cristiane Machado, professora extremamente estudiosa,
sempre nos mostra que podemos fazer mais e melhor, nos inspirar a nos embasar
nossa pratica com teoria, além de uma excelente professora uma grande amiga.
Muito obrigado.
A Professora Patricia Progiante, muito brigado pelas dicas que nos
ensinou nos bastidores, dicas essas que nao se aprendem em sala de aula, mais sim
em alguns anos de vivência clinica, além de professora uma grande amiga. Muito
obrigado.
Aos demais Professores, que também jamais me esquecerei, e que
diretamente participaram da realização de mais um sonho, muitíssimo obrigado por
tudo.
A todos meus queridos Amigos de turma, em especial, Douglas Gregory,
por ser meu grande companheiro de anos de estrada, Drogs, um forte abraço do
amigo Gú! E um abraço especial em dois grandes amigos; Cesar Spada e Felisteus
Fava. ao Carlos Bertoncelo, Alessandro Batistela, José Norberto, Victor Montenegro,
Ranieri Marchioro, Marcello Menegassi e Paulo Lucchese, muito obrigado pela
companhia e parceria que fizemos no decorrer de todo curso, espero sinceramente,
do fundo do meu coração, que todos tenham muitas vitórias, e que com certeza já
são profissionais de referência dentro de nossa área. Tenho muita gratidão por todos,
pois todos vocês me ajudaram das mais diferentes formas, uns com palavras, outros
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com exemplos, mais com certeza me inspiram muito, sempre, desejo a vocês MUITO
SUCESSO! Muito obrigado por tudo, do fundo do meu coração.
Um agradecimento especial para a Dra Gisele Coimbra, Carla e Samile,
pessoas de caráter único, parabéns pelo trabalho que realizam na Uningá. Desejo a
vocês toda a felicidade do mundo, Muito obrigado e um forte abraço.
Aos meus amigos, que são tantos, que acreditaram e confiaram em mim,
o meu muito obrigado!
A todos os funcionários da Uningá, pacientes, alunos e professores, muito
obrigado.
A todos os pacientes que foram de fundamental importância e
colaboraram para a realização da minha formação, peço desculpas pela falta de
atenção que deixamos de lhes dar no decorrer dessa caminhada, mesmo assim,
com certeza uma das peças mais importantes de todo esse processo, Muito
obrigado.
Meus sinceros agradecimentos.
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“O homem pretender ser imortal, e para isso
defende princípios efêmeros, um dia
inexoravelmente descobrirá que para ser
imortal deverá defender princípios absolutos,
neste dia, morrerá para a carne, efêmero, e
viverá para o espírito, eterno,
Será imortal”.
(Dr. Celso Charuri)
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SOUZA, G. F. B. PERFORMANCE CLÍNICA DE LAMINADOS CERÂMICOS. 2011.
48 f. Dissertação (Mestrado em Odontologia) – Pós- Graduação em Odontologia.
Faculdade Ingá, Unidade de Ensino Superior Ingá - UNINGÁ, Maringá, 2011.
RESUMO
A busca por um sorriso perfeito tem se tornado uma exigência comum
na prática clínica, uma vez que um belo sorriso é fator importante para o bem estar
pessoal e social. Para o presente trabalho foram confeccionadas 63 laminados
cerâmicos, sendo que 36 em pacientes do sexo feminino e 6 do sexo masculino. Os
laminados cerâmicos cimentado foram avaliados nos períodos baseline, 6 e 12
meses, através de 12 critérios de performance clinica. Para os critérios: Reprodução
de cor, Textura superficial, Desgaste oclusal, Saúde periodontal, Fratura do
laminado, Fratura do dente, Incidência de cárie e Retenção, não houve alteração na
porcentagem de ALFA nas três avaliações realizadas, sendo que, Foi observado que
no período baseline, 82,5% dos pacientes obtiveram resultados em relação à
sensibilidade ALFA. Foi observado que nos três períodos, 95,2% dos pacientes
receberam escores em que a descoloração marginal foi ALFA, enquanto que 6,4% ,
3,2% e 3,2% dos períodos Baseline, seis e doze meses respectivamente receberam
escores BRAVO, enquanto que apenas 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze
meses recereram escores CHARLIE. Observamos que nos três períodos, 95,2% dos
pacientes foram avaliados em relação à integridade marginal, obtendo o escore
ALFA, enquanto que apenas 4,8% receberam o escore BRAVO. Observamos que
nos períodos baseline, seis e doze meses, 93,6% . 95,2% e 95,2% os foram
avaliados que o contorna axial foi ALFA, enquanto que 1,6% nos três periodos os
critérios foram BRAVO e que apenas 4,8%, 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze
meses respectivamente receberam escores DELTA. . Baseado nesse conceito de
longevidade, esse estudo teve como objetivo avaliar a performance clínica do
laminado, contribuindo para a pratica clínica de utilização dos laminados cerâmicos.
Palavras-chave: laminados cerâmicos; adesão; esmalte.
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SOUZA, G F. B. PERFORMANCE CLINIC OF PORCELAIN LAMINATES VENEER.
2011. 48 f. Dissertation. (Dssertation degree in Odontlogy) – Faculdade Ingá,
Unidade de Ensino Superior Ingá - UNINGÁ, Maringá, 2011.
ABSTRACT
The search for a perfect smile has become a common requirement in clinical practice,
once a beautiful smile is an important factor for personal and social well-being. For
this paper were fabricated ceramic laminate 63, and 36 in females and 6 males. The
cemented ceramic laminates were evaluated at baseline periods, 6 and 12 months
through 12 clinical performance criteria. The criteria: color reproduction, texture
surface, occlusal wear, periodontal health, fracture of the laminate, tooth fractures,
caries incidence and retention, there was no change in the percentage of ALFA in the
three evaluations performed, and that has been observed that in baseline period,
82.5% of patients achieved results regarding sensitivity ALFA. It was observed that in
all three periods, 95.2% received scores in the marginal discoloration was ALFA,
while 6.4%, 3.2% and 3.2% of the Baseline periods, six and twelve months
respectively received scores BRAVO, while only 3.2% and 3.2% of six and twelve
month periods RECER CHARLIE scores. We note that in all three periods, 95.2% of
patients were evaluated for marginal integrity, getting the score ALFA, whereas only
4.8% received a score BRAVO. We note that in the baseline period, six and twelve
months, 93.6%. 95.2% and 95.2% patients were evaluated bypassing it was axial
ALFA, while 1.6% in the three periods were BRAVO criteria and only 4.8%, 3.2% and
3.2% of periods six and twelve months respectively received scores DELTA. . Based
on this concept of longevity, this study aimed to evaluate the clinical performance of
the laminate, thus contributing to the clinical practice of using ceramic laminates.
Key words: porcelain laminate veneer; adhesion; emanel
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1.
Distribuição dos grupos utilizados na avaliação…………………….. 39
tabela 2.
frequência dos escores obtidos em cada período (Anexo 4)……...
tabela 3.
Período de avaliação, frequência de escore ALFA………………….. 40
59
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1.
Lista de materiais……………………………………………………….. 54
Quadro 2.
Descrição dos critérios clínicos avaliados com os escores………… 25
Quadro 3.
Descrição dos critérios clínicos avaliados especificados…………... 26
Quadro 4.
Lista dos itens de inclusão e exclusão……………………………….. 28
Quadro 5.
Distribuição da idade dos pacientes………………………………….. 28
Quadro 6.
Distribuição dos dentes envolvidos…………………………………... 29
13
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1.
Situação clínica inicial visão frontal do sorriso…………………….…. 30
Figura 2.
Verificação dos espaços para preparação com guia de silicone....... 30
Figura 3.
Fio de afastamento para moldagem Inserido…………................….. 31
Figura 4.
Laminados cerâmicos sob espelho ……..………………….………… 31
Figura 5.
Situação clínica final com afastamento labial e fundo de contraste.. 31
Figura 6.
Visão frontal do sorriso pós tratamento……………..…….…………. 31
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO………………………………………………………………………… 15
2 REVISÃO DA LITERATURA…………………………………..….………………… 17
3 PROPOSIÇÃO………………………………………………………………………… 24
4 MATERIAIS E MÉTODOS……………………………..…………………………...
25
4.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CLÍNICA…………………………………….…….. 25
4.2 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA………………………………….…….. 27
4.3 PROTOCOLO RESTAURADOR………………………………………………….. 29
4.3.1 Enceramento diagnóstico……………………………………………………... 30
4.3.2 Preparo dental…………………………………………………………………… 32
4.3.3 Moldagens………………………………………………………………….…….. 33
4.3.4 Cimentação dos laminados…………………………………………………… 34
4.3.4.1 Preparo do laminado cerâmico……………………………………………….. 35
4.3.4.2 Preparo do substrato dentário………………………………………………… 35
4.3.4.3 Cimentação do laminado cerâmico…………………………………….…….. 36
4.4 PERÍODO DE AVALIAÇÃO……………………………………………….……….. 37
4.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO……………………………………………………. 38
5 RESULTADOS………………………………………………………………………... 39
6 DISCUSSÃO………………………………………………………………...………... 41
7 CONCLUSÃO………………………………………………………………...………. 47
8 REFERÊNCIAS….…………………………………………...………………………. 48
9 ANEXOS……………………………………………………………………………….. 54
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1. INTRODUÇÃO
A busca por um sorriso perfeito tem se tornado uma exigência comum
na prática clínica, pois um belo sorriso é fator importante para o bem estar pessoal e
social. Comumente percebe-se a insatisfação que alguns pacientes têm em relação
ao sorriso, podendo causar problemas psicológicos, baixa autoestima e até mesmo
depressão (FREITAS-MAGALHÃES e CASTRO, 2006).
A procura por procedimentos estéticos fez crescer a demanda por
materiais mais modernos e técnicas menos invasivas, ou seja, que não necessitam
de preparos dentários agressivos na estrutura dental (HILGERT, 2009). Esse
benefício da manutenção da dentina e esmalte sadio, o conhecimento das técnicas
operatórias e das características dos dentes naturais são fatores que colaboraram
para o desenvolvimento dos laminados cerâmicos (MARSON e KINA, 2010).
No cenário atual da Odontologia, os laminados cerâmicos são uma boa
opção de tratamento por serem estéticos, propiciarem menor desgaste ao tecido
dental e por possuírem longevidade clínica comprovada (PEUMANS et al., 2004;
DUMFAHRT, 1999; CALAMIA e CALAMIA, 2007). Os laminados cerâmicos trazem
características que mimetizam os dentes naturais quando executados com técnicas
adequadas, apresentando, também, biocompatibilidade com o periodonto e o
substrato dentário (FRADEANI, REDEMAGNI e CORRADO, 2005; ARISTIDIS e
DIMITRA, 2002; CHEN, 2005; LAYTON e WALTON, 2007).
Estudos laboratoriais constataram que espessura uniforme de desgaste
do esmalte, mínima quantidade de espaçadores e uma fina camada do material
cimentante diminuem as chances de falhas dos laminados. Essa relação entre
laminado, cimento resinoso e substrato dentário parece ter influência relevante na
distribuição de tensões nesse conjunto devido à contração de polimerização do
cimento resinoso e o coeficiente de expansão térmica dos materiais restauradores,
podendo comprometer o resultado longevo (MAGNE et al., 1999; MAGNE,
VERSLUIS e DOUGLAS, 1999).
16
A longevidade clínica dos laminados cerâmicos é uma das exigências
dos pacientes submetidos a esse tipo de tratamento. A literatura disponível mostra
que os laminados cerâmicos têm boa performance. Os estudos mostram resultados
que variam de 5 a 20 anos de acompanhamento clínico (PEUMANS et al., 2004;
DUMFAHRT, 1999; CALAMIA e CALAMIA, 2007; FRADEANE, REDEMAGNI e
CORRADO, 2005; ARISTIDIS e DIMITRA, 2002; CHEN, 2005; LAYTON e WALTON,
2007). Baseado nesse conceito de longevidade, este estudo teve como objetivo
avaliar a performance clínica dos laminados cerâmicos utilizando a cerâmica IPS
Emax.
17
2. REVISÃO DE LITERATURA
Pincus (1947) foi um clínico ligado ao meio artístico de Beverly Hills e
muito procurado por maquiadores para mascarar os problemas estéticos
relacionados aos dentes de alguns astros do cinema. O autor desenvolveu uma
técnica que pode ser considerada a precursora das facetas laminadas. Os dentes
perdidos ou esteticamente comprometidos eram recobertos por uma faceta de
acrílico ou porcelana, de forma provisória, sem nenhum preparo dental e fixada
através de um pó, que limitava a utilização a apenas algumas horas.
Entre os anos de 1955 e 1963, ocorreram grandes avanços na
Odontologia, como o condicionamento dental e o desenvolvimento da molécula BISGMA, através de Buonocore e Bowen, possibilitando a união efetiva entre resinas,
dentes e cerâmicas.
Roberts (1983) avaliou clinicamente o desempenho de restaurações
estéticas em caninos, incisivos centrais e incisivos laterais superiores, utilizando o
sistema Mastique (Caulk-Dentsplay). Foram cimentadas 175 restaurações, em 49
pacientes. Após dois anos, a maioria das falhas ocorreu em caninos (40%), seguida
pelos incisivos centrais (40%) e pelos incisivos laterais (16%), nos primeiros seis
meses (56%). O autor atribuiu as falhas à precária adaptação e deterioração das
restaurações.
Horn (1983) relatou que a faceta de porcelana é um tratamento
indicado para mascarar descolorações, fraturas, irregularidades e diastemas. As
vantagens dos laminados cerâmicos em relação às facetas de resina compostas pela
técnica direta são: menor manchamento, resistência a efeitos deletérios do álcool,
medicações e solventes, e maior efetividade de adesão.
Calamia (1985) defendeu um preparo conservador de 0,5mm de
profundidade, com leve chanfrado em esmalte e uma redução de 0,5mm de
desgaste incisal.
18
Highton, Caputo e Matyas (1979) mostraram uma classificação para os
preparos de facetas laminadas de porcelana: facetas confeccionadas sobre dentes
sem que estes sofram algum preparo, em dentes com leve redução de esmalte, com
redução de esmalte vestibular, proximal, gengival e incisal. Considerando a última
categoria como mais utilizada e aceita por diversos autores, indicando uma redução
de 0,5 mm na face vestibular e proximal, de 0,5mm a 1,5mm na superfície incisal e o
término do preparo num pequeno chanfro.
Weinberg (1989) relatou que uma das mais populares técnicas para
restaurações de dentes anteriores é a faceta laminada, observando que, para o
sucesso total, deve se iniciar com um preparo correto. Para redução controlada do
preparo, o autor propôs o uso de uma matriz que reproduz o dente não preparado,
ou o enceramento diagnóstico realizado sobre o modelo de estudo, quando este se
faz necessário.
Sheets e Taniguchi (1990) defenderam um preparo intra-esmalte bem
definido, para melhor adaptação da faceta. Para esses autores, as margens do
preparo devem ser polidas, e a parte interna é mantida áspera para obter uma
máxima força de adesão.
Lang (1992) relatou uma redução dentinária entre 0,5mm e 0,75mm na
região vestibular. O preparo da cobertura incisal tem a finalidade de aumentar a
resistência da faceta, e é realizado de 1,0 mm a 1,5mm na incisal, estendendo à
lingual, sem haver ângulos agudos. Caso não haja redução incisal, é importante que
a espessura da porcelana, nessa região, seja suficiente para que não ocorram
fraturas.
Brasil et al., (1993) comentaram as vantagens do preparo dos dentes
para receber facetas de porcelana, que são: aumentar ou diminuir o sobrecontorno
dos dentes, aumentar a força de união do cimento resinoso ao esmalte preparado e
mascarar manchas ou descolorações.
19
Belser (1997) descreveu preparos para facetas indiretas como sendo
suaves, sem ângulos agudos, com recobrimento tipo overlap e chanfrado linguais
(quando necessário o recobrimento incisal) e desgastes proximais mais extensos.
Avaliaram ainda que preparos com essas características distribuíram melhor o
estresse em estudo de fotoelasticidade.
Fradeani (1998), avaliou o comportamento clínico dos laminados
cerâmicos confeccionados pelo sistema Empress, num período de seis anos. Para o
estudo, foram confeccionadas 83 laminados, em 21 pacientes. Fatores como:
descoloração marginal, cor, presença de cáries e integridade marginal foram
considerados. Para essa avaliação, apenas um laminado obteve insucesso,
correspondendo a uma taxa de sobrevivência de 98,8% dos casos analisados.
Peumans et al., (1998) avaliaram a performance clínica dos laminados
cerâmicos confeccionados com cerâmica feldspática, num período de cinco anos.
Para esse estudo, os autores confeccionaram 87 laminados nos dentes anteriores,
em 25 pacientes, com idade de 19 a 69 anos. Os procedimentos clínicos foram
executados por um operador. Na reavaliação dos laminados, 93% estavam em
condições satisfatórias e não precisaram de intervenções, os 7% dos demais casos
não estavam aceitáveis por apresentarem cárie, laminado fraturado e reação de
hipersensibilidade. Concluíram que o laminado cerâmico é um procedimento estético
e conservador para dentes descoloridos e mal formados.
Magne et al., (1999a), num estudo laboratorial, constataram que a
espessura uniforme de desgaste do esmalte, mínima quantidade de espaçadores e
uma fina camada de cimento resinoso diminuem as chances de falhas dos
laminados.
Magne, Versluis e Douglas, (1999) corroborando com o estudo
supracitado, demonstraram que, em relação ao laminado, cimento resinoso e
substrato dentário parecem ter uma influência relevante na distribuição de tensões
em laminados de porcelana devido à contração de polimerização do cimento
resinoso e o coeficiente de expansão térmica dos materiais restauradores.
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Dumfahrt, (1999) avaliou a performance clínica dos laminados,
utilizando cerâmica feldspática, num período de 10 anos. Esse estudo foi dividido
em três partes. Na primeira parte do estudo, foram avaliados passo a passo os
procedimentos clínicos. Foram confeccionados 205 laminados, 117, em maxila, e 88,
em mandíbula, em 72 pacientes, e o autor concluiu que o conceito do tratamento
com laminados cerâmicos é estético e conservador, constando também, que os
procedimentos de cimentação e acabamento, consomem muito tempo clínico.
Peumans et al., (2000) fizeram uma revisão de literatura e observaram
que os laminados cerâmicos cimentados ao dente, especialmente em esmalte,
foiram satisfatórios, características, como a manutenção da estética a médio e longo
prazo, foram excelentes, a satisfação do paciente foi alta e não houve efeitos
adversos na saúde gengival em pacientes com uma boa higiene oral. Apesar de
algumas deficiências não houve impacto direto sobre o sucesso clínico dos
laminados a médio prazo, porém a sua influência sobre o desempenho clínico a
longo prazo ainda é restrita, o que demostra a necessidade de mais estudos.
Aristidis e Dimitra, (2002) avaliaram a performance clínica dos
laminados cerâmicos com cerâmica feldspática, contendo 15% de óxido de alumina,
(Ceramco), num período de 5 anos. Para esse estudo foram confeccionados 86
laminados, em 61 pacientes, com idade entre 18 e 70 anos e os procedimentos
foram executados por um único operador. Após o período de 5 anos, foi avaliada de
acordo com os critérios USPHS. Os autores concluíram que o tratamento com
laminados cerâmicos é um procedimento conservador e estético para os dentes
anteriores, 98,4 % foram avaliados como clinicamente aceitáveis.
Magne (2003) definiu que a ferramenta mais simples e importante na
redução do esmalte é a guia de silicone proveniente do enceramento diagnóstico, e é
aconselhável uma redução inciso-axial de 0,7mm, 0,5 mm, na região cervical e
1,5mm, em região incisal. O envelopamento palatino pode ser parcial, com desgaste
em 45 graus ou total, com desgaste em 90 graus.
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Andrade e Romanini (2004) concluíram que a utilização de laminados
cerâmicos na dentição anterior é um procedimento consolidado na literatura
científica, porém o correto e cuidadoso planejamento e conhecimento dos materiais e
técnicas são fundamenteis para o resultado final.
Peumans et al., (2004) fizeram uma avaliação clínica de laminados
cerâmicos confeccionados com cerâmica feldspática, durante 10 anos Esse estudo
foi conduzido por um único operador para a confecção dos preparos, realizando 87
laminados, em 25 pacientes. Todas as restaurações foram avaliadas depois de 5
anos, em 10 anos, 93% dessas restaurações foram avaliadas. Os autores
constataram que o procedimento de laminados cerâmicos é efetivo e preserva mais
a estrutura do dente, constatando também, que a oclusão, o desenho do preparo,
presença de restaurações antigas e o adesivo usado para unir o laminado ao dente
contribuem para a performance clínica ao longo do tempo.
Chen et al. (2005) avaliaram 546 laminados cerâmicos confeccionados
com cerâmica (Cerinate) e cimentados em dentes manchados com tetraciclina, por
questões estéticas. Os laminados foram reavaliados num período de 6, 18 e 30
meses após a cimentação, de acordo com o critério USPHS. Os autores concluíram
que 99% dos laminados obtiveram excelente adaptação marginal, e em 1% dos
casos, houve o deslocamento do laminado. Assim concluíram que o laminado
cerâmico é uma excelente alternativa para o tratamento estético de dentes com
manchas de tetraciclina.
Fradeani, Redemagni e Corrado (2005) avaliaram a performance clínica
de laminados cerâmicos confeccionados pelo sistema Empress I, num período de até
12 anos. Para isso, 182 laminados foram confeccionados para 46 pacientes, e vários
critérios de avaliação de desempenho clínico foram considerados, como
descoloração marginal, textura superficial e cor. Após o período de função na boca,
os pacientes foram avaliados, e constatou-se que a taxa de sobrevivência foi de
94,4%, concluindo-se assim, que a taxa de falha é muito baixa, e quando cimentada
com a técnica preconizada, parece ser uma excelente opção de tratamento.
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Os autores, Clavijo (2007), Fradeani,
Redemagni e Corrado (2005),
Magne e Belser (2004), Belser (1997) e Gomes et al., (2004) descreveram que o
correto planejamento, realizado juntamente entre clínico e técnico em prótese dental,
seguido de fotografias, modelos de estudos, confecção de ensaio diagnóstico, guias
de redução dental entre outros são essenciais para que haja um resultado final
totalmente satisfatório.
Layton e Walton (2007) avaliaram a performance clínica de 304
laminados cerâmicos confeccionados com cerâmica feldspática, em 100 pacientes,
por um período de 16 anos. Concluíram que os laminados, quando ligados ao
esmalte, oferecem uma restauração previsível a longo prazo, com baixa taxa de
falhas.
Calamia e Calamia (2007) fizeram uma avaliação de performance
clínica de 25 anos com laminados cerâmicos, discutindo as falhas que podem
ocorrer, se não é dada atenção a alguns detalhes, como por exemplo: planejamento;
preparação, preservação de esmalte, seleção adequada de materiais cerâmicos,
seleção adequada dos materiais e dos métodos de cimentação das restaurações,
bom acabamento e polimento das restaurações e planejamento adequado para a
manutenção contínua das restaurações, que são questões importantes para o
sucesso clínico longitudinal.
Katoh et al (2009) fizeram o acompanhamento periódico de laminados
cerâmicos, por 20 anos, de um paciente com dentes manchados por tetracilcina. Os
autores concluíram que os laminados cerâmicos podem ser utilizados num período
de 20 anos, porém, devido ao envelhecimento natural, houve recessões gengivais e
a re-exposição da superfície do dente, por isso, consideraram que se deve ter
atenção com o tipo de material que será escolhido para a restauração.
Granell-Ruiz et al (2010) avaliaram em seu estudo 323 laminados
cerâmicos, confeccionados pelo sistema Empress, num período de 3 a 11 anos, em
pacientes de 18 a 74 anos. Os autores constataram que em 7.7% dos casos houve
recessão gengival; 21.6%, com sangramento na sondagem; presença de cárie e
23
hipersensibilidade, em 3.1% dos casos; em 98%, foi constatado integridade marginal;
pigmentação marginal, em 39,3% dos casos; e fraturas em 4%; deslocamento do
laminado em 9% dos casos. Os autores concluíram que o tratamento com laminados
cerâmicos é considerado uma opção de tratamento previsível que oferece excelentes
resultados.
24
3. PROPOSIÇÃO
A proposição do presente trabalho foi:
Avaliar a performance clínica dos laminados cerâmicos no período baseline, de 6 e
12 meses, através de avaliação clínica, seguindo os critérios de Ryge (1981),
modificados do Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos (USPHS) que consiste
em avaliar: Sensibilidade pós operatória, reincidência de cárie, reprodução de cor,
descoloramento marginal, integridade marginal, fratura do dente, fratura da
restauração, textura superficial, contorno axial, desgaste oclusal, saúde periodontal e
retenção.
25
4. MATERIAIS E MÉTODOS
Trata-se de um estudo longitudinal acerca da performance clinica dos
laminados cerâmicos. A lista dos materiais utilizados para esta pesquisa está no
Quadro 6 (ANEXO 1).
4.1 CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO CLÍNICA
Este estudo in vivo avaliou a performance clínica do Laminado
Cerâmico confeccionado de IPS E.max (Dissilicato de lítio), em dentes anteriores e
foi aprovado pela Faculdade Ingá, projeto de número 899/1-2011 .
Conforme sugerido pelo Serviço de Saúde Pública dos Estados Unidos
(USPHS), proposto por Ryge (1981), os laminados cerâmicos deste estudo foram
avaliados com o auxilio desse método (USPHS). Características clínicas como:
superfície e cor, forma anatômica e integridade marginal foram avaliadas segundo
critérios clínicos pré-estabelecidos, conforme descrito no QUADRO 2.
Cada critério recebeu escores ALFA (A), BRAVO (B), CHARLIE (C) e
DELTA (D), dispostos em ordem decrescente de aceitabilidade clínica, sendo que
Alfa é o mais satisfatório, e Delta, o mais insatisfatório.
Para essa avaliação foram usados os critérios, que estão descritos no
quadro 3.
26
QUADRO 2. Descrição dos critérios clínicos avaliados e respectivos escores
adaptados de Ryge (1981) Maringá, 2011.
CARACTERÍSTICAS
CLÍNICAS
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
BRILHO E COR
FORMA ANATÔMICA
INTEGRIDADE MARGINAL
ESCORES
SATISFATÓRIO
INSATISFATÓRIO
Reprodução de cor
Alfa (A)
Bravo (B)
Textura superficial
Alfa (A)
Bravo (B), Charlie (C)
Contorno axial
Alfa (A), Bravo (B)
Charlie (C), Delta (D)
Desgaste oclusal
Alfa (A)
Bravo (B)
Saúde periodontal
Alfa (A)
Bravo (B)
Fratura do laminado
Alfa (A)
Bravo (B)
Fratura do dente
Alfa (A)
Bravo (B)
Integridade marginal
Alfa (A), Bravo (B)
Charlie (C), Delta (D)
Descoloração marginal
Alfa (A), Bravo (B)
Charlie (C), Delta (D)
Sensibilidade pós-operatória
Alfa (A)
Bravo (B)
Incidência de cárie
Alfa (A)
Bravo (B)
Retenção
Alfa (A)
Bravo (B)
QUADRO 3. Descrição dos critérios clínicos considerados e suas especificações
para o presente estudo. Maringá, 2011.
CARACTERÍSTIC
AS CLÍNICAS
CRITÉRIOS DE
AVALIAÇÃO
ESCORES
Foram Registradas a estabilidade da cor da restauração em função do
tempo
Foram Registradas a compatibilidade de brilho da restauração com o
Textura superficial
esmalte adjacente e sua manutenção ao longo do tempo.
Foram Registradas a presença de uma continuidade na forma da
Contorno axial
restauração com a do dente.
Foram Registradas qualquer evidência de contatos oclusais préDesgaste oclusal
maturos nos dentes restaurados com laminados.
Reprodução de cor
BRILHO E COR
FORMA
ANATÔMICA
INTEGRIDADE
MARGINAL
Saúde periodontal
Foram Registradas a manutenção da saúde periodontal.
Fratura do
laminado
Foram Registradas se houve fratura de algum laminado.
Fratura do dente
Foram Registradas se houve fratura de algum dente.
Integridade
Foram Registradas evidências de fendas ao longo da margem da
marginal
restauração.
Descoloração Foram registradas mudanças de opacidade na margem da restauração
marginal
ou outras evidências clínicas de microinfiltração.
Sensibilidade pós- Foram Registradas a presença de sensibilidade estimulada por leves
operatória
jatos de ar.
Incidência de cárie Foram Registradas a presença de cárie nas margens das restaurações.
Retenção
Foram Registradas a retenção da restauração.
27
4.2 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO CLÍNICA
Os critérios de reprodução de cor, textura superficial, contorno axial,
desgaste oclusão, saúde periodontal, fratura do laminado, fratura do dente,
integridade marginal, descoloração marginal, sensibilidade pós-operatória, incidência
de cárie e retenção foram avaliados em inspeção visual e tátil, sob iluminação da luz
do refletor, com auxílio de um espelho odontológico plano nº. 5 (SS WHITE DUFLEX,
Rio de Janeiro, Brasil), uma sonda exploradora nº. 5 (SS WHITE DUFLEX, Rio de
Janeiro, Brasil), fitas de papel carbono (AccuFilm, Parkell, Edgewood, EUA) e sonda
periodontal milimetrada (Hu friedy, Rio de Janeiro, Brasil).
Inicialmente, dois avaliadores fizeram as avaliações de forma
independente, através de teste cego e, nos casos de discordância, os avaliadores
discutiram até chegarem a um consenso. Para padronizar a avaliação dos critérios
clínicos previamente estabelecidos, os examinadores foram calibrados através da
observação de um formulário contendo fotografias digitais coloridas, com aumentos
padronizados 1:1, que representavam os possíveis escores de classificação A, B, C
e D. Para verificar o grau de concordância intra e interexaminadores.
A fim de auxiliar na obtenção dos resultados, para cada restauração, os
examinadores preencheram uma ficha clínica, previamente elaborada pelo
pesquisador (ANEXO 2). Essa ficha foi empregada em todos os períodos de
avaliação e permitiu estabelecer um escore para cada critério clínico avaliado. Foram
realizadas tomadas fotográficas, utilizando-se uma câmera digital Nikon, modelo
D-3000, com lente 105 mm, permitindo documentar a condição clínica pré e pósoperatória e os períodos de avaliação após o tratamento reabilitador: baseline
(inicial), 6 e 12 meses de avaliação
Quadro 3. Critérios de inclusão e exclusão de participantes do estudo sobre a
performance de laminados cerâmicos, Maringá, 2011.
28
Inclusão
Exclusão
Paciente com idade entre 20 e 80 anos e Paciente impossibilitado de comparecer
tempo disponível para participar da
às consultas de reavaliação;
pesquisa;
Consentimento por escrito de
participação voluntária e esclarecida na
pesquisa (Anexo 3);
Gravidez e fumantes;
Paciente com higiene bucal satisfatória e Paciente debilitado física ou
apresentando, pelo menos, 20 dentes em mentalmente;
oclusão;
Paciente com necessidades estéticas,
seja por descoloração e má formação do
dente, ou não aceitação da condição
estética em que o sorriso se
apresentava.
Paciente com hábito parafuncional,
erosão dental, ou ambos;
Paciente em tratamento clareador dos
dentes, ortodôntico.
Para este estudo, foram confeccionados 63 laminados cerâmicos, com
base no exame clínico e radiográfico inicial. Não foi restrita a quantidade de
laminados por paciente. Em numero de 40, sendo 6 do sexo masculino e 34 do sexo
feminino. A idade dos pacientes variou de 23 a 72 anos. Os 63 laminados foram
confeccionados de julho de 2009 a março de 2010, selecionados com base nos itens
de inclusão e exclusão, listados no QUADRO 3. A distribuição da idade dos
pacientes envolvidos está descrita no Quadro 5, e a distribuição dos dentes
envolvidos está descrita no quadro 6.
Os dentes foram escolhidos de acordo com a condição presente na boca
de cada paciente, como por exemplo: descoloração branda (quando o clareamento
interno não obteve bom prognóstico) descoloração moderada, defeitos em esmalte
ou por motivo estético relacionado à aceitação do paciente frente à condição estética
do seu sorriso.
Quadro 4. Distribuição da idade dos pacientes participantes do estudo sobre a
performance de laminados cerâmicos, Maringá, 2011.
29
Idade
Homem
Mulher
Total
21-30
1
7
8
31-40
4
19
23
41-50
1
4
5
51-60
0
2
2
61-80
0
2
2
Total
6
34
40
Quadro 5. Distribuição dos dentes envolvidos dos participantes do estudo sobre a
performance de laminados cerâmicos, Maringá, 2011.
Dente
Maxila
Mandíbula
Total
Incisivo Central
29
0
29
Incisivo Lateral
22
0
22
Canino
12
0
12
Pré-molar
0
0
0
Total
63
0
63
4.3. PROTOCOLO RESTAURADOR
Para a realização dos laminados cerâmicos foram previamente
selecionados os dentes anteriores, superiores e inferiores, de canino a canino.
Foram realizadas, em clínica particular por 2 operadores graduados em Odontologia,
especialistas em prótese ou dentística, seguindo um protocolo clínico previamente
estabelecido.
30
Inicialmente, realizou-se a profilaxia do quadrante a ser restaurado, com
pedra-pomes e água, aplicados com uma escova robson em baixa velocidade. Os
contatos oclusais foram demarcados com auxílio de fitas de papel carbono
(AccuFilm, Parkell, Edgewood, EUA), e a anestesia do local foi obtida com injeção de
mepivacaína 2% e epinefrina (DFL, Rio de Janeiro, Brasil).
4.3.1 Enceramento diagnóstico
Os dentes foram preparados de acordo com a técnica do protocolo de
laminados cerâmicos (MAGNE, 1999), e para tanto, antes de serem iniciados todos
os casos, foi confeccionado em laboratório, o enceramento diagnóstico (Laboratório
Aliança de Prótese Odontológica, São Paulo, SP, Brasil),
Antes de serem iniciados os procedimentos de preparação dental, foi
realizada para os 59 laminados, uma simulação do resultado final, em resina acrílica,
Afim de se obter a aprovação pelo paciente da continuação dos procedimentos
subsequentes. Essa técnica conhecida como mock-up, consiste em realizar uma
moldagem, em silicone de condensação (Zetalabor, Zhermack, Italia), do
enceramento diagnóstico. Após a remoção dessa muralha em silicone, foi preenchido
com resina acrilica (Duralay 62, Reliance Dental, EUA) e posicionado sob os dentes
do paciente que foram submetidos ao tratamento. Depois da polimerização da resina
acrilica removeram-se os excessos, seguida de acabamento com ponta abrasiva de
granulação fina para provisório (Exa Technique Amarela, Edenta, Suiça) que foi
mostrado ao paciente afim de que aprovasse ou não a nova forma dos dentes
FIG. 1 e 2 Situação clínica inicial.
Verificação dos espaços durante a preparação dental, com guia de silicone.
31
FIG. 3 e 4. Fio de afastamento para moldagem Inserido. Laminados cerâmicos sob
espelho.
FIG. 5 e 6. Situação clínica final com afastamento labial e fundo de contraste. Visão
frontal do sorriso pós tratamento.
Os 39 pacientes aprovaram na primeira demonstração do resultado final
com a resina acrílica, em boca. Esses pacientes visualizaram o enceramento
diagnóstico antes de se iniciar o tratamento. Entretanto, em 1 paciente com 4
laminados, onde os dentes se apresentavam vestibularizados, foi possível para o
enceramento diagnóstico remover volume dos dentes, afim de se melhorar a
composição estética do novo sorriso. Nesse sentido, não foi possível realizar o
mock-up para que o paciente aprovasse, sendo necessário desgastar os dentes
para, então, fazer o mock-up.
32
4.3.2 Preparo dental
Como padrão adotado para o estudo, em nenhum dos 63 laminados
realizados foi feito endodontia, nem tampouco, foi colocado a pino intra-canal. Foi
utilizado fio de afastamento gengival (Ultrapack 000, Ultradent, EUA), para não lesar
a gengiva, no momento da preparação com as pontas diamantadas. Elas foram
utilizadas com formato tronco cônico de extremo arredondado com as seguintes
numerações: 3131, 4137, 2133, 4138 e 2135 (KG Sorensen, Brasil) e em diferentes
granulações (fina e extrafina).
Para o término cervical, foi realizado um chanfro, de 0,3 a 0,8 mm, e a
redução incisal esteve presente nos 23 dos 63 laminados, variando de 1 a 1,5 mm.
Dependendo da existência de restaurações classe III, os preparos se estenderam
para a proximal, sendo avaliada a condição em que se apresentavam, e quando
necessárias, foram trocadas por novas restaurações, ou até mesmo, foram
removidas para que houvesse apenas uma interface entre o dente/laminado. Para o
preparo de 23 laminados, foi rompido o ponto de contato com ponta diamantada, em
forma de ponta de lápis, entretanto, para 40 laminados, o ponto de contato foi
rompido com lixa metálica, de granulação grossa, sendo que os ângulos do preparo
foram arredondados com disco de lixa (Soft-lex Pop-On, 3M ESPE, EUA) e ponta de
polimento, de diferentes granulações (Jiffy Polisher Verde, amarela e branca,
Ultradent, EUA)
Após o termino dos preparos, foi utilizado um recortador de esmalte, com
a forma semelhante às pontas diamantadas com formato tronco cônico de extremo
arredondado (MA2, Safident, Cosmedent, EUA), para remover possíveis espículas
de esmalte e melhorar a lisura superficial. Em 5 dentes, onde houve exposição de
dentina, foi aplicado adesivo para o selamento e proteção do complexo dentinopulpar (Clearfil SE bond, Kuraray, Japão). A escolha de cor, tanto do substrato
quanto dos dentes hígidos, foi executada com o auxilio de escala de cor (Vita-Pan
3D master, Vita Zahnfabrik, Alemanha).
33
4.3.3 Moldagens
As moldagens dos laminados foram realizadas com silicone de adição
(Aquasil, Dentsply, EUA). A técnica de moldagem utilizada foi executada em passo
único, porém, antes, foi realizada uma inspeção da profundidade do sulco gengival,
com sonda milimetrada (Hu-Friedy, EUA), para determinar qual fio afastador seria
escolhido (Ultrapack 000, 00 e 0, Ultradent, EUA).
Foi utilizada a técnica do fio duplo no sulco gengival, para os 19
laminados, com os fios 000, 00 ou 0, dependendo da profundidade de sondagem,
foram selecionados dois fios, um de calibre maior que o outro. No entanto para 44
laminados, foi utilizado fio único no sulco gengival, pois os preparos se restringiram
supra gengival. Após moldagem dos preparos, foram confeccionados provisórios em
resina acrílica, com a cor semelhante aos dentes de cada paciente (Duralay,
Reliance Dental, EUA), com o auxilio da moldagem feita previamente, a partir do
enceramento.
Os pacientes aguardaram o tempo de aproximadamente 10 a 15 dias para
a cimentação dos laminados cerâmicos, que foram confeccionadas no laboratório
Aliança Prótese Odontológica, São Paulo, SP, Brasil. A cerâmica escolhida foi a IPS
E.max (dissilicato de lítio, Ivoclar Vivadent, Liechtenstein).
4.3.4 Cimentação dos laminados
Neste trabalho foi realizado o protocolo recomendado para a cimentação
adesiva dos laminados cerâmicos, que pode ser dividido em tres etapas: 1) preparo
do substrato dentinário, que consiste em condicionamento com ácido fosfórico a 37%
no substrato, seguido de aplicação do sistema adesivo de frasco único (REIS et al,
2003); 2) preparo do laminado cerâmico, que consiste em condicionar com ácido
fluorídrico a 10% por 20 segundos o interior dos laminados, limpeza dos preciptados
34
em cuba ultrassônica com álcool, seguido de silanização e aplicação do sistema
adesivo (GOMES; 1996), e 3) a cimentação do laminado ao dente.
4.3.4.1 Preparo do laminado cerâmico
Para o preparo dos laminados, foi utilizado o ácido Fluorídrico 10%
(Condicionador de porcelana, Angelus, Brasil) por 20 segundos, no interior de cada
laminado, que foi lavado, e colocado em cuba ultra-sônica (Lavadora Ultra-sônica,
Odontobrás, Brasil), no álcool, por 5 minutos (Álcool isopropílico 70%, Rioquimica,
Brasil), para a limpeza dos precipitados formada pelo ácido fluorídrico. Depois de
lavado e seco para a aplicação do agente silanizador (Silano, Dentsply, EUA), foi
aquecido com secador de cabelo (Secador Compact, Arno, Brasil) para otimizar as
propriedades adesivas. Posteriormente a isso, foi aplicada uma fina camada de
adesivo (Single Bond 2, 3M ESPE, EUA) e removidos os excessos de solvente com
suave jato de ar. Em sequência o laminado, não foi polimerizado, sendo reservado
no casulo de acrílico laranja para proteção da luz (Ivoclar Vivadent, Alemanha).
4.3.4.2 Preparo do substrato dentário
Para o preparo dos dentes, usou-se ácido fosfórico 10% (Acid Gel,
Villevie, Brasil) por 15 a 30 segundos, que foi lavado, e secado, sendo removidos os
excessos com papel absorvente (Papel Melitta, Brasil), seguiu-se de aplicação de
adesivo (Single Bond 2, 3M ESPE, EUA), e removeram os excessos para a
evaporação do solvente com suaves jatos de ar. Após essa etapa, o substrato
dentário não foi polimerizado.
4.3.4.3 Cimentação do laminado cerâmico
35
Para a etapa de cimentação, os dentes adjacentes ao dente que recebeu
o laminado foram protegidos com fita de teflon (Veda-rosca, Tigre). O cimento de
escolha foi o cimento resinoso adesivo (Rely-X ARC, 3M ESPE, EUA), somente a
base polimerizável, sem misturar com a porção catalisadora, aplicado no interior do
laminado e posicionado diretamente no preparo com pressão digital. Sendo os
excessos removidos com pincel de ponta chata (Pincel 01, Cosmedent, EUA). Foi
cimentado um laminado por vez, iniciando-se pelo incisivo central.
Os laminados foram polimerizados com fotopolimerizador (Radii-Cal, SDI,
EUA) até a completa cura do cimento, por 60 segundos na face vestibular e 60
segundos na face palatina, a uma distância aproximada de 1 centímetro do
laminado, com 1200mW/cm2 a intensidade do fotopolimerizador, sendo utilizado o
radiômetro incluso no aparelho para aferir a intensidade da luz. Após a
polimerização, foi aplicado glicerina (KY, johnson & johnson, EUA)
na interface
dente/laminado para inibição do oxigênio, e os excessos do cimento polimerizado
foram removidos com lâmina de bisturi número 12. Ao terminar a etapa de
cimentação, seguiram as etapas de ajuste oclusal.
4.4 PERÍODO DE AVALIAÇÃO
Antes de iniciar cada avaliação, foi realizada profilaxia do dente
restaurado, com pasta profilática, aplicada com uma escova do tipo Robson, e fio
dental, na região interproximal. Para a avaliação da sensibilidade pós-operatória, os
examinadores aplicaram um suave jato de ar, com a seringa tríplice, em direção à
região restaurada, a uma distância aproximada de 1 cm, durante 10 segundos. As
demais inspeções foram verificadas com auxílio de fotografia e sonda exploradora
número 5. As restaurações foram avaliadas em 3 períodos de tempo distintos
(baseline, 6 meses e 12 meses).
1a avaliação – avaliação inicial (baseline), realizada até 72h, após o término da
cimentação.
2a avaliação - realizada 6 meses após o término da cimentação
3a avaliação - realizada 12 meses após o término da cimentação
36
4.5 TRATAMENTO ESTATÍSTICO
O interesse principal da pesquisa consistiu em avaliar a performance
clínica dos laminados cerâmicos ao longo de 12 meses. A amostra final foi composta
por 63 dentes restaurados e analisados em 3 períodos distintos (baseline, 6 meses e
12 meses).
Para avaliar os critérios: estabilidade da cor, brilho da superfície, desgaste
oclusal, contato interproximal, saúde periodontal, fratura do material restaurador,
adaptação marginal, descoloração marginal, recidiva de cárie e sensibilidade pósoperatória, considerou-se o percentual de restaurações que apresentaram escore
ALFA (A) nos 3 períodos de avaliação (baseline, 6 e 12 meses). Para verificar o nível
de significância estatística quando se observou alteração na porcentagem de escore
ALFA, ao longo de 12 meses, utilizou-se o modelo estatístico de regressão logística
binária, através do teste de Wald para tendência e através do SPSS, versão 11.5
para Windows, adotando o nível de 5% de significância.
37
5. RESULTADOS
Como se observa na TAB. 1, nenhuma restauração foi excluída da
pesquisa, ficando a amostra final constituída por 63 restaurações, para cada período
avaliado.
A TAB.1 Distribuição dos grupos utilizados na avaliação e a frequência das amostras
nos respectivos períodos de tempo avaliados. Maringá, 2011.
GRUPOS (Período)
Amostra inicial
(restaurações
realizadas)
Restaurações
excluídas
Amostra final
(restaurações
válidas)
Inicial (baseline)
63
0
63
Após 6 meses
63
0
63
Após 12 meses
63
0
63
Vale ressaltar que, neste estudo, em alguns critérios avaliados não foi
necessário utilizar todos os escores propostos para representar as diferentes
situações clínicas encontradas. A TAB. 2 apresenta a frequência dos escores obtidos
em cada período de avaliação, em relação ao total de 63 restaurações avaliadas. Ao
longo de 12 meses, os escores, ALFA, BRAVO, CHARLIE e DELTA foram
registrados sendo alta a predominância de escore ALFA.
Também, para parte dos critérios clínicos analisados: Reprodução de cor,
Textura superficial, Desgaste oclusal, Saúde periodontal, Fratura do laminado,
Fratura do dente, Incidência de cárie e Retenção, não houve alteração na
porcentagem de ALFA nas três avaliações realizadas, ou seja, o percentual de ALFA
se manteve em 100% desde o baseline até 12 meses de avaliação. Assim, não foi
necessário, aplicar o teste de Wald.
Foi observado que, no período baseline, 82,5% dos pacientes obtiveram
resultados em relação à sensibilidade ALFA, enquanto que, em apenas 17,5% foi
encontrado escore encontrados BRAVO. Entretanto, nos demais períodos, a
sensibilidade pós-operatória desapareceu.
38
Tabela 2. Frequência dos escores obtidos em cada período de avaliação, em relação
ao total. Maringá, 2011.
Critérios
Baseline
6 meses
12 meses
A
B
C
D
A
B
C
D
A
B
C
D
Reprodução de cor
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Textura superficial
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Contorno axial
59
1
-
3
59
1
-
3
59
1
-
3
Desgaste oclusal
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Saúde periodontal
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Fratura do laminado 63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Fratura do dente
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Integridade marginal
Descoloração
marginal
Sensibilidade pósoperatória
Incidência de cárie
60
3
-
-
60
3
-
-
60
3
-
-
59
4
-
-
59
2
2
-
59
2
2
-
52
11
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Retenção
63
-
-
-
63
-
-
-
63
-
-
-
Observamos que, nos três períodos, 95,2% dos pacientes receberam
escores em que a descoloração marginal
foi ALFA, enquanto que 6,4%, 3,2% e
3,2% dos períodos Baseline, seis e doze meses, respectivamente, receberam escore
BRAVO, e que apenas 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze meses receberam
escore CHARLIE.
Observamos, que ainda, nos três períodos, 95,2% dos pacientes foram
avaliados em relação à integridade marginal obtendo o escore ALFA, enquanto que
apenas 4,8% receberam o escore BRAVO.
Observamos, que também, nos períodos baseline, seis e doze meses, em
93,6%, 95,2% e 95,2%, dos laminados cerâmicos a avaliação do contorno axial foi
ALFA, enquanto que, em 1,6% nos três período,s os critérios foram BRAVO, e
apenas 4,8%, 3,2% e 3,2% dos períodos seis e doze meses, respectivamente
receberam escore DELTA.
39
Tabela 3 – Período de avaliação, frequência de escore ALFA, porcentagem e
probabilidades do teste de Wald para o estudo da associação entre período de
avaliação e o percentual de escore ALFA. Maringá, 2011.
N0
Critérios
Período
1
Sens pós-oper.
Bas/seis meses/dose meses
Freq. de
Alfa
52/63/63
Porcentagem
P valor
82%/100%/100%
*
2
Reinc. de cárie
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
3
Reprod da cor
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
4
Descol. marginal
Bas/seis meses/dose meses
59/59/59
94%/94%/94%
*
5
Integ. Marginal
Bas/seis meses/dose meses
60/60/60
95%/95%/95%
*
6
Fratura do dente
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
7
Fratura da rest.
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
8
Textura superf.
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
9
Contorno axial
Bas/seis meses/dose meses
59/59/59
94%/94%/94%
0,079
10
Oclusão estres.
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
12
Saúde periodont.
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
12
Retenção
Bas/seis meses/dose meses
63/63/63
100%/100%/100%
*
40
6. DISCUSSÃO
Para avaliar o desempenho clínico dos laminados cerâmicos
confeccionados com IPS E.max (dissilicato de lítio), em dentes anteriores, foram
confeccionadas 63 restaurações, em 40 pacientes, quantidade semelhante aos
trabalhos propostos por Fradeani (1998), em que foram confeccionados 83
laminados, em 21 pacientes. Entretanto, existem trabalhos em que os autores
avaliaram 182 laminados (Fradeani, Redemagni e Corrado; 2005), 304 laminados
cerâmicos (Layton e Walton; 2007), 323 laminados cerâmicos (Granell-Ruiz et al;
2010) e 546 laminados cerâmicos (Chen et al.; 2005), porém estes estudos, com
grande número de laminados cerâmicos realizaram avaliação longitudinal e vários
operadores executaram os procedimentos (Fradeani, Redemagni e Corrado; 2005);
(Granell-Ruiz et al; 2010). Para o presente estudo, 2 operadores realizarão os
procedimentos.
O presente trabalho realizou um estudo não pareado, avaliando apenas
restaurações confeccionadas com a IPS E.max (Ivoclar Vivadent), sem a existência
de grupo controle, similar aos estudos de Peumans et al., (2004), Katoh et al (2009)
e Granell-Ruiz et al (2010) por ser um trabalho de avaliação clínica.
Não existe um padrão de tempo para avaliação dos trabalhos de
performance clínica dos laminados cerâmicos, entretanto, pode-se considerar que
quanto maior o tempo que uma restauração permanecer em função, maior será seu
sucesso clínico. A literatura mostra vários trabalhos em que o tempo de avaliação é
diferente: Fradeani (1998) avaliou os resultados clínicos, acompanhando pacientes
em 6 anos; Peumans et al., (1998) fez sua avaliação em 5 anos; Alguns anos mais
tarde, Peumans et al., (2004) avaliou os resultados de 10 anos dos mesmos
pacientes; Dumfahrt (1999) acompanhou durante 10 anos a performance clínica dos
laminados cerâmicos; Aristidis e Dimitra, (2002) observaram os resultados em 5 anos
de acompanhamento; Chen (2005) por sua vez, durante 30 meses; Fradeani,
Redemagni e Corrado (2005) fizeram o acompanhamento da performance clínica de
12 anos; Layton e Walton (2007) durante 16 anos; Katoh et al (2009) por 20 anos e
41
Calamia e Calamia (2007) acompanhou um caso clínico de 25 anos. Considera-se,
que assim, que quanto mais tempo o material permanecer em função, seja em
ambiente in-vitro ou in-vivo, maior será seu sucesso clínico, no entanto o presente
trabalho fez a avaliação de 1 ano por ser um material recentemente lançado.
Até a presente data de elaboração deste trabalho, não existem trabalhos
clínicos longitudinais da performance de laminados cerâmicos, utilizando o IPS
E.max, no entanto existem outros que avaliaram o sistema Empress I (Granell-Ruiz
et al, 2010; Fradeani, Redemagni e Corrado, 2005 e Fradeani, 1998), sendo que o
sistema Empress II é a evolução do Empress I.
Existem trabalhos in vitro e in vivo sobre fratura de outros tipos de
cerâmicas (Andreasen, Daugaard-Jensen e Munksgaard'; 1991; Piemjai e
Arksornnukit; 2007) preparo ( Magne e Belser; 2004; Magne e Douglas; 1999) e cor
(Sailer, et al, 2007; Chadwick, McCabe e Carrick; 2008) entretanto, o estudo in vitro
não tem o mesmo valor que o estudo in vivo conforme relatou Fradeani (2005),
porque a condição intra-oral não pode ser reproduzida totalmente em laboratório,
estas condições incluem a aplicação de forças múltiplas e intermitentes durante a
mastigação, trituração e apertamento, a exposição constante a um meio úmido e
ambiente rico em bactérias. A alteração brusca de temperatura na ingestão de
líquidos quentes e frios, líquidos ácidos e o processo de escovação são condições
de difícil reprodução em ambiente laboratorial. A avaliação in vivo tem sido a base
fundamental para o estabelecimento de critérios de aceitação dos laminados
cerâmicos, entretanto, antes da validade dos critérios clínicos, os procedimentos
necessitam de comprovação cientifica laboratorial (in vitro) para, então, ter validade
clínica (PEUMANS et al., 2004). Os estudos in vivo podem fornecer uma imagem fiel
da performance clínica dos materiais e técnicas para a realização dos laminados
cerâmicos (FRADEANI, 2005).
No presente estudo, os laminados cerâmicos foram associados a uma
elevada taxa de sobrevivência (100% em 1 ano), comparável com os resultados
relatados em outros estudos sobre performance clínica desses laminados: (91% a
100%) Peumans (1998); Reeh e Ross, (1994); Friedman (1998); Dumfahrt (2000).
42
Outros estudos mostram resultados menos favoráveis, provavelmente relacionados
ao uso inadequado dos procedimentos de cimentação, de acordo com Shaini,
Shortall e Marquis (1997); Dunne (1993). Em comparação com coroas metalocerâmicas, a taxa de sobrevivência foi de 99% após 5 anos e 95% após 11 anos. De
acordo com os resultados obtidos no presente estudo, os laminados cerâmicos são
associados com quase o mesmo risco de perda por fratura de coroas metalocerâmicas, colocados na região anterior, avaliados por outros estudos (MALAMENT
e SOCRANSKY, 1999; LEEMPOEL, ESCHEN e DE HAAN, 1985; FRADEANI e
REDEMAGNI, 2002; PEUMANS ,2004; CALAMIA e CALAMIA, 2007; KATOH et al,
2009; GRANELL-RUIZ et al 2010).
De acordo com Peumans et al., (2004), considera-se que os laminados
cerâmicos devem ser cimentados com a técnica adesiva correta para atingir uma
taxa de sobrevivência alta, o que é comparável aos resultados obtidos com as
coroas tradicionais. O procedimento de cimentação adesiva é comum atualmente
entre os profissionais, sendo a cimentação adesiva dos laminados cerâmicos é
recomendada.
O presente trabalho fez a última avaliação num período de um ano, e os
resultados estatísticos têm pouca diferença da condição baseline, uma vez que 12
meses é pouco tempo para aferir a performance do laminado, entretanto os trabalhos
científicos de avaliação de 5, 6, 10, 12, 16, 20 e 25 anos apresentam diferenças
entre o período baseline e o último período de avaliação. O objetivo do presente
trabalho foi fazer a analise de 12 meses de acompanhamento longitudinal, entretanto
o projeto inicial preconiza a continuidade do acompanhamento clínico nos próximos
anos, para que os resultados obtidos possam ser comparados com os resultados de
trabalhos com mais tempo de longevidade clínica. Entretanto, os estudos que
avaliaram por muitos anos foram realizados com outros tipos de cerâmicas, como no
caso dos trabalhos de Fradeani (2005) e Peumans (2004), sendo que o primeiro
avaliou o sistema IPS Empress I e o segundo, a cerâmica feldspática (GC
Cosmotech Porcelain, GC). No entanto, o critério de avaliação entre os diferentes
tipos de cerâmica foi o mesmo (Critério de Hyge modificado).
43
No presente estudo, os laminados cerâmicos confeccionados com IPS
E.max foram avaliados com base em 12 critérios clínicos em que os percentuais de
escore ALFA, observados em 12 meses, foram de 100% para os critérios:
Reprodução de cor, Textura superficial, Desgaste oclusal, Saúde periodontal, Fratura
do laminado, Fratura do dente, Incidência de cárie e Retenção, entretanto outros
valores foram encontrados para os outros critérios: Sensibilidade Pós-operatória,
Descoloração marginal, Integridade marginal e Contorno axial, (valores variáveis)
Anexo 4.
Foi observado que no período baseline, 82,5% dos pacientes tiveram
sensibilidade, com o escore ALFA, enquanto que apenas 17,5% receberam escore
BRAVO. Entretanto, nos demais períodos, a sensibilidade pós-operatória não foi
relatada, o que pode estar relacionada ao condicionamento com ácido fosfórico em
esmalte e dentina, favorecendo essa sensibilidade e que, pelo processo de
reparação natural da polpa, foi eliminada nas demais avaliações. Esses resultados
estão em consonância com o trabalho de Chen et al. (2002) em que, no período
baseline o escore encontrado foi ALFA em 80% e BRAVO em 20% dos casos. Nos
demais períodos de avaliação, os escores encontrados foram de 100% para ALFA e
0 % para BRAVO. Os valores são diferentes do resultado encontrado por Peumans
et al. (1998) em que 98% tiveram escore ALFA e 2 %, escore BRAVO.
De acordo com Andrade et al,. (2008) e Accorinte., et al (2008), tal valor
encontrado para este trabalho talvez possa ser atribuído ao passo que a
sensibilidade pós-operatória, após a cimentação adesiva, tem diversas causas, entre
elas agressão pulpar prévia causada por infiltração de restaurações pré-existentes,
irrigação e utilização de brocas e pontas diamantadas de forma inadequada,
contaminação bacteriana da dentina pela saliva, aplicação de materiais
odontológicos irritantes e margens insatisfatórias dos provisórios, levando à
solubilidade do cimento temporário
Para o critério de descoloração marginal, foi observado que nos três
períodos 95,2%, os laminados ceramicos receberam o escore ALFA, enquanto que
6,4%, 3,2% e 3,2%, nos períodos Baseline, 6 e 12 meses respectivamente obtiveram
44
o escore BRAVO, e apenas 3,2% e 3,2% nos períodos de 6 e 12 meses
respectivamente o escore CHARLIE. Os valores encontrados diferem do trabalho de
Peumans, et al 1998), em que não houve descoloração marginal dos casos
avaliados. Esses valores foram diferentes dos encontrados por Fradeani (2005) em
que 86.44% eram o escore ALFA e 13.56%, o escore BRAVO, diferentes dos valores
encontrados por Aristidis e Dimitra (2002) em que observaram 100% clinicamente
aceitável. Esse fator pode estar relacionado a algum procedimento realizado na
união dos laminados cerâmicos ao substrato, como pode estar relacionado a
excessos de cimento resinoso e ao hábito de higienização dos pacientes.
Para o critério de integridade marginal, foi observado que, nos três
períodos, 95,2% obtiveram o escore ALFA, enquanto que apenas 4,8% receberam
escore BRAVO. Esses resultados estão em consonância com os trabalhos de
Fradeani, (1998) em que foram encontrados os valores 97,6% para o critério ALFA e
2,4% para o critério BRAVO, entretanto, no estudo de Peumans, et al 1998) os
valores observados são diferentes dos encontrados neste estudo, em que os valores
obtidos foram de 100% para aceitável clinicamente. Os resultados obtidos para esse
critério parecem estar relacionados ao fato de os preparos estarem em tecido
dentinário, o que fatalmente prejudica o protocolo de cimentação adesiva , podendo
levar à diminuição da longevidade clínica corroborando com os resultados obtidos
por Fradeani, (1998). De acordo com Andrade et al,. (2008), outro fator que pode
levar a diminuição da resistência adesiva em preparos posicionados em dentina é a
contaminação dessa dentina com a saliva, o material de moldagem, a resina para
provisório e o cimento de fixação temporária. Os provisórios, por melhor adaptados
que sejam, não selam totalmente a dentina, consequentemente, a solubilidade do
cimento altera o tecido dentinário durante essa fase, influenciando negativamente a
resistência de união.
Notou-se que nos períodos baseline, seis e doze meses, os resultados
foram igualmente de 93,6%, e foi avaliado que o contorno axial foi ALFA, enquanto
que, em 1,6%, nos três períodos os critérios foram BRAVO, sendo apenas 4,8% para
o escore DELTA. Esses valores parecem estar relacionados ao fato de que, para se
45
obter um resultado estético favorável, alguns laminados tiveram que ter um perfil de
emergência mais acentuado, para que fechassem os espaços interproximais.
Além das satisfatórias propriedades físicas e mecânicas do laminado
cerâmico confeccionado pelo sistema IPS E.max, a correta indicação do material
aliada à motivação dos pacientes quanto à higiene bucal, mantida satisfatória ao
longo do tempo, contribuíram para os bons resultados obtidos no presente estudo,
corroborando com Fradeani (1998), o qual afirmou que um preparo correto e
cimentação adequada, aliados às condições de higiene do paciente, também influem
na longevidade do tratamento restaurador (PEUMANS et al., 2004).
Conforme enfatizou Calamia e Calamia (2007), as avaliações clínicas
longitudinais são testes para aprovação definitiva do material, pois nessas situações
o laminado cerâmico é exposto a todas as variações presentes no meio bucal que
podem influenciar a longevidade do material restaurador. Os resultados de Layton e
Walton (2007) foram semelhantes a o desempenho clínico dos laminados cerâmicos
do presente estudo. Este estudo mostrou uma taxa de sobrevivência de 100% para
os laminados cerâmicos confeccionados.
46
7. CONCLUSÃO
Com base nos critérios avaliados neste estudo, pode-se concluir que:
• Para os critérios clinicos avaliados, os laminados cerâmicos confeccionados com a
cerâmica IPS E.max apresentaram excelentes resultados em 12 meses de
acompanhamento clínico;
• São altamente estéticos e mimetizam perfeitamente as características naturais dos
dentes.
47
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53
ANEXOS
54
Lista de Materiais
ANEXO 1. quadro 6. Lista de materiais
Descrição
Produto
Marca
Nome comercial
Origem
Enceramento diagnóstico
Laboratório Aliança
Enceramento diagnóstico
Brasil
Afastamento gengival
Ultradent
Ultrapack 000, 00 e 0
EUA
Ponta de polimento
ultradent
Jiffy Polisher Verde, amarelo e branco
EUA
Pontas diamantadas
KG Sorensen
3131, 4137, 2133, 4138 e 2135,
Brasil
Disco de lixa
3M ESPE
Soft-lex Pop-On
EUA
Recortador de margem
gengival
Safident
MA2
EUA
Adesivo Self-etching
Kuraray
Clearfil SE bond
Japão
Escala de cor
Vita Zahnfabrik
Vita-Pan 3D master
Alemanha
Silicone de adição
Dentsply
3M ESPE
Aquasil
Express XT
EUA
3M ESPE
Express STD
Sonda
Hu-Friedy
Sonda Milimetrada
EUA
Resina acrílica
Reliance Dental
Duralay
EUA
Serviço protético
Laboratório Aliança
Laminados cerâmicos
Brasil
Laminados cerâmicos
Ivoclar Vivadent
IPS E.max Press dissilicato de lítio
Liechtenstein
Acido Fluorídrico 10%
Angelus
Condicionador de porcelana
Brasil
Cuba ultra-sônica
Odontobrás
Lavadora Ultra-sônica
Brasil
Álcool
Rioquimica
Álcool isopropílico 70%
Brasil
Agente silanizador
Dentsply
Silano
EUA
Secador de cabelo
Arno
Secador Compact
Brasil
Adesivo dentinário
3M ESPE
Single Bond 2
EUA
Acido fosfórico 10%
Villevie
Acid Gel
Brasil
papel absorvente
Melitta
Papel Melitta
Brasil
Fita de teflon
Tigre
Veda-rosca
Brasil
Cimento resinoso adesivo
3M ESPE
Rely-X ARC
EUA
Pincel
Cosmedent
Pincel 01
EUA
Fotopolimerizador
SDI
Radii-Cal
Australia
Gel de glicerina
johnson & johnson
KY
EUA
55
ANEXO 2 . Tabela 1. Avaliação da performance clínica pelo USPHS
56
ANEXO 3. Termo de consentimento livre e esclarecido
FACULDADE INGÁ
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Nome do participante:_____________________________Idade______
Representante Legal:_________________________
As informações contidas neste documento foram fornecidas pelo Dr. Gustavo
França Bertholdo de Souza, com o objetivo de firmar acordo escrito, mediante o qual,
o voluntário da pesquisa autoriza a sua participação, com pleno conhecimento da
natureza dos procedimentos que esta pesquisa compreenderá, tendo a possibilidade
de livre arbítrio e sem qualquer coação.
1) Título da Pesquisa
Performance clínica do laminado cerâmico
Objetivos
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar o desempenho clinico dos materiais
restauradores indiretos, em dentes anteriores, com comprometimento estético. É
uma técnica muito utilizada nos consultórios odontológicos. Nesta pesquisa existe
risco, tal como, fratura do laminado após a cimentação, endodontia e deslocamento
do laminado. O caráter confidencial será garantido, sendo mantido o sigilo de todas
as informações e dados colhidos no exame.
2) Justificativa
Antigamente, as coroas unitárias eram confeccionadas com estrutura de metal;
devido à busca de materiais estéticos, novos materiais indiretos livres de metal
foram, introduzidos e desenvolvidos.
Para que as restaurações indiretas de cerâmicas livres de metal tenham
longevidade, estas precisam se adaptar bem à estrutura dental remanescente, pois o
contrário favorecerá o acúmulo de placa bacteriana, podendo desencadear um
processo de inflamação da gengiva, aumentando as chances de dissolução do
cimento, de micro-infiltração e de instalação de um processo carioso.
Por isso, este trabalho pretende avaliar o desempenho clínico do laminado
cerâmico, que está diretamente relacionando à longevidade e sucesso clínico do
procedimento, sendo que várias pesquisas foram feitas para esclarecer algumas
dúvidas sobre este assunto. Com isso torna-se importante a avaliação desta técnica
utilizando laminados, com o sistema cerâmico o IPS E.max (dissilicado de lítio).
Procedimentos da Pesquisa
Os dentes foram escolhidos de acordo com a condição presente na boca
de cada paciente, como por exemplo: descoloração branda, descoloração severa,
defeitos em esmalte ou por motivos estéticos relacionado à aceitação do paciente
frente à condição estética do seu sorriso. Serão avaliados centenas de laminados
cerâmicos em pacientes, com faixa etária de 20 a 80 anos, que necessitarem de
restaurações indiretas nos dentes, de canino a canino. Para inclusão dos pacientes
57
serão necessários: apresentar, no mínimo, um dente anterior permanente, com uma
das indicações supracitadas para a colocação do laminado e apresentar saúde
periodontal, podendo ter ou não dentes adjacentes, pois não interfere no
procedimento de avaliação. Para exclusão, alto risco à cárie e doença periodontal,
portadores de aparelhos removíveis ou ortodônticos, pacientes bruxômeros, grávidas
e com ausência de dentes anteriores.
Todos os procedimentos realizados para a confecção dos laminados são
consagrados na literatura e realizados por todos os profissionais devidamente
qualificados em odontologia estética.
Telefone para contato com o pesquisador
Fabiano Carlos Marson – (44) 3227-1007 / 88018161
3) Retirada do consentimento
O voluntário tem total liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento
e deixar de participar da pesquisa, ou seja, de não querer continuar sendo submetido
à pesquisa.
4)
Aspecto geral
Foi elaborado de acordo com as diretrizes e normas que regulamentam as
pesquisas envolvendo seres humanos, atendendo às resoluções 196/96 e 251/97 do
Conselho Nacional de Saúde/ Ministério da Saúde – Brasília – DF.
EU____________________________________RG,________certifico que, tendo
lido as informações acima, e suficientemente esclarecido pelo Dr. Gustavo França
bertholdo de Souza, estou plenamente de acordo com a realização deste estudo,
autorizando, assim, a realização de restauração indireta em dentes anteriores, de
porcelana livre de metal.
Maringá_____ de _____________ de _____
_________________________________
Assinatura do paciente ou responsável

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