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UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL – FACIPLAC Curso de Administração ANÁLISE DA SEGURANÇA DO TRABALHO RELACIONADA AO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E RESISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA MRV ENGENHARIA JOSIANE JOSÉ GOMES GAMA - DF FEVEREIRO/2012 UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL – FACIPLAC JOSIANE JOSÉ GOMES ANÁLISE DA SEGURANÇA DO TRABALHO RELACIONADA AO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E RESISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA MRV ENGENHARIA Monografia apresentada no curso de Graduação em Administração das Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central como parte dos requisitos para obtenção do título de Bacharel em Administração. Orientadora: Msc. Maria Leila Rezende do Vale Gama - DF FEVEREIRO/2012 Ficha catalográfica Gomes, Josiane José Análise da Segurança do trabalho relacionada ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a resistência dos funcionários na empresa MRV Engenharia. Josiane José Gomes. Gama - DF, Faciplac – Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central (FACIPLAC), 2011. 89f Orientador: Msc. Maria Leila Rezende do Vale Monografia – Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central, Graduação em Administração de Empresas. CDU: xxxxxxxxxxxx iv ANÁLISE DA SEGURANÇA DO TRABALHO RELACIONADA AO USO DOS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL (EPI) E RESISTÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS NA EMPRESA MRV ENGENHARIA Monografia, aprovada como requisito parcial para obtenção do grau Bacharel em Administração no curso Administração de Empresas da União Educacional do Planalto Central. Data de Aprovação: _____/_____/_____ Banca Examinadora: ______________________________________ Profª . Maria Leila Rezende do vale Orientadora Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central ______________________________________ Prof. Geraldo Cardoso Moitinho ______________________________________ Profª. Mariela Amaral Guruceaga v DEDICATÓRIA Dedico esse trabalho a minha família, principalmente a minha irmã Luciene, o meu cunhado Alcir e meu esposo Joabe, pois sem o apoio deles eu não teria alcançado o êxito de concluir esse trabalho. Dedico também aos meus amigos: Cândida Tavares, Fabiana Nunes e Késsio Gonçalves, pois foram mais que amigos durante essa jornada de 4 anos de estudo, mas sim verdadeiros irmãos. E por fim ofereço esse trabalho a minha querida mãe e ao meu amado pai que já partiram, mas que sempre sonharam em me ver formada e pelos ensinamentos que me destes desde a minha infância, os quais apliquei em minha jornada. vi AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus pela força e oportunidade que me deste para fazer esse curso, agradeço pelas lutas, pois foram através delas que vieram as vitórias. Sou grata aos meus irmãos que me proporcionaram essa oportunidade de fazer essa faculdade e aos meus pais que já partiram, mas que de certa forma seus desejos sempre estiveram presentes em minha vida me impulsionando a buscar algo sempre melhor. Agradeço a Maria Leila Rezende, que com paciência me orientou da melhor forma possível, me passou confiança me dando a certeza de tudo daria certo. vii “Não há pessoas desinteligentes, mas pessoas que não sabem ser um aprendiz”. (Augusto Cury) viii LISTA DE SIGLAS ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas CA – Certificado de Aprovação Cd – Custos diretos CF – Constituição Federal Ci – Custos indiretos CIPA – Comissão Interna de Prevenção de Acidentes CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas Ct – Custos totais EPI – Equipamento de Proteção Individual MTE – Ministério do Trabalho e Emprego OIT – Organização Internacional do Trabalho ONU – Organização das Nações Unidas PIB – Produto Interno Bruto QVT – Qualidade de Vida no Trabalho TRT – Tribunal Regional do Trabalho TST – Tribunal Superior do Trabalho VT – Varas do Trabalho ix LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 01 – Segurança Gráfico 02 – Fornecimento de EPI Gráfico 03 – Responsabilidade de uso dos EPIs Gráfico 04 – Desenvolvimento da atividade laboral com uso dos EPIs Gráfico 05 – Qualidade dos EPIs Gráfico 06 – Fiscalização Gráfico 07 – Influência dos colegas de trabalho Gráfico 08 – Exigência no uso dos EPIs Gráfico 06 – Consciência dos riscos Gráfico 10 – Informações x LISTA DE TABELAS Tabela 01 – Membros do Conselho de Administração da MRV xi LISTA DE FIGURAS Figura 01 – Pirâmide das Necessidades Pessoais (Maslow) Figura 02 – Classificação de Acidentes de Trabalho Figura 03 – Equipamentos de Proteção Individual para a cabeça Figura 04 – Equipamentos de Proteção Individual para os membros superiores e inferiores Figura 05 – Equipamentos de Proteção Individual para o tronco Figura 06 – Equipamentos de Proteção Individual para as vias respiratórias xii LISTA DE ANEXOS Anexo A – Condições e meio ambiente de trabalho Anexo B – Questionário aplicado aos funcionários da MRV Engenharia xiii RESUMO O presente trabalho apresenta uma Análise da Segurança do trabalho relacionada ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e a resistência dos funcionários na empresa MRV Engenharia cujo objetivo geral é descobrir se há carência de informação a cerca do uso dos EPIs e desvendar os motivos da resistência dos funcionários em utilizá-los. Como embasamento teórico este estudo utilizou tópicos relacionados a Qualidade de Vida no Trabalho (QVT), Segurança do trabalho, Acidentes de trabalho, Setor da construção civil, Equipamentos de Proteção Individual, Leis e Normas Regulamentadoras, onde autores como Chiavenato, Barbosa Filho, Ana Paula Steffen, Armando Campos e Marcos Garcia Hoeppner foram citados no decorrer de todo o referencial. A metodologia aplicada foi qualitativa e descritiva baseada em estudo de caso, em um universo de 115 funcionários dos quais teve como amostra 22 pessoas que desempenhavam suas funções em um canteiro de obras localizado na cidade do Valparaíso-GO e foi aplicado um questionário estruturado, formado por 10 questões de múltiplas escolhas onde abordava o uso dos Equipamentos de Proteção Individual por parte dos funcionários.Foi constatado que grande parte dos funcionários se sentem inseguros em seu ambiente de trabalho, pois nem todos os EPIs são fornecidos pela empresa e nem todas as informações sobre o uso adequado são repassadas, deixando-os a mercê de acidentes enquanto desenvolvem suas funções. É de suma importância que haja uma fiscalização rigorosa e periódica, com a aplicação de multas em organizações voltadas à construção civil para que a mesma invista mais na segurança do trabalho. É também de grande relevância que os próprios empregados se conscientizem da importância do uso dos EPIs para a preservação da própria vida. Palavras - chave: Segurança. Proteção. Funcionário xiv SUMÁRIO 1.INTRODUÇÃO........................................................................................................16 1.1 Tema....................................................................................................................17 1.2 Justificativa...........................................................................................................17 1.3 Problema de pesquisa..........................................................................................19 1.4 Hipótese...............................................................................................................19 1.5 Objetivos...............................................................................................................19 1.5.1 Objetivo Geral....................................................................................................19 1.5.2 Objetivos Específicos........................................................................................19 2. PERFIL DA EMPRESA..........................................................................................20 2.1 Histórico................................................................................................................20 2.2 Perfil estratégico...................................................................................................21 2.3 Estrutura organizacional.......................................................................................22 3. REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................24 3.1 Qualidade de vida no trabalho..............................................................................24 3.2 Segurança do trabalho.........................................................................................26 3.3 Acidente de trabalho.............................................................................................28 3.3.1 Causas dos Acidentes de trabalho....................................................................30 3.3.2 Custos dos Acidentes de trabalho.....................................................................31 3.3.3 Como prevenir os Acidentes de trabalho..........................................................32 3.4 Setor da construção civil......................................................................................34 3.5 Equipamentos de Proteção Individual..................................................................35 3.5.1 Tipos de Equipamentos de Proteção Individual................................................37 3.6 Leis e Normas Regulamentadoras.......................................................................39 4. METODOLOGIA DA PESQUISA...........................................................................42 4.1 Tipo de Pesquisa..................................................................................................42 4.2 Universo e Amostra..............................................................................................42 4.2.1 Universo............................................................................................................42 4.2.2 Amostra.............................................................................................................43 4.3 Instrumento de pesquisa......................................................................................43 4.4 Procedimento metodológico.................................................................................43 4.4.1 Coleta de dados................................................................................................43 4.4.2 Tratamento de dados........................................................................................43 5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS......................................................44 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES................................................................58 6.1 Conclusões...........................................................................................................58 6.2 Recomendações...................................................................................................59 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................60 xv ANEXOS....................................................................................................................63 A – Condições e meio ambiente de trabalho............................................................63 B – Questionário aplicado..........................................................................................87 16 1. INTRODUÇÃO O presente trabalho visa uma análise da Segurança do Trabalho relacionada ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e resistência dos funcionários na empresa MRV Engenharia, com intuito de descobrir se há carência de informações a cerca do uso dos EPIs desvendando o motivo da resistência dos funcionários em utilizá-los. A Segurança do Trabalho é caracterizada por medidas adotadas pela organização para minimizar os riscos de acidentes de trabalho. É considerada de extrema importância às empresas e funcionários, visto que, auxilia na prevenção e melhoria da qualidade de vida dos empregados, pois o trabalho além de ser a fonte de renda para os seres humanos também coopera na auto-estima das pessoas, mas dificilmente o profissional consegue atingir esses dois patamares em seu ambiente de trabalho: fonte de renda e qualidade de vida, pois muitas organizações deixam a desejar no tocante a segurança e qualidade de vida no trabalho. É notório que ao longo dos anos muitas leis foram inseridas na sociedade visando à proteção do trabalhador, equipamentos de proteção foram criados e mesmo assim não raramente profissionais se encontram paralisados fisicamente e/ou mentalmente por um acidente de trabalho. É vergonhoso que com tantas leis e inúmeros equipamentos de proteção ainda exista organizações preocupadas apenas com a sua posição no mercado financeiro. É importante salientar que assim como existem empresas desse porte (preocupadas com sua posição financeira), existem muitos funcionários incautos, imprudentes, que não fazem uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) deixando a sua vida exposta ao perigo e a morte. Atualmente as informações são repassadas com uma velocidade impressionante. O advento da era digital trouxe consigo veículos que transmitem informações em tempo real, independente do lugar, mas quando o assunto abordado é segurança, equipamentos de proteção, acidentes de trabalho não poucos desconhecem as verdadeiras causas e efeitos, talvez pela falta de interesse das pessoas, talvez porque nenhum familiar ou mesmo a própria pessoa foi acometida por um acidente de trabalho. Portanto, fica evidenciada a importância de que estudos sobre as causas, conseqüências, meios de prevenção sejam difundidos na sociedade para que a 17 população se conscientize de que acidente de trabalho também leva a morte da mesma forma que uma doença incurável. 1.1 Tema Análise da Segurança do Trabalho relacionada ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e resistência dos funcionários na empresa MRV Engenharia. 1.2 Justificativa Houve tempo em que o homem era visto apenas como mero objeto de produção. Trabalhava em condições desumanas, exposto ao perigo para enriquecer os seus senhores. Enquanto eles desfrutavam das fortunas obtidas por meio do suor e até mesmo do sangue de funcionários, estes às vezes nem tinham como assegurar o sustento da própria família, devido os míseros salários pago pelos patrões. A partir de 1956 esse quadro começou a ser transformado, o homem começou a ser visto como parte integrante das organizações, onde a sua participação passou a ser a chave do sucesso de muitas empresas, e com isso devendo ser protegido por equipamentos quando o serviço apresentasse risco a sua vida. Desde então uma luta constante vem sendo travada na tentativa de melhorar a cada dia a qualidade de vida do trabalho. Leis foram inseridas na sociedade, com objetivo de assegurar proteção ao trabalhador, imunizando-o de todo e qualquer risco a sua vida. Algumas organizações tratam a segurança do trabalho como uma prioridade fundamental, quando na verdade deveria ser um tema de preocupação de todos os profissionais, independente de sua área de atuação. É de extrema importância que os riscos de acidentes sejam constantemente avaliados, e divulgados a sociedade, bem como sejam adotadas medidas que minimizem esses riscos. De todas as áreas cuja atividade laboral representa risco a saúde e segurança do funcionário, a mais acometida por acidentes é a construção civil. Constantemente é noticiada a morte de pessoas que trabalhavam nesta área, área em que o crescimento econômico tem sido significante, o que para a maioria dos 18 administradores é fator primordial, pois assim asseguram sua sustentabilidade e mantém a lucratividade em alta, quando na realidade esta se encontra seriamente comprometida pela presença de defeitos, incidente e acidentes, colocando em risco a vida de pessoas que se doam em troca de um salário e uma vida decente. Assim como existem empresas que deixam a desejar no tocante a segurança no trabalho, existem funcionários que se abdicam do uso dos equipamentos de proteção disponibilizados pela organização, expondo-se ao risco de forma assustadora, desafiando a própria morte e lançando por terra anos de luta, onde muitos se doaram para que essa vitória fosse conquistada. Os índices de acidentes de trabalhos ocorridos a cada ano revelam que as tentativas passadas através de leis, decretos, normas e procedimentos ainda estão longe de alcançar seu objetivo final e que a segurança do trabalho continuará suscetível a mudanças. Enquanto empresas, governos e funcionários não entrarem num senso comum, de que para a efetividade de qualquer sistema de gestão de segurança é essencial o comprometimento de todos, o país continuará perdendo financeiramente e principalmente vidas serão aniquiladas, famílias mutiladas e marcadas pela dor e sofrimento que nem dinheiro e nem mesmo o tempo poderá apagar. Não basta somente o primeiro passo, sair além dos muros das fábricas, é preciso caminhar em conjunto para o desenvolvimento e implementação de um sistema de gestão de segurança do trabalho realmente efetivo, é necessário a sensibilização desde a alta administração à classe operária e o foco na prevenção. Este trabalho tem o intuito de descobrir qual o motivo da resistência ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual por parte dos funcionários, assim como alertar a sociedade para a importância desses para a prevenção de acidentes, auxiliando na melhoria da qualidade de vida e construindo formas de prevenção em que empregados e empregador possam usufruir melhor seu trabalho. 1.3 Problema de Pesquisa Qual o motivo da resistência dos funcionários quanto a servir-se dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI), fornecidos pela MRV Engenharia? 19 1.4 Hipótese 1. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) impedem o desenvolvimento adequado das atividades laborais. 2. Existe carência de informação sobre o devido uso dos EPI por parte da empresa para o empregado. 3. Falta o fornecimento de todos os EPIs necessários. 4. Os Equipamentos de Proteção apresentam baixa qualidade de fabricação. 1.5 Objetivos 1.5.1 Objetivo geral Analisar a segurança do trabalho a cerca do uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) na empresa MRV Engenharia. 1.5.2 Objetivos específicos 1. Verificar a qualidade dos Equipamentos de Proteção Individual fornecidos pela organização; 2. Certificar se as informações a cerca da importância do uso dos EPI estão sendo repassadas adequadamente; 3. Descrever os motivos de resistência dos funcionários quanto ao uso dos EPIs. 4. Identificar exigências e riscos pela falta do uso dos EPI por parte dos funcionários; 20 2. PERFIL DA EMPRESA Segue abaixo a história da empresa MRV Engenharia. 2.1 Histórico 1 O Grupo MRV foi fundado em 1979 pelos sócios Rubens Menin Teixeira de Souza, Mário Lúcio Pinheiro Menin e Vega Engenharia Ltda., com a constituição da MRV Serviços de Engenharia, na cidade de Belo Horizonte, Estado de Minas Gerais, com o objetivo de construir e incorporar empreendimentos residenciais na capital mineira. Dois anos após sua constituição, a Vega Engenharia Ltda se retirou da MRV Serviços de Engenharia. Em 1981, a Companhia entregou as primeiras casas construídas em Belo Horizonte e os primeiros prédios na mesma cidade. Também neste ano, a MRV Engenharia começou a atuar em Contagem na Grande BH. A empresa tem seu foco na redução de custos, inovação e ética, e investe em projetos sociais, ações ambientais e de incentivo ao esporte. A MRV Engenharia comercializa imóveis para brasileiros espalhados por todo o mundo e, diariamente, mais de 135 imóveis são vendidos. A empresa iniciou sua expansão em 1981 em Contagem-BH, em 1995 chegou a Uberaba e Uberlândia, no Triângulo Mineiro, além de expandir sua atuação para o estado de São Paulo, na cidade de Americana. De 1996 a 1998, a MRV Engenharia passou a construir em mais de 8 cidades paulistas, em 1999 a companhia chegou ao sul do Brasil pelo estado do Paraná nas cidades de Curitiba e Londrina. Em 2000, a empresa chegou à Santa Catarina, na cidade de Florianópolis, além de mais cinco cidades dos estados paulista e paranaense. Em 2001, expandiu seus recursos à Brasília (DF), à capital Rio de Janeiro (RJ) e a São Bernardo (SP). Em 2003 e 2004, mais três cidades paulistas foram incluídas pelo processo de expansão da MRV Engenharia. Em 2006, Goiás passou a fazer parte da lista de estados com atuação da Empresa. Em 2007, com a abertura de capital, 28 cidades brasileiras passaram a receber os recursos da Construtora, inclusive, em estados que antes a Companhia não atuava. São eles: Bahia, Espírito Santo, Ceará, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul. No ano de 2008, a Empresa já alcançou três novas cidades nos Estados do Rio de Janeiro, Bahia e Paraná, São Paulo, Mato Grosso e também no Distrito Federal. 1 Dados disponíveis no site www.mrv.com.br 21 Em novembro de 2001, a empresa conseguiu a certificação no nível A do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade na Habitação - PBQP-H, este programa busca proporcionar a melhoria da qualidade e produtividade do setor da construção civil, com o objetivo de elevar a competitividade de bens e serviços por ele produzidos. A companhia possui também a certificação ISO 9001. Este selo é uma norma que visa estabelecer critérios para um adequado gerenciamento do negócio tendo como foco principal a satisfação do cliente, executando algumas ações como: comprometimento da empresa com a qualidade em todos os níveis de hierarquia; gerenciamento adequado dos recursos humanos e materiais necessários para as operações do negócio, dentre outras. Em 2010 a construtora ficou entre as quatro maiores empresas ligadas ao setor de construção das Américas em valor de mercado, segundo o Ranking das Américas. Além disso, foi eleita a empresa que mais respeita o consumidor no Brasil, na categoria Construção e incorporação, pela Revista Consumidor Moderno. 2.2 Perfil Estratégico MISSÃO Diminuir o déficit habitacional oferecendo imóveis com a melhor relação custo/benefício do mercado. Gerar resultados crescentes e sólidos para os acionistas. Promover o desenvolvimento constante dos colaboradores e das comunidades, contribuindo para a preservação do meio ambiente. VISÃO Manter-se como a maior empresa de incorporação, construção e vendas de empreendimentos econômicos do Brasil, com a maior rentabilidade do mercado. VALORES Foco na redução de custos Comprometimento Ética Empreendedorismo Inovação. 22 2.3 Estrutura Organizacional Conselho administrativo O conselho administrativo da MRV é responsável pela definição das políticas estratégicas da Companhia gerais e, entre outras atribuições, pelo estabelecimento de suas políticas comerciais gerais, por eleger seus diretores e fiscalizar a sua gestão. O Conselho de Administração da Companhia reúne-se, ordinariamente, a cada três meses e, extraordinariamente, sempre que convocado pelo seu Presidente ou por qualquer de seus membros. De acordo com a Lei das Sociedades por Ações, cada conselheiro é eleito em Assembléia Geral e deve ser proprietário de, no mínimo, uma ação de emissão da MRV, podendo residir fora do Brasil. O Estatuto Social da Companhia não contém restrições à possibilidade de os membros do seu Conselho de Administração obterem empréstimos junto a MRV. Contudo, de acordo com a Lei das Sociedades por Ações, um membro do Conselho de Administração é proibido (i) de votar em qualquer assunto que envolva conflito de seus interesses com os interesses da Companhia; e (ii) de tomar por empréstimo recursos ou bens da MRV, sem prévia autorização da Assembléia Geral ou do Conselho de Administração. Ainda de acordo com a Lei das Sociedades por Ações, os acionistas não-controladores da MRV, com ações que representem, no mínimo, 10% do seu capital social, por no mínimo três meses, têm o direito de eleger um membro do Conselho de Administração da Companhia. Tabela 01: Membros do Conselho de Administração da MRV Engenharia Membros do Conselho de Administração Cargo Data de eleição Término do mandato Presidente 30/04/11 30/04/13 Vice-Presidente 30/04/11 30/04/13 Levi Henrique Conselheiro Independente 30/04/11 30/04/13 Marco Aurélio de Vasconcelos Cançado Conselheiro Independente 30/04/11 30/04/13 Fernando Henrique da Fonseca Conselheiro Independente 30/04/11 30/04/13 João Batista de Abreu Conselheiro Independente 30/04/11 30/04/13 Eduardo Luiz de Mascarenhas Picchioni Conselheiro Independente 30/04/11 30/04/13 Rubens Menin Teixeira de Souza Marcos Alberto Cabaleiro Fernandez 23 Diretoria Executiva Os diretores da MRV são responsáveis por sua administração executiva diária. Os diretores têm responsabilidades individuais estabelecidas pelo Estatuto Social da Companhia e pelo seu Conselho de Administração. De acordo com o Estatuto Social da MRV, a diretoria pode ter até treze diretores, eleitos pelo Conselho de Administração, para um prazo unificado de dois anos, sendo permitida a reeleição. O Estatuto Social da Companhia não determina idade para aposentadoria compulsória dos seus diretores. Qualquer diretor pode ser destituído pelo Conselho de Administração, a qualquer tempo, antes do término de seu prazo de gestão. ORGANOGRAMA DA EMPRESA MRV ENGENHARIA Fonte: Adaptado por Josiane Gomes. 24 3. REFERENCIAL TEÓRICO O presente trabalho apresenta como embasamento teórico os seguintes assuntos: Qualidade de vida no Trabalho, Segurança do Trabalho, Acidentes de Trabalho, Setor da Construção Civil, Equipamentos de Proteção Individual e Leis e Normas Regulamentadoras. Os principais autores abordados foram: Chiavenato (2010), Barbosa Filho (2010), Steffen (2008), Assunção e Lima (2003), Campos (1999) e Garcia Hoeppner (2010). 3.1 Qualidade de Vida no Trabalho (QVT) Até meados do século XVII o homem era visto apenas como mero objeto de produção, trabalhava para enriquecer os seus senhores em troca de uma escassa retribuição. Com o passar dos anos esse quadro começou a ser transformado e a medida que o mundo foi se desenvolvendo as preocupações com a saúde e bemestar do trabalhador foram surgindo e aumentando a cada decorrer de ano. Essa preocupação com o trabalhador passou a ser designada pelo termo “Qualidade de Vida no Trabalho cunhado por Louis Davis na década de 1970. Segundo ele, Qualidade de Vida no Trabalho refere-se à preocupação com o bemestar geral e a saúde dos colaboradores no desempenho de suas atividades”. (CHIAVENATO, 2010, p.486) Barbosa Filho define Qualidade de Vida como: Posicionamento do indivíduo, em resposta física ou mental, diante dos estímulos construídos a partir de suas percepções em confronto com as expectativas elaboradas para determinadas condições reais ou aparentes. Qualidade de Vida é um fenômeno social e, como tal, sua análise deve ser centrada no contexto histórico, espacial e econômico no qual está inserido. É uma forma simbólica da expressão da percepção do conjunto das condições de trabalho. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 209) Muitas empresas têm quebrado paradigmas advindos desde o feudalismo ao ingressar nesse mundo da QVT, mas infelizmente ainda há aquelas que se fecham, que enxergam o funcionário como objeto de status e poder. A verdade é que se toda organização soubesse que investindo no bem-estar do funcionário indiretamente ela estará investindo no consumidor, pois um funcionário feliz produz mais e com melhor 25 qualidade, muitas empresas ingressariam nesse universo onde todos saem ganhando. Chiavenato lista alguns fatores que compõem a Qualidade de Vida no Trabalho, entre os quais estão: 1. A satisfação com o trabalho executado. 2. As possibilidades de futuro na organização. 3. O reconhecimento pelos resultados alcançados. 4. O salário percebido. 5. Os benefícios auferidos. 6. O relacionamento humano dentro da equipe e da organização. 7. O ambiente psicológico e físico de trabalho. 8. A liberdade de atuar e responsabilidade de tomar decisões. 9. As possibilidades de estar engajado e de participar ativamente. (CHIAVENATO, 2010, p. 487) De acordo com esses fatores levantados pode-se concluir que para uma empresa conseguir assegurar sua sobrevivência e eficiência no mercado econômico é essencial que o equilíbrio organizacional seja alcançado, para tal a empresa deve remunerar, incentivar e amparar adequadamente seus servidores a fim de que os mesmos se sintam motivados a contribuir, fazendo com que a organização obtenha um retorno equivalente ou superior ao que foi investido, e assim alcance o equilíbrio funcionário/empresa conquistando a satisfação de ambos. É bem verdade que não é fácil a convivência entre funcionários, pois são pessoas complexas, munidas de desejos e sentimentos diversificados, onde a busca pela satisfação é constante, sendo esta alcançada de acordo com as motivações que o impulsiona a ambicionar sempre um objetivo maior que o já conquistado. Maslow em sua teoria das necessidades deixa bem claro que o comportamento humano é influenciado pela necessidade mais premente ou imediata. Quando as necessidades de um indivíduo em qualquer nível são atendidas ele fica livre para avançar ao próximo nível e começar a procurar maneiras de atender as necessidades daquele nível e assim sucessivamente, como mostra a figura a seguir: 26 Figura 01: Pirâmide das Necessidades Pessoais (Maslow) Fonte: http://pt.wikipedia.org De todas as necessidade apontadas por Maslow existe uma que se destaca por sua importância na vida do trabalhador e que na maioria das vezes essa mesma importância é deixada a parte tanto pela organização quanto pelo trabalhador: a Segurança. 3.2 Segurança do Trabalho Segundo Chiavenato Segurança do Trabalho se define como: Conjunto de medidas de ordem técnica, educacional, médica e psicológica utilizadas para prevenir acidentes, quer eliminando as condições inseguras do ambiente, quer instruindo ou convencendo as pessoas da implantação de práticas preventivas. (CHIAVENATO, 2010, p. 477) Segurança segundo Barbosa Filho (2010) deve ser uma característica a ser buscada constantemente nas pessoas, nos meios ou elementos de um processo produtivo do qual resultará uma produção por meio de trabalho. Houve época em que o trabalhador não possuía nenhum direito, trabalhava em regime de escravidão, em condições subumanas, exposto ao risco de acidentes, doenças e até mesmo morte. No decorrer dos anos, movimentos sociais, lutas sindicais contribuíram para o surgimento de leis que foram modelando as relações trabalhistas. Rossit afirma: 27 Em verdade não se questionava o problema do trabalho e de suas condições como fatores de agravo à saúde dos trabalhadores. O enfoque existente à época relacionava-se ao aspecto do local de trabalho favorecendo a doença e desta prejudicando o trabalho, numa clara preocupação quanto à produtividade e não, propriamente, quanto ao aspecto humanitário. (ROSSIT, 2001, p.112) Hoje em dia a preocupação com saúde, segurança e integridade física dos trabalhadores é considerada assunto de extrema importância em todas as esferas econômicas, inclusive tem merecido destaque na Organização Internacional do Trabalho (OIT), como deixa claro a Convenção nº 155, que em seu artigo 4º dispõe: Todo membro deverá, em consulta com as organizações mais representativas de empregadores e empregados interessados e considerando as condições e hábitos nacionais, formular e pôr em prática, reexaminado periodicamente, uma política nacional coerente em matérias de seguridade e saúde dos trabalhadores, e meio ambiente de trabalho. Esta política terá por objetivo prevenir os acidentes e os danos para a saúde conseqüentes do trabalho, e que guardem relação com a atividade laboral ou sobrevenham durante o trabalho, reduzindo ao mínimo, na medida da razoabilidade, as causas dos riscos inerentes ao meio ambiente de trabalho. O quadro de Segurança do Trabalho de uma organização é formado por Técnico de Segurança do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Médico e Enfermeiro do Trabalho, ambos com intuito de amenizar os riscos a saúde e segurança do funcionário e também com objetivo de prevenir qualquer espécie de acidente no meio ambiente de trabalho. Chiavenato lista as etapas que um programa de Segurança do Trabalho requer: 1. Estabelecimento de um sistema de indicadores e estatísticas de acidentes. 2. Desenvolvimento de sistemas de relatórios de providências. 3. Desenvolvimento de regras e procedimentos de segurança. 4. Recompensas aos gerentes e supervisores pela administração eficaz da função de segurança. (CHIAVENATO, 2010, p. 476) É preciso que empregado e empregador lutem juntos nessa batalha contra doenças ocupacionais, acidentes de trabalhos, ambos fazendo com que o meio ambiente de trabalho seja um lugar seguro, onde a vida esteja acima de qualquer 28 poder aquisitivo. Não adianta apenas ter normas e leis, se os maiores interessados não zelarem pela própria segurança. Muitas lutas foram travadas para que o trabalhador tivesse direito a leis que o amparassem em seu ambiente de trabalho, e hoje muitos esquecem que não basta apenas a organização fornecer um meio seguro, é preciso caminhar junto com a empresa, ambos fazendo a sua parte, conscientizando-se de que a vida é a maior riqueza que um ser humano possui e como tal é necessário valorizá-la como bem mais precioso. 3.3 Acidentes de Trabalho De acordo com o Artigo 19 da Lei 8.213 de 24 de julho de 1991 acidente de Trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, com o “segurado empregado, trabalhador avulso, no exercício de suas atividades, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução, temporária ou permanente, da capacidade para o trabalho”. Dela Coleta conceitua acidente de trabalho como: Acidente de trabalho é todo aquele que se verifica pelo exercício do trabalho, provocando, direta ou indiretamente, lesão corporal, perturbação funcional ou doença que determine a morte, a perda total ou parcial, permanentemente ou temporária da capacidade de trabalho. (DELA COLETA, 1989, p. 18) Barbosa Filho define: O acidente do trabalho, ao menos em princípio, pode ser considerado um infortúnio. Assim, partindo-se dessa premissa, sua conceituação legal assenta-se em três requisitos, a saber: 1. Casualidade – o acidente de trabalho é um evento inesperado, não provocado, cujo acontecimento se dá ao acaso, não havendo, desta forma, dolo; 2. Prejudicialidade – a sua ocorrência causa, minimamente, lesões menores ou a redução temporária da capacidade para o trabalho e, em extremo, a morte do acidentado; 3. Nexo etiológico ou causal – é o nexo que caracteriza a relação de causa e efeito entre a atividade realizada e o acidente típico (ou a doença a este equiparada). (BARBOSA FILHO, 2010, p. 27) Os acidentes de trabalho são classificados em: Acidente sem afastamento, Acidente com afastamento sendo este segmentado em: Incapacidade temporária, 29 Incapacidade parcial permanente, Incapacidade permanente total e Morte. Chiavenato explica cada um da seguinte maneira: 1. Acidente sem afastamento: após o acidente, a pessoa continua trabalhando e sem qualquer seqüela ou prejuízo considerável. Esse tipo de acidente não provoca o afastamento do trabalho, embora deva ser investigado e anotado em relatórios, além de expostos nas estatísticas mensais. 2. Acidente com afastamento: é o acidente que provoca o afastamento da pessoa do trabalho. a) Incapacidade Temporária: provoca a perda temporária da capacidade para o trabalho e cujas seqüelas se prolongam por um período menor do que um ano. No retorno ao trabalho, a pessoa assume sua função sem qualquer redução da sua capacidade de trabalho; b) Incapacidade Parcial Permanente: provoca a redução parcial e permanente para o trabalho e cujas seqüelas se prolongam por período maior do que um ano; c) Incapacidade Permanente Total: provoca a perda total em caráter permanente da capacidade de trabalho; d) Morte: o acidente provoca a morte da pessoa. (CHIAVENATO, 2010, p. 477-78) A figura a seguir mostra de forma gráfica a classificação de acidentes no trabalho e quando devem ser registrados: Figura 02: Classificação de Acidentes de Trabalho Fonte: Gestão de Pessoas, Chiavenato (2010, p. 478). 30 Os acidentes de trabalho segundo Steffen (2008) geram grandes impactos a vida social, aliados ao risco e transmissão de doenças, tanto nos funcionários quanto no empregador. Steffen afirma: É preciso conhecer o significado do acidente para o trabalhador, pois este é o primeiro passo para entender as repercussões deste acidente e pensar as estratégias para minimizar o desgaste sofrido por este trabalhador durante a vivência deste processo. (STEFFEN, 2008, p. 43) O acidente de trabalho para Barbosa Filho (2010) tem como resultado uma resposta inesperada, em curto prazo, e, quase sempre, ocasiona danos pessoais e perdas materiais. Para evitar esses danos e perdas é fundamental que empregado empregador se unam na tentativa de minimizar os riscos a segurança do trabalho, ambos são responsáveis por tornar o meio ambiente de trabalho um lugar seguro. 3.3.1 Causas dos Acidentes de Trabalho Existem inúmero fatores envolvidos em um acidente de trabalho. Chiavenato lista alguns elementos principais: 1. Agente: é o objeto ou substância diretamente relacionados com a lesão, como prensa, mesa, martelo, escada, parede etc. 2. A parte do agente: é a parte do agente que está diretamente associada ou relacionada com a lesão, como volante, pé da mesa, cabo do martelo, piso da escada, acesso à parede etc. 3. A condição insegura: é a condição física ou mecânica existente no local, na máquina, equipamento ou na instalação e que leva à ocorrência do acidente, como piso escorregadio, oleoso, molhado, com saliência ou buraco, máquina desprovida de proteção ou com polias ou partes móveis desprotegidas, instalação elétrica com fios desconectados, motores sem fio-terra, iluminação deficiente. 4. O tipo de acidente: é a forma ou modo de contato entre o agente do acidente e o acidentado. 5. O ato inseguro: é a violação de procedimento aceito como seguro, ou seja, deixar de usar equipamento de proteção individual, distrair-se ou conversar durante o serviço. 6. O fator pessoal de insegurança: é qualquer característica, deficiência ou alteração mental, psíquica ou física. São problemas como visão defeituosa, audição deficiente, fadiga ou intoxicação, descuido, desatenção, desconhecimento das normas de segurança. (CHIAVENATO, 2010, p. 480-81) 31 Muitos acidentes são causados por falta de informação correta, fiscalização periódica, equipamentos de qualidade e conscientização tanto do funcionário quanto do empregador. Há um ditado que diz que a pessoa só fecha a porta depois que o ladrão entra, a recíproca é verdadeira no tocante a segurança do trabalho, pois o interesse na preservação da vida do trabalhador só surge depois que algum tipo de acidente acontece, ou mesmo quando a vida de algum trabalhador for extirpada do meio ambiente de trabalho. 3.3.2 Custos dos Acidentes A vida é o bem mais precioso que se pode ter, mas é impossível falar em acidentes de trabalho sem mencionar os custos que os mesmo causam as organizações, aos cofres públicos e principalmente a sociedade. Nos últimos anos o número de acidentes tem crescido significativamente. Em 2001 foram pouco mais de 340 mil, enquanto em 2007 esse número elevou-se para 653 mil ocorrências, ou seja, 92% a mais que no ano de 2001. Foram registrados também 2,8 mil mortes por acidentes de trabalho em todo o Brasil no ano de 2007, quase 8 mortes diárias. Isso tem causado um grande rombo para os cofres da Previdência, através do pagamento do auxílio-doença, auxílio-acidente e aposentadorias. (Ministério da Previdência, 2011). Barbosa Filho descreve: Os primeiros estudos sobre os aspectos econômicos da Segurança do Trabalho datam do final da década de 1920. H. W. Heinrich definiu os custos dos acidentes como formados por custos diretos (Cd), também designados como custos segurados (assistência médica, indenizações e encargos acessórios de gestão) – cobertos pelo prêmio do seguro -, e indiretos (Ci) ou não segurados. Esses últimos representariam o tempo perdido pelo acidentado e pelos demais trabalhadores, bem como os recursos demandados para a adequada investigação do sinistro, o tempo despendido na seleção e formação de um substituto, decréscimos no volume e na qualidade da produção pela queda moral dos companheiros do acidentado que resultariam perdas comerciais, atingindo, inclusive, a imagem da empresa. Dessa forma, para Heinrich, os custos totais relacionados ao evento poderiam ser expressos como: Ct = Cd + Ci. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 53-4 grifo nosso) 32 Além dos gastos financeiros, existem aqueles gastos que dinheiro nenhum jamais poderá pagar: as seqüelas emocionais que ficam tanto no acidentado quanto em suas famílias. Chiavenato afirma: Se as organizações buscam eficiência, eficácia e lucros, elas precisam estar dispostas a investir dinheiro para criar condições que excedem as condições exigidas pela lei, exatamente para se manter eficientes, eficazes e lucrativas. A falta de investimento em segurança custa muito mais caro. (CHIAVENATO, 2010, p. 485) Para evitar gastos financeiros e emocionais é preciso que as organizações invistam na prevenção e os funcionários se conscientizem que a vida é uma dádiva, mais preciosa que qualquer dinheiro. A redução do número de acidentes segundo Brandão (2006) pode contribuir para a diminuição do preço final ao consumidor ou até mesmo o aumento dos lucros, pois à medida que os riscos de acidentes são minimizados há um aumento significativo na produção, portanto empregado e empregador só tende a ganhar com a aplicação e utilização de métodos de prevenção. 3.3.3 Como prevenir os Acidentes Como se diz o ditado: é melhor prevenir do que remediar. Esse ditado é de grande valia quando o assunto é acidente de trabalho. Como exposto no item 3.3.2, os custos ocasionados por esses acidentes são de grande relevância, acarretando um grande desfalque financeiro e emocional na vida das pessoas, governo e sociedade, quando na verdade tudo isso poderá ser evitado adotando medidas eficazes de prevenção. Barbosa Filho afirma: Prevenir significa preparar-se por meio da previsão, para as prováveis perspectivas de um futuro incerto. Agir, antecipadamente, no sentido de que as ocorrências desse futuro se alinhem ou, se possível, coincidam com os interesses estabelecidos. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 7) Há diversas formas de minimizar os riscos de acidentes através da prevenção, entre elas estão duas atividades básicas: eliminar as condições inseguras e reduzir os atos inseguros. Chiavenato descreve essas duas atividades da seguinte maneira: 33 1. Eliminação das condições inseguras: é o papel dos colaboradores da primeira linha de defesa. Engenheiros de segurança desenham cargos para remover ou reduzir riscos físicos dos ocupantes. Supervisores e gerentes assumem importante papel na redução das condições inseguras. Mapeamento de áreas de risco: trata-se de uma avaliação constante e permanente das condições ambientais que podem provocar acidentes na empresa. Análise profunda dos acidentes: todo relatório de acidente, com e sem afastamento do trabalho, deve ser submetido a uma profunda análise para descobrir possíveis causas, como condições ou atos inseguros. Apoio irrestrito da alta administração: todo programa bem sucedido de prevenção de acidentes repousa no compromisso da alta direção. 2. Redução dos atos inseguros: os acidentes são similares a outros tipos de desempenho pobre. Estudos psicológicos sugerem que não se deve selecionar as pessoas que apresentam tendências para acidentar-se em cargos específicos. Processos de seleção de pessoal: as técnicas de seleção visam identificar certos traços relacionados com acidentes em certos cargos. Comunicação interna: propaganda e cartazes sobre segurança no trabalho ajudam a reduzir atos inseguros. Treinamento: o treinamento de segurança reduz acidentes quando prepara novos colaboradores no sentido de instruí-los em práticas e procedimentos para evitar potenciais riscos e trabalhar desenvolvendo suas predisposições em relação à segurança no trabalho. Reforço positivo: um programa de segurança baseado no reforço positivo melhora a segurança no trabalho. (CHIAVENATO, 2010, p. 483-84) Os administradores de acordo com Barbosa Filho (2010) podem contribuir grandemente para desenvolver o hábito da segurança do trabalho em suas organizações, hábitos como criatividade, sensibilidade e um pouco de conhecimento do comportamento humano podem significar importantes contribuições para este fim. Zangrando (2003) acredita que o Brasil é um país sem históricos positivos de prevenção, deixando a desejar no tocante a segurança do trabalho. O Brasil é um país sem tradição na prevenção de acidentes do trabalho, fato revelado pelo elevado índice de acidentes, os quais decorrem, muitas vezes, do não fornecimento pelo empregador dos meios necessários à segurança do trabalhador. (ZANGRANDO, 2003, p. 659) 34 É preciso agir de maneira adequada e em conformidade com a Lei, pois assim, tanto empregado como empregador vivenciarão dias melhores no ambiente de trabalho, os altos índices de acidentes diminuirão e automaticamente os custos com os mesmos serão atenuados e o dinheiro usado pelos cofres públicos para amparar o acidentado poderá ser investido em melhores condições de vida da sociedade. 3.4 Setor da Construção Civil A maioria dos ambientes de trabalho expõe risco ao trabalhador, sejam eles físicos ou mentais, mas existe um que se destaca dos demais por ser um ambiente onde o risco com acidentes é constante: o setor da construção civil. Nesse setor enquadram-se os riscos físicos, químicos e biológicos, abrangendo ainda os riscos ergonômicos e de acidentes. O SEBRAE classifica esses riscos da seguinte maneira: Riscos Físicos – consideram-se agentes de risco físico as diversas formas de energia, a que possam estar expostos aos trabalhadores, tais como: ruído, calor, frio, pressão, umidade, radiações ionizantes e não-ionizantes, vibração e etc. Riscos Químicos – consideram-se agentes de risco químico os compostos, as substâncias ou produtos que possam penetrar no organismo do trabalhador pelas vias respiratórias, pele ou ingestão nas formas de poeiras, fumos, gases, neblinas, névoas ou vapores. Riscos Biológicos – consideram-se como agentes de risco biológico as bactérias, vírus, fungos, parasitos, entre outros. Riscos Ergonômicos – qualquer fator que possa interferir nas características físicas e mentais do trabalhador, causando desconforto ou afetando sua saúde. São exemplos de risco ergonômico: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia, repetitividade, postura inadequada de trabalho, etc. Riscos de Acidentes – qualquer fator que coloque o trabalhador em situação de risco e possa afetar sua integridade e seu bem estar físico e mental. São exemplos de risco de acidente: as máquinas e equipamentos em proteção, possibilidade de incêndio e explosão, falta de organização no ambiente, armazenamento inadequado, etc. (CARTILHA DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO NA CONSTRUÇÃO CIVIL, 2008, p. 09 grifo do autor) A indústria da construção civil é uma das maiores responsáveis pelo crescimento econômico do Brasil na última década. Dados do Produto Interno Bruto (PIB) mostram que 18% do PIB brasileiro são resultados do bom desempenho do setor da construção civil. No primeiro semestre de 2011, o setor foi o segundo que 35 mais gerou empregos formais no país. Foram abertos 186.224 novos postos de trabalho, perdendo apenas para a agricultura, que absorveu 235.381 trabalhadores no mesmo período. (Cimento Itambé, 2011). A construção civil tem se destacado cada vez mais no cenário econômico, porém à medida que o setor desponta no mercado, as preocupações aumentam devido os altos índices de acidentes acarretados nessa área. Esse setor é carente de atenção, pois o contato com os riscos de acidente é constante. 3.5 Equipamentos de Proteção Individual (EPI) Equipamento de Proteção Individual é todo dispositivo usado para a proteção do trabalhador e surgiram em meados de 1946 quando a ONU (Organização das Nações Unidas) reconheceu a Organização Internacional do Trabalho (OIT) como organismo especializado competente para empreender as ações referentes ao trabalho no mundo. (Guia Consultoria, 2011). Eles surgiram com a missão de assegurar proteção ao trabalhador no desenvolver de suas atividades laborais, desde então o seu uso tem sido obrigatório em organizações onde há o risco eminente de acidente de trabalho. Os EPIs devem ser fornecidos de forma gratuita à todos os empregados, assim como deverá ser fiscalizado o seu uso através de um Técnico de Segurança do Trabalho e o mesmo deverá ensinar adequadamente a forma correta de manusear cada equipamento. Barbosa Filho é categórico ao afirmar: É obrigação das organizações fornecer material de proteção de boa qualidade e confiabilidade. Por isso, deverão exercer um rigoroso controle sobre as origens e a guarda e conservação de seus equipamentos de proteção. Aquela que oferece a seu trabalhador um equipamento incapaz de satisfatoriamente protegê-lo estará infringindo o previsto em lei, da mesma forma que aquela que não oferece a proteção devida. E com agravantes. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 203) “Os engenheiros e técnicos de segurança são treinados para aplicar técnicas, não para desvendar casos, interpretar e propor novas explicações e evidenciar a complexa trama casual dos acidentes”. (ASSUNÇÃO E LIMA, 2003, p. 1.776) Infelizmente muitas organizações estão mais preocupadas em evitar autuações que de fato prezar pela segurança do funcionário e este muitas vezes não 36 entende que os equipamentos beneficiam a si mesmo, mais do que a empresa. Barbosa Filho afirma: O uso e a higiene inadequados dos EPI podem gerar problemas graves como infecções, reações alérgicas etc. Esses cuidados devem ser tomados porque ainda é muito comum a resistência por parte dos trabalhadores em utilizar determinados EPIs, sob alegações de que, se por um lado protegem, por outro incomodam e geram desconforto. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 200) Um dos grandes motivos que ocasionam acidentes de trabalho são a qualidade e durabilidade dos EPIs, pois as organizações os vêem com uma durabilidade ilimitada, ou seja, uma vez adquiridos duram para sempre e também adquirem produtos de baixa qualidade, levando em consideração o custo de aquisição e não a qualidade e conforto que o produto irá proporcionar ao funcionário. Muitas empresas segundo Barbosa Filho (2010) preferem economizar na qualidade do material oferecido e não percebem que assim estão reduzindo a capacidade produtiva de seus trabalhadores. Visando melhorar a qualidade dos EPI fornecidos pelas organizações e pelos fabricantes foi instituído pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) o CA (Certificado de Aprovação). O CA nada mais é que um certificado emitido pelo MTE que atesta se um produto está ou não em conformidade com a ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e se o mesmo é considerado apto a ser comercializado como um EPI. A empresa que se interessar em consultar se o fornecedor possui o CA, basta entrar no site do Ministério do Trabalho e Emprego e fazer a pesquisa. (CEST – Consultoria Especializada em Segurança do Trabalho, 2011). A partir do momento em que empregado e empregador compreenderem que a vida é mais importante que qualquer status, ambos tornará o meio ambiente de trabalho um recinto de melhor convivência, pois o trabalho é essencial a vida e a felicidade do homem, mas é preciso cuidado e zelo, para que este não venha ser fonte de aborrecimento e amargura, levando o ser humano ao stress, a depressão e até a morte. 37 3.5.1 Tipos de Equipamentos de Proteção Individual Os Equipamentos de Proteção Individual são classificado em 4 grupos: Proteção para a cabeça (para o crânio e para o cabelo), Proteção para os membros superiores e inferiores, Proteção para o tronco e Proteção das vias respiratórias. Cada grupo comporta inúmeros produtos que proporcionam a segurança do trabalhador. Proteção para a cabeça Os equipamentos utilizados na cabeça visam a proteção da mesma no decorrer das atividades laborais, evitando impactos sobre o crânio caso ocorram quedas de objetos de peso elevado. Figura 03: Equipamentos de Proteção Individual para a cabeça Fonte: www.fundacentro.gov.br Proteção para os membros superiores e inferiores Os membros superiores e inferiores são os que ficam mais expostos ao risco durante uma atividade laboral, por isso a importância dos equipamentos de proteção específicos à essa parte do corpo humano. Eles asseguram a proteção contra materiais cortantes, abrasivos, corrosivos, impactos, produtos químicos, respingos e fagulhas de soldas etc. 38 Figura 04: Equipamentos de Proteção Individual para os membros superiores e inferiores Fonte: www.fundacentro.gov.br Proteção para o tronco Os equipamentos voltados à proteção do tronco auxiliam no combate a acidentes com quedas de ferramentas, detritos e quedas do próprio funcionário. Figura 05: Equipamentos de Proteção Individual para o tronco Fonte: www.fundacentro.gov.br 39 Proteção das vias respiratórias Em canteiros de obras é constante: gases, poeiras excessivas, uso de tintas, solventes, pó de madeira, podendo ocasionar graves doenças respiratórias aos funcionários. Assim sendo, visando à proteção contra essas doenças e assegurando a proteção do trabalhador, surgiram os equipamentos de proteção das vias respiratórias. Figura 06: Equipamentos de Proteção Individual para as vias respiratórias Fonte: www.fundacentro.gov.br Todos esses equipamentos devem ser testados e possuir o Certificado de Aprovação fornecido pelo Ministério do Trabalho e Emprego. Devem ser de alta qualidade para que a segurança do trabalhador não seja comprometida. Para que haja um ambiente de trabalho seguro e saudável além do uso adequado dos EPIs, é de grande importância que o funcionário respeite algumas condições de limpeza, conforto, e segurança conforme exposto no Anexo A, p. 65 deste TCC. 3.6 Leis e Normas Regulamentadoras “A primeira Lei de proteção ao trabalhador acidentado no exercício de sua função surgiu na Inglaterra em 1802. Em 1862, ocorre a regulamentação da Segurança e Higiene do Trabalho na França; em 1865, na Alemanha e em 1921 nos Estados unidos”. (CAMPOS, 1999, p. 18) O art. 1º da Constituição Federal de 1988 destaca os princípios fundamentais assegurados a nação brasileira: 40 A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentais: I – a soberania; II – a cidadania; III – a dignidade da pessoa humana; IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; V – o pluralismo político (grifo do autor). Diante do exposto pela CF/88 é direito do trabalhador um meio ambiente de trabalho sociável, digno e seguro, porém submetê-lo a condições de trabalho inadequadas vai de encontro ao art. 1º ferindo a Constituição, devendo assim serem autuadas, pois estão contrariando as leis do país. No Brasil as leis específicas a Segurança no Trabalho demoraram um pouco a serem inseridas, mas hoje é um dos países com as melhores normas específicas voltadas à proteção do trabalhador. Entre elas estão: Decreto Lei 5452, de 01/05/1943 – Aprovação da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas); Norma Regulamentadora NR 5 – Criação da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes); Norma Regulamentadora NR 6 – Equipamentos de Proteção Individual (EPI); Norma Regulamentadora NR 7 – Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional; Convenção nº 155 da Organização Internacional do Trabalho – Segurança e saúde do trabalhador; Lei 6.514, de 22/12/1977 – Instalação de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes Lei 8.213, de 24/07/1991 – Previdência Social. (Garcia Hoeppner, 2010) Além das Leis e Normas existentes, o trabalhador ainda encontra amparo na Justiça do Trabalho, órgão criado por Getúlio Vargas para assegurar os direitos do trabalhador e empregador. Barbosa Filho afirma: Para o adequado cumprimento de suas atribuições, a Justiça do Trabalho é estruturada em três níveis ou graus de jurisdição, cada qual com um papel específico neste sistema: a. 1º Grau – Varas do Trabalho (VT): (antigas Juntas de Conciliação e Julgamento): julgam dissídios individuais e têm 41 jurisdição local, tendo como julgadores monocráticos um juiz titular r um juiz substituto; b. 2º Grau – Tribunais Regionais do Trabalho (TRT): julgam recursos das decisões proferidas nas VT, dissídios coletivos em nível regional, mandados de segurança, entre outros. Sendo tribunais, realizam os julgamentos na forma colegiada. Região é a designação da competência geográfica do Tribunal. Por exemplo: Pernambuco (TRT – 6º Região) e Paraíba (TRT – 13º Região); c. 3º Grau – Tribunal Superior do Trabalho (TST): tem como principal função uniformizar a jurisprudência (decisões reiteradas, sucessivas e uniformes dos tribunais que servem de orientação para julgados a cerca de questões ainda não firmadas em lei), além de julgar recursos oriundos dos TRT e dissídios de categorias em nível nacional, tais como aeroviários, etc. (BARBOSA FILHO, 2010, p. 423) Mesmo diante de inúmeras Leis e Regulamentos ainda existe empresas que deixam de proporcionar a segurança necessária ao empregador, dessa forma contrariando as leis do país. 42 4. METODOLOGIA 4.1 Tipo de Pesquisa A metodologia aplicada nesta pesquisa é qualitativa, descritiva baseada em estudo de caso sobre o uso dos equipamentos de proteção individual na empresa MRV Engenharia. Conforme Vieira e Zouain (2006, p. 17) a pesquisa qualitativa pode ser definida como “a que se fundamenta principalmente em análises qualitativas, caracterizado-se, em princípio, pela não utilização de instrumental estatístico na análise de dados”. Enquanto para Acevedo e Nohara (2006, p. 53) a pesquisa qualitativa “é um método recomendado quando se deseja conhecer os fatores que afetam o comportamento humano, tais como: atitudes, crenças, sensações, imagens e motivos”. Segundo Gressler (2004, p. 54) uma pesquisa descritiva se define como “aquela que descreve sistematicamente, fatos e características presentes em uma determinada população ou área de interesse”. Em conformidade com Gressler, Vergara (2000, p. 47) afirma que “a pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou de determinado fenômeno”. A pesquisa em forma de estudo de caso, conforme Gressler (2004, p. 55) é aquela que “dedica-se a estudos intensivos do passado, presente e de interações ambientais de uma unidade: indivíduo, grupo, instituição ou comunidade, selecionada por sua especificidade”. Enquanto Vergara (2000, p. 49) afirma que o estudo de caso é o “circunscrito a uma ou a poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país”. 4.2 Universo e Amostra 4.2.1 Universo A empresa MRV Engenharia possui um universo de 115 funcionários no canteiro de obras, que estavam desempenhando suas funções em um canteiro localizado no Valparaíso-GO. 43 4.2.2 Amostra A população para qual foi aplicada essa pesquisa foram funcionários da MRV Engenharia, onde o uso dos Equipamentos de Proteção Individual é imprescindível à todos. Para efetivação dessa pesquisa foi utilizada uma amostra de 22 pessoas, que representa 19,13% da população total (universo), sendo estes, funcionários da empresa que exercem funções diversificadas no canteiro de obras. 4.3 Instrumento de pesquisa O instrumento de pesquisa utilizado foi um questionário estruturado (fechado) conforme o Anexo B, p. 92 deste TCC, composto por 10 questões de múltipla escolha e foi abordado o uso dos Equipamentos de Proteção Individual por parte dos funcionários. 4.4 Procedimento metodológico 4.4.1 Coleta de dados A escolha da amostra da pesquisa foi aleatória, com predominância do gênero masculino. De acordo com a disponibilidade dos funcionários foram sendo respondidos os questionários, totalizando 22 pessoas. Todas as questões abordadas foram diretamente a respeito do uso e resistências dos funcionários com Equipamentos de Proteção Individual. 4.4.2 Tratamento dos dados Após a aplicação dos questionários, todas as questões identificadas foram tabuladas, analisadas, interpretadas e apresentadas de forma gráfica para facilitar a compreensão e melhor visualização dos resultados. A interpretação dos resultados buscou uma relação com embasamento teórico feito neste TCC, indicando o item e a página referente ao assunto tratado. 44 5. ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Foi realizada uma pesquisa sobre o uso dos Equipamentos de Proteção Individual e resistência dos funcionários em um dos canteiros de obras da empresa MRV Engenharia, localizado no Valparaíso-GO, onde 22 pessoas responderam um questionário estruturado (fechado) conforme o Anexo B. As análises foram apresentadas de acordo com o número (freqüência) de entrevistados e percentual representativo dos resultados em forma gráfica para melhor visualização dos resultados. O objetivo epecífico número um desse TCC, conforme citado no ítem 1.3.2 p. 18, é verificar a qualidade dos EPIs fornecidos pela MRV Engenharia. É notório que para proporcionar um ambiente de trabalho seguro aos funcionários o primeiro passo é fonecer Equipamentos de Proteção Individual (EPI) de qualidade para que os mesmos possam desempenhar suas funções de maneira eficaz. Assim sendo, a primeira questão do questionário foi indagar sobre como o funcionário se sente com relação a segurança enquanto trabalha como mostra o gráfico 01. Das 22 respostas, a maioria (15 pessoas) representando 68,18% demonstraram sentir segurança, enquanto 18,18% disseram não se sentir seguros e 13,64% revelaram que em determinados momentos se sentem seguros enquanto trabalham. Apesar de o percentual predominante ser positivo, os demais funcionários representam um percentual significativo, podendo deduzir que nem todos os equipamentos fornecidos pela organização sejam de boa qualidade. Gráfico 01: Segurança 45 Conforme citado no ítem 3.2 do referencial teórico, p. 26 deste TCC, a segurança é característica a ser buscada nas pessoas, nos meios ou elementos de um processo produtivo do qual resultará uma produção por meio de trabalho. É dever da empresa fazer com que o empregado se sinta assegurado no meio ambiente de trabalho. O fato de alguns funcionários sentirem-se inseguros se dá pela baixa qualidade, falta de orientação sobre os EPIs e acompanhamento do uso, influenciando na Qualidade de Vida no Trabalho. Enquanto muitas empresas tem o empregado como mero objeto de status e poder, o mesmo encontra-se insatisfeito com a segurança enquanto desenvolve sua função. É preciso que as organizações invistam na Segurança e no bem estar do funcionário, pois assim estará indiretamente investindo no consumidor, pois um funcionário feliz produz mais e com melhor qualidade. Ainda em conformidade com o objetivo específico número um desse TCC, p. 19, que se trata da qualidade dos EPIs, foi também perguntado aos funcionários se a empresa fornecia todos os Equipamentos de Proteção Individual necessários à utilização durante o exercício das atividades laborais, pois além de uma boa qualidade, é preciso o fornecimento de todos os EPIs, visto que muitas organizações disponibilizam apenas alguns equipamentos. Como mostra o gráfico 02, dos 22 entrevistados, 17 pessoas, representando um índice de 77,27% afirmaram que a MRV Engenharia fornece todos os equipamentos necessários, já 22,73% (5 pessoas) responderam que nem sempre todos os EPIs são proporcionados. É preciso que fornecimento e qualidade estejam lado a lado compondo o quadro da segurança do trabalho de uma empresa, pois um complementa o outro. 46 Gráfico 02: Fornecimento de EPI No ítem 3.3.2 do referencial teórico p. 31 deste TCC, foi afirmado que se as organizações buscam eficiência, eficácia e lucros elas precisam estar dispostas a investir dinheiro para criar condições que excedem as condições exigidas pela lei, exatamente para se manter eficientes, eficazes e lucrativas, pois a falta de investimento em segurança custa muito mais caro. É melhor investir na prevenção, fornecendo todos os EPIs, do que um funcionário ser acometido por um acidente, visto que o seu custo é bem mais elevado, gerando prejuízo à organização. Embora pequeno o índice contrário ao fornecimento dos EPIs, como mostrou o gáfico 02, ainda assim não deixa de ser preocupante, pois todas as organizações cuja atividade laboral representa risco à saúde e segurança do trabalhador são obrigadas a forncer os equipamentos de proteção. Mesmo com a existência de leis e regimentos que obrigam as empresas a disponibilizarem todos os EPIs, muitas estão mais preocupadas em não serem autuadas que de fato prezar pela segurança do funcionário. Isso faz com que cada vez mais acidentes ocorram e vidas sejam ceifadas do meio social. É preciso que a fiscalização em empresas cujo trabalho apresenta risco a vida do funcionário sejam rigorosos e constantes, incluindo a aplicação de multas de alto valor, só assim as empresas se despertarão para a segurança do trabalhador, pois infelizmente o status e o poder fala mais alto que a vida de um empregado. O objetivo número dois desse TCC, como citado no item 1.3.1, p.19, é certificar se as informações a cerca da importância do uso dos EPIs estão sendo 47 repassadas adequadamente, assim sendo foi questionado aos funcionários sobre a responsabilidade individual na utilização adequada dos Equipamentos de Proteção Individual, pois se um funcionário se sente responsável pelo uso adequado dos equipamentos, significa que a empresa tem repassado as informações de forma correta sobre o uso do mesmo. Como mostra o gráfico 03, a maior parte (59,09%) revelou sentir-se responsável pelo uso dos EPIs; 22,73% revelaram que nem sempre se sentem responsáveis; 13,64% acreditam não serem responsáveis pelo uso adequado e 4,54% disse que raramente se sente responsável. Apesar de 13 pessoas sentirem a responsabilidade no uso adequado dos equipamentos de proteção, o número de pessoas contrárias a afirmativa pode ser considerado de grande relevância, mostrando que nem todas as informações têm sido repassadas da maneira correta, pois se o mesmo estivesse ocorrendo o número de empregados que se sentem responsáveis seria evidentemente maior. Gráfico 03: Responsabilidade de uso dos EPIs Foi descrito no ítem 3.3.3 do referencial teórico, p. 32 deste TCC, que prevenir significa preparar-se por meio da previsão, para as prováveis perspectivas de um futuro incerto, agir, antecipadamente, no sentido de que as ocorrências desse futuro se alinhem ou, se possível, coincidam com os interesses estabelecidos. Isso só reforça a ideia de que o foco está na prevenção, e uma boa maneira de prevenir os acidentes é repassar as informações de maneira adequada sendo essa uma grande arma de prevenção, pois é indispensável o uso adequado de todos os 48 Equipamentos de Proteção Individual antes que algum acidente ocorra e que alguma pessoa seja extirpada da sociedade. Muitas lutas foram travadas para que o trabalhador tivesse direito a leis que o amparassem em seu ambiente de trabalho, mas hoje muitos se esquecem que não basta apenas as empresas oferecerem meios seguros de trabalho, é preciso que cada um tenha consciência e faça a sua parte, de um lado a organização disponibilizando todos os equipamentos de proteção e do outro o funcionário fazendo uso devido desses equipamentos, mas nem sempre é assim, pois alguns empregados não dão créditos necessários aos EPIs e deixam muitas vezes de usálos expondo suas vidas até mesmo a morte. É bem verdade que é obrigação das organizações o fornecimento dos EPIs, mas também é obrigação do funcionário o uso adequado de cada um deles que para isso depende do acompanhamento e concientização da empresa. Em conformidade com os objetivos específicos descritos no item 1.3.1 desse TCC, p.19, cujo objetivo número um e número três tratam-se da qualidade dos equipamentos e motivos da resistência dos funcionários na utilização dos EPIs, foi questionado aos funcionários da MRV Engenharia, como mostra os gráficos 04 e 05 se os equipamentos fornecidos pela empresa impedem o desenvolvimento adequado de suas funções e se os mesmos apresentam baixa qualidade de fabricação. De um total de 22 pessoas entrevistadas a grande maioria revelaram que os EPIs atrapalham o desenvolvimento das atividades laborais, ou seja 50% aparentaram-se insatisfeitas em trabalhar usando algum tipo de equipamento de proteção, enquanto 31,82% manifestaram insatisfação em determinados momentos e apenas 18,18% não se sentem prejudicadas no desenvolvimento de suas funções. Quanto a qualidade de fabricação, 15 pessoas (68,18%) afirmaram que os EPI realmente são de baixa qualidade, sendo necessário trocas constantes que nem sempre são oferecidas pela organização e apenas sete pessoas responderam que às vezes os equipamentos são de baixa qualidade. De acordo com os dados obtidos pode-se afirmar que um dos grandes vilões que provoca a resistência dos funcionários em utilizar os Equipamentos de Proteção Individual é o impedimento que esses EPIs traz ao desempenho adequado das atividades laborais, fato esse causado devido a baixa qualidade de fabricação do mesmo. 49 Gráfico 04: Desenvolvimento da atividade laboral com uso dos EPIs Gráfico 05: Qualidade dos EPIs Além da qualidade inferior dos EPIs existem alguns fatores que aumentam ainda mais o desconforto e a qualidade: o uso e a higiene inadequados. Conforme citado no item 3.5 do referencial teórico p. 35 deste TCC, o uso e a higiene inadequados dos EPIs podem gerar problemas graves como infecções, reações alérgicas etc, esses cuidados devem ser tomados porque ainda é muito comum a resistência por parte dos trabalhadores em utilizar determinados EPIs, sob alegações de que, se por um lado protegem, por outro incomodam e geram desconforto. 50 Muitas empresas acreditam que adquirindo equipamentos de baixo custo estarão economizando e assim garantindo um lucro maior no final do mês, porém se esquecem que agindo dessa forma estarão reduzindo a capacidade produtiva dos seus trabalhadores, pois como mostrou o gráfico 04 a maioria dos EPIs atrapalham o desenvolvimento das atividades laborais, sem contar o aumento do risco de acidentes devido a baixa qualidade. Muitos funcionários ao fazer uso de algum EPI danificado acabam se lesionando e por isso preferem abrir mão do seu uso. É imprescindível o investimento das organizações em equipamentos de qualidade que sejam aprovados pelo Ministério do Trabalho e que apresentem o Certificado de Aprovação emitido pelo mesmo, pois só assim os funcionários serão incentivados a usurfruir dos EPIs. É preciso que as empresas tenham em mente que nenhum equipamento por melhor que seja durará para sempre, sendo portanto necessário a troca de acordo com a vida útil de cada equipamento. Assim como descrito no item 1.3.1 p. 19 e no gráfico 03, p. 47, cujo objetivo específico número dois deste TCC é certificar se as informações a cerca do uso dos equipamentos estão sendo repassadas adequadamente, a sexta pergunta complementa este objetivo questionando aos funcionários se nos canteiros de obras da MRV Engenharia há fiscalização periódica como mostra o gráfico 06. Dos 22 entrevistados apenas 12 pessoas responderam afirmativamente, enquanto 10 pessoas revelaram que a fiscalização é realizada de vez em quando. Além da transmissão de informações adequadas, é preciso ter fiscalização periódica nos canteiros de obras, pois mesmo que todos os funcionários saibam da responsabilidade de uso dos EPIs, sempre haverá àqueles que não levam as informações repassadas com seriedade deixando assim em dado momento de fazer uso de algum tipo de equipamento. 51 Gráfico 06: Fiscalização Os dados comprovam o descaso da organização com seus funcionários, pois a fiscalização é de extrema importância para garantir uma correta utilização dos Equipamentos de Proteção Individual, devendo ser feito um contínuo acompanhamento e trabalho de conscientização verificando os problemas surgidos com o uso dos EPIs. No item 3.3.3 do referencial teórico, p. 32 deste TCC, tanto Chiavenato quanto Barbosa Filho afirmam que além da fiscalização é necessário comunicação interna, como propaganda e cartazes sobre segurança, hábitos como criatividade, sensibilidade, conhecimento do comportamento humano ajudam a reduzir atos inseguros. Conforme citado no item 3.5 do referencial teórico, p. 35 deste TCC, é extremamente importante que as organizações exerça um rigoroso controle sobre as origens, a guarda e a conservação de seus equipamentos de proteção, pois aquela que oferece a seu trabalhador um equipamento incapaz de protegê-lo estará infringindo o previsto em lei, da mesma forma que aquela que não oferece a proteção devida. Não são poucos os acidentes de trabalho causados por falta de fiscalização. A maioria das organizações acredita que apenas disponibilizando os equipamentos já é o suficiente e se esquecem que se o uso correto não estiver sendo fiscalizado, grande parte dos trabalhadores deixarão de usar algum dos EPIs, pois nem todos 52 têm a consciência de que não é somente a empresa que estará em jogo caso ocorra algum acidente, mas as suas próprias vidas. Assim, é fundamental que em organizações onde o risco de acidente é eminente e o uso dos Equipamentos de Proteção Individual é indispensável a presença de Fiscais e Técnicos de Segurança treinados para aplicar técnicas, explicar o uso correto de cada equipamento e o mais importante, façam a fiscalização periódica, para que assim os índices de acidentes de trabalho sejam minimizados, cada um fazendo a sua parte, empregado e empregador trabalhando juntos por um meio ambiente de trabalho seguro e saudável. Ainda em conformidade com o objetivo específico número dois desse TCC, que se trata das informações repassadas, foi questionado aos funcionários se algum colega de trabalho já os influenciou a não utilizar algum dos Equipamentos de Proteção Individual, visto que, muitas pessoas se deixam levar pelas opiniões de outrem. Como mostra o gráfico 07, dos 22 entrevistados, 16 pessoas responderam já ter sido influenciado por colegas de trabalho e 6 pessoas responderam que às vezes são influenciados à não utilizar algum dos EPIs. Os índices revelam claramente que as pessoas tende a motivar outras quer sejam para o bem quer sejam para o mal. No gráfico que se segue verifica-se mais uma vez o quanto as informações transmitas aos funcionários são relevantes, pois se essas fossem repassadas da maneira adequada, os empregados assim transmitiriam aos demais, ou seja, os influenciariam a utilizar todos so Equipamentos de Proteção Individual, ressaltando o elevado grau de importância do seu uso. 53 Gráfico 07: Influência dos colegas de trabalho Conforme citado no ítem 3.3 do referencial teórico p. 28 deste TCC, Steffen acredita que o significado do acidente para o trabalhador é o primeiro passo para entender as repercursões que o mesmo causa na vida de um funcionário, para que assim possa investir em meios de prevenção. Os dados mostrados no gráfico 07 revelam que muitos funcionários não se preocupam com a própria vida, deixando-a a mercê de qualquer acidente de trabalho, reforçando a falta de informação adequada sobre a segurança do trabalho. É preocupante ver que as pessoas se deixam levar por más opniões, mesmo quando a sua própria vida está em jogo. É preciso que as organizações transmitam aos empregados à importância da prevenção, através de cartazes, paletras e cursos com amostras de casos reais, com pessoas que já sofreram algum tipo de acidente, pois assim muitos profissionais se concientizarão dos riscos que correm ao deixar de fazer uso dos Equipamentos de Proteção Individual. O objetivo específico número quatro dese TCC, p.19 propõe-se a identificar exigências e conciência de riscos por parte dos funcionários quanto ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual, diante disso foi questionado aos funcionários se a MRV Engenharia exigia a utilização de todos os equipamentos de proteção e se eles tinham consciência dos riscos que correm ao deixar de utilizar um dos equipamentos, como mostra os gráficos 08 e 09. Dos 22 entrevistados, apenas 45,45% responderam que a empresa exige a utilização de todos os EPIs; 31,82% 54 revelaram que às vezes a empresa exige; 13,64% raramente e 9,09% responderam que a MRV não exige a utilização dos Equipamentos de Proteção Individual. Mesmo a empresa não exingindo o uso dos EPI nos canteiros de obras, o gráfico 09 mostra que 95,45% dos funcionários são cientes dos riscos que correm ao deixar de usar um dos Equipamentos e apenas 4,55% responderam que às vezes tem consciência desses riscos, dependendo do momento e da situação em que se encontrem. Os dados revelam o descaso da organização para com seus funcionários, pois ainda que a maioria seja consciente dos riscos ao deixar de usar um EPI é obrigação da empresa a fiscalização periódica nos canteiros de obras sendo essa função delegada ao Fiscal. Gráfico 08: Exigência no uso dos EPIs 55 Gráfico 09: Consciência dos riscos Os canteiros de obras das empresas de construção civil são munidos de ferramentas, máquinas e equipamentos que fomentam o perigo de acidentes. Conforme citado no item 3.4 do referencial teórico, p. 34 deste TCC, esses ricos são classificados em riscos Físicos, Químicos, Biológicos, Ergonômicos e riscos de acidentes. Diante disso, alguns meios de minimizar esses perigos foram implementados, dentre os quais estão: eliminação das condições inseguras, onde engenheiros de segurança desenham cargos para remover ou reduzir riscos físicos dos ocupantes, mapeamento de áreas de risco, análise profunda dos acidentes, redução dos atos inseguros, treinamento, reforço positivo etc. Portanto para que qualquer programa de prevenção obtenha sucesso é indispensável a exigência por parte dos técnicos de trabalho e principalmente a conciência dos funcionários aos riscos que estão expostos. É lamentável se deparar com empresas que não exigem a utilização de todos os equipamentos de proteção, quando vidas estão em jogo. É triste ver que muitas organizações ainda visam o lucro acima do ser humano, e este fica exposto aos riscos a saúde e a própria vida. Engana-se a empresa que acredita que apenas fornecendo todos os Equipamentos de Proteção Individual já é suficiente, já fez a sua parte. Muitas não querem investir em um Técnico, um Fiscal e mais tarde acabam tendo que desembolsar um valor muito maior com tratamentos, indenizações, isso quando a vida de um funcionário não for ceifada do meio de 56 trabalho, deixando cicatrizes eternas na alma dos seus familiares e colegas de trabalho que dinheiro algum poderá pagar. É bem verdade que muitos funcionários mesmo tendo consciência dos riscos a que estão expostos como mostrou o gráfico 08 deixam a desejar no tocante ao uso dos EPIs, mas a empresa que presa pela qualidade, segurança do funcionário e pela sua imagem, não apenas disponibiliza Fiscais e Técnicos, mas exige que cada funcionário utilize adequadamente todos os Equipamentos de Proteção Individual. É essencial que a organização como um todo, desde a alta administração a classe operacional trabalhe unidos, para que haja declíneo nos índices de acidentes de trabalho causados no setor de construção civil. Como foi sempre mensionado no decorrer dessa pesquisa a importância da infomação repassada adequadamente aos funcionários (objetivo específico número dois desse TCC, p. 19), foi questionado aos mesmos se caso eles vissem outro funcinário deixando de utilizar um dos EPIs, eles falariam a respeito dos riscos que essa pessoa estaria correndo e a aconselharia a utilização. Como mostra o gráfico 10, dos 22 entrevistados 14 pessoas afirmaram que chamaria a atenção do funcionário e o informaria sobre o perigo que estaria correndo; 4 pessoas responderam às vezes e 4 pessoas responderam que raramente o informaria sobre os riscos. Gráfico 10: Informações Conforme citado no item 3.3.3 do referencial teórico, p. 32 deste TCC, Zangrando (2003) afirma que o Brasil é um país sem tradição na prevenção de 57 acidentes, pois os altos índices assim o revelam. Esse afirmação só remonta a ideia de que cada vez menos as pessoas se preocupam com a sua segurança enquanto desenvolvem uma atividade laboral. Ainda no item 3.3.3 deste referencial, Chiavenato (2010) destaca algo de suma importancia que só ressalta o exposto no gráfico 10, o reforço positivo, segundo ele um programa de segurança baseado no reforço positivo melhora a segurança no trabalho. A verdade é que quando as pessoas se concientizarem que a vida é o bem mais precioso que se pode ter, os acidentes de trabalho serão minimizados, e quando algum trabalhador se deparar com alguém exercendo alguma atividade laboral que represente risco a sua vida, logo o informará e concientizará dos riscos expostos a sua vida, logo, cada um fazendo a sua parte, o meio ambiente de trabalho será um local seguro e saudável. Por isso é importante ressaltar o quanto as informções repassadas de um funcionário para outro poderão auxiliar na prevenção de acidentes. Experiências falam mais que normas e exigências discorridas pelos técnicos para um trabalhador. É preciso união entre funcionários e patrões, ambos com a mesma visão, e assim lutando para produzir um ambiente melhor. 58 6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 6.1 Conclusões Esse TCC foi realizado com intuito de analisar a Segurança do Trabalho relacionada ao uso dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) e resistência dos funcionários na empresa MRV Engenharia para desvendar quais motivos levam os funcionários desta empresa resistirem ao uso dos EPIs fornecidos pela mesma. Com base nos resultados obtidos, verificou-se a grande carência de informações a cerca do uso adequado dos Equipamentos de Proteção Individual (EPI) sendo, portanto as próprias organizações os maiores responsáveis por essa escassez de informações. Outro dado alarmante se trata da fiscalização nos canteiros de obras, como mostrou o gráfico 06, onde de um total de 22 funcionários entrevistados, apenas 12 responderam haver fiscalização periódica. O quadro da Segurança do Trabalho é de responsabilidade tanto das organizações quanto dos funcionários, pois ambos fazem parte de um mesmo ambiente e como tal carecem de proteção e conscientização a respeito dos métodos de prevenção. 6.1.1 Hipóteses As hipóteses levantadas no início dessa pesquisa foram: 1. Os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) impedem o desenvolvimento adequado das atividades laborais. 2. Existe carência de informação sobre o devido uso dos EPI por parte da empresa para o empregado. 3. Falta o fornecimento de todos os EPIs necessários. 4. Os Equipamentos de Proteção apresentam baixa qualidade de fabricação. Com base na análise dos dados verificou-se que somente a hipótese de número três foi negada, visto que, de um total de 22 pessoas, 17 afirmaram que a MRV Engenharia fornece todos os Equipamentos de Proteção Individual, conforme ilustrado no gráfico 02, p. 45 desse TCC. 59 A hipótese de número um foi confirmada, pois, o gráfico 04, p. 48 desse TCC, mostrou que 50% dos funcionários entrevistados afirmaram que de fato os EPIs impedem o desenvolvimento adequado das atividades laborais. Já a hipótese de número dois pôde ser confirmada através do gráfico 07, p. 52 desse TCC, onde aproximadamente 73% dos entrevistados afirmaram já ter sido influenciado à não utilização de algum equipamento de proteção podendo inferir que as informações sobre o uso devido e sobre os riscos que o profissional corre ao deixar de fazer uso de um EPI não estão sendo repassados adequadamente, pois se o mesmo estivesse ocorrendo o número de pessoas influenciadas seria irrelevante. A hipótese de número quatro foi confirmada através dos dados mostrados no gráfico 05, p. 48 desse TCC, onde 68,18% dos entrevistados afirmaram que os Equipamentos de Proteção Individual realmente apresentam baixa qualidade de fabricação, deteriorando-se com facilidade comprometendo a segurança dos funcionários. 6.2 Recomendações se: Para formação de um ambiente de trabalho seguro e saudável, recomendaFornecimento de todos os Equipamentos de Proteção Individual; Investimento em equipamentos de qualidade; Criação de equipamentos que não atrapalhem o desenvolvimento da atividade laboral; Fiscalização periódica nos canteiros de obras; Respeitar a vida útil de cada equipamento, trocando-o sempre que não estiver propício ao uso; Fiscalização periódica do Ministério do Trabalho às empresas de construção civil; Curso sobre a importância do uso dos EPIs direcionados aos funcionários, com depoimentos de pessoas que já sofreram algum acidente de trabalho; Exposição de cartazes em todos os canteiros de obras destacando o uso e importância dos EPIs; Apresentar este TCC para a empresa. 60 7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACEVEDO, Claudia Rosa e NOHARA, Jouliana Jordan. Monografia no curso de Administração. 2. ed. ampl. rev. São Paulo: Atlas, 2006. ASSUNÇÃO, A. A. e LIMA, F. P. A. A contribuição da ergonomia para a identificação, redução e eliminação da nocividade do trabalho. 2. ed. atual. ampl. São Paulo: Atheneu, 2003. BARBOSA FILHO, Antônio Nunes. Segurança do Trabalho & Gestão Ambiental. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2010. BRANDÃO, Cláudio. Acidente do trabalho e responsabilidade civil do empregador. 2. ed. São Paulo: LTR, 2006. BRASIL. Consolidação das Leis Trabalhistas. Decreto-Lei nº 5452, de 1º de maio de 1943. Seção IV, Do equipamento de Proteção Individual, art. 166. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Constituição Federal de 1988. Título I Dos Princípios Fundamentais, art. 1º. BRASIL. Organização Internacional do Trabalho. Convenção, nº 155, de 22 de junho de 1981. Convênio sobre Segurança e Saúde dos Trabalhadores, art. 4º. 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ÁREAS DE VIVÊNCIA Instalação sanitária 64 Chuveiros Vestiário 65 SUGESTÕES E BOAS PRÁTICAS 66 Local para refeições ESCAVAÇÃO, FUNDAÇÃO E DESMONTE DE ROCHAS 67 Martelete pneumático 68 CARPINTARIA Serra circular de bancada Serra Circular manual 69 Carpinteiro ARMAÇÃO DE AÇO Policorte 70 Dobragem de vergalhões 71 ESTRUTURAS DE CONCRETO 72 ESCADAS, RAMPAS E PASSARELAS 73 Escada manual 74 PROTEÇÃO CONTRA QUEDAS 75 76 MOVIMENTAÇÃO E TRASPORTE DE MATERIAS E PESSOAS Torre de elevadores 77 78 Posto do operador Dispositivos de segurança para elevador de carga e passageiros 79 ANDAIMES Andaime fechadeiro 80 Andaime suspenso 81 Cadeira suspensa 82 ALVENARIA, REVESTIMENTO E ACABAMENTO Betoneira Pedreiro 83 Acabamento com cerâmica INSTALAÇÕES ELÉTRICAS 84 Eletricista 85 Trabalhos com furadeira manual 86 Almoxarifado Fonte: Cartilha de segurança e saúde do trabalho na construção civil/ES – NR-18. SEBRAE, 2008. 87 ANEXO B – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS FUNCIONÁRIOS DA MRV ENGENHARIA Você está convidado a responder este questionário que faz parte da coleta de dados da pesquisa “Segurança no Trabalho – Uso dos Equipamentos de Proteção Individual”, sob responsabilidade da pesquisadora Josiane Gomes, estudante do curso de Administração, da Faculdades Integradas da União Educacional do Planalto Central – FACIPLAC, localizada no Gama-DF. NÃO É PRECISO SE IDENTIFICAR QUESTIONÁRIO 1 – Eu me sinto seguro quando estou trabalhando nessa empresa? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 2 – A empresa onde eu trabalho fornece todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPI) a ser utilizado nos canteiros de obra? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 3 – Eu sou ciente da responsabilidade que tenho em utilizar os equipamentos de proteção individual? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 4 – Eu não uso os equipamentos de proteção porque eles atrapalham o meu desenvolvimento no trabalho? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 88 5 – Os Equipamentos de Proteção Individual apresenta baixa qualidade de fabricação? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 6 – Existe fiscalização periodicamente nos canteiros de obras para saber se todos estão usando os equipamentos? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 7 – Algum colega de trabalho já me influenciou a não usar algum dos equipamentos de proteção? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 8 – A minha empresa exige que eu utilize todos os equipamentos de segurança? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 9 – Eu sou ciente dos riscos que posso correr ao deixar de usar um dos equipamentos de proteção? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não 89 10 – Quando vejo um funcionário deixando de usar um dos equipamentos eu falo com ele sobre as possíveis conseqüências? ( ) Sim ( ) Às vezes ( ) Raramente ( ) Não