Aviação agrícola avança sob as lavouras

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Aviação agrícola avança sob as lavouras
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Revista Canavieiros - Março de 2016
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Revista Canavieiros - Março de 2016
Editorial
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Aviação agrícola avança sob as lavouras
O
Brasil tem hoje a segunda maior frota aeroagrícola do mundo, com mais de dois mil aviões agrícolas registrados,
segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), mas tem potencial para crescer, acompanhando o ritmo do
agronegócio nacional. O setor sucroenergético também tem usado cada vez mais os aviões agrícolas para aplicação
de defensivos, maturadores, inibidores de florescimento, fertilizantes e adubação de canaviais, como podem conferir na nossa
matéria de capa.
Atualmente existem 232 empresas de aviação agrícola no país, que impulsionam o mercado de trabalho com aproximadamente oito mil empregos diretos para cargos como pilotos agrícolas, técnicos, auxiliares e administrativo. Com cerca de 500
mil horas voadas por ano, o segmento fatura cerca de R$ 1 bilhão, gerando R$ 250 milhões em impostos.
A matéria de capa desta edição traz ainda entrevista com o presidente Sindag (Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola), Nelson Antônio Paim, pontuando estratégias, legislação e políticas do segmento, inclusive sobre a possibilidade do uso da aviação agrícola no combate ao mosquito Aedes Aegypti,
A revista de março mostra também a primeira reunião do Grupo Fitotécnico, que tratou de florescimento e maturação; traz
matéria sobre o dia de campo realizado pelo CTC, que mostra a evolução de suas variedades de cana-de-açúcar e informações
sobre o mercado de açúcar e etanol. Como também que a ORPLANA comemora 40 anos em 2016 e que a Bonsucro certificou
pela primeira vez produtores de cana brasileiros, entre a cobertura de outros eventos.
Desta vez, temos entrevista com o engenheiro agrônomo Eduardo Vasconcelos Romão, presidente recém-empossado da
ORPLANA, e Luiz Carlos Côrrea Carvalho, presidente da ABAG. Já no Ponto de Vista opinam Arnaldo Luiz Correa e Coriolano Xavier, além da Coluna Caipirinha, assinada pelo professor Marcos Fava Neves. Artigos técnicos de André Bosch
Volpe, agrônomo da Canaoeste de Bebedouro-SP, e do engenheiro químico, Tercio Marques Dalla Vecchia, e do economista
Haroldo José Torres da Silva.
As notícias do Sistema trazem uma matéria sobre a Assembleia Geral Ordinária da Copercana, como também mostra que o
presidente da Canaoeste participou de seminário sobre o Plano Safra 2016/2017, em Brasília. A Assuntos Legais, informações
setoriais, classificados e dicas de leitura e de português também podem ser conferidos na revista de março.
Boa leitura!!!
Errata
Nota de esclarecimento aos leitores
Na matéria “Copercana destina 102 mil t de embalagens vazias de defensivos agrícolas em 2015”, publicada na página 16 da edição de
nº 116 de Fevereiro de 2016 da Revista Canavieiros, erramos ao publicar que a Cooperativa destinou de modo ambientalmente correto 969.000
toneladas de embalagens vazias desde 2002; que no ano passado foram destinadas 102.000 toneladas e que em 2014 foram 96.000 toneladas.
A Revista Canavieiros se desculpa com seus leitores pelo erro e afirma que os números corretos são: 969 toneladas de embalagens vazias desde
2002; que no ano passado foram destinadas 102 toneladas e que em 2014 foram 96 toneladas.
Boa leitura!
Conselho Editorial
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Tiragem DESTA EDIçÃO:
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ISSN: 1982-1530
A Revista Canavieiros é distribuída gratuitamente
aos cooperados, associados e fornecedores do
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Revista Canavieiros - Março de 2016
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Ano IX - Edição 117 - Março de 2016 - Circulação: Mensal
Índice:
Capa - 27
Aviação agrícola avança sob as
lavouras
O Brasil tem hoje a segunda
maior frota aeroagrícola do mundo, mas tem potencial para crescer, acompanhando o ritmo da
agricultura nacional
06 - Entrevista
Eduardo Vasconcelos Romão
A afirmação é do engenheiro agrônomo Eduardo Vasconcellos Romão, recém-eleito presidente da ORPLANA
para a gestão 2016/2019.
18 - Notícias Copercana
E mais:
Entrevista:
Luiz Carlos Corrêa Carvalho
.....................página 08
Pontos de Vista:
Coriolano Xavier
.....................página 12
Arnaldo Luiz Correa
.....................página 14
Coluna Caipirinha
.....................página 16
Assuntos Legais
.....................página 24
- Presidente da Canaoeste participa de seminário sobre Plano Safra 2016/2017
em Brasília
Artigos Técnicos:
Palha de cana x Pequenas Centrais
Termelétricas
.....................página 40
Variação dos preços de insumos agrícolas utilizados por fornecedores de
cana-de-açúcar em 2015
.....................página 42
22 - Notícias Sicoob Cocred
Informações Setoriais
.....................página 62
- Copercana reúne diretores e cooperados em Assembleia Geral Ordinária
20 - Notícias Canaoeste
- Balancete Mensal
36 - Artigo Técnico
- Fatores que influenciam a qualidade do plantio de cana-de-açúcar
O plantio de cana-de-açúcar é a prática que mais envolve o conhecimento solo-planta-atmosfera e a interação desses fatores pode ditar o sucesso ou fracasso da atividade.
Destaque:
Reunião do Grupo Fitotécnico
.....................página 46
Dia de Campo mostra a evolução das
variedades de cana-de-açúcar
.....................página 48
ORPLANA comemora 40 anos
.....................página 50
O mercado de açúcar e etanol para
os próximos anos
.....................página 54
Bonsucro certifica produtores de
cana-de-açúcar brasileiros
.....................página 56
CEISE Br lança Manifesto pela Ampla
Reforma da Administração Nacional
.....................página 60
Classificados
.....................página 62
Cultura
Revista Canavieiros - Março de 2016
....................página 60
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“Com união iremos fortalecer e
expandir a organização”
Eduardo Vasconcelos Romão
A afirmação é do engenheiro agrônomo Eduardo Vasconcellos Romão, recém-eleito presidente da ORPLANA (Organização dos Plantadores de Cana da Região Centro-Sul do Brasil) para a gestão 2016/2019.
Casado, pai de duas meninas, Romão é formado pela ESALQ/USP, com especialização em Logística pela
UNESP-Bauru e tem uma trajetória respeitada no cultivo da cana-de-açúcar e na liderança de entidade
ligada ao setor – este é o seu segundo mandato como presidente da ASSOCICANA (Associação dos Plantadores de Cana da Região de Jaú).
No novo cargo, como presidente da ORPLANA, o qual assumiu após eleição realizada no dia 11 de
março, na sede da organização, em Ribeirão Preto-SP, Romão tem pela frente o desafio de dar continuidade ao plano de reestruturação implantado ano passado na entidade, que congrega 33 associações de
fornecedores de cana dos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Goiás.
Confira entrevista exclusiva que o profissional concedeu à Canavieiros:
Andréia Vital
Revista Canavieiros - Qual foi a
sua trajetória no setor sucroenergético?
Eduardo Vasconcelos Romão: Sou
produtor de cana-de-açúcar e tenho
uma história familiar ligada ao setor
sucroenergético. Há quatro anos iniciei minha trajetória em liderança de
entidade, como presidente da ASSOCICANA (Associação dos Plantadores de
Cana da Região de Jaú), assumindo a
gestão da mesma no período de 2011
a 2014, sendo reeleito para o mandato que ainda está em vigor. Durante
esses anos, procurei inserir os nossos
associados na realidade da demanda
mundial, que deverá exigir aumento de
40% na produção de alimentos, fibra e
energia para alimentar nove bilhões de
pessoas, sendo que a sustentabilidade
deverá ser o foco principal para se chegar neste patamar.
Com a eleição da ORPLANA em
pauta, fui convidado para liderar o processo já que a organização foi, de certa
forma, um berço de conhecimento para
a gente conseguir exercer a liderança
de nossa associação, que, mesmo sendo pequena, tem grande representatividade. A ASSOCICANA é formada
por pequenos e médios produtores, são
1200 fornecedores de cana-de-açúcar
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presentes em 15 cidades e que representam 4,5 milhões de toneladas de cana.
Somos a 10ª regional mais importante das 40 existentes no Estado de São
Paulo, e uma das quatro associações
existentes na nossa região onde estão
instaladas 11 usinas.
Ali o nosso papel é de fazer um exercício político e social, fazendo reivindicações junto às autoridades competentes, mas
também, sempre procurando caminhar ao
lado do produtor, tentando o resgatar para
que participe das ações da associação. Assim, todos juntos, conseguiremos mostrar
a força que uma associação de classe, uma
cooperativa pode ter.
É neste contexto que pretendo trabalhar na ORPLANA, fazendo uso de minha experiência, contribuindo para o crescimento e fortalecimento da organização.
Revista Canavieiros - A ORPLANA vem passando por mudanças desde 2015. Quais os principais projetos e
ações da entidade em 2016?
Romão: A ORPLANA fechou um
ciclo no ano passado para começar um
novo momento, tendo sempre como objetivo melhor representar o fornecedor
de cana-de-açúcar, se modernizando a
fim de permanecer forte como associação, tanto na sua voz política quanto na
voz empresarial, diante da atual realidade que vivemos. Com um planejamento
estratégico feito a partir de demandas
diretas dos produtores, levantadas durante a realização do projeto Caminhos
da Cana, coordenado pelo professor
Marcos Fava Neves, foi possível traçar
novos rumos com a realização de 19
projetos de melhoria que deverão ser
implantados pela ORPLANA até 2025.
É isso que vem acontecendo e vai se
intensificar ao longo de 2016. Estamos
trabalhando em grupos para melhorar o
relacionamento, estreitar e aumentar a
comunicação com as associações que
integram a nossa organização.
Revista Canavieiros - Como presidente da Orplana qual será a sua missão?
Romão: Minha missão é conseguir
seguir as diretrizes estratégicas formatadas para a reestruturação da organização. A equipe já está montada e seguiremos trabalhando e compartilhando
informações, discutindo novas práticas
de gestão, de certificação e de relacionamento com usinas, enfim, tudo que
seja essencial para o dia a dia dos nossos produtores de cana. Este é um lado
que queremos atuar, o outro, é no sentido de nos aproximarmos mais das associações e seus integrantes, ou seja, o
produtor em si. Diante de toda mudança
enfrentada pelo processo de mecanização e a cobrança cada vez maior pela
produção sustentável, é essencial que se
tenha um plano para efetuar a mudança no procedimento adotado até então,
e que, em muitos casos foi passado de
pai para filho... é preciso fechar o caderninho e iniciar outro, fazendo uso das
novas tecnologias existentes, buscando
sempre o crescimento do seu negócio e
do setor. A ORPLANA foi essencial na
minha formação, porque estava ao meu
lado quando precisava e é este o papel
da organização e, por consequência, o
meu e de cada um que passou por este
cargo. Todos juntos, compartilhando o
conhecimento e fortalecendo a cadeia
canavieira. Eu não fui eleito sozinho, só
liderarei o processo, mas trabalharemos
juntos por um desempenho melhor.
Revista Canavieiros - Em sua opinião, quais os principais desafios que
a ORPLANA enfrenta para defender
os interesses dos produtores de cana-de-açúcar?
Romão: Estamos saindo de um período muito ruim, provocado por uma
série de posturas equivocadas da política
agrícola e hoje o cenário nos alenta com
alguns sinais positivos. Diante desse
novo momento, nós precisamos ter força
para nos reerguer e, através do potencial
da nossa organização, pleitear um plano de safra satisfatório, conseguir um
perfil melhor de atendimento às nossas
demandas de crédito, solicitar mais agilidade na liberação de novas tecnologias,
entre outras ações que devem ser processadas neste sentido. É preciso estar
ciente que o modelo mudou e que aquilo
que se fazia tem que ser atualizado, caso
contrário, não há como sobreviver. Assim, nosso desafio como organização é
despertar no nosso associado esse novo
perfil contribuindo para que ele faça um
novo alinhamento e torne a sua produção
sustentável e continue inserido no processo do segmento.
Revista Canavieiros - Março de 2016
Revista Canavieiros - O Governo
Federal tem aberto as portas para ouvir a demanda dos produtores?
Romão: Em partes. A tratativa nunca deve ser abandonada, deve perseverar sempre. Enquanto isso não ocorre de
maneira satisfatória, é um dever nosso
fortalecer as instituições e estar dentro
das cooperativas, Ocesp (Organização
das Cooperativas do Estado de São Paulo), FAESP (Federação da Agricultura e
Pecuária do Estado de São Paulo), das
federações, dos sindicatos, enfim, todas
as instituições que envolvem o agro têm
que se organizar, fortalecendo uma pauta comum, um objetivo comum, procurando êxito nas nossas demandas.
Revista Canavieiros - Em sua visão, quais são os caminhos para o setor sucroenergético sair da crise?
Romão: Temos que alcançar altas produtividades, usar as tecnologias, ter um
empenho setorial muito forte, mais linhas
de crédito, etc. A partir do momento que
se aglutina e se alinha em cima de demandas específicas, acredito que seja possível
se melhorar o perfil do setor. Neste sentido, iremos traçar as nossas iniciativas
aqui dentro da nossa organização.
Revista Canavieiros - Como a ORPLANA pode colaborar para que isso
ocorra?
Romão: Dentro do nosso planejamento estratégico, grupos já trabalham
para gerar novos comportamentos, posturas e serviços que serão partilhados
com todas as associações que contemplam a ORPLANA.
Revista Canavieiros - A ORPLANA
comemora 40 anos em junho deste ano
e já fez a sua história em prol do fornecedor de cana-de-açúcar. Qual a receita para continuar manter essa representatividade nas próximas décadas?
Romão: O fundamental é nos mantermos unidos e continuar gerando
produtos, informações, posturas para
permanecermos no negócio. Isso é
como uma corrida de Sprint. Cada um
entrega o bastão para o outro com o
objetivo final único. Portanto, é fundamental estar ao lado do produtor o
auxiliando e ajudando a construir um
futuro melhor para todos. RC
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“O desempenho do agronegócio continua positivo”
Luiz Carlos Corrêa Carvalho
Engenheiro agrônomo formado pela Esalq/USP, Luiz Carlos Corrêa Carvalho é um dos principais especialistas em agronegócio. Caio, como é conhecido o presidente da ABAG (Associação Brasileira do Agronegócio), nesta entrevista à Revista Canavieiros faz um análise do agronegócio brasileiro e fala sobre o
Congresso da ABAG que está em sua 15ª edição. Acompanhe.
Fernanda Clariano
Revista Canavieiros: Como o senhor analisa hoje e futuramente o
agronegócio brasileiro?
Caio Carvalho: Apesar da situação
conjunturalmente crítica vivida pelo
Brasil no âmbito político com desdobramentos no econômico, o desempenho do agronegócio continua positivo,
como atestam os dados da recente pesquisa divulgada pelo IBGE (Instituto
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Brasileiro de Geografia e Estatística).
No ano passado, enquanto o PIB (Produto Interno Bruto) registrou recuo
de 3,8%, a agropecuária apresentou
um crescimento de 1,8%. Tal tendência vem se repetindo ano após ano. E
acreditamos que a perspectiva futura
seja igualmente de expansão, impulsionada por um aumento na demanda
por alimentos e energia renovável dos
países asiáticos, aliado a uma alteração
nos hábitos de consumo dessas populações e ao maior índice de urbanização
nos países em desenvolvimento. Tudo
isso deve manter aquecida a demanda
por alimentos e energia.
Nesse caso, ganha maior relevância
ter uma logística e uma infraestrutura
eficientes. Se o produtor conta com
uma logística eficiente, mesmo com
um ciclo de baixa das commodities,
coisa absolutamente normal no processo econômico, ele vai conseguir
obter melhor resultado. Com o ciclo
de commodities em baixa, o nome do
jogo é competitividade. Quanto mais
competitivo for o produtor, mais ele
conseguirá ocupar espaço e colocar
seu produto no mercado, garantindo
rentabilidade. Dessa forma, ele tem
de cuidar de ser competitivo nos seus
processos internos e buscar mostrar ao
Governo que na área de infraestrutura
essa competitividade tem de ser alcançada também. É esse investimento que
o setor produtivo reivindica há muitos
anos e, pelo jeito, continuará esperando mais algum tempo. São condições
fundamentais para a realização da profecia do Brasil como maior exportador
mundial de commodities agrícolas.
Revista Canavieiros: Em que medida o Governo Federal tem atendido
às reivindicações do agronegócio?
Caio Carvalho: Na questão do cré-
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dito, há sempre um desencontro entre
a expectativa dos produtores e os recursos efetivamente liberados. A questão principal nessa disputa diz respeito
ao descompasso entre a produção e a
liberação de crédito. Segundo dados
do IMEA (Instituto Matogrossense de
Economia Agrícola), o custo de produção de soja e milho em Mato Grosso
cresceu mais de 70% entre as safras de
2012/13 e 2016/17. Para comparação,
o montante de crédito com juros controlados entre as safras de 2012/13 e
2015/16 aumentou em 25%. Como se
nota, essa elevação da oferta de recursos não acompanhou o crescimento
dos custos de produção.
Outro ponto crítico que afeta o
desempenho do agronegócio e sobre
o qual não há avanço, e que já foi citado na resposta anterior, é relativo à
falta de infraestrutura de transporte.
Essa é uma questão nevrálgica e cuja
solução é constantemente postergada
ou caminha em ritmo inadequado com
as demandas do setor. Um dos pleitos
recorrentes é em relação à necessidade
de fazer deslanchar os grandes projetos referentes às obras que permitiriam
uma integração maior entre ferrovias,
rodovias, hidrovias e sistemas portuários do chamado Arco Norte, que estão concentradas nos estados do Mato
Grosso, Goiás, Tocantins e Pará. Depois de concluídas, essas obras permitirão que boa parte da produção de
grãos do Centro-Oeste seja direcionada para os portos do Norte e do Nordeste, desafogando a estrutura portuária do Sudeste e reduzindo os custos
das exportações.
Devemos destacar que o agronegócio, como um todo, necessita de uma
política agrícola com planejamento
de longo prazo, uma vez que as atividades agropecuárias são de maturação longa, sem isto fica difícil para os
produtores terem previsibilidade dos
resultados e planejar investimentos.
Outro ponto fundamental está relacionado à política de crédito, de seguro
e, o acesso ao mercado de capitais. Os
produtores de maneira geral precisam
ter opções de financiamento de suas
atividades, com escolha a cargo de
cada produtor, dentro das suas possibilidades e espectro de atuação.
Vale ressaltar a necessidade de
maior entendimento do Governo Federal sobre o agronegócio como propulsor da economia e não como base para
constantes reivindicações ideológicas.
Revista Canavieiros: A alteração no Plano Safra tirou os recursos
obrigatórios das mãos dos produtores
grandes. Essa medida veio em uma
hora boa ou ruim?
Caio Carvalho: O Plano Agrícola
e Pecuário da Safra 2015/16, que vai
de julho de 2015 a junho de 2016, previa R$ 187,7 bilhões, sendo R$ 147,5
bilhões para custeio e R$ 40,2 bilhões
para investimento. Do valor total,
R$ 127,5 bilhões seriam aplicados a
juros controlados e R$ 60,2 bilhões a
juros livres de mercado. As recentes
estimativas do MAPA (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento) apontam que o valor deverá ficar
próximo de R$ 150 bilhões. Trata-se
de um corte de R$ 27,5 bilhões.
A fonte de recurso que deverá ser
a mais afetada é a de juros livres de
mercado correspondente aos títulos
da LCA´s (Letra de Crédito do Agro-
negócio) emitidos pelos agentes financeiros. Como são recentes nesse
tipo de empréstimos, alguns bancos
encontraram dificuldades na sua operacionalização. Mas, é bem provável
que no médio prazo esse problema
seja sanado. Mas, há também a questão
nos produtores não estarem dispostos
a assumirem financiamento com taxas
de jutos mais elevadas. Na verdade, a
cada safra fica claro a impossibilidade de viabilizar e dispor de dinheiro
suficiente com juros controlados para
atender os produtores.
Revista Canavieiros: Há perdas
por falta de controle de pragas e doenças, por uso inadequado de fertilizantes e por desperdício que vem pela
deficiência que temos dos hábitos de
consumo, ao mesmo tempo em que
se fala em produzir mais. Como o senhor vê essa questão?
Caio Carvalho: Podemos assegurar que, da porteira para dentro,
a maioria dos grandes, médios e até
pequenos empresários do setor tem
se dedicado a investir em tecnologia
e novas técnicas de manejo que privilegiam métodos racionais que evitam desperdícios. Vale ressaltar que o
maior interessado em não utilizar desnecessariamente insumos e recursos é
o próprio produtor, uma vez que, em
diversas culturas, a margem estreita
depende exatamente de uma gestão
enxuta e sem desperdícios. De toda
forma, é necessário um esforço de
conscientização geral para reduzir os
níveis de perdas. É sempre bom lembrar a diversidade nas regiões e entre
grupos de agricultores, o que torna difícil uma contundente afirmação.
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Revista Canavieiros: Com os
preços internacionais baixos, logística precária, os custos de produção
que subiram e o crédito escasso,
ainda assim o Brasil consegue ir
bem, graças a um câmbio desvalorizado que compensa tudo isso. Há
como buscar estratégia de produção
baseada em câmbio?
Caio Carvalho: Sem sombra de dúvida que ter um câmbio desvalorizado
auxilia, de forma geral, o agronegócio.
Mas independente desse fator favorável, o nome do jogo é competitividade.
E o produtor brasileiro já se acostumou com essa situação competitiva,
uma vez que há mais de uma década
concorre, de igual para igual e, muitas
vezes, com absoluta vantagem, com
os mais eficientes produtores mundiais. Todos sabem que, quanto mais
competitivo for o produtor, mais ele
conseguirá ocupar espaço e colocar
seu produto no mercado, garantindo
rentabilidade. Dessa forma, ele tem
de cuidar de ser competitivo nos seus
processos internos e buscar mostrar ao
Governo que na área de infraestrutura
essa competitividade tem de ser alcançada também. Também vale lembrar as
imensas diferenças entre competir com
seus parcos recursos contra o Tesouro
dos países, que subsidiam.
Revista Canavieiros: Em entrevista recente o senhor afirmou que a
queda de consumo de produtos agrícolas nos supermercados é de 18%.
Isso causa preocupação?
Caio Carvalho: Vínhamos com
o nosso PIB (Produto Interno Bruto)
com crescimento pífio no começo da
atual gestão. Acontece que a situação
acabou por piorar. O PIB negativo
registrado em 2015 deverá se repetir
neste ano. A taxa de desemprego, de
acordo com a PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios),
do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), fechou 2015 com
8,5%, acima da verificada em 2014,
de 6,8%. É o maior percentual desde
quando esse trabalho começou a ser
feito em 2012.
Então, certamente, os efeitos perversos dessa desaceleração econômica
nos preocupam. E isso faz todo senti-
do, pois uma parcela significativa da
produção do agronegócio – em torno
de 70% - é direcionada para o mercado interno. Como os supermercados
estão na ponta do consumo, qualquer
movimento seja em volume e/ou tipo
de produto, altera a equação da oferta
e procura na cadeia produtiva. Se essa
situação perdurar, o produtor será afetado. Disso podemos ter certeza.
Revista Canavieiros: A produtividade é a essência do agronegócio?
Caio Carvalho: O produtor brasileiro é a prova mundial de que um
agronegócio forte e competitivo depende essencialmente de ganhos de
produtividade. É isso que tem feito
com que há mais de uma década o
agronegócio brasileiro se consolide
como o grande esteio da estabilidade econômica conquistada a partir do
Plano Real. Resultado disso é que hoje
ele representa, apesar dos últimos percalços da economia, 40% das exportações, 25% do PIB (Produto Interno
Bruto), além de ter dado relevante
contribuição ao conseguir manter estáveis os preços dos alimentos no mercado interno, o que tem impedido um
descontrole inflacionário ainda maior.
Tudo isso com uma atuação que tem
a marca da sustentabilidade ambiental,
na medida em que o setor consegue se
colocar como uma alternativa global
de garantir o atendimento da demanda
mundial por alimentos e energia com
um impacto ambiental mínimo.
A ideia reinante no meio rural pode
ser resumida em fazer mais com menos. Esse é o tom que vem sendo adotado pelos produtores rurais brasileiros
há vários anos. Traduzido em medidas
concretas, isso significa elevado investimento em tecnologia e novas formas
de manejo que tem proporcionado um
aumento de produção sem praticamente nenhum aumento na área plantada;
diversificação produtiva e a realização
de até três colheitas por ano; intensa
recuperação de solos degradados; rotação de cultura e disseminação do conceito que tem por base uso racional dos
recursos ambientais.
Revista Canavieiros: O Congresso Brasileiro do Agronegócio é sem-
Revista Canavieiros - Março de 2016
pre esperado com expectativa pelo
setor. Este ano em sua 15ª edição,
teremos novidades?
Caio Carvalho: Com certeza, a
começar pelo tema “Liderança e Protagonismo”. Ainda estamos montando o programa, mas posso adiantar
que teremos nomes de peso, pessoas
que pensam a economia e os negócios
com grandeza e conhecimento. O 15º
Congresso Brasileiro do Agronegócio
será no dia 8 de agosto, em São Paulo,
e oferecerá para o público um dia de
muita informação, conhecimento e reflexão sobre os rumos do agronegócio
brasileiro, seu desempenho internacional e suas questões internas. O tema
liderança é prioritário e preocupa. O
protagonismo reclama liderança!
Revista Canavieiros: Quais foram as grandes contribuições da
ABAG (Associação Brasileira do
Agronegócio) nos 14 anos de realização do Congresso?
Caio Carvalho: Foram muitas. Em
todos os nossos encontros sempre nos
preocupamos em conceber uma pauta
que englobasse todas as correntes de
pensamento envolvidas com os diferentes segmentos do agronegócio.
Com isso, acreditamos, ter conseguido contribuir para uma visão plural
da atividade. Desde a concepção
da programação dos temas a serem
abordados, passando pela escolha
dos palestrantes, moderadores e debatedores, até chegar na definição da
estrutura de apoio, tudo sempre foi
feito para ampliar o interesse pelos
assuntos. Além disso, nossa preocupação sempre foi atrair o máximo de
participantes, assim como de autoridades, pessoal de área técnica e acadêmica, além da imprensa para propagar os debates ao máximo. Com tudo
isso, acreditamos que colaboramos no
aprofundamento das discussões sobre
políticas agrícolas, temas agrários,
tecnológicos, ambientais, sociais,
gerenciais e até comportamentais
das atividades ligadas a quem atua
no campo. Os debates promovidos
nos nossos eventos sempre resultam
numa série de pleitos que são encaminhados, por diferentes caminhos, às
autoridades de forma geral. RC
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Ponto de Vista I
É hora de arrumar a casa
*Coriolano Xavier
A
rentabilidade média das atividades agropecuárias perdeu a
corrida para o retorno de vários
investimentos em 2015. Por conta de
nosso mergulho cambial, por exemplo,
o dólar e os fundos cambiais dispararam e mostraram valorização de 47%.
Ouro e títulos indexados ao IPCA e
CDI ficaram com rentabilidade média
acima de inflação, que alcançou 10,7%
em 12 meses (IGP-DI), segundo levantamento da FGV*.
Enquanto isso, o retorno econômico
das atividades agropecuárias analisadas pela FGV perdeu a corrida contra
a inflação e uma única ficou acima do
rendimento da poupança: a pecuária de
corte tecnificada (ciclo completo), que
obteve a melhor rentabilidade média
do campo, com 8,79%*. No outro extremo, com a pior performance entre as
atividades analisadas pela FGV, ficou o
fornecimento de cana-de-açúcar, cujo
resultado foi negativo.
No geral, portanto, pode-se dizer
que em 2015 a rentabilidade média
do campo encolheu frente ao retorno
de aplicações no mercado de capitais.
Muitos dirão que esse contraponto faz
parte do vai e vem de uma economia
capitalista e, também, de um país como
o nosso, onde muitas coisas caem, menos os juros. Faz sentido, mas não elimina outra questão: será que essa contração de rentabilidade já foi sentida
integralmente no campo?
O palpite é não. Primeiro porque os
números da FGV são médios, ou seja, al-
guns perderam mais do que outros. Além
disso, temos ainda o sucesso do agro nos
últimos anos, temos o potencial embriagante do dólar alto, para quem vende no
mercado externo, e temos a desigualdade
técnica entre produtores, que ameniza os
impactos para quem tem maior poder de
alavancagem tecnológica.
Claro que a Crise com “C” maiúsculo ainda não chegou no agronegócio.
Mas os sinais de 2015 quanto ao resultado econômico do campo deixam um
alerta: a economia tem suas próprias
leis e, com elas em mente, é preciso
preparar e mapear o futuro próximo. É
hora de olhar para dentro de casa e, se
for o caso, fazer uma boa arrumação. E
também buscar novas ideias e soluções,
para não comprometer a capacidade de
competir, dentro e fora do país.
Por exemplo: otimizar os processos
produtivos, de gestão e relações com o
mercado – de clientes a fornecedores
e parceiros. Ficar de olho na evolução
dos custos, mas de um modo que vá
muito além das clássicas intervenções
em folha de pagamentos. E tentar aprofundar ou revisar as relações na cadeia
produtiva em que se atua. No fundo, é
assim que as adaptações bem-sucedidas
acontecem no agro, quando se tem novas realidades no ambiente de negócios.
Afinal, a experiência ensina que os
empresários que se saem melhor diante de grandes desafios são aqueles que
se preocupam com a competitividade
e a eficiência, antes do olho do furacão
chegar. A crise brasileira está por todo
Revista Canavieiros - Março de 2016
Coriolano Xavier
lado, é uma policrise – da economia
à governabilidade – e mais dia menos
dia vai tentar entrar em nosso quintal.
E saber agir em uma hora como essa é
essencial, pois não haverá espaço para
a perplexidade.
Tem uma coisa, ainda, que vale à
pena reforçar: toda essa precaução comentada acima não significa uma atitude intimidada. Muito pelo contrário:
significa buscar uma operação sustentável e ir além. Significa ser assertivo,
manter os planos, criar alternativas,
trabalhar duro, espantar o pessimismo e
permanecer no rumo sonhado.
Fonte: Revista Agroanalysis, Fundação Getúlio Vargas, vol. 36, nº 02,
fevereiro 2016.
*Vice-Presidente de Comunicação do
CCAS (Conselho Científico para Agricultura Sustentável), Professor do Núcleo de
Estudos do Agronegócio da ESPM.RC
13
Revista Canavieiros - Março de 2016
14
Ponto de Vista II
Uma conta de R$ 100 bilhões
Arnaldo Luiz Correa*
N
o momento em que estou
escrevendo este artigo, a delação premiada do senador
Delcídio do Amaral atinge o ventilador do Palácio do Planalto como
mais uma bomba das tantas que temos assistido cair sobre nossas cabeças de cidadãos de bens e honrados.
Comprova-se a cada dia, a cada novo
escândalo, que o Brasil tem uma organização criminosa no poder e que
Dilma, com a nomeação de Lula para
seu Chefe da Casa Civil transforma o
país numa casa de tolerância de quinta categoria. Destroem-se os valores
éticos, os valores morais, corrompem-se as instituições, jogam-se no lodaçal a credibilidade de empresas outrora referência de gestão, vai-se pelo
ralo a pujança do mercado. E o efeito
dominó ainda fará se sentir em muitos
anos adiante.
Se nos atermos apenas ao que o
governo do PT "propiciou" ao setor
sucroalcooleiro ao longo desses 13
anos de políticas erradas, de subsídios
perniciosos, de congelamentos estúpidos, os fatos mereceriam por si só um
capítulo à parte na infame história escrita por esses abjetos protagonistas.
O setor sucroalcooleiro, por exemplo, teve sua expansão estancada por
uma série de desmandos e políticas
malconduzidas. Atingimos o auge da
participação do etanol no consumo
nacional de combustíveis em dezembro de 2009 quando o combustível
renovável representava 54.5% do
consumo acumulado nos 12 meses
encerrados naquele mês.
Há quase dois anos e meio escrevi um artigo, antes do Petrolão e da
Operação Lava-Jato, alertando sobre
o perigo de destruição de valor da Petrobras após o veto de Dilma Rousseff sobre a proposta pelo Conselho
da estatal de modificar a metodologia
para o ajuste de preços da gasolina
em linha com o mercado internacio-
nal. A defasagem naquela ocasião
era de 12%, situação que criava um
sangramento no caixa da empresa que
importava petróleo a um preço muito acima do valor que repassava para
as refinarias gerando para si enorme
prejuízo. O resto da história e suas razões, hoje, todos sabemos.
O fato é que por muitos anos o setor
subsidiou o valor da gasolina vendendo etanol hidratado abaixo do custo
de produção. Isso foi porque o hidratado disputa com a gasolina, dentro da
paridade de 70% de eficiência energética, a preferência do consumidor no
posto de abastecimento. Com o preço
da gasolina congelado pelo Governo
para favorecer o contínuo crescimento da venda de veículos, o setor pagou
a conta. De abril de 2007 até dezembro de 2015, em 32% das vezes o preço negociado do hidratado (usando o
índice ESALQ) ficou abaixo do custo
de produção, sem levar em consideração o custo financeiro.
Só para se ter uma ideia, em 2012
o consumo de hidratado no país foi de
9,85 bilhões de litros. Naquele ano,
comparando o custo de produção com
os valores praticados no mercado para
o combustível, as usinas perderam em
média R$ 0.0471 por litro, sem custo financeiro. Ou seja, naquele ano
as usinas tiveram um sangramento de
R$ 464 milhões.
Pior que isso, foi que se tivéssemos
mantido o nível de atividade no setor,
mantendo a participação dos combustíveis renováveis, hoje teríamos um
parque industrial mais vigoroso e uma
produção muito acima dos 650 milhões de toneladas de cana. Num levantamento feito pela Archer, tomando apenas como base o ano de 2010
para cá, o setor deixou de vender quase 50 bilhões de litros de etanol hidratado, embora reduziria a venda de
anidro em 8 bilhões de litros e, além
de tudo, teríamos reduzido o consumo
Revista Canavieiros - Março de 2016
Arnaldo Luiz Correa
de gasolina A em 26.5 bilhões de litros. A perda de receita do setor neste
período foi de R$ 48.3 bilhões.
Se colocarmos nesta conta o crescimento da dívida do setor, em grande parte causada pelas promessas
do então presidente Lula, no início
de 2003/2004 de que o Brasil seria
a Arábia Saudita do etanol, que de
certa forma conduziu o setor a uma
expansão desorientada, então certamente podemos adicionar pelo menos R$ 50 bilhões.
A conta poderia subir se considerarmos que hoje poderíamos ter uma
produção de cana beirando 750 milhões de toneladas para atingir a demanda de hidratado que jogamos fora
e mais empregos diretos e indiretos
criados em função dessa produção
adicional.
Portanto, de maneira bastante conservadora, podemos dizer que a conta que o Governo Federal deixou no
colo do setor sucroalcooleiro deve
beirar os R$ 100 bilhões, quantia que
considerando o mercado hoje, equivale a aproximadamente todo o faturamento que as usinas terão no ano de
2016/2017. Quem precisa de inimigos
com gente assim em Brasília?
* Sócio Diretor Archer Consulting
RC
15
Revista Canavieiros - Março de 2016
16
Coluna Caipirinha
Caipirinha
Conjuntura Favorável ao Agro e à Cana
O que acontece com nosso agro?
PERSPECTIVAS DE LONGO
PRAZO DO USDA (Departamento de
Agricultura do Estados Unidos) – 2026:
Apesar de a população mundial
crescer, há de se observar o declínio na
taxa de crescimento da população de 1,5%
por ano em 2000 para 1,0% em 2016. A
maioria deste crescimento vindo da Ásia
em desenvolvimento e Oriente Médio. O
crescimento se dará em extratos que mais
beneficiam o consumo de alimentos;
Em 2025, 83% da população estará em países em desenvolvimento;
Urbanização segue em ritmo forte, puxando o consumo de alimentos;
O crescimento da produção mundial de petróleo tende a cair e o consumo tende a superar a produção em 2017.
Os preços subirão. USDA estimam em
80 dólares o barril em 2025;
Os EUA e a Índia terão a melhor
taxa de população economicamente ativa do mundo a partir de 2050, sendo
grande ponto de vantagem competitiva,
mais mão de obra para trabalho em relação à população;
A média do crescimento mundial será de 3,1% por ano de 2015 até
2025, sendo 4% em países emergentes e 2% em países desenvolvidos.
Ou seja, 10 anos de crescimento pela
frente, o que deve beneficiar o agronegócio brasileiro;
Índia será a principal economia
mundial com crescimento médio de
8% na década, ainda de acordo com
o USDA;
Entre os países desenvolvidos, os
EUA crescerão 2,5% ao ano e, com isto,
o dólar estará mais forte e tirará competitividade das exportações americanas,
porém seguirão crescentes no agronegócio. É o grande competidor do Brasil
nas exportações de grãos;
Importações dos EUA em
produtos do agronegócio crescerão
US$ 50 bilhões em 10 anos, representando grande oportunidade ao Brasil.
Ou seja, temos o espaço grande nos
emergentes, sem deixar de lado o gigante importador que são os EUA;
Efeito dos baixos preços do petróleo é forte na Rússia e outros países
dependentes do produto para gerar caixa com as exportações e estes mercados
perderam importações de produtos do
agronegócio, impactando o Brasil;
Baixos preços do petróleo refletem em menores preços de frete marítimo e transporte em países onde os
combustíveis seguem os preços internacionais. No caso do agro brasileiro,
vantagens no frete marítimo, mas não
no frete de caminhões;
Ganhos de longo prazo na demanda de alimentos devido a todos estes fatores. Custos de transporte cairão;
Finalmente, o USDA acredita em
aumento de área produtiva no mundo,
principalmente no Brasil e alguns outros países.
Não deixam de ser excelentes notícias ao Brasil.
GRÃOS E AGRO
Produção no mundo em 2015/16
(corrente safra, quase ao final) será ao
redor de 2,525 bilhões de toneladas,
sendo 6,5 milhões de toneladas a menos
que a estimativa de janeiro. É uma produção 1,4% menor que a da safra anterior. O consumo de grãos na corrente
safra é de 2,523 bilhões de toneladas,
0,7% maior que no ano anterior. Estoques estão em 24,7% da produção, praticamente inalterados e em quantidade
confortável, mas com viés de baixa;
CONAB (Companhia Nacional de
Abastecimento) estima que a produção
brasileira de 2015/16 é de 210,3 milhões
de toneladas, 1,3% acima de 2014/15. A
área é de 58,5 milhões de hectares, 1%
maior ou quase 600 mil hectares a mais;
Fevereiro foi bom para as exportações do agro. As vendas somaram
US$ 6,713 bilhões, 36,9% a mais que
no mesmo mês de 2015. Importações
caíram 20,8% (US$ 953,5 milhões)
nos deixando um saldo de US$ 5,759
bilhões. Açúcar deu grande empurrão:
Revista Canavieiros - Março de 2016
Marcos Fava Neves*
alta foi de 123,8%, para US$ 952,1 milhões nas exportações;
UNICA (União da Indústria de Cana-de-açúcar): até o final de fevereiro, a
safra 2015/16 (iniciada em 1o de abril do
ano passado), alcançou 603,9 m.t., 5,8%
acima de 14/15. Açúcar caiu 3,76% (30,8
m.t.) e a de etanol cresce 5,96% (27,7
b.l.). ATR médio de 131,2 quilos por tonelada (136,6 kg em 2014/15);
Safra 2016/17: Czarnikow: 614
m.t. (1% menor). FG Agro estima 635
m.t., com cerca de 44,4% destinadas a
açúcar. FCStone: 619 m.t. (42,8% para
açúcar, a 134,8 kg ATR). Datagro: 620
m.t. Archer: 618,5 m.t. (34,35 m. t. de
açúcar e 27,49 b. l. de etanol, mix de
43,5% para açúcar);
FCStone: moagem no Norte-Nordeste (2015/2016) 51,7 m.t. (14,9% a
menos, com 52% destinado a etanol);
Exemplo de corte de custos: segundo o Valor, desde 2014 os custos da Aralco caíram 17,5% - de R$ 560 milhões
para R$ 462 milhões. Gastos com pessoal caíram de R$ 106 milhões por ano
para R$ 60 milhões, derrubando de 4,1
mil para 1,7 mil pessoas (usinas tinham
gestões independentes). Isto mostra como
podemos cortar gordura do setor e ficarmos cada vez mais competitivos;
Ações da São Martinho subiram 36% nos últimos 12 meses e da
Biosev 16%. São Martinho: terceiro
trimestre: lucro líquido de R$ 76 milhões (42% acima);
17
23 usinas em operação no Centro-Sul. Espera-se para março cerca de
70 usinas em operação.
O que acontece com nosso açúcar?
Segundo a Datagro, na 2015/2016
teremos déficit de 4,37 m. t. de açúcar pulando para 7,64 m.t. na safra
2016/2017, devido a problemas climáticos na Índia (algumas usinas já pararam por falta de cana) e desestímulo de
preços seca na Europa;
OIA (Organização Internacional
do Açúcar): aumento do déficit, de 3,5
m.t. para 5 m.t. (safra de outubro 2015/
setembro 2016), devido a fatores climáticos. Para 2016/17 prevê 6 m.t. de
déficit;
Kingsman: o déficit mundial em
2015/16 reduziu de 5,26 m.t. para 4,8
m.t.;
FCStone: safra 2015/16 com
déficit de 7 m.t., maior que os 5,6 m.t.
Seca na Europa e decréscimo de área
plantada e reduções de 12,8% na China
e 4,3% na Tailândia;
Czarnikow: safra 2016/17
produção de açúcar no Centro-Sul
em 2016/17 deve crescer 10%, para
34,2 m.t., com 43,7% do caldo indo
para açúcar (40,79% de 2015/16) e
ATR 1,9% acima (133,7 quilos por
tonelada);
Boa parte das consultorias projeta
34 m.t. de produção de açúcar no Brasil em 2016/17. Espera-se incremento
de até 5 m.t. na produção de açúcar no
Brasil e cerca de 60% já foi vendido
aproveitando o preço e o câmbio;
Brasil deve contestar no órgão
de solução de controvérsias da OMC
(Organização Mundial do Comércio),
a política açucareira da Tailândia.
Segundo maior exportador, atrás do
Brasil seus subsídios aos produtores
interferem muito negativamente no
comércio mundial.
No açúcar, o volume da atual safra atingiu 30,8 m.t., queda de 3,76%
em relação a 2014/15;
FCStone: a demanda mundial em 182,7 milhões de toneladas,
1,8% acima da safra passada e a
Czarnikow estima que a produção
global de açúcar precisará crescer entre 15 a 20 m.t. até 2020 para atender
ao aumento da demanda;
Datagro: do total de 53,6 m.t. de
açúcar que devem ser exportadas (no
ciclo 2015/16, que termina em 30 de setembro), 44,2% (23,7 m.t.) virá do Brasil
(era 46,8%, com 25,6 m.t.) A Tailândia
fica com 16% (15,8% da safra 2014/15)
e Austrália com 6,3% (era 5,9%);
Datagro: no Centro-Sul, o custo
médio (que não considera a remuneração
do capital investido) de produção hoje é
de 13 cents/libra peso. Na Tailândia é de
16,5 cents e na Austrália, em 18,1 cents.
O que acontece com nosso etanol?
Petróleo: preços chegam no
maior valor dos últimos 3 meses. Motivo: declínio dos estoques nos EUA
devido ao aumento de consumo de
combustível estimulado pelos baixos
preços. Demanda muito alta. Chegou
perto dos US$ 40 o barril;
Em fevereiro a venda de hidratado caiu para 1,059 b. l. contra 1,264
b.l. de janeiro. Porém, no acumulado da
safra, estamos com 16,2 b.l. representando 28,5% acima;
Em relação ao consumo total de
combustíveis, a ANP (Agência Nacional
de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) acredita que deve igualar 2015, enquanto que a Datagro prevê queda de 3%;
Temos que observar neste ano
qual será o comportamento de consumo
do usuário da frota flex com o preço atual. O hidratado ocupou cerca de 30% em
2015 (cada ponto representa algo como
300 milhões de litros). Porém, vivemos
provável mudança de comportamento:
mesmo acima das 70% vendas de etanol
hidratado de novembro a janeiro foram
10% maiores que no mesmo período
anterior. As vendas de gasolina caíram
9,3% (ANP). Pode ser que os consumidores estejam preferindo uma compra
que tenha menor desembolso ou o etanol
vem conquistando preferência;
Estados do Nordeste estão mudando o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) em
favor do etanol;
O fato das usinas terem feito hedge
de açúcar em grandes volumes deve aliviar a queda de preços do etanol no início
da safra. Em 2015 chegaram a R$ 1,15/l
e neste ano não devem cair de R$ 1,5/l;
Estimativa Czarnikow: 27,1 b.l.
na região Centro-Sul, com 16,1 b.l. de
hidratado e 11 b.l. de anidro;
Esta safra terminará com estoques de etanol muito mais baixos que
na safra anterior (cerca de 400 m.l. contra 1,2 b.l.);
CEPEA: etanol em fevereiro
acumulou alta anual de 47,13% (R$
1,9384 ou R$ 0,621 a mais que fevereiro de 2015);
Quem é o homenageado do mês?
Todos os meses nossa coluna
traz uma singela homenagem a alguém
que sempre contribui com o agronegócio e com a cana. Neste mês a homenageada é a Maria Cristina Gonçalves
Pacheco, grande amiga, lutadora da
cana, liderando a região de Capivari
com muito sucesso!
Maria Cristina Gonçalves Pacheco
Haja Limão: Quando pensamos que
o atual Governo já nos brindou com
o fundo do poço, ele consegue descer
mais. Mas estou animado com as manifestações e penso que o prazo de validade desta turma está chegando e rápido.
Se aproxima um novo Brasil. Esta turma vai engrossar os presídios do Brasil.
De todas as formas, continuarão dependentes dos que produzem, de nós.
Marcos Fava Neves é Professor
Titular da FEA/USP, Campus de
Ribeirão Preto. Em 2013 foi Professor
Visitante Internacional da Purdue University (EUA) e desde 2006 é Professor
Visitante Internacional da Universidade de Buenos Aires.RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
18
Notícias Copercana
Copercana reúne diretores e cooperados em
Assembleia Geral Ordinária
Fernanda Clariano
A
Copercana (Cooperativa dos
Plantadores de Cana do Oeste
do Estado de São Paulo) reuniu
no dia 9 de março, no auditório da Canaoeste, em Sertãozinho-SP, diretores
e cooperados para a Assembleia Geral
Ordinária, com o propósito de prestar
contas referentes às atividades desempenhadas do exercício de 2015, iniciado em 1º de janeiro e encerrado em 31
de dezembro.
O edital de convocação foi publicado no Jornal Agora Sertãozinho e Região, na edição de número 793, de 30 de
janeiro de 2016, na sessão Classificados
página E-27, e também foi afixado nas
dependências da Cooperativa na matriz
e em todas as filiais nos locais mais frequentados pelos cooperados.
A mesa diretora foi composta pelo
presidente da Copercana, Antonio Eduardo Tonielo, pelo diretor superintendente, Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, e pelo diretor secretário, Pedro
Esrael Bighetti. Assessoraram os trabalhos o advogado, Clóvis Aparecido
Vanzella e o gestor de Controladoria e
Contabilidade, Marcos Cesar Molezin.
Na ocasião foi realizada a leitura do
relatório da diretoria sobre a gestão do
ano findo de 2015, das peças do balanço contábil e dos demonstrativos das
contas de resultado, e, ainda, os pareceres do Conselho Fiscal e da Auditoria
Externa, tudo referente ao exercício de
2015, sendo as contas colocadas em votação e aprovadas pelos presentes.
O relatório da gestão do ano de 2015
destaca que, a exemplo dos anos anteriores, a Copercana ofereceu produtos
e serviços para facilitar o dia a dia dos
seus cooperados, como defensivos,
fertilizantes, corretivos e implementos
destinados às lavouras em geral, especialmente à cultura da cana-de-açúcar;
prestação de serviços; recebimento e ar-
A mesa diretoria foi composta por Marcos Molezin, Dr., Clóvis Vanzella,
Antonio Eduardo Toniello, Manoel Ortolan e Pedro Esrael Bighetti
mazenamento de soja, amendoim e milho. Foi disponibilizado, ainda, aos cooperados, lojas de magazine, ferragens
e supermercados da sua rede, além de
combustíveis e lubrificantes e demais
serviços automotivos.
Em 2015, a cooperativa recebeu o
Prêmio Mundo de Respeito DuPont, uma
das mais respeitadas premiações na área
de meio ambiente, tendo representado o
Brasil como Embaixadora, na cerimônia
Global da edição 2015 do concurso, que
aconteceu nos Estados Unidos.
do depósito para poder armazenar defensivos. Ainda, foi concluída a obra do
Depósito de Armazenagem de Amendoim a Granel em Herculândia, com
uma área de 5.066 m². Na Unigrãos foi
concluído o Depósito de Armazenagem
de Defensivos, com área total de 5.530
m². Foi realizada também a reforma e
adequação do novo prédio para depósito de armazenamento de Amendoim,
Calcário e Gesso Agrícola, situado na
Rodovia Carlos Tonani, Km 87,5, que
se chamará Unigrãos II e entrará em
operação em 2016.
No decorrer de 2015, a Copercana
realizou inúmeras melhorias nas áreas
administrativas e operacionais: a ampliação do Supermercado Copercana de
Sertãozinho, que ganhou uma área de
132,11m², totalizando atualmente uma
área de 6.350 m². Foram inauguradas
as lojas de Ferragens e Magazine nas cidades de Guaíra (área total de 945 m²),
Guará (área de 837 m² ) e Jaboticabal
(área de 260,87 m²), além da reinauguração da loja de Ferragens e Magazine
de Pontal, que passou a ter área de 1.370
m² ; em Paulo de Faria foi substituída a
cobertura metálica da loja de Ferragens
e, em Descalvado, ocorreu a adequação
A cooperativa, juntamente com seus
cooperados, participou dos principais
eventos do setor: Fenasucro, reuniões
técnicas, treinamentos, palestras, seminários e Agronegócios Copercana,
cujo volume de negócios em 2015 girou em torno de R$ 160 milhões e foi
realizado pela segunda vez, no Centro
de Eventos da Copercana, um espaço com área total de 10,3 mil m², que
oferece toda a estrutura adequada para
feiras, shows, formaturas e outras festividades. Com estacionamento próprio,
vestiário, sanitários, palco e camarins,
cozinha e apoio para buffets, o local
atende a todos os requisitos necessários
Revista Canavieiros - Março de 2016
19
para propiciar conforto e tranquilidade
aos convidados. Além de ter se tornado
o palco oficial da feira a partir de 2014,
o Centro de Eventos recebeu pela primeira vez em 2015 o tradicional Jantar Beneficente em prol do Hospital de
Câncer de Barretos-SP, com a presença
da cantora Ivete Sangalo e com a participação de 1.500 convidados.
Entre as atividades operacionais receberam destaques: o Laboratório de
solos que realizou 10.259 análises, sendo: 18% análises básicas, 60% análises
básicas mais alumínio e enxofre; e 22%
análise completa; o Projeto Amendoim,
com área cultivada de 12.670 hectares
e o Projeto Soja, com área cultivada de
3.700 hectares.
Ainda foram comercializados:
200.000 sacas de 60 kg de milho;
340.707 sacas de 60 kg de soja;
2.242.539 sacas de 25 kg de amendoim;
176.667 toneladas de fertilizantes;
9.310.198 quilos/litros de defensivos;
100.882 toneladas de corretivos
de solo, sendo 82.769 toneladas de calcário e 18.113 toneladas de gesso;
16.652.419 litros de combustíveis
(diesel, gasolina e etanol);
Copercana Distribuidora de Combustíveis comercializou 34.330.000 litros.
O exercício de 2015 encerrou-se
com 1.430 funcionários, 6.288 cooperados, um ativo total no valor de R$
1.522.978.827, um patrimônio líquido
no valor de R$ 291.879.244 e um o faturamento líquido das devoluções e abatimentos no valor de R$ 1.138.956.592,
números que confirmam o excelente
balanço contábil e demonstração de resultado apresentados.
Ainda, fazendo parte da ordem do
dia, também foi realizada a eleição
dos componentes do Conselho Fiscal,
para o período anual de 2016/2017,
sendo que houve somente uma chapa
concorrente ao pleito, encabeçada pelo
cooperado Luís Antonio Lovato, a qual
foi eleita por unanimidade e aclamação,
ficando assim constituído o Conselho
Fiscal para o mandato anual 2016/2017,
como membros efetivos: Luís Antonio
Lovato, Milton Martelli e José Ronaldo
Balsamo e como membros suplentes:
Claudio Agostinho Nadaletto, Daniel
Annibal e Marcelo de Felício, os quais
foram de imediato empossados em seus
respectivos cargos.
No encerramento da assembleia, o
presidente da Copercana falou com satisfação sobre o exercício encerrado.
“O ano de 2015 foi um ano difícil de
um modo geral, mas para a Copercana
foi muito bom e deu para ver nos números apresentados. Hoje a Copercana
apresenta uma estrutura operacional,
contábil e financeira consistente e, para
nós diretores e tenho certeza que para
os cooperados também, é motivo de
muito orgulho porque sabem que a Copercana tem trabalhado corretamente e
que temos feito de tudo para manter o
nosso nível de crescimento e de qualidade. A cooperativa não vai parar por
aqui, o nosso crescimento vai continuar porque temos muito a crescer ainda,
apesar de todos os problemas governamentais que temos, nós vamos trabalhar
para que 2016 também seja um ano positivo”, afirmou Tonielo.RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
20
Notícias Canaoeste
Presidente da Canaoeste participa de seminário
sobre Plano Safra 2016/2017 em Brasília
Da redação com informações da Agência Câmara Notícias
A
Frente Parlamentar da Agropecuária promoveu, nos dias 3 e
4 de março, na Câmara dos Deputados, o "Seminário Preparatório do
Plano Safra 2016/2017", realizado no
plenário 14, no anexo 2 da Câmara dos
Deputados, em Brasília.
O objetivo foi de ouvir os principais
nomes do agronegócio brasileiro, a fim
de construir a melhor proposta possível para o documento, com estimativas
para a próxima safra nacional, que o
Ministério da Agricultura deve divulgar
no início de junho.
Na quinta-feira (3), durante a abertura do evento, foi traçado um panorama
do agronegócio em 2016 e, na sequência, as atenções se voltaram ao crédito
rural, tratando de temas como custeio,
investimento e desburocratização.
Já na sexta-feira (4), pela manhã, os
assuntos em pauta foram políticas de
apoio à comercialização, orçamento
das operações oficiais de crédito e títulos do agronegócio. À tarde, os participantes debaterem sobre seguro agrícola
e Proagro.
Entre os palestrantes, o secretário de
Política Agrícola do Ministério da Agricultura, André Nassar; o presidente do
Conselho Consultivo do Instituto Pensar Agropecuária, Ricardo Tomczyk; o
consultor do agronegócio, José Carlos
Vaz e o diretor-executivo da Abrapa
(Associação Brasileira de Produtores
de Algodão), Márcio Portocarrero.
O presidente da Canaoeste Manoel
Ortolan esteve presente e comentou.
Manoel Ortolan,
presidente da Canoeste
“Foi um Seminário bastante concorrido, as diversas cadeias produtivas estavam presentes e lotaram o Plenário. A
ideia é fornecer uma boa base de negociação para que haja recursos suficientes para a agricultura, para o produtor
poder continuar trabalhando e produzindo com tranquilidade. Um dos pontos que me chamou a atenção foi o fato
de que eles querem criar mecanismos
para a desburocratização do crédito.
Isso é muito importante porque o que
nós estamos sentindo no dia a dia é que
há cada vez mais exigências para que
um financiamento seja contemplado”,
disse Ortolan. RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
21
Reunião Técnica reúne agrônomos da
Canaoeste com equipe técnica da Brasquímica
Da Redação
N
o dia 04 de março, a Canaoeste, participou na sede da Brasquímica, em Ribeirão Preto, de
uma reunião com o objetivo de discutir
assuntos técnicos relacionados à aplicação de adjuvantes e bioestimulantes na
cultura da cana-de-açúcar.
Na ocasião foram apresentados os
resultados da aplicação do adjuvante Startec e do bioestimulante Power
Cana pelos representantes da Brasquímica: Carlos Corrêa, Jefferson Sabino, Milena Claro e Sérgio Mello. A
reunião foi dividida em duas partes,
sendo uma teórica, para a apresentação e discussão dos resultados, e outra
prática, onde os participantes tiveram
Equipes técnicas Canaoeste e Brasquímica.
a oportunidade de realizar uma visita
à fábrica para o conhecimento do processo de fabricação dos produtos. A
gestora técnica da Canaoeste, Alessandra Durigan, agradeceu a Brasquímica,
pelo apoio e a parceria.RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
22
Notícias Sicoob Cocred
Balancete Mensal - (prazos segregados)
Cooperativa De Crédito Dos Produtores Rurais e Empresários do
Interior Paulista - Balancete Mensal (Prazos Segregados)
- Janeiro/2016 - “valores em milhares de reais”
Sertãozinho/SP, 31 de janeiro de 2016.
Revista Canavieiros - Março de 2016
23
Revista Canavieiros - Março de 2016
24
Assuntos Legais
CAR – o prazo para inscrição se esgota
em 05/05/2016.
Juliano Bortoloti
Advogado da Canaoeste
“Prazo final para inscrição no CAR se aproxima - dia 05 de maio de 2016
P
rezados proprietários/possuidores de imóveis rurais, o prazo
final para a inscrição de seus
imóveis no CAR (Cadastro Ambiental
Rural) está se esgotando, o que torna
imperioso àqueles que ainda assim não
procederam que procurem suas entidades de classe, casas da agricultura,
profissionais prestadores de serviços e
demais entidades/empresas que tenham
conhecimento sobre como fazer a referida inscrição.
Nesse sentido, segue abaixo a reprodução de uma chamada feita pela
Secretaria do Meio Ambiente, em seu
sítio eletrônico:
Com apenas dois meses para o fim
do prazo de inscrição no CAR, chegou
a hora dos proprietários e dos posseiros rurais checarem seus cadastros e
finalizá-los.
Para quem ainda não se cadastrou,
vale a pena fazer um esforço e não deixar para fazê-lo na última hora. Conforme o prazo se aproxima do fim, aumenta o número de acessos ao sistema,
sobrecarregando-o e causando lentidão.
Isso já foi verificado no ano passado,
pouco antes do prazo ser estendido.
Deixar o cadastro para última hora
só traz desvantagens, uma vez que:
Para acessar o sistema, é preciso o
nome de usuário e senha. O processo de
recuperação de senha é afetado quando
o sistema está sobrecarregado.
O CAR é um cadastro que já requer
um grande número de informações de
texto e também gráficas. Com o sistema
lento, o tempo levado para completá-lo
será ainda maior.
Sem o CAR, o proprietário perderá
acesso ao crédito rural, não poderá ter
suas áreas recuperadas por terceiros
(pelo Programa Nascentes) e também
não poderá receber PSA (pagamento
por serviço ambiental).
O apoio ao pequeno proprietário
(propriedades com até 4 módulos fiscais) conta com o poder público (prefeituras, casa de agricultura, CATI –
SAA) e entidades (ONGs e sindicatos)
e para ser feito, muitas vezes precisa de
agendamento prévio.
Revista Canavieiros - Março de 2016
Informações incompletas ou discrepantes podem invalidar o cadastro no futuro. Preenchendo agora, é possível ainda
buscar uma eventual informação requerida durante o preenchimento do CAR.
Também vale lembrar que um grande
número de cadastros não foram concluídos.
É tempo de conferir se o cadastro está completamente preenchido, correto e finalizado.
Regularização Ambiental
O CAR é o primeiro passo para a Regularização Ambiental. Em breve, o sistema do PRA (Programa de Regularização
Ambiental) será integrado no sistema do
CAR. O PRA funcionará como uma nova
aba dentro do próprio cadastro.
Complete o seu cadastro o
quanto antes em:
www.ambiente.sp.gov.br/sicar
(Fonte: http://bit.ly/prazo-car)
Não é demais lembrar que a inscrição
do imóvel rural no CAR, é a etapa inicial
para regularização de sua propriedade,
sem o que a tornará irregular e a impossibilitará de exercer normalmente as atividades lá desenvolvidas, pois certamente
afetará a busca de financiamentos rurais,
licenciamentos ambientais, entrega da
produção para empresas, etc.
25
Direito de preferência flexibilizado na aquisição de
imóvel dividido informalmente.
Uma decisão recente do Superior
Tribunal de Justiça (STJ), instância
máxima para decidir sobre a aplicação
correta das normas infraconstitucionais
(leis em geral), vai trazer reflexos nas
discussões envolvendo o direito de preferência dos coproprietários de imóveis
rurais sobre a aquisição da cota parte
que outro coproprietário estiver vendendo ou já o ter vendido.
O direito de preferência é previsto tanto no revogado Código Civil de
1916, como no vigente Código Civil
de 2002, que determina em seu artigo
504 que “Não pode um condômino em
coisa indivisível vender a sua parte a
estranhos, se outro consorte a quiser,
tanto por tanto. O condômino, a quem
não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para
si a parte vendida a estranhos, se o re-
querer no prazo de cento e oitenta dias,
sob pena de decadência”.
Isto quer dizer que os proprietários
em comum de imóvel rural devem dar
preferência um ao outro em eventual
venda de parte ideal do imóvel rural.
Ocorre que, recentemente, a 4ª Turma do STJ decidiu (Recurso Especial n.
1535968) que o herdeiro não tem direito
de preferência na venda quando o imóvel já estiver dividido informalmente, ou
seja, quando os herdeiros já procederam
a divisão e demarcação de suas glebas
“no campo”, sem o necessário desmembramento da matrícula imobiliária.
Esta decisão do STJ ratificou a decisão do Tribunal de Justiça do Paraná,
que havia confirmado a decisão do juiz
de primeira instância, que assim de-
cidiu: “Se o bem já foi dividido, não
existe condomínio. Se não existe condomínio, o alienante poderá livremente deliberar sobre a disposição de seu
bem, não havendo que se falar em preferência ou preempção, e mostrando-se
a pretensão, portanto, como improcedente” (fonte: http://bit.ly/stj-imovel).
Sem embargo do entendimento inserto nesta decisão do STJ, que afasta
o direito de preferência no caso dos
proprietários em comum (somente na
matrícula imobiliária) de imóvel rural
já dividido informalmente “no campo”,
é de bom alvitre exercitar o direito de
preferência nestes casos, para evitar
discussões que podem se arrastar por
muitos anos no lento andar dos processos judiciais, inviabilizando o normal
andamento das atividades produtivas
neste longo interregno de tempo. RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
26
Reportagem de Capa
Aviação agrícola avança
sob as lavouras
O Brasil tem hoje a segunda maior frota aeroagrícola do mundo, mas tem potencial para crescer,
acompanhando o ritmo da agricultura nacional
Andréia Vital
A
agricultura no Brasil deve conquistar novos recordes em 2016,
se confirmada a expectativa que
o país colha 210,7 milhões de toneladas de grãos, segundo o IBGE (Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística) e
em torno de 625 milhões de toneladas
de cana-de-açúcar no Centro-Sul, de
acordo com a consultoria DATAGRO.
Com números tão expressivos, o agronegócio continua batendo um bolão
e deve crescer de um modo geral este
ano, em torno de 1,5% e 2,2%, conforme afirmam especialistas, e o reflexo
desse sucesso pode ser visto também no
ar, com o aumento da aviação agrícola,
utilizada para a aplicação de defensivos, fertilizantes, sementes, reflorestamento e até para combate a incêndios
em campos e florestas.
O Brasil tem hoje a segunda maior
frota de aeroagrícola do mundo, mas
tem potencial para crescer, acompanhando o ritmo da agricultura nacional,
já que somente 25% das pulverizações
de lavouras brasileiras são feitas por
aviões, de acordo com dados do Sindag
(Sindicato Nacional das Empresas de
Aviação Agrícola).
Segundo a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) existem hoje
mais de dois mil aviões agrícolas registrados no Brasil. “A maior parte da
frota está no Mato Grosso (467), com o
Rio Grande do Sul em segundo (420),
São Paulo em terceiro (287) e Goiás
em quarto (239) nesse ranking. Depois
vêm os outros Estados, com base em
2015”, explica Nelson Antônio Paim,
presidente do Sindag, pontuando que
a expectativa de crescimento do segmento seja de 7% ao ano. Percentual
que pode não se confirmar devido à
crise, lembra o profissional.
Atualmente existem 232 empresas
de aviação agrícola no Brasil, que impulsionam o mercado de trabalho com
aproximadamente oito mil empregos
diretos para cargos como pilotos agrícolas, técnicos, auxiliares e administrativo. Com cerca de 500 mil horas
voadas por ano, o segmento fatura
cerca de R$ 1 bilhão, gerando R$ 250
milhões em impostos.
Usinas fazem uso
da tecnologia
Uma das mais novas usinas e a primeira a fabricar etanol 2G no Brasil,
a GranBio, localizada em São Miguel
dos Campos, região Central de Alagoas, ainda não usa a técnica em suas
lavouras, mas segundo seu diretor agrí-
Revista Canavieiros - Março de 2016
José Bressiani,
diretor agrícola da Granbio
cola, José Bressiani, já está inserido em
seus planos. “A Granbio é uma empresa
muito nova e que ainda está iniciando
suas atividades agrícolas, mas gostaria
de pontuar que explorar o estado da arte
das tecnologias de ponta está em nosso
DNA, haja visto que nossos produtos
principais, são feitos o etanol e bioquímicos, a partir dos açúcares presentes
nas fibras da biomassa, e o uso da aviação aérea através da aplicação direta de
produtos ou da agricultura de precisão
faz parte dos nossos planos e certamente a utilizaremos em breve, na busca da
maior eficiência no processo produtivo,
quer seja pelo aumento na produtivida-
27
de, quer seja pela redução nos custos de
produção”, afirmou.
Segundo o profissional, a Guarani
não possui frota própria e contrata terceiros para as aplicações, mas fica atenta aos treinamentos feitos pelos pilotos,
mesmo isso sendo responsabilidade da
empresa contratada. “Antes do início da
prestação de serviço, os pilotos e ajudantes da empresa contratada passam
por uma integração sobre a política da
empresa, padrões de segurança e normas
de aplicação de produtos químicos”,
conta ele explicando que para todas as
aplicações aéreas realizadas nas áreas de
produção da Guarani somente são utilizados produtos que são registrados para
esta modalidade de aplicação, e também,
é respeitada a faixa de segurança de culturas vizinhas, ou seja, a distância mínima que não deve receber aplicação, conforme recomendação do fabricante. “As
condições climáticas também devem ser
monitoradas no momento da aplicação,
principalmente temperatura e umidade,
pois garantem a segurança e qualidade
das aplicações”, ressalta.
Foto: Ferdinando Ramos
A Guarani, empresa do Grupo Tereos,
utiliza as aeronaves para aplicação de inseticidas, fungicidas e maturadores nos
canaviais há mais de 10 anos, de acordo
com Lucas Sant Anna Trevizan, Gestor
Corporativo Desenvolvimento Técnico
da empresa. “A utilização da aviação
agrícola na pulverização dos canaviais
apresenta diversos benefícios, tais como
maior agilidade no controle das principais pragas da cana-de-açúcar, pois a
aplicação aérea apresenta maior rendimento operacional quando comparado
com as aplicações terrestres; controle da
ferrugem através das aplicações aéreas
de fungicidas e maximização do teor de
ATR no início de safra através das aplicações aéreas de maturadores, já que
estas aplicações não seriam viáveis com
pulverizadores terrestres devido ao porte
(altura) que o canavial se encontra nestes
momentos. E menor utilização de água
para pulverizações, pois as aplicações
aéreas utilizam um menor volume de
calda quando comparado as aplicações
terrestres”, afirma.
Lucas Sant Anna Trevizan, Gestor Corporativo
Desenvolvimento Técnico da Guarani
A prática também faz parte da rotina
na Biosev. “A aplicação aérea de produ-
Ricardo Lopes,
diretor agrícola da Biosev
tos é mais uma ferramenta utilizada pela
Biosev. Sua estratégia de uso é definida
e estudada com o objetivo de respeitar
todas as normas de segurança e objetivo
de obter melhor eficiência dos insumos
e, consequentemente, potencializar os
resultados do canavial. Contudo, essa é
uma operação complementar às demais,
tratorizadas e manuais”, explica Ricardo Lopes, diretor agrícola da empresa.
Segundo ele, a técnica permite que
os produtos sejam aplicados no momento certo em extensas áreas, com
custo inferior ao da aplicação terrestre,
por tratores. O uso de aeronaves permite a aplicação de defensivos, maturadores, inibidores de florescimento e
fertilizantes em canaviais onde o porte
das plantas inviabiliza a realização de
Revista Canavieiros - Março de 2016
28
operações terrestres. Recentemente a
empresa passou a usar os aviões também para adubação foliar.
A empresa contrata empresas credenciadas, que seguem além da sua política
interna de aplicação aérea de defensivos
agrícolas, todas as outras normas técnicas, operacionais e de segurança dos
órgãos reguladores. “A legislação atual
para esse tipo de operação agrícola já
define regras e limites para evitar que
outras culturas, e áreas urbanas, sejam
atingidas pelas aplicações. Além disso,
a Biosev adota procedimentos internos
adicionais com o objetivo de assegurar
ainda mais esse tipo de operação”, ressalta o diretor.
A companhia também conta com
100% de suas áreas georreferenciadas, o
que facilita a delimitação exata das áreas
que receberão pulverizações aéreas.
“Acredito ser muito importante o
acompanhamento e investimento em
novas tecnologias, bem como as formas
Luis Gustavo de A. Nunes, Engenheiro
Agrônomo da Usina Alta Mogiana
práticas de adaptá-las ao meio agrícola. A empresa que possui essa visão,
com responsabilidade, torna-se cada
vez mais competitiva e agrega valor ao
produto final”, afirma Luis Gustavo de
Almeida Nunes, Engenheiro Agrônomo
Pl, ao contar que a Usina Alta Mogiana
utiliza aviação aérea para pulverizações
e aplicações de fertilizantes há aproximadamente 30 anos, contratando empresa terceirizada conforme a demanda.
O profissional destaque que a tecnologia possibilita uma melhor qualidade
da matéria-prima e, como consequência
da melhor qualidade do produto acabado
(açúcar e etanol), é possível uma redução nos custos de processos industriais.
Nunes lembra ainda que trabalham
apenas com produtos registrados para
cada cultura, ao citar os cuidados no
sentido de não atingir outras áreas/
culturas que não seja alvo. “Durante a
aplicação aérea, respeitamos as faixas
de segurança, evitando a proximidade
de matas, rios e áreas povoadas”, diz
reforçando que periodicamente, através
de empresas de agroquímicos, realizamos reciclagens para as boas práticas
de pulverizações, visando a saúde e segurança do piloto, da equipe de aplicação e também do meio ambiente.
Atualmente, o empresário Luiz
Gustavo Junqueira Figueiredo, diretor comercial da Usina Alta Mogiana, detém a concessão municipal do
Aeroporto de São Joaquim da Barra-SP, que oferece base para aeronaves
agrícolas e executivas. O aeródromo
possui uma pista asfaltada de 1.380m,
abastecimento, uma escola de pilotos
e toda a estrutura serve de apoio às
empresas da região que desejam utilizar aviação. “Recentemente, o espaço foi utilizado pela nossa equipe
para treinamentos práticos, em parceria com a empresa de aplicação aérea
contratada”, contou Nunes.
Espaço também é usado por drones
Além da viação agrícola, tem crescido também o uso de drones/VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) para monitoramento das lavouras, permitindo,
assim, melhores tomadas de decisão, por
exemplo, em relação a aplicação de produtos para o combate a pragas e doenças.
No caso da usina Alta Mogiana, o equipamento é utilizado como ferramenta de
acompanhamento no manejo de pragas,
doenças e ervas daninhas, sendo que a
tecnologia colabora com a sanidade do
canavial e oferece mais informações
estratégias para a logística operacional.
“A empresa possui quatro equipamentos
do tipo VANT (Veiculo Aéreo Não Tripulado). Atualmente, são três Phantom
II e um eBee Ag SenseFly”, conta Luis
Gustavo de Almeida Nunes, Engenheiro
Agrônomo Pl da empresa.
Para a Biosev, a tecnologia permite
a identificação de falhas de plantio, ata-
Revista Canavieiros - Março de 2016
29
como doenças e ervas daninhas, por
exemplo. Os principais benefícios da
utilização desta tecnologia é maior rendimento operacional, precisão e qualidade das informações”, diz Lucas Sant
Anna Trevizan, Gestor Corporativo Desenvolvimento Técnico da empresa.
Deniz Rogério Preto, engenheiro
agrônomo da empresa Eficiente Tecnologia
que de pragas e infestação por plantas
daninhas, principalmente no centro dos
talhões, onde é mais difícil identificar esses problemas. “Com a geração das imagens e georreferenciamento dessas áreas
é possível planejar e coordenar ações
para resolver essas questões”, explica
Ricardo Lopes, diretor agrícola da usina.
Os benefícios se concentram na redução de custos de mão-de-obra, insumos e operações agrícolas, pois é possível direcionar e concentrar as ações que
antes eram feitas de forma generalizada
na área, diz o profissional. Além disso,
a utilização dessa tecnologia permite
recuperar a produtividade de espaços
antes problemáticos.
Outra tecnologia que também é utilizada pela Biosev é o uso de imagens de
satélite, principalmente para avaliação de
biomassa do canavial. A área é 100% mapeada, e essa informação é usada para as
estimativas de produtividade e o acompanhamento da evolução do canavial, além
de apontar possíveis problemas localizados que podem ser detalhados e analisados com o uso de VANTs. “A Biosev está
finalizando testes no Polo de Ribeirão
Preto com um novo software que permite otimizar o controle de pragas. Com o
cruzamento de informações do banco
de dados, a companhia conseguirá fazer
medidas mais assertivas no combate das
pragas”, explicou Lopes.
Os VANTs para monitoramento das
áreas de cana-de-açúcar também são
usados na Guarani. “Com esta tecnologia é possível realizar o monitoramento
de falhas no plantio da cana-de-açúcar,
assim como, identificar alguns fatores
redutores da produtividade agrícola,
Deniz Rogério Preto, engenheiro
agrônomo da empresa Eficiente Tecnologia, confirma a crescente procura
pelos drones. Recentemente, ele apresentou os benefícios do drone, em um
dia de campo sobre rotação de culturas
promovido pelo APTA e destacou que
os equipamentos são de fácil manuseio,
autônomos, com intervenção via piloto e operador e que são usados com
diferentes tipos de sensores para poder
detectar desde doenças, pragas, plantas
daninhas, até estimativa de produção.
“Tem aumentado muito o uso de drones
para a agricultura, mas o Brasil ainda
tem muito a desenvolver, tem bastante
tecnologia para aplicar ainda”, afirmou
ele, destacando que as culturas de cana
e soja são as que mais usam o sistema.
“Um equipamento desses é profissional, adequado para empresas que
vão prestar serviços e para cooperativas que vão usar para os seus cooperados porque ele tem uma grande capacidade de escala. É um equipamento que
por voo pode cobrir de 150 a 300 hectares”, explicou o engenheiro agrônomo, contando que o interessado deve
desembolsar em torno de R$ 300 mil
para ter essa estrutura.
Revista Canavieiros - Março de 2016
30
Reportagem de Capa
Eficiência segundo pesquisadores
Para José Antônio de Souza Rossato
Junior, pesquisador da Fafram (Faculdade Dr. Francisco Maeda), que também
é presidente da Coplana Cooperativa
Agroindustrial, é preciso levar em conta
a cultura e o produto que se usa para saber se a aplicação aérea de defensivos é
a mais eficaz no controle de determinada
praga. “A aplicação aérea de certos produtos na cana, por exemplo, se cair num
volume baixo de água por hectare, 30 ou
40 litros, está muito sujeito a vaporização rápida. Além disso, é preciso lembrar que cada nozinho da cana funciona
como um filtro, então vai sobrar pouco
inseticida lá em baixo de forma efetiva
para controlar a cigarrinha, por outro
lado, tem outras pragas, como na soja
é mais tranquilo. Então não existe uma
receita de bolo, a eficiência da aplicação
aérea vai depender da cultura, produto e
praga que quer atingir”, argumentou.
Segundo o engenheiro agrônomo,
Luiz Carlos de Almeida, diretor na Entomol Consultoria é preciso levar em conta
também que as técnicas utilizadas para
José Antônio de Souza Rossato Junior,
pesquisador da Fafram
Luiz Carlos de Almeida, diretor na
Entomol Consultoria
manejo de pragas, principalmente cigarrinha da raiz e alguns casos também broca-da-cana, que tem por finalidade colocar o produto no alvo e atingir este alvo
muitas vezes é difícil em função da massa foliar, da altura e desenvolvimento
da planta. Portanto, é necessário lançar
mão não só de métodos tratorizados convencionais, seja por trator convencional
ou de porte, como também utilizar mé-
todos por aplicação aérea. “As grandes
limitações, principalmente para controle
biológico de cigarrinha, é justamente a
condição para que este produto chegue
até onde a praga está, com a aplicação no
alvo, conseguindo transformar o produto
básico para controle, em uma ferramenta
extremamente positiva, viável e sustentável de manejo e controle da cigarrinha
da raiz”, explica.
A evolução impulsionou o setor
José Paulo Rodrigues Garcia, piloto
há 40 anos, conta que o setor mudou
bastante desde que começou na profissão. “A tecnologia avançou muito,
agora temos controle absoluto da deriva (que mantém o avião estável em
sua rota), que é o calcanhar de Aquiles da aviação. A deriva contribui para
que não seja causado danos a terceiros
e a outras culturas”, comenta o profissional que é presidente da Aviação
Garcia, fundada em 1995 e que presta
serviços para empresas diversas, entre
elas, o Grupo Pedra Agroindustrial e o
Grupo Balbo (Santo Antonio e a São
Francisco). “Esta usina tem sistema
totalmente orgânico e fazemos ali, a
semeadura de mucuna e crotalaria,
usadas para fazer a adubação verde,
indicada para a revitalização da terra,
sem necessidade de uso de adubos químicos”, diz.
Segundo Garcia, apesar das chuvas
em excesso registradas nos últimos meses, o céu tem sido de brigadeiro para a
aviação agrícola. “Tivemos muita demanda para o controle da cigarrinha,
praga que encontrou ambiente quente
e úmido perfeito para sua proliferação
devido às condições climáticas recentes. Com as chuvas também houve a
necessidade de adubação, já que a cana
entrou em estágio vegetativo por mais
tempo, portanto, o ano está sendo bom
para a aviação agrícola”, afirmou ele,
ressaltando que, apesar da movimentação, não foi registrado nenhum acidente envolvendo aeronaves agrícolas.
Revista Canavieiros - Março de 2016
José Paulo Rodrigues Garcia, piloto
31
Aviões agrícolas movidos a etanol
Com uma tecnologia inédita no mundo, o Ipanema, aeronave da Embraer,
movido a etanol, passou a ser um marco
para a indústria de aviação e para o setor
sucroenergético, ganhando o reconhecimento nacional e internacional, por unir
duas competências brasileiras: desenvolvimento de aeronave e de biocombustível. Considerado uma revolução,
o Ipanema foi certificado pela ANAC
(Agência Nacional de Aviação Civil),
em 2004, e desde então, é um sucesso,
sendo que os diferenciais da sustentabilidade e o menor custo operacional
do avião movido a etanol conquistaram
a preferência dos clientes fazendo com
que a aeronave continuasse firme na liderança do mercado ao longo dos anos.
“Em 2015 entregamos 19 aeronaves.
Para 2016 projetamos a venda de 25
aviões Ipanema”, afirmou Claudio Negri, gerente do Programa Ipanema, contando que a empresa tem no setor sucroenergético um dos focos em vendas,
apesar de não saberem o número exato
de aeronaves adquiridas para serem utilizadas no setor, porque metade de seus
aviões é comprada por empresas aeroagrícolas, as quais comercializam seus
serviços para culturas distintas, dentre
elas cana-de-açúcar.
“Com o fechamento das vendas de
2015, podemos confirmar nossa posição de destaque. Hoje, temos mais de
60% de market share e boas perspectivas para o futuro, com a aceitação
positiva de nosso modelo recente, Ipanema 203, lançado também na versão
etanol”, disse Negri.
A nova versão da aeronave citada
pelo profissional foi lançada em 2015,
com ganhos de produtividade. “Para
que conseguíssemos o feito mantendo
o menor custo operacional, o qual é
requisito de extrema importância para
nossos clientes, aumentamos mais de
2 metros a envergadura da asa da aeronave. O resultado dessa evolução no
projeto culminou com 20% a mais em
produtividade, comprovados por testes
de desempenho que encomendamos à
UNESP”, explicou Negri.
Segundo ele, a aeronave ganhou diferenciais tecnológicos para que a aplicação forneça ainda mais precisão aos
operadores. “Dentre esses equipamentos estão o altímetro a laser, que fornece
a medição exata da altura do avião, e
o sensor eletrônico de nível do hopper,
que traz com precisão os dados da carga. Também investimos em conforto
para os pilotos, os quais sentiram essas
melhorias nos mais de 200 voos teste
realizados em 2015. Grande parte citou,
em pesquisa realizada pós-voo, que o
203 oferece maior manobrabilidade e
conforto de cabine”, destacou.
Embora não divulgue valores de investimentos em projetos específicos, a
empresa deverá continuar apostando
em inovação e desenvolvimento no
Programa Ipanema e em outros projetos. Mesmo porque o setor aéreo tem
até o ano de 2050 para atingir uma redução de quase 50% de suas emissões
de gases causadores do efeito estufa
atuais. “A Embraer apoia o compromisso da IATA (Associação Internacional
de Transporte Aéreo) em reduzir em
50% das emissões de CO2 até 2050.
As ações realizadas pela nossa empresa
para atingir essa meta estão baseadas no
constante desenvolvimento tecnológico
para melhora da eficiência das nossas
aeronaves (motores mais econômicos,
uso de materiais mais leves e melhorias
no projeto aerodinâmico, entre outras),
além do apoio ao uso de biocombustíveis sustentáveis e que sejam “drop in”,
isto é, que possam ser utilizados por
aeronaves já existentes sem quaisquer
modificações nas aeronaves ou na infraestrutura aeroportuária existentes”,
esclareceu o profissional.
De acordo como o gerente, em
2011, a Embraer firmou parceria com
a GE, e foram feitos voos com o protótipo do Embraer 170, utilizando
um biocombustível produzido pela
tecnologia HEFA. “No ano seguinte,
após um longo e detalhado trabalho
em parceria com a AZUL, GE Aviation e Amyris, realizamos o voo de
demonstração com um E195 voando
pela primeira vez com um biocombustível produzido a partir da cana de
açúcar durante a Rio+20”, ressaltou,
completando “Apoiamos também às
iniciativas que levem à consolidação
da cadeia do biocombustível aeronáutico, como o fizemos com o projeto
"Plano de Voo para Biocombustíveis
Sustentáveis de Aviação no Brasil",
em parceria com a FAPESP, Boeing e
UNICAMP, e como estamos fazendo
com o projeto ITAKA na Europa”.
Revista Canavieiros - Março de 2016
32
Reportagem de Capa
“A aviação agrícola é altamente segura, eficiente e
importante para o país”, afirma presidente do Sindag
O uso da aviação agrícola no setor sucroenergético cresceu cerca de
30% desde 2011 e sua presença nos canaviais segue no rastro do crescimento da lavoura. Para falar sobre o assunto, pontuando estratégias, legislação e políticas do segmento, inclusive sobre a possibilidade do uso da
aviação agrícola no combate ao mosquito Aedes Aegypti, a Revista Canavieiros entrevistou Nelson Antônio Paim, presidente do Sindag (Sindicato
Nacional das Empresas de Aviação Agrícola). Confira:
Revista Canavieiros: A aviação
agrícola enfrenta muitos desafios?
Nelson Antônio Paim: Sim. O principal deles é a falta de informação por
parte da sociedade. A aviação agrícola é
altamente segura, eficiente e importante
para o país. É único meio de pulverização com legislação própria – que obriga
a ter inclusive um pátio de descontaminação e a contar com uma equipe altamente qualificada – e, apesar de toda
essa exigência, ainda apoia para sim,
mesmo um selo de qualidade ambiental para aperfeiçoar ainda mais o setor.
Além disso, o SINDAG é parceiro da
EMBRAPA na maior pesquisa até hoje
feita no país sobre pulverização em
lavouras, envolvendo seis centros de
pesquisa, 10 universidades e com experimentos simultâneos no Centro-Oeste,
Sudeste Sul.
Os mesmos produtos usados no setor são utilizados também pelos meios
terrestres.
E é a aviação que enfrenta uma série
de ações visando proibir o setor, quase
sempre apoiada em um toque de demagogia política e baseada na chamada
luta contra os agrotóxicos. Seguidamente vemos iniciativas de legisladores
nos municípios, Estados e até no Congresso Nacional justificarem projetos
de lei com argumentos como “a aviação
pulveriza hospitais e praças”, ou “90%
do produto aplicado por avião vai fora”
(imagine se o produtor poderia suportar isso), “aviação contamina o leite das
gestantes” e por aí afora. O caso é que
esses absurdos, por incrível que pareça,
“pegam” na população em geral, que
não sabe como funciona o setor. E muita gente é usada como massa de manobra. E isso muitas vezes influencia na
opinião até de autoridades.
Em vista disso, temos apostado cada
vez mais no diálogo com a imprensa,
políticos, autoridades, líderes comunitários e formadores de opinião. Inclusive partindo para o corpo a corpo. Já
há algum tempo percorremos pessoalmente os gabinetes dos parlamentares
no Congresso Nacional e estamos agora intensificando uma agenda de dias de
campo pelo Brasil. Em uma frente junto
com a ANDEF (Associação Nacional de
Defesa Vegetal) e a FEPAF (Fundação
de Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais) na divulgação de boas práticas
e do programa Certificação Aero agrícola Sustentável. E, em outra, com reuniões regionais por todo o Brasil com
os próprios operadores, para falar sobre
estratégias de comunicação, gestão da
imagem e também debater demandas
do setor. Os dias de campo do CAS
(Certificação Aeroagrícola Sustentável)
se iniciaram em janeiro, em Presidente
Prudente-SP, e serão oito encontros até
dezembro. Os encontros com os operadores, que estamos chamando de SINDAG na Estrada, serão em 10 edições,
que devem ocorrer a partir de maio.
Revista Canavieiros: Quais são as
exigências para um piloto atuar neste
segmento?
Paim: Para poder pilotar um avião
agrícola, o interessado precisa primeiro
fazer o curso de Piloto Privado (PP, que
permite pilotar como hobby) e depois
concluir o curso de Piloto Comercial
(que habilita a trabalhar em companhias
aéreas). Só depois de cumpridas essas
etapas e somadas pelo menos 370 horas de voo é que ele pode se matricular
no CAVAG (Curso de Piloto Agrícola),
que só tem cinco escolas no Brasil duas no RS, duas em SP e uma no PR.
Revista Canavieiros - Março de 2016
Foto: Graziele Dietrich/Sindag
Nelson Antônio Paim, presidente do Sindag
Revista Canavieiros: As empresas
que atuam neste setor precisam ser
certificadas? Há dificuldades nesta
questão?
Paim: Do ponto de vista legal, as
empresas aeoragrícolas não precisam
ser certificadas para atuarem no mercado. Elas precisam, isso sim, ter seu registro na ANAC (Agência Nacional de
Aviação Civil) e no Ministério da Agricultura. E, no caso das instalações, a
licença dos órgãos ambientais dos Estados (por causa do pátio de descontaminação, que trata de eventuais resíduos
na limpeza dos aviões). Além do CREA
(Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia) do engenheiro agrônomo
responsável pela empresa e outros aspectos burocráticos.
A certificação é um plus, que ocorre
pelo programa CAS (Certificação Aeroagrícola Sustentável) e que o SINDAG
está apoiando – tem como meta que até
2017 abranja todas as suas associadas.
Aliás, a existência de um selo de qualidade para o setor era uma demanda
antiga da entidade e do próprio setor. Aí
veio a parceria da ANDEF (Associação
33
Nacional de Defesa Vegetal – que reúne as 13 empresas líderes no setor de
defensivos no país), que impulsionou a
ideia, junto com a FEPAF (Fundação de
Estudos e Pesquisas Agrícolas e Florestais), UNESP (Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho), UFLA
(Universidade Federal de Lavras) e UFU
(Universidade Federal de Uberlândia).
Não há dificuldades quanto à certificação porque, como disse, era uma demanda do próprio setor. Além disso, o próprio
mercado está buscando esse diferencial,
principalmente o setor sucroalcooleiro –
o que faz com que São Paulo seja o Estado com maior índice de empresas aeroagrícolas aderidas ao CAS: 75%.
Mas é importante frisar, repetir e reforçar: a certificação é um plus. Algo
que a própria aviação agrícola está
apoiando e ao qual faz questão de se
submeter justamente provar à sociedade sua segurança e sua preocupação
como o meio ambiente.
Deixando de fora a certificação, do
ponto de vista legal a aviação já é a única forma de aplicação de defensivos com
regulamentação própria. E fiscalizada
por pelo menos cinco órgãos governamentais. Ela é normatizada pelo Decreto
Lei 917, de 07/10/69 e regulamentada
pelo Decreto 86.765, de 22/12/81. Isso
na esfera do Ministério da Agricultura.
Na Secretaria de Aviação Civil, o principal documento é o RBAC 137 da ANAC
e legislação complementar.
Além disso, as empresas aeroagrícolas precisam estar registradas nos
CREAs (Conselhos Regionais de Engenharia, Arquitetura e Agronomia) e
suas instalações licenciadas no âmbito
dos órgãos ambientais de cada Estado.
Entre as várias obrigações das empresas aeroagrícolas, elas precisam ter
na equipe um engenheiro agrônomo
com especialização em operações aeroagrícolas, um técnico agrícola também
com especialização no setor, um funcionário responsável pelo SGSO (Sistema de Gerenciamento da Segurança
Operacional) da empresa, que obriga
todos a seguirem o plano de segurança
da empresa), além do piloto altamente
qualificado. E sem falar no pátio de descontaminação, onde as aeronaves são
lavadas e eventuais resíduos de produtos vão para um sistema de tratamento.
Em resumo, os produtos aplicados
pelo avião (e com alta precisão e eficiência) são também usados pelos meios terrestres. Mas só o avião tem a exigência
do pátio de descontaminação, equipe altamente especializada e todo o resto. E, em
cima de tudo isso, o próprio setor ainda
tem uma certificação que é voluntária e
que está sendo abraçada por todos. Tudo
par transmitir segurança à sociedade.
Revista Canavieiros: Com relação a segurança da aviação agrícola,
quais são as boas práticas operacionais indicadas?
Paim: Em primeiro lugar, deve-se conhecer e respeitar os limites do
avião. Cada modelo tem o seu ângulo
e velocidade mínimos de curva, capacidade de carga (que considera também
as condições atmosféricas) e assim por
diante. Está tudo em seu manual. É
preciso também estar em dia com as
inspeções da aeronave e respeitar os
limites do piloto, principalmente no
sentido de evitar a fadiga. Sobre isso,
a aviação agrícola tem um instrumento
obrigatório que é o MGSO (Manual de
Gerenciamento da Segurança Operacional). Cada empresa precisa elaborar
o seu, considerando suas características
de instalações, pessoal e equipamentos.
Quanto às operações, é preciso manter os equipamentos de pulverização
bem calibrados, escolhendo os mais
adequados a cada trabalho. E observar
sempre as condições atmosféricas
Revista Canavieiros: Os agricultores estão investindo cada vez mais na
aviação agrícola?
Paim: Não temos uma estimativa
específica quanto a isso, embora tenhamos percebido um crescimento.
Mas podemos afirmar com certeza que,
quem experimenta a pulverização aérea
não se arrepende. Não só pela eficiência
(associada principalmente à velocidade
e precisão), mas pela economia, que
aparece, por exemplo, na eliminação
das perdas por amassamento.
Revista Canavieiros: Qual é o número de aeronaves atuando no setor?
Paim: Segundo dados da ANAC, temos atualmente mais de dois mil aviões
agrícolas registrados no Brasil (eram
2.007 em janeiro de 2015). A maior parte da frota no Mato Grosso (467), com
o Rio Grande do Sul em segundo (420),
São Paulo em terceiro (287) e Goiás em
quarto (239) nesse ranking. Depois vêm
os outros Estados, também com base
em 2015.
Revista Canavieiros: Quantas aeronaves para pulverização foram comercializadas no ano passado?
Paim: Não temos um número específico, mas temos ouvidos fabricantes
falando em vendas inferiores à metade
das realizadas em 2014. Um fator que
atrapalhou muito o mercado de aviação
em 2015 foi a alta do dólar. Como os
equipamentos e mesmo os financiamentos de aviões são cotados pela moeda norte-americana, muitos operadores
aeroagrícolas ficaram assustados.
Revista Canavieiros: Há expectativa de crescimento para 2016?
Paim: Tínhamos a expectativa de
crescimento de 7% ao ano, mas acreditamos que a estimativa não deve se
confirmar, devido à crise econômica.
Não arriscaria um número para este
ano, embora ainda esperamos um saldo
positivo, devido ao protagonismo que
o agronegócio está tendo na economia
brasileira.
Revista Canavieiros: Com relação
ao setor sucroenergético, o uso desse
equipamento tem aumentado nos últimos anos?
Paim: Acreditamos que, desde
2011, pelo menos uns 30%. A lavoura
de cana-de-açúcar depende bastante do
avião, principalmente nas etapas finais
de cultivo, com as plantas em estágio
mais alto. Então, sua presença nos canaviais segue no rastro do crescimento
da lavoura.
Revista Canavieiros: O Brasil tem
hoje a segunda maior frota de aeroagrícola do mundo. Há potencial para
passar a ser a primeira?
Paim: Potencial há. Mas estrada é
longa. Os EUA têm a maior frota, com
cerca de cinco mil aviões. Acreditamos
que o Brasil tenha potencial para de seis
mil a oito mil aviões, já que apenas entre 25% e 30% das pulverizações feiRevista Canavieiros - Março de 2016
34
Reportagem de Capa
tas em lavouras no país sejam por via
aérea. Por outro lado, segundo dados
na ONU (Organização das Nações Unidas), até 2050, o Brasil será responsável
por suprir mais da metade do aumento
na demanda de alimentos no mundo e
será responsável por 40% do mercado.
Sem contar a importância do setor energético, com os chamados combustíveis
verdes. Isso precisa ser feito principalmente com aumento da produtividade,
ou seja, produzindo mais no mesmo
espaço de terra, cuidando para não
avançar a fronteira agrícola sobre áreas
ambientalmente importantes. Para isso
será preciso tecnologia e aí a aviação é
ferramenta indispensável.
Revista Canavieiros: Como funciona o programa CAS (Certificação
Aeroagrícola Sustentável)?
Paim: O CAS é o primeiro (e até agora
o único) selo de qualidade ambiental específico para a aviação agrícola no mundo.
Como disse antes, ele nasceu de uma demanda do próprio mercado aeroagrícola,
que necessitava de um programa que incentivasse e atestasse as boas práticas nas
operações realizadas nas lavouras. Não
que as boas práticas não fossem uma regra (também já falei sobre a extensa lista
de obrigações do setor). Mas queríamos
incentivar as empresas e operadores privados a irem além do exigido em lei e atestar
toda essa segurança perante a sociedade.
O programa é mantido e gerenciado pela FEPAF e coordenado pelas
três universidades públicas – UNESP,
UFLA E UFU. A certificação ocorre em
três níveis:
Nível I – Abrange toda a documentação para comprovar que o operador está
com suas obrigações legais (repetindo:
que não são poucas) em dia e habilitado
para atuar no setor. É a porta de entrada
no programa.
Nível II – Abrange a capacitação dos
responsáveis técnicos, com um curso
Foto: Graziele Dietrich/Sindag
Revista Canavieiros: O Sindag
promoverá o Congresso Nacional de
Aviação Agrícola (Congresso Sindag)
2016 em Botucatu-SP. O senhor poderia falar sobre a importância desse
evento para o setor?
Paim: O Congresso Sindag é o segundo maior evento do setor aeroagrícola no mundo – perde apenas para a
convenção anual da NAAA (National
Agricultural Aviation Association) nos
EUA. A edição deste ano será em Botucatu-SP, nos dias 22, 23 e 24 de junho,
no Aeroporto Municipal Tancredo Neves. Tivemos o lançamento oficial no
último dia 8 de março, no Auditório da
Prefeitura de Botucatu, que está sendo
parceira do evento.
Trata-se da maior vitrine da aviação
agrícola brasileira, quando empresários, operadores, autoridades, pesquisadores, pilotos, produtores rurais
e todo o público envolvido na cadeia
aeroagrícola se reúnem para debater
estratégias, demandas e oportunidades, além de conferir as novidades
tecnológicas. Aliás, a programação
deste ano terá foco nas tecnologias
e no viés estratégico do setor perante o mercado e a sociedade. Teremos
novamente as atualizações a respeito
do programa de Certificação Aeroagrícola Sustentável e um parâmetro
das pesquisas realizadas no convênio
entre o SINDAG e a EMBRAPA – a
maior pesquisa sobre pulverizações
agrícolas já feita no país, com experimentos simultaneamente no Sul Sudeste e Centro-Oeste.
Teremos uma estrutura montada de
3,4 mil metros quadrados, com 822
metros quadrados para os cerca de 40
estandes da mostra de tecnologias e
equipamentos, mais um auditório para
800 pessoas. Como em todos os anos, o
evento terá também exposição de aeronaves e demonstrações aéreas.
Revista Canavieiros - Março de 2016
que ocorre em dois módulos: Qualidade
da tecnologia de aplicação e Planejamento e responsabilidade ambiental. As
aulas ocorrem em uma imersão de dois
dias (um para cada tema), do início da
manhã até o final da tarde e com um teste
ao final de cada dia, para comprovar que
o conteúdo foi absorvido (se não tirar a
nota mínima, não recebe o certificado).
Nível III – Abrange visitas às instalações das empresas e vistorias em suas
operações. Basicamente, a empresa ou
operador deve comprovar que realmente está aplicando tudo o que foi ensinado no Nível II. É verificado, por exemplo, a conformidade, funcionalidade e
qualidade dos equipamentos utilizados,
da aeronave e das instalações.
Revista Canavieiros: Quantas empresas já receberam o selo CAS?
Paim: Entre todos os níveis, já são
84 empresas aeroagrícolas com o selo
do CAS. O que representa 36% das 232
empresas de aviação agrícola do Brasil.
E, dessas, a maioria (56%) está além da
primeira fase da certificação, com oito
delas já tendo chegado ao Nível III (o
mais alto) do programa. O que é outra
proposta importante do programa: não
adianta entrar e ficar no Nível I. Tem
que ir adiante.
Revista Canavieiros: O Sindag
propôs recentemente um projeto para
usar a aviação agrícola no combate a
mosquitos. Por favor, poderia explicar
como isso aconteceria?
Paim: Na verdade, o SINDAG
vinha propondo isso desde 2004. E
Foto: Graziele Dietrich/Sindag
tivemos uma novidade no dia 16 de
março, quando ocorreu uma audiência
com técnicos da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde.
Foi uma resposta a um pedido de audiência que havia sido protocolado em
dezembro e, se confirmar o que ficou
acertado, o resultado mais positivo
desses 12 anos de insistência. Basicamente, apresentamos aos técnicos nossa proposta, como a técnica funcionou
em 1975 (quando a aviação ajudou a
liminar um surto de encefalite em São
Paulo, através do combate ao mosquito culex) e como ela funciona hoje em
diversos outros países.
O Ministério da Saúde deverá compor um grupo de trabalho com especialistas e pesquisadores para realizarmos
experimentos em uma área piloto. O
acordo é que em 60 dias o grupo deve ser
montado (vamos indicar também alguns
nomes) e daí teremos uma nova reunião
para definir onde e quando fazer os testes. Esperamos que isso se confirme.
Mesmo assim, continuamos conversando com parlamentares no Congresso
Nacional. O Brasil fechou 2015 com
mais de 1,6 milhões de casos de dengue
e em 2016 já tem mais de quatro mil
casos de microcefalia possivelmente
ligados ao vírus zika, o que deu mais
urgência da proposta.
Mas é importante frisar: a aplicação do fumacê, seja aéreo ou terrestre,
é apenas para dar suporte, eliminando
grandes infestações, às ações de prevenção em cada casa. Esta sim é a principal estratégia contra dengue, chikungunya e zika.
Sobre isso, lançamos inclusive uma
cartilha, que estamos distribuindo a autoridades, políticos, parceiros e imprensa e que pode ser acessada no endereço
http://bit.ly/avioesmosquito.
Revista Canavieiros: O tema drones x aviões agrícolas é cada vez mais
debatido. O que o senhor tem a dizer
sobre essa questão?
Paim: O SINDAG tem acompanhado essa questão junto à ANAC e, no ano
passado, comunicamos aos operadores
aeroagricolas sobre a consulta pública
da proposta de regulamentação apresentada pelo órgão. Sabemos que nos
Estados Unidos o debate tem sido mais
quente porque a presença de drones no
campo é bem mais intensa do que aqui.
Assim como a aviação agrícola.
No entanto, temos percebido o recente e crescente surgimento de aparelhos
voltados para a agricultura também aqui
no Brasil, com uma curiosidade: aparelhos remotos estão sendo apresentados
ao mercado com a proposta de substituir
os aviões nas pulverizações aéreas.
Assim achamos que a proposta é um
35
tanto exagerada, já que a capacidade
operacional de um avião (desde a carga
de produto até a velocidade) dificilmente será alcançada por um drone. Além
disso, há toda uma tecnologia embarcada, sem falar na própria experiência
do piloto (altamente treinado) para garantir a precisão e segurança tanto do
ponto de vista operacional quanto ambiental. Não consigo imaginar alguém
pulverizar com segurança grandes áreas
e muitas vezes com vários pontos sensíveis sem estar com o olhar experiente
de dentro do avião, in loco.
Por outro lado, pulverizadores remotos podem atuar em áreas pequenas, muitas vezes junto a lavouras
tratadas por avião. E aí teríamos o risco de ambos os aparelhos cruzarem o
mesmo espaço aéreo. O que também
poderia ocorrer com drones usados
para monitoramento de áreas próximas a zonas de aviação.
Se o mercado começar a crescer a
esse ponto, aí teremos que intensificar a
discussão sobre itens que hoje estão em
debate nos EUA, como obrigação de luzes estroboscópicas e pintura em laranja dos drones e instalação de mecanismos de navegação compartilhada (uma
espécie de transponder) nos aparelhos
remotos e outros itens. Por enquanto,
estamos atentos a como esse cenário vai
se configurando e que necessidades vão
surgindo. Temos um bom canal com a
ANAC e acreditamos que não teremos
problemas em conversar com o setor
dos aparelhos remotos. RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
36
Artigo Técnico I
Fatores que influenciam a qualidade do plantio
de cana-de-açúcar
André Bosch Volpe
Agrônomo da Canaoeste de Bebedouro
O
plantio de cana-de-açúcar é a
prática que mais envolve o conhecimento solo-planta-atmosfera e a interação desses fatores pode
ditar o sucesso ou fracasso da atividade. Independente do sistema adotado, o
plantio deve cumprir seu objetivo e atender às exigências da cultura contemplando o ambiente em que ela será implantada. O processo de plantio influencia as
demais operações realizadas no ciclo da
cultura (adubações, aplicações de corretivos, aplicação de defensivos, colheita,
etc. Portanto, o gerenciamento e o planejamento estratégico têm que ser realizado de maneira correta.
Segundo o Pecege (2014), a formação do canavial, composta pelo somatório dos estágios de preparo de solo,
plantio e trato de cana planta, corresponde a 16% dos custos totais de produção durante o ciclo da cultura, para
a região tradicional, que engloba as
regiões produtoras dos estados de São
Paulo e Paraná. Dentro da formação
do canavial, a etapa de plantio corresponde a 66%, com valor absoluto de
R$3.101,57 por hectare.
De acordo com Ripoli (2004),
existem três sistemas de plantio em
utilização no Brasil: o manual, o semimecanizado e o mecanizado. O
primeiro tem maior ocorrência no
nordeste brasileiro e é caracterizado
pelo fato de todas as operações de
plantio serem manuais. No segundo
sistema, a sulcação, é efetuada mecanicamente e a deposição das mudas
no sulco é manual, lançadas de caminhões de carga, a adubação e cobertura dos sulcos também ocorrem
mecanicamente. No sistema mecanizado, realizam-se todas as operações
citadas anteriormente (sulcação, deposição de mudas, adubação e cobrimento dos sulcos) mecanicamente.
O plantio da cana-de-açúcar no
Brasil, até a década de 90, foi predominantemente realizado de maneira
semimecanizada. Entretanto, nos últimos anos, o método de plantio mecanizado começou a ganhar espaço nos
canaviais. Mesmo com dificuldades
operacionais e, por vezes, resultados
insatisfatórios, o plantio mecanizado
é a modalidade mais adotada pelo sePlantio de viveiro realizado com mudas
pré-brotadas (MPB).
André Bosch Volpe
Agrônomo da Canaoeste de Bebedouro
tor sucroenergético, e segundo a CANAPLAN (2015) ocupa 75% das áreas de plantio na safra 2015/16.
Ganhando cada vez mais espaço
e vistas por muitos como a grande
solução para o plantio de cana-de-açúcar, as mudas pré-brotadas revolucionaram o cenário atual, usando
a tecnologia e simplicidade a favor
do produtor rural. Embora os custos
sejam maiores quando comparados
as demais modalidades de plantio,
o “MPB” resgatou conceitos fundamentais para um plantio de sucesso,
visando à sanidade de mudas e pureza genética, e pode proporcionar melhores resultados em produtividade e
longevidade do canavial. A utilização
dessa modalidade tem se difundido
entre os produtores, principalmente
na formação de viveiros e em sistema
de MEIOSI (Método Inter-rotacional
Ocorrendo Simultaneamente).
Independente da modalidade, o
plantio é uma etapa que envolve muitas variáveis, nas quais o controle e
gestão das operações e o planejamento são ferramentas fundamentais para
minimizar os riscos e alcançar altos
índices de qualidade.
Revista Canavieiros - Março de 2016
Plantio mecanizado na cultura da cana-de-açúcar
37
A cobertura do sulco de plantio, uma
operação relativamente simples, é crucial para o sucesso da lavoura, pois a
camada de solo colocada sobre a muda
e sua compactação, são fatores relacionados ao fluxo de água e calor, que
interferem decisivamente na brotação,
emergência e perfilhamento das plantas. Sendo assim, a camada de cobertura deve variar conforme a época de
plantio, compactando levemente essa
camada, com o intuito de promover o
contato entre as mudas de cana e o solo,
retirando os excedentes de ar.
Podemos dividir os fatores que influenciam o plantio em endógenos e
exógenos. Os fatores endógenos são
aqueles ligados ao potencial da planta,
e entre os mais importantes podemos
citar: tamanho de tolete e reserva energética, idade das gemas e variedade.
Dentre os exógenos, os quais estão
relacionados à metodologia de plantio utilizada, estão: profundidade de
plantio, espaçamento, densidade de
plantio, danos mecânicos causados às
gemas, cobertura de sulcos e compactação pós-cobertura.
O manejo varietal é etapa básica do
planejamento do plantio e tem como objetivo racionalizar o uso das variedades
dentro das áreas de produção. Escolher
a variedade mais apta ao ambiente de
produção de cada área é uma tarefa fundamental para os produtores que almejam resultados favoráveis. A utilização
de variedades modernas e mais adaptadas às condições adversas do novo cenário de produção é necessária, visando
ao resgate de altas produtividades.
A presença de palha nas mudas de
cana não interfere de modo significativo à qualidade do plantio, porém o
excesso de palha ou a presença de bainha pode causar atrasos na germinação,
principalmente em condições adversas
de umidade e temperatura.
A sistematização e o preparo do
solo adequado são pontos chave para
o sucesso no estabelecimento da cultu-
ra. A redução de número de manobras
dentro do talhão e a eliminação de ruas
“mortas” (bicos), proporcionam menores áreas de intensa compactação,
observando-se maior uniformidade no
desenvolvimento da cultura. O preparo de solo deve criar condições ideais
para o desenvolvimento radicular da
cultura, assim como eliminar zonas de
compactação e garantir a infiltração da
água no solo.
O crescimento radicular da cana-de-açúcar acontece principalmente nos
macroporos do solo, de tal forma que
com a redução do número de macroporos em solos compactados e adensados,
o desenvolvimento radicular da planta
é dificultado, prejudicando a translocação de água e nutrientes para as demais
partes da planta e influenciando diretamente sobre o seu desenvolvimento
vegetativo. Dessa forma, a sulcação
no plantio deve ficar entre 25 e 30 cm,
não devendo exceder a profundidade de
preparo do solo, a fim de garantir um
bom desenvolvimento radicular inicial.
Diversos autores relatam que a
quantidade de gemas ideal, independente do espaçamento adotado, deve
ser em média de 12 gemas por metro.
Na prática, é comum observar a ocorrência de valores superiores, para prevenir a ocorrência de falhas causadas
por gemas inviáveis. Por isso, a atenção com características como distância
entre internódios e idade da muda é
bastante importante.
De forma geral, o planejamento do
plantio, o controle e a qualidade das
operações são fundamentais para mitigar a influência dos fatores endógenos
e exógenos, independente da modalidade de plantio adotada. A implantação de uma lavoura de cana-de-açúcar
envolve uma série de cuidados por se
tratar de uma cultura semiperene. É
preciso atentar-se ao plantio já que a
longevidade do canavial está diretamente relacionada à qualidade dessa
operação. Podemos afirmar com certeza que o plantio é o primeiro passo
para alcançarmos boas produtividades
agrícolas, sendo essencial o uso de tecnologias modernas para que a cultura
seja instalada de modo uniforme e com
plantas vigorosas e sadias, garantindo
o sucesso da lavoura.
Bibliografia Citada:
Canaplan. 2015. Cenários e perspectivas para o setor sucroenergético.
Disponível em: http://pt.slideshare.net/
gecaesalq/cenrios-e-perspectivas-para-o-setor-sucroenergetico-carvalho-simposio-gecaesalq Acesso em: Nov. 2015.
PECEGE. 2014. Custos de produção de cana-de-açúcar, açúcar, etanol e
bioeletricidade no Brasil:Fechamento
da safra 2013/2014. Piracicaba: Universidade de São Paulo, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”,
Programa de Educação Continuada em
Economia e Gestão de Empresas/Departamento de Economia, Administração e Sociologia. 17-18 p. 32 p.
RIPOLI, T.C.C.; RIPOLI, M.L.C.
Biomassa de cana-de-açúcar: colheita, energia e ambiente. Piracicaba: Ed.
Dos Autores, 2004. 309 p. RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
38
Revista Canavieiros - Março de 2016
EVENTO
39
100 CONGRESSO
NACIONAL DA STAB
CENTRO DE CONVENÇÕES DE
RIBEIRÃO PRETO - SP
20 a 22 de setembro de 2016
boletim n0 1
A Sociedade dos Técnicos Açucareiros e Alcooleiros do Brasil - STAB,
realizará no periodo de 20 a 22 de setembro de 2016, em Ribeirão Preto
- SP, o seu 10º Congresso Nacional.
O evento deverá reunir os diversos segmentos do setor sucroenergético
do Brasil e da América Latina, envolvendo Pesquisadores, Professores,
Técnicos, Empresários, Administradores e demais profissionais e
instituições/empresas com atividades direcionadas para a agroindústria
canavieira.
Os mais recentes avanços tecnológicos das áreas agrícola, industrial e
administrativa serão apresentados e discutidos em sessões plenárias
com apresentação de trabalhos técnicos e científicos e conferências do
setor Sucroenergético.
Em setembro de 2016 a STAB Regional Sul espera por você. Participe
do 10º Congresso Nacional da STAB e conheça um dos maiores pólos
sucroenergéticos do Brasil.
APRESENTAÇÃO DE TRABALHO
Os trabalhos deverão ser inéditos e contribuírem significativamente
para o desenvolvimento técnico ou cientifico das diferentes áreas da
agroindústria da cana-de-açúcar. Não serão aceitos trabalhos de
cunho comercial.
Os trabalhos serão submetidos e analisados pelos membros das
comissões técnicas indicadas pela Comissão Organizadora do
Congresso, que terão o poder de recomendar ou não a sua aceitação,
quanto ao conteúdo e ao atendimento às normas de apresentação. Os
trabalhos serão distribuídos nas seguintes áreas:
Agronômica: Melhoramento genético, Fitotecnia, Fitopatologia,
Entomologia, Controle de ervas daninhas, Biotecnologia, Solos,
Irrigação, Meteorologia, Moto-mecanização e Controle Agrícola.
Industrial: Engenharia industrial, Processamento, Energia, Subprodutos,
Diversificação.
Administração e outras áreas: Informática, Estatística, Conservação
ambiental (sustentabilidade), Socio-economia, Comercialização e
mercado, Controle de qualidade e Recursos humanos.
NORMAS PARA PREPARAÇÃO DE TRABALHO
Os trabalhos deverão ser apresentados em português com o máximo de
12 páginas , incluindo as figuras, gráficos e tabelas e confeccionados em
Microsoft Word (editor de texto) e encaminhados via e-mail, à secretaria
executiva do Congresso, [email protected], até o dia 29 de abril de 2016.
Os trabalhos deverão conter no máximo 12 páginas impressas em
papel A4, em um só lado da folha, em espaço duplo com 2,5cm em
todas as margens, nas fontes arial ou times new roman, no tamanho
12(corpo), devendo neste total conter todas as tabelas e figuras
(graficos desenhos e fotos).
A estrutura dos trabalhos científicos deverá apresentar a
seguinte ordenação: Título, Autores, Referência dos Autores,
Resumo (no máximo de 200 palavras), Summary, Palavras
Chave, Introdução, Material e Métodos, Resultados e Discussão,
Conclusões, Agradecimentos ( no máximo de 50 palavras) e
Referências Bibliográficas.
Na primeira página do trabalho oTítulo deverá ser conciso e
centralizado na largura da folha e em letras maiúsculas (exceto para
termos científicos). O(s) nomes(s) do(s) autor(es) deverá(ão) ser
mencionado(s) abaixo do título, centralizado(s) na largura da folha
e em letras maiúsculas.
Os números símbolos e abreviaturas do texto deverão apresentar
o sistema métrico e os algarismos arábicos, exceção quando for a
primeira palavra de uma sentença.
Os símbolos poderão ser usados para indicar elementos compostos
e porcentagens. As abreviaturas comuns na literatura açucareira
poderão ser usadas: STAB, ISSCT, TCH, POL, TPH, BRIX, dms, ha, g,
m², m³, ppm, mL, t, etc.
As Referências bibliográficas devem ser seguidas de acordo com as
normas da ABNT (NBR-6023, de 2002) e deverão ser organizadas pela
ordem alfabética do autor ou primeiro autor, e a lista de referências
deve conter apenas as citações constantes no corpo do trabalho. As
Referências de periódicos devem conter pela ordem: nome(s) do(s)
autor(es), nome completo do artigo, nome completo do periódico,
segundo Word List Scientific Periodical, local de publicação, número
do volume, número do fascículo do volume, número das páginas, mês
e ano de publicação.
Exemplos:
GUTIERREZ, L. E. Composição de ácidos graxos e viabilidade celular
em Saccharomyses cerevisae. STAB Açúcar, Alcool e Subprodutos.
Piracicaba v.9, n.6, p.31-34, jul/ago.1991.
As referências dos livros deverão conter pela ordem: nome(s) do(s)
autor(es) em maiúscula, título do livro em negrito, local de publicação;
editora, ano de publicação, e o número de páginas.
PAYNE, J. H. Unit operations in cane sugar production. Amsterdam,
Elsevier, 1982. 302p.
As tabelas deverão estar numeradas consecutivamente em
algarismos arábicos, e serem encabeçadas por um título conciso e
claro e em letras maiúsculas, não devendo usar as linhas verticais
para separar colunas.
As figuras (fotografias, gráficos ou desenhos) deverão ser
numeradas consecutivamente em algarismos arábicos, recebendo
a denominação de ‘’fig.’’, colada na parte inferior com a respectiva
legenda, em letras maiúsculas. A representação das figuras
deverá ter por base as dimensões da página já citada para
tabelas, gráficos e desenhos, devendo ser feitas em alguns dos
seguintes programas: Corel Draw, Imagem do Word ou qualquer
editor de imagem, sempre e quando sejam gerados arquivos
com no mínimo de resolução de 300 dpi e nos formatos ‘’JPEG’’,
‘’TIF’’ e ‘’EPS’’ (esses arquivos devem ser enviados junto com o
documento ou texto).
As fotografias poderão ser em preto e branco ou coloridas, em
papel brilhante e apresentar bom contraste. Cada figura deverá
ser identificada no texto e no verso, devendo ser acompanhada
da respectiva legenda, em folha separada do original.
A nomenclatura científica deverá ser citada segundo os critérios
estabelecidos nos códigos e os nomes científicos e devem estar em itálico.
Revista Canavieiros - Março de 2016
40
Artigo Técnico II
Palha de cana x Pequenas Centrais Termelétricas
Tercio Marques Dalla Vecchia
Engenheiro Químico e CEO da Reunion Engenharia
S
abe aquela palha que fica no
campo depois da colheita da cana
e que a usina não se interessa?
Sabe que pode ser uma ótima ideia fazer uma Pequena Central Termelétrica
usando esta palha como combustível?
E você, que é agricultor, sabe que
pode ser usado como combustível qualquer tipo de palha?
Por Pequena Central Termelétrica
entenda-se Usinas que exportam entre
5 e 15 MW de energia elétrica.
A ideia de se implantar pequenas
centrais termelétricas está alinhada
com a tendência mundial de investir em
geração de energia elétrica distribuída.
Este conceito se opõe ao modelo tradicional que depende de grandes usinas e
extensas linhas de transmissão.
Entre as vantagens de se gerar energia
em pequenas centrais termelétricas, pode-se destacar que o modelo é economicamente atraente na medida em que reduz os
custos e investimentos em subestações de
transformação e em capacidade adicional
para transmissão, além de reduzir perdas
nas linhas de transmissão e distribuição.
Outro ponto importante é a possibilidade de atendimento mais rápido ao
crescimento da demanda (ou à demanda
reprimida) por ter um tempo de implantação inferior ao de acréscimos à geração centralizada e reforços das respectivas redes de transmissão e distribuição.
Para que sejam economicamente
atrativas, as pequenas centrais termelétricas devem ter o conceito baseado na
utilização de equipamentos de alto rendimento, que apresentem baixo custo
de implantação e de operação.
Na Dinamarca, assim como em outros países europeus, foi instalada uma
série de pequenas unidades termelétricas
com o conceito de geração distribuída
que utiliza a biomassa como combustível. Estas plantas são estrategicamente
posicionadas em relação às fontes de
biomassa e ao acesso à rede elétrica.
Estas unidades recebem diversos
tipos de palha em fardos que são ali-
Tercio Marques Dalla Vecchia,
Engenheiro Químico
mentados diretamente às caldeiras, sem
necessidade de que os fardos sejam
desfeitos ou a palha picada. Além de reduzir o espaço para armazenamento da
biomassa, a utilização direta da palha
em fardos reduz os custos operacionais.
A Central Termelétrica é composta das seguintes partes:
- Recepção e armazenamento de fardos de palha;
- Caldeira para produção de vapor;
- Turbogerador (gerador de eletricidade acionado por turbina a vapor);
ESQUEMA DE UMA CENTRAL TERMOELÉTRICA
Revista Canavieiros - Março de 2016
41
- Condensador;
- Sistema de captação e tratamento
de água;
- Sistema de tratamento e disposição
de efluentes;
- Subestações;
- Linha de Transmissão;
- Conexão com o Linhão.
A tabela ao lado (Pequena Central
Termoelétrica) mostra um estudo de
viabilidade considerando o preço de
venda da energia em R$ 250/ MWh e o
custo da palha R$ 60 por tonelada.
Com estas premissas, o Projeto se
paga em, aproximadamente, seis anos.
Alavancando com financiamento do
BNDES, o tempo de retorno para o investidor pode ser de apenas três anos.
Cooperativas de Produtores de Cana
têm grandes possibilidades de conseguir melhores ganhos.
É de se pensar, não? RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
42
Artigo Técnico III
Variação dos preços de insumos agrícolas utilizados
por fornecedores de cana-de-açúcar em 2015
Por Haroldo José Torres da Silva
O
s insumos agrícolas têm uma
participação expressiva na composição dos custos de produção
de cana-de-açúcar, conforme apontado
pelo Programa de Educação Continuada em Economia e Gestão de Empresas
(PECEGE) da ESALQ/USP, em parceria com a Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil (CNA), representando de 10 a 15% do custo total de produção, dependendo da região.
Gráfico 1 - Representatividade dos insumos em relação ao custo total de produção de
cana-de-açúcar na safra 2014/2015
Desenvolveu-se uma pesquisa de
acompanhamento dos preços dos principais insumos agrícolas utilizados na
produção de cana-de-açúcar no Brasil.
Os dados foram levantados de janeiro
a dezembro do ano de 2015 em seis
regiões produtoras, sendo quatro na
macrorregião Centro-Sul Tradicional
(Catanduva - SP, Piracicaba - SP, Porecatu - SP e Sertãozinho - SP), uma
na macrorregião Centro-Sul Expansão
(Goiatuba - GO) e uma na região Nordeste (Maceió - AL).
Gráfico 2 - Participação das principais classes de insumos entre as regiões
É possível observar no Gráfico 1 a representatividade dos insumos agrícolas em
relação ao custo total de produção de cana-de-açúcar nas três macrorregiões analisadas (Tradicional, Expansão e Nordeste).
Priorizaram-se os insumos mais expressivos e com maior participação no
custo de produção dos fornecedores independentes de cana-de-açúcar, com
destaque para os formulados (fertilizantes). Esse grupo representou, em média,
48% dos desembolsos efetuados pelos
produtores rurais com insumos, seguido
dos herbicidas, corretivos, diesel e inseticidas, conforme se observa no Gráfico 2.
Gráfico 3 - Variação acumula de jan. a dez. de 2015 dos principais grupos de insumos agrícolas
Os grupos de insumos (fertilizantes,
herbicidas, inseticidas e óleo diesel)
apresentaram uma variação positiva
e expressiva nos preços dos seus produtos, como pode ser observado no
Gráfico 3. Na região Centro-Sul Tradicional, destacaram-se as variações dos
herbicidas e inseticidas, as quais foram
impulsionadas, em grande medida, pelo
comportamento dos preços do Plateau,
Diuron, Carbofurano e Actara.
Revista Canavieiros - Março de 2016
43
Não obstante, os fertilizantes exerceram o maior impacto sobre os custos de
produção, em função da sua representatividade na composição dos custos e ante às
variações nos preços dos seus formulados.
De forma similar aos herbicidas, inseticidas e outros produtos que sofrem influência direta da taxa de câmbio, os preços no
mercado doméstico dos fertilizantes e derivados também são sensíveis a oscilações
da taxa de câmbio (Gráfico 4).
A variação acumulada nos preços
dos fertilizantes, ao redor de 16% em
2015, entre as regiões analisadas, foi
resultante sobremaneira da desvalorização cambial enfrentada pela economia
brasileira. Cabe destacar que poderia
advir uma pressão ainda maior dos preços destes produtos sobre os custos de
produção, no entanto se constatou uma
queda nos preços em moeda estrangeira, no caso em dólares americanos, dos
principais insumos utilizados na produção de fertilizantes NPK (Gráfico 5).
A queda nos preços dos produtos nitrogenados é fruto do aumento da oferta
mundial destes produtos, além do comportamento do preço do petróleo no
mercado internacional. Por exemplo,
destacaram-se as reduções nos preços
da ureia (principal composto dos fertilizantes nitrogenados e subproduto do
petróleo), que apresentou uma queda
mais acentuada quando comparada aos
demais produtos, principalmente por
seu preço estar atrelado ao preço do petróleo bruto, o qual, de janeiro a dezembro de 2015, apresentou uma variação
negativa ao redor de 23%.
Por outro lado, o óleo diesel, depois
de um histórico de longos períodos de
preços estáveis, apresentou uma tendência de preços crescentes no último ano,
como pode ser observado no Gráfico
6, atingindo uma variação acumulada
de 16%, contrariando os preços internacionais do petróleo. Adicionalmente,
além de impactar diretamente o custo
de produção dos fornecedores de cana-de-açúcar através dos dispendidos com
as operações mecanizadas, o comportamento do preço do diesel impactou
outros insumos agrícolas, indiretamente
através do frete, tal como os corretivos.
Referências
BANCO CENTRAL DO BRASIL. 2015. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pt-br/pagi-
Gráfico 4 – Evolução dos índices de preços dos fertilizantes e da
taxa de câmbio (R$/USD)
Gráfico 5 - Índice de variação nos preços dos insumos base para a fabricação de NPK
Gráfico 6 – Índice da variação média nos preços do óleo diesel
nas/default.aspx>. Acesso em: 20 jan. 2016.
INDEX MUNDI (USA). Fertilizers. Disponível em: <http://www.indexmundi.com/>. Acesso
em: 28 jan. 2016.
Haroldo José Torres da Silva é economista
e gestor de Projetos do PECEGE (Programa de
Educação Continuada em Economia e Gestão
de Empresas) RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
44
Informações Climáticas
Chuvas de fevereiro &
previsões de março a maio
Quadro 1: Chuvas anotadas durante o mês de fevereiro de 2016.
Engº Agrônomo Oswaldo Alonso
Consultor
A média das chuvas de fevereiro de 2016
(199mm) foi ligeiramente inferior à média
histórica (213mm) e a do mês de fevereiro de
2015 (229mm). Merece destacar que os menores volumes de chuvas foram registrados
na Andrade, em Barretos, CFM-Pitangueiras,
Fafram-Ituverava e Faz. Monte Verde-Bulle
Arruda- Severínia.
N
a região sucroenergética do Estado de São Paulo, os mapas
A1 e A2 mostram que, salvo
estreita faixa Norte e área ao Sul de
Bauru-Avaré, houve pouca diferença
entre meses de janeiro de 2016 e 2015.
Em 2015 (mapa A1), as maiores somas
de chuvas (200mm a 250mm) foram
anotadas em larga faixa Leste e Sudoeste. Já em fevereiro de 2016, maiores
volumes de chuvas (250 a 400mm) foram anotados em extensa área da região
Sudoeste do Estado.
Os artigos mensais de Informações
Climáticas contam com os trabalhos
diários das anotações de chuvas dos
escritórios regionais e condensados em
Viradouro. Estes dados são disponibilizados diariamente pelo site Canaoeste
e, as suas médias mensais e normais climáticas, são aqui também apresentadas
no Quadro 2.
Os dados do Quadro 2 mostram, no
destaque do canto inferior direito, as
expressivas diferenças observadas entre
as médias mensais e normais climáticas
de janeiro e fevereiro de 2013 a 2016.
Observa-se que o acumulado das médias mensais das chuvas em 2016 está
pouco menos que 4 vezes maior que
em 2014, o dobro de 2014 e 112mm superior a soma de janeiro e fevereiro de
2013. As variações em normais climáticas, face as médias, resultaram ser semelhantes, salvo em 2013 com 30mm a
mais que cada um dos outros três anos.
Mapa A1
Os mapas B1 e B2 ilustram as disMapa A2
tribuições das chuvas nos meses de
fevereiro destes dois anos nos principais estados sucroenergéticos da
Região Centro-Sul do Brasil, exceto
para o estado de São Paulo, que já foi
mostrado e discutido nos mapas A1 e
A2. Em fevereiro de 2016, o Centro-Sul do Mato Grosso do Sul e Centro-Norte do Paraná tiveram melhores
distribuições de chuvas que em 2015.
Situação inversa foi observada nas regiões do Triângulo Mineiro, Goiás e
Centro-Sul do Mato Grosso.
Para planejamentos próximo-futuros, a Canaoeste resume o prognóstico
de consenso entre o Instituto Nacional
de Meteorologia e o Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais para os meses
de março a maio de 2016, como descrito a seguir e ilustrado no mapa 3 acima:
• Nestes meses, as temperaturas tendem a ser acima das respectivas normais climáticas em toda Região Centro-Sul do Brasil;
Fonte: SOMAR Meteroroliga, elaboração Canaoeste
Revista Canavieiros - Março de 2016
• Pelo consenso INMET-CPTEC/
INPE, as chuvas poderão ocorrer
com iguais probabilidades para as
três categorias (acima, próxima e
abaixo das normais climáticas) em
todas as áreas em cinza; enquanto
que prevalecem previsões de chuvas
45
Quadro 2: Chuvas mensais de janeiro e fevereiro de 2013 a 2016 anotadas pelos escritórios
regionais e as respectivas médias mensais e normais climáticas.
Mapa 3:Elaboração Canaoeste do Prognóstico de
Consenso entre INMET-CPTEC/INPE para março
a maio de 2016
Prevê-se que a segunda quinzena venha
a ser mais seca que na primeira;
OBS:- Médias mensais correspondem às médias das chuvas dos meses em questão;
Normais climáticas ou médias históricas são médias de 10(+) anos dos locais (1 a 11).
Mapa B1
Mapa B2
Fonte: SOMAR Meteroroliga, elaboração Canaoeste
acima da média na área verde e abaixo das respectivas normais climáticas na área amarela do mapa 3.
• Tomando-se como referência o Centro de Cana-IAC, as médias históricas
das chuvas em Ribeirão Preto e municípios vizinhos são de 165mm em março,
70mm em abril e 55mm em maio.
A SOMAR Meteorologia, pelos
seus modelos climáticos, prevê para
a Grande Região de Ribeirão Preto, e
alguns comentários para o Centro-Sul
do Brasil, que:
1) Em março, durante a segunda
quinzena, prevê-se como bem menos
chuvoso que nos primeiros 10 dias
do mês;
2) Em abril poderão ocorrer entre 100
a 150mm no mês, sendo mais chuvoso
no Centro-Sudoeste de São Paulo e regiões canavieiras do Centro-Sul do Mato
Grosso do Sul e faixa Norte do Paraná.
3) Em maio, a distribuição de chuvas
será semelhante ao mês de abril, se bem
que com menores volumes. Atenção
para a semana de Corpus Christi (23
a 28), que logo após rápida passagem
de frente fria, prevê-se entrada de forte
massa polar.
A Canaoeste recomenda ainda e em
função das chuvas ocorridas durante o
verão, especial atenção aos produtores
de cana sobre incidências de cigarrinha
das raízes que poderão ser mais danosas, se não foram controladas em meses anteriores. Se foram deixadas áreas remanescentes de cana para a safra
a se iniciar em abril, o monitoramento
e controle desta praga exigirão, ainda,
muito mais atenção. Caso contrário,
ficarão expostos a grandes perdas em
qualidade e produtividade para a próxima colheita.
Estes prognósticos serão revisados
nas edições seguintes da Revista Canavieiros. Fatos climáticos relevantes serão
noticiados em www.canaoeste.com.br e
www.revistacanavieros.com.br.
Persistindo dúvidas, consultem os
técnicos mais próximos ou através do
Fale Conosco Canaoeste. RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
46
Destaque I
"Florescimento e maturação da
cana-de-açúcar" foi o tema da primeira
reunião de 2016 do Grupo Fitotécnico
Andréia Vital
C
om a casa cheia, o diretor do
Centro de Cana do IAC (Instituto Agronômico), Marcos
Landell, deu as boas-vindas em tom
otimista aos participantes da primeira
reunião do ano do Grupo Fitotécnico,
realizada no dia 8 de março. “Apesar
de um cenário não muito favorável no
país, há expectativa positiva para o setor sucroenergético. Além da melhora
no preço dos produtos fabricados pela
cana, nós temos alguns novos caminhos
fitotécnicos validados nos últimos anos,
que começam a ser adotados de uma
maneira mais sistemática por importantes produtores e que têm se provado
revolucionários em termos de referenciais produtivos”, alegou.
Segundo o pesquisador, diante desse novo horizonte, é necessário deletar
os antigos referenciais e criar uma nova
visão da canavicultura buscando níveis
mais altos de produtividade. “Não dá para
permanecer do jeito que está, tem que haver um crescimento vertical, pois os custos são elevadíssimos, então temos que
nos tornar mais eficientes justamente aonde é mais caro, ou seja, na parte agrícola,
que representa 70% ou mais dos custos
do sistema agroindustrial”, afirmou.
Com a verticalização, o sistema de
produção passa a ser mais viável, sendo
o principal ator neste processo, o fornecedor, assegura Landell. “O produtor de
cana-de-açúcar tem que assumir um novo
papel, de protagonista deste processo de
produção. O sistema MPB (Mudas Pré-brotadas) tem trazido para as mãos do
produtor essa possibilidade, como outras
informações que o IAC e outros grupos
de pesquisa têm gerado, também auxiliam neste sentido”, afirmou.
Landell apresentou na reunião a expectativa do uso do inibidor e maturador, na região de Goianésia (GO) até
hectares e identificados por latitude,
sendo que 25% dos entrevistados usam
maturadores e em torno de 12% usam
inibidores de florescimento. “Quanto
mais se distancia do Equador, mais se
usa maturador porque as condições são
menos propicias para a maturação. Já o
inibidor de florescimento é mais usado
em regiões mais próximas ao Equador,
pois há uma condição de indução floral
tão grande que passa ser a prática o uso
de inibidor de florescimento. Há empresas em Goiás, por exemplo, que usam
inibidor em 30% da área”, contou.
Marcos Landell, diretor do Centro de
Cana do IAC (Instituto Agronômico)
o Paraná, apontada por uma pesquisa
feita pelo IAC. Os dados foram levantados em uma mostra de 1,6 milhão de
A pesquisa mostrou também a previsão de início de safra. “De um modo
geral, foi apontado que a safra deve ser
iniciada na última semana de março, o
que confirma a tendência seguida nos
últimos anos”, finalizou.
Fisiologia do florescimento e maturação da cana
O engenheiro agrônomo e prof. dr.
Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo, da FCAT/UNESP/Dracena, abordou na ocasião, a questão da fisiologia
do florescimento e maturação da cana.
Segundo ele, o florescimento é um processo natural das plantas, ao passarem
da fase vegetativa para reprodutiva. No
caso da cana-de-açúcar, o florescimento
é influenciado por questões como latitude, fotoperíodo, temperatura, umidade, maturidade da planta, espaçamento,
variedades, entre outros. A combinação
desses fatores pode levar ao florescimento ou a uma maior ou menor taxa
desse fenômeno.
"Na época da indução do florescimento
o estresse hídrico pode evitar ou reduzir o
pendoamento e florescimento da cana. Por
isso, é mais seguro e vantajoso prevenir o
florescimento com aplicação de um inibidor do que correr riscos por contar com a
possibilidade de ocorrência de estresse hídrico no período indutivo", disse.
Revista Canavieiros - Março de 2016
Já no caso da cana bisada, a maior
possibilidade de florescimento é decorrente do suporte fisiológico que apresenta por ocasião do período indutivo.
Figueiredo explicou ainda que o florescimento e a isoporização são independentes, podendo ocorrer associados ou não.
Ao falar sobre as causas que provocam
a isoporização, o profissional disse que
em função da desidratação dos tecidos do
Alessandra Durigan, gestora operacional e os
agrônomos da Canaoeste Daniela Aragão e
João Francisco Maciel participaram do evento
47
Previsões de
temperaturas e chuvas
colmo, que, ao perderem água, adquirem
de forma progressiva a coloração branca.
“A perda natural de água no processo de
maturação provoca a drenagem das reservas para a emissão da flor, formando
espaços vazios entre as células”, ensinou,
afirmando que o uso da irrigação leva a
menor taxa de isoporização.
Citando a maturação induzida da
cana, o professor ensinou que em situação em que os colmos estejam vegetativos, por condições regionais ou por uso
de irrigação, a aplicação de produtos
maturadores pode ser adotada na safra
toda, com ganhos de qualidade tecnológica da cana, mesmo que o período
Prof. dr. Paulo Alexandre Monteiro de
Figueiredo, da FCAT/UNESP/Dracena
O “Monitoramento climático no
fotoperíodo indutivo para a floração
da cana de açúcar” foi tema da palestra do consultor da Canaoeste, Oswaldo Alonso, que mostrou através de
"slides" as condições climáticas que
ocorreram até então e previsões de
temperaturas e chuvas até o final do
período indutível - 20 de março- para
várias regiões canavieiras.
mais indicado para uso de maturação
induzida seja o terço inicial da safra.
Condições climáticas e suas interferências
Durante sua apresentação, o dr. Maximiliano S. Scarpari, pesquisador do
IAC, frisou que as condições de clima
em 2015 foram boas para o desenvolvimento da cana, principalmente as que
serão colhidas no início e meio desta
safra. Já os canaviais a serem retirados no final do ciclo 16/17 enfrentaram
chuvas intensas e baixa insolação devido ao fenômeno do El Niño, no começo deste ano, o que poderá afetar sua
produtividade, “pois as canas cortadas
no final de safra dependem muito das
condições climáticas dos meses de novembro a março para o desenvolvimento e qualquer anomalia climática afeta o
desenvolvimento desse canavial”.
Com a maior concentração de água
nesse início de safra, a cana não tem
condições adequadas de maturação,
sendo indicada a aplicação de maturador. “O produto provoca a redução do
estágio vegetativo com a indução artificial do início da maturação e pode
auxiliar no controle de florescimento,
reduzir o chochamento e aumentar a
qualidade da matéria-prima”, explicou.
A ação do maturador tem melhores
respostas se o produto for aplicado no
terço inicial da safra e fatores como variedades, tipos de solo, qualidade de luz
solar e disponibilização de água interferem diretamente nos resultados. “Maturadores requerem a produção normal
da fotossíntese para maximização da
Dr. Maximiliano S. Scarpari,
pesquisador do IAC
função e chuvas logo após a aplicação
também reduzem a absorção do produto”, elucidou.
Scarpari disse ainda que pretendem
usar a modelagem do PREVCLIMACANA, um projeto do IAC, que desde
2006 faz o monitoramento da estimativa de produtividade em função dos fatores climáticos, também para a indicação do uso de maturadores. “A proposta
é usar a modelagem e acompanhar a
evolução da biomassa das canas plantas e de início de safra, que é alvo dos
maturadores, considerando as condições do clima no tripé: disponibilidade
hídrica, temperatura e insolação. Após
janeiro de cada ano, fazemos a previsão climática, sendo que para cada fator
será arbitrado um valor mensal e da somatória terá a decisão de aplicação ou
não do maturador”, explicou.
Oswaldo Alonso,
consultor da Canaoeste
Complementando ainda sobre clima, Alonso citou que o El Niño está
gradativamente perdendo força, tendendo à neutralidade ao final do outono. “Há previsões de que, neste ano,
outono e inverno venham a ser mais
frio que em 2015. Inclusive já com entrada de forte massa polar na semana
final de maio”, esclareceu.
Observações efetuadas mostraram
que solo coberto com a palha (durante
a colheita de cana crua) chega a apresentar diferença de 10°C inferior a
solo descoberto. Esta condição, aliada
à umidade do solo (mais persistente
pela própria cobertura com a palha) tem
acentuado o dano do frio intenso, chegando mesmo a matar soqueiras. “Logo,
as alternativas de cultivo, retirando pelo
menos a palha sobre as linhas de cana,
tem sito atenuante ao efeito do frio”, sugeriu o consultor.
Fez parte ainda da programação a
apresentação das tecnologias da BASF
para o setor sucroenergético feita pelo
representante da multinacional, Daniel
Medeiros. A próxima reunião do Grupo
Fitotécnico será no dia 12 de abril. RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
48
Destaque II
Dia de Campo mostra a evolução das
variedades de cana-de-açúcar
Na ocasião, o CTC apresentou os diferenciais das suas variedades de cana-de-açúcar
Fernanda Clariano
Rodrigo Mahlmann,
gerente regional de vendas CTC
O
maior produtividade e resistência a doenças”, disse o gerente regional de vendas CTC, Rodrigo Mahlmann.
Por meio da demonstração feita no
campo de experimentação, os participantes puderam ver de perto como as
variedades evoluíram ao longo dos
anos, tornando o canavial cada vez
mais produtivo.
Neste quadro você acompanha a evolução dos programas de melhoramento
genético, e o quanto o perfil das variedades mudou ao longo do tempo.
polo regional do CTC (Centro de
Tecnologia Canavieira), em Barrinha, no interior de São Paulo,
foi palco de mais uma edição do Dia de
Campo realizado pelo CTC, em 18 de fevereiro, reunindo agrônomos, clientes das
usinas, fornecedores da região, além da
equipe de vendas e representantes da área
de desenvolvimento de produto do CTC.
“Foram expostos nesse dia de campo
materiais utilizados nas áreas comerciais
na década de 60, 70, 80, até chegar às
variedades mais modernas, nas CTCs e
os clones CTC, que são os materiais que
estão em fase de desenvolvimento de
produto e que podem vir a ser variedades
no futuro. Antigamente, as variedades
tinham um número menor de perfilho,
porte mais baixo porque eram características importantes para o corte manual. À
medida que foi evoluindo foram surgindo materiais mais produtivos mostrando
uma adaptação melhor a mecanização,
Na ocasião, Malhmann também apresentou a evolução varietal do CTC e destacou os resultados de alguns materiais.
“Hoje temos alguns materiais que estamos trabalhando e que estão tendo resultados muito bons, um deles é a CTC4,
que é uma cana para meio de safra e que
dentro da nossa projeção deve ficar entre
as três variedades mais plantadas do Brasil. Com a saída da SP813250, a CTC4
está sendo a variedade substituta. Outro
material muito importante é a CTC9001,
uma cana precoce para ambiente mais
fraco, que foi desenvolvida em Goiás.
Temos materiais para todos os ambientes, todas as maturações”, afirmou.
Evolução das variedades
Década 70
NA5679
- Foi a cana mais plantada, chegando
a ocupar mais de 50% da área cultivada
no Centro-Sul.
- Acabou devido à doença carvão,
sendo substituída pelas SPs.
Década de 80
SP70-1143
- Substituiu a NA5679.
- Cana produtiva para solos fracos.
- Viabilizou a expansão da cultura da
cana no cerrado e depois do Proálcool.
- Quase 60% a cultura no país.
- Foi eliminada pela ferrugem marrom.
Revista Canavieiros - Março de 2016
49
Agrônomos da Canaoeste estiveram presentes no Dia de Campo
écada de 90
SP89-1115
- Cana produtiva com alto teor de
sacarose.
- Quando começou a grande expansão,
foi eliminada pela ferrugem alaranjada.
-Não tinha grande perfilhamento,
porém alto vigor.
SP81-3250
- Chegou a representar 30% da agricultura canavieira, com alto teor de sacarose e produtividade.
- Com a entrada da ferrugem alaranjada em 2010, vem sendo continuamente substituída por variedades mais modernas, como CTC20,
CTC9002 e CTC9003.
De 2000 aos anos atuais
CTC4
- Cana que vem substituindo a SP813250 com vantagem.
- Alto teor de sacarose e produtividade se adapta a todas as regiões climáticas do país.
- Hoje é a CTC mais plantada.
CTC 9001
- Possui alto teor de sacarose e tonelagem e alto número de perfilho.
- Adapta-se desde os solos mais fracos até os melhores ambientes.
- Ereta, o que facilita a colheita mecanizada e proporciona alto rendimento
operacional.
- É uma variedade que está substituindo a RB86-7515 devido às vantagens de colheita e plantio mecanizado.
CTC9005 HP
- Alta quantidade de perfilho e de
teor de sacarose.
- É a primeira variedade “hiperprecoce” da década.
- Não floresce e tem uma excelente
brotação.
CTC e Basf lançam
3ª edição do Desafio
Canamáxima
Concurso já consagrado abriu inscrições com nova categoria para fornecedores de cana-de-açúcar. A novidade desta edição fica por conta da
modalidade ‘fornecedores de cana-de-açúcar’, que poderão se inscrever
também. “Entendemos os fornecedores de cana-de-açúcar cada vez mais
como um público que também aposta
em inovação e tecnologia para crescer
e queremos apresentar a eles todas as
possibilidades que a combinação de
variedades CTC com produtos Basf
pode oferecer”, comenta Carulina Oliveira, gerente de marketing cultivos
(cana, citros e amendoim) da Basf.
Para participar os interessados devem
se inscrever até o dia 31 de março pelo
hotsite www.desafiocanamaxima.com.br
Os vencedores serão revelados em um
grande evento no fim de 2016. RC
Revista Canavieiros - Março de 2016
50
Destaque III
ORPLANA comemora 40 anos em 2016
Com reestruturação em curso, entidade acaba de eleger novo presidente
Andréia Vital
O
ano de 2015 foi um marco
para a ORPLANA (Organização de Plantadores de Cana da
Região Centro-Sul do Brasil). A implantação de uma reestruturação geral
pautada por um plano estratégico com
19 projetos de melhoria deu início a
um novo capítulo da organização, que
comemora, este ano, quatro décadas.
Executado em etapas, o plano começou a traçar novos caminhos para a associação com a mudança de sua sede,
de Piracicaba-SP para Ribeirão Preto-SP, entre outras iniciativas que deram
nova roupagem à entidade.
À frente de sua administração na
gestão 2013/2016, Manoel Carlos de
Azevedo Ortolan explicou que a renovação estrutural visou oferecer aos seus
associados uma entidade moderna e dinâmica, procurando sempre garantir um
futuro seguro e rentável ao produtor de
cana. Ortolan, que também administrou
a ORPLANA entre 2001 a 2006, se despediu do cargo no dia 11 de março, durante AGO (Assembleia Geral Ordinária) quando ocorreu eleição para nova
diretoria executiva e conselho fiscal.
“Encerramos mais um período na
ORPLANA e posso dizer que o ponto marcante dessa administração foi o
projeto de reestruturação da nossa casa,
que vem sendo implementado com
muito sucesso. O fruto dessa mudança
já pode ser visto na motivação dos as-
sociados, na união, trabalho e presença
nas ações realizadas. Com isso a ORPLANA ganha musculatura e, assim,
mais forte, pode continuar no rumo
que já foi traçado, implementando as
iniciativas para estar mais próxima do
fornecedor de cana-de-açúcar", afirmou
o engenheiro agrônomo, ao passar o
posto de presidente da organização para
Eduardo Vasconcellos Romão. “Desejo
que esta nova diretoria faça um bom
trabalho e consolide a implantação da
reestruturação. Sucesso para eles”, afirmou emocionado.
O ex-presidente da entidade, Ismael
Perina, agradeceu Ortolan pela dedicação durante seu mandado, como também pela amizade e companheirismo
ao longo dos últimos anos na luta pela
Manoel Carlos de Azevedo Ortolan, presidente
da Orplana na gestão de 2013 a 2016
Revista Canavieiros - Março de 2016
Ismael Perina,
ex-presidente da entidade
melhora do setor. Também disse ao
novo presidente que ele tem um grande
desafio pela frente, mas não é motivo
para desanimar. “Há de se aproveitar da
experiência dos mais velhos e da vontade e garra dos mais novos e junto com a
sua experiência levar adiante esta organização”, concluiu.
O professor Marcos Fava Neves, que
esteve à frente do “Caminhos da Cana”,
projeto que resultou no plano de reestruturação da entidade, também parabenizou o ex-presidente, dizendo ser ele o
grande responsável por startar e incentivar a todos na busca pela modernização
da associação. Opinião compartilhada
com Roberto Cestari, presidente da
Oricana (Associação dos Fornecedores de Cana da Região de Orindiúva) e
conselheiro da ORPLANA ao reforçar
a importância do comprometimento de
todos para vencer os obstáculos encontrados desde a criação da organização.
O novo presidente é engenheiro
agrônomo formado pela ESALQ/USP,
especialista em logística empresarial
pela UNESP Bauru (ver entrevista página 05) e presidente da Associacana
(Associação dos Plantadores de Cana
da Região de Jaú), onde realiza um
trabalho muito valorizado pelos profissionais do setor, motivo pelo qual foi
51
cana, fortalecendo-os através da gestão
profissionalizada, aprendizados compartilhados, posicionamento forte e decisivo junto a instituições e órgãos que
interagimos”.
Eduardo Vasconcelos Romão, novo presidente da
Orplana e Manoel Ortolan
indicado para comandar a ORPLANA
nos próximos anos. “Agradeço o apoio
e confiança de vocês, a união e o fortalecimento da nossa associação serão as
principais características dessa gestão”,
afirmou Romão, que tem em sua equipe: Gustavo Rattes de Castro, como
vice-presidente e Maria Christina Clemêncio Gonzaga Pacheco, como tesoureira. Já o Conselho Fiscal é formado
por Marcos Monazzi (Oricana); Pedro
Sérgio Sanzovo (Associcana); Aldo
Bellodi Neto, (Socicana); Armando Fábio de Abreu Nascimento Filho (Assovale); Tatiana Caiano Teixeira Campos
Leite (Canasol) e Paulo Canesin (Canaoeste).
Novos rumos
O gestor executivo da ORPLANA,
Celso Albano de Carvalho, coordenou
a AGO (Assembleia Geral Ordinária),
da qual participaram representantes de
Celso Albano de Carvalho, gestor
executivo da ORPLANA e Professor
Marcos Fava Neves
boa parte das 33 associações - presentes em cinco Estados - que compõem
a organização. O executivo destacou
a melhora do segmento canavieiro,
comentando que o projetado é que a
produção dos 17.017 fornecedores associados representem 73 milhões de
toneladas de cana-de-açúcar no ciclo
que se inicia em 01 de abril.
Albano aproveitou ainda para agradecer e parabenizar Ortolan pelo trabalho executado em sua gestão. “Perdi
meu pai cedo e tenho duas pessoas que
me espelho nesta vida devido à integridade e profissionalismo. Uma delas
é o Manoel Ortolan, a outra o Plínio
Nastari, por isso, foi muito importante
e representativo poder trabalhar junto
a você, Manoel”, disse ele, afirmando
que “estamos todos empenhados em
transformar a ORPLANA no maior e
principal porta-voz do fornecedor de
Para Albano, a transição foi tranquila, mostrando que as mudanças que
a ORPLANA se predispôs a fazer seguem totalmente suas bases e o projeto
que vem sendo seu norte de gestão fortalece sua imagem perante suas associações-membro.
De acordo com dados apresentados
na ocasião, durante 2016 serão realizados diversos eventos a partir de Ribeirão Preto-SP percorrendo suas cinco
macro-regionais com a terceira edição
do Programa Caminhos da Cana, que
desta vez, será mais “encorpado” contando com novas parcerias alinhavadas
ano passado.
Também serão realizados painéis de
Custos Agrícolas que alcançarão as 33
entidades associadas, numa base amostral de 450 fornecedores de cana/ano de
forma acumulativa; curso de extensão
em custos sucroenergéticos, gestão de
sistemas mecanizados; mercado da cana.
Além de cinco workshops regionais com
a consultoria DATAGRO; curso de tópicos avançados em cana-de-açúcar, pelo
Programa de Qualidade e Excelência,
elaborado em conjunto com o Centro
Cana – IAC; cursos intensivos em produção de mudas pré-brotadas; encontros
de todos os técnicos das associações-
Revista Canavieiros - Março de 2016
52
Destaque III
-membro alternadamente com CTC e
IAC, buscando atualização e capacitação técnica e curso de entendimento e
atualização na metodologia CONSECANA, em parceria com CEPEA/ESALQ/
USP Piracicaba-SP.
“Criamos grupos e comitês de trabalho utilizando os próprios talentos profissionais das associações-membro, que
iniciaram seus trabalhos em novembro
passado. Os grupos são separados em técnico, jurídico, ambiental, relacionamento,
comunicação e de indicadores. Assim,
acreditamos em iniciarmos a implantação
de mais cinco projetos a partir de 2016,
ou seja, a ORPLANA começa uma nova
fase de sua história, em pleno ano comemorativo de 40 anos”, encerrou Albano.
A programação da reunião contou ainda com a apresentação do professor Marcos Fava Neves sobre o cenário do setor,
com balanço de 2015 e panorama atual.
Calcanhar de Aquiles
“É preciso trabalhar com a base,
fazê-la mais participativa e presente
fortalecendo, assim, a entidade”, disse Maria Christina Pacheco, recémempossada tesoureira da nova gestão.
Ela que também é presidente da Associação dos Fornecedores de Cana de
Capivari-SP, tem uma história ligada
à ORPLANA, tendo participado de
outras diretorias, inclusive como vice-presidente da entidade. “Queriam ter
na diretoria alguém que tivesse um
pouco mais de conhecimento dos fatos
do passado, da história da ORPLANA,
pois o passado nos mostra caminhos
que trilhamos que deram certo e os que
não deram certo também, apontando
um norte a seguir”, explicou ela.
Ao destacar alguns dos fatos mais relevantes envolvendo a ORPLANA desde a
sua fundação, Christina foi taxativa. “Eu
acho que nós tivemos muita coragem em
criar o CONSECANA. Eu fiz parte de
todos os momentos, desde a primeira reunião, do primeiro pensamento em sentar
com o pessoal da indústria - a gente não
tinha este costume - e juntos pensar em
fazer alguma coisa que pudesse substituir o IAA (Instituto de Açúcar e Álcool)
quando eles caíssem fora. Eu acho que
isso foi um grande feito, foi um grande
marco que internacionalmente é considerado como um sistema interessante”, elucidou, ponderando que há necessidades
de mudança para continuar seu sucesso.
“Hoje o CONSECANA virou o nosso
calcanhar de Aquiles já que não conseguimos atualizá-lo e isso é necessário, pois
a realidade do setor agora é outra, ocorreram muitas mudanças, foram formados
conglomerados, houve a entrada de capital estrangeiro com uma filosofia totalmente diferente, existem outros produtos,
como o excedente do bagaço, enfim, este
agora é o nosso grande desafio, atualizar
o sistema”, finalizou.
Questões ambientais
Durante a reunião foram apresentadas ainda pelo advogado da Canaoeste,
dr. Juliano Bortoloti, atualizações sobre
fatos do protocolo ambiental, o qual
prevê que as queimadas em áreas não
mecanizáveis deverão ser abolidas até
2017 e sobre a convocação para audiência pública no dia 18 de abril feita pelo
ministro Luiz Fox, do STF (Supremo
Tribunal Federal) para discutir questões
relativas ao novo Código Florestal.
O ministro é relator de quatro Ações
Diretas de Inconstitucionalidade (ADIs
Maria Christina Pacheco, recémempossada tesoureira da nova gestão
Revista Canavieiros - Março de 2016
Dr. Juliano Bortoloti,
advogado da Canaoeste
Dra. Helena Pinheiro Della Torre, do
departamento jurídico da Assovale
4901, 4902, 4903 e 4937) contra dispositivos da Lei 12.651/2012 que alteraram o marco regulatório de proteção da
flora e da vegetação nativa no Brasil.
As três primeiras foram organizadas
pela Procuradoria Geral da República
(PGR) e a última pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL).
“O relator está tendencioso a dar
incondicionalidade do código, o que
significa que vamos perder alguns direitos de consolidar algumas áreas de
produção, envolvendo áreas agrícolas
de APPs e reserva legal”, explicou a
dra. Helena Pinheiro Della Torre, do
departamento jurídico da Assovale
(Associação Rural Vale do Rio Pardo),
na ocasião, alertando a necessidade de
mobilização para reforçar as demandas do setor.
Rotina do processo
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo,
Arnaldo Jardim, acredita não haver
mudanças no marco regulatório. “Há
muito tempo nós temos essas ADIs
para serem julgadas e eu respeito a
motivação. O próprio Ministério Público se mobilizou para apresentá-las,
mas eu espero que nenhuma mudança
ocorra, pois o novo Código Florestal
está muito consolidado, em processo de implantação e aplicável sobre
uma série de aspectos”, afirmou. Jardim ainda ressaltou que São Paulo
tem também a sua legislação: o PRA
(Programa de Regularização Ambiental) que consolidou diversos aspectos
do código florestal e será implantado
após o dia 5 de maio, quando se encerra o prazo para preenchimento do
CAR (Cadastro Ambiental Rural).RC
53
Revista Canavieiros - Março de 2016
54
Destaque IV
O mercado de açúcar e etanol para os próximos
anos é tema de palestra em Guariba-SP
O evento aconteceu na sede da Socicana e contou com a presença de representantes do setor
sucroenergético, presidentes de associações, produtores, gestores de usinas e agrônomos de cooperativas
Fernanda Clariano com informações da assessoria
Q
ue 2015 foi um ano cheio de
desafios todo mundo já sabe,
porém as prospecções para
o setor sucroenergético na safra de
2016/2017 são positivas, de acordo
com a avaliação feita pelo doutor em
economia agrícola, Plínio Nastari, que
comanda a Datagro, de Barueri, na
região metropolitana de São Paulo, uma
das mais renomadas consultorias especializadas na cadeia sucroenergética.
Diariamente, ele e sua equipe com
mais de 110 pessoas e seis escritórios,
sendo dois deles fora do país, acompanham as movimentações dos mercados
de açúcar e etanol, milho, soja, café e
também o mercado de gado.
No último dia 24 de fevereiro,
Nastari foi convidado pela Socicana
para explanar sobre as “Perspectivas
do mercado de açúcar e etanol para
os próximos dois anos”. A palestra
aconteceu no auditório da entidade em
Guariba-SP e contou com a presença
de representantes do setor como o presidente da Canaoeste (Associação dos
Plantadores de Cana do Oeste do Estado de São Paulo), Manoel Ortolan,
o diretor executivo da Abag/RP (Associação Brasileira do Agronegócio
da Região de Ribeirão Preto), Marcos
Matos e Mônika Bergamaschi, presidente do Ibisa (Instituto Brasileiro
para Inovação e Sustentabilidade do
Agronegócio), além da diretoria da Socicana, produtores, gestores de usinas,
agrônomos de cooperativas, presidentes de associações ligadas à Orplana.
Segundo os dados divulgados por
Nastari, a região Centro-Sul deverá
produzir, na safra 16/17, 625 milhões
de toneladas de cana-de-açúcar, 5 milhões de toneladas a mais do que ocorreu na safra anterior (620 milhões). Já
a previsão para a produção de etanol é
Plínio Nastari apresentou as movimentações dos mercados agrícolas no país
de cerca de 28 bilhões de litros (safra
2015/2016 foram - 28,32 bilhões de
litros). Ainda de acordo com o consultor, em 2015, o consumo de etanol
hidratado combustível chamou atenção
do setor, com recorde histórico (17,823
bilhões de litros) crescimento de 37,2%
em relação a 2014. Para o açúcar, a expectativa de produção é de 33,8 milhões
de toneladas, frente as 31,18 milhões de
toneladas da passada.
Mix de produção
O Brasil é responsável por 35,3% da
produção mundial de cana, e para a safra 2016/2017, o mix de produção deve
ser de 57,3% para o etanol e 42,7% para
o açúcar. Em 2015/2016, o mix era respectivamente 59,6% e 40,4%. Apesar
do pequeno crescimento da produção
de açúcar no país, as perspectivas apontam para um déficit de 7,69 milhões de
toneladas da commodity no mundo, o
que pode contribuir para um aumento
internacional dos preços.
A Índia deve reduzir a produção de
açúcar de 25,5 milhões de toneladas na
safra 15/16 para 23 milhões de toneladas 16/17. A Tailândia também deve
Revista Canavieiros - Março de 2016
reduzir. Na União Europeia, o mercado interno é protegido por elevadas
tarifas de importação. Os Estados Unidos possuem um mercado interno protegido, cujo preço fica artificialmente
elevado para manter os produtores domésticos. A Rússia, que já foi o maior
importador, possui tarifa elevada para
manter a indústria local. Mesmo com
uma política de restrição, a China deve
aumentar a importação de açúcar”, explicou o analista.
Nastari ainda aproveitou a ocasião
para fazer críticas às políticas para o setor. “Apesar da falta de políticas públicas adequadas e de uma regulamentação mais inteligente como a gente passa
a enxergar em alguns outros países, o
setor cresceu, avançou a produção e o
consumo, mas o Governo precisa deixar o mercado funcionar”, disse consultor que também enfatizou a importância
do papel do setor sucroenergético para
a economia do país. “Em momentos de
crise econômica, a importância do setor sobressai. O setor não trata apenas
de alimento e energia, é um projeto de
desenvolvimento econômico que atinge
vários Estados”, afirmou. RC
55
Revista Canavieiros - Março de 2016
56
Destaque V
Bonsucro certifica produtores de
cana-de-açúcar brasileiros
Principal certificadora mundial de produção sustentável na cadeia sucroenergética
usou modelo do Brasil para criar padrões internacionais
Andréia Vital
A
agroindústria canavieira brasileira sempre esteve na vanguarda do setor sucroenergético e,
mais uma vez, marca ponto neste quesito, já que o Brasil ganhou o título de
primeiro país a ter produtores certificados pela Bonsucro, uma organização
internacional que estabelece princípios
e critérios socioambientais para cultivo
da cana em todo o mundo, permitindo a
certificação de seus produtos derivados.
A decisão foi divulgada neste dia 8
de março durante reunião realizada em
Londres, onde fica a sede da certificadora, e conferiu aos fornecedores de
cana-de-açúcar ligados à Assobari (Associação dos Fornecedores de Cana da
Região de Bariri-SP) o certificado de
produtores sustentáveis, ou seja, que
produzem de acordo com a legislação
vigente, com respeito ao meio ambiente
e aos direitos humanos. A associação já
tinha um Protocolo de Qualidade Agro
Socioambiental, iniciativa pioneira realizada desde 2008, em parceria com a
usina Della Coletta e o SEBRAE.
“A norma de qualidade é renovada
anualmente mediante o cumprimento
de 300 itens, que incluem ações de proteção ambiental de APPs e APAs, solo
e de reflorestamento, orientações e cuidados no armazenamento de produtos
químicos; treinamento prévio de operação de agrotóxicos e equipamentos;
assistência médica e hospitalar, entre
outros”, explica o presidente da Assobari, Acácio Masson Filho. Para ele, a
certificação muda radicalmente o perfil
do produtor e os benefícios de serem
sustentáveis podem ser traduzidos com
a abertura de novos negócios, pois as
exigências são cada vez maiores para a
comercialização de produtos.
“A certificação é uma condição compulsória hoje, porque você vai ficar fora
Acácio Masson Filho,
presidente da Assobari
Ulisses Fanton, diretor
vice-presidente da Assobari
do mercado internacional se não a tiver.
No final do ano passado, eu participei
de uma reunião do Pacto Global da
FAO (Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) e fundamentalmente só se usou a palavra sustentabilidade,
então a gente tem que se encaixar neste
assunto imediatamente, o mais breve
possível e no nosso caso felizmente já
estamos inseridos neste contexto”, afirmou o presidente.
certificados; maior quantidade em valor
de ATR (Açúcar Total Recuperável);
menor utilização de fertilizantes químicos e agroquímicos; controle de estoque
de produtos para lavoura canavieira e
visão gerencial global a longo prazo da
propriedade”, elucidou.
A Assobari foi fundada há 10 anos e
tem, atualmente, perto de 300 associados, sendo que 50% deles receberam o
selo da Bonsucro. “Esses produtores já
estavam preparados, produzindo dentro
dos padrões exigidos, agora os demais
deverão receber a certificação nos próximos 12 meses”, afirma.
De acordo com Ulisses Fanton, diretor vice-presidente da Assobari, devido
ao pioneirismo, os desafios enfrentados
até chegar à certificação foram muitos.
“Além de elaborar as normas, tivemos
que conscientizar o produtor para atendê-las, das boas práticas agrícolas voltadas para a sustentabilidade e mostrar que
teriam benefícios como gestão de qualidade interna, nas propriedades e documental; maior produtividade na cana de
açúcar entregue pelos nossos associados
Revista Canavieiros - Março de 2016
Ismael Perina, presidente da Câmara Setorial do Açúcar e do Álcool,
que é ligada ao MAPA (Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento)
lembrou que o primeiro passo foi quebrar o paradigma já que não existia uma
certificação específica para produtor,
somente para as usinas e sua produção
de cana. “Especifica para o produtor, levando em conta suas características não
existia, então era preciso criar um modelo e isso tudo foi acontecendo nos últimos anos”, afirmou. O agricultor ressaltou ainda que a produção que atende
padrões internacionais pode representar
preços mais vantajosos, já que a tendência é de valorização cada vez maior
para as lavouras certificadas.
Para o presidente da Canaoeste (Associação dos Plantadores de Cana do
Oeste do Estado de São Paulo), Manoel
Ortolan, a participação das associações
no suporte às ações de sustentabilidade
da cadeia agrícola canavieira é essen-
57
cial. “Hoje o produtor vive outra realidade diante das mudanças ocorridas
no setor nos últimos tempos, principalmente com relação à mecanização.
Neste contexto, a certificação é muito
importante porque vai trazer melhoria
de qualidade para as pessoas, tanto para
o produtor e para o trabalhador, como
para a sociedade na medida em que oferecemos produtos ambientalmente mais
corretos, produtos renováveis”, disse
ele, afirmando ainda que o setor sucroenergético já contribui muito neste sentido e a intenção, trabalhada já durante
a sua gestão, é de que ORPLANA, da
qual é ex-presidente, possa dar uma alavancada em busca da certificação dos
produtores de suas associações.
Sugestão que já faz parte dos projetos da certificadora conforme afirmou
Bruno Rangel Geraldo Martins, presidente da Socicana (Associação dos Fornecedores de Cana de Guariba) e diretor
do Conselho de Administração da Bonsucro, sendo o representante dos produtores de cana-de-açúcar do Brasil na
certificadora. “A Bonsucro reconheceu
o protocolo da Assobari e isso nos dá
um rumo a seguir, agora temos que trabalhar para certificar outros produtores.
No caso da Socicana, embora não estejamos tão avançados como a Assobari,
já temos um protocolo desenvolvido e
estamos no caminho para viabilizaá-lo
o protocolo e em seguida receber o reconhecimento da Bonsucro”, afirmou,
contanto que a certificadora desenha
um plano estratégico para aumentar o
número de usinas e produtores sustentáveis e a aproximação da ORPLANA
neste sentido é fundamental.
Bruno Rangel Geraldo Martins,
presidente da Socicana
Olhos focados no Brasil
O Brasil é muito importante no tocante a que se refere o setor sucroenergético afirmou Simon Usher, presidente
da certificadora, durante sua passagem
pelo Brasil em outubro passado, onde
coordenou a Bonsucro Week 2015, uma
reunião anual promovido pela certificadora, na Capital paulista. Com o tema
“Informe, Aprimore e Inspire - Criando Valor Duradouro através da Cana
de Açúcar” o evento, realizado pela
primeira vez em solo brasileiro, contou
com a participação de profissionais de
25 países e programação que inclui visitas a usinas, associações e centros de
pesquisas. Em breve, Usher deverá voltar ao país. Em entrevista exclusiva para
a Revista Canavieiros, ele disse querer
se aproximar mais da realidade brasileira e a ideia principal neste sentido, é se
reunir com a ORPLANA para começar
a costurar o projeto de certificação dos
produtores de suas associadas. Leia:
Revista Canavieiros - A associação
foi a primeira entidade no mundo a
implantar um projeto de certificação
na produção de cana-de-açúcar e agora também, foi a primeira a conseguir
um selo de reconhecimento internacional, com a certificação Bonsucro.
O senhor poderia explicar como foi o
processo até chegar na cerificação?
Usher: A certificação Bonsucro foi
criada para incluir tanto a usina como
seus fornecedores. Muitos grupos de
usinas no Brasil escolheram como áreas a serem certificadas somente as terras de sua propriedade e que tinham
controle direto. Em 2014, agricultores
do Brasil, Austrália, África do Sul e
Colômbia avaliaram como a Bonsucro
poderiam melhor apoiar a comunidade
agrícola, independente da forma a alcançar um desempenho de sustentabilidade, ganhando um reconhecimento
pelo seu empenho e práticas.
Em 2015, sob a supervisão desses
agricultores, a Bonsucro desenvolveu
um protocolo adicional e direcionado
ao reconhecimento dos grupos de agricultores, independente de uma usina
certificada pelo padrão de produção
Bonsucro. Este protocolo foi testado
com sucesso pela Assobari, em dezembro de 2015. Já em março deste ano, o
Conselho Diretor da Bonsucro aprovou
oficialmente a publicação do protocolo
de reconhecimento do produtor sustentável, permitindo assim que os agricultores mundiais sejam reconhecidos por
suas conquistas.
Revista Canavieiros - O modelo
de certificação da Assobari serviu de
exemplo para a Bonsucro já que a certificadora não havia certificado outros
produtores de cana-de-açúcar?
Usher: Correto, a Bonsucro foi inspirada pelas inovações realizadas pela
Assobari em termos de criação e impleRevista Canavieiros - Março de 2016
58
mentação de um modelo para apoiar os
produtores de cana-de-açúcar em sua
associação, utilizando-se de práticas
que atingem o nível definido internacionalmente pelo padrão Bonsucro.
Esta interpretação local de um padrão
internacional é um excelente exemplo a
ser seguido.
Revista Canavieiros - Quais são
os desafios que outras associações no
Brasil terão que vencer para conseguir
o selo da Bonsucro?
Usher: O padrão Bonsucro é criado como um quadro de desempenho,
exigindo produtores que demonstrem
que estão cumprindo com uma boa produtividade (como o peso da cana-de-açúcar colhida à quantidade de adubo
aplicada), bem como a sua conformidade com todas as leis relevantes brasileiras. Qualquer associação que queira
desenvolver o seu próprio protocolo
precisará ter a aptidão e conhecimento
técnico para implementar práticas que
atendam a todos os aspectos do padrão
Bonsucro. A Assobari mostrou ter a determinação e visão do futuro tornando o
reconhecimento uma possibilidade.
Revista Canavieiros - A lei trabalhista e ambiental no Brasil é mais rígida do que em outros países, isso pode
ser um obstáculo a mais a ser enfrentado, já que a certificação é baseada
nas leis de cada país?
Usher: A certificação é uma ferramenta que permite outras partes interessadas a ganhar mais confiança na
Destaque V
organização auditada. É verdade que a
Bonsucro, como todas os padrões credíveis, exige uma demonstração da conformidade com a legislação local e, em
alguns casos, as leis internacionais. O
que Assobari conseguiu com o seu protocolo foi traduzir a legislação brasileira pertinente em critérios de conformidade individuais, deixando claro o que
cada agricultor é obrigado a cumprir.
Revista Canavieiros – Quais são os
requisitos para uma usina e produtores receberem o certificado?
Usher: A certificação Bonsucro atesta as práticas sustentáveis permitindo
a exportação de derivados da cana-de-açúcar para países da União Europeia e
Ásia. O certificado tem validade de três
anos e, para conquistá-lo, as empresas
são avaliadas levando em conta 48 indicadores e cinco princípios, que visam
reduzir impactos ambientais e sociais
na produção de açúcar, etanol e energia
provenientes da cana. Eles vão desde
a manutenção da biodiversidade até o
aperfeiçoamento contínuo do setor.
Revista Canavieiros – O senhor
tem previsão de participar de reunião
com representantes da Orplana
(Organização de Plantadores de Cana
da Região Centro-Sul do Brasil), a fim
de alinhar o processo de certificação
das associadas da entidade, que tem
33 associações filiadas, representando
mais de 17 mil produtores de cana e
movimenta mais de 70 mil milhões de
toneladas de cana?
Revista Canavieiros - Março de 2016
Usher: O Centro-Sul do Brasil é
a uma região de cultivo de cana muito importante no mundo. A Bonsucro
está disposta a trabalhar com a Orplana para apoiar seus objetivos em
trazer todos os produtores de cana em
um processo de melhoria contínua e
certificação. Em reconhecimento da
importância estratégica do Brasil e da
região para o mundo da cana-de-açúcar,
a Bonsucro nomeou um Diretor Regional, Miguel Hernandez, para trabalhar
diretamente com as organizações de
produtores.
Revista Canavieiros - De um modo
geral, como anda o processo de certificação no Brasil?
Usher: O Brasil é o principal exportador de produtos de cana-de-açúcar. O
potencial de crescimento do mercado
de exportação para este setor do Brasil
baseia-se fortemente sobre a percepção
pública internacional dos produtores brasileiros. Sendo isso verdade, que o Brasil é o primeiro fornecedor de produtos
certificados Bonsucro como também é
responsável pelo maior número de usinas
certificadas: 40 das 47 já certificadas. No
entanto, existem muitas usinas e produtores que não fazem parte de um programa
de melhoria ligada à certificação. São estes produtores que colocam a reputação
do setor sucroalcooleiro do Brasil em risco. O reconhecimento da Assobari reforça a liderança do Brasil em implementar a
sustentabilidade na área agrícola. Nós encorajamos todos os produtores brasileiros
a seguirem o exemplo. RC
59
Revista Canavieiros - Março de 2016
60
Destaque VI
CEISE Br lança Manifesto pela Ampla Reforma
da Administração Nacional
Fernanda Clariano
U
m documento que apresenta
a realidade do setor sucroenergético, principalmente da
indústria de base e serviços, e as reivindicações para a retomada não só da
cadeia produtiva da cana-de-açúcar,
mas de toda a economia brasileira, foi
lançado na noite de 10 de março pelo
CEISE Br (Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis).
O lançamento do Manifesto pela
Ampla Reforma da Administração
Nacional reuniu no Espaço Vip, em
Sertãozinho-SP, autoridades locais,
associados ao CEISE Br, entidades de
classe e empresários.
A iniciativa pleiteia a todos os agentes políticos do Brasil, bem como aos
agentes judiciários, ações que permitam
a imediata e inevitável reforma da Nação, considerando os aspectos macroeconômicos, trabalhistas e setoriais.
De acordo com Paulo Gallo, presidente do CEISE Br, a proposta do documento é sensibilizar as autoridades
de todas as esferas de Governo quanto
à necessidade urgente da reestruturação da economia do país, propondo
algumas mudanças na área jurídica,
trabalhista e setorial, principalmente
para a cadeia produtiva da cana-de-açúcar. “Sertãozinho, no ano passado,
perdeu quase 5 mil postos de trabalho
e o Brasil cerca de 1,6 milhão nos últimos 12 meses. Além disso, não temos
segurança jurídica, tributária e nem
confiança econômica, e isso nos leva
à redução de investimentos, a estagnação da economia e a instabilidade
social, o que dificulta empreender”,
afirmou Gallo que também comentou
sobre o trabalho incessante que o CEISE Br tem feito junto a outras entidades para buscar soluções para o setor.
“Temos ampliado os nossos esforços
junto aos órgãos governamentais em
Autoridades como o prefeito José Alberto Gimenez discursou a favor da causa
busca de soluções que possam mitigar
as nossas dificuldades. Foram criadas
frentes Parlamentares em defesa do
setor tanto no nível estadual quanto
no nível federal; e fizemos inúmeras
viagens a São Paulo e Brasília. Participamos ativamente dessas frentes
parlamentares levando o nosso apoio
e se fazendo presente, porque acreditamos que não podemos ficar parados
esperando que as coisas melhorem
por si. Este Manifesto é uma forma de
apresentarmos as nossas dificuldades
e necessidades, e sabemos que ações
políticas proativas, propositivas, consensuais, organizadas e, acima de
tudo, civilizadas, são fundamentais
nessa nossa caminhada”, avaliou.
O prefeito municipal, José Alberto
Gimenez, também participou do lançamento do Manifesto e apresentou
os números da economia da cidade.
Segundo ele, a arrecadação tem caído
muito e a situação é preocupante. O recolhimento do ISS está 11% menor em
2016, em relação ao mesmo período
do ano passado, e o ICMS tem variado
entre 5% e 6% também a menor”, citou
Gimenez, que ainda afirmou que a iniciativa do manifesto é extremamente
importante para o setor mostrar suas
urgências. “Não podemos esperar que
os outros resolvam para nós”, acrescentou o prefeito.
Revista Canavieiros - Março de 2016
Presente no evento, o diretor do
CEISE Br e diretor Administrativo
Financeiro da Sicoob Cocred, Márcio
Fernando Meloni, ressaltou que o que
levou a entidade a propor o manifesto
foram as dificuldades dos empresários, já que o momento da economia
brasileira traz uma grande insegurança jurídica e trabalhista. “Diante
da situação em que nos encontramos
hoje, identificamos a necessidade de
unir as forças do setor produtivo e entidades de representação, para buscarmos soluções adequadas e passar esse
país a limpo. O manifesto abordou os
desafios propostos pela economia e
também a necessidade de reformas estruturais nas áreas política, tributária,
previdenciária e, principalmente, trabalhista – que impõe um fardo muito
pesado para as empresas e precisa urgentemente ser revisto e flexibilizado,
para que os empresários continuem
contribuindo com a geração de emprego, já que vemos claramente que
um país não sobrevive apenas com
os programas sociais de distribuição
de renda, ainda mais quando as regras dos mesmos não são claras como
deveriam. Então, de forma sucinta, a
nossa intenção é tornar o setor ainda
mais forte, para contribuirmos efetivamente com a distribuição de renda
e com a melhoria do cenário econômico”, enfatizou Meloni. RC
61
Revista Canavieiros - Março de 2016
62
VENDE-SE
- Trator Valtra BM 110, ano de fabricação 2012, com 1.855 horas, seminovo.
Tratar com Vandir Júnior pelo telefone (16) 9 9747-7111.
VENDEM-SE
- Ovinos, liquidação de Plantel, criador há 15 anos:
Ovelhas, borregas, filhotes e reprodutores.
Tratar com Paulo Geraldo Pimenta,
pelos telefones (16) 3818-2410 (escritório) ou (16) 9 8131-5959.
VENDE-SE
- Colhedora de grãos MF 3640, série
300.000, peneira longa, 1987, revisada para
safra 16, bomba injetora com garantia plataforma de soja 14 pés. Valor R$ 27.000,00.
Tratar com: Antonio Carlos Cussiol
pelo telefone (16) 9 9606-9977.
- Caminhonete C-10, ano 71, bom
estado de conservação, gasolina.
Tratar com Luciano pelo telefone
(19) 9 9828-3088.
VENDE-SE
Tanque de Expansão de 1.200 litros.
Tratar com Milton Garcia Alves pelos telefones (16) 3761-2078 ou (16) 9 9127-8649.
VENDE-SE
Terreno de 2.000 metros em excelente localização. Ótimo para chácara.
Tratar com Antonio Celso Magro
pelo telefone: (16) 9 9211-1916.
VENDEM-SE
- Conjunto completo de equipamento
para combate a incêndio, R$ 35.000,00;
- Patrol - máquina moto niveladora,
marca Dresser, modelo 205-c, 1988,
revisada, pneus novos, motor novo
cumins, em bom estado, R$ 80.000,00;
- Caminhão Volks 31260, 2006, com
carroceria e carreta reboque Fachini de 2
eixos para cana inteira, em bom estado.
Tratar com Marcos Aurélio Pinatti pelos telefones (17) 3275-3693 ou
(17) 9 9123-1061.
VENDEM-SE
- 01 bazuca com capacidade de 6.000
Kg, Maschietto - R$ 4.000,00;
- 01 Pá carregadeira, modelo 938
GII, ano 2006, série 0938 GERTB, em bom estado de conservação.
R$ 130.000,00;
- 01 conjunto de irrigação completo
com fertirrigação, filtro de areia e gotejador Uniram Flex 2,31 x 0,70m com +\30 mil metros, sem uso. R$ 52.000,00;
- 01 Trator modelo BH 205, gabinado, completo com ar-condicionado e
hiflow, ano 2010, com 4.241,3 horas de
uso. R$ 110.000,00;
- 01 Trator modelo BH 205, gabinado, completo com ar-condicionado e
hiflow, ano 2010 com 5.356,1 horas de
uso. R$ 110.000,00;
- 01 Compressor, modelo ACC115,
motor 115 HP/84KW, pressão de trabalho 06 BAR, Fad 350 pés cúbicos por
minuto, peso 1950 Kg, acoplado com
carreta. R$ 95.000,00;
Tratar com Furtunato pelos telefones (16) 3242-8540 – 9 9703-3491 ou
[email protected]
Prazo a combinar.
VENDEM-SE
- Sítio de 14 alqueires, com APP e
Reserva Legal formadas, excelente para
gado (leite e corte) e piscicultura (2 minas com 1 milhão de litros/dia, rio ao
fundo e um córrego em um dos lados),
em Descalvado/SP;
VENDEM-SE
- 02 bombas Jacto Condor de 600 lts ano 2003, no valor de R$ 7.000,00 cada;
- 01 grade niveladora de 44 discos x
22 polegadas, Piccin, R$ 5.500,00.
Tratar com Wilson pelo telefone
(17) 9 9739-2000 - Viradouro SP.
VENDEm-SE
- Curral de cordoalha, palanques de
aroeira cerrada 15/15, 16 anos de vida,
20m /30m de comprimento, palanques de
2 em 2 metros, em Pereira Barreto-SP.
Tratar com Arnaldo pelo telefone
(16) 9 9962-0247.
Revista Canavieiros - Março de 2016
VENDEM-SE
- 01 Perua Kombi ano 1994, cor
branca, pneus em bom estado, gasolina;
- 01 Corsa Wind 1.0, ano 2002, cor branca, pneus em bom estado, 04 portas álcool;
- 01 Perua Kombi, ano 1995, cor
branca, motor em bom estado, pneus
em bom estado, gasolina;
- 01 Caminhão D60, ano 1971, toco,
azul, 04 pneus novos, motor perkins,
em bom estado, com carroceria de madeira, diesel.
Tratar com a empresa Limpsert pelo
telefone (16) 3945-9335.
VENDE-SE
Amarok, com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos, alarme,
trava elétrica 2012/2012, cor prata, cabine dupla, 4 portas, diesel.
Tratar com Fernando pelos telefones
(14) 9 9677-9396 ou (14) 3441-1722.
VENDEM-SE
- Fazenda no município de Buritizeiro
com área de 715 hectares, toda cercada,
200 ha para desmate, 300 ha formados,
2 córregos e 1 barragem, casa, curral,
energia elétrica a 400 metros (aguardando instalação), propriedade a 6 km de
Buritizeiro (Rio São Francisco). Valor
R$ 2.500.000,00;
- Sítio em Buritizeiro com área de 76,68
hectares, formado, casa e curral, energia
elétrica, cercada a 18 km de Buritizeiro
(Rio São Francisco) valor R$ 250.000,00.
Tratar com Sérgio pelos telefones
(16) 9 9323-9643 (Claro) e (38) 9 98493140 (Vivo).
VENDEM-SE
- Kombi/09, branca, flex, STD, 9
passageiros, único dono 135.000km,
perfeito estado de conservação;
- Camioneta Silverado 97/98, prata, banco de couro, diesel, único dono,
bom estado de conservação;
- F.4000 91/92, prata, segundo dono,
MWM, funilaria, pintura e carroceria
reformadas, mecânica em ordem.
Tratar com Mauro Bueno pelos telefones (16) 3729-2790 ou (16) 9 8124-1333.
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VENDEM-SE
-Fazenda localizada no município de
São Roque de Minas, com área de 82,7
hectares, contendo: Casa antiga grande,
energia elétrica, queijeira, curral coberto, aproximadamente 20.000 pés de café
em produção, água por gravidade, 3 cachoeiras dentro da propriedade, vista panorâmica do parque da serra da canastra;
- Eliminador de soqueira usado e em
bom estado.
Tratar
com:
José
Antônio
(16) 9 9177-0129.
VENDEM-SE
- Palanques de Aroeira;
- Madeiramento, Vigas, Pranchas,
Tábuas, Porteiras, Moirões e Costaneiras até 3m.
Tratar
com
Edvaldo
pelos telefones (16) 9 9172-4419
(16) 3954-5934 ou pelo e-mail:
[email protected]
VENDE-SE
Resfriador de leite RF 2000, Tecnofrio, seminovo. Encontra-se na Fazenda
em Sacramento –MG, encerramento da
atividade leiteira, pagamento facilitado.
Tratar com Álvaro pelos telefones
(16) 9 9740-4316 ou (16) 3945-1780.
VENDE-SE
Chácara com 2.242 m², na região de
Ribeirão Preto, casa com 3 quartos, 1
sala de estar e 1 sala de jantar, cozinha,
1 banheiro interno e 1 externo, área externa com piscina, murada e com pomar.
Tratar com Alcides ou Patrícia pelos telefones (16) 9 9123-5702 ou 9 9631-8879.
VENDE-SE
Trator Valtra B.H 165 com cabine de
fábrica, ar-condicionado, ano de fabricação 2.009, com 630 horas.
Tratar com Neif pelo telefone
(34) 8719- 9338.
VENDE-SE
Sítio em Cajuru, 3 alqueires formados em pasto, 2 casas, represa e outras
benfeitorias.
Tratar com Carlos pelo telefone
(16) 9 9264-4470.
VENDE-SE
Sítio com 13 alqueires, localizado
na Vicinal Vitor Gaia Puoli - Km 2, em
Descalvado-SP, em área de expansão
urbana, com nascente, rio, energia elé-
trica, rede de esgoto e asfalto.
Tratar com o proprietário - Gustavo F. Mantovani, pelos telefones:
(19) 3583- 4173 e (19) 9 9767-3990.
PROCURAM-SE
Glebas de Cerrado em pé, no Estado
de São Paulo, para reposição Ambiental. Não pode ser mata. Área total da
procura: Cinco mil hectares, podendo
ser composta por várias áreas menores. Documentação Atualíssima, com:
CCIR/CAR/Certificação de (Georreferenciamento) Georreferenciamento/
mapa do perímetro da área em KMZ e
Autocad/Bioma:/vegetação.
Valor por hectare, condição de pagamento e opção de venda.
Tratar com Ricardo Pereira pelo
e-mail e telefone – [email protected] – (16) 9 8121-1298.
VENDEM-SE
- Plantadeira de cana “Distribuidora Antoniosi” GS 1102, seminova com
700 horas de uso, preço de ocasião,
com financiamento através do Banco
do Brasil, com parcelas vencíveis até
2019, ou seja 4 anos;
- Repetidora com fonte de alimentação CV 15F, marca Intraco com estação
repetidora RC7020, marca intraco;
- Torre para antena com 30 metros;
- Rádio fixo UHF 7000, marca Intraco, com fonte Mod CV 05, marca Intraco,
com dimensão de alcance de até 300 km;
- Carroceria de ferro de 8 metros
para plantio e transporte de cana inteira,
marca Galego, 2008;
- 2 Rolos compactadores para
adaptar em escalificador (sem uso)
R$ 1.000,00, Civemasa;
- 1 Conjunto para transporte de cana
picada, sendo 1 carroceria e 2 julietas;
- 2 pneus seminovos ref, 18-4-38 –
12 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas
(aro e disco) 18-4-38;
- 2 pneus seminovos ref. 14-9-28 –
10 lonas Pirelli com 2 rodas seminovas
(aro e disco) 14-9-28;
- Propriedade agrícola com 51 alqueires paulista, com 48 alqueires
plantado em cana-de-açúcar sendo a
maioria de 2º corte, totalmente plana
na melhor região de Frutal, próximo a
2.000 metros do bim do Cutrale e 11
km de asfalto e 2 km de terra até a cidade de Frutal-MG, com as devidas benfeitorias e distância de 29 km da Usina
Coruripe e 17 km até a Usina Frutal;
- Propriedade agrícola de 58 alqueires paulista com 47 alqueires plantados
em cana-de-açúcar, sendo a maioria de
2º e 3º corte, a 2 km do asfalto ótima
localização e excelentes benfeitorias na
região de Frutal-MG, com distância de
25 km da Usina Coruripe e 40 km da
Usina Cerradão;
“Sendo que em ambas as propriedades aceita-se permuta com áreas maiores ou menores”;
- Caminhão prancha, diesel, MB
L1113 ano 1970, cor vermelho original,
pneus seminovos prancha 3,5 metros de
largura reforçada com plataforma e chassi
alongado em perfeito estado, único dono.
- Camionete D-10, gabine dupla,
ano e modelo 1984, marrom com bege,
turbinada, direção hidráulica, em bom
estado de conservação.
Tratar com Marcus ou Nelson pelos
telefones (17) 3281-5120, (17) 9 81581010 ou (17) 9 8158-0999.
VENDE-SE
Amarok prata, cabine simples - 4x2 Ano 2012 - 70.000 km, único dono. R$
58.000,00.
Tratar com Alexandre Moré pelo telefone (18) 9 9716-4562
VENDEM-SE
- S10 tornado, 2009, prata, cabine
dupla, diesel 4x4;
- D20, 1992, vinho, turbo de fábrica;
- D20, 1987, branca e bege, motor
com 1000 km;
- Montana Sport, 2012, prata;
- F250 XLT, 2003, preta;
- Uno 2012, Vivance, preto;
- F4000 1989, cinza, carroceria madeira;
- Trator MF 50x1973, MB 1313, carroceria truck, 1979, vermelho, motor zerado;
- Saveiro 1991, álcool, prata, motor
com 1000 km;
- Gol 2000, álcool, prata.
Tratar com: Diogo (19) 9 92136928, Daniel (19) 9 9208-3676 e Pedro
(19) 9 9280-9392.
VENDE-SE
- Carregadeira CMP 1.200 Master,
BM 85 4X4, 2007, R$ 57.000,00.
Tratar com Cláudio pelo telefone
(16) 9 9109-8693.
VENDEM-SE
- Caminhão VW 26310, ano 2004 canavieiro 6x4, cana picada;
- Carreta de dois eixos, cana picada
Revista Canavieiros - Março de 2016
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– Rondon.
Tratar com João pelos telefones:
(17) 3281-1359 ou (17) 9 9732-3118.
Tratar com José Gonçalo pelo telefone e/ou e-mail (16) 9 9996-7262 – [email protected].
VENDE-SE
Área de mata fechada para reserva
ambiental de 90 hectares, Guatapará/
Pradópolis -SP, R$ 27.000,00 o hectare.
Tratar pelo telefone: (16) 9 9992-1910.
VENDEM-SE
- Mudas de seringueira, Clone RRIM
600 com alta produção de látex. Viveiro credenciado no RENASEM Nº SP
14225/2013, localizado na Rodovia Vicinal Carlos Deliberto, a 2 Km da rotatória que leva à Usina Moema, município
de Orindiúva-SP. Preço: R$ 4,50/muda;
-Fazenda com 48 alqueirões no município de Carneirinho-MG, localizada próxima da rodovia asfaltada. Ótimo aproveitamento para plantio de cana, seringueira e/ou
pastagens. Preço: R$60.000,00/alqueirão;
-Imóvel sobradado em Ribeirão Preto - SP, localizado na Av. Plínio de Castro Prado, com salão e WC privativos,
sacada, 03 dormitórios, sendo 1 suíte,
armários embutidos, banheiro social,
sala, sala de jantar, jardim de inverno,
cozinha com armários, área de serviço,
quarto com estante em alvenaria, WC,
despensa, varanda coberta, ótima área
externa. Excelente ponto comercial.
Área construída: 270 m².
Tratar com Marina e Ailton pelos telefones: (17) 9 9656-3637 e
(16) 99134-8033 - Marina (17) 9 96562210 e (16) 9 9117-2210 – Ailton.
VENDE-SE
Destilaria completa com capacidade
para 150.000 litros de etanol hidratado
por dia. Composta por preparo de cana
com picador, nivelador, desfibrador, turbina e esteira de 48”; 4 ternos de moenda 20 x 36 com turbina e 2 planetários
TGM; caldeira; destilaria; trocadores
de calor; tratamento de caldo e Gerador
2000 KVA, enfim, Destilaria completa
a ser realocada. Na última safra obteve uma moagem de aproximadamente
350.000 toneladas. Preço a combinar.
Localizada no município de Tambaú-SP.
Tratar com Edson pelos telefones e/ou e-mail (19) 9 9381-3391 /
9 9381-3513 / 9 9219-4414, e-mail:
[email protected].
VENDE-SE
Gleba de terras sem benfeitorias (30
alqueires), boas águas, arrendamento
de cana com Usina ABENGOA (Pirassununga). Localizada no município de
Tambaú-SP (Fazenda família Sobreira).
Tratar com proprietário, em Ribeirão
Preto, pelos telefones: (16) 3630-2281
ou (16) 3635-5440.
VENDEM-SE
- Transformador trifásico de 15
KWA, preço R$ 2.400,00;
- Transformador trifásico de 30
KWA, preço R$ 2.600,00.
Tratar com Chico Rodrigues pelos telefones: (16) 9 9247-9056 ou
(16) 3947-3725 ou (16) 3947-4414.
VENDEM-SE
- Sítio de 9 alqueires, sem mato ou
brejo (100% aproveitável) em OlímpiaSP, a 5 km Usina Cruz Alta, 10 minutos
dos Thermas dos Laranjais, 25 minutos
de Rio Preto, 35 minutos de Barretos,
plaino, na rodovia, sem benfeitorias,
mas com energia na propriedade;
- Sítio Arlindo - município de Olímpia,
área de12 alqueires, casa de sede, área de
churrasco (100 m²), casa de funcionário
reformada, pomar e árvores ao redor da
sede, 4 alqueires de mata nativa de médio/grande porte, terras de "bacuri" (indicador de terras muito férteis). Rede elétrica nova, divisa com fazenda Baculerê,
distância de 25 Km de Olímpia.
Tratar com David pelo telefone:
(17) 9 8115-6239.
VENDEM-SE
LIQUIDAÇÃO
GIROLANDO E GIR PO
- 4 touros GIR PO, 1 com 18 meses e
3 com 26 meses;
- 11 novilhas girolando, grande sangue 3/4 e 5/8, todas de inseminação.
Seis já estão prenhas;
Obs.: Sítio localizado na cidade de
Santo Antônio da Alegria - SP, há 15
anos trabalhando com inseminação.
VENDEM-SE
- Motor de 75CV com bomba KSB
100/6 revisada e sem uso;
- Chave de partida ''a óleo";
- Transformador de 75 KVA;
- Postes duplos T de cimento;
- Chaves de alta, para raios, cabo e etc.
Tratar com Francisco pelo telefone
(17) 9 8145-5664.
Revista Canavieiros - Março de 2016
VENDE-SE
Ordenhadeira mecânica completa
com 4 unidades, Usinox.
Obs: também funciona quando ligada no trator.
Tratar com José Augusto pelo telefone (16) 9 9996-2647.
VENDEM-SE
- Sítio em Cravinhos, área 15 alqueires com 12 de cana de açúcar.
Sem benfeitoria, 2 km do asfalto;
- Imóvel comercial (PRÉDIO), localização: Ribeirão Preto / Av.João Fiusa
Alugado Por R$ 48.000,00, valor
R$ 10.000.000,00;
- Imóvel Comercial (PRÉDIO), localização: Ribeirão Preto / Centro
Excelente para Agência Bancária área
construída: 800m², valor R$ 4.500.000,00;
- Casa Condomínio Colina Verde /
Ribeirão Preto, área total: 3.500m², área
construída: 1.500m², 4 suítes + 1 apto
de hospedes anexado a casa, 8 vagas de
garagem, valor R$ 5.800.000,00.
Tratar com Miguel ou Paulo pelos
telefones (16) 9 9312-1441, (16) 39119970 ou (16) 9 9290-0243.
VENDEM-SE
- Duas casas, sendo uma na frente e
outra no fundo, com garagem, quarto,
sala, cozinha, banheiro e área de serviço,
a segunda é igual, porém de laje e piso
frio. Ideal para residência ou comércio.
R$ 200.000,00, localizadas no bairro
Jardim Sumaré em Sertãozinho-SP;
- Casa com sala, copa, cozinha
e banheiro, com piso de ardósia e
laje, na frente possui um salão 10
m² e um chuveiro, ideal para residência ou comércio. R$ 200.000,00,
localizada no bairro Inocoop II, em
Sertãozinho-SP;
- Casa e terreno, com 2 quartos, sendo
uma com suíte, cozinha e sala, mais duas
salas comerciais com banheiro, área de
serviço com banheiro, 120 m² de quintal
e 68 m² área coberta com garagem para 3
carros, ideal para casa de repouso ou oficina. R$ 380.000,00, localizada no bairro jardim Sumaré, em Sertãozinho-SP.
Tratar com João Sacai Sato pelo telefone (16) 3610-1634.
VENDEM-SE
- Colheitadeira Case A7700, ano
2009, 7700, esteira, motor Cummins
M11, Autotrac, máquina utilizada na
última safra. Valor: R$ 128.000,00;
65
- Colheitadeira Case A8800, ano
2011, esteira, máquina na colheita de
cana funcionando 100%, rolos preenchidos. Valor: R$ 270.000,00;
- Colheitadeira Case A7700, ano
2007, série 770678, motor Scania novo,
máquina revisada e trabalhando. Valor:
R$ 118.000,00;
- Colheitadeira Case 8800, ano 2010,
motor refeito em julho de 2014, máquina revisada e pronta para trabalhar. Valor: R$ 250.000,00;
- Transbordo de 10 toneladas, 2006 e
2007, R$ 20.000,00;
- Transbordo de 8,5 toneladas, ano
2002, R$ 15.000,00.
Tratar com Marcelo pelos telefones
(16) 9 8104-8104 ou 9 9239-2664.
VENDEM-SE
-Trator 292 MF, traçado, 2007;
-Caminhão Mercedes 1113 truck,
todo revisado, 73, vermelho.
Tratar com Saulo Gomes pelo telefone (17) 9 9117-0767.
VENDEM-SE
- VW 17190 / 13 comboio, Gascom;
- VW 31320 / 12 chassi;
- VW 31320 / 11 pipa bombeiro, Gascom;
- VW 31320 / 10 pipa bombeiro, Gascom;
- VW 26260/09 betoneira;
- VW 15180 / 09 comboio de lubrificação e abastecimento;
- VW 17180 / 08 Hincol, H31000;
- VW 15180 / 07 pipa bombeiro;
- VW 12140 / 96 oficina móvel, Gascom;
- MB 2318 / 94 pipa bombeiro;
- MB 2318 / 94 basculante;
- MB 2831 / 12 basculante;
- MB 1725 / 06 comboio;
- MB 1725 / 06 abastecedor;
- MB 2220 / 90 pipa bombeiro;
- MB 2013 / 81 Masal MS12000;
- MB 1513 / 76 toco chassi;
- MB 1113 / 69 toco chassi;
- MB 1418 / 00 toco 4x4;
- F.Cargo 1719 / 13 toco chassi;
- F.Cargo 2628 / 07 basculante;
- F.Cargo 2626 / 05 pipa bombeiro;
- F12000 / 95 pipa bombeiro;
- F14000 / 90 pipa bombeiro;
- Prancha Facchini 2008 3 eixos;
- Reboque tanque fibra, 16.000 litros;
- Tanque fibra 36.000 litros;
- Tanque 14.000 litros pipa bombeiro;
- Borracharia Gascom;
- Basculante truck 14m³;
- Basculante toco 5m³;
- Munck Hincol H 43000 / 12;
- Munck Masal MS 12000 / 07;
- Munck Hincol H 4000 / 11;
- Munck 640-18 / 90;
- Carroceria de ferro, ¾.
Tratar com Alexandre pelos telefones: (16) 3945-1250 / 9 9766-9243
Oi / 9 9240-2323 Claro, whatsApp /
78133866 id 96*81149 Nextel.
VENDEM-SE
- Trator Valtra, BM 125i, 4x4, com 547
horas, comando duplo, 2011, seminovo;
- Pá carregadeira CMH 910, 4x4,
2010, com 1.165 horas seminova;
- Trator Valmet, 4x2, modelo 785,
1994, com embreagem dupla e comando duplo;
- Trator Valtra BM 125, 4x4, 2009,
com 2498 horas;
- Cultivador de cana DMB, São
Francisco, para cana queimada, com 2
hastes de sulcar sem marcador, 2002;
- Enleradeira dupla, de palha de
cana, com pistão nas rodas da frente
para transporte no trator, marca Feroldi;
- Enleradeira DMB;
- Trator Maxion, 4x4, modelo 9150,
1995, potência 150 cv, Obs: (tem hidráulico mas não tem os braços);
- Tanque de dez mil litros, com bomba KSB, chuveiro e canhão;
- Plantadeira Jumil, modelo JM,
2980, sete linhas a ar plantio direto,
1998;
- Sulcador duas linhas, com marcador de pistão, caixa de adubo redonda
com tampa, DMB;
- Grade intermediária, 18x28, Baldan, espaçamento 270mm, mancal a
óleo, disco seminovos;
- Plantadeira Semeato PH, 2700, 5
linhas, plantio convencional, ano 1985,
carreta de plantio de cana, 01 eixo;
- Tanque de água de 4 mil litros;
- Tanque Bitrem, 2005, quatro eixo,
marca Rondon;
- Pulverizador Condor, Jacto, 600 litros, com mexedor de calda, com barras
de 12 metros, obs: (no lugar de mangueiras que vai nos bicos é cano de alumínio);
- Kits para plantadeira Semeato de
amendoim;
- Cobridor de cana 2 linhas;
- Caminhão Ford, F 600, toco a diesel, 1978, com prancha medindo 6 metros de comprimento e 2.60 de largura;
- Carreta de duas rodas, tipo basculante, com desarme manual;
- Sulcador DMB, com marcador,
com pistão e caixa com tampa;
- Subsolador de arrasto, de 5 hastes de controle, com pneus 1000x20
canavieiro;
- Trator Massey Ferguson, 680, 4x4, 2007;
- Grade niveladora, 20x20 de arrasto;
- Eliminador de soqueira, 2012, marca DMB, seminovo;
- Arado 3 bacias reversíveis.
Tratar com Waldemar pelos telefones: (16) 3042-2008/ 9 9326-0920.
VENDEM-SE ou ARRENDAM-SE
- Destilaria de cachaça e álcool,
completa, (10.000 litros de cachaça
por dia);
- Esteira de cana inteira, picador
com 22 facas, esteira de cana picada,
dois ternos 15x20, esteira de bagaço.
Peneira Johnson, cush-cush. Caldeira
de 113 m²;
- Máquina a vapor de 220 HP (toca
os ternos e o picador);
- Seis dornas de fermentação de
10.000 litros cada;
- Destilaria de bandeja/calota A e B
de 600 mm de diâmetro com trocador
de calor;
- Dois tonéis de madeira amendoim
com capacidade de 50.000 litros cada;
Valor Total R$ 600.000,00. Estudo
troca por imóvel.
Localização: Laranjal Paulista.
Tratar com Adriano pelos contatos:
[email protected] ou (15) 9 97059901. Veja vídeo em: www.youtube.
com/watch?v=_mzWp3PCavA.
VENDE-SE OU ALUGA-SE
Salão medindo 11,00 metros de
frente por 42,00 metros de fundo, 462
metros, possui cobertura metálica com
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Estrutura de confinamento com capacidade para 650 cabeças com: 1 vagão forrageiro + 1 carreta 4 rodas + 1
carreta 2 rodas, 1 ensiladeira JF90, 1
trator 292 + 1 trator Ford 5610, 1 misturador de ração, 3 silos trincheiras de
porte médio, sendo uma grande possibilidade de área para produção de silagem
com irrigação ao redor de 30 ha, Jaboticabal–SP, a 2 km da cidade.
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pelo telefone (16) 9 8125-0184.
Revista Canavieiros - Março de 2016
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Biblioteca “General Álvaro
Tavares Carmo”
Gestão e Controle do
Patrimônio
Cultivando
a Língua Portuguesa
Esta coluna tem a intenção de maneira didática, esclarecer
algumas dúvidas a respeito do português.
1) Maria tem um “blogue” com muitos acessos na internet!
Parabéns, duplamente, Maria: pela escrita usada de forma aportuRenata Sborgia
guesada e pelos acessos!
Vejam, queridos leitores, sobre as expressões aportuguesadas, porém não utilizadas com frequência por nós. No exemplo acima: usamos a expressão blog.
Explicação:
Quando tratamos de estrangeirismos - palavras estrangeiras que são incorporadas ao nosso idioma - muitos defendem a ideia de que tais termos devam ser
aportuguesados, o que, de fato, ocorre com várias palavras em nossa língua. Nesse
processo, os vocábulos são submetidos às regras ortográficas vigentes na língua
portuguesa, buscando-se equivalentes do ponto de vista fonético. Na prática, todavia, o que se observa é que geralmente as grafias originais continuam tendo preferência no uso, embora as formas aportuguesadas já se encontrem dicionarizadas.
Veja a seguir 15 palavras aportuguesadas que raramente utilizamos:
1. Blogue (Blog)
2. Bufê (Buffet)
3. Caubói (Cowboy)
4. Chantili (Chantilly)
5. Drinque (Drink)
6. Eslaide (Slide)
7. Flã (Flan)
8. Leiaute (Layout)
“Gestão e controle de patrimônio pretende
desmistificar os controles contábeis, apresentando ao leitor a instrumentação necessária
para o gerenciamento dos bens, seja de pessoa
física ou jurídica. Visando a boa gestão, afinal,
riqueza só gera riqueza se existir uma boa administração, a obra apresenta os fundamentos
básicos da contabilidade, que são a ferramenta de uso universal para interpretar, registrar e
controlar bens.”
Referência:
LACOMBE, Francisco José Masset. Gestão
e controle do patrimônio: a contabilidade prática / Francisco José Masset Lacombe, Osiris
Mendes Ribeiro. – São Paulo: Saraiva, 2013.
9. Motobói (Motoboy)
10. Náilon (Nylon)
11. Rali (Rally)
12. Roque (Rock)
13. Sedã (Sedan)
14. Sítio (Site)
15. Tíquete (Ticket)
2) Todos dizem que ele tem uma “boa vida”!
Com certeza! Poderia estudar o português!
Correto: boa-vida (com hífen - Plural: boas-vidas)
OBS.: grafia conforme o Novo Acordo Ortográfico vigente em 1 de janeiro de 2016
3) Pedro tinha “impresso” o texto todo.
Não conseguiu a devida nitidez do texto!
O correto é: imprimido
Regra fácil: Tópico gramatical - Verbos Abundantes
São os que têm mais de uma forma no particípio: o REGULAR (com desinências -ADO e -IDO) e o IRREGULAR.
Vejamos: o PARTICÍPIO REGULAR dos verbos LIMPAR e IMPRIMIR é,
respectivamente, LIMPADO e IMPRIMIDO. Já o PARTICÍPIO IRREGULAR é
LIMPO e IMPRESSO.
Os interessados em conhecer as sugestões
de leitura da Revista Canavieiros podem
procurar a Biblioteca da Canaoeste.
[email protected]
www.facebook.com/BibliotecaCanaoeste
Fone: (16) 3524-2453
Rua Frederico Ozanan, nº842
Sertãozinho-SP
Revista Canavieiros - Março de 2016
Mas quando usar um ou outro?
Isso vai depender do VERBO AUXILIAR:
1ª) Com TER e HAVER, usamos o PARTICÍPIO REGULAR. Então, dizemos:
Ex.: Pedro TINHA (ou HAVIA) IMPRIMIDO o texto todo.
2ª) Com os verbos SER e ESTAR, usamos o PARTICÍPIO IRREGULAR:
Ex.: O texto ESTAVA IMPRESSO na casa dele.
Coluna mensal
* Advogada, Profa. de Português, Consultora e Revisora, Mestra USP/RP, Especialista em Língua
Portuguesa, Pós-Graduada pela FGV/RJ, com MBA em Direito e Gestão Educacional, autora de
vários livros como a Gramática Português Sem Segredos (Ed. Madras), em co-autoria.
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Revista Canavieiros - Março de 2016
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PROTEÇÃO E PERFORMANCE
PARA A CANA-DE-AÇÚCAR.
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Estes produtos são perigosos à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e siga
rigorosamente as instruções contidas nos rótulos,
nas bulas e nas receitas. Utilize sempre equipamentos de proteção individual. Nunca permita a
utilização dos produtos por menores de idade.
Venda sob receituário agronômico.
Consulte sempre um Engenheiro Agrônomo.
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Revista Canavieiros - Março de 2016
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