UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO UNIVERSIDADE

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO UNIVERSIDADE
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM FOCO
EM RAÇA E GÊNERO
Maria Edileuza Diogo Santos
ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS PARA AMPLIAR O ESTUDO DA CULTURA AFROBRASILEIRA EM UMA ESCOLA PÚBLICA DA CIDADE DE TIMÓTEO/MG.
TIMÓTEO
JULHO DE 2012
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM FOCO
E GÊNERO E RAÇA
ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS PARA AMPLIAR O ESTUDO DA CULTURA
AFRO-BRASILEIRA EM UMA ESCOLA PÚBLICA DA CIDADE DE TIMÓTEO/MG.
Trabalho de Conclusão apresentado ao curso de
Gestão de Políticas Públicas com foco em Raça e
Gênero como um dos pré-requisitos para a
obtenção do título de especialização.
Maria Edileuza Diogo Santos
Orientador: Sarug Dagir Ribeiro
TIMÓTEO
JULHO DE 2012
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE OURO PRETO
UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL
PROGRAMA DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO DE POLÍTICAS PÚBLICAS COM FOCO
EM GÊNEROEM RAÇA
Nome do (a) aluno (a): Maria Edileuza Diogo Santos
Título da Monografia: ESTRATÉGIAS EDUCATIVAS PARA AMPLIAR O ESTUDO DA
CULTURA AFRO-BRASILEIRA EM UMA ESCOLA PÚBLICA DA CIDADE DE
TIMÓTEO/MG.
Orientador: Sarug Dagir Ribeiro
Monografia defendida e aprovada como requisito parcial para obtenção do Título de
Especialista em Gestão de Políticas Públicas com Foco em Gênero e Raça,
em....................... de 2012, pela banca examinadora constituída por:
_________________________________________________________
Orientador (a): Sarug Dagir Ribeiro
_________________________________________________________
Prof (a). convidado (a):
_________________________________________________________
Prof(a). convidado(a):
TIMÓTEO
JULHO DE 2012
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SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................ 6
2 OBJETIVO GERAL ....................................................................................... 12
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................. 12
3 JUSTIFICATIVA ............................................................................................ 12
4 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 13
4.1 CULTURA BRASILEIRA E AFRICANA .................................................. 13
4.2 CULTURA AFRO-BRASILEIRA E EDUCAÇÃO ..................................... 15
4.3 ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA NO
COTIDANO DA ESCOLA ............................................................................. 16
4.3.1 PRÁTICAS A SEREM UTILIZADAS.................................................... 18
5 METODOLOGIA........................................................................................... 19
6 RESULTADO E DISCUSSÃO ..................................................................... 21
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS .......................................................................... 27
1 REFERÊNCIAS ............................................................................................. 28
ANEXOS ....................................................................................................... 29
5
RESUMO
Esta monografia propõe apresentar meios ou alternativas para minimizar o
problema da necessidade de aplicar de forma mais abrangente o ensino da cultura
afro-brasileira na escola. O empreendimento aqui será no esforço de estabelecer
uma pesquisa em uma escola de Ensino Fundamental e Ensino Médio. A pesquisa
realizada veio comprovar como o racismo ainda está enraizado nas escolas.
PALAVRAS-CHAVE: Cultura, etnia, racismo, educação.
6
6
1 INTRODUÇÃO
Muitos antropólogos, historiadores e cientistas sociais já se preocuparam em definir
e compreender a cultura brasileira em suas múltiplas dimensões. Todos, a par de
suas diferentes posições político-ideológicas, são unânimes em concordar que a
característica marcante de nossa cultura é a riqueza de sua diversidade, resultado
do nosso processo histórico-social e das dimensões continentais de nossa
territorialidade. (Santos., 2000).
Nesse sentido, o mais correto seria falarmos em "culturas brasileiras", ao invés de
"cultura brasileira", dada a pluralidade étnica que contribuiu para sua formação. As
palavras do antropólogo Darcy Ribeiro são bastante elucidativas: "surgimos da
confluência, do entrechoque e do caldeamento do invasor português com índios
silvícolas e campineiros e com negros africanos, uns e outros aliciados como
escravos”. (RIBEIRO, 1995, p. 9).
A sociedade e a cultura brasileiras são conformadas como variantes da versão
lusitana da tradição civilizatória européia ocidental, diferenciadas por coloridos
herdados
dos
índios
americanos.
(Ribeiro,
1995
apud
Santos,
2000.)
Apesar da influência marcante da cultura de matriz européia por força da
colonização ibérica em nosso país, a cultura tida como dominante não conseguiu,
de todo, apagar as culturas indígena e africana. Muito pelo contrário, o colonizador
europeu deixou-se influenciar pela riqueza da pluralidade cultural de índios e
negros. No entanto, o modelo de organização implantado pelos portugueses
também
se
fez
presente
no
campo
da
educação
e
da
cultura.
Apesar desse fato incontestável de que somos, em virtude de nossa formação
histórico-social, uma nação multirracial e pluriétnica, de notável diversidade
cultural, a escola brasileira ainda não aprendeu a conviver com essa realidade e,
por conseguinte, não sabe trabalhar com as crianças e jovens dos estratos sociais
mais pobres, constituídos, na sua grande maioria, de negros e mestiços.
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Alexandre Roberto Leite em seu artigo A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO DA
TEMÁTICA "HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E INDÍGENA" NO
CURRICULO OFICIAL DA REDE DE ENSINO, afirma que:
“Nesse sentido, uma análise mais acurada da história das instituições
educacionais em nosso país, por meio dos currículos, programas de
ensino e livros didáticos mostra uma preponderância da cultura dita
"superior e civilizada", de matriz européia.
Em 2003, o governo federal tomou uma das mais sábias decisões ao
incluir na rede oficial de ensino, por meio da Lei 10.639, a obrigatoriedade
da temática "História e Cultura Afro-brasileira". Por meio desta, articula-se,
nas escolas públicas e privadas, o estudo da história da África, a luta dos
negros brasileiros, a cultura negra e a sua contribuição social e econômica
para a formação da identidade nacional. É inegável a presença dessa
herança africana na culinária, na dança, no ethos do nosso povo, mas é
inquestionável também o atraso com que o Estado brasileiro trata essas
questões.
No processo educativo o atraso não foi diferente. Aliás, é na formação da
consciência que mais se utiliza de instrumentos de dominação para
alienar, para segregar e para manter determinados grupos submissos a
outros. A educação tem uma função estratégica, tanto para libertar, quanto
para submeter, sendo o organismo pré-condicionado para a aceitação
espontânea do que é oferecido (MARCUSE, 1979). Portanto, se a
educação foi utilizada para construir preconceitos, ela pode e deve ser
utilizada para a desconstrução social do preconceito e da discriminação
racial.
Vivemos em um país onde a miscigenação e a diversidade multicultural
aconteceram de "forma vitoriosa", apesar de nesse processo de
construção da sociedade os negros contribuírem com suor e trabalho não
remunerado e receberem como fruto do esforço físico a segregação e os
maus tratos. O sistema educacional baseia-se nesses preconceitos, pois é
focado em uma visão eurocêntrica (MUNANGA, 2006) e reproduz esses
valores no espaço escolar, ora negando a contribuição negra para o
progresso brasileiro, ora distorcendo como "exótica" essa contribuição. Por
meio da folclorização, forma sazonal e enviesada pela qual o conteúdo de
certas matérias é ministrado a um público-alvo, que a compreensão desse
conteúdo é limitada, o que o torna superficial, apesar de, por
ancestralidade, ser complexo, diverso e abrangente. De acordo com
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Carvalho Rocha (2006), é fundamental fazer com que o assunto sobre a
questão racial não seja reduzido a estudos esporádicos ou unidades
didáticas
isoladas.
São fatores amplificadores da folclorização a ação da indústria cultural, a
desinformação pura e simples e a ideologia. Juntas, elas amalgam todo
um circuito por onde a cultura negra e indígena é divulgada nos meios de
comunicação de massa como produto descartável. A folclorização
empobrece a imensa pluralidade dessas culturas. Na educação, quando
se restringe a compreensão da tradição de matriz africana apenas às
datas históricas do universo negro ou a algumas porções dos momentos
vividos por esse grupo durante a edificação dos saberes que levaram
séculos para serem erigidos, comete-se o erro da folclorização. Na nossa
história, prestes a ser reescrita a partir das novas posturas dos
educadores, governos e sociedade, como é o caso da Lei 10.639 e outras
que estão sendo discutidas pelo parlamento. A educação oficial, a ação
política e o dever social estão repletos de folclorização, ambos em que a
carga
de
preconceito
é
contada
aos
montes.
Abdias Nascimento (1978) diz que o sistema educacional brasileiro é
usado como aparelhamento de controle nesta estrutura de discriminação
cultural. Em todos os níveis do ensino brasileiro (básico e universitário) o
elenco das matérias ensinadas, como se executasse o que havia predito a
frase de Sílvio Romero: "Nós temos a África em nossas cozinhas, América
em nossas selvas, e Europa em nossas salas de visitas". Constituindo um
ritual da formalidade e da ostentação da Europa, e, mais recentemente,
dos Estados Unidos. Se consciência é memória e futuro, quando e onde
está a memória africana, parte inalienável da consciência brasileira? Onde
e quando a história da África, o desenvolvimento de suas culturas e
civilizações, as características, do seu povo, foram ou são ensinadas nas
escolas brasileiras? Quando há alguma referência ao africano ou negro, é
no sentido do afastamento e da alienação da identidade negra. Tão pouco
na universidade brasileira o mundo negro, o africano tem acesso. O
modelo europeu ou norte-americano se repete, e as populações afrobrasileiras são tangidas para longe do chão universitário. Falar em
identidade negra numa universidade do país é o mesmo que provocar
todas as iras, e constitui um difícil desafio aos raros universitários afrobrasileiros
(NASCIMENTO,
1978,
p.
95).
Portanto, a educação forjou uma tradição de produção e reprodução da
discriminação racial em que o sistema educacional brasileiro é usado
como aparelhamento de controle dessa estrutura (NASCIMENTO, 1978).
Nisso, pensando na educação como mecanismo de superação do conflito
9
racial em uma perspectiva multicultural, Candau (2002, p.9) observa que a
instituição escolar está construída sobre a afirmação da igualdade,
enfatizando
a
base
cultural
comum
a
que
todos
os
cidadãos e cidadãs deveriam ter acesso e colaborar na sua permanente
construção. Articular igualdade e diferença, a base cultural comum e
expressões da pluralidade social e cultural, constituem hoje um grande
desafio
para
todos
os
educadores.
Por essa razão, a promulgação da Lei 10.639, que em 2008 ganhou um
complemento (Lei 11.645) incluindo também a temática indígena, abriu
grandes possibilidades rumo ao caminho da construção da igualdade e da
desconstrução de atitudes e posturas discriminatórias no espaço escolar.
Isso porque, ao longo da história da educação, consolidou-se na
sociedade a naturalização do racismo, que se pretende excluir..
A presente pesquisa tem como objetivo conceituar, caracterizar e divulgar
a amplitude da proposta de incorporação da cultura Afro-brasileira aos
currículos
educacionais
como
recurso
para
quebrar
paradigmas
preconceituosos e discriminatórios. Considera-se a execução deste
trabalho por entender a necessidade de encontrar meios ou alternativas
para minimizar o problema apresentado que é a necessidade de aplicar de
forma mais abrangente o ensino da cultura afro-brasileira na escola.
Foi realizada uma pesquisa em uma escola de Ensino Fundamental e
Ensino Médio. A Instituição em questão foi escolhida devido ao fato da
pesquisadora já estar trabalhando nela e ter conhecimento da realidade.
A exclusão do afro-brasileiro tem sido colocada em evidência por diversas
análises de natureza sociológica e antropológica, e é até mesmo
constatável a partir da simples visualização de dados estatísticos.
Filosoficamente, o agitado debate acerca da problemática igualdade x
desigualdade, enquanto ethos das sociedades democráticas supera o
ideal liberal clássico que sustentava a igualdade enquanto valor totêmico,
não desfrutado materialmente pelos “socialmente indesejáveis”.
Luís Fernando Martins da Silva conclui em seu artigo “Racismo e Desigualdade na
Ordem do Dia” mostra que:
“Algumas conclusões de relatórios de organizações de idoneidade
insuspeitável descrevem o dramático cenário do lugar do afro-brasileiro no
mercado de trabalho e na educação. A análise estatística das relações
raciais no Brasil ratifica o quanto o escravismo influenciou na estratificação
social, sobretudo na concentração racial da riqueza.
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O atual censo demográfico brasileiro adotou como uma das formas de
classificação da população, o critério cor. De acordo com tal critério os
brasileiros foram classificados como: amarelos, brancos, índios, negros e
pardos. Negros e pardos no Brasil, segundo o censo, são cerca de 45% da
população, perfazendo algo em torno de 70 milhões de pessoas. A
questão cultural e étnica passa ao dela dessas estatísticas. O Brasil
possui a maior população negra fora da África. É a segunda maior
população negra do mundo, só inferior numericamente à população do
mais populoso país africano, a Nigéria.
Uma análise dos indicadores sociais que o IBGE publicou em 1999,
permite aferir que a população branca ocupada tinha um rendimento
médio de 5 salários mínimos, enquanto os negros e pardos alcançavam
valores em torno de 2 salários mínimos; ou seja, menos da metade dos
rendimentos médios dos brancos. Estas informações confirmam a
existência e a manutenção de uma significativa desigualdade de renda
entre brancos, negros e pardos na sociedade brasileira.
O “Instituto Sindical Interamericano pela Igualdade Racial“ (INSPIR), em
trabalho também publicado em 1999, intitulado “Mapa da População Negra
no Mercado de Trabalho”, concluiu que "os resultados da pesquisa trazem
um conjunto de informações que demonstram uma situação de reiterada
desigualdade para negros, de ambos os sexos, no mercado de trabalho
das seis regiões estudadas, independentemente da maior ou menor
presença da raça negra nestas regiões” (INSPIR, 1999).
A similitude das conclusões das duas instituições citadas demonstra que a
discriminação racial é um fato presente, cotidiano. Nenhum outro fato, que
não a utilização de critérios discriminatórios baseados na cor dos
indivíduos, pode explicar os indicadores sistematicamente desfavoráveis
aos trabalhadores negros, seja qual for o aspecto considerado.
No mesmo sentido, a “Inter-American Commission on Human Rights”
(IACHR), no relatório sobre a situação dos direitos humanos no Brasil,
observa que "a expressão principal dessas disparidades raciais é a
distribuição desigual da riqueza e de oportunidades”.
No que se refere à renda dentro do nível de pobreza, o relatório informa
que, em 1995, 50% dos negros auferiam renda mensal inferior a dois
salários mínimos (US$ 270), ao passo que 40% dos brancos estavam
nessa situação. Quanto aos salários altos, informa: ”ao passo que 16%
dos brancos recebiam mais de dez salários mínimos, a proporção entre
negros era de 6%”. (IACHR, cap. IX, item a.2).
Em 2000, a ONU elaborou um programa (PNUD) para, com base na
construção de um índice, medir o desenvolvimento humano (IDH). O
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índice, um indicador sintético, agregou três variáveis: renda per capita,
longevidade e alfabetização combinada com a taxa de escolaridade. Com
base nesse indicador, o PNUD classificou 174 países num ranking. O
Brasil ocupou o 74º lugar, sendo considerado um país de médio índice de
desenvolvimento humano.
Recentemente, estudo sobre os indicadores de desenvolvimento humano,
realizado pelo projeto “Brasil 2000 – Novos Marcos para as Relações
Raciais” (Fase), valendo-se da mesma metodologia do PNUD, mediu as
disparidades entre os grupos étnico branco e afro-descendente. As bases
de dados utilizadas foram as da Pesquisa Nacional por Amostragem
Domiciliar (PNAD) de 19984. O estudo constatou o alto grau de
desigualdade entre negros e brancos no país.
Aplicado o mesmo indicador para a população branca, nosso país ocupa a
49ª posição. Aplicado à população afro-descendente, o Brasil está na
escandalosa 108º posição5. O IDH, se calculado para os brancos (0, 791)
colocaria o Brasil quase como um país de desenvolvimento humano
elevado (último país no ranking tem 0, 801 de índice). Já se calculado para
os afro-descendentes, o Brasil teria um IDH abaixo de países africanos
como a Argélia e muito abaixo de países americanos de maioria negra
como Trinidad Tobago. Comparado à África do Sul, o Brasil estaria sete
pontos abaixo desse país, recém saído de um regime segregacionista.
O “Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas” (IPEA) mostra que
quase não mudou, desde os anos 50, a distância entre a escolaridade de
brancos e negros de mais de 25 anos. O trabalho tem como fonte a
“Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios” (PNAD), de 1999. Os
brancos têm sempre dois anos e meio a mais de escolaridade. No último
meio século, o padrão da discriminação racial, no que se refere à
escolaridade,
manteve-se
coordenador do estudo.”
estável,
concluiu
Ricardo
Henriques,
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2 OBJETIVO GERAL
O trabalho tem como objetivo criar projetos interdisciplinares por semestre ou
etapas envolvendo a comunidade escolar e inserir os mesmos no projeto
pedagógico da escola assegurando a formação cultural e humana para combater
de forma mais efetiva o racismo que ainda está presente na sociedade.
2.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
• selecionar os temas mais pertinentes para desenvolver projetos de acordo
com a indicação dos professores e alunos,
• Transformar os temas em projetos, respondendo normas técnicas (objetivos,
justificativa, público, desenvolvimento, recursos)
3 JUSTIFICATIVA
Considera-se a execução deste trabalho por entender a necessidade de encontrar
meios ou alternativas para minimizar o problema apresentado que é a necessidade
de aplicar de forma mais abrangente o ensino da cultura afro-brasileira na escola.
Foi realizada uma pesquisa em uma escola de Ensino Fundamental e Ensino
Médio. A Instituição em questão foi escolhida devido ao fato da pesquisadora já
estar trabalhando nela e ter conhecimento da realidade.
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4 REFERENCIAL TEÓRICO
4.1 CULTURA BRASILEIRA E AFRICANA
A força de trabalho do indígena brasileiro era insuficiente ao empreendimento
comercial, altamente capitalista, representado pela colonização de um grande país
tropical. Os indígenas ainda se encontravam em um estágio de civilização préagrícola, nômade, não se identificando com o trabalho sedentário. Os Portugueses,
temerosos de perder o controle dos enclaves territoriais e em que se
estabeleceram no primeiro século, moveram uma guerra de extermínio contra os
indígenas e incentivaram e aprofundaram as divergências entre as várias tribos em
que eles dividiam.
Os negros, porém, eram agricultores na áfrica e já conheciam o estágio de
escravidão e da vida sedentária. Chegando ao Brasil, não tinham o conhecimento
das condições naturais nem contavam com a aliança dos indígens- para quem
eram também intrusos. oferecendo forte resistência, mas com pouca possibilidade
de êxito.. Assim reagiam com o suicídio com o assassinato de senhores e de
capatazes, com a fuga para o interior e com a organização dos quilombos.
Durante todo o período colonial havia no Brasil um número maior de negros que de
brancos, o que levou os estadistas que organizaram o Império a temer que aqui
ocorresse como no Haiti, uma revolta geral de negros, visando eliminar o s seus
senhores brancos. No período regencial houve uma série de revoltas negras de
importância considerável.
O Brasil não é como desejavam os ideólogos das classes dominantes, um país
branco, europeizado, mas um país essencialmente mestiço, com uma grande
população negra e uma cultura em grande parte influenciada Por suas origens
negras e indígenas.
Do ponto de vista étnico, grande parte da população brasileira é negra, mulata –
mestiça do negro com o branco – e cafusa- mestiça do negro com o índio. Há uma
grande concentração de negros e de mestiços com sangue negro nas áreas em
que houve nos períodos Colonial e imperial, maior concentração de escravos como
no vele do Itapecuru no |Maranhão, na região da Mata no Nordeste Oriental, no
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recôncavo Baiano, na área de grande produção de ouro e pedras preciosas de
Minas gerais, no Rio de Janeiro e em porções do estado de São Paulo, pois aí
houve intensa atividade econômica voltada para a exportação que concentrava
uma proporção maior e escravos africanos na população. Após a abolição, os
negros e sue descendentes migraram para diversas partes do país, sendo
encontrados até em ares de domínio da colonização européia e japonesa dos
séculos XIX e XX.
Sendo grande a influência étnico do negro no Brasil, assim também é a sua
influência na cultura, na alimentação, na religiosidade, etc. Grande parte da música
popular brasileira, como o samba e o maracatu, é de grande influência africana.
Ligada à música também Há uma grande influência na dança.
A influência na religião se manifesta através de um sincretismo entre k os cultos
animistas africano e o simbolismo católico onde os orixás e oxuns possuem x]
correspondentes nos santos consagrados pela Igreja de Roma.
Na linguagem, na forma de falar o português no Brasil, observa-se também uma
grande influência da cultura negra. Que se manifesta através da utilização de
pronomes e de uma série de atentados à sintaxe portuguesa ortodoxa.
Quanto à influência culinária a influência negra também se faz notar no uso de
óleos, como o dendê, ou no excesso da pimenta e de condimentos orientai sem
algumas regiões brasileiras, bem ao gosto dos africanos. Da África vieram
alimentos que hoje tem grande aceitação no Brasil como a banana , o inhame, o
cará de são Tomé, o sorgo, conhecido como ”milho d’Angola”, etc. Há também em
contrapartida uma um influência brasileira, em grande parte indígena, na costa
africana
para onde voltaram numerosos ex-escravos que viveram no Brasil,
sobretudo na Bahia.
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4.2 CULTURA AFRO-BRASILEIRA E EDUCAÇÃO
Uma criança negra não é olhada, e muito menos tratada em nossas escolas como
as brancas. Existe sobre elas o olhar de menosprezo ou de resignação, vista como
uma possibilidade iminente de fracasso.
Professores e professoras em geral vêem estas crianças como futuras evadidos e
fracassados. O carinho, o afeto são diferentes e diferenciados.
De acordo com Adilton De Paula, Apud Santos Gevanilda e Palmira da Silva. Maria
p. 92, 2005, cada vez mais o racismo aparece disfarçado, camuflado, e agora
sempre vem junto com “não foi isto que eu quis dizer, “eu não sou racista”, “foi só
uma brincadeira” > isto devido á criminalização do racismo to mundo se policia. O
racismo aparece na escola nos apelidos, nas brincadeiras e principalmente na
exclusão e no isolamento.
Pra mudar e transformar a realidade em que vivo preciso conhecê-la e entendê-la,
preciso aceitar minha limitações e fragilidades e construir ações coletivas que me
ajudem a mudar a realidade que me incomoda.
Precisamos construir uma Pedagogia multirracial e popular que nos ajude a educar
o Brasil com raça. A sociedade brasileira, só se desenvolverá quando combater as
desigualdades de gênero e de raça e promover efetivamente uma educação
inclusiva que combata o racismo e o machismo e promova a igualdade racial,
social e de gênero. Fazer o recuo dos dois últimos parágrafos (Adilton de Paula, p.
93).
Especificamente se tratando da população jovem afro-brasileira considero
importante a situação abordada pó Ana Lúcia Silva Souza, apud Santo e Palmira
da, 2005, p.103:
Para a sociedade e o poder público o jovem é tratado como problema. E quando
pobre morador das periferias das grandes capitais. Principalmente no que tange ao
número s da presença da violência e da precariedade ou ausência de escolaridade.
Quanto à educação o problema ganha ainda mais densidade quando diz respeito á
população afro-brasileira. Concepções, currículos e prática pedagógicas estão
distanciados do universo sócio-cultural de crianças, adolescentes e jovens deste
segmento. além disto, a gestão escolar, a gestão escolar não se preocupa em
assegura a participação deles como sujeitos de direitos e protagonistas na
construção dos espaços mais significativos de convivência e aprendizagem.
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4.3 ESTRATÉGIAS DE INCLUSÃO DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA NO
COTIDANO DA ESCOLA
Educadores devem ser desafiados a desenvolver junto com seus alunos e colegas
de profissão uma conscientização crítica em torno do fenômeno racial que
atormenta nações, inclusive o Brasil, construindo uma nova consciência em torno
da identidade cultural e social, que venham a desestruturar concepções racistas e
discriminatórias.
Tudo gira em torno da opressão do branco, do livro didático e SOS professores mal
preparados para lidar com a questão racial, discriminando e excluindo
sistematicamente.
Utilizando de relatos de experiências apresentadas em nosso país, de acordo
com) ELIANE CARVALHO, 2001, P.02), elas foram desenvolvidas por entidades e
grupos de negros visando resgatar a história e as manifestações culturais da
população negra, objetivando a conscientização das comunidades escolares sobre
a questão racial e aprofundar o estudo das relações raciais no Brasil.
Os debates demonstraram que essas iniciativas eram marginais ao
sistema de ensino; todavia, discutia-se a necessidade de integrar a
temática ao cotidiano escolar e ás reflexões sobre políticas públicas. As
experiências
variavam
desde
promoção
de
ciclos
de
palestras,
comemoração de datas significativas, produção de material didático
alternativo à promoção de cursos especiais (marcenaria, artesanato,
dança afro, pintura, capoeira, folclores, religião afro-brasileira, pesquisa
sobre comunidade negra).
Em muitos relatos há a expressão de um ardor inesquecível, observável
por parte dos que se percebem discriminados. Refletindo sobre esta
questão,, penso sobre o quanto a dor expressa naquele momento ainda
hoje precisa ser explicitada,, para que aos poucos seja objeto de reflexão
a fim de que deixe de ser produzida. Parece-me uma dor coletiva, que
pose de alguma forma levar á busca de responsáveis por ela. Este
processo pode se tornar perigoso, pois, se há vítima, há culpado. À
medida que o debate ganhar espaço social se for permitindo que os
negros sejam transformados em vítimas, corre-se o risco de que
mecanicamente, os brancos sejam compreendidos como algozes. Acredito
que assim como é dolorido para um negro reconhecer-se como submisso,
para um branco não deve ser confortável a pecha de opressor, explorador.
(CAVALLEIRO,2001,P.51)
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O caminho apontado como ideal em relação à questão racial no currículo da escola
a mudança nos livros didáticos e a formação de professores.
De acordo com (cavalleiro, 2001 p. 61) no que tange ao livro didático,
denunciaram-se a sedimentação de papéis sociais subalternos e a retificação de
estereótipos racistas, protagonizados pelas personagens negras, destruindo a
auto-estima de crianças e adolescentes negros e cristalizando nos brancos
imagens negativas e inferiorizadas da pessoa negra, empobrecendo em ambos o
relacionamento humano, dificultando a possibilidade exploratória da diversidade
étnico-racial e cultural.
Com relação aos currículos escolares, não estão inseridos os conteúdos ligados à
cultura-afro-brasileira e à história dos povos africanos no período anterior ao
sistema escravista. As várias iniciativas de inclusão destes temas nos currículos
formais foram anuladas pelo problema da falta de formação do professorado para
tratar essas questões em sala de aula.
A formação de educadores e produção de recursos didático –pedagógicos par o
combate ao racismo são duas novas linhas de ações reivindicadas pelo Movimento
negro, pois um profissional capacitado
estará apto a reverter de maneira positiva
um material didático eventualmente ruim e também ampliar de modo criativo
as
pistas contidas nos Parâmetros /curriculares Nacionais (PCNs) .
As pessoas precisam ser convidadas a refletir sobre a sua própria identidade racial
e sua interação com o mundo a partir dela, podendo surgir através desta prática
muitas descobertas, choques, momentos catárticos, e tudo isto é potencializado
para que cada pessoa possa refletir sua própria prática pedagógica sobre o
racismo presente no meio social e sobre os mecanismos de produção, reprodução
e mutação de preconceitos e discriminações raciais da instituição escolar.
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4.3.1 PRÁTICAS A SEREM UTILIZADAS
• Criar projetos interdisciplinares por semestre ou etapas envolvendo a
comunidade escolar e inserir os mesmos no projeto pedagógico da escola.
• Selecionar os temas mais pertinentes para desenvolver os projetos de
acordo com a indicação dos professores e alunos, transformando os temas
em projetos, respondendo normas técnicas ( objetivos, justificativa, público,
desenvolvimento, recursos...)
• Inserir o assunto no contexto escolar história e cultura afro-brasileira.
• Garantir que a discussão seja contínua envolvendo ações para todas as
disciplinas.
• Leitura de textos, apresentação de danças, teatro, palestras, pesquisas,
sondagens, exposições.
• Elaboração de um cronograma de ações com custos (orçamentos) fictícios.
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5 METODOLOGIA
Inicialmente será realizada uma revisão teórica consultando a bibliografia
pertinente ao assunto com o objetivo de verificar em diferentes autores as
informações e conhecimentos que tratam do assunto proposto. A análise dará
ênfase do estudo do ambiente escolar para perceber como se dá o processo
educacional no que abrange o conhecimento e a prática do ensino da cultura Afro
brasileira.
Trata-se de uma pesquisa descritiva e exploratória.
Conforme GIL (2002, p.41)
Pesquisas
exploratórias
têm
como
objetivo
proporcionar
maior
familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a
constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo
principal o aprimoramento de idéias ou a descoberta de intuições. Seu
planejamento é, portanto, bastante flexível, de modo que possibilite a
consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Na
maioria dos casos, essas pesquisas envolvem: (a) levantamento
bibliográfico (b) entrevistas com pessoas que tiveram experiências práticas
com o problema pesquisado e (c) análise de exemplos que “estimulem a
compreensão”.
Segundo Gil (2002, p.42)
Pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das
características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que
podem ser classificados sob este título e uma de suas características mais
significativas está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de
dados, tais como o questionário e a observação sistemática.
Entre as pesquisas descritivas, salientam-se aquelas que têm por objetivo estudar
as características de um grupo: sua distribuição por idade, sexo, procedência, nível
de escolaridade, estado de saúde física e mental etc.
Outras pesquisas deste tipo são as que se propõem a estudar o nível de
atendimento dos órgãos públicos de uma comunidade, as condições de habitação
20
de seus habitantes, o índice de criminalidade que aí se registra etc. São incluídas
neste grupo as pesquisas que têm por objetivo levantar as opiniões, atitudes e
crenças de uma população. Também são pesquisas descritivas aquelas que visam
descobrir a existência de associações entre variáveis, como, por exemplo, as
pesquisas eleitorais que indicam a relação entre preferência político-partidária e
nível de rendimentos ou de escolaridade.
Algumas pesquisas descritivas vão além da simples identificação da existência de
relações entre variáveis, e pretendem determinar a natureza dessa relação. Nesse
caso, tem-se uma pesquisa descritiva que se aproxima da explicativa. Há, porém,
pesquisas que, embora definidas como descritivas com base em seus objetivos,
acabam servindo mais para proporcionar uma nova visão do problema, o que as
aproxima das pesquisas exploratórias.
As pesquisas descritivas são, juntamente com as exploratórias, as que
habitualmente realizam os pesquisadores sociais preocupados com a atuação
prática. São também as mais solicitadas por organizações como instituições
educacionais, empresas comerciais, partidos político etc.
Foi selecionado uma amostragem de vinte (35) alunos do Ensino
Médio. Esta amostragem contempla 80.% dos totais de alunos do Ensino Médio no
turno Matutino.
Na elaboração do questionário as perguntas foram elaboradas baseadas nos
conhecimentos relacionados Cultura Afro-brasileira adquiridos na escola.
Da compilação dos dados da pesquisa possibilitou a uma coletânea de dados
suficientes para a discussão e análise dos objetivos propostos. A discussão está no
item a seguir.
21
6 RESULTADO E DISCUSSÃO
Tabela 1 - O que você aprendeu na escola sobre a escravidão no Brasil?
Alunos
Total:
35
Respostas
nº
%
Lei do Ventre Livre
26
74,28
Lei do Sexagenário
20
57,14%
Lei Áurea
26
74,28%
Nenhuma
02
5,71%
Outra. Qual?
-
-
O resultado apurado demonstra que as Leis do Ventre Livre e Lei Áurea são as
normas legais mais presentes na memória dos alunos em relação ao fim da
escravidão negra no Brasil. Cabe aos educadores a reflexão sobre as criticas que
giram em torno das Leis abolicionistas que por um lado refletem uma necessidade
econômica e social do Brasil da época e produto das lutas dos movimentos
abolicionistas, e não como o Império seja merecedor da honra de tal concessão.
22
Tabela 2- Na escola alguém já falou pra você sobre as religiões Africanas?Quais?
Alunos
Total:
35
Respostas
nº
%
Candomblé
14
40%
Umbanda
04
11,43%
Espiritismo
15
42,85%
Nenhuma
13
37,14%
Outra. Qual?
01
2,8%
Pelo que se observa o Candomblé e o Espiritismo são as religiões mais citadas
apesar de que a alternativa “nenhuma” representa um alto índice %. Este tipo de
resposta demonstra que grande parte dos alunos não ouviu fala em religiões
africana na escola, sendo um importante aspecto da cultura afro-brasileira que não
é discutido na escola
Tabela 3 – Das comidas originadas da áfrica, quais você aprendeu na escola?
Alunos
Total:
35
Respostas
Nº
%
Acarajé
04
11,43%
Vatapá
07
20%
Feijoada
15
42,85%
Caruru
05
14,28%
Nenhuma
15
42,85%
Outra. Qual?
-
-
23
O resultado aponta a feijoada como à comida típica mais conhecida pelos alunos
através da escola que podendo ser resultado dos discursos de professores e dos
materiais didáticos utilizados, que difundem a origem da feijoada como influência
da cultura africana na realidade brasileira domo a que os senhores davam a seus
escravos os restos dos porcos, e estes cozinhavam misturados ao feijão. Contudo
em dados históricos disponíveis a origem desse prato é européia e não africana.
Carneiro, por exemplo, diz:
A feijoada é prato Nacional por excelência. Suas origens prestam-se às
mais especulativas interpretações e costuma-se apresentá-la como
expressão da fusão racial brasileira, um prato fito pelos negros com as
parte menos nobres do porco e com o feijão, de origem americana, num
cozido de técnica européia. [...] Na verdade, tanto os produtos ( porco,
leguminosas, alho e cebola) como a técnica são de origem européia, mais
especificamente ibérica e, se quisermos buscar uma origem mais
longínqua, judia sefardita. Pasmem! A feijoada tem origem judaica... Mas e
o Porco? É claro que o porco vem depois. ( CARNEIRO,2005,P.76)
Tabela 4 – O que a escola ensinou para você sobre os heróis negros?
Alunos
Total:35
Respostas
nº
%
Zumbi dos Palmares
25
71,42%
Castro Alves
04
11,43%
José do Patrocínio
_
_
João Cândido
05
14,28%
Anastácia
10
28,57%
Dandara
-
-
Nenhuma
04
11,43%
Outra. Qual?
-
24
O resultado mostra claramente que zumbi é visto hoje como o principal herói negro
nas mentalidades dos alunos. Sendo zumbi um símbolo da resistência à escravidão
negra, indica o quanto foi acertada a decisão de colocar no calendário oficial o 20
de novembro como o dia da “Consciência negra “
Tabela 5 – O que você aprendeu na escola sobre os movimentos negros?
Alunos
Total:
35
Respostas
Nº
%
MNU – Movimento
10
28,57%
02
5,71%
Nenhuma
21
60%
Outra. Qual?
01
2,85%
Negro Unificado
Agentes da Pastoral
Negra
Obs.: 01 aluno deixou esta questão sem resposta
O resultado mostra a pouca difusão conhecimento dos alunos sobre o MNU e
principalmente o desconhecimento sobre qualquer movimento social de luta a favor
da causa dos negros no Brasil. E desafiador fazer com que a comunidade escolar
conheça os diferentes movimentos sociais que lutam pela igualdade racial, pois
somente assim poderão se engajar em tais movimentos.
25
Tabela 6 - Que tipo de música a escola ensinou você a valorizar?
Alunos
Total:
35
Respostas
nº
%
Samba
05
14,28%
Axé Music
06
17,14%
Pagode
04
11,43%
Rap
04
11,43%
Nenhuma
19
54,28%
Outra. Qual?Hino
08
22,85%
02
5,71%
Nacional
Outra. Qual?Funk
Obs.: 01 aluno deixou essa questão sem resposta
As diferentes músicas tidas como de origem afro-brasileira se igualam
partido conhecimento dos alunos através da escola, porem, destaca-se as opções
“nenhuma” e” outra” que de certa forma critica a ausência da valorização da música
no ambiente escolar.
Tabela 7 – O que você aprendeu na escola sobre danças da cultura negra?
Alunos
Total:
35
Respostas
nº
%
04
11,43%
Jongo
Maculelê
Moçambique
Capoeira
29
Nenhuma
04
Outra. Qual?
11,43%
26
Obs.: 01 aluno deixou esta questão sem resposta
A maioria dos alunos entrevistados demonstraram ter aprendido sobre a capoeira
na escola. provando que esta prática está realmente presente na escola, devendo
os educadores articularem a sua utilização com a dinâmica do ensino.
27
7 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O estudo permitiu concluir que a realidade em que vive a escola diante do ensino
da Cultura Afro-brasileira necessita ser tratada de forma a melhorar o processo de
ensino-aprendizagem, capacitar os docentes, a gestão escolar buscando
desmistificar a cultura africana acerca da influência gerada à cultura nacional,
podendo assim encontrar alternativas para o combate a discriminação racial de que
sofrem os negros na sociedade.
28
REFERÊNCIAS
Luiz Fernando Martins da Silva*RACISMO E DESIGUALDADE SOCIAL NA
ORDEM DO DIA. Disponível em: www.achegas.net/numero/zer/l fernando.htm
Acesso em: 12 abr. 2012.
RIBEIRO, D. O povo brasileiro: A formação e o sentido do Brasil. São Paulo: Cia
das Letras, 1995.
SANTOS, Sônia Querinos dos. MACHADO. Vera Lúcia de Carvalho. Políticas
públicas educacionais: antigas reivindicações, conquistas (Lei 10.639) e
novos desafios. Revista Brasileira de Educação, 2007.
Andrade, Manuel Correia de, 1922 – O Brasil e a África 6 ed – São Paulo:
Contexto, 2001 (Repensando a Geografia)P. 12
Santos, Gevanilda e Silva, Maria Palmira da. Racismo no Brasil: percepções e
da discriminação e do preconceito no século XXI. 1 ed – São Paulo: Editora
Fundação Perseu Abramo, 2005
Cavalleiro, Eliane (organizadora). Racismo e anti-racismo na educação:
repensando nossa escola. – São Paulo: Selo Negro, 2001.
GIL, Antônio Carlos Loureiro. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. Ed. São
Paulo: Atlas, 2002. 175 p
Carneiro, Henrique S. Comida e sociedade: significados sociais na história da
alimentação. História: Questões & debates. Curitiba, n.42, p.71-80, 2005
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ANEXOS
Universidade Federal de Ouro Preto
Universidade Aberta do Brasil
Programa de Educação Para a Diversidade
Estratégias educativas para ampliar o estudo da Cultura Afro-brasileira em uma escola
pública da cidade de Timóteo
Pesquisa para o trabalho de conclusão do Curso de Especialização em Políticas Públicas
em Gênero e Raça/Gpp-Ger da aluna Maria Edileuza Diogo Santos
Nas questões abaixo, assinale todas as opções que são de seu conhecimento.
1 - O que você aprendeu na escola sobre a escravidão no Brasil?
(
) Lei do Ventre Livre
(
) Lei do Sexagenário
(
) Lei Áurea
(
) Nenhuma
(
) Outra. Qual?
2 - Na escola alguém já falou pra você sobre as religiões africanas?Quais?
(
) Candomblé
(
) Umbanda
(
) Espiritismo
(
) Nenhuma
(
) Outra. Qual?
3 - Das comidas originadas na África, quais você aprendeu na escola?
(
) Acarajé
(
) Vatapá
(
) Feijoada
(
)Caruru
(
)Nehuma
(
)Outra. Qual?
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4 - O que a escola ensinou para você sobre os heróis negros?
(
)Zumbi dos Palmares
(
)Castro Alves
(
)José do Patrocínio
(
)João Cândido.
(
)Anastácia
(
)Dandara
(
)Nenhuma
(
)Outra. Qual?
5 - O que você aprendeu na escola sobre os movimentos negros?
( )MNU- Movimento Negro Unificado
( )Agentes da Pastoral Negra
( )Nenhuma
( )Outra. Qual?
6 - Que tipo de música a escola ensinou você a valorizar?
( )Samba
( )Axé Music
( )Pagode
( )Rap
( )Nenhuma
( )Outra. Qual?
7 - O que você aprendeu na escola sobre danças da cultura negra?
( )Jongo
( )Maculelê
( )Moçambique
( )Capoeira
( )Nenhuma
( )Outra. Qual?
31